7/23/2019 A Guerra Hbrida Do Sculo XXI_ Sem Fronteiras Entre o Legal e o Ilegal _ Internacional _ EL PAS Brasil

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CECILIA BALLESTEROS 6 DIC 2014 - 21:29 BRST

A guerra hbrida do sculo XXI: sem

fronteiras entre o legal e o ilegalA OTAN se prepara para responder ao novo desafio lanado pelo Kremlin

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Conflitos territoriais Guerra Conflitos polticos Conflitos Histria

Da Guerra Fria guerra hbrida. Esseparece ser o trajetopercorrido pelaOTAN nos ltimosmeses deenfrentamentoscom o Kremlin, doestouro da crise daUcrnia, umconflito que osanalistas da Alianaqualificam dehbrido porqueune foras regularese no regulares,

desinformao euma pomposapresena militar emuma ofensivalimitada. Os russos

demonstraram que podem mobilizar quase um Exrcitointeiro em poucos dias, nas prprias fronteiras da OTAN.Esse o modelo que temos em mente, afirma um altocomandante militar em um encontro com jornalistas eespecialistas na sede de Bruxelas, nesta semana, durante areunio de ministros de Relaes Exteriores da

organizao.

Para alguns, o termo cunhado em 2009 pelo jornalistanorte-americano Frank Hoffman e antecipado por GeorgeKennan em 1948 to antigo como a prpria guerra. Emtodo caso, no entra na habitual definio de guerra: aconvencional (entre Estados) e a assimtrica (um Exrcitocontra uma guerrilha). Trata-se de uma fuso de soldadoscom e sem uniforme, paramilitares, tticas terroristas,ciberdefesa, conexes com traficantes de drogas,insurgncia urbana e fuzis AK-47. uma combinao demeios e instrumentos, do previsvel e do imprevisvel. No

INTERNACIONAL

Um protesto armado avana em Kiev, no dia 20 de fevereiro.

/ LOUISA GOULIAMAKI (AFP)

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h fronteiras entre o legal e o ilegal, entre a violncia e ano violncia. No h uma distino real entre guerra epaz, diz Flix Arteaga, pesquisador de Segurana e Defesado Real Instituto Elcano.

a guerra de Putin. A que opresidente russo leva a cabo naUcrnia e as operaes que realizou ao longo deste ano,como os 400 voos de seus avies sobre o espao areo dos

pases blticos e o Mar Negro, o misterioso episdio dosubmarino russo frente s costas suecas ou a ainda maismisteriosa derrubada do avio malaio no leste da Ucrniaem julho. Todas essas aes alarmaram os antigosmembros do Pacto de Varsvia ou da extinta UnioSovitica. No queremos um conflito com Moscou,repetiu nestes dias o novo secretrio-geral da OTAN, JensStoltenberg. A Rssia s quer ser levada a srio omantra da Aliana para reduzir a tenso, e seusespecialistas rechaam um ataque direto do Kremlin contraum aliado ou uma guerra quente. A OTAN no cogita um

enfrentamento, mas a dissuaso. A resposta guerrahbrida da Rssia no pode ser uma guerra hbrida daOTAN, assegura Andrs Ortega, tambm analista doElcano.

Que a Aliana, criada precisamente em 1949 para fazerfrente ao bloco sovitico, leva muito a srio o que percebecomo uma nova ameaa russa prova a criao de uma forade ao imediata para aumentar o apoio Europa do Leste.Noruega, Alemanha e Holanda j deram o sim participao nesse contingente, embora os detalhes aindasero confirmados em uma reunio em fevereiro. Enquanto

isso, a organizao reforou sua presena com tropas eequipes militares na regio: o Reino Unido acaba derealizar manobras na Polnia e, desde janeiro, os EUA tm50 blindados Abrams e Bradley mobilizados em soloalemo, territrio que abandonou em abril de 2013 quandoo ltimo tanque norte-americano, vestgio da Guerra Fria,saiu do pas. A OTAN tambm aumentou suas patrulhasareas nos pases blticos e projeta manobras militares para2015 em sua fronteira oriental.

Alm dessas iniciativas, os comandantes da Aliana

continuam avaliando como articular uma resposta rpida,eficaz e no apenas blica aos desafios insuspeitados quevm do Leste. O custo desse novo enfoque, assim como adiviso do esforo econmico entre seus 28 membros, sohoje a principal preocupao na capital europeia. A defesano pode ser barata no sculo XXI, advertiu o secretrio deestado norte-americano John Kerry em sua visita aBruxelas na tera-feira. Todos os pases devem aumentarseu oramento.

Suas palavras so um velho desejo de Washington, masuma nova mobilizao militar parece muito difcil no

http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/18/opinion/1413655633_423343.html

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contexto europeu de crise econmica e crescentes cortes degastos de defesa por parte de quase todos os Estadosmembros da Aliana que, embora comprometidos acontribuir com 2% do PIB durante dez anos, continuamdeixando que os EUA paguem a maior parte da conta.Outra questo se a inteno de que a nova fora tenha

bases permanentes em 2016 no Leste da Europa, a zonamais exposta, no aumentar as por si mesmas jdeterioradas relaes entre Moscou e o Ocidente,especialmente com a Alemanha, que em 1997 assinou umacordo para que no houvesse tropas militares estacionadasnas regies orientais.

Com o passar do tempo, a Aliana quer olhar para umpouco mais longe, para a Gergia, Moldvia e inclusive paraa China, envolvida em sua prpria guerra hbrida complataformas petrolferas construdas em zonas em disputa,navios que disparam contra embarcaes vietnamitas euma ofensiva para a conquista de mercados. Pequimchama isso de guerra irrestrita, diz Arteaga. Eles tm

pacincia estratgica, ns no.Nessa nova partida de xadrez que se joga no tabuleiromundial e que pegou a OTAN de surpresa, semprependente de sua modernizao estratgica, h um bispo queno pode ficar de fora: a ameaa jihadista no flancomediterrneo, uma preocupao para Frana e Espanha euma regio na qual h manobras previstas para 2015.Putin entende nossas fraquezas. O importante no ganhar a batalha no terreno, mas que o outro se renda, porpresso de sua opinio publica. Ele joga para dividir, diz

Arteaga. 65 anos depois, o velho inimigo volta a ser o

desafio do futuro.

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