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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
ANGELICA MOREIRA PANARELLI
GERAÇÃO Y NA UNIVERSIDADE: ensino e aprendizagem
São Paulo
2012
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ANGELICA MOREIRA PANARELLI
GERAÇÃO Y NA UNIVERSIDADE: ensino e aprendizagem
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do
Centro de Educação, Filosofia e Teologia da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Especialista em Docência do Ensino Superior.
ORIENTADORA: Ms. Maria Elisa Pereira Lopes
São Paulo
2012
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ANGELICA MOREIRA PANARELLI
GERAÇÃO Y NA UNIVERSIDADE: ensino e aprendizagem
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Programa de Pós-Graduação Lato Sensu do
Centro de Educação, Filosofia e Teologia da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Especialista em Docência do Ensino Superior.
Aprovado em
BANCA EXAMINADORA
Ms. Maria Elisa Pereira Lopes
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Agrada-te do Senhor e Ele satisfará o desejo
do teu coração.
Salmos 37.5
10
AGRADECIMENTOS
O Deus, pela sua presença em minha vida e por me conduzir nos estudos e durante
toda jornada.
Aos meus Pais e irmãos, que têm me sustentado e amparado em todas as dificuldades,
pelo apoio incondicional, sem nunca desistir.
À Universidade Mackenzie, pela bolsa concedida.
A todo o corpo docente do Mackenzie, por partilharem do seu conhecimento, pelo
apoio e auxílio.
À minha querida orientadora Ms. Maria Elisa Pereira Lopes, pela seriedade na sua
orientação, pelo auxílio sempre que necessário e por sua amizade.
À querida Professora Drª Mary Rosane Ceroni, presença preciosa em minha vida.
A todos os funcionários do Mackenzie, pois sem eles o funcionamento da Instituição
não é possível, por realizarem seu trabalho com amor.
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RESUMO
O objetivo deste trabalho é entender as características e as peculiaridades de interação
com o processo de ensino e aprendizado da geração Y, quando adentra a universidade. Para
tanto refletiremos sobre os desafios da universidade hoje, diante da geração Y, sobre o papel
do docente e do ensino.
Palavras chaves: geração y, aprendizagem do educando adulto, ensino superior
contemporâneo, docente, ensino e aprendizado.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 1 ...................................................................................................................... 15
1.1 Leitura da Geração Y ............................................................................................... 15
1.2 Processo de Aprendizagem do Educando Adulto no Ensino Superior (Geração Y) .... 18
1.3 Educação Superior Contemporânea Frente à Geração Y ........................................ 21
CAPÍTULO 2 ...................................................................................................................... 24
2.1 Desafios do Docente no Processo de Ensino e Aprendizagem (ensinagem): a geração
Y ......................................................................................................................................... 24
CAPÍTULO 3 ...................................................................................................................... 28
3.1 Métodos Tecnológicos de Ensinagem para a Geração Y ................................................. 28
3.2 Didática.......................................................................................................................... 28
3.3 Recursos metodológicos ................................................................................................. 30
4. Bibliografia
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INTRODUÇÃO
Esta pesquisa diz respeito à geração Y na universidade e aos desafios da docência em
relação ao processo de ensino e aprendizagem para atender as nova exigências. O tema
advém das observações crescentes no ensino superior a respeito dos novos desafios para
ensinagem de jovens que cada vez mais exigem metodologias
Esse tema configura-se como objeto de estudo frente às diversas possibilidades
tecnológicas que a globalização tem proporcionado aos jovens, que solicitam uma educação
pautada em metodologia dinâmica com respostas rápidas para o direcionamento do ensino. O
objetivo deste trabalho é entender as características, as peculiaridades de interação com o
processo de ensino e aprendizado da geração Y, quando adentra a universidade.
Este tema é relevante, pois as mudanças e os métodos tecnológicos estão presentes na
realidade do educando em formação. Os estudos sobre o que se denomina como geração Y
aponta a necessidade de um ensino metodológico dinâmico e tecnológico que chame sua
atenção para o processo de ensino aprendizagem (ensinagem).
A análise dos resultados bibliográficos e de campo realizada no presente estudo foi a
geração Y necessita ser entendida, bem como sua necessidade de uso da tecnologia. Por esse
motivo ela tem sido alvo de artigos e de outros meios de comunicação, assim compreender e
conhecer a geração Y implica reflexão por parte dos docentes sobre como a tecnologia pode
auxiliar o entendimento entre docente e educando no espaço da sala de aula.
Usaremos como base as analise de Léa das Graças Camargo Anastasiou (2004) para
entender e definir a geração Y e, também, os pontos e contrapontos na construção de técnicas
no processo de ensinagem (ensino e aprendizagem). Busca-se ainda apresentar como a
educação superior utiliza à metodologia tecnológica, dinamizando o ensino sem perder seus
referenciais, o docente e seu conteúdo. Pretende-se apontar como o docente poderá trabalhar a
partir dos referencias teóricos.
Observa-se ainda, os desafios do docente no processo de ensino e aprendizagem a
geração Y, quais métodos tecnológicos existem no processo de ensinagem para geração y,
qual a didática empregada e quais recursos de ensinagem existem (instrumentalização de
ensino).
As bases teóricas do presente estudo são fundamentadas nas reflexões sobre as
características da geração Y de Brandão (2008), Melo (2010), Rita Loyola (2012), Teixeira
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(1996), Pozo (2001) e Sacristan (2009), que avaliam como está o ensino superior nos dias de
hoje, bem como os avanços e embates da nova geração Y. Ou seja, como se compõem o
ensino superior no sentido de avanços e perspectiva para o processo de ensino e aprendizagem
ou, como coloca Anastasiou (2004), no processo de ensinagem (conceito: ensino e
aprendizagem).
No segundo capítulo, observam-se o desafio do educador a respeito dos métodos de
ensino tecnológico para a geração Y, segundo Pozo (2001), Sacristan (2009) e outros.
Com relação à tecnologia no processo de ensinagem, o terceiro capítulo terá como
referências Ana Lúcia Amaral (2010), Celso Antunes (1997) e Anastasiou (2004).
Este trabalho revela a metodologia tecnológica de ensino para a geração Y, geração
que, segundo Melo (2010), cresce com a tecnologia nas mãos e detém diversas informações.
Ao docente cabe o desafio da construção de um saber significativo para ações
transformadoras.
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CAPÍTULO 1
1.1 Leitura da Geração Y
Não podemos dizer ao certo quando se iniciou a geração Y; mas a característica dessa
geração é que seus hábitos são voltados para a comunicação e para a obtenção instantânea da
informação; por fazer parte da geração da virada do milênio, são chamados também de
Millenials.
Geração Y foi uma definição atribuída pela revista de publicidade norte-americana
Advertasing Age, em 1993, aos adolescentes daquela época para definir seus hábitos de
consumo. Por ser descendente da geração X foi denominada de geração Y, pois é a letra
seguinte do alfabeto.
A Geração Y, ao contrário do que muitos pensam, não se refere exatamente a
uma legião de adolescentes, mas sim a uma "determinada" geração, nascida
entre os anos 1980 e 2000. São os filhos da Geração X e netos dos Baby
Boomers. Como é uma geração relativamente nova, ainda não há uma conceituação clara das características desta geração, a não ser pelo fato que
nasceram em um mundo que estava se transformando em uma grande rede
global. A Internet, emails, redes de relacionamento, recursos digitais, fizeram com que a geração Y fizesse milhares de amigos ao redor do mundo, sem ao
menos terem saído da frente de seus computadores. A mobilidade nas
comunicações é outra característica associada ao consumo da Geração Y (SERRANO, 2010).
Vivemos o momento de passagem da era industrial para era da tecnologia (informação
ou rede) em que tudo ocorre em larga escala, inclusive o armazenado das informações
eletrônicas, as informações podem ser ou estar em qualquer parte do mundo, estas questões
revelam um novo cenário cultural e conseqüentemente de transformações sociais e culturais,
portanto a instituição de um novo sujeito aprendente que estabelece novas e diferentes
conexões e idéias, aprendizado e outras construções, de convivência com gerações diferentes,
e influentes.
Podemos considerar como geração tradicional àquela que foi arraigada aos princípios
e valores sólidos do apego as tradições familiares, a ouvir mais do que falar tanto, pois o que
dizem assim será, são de tempos altamente rígidos.
TRADICIONAIS (até 1945) - É a geração que enfrentou uma grande guerra e passou pela Grande Depressão. Com os países arrasados,
precisaram reconstruir o mundo e sobreviver. São práticos, dedicados,
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gostam de hierarquias rígidas, fica bastante tempo na mesma empresa e
sacrificam-se para alcançar seus objetivos (LOYOLA, 2012)
Em seguida, temos a geração proveniente do pós-guerra; ela é mais ligada à luta contra
a ditadura, a bossa nova, ao rock, ao tropicalismo, e aos festivais dentro e fora do país. Desta
geração vem uma gama de pensadores que querem trabalhos que lhe dêem estabilidade solida
e segurança em seu dia a dia, por causa das instabilidades passadas no pós-guerra e na
ditadura. Essa é a geração dos baby boomers:
BABY-BOOMERS (1946 a 1964) São os filhos do pós-guerra, que
romperam padrões e lutaram pela paz. Já não conheceram o mundo
destruído e mais otimista, puderam pensar em valores pessoais e na boa
educação dos filhos. Têm relações de amor e ódio com os superiores, são focados e preferem agir em consenso com os outros (LOYOLA, 2012).
Em seguida, surgiu a geração X. Pensar na geração X é perceber uma geração dentro
da democracia e não mais na guerra ou ditadura, mas agora focada na campanha pelas
eleições que ficou conhecida como “diretas já”; uma geração que é focada no governo de
forma abrangente, que luta contra novas doenças e que presencia o nascer de novas
tecnologias. É uma geração de pessoas apegadas ao carro, a casa, aos títulos, que gostam de
deixar claro suas posições e hierarquias e seus méritos pelo esforço. Essa geração tem certa
resistência à tecnologia, mas busca ações ideológicas.
GERAÇÃO X (1965 a 1977). Nesse período, as condições materiais do
planeta permitem pensar em qualidade de vida, liberdade no trabalho e
nas relações. Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação já podem tentar equilibrar vida pessoal e trabalho. Mas, como enfrentaram
crises violentas, como a do desemprego na década de 80, também se
tornaram céticos e super-protetores (LOYOLA, 2012).
Depois da geração X é que surge a geração Y.
GERAÇÃO Y (a partir de 1978) Com o mundo relativamente estável,
eles cresceram em uma década de valorização intensa da infância, com
internet, computador e educação mais sofisticada que as gerações anteriores. Ganharam autoestima e não se sujeitam a atividades que não
fazem sentido em longo prazo. Sabem trabalhar em rede e lidam com
autoridades como se eles fossem um colega de turma (LOYOLA, 2012).
A geração Y nasceu dentro da democracia e é mais ávida pela tecnologia, uma vez que
está envolta por ela, os indivíduos (ou educando) desta geração são voltados para eles
próprios, não gostam de trabalhos fechados ou com hierarquias ou chefes mandões.
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Gostam de participar de tudo desde o inicio, são imediatistas, gostam de desafios, e
não gostam de estarem presos ao mesmo lugar por muito tempo, o que faz com que esta
geração mude muito de lugar e atividade, pois está desejando sempre ir além.
Essa geração gosta de ser ouvida e não só de receber ordens; devido à rapidez com que
as informações chegam a ela, gosta também de estar em movimento e viajar, nesse sentido os
intercâmbios são bem-vindos; é criativa, produtiva, voltada para os esportes radicais e para a
música. Seu perfil ainda inclui liderança, pois pensam com muita responsabilidade e
trabalham com prazer a qualquer hora do dia, desde que haja autonomia, ou seja, pode-se
dizer que são do estilo que conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo.
Segundo Melo (2010) e Loyola (2012) pode-se dizer ainda que esta geração seja
denominada: de distraída, porque não gostam de ambientes rígidos, superficiais; vive na
tecnologia o que faz com que mude sempre de ideia. Também se preocupam com o ambiente,
têm fortes valores morais e estão prontos para mudar o mundo.
Os indivíduos desta geração são impacientes, porque esperam crescer rápido, isso não
permite que fique muito tempo em um mesmo lugar a exemplo ambiente profissional ou
cursos, a geração y esta sempre buscando crescer, pois a estagnação não existe; querem
trabalhar de forma igual com as outras gerações e esperam das outras gerações um sentimento
de flexibilização, integração, compreensão, com participações iguais das atividades e serviços
com chance para todos sem preconceitos. Tem o interesse em construir um mundo melhor em
toda sua ação.
É um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. Sem
bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 60 e 70, mas com a mesma força poderosa
de mudança; eles sabem que as normas do passado não funcionam e as novas eles estão
inventando sozinhos. Por causa das informações que os rodeiam, passam a ser mais críticos e
reflexivos.
Segundo Melo (2010) e Loyola (2012), essa geração se formou em meio à era digital,
à democracia e a ruptura da família tradicional, os educando que pertencem a ela gostam de
manter contato, por meio conversa ao vivo, pelo celular, e-mail, MSN, Twitter ou qualquer
outra ferramenta de comunicação social. Ao mesmo tempo em que estudam, são capazes de
ler as notícias na internet, checar a página do Facebook, escutar música e ainda prestar
atenção na conversa ao lado.
Para eles, os resultados precisam ser mais rápidos, e os desafios são mais constantes.
Eles já vieram equipados com a tecnologia wireless, conceito de mobilidade e capacidade de
convergência. Mas essa geração de educando, segundo Melo (2010), além de aprender com os
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superiores sabe que também podem ensiná-los, em uma relação horizontal (de igualdade). Os
educando modernos funcionam por meio de redes interpessoais, nas quais todas as peças têm
a mesma importância.
1.2 Processo de Aprendizagem do Educando Adulto no Ensino Superior
(Geração Y)
Diante do que foi exposto sobre a geração Y, deve-se refletir em como este educando
adulto aprende e como seria seu caminho para o aprendizado; para isso tomamos por base o
autor Mucchielli (1980) que nos diz que o educando adulto homem ou mulher acima dos 18
ou 23 anos, caminha para a vida profissional, assume papeis sociais familiares, e que estes
papeis passam a ter um uma função importante na personalidade e divide em: sentimentos,
aspirações, expectativas, e poderes de adaptações quase ilimitados.
A idade adulta é a idade da maturidade, a época da mais completa manifestação da
vida, o tempo da grande produtividade. Segundo Oliveira (2003) e Ribeiro (2000), o
individuo se desenvolve muitas vezes de maneira imprevisível para pais, professores e
políticos – todos eles, ou quase todos, tentando fazer com que a geração mais jovem aprove e
seja fiel às visões de mundo que possuem. Porém, como mostra a história de maneira bastante
notável, seus esforços são, em grande medida, vãos, pois a geração mais nova constrói seu
próprio modo de compreender o mundo, que apenas parcialmente acompanha o de seus pais,
divergindo da compreensão destes de maneira significativamente inovadora.
Analogamente, nenhuma cultura ou sociedade é organizada de modo imutável e
estático. Pode parecer que dada sociedade permaneceu por décadas numa situação de status e,
por isso somos tentados a descrevê-la como estável. E aí subitamente, numa sociedade, assim
aparentemente bem organizada, tumultuam-se os processos sociais e uma nova forma de
organização social emerge sobre ruínas das formas sociais passadas. Essas novas formas
podem se tornar temporariamente estáveis, mas, a seguir, novamente se desintegrará e se
reorganizará.
Oliveira (2003) diz que aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire
informações, habilidades, atitudes, valores a partir do contado com o meio e na relação diária
com outras pessoas ao longo de sua vida, processo que se diferenciará ao longo de toda vida
de acordo com o meio em que vive, e trabalha, estuda, e meio familiar ou religioso; todos
estes aspectos contribuem para a constituição do sujeito e de seu desenvolvimento cognitivo
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(conhecimento dos conteúdos), afetivo relacional (crescimento e desenvolvimento relacional
com o individuo).
Nessas relações não há aprendizado sem a interação com o mundo, pois o individuo é
um ser pensante que constrói o conhecimento na troca de vivências por meio da cultura, e das
construções de autonomia em um processo organizado de aprendizagem; tanto na zona real
como na zona de desenvolvimento potencial. Explicando:
A zona de desenvolvimento proximal refere-se, assim ao caminho que o
individuo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas, e
estabelecidas no nível de desenvolvimento real. A zona de
desenvolvimento proximal é, pois, um domínio em constante
transformação. (OLIVEIRA, 2003, p.60)
Essa zona de desenvolvimento proximal, segundo a vivência real, trará a oportunidade
de consolidar o amadurecimento e as resoluções de problemas e a construção de novas
situações de soluções para seu dia a dia trazendo novas oportunidades de aprendizado.
Outro conceito de Vygotsky, tratado por Oliveira (2003) refere-se da sociabilidade,
signo, instrumento, cultura, historia e funções superiores, desenvolvimento que se coloca em
interação com o outro individuo. Ou seja:
Vygostsky busca compreender as características do homem através do
estudo da origem e desenvolvimento da espécie humana, tomando o surgimento do trabalho e a formação da sociedade humana, com base no
trabalho, como sendo um processo básico que vai marcar o homem como
espécie diferenciada. (OLIVEIRA, 2003).
Sendo assim o processo biológico cultural se faz pelo estimulo externo para reordenar
o cérebro e aprender, e isto vai fundamentar as funções superiores da linguagem, a memória, a
atenção e a percepção que irá recriar, ou reinterpretar os conceitos e significações. Os
processos de incorporação da cultura e individuação permitem a passagem de formas
elementares de ação a formas complexas, mediadas. As funções psicológicas superiores
(percepção, memorização, atenção, pensamento e imaginação) são marcadas pelo uso de
recursos mediacionais internalizados.
(...) o homem transforma-se de biológico em sócio histórico, num processo em que a cultura é parte essencial da constituição da natureza
humana. Não podemos pensar o desenvolvimento psicológico como um
processo abstrato, descontextualizado, universal: funcionamento
psicológico, particularmente no que se refere às funções psicológicas
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superiores, tipicamente humanas, está baseado fortemente nos modos de
culturalmente construídos de ordenar o real. E este conceito central
fundamenta-se no conceito de mediação. (OLIVEIRA; 2003)
Segundo Oliveira (2003), Vygotsky aponta que o desenvolvimento do homem com o
mundo é mediado também pelos símbolos, impulsos e signos, a qual provocará modificações
e avanços na prática do individuo em desenvolvimento.
Na sua forma mais elementar o signo é uma marca externa, que auxilia o homem em tarefas que exigem memória e atenção. E é ele o símbolo que
vai reorganizar o signo. (OLIVEIRA, 2003)
Desta forma, as características de cada indivíduo vão sendo formadas a partir das
inúmeras e constantes interações do indivíduo com o meio, compreendido como contexto
físico e social, que inclui as dimensões interpessoais e culturais. Nesse processo dinâmico,
ativo e singular, o indivíduo estabelece, desde o seu nascimento e durante toda a sua vida,
trocas recíprocas com o meio, já que, ao mesmo tempo em que internaliza as formas culturais
as transforma e intervém no universo que o cerca.
Nesse processo em construção, a linguagem, a memória e a atenção são fatores
essenciais para a comunicação e amadurecimento para resoluções de conflitos, de forma
crítico-reflexivo, que reconstroem, num processo dialógico a construção de mundo e de si
mesmo.
O trabalho de Vygotsky, conforme Oliveira (2003) contribuiu para a compreensão do
processo de ensino aprendizagem do educando adulto, a qual por meio desses conceitos, o
docente tem pauta e direcionamento do processo de construção educacional do educando;
entendendo assim parte de sua maneira de pensar, mediando à construção do conhecimento de
forma que vá ao encontro da realidade vivida do educando, deixando o saber mais próximo da
realidade do individuo em construção.
O educando para Vygotsky, Oliveira (2003), é aquele a qual o docente se dispõe a
conhecer e interagir, podendo o docente propiciar um ambiente de ensino que encontre as
causas da sua não aprendizagem, quando houver algum problema do não (do educando)
entendimento do assunto abordado, mas, no entanto procurar trazer uma maior clareza e não
distanciá-lo da Universidade.
Pode-se dizer que a educação significa colocar o indivíduo em contato com os sentidos
que circulam em sua cultura, para que ele possa assimilá-los e nela viver.
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Sendo assim a educação na Universidade torna acessível ao sujeito o conhecimento
formalmente organizado, desafiando-o a entender as bases dos sistemas de concepção
científica e a tomar consciência de seus próprios processos mentais, segundo Masetto: “O
educando aprende melhor quando pode controlar os passos de sua aprendizagem” (1992, p.
5).
Essa questão é o ápice de toda assunto abordado até aqui, porque é exatamente isso o
que a nova geração Y faz, ela sente-se no domínio de sua aprendizagem, devido à tecnologia
voraz que esta incutida na sociedade globalizada. A tecnologia passará a fazer parte de suas
vidas desde a mais tenra idade, desde brinquedos até as miniaturas da tecnologia adulta.
Então crescer com ela é fazer parte da geração denominada Y pelo grupo sociológico,
que assim os denominam no mundo corporativo. Esse conceito se espalhou pelo mundo. Mas,
nesta pesquisa, consideramos apenas o espaço acadêmico e universitário.
É preciso pensar no docente e sua função, com também pensar profundamente nas
gerações que o antecederam e que virá depois, considerando o que vimos até agora sobre a
geração Y, podemos dizer que é vital para um professor ser também um pesquisador, pois sem
pesquisas o docente fica com a visão fragmentada diante das constantes mudanças que têm
ocorrido nas gerações. Então, conhecer a “geração Y”, e saber sua dinâmica, é fundamental
no planejamento das aulas e na construção do sentido no ensino, para que o ensino não fique
desconectado da vida social desses educando e possa ser proveitoso.
1.3 Educação Superior Contemporânea Frente à Geração Y
A Universidade é, pois, na sociedade moderna, uma das instituições
características e indispensáveis, sem a qual não chega a existir um povo. Aqueles que não a têm também não têm existência autônoma, vivendo, tão
somente, como um reflexo dos demais. (TEIXEIRA, 1935).
A educação é necessária para que um povo possa evoluir, o ensino superior no Brasil
tem crescido, mas precisa crescer mais e aproveitar o conhecimento de todas as gerações,
conectando-os e aproveitando o que cada geração tem para oferecer.
Segundo Severino (2006), a universidade é uma instituição que tem procurado se
amoldar a diversos aspectos sociais deixados pela história e que agora estão globalizados e
trazem profundas transformações sociais, familiar, e do trabalho.
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Conforme propõe Freire (2010), a universidade tem a função de construir a
criticidade, o conhecimento e de levar o educando a realidade transformadora e não a
obediência cega, e ao equacionamento e ao encontro de uma solução ou investigações e
transformação da realidade. Para tal a educação superior precisa estar imbuída de diversos
saberes sobre a realidade, comprometida com a cidadania e a com democracia.
Pensar a educação superior contemporânea é pensar no novo sem esquecer-se do
passado histórico que fora construído, no qual ela muitas vezes se movimentou segundo as
necessidades sociais.
Pois hoje a historia passada e presente do (saber) se movimenta em forma de uma
rede de contatos, a qual uma das áreas é o mercado de trabalho que vai delineando as
características e necessidades do crescimento profissional (e a educação vai galgando
parâmetros de aproximação) e com isto novas formas tecnológica surgem para aproximação
de informações, a qual vai servindo para diversas áreas da educação e profissional.
Pozo (2001) coloca que as universidades precisam de uma condição básica para propor
uma aprendizagem que desafie a construção, ou reconstrução da aula para o educando, que
deve ser construída pelo docente no seu processo de ensino e aprendizagem. Refletindo a
abordagem de alguns assuntos importantes para iniciação deste em Anastasiou (2004): ela
propõe que o dialogo hoje é importante, para a contribuição de informações diversas para o
aprendizado e entendimento.
Pois este fator de aprendizagem para geração y contribui para a percepção do
entendimento além da tecnologia móvel, dando a compreensão do desenvolvimento
intelectual, através da reflexão, comparativa, critica, podendo justifica-los, e organizando a
ideias, para criação de novas produções, fazendo através destas novas descobertas, buscando,
inferir sobre os resultados e inventar e imaginar outras novas produções e propostas, isto tudo
mediante ao conhecimento já trazido e valorizado do educando em relação ao novo. Outro
fator importante para o aprendizado é o afetivo emocional que pré dipõem o desenvolvimento
da sua autoestima com ele e o relacionamento com o grupo e docentes, criando um clima de
confiança, solidariedade, cooperação, respeito, e dialogo a ser desenvolvido a partir do espaço
aberto pelo educador.
O desenvolvimento de habilidades profissionais é outra questão apresentada por
Pozo 2001, pois para ele devem-se propor situações que leve o educando aprender a se
expressar e desenvolver um perfil de atitudes e valores diante de desafios: pessoais,
acadêmicos e profissionais, de forma que beneficie não só a si, mas a comunidade social.
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Sacristán 2009 ainda coloca que o intercambio acadêmico é importante para ampliar
os horizontes e compartilhar ideais culturais.
Enfim a aprendizagem, segundo Pozo 2001 e Sacristán 2009 deve ser significativa,
para que envolva o educando na aprendizagem, podendo ele o educando construir e
desconstruir toda uma teoria e pratica.
Pois responsabilidades da Pedagogia segundo Masetto (1998) é pensar na formação
de jovens educadores frente a desafios de autonomia intelectual com paixão pela busca do
conhecimento e saberes teóricos e práticos, dentro de postura ética, é saltar sem medo sobre o
novo com busca no passado histórico, para criar e construir novas pegadas.
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CAPÍTULO 2
2.1 Desafios do Docente no Processo de Ensino e Aprendizagem
(ensinagem): a geração Y
Ao verificar as características relatadas por Melo (2010) e Loyola (2012)
a respeito da geração Y com relação à tecnologia, percebemos o desafio de como o
docente na Universidade deve buscar através de pesquisas receberem esse educando, ou
seja, seu método deve ser ligado à tecnologia para que possa ocorrer o processo de
ensinagem. O docente deve entender os múltiplos conceitos sobre os meios
tecnológicos, aproveitando e valorizando também o conhecimento do educando.
A tecnologia não descarta o docente, pois ele é necessário para que haja
aula. Gil (2008) propõe algumas metodologias iniciais para ajudar esse docente a
preparar as aulas, elas são:
Administrar o processo de ensino aprendizagem planejando.
Deve ser um especialista que dispõe de conhecimentos diversos para
fornecer ao educando.
Ser membro da equipe
Deve buscar junções com outros profissionais para obtenção de respostas em
suas pesquisas e investigações.
Animador de grupos
Precisa usar de estratégias e domínio de técnicas diversas para o processo de
ensino aprendizagem.
Possuir sabedoria das ruas
Ter o conhecimento da necessidade social.
Gil (2008) fornece ainda uma lista a respeito de como deve ser o professor
eficaz:
Bem Humorado, Oferece aplicações praticas, Não se mostra
superior, Gentil, Interesse pelos estudantes, Inovador, Clareza,
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Sensível a necessidade do educando, Questionador, Sabe ouvir,
Visão de futuro, Paciente, Organizado, mediador (GIL, 2008).
O docente segundo Gil (2008) e Masetto (1998), precisa ainda ser capaz de
dirigir situações de aprendizagens, serem capaz de gerir sua própria formação e ser
transformador multicultural, sensível a cultura do educando, aproveitando a diversidade
e transpondo obstáculos para propor oportunidade de igualdade a todos.
Ele deve ser também capaz de utilizar as novas metodologias tecnológicas para
propor uma aula diferenciada, e ser capaz de considerar as diferentes gerações que
possam existir em uma sala de aula, pois nem sempre será só Y, mas poderá ter também
a boomers, a X ou outras que estão sendo hoje denominadas, como a geração C, D, M
ligadas a geração das redes sociais.
Esse docente deve buscar uma rede de relacionamentos e pesquisas com outros
profissionais para refletir a construção de um currículo que abranja uma maior interação
de possibilidades globais, que possa cada vez mais elevar a cultura do educando.
Segundo Masetto 1998, deve-se propor o uso das diferentes dinâmicas para a
construção do conhecimento, devido à diversidade de educando que entram nas
universidades contemporâneas.
O docente precisa estar ciente das diretrizes que regem a sociedade mundial para
interagir com seu educando e saber que ele também estará muitas vezes envolvido com
uma gama muito grande de conhecimento, para poder interagir em sala de aula.
É necessário que ele proponha um currículo que abranja a flexibilização, a
mobilidade, a interconexão, a integração em qualquer parte que se esteja; a
exterioridade, o dialogo permanente com o exterior e o interculturalismo das diversas
vozes sociais. Segundo Dias 2010 e Leite 2010.
Masetto (2003) ressalta a importância de uma formação docente pautada na
constante pesquisa do meio social e seu impacto nas universidades para proporcionar
novas perspectivas, adaptabilidade ao novo, trazer autonomia, criatividade,
comunicação, iniciativa e cooperação, que são as características da nova geração Y e de
outras que vem adentrando as Universidades hoje. Por isso diz que:
Os profissionais devem ser intercambiáveis e que combinem imaginação e ação, com capacidade para buscar novas
informações, saber trabalhar com elas, intercomunicar-se nacional
e internacionalmente por meio dos recursos mais modernos da informática, com capacidade de produzir conhecimento e
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tecnologia próprios que os coloquem, não mais em posição de
dependência em relação ao outro país, mas exercer uma profissão
de forma contextualizada com sua equipe e outras (MASETTO, 2003)
Esta realidade revela que docente e educando, a cada dia, tornam-se parceiros no
processo do conhecimento. Segundo Masetto (2003), o docente leva o educando a
interagir de forma coletiva com outros especialistas, abrindo espaço para futuras
reflexões e diálogos a respeito de resoluções sociais.
Uma vez que a geração Y esta ligada a tecnologia, cabe ao docente à
responsabilidade de capacitar-se, preparar-se sempre, a questão método e tecnologia
precisa ser constantemente atualizada no processo de ensinagem (ensino e aprendizado).
O século XXI é rico em tecnologia, mas apesar de tanto avanço, a tecnologia
ainda é um campo rico e abrangente para o conhecimento dentro do espaço escolar, ou
seja, está sendo usada de forma tradicional; apenas substituem-se os livros impressos
por livros digitalizados e lousas não mais com giz ou canetas mais agora em alguns
ambientes também digitalizadas, utilizando como ferramenta apenas o toque das mãos.
Contudo o docente ainda tem o papel indispensável de coordenar as ideias (com
o educando) para que não fiquem soltas ou sem sentido, mas de uma forma mais aberta
e com mais integração afinando assim as gerações, no entendimento entre elas, de forma
flexibilizada. Comenius dizia que a educação deve vir de forma: “Que a instrução seja
sólida para que não se guie o homem pela razão de outro. E que a formação não seja penosa”.
(DIDATICA MAGNA, 1957, p. 164). Mas, no entanto clara e significativa.
O professor antes de se por instruí-la o aluno a força de regras, deve primeiro torná-lo ávido de cultura, mais ainda
apto para a cultura e pronto a entregar-se a ela com
entusiasmo [...]. Plutarco coloca que há muitas inteligências
definham por culpa dos educadores, que transforma cavalos em asnos, porque não sabem educar jovens ardorosos em
livres (DIDATICA MAGNA, 1957, p. 173-174)
Nenhum ensino deve ser imposto, mas deve se buscar o prazer de em um
ambiente escolar, sincero e franco.
Para que isto ocorra se faz necessário que o professor reveja seu modo de ensino [...], suas experiências, adquirir
habilidades adaptar-se a mudanças e descobrir significados
nos seres, nos fatos, nos fenômenos, e nos acontecimentos,
27
modificando suas atitudes e comportamentos (KULLOK,
2002, p. 10-12).
O processo de ensino deve conceber a sala de aula não apenas como um local de
transmissão para se construir o conhecimento e o relacionamento.
Mesmo quando não tiver os recursos tradicionais ou tecnológicos, que o próprio
diálogo seja algo construtivo, autônomo, de escolhas de trocas de experiências que dêem
sentido ao mundo das informações.
28
CAPÍTULO 3
3.1 Métodos Tecnológicos de Ensinagem para a Geração Y
Nos capítulos anteriores caracterizamos a geração Y, como uma geração
interativa, ligada aos meios de comunicação diversificados em alta tecnologia definindo
sua constante aprendizagem em conexão da rede com o mundo. Assim ocorre a
aprendizagem desses jovens hoje, imbuída de tecnologia, de aspirações, sentimentos
que se dividem em expectativas, valores, atitudes múltiplas. Sendo assim a universidade
tem o enorme desafio de levar um ensino cada vez mais atual sem perder as origens
passadas que embasam o presente, e proporcionar ao perfil docente uma constante
atualização das novas gerações, através de múltiplos meios de debates ou congressos,
para diante da nova geração, integrá-los. Agora, a reflexão é sobre os métodos
tecnológicos para o processo de ensinagem (ensino-aprendizagem) assim definido por
Anastasiou (2004).
Refletindo com Castanho (2000), é necessário mostrar que a cultura
contemporânea está mais diversificada e criativa. O que coloca o docente num processo
de transição de paradigmas em busca do ensino mais próximo do educando
contemporâneo.
Pensar nessa metodologia significa construir um meio envolvido pela teoria e
pela prática, de trabalhos diversos, que propicie inovar e criar, instigando o educando a
aventura do aprender, ao desconhecido, a sensibilidade diante da resolução de
problemas, a sua resolução, a rápida adaptação, originalidade e atitude para transformar.
É preciso dialogar com o conhecimento, adentrando a um mundo de indagações,
desconfiança do aparente para obter respostas ou a construções delas. Outro ponto
importante é a questão do método didático.
3.2 Didática
O papel da didática (ou metodologia), segundo Amaral (2000), é de caminhar
em diferentes lugares, escoltando as diferentes possibilidades, experiências a fim de
levantar, semelhanças para enriquecimento do conteúdo a ser levado em construção e
29
habilidades pedagógicas suficientes para tornar o aprendizado mais eficaz. Segundo Gil
2008 ter uma visão de mundo, de ser humano, de ciência e de educação compatível para
atuação.
A didática, Gil (2008), tem em seu derivado a arte de ensinar e isto advém de
João Amós Comenius 1957 de sua famosa DIDÁTICA MAGNA tratando da arte de
ensinar tudo a todos. Hoje, Gil (2008), traz a abordagem do significado de técnica, ou
preceitos científicos de ensinar.
Essa didática vai percorrer diversos campos em sua composição, filosóficos,
psicológicos, ou biológicos, para encontrar subsídios teóricos que auxiliem na
construção sobre a relação ensino aprendizagem, para isso Gil (2008), propõe uma lista
importante para o processo de ensino aprendizagem:
Importância da relação docente e educando.
Reconhecer procedimentos para lidar com alunos problemas
Reconhecer o aluno pelo nome.
Dar e receber Feedback
Reconhecer diversidade
Reconhecer as inteligências múltiplas
Essas ações são essenciais e devem ser mediadas na hora de planejar o ensino, para que
cada educando perceba a importância do conteúdo a ser ministrado pelo docente que, também,
perceberá que seu conhecimento também é importante. Planejar o ensino a ser dado de forma:
A. Educacional
B. Institucional
C. Curricular
D. Plano de ensino
E. Planos de disciplina
F. Identificação do plano
G. Objetivos
H. Conteúdo
I. Ementa
J. Bibliografia
K. Recursos
L. Avaliação
M. Cronograma (GIL, 2008)
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A didática (metodologia) segundo Anastasiou (2004) não pode ser só prescrita
tecnicamente, mas deve ser instrumentalizada seguindo um cursor de planos para que se
chegue a importantes metas e passos (refletindo sempre que tipo de profissional
(educando) desejo formar).
A didática ainda deve promover ao educando ao educando a construção de
síntese na formulação do conhecimento por meio da dedução, generalização,
comparação, relacionando de forma que interligue os conteúdos.
3.3 Recursos metodológicos
Pensar nos recursos metodológicos, nas ferramentas de aprendizagem
considerando a importância da afinação entre as gerações e a forma como aprendem,
impõe a necessidade de reflexão sobre os recursos a serem usados durante a aula, como
processo de ensinagem.
Gil (2008) Leite e Dias (2010) propõem em sua pesquisa algumas sugestões, de
ferramentas de aprendizagem tanto tecnológicas como tradicionais:
Aulas expositivas
Com flexibilidade e versatilidade com boa entonação de voz, gestos, com contato
visual, que promova discussão e ensine a pensar e fazer uso de uma boa organização de
tópicos para exposição em aula e proponha bons recursos visuais, promovendo a
participação. Realizada por meio da linguagem de hipertextos, gráficos, sons, imagens e
animações, tornando a comunicação dinâmica.
Vídeo conferencia
Pode ser usado para se trazer grandes eixos temáticos para discussão em sala.
Para troca de informações pesquisadas de forma que todos disponham do material
digital.
Fórum
Chat
São dois recursos excelentes para opiniões de assuntos diversificados, para se conhecer
outras reflexões importantes e se ter respeito à diversidade do outro.
Web
Wiki
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Redes ricas de pesquisas e informações para o educando, ferramenta importante
para o docente se conectar com o educando de forma on-line com as informações e
construções delas.
Conduzir seminários
Para em equipe levar o conhecimento e ideias pesquisadas.
Painel integrado
Com participação dos grupos, e troca de informações.
Métodos de caso
Dramatizações.
Atividades fora e dentro de sala.
Para trabalhar resoluções de casos e por busca pelas soluções, dramatizar peças
elaborar de roteiros para integração do ensino
Trabalhos (leitura) (escritos) (laboratórios).
Rádios, CDs, DVDs, fotografias.
Cinema
TV
São ferramentas que podem servir na busca por noticias atuais ou antigas para
construções ou desconstruções e reconstruções no processo de ensinagem.
Exposição
Power point
Textos gráficos
Quadro de giz branco ou tradicional, eletrônico.
Auxiliar na organização de suas ideias.
Flip chartiz
Retroprojetor
Estes são recursos bem tradicionais para uso tanto do educando como docente,
que também deve fazer parte do conhecimento na ausência da tecnologia, por exemplo,
o improviso rápido e sinterização das ideias.
Google apps
Portais educativos,
Ambientes virtuais de aprendizagem
Black Berry
Moodle
São aplicativos e portais para o conhecimento, ferramentas importantes no
ambiente da tecnologia para o educando e para o docente.
Estudo dirigido
Consiste em levar o educando estudar um tema a partir de um roteiro elaborado
pelo docente.
Jogos
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Recurso importante que permite construir atitudes e valores, e reflexões.
Dramatização
Representação espontânea ou planejada, que permite a exploração de
sentimentos, emoções da vida real.
Trabalho em grupo
É a possibilidade de troca de experiência entre os alunos para que possam expor
suas ideias, juntos e organizar o pensamento, segundo Haidt 2006.
Estudo de caso
Faz-se na apresentação de um caso real para que as solução ou alternativas da
teoria estudada.
Estudo do meio
Faz-se através de analises reais do meio natural e social.
Método de Projetos
Na grande maioria é proposto pelo educando ou às vezes o docente pode vir a
sugerir um projeto a ser desenvolvido, o docente será o orientador ao educando.
Fotografias
Álbum seriado
Imanografo
Cartazes
Gravuras
Espécimes
Diagramas
Exposição
Mural didático
Diapositivos
Mapas gráficos e diagramas
Esses onze itens listados acima já fazem parte dos métodos tradicionais, e ainda
hoje podem ser usados para relatar, para expor com criatividade as informações
adquiridas, a partir de visitas em algum lugar especifico, para representar dados, ou
propor informações para que seja visível a todos. Por isto as ferramentas de ensinagem
para aprendizagem se fazem tão importante.
NFC – Japonês
Refere-se à carteira computador, com toda a matéria a ser ministrada ao aluno
pelo docente, não importando a idade. Pois o cartão magnético identificador, mostrará a
atividade pertencente a cada grupo de estudo.
Dinâmica
Consiste de técnicas que auxiliam na promoção, construção do conhecimento,
em determinados períodos da exposição e construção da aula, segundo Antunes (1997).
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Avaliação
A avaliação é importante não para medir o conhecimento do educando, mas
como parte de diversas construções feitas em salas, e que El o educando perceba e
entenda no que precisa construir ou reconstruir e melhorar no ensino e ir sempre além.
Toda ferramenta de aprendizagem escolhida deve ser clara, atraente, que
incentive a participação. Deve desenvolver habilidades que signifique por as teorias em
prática desenvolvendo atitudes e valores tanto individualmente quanto em equipe, em
uma rede de contatos que proponha atualização continua do educando.
Assim haverá interação entre educando e conteúdo. Esta interação promove a
aproximação e reconstrução do conhecimento por meio da inserção pessoal das
informações, por métodos de ferramentas de aprendizagens facilitadores, interativas de
construção ao conhecimento, assim o docente se apresenta como mediador do
conhecimento na promoção das técnicas que viabilize a construção interativa,
tecnológica de ida e vinda do aprendizado do educando na relação com o processo de
ensinagem (ou seja, ensino e aprendizagem) como bem coloca Anastasiou 2004, quando
o docente deverá reconstruir e desconstruir muitas vezes o ensino para que traga ao
educando a ressignificação da proposta ,dando sentido diferenciado ao conhecimento e a
cultura a ser disposta. Essa é a riqueza dos métodos didáticos tecnológicos, ou seja, das
ferramentas de aprendizagem.
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5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os docentes enfrentam vários desafios no processo de ensino e aprendizagem
decorrentes da forma como a geração Y chega a Universidade, pois essa geração tem
acesso aos meios tecnológicos e muitas vezes o aluno chega a Universidade conhecendo
mais sobre tecnologia que seus professores. A partir disso, foi necessária uma avaliação
sobre a maneira como a metodologia tecnológica tem sido usada na escola para auxiliar
esse aluno e chegamos à conclusão que a educação necessita ser pautada em práticas
dinâmicas com respostas rápidas para o direcionamento do ensino.
Outra questão importante abordada por nós se refere aos desafios da
universidade hoje, diante da geração Y, e papel do docente e do ensino, pois essa nova
geração se sente no domínio de sua aprendizagem, por ter todas as informações
acessíveis e com grande rapidez então, torna-se fundamental para o docente conhecer o
que se passa com essa “geração Y” e saber sua dinâmica para poder planejar as aulas
construindo o sentido no ensino de forma que o ensino não fique desconectado da vida
social desses educando.
Vimos que a didática (ou instrumentalização docente) de ensino a ser
empregada é importante para conseguir alcançar esses alunos e ajudá-los a adquirir
conhecimentos, por isso há a necessidade da reflexão sobre os recursos a serem usados
durante a aula, como processo de ensinagem (ensino e aprendizagem), de forma que
esta seja como uma constante reconstrução do que se espera.
Vimos que a tecnologia não substitui o docente, ele é necessário para que
haja aula presencial ou on-line (uma vez que alguém precisará preparar e monitorar as
aulas on-line). A metodologia tecnológica deve ser considerada na construção de um
meio que envolva teoria e prática, de trabalhos diversos, em grupos, que propicie
inovar, criar, aproveitando tudo que a sua geração oferece.
Concluímos que pensar nos recursos metodológicos foi pensar na importância
que, hoje, o docente tem e também na necessidade de atualização constante de seus
conhecimentos, ou seja, a busca do crescimento profissional e o domínio dos meios
tecnológicos para entender as mudanças contemporâneas, que considere a importância
da afinação entre as gerações e a forma como aprendem.
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