modulo 6 história a 11ºano

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Resumo de uma parte da matéria de 11º ano, de história a. Baseado no manual do aluno. E corrigido por um professor do ensino secundário.

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Modulo 6 6.3 O legado do Liberalismo na primeira metade do sculo XIXLiberalismo- Doutrina poltica, social, econmica e cultural difundida na Europa e na Amrica que, fundando-se na primazia do individuo sobre a sociedade, defende a propriedade privada, a liberdade individual, a igualdade de todas as pessoas perante a lei e o respeito pelos direitos do cidado. O Liberalismo surgiu na primeira metade do sculo XIX, como consequncia da ideologia das Luzes (Iluminismo) e das Revolues Liberais (Americana, Francesa, etc.). opunha-se ao absolutismo ou qualquer outra forma de tirania poltica; defendia a livre iniciativa; promovia as classes burguesas.A ideologia liberal centrada na defesa dos direitos do indivduo (direitos naturais, inerentes condio humana): IGUALDADE PERANTE A LEI; LIBERDADE INDIVIDUAL; PROPRIEDADE PRIVADA A nvel individual, defendia-se a liberdade civil, religiosa, poltica ou econmica.

Liberdade Poltica (Liberalismo Poltico)O Homem podia participar activamente na vida do pas, pois era considerado um cidado que podia intervir na governao. A interveno poltica podia-se dar de diversas formas: atravs do exerccio de voto para escolha dos governantes; ao exercer os cargos para os quais tenha sido eleito; participando com a opinio em movimentos cvicos, etc.

No entanto, havia restries ao exerccio pleno da cidadania. O direito ao voto apenas estava reservado aos possuidores de rendimento suficientes para pagar impostos (sufrgio censitrio), logo no era muito democrtico. Seria necessrio a adopo do voto universal em vez do voto censitrio, pois muita populao era posta de parte.

O Estado como garante da ordem liberal O principal objectivo do regime poltico durante o Liberalismo foi a consagrao dos direitos do indivduo. Para evitar o exerccio do despotismo, o liberalismo poltico elaborou formas para limitar o poder. Este deveria fundamentar-se em textos constitucionais, funcionar na base da separao de poderes e da soberania nacional exercida por uma representao e proceder secularizao das instituies.

Textos Constitucionais:O poder poltico legitimado atravs dos textos constitucionais. Resulta em dois processos, as Constituies (se forem votadas pelos representantes da Nao) e as Cartas Constitucionais (se elaboradas pelo rei); Separao dos poderes:O Liberalismo defende a separao dos poderes, para evitar que o poder se concentre, resvalando o despotismo. Assim, distribuiu-se os poderes (legislativo, executivo, judicial) pelos diferentes rgos de soberania. Soberania nacional:O Liberalismo ps em prtica o princpio iluminista da soberania nacional, no entanto a Nao no o exercia de forma directa, mas esse poder era confiado a uma representao mais sensata. Secularizao das instituies: O Estado libertou-se da influncia religiosa, secularizando as instituies, isto , separao dos assuntos da Igreja em relao aos dos Estado (de modo a emancipar o individuo e o Estado da tutela da Igreja). O principal objectivo do Liberalismo era a liberdade civil, portanto defendiam a liberdade religiosa (no se ser coagido a seguir determinada religio, cada um escolhe a sua f). As principais medidas foram o registo civil, a nacionalizao dos bens da Igreja, a politica de descristianizao, etc.Liberdade econmica (Liberalismo econmico)

Liberalismo econmicoDoutrina econmica impulsionada por Adam Smith que defende a propriedade privada, a liberdade de iniciativa e a livre concorrncia, pelo que o funcionamento do mercado seria garantido pela lei da oferta e da procura, competindo ao Estado o papel de garante destes princpio se no de interveno directa na economia.defesa da iniciativa individual;ausncia estatal de interveno na economia;supresso de monoplios;livre concorrncia;liberdade comercial;abolio dos entraves ao comrcio internacional.combate ao mercantilismo

Teoria de Adam SmithAdam Smith considerava que o trabalho era a fonte da riqueza. em funo da produtividade do trabalho que uns pases so mais ricos do que os outros. Smith queria demonstrar que a riqueza de um pas resultava da actuao de indivduos, que movidos pela livre iniciativa e o seu prprio interesse, promoviam o crescimento econmico do pas. O Homem, desde que no transgrida as leis da justia, deve ter a liberdade para realizar o seu interesse pessoal da forma que mais lhe convier, pondo o seu trabalho e o capital em concorrncia com os outros homens. Logo, o Estado teria que abdicar de qualquer interveno na economia. De que maneira o liberalismo econmico impulsionou a Segunda Revoluo Industrial? (Mais frente.).

O Romantismo, expresso da ideologia liberalRomantismoMovimento cultural do sculo XIX inspirado nas ideias liberais da poca que, recusando a racionalidade clssica, valoriza a liberdade de pensamento, as emoes, os sentimentos, a natureza e o gosto pelos ambientes exticos e medievais. O Romantismo foi a expresso da ideologia liberal nas artes e nas letras. Na realidade, ao racionalismo, ordem e harmonia clssicas, o romntico contraps o indivduo, o sentimento, a emoo, a imaginao e o nacionalismo. Defende a liberdade at ao limite e a independncia nacional. Contra a opresso estrangeira. Preferncia pelo mistrio, sonho, imaginao, o estranho, a noite, o heri, pitoresco. A liberdade tornou-se a temtica principal do Romantismo, fosse liberdade politica, social, econmica, etc.Esta corrente cultural espalhou-se pelos vrios pases da Europa.em relao musica, fugiram rigidez da musica clssica, procurando a transmisso de sensaes, sonhos, paixes;ao nvel da pintura, recusaram as regras clssicas, apreciando o movimento e a cor, as situaes exticas, a morte e o drama.Na literatura, foi a poca dos grandes romances. No Romantismo, h uma revalorizao das razes histricas das nacionalidades, e um elevado interesse pela Idade Mdia, to desprezada pelos Renascentistas, como forma de encontrarem o seu patrimnio cultural.As transformaes econmicas na Europa e no Mundo

Ao longo do sculo XIX, a revoluo industrial conheceu um forte impulso devido utilizao de novas fontes de energia e ao aparecimento de outros sectores deponta. Tendo iniciado a sua industrializao nos finais do sculo XVIII, a Inglaterra manteve a hegemonia no sculo XIX, embora ameaada por outros pases que tambm seindustrializaram.

A expanso da revoluo industrial

Na segunda metade dosculo XIX, ocorreram profundas transformaes naindstria, vulgarmente conhecidas como a segunda revoluo industrial: foram descobertas fontes de energia como a electricidade e o petrleo,novos produtos como o ao ou os produtos sintticos einventos tcnicos como o motor a exploso. O aumento da produo ea expanso dos mercados, favorecidos pela renovao dos transportes, originou grandes concentraes industriais efinanceiras.

A ligao cincia-tcnicaEstas inovaes assentaram na estreita articulao entre a tcnica e a cincia. Na realidade, se o desenvolvimento tcnico da primeira fase da revoluo industrial se deveu sobretudo capacidade criadora de operrios, nesta segunda fase os inventos resultaram da aco de cientistas que, formados em Universidades, actuavam em estreita ligao com as fbricas noslaboratrios. Deste modo, a investigao cientfica e tecnolgica acumulou conhecimentos e desenvolveu aplicaes cada vez mais aperfeioadas, num processo em que teoria e prtica sealimentaram mutuamente, gerando progressos cumulativos (expresso utilizada para designar as relaes estabelecidas entre a cincia e a tcnica os finais dosculo XIX, caracterizadas pela interaco entre o problema surgido na fbrica, a sua resoluo pela investigao efectuada em laboratrio e a aplicao da soluo pelaempresa), o que permitiu vencer aconcorrncia e conquistar mercados.

Novos inventos e novas formas de energia

A indstria siderrgica e a indstria qumica

A siderurgia (fornecedorade maquinas, carris e outros equipamentos) tornou-se na indstria de pontada segunda revoluo industrial. Quanto indstria qumica, centrou-se especialmente em indstrias de explosivos, produtos farmacuticos, fertilizantes e produtos sintticos.

Novas formas de energia

A electricidade e opetrleo constituram as principais fontesenergticas utilizadas nesta segunda fase da revoluo industrial. O petrleo foidescoberto em 1859 e foiinicialmente utilizado para iluminao, s mais tarde como combustvel no motor de exploso. Os derivados dopetrleo tornam-se nos combustveis do futuro. O aproveitamento industrial da electricidade deveu-se a uma sriede invenes que permitiram a sua produo e transportes a grandes distancias. Tornou-se possvel a utilizao da electricidadena iluminao, que veio substituir o gs. Aelectricidade foi das conquistas mais marcantes da Revoluo Industrial.

A acelerao dos transportes

Os transportes foram um elemento fundamental industrializao. Os meios de transporte acompanharam o progresso tecnolgico, adoptando desde logouma das principais inovaes da Revoluo Industrial: a mquina a vapor. A principal inovao consistiu na aplicao da mquina a vapor na navegao e nos transportes ferrovirios. Assistiu-se expanso dos transportesferrovirios, que constituram a principal maneira de transportes na segunda metade do sculo XIX.O xito da mquina a vapor foi togrande que os inventores tentaram aplic-la ao transportepor estrada: em 1870 apresenta-se o primeiro prottipo deum carro a vapor, contudo, foi o motor deexploso que se revelou mais adequado. Em 1886, os automveis rolavam pelas estradas a anunciar os novos tempos.

Concentrao Industrial e Bancria

a partirde1870 que podemos falar, com propriedade, de uma civilizao industrial.A era do capitalismo industrial aproxima-se do auge.

Capitalismo Industrial- Sistema econmico caracterizado pela concentrao dosmeios de produo (as fabricas) nas mos de grandes proprietrios que, dispondo de capital erecorrendo explorao da mo-de-obra, transformaram a industria na principal fonte de obteno de lucros.

O desenvolvimento da industrializao provocou quer o crescimento das fbricas, quer a tendncia para a sua concentrao. A concentrao industrial acelera-se na segunda metade do sculo.Constituram-se dois tipos de concentraes: a concentrao horizontal, caracterizada pelo agrupamento de um conjunto de empresas que operava num sector especifico sob a mesma direco (objectivo de evitar a concorrncia); a concentrao vertical, caracterizada pela integrao na mesma empresa de todas as fases da produo.

O sistema bancrio integra-se na dinmica do mundo industrial, assistindo-se a um forte crescimento. Esta relao provocou a evoluo do capitalismo industrial para o capitalismo financeiro.

A racionalizao do trabalhoProduzir com qualidade e produzir a baixo preo tornaram-se as questes fundamentais a fim de obterdo trabalho a mximarentabilizao. Frederick Taylor exps o seumtodo para a optimizao do rendimento da fbrica, que ficou conhecido por taylorismo. Assentava na diviso mxima dotrabalho, seccionando-o em pequenas tarefas elementares e encadeadas. A cada operrio caberia executar, repetidamente, apenas uma destas tarefas, que o trabalhador seguinte continuava. Cada operrio seria treinado para uma nica tarefa, especializando-se nasua execuo.Henry Ford ps em praticaas ideias de Taylor, aplicando-o estandardizao (Padronizao do processo de produo e dos produtos obtidos, conseguida pelo fabrico emsrie, com vista atornar possvel a produo em massa) da produo de automveis, que foi um tremendo sucesso, apesar deste mtodo ser alvo de criticas.

A geografia da IndustrializaoAt meados do sculo XIX, a Inglaterra deteve a hegemonia econmica a nvel mundial pelos seguintes factores:

dispunha de mais potncia em maquinas a vapor; liderava a produo mundial do carvo, ferro e ao;

possua a maior frota comercial do mundo;

Sectores industriais mais avanados da Inglaterra: Txtil, Siderurgia e Metalurgia

A afirmao de novas potncias

Na Europa, a Franca, a Alemanha, a Blgica e a Suia colocam-se no grupo dos pases mais industrializados. Na Amrica, agigantam-se os EUA. Na sia, o Japo o nico pais a industrializar-se.

A agudizao das diferenas

Olivre-cambismoLivre-cambismo- Defendia a no interveno do Estado naeconomia, e a liberdade do comrcio sem quaisquer restries, designadamente barreiras alfandegrias.

A expanso da revoluo industrial foi acompanhada pelo triunfo das ideias livre-cambistas. No entanto, a liberdade de concorrncia provocou a proliferao de produtos a baixo preo, o que afectou a economia. As crises cclicasconstituram sistemticos sobressaltos econmicos e simultaneamente, fizeram cresceras desigualdades sociais. As crises capitalistas (geralmente de 10 em 10anos) deviam-se essencialmente a um excesso de investimentos ede produo industrial.

Crises cclicas- situao peridica de mau estar a nvel da economia provocada por uma subida ou descida anormal dos preos, dos salrios ou da produo. As crises contemporneas so de superproduo: a procura diminui, a oferta aumenta, os preos e os salrios baixam, aumenta o desemprego e diminui o nvel de vida.A violncia das crises e sobretudo os seus efeitos sociais puseram em evidncia as fragilidades do capitalismo liberal. Os mecanismos de resposta s crises traduziram-se pelo incremento de politicas proteccionistas e pelo aumento da interveno do estado na regulao da vida econmica e social.

A sociedade industrial e urbanaA exploso populacionalExploso demogrfica- Forte acelerao da taxa de crescimento da populao mundial verificada a partir dos finais do sculo XVIII, relacionada sobretudo com a significativa reduo da taxa de mortalidade.No sculo XIX, verificou-se um crescimento muito rpido e acentuado da populao mundial e, em especial, da Europa industrializada, falando-se assim de uma exploso demogrfica. Imps-se assim, um novo modelo demogrfico, que tinha como caractersticas:- o recuo da mortalidade;- o declnio da elevada natalidade;- aumento da esperana media de vida;- descida da idade do casamento.A expanso da Revoluo Industrial correspondeu a uma expanso da populao , pelo que foram os pases industrializados que revelaram mais cedo estas caractersticas demogrficas.Factores da exploso populacional:- melhores cuidados mdicos;- maior abundncia de bens alimentares ;- os progressos na higiene

Expanso urbana As alteraes demogrficas e econmicas originaram uma forte expanso urbana. Os principais factores da expanso foram:- o xodo rural (as alteraes na produo agrcola, ao dispensarem parte da mo-de-obra, levam a que o habitante da provncia procure a cidade)- a emigrao (a populao europeia foi responsvel por diversas vagas de partida para as colnias dos continentes africano, americano e ocenico)- o crescimento dos sectores tercirio e secundrio (estes concentram-se nas cidades e requerem cada vez mais efectivos. A populao activa dedicada ao sector primrio diminui.)O intenso crescimento das cidades revelou um conjunto de novos problemas urbanos: o superpovoamento, a ausncia de redes de esgoto e de abastecimento de gua, o agravamento de fenmenos como a misria, delinquncia, prostituio, mendicidade.

Migraes internas e emigraoNo sculo XIX ocorreram intensos movimentos populacionais.Migraes internas: - Deslocaes sazonais (realizadas apenas em certas alturas do ano para locais onde era necessrio uma crscimo da mo-de-obra);- xodo rural (movimento campo-cidade, fosse porque uma agricultura mecanizada dispensava mo-de-obra ou porque uma agricultura de subsistncia fornecia insuficientes rendimentos).

Os Europeus espalharam-se pelo mundo fora em sucessivas vagas de emigrao. Na origem deste fluxo migratrio tero estado os seguintes factores:- a presso populacional (os governos apoiavam politicas migratrias devido excessiva concentrao populacional);- os problemas no mundo rural;- os problemas ligados industrializao;- a revoluo dos transportes (que embarateceu o preo das passagens);- a idealizao dos pases de destino (como por exemplo os E.U.A., que era visto como a terra das oportunidades);- a fuga a perseguies politicas e religiosas.

Unidade e diversidade da sociedade oitocentista Uma sociedade de classes A sociedade de ordens do Antigo Regime, na qual o nascimento era o principal factor de distino social, deu lugar sociedade de classes da poca Contempornea, em que os cidados, embora iguais perante a lei, se distinguem pelo dinheiro e por todas as vantagens que este permite conquistar. Na sociedade de classes, a mobilidade ascensional mais frequente podendo ser conquistada por mrito individual. Nesta destacavam-se dois grandes grupos:-Burguesia (detentora do capital e dos meios de produo);-Proletariado (classe mais baixa que fornece o trabalho organizao industrial).Entre ambas, existe ainda as classes mdias.

Condio BurguesaAlta Burguesia A alta burguesia conquistou um poder equiparvel ao seu estatuto econmico pois alem de controlar os pontos-chave da economia, exercia cargos polticos. Ao nvel dos comportamentos, os burgueses tentavam aproximar-se da aristocracia. A burguesia foi, pouco a pouco, definindo e impondo os seus prprios valores, tais como o apreo pelo trabalho, o sentido de poupana, a perseverana e a solidariedade familiar. Passou, ento, a demonstrar orgulho pelo estilo de vida burgus (surgimento da conscincia de classe, consciencializao colectiva em relao posio ocupada por um estrato na hierarquia social).

Classes mdias As classes mdias constituem o grupo mais heterogneo e situam-se entre a alta burguesia e o proletariado. Englobam o conjunto de profisses que no dependem do trabalho fsico, isto , o chamado sector dos servios. A sua composio integrava:- pequenos empresrios da industria;- empregados comerciais;- profissionais liberais (em vez de terem um patro, trabalhavam por conta prpria. Ex: mdicos, advogados, etc.)As classes mdias eram defensoras dos valores da burguesia no intuito de permanecerem dentro desta classe. Tornaram-se assim, as classes mais conservadoras.

Condio operriaProletariado- Classe operria que, sem meios de produo, vende a sua fora de trabalho em troca de um salrio. Os operrios enfrentavam grandes problemas dentro e fora do seu local de trabalho:- elevado risco de acidentes de trabalho e doenas;- ausncia de medidas de apoio social (sem direito a frias, o horrio era puxado, no tinham subsdios de desemprego, velhice ou doena);- contratao de mo-de-obra infantil;- espaos de trabalho pouco saudveis;- espaos de habitao sobrelotados e insalubres;- pobreza e todos os problemas a esta associados (desnutrio, doenas, prostituio, consumo elevado de bebidas alcolicas, mendicidade).

O movimento operrio As primeiras reaces dos operrios contra a sua condio miservel foram pouco organizadas. Com o passar do tempo, o movimento operrio organizou-se para se tornar mais eficaz, revestindo duas formas:- Associativismo (criao de associaes que apoiavam os operrios mediante o pagamento duma quota)- Sindicalismo (os sindicatos utilizavam como meios de presso as manifestaes e greves. A reivindicao do dia de trabalho de 8 horas, melhoria dos salrios, direito ao descanso semanal, eram alguns dos objectivos que foram verificados em finais do sculo XIX.

As propostas socialistasSocialismo- Ideologia surgida no sculo XIX como reaco s desigualdades sociais geradas pela revoluo industrial que, defendendo a abolio da propriedade privada, a gesto democrtica aos meios de produo, procurava alcanar a igualdade no plano social.As condies de misria em que viviam os proletrios despertaram a vontade de interveno social de pensadores da poca. No sc. XIX a doutrina socialista criticava o sistema capitalista e propunha uma sociedade mais igualitria. Pode-se distinguir duas abordagens ao socialismo:- Socialismo Utpico (Proudhon defendia que os operrios deviam trabalhar uns para os outros em vez de trabalharem para um patro. Abolindo a propriedade privada e o Estado, pr-se-ia fim explorao de homem para homem.- Socialismo Marxista (Karl Marx analisou historicamente os modos de produo, tendo concludo que aluta de classes um fio condutor que atravessa todas as pocas. Baseado neste pressuposto, exps um plano de aco para atingir uma sociedade sem classes e sem Estado o comunismo.

Princpios do Marxismo: - a luta de classes um trao fundamental de toda a Histria;- a sociedade burguesa ser destruda quando o proletariado instaurar aditadura do proletariado;- o Proletariado retirar o capital burguesia e o capitalismo ser destrudo, pois todos os instrumentos de produo estaro nas mos do Estado, e assim se construir o comunismo.-os operrios devem unir-se internacionalmente para fazer a revoluo comunista.Apesar de chocar ideologicamente com outras propostas de remodelao da sociedade (como o proudhonismo), a doutrina marxista prevaleceu viva.

A Evoluo democrtica, nacionalismo e imperialismoAs transformaes politicas Desde o sculo XVIII foi implantado um sistema liberal moderado em vrios pases da Europa. Tratou-se da eliminao dos regimes absolutistas e da sua substituio por monarquias constitucionais. A partir do terceiro quartel do sc. XIX, surgiu um novo entendimento do sistema liberal que daria origem s democracias representativas (demoliberalismo).

Demoliberalismo- Sistema politico em vigor nos pases da Europa Ocidental desde os finais do sc.XIX, que caracterizado sobretudo por ser mais democrtico atravs da extenso do direito de voto a camadas mais vastas da populao.Alguns pases substituram o sistema monrquico por um regime politico republicano (caso de Portugal, em 1910);O sufrgio censitrio foi substitudo pelo sufrgio universal (direito de todos os cidados, sem distino de sexo, raa, fortuna, votarem em eleies)Para aperfeioar o sistema representativo, a idade do voto foi antecipada, o voto passou a ser secreto e os cargos polticos passaram a ser remunerados.

Os afrontamentos imperialistasImperialismo- Domnio que um Estado exerce sobre outros pases, a ttulo militar, politico, econmico e cultural.Colonialismo- Domnio total exercido sobre territrios no-independentes (colnias).A Europa dominava o mundo. A expanso europeia insere-se numa estratgia de controlo de uma vasta extenso territorial com vista satisfao das necessidades econmicas das metrpoles. O caso mais evidente de imperialismo e de colonialismo ocorreu relativamente ocupao do continente africano.Na Conferencia de Berlim (1884-85), os chefes de Estado europeus repartiram entre si o territrio africano sem atender s fronteiras definidas pelos povos locais e impuseram o seu domnio. Definiram que a colonizao s poderia assentar no princpio de ocupao efectiva e no pela primazia dades coberta (direito histrico). O objectivo era enriquecer os pases mais poderosos pois as colnias eram fornecedoras de matria-prima.

6.4 Portugal, uma sociedade capitalista dependenteUma nova etapa politicaEm 1851, instaurou-se uma nova etapa politica, designada por Regenerao. Este movimento estendeu-se at implantao da Republica (1910) e procurava inverter o percurso de decadncia que o pas verificava at ento.Pretendia-se o progresso material do pas, com o fomento do capitalismo aplicado s actividades econmicas;Pretendia-se o estabelecimento da concrdia social e politica.

O Fontismo e a poltica de obras pblicas A poltica de obras pblicas no perodo da Regenerao foi designada por Fontismo devido aco do ministro Fontes Pereira de Melo.Preocupado em recuperar o pas do atraso econmico, Fontes encetou uma poltica de instalao de infra-estruturas e equipamentos, tais como estradas, caminhos-de-ferro, carros elctricos, pontes, telefones, etc.Houve trs grandes vantagens/resultados do investimento em transportes e meios de comunicao:a criao de um mercado nico nacional;o fomento o agrcola e industrial;alargamento das relaes entre Portugal e a Europa evoluda. A dinamizao da actividade produtiva

Linhas de fora do fomento econmicoO fomento econmico assentou na doutrina livre-cambista. Fontes era defensor da reduo das tarifas aduaneiras argumentando que s a entrada de matrias-primas a baixo preo poderia favorecera produo portuguesa.A aplicao do liberalismo econmico favoreceu a agricultura, onde a explorao capitalista se fazia sentir (o objectivo era aumentar a superfcie cultivada e aproveitar mais as terras):- o desbravamento de terras;- a reduo do pousio;- a abolio dos pastos comuns;- a introduo de maquinaria nos trabalhos agrcolas; - uso de adubos qumicos.

Apesar do atraso econmico de Portugal em relao a outros pases desenvolvidos da Europa, registaram-se alguns progressos na indstria:- difuso da mquina a vapor;- desenvolvimento de diversos sectores da industria;- aumento da populao operria;- aplicao da energia elctrica industria (j no sculo XX).

No entanto, a economia padecia de alguns problemas que impediriam o crescimento industrial:- falta de certas matrias-primas;- carncia da populao activa no sector secundrio;-falta de formao do operariado;-dependncia do capital estrangeiro;-fraca competitividade internacional.

A crise financeira de 1880-1890A Regenerao assentou o fomento econmico sobre bases instveis, o que originou uma crise financeira:Livre-cambismo (abriu caminho entrada de produtos industrializados a baixo preo, no entanto, no tinha condies de competitividade, pois a industrializao foi lenta e tardia. Em resultado, a balana comercial era negativa.)Investimentos externos (grande parte do desenvolvimento portugus fez-se custa de investidores estrangeiros, logo, as receitas originadas por esses investimentos no revestiram a favor de Portugal).Emprstimos (o dfice das finanas publicas agravou-se, e devido aos sucessivos emprstimos no pas e no exterior, a divida publica duplicou. Com a falncia do banco ingls, Portugal deixou de ter meios de lidar com a divida, declarando a bancarrota (runa financeira) em 1892.

O surto industrial No final do sculo XIX, a crise obrigou a uma reorientao da economia portuguesa que apostou nos seguintes vectores:retorno doutrina proteccionista (abandonando o Livre cambismo); concentrao industrial (atravs da criao de grandes companhias);valorizao do mercado colonial;Expanso tecnolgica.

As transformaes do regime politicoAs principais razes que causaram a crise na monarquia foram:a crise do rotativismo partidrio (havia uma alternncia, frente do Governo, dos principais partidos monrquicos, o que, havendo uma falta de um programa coerente do Governo, desgastou a imagem da poltica.) A questo do Ultimato Ingls (em tempos de imperialismo, opuseram-se dois projectos de ocupao em frica: o ingls, que pretendia unir os territrios ligando o Cairo ao Cabo, e oMapa cor-de-rosa portugus, que pretendia ocupar os territrios entre as colnias de Angola e Moambique. As intenes portuguesas chocavam com as intenes inglesas. A Inglaterra, assim, dirigiu um Ultimatum (ltima ordem) a Portugal, em 1890, em que impunha a retirada das foras portuguesas da zona em disputa. O governo portugus cedeu. A questo do Ultimato foi considerada um insulto ao orgulho nacional e contribuiu para criar, entre a opinio pblica, a ideia de que a monarquia era incapaz de defender os interesses do pas. Em 1891, houve uma primeira tentativa de derrubar a monarquia, porm, falhada);A crise econmica (o facto de se estar perante uma crise econmica e irregularidades financeiras, provocou um grande descontentamento. Apesar do fomento industrial baseado no proteccionismo, os problemas estruturais mantinham-se como o atraso agrcola e a dependncia externa.);A difuso da ideologia republicana (o Partido Republicano foi fundado em 1876 e rapidamente conquistou a adeso das classes mdias, vitimas da crise econmica e descrentes da politica. Criticava profundamente o rei e o governo.)A ditadura de Joo Franco (que governava com plenos poderes, pois D. Carlos dissolveu o Parlamento. Isto apenas veio reforar o descontentamento com a monarquia.);O regicdio (o assassinato do rei D. Carlos e do prncipe herdeiro, D. Lus Filipe, em 1908, mostrou, em evidencia, o total descrdito em que havia cado a monarquia. Aps um golpe to violento, foi impossvel para D. Manuel II dar continuidade monarquia. Foi o ltimo rei de Portugal.)A 4 de Outubro de 1910, eclodiu uma revolta republicana, e no dia seguinte, 5 de Outubro, foi proclamada a 1 Republica Portuguesa.