o alienista

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  • alienista dizia que, nesse caso, ele no tinha feito nada. A natureza tinha se encarrcgado de curar o GaIvo.

    Com o padre Lopes foi diferente. Simo mandou o padre fazer uma anlise crtica da Bblia dos Setenta, que era escrita eITI grego e hebraico. O padre, que no conhecia essas lnguas, aceitou a tare-fa c , por mentir, ganhou do alienista a liberdade.

    A mulher do boticrio no ficou muito tempo na Casa Verde. Ela sempre perguntava por que o l11arido no fazia visitas para ela. As respostas eram sempre diferentes, mas no fim disseram a verda-de. Crispim tinha medo de voltar para a Casa Verde. A mulher ficou indignada, cheia de raiva, e COlneou a xingar o marido. Simo Bacamarte ficou feliz: a mulher estava curada.

    Quando o ltimo paciente saiu da Casa Verde, Simo no fi-cou alegre. Ele precisava ir alm. Para ele, no bastava ter transfor-nlado a cidade enl um paraso da razo. Ele queria nlais. Ficou preo-cupado e pensativo. Ele precisava enCOntrar a ltima verdade, a verdade definitiva.

    A bibliotcca do alicnista era a maior do Brasi l. Ali cle caminha-va de um lado para o outro, dcntro da sala grande, pensando em uma nova teoria. A cabeleira que usava cohria a calvcie, que era resultado da dedicao ii cincia. Ele usava um chambrc de damasco, com cin-to de seda, que tinha recebido de presente de uma universidade, c um par de sapatos com fivelas de lato simplcs. A roupa mostrava que elc s dava importncia ao que tinha a ver com o conhecimento. O pre-sente da universidade era ILLxuoso. Os sapatos eram muito simples.

    Sinlo ia de um lado para outro, pensando, sem ligar para o resto do mundo. De rcpentc , elc parou, ficou cnl p , perto da jane-la, com o cotovelo esquerdo apoiado na mo direita e o queixo apoia-do na mo esquerda. Perguntou para si mesmo:

    - Ser que todos estavam doidos, e eu curei um por um? Ou ser que apenas pareceu que eu curei todo mundo, que eu encon trei apenas o perfeito desequilbrio do crebro?

    E seguiu pensando at tirar unIa concluso: - Os crebros to bem organizados que eu curei eram to de-

    sequilibrados quanto os outros. Eu no ensinei nada de novo para eles. Tudo j estava l.

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    Ao chegar nessa concluso, Simo teve sensaes. Ficou feliz , porquc tin ha chegado a uma verdade: no existiam loucos cm Itagua. Mas ficou triste , porque pcrcebcu que no existia nenhum crebro pcrfcito na cidade. Todos que parcciam ser bem organiza-dos tinhaTn mostrado fraquezas e j se curavam sozinhos.

    A atlio de Simo Bacamartc cra intcnsa . Dizem que elc pa-recia ter sido atacado por uma tcmpeswde. Mas elc no t inha mcdo de tempestades. S os fracos temem mau tcmpo. E, vintc nlinu tos depois, seu rosto se iluminou. E cnto o alienista pensou:

    - isso!

    A biblioteca do alienista era a maior do Brasil. Ali ele caminhava de um lado para o outro, dentro da sala grande, pensando em uma nova teoria.

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  • Sinlfo t in ha encontrado nele mc~mo crebro perfeitamente equilibrado. Ele t inha eq uilbrio me nta l e mora l. Al m disso, o alienista cr~1 tolerantc, esperto, paciente, verdadeiro, lea l. Pela nova teoria, ele t inha todas as qualidades de um l1l enteenpto.

    Mas ele logo duvidou das prprias idias c chegou a nehar q ue era tudo ilus:Jo. Por isso resolveu perguntar para os amigos:

    - Que defeito cu tenho') E todos responderam que o alienista n:lo tinha nenhum defei

    to. Ele pe rguntou de novO: - Nenhum defe i to~ E todos responderam : - Nenhum. - Nenhum vcio? - Nada. - Tudo perfeito? - Tudo. O a li eni sta gri tou: - Isso no possve l. Eu l1o mc sinto to superi or. Eu estu-

    do J minha vida e no concordo com vocs. Vocs estilo sendo bondosos.

    Ningunl concordou com o alienista, e o padre Lopes disse:

    - O senhor n:lO v essas qualidades, porque te m uma qualidade que 1l1aior que as outras. O senhor nl uito modesto.

    A opinio do padre foi decisiva. Silno no t inha nada nlais para dize r. O mdi co baixou a cabea. Ele estava alegre e triste ao mesmo tempo, mas mais al egre do que triste. Ele se despediu de todos e se in te rn ou na Casa Verde . Dona Eva ri stn e os amigos tenta ra111 fazer alienista Illudar de idia, mas nada convenceu o mdi-co. As lgrimas da mulher e os pedidos e sugestes dos amigos no adiantarmn. Simo apenas disse:

    - unUI questfto cientfica. uma nova teoria. E sOu eu o primeiro caso. Reno em mim a teoria e a prtica.

    Dona Evarista chorava e gritava:

    - Simo' Simo ' Meu amor! Mas o mdico estava convencido. Os olhos brilhavam. Ele ti

    nha uma nova teoria cien tfica! Simo no ligou para as lgrinlas

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    da mu lher e se afastou dela . Fechou a porta da Casa Vcrde e come ou n estudar o pr6prio caso.

    Dizcnl que nl0rreu dczcssctc mcscs depois. Estava igual , no t inlu l mudado nada. No conseguiu achar a cura parn o caso. Na

    cidade , algumas pessoas di ziam que ele tinha sido o nico louco de lwgua e dizcm que o padre Lopes que tinha espalhado esse boato. No fim , Simo BaCatllartc foi enterrado com mui ta solenidade.

    FIM

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  • Este livro faz parte da coleo " s o comeo", destinada a jovens e adultos n80leitor88, recm-alfabetizados ou alfabetizados h mais tempo.

    O objetivo da coleo diminuir a distncia entre o leitor e o livro. Textos originais da literatura brasileira foram adaptados, reduzidos e enriquecidos com notas histricas, geogrficas e culturais, inclusive mapas, para auxiliar na leitura e na compreenso do texto. Dados sobre a obra, a poca em que foi escrita, o autor e lambm sobre os persona-gens so apresentados com este mesmo fim: a aproximao prazerosa do leitor com o texto escrito.

    Mas a leitura de um texto pode e deve ir alm de tudo isso. Assim, para depois da leitura, oferecemos a voc - leitor, animador cultural, professor, participante dos mais dife-rentes grupos - algumas idias para pensar e para saber mais sobre o tema tratado no livro. So sugestes que voc poder utilizar se quiser e como quiser: elas podem se transformar num bom bate-papo amigo, num debate em grupo, num assunto para pesquisa ou num tema de redao. Voc escolhe. Voc inventa.

    No caso das sugestes de outros livros, vdeos, filmes e sifes da internet, sabemos que nem sempre todos tero acesso a esses materiais. Mas fica a sugesto. Talvez voc encontre na sua regio outros livros, outras imagens, outras msicas, relacionados com a obra lida. O importante que voc possa ir alm do texto, debatendo temas inspirados na obra, buscando novas fontes para pensar mais sobre o assunto e estabelecendo relaes entre o livro e outros modos de contar histrias, como os do rdio e da televiso, por exemplo.

    Acreditamos que esse seja um bom comeo para jovens e adultos sentirem a felici-dade de embarcar na viagem das letras e - quem sabe? - aguarem a curiosidade para buscar o texto original das histrias adaptadas, visitar bibl iotecas, contar e criar histrias suas, encantar-se com a palavra e a imaginao.

    Tema 1: A LOUCURA Definir com clareza os limites entre a razo e a loucura um tema de enorme

    complexidade. Ao longo do tempo, os critrios variaram muito: o que para uns considera-do um louco total para outros pode ser considerado normal. Essas variaes tambm acontecem entre pases ou culturas diferentes: um feiticeiro de uma tribo indgena valo-rizado por seu povo, mas se ele fizesse a mesma coisa numa cidade grande poderia ser chamado de maluco.

    Na poca de Machado de Assis, o tema da loucura recebeu muitos estudos cient-ficos, que procuraram encontrar limites mais claros entre a razo e a falta de razo. Foi um

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  • momento de muita criatividade cientfica, mas de grande incerteza prtica. Os mtodos variavam muito: alguns achavam que os loucos tinham caractersticas fsicas de seu mal at mesmo na forma da cabea, e isso deixava muita gente na condio de ser a qual-quer momento tomada como doente, sem ser doente na verdade. S depois, nos ltimos anos de vida de Machado de Assis, que apareceram as teses de Sigmund Freud, mdico que procurou outro caminho para abordar o problema. Em seus trabalhos, ele inovou em muitos sentidos. Ele percebeu que, embora existam pessoas realmente muito doentes, que nem conseguem viver sua vida com um minimo de normalidade, existem em cada um de ns caractersticas psicolgicas que so muito parecidas com as dos supostos loucos.

    O alienista um dos textos mais criativos no tratamento desse problema em toda a literatura ocidental. Acompanhando a vida do doutor Simo Bacamarte, pode-se ver como os critrios variavam, e como as pessoas sofriam por serem potenciais candidatos ao hospcio. '

    - Pelo que se v na histria do livro de Machado de Assis, d para ver como o mdico, especialmente o mdico que trata da loucura, tem poder. Como que Simo Bacamarte exercia esse poder? Como ele se relacionava com os demais poderes de Ilagua, como o padre e os vereadores?

    - Como Simo se comportou quando aconteceu a revolta popular? A reao dele se explica pelo fato de ele ser mdico?

    - Voc conhece casos de gente com problemas mentais? Como voc encara esse problema?

    - Em sua cidade ou regio existem hospitais para doentes mentais? Voc sabe como eles funcionam?

    Tema 2: A LUTA PELO PODER A histria contada em O alienista faz um retrato muito interessante da luta pelo

    poder. Por um lado, temos a situao de liaguai, cidade pequena, que precisa atender s ordens do Rio de Janeiro, que capital do Brasil. Mas nem o Brasil era independente, porque era ainda um vice-reino de Portugal. Isso significava que o Brasil precisava aten-der ao que desejava o rei portugus, que vivia em Lisboa.

    Por outro lado, temos o caso do mdico Simo, que de simples mdico passa a ter poder sobre todas as pessoas, do mais pobre ao mais rico, em todos os sentidos. Mas em certo momento ocorre uma rebelio contra o poder dele. quando o barbeiro Partiria, um sujeito bastante simples que no tinha nenhum cargo poltico, de repente comea a liderar a massa de descontentes. Esse mesmo barbeiro, em certo momento, percebe que est chegando ao poder, quando a massa entra na Cmara de Vereadores. Nessa hora, ele comea a pensar que precisa negociar. Abre mo das propostas mais radicais, como derrubar a Casa Verde. E assim ele faz, quando vai conversar com o doutor Simo Bacamarte, que logo v que ele era um sujeito como todos os outros, corruptvel.

    A histria que Machado conta muito parecida com vrias situaes da vida brasileira. Primeiro pelo tema da lula pela independncia do Brasil, que foi longa e ainda hoje est presente. O pais no pode fazer tudo o que quer, porque precisa atender a compromissos internacionais. Hoje o Brasil no uma colnia como naquele tempo,

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    mas depende do exterior para definir uma srie de coisas. Da mesma forma, podemos ver em O alienista um retrato das relaes entre pobres e ricos em sua disputa pelo poder. Quem consegue chegar l muitas vezes se corrompe, ou pela menos tem que abrir mo de certas propostas, e por isso tambm pode voltar a ficar sem o poder. Machado no resolve as coisas. Pelo contrrio: o que ele faz contar uma histria que pode ser interpretada por vrios ngulos.

    - Voc conhece a histria da independncia do Brasil? Que papel tiveram D. Pedro I, os portugueses que viviam no Brasil e o povo em geral?

    - Como so hoje as condies de independncia de um pas? E nosso pas, como ele funciona a respeito disso?

    - Voc conhece casos de gente simples, das camadas mais humildes do povo, que chegou ao poder (pode ser em sua cidade, no eslado ou no pais)? Como se comportam as pessoas, nesses casos? Voc conhece casos bem-sucedidos? Como eles funcionaram?

    Tema 3: AMIZADE, AMOR, PODER Na histria contada por Machado de Assis, surgem vrias situaes que parecem

    apenas caricaturas mas que so muito realistas. H casos de amizade misturada com interesse e com temor, como o caso da relao entre o boticrio Crispim e o mdico Simo. Crispim admira a inteligncia de Simo, mas ao mesmo tempo tem medo do que o mdico possa fazer. Quando sua esposa internada, Crispim tem um acesso de raiva, mas impotente. E por a vai. A amizade dos dois cheia de sentimentos ambguos, con-Ililantes.

    A relao entre Dona Evarista e Simo tambm tem vrios aspectos delicados e contraditrios. Ele a desejou para ter filhos. Ela era feia, ele sabia, mas isso no atrapalha-va os planos de procriar. S que ela no pde ter filhos, e ele, que era um cientista, acabou mergulhando na busca da definio da loucura. Depois ela se mostrou uma mulher que se preocupava demasiadamente com a aparncia, com o luxo. Foi ao Rio de Janeiro e voltou com mais de trinta vestidos. Depois, ficou horas sem conseguir decidir entre dois colares. O marido chega a colocar sua prpria mulher no hospcio.

    Esses dois exemplos podem ser tomados como casos representativos da vida de todo mundo. No que cada um de ns faa tudo isso, mas certo que todos ns experi-mentamos essas mudanas de humor, esses conflitos de interesses. O que parece ser puro, como a amizade e o amor, muitas vezes vem junto com interesses de poder ou de luxo.

    - Como voc avalia os casos de Crispim e de Dona Evarista? Eles tinham medo de Simo? Por qu? E por que continuavam sua relao com ele?

    - O que voc pensa da relao entre o padre Lopes e Simo Bacamarte? Cincia e f realmente se opem?

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  • FILMES Azy/lo muito louco (1969), de Nlson Pereira dos Santos. Adaptao em forma de com-dia do livro O alienista, de Machado de Assis. O filme toma vrias liberdades em relao ao livro, mas interessante e criativo.

    O atienista (t995), Guel Arraes. Outra adaptao da obra de Machado, agora para a televiso. Mais fiel ao livro do que o Azyllo muito louco, vale a pena ver por sua interpre-tao cmica da obra.

    Estranho no ninho (1975), Milos Forman. Drama de grande qualidade, conta a histria de um sujeito que se passa por louco para livrar-se da priso, mas precisa viver a dura realidade dos hospicios e da vida diria dos internos.

    LIVROS Contos de Machado de Assis: so dezenas de contos muito interessantes. Alguns deles so, como O alienista, parbolas sobre a vida humana, como "Idias de canrio", "Filoso-fia de um par de botas", "Um aplogo" e outros.

    Histria do Brasil, de Bris Fausto. So Paulo: Edusp, 1997. Um dos bons livros de histria de nosso pas. Para conhecer as razes da independncia e os bastidores da luta pelo poder no Brasil.

    SITES httpJ/www.uol.com.br/machadodeassis/-Aqui esto todos os contos conhecidos de Ma-chado de Assis.

    http://www.nossahistoria.neV- Site da revista Nossa Histria, contm vrias reportagens e comentrios sobre a independncia do Brasil e sobre a histria da loucura no pas.

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    SES] Promovendo a Educao e a

    Responsabilidade Social

    Esse exem plar fa z parte do projeto de valorizao do livro - uma iniciativa do SESI, Servio Social da Indstri a, o maior sistema privado de Educao Infan til , Fundamental e Continuada do Pas, mantido e administrado pe la indstria brasil eira.

    O Sistema SES I referncia nacional em servios de Responsa-bi lidade Soc ial Empresa rial nas reas de Sade, Cultura, Alimentao, Esporte e Lazer.

    Desenvolvidos por pedagogos, professores, editores e crticos li-terrios, a Coleo " s o comeo" faz parte do esforo do Sstema SESI em forta lecer as at ividades dos professores com instrumentos reais e eficazes na formao cognitiva dos nossos jovens.

    A colco, composta pe los 9 ttu los: O Alienista, de Machado de Ass is; O Guarani, de Jos de Alencar; A escrava lsaura, de Bernardo (,uimares; Garibaldi & Manae/a: uma histria de amor, de Josu Gui-mares; Tristefim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto; O cortio , de Alusio Azevedo; Romeu e Julie/a , de Wi ll iam Sheakespeare; Rabin-,10/1 Cruso, de Daniel Defoe c Dom Quixo/e, de Miguel de Cervantes, dever enriquecer as bibliotecas das esco las brasileiras.

    O Sistema SES! apia integra lmente o Mini strio da Educao no N ' II es fo ro de democratizar o acesso ao livro, oferecendo mais e me-Iltlll'CS oportunidades de leitura aos alunos da rede pbl ica, asseguran-do lhes uma Formao com melhor qua lificao, facilitando seus "'H' 'ssos no mundo real da produo, do trabalho e do emprego.

    ~~SES/~

  • Alienista V.rso adaptada para novos I.itores

    Voc vai ler um dos textos mais engraados de toda a literatura brasi leira. Trata-se da histria de Simo Bacamarte, mdico que se dedica a estudar a loucura e a tratar os doentes menta is. Ele se muda para uma pequena cidade e mania um hospital, a Casa Verde. Essas novidades mexem com a vida da cidade de Itagua. E no demorar muito at que o dr. Bacamarte, na sua constante busca da diferena entre a loucura e a razo, passe a internar gente sem nenhum sina l de loucura . Ser que sobrar algum do lado de fora da Casa Verde?

    O alienista uma das obras mais conhecidas de Machado de Assis (1839-1908), um dos maiores nomes da nossa literatura, que contava histrias com ironia e critica.

    Os livros da coleo s o Comeo foram pensados e criados poro hC':-nens e mulheres, jovens ou no, que esto comeando a vida de leitor. Foram esco lh idas histrias importantes, e a linguagem foi adaptada para facilitar a leitura. Nosso maior deseja que voc leia e goste de ler. Boa leitura. E que esta viagem seja s o comeo de muitas outras!

    Confederao Nacional da Indstria ~ Servio Social da Indstria

    978:.85, " 54.1613. 1

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