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WEB 2.0 E DOCÊNCIA: FORMAÇÃO E PRÁTICASPEDAGÓGICAS COM O USO DO LAPTOP EDUCACIONAL Renata Lopes Jaguaribe Pontes, Université de Montréal Karla Angélica Silva do Nascimento, Universidade Federal do Ceará Mixilene Sales Santos Lima, Universidade Federal do Ceará Resumo. O presente artigo trata do processo de formação docente realizado em noves escolas cearenses contempladas com o Projeto Um Computador por Aluno - UCA que teve como objetivo capacitar os professores à integrar pedagogicamente as tecnologias digitais de informação e comunicação - TDIC. Dentre os cinco modulos da formação, focamos em dois que tratam sobre o uso dasferramentas da Web 2.0 no contexto escolar e a elaboração de projetos. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo identificar quais projetos foram desenvolvidos nas escolas cearenses utilizando ferramentas da Web 2.0 e analisar se essas práticas exploraram as características destes recursos, como a colaboração, autoria e o compartilhamento. A metodologia utilizada é de natureza qualitativa e os dados foram coletados por meio de observações realizadas in loco durante as formações, nos momentos de planejamento pedagógico e durante a realização dos projetos. Dentre os resultados, constatamos que as ferramentas da Web 2.0 como o blog, o Facebook, o Google Maps e o Google Docs auxiliaram na realização de atividades colaborativas, propiciaram novos canais de comunicação e interação entre alunos, professores e pais, e possibilitaram que alunos e professores criassem conteúdos, estimulando e valorizando sua autoria. Também observamos que o formato da formação em serviço foi adequado ao aliar momentos teóricos e práticos, já que, os professores conseguiram tanto planejar os projetos como implementá-los.Contudo, para que práticas como essas possam ser realizadas, os professores devem continuar participando de momentos de formação que possibilitem o conhecimento e apropriação tecnológica de novas ferramentas e de como elas podem ser utilizadas no ensino e aprendizado dos conteúdos curriculares. Palavras-chave:Web 2.0; Formação docente; Projeto UCA. 1. Introdução As tecnologias digitais de informação e comunicação - TDIC fazem , cada vez mais, parte do nosso cotidiano, transformando e causando impacto em todos os âmbitos da sociedade , inclusive no contexto educacional devido a ̀ s suas potencialidades como auxiliadoras no processo de ensino e aprendizagem. Entre as possibilidades de TDIC encontram-se as ferramentas da Web 2.0, considerada como “a segunda geração de serviços on-line que caracteriza -se por potencializar as formas de publicaça ̃ o , compartilhamento e organizaça ̃ o de info rmaço ̃ es, alm de ampliar os espaços para a interação entre os participantes do processo” . (PRIMO, 2007, p.1). Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores EdUECE- Livro 2 06675

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WEB 2.0 E DOCÊNCIA: FORMAÇÃO E PRÁTICASPEDAGÓGICAS COM O

USO DO LAPTOP EDUCACIONAL

Renata Lopes Jaguaribe Pontes, Université de Montréal

Karla Angélica Silva do Nascimento, Universidade Federal do Ceará

Mixilene Sales Santos Lima, Universidade Federal do Ceará

Resumo. O presente artigo trata do processo de formação docente realizado em noves

escolas cearenses contempladas com o Projeto Um Computador por Aluno - UCA que

teve como objetivo capacitar os professores à integrar pedagogicamente as tecnologias

digitais de informação e comunicação - TDIC. Dentre os cinco modulos da formação,

focamos em dois que tratam sobre o uso dasferramentas da Web 2.0 no contexto escolar

e a elaboração de projetos. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo identificar

quais projetos foram desenvolvidos nas escolas cearenses utilizando ferramentas da

Web 2.0 e analisar se essas práticas exploraram as características destes recursos, como

a colaboração, autoria e o compartilhamento. A metodologia utilizada é de natureza

qualitativa e os dados foram coletados por meio de observações realizadas in loco

durante as formações, nos momentos de planejamento pedagógico e durante a realização

dos projetos. Dentre os resultados, constatamos que as ferramentas da Web 2.0 como o

blog, o Facebook, o Google Maps e o Google Docs auxiliaram na realização de

atividades colaborativas, propiciaram novos canais de comunicação e interação entre

alunos, professores e pais, e possibilitaram que alunos e professores criassem

conteúdos, estimulando e valorizando sua autoria. Também observamos que o formato

da formação em serviço foi adequado ao aliar momentos teóricos e práticos, já que, os

professores conseguiram tanto planejar os projetos como implementá-los.Contudo, para

que práticas como essas possam ser realizadas, os professores devem continuar

participando de momentos de formação que possibilitem o conhecimento e apropriação

tecnológica de novas ferramentas e de como elas podem ser utilizadas no ensino e

aprendizado dos conteúdos curriculares.

Palavras-chave:Web 2.0; Formação docente; Projeto UCA.

1. Introdução

As tecnologias digitais de informação e comunicação - TDIC fazem , cada vez

mais, parte do nosso cotidiano, transformando e causando impacto em todos os âmbitos

da sociedade , inclusive no contexto educacional devido as suas potencialidades como

auxiliadoras no processo de ensino e aprendizagem.

Entre as possibilidades de TDIC encontram-se as ferramentas da Web 2.0,

considerada como “a segunda geração de serviços on-line que caracteriza -se por

potencializar as formas de publicaçao , compartilhamento e organizaçao de info rmaçoes,

alem de ampliar os espaços para a interação entre os participantes do processo” .

(PRIMO, 2007, p.1).

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Essas ferramentas nao foram desenvolvidas especialmente para a educação , no

entanto, seus potenciaispedagógicos estao sendo explorados por es timularem “a

experimentaçao, reflexão e geração de conhecimentos individuais e coletivos ,

favorecendo a construçao de um ciberespaço de interatividade que contribui para criar

um espaço de aprendizagem coletiva” (CARVALHO, 2008, p.6). Alem disso, essas

ferramentas tem uma grande vantagem : são de facil utilização e não exigem do usuario

um avançado conhecimento tecnologico , como por exemplo , em linguagem de

programaçao.

Outro motivo que corrobora para o emprego destas ferramentas e o fato dos

alunos as utilizarem no seu dia a dia. “Os alunos hoje têm um conjunto de aplicativos

web em suas maos que podem verdadeiramente facilitar e revolucionar seu

aprendizado” (VALENTE e MATTAR, 2007, p.88).

A partir deste contexto, o Governo Federal criou o Projeto Um Computador por

Aluno - UCA, coordenado pelo Ministério da Educação - MEC, que teve como objetivo

proporcionar aos professores uma formação docente continuada para o uso das TDIC

que abrange conhecimentos teóricos, técnicos e práticos. Do mesmo modo, favoreceu a

inclusão digital de professores, alunos e gestores de escolas públicas do sistema de

ensino do país por meio da inserção de laptops educacionais em situação de um-para-

um (1:1), ou seja, cada aluno da escola possui um computador à sua disposição e todos

estão conectados à Internet.

Com base na formação docente realizada, o presente artigo tem como

foco as experiências pedagógicas desenvolvidas durante o módulo 4, que aborda a

elaboração de projetos, utilizando as ferramentas da Web 2.0 vistas no módulo 2, e visa

identificar quais projetos desenvolvidos nas escolas contempladas com o UCA no Ceará

utilizaram tais ferramentas. Assim como, se essas práticas exploraram as características

da Web 2.0.

Na seção seguinte, apresentaremos o quadro teórico, o contexto da pesquisa,

assim como os procedimentos metodológicos adotados para a sua viabilização.

2. Web 2.0 e a formação docente

Entre as principais ferramentas da Web 2.0 estão o blog, os siteswiki e as redes

sociais.O uso dessas ferramentas proporciona uma extensão dos espaços de

aprendizagens dos alunos para além das salas de aulas, preparando-os para a sociedade

tecnológica, já que, grande parte dos trabalhos atuais exigem uma competência para

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usar a Web 2.0. (DOHN, 2009).

Marinho et al (2009) discorrem acerca do processo de autoria propiciado pela

Web 2.0 e tambem enfatizam a importância da colaboraçao entre os usuarios para que a

web seja um grande repositorio de informaçoes e que , por consequência, possa ser uma

fonte rica de conhecimento.

A Web 2.0 e a rede no tempo de uma Sociedade da Autoria , onde cada

internauta se torna , alem de (co)autor ou (co)produtor, distribuidor de

conteudos, compartilhando a sua produçao com os demais individuos imersos

em uma cibercultura . O internauta deixa de ser apenas um leitor isolado ou

tão-somente um coletor de informaçoes . Ele agora passa a colaborar na

criaçao de grandes repositórios de informaçoes, tornam-se tambem semeador

e contribuindo para que uma riqueza cognitiva se estabeleça e se expanda em

um espaço cujo acesso e amplo, em tese possivel a todos. A Web 2.0 e a “web

da leitura/escrita” [read/write Web] (MARINHO et al, 2009, p.9).

Em conformidade , Primo (2007) afirma que os novos espaços originados pela

Web 2.0 estimulam interaçoes nunca antes possiveis : “a Web 2.0 tem repercussoes

sociais importantes, que potencializam processos de trabalho coletivo, de troca efetiva,

de produçao e circulaçao de informaçoes, de construçao social de conhecimento apoiada

pela informatica”. (p. 1).

Para O’Reilly (2005), a participaçao dos usuarios e o combustivel da Web 2.0,

pois, e por meio da “inteligência coletiva” q ue os serviços da web se tornam melhores ,

partindo-se do pressuposto de que ninguem sabe tudo , mas que todos sabem algo . Lévy

(1998) caracteriza esse conceito da seguinte forma : “a inteligência coletiva e uma

inteligência distribuida por toda parte , [...] que resulta em uma mobilizaçao efetiva das

competências [...] a base e o objetivo da inteligência coletiva sao o reconhecimento e o

enriquecimento mutuos das pessoas”. (p. 29).

Chagas (2002, p.2) reforça a importância do trabalho colaborativo como

“condição necessária para que as redes de aprendizagem e conhecimento se constituam

e se mantenham, de forma a concretizar uma das suas potencialidades mais evocadas – a

construção de conhecimento pelos seus intervenientes”.

O trabalho colaborativo é um elemento essencial nos processos de aquisição do

conhecimento; o diálogo e a interação são fundamentais para a aprendizagem. Essa

crença fundamenta-se na concepção atual dominante relativa à aprendizagem, para onde

confluem duas correntes teóricas: por um lado, as perspectivas construtivistas, que se

inspiram em Piaget e Bruner, entre outros autores, e as interpessoais e socioculturais,

movidas pelo trabalho de Vygotsty e seguidores.

A valorização do trabalho colaborativo demonstra o quao democraticos sa o os

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ambientes da Web 2.0 ao estimularem a construçao coletiva do conhecimento que ,

posteriormente, fica acessivel a todos os usuarios que navegam na rede . Por exemplo,

ao criarmos um blog fazemos registros de informaçoes relevantes que ficarao

armazenadas on-line e que poderao ser compartilhadas pela divulgaçao do seu endereço

eletronico; o mesmo acontece ao inserirmos um novo verbete na Wikipedia ou ao

gravarmos um video e posta-lo no YouTube.

No entanto, segundo Davies e Merchand (2009) para que uma prática

educacional com as ferramentas da Web 2.0 possa ser desenvolvida de forma bem-

sucedida quatro condições devem ser atendidas.

A primeira condição é quanto ao objetivo da atividade a ser realizada. A

ferramenta deve ser empregada para auxiliar a atingir o objetivo que o professor tem em

mente para determinada aula ou atividade e seu uso deve ser relevante para o

aprendizado do aluno. O uso da ferramenta pela ferramenta nāo se constitui em uma

prática educativa. A segunda e a terceira condições são a participação e as parcerias,

respectivamente. Ambas estão estreitamente ligadas, já que, a participação pressupõe

um envolvimento dos alunos, dos professores, dos pais e de todos os outros atores

envolvidos no contexto da atividade. Essa participação acaba nos reportando a ideia de

parceria (Idem, 2009).

No caso da experiência ser realizada em uma escola, a parceria pode ser com

outras instituiçōes de ensino, como por exemplo, uma universidade, ou com a própria

comunidade onde a escola se insere.

E, por último, temos como condição o planejamento. A atividade deve ser

planejada levando em consideração os pontos fortes da ferramenta a ser utilizada e as

suas adaptabilidades para o uso em sala de aula (Davies e Merchand, 2009).

Contudo, para que o professor possa usar as ferramentas da Web 2.0 como um

recurso pedagógico é necessário que ele se aproprie instrumentalmente e,

principalmente, que compreenda suas possibilidades pedagógicas. Daí, a importância de

uma formação docente que possibilite uma capacitação sólida que suscite no professor

novas formas de pensar a educação.

Neste sentido , a formação docente do Projeto UCA estimula a prática da

aprendizagem em rede que visa possibilitar o desenvolvimento de conteudos por

multiplas conexoes entre aluno s e professores da mesma e de diferentes localidades

visando a produçao de conteudo , troca de ideias, discussoes, entre outras possibilidades

(SANTOS e BORGES, 2010).

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Outro aspecto importante da formação é que ela aconteceu em serviço, portanto,

os professores tiveram possibilidades de usar o laptop educacional e os recursos da

Internet em sala de aula à medida que foram sendo capacitados.

Acompanhada por formadores do Núcleo de Tecnologia Educacional - NTE e

por uma equipe multidisciplinar do Instituto UFC Virtual, a formação docente abrangeu

momentos presenciais e a distância que contemplaram cinco módulos : 1) Apropriação

Tecnológica; 2) Web 2.0; 3) Formação na escola: Professores e Gestores; 4) Elaboração

de Projetos; e 5) Sistematização da Formação na Escola.

O processo de formação dos professores das escolas contempladas pelo projeto

se orientou pelos princípios expostos no documento “Projeto UCA – Formação Brasil:

projeto, planejamento das açoes/cursos” de 2009, e foram baseados na compreensão de

que foi necessario priorizar “o aprendizado de novas açoes pedagógicas com apoio da

tecnologia, visando mudanças no currículo escolar”(BRASIL, 2008, p. 5).

3. Contexto e Metodologia

A presente pesquisa foi realizada em nove escolas cearenses contempladas com

o Projeto UCA que serão denominadas de A, B, C, D, E, F, G, H e I. No total, elas

possuem 4.105 alunos e 190 professores, aproximadamente.

A formação docente do projeto contemplou cinco módulos, conforme descrito

anteriormente, no entanto, o foco desta pesquisa são os projetos desenvolvidos pelos

professores, juntamente com os seus alunos, durante a formação do módulo 4 utilizando

ferramentas da Web 2.0 vistas durante o módulo 2.

O módulo 2 abordou o uso pedagógico das ferramentas da Web 2.0. Para tanto, a

formação abrangeu momentos teóricos, nos quais foram realizados estudos acerca de

como integrar tais ferramentas nos planos de aula, e momentos práticos com a

exploração e uso dos recursos digitais on-line, tais como: objetos de aprendizagem,

sites, blogs, aplicativos do Google Drive e redes sociais, de modo que contemplasse a

“participação, produção de conteudo, autoria, armazenamento, compartilhamento,

interação e colaboração” (PONTES, 2011 p. 24), características inerentes à Web 2.0.

Enquanto que o módulo 4 foi constituído por momentos práticos direcionados

para o uso das TDIC em sala de aula.Para conclusão desse módulo, os professores

elaboraram um projeto que contemplou o uso de um ou mais recursos visto durante a

formação, integrando-o(s) ao currículo escolar. Vários projetos foram criados e postos

em prática em todas as escolas. Alguns destes serão detalhados nos resultados do

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presente trabalho.

Durante a formação, os docentes foram acompanhados pelos formadores por

meio de encontros presenciais e virtuais que fazem parte do curso, como também em

momentos de planejamento de aulas, nos quais os professores receberam orientações

sobre a construção dos projetos e planos de aula que contemplassem o uso de

ferramentas da Web 2.0.

Nesse contexto, a abordagem metodológica utilizada no presente estudo é de

caráter qualitativo tendo como estratégia o estudo de caso. Ludke e Andre (1986)

afirmam que a concepçao do estudo de caso nao advem de uma visao predeterminada da

realidade, mas visa apreender os aspectos ricos e imprevistos que envolvem uma

determinada situaçao. Esses autores ressaltam que algumas das caracteristicas principais

do estudo de caso são: visar a descoberta e enfatizar a interpretaçao em contexto.

Os dados foram coletados por meio de observações realizadas in loco durante as

formações, planejamentos pedagógicos e realização dos projetosdurante os meses de

setembro a dezembro de 2013.

Na proxima seção apresentamos os resultados obtidos a partir das analise dos

dados.

4. Resultados

Tendo em vista alcançar os objetivos especificados buscamos identificar os

projetos desenvolvidos por professores e alunos das nove escolas contempladas com o

UCA, no quais foram utilizadas ferramentas da Web 2.0. Dessa forma, os resultados

foram categorizados de acordo com as características da Web 2.0 que mais se

destacaram durante os projetos. As categorias são: canais de comunicação e interação,

produção de materiais e trabalho colaborativo, as quais serão discutidas a seguir.

4.1. Canais de comunicação e interação

Identificamos que o blog, o Facebook e as ferramentas Google Drive e Google

Maps foram usados em vários projetos como canais de comunicação aproximando

alunos, professores e pais e até mesmo estudantes de países diferentes, por meio da

interação que abrangeu a partilha de informações que auxiliaram a aprendizagem dos

conteúdos curriculares.

O projeto “Sem Fronteiras: Ponte Atlântica Brasil e Portugal”foi desenvolvido

com duas turmas do ensino fundamental, sendo vinte e cinco alunos do 9º ano da Escola

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E, e vinte do 10º ano de uma escola de Portugal. O projeto teve duração de três meses

com o objetivo de estabelecer discussões acerca da cultura de ambos os países. A

comunicação entre os alunos foi trabalhada de forma síncrona e assíncrona para

promover a criação de materiais digitais (apresentação de slides e textos on-line) e de

forma colaborativa nas aulas de História, Geografia e Cultura e História das Artes.

Durante as atividades, os alunos puderam realizar pesquisas na Internet, desenvolver um

material sobre o outro país por meio do Google Drive, participar de fóruns no Ambiente

Virtual de Aprendizagem Sócrates do Instituto UFC Virtual

(http://www.vdl.ufc.br/socrates/), além de estabelecer contato síncrono por meio de uma

web conferência que proporcionou trocas de informações.

Este projeto também utilizou a rede social Facebook como ferramenta de apoio

e, por iniciativa dos próprios alunos, cada turma criou um grupo restrito no site a fim de

postar as atividades propostas, enviá-las aos colegas quando faltavam, tirar dúvidas e

receber suas atividades corrigidas. Essa iniciativa proporciou um maior envolvimento

do aluno com a rotina escolar tanto em sala de aula quanto fora dela.

Nas Escolas B e D, o projeto “Nossos Lugares no Mundo” buscou desenvolver

aprendizagens acerca das culturas dos participantes para a construção de uma

convivência com a diversidade cultural. O projeto proporcionou a interação entre alunos

das Escolas B e D por meio da apresentação e discussão de elementos de suas culturas

locais e o contato presencial com alunos norte-americanos da Universidade de Utah, nos

Estados Unidos. O contato e o intercâmbio entre os alunos das duas escolas foram

realizados através dos comentários das postagens de trabalhos realizados por eles

(slides, textos, imagens) no blog do projeto

(http://nossoslugaresnomundo.blogspot.com.br/).

Outro projeto desenvolvido na Escola D foi “Eu conheço o meu bairro”que

permitiu aos alunos conhecer a história de lugares da cidade, se reconhecer como parte

dessa história e entender como os agrupamentos humanos ocupam o espaço urbano,

com base na constituição dos bairros. Assim, criou-se a oportunidade de pesquisar a

história do bairro. As ações no decorrer do projeto se deram por meio de debates e

pesquisas na internet sobre a origem do bairro, a localização da escola e da casa dos

alunos no mapa através do Google Maps, levantamento de dados sobre quem mora e

estuda no mesmo bairro, entrevistas com moradores antigos, aula de campo com passeio

pelo bairro e registro de imagens por meio da webcam dos laptops.

Na escola G, os alunos e professores desenvolveram o projeto “Facebook e

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História: a utilidade didatica das redes sociais” que se utilizou da rede social para

interação e discussão dos conteúdos da disciplina de História. Ao final de cada conteúdo

ministrado pelos professores, foi organizado um debate no Facebook, com intuito de

ampliar e fixar os conhecimentos pertinentes a essa disciplina dentro e fora da escola.

Assim como foram compartilhados outros tipos de materiais de consulta, tais como

vídeos, fotos, sites, todos relacionados com os assuntos da disciplina.

A partir dessas práticas, constatamos que uso pedagógico das ferramentas da

Web 2.0 pode ampliar o espaço e o tempo do ensino e da aprendizagem para além da

sala de aula, assim como oportuniza uma aproximação entre a familia e escola, parceria

fundamental para o sucesso escolar discente.

4.2. Produção de materiais

Além de auxiliarem na comunicação e estimularem a interação, também

observamos que as ferramentas da Web 2.0 facilitam a produção de materiais e, desta

forma, fazem com que os alunos se sintam parte integrante da construção do seu

conhecimento.

No projeto “Nem certo, nem errado: adequado” desenvolvido na Escola C, a

professora e os alunos do 1º ano do ensino médio trabalharam as variações linguísticas

presentes na musica “Asa Branca” de Luiz Gonzaga, com intuito de analisa-la por meio

das ocorrências de desvios da norma culta e da riqueza da cultura popular que possui a

letra da música. Esse trabalho colaborativo possibilitou aos alunos a elaboração de um

dicionario intitulado “ABC do Sertão” e a criação do blog

(http://blogonzagajvb.blogspot.com.br/).

A Escola H realizou o projeto “Vizinhança Americana/America's

Neighborhood” (https://sites.google.com/site/usubrasilproject/home) que teve como

principal objetivo integrar o laptop educacional e os recursos digitais no cotidiano

escolar e promover o multiculturalismo por meio da troca de referências culturais sobre

danças, músicas, vestimentas, culinária, dentre outras temáticas da cultura do nordeste

brasileiro, onde localiza-se o município no qual a escola está inserida e a cultura norte-

americana representada pela cidade de Utah. Foi possível compartilhar informações via

fóruns de discussões e troca de textos elaborados pelos dois grupos de alunos. A Web

conferência foi um recurso a mais para que os participantes pudessem se conhecer

virtualmente e trocar informações verbais sobre as temáticas abordadas.

Ja a Escola I desenvolveu o projeto “Produção de Laifis no Ensino de Biologia”

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com 33 alunos de uma turma do 3º ano do turno da manhã do ensino médio. Esta

iniciativa consistiu no uso do recurso digital Laifi que possibilita a interação por meio

de histórias e interesses em comum e a construção conjunta e registro de conteúdos que

vão desde uma simples imagem até uma história detalhada e ilustrada (www.laifi.com).

A criação do Laifi teve como assunto conteúdos visto em sala de aula (reino plantae,

reprodução humana). A cada exploração de conteúdo didático foi realizada a produção

dos Laifis por equipes que elaboraram textos, pesquisaram imagens e organizaram

apresentações.Este projeto foi premiado na Feira de Ciências e Cultura, promovida pela

6ª CREDE, da cidade, ficando em 10º colocado na categoria Ciências da Natureza e

suas Tecnologias.

Os projetos descritos destacam a importância dos alunos e professores

perceberem-se como construtores de conhecimento, reconhecendo a importância de

trabalhar colaborativamente, trocar informações e discutir ideias.

4.3. Trabalho colaborativo

O trabalho colaborativo apresenta potencial para enriquecer o pensamento, a

ação e a resolução de problemas. Assim, identificamos, em alguns projetos, ganhos em

termos de socialização e aquisição de capacidades e habilidades.

A Escola C desenvolveu dois projetos com foco no trabalho colaborativo. O

primeiro foi “Descendo a ladeira com o laptop: um passeio pela arborização no entorno

da escola”, realizado nas aulas de Biologia com os alunos do 2º ano do ensino medio e

que teve como objetivo promover reflexões acerca das condições das áreas naturais em

relação aos centros urbanos com enfoque no processo de arborização no distrito onde a

escola está localizada, como também, vivenciar os conteúdos a partir da exploração,

levantamento e mapeamento da região com o auxílio do laptop educacional e do Google

Maps. O segundo projeto, intitulado “O laptop educacional na trilha do artigo de

opinião: no meu lugar faço a intervenção”,proporcionou aos alunos melhores condiçoes

de leitura e escrita ao passo de levá-los a refletir, posicionar-se e propor intervenções

acerca de problemáticas locais e gerais da sociedade. Para tanto, foi necessário criar um

grupo no Facebook intitulado “3º A, e hora de opinar” para socializar os resultados das

ações e divulgar as produções textuais coletivas dos alunos.

Tendo como objetivo incentivar o trabalho colaborativo entre alunos e entre

professores e alunos, a escola A desenvolveu um projeto para formar alunos-monitores

que auxiliem os docentes em sala de aula durante as atividades realizadas com os

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laptops. A cada ano letivo o grupo é modificado de modo que os demais alunos da

escola possam vivenciar essa experiência e que possam ser passar pelos momentos de

formação que abrange a apropriaçao das ferramentas do laptops e de recursos da

Internet, entre eles da Web 2.0, como o blog.

A Escola F envolveu alunos da mesma sala de aula, de salas diferentes, entre

outra(s) contemplada(s) com o UCA e com alunos norte-americanos para desenvolver a

interculturalidade, nomeando o projeto de “A gente faz história”. Professores, alunos e

pais interagiram nos blogs, acompanharam o andamento das atividades pedagógicas e

utilizaram o GoogleDocs para a escrita colaborativa.

Na Escola G, o projeto “Minha Terra na Web”teve como público-alvo alunos do

3º ano do ensino médio do turno manhã e estudantes universitários norte-americanos de

intercâmbio. O projeto teve como objetivo, promover o trabalho colaborativo entre os

alunos dos dois países. Nesses encontros, as atividades realizadas foram: discussões de

temas presenciais; elaboração de material; e exploração do Google Docs. Os temas

discutidos estavam relacionados à cultura de ambos os países. Em seguida, os alunos

produziram materiais (textos com imagens) de forma colaborativa sobre o assunto,

utilizando o Google Docs. Cada aluno tinha o seu próprio laptop e isso contribuiu para a

elaboração compartilhada de slides.

Oprojeto da Escola H, alinhado a categoria produção de materiais, foi o“Ficção

Científica: Mito ou Realidade” que teve como objetivo proporcionar a realização de

atividades colaborativas com o uso do laptop educacional e de recursoson-line, tendo

como tema o gênero ficção científica, cuja obra principal estudada foi “Viagem ao

Centro da Terra” do autor Julio Verne. Os participantes, alunos do 8º ano do Ensino

Fundamental, puderam explorar o livro e a partir disso elaborar seus próprios contos de

ficção científica. O projeto teve como produto final um livro de ficção impresso e

também digital que pode ser acessado pelo endereço eletrônico :

(http://www.calameo.com/read/00152285454d3ee440fa9).

Verificamos que o uso pedagógico dos recursos pode estimular o trabalho

colaborativo por meio da inteligência coletiva, já que, cada aluno e professor colaborou

com a construção do conteúdo como um todo.

Além dos projetos mencionados, as nove escolas possuem e utilizam blogspara

divulgar notícias sobre as aulas, bem como para disponibiliza um formulário eletrônico

on-line destinado à reserva e agendamento do laboratório de informática e dos laptops

educacionais. Com esse recurso, os professores de sala de aula podem acessar o blog e

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fazer seu agendamento prévio, facilitando, assim, as ações de gerenciamento da recarga

e organização dos laptops.

As práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores das nove escolas

possibilitaram o uso de recursos da Internet que auxiliam os alunos nos conteúdos

curriculares. Além disso, os professores desenvolveram algumas estratégias que

possibilitaram o uso contínuo dos laptops como ferramenta pedagógica, destacando-se a

criação de blogs para cada disciplina, nos quais postam seus planos de aula e passam a

ministrá-los utilizando o laptop como principal apoio.

Na seção seguinte, apresentaremos as considerações finais da presente pesquisa.

5. Considerações finais

Observamos que em todos os projetos analisados foram atendidas as quatro

condições para que a utilização de ferramentas da Web 2.0 possam ser desenvolvidas de

forma bem-sucedida. Os objetivos dos projetos são claros e foram bem formulados, a

participação dos alunos e professores foi evidenciada, assim como a parceria entre a

escola, a universidade e a comunidade escolar, representada pelos pais. E o

planejamento das atividades destacaram as potencialidades oferecidas por cada

ferramenta utilizada.

Confirmamos que as ferramentas da Web 2.0 podem trazer variadas vantagens

para a educação. Em relação aos projetos desenvolvidos, elas auxiliaram na realizaçao

de trabalhos colaborativos feitospelos alunos, assim como possibilitaram que alunos e

professores criassem conteúdos, destacando a autoria desses atores e, principalmente,

mudando o paradigma tradicional da educação, ao reconhecer o aluno como autor do

seu próprio conhecimento.

No entanto, em algumas escolas, a conexão da Internet era lenta e oscilante o

que dificultou e retardou o desenvolvimento de alguns projetos. Também constatamos

que o formato da formação docente em serviço que alia momentos teóricos e práticos

foi adequado, já que, os professores das escolas conseguiram tanto planejar projetos

como implementá-los. Contudo, para que práticas como essas possam ser realizadas, os

professores devem continuar participando de momento de formação que possibilitem o

conhecimento e a apropriação tecnológica de novas ferramentas e de como elas podem

ser utilizadas como auxiliares no ensino e aprendizado dos conteúdos curriculares.

Didática e Prática de Ensino na relação com a Formação de Professores

EdUECE- Livro 206685

Page 12: WEB 2.0 E DOCÊNCIA: FORMAÇÃO E PRÁTICASPEDAGÓGICAS … 2.0 E DOCÊNCIA FORMAÇÃO E... · usar a Web 2.0. (DOHN, 2009). Marinho et al (2009) discorrem acerca do processo de autoria

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