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    EXPOSIOOCUPACIONAL AVIBRAES NOSISTEMAMO-BRAO NOSECTOR DACONSTRUO

    C r i s t i a n o A . C . B r a g a

    I

    2007

    EXPOSIOOCUPACIONAL AVIBRAES NOSISTEMAMO-BRAO NOSECTOR DACONSTRUO

    Tese submetida Faculdade de Engenharia da Universidadedo Porto para a obteno do grau Mestre em Engenharia deSegurana e Higiene Ocupacionais

    C r i s t i a n o A u g u s t o D a C o s t a B r a g a

    D e z e m b r o / 2 0 0 7

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    II

    Prembulo

    A opo pela temtica da exposio ocupacional a vibraes transmitidas aosistema mo-brao como tema de Mestrado em Engenharia de Segurana e HigieneOcupacionais na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi uma opode continuidade de um conjunto de trabalhos anteriores onde participei. tambmum tema actual e para o qual muitas pessoas ainda no esto suficientementesensibilizadas.A presente Tese foi levada a cabo entre Setembro de 2006 e Dezembro de 2007. O

    estudo foi efectuado num universo de 8 empresas do Sector da Construo,sedeadas na Regio Norte, cujas obras estavam igualmente a decorrer nestaregio.De uma forma geral, os objectivos iniciais deste trabalho foram alcanados, peseembora alguns contratempos e contrariedades normais a este tipo de trabalho.Um trabalho deste gnero, s foi possvel graas ao apoio de muitas pessoas, quedas mais diversas formas me motivaram ao longo da sua realizao.Deste modo, no posso deixar de agradecer a todas elas, nomeadamente:

    Ao Dr. Nlson Costa;

    Ao Eng. Ricardo Pinto de Almeida; Ao Prof. Pedro Arezes; Ao Eng. Patrcio Cordeiro; A todos os colegas da SMGP Consultores, Lda.; Aos colaboradores das empresas envolvidas.

    Agradeo de forma particular ao meu orientador cientfico Professor A. SrgioMiguel, pelo apoio constante, pelos inmeros conselhos, pela dedicao, bem comopela motivao e entusiasmo demonstrado, mas sobretudo agradeo a amizade.No poderia deixar de agradecer tambm aos meus amigos de luta Eng. JooArago e Eng. Jos Manuel Silva, pela motivao e companheirismo.De uma forma especial agradeo minha famlia e a todos os meus amigos.

    Porto, Dezembro de 2007

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    III

    R esumoO presente trabalho teve como objectivo uma caracterizao sumria da exposios vibraes do sistema mo-brao dos operadores de martelos de puno nosector da construo.Embora esta caracterizao constitua uma tarefa de alguma complexidade, querpelos diferentes mtodos construtivos, quer pela variabilidade das tarefasexecutadas e pelo tipo e fases da obra, foi possvel constatar a produo frequentede nveis vibracionais elevados por parte daqueles equipamentos.O tipo de alimentao, o ano de construo do equipamento, o peso, a energia deimpacto, a presso de operao, o nmero de impactos por minuto, a potncia e asuperfcie de trabalho constituem, por seu turno, factores determinantes para osnveis vibracionais transmitidos ao sistema mo-brao.Para alm da necessidade de se ter em considerao os nveis vibracionaisdeclarados pelos fabricantes, quando da aquisio dos martelos de puno, bemcomo, a eventual adaptao de dispositivos de reduo das vibraes transmitidasaos respectivos operadores, dever-se- encarar, sempre como soluo de recurso,a adopo de medidas de proteco individual. Esto neste caso a formao e a

    sensibilizao para o uso de luvas anti-vibrao, devidamente homologadas.

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    Abstract The present work aims at characterizing hand-arm vibration exposure of jackhammers operators in the construction sector.Although this characterization is a complex task, due to the different constructionmethods, variability of the executed tasks and type and phase of the carried outwork, it was possible to observe the frequent production of high vibration levels bythose equipments.Power source, equipment constructions year, weight, impact energy, pressure ofoperation, number of impacts per minute, power and working surface aredeterminant factors either for the vibration levels transmitted to the hand-armsystem.Beyond the need of having in account the vibration declared by equipmentmanufactures, when acquiring the jack hammers, as well as the availability ofvibration reducing devices, a personal protective equipment implementationprogramme should be considered as an ultimate solution. Education and motivationfor the use of proper and homologated anti-vibration gloves are essential for thesuccess of that programme.

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    V

    ndice 1. INTRODUO ............................................................................................ 1 2. BREVE CARACTERIZAO DO SECTOR DE ACTIVIDADE ESTUDADO................. 4

    2.1. RESULTADOS DE UM QUESTIONRIO .................................................... 4 2.2. EQUIPAMENTOS CARACTERIZADOS ...................................................... 6

    3. VIBRAES OCUPACIONAIS ....................................................................... 9 3.1. NOES TERICAS............................................................................. 9 3.2. EFEITOS DA VIBRAES SOBRE O HOMEM ...........................................10 3.3. MEDIDAS DE PREVENO E PROTECO ..............................................14 3.4. LEGISLAO APLICVEL.....................................................................16 3.5. CRITRIOS INTERNACIONAIS RELATIVOS EXPOSIO A VIBRAESMECNICAS.............................................................................................19

    3.5.1. NORMAS INTERNACIONAIS ISO .....................................................19 3.5.2. LIMITES DE EXPOSIO DA ACGIH(American Conference of GovernmentalIndustrial Hygienists) ...................................................................................20

    3.6. EQUIPAMENTO E TCNICAS DE MEDIO .............................................21 4. RESULTADOS E SUA DISCUSSO................................................................26 5. CONCLUSES E CONSIDERAES FINAIS ...................................................37 6. BIBLIOGRAFIA..........................................................................................39

    ANEXOSANEXO 1 RESULTADOS DOS INQURITOS ....................................................44 ANEXO 2 RESULTADOS DAS MEDIES........................................................67

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    VI

    ndice de Quadros QUADRO1.1 CRONOGRAMA DAS FASES DE TRABALHO. ......................................................................2 QUADRO2.2.1 EXEMPLOS DE EQUIPAMENTOS QUE PROVOCAM A EXPOSIO A VIBRAES DO

    SISTEMA MO-BRAO. ........................................................................................................................6 QUADRO2.2.2 - CARACTERSTICAS TCNICAS DOS MARTELOS DE PUNO AVALIADOS. ..................7 QUADRO2.2.3 - CARACTERSTICAS TCNICAS DE ALGUNS EQUIPAMENTOS TIPO AVALIADOS. .........8 QUADRO3.4.1 - SUMRIO DOS PRINCIPAIS PONTOS DODECRETOLEI N. 46/2006. ...................16 QUADRO3.4.2 - LIMITE DE EXPOSIO E DE ACO SEGUNDO ADIRECTIVA2002/44/EC ..........17 QUADRO3.5.2.1 RECOMENDAES DOS LIMITES DE EXPOSIO S VIBRAES DO SISTEMA

    MO-BRAO SEGUNDOACGIH (AMERICANCONFERENCE OFGOVERNMENTALINDUSTRIALHYGIENISTS)LIMITES DE EXPOSIO SEGUNDO AACGIH (2007). ...........................................21 QUADRO4.1 - VALORES OBTIDOS PARA OS MARTELOS ANALISADOS COM MENOS DE8KG. ............26 QUADRO4.2 - VALORES OBTIDOS PARA OS MARTELOS ANALISADOS COM MAIS DE8KG E

    INFERIORES A10 KG. .......................................................................................................................29 QUADRO4.3 - VALORES OBTIDOS PARA OS MARTELOS ANALISADOS COM CERCA DE10KG. ..........30 QUADRO4.4 - VALORES OBTIDOS PARA OS MARTELOS ANALISADOS COM MAIS DE20KG. .............31 QUADRO4.5 - VALORES DE ACELERAO REFERIDOS PELOS FABRICANTES. .....................................33 QUADRO4.6 - MNIMOS E MXIMOS EM M / S2 OBTIDOS PARA OS DOIS PRINCIPAIS TIPOS DE

    MARTELOS ANALISADOS....................................................................................................................35 QUADRO4.7 - VALORES OBTIDOS PARA OUTRAS MQUINAS UTILIZADAS NA INDSTRIA DA

    CONSTRUO CIVIL. ..........................................................................................................................35

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    ndice de Figuras FIGURA1.1.1 TIPO DE EXPOSIO NO PROFISSIONAL A VIBRAES. .............................. 5 FIGURA1.1.2 FREQUNCIA DA EXPOSIO NO PROFISSIONAL A VIBRAES...................... 5 FIGURA1.1.3 DIFERENTES SUBSTRATOS ANALISADOS. ............................................... 6 FIGURA3.5.1.1 RELAO DOSE-RESPOSTA PARA EXPOSIO A VIBRAES TRANSMITIDAS AO

    SISTEMA MO-BRAO. ..................................................................................19 FIGURA3.6.1 ANALISADOR E REGISTADOR UTILIZADO- SVAN 948...............................22 FIGURA3.6.2 SISTEMA DE COORDENADAS PARA A MO EIXOS DE MEDIO....................23 FIGURA3.6.3 METODOLOGIA PARA CARACTERIZAO DAS VIBRAES TRANSMITIDAS AO

    SISTEMA MO-BRAO. ..................................................................................24 FIGURA3.6.4 FIXAO DOS ACELERMETROS MONTAGEM RGIDA(ESQ.), E ADAPTADOR DEMO(DIR.)...............................................................................................24

    FIGURA3.6.5 LOCALIZAO DOS ACELERMETROS NOS EQUIPAMENTOS. .........................25 FIGURA3.1 MEDIES EFECTUADAS EM MARTELOS DE PUNO ELCTRICOS(PESO 8KG) AOPERAR NA DEMOLIO DE UMA ESTRUTURA EM BETO(A, B E C)...............................29

    FIGURA3.3 MEDIES EFECTUADAS EM MARTELOS DE PUNO ELCTRICOS(MESMO MODELO) OPERAR NA DEMOLIO DE UMA ESTRUTURA EM BETO(A, B E C) E NA DEMOLIO DE UMAROCHA DE GRANITO AMARELO(D). ...................................................................30

    FIGURA3.4 MEDIES EFECTUADAS EM MARTELOS DE PUNO ELCTRICOS(MESMO MODELO) OPERAR NA DEMOLIO DE UMA ESTRUTURA EM BETO(A, B E C) E NA DEMOLIO DE UMAROCHA DE GRANITO AMARELO(D). ...................................................................31

    FIGURA3.5 MEDIES EFECTUADAS EM MARTELOS DE PUNO PNEUMTICOS A OPERAR NADEMOLIO DE UMA ESTRUTURA EM BETO(A, B E C). ...........................................32

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    1. I ntroduo O sector da construo apresenta um conjunto de caractersticas muito especficasque o distingue de todos os outros sectores de actividade.A grande variabilidade das tarefas executadas neste sector de actividade, bemcomo, a deficiente formao profissional repercutem-se na quantidade einconstncia de factores de risco, quer de acidente de trabalho, quer de doenaprofissional. De entre esses riscos salienta-se a exposio s vibraes do sistemamo-brao.Com este trabalho pretende-se caracterizar a exposio profissional dostrabalhadores da construo civil s vibraes transmitidas ao sistema mo-brao,no caso particular dos operadores de martelos de puno. Tendo em conta esteobjectivo genrico, foi necessrio:

    Identificar e caracterizar as fontes de vibraes em meio ocupacional;Caracterizar a actividade dos operadores de martelos de puno;Avaliar os nveis vibracionais caractersticos dos martelos de puno emestudo, de modo a melhor compreender e caracterizar cada um dos postosde trabalho associados a estes martelos;Associar a sintomatologia reportada pelos operadores de martelos aos nveis

    vibracionais a que estes esto expostos;Propor estratgias, medidas organizacionais ou de engenharia que eliminemou diminuam os nveis de exposio dos operadores, em particular naidentificao dos nveis vibracionais, que potencialmente se venham amanifestar mais nefastos para o desempenho e para a sade dosoperadores.

    Este trabalho teve a durao de 14 meses, e foi elaborado de acordo com o planode trabalhos e cronograma representados no Quadro 1.1 .

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    MsDescrio 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10-14

    Reviso bibliogrfica sobre atemtica.

    Contactos com as empresas queintegraram a amostra.

    Caracterizao dos nveisvibracionais.

    Visita de estudo (1) .

    Compilao e tratamento dos dados.

    Anlise dos resultados.

    F a s e s

    d e

    T r a

    b a

    l h o

    Redaco e finalizao da tese.

    Ms 1 Outubro de 2006 Ms 14 Dezembro de 2007

    Quadro 1.1 Cronograma das fases de trabalho.

    O sector da construo considerado como o motor da economia portuguesa, namedida em que contribui para a criao de empresas em diversos sectores de

    actividade e, consequentemente, para o aumento do nvel de emprego, comreflexos no desenvolvimento econmico.Segundo as Estatsticas das Empresas do INE [31], em 2005 a Construo tinhacerca de 121 mil empresas, na sua grande maioria micro empresas, querepresentavam cerca de 12% das empresas do sector produtivo, em Portugal. NaRegio Norte existiam, em 2005, cerca de 30 mil empresas do sector da construoe nelas trabalhavam cerca de 150 mil trabalhadores, o que representa cerca de31% do total de trabalhadores do sector da construo e cerca de 4% do nmerototal de trabalhadores de Portugal.Este sector caracteriza-se pela sua actividade rotativa, nmada e at mesmoinstvel. Dependente da evoluo da conjuntura econmica, do investimentopblico, da procura, das condies climatricas, do recrutamento de pessoalqualificado, dos materiais, das perspectivas de vendas, das taxas de juro, o crditobancrio, da obteno de licenas, entre outros condicionalismos micro e macroeconmicos nacionais, europeus e mundiais, podemos concluir que estamosperante um conjunto de factores determinantes no desenvolvimento ou no da

    (1) Visita aos laboratrios de acstica e vibraes do INRS ( INSTITUTE NATIONAL DE SECHERCHE ET DESECURITE ) em Nancy e visita s instalaes centrais do INRS em Paris.

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    actividade: construo de edifcios, construo de habitao, construo de edifciose obras pblicas.

    Desde o seu incio at sua concluso, uma obra de construo passa por umaenorme variedade de etapas e processos construtivos, sendo, por isso, umprocesso bastante dinmico. Apresentam-se a ttulo exemplificativo algumas tarefasexecutadas na construo civil:

    Trabalhos de demolio de estruturas; Trabalhos de escavao; Trabalhos associados a armao de ferro; Trabalhos de cofragem e descofragem; Trabalhos de betonagem; Trabalhos de execuo de alvenaria; Trabalhos de execuo de reboco ou estuque; Trabalhos de execuo de coberturas; Trabalhos de carpintaria; Trabalhos de serralharia; Trabalhos de pintura e envernizamento; Trabalhos de aplicao de aplicao de revestimento de pavimentos.

    Como referido, este trabalho centra-se na exposio dos operadores de martelos depuno s vibraes transmitidas ao sistema mo-brao. Nesse sentido, e com basenum questionrio apresentado s empresas que colaboraram neste trabalho,traou-se um perfil do operador de martelos de puno, o qual se descreve noponto seguinte.

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    2. Breve Caracterizao do Sector deActividade Estudado 2.1. Resultados de um questionrio

    Tendo como base o questionrio atrs citado, verificou-se que a ocupao anteriorde 96% dos operadores de martelos de puno se relacionava com trabalhos naconstruo civil. Verificou-se tambm que 70% dos trabalhadores envolvidospossuam o 4. ano de escolaridade e uma idade mdia de 40 anos. De igual modo,

    se verificou que 4% no tinham recebido qualquer formao sobre higiene esegurana e 35% dos trabalhadores no possuam formao especfica sobre riscosde exposio a vibraes.De acordo com a informao prestada pelos vrios colaboradores, presentes naaltura das medies, verificou-se a existncia de dois tipos de trabalhadores: osque estavam presentes em vrias frentes de trabalho e, dessa forma, trabalhavamcontinuamente com martelos de puno (pedreiros/marteleiros) e os que apenastrabalhavam pontualmente com este tipo de equipamento. Os pertencentes ao

    primeiro grupo chegam a totalizar 8 horas de trabalho dirio com martelos depuno, enquanto que os pertencentes ao segundo grupo acumulam, em mdia,um total de 10 horas por semana. Esta informao reveste-se de especialimportncia, uma vez que, a legislao em vigor utiliza como referncia aacelerao equivalente para 8 horas, A(8) [13].O questionrio administrado inclua tambm itens relativos ao historial de exposiono-profissional a vibraes, em particular os tipos de exposio e a suafrequncia.A exposio no-profissional a vibraes, descrita na Figura 2.1.1, revela umautilizao bastante prolongada no tempo de utilizao dos equipamentosvibratrios, associada ao trabalho em ambientes frios. O trabalho em ambientesfrios reduz a circulao sangunea nas mos, aumentando a vulnerabilidade aotrauma por vibraes [2], [4], [6], [24],[46], [55].

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    22%

    4% 4%

    48%

    9% 4%

    52%

    0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    VA VB VC VD VE VF VG

    Tipo de exposio

    Figura 2.1.1 Tipo de exposio no profissional a vibraes.

    O trabalho extra-laboral dos trabalhadores da construo civil implica o uso diriode equipamentos vibratrios em 43% dos casos e o trabalho em ambientes friosem 61% dos casos (Figura 2.1.2).

    43%

    30%

    4%

    61%

    4%0%

    20%

    40%

    60%

    80%

    V1 V2 V3 V4 V5

    Frequncia de exposio

    Figura 2.1.2 Frequncia da exposio no profissional a vibraes.

    Relativamente ao uso de equipamentos de proteco individual (EPIs), constatou-se que 17% nunca usavam qualquer proteco contra vibraes. Dos que usavamproteco individual, verificou-se que apenas 39% utilizavam sempre protecocontra vibraes (na maioria dos casos, luvas de borracha).

    VA - Ferramentas vibratrias (berbequins, fresas, martelos de puno, etc.) < 1anoVB - Ferramentas vibratrias (berbequins, fresas, martelos de puno, etc.) - 1 a 5 anosVC - Ferramentas vibratrias (berbequins, fresas, martelos de puno, etc.) - 6 a 10 anosVD - Ferramentas vibratrias (berbequins, fresas, martelos de puno, etc.) > 10 anosVE - Trabalho em ambientes frios > 1 a 5 anosVF - Trabalho em ambientes frios - 6 a 10 anosVG - Trabalho em ambientes frios > 10 anos

    V1 - Ferramentas vibratrias (berbequins, fresas, martelos de puno, etc.) - diriaV2 - Ferramentas vibratrias (berbequins, fresas, martelos de puno, etc.) -semanalV3 - Ferramentas vibratrias (berbequins, fresas, martelos de puno, etc.) - mensalV4 - Trabalho em ambientes frios - diriaV5 - Trabalho em ambientes frios - mensal

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    Nas empresas alvo deste trabalho, verificou-se a existncia de trs tipos principaisde utilizao de martelos de puno. Como se pode observar nos exemplos da

    Figura 2.1.3, os martelos de puno so frequentemente utilizados na demolio derocha, na abertura de rotas para canalizaes (em instalaes elctricas e de gs) ena exposio de armaduras.

    Figura 2.1.3 Diferentes substratos analisados.

    2.2. Equipamentos caracterizados

    Na indstria da construo civil h vrias reas e vrios processos produtivos ondeos equipamentos que produzem vibraes so usados e onde os trabalhadoresesto potencialmente expostos s vibraes.No quadro seguinte esto representados alguns dos equipamentos tpicos utilizadosna indstria da construo civil na qual a exposio s vibraes transmitidas aosistema mo-brao mais evidente.

    Equipamentos que provocam a exposio a vibraes do sistemamo-brao

    Martelos de puno Furadoras Compactadores Demolidoras Decapadoras (por jacto de areia) Pavimentadores (polidores e

    decapadores) Serras de corte Rebarbadoras Tico-tico Mangueira vibratria Serras circulares etc.

    Quadro 2.2.1 Exemplos de equipamentos que provocam a exposio a vibraes do sistema mo-

    brao.

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    Neste trabalho deu-se nfase aos equipamentos utilizados pelosmarteleiros/pedreiros que, no grosso da sua actividade, so os martelos de puno.

    No Quadro 2.2.2 esto referidas as caractersticas tcnicas dos equipamentosanalisados. Como possvel verificar no quadro abaixo, foram analisados 10 tiposde martelos de puno, utilizados em trs tipos de substratos. De salientar que dos10 martelos de puno avaliados, 7 tinham uma alimentao elctrica e 3 erampneumticos.

    Marca Modelo Tipo dealimentao AnoPeso(KG)

    Energiade

    impacto(Joules)

    Presso

    (bar)Impactos

    por minutoPotncia

    (W)Rotaes

    (rpm)Sistema de

    amortecimento Superfcie

    DeWalt D25830K Elctrica 2004 5,6 10,0 - 1330-2660 1150 - Ausente Beto eAlvenaria

    DeWalt D25900K Elctrica 2004 9,9 5,0-25,0 - 1020-2040 1500 - PresenteBeto eGranitoamarelo

    Elu BH40 Elctrica 2004 5,6 - - - 950 - Ausente Beto

    Hilti TE76 Elctrica 2005 7,0 8,3 - 1965-2770 1300 200-282 Presente Beto eAlvenaria

    Hitachi H65SD2 Elctrica 2005 18,5 42,0 - 1400 1240 - Presente Beto

    Hitachi P/6-GF30 Elctrica 2003 4,8 5,3 - 850-3700 850 - Ausente Beto

    Wacker EHB10 Elctrica 2005 10,0 15,0 - 1300-2100 1150 170-265 Presente Beto

    AtlasCopco TEX22 Pneumtica 2005 23,5 - 7 1320 - - Ausente Beto

    IngersollRand IR-93LA1 Pneumtica 2000 20,4 - 9 2350 - - Presente Beto

    Chicagopneumatic CP1210S Pneumtica 2005 20,0 - 9 1500 - - Presente Beto

    Quadro 2.2.2 - Caractersticas tcnicas dos martelos de puno avaliados.

    No obstante o tipo de equipamentos objecto deste trabalho serem os martelos depuno, achou-se pertinente tambm, na medida do possvel, caracterizar algunsequipamentos tipo utilizados pelos operadores de martelos de puno. No Quadro2.2.3 esto representados esses equipamentos.

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    Designao Marca Modelo Tipo dealimentao

    Dataentrada

    aoservio /

    Horas

    Potncia(W)

    Rotaes(rpm)

    Peso(KG)

    Demolidora Bosch 11305 Elctrica 1994 - - -Rebarbadora Bosch - Elctrica - 2200 8500 5,8

    RebarbadoraAtlasCopco(AEG)

    . Elctrica - 2200 8500 5,3

    Rebarbadora DeWalt D28422 Elctrica - 2400 8500 5,3

    Tico-ticoAtlasCopco(AEG)

    STEP 100XFIXTEC Elctrica 2002 600

    1000-3200 2,0

    Serra circularAtlasCopco(AEG)

    K55 Elctrica 1998 1010 5800 4,2

    Plaina DeWalt DW678K Elctrica 2002 850 13500 7,0

    FuradoraAtlasCopco(AEG)

    2000Electronic

    Elctrica 1997 600 5800 2,2

    Cilindro Aman AR65 Diesel 2003 5200 2700 720,0

    Mangueiravibratria HF 50mm Elctrica 2006 240 - 10,0

    Quadro 2.2.3 - Caractersticas tcnicas de alguns equipamentos tipo avaliados.

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    3. Vibraes Ocupacionais

    3.1. Noes Tericas

    Em alguns sectores de actividade o corpo humano est, permanentemente, expostoa vibraes mecnicas, que em geral provocam maior ou menor perturbao dobem estar, mas que em certos casos, podem dar origem a leses irreversveis eincapacitantes, configurando-se assim como doena profissional constante dondice Codificado de Doenas Profissionais sob o cdigo 44.01 [14].

    A produo de vibraes est, normalmente, associada a desequilbrios, tolernciase folgas das diferentes partes constituintes de cada mquina, podendo aindaresultar do contacto da mquina vibrante com a estrutura. Se as vibraes assimproduzidas, mesmo de pequena amplitude, forem transmitidas a estruturasadjacentes, excitando as frequncias de ressonncia destas, sero geradas novasfontes produtoras de vibraes com maior amplitude.

    Quando um corpo exibe um movimento oscilatrio em torno de uma posio dereferncia/ponto fixo diz-se que o mesmo est em vibrao.

    O movimento oscilatrio assim produzido determina a passagem peridica depontos do corpo oscilante pela sua posio de equilbrio.

    Para se avaliar um sinal vibratrio devem ser conhecidas as seguintes grandezas:

    Raz Mdia Quadrtica (RMS) ou valor Eficaz - o mais utilizado paracaracterizar a gravidade das vibraes, pois reflecte o respectivo potencial

    destrutivo da vibrao. PICOMAX - a amplitude mxima da acelerao medida no perodo

    considerado. um indicador do nvel de impacto de vibraes de curtadurao.

    Os parmetros de vibrao so universalmente mensurveis em unidades mtricas,de acordo com as normas ISO. Utiliza-se, usualmente, a acelerao, expressa emmetros por segundo quadrado (m/s 2). No entanto, tambm comum a utilizaode escalas logartmicas para a representao das amplitudes das vibraes, sendoneste caso os valores apresentados em decibeis (dB).

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    Propagando-se transversal (ao longo dos eixos x ou y, ao longo dos braos ouatravs do trax) e longitudinalmente (ao longo do eixo z, da coluna vertebral) ou

    em diversas direces ao mesmo tempo, as vibraes podem transmitir-se ao corpotodo ou a qualquer das suas partes. So classificadas em dois tipos, segundo olocal do corpo atingido:

    Vibraes transmitidas ao corpo inteiro: so de baixa frequncia e altaamplitude e situam-se na faixa de 0,5 a 80 Hz;

    Vibraes do sistema mo-brao (localizadas): situam-se na faixa de 8a 1000 Hz.

    A vibrao transmitida ao sistema mo-brao o segundo grande problema na reade transmisso de vibrao ao corpo humano.

    Os nveis de vibrao encontrados em algumas ferramentas manuais sosuficientemente elevados para causar danos quando operados por longos perodosde tempo. Exemplos dessas ferramentas so os martelos pneumticos. A vibraopode ser transmitida ao corpo atravs de uma ou das duas mos encostadas ferramenta vibratria. Para baixos nveis de vibrao haver desconforto e reduoda eficincia do trabalho. Para altos nveis e longos perodos de exposio, podero

    ocorrer doenas que afectam os vasos sanguneos e a circulao.No caso da exposio a vibraes transmitidas ao corpo inteiro na indstria daconstruo, assunto que no objecto do presente estudo, so os trabalhadoresque exercem funes de manobradores de mquinas que esto mais expostos smesmas. Entre estes, os operadores mais afectados so os operadores dasescavadoras, os condutores de camies, dumpers , retroescavadoras e cilindros.

    3.2. Efeitos da vibraes sobre o Homem

    O ser humano apercebe-se das vibraes numa gama de frequncias que vai dos0,1 aos 1000 Hz. Os efeitos so graduais, em funo da sua intensidade, isto , asvibraes de fraca intensidade afectam apenas o bem-estar e o conforto daspessoas expostas mas, medida que o nvel de exposio aumenta, verifica-seuma diminuio das capacidades, o que prejudica a execuo de tarefas ecompromete, consequentemente, a segurana dos mesmos. As vibraes de forte

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    intensidade, transmitidas ao sistema mo-brao, podem originar, a curto ou longoprazo, leses fisiolgicas e patologias graves.

    A sndrome das vibraes pode ser definida como ...uma doena com oscomponentes seguintes, todos perifricos: perturbaes circulatrias (vasoespasmocom palidez local dos dedos dedo branco), perturbaes sensoriais e motoras(nomeadamente entorpecimento, perda da destreza dos dedos) e perturbaesmusculoesquelticas (msculos, ossos e articulaes), devida exposio crnicado sistema mo-brao s vibraes [50].

    Alguns dos principais efeitos sobre o organismo das vibraes transmitidas aosistema mo-brao so:

    Sndrome dos dedos brancos (falta de sensibilidade e controlo, tremura dosdedos, perda de tacto);

    Destruio das artrias e nervos das mos ; Afeces angioneurolgicas da mo que acompanham perturbaes na

    sensibilidade (a sua expresso vascular manifesta-se por crises do tipo"dedos mortos" tambm designada por sndrome de Raynaud) ;

    Danos nos tendes e msculos entre o pulso e o cotovelo; Aumento da incidncia de afeces do aparelho digestivo (hemorroides,

    dores abdominais, obstipao); Perturbaes tendinosas; Perturbaes osteoarticulares observveis radiologicamente, tais como,artroses e leses de pulso.

    A gravidade dos efeitos biolgicos das vibraes transmitidas pelas mos pode serinfluenciada por vrios factores, de entre os quais se destacam: o espectro defrequncia das vibraes, a amplitude das vibraes, o tempo de exposio dirio,a durao e frequncia dos perodos de trabalho e de repouso, a posio das mos,dos braos e do corpo durante a exposio, o tipo de equipamento e material atrabalhar e o estado de conservao do equipamento.

    Astrm et al, compararam a prevalncia de sintomas associados sndrome davibrao mo-brao em condutores profissionais de veculos todo o terreno (motasde neve e limpa neves) versus condutores no expostos [2]. Cerca de 30% dosexpostos reportou formigueiro, 24% sensaes de frio na mo e nos dedos e 20%dedos brancos.

    Noutro estudo realizado em 102 trabalhadores de pedreiras no Vietname expostosa uma acelerao total (RMS) de 45-55 m/s 2 durante 160 a 210 minutos/dia,esperava-se encontrar evidncias de sndromes de vibraes mo-brao entre os

    trabalhadores. No entanto, segundo estes autores, o ndice extremamente baixo desintomas, encontrado entre os trabalhadores, pode justificar-se pelas seguintes

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    razes: clima tropical (temperaturas acima dos 25C durante todo o ano), reduzidaidade e experincia de trabalho dos trabalhadores (31 anos de mdia de idade com4 anos de exposio mdia), mudana sazonal nas operaes de trabalho (2 a 3meses de paragem devido a anos de chuva) e trabalhadores saudveis [24].

    Num estudo de ocorrncia da sndrome das vibraes mo-brao em mecnicossuecos, com uma mdia diria de exposio de 14 minutos a 3,5 m/s 2, e umaexposio media de 12 anos, constatou-se que 15% dos trabalhadoresapresentavam a sndrome dos dedos brancos induzidos por vibrao, prevendo-seque, ao fim de 20 anos de exposio, a percentagem de mecnicos com estesintoma aumentasse para 25% [4].

    Palmer et al. (2001) encontraram uma relao entre o aparecimento dasintomatologia dos dedos brancos (sndrome de Raynaud ) e a existncia deperturbaes auditivas. No entanto, estes autores no conseguiram estabeleceruma relao entre a exposio a vibraes e o aparecimento de dedos brancos,admitindo que o desenvolvimento de uma vasoconstrio no relacionada com aexposio a vibraes pudesse, eventualmente, explicar os sintomas. Os mesmosautores, num trabalho posterior e mais extenso (8193 pessoas), reportaram amesma dificuldade em estabelecer uma relao clara entre a exposio a vibraes

    e o aumento das perdas auditivas [31].Existem estudos que referem dores nos braos e no pescoo como efeitos nocivosproduzidos por exposio a vibraes do sistema mo-brao [50].

    Necking et al. (2004) [46] observaram 20 pacientes que sofriam da sndrome davibrao mo-brao e as principais alteraes morfolgicas encontradas foram aonvel das fibras musculares e dos nervos motores. O nmero de clulas muscularese nervosas afectadas pareceu a estes autores estar directamente relacionado com aexposio vibracional total acumulada. Bovenzi et al. (2004)[6], compararam aresposta da circulao sangunea ao nvel dos dedos em duas situaes deestmulos vibracionais diferentes (contnuo vs intermitente). Recorrendo aexposies com a mesma magnitude total, a mesma energia equivalente e amesma frequncia, e apesar de no terem conseguido distinguir graus deseveridade diferentes entre os dois tipos de estmulos, encontraram uma reduono fluxo sanguneo ao nvel dos dedos durante a exposio [6].

    Estudos anteriores a 1990 indiciam alguma relao entre a exposio a vibraes eo agravamento das deficincias auditivas. Mais concretamente, Starck et al.[53],referem que trabalhadores que apresentavam a sndrome dos dedos brancos

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    apresentavam limiares auditivos 10 dB(A) mais baixos que os trabalhadores semesse sintoma. Num trabalho mais recente, Fernandes & Morata [22] procuraramencontrar um efeito aditivo na aco combinada da exposio ao rudo e a vibraes no trabalho que envolveu o estudo de trabalhadores de uma empresa deconservao e limpeza de vias pblicas, com um tempo mnimo de exposio dequatro horas dirias. Esse efeito no aparece, contudo, completamente evidenciadoe por isso os autores no confirmaram a existncia dessa relao. De igual modo,no foi ainda possvel estabelecer uma relao dose-resposta entre a exposio avibraes e a perda de sensibilidade nos dedos. Apesar disso, existem fortesindcios de que vibraes com frequncias superiores a 40Hz possam provocarredues significativas da sensibilidade [42].

    Malchaire et al. (2001) [43] efectuaram em estudo epidemiolgico multisectorial detrabalhadores expostos com o objectivo de estabelecer uma relao entre os nveisvibracionais e queixas msculo-esquelticas, tais como, sndrome do tnel crpicoou neurosensoriais, tais como, tremuras, reduo da fora, diminuio dasensibilidade tctil. Segundo estes autores, o risco de desenvolvimento de lesesneurosensoriais srias abrange 6% da populao exposta para o valor de 2,5 m/s 2 e 10% da populao exposta para o valor de 5,0 m/s 2 [43].

    Tomida et al. (2000) [55] procuraram avaliar a incidncia do fenmeno de Raynaud em trabalhadores expostos a nveis vibracionais menos elevados. Maisconcretamente, estes autores acompanharam, durante 20 anos, 331 homensresponsveis pela limpeza de quintas, matas e bermas de estrada e expostos anveis vibracionais entre 2 a 4 m/s 2. Os resultados deste trabalho so bastanteinteressantes, uma vez que conseguem estabelecer uma relao entre os anos deexposio e o aparecimento do fenmeno de Raynaud. Neste caso concreto, 3 756horas (11 anos) de exposio acumulada so suficientes para ocorrerem as

    primeiras manifestaes do fenmeno.Neely e Berstrm (2006) [45] no encontraram diferenas de gnero no limiar depercepo dos nveis de vibrao mo-brao.

    Aldien et al. (2006) [1] elaboraram uma srie de ensaios laboratoriais de modo aperceber se a postura do brao influenciava a resposta biodinmica do sistemamo-brao quando exposto a vibraes no eixo dos ZZ. Para estes autores, aabsoro total das vibraes pelo sistema mo-brao chega a ser 96% superior,caso o brao esteja esticado, em relao a uma posio de cotovelo flectido 90.

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    Segundo dados do Eurostat de 2001 [21], foram diagnosticados 3120 casos desndrome de Raynaud e 4068 casos de perdas auditivas por rudo, nos pases queparticiparam nesse estudo, comprovando o interesse da avaliao monitorizaodos parmetros fsicos, rudo e vibraes, nos ambientes ocupacionais.

    3.3. Medidas de preveno e proteco

    Segundo um relatrio publicado em 2003 pelo HSE (Health & Safety Executive)[30], que tem por base algumas consideraes discutidas em congressos,

    seminrios, anlises de literatura entre outros, existem algumas medidas-chaveque, aparentemente, contribuem para a reduo dos riscos associados exposios vibraes transmitidas ao sistema mo-brao por parte dos trabalhadores daconstruo civil. So elas:- Introduo de melhorias no planeamento das tarefas;- Introduo de melhorias na concepo dos equipamentos;- Mais informao relativa ao equipamento;- Mais informao relacionada com os riscos e com a sade;

    - Reforo das inspeces e manutenes dos equipamentos;- Maior investimento em programas de vigilncia da sade;- Maior influncia por parte dos compradores destes equipamentos.

    Os procedimentos tcnicos para reduzir a exposio a vibraes devem iniciar-sepela identificao das principais fontes de vibrao e pela avaliao da exposiodos trabalhadores. De seguida, necessrio seleccionar as mquinas com menoresnveis vibracionais e que possuam sistemas anti-vibrao activos ou passivos (porexemplo, pegas). S depois de realizados estes procedimentos que se deve optar

    pela proteco individual. As medidas organizacionais passam pela gesto das tarefas no sentido deminimizar o tempo de exposio s vibraes, pela introduo de rotatividade nospostos de trabalho, que possuam nveis elevados de exposio, e pela introduode pausas para recuperao, aps exposies severas.

    O nico equipamento de proteco individual com capacidade de atenuar os nveisvibracionais dos equipamentos so as luvas anti-vibrao. Estas luvas,normalmente em borracha, devem cumprir os requisitos da norma ISO 10819:1996[38].

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    No que respeita vigilncia da sade podem distinguir-se trs aces principais.Em primeiro lugar devem ser recolhidos dados acerca do trabalhador e da empresa(por exemplo: sexo, idade, peso, altura, ndice de massa corporal, principaistarefas atribudas, ocupaes de tempos livres, , etc.). Um outro tipo de acocentra-se nos factores de risco, procurando identificar o perfil de risco dotrabalhador, com recolha de dados relativos s condies de trabalho (tipo deequipamento e tempo de exposio), aos antecedentes (enfermidades vascularesou reumticas), hbitos tabgicos, tratamentos, ocupaes/exposies anteriores.A terceira aco configura uma perspectiva mais clnica de pesquisa de sinais ousintomas (neurovasculares ou osteoarticulares) e consiste na verificao dascondies que motivam o aparecimento dos sintomas ou, na ausncia de sintomas,o diagnstico precoce atravs da realizao de exames complementares (teste de

    Allen , teste de Phalen , teste de Tinne l, entre outros).

    Os procedimentos de avaliao da exposio s vibraes constituem ainda umproblema, na medida em que muitos autores consideram estar a um elevado valorde incerteza nas medies. Gillmeister e Schenk (2002) [25] elaboraram umprottipo para medio das vibraes transmitidas ao sistema mo-brao e aocorpo inteiro. O equipamento proposto possui um dispositivo a ser acoplado na moque permite o uso conjunto de uma luva para proteco. Esse dispositivo composto por trs transdutores, um para medio da vibrao, um sensor paramedir a fora exercida pelo operador e um sensor para determinao da existnciaou no de contacto da mo com a fonte de vibrao. Trata-se de um dispositivointeressante por permitir a obteno da dose diria. A evoluo desse prottipo e apossibilidade de torn-lo comercialmente disponvel poder trazer contribuiesimportantes para os procedimentos de avaliao da exposio.

    Feutry, Lemerle e Claudon (2004)[23] referiram que os aspectos ergonmicos

    relacionados ao acoplamento das mos aos punhos das ferramentas, bem como osestudos sobre a vibrao e a avaliao nas situaes de trabalho, requerem umdispositivo apropriado para medir a fora exercida na interface entre a mo e opunho. Desenvolveram uma luva contendo um dispositivo com 219 sensores depresso capacitivos dispostos na face da palma. Este dispositivo permite a medioda distribuio da presso na interface mo-punho possibilitando, ao mesmotempo, razovel mobilidade e facilidade de uso e aplicao em diversos tipos depunhos. No essencial, essa luva incorpora um dispositivo de medio da postura damo, que permite a anlise da fora de acoplamento com base na distribuio dapresso, sem necessidade de se conhecer a geometria do punho. Segundo os

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    autores, os resultados obtidos nos prottipos demonstraram o potencial dessesistema de medio e a necessidade de se avanar no progresso dessa luva.

    3.4. Legislao aplicvel

    Na sequncia da publicao da Directiva 89/391/CEE, de 12 de Junho (DirectivaQuadro) relativa aplicao de medidas destinadas a melhorar as condies desegurana e sade dos trabalhadores, reconheceu-se a necessidade de publicaruma directiva especfica sobre a exposio s vibraes mecnicas. Surge assim a

    Directiva 2002/44/CE, de 25 de Junho, como directiva especfica para vibraes, ede aplicao em todas as actividades onde os trabalhadores possam estar expostos,durante o trabalho, a riscos devidos a vibraes mecnicas.

    O Decreto-Lei n. 46/2006, de 24 de Fevereiro, veio transpor a Directiva doParlamento Europeu e do Conselho n. 2002/44/CE, de 25 de Junho, e estabeleceas prescries mnimas de segurana e sade respeitantes exposio dostrabalhadores aos riscos devidos a vibraes mecnicas. No Quadro 3.4.1 estoresumidos os principais pontos deste diploma.

    Decreto Lei n. 46/2006 Prescries mnimas de segurana e sade respeitantes exposio dos trabalhadores aos riscosdevidos a vibraes mecnicas transmitidas ao sistema mo-brao

    mbitoAplicvel em todas as actividades, do sector privado, cooperativo e social, administrao pblica central, regionale local, institutos pblicos e demais pessoas colectivas de direito pblico, bem como a trabalhadores por contaprpria.

    Valor de aco deexposio 2,5 m/s

    2 Valor de exposio pessoal diria, calculado num perodo de referncia de 8 horas, expresso emmetros por segundo quadrado, que, uma vez ultrapassado, implica a tomada de medidaspreventivas adequadas.

    Valor limite deexposio 5,0 m/s

    2 Valor de exposio pessoal diria, calculado num perodo de referncia de 8 horas, expresso emmetros por segundo quadrado, que no deve ser ultrapassado.

    Artigo 4.

    Avaliar e, se necessrio, medir os nveis de vibraes a que os trabalhadores se encontramexpostos;

    Possuir uma anlise de riscos; Identificar as medidas necessrias para controlar a exposio dos trabalhadores.

    Artigo 5. Tomar medidas para eliminar ou reduzir as exposies ao mnimo; Tomar medidas imediatas para prevenir exposies acima do valor limite; Identificar as razes que levaram ultrapassagem do valor limite.

    Responsabilidades doempregador

    Artigo 6. Formao e treino de todos os trabalhadores expostos a riscos por vibraes transmitidas aosistema mo brao.

    Perodo transitrio Artigo 16. Para equipamentos de trabalho que forem postos disposio dos trabalhadores, antes de 6 deJulho de 2007, e que no respeitam os valores-limite de exposio, mesmo tendo em conta osprogressos tcnicos e/ou a implementao de medidas organizacionais, concedido um perodomximo de transio de 5 anos, a contar de 5 de Julho de 2005.

    Quadro 3.4.1 - Sumrio dos principais pontos do Decreto Lei n. 46/2006.

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    Como indicador do risco da exposio a vibraes transmitidas ao sistema mo-brao A(8) utilizam-se os valores propostos no Decreto-Lei n. 46/2006, de 24 deFevereiro, que define o nvel de aco e o limite de exposio diria normalizada,segundo o quadro abaixo representado:

    Nvel de Aco Valor Limite de Exposio

    2,5 m/s 2 A(8) 5,0 m/s 2 A(8)Quadro 3.4.2 - Limite de exposio e de aco segundo a Directiva 2002/44/EC

    A avaliao baseia-se no clculo do valor da exposio diria normalizada numperodo de referncia de 8 horas, expressa como raiz quadrada da soma dosquadrados, denominado, valor total, A(8), dos valores eficazes da aceleraoponderada em frequncia, determinados segundo as coordenadas ortogonais (x, y,z). As vibraes transmitidas ao sistema mo-brao devem ser medidas eregistadas nos 3 eixos ortogonais:

    222hwzhwyhwxhv aaaa ++=

    onde a hv o valor da vibrao total, em m/s 2; a hwx, a hwy, a hwz, so os valoreseficazes de acelerao ponderados em frequncia, em m/s 2, determinados segundoas coordenadas ortogonais (x, y, z).

    Se a exposio diria vibrao A(8), for medida num perodo diferente de 8h, aexposio equivalente para um perodo de 8h pode ser determinada pela

    expresso:

    0

    )8(T T

    a A hv=

    onde T a durao total diria da exposio vibrao, To a durao de

    referncia de 8h (28800s). A exposio diria vibrao A(8) deve ser avaliadaseparadamente para ambas as mos do operador.

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    De igual modo, se a operao tal que a exposio diria total compreende vriasexposies a diferentes aceleraes ponderadas em frequncia, a acelerao

    ponderada em frequncia total pode ser obtida a partir da equao:

    ihv

    n

    i

    t aT

    Ai

    = =

    2

    10

    1)8(

    onde t i o tempo de exposio vibrao.

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    3.5. Critrios Internacionais relativos

    exposio a vibraes mecnicas

    3.5.1. Normas Internacionais ISO

    A norma ISO 5349, que teve a sua ltima reviso em 2001, est dividida em duaspartes. A primeira refere-se aos requisitos gerais a segunda apresenta um guiaprtico para a avaliao da exposio a vibraes transmitidas ao sistema mo-brao no local de trabalho. O anexo C da primeira parte da norma apresenta umaestimativa da relao dose-resposta, representada na Figura 3.5.1.1 (durao totalda exposio em anos, necessria para ocorrncia da sndrome dos dedos brancosem 10% dos expostos). Segundo esta norma, aquela relao pode ser utilizada nadefinio de critrios de exposio direccionados reduo dos riscos provocadospelas vibraes transmitidas ao sistema mo brao.

    Ainda segundo este anexo, alguns estudos sugerem que os sintomas da sndromeda vibrao transmitidas ao sistema mo-brao so raros em pessoas expostas aum valor total da vibrao diria A(8) inferior 2 m/s . Para valores de A(8)inferiores a 1 m/s no foram encontrados registos de sintomas da sndrome.

    Figura 3.5.1.1 Relao dose-resposta para exposio a vibraes transmitidas ao sistema mo-brao.

    Fonte: anexo C da ISO 5349-1:2001.

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    A relao entre A(8) e a durao total da exposio em anos, necessria paraocorrncia da sndrome dos dedos brancos em 10% dos expostos a seguinte:

    Dy=31,8[A(8)]-1,06

    ,onde o valor de A(8) refere-se exposio diria normalizada para um perodo de 8horas, obtida a partir da expresso:

    0

    )8(T T

    a A hv=

    Onde, T a durao total diria da exposio vibrao a hv, T0 a durao de

    referncia de 8h (28800s) e a hv o valor da vibrao total, em m/s2

    ; a hwx, a hwy,ahwz, so os valores eficazes de acelerao ponderados em frequncia, em m/s 2,determinados segundo as coordenadas ortogonais (x, y, z).

    3.5.2. Limites de exposio da ACGIH (American Conferenceof Governmental Industrial Hygienists)

    A ACGIH estabelece limites de exposio para vibraes transmitidas ao sistemamo-brao (Quadro 3.5.2.1). No entanto, ressalva o facto de esses limites noserem por si s suficientes para evitar doenas relacionadas com as vibraes,devido sobretudo susceptibilidade de cada um e falta de dados que conduzam auma associao dose-resposta mais credvel. Refere tambm que a medio dasvibraes deve ser realizada com base nos procedimentos e instrumentaoespecificados pela norma ISSO 5349:2001. Tambm referido que a avaliao das

    vibraes deve ser feita em cada eixo (x, y e z) e a comparao com os limites daACGIH deve ser feita tendo por base a acelerao ponderada em frequncia, eficaz,correspondente ao eixo dominante.

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    Durao total da exposio diria (a) Valores(b) da componente de aceleraodominante (c), ponderada em frequncia,r.m.s., que no devem ser excedidos -aeq (m/s 2)

    4h t < 8h 42h t < 4h 61h t < 2h 8

    Menos de 1 hora 12(a) Corresponde ao tempo total de contacto das mos com o objecto vibratrio, por dia.

    (b) - Visam limitar a progresso da doena alm do estgio 1 da classificao de Estocolmo, ou seja,em relao aos sintomas vasculares perifricos. Quer-se evitar a ocorrncia de ataques ocasionaisque poderiam afectar a ponta de um ou mais dedos. Em relao aos sintomas neurosensoriais deseja-se evitar a ocorrncia de sintomas de dormncia intermitente, com ou sem formigueiro das mos(c) - Geralmente a vibrao em um dos eixos dominante em relao aos demais; se os valores deacelerao em um ou mais eixos ultrapassarem os valores da exposio diria total, o limite estarexcedido.

    Quadro 3.5.2.1 Recomendaes dos limites de exposio s vibraes do sistema mo-braosegundo ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists)Limites de exposio

    segundo a ACGIH (2007).

    3.6. Equipamento e tcnicas de medio

    A avaliao da exposio dos trabalhadores s vibraes diferente conforme setrate da transmisso via mo brao ou atravs do corpo humano. No primeirocaso a avaliao realizada de acordo com os captulos 4 e 5 da norma ISO 5349-1:2001. O mtodo de medio est indicado nos captulos 4, 5 e 6 da norma ISO5349-2:2002. No segundo caso, ou seja, quando as vibraes so transmitidas aocorpo humano, a avaliao do nvel de exposio realizada de acordo com oscaptulos 4, 5, 6 e 7 da norma ISO 2631-1:1997. O mtodo de medio estindicado na norma ISO 2631-5:2004.

    O processo de medio das vibraes transmitidas ao sistema mo-brao, segundoGaspareto et al. (2004), depende de factores associados ao operador, dasincertezas da cadeia de medio e da repetitividade desse processo. De entre essesfactores trs parmetros possuem particular influncia: a fora empregue naconduo da operao, a fora de preenso e o mtodo de montagem doacelermetro. Pitts (2004) aponta que as incertezas associadas medio davibrao humana no dizem respeito apenas ao desempenho da instrumentao demedio, mas tambm ao processo de medio, e com uma influncia

    provavelmente maior. Destaca a importncia do sistema de montagem utilizado, asua rigidez e a altura do ponto de montagem do transdutor acima da superfcie

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    vibrante. Segundo a ISO 5349: 2001, as incertezas relativas instrumentao, calibrao, s interferncias elctricas, s montagens e massas dos acelermetrosso, usualmente, pequenas quando comparadas s incertezas associadas localizao dos pontos de medio e variabilidade das operaes [52].

    Para medir as vibraes transmitidas ao trabalhador, utiliza-se um instrumentodenominado vibrmetro, que composto basicamente pelos seguintes elementos:transdutor, amplificador, filtros e sistemas de ponderao de frequncias e umindicador de sinal.

    O elemento transdutor mais utilizado o acelermetro piezoelctrico que convertea acelerao de entrada, correspondente vibrao num sinal de sada elctrica.

    Por sua vez, o amplificador recebe o sinal procedente do acelermetro e converte-opara um posterior tratamento.

    O vibrmetro incorpora, de acordo com determinadas normas, um sistema de filtrosque permite a ponderao em diferentes bandas de frequncia.

    As medies das vibraes sob a forma de aceleraes ponderadas foramrealizadas com recurso a um analisador e registador SVAN 948. O SVAN 948 umequipamento digital do tipo 1, com quatro canais independentes para medio eanlise simultnea de vibraes (de acordo com ISO 8041 e ISO 10816).

    Figura 3.6.1 Analisador e registador utilizado - SVAN 948.

    No mbito do questionrio referido no ponto 2, pretendeu-se obter ascaractersticas tcnicas dos equipamentos utilizados (martelos de puno), onmero de trabalhadores expostos, o tipo de superfcie trabalhada e osequipamentos de proteco individual (EPI) utilizados.

    Posteriormente, agruparam-se os dados tcnicos de cada um dos martelosutilizados (Quadro 2.2.2). Esta informao permitiu agilizar todo o trabalho decampo, na medida em que foi possvel, antecipadamente, configurar os aparelhosde medio. Este facto particularmente relevante para a medio dos nveis

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    vibracionais, uma vez que necessrio definir os eixos de entrada das vibraes nosistema mo-brao (Figura 3.6.2) e a localizao dos acelermetros nosequipamentos (Figura 3.6.5) [37].

    Figura 3.6.2 Sistema de coordenadas para a mo eixos de medio.Os movimentos da mo nas diversas direces do sistema de coordenadas soassim referenciados: a x (mo) , acelerao da mo na direco x e, da mesma forma,para as direces y e z.

    A vibrao dever ser medida, simultaneamente, nas trs direces. Contudo,medies realizadas, sequencialmente, ao longo de cada eixo sero aceitveis,desde que as condies de operao sejam similares para as trs medies. Deigual modo, se devem efectuar vrias medies ao longo do tempo.

    A metodologia utilizada para caracterizao das vibraes transmitidas ao sistemamo-brao apresenta-se, de uma forma esquemtica, na Figura 3.6.3.

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    Figura 3.6.3 Metodologia para caracterizao das vibraes transmitidas ao sistema mo-brao.

    Figura 3.6.4 Fixao dos acelermetros montagem rgida 2 (esq.), e adaptador de mo (dir.).

    2 A norma ISO 5349-2:2002, refere que, sempre que possvel, se deve optar pelamontagem rgida [37].

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    Figura 3.6.5 Localizao dos acelermetros nos equipamentos.

    Durante o contacto com as empresas e no perodo das avaliaes os trabalhadoresforam esclarecidos sobre os objectivos do trabalho, os procedimentos e cuidadosnecessrios, providenciando-se esclarecimento de eventuais dvidas. Para aobteno de dados representativos da exposio os operadores em questo foramorientados sobre a necessidade de execuo das operaes dentro dascaractersticas e posturas habituais, de acordo com a rotina normal de trabalho.

    Para a realizao das medies considerou-se apenas um trabalhador por cadaequipamento medido. Alguns autores sugerem que se o propsito da medio for aavaliao da exposio relativa a uma tarefa especfica, as medies devemconsiderar pelo menos trs trabalhadores e os resultados apresentados devem sercompostos pela mdia aritmtica das medies e respectivos desvios padro [52].

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    4. R esultados e Sua Discusso Neste ponto apresenta-se um resumo dos principais resultados relativos avaliaodos nveis vibracionais. Os quadros seguintes apresentam um resumo dos valoresencontrados para cada equipamento e os grficos das figuras apresentam osvalores de acelerao RMS (root-mean-square : valor eficaz) e de Pico ( peak ) demodo a facilitar a comparao entre os equipamentos. O tempo mximo deexposio at ser atingido o valor de aco ou o valor limite, respectivamente EAV tte ELVtt, foram calculados com recurso aos valores estabelecidos no Decreto-Lei n.

    46/2006 de 24 de Fevereiro.As medies dos nveis vibracionais foram realizadas nos dois apoios doequipamento (martelos de. puno com apoios assimtricos) [13].

    < 8 Kg X (m/s 2) Y (m/s 2) Z (m/s 2) Marca Modelo Substrato Apoio rms pico rms pico rms pico

    a hv(m/s 2)

    EAVtt(h)

    ELVtt(h)

    c/gatilho 7,47 56,64 14,60 91,66 9,10 78,98 18,75 0,14 0,57DeWalt D25830K beto

    auxiliar 6,90 52,18 13,46 84,58 8,27 71,80 17,24 0,17 0,67c/gatilho 7,12 68,19 11,88 52,59 6,01 37,67 15,01 0,21 0,88

    Hilti TE76 beto e alvenaria auxiliar 6,63 63,26 11,18 49,76 5,61 35,29 14,16 0,25 1,00c/gatilho 3,13 13,34 6,63 23,31 5,24 19,03 9,01 0,62 2,46

    ELU -- betoauxiliar -- -- -- -- -- -- -- -- --

    Quadro 4.1 - Valores obtidos para os martelos analisados com menos de 8Kg.

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    DeWALT D25830K - beto e alvenaria - A

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    ELU - beto - B

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    X Y Z

    m / s 2

    RMS Pico

    HILTI TE76 - beto e alvenaria - C

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    Figura 4.1 Medies efectuadas em martelos de puno elctricos (peso

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    substratos menos resistentes (tijolo) implica maior acelerao total. A observaodo modo de operao dos equipamentos nos diferentes substratos sugere umapossvel explicao para este facto. A fraca resistncia oferecida pelo substratoresulta numa maior vibrao do equipamento, mas esta acaba por ser absorvidapelo brao do operador enquanto este direcciona o equipamento e executa osmovimentos necessrios para a realizao da tarefa. No caso do martelo HILTITE76, a absoro feita pelo IER (sistema de reduo da energia do impacto),incorporado no prprio equipamento.Valores elevados de acelerao total conduzem a reduzidos tempos de exposioantes de o valor de aco ou o valor limite serem atingidos. Neste caso concreto, epara as tarefas estudadas, encontram-se valores que vo desde 34 a 62 minutos deexposio antes de ser atingido o valor limite de exposio diria a vibraesmecnicas imposto pelo Decreto-Lei n. 46/2006 [13]. Tendo em considerao queum dia normal de trabalho possui 8 horas, o risco associado a estes postos detrabalho torna-se bastante evidente. Como se ir verificar mais adiante, os valoresde EAVtt e ELVtt encontrados neste estudo so quase sempre inferiores a 1 hora,sendo que, para a maioria dos equipamentos, os valores limite so atingidos ao fimde apenas 30 minutos de exposio.Na Figura 4.2 apresentam-se os grficos relativos a um conjunto de martelos depuno elctricos com peso superior a 8 Kg. Estes equipamentos so geralmenteutilizados para trabalhos de demolio mais pesados em que o substrato o betopr-esforado. A tarefa mais frequentemente observada relacionava-se com aexposio da armadura das estruturas em beto pr-esforado. Esta tarefa aparecepontualmente no plano de trabalhos da obra para corrigir algumas incorreces doprojecto inicial ou implementar algumas modificaes sugeridas a posteriori .Estes equipamentos registam, frequentemente, valores de acelerao total muitoelevados (18 e 19m/s 2), durante a realizao de tarefas de exposio de

    armaduras, resultando em ELV tt de apenas 33 minutos. Os valores de pico podemoscilar entre 37 m/s 2 que j um valor elevado e 99 m/s 2.Os equipamentos WACKER EHB10 e HITACHI H62SD2 possuem mecanismosintrnsecos de reduo das vibraes. Mais concretamente, o WACKER possui AVC(controlo activo da vibrao) e o HITACHI pegas anti-vibrao, o que leva apresumir que se estes mecanismos no existissem os valores de acelerao totalseriam, eventualmente, ainda mais elevados.

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    > 8 Kg X (m/s 2) Y (m/s 2) Z (m/s 2) Marca Modelo Substrato Apoio rms pico rms pico rms pico

    a hv(m/s 2)

    EAVtt (h)

    ELVtt(h)

    c/gatilho 9,35 99,12 5,77 69,93 15,63 75,46 19,10 0,14 0,55Hitachi H65SD2 beto

    auxiliar 8,71 92,42 5,35 64,48 14,27 70,15 17,55 0,16 0,65c/gatilho 6,65 46,54 11,04 63,23 9,96 37,90 16,29 0,19 0,75

    Hitachi H60MB betoauxiliar 6,31 44,09 10,38 59,49 9,20 34,84 15,24 0,22 0,86

    c/gatilho 9,05 62,43 13,24 48,88 10,09 42,00 18,95 0,14 0,56Wacker EB10 beto

    auxiliar 8,17 56,29 12,36 45,71 9,33 38,73 17,51 0,16 0,65Quadro 4.2 - Valores obtidos para os martelos analisados com mais de 8Kg e inferiores a 10 Kg.

    HITACHI H65SD2 - beto - A

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    WACKER EHB10 - beto - B

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    X Y Z

    m / s 2

    RMS Pico

    HITACHI H60MB - beto - C

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    Figura 4.2 Medies efectuadas em martelos de puno elctricos (peso > 8Kg) a operar na

    demolio de uma estrutura em beto (A, B e C).

    O Quadro 4.3 e a Figura 4.4 apresentam um estudo comparativo da varincia devalores que podem ser encontrados para o mesmo equipamento (marca e modeloiguais, estado de conservao semelhante). Constatou-se a existncia do martelode puno elctrico DeWalt D25900K, com um mecanismo de reduo de vibraodenominado AVC (controlo activo da vibrao), em diferentes empresas quecolaboraram neste estudo. Os dois primeiros conjuntos de valores dizem respeito a

    trabalhos de abertura de rotas em lajes de beto, enquanto que o terceiro dizrespeito a trabalhos de exposio de armadura numa parede de beto. J o quarto

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    conjunto de valores resulta da avaliao dos nveis vibracionais durante trabalhosde demolio de um macio de granito amarelo. Estes diferentes trabalhospermitiram concluir que grande parte da variao dos nveis vibracionais estrelacionada com a natureza da tarefa realizada.Nos dois primeiros conjuntos de valores pode-se observar uma curiosaconcordncia de valores da acelerao total (14,61 m/s 2 e 14,93 m/s 2), devida,muito provavelmente, semelhana da tarefa realizada, quer em termos desubstrato, quer do modo de operao do equipamento (equipamento na vertical,controlado com as duas mos e com auxlio do peso do corpo do operador).

    10 Kg X (m/s 2) Y (m/s 2) Z (m/s 2) Marca Modelo Substrato Apoio rms pico rms pico rms pico

    a hv(m/s 2)

    EAVtt(h)

    ELVtt(h)

    c/gatilho 7,72 80,17 5,86 68,00 11,36 79,55 14,93 0,22 0,90DeWalt D25900K beto

    auxiliar 7,02 73,23 5,36 62,49 10,73 74,83 13,90 0,26 1,04c/gatilho 5,28 74,63 7,32 108,19 11,49 73,67 14,61 0,23 0,94

    DeWalt D25900K betoauxiliar 4,75 67,16 6,68 98,44 10,61 68,44 13,41 0,28 1,11

    c/gatilho 9,49 109,49 7,83 71,44 13,13 68,86 18,00 0,15 0,62DeWalt D25900K beto

    auxiliar 8,67 99,77 7,32 66,54 12,22 63,82 16,68 0,18 0,72c/gatilho 9,10 77,34 7,16 56,02 13,76 66,94 17,99 0,15 0,62

    DeWalt D25900K rochaauxiliar 8,48 70,98 6,62 51,17 12,82 62,44 16,74 0,18 0,71

    Quadro 4.3 - Valores obtidos para os martelos analisados com cerca de 10Kg.

    DeWALT D25900K - beto - A

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    DeWALT D25900K - beto - B

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    X Y Z

    m / s 2

    RMS Pico

    Figura 4.3 Medies efectuadas em martelos de puno elctricos (mesmo modelo) operar na

    demolio de uma estrutura em beto (A, B e C) e na demolio de uma rocha de granito amarelo (D).

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    DeWALT D25900K - beto - C

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    DeWALT D25900K - rocha - D

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    Figura 4.4 Medies efectuadas em martelos de puno elctricos (mesmo modelo) operar na

    demolio de uma estrutura em beto (A, B e C) e na demolio de uma rocha de granito amarelo (D).

    Na segunda situao, correspondente ao terceiro conjunto de valores, o operadorprocedia exposio da armadura de ferro numa parede de beto armado. Porisso, o equipamento, ainda que manipulado pelas duas mos, era mantidohorizontalmente e o operador no podia utilizar convenientemente o peso do corpopara garantir o controlo do mesmo. A acelerao total de 17,99 m/s 2 pode resultarem parte dessa diferena no modo de operao do equipamento.O quarto conjunto de valores diz respeito a uma situao em que o operador

    realizava trabalhos de demolio de um macio de granito amarelo quecomprometia o aumento da profundidade de um poo. Neste caso, o operadorsegurava o equipamento com as duas mos e beneficiava do peso do corpo paragarantir o seu controlo. Curiosamente, os valores de acelerao total para estasituao, so iguais aos encontrados para a situao anterior (17,99 m/s 2). Osvalores de acelerao eficaz (RMS) e os picos registados para cada eixo so,contudo, significativamente diferentes.

    > 20 Kg X (m/s 2) Y (m/s 2) Z (m/s 2) Marca Modelo Substrato Apoio rms pico rms pico rms pico

    a hv(m/s 2)

    EAVtt (h)

    ELVtt(h)

    c/gatilho 11,70 72,23 13,42 81,31 20,04 81,22 26,81 0,07 0,28Ingersoll IR93LA1 beto

    auxiliar -- -- -- -- -- -- -- -- --c/gatilho 5,99 74,17 5,97 78,20 13,76 127,08 16,15 0,19 0,78

    Chicago CP12 10S betoauxiliar -- -- -- -- -- -- -- -- --

    c/gatilho 16,24 65,30 6,16 37,96 12,85 63,45 21,60 0,11 0,43Atlascopco Tex22 beto

    auxiliar -- -- -- -- -- -- -- -- --Quadro 4.4 - Valores obtidos para os martelos analisados com mais de 20Kg.

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    INGERSOLL IR93LA1 - beto - A

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    Chicago CP12 10S - beto - B

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    ATLAS copco TEX22 - beto - C

    0,0

    20,0

    40,0

    60,0

    80,0

    100,0

    120,0

    X Y Z

    m / s

    2

    RMS Pico

    Figura 4.5 Medies efectuadas em martelos de puno pneumticos a operar na demolio de uma

    estrutura em beto (A, B e C).

    O ltimo conjunto de valores e grficos, apresentados no Quadro 4.4 e na Figura4.5, dizem respeito s avaliaes efectuadas em martelos de puno pneumticos.Este tipo de martelos de puno apresenta pesos bastante elevados (>20 Kg) epossui elevadas energias de impacto. So geralmente utilizados em obras ao arlivre, de grande envergadura, e operados por equipas de dois trabalhadores. Umdestes manobra o martelo de puno e o outro verifica a potncia de dbito docompressor auxiliando na remoo dos escombros produzidos pela demolio.Observaram-se apenas trabalhos de exposio de armadura em grandes estruturasde beto.A anlise dos grficos da Figura 4.5 revela que este tipo de martelos produzelevados nveis vibracionais, com picos que podem atingir 127 m/s 2. De um modogeral, a acelerao total registada superior a 20 m/s 2, sendo por issoequipamentos bastante desconfortveis e perigosos do ponto de vista dos nveisvibracionais. No equipamento denominado Chicago pneumatic foi registado umvalor menor de acelerao total (16,15 m/s 2), mas esse facto ter ficado a dever-se

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    forma peculiar como o martelo estava a ser operado. A exposio da armadura deestacas estava a ser realizada com o martelo na horizontal, apoiado contra a coxado operador. Deste modo, no era apenas o sistema mo-brao o responsvel pelaabsoro das vibraes, mas tambm o prprio corpo, atravs da coxa dooperador.De um modo geral, os martelos de puno utilizados na construo civil podemdividir-se em trs categorias:

    - Martelos leves com alimentao elctrica (menos potentes);- Martelos pesados com alimentao elctrica (mais potentes);- Martelos muito pesados e de alimentao pneumtica (muito potentes).

    Aps consulta s bases de dados dos fabricantes dos diferentes equipamentos [10],[29], [32, [28, [57], [3] ou bases de dados de organismos internacionais [56],encontraram-se alguns valores relativos a avaliaes dos nveis vibracionais deequipamentos idnticos (ou modelos semelhantes), de acordo com a norma ISO5349:2001, passveis de comparao com os valores obtidos neste trabalho.Contudo, com a excepo do modelo Hitachi H65SD, todos os fabricantes anunciamvalores de a hv inferiores ao efectivamente medidos em situaes reais de trabalho.Para este modelo, o fabricante indica um valor de a hv de 19,00 m/s 2, muito prximodos 19,10 m/s 2 obtidos neste estudo, quando este equipamento procedia exposio de armadura numa laje de beto. Relativamente aos outros modelos, osvalores de acelerao referidos pelo fabricante foram os constantes do Quadro 4.5.

    Marca Modelo a hv (m/s 2) DeWalt D25830K 7,90DeWalt D25900K 12,10

    Elu BH35 11,00Hilti TE76 8,00

    Hitachi H60MB 12,00Wacker EHB10 7,70

    Atlas Copco H22 14,00Quadro 4.5 - Valores de acelerao referidos pelos fabricantes.

    Esta constatao no implica necessariamente uma deflao dos valores reais, umavez que, como referido anteriormente, para o mesmo equipamento (DeWaltD25900K) se podem encontrar valores de a hv, com diferenas de quase 3,00 m/s 2,dependendo do substrato ou do tipo de tarefa que est a ser realizada.As referncias a valores mdios para este tipo de equipamentos aparecem divididasem trs categorias [10], [24],[44]: martelos de puno com perfurao(elctricos); martelos de puno sem perfurao (elctricos); e martelos

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    pneumticos. Os valores mdios de a hv para os citados martelos de puno comperfurao, so de 12,00 m/s 2, para os martelos de puno sem perfurao, de15,50 m/s 2, e para martelos pneumticos, de 17,00 m/s 2. No entanto, estes so osvalores mdios de uma amostra que apresentava, para cada um dos equipamentos,valores de a hv entre 3,00 e 27,00 m/s 2, para o primeiro tipo de equipamentos, 7,50e 24,50 m/s 2 para o segundo tipo, e 10,00 e 27,00 m/s 2 para os martelospneumticos. Valores bastante superiores a estes aparecem referidos porFUTATSUKA, M. et al. (2005) [24], relativamente a um tipo particular de martelospneumticos com perfurao utilizados para realizar longos furos em macios derocha. Mais concretamente, estes autores referem valores entre 45,00 e 55,00 m/s 2 para equipamentos de origem chinesa ou russa.Ensaios laboratoriais, segundo a ISO 8662 parte 2, realizados com dois martelospneumticos (modelos no especificados), revelaram que a potncia fornecida pelocompressor ao equipamento influenciava directamente os nveis vibracionaisregistados no punho do martelo. Contudo, esse efeito varia consoante asfrequncias das vibraes [18].Deve ter-se em considerao que no Decreto-Lei 46/2006 [13] os valores de acoe limite dizem respeito a valores de A(8), acelerao equivalente a um dia detrabalho com oito horas, e no a a hv, sendo, por isso, necessrio ter em conta otempo de exposio diria dos trabalhadores s vibraes. Encontraram-se registosde exposio a vibraes mecnicas de trabalhadores da construo civil comvariaes entre 0,5 a 2 horas por dia de trabalho [46]. Tal como referidoanteriormente, constatou-se a existncia de dois tipos de trabalhadores: os queestavam presentes em vrias frentes de trabalho, utilizando assim, continuamente,martelos de puno (pedreiros/marteleiros), e os que, pontualmente, trabalhavamcom este tipo de equipamento. Enquanto os pertencentes ao primeiro tipo chegama totalizar 8 horas de trabalho dirio com martelos de puno, os pertencentes ao

    segundo tipo acumulam, em mdia, um total de 10 horas por semana. Tendo istoem considerao, o clculo do valor de A(8) deve ser realizado segundo duasfrmulas distintas [13].

    0

    )8(T T

    a A hv = ou =

    =

    7

    1

    2)8(51

    )8( j

    j semanal A A

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    Recorrendo a estas expresses matemticas apresentam-se os valores mnimos emximos de A(8) e A(8) semanal para os diferentes tipos de martelos analisados. Osresultados, apresentados no Quadro 4.6, evidenciam um risco significativo deleses de natureza vascular.

    Martelos Pneumticos Martelos ElctricosMnimo Mximo Mnimo Mximo

    A(8) 16,15 26,81 13,92 19,10A(8)semanal 8,08 13,41 6,96 9,55

    Quadro 4.6 - Mnimos e mximos em m/s 2 obtidos para os dois principais tipos de martelos analisados.

    Pode ainda verificar-se, no Quadro 4.6, que os valores A(8) semanal so cerca demetade dos valores de A(8). Contudo, no so suficientemente baixos para permitirafirmar que estes trabalhadores no correm riscos.

    Durante a execuo das medies das vibraes nos operadores de martelospneumticos verificou-se que muitos destes trabalhadores tambm operavam outrotipo de mquinas/ferramentas, agravando, deste modo, a sua exposio svibraes transmitidas pelos equipamentos. No quadro seguinte, apresenta-se umresumo de alguns valores obtidos para algumas dessas ferramentas.

    Outras mquinas tipo rmsDesignao Marca Modelo Apoio X (m/s 2) Y (m/s 2) Z (m/s 2)

    a hv(m/s 2)

    EAVtt(h)

    ELVtt(h)

    c/gatilho 5,06 6,60 10,77Demolidora Bosch 11305 auxiliar 3,65 3,57 8,21

    13,60 0,27 1,08

    c/gatilho 2,61 5,06 5,33Rebarbadora Bosch -- auxiliar 1,80 2,02 2,02

    7,80 0,82 3,29

    c/gatilho 3,50 11,34 7,28Rebarbadora Atlas Copco(AEG) -- auxiliar 5,82 10,59 9,93

    15,64 0,20 0,82

    c/gatilho 3,09 2,82 3,07Rebarbadora DeWalt D28422 auxiliar 2,68 4,09 4,87

    6,90 1,05 4,20

    c/gatilho 2,68 1,99 0,93Tico-tico Atlas Copco(AEG) STEP 100XFIXTEC auxiliar -- -- --3,47 4,15 16,61

    c/gatilho 1,43 1,44 0,89Serra circular Atlas Copco(AEG) K55 auxiliar -- - -

    2,21 10,24 40,95

    c/gatilho 2,50 5,04 1,69Plaina DeWalt DW678K auxiliar -- -- --

    5,88 1,45 5,78

    c/gatilho 6,19 3,87 4,55Furadora Atlas Copco(AEG)

    2000Electronic auxiliar - - -

    8,60 0,68 2,70

    c/gatilho 4,77 5,41 1,56Cilindro Aman AR65 auxiliar -- -- --

    7,38 0,92 3,67

    c/gatilho 0,23 0,48 0,19Mangueira

    vibratriaHF 50mm

    auxiliar 0,24 0,61 0,060,66 >24 >24

    Quadro 4.7 - Valores obtidos para outras mquinas utilizadas na indstria da construo civil.

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    Como se pode verificar, os valores obtidos para as vrias mquinas so, na suagrande maioria, elevados.O facto de a grande maioria destas mquinas serem muito pequenas, e o operadorestar mais prximo da fonte de vibrao, poderia explicar, de um certo modo, estesvalores. Mas, conforme referido anteriormente, existem outros factores quepodero, eventualmente, explicar algumas oscilaes entre os valores obtidos. Porexemplo, as rebarbadoras DeWalt D28422 e Atlas Copco, com caractersticas muitosemelhantes, mas operadas por trabalhadores diferentes e executando tarefasdiferentes, registam valores muito desfasados. O operador da Dewalt estava arebarbar ferro com um disco abrasivo de cerca de 180 mm de dimetro, enquantoque o operador da Atlas Copco, embora estivesse tambm a rebarbar ferro,trabalhava uma chapa ligeiramente superior e o disco, sendo igualmente abrasivo,possua maiores dimenses.Estes sero alguns dos factores que podero eventualmente explicar esta grandediferena nos valores obtidos. Embora frequentemente ignorados, devero sersempre tidos em conta quando da escolha da mquina/ferramenta mais adequadaao tipo de tarefa a desempenhar.

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    5. Concluses e Consideraes Finais O tipo de alimentao (elctrica ou pneumtica), o ano de construo, o peso, aenergia de impacto, a presso de operao (martelos pneumticos), o nmero deimpactos por minuto, a potncia e a superfcie de trabalho constituem factoresdeterminantes para os nveis de vibrao transmitidos pelos martelos de puno aosistema mo-brao [54].

    As solues tcnicas para a reduo dos nveis vibracionais destes martelos podem

    passar por modificaes no prprio equipamento. Estas modificaes podem serrealizadas ao nvel do isolamento do equipamento ou do amortecimento activo dasvibraes na pega do equipamento. A primeira soluo apresenta resultadossatisfatrios e implica a utilizao de material isolante colocado entre as partesvibrantes e o corpo da mquina. A segunda implica a montagem de umamortecedor dinmico ao nvel da pega do equipamento e a sua implementao mais dispendiosa. Apresenta, no entanto, bastante melhores resultados [26].

    As luvas anti-vibrao podem ser uma alternativa para a diminuio dos nveis

    vibracionais ao nvel da mo do operador dos equipamentos. Contudo, as reduesverificadas so relativamente reduzidas, com valores entre 1 e 20% de reduo daacelerao total RMS [27]. Apesar disso, a proteco contra o frio que uma luvaproporciona j constitui, por si s, uma proteco contra a reduo da circulaosangunea [2], [4], [6], [24], [46], [55].

    As luvas anti-vibrao so um equipamento de proteco individual (EPI)importante para salvaguardar os operadores de martelos de puno. Contudo,quando da compra deste tipo de EPI, deve verificar-se se satisfaz os requisitos da

    norma ISO 10819:1996 [38], e em caso afirmativo, optar-se pelo modelo queapresente maior percentagem de reduo.

    A verificao peridica do estado de manuteno dos martelos de puno evita queos trabalhadores operem com martelos cujo rendimento de trabalho esteja, dealguma forma, comprometido e, consequentemente, aumente o tempo deexposio do operador s vibraes.

    Se existir necessidade de aquisio de novos equipamentos, deve ser prestadaespecial ateno aos nveis vibracionais declarados pelo fabricante (medies

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    segunda a EN 28662:1994, [19]), recaindo a opo de compra no equipamento quepossua menor nvel.

    Existem hoje no mercado modelos de martelos de puno que apresentamdispositivos activos e passivos de reduo das vibraes transmitidas ao operador.Alguns destes dispositivos de reduo podem ser adquiridos separadamente eadaptados a modelos antigos do mesmo fabricante sendo, por isso, uma opo aconsiderar no momento da aquisio.

    Por ltimo, deve referir-se que o trabalho com martelos de puno no implicaexclusivamente riscos de exposio a vibraes. A operao destes equipamentosreveste-se de algum risco, nomeadamente de leses msculo-esquelticas, devido

    quer natureza do trabalho realizado, quer s prprias condies de trabalho.

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    6. Bibliografia[1] ALDIEN, Y., MARCOTTE, P., RAKHEJA, S., & BOILEAU, P.-E., 2006, Influence of

    hand-arm posture on biodynamic response of the human hand-arm exposed to Z h-axis vibration, International Journal of Industrial Ergonomics, 36:46-59.

    [2] ASTRM, C., REHN, B., LUNDSTRM, R., NILSSON, T., BURSTRM, &SUNDELIN, G., article in press , Hand-arm vibration syndrome (HAVS) andmusculoskeletal symptoms in the neck and upper limbs in professional drivers ofterrain vehicles A cross sectional study, Applied Ergonomics.

    [3] ATLAS COPCO, pgina oficial com dados tcnicos sobre os diferentes modelosdisponibilizados pela marca (http://www.atlascopco.com).

    [4] BARREGARD, L., EHRENSTRM, L., & MARCUS, K., 2005, Hand-arm vibrationsyndrome in Swedish car mechanics, Occupation Environmental Medicine, 60:287-294.

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    [6] BOVENZI, M., WELSH, A. J. L., & GRIFFIN, M., 2004, Acute effects ofcontinuous and intermittent vibration on finger circulation, International Archives ofOccupation Environmental Health, 77:255-263.

    [7] BS EN 28662-1:1993 (Hand-held portable power tools Measurement ofvibrations at the handle Part 1: General).[8] BS EN 28662-5:1995 (Hand-held portable power tools Measurement ofvibrations at the handle Part 5: Pavement breakers and pick hammers).[9] CHICAGO PNEUMATIC, pgina oficial com dados tcnicos sobre os diferentesmodelos disponibilizados pela marca (http://www.chicagopneumatic.com).

    [10] CHRIST, E., BRUSL, H., DONATI, P., GRIFFIN, M., HOHMANN, B.,LUNDSTRM, R., MEYER, J. & STRAATSHA, H., 1994, Vibraciones en el Lugar deTrabajo, Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo, Madrid.

    [11] Decreto-Lei n. 341/93, de 30 de Setembro (Aprova a Tabela Nacional deIncapacidades por Acidentes de Trabalho e Doenas Profissionais).

    [12] Decreto-Lei n. 248/99, de 2 de Junho (Procede reformulao eaperfeioamento global da regulamentao das doenas profissionais emconformidade com o novo regime jurdico aprovado pela Lei n. 100/97, de 13 de

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    Setembro, e no desenvolvimento do regime previsto na Lei n. 28/84, de 14 deAgosto).

    [13] Decreto-Lei n. 46/2006, de 24 de Fevereiro (Prescries mnimas deproteco da sade e segurana dos trabalhadores em caso de exposio aos riscosdevidos a agentes fsicos (vibraes)).

    [14] Decreto Regulamentar n. 6/2001, de 05 de Maio (Aprova a lista das doenasprofissionais e o respectivo ndice codificado. Alterado nos captulos 3. e 4. dalista das doenas profissionais pelo Decreto Regulamentar n. 76/2007, de 15 deJulho).

    [15] DEWALT, pgina oficial com dados tcnicos sobre os diferentes modelosdisponibilizados pela marca (http://www.dewalt.com).

    [16] Directiva n. 89/391/CEE, de 12 de Junho (relativa aplicao de medidasdestinadas a promover a melhoria da segurana e da sade dos trabalhadores notrabalho).

    [17] Directiva n. 2002/44/CE, de 25 de Junho (riscos devidos aos agentes fsicos(vibraes) (dcima sexta directiva especial na acepo do n. 1 do artigo 16. daDirectiva 89/391/CEE)).

    [18] DONG, R. G., MCDOWELL, T. W., WELCOME, D. E., WARREN, C., &SCHOPPER, A. W., An evaluation of the standardized chipping hammer testspecified in ISO 8662-2, Annual Occupation Hygiene, 48(1):39-49.[19] EN 28662:1994, Ferramentas motorizadas manuais e portteis. Medio dasvibraes ao nvel do punho.

    [20] EUROSTAT, 2003, Work and Health in the EU A statistical Portrait, EuropeanCommission, Luxemburgo.

    [21] EUROSTAT, 2004, Occupational Diseases in Europe in 2001, EuropeanCommission, Luxemburgo.

    [22] FERNANDES, M., & MORATA, T. C., 2002, Estudo dos efeitos auditivos eextra-auditivos da exposio a rudo e vibrao, Revista Brasileira deOtorrinolaringologia, Vol.68, 5:705-713.

    [23] FEUTRY, D.; LEMERLE, P. ; CLAUDON, L. Design of a New Instrumented Glovefor the Measurement of the Contact Pressure Distribution at the Hand/HandleInterface. In: 127 International Conference on Hand-Arm Vibration, 10., Las Vegas,June, 2004, Conference Program. Nevada, 2004, p.85-88.

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    [24] FUTATSUKA, M., SHONO, M., SAKAKIBARA, H., & QUOC QUAN, P., 2005,Hand Arm Vibration Syndrome among Quarry Workers in Vietnam, Journal ofOccupational Health, 47:165-170.[25] GILLMEISTER, F.; SCHENK, Th. Arbeitswissenschaftliche Erkenntnisse,Forschungsergebnisse fr die Praxis, Nr. 130 Schwingungsmessung Personengebundene Messung am Arbeitsplatz Herausgeber: Bundesanstalt frArbeitzschutz und Arbeitsmedizin, Dortmund, 2002, 16p.

    [26] GOLYSHEVA, E. V., BABITSKY, V. I., & VEPRIK, A. M., Vibration protection foran operator of a hand-held percussion machine, Journal of Sound and Vibration,Vol.274: 351-367.

    [27] HEWITT, S., 1998, Assessing the Performance of Anti-vibration Gloves APossible Alternative to ISO 10819, 1996, The Annals of Occupation Hygiene, Vol.42(4): 245-252.

    [28] HILTI, pgina oficial com dados tcnicos sobre os diferentes modelosdisponibilizados pela marca (http://www.us.hilti.com).

    [29] HITACHI, pgina oficial com dados tcnicos sobre os diferentes modelosdisponibilizados pela marca (http://www.hi