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___________________________________________________________ ____________ Programa de fisioterapia vestibular para idosos vertiginosos Com o aumento da expectativa de vida, aumentou também a ocorrência de sintomas de vertigem e tontura em adultos e, principalmente, em idosos. Este sintoma, muitas vezes, interfere na qualidade de vida dos indivíduos, podendo-a restringir de certas atividades como esporte, caminhadas, lazer ou até mesmo em atividades de vida diária (Ganança, 2004). Os idosos merecem uma atenção em especial, pois são os que mais padecem desses sintomas, podendo estar relacionado com disfunções no aparelho vestibular periférico. É muito importante o diagnóstico e tratamento dessas disfunções, visto que tontura pode levar às quedas. No caso dos idosos, uma fratura ou algum tipo de trauma causado por uma queda, pode contribuir para o imobilismo. Deste modo, a reabilitação vestibular além de amenizar os sintomas de tontura, previne o desencadeamento das quedas, contribuindo indiretamente para a funcionalidade e a qualidade de vida. Para tanto, foi desenvolvido um projeto com o objetivo de avaliar a eficácia dos exercícios de fisioterapia na sintomatologia de tontura e qualidade de vida do idoso com hipofunção vestibular unilateral (HVU) (Rocha Júnior, 2015). A hipofunção vestibular unilateral (HVU) é diagnosticada quando um dos aparelhos vestibulares periféricos não estão funcionando adequadamente (Brown, 2011).

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Page 1:  · Web viewA diminuição do aporte sanguíneo no vestíbulo pode ser outra causa, já que o sistema de suprimento do aparelho vestibular é pequeno e frágil (Brown, 2011). Os sintomas

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Programa de fisioterapia vestibular para idosos vertiginosos

Com o aumento da expectativa de vida, aumentou também a ocorrência de sintomas de vertigem e tontura em adultos e, principalmente, em idosos. Este sintoma, muitas vezes, interfere na qualidade de vida dos indivíduos, podendo-a restringir de certas atividades como esporte, caminhadas, lazer ou até mesmo em atividades de vida diária (Ganança, 2004).

Os idosos merecem uma atenção em especial, pois são os que mais padecem desses sintomas, podendo estar relacionado com disfunções no aparelho vestibular periférico. É muito importante o diagnóstico e tratamento dessas disfunções, visto que tontura pode levar às quedas. No caso dos idosos, uma fratura ou algum tipo de trauma causado por uma queda, pode contribuir para o imobilismo.

Deste modo, a reabilitação vestibular além de amenizar os sintomas de tontura, previne o desencadeamento das quedas, contribuindo indiretamente para a funcionalidade e a qualidade de vida.

Para tanto, foi desenvolvido um projeto com o objetivo de avaliar a eficácia dos exercícios de fisioterapia na sintomatologia de tontura e qualidade de vida do idoso com hipofunção vestibular unilateral (HVU) (Rocha Júnior, 2015).

A hipofunção vestibular unilateral (HVU) é diagnosticada quando um dos aparelhos vestibulares periféricos não estão funcionando adequadamente (Brown, 2011).

Várias são as causas da HVU: envelhecimento é uma delas. Como sabemos, os idosos sofrem com a atrofia senil, além de que muitos deixam de praticar certas atividades, podendo contribuir para uma insuficiência do aparelho vestibular. A diminuição do aporte sanguíneo no vestíbulo pode ser outra causa, já que o sistema de suprimento do aparelho vestibular é pequeno e frágil (Brown, 2011).

Os sintomas mais comuns da HVU variam de pessoa para pessoa, e também da gravidade do caso, geralmente a pessoa com lesão em um dos aparelhos vestibulares pode apresentar vertigem – tontura rotatória – desequilíbrio, dificuldade de caminhar, dificuldade de estabilização do olhar e, em casos mais severos, náuseas e vômitos (Brown, 2011).

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O diagnóstico fisioterapêutico é baseado nos sintomas. O exame clínico vai desde relatos do paciente de suas dificuldades de realizar suas atividades de vida diária devido a tontura à testes específicos para o diagnóstico cinético-funcional. Portanto, o olhar do fisioterapeuta deve ser bem abrangente, levando sempre em consideração a globalidade, já que muitas disfunções estão ligadas a outras (Ganança, 2010).

O tratamento fisioterapêutico é feito especificamente para cada paciente, já que os sintomas podem variar a cada caso. Em alguns casos, deve-se avaliar a capacidade do paciente em realizar as séries de exercícios que podem ser complexos e combinados, englobando todos os sistemas que envolvem o equilíbrio (Brown, 2011).

O projeto conta com a participação de idosos, de ambos os sexos, com sintomas e/ou diagnóstico de lesão no aparelho vestibular periférico.

Os pacientes diagnosticados com HVU, serão submetidos a exercícios na Fisioclínica da FAI, bem como terão um protocolo de exercícios para seguir em casa, lembrando que os exercícios serão específicos para cada paciente respeitando suas limitações e levando em consideração os sintomas mais presentes em cada paciente.

Será usado o Quociente de Sensibilidade Motora (Shepard & Telian, 1996), para determinar a duração e intensidade dos sintomas nos diferentes movimentos. Nesta avaliação o paciente deve realizar dezesseis diferentes movimentos, relatando a intensidade e duração dos sintomas. A pontuação dada ao teste será equivalente ao tempo e intensidade de sintoma do paciente.

De acordo com Shepard & Telian, 1996:A duração dos sintomas deve ser pontuada da seguinte maneira: 5 a 10 segundos equivalem a 1 ponto; 11 a 30 segundos equivalem a 2 pontos; sintomas maiores do que 30 segundos equivalem a 3 pontos. Obtém-se assim os escores referentes à duração dos sintomas e o número de posições onde estes ocorreram e faz-se o seguinte cálculo:

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QSM = (pontuação total) x (nº de posições sintomáticas) / 20.48

Os valores entre 0 e 10 são considerados brandos; entre 11 e 30, moderados e entre 31 e 100, sensibilidade ao movimento severa.

A qualidade de vida será avaliada pelo Dizzines Handicap Inventory - versão brasileira (Castro, 2003). Trata-se de um questionário que avalia o prejuízo causado em pacientes que apresentam o sintoma de tontura. É composto por 25 questões, sendo que sete destas avaliam o domínio físico, nove questões avaliam o domínio emocional e nove avaliam o domínio funcional. As respostas dadas pelos pacientes serão pontuadas da seguinte maneira: “sim” equivale a quatro pontos, “não” equivale a zero ponto, e as respostas “ás vezes” serão pontuadas com dois pontos.

Desta maneira, a pontuação total corresponde a cem pontos, onde observa-se um prejuízo máximo causado pela tontura; e a menor pontuação, zero ponto, representa nenhum prejuízo provocado pelo sintoma no paciente. Avalia-se também, cada domínio individualmente, de acordo com a pontuação, observa-se o prejuízo causado pela tontura.

A quantificação da tontura será feita por meio do teste em que o próprio paciente registra o ponto que melhor representa sua quantidade de tontura no momento em uma linha de dez centímetros. Onde o início da reta corresponde a nada de tontura, e o final a sensação máxima de tontura. As avaliações ocorrerão em cinco momentos num período de dois meses (1º, 15º, 30º, 45º e 60º dias de exercícios).

Para a análise dos dados será utilizado estatística descritiva, testes de Wilcoxon e T de Student. Será utilizado também o

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Coeficiente de Correlação de Spearman para analisar a relação entre qualidade de vida e sintomatologia de tontura. O nível de significância utilizado será de 5% (P≤0,05).

Referências Bibliográficas:

Rocha Júnior, P. R. Fisioterapia vestibular na qualidade de vida e sintomatologia de tontura de idosos com hipofunção vestibular unilateral. Adamantina/SP. 2015.

Brown, Lisa. Hipofunção vestibular unilateral. Associação Americana de fisioterapia, seção de neurologia. 2011.

Ganança F., Fernando; Castro O., Ana Silvia; Branco C., Fátima; Natour, Jamil. Interferência da tontura na qualidade de vida de pacientes com síndrome vestibular periférica. Rev Bras Otorrinolaringol. 2004.

Ganança F., Fernando; Perracini R., Monica; Mazzetti R., Karen; Gabilan L. P., Yeda; Gazzola M., Juliana; Júnior Coelho N., Adamar. Alinhamento de cabeça e ombro em pacientes com hipofunção vestibular unilateral. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Carlos/SP. 2010.