Aura, una existencia de medio siglo kk José Luis Martínez Morales

S a l i d a d e l a i m p r e n t a p o r v e z p r i m e r a e n e l año d e 1 9 6 2 , e s t e 2 0 1 2 A u r a l l e g a a m e d i o

s i g l o d e e x i s t e n c i a D u r a n t e e s t o s 5 0 años h a v u e l t o c o n f i r m e c o n s t a n c i a

a s e r r e e d i t a d a y r e i m p r e s a e n español, y t r a d u c i d a a v a r i o s i d i o m a s .

S u s l e c t o r e s p u e d e n c o n t a r s e p o r m i l e s , o quizás p o r m i l l o n e s , p u e s a l a s

e d i c i o n e s e n p a p e l habría q u e añadir l a s electrónicas y l a i n f i n i d a d d e f o t o c o p i a s q u e s e

r e p r o d u c e n e n l a s e s c u e l a s secundarías o p r e p a r a t o r i a s , d o n d e m a e s t r o s d e l i t e r a t u r a l a h a n

c o n s a g r a d o c o m o u n a d e s u s l e c t u r a s p r e d i l e c t a s .

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< oí

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José L u i s Mart ínez M o r a l e s e s i n v e s t i g a d o r d e l m . i . d e l a

i \. E s a u t o r , e n t r e o l i o s , d e l o s l i b r o s : Huraño Quiroga.

Teoría y práctica del cuento ( 1 9 8 2 ) , Atrevimientos. Ensayos sobre narrativa veracruzana ( 2 0 0 2 ) , Librado Basilio: retrato

inconcluso ( 2 0 0 4 ) v Singulares lecturas tenebrosas ( 2 0 0 8 ) . P o r s u l a b o r a c a d é m i c a rec ib ió e n 2 0 1 0 e l P r e m i o a l D e c a n o .

—Volverá , F e l i p e , l a t r a e r e m o s j u n t o s .

D e j a q u e r e c u p e r e f u e r z a s y l a h a r é r e g r e s a r .

S i n d u d a , e l l e c t o r recordará q u e l a c i t a a n t e r i o r , p u e s t a a m a n e r a d e epígrafe e n m i p r e s e n t e m a ­n o j o d e l íneas, e s e l c i e r r e d e Aura - " l a novella,

a p e n a s más l a r g a q u e u n c u e n t o " , a l d e c i r d e J o s e p h S o m m e r s - d e C a r l o s F u e n t e s . S a l i d a d e l a i m p r e n t a p o r v e z p r i m e r a e n e l a ñ o d e 1 9 6 2 , e s t e 2 0 1 2 l l e g a a m e d i o s i g l o d e e x i s t e n c i a . D u r a n t e e s t o s 5 0 años h a v u e l t o c o n firme c o n s t a n c i a a s e r r e e d i t a d a y r e i m ­p r e s a e n español , y t r a d u c i d a a v a r i o s i d i o m a s . S u s l e c t o r e s p u e d e n c o n t a r s e p o r m i l e s , o quizás p o r m i ­l l o n e s , p u e s a l a s e d i c i o n e s e n p a p e l habría q u e añadir l a s e lectrónicas y l a i n f i n i d a d d e f o t o c o p i a s q u e s e r e ­p r o d u c e n e n l a s e s c u e l a s s e c u n d a r i a s o p r e p a r a t o r i a s , d o n d e m a e s t r o s d e l i t e r a t u r a l a h a n c o n s a g r a d o c o m o u n a d e s u s l e c t u r a s p r e d i l e c t a s .

Y a propósito d e l a s l e c t u r a s e s c o l a r e s d e Aura, q u i s i e r a t e j e r m i s e x p e r i e n c i a s d e l e c t u r a d e " e s t a n o -v e l i t a d e m i s t e r i o b a s t a n t e p o c o m i s t e r i o s a " q u e , e n p a l a b r a s d e o t r o d e s u s p r i m e r o s crít icos, L u i s H a r s s , " n o g e n e r a n i s u s p e n s o n i ilusión", p u e s s u " e s t i l o r e ­

l a j a d o " s e v u e l v e "ameno h a s t a l a b a n a l i d a d " . S i l e h a ­c e m o s c a s o a l D i c c i o n a r i o d e l a R e a l A c a d e m i a d e l a L e n g u a Española, p o r e s t i l o r e l a j a d o d e b e m o s e n t e n ­d e r q u e s u l e c t u r a e s fácil p u e s " n o p r o d u c e tensión o n o s u p o n e m u c h o e s f u e r z o " p a r a e l l e c t o r , p o r l o c u a l d e r i v a e n u n e s t i l o a m e n o ; e s d e c i r , " g r a t o , p l a c e n t e r o , d e l e i t a b l e " . H a s t a aquí t i e n e b u e n o s p u n t o s p a r a s e r r e c o m e n d a d a j u s t a m e n t e a l e c t o r e s n o v e l e s . L o q u e n o m e p a r e c e a c e p t a b l e e s a f i r m a r q u e l l e g u e a l a b a ­n a l i d a d , o s e a , a l o " t r i v i a l , c o m ú n , i n s u s t a n c i a l " .

Y o , c o m o m u c h o s , sólo c r e o e n l a p r i m e r a l e c t u r a d e u n a o b r a p a r a v e r s i m e i n c i t a a u n a s e g u n d a . S i e s t o s u c e d e , l a o b r a v a l e l a p e n a y c a d a n u e v a l e c t u ­r a m e llevará a l d e s c u b r i m i e n t o d e a s p e c t o s inéditos. Debí h a b e r leído Aura p o r v e z p r i m e r a e n e l a ñ o d e 1 9 7 0 . S i s o y s i n c e r o , d e b o d e c i r q u e n o r e c u e r d o e x a c ­t a m e n t e l a impresión q u e m e causó e s t a p r i m i g e n i a l e c t u r a , p e r o debió s e r n o sólo a m e n a s i n o a g r a d a b l e . A ésta s i g u i e r o n s u c e s i v a s l e c t u r a s c o m o l o m u e s t r a n l a s h u e l l a s ( s u b r a y a d o s c o n l íneas d e v a r i o s c o l o r e s y pequeñas a n o t a c i o n e s a l m a r g e n ) d e m i m a l t r e c h o e j e m p l a r d e l año 1 9 6 9 . Y a c o n más precisión, m e v i e n e a l a m e m o r i a e l a ñ o d e 1 9 9 9 , c u a n d o realicé u n a s u g e r e n t e l e c t u r a d e e s t a "nouvelle m a c a b r a y p e r f e c t a a u n t i e m p o " ( p a l a b r a s d e O c t a v i o P a z ) , b a j o l a m i r a d a d e l t e x t o crí t ico d e M a r t a G a l l o : "Proyección d e ' L a c e n a ' d e A l f o n s o R e y e s e n Aura d e C a r l o s F u e n t e s " . Lenía p o r c o m p r o m i s o e l a b o r a r u n a p o n e n c i a s o b r e " L a c e n a " d e R e y e s - c u e n t o q u e , p o r c i e r t o , c u m p l e 1 0 0 años e s t e 2 0 1 2 - , y e l e s c l a r e c e d o r e n s a y o d e l a d o c t o r a G a l l o m e ayudó a d e s c u b r i r e n l a n o v e n t a d e

L A P A L A B R A Y E L H O M B R E • 1 5

Recordarán q u e , recién i n i c i a d o u n n u e v o

s i g l o , e n e l año 2 0 0 1 , C a r l o s A b a s c a l , s i e n ­

d o s e c r e t a r i o d e l T r a b a j o y Previsión S o c i a l ,

p u s o e l g r i t o e n t o d o s l o s c i e l o s

n a c i o n a l e s y h a s t a i n t e r n a c i o n a ­

l e s p o r q u e a s u h i j a d e 1 4 años l e

habían e n c a r g a d o l e e r , e n u n c o ­

l e g i o p r i v a d o y católico, A u r a d e

s u t o c a y o F u e n t e s . G r a c i a s a e l l o , y n o a

u n a crítica l i t e r a r i a s o b r e l a o b r a , l o s e j e m ­

p l a r e s e x i s t e n t e s d e l l i b r o s e a g o t a r o n . . .

F u e n t e s u n a v a l i o s a o b r a d e l a l i t e r a t u r a fantástica m e x i c a n a , c u y o a n t e c e d e n t e i n m e d i a t o e r a e l c u e n t o d e l e s c r i t o r r e g i o m o n t a n o .

N o f u e l o a n t e r i o r , s i n e m b a r g o , a c i c a t e s u f i c i e n t e p a r a q u e l e d e d i c a s e a lgún a s e d i o cr í t ico a e s t a " n o v e -l e t a b i e n h e c h a d e s a b o r d e c a d e n t e " , según e l p e n s a r d e R e n e J a r a C . S u r e l e c t u r a s o l o m e descubrió q u e , d e n t r o d e s u s e n c i l l e z d e e s t i l o , p a l p i t a b a u n a h i s t o r i a i n t e r e s a n t e , a t r a c t i v a y fantástica, p r o d u c t o s i n d u d a , c o m o fina y c o n c i s a m e n t e l o señala M a r i o B e n e d e t t i , d e s u " r e f i n a d a m e z c l a d e ensueño y p e s a d i l l a " . L o s c a m i n o s d e l a crít ica, s i n e m b a r g o , o b e d e c e n a v e c e s a c i r c u n s t a n c i a s e x t r a l i t e r a r i a s . ( ¡orno m u c h o s e n s u m o m e n t o , y o f u i s a c u d i d o también p o r e l affaire Aura-A b a s c a l . Recordarán q u e , recién i n i c i a d o u n n u e v o s i ­g l o , e n e l a ñ o 2 0 0 1 , C a r l o s A b a s c a l , s i e n d o s e c r e t a r i o d e l T r a b a j o y Previsión S o c i a l , p u s o e l g r i t o e n t o d o s l o s c i e l o s n a c i o n a l e s y h a s t a i n t e r n a c i o n a l e s p o r q u e a s u h i j a d e 1 4 años l e habían e n c a r g a d o l e e r , e n u n c o l e g i o p r i v a d o y católico, Aura d e s u t o c a y o F u e n t e s . G r a c i a s a e l l o , y n o a u n a crí t ica l i t e r a r i a s o b r e l a o b r a , l o s e j e m p l a r e s e x i s t e n t e s d e l l i b r o s e a g o t a r o n y m u ­c h o s l e c t o r e s , s o b r e t o d o a d o l e s c e n t e s , c o n v i r t i e r o n p o r u n t i e m p o a l a o b r a e n cuestión e n u n a s u e r t e d e best sellen

C o n f i e s o q u e , m i e n t r a s s e d a b a e l l i n c h a m i e n t o d e l i g n o r a n t e y c o n s e r v a d o r f u n c i o n a r i o p o r t o d o s l o s m e d i o s p o s i b l e s , y o , s i e n d o u n p o b r e e i n g e n u o l e c t o r , n o entendía cuál había s i d o l a c a u s a d e perturbación d e e s t a b u e n a c o n c i e n c i a b u r g u e s a p a t e r n a q u e , p r o ­

t e s t a n d o así, creía v e l a r p o r l a s u p u e s t a b u e n a e d u c a ­ción m o r a l d e s u h i j a . D u r a n t e e s e t i e m p o m e dediqué a h u r g a r e n l a s l íneas y e n t r e l i n e a s d e l a nouvellealgún s e n t i d o o c u l t o q u e m e p e r m i t i e r a , n o j u s t i f i c a r l a p o s ­t u r a d e l i n d i g n a d o p a d r e d e f a m i l i a , s i n o e n t e n d e r l a desazón q u e l e había p r o d u c i d o e l t e x t o . Olvidán­d o m e d e c u a l q u i e r teor ía cr í t ica — a l a s c u a l e s r e s p e t o p e r o c u y a seducción j a m á s h a l o g r a d o c o n v e n c e r m e d e q u e m e c a s e c o n u n a d e e l l a s - , m e d i a l a t a r e a d e c o m e n z a r m i a s e d i o p o r l a c i t a d e l a n o v e l a e s g r i m i d a p o r e l p r o t e s t a n t e e n cuest ión, y q u e f u e a m p l i a m e n t e r e p r o d u c i d a p o r l o s m e d i o s i m p r e s o s :

C a e s s o b r e e l c u e r p o d e s n u d o d e A u r a , s o b r e s u s b r a z o s a b i e r t o s , e x t e n d i d o s d e u n e x t r e m o a l o t r o d e l a c a m a , i g u a l q u e e l C r i s t o n e g r o q u e c u e l ­g a d e l m u r o c o n s u faldón d e s e d a e s c a r l a t a , s u s r o d i l l a s a b i e r t a s , s u c o s t a d o h e r i d o , s u c o r o n a d e b r e z o s m o n t a d a s o b r e l a p e l u c a n e g r a , e n m a r a ñ a ­d a , e n t r e v e r a d a c o n l e n t e j u e l a s d e p l a t a . A u r a s e abr irá c o m o u n a l t a r .

A p a r t i r d e e s t a c i t a y d e l b r e v e c o m e n t a r i o d e s u d e t r a c t o r ( " h a b l o d e l a s e s c e n a s erót icas y l a c o m p a ­ración a u n C r i s t o N e g r o " , d i j o A b a s c a l a l o s p e r i o ­d i s t a s ) , m e h i c e l a hipótesis d e q u e , s i n n e c e s i d a d d e h a b e r leído t o d a l a o b r a , p o r m e d i o d e e s t a c i t a (quizá s u b r a y a d a p o r l a h i j a d e l f u n c i o n a r i o ) , e l l e c t o r o c a s i o ­n a l había i n t u i d o , más q u e r a c i o n a l i z a d o , u n a p r e s e n ­c i a t r a n a g r e s o r a d e s u s v a l o r e s y c r e e n c i a s r e l i g i o s a s q u e l e parec ía u n a v e r d a d e r a profanac ión , b l a s f e m i a , y c u y a l e c t u r a n o debía s e r p a r a n a d a p e r m i t i d a e n u n c o l e g i o católico. L o p r i m e r o q u e m e l lamó l a a t e n ­ción f u e q u e d i c h a c i t a f o r m a b a p a r t e d e u n párrafo c o m p l e t o d o n d e p r o n t o descubr í q u e s u s e n t i d o t r a n s -g r e s o r d e l o s a c r o e r a m u c h o más f u e r t e q u e l a p a r t e m e n c i o n a d a . E l t e x t o e l u d i d o e s e l s i g u i e n t e :

T i e n e s l a b a t a vacía e n t r e l a s m a n o s . A u r a , d e c u ­c l i l l a s s o b r e l a c a m a , c o l o c a e s e o b j e t o c o n t r a l o s m u s l o s c e r r a d o s , l o a c a r i c i a , t e l l a m a c o n l a m a n o . A c a r i c i a e s e t r o z o d e h a r i n a d e l g a d a , l o q u i e b r a s o b r e s u s m u s l o s , i n d i f e r e n t e a l a s m i g a j a s q u e r u e d a n s o b r e s u s c a d e r a s : t e o f r e c e l a m i t a d d e l a o b l e a q u e tú t o m a s , l l e v a s a l a b o c a a l m i s m o t i e m p o q u e e l l a , d e g l u t e s c o n d i f i c u l t a d . . .

Después d e e s o s d o s p u n t o s s e e n c u e n t r a l o c i t a d o p o r A b a s c a l . D e b o c o n f e s a r q u e a n t e s , e n m i s l e c t u r a s p r e v i a s , había p a s a d o p o r a l t o o l e había d a d o p o c a i m p o r t a n c i a a e s a r e f e r e n c i a . A d m i t o también q u e q u i e n m e h i z o l a a d v e r t e n c i a d e d i c h a p r e s e n c i a f u e l a críti­c a l i t e r a r i a G l o r i a D u r a n q u i e n , e n s u e n s a y o La magia y las brujas en la obra de Carlos Fuentes, señala: " E l a s p e c -

1 6 • V E R A N O , 2 0 1 2

Emmanuel Cruz: Despertando

to religioso del acto sexual es subrayado por Fuentes. La alcoba de Aura llega a ser un templo en metafo-ra". Y me inquieto mas la referencia a un academico norteamericano, de quien decia: "Sommers subraya tambien el Cristo negro y la analogfa entre la relacion sexual y la comunion cristiana. Aura, a veces, se pone en los muslos un delgado bizcocbo de trigo que su-giere la Santa Hostia". Y mas adelante: "Fuentes hace confuso el cuadro con su referencia a la profanacion de la hostia y al Cristo negro -elementos de la misa negra, que segun muchas autoridades es virtualmente una creacion literaria y no nacio directamente de la tradicion de la brujerfa".

Con estos asideros crfticos, fui descubriendo que si bien el parrafo en su totalidad (tanto el subrayado por Abascal como su antecedente) parodiaba car-

navalescamente el acto de la comunion catolica, de hecho toda la escena de alcoba dentro de la cual se daba era una parodia del mitologema de la ultima cena de Jesus y, a su vez, una replica sui generis de la misa negra, en tanto esta es un ceremonia de signo contrario al oficio catolico. Mas todo esto, dentro de una especie de carnavalizacion global del sentido re-ligioso del cristianismo, especfficamente catolico, nos enfrenta no a la reescritura del Jesus evangelico, sino a su parodia encarnada en Aura, la mujer-Cristo. Con estas reflexiones, comentadas en mi ponencia "Aura, el espectro de la transgresion" (triplemente publica-da), entendf por que Gloria Duran calificaba a Aura como "un cuento de hadas para adultos". Y entendf tambien por que, despues de la presentacion de mi ponencia en la Universidad de Texas en Austin, el ano

LA P f l l A B R A Y EL H O M B R E • 1 7

E m m a n u e ] ( I r u z : Descosiendo pava reconocer

F u i d e s c u b r i e n d o q u e s i b i e n e l p á r r a ­

f o e n s u t o t a l i d a d ( t a n t o e l s u ­

b r a y a d o p o r A b a s c a l c o m o s u

a n t e c e d e n t e ) p a r o d i a b a c a r n a ­

v a l e s c a m e n t e e l a c t o d e l a c o ­

munión católica, d e h e c h o t o d a l a

e s c e n a d e a l c o b a d e n t r o d e l a c u a l s e

d a b a e r a u n a p a r o d i a d e l m i t o l o g e m a d e

l a última c e n a d e Jesús y , a s u v e z , u n a

réplica sui generís d e l a m i s a n e g r a . . .

apocal ípt ico d e 2 0 0 1 y a q u i n c e días d e l d e r r u m b e d e l a s T o r r e s G e m e l a s , a u n c o l e g a l e h u b i e s e p a r e c i d o p e r t u r b a d o r a m i p o n e n c i a .

A p a r t i r d e e s t a e x p e r i e n c i a , h e t e n i d o o t r o s a c e r ­c a m i e n t o s a l a pequeña o b r a m a g i s t r a l d e F u e n t e s , d e " u n a atmósfera d e p e n u m b r a m u y m e x i c a n a y católi­c a " , según J o s é d e l a C o l i n a . E n e s t e d iá logo a través d e l o s años c o n e l t e x t o , m e h a n s e r v i d o d e i n t e r l o c u t o r e s t e x t o s crít icos q u e d e s t a c a n o m e n c i o n a n a s p e c t o s o r e f l e x i o n e s s i m i l a r e s a l o s t r a t a d o s e n m i e n s a y o . A u n ­q u e s i e m p r e c e n t r a d o s e n l a e s c e n a d e a l c o b a r e f e r i d a s o n , p o r o t r o l a d o , d e m a s i a d o g e n e r a l e s . Así Y o l a n d a O s u n o , e n Tres ensayos de análisis literario, s e r e f i e r e a l " d i s c u r s o c o n n o t a t i v o b i v a l e n t e q u e n a r r a e l r i t o s a ­c r i l e g o d e l a c o m u n i ó n a m o r o s a ; r i t o míst ico-erót ico q u e r e p i t e l a cruci f ix ión y c o n c l u y e e n u n d i s c u r s o d i ­r e c t o e n e l q u e F e l i p e M o n t e r o s a l e d e f i n i t i v a m e n t e c o m p r o m e t i d o e n u n p a c t o : j a m á s s e p a r a r s e d e A u r a " . H a y u n o , s i n e m b a r g o , q u e m e parec ió m u y i n t e r e s a n ­t e y , a u n q u e s e a d e m a n e r a b r e v e , q u i s i e r a c o m e n t a r l o s o b r e t o d o e n c u a n t o a l a s p e c t o s o b r e e l q u e h e v e n i ­d o b o r d a n d o m i s d i v a g a c i o n e s .

María C . A l b i n , e n " E l f a n t a s m a d e e r o s : Aura d e C a r l o s F u e n t e s " , r e a l i z a s u l e c t u r a a p a r t i r d e " l a c o n ­cepción m e d i e v a l d e l a m o r c o m o u n a e x p e r i e n c i a fantasmática". E n t a l s e n t i d o , señala, A u r a " e n c a r n a e l f a n t a s m a d e E r o s " , y l o s t r e s e n c u e n t r o s eróticos e n e l r e ­l a t o r e p r e s e n t a n : " e l e r o t i s m o d e l o s c u e r p o s " , e l p r i m e r o ; " e l e r o t i s m o d e l o s a g r a d o " , e l s e g u n d o ; y " l a epifanía d e l o i n a s i b l e " , e l t e r c e r o . E s d e c i r , a l p e r d e r C o n s u e l o e l o b j e t o d e s u a m o r e n c a r n a d o e n e l G e n e r a l L l o r e n -t e , c r e a a A u r a c o m o e l f a n t a s m a d e s u d e s e o a m o r o ­s o p a r a a c t u a l i z a r e n F e l i p e s u a m o r t r u n c a d o p o r l a m u e r t e d e s u e s p o s o . C o n s u e l o s e v a l e d e l a hechicería p a r a s u o b j e t i v o p e r o actúa también c o m o m u j e r d e ­v o t a . E l p r i m e r e n c u e n t r o erótico " c u l m i n a e n u n a e s ­p e c i e d e r i t o d e iniciación q u e s o m e t e a l a m a d o a l a s r e g l a s p r o p i a s d e l j u e g o d e l a s e d u c t o r a , c u y a e x i g e n c i a r i t u a l s e l l a u n p a c t o e n t r e l o s a m a n t e s " . A u r a , e n e s t e p r i m e r e n c u e n t r o , c o n v i e r t e a F e l i p e e n s u e s p o s o .

E l s e g u n d o e n c u e n t r o , e l q u e h a s i d o e l c e n t r o d e m i l e c t u r a , e s c o n s i d e r a d o p o r A l b i n c o m o r e p r e s e n ­t a n t e d e l e r o t i s m o d e l o s a g r a d o :

. . . y a q u e e n l a fusión c a r n a l d e l o s a m a n t e s c o n ­v e r g e n l a i n t i m i d a d s e x u a l y l o r e l i g i o s o , y d e e s a f o r m a s e s a c r a l i z a e l a c t o erót ico. U n a c e r e m o n i a r i t u a l q u e n o s r e m i t e a l a Pasión d e C r i s t o p r e s i d e l a unión d e l a p a r e j a y e l a c t o c a r n a l s e p r e s e n ­t a c o m o u n a c e r e m o n i a d e comunión e n t r e l o s p a r t i c i p a n t e s .

A g r e g a q u e e l r i t u a l c o m i e n z a c o n " u n l a v a t o r i o o purif icación, e n e l q u e A u r a l e l a v a l o s p i e s a F e l i p e

1 8 • V E R A N O , 2 0 1 2

m i e n t r a s d i r i g e s u s m i r a d a s a l C r i s t o d e m a d e r a n e ­g r a " y t e r m i n a c o n u n a c t o d e comunión " s i m i l a r a l r i t o r e l i g i o s o d e r e c i b i r l o s fieles l a Eucarist ía q u e s e c e l e b r a d u r a n t e l a m i s a c r i s t i a n a " , d o n d e " A u r a o f i c i a c o m o s a c e r d o t e y c o n s a g r a u n ' t r o z o d e h a r i n a d e l g a ­d a ' . . ." L o q u e más m e l l a m a l a atención d e s u c o m e n ­t a r i o e s q u e , a l c o n t r a r i o d e l o señalado p o r mí ( d i c h a e s c e n a s e t r a t a d e u n a p a r o d i a d e l a últ ima c e n a d e C r i s t o y d e l a c t o d e consagrac ión y comunión d e l a m i s a católica y , p o r l o t a n t o , s u significación acentúa l a profanación c a r n a v a l e s c a d e l o s a c r o ) , A l b i n s e v u e l ­q u e e n u n a interpretación t r a s c e n d e n t e d e l e r o t i s m o e q u i p a r a d o c o n l o s a g r a d o :

A través d e e s t a c e r e m o n i a , l a p a r e j a p a r t i c i p a d e l m i s t e r i o d e l a c o m u n i ó n q u e s u p o n e l a unión d e l o s a m a n t e s e n u n s o l o s e r , p e r o también s e e s t a ­b l e c e u n p a r a l e l i s m o e n t r e e l c u e r p o d e A u r a y e l d e C r i s t o , y a q u e p o r m e d i o d e l a consagración d e l a h o s t i a s e t r a n s f o r m a e n e l c u e r p o d e l R e d e n t o r . P o r l o t a n t o , e n e s t a e s c e n a c o n v e r g e n e l s a c r i f i c i o d e l a m i s a , e s d e c i r , l a m u e r t e d e C r i s t o e n l a c r u z y s u resurrección, c o n e l a c t o d e a m o r h u m a n o , l o c u a l i m p l i c a q u e a través d e l r i t o d e l a comunión l o s a m a n t e s s e r e d i m e n . L a salvación d e a m b o s e s l a p r o m e s a d e a m o r e t e r n o q u e l o g r a v e n c e r l a m u e r t e a l a n u l a r l a t e m p o r a l i d a d finita d e l a c o n ­t e c e r h u m a n o . E l e n c u e n t r o erót ico a c a b a c o n u n p a c t o e n e l q u e A u r a y F e l i p e s e j u r a n a m o r e t e r n o .

P a r a l a crít ica, e s p o r m e d i o d e e s t e r i t o , d o n d e l o erótico y l o s a g r a d o s e f u s i o n a n , c o m o F e l i p e t o m a c o n c i e n c i a d e " u n a i d e n t i d a d p r o f u n d a q u e a n t e s d e l a c t o erót ico s e h a l l a b a o c u l t a " . E s t o d e b i d o a q u e e l espíritu d e l G e n e r a l L lórente r e e n c a r n a e n F e l i p e . Y o e s t o y d e a c u e r d o , sólo q u e m e p a r e c e más c o m o u n a p a r o d i a d e l a c t o d e consagrac ión d e l a h o s t i a , d o n d e s e d a l a transustanciación y n o l a reencarnac ión . D e t o d a s m a n e r a s , l a c o n s e c u e n c i a e s l a m i s m a . P o r e s o e l t e r c e r e n c u e n t r o erót ico, a l d e c i r d e A l b i n , " s e c o n s t i ­t u y e e n l a epifanía d e l o i n a s i b l e q u e s e p u e d e d e f i n i r c o m o l a apropiación d e l o q u e d e b e p e r m a n e c e r i n a ­p r o p i a b l e " . D e t a l m a n e r a q u e l a p r o m e s a q u e l e h a c e C o n s u e l o a F e l i p e d e q u e A u r a volverá, d e q u e a m ­b o s l a traerán, s e c o n v i e r t e e n p a c t o d e a m o r e t e r n o : " e l c u a l o t o r g a a l o s a m a n t e s e l d e r e c h o d e r e g r e s a r v i v o s p o r q u e l a resurrección d e l a c a r n e , e s t o e s , d e l o s a m a n t e s e n t a n t o s e r e s c o r p o r a l e s , i m p l i c a q u e l o s c u e r p o s r e s u c i t a d o s regresarán a l a s a l m a s e n u n c i c l o d e renovación i n c e s a n t e " .

C o n d i c h a p r o m e s a s e c i e r r a l a n o v e l a , p e r o A u r a v u e l v e y volverá c a d a v e z q u e u n l e c t o r l a t o m e e n s u s m a n o s y r e v i v a s u s s i g n i f i c a d o s a través d e n u e v a s m i ­r a d a s y c o m e n t a r i o s crít icos. L a r e l e c t u r a d e u n a o b r a

L a p r o m e s a q u e l e h a c e C o n s u e l o a F e ­

l i p e d e q u e A u r a volverá, d e q u e a m b o s

l a traerán, s e c o n v i e r t e e n p a c t o d e a m o r

e t e r n o : " e l c u a l o t o r g a a l o s a m a n t e s e l

d e r e c h o d e r e g r e s a r v i v o s p o r q u e l a r e ­

surrección d e l a c a r n e , e s t o e s , d e

l o s a m a n t e s e n t a n t o s e r e s c o r ­

p o r a l e s , i m p l i c a q u e l o s c u e r p o s

r e s u c i t a d o s r e g r e s a r á n a l a s a l m a s

e n u n c i c l o d e renovación i n c e s a n t e " .

l i t e r a r i a d e c a l i d a d , c o m o l o e s Aura, s i e m p r e d e p a r a h o r i z o n t e s y s i g n i f i c a d o s n u e v o s . P u e d e n s e r p e q u e ­ñas o b s e r v a c i o n e s o r e l a c i o n e s s u b y a c e n t e s p e r o q u e , c o m p a r t i d a s a través d e e n s a y o s o s i m p l e s diálogos e n t r e l e c t o r e s , e n r i q u e c e n y ampl ían n u e s t r a m i s m a m i r a d a crít ica s o b r e u n a o b r a . A e s t e r e s p e c t o q u i s i e ­r a t e r m i n a r c o n t a n d o u n a anécdota . H a c e u n t i e m p o , u n a a l u m n a u n i v e r s i t a r i a , a propósito d e m i e x p o s i ­c ión s o b r e e l t e m a , m e c o m e n t ó q u e había leído e n u n l i b r o d e l Marqués d e S a d e u n a e s c e n a s i m i l a r a l a d e l s e g u n d o e n c u e n t r o erót ico e n t r e A u r a y F e l i p e , d o n ­d e i n c l u s o aparec ía u n a m u j e r c r u c i f i c a d a . A u n q u e n o s u p o d e c i r m e d e qué o b r a s e t r a t a b a , m e imaginé q u e sería Jusline, s i n d u d a u n a d e l a s o b r a s más d i f u n d i d a s d e l a u t o r f rancés .

E f e c t i v a m e n t e , e n e l L i b r o c u a r t o , p a r t e 6 , s e d e s c r i b e l a realización d e u n a m i s a n e g r a : " c e r e m o ­n i a paródica" e n q u e l a h o s t i a s e c o n s a g r a s o b r e e l v e l l o d e l p u b i s d e u n a m u c h a c h a , y d o n d e J u s t i n e , "s int iéndose e n f e r m a a n t e t a n m o n s t r u o s o s a c r i l e ­g i o " , s e d e s m a y a , l o q u e p r o v o c a e l e n o j o d e l o s clé­r i g o s y l a v u e l v e n e n sí p a r a q u e e l l a s i r v a d e a l t a r . U n a v e z c o n s a g r a d a l a h o s t i a s o b r e s u c u e r p o , " e l p e r v e r t i d o p a d r e S e v e r i n o , t o m a n d o l a o b l e a b l a n c a c o n u n a m a n o , y s e p a r a n d o c o n l a o t r a l o s m u s l o s d e

J u s t i n e , met ió e l c u e r p o y l a s a n g r e t r a n s u s t a n c i a d o s d e N u e s t r o S e ñ o r y S a l v a d o r J e s u c r i s t o e n e l o r i f i c i o o b s c e n o d e S o d o m a " . E l n a r r a d o r c a l i f i c a e s t a acc ión d e horrible sacrilegio, l o c u a l e s o b v i o , y c o m p l e m e n t a l a acción c o n u n a penet rac ión a n a l e n e l c u e r p o d e

J u s t i n e d e p a r t e d e l r e l i g i o s o , l o q u e l l e v a a l a p r o t a ­g o n i s t a a l l o r a r t o d a u n a s e m a n a " a c a u s a d e l a b o r r e ­c i b l e s a c r i l e g i o e n e l q u e hab ía t e n i d o q u e p a r t i c i p a r

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L A P A L A B R A Y E L H O M B R E • 1 9

E m m a n u e ! C r u z : Memoria

c o n t r a s u v o l u n t a d " . Y o m e p r e g u n t o s i a c a s o e s t a e s ­c e n a sirvió d e a n t e c e d e n t e l i t e r a r i o a C a r l o s F u e n t e s p a r a Aura. E n t o d o c a s o , p o c o i m p o r t a , l o i n d u d a b l e e s q u e , d e s d e e l p u n t o q u e s e v e a , d i c h a e s c e n a e s u n pálido r e f l e j o d e l a s d e s c r i p c i o n e s d e l a m i s a n e g r a q u e h a n s i d o b o r d a d a s más e n l a ficción q u e e n l a r e a l i d a d , c o m o s e señaló l íneas a r r i b a .

L a e s c e n a d e l a m u j e r c r u c i f i c a d a , y e n t a l s e n t i ­d o figuración d e l a m u j e r - C r i s t o , a p a r e c e e n e l L i b r o q u i n t o , p a r t e 8 . E n u n só tano d o n d e e l p e r s o n a j e R o ­l a n d o c o m e t e s u s d e s m a n e s erót icos , h a y u n r e m e d o d e c a p i l l a d o n d e s e e n c u e n t r a u n c r u c i f i j o y , f r e n t e a éste, " e n l a m i s m a p o s t u r a q u e e l C r i s t o c r u c i f i c a d o " , u n a e f i g i e e n c e r a d e u n a m u j e r d e s n u d a , réplica d e l a m u j e r r e a l q u e mur ió c r u c i f i c a d a víct ima d e l s a d i s ­m o d e R o l a n d o . E s c u r i o s o c ó m o a m b a s imágenes , d i s t i n t a s y d i s t a n t e s a u n q u e d e n t r o d e l m i s m o r e l a t o , f u e r o n c o n v o c a d a s p o r u n a l e c t o r a a n t e l a e s c e n a d e

l a a l c o b a d e A u r a . ¿Habrá o p e r a d o d e m a n e r a p a r e c i ­d a l a asociac ión a l e s c r i b i r F u e n t e s s u o b r a ? L o c i e r ­t o e s q u e l a c reac ión l i t e r a r i a s e n u t r e d e l a r e a l i d a d ( e n l a s a l c o b a s catól icas m e x i c a n a s e s f r e c u e n t e q u e e x i s t a u n a i m a g e n d e C r i s t o c r u c i f i c a d o ) y d e l a l i t e ­r a t u r a m i s m a ( y a s e s a b e q u e m u c h o s e h a b o r d a d o s o b r e l a s i n f l u e n c i a s o l a i n t e r t e x t u a l i d a d d e m u c h a s o b r a s p r e c e d e n t e s a Aura, c o n l a c o m p l i c i d a d d e l m i s ­m o F u e n t e s ) . Además , u n a o b r a v a c r e c i e n d o c o n e l t i e m p o y s e v a l l e n a n d o d e u n a r e d d e i n t e r r e l a c i o n e s l i t e r a r i a s , c u l t u r a l e s y s o c i a l e s , g r a c i a s a l a s i n t e r v e n ­c i o n e s y c o m e n t a r i o s d e s u s d i v e r s o s l e c t o r e s . A s u s 5 0 años d e e x i s t e n c i a , t a n sólo e n México , c u n a d e s u n a c i m i e n t o , Aura l l e v a y a 6 7 e d i c i o n e s y u n a edic ión c o n m e m o r a t i v a c o n 1 0 i l u s t r a c i o n e s d e V i c e n t e R o j o . S e g u r a m e n t e , p o r m u c h o s años más, seguirá v o l v i e n ­d o A u r a , más q u e p o r e l p o d e r y l a m a g i a d e C o n ­s u e l o , c o n v o c a d a p o r i n f i n i d a d d e f u t u r o s l e c t o r e s .

2 0 • V E R A N O , 2 0 1 2