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1 1/13 ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE TRANSPORTES TRANSPORTES Luís de Picado Santos ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE TRANSPORTES TRANSPORTES 2/13 ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE TRANSPORTES TRANSPORTES Luís de Picado Santos O ENSINO DOS TRANSPORTES E VIAS DE COMUNICAÇÃO Três grandes domínios (Grupos de Disciplinas) Planeamento e Políticas de Transportes Infraestruturas de Transportes (Vias de Comunicação) Gestão de Infraestruturas e Serviços de Transportes Nesta sessão vai sobretudo focar-se em dois domínios: Planeamento e Políticas de Transportes: que investimentos, que opções de mobilidade, como gerir a escassez (de dinheiro, de espaço, de outros recursos ambientais) Gestão de Infraestruturas e Serviços de Transportes: como gerir as infraestruturas ao longo do seu ciclo de vida e como organizar e produzir os transportes com a máxima eficiência (operação)

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTEENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

O ENSINO DOS TRANSPORTES E VIAS DE COMUNICAÇÃO

� Três grandes domínios (Grupos de Disciplinas)

� Planeamento e Políticas de Transportes

� Infraestruturas de Transportes (Vias de Comunicação)

� Gestão de Infraestruturas e Serviços de Transportes

� Nesta sessão vai sobretudo focar-se em dois domínios:

� Planeamento e Políticas de Transportes: que investimentos, que

opções de mobilidade, como gerir a escassez (de dinheiro, de espaço,

de outros recursos ambientais)

� Gestão de Infraestruturas e Serviços de Transportes: como gerir as

infraestruturas ao longo do seu ciclo de vida e como organizar e

produzir os transportes com a máxima eficiência (operação)

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

O ENSINO DOS TRANSPORTES NO DECIVIL

MPOTMPOT –– MestradoMestrado emem PlaneamentoPlaneamento ee OperaçãoOperação emem TransportesTransportes -- 22ºº CICLOCICLO

� Transportes (3º ano – 2º semestre)

� Especialidade de Urbanismo, Transportes e Sistemas:

� Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

MECMEC -- 22ºº CICLOCICLO

Ano Semestre Unidade Curricular Sigla ECTs Observações

4 2 Planeamento Urbano PU 6 Obr.

5 1Processos de Construção em Infraestruturas de

TransportesCIT 6 Obr.

5 1 Modelação e Avaliação de Sistemas MAS 6 Obr.

5 1 Urbanização e Espaço Público UEP 4,5

5 1 Gestão Urbanística e Economia do Imobiliário GUI 4,5

5 1 Engenharia Ferroviária EF 4,5

5 1 Engenharia de Tráfego Rodoviário ETR 4,5

5 2 Ordenamento do Território e da Paisagem OTP 4,5

5 2 Gestão de Resíduos Sólidos GRS 4,5

5 2 Empreendimentos e Contratos EC 4,5

5 2 Gestão da Mobilidade Urbana GMU 4,5

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5 2 Infraestruturas de Transporte em Zona Urbana (ITU) 4,5

5 2 Conservação de Infraestruturas de Transporte (CnIT) 4,5

5 2 Opção livre (no 1º ou no 2º semestre) 4,5

Esta opção livre pode

ser escolhida no 1º

ou no 2º semestre

O aluno escolhe duas

destas opções no 1º

semestre

O aluno escolhe duas

destas opções no 2º

semestre2 Transporte de Mercadorias e Logística TML 4,5

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TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

ENTENDER OS TRANSPORTES NUM SISTEMA MAIS VASTO

� A montante: A procura de transportes depende de� Oferta de transportes (infraestruturas, serviços, regras de acesso)

� Ocupação do território

� Organização das actividades das pessoas

� Mercados das empresas

� A jusante: a actividade de transportes influencia� As decisões de localização de residências e actividades económicas (ocupação do

território)

� As decisões de investimento em infraestruturas e de lançamento de serviços

� A organização das agendas pessoais

� A competitividade das empresas nos diferentes mercados

� O consumo de energia e a balança de pagamentos (combustíveis)

� O estado do ambiente (emissões, outras agressões ambientais)

� Para decidir bem em Transportes há que ter em atenção este sistema complexo de

interacções

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

OBJECTIVOS E DECISÃO EM SISTEMAS DE TRANSPORTES

� Não é aceitável o princípio de que a oferta deve ser expandida por

forma a servir bem toda a procura

� A expansão das infraestruturas e dos meios para servir o tráfego

(procura) não são sustentáveis

� O aumento da oferta induz mais crescimento da procura no sentido que

pode ser ineficiente

� Principais Objectivos da Política dos Transportes:

� Eficiência (no próprio transporte e nas actividades sociais que dele se usam);

� Equidade (apoio à coesão social);

� Sustentabilidade

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

A ABORDAGEM AOS SISTEMAS DE TRANSPORTES

� Observar, Compreender, Intervir

� Dificuldades de observação (sistema dinâmico, para compreender há que ir além do que se vê)

� A Compreensão dos sistemas de transportes: na interface dos sistemas mecânicos e dos sistemas sociais. (a impossibilidade de recurso ao laboratório, e o recurso aos modelos matemáticos)

� A Intervenção em sistemas de transportes: � na interface da engenharia, da economia, da sociologia e da política.

� Intervenções tecnológicas, regulamentares, de preços, e de informação

� O problema das retro-acções oferta - procura

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TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

O CICLO DE VIDA DOS SISTEMAS DE TRANSPORTES

� Tal como em todas os domínios de aplicação da Engenharia, o ciclo de vida dos sistemas de transportes tem fases de

� Planeamento – Projecto – Construção – Operação & Conservação

� Mas

� a ligação muito directa dos Transportes ao modo de vida das pessoas e à actividade das empresas

� a existência de muitos efeitos externos (ambientais e económicos) dos sistemas de transportes

� geram a necessidade de intervenção recorrente ao nível da definição de Políticas de Transportes

� procurando assegurar eficiência, equidade e sustentabilidade

� reajustando os objectivos e regras do sistema às novas solicitações (retro-acções e evoluções autónomas)

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

EXEMPLO: COMO AGIR PARA ATENUAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS DOS TRANSPORTES

Decisões primárias

(localizações,

actividades)

Desejo de

mobilidade

Produção de

transporte

Escolha

de modo Construção de mais

infraestruturas

Emissões

Maior produção

e venda de veículos

IMPACTOS

Tecnologias

de tracção e

combustíveis

Preços, regulamentos

Avaliação

de projectos

Tecnologias

de produção

de veículos

Engenharia de

infraestruturas

É necessário desenvolver intervenções tecnológicasmas também intervenções

aos níveis comportamentais de pessoas, empresas e da

sociedade em geral

Planeamento Territorial

Fiscalidadeautomóvel

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TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

EXEMPLO: OPTIMIZAR A PRODUTIVIDADE DO TRANSPORTE EM AUTOCARRO (I)

� A velocidade comercial e a regularidade dos autocarros melhoram sempre que estes

podem circular de forma independente do fluxo geral de tráfego;

� Esta a razão da instalação de Corredores Bus.

� Criar Corredores Bus em secções com baixa frequência de autocarros é ineficiente, porque a capacidade da via podia ser usada por mais passageiros se fosse utilizada por

todos os veículos;

� Atribuir Corredores Bus quando nessa pista sejam servidos mais pessoas/h dessa

forma que em serviço geral (pelo menos 16 a 20 autocarros por hora)

� Assim, maior parte da rede de autocarros sem Corredores Bus

� Mas se essas secções estiverem congestionadas, os (poucos) autocarros que aí

circulam sofrerão atrasos significativos

� O conceito de “Corredor Bus Intermitente” (CBI) propõe-se a resolver o problema de

eficiência reservando o espaço de circulação apenas pelo período de tempo estritamente necessário para os autocarros atravessarem uma determinada secção;

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

EXEMPLO: OPTIMIZAR A PRODUTIVIDADE DO TRANSPORTE EM AUTOCARRO (II)

� O CBI será uma via de trânsito cujo estatuto pode ser alterado em tempo real, podendo funcionar como via de trânsito regular (acessível a qualquer

veículo), ou como Corredor Bus (reservado a Transportes Públicos);

� O estatuto da via muda (por secções) consoante um autocarro se aproxima /

circula no seu interior ou não

� Os condutores são informados através de

sinalização luminosa vertical e horizontal

� Quando a sinalização está activa, o tráfego

geral não pode entrar nessa via (o que já lá

está continua até sair)

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

OPERAÇÃO DO CBI (I)

A1. Detectores medem atributos do tráfego

(fluxo, velocidade, comprimento de fila)

A2. Actualização regular da localização dos

autocarros, estimando tempo até entrada na secção de CBI

Passo 1 – Observar o tráfego geral e os autocarros

Passo 2 – Ativação do CBI

C1. Ativação do CBI (secção com

tráfego geral no seu interior).

C2. Fila de tráfego avança e abre espaço para o autocarro

B. Cálculo do movimento do autocarro e da

cauda da fila do tráfego permitem calcular o

tempo de avanço na actuação dos sinais

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

OPERAÇÃO DO CBI (II)

C3. CBI limpo – espaço para o autocarro circular

Passo 2 – Activação do CBI Passo 3 – Desactivação do CBI

D1. Autocarro detectado a sair

da secção do CBI

D2.CBI reabre para o tráfego geral

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ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTE

TRANSPORTESTRANSPORTES

Luís de Picado Santos

OPERAÇÃO DO CBI:RESULTADOS NO SÍTIO PILOTO

Primeiro trimestre só com detecção próxima do autocarro; 2º trimestre com detecção

remota e próxima - Redução média de 55% no tempo de percurso na hora de ponta da tarde para as 4 carreiras passando no local

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Ref Carris - Mean

1st Quarter

2nd Quarter

Troço de 1,0 km na Alameda da Universidade – Tempos de circulação

sem CBI e com CBI, em duas fases de instalação