trabalho - tintas, vernizes e lacas

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA CIVIL Carlito Pereira do Nascimento Caroline Nogueira Couto Fernanda de Paula Freitas Kênia Lucia Cunha Rafael Lucas de Matos Roberta de Abreu TINTAS, VERNIZES E LACAS

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Page 1: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE

FACULDADE DE ENGENHARIA

ENGENHARIA CIVIL

Carlito Pereira do NascimentoCaroline Nogueira Couto

Fernanda de Paula FreitasKênia Lucia Cunha

Rafael Lucas de MatosRoberta de Abreu

TINTAS, VERNIZES E LACAS

Governador Valadares

2012

Page 2: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

Carlito Pereira do NascimentoCaroline Nogueira Couto

Fernanda de Paula FreitasKênia Lucia Cunha

Rafael Lucas de MatosRoberta de Abreu

TINTAS, VERNIZES E LACAS

Governador Valadares

2012

Trabalho apresentado a disciplina Materiais de Construção Civil II, professor Anderson Gusmão, Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Vale do Rio Doce.

Page 3: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................1

2. HISTÓRIA DA TINTA...........................................................................................2

2.1. PRÉ-HISTÓRIA: FUNÇÃO PURAMENTE DECORATIVA.............................2

2.2. EGITO: ADICIONANDO CORES...................................................................2

2.3. CHINA: INVENTANDO A TINTA DE ESCREVER..........................................3

2.4. ROMA: ASCENSÃO E QUEDA......................................................................3

2.5. IDADE MÉDIA: REDESCOBERTA.................................................................3

2.6. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: EXPANSÃO E PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA...................................................................................................................4

2.7. SÉCULO XX: A TECNOLOGIA A SERVIÇO DAS TINTAS............................4

3. TINTAS E VERNIZES...........................................................................................5

4. MATÉRIAS-PRIMAS E CONSTITUINTES...........................................................7

4.1. RESINAS........................................................................................................7

4.1.1. Resinas alquídicas.................................................................................8

4.1.2. Resinas fenólicas...................................................................................8

4.1.3. Resinas uretânicas................................................................................9

4.1.4. Resinas látex acrílicos...........................................................................9

4.1.5. Resinas de polivinil butiral..................................................................10

4.1.6. Resina de nitrocelulose.......................................................................10

4.2. PIGMENTOS...................................................................................................10

4.2.1. Pigmentos de cobertura......................................................................12

4.2.2. Pigmentos funcionais..........................................................................13

4.2.3. Pigmentos anticorrosivos...................................................................13

4.3. ADITIVOS.....................................................................................................13

4.4. SOLVENTES................................................................................................14

4.5. CARGAS.......................................................................................................14

4.6. ÓLEOS.........................................................................................................15

5. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE TINTAS.....................................................16

6. PROPRIEDADES DAS TINTAS.........................................................................18

6.1. ESTABILIDADE............................................................................................18

Page 4: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

6.2. FACILIDADE DE APLICAÇÃO.....................................................................18

6.3. RENDIMENTO E COBERTURA...................................................................18

6.4. DURABILIDADE...........................................................................................19

6.5. LAVABILIDADE............................................................................................19

6.6. SECAGEM....................................................................................................19

7. CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS........................................................................20

7.1. SELADORES / FUNDOS PREPARADORES...............................................20

7.2. MASSAS.......................................................................................................20

7.3. PRIMERS.....................................................................................................20

7.3.1 Primers anticorrosivos........................................................................21

7.3.2 Primers Surfacers................................................................................21

7.3.3 Primers de aderência...........................................................................21

7.4 ESMALTES/ TINTAS DE ACABAMENTO....................................................21

7.4.1 Vernizes................................................................................................21

7.4.2 Silicone.................................................................................................22

8. TIPOS DE TINTAS..............................................................................................23

8.1 LINHA IMOBILIÁRIA.....................................................................................23

8.2 LINHA INDUSTRIAL.....................................................................................26

8.2.1 Alquídicas.............................................................................................27

8.2.2 Acrílicas................................................................................................27

8.2.3 Epoxídicas............................................................................................28

8.2.4 Poliuretânicas.......................................................................................29

8.2.5 Alta temperatura...................................................................................29

8.2.6 Etil Silicato de Zinco............................................................................30

9. TINTAS ESPECIAIS...........................................................................................31

9.1 TINTAS RESISTENTES AO CALOR............................................................31

9.2 TINTAS RETARDADORAS DE COMBUSTÃO............................................31

9.3 TINTAS INDICADORAS DE TEMPERATURA.............................................31

9.4 TINTAS ANTI-CONDENSAÇÃO..................................................................31

9.5 TINTAS INIBIDORAS DO DESENVOLVIMENTO DE ORGANISMOS........32

9.6 TINTAS LUMINESCENTES.........................................................................32

9.6.1 Fluorescentes.......................................................................................32

9.6.2 Fosforescentes.....................................................................................33

Page 5: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

10. PREPARO DA SUPERFÍCIE...........................................................................34

10.1 CONCRETO E REBOCO.............................................................................34

10.2 CIMENTO AMIANTO....................................................................................35

10.3 MADEIRA.....................................................................................................35

10.4 PISOS...........................................................................................................35

10.5 AÇO..............................................................................................................36

10.6 METAL GALVANIZADO...............................................................................36

10.7 ALUMÍNIO....................................................................................................36

10.8 SUPERFÍCIES MOFADAS...........................................................................37

10.9 SUPERFÍCIES JÁ PINTADAS......................................................................37

10.10 SUPERFÍCIES CAIADAS..........................................................................37

11. FERRAMENTAS.............................................................................................38

11.1 PINCÉIS E TRINCHAS.................................................................................39

11.2 ROLOS.........................................................................................................40

11.2.1 Rolos de lã de carneiro ou lã sintética...............................................40

11.2.2 Rolos de lã para epóxi.........................................................................40

11.2.3 Rolos de espuma.................................................................................40

11.2.4 Rolos de espuma rígida (para texturização)......................................40

11.3 ESPÁTULAS DE AÇO..................................................................................41

11.4 DESEMPENADEIRAS DE AÇO...................................................................41

11.5 BANDEJAS OU CAÇAMBAS PARA PINTURA............................................41

11.6 LIXAS...........................................................................................................41

11.7 REVÓLVER OU PISTOLA DE PINTURA.....................................................42

11.8 AIR LESS......................................................................................................42

12. PRODUTOS E APLICAÇÕES.........................................................................43

11.1 LÁTEX PVA....................................................................................................43

12.1.1 Indicação...............................................................................................43

12.1.2 Local de aplicação...............................................................................43

12.1.3 Complementos.....................................................................................43

12.2 ACRÍLICAS...................................................................................................44

12.2.1 Indicação...............................................................................................45

12.2.2 Local de Aplicação...............................................................................45

12.3 ESMALTE SINTÉTICO.................................................................................45

Page 6: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

12.3.1 Indicação...............................................................................................45

12.3.2 Local de Aplicação...............................................................................45

12.3.3 Complementos:....................................................................................46

12.4 VERNIZES....................................................................................................47

12.4.1 Indicação...............................................................................................47

12.4.2 Local de Aplicação...............................................................................47

12.4.3 Complementos:....................................................................................47

12.5 TEXTURAS...................................................................................................48

12.5.1 Indicação...............................................................................................48

12.5.2 Local de aplicação...............................................................................48

12.6 PRODUTOS DE RESTAURAÇÃO...............................................................48

13. PINTURA ELETROSTÁTICA..........................................................................49

13.1 MÉTODO DE LEITO FLUIDIZADO..............................................................49

13.2 MÉTODO DE PULVERIZAÇÃO ELETROSTÁTICA.....................................50

14. PROBLEMAS E SOLUÇÕES NO USO DE TINTAS.......................................51

14.1 SEDIMENTAÇÃO.........................................................................................51

14.2 COR DIFERENTE DA CARTELA DE CORES.............................................51

14.3 SECAGEM DIFERENTEZ............................................................................52

14.4 COBERTURA DEFICIENTE.........................................................................52

14.5 DIFICULDADE DE APLICAÇÃO..................................................................52

14.6 MAU CHEIRO...............................................................................................52

15. PATOLOGIAS OBSERVADAS NAS SUPERFÍCIES......................................54

15.1 CALCINAÇÃO/SAPONIFICAÇÃO................................................................54

15.2 EFLORESCÊNCIA.......................................................................................55

15.3 MANCHAS AMARELAS EM PAREDES E TETOS......................................56

15.4 BOLHAS.......................................................................................................57

15.5 DESAGREGAMENTO..................................................................................58

15.6 FISSURAS....................................................................................................58

15.7 OXIDAÇÃO...................................................................................................59

15.8 DESCASCAMENTO.....................................................................................60

15.9 MOFO...........................................................................................................60

15.10 ESCORRIMENTO.....................................................................................61

15.11 MAU ALASTRAMENTO............................................................................62

Page 7: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

15.12 MANCHAS FOSCAS E NÃO UNIFORMES NO FILME............................62

15.13 ENRUGAMENTO......................................................................................63

15.14 TRINCAS DE ESTRUTURA......................................................................63

15.15 MANCHAS CAUSADAS POR PINGOS DE CHUVA.................................64

16. TINTAS - IMPORTÂNCIA E RISCOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE.....66

16.1 OS PRINCIPAIS PRODUTOS PERIGOSOS QUE PODEM SER ENCONTRADOS NAS TINTAS.................................................................................67

16.1.1 Solventes derivados de petróleo e terebentina.................................67

16.1.2 Resinas geralmente vinílicas e alquílicas..........................................67

16.1.3 Pigmentos ou corantes.......................................................................67

16.2. EFEITOS NOCIVOS AO SER HUMANO......................................................68

17. COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES................................................................73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................74

ANEXOS....................................................................................................................76

Page 8: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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1. INTRODUÇÃO

Estamos constantemente cercados por cores que alegram todos os

ambientes. Estas cores geralmente são dadas através das tintas, mas o que é uma

tinta e qual a sua finalidade?

As tintas e os vernizes têm por finalidade proteger e embelezar as superfícies.

É utilizada também para sinalizar, transmitir ideias, refletir e absorver calor. A

história do uso das cores e da pintura se confunde com a própria história da

humanidade. O ser humano na pré-história, possuidor de limitados recursos verbais

para transmitir experiências, viu-se obrigado a desenvolver alternativas que

complementassem sua comunicação e que perpetuasse a informação.

Neste contexto, os pigmentos eram utilizados somente como veículo de

comunicação ao possibilitar a representação iconográfica do cotidiano do homem

primitivo. Mais tarde, juntamente com a evolução humana, às tintas foram sendo

atribuídas outras funções. Assim, já começavam a ser utilizadas como elemento de

decoração e proteção de superfícies.

Uma casa, um automóvel ou uma grande estrutura metálica corretamente

pintada agradarão muito mais. Além disso, a função da pintura não é somente

decorativa, mas econômica, pois estas superfícies pintadas estarão protegidas da

ação destruidora dos agentes do meio ambiente.

Podemos observar desta forma que, ao lado da função decorativa,

melhorando sensivelmente a aparência, as tintas e os vernizes desempenham um

papel realmente muito importante, pois protegem e prolongam a vida útil de um

imenso complexo constituído por instalações industriais, edifícios, pontes, aviões,

veículos em geral, aparelhos eletrodomésticos, móveis, artigos de madeira, dentre

muitos outros.

Page 9: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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2. HISTÓRIA DA TINTA

É muito difícil estabelecer uma data para o surgimento da tinta. O homem não

estava procurando criar ou inventar algo que embelezasse ou protegesse sua casa

quando a tinta surgiu, mesmo porque, naquela época, ele ainda morava em

cavernas. Foi graças à incessante necessidade do homem expressar os seus

pensamentos, emoções e a cultura de seu povo que ela foi descoberta.

Primeiramente, as tintas tiveram um papel puramente estético. Somente mais tarde,

quando introduzidas em países do norte da América e da Europa, onde as

condições climáticas eram mais severas, o aspecto "proteção" ganharia maior

importância.

2.1. PRÉ-HISTÓRIA: FUNÇÃO PURAMENTE DECORATIVA

Os povos pré-históricos fabricavam tintas moendo materiais coloridos como

plantas e argila em pó, e adicionando água. A técnica empregada era simples, pois

as cores eram preparadas com os próprios dedos e algumas vezes prensadas entre

pedras. Usavam-na para a decoração de suas cavernas e tumbas, e sobre seus

corpos.

2.2. EGITO: ADICIONANDO CORES

O primeiro povo a pintar com grande variedade de cores foram os egípcios.

Inicialmente, fabricavam as tintas a partir de materiais encontrados na terra de seu

próprio país e das regiões próximas. Somente entre 8.000 a 5.800 a.C. é que

surgiram os primeiros pigmentos sintéticos. Para obterem cores adicionais, os

egípcios importavam anileira e garança da Índia. Com a anileira, podia-se obter um

azul profundo e, com a garança, nuances de vermelho, violeta e marrom. Os

Page 10: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

3

egípcios também aprenderam a fabricar brochas brutas, com as quais aplicavam a

tinta.

 

2.3. CHINA: INVENTANDO A TINTA DE ESCREVER

As primeiras tintas de escrever foram provavelmente inventadas pelos antigos

egípcios e chineses. As datas exatas dessa invenção são desconhecidas.

Manuscritos de cerca de 2.000 a. C. comprovam que os chineses já conheciam e

utilizavam nanquim. 

2.4. ROMA: ASCENSÃO E QUEDA

Os romanos aprenderam a técnica de fabricar tinta com os egípcios.

Exemplares de tintas e pinturas romanas podem ser vistos nas ruínas de Pompéia.

Por volta do século V a.C., os romanos utilizaram pela primeira vez na história o

alvaiade como pigmento. Após a queda do Império Romano, a arte de fabricar tintas

perdeu-se, sendo retomada pelos ingleses somente no final da Idade Média.

2.5. IDADE MÉDIA: REDESCOBERTA

Na Idade Média, o aspecto "proteção" começa a ganhar importância. Os

ingleses usavam as tintas, principalmente, em igrejas e, depois, em prédios públicos

e residências de pessoas importantes. Durante os século XV e XVI, artistas italianos

fabricavam pigmentos e veículos para tintas. Nessa época, a produção de tinta era

particularizada e altamente sigilosa. Cada artista ou artesão desenvolvia seu próprio

processo de fabricação de tinta. Tratadas como se fossem um "segredo de Estado",

as fórmulas de tintas eram enterradas com seu inventor.

Page 11: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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2.6. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: EXPANSÃO E PRODUÇÃO EM LARGA ESCALA

No ápice da Revolução Industrial, final do século XVIII e início do XIX, os

fabricantes de tintas começaram a usar equipamentos mecânicos. Os primeiros

fabricantes, entretanto, apenas preparavam os materiais para tinta, fornecendo-os

para os pintores, que compunham suas próprias misturas. Em 1867, os fabricantes

introduziram as primeiras tintas preparadas no mercado. O desenvolvimento de

novos equipamentos de moer e misturar tintas no final do século XIX também

facilitou a produção em larga escala.

2.7.SÉCULO XX: A TECNOLOGIA A SERVIÇO DAS TINTAS

Durante a Primeira e Segunda Guerra Mundial, período considerado pelos

historiadores bastante fértil para ciência, químicos desenvolveram novos pigmentos

e resinas sintéticas. Esses pigmentos e veículos substituíram ingredientes das tintas,

como óleo de linhaça, necessário para fins militares. Pesquisas desenvolvidas por

químicos e engenheiros tornaram-se atividade importante na fabricação de tinta. 

No final da década de 50, químicos criaram tintas especiais para pintura de

exteriores, novos tipos de esmaltes para acabamento de automóveis e tintas à prova

de gotejamento para superfícies externas e internas. Nos anos 60, a pesquisa

continuada com resinas sintéticas conferiu às tintas maior resistência contra

substâncias químicas e gases. Foi nessa época, que as tintas fluorescentes se

popularizaram. Devido à descoberta de envenenamento, por chumbo, de muitas

crianças após terem comido lascas de tinta seca, na década de 1970 os governos

de alguns países impuseram restrições ao conteúdo de chumbo nas tintas de uso

doméstico, limitando-o a cerca de 0,5%. 

Page 12: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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3. TINTAS E VERNIZES

Quando falamos nas tintas e vernizes num sentido mais abrangente,

compreende-se qualquer material de revestimento, de consistência líquida ou

pastosa, apto a cobrir, proteger e colorir uma superfície. (Petrucci. 1993. p. 370)

Segundo o seu uso podem ser brilhantes ou ‘mate’, transparentes ou não,

coloridas ou incolores, bem como apresentar resistência a determinados tipos de

agentes agressivos.

Duas são, portanto, as funções que normalmente deve preencher uma tinta,

quais sejam a de proteger e a de embelezar.

Nesta acepção, tinta é uma composição pigmentada líquida, pastosa ou

sólida que, quando aplicada em camada fina sobre uma superfície apropriada, no

estado em que é fornecida ou após diluição ou dispersão em produtos voláteis, ou

fusão, é convertível, ao fim de certo tempo, numa película sólida, continua, corada e

opaca.

A qualidade pretendida, o fim a que se destina a tinta, o fator econômico,

entre outros, são elementos que podem condicionar a proporção dos constituintes.

Na proteção e decoração de superfícies não só se utilizam tintas como

também se aplicam vernizes.

Há diferenças a salientar que distinguem um verniz de uma tinta,

principalmente pelo fato do verniz não ser pigmentado e depois de aplicado forma-se

numa película seca transparente, não opaca e que poderá ser corado com corantes

solúveis. Podemos por isso definir que verniz é uma composição não pigmentada

líquida, pastosa ou sólida que, quando aplicada em camada fina sobre uma

superfície apropriada, no estado em que é fornecida ou após diluição, é convertível,

ao fim de certo tempo, numa película sólida, contínua, transparente ou translúcida e

mais ou menos dura.

Poderemos, ao escolher as matérias primas, obter tintas com as

características desejadas, como por exemplo:

a) Facilidade na aplicação: Ao utilizarmos o método de aplicação, seja ele qual

for, a tinta deverá estar na consistência correta para facilitar a aplicação;

Page 13: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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b) Rápida secagem: As grandes áreas de aplicação são em regra geral de difícil

secagem, principalmente nas secagens muito rápidas. Uma tinta brilhante,

para aplicação à trincha em madeira, não deverá secar muito depressa. No

entanto. qualquer pintura deverá estar pronta a ser repintada no dia seguinte,

se necessário;

c) Boa aderência: Para termos sucesso numa pintura é sempre necessário

haver boa aderência às superfícies, qualquer que seja o tipo de tinta e

método de aplicação. Para uma boa aderência devemos preparar bem as

superfícies e escolher o sistema de pintura mais adequado.

d) Resistência e durabilidade depois de seca: A película deverá ser dura e ao

mesmo tempo flexível, para poder suportar certas expansões e contrações.

As películas muito duras são normalmente mais quebradiças.

As mudanças de temperatura são as causas normais de aparecimento de

fissuras, expansões e descasque total da tinta. Geralmente nota-se a falta de

durabilidade da tinta pela perda do brilho, esfarelamento e alteração de cor. A ação

da luz, água, ar e alguns agentes químicos originam ataques às películas,

provocando a mudança de cor e fissuras. A resistência da cor depende da qualidade

dos pigmentos usados na formulação da tinta.

Page 14: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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4. MATÉRIAS-PRIMAS E CONSTITUINTES

Em sua essência, a tinta é composta por veículos, pigmentos, solventes e

aditivos. Assim, os veículos ou aglutinadores constituem as resinas para tintas a

base de solventes e as emulsões para tintas a base de água. Servem para unir as

partículas de pigmento. Os pigmentos podem ser ativos ou inertes. Os ativos

conferem cor e cobertura e os inertes conferem enchimento, facilidade de lixamento,

entre outras propriedades.

Os aditivos melhoram ou aperfeiçoam uma série de características das tintas,

sejam elas à base de água ou solvente. Um deles, os espessantes, trabalham a

viscosidade na tinta e a espessura que o filme da tinta vai ter, depois de seca.

Figura 1: Composição das tintas

4.1. RESINAS

“Os aglomerantes ou resinas são os responsáveis pela formação do

filme da tinta, sua secagem e propriedades gerais. São ainda os

Page 15: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

8

responsáveis em converter o filme da tinta em uma membrana densa,

uniforme, homogênea e perfeitamente aderente ao substrato” (Manual

Técnico – Linha Imobiliária das Tintas Ipiranga).

Resina é a parte não volátil da tinta, que serve para aglomerar as partículas

de pigmentos. A resina também denomina o tipo de tinta ou revestimento

empregado. É ela responsável pela formação da película protetora na qual se

converte a tinta depois de seca. Outra função é a de proporcionar brilho, aderência,

elasticidade e resistência. Assim, por exemplo, temos as tintas acrílicas, alquídicas,

epoxídicas, etc. Antigamente as resinas eram a base de compostos naturais,

vegetais ou animais. Hoje em dia são obtidas através da indústria química ou

petroquímica por meio de reações complexas, originando polímeros que conferem

às tintas propriedades de resistência e durabilidade muito superior às antigas.

Para pinturas arquiteturais, os tipos mais usados são as resinas alquídicas,

fenólicas, epóxi, uretânicas, óleos resinosos e os látex vinílicos e acrílicos. É através

das características das resinas que se classificam os tipos de tinta.

4.1.1. Resinas alquídicas

As resinas alquídicas são poliésteres modificados com óleos, com boa

secagem e resistência ao intemperismo. São usadas em grande volume e secam

pela evaporação dos solventes e pela oxidação dos óleos. Quanto maior for a

quantidade de óleo em sua fórmula mais demorada é sua secagem, menor o seu

brilho e melhor sua propriedade de umectação e sua elasticidade.

São utilizadas para fabricação de esmaltes arquiteturais e industriais, para

uso interno e externo. São superiores às resinas fenólicas na retenção de cor e

facilidade de repintura. Não devem ser usadas diretamente sobre alvenaria ou

superfícies alcalinas; O uso sobre este substrato só é recomendável após aplicação

de um primer ou selador resistente à alcalinidade.

4.1.2. Resinas fenólicas

Page 16: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

9

As resinas fenólicas usadas no preparo de tintas imobiliárias são

normalmente modificadas com óleos em percentuais variados e secam pela

evaporação dos solventes, seguido da oxidação dos óleos. Têm excelente

resistência à água e produtos químicos. Não têm boa manutenção de cor e

endurecem muito com o envelhecimento do filme.

4.1.3. Resinas uretânicas

Os polímeros uretânicos podem ser utilizados na formulação de produtos de

um ou dois componentes. Os mono-componentes são produtos da reação de

isocianatos modificados com óleos secativos e secam pela evaporação dos

solventes e oxidação dos óleos, proporcionando um filme duro, resistente à abrasão

e excelente resistência ao intemperismo. Os bi-componentes são fornecidos em dois

componentes, sendo que o componente ‘A’ é a resina poliéster e o componente ‘B’ é

um pré-polímero de isocianato. O verniz final têm excelente resistência ao exterior,

com manutenção da cor e do brilho.

Látex vinílicos são polímeros de acetato de vinila, modificados ou não, de

dureza variada, flexíveis, e secam pela evaporação da água e a coalescência das

partículas do polímero. São utilizadas na fabricação de tintas para uso interno e

externo.

4.1.4. Resinas látex acrílicos

Os látex acrílicos são copolímeros acrílicos, que secam pela evaporação da

água e a coalescência das partículas dos polímeros, formando filmes flexíveis,

aderentes, resistentes à álcalis e a água. São também utilizados no preparo de tintas

látex para uso interno ou externo.

Page 17: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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4.1.5. Resinas de polivinil butiral

O Polivinil Butiral é um aglomerante bem flexível e aderente, utilizado

normalmente na formulação de condicionadores de metal, pigmentos com Cromato

de Zinco e catalisadores com ácidos. Proporcionam filmes com bom poder de

adesão, inclusive sobre metais não ferrosos e com bom poder anticorrosivo.

4.1.6. Resina de nitrocelulose

Os polímeros de Nitrocelulose são produzidos através da nitração da

celulose. Apresentam secagem extra rápida, película bastante dura e facilidade de

lixamento ou polimento.

4.2.PIGMENTOS

“Pigmentos são sólidos finamente divididos, insolúveis no veículo da

tinta e que conferem principalmente cor e poder de cobertura,

contribuindo também para a proteção e resistência ao intemperismo,

brilho e outras características exigida.” (Manual Técnico – Linha

Imobiliária das Tintas Ipiranga).

Material sólido finamente dividido, insolúvel no meio. Utilizado para conferir

cor, opacidade, certas características de resistência e outros efeitos.

As principais propriedades que um pigmento deve possuir em largo limite,

são:

opacidade;

Page 18: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

11

poder corante;

finura e propriedade de suspensão;

estabilidade á luz;

estabilidade ao calor;

estabilidade aos agentes de corrosão ou propriedades anticorrosivas;

poder de absorção de óleo.

O pigmento, aIém destas propriedades, também é responsável, mas em

menor grau, pelas propriedades mecânicas, de brilho, de resistência aos produtos

químicos e ao envelhecimento do revestimento por pintura.

Mas, geralmente, um pigmento não apresenta todas estas características com

o mesmo grau de intensidade. Por isso devera o formulador da tinta fazer um

judicioso equilíbrio entre o teor de pigmento (varia entre 5% a 8O%) e o teor dos

outros constituintes (veiculo. cargas e aditivos), para que o produto final corresponda

aos requisitos pretendidos como o de proteção e decoração.

Será ainda importante referenciar a relação pigmento/veículo (concentração

volumétrica de pigmento) considerado ótimo, para o qual em princípio a película

deverá apresentar as melhores propriedades e mais adequadas ao fim a que se

destina.

Disto conclui-se que o formulador da tinta, ao selecionar e preparar esta,

deverá se preocupar não só com a cor desejada, como também estar alerta para

não prejudicar o comportamento em geral.

Num breve esquema de classificação, os pigmentos dividem-se em:

Pigmentos orgânicos (produtos vegetais e animais);

Pigmentos inorgânicos (terras coloridas).

Quanto à natureza química temos:

Pigmentos metálicos: constituídos por pós metálicos (alumínio, cobre, zinco,

ligas de cobre e zinco e bronze);

Pigmentos inorgânicos: geralmente incombustíveis e insensíveis ao calor

(dióxido de titânico e óxido de zinco);

Page 19: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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Pigmentos orgânicos: sensíveis à temperatura e combustíveis (vermelho de

totuidina e amarelo de benzidina).

Quanto ao processo de obtenção os pigmentos classificam-se em:

Pigmentos naturais: obtidos a partir de produtos naturais por processos de

moagem e peneiração (terras, metais, dióxido metálico);

Pigmentos sintéticos: preparação por reação química a partir de compostos

orgânicos e inorgânicos (ftalocianina de cobre).

Os pigmentos mais comuns, oriundos dos diferentes produtores, distinguem-

se quanto às cores por:

Pigmentos brancos (dióxido de titânico, litopone, branco de zinco, branco de

antimónio, branco de chumbo e branco fixo);

Pigmentos amarelos (amarelos de crómio, amarelo de óxido de ferro,

amarelos de zinco, amarelo de cádmio e pigmentos orgánicos);

Pigmentos azuis (azul da Prússia ou azul de Paris, azul de cobalto, azul de

ultramira e azul de ftalocianina;

Pigmentos verdes (inorgânicos e orgânicos);

Pigmentos vermelhos (óxidos vermelhos de ferro, óxidos vermelhos de

chumbo e vermelho de cádmio);

Pigmentos castanhos (terras coloridas);

Pigmentos pretos.

São também divididos em pigmentos de cobertura, funcionais e

anticorrosivos.

4.2.1. Pigmentos de cobertura

Os pigmentos de cobertura conferem à tinta cor e poder de cobertura, além

de influírem decisivamente na resistência ao intemperismo e às atmosferas poluídas.

Page 20: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

13

Podem ser Orgânicos, que de um modo geral têm cores mais limpas e fortes, com

alto poder de tingimento e baixo poder de cobertura e Inorgânicos, com baixo poder

de tingimento e alto poder de cobertura, porém com pequena gama de tonalidades,

onde se destacam o dióxido de titânio, óxidos de ferro, cromatos e molibidatos.

4.2.2. Pigmentos funcionais

Os pigmentos funcionais são usados para conferir as tintas certas

propriedades como reologia, dureza, resistência à abrasão, facilidade de lixamento,

poder de selagem, brilho e ação anti-sedimentante, na qual podemos destacar o

caolim, talco, barita e calcita.

4.2.3. Pigmentos anticorrosivos

Existem ainda os pigmentos anticorrosivos, cuja finalidade é inibir a coesão

em superfícies metálicas, onde se destacam o pó de zinco, zarcão, cromatos e

fosfatos de zinco.

4.3.ADITIVOS

Substâncias eventualmente incorporadas, em pequena percentagem, nas

tintas e produtos similares, com o fim de lhes alterar acentuadamente determinadas

características. Ou seja, são produtos líquidos, viscosos ou sólidos pulverulentos,

solúveis nos veículos com o objetivo de melhorar e desenvolver as condições de

aplicação de tintas e as propriedades da película seca.

Alguns aditivos, bem como suas funções e produtos afins. Dos vários aditivos

existentes na indústria, os secantes e os plastificantes são os mais importantes, uma

vez que conferem às tintas propriedades fundamentais na sua composição final.

Page 21: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

14

Os secantes são substâncias catalisadoras de absorção química de oxigênio

e, portanto, com o objetivo de reduzir o tempo de secagem de uma pintura. Contudo,

quantidades excessivas de secantes ocasionam películas duras e quebradiças.

O termo “plastificante” induz na palavra plástico, maleável, deformação

contínua e permanente, sem ruptura do material. Por esta razão têm a função de

produzirem películas suficientemente flexíveis, conferindo flexibilidade e elasticidade

às películas de tintas.

Proporcionam características especiais as tintas ou melhorias nas suas

propriedades.

Existe uma variedade enorme de aditivos usados na indústria de tintas e

vernizes, como agentes secantes, cargas, anti-mofos, dispersantes, anti-espumante,

anti-sedimentante, plastificante, niveladores, etc. Podem já estar presentes na tinta

ou serem adicionados na hora da aplicação.

4.4.SOLVENTES

Líquido volátil, geralmente de baixo ponto de ebulição, utilizado nas tintas e

correlatos para dissolver a resina. São produtos incorporados à formulação para

facilitar o processo de produção, bem como aplicação do produto final. Interfere na

secagem, na aparência e em suas propriedades físicas e de aplicação. Em virtude

da variedade de resinas empregadas, requer-se também uma grande gama de

solventes específicos para cada tipo de tinta. É composto por hidrocarbonetos

aromáticos, álcoois, ésteres, cetonas e glicóis-ésteres, isento de benzeno e produtos

clorados.

4.5.CARGAS

Carga é uma substância inorgânica sob a forma de partículas mais ou menos

finas, de fraco poder de cobertura, insolúvel nos veículos, empregada como

constituinte de tintas com o fim de lhes modificar determinadas propriedades.

Page 22: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

15

É em função da sua granulometria, da superfície especifica e das

características a ela inerentes, que facilitam a fabricação e aplicação, melhoram a

qualidade e durabilidade, aumentam a impermeabilidade e elasticidade, conferem

determinadas propriedades como isolantes (acústico e térmico, resistência ao fogo,

antiderrapantes) e, ainda, possibilitam a conservação das tintas.

No entanto, as cargas têm fraco poder corante, praticamente não conferem

opacidade às tintas, mas por razões de ordem técnica e econômica, são utilizadas

na sua composição.

Conforme a sua origem as cargas classificam-se em:

Cargas naturais (barita, calcite, dolomite, caulino, limonite, mica, amianto,

talco, diatomite, sílica);

Cargas artificiais (sílicas artificias, sulfato de bário precipitado, etc.).

4.6. ÓLEOS

Define-se óleo como uma substância líquida e de aspecto viscoso à

temperatura ordinária, de origem vegetal, animal ou mineral, podendo apresentar

estruturas químicas muito diversas.

Nos óleos (tintas oleosas) o aglutinante é constituído por óleos orgânicos

designados por óleos secativos. Este tem normalmente origem vegetal, possuindo a

propriedade de se solidificar, transformando-se numa película mais ou menos dura e

elástica quando é exposta ao ar, em camada fina.

Os óleos secativos de maior importância são o óleo de linhaça, o de madeira

da China ou “Tung”, o de rícino desidratado, o de soja e o de “óleo de Tall”.

O óleo de linhaça, sendo o de maior importância, é dotado de boas propriedades de

secagem e durabilidade exterior. Contudo os filmes, por envelhecimento, tendem a

amarelar e a endurecer, perdendo as suas propriedades elásticas originais.

As propriedades a considerar num óleo são: a cor, o aspecto, a fluidez, o odor, a

massa específica, o índice de refração, índice de saponificação, índice de iodo,

índice de ácido e absorção de óleo.

Page 23: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

16

5. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE TINTAS

A Revolução Industrial teve um importante papel no desenvolvimento e

amadurecimento do processo de fabricação de tinta. Com o surgimento dos

equipamentos mecânicos, a produção de tinta — antes um processo manual e

personalizado — industrializa-se, permitindo a produção em larga escala para

abastecer um mercado, embora embrionário, mas bastante promissor.

O século XX colocou à disposição das indústrias uma série de inovações

tecnológicas que, pouco a pouco, automatizariam o processo de fabricação. Ainda

neste século, as ciências — química, física e biológica — tiveram um espantoso

progresso, o que contribuiu bastante para que a tinta chegasse ao patamar de

excelência qualitativa em que atualmente se encontra.

O processo de fabricação pode ser resumido nas etapas descritas abaixo:

1. Pesagem: A primeira etapa na fabricação de tinta é a pesagem dos materiais

líquidos para o veículo da tinta. Tubulações irão transportar os materiais do tanque

de estocagem;

2. Mistura: O fabricante coloca uma pequena quantidade de veículo em um

grande misturador mecânico. Depois adiciona gradualmente o pigmento pulverizado.

As pás do misturador irão girar lentamente e transformarão os dois ingredientes em

pasta de pigmento e de veículo;

3. Trituração: Um operário deposita a pasta em um moinho ou triturador para

dispersar as partículas de pigmento e distribuí-las uniformente pelo veículo. Existem

dois tipos de moinhos: de rolos e de bolas ou seixos. Moinhos de bola ou de seixo

são grandes cilindros revestidos de aço que contêm bolas de seixo ou de aço.

Quando os cilindros giram, as bolas se movimentam e se chocam umas contra as

outras, triturando a tinta. Um moinho de rolos tem cilindros de aço que rodam uns

sobre os outros para triturar e misturar os pigmentos;

4. Diluição e Secagem: Após a trituração, um operário derrama a pasta moída

em um tanque, onde é misturada mecanicamente com mais veículo, solventes e

Page 24: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

17

secantes. Solventes como nafta ou água afinam a pasta. Sais de chumbo, cobalto e

manganês levam a tinta a secar rapidamente. Nessa fase, a tinta é misturada até

que esteja quase pronta para ser usada;

5. Teste de cor e qualidade: Em seguida, o tingidor envia uma amostra da

nova tinta para o laboratório de controle de qualidade da fábrica, que irá testar a cor

e qualidade. No Brasil, os padrões de cor e qualidade são estabelecidos pelas

fábricas de tintas e pelo Instituto Nacional de Pesos e Medidas;

6. Tintagem: Agora, um operário, chamado de tingidor, adiciona uma pequena

quantidade de pigmento à tinta para conferir-lhe a cor exata e o brilho desejado.

Nesta etapa ocorrem possíveis correções de formulação para atender as

especificações pretendidas;

7. Filtragem: Depois de ter sido aprovada, a tinta é finalmente filtrada através

de um saco de feltro, ou de outro tipo de filtro, para remover partículas sólidas de

poeira ou sujeira;

8. Embalagem: Esta é a última etapa do processo. A tinta é despejada em um

tanque (máquina de alimentação) que irá encher as latas com a quantidade exata.

Esteiras rolantes transportam as latas, que serão embarcadas em caminhões e trens

para o transporte final.

Page 25: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

18

6. PROPRIEDADES DAS TINTAS

Existe uma série de características que são desejáveis em uma tinta, que

podem variar de acordo com a finalidade do produto. As principais são estabilidade,

facilidade de aplicação, rendimento e cobertura, durabilidade, lavabilidade e

secagem.

6.1. ESTABILIDADE

Caracteriza a tinta de forma que, ao se abrir uma lata de tinta pela primeira

vez, esta não deve apresentar excesso de sedimentação, coagulação,

empedramento, separação de pigmentos, sineresis ou formação de nata, tal que não

possa tornar-se homogênea através de simples agitação manual. A tinta não deve

apresentar odor pútrio nem exalar vapores tóxicos.

6.2. FACILIDADE DE APLICAÇÃO

A tinta deve espalhar-se facilmente, de maneira que o rolo ou trincha deslizem

suavemente sobre a superfície, devendo as marcas desses instrumentos

desaparecerem logo após a aplicação da tinta, resultando em uma película uniforme.

6.3. RENDIMENTO E COBERTURA

O rendimento refere-se ao volume necessário para pintar uma determinada

área. A cobertura significa a capacidade da tinta em cobrir totalmente a superfície e

estas duas propriedades estão diretamente relacionadas ao tipo, à qualidade e à

quantidade de resinas e pigmentos utilizados na formulação da tinta. È justamente

Page 26: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

19

aqui, na variação desses elementos, que se encontram as maiores diferenças de

qualidade entre os produtos disponíveis no mercado.

6.4. DURABILIDADE

Refere-se a resistência da tinta à ação dos intempéries. A tinta mais durável

demora mais para sofrer alterações na sua película, como calcinar, mudar de cor,

perder sua boa aparência, assim como suas propriedades mecânicas e protetivas,

necessitando menor manutenção, ou seja, o tempo de repintura é maior. A

durabilidade de uma tinta também depende diretamente do tipo, da qualidade e da

quantidade de resinas e pigmentos utilizados em sua formulação. A resistência ao

intemperismo de uma tinta pode ser verificada com a exposição de painéis ao

ambiente, ou através de testes acelerados em laboratório.

6.5. LAVABILIDADE

As tintas devem ser laváveis, resistindo à ação de agentes químicos comuns

em uso doméstico, tais como detergentes, água sanitária e outros.

6.6. SECAGEM

A secagem de uma tinta não deve ser tão rápida que não permita uma fácil

aplicação e nivelamento, nem tão lenta que não permita demãos posteriores num

tempo conveniente.

Page 27: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

20

7. CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS

As tintas se classificam basicamente em seladores/ fundos preparadores,

massas, primers, esmaltes/ tintas de acabamento, vernizes e silicone.

7.1. SELADORES / FUNDOS PREPARADORES

São produtos formulados para selar a superfície, regularizando a absorção do

substrato, aumentando sua coesão ou ainda selando sua alcalinidade e preparando-

os para demãos seguintes.

Normalmente os produtos à base de solventes tem um poder de penetração

muito maior que os à base de látex e devem ser os recomendados sempre que

possível.

Existem ainda os seladores pigmentados que além de selarem a superfície,

funcionam como uma primeira demão, economizando desta forma o acabamento

final.

7.2. MASSAS

São produtos altamente pigmentados e tem por finalidade regularizar as

superfícies para um acabamento mais uniformizado e esmerado.

7.3. PRIMERS

São produtos medianamente pigmentados com funções específicas, sendo

classificados em anticorrosivos, surfacers e de aderência.

Page 28: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

21

7.3.1 Primers anticorrosivos

Têm como finalidade principal proteger superfícies metálicas contra corrosão.

7.3.2 Primers Surfacers

Têm como função nivelar a superfície para as demãos subsequentes do

acabamento.

7.3.3 Primers de aderência

Têm como finalidade formarem uma ponte de ligação entre o substrato e o

acabamento final geralmente reage com a superfície a ser pintada, formando um

todo indissolúvel

.

7.4ESMALTES/ TINTAS DE ACABAMENTO

Tem como função dar o acabamento final à superfície, decorando-a,

protegendo-a, sinalizando-a, etc., sendo que existem ainda os texturizados. As tintas

de acabamento proporcionam infinitas opções de cores e de brilho, desde

acabamentos brilhantes até foscos.

7.4.1 Vernizes

Page 29: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

22

É o acabamento final à superfícies nas quais se deseja que o fundo continue

a aparecer, como no caso de madeiras, concreto aparente, pedras e outros.

7.4.2 Silicone

É um produto à base de polisiloxana, que não forma filme sobre a superfície

em que foi aplicado. Têm por finalidade penetrar profundamente no substrato e

repelir a penetração de água no mesmo.

Page 30: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

23

8. TIPOS DE TINTAS

Levando em consideração a gama de fornecedores de tintas, normalmente as

tintas de revestimento são classificadas como:

Tintas Imobiliárias / Linha Imobiliária

Tintas Automotivas / Linha Automotiva

Tintas Industriais / Linha Industrial

8.1LINHA IMOBILIÁRIA

Dentre as tintas imobiliárias disponíveis no mercado podem-se encontrar as

seguintes tipologias: látex PVA, acrílicas, esmaltes sintéticos, vernizes e texturas.

É a linha cujos produtos são indicados para uso em edificações residenciais e

comerciais.

Figura 2: Tipologias das tintas imobiliárias

O volume e a concentração de pigmentos nas tintas regulam os diferentes

níveis de brilho e interferem inclusive na resistência do produto. As variações de

brilho são calculadas através de um índice chamado PVC (pigmento-volume-

concentração).

Assim, quanto menor for o índice, mais baixo será o volume de pigmentos e

maior o brilho da tinta. Conforme o volume de pigmentos da fórmula, uma tinta

imobiliária é dividida em três tipos: semi-brilho, fosca e acetinada e sua indicação

deve estar de acordo com as características de cada uma delas. Esquema 4.

Page 31: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

24

Figura 3: Acabamentos das tintas imobiliárias

As tintas PVA látex são compostas por resinas à base de dispersão aquosa

de polímeros vinílicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais

inertes, glicóis e tensoativos etoxilados e carboxilados. Sua aplicação deve ser feita

com rolo de lã, trincha ou pistola esta tinta apresenta probabilidade de apresentar

um ligeiro manchamento quando exposta água (sereno ou chuvas leves), ocorrendo

geralmente no período de cura do filme da tinta, isto é, nas duas primeiras semanas.

Para asolução deste problema, os fabricantes recomendam que a superfície seja

toda lavada com água em abundância tão logo tenha ocorrido o manchamento.

As tintas acrílicas são compostas por resina 100% acrílica elastomérica em

dispersão aquosa, aditivos heterocíclicos, pigmentos isentos de metais pesados,

cargas minerais inertes, álcoois, tensoativos etoxilados e carboxilados. A aplicação é

feita com rolo de lã ou trincha.

Os esmaltes sintéticos são compostos por resina alquídica à base de óleo

vegetal semi-secativo, pigmentos orgânicos e inorgânicos, cargas minerais inertes

(nos metais acetinados e foscos), hidrocarbonetos alifáticos, secantes organo-

metálicos e não contém benzeno.

O quadro abaixo identifica os tipos de acabamentos com suas principais

características.

TIPOLOGIAS E ACABAMENTOS

TIPOFICHA TÉCNICA

Descrição Substrato/Aplicação Acabamento

Page 32: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

25

Látex PVA

Resina à base de dispersão aquosa de polímeros vinílicos, pigmentos isentos de metais pesados, cargas minerais inertes, glicóis e tensoativos etoxilados e carboxilados.• Tinta à base de água;•Não lavável;•Secagem rápida;• Média cobertura.

A aplicação deve ser feita com rolo de lã, pincel/trinha oupistola

•Alvenarias:- Interiores.

• Fosco aveludado

AcrílicaTinta à base de água;• Excelente lavabilidade e cobertura.

Alvenarias:- Exteriores- Interiores

• Fosco• Acetinado• Semi-brilho

Esmaltes Sintéticos

Tinta à base de solventes;• Ótimo acabamento• Resistência a intempéries.

Superfícies internas de:- Madeiras- Metais

Fosco• Acetinado• Semi-brilho

Vernizes

Produtos à base de solventes;• Acabamento e proteção transparente;• Conservação do aspecto natural da madeira.

• Superfícies:- Internas- Externas

• Brilho• Semiibrilho• Fosco• Pigmentado

Texturas

Tinta à base de água, com efeito;• Textura em alto relevo;• Ação hidrorrepelente.

• Superfícies:- Internas- Externas

Variado

As diferenças de brilho entre um produto e outro são, em primeiro lugar, uma

opção para o tipo de acabamento que o consumidor deseja. O acabamento

oferecido pelas tintas semi-brilho, apresentam maior quantidade de resina. As

acetinadas mostram um brilho mais reduzido. Seus preços são menores ou idênticos

ao da semi-brilho. As foscas são geralmente mais baratas e não têm brilho algum,

algo que não reduz e nem modifica sua qualidade. As tintas com acabamento semi-

brilho são usadas tanto em superfícies externas, como internamente.

Em relação às tintas acetinadas, estas são mais resistentes e laváveis,

apresentando certa facilidade na remoção de sujeiras. Elas são feitas com o mesmo

tipo de resina, mas são acrescidos agentes fosqueantes, ingredientes que diminuem

Page 33: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

26

o brilho, sem afetar a qualidade. Quando a tinta é fosca, problemas de polimento

podem ser percebidos. O fato surge com o atrito dos móveis ou objetos contra a

parede. O abaixo indica as tintas conforme seu índice de Pigmento, Volume e

Concentração – PVC.

IDENTIFICAÇÃO DAS TINTAS CONFORME O ÍNDICE DE PVC

Alto brilho PVC de 20 a 25%

Semibrilho PVC de 30 a 35%

Acetinada PVC de 40 e 45%

Fosca PVC de 50 a 55%

* Índice de PVC – pigmento + volume + concentração

Os produtos de primeira linha, em especial os preparados com a tecnologia

acrílica, têm a vantagem de render mais, além de resistir mais ao desgaste da

limpeza. Para áreas como o teto, que implicam a reflexão da luz recomenda-se a

tinta fosca. Nas demais, indica aqueles produtos ditos “top” de linha, como os

acrílicos acetinados e semi-brilhantes.

8.2LINHA INDUSTRIAL

A linha industrial caracteriza-se por ter uma alta tecnologia de formulação,

rigoroso controle de qualidade das matérias-primas, pelo processo de fabricação e

por resistir à agressividade do meio. Acrescenta-se ainda que, esta linha difere-se

da linha imobiliária ou de construção civil pela adição de resina fenólica que garante

um aumento da resistência destes produtos. As tintas da linha industrial estão

subdivididas conforme esquema:

Page 34: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

27

Em relação à sua composição as tintas industriais podem ser classificadas

como:

8.2.1 Alquídicas

São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A

resina é um polímero resultante da reação de glicerina com óleos vegetais e com

anidrido ftálico que é um ácido proveniente da petroquímica. Nesta reação – de um

álcool (glicerina) e um ácido (anidrido ftálico) mais a inclusão do óleo vegetal (soja

ou mamona) adquiri-se um poliéster ftálico modificado com óleos vegetais cujas

características são:

Baixa resistência à umidade elevada, imersão em água, meios alcalinos,

solventes fortes e produtos químicos;

Baixo custo inicial;

Apropriadas para ambientes rurais sem poluição, ambientes industriais

de baixa agressividade, construção civil em madeira e aço (interiores das

edificações) e para estruturas e equipamentos abrigados, bem como em locais

secos.

Não é aconselhado o uso destas tintas sobre concreto, alvenaria ou aço

revestido com zinco, pois as superfícies cimentadas/alvenarias formam sabões de

cálcio quando em contato com a umidade. Já nas superfícies zincadas formam-se

sabões de zinco. Em ambos os casos estas reações resultam no destacamento da

película em pouco tempo.

8.2.2 Acrílicas

São tintas monocomponentes que contém solventes, resinas e pigmentos. A

resina é um polímero acrílico. Tais polímeros podem ser solubilizados em solventes

orgânicos (lacas acrílicas) ou dispersos em água (emulsões acrílicas). As tintas

Page 35: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

28

industriais acrílicas apresentam resistência a intemperismos (ação do sol ou da

chuva), bem como as seguintes vantagens:

Baixo odor;

Não emitem vapores inflamáveis;

Não são combustíveis;

Tornam mais fácil a limpeza dos equipamentos de pintura;

Sobre o alumínio, o acabamento pode ser aplicado diretamente na superfície,

porém, em aço carbono e aço galvanizado é necessária a utilização do primer

correspondente, também acrílico.

8.2.3 Epoxídicas

São tintas bicomponentes (componente A e componente B), ou seja,

apresentam-se em duas embalagens. Em uma embalagem tem-se a resina epóxi e

em outra se tem o agente de cura (catalizador). Estas tintas são subdivididas em:

Epóxi curadas com poliamidas – são resistentes a umidade, imersão

em água doce ou salgada. Possuem alta flexibilidade e aderência em aço carbono

ou concreto. São adequadas para ambientes internos de reservatórios de água

potável até 55ºC.

Epóxi curadas com poliaminas – são resistentes à imersão em

soluções ou vapores químicos. Recomenda-se sua utilização para pintura interna de

tanques, tubulações, equipamentos e estruturas sujeitas a imersões, derrames ou

respingos de produtos químicos ou solventes.

Epóxi modificadas – fabricadas a partir de alta tecnologia, são muito

próximas às poliamidas, pois são formuladas com pigmentos lamelares, inibidores

de corrosão e aditivos tenso ativos

Epóxi curadas com isocianato – são utilizadas como primer de

aderência sobre superfície de aço galvanizado, alumínio, aço inoxidável ou outros

metais não ferrosos e sobre poliéster reforçado com fibra de vidro (fiberglass).

Epóxi hidrossolúveis – são também chamadas de tintas WB (water

base or water borne).

Page 36: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

29

8.2.4 Poliuretânicas

São tintas bicomponentes (A e B), armazenadas em duas embalagens, uma

contendo a resina poliéster ou de acrílica polihidroxilada e outra contendo o agente

de cura a base de isocianato alifático ou aromático. As tintas PU, como são

comumente conhecidas no mercado, são de alta resistência ao intemperismo por

apresentarem características químicas ao serem formuladas a partir de resinas

poliéster ou acrílicas “catalisadas” com agente de cura que garantem esta

resistência.

Os poliuretanos alifáticos são tintas de acabamento utilizados normalmente

em esquemas de pintura com primer epóxi, com os quais são perfeitamente

compatíveis. Uma característica relevante neste tipo de tinta é a possibilidade de ser

resistente a “pichações”, pois, as superfícies com este tipo de acabamento podem

ser limpas com solventes orgânicos do tipo do xilol sem sofre danos à superfície ou

pintura. Com isto, é possível remover marcas de grafitagem ou pichações.

8.2.5 Alta temperatura

São tintas a base de silicone ou de silicatos que resistem a temperaturas

elevadas de até 540ºC por que ao curarem se transformam em um filme inorgânico.

Tais tintas são apresentadas somente em alumínio e seu uso é recomendado em

pinturas de chaminés, exterior de caldeiras, fornos reatores, colunas de destilarias,

escapamentos, dutos aquecidos, trocadores de calor, dentre outras superfícies que

apresentam temperaturas elevadas. Acrescenta-se que, o uso de silicone como

componente desta tinta acarreta na necessidade de um pré-cura entre 130º e 230ºC

e o primer utilizado deverá ser de etil silicato de zinco.

8.2.6 Etil Silicato de Zinco

Page 37: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

30

São tintas bicomponentes (A e B) fornecidas em duas embalagens, uma

contendo a solução de silicato de etila e a outra contendo o pó de zinco metálico

(filler).

Tais tintas são aplicadas um uma única demão sobre superfícies de aço

carbono preparado por jateamento abrasivo, para promoverem proteção catódica ao

aço carbono.

Esta proteção (catódica) é contra a corrosão sendo conseguida quando dois

metais diferentes são colocados em contato entre si na presença de um eletrólito

(líquido com propriedades condutoras de corrente elétrica). Neste processo, o metal

mais nobre é protegido pelo menos nobre. No caso da proteção catódica do aço

carbono pelo zinco, o ferro é protegido e se constitui no catodo sendo o zinco que é

o anodo é sacrificado em benefício do ferro.

Nestas tintas, a proteção catódica dá-se em função do alto teor de zinco na

película seca, motivo pelo qual são chamadas de “zincagem a frio”. O filme curado é

totalmente inorgânico e constituído de silício, zinco e oxigênio.

Para esta tinta é recomendada a utilização de um primer de alto desempenho

em ambientes agressivos e seu uso é recomendado para pintura de guindastes

expostos em ambientes marítimos, estruturas para indústria naval, plataformas off

shore, pintura interna de tanques de álcool hidratado e de outros tipos de solventes.

Também são utilizadas em superfícies de alta temperatura.

Por sua natureza química e por possuírem alto teor de pigmento (zinco

metálico), as tintas de zinco apresentam baixa flexibilidade e película quebradiça.

Ressalta-se que, estas tintas não devem receber lixamento devido a falta de adesão

da camada de tinta o que não compromete sua aderência

9. TINTAS ESPECIAIS

Page 38: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

31

9.1TINTAS RESISTENTES AO CALOR

As temperaturas elevadas causam a destruição das tintas comuns, O calor

pode, empolar ou causar bolhas devido a expansão de película por ação de vapor.

As modernas já resistentes à temperatura são formadas à base de siliconas,

pós metálicos e pigmentos estáveis ao calor.

São usadas em fornos, chaminés, câmaras de combustão

9.2TINTAS RETARDADORAS DE COMBUSTÃO

Os materiais combustíveis podem tornar-se menos inflamáveis pela

impregnação com compostos adequados ou pela aplicação desta tinta.

A tinta não e resistente ao calor no sentido de que ela não se altera quando

sujeita a temperaturas mais elevadas. A camada protetora, ao contrario, depende da

decomposição dos componentes da tinta pelo calor.

9.3TINTAS INDICADORAS DE TEMPERATURA

As tintas que contem materiais que apresentam uma mudança de cor em

temperaturas definidas podem ser usadas para indicar pontos quentes em um

equipamento,eficiência de um isolamento.

Podem-se usar de 45° a 1400°C, com uma tolerância de 1% no valor que a

temperatura indica. Usada em industrias

9.4TINTAS ANTI-CONDENSAÇÃO

Page 39: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

32

Estas tintas diminuem a tendência apresentada por algumas paredes e tetos,

principalmente em navios.

A camada aplicada e relativamente (2mm) e consiste em uma pasta fibrosa,

que pode ser também retardadora de combustão, de alta superfície especifica, a

qual absorve quantidades consideráveis de umidade antes de se apresentar

molhada (com gotas pendentes ou gotículas d´água, por exemplo). Age também

como isolante térmico. São muito usadas em cozinhas, casas de banho, paredes e

tetos e navios

9.5TINTAS INIBIDORAS DO DESENVOLVIMENTO DE ORGANISMOS

Este tipo e de especial interesse aos engenheiros ligados à construção naval,

pois previnem o ataque aos navios e ancoradouros pelas lavras marinhas, fungos,

algas mariscos e outros organismos.

9.6TINTAS LUMINESCENTES

Elaborada com pigmentos especiais que dão alto brilho e acabamento

perfeito. Divide em dois grupos:

9.6.1 Fluorescentes

Absorvem a radiação ultravioleta e emitem luz no espectro visível apenas

quando irradiadas. Usadas em mostradores de aparelhos, sinais de tráfego.

9.6.2 Fosforescentes

Page 40: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

33

Continuam a brilhar por algumas horas depois que a radiação cessou.

Possuem um brilho intenso e de curta duração.

Usadas em placas de sinalização de rodovias, interruptores elétricos e

mostradores de relógios. O processo também é usado em tubos de televisão, e em

detentores de partículas elementares.

10.PREPARO DA SUPERFÍCIE

Page 41: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

34

O correto preparo da superfície é de fundamental importância para se obter

uma pintura de qualidade e durável. Portanto alguns cuidados devem ser

rigorosamente observados. A superfície deve estar firme, coesa, limpa, seca, sem

poeira, gordura, graxa, sabão ou mofo (Norma ABNT NBR 13245 de 06/2011).

Todas as partes soltas ou mal aderidas devem ser eliminadas através de

raspagem ou escovação da superfície. As imperfeições profundas das paredes

deverão ser corrigidas com reboco. As pequenas imperfeições das paredes devem

ser corrigidas com massa acrílica em superfícies externas ou internas ou com massa

corrida PVA em superfícies internas. Manchas de gordura ou graxa devem ser

eliminadas com água e detergentes. Paredes mofadas devem ser raspadas e

lavadas com uma solução de água e água sanitária (1:1) e a seguir lavadas e

enxaguadas com água potável. No caso de repintura sobre superfícies brilhantes, o

brilho deve ser eliminado com lixa fina. Além desses cuidados, algumas outras

considerações devem ser levadas em conta em relação ao substrato que será

pintado.

10.1 CONCRETO E REBOCO

Deve-se aguardar pelo menos 30 (trinta) dias para cura total. Pintura sobre

superfícies mal curadas apresentarão problemas num curto espaço de tempo como

saponificação, calcinação, eflorescência, embolhamento e descascamento. Sobre

rebocos fracos deve-se utilizar fundo preparador de paredes para aumentar a

coesão das partículas da superfície, evitando problemas de mal aderência e

descascamentos. Superfícies de concreto e reboco bem curados e coesos não

precisam de tintas de fundo, a não ser para selagem da alcalinidade, podendo

receber a tinta de acabamento. Quando estas superfícies tiverem absorções

diferenciadas deverá ser aplicado o selador para uniformizar a absorção. O concreto

deve estar seco, limpo, isento de pó, sujeira, óleo e agentes desmoldantes.

10.2 CIMENTO AMIANTO

Page 42: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

35

Trata-se de uma superfície altamente alcalina, sendo indicado a aplicação de

um fundo resistente à alcalinidade para selar a superfície. Este procedimento não é

necessário se forem utilizados produtos acrílicos que apresentem resistência à

alcalinidade.

10.3 MADEIRA

A madeira deve ser limpa, aparelhada, seca e isenta de óleo, graxas, sujeiras

ou outros contaminantes. As madeiras verdes ou com excesso de umidade não

oferecem boa base para aplicação de revestimentos. Nós ou madeiras resinosas

devem primeiramente ser seladas. Um procedimento aconselhável é selar a parte

traseira da madeira antes de instalá-la, para evitar a penetração de umidade por

esse lado. Uma cuidadosa vedação de furos, frestas e junções é necessária para

prevenir infiltrações de água de chuva.

10.4 PISOS

O piso deve apresentar-se limpo e seco, isento de impregnações (óleo, graxa,

cera, etc). Pisos de concreto liso (cimento queimado) devem ser submetidos a um

tratamento prévio com solução de ácido muriático e água (1:1), que terá a finalidade

de abrir porosidade na superfície. Após o tratamento, o piso deve ser bem

enxaguado, seco e só então pintado. O tratamento com ácido muriático é ineficaz

sobre pisos de ladrilhos vitrificados. Pisos excessivamente impregnados com

substâncias gordurosas (graxas, óleos, cera, etc) deverão ser lavados mais de uma

vez , caso seja necessário. A pintura só poderá ser realizada em caso de remoção

total da impregnação, de outra forma, a aderência estará prejudicada.

Page 43: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

36

10.5 AÇO

Sua maior vulnerabilidade é em relação à corrosão, que pode ser evitada com

o uso de tintas para esse fim. Os métodos de preparação da superfície devem

remover todos os contaminantes que possam interferir na aderência máxima do

revestimento, inclusive a ferrugem. O processo de preparo depende do tipo e

concentração dos contaminantes e as exigências específicas de cada tipo de tinta.

Alguns tipos de tinta têm uma boa aderência somente quando a superfície é

preparada com jateamento abrasivo, que produz um perfil rugoso adequado para a

perfeita ancoragem do revestimento.

10.6 METAL GALVANIZADO

É um metal ferroso com uma camada de Zinco. O Zinco é usado para dar a

proteção à corrosão por mecanismos físicos e químicos. Assim, não estaremos

pintando ferro mas sim zinco, que é um metal alcalino. As superfícies galvanizadas

devem ser limpas, secas e livre de contaminantes. Um primer específico para esse

tipo de superfície, também denominado primer de aderência, deve ser aplicado

inicialmente.

10.7 ALUMÍNIO

É um metal facilmente atacado por ácidos ou álcalis, e sua preparação deve

constar de uma limpeza com solventes para eliminar o óleo, gordura, graxas ou

outros corpos estranhos. Aplicar inicialmente um primer de ancoragem para permitir

uma perfeita aderência de sistema de pintura.

10.8 SUPERFÍCIES MOFADAS

Page 44: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

37

Estas superfícies, mesmo que contaminadas com esparsas colônias de mofo,

deverão ser cuidadosamente limpas, com total destruição dessas colônias, antes da

aplicação do sistema de pintura. Para tanto, as superfícies deverão ser escovadas e

lavadas com uma solução de água sanitária diluída 1:1 com água potável. Esta

solução deverá agir por 30 (trinta) minutos e então a superfície deverá ser lavada

com água potável, aguardando-se a completa secagem antes de se iniciar a pintura.

10.9 SUPERFÍCIES JÁ PINTADAS

Quando a pintura estiver m boas condições, será suficiente limpá-las bem

após um lixamento, e aplicar as tintas de acabamento escolhidas. Quando estiverem

em más condições, a tinta deverá ser completamente removida e a seguir proceder-

se como se fosse superfície nova.

10.10 SUPERFÍCIES CAIADAS

Estas superfícies não oferecem boa base para repintura, tornando-se

necessário uma raspagem completa, seguida de aplicação de Fundo preparador de

paredes.

11. FERRAMENTAS

Page 45: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

38

Entre os procedimentos técnicos necessários à realização de uma pintura,

encontra-se a aquisição das ferramentas de pintura. Destacam-se, entre elas: pincel,

trincha, rolo de lã de carneiro, rolo de lã para epóxi, rolo de espuma, rolo de espuma

rígida, espátula, desempenadeira de aço, desempenadeira de plástico, bandeja ou

caçamba, pistola, lixa e air less.

ACESSÓRIOS DE PINTURA

Acessório Utilização Limpeza

Pincel/Trincha

Aplicação de esmaltes tintas, vernizes e complementos. Pincéis de cerdas claras para tintas a base de água e pincéis de cerdas escuras para tintas esmaltes, óleos e vernizes.

a) Retirar o excesso com papel ou jornalb) Lavar com solvente (thinner) e, em seguida, com água e sabão ou detergente.

Rolo de lã de carneiro

Aplicação de tintas à base d’água, látex PVA, vinil acrílicas e acrílica fosca. Rolos de pêlo baixo são utilizados para tintas látex acrílicas.

c) Lavar com água e sabão ou detergente.

Rolo de lã para epóxi

Aplicação de tintas à base de resina epóxi e acrílica acetinada e semi-brilho.

d) Limpeza de tintas acrílicas: lavar com água e sabão ou detergente.e) Limpeza de tinta epóxi: diluente para epóxi.

Rolo de espuma

Aplicação de tintas a óleo, esmaltes sintéticos, vernizes e complementos. Os rolos de espuma rígida são utilizados em aplicações de tintas texturizadas.

f) Lavar com solvente e depois com água e sabão ou detergentes.

Rolo de espuma rígida

Aplicação de acabamentostexturizados.

g) Lavar com água e sabão ou detergente.

Espátula de aço

Remoção de tintas velhas e aplicação de massa para pequenos retoques. São variados os tipos e os tamanhos.

Desempenadeira de aço

Aplicação de massa corrida e massa acrílica em grandes superfícies.

h) Tirar o excesso de massa com uma espátula, lavar com água e enxugar logo a seguir para evitar

Page 46: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

39

ferrugem.

Desempenadeira de plástico

Aplicação de massa corrida, massa acrílica e textura.

i) Tirar o excesso de massa com uma espátula e lavar com água.

Bandeja ou caçamba

Recipientes que dão apoio ao rolo de pintura, facilitando sua molhagem e, assim, a aplicação do produto.

j) Tirar o excesso e lavar com água.

PistolaAplicação de esmaltes, vernizes e tintas a óleo. A mais utilizada é a de pressão.

***

Lixa

É usada para aumentar a aderência do produto e uniformizar a superfície. Há quatro tipos de lixas, que são identificadas pelas seguintes cores: bege (madeira), vermelha (massa) e cinzas e pretas (ferro).

***

Air Less

Aplicação de qualquer tipo de tinta látex (PVA ou acrílica), esmaltes, vernizes e tinta a óleo em ambientes internos e externos nos locais de difícil acesso ou em grandes áreas.

***

Mexedores

Importantes ferramentas usadas na homogeneização da tinta, devendo ser retangular, no formato de uma régua.

***

11.1 PINCÉIS E TRINCHAS

Os pincéis e trinchas são utilizados para aplicação de esmaltes, vernizes,

tintas a óleo, tintas látex e complementos tais como: fundos para madeiras, fundos

para metais, seladores, etc. São usados principalmente para pintar detalhes, cantos

e “recortes”. Também são muito utilizados em superfícies maiores e lisas como

portas e janelas. Suas medidas são expressas em polegadas e variam de ½ a 4

polegadas.

Para conservação dos pincéis e trinchas, após o seu uso, retirar o excesso de

tinta passando-os em um pedaço de papel ou jornal. Se a tinta utilizada for à base

de aguarrás, lavá-los com este solvente e em seguida com água e sabão ou

Page 47: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

40

detergente. No caso de tintas látex, lavá-los apenas com água e sabão ou

detergente.

11.2 ROLOS

11.2.1 Rolos de lã de carneiro ou lã sintética

São usados para aplicação de tintas à base d’água, látex PVA e acrílico. Suas

medidas são expressas em cm e variam de 7,5 a 23 cm de largura.

11.2.2 Rolos de lã para epóxi

Este rolo foi desenvolvido para aplicação de tintas à base de resina epóxi.

Porém, embora possua pelos mais curtos, proporciona um ótimo acabamento em

tintas à base de água, principalmente acrílicas. Sua medida é de 23 cm de largura e

são confeccionados em lã de carneiro e lã sintética.

11.2.3 Rolos de espuma

São rolos desenvolvidos para aplicação de esmaltes, vernizes, tintas a óleo e

complementos tais como: fundos para madeiras, fundos para metais, etc. São

confeccionados em espuma de poliéster. Suas medidas são expressas em cm e

variam de 4 a 15 cm de largura.

11.2.4 Rolos de espuma rígida (para texturização)

Page 48: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

41

Estes rolos são utilizados para aplicações de produtos que proporcionam

acabamentos texturizados. São confeccionados em espuma rígida de poliéster e sua

medida é de 23 cm de largura.

11.3 ESPÁTULAS DE AÇO

São normalmente usadas para aplicação de massas em pequenas áreas e

remoção de tintas.

11.4 DESEMPENADEIRAS DE AÇO

São usadas para a aplicação de massas em grandes áreas.

11.5 BANDEJAS OU CAÇAMBAS PARA PINTURA

Têm a função de acondicionar a tinta durante sua aplicação facilitando a

transferência da tinta para a ferramenta (rolo ou pincel). Muito comuns no mercado.

11.6 LIXAS

Têm a função de uniformizar a superfície e criar pontos de aderência para a

pintura. Nos sistemas de pintura são usados basicamente quatro tipos de lixas,

sendo basicamente as lixas para alvenaria (com grana 80 a 150), para massas (com

grana 220 a 240), para madeira (com grana 180 a 240) e para metais (com grana

150 a 220).

Page 49: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

42

11.7 REVÓLVER OU PISTOLA DE PINTURA

Esta ferramenta é largamente usada em pinturas de automóveis, podendo

também ser usada em pinturas imobiliárias na aplicação de esmaltes, vernizes e

tintas à óleo. A mais usada é a de pressão, com calibragem entre 30 a 35 lbs / pol. 2

ou 2,2 a 2,8 kgf/cm² para uso em produtos imobiliários.

11.8 AIR LESS

Esta ferramenta tem a capacidade de aplicar qualquer tipo de tinta látex (PVA

ou acrílica), esmalte, vernizes e tintas a óleo. Trabalha com sistema de pressão,

com pistola própria e um recipiente central de tinta. É muito usado em áreas internas

e externas para pintura de locais de difícil acesso ou em grandes áreas. A principal

vantagem deste equipamento é a rapidez na execução da pintura , entretanto

apresenta como desvantagem o cuidado maior que se deve ter com móveis, janelas,

portas, etc., que devem ser muito bem protegidos.

12. PRODUTOS E APLICAÇÕES

Page 50: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

43

11.1 LÁTEX PVA

Latex PVA é uma tinta de fácil aplicação, secagem rápida, baixo odor, e

proporciona finíssimo acabamento fosco aveludado, trazendo requinte e sofisticação

aos ambientes. É um produto da mais alta qualidade, com ótima cobertura e

rendimento.

12.1.1 Indicação

Indicada para pintura e repintura de superfícies internas e externas de

alvenaria, proporcionando beleza e durabilidade no acabamento.

12.1.2 Local de aplicação

Reboco, massa acrílica, texturas, concreto, fibrocimento, gesso e superfícies

internas de massa corrida PVA.

12.1.3 Complementos

12.1.3.1 Massa corrida PVA

Indicada para nivelar e corrigir imperfeições de superfícies internas de

alvenaria, proporcionando acabamento liso e de boa aderência para as tintas de

acabamento.

Page 51: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

44

12.1.3.2 Massa acrílica

Possui as mesmas funções da massa corrida PVA, mas com a característica

de ser impermeável, proporcionando maior durabilidade à tinta empregada no

acabamento.

12.1.3.3 Liqui-Brilho

Indicado para regular o brilho de tintas látex PVA, quando utilizado em

misturas na aplicação da última demão em superfícies internas, ou então, para

conferir brilho a superfícies internas já pintadas com látex PVA ou látex acrílico,

tornando-as mais laváveis e resistentes.

12.1.3.4 Liqui-Base

Indicado para selar paredes internas de reboco e massa corrida,

uniformizando a absorção da superfície para aplicação da tinta de acabamento.

Produto de fácil aplicação, secagem rápida e ótimo alastramento.

12.2 ACRÍLICAS

São produtos de fácil aplicação e secagem rápida. Possuem ótima cobertura

e alastramento. Devido a sua intensidade de brilho, proporcionam alta

impermeabilidade quando aplicada em ambientes externos e em superfícies internas

Page 52: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

45

oferece grande facilidade de limpeza. Possui alta durabilidade, resistência, cobertura

e rendimento.

12.2.1 Indicação

É indicado para pintura de superfícies externas e internas de alvenaria,

dando brilho e valorizando a pintura do imóvel.

12.2.2 Local de Aplicação

Reboco, massa acrílica, texturas, concreto, fibrocimento e superfícies

internas de massa corrida, gesso e repintura sobre tintas PVA ou Acrílicas.

12.3 ESMALTE SINTÉTICO

12.3.1 Indicação

Indicado para aplicação em superfícies de metal e madeira, de fácil aplicação

e alta resistência às intempéries. Possui ótima secagem, além de proporcionar

excelente acabamento.

12.3.2 Local de Aplicação

Superfícies internas e externas de madeira e metais.

Page 53: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

46

12.3.3 Complementos:

12.3.3.1 Massa a óleo

Indicada para nivelar e corrigir imperfeições rasas de superfícies externas e

internas de madeira. Produto de secagem rápida, fácil de aplicar e lixar, possui ótimo

poder de enchimento, além de boa aderência, proporcionando um acabamento mais

liso e requintado.

12.3.3.2 Fundo branco fosco

Indicado para primeira pintura em superfícies externas e internas de madeira

nova. Melhora o rendimento e a qualidade do acabamento dos esmaltes. Produto de

fácil aplicação, ótimo enchimento, fácil lixamento, grande poder selante e boa

aderência.

12.3.3.3 Zarcão Universal:

Indicado como fundo anticorrosivo para superfícies ferrosas, internas e

externas, novas ou com indícios de corrosão. Produto de fácil aplicação, boa

aderência e fácil de lixar.

12.3.3.4 Fundo óxido de ferro

Page 54: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

47

Indicado como fundo anticorrosivo para superfícies ferrosas novas ou

repinturas, externas e internas, que ainda não tenham indícios de corrosão.

Proporciona uma excelente proteção contra ferrugem, é de fácil aplicação, boa

aderência e fácil de lixar.

12.4 VERNIZES

12.4.1 Indicação

Indicado para tratamento, proteção e embelezamento da madeira, que por ser

um material nobre e 100% natural, precisa de cuidados especiais que realcem e

mantenham sua beleza.

12.4.2 Local de Aplicação

Indicado para a proteção de superfícies externas e internas de madeira,

concreto aparente, pedras e outros.

12.4.3 Complementos:

12.4.3.1 Selador para madeira

Melhora o rendimento e a qualidade do acabamento dos vernizes,

proporcionando ótimo poder de enchimento e maior maciez no lixamento. Aplicado

em superfícies internas de madeira nova onde se deseja finíssimo acabamento após

a aplicação dos vernizes.

Page 55: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

48

12.5 TEXTURAS

Possibilita diversos tipos de acabamento, podendo ser aplicado com rolos de

efeitos especiais, escovas, esponjas, etc. É um produto de uso bastante flexível,

podendo dar, sob aplicação de verniz, um efeito de envelhecido.

12.5.1 Indicação

Produto hidrorrepelente indicado para áreas externas e internas, valorizando

os detalhes do ambiente, oferecendo beleza, resistência e proteção.

12.5.2 Local de aplicação

Superfícies externas e internas de reboco, blocos de concreto, fibrocimento,

concreto aparente, massa corrida ou massa acrílica e repintura sobre PVA ou

acrílico.

12.6 PRODUTOS DE RESTAURAÇÃO

São produtos que fazem parte de um sistema de tratamento de trincas e

fissuras em alvenarias e também na impermeabilização de lajes, paredes e

fachadas.

13. PINTURA ELETROSTÁTICA

Page 56: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

49

Este processo de pintura industrial atende a exigências econômicas e

técnicas, classificando-se como ecologicamente correto por não utilizar solventes e,

desta forma, não produzir odores e/ou vapores agressivos ao meio ambiente. Seus

métodos de aplicação mais conhecidos são: leito fluidizado e pulverização

eletrostática.

Estas tintas são basicamente em pó que produz um revestimento termofixo,

isento de fase líquida e aplicável a todas as superfícies metálicas, podendo ser

encontrada em três famílias:

a) Híbridas – tintas compostas por resinas epóxi poliéster e indicadas para

superfícies metálicas em peças de uso interior;

b) Poliéster - tintas compostas por resina poliéster e indicadas para

superfícies em peças de uso exterior, especialmente peças de efeito arquitetônico;

c) Epóxi – tintas compostas por resinas epóxi e indicada para superfícies

metálicas em peças de uso em ambientes quimicamente agressivos.

Recomenda-se a aplicação da pintura eletrostática em móveis de aço,

esquadrias de alumínio/aço, produtos aramados, estantes e gôndolas de aço, peças

metálicas de decoração, estruturas espaciais, treliças de cobertura, telhas e calhas

metálicas, elementos de composição arquitetônica, rodas automotivas, bicicletas,

eletrodomésticos em geral e uma infinidade de outras peças metálicas.

13.1 MÉTODO DE LEITO FLUIDIZADO

A cura da camada de tinta depositada é obtida pelo processo de

polimerização, formando um filme rígido, obtido em estufa convectiva, com

temperatura variando entre 120º e 260º C. Este processo consiste no aquecimento

do substrato a uma temperatura pouco superior ao ponto de fusão da tinta e imersão

em um recipiente contendo tinta pulverizada, que é mantida fluidizada através de

uma placa difusora por uma corrente de ar. A camada de tinta resultante deste tipo

de aplicação, é regulada pelo tempo de permanência da peça imersa no leito

fluidizado e pela temperatura do substrato.

Page 57: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

50

Após a retirada do substrato do tanque de aplicação, o mesmo é submetido a

um novo aquecimento para cura total do revestimento. Este método foi utilizado

durante algum tempo, porém com alguns inconvenientes como:

Altas variações de camadas

Necessidade de pré-aquecimento do substrato.

13.2 MÉTODO DE PULVERIZAÇÃO ELETROSTÁTICA

O bom desempenho da pintura a pó levou à necessidade de se desenvolver

um sistema que eliminasse os inconvenientes do processo até então existentes e

que permitisse uma aplicação mais eficiente, rápida e econômica. O princípio da

pulverização eletrostática está baseado no fato de que as cargas opostas se atraem,

portanto a maioria dos materiais condutivos é apropriada para serem revestidos por

este tipo de processo.

O pó que não é atraído pelo substrato e cai no interior da cabine, deve ser

recuperado, peneirado e reutilizado na pintura do mesmo. Existem dois tipos de

carregamento:

Carregamento por ionização - a pistola para pintura eletrostática é

carregada negativamente por uma fonte geradora, cada partícula que passa por esta

pistola receberá cargas negativas. Quando jogamos estas partículas no ar dentro de

um campo elétrico, ela será atraída pela peça a ser pintada desde que a mesma

encontra-se aterrada

Carregamento por atrito - na pistola tribo o carregamento se dá pelo

atrito do pó com o corpo da pistola. Neste caso não se forma o campo elétrico entre

a pistola e a peça.

14.PROBLEMAS E SOLUÇÕES NO USO DE TINTAS

Page 58: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

51

O processo de pintura de um determinado material exige que todas as

normas e procedimentos técnicos sejam respeitados com rigor, incluindo-se o

respeito às datas de validade do produto a ser utilizado. Alguns problemas

eventualmente ocorrem, apesar de todos os cuidados tomados geralmente

decorrentes de condições de armazenamento deficientes, condições climáticas

adversas ou falhas no preparo da superfície, durante a aplicação ou durante a

secagem.

Destacam-se erros como: sedimentação da tinta, diferença da cor na

embalagem para a cor apresentada na cartela de cores, secagem diferente,

cobertura deficiente, dificuldade de aplicação e mau cheiro. Tais erros serão

detalhados a seguir:

14.1 SEDIMENTAÇÃO

No caso da sedimentação, ocorre um acúmulo da parte sólida da tinta no fundo

da embalagem em função do longo tempo de armazenamento da mesma. Este

problema pode ser resolvido através da homogeneização do produto com um

instrumento ou equipamento adequado. A homogeneização deverá ser feita sempre

com um mexedor de forma retangular.

14.2 COR DIFERENTE DA CARTELA DE CORES

Quando a cor da tinta se encontra diferente da cor presente da cartela de

cores, esta diferença pode se dar através das alterações de cor sofridas durante a

impressão das cores sobre o papel da cartela. Portanto, é preciso considerar que a

cartela de cores é apenas uma referência da cor e não o resultado apresentado nas

superfícies poderão apresentar pequenas variações de tonalidades.

14.3 SECAGEM DIFERENTEZ

Page 59: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

52

Uma secagem diferente da tinta decorre, possivelmente, da baixa temperatura

(abaixo de 15°C) ou da excessiva umidade relativa do ar, retardando, assim, a

secagem. Além disso, o preparo incorreto de superfícies com contaminantes, tais

como óleo, cera, graxas e outros prejudicam a eficiência do produto. Faz-se

necessária a leitura das orientações constantes nas embalagens das tintas.

14.4 COBERTURA DEFICIENTE

A diluição excessiva, a não homogeneização do produto no ato da aplicação

ou até mesmo a utilização de um solvente inadequado pode causar uma cobertura

insuficiente de uma determinada superfície. Para evitar transtornos como este,

devem-se observar previamente as informações técnicas do produto utilizado.

14.5 DIFICULDADE DE APLICAÇÃO

Havendo uma diluição insuficiente, a aplicação do produto por se tornar

“pesada”. Esta dificuldade de alastramento pode, ainda, decorrer da aplicação de

camadas bastante finas. Além disso, um armazenamento prolongado ou incorreto do

produto pode gerar reações químicas, trazendo outras dificuldades na aplicação do

mesmo.

14.6 MAU CHEIRO

Além dos problemas supracitados, a proliferação de fungos nas tintas pode

ocasionar mau cheiro, decorrente da decomposição do produto por estes.

Page 60: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

53

15. PATOLOGIAS OBSERVADAS NAS SUPERFÍCIES

Page 61: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

54

A tinta é um produto singular, ela é produzida, enlatada e vendida, porém até

o momento ela é simplesmente um líquido sem valor prático. Somente após a

aplicação é que a tinta transforma-se em produto útil e de valor. Por isso a

cuidadosa e apropriada maneira de aplicar o produto, bem como o preparo correto

da superfície, podem ser as causas de sucesso ou insucesso da pintura final.

A prática incorreta e o uso de produtos inadequados em uma determinada

superfície podem trazer ao consumidor uma série de transtornos com o resultado

obtido pela pintura.

A performance final de uma tinta aplicada depende basicamente da tinta em

si, da preparação da superfície e da aplicação. Se um desses pontos não for

atingido, a pintura entrará em colapso em maior ou menor tempo. A grande maioria

das causas das falhas de pintura são ocasionadas pelo preparo incorreto d

superfície ou falha na aplicação do produto.

Os principais sinais observados em uma aplicação de pintura inadequada

são: calcinação/saponificação, eflorescência, manchas amarelas em paredes e

tetos, bolhas, desagregamento, fissuras, oxidação, descascamento, mofo,

escorrimento, mau alastramento, manchas foscas desuniformes no filme,

enrugamento, trincas de estrutura e manchas causadas por pingos de chuva. Em

seguida, serão identificados de forma objetiva os problemas apresentados, as

causas e as soluções a serem empregadas.

15.1 CALCINAÇÃO/SAPONIFICAÇÃO

Manchas por calcinação em uma superfície pintada.

Page 62: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

55

A calcinação se caracteriza pelo aparecimento de manchas na superfície

pintada, provocando a destruição e o descascamento do filme da tinta látex ou o

retardamento da secagem em esmaltes sintéticos e em tintas a óleo, resultando em

uma superfície pegajosa (saponificação). Este problema resulta da aplicação do

produto sobre superfície alcalina (cal ou reboco não curado) na presença de

umidade. Essa alcalinidade reage com a acidez de alguns tipos de veículos (resina).

A correção a ser feita, quando em se tratando de pinturas com tinta PVA ou

acrílica é lixar ou raspar a superfície, eliminando as partes soltas, aplicando, em

seguida, uma demão de fundo preparador, geralmente diluído na proporção de 1:1

com thinner, finalizando com uma nova aplicação do acabamento.

15.2 EFLORESCÊNCIA

A eflorescência caracteriza-se pelo surgimento de manchas esbranquiçadas

na superfície pintada decorrente da aplicação de produtos sobre reboco úmido,

havendo uma migração de umidade de dentro para fora, levando consigo os sais

solúveis.

Manchas esbranquiçadas características da eflorescência.

Page 63: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

56

Sugere-se a observação das infiltrações existentes com a correção das

mesmas. Deve-se aguardar a secagem da superfície, raspa-la e aplicar uma demão

de um fundo acrílico preparador de paredes, diluído na proporção de 1:1 com

thinner. Proceder, posteriormente, com uma repintura da superfície.

15.3 MANCHAS AMARELAS EM PAREDES E TETOS

A presença de manchas amareladas em paredes e tetos geralmente se dá

pela disposição de gordura, óleo ou alcatrão sobre a película de tinta.

Manchas amareladas causadas por gordura.

A solução recomendada neste caso é a lavagem da superfície com uma

solução a 10% de amoníaco em água ou a utilização de detergente neutro com o

mesmo agente.

15.4 BOLHAS

Page 64: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

57

Presença de bolhas em superfície pintada.

O surgimento de bolhas em uma superfície pintada é sinal de cinco possíveis

erros:

1 - Aplicação da massa PVA em exteriores;

2 - Repintura sobre uma tinta de má qualidade;

3 - Não eliminação de poeira após o lixamento da massa corrida;

4 – Diluição insuficiente da tinta;

5 – Superfícies pulverolentas (ex.: cal, gesso);

Nestes casos, recomenda-se a remoção da massa aplicada, aplicando-se

uma demão de fundo acrílico preparador de paredes, diluído na proporção de 1:1

com thinner. Em seguida, deve-se aplicar uma massa acrílica apropriada e,

posteriormente, pintar.

Pode-se também raspar a área afetada, aplicar uma demão de fundo acrílico

preparador de paredes diluído com thinner numa proporção de 1:1 e repinta-la.

Uma outra opção seria lixar a superfície, raspar as partes soltas, eliminar o

pó, aplicar, em interiores, uma demão de selador PVA e, em exteriores, aplicar uma

demão de selador acrílico e repintar por último.

15.5 DESAGREGAMENTO

Page 65: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

58

Parede desagregada.

O desagregamento é sinal de que a pintura foi destruída (esfarelada),

destacando-se da superfície juntamente com partes do reboco.

A causa principal deste processo é a aplicação direta do produto (sem uma

utilização prévia de um fundo preparador de paredes acrílico, base solvente) sobre o

reboco novo, não curado, por um período mínimo de 30 dias.

Corrije-se este problema com a raspagem das partes soltas, efetuando-se a

correção do reboco. Em seguida, deve-se aplicar uma ou duas demãos de fundo

preparador de paredes, diluído na proporção de 1:1 com thinner, finalizando-se com

uma repintura.

15.6 FISSURAS

Fissuras.

Page 66: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

59

A aplicação do produto sobre resíduos de soda cáustica ou removedor pode

causar fissuras em uma superfície. Em casos como este, deve-se remover a pintura.

Se a superfície contiver resíduos de soda cáustica: lavar com água; em casos de

resíduos de removedores, lavar com solvente, aguardar a secagem da superfície

para repintá-la.

15.7 OXIDAÇÃO

Presença de bolhas em superfície pintada.

Uma superfície de madeira esbranquiçada é sinal de que esta se encontra

oxidada. Este processo se dá por duas causas: a utilização de um thinner

inadequado (frio) em períodos chuvosos (ou em períodos de umidade elevada) ou

pela aplicação do produto sobre superfícies úmidas. Soluciona-se este problema

com a remoção do produto com o auxílio de uma lixa para que se possa aplicá-lo

novamente.

15.8 DESCASCAMENTO

Page 67: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

60

Parede descascada.

A aplicação de produtos de pintura sobre superfícies poeirentas ou partes

soltas, como gesso ou reboco novo não selado é a principal causa do

descascamento das mesmas.

A correção indicada neste caso é a remoção das partes soltas e mal aderidas,

aplicando-se, em seguida, uma demão de fundo acrílico preparador, diluído na

proporção de 1:1 com thinner, deixando a superfície preparada para uma repintura.

15.9 MOFO

Parede descascada.

Uma superfície com mofo apresenta-se com manchas de cor e odor

característico. O aparecimento do mesmo é causado por ambientes excessivamente

úmidos e/ou quentes, com pouca circulação de ar ou pouco iluminado, favorecendo

Page 68: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

61

o desenvolvimento dos microorganismos, que se alimentam nestas superfícies. Em

condições normais, as tintas devem apresentar boa resistência a esses

microorganismos. Soluciona-se este problema lavando-se a superfície com uma

solução de água sanitária diluída 1:1 em água potável.

15.10 ESCORRIMENTO

Escorrimento.

O escorrimento da tinta em uma superfície pode ser causado por excessiva

diluição, aplicação não uniforme, utilização de solvente muito lento, repintura sobre a

primeira demão ainda úmida ou temperatura muito baixa. Em casos como estes,

sugere-se que se faça uma observação das informações técnicas do produto nas

embalagens ou boletins técnicos.

15.11 MAU ALASTRAMENTO

Page 69: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

62

Mau alastramento.

O mau alastramento é causado pela diluição insuficiente, má aplicação,

utilização de solvente muito rápido ou aplicação de camadas bastante finas. A

solução apontada neste caso é a observação das informações técnicas do produto

nas embalagens ou boletins técnicos.

15.12 MANCHAS FOSCAS E NÃO UNIFORMES NO FILME

Manchas foscas desuniformes no filme

A presença de manchas foscas e desuniformes é sinal de superfície

contaminada, massa ou primers excessivamente absorventes ou em ambientes

fechados, com pouca circulação de ar. Limpando-se bem a superfície, selando-a

antes da aplicação do acabamento e mantendo-se o ambiente com uma boa

circulação de ar durante o processo de secagem são medidas profiláticas eficazes

na correção de erros como este.

Page 70: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

63

15.13 ENRUGAMENTO

Figura 21: Enrugamento.

A aplicação de grossas camadas, a secagem sob a luz do sol ou a repintura

sobre a primeira demão não convenientemente seca são fatores que favorecem o

aparecimento de enrugamentos numa superfície pintada. Antes de realizar qualquer

pintura, deve-se ler o boletim técnico das tintas, para que se saiba a espessura

recomendada das demãos a serem aplicadas. A cura total da primeira demão deve

ser respeitada e ressalta-se que algumas tintas não devem ser aplicadas sob luz

solar.

15.14 TRINCAS DE ESTRUTURA

Trincas de estrutura

Page 71: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

64

O surgimento de trincas em uma estrutura é o resultado do movimento da

mesma. Corrige-se este problema em 5 passos:

1 – Abrir a trinca e escova-la eliminando o pó.

2 – Aplicar uma demão de fundo acrílico preparador diluído na proporção de

1:1 em thinner.

3 – Repassar esta solução 24h após a primeira aplicação.

4 – Aplicar massa acrílica, aguardar sua secagem e estender uma tela de

nylon, aplicando três demãos de impermeabilizante acrílico.

5 – Repintar a superfície.

15.15 MANCHAS CAUSADAS POR PINGOS DE CHUVA

Superfícies pintadas com tinta látex podem apresentar manchas causadas,

normalmente, por pingos de chuva, antes que as mesmas estejam totalmente secas.

Evita-se este problema através da realização de pinturas externas somente

com a segurança de que não vai chover. Após a ocorrência deste problema, pode-se

minimiza-lo lavando-se por igual as superfícies machadas (sem esfregar).

Manchas causadas por pingos de chuva.

Page 72: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

65

16. TINTAS - IMPORTÂNCIA E RISCOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE

O recobrimento das estruturas arquitetônicas é indispensável para a sua

preservação, protegendo-as contra os ataques do intemperismo (segundo o

dicionário Aurélio: "Conjunto de processos devidos à ação de agentes atmosféricos

e biológicos que geram a destruição física e a decomposição química dos minerais

das rochas"). A madeira e o metal não recobertos são suscetíveis à deterioração,

sobretudo nas cidades onde a fuligem e o dióxido de enxofre aceleram a ação

deteriorante.

Além do efeito protetor, o recobrimento tem uma importância estética,

tornando mais atraente os artigos manufaturados, realçando um conjunto de casas e

seus interiores. Os recobrimentos superficiais foram agrupados em: tintas, vernizes

e lacas.

Page 73: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

66

Ao grupo das tintas pertencem os revestimentos sólidos, relativamente

opacos, aplicados em camadas finas, cujas películas são usualmente formadas pela

polimerização (segundo o dicionário Aurélio: "Processo em que duas ou mais

moléculas de uma mesma substância, ou dois ou mais grupamentos atômicos

idênticos, se reúnem para formar uma estrutura de peso molecular múltiplo do das

unidades iniciais e, em geral, elevado") de óleos polinsaturados; ao grupo dos

vernizes, os revestimentos transparentes como esmaltes, classificam-se como

pigmentados; e o grupo das lacas compreende as películas formadas somente pela

evaporação, entretanto, tal agrupamento vem sofrendo modificações tendo em vista

a introdução das resinas plásticas na indústria.

A qualidade tem sido uma preocupação das indústrias que vêm aumentando

os investimentos em pesquisas, visando melhores pigmentos, solventes ou

formadores de película, melhorando a formulação e aumentando a adaptabilidade

dos processos de aplicação. Como consequências desses progressos, observa-se a

redução de custos, a diminuição dos riscos de incêndio e dos efeitos danosos à

saúde, com a obtenção de revestimentos melhorados e de grande duração.

Apesar desta evolução, os riscos decorrentes da utilização e descarte de tais

produtos ainda provocam grande preocupação tendo em vista os problemas que

podem ocasionar à saúde humana e o meio ambiente.

16.1 OS PRINCIPAIS PRODUTOS PERIGOSOS QUE PODEM SER

ENCONTRADOS NAS TINTAS

16.1.1 Solventes derivados de petróleo e terebentina

Inflamáveis e capazes de produzir pneumonias químicas, pela aspiração,

além de efeitos neurológicos e sobre o trato gastrointestinal. De modo geral todos

são considerados causadores de poluição atmosférica, e podem causar alterações

comportamentais e psíquicas temporárias;

16.1.2 Resinas geralmente vinílicas e alquílicas

Page 74: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

67

Utilizadas para dar propriedades coesivas (com coesão) às tintas. A

toxicologia só é evidenciada na ingestão em grandes quantidades, podendo ocorrer

distúrbios gastrointestinais.

16.1.3 Pigmentos ou corantes

Todos potencialmente tóxicos, pois incluem derivados de anilina e muitos

metais pesados, como: chumbo, cobre, cádmio, cromo, prata, ferro.

A função dos pigmentos não é formar simplesmente uma superfície colorida

agradável esteticamente. Eles têm a função de refletir raios de luz destrutivos e,

dessa maneira, ajudam a prolongar a duração de toda a tinta.

Em geral, os pigmentos devem ser opacos, a fim de que tenham um bom

poder de cobertura, e quimicamente inertes, a fim de que tenham estabilidade e uma

vida longa. Os pigmentos devem ser atóxicos ou pelo menos ter uma toxidez muito

baixa, não só para os pintores, mas também para os usuários dos recintos pintados.

Nos Estados Unidos e Europa o emprego de pigmentos à base de cromo e

chumbo na fabricação de tintas tem sofrido sérias restrições devido a toxicidade que

apresentam quando ingeridos. Nas pinturas interiores, onde são empregados

pigmentos amarelos, usam-se amarelos orgânicos para evitar-se a possibilidade de

ingestão de chumbo ou cromo, por crianças que venham a ingerir pinturas de casa.

Dentre os processos de pinturas utilizados, o que oferece o maior risco de

intoxicação ao aplicador e de contaminação ao ambiente circunvizinho é o realizado

por aspersão, ou por pistola, que faz uma atomização da tinta, tornando-a muito

mais suscetível à contaminação de um indivíduo por contato e inalação, e ao meio

ambiente, através de transporte por ventos à consideráveis distâncias. Desta forma

este processo exige muito mais cuidados por parte das empresas e aplicadores,

cuidados estes, que, muitas vezes, são ignorados ou desobedecidos

16.2. EFEITOS NOCIVOS AO SER HUMANO

Page 75: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

68

Alumínio (pigmento) = Irritação, Astenia, fraqueza e distúrbios respiratórios

importantes, chegando até à fibrose, à formação de bolhas e ao pneumotórax

espontâneo (doença de Shaver), distúrbios na absorção de fosfatos e consequente

quadro de raquitismo. Irritação gastrointestinal, como náuseas, vômitos, cólicas

abdominais, e distúrbios na absorção de fosfatos, com consequente quadro de

raquitismo.

Antimônio (pigmento) = Vômitos, geralmente muito intensos, diarréia,

tontura, dermatites, erupções pruriginosas, pneumonite, irritação das vias

respiratórias, lesões hepáticas, distúrbios cardíacos e, sugerido por alguns autores,

câncer pulmonar. Vômitos profusos, salivação, dores retroesternais, diarréia aquosa,

desidratação, hipotermia, hipotensão, lesões sistêmicas, distúrbios cardíacos, lesões

hepáticas, nefrite hemorrágica, cefaléia, distúrbios neurológicos, irritabilidade,

tremores e abalos musculares, mioclonias, distúrbios de equilíbrio e ataxias.

Bário (pigmento) = Barilose (pneumoconiose benigna) Intensa estimulação

muscular, distúrbios gastrintestinais, convulsões, hipertensão arterial, distúrbios

cardíacos, lesões renais e hipotassemia.

Cádmio (pigmento) = Pneumonite intersticial, fibrose pulmonar, efisema

pulmonar, anemia, perturbações mentais, nefrose, distúrbios cardiovasculares (que

podem conduzir a infartos), anosmia (devido a lesões do nervo olfativo), rinite,

fadiga, perda de peso, baixos níveis de hemoglobina, raquitismo e câncer - mais

comumente de próstata no homem. Vômitos, salivação, cólicas abdominais,

diarréias, lesões hepáticas, lesões renais, hipertensão, dores lombares, dores nos

ombros, deformidades esqueléticas, diminuição da estatura, fragilidade óssea,

alterações de marcha (devido à anormalidades ósseas), alterações metabólicas

como proteinúria, glicosúria, hipofosfatúria, hipofosfatemia, hipocalcemia e aumento

da atividade da fosfatase alcalina, distúrbios respiratórios, distúrbios

cardiovasculares, anosmia, rinite, fadiga, perda de peso, anemia, raquitismo e

câncer (mais comumente de próstata no homem).

Chumbo (pigmento, secante) = Distúrbios neurológicos generalizados com

alta freqüência de seqüelas (paralisias residuais, distúrbios de raciocínio e do

comportamento, delírios, alucinações, convulsões, alterações eletroencefalográficas,

coma), distúrbios hematológicos, edema cerebral lento  e câncer. Distúrbios

gastrintestinais (anorexia, vômitos intermitentes, dor abdominal, constipação),

Page 76: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

69

distúrbios renais, colapso circulatório, distúrbios hematológicos, distúrbios

neurológicos (irritabilidade, sonolência, incoordenação, convulsões, coma, paralisias,

hipertensão, edema de papila, pigmentação da retina, paralisia de nervo craniano),

edema cerebral lento e câncer.

Cromo (pigmento) = Irritação, dermatite e surgimento de úlceras cutâneas.

Palidez de mucosa, epistaxe, rinorréia, perfuração do septo nasal, neoplasia

pulmonar e câncer. Lesões amareladas na mucosa gastrintestinal, vômitos,

salivação, disfagia, intensas dores abdominais, distúrbios hidreletrolíticos, distúrbios

neurológicos, lesões hepáticas, lesões renais e câncer.

Ferro (pigmento) = Hemossiderose (aumento generalizado do teor de ferro),

hemocromatose (aumento dos níveis teciduais de ferro e alterações fibróticas nos

órgãos atingidos), alterações no metabolismo glicídico e distúrbios cardíacos

("siderose Bantu"), siderose (pneumoconiose relativamente benigna) e câncer

pulmonar. Distúrbios gastrintestinais (vômitos de coloração escura, hematêmese,

dores abdominais e diarréias com fezes também escuras), hemorragia gástrica ou

intestinal, gangrena e perfurações do intestino delgado (sem qualquer lesão gástrica

ou esofágica), perturbações hidreletrolíticas e acidose metabólica, lesões hepáticas,

convulsões generalizadas, contínua febre alta, hipotensão crescente e choque.

Titânio (pigmento) = Depósito pulmonar, fibrose discreta e pneumonite.

Zinco (pigmento) = Febre, vômitos, calafrios, traqueobronquite,

broncopneumonia, pneumonia, fibrose pulmonar difusa, congestão, obstrução de

bronquíolos, edema pulmonar.

Ésteres (plastificante) = Paralisias flácidas das extremidades inferiores,

parestesias que podem progredir para os músculos laríngeos, oculares e

respiratórios, provocando insuficiência respiratória, degeneração muscular e

medular.

Anidrido do ácido ftálico (ftalatos) (plastificante) = Urticária e dermatose.

Irritação dos olhos, conjuntivite, neurite ótica e opacidade do cristalino. Irritação das

vias respiratórias, eczema, asma, rinite, anorexia, distúrbios digestivos e cefaléia.

Distúrbios digestivos, anorexia, vômitos, cefaléia.

Cobalto (secante) = Dermatoses. Distúrbios respiratórios. Vômitos, diarréia,

dores epigástricas, dores nas extremidades, hematúria, sangue oculto nas fezes,

hipertensão, bradipnéia, zumbido no ouvido, surdez e distúrbios cardíacos.

Page 77: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

70

Manganês (secante) = Necrose epitelial. Pneumonite, manganismo (quadro

neuropsíquico grave que se caracteriza por irritabilidade, alterações de marcha,

distúrbios de linguagem, comportamento impulsivo e aparecimento de síndrome

parkinsoniana). Irritação gastrintestinal com náuseas, vômitos, disfagia e dores

abdominais.

Resinatos (secante) = Dermatites. Irritação brônquica, asma, rinite, eczema,

cefaléia, fadiga e distúrbios hepáticos discretos.

Álcoois (solvente volátil) = Manifestações gastrintestinais, com vômitos, e

neurológicas, com euforia, hiperexcitabilidade, discreto grau de agitação

psicomotora, confusão mental, agressividade, distúrbios de equilíbrio, movimentos

incoordenados, evidentes efeitos depressores sobre os neurônios cerebrais e

reticulares, estado comatoso (coma alcoólico),  acompanhado de alterações

metabólicas importantes, anestesia, hipotermia, hipoglicemia, depressão dos centros

respiratórios com conseqüente hipoxia, acidose, inicialmente respiratória, associada

à uma acidose metabólica, abolição de reflexos, insuficiência respiratória e

circulatória.

Cetonas (solvente volátil) = Ressecamento da área atingida. Irritação e

congestão brônquica, além de vômitos, narcose, hipotensão, bradicardia, hipotermia,

lesões hepáticas e renais;

Éteres glicóis (solvente volátil) = Ressecamento da área atingida. Sendo

substâncias narcóticas, são depressores do sistema nervoso central, agindo em

várias fases, a última atingindo o bulbo, podendo determinar paralisia respiratória.

Seus vapores são irritantes, provocando hipersecreção brônquica e sialorréia.

Semelhantes ao alcoolismo, com um período inicial de excitação, irritabilidade,

quadro de embriaguez com sensações auditivas, hiperatividade ideativa,

impulsividade, convulsões, instabilidade psicomotora, ansiedade, eritema do nariz e

lábios superiores, lesões cardíacas e renais.

Ésteres glicóis (solvente volátil) = Paralisias flácidas das extremidades

inferiores, parestesias que podem progredir para os músculos laríngeos, oculares e

respiratórios, provocando insuficiência respiratória, degeneração muscular e

medular.

Glicóis (solvente volátil) = Ressecamento da área atingida. Distúrbios

neurológicos, como nistagmo ou mesmo inconsciência, lesões renais, necrose

tubular e nefrite intersticial crônica, que podem evoluir para insuficiência renal.

Page 78: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

71

Vômitos, cefaléia, estimulação transitória, taquipnéia, cianose, fraqueza, torpor,

confusão mental, ataxia, inconsciência, convulsões, lesões neurológicas

irreversíveis, em caso de coma prolongado, acidose metabólica, tetania

hipocalcêmica, oligúria e anúria.

Produtos clorados (solvente volátil) = Irritação e dor intensa no local

afetado. Irritação dos olhos, conjuntivite, lacrimejamento, fotofobia e neurite ótica.

Rinite, ardor na garganta, náuseas, cólicas abdominais, vômitos, cefaléia, astenia

vertigens, confusão mental, incoordenação motora, sonolência, visão borrada,

hipotensão, insuficiência respiratória, arritmias cardíacas, lesões hepáticas, coma

hepático, lesões renais, insuficiência renal, necrose do córtex supra-renal e

pancreatite. Distúrbios gastrintestinais, irritação e dor intensa nas vias digestivas e

região abdominal, seguida dos sintomas descritos para contato por inalação.

Pode-se observar que a toxicologia dos componentes de tintas oferecem risco

significativo à saúde humana e ao meio ambiente como um todo, podendo provocar

graves impactos humanos, sociais e ambientais. Em vários países há a imposição

de sérias restrições ao uso de tintas e correlatos com determinados componentes.

Embora os efeitos nocivos descritos sejam considerados para um grau de

intoxicação elevada, deve-se começar a disseminar a preocupação com os riscos

que podem advir da aplicação despreocupada, ou uso inadequado, de produtos que

contenham os componentes citados e também com o descarte no meio ambiente,

pois tais compostos, além de provocar alterações nos ecossistemas, acabam

retornando ao homem via cadeia alimentar.

Já que não se pode simplesmente deixar de utilizá-las deve-se começar a dar

maior importância a sua composição química, estimulando-se com isso o

aperfeiçoamento tecnológico com a substituição dos componentes que provocam

danos ao ambiente e a saúde.

Page 79: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

72

17.COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES

À primeira vista, uma parede interna ou fachada bem acabada aparenta formar a

base ideal para receber uma pintura. Entretanto a pintura sobre superfícies de

reboco ou concreto não é assim tão simples quanto parece, constituindo-se em um

problema onde os riscos e as dificuldades surgem em grande número. Fazendo uma

analogia a construção civil o preparo das superfícies se equipara ao trabalho de

fundação, pois sem uma boa base não podemos confiar na estabilidade e

durabilidade de uma edificação.

A cor tem o poder de renovar, embelezar, gerar bem estar e tornar um

ambiente agradável. Talvez por isso, a tendência mundial aponte hoje para o uso de

cores variadas e intensas em moradias, prédios, indústrias e cidades, acabando com

a frieza dos espaços urbanos.

Essa tendência deve-se em grande parte à indústria de tintas que, cada vez

mais, oferece novos produtos para novas aplicações, desde bases preparadoras até

acabamentos e texturas, sem contar que cada vez mais a mão de obra têm se

mostrado especializada, propiciando serviços criativos, duráveis, bonitos e de

excelente acabamento.

Page 80: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

73

A escolha de cores e produtos usados no acabamento pode valorizar ou

desvalorizar um empreendimento, tornando-se então de suma importância a análise

dos recursos disponíveis e seu devido emprego, para que consigamos reunir

economia, durabilidade e beleza no acabamento escolhido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Blücher Ltda. São Paulo, 2000.

Bauer, Luiz Alfredo Falcão. Materiais de Construção. 5ª ed. Rio de Janeiro: LTC –

Livros Técnicos e Científicos Editora, 1994.

ASSOCIAÇÀO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7200 –

REVESTIMENTO DE PAREDES E TETOS COM ARGAMASSAS. MATERIAIS,

PREPARO, APLICAÇÃO E MANUTENÇÃO.

YAZIGI, Walid. A Técnica de Edificar. 3ª ed. São Paulo: Pini: SindusCon – SP,

2000.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NR 26 – SINALIZAÇÃO DE

SEGURANÇA.

Page 81: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

74

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11702 –

CLASSIFICAÇÃO DAS TINTAS

APOSTILA DE TREINAMENTO PROTECTIVE COATINGS (CORAL INDUSTRIAL).

São Paulo, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE TINTAS. TINTAS E

VERNIZES. Ciência e Tecnologia. 2. ed. vol 1. Disponível em:

http://www.abrafati.com. Acesso em: Set. 2006.

LACY, Marie Louise. O poder das cores no equilíbrio dos ambientes. São Paulo:

Editora Pensamento, 2002.

MANUAL DE PRODUTOS E APLICAÇÕES: SUVINIL. São Paulo, 2005.

MANUAL TÉCNICO IQUINE. 7.ed. São Paulo: Iquine, 2006.

MANUAIS DE LEGISLAÇÃO ATLAS. Segurança e medicina no trabalho. ed 38.

São Paulo: Atlas, 1997.vol. 16.

PINTURA NA CONSTRUÇÃO CIVIL – TINTAS YPIRANGA. São Paulo: Akzo Nobel

Ltda, 2003.

Historia: Fonte: Tintas & Vernizes - Volume 1 - Ciência & Tecnologia - 2ª edição -

Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas)

Site das Tintas Coral. Disponível em: <www.tintascoral.com.br>. Acesso em: 10 de

novembro de 2012

Site das Tintas Suvinil. Disponível em: < www.suvinil.com.br>. Acesso em: 10 de

novembro de 2012

Site da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas. Disponível em: <

www.abrafati.com >. Acesso em: 10 de novembro de 2012

Page 82: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

75

Site da Iquine. Disponível em: < www.iquine.com.br>. Acesso em: 10 de novembro

de 2012

Site da Hidracor. Disponível em: <www.hidracor.com.br>. Acesso em: 10 de

novembro de 2012

ANEXOS

Abrasão (resistênsia à) – resistência de uma película ao desgaste por esfrega, que

tende progressivamente a remover material da superfície.

Acabamento – última demão de um esquema de pintura; remate.

Aderência – conjunto de forças de ligação que se exercem entre uma película de

tinta seca e o suporte sobre o qual foi aplicada.

Aditivos – substâncias incorporadas em pequena percentagem nas tintas, vernizes

e produtos similares com o fim de lhes alterar acentuadamente determinadas

características como, por exemplo, contribuírem para facilitar o fabrico, melhorar a

estabilidade da tinta na embalagem, facilitar a aplicação e resolver defeitos que

possam aparecer na película de tinta.

Air Less - sistema por pressão, com pistola específica e recipiente, servindo e

facilitando a aplicação em exteriores e interiores de tinta à base de água. Diminui a

perda de produto durante a aplicação e permite a obtenção de camadas mais

espessas.

Page 83: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

76

Alcalinidade (do reboco) – o betão novo dá uma reacção alcalina em presença da

água com um pH de cerca de 12, pelo que é necessário evitar todo o contacto

directo da sua superfície com revestimentos saponificáveis sem aplicação de um

primário adequada (anti-alcalino).

Aplicação – acto ou efeito de depositar uma película de tinta sobre um substrato.

Argamassa - mistura de um aglutinantes (cimento) com areia, cal e água, usada no

assentamento de alvenaria, tijolos, ladrilhos e no revestimento de paredes.

Bactericidas – biocidas que destroem a parede bacteriana, eliminado as bactérias;

conservam a tinta na embalagem durante o processo de armazenagem (protecção

in-can).

Betão – o betão ou concreto é um material da construção civil composto por uma

mistura de cimento, areia, agregados e água, além de outros materiais eventuais, os

aditivos a as adições.

Betume – é um produto muito espesso que se aplica à espátula depois do primário

e que deve conduzir a películas relativamente elásticas, aderentes e que permitam

uma lixagem fácil. Destina-se a nivelar as irregularidades da base de aplicação. É,

normalmente, aplicado em camadas espessas e pode originar pontos fracos no

sistema de protecção pelo que, sempre que possível,  se deve evitar a sua

aplicação, especialmente sobre madeira em exteriores.

Brancura – atributo de um objecto colorido que permite julgar a maior ou menor

proximidade da cor branca padrão (normalmente uma placa cerâmica fornecida com

o instrumento de medida).

Brilho – impressão visual causada pelas propriedades reflectoras da superfície de

uma película de tinta; a reflectividade de uma película é dada pela razão entre a

quantidade de luz reflectida e a quantidade de luz incidente. Em geral, o brilho é

proporcional ao índice de refracção, mas em larga medida independente da cor.

Camada – película contínua de um produto resultante de uma só operação de

aplicação.

Cargas – substâncias que sob a forma de partículas mais ou menos finas, de fraco

poder de cobertura, insolúveis nos veículos, são empregues como constituintes de

tintas com o fim de lhes modificar determinadas propriedades, entre as quais, preço,

permeabilidade da película, resistência química, brilho, sedimentação, resistência à

abrasão, comportamento anticorrosivo e viscosidade.

Page 84: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

77

Coalescência – união das partículas de um polímero em emulsão, processo que

conduz à secagem da tinta com formação de uma película contínua, flexível e

resistente à água.

Compatibilidade – propriedade dos produtos que se podem misturar sem que

ocorra precipitação, coagulação, espessamento ou qualquer outra alteração

significativa das características expectáveis para a mistura.

Componente – parte que compõe um conjunto.

Compostos orgânicos voláteis COV’s - são compostos orgânicos que possuem

alta pressão de vapor sob condições normais a tal ponto de vaporizar

significativamente e entrar na atmosfera. O termo é frequentemente utilizado no

contexto legal ou regulatório e em tais casos a definição precisa depende das leis.

Em Portugal, esta temática remete para o Decreto-Lei n.º 181/2006, que

regulamenta e limita as emissões de compostos orgânicos voláteis resultantes da

utilização de solventes orgânicos em tintas e vernizes e em produtos de retoque de

veículos. Ao abrigo deste Decreto-Lei, COV é definido da seguinte forma: composto

orgânico cujo ponto de ebulição inicial, à pressão normal de 101,3 kPa, seja inferior

ou igual a 250ºc.

Concentração de pigmento em volume (CPV) – relação, em percentagem, do

volume de pigmento com o volume total de material não volátil (pigmento e ligante).

Valores mais altos (40 a 75%) estão associados a tintas mate e valores mais baixos

(10 a 25%) a tintas brilhantes e semibrilhantes.

Cor - sensação subjectiva que a luz provoca no órgão da vista humana e que lhe é

transmitido pelo cérebro.

Corante - concentrado, na forma líquida ou em pó, adicionado à tinta para se obter

uma determinada cor.

Corrosão - reacção entre o oxigénio do ar, a humidade e o metal. Quando essa

reacção ocorre com o ferro, é denominada ferrugem.

Demão - unidade utilizada para identificar o número de camadas de tinta numa

pintura.

Densidade ou massa volúmica - define-se como a propriedade da matéria

correspondente à massa contida por unidade de volume, ou seja, a proporção

existente entre a massa de um corpo e o seu volume.

Desagregação - destacamento da pintura da superfície; perda de adesão do

revestimento.

Page 85: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

78

Descoloração - perda gradual da cor de uma tinta, geralmente causada pela

exposição à luz, calor ou intempéries.

Diluente - líquido adicionado a uma tinta para reduzir a sua viscosidade. Um

diluente não é necessariamente um solvente para o ligante.

Dióxido de titânio - pigmento branco, de alta opacidade, usado como pigmento

principal tanto em tintas de água como à base de solvente.

Dureza - grau de resistência à pressão de um material sem que fique deformado ou

riscado.

Eflorescências salinas – Manchas esbranquiçadas sobre a superfície pintada,

provocadas por depósitos de sais de cálcio e magnésio solúveis que geralmente se

formam próximo de fissuras por onde penetra a humidade.

Elasticidade - capacidade do filme de  tinta em expandir-se e contrair-se com o

substrato, sem sofrer danos ou mudanças no seu aspecto. A expansão e contração

geralmente são causadas por variações de temperatura e humidade.

Empolamento - formação de bolhas na película de tinta como resultado da perda

local de aderência.

Esmalte – produto de pintura pigmentado, líquido, que quando aplicado numa

superfície solidificada e dá origem a uma camada dura e brilhante.

Espessura – medida da camada resultante da aplicação de uma demão de tinta,

verniz ou produto similar.

Esquema de pintura – conjunto das demãos de tinta depositadas sobre um dado

suporte. Quando consideramos um determinado conjunto de tintas e lhe fixamos as

espessuras e número de demãos sucessivas, estamos a restringir a noção de

sistema de pintura ficando em presença de um esquema de pintura.

Estuque – argamassa composta por cal, areia fina, pó de mármore, gesso e água,

usada para o acabamento de paredes e tectos no interior.

Filme de tinta - película formada após a secagem da tinta.

Ficha técnica - é uma ficha que caracteriza integralmente cada um dos produtos em

termos técnicos, campos de utilização e procedimentos de aplicação. Pode

considerar-se o "bilhete de identidade" do produto e deve ser sempre consultada

antes do manuseamento e utilização do produto em causa.

Ficha de dados de segurança (FDS) - serve como documento informativo quanto a

perigos inerentes à substância/preparação, fornecendo conselhos quanto à

armazenagem, manuseamento, eliminação, equipamento de protecção individual a

Page 86: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

79

utilizar, etc . Tem como destinatário o utilizador profissional. Todas as

substâncias/preparações que sejam classificadas como perigosas ou que, não

sendo classificadas como perigosas contenham componentes classificados como

perigosos na sua constituição, devem ter uma FDS actualizada.

Fissuração do revestimento – formação de fissuras na película seca.

Flexibilidade – capacidade de uma película seca acompanhar sem deterioração as

deformações do substrato em que está aplicada.

Fungicida - produto químico adicionado a tintas, que impede o crescimento de

fungos sobre a superfície pintada (protecção dry film).

Hidrorepelente - acabamentos incolores para exteriores, especialmente formulados

para fazer com que a água forme gotículas sobre a superfície, reduzindo a sua

penetração no substrato.

Hidrófobo – propriedade de um produto que não tem afinidade para a água.

Humidade – medida da quantidade de vapor de água que existe no ar e que pode

ser expressa como humidade absoluta ou como humidade relativa.

Impermeabilização - Conjunto de providências que impedem a infiltração de água

na estrutura construída; Protecção contra o fluxo de água (percolação) através dos

elementos da fundação, bem como sua estanqueidade.

Intempéries - acções promovidas pelo tempo (exemplos: chuva, sol, vento), que

provocam a deteriorização das películas de tinta.

Lavabilidade - capacidade de uma tinta resistir à limpeza de poeiras, manchas

superficiais ou outras sujidades, com agentes químicos de uso doméstico, sem

alteração das suas qualidades específicas, nomeadamente no que se refere à cor.

Ligante - nas tintas e selantes é o componente que une as partículas de pigmento,

formando um filme uniforme, contínuo e favorecendo a sua adesão ao substrato. A

natureza e a quantidade do ligante determinam, a maioria das propriedades de

desempenho das tintas (lavabilidade, resistência, adesão, retenção de cor e

durabilidade).

Nivelamento - capacidade de uma tinta em formar um filme uniforme, sem marcas

da trincha.

Opacidade - capacidade de impedir a passagem da luz. Uma tinta com alta

opacidade encobre completamente o substrato.

Page 87: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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Pegajosidade – característica de uma película que origina aderência indesejada,

apresentando tendência para reter à superfície sujidade que não se consegue

remover por simples limpeza.

Película - camada contínua resultante da aplicação de uma ou mais camadas de

revestimento a um substrato.

Permeabilidade – aptidão de uma película seca a deixar-se atravessar por certas

substâncias no estado líquido ou gasoso, em condições particulares predefinidas.

pH - refere-se a uma medida que indica se uma solução líquida é ácida (pH < 7),

neutra (pH = 7), ou básica/alcalina (pH > 7).

Pigmentos – substâncias sólidas, em geral finamente divididas, praticamente

insolúveis no veículo, usadas na preparação de tintas com o fim de lhes conferir cor

e opacidade ou certas características especiais.

Poder de cobertura - refere-se não apenas à opacidade do filme, mas também à

sua espessura e nivelamento. Deve ter-se em conta o tipo de aplicação (pincel, rolo

ou pistola).

Preparação de superfície – qualquer método de preparação de uma superfície para

a aplicação de um revestimento. Preparar uma superfície é fazer-lhe algo que

permita que uma tinta adira correctamente sobre ela. Esta preparação deve

contribuir igualmente para reduzir a quantidade de contaminantes iniciadores de

corrosão.

Primário - denominação utilizada para definir o produto aplicado geramente antes

da tinta de acabamento, que tem por finalidade, garantir uma boa aderência à

superfície, uniformizar a absorção e dar protecção contra a alcalinidade, corrosão,

etc.

Rendimento – quantidade de tinta, à viscosidade de aplicação, que é necessária

para realizar, sobre um metro quadrado de superfície perfeitamente lisa, uma

determinada espessura de película seca, considerando-se que não existem perdas

inerentes ao método de aplicação. Habitualmente exprime-se em m2/litro e pode

determinar-se a partir do conhecimento do teor de sólidos em volume e da

espessura aplicada expressa em micrómetros.

Resinas – material natural ou sintético utilizado como ligante numa tinta ou selante.

As resinas são as responsáveis pela formação da película de tinta e também pela

maioria das características físicas e químicas desta, pois determinam o brilho, a

resistência química e física, a secagem, a aderência, e outras.

Page 88: Trabalho - Tintas, Vernizes e Lacas

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Resinas Acrílicas - polímeros formados pela polimerização de monómeros acrílicos

e metacrílicos; por vezes o estireno é copolimerizado com estes monómeros.

Possuem uma resistência à intempérie que excede significativamente a dos outros

polímeros de igual custo.

Resinas Alquídicas - polímero obtido pela esterificação de poliácidos e ácidos

gordos com poliálcoois. Usadas para tintas que secam por oxidação ou

polimerização por calor.

Resinas Poliuretano – resinas resultantes da reacção de isocianatos com

compostos que contenham grupos hidroxilo, tais como óleos secativos com grupos

álcool reactivos, poliésteres e poliéteres. A combinação única de propriedades tais

como a resistência à intempérie, dureza superficial, flexibilidade e resistência

química, entre outras, levou a que se generalizasse a utilização dos poliuretanos na

indústria de tintas e vernizes.

Resinas Vinílicas - são polímeros obtidos na copolimerização em emulsão de

acetato de vinilo com diferentes monómeros: acrilato de butilo e outros. Estas

emulsões são usadas nas tintas látex vinílicas e vinil acrílicas.

Resistência à esfrega húmida – afirma-se que determinada tinta tem resistência à

esfrega húmida quando esta suporta 5000 ciclos de esfrega húmida sem que haja

desgaste da película (DIN 53778).

Resistência à lavagem – afirma-se que determinada tinta tem resistência à

lavagem quando esta suporta 1000 ciclos de esfrega húmida sem que haja desgaste

da película (DIN 53778).

Resistência à luz – capacidade que um pigmento tem para reter a sua cor quando

exposto à energia de uma fonte luminosa.

Resistência mecânica – resistência ao desgaste; capacidade de suportar as

solicitaçõesexternas sem que estas venham a causar deformações estruturais.

Resistência química - capacidade de uma tinta resistir ao ataque de agentes

químicos.

Secagem – conjunto de transformações que provocam a passagem do estado

liquído ao estado sólido, com formação de uma película de tinta seca. Este processo

não deve ser demasiado rápido nem muito lento, devendo facilitar o espalhamento e

trabalhabilidade do produto.

Selante – revestimento que sela um determinado substrato e baixa a sua absorção

de tinta ou verniz. Os selantes podem ser transparentes ou pigmentados.

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Sistema de pintura – a designação de sistema de pintura está estreitamente

relacionada com a natureza química das várias tintas que o constituem e é

independente do número de demãos e espessura de película recomendada para as

mesmas; assim, por exemplo, se os produtos a aplicar são todos formulados com

resinas acrílicas dizemos que estamos em presença de um sistema acrílico.

Solventes - são líquidos voláteis capazes de dissolver o veículo fixo de tintas e

vernizes, cujas principais funções são: facilitar a formulação, conferir a viscosidade

adequada para aplicação da tinta e contribuir para o nivelamento e secagem.

Subcapa – qualquer demão especialmente estudada para se aplicar antes da

demão de acabamento, com o intuito de proporcionar uma espessura total adequada

para o esquema de pintura, uma boa ligação com o suporte e uma protecção

eficiente contra a acção de produtos químicos.

Substrato - qualquer superfície sobre a qual é aplicado um revestimento.

Sujidade (retenção de) – acumulação de poeira ou outra sujidade à superfície de

uma película de tinta devida, normalmente, à pegajosidade da mesma.

Tapa-poros – tipo particular de verniz destinado a ser aplicado como primeira

demão para encher os poros da madeira.

Teor de sólidos – resíduo obtido por evaporação da matéria volátil de um

revestimento. Os sólidos (compostos principalmente pelos pigmentos e ligante),

após secagem da tinta, constituem o filme seco.

Teor de sólidos em volume – relação entre o volume de componentes sólidos

(pigmento e ligante) de uma tinta e o seu volume total. É expresso em percentagem.

Um teor de sólidos em volume alto, proporciona um filme mais espesso, resultando

numa melhor cobertura e durabilidade.

Tintas - podem ser definidas como um líquido pigmentado, aplicado em camadas

para proteger, decorar ou dar acabamento a uma superfície sólida e que endurece

para formar um revestimento sólido. A mudança de estado de líquido para sólido

pode ocorrer através de evaporação dos componentes voláteis (no nosso caso a

água).

Tintas de Silicato - tintas da nova geração que promovem maior respirabilidade das

paredes e muito mais ecológicas, pois são baseadas em produtos inorgânicos; trata-

se de um sistema que funciona como se de pedra líquida se tratasse.

Veículo – conjunto de componentes das tintas, vernizes ou produtos similares que

permitem a formação da película sólida.

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Veículo fixo – parte não volátil do veículo.

Verniz - podem ser definidos como um líquido que, quando aplicado num substrato,

forma uma película sólida transparente com propriedades protectoras, propriedades

decorativas ou propriedades técnicas específicas.

Viscosidade – grau de fluidez de uma tinta; resistência oposta ao deslocamento

relativo de duas camadas infinitamente finas e infinitamente vizinhas de um fluído

que se escoa de um forma estritamente laminar. Com outras condições de

escoamento dizemos que a viscosidade é aparente e referimo-la como consistência.