estilos artísticos...hist. da arte

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    CONSERVATRIO ESTADUAL DE MSICA LORENZO FERNANDEZ

    CURSO TCNICO EM CANTO 1 ANO

    DISCIPLINA: HISTRIA DA ARTE

    PROFESSORA: ELISABETE ABBADE

    ESTILOS ARTSTICOS

    LLIAN MARIA ANTUNES ROCHA

    MONTES CLAROS MG

    OUTUBRO 2011

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    BARROCO

    O tempo barroco denomina genericamente todas as manifestaes artsticas dos anos1600 e incio dos anos 1700. Alm da literatura, estende-se msica, pintura, escultura earquitetura da poca.

    Mesmo considerando o Barroco o primeiro estilo de poca da literatura brasileira eGregrio de Matos o primeiro poeta efetivamente brasileiro, com sentimento nativistamanifesto, na realidade ainda no se pode isolar a Colnia da Metrpole. Ou, como afirmaAlfredo Bosi: "No Brasil houve ecos do Barroco europeu durante os sculos XVII e XVIII:Gregrio de Matos, Botelho de Oliveira, Frei Itaparica e as primeiras academias repetirammotivos e formas do barroquismo ibrico e italiano". Alm disso, os dois principais autores -Pe. Antnio Vieira e Gregrio de Matos - tiveram suas vidas divididas entre Portugal eBrasil. Por essas razes, neste captulo no separaremos as manifestaes barrocas dePortugal e do Brasil.

    Em Portugal, o Barroco ou Seiscentismo tem seu incio em 1580 com a unificao daPennsula Ibrica, o que acarretar um forte domnio espanhol em todas as atividades, da onome Escola Espanhola, tambm dado ao Barroco lusitano. O Seiscentismo se estender at1756, com a fundao da Arcdia Lusitana, j em pleno governo do Marqus de Pombal,aberto aos novos ares da ideologia liberal burguesa iluminista, que caracterizar a segundametade do sculo XVIII.

    No Brasil, o Barroco tem seu marco inicial em 1601 com a publicao do poemapico Prosopopia, de Bento Teixeira, que introduz definitivamente o modelo da poesiacamoniana em nossa literatura. Estende-se por todo o sculo XVII e incio do sculo XVIII.O final do Barroco brasileiro s se concretizou em 1768, com a fundao da ArcdiaUltramarina e com a publicao do livro Obras, de Cludio Manuel da Costa. No entanto, ja partir de 1724, com a fundao da Academia Braslica dos Esquecidos, o movimentoacademicista ganhava corpo, assinalando a decadncia dos valores defendidos pelo Barrosoe a ascenso do movimento rcade.

    - Caractersticas do Barroco

    O estilo barroco nasceu da crise de valores renascentistas ocasionada pelas lutasreligiosas e pela crise econmica vivida em conseqncia da falncia do comrcio com oOriente. O homem do Seiscentismo vivia um estado de tenso e desequilbrio, do qualtentou evadir-se pelo culto exagerado da forma, sobrecarregando a poesia de figuras, como ametfora, a anttese, a hiprbole e a alegoria.

    Todo o rebuscamento que aflora na arte barroca reflexo do dilema, do conflito entreo terreno e o celestial, o homem e Deus (antropocentrismo e teocentrismo), o pecado e operdo, a religiosidade medieval e o paganismo renascentista, o material e o espiritual, quetanto atormenta o homem do sculo XVII. A arte assume, assim, uma tendncia sensualista,caracterizada pela busca do detalhe num exagerado rebuscamento formal.

    Podemos notar dois estilos no barroco literrio: o Cultismo e o Conceptismo. Ocultismo caracterizado pela linguagem rebuscada, culta, extravagante (hiprboles),descritiva; pela valorizao do pormenor mediante jogos de palavras (ludismo verbal), comvisvel influncia do poeta espanhol Lus de Gngora; da o estilo ser tambm conhecido

    por Gongorismo. No cultismo valoriza-se o "como dizer". O conceptismo marcado pelo

    jogo de idias, de conceitos, seguindo um raciocnio lgico, racionalista, que utiliza umaretrica aprimorada (arte de bem falar, ou escrever, com o propsito de convencer; oratria).Um dos principais cultores do Conceptismo foi o espanhol Quevedo, de onde deriva o termo

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    Quevedismo. Valoriza-se, neste estilo, "o que dizer".

    Na literatura, as caractersticas principais so:- Culto do contraste: o poeta barroco se sente dividido, confuso. A obra marcada

    pelo dualismo: carne X esprito, vida X morte, luz X sombra, racional X mstico. Por isso, oemprego de antteses.

    - Pessimismo: devido a tenso (dualidade), o poeta barroco no tinha nenhumaperspectiva diante da vida.

    -Literatura moralista: a literatura tornou-se um importante instrumento para educare para "pregar" por parte dos religiosos (padres).

    - Pintura

    Andrea Pozzo, codificando a tcnica da perspectiva arquitetnica ilusionstica em seutratado Perspectiva Pictorum et Architectorum, foi o responsvel pela divulgao em largaescala de uma das mais tpicas modalidades de pintura do Barroco, a criao de grandestetos pintados onde as paredes do templo parecem continuar para cima e se abrir para o cu,oferecendo a viso de uma epifania onde santos, anjos e Cristo parecem descer entre nuvense resplendores de glria. A tcnica no era inteiramente nova e j havia sido praticada poroutros como Correggio e Michelangelo no Maneirismo, mas o tratado de Pozzo se tornoucannico, sendo traduzido para vrias lnguas ocidentais, e at para o chins. Enquanto queseus predecessores continham o cu num espao mais limitado, Pozzo e seus seguidores

    buscaram deliberadamente uma impresso de infinitude.Tambm tpica da pintura barroca foi a corrente dedicada explorao especialmente

    dramtica dos contrastes de luz e sobra, a chamada escola Tenebrista. Seu nome deriva detenebra (treva, em latim), e uma radicalizao do princpio do chiaroscuro. Teve

    precedentes na Renascena e se desenvolveu com maior fora a partir da obra do italianoMichelangelo Merisi, dito Caravaggio, sendo praticada tambm por outros artistas daEspanha, Pases Baixos e Frana. Como corrente estilstica teve curta durao, mas emtermos de tcnica representou uma importante conquista, que foi incorporada histria da

    pintura ocidental. Por vezes o Tenebrismo entendido como sinnimo de Caravaggismo,mas no so coisas idnticas. Os intensos contrastes de luz e sombra emprestam um aspectomonumental aos personagens, e embora exagerada, uma iluminao que aumenta asensao de realismo. Torna mais evidentes as expresses faciais, a musculatura adquirevalores escultricos, e se enfatizam o primeiro plano e o movimento. Ao mesmo tempo, a

    presena de grandes reas enegrecidas d mais importncia pesquisa cromtica e ao

    espao iluminado como elementos de composio com valor prprio. Na Frana Georges deLa Tour foi um dos adeptos da tcnica; na Itlia, Battistello Caracciolo, Giovanni Baglione eMattia Preti, e na Holanda, Rembrandt van Rijn. Mas talvez os mais notveis representantessejam os espanhis Jos de Ribera, Francisco Ribalta e Francisco de Zurbarn.

    Tambm se tornaram comuns no Barroco a pintura de naturezas-mortas e interioresdomsticos, refletindo a crescente influncia dos gostos burgueses. Nos Pases Baixos

    protestantes foram um dos traos distintivos do Barroco local, conhecido ali como a EraDourada da pintura. Na poca a regio era uma das mais prsperas da Europa, e estandolivre do controle catlico pde manter uma tradio de liberdade de pensamento, dentro deuma organizao poltica bastante democrtica. Tinha a burguesia comerciante como sua

    classe social mais influente, a qual patrocinava uma pintura essencialmente secular, decarter nico no panorama barroco. Entre seus principais expoentes se contam Frans Hals,Vermeer, Frans Snyders, Pieter de Hooch, Meindert Hobema, Jacob Jordaens, Anthony van

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    Dyck, Jacob van Ruisdael e Rembrandt. Oriundo da mesma regio, Rubens, um dos maiorespintores de todo o perodo, se enquadra em uma outra tradio por ter sido catlico e por tercultivado um estilo pessoal cosmopolita e ecltico. Tambm se cultivou ali a pintura de

    paisagem, geralmente despojada de contedo narrativo ou dramtico, ao contrrio de outrasregies europias, onde muitas vezes a paisagem foi produzida como um cenrio para cenashistricas, alegricas ou religiosas, como foi o caso de Nicolas Poussin e Claude Lorrain, os

    principais representantes da vertente classicista do Barroco. Na Espanha o Barroco pictricotingiu-se de um misticismo desconhecido em outras paragens, inspirado no dramatismo doTenebrismo, j citado, e na obra de mestres como Francisco Pacheco e em particular ElGreco, possivelmente o mais tpico integrante da corrente mstica. Podemos citar comooutros pintores importantes no Barroco Diego Velzquez, Bartolom Esteban Murillo, Pietroda Cortona, Giovanni Battista Tiepolo, Guercino, Guido Reni, Salvator Rosa, os Carracci,Hyacinthe Rigaud, Charles Le Brun, Philippe de Champaigne, Simon Vouet e Josefa debidos, uma das pouqussimas mulheres artistas do perodo.

    - Arquitetura

    A arquitetura barroca caracterizada pela complexidade na construo do espao e pela busca de efeitos impactantes e teatrais, uma preferncia por plantas axiais oucentralizadas, pelo uso de contrastes entre cheios e vazios, entre formas convexas ecncavas, pela explorao de efeitos dramticos de luz e sombra, e pela integrao entre aarquitetura e a pintura, a escultura e as artes decorativas em geral. O exemplo precursor daarquitetura barroca geralmente apontado na Igreja de Jesus em Roma, cujo projeto foi deGiacomo Vignola e a fachada e a cpula de Giacomo della Porta. Vignola partiu de modelosclssicos estabelecidos pelo Renascimento, que por sua vez se inspiraram na tradioarquitetnica da Grcia e da Roma antigas. As diferenas introduzidas por ele foram asupresso do transepto, a nfase na axialidade e o encurtamento da nave, e procurou obteruma acstica interna eficaz. A fachada se tornou um modelo para as geraes futuras deigrejas jesutas, com pilastras duplas sustentando um fronto no primeiro nvel, e um outrofronto, maior, coroando toda a composio. O interior era originalmente despojado, e seuaspecto atual resultado de decoraes no final do sculo XVII, destacando-se um grande

    painel pintado no teto com o recurso da arquitetura ilusionstica.Logo depois de completa a Igreja, o papa Sisto V revitalizou um projeto de

    reurbanizao de Roma que havia sido iniciado no sculo XV. Sua preocupao foi adaptara cidade a um conceito urbano mais moderno, organizado e espaoso, permitindo umacirculao facilitada numa cidade que ainda mantinha muito de seu perfil medieval, com

    ruas estreitas e tortuosas e poucos logradouros pblicos amplos. O projeto previu umaorganizao radial de avenidas importantes, endireitamento de ruas, ampliao eembelezamento de praas e parques com fontes e monumentos, numa perspectivamonumental, e se revelou to eficiente que foi mantido pelos seus sucessores, sendocontinuamente aprimorado e embelezado ao longo de todo o sculo XVII. Tambm seconstruram muitas novas igrejas e palcios, outros foram reformados, como vriasestruturas do Vaticano, entre elas a Baslica de So Pedro, o maior monumento romano doBarroco, completada por Bernini. As inovaes na planta de Roma se tornaram modelares, elogo passaram a inspirar a reurbanizao de vrias cidades italianas, se irradiando tambm

    para a Alemanha, Frana e outros pases, em interpretaes variadas e em vrios casos

    alterando radicalmente o perfil urbano, como por exemplo em Salzburgo, Dresden, Viena,Praga, Nuremberg, Graz, Cracvia, Munique, Npoles e Madrid. Isso se fez mais evidentena recuperao econmica europia aps as mltiplas crises e guerras do incio do sculo

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    XVII. medida que os Estados absolutistas se consolidavam, alianas renovadas entre oEstado, a Igreja e a nobreza possibilitaram a reformulao das cidades a fim de expressarseu poder e um novo senso de ordem, manifestos em construes suntuosas e ostentatrias.Esse programa foi especialmente intenso onde dinastias catlicas governavam e apoiavam aContra-Reforma, mas mesmo em regies onde o absolutismo catlico no prosperou, comonos Pases Baixos e Alemanha protestantes, as novidades foram aceitas e implementadas naesteira da expanso e transformao da economia e da sociedade, e em vista dasnecessidades novas impostas pelo aumento populacional.

    Na arquitetura barroca foi importante a observao de propores geomtricasdefinidas, como a Seo urea e a Sequncia de Fibonacci, uma vez que a teoria daarquitetura estava permeada de concepes que a relacionavam com a estrutura do universo.Acreditava-se que o cosmos fosse estruturado por propores matemticas, que a Terra e osoutros planetas se moviam dentro de molduras concntricas cristalinas, invisveis eimpalpveis, mas no obstante reais, que deveria ser imitadas na construo dos edifcios eno planejamento urbano, refletindo tambm a ideologia do Estado centralizado. Alm disso,outras artes foram recrutadas pelos arquitetos para tornar a edificao barroca um espetculocompleto, carregado de alegorias e simbolismo, como a pintura, a escultura, as artesdecorativas, todas reunidas para ilustrar a ideologia dominante. J foi dito que na poca seconcebia o mundo como um vasto teatro onde cada um desempenhava um papel definidoatravs de regras predeterminadas, e entre as estratgias empregadas para a exibio do

    poder estavam representaes teatrais, concertos e produo literria engajada naglorificao dos Estados e dos governantes. Como disse John Marino, os cidados da"cidade cerimonial" barroca constantemente se dedicavam a representaes pblicas comofestivais cvicos, procisses e outros ritos devocionais e vrios tipos de demonstraes

    populares. Monumentos, imagens, escritos e emblemas de civismo e f, ornamentaes, paramentos e construes efmeras se cobriam de alegorias polticas, mitolgicas eastrolgicas que se fundiam para veicular mensagens polivalentes para uma audinciaurbana de extrao diversificada. Tais eventos faziam parte do processo ritualizado edoutrinatrio que criava uma identidade coletiva, expressava hierarquias definidas e asolidariedade urbana, ao mesmo tempo em que alimentava rivalidades e competio entreclasses, gneros, ofcios, famlias, amigos e vizinhos, e por isso s vezes degeneravam emconflitos violentos.

    Entre os arquitetos notveis na Itlia, alm dos j citados, se contam DomenicoFontana, Carlo Maderno, Borromini, Carlo Rainaldi, Guarino Guarini, Bernardo Vitone,Francesco Bartolomeo Rastrelli e Filippo Juvarra. Outros europeus foram Johann Balthasar

    Neumann, Johann Michael Fischer, Christoph Dientzenhofer, Johann Christoph Glaubitz,Louis Le Vau, Charles Perrault, Franois Mansart, Jules Hardouin-Mansart, Jacob vanCampen, Fernando de Casas Novoa, a famlia Churriguera, Christopher Wren, JohnVanbrugh, James Gibbs, Joo Frederico Ludovice e Joo Antunes. No Brasil, Daniel de SoFrancisco, Aleijadinho e Francisco de Lima Cerqueira.

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    ROCOC

    O rococ um movimento artstico europeu, que aparece primeiramente na Frana,entre o barroco e o Arcadismo. Visto por muitos como a variao "profana" do barroco,surge a partir do momento em que o Barroco se liberta da temtica religiosa e comea aincidir-se na arquitetura de palcios civis, por exemplo. Literalmente, o rococ o barrocolevado ao exagero de decorao.

    A expresso "poca das Luzes" , talvez, a que mais frequentemente se associa aosculo XVIII. Sculo de paz relativa na Europa, marcado pela Revoluo Americana em1776 e pela Revoluo Francesa em 1789. No mbito da histria das formas e expressesartsticas, o Sculo das Luzes comeou ainda sob o signo do Barroco. Quando terminou, agramtica estilstica do Neoclassicismo dominava a criao dos artistas. Entre ambos,existiu o Rococ. Na ourivesaria, no mobilirio, na pintura ou na decorao dos interioresdos hotis parisienses da aristocracia, encontram-se os elementos que caracterizam oRococ: as linhas curvas, delicadas e fludas, as cores suaves, o carter ldico e mundanodos retratos e das festas galantes, em que os pintores representaram os costumes e asatitudes de uma sociedade em busca da felicidade, da alegria de viver, dos prazeres sensuais.

    O Rococ tambm conhecido como o "estilo da luz" devido aos seus edifcios comamplas aberturas e sua relao com o sculo XVIII.

    Em Portugal aparece na numismtica a cerca de 1726 e prolongou-se at 1790 nosprincipais domnios artsticos. Na corte e no Sul do pas desaparece mais cedo, dando lugarao neoclassicismo. nas provncias do Norte, particularmente Noroeste, que se encontra averso mais original do patrimnio artstico rococ metropolitano, graas talha dourada deformas gordas de certas igrejas do Porto, Braga, Guimares, etc., executada por notveisartistas na segunda metade do sculo XVIII (Fr. Jos de Santo Antnio Vilaa, FranciscoPereira Campanh, etc.) e na escultura gantica, que decora numerosos edifcios religiosos e

    profanos na rea: igreja da Ordem Terceira do Carmo (1758-68) por Jos Figueiredo Seixas,Capela do Tero (1756-75); em Viana do Castelo, a capela dos Malheiros Reimes, etc.

    Os pintores mais representativos foram Franois Boucher, Antoine Watteau e Jean-Honor Fragonard.

    No Brasil o estilo revelou-se tardiamente, pois j no incio do sculo XIX, naescultura de madeira e de pedra-sabo, na pintura mural e na arquitetura, com JosPereira Arouca, Francisco Xavier de Brito, Manuel da Costa Atade e Antnio FranciscoLisboa, o Aleijadinho.

    - CaractersticasO rococ tem como principais caractersticas: Cores claras; tons pastis edouramento; representao da vida profana da aristocracia; representao de Alegorias;estilo decorativo; leveza na estrutura das construes; unificao do espao interno, commaior graa e intimidade; texturas suaves e hedonismo.

    - Arquitetura

    A arquitetura rococ marcada pela sensibilidade, percebida na distribuio dosambientes interiores, destinados a valorizar um modo de vida individual e caprichoso. Essamanifestao adquiriu importncia principalmente no sul da Alemanha e na Frana. Suas

    principais caractersticas so uma exagerada tendncia para a decorao carregada, tanto nasfachadas quanto nos interiores. As cpulas das igrejas, menores que as das barrocas,multiplicam-se. As paredes ficam mais claras, com tons pastel e o branco. Guarnies

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    douradas de ramos e flores, povoadas de anjinhos, contornam janelas ovais, servindo paraquebrar a rigidez das paredes.

    O mesmo acontecia com a arquitetura palaciana. A expresso mxima dessatendncia so os pequenos pavilhes e abrigos de caa dos jardins. Construdas para o lazerdos membros da corte, essas edificaes, decoradas com molduras em forma de argolas efolhas transmitiam uma atmosfera de mundo ideal. Para completar essa imagemdissimulada, surgiam no teto, imitando o cu, cenas buclicas em tons pastel. Na metade dosculo, o "estilo Pompadour" j constituiu uma variante do rococ: curvas e contra curvasanimam as paredes e os ritmos decorativos, afirma-se a assimetria, a trama linear invadetudo. As Vilas construdas para a favorita de Lus XV sugerem a evoluo de um gosto quese desenvolve com pequenas oscilaes.

    Os mveis, importantssimo complemento da construo arquitetnica, assumemuma transcendncia particular. De um lado isto decorre da exigncia, de determinadosarranjos. De outro lado a variedade cromtica, devido ao emprego de madeiras rarasmarchetadas, ornadas de frisos dourados, acompanhada pelo requinte de suas linhas.Acompanha tudo isso o gosto pelos bibels.

    - Escultura

    Devido ao grande desenvolvimento decorativo, a escultura ganha importncia. Osescultores do rococ abandonam totalmente as linhas do barroco. Suas esculturas so detamanho menor. Embora usem o mrmore, preferem o gesso e a madeira, que aceitam coressuaves. Os motivos so escolhidos em funo da decorao. At artistas famosos,

    principalmente aqueles ligados a manufatura de Svres se apressam a preparar para ela,desenhos e modelos. Em funo de lembrana, do souvenir, os pequemos gruposrepresentam cenas de gnero e narram, com linguagem espontnea e cores luminosas,episdios galantes, brincadeiras e jogos infantis.

    Nas igrejas da Baviera surge o teatro sacro. Altares com iluminao a partir do fundo,decorados com cenrios carregados de anjos, folhas e flores, so a referncia ideal paracenas religiosas de uma inegvel atmosfera de pera.Deve-se destacar tambm que nessa poca que surge com um vigor inusitado a indstriada escultura de porcelana na Europa, material trazido do Extremo Oriente, na esteira doexotismo to em voga nessa poca. Esse delicado material era ideal para a poca, eimediatamente surgiram oficinas magistrais nessa tcnica, em cidades da Itlia, Frana,Dinamarca e Alemanha.

    - PinturaA pintura rococ deixa de lado os afrescos a fim de dar lugar aos arrases que pendemmacios das paredes e torna ntimo e discretos os ambientes; aproveita os recursos do

    barroco, liberando-os de sua pesada dramaticidade por meio da leveza do trao e dasuavidade da cor. Agora o quadro tem pequenas dimenses, passando a ser colocado nasentre-portas ou ao lado das janelas, onde antes eram colocados os espelhos. Por vezes osquadros tm um lugar reservado: so os cabinets de pintura, onde se renem osentendedores para apreciar as obras.

    O homem do rococ um corteso, amante da boa vida e da natureza. Vive na pompado palcio, passa o dia em seus jardins e se faz retratar tanto luxuosamente trajado nos

    sales de espelhos e mrmores quanto em meio a primorosas paisagens buclicas, vestidode pastorzinho.As cores preferidas so as claras. Desaparecem os intensos vermelhos e turquesa do

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    barroco, e a tela se enche de azuis, amarelos plidos, verdes e rosa. As pinceladas sorpidas e suaves, movedias. A elegncia se sobrepe ao realismo. As texturas seaperfeioam, bem como os brilhos.Existe uma obsesso muito particular pelas sedas e rendas que envolvem as figuras. Osretratos de Nattier e as cenas galantes de Fragonard so as obras mais representativas desseestilo.

    O material preferido para obter o efeito aveludado das sedas e dos brocados, atransparncia das gazes e o esfumado das perucas brancas so os tons pastel. Esses

    pigmentos de cores diferentes, prensados na forma de pequenos bastes, ao serem aplicadossobre uma superfcie rugosa vo se desfazendo e preciso fix-los com um lquido especial.Sem sombra de dvida, nesse perodo que a tcnica do pastel atinge seu ponto mximo deexcelncia.

    A primeira fase do rococ, compreendida entre 1690 e 1730, procura se afastar dospreceitos estticos predominantes no reinado do rei Lus XIV para introduzir o uso de linhassoltas e curvas flexveis. Nessa poca podemos destacar os relevos e gravuras do artista JeanBerin, os quadros de Jean-Antoine Watteau (1684 - 1721) e os projetos decorativos dePierre Lepautre (1660 - 1744).

    De 1730 a 1770, o rococ amadurece com o surgimento de outros artistas queremodelam as casas da nobreza e da alta burguesia francesa. Nessa fase podemos destacaros trabalhos de Jacques de Lajoue II (1687 - 1761), Juste Aurle Meissonnier (1695 - 1750)e Nicolas Pineau (1684 - 1754). Esse ltimo artista se destaca pelo projeto de decorao doHtel Soubise, marcado por quadros, linhas, guirlandas, curvas e espelhos que tomam oolhar do observador em meio a tantos detalhes.

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    NEOCLASSICISMO

    O Neoclassicismo foi tendncia dominante na arte europia entre o final do sculoXVIII e incio do sculo XIX. Caracteriza-se principalmente pela revalorizao dos valoresartsticos gregos e romanos, provavelmente estimulada pelas escavaes e descobertas queestavam sendo realizadas no perodo nos stios arqueolgicos de Pompeu, Herculano eAtenas.

    Os heris gregos e a simplicidade da arte eram alguns aspectos extremamenteadmirados dessas civilizaes. A valorizao do passado que o Movimento props uma desuas principais caractersticas que levam a uma boa parte dos crticos crerem que o

    Neoclassicismo pode ser visto como uma face do Romantismo .O aparecimento do Neoclassicismo tambm considerado uma reao contra os

    exageros do Rococ, cultuando principalmente a razo, a ordem, a clareza, a nobreza e apureza, atributos que acreditavam ser inerentes s culturas gregas e romanas. A valorizaodesses aspectos parece ainda estar intimamente relacionada poca histrica doMovimento, chamado Iluminismo ou Era da Razo .

    - Caractersticas

    Formalismo e racionalismo, exatido nos contornos, harmonia do colorido, retornoao estilo greco-romano, academicismo e tcnicas apuradas, culto a teoria de Aristteles,ideal da poca: democracia e pinceladas que no marcavam a superfcie.

    Roma era considerada um dos principais centros do movimento, cidade onde vivia ocrtico de arte alemo Joachim Winckelmann (1717 - 1768), considerado o fundador tericodo neoclassicismo, principalmente atravs de obras como Histria da Arte Antiga . Umdos trabalhos arquitetnicos considerados precursores do gosto neoclssico a ChiswickHouse , em Middlesex, perto de Londres, construda por Lorde Burlington (1695 -1753) -que gozava de grande prestgio na poca - e William Kent (1685 - 1748). Foi influenciada

    pela obra Os Quatro livros de Arquitetura , de Andrea Palladio, inspirada na VillaRotonda, de Palladio. Entretanto, o arquelogo e arquiteto James Stuart (1713 - 1788) foium dos primeiros a se utilizar deliberadamente de formas gregas (alm de ter escrito umlivro, juntamente com Nicholas Revett que considerado um verdadeiro marco navalorizao das formas arquitetnicas dessa antiga civilizao: Antiquities of Athens ).Inspirou-se no estilo drico, construindo uma espcie de templo grego visto frontalmente noHagley Park, em 1758. Fora da Europa o estilo neoclssico tambm encontrava adeptos.

    O terceiro presidente dos EUA, Thomas Jefferson (1743 - 1826) era tambm umarquiteto amador, afinado com as principais tendncias europias (britnicas em especial).Projetou sua residncia Monticello com vrias caractersticas neoclssicas, alm de estarassociado planificao de edifcios pblicos, principalmente em Washington e Virginia quetambm obedecessem ao movimento de revalorizao da arquitetura grega. O estiloneoclssico na Frana recebeu um grande auxlio dos ideais da Revoluo Francesa de 1789

    para se popularizar.O barroco e o rococ costumavam estar associados aristocracia vencida, enquanto o

    neoclssico, baseado em construes de cidades como a democrtica Atenas, era o estilo quedeveria agradar ao pas. Napoleo foi um grande incentivador do movimento, estimulando

    construes como a Igreja de Maria Madalena, projetada por Pierre Barthelmy Vignon(1762 - 1828), com inspiraes clssicas como os templos corntios romanos. O arquiteto,terico e professor francs tienne-Louis Boulle (1728 - 1799) parece ter sido bastante

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    importante para a divulgao dos ideais neoclssicos entre seus alunos. Realizou projetos demonumentos baseado em formas simples e geomtricas. Na arquitetura neoclssica alem,destaca-se Karl Gotthard Langhans (1732 - 1808) e seu Porto Brandenburg, em Berlim,construdo entre 1789 e 1794.

    Principalmente a partir do sculo XVIII, importante ressaltar o fortalecimento das academias como instituies de ensino de arte e organizadoras de exposies de trabalhosde seus membros. Foram extremamente importantes para a sobrevivncia do neoclassicismona pintura e na escultura. Jacques-Louis David (1748 - 1825) considerado um dos

    principais pintores neoclssicos, bastante prestigiado pelo governo aps a revoluofrancesa, realizando trabalhos como desenhos de trajes e cenrios para eventos oficiais,como o Festival do Ser Supremo , em que Robespierre autodenominava-se SumoSacerdote. O esprito herico dos gregos e romanos era um valor que os franceses gostariamde que estivesse associado ao seu prprio pas aps a Revoluo. David era ainda membroda Royal Academy. Marat Assassinado , de 1793, que de uma maneira simplesrepresentou heroicamente a morte do revolucionrio (e amigo de David) Marat, assassinado

    por Charlotte Corday, considerada uma de suas melhores obras. Mostra o lder francsmorto, debruado em sua banheira, segurando uma petio (que provavelmente fora lhedada por Charlotte na inteno de distra-lo), uma caneta com a qual tencionava assinar o

    papel e a faca com que o crime fora realizado. Entretanto, obras suas posteriores, como Coroao de Napoleo e Josefina , de 6.1 por 9.3 metros, com sua profuso de cores e

    pompa, realizada entre 1805 e 1807, j extrapolam o gosto neoclssico e a austeridade quemarcam trabalhos anteriores. Jean-Auguste Dominique Ingres (1780 - 1867) foi um dosalunos e seguidores de David e outro importante pintor, tambm conhecido pelasdiscusses pblicas que tinha com Delacroix, defendendo o Neoclassicismo enquanto seurival defendia o Romantismo. Suas obras eram marcadas principalmente pelo domniotcnico, preciso e clareza. Tinha profunda admirao pela antiguidade clssica e pelotrabalho de seu mestre, David. A Banhista , de 1808, um bom exemplo de seu trabalho,com suas formas, contornos, textura e composio simples demonstrando alto domniotcnico ao representar uma mulher nua sentada numa cama. Grande Odalisque , de 1814, outro quadro de Ingress em que utiliza-se de uma mulher nua com contornos baseados naarte clssica. Entretanto, o prprio uso de uma figura como uma odalisca, extica mulherligada cultura rabe, parece bastante prximo ao Romantismo, mais uma vez provando atnue diferena que havia entre os dois movimentos. Na escultura neoclssica no h grandedestaques. Um dos principais nomes da escultura do perodo, por exemplo, era Jean-AntoineHoudon (1741 - 1828), mas seus trabalhos, apesar de terem algumas caractersticas

    neoclssicas, no podem ser efetivamente enquadrados como obedientes esse movimento.Antonio Canova (1757 -1822) foi bastante ativo em defender os ideais neoclssicosmas suas obras, apesar serem consideradas efetivamente pertencentes escola, no exercema mesma atrao que as pinturas do perodo. A mais famosa delas a representao da irmde Napoleo como Vnus vitoriosa segurando uma ma, referindo-se ao episdio em quePris intimado a ser juiz em uma competio de beleza entre deusas gregas, MariaPaulina Borghese como Vnus Victrix .

    - Pintura

    Uma amostra de pintura neoclssica nesse perodo O Juramento dos Horcios, do

    francs Jacques-Louis David (1748-1825). A pintura neoclssica de David dominou opanorama artstico francs durante quase meio sculo, fazendo com que ele, acima dascontingncias polticas, fosse o pintor oficial da revoluo francesa e, depois, do regime de

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    Napoleo Bonaparte. Outro pintor de destaque Dominique Ingres (1780-1867), de ABanhista de Valpinon. Entre os italianos, sobressai Tiepolo (1696-1770).

    - Principais pintores:

    - Jacques Louis David (francs, 1748-1825): foi o mais caracterstico representantedo Neoclassicismo. Durante alguns anos controlou a atividade artstica francesa, sendo o

    pintor oficial da corte imperial, pintando fatos histricos ligados vida do imperadorNapoleo. Pintou tambm temas solenes, personagens e motivos inspirados na antigidadeclssica, atravs de cores sbrias. Sua luminosidade lembra Caravaggio, mas em RafaelSnzio (mestre inegvel do equilbrio da composio e da harmonia das cores) que residesua maior influncia. Figuras slidas e imveis. Excelente retratista. Obras maisimportantes: A Morte de Marat (1793); A Morte de Scrates (1787); As Sabinas; A Coroaode Napoleo em Notre Dame.

    - Dominique Ingres (francs, 1780-1867): Formado na oficina de David, permaneceufiel aos postulados neoclssicos do seu mestre ao longo de toda a vida. Passou muitos anosem Roma, onde assimilou aspectos formais de Rafael e do maneirismo. Ingres sobreviveulargamente poca de predomnio do seu estilo, dado que morreu em 1867. A partir de 1830ops-se com veemncia, da sua posio de acadmico, ao triunfo do romantismo pictricorepresentado por Delacroix. Ingres preferia os retratos e os nus s cenas mitolgicas ehistricas. Entre os seus melhores retratos contam-se Bonaparte Primeiro Cnsul, A BelaClia, O Pintor Granet e A Condessa de Hassonville. Nos nus que pintou (A GrandeOdalisca, Banho Turco e, sobretudo, A Banhista) patente o domnio e a graa com que seserve do trao. A sua obra mais conhecida Apoteose de Homero, de desenho ntido eequilibrada composio.

    - Outros pintores: Pierre-Paul Prud'hon, Antoine-Jean Gros, Jean Germain Drouais,Jean-Baptiste Franois Desoria (Frana); Karl Briullov (Rssia); Andrea Appiani, NiccolContestabile (Itlia); Angelica Kauffmann (ustria); Leo von Klenze (Alemanha); ThomasLawrence, John Hamilton Mortimer (Gr-Bretanha); Benjamin West e John SingletonCopley (Estados Unidos).

    - Escultura

    Na escultura o movimento buscava inspirao no passado. A estaturia grega foi omodelo favorito pela harmonia das propores, regularidade das formas e serenidade daexpresso. Apesar disso, no atingiram a amplitude nem o esprito da escultura grega.Tambm foi menos ousada que a pintura e arquitetura de seu tempo. Entre os principais

    escultores destaca-se o italiano Antonio Canova (1757-1822), que retrata personagenscontemporneos como divindades mitolgicas como Pauline Bonaparte Borghese comoVnus.

    - Arquitetura

    A Arquitetura neoclssica foi produto da reaco anti-barroco e anti-rococ, levada acabo pelos novos artistas-intelectuais do sculo XVIII. Os Arquitetos formados no climacultural do racionalismo iluminista e educados no entusiasmo crescente pela CivilizaoClssica, cada vez mais conhecida e estudada devido aos progressos da Arqueologia e daHistria.

    Algumas caractersticas deste movimento artstico na arquitetura so materiais nobres(pedra, mrmore, granito, madeiras), processos tcnicos avanados, sistemas construtivossimples, esquemas mais complexos, a par das linhas ortogonais, formas regulares,

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    ROMANTISMO

    Romantismo, tambm chamado de Romanticismo, foi um movimento artstico,poltico e filosfico surgido nas ltimas dcadas do sculo XVIII na Europa que perduroupor grande parte do sculo XIX. Caracterizou-se como uma viso de mundo contrria aoracionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estadosnacionais na Europa.

    Inicialmente apenas uma atitude, um estado de esprito, o Romantismo toma maistarde a forma de um movimento, e o esprito romntico passa a designar toda uma viso demundo centrada no indivduo. Os autores romnticos voltaram-se cada vez mais para simesmos, retratando o drama humano, amores trgicos, ideais utpicos e desejos deescapismo. Se o sculo XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razo,o incio do sculo XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoo e peloeu.

    O termo romntico refere-se ao movimento esttico ou, em um sentido mais lato, tendncia idealista ou potica de algum que carece de sentido objetivo.

    O Romantismo a arte do sonho e fantasia. Valoriza as foras criativas do indivduoe da imaginao popular. Ope-se arte equilibrada dos clssicos e baseia-se na inspiraofugaz dos momentos fortes da vida subjetiva: na f, no sonho, na paixo, na intuio, nasaudade, no sentimento da natureza e na fora das lendas nacionais.

    O Romantismo surgiu na Europa em uma poca em que o ambiente intelectual era degrande rebeldia. Na poltica, caam os sistemas de governo despticos e surgia o liberalismo

    poltico (no confundir com o liberalismo econmico do Sculo XX). No campo socialimperava o inconformismo. No campo artstico, o repdio s regras. A Revoluo Francesa o clmax desse sculo de oposio.

    Alguns autores neoclssicos j nutriam um sentimento mais tarde dito romnticoantes de seu nascimento de fato, sendo assim chamados pr-romnticos. Nesta classificaoencaixam-se Francisco Goya e Bocage.

    O Romantismo surge inicialmente naquela que futuramente seria a Alemanha e naInglaterra. Na Alemanha, o Romantismo, teria, inclusive, fundamental importncia naunificao germnica com o movimento Sturm und Drang.

    O Romantismo viria a se manifestar de forma bastante variada nas diferentes artes emarcaria, sobretudo, a literatura e a msica (embora ele s venha a se manifestar realmenteaqui mais tarde do que em outras artes). medida que a escola foi sendo explorada, foramsurgindo crticos sua demasiada idealizao da realidade. Destes crticos surgiu o

    movimento que daria forma ao Realismo.No Brasil, o romantismo coincidiu com a Independncia poltica do Brasil em 1822,com o Primeiro reinado, com a guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.

    - Caractersticas

    O romantismo seria dividido em 3 geraes:1gerao As caractersticas centrais do romantismo viriam a ser o lirismo, o

    subjetivismo, o sonho de um lado, o exagero, a busca pelo extico e pelo inspito de outro.Tambm destacam-se o nacionalismo, presente da colectnea de textos e documentos decarter fundacional e que remetam para o nascimento de uma nao, fato atribudo poca

    medieval, a idealizao do mundo e da mulher e a depresso por essa mesma idealizaono se materializar, assim como a fuga da realidade e o escapismo. A mulher era uma musa,ela era amada e desejada mas no era tocada.

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    2gerao Eventualmente tambm sero notados o pessimismo e um certo gostopela morte, religiosidade e naturalismo. A mulher era alcanada mas a felicidade no eraatingida.

    3gerao Seria a fase de transio para outra corrente literria, o realismo, a qualdenuncia os vcios e males da sociedade, mesmo que o faa de forma enfatizada e irnica(vide Ea de Queirs), com o intuito de pr a descoberto realidades desconhecidas querevelam fragilidades. A mulher era idealizada e acessvel.

    Individualismo

    Os romnticos libertam-se da necessidade de seguir formas reais de intuito humano,abrindo espao para a manifestao da individualidade, muitas vezes definida por emoes esentimentos. O individualismo serve tambm para uma pessoa individual, sem sequercritrios omferos que generalizam o estado.

    Subjetivismo

    O romancista trata dos assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinio sobre omundo. O subjetivismo pode ser notado atravs do uso de verbos na primeira pessoa. Trata-se sempre de uma opinio parcelada, dada por um individuo que baseia sua perspectivanaquilo que as suas sensaes captam.

    Com plena liberdade de criar, o artista romntico no se acanha em expor suasemoes pessoais, em fazer delas a temtica sempre retomada em sua obra. O eu o foco

    principal do subjetivismo, o eu egosta, forma de expressar suas razes.

    Idealizao

    Empolgado pela imaginao, o autor idealiza temas, exagerando em algumas de suascaractersticas. Dessa forma, a mulher uma virgem frgil, o ndio um heri nacional, e a

    ptria sempre perfeita. Essa caracterstica marcada por descries minuciosas e muitosadjetivos.

    Sentimentalismo exacerbado

    Praticamente todos os poemas romnticos apresentam sentimentalismo j que essaescola literria movida atravs da emoo, sendo as mais comuns a saudade, a tristeza e adesiluso. Os poemas expressam o sentimento do poeta, suas emoes e so como o relatosobre uma vida.

    O romntico analisa e expressa a realidade por meio dos sentimentos. E acredita que

    s sentimentalmente se consegue traduzir aquilo que ocorre no interior do indivduorelatado. Emoo acima de tudo.

    Egocentrismo

    Como o nome j diz, a colocao do ego no centro de tudo. Vrios artistasromnticos colocam, em seus poemas e textos, os seus sentimentos acima de tudo,destacando-os na obra. Pode-se dizer, talvez, que o egocentrismo um subjetivismoexagerado.

    Natureza interagindo com o eu lrico

    A natureza, no Romantismo, expressa aquilo que o eu-lrico est sentindo nomomento narrado. A natureza pode estar presente desde as estaes do ano, como formas depassagens, tempestades, ou dias de muito sol. Diferentemente do Arcadismo, por exemplo,

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    que a natureza mera paisagem. No Romantismo, a natureza interage com o eu-lrico.Anatureza funciona quase como a expresso mais pura do estado de esprito do poeta.

    Grotesco e sublime

    H a fuso do belo e do feio, diferentemente do arcadismo que visa a idealizao dopersonagem principal, tornando-o a imagem da perfeio. Como exemplo, temos o conto deA Bela e a Fera, no qual uma jovem idealizada, se apaixona por uma criatura horrenda.

    Medievalismo

    Alguns romnticos se interessavam pela origem de seu povo, de sua lngua e de seuprprio pas. Na Europa, eles acharam no cavaleiro fiel ptria um timo modo de retrataras culturas de seu pas. Esses poemas se passam em eras medievais e retratavam grandesguerras e batalhas.

    Indianismo

    o medievalismo "adaptado" ao Brasil. Como os brasileiros no tinham umcavaleiro para idealizar, os escritores adotaram o ndio como o cone para a origem nacionale o colocam como um heri. O indianismo resgatava o ideal do "bom selvagem" (Jean-Jacques Rousseau), segundo o qual a sociedade corrompe o homem e o homem perfeitoseria o ndio, que no tinha nenhum contato com a sociedade europia.

    Byronismo

    Inspirado na vida e na obra de Lord Byron, poeta ingls. Estilo de vida bomio,voltado para vcios, bebida, fumo , podendo estar representado no personagem ou na prpriavida do autor romntico. O byronismo caracterizado pelo narcisismo, pelo egocentrismo,

    pelo pessimismo, pela angstia.