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6 ATENÇÃO DA ENFERMAGEM AO IDOSO ATTENTION NURSING THE ELDERLY ATENCIÓN DE ENFERMERÍA LA TERCERA EDAD Lilian Vilas Bôas da Cruz*; Maridalva Souza Lima** RESUMO: Este estudo discute de que forma a enfermagem pode favorecer no cuidado e a atenção ao envelhecimento saudável, oferecendo orientações sobre como ter uma qualidade de vida, como também a importância do profissional de enfermagem na saúde do idoso, e a importância das orientações prestadas pela equipe de enfermagem ao paciente idoso. Foi realizado um levantamento de dados através de pesquisas bibliográficas em artigos e livros. O estudo teve o objetivo mostrar como é importante envelhecer de forma saudável, e para isso, é de extrema necessidade que o idoso esteja sempre sendo acompanhado do profissional enfermeiro e que este saiba identificar as necessidades da pessoa idosa e o momento correto de solicitar a intervenção da equipe multiprofissional. Concluímos que o envelhecimento da população constitui um desafio de grande importância para a saúde pública, como também para a enfermagem, que exerce o papel de cuidador e orientador da pessoa idosa. No estudo, analisamos a necessidade da existência do profissional bem informado para atuar na área da gerontologia. Assim o enfermeiro gerontólogo, deve ter embasamento técnico cientifico para que possa ver o paciente como um todo e não focar o cuidado só nos problemas apresentados por esse paciente, mas em outros que o idoso possa está vulnerável. Palavra chave: Idoso; Envelhecimento; Saúde do idoso; Qualidade de vida. ABSTRACT: This study discusses how nursing can promote the care and attention to healthy aging, offering guidance on how to have a quality of life, but also the importance of professional nursing in the health of the elderly, and the importance of the guidelines provided by the nursing staff the elderly patient. A survey of data through literature searches of articles and books. The study aimed to show how important healthy aging, and for this it is of utmost necessity that the elderly are always being accompanied by the nurse and whom he knows to identify the needs of the elderly and the correct time to seek the intervention of multidisciplinary team. We conclude that the aging population is a challenge of great importance to public health, as well as for nursing, which plays the role of caregiver and elderly person's supervisor. In the study, we need the existence of well-informed professional to work in the field of gerontology. So the nurse gerontologist, must have scientific technical background so you can view the patient as a whole and not focus only on care issues presented by this patient, but in others that the elderly person is vulnerable. Key words: Elderly, Aging, Health of the elderly, quality of life. RESUMEN: Este estudio analiza cómo la enfermería puede promover el cuidado y la atención al envejecimiento saludable, que ofrece orientación sobre cómo tener una calidad de vida, sino también la importancia de la enfermería profesional en la salud de los ancianos, y la importancia de

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ATENÇÃO DA ENFERMAGEM AO IDOSO

ATTENTION NURSING THE ELDERLY

ATENCIÓN DE ENFERMERÍA LA TERCERA EDAD

Lilian Vilas Bôas da Cruz*; Maridalva Souza Lima**

RESUMO: Este estudo discute de que forma a enfermagem pode favorecer no cuidado e a atenção

ao envelhecimento saudável, oferecendo orientações sobre como ter uma qualidade de vida, como

também a importância do profissional de enfermagem na saúde do idoso, e a importância das

orientações prestadas pela equipe de enfermagem ao paciente idoso. Foi realizado um levantamento

de dados através de pesquisas bibliográficas em artigos e livros. O estudo teve o objetivo mostrar

como é importante envelhecer de forma saudável, e para isso, é de extrema necessidade que o idoso

esteja sempre sendo acompanhado do profissional enfermeiro e que este saiba identificar as

necessidades da pessoa idosa e o momento correto de solicitar a intervenção da equipe

multiprofissional. Concluímos que o envelhecimento da população constitui um desafio de grande

importância para a saúde pública, como também para a enfermagem, que exerce o papel de

cuidador e orientador da pessoa idosa. No estudo, analisamos a necessidade da existência do

profissional bem informado para atuar na área da gerontologia. Assim o enfermeiro gerontólogo,

deve ter embasamento técnico cientifico para que possa ver o paciente como um todo e não focar o

cuidado só nos problemas apresentados por esse paciente, mas em outros que o idoso possa está

vulnerável.

Palavra chave: Idoso; Envelhecimento; Saúde do idoso; Qualidade de vida.

ABSTRACT: This study discusses how nursing can promote the care and attention to healthy

aging, offering guidance on how to have a quality of life, but also the importance of professional

nursing in the health of the elderly, and the importance of the guidelines provided by the nursing

staff the elderly patient. A survey of data through literature searches of articles and books. The

study aimed to show how important healthy aging, and for this it is of utmost necessity that the

elderly are always being accompanied by the nurse and whom he knows to identify the needs of the

elderly and the correct time to seek the intervention of multidisciplinary team. We conclude that the

aging population is a challenge of great importance to public health, as well as for nursing, which

plays the role of caregiver and elderly person's supervisor. In the study, we need the existence of

well-informed professional to work in the field of gerontology. So the nurse gerontologist, must

have scientific technical background so you can view the patient as a whole and not focus only on

care issues presented by this patient, but in others that the elderly person is vulnerable.

Key words: Elderly, Aging, Health of the elderly, quality of life.

RESUMEN: Este estudio analiza cómo la enfermería puede promover el cuidado y la atención al

envejecimiento saludable, que ofrece orientación sobre cómo tener una calidad de vida, sino

también la importancia de la enfermería profesional en la salud de los ancianos, y la importancia de

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las directrices impartidas por el personal de enfermería el paciente anciano. Una encuesta de datos a

través de búsquedas bibliográficas de artículos y libros. El estudio tuvo como objetivo mostrar la

importancia de un envejecimiento saludable, y para ello es de máxima necesidad que las personas

mayores siempre están siendo acompañados por la enfermera y al que sabe identificar las

necesidades de las personas mayores y el tiempo correcto para solicitar la intervención de equipo

multidisciplinario. Llegamos a la conclusión de que el envejecimiento de la población es un reto de

gran importancia para la salud pública, así como para la enfermería, la cual desempeña el papel de

cuidador y el supervisor de persona de edad avanzada. En el estudio, es necesario la existencia de

profesionales bien informados para trabajar en el campo de la gerontología. Así, el geriatra

enfermera, debe tener formación técnica científica para que pueda ver al paciente como un todo y

no centrarse sólo en temas de atención que presenta este paciente, pero en otros que la persona de

edad avanzada es más vulnerable.

Palabras clave: adulto mayor, envejecimiento, la salud de la calidad de los ancianos, de la vida

*Graduanda em Enfermagem do Centro Universitário Jorge Amado. Salvador – Bahia.

** Graduanda em Enfermagem do Centro Universitário Jorge Amado. Salvador – Bahia.

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento humano é, sem dúvida, um processo biológico, cujas alterações

determinam mudanças estruturais no corpo e, em decorrência, modificam suas funções. Porém, se

envelhecer é inerente ao ser vivo, no caso do homem, esse processo assume dimensões que

ultrapassam o “simples” ciclo biológico, pois pode acarretar, também, consequências sociais e

psicológicas (1)

.

O envelhecimento biológico é um processo que se inicia no nascimento e continua até que

ocorra a morte. O termo senescência descreve um período de mudanças relacionadas à passagem

do tempo que causam efeitos deletérios no organismo. A senescência representa um fenótipo

complexo da biologia que se manifesta em todos os tecidos e órgãos. Esse processo afeta a

fisiologia do organismo e exerce um impacto na capacidade funcional do indivíduo ao torná-lo

mais suscetível às doenças crônicas (2)

.

Os idosos apresentam fragilidades específicas do ponto de vista fisiológico, psicológico e

social, decorrentes das perdas que ocorrem ao longo da vida e que as tornam susceptíveis às

alterações no estado de saúde e seus problemas se caracterizam pela diversidade, cronicidade e

complexidade (3)

. São mais suscetíveis a doenças, acidentes, violência e sistema familiar

vulnerável. Dessa forma, registra-se neles uma fragilização e probabilidade de agravos maiores e,

em consequência, evidenciando-se como o grupo que, proporcionalmente, consome mais serviços

de saúde (4)

.

Existem diferentes formas de envelhecer, individualmente, e, principalmente, diferentes

formas de encarar a velhice; no entanto, vemos sempre correlacionado na história a visão da

velhice associada ao desgaste, às perdas e às doenças. Essa correlação tem sido questionada, na

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atualidade, uma vez que diversas experiências de envelhecimento bem sucedido têm sido

retratadas como, por exemplo, nos grupos de convivência e universidades da terceira idade (5)

.

Os avanços da ciência e da tecnologia têm trazido significativas mudanças no processo de

viver humano, no qual agregam repercussões importantes para o mundo cotidiano do trabalho, da

educação, da pesquisa e da saúde. Ao pensarmos no ciclo de vida humano, do nascimento ao

envelhecimento e à morte, torna-se imprescindível reconhecer as implicações da ciência e da

tecnologia às perspectivas atuais do cuidado à saúde (6)

.

Apesar de o envelhecimento ser mais frequentemente relatado em regiões mais

desenvolvidas do País, um aumento expressivo e rápido da população idosa pode também já ser

percebido, nas últimas décadas, em áreas com indicadores socioeconômicos mais desfavoráveis e

cujas estruturas etárias apresentam caracteristicamente maior proporção de jovens (7)

. O

crescimento da população idosa no Brasil vem ocorrendo de forma bastante acelerada. As

estatísticas mostram que a faixa etária com maior crescimento na maioria dos países em

desenvolvimento, é a acima de 60 anos. No Brasil, as projeções indicam que a proporção de idosos

passará de 8,6 % em 2000 para quase 15% em 2020. Em termos absolutos seremos, em 2025, a

sexta população de idosos no mundo, isto é, com mais de 32 milhões de pessoas acima de 60 anos.

Além disso, a proporção de pessoas com mais de 80 anos também apresenta um aumento

significativo (8)

.

Com essa realidade é necessário que os profissionais da saúde, em especial os enfermeiros,

estejam capacitados para atender as especificidades desta etapa da vida, melhorando a assistência

prestada (9)

.

O estatuto do idoso de 2009 expõe no artigo 18 do capítulo IV do direito à saúde, que é de

obrigação da instituição de saúde capacitar os profissionais, para que estes tenham a competência

de oferecer atendimento ao idoso. Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios

mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação

dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda.

O despertar para o tema escolhido ocorreu devido ao aumento da longevidade e da crescente

taxa do envelhecimento populacional não só no Brasil, mas em todo o mundo, no qual a

enfermagem poderá de certo ângulo favorecer no cuidado e a atenção ao envelhecimento saudável.

Nesse contexto da pesquisa pode assim surgir o problema de estudo: De que forma a enfermagem

pode contribuir para uma vida saudável da população idosa? Desta forma podemos buscar o

desenvolvimento do tema proposto para construir o presente estudo, a ser realizado pelas autoras,

mostrando a importância do estudo da população idosa do Brasil e do contexto mundial.

O estudo teve como objetivo discutir a importância da atenção do profissional de

enfermagem ao idoso. E nesse contexto surgem os objetivos específicos: descrever de que forma o

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enfermeiro pode contribuir na qualidade de vida para o idoso, e identificar a importância das

orientações prestadas pela equipe de enfermagem ao paciente idoso.

Como justificativa para o presente estudo: temos que o papel fundamental da enfermagem é

de orientar, acompanhar, realizar anamnese completa do paciente idoso, e traçar assim um plano de

cuidado que seja facilitador do envelhecimento saudável. O estudo busca desenvolver assuntos

voltados para atenção da enfermagem ao idoso com ênfase no cuidado que a enfermagem pode

realizar. Pois, sendo assim, é preciso discutir a fundamental orientação da enfermagem junto ao

envelhecimento.

2. ATENÇÃO DA ENFERMAGEM AO IDOSO

Longevidade refere-se ao número de anos vividos por um indivíduo ou ao número de anos

que, em média, as pessoas de uma mesma geração viverão, definindo-se como geração o conjunto

de recém-nascidos em um mesmo momento ou mesmo intervalo de tempo (10)

.

Quando se trata da atenção à saúde da pessoa idosa, a sua finalidade principal é conseguir

manutenção de um bom estado de saúde, para que essa pessoa possa alcançar um máximo de vida

ativa, no ambiente em que está inserida, juntamente com sua família, com autonomia e

independência física, psíquica e social (11)

.

A condição da velhice é a última fase do ciclo vital, que é delimitada por eventos

de natureza múltipla como perdas motoras, afastamento social e especialização

cognitiva. Já se tratando de envelhecimento é o processo genético (biológico) que

apresenta ritmo, efeito e duração que são individuais e que possuem origem

genético biológico, sócio-histórico e/ou psicológico (12)

.

A rápida mudança demográfica e de vulnerabilidade das pessoas idosas, coloca-se a

necessidade de novas formas de organização dos serviços de saúde, os quais passam a lidar com um

perfil epidemiológico que se caracteriza pelo predomínio de doenças crônico-degenerativas,

exigindo uma assistência de longa duração, com ênfase no controle dos fatores de risco (3)

.

O envelhecimento populacional e a urbanização são tendências mundiais neste início de

século, com projeções crescentes de ambos os fenômenos, sobretudo em países de média renda. O

rápido envelhecimento populacional em grandes centros urbanos gera preocupação quanto à

capacidade dos sistemas sociais e de saúde para atender essa nova demanda (13)

.

Ainda nesta perspectiva verifica-se que o Brasil que ocupava em 1950 o 16º lugar

na escala mundial em número de idosos, ou seja, 2,1 milhões de pessoas com mais

de sessenta anos, passará em 2025 para 6º lugar com a espantosa perspectiva de 32

milhões de gerentes no total de sua população. Isto representa o maior aumento

proporcional de idosos entre os países mais populosos do mundo no mesmo

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período; assim o número de gerentes aumentará quinze vezes enquanto a população

como um todo aumentará somente cinco (14)

.

O sistema de saúde não está estruturado para atender à demanda crescente desse segmento

etário. Os idosos consomem mais dos serviços de saúde. Em outras palavras, consomem-se mais

recursos do que seria preciso, elevam-se os custos, sem que, necessariamente, se obtenham os

resultados esperados em termos de recuperação da saúde e melhoria da qualidade de vida. As

internações hospitalares são mais frequentes e o tempo de ocupação do leito é maior do que o de

outras faixas etárias sem que isto se reverta em seu benefício. Em geral as doenças dos idosos são

crônicas e múltiplas, perduram por vários anos e exigem acompanhamento médico e de equipes

multidisciplinares permanentes e internações frequentes. A maioria dos quadros de dependência

desta população está associada a condições crônicas que podem ser adequadamente manipuladas,

muitas vezes, fora de instituições hospitalares ou asilares (15)

. Acredita-se que, se o enfermeiro

realizar uma avaliação integral do idoso, é possível prevenir o desenvolvimento ou agravamento da

fragilidade, diminuindo os índices de institucionalização e hospitalização e as taxas de

morbimortalidade nessa parcela da população (16)

.

O aparecimento da dependência no idoso e a consequente necessidade de o cuidador

provocar uma reestruturação familiar e uma redefinição de papéis, o que pode ocasionar, por

exemplo, alterações na rotina e na dinâmica familiar, o processo de adaptação a essa nova realidade

pode, por um lado, não se tornar complicado quando há uma boa relação entre cuidador familiar e

idoso dependente, podendo ocorrer um maior grau de intimidade, de confiança e de respeito. Por

outro, grandes dificuldades podem ser geradas quando o histórico familiar é construído a partir de

crises e conflitos, tornando o cuidado inadequado e penoso para o cuidador (8)

.

O aumento no número de idosos, dentre outros fatores, suscita a necessidade de retomar as

discussões que permeiam a crise no setor saúde. Nesta perspectiva, é visando programar os

princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde institui a Estratégia

Saúde da Família (ESF), em 1994. Tal estratégia enfoca a família como unidade de ação

programática de saúde e não mais, tão somente o indivíduo (9)

.

Os avanços da ciência e da tecnologia têm trazido significativas mudanças no processo de

viver humano, no qual agregam repercussões importantes para o mundo cotidiano do trabalho, da

educação, da pesquisa e da saúde. Ao pensarmos no ciclo de vida humano, do nascimento ao

envelhecimento e à morte, torna-se imprescindível reconhecer as implicações da ciência e da

tecnologia às perspectivas atuais do cuidado à saúde (6)

.

Cabe a atenção do profissional à mudança do perfil populacional em sua área de

abrangência, com o aumento progressivo da população idosa fruto da queda da fecundidade e

redução da mortalidade no enlace dos diversos grupos etários. A esse profissional é requerida um

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olhar especial ao idoso e uma participação ativa na melhoria de sua qualidade de vida, abordando-o,

como destaque a Estratégia de medidas promocionais de proteção específica, de identificação

precoce de seus agravos mais frequentes e sua intervenção, bem como, com medidas de reabilitação

voltadas a evitar a sua apartação do convívio familiar e social (17)

.

O problema do isolamento, até por uma questão preconceituosa que afasta o idoso da

sociedade, pode ser solucionado através da atividade física. O idoso apresenta peculiaridades

distintas das demais faixas etárias e, por este motivo, sua avaliação de saúde deve ser feita

objetivando a identificação de problemas subjacentes à queixa principal, incluindo as avaliações

funcionais, cognitivas, psíquicas, nutricionais e sociais, que interferem diretamente na sua saúde e

no grau de sua autonomia e independência (18-19)

.

Os conceitos de autonomia e de independência são amplamente difundidos na literatura

gerontológica que, juntamente com a Teoria da Atividade, descrevem que a capacidade funcional é

um importante indicativo de qualidade de vida da pessoa idosa. Viver bem a velhice depende da

interação do idoso com o seu contexto de vida, do qual brotam valores, sua dimensão social e a

história de sua vida (18)

.

A qualidade de vida representa respostas individuais a fatores físicos (objetivos) e mentais

(subjetivos) que contribuem para uma vida "normal", permeada pela satisfação pessoal, autoestima,

comparação com o outro, experiências prévias, situação econômica, estado geral de saúde e estado

emocional (20)

.

As pessoas idosas desejam e podem permanecer ativas e independentes por tanto tempo

quanto for possível, se o devido apoio lhes for proporcionado. Os idosos estão potencialmente sob

risco não apenas porque envelheceram, mas em virtude do processo de envelhecimento torná-los

mais vulneráveis à incapacidade, em grande medida, decorrente de condições adversas do meio

físico, social, ou de questões afetivas. Portanto, o apoio adequado é necessário tanto para os idosos

quanto para os que deles cuidam (21)

. O enfermeiro deve ter um olhar especial também sobre a

família do idoso. É de grande importância que este, exponha para a família cuidadora, a importância

da sua inserção no cuidado ao idoso, seja em casa ou na hospitalização. É importante ressaltar o

valor do idoso no grupo familiar, e olhá-lo de forma que ele possa ser visto não como alguém irá

trazer custos e trabalho para os familiares, mas como alguém que já deu uma grande contribuição

para a formação da sua família.

O despreparo do cuidador pode trazer sérios prejuízos quer ao próprio quer à pessoa doente,

resultando, inclusive, em frequentes hospitalizações. Além disso, o despreparo pode gerar ansiedade

e maior desgaste físico, ocasionando situações de risco para ambos (22)

.

A família necessita ser vista como apoiadora da enfermagem no cuidado ao idoso frágil não

só no domicílio, mas também durante as hospitalizações, pois os familiares podem contribuir de

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forma significativa no cuidado a esse idoso, uma vez que detêm conhecimentos importantes sobre o

mesmo; mas, para isso, os enfermeiros precisam envolvê-los no processo de cuidar, formando uma

rede de colaboração entre a família e a enfermagem (16)

.

A família é culturalmente um ponto de apoio e uma facilitadora para interação social dos

idosos dessa comunidade, muitos deles moram com seus filhos e netos. Esse contexto merece

atenção dos profissionais de saúde, pois a configuração de família, atualmente, apresenta-se

modificada: pessoas de diferentes gerações, convivendo em um mesmo espaço, necessitam de uma

postura flexível diante da vida, espaços para diálogo e disposição para rever posições a fim de

conviverem de forma positiva (23)

. Embora a família seja a responsável por oferecer a maioria dos

cuidados aos idosos, é importante destacar que a estrutura familiar tem sofrido mudanças

significativas, predominando hoje famílias pequenas em lugar das tradicionais e extensas,

favorecendo novos tipos de arranjos familiares. Em geral, a mulher trabalha "fora de casa" e não há

parentes nas proximidades. Há uma tendência de termos, no futuro, muitos idosos morando

sozinhos ou com famílias cada vez mais nucleares, com poucos membros (8)

.

O fato de vivenciar a possibilidade da perda também pode ser um aspecto que dificulte os

cuidados por parte do familiar, caso o idoso tenha valores em relação ao seu corpo e não se sinta à

vontade com uma filha dando-lhe o banho. Esses exemplos nos indicam que, para poder cuidar do

seu idoso, a família precisa ser incluída no plano de cuidados do profissional de saúde (6)

. O foco do

cuidado, portanto, deve estar em ajudar e em capacitar o cliente e a família, de forma que ela possa

atender às necessidades de seus membros, especialmente em relação ao processo saúde-doença,

mobilizando recursos, promovendo apoio mútuo e crescimento conjunto (9)

.

Observa-se a necessidade cada vez mais premente de serem estabelecidos esquemas

assistenciais mais efetivos e dinâmicos capazes de assistir as demandas crescentes dos idosos e de

suas famílias, de forma a permitir que ambos encontrem conjuntamente uma solução terapêutica

mais efetiva e adequada, em que o equilíbrio familiar seja a meta, melhorando assim a assistência

ao idoso e diminuindo os custos emocionais da própria família, favorecendo a manutenção da

capacidade funcional e melhoria na qualidade de vida destes (24)

.

As alterações biológicas tornam o idoso menos capaz de manter a homeostase quando

submetido a um estresse fisiológico. Tais modificações, principalmente quando associadas à idade

cronológica avançada, determinam maior suscetibilidade à ação de doenças, crescente

vulnerabilidade e maior probabilidade de morte. A elevada prevalência de doenças crônico-

degenerativas, somada à ocorrência de pluripatogenia (duas ou mais doenças concomitantes), tem

sido considerada, responsáveis pela necessidade de maior permanência hospitalar e pela progressiva

perda de autonomia dos idosos (25)

.

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O aumento da expectativa de vida trouxe maiores conhecimentos acerca das alterações

fisiológicas que ocorrem no aparelho cardiovascular e no sistema musculoesquelético. Permanece,

contudo, a dificuldade quanto à definição da estreita fronteira entre envelhecimento normal e as

alterações (26)

.

O bem-estar na velhice, ou a saúde, num sentido mais amplo, passa a ser visto como o

resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem

necessariamente significar a ausência de problemas em todas as dimensões. Assim, a classificação

do grau de dependência dos idosos hospitalizados torna-se uma prioridade por possibilitar a

previsão de vários aspectos relacionados ao processo de trabalho da assistência de enfermagem,

principalmente no tocante à prescrição de cuidados individualizados à clientela (27)

.

O idoso pode sofrer diversas co-morbidades por conta da ocorrência de sintomas

depressivos, podendo essas co-morbidades serem responsáveis pela perda de autonomia e pelo

agravamento de quadros patológicos preexistentes. Com frequência, está associada à elevação do

risco de morbidade e mortalidade, ocasionando aumento na utilização dos serviços de saúde,

negligência no autocuidado e adesão reduzida a tratamentos terapêuticos (28)

.

A assistência sistematizada de enfermagem nos permite identificar os problemas dos idosos

de maneira individualizada, planejar, executar e avaliar o atendimento a cada situação. Para tanto,

direcionando a assistência para nível ambulatorial. O cuidar da enfermagem é uma atividade que

atende a estas questões aqui colocadas, por meio da qual, a enfermeira assume a responsabilidade

quanto à ação de enfermagem a ser determinada frente aos problemas detectados, e estabelece a sua

intervenção (29)

. Esse cuidado vai além da conferência e administração de terapêuticas

medicamentosas, do atendimento de necessidades de higiene, alimentação, mobilização, eliminação,

apoio às atividades, exames diagnósticos de saúde e manutenção de ambiente, e recursos materiais

para atender ao idoso. Para utilizá-lo adequadamente, devemos avançar para entender que, no

cuidado de enfermagem, devemos investigar a presença de outros agravantes de bem-estar, e assim

incorporar novos conhecimentos à prática de enfermagem (30)

.

Quando os fatores de risco (comportamentais e ambientais) de doenças crônicas e de declínio

funcional são mantidos baixos, e os fatores de proteção, elevados, as pessoas desfrutam maior

quantidade e maior qualidade de vida, permanecem sadias e capazes de cuidar de sua própria vida à

medida que envelhecem, e poucos idosos precisam, constantemente, de tratamentos médicos e

serviços assistenciais onerosos (31)

.

Os profissionais da saúde, em especial os enfermeiros, devem abordar o idoso considerando

todas as especificidades decorrentes do envelhecimento. É preciso que os profissionais estejam

devidamente preparados para prestar cuidados ao idoso, pois esta faixa etária apresenta uma

instalação muito rápida dos processos patológicos, podendo facilmente muda-lo de independente

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para dependente (32)

. Porém para alcançar o envelhecimento de maneira positiva, as oportunidades

de saúde, participação e segurança devem ser contínuas ao longo da vida. As políticas e os

programas de saúde devem ser baseados nos direitos, necessidades, preferências e habilidades das

pessoas mais velhas (23)

.

O desenvolvimento do estudo teve como principio estudar e analisar a atenção da

enfermagem ao idoso para um envelhecimento saudável e bem cuidado no contexto da longevidade

e de informações prestadas ao cuidador enfatizando o envelhecimento como um processo natural da

vida, pelo qual todos serão submetidos.

Há de se enfatizar ainda a atuação da enfermagem, centrada na educação para o “cuidar” da

saúde, tendo como base o conhecimento das transformações associadas ao processo do

envelhecimento, visando à manutenção da capacidade funcional do idoso para a realização das suas

atividades diárias e o atendimento às necessidades básicas, contribuindo para que este mantenha ou

alcance sua independência (29)

.

Na percepção da necessidade das delimitações da atuação da enfermagem na equipe

multidisciplinar transparece a busca pelo conhecimento e pela autonomia da enfermagem na

construção da especialidade. Essa temática deverá ser foco de discussões na área, pois, ao delimitar

e compreender o papel específico da enfermeira no atendimento ao idoso, suas intervenções serão

mais seguras, efetivas e darão o empoderamento profissional necessário para a autonomia da

enfermagem (33)

.

No que se referem aos significados que os idosos imprimem à velhice e à sua experiência

diante do envelhecimento, eles estão impregnados mais por um esforço de manutenção dos atributos

que lhes são postos socialmente do que por uma busca de novas aquisições (34)

.

Defendemos que o indivíduo tem elementos que causam a negação da velhice ou mal-estar

(como os vários tipos de dependência, a ausência da família, lembranças internas) e a enfermeira

busca o cuidado para o bem-estar (presença de bons sentimentos, presença da família, aceitação das

limitações, o contato com a transcendência), daí a importância desse modelo de cuidar para o

desenvolvimento da enfermagem (30)

.

Tendo em vista um aumento quantitativo da demanda da assistência de enfermagem a

clientela idosa, a carência de recursos humanos representa um dos mais graves problemas na

assistência ao idoso, pois a complexidade e a extensão dos cuidados a essas pessoas necessitam de

conhecimento sobre o envelhecimento e as formas de adaptação desses indivíduos a esse processo.

Ressalte-se que inexiste um só envelhecer, mas sim, processos de envelhecimento, que variam em

função de alguns fatores determinados socialmente, como: gênero e classe social. Assim, as

desigualdades do processo de envelhecimento se devem, basicamente, às condições desiguais de

vida e de trabalho às quais estiveram submetidas às pessoas idosas (34-35)

.

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15

A falta de estrutura para atender a demanda que a crescente taxa de envelhecimento vem

causando, assim também, como as iatrogenias praticadas ao paciente idoso, pelos profissionais de

saúde, podem contribuir de forma direta para o aumento do tempo de permanência da pessoa idosa

nas instituições. Os pacientes idosos estão especialmente vulneráveis a ocorrências iatrogênicas. E

nós sabemos que qualquer pessoa está sujeito a também cometer uma iatrogenia, não só contra o

paciente idoso, mas como outro paciente de qualquer faixa etária, seja pela extensa carga horária ou

pela falta de habilidade. A verdade é que o profissional de enfermagem precisa ter consciência da

grande responsabilidade que cai sobre si, a partir do momento em que ele sai da sua graduação e

pega o seu registro e passa a exercer a profissão (15)

.

Iatrogenia é a alteração maléfica como causa direta ou indireta de intervenção. O conceito

não está restrito à prescrição de medicamentos ou à realização de procedimentos, mas também a

omissões na abordagem de problemas, que possam ser suprimidos ou minimizados com o uso de

medicamentos ou intervenções. Não é exclusivo do médico, estando a iatrogenia relacionada a

qualquer ação de um agente de saúde (16)

.

As ocorrências iatrogênicas tem como causa mais frequente o fator humano, porém, os

problemas relacionados ao uso inadequado de equipamentos e sua falta, ao processo de trabalho, e

absenteísmo, e à própria condição clinica do paciente não devem ser desconsiderados. Desta forma,

todas as iatrogenias devem ser apuradas para melhorar a assistência prestada pelo serviço, evitando-

se sempre as politicas punitivas sobre o erro humano para que as iatrogenias não sejam

subnotificadas (36)

.

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DO ESTUDO

Esta é uma pesquisa qualitativa descritiva, do ponto de vista dos objetivos é a de

descrever as características de certa população ou fenômeno, ou estabelecer relações entre

variáveis; envolvem técnicas de coleta de dados padronizadas (questionário, observação);

assume em geral a forma de levantamento. A pesquisa sendo abordada dentre o problema é

qualitativa, existe uma relação entre o mundo e o sujeito que não pode ser traduzida em números;

a pesquisa é descritiva, o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente (37)

.

A longevidade é um tema de bastante aceitação no nosso meio, e dessa forma engloba o

cotidiano social e político da saúde do idoso no nosso país, pela necessidade. Este estudo teve

por finalidade informar técnicas desenvolvidas pela enfermagem para que possa haver uma

melhor qualidade de vida, aumento na expectativa da longevidade, mostrando dessa forma, o

papel da enfermagem no contexto de gerontologia.

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16

3.2 COLETA DE DADOS E ANÁLISE DE DADOS

A pesquisa foi elaborada a partir de material já publicado, como livros, artigos, periódicos,

Internet, entre outros autores. Os dados foram analisados através de pesquisas em artigos do

Scielo, onde foram usadas as palavras chave Idoso, Qualidade de vida e Envelhecimento, foram

encontrados 1.385 artigos, onde 49 utilizados. Além de pesquisas efetuadas em livros. A coleta

dár-se- á autores de banco de dados como Scielo, Lilacs, Bireme. Os dados foram analisados

qualitativamente por meio de um estudo bibliográfico. Os dados obtidos foram coletados através

de livros e artigos publicados a partir no ano de 1998, que mostrou o perfil dos idosos e a

importância do apoio familiar. Foi feita uma escolha aleatória dos artigos, tendo os procedimentos

éticos estado presente em toda a construção do trabalho.

3.3 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

O estudo teve por objetivo, discutir a importância do profissional de enfermagem na

atenção ao idoso, Descrever de que forma o enfermeiro pode contribuir com o idoso no processo

do envelhecimento, onde podemos enfatizar esse contexto vivenciado junto ao levantamento de

dados bibliografias utilizadas e analisadas, tendo assim por base a interpretação para uma melhor

criação e construção desse estudo. Podendo assim ter o intuito de abranger uma situação

globalizada, e ter uma abordagem completa na temática do envelhecimento e da longevidade em

nosso meio. Neste estudo, observando o cuidado de não cometer plágio e nem torná-lo uma cópia,

sendo uma pesquisa de levantamento de dados baseados em artigos já publicados anteriormente,

para expor a nosso compromisso com a ética, foi exposto o nome dos autores e todas as citações

utilizadas.

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste item apresentamos e discutimos os dados do estudo, levando em conta os objetivos

traçados, quais foram: Descrever de que forma o enfermeiro pode contribuir na qualidade de vida

para o idoso e identificar a importância das orientações prestadas pela equipe de enfermagem ao

paciente idoso.

Desse modo, discorremos que diante de um Brasil cada vez mais idoso, a enfermagem busca

sempre estar promovendo ações de saúde e bem estar para que nossa população idosa esteja

sempre bem cuidada. Podendo dessa forma, atuar no índice de crescimento populacional de idosos

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não apenas no Brasil, mas em contexto mundial, observar a relação idosa X família, e analisar a

forma pela qual o idoso é tratado e visualizado pelos profissionais da área de saúde. Como afirma

o autor (18)

, a esse profissional é requerido um olhar especial ao idoso e uma participação ativa na

melhoria de sua qualidade de vida, abordando-o, como destaque a Estratégia de medidas

promocionais de proteção específica, de identificação precoce de seus agravos mais frequentes e

sua intervenção, bem como, com medidas de reabilitação voltadas a evitar a sua apartação do

convívio familiar e social.

A enfermagem exercita a relação interpessoal, a relação do agir voltado para o outro, e o

enfermeiro é o sujeito desta ação para o outro, ele planeja e implementa sua assistência – o cuidar.

Este cuidar independe, na maioria das vezes, do suporte tecnológico dispensado pelas instituições

hospitalares; depende sim, da pessoa do enfermeiro, que é o próprio instrumento da ação de cuidar.

E como instrumento de ação – o estar junto com, aponta para uma relação social (28)

.

4.1 QUALIDADE DE VIDA NA VELHICE

Qual a definição de Qualidade de Vida? O conceito de qualidade de vida varia de autor

para autor:

Qualidade de vida está relacionada à autoestima e ao bem-estar pessoal e abrange uma série

de aspectos como a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o estado emocional, a interação

social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o próprio estado de saúde, os

valores culturais, éticos e a religiosidade (39)

.

É um construto multifacetado que integra o comportamento individual e as capacidades

cognitivas, o bem-estar emocional e físico que se manifestam na performance profissional e nos

papéis sociais do indivíduo (20)

.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) (40)

define qualidade de vida como: a percepção

do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive

e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

No Estatuto do Idoso, é assegurada a atenção integral à saúde, por intermédio do Sistema

Único de Saúde (SUS), garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e

contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde,

incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

A qualidade de vida em idosos sofre o efeito de numerosos fatores, entre eles os

preconceitos dos profissionais e dos próprios idosos em relação à velhice; esses têm mais

dificuldades do que os jovens quanto a trabalhar conceitos de probabilidade e tomar decisão. Em

nosso meio, a velhice está associada a perdas, incapacidade, dependência, importância, doença,

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desajuste social, baixos rendimentos, solidão, viuvez, cidadania de segunda classe e assim por

diante (18)

.

A possibilidade de se tomar o envelhecimento como processo positivo e a velhice como

etapa da vida que pode ser acrescida de bem-estar, prazer e qualidade de vida vem sendo objeto de

pesquisadores e estudiosos interessados em compreender as condições associadas à saúde na

última fase do ciclo de vida: a velhice (41)

. A independência e a qualidade de vida são possíveis de

serem mantidas na velhice, apesar das frequentes doenças crônicas comuns a essa etapa da vida(35)

.

Muitas vezes, o que um paciente idoso precisa para melhorar sua autoestima é atenção,

carinho e espaço de escuta. A interação profissional-paciente deve transcorrer em um espaço de

respeito, em que atitudes e gestos promovam a dignidade, a autoestima, a privacidade e a

autonomia do idoso.

No âmbito da intervenção, aumenta a consciência de que é importante identificar e

promover condições que permitam a ocorrência de uma velhice longa e saudável, com uma relação

de custo-benefício favorável para indivíduos e instituições sociais, num contexto de igualdade de

distribuição de bens e oportunidades sociais (18)

.

O indivíduo tem elementos que causam a negação da velhice ou mal-estar e a enfermeira

busca o cuidado para o bem-estar (presença de bons sentimentos, presença da família, aceitação

das limitações, o contato com a transcendência), daí a importância desse modelo de cuidar para o

desenvolvimento da enfermagem (30)

.

O bem estar, como um reflexo de saúde, envolve uma tentativa consciente e

deliberada de maximizar a própria saúde. O bem-estar não acontece simplesmente;

ele requer planejamento e compromisso consciente, resultante da doação de estilo

de vida com a finalidade de atingir o potencial mais elevado da pessoa para viver

bem. O bem-estar não é idêntico para todas as pessoas. A pessoa com uma doença

crônica ou incapacitante ainda pode ser capaz de alcançar um nível desejável de

bem-estar. A chave para o bem-estar consiste em funcionar no potencial mais

elevado dentro das limitações sobre as quais não há controle (42)

.

Aceitar o envelhecer de maneira natural é entender que, apesar das possibilidades físicas

não serem mais as mesmas, isso não os torna pessoas limitadas, e sim, com diferentes graus de

eficácia no conhecimento de suas essências, do que é possível fazer ou não fazer e em condições

de aperfeiçoar o envelhecer saudável (43)

.

Entender a velhice é fundamental para que possamos trabalhar com idosos, entender as

limitações, suas carências e suas necessidades, pois, ser velho não significa o fim da vida, mas

muitos anos de “riquezas” e conhecimentos que devem ser respeitados. Permitir que o idoso

expresse os seus desejos e suas vontades é uma maneira de inserir o idoso a sociedade, fazer com

que ele tenha autonomia. O autor (44)

afirma que: os profissionais de enfermagem através do

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cuidado de enfermagem no ambiente hospitalar podem contribuir significativamente para a

construção da autonomia e participação das pessoas idosas na tomada de decisão sobre suas

necessidades de atenção ou cuidado à sua saúde.

O cuidado de enfermagem é permeado de significações e, quando se trata de paciente

idoso, parece haver um olhar especial para suas necessidades peculiares e sua vulnerabilidade, o

que o torna merecedor de atenção diferenciada (45)

.

A possibilidade de promover a coparticipação do idoso na elaboração das rotinas que

envolvem seu atendimento pode ser uma alternativa de avanço no maior respeito à autonomia e

direito de tomada de decisão com e para os mesmos. Entender esse processo e investigar a

expectativa do idoso nesse contexto possibilitará argumentos para uma mudança dos parâmetros

na condução do cuidado hospitalar (44)

.

Qualidade de Vida adequada para o idoso deveria ser “um processo em que o problema

médico não é o mais importante, visto haver a necessidade de serem observadas outras variáveis e

não apenas as tradicionais da área médica” como a prática regular de atividade física, o estilo de

vida, a afetividade e as diferentes formas de organização social, mostram-se, também, como outros

fatores determinantes a serem observados para esta população (12)

.

4.2 PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE DO IDOSO

Neste ponto, destaca-se o conceito de "Promoção à Saúde", assumido pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) desde 1986, como um processo de capacitação da comunidade para

melhorar suas condições de vida e saúde. Seu significado contém uma combinação de ações: do

Estado nas suas políticas públicas de saúde; da comunidade, com o reforço das ações comunitárias;

dos indivíduos com o desenvolvimento das habilidades; de reorientação das intervenções para

ações conjuntas intersetoriais. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do

setor saúde, e vai além de um estilo de vida saudável, na direção do bem-estar global. (46,43)

.

Se quisermos que o envelhecimento seja uma experiência positiva, uma vida mais longa

deve ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança (40)

. Para uma

vida longa e saudável é necessário ter disciplina e se necessário mudar alguns hábitos, como por

exemplo, fazer compras pode se tornar um momento de prazer, um ótimo momento para se

exercitar. Caminhar e carregar alguns quilinhos de compras traz muitos benefícios à saúde física. E

para alcançar o envelhecimento de maneira positiva, as oportunidades de saúde, participação e

segurança devem ser contínuas ao longo da vida. As políticas e os programas de saúde devem ser

baseados nos direitos, necessidades, preferências e habilidades das pessoas mais velhas. Dentre as

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atividades importantes para a manutenção do equilíbrio, agilidade e capacidade funcional, as mais

utilizadas são as caminhadas, exercícios de força e alongamento (47)

.

O idoso, pela própria natureza humana, se sente bem em seu próprio lar. Já que

muitas vezes o idoso passa a maioria do tempo em casa, pode-se atingir um nível de

aptidão física somente executando tarefas do lar. Limpar a casa, aguar a horta,

reparar estragos e tantas outras tarefas possíveis de desempenhar dentro de casa

fazem com que o idoso se exercite de forma passiva, mas que contribui para um

nível mínimo de saúde física. Ficar assistindo seria a última recomendação para a

melhoria de saúde de um idoso. Diminuir o tempo ocioso dentro de casa é o primeiro

passo para se tornar um indivíduo saudável (18)

.

Além da atividade física, ter uma alimentação saudável e evitar o uso de drogas como:

álcool e o tabaco, também podem proporcionar uma vida mais saudável aos idosos. As alterações

biológicas tornam o idoso menos capaz de manter a homeostase quando submetido a um estresse

fisiológico. Tais modificações, principalmente quando associadas à idade cronológica avançada,

determinam maior suscetibilidade à ação de doenças, crescente vulnerabilidade e maior

probabilidade de morte (48)

.

O envelhecimento humano não significa diretamente convívio com as doenças crônicas e

incapacidades funcionais, mas a incidência destas preocupa as pessoas envolvidas nesse processo.

Assim, os idosos estarão mais suscetíveis às tais doenças, que poderão levá-los a incapacidades

funcionais e à dependência. O comprometimento da capacidade funcional tem implicações

importantes para a família, comunidade, sistema de saúde e a vida do próprio idoso, uma vez que

ocasiona maior vulnerabilidade e dependência, podendo contribuir para a diminuição da qualidade

de vida (44)

. Além da vulnerabilidade a maior incidência de processos patológicos pode ocasionar a

diminuição da capacidade funcional do idoso, o que na maioria das vezes implica em uma

necessidade de cuidado diferenciado para com o mesmo (48)

.

As principais doenças crônicas que afetam os idosos em todo o mundo são: Doenças

cardiovasculares; Hipertensão; Derrame e Diabetes. Com uma boa orientação sobre alimentação

adequada para a saúde, associada a atividades físicas, podem diminuir o risco de adquirir as doenças

citadas, em todas as idades. Em relação ao álcool, enquanto os idosos tendem a beber menos do que

os jovens, as mudanças de metabolismo que acompanham o processo de envelhecimento aumentam

a suscetibilidade, dos mais velhos a doenças relacionadas ao álcool, como desnutrição e doenças do

pâncreas, estômago e fígado. Há evidências de que o álcool usado em pequenas quantidades (até

uma dose por dia) pode oferecer alguma forma de proteção contra derrame e doença coronariana em

indivíduos com 45 anos ou mais (40)

.

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O envelhecimento e em particular a velhice, podem ser considerados momentos de crise no

ciclo vital uma vez que representam situações de mudanças (bio-psico-sociais) requerendo do ser

que envelhece e daqueles que com ele convivem adaptações a esta etapa da vida (49)

.

No cotidiano do idoso acontecem muitas perdas, e adaptações são necessários, assim como

o contato pessoal, o amor, o apoio e a atenção, tais necessidades humanas são essenciais. E a

enfermagem pode ajudar a pessoa idosa a identificar os grupos sociais e se unirem a eles, com o

propósito de ampliar sua rede social (50)

. As redes sociais, como os centros sociais urbanos tem se

tornado instituições de grande importância para a pessoa idosa, pois, esta tem a oportunidade de

conviver com varias pessoas de sua faixa etária com visões diferentes sobre o envelhecimento. O

idoso que frequenta as redes sociais tem mais facilidade de interagir com a sua família. Para muitos

idosos, este o local onde ele descarrega suas tensões emocionais. Muitas pessoas, em especial as

idosas, as redes constituem o único recurso disponível para aliviar as cargas da vida cotidiana e

aquelas que provêm da enfermidade (51)

.

O convívio com outras pessoas proporciona relações fundamentais de cooperação e

interatividade. A atividade laboral pode envolver também mecanismos de competição até certo

ponto benéficos, pois implicam desafios diários que mantêm o trabalhador ativo e auxiliam na

manutenção da capacidade funcional. O trabalho remunerado é uma função executiva complexa,

uma vez que envolve a supervisão e certo nível de competência (52)

.

A promoção do cuidado gerontológico de enfermagem deve se concretizar, sem que esteja

somente submetida à cura, mas sim valorize o tratamento com as pessoas, o "cuidado digno",

partilhando e interagindo para alcançar o bem viver. Isto exige dos profissionais o estímulo à

compreensão abrangente com a definição dos limites e atuações da própria profissão, de forma a

promover não somente o cuidado e o profissional, mas todo o contexto envolvido no processo (53)

.

O enfermeiro, no cotidiano de suas atividades, deve agir com equidade nas escolhas de suas

intervenções, pois os indivíduos, dependendo do estágio de vida que se encontram, possuem

necessidades específicas, que precisam ser atendidas de forma diferenciada, e o grupo pode ser um

elemento facilitador para o processo de cuidar na promoção da saúde (54)

. As intervenções de

enfermagem devem, contudo, estar centradas nas rotinas do idoso, procurando minimizar os

problemas relacionados às atividades de vida diária. Estão incluídas ainda as ações relativas aos

cuidados técnicos como curativos, medicações e outros procedimentos (28)

.

Estas intervenções podem contribuir para minimizar o impacto das incapacidades e

morbidades na qualidade de vida do idoso. É mister que os serviços de saúde priorizem ações

visando diminuir a influência sobre o cotidiano e a autonomia do idoso. Além disso, pode-se buscar,

junto à família e comunidade, recursos que favoreçam as expectativas futuras e novas realizações e

implementação de atividades comunitárias que atendam aos seus desejos (55)

. O idoso precisa ser

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compreendido como prioridade frente às políticas públicas de saúde, uma vez que ele demanda

maior necessidade de cuidados, principalmente de enfermagem, maior suporte familiar e social (16)

.

As estratégias de promoção de saúde devem voltar-se para estilos de vida e condições

sociais, econômicas e ambientais que determinam a saúde e, de forma mais ampla, a qualidade de

vida. A promoção de saúde representa uma forma promissora para enfrentar os múltiplos problemas

de saúde que afetam as populações humanas, propondo a articulação dos saberes técnico e popular,

e a mobilização de recursos institucionais e comunitários, públicos e privados, para seu

enfrentamento e resolução (56)

.

A prevenção da perda funcional deve incluir o adequado controle das doenças crônicas, como

hipertensão, asma e diabetes e estímulo à atividade cognitiva. A interação social protege o indivíduo

idoso da perda funcional. As atividades de trabalho e lazer devem ser valorizadas ao longo da vida,

especialmente nas idades mais avançadas, assim como relacionamento com amigos, com atenção

especial aos fatores sociais, culturais, biológicos e medicamentosos que prejudicam ou dificultam a

manutenção dessas atividades pelos idosos (52)

.

Na convivência, não basta apontar "o que fazer", é preciso estar disposto a construir junto "o

como fazer". A educação em saúde deve fortalecer a individualidade a partir da disponibilização de

suportes coletivos, bens materiais e bens espirituais – compaixão, solidariedade e respeito –, para o

exercício de uma individualidade saudável (56)

.

O idoso espera da enfermagem predominantemente ações não técnicas,

caracterizando como necessidade de saúde receber alegria, amizade, tranquilidade,

conforto, consolo, felicidade, agrado, carinho e ate mesmo levantar sua moral, o

espírito, sair da solidão lhe fazendo acordar para o mundo a sua volta. Neste

encontro tem a necessidade de poder conversar e resolver seus problemas através do

dialogo tanto com os enfermeiros como com outros idosos (50)

.

O fato de o envelhecimento continuar sendo representado sob a forma de perdas, faz com que

muitas capacidades que as pessoas idosas possuem permaneçam desconhecidas e muitos ganhos não

sejam valorizados. Deve-se buscar a quebra do paradigma do envelhecimento objetivado na figura

de velho e idoso, vinculado à doença, inutilidade e limitação; o novo paradigma deve estar ancorado

na representação de idoso ativo, o qual vem associado a representações positivas de saúde,

independência, alegria (47)

.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este é um estudo que visa discorrer sobre a importância do profissional enfermeiro na

atenção ao idoso, pois essa é classe profissional que está mais próximo do idoso no processo do

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envelhecimento. O progressivo e assustador aumento da população idosa no Brasil, tem causado

forte impacto na saúde publica, visto que esta, não se encontra preparada para atender a grande

demanda. Observou-se que o profissional da enfermagem é o profissional que mais está em

contato com paciente idoso, por isso, é importante que esse profissional esteja sempre buscando a

educação continuada do paciente que passa por esse processo. Palestras, campanhas e propagandas

entre outros, podem ser de grande valia nessa educação, pois é importante que a população seja

conscientizada que o envelhecer não está apenas ligado a perdas, a morte e a limitações, mas que

envelhecer com saúde, está ao alcance de todos.

O estudo mostrou que um idoso bem cuidado, reduz consideravelmente os gastos com saúde

e quando este necessita de internamento, utiliza os serviços por menos temos que os demais. Nele,

pudemos perceber também, a importância das redes sociais para a inserção do idoso na sociedade e

a sua independência, já que os pacientes que frequentam essas redes que também são conhecidas

como centros sociais urbanos, interagem melhor com a família como também sabem cuidador de si

próprio. A relação família entre idoso e família também deve ser valorizada pelo profissional, já

que a maior parte do tempo o idoso passa em seu lar e uma família bem orientada vai oferecer um

cuidado melhor, prevenindo agravos e evitando acidentes com o idoso. Conhecer suas

individualidades, assim como suas condições financeiras, como também o seu grau de instrução, o

que está ou não ao acesso desse indivíduo que passa pelo processo do envelhecimento, é de grande

importância para o enfermeiro, pois sendo assim, este profissional também saberá de suas

limitações ao conversar e orientar esse paciente.

A enfermagem precisa buscar formas estratégicas para desenvolver ações que possam

contribuir para a qualificação profissional no cuidado ao idoso. Pois sendo essa faixa etária de

aumento progressivo na atualidade, a mesma vem se tornando o grupo de maiores necessidades:

Orientação, Atenção, apoio psicológico e familiar. Não se esquecendo da importante necessidade da

busca pelo estudo na área da gerontologia. O enfermeiro deve está apto para conhecer as

necessidades do idoso como também as dificuldades que os seus cuidadores possam apresentar em

conviver e cuidar do mesmo. Como também nos aspectos educativos da família e do idoso, já que

essa é uma fase da vida em que este precisa ser visto como um ser individual, porém com

necessidades diversificadas, como orientação sobre as patologias típicas do envelhecimento,

mudanças fisiológicas que acontecem no corpo ao longo desse período, a prevenção de agravos e a

proteção da sua própria saúde. Com isso, podemos observar também a grande importância de um

cuidador bem orientado e preparado para conviver com pessoas dessa faixa etária.

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ANEXO A

ESTATUTO DO IDOSO

Capítulo IV Do Direito a Saúde

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de

Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das

ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção

especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às

necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como

orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda.