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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ESTRATÉGIAS PARA A PREVENÇÃO E COMBATE AS FRAUDES
INTERNAS NAS EMPRESAS
Por: MOISES BARRETO JUNIOR
Orientador
Prof. CLÉBER MOREIRA GONZAGA
Brasília
2008
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ESTRATÉGIAS PARA PREVENÇÃO E COMBATE AS FRAUDES
INTERNAS NAS EMPRESAS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”
em Gestão Estratégica e Qualidade
Por: Moises Barreto Junior.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por me dar vida
e sustento.
Agradeço a Caixa Econômica
Federal e a todos que ajudaram direta e
indiretamente na produção deste trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais e filhos, pelo
estímulo na realização deste trabalho.
5
RESUMO
A fraude é um problema significativo para a maioria das organizações,
sendo que a maior parte delas poderia ser prevenida ou detectada.
Com o crescimento dos negócios, o espaço para a fraude potencializa-
se, sendo esta praticada, em grande parte, pelas pessoas de confiança da
organização, tornando urgente à empresa a adoção de programas que
minimizem os riscos de delitos corporativos.
No decorrer deste trabalho procuramos mostrar que a fraude é um
produto da inteligência e astúcia humana na condução ilegal dos negócios e
que a defesa deve exercer-se de acordo com as regras da moral natural.
Quando se constata ou se prova a existência de um delito, nos termos da lei, é
sempre possível solicitar a intervenção das autoridades legais. Quanto aos
delitos que não são puníveis por legislação alguma, como, por exemplo, a
espionagem industrial, é preciso encontrar a melhor solução no âmbito da
moral e da lei.
O projeto visa demonstrar a necessidade da implementação de um
Programa de Prevenção a Fraudes Internas, com a exposição dos principais
riscos aos quais estão sujeitas as organizações, quando da ocorrência de
delitos, por modificação ou captação não autorizada, praticadas por agentes
agressores contra ativos empresariais.
6
METODOLOGIA
Para esta monografia foram adotados os métodos de consulta à
internet, pesquisa em publicações especializadas, leitura de livros.
A análise desses materiais tem foco nos atos ilícitos sofridos pelas
empresas e perpetrados por funcionários, clientes ou fornecedores, ou seja,
por pessoas que a instituição mantém relacionamento estável e, normalmente,
de confiança.
Para a condução desse projeto há necessidade de convite às demais
áreas da empresa, para conhecimento do conteúdo do programa e análise da
viabilidade de contribuição de cada área no que se refere ao seu objeto de
atuação.
7
SUMÁRIO
CAPÍTULO I CONCEITUAÇÃO DE FRAUDE .................................................. 10
1.1.O Que é Fraude? ....................................................................................... 10
1.2.Fraudes Internas ou Corporativas .............................................................. 11
2.2 Tipos de Fraudes Internas ......................................................................... 12
2.2. Elementos e etapas das fraudes internas ................................................. 14
2.3.1 Alguns Exemplos Clássicos Usados Para Fraudes Internas .................. 15
CAPÍTULO II CARACTERÍSTICAS E MOTIVAÇÃO DOS FRAUDADORES .. 17
2.1.Perfil do Fraudador .................................................................................... 17
CAPÍTULO III IMPLEMENTAÇÃO / MELHORIA DE PROCEDIMENTOS
PREVENTIVOS A FRAUDES .......................................................................... 20
3.1.Quais procedimentos adotar para prevenir e combater os delitos
corporativos?.....................................................................................................20
3.1.1 Procedimentos Internos Preventivos ...................................................... 20
3.1.2 Alguns Procedimentos Necessários a Prevenção da Fraude ................. 21
3.1.3. Implementar Políticas Antifraude .......................................................... 22
CAPÍTULO IV SISTEMAS DE CONTROLES INTERNOS ............................... 25
4.1.Finalidade dos Sistemas de Controles Internos ......................................... 25
CAPÍTULO V TIPOS DE AÇÕES DE CONTROLE ESPECÍFICOS27
5.1.Ações de Combate às Fraudes Internas .................................................... 27
CONCLUSÃO .................................................................................................. 29
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 31
WEBGRAFIA ................................................................................................... 32
INDICE ............................................................................................................. 33
FOLHA DE AVALIAÇÃO...................................................................................34
8
INTRODUÇÃO
A fraude corporativa sempre esteve presente nas empresas.
Hoje, a atenção focalizada na fraude é maior do que nunca. Como os
negócios se tornam cada vez maiores, o espaço para a fraude cresce na
mesma proporção.
A fraude pode ser executada por aqueles fora de uma organização
('terceiros'), por empregados ou com a conivência dos empregados. Os
exames de dados de anos recentes relataram que a maioria dos fraudadores
são empregados.
A fraude, entretanto, não tem que acontecer. Como todo negócio ou
risco operacional, o risco da fraude pode ser identificado, controlado e
minimizado.
Como todo risco operacional ou do negócio, a responsabilidade final
para minimizar o risco da fraude descansa na direção da empresa. A
responsabilidade cotidiana é delegada geralmente à gerência executiva ou
operacional.
Este trabalho tem como objetivo compreender a importância das fraudes
no cotidiano das empresas brasileiras, analisando suas principais causas, os
sujeitos responsáveis e as formas mais adequadas de combate e prevenção.
Para atingir o objetivo estabelecido, desenvolveram-se os seguintes
objetivos específicos.
• Conceituação da fraude corporativa, a partir da literatura
especializada, e considerando a legislação brasileira;
9
• Identificação do perfil, em geral, dos fraudadores e suas
motivações; e Análise e sugestão das principais ações de
prevenção e combate às fraudes dentro das empresas.
10
CAPÍTULO I
CONCEITUAÇÃO DE FRAUDE
1.1. O Que é Fraude?
Para que possamos entender os diversos aspectos que envolvem um
problema tão significativo para qualquer organização, faz-se necessário
abordarmos o conceito de fraude, sob os mais variados prismas.
A palavra fraude tem origem do latim fraus, fraudis (engano, má-fé,
logro), a fraude é normalmente compreendida como o engano malicioso, o
procedimento astucioso, intentado de má-fé, destinando a encobrir a verdade
ou a contornar um dever.
A fraude tem como alicerce atos que causem prejuízos a outrem, de
forma que sua prática tem a finalidade o não cumprimento de deveres legais.
Acrescenta, ainda, De Plácido e Silva [
““. Fraude. Além do sentido de contravenção à lei, notadamente fiscal,
possui o significado de contrafação, isto é, reprodução imitada, adulteração,
falsificação, inculcação de uma coisa por outra. Aliás, em todas as expressões,
está no sentido originário de engano, má-fé e logro, todos fundados na
intenção de trazer um prejuízo, com o qual se locupletará o fraudulento ou
fraudador. ““
No direito penal a fraude é equipada ao estelionato que em seu artigo
171 consiste: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer meio fraudulento”.
11
1.2. Fraudes Internas ou Corporativas
Por fraudes internas, entende-se normalmente um conjunto muito amplo
de atos ilícitos sofridos pelas empresas e perpetrados por funcionários, clientes
ou fornecedores da mesma, ou seja, por pessoas que já mantém um
relacionamento estável e, normalmente, de confiança.
As fraudes internas podem normalmente ser divididas em duas grandes
famílias:
a. Fraudes com registro nos livros contábeis-
Desta categoria fazem parte às fraudes que afetam diretamente
o fluxo contábil ou de caixa da empresa.
• Faturamentos irregulares (serviços não prestados,
mercadorias não entregues, superfaturamento etc.);
• Lançamento de pagamentos indevidos ou fictícios;
• Reembolso irregular (por viagens, despesas etc.);
• Alterações, desvios e ou furtos nos estoques de mercadorias
ou bens da empresa;
• Lançamentos de gastos de consumo irregulares;
• Operações financeiras irregulares.
Na maioria dos casos, este tipo de fraude pode ser detectado no
momento dos pagamentos, ou seja, da saída do dinheiro da empresa para a
estrutura dos fraudadores.
12
b. Fraudes sem registro nos livros contábeis
Desta categoria fazem parte todas as fraudes que não afetam
diretamente o fluxo normal da contabilidade.
• Descontos excessivos ou indevidos a clientes;
• Freqüentes vendas em dinheiro
• Descontos de fornecedores não repassados à empresa;
• Corrupção geral;
• Negociação de créditos ou dividas.
Este tipo de fraude envolve normalmente valores mais elevados que não
as do tipo anterior.
2.2 Tipos de Fraudes Internas
Furto ou extravio
• O ato de roubar ou extraviar bens ou mercadorias de
propriedade da empresa aproveitando-se de facilidades ou
oportunidades ligadas à própria função.
Corrupção em geral
• O ato de receber qualquer “coisa de valor” para influenciar
uma decisão de negócios sem o conhecimento ou
consentimento do empregador. Exemplos: presentes, lazer e
entretenimento, viagens, uso de cartões de credito,
empréstimos e pagamento de contas.
13
Conflito de interesses
• O ato de assumir um interesse em uma transação que seja ou
possa vir a ser contraria aos interesses da empresa. Isso
inclui vários casos de falsificação de dados contábeis e de
balanço/resultado para obtenção de benefícios e vantagens a
favor de poucos diretores ou gerentes.
Estatísticas de vários paises indicam que quase 80% dos casos de
fraudes perpetradas por funcionários pertencem à primeira categoria.
14
2.2. Elementos e etapas das fraudes internas
A maioria das fraudes internas envolve normalmente três etapas. É
importante que os esforços de auditoria e fiscalização se concentrem,
dependendo de cada situação especifica, na etapa mais fácil de detectar e
fiscalizar, para eventualmente depois investigar as demais.
1. Ato / ação
O ato da fraude é normalmente o roubo ou desvio. Pode ser também a
falsificação de documentos, balanços ou resultados (que causará um
pagamento de benefícios indevidos). Num exemplo simples, o roubo de
dinheiro do caixa seria o “ato” da fraude.
2. Ocultamento / disfarce
Uma vez executado o “ato”, o fraudador ensejará todos os esforços
possíveis para ocultar ou disfarçar o mesmo.
3. Conversão
Uma vez que os valores ou bens estão de posse do fraudador e o
fato foi devidamente ocultado, este deve converter os bens ou valores para seu
próprio beneficio.
É academicamente interessante notar como estas etapas são muito
parecidas com as globalmente reconhecidas “etapas” das operações de
lavagem de dinheiro.
15
2.3.1 ALGUNS EXEMPLOS CLÁSSICOS USADOS PARA FRAUDES
INTERNAS
A seguir uma lista de metodologias de fraude interna mais comum em
organizações onde os controles são inadequados.
1. Remoção de pequenas quantias do caixa e relativos registros.
2. Registro de débitos em contas de clientes para cobrir dinheiro
roubado.
3. Liberação de créditos para falsos pedidos
4. Uso de copias de vouchers já utilizados anteriormente ou uso de
vouchers originais do ano anterior falsificando a data.
5. Furto de mercadorias, instrumentos, suprimentos e outros
equipamentos.
6. Registro de horas extras inexistentes
7. Uso de cheques “anulados” para justificar entradas fictícias.
8. Pequenos aumentos em recibos e vaucher para reembolso.
9. Venda de chaves ou combinações de portas ou cofres da
empresa.
10. Desvio de talonário e uso do mesmo com a assinatura falsa.
11. Debito de compras pessoais a cargo da empresa, usando ordens
de compra.
12. Aumento de valores de faturas de fornecedores através de
colusão com os mesmos.
13. Falsificação de inventário para cobrir furtos ou desvios
16
14. Deposito de valores arredondados para tentar ficar com a
diferença no final do mês.
17
CAPÍTULO II
CARACTERÍSTICAS E MOTIVAÇÃO DOS
FRAUDADORES
2.1. Perfil do Fraudador
Os fraudadores não são muito diferentes dos demais funcionários.
O típico fraudador tem o seguinte perfil:
• Faz parte do staff da empresa (Suporte). (57%);
• Em sua grande maioria é homem (83%);
• Tem entre 26 e 40 anos;
• Tem remuneração superior a R$ 1.000,00 e inferior a R$
4.500,00 (61%);
• Está há mais de dois anos na empresa (38% entre dois e cinco
anos).
Estima-se que as perdas causadas por funcionários com nível
universitário ou pós-graduação são cinco vezes maiores do que as causadas
por funcionários com menor nível escolar.
O fraudador independente, o que age sozinho, procura
encontrar “pontos fracos” na organização, ou seja, pontos nos quais não há ou
é carente um sistema de fiscalização com controles cruzados e regulares.
Estes pontos, quando descobertos, são oportunidades de ouro para o
fraudador, pois propiciam grande chance de perpetrar o crime sem nunca ser
descoberto.
18
Quase todas as pesquisas sobre fraudes internas apontam as
seguintes razões para a transformação de um funcionário honesto em um
fraudador da empresa:
1. Pressão financeira ou emocional sem solução simples
Ou seja, uma pressão financeira causada por uma necessidade
imediata que não pode ser solucionada de forma simples ou pedindo ajuda a
terceiros, ou um estimulo emocional forte. Exemplos disso são:
•••• Viver além dos próprios meios
•••• Dividas pessoal elevada ou credito restrito
•••• Perdas financeiras
•••• Jogo, drogas, bebidas.
•••• Pressão familiar por sucesso financeiro
•••• Crise da meia idade
•••• avidez
•••• Vingança contra a empresa ou contra superiores
•••• Desafio de se mostrar mais esperto que o sistema
•••• Insatisfação no trabalho
•••• Falta de reconhecimento profissional
•••• Instabilidade emocional ou relacional
19
2. Percepção de oportunidade
As oportunidades podem ser reais ou percebidas. O potencial fraudador
raramente executará a fraude se pensar que existe uma chance elevada de ser
detectado. Exemplos típicos de fatores que facilitam a percepção de uma
oportunidade são:
• Controles internos fracos ou pouco eficientes.
• Falta de monitoração ou acompanhamento sobre os controles.
• Alta rotatividade de diretores e gerentes
3. Racionalização ou justificação
Frequentemente, os fraudadores interpretam o próprio comportamento
de forma diferente de uma simples fraude ou roubo. Geralmente isto é
encarado de uma das seguintes formas:
• Estou simplesmente tomando emprestado, irei devolver.
• Não estou fazendo mal a ninguém.
• Todo mundo é um pouquinho desonesto
• Isso é por uma boa causa
• Estou só tentando ganhar do sistema
• Eles pagam tão pouco pelo que faço
• Até o meu chefe vive quebrando regras e leis
• Todo mundo faz isso, hoje em dia.
20
CAPÍTULO III
IMPLEMENTAÇÃO/ MELHORIA DE PROCEDIMENTOS
PREVENTIVOS A FRAUDES
3.1. Quais procedimentos adotar para prevenir e combater os
delitos corporativos?
No decorrer deste trabalho verificamos que a fraude é um momento de
inteligência e astúcia na agressão à condução dos negócios e que passa,
muitas vezes, despercebido a direção da empresa. A incapacidade técnica e
sistêmica de se opor à ocorrência de eventos fraudulentos em suas áreas de
atuação gera um sentimento de derrota inevitável em relação às fraudes
corporativas.
Diante das constatações citadas, sugerimos, a partir deste ponto, a
implementação de um Modelo Pró-Ativo de Prevenção a Fraudes, de forma
que seus empregados e principalmente os controles por eles implantados
sejam eficazes para; no mínimo, minimizarem as eventuais agressões.
Entendemos que é de fundamental importância para um modelo
realmente eficaz, o trabalho em conjunto com todas as áreas da empresa
envolvidas neste processo.
3.1.1 Procedimentos Internos Preventivos
Existem vários sistemas pro ativos para detectar fraudes internas, alem
duma auditoria antifraude especifica. Uma vez que exista uma suspeita, esta
deve ser investigada e documentada. A investigação deve incluir entrevistas,
vigilância, auditorias, pesquisas documentais nos registros e analises
organizacional.
21
Os sistemas pro ativos incluem o monitoramento constante de
indicadores suspeitos, a analise das transações e a implantação/ melhoria de
sistemas de controles internos.
Listamos abaixo, alguns pontos aos quais deve ser dada maior atenção.
• Reclamações e sugestões vindas de clientes, funcionários ou
fornecedores. A empresa deve encorajar comunicações deste
tipo que levem a possíveis investigações.
• Mudança de comportamento de empregados. Fraudadores
frequentemente passam por mudança de comportamento ou
personalidade como conseqüência das pressões ligadas ao ato
de cometer fraudes. Estabelecer uma cultura interna atenta a tais
mudanças pode levar a detectar situações suspeitas.
• Mudança no estilo de vida dos empregados. Os fraudadores
raramente resistem à tentação de gastar o dinheiro obtido através
de fraudes.
• Fraqueza nos controles internos. Este é um dos principais fatores
no surgimento de oportunidades para que sejam aplicadas
fraudes internas. Quando detectado um ponto de fraqueza nos
controles, devem ser atentamente investigadas as operações que
possam ter se aproveitado dele para perpetrar uma fraude.
3.1.2 Alguns Procedimentos Necessários a Prevenção da
Fraude
1. Selecionar os funcionários certos - Terceirizados
Esta é com certeza uma das medidas básicas de prevenção de
problemas futuros. Não contratar funcionários que tenham um passado de
furtos.
22
Antes de contratar um funcionário, deve ser conduzida uma pesquisa
do passado desta pessoa para saber o Maximo possível sobre suas
experiência com empregadores anteriores. Atenção especial deve ser dada
aos terceiros que trabalham em área fim.
Os controles básicos a serem feitos, são:
• Pesquisa e informações junto a empregadores anteriores.
• Verificação de antecedentes criminais
• Verificação do nível de estudo.
3.1.3. Implementar Políticas Antifraude
Desenvolver programas antifraudes é uma das coisas mais importantes
a se fazer. É um fato que a prevenção, no médio e longo prazo, é bem mais
barata do que qualquer recuperação de perdas. Alguns exemplos de políticas
que devem ser implementadas:
• Percepção do perigo. Funcionários que percebem que serão
facilmente pegos se cometerem algum tipo de fraude estão
menos propensos a cometer tais atos. Isso se consegue
mostrando que existe um controle firme e procedimentos
específicos e eficientes para detectar fraudes.
• Educação e formação antifraude dos funcionários e diretores.
Isso transforma qualquer funcionário da empresa em um
potencial ouvido ou olho atento para as situações suspeitas.
• Rotatividade obrigatória nos cargos internos da empresa a partir
de um determinado grau de responsabilidade
• Executar auditorias antifraudes periódicas em setores de risco.
Alem de detectar fraudes em andamento, é uma excelente
23
medida para reduzir a chance de futuras fraudes. É útil trocar
auditores a cada 2-3 anos.
• Cuidar da formação dos diretores e gerentes para que fiquem
atentos para mudanças injustificadas no estilo de vida dos
funcionários e investiguem tais casos se e quando aparecerem.
• Criar políticas e programas internos de assistência e suporte que
visem ajudar funcionários com problemas (drogas, álcool, jogo,
dividas, brigas familiares, etc.) e minimizar os efeitos dos eventos
que possam causar pressão demasiada. Pessoas desesperadas
cometem atos desesperados, inclusive fraudar sua própria
empresa e por em risco seu trabalho.
• Implementar políticas do tipo “portas abertas” onde funcionários,
fornecedores e clientes possam falar livremente de qualquer
problema ou suspeita. Isso facilita a detecção precoce de
problemas existentes, situações nocivas e também de fontes de
pressão que podem assim ser tratadas antes que virem um
problema.
• Ter um estilo de administração claro e transparente para que
todos saibam o que esperar dos diretores tanto no bem quanto
no mal. Obviamente, diretores e gerentes percebidos como
desonestos acarretam funcionários com tendência a serem
desonestos também.
• Criar um sistema de denuncia anônimo para funcionários,
fornecedores e clientes, deixando claro para todos os seguintes
pontos:
As condutas de fraudes, desperdícios e abusos causam na
empresa perdas de trabalhos e de recursos.
24
1. A empresa encoraja ativamente qualquer funcionário que
tenha informações a fornecê-las.
2. O funcionário pode fornecer as informações de forma
anônima sem medo de qualquer problema ou recriminação
por denuncias feitas em boa fé.
3. Existe um método seguro e bem definido para fazer tais
denuncias
Além disso, é necessário que sejam implantadas de forma permanente
as seguintes praticas:
• Respeito estrito de todas as praticas organizacionais, em especial
das que dizem respeito à documentação e a de transações.
• Treinamento apropriado e constante dos funcionários
• Definição clara das linhas de autoridade e decisão
• Criação e aplicação de um código de ética e de um manual dos
funcionários.
• Auditoria regular e independente das áreas suscetíveis a fraudes
• Garantir que os funcionários desfrutem regularmente das férias.
25
CAPÍTULO IV
SISTEMAS DE CONTROLES INTERNOS
4.1. Finalidade dos Sistemas de Controles Internos
Os controles internos têm a finalidade de fornecer uma razoável certeza
de que determinados objetivos sejam atingidos nas seguintes categorias:
• Eficiência e eficácia das operações
• Confiabilidade dos relatórios financeiros e contábeis
• Respeito das leis e normas aplicáveis
Ter um sistema eficaz de controles internos é também um dos primeiros
e mais importantes passos preventivos para se garantir contra as fraudes e
para ter capacidade de detectar problemas de forma rápida e efetiva, alem de
ser importante, em geral, para a boa administração de qualquer empresa.
Um sistema de controle interno eficaz é composto por cinco aspectos
coligados:
1. Ambiente de controle. Isso inclui fatores ambientais da
empresa, como integridade, valores éticos e competência do
pessoal e a maneira como os negócios são feitos. “A atitude e a
direção dos administradores têm uma grande influencia sobre os
ambientes” de controle de um modo geral.
2. Atividades de controle – É aquele conjunto de políticas e
procedimentos que ajudam a garantir que as diretrizes da
diretoria são implementadas e executadas de forma apropriada e
pontual. Estas políticas devem ser implementadas com cuidado,
consciência e consistência. Qualquer política não será muito útil
26
se implementada mecanicamente e sem a constante atenção das
condições para as quais foi devolvida.
3. Informação e comunicação - Qualquer informação relevante
deve ser identificada, elaborada e transmitida de maneira e com
um timing que permita às pessoas aproveitá-la e cumprir com
suas tarefas. Este aspecto de controle interno é crucial. Isso inclui
não somente os relatórios operacionais, financeiros e contábeis
produzidos pelo sistema informativo, mas também os processos
diários de comunicação entre funcionários, supervisores de
direção. É importante que as informações possam fluir ao longo
de toda a estrutura organizacional e dentro dos departamentos e
divisões.
4. Monitoramento e fiscalização. - É o processo que avalia
constantemente a qualidade e a eficiência do sistema interno de
controle. Isso pode ser feito através de sistemas contínuos de
monitoramento ou através de avaliações e auditorias internas ou
externas ou, enfim, com uma combinação dos dois métodos. O
sistema de monitoramento contínuo inclui as atividades diárias de
supervisão e direção. As auditorias podem ser regulares e
planejadas e/ou “surpresas”. Ambos os sistemas devem manter
suas atividades separadas e independentes.
27
CAPÍTULO V TIPOS DE AÇÕES DE CONTROLE ESPECÍFICOS
CONTRA FRAUDE
5.1. Ações de Combate às Fraudes Internas
Finalmente, elencamos algumas ações que entendemos ser prioritárias
na implementação de um modelo de combate a fraudes corporativas.
Ambiente ciente dos controles:
• Deixar claro que o assunto é prioritário
• Comunicar oficialmente a Política antifraude aos funcionários
• Proporcionar treinamento sobre ética e controle interno a todos os
funcionários
• Avaliar os funcionários também com base em seus resultados no
cumprimento das normas de controle interno e disciplinar
• Monitorar constantemente o andamento dos controles internos.
Autorização / aprovação (controle preventivo):
• Limitar o poder de assinatura a quem retamente tenha necessidade de
tê-lo.
• Evitar que existam situações de autorização “automática”. Sempre
revise os documentos de suporte.
• Criar regras escritas e uniformes para definir os processos de decisão e
responsabilidade.
• Incentivar para que todos os funcionários mantenham as próprias
senhas e chaves estritamente confidenciais e privativas.
28
Controle físico dos bens
• Executar inventários periódicos dos bens
• Comparar sistematicamente os inventários com os livros contábeis
• Investigar qualquer discrepância
• Estabelecer um apropriado sistema de autorizações para novas
compras.
Monitoramento (controle investigativo)
• Executar auditorias internas e externas regularmente
• Verificar com atenção todo tipo de reclamação, denuncia e boato.
• Produzir e divulgar relatórios periódicos de avaliação do cumprimento
das metas.
29
CONCLUSÃO
Toda organização é vulnerável à fraude. A maioria das empresas, ao
longo das suas vidas corporativas, enfrentará a fraude, de uma forma ou de
outra. Se as empresas sobreviverão às experiências ou emergirão mais fortes
dependerá, em última análise, das atitudes e processos internos em vigor para
responder, controlar e prevenir a fraude. Da mesma forma que baixos índices
de criminalidade não significam a aparente ausência de crimes, a ausência de
fraudes em sua organização não significa sua inexistência. A fraude, como
qualquer outro risco do negócio, pode ser eficazmente gerenciada, através de
estratégias apropriadas para sua detecção e controle.
Lidar com os conseqüentes riscos de fraude ou litígios é um dos
principais desafios que temos atualmente no setor empresarial. É preciso
apenas um grande incidente de fraude para afundar uma empresa ou arruinar
sua reputação institucional. Detecção na fase inicial e ação rápida minimizarão
quaisquer prejuízos.
Entendemos ainda que o convívio com os delitos corporativos possa ser
suavizado, desde que haja a conscientização de todos os funcionários no
exercício de práticas adequadas e rotineiras de segurança, controle e de
auditoria.
Para isso reafirmamos ser necessário que todas as áreas envolvidas
competentes trabalhem em conjunto, visto que, não há como tratar de fraudes
internas sem a interação de um conjunto de atividades, como auditoria,
contabilidade, controles, recursos humanos e segurança, para que essas áreas
da empresa conheçam o projeto e contribuam na elaboração de treinamento,
como segue:
Auditoria:
• Propor soluções para minimização de riscos. • Avaliar a eficácia dos controles internos.
30
• Propor ações corretivas e preventivas que visem fortalecer os sistemas de controle interno
Controle Interno:
• Gerir o Sistema de Controles Internos, para o cumprimento das políticas, dos objetivos empresariais e a sustentabilidade da organização.
Recursos Humanos:
• Maximizar a competência organizacional da empresa pela definição, implementação e avaliação de políticas de gestão de pessoas.
Segurança da Informação:
• Garantir a segurança da informação na empresa. • Definir políticas, diretrizes e procedimentos e padrões de segurança
da informação, inclusive em meios não eletrônicos.
Ouvidoria:
• Garantir o atendimento tempestivo e eficaz ao cliente interno e externo que reclama, sugere, elogia e denuncia, quando esgotados os demais canais.
Elaboração de conteúdo para o curso de prevenção e combate aos
delitos corporativos.
Liberação de treinamento para todos os empregados do curso de
prevenção aos delitos corporativos.
Com a internalização da cultura da prevenção à fraude interna, definição
de uma política de conseqüência e formas de combate aos delitos
corporativos, cujas ações envolvam toda a organização, é possível minimizar
os riscos de fraude.
31
BIBLIOGRAFIA
• GARCIA, Rodrigo Fernandes. Cooperativas de trabalho: fraude aos
direitos dos trabalhadores. Jus Navigandi, Teresina, a. 9, n. 817, 28 set.
2005. Disponível em:
• GOMES, Marcelo Alcides Carvalho. Uma contribuição à prevenção de
fraudes contra as empresas. 2000. Tese (Doutorado em
Contabilidade) - Faculdade de Economia e Administração, Universidade
de São Paulo, São Paulo.
• KPMG BRASIL. A fraude no Brasil - Relatório da Pesquisa 2004. São
Paulo: KPMG, 2004.
• MAGALHÃES, Antônio de Deus F; LUNKES, Irtes Cristina; MÜLLER,
Aderbal Nicolas. Auditoria das organizações: metodologias
alternativas ao planejamento e à operacionalização dos métodos e das
técnicas. São Paulo: Atlas, 2001.
• MARTIN. Rodrigo Rodriguez. Implementação de um Programa de
Prevenção a Fraude. São Paulo. Ieditora, 2002.
• PARODI, Lorenzo. Manual das Fraudes. Rio de Janeiro: Brasport,
2005.
32
WEBGRAFIA
• http://www.fraudes.org • http://www.jusnavegandi.com.br/ • http://www.kpmg.com.br/ • http://www.ey.com/global/content.nsf/Brazil/Brasil_Home
33
ÍNDICE
CAPÍTULO I CONCEITUAÇÃO DE FRAUDE .................................................. 10
1.1.O Que é Fraude? ....................................................................................... 10
1.2. Fraudes Internas ou Corporativas ....................................... 11
2.2 Tipos de Fraudes Internas ......................................................................... 12
2.2. Elementos e etapas das fraudes internas ................................................. 14
2.3.1 Alguns Exemplos Clássicos Usados Para Fraudes Internas .................. 15
CAPÍTULO II CARACTERÍSTICAS E MOTIVAÇÃO DOS
FRAUDADORES .............................................................................................. 17
2.1.Perfil do Fraudador .................................................................................... 17
CAPÍTULO III IMPLEMENTAÇÃO/ MELHORIA DE PROCEDIMENTOS
PREVENTIVOS A FRAUDES .......................................................................... 20
3.1.Quais procedimentos adotar para prevenir e combater os delitos
corporativos? 20
3.1.1 Procedimentos Internos Preventivos ...................................................... 20
3.1.2 Alguns Procedimentos Necessários a Prevenção da Fraude ................. 21
3.1.3. Implementar Políticas Antifraude .......................................................... 22
CAPÍTULO IV SISTEMAS DE CONTROLES INTERNOS ............................... 25
4.1.Finalidade dos Sistemas de Controles Internos ......................................... 25
CAPÍTULO V TIPOS DE AÇÕES DE CONTROLE ESPECÍFICOS CONTRA
FRAUDE .......................................................................................................... 27
5.1.Ações de Combate às Fraudes Internas .................................................... 27
CONCLUSÃO .................................................................................................. 29
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 31
WEBGRAFIA ................................................................................................... 32
ÍNDICE ............................................................................................................. 33
FOLHA DE AVALIAÇÃO...................................................................................34
34
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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