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DISCUSSÃO SOBRE OS RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO NA
ENGENHARIA CIVIL
Luciane Graziele de Souza1
Victor Antonio Cancian2
RESUMO
O estudo de resíduos de construção e demolição representa um instrumento de
responsabilidade envolvendo o setor da construção civil, que gera uma quantidade
aproximada de 160 milhões de toneladas/ano de entulho no Brasil. O objetivo deste trabalho é
realizar a discussão sobre os resíduos de construção e demolição, apresentar dados da
importância da reciclagem classe ‘A’; descrever informações referentes ao desperdício e falta
de mão de obra capacitada; informar a quantidade de usinas de reciclagem no Brasil. Essa
pesquisa foi feita por meio de revisão bibliográfica. Atualmente estão em funcionamento 47
usinas de reciclagem no Brasil, onde 24 são públicas e 23 privadas, sendo o estado de São
Paulo o maior gerador de RCD do país. Os resíduos de concreto e argamassa compõem 56%
do entulho nacional. Através da racionalização do processo construtivo, deve-se viabilizar
soluções que atendam ao ciclo de vida de uma construção, promovendo-se a redução,
reutilização e reciclagem dos resíduos.
Palavras-chave: Resíduos. Construção. Demolição. Reciclagem.
ABSTRACT
The study of construction and demolition waste represents a responsible instrument involving
the construction industry, which generates an approximate amount of 160 million tons of
rubble per year in Brazil. The objective is to conduct the discussion on construction and
demolition waste, to present data on the importance of class 'A' recycling; to describe
information regarding wastage and lack of skilled labor; to inform the number of recycling
plants in Brazil. The research was done through bibliographic review. Currently, there are 47
recycling plants in Brazil, where 24 are public and 23 are privates. The state of São Paulo has
been the largest RCD generator in the country. Concrete and mortar waste makes up 56% of
the country's waste. Through the rationalization of the construction process, solutions must be
made applied in order to help the life cycle of a construction, promoting the reduction, the
reuse and recycling of wastes.
Key-words: Waste. Construction. Demolition. Recycling. _____________________________ 1 Acadêmica de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail:
[email protected] 2 Prof. Orientador, MSc, do curso de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail:
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1 INTRODUÇÃO
O foco de estudo é apresentar informações relacionadas às possíveis situações dos
grandes problemas ambientais existentes na sociedade atual, que envolvem a disposição final
inadequada dos resíduos da demolição de imóveis tanto de alvenaria como de madeira (casas,
edifícios).
A relevância do estudo, situando-se no assunto que envolve a reutilização dos resíduos
de construção e demolição tem como vantagens os seguintes aspectos: sociais que oferecem
contribuições na motivação da comunidade para aderir na reciclagem; econômicos, pois
aumentam a geração de lucros tanto para investidores como para as indústrias; e ambientais
uma vez que, reduz a agressão ao meio ambiente; diminui a quantidade de lixo gerado e
favorece meios para controlar os impactos ocasionados pelo descarte indevido de restos de
construção.
Justifica-se a escolha do tema sobre a reciclagem e reutilização devido à importância
de aprofundar o conhecimento no ramo da engenharia civil; uma vez que, os fatores que
podem reduzir a geração de resíduos e, também o consumo da matéria-prima, dependem dos
procedimentos adequados para o destino final dos resíduos da construção civil. Contribuindo
assim com as situações problemáticas geradas no meio ambiente e minimizando os impactos
causados pela disposição inadequada desses resíduos, sejam estes recursos naturais renováveis
ou não renováveis. Ou seja, a demolição e os descartes de construções devem ser direcionados
para local adequado onde haja o processo de reaproveitamento de materiais.
Os conceitos relacionados aos resíduos incluem a denominação originada de materiais
dos seguintes tipos de obras: construção, demolição e reforma. Em sua maioria as construções
ainda não adotaram o sistema de reutilização, provocando assim, o desperdício de materiais
originados da demolição. Quanto ao assunto que envolve o termo demolições e reformas,
geralmente ocorrem descartes dos materiais na fase final de acabamento incluindo paredes de
alvenarias, pisos revestidos, concreto armado dentre outros materiais (PORTO; SILVA,
2008).
Para cada tipo de resíduo existe destinação e local correto para a sua deposição.
Segundo a NBR 15114/2004, a área de reciclagem de resíduos da construção civil denomina-
se como o local destinado ao recebimento e transformação de resíduos da construção civil
classe A (SEBAI/SENAI, 2005).
A destinação final dos resíduos de construção deve seguir as determinações dos
RCD’s, apresentando sistema de controle desde a geração, acondicionamento na fonte, coleta,
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transformação, processamento, recuperação e disposição final. O lançamento de resíduos
sólidos no meio ambiente pode causar grandes problemas devido ao impacto com o solo e
água, contaminado a natureza, além de gerar prejuízos financeiros resultantes da falta de
precauções no momento da construção, ou demolição; não efetuando o processo de
aproveitamento das matérias-primas descartadas (madeira, tijolos, ferro, vidro, gesso, areia,
pedras...). O princípio dos 3Rs (Redução, Reutilização e Reciclagem) recomenda uma
hierarquia da atividade provocando menos impacto ambiental (GRIMBERG; BLAUTH,
1998). Este estudo apresenta uma discussão sobre a reutilização dos resíduos de construção e
demolição na construção civil.
O objetivo da pesquisa é realizar a discussão sobre os resíduos de construção e
demolição na engenharia civil (RCD´s); apresentar dados da importância da reciclagem classe
‘A’; descrever informações referentes ao desperdício e falta de mão de obra capacitada;
informar a quantidade de usinas de reciclagem no Brasil.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O estudo de resíduos de construção e demolição representam um instrumento de
responsabilidade envolvendo a indústria e os empreendedores da construção civil, onde
ambos devem adotar estratégias para a destinação final do resíduo gerado no imóvel em
edificação ou reforma.
No Brasil o interesse na reciclagem dos descartes de materiais na construção civil deu-
se devido às normas regulamentadoras inseridas no mercado com uso de tecnologia,
favorecendo assim novas técnicas para a produção de material, com foco no cenário da
construção civil brasileira (SILVA; CASTRO, 2009).
O processo de reciclagem visa prevenir a degradação ambiental, envolvendo a questão
social e econômica. Diante disso, os projetos de gerenciamento no setor de construção civil
devem respeitar as determinações da Lei 9.605 (Lei Federal do Meio Ambiente), em que os
municípios devem efetuar ações adequadas para o cumprimento das leis orgânicas e do plano
diretor de uso de solo, fiscalizando e controlando a destinação de resíduos de construção
(PINTO; GONZÁLEZ, 2005).
Atualmente, a reciclagem e a reutilização dos resíduos da construção civil, tornaram-
se uma alternativa para produzir matéria-prima. Os RCD´s são provenientes de diferentes
processos na construção civil, incluindo demolições totais ou parciais de edificações e/ou
obras de infraestrutura civis (SYMONDS GROUP, 1999) terraplenagem e fundações;
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construção de pavimentos e manutenção de estradas (MATTOS, 2014). A reutilização RCD é
uma nova técnica adotada para a fabricação de tijolos de solo-cimento, o que se tornou uma
alternativa para reduzir a exploração dos recursos não-renováveis (SOUZA et al., 2006).
As ações adotadas para a redução do impacto ambiental da construção civil devem
relevar os aspectos determinados pelo International Council for Research e
Innovation in Building and Construction (CIB, 1999), que incluem organizações de
gestão; Design de componentes e de edifícios, Inclusão de aspectos relativos à
reciclabilidade; conservação de recursos naturais; desenvolvimento urbano; aspectos
sociais, culturais e econômicos (GRANDE, 2003, p. 3).
Além de reduzir a exploração de jazidas minerais para extração de recursos naturais
não renováveis, o Brasil se defronta com a falta de espaço para depositar os resíduos; fator
gerador de dificuldades devido à localização entre os aterros e os terrenos onde é efetuada a
demolição, além de gerar elevados custos de transporte. Assim, a reciclagem tornou-se um
modo de ampliar a vida útil dos aterros, uma vez que a quantidade de obras se intensificou
nos últimos anos, resultando na escassez de área para deposição (BRASILEIRO et al., 2015).
A solução das situações problemáticas envolvendo meio ambiente e processo de
reciclagem implicam em segregar os resíduos junto à fonte geradora nos canteiros de obras. A
reciclagem é efetuada por meio de um ciclo incluindo construtor/gerador, e ocorre em duas
etapas:
Primeiro, com relação à adoção de uma postura racional e criativa, que facilite a
evolução das técnicas construtivas e de gestão de recursos humanos, viabilizando
assim a redução de diferentes formas de desperdício. Segundo, com relação à
segregação dos resíduos nos canteiros de obra, o que permite assegurar uma maior
qualidade dos resíduos e reduzir custos de beneficiamento, fortalecendo o processo
de produção de materiais reciclados (CORRÊA, 2009, p.34).
Os responsáveis pelo controle de reutilização dos resíduos devem seguir as leis e as
determinações legais que envolvem governos, agências de desenvolvimento, e os órgãos que
efetuaram a elaboração de documentos, que inclui:
Os tratados da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, Rio 92, onde 170 países membros da ONU estiveram
representados, para formulação da Agenda 21; denominada como Conferência
Rio+5; documento que no Brasil, trata das ações executadas nas esferas municipais,
estaduais e federais; para o reconhecimento dos avanços no planejamento e gestão
dos recursos naturais (OLIVEIRA; ASSIS, 2001, p. 10).
A destinação dos resíduos em locais impróprios provoca o assoreamento de cursos de
água e o entupimento, de bueiros e galerias, tendo como situação problemática às constantes
enchentes e à degradação de áreas urbanas, conforme Figura 1.
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Figura 1 - Depósito incorreto de entulho da construção civil
Fonte: FIGUEIREDO, 2014.
Outra medida de legalização dos entulhos depositados incorretamente deu-se com a
publicação da resolução do CONAMA Nº 307, determinando que os municípios
desenvolvessem planos de gerenciamento; entretanto, “dos 5.565 municípios no Brasil,
apenas 50 elaboraram planos de gerenciamento para usinas de reciclagem de RCD; estando
em funcionamento, com capacidade de reciclar em torno de 4,5% dos resíduos”
(BRASILEIRO et al., 2015, p.183). A Figura 2 apresenta o processo de reciclagem segundo
NBR 15114/2004.
Figura 2 – Processo de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil – NBR 15114/2004
Fonte: Ministério das Cidades/Secretaria de Saneamento Ambiental, 2005.
Os equipamentos adotados para a reciclagem nas cidades que possuem destino para o
entulho após o processo de moagem; efetuam a reutilização na contenção de encostas,
calçamento de concreto, blocos de concreto, tubos para a drenagem, entre outros fins
(NORONHA, 2005).
As exigências segundo ABNT (2004), para atender as determinações da legislação
ambiental, e reverter às possíveis problemáticas no planeta, devem estar em conformidade
6
com a Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de 2002
(MATTOS, 2014); estabelecendo responsabilidades e deveres, justificando um novo sistema
de gestão, em que “torna-se obrigatória a adoção da reciclagem, envolvendo os processos de
reduzir, reutilizar e reciclar, tratar e dispor os resíduos de construção e demolição (RCD)”
(KARPINSK et al., 2009, p.11).
No Brasil investidores do ramo de construção civil têm apresentado importância aos
requisitos da responsabilidade ambiental. Assim, as obras de construções tornaram-se uma das
metas para reduzir, reutilizar e criar um destino final dos resíduos gerados com o objetivo a
prevenção e o desenvolvendo de tecnologias limpas (BARDELLA, 2007). No Brasil não
representam grandes riscos ambientais em razão de suas características químicas e minerais
serem semelhantes aos agregados naturais e solos. Mas, “diferentes tipos de resíduos como
óleos de maquinários utilizados na construção, e telhas de cimento podem contaminar o solo”
(KARPINSK et al., 2009, p.22).
O entulho gerado na construção civil resulta diariamente em uma quantidade elevada
de resíduos, constituída por argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeiras, pedras, tijolos,
tornando-se um sério problema nas grandes cidades brasileiras. Por isso, segundo
determinação da Resolução 307 as prefeituras foram proibidas de receber os resíduos de
construção e demolição no aterro sanitário. Cada município deverá ter um plano integrado de
gerenciamento de resíduos da construção civil (CORRÊA, 2009).
Nesse caso a classificação dos resíduos de construção civil conforme Resoluções nº
307 e nº 348, está inserido na Classe A, que significa que os resíduos reutilizáveis ou
recicláveis como agregados são caracterizados como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras
de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção,
demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos,
blocos, telhas, placas de revestimento, gesso, argamassa e concreto; c) de processo
de fabricação ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos,
meios-fios...) produzidas nos canteiros de obras (BRASILEIRO et al.,2015, p.182).
Ainda de acordo com a Resolução CONAMA nº 307, os geradores são classificados
como: pequenos geradores, aqueles produtores até 5m³ de resíduos e grandes geradores que
produzem mais de 5 m³ de resíduos.
Dessa forma, cabe aos municípios: elaborarem um programa municipal de
gerenciamento de resíduos de construção e demolição, com os procedimentos e diretrizes
técnicas a serem adotados no exercício das responsabilidades dos geradores e seus
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transportadores (MINISTÉRIO DAS CIDADES/SECRETARIA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL, 2005).
Esse processo de gerenciamento depende de requisitos básicos para um
empreendimento sustentável e equilibrado visando “adequação ambiental; viabilidade
econômica; justiça social; aceitação cultural” (CORRÊA, 2009, p.22).
O entulho processado pelas usinas de reciclagem pode ser utilizado como agregado
para concreto não estrutural, a partir da substituição dos agregados convencionais (areia e
brita) (ZORDAN, 2001).
Ainda é possível a utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos,
argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras,..), independente da separação para a moagem;
favorecendo na economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à sua
utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte do material permanece
em tamanho de agregado graúdo; outra vantagem é que a maior parte do entulho produzido é
proveniente de demolições e de pequenas obras; além de promover melhorias no desempenho
do concreto em relação aos agregados convencionais, quando se utiliza baixo consumo de
cimento (PORTO; SILVA, 2008).
3 METODOLOGIA
O tipo de pesquisa é de revisão bibliográfica, com embasamento em dados publicados
em artigos científicos, livros, teses, dissertação (LAKATOS e MARCONI, 2008), abrangendo
a literatura sobre o tema em estudo. A coleta de dados deu-se por meio de pesquisa
bibliográfica que “é desenvolvida a partir de material já elaborado” (GIL, 2002, p.48). A
contextualização do referencial teórico segue a abordagem com caráter exploratório e
descritivo e apresentação de resultados sobre o processo de reutilização dos resíduos de
construção civil no Brasil; segundo dados da literatura que inclui artigos científicos, teses,
dissertações, livros, revistas, sendo que os dados coletados por meio digital foram
selecionados a partir do ano de publicação dos anos de 2001 a 2017.
Segundo Batlouni (2016), no Brasil a atividade econômica teve redução, por isso, a
importância de estudar sobre aproveitamento e reutilização para obter ganhos de produção;
utilizando-se a tecnologia e os conceitos de sustentabilidade no ramo da industrialização o que
oferece benefícios, principalmente na questão de redução do desperdício e da geração de
resíduos de entulho nas obras de construção civil. Para Scatamburlo (2014), o uso de
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agregado miúdo reciclado tem ganhado espaço, onde o primeiro estudo foi efetuado no ano de
1986, para a utilização de resíduos de construção e demolição.
4 RESULTADOS SEGUNDO LITERATURA
Segundo estudos de Pinto (1995), no Brasil a estimativa do prejuízo de materiais
resultante de construção civil apresenta um percentual de 20% em sistemas construtivos
convencionais, incluindo “argamassa e seus componentes sendo os principais vilões,
contribuindo com 60% do entulho gerado. Os componentes de vedação também se mostraram
grandes fontes de desperdício, resultando em 30% do entulho” (PORTO; SILVA, 2008, p.4).
A Tabela 1 apresenta alguns índices de perdas conforme o trabalho de Rocha Neto
(2010).
Tabela 1 - Índice de perdas de material na construção civil no Brasil
Geração estimada mês/tonelada Total = 863
Materiais Média %
Concreto usinado 9,75
Bloco cerâmico 31,1
Placa cerâmica 41x41 15.44
Placa cerâmica 31x31 2,79
Placa cerâmica paredes 6,36
Argamassa usinada de cimento e areia lavada, traço 1:4. 15,88
Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, seis furos,
não passantes, sem função estrutural, 09x19x24cm. 27,60
Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, seis furos,
não passantes, sem função estrutural, 11,5X19X24cm. 34.42
Bloco cerâmico, retangular vazado, não segmentáveis, seis furos,
não passantes, sem função estrutural, 14X19X24cm. 31,28
Fonte: Rocha Neto, 2010.
Conforme Rocha Neto (2010), o índice de perdas de material na construção civil com
maior desperdício é de bloco cerâmico, retangular vazado, com uma média mês/tonelada de
34,42%. Esses índices de perdas apresentados na Tabela 1, também estão em conformidade
com dados dos estudos de Vargas et al. (1997), ao mencionar resultados alarmantes, tais
como: o tempo de perda da mão-de-obra dos serventes que pode atingir 50% do tempo total,
30% dos tijolos e elementos de vedação se transformam em entulho; 100% da argamassa é
perdida. Esses dados estão em conformidade com estudos de Santos; Morais; Lordsleem Jr
(2018), onde destacam que a argamassa é utilizada para chapisco; emboço, que é a camada de
regularização, e reboco; com índices de perda 3,11 e 16,26%; e a perda média em um edifício
com 21 pavimentos foi de 95,47% (LORDSLEEM et al., 2018).
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Para Kuster (2007), o setor da construção civil deve pensar na diminuição do impacto
ambiental causado pelos resíduos, por meio de estratégias como reciclagem ou reuso dos
resíduos gerados. Porém com a grande quantidade de resíduos gerados atualmente, torna-se
necessário desenvolver planos com urgência para reciclagem.
Em outras pesquisas foram confirmados que são elevados os índices de geração de
RCD, bem como, o desperdício nas obras de construções, reformas e demolições
(HALMEMAN; SOUZA, CASARIN, 2009); o total dos resíduos representam de 20 a 30% do
fluxo de resíduos de outras classes (BRASILEIRO et al., 2015, p. 179; MARCHI, 2011,
p.118; COSTA JUNIOR, et al., 2007, p.446).
A Figura 3 apresenta o percentual da origem dos RCD´s em municípios brasileiros.
Figura 3 - Origem dos RCD em municípios brasileiros
59%20%
21%
Reformas, ampliações e demolições Residências novas
Edificações novas
Fonte: MATTOS, 2014, p. 18
Ao analisar a Figura 3, verificou-se que 59% da origem dos RCD’s, são provenientes
de reformas e ampliações e demolições de obras. Segundo estudos de Monteiro et al., (2001),
23,9% das caçambas recolhidas; equivalentes a 58,2 t/dia de RCD são provenientes de
reformas e demolições, isso equivale a 40,6% dos resíduos recolhidos pelas empresas
coletoras para destinação de reciclagem.
Segundo dados de estudos dos resíduos de demolições no Brasil, a construção e
demolição geram uma quantidade aproximada de 160 milhões de toneladas/ano de entulho,
tendo conhecimento de que a indústria da construção civil é responsável por cerca de dois
terços do total de resíduos não industriais produzidos.
10
Esse entulho é originado em 48% das demolições, 44% das reformas e em apenas
8% das novas construções. De 20% a 30% do total dos resíduos são recuperados
(concreto, asfalto, metais, tijolos, argamassa...) em operações de reprocessamento e
reciclagem (BAPTISTA; ROMANEL, 2013, p. 29).
As atribuições da Resolução CONAMA nº307 ampliaram as responsabilidades dos
Governos Municipais, sendo que 1% dos 5.564 municípios definiram seus Planos Integrados
de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (MARQUES NETO, 2003). Além disso,
o planejamento fornece as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de
Gerenciamento de RCD e este, por sua vez, informa o cadastramento de áreas, públicas ou
privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes.
A Figura 4 apresenta a hierarquia de utilização dos resíduos de construção e
demolição.
Figura 4 - Hierarquia de utilização dos resíduos de construção e demolição
Fonte: LEITE (2001, p. 16).
O procedimento para reduzir o impacto ambiental da construção civil, envolve
atividades complexas; diante disso, torna-se de fundamental importância desempenhar as
funções de forma combinada e simultânea. O método para prevenção ambiental depende da
minimização de resíduos, tornando-se uma das principais maneiras de se reduzir o impacto
ambiental. Envolve processos durante todo o ciclo de vida de uma construção, desde a
racionalização do processo construtivo, componentes reusados e/ou renováveis, estendendo-se
ao seu ciclo de vida final. “O processo de reciclagem de resíduos deve iniciar-se na própria
11
obra, com a retirada e recolhimento do material de demolição por etapas e separação”
(BAPTISTA; ROMANEL, 2013, p. 32).
Conforme estudos de Pinto (1999), 40% a 70% da massa dos resíduos urbanos são
gerados em canteiros de obras; aproximadamente 50% dos entulhos gerados têm seu destino
final irregularmente, principalmente em centros urbanos brasileiros de médio e grande porte
(MATTOS, 2014). O termo “reuso (reutilizar), apresenta benefícios como menor gasto de
energia, menores taxas de emissão de poluentes (gases) e menor uso de água que a
reciclagem” (CORRÊA, 2009, p.40).
As maneiras de solucionar a problemática ambiental, como é o caso dos resíduos de
construções, são reduzindo a quantidade de quebra de tijolos solicitando ao fornecedor blocos
cerâmicos e o envio de blocos previamente cortados (meio bloco), por se tratar de um material
relativamente barato quando comparados aos demais, é muitas vezes mal utilizado.
No processo de construção verifica-se que mesmo sendo utilizados em menor
quantidade e mostrando índices de perdas inferiores aos demais materiais o custo na produção
de alvenaria tem seu consumo elevado com o uso dos blocos de tijolos, a argamassa de
assentamento, com espessura maior para o assentamento de blocos é maior que a utilizada no
assentamento de tijolos (PINHO, 2009).
A Tabela 2 apresenta valores de perdas de blocos de tijolos.
Tabela 2 – Perdas de blocos de tijolos na construção de alvenaria.
Obra 1 Obra 2 Obra 3 Obra 4
Custo por metro quadrado de bloco
de tijolos (R$/m²)
3,50 12,25 6,25 11,00
Perda por metro quadrado bloco de
tijolos (unidade)
4,75 0,38 2,13 0,63
Custo de perda por metro quadrado
(R$/m²)
0,67 0,37 0,53 0,55
Perda suposta em obra de 6.000m2 de
alvenaria (R$)
4.020,00 2.220,00 3.180,00 3.300,00
Fonte: Pinho, 2009.
A questão de perdas tem como desafio para as empresas do setor de construção civil a
mão de obra onde é disponibilizado mais de 50% da receita total do projeto, significando que:
Uma mão de obra bem treinada e capacitada poderá vir a diminuir as perdas nas
obras, reduzir o percentual destinado ao setor de reciclagem. Um ponto de
estrangulamento identificado na construção civil refere-se à falta de mão de obra
qualificada, principalmente para permitir a incorporação de avanços tecnológicos na
modernização da construção civil brasileira (HELENO, 2010, p.23).
A Figura 5 apresenta o grau de capacitação de profissionais da construção civil.
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Figura 5 - Participação em curso profissionalizante na área da construção civil
30%
70%
sim não
Fonte: Santos, 2010.
Nota-se que a falta de capacitação e curso profissionalizante gera problemas de
materiais e mão de obra, a falta de planejamento resulta em aumento de custos e da geração
de RCD, pois em sua maioria os profissionais não possuem capacitação.
O setor utiliza mão de obra pouco qualificada, o emprego destas é feita
eventualmente e suas possibilidades de promoção são escassas, gerando uma baixa
motivação no trabalho; a construção é executada sob intempéries; são empregadas
especificações complexas quase sempre contraditórias e confusas; as
responsabilidades são pouco definidas e dispersas; e o grau de precisão com que se
trabalha na construção é menor do que em outras indústrias (GRABIN, 2007, p.24).
Além disso, a capacitação dos trabalhadores na construção civil geralmente é efetuada,
dentro do canteiro de obras. O treinamento dos trabalhadores praticamente inexiste ou é
deficiente. A continuidade das atividades carece de melhor programação é pouco incentivada.
(LIMA, 1995), isso gera demolição e entulho na obra. A Figura 6 apresenta a composição
qualitativa do entulho como um todo no Brasil.
Figura 6 – Composição do entulho como um todo no Brasil
23%
5%
9%5%
56%
2%
solo e areia cerâmica brancaceramica vermelha rochaconcreto e argamassa outros
Fonte: Nagalli, 2014.
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Os dados sobre a composição do entulho como um todo no Brasil, mostram que 56%
concentra-se no desperdício de cimento e argamassa, sendo que ocorrem falhas dos
colaboradores que efetuam a mistura do produto, também é armazenado em condições que
provocam perdas por umidade e embalagem estourada. Outra situação é a falta de
conhecimento em colocar lonas para aproveitamento da quantidade que ao chapiscar é
desperdiçada no chão, e geralmente vai para a caçamba de entulhos.
Segundo Nagalli (2014, p. 66), “essa quantidade de resíduos está associada ao sistema
construtivo brasileiro que adota estruturas em concreto e revestimentos assentados sobre
argamassa de cimento”. Comparando-se as quantidades de demanda de brita, pode-se supor
que os resíduos classe ‘A’, dentro do parâmetro para uso não estrutural, poderiam ser
reutilizadas.
A argamassa reciclada, por exemplo, apresenta como principal índice do SCO-RIO
Sistemas de Custos e Orçamentos no Município em 2010. a rocha britada
beneficiada foi consumida no Brasil na construção civil (66%), construção e
manutenção de estradas (15%), pavimentação asfáltica (4%), e fabricação de
artefatos de cimento (3,5%) (LA SERNA et al., 2007; BAPTISTA; ROMANEL,
2013, p. 34).
A construção civil em seu ciclo evolutivo deixou de se preocupar com a área de
manufatura, ou seja ‘o canteiro de obras’. A importância para o assunto centrava na questão
dos aspectos técnicos do projeto arquitetônico-estrutural, deixando no esquecimento os
aspectos diretamente ligados nas atividades que envolvem o canteiro de obras, os quais são: o
desperdício de material, os prazos muito cobrados e os retrabalhos (demolição), muitas vezes,
por mudanças do projeto durante a execução (VIEIRA, 2006). Na Figura 7, apresenta-se o
processo de ciclo de vida da construção.
Figura 7 – Processo de ciclo de vida de uma construção
Fonte: Corrêa, 2009.
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Com a formulação do plano de gerenciamento de resíduos de construção civil houve a
possibilidade da diminuição dos custos associados às disposições irregulares, tornando-se um
fator de motivação para os investimentos.
Apresentando como retorno uma maior viabilidade econômica, principalmente dos
setores públicos mediante a redução de gastos com limpeza urbana e a obtenção de agregados
reciclados, tendo uma redução de 40% quando comparados com o valor de produtos
reciclados; sendo que as razões de administrar a atividade inclui: “(a) mudança de gestão ou
desinteresse; (b) dificuldades na manutenção/operação da usina por falta de pessoal
tecnicamente preparado ou demora na obtenção de verbas para a compra de peças de
reposição” (MIRANDA; ÂNGULO; CARELI, 2009, p.63).
Na Figura 8, apresentam-se dados referentes à quantidade de usinas públicas de
reciclagem da fração classe A, sendo que dez estão situadas em municípios que possuem
plano de gerenciamento de RCD. No Brasil, a quantidade de usinas de reciclagem da fração
classe ‘A’, no decorrer do ano de 2002, somavam um total de 16 usinas, tendo um elevado
aumento nas novas instalações (até três usinas inauguradas por ano). Entretanto, com a
aprovação da resolução CONAMA 307 e os planos de estratégias no setor de gestão pública,
essa taxa de crescimento aumentou (de três a nove usinas instaladas por ano). A Figura 8
apresenta a quantidade de usinas de reciclagem da fração classe ‘A’ no Brasil.
Figura 8 – Quantidade de usinas de reciclagem da fração classe ‘A’ no Brasil.
51%
49%
Usinas públicas Usinas privadas
Fonte: Miranda; Ângulo; Careli, 2009, p.63.
Conforme a Figura 8, verifica-se que existem poucas usinas de reciclagem públicas e
privadas, não chegando a ser possível o funcionamento de duas para cada estado brasileiro, no
setor de reciclagem da fração classe ‘A’, onde os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como
agregados de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação, são identificados
15
como por exemplo: cacos de cerâmica, tijolos, blocos, telhas, placas de revestimentos,
concreto, argamassa, solos, entre outros. No Brasil atualmente, estão em funcionamento 47
usinas de reciclagem, sendo 24 públicas (51% do total) e 23 privadas (49% restante).
(MIRANDA; ÂNGULO; CARELI, 2009). Considerando-se o que define a resolução
CONAMA 307 (2002), verificou-se que o potencial de produção de agregados reciclados
ainda está a desejar, tendo conhecimento de que se encontra com índice menor do que a
geração de RCD. Caso todas as usinas brasileiras estejam em funcionamento ou em fase de
instalação e reciclando RCD em sua capacidade nominal, ocorre a perspectiva de que apenas
3,6% do RCD produzido encontra-se em processo de reciclagem. A Figura 9 apresenta dados
referentes à concentração de usinas por estados brasileiros.
Figura 9 - Concentração de usinas por estados brasileiros
54%
7%
7%
7%
4%
3%
2%
1%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Porcentagem
SP
PR
RS
RJ
PB
RN, MG, SC
GO, CE
BA, ES, DF, MT
Est
ad
os
bra
sile
iro
s
Fonte: Miranda, et al. 2016.
Segundo dados dos estudos de Miranda et al., (2016), dos Estados brasileiros que
possuem usinas de reciclagem o Estado que apresenta maior concentração de entulhos
destinados para usinas é São Paulo com um percentual de 54%, resultado esse originado de
atividade de construção civil e demolição que gera maior volume de RCD; em comparação os
Estados de Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul possuem um índice de 7% de usinas
em funcionamento, tendo assim uma segunda colocação de geração de entulhos provenientes
das obras da construção civil.
Essas informações comparadas com estudos semelhantes aos obtidos na pesquisa de
2013 (ABRECON, 2013), mostram que no estado de SP ocorreu uma redução de 58% para
16
54%, enquanto houve um aumento para 7% no Estado do Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande
do Sul. Na Tabela 3, apresentam-se informações referentes a coleta de RCD na região sul no
período de 2016 a 2017.
Tabela 3 – RCD na região sul período 2016 a 2017.
Região
Sul
2016 2017
RCD coletado (t/dia) índice (kg/hab/dia) RCD coletado (t/dia) Índice
Total 16.718/0,568 16.472 0,556 Fonte: ABRELPE, 2017, p. 44.
Nota-se conforme informações da Tabela 3, referentes ao período de 2016 e 2017, que
na região sul dos municípios em que é efetuada a coleta de RCD, “totalizando 1.191, esses
geraram no ano de 2017, a quantidade de 22.429 toneladas/dia de resíduos da construção civil,
sendo que 95,1% foram coletadas” (ABRELPE, 2017, p. 44).
Ainda segundo informações dos resíduos coletados na região sul, “29,8%,
correspondem a 6.356 toneladas diárias, as quais tiveram como destino final lixões e aterros
controlados” (ABRELPE, 2017, p. 44). Em síntese, os municípios da região Sul no ano de
2017, investiram mensalmente “R$8,20 por pessoa na coleta resíduos de construções. Ou seja,
no ramo da construção civil a região sul movimentou em torno de R$ 3,3 bilhões, registrando
aumento aproximado de 3,6% em relação a 2016”.
Na Tabela 4, apresentam-se dados dos 10 municípios do Paraná que possuem maior
índice de geração de RCD no ano de 2016.
Tabela 4 - Municípios paranaenses com maior geração de RCD no ano de 2016
Municípios Paranaenses RCD ANO 2016
Curitiba 984.878,44 t/ano
Londrina 287.764,36 t/ano
Maringá 209.592,76 t/ano
Ponta Grossa 177.387,60 t/ano
Cascavel 164.437,52 t/ano
São José dos Pinhais 157.434,68 t/ano
Foz do Iguaçu 137.235,80 t/ano
Colombo 122.169,32 t/ano
Guarapuava 93.213,12 t/ano Paranaguá 78.951,08 t/ano
Fonte: Vargas, 2018.
Segundo estimativas do Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Paraná (PERS/PR) “no
ano de 2016 a região de Curitiba foi considerada com maior geradora de RCD, registrando
17
1.839.705 t/ano” (VARGAS, 2018, p.44). Entre outros municípios que apresentaram
quantidade elevada de RCD no Paraná destacam-se: Londrina, Maringá, Ponta Grossa,
Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava e Paranaguá.
(VARGAS, 2018). No caso de Toledo não existem registros, pois, além de ser um município
que apresenta grande quantidade de geração de RCD, o mesmo não disponibiliza usinas de
reciclagem e também os aterros são limitados, sendo que em sua maioria os prestadores de
serviços transportam as RCD para o município vizinho de Cascavel; o que incorre de altos
custos devido ao frete de transporte.
5 CONCLUSÃO
Este trabalho teve o objetivo de realizar uma discussão sobre os resíduos de
construção e demolição na engenharia civil (RCD´s); apresentar dados da importância da
reciclagem classe ‘A’; descrever informações referentes ao desperdício e a falta de mão de
obra capacitada; e a de informar a quantidade de usinas de reciclagem no Brasil.
Com o estudo foi possível conhecer os estados onde se concentram a maior quantidade
de entulhos de demolição e construção, isso significa que dos fatores influentes no aumento
do indicador de perdas, o principal é a questão da falta de mão de obra capacitada, onde os
colaboradores acabam desperdiçando materiais. Não basta pensar apenas em economizar na
compra desses materiais, mas sim na boa execução e uso suficiente dos mesmos em obra, pois
ultrapassando seu limite necessário, se têm um desperdício de tempo, e consequente perda
financeira. Um aprofundamento de conhecimento em cursos técnicos, acompanhamento
efetivo do Engenheiro Civil ou responsável técnico da equipe, já minimiza tais perdas de
materiais e prioriza a destinação final correta dos resíduos citados no artigo.
A destinação final dos entulhos de demolição ou de construção de resíduos classe ‘A’
são geradas com edificações, reformas e reparos, de caráter público ou privado, e a definição
de critérios para elaboração dos planos de gerenciamento de resíduos da construção e
demolição tem como intuito atender as propostas segundo estabelecem as diretrizes da gestão
de RCD.
A importância da reciclagem reside na redução, extração e exploração da matéria-
prima natural; tendo os resíduos o destino final. A seleção de RCD em canteiros apresentam
vantagens econômicas e ambientais, porque reduz o volume das classes de resíduos
transportados, viabilizam soluções de reciclar, reduzir e reutilizar os resíduos classe ‘A’.
18
Os processos de reciclagem são de grande relevância para o controle dos impactos
ambientais tendo como intuito reduzir o consumo de matéria prima, contribuindo com os
aspectos econômicos sócio/ambiental, além de ser economicamente viável para seus
investidores; produzido com técnicas que reduzam o trabalho degradante ao ambiente.
As ações que devem ser colocadas em prática envolvem estratégias para investimentos
em maior número de usinas de reciclagem em funcionamento no Brasil, bem como, segregar
os resíduos junto às fontes geradoras nos canteiros de obra, pois comparando com a
quantidade de resíduo gerado tem uma minoria de usinas em funcionamento para a reciclagem
da fração classe ‘A’, onde segundo os resultados no decorrer do ano de 2002, somava um total
de 16 usinas, e mesmo com o aumento nas novas instalações, sendo de três usinas
inauguradas por ano; atualmente, estão em funcionamento 47 usinas de reciclagem, sendo 24
públicas (51% do total) e 23 privadas (49% restante).
Em síntese, isso significa que nem todos os municípios possuem o processo de
reciclagem dos entulhos de demolição e restos de construção que deverão estar previstas no
plano de gestão de resíduos, para atender a redução da geração de entulho depositado em
locais inadequados, efetuando assim, à reutilização, à reciclagem e redução de consumo nas
obras de construção civil.
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