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M _ KB1 â IMaUMIl» N. 5. 15 DE JANEIRO DE 18 __ VOL. III. _»/ SCIENCIAS POLÍTICAS e itlOlt u:s. BANQUETES DE àTHENAS. ....lilm „i., .Io ii. 3. (Ao podemos eslraoliar que liinna profissão tâo importante como a do padeiro albe- nieiise, mereome bonras o elogios .li-» ii > concidadãos. '1'liiiinoii, o mais famoso padeiro de llbenai nei tempos de Ptaton, foi immortaltsi- .Io pelo divino philosopho (7.. ) , e Aulhipluints refere quo a loja do artista padeira que baria in- irodii/.ido eer tm aperfeiçoa mentoi nu arte de pa- uificaçlO, senio ile irmlc:-vtms aos mais distinc- los .-id...Lioa. (-/,) Muilo fácil seria dedicar huma digressão assás extensa II pastelerias, corolllrio e complemeii- lo da arte de padeiro; mas as material que te- mos a tratar allluein ao redor de nós de Ial mo- do , que iinicauienle diremos, que os Ulirnicn- ses conheceram perfeitamente o pao-dc-ló, as- sim como as pequenas empadas ou pasteis re- eheiados com doces de Inicias , teecai 011 em calda; e o pai da crilini, Arisioteles, deo-soao Ira- balbo de inlbrmnr a posteridade ( 7a ) do coslu- mu d'Atbenati de offerecerom os pattoleiroí du- rente as reprettntaçOet cômicas ou trágicas, as producçi.es do sua arte, e «pie 0 IUCC6SIO di! numa peça, isto he, o interesse maii ou menoi vivo que excilnvau, achou-se sempre em propor- e.fio inversa com o consumo das pastelarias. Assim durante huma representação enfadonha, tiraram grande exlracçilo laes iguarias, em quanto a re- preientiçDo de buma tragédia de ..scnyloou So- phoclei, fes esquecer os gozos leniiiaes, e o gip nio do confeileiro, nova viclima do pootn tragi- (73)Platão, 110 dialogo Intitulado Gorgiai. (74)Antiphancs in Omplial. npiul. Atlien. J o nu- tor falia dos pães com expressões, .pie fazem lembrar involuntariamente «les bcaux ,veu\ de ma ea.srtle » ile Molière. pS) ArUtot. Etblc, 10. co, vio com profunda magoa desprezados mui melhores pasteliiihos. Com manifesta injustiça privaram os Alli.-- MOMOS o losiulr-iio ou pattehiro, da honra ile preparar certos pratos doces, encarregando deste trabalho li mulheres, sob o pretexto frivoln de. que huma 111.10 mais ligeira do que a masculina, havia necMaariatnenle melbor desempenhar esia larela melindrosa ; como so a experiência 11.10 mostrasse que o genio do homem podia ao mes- 1110 tempo abraçar 0 vasto campo das espero- laçòes metaphyticai, sem deixar de distinguir- •o igualmente na mais limitada —mus lambem hum tanto mais positiva esphera de bum paste- leiro. Precisamos de grande coragem para encetar o Capitulo de molhos e coados , preparações que desde os hellos dias de Alhenas até os nosso* sempre foram considerados como o triumpho dn hábil cosinheiro e os escassos esclarecimento» (pie podemos obter, nós os devemos pedirão. autorei lautas vezes citados ; possa huma fais ca do leu genio conduzir-nos 110 lahyrinlho des- tal investigações. Os molhos destinados para esperlar o sabor dos alimentos, e augmentar a energia das faculdades digestivas, foram prinei palmeiite compostos de mostarda, coininhos, pi- monta, rablo, alhos, cebola, aleaparru, coriaii- ilii., ihoinilo , canella, cravo, &c. , emfim de todos os produclos vegetaes próprios para excitar o appetite. Aristotoles e outros enumeram s5 adubos (7O) —htdttsmtitii —,- Atlienco maior numero , porém apezar dc todos as nossas pes- quinas, muilo diminuta fica alista dos molhos conhecidos aos Athenientei, c muilo atrasados estão a esle respeito os seus autores tratando da arte da cosinha , comparando os com o Cai- sinicr Parsiicn c seus quatrocentos molhos. Ape- nas vinte conheceo a cosinha d'Athenas, o nào sabemos como salvar a sua honra, e defendel-a (76) Ari-tot. Alhéii. II. p. 68. Ethlc. tx. § Anlipti om I. ia

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M _ KB1 â IMaUMIl»N. 5. 15 DE JANEIRO DE 18

__VOL. III. _»/

SCIENCIAS POLÍTICAS e itlOlt u:s.

BANQUETES DE àTHENAS.

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(Ao

podemos eslraoliar que liinna profissãotâo importante como a do padeiro albe-nieiise, mereome bonras o elogios .li-» ii >

concidadãos. '1'liiiinoii, o mais famoso padeiro dellbenai nei tempos de Ptaton, foi immortaltsi-

.Io pelo divino philosopho (7.. ) , e Aulhipluintsrefere quo a loja do artista padeira que baria in-irodii/.ido eer tm aperfeiçoa mentoi nu arte de pa-uificaçlO, senio ile irmlc:-vtms aos mais distinc-los .-id...Lioa. (-/,)

Muilo fácil seria dedicar huma digressão assásextensa II pastelerias, corolllrio e complemeii-lo da arte de padeiro; mas as material que te-mos a tratar allluein ao redor de nós de Ial mo-do , que iinicauienle diremos, que os Ulirnicn-ses conheceram perfeitamente o pao-dc-ló, as-sim como as pequenas empadas ou pasteis re-eheiados com doces de Inicias , teecai 011 emcalda; e o pai da crilini, Arisioteles, deo-soao Ira-balbo de inlbrmnr a posteridade ( 7a ) do coslu-mu d'Atbenati de offerecerom os pattoleiroí du-rente as reprettntaçOet cômicas ou trágicas, asproducçi.es do sua arte, e «pie 0 IUCC6SIO di!numa peça, isto he, o interesse maii ou menoivivo que excilnvau, achou-se sempre em propor-e.fio inversa com o consumo das pastelarias. Assimdurante huma representação enfadonha, tiraramgrande exlracçilo laes iguarias, em quanto a re-

preientiçDo de buma tragédia de ..scnyloou So-

phoclei, fes esquecer os gozos leniiiaes, e o gipnio do confeileiro, nova viclima do pootn tragi-

(73) Platão, 110 dialogo Intitulado Gorgiai.

(74) Antiphancs in Omplial. npiul. Atlien. J o nu-tor falia dos pães com expressões, .pie fazem lembrarinvoluntariamente «les bcaux ,veu\ de ma ea.srtle » ileMolière.

pS) ArUtot. Etblc, 10.

co, vio com profunda magoa desprezados o» muimelhores pasteliiihos.

Com manifesta injustiça privaram os Alli.--MOMOS o losiulr-iio ou pattehiro, da honra ilepreparar certos pratos doces, encarregando destetrabalho li mulheres, sob o pretexto frivoln de.que huma 111.10 mais ligeira do que a masculina,havia necMaariatnenle melbor desempenhar esialarela melindrosa ; como so a experiência 11.10mostrasse que o genio do homem podia ao mes-1110 tempo abraçar 0 vasto campo das espero-laçòes metaphyticai, sem deixar de distinguir-•o igualmente na mais limitada —mus lambemhum tanto mais positiva esphera de bum paste-leiro.

Precisamos de grande coragem para encetaro Capitulo de molhos e coados , preparações quedesde os hellos dias de Alhenas até os nosso*sempre foram considerados como o triumpho dnhábil cosinheiro e os escassos esclarecimento»(pie podemos obter, nós os devemos pedirão.autorei já lautas vezes citados ; possa huma faisca do leu genio conduzir-nos 110 lahyrinlho des-tal investigações. — Os molhos destinados paraesperlar o sabor dos alimentos, e augmentar aenergia das faculdades digestivas, foram prineipalmeiite compostos de mostarda, coininhos, pi-monta, rablo, alhos, cebola, aleaparru, coriaii-ilii., ihoinilo , canella, cravo, &c. , emfim detodos os produclos vegetaes próprios para excitaro appetite. Aristotoles e outros enumeram s5adubos (7O) —htdttsmtitii —,- Atlienco dá maiornumero , porém apezar dc todos as nossas pes-quinas, muilo diminuta fica alista dos molhosconhecidos aos Athenientei, c muilo atrasadosestão a esle respeito os seus autores tratando daarte da cosinha , comparando os com o Cai-sinicr Parsiicn c seus quatrocentos molhos. Ape-nas vinte conheceo a cosinha d'Athenas, o nàosabemos como salvar a sua honra, e defendel-a

(76) Ari-tot.Alhéii. II. p. 68.

Ethlc. tx. § Anlipti om I.

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Page 2: SCIENCIAS POLÍTICAS e itlOlt u:s.memoria.bn.br/pdf/703095/per703095_1845_00005.pdf · 3. (Ao podemos eslraoliar que liinna profissão tâo importante como a do padeiro albe-nieiise,

.;a MINKRYA BRASILIKNSK.

roulra huma pobreza tão escandalosa, »eiião I rabão, tudo i**o liquefaclo por hum caldo de carpela ...,., ...o ..... jii.lificuvel por inuilo» motivo», jue forleinenlo salgado eapimentado e do vinhoque lar» molho» foram antes essência» funda....rn o. >, preparadas cum o» jdubo» iii.-ncion.i-do». > --. o. iu* com its qnaèaaa podiaiti compormolho» etn miuieru iiilinilo. A respeilo dellesmenciona Ari»tophanes (77) corta revolução•BtHMM

doce. misturado com canella, cravo» e SUpliiitm,reduzido pela fervura a terça parle do seu volume,devendo i. I molhoaccuiupanhar Itiiiua lebre assada ? i.i...- gosto podia ter hum poIflM de fruta',doce» preparado com caldo de peixe? K lio.il-

unriiv q»M« *?»»«» lugoa ihi »iiu tmuiw, ^*>»u monte quem pede *em oitrnmooor, Imaginar tipo»»agem confirma a uo»saper»uii»ãudc que pode- sua me/a huma mútora da horrível a»»alélid.imo» absolver us Alhciiicnsc* da vergonhosa im-• .11.. ., de nuo haverem possuído senão ao quu-lidade* desnates, ü molho dcprcililecçAu do povode Minerva, quo pela generalidade de seu uaopodtcomparar so com o molho quo entre uós acompanha a carne cosida, loiof.uuuso /lypotrimmtt, nio-lho cminentcmcnto adstringente, picante, o su-gundonosdi/Ari»lophaues,siugiilarmenleapliro-<li»inro, composição de essências de carne*,sal, pimenta, cominhot,gingibre, cardamorno oo mysterio-o Silpkion, no qual (korretco rrfu-ms) a maior pari.- dos philologo* o anliquario*reconhecem a planta de que se prepara a assafo-lida.' o cujo sueco loi todavia lium dos adubosmai* geralmente mudos na cosinha grega (78).Ile verdade que outros perletidein que Silphiomo indica Beijoim ou asadultis, mas devemos di-ze|-o. estes últimos acham-se em minoria. Muni-festamente fui c»le molho do côr amarella, assassubstancial. deixando assim facilmente vestígiosnos lábios dos seus apaixonados, de modo quenão raras vezes apresenlaram-so os Atheniente*nas assembléas populares, com as bocas tintas dohypotrimmo, para votarem o tratarem dos no.gocios publico.; a gastronomia sempre foi fielalliada dn polilica. Bastante engraçada ho a lem-branca de Arislophanea, quando ua sua peçaintitulada—As Hcclesiaznstts, (querendo as um-lheres emancipar-se c derribar a aristocracia dosexo masculino), introduz huma das senhorasrevolucionárias, que, como melhor meio para se-rein ellas item suecedidus e tornarem mais com-ploto o »eu disfarce om homens, aconselha ássuas patrícias do borrar as suas caras com o hy-polriniinii. (-ei)

Como na confecção deste molho, tambémna dos outros parece prevalecer o systema decombinar ns substancias mais heterogênea* ,o que inteiramente repugna ao nosso paladar.Qual a idoia quo pôde formar-se de huma com-posição de mel (cm lugar do assucar), queijorapado c vinagre? ou do hum molho para cujaiormaçao concorriam alho, mel, mostarda e

( 77) Aristopb. Aves. v. 53-i ath.(78) Tratado sobre o Silphiuin no commentario deCasauboou, vol. II p. 198— aoi foi.( 7í>) Ekklesiazousai, v. 290.

com mel, alhos o vinagre ?!o nosso paladar, repellido por tio extravagan*

tes Composições, ficaria mais satisfeito cum a maneira grega de preparar a» carnes assadas. A doporco teve a preferencia a outros animaes domes-ticos; os Alhcniciisc» fi/.eram pouco ca*0 da carue du vacca, e aos carneiros preferiram cabrito*.i ". ua preparaçlo da primeira que os cosiuhei-ros d'Alhenas trataram de desenvolver toda a suahabilidade. Alhcneo conservou na sua interessanteobra humacuriosiwima passagem, que em lingoagom poética e clássica (0111 optimo* versos!) ensi-ua a maneira de apromptar hum porco inteiro, d<-lium lado cosido a do oulro Itsado, recheado comcaça o diilerenles adubos, sem que fosse possíveldescubrir a ferida (pio o inalou, 011 o lugarpelo qual >e introduziu o recheio (80). A honrado apparecur inteiro nas mexa* dos grandes,pareço ter sido roterrada unicamente ao» porcos—domésticos ou do inalo — (81), einquanlo pelocontrario as outras carne* assadas, cosidas, es-l.dadas, guisadas etc, foram servidas ém pe-d.ninhos para evitar aos convivas o trabalhode separar com as mãos (processo aos olhos nos-sos tedioso e alé selvagem) as peças grandes ouservidas em poucos exemplares.

lium pundonor especial «los cotinhniro* deA thr nas obrigou-os a disfarçar, para assim dizer.a qualidade de carnes servidas na meza. De lebreformou-sa hum gigantesco caranguejo; humfrango desossado figurou debaixo da forma decoslellelas, hum picado de carnes servio-sc nametamorphose de hum peixe: assar pássaros dcplumagem brilhante, sem lhes tirar as pennas,e conservando a estas alé o seu lustre primitivo :laes e semelhantes artimanhas humilharam porlongo tempo a divina arte da cosinha ; mas a ei-vilisüi.ão fez progressos; eslas habilidades do máo

(80) Athen. lil). VIII. p. 38i.

(81) Plutaroho na vida de Antônio falta igualmente dejavalis assados inteiros, na seguinte curiosa passagem: Oavó de Pintairim, visitando as cosinhas reaes cm Alexan-dria, vio oito javalis inteiros no espeto, cm quanto só iapessoas deviam assistir ao jantar. O cosinheiro em chefeexplicou esta singularidade, dizendo que ignorando-se ahora do jantar, era necessário metter da meia hora ameia hora hum javali no espeto, para no momento decisivoter sempre hum a point de citissoit.

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MINERVA MIASIL1EN8E. ai)

...»ir> (muito apreciadas peloseuropeos do séculowii) Mderam á influencis de bum gosto mai*puro. Semelhantes extravagâncias! sem algum«alor para a gastronomia , liiraiu para a scienciaculinária, o que o acrosticho ou o epigramma»ao para a verdadeira poesia.

Passamos agora paru o pralu mais importanterteimin banquete d1 AthtmaTTms seus mal» bel-lo» ditt»: • ua verdade hc loiupo d» dirigir asnossas invesligsções para aquelle manjar sem o• |....l i-ui.,.1 não houve hanipiele nem prazer ai--'tn. gastronômico: falíamos do peixe, pois sú-ilieutu delle dependeu u valor dos feslins eipiaes assistiram os contemporâneo» de Alcibin-des v Sócrates e pura elles, não ler peixe, nãoera viver. Os Atormentes haviam-se tornadohum povo de ichlyophagos, e tão longe ia estapaixão que a mai» terrível maldição quo a lerlilimaginação de lium poeta soube inventar paraesmagar o odioso inimigo, consislio na liorriveliinprecção : deseja que Melanthio vá todos osdias ao mercado para comprar anguias copaicas

i A-i), c sempre as ache já todas vendidas !Já observamos que a mesma palavra opson ,

significava alimento em geral; mais tarde po-réin indicou quasi exclusivamente o peixe; tãolirine era a persuasão dos Athenienses, quo o

principal alimento dos homens consistia cm pei-xe. Frescos e salgados, habitantes do mar ou.lo agus duco , de lagoa* ou de rios, com cscii-mas e som escaiuas, do todas a» dimensões, qua-lidados, fôrmas, idado*. formaram elles a parloessencial o principal dn» banquetes d'Athcnas.lium volume muito mai* grosso do que o perio-dico para o qual destinamos o nosso ensaio, seriaapenas suificiente para dar hiiin catalogo com-

plelo tios peixos conhecidos <• devorados pelosAthenienses, suas espécies, subdivisões e denn-minaçòes, devidas no tamanho ou idade dos por-seguidos habitonles do mar (35).

O mina (Tttynnos) om ioda» as suas varieda-des, e segundo o lugar ontlc era pescado, ou conforme o seu volume, reeebco mais rle cem nomesdillerenle.» (84). O oniitctirultoi,, misturado com

(8a) Copai» palus, lagoa emBeorla, formado pelo rioCephiuo; esta lagoa tem a particularidade de liizer desap-

parecer durante o estii>, n maior parte <lc sutis agoas emcerlu caverna» profunda», em quanto no outono, in-verno e primavera, o lago está cheio. Elle abunda cm an-guias mngiiilicae, e sua visinliurira em cara. Athcn. VII. p.agi. Theophrast. llist. Plant. IV. ii. Plinias, XVI, 33.

(83) O» livros VI, VII, VIII e IX do Atheneo tra-iam quasi exclusivamente destes animaes, que igualmentesão mencionado» nos outros livros.

(84) Tão importante foi este peixe que os pescadorescelebraram huma festa annual, chamada Thynnaea. Athcn.VI. p. 20,7. 3oa eseg.

sal, e pilado, conservou-se em pule* feito* dehuma maneira particular, a serviu ordinária-incuto do i .!¦ rn uu» siildudus e marinheiro*.Segundo o» mai» competentes juize», pnn in. de-viu esle peixe, para conservar lodo o seu »abore merilo particular. sercosido em aguado mar(Kã). Deste peixe preparoii-»i' lambem hum mo-"io estimulante: rqne pedemas i|...i .•> «'«»h»^u_nossa essência iV.liichnis.—Rapidamente pns-saremos sobre os sromliroit, os titphtinlinot, im-mortalisados pelo poeta Crates . o* csjmcinot.chamado» tapcrdtu, quando pescados nu PaulM. . : i. ... o lyllos, peixe gigantesco, quedose convivas nau podiam devorar em ires dia*;outro grande peixe annimno, que segundo adescripçto de Ephippe devia parecer-se, por seutamanho e fúrnia, rom o boa totuetrictor (87);os platittacos (pie assim »e chamaram sendo dehum tamanho respeitável, em quanlo os du volume menos considerável foram chamados mr'-los, e us pequenos giiotittios (88); nem devemosomillir os alphtitas, que sempre foram pe»cado»em pares (Si) ; a aiiica , tio boa u deliciosa quenem o peior cosinbeiro podia inteiramente perde-Ia , mas que segundo a mai.» approvada receita ,rui In 11II.rui,1 em folhas de figueira, devia ser assada na cinza quente 90) J oellopsâe que .lupiterora lão apaixonado que em lium banquete celestereservou paia seu usn e gozo especial, abando-nanilo todo o resto •!•> leslim a suu divina esposa(i)l); o Imlu que uão se coineo senão uo meiodo inverno com Intui mollio cujo principal in-grcdienlc era o queijo; O pompilot, peixe sagra-tio, mas náo obstante comido, assumpto iuesgo-lavei da uiythologia hollenica, na qual liguracomo irmão de Veuus; como dia nasceo duesciuna do mar, e ucsla suu qualidade dc semi-ticos, foi iiumnrlulisado por C.orimia , rival de.Sapplio, e pelos poetas Nicaudro, Appollonio deRhodes, Theocrito o Callimacho (99 1, em quan-lo outros se, limitavam a gabar o sabor de suascarnes; os tinchoris (aphyaè) não nirnos forno-sos nesses tempos remotos do que entre nós ecuja falia ou abundância iniiilas vezes inlluin

(85) Alhen. VIII. p. 111.

(8G) Athen. III. 118.

(87) Kphipp. ap. Atlien.

(86) Alhen. III. p. 118.

(89) Alhen. VII. p. a8i.

(go) Atlien. VII. p. 287.

(91) Epiharneas ap. Athen. VIII. p. 18a.

(92) Athcn. VIL p. 283 e 28/,.

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GO MINERVA BRASHJENSE.

-«..,. in. ni no* negocio* publico* dtthcnaa.. ai.v.u.l.i i.í- ... ou ilniii.-i.i.l, ulegria, o naram quoet o ga»lrouoino Arihe.tralo no* deitouprecio«a* receila».

(Continua.)

I). P...TZ,

3 Jiji-rin )Jnrorl)inl òt lt. 5. íhi•XiuiiVlarin.

«....in.... I.. do n. 1." )

• Era provedor du ra*a o eapittOmòr gover-uador Salvador Corrêa do Sá e Benavidesj elahrea, á pertuatlo toa, não tardou por muitolempo a adminittraçto da igreja naquelle corpo«Io irmandadei porque pura te evitarem duvidas,«• prolixas demandas sobre a pottO, entre o pa-rocho, e o norosenhorio, trataram huma eom-posição, «• concerto amigarei, quo consta da«•scriptiira de to «lo seleinbro deiGãrj, ceio-bradu nu nota do tabelliso João Antonía Cor-r«-a ( onde loi lambem urrada a eacripturaantecedente), sob certas condiçiics, das quaeseram singulares a i.' «quo a igreja so deno-minaste em diante casu tinta da Misericórdiao freguezia do .\. S. da Candelária»j a.* «quepela mesma casa seria administrada ¦ capei-la niór, corpo dn igreja c cova* deliu •; 3.'

.1 «pio ú casa ficaria a obrigação tio faxer u suacusta o ullicio do tlia dos finados, por lhe cedero vigário as esmolas , ou oilortns tlesso dia » ;7 « que forneceria, e comporia a igreju , comorasa de Misericórdia »; 5." ««pio uo vigário fi-cariam livres os sinos, o os 8$ooo da fabrica,«lados por S. M. »; li." « quo no fetta do IN. S.,íi •.! tle fevereiro, diria o sou capellão a missa ,no caso de não dizei a o vigário ; porém dizon-do-a, iriu o capellão ao evungclho, e leriu o pri-nieiio lugar cm Iodas as festividades ou offtcios»7." «pio haveriam duas chaves du porta principul;huma dus quaes conservaria o parodio, o ou-ira a Misericórdia* 8." « que esta casu ficariaobrigada o fabricar a igreju, por largar-lhe ovigário as oflortas das covas. »

« O alvará do iti de maio do iG3C, quo soregistrou no liv. i,°doReg. da fazendaroalfl.11/, v. deo u estn parochía 93$<v«o rs. paraordinária (o he oulro lunto tpie tem, c vencemus igrejaspurocbiaes do eslado do Brasil); e o Alv.do 94 de janeiro do 1G45 registado no liv. G."daProvodoriu, 11, 5/,, mandou dar-lhe annualmenlea quantia do ia$ooo rs. para toalhas, lavage dc

roupa, o outra* roíuas necp**aria* ao *cu ......,cuja» pairella* cobru o purocho, além da con-grua par«>« bial, que .. priucipin foi «Io .¦,,--..,...,,.(coiuo eram a* de Mo o bispado), mu* peloAlv.de no de março do 1G47 *o uiiginenloii avoo.-^ooo r*.

•iluniuiliuidu* a* paivdcs do primeiro leuipluque ju por mitigo requeria .« mui reforma, deli-hei nu u Irmandade do Santisaimo, ajudada pi..-purocbiauo*, levantar novo edilicio, e mai»MimptooaOi no mesmo lugar do arruinados parucujo fiuidainento sagrou a primeira pedra o MMdiocesano D, JostS 3oaqoim Jualimanno Masca.renhas Caatei-braoco, no diu li de junho de 1775.em «pie *e encerrou u inscripeão *eguinlo, lra.lvcripta do liv. dos lermos du irmandade sobradita.

— Aos G dias do nua de junho do 177Õ uucontittorio du irmandade du Santittimo Sacramento da freguezia de \. S. du Candelária, cs-tanto congregados u El. ellev. Sr. bispo diocesu-no, provedor actual desta irmandade, cornosirmãos tle meza abaixo assignados, para se ta-grar a primeira pedra da novu igreja tia (lande-lana, como se determinou no termo desle Urroa II., o «pie com elfeilu so executou pelo diloExm. o Revm. Sc, nu presença do Illm. e Exm.Sr. marquei de Lavradio, vice-rei desle estudo,COm assistência do todos os corpos ecclesiaslicos,militar, e civil, em cuja pedra se lançaram a»moedas «pie corriam no presente anuo de Iodasas espécies , com o padrão seguinte: — padrãodu novu igreja de

"N. S. da Candelária da cidade

do llio tle Janeiro—governando a Santa e Uni-versai Igreja de Deos o Santisaimo Padre Pio VIno primeiro unno do seu pontificado. Reinandoem Portugal, o em Iodos o* seus domínios o li-delissiino rei Sr. D, Josó I, no uò° anuo de seufauslissinio reinado. Governando esta capital daAmerica por 5." vice-rei do estado do Brasil oIllm. o F.xm. Sr. D. Luii do Almeida PortugalSoares Alarcam Essa Mello Silva Mascarcnhas,marquez de Lavradio, tenente-general dos raiesexércitos, no 6." anno do seu leliz governo.Sendo bispo desta diocese o Exm. e Rev. Sr.I). José Joaquim Justiniunno Mascarcnhas Cus-tel-branco, natural o baptisado nesta parochía,no a." anno do seu bispado, no qual servo dcprovedor da irmandade do. Santittimo Sacra-mento. Servindo do vigário colhido oRev. JoãoPereira do Araújo c Azevedo , c seu vigário en-comincndado ollcv Sebastião Rodrigues Ayros.Servindo do escrivão da referida irmandade òcapitão Josii Alvares Esleves, do procurador ocapitão Francisco do Araújo Pereira , e dc ir-mãos dc meza, os que abaixo sc assignam. Ha-vondo-se arruinado a dila igreju da Candeláriaquo serve do paroebia, determinou a referidairmandade fundar eslu nova igreja de N. S. th

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MINERVA BRASILIKNSK. OI

Candelária, para n qual se sogra , e lança aprimeira pedra ao. ti du junho do 177a. —

• Na tampa da mesma pedra se poz a inseriu-...o seguinte:

Deo Oplimo MáximoBealissimae Virgini

HariaeSul. titulo Candelária.)Tcmplum lioc Sacravit

lYiinuin LapidemD. Josrphu* Joaquimu» J.i«liniannut Mascare*

nha. •.,isi. I l.i.ni.,.,Il.ijus Diocu.is Kpiscopu»

I 1 Solcmui rituJe.il.

An. M.DGC.LXXV.Dia

VI. Junii.< K para a lodo o tempo constar da referida

sagração, mandou o dito Kxm. e Etevm. Sr. pro-vedor lazer este termo, que assignou com os Irmãos dc meza. K eu JosA Alvares Esteres, c»-Crivlo actual da irmandade,que este fiz escrever,e subscrevi c assignei.—

« C.oncluida a obra do novo templo na partemais principal, se sagrou a igreja dia 8 do se-lembro de 1811; e na tarde do dia 18 se trás-bufou , 1 iu procissão pomposa, o Santíssimo Sa-cran.cnto, o as Santas Imagens, «pie haviamde oecuparos sete altares do seu oni.it.. interior,pnra dnr principio oo uso, e exercício das 1'iinr-,,-õcs sagradas com o dia 10, seguinte , no qual secelebrou a primeira missa solemne com assistemcia de S. M., sendo então príncipe regente. Esteedifício he verdadeiramente nobre e levantadocom soberba magnificência! podo sem duvidaservir dc modelo ;'< oulros semelhantes que sehouverem dc fundar, para construcção dos quaes,e do culto divino, concorre com franqueza assainotável a piedade, e religião do povo do Rio dcJaneiro. »

M. UE Ahai jo Pomo Al.KCRE.

Paradoxos philosophicos sobre oscães. (*)

CAPITULO I.

INFLUENCIA DOS CÃES SOBRE * l.ITTERATCBA.

A tradição cominuin a todos os povos, o dog-ma revelado por todas as religiões, quo procla-muni a decadência do homem profelisam igual-

(*) Fragmentos de hum tratado sobre os animaesdomésticos.

nienlo a sua rehiibililaraa. Ne*»a época, cm queooesos pais percorriam livremente os vergeis Ilo*ridos do L.l.-ii . sua« mutua» commuiiicaçòe»tinham apenas por objcclo o exercício da bene-relencJa. <¦ »eus desejos, lacei* de satisfazern.io ll.es inspiravam a inveja nem lheesoggerissia idéia do crime.

A linguagem do que »c serviam para c\pri-mir sua» emoções, »cu» scnlimi-nlos e vontadesdevia limilar-sn ás exclamações, aos gostos, aosolhares: a dor, desconhecida para elles, o le*mor, os remorso» não lhe» arrancavam surdosgrilo», gemidos queixosos que retiaen nasci-dades habitadas pela crcalura decahida ; os jardiiisiuugnificos em quu passavam séculos sem noite.- sem inverno, resoavam com o. cânticos singe-los a innoeentea em que louvavam O creador.

Os animacs obedeciam por iiislinrto ú auto-lidada d'bum senhor sem capricho» c que igno-rara mesmo a sua superioridade: u mesma leiregia a todas us creaturas, e toda* ellas concor-riam cm comm.uu paro o ornamento da terra:cada huma exercia livre a pacificuiuuutc a sua.o-l i v i.l.ule sem ambição de privfilcgios. sum temordo nsurpaçõc». Os uielacs mais preciosos, oscrnlaes mais brilhantes resplandeciam sob o»raios dc hum sol iuimovcl, o a cobiça não iaarrancados dos Bancos da* montanhas. O tigrefallava ao homem com seus olhares de fogo, asserpentes cruzávamos plainos pura abrir cami-oli.. através das berras fbihudas, O cio lambiaamorosamcnlo a mão que nunca o tinha mallra-lado. Mais eloqüente cm sons olhares, em suavoz, cm seus movimentos que a maior parle dosoutros animacs cllc devia então estar com liomemom sociedade habitual eem coimuuuicação di-recta.

O homem , e só elle , ousou primeiro desço-nbecer seus devores; as paixões penetraram nocoração; u essa eloqüência natural, fundada so-bre sentimentos brandos e pacíficos e quu semanifestava por movimentos graves o compassa*dos snCOederam esses gritos agitados, esses ges-tos impetuosos, essas corridas violentas, esses ur-dores desregrados que desde então, sem exaltai ocm comparação dos oulros seres, o distinguiramdentre todas as creaturas. Assim perdeo-so o usodessa linguagem primitiva cuja simplicidade cgraça commoviu os rechedos c as plantas. Osanimaes perseguidos pelo homem dissimularamseus instinclos generosos, e refugiaram-se nasHeresias onde o homem privado de armas nato-raes não ousava expor-se ás mordcdiiras dosreplis. O cão sujeitou-se aos perigos d'lmma as-soc.iaçuo, mas conservou no seu cativeiro os no-bres privilégios da natureza primitiva. Ainda quepartilha a sociedade do homem desde longo*sceulos recusa ndoptar seus vícios: permanece

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89 MINERVA BRASíLIEWSE.

na». mi ... manca» quo o* progeiiitore* du suarspccio observavam no* ameno* campo*dacron-çüo piimi.iV... Nada accrrsceulou a »u* lin..,..--.em mais que os lamentos e o* ^rilo» quo lho

: ¦ ... : o solTrimenlo. Mu» cll.i exprime aindao tou prazer com vivo* o ard<-ut>-» impulso»,munifr»ta a »ua j.ralidán com olbarr* cheios deternura: »uu dedicação, sua obediência. »uaresignaçào, |iiutani-so no* seus golo*, uu suavós. Kllo ama, teme, goza sem fu.lur a liu-j.ur.j-,eiu do» homem o o» homens o compre-liriideni. A liiig.ia.em destes miltiplicu-sr em*ua> formula» v chega a s.-e diversa nas duasiiiargcn* dlmm mesmo iin. O cãu entendo osseu» siuiilbaulrs e us tere» de raça dillereule rmlo •'» o» ponto* da t.-rra.

Porém hum sentimento secreto aiinimcia auhomoin o nlioressu ú Min vocaçílo primeira.Hum dia viu, em quo u terra oecupada por bo-iniii* citados para bum nir*n,o lim nflo roubo-terá liuiilesque diuda: a sua siiperlicie: liumaúnica nação, a bumani lad • ceie! rara ..- inariivi-liiu» du universo c;;i : . Iin; 1.1 :-.i „ luimi,.- ti eloqüência do cão servira dn modelo ns lil-toratura» sem numero que. pan-rcui multiplicaru pensamento, quando | elo contrario, cite* ins-Irumculo» imcouiplelos e enganadores, n divi-.lem, a mutilam e u obscurt-rein.

CAPITULO II.

iNFi.icurjA nos cii.i sonnr os f..iti>o> i»ijiiolooicos.

Ilo nos Iraços da pbysionomia que so nianilcs-i.nii ostcnliiuontos do homem, o esla manifesta-..a., oceorro muilaa vezes sem o concurso da soavontade. A palavra, pelo contrario, segundo o ditocelebro do bum illustre diplomata, sorve paraencobrir o pensamento ou paru contradizer a con-lissào exarada na sua pliysionomin. A palavra hou instrumento da natureza decabida ou civilisada:.. pbysionomia 6xprimc-se n'huma linguagemfranca o sincera como devi' ser a da natureza iu-genu*. A porfeiçoando a sua essência moral o ho-mem abandonará o uso da palavra e aperfeiçoaráa expressão do seu semblante.

So o rosto do homem revela o estado da suaalma, a cauda du cão denuncia os seus seiitimen-tos. Ocao podo exprimir com as conlrucçõcs dalace us suas emoções, porém de hum modoincom-plcto: Indososphoaouienosda sensibilidade nesteanimal lem a sedo na extremidade dasvertebrosdorsaes o no sou prolongamento movei, nquonóschamamos cauda: a natureza parece ter queridomostrar ao lionioui lodosos demônios das impro»-soes moraes, unalysadas o rciiunidns no triplicamovimento desle appendice articulado. Com cf-leito o pena, o prazer c o espanto,que nfio lie

...--, bum ponto intermédio entro o* dom ou-tro*. piiitum-»c uo abaivaiueuto du cauda, na tuaelevação o no seu baluiiceumeiilo du din-ilu parau esquerda: pôdem-M ucbur nesla observação a*bate* de huma clussilicuçúo do* tcnlimciito» o nu»diflerentat grúo» de intensidade do* movimento*du caudu du cao a* categoria» morar* graduada*segundo o methodo natural. A natureza deo por-tanto uo* eles Imuia cauda para te exprimirem ;¦*»un como dotou o homem de huma phv>iono-mia movei pura apresentar externamente o» mu-vimenlo* de sua alma. O século wm pareciler adivinhado as fuucçõe» reservada» ú cauda:porquanto foi nesta época , n.i qual se jactavamos sábio» de anulysar a naturou hmuaiiu com mai»cuidado, qun se introduziu o uso dj fsxer pender.1. rabelleira buma cauda artificial, ou dc disporcabellosaulhoulico» em fôrma rylindricu por Ir.iz.!.. cabeça; como se se livesse esperado, comi.auxilio deste instrumento, penetrar mais longonas profundidades da alma humana. Mas sempre•pie o homem luta com a natureza, a vicloriu lheescapa: as caudas nào produziram o desejadoefleilo, o n século xi\ proscrevendo este usunão quer mais ser guiado, rm suas mvc*ligaçôe»melapliysicas, scnào pela cauda dos cües.

CAP1TI LO III

CONJECTCUAS SOIIIIF. O ESTADO BA tOCIKOADK SE Oi V.\tifossem privados dacacda.

As maldiçõea queproferio lodo o [uno d'Atbe-nus contra Alcibiades, por ler mandado cortar acauda ao seu cão provam que o homem se inte-res»a muis do quo commumenle so rrò pela con-servação deste orgia nos indivíduo»detsa espécie.Se contiderorde» ainda quo a nação que assimmanifestou seu sentimento a este respeito he anação a mais policiada e aquclla em que o goslopelas bellas-arlos o pelas «ciências lociae* se de-senvolveo no mais alto gráo, convireit commigoom quu esla sublovnçao unanimo,por oceasifio dacauda de hum cão, encerra hum profundo pen-inenlo político.

O semblante do homem, já o dissemos, repretenta o mesmo papel que a cauda do cão: qneseria pois da sociedade que seria do homem , se .sem prival-o da cabeça o mutilassem naphysiono-raia? Sucumbiriam as bellas-artes: os magistra-dos, quo impõe respeito pela gravidade , suslen-tada euugmentadaoutr'ora pela sombra de humainimensa cabelleira cujo uso infelizmente abando-naram boje, os magistrados occupariom na socie-dade,luun gráo siiballcrno.pois que a sua influenciasobre a sociedade teria sollrido huma modifica-ção enorme. As paixões mais nobres, finalmente ,o amor que colho as suas emoções nos traços do

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MINERVA BRASIUENSE. (ir.

resto do objeclo aniadc, u amor que »e manifestauo. tnotioieiitii, dapbjHonomii, qne llio servemlambem de linguagem quando a mutua tvmpslbisM tem decUrudu, o autor e o» nobres impulsos,a» inspirações sublimes, suggeridas por elle, des-ipporeceriam pnra sempre:

ultia tleaiiiuiir, |<lu*tl« joie....I.v Postai*!— les deus pigtostt.

Pois bem: privai o cão da sua cauda e terei, cor-tttilo da .ociednde essa doutrina moral que resulta,como o dissemos, do exume da* ti,cilliit;ões iWsoorgloque tem o direilo, na ordem moral, á mesmoconsideração, que nu ordem phyaica a pon-ilula, cujo sorcorro aproveita par:, medir o pesoedelerinin.tr a figura tia terra. K \ós, gaslrono-mo. pata quem o caçador mercenário procura acaca luinogunlo ; — odeos perdizes, patos, lebrese cabrito.!—Vós etiilim, ministérios fluetuante.,dcpuladoi sem clientes, projecto, de !ii sem apoio,que seria de vós sem esses subsidio* civilisudoressins consciências limidas.

Porém su ullentleritios ainda menos ás classesprivilegiadas da sociedade que assistem ás doulaslições das universidades . ou qtto acham desen-volvidos em tabiostratados os principio., dascien-s ia mural o tis suas deducçóos profundas: s"considerarmos o lavrador quo passa a vida longedas cidades illustradas , oessos .olvagons errantescui plagas desconhecidas. veremos enlão aqui -o-breludoa ulilidado dorao : lodo o lavrador possuoo seu, cada huma tribu selvagem lem a sua tua-lilliit e ahi com razão são elles mais respeitados•Io qua os livros o ns bibliolheca, i ntro nós: ellesdeixam crescer a cauda tios sons ctn-s em Ioda aseguridade, o fovorecem o seu desenvolvimentocom enthusiasmo. Este animal fiel os acompanhaa toda n parle, o quando viajam, podem dizorcomo llias— Omnia mccttmporto.

CcreiHonias funsraes om diversospaizes.

Por mais bárbaro que seja, nflo existe humsó povo quo deixe du consagrar respeito aosmortos, ainda tpie esle sentimento se manifesteas mais das vezes por lunu mudo singular. Or-dinariamente he entre as nações mcio-civili.adasqua os funerties sc celebram com mais estrondoo pompa. Entre os Árabes sio dcíerlo.os parcn-les próximos vão a pés descalços otraz do fere-Iro; as mulheres destrançao os cabellos o cobremde cinza a cabeça: carpideiras mercenárias affec-Iam dor o consternação. Commeuioram-so asvirtudes do defunto inestuo t[iiaiulo as não tive-ram; e ao voltar da ecremouia dá-se huma

merenda quu su repele alé sei. vezes, a qualnio faliam tis carpideiras ;.¦'!- O, prazo-marcado* para esle. banquetes, lunebres .So tterreiro, o quinto, o nono, o tletiiiio-ipiinlo, io quadragesimo dia. Decorridos »ei* meses. t-drpuis desles, outros sei*, lem lugar os ultimo.léstiu* em memória dt. faliecido. Ia,lie o. Jiticuinho», o n'outros lugares era citylo eiu outrotempo que as mulheres de»,em grande, gemido.e itivo. uo aclo do, funerais; arrancando o»cabellos e magoando o ro»to. Na Circassía ohomens feriam a cabeça com açoulos.

Alguma, povoaçue. dn America o do mar Pa-cifico enterram, na* exéquias dou reis e d.pcroonuagrns importantes, alguns de seusoscru-vos immolando-os «obre o lumttlo; u assim luque entre o. JSvmniios a morte dMiutna grniulipersonuagen, era celebrada por combates de gla-dindures. ."¦• ti uuiiguidttdu uiuilos povos queima-tatu o, cadáveres, e l-.l era o um. dos Grego.,dos Iteiii.-iuo», .lu, (I.tiilezo. u dos Scandioavio..Esto* ultimo* encerra» nm ns cinzas do. morto,em isi ua, ; ... s -'.ms,,, as enterravam o cobriamdepoi* d'huui i.soiitào tle ttrra nfeiçoanda humluiiiii!., eu d,< pedras loscas, Encoiilraui-se aiuda no r.tute al.iiu-s desles uioniunenlos grossei-ros, tpie ua üti.eiicia d'arte, deviam ler custadomuilo c-forço e paciência: achaui-so ás veze,nestas tu tia, restos de collare. do contas, oude corai; mineis, armas cortantes feitos do pe-dra duríssima , e outros objectos pertencente,aquelle. quu ilellas dcscnnçnin.

Nenhum povo talvez prestou como os Egyp-cios lauta r.ttenção aos deveres para COUI os mor-los: bem longo de destruir os corpos, os lig}]>-ti.<s linbnm leito tia sua conservação huma orlelevada ti lium alto grão du perfeição. Enibnlsn-mavam os corpos com esmero, pnra deuol-osnas cavernas, e n'oulros gtiblurrancot pratica-tios nos rochedos ii margem tio Nilo. Fallecidna pessoa era o corpo entregue aos einbalsiuua-dores quo llio cxtraliiam com destreza o cere-liro e ns entranhas, o injcclavani uo cadávermatérias resino,as capazes dc o conservai' poilodo bum período do séculos. Envolvida em la-xus, a múmia era assim collocadu n bum lérelrumais ou menos adernailo, ou tiMiiiin conioeslnjequo linha igualmenie a configuração do múmia.Pilhas destas munias lem sido enconlradus encavernas próximas do Thebas; porém as dosreis oecupavam concavitlades particulares nber-l.-is nus rochas e cujas paredes são ctibertas <ls-esculpttiras e pinturas, ullusivas sem duvida ;¦vida dessas porsonnagons ou ontflo á sua religião.Com OÍTüito véein-60 não raras vezes tis divimlu-des egypcins oecupadas a julgar ou a reconípcu-sar li ti in indivíduo que lhes lie opresoutado , e0 qual parece representar a alma do morto, As

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«4 MINERVA I.RASILIENSE.

múmia» egypciu» suo boje liiun objecto de eu-i iosi.1,1,1. para us povo» modernus, •• ha pouco»gabinete* «le anlig..idade» que nio possuam algumacousa ...¦«!•• gênero. Nu» envoltórios da* u.uuiia*encerravam-se alguns rnlot de /¦../¦» i »», cuberlo*de bieroglypbo* .- de ligura* symbolica» lal» czpara transmillir á poitrridad.. bum resumo davida e SCÇÒes do delunto; infelizmente a posleri-dade nao lem .. chave dessa escriptura my»teriosa.Eiil«*rravaui-*e laiiibem com a múmia escarave-lhot imitado* em jaspu em granilo ou em po. lido, fructo*, aniinae* cmhalsama.los. iiislrumen-lo» ou iilcusilio* uni..'..inIo a condição ou profissãodo morto; se era buma mulher e rica, adorna-vam-na com a* »»a* jóias, <• envolviam em fachaslodo* o* «eus membro* de modo «pie *e intitule--lasse quasi Ioda a belleza da* suas fôrma». O»caixões eram fuilutde «ycomoro cuberlo» algumasveze» por dentro e por lora com pintura» curió-sa». Pedra» li»a» gravada» de bieroglypbo* eramlevantada* perto das múmias, para indicar iam-bem a «pie classe da sociedadu pertenciam ella*.

Km nenhuma oulra parle do Jol... achamost.lo minuciosos cuidado» a bem de conservar o*despojo* morlae* da» gerações obrigadas pela lei<la natureza a ceder o passo a uma* gerações.Entretanto o ..*«. de embãlssmsr os corpos ..o me-nos os dos ricos o poderoso* era lambem prali-tado pelos Mexíamos e Pcrm-iaiios. lium povoinsular e selvagem, os Guenckes , indígenas dasdl.as Canárias, cuja raça exliuguio-se debaixodo jugo hespanhol, embalsamava o» corpos,en-volvia-OS e.n pelles de animaes e ilepunha-os nascavernas, onde foi encontrado bum grande nu-mero e.n tempos recentes.

Os Romanos limitaram se. a queimar os corpos,sem cerentonias, c a guardar as cinza» em urnasde mármore ou dc pedra, encerrando depois eslesvazos nos nichos dos monumentos «pie te erigiamnos caminhos públicos. A estrada Appia e outras.pie partiam da capital estavam guarnecidas des-le* luui.ilos de que inda se veèiu restos; e emtoda a parle onde os Romanos dominaram, cri-giram lapidas sepulchrses com inscripções aquel-les de seus concidadãos cuja memória quiseramhonrar ou perpetuar.

Nos paizes em (pie os rochedos fáceis de abrirnflerociam túmulos naturaes, sempre os povosdclles so serviram para suas sepulturas. Na cosiada África, na Crecia, na Ásia Menor na Palesti-na, encontra-se buma innnensa quantidade decclliila» sepulebraes, hoje vazias, onde talvez foi••..(errada numa serie de gerações. Que contrasteenlre esles povos tão cheios de respeito para comos mortos e os Passis ou Gitcbros quo abandonamos seus ás aves de rapina. File» teê.n cemitériosem que expõe os parentes ou amigos qno acabamde, perder: e os pássaros carnívoros vem devo

rar -lhe» a carne—o» o»»o» «.„, então recolhido»pur esle» bárbaro». Seguindo hum u»o tào es-Iranho, longo estão elle* de lel-o como indeco-roso; ma* ante* c.eèu. que o* honram fazendo-o»dcsapparcccr assim , cm vez de o» deixar de-compòr-so ua terra. Por liu.» costume já não lãobárbaro as inull.e.e» de alguma* tribu» da Ame •rica »-piiiii. i.mal suspendem ,.,,, cetia» no» ra-mu» das arvore» os lilhu» que Iríin a desventurado perder.

Outra» Iribu» da me»ma r«'giào enterram o»seu» mortos na» mesma* rabuua* em quu elle»habitaram. Na Nova Zelândia os selvagens uiyr-iliiim alguma» vozo» o» uioriui em huma espéciede forno para conserv ul-o* depois como múmia»,rn\ol«eudu-o» em esteira» a »..spendendo-o» «leu-lio de canoa» elevada», «*m higare»«pie neiihuuiselvagem ousaria profanar. Oulra» veze», *epul-Iam os morto* «< passado hum am... desenterramo* ossos com ccren.onias fúnebre*, puardando-oaam bum cesto para suspendei os. o» Garrem.selvagens da ludia, queimam seu* morto* einbuma espécie de canoa posta sobre a fogueira ,liram depois as cinza» u a» enterram no mesmolugar, «* alti elevam bum casebre rodeado porhuma cerca. Ordinariamente terminam-se o» fu-neraea com dansas e cantos, e huma embriaguezcompleta. Se o morto pertencia a classe distinetatonam a cabeça a luim dos seus escravos (> quei-mam-na cm» .. defunto. Estas immolsções deescravos pralicam-se, infelizmente entre muitospovos bárbaros da Ásia, África, cVc.

üs Hsityenset ricos e os habitantes de outrasilhas fazem dosfuncraes buma «ocasião dc oslen-lar gallas e luxo; as mulheres comparecem emmultidão vestidas e calçadas de branco, trazendocabeções an.arellos e guarda-sões côr «le rosa.

Os Jutlfos observam bum sem numero de ce-enionias, e estyio* nos enterros; a maior partea fim de evilaros máos presagios c do arredar os

espirito* malignos. Na Polônia alugam-se carpi-deirase cantoras: cm oulro tempo o som dallaulaacompanhava os seus canlos: os velho» leêm juntoao corpo passagens do seus livros sagrados. Aodespedir do sabimento os parentes do defunto oudefunta rasgam os vestidos: c tem-se lido anlesocuidado de cortar os cabello» ao morto. No actodo enterro os mais próximo» parentes fazem ou-vir lamentações, despedaçam as vcsles o as tra-zcin neste estado duranle os primeiros dias. Se odefunlo foi pai, seu» filhos lançam pó e barrona bocea o nos olhos. O corpo ho collocado demodo que a face fique voltada para a região emque está situada Jerusalém. Nos sete primeirosdias depois do enterro o viuvo conserva-se nochão sentado com os seus: não selava , nem bar-boa, nem trata de objecto algum mundano; devenló não corresponder á saudação daquelles que

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MINERVA MUSILIENSE. <M

vem eenselal-0; »e he pobre he siiilenlado comesmola*, r i-ii,i . a primeira semana pôde con-cerlar »eut vestidos nato.; mas se a pes.0. lal-lecida tem lilhn*, estes não concertam as rasga-

dura». Km lodo o primeiro anno ninguém com-pi un- ni > as pessoa* qne estlO de luto.

G. B. D

KSsas^BKsx-sas^^

SCIENCIAS NATURAES.

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Ív muitos annos, que os liubitiinles dos lo-

gares visinbot as costas, euipregaiu, cmalgumas circumstoncia, u água do mar comopiirgativo ,* e também he uso antigo entre moitaspessoas que toma,,, banhos do mar nu estaçãocalmos., o beberem alguma já como purgante,ji, (em menor doze) como resolulivo. Além dis-lo, he sabido que muitos médicos o especial-mente Huutl, aconselham o uso interno duaguu do mar no tratamento de hum grande nu-mero de cnlcrmidadcs.

Apezar de que o exame rigoroso das observa-ções deste nutor deixe ainda que desejar acercadeste meio llicrapculico, não se pôde todaviaduvidar de que destas experiências resultam doisfactos imporia,lies: que u ligou do mar pode serempregada como purgalivo, e qne parece favore-Cer, em alguns enfermos, a resolução de en-gurgitamentos chronicos dos vasos lymphatico».

A dilliculdadc, porém, de conservar n águado mar sem alteração, oppõe-se u que possa,com vantagem ser transportada ou guardada,como as outras águas niincraes; por isso hu luungrande numero de facultativos do continente,que não estão no caso de poder avaliar devida-mente, pela experiência, os effeito* deite reme-dio. Além disto, mesmo entro as pessoas quetomam banhos do mar, o gosto desagradável daágua marinha ho hum obstáculo ao seu maisfreqüente uso. ,

M. Pasqttin, pharmacoutico do Fecamp, pro-curou desembaraçar a água do mar das substan-cias animaes e vegetaes quo so oppóe á suaconservação em vasos fechados, tomando-a aalguma distancia das praias e íiltrando-a , c dis-farcando o seu gosto desagradável impregando-a

de ácido corbonico, convertendo-, -sim embebida de mais fácil e geral uso.

Du» observações «pie tenho i, ii.. nn l,.-pii.dn t...i i.l.i.lr, resulta que, <>s enfermos to,mi,ou agoa do mar gu/osa, assim preparada, semrepugnância, anui,-, «pie em alguns s repeliçlo«leste medicamento , sr tn,, achado desagrada-vel; mus isto parece provir principalmente, denão ler havido a catilella de fechar M garrafas eemborcal-M em bum vaso com aguu , pura pre-venir o desenvolvimento ,1o ácido corbonico.como bo costume prsticar-*e com us outrasaguus guzosas.

Tanto mais convém prevenir este desenvolvi-mento, quanto a sede de que ordinariamente sequeixam os enfermos depoii do uso interno duaguu marinha, be muito menor o passageira,quando a água se uclia sufTicientomcnte carrega-da do ucido corbonico.

Verifiquei que, a ugtia do mar gozosa , podiaser administrada como purgalivo, em os casosein «pie tem lugar a oppIicaçQo de purgalivo»sulinos: e que numa garrafa desta água linhahuma iteção ovacuante mai* acüva uo que outrada água de Sedlitz artificial a Sa." E ettudandocomparativamente u água marinha gazota e osoutros purgatiros, no» seus effuitos evacuantes,e nos mais remotos sobre a constituição, fuilevado a pensar, que a agoa marinha oUcreccvantagens especiaes nos indivíduos de constitui-çao cscrofulosa. Todavia, parecem-me neces-surias novas observações, para dar a esta opiniãoo peso de hum faclo adquirido pnra a sciencia.

Por meio da preparação gazoso, será d'aquiem diante, fácil multiplicar as experiências evariai-as, nos diflerentot casos para que tem eslemedicamento sido rccominendado, quer comopurgalivo, quer como dcsobslrucnlc. •M. Haver, Rei. ai,r. a Ai-.ad. dt Mel. dc Paris. (Extr.)

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MINERVA BRASDJBNSB.

REPLEXOES«erre* da olira ultimamente, publieada r>m Papit pela

Or. -StK..n.t ...i.iul.i.1.1 — Ou .lnii.it ei .1 - matadieiJu BrtVtil.

Tru» «óculo» lem jú decorrido depoi* da do*-coberta do Bra*il, o desde enllo inulu» obra» *otem publicado acerca d««*le paiz, quo om lo-d»*o, tempo» mereceu u illeaçlo já do*philo*o»

7 .- penerutadore* do» Iheaouro* da natureza,já dn» , -i.i,lii i- e historiadores , que calculam•ua importância pulilica, ou se tem oecupado cum

i- i.i. !-.. hisiorico*. Huma parte do* variado*productos dcalo immenso território, as.ilubiidudeItiseu clima, a belleza de sua vegetação, oaspecto

de suas montanha*, wu* caudaloto* rio*, o o»diflerenlet pbaaet política*, miiilare*, eitotitli-ca» ecoiiiinerciues por «pie lem panado leu* bu-bilunte», acham *e já descriptas o referidas pela|Mima de babei* aulorc», cuja »iiCCe**lo como-çando no piloto de Cabral o continuando com o*illustre* nome* dePhon, llarcgrave, PríncipeUaxirxiiliano. Alexandre Ferreira, Soulhey, Mar-tin», S." Hilaire, a outro* vem por ultimo a ler-minar noi importante* escriploi do sabia* associa-çòe*. do Dr. Pis-si*, c Dr. Liind, geologUta resi-dente em Minas,,pu- milhares do maravilhai temdesenterrado desta província.

Todavia, quando lançando os olho*por todooslo vasto paiz nos leiiihi-aino* da profusio couiqne o dotou a mão do Criador , e do outra partecontemplamos a sua diminuta população,-e oilimctlldade dos meios, quo se oppõo ã descoberta«le tantas riquezas, ficando provincia* iuteirai¦linda incógnitas ao mundo icientifico, não podo-nio* deixar de confessai-, que muilo nos restalinda para chegarmos uo fim da grande emprezacomeçada por Uo inlatigavei* sábios. Não vemosnós a cada inslanle, que ho muito raro o obser-vodor, que nos visita , ou o naturalista quo per-corre os nosso* campos o malta*, «pio quo lenhaencontrado objectos inteiramente novos.1 Toi hei i-i.pieza e abundância do solo brasileiro que aqualquer que seriamente se oecupe entre nós doestudo oehumdoj multiplicado! ramos dasiciomcia* naturaes, sempro lhe caberá a gloria de fazeralg descoberta.

O brasil hepoil hum bello o lerlil campo , quedará sempre boa o ulil colheita , a quem comallinco se entregar ao estudo dosou clima, pro-ducçôei, historia, usos o costumes do seus ha-bltantei, e esta consideração quo tem sido certa-monte a causa dc terem havido tantos escriptoresdas cousas brasileira*, muito dove animar a queappareçam novos observadores. A estos não sóestá reservada a nobre missão do fazerem as scien-cias progredirem com o que de novo possam vir

a publicai-, ma* bu »ò a ello» igualmente a quemco npele corrigir o cuicudar o* erro* ,< engano,quo tiverem lido «ou. predeeeaaere*; o bo bojefora do Ioda u duvida, que muito bu qne lazer aestu respei Io.

\i\sla convicção, logo «pie letno» noticia dealgum trabalho coi.acicneio.o m>bre o Itruiil, c».perante* nbi encontrar nu objecto» nuvo» ou o*farto* já sabido*, ai*corree1o* e melhor ccorde-nado*, Tae* foiuni a» idoius que livemo» au re-cebor.a obra impreua em Paruoanno pastado,intitulada. — Ducueutt et des taatadiesdu Brèsilou slatistique mediteis de cet impirr par J. F. X.Sigaud.—Entregamo-not poi» ain*leitura comIoda a pausa o rellexüu, sobre tudo lembrando-no* que M-u autor loi p«,r muito* anno* humdo* primeiro* pratico* «le»ta cinto, «• lem sido ,no no*»o conceito, li uni do* medico* estrangeirosmais imli-iiido* «pie entro nó* »e lem estabelecido.Julgando por isso que muito interessará ao pu-blico ler cabal conhecimento desiu obra, com todaa franqueza de que somo* dolado*, passamos u«lui- publicidade ao juizo, sobro ella por nósformado.

ü simples enunciado do titulo deixa ver queo nosso collega foi o primeiro eteriptor, que ou-sou lazer huma (tatittica medica de lodo o Bra-sil; pelo oue grandes dilliculdados devia oncon-liar para levar a elleito huma obra deste gêneroalterna a escassez dus maieiiaes existente*, e a»circumttanciai não lhe terem permiltido viajar epessoalmente estudar toda a vasta extensão donosso paiz como necessário serio. Todavia, apesai- do não podermos considerar esle seu Ira-hálito como completo, confessamos que he di"-no «le louvor, por ser o primeiro quo teve agrando ideia do pôr os alicerce» de lium taomageitosoodificio, que do tanta utilidade nosdevo servir; para o qual, tle ora em diante de-vom trabalhar todos o* práticos brasileiros ac-creicontoudo e ampliando os factos colhidos eenumerado» pelo Dr. Sigaud.

Entretanto, em nossa humilde opinião acha-mos que o titulo não correspondo á obra , por«pio o auloc, ou deveria dizer quo tratava dosclimas e enfermidades do Brasil, ou, como nosparece mais acertado, deveria limitar-se a foi-lar só de hiniia das provincia* brasileiras poeello melhor conhecida , expondo em appendicoo pouco que houvesse a respeito das outras. Dos-Ia maneiro, ou nao teria cabido cm contradicçBOcom a sua mesma opigraphe , ou não teria trans-imitido ao publico huma ideia pouco exacta.Quem, a primeira vista, deixará do notara con-Inidicção entro o titulo da obra, o a opigraphe li-rada do eclobre Cabanis — chaque latitude a sonempreinte, chaque climat a sa coiüeur — ? O Bra-sil situado como aflirma o próprio autor entre

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MINERVA BKASILIKNSK. (Í7

/," so' latitude do nortu e 35' áá* »ul, vem a lerlatitudes e climas dilloreutcs ¦• pur isso a ¦ pi.. .phe alô lhe pode servir) ess o Dr. Sigaud a julgaapropriada, ua MppOsiçlO du que predomina luimso clima em todo este dilatado território, pareceque labora eu. engano , put-(piu bojo nem que.liouuvel lie, ,|u, muitos são os climas que per-i,in nu ao império de S.111I.1 Cru/. I. desta mudonão se veio u transiniltir ao publico luim idéiapouco exacta ? De cerlo, pois quem avaliar o lira-sil unicamente pelo titulo desta obra julgará quesu falia do hum estado com l.ucca 011 S. M.uno, quando o nosso paiz uté está situado dubaixo de duas diversas zonas.

Tudo isto lei ia evitado o nosso collega «e nãodesse plano tão vasto a sua obra , como lliu quizdar, si nao julgasse possível hoju dar-se perfeitaideiu dos climas e enfermidades do Krasil. Es-tantos intimamente convencidos quo o seu tra-bali.o teria sido mais perfeito, qui* melhor pre-encheria o lim pi oposto, »i em lugar de tomarpor objecto o Brasil e.n geral se restringissea tratar unicamente do Hio de Janeiro, cujoeli.na o enfermidades Ifiobein conhecia, liramais vantajoso e conveniente ao progresso dassciencias (pie l.uu.a das provincial brasileirasfosse medicamente bem conhecida, du que maltodo o paiz.

De mais, a vista dos conhecimentos o noticiasdivulgadas acerca desla parle do novo mundopodemos alinhamento alliiinai-, (pie na actuali-dade ainda se não pôde determinar exactauientoquaes sejam os climas do liia-il e at molostia»próprias a cada luim : pois (pie províncias inloi-ras existem, doqueapenas tem conhecimento 01mesmos naturaes, (Jue. ignora, que a parleCentral do paiz está quasi despovoada, c que lo-do elle. contém apenas l.uu.a escassa populaçãoe esta accuuuilada em maior numero em váriospontos do seu littoral divididos huns dos oulrospor grandes distancias? Sendo isto huma verda-de, e sendo nao menos certo (pie o< sábios oucuriosos (pie o tem visitado com o intuito de oestudarem ainda poucos são relativamente a ex-tensão do território a percorrer, aonde se acha-rao os elementos para a estatística medica detodo o Brasil ?

Ao nosso collega não foram desconhecidas algu-masdeslas verdades, elle bem vio oa embaraços odifficuldadoj em que se collocou com a publi-cação de sua obra, porém, como, segundoconfissão sua , foi a isto movido por nobres sen-timonlos, torna-se antes digno do elogio quo dehuma injusta censura. Eis aqui as foruiacs pa-lavras do autor na sua introducção « Esta ta-refa (fallando da obra) he nova e atrevida , no-va porquo ninguém, que eu saiba, tom dollatratado com a mesma extensão, atrevida por

abraçar o exame du ledaa a< questões cliu.airrica* « medica*. Ku teria recuado diante du laleiiipre/u, wm idéia tlu ser útil ao paiz, que merucubeo com la» generosa bospitabdada núu liM-s.r .mini ulo meu selo e rorugetu, .

Al breve» e ingênua» reflexões , que uu» *nggeriu ti -iiiipl. - titulo .1.1 obra, ticaruin per-fehamente juslilicadus com a leitura que da me*-ma Usemos. l'or ellu notamos, qun o Dr. Si-gaud bem iuforiiiiulo de q.ia.i tudo,que selem..,,... ...1,1,- o llru-.il, lendo até pessoalmenteconsultado homens de autoridade ua matéria .como bum visconde de Santarém, u l-W.linaudDeni», emfim bastante conhecedor por oxpe-1. ... 1.. própria do clima do llio de Janeiro, nftoii 1 1 aiudu I01I.1S as precisa* noções para eu.prel.cudi-r luuti.i obra du semelhante uulureza.K para juitilicartiios du passaram 1111ic.1tum.l1diremos, (pie um ludo O sen livro nem de lev.locu em questão alguma cliuialerica ou medieidns proí incias do Piauhy, Rio Grande do Norte. Sergipe, &C., apezar de sarem porções consideruveis do território brasileiro.

Todavia novamente > , • - -• 10 apezar duautor 11 ,. ler podido preencher o lim, u que >-¦dirigia, apesar da incongruência do titulo, .obra ainda encerra ba.laulo importância. Ellalie bum verdadeiro repertório de tudo que at.agora se lem èscripto a respeito dos climas o en-fermidades brasileiras. Por isso quando mesmooutro mérito náo tivesse, tornur-se-l.ia sempredigna de ser por todos os brasileiro» lida, e portodos os pratico» consultada, pela immensa co-pia ile factos bellos e interessantes que contém :lados que , pela maior parte extrai.idos du rs-criptoi brasileiros ou portugueses, muito devemconcorrer para o progresso da sciencia e ln>iud,i humanidade , achando-sc expostos uo idiomatrance/., lingua actual do mundo civilitudo. Poloqun nos toca cordialmoute agradecemos ao 1).Sigaud o ter dado importância a algumas drnossas opiniões einillida» em diversos tampo*e.n arligo» da Rovitla Medica o outro» escríplospor nós aqui publicados, osquaostove a bondade de mencionar.

Estamos portuadidoi ainda de que, dizendo oDr. Sigaud na sua introducção já citada, quecumprio íiolmonlu a tarefa de historiador, narrando tudo Quanto vio, ouvio, elêo, diz huma verdadeincontestável, porquo o qne elle podia ver, ouvirc ler ho realmente o mesmo (pie se acha uasua obra. Em toda ella notamos n bom gostocom que ho eicripta , a variada instruccào , quea enriquece, a imparcialidade que dirigi; a pennado autor e o torna beui aceeilo ,1 Ioda a quali-dade do pessoa, quer da classe medica, querdo outra classe da sociedade. Ahi também obser-vamos, alguns factos inteiramente novos c entre

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VAI MINERVA BRAS1MK.NSK.

«Ile* apenas citaremos o* cinco caso* do lebreaiitarilla esporádica colhidos em sua clinica. .Nâotiniu „ noticia alguma de casos semelhante»no Hrasil; mas em dou* se reconhecem tão exac-lamente todo* os symptomas titadas pelos au-tores tpie tle perto tem observado esla terrívelenfermidade, qoe a este respeito duvida algumapôde restar.

A leitura drsln obra causou em nosso espiritoa mai» agradável impressão, c involuntariaineii-le no* Ir* exclamar, dizendo.- ao inunos estehonrado Prsncei bu grato no paiz , que lhe temdado amigos, boina* e esiima devidas ao seumerecimento, Se acaso nio correspondeu plena-ineiile .,,, seu objeeto pelas razões que aponta-mos, não obstante, deixa ver que muito su es-ininio para obrar conscieuciosamente, expondocom fidelidade tudo quanto sabia u até a^ora selein cscriplo sobre a matéria.

alo desculpaveis alguns pequenos equivoco*acerca de nomes alias vulgares como v. g. mtiliiji.tpor tatapÁ, multe pur mttttc, piguintinga por pi-iitittfitt, quando pelo contrario achamos em ouIros escriplos, que correm pelo inundo todo atombra de grandes nomes, as mais escandalosasalterações aponto de algumas vezes serem inin-telligiveis,

Confessamoi do mesmo modo e com bastantepezar, que teria sido completo o nosso prazer, seO autor na sua obra preferindo o verdadeironome nacional, a buma alteração adoptada entreo» Franceses. tivesse dito Pernambuco ou Para-iiamliiico em vez de Fernambouc; e [se igual-nienlo nao tivéssemos de notar o nome de Ma*noel da Cantara, que nos deixa um duvida sefalia do nosso doa to Manoel Ferreira da Câmara,"ide algum outro do mesmo appelido. Ainda nóprincipio do corrente século havia na cidade daliabia hum medico dn mesmo nome Manoel detal da Cantara bem conhecido por pessoas danosso amizade, que se oecupava por ordem doijoveriio de investigações nalur.es. Acrescenta-remos mais que o conselheiro José Lino Conli-uibo uno nos consta, que fono Dr. de Paris,

como idliiuia o autor a pagina /|(i(i, sendo ver-dade alias,. que diz a pagina 56a, que emCoim-na recebeu o grão do bacharel. Desculpe-nos o

.... l.lli ..!.,. . llllllll.nlTrnilar inuiuli».

non afO MUM

,. . lp<"osso distineto eollega, sc em alguma cousa le-mos parecido austero, na certeza porém de que'cerca da sua obra repeliremos as mesmas pala-vras do lyrico de Augusto .-

A vista da maneira porque o I' Sigatid M di-ngio n , sua obra , seria para desejar que baseadopiado por outro* com ., |niblic.u.ao «le iguaes-SCnptOS, o seu exe.nplo. O BQUO eollega porsoas luaei, i .Im ,. .,i>, .- amor a verdade se mo»(roo digno «Ia estima dus Bl-SeMltM, bem longede se parecer eon rs«o obsct.ru rabiscador quecnm o nome da Chavana acaba de se epresen-tar ao* olhos du inundo, qucreiidu ganhar importaneia por *ua« inépcia*, falsidade» u maleilicencia.

Limitando ao que fira referido as nossa* reli,xóes em geral sobtu o livro de que se trata pa«-santos agora adar huma sttccinla idéia do que ellecontem. O autor divide a sua obra em quatrogrande» seccôes. Na primeira Irata du ludo quodiz respeito ao clima. Abi, depois de comparar o«lima do Hrasil ao da llnlia, falia dl temperatura .do calor solar, dos ventos, da* chuvas, dos nu*teoitis aquosos , electricos, igneo», c da iiatu-reza geológica do terreno. Ma segunda,'occitpa-so com a geographla medica do paiz, dividindo-.em seis capitulo», que tratam : i."Da ali ntaçáoe «Io iitliiiiimuiito, a." Uas doenças do» índios.e medicina do* jesuiUs, 5." Das moléstias dospretos , /,.' |)a< enfermidades dos que trabalhamno ouro a nos diamantes, õ." Do» curandeiros.6." Das doenças endêmicas. -.' Das doençasepidêmicas. A 5.", dá-lhe o nome de pathologi.imtcr-tropical, e ahi expõe as principaes enter-midadei que so observam nu Hrasil. He à quartaa que elle reserva o nome do estatística medi-ca: no i,° capitulo trai. da população, a suasraças, no a." da longuvid.de e mortalidade , no¦'." da legislação sanitária, no 4.° dos estabeleci-mentoi scientificoa; no .").u Das casas da cari-dade; no u.0 Das águas uiincrses; no 7." Dapharmacin e d. matéria medicai no 8." Da'vacci-na; no p.q Da statistica cirúrgica; no 10.* Doacemitérios e sepulturas; no ii." Bibliographiamedica.

Nos ntuneros subsequentes da Minerva dare-nios alguns oxtractos do. que julgar-mos maisimportantes da obra.

Dr. Emílio J. da S. Mau.

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LITTERATÜE\.

•t)jj} '$)fy%TJ$j tsi-aflSYSSSe pela sua parle, minta linha pensado em apartar- srpibit

li. I...... verídica.

-SK.i tomo os dias de júbilo se u.i.d n. dias\#de luto! Como lu- que o v.'-o tia joven des*

posada se torna ..'huma mortalha ! Como lu- tpie asepultura se abre paraosquce.itrau.i.a vida, ricostle amor e tle ventura? Ho o lado que cintou seusdias e lhes disse : felizes ou infelizes, vós morrerei*aqui mesmo!

Pobre Maria! tão joven c tão linda, tu quefoste tão feliz ha tão poucos dias quando te vi coma fronte coroada de ilores! Onde eslãs? Onde heo teu sepulchro

'.' Debalde te procura tua pobre

mãi banhada em lagrimas. Klla não poderá pòrsobre os teus prezados restos huma pedra , In.macruz, o nem dizer: aqui jaz a minha llll.a! Nãopoderá ajoelhar-se sobro a terra, bolida de frescoe dizer: minhalillia, roga a Deos por mim , pede,1 Deos que no» remia! Não, que esla dolorosaconsolação não l.e para ella. Irá , sim, pobre mu-lher! tloiitla, espavorida, en. torno do» destroçosfumeganles du esparsos memhros, e clamarei —minha (ilha, minha lill. a ! E ninguém lhe respon-dera, ninguém a ouvirá , talvez porque en. tornodelia outros gritos de descsperaçào rcsoarão, e adôr lie muito egoisla.

Alguns mezes l.a que Maria e sua mãi M.""-Laogloil, viuva de hum capitão reformado, vi-viam muito retiradas no arrabalde de S. Gcrma-no. Tinham ellas huma módica fortuna que eramais que sullicicntc para OS seus gostos simpleso vida bem regrada. M.meLai.gIuis so consideravarica c venturosa com o amor dc sua filha : ora estahuuia menina encantadora, bella como humaimagem da Virgem, boacoiiiohu.ii anjo. Estasduas jexcellente» senhoras so uniam no mesmoamor: huma vida mesma parecia animar os seusdous corpos; ambas recebiam toda impressãoqualquer que fosse j tudo para cilas erasalisfação.M.'"c Langlois que ainda era moça e bella quandoenviuvara, havia recusado contrahir novos laços,preferindo votar-se unicamente á sua filha. Maria

' dc -ii,. mái, porque Mia «i.ii e Deu- eiitliiain seuI coração e no candor th. sua ingenuidade , ,.t i-i-.l.| lava que estes dous M-ntimcntos lhe bastariam

para sempre. Porém aos .- ai.nos oulro» pensa-re», ouiros ¦robotnosastaltani* Huma voz interioracorda nt-lla, o coração sente cslrruicciiucnlo-..c buma vaga intp.ieliiçãu, «ubilas Irisleias, e loocas alegrias, II.¦ a idade eu. que a donzella prin-cipia a sentir a precisão tle amar. Maria estaval.estt! raso. Hum mancebo, Frederico, habitava natnesn.acasa: encontravam-se por tezes, troca-vau. expressões de cortesia e passavam seu cerniniio. Nos primeiros dia* Maria não fez reparo nobello desconhecido; ...as Iiuma veiencontraram -secara acata, olliarain ..'lit.n. relanct: lium parao outro o Maria abaixou os olhos. \.> dia seguintepeiliuliou-se ainda mais; seu coração palpitoueom força. Alguns dias depois quasi deo In.mgrilo, achando o joven nasal., tle sua mãi. Fredericoviera fazer buma visita em tpialidade de visinho.M."" Langloíl o havia recebido com aquella poli-drz prudentee reservada, própria dc toda mãi tpievela cuidadosa em seu thesouro, Mas Fredericolinha luun tom cxcellente, buma physionomiaexpressiva , hum olhar lento e hondadoso: comestas prenda» inspirou confiança. As suas visitasnuiiudaraiu. Cessou a desconfiança: Maria, inter-rogando seu coração, não se assustou como novosentimento quu nelle achava, e sua nüii renun-ciando á louca esperança dr conservar sozinha asaüeiçòos de sua adorada llll.a, neolheo com ale-gria o pensamento de ui.il a a aquelle cujo caracternobre e generoso licava responsável pela sua foliei*dade. Frederico havia obtido o consentimentode M."" Lnngloi» paia huma união ardentementedesejada. Huni volver de olhos, terno e fugitivo.a mão convulsa quo apertava o que beijava , li-nham promeltido a Frederico o de Maria. Escre-vco, pois, a seu pai, rico negociante de Marselhao esperou pela resposta com o coração embria -

gado de esperança e da amor.Hum dia entrou elle em casa dcM."" Langlois,

pallido e tremeb.iiido. Que lens Meu licos,exclamou Maria.

18Frederico chegou-se a ella,

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70 MINERVA IHIASILIKNSK.

apertou-lhe a mao ua» suas, ma» não |»»1de res-ponder, Jé ocompnbendo» »li»»eM.*' L*n*g<M*fouidòr. vosso pel berico, eu c minha lilbunão o somos,

Nao »ou assa» tico para i*a»ar »»-aiiiulo aminha inclinação? E poisquetod a a minha 1'elíri-iladu depende de Mana, irei »acrilical-u a humalouca ,ii,l,M. .-!

E»|icrai». »li»»u M*"c ilu l.angfei» com »lig-nidade. u esperais .¦>i<- euapprove e»»a demite-dieiicia o vo»»»» pai e que eu consinls que vosesqueçais do dever »!** lillu»?

Meu deverI respondeo Frederico cm »»>-ireuiiila '• st-ntidn? V. Im... pai lambem nãotem dever»-* que cumprir? Tem elle direito dt-coiideimiar-iiii! n lim»,, desgraça eterna? Não.senhora . uão exigiruis quu abafando hum amori|„u tudo jtislilicata, me submetia a sua injusta

¦ ¦ni ,1,-. que prometia a huma noiva que naoconheço biiina li-licidadt* que lhe uão poderei¦lar.

Não posso ordenar-vos que obedeçais a i ossopai, mas não posso consentir qm* minba lilbaentre u hnina familia que a repelir. Poderei* re-sistir , mas eu nflo devo apoiar vossa residência,fazendo-me vossa complico:

Senhora, vede quu podeis reduzir me •',desesperação, vede que alé a minha vidl cor-reria perigo.... Pensai em ataria.... Ella meama.... senhora.... tudo ussiifis lagrimas cilur....tende compaixão de mim '

piedade com vossalilba!

alinha filha I murmurou M."" Langloii, quejá mal podia soflrer a emoção tpie abalava, mi-nha (ilha percebeo-me, Frederico...,

Maria! disse Frederico em tom supplicante,Maria enxugou as lagrimas que banharam seurosto eco,,, resignação virtuosa, sem levantaros olhos parn o seu malfadado amante , com hu-ma voz commovida, porém firme sanecionou osacrifício que sua m,ii lhe impunha :

Assim O quereis, Maria obedeço, parlo...mus tornarei. Meu pai saberá a que nobre mu-llier tinha eu querido consagrar a minha vida :terá compaixão das minhas lagrimas , cedui-á úsminhas instantes supplicas.

Os dias se. passavam : Frederico havia partidopara Marselha : Maria nflo deixava ouvir-su humsó queixume, não derramava Imiuas,, lagrima.Porém já sobre as suas feições, tão bellas c ro-guiarei, a desgraça imprimia seus vestígios. Ellasullria muito, c a sua pobre mãi ainda mais:Ella a contemplava com desesperação: vendo comangustia os progressos devastadores do mal quea devorava. Náo ousava ella dizer espera !... re-ceando quo liuma terrível verdade não viusse atornar em veneno esta palavra que podia salval-a.Muilas vezes se ajoelhava implorando a Deos com

•uluçu» a parava c»u,orecida, int.ruiurandi.: Oh!mi,,!,- lilba in i.i du paixão !,..

Em mui uiot ni M ni i - ilu lei i or ella su exprol.. . . o ler cumprido inuiio . risca o teu dever:ciiiisi,lt-ra»a-»e vuiiio, a algo* du »iiti lilba e suFrederico viesse insistir em despo*al*a ella ton

¦ iiiui.i ni>»u liara «alvar a »ua prezada lilba.Ellu houvera dilo: • Duo* me perdoe lambem,ma» eu »uu mai, u n minha lilba morre -' Deosuão manda quu mnlu a minha lilba !

No ttiiieiiiiii.i Frederico eslava longe, podiauão voltar.... Podia voltar, mas larde....

Havia liuni nio** que Frederico havia partidode Pari»: era noite: hum forasluiro su luz an-iiunciar. M Langlois lua a negar su a recebei-o,quando elle appareie no limiar e lixa as vistasuo doloroso quadro que ante ellu »e ollerecia.Era hum homem du cerca de Co anno* de liumaphysiuniiiuia austera , mas cujas feições, bemvistas, revelavam a bondade e a franqueza.M.""' I ii l.-i- su levantou, observando o foras-leito com surproia. Maria lambem qui/, levan-tar-.se tuas elle se approxiuiou ligeiro e Ilu- dissecom »oz tocante.

Sen, ceremonia, minha senhora, estais in-commodada. Depois, voltundo-.se para H.***Lan-glois: Sou bem criminoso. minha senhora, ac-creteentou com tom compungido» u vendo-vos,sinto muito os pesara* que vos liei cansado.

\ós, senhor?...Vosso comportamento, senhora, foi o de

huma nobre o boa mãi.... I. eu procedi comohum maucebo desuiiolado, sen, rellectir, seminluiiiiai-mi'. Nào qui/estes roubar-me o lilho....e eu ; i,i l,i/iii,l(i quo vós perdesseis a vossa li-lha....

Pois que!... serei* por ventura....O pai de Frederico: elle veio commigo;

está a espera.... Mal linha dito quando Maria dc.lium grilo o desmaiou, A desgraça mala lenta-mente : a felicidade cura depressa. Em breve ascore» na sua frescura tornaram a brithar naslaces deMaria* seus olhos adquiriram todo o seubrilhar acostumado: ella ria o chorava de ale-gna. Tudo estava esquecido; o passado uãoexistia; Maria era dilosa: sua mãi, seu noivo ,aquelle que ella já chamava seu pai, a cumula-vam de cuidado* o de amor: custava-lhe a sup-portar o embriaguez da alma; receava morrerdc felicidade,

Ila poucos niezes que Maria appareceo a Fre-dei ico com a fronte ornada da coros das virgensapoiada em sua mãi. Nossos olhos contempla-vam com huma respeitosa admiração , este sem-blanlo lão puro e cândido, esses bello* olhos,cheios de amor e de iniiocencia que enlevadosrepousavam sobre o esposo da sua escolha.

Chegar a felicidade e morrer, meu Deos?

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MINERVA BRÂSQJENSE. 71

quando a vida lie tão bella. quunju >e hu tãoamada I quando httm porvir UO domado »,! auto-lha | dou» amantes! Bete pensamento não he bor-rival? veio elle perturbar a» delírio»»» emoçõesdeste dia

'.' ohl nao! Náo ha prasaaümentos i pelo

menos sáo mui raro*. Ilu uu meio do» transpor-tas. uo* maiores júbilo*, qun a desgraça .obrevem e a uiorln no» dá o extremo KOlpe. No diaseguinte havia festa eu, \eruille*. Dt* todu a par-lu corria o povo em multidoc» para a antigacidade du» reí*. A* vasta* rua» cm que a relvacresce entre a» calçada*, *u enchiam de tudoquanto Paris tem do uacioiiae* u doestrtnigeiro».O* eragORj da* estrada* de ferro arrojavam porassim dizer nesta magcslosa solidão milharesdc curioso* qun se aggloineravau, pelu» par-que*, vinham maravilhar-te diante do* esguicho»e cascatas dc .Vptoun u se derramavam na»immeasai alameda*. Na* raras vens cm queParis vem como buiiia onda cstcndcr-se na inagnilita Vertalbc*, esta cidade parece huma bellaestatua du mármore quu su anima por bumsopro creador.

I. poi» era por esla immeusa turba u nesseruido que. Frederico e Maria murchavam humjunto ao outro, du mão* dadas, sós com teuamor uo uieiu du lauto.» indüTerente* que malsabiam da ventura desle par alforlutiado. M.""Langluis seguia seus lilhos, esposos de hum dia,esposos absortos na idéia exclusiva que os domi-nava fitando nelle. vistas enternecida*; e vendo o.renascer á vida e ao prazer. 0 dia se passourapidamente: era chegada ¦ hora do retorno.Partamos, partamos, disse Maria cou, alvoroçoinfantil, tão desejo** eslava ella du fugir tle lododessa turba em cuja preseltça uão podia entre-gar-se a Iodas as euui&Cl da alma.

Porque lado hiremot, perguntou M.'"° Lan-glois.

Pelo direito, disse Frederico, pois que foio nosso caminho.

Pelo esquerdo, então, observou M. II.",para variar.

Pois bem ; á esquerda..As cinco lioras e meia a comitiva su po/. cm

marcha. Maria o seu marido hiain no segundowagon. Chegada quanto podia a elle, fechavaos olhos; tão rápida era a carreira que levavam.M. Ji.** se ria do susto ile Maria.

« Olhai, minha lilha como tudo passa diantedu nossos olhos tão depressa. E com elfeilo arapidez se augmenlava 00hum modo assustador.M. B.** não fallou mais, que o dosassoengocomeçou a mostrar-se cm seu semblante. Sun ,os dczasele wagons biam tão rápidos que asvertigens o bum frio mortal, que gelava os mem-bros, começaram a sentir-se.

Tinha-so passado a estação dc Bcllcvuc: hum

immeUSO mitO de horror e MMtO leluinlioii: ot*i\o du primeira locomotiva acabar, de quebrar»•-: , II.i parou iinniidialaiiieiile, u,u* a comutoÇtO do - ilu.,,,,,, a linha leilo tahir do car-ril; a segunda lendo toda u *ua força da impul-tio. Impou *obrn a pri ira..quebrou,eimagan-do 0 conduetor o o» quu entrelinham o fogo;quebrando-*,* lambeu,, u derramando teu logo

. inn, ni ni,, pelo óleo ,1.,» machioat.Kntão, iimii Dnos! nao »u vi„ tenlo bum

hurrivcl auto de fé. O» Ire» primevo, magoaiarrabatadoa pela impulsao dada, vieram comviolência u etbarrar-ie e quebrar-se sobre a»duu» locomotiva* incendiada» que deviam deveral-o* em algun* in-lanie-.. Durante dou* u.inu-to*, grilo» lulimOMM se ouviram.... e humsilencio d,* morta lhe» tuceedeo!

Na OCCatiOO do primeiro choque , Fredericoquisera abrir a portinhola, mas seu* esforçosdesesperado* tinham sido vãos. File chio juntoa Maria, dando liuui grilo de honor, porque jánão enxergava; eslava quiti tufibeado, O fogoprogredi.] já llie* chegava ao. pés.... a atphyxiaComeçou! Maria, abraçada com seu Frederico oapertava fortemente. « Morrer , disse ella , moi -rer juntos.'... »

Us seus olhos sn fecharam; »nin duvida ellonão leve mais que buli, illslanle ue sollrinieiito ,mas quanto não seria horrível.'... A penna se negaa reproduair estas scena* de terror.

Contornado o horroroso tacrificio, quandodos restos fumegante. arrancaram os cadáveresem pedaços, luuna iiiuljier salva por milagre,salva sen, que ella mesma soubesse como , pro-curava entre estus resto, informe. , o corpo desua lilha. F.ra a pobre mãi de Maria! M. 11"jazia a tlgunt passos delia. M.""' LlOgloít 0reconheceu, mas passou indüTerente, gelada,morta para oulra sensação quu não fosse, a deachar sua lilha. Por longo lempo a infeliz mãicontinuara nas suas medonhas peiquixa. comhuma coragem espantosa. De repente eis qnesolta hum grilo pavoroso. Dous corpos inteira-mente desfigurados estavam a seus pés: a morteos não linha desunido, ainda estavam abraçados.Km seus dedos meio calcinados se achavam dou-.sanei, nupciae.. A mai abre hum dello*: Maria.

ii Maria ! clama , ali! não ! he liuma illusão lu-do islo.... Mão hu minha lilha.... não. Minha li-lha tornará, i

Pobre niãil Ainda espora por sua lilha nespera sempro... ! Feliz alienação que lheengana a dòr e a embala n'huma doeu esperança!

Imitado por S....

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72 MINKHVA BBAS1UENSB.

CONSERVATÓRIO

DRAMÁTICO BRASILEIRO

ÂNGELO OU O TYRA.NNO DE PAOOi |

DRAMA.

Tendo examinado o drama intih.l.itlo Ângelo,ou o Triaaa* de Podua, acho qu<- .1 »ua acçioapresenta o quadro da crut-ldade e devassidlO«It- bum tyram.o déspota I cruel, contra buiiiujoven don/ella, luuirada e fit-l ao aeu amante,a «piai furtou com violência o leu. presa uo tenpalácio, ameaçando-a de norte sunáo ceder úsoa vontade, «• que ratutindo a ioda» t-.«a» amea-ças, st. resolve ella u lazer morrer pebtiuppli-cio i" 111 lln 011 pelo veneno, ao mesmo limpoque, apaixonado por huma cômica, lenta co.i-quistar o amor desta, a qual o illude. de ma-inir.i quo pôde salvar a infeliz prasioneir. aperar desla ser sua rival (por c>tar ella , comi-... apaixonada pelo amante delia ) iodo movidaa islo principalmente por hum sentimento dcgratidão cm ratio do haver a joven presa, sitarival, concorrido para livrar lhe a mai do pali-bulo; acçao eminentemente virtuosa e que reu-iiidii ao castigo dotyranno que morre is ...fios doamante legitimo, não lauto para vingança, comopara defesa da própria a alheia vida , parece-moconstituir hum assumpto theairal tttffieientemen-te moral, e bum quadro em que so .preMntamj par das imagens hediondas tio vicio, a* dn vir-tude triumphante , brilhando com bellos carac-leres, e nobres rasgos. Como producçfio litlcraril esta peça tem os defeitos que se encontram

ordinariamente na* co.tipo.içiW dramática* ro-mautica» du no«.a época, tpiaiitu .. veroai.iiilhau-ça do» 1 " i"i >|in- *n |..iaa.tiii na set-nu ; porém'i" 111 «ia -ia. pela* Mini., mi etneceetei qoe apre--' ni 1 deve interessar 1 o cantar Imaroatlo ao esI" . 11 l"i N" dialogo, nas situaçnet o no* fnt-Io» que ae pa»»uu. á vi.lu du rspeclatltir, nadanlfirece do Indecente, e que abaeltstaaente naot-onvenhu expor so perante o* olho* du publico:todavia SOU du parecer que em lugar do—cru-cilixo— *« substitua o diga — crus — om todo»os lu..11 (. ondo «-.vi expressão *u enco.tlru, paruevitar o mui* qne lòr possível que appareçam.obro o tablado tlteutrul imagens sagradas , eu,peças profanas; o aconselho quo *u siipprimnnialgumas palavra» e pequena, passagens que invieram riscada, com lápis ou linha, principal-...ente aquella cm que (scena 5.' quadro 9.*)•1 Sra. cômica pretendo exultar as pessoas du suaclatae, deprimindo «insultnndo as senhoras maisro «peitai eis d..» outras. IV.de-se consentir todaa con.idi-raçao para os cômico* beui procedidos,mas nunca tanta que os eleve acima dns pessoa.»tia* outras classes, e que o* apresento mai* vir-Idosos do que cila.. Ile o que me oceorre dizera respeito tlu dito drama, submetendo todavia omeu parecer a melhor juizo. Iliode Janoiro, 1 denoteinbro de 1 s ',',

Conformo,

José Ilu fino llodrigtus VatconctUos,

\.* secretario.

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POESIA.

ODE.

naifliiUL.

V111..I', imitira, e I.. l.rH',.l.i.;. t.n.il.-.Ove t.jji.i alta viilutp «ll.pi-^a i- irrita.

PltTtAKQUt.

Suave et charmante rose,Fraiche éclote,

Qui n"etl qu' au matiu encor,Jaime à vuir I aslre du mondo

Qui lluondeDc poudroel de rayons dor.

Quand du 1'ond de Ia valléo,Dévoilée,

Ta grâce sollrr ii me» yeux ;Jecroisvoir, fleur des archanges,

De doux auges'fe descendre ici des cicux !

Mais quand 1'aurore veriucille'fe reveille,Kt te Irouve loule en plours;Alors je crains pour tes charmes.

Kl mes larmesSe uièlcnt ii tes douleuri,

Quand le soir je le regar.le ,Sous ma garde ,

Ecoutant 1'hymne élernel,Je vois ia formo onduleuse,

Gracieuso,Se découpor dans le ciei.

J'aiine si Ia douce holeineDe Ia plaine

T'efllouro cn le caressantjMais je tremble que Ia brise

Ne le brise,Ou ne 1'efl'euillc en passant.

ODE.

TStDOCÇlO lll)VIKO\IKTtU':\.

Amor , intuía, i- Ia I..H'..l.n.i .....ilo ,Üvi- «^iii alta i -i..... .'l.i., - rr^n.1.

PlTBAtC*.

i > de fresco abei Ia rosa,Odorosa,

Que inda estás na madrugada,Gosto ter quo o sol radiante

Te abrilhanteDe ouro cm pó e lu/. dourada.

Quando embaixo na vallada,Det'brochada,

f nas graças me apparerein ,Creio ver, flor dos trchanjot,

Doces anjo» ,(Jue do céo aqui te descem.

Mas se a deusa matutina,Purpurino ,

Te desperto e vè chorosa,Temo então por teui encantos ,

I. meus prantosJunto a tua dòr penosa.

Quandoá noito em le observando,i. escutando

O liymiio eterno, velo eu ,Tuas formas ondeadas,

EngraçadasSc debiixani sobre o céo.

Goslo ossos se da planttra,Com braiidura ,

Vem lamber-te o sopro lento;Mas receio que, cm passando,

Menos brando,

ODE.

tbidiiio.ni*.

Aiiii.i, nalura , r Ia l.i-H'.iliiia um.Ir,Oteogni alia viil.il.- all><Tj,-.-i r rr^iia.

i-i iiiau. \.

Teste tchiusa, vaga rosa ,Odorosa

Che iu uiattiuo .iiict.i' ti stai,1'iaco ti me se 1'aslro grande

Su te ipandeÁurea polve «'d amei rai.

Nclia valle, ove nTaggirn ,Quando io miro

Tue vtghesM senza velo ,\ eder piirmi, o Cor ifarcangrli,

Dolci gli angeliTe quaggüi portar dal ciclo.

Ma si; te Ia purpurinaUsttutina

Luce sveglia c iu pia.ilo vede ;Tomo nl lor pei tuoi inconli,

l'à i miei pianliMischío ai diiolo clie ti liede.

Se alia terá, te mirandoK tscoltando

L'inno eterno io slo con zelo ,Ditegnarti grazioso

LcondoloscForme tue veggO sul cielo.

Godo che dal pian 1'ourelta.Placidetta,

Yenga , edolcc t'accarezzi;Temo poi che, violento ,

Falto il vento.Te desfolha e quebra o Tento. Nel passar ti slbgli e spezz

Devemos ao nosso amigo o Sr. Dr. De-Simoni a traducção portugueza desla poesia, que lliè rtigúimi. m.sdésse para tornar o nosso original mais intelligivcl a todos os leitores. A versão italiana lie Igualmente devi-laao talento e á bondade do meitno Senhor.

»9

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74 MINERVA BRASIUENSE.

'.il I ..I.. .IL- IravailleiiM-.\ in. .ii

• .' i.i . .1 1..11 pi*lil,JetenSi humble créaltire ,

I i LI i.

Que le lii -"ii .1 ii .1 nublil

(•'•st que pour Iui j'ai ilun* fame( . ii. il .uni,-

Qui non» consume en un jour;(le soiilllc diiiie autre vio

Qu'on envie,litip.ou appelle l'u>not>r.

Comute, par 1'aube arrusée,La rosca

\ ient dans te* pli* *'eiidorinir,Je r n.ii i- que dan* le» leuillo

Tu u.Vceuille»Pour in\ gnrder ei mourir!

Quand, triste et cn.nine allaissée,Ou froissée,

•le pense le voir plcttrer;Mi.n élrealor* en delire

Veul le direDe te lai»*er adorei-.

Si tu scn.lfres, dans Ia vio,Douco auiie,

II faul l'adre*«er au ciei;II enlciidra la p.-ièro,

Kl sur terroTu nc boirasplus de fiel.

Sur fame noblo, plaintive,Kl crainlive,

II verse un riivon do jour:Si-me Ia lleur idéaleQui sexhale

Kn de doux porfums d'; mr.

Kl 1 amour, ma paurro sainte ,Pourla plainte,

Le» regreis et la douleur,t,'csl le huiiine sana melange

Qu'un boi angeVpporto ovec le bonheur.

Danslafaible fleurtimido ,Et cândido,

l)ieu mel un parfum dos cieux ;Co doux parfum c'est son ame,li. dictame

Pour tons les fronts soiicieux.

foutes les flours dece monde ,Soildiuis 1'ondo,

Quando a abelha vem zelosa,Amorosa i

\ ¦ leu seio com carinho,Siiilu, huiuilde creatura,

A piuicluraQue le faz »eu fcrrloniiiho.

Pui* a alma te me iiillam.uaI' •- . . I. niiiii.i

Que em hum dia no* cuii«oiiie ,|)e»»o bufo .1 ....ii ,i vida

Mui querida .K ip.e tem du amor o nome.

Como o orvalho no teu seioDormir veio,

D' llor d'alvu hiiuiedecida,Ku desejo quu mu acolha»

I nin a» folha*,K alli '»lar,

licur sem tida.

Quando estás triste c murchada,Maltratada,

Imagino ver quem chore ;A minha alma arrebatada ,

Knl.io brada :Vh consente que le adore.

Se padeces cã nn rida ,O' querida,

v olve ao céo o* teus cuidados ;Ha de ouvir-te a* preces pias ,

K teus dia».Nãu serão mais amargado».

Sobre ,i nol re alma chorosa ,lteceiosa ,

l.ll. espalha puros lumes ,K essa llor moral semôa

Que rocréaCom de amor doces perfumo».

K o amor, minha santinha,Para « capinha

Do desgosto o da amargura,Ile o boiaamo singelo

Que anjo belloTraz dVnvolla co'a ventura.

Na llor tonra e lagrimosa,Casta rosa,

Verte Deos celeste aroma;Este é hum dicta.no, o a sua alma;

lílle acalmaQualquer dôrque ao rosto assoma,

Toda flor aqui no mundo,Quer no fundo

Se vien 1'ape i.,ii,.....,Amorosa,

K ... i ..,.¦.• « il ll.O pislilln;Sento, uiuil,* creatura .

La pui.lura( In li Ia col lier MIO »pillo.

Ed è ei" perehè ui'inliainiiiai.i'i. il i liaum.i.

Cbe «Iun di ci «Irugge in fure ,..im il.. spirlod'allravita

Si gradiln,Che da lulti è ilriiu u.uorc.

Fiur cbe 1'ulba uuiido rende,Come acende

li ni;.i.iil.i in te a dormira,Io rorreicbe m'accoglie»si,

Mi lenessi ¦Nel Itio sen, eivimorire.

Se sei Irista e scolorulu ,Maltrallala ,

Sembra a me veder che plori;[/alma u.ia vaneggia e sogna .

Dirti iigogua:Al, consenti cnio t'adori.

St: lu toflri in qucsla vila.Mia gradita,

Volger devi al cielo i rui:Ei lia ch'oda i preghi tuoi,

I. tu poiFiel ip.aggü. |.in non beirai.

Su belTalma lagrimoia,Timoroaa,

Egli iparge .... cbiaro gioriio,K vi semina il boi fiore

Che ifa.noreDolci ellb.ssi spande intorno.

K 1'amor, mia tanticella,Se noi lella

Dujia allligge iu lai e in pene,Schicüo bálsamo è che un bello

RalaelloDal ciei poria insieme al benc.

Nel lior lenero, iiniiil. 11n ,Candidetlo ,

llipon Dio <lel ciei 1'odore :L'nlma ein'è, dilta.no tale

Che ognor valeAlie Iroiiti ov'c tin.ore.

Ogni flor quaggiü delfondeSulle sponde,

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MINERVA BRASILIENSE. 7ií

Soil sur I u ul. nil.iPrennonl un wafle celeste

Qui leur reste11 ui i Dieu liciii lesarracher.

Ne im- dtuic rirn si forage,Au nassage,

Peul le déciurcr le t-tetir;l'.ar loquilteras Ia lerrc.

Iticii nnière,Pour riucfljhle bonhcnr.

Pui* que tou ame ii toou ume ,1'leiu -dicl.iiiir,

Tient par fiinmorlalitò,lei '| i. I y soil uníe

Pour Ia vie ,Au ciei pour félirnilé !

ENVOI.

Ua rose de Ia vallee ,Dévoilée ,

Que | .uni. d'amotir, c'eal lui!'foi, Ia sainlo créslitrc,Noble ei purê,

Donl Ia penséoesl en moi.

I u roi pourrait, oi,! mon nii^i*!Paire échango

l)'uu trone pour lon araour;Mui. qui uai pas do couronne,

Jc te doniieMa pelite ode en retuur.

IvMlI.K ADET.

Ifagtia . ou sobre árida penha ,Toma bum haliio do céo,

Que he xmiTé que Duos rolhel-a venha.

Nao receies poi* luriiicnla\ iolenla

tjue ao passar lua alma iilinle ;Pois com máximas venturas

AmargurasTrocaria du térreo valle.

domo a tua, ú llor (pie acalma,A iiuiii, alma

Prende a iiumorlalidado;Huma ú outra fii|„e unida

Nesta vidu.D no céo na eternidade.

OFFERTA.

Minha rosa da vallad.i,Des'brochada,

A llor minha es lu, querida;Ks a santa ceai ura

Nobre e puraCuja idéia he minha vida.

0 su rupr arsa >i irolca,Ha dal tielo un -..ilin iiuijto,

• .lu gli ('• datoFiucliè Iddio mui lu raccolga.

Non leiner diimpie tompesla .dllC IlHICala

Patsi, e il cor li aliaxj dura:Perchè

'I mondo lasceraiPion di guai

Per gnder soiiiiua ventura.

Sc Ia tuc come quest'slma,I' uu che i-.ilin.i ,

\ iver deve iiiimortaliuente .L'una alPaltra rcsli unila

Nella vila,E ml ciclo eternamente.

OFFERTA.

Delia valle tu famataNon velala,

llo*.;i mia, o cara sei:Sei Ia santa creatura ,

Nobil, puraCite ognorvienno'pensier miei,

Ah! meu anjo, luun rei poderá L'a mor tuopotria cred'iSe quisera

Para ;iui.il-,i luun throno dar-toEu, sem c'ròa, quero a minha

Odesinhal)'isso em troco sú doar-le.

f„ V. Di; Simom.

Angiol uiio,Rimertarti nu re col trono:Io che non lio regai .serio

Tel rimertoCon quosl'ode che li dono.

L, \. Di.-Siuoai,

SSJXM

A SUA MAGESTADE IMPERIAL

4* «justai í* »%&&<*! iM&ttmi)

Em o .eu anniver.ar.o de 2 de deiembro de 1844.

Não sei cangar louvourei a tyrannoi,Heróes, emquanto vivem , nío celebro,Nem baixa e vil lisonja barateio: —— Erguem-se á Deos meus byiiinos, O á virtude,Mas á virtude que nas campas dormeLongo somno dos séculos, o á mingua,Dessa augusta missão quo ao vule incumbeFicara sob o peso supplanladaDas lages do sepulcro; — tanto lie débilA morretlora idéia dos humanos!

Su lioje (f harpa na mão me vêem sentadoAporta dl,um muiiarelia, a VÓS tào débilAos sons melodiosos ujuntandoDo mystieo instrumento do propheta :-Olhem-me a frente, quo a verão erguida .

Ouçam-me o carmen, vêl-o-hao altivo,Qual o presa lium monarcha virtuoso,Que não de Cotivaminlias se alimenta ,Mas só quer a verdade immarcessivel:A voz he débil, porque o peito lie fraco,Mas medos não a tremem «máo conselho

« Dará sempre o (pie ao dal-o se arreceia« Da verdade que diz. »

O rei supremo,Que só antes de tudo, d'nlro fumo,

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7<i MIM-UVA BIUSIL1KNSK.

E espessos turbilhões de lava ardente ,\ liii.it leve aceno, fez brotar mil orbes

Com qu~ii.tiii.li-- espaço» povoara,I.iu i. - In ,11 ..ni. - |.|i..i... - quu a denta lie» a

.'\ç(iula*»ein do chãos, —o em torno delle*Mil espberos gvrar por lei coustantu,Ao . ¦ um .illim palenlu; o rei supremo,Que por doignio» ao* n .'iii- - vedados,I :• mundo e mil outros rego e domo,E do» niona.ch.i» he monarcha cxcoLo,So esse in ii-*j'ii •• .; — Pedro Segundo,Escuta o canto quu por mini 1'euvia.

.Não vês de pólo ã pólo desdobradol'or descoiimuliae* braços de gigantelium sangrento painel? ei* o sudarioDa* republicas, dos reinos, dos impériosSobra os quaes já r.ihirnm despiednsas!•! eternas (ousas; — Ei» u grande livroQue au» priucipes lium Deos abre piedoso;E leiam nelle os reis, se reis ser querem.

Ve» esses feros vultos estampadosDa leia no muis alto, —olho» sangüíneosliaios a sciiilill.il'. a espada nuaEmpunhada na destra, u lí» coroadaDe louros , e diademas? ! (piem são esse»?

Heis e conquistadores do universo,Monstro, sedentos de vingança e crimes,A (piem sangue e poder nunca fartaram

Cabem-lhe ss maldições da humanidadePinto o Megera seus Iriumphos cantem.Abaixa os olho», bem no ros da terraNão vès rubro» montões de csrne humana?Mus escabrosas rocas dns montanha» ,Com os taxo» rolando dos oileirosE nas plunices do assolados campo»,.Não descobre* ossadas alvejandoAo resplendor do sol ? —as ermas grutas,(ls valle» as cavernas, e mil fossosPelos homem cavados conlra os homens,E por ventura oleilo do algum rio,Queospavnrido Iranivinu seu curso,Entulhado» nao vês com a massa ingenteDe temores e craneos que, alta noite ,Em chammns abrazado», annunciamA justiça de hum Deos , o o som medonhoDa Irombota fatal ?! Abi tens as viclimasI imiioladas á loiros, á diademas !

Oh ! cantem ternos Bardos seus louvores,Subam seus hyninos á posteridade ,E hum Deos en, meiga nuvem transparentePor anjos embalada, o leve cursoDos ares lhes consinta eternamente.

Em negra beta o quadro se terminaCom turma circular que svmbolisaA longa eternidade ; — mão potenteA historia em caracteres indeléveisAli ,i .mui tios hediondos feitosE detestáveis nomes dos l\ rt.nnos.

Ilu medonho o painel, mn* nellu altontaE medita , senhor, que o cúo t'o envia.Então vera», Senhor, que ossos tyrouno*.Cujo» nome* detesta a hu,uai,idade ,Vezes mil eu, seus peito» nuuinharamCorações paterna.'* , e os seus anhelotForam mil reses adilar seu» povos.,..Ma» sao do» ihroiios apanágios triste»(I engano, a traição, a falsidade.Ignore o bom rei sempre a verdade ,Su desdenha dVntrar pobres alvergues ,Ouile geme a iiiuoceneia espesinhada .Onde habita a virtude, <> a foragida ,Já cansada dc embales porfioMS.Honra se acolhe quebrautada, a triste....Sem conselheiro» máo», mãos rei» nao foram .(Jue a mesma natureza aos reis ensinaA prezar o seu povo, como ensinaAos pais idolatrar seus caros filho».

Quem o mando lupremo desde o berçoleu, por herança, (piem ><> Duos avista

Da sua fronte acima lem por timbrePraticar a virtude e o justo e o grande,Porque ai não pódu desejar na lerraQue essa coroa immortal, iniiiiarcessivel(Jue a fronte dos heróe. cmgo radiante,E os leva da memória ao templo augustoEntre as benção, dos céos, e dos humanos.

Quem torce as leis e olfusca a magestadê?Quem atira a cizânia, a intriga, o embuste?Quem a honra propelle, e o gênio avilta?Quem as almas embola dos monarchas?Quem vicios lhes incute e lhes depravaE a recla razão e os bons costumes?Quem lhes rouba o prestigie, a lama a gloria ?Quem, qual muro de bronze, alevantadoEntre os reis e sen povo, os débeis gritosDa razão, da verdade, e da justiça,Da innocencia , e talvez da desventuraSuflbca, abafa , e some despiedoso ?..,

Ah! medita, Senhor, e esses lyrannosTalvez mais compaixão que ódio mereçam.

Mas volve-se o painel, que maravilha !Que luz suave se derrama em torno !Que musica tão meiga, qíie ambrosia !Oh! eis 'fito, eis Trajano, eis Marco Aurélio.Eis os deoses da terra, lão serena

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MINERVA BRASILIENSE. 77

A pas logrando alli celeste, puraKnlre aureola dVtlrelld» luminosa»K goio» mil quu a* alma» lhe» ensopam,K pela» leda» foce» resstuiibrando ,Km ii»- |" i. I.O..I Bie» banho u» ro»lo».

I -pi.... ali. Senhor, a longa vistaPor enlre o* nobre» vulto» «pie povoam\|...i. .,. láo -,, po ...l.i. Ho il.ii.M '

( .mii i.ij.l , esses modi-loi; — lá leu sangueDu ha muilo ipiu fulgura em venerondosSemblante» que le aguardam jubiluso*.Náo vés essa cadeira recamadoDe perla». de ruhin», e de diatnaiite»,

Que zeloso Manoel guarda ¦!.. dextra,'feudo á -ui.-ii.i luun jovial guerreiroQue -i, |,i. ,i- dous trocara _,-1 ¦ simples,Modesta palma com «pie ulli se adorna?

Al.! prosegue, Senhor , na augusta »en«laQue trilhas tio seguro em tenros anuo*,

I , o..ml.... e caminha, que apoz transe»,Apoz espinhos mil lá mora a gloria,l.á te aguardam her.es. Ia teu» assento!M ¦ do verso da medalha Iremu!,,.

Assim Deos m'o diclou, assim l'o narro.P.,i. Joio Doabts Lisboa SsasA.

0<W—SSSSSSSSggSSSS—3——&

VARIEDADES.

A.T'*. *V

ACADEMIA DAS HCLLAS ARTES.

i IZSOSIÇ10 geral de pintura deste anno an-mineis iinuieiisos progressos sobre as ex-

aposições precedentes,Ile impossível não reconhecer o goslo das ar-

les na nação Brasileira; alguns annos tem trasi-do lão grandes mudanças ua execução dos piu-tores desla cidade, que estas mudanças seriamapenas acreditadas por aquelles que os não li-vesse seguido passo a passo nesta nova estradaaberta è sua ambição , e á gloria nacional.

Ha cinco annos que subindo do palácio das

|íellas-Artes, eu linha o coração opprimido pen-ssndo nos IrBCOS produetos que ello encerrava;alguns desenhos do estudantes ainda incertos ,alguns pallidos esboços que em consciência senão podiam chamar pintura ! listes poucos annosbastaram para mudar esse triste aspecto, c per-correndo as salas n.°" 9, io, o 11 pòde-se ficarconvencido da verdade, de minhas reflexões.

SS. MM. II. dignaram-se com suas preson-cas dar maior interesse á abertura d<> Museo.Chegadas ás dez horas, SS. MM. foram recebi-das pelo Sr. Taunay director do palácio das Bel-las-Artes, o qual acompanhou constantementeS. M. A attenção paciente c constante com que

o imperador examinou Iodos os quadros, deveser biiina grande animarão para Iodos os artis-Ias (pie disso foram testemunhas; vê-se que S.M. junta ao seu exame os conhecimentos de humgosto esclarecido, ao mesmo tempo que mostraa indulgência (pie se deve conceder a ludo o (pie,principia, liu sou aqui o interprete de todos osartistas para testem unhar-lhe huiua alta e res-peilosa gratidão.

Principiando pela sala n." g , entrando c vol-laudo á mão esquerda, estão duas copias humpouco pallidas de mulheres napolitanas; o lo-qne bc niollc, e os contornos incertos: estascopias são da Sra. de St. Julien.

O Sr. Poulo de Geslin oxpoz muitos retratos.Seria para desejar (pie elles tivessem mais hum

pouco de sombras nas cabeças, e que as rou-

pagens fossem menos brilhantes, e hum poucomais estudadas. O retraio da Sra. Ludovina están'buma bella posição; em geral os retratos doSr. de Geslin são semelhantes ; elle estuda cons-deliciosamente, c não lhe falta senão huin pouco de valentia nos clleitos.

Hum pequeno cabreiro napolitano pela Sra.Gros de, Prangey está assiis modelado; a côr heboa. Os retratos ao pastel pela mesma Sra. nãosao pintura seria, mas agradam: o braço em es-

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78 MINERVA .MASIUKNSK.

>»corço do retrata de M.-r Hereaa Im mio, naoolá estudado, falta-lhe hu, .- nüo »u destacadu >. -ti.l...

O Sr. lluvcloi he eertameato » tteico piator.l>- paizag, ni que íamos uo Hio da Janeiro. Asnatas (ornada* em Andarahy ».... cheia» do ver-dade, o tutu da» ¦¦¦••¦¦ .,..1.l> be lino, a* arvotei.--.i.i.i li.-... locada-, ts atua, Iramparentes, *óa aVtmoapbara ha 1...... pouco pesada, não «o rc«-pira nella.

A vi»la do Corcovado he l.-il. .¦ grande, erecorda eeta rica,.- I..-...,,..-.. nalureaa do l)ra-il

A vista do Botafogo esUcbeia de sole de calor.Esta joven artista merece lanlo mai» »er ani-

iii.i.I... quaulo he a »i só que deve o »e„ talni-Io; faltaram-lhe a-liçõc», n nalureaa leu, »idoo seu uuico BMStrei elle eslèem bom caminho,seus próprio» defeitos provém da riqaesa dn »uuini.i-.iii.il .,,1: porque nao deve evitar senão liuiupouco de esaggeraçto oa represeotaçlode humanatureza jã por »i srandiosa.

O re.ralo de S. À. II. a princeza de Joinville,pintado por huma das nossas illustraçõcs Ira,,-cezas be hum sábio modelo dado aos artistasdeste pai/, e que elles ca poderão estudar demais. W-dc e»la encantadora 1). Prancisca ! quagraça nunca ba ein Ioda a sua pessoa! decertonos nao duvidamos quo ella nao lenha esperí-meatado no bello reino de França oulra familia,nem outra pátria, entretanto em seus olhos .aobellos, ua escolha desse traje nacional. não hacomo huma fugitiva saudade deste céo tâo bri-Ihanto que nao tornara a ver, desta pátria quelhe foi preciso deixar?

ArySehHer com 0 »cu costumado talento,onebeo do graça e de poesia esle delicioso reira-to, ondo nada se choca , onde Indo he natural ,o semblante se destaca sem durei,, os braçossãolrescos e brancos, e entretanto apesar dosvestidos pretos qoe os cercam, elles estão modela-dos, c não tem nem esla frieza. nem este cli-.loquo em geral ostam adoptados nesta paiz.O Sr. Barandier oxpoz Ires lélas que iodasires tem o seu merilo. A li!!,.-, de Jephle hesabiamente composta, ha calma e resignação najigiira principal, o colorido, como sempre, hebrilhante , o desenho mais correclo que nos an-terioresi o braço da moça qne chora, cotn acabeça apoiada sobre os joelhos da lilha deJephtó, hod'bum modelado finíssimo j as outrasliguras estão bem grupadas.As duas cabeças do homens n.*" 54 o 55 sflodo hum bcllissinio effeito, sobre tudo a ultima.Se o Sr. Barandier quisesse estudar seriamentea natureza , elle seria hum artista muilo dislinc-lo; porém deve desconfiar do seu colorido, queainda quo agradável á vista, nem sempre he na-tural.

A alia de Mineiro», ao luar, pelo Sr. Moreau,.i...... hu .riiui.i eifeit» encantador • a* figura-aclarada» pelo fogo se deslacam bem sobre ..fundo escoro do ipiadro.

lim.. pintor deve sempre procurar eaaeaatrara ..ti.-.....!., .-obre a» figuras principaes; o Sr. Muii-... fez neste pequeno quadra huma boa ap-pln .... .1.. de-to »y»te,na ; eu nao sei bem se Inlm.n.i Ooraata qm- a lua realça com o» »>>„« pai-lido» raios ; mas o que sei he que meus Olhosslo desde logo attramdos, e encantados pela ex-posição de Iodas as figuras, que depois de bomdia de fadiga saboreai» as doçura» do descanço.

o quadro seguinte, representando buma »n-ua dcWnltcr Sci.lt, não lem as mesmas que-lidado; i.ili., lln- absolutamente o ar. as per--i.iin.i .. ,,- estão rolloea.lus sobre o fundo; aligora da doapossda he d'buma expressão desceu-lavada] a dor, o desespero se Iradu/.em commais energia; a bocea aberta, principalmenteen, huma ligura de perfil, dá o ar pouco es-pirituoso. A cabeça e Ioda a persounagem ilemestra de Rnvenswoc he o que ha de melhor„.. quadro. As animações não devem com tudofallar ao Sr. Moreau muro, aqui não ha nem liou-modelos, nem trajes, he preciso pois levar-lheem conta as dilliculdades que venceu.

0 pequeno retrato de S. M. o imperador pelomesmo srlista, tem lautas qualidades boas quelastimamos as imperfeições que o desornam : as-sim, a face be demasiadamente comprida, o olhode Ires quartos eslã mais baixo que o outro,esle ouiro tom hum brilho que o faz sabir forada cabeça . este defeito eu tenho notado en, mui-Ins outros retratos do mesmo aulor. O nariz ea rabeca de S. M. I. estão bem modelados, „nilo que repousa sobre a cadeira he de hum liu-do trabalho, finalmente, si se pudesse diminuirlium pouco do comprimento <!a oval, e pôr osolhos ein harmonia, es.e retraio seria muiloagradável,

A scena de neve pelo Sr. Uildebrandò he dehuma grande verdade, sente-se friocom as pobre»crianças.

O Sr. José Carvalho expôz hum vaso de lio-res, as quaes eslão demasiadamente coloridas,e teu, os contornos muito seceos.

N'hum ramo de flores, todas as cores se. har-monisam, e se misturam de alguma sorle huma**com as outras, assim ellas se adoram mutua-mente, aqui*vê-se bem que as flores foram pin-ladas separadamente. O Sr. Carvalho evilarãfacilmente este defeito, e sc quizer applicar oseu talento "a delinear-nos as magnilicas floresdcsle paiz, nós lhe seremos gratos.

Entre os retratos expostos sobre os números43, 44, e 49 nào fallarci senão do do S. M. I.para deplorar a indulgência que fez admittir na

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MINERVA BRASILIENSE. 7»

exposição buma tela tle.lti gênero. A cabeça deS. M. be ili.,pli.ni,,, ,« »e a**enu»llia a lium trans-parente; vm dc»piipi,t o teu iiiiifuruit» bo talhadoan pedra : tua grau cru/ principalmente drvepe-ssr inincuto »ohro o peito. Ku tenho muitoque dizer a respeite do» retrato» de SS. MM.II. . e istn será oeb)ecte de hum proxinio arligo.

I.nii .uniu na ,ala iiiiini-ro to, o seguindo ocatalogo, ei»-no» dianle de Ciristo sobre aem, pintado pelo Sr. Ilaphael Medes de Car-valho, lira lunna grande empraaa para hu... jovi».i pintor huma obra tao capital, qm» requerprofundo» conhecimento» cm anatomia, lunn co-Inrido verdadeiro, e estudos seios. O Cl» isto so-bre a cru/. h,< hum assumplo para o ip.nl hc pre-ciso reunir a poesia ao talento; o que lia que senossa imaginar demais tecanle, qne ...ai» srre-bate , mais digno de adoração que esle Dons feilohomem, e ii.arlyr pela salvação do* homens?;Apezar das suas dores , o Salvador nao deve per-der a sua divina aurcola; a sua humanidadesoflreo, ...asa eterna majestade <lcv«» resplai.de-cu.» mesmo uo meio do seu sbaliaionto, Nós lo-...o* visto bum grande numero de quadros rrpro-sentando este dramática niysterio, rara» »<»/e.elles nos tem satisfeito. Aquelle tpie, a nosso ver,mnis qualidades reúne, he o Christo na cruz,por Philippe dc Champagne (que se i fl no museutio I.oi.vrc , cm Pari».)

Philippe tle Cl.au.pag.ic deo perfeitamente atnagesteds do Creador do mundo; o ura corpoabatido, e eiiinnigrccido pelo siilliii.ie.iln temtodavia esta pureza dr fôrmas tpie devia distinguiro Homem Deos; demais tudo o que rodeia esleterrível calvário Ia/, pobresohir o Christo, Con-forme o evangelho, as trevas cobram a lerra, usscpulchros se abrem, o réo do lomplu se despe-daça. oa aguardas aterrados fogem, ou proslra-dos exclamam: « Verdadciramenle este era olilho de Deos !! ¦

Na léla do Sr. Can alho. nada vemos tle lutloislo: o Christo eslá morto, porém morto inteira-mente) nada me dii:—lie hum Deos; o corpo estácontrafeito, as fôrmas posadas, o colorido falso;a sanla mulher que eslá do pé levanta as mãos porhom movimento pouco natural, as grandes dò-res querem grandes efieilos: a Magdalcna ao péda cruz mio me representa esla belleza tão ceio-brada; seus cabellos, seu vestido, e as pernasdo Chrislo são do mesmo tom; emfim, o soldadoparece aterrado, o porque? Tudo está tranquilloem roda dello, enada ainiiincia o tremendo mys-leio que acaba do consummar-se.

Que a nossa critica não desanimo o Sr. Car-valho .» a confiança em si, quando nüo ho levadaa excesso, hc huma boa qualidade; querer con-seguir he quasi sempre hum meio seguro do ai-cançar; somente antes deemprehender trabalhos

tão importantes, estude . ii- , ,- no próximoanuo seremos U-lixes em ,..,.n.i,a o* seus pn.grosso*.

O* retrato» quu o Sr. Carvalho nméa aao atoverdadeiro»; e falta-lhes principalmente o vigor:o raio tle lu* que quis Ia/cr n-llrrlir sobra O» li-vro», e .i.l,i.- as cabeça* de sana modi-lo» hu drlium iii.iiieHiii), cabe un transparente! i.|(, \„lanlo mais nolavel, qu.u.lo-a a. mlOS «Do th» lunnaoulra còr, o não parcceiu pertencer aquella* ca-beca».

Que tli/e.» dos relralos do Sr. Lidai SialloneNós approvamOS em geral a indulgência tln Sr.dircclor da academia das Belbs>Artesj ma» utnquereríamos que esta n,.!. l_. -., i. »e estendessralé |iei uiillir a cxlliliii.au de leias semelhante» a,.»ns, 5ü e ãy.

Parece-no» que o respeito, o hom g«,s|o, oa.nm' da verdade tln criam prohibir buma reprr-tculaçüo lão falsa dn SS. MM. II. I). Pedro IItein-so tomado lunn beilissimo hoinem , »ua ca-boca lem muito caracter. »»a tez he d,» h.ui.agrande fineia du lo.... mu. fronte desenvolvidaaiu.iuteia huma alia inlelligc.icia, seus olhos (fiobrandos ainda <pu» observadores, seu» , ,.li,-l|.,sao tle hum touro todo germânico . sua mão he...nilo delicada. Disei-nie, na verdade, vedes ri,-alguma cousa que se assemelhe a tudo islo no.retratos que ha alguns anuos allluen. nas expoaições? Geralmente exageram lanlo as qualidade*<ia cabeça imperial que dellas fatem defeitos: suatei delicada torna-se esdavoríca . sua grandefronte torna-se de dimensões impossíveis, suao\al, hun. pouco alongada . torna-se disforme.

K a graciosa imperstriil achais vós tpie uo u..">; haja a menor cousa que a recorde? Km a pe--iiiI.-i mulher tle cabellos pardos avermelhados.corada, de grossos braços, tem ella a mais li-geira relação com a delicada D, Tberoza, comseus bellos cabellos lou.os, sua angélica aluna,e sua mão totla delicada ?

Ile hun. sentimento nacional, e lisongeiro seuduvida para SS. MM. quo tlá aos artistas brasi-loiros O desejo di» desenhai' os queridos traçosaugustos; mas ...io fariam elles melhor om ensaiaros seus pincéis ainda pouco exercidos sobra nio-delos que nflo devam passar á posteridade ?

Eis-nos diante da obra capital, ou ao menos ,ímaior tela da exposição desle anno. O Sr. Mo-reau, velho, não recuou ante as innuineraveisdidiculdailes do semelhante composição.

A declaração da Independência Brasileira bohum desses acontecimentos quo fazem época uahistoria tios povos. I). Pedro 1 toma emfim a re-solução de separar o império do Brasil da mãipátria; esta terra, nova ainda para a civilisaçiio,prodii/.io bastantes corações generosos para qnoo mais ardente desejo da nação fosse a liberdade !

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no MIM-.liVA BRASIUENSB.

A; «le-.eleii.bro de iv--.-, dependi n,... he, ¦, i i.is.i.i.i no uk-ío «Io eothniiasaao d'luun povoinleiro. Ki* o que o Sr. Moreuu no» ,|,n - repre-.eiilar: *iu» esforço» foram b.frliie».

D. Pedro I, que «ra luun cavalleiro completo,«-ala mal in.o.I...li.. suatei, lempra corada, eque a emoção de semelhante momento devia ani-mar ainda mai». be pallida, c »ua cabeça nãoleu. - \|.ii --.... Mu* passemos ao elleilo geral.Primeiramente, pergouluri-uio» ao Sr. Mort-uu ,rolhe, porque ru/úo so não sujeita ú» regrss mai*Iriviaes «Io desenho? Nós julgumos ler ouvido «li-

: 'pi- a estatua ordinária d.- hum homem ¦ ouhiiiua mulher bc de sete cabeça» para o talhe or-dinsrio, e de selo e n eia para as figura* altas.Pensamos «pu- nenhuma das figuras do quadro doSr. Moreau leu. mais du seu cabeças. I -'¦• de-leilt. li. a todu o graçu , todu a elegância a esta

iposiçdo; estas cabeças colossaes sobre cor-nos enguiçado» no» representam h.un povo deliydrocephalos. O Sr. Mores.i lanlo mais devia.-viliii- esle escolho, quanlo jú, hu quatro snnoi,quando lithographou oi retratoi do imperador, o.le SS. AA. II. linha cahitio no inesino defeito, euos linha dado cabeças, e braços gigantescos so*bre corpos lilipucianos. Pois «p.c o Sr. Moreau>e inspirava das composições conhecidas de «li-versos artistas francesa*, devera leias copiado...ai.» fielmente , e no quadro da entrada de 11 en-rique II' em Parti, por Górard, de quem copiouoi principaei grupo», nao devera ler achado ienão hu... desenho verdadeiro, e correcto. Ogrupo «p.e sc acha á direita do espectador, oonde , no original, se acha esta sublime cabeçadi- m'lho. «pu- a gravura tem lautas veies repro-duxido, loi inteiramente desfigurado pelo pintordu Independem ia, Do lado esquerdo , vemos hu-ma menina d.- quatro ou cinco «mios, que tem acabeça do huma mulher de quarenta. O mesmose pôde notar nu menino que corre no primeiroplano ; Iciii biiina cara velha sobre hum corpofranzino, liste menino pelo qual o Sr. Moreau nosquiz fazer vèr os elleilos do esiorço, he copiadopelo ppgueno grunii te «lo combate dt Jean-Bastpor M, llia.d ; somo nle , no original, as propor-ções estão mais bem guardadas. Ue triste, eu orepilo, que. o Sr Moroau que lem a modéstia decopiar quadros bem conhecidos, não os copiemais cMielainenle.

Quatro relrulos do mesmo artista acompanhamesta grande lóla : os duus de homem nada dei-xam a desejar; desenho, colorido, modelado,tudo he bom. Estes retratos mostram O que podefazer o Sr. Moreau. Os dous de mulher tem Iam-bem alguns detalhes mui lindos: ilisserão-nos quea Sra. de vestido azul era a Sra. Caiuliani; le-mos difliculdade etn crel-o , apezar do ramo delouro seeco que tem na mão; a Sra. Candiani tem

a fuce mui» n-doiida que comprida, o talhe poucoLliu.;..l". A Sra. de veatido azul i* m huma ovaldus mai» pronunciadasi >¦ hmn corpo qm .un,n,ciu liuma estatura alto; quanto ao mui», oves-lido he de hum Irahall.o liudistiuiu , a» ......lio doce», e hariuouiosas, u luz ettl bem di»tribui.hi.

As ...es.ua» qii.ilil.nl.-- se fazem untur no re-trato da senhora de vestido côr de rosa: »....conhecemos o original, nao puden.o» porlaulufallar da semelhança; vemos somente que Inhuma grande, e furte .....Iher, o pescoço be odo Hcrcule.» Farnèse; o peito se destaca tãocruamente que parece que a luz foi levantadacom o «ledo, e que esqueceram-se de ...I... ., oscontornos! mus o» braço» sio irreprehensiveis,principalmente o «pu- tem hum leque h«- lino delom, de desenho, de modelado, be pintado comespirito; o vestido he encantador, nada «le crú,nada de exagerado, tudo he harmonioso; ,. ira-baliu, deste vestido nos recorda o» ...ais felizesretratos de Dubuff.

o Sr. Moreau, velho, he som contradiçãohum dos bons pintores de retratos quo esta...no lirasil.

Na sala n °: i estão reunidas as composiçõesdos discípulos; seria para desejar «pie cilas uhiestivessem sós; porque os tres ou quatro gran-des quadros que com ellas juntaram são . quercomo desenhoi quer como pintura, perfeita-uieule máos,

O «pie vem a ser, por exemplo, o «p.adro n."!i bis '.' o catalogo nos diz qne he Androiueila.

Certamente, se a Androroeda da antigüidadese parecia com esla que se nos mostra, u» Ne-reidas tiveram bastante razão dn se «ifi.-ndereuidu suas pretençòesá belleza ! Nós queremos acre-ditar que faltou o tempo ao autor desla tela , oque foi somente hum ligeiro esboço que elle sub-metteo ás observações dos amadores, Nói o con-vidamos poisa rever inteiramente o seu dese-nho , a da-* vigor ás cores dus carnes, tranipa-rencia á água ; o então veremos.

« O Hercules sobre ti fogueira pelo Sr. Por-i lo-Alegre, no «piai trabalhou sòmonlo huns« nove dias, como se vê nào eslá acabado; não«se, pôde pois i-niillir juizo sobre o colorido,« nem sobro a ultima execeção do quadro. Se« se abrange o lodo, vasta he a concepção, e« hercúleas as proporções. O desenho , om ge-« ral, tem merecimento, conhece perfeitamente« o autor a sciencia anatômica : não ba músculo<i algum que não seja bem indicado e collocado;« entretanto o pó direito do Hercules nào nos« parece muito natural, e talvez seja lymetrica« demais a fogueira, Muda diremos do Philocte-« le; reservamo-nos para a próxima exposição,« nu qual esperamos ver de novo, e acabado,

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MINERVA BRAS1LIBNSE. Ui« este quadro. Ante* que I)e0, dissesse á luz

de -wr, reinava o chio*; astim acontece com« u* obra* d arte ; delia* nlo se pôde ajuizar se-. nau quando proferi,» o artista o: Esta conclui-. ,/<i (') ! .

0 Uartyriode S. Sebastião, que he o sujeitode hum certo numere de competições, foi muibem escolhido para fazer julgar dos progresso*dos discípulos] mais não bu demasiado difBcilpara as suas força»?

Para pintar .. uu be preciso hum grande co-nhocinienlo da anatomia, hu necessário ler de.senhado durante iniiito lempo, doe»folndo», eda natural. Nada choca tanto como lunu corpohumano, cujos membros nloestati corroctauien-le articulados,

Nós faremos sentir ainda ao* Sr*, alumnos .que todas as suas composições se assemelham :julgar-se-as-hia copiadas huma das outras. Quo-renamos quo os arumnos trabalhassem separa-demente, e que se nao in*| irassem hum aos ou-lios; em resumo l.a progresso.

.Nesta mesma sala eslt bum retrato de em•tssignado Motta, E»le retrato be de huma extremasemelhança; foi estudado com cuidado, não lhefalta se nao hum pouco mais ile vigor nas carnespara fazei o hum lindíssimo retrato.

Huma outra tela ussigunda Mafra, o repre-sentando bu.ua joven nioreniiiba nos parece rcu-nir Iodas as qualidades desejáveis em hum bomretrato; o desenho ho correcto, o colorido vo-dadeiro, as sombras tom íirmoza, o posição hcd huma grande simplicidade; nós nio sabemosse o Sr. M.ili.i he liiun ineslre, ou bum disci-pulo: mas oque sabemos bem I.e que de Iodos osretraio» que estão na exposição, lie este que nosparece <> melhor,

As salas .pie encerram ns desenhos dos aluiu-nos menos adiantados nos Grmam mais ua nossaopinião sobre OS progressos da escola. O maiornumero das cabeças desenhadas de gesso sãomui bem modeladas: que os Srs. aluiuuos con-tinuein assim, o dentro cm pouco lempo o lirasil lera pintores distinctoa; seu talento , logo queseja formado, será lanlo mais interessante, quan-Io elles não podem, como nos gabinetes da Eu-

(*) Todo est.. paragrapho não pertence no artigo riojornal Iraiieez, I.e Courríer Enropitn; I.e dn nossa re-daccSo. Entretanto, comprehender-ie-ha perfeitamenteporque o autor fraocez deste artigo , ignorando ser estequadro mnis i|iie lium esboço feito em alguns dias, nadadissesse delle ; nlé.n disso tinha o nulo.- guardado o ano-nyino , e não havia nenhuma menção do quadro no livroda Academia. Se acerescentámoa esle paragrapho, I.e pnratornar completo este artigo, não o perecendo-se senãomencionasse liuma obra como a do Sr. Porto Alegre.

rapa. inspirarem-se de mestre algum, *ua escoIa será nora, nenhuma reminbeencia a ella »cmisturara ; e quem sabe te de*li terra do Ura»il naosurairlo alcumas de»ias celebridades querasem a gloria dn lium paiz, o a admiração do»séculos futuros"}

Extrakldo da Courrier Kuropten.;

UIBLIOGRAPIÜA.MYSTERIOS DE PARIS.

Ila tempos que n aviltamento e a miséria daclasse pobre na Europa. be o tl.ema de muito*escriptores, c, entre este», muito» eminente».O» progressistas o demophilos nio cessam de ex-clamar em diflerente* tons: « O povo solfre! opovo sollre! • Porém a sociedade, islo he, o»homens felizes do mundo, vão cedendo lenta-mente o com trabalho ús novas doutrinas que seproclamam em fator do* proletários. Entretantohe certo que os ricos o poderosos j;i vão com-prehcndendo que nesla terra l.a bomens muitodesgraçados e dignos de lastimo. para quem aOCCusUo be huma espécie de madrasta. Tambémse tem obtido vantagens mui positivas a favor d,,multidão. Muitas leis severas o cm extremo in-justas para com ella lom sido corrigida». Tem-seigualmente planejado instituições e estabeleci-montos públicos, com o único lim de ser su..sorte alhviads; o parece com elleilo quo a edu-cação publica das massas os,ia protecçfio especialestão sincera o definitiva.nenle sanccinnadas , poisvè se quo todos os legisladores e a mór parle dosgovernos vão marchando com menos indecisãopara esteobjecto, Fnllcce porém tempo para quese opero tão importante, melhora ; falia ai abarde se examinarem os velhos códigos .'. luz da ra-zao, falta que elles e os costumes soadoptemisconvicções, que OS meios de inslruir-se sejamgratuitos para os pobres, que se onnobroçn Iodaa classe de trabalho honesto, qua a propriedadenão tenha embaraços para dividir-se, quuoospi-rito de beneficência se grave proluodaruonto noscostumes, e em fim que os governos consideremcomo l.um de seus primeiros deveres dar ins-trucção e industrio aos filhos .los necessitados.

Quontos annos não be mister que decorrampara que so realiso ludo islo! e quain del.il pa-reco o impulso (pie dão a imprensa periódica eislivros! Com tudo , quando esles são taes como osMystenos de Paris, que faliam ao-coração e aIoda classe de leitores, indul.ilavel lio que in-fluem consideravelmente sobre os costumes e pres-Iam hum apoio poderoso aos governos pl.ilan-thropicos. 0 presente romance foi escripto com

•a

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W2 MINERVA BRASILIENSE.

esle especial objeclo. M, Sue empregou nelle lo-do. os doles de sou di.lioiti. talento a., serviçodo» mais alto* inlerCMC. da sociedade .* propoa seIa/ir palpar a» chaga* q.ie a alçam e o lodo so-bri. que está aurntada, laxcndo fallar otandrajo.d.i plebe e pondo em acçla seu» vicies, sua igno-raiicm e seus ! I ... grosseiros. Ouaiido su lhecriticavam u desalinho e a» faltas de eslylo com•pie sahiain as primeiras terie* de sua obra . di/ia••Ile resigiiadauieiile a seus amigo. * • Tenho lan-Ias verdades que revelar, que ine mi.» be possívelmedir minha* phra*e». li 11 fé que i«lo serio 1mal, porque, se meu livro ha de induzir os go-vemos a executarem alguma* rrfo-ma. ulei*,que de exprobraçõe* me nüu deveria eu fazer amim mesmo, retardando. to por huma satisfaçãode amor próprio, a revelação desses my.lcriosiulames, não lanlo por seu caracter, quantopelo lugar em que se passam, isio he, no meiode huma sociedade civilisada! •

.Não só a M. Sue faltou ao coração e á imagi-nação dos leitores, senão lambem á sua intclli-gcncia, discutindo em sua obra sobre muitospontos iiri.los de legislação. A pena de morte,as leis penitenciárias, os regiilamonlo* dus ho,-pilac* e casas de expostos , o caracter do infan-ticidio, bancos de ei edito para os trabalhadoras,.1 indissulubilidadn d» matrimônio e outros mui-lo. ponloi de legislação e de administração, dequeicoui l.inla eloqitenci.i fallarain .''ilaugict i, Ilec-caria <• Bcnlham, s. contraiu, talvez mais pro-fundamente tratados do quo na. obras destes au-lores, nos Mysterios de Paru, e com huma van-lagein mais positivo, a de serem aquellas inale-ria» acompanhada, do quadro mais vivo dos vicio,da «ociedodo e da pintura real das misérias da in-digencia e <lu> crimes annexo. á falta das leis pre-venlivas. M. Sue Im o Rophael Hvida actual 1cada pincolada que da ho hum lypo d,i realida-do , u a cada peiuiada ho hum espelho em que sevèoni reflectida. todas as tocei daquellei inciden-tes, daqticllas cores fugitivo, o inobservoda. daexistência social qne se passa como debaixo duhum véu,

A leitura deste gênero de obras, generalitadana massa da sociedade, l.e talvez mais ulil doque nenhum oulro demento de perfectibilidado,a que. se recorro diroctauiento paia ,0 melhorara condição humana. Instruir deleitando, he ins-Iruir profundamente sob as core, quo mais .ur-prendem a phunlasiaorobu.tecom a consciência,o levaiulo a idmii a huma eminência donde vèlliiclnariMii as paisõoi e as fraquezas, como emhum oceano cuja amplitude toda está aberta asuas vistas; lie a missão da pliiUmthropia litlcra-nu; o pormitla-ie-not dizer do passagem quoeste foi o objocto dos que, crearam a Mimiiva , esu consagraram á sua redacçâo , apezar dus obs-

Uculo* que encontraram nomeio de luun povoque, com quanto U altamente eifillsado compo.ralivamente ó cultura aclual da America, *eacha v a lodav ia naquella época em que a múr parlede suas tendências se dirigiam para o engraode-cimento commercial e pari a «bseussao dos inle-resse. sociaes 110 sentiu.» da poliliea. Poi 1 mil 11,com., lui este, tornamos a dizer, o objeclo do*11.Ia. lores da UiRBBVi, objeclo concebido •• realisado ei 1 apoio da» luxes da Europa, julgamosd.ver indicar o recommondar a leitura da obrade AI. Sue, uão só pelos prasoro* que caiua a

I imaginação como huma novella, senão tambémpela applicação e resultado, moraes que pôde ter110 paiz.

\erdade he que nem nos campo, nem nas ca-pitar* do nosso continente. especialmente uoBrasil, habitado por hum povo habitualmentepacifica e humano, a abjocçlo e a miséria daclasse baixa apresentam scenas tão vergonhosa*para a espécie humana como uo velho mundo;porém aqui como lã ha entre o pobre e o ricodifloronço. espanlota., cuja deformidade nos nãoassusta entretanto, porque está gravada em nos-sas tradições, em nossas leis o em nossos coslu-mes. Consta nos o estado miserável do que ,echama massas, onde apenas podemos assinalarluun concidadão: falla-so deste mal lambem, ein-wino ás voxe. se declama , porém taes hotuc-nageiis rendidas & razão com mais 011 menos pu-reza são ainda pouco friiclilera*, e mister luapoial-as sinceramente por todos os meios possi-veis para que, geneialisaoilo-se o sentimento quea dieta alé influir de facto na a.lminisliação e nosco.titme., su apro.se, sem crises e sem convul-*"—,, o momento do chegor-se ao lim do... -.. caini-nho da regeneração moral que de vinte anno. aesta parle, se tem aberto no Brasil, sob as vau-lagcn.de seu clima, de seu céo. da Índole deseus habitantes, do apoio do seus governos, daconsagração de seus homem de letras e da som-bra espaçosa e benigna de seu nionarcba.

Portanto, a acceitaçKo que, sem exomploeninosso século, teve o romance de M, Sue, he amelhor prova de seu mérito. Ila pouco mais dedous anno, que começaram os Mysterios de Parisa ptiblicar-ie no Journal des Dèbats, o tal sen-¦oçfio produziram , quo, segundo o atteita a mes-111a imprensa franceza, se aguardava com impa-ciência cada novo folhetim; por ellu ,0 urinei-piava a leitura do diário, e era depois O as.ump-Io das conversações ein toda a classe de circulo,e entro gente do todas as ordens. Seis ediçõesso fizeram em França á medida que so ião pu-lilicando os Mysterios de Paris, e todas su es-gelaram. A Bélgica, em seu immenso poder dereproducções typographica , se encarregou im-mediai ainenio du satisfazer os pedidos do estran-

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MINERVA BRASIUENS& ur>pairo, Foram traduzido, nu todos os idiomas aiDSertM Ml lodo» os diários iiiineipi.es, sum soesperar que estivessem concluídos, a, mesmodepois dn lerem sido elevado* ú categoria de bumlivro a dn so lerem leitos tantas copias, ainda ai-¦im lu, novo* | adidos.

Hoje he poi* plausível que. so haja leito a im-pressão dr obra lao ulil quanto amena no iilio-um nativo, rireumstsneis que a põe ao alcancede toda* as classes, quanto ã intelligencia.

D*. \ .vim./, v Palácios.

Resposta a huma questão.

II. Italzar. o relebre romancista sutor de —Eugenia Grendei — faz a seguinte questão no seumyslico romance — Louis Lambert:—Porquo ra-/.ao a còr verde se acha dorram.d. cum tantaabundância na natureta? — Nao he dilliril ares-posta, a crermos a óptico. A còr verde, quemalha as vestes do reino vegetal, he talvez doioda» a mais aprasivcl, e, segundo o* óptico*,.1 mais suave e a menos illCOUlDlodl á vista. As-sim, querendo Deos dar liiuiia còr uniformo an-vegetaes.e ien<?o numerosíssima a população deitereino infinito vcr-ie-hi. o homem co .linuamenteiiioleslado.se essa còr foue O etcarlate vivo, oubranco resplandecente etc. Mas Deos, cuja bon-dado se equilibra coma sua Previdência, pre ferioaquella (jue menoi oflende o órgão visual e quutanto o lisongea — e lal julgamos nós ser a causadesla escolha.

Receita da Inglaterra.

Os rendimentos pnbiicos da Grã-Bretanhadurante o anno lindo a ã de jullio elevaram asua receita a 3o,u 10,(1781. st., pouco mais de milmilhões de cru/ados. Esta soturna apresenta .comparada com a do anno antecedente, hmnadi_Terenc.de 8,4.0,536 1. st. Esteaugtnontoin-dica de hum modo claro o melhoramento sen-eivei que se operou nos ncgocioi commerciaes doReino-Unido , pois que lodo o excesso he quasiproveniente da alfândega edo outros ramos mer-cantis.

lha* ifouro i4a, de prata 17C, de bronze ijJo- lolid 1,735 recompensas quu foram assimrepartida*.

Tecido» 557, melar. «3;, m.chinsi 179, iu,.Irumentos exaclos iH.i. m-Ioi cliimicu 16H,bella* artes 1 *»**. Pottrie 33, arle* diversa* 1*-,cruze» dbonra 51, total 1,7a...

A medalha do brousográvida por M. Guvrarliara o* da exposição representa iflmin |d«In .1França coroando o «.enio da industria com .,i.,inscripçlo : «Tu me enriqueces, eu le honro. .

Noticias diversas.— Hum periódico da Jamaica fali. do huma

descoberta import.nlo para a marinha feiio emNew-York por huma senhora de Brooklyn, cha-nado Ur». Lar.l, P. Matlier, quo comitte nluiiutelescópio tubmarinho de grande merecimento.\iuios marítimos o homens identifico* pareceque tem examinado esle inilruini ulo achamulil para o objecto que se inventou: com elb-pôde quem quer ver do convés de bum „a«.io,con, O soccorro de ia lâmpada de alcauloicollocado n'bum globo do chryttsl debaixo d.iágua. lodo o cisco dn navio mui clarauienlc,alé os pregos mais insignificantes que seguram0 cobre. Posla huma luz do Driunoiid im appare-lho, lambem se podo ver cora e--io irulrumenleatravéz d'aguas lio turvas como as do Hillisiipi,na profundeza do s5o pés, distinguindo eoinprecisão todos os objectos que neste espaço seencontram. I. dir-se-ba que não se fazem desço-brimenloi importantes nc*to século cujas luz,.,;peneiram até os abysmoi do mar!

Recompensas á industria franceza naexposição.

Cruzes d'honra 5i—medalhas d'ouro ia6, doprita 428, de bronze 6go,— fíáppels de moda-

I.è-so na Heslaaração do i) de agosto.Ila 5 dias, em Bucello*, hum homem inalou

outro; o matador lói aprohendido, o chegandobojo a Lisboa sob boa escolta, foi interrogado.Explicou o caso a seu modo, quo obrara emlegitima drfeza, que tanto ello como o defuntoestavam embriagados; quo além disso já enlreambos havia antigas razoes ; que, o seu adversa-rio avançara sobre ello com huma faca, o queentão tirara huma navalha, o lho fizera a opera-ção, Acabou o interrogatório, dizend 1 delega-do : Ora ahi toin V. S., pá pá santa Justa, comoa cousa foi; historia de. rir; ora agora ponha-,me \. S. huma penasinha bum pequenina, odoko-mo ir dar ordem á vida, quo lenho muitoquo lobutnr.

¦tiiiun»

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ai MINERVA BRASILIK.NSK.

— II nili iu fui capturado o imlividiin que ,nn nuile de «jij du julho, viudu dhuiii enterro,assassinoa hutu eompanbelro com luima facadani barriga. Chama su Jo»é l-'rauci»co; foi apa-tihado ua fregtiezia du I •¦ n ¦ ¦ , vindo do (ias-cae* , onde pcrleudiu , ma» não pt.de embar-car-se,

Lí-se na Ihr, Vai», lÀsb.:Foga posto peto sol, Ksc-uvem no» do Cintra,

que ii'Iiiiiu diu do meado du julho, tendo bumdo» ccifeiros do Sr. ('unia . administrador da-quelle conselhoi deixado d-poi» de almoço,junto do buma cevada em meda a ce»ta do seufardei, o dentro nella huma caixa de pbosplio-ro* leixada, a vebuuiencia do »ol os incendiou ,prendendo logo o toou na moda, e consumiu-do-scem menos tle duas horns ludo o abundanteli-ucii. de huma espaçosa seara.

— Ilydtophobitt, "No lim du mez passado hum

reles cão de huma pobre genle do lugar do Car-dal, conselho de Abrunhoira, depois de dousdia» do desapparição da casa de «eu dono, vol-lOU ao lugar, e mordei» seis crianças, quatorzerezes, entre VSCCa» , boi. o crias, quatro bur-n.s, e innuuieravois porcos, o cães; e apesar«las diligencias o perseguição, que lhe fizeram,Miiniose , appareccndo morto nu dia seguinte nomesmo lugar.

Tmliis os mordidos. gente o gado, pari iramlogo para as ondas, e de volta foram ti resa!

R.te verão lein sido calamitoso nestes sitiospelas muitas desgraças neste gênero, 6 fulla, semduvida du providencias.

( P. dos Pobrti no Porlo.)

Aneodota.

Ptovano^riotto, ecclosiaslicoitaliano tão ceie-bre pelos seus belloi conlos, conto pela agudezadas tuas resposta*, lendo du fazer liuma viagem foiincumbido por diversos amigos de comprar varias«sonsas no paiz para onde hia. Receboo com effüi-io, de todos elles, notai explicativas, mas sóluun leve a iileia de juntar á sua encoininenda odinheiro noecessario para pagal-a. Pioram des-pendoo este dínhoíro no que l!ie pedira o seusuiiigo, e nada comprou para o* outros, lliiiuavez chegado , todos viciam a sua casa receber oque tinham oncominondado — mas elle respon-deo-lhes:.Senhores, depois de embarcado, eupnz todas as notas sobre a borda da galera afimdu pol-as cm ordum; mas lium liilao dc venlo

•pu- su levantou de repente a* atirou toda* nomar. — Cum tudo, lhe di»»t< hum, vi,» trouxe»tes fazenda* a meia» para fulano. — ||e laclo.di»te Pimano, ma* lie por que elle teve a felizlembrança de embrulhar com o tua nota vinte• lu. ...|,i». cujo pezo uão periiiittio quo o venlo aa . .o 11-. i -a, como a» vo**a».

CBARADAS.

Da minha loura cabeçaMana a luz muna a alegria— i.*Dos meus acaso, maldito»A miséria principia— a.4 o 5.*Ai tio mim pobre coitadoEscravo de mil seuhurc»,Pra viver vendendo a vida,aSolfrendo cem mil rigore*! — Todo.

Dois juntos pelo amor, pela amizadeIVIo* dotes communs, communs oflicio*— i .*¦Como sou vaslo! em minha classe extensaMorlos, e vivos, monstro* e possiveisDeos , o demônio, os animaes, us plantasAstros, e anjos tudo igual se mostra. — h.* c 5.'Do tronco donde vens, lambem procedoUu nó divino te enlaçou commigo. —Todo.

Talves porque uu ar minhas cabeçasCá de certo inslruinenlo tt fôrma imitam,Geralmente este nome hei recebido — ,.• ü.*Ode junta-mo bum cão—bom he fugir-lhe—3*4*Se adiante de iniin ninguém se achasse,Por certo que tal nome et, não tivera. -—Todo

Do sol luun pouco acima lia.;-de encontrai- o — i.'liu, quinta das irmãs juntas nascidas,A meu lado outra vejo estranha e futil— a."Por mim se entra o sahe da ratoeira — õ. •aSoii iionii! do mulher: — mimoso nome.'Nome que a Hcspanha fervida aprecia,Que a fonte de Vauclusu imiti repeleRecordando os amores de Pelrarcha. — Todo.

Bu jamais contra alguém mo hei declarado .,•li ou nunca da piedade acho-me, ausente — 2."Porém tn I — Do citiine lies o principio — 5."li tu também que a vida finalizas — L"Mas eu lão pura o cândida, tão bellaiMeu bello nome desmentir não posso;Alfavol, compassiva, humana e justaTenho a beneficência por meu norte. — Todo.

Rio de Janeiro. — Typ. AUSTRAL, beco dc Bragança, i5.