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SALMODIA TONS SALMÓDICOS Salmodia é o canto dos salmos. Salmodiar é a arte de cantar os salmos. Os salmos são aqueles da Bíblia. Do An~igo Testamento. Em número de 150, são ('orno que poemas que a Tradição atribui ao rei Davi, 1.000 anos antes de Cristo. Acrescentem-se a estes 150 salmos mais os chamados Cânticos Evangélicos, tirados do Novo Testamento: o Magnificat, Lc 1,46-55, canto de ação de graças da Virgem Maria(nas Vésperas), o Benedictus, Lc. 1,68-79 de Zacarias (nas Laudes) e o Nunc Dimittis, Lc.2,29-32, de Simeão (nas Completas). A palavra salmo vem da lingua grega" psallein" que designa o ato de fazer vibrar uma corda. Por analogia, a salmodia consiste em cantar um texto(salmo) sobre uma nota única que se chama: corda de recitação. A recitação RECTO TONO de um salmo consiste em recitá-lo sobre uma só e mesma nota, tomando de preferência a nota LA como altura do tom. Nesta maneira de recitá-lo, devemos observar a estrutura da frase: a) ace.n:os veWt is (fj) Cf (Í) ~ li l~(~; /~~~ /,~~ 1'(I) f~~8J /'\p 1w DIXIt Dommus Dommo meo: seCfe a dextns meIs. b) agrupamento lógico das palavras e isto em função das leis gramaticais e da inteligência do texto mesmo. --------. ----"- ~ ~ Dixit Dóminus Dómino meo: sede a dextris meis. c) os dois incisos do versículo. ~~~ Dixit Dóminus Dómino meo: sede a dextris meis. d) a unidade fundamental do texto . .------- Dixit Dóminus Dómino meo: sede a dextris meIs. e) no meio da corda de recitação se acha uma cesura (breve pousar, breve tempo de silêncio), geralmente indicada nos livros de canto por um asterisco. Para salmodiar RECTO TONO: 1).cuidar da boa pronunciação de cada palavra, particularmente da articulação das consoantes, pois elas é que soam com as vogais e dão às palavras sua elasticidade e sua verdadeira consistência. 2) sem perder a fluidez do texto, guardar a "igualdade" das sílabas, observando-se, contudo, a "elasticidade" própria de cada uma ("tempo 1

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SALMODIA

TONS SALMÓDICOS

Salmodia é o canto dos salmos. Salmodiar é a arte de cantar os salmos. Os salmossão aqueles da Bíblia. Do An~igo Testamento. Em número de 150, são ('orno que poemasque a Tradição atribui ao rei Davi, 1.000 anos antes de Cristo. Acrescentem-se a estes150 salmos mais os chamados Cânticos Evangélicos, tirados do Novo Testamento: oMagnificat, Lc 1,46-55, canto de ação de graças da Virgem Maria(nas Vésperas), oBenedictus, Lc. 1,68-79 de Zacarias (nas Laudes) e o Nunc Dimittis, Lc.2,29-32, deSimeão (nas Completas).

A palavra salmo vem da lingua grega" psallein" que designa o ato de fazer vibraruma corda. Por analogia, a salmodia consiste em cantar um texto(salmo) sobre uma notaúnica que se chama: corda de recitação.

A recitação RECTO TONO de um salmo consiste em recitá-lo sobre uma só emesma nota, tomando de preferência a nota LA como altura do tom. Nesta maneira derecitá-lo, devemos observar a estrutura da frase:

a) ace.n:os veWtis (fj) Cf (Í) ~ li·l~(~;/~~~/,~~1'(I) f~~8J /'\p 1wDIXIt Dommus Dommo meo: seCfe a dextns meIs.

b) agrupamento lógico das palavras e isto em função das leis gramaticais e dainteligência do texto mesmo.--------. ----"- ~ ~

Dixit Dóminus Dómino meo: sede a dextris meis.

c) os dois incisos do versículo.~~~Dixit Dóminus Dómino meo: sede a dextris meis.

d) a unidade fundamental do texto ..-------Dixit Dóminus Dómino meo: sede a dextris meIs.

e) no meio da corda de recitação se acha uma cesura (breve pousar, breve tempode silêncio), geralmente indicada nos livros de canto por um asterisco.

Para salmodiar RECTO TONO:1).cuidar da boa pronunciação de cada palavra, particularmente da

articulação das consoantes, pois elas é que soam com as vogais e dão às palavras suaelasticidade e sua verdadeira consistência.

2) sem perder a fluidez do texto, guardar a "igualdade" das sílabas,observando-se, contudo, a "elasticidade" própria de cada uma ("tempo

1

verbal"). Tempo verbal =" padrão" de tempo (médio) que permiteexplicar o ritmo de base que deve possuir a frase latina.

3) pousar bem o final de cada frase4) sentir a "vida interna" da frase que se manifesta por uma espécie de

ritmo interior.5) o início de todo hemistíquio deve ser recitado(úmtado) sempre com

um certo movimento de acelerando e de retomada, caminhando para oúltimo acento verbal (cadência)do hemistíquio. Esta norma é capitalpara a beleza e a vitalidade da salmodia.

6) fazer um esforço constante para se ter a voz numa boa altura de talmaneira que a corda de recitação não abaixe durante a declamação dosalmo.

Diferentes maneiras de cantar um salmoA tradição litúrgica nos oferece três maneira de cantar o salmo.1) maneira diretaCou contínua), utilizado normalmente cada vez que um salmo é

cantado sem antífona, por exemplo: o salmo 169, no fim das Ladainhas dosSantos(Rogações) ou , no rito monástico, o salmo 3 no início das Matinas, osalmo 66, no início das Laudes e os três salmos das Completas.

2) a maneira responsorial, quando o solista canta os versos de um salmo ou certonúmero de versos e a assembléia ou a Schola Cantorum responde, depois decada versículo, intercalando algum verso como refrão, ou mesmo alguma frasejá entoada pelo solista no começo do salmo. Os exemplos são frequentes naLiturgia das Horas, como nas Completas, o responsório breve Inmanus tuas,e o Ostende, Domine.

3) maneira antifonal ou alternada, menos antigo que os precedentes, este sistemasalmódico logo teve um grande desenvolvimento no Oriente e Ocidente,especialmente nos mosteiros e conventos onde a Liturgia das Horas é todacantada durante o dia em coro. Ele consiste na alternância da assembléia ouda ScholaJCoro, cada lado cantando, alternadamente é claro, o salmo, comoque fazendo eco um para o outro. Esta salmodia recebeu logo o nome deantifônica, do grego "anti + fonein" = fazer ressoar face a face, cada um porsua vez, como um eco. "Antifoné" = voz contra voz, voz recíproca, alternada.Um refrão é cantado antes e depois do salmo.

Em nosso estudo, a maneira que vai nos ocupar é a terceira, da qual faz parte aSalmodia Simples do Oficio. Esta salmodia se desenvolveu sobretudo nas comunidadesmonásticas do Oriente e do Ocidente, desde os primeiros séculos do cristianismo.

TONSSALMÓDICOSDAEDIÇÃOVATICANA(Tonseclesiásticos tradicionais)Observações preliminaresa) No Saltério Monástico (PSM 1981) se encontra todo o elenco dos Tons

Salmódicos usados atualmente no canto do Oficio

b) o tom salmódico é uma fórmula fixa sobre a qual é aplicado o texto de umsalmo.

c) Nas edições atuais de gregoriano no início da cada Antífona, além daindicação do tom salmódico, vem colocada uma letra alfabética para assinalara terminação a ser escolhida. Esta letra corresponde ao último som (nota) daterminação ou diferença do salmo. Às vezes acrescenta-se um asterisco acimada letra indicando que deve ser acrescentada uma nota superior (aguda) parapoder ligar com a entoação da Antífona.

d) Existem hoje 9 tons salmódicos dos quais:oito (8) são considerados regulares e normais(estrutura clássica da salmodia);e um (1) considerado irregular, o Tom Peregrino (estrutura própria: 2 cordas

de de recitação, uma para o primeiro e outra para o segundo hemistíquio)c) As cadências finais têm várias terminações diferentes nos tons regulares,

conforme a variedade de entoação das Antífonas para que a ligação me-lódica seja bem feita e facilitada

d) Sendo cadências tônicas, silábicas, e portanto métricas, o lugar dos acentostônicos e secundários tem que ser bem observado, com aparecimentode notas suplementares em função do texto, às vezes com notas de prepara-ção do acento. POR SEREM MÉTRICAS É POSSÍVEL UMA ADAPTAÇÃO AO VERNAcu-LO. GUARDANDO-SE A NA1VREZA DOS ACENTOS NAS CADÊNCIAS.

e) A flexa acontece só no primeiro hemistíquio, quando o texto é longo.

Modos e tons salmódicos

Os salmos são cantados sob FÓRMULAS PRECISAS E FIXAS, chamadas tonssalmódicos ou simplesmente tons ( 1°. Tom, 2°. Tom etc ....).

Com j.á~foidito, há oito modos salmódicos normais. Com efeito, cada modo(modo de ré ou protus; modo de mi ou deuterus; modo de fa ou tritus; modo de soloutetrardus) pode se desenvolver seja no agudo (forma autêntica), seja no grave (formaplagal) da escala modal. Estes oito tons têm por finalidade harmonizar o canto do salmonão somente à modalidade geral da antífona, mas ainda ao seu âmbito particular.

Vem colocado no ínício da Antífona um número(algarismo) que corresponde àconcepção modal dita" octoechos "e serve para precisar a escolha do tom salmódico.(Octoechos é o sistema modal- dos teóricos da Idade Média - de importação oriental,que, no canto litúrgico gregoriano, regularizou tudo de forma rígida, classificando emoito modos as peças gregorianas.)Veja então a correspondência destes números com o modo da Antífona:

<autêntico (I Modo)Protus

plagal (U Modo) ----

10. tom salmódico

2°. tom salmódico

<autêntico (III Modo)Deuterus

plagal (IV Modo) ----

3°. tom salmódico

4°. tom salmódico

<autêntico (V Modo)Tritus

plagal (VI Modo) ---- 6°. tom salmódico

5°. tom salmódico

<autênticoTetrardus

plagal

(VII Modo) ---- 7°. tom salmódico

(VIII Modo )---- 8°. tom salmódico

Estrutura dos tons salmódicos (das fórmulas salmódicas)

Três são os elementos de que se compõem os tons salmódicos:a) ENTOAÇÃOb) TENOR ( CORDA DE RECITAÇÃO OU DOMlNANTE SALMÓDICA )c) CADÊNCIAS ( Mediana e Final)

Entoação:

Também chamada "íncipit" é o início da FÓRMULA MELÓDICA salmódica.Lógico, vem no começo do salmo e sua função primeira é unir o fim da antífona aotenor( corda de recitação) do salmo, o qual tenor, nos Modos autênticos, em geral, é a.quinta, e nos plagais, a terça ou a quarta acima da tônica. Portanto, é um inciso melódicodestinado a tomar fácil a passagem de um canto para outro. Cada tom salmódico utilizasomente uma fórmula de entoação. Ela é feita no primeiro versículo por .um solista quecomeça o canto e os versículos seguintes iniciam diretamente sobre a corda de recitação,mas deve ser retomada cada vez que um veJisículo segue a repetição da antífona. Porém,nos Cânticos Evangélicos, a entoação é repetida no começo de cada versículo. Aentoação será sempre ligeira, pois ela tem por papel elevar sem peso a melodia ao nívelda corda de recitação.As edições atuais do canto gregoriano têm como praxe (convenção oficial) imprimir emcaracteres itálicos as sílabas da entoação.

Como foi dito acima, a função da entoação é alcançar o TENOR.O tenor, ou corda de recitação, é formado pelo conjunto das notas em uníssono que, numversículo, não pertence nem à entoação nem à cadência. Ou seja, há tenor no primeirohemistíquio que vai da entoação até a cadência mediante e no segundo hemistíquio, até acadência final. Ele corresponde à dominante teórica dos modos, a saber:

1°. tom: La2°. tom: Fa3°. tom: Do (a dominante autêntica, primitiva, real do 3°. tom salmódico é SI e já

se acha restaurada no Antifonário Monástico.4°.tom: La5°.tom: Do

6°. tom: La70

• tom: Re80

. tom: Do

, Para executar o tenor deve articular claramente o texto, respeitando o ritmoverbal, manter um movimento vivo, flexível, regular, enfim, como ficou explicado paraa salmodia "recto tono".

LA ou SI bemol (do diapasão) são os graus habitualmente adotados para a salmodiacantàda (no tenor).

Uma pequena cadência chamada FLEXA pode acontecer no tenor do primeirohemistíquio. É mais uma simples cesura do que propriamente uma cadência. Ela se situasobre o grau imediatamente inferior ao tenor. Se, porém, o tenor for em Do ou em Fa,desce uma terça.

Cadências

São pequenos incisos melódicos ou fórmulas melódicas mais ou menosdesenvolvidas que servem para pontuar cada um dos dois hemistíquios do versículo. Sãochamadas de tônicas estas cadências, pois são baseadas nos acentos. Começa nomomento preciso em que a voz larga o tenor para ir para o agudo ou para o grave.O papel das cadências é ao mesmo tempo de sublinhar as articulações do texto e depermitir uma respiração no curso do versículo. Também o de ampliar ligeiramente maisque os outros acentos, assegurando o pousar flexível e suave da sílaba final.As edições vaticanas trazem de praxe (convenção oficial) em negrito as sílabas quecomportam o(s) acento(s).

As cadências salmódicas ( mediante ou final) são de duas espécies: cadência de umacento e cadência de dois acentos.

Cadência de um acento :

{

espondaica (/ •

dactílica (/ ••

) mé- o

) Dó- mi-num

Cadência dedois acentos:

dispondaica (I • /. ) cór-de mé-odidactílica (,. • / " ,,) pú-e-ri Dó-mi-numdáctilo-espondaica (~I ) có-ram te fé-cir.. .espondaico-dactílica ( I. ;I.. ) co-gno- ví- sti me

A) Cadência mediante (ou mediana) é a que termina a la. parte do versículo ou lO.hemistíquio. Cada tom salmódico tem apenas uma fórmula de cadência da mediante.Ela tem um caráter suspensivo.B) Cadência final é a que termina a 2a. parte do versículo ou 2°.hemistíquio e que podeparar na final do modo ou em outra nota de tal maneira que alguns tons possuem mais deuma e outros várias terminações (diferenças). Esta cadência tem um caráter conclusivo.

CI

Adaptação do texto às cadências salmódicas

A estrutura das cadências salmódicas mediante ou final é ligada à acentuaçãoverbal. Duas são as cadências: do tipo simples é a cadência de UM ACENTO, e do tipoduplo,'a de DOIS ACENTOS.A cadência de um acento se adapta ao último acento verbal do hemistíquio e a de doisacentos corresponde aos dois últimos acentos do hemistíqt:io.

Todas as cadências salmódicas podem ser alargadas ou aumentadas por adiçãode uma SUPERVENIENTE ( uma nota a mais que vem normalmente depois do acento ouem alguns casos, antes do acento, chamada superveniente antecipada). Elas sãoindicadas por uma nota vazia (punctum vazio).

As cadências de um acento podem ser precedidas de uma, duas ou três notasDE PREPARAÇÃO que fazem parte integrante da fórmula cadenciai global. São as queseguem imediatamente o tenor. A adaptação das sílabas às notas de preparação se fazregredindo a partir do acento cadenciai, sem levar em conta a qualidade das sílabas quecoincidem com as notas.

Cadência de um acento

Conforme a acentuação verbal da última palavra do hemistíquio, as cadências deum acento são :paroxítonas (espondaicas): tem - po; (é a sua estrutura natural).proparoxítonas (dactílicas): cí - ta - ra ( esta forma é obtida pela adição de umasuperveniente ).

A superveniente se canta sobre o mesmo grau que a sílaba final da palavra.Entretanto, quando um semi-tom separa esta final do acento precedenteJ1 a supervenientese situa sobre o mesmo grau que a sílaba tônica.

A superveniente antecipada de acento, nesta cadência de um acento, se dáquando uma fórmula cadenciaI ( cadência final do 4°. tom salmódico) comporta umclivis para o penúltimo elemento (quer dizer o elemento destinado normalmente aoúltimo acento verbal do hemistíquio), este clivis deve conservar seu lugar, mesmoquando intervêm uma proparoxítona. Esta superveniente fica antes do clivis (donde oseu nome de superveniente antecipada) e coincide com o acento verbal. Ela é cantadasobre o mesmo grau que a primeira nota do clivis. Esta superveniente antecipada, nestacadência de um acento, se dá apenas na cadência final do 4° tom salmódico.Nota: No 2°. tom salmódico monástico comporta na cadência final não um clivis masum podatus, e ocorre também a superveniente antecipada, valendo para tanto as mesmasobservações acima.

Cadência de dois acentos

Esta cadência, cuja estrutura natural é do tipo paroxítona dupla( ou a mistura deparoxítona com proparoxítona) se adapta à acentuação verbal das duas últimas palavrasdo hemistíquio. É necessário conhecer bem a constituição das cadências de dois acentos

{

· ,...(

para situar sem erro as supervenientes. Todas as cadências de quatro elementos (notas ougrupos) cuja primeira nota deixa o tenor por um movimento ascendente, são candênciasde dois acentos. Nenhuma cadência salmódica de dois acentos tem notas de preparação.

A ~l!Qerveniente antecipada, nestas cadências de dois acentos" se dá apenas nacadência mediante do 3°. tom salmódico. Acrescente-se ao que já foi dito atrás, mais oseguinte: quando o clivis começa sobre a nota SI, a superveniente antecipada fica noDO, em uníssono com a nota precedente.

Casos particulares na adaptação do texto às cadências

..Monossílabos ( e oxitonos) e acentos secundários

A estrutura da cadência salmódica, baseada que é sobre o ritmo verbal,comprcp.nde ao rnenos dois elementos ( I .) ou seja, um acento seguido de sílaba átona,exige que os monossílabos que acontecem no fim do hemistíquio devem, para seadaptarem às cadências salmódicas, unir-se às outras palavras:

a) dois monossílabos são tratados então como formando um pseudoparoxitono.Exemplo: ex me; de te; ª me.

b) um paroxítono e um monossílabo são tratados como formando unIpseudoproparoxítono. Exernplo: super me; exaudísti me.

c) um proparoxítono e um monossílabo são tratados como formando umpseudoparoxítono ( quatro elementos começando por uma sílaba acentuada) e é, poreste fato, a sílaba final do proparoxítono onde tem lugar o acento secundário e devecoincidir com o último acento melódico (o único, se a cadência é de um acento).Exemplo: génui. te; timéntibus te.

d) um proparoxítono e um paroxítono, em cadência de 2 acentos, são tratados comofornlando dois paroxítonos, pois é necessário apelar para um acento secundário cadaV(;i, que, no texto, mais de duas sílabas átonas separam os dois últimos acentos tÔllicosdo hemistíquio. Este acellto secundário deve-se situar regredindo duas sílabas a partirdo úh~rno acento tônico, criando-se, então, um acento artificial.Exemplo: mirabílium sUQrum; Dóminus ex SíOI1.

e) ° latim não tem palavra oxítona. Na adaptação do salmo em português às fórmulassalmódicas gregorianas, diante de uma oxítona, deve-se seguir o quanto possível asregras próprias da colocação do acento cadenciaI. Um oxitono e um mOlloss.ílaboformam um pseudoparoxítono. Exemplo: SenDor Deus. Um oxítono e um oxítonoformam um pseudoproparoxítono. Exemplo: abençoai Senhor. Um oxítono de trêssílabas é tratado como formando um pseudoproparoxítono. Exemplo: Salvador.

, 'c

Quadro dos tons salmódicos e seus correspondentes acentos cadenciais

lO. tom:2°. tom:3°, tom:4°. tom:5°. tom:6°. tom:7° tom:8°. tom:

Tom peregrino:Tom irregular:

Tom direto:

rv1EDIANTE FINAL

, (.)- '(.)-, (.)-, (.)-'-- - '(.) -'(.) -- '(.) -'(.)-'(.)-'(.) ---- '(.)-, (.) --- '(.)-

-- '(.)-

'(.)- '(.)-

'(.) - '(.) ---'(.)-'(.) - '(.) --- '(.)-- '(.) -

N.B. O ponto (.) indica as notas que podem ser acrescidas para fazer coincidir osacentos verbais e a melodia do salmo.

Para fins didáticos e verificação melhor das diferenças da localização dos acentos, vejacomo exemplo folhas em anexo, com o mesmo salmo 33 em todos os oito tonssalmódicos.

CONCLUSÃO

Se ocupamos muito tempo para estudar a salmodia, é porque esta forma musical éa base de todo o canto gregoriano. Habituar-se a cantar os salmos, é penetrar pouco apouco nas secretas técnicas do gregoriano. Assim, uma vez familiarizado com asalmodia, será possível estudar quaisquer peças mais complexas, e isto com um máximode facilidade. Não precisa desanimar e nem se inquietar se a técnica da salmodia nãofor adquirida imediatamente. Existe, no estudo deste canto, uma quantidade de sutilezasque não se pode assimilar senão progressivamente, sobretudo graças à prática.

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