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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI ZOOLOGIA DOS VERTEBRADOS GUARULHOS SP

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

ZOOLOGIA DOS VERTEBRADOS

GUARULHOS – SP

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4

2 ANIMAIS VERTEBRADOS ......................................................................................... 5

2.1 Origem e evolução ........................................................................................................ 5

2.2 Características gerais................................................................................................... 7

3 CLASSE REPTILIA ....................................................................................................11

3.1 Origem, evolução e classificação .............................................................................11

3.2 Características Gerais e Distribuição Geográfica ..................................................15

3.3 Biologia de Répteis .....................................................................................................20

3.4 Reconhecimento de Serpentes ................................................................................24

4 AVES ............................................................................................................................28

4.1 Características gerais e adaptativas, morfofisiologia, reprodução e ecologia ..28

4.2 Reprodução em aves .................................................................................................35

4.3 Ecologia das aves .......................................................................................................38

5 RÉPTEIS E AVES DE IMPORTÂNCIA NA AGRICULTURA ..............................40

6 MAMÍFEROS ...............................................................................................................44

6.1 Origem, evolução e classificação .............................................................................44

6.2 Classificação ................................................................................................................45

6.3 Características Gerais ................................................................................................47

6.4 Tegumento Mamaliano ..............................................................................................50

6.5 Alimento e Alimentação .............................................................................................53

6.6 Evolução Humana.......................................................................................................56

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................59

7.1 Bibliografia básica .......................................................................................................59

7.2 Bibliografia complementar .........................................................................................59

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O grupo educacional Faveni, esclarece que o material virtual é semelhante ao da

sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno

se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta,

para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse

aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta.

No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão

ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo

hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da

nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à

execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da

semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável,

porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ANIMAIS VERTEBRADOS

2.1 Origem e evolução

A compreensão dos princípios e processos evolutivos é essencial para a

compreensão da diversidade dos vertebrados, já que está diversidade é o resultado

direto da evolução. Atualmente, existem 54.000 espécies de vertebrados viventes

que variam em tamanho desde um grama a mais de 100.000 quilos e vivem em

habitats que vão do fundo dos oceanos ao topo das montanhas. Esta diversidade é

produto do intrigante e complexo processo evolutivo. Os rumos da evolução dos

vertebrados têm sido em grande parte, moldados pela deriva continental, teoria

segundo a qual massas continentais têm se deslocado na superfície da Terra.

Compreender está diversidade requer um conhecimento da filogenia dos

vertebrados, e também de quando, onde e sob quais condições cada grupo se

originou.

Os primeiros vertebrados apareceram no registro fóssil durante o Paleozoico

inferior, período em que os continentes estavam fragmentados. Há cerca de 300

milhões de anos, os continentes eram unidos e formavam um único grande

continente chamado Pangeia, o qual começou a fragmentar-se para o norte dando

origem aos continentes atuais. Este padrão de fragmentação - coalescência -

resultou no isolamento dos grandes grupos de vertebrados em uma base mundial.

Em escala continental, o avanço e a retração de geleiras durante o Pleistoceno

fizeram com que habitats homogêneos se dividissem e fundissem repetidamente,

isolando populações de espécies amplamente distribuídas, levando à evolução de

novas espécies. (STORER, 2003)

Este período extremamente longo de condições climáticas constantes

promoveu grande produtividade e favoreceu o surgimento de muitas formas de vida.

A tabela abaixo nos ajuda a visualizarmos melhor a subdivisão do tempo, desde as

origens da Terra (aproximadamente de 4,6 bilhões de anos), até os nossos dias,

usando fenômenos geológicos (Deriva Continental, Glaciações, etc.) e biológicos

para caracterizar os diferentes intervalos.

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Fonte: www. Adaptada de ISMAELJS (2013).

Fonte: www. Adaptada de ISMAELJS (2013).

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Segundo Papavero (1994), a nomenclatura utilizada para nomear

cientificamente as espécies dos seres vivos é a binominal, formalizada por Carolus

Linnaeus, um naturalista sueco do século XVIII. Chama-se binominal porque o nome

de cada espécie é formado por duas palavras, o nome do gênero e o restritivo

específico, normalmente um adjetivo que qualifica o gênero. O nome relativo ao

gênero deve ser um substantivo simples ou composto, escrito com inicial maiúscula.

O nome relativo à espécie deve ser um adjetivo escrito com inicial

minúscula. Classificar os vertebrados é uma tarefa extremamente difícil, pois levam

em consideração as relações evolutivas entre as espécies incorporando

informações filogenéticas.

Todos os métodos de classificação dos organismos são baseados nas

similaridades das espécies e na conservação de caracteres ancestrais que não dão

informações necessárias sobre as linhagens evolutivas. A aplicação desses

princípios produz grupos zoológicos que podem refletir a história evolutiva tão

apuradamente quanto se possa discerni-los e constituir a base para a formulação

de hipóteses sobre a evolução. Como vimos à diversidade dos vertebrados é

imensa. Porém, é importante lembrarmos que o homem tem sido o grande

responsável pelo declínio na diversidade de vertebrados (e de outras formas de

vida). As principais ameaças para a sobrevivência continuada de espécies de

vertebrados incluem a destruição de habitats, poluição e caça. Assim, o

conhecimento sobre vertebrados é essencial para a conservação da biodiversidade

do nosso planeta.

2.2 Características gerais

Dentro do grupo dos vertebrados, existem diversos tipos de animais com

características peculiares que os difere uns dos outros. No entanto, todos

compartilham uma mesma característica: a de cordados-vertebrados. Compartilhar

as mesmas características significa que as espécies pertencentes ao grupo,

evoluíram a partir de um ancestral e algumas destas características são:

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Endoesqueleto: cartilaginoso ou ósseo consiste no crânio, na coluna

vertebral e em dois pares de membros, embora alguns grupos como as cobras e as

baleias, os membros estejam ausentes ou apenas na forma vestigial. O esqueleto

dá suporte ao organismo durante o crescimento e, por essa razão, a maioria dos

vertebrados são de maiores dimensões que os invertebrados.

Segundo Pough (1999), os vertebrados também já foram anteriormente

chamados de Craniata devido ao fato do crânio e o encéfalo tripartido, ter evoluído

antes da coluna vertebral. Existem dez sistemas de órgãos que estão envolvidos

nas funções vitais de todos os vertebrados que formam a morfologia fundamental

dos vertebrados.

São eles:

Sistema Tegumentar: Auxilia na proteção contra injúrias, na

prevenção da perda de água e consequentes efeitos nos tecidos.

Participa na regulação e troca de matéria e energia entre o

organismo e o ambiente. Os órgãos sensoriais são, em parte,

derivados do tegumento. A visão nos vertebrados passa a ser bi

ocular, o que possibilita a noção de profundidade.

Sistema Esquelético: Proporciona um local de inserção para

músculos e tendões, recobre e protege órgãos vitais e armazena

mineral.

Sistema Muscular: Permite o movimento do corpo e suas partes, é

responsável pela manutenção da postura e dos transportes internos

(movimento dos alimentos através do trato digestório, de sangue nos

vasos, da bile e vesícula biliar, de urina e dos rins, de fezes do canal

alimentar). Responsável também pelos ajustes homeostáticos (como

abertura das pupilas, vasos sanguíneos e do ânus).

Sistema Digestório: Captura e desintegração físico-química do

alimento, absorção, desintoxicação, armazenamento e liberação

controlada dos produtos da digestão e do metabolismo.

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Sistema Circulatório: Transporte, formação e armazenamento de

células sanguíneas, transporte de oxigênio e de materiais para

dentro e fora das células, defesa e funções imunogênicas. Surge um

coração com pelo menos três câmaras. O seio venoso agora fica fora

do coração e há a presença de hemoglobina no sangue e de válvulas

no coração que impedem o refluxo sanguíneo.

Sistema Respiratório: Troca de gases entre o organismo e o seu

ambiente (água ou ar).

Sistema Excretor: Excreção de produtos tóxicos e resíduos de

metabolismo, manutenção de um equilíbrio apropriado de água,

manutenção de concentrações apropriadas de sais e demais

substâncias no sangue, manutenção de um adequado equilíbrio

ácido-base nos fluidos corpóreos

Sistema Reprodutor: Responsável pela produção de novos

indivíduos da mesma variedade biológica e produção de hormônios.

Sistema Endócrino: Regulação das atividades do corpo através de

substâncias químicas (hormônios) transportadas pelo sangue

Sistema Nervoso: Surgem os neurônios que permitem resposta

rápida (POUGH,1999).

Não há registro fossilífero intermediários entre os vertebrados antigos

conhecidos, o que faz com que evidências indiretas sejam usadas para se inferir as

relações evolutivas entre vertebrados e outros animais. A maioria dos grupos de

invertebrados já foi classificada como antecessores dos vertebrados. Isso porque o

vertebrado ancestral não é muito diferente de invertebrados superiores, como os

moluscos, anelídeos e artrópodes. A simetria de um ancestral hipotético seria

bilateral com extremidades definidas em cabeça e cauda. A organização interna

seria de um tubo dentro de um tudo, com os órgãos principais acomodados dentro

de uma cavidade do corpo, conhecida como celoma. (BRUSCA, 2007)

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Fonte: www.mundoeducacao.com.br

A hipótese mais provável admite que a evolução dos cordados ocorra a partir

dos equinodermos, uma vez que suas formas larvais são extremamente parecidas.

Além disso, tanto os equinodermos como os cordados são deuterostomados, isto é,

forma boca que se forma por meio de uma invaginação ectodérmica (HICKMAN,

2004)

Acredita-se que o ancestral dos echinodermatas, chordata e filos

relacionados foi um organismo com fase adulta séssil ou semiséssil e fase larval

capaz de dispersão. Em 1928, W. Garstang propôs uma teoria onde defendeu a

ideia de que o ancestral dos cordados seria realmente um animal de vida séssil ou

semiséssil com aparelho externo de coleta de alimento (chamado lofóforo). A larva

seria ciliada e bilateralmente simétrica. É esta teoria é a mais aceita no meio

científico. Muitas outras hipóteses já foram propostas e não existe uma resposta

definitiva. O que podemos aprender a partir das várias filogenias propostas para as

origens dos vertebrados é a importância de se combinar uma ampla variedade de

fontes de informação. É crucial que qualquer filogenia seja baseada no maior

número possível de evidências e a biologia fornece recursos para tanto em suas

diversas áreas: embriologia, biologia molecular, morfologia, fisiologia, química,

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histologia, técnicas modernas de classificação e paleontologia. Retrocedendo na

história evolutiva, os cordados são mais aparentados aos echinodermata e certos

grupos de lofoforados que em relação a qualquer outro filo de invertebrados. Os

primeiros animais que podem ser chamados de vertebrados provavelmente

evoluíram nos mares do cambriano. Embora esta sequência de eventos não

constitua a história comprovada das origens dos vertebrados, ela é um bom

exemplo de como os biólogos elaboram hipóteses evolutivas a partir de estudos

comparados de animais fósseis e atuais.

3 CLASSE REPTILIA

3.1 ORIGEM, EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Segundo Papavero (1994), a era mesozoica é frequentemente chamada de

a Era dos Répteis. Os répteis surgiram a partir de ancestrais anfíbios. Hoje são

conhecidas por volta de 6.000 espécies viventes que incluem os lagartos, serpentes,

tartarugas, jabutis, crocodilos, jacarés e a tuatara da Nova Zelândia. Das 16 ordens

conhecidas, apenas quatro sobreviveram à extinção dos dinossauros. Os répteis

têm sua origem datada do final do Carbonífero. Sua evolução coincidiu com a

grande expansão dos insetos alados e com o aumento em quantidade e diversidade

de espécies vegetais terrestres.

Acredita-se que os primeiros répteis eram de pequeno porte, semelhantes,

quanto à forma, a um lagarto. Os répteis constituem o primeiro grupo de vertebrados

adaptados à vida em lugares secos. A pele, antes fina e úmida dos anfíbios, agora,

nos répteis, é seca e córnea. As escamas presentes resistem à perda de umidade

do corpo facilitando a vida em terra num ambiente seco. Uma característica

extremamente importante da classe Reptilia é o surgimento do ovo amniótico. O ovo

possui uma casca dura externa que impede a dissecação do embrião e um conjunto

de membranas que protegem o embrião em desenvolvimento, permitindo as trocas

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gasosas com o meio. A albumina confere proteção mecânica e constitui um

reservatório de água e proteína.

O vitelo fornece energia necessária ao desenvolvimento do embrião. As

membranas são: o córion, que rodeia o embrião, âmnion, que é um saco que

circunda o embrião que está imerso no líquido amniótico e a alantoína, uma

membrana entre o córion e o âmnion que armazena os produtos do metabolismo do

embrião. Os embriões dos répteis, aves e mamíferos se desenvolvem dentro do

âmnion. Deste modo, diferentemente dos anfíbios, os répteis não dependem mais

da água ou de ambientes úmidos para sobreviverem. Os vestígios dos répteis mais

primitivos foram encontrados no início do Carbonífero Superior em troncos de

árvores fósseis. Os répteis arcaicos são designados de Anapsideos (subclasse

Anésia).

Neste tempo geológico, já havia vestígios dos répteis de uma linhagem

precursora que viria a originar os mamíferos no Triásico (subclasse Sinapsida). A

subclasse Diapsida reúne a maior parte dos répteis vivos e extintos. No final do

Triássico, os Sinapsídeos já haviam desaparecido e as duas grandes linhagens dos

Diapsídeos começaram a prosperar e a diversificar-se. O primeiro grupo inclui a

maioria dos répteis hoje vivos, as tuataras, os lagartos, serpentes e as cobras-de-

duas-cabeças. O segundo, dos Arcossauros, inclui os já extintos dinossauros e os

crocodilos, únicos representantes atuais dessa linhagem. Os quelônios

(representados pelas tartarugas) possuem características únicas, o que faz supor

que tenham se separado dos répteis primitivos no início da evolução dos répteis.

De qualquer modo, as tartarugas ainda são inclusas na subclasse dos Anapsídeos,

a parda maior parte dos répteis conhecidos primitivos. Os répteis atuais são

representados por quatro ordens: Testudinata, Crocodilia, Rhyncocephalia e

Squamata (POUGH, 1999).

ORDEM TESTUDINATA

O grupo tem cerca de 300 espécies e é formado pelas tartarugas marinhas e

de água doce, pelos cágados, que vivem em água doce, e os jabutis, que vivem em

terra firme. O casco é o caráter distintivo do grupo. São duas conchas ósseas, uma

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carapaça dorsal e um plastrão ventral ligados lateralmente. As tartarugas são tão

especializadas que nenhum estado de caráter intermediário que as ligue aos outros

vertebrados pode ser identificado. O pescoço é retrátil (com exceção das tartarugas

marinhas) e os dentes ausentes. As mandíbulas são bem desenvolvidas e a língua

não é extensível. Os testudinatas têm vida longa, os jovens não atingem a

maturidade antes dos sete anos de idade e os adultos podem viver até 14 anos ou

mais.

ORDEM CROCODILIA

É a ordem de répteis que inclui os crocodilos, jacarés e o gavial. São os

maiores vertebrados que habitam a Terra e são conhecidas 23 espécies. O corpo

destes animais é longo e a cabeça é comprida e grande. Possuem mandíbulas e

maxilas poderosas com numerosos dentes cônicos. Os dedos têm garras e entre

eles há uma membrana natatória que auxilia o deslocamento na água. Todos têm

algumas características em comum, como poderosas mandíbulas e pele grossa,

mas a principal característica que os difere das demais ordens é a presença de um

coração com quatro câmaras. Os crocodilos habitam rios e lagos de água doce.

Poucas espécies vivem no mar. São considerados animais semiaquáticos, pois

quando não estão dentro da água estão próximos a ela. Os filhotes começam a

vocalizar antes de terem emergidos completamente dos ovos. As vocalizações são

intensas e estimulam um ou ambos os pais a escavar o ninho, usando as patas e

maxilas, para retirar os filhotes. Os crocodilos jovens permanecem perto da mãe por

um período considerável dois anos para o jacaré americano. Mas não são

dependentes dos pais para a nutrição, os filhotes são capazes obter o próprio

alimento logo após terem eclodido do ovo. (HILDEBRAND, 2006).

ORDEM RHYNCHOCEPHALIA

Essa ordem reúne apenas duas espécies restritas à Nova Zelândia,

conhecidas como tuataras. O nome tuatara quer dizer espinho no dorso (possuem

uma fileira mediano dorsal de espinhos baixos) e é considerada uma espécie

ameaçada. As tuataras apresentam características mistas entre lagartos, tartarugas

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e aves. São terrestres e habitantes de regiões frias por não suportarem

temperaturas acima dos 27ºC. Os adultos são noturnos e os jovens diurnos, por

serem uma das presas favoritas das tuataras adultas. Podem chegar aos cem anos

de vida e crescem continuamente até aos 35 anos de vida.

ORDEM SQUAMATA

Representada pelos lagartos, serpentes e cobras-de-duas-cabeças. Cerca

de 95% dos répteis atuais pertencem aos Squamata, sendo 98% cobras e lagartos.

Possuem pele com escamas ou placas epidérmicas córneas. Os lagartos pertencem

à subordem Lacertilia. São conhecidas por volta de 3.300 espécies que variam em

tamanho desde as diminutas lagartixas, com apenas 3 cm de comprimento, até o

dragão-de-Komodo, que na maturidade atinge cerca de 3 m de comprimento. Cerca

de 80% dos lagartos pesam, quando adultos, menos de 20 gramas e a grande

maioria alimenta-se de insetos. Possuem quatro patas, pálpebras nos olhos, e

ouvidos externos. Alguns tipos de lagarto são capazes de regenerar patas

perdidas. Muitas espécies são arborícolas e as mais especializadas são

frequentemente achatadas lateralmente. O registro fóssil dos Squamatas é

bastante incompleto durante a metade do Mesozoico. Os principais grupos de

lagartos provavelmente divergiram por volta do final do Jurássico. A mais antiga

serpente conhecida é do Cretáceo superior. As cobras-de-duas-cabeças são

conhecidas do Paleoceno, mas provavelmente originaram-se mais cedo.

(PAPAVERO, 1994).

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Fonte: www.animais.culturamix.com.br

As serpentes pertencem à subordem Ophidia

As cobras apresentam corpo longo e são desprovidas de pernas, pés,

abertura dos ouvidos e bexiga urinária. Possuem olhos que não se movem, cobertos

por escamas transparentes e sem pálpebras; A língua é delgada, bífida e protrátil.

Os dentes são delgados e cônicos e estão presentes na mandíbula, maxilas e no

teto da boca. As cobras-de-duas-cabeças pertencem à subordem Amphisbaenia. O

nome cobra-de-duas-cabeças foi dado a estes animais por terem a cauda

arredondada, mais ou menos no mesmo formato da cabeça. Os olhos são bem

pequenos e ficam cobertos por uma pele sendo praticamente imperceptíveis ao

observador, por isso são também chamadas de cobras-cegas. (BRUSCA, 2007)

3.2 Características Gerais e Distribuição Geográfica

Segundo Storer (2003), os répteis desenvolveram uma série de

características fundamentais para que pudessem habitar superfícies mais secas e

até mesmo áridas. Entretanto, por serem animais ectotérmicos (como os peixes e

anfíbios), isto é, a temperatura do corpo acompanha a do meio ambiente, os répteis

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habitam preferencialmente lugares quentes, não sobrevivendo em ambientes de

baixas temperaturas. Por esta razão, são muito comuns em regiões tropicais e

subtropicais da África, Ásia, Austrália e Américas, onde temperaturas mais altas e

a grande oferta de alimento lhes permitem desenvolver-se.

Pele

A pele dos répteis é seca e córnea, desprovida de glândulas mucosas. É

revestida por um escudo, nas tartarugas, por placas ósseas, nos crocodilos, ou

ainda por escamas, nas serpentes. Esse tipo de proteção é extremamente

importante, pois evita que o animal perca água para o meio externo, facilitando sua

vida em lugares secos. A impermeabilização da pele é conseguida graças à

epiderme que produz intensamente queratina. Nas serpentes e nos lagartos a pele

muda em intervalos regulares. Antes da muda, as células da epiderme produzem

nova cutícula sob a anterior. A pele revestida de placas ósseas dos crocodilos

funciona como uma armadura ou exoesqueleto, que cresce junto com ele, sem ser

trocado.

Sistema Esquelético

A ossificação do crânio dos répteis é maior do que a dos anfíbios. O

esqueleto é bem ossificado e a articulação esqueleto à coluna vertebral é feita por

um só côndilo occipital. As tartarugas não possuem dentes, mas apresentam um

bico córneo. Em todos os demais répteis, os dentes estão presentes (STORER,

2003).

Sistema Muscular

A maioria dos répteis é capaz de realizar movimentos maiores da coluna

vertebral. Os membros desenvolvem-se se adaptando à locomoção num meio

terrestre. Geralmente, possuem dois pares de membros, cada um com cinco dedos

e unhas córneas, adaptados para correr, trepar e rastejar. As cobras não têm

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membros e cinturas, mas movem-se ou nadam com desenvoltura por ondulações

laterais do tronco e cauda.

Sistema Circulatório

O sistema circulatório é mais eficiente do que o dos anfíbios. O coração da

maioria dos répteis apresenta um sínus, dois átrios e dois ventrículos

incompletamente separados, salvo nos crocodilianos em que a separação é

completa. A circulação dos répteis é dupla e incompleta, como nos seus ancestrais,

os anfíbios. Dentro do coração, os dois tipos de sangue (oxigenado e desoxigenado)

não se misturam, mas ocorre alguma mistura em outras partes do sistema

circulatório. Os répteis possuem hemácias elípticas e nucleadas.

Sistema Digestivo

Os répteis apresentam boca com dentes (exceto nas tartarugas), língua

protrátil bem desenvolvida nos lagartos e cobras e não estendida nos crocodilianos

e tartarugas, esôfago bem dilatado, estômago (com moela, nos crocodilianos),

intestino delgado e grosso, terminando em cloaca. Apresentam ainda glândulas

salivares, fígado e pâncreas. Os répteis terrestres possuem glândulas orais

desenvolvidas que auxiliam a umedecer o alimento seco a fim de reduzir a fricção

durante a deglutição. Estas glândulas orais incluem as glândulas palatinas, as

labiais, as linguais e as sublinguais. As glândulas venenosas dos répteis originam-

se destas glândulas orais. De um modo geral, os répteis se alimentam poucas

vezes, mas quando o fazem, ingerem grande quantidade de alimento. Possuem

digestão lenta e seu suco digestivo é forte, digerindo até os ossos de suas presas.

Os répteis podem ser herbívoros ou carnívoros. (STORER, 2003)

Sistema Respiratório

A respiração é exclusivamente pulmonar. Os pulmões são mais complexos e

eficientes nas trocas gasosas do que o dos anfíbios, pois possuem um maior

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número de câmaras internas e alvéolos. Nas cobras, o pulmão direito é atrofiado.

Podem ocorrer sacos aéreos em conexão com os pulmões, funcionando como

reserva de ar, durante a deglutição, evitando uma interrupção na respiração. Nos

répteis em geral, a respiração consiste numa verdadeira inspiração e expiração, em

consequência da dilatação do tórax por movimento das costelas. Nas tartarugas,

onde não existe a possibilidade de expansão do corpo, a inspiração ocorre pelos

movimentos do pescoço. Nos quelônios aquáticos, há uma respiração auxiliar, feita

por meio de sacos cloacais, daí a razão da tartaruga poder permanecer bastante

tempo debaixo da água.

Sistema Excretor

Os rins funcionais dos répteis, como os das aves e mamíferos, são do tipo

metanefricos. Não há bexiga nos ofídeos e crocodilianos. O produto final da

excreção é o ácido úrico, cujo grau de toxicidade é menor que o da amônia e ureia.

Nos quelônios aquáticos, a excreção é uma mistura de ureia e ácido

úrico. Lembremos que a excreção do ácido úrico está relacionada ao

desenvolvimento do ovo com casca, onde os excretas nitrogenados do embrião

devem ficar armazenados de forma a não o intoxicar, a não ocupar muito espaço

interno e não utilizar muito água que é escassa. A transformação dos excretas em

ácido úrico diminui a toxidez e permite o armazenamento temporário na vesícula

extraembrionária chamada alantoide, que como os outros anexos embrionários, é

descartável no final do desenvolvimento. O aparecimento de um sistema excretor

mais eficiente, provavelmente, se deu para satisfazer as exigências impostas pela

maior atividade metabólica destes animais. (STORER, 2003)

Sistema Nervoso

Pela primeira vez nos vertebrados, aparecem 12 pares de nervos cranianos.

Nos répteis também ocorre a mudança do centro nervoso: do encéfalo médio para

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o cérebro. Isto ocorre porque os hemisférios cerebrais aumentam em tamanho a

partir dos répteis, aumentando o número de células nervosas também.

Sistema Reprodutor

Os répteis são animais de sexos separados (a jararacailhoa, uma exceção,

é hermafrodita). Possuem fecundação interna e desenvolvimento direto. A maioria

dos répteis é ovípara e esconde seus ovos no solo, areia, leito de folhas, onde o

calor do ambiente ajuda a incubá-los, buracos em madeiras ou paredes. O

desenvolvimento embrionário ocorre inteiramente no interior de um ovo dotado de

casca protetora, calcária porosa, que permite a ocorrência de trocas

gasosas. Algumas espécies de cobras e lagartos retêm seus ovos no oviduto, onde

os embriões se desenvolvem usando a reserva vitelínica; são, portanto,

ovovivíparos. O genital masculino apresenta um par de testículos, epidídimo,

canais deferentes e órgão copulador: pênis nas tartarugas e nos crocodilos; hemi-

pênis em cobras e lagartos. O genital feminino apresenta um par de ovários e

ovidutos, formando o útero. (STORER, 2003)

Órgãos dos Sentidos

A partir dos répteis, há uma inovação no mecanismo de acomodação focal.

Nos vertebrados inferiores, a acomodação da visão (perto/longe) é realizada

através do movimento do cristalino para frente e para trás. Nos répteis e demais

amniotas, a acomodação é efetuada não pelo movimento do cristalino, mas sim pela

mudança de sua forma (curvatura de sua superfície). Quando o cristalino está em

repouso, o animal enxerga de longe. Quando em compressão, enxerga de perto. A

compressão é realizada pelos músculos do corpo ciliar que por distenção

comprimem o cristalino tornando maior a sua curvatura e, assim, possibilitando a

visão de perto. Nas tuataras e em muitos lagartos, encontra-se o olho pineal (ou

olho parietal) com componentes em forma de lente e retina. A função do olho pienal

permanece obscura. Há evidência, contudo, que, nos lagartos, ele registre

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radiações solares e, via secreção hormonal, influencie o comportamento

termorregulador expondo o animal à luz do sol. É possível também que o complexo

pineal exerça alguma função no controle da reprodução.

Há uma considerável variação na estrutura do ouvido dos répteis. Cobras

não possuem ouvido médio, a columela é ligada ao quadrado e é por este que o

animal recebe vibrações do solo. As tartarugas são surdas. A estrutura do ouvido

dos lagartos é quase a mesma dos anfíbios. Somente a logena é maior e a colulema

é formada por dois ossículos. Os órgãos da linha lateral inexistem nos répteis e em

outros amniotas. As serpentes apresentam um órgão importante no rastrear de

presas, é o órgão de Jacobson, um quimioreceptor situado na boca. A língua das

cobras recolhe partículas olfativas e enfia no órgão de jacobson, também chamado

órgão vomeronasal. Em uma única família de cobras, Viperidae, encontra-se a

fosseta lacrimal, muito sensível aos raios infravermelhos – é um termo receptor.

Deste modo, podemos dizer que características como a impermeabilização da pele,

a respiração pulmonar, a economia de água pela urina, a fecundação interna, os

ovos com casca e os anexos embrionários (córion, âmnion e alantoide) tornaram a

maioria dos répteis bem adaptados ao meio terrestre, mesmo em habitats muito

áridos (STORER, 2003).

3.3 Biologia de Répteis

Ambientes e Habitat

A maioria das tartarugas é marinha e apresentam corpo mais achatado em

relação aos jabutis; o que reflete uma adaptação à vida aquática. Os cágados, que

também vivem dentro da água, têm a mesma forma corpórea das tartarugas. Já os

jabutis, que são terrestres, apresentam um corpo mais espesso e suas pernas são

mais cilíndricas. Os crocodilos são encontrados em águas salgadas e podem medir

até 7 m de comprimento. O focinho é curto, estreito e pontudo. Os jacarés podem

atingir 5 m de comprimento. Possuem focinho curto, largo e arredondado e habitam

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21

as águas doces. As gavias medem até 6m e possuem focinho muito fino e alongado,

de modo que estes animais mordem de lado.

Fonte: www.vivernatural.com.br

Todos os crocodilos apresentam narinas superficiais no topo do rosto e um

palato falso que conduz o ar até a extremidade posterior da boca. Como passam a

maior parte do tempo na água (ou muito próximos a ela) possuem especializações

para uma vida aquática. Na base da língua, existe um tabique que impede a entrada

de água na garganta permitindo que os crocodilianos respirem, quando imersos na

água, apenas com a superfície superior do rosto à superfície. Os lagartos ocupam

habitats que variam de pântanos a desertos; são animais facilmente adaptáveis.

Muitas espécies são arbóreas, como o camaleão (Chamaeleonidae). As espécies

com membros reduzidos ou sem pernas estão associadas a um habitat de

vegetação baixa e densa. (POUGH, 1999)

Locomoção

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22

A morfologia do casco dos quelônios reflete a ecologia da espécie: os jabutis

possuem cascos em forma de cúpula e pés semelhantes ao dos elefantes. As

espécies de menor tamanho apresentam adaptações à escavação, como as jabutis

toupeiras e possuem pés em forma de pá. Já as formas aquáticas possuem

carapaças baixas que oferecem pequena resistência ao deslocamento na água e

membros adaptados para a natação (em forma de remo). Algumas tartarugas

aquáticas possuem casco muito leve para reduzirem o peso dentro da água, e

possuem pés achatados e alargados, em forma de barbatana que auxiliam no

deslocamento dentro da água conferindo maior velocidade à natação. Entre os

dedos dos crocodilos há uma membrana natatória que auxilia o deslocamento

dentro da água. As cobras possuem formato do corpo bastante especializado. As

terrestres têm olhos grandes e são alongadas; as escavadoras são curtas e fortes,

com cabeças largas, cauda pequena e olhos pequenos; as formas arbóreas são

extremamente longas o que permite distribuir o seu peso em comprimento e enrolar-

se em ramos muito pequenos sem os partir.

Alimentação e Hábito alimentar

A grande maioria dos répteis são carnívoros e oportunistas. Lagartos,

tartarugas, crocodilos e muitas cobras capturam a presa com a boca e mastigam ou

a engolem por inteiro. As tartarugas não possuem dentes, mas apresentam um bico

córneo forte que serve para apanhar as presas (pequenos invertebrados) ou

arrancar pedaços de plantas. As tartarugas terrestres são herbívoras alimentando-

se de materiais vegetais os lagartos de grande porte, como os iguanas, são

herbívoros. Os demais ingerem pequenos invertebrados, sobretudo artrópodes,

como as aranhas e os insetos. Os padrões de atividade dos lagartos variam de

espécies extremamente sedentárias, que passam horas em determinado local, até

espécies que estão em quase sempre em movimento. Lagartos com modos

diferentes de forrageio utilizam diferentes métodos de detecção de presas (POUGH,

1999).

As cobras são carnívoras e desenvolveram métodos mais sofisticados para

conseguirem alimento: possuem glândulas de veneno e picam suas vítimas com

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23

rapidez, injetando nelas poderosas toxinas, matando-as ou paralisando-as. Todas

as cobras produzem veneno num par de glândulas salivares modificadas, mas nem

todas são capazes de inoculá-lo (por isso, costuma-se separá-las em peçonhentas

e não-peçonhentas). As cobras constritoras, como a píton e as jiboias, capturam

suas presas de uma outra maneira: esmagam suas presas até a morte, antes de

engoli-las, enrolando-se em anéis ao redor do animal, impedindo-o de respirar. A

frequência com que os répteis se alimentam está relacionada à disponibilidade de

alimento e a necessidade de energia que o animal requer. Os lagartos, por exemplo,

comem várias vezes ao dia e as cobras alimentam-se com menos frequência. As

cobras são capazes de engolirem presas muito maiores do que elas mesmas. Isso

se deve ao fato dos ofídios possuírem uma articulação extremamente flexível das

mandíbulas e um esqueleto flexível que permite não só a distenção do corpo como

complexos movimentos de locomoção.

Reprodução e Cuidado parental

Durante as interações sociais, os testudinatas empregam sinais táteis,

visuais, olfativos e auditivos. Todas as espécies e quelônios depositam ovos, mas

nenhuma apresenta cuidado parental. Todas as tartarugas são ovíparas e colocam

um número variável de ovos. A temperatura do ninho afeta a taxa de

desenvolvimento embrionário e o sexo do filhote. Quanto menor a temperatura,

maior a probabilidade de machos e maiores temperaturas favorecem o

desenvolvimento de fêmeas. (PAPAVERO, 1994)

A mudança de um sexo para o outro ocorre dentro de um intervalo de 3º a

4ºC.As tartarugas marinhas migram até milhares de quilômetros entre suas áreas

de alimentação e suas praias de nidificação, mas, infelizmente, os mecanismos de

navegação utilizados por elas são em grande parte desconhecidos. Todas as

espécies de crocodilos apresentam algum tipo de cuidado parental. As fêmeas

sempre constroem seus ninhos em lugares protegidos, evitando a ação de

predadores e do meio ambiente. As espécies que habitam pântanos, por exemplo,

constroem ninhos elevados reunindo uma pilha de vegetação no qual depositam

seus ovos. Outras espécies nidificam onde o chão é alto o bastante para escavar

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um ninho no solo sem perigo de que seja inundado pela chuva. O comportamento

de corte envolve a vocalização inicial dos machos para anunciar status territorial e,

durante a corte, ambos os sexos vocalizam. As tuataras não possuem órgão

copulador e as fêmeas levam muitos anos para atingir a maturidade sexual. Os ovos

são colocados apenas de quatro em quatro anos. O período entre a copulação e a

eclosão é de 12 a 15 meses. Os Squamatas praticamente não apresentam nenhum

cuidado parental.

3.4 Reconhecimento de Serpentes

Segundo Hickman (2004), as serpentes são animais vertebrados, carnívoros,

pertencentes à classe Reptilia (do latim reptilis = que rasteja), subordem Ophidia

Estes animais despertam grande interesse nas pessoas pelo fato de muitas

espécies apresentarem glândulas secretoras de veneno, causando inúmeros

acidentes, muitas vezes fatais. As serpentes podem ser classificadas em

peçonhentas e não peçonhentas, ambas encontradas no Brasil, inclusive em

ambientes urbanos. Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil ocorrem, por

ano, entre 19.000 e 22.000 acidentes ofídicos com aproximadamente 115 óbitos. A

maioria destes acidentes deve-se a serpentes do gênero Bothrops e

Crotalus. Atualmente, são conhecidas três mil espécies de serpentes em todo o

mundo e destas, apenas 410 são consideradas perigosas para o homem. No Brasil,

as serpentes peçonhentas pertencem ao gênero Bothrops (jararacas em geral,

urutus, cotiaras, caiçaras, responsáveis por quase 90% dos acidentes), ao gênero

Micrurus (coral-verdadeira, com 1% dos acidentes), ao gênero Crotalus (cascavéis,

responsáveis por 8% dos acidentes) e ao gênero Lachesis (sururucu pico-de-jaca,

a maior de todas, com até 4,5 metros de comprimento e 3% dos acidentes).Animais

peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se comunicam

com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente.

Ex.: serpentes, aranhas, escorpiões, abelhas, arraias. Animais Venenosos são

aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador (dentes,

ferrões) provocando envenenamento passivo por contato (taturana), por

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compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu). Todas as cobras possuem

veneno num par de glândulas salivares modificadas, mas nem todas são capazes

de inoculá-lo, o que as difere em peçonhentas e não-peçonhentas.

Fonte: www.conexaoplaneta.com.br

Segundo Brusca (2007), o veneno contém muitos polipeptídeos e proteínas,

que incluem neurotoxinas que impedem a transmissão dos impulsos nervosos aos

músculos e enzimas hemolíticas que destroem fatores de coagulação do sangue,

produzem hemorragias internas e destroem alguns tecidos. A exata composição do

veneno varia com a espécie. Os venenos variam em função dos seus princípios

ativos, determinando uma sintomatologia variável, segundo a espécie, quantidade

de veneno e localização da picada. Os venenos neurotóxicos atuam sobre o

sistema nervoso, provocando dormências e insensibilidade no local da picada,

paralisias musculares, perda de visão e prostração geral. Os hemolíticos causam a

hemólise e escurecem a urina. Os proteolíticos causam intensa dor no local da

picada. Os tecidos sofrem necrose e podem gangrenar. Os coagulantes em

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pequenas doses coagulam o fibrinogênio, e impedem a coagulação do sangue, e

em grandes doses provocam coagulação intensa e fatal. O veneno das cascáveis

tem ação neurotóxica, hemorrágica e coagulante. Nas jararacas a ação é

proteolítica, coagulante e hemorrágica (nos casos graves). O veneno da surucucu

tem ação proteolítica, coagulante, hemorrágica e neurotóxica. (BRUSCA, 2007)

Nas corais-verdadeiras a ação é neurotóxica. Levando em conta as

adaptações da dentição das serpentes à capacidade inoculadora de veneno,

podemos classificá-las em quatro grupos:

Aglifodontes: todos os dentes sem sulco ou canal inoculador

(exemplo: sucuri)

Proteroglifodontes: um par de dentes sulcados na parte anterior da

boca (exemplo: coral-verdadeira)

Opistoglifodontes: um par de dentes sulcados, situados na parte

posterior da boca. Por isso, só excepcionalmente causam acidentes

(exemplo: falsas corais)

Solenoglifodontes: um par de grandes presas anteriores, móveis,

renováveis, com canal central por onde escorre o veneno (exemplo :

cascavéis, jararacas e sururus).

Do ponto de vista sensorial, os órgãos mais importantes das serpentes

peçonhentas com exceção da coral-verdadeira, são as fossetas lacrimais ou loreais,

localizadas entre as narinas e os olhos. As fossetas, que funcionam como órgão

termorreceptor, capacita às serpentes que se alimentam de animais de sangue

quente a sentir a aproximação da presa e a dar um bote preciso, mesmo que no

escuro. O mesmo sistema pode ser encontrado em fossetas menores e mais

numerosas na borda da boca de jiboias e sucuris, que também se alimentam de

animais homeotermos. O elemento mais importante na identificação das serpentes

mais perigosas, com exceção da coral-verdadeira, é justamente a fosseta loreal.

Mas há outras características, que associadas a outros elementos, podem ajudar

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na diferenciação entre serpentes peçonhentas e não-peçonhentas. (SCHMIDT,

2002)

São elas:

Cabeça: Nas peçonhentas é chata, triangular, bem destacada e

recoberta por escamas semelhantes às do resto do corpo. Possui

fosseta loreal e presas anteriores. As não-peçonhentas apresentam

cabeça estreita e alongada recoberta por escamas grandes (placas),

diferentes das que revestem o resto do corpo. Não possuem fosseta

loreal e presas anteriores.

Olhos: As peçonhentas possuem olhos pequenos com pupila em

fenda vertical. As não-peçonhentas possuem olhos grandes e pupilas

arredondadas.

Corpo: Nas peçonhentas o corpo tende a ser grosso e não muito

longo, a cauda é curta. Nas não-peçonhentas o corpo tende a ser fino

e longo.

Cútis: Áspera nas peçonhentas e lisa nas não-peçonhentas.

Comportamento de defesa: Quando perseguidas, as

peçonhentas colocam-se em posição de defesa se enrolando. As não-

peçonhentas, quando perseguidas, tendem a fugir.

Hábitos: As peçonhentas são noturnas e as não-peçonhentas,

diurnas.

Movimentos: As peçonhentas são vagarosas e as não-

peçonhentas, rápidas.

Postura de filhotes: As peçonhentas são ovovivíparas e as não-

peçonhentas, ovíparas.

Segundo Schmidt (2002), é muito importante lembrar que existem numerosas

exceções para todos esses casos, de modo que o diagnóstico deve ser baseado

num conjunto de características e não em uma apenas. Assim, por exemplo, a

presença de fosseta lacrimal indica certamente que se trata de serpente

peçonhenta, mas os corais venenosos não a apresentam. Temos que procurar outra

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peculiaridade que, no caso do coral peçonhento, seria o tipo de cauda. Os soros

antiofídicos agem como anticorpos específicos para cada tipo de picada e quando

a espécie não é identificada, aplica-se o soro polivalente. A identificação da

serpente causadora do acidente pode ser feita diretamente ou pela sintomatologia

apresentada em virtude da ação específica de cada veneno. Os venenos das

serpentes também apresentam utilidades médicas. Alguns são utilizados nos

distúrbios nervosos da hanseníase, por exemplo (SCHMIDT, 2002).

4 AVES

4.1 Características gerais e adaptativas, morfofisiologia, reprodução e

ecologia

A Classe Aves atual é caracterizada pela presença de penas e membros

anteriores modificados em asas. As penas (Figura 5) são estruturas duras,

resistentes e, ao mesmo tempo, leves, com origem dérmica, assim como as

escamas dos répteis. As penas podem ser: de contorno, que dão forma às aves;

de voo, que se projetam para além do corpo nas asas (rêmiges) e na cauda

(rectrizes); filoplumas, que parecem pelos; e plumas, que ficam ocultadas pelas

penas de contorno. Em geral, as penas são formadas por um eixo oco (cálamo)

que surge da derme e é revestido pela epiderme. A continuação desse eixo é a

haste ou raque, onde encontram-se numerosas barbas com unidades ainda

menores, as bárbulas. O entrelace e a disposição das bárbulas formam o vexilo

As asas podem ter tamanhos e formas variados entre as espécies e possuem

como funções: manutenção da temperatura corporal, uma vez que as aves são

endotérmicas, ou seja, a temperatura interna não está relacionada com a

temperatura do ambiente; proteção para a pele fina das aves contrachoques e o

contato com superfícies que possam causar algum tipo de ferimento; auxílio na

flutuação para aves aquáticas e facilitação do voo. (SANTOS, 2019)

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O voo é uma das principais formas de locomoção das aves. Para voar, as

espécies necessitam de um formato aerodinâmico, ou seja, que reduza a

resistência ao ar. Essa questão foi resolvida pela disposição das penas de

contorno, que reduzem o atrito e mantêm um fluxo de ar laminar sobre o corpo

(KARDONG, 2016). Além das penas, a presença de um esqueleto leve, porém

firme, é essencial para o sucesso dessa forma de locomoção.

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Formados por cavidades ocas, os ossos das aves (Figura 6b) são conhecidos

como pneumáticos (preenchidos por ar), e são tão leves que, muitas vezes,

pesam menos que as penas. Os ossos das asas encontram-se em número menor

e fundidos, uma característica adaptativa para auxílio no voo. Além disso, braço,

antebraço, pulso e dedos estão presentes, porém, muito modificados (Figura 6a).

Os membros posteriores possuem ossos mais firmes e adaptados para os

movimentos bípedes de saltar, empoleirar, escalar e caminhar na água. Por isso,

adaptações como aumento dos elementos distais, diminuição da área plantar do

pé e redução no número de dedos (artelhos) ocorrem em aves atuais. Aves

aquáticas que utilizam a natação possuem membranas entre os dedos

(membranas interdigitais). (SANTOS, 2019)

O crânio das aves é formado por apenas uma peça em sua maior porção.

Nessa região, podemos encontrar um bico queratinizado que fica ao redor das

mandíbulas e que não possui dentes. A mandíbula apresenta uma articulação

muito flexível com o crânio, assim como em répteis, o que permite uma abertura

ampla da boca. A coluna vertebral é formada por várias vértebras onde as

cervicais da região do pescoço e as caudais estão fundidas. Essa fusão garante

a firmeza do corpo sem influenciar o peso, que pode comprometer o voo. As

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costelas são entrelaçadas, e o esterno possui uma quilha grande e fina que

representa uma região de fixação para os músculos do voo.

O grande responsável pelo voo das aves é o músculo peitoral. Esse músculo,

ao se contrair, abaixa as asas durante o voo (Figura 6c). O músculo

supracoracóideo faz o movimento antagônico, de elevação das asas (Figura 6c).

Esses dois músculos estão ancorados na quilha.

Nas pernas, os músculos da coxa e os tendões seguem até os dedos. Os

pés são formados por tendões, pele e ossos. Os milhares de minúsculos

músculos da cauda controlam as penas dessa região. Já o pescoço é formado

por poderosos músculos finos que garantem a flexibilidade das vértebras.

(SANTOS, 2019)

Os artelhos podem se fechar automaticamente devido à presença dos

tendões, utilizados pelas aves para se empoleirar, além de auxiliarem a captura

de presas (Figura 6d).

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32

Segundo Santos (2019), as aves possuem uma alta taxa metabólica, ou seja,

necessitam de muito alimento para suprir suas necessidades. As adaptações do

sistema digestório estão relacionadas com a ausência de dentes. A digestão é

rápida, e o alimento é capturado pelo bico. Na boca, podem existir glândulas

sublinguais que secretam enzimas digestivas. O armazenamento dos alimentos

acontece em uma porção em formato de saco localizada no esôfago, o papo. A

seguir, está o estômago formado por dois compartimentos: o proventrículo

(secreção do suco gástrico) e uma parte muscular revestida internamente por

queratina, a moela. A moela funciona como uma região para trituração e moagem

dos alimentos. O intestino delgado é enrolado e possui alças e, na junção com o

intestino grosso, há um par de cecos de fungo cego que servem como áreas de

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fermentação. O reto termina na cloaca, região em comum dos sistemas

reprodutor e excretor.

O sistema excretor é similar ao descrito para os répteis, com urina formada

por ácido úrico, rins metanéfricos e ureteres que se abrem diretamente na cloaca,

enquanto a urina e as fezes são eliminadas misturadas. A bexiga só está

presente em avestruzes. A excreção de sais em excesso é realizada por

glândulas localizadas acima dos olhos de aves marinhas, as glândulas de sal.

Essas estruturas excretam uma solução altamente concentrada de cloreto de

sódio pelas narinas.

A circulação das aves ocorre por meio de um sistema similar ao dos

mamíferos. O coração é formado por quatro câmaras distintas e com divisões

bem definidas entre os ventrículos. O sangue é formado por eritrócitos (células

vermelhas) e fagócitos, que são células de defesa para o reparo de ferimentos e

atuação contra organismos estranhos. A circulação do sangue venoso é

separada do sangue oxigenado, formando a circulação sistêmica e a circulação

respiratória, conforme esperado para os tetrápodes atuais. (ALLENSPACH,

2019)

A respiração em aves ocorre por meio de pulmões altamente adaptados para

uma eficiente troca gasosa. As unidades terminais das ramificações dos pulmões

são os parabrônquios, que possuem um fluxo contínuo de ar. Sacos aéreos estão

presentes e localizados em pares nas regiões torácica e abdominal das aves e

estão conectados aos pulmões. Esses sacos servem como reservatórios de ar

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puro que não flui diretamente nos pulmões. O esquema da ventilação do sistema

pulmões/sacos aéreos pode ser visto na Figura 7.

O sistema nervoso em aves possui um encéfalo com hemisférios cerebrais

(maiores em aves mais inteligentes como corvos e papagaios), cerebelo

(coordenação do equilíbrio, posição e informação visual) e lobos ópticos

(organização das informações visuais). O córtex das aves não é desenvolvido

como em mamíferos. As atividades de comer, cantar e voar são controladas pelo

centro integrativo do encéfalo, onde encontra-se a crista ventricular dorsal.

(ALLENSPACH, 2019)

Os órgãos dos sentidos, com suas posições, estruturas e funções, estão

dispostos abaixo:

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4.2 Reprodução em aves

Segundo Santos (2019), o sistema reprodutor das aves é formado por

gônadas e ductos para o direcionamento dos gametas até a cloaca. Os machos

possuem dois testículos muito pequenos e dois ductos deferentes que se abrem

de forma independente na cloaca. Já as fêmeas possuem um ovário com oviduto.

Os ovidutos são dotados de glândulas para produção e secreção de albumina e

membranas da casca dos ovos.

A utilização de cores, danças e vocalizações em aves são comportamentos

sexuais comuns que servem para a identificação da espécie e a intenção de

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cópula. Alguns cantos são realizados apenas por machos maduros sexualmente

e somente no período de reprodução.

O acasalamento ocorre no momento em que os machos inseminam as

fêmeas que, por sua vez, armazenam os espermatozoides nos ovidutos para

posterior fertilização. O papel dos machos e das fêmeas na reprodução são

custosos energeticamente: os machos precisam realizar a corte para a conquista

das fêmeas, e as fêmeas, após inseminadas, devem ovular, formar os ovos,

carregá-los e chocá-los, além do cuidado parental. Nessa competição, as fêmeas

ganham no quesito gasto energético, uma vez que, até mesmo na formação dos

gametas, há uma necessidade maior de energia. (ALLENSPACH, 2019)

As aves exibem padrões de acasalamento: na monogamia, há apenas um

macho e uma fêmea, e os dois dividem as tarefas de cuidados com a prole e com

o ninho; na poligamia, os machos podem ter várias parceiras. A poligamia está

dividida em poliginia e poliandria. Na poliginia, um macho pode controlar ou ter

acesso a várias fêmeas para acasalar. Os machos controlam suas fêmeas por

meio de defesa de recursos, ou seja, monopolizam o alimento e os locais de

ninhos das fêmeas ou apenas exibem-se para demonstrar o seu domínio. Na

poliandria, as fêmeas acasalam com dois ou mais machos. Nesse sistema, as

fêmeas podem acasalar mais de uma vez com machos de diferentes territórios,

e os papéis de cuidados com os ovos é dividido: a primeira ninhada é cuidada

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pelos machos, e a segunda, pelas fêmeas. Há também casos em que uma fêmea

mantém um grupo de machos em que todos terão a oportunidade de acasalar

com a única fêmea. Esses sistemas podem durar toda a vida ou apenas as

estações reprodutivas.

A cópula compreende o momento em que as cloacas dos machos e das

fêmeas se sobrepõem, em geral, com os machos ficando sobre a região dorsal

das fêmeas. A fertilização ocorre internamente no corpo da fêmea. Todas as

espécies de aves são ovíparas, e os ovos são protegidos contra calor, chuva e

frio por meio da construção de ninhos, que se chama nidificação e varia em

forma, estrutura e localização. Os ninhos podem ser apenas um galho, um buraco

no solo ou grandes estruturas construídas de forma colaborativa entre os

indivíduos. Os ninhos possuem formato de taça, em geral, formados por vegetais,

barro, líquens e secreções de glândulas salivares. (SANTOS, 2019)

A incubação dos ovos começa no momento da postura do último ou

penúltimo ovo. Esse período é controlado pelo hormônio prolactina, que inibe a

ovulação e dá início ao comportamento de incubação. Outros hormônios, como

estrógenos ou andrógenos, estimulam a produção de uma placa incubadora em

algumas espécies, que são áreas nuas (sem penas) localizadas na região ventral

das aves. A placa incubadora é altamente vascularizada, e a pele é mais grossa

quando comparada com as outras regiões.

Para garantir uma temperatura igual para todos os ovos, mantendo uma

média de 33 a 37°C, eles são deslocados para a frente, para trás e virados no

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ninho. O período de incubação pode variar de 10 a 60 dias dependendo da

espécie. Pela casca porosa do ovo, oxigênio e gás carbônico são difundidos,

além de vapor de água. No polo arredondado do ovo, uma cela de ar é formada,

a qual é perfurada pelo embrião com o bico alguns dias antes da eclosão,

servindo para que o animal inicie as trocas gasosas pelo seu próprio pulmão

utilizando o ar da cela.

A eclosão consiste na quebra da casca mineralizada do ovo auxiliada pela

musculatura do pescoço do embrião e por uma projeção córnea da maxila. O

desenvolvimento da ave recém eclodida varia: um filhote precoce (precocial) é

coberto por plumas e pode se locomover ou nadar após a secagem da plumagem

(codornas, galinha, pato e aves aquáticas). Esse filhote é capaz de obter seu

próprio alimento. Os filhotes altriciais, ao eclodirem, ficam incapazes de ver ou

de se locomover e permanecem no ninho por mais de uma semana, alimentados

por um ou ambos os pais, que são recebidos com a boca aberta. (ALLENSPACH,

2019)

4.3 Ecologia das aves

Existem mais de 10.400 espécies de aves distribuídas por todos os hábitats

do planeta com uma coloração que encanta os seus observadores. São

completamente diurnas e encontradas em desertos, florestas, montanhas,

pradarias e em todos os oceanos. Os tamanhos corporais também são muito

variáveis, indo de grandes aves voadoras com 3,5 metros de envergadura das

asas, como o condor andino, até pequenos beija-flores com um pouco menos

que 1,8 grama.

As aves apresentam adaptações em seu comportamento, morfologia e

fisiologia em função da dieta. Existem espécies insetívoras, carnívoras,

planctônicas, que comem sementes, frutos e, até mesmo, o néctar das flores. O

interessante nesse grupo é que o formato do bico pode ser altamente

especializado para um hábito alimentar específico (Figura 8), por exemplo: os

corvos possuem um bico generalizado; os pica-paus possuem um bico reto e

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duro para perfurar a madeira das árvores, construir ninhos e alimentar-se de

insetos; as araras possuem um bico para quebrar frutos duros; os pelicanos

possuem bicos alongados para pescar; o bico da águia serve para cortar e

dilacerar a carniça; e os patos utilizam a boca e a língua como uma rede filtradora

para selecionar partículas de alimento da lama e água. (SANTOS, 2019)

Para promover uma quantidade substancial de alimento para a criação de

sua prole, as aves podem realizar longas migrações sazonais. Esse

deslocamento também favorece o espaço para procriar, reduz o comportamento

territorial e permite que as aves procurem condições climáticas melhores para o

seu equilíbrio fisiológico interno. A maioria das aves segue a rota norte e sul, e

as distâncias variam, assim como o tempo levado para completar a migração. O

estímulo para a migração é justamente o período reprodutivo, em que a maioria

das espécies de aves vão para o norte. A navegação é guiada pela visão e

orientação dos bandos, em que as aves mais velhas auxiliam o direcionamento.

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Todas as características e adaptações das aves vistas até agora só foram

possíveis pela conquista do ar. Para voar, as aves precisam ser transportadas

pelo ar e, ainda, avançar. As asas auxiliam a propulsão e a força de ascensão,

que deve ser maior do que a sua própria massa corporal. Para isso, a morfologia

arqueada e a posição das penas são aerodinâmicas, permitindo que o ar deslize

pelas asas e promova a sua subida com o mínimo de arrasto. No voo batido, as

asas movimentam-se para baixo e para a frente totalmente estendidas, enquanto

as rêmiges realizam a propulsão, e para cima e para trás, quando realizam a

batida para cima. (SANTOS, 2019)

As asas podem ser elípticas para mudanças rápidas de direção como em

pardais, pica-paus e gralhas; podem ser asas de alta velocidade presentes em

aves que fazem grandes migrações como andorinhas, maçaricos e falcões;

podem ser asas de voo dinâmico como as dos albatrozes que utilizam a

velocidade do vento para a subida e ganham velocidade quando descem; e

podem ser asas de grande sustentação como as de urubus, gaviões, águias e

corujas, que fornecem sustentação em velocidades mais baixas e possuem a

capacidade de planar. Algumas aves marinhas utilizam as asas para a natação

como pinguins, mergulhões e biguás (Figura 8). Outras aves não possuem a

capacidade de voar como emas, avestruzes, galinhas e patos domésticos.

5 RÉPTEIS E AVES DE IMPORTÂNCIA NA AGRICULTURA

Um ecossistema oferece para a agricultura a regulação do ciclo da água,

nutrientes, polinização, dispersão, auxílio na germinação de sementes e controle

natural das populações de animais, incluindo de pragas. Por isso, a identificação

e conservação da biodiversidade presente em um sistema natural é de extrema

importância para o sucesso do cultivo. Dentro dessa biodiversidade, podemos

destacar o papel dos répteis e das aves, que atuam de diferentes formas nesses

ambientes.

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41

As aves são excelentes controladoras populacionais tanto da fauna quanto

da flora. Por possuírem o hábito de forrageamento, algumas espécies podem

comer plantas daninhas e insetos pragas. As aves insetívoras Cuculiformes anu,

alma-de-gato, saci, Apodiformes, andorinha, Picidae ou pica-pau, joão-de-barro,

corruíra, tesourinha, codorna, entre outros, são abundantes em pastagens e

plantações e possuem uma dieta com base em cigarrinhas, besouros,

gafanhotos, formigas e percevejos. O carcará também é uma espécie que se

alimenta de lagartas, uma grande praga de sistemas agrícolas, além de serem

predadores ágeis de anfíbios em arrozais, controlando a sua população.

As aves predadoras, também conhecidas como aves de rapina, podem

alimentar-se de insetos, anfíbios, ratos e serpentes. Os dois últimos são os

preferidos por corujas e seriemas, auxiliando o combate à proliferação desses

animais que podem ser um risco à saúde do trabalhador rural. (ALLENSPACH,

2019)

Outras espécies de aves alimentam-se de sementes e frutos (frugívoras), e

essa alimentação auxilia a dispersão de árvores frutíferas, por exemplo. Algumas

sementes, ao passarem pelo trato digestório das aves, não são digeridas, são

excretadas juntamente com as fezes e podem germinar. Os sabiás são um

grande exemplo desse tipo de propagação. A polinização de flores acontece

pelos belos beija-flores, que se alimentam do néctar e, consequentemente, ficam

recobertos de pólen, transportando-o para a flor seguinte.

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42

As aves podem fornecer adubo para utilização na agricultura. O esterco de

galinhas é amplamente utilizado em processos de compostagem e

vermicompostagem, representando uma forma natural de fertilização, diminuindo

o uso de adubagem química. Além disso, a criação de galinhas é uma forma

rentável de produção de carne e de ovos de qualidade, assim como a criação de

perus, patos e codornas. O Brasil é o maior exportador de frango do mundo

desde 2004.

O efeito contrário, de aves como pragas, também pode ser um fator

importante para a agricultura. A caturrita é considerada uma praga em cultivos

de milho, sorgo, soja e pomares. Esse desequilíbrio deve-se ao desaparecimento

do seu hábitat natural, hoje ocupado por agrossistemas, bem como pela

diminuição de seus predadores naturais, como os gaviões e o falcão-peregrino.

Os répteis pertencentes à Ordem Squamata também são reconhecidos por

sua atuação no controle biológico, incluindo o de pragas em agrossistemas.

Serpentes e lagartos podem comer formigas-cortadeiras ou saúvas,

reconhecidas como pragas rápidas e danosas para os cultivos. O lagarto teiú ou

teju é um bom exemplo, pois pode alimentar-se de vetores de doenças, de

insetos pragas e, até mesmo, de frutas, atuando na dispersão de sementes.

(SANTOS, 2019)

Outros exemplos de répteis benéficos encontrados na agricultura são as

cobras-de-água, os lagartos sem membros, conhecidos como licranços ou

cobras-de-vidro, e os sardões (Figura 9) que comem, sobretudo, moluscos

terrestres e insetos.

As serpentes são animais temidos em sistemas agrícolas, porém importantes

elos nas cadeias alimentares. Esses animais alimentam-se de roedores,

pequenas aves, insetos, lesmas, entre outros animais, garantindo o seu controle,

além de servirem como alimento para outros animais. Por isso, a conservação

das populações de serpentes em ambiente agrícolas deve ser um esforço dos

profissionais técnicos, agricultores e proprietários de terras.

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A questão dos acidentes ofídicos é preocupante. Existem serpentes muito

frequentes em ambientes de cultivo e em áreas rurais do Brasil que podem levar

a óbito devido às suas toxinas, como é o caso das cruzeiras (jararaca) Bothrops

sp. (Figura 9), das cascavéis Crotalus durissus, das surucucus Lachesis muta e

das corais-verdadeiras Micrurus sp. (Figura 9). As picadas desses animais

ocorrem, principalmente, em meses mais quentes e chuvosos ou, ainda, em

períodos reprodutivos.

Um estudo realizado por Silveira et al. (2005) sobre a frequência de acidentes

de trabalho relacionados com a área rural demonstrou que o contato com animais

é o segundo maior índice de registros perdendo apenas para as quedas. Esse

contato está relacionado com os acidentes ofídicos ocorridos em lavradores,

indicando que os cuidados como o uso de equipamentos de proteção (luvas e

botas) são fundamentais nesses ambientes.

O fato é que, de forma geral, aves e répteis são animais imprescindíveis para

as cadeias alimentares e para os ecossistemas naturais. Por serem elos

importantes, como predadores ou presas, estratégias de conservação e

perspectivas para a manutenção dessas espécies benéficas devem ser um ponto

crucial para os futuros estudos voltados para a agronomia.

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44

6 MAMÍFEROS

6.1 Origem, evolução e classificação

A linhagem evolutiva dos mamíferos, desde seus primeiros ancestrais

amniotas, é a trajetória mais bem documentada dos vertebrados. Os mamíferos

surgiram de uma linhagem que teve início nos répteis sinapsídeos, na Era

Mesozoica, e expandiram-se para quase todos os nichos e habitats disponíveis

sobre a terra. (SILVEIRA, 2005)

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O número atualmente reconhecido das espécies do Período Recente é de

mais de 4000. Vamos passear pela história e saber como os mamíferos evoluíram

ao longo desses 225 milhões de anos. Informações suficientes são disponíveis para

termos certeza de que algumas populações dos primitivos répteis anapsídeos, tal

como Solenodon-saurus do Carbonífero e do Permiano, além de ter dado origem a

todos os répteis modernos, aos dinossauros e às aves, também produziram os

mamíferos.

A estrutura do teto craniano permite-nos identificar três grandes grupos de

amniotas que divergiram durante o Período Carbonífero, na Era Paleozoica:

sinápsideos, anápsideos e diápsidos. O grupo sinápsideos inclui os mamíferos e

seus ancestrais e apresenta um par de aberturas laterais no crânio, onde se

prendem os músculos ancestrais (STORER, 2003).

Os diápsidos (répteis, dinossauros e aves) possuem dois pares de aberturas

temporais. Os primeiros sinápsideos irradiaram-se amplamente, originando

diversas formas herbívoras e carnívoras. De um dos primeiros grupos de sinápside-

os carnívoros surgiram os terápsidos, o único grupo de sinápsideos que sobreviveu

após a Era Paleozoica. Os terapsídeos irradiaram-se originando diversas formas

herbívoras e também carnívoras. Estes animais já possuíam um esqueleto e

dentição característica dos mamíferos e desenvolveram a endotermia. Um dos

grupos de terapsídeos que sobreviveu a esta extinção diversificou-se no início do

Triássico e, até ao final deste período, vai dar origem aos verdadeiros

mamíferos. Todas essas irradiações que ocorreram só foram possíveis devido à

extinção dos dinossauros e outros grupos animais no fim do Cretáceo, quando

grande parte dos nichos ecológicos ficou desocupada. Assim, os mamíferos

puderam ocupar esses nichos diversificando-se e dando origem à maioria das

linhagens modernas.

6.2 Classificação

A classe. Mammalia inclui 21 ordens, uma delas contendo os monotremados,

outra os marsupiais e as demais 19 constituídas por placentários. Uma

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classificação cladística dos mamíferos mantém os três agrupamentos amplamente

reconhecidos: os Prototheria (os monotremados ovíparos), os Methateria (os

marsupiais) e os Eutheria (os mamíferos placentários) (POUGH,1999).

Sublcasse Prototheria

Infraclasse Ornithodelphia

Ordem Monotremata (6 espécies)

Subclasse Theria

Infraclasse Metatheria

Ordem Marsupialia (242 espécies)

Infraclasse Eutheria (3790 espécies)

Infraclasse Eutheria atualmente é chamada Placentalia.

Fonte: www.mundoeducacao.uol.com.br

Os Prototheria põem ovos do tipo réptil e os Theria são vivíparos. A origem

dos monotremos é incerta, pois não se conhecem fósseis mais antigos que os do

Pleistocénico. Os Theria mais antigos fossilizados datam do início do Cretácico da

Ásia e América do Norte. No final do Cretáceo, ambas as linhas, marsupiais e os

placentários, tornaram-se comuns.

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6.3 Características Gerais

Segundo Schmidt (2002), os mamíferos possuem muitas características

estruturais e adaptativas que os distinguem prontamente de outros vertebrados

existentes, sendo eles, os mais evoluídos e com ampla distribuição geográfica.

Pele

A pele dos mamíferos e suas especificações distinguem-nos como um

grupo. É mais espessa do que a dos demais vertebrados e apresenta pelos, que

no seu conjunto formam uma pelagem. Algumas espécies trocam está pelagem

periodicamente e outras apresentam escassos pelos, como o homem. Os pelos têm

função protetora, termoisoladora e termorreguladora. O tegumento dos mamíferos

é uma característica única do grupo e responsável também pelo tamanho sucesso

da classe.

Sistema Esquelético e Muscular

A maior parte do esqueleto é óssea com cartilagem nas articulações e em

partes das costelas. O crânio dos mamíferos é relativamente grande para

acomodar o encéfalo, proporcionalmente, aumentado. A coluna vertebral é dividida

em cinco regiões bem definidas: cervical, torácica, lombar, sacral e caudal. A boca

possui dentes, em ambas as maxilas, que podem ser divididos em quatro grupos:

incisivos, molares, pré-molares e caninos. O tipo de dentição varia de acordo com

o regime alimentar de cada espécie. O ouvido possui agora três ossículos.

Os mamíferos possuem quatro membros, com exceção dos cetáceos que

não possuem os membros posteriores. Apresentam também cinco (ou menos)

dedos adaptados com unhas, garras e cascos. A posição que os membros ocupam

em relação ao tronco assegura um suporte mecânico melhor, maior comprimento

do passo e maior velocidade. Padrões de locomoção mais complexos estão

associados a sistemas muscular, sensorial e nervoso igualmente complexos.

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Sistema Circulatório

O coração é completamente dividido em quatro câmaras (duas aurículas e

dois ventrículos distintos). A aorta única curva-se para o lado esquerdo. Possuem

glóbulos vermelhos anucleados em forma e discos bicôncavos. Os mamíferos são

endotérmicos e homeotérmicos. A homeotermia é assegurada também pela

eficiência do sistema circulatório. Os lábios móveis estão presentes em quase

todos os grupos, exceto nos monotremados e nos cetáceos. Todos os mamíferos

possuem glândulas orais (produtoras de muco), que são mais desenvolvidas nas

formas terrestres. A língua, com numerosas papilas, também está presente e é

muito bem desenvolvida (exceto nas baleias). O esôfago é facilmente distinguível

do estômago e não possui glândulas. O estômago dos mamíferos apresenta uma

grande variedade de formas e padrões (desde sacos relativamente simples até

estruturas compostas por câmaras cada uma delas podendo desempenhar

diferentes funções) que se relacionam com os hábitos alimentares. Nos ruminantes

o estômago tem quatro compartimentos. O intestino é fino e enrolado. Variação em

comprimento do intestino de acordo com o hábito alimentar. Possuem fígado,

pâncreas, intestino grosso, reto e ânus. (BRUSCA, 2007)

Sistema Respiratório

Respiração exclusivamente pulmonar. Os pulmões constituídos por alvéolos

oferecem grande superfície para as trocas gasosas. Os movimentos respiratórios

são produzidos pela contração e relaxamento do diafragma – músculo achatado –

que separa o tórax do abdômen e dos músculos intercostais – que unem as

costelas. A ação conjunta desses músculos aumenta a eficiência da ventilação

pulmonar. A laringe possui cordas vocais (exceto nas girafas). Os mamíferos

produzem sons para expressar emoções e se comunicarem trocando informações

entre indivíduos.

Sistema Excretor

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Os mamíferos possuem dois rins metanefros, com ureteres desembocando

diretamente na bexiga urinária. Como os anfíbios e diferentemente dos répteis e

aves, os mamíferos excretam principalmente ureia, que pelo seu grau de toxidez

requer um volume de água considerável para ser eliminada. Porém, os túbulos

renais estão adaptados a reabsorver quase 99% dessa água, de modo a produzir

uma urina osmoticamente mais concentrada que o sangue.

Sistema Nervoso

Possuem 12 pares de nervos cranianos como os demais amniotas. O

encéfalo altamente desenvolvido. Da medula sai um par de nervos espinais para

cada somito do corpo. O hipotálamo controla muitas funções dos mamíferos como

a pressão sanguínea, o sono, o conteúdo de água, o metabolismo de gorduras e

carboidratos, a temperatura do corpo e, possivelmente, as atividades rítmicas, tais

como a muda, migração e secreção hipofisária (POUGH, 1999).

Sistema Reprodutor

Os sexos são separados, com dimorfismo sexual, fecundação interna e

desenvolvimento direto. Os machos possuem dois testículos localizados na parte

bem posterior do corpo ou fora da cavidade do corpo (numa bolsa chamada escroto)

e um único pênis. As fêmeas possuem dois ovários, ovidutos pares, vagina e

útero. As membranas embrionárias âmnion, córion e alantoína estão presentes.

Geralmente há uma placenta que fixa o embrião ao útero para nutrição, trocas

gasosas e retirada de excretos. Os filhotes são alimentados com leite materno

secretado pelas glândulas mamárias da fêmea. Considerando algumas

peculiaridades no processo reprodutivo, podemos subdividir a classe dos

mamíferos em:

Monotremados: Apresentam cloaca. São ovíparos e chocam

seus ovos. Suas glândulas mamárias não apresentam mamilos e os

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filhotes lambem os tufos de pelos molhados pelo leite. Ex.:

ornitorrinco.

Marsupiais: Apresentam útero e placenta mal desenvolvidos que

impedem a permanência do embrião por muito tempo dentro do corpo.

Os filhotes abandonam-no prematuramente, passando para o interior

de uma bolsa de pele que cobre os mamilos, chamada marsúpio.

Dentro do marsúpio os filhotes continuam seu desenvolvimento. Ex.:

canguru

Placentários: A maioria dos mamíferos tem útero bem

desenvolvido onde os fetos se desenvolvem. Há uma conexão íntima

entre a mãe e o filhote que se dá através da placenta. É através dela

que o embrião é nutrido. Ex.: homem

Órgãos dos Sentidos

O olfato é muito bem desenvolvido em mamíferos. Os olhos dos mamíferos

são basicamente iguais aos dos outros vertebrados, mas apresentam mais

bastonetes para a visão noturna e mais cones para a diurna. O ouvido apresenta

vários avanços sobre o dos demais vertebrados. O ouvido médio contém três

ossículos - martelo (articula), bigorna (quadrado) e estribo (columela) - que

transmitem vibrações da membrana timpânica ao ouvido interno. A cóclea, reta nos

répteis e nas aves, é enrolada nos mamíferos para acomodar seu aumento em

comprimento. Existe um canal auditivo externo que auxilia a passagem do som para

o canal auditivo (BRUSCA, 2007).

6.4 Tegumento Mamaliano

O tegumento dos mamíferos desempenha diversas funções, todas derivadas

de uma função básica: reduzir a perda de calor metabólico. Além dos pelos, é

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constituído por outros anexos epidérmicos. O sucesso evolutivo do grupo deve-se

muito ao tegumento que ele apresenta.

Estrutura Tegumentar

O tegumento dos mamíferos é constituído por epiderme, derme e

hipoderme. A epiderme é a camada superficial que deriva da ectoderme. Ele não

possui vasos e suas células se nutrem da derme. A célula principal é o queratinócito,

que produz a queratina. A queratina é uma proteína resistente e impermeável

responsável pela proteção. A epiderme é constituída de várias camadas. A camada

basal é a mais profunda e que fica em contato com a derme. Ela é a responsável

pela multiplicação celular. As outras camadas são constituídas de células cada vez

mais diferenciadas e com o crescimento basal vão ficando cada vez mais

periféricas, acabando por descamar e cair. A estrutura da epiderme varia de acordo

com a espécie. Nos cetáceos ele é mole e nos elefantes, dura e enrugada. A derme

é o tecido que sustenta a epiderme. É constituído por fibrilhas de colágeno e elastina

com numerosos fibrócitos que fabricam essas proteínas e sustentam o tecido. A

derme possui inúmeros vasos sanguíneos e linfáticos que vascularizam a epiderme

e também os nervos e os órgãos sensoriais a eles associados. A derme possui a

maior parte dos órgãos associados à temperatura, pressão e dor. A hipoderme é a

camada constituída por tecido adiposo que protege contra o frio. É um tecido que

faz conexão entre a derme, músculos e ossos. Esse tecido é particularmente

desenvolvido nos animais de clima frio, como os ursos as baleias. Nesses últimos,

a hipoderme também é responsável por diminuir a densidade do corpo, facilitando

a flutuação. Derivados do tegumento. (HICKMAN, 2004).

Pelo

O pelo é uma estrutura ectodérmica originada da camada da epiderme. A

principal função do pelo é conservar o calor do corpo (desempenham a mesma

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função das penas nas aves). Os mamíferos que habitam regiões frias apresentam

uma camada de pelos mais espessa do que os de climas quentes. Uma

característica interessante dos pelos é a de que crescem, sendo substituídos. Os

pelos, em geral, são coloridos e móveis. Um pelo cresce numa invaginação

epidérmica profunda (nas aves é dérmico), chamada folículo. É composto por

queratina, pigmentos e bolhas de ar. A cor do pelo depende da quantidade de

melanina que lhe é injetada ao formar-se pelos melanócitos na base do folículo e

também no local do pelo. Uma outra função dos pelos é de proteção. Os pelos

podem ser mantidos eretos por um músculo na base do pelo chamado, erector pili.

Em situações de perigo e ataque ocorre a ereção da pelagem. O frio também

estimula o músculo a contrair-se aumentando a ereção. (HICKMAN, 2004)

Glândulas

A pele dos mamíferos apresenta muitas glândulas. As glândulas mamárias

são exclusivas dos mamíferos, cujo nome deriva de sua presença. A posição das

glândulas varia de acordo coma espécie. Podem ser peitorais, abdominais ou

inguinais. As saídas dessas glândulas são os mamilos. O número de glândulas

mamárias está associado ao número de crias potencial da espécie. Alguns

Marsupiais, por exemplo, têm 20 mamas. O leite é uma solução aquosa de proteínas

que acelera o crescimento. No homem, o conteúdo de albumina é baixo, e o

crescimento é lento, enquanto os filhotes dos porquinhos-da-Índia, que se

alimentam de leite rico em albumina, duplicam seu peso em poucos dias. As

glândulas sebáceas estão associadas aos folículos capilares e sua secreção serve

para lubrificar os pelos e a pele conferindo-lhes propriedades hidrófobas, evitando

o ressecamento. As glândulas sudoríparas têm por função secretar o suor, cuja

função é regular a temperatura do corpo, por evaporação, contribuindo também com

a excreção de sal e urina. Elas estão amplamente distribuídas na pele do homem,

mas isso não ocorre na maioria dos mamíferos. Não seria vantajoso para animais

de pelagem densa possuir muitas glândulas sudoríparas. Um outro tipo de glândula

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apresentada pelos mamíferos é a glândula odorífera. Essas glândulas podem ser

usadas para afastar predadores, para atrair membros da mesma espécie,

principalmente, do sexo oposto. Nas espécies que possuem o sentido do olfato

pouco desenvolvido, como as baleias, as glândulas odoríferas inexistem.

Estruturas Córneas

As estruturas córneas foram desenvolvidas nos mamíferos com função de

locomoção, defesa e ataque. São elas: garras, unhas, cascos e cornos. As unhas

evoluíram depois dos pés e mãos servirem para estas funções, especula-se

inclusive que será um caráter extinto no processo evolutivo. Os cascos são blocos

de queratina, leves, duradouros e resistentes, adaptados à vida cursorial. Os cornos

e armações cefálicos são usados no ataque, defesa e sinais sexuais. Ocorrem em

animais em que a dentição e a boca estão adaptadas à herbívoria, impedindo que

o morder seja usado nas mesmas funções (HICKMAN, 2004).

6.5 Alimento e Alimentação

Um modo eficiente de obtenção e processamento de alimento é essencial

para que um endotérmico possa suprir suas amplas necessidades de energia. Os

mamíferos utilizam uma variedade de fontes de alimento. Os dentes é a

característica física que melhor revela o hábito de vida de um mamífero. Com

algumas exceções, como os monotremados, tamanduás e certas baleias, todos os

mamíferos possuem dentes, e suas modificações estão relacionadas com o tipo de

alimentação. Os dentes dos mamíferos tornaram-se diferenciados a fim de executar

determinadas funções como cortar, triturar e mastigar. A dentição dos mamíferos é

denominada heterodonte. O dente é constituído por um osso especial duro e rígido

chamado cemento. O centro é oco (polpa) e cheio de nervos e vasos sanguíneos

que produzem a dentina. A dentina é mais dura, pesada e resistente do que o

cemento. A coroa envolve o dente e é feita de uma substância muito dura e

resistente à erosão. A parte exposta do dente é envolvida pelo esmalte. O esmalte

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é composto essencialmente por cristais de fosfato de cálcio no qual é acelular e não

regenerado.

Os dentes podem ser diferenciados em quatro tipos:

Incisivos: com coroas simples e bordas afiadas são utilizados para

cortar e morder.

Caninos: com coroas longas e cônicas são especializados em

perfurar

Pré-molares: com coroas estreitas e uma ou duas cúspides, utilizados

para partir e despedaçar.

Molares: com a base larga e arranjo variável de cúspides são usados

para esmagar e triturar.

Em cada mandíbula há: 2-5 incisivos; não mais do que 1 canino; 2-4 pré-

molares; 3 molares. Os mamíferos possuem dois conjuntos de dentes ao longo da

vida: a dentição de leite, que é substituída pela dentição permanente. Os molares

nunca são substituídos e devem durar a vida toda. Os mamíferos usam os dentes

de modo diferente dos demais vertebrados que os usam para capturar, segurar e

coletar alimentos. Dentes anteriores têm a função básica de capturar (incisivos e

caninos) Dentes posteriores têm a função de mastigar (pré-molares e molares). Os

mamíferos são diversificados quanto às adaptações tróficas e nutricionais.

(HICKMAN, 2004).

O aparato trófico dos mamíferos (constituído por: dentes, maxilas, língua,

músculos, canal alimentar e, indiretamente locomoção e comportamento social) é

adaptado aos seus diferentes hábitos alimentares. Os mamíferos são divididos em

quatro categorias básicas – insetívoros, herbívoros, carnívoros e onívoros - mas

muitas especializações surgiram ao longo da evolução. Os insetívoros alimentam-

se de insetos e pequenos invertebrados. O intestino dos insetívoros é curto uma vez

que a ingestão de material fibroso é pequena. As toupeiras, tamanduás e morcegos

são exemplos de animais insetívoros. Os herbívoros se alimentam de gramíneas e

outros tipos de vegetais e formam dois grupos: os pastadores junto com os

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podadores e os roedores. Os ungulados (mamíferos com casco como os cavalos e

veados) fazem parte do primeiro grupo. Os ratos, coelhos e lebres são exemplos de

roedores.

Os mamíferos herbívoros não possuem caninos ou esses estão muito

reduzidos. Já os molares usados para triturar o alimento, são bem desenvolvidos.

Os roedores possuem incisivos cortantes que crescem durante a vida toda e devem

ser desgastados para compensar seu crescimento contínuo. Dentro do tubo

digestivo, os herbívoros possuem bactérias e protozoários anaeróbicos em grandes

câmaras de fermentação que têm por função quebrar a celulose presente nos

vegetais. Algumas espécies possuem uma câmara de fermentação chamada ceco.

Os ruminantes (bois, veados, girafas, búfalos) possuem estômago com quatro

câmaras para melhor digerir o alimento. Os herbívoros, em geral, possuem tubo

digestivo longo e bem desenvolvido e alimentam continuamente. Esta é uma

necessidade do estômago para manter o seu bom funcionamento. Os mamíferos

carnívoros alimentam-se principalmente de herbívoros. São representados pelas

raposas, gatos e cachorros, por exemplo. Os carnívoros possuem dentes afiados,

perfurantes e membros com garras poderosas para matar suas presas. O tubo

digestivo é mais curto do que o das espécies herbívoras, pois as proteínas são mais

facilmente digeridas. O ceco é pouco desenvolvido ou ausente. Os carnívoros

alimentam-se de forma espaçada. Os carnívoros são mais ativos do que os

herbívoros, pois estão em constante movimento atrás de suas presas. Mamíferos

onívoros, como os porcos e os humanos, alimentam-se de espécies vegetais e

animais. Os carnívoros também se alimentam de frutos e gramíneas quando não há

outra opção. Muitos mamíferos passam a maior parte do tempo à procura de

alimento. Espécies que vivem nas zonas temperadas migram ou hibernam quando

chega o inverno e a oferta de alimento diminui. Mas há aquelas espécies que

armazenam reservas de alimento durante os períodos de abundância. Os roedores,

como os esquilos, possuem esse hábito. Eles coletam nozes e as armazenam para

utilizar posteriormente durante o inverno (HICKMAN, 2004).

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6.6 Evolução Humana

Os seres humanos são primatas. Nós descendemos de ancestrais

arborícolas que viveram nas florestas do terciário há 65 milhões de anos. A ideia de

que os seres humanos compartilham uma ascendência comum com os macacos (e

outros animais) chocou o mundo vitoriano de Darwin. Mas por quê? Todos os

mamíferos podem ser agrupados como primatas. Todos os primatas compartilham

algumas características importantes. (HICKMAN, 2004)

Dedos preênseis em todos os quatro membros.

Unhas ao invés de garras.

Olhos voltados para frente.

Visão binocular e uma excelente percepção da profundidade.

Mobilidade acentuada dos dedos, especialmente do polegar e do dedo grande

do pé.

Redução do número de dentes em comparação com mamíferos basais.

Cérebro grande em relação ao tamanho do corpo.

Apenas um filhote por gestação, associado à infância e adolescência

prolongadas.

Tendência a manter o tronco ereto, conduzindo ao bipedalismo facultativo

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Fonte: www.universoracionalista.org

Segundo Hickman (2004), essas modificações todas estão relacionadas ao

modo de vida arborícola. De fato, a maioria dos primatas é arborícola, mas alguns

se tornaram, secundariamente, terrestres e os seres humanos são os mais

terrestres de todos. O modo de vida arborícola levou à seleção para o aumento da

inteligência. Membros flexíveis e mãos e pés preênseis permitem aos primatas a

agarrar aos ramos das árvores, aprender a manipular alimentos e, o mais

importante, utilizar ferramentas. Durante o Oligoceno, dois grupos distintos de

primatas superiores evoluíram: os macacos Platyrrhini dos trópicos do Novo Mundo

e os macacos Catarrhini e grandes primatas do Velho Mundo. Os grandes macacos

aparecem primeiramente entre fósseis de 25 milhões de anos. Nesse período, as

savanas estavam surgindo na África, na Europa e na América do Norte. Talvez

motivados pela grande abundância de alimento no nível do solo, esses primatas

deixaram as árvores e tornaram-se basicamente terrícolas. Durante o Mioceno, com

a expansão das savanas, os macacos adaptaram-se a um ambiente aberto. O

Homo sapiens está inserido no clado Hominoidea juntamente com outras espécies

semelhantes. Os primeiros hominídeos surgiram nesse período e gradualmente

evoluíram para uma postura ereta. Os primeiros fósseis “quase humanos” aparecem

datando de cerca de 4,4, milhões de anos atrás. O que se sabe é que entre 3 e 4

milhões de anos atrás, duas linhagens bastante distintas de hominídeos emergiram,

coexistindo por no mínimo 2 milhões de anos. Uma linhagem é a de Homo, nosso

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gênero. A outra linhagem é de um pequeno hominídeo, o Australopitecos africanus,

que possuía uma face semelhante à de um ser humano e um encéfalo do tamanho

equivalente a quase um terço do encéfalo dos humanos modernos. Os

pesquisadores não chegaram a um consenso em relação a quais foram os primeiros

membros do gênero Homo, mas todos concordam com o fato de que pelo menos

três espécies de Homo compartilharam a paisagem africana com os

australopitecíneos. Um deles foi o Homo habilis, um hominídeo totalmente ereto e

com um encéfalo maior do que os do australopitecíneos. Há cerca de 1,5 milhões

de anos apareceu o Homo erectus, um hominídeo que alcançava até 170 cm de

altura e que se tornou abundante nas regiões temperadas e tropicais do velho

Mundo.

O Homo erectus desapareceu em torno de 300.000 anos atrás. Deste ponto

em diante a evolução humana e o estabelecimento do Homo sapiens seguiu um

complexo caminho. Há cerca de 130.000 anos surgiram os neandertais, hábeis

caçadores e utilizavam ferramentas. Eles dominaram o Velho Mundo ao final do

Pleistoceno. Acredita-se que os neandertais foram substituídos e exterminados

pelos humanos modernos há cerca de 30.000 anos atrás. Nós humanos possuímos

o que nenhum outro animal tem: a capacidade de raciocínio. Porém, os primeiros

impactos humanos significativos sobre os outros vertebrados datam do tempo pré-

histórico: No Pleistoceno superior ocorreu à extinção de muitas espécies de grandes

vertebrados provavelmente devido à prática da caça exercida pelo homem. Daí em

diante o homem continua cada vez mais explorando sem limites os recursos da

natureza. Se quisermos salvar um vestígio significativo das biotas e ecossistemas

naturais, deixando-os intactos para as futuras gerações de seres humanos, é

necessário preservar habitats e ecossistemas naturais em uma escala grande e

representativa e controlar o crescimento da população humana. Caso não haja essa

conscientização global, seremos nós o próximo grupo extinto da face da

terra! (HICKMAN, 2004).

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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

7.1 BIBLIOGRAFIA BÁSICA

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POUGH, F. Harvey. A vida dos vertebrados. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 1999.

798p., il., 28 cm. Inclui bibliografia e índice.

STORER, T. I. Zoologia geral. 6. ed., rev. e aum. São Paulo: Ed. Nacional, 2003.

816p., il. col., 28cm.

7.2 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

ALLENSPACH, N. Biguatinga (Anhinga anhinga). A passarinhóloga. 2013.

Disponível em: http://apassarinhologa.com.br/biguatinga-anhinga-anhinga/. Acesso em: 22 abril 2021

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2018]. Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/junho/25/1-Casos- -Ofidismo-

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Rio de Janeiro, 2007.

HICKMAN, Cleveland P. Princípios integrados de zoologia. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, c2004. xxii, 846p., il. (algumas col.), 29 cm. Inclui bibliografia e

índice.

HICKMAN, C. P. et al. Princípios integrados de zoologia. 16. ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2016.

HILDEBRAND, Milton. Análise da estrutura dos vertebrados. São Paulo:

Atheneu, 2006. 700p., il., 24cm.

ISMAELJS. Alfaiate americano (Recurvirostra americana). Natureza, perfeição sem tamanho. [Itajaí], 2013. Disponível em:

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Acesso em: 22 abril 2021

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KARDONG, K. V. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. 7. ed.

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MATHIAS, J. GR responde: conheça a cobra urutu-cruzeiro. 2019. Disponível

em: https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/gr-responde/noticia/2019/02/ gr-responde-conheca-cobra-urutu-cruzeiro.html. Acesso em: 22 abril 2021.

NAVEGA-GONÇALVES, M. E. C.; PORTO, T. Conservação de serpentes nos biomas brasileiros. Bioikos, v. 30, n. 1, p. 55–76, 2016. Disponível em:

https://seer.sis.puccampinas.edu.br/seer/index.php/bioikos/article/viewFile/3533/2422. Acesso em: 22 abril 2021.

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POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; MCFARLAND, W. N. A vida dos vertebrados. 3. ed.

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São Paulo: Santos Ed., 2002. ix, 611p., il., 26 cm. Inclui índice e bibliografia.

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WIKIAVES. [S. l.: s. n., 2019].Ecologia. Disponível em: Acesso em: 22 abril 2021.