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Anlise do Uso do Solo e sua Relao com o Relevo noMunicpio de Agudo, RS
ResumoO trabalho apresenta a organizao espacial do
uso da terra no municpio de Agudo-RS. Pode-se ver
que a ocupao tem uma forte relao com relevo. A
atividade de cultivo de arroz est em reas de baixa
declividade(menos de 5%), constitudo por rampas,cultivo de tabaco realiza-se em pores de
declividades intermedirias(menos de 15 %), as
colinas,e a presena de rvores concentrada em
reas de encostas (mais de 30%), morros e
associaes de colina.
Proposta para ocupao do atual municpio,envolvem estudos de caractersticas fsicas e
ambientais.
Palavras chave: Agudo, Uso, Relao, Relevo
Analysis of Land Use and Its Relation to Relief in the
Municipality of Agudo, RS.
Summary
This paper presents the spatial organization of the land use inthe county of Agudo-RS. One can see that the occupation hasa strong relationship with relief, thus, the activity of rice
cultivation in areas consisting of low slope, the ramps (less
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than 5%), tabacco farming in portions of intermediate slopes,the hills (less than 15%) and the presence of trees is
concentrated in areas of steep slopes, associations of hills andhillock (more than 30%). Proposition to occupation of thecurrent council, involve studies of physical and environmentalcharacteristics.
Keywords: Agudo, Use, Value, Relief
Introduo
Este trabalho apresenta uma anlise da organizao doespao geogrfico no municpio de Agudo, localizado na
Mesorregio Centro Ocidental do Estado do Rio Grande do
Sul, inserido na Microrregio de Restinga Seca. O municpio,
tambm, faz parte da Quarta Colnia, possuindo uma
importncia econmica para a regio, por fortalecer o turismo
(figura 1).
Agudo faz divisa com Ibarama ao norte, Lagoa Bonita a
noroeste, Cerro Branco ao leste e Paraso do Sul ao sul. Toda
sua poro oeste banhada pelo Rio Jacu, interligando-se com
Restinga Seca a sudoeste por ponte na RS287, com Dona
Francisca a leste atravs de ponte na RS348 e a noroeste limita-se com Nova Palma atravs de ponte localizada na Usina
Hidreltrica de Dona Francisca. Agudo foi emancipado em
1959, desmembrando-se de Cachoeira do Sul e Sobradinho. A
rea total do municpio de 536,12 km, distanciando-se 250
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km de Porto Alegre. A altitude da sede de Agudo de 83
metros, sendo que a altitude mxima chega aos 610 metros.
Figura 1: Mapa Poltico Administrativo e de Localizao domunicpio de Agudo.Org: SCHIRMER, G.J., 2010.
O espao resultado da ao do homem e constitui-se
de aspectos sociais, econmicos, ambientais e de sua dinmica.
A atuao do homem sobre o meio fsico determina a
organizao da sociedade e por conseqncia do espao
geogrfico.
Conforme Corra (1986), as obras do homem so suas
marcas as quais apresentam um padro de localizao que
prprio de cada sociedade. Essas marcas geradas pela
apropriao e transformao do meio natural, quando
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organizadas constituem o espao do homem, a organizao
espacial da sociedade, ou simplesmente o espao geogrfico.
Nesse sentido o presente trabalho teve como objetivo
apresentar a organizao espacial do uso do solo em relao as
forma de relevo do municpio de Agudo.
Procedimentos metodolgicos
O trabalho desenvolveu-se, basicamente, atravs de 3etapas. A primeira constituiu-se do levantamento bibliogrfico,
sendo realizado atravs da consulta e, seleo de uma srie de
bibliografias relacionadas temtica e tambm trabalhos
especficos sobre a rea de estudo.
A segunda etapa desenvolveu-se utilizando como base
as cartas topogrficas elaboradas pela Diretoria de Servios
Geogrfico (DSG/IBGE, 1977) do Ministrio do Exrcito, na
escala 1:50.000, que definiram a base cartogrfica para
elaborao do mapeamento. A rea de estudo compreendida
por seis cartas topogrficas definidas pela seguinte
nomenclatura: Agudo (SH.22.V-C-V/2); Jacu (SH.22.V-C-V-
4); Nova Palma (SH.22-V-C-II-3); Faxinal do Soturno (SH.22-
V-C-V-I); Sobradinho (SH.22-V-C-II-4); Restinga Seca
(SH.22-V-C-V-3).
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As imagens de satlite do sensor, Ikonos, imagem de
radar SRTM, tambm integraram o material cartogrfico
utilizado para a realizao dos levantamentos.
Na terceira etapa foi construdo o material cartogrfico,
feita a coleta, organizao e anlise dos dados coletados em
campo.
Histrico da OcupaoO municpio de Agudo tem sua origem relacionada ao ano
de 1847, quando o Presidente da Provncia Riograndense
buscou informaes, com a Cmara Municipal de Vila
Cachoeira, sobre um lugar mais apropriado para instalao e
desenvolvimento de uma colnia alem. Aps 6 meses, a
comisso de estudos indicou o lugar conhecido como Morro
Agudo, na margem esquerda do Rio Jacu, rea florestal com
terras prprias para a agricultura, na Colnia de Santo ngelo..
No RS a colonizao por alemes iniciou-se em So
Leopoldo e a partir dessa cidade em direo a Cachoeira do Sul
interior do Estado, para posterior formao da Colnia deSanto ngelo onde hoje encontra-se o municpios de Agudo,
Cachoeira do Sul, Paraso do Sul e Dona Francisca.
Em 1 de Novembro de 1857, os primeiros imigrantes
alemes chegaram a Cerro Chato, concretizando a fundao da
Colnia de Santo ngelo. O primeiro Diretor foi Florian Von
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Zurowski, que logo foi substitudo pelo Baro Von Kahlden.
Karl Hermann Johann Adam Woldmar- Baro Von Kahlden,
a primeira personalidade mais importante da histria da
Colnia Santo ngelo, onde atuou como administrador
poltico. A abertura de picadas no meio da mata virgem,
paralela aos cursos de gua, e a instalao dos colonos em lotes
com mdia de 48 ha, objetivaram a ocupao das terras com
atividade agrcola. A Picada Morro Pelado aberta em 1858,forma hoje a Avenida Concrdia, a principal da cidade.
Em 1865 a Colnia Santo ngelo torna-se o 1 Distrito de
Cachoeira, estendendo-se margem esquerda do Rio Jacu at
a Colnia Germnica (Candelria). Em 04 de Setembro de
1885, a Cmara Municipal de Cachoeira do Sul, dividiu a
Colnia Santo ngelo em 6 grandes complexos de acordo com
a Lei n 1.433 de Janeiro de 1844, para a arrecadao de
Imposto Colonial. Em 1938, Agudo elevada categoria de
Cidade.
Em 1957, um sculo aps a chegada das primeiras famlias,
iniciou-se o movimento de emancipao do distrito de Agudo, juntamente com Nova Bomia (sub-distrito de Sobradinho).
Em 16 de fevereiro de 1959, a emancipao concretiza-se, pela
Lei estadual n 3718, assinada por Leonel de Moura Brizola,
ento Governador do Rio Grande do Sul. Em 1932 a
concentrao urbana era composta apenas por moradias em
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torno da hoje Avenida Concrdia. A partir da emancipao o
municpio teve uma significativa expanso urbana, como pode
ser acompanhado atravs da comparao de fotos areas
representado na figura 2.
Figura 2: Fotos que apresentam a imagem de uma mesma rea em1932 e 2009. Observa-se o processo de espanso urbana, queocorreu neste perodo, da cidade de Agudo.Fonte: Prefeitura Municipal de Agudo;Org: Schirmer, G. J., 2010.
Atualmente o municpio constitudo por 33 localidades,
sendo que a regio norte do municpio possui maior
concentrao da ocupao rural.
De acordo com a Fundao de Economia e Estatstica
FEE, o municpio possua em 2006 uma populao de 16.714
habitantes, com densidade demogrfica de 33,7 hab./ km. A
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populao rural era de 10.995 habitantes, correspondendo a
pouco mais de 65% da populao do municpio.
Essa populao estava distribuda em 2.724
estabelecimentos agropecurios, desses, 2.000 so de
fumicultores, que juntos somam uma rea total de 43.795
hectares, prevalecendo pequenas e mdias propriedades, com
predomnio de uma organizao familiar. A agricultura
realizada por pequenos produtores rurais, com um mdulo ruralmdio de 16,07 hectares, segundo dados do IBGE de 2007.
Aspectos socioeconmicos do municpio
Segundo Schirmer 2008, encontram-se no municpio de
Agudo, agroindstrias de beneficiamento de gros (arroz e
feijo), alm de destilarias de cana. Tambm h agroindstrias
familiares caseiras que produzem produtos tais como rapadura,
melado, acar mascavo, gelias, salame, lingia, bolachas,
massas e outras.
Quanto ao setor secundrio e tercirio destaca-se o
comrcio em geral (vesturio, calados, mercados, mini-
mercados, padarias, confeitarias, lancherias, farmcias,
eletrodomsticos e outros). Atualmente o comrcio de maior
representatividade na prestao de servios do municpio a
cooperativa Agrcola, pois atende tanto a populao da cidade
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com o mercado quanto a populao rural comercializando sua
produo e fornecendo insumos.
Quanto s propriedades, o municpio de Agudo
apresenta um perfil predominante minifundirio. Devido ao
pequeno tamanho dos estabelecimentos, a grande maioria dos
produtores da categoria indicada como proprietrios, havendo
muito poucos exclusivamente arrendatrios, posseiros ou
ocupantes. Nas propriedades com plantio de arroz tem-se a produo de moranguinho, realizada principalmente pela
mulher da famlia. Essa atividade localiza-se na poro sul do
municpio, prximo da RS287, onde a comercializao
facilitada pela proximidade da rodovia.
O cultivo do fumo desenvolve-se principalmente devido
a proximidade com as fumageiras, localizadas no municpio de
Santa Cruz a 90km de Agudo, pois oferecem ao produtor a
garantia de compra do seu produto.
Dessa forma, pode-se dizer que a produo
agropecuria do municpio marcado, principalmente, pelo
cultivo do arroz, fumo, milho, soja, feijo e morango, comopode ser observado na tabela 1.
Tabela 1 Principais culturas agrcolas de Agudo
Cultura rea Produo
Origem
at 20ha
Origem
de 21 a50 ha
Origem
mais de50 ha
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Arroz
Fumo
MilhoFeijo
Soja
Morang
6.700 ha
3.400 ha
5.500 ha500 ha
30 ha
12 ha
43.550 st
7.480 st
13.200 ha360 st
54 st
150 st
25%
62%
45%60%
5%
100%
50%
35%
45%40%
65%
---
25%
3%
10%---
30%
---Fonte: Plano Ambiental de Agudo
Org: SCHIRMER, G.J., 2010.
O nvel tecnolgico empregado varia de acordo com acondio scio econmica e a formao dos produtores,
predominando, portanto, um nvel intermedirio. A
produtividade est aumentando devido adoo de novas
tecnologias.
De acordo com EMATER (2002), cerca da metade da
produo vegetal tem origem nas propriedades de porte at 20
ha. Grande parte da produo animal e vegetal
comercializada via intermedirios, especialmente o feijo,
morango e sunos, enquanto a maior parte do milho
consumida na propriedade para alimentao animal e humana.
A pequena produo de soja vendida para as cooperativas de
municpios vizinhos.
A evoluo do Uso e Ocupao do municpio de Agudo
Os povos indgenas instalados na regio compreendida
por Agudo j cultivavam produtos agrcolas como: milho,
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feijo, amendoim, mandioca, fumo, algodo e abobora. Alm
disso, tambm praticavam a caa, a pesca e a coleta. No havia
propriedade privada, todos produziam para o grupo, sem
preocupar-se em produzir para excedente.
O atual municpio, generalizadamente, caracterizado
por trs regies distintas, uma composta por uma extensa
plancie de inundao, outra pelo rebordo do planalto e a
terceira por uma rea suavemente ondulada de altitudeselevadas. No incio do sculo XIX s reas de plancie de
inundao eram terras devolutas do estado, consideradas
inaproveitveis devido os extensos banhados existentes.
A rea mais alta, era nesse perodo, habitada por
posseiros caboclos e portugueses, provavelmente provindos das
sesmarias existentes nos arredores. Esses caboclos cultivavam,
fumo de corda, mandioca e abbora. Sua mo-de-obra era
essencialmente familiar, valendo-se tambm da trao animal,
realizando agricultura de subsistncia.
Com a chegada dos imigrantes essa populao foi
deslocada para outras regies e as terras foram legalizadas edistribudas aos alemes. A terra distribuda no possua
nenhum tipo de infra-estrutura. Os primeiros alemes que
chegaram receberam lotes que variavam de 48 a 72 ha.
Com a acumulao de capital os colonos passaram a
diferenar-se socialmente, a maioria eram agricultores e a
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minoria eram arteses e comerciantes. Os agricultores
cultivavam feijo, arroz sequeiro, batata-doce, batata-inglesa,
milho e abobora, todos produtos importantes na alimentao.
Alm disso, criavam aves, sunos e bovinos para corte leite e
fora de trabalho.
A preparao da terra primeiramente era atravs da
derrubada da floresta subtropical, com pousio de at sete anos.
Posteriormente adotou-se o sistema de queimadas utilizadopelos indgenas (Werlang,1995). Inicialmente os equipamentos
utilizados para trabalhar eram provindos da Europa e
posteriormente comprados no comrcio local.
A partir de 1860 a colnia expandiu-se atravs de
picadas e linhas.Com a evoluo da agricultura os agricultores
passam a comercializar sua produo para Cachoeira do sul e
Santa Cruz do Sul. Aceleram-se as derrubadas para instalao
de lavouras e para comercializao da madeira.
No final do sculo XIX o fumo passa a adquirir maior
expresso econmica. No incio do sculo XX as reas de
vrzea tambm passam a ser loteadas. A partir desse momentocomea um desenvolvimento tecnolgico dinamizando a
agricultura, tanto local com em outras regies. Com a mquina
a vapor facilitou a irrigao das lavouras de arroz e o
escoamento fluvial da produo, pelo Rio Jacu.
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Na dcada de 1950 ocorreu um processo de
esgotamento de reas para produo. Nas vrzeas isso ocorreu
principalmente devido a introduo de maquinrio,
substituindo a mo-de-obra braal e na regio serrana devido a
diminuio da rea da propriedade em funo da diviso da
mesma pelos herdeiros.
A banha, outro produto de significativo valor
econmico nessa poca, perde o seu espao para o suno decorte. Nesse perodo o feijo e o fumo de corda passam a ser de
grande importncia para fonte de renda. No entanto junto a ele
tambm aumenta a degradao ambiental com as queimadas e
derrubadas de matas.
No final da dcada de 1950 o fumo de estufa passa a
ganhar espao. Com a revoluo verde ocorrida nesse perodo
no pas, a agricultura volta-se para o mercado externo, tanto do
cultivo do arroz quanto cultivo do fumo de estufa.
A partir dos anos de 1960 a introduo de adubos
qumicos, agrotxicos e intensificao da mecanizao,
eliminou diversos espaos, como banhados, e espcies de florae fauna existentes nas reas de vrzea. O mesmo ocorreu na
regio serrana onde foi realizado o desmatamento para queima
da lenha nas estufas e utilizao de agrotxicos com intenso
poder agressivo ao meio ambiente.
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Com as crticas ambientais sofridas, as fumageiras
comeam a partir de 1980 realizar campanha de controle do
uso de agrotxicos e de incentivo ao reflorestamento. Mais
recentemente os bancos tambm passaram a contribuir na
criao de conscincia ambiental pelos produtores de arroz,
onde para ganharem financiamento devem fazer um projeto e
realizao de uma licena ambiental de operao. Alm disso,
pretende-se tem-se implantar um projeto de lei onde o arrozeirodever obrigatoriamente possuir 20% de reserva legal dentro da
mesma bacia hidrogrfica.
Uso e Ocupao Atual
O uso das terras est fortemente relacionado
conservao da cobertura vegetal, sendo essa responsvel pela
proteo do solo contra a eroso, sobretudo nas reas de
declives mais acentuadas.
A Figura 3, apresenta a anlise espacial do uso e
ocupao da terra no municpio.
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Figura 3: Uso da terra do municpio de agudo.Org: SCHIRMER, G. J.,2010.
A vegetao arbrea no municpio de Agudo concentra-
se nas reas de maiores declividades, correspondente ao
Rebordo do Planalto (figura 4). O total dessa rea de
20.546ha, correspondendo a 38,5% da rea total do municpio.
As restries legais, assim como tambm, o difcil acesso
essas reas de acentuadas declividades para realizao decultivos, resulta na manuteno da vegetao, a qual
importantssima para a conteno de processos erosivos.
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Figura 4: Vegetao no rebordo do Planalto.Org: SCHIRMER, G. J.,2010.
Os audes e lagos do municpio totalizam 472 ha de
superfcie coberta por gua, sendo que existem 722 audes.
Esse significativo nmero de audes influncia da capacidade
de exfiltrao das rochas existentes no municpio, bem como a
atuao da prefeitura na construo desses para prevenir da
falta de gua em perodos de estiagem. A utilizao desses
audes para atividade aqucola (figura 5) ainda pouca secomparada com todo o potencial. Apenas 32 produtores
comercializam a produo, sendo desperdiado todo o
potencial produtivo existente.
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Figura 5: Audes na Piscicultura MundtFonte: SCHIRMER, G. J.; 2008.
Os campos, as lavouras e pecuria situam-se
predominantemente nas reas de fundo de vale, colinas
suavemente onduladas e patamares entre-escarpas,
correspondentes s reas de menores declividades. A rea total
de lavouras 21.399ha e de potreiros e moradias de 9.137ha,
representando respectivamente 41% e 17% da rea total do
municpio. Tem-se um significativo percentual de reas com
culturas e campos (figura 6) em todo o municpio, no entanto aporo sul e sudoeste, a vegetao encontra-se degradada, onde
se realiza o cultivo do arroz (figura 7) e com pouca presena de
cobertura vegetal.
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Figura 6: Cultivo de milho naresteva de fumo.
Org: SCHIRMER, G. J.,2010.
Figura 7: Organizaoespacial das moradias.
Org: SCHIRMER, G. J.2010.
Unidades de relevoO relevo resulta da ao da eroso diferencial, a qual
est associada natureza da rocha e as condies climticas,
alm de eventos tectnicos. Quanto mais resistente a rocha
menor ser a atuao dos processos de intemperismo e eroso.
As influncias das condies climticas dizem respeito ao tipo
de clima existente em cada local. Quanto maior o grau de
insolao e a quantidade de precipitao maior ser a atuao
dos processos de intemperismo e eroso.
O mapa de Unidades de relevo (Figura 8) permitiu a
definio de reas distintas utilizando elementos de
declividade, amplitude, comprimento de vertente, e parmetros
da rede de drenagem. Assim, a partir da anlise dos dados
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Predomina a deposio de sedimentos provindo das reas mais
elevadas do municpio. Nessa regio esto presentes atividades
agrcolas voltadas para o cultivo do arroz e pecuria.
Unidade II - Rampas de Fundos de Vale
Esta unidade apresenta uma topografia de relevo plano,
na qual predominam as rampas em reas de fundo de vale.
Associam-seas menores declividades em reas inferiores a 5%.As altitudes variam de 80m at 200m.
Regio caracterizada por reas com drenagens
encaixadas em direo ao topo, formadas por vrios cursos
dgua que cortam as reas montanhosas e de material coluvial.
A morfologia dessas reas caracteriza-se por possuir pores
levemente onduladas e partir rapidamente para reas de escarpa
com declividade acentuada. Alm disso, apresenta vales
abertos nas pores de foz das pequenas drenagens e em
direo as nascentes os vales ficam fechados. Essa
configurao geomorfolgica resulta na formao de solo a
partir de alvio-colvio atravs do retrabalhamento do materialdesgastado das vertentes.
Unidade III - Rampas de Altitudes Elevadas
Estas reas possuem baixa declividade, menor que 5%
apresentando aspectos de colina suavemente ondulada. Esto
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presentes em altitudes maiores que 400metros, localizado-se
principalmente na poro nordeste do municpio. As atividades
agrcolas presentes nessas pores so o cultivo de fumo, soja,
milho e criao de gado.
Unidade IV - Colinas de Baixas Altitudes
Esta unidade constitudas por um relevo colinoso com
vertentes onduladas e levemente onduladas em declividades de5 a 15%. Nessas reas ocorrem processos erosivos acentuados
sobre a litologia de arenitos. Nessa rea os usos agrcolas
relacionados ao cultivo do fumo so intensos. Isso ocorre pela
possibilidade de uso de maquinrio nas atividades da lavoura.
Alm disso, essa poro apresenta as maiores concentraes de
moradias do municpio.
Unidade V - Colinas de Altitudes Elevadas
As colinas de altitudes elevadas formam um relevo
suavemente ondulado e com pores aplainadas. Localizam-se
em altitudes acima de 400m, com declividade entre 5 e 15%.
Os solos nessas regies formam-se a partir do intemperismo e
transporte da rocha vulcnica para reas de contato de derrame.
A agricultura desenvolvida nessa rea do municpio
predominantemente o cultivo do fumo.
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Unidade VI - Patamares entre-escarpas
Nas vertentes de relevo inclinado, por vezes, esto
presentes pores planas a levemente onduladas constituindo
patamares entre as escarpas.
Os patamares entre-escarpas so constitudos por reas
levemente onduladas com declividade inferior 15%,
localizadas na meia encosta da vertente. Nas demais pores da
escarpa a vertente possui declividade acentuada, normalmenteacima de 47% na poro inferior do patamar e entre 30 e 47%
na poro superior do patamar. Essa poro normalmente
demarca a separao de seqncia de derrames vulcnicos. Em
linha geral pelas caractersticas morfolgicas, os patamares
apresentam solos com espessura entre 20 cm e 1,20 m ,
propcios para o desenvolvimento da agricultura. Na maioria
dos casos, esta atividade realizada a partir da trao animal
pela dificuldade de acesso do maquinrio. No municpio
predomina o cultivo de fumo nessas reas.
Unidade VII - Associao de Morros e Morrotes
Esta unidade predomina no municpio, com declividade
muito acentuada acima15% e 47%, predominando declividade
acima de 30%. Essas reas so pertencentes unidade de
relevo do denominada de Rebordo do Planalto Rio-Grandense,
formado a partir da eroso e entalhamento das camadas de
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rochas arenticas e baslticas, resultando em encostas ngremes
de cabeceiras de drenagens. Nessa rea ocorrem processos de
dissecao, associados a movimentos de massa devido as altas
declividades.
Nas pores de base da encosta registra-se a presena
de depsitos de talus e depsitos coluvionares, resultantes de
processos erosivos sendo compostos pela combinao solo-
rocha. O material rochoso apresenta-se bastante angulosoproveniente da seqncia de derrames vulcnicos da Formao
Serra Geral, arenito Botucatu e formao Caturrita. No
municpio, pode-se visualizar atividades agrcolas nessas
poes realizadas com fora braal, mas de um modo geral
ocorre relativamente, maior cobertura vegetal natural devido as
restries legais.
Unidade VIII - Topos de morro
Nas reas de topo de morro a declividade varia
entre 15% e 30%, o solo possui colorao marrom escuro (cor
bruna), variando de 10 a 20cm de profundidade. Essas reasrepresentam superfcies mais resistentes a eroso que resultam
em morros isolados situados em superfcies onduladas e
elevadas. Quanto geologia, os topos de morro constituem
remanescentes dos sucessivos derrames de rocha vulcnica
cida. Nas reas onde desenvolve-se uma camada de solos e de
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declividade ao redor de 15%, realiza-se o cultivo de fumo, nas
demais tem-se cobertura vegetal natural.
Consideraes Finais
No municpio de Agudo h uma demanda de um grande
esforo de pesquisa, onde o desafio maior est em adaptar e
organizar seu sistema de produo da agricultura familiar, a
partir das tecnologias disponveis de modo tico e social,ambiental e economicamente sustentado.
Atravs da pesquisa em geografia esse estudo permitiu
caracterizar o espao geogrfico e as transformaes geradas.
H uma forte relao entre os problemas ambientais
existente no municpio e as atividades agrcolas realizadas de
forma desorganizada. As matas ciliares esto bastante
destrudas, principalmente junto as margens do Rio Jacu. As
pores de surgncias nas colinas de baixas altitudes devem ser
preservadas, principalmente do uso excessivo de agrotxicos e
adubos qumicos, bem como as pores do rebordo com suas
belezas cnicas e topos de morro.
A agricultura se faz sim necessria mas deve ser
realizada de modo organizado para que os impactos gerados
sejam os mnimos possveis.
Este trabalho pretende contribuir atravs da
espacializao das informaes sobre relevo e atividades
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SCHIRMER, G.J., Caracterizao e mapeamento da pesca e
da aqicultura nos municpios de Agudo e Dona
Francisca_RS. Relatrio (FIPE) _UFSM, 2008.
WERLANG, W. ; Histria da Clonia de Santo ngelo.
Santa Maria: Palloti, 1995. 288p.