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ANDERSON, BENEDICT COMUNIDADES IMAGINADAS O censo, o mapa e o museu NICOLE ANDRADE DA ROCHA ARQ808 ABRIL/2016

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Page 1: O censo, o mapa e o museu · O museu O museu e a imaginação museológica são profundamente políticos. Tentando criar uma imagem gloriosa junto à população do novo Estado. Assim,

A N D E R S O N , B E N E D I C T

C O M U N I D A D E S I M A G I N A D A S

O censo, o mapa e o museu

N I C O L E A N D R A D E D A R O C H A – A R Q 8 0 8 – A B R I L / 2 0 1 6

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Quem é Benedict Anderson?

Benedict Anderson é um cientista político estadunidense, professor emérito na Universidade Cornell e irmão do historiador Perry Anderson.

Nascimento: 26 de agosto de 1936, Kunming, China

Falecimento: 13 de dezembro de 2015, Batu, Indonésia

Obras: Nação e consciência nacional, Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo

Educação: Universidade Cornell (1958–1967), Universidade de Cambridge (1957)

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Comunidades Imaginadas

Comunidades Imaginadas foi originalmente publicado em 1983.

No Brasil, o livro aparece pela primeira vez em 1989.

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Conceitos e Definições

O autor considera dentro da lógica antropológica a seguinte definição de nação: uma comunidade política imaginada – e imaginada como sendo intrinsecamente limitada e ao mesmo tempo soberana.

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Conceitos e Definições

Ela é imaginada por que mesmo os membros das mais minúsculas das nações jamais conhecerão, encontraram ou nem sequer ouvirão falar de todos os seus companheiros (compatriotas) embora todos tenham em mente a imagem viva da comunhão entre eles. A única coisa que pode dizer que uma nação existe é quando muitas pessoas se consideram uma nação.

Na verdade, qualquer comunidade maior que uma aldeia primordial do contato face a face é imaginada.

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Conceitos e Definições

É imaginada porque independente da desigualdade e da exploração que possam existir dentro dela, a nação sempre é concebida como estrutura horizontal.

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Imagina-se a nação como limitada porque até mesmo a maior delas, possui fronteiras finitas ainda que elásticas.

Imagina-se a nação soberana porque é constituída de pluralismo. Notando então que a única maneira de serem livres é serem soberanas sobre um pedaço determinado de terra. Onde teriam autonomia.

Fonte: www.rci.rutgers.edu

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Resumindo...

Imaginada: porque seus membros nunca conhecerão todos os demais; na mente de cada indivíduo reside uma imagem da comunidade da qual participam.

Limitada porque a nação é limitada em suas fronteiras por outros territórios;

Soberana: porque o surgimento do nacionalismo, segundo Anderson, está relacionado ao declínio dos sistemas tradicionais de governabilidade e à construção de uma nacionalidade baseada na identificação étnica, racial e/ou cultural.

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Comunidades Imaginadas

O livro é divido em dez capítulos Cap. 1: Raízes Culturais

Cap.2: As Origens da Consciência Nacional

Cap. 3: Pioneiros Crioulos

Cap. 4: Velhas línguas, novos modelos

Cap. 5: Imperialismo e Nacionalismo Oficial

Cap. 6: A Última Onda

Cap. 7: Patriotismo e Racismo

Cap. 8: O Anjo da História

Cap. 9: Censo, Mapa e Museu

Cap. 10: Memória e Esquecimento

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Censo, Mapa e Museu

Anderson escreveu que “nas políticas de construção da nação dos novos Estados vemos um grande entusiasmo nacionalista popular através dos meios de comunicação, da educação, da administração, e assim por diante”.

O que o autor supunha era que o nacionalismo oficial dos mundos colonizados da África e da Ásia vinham diretamente modelados sobre o nacionalismo oficial dos estados dinásticos europeus do século XIX - colonizadores.

Contudo, ele percebeu que a genealogia próxima deveria ser buscada na criação da imagem do Estado Colonial.

Por isso, para entender melhor iremos estudas 3 instituições de poder: o censo, o mapa e o museu. Que Anderson ressalta o fato de como elas moldaram a forma como as potências coloniais viam e tentavam manter o controle sobre suas colônias

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O censo

A ideia fictícia do censo é que todos estão presentes nele, e que todos ocupam um – e apenas um – lugar extremamente claro e sem frações.

Essa é uma maneira de criar imagens, adotada pelo Estado colonial tinha origens muito anteriores às do censos dos anos 1870.

Dados numéricos

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O mapa

Aos poucos localidades como Cairo e Meca deixaram de ser vistas somente como simples localidades numa geografia muçulmana e passaram a ser pontos em folhas de papel que incluíam outros pontos como Caracas, Paris e Moscou.

A relação plana entre estes pontos não tinham relação com a importância real destes lugares e sim determinadas matematicamente.

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O museu

O museu e a imaginação museológica são profundamente políticos. Tentando criar uma imagem gloriosa junto à população do novo Estado.

Assim, mutuamente interligados, censo, mapa e museu iluminam o estilo do pensamento do Estado colonial tardio em relação a seus domínios.

Domínio – através desse pensamento de grade classificatória totalizante podia-se aplicada-lá com uma flexibilidade ilimitada a qualquer coisa sobre o controle real ou apenas visual do Estado: povos, regiões, religiões, línguas, objetos produzidos, monumentos, etc.

O efeito dessa grade era sempre poder dizer que tal coisa era isso e não aquilo, que fazia parte disso e não daquilo. Essa coisa qualquer era delimitada, determinada e, portanto, enumerável. Classificada

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Brasil

A exemplo do museu – ou do imaginário coletivo: criação de heróis para nação para criar a idéia de unidade

Fonte: www.sambapretodigital.com.br

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Censo, Mapa e Museu

Assim, possibilitaram aos governantes projetar desejos e perspectivas até então puramente complicadas de dimensionar. E falar destes temas não se trata apenas a aludir à formação de uma memória comum, compartilhada.

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Conclusão

Vale pensar hoje com os grande avanço das tecnologias da comunicação e informação, que cada vez mais criam novas redes sociais dentro de antigas comunidades e nações, estabelecendo assim novos parâmetros e experiências limítrofes para aqueles que vivem a todo o tempo envolto com categorias e classificações políticas e culturais.

De que forma estas tecnologias impactam em nossa forma de pensar os nacionalismos?

Quais são os contornos destas novas comunidades imaginadas?

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Referências

ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas.

https://pt.scribd.com/doc/135986121/ANDERSON-Benedict-Comunidades-Imaginadas-Introducao-Capitulo-I-em-Portugues

http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=

https://pt.wikipedia.org/wiki/Benedict_Anderson12270

http://www.paginadowill.com/2014/01/fichamento-comunidades-imaginadas-de.html

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/arquivo-cafe-com-prosa-2