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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO Estudo do litoral na área de intervenção da APA I.P. /ARH do Tejo Evolução morfodinâmica da região das Barras do Tejo Entregável 1.2.3.f Junho 2013

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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

Estudo do litoral na área de intervenção da

APA I.P. /ARH do Tejo

Evolução morfodinâmica da região das Barras do Tejo

Entregável 1.2.3.f

Junho 2013

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Este relatório corresponde ao Entregável 1.2.3.f do projeto “Consultoria para a Criação e

Implementação de um Sistema de Monitorização do Litoral abrangido pela área de Jurisdição da

ARH do Tejo”, realizado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), para a

Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. / Administração da Região Hidrográfica do Tejo (APA I.P.

/ARH do Tejo).

AUTORES

Andreia Barata (4)

Teresa Rosa (4)

João Geadas Cabaço (4)

Mário Teles (1)

César Freire de Andrade (2), (3)

Tanya Mendes Silveira (2), (3)

(1) GeoSub – Prospeção, Geomática e Ambiente

(2) Departamento de Geologia (FCUL)

(3) Centro de Geologia da Universidade de Lisboa

(4) Consultores externos

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4 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

REGISTO DE ALTERAÇÕES

Nº Ordem Data Designação

1 Junho de 2013 Versão inicial

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Entregável 1.2.3.f 5 Junho de 2013

Componentes do estudo do litoral na área de intervenção da APA, I.P. /ARH do Tejo

1 Estudo do litoral na área de intervenção da APA, I.P. /ARH do Tejo

1.1 Caracterização do forçamento meteorológico e oceanográfico

1.1.1 Vento

Entregável 1.1.1.a Caracterização do regime de ventos no litoral

1.1.2 Precipitação

Entregável 1.1.2.a Caracterização da precipitação na região hidrográfica do Tejo

Entregável 1.1.2.b Estimativas de descarga sólida fluvial potencial

1.1.3 Marés

Entregável 1.1.3.a Caracterização do regime de marés

1.1.4 Correntes

Entregável 1.1.4.a Caracterização das correntes costeiras

1.1.5 Sobre-elevação meteorológica

Entregável 1.1.5.a Caracterização da sobre-elevação meteorológica

Entregável 1.1.5.b Caracterização do regime de extremos do nível do mar

1.1.6 Nível médio do mar

Entregável 1.1.6.a Análise da evolução do nível médio do mar em Cascais

Entregável 1.1.6.b Cenários de evolução do nível médio do mar para 2100

1.1.7 Ondas

Entregável 1.1.7.a Caracterização do clima de agitação ao largo

Entregável 1.1.7.b Caracterização do clima de agitação junto à costa

Entregável 1.1.7.c Caracterização do clima de agitação na zona de rebentação nas praias-piloto

Entregável 1.1.7.d Avaliação da deriva litoral nas praias-piloto

1.2 Caracterização da margem terrestre na situação de referência

1.2.1 Caracterização das principais unidades geológicas e da organização geomorfológica da faixa costeira

Entregável 1.2.1.a Caracterização das principais unidades geológicas e da organização geomorfológica da faixa costeira

1.2.2 Estudo das tendências de evolução nos últimos 50-100 anos, em litoral de arriba e de acumulação

1.2.2.1 Litorais de arriba

Entregável 1.2.2.1.a Inventário de instabilidades nas arribas obtido por fotointerpretação

Entregável 1.2.2.1.b Inventário de instabilidades obtido for fotogrametria aérea digital multitemporal em sectores de arribas selecionados

Entregável 1.2.2.1.c Monitorização da evolução de fachadas de arribas selecionadas: técnicas e resultados

1.2.2.2 Litorais de acumulação

Entregável 1.2.2.2.a Análise da evolução da linha de costa em litoral baixo arenoso nos últimos 50 anos

Entregável 1.2.2.2.b Análise da evolução da linha de costa nos últimos 50 anos – caso especial da Costa da Caparica

Entregável 1.2.2.2.c Utilização de ortofotomapas e fotografias aéreas para a delimitação da linha de costa

1.2.3 Definição de uma série de áreas piloto (praias), representativas dos diferentes segmentos costeiros, para o estudo da variabilidade morfodinâmica sazonal na área de intervenção da APA, I.P./ARH do Tejo, com vista à sua monitorização periódica

Entregável 1.2.3.a Lista das praias-piloto representativas do litoral em estudo para teste e aplicação de ferramentas de monitorização e caracterização da variabilidade sazonal

Entregável 1.2.3.b Rede de pontos de apoio das praias-piloto

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6 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Entregável 1.2.3.c Metodologia e frequência espácio-temporal a aplicar para monitorização e caracterização da variabilidade sazonal nas praias-piloto e avaliação das ferramentas de monitorização adotadas

Entregável 1.2.3.d Dados em bruto resultantes dos trabalhos de campo nas praias-piloto

Entregável 1.2.3.e Caracterização da variabilidade morfodinâmica sazonal das praias-piloto representativas do litoral em estudo

Entregável 1.2.3.f Evolução morfodinâmica da região das Barras do Tejo

1.3 Avaliação da perigosidade associada à mobilidade da linha de costa

1.3.1 Determinação e cartografia da perigosidade associada à ocorrência de fenómenos de instabilidade em arribas, incluindo definição objetiva de zonas de elevada perigosidade e/ou risco

Entregável 1.3.1.a Determinação e cartografia da perigosidade associada à ocorrência de fenómenos de instabilidade em arribas à escala regional

1.3.2 Determinação e cartografia da perigosidade associada à erosão de praias e ao galgamento oceânico

Entregável 1.3.2.a Determinação e cartografia da perigosidade associada à erosão de praias e ao galgamento oceânico

1.3.3 Verificação da adequabilidade das faixas de risco/salvaguarda definidas no POOC em vigor e, se necessário, proceder à sua redefinição

Entregável 1.3.3.a Estudo da adequabilidade das faixas de risco/salvaguarda definidas no POOC em vigor

1.4 Enquadramento das soluções de intervenção

1.4.1 Em litoral de arriba

1.4.1.1 Definição de um quadro de referência objetivo e pormenorizado de especificações técnicas, restrições e recomendações a aplicar em projetos de intervenção nas arribas que se tornem necessários para reduzir riscos, preservar património ou assegurar a estabilidade e segurança de projetos de estruturas que envolvam o uso da orla costeira, assegurando simultaneamente a preservação paisagística e ambiental do litoral de arriba

Entregável 1.4.1.1.a Definição de um quadro de referência a aplicar em projetos de intervenção nas arribas

1.4.2 Em litoral arenoso e nas áreas piloto previamente identificadas

1.4.2.1 Caracterização da capacidade de ocupação de praias

Entregável 1.4.2.1.a Caracterização da capacidade de ocupação de praias

1.4.2.2 Definição e teste de critérios para delimitação da linha da máxima preia-mar de águas vivas equinociais, como consagrado na Lei nº 54/2005 de 15 de novembro, na área de jurisdição da APA, I.P./ARH do Tejo

Entregável 1.4.2.2.a Estabelecimento de critérios e metodologias para a avaliação e verificação da linha da máxima preia-mar de águas vivas equinociais

Entregável 1.4.2.2.b Dados em bruto resultantes do trabalho de campo para medição da cota da linha de máximo espraio das ondas

Entregável 1.4.2.2.c Estudo e parecer sobre a delimitação da linha da máxima preia-mar de águas vivas equinociais na faixa costeira sob jurisdição da ARH Tejo

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Entregável 1.2.3.f 7 Junho de 2013

Índice

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 9

2 MÉTODOS .......................................................................................................................................... 10

3 RESULTADOS ...................................................................................................................................... 10

4 CONCLUSÕES ..................................................................................................................................... 34

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 34

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Entregável 1.2.3.f 9 Junho de 2013

1 Introdução

No âmbito do estudo da evolução da morfodinâmica da região das barras do Tejo, procedeu-se

a uma análise e caracterização das alterações da morfologia do fundo, traduzidas pela variação

da hidrografia na região a escala decenal.

A Figura 1 representa a região estudada, e inclui os elementos de toponímia utilizados no

presente trabalho.

Figura 1. Extrato da carta nº 26303 à escala 1/15000 (julho de 2005). A linha tracejada delimita a sul a região referenciada no texto.

No presente trabalho, consideraram-se os Cachopos do Norte e do Sul como limitados pela

batimétrica dos 10 m (ZH1). A designação Cabeça do Pato refere-se à extremidade SW do

Cachopo do Norte, na região onde este banco tende a encurvar para sul e a intersetar o canal

da Barra Sul. No Cachopo do Sul, para o interior da batimétrica dos 5 m (ZH), verifica-se a

ocorrência de um conjunto de ilhas, bancos, canais móveis que, na sua globalidade, se

designaram por Banco do Bugio, reservando-se a designação de Golada para o canal periférico

localizado a nascente, com expressão morfológica mais pronunciada; no que respeita ao Banco

do Bugio o estudo incidiu essencialmente sobre a região que se estende para norte da secção

Farol do Bugio – Esporão da Calha, representada a tracejado na Figura 1.

1 ZH – Zero Hidrográfico.

Esporãoda Calha

(Farol)

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10 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

2 Métodos

Os trabalhos efetuados fundamentam-se na análise e comparação dos elementos disponíveis:

cartas hidrográficas publicadas pelo Instituto Hidrográfico (IH), e estudos e publicações sobre o

tema, complementados com informação contida em levantamentos hidrográficos parciais

efetuados pela Administração do Porto de Lisboa (APL) no passado recente.

Retomaram-se os elementos apresentados em Hidroprojecto (2001) (onde se discute a

evolução dos fundos baseada na comparação de levantamentos hidrográficos efetuados em

1964, 1996 e 2000), em Hidroprojecto (2007) (comparação de levantamentos hidrográficos

efetuados em 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006, do Banco do Bugio e Golada) e

Hidroprojecto (2009) (uma compilação, reanálise e interpretação de toda a informação

disponível até 2008); o presente estudo faz uso dessa informação, integrando-a e

completando-a com uma análise dos elementos batimétricos parciais obtidos em 2009 e 2010

pela APL. As comparações foram feitas com recurso ao programa DTM (“Digital Terrain

Model”) para a área mínima comum entre todos os levantamentos e as isopletas,

equidistantes de 1 metro, referem-se a linhas de igual diferença entre profundidades nos

levantamentos mais recentes e mais antigos. Na Tabela 1 apresenta-se o conjunto dos

elementos hidrográficos levantados pela APL na região das barras do Tejo e respetivas datas

de levantamento.

Tabela 1. Datas e locais dos levantamentos hidrográficos estudados.

3 Resultados

A região das Barras do Tejo e zona envolvente é marcada por uma dinâmica muito acentuada,

facilmente visível nos extratos das cartas náuticas da região publicadas pelo IH em 1993 e 1998

que mostram a zona do Bugio e Golada (Figura 2).

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Cachopo do

Norte Jun Abr

Abr/

Out Dez

Banco do Bugio/

Golada Nov Set Set Out Out Out Set Nov Set Set

Canal da Barra

Sul ou Grande

Abr/

Set

Abr/

Set

Jan/

Abr/Set Mai

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Entregável 1.2.3.f 11 Junho de 2013

Situação em 1993 Situação em 1998

Fonte: Instituto Hidrográfico (INT 1875)

(2ª edição - Março 1992, carta 45, correções 1993) Fonte: Instituto Hidrográfico (INT 1876)

(3ª edição – Abril 1997, carta 46, correções 1998)

Figura 2. Extrato das cartas náuticas do IH de 1993, 1998: região do Banco do Bugio e Golada.

As figuras seguintes (Figura 4 a Figura 13) apresentam comparações entre levantamentos

anuais sucessivos da zona Banco do Bugio/Golada, (cf. Tabela 1), bem como entre os

levantamentos mais antigo e mais recente. A região selecionada para comparação e

quantificação da evolução (identificada a cinzento no encaixe de cada figura) é a mesma em

todos os casos.

As comparações de levantamentos hidrográficos de 1964, 1996 e 2000, (cf. Hidroprojecto,

2001), e dos levantamentos hidrográficos anuais efetuados entre 2001 e 2006 (cf.

Hidroprojecto, 2007) do Banco do Bugio e Golada, indicam que todo o Cachopo do Norte, bem

como o bordo norte do Banco do Bugio e a restante superfície do Cachopo do Sul são as zonas

onde a evolução morfológica é mais significativa. Além das alterações registadas nessas zonas,

aqueles estudos indicam também tendência para assoreamento ao longo de todo o canal de

navegação.

Segundo Hidroprojecto (2001) a evolução hidrográfica entre 1964 e 2000 na zona do Cachopo

do Norte, traduziu-se por uma translação de noroeste para sueste, com o deslocamento da

batimétrica de 10 m (ZH) nesse sentido, em cerca de 600 metros, na Cabeça do Pato, e

200 metros na extremidade oposta (Figura 3). No mesmo período a evolução hidrográfica no

bordo norte do Banco do Bugio processou-se em sentido contrário: as batimétricas dos 10 m

(ZH), 15 m (ZH) e 20 m (ZH) na face norte daquele banco registaram um deslocamento de 300

a 400 metros para norte, correspondendo a progradação do talude sobre o canal, enquanto na

superfície mais profunda do Cachopo do Sul se observou rebaixamento (erosão), com maior

expressão no seu bordo noroeste, onde a batimétrica dos 5 m (ZH) recuou para SE entre 400 e

500 metros. Os dados disponíveis são insuficientes para ajuizar se estas modificações

correspondem a uma translação e rotação da totalidade do Cachopo do Sul, com expressão

mais intensa no Banco do Bugio, ou se os grandes traços da distribuição morfológica deste

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12 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

banco se mantiveram virtualmente invariantes, com exceção de reajustes no bordo que

confina com o canal da barra.

Figura 3. Comparação de levantamentos hidrográficos efetuados em 1964, 1996 e 2000. Batimétrica dos 10 m (ZH) (adaptado de Hidroprojecto, 2001)

1:50000

N

0 1000 2000m

Levantamento de 2000Levantamento de 1996Levantamento de 1964

LEGENDA

Cabeça do Pato

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Figura 4. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2002 e 2001.

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14 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Figura 5. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2003 e 2002.

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Figura 6. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2004 e 2003.

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16 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Figura 7. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2005 e 2004.

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Entregável 1.2.3.f 17 Junho de 2013

Figura 8. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2006 e 2005.

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18 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Figura 9. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2007 e 2006.

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Entregável 1.2.3.f 19 Junho de 2013

Figura 10. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2008 e 2007.

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20 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Figura 11. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2009 e 2008.

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Entregável 1.2.3.f 21 Junho de 2013

Figura 12. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2010 e 2009.

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22 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Figura 13. Banco do Bugio e Golada. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2010 e 2001.

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Entregável 1.2.3.f 23

Junho de 2013

Entre 2001 e 2010 a intensidade dos movimentos sedimentares no sector do Banco do Bugio

e Golada pode ser traduzida pela variação dos volumes de assoreamento e de erosão

indicados na Tabela 2. Uma vez que os resultados se reportam a uma área mínima comum a

todos os levantamentos, os volumes indicados podem não representar a totalidade da

transformação morfológica ocorrida.

Tabela 2. Volumes de assoreamento e de erosão no sector do Banco do Bugio e Goladas (área representada a cinzento nas Figuras 4 a 13)

Volumes (x106m

3)

Assoreamento Erosão Balanço*

2002-2001 2.6 2.8 -0.2

2003-2002 2.8 2.9 -0.1

2004-2003 2.3 3.6 -1.3

2005-2004 2.0 4.1 -2.0

2006-2005 4.4 0.8 3.5

2007-2006 1.8 3.0 -1.2

2008-2007 1.5 3.7 -2.2

2009-2008 2.4 1.9 0.5

2010-2009 2.4 3.5 -1.0

2010-2001 7.2 11.4 -4.1

*valores positivos = sedimentação

Estes resultados mostram que, sectorial e intermitentemente, ocorre evolução morfológica

pronunciada nesta região. Mostram ainda que, com exceção dos períodos 2006-2005 e 2009-

2008, a região do Banco do Bugio e da Golada apresentou uma tendência persistente para a

erosão, traduzida por diminuição da retenção sedimentar global.

Refira-se que os resultados respeitantes a 2008-2007 incluem o efeito de uma dragagem de

cerca de 1x106 m3, efetuada nas zonas norte e noroeste do Banco do Bugio (Hidroprojecto,

2009). Este facto evidencia-se na Figura 10, na qual se comparam levantamentos realizados

em Novembro de 2008 e Setembro de 2007, respetivamente. Este resultado é corroborado

na Figura 15, adiante apresentada, onde se visualiza, nessa zona, um recuo da batimétrica

dos 10 m (ZH), precisamente entre 2007 e 2008.

O aspeto mais relevante a salientar consiste no crescimento para norte da margem norte do

Banco do Bugio, independentemente do sinal das variações volumétricas globais. De facto, a

expressão morfológica atual da tendência de acumulação de areias nos bordos norte e

noroeste do Banco do Bugio pode ser comprovada pelo deslocamento das batimétricas de 5,

10 e 15 m (ZH), respetivamente, como ilustrado nas Figuras 14 a 16, elaboradas também com

base nos levantamentos hidrográficos de 2001 a 2010.

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24 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Um estudo anterior, elaborado pela Hidrotécnica em 1985 para a APL, e citado em

Hidroprojecto (2001), tinha já referido padrões de evolução semelhantes aos aqui

reportados, e avançou as primeiras quantificações da variação volumétrica associada a estas

modificações. Os resultados apurados nesse trabalho apontam para a acumulação, no sector

norte do Banco do Bugio e Golada, de 750 000 m3/ano, entre 1970 e 1985, o que se traduziu

num avanço da frente de precipitação daquele banco, em direção a norte, de cerca de 16

m/ano, nesse período.

Contrariando a tendência geral, observam-se em alguns períodos bem definidos recuo

daquela vertente que poderão relacionar-se com a realização de dragagens em locais bem

definidos; um exemplo ocorrido entre 2007 e 2008 é o recuo de cerca de 17 metros na

batimétrica dos 10 m (ZH) que, tal como anteriormente mencionado, dever-se-á à realização

de dragagens em 2008 (Hidroprojecto, 2009).

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Figura 14. Banco do Bugio e Golada. Evolução da posição da batimétrica dos 5 metros (ZH), entre 2001 e 2010.

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26 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Figura 15. Banco do Bugio e Golada. Evolução da posição da batimétrica dos 10 metros (ZH), entre 2001 e 2010.

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Figura 16. Banco do Bugio e Golada. Evolução da posição da batimétrica dos 15 metros (ZH), entre 2001 e 2010.

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Relativamente à região do Cachopo do Norte, tal como se pode visualizar na Figura 3,

anteriormente apresentada, verificou-se emagrecimento e deslocamento da Cabeça do Pato

entre 1964 e 2000 (Hidroprojecto, 2001). Este resultado concorda com a tendência

anteriormente caracterizada em estudo da Hidrotécnica Portuguesa (1985, in Hidroprojecto,

2001), e sublinha a persistência deste fenómeno. Aquele estudo indica que, entre 1929 e

1985, o banco se deslocou 850 m para ESE. Esta tendência manteve-se entre 2000 e 2005

(Hidroprojecto, 2007) (Figura 17) mas diminuiu de intensidade a partir de 2006 ou 2007 até

ao presente (Figuras 18 e 19). Nesta interpretação deve considerar-se o efeito da deposição

de areias, dragadas da Barra Grande em agosto de 2004, no bordo norte do Cachopo do

Norte (Hidroprojecto, 2009).

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Figura 17. Cabeça do Pato e Cachopo do Norte. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2005 e 2000.

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30 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

Figura 18. Cabeça do Pato e Cachopo do Norte. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2007 e 2005.

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Entregável 1.2.3.f 31

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Figura 19. Cabeça do Pato e Cachopo do Norte. Mapa de isopacas, levantamentos hidrográficos de 2009 e 2007.

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32 Entregável 1.2.3.f

Junho de 2013

Procurou-se ainda caracterizar e avaliar o padrão de variação morfológica na região do Canal

da Barra Grande (Figura 20) que consta da Tabela 3. Estes elementos reportam-se a

assoreamento e erosão nos anos mais recentes, entre 2005 e 2009 (Hidroprojecto, 2009).

Tabela 3. Volumes de assoreamento e de erosão no sector do Canal da Barra

Volumes (x105

m3)

2006-2005 2008-2006 2009-2008 2009-2005

Assoreamento 2.5 6.6 2.3 2.5

Erosão 3.2 9.5 8.7 13.0

Balanço -0.7 -2.7 -6.4 -10.5

Em todas as comparações efetuadas o balanço foi sempre no sentido do aprofundamento do

canal da barra. Esta tendência associa-se à regularidade das dragagens de manutenção e

aprofundamento do canal da Barra Sul; a título de exemplo refere-se que, em 2007 e 2008,

as dragagens no canal de navegação totalizaram 1,36 x 106 m3 (Hidroprojecto, 2009).

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Entregável 1.2.3.f 33

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Figura 20. Canal da Barra Grande. Localização de batimétricas entre 2005 e 2009.

Batimétricas dos 16 m Batimétricas dos 17 mBatimétricas dos 15 m

ABRIL 2005

MAIO 2009

MAIO 2006

ABRIL 2008

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34 Entregável 1.2.3.f Junho de 2013

4 Conclusões

Em síntese pode afirmar-se que a tendência global dos processos de assoreamento/erosão

na área em estudo, não se distribui de forma homogénea nem no tempo, nem no espaço, no

que se refere ao sinal e à intensidade.

Os elementos estudados sugerem que os traços gerais da evolução da Barra do Tejo são

dominados por dois sinais: progradação do talude norte do Banco do Bugio sobre o canal de

navegação acompanhada de reconfiguração permanente dos fundos baixos que constituem a

superfície do Cachopo do Sul; emagrecimento, translação para SE e rotação no sentido anti-

horário do Cachopo do Norte com extensão do Cabeço do Pato, contrariada pelo esforço de

dragagem no Canal da Barra.

Estas conclusões são ainda de carácter essencialmente qualitativo devido à natureza dos

dados disponíveis. A definição do balanço sedimentar desta região requer cobertura integral

e sistemática dos fundos e um conhecimento detalhado, no espaço e no tempo, do esforço

de dragagem ou da alimentação artificial efetuada na zona envolvente.

5 Referências bibliográficas

Hidroprojecto, 2001. Equilíbrio hidrodinâmico das barras do Tejo e das zonas marítimas

adjacentes, Desenvolvimento da solução adoptada, estudo elaborado para APL -

Administração do Porto de Lisboa, S.A., 40 pp.

Hidroprojecto, 2007. Identificação dos impactes morfodinâmicos associados a intervenções

de dragagem na região das barras do Tejo. Parecer sobre os efeitos da intervenção

de alimentação artificial das praias da costa de caparica sobre a operacionalidade do

canal de navegação, estudo elaborado para APL - Administração do Porto de Lisboa,

S.A., março de 2007, 15 pp.

Hidroprojecto, 2009. Estudo de Impacte Ambiental e Assessoria ao Processo de Avaliação de

Impacte Ambiental do Aprofundamento do Canal da Barra do Porto de Lisboa,

estudo elaborado para APL - Administração do Porto de Lisboa, S.A., novembro de

2009, 37 pp.

Hidrotécnica Portuguesa (HP), 1985. Melhoria das Condições de Acesso pela Barra Sul,

estudo elaborado para APL - Administração do Porto de Lisboa, S.A.