lÍvia guimarÃes do nascimento Ética ...talo calvino, james burke, luciano zajdsznajder e maria...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
LÍVIA GUIMARÃES DO NASCIMENTO
ÉTICA EMPRESARIAL E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Rio de Janeiro
2008.1
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LÍVIA GUIMARÃES DO NASCIMENTO
ÉTICA EMPRESARIAL E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Ao Instituto A Vez do Mestre, como requisito parcial para obtenção do grau de especialização em Gestão de Recursos Humanos.
ORIENTADORA: Profa. Maria Poppe
Rio de Janeiro 2008.1
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me capacita, fortalece e guia.
Agradeço aos meus pais por serem minha vida.
Agradeço aos meus irmãos e familiares pela força e apoio.
Aos meus amigos, pela presença constante e confiança.
Aos meus professores, aos colegas dessa pós-graduação,
pelos aconselhamentos, discussões, experiências e horas
de estudo compartilhadas.
Á instituição, em aprimorar minha formação, transmitindo
confiança, conhecimentos e capacitações.
Enfim, a todos os que, de maneira direta ou indiretamente,
permitiram minha chegada até aqui.
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DEDICATÓRIA
Á Deus,
á minha família,
ao meu amor Sérgio,
aos meus amigos
dedico esse trabalho com todo carinho,
pela paciência,compartilhamento, motivação
e constante apoio que sempre me deram.
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“Se, por um lado, as pessoas sentem-se indignadas, por outro, valorizam empresas merecedoras de confiança, que tratam clientes e fornecedores com espírito de parceria e respeito. A ética continua sendo um bom negócio”.
(Edna Bom Sucesso, 2002, p. 159)
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RESUMO
Este trabalho monográfico apresenta um estudo do conceito da “ética
empresarial” e da “qualidade de vida no trabalho” como sendo uma relação
positiva na organização. Buscou-se comprovar através da opinião de
especialistas e estudiosos que a empresa que assume condutas éticas, a
mesma encontrará a qualidade de vida no trabalho. Provar a relação positiva
desses dois conceitos é o principal objetivo. Serão discutidos estudos de
alguns autores e especialista que abordarão indícios de como trazer benefícios,
qualidade e excelência na organização.
Palavras-chave: Ética empresarial. Qualidade de vida no trabalho.
Conceitos. Relações.
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METODOLOGIA
O procedimento metodológico deste trabalho monográfico é bibliográfico.
Foram utilizados livros e textos para o objetivo desse estudo. Nele importará
as discussões de especialistas que abordam conceitos de ética empresarial e
qualidade de vida no trabalho. São eles: Aurélio Ferreira, Edina Bom Sucesso,
Francis Aguilar, Idalberto Chiavenato, Ítalo Calvino, James Burke, Luciano
Zajdsznajder e Maria Cecília Arruda.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................ 09
CAPÍTULO I: A ÉTICA EMPRESARIAL ............................... 11
1.1. A história da Ética ............................................................. 12
1.2. O conceito da Ética Empresarial ...................................... 14
CAPÍTULO II: A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO .... 21
2.1 A história do Trabalho ....................................................... 21
2.2 O conceito da Qualidade de Vida no Trabalho .................. 23
CAPÍTULO III: RELAÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL COM A
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ................................ 29
3.1 O Código de Ética ............................................................. 29
3.2 Outras formas de relacionar os conceitos ......................... 33
CONCLUSÃO ......................................................................... 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................... 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO ........................................................ 43
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INTRODUÇÃO
A presente monografia apresenta um estudo da relação entre os
conceitos da “ética empresarial” e da “qualidade de vida no trabalho” como
sendo uma conseqüência positiva na organização.
A hipótese levantada é que a ética empresarial pode trazer a qualidade
de vida no trabalho, acarretando melhorias e qualidades tanto para a
organização quanto as pessoas que a envolvem.
A justificativa para o tema é que estudar a “qualidade de vida no
trabalho” abrange um leque bastante diversificado, já que se tem a
necessidade de considerar todo o contexto da organização e do colaborador.
Contudo, cada empresa e colaborador terá uma interpretação específica
naquilo que considera bom e qualitativo do seu meio profissional. Por isso, é
preciso considerar que a ética consegue alcançar e desfrutar a excelência, não
apenas no aspecto de negócios, mas também nas pessoas que a compõe.
O objetivo geral é apresentar um estudo da relação do conceito da ética
empresarial e qualidade de vida no trabalho. É comprovar através da opinião
de especialistas e estudiosos que a empresa que assume condutas éticas, a
mesma encontra qualidade, satisfações, melhorias na empresa.
Provar essa idéia é o principal objetivo, pois através do conceito da ética
e qualidade de vida no trabalho, foram reunidas discussões dos autores como:
Aurélio Ferreira, Edina Bom Sucesso, Francis Aguilar, Idalberto Chiavenato,
Ítalo Calvino, James Burke, Luciano Zajdsznajder e Maria Cecília Arruda; onde
suas idéias terão relações com os dois principais conceitos e apresentarão os
indícios de como trazer benefícios e qualidades na organização.
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Para especificar o objetivo, serão mapeados esses dois principais
conceitos através dos seguintes capítulos.
No primeiro capítulo será aprofundado o conceito da “ética empresarial”,
abordando a história da ética, para uma melhor compreensão da mesma na
atualidade. Sinalizando-a como um indicador de uma importante conduta
organizacional.
Já no segundo capítulo será tratado sobre o conceito da “qualidade de
vida no trabalho”. Sendo também abordado o histórico do trabalho para uma
melhor compreensão do seu significado na atualidade. Apontará as
probabilidades do tema em questão, considerando-a como uma conseqüência
positiva para a organização e seus colaboradores.
No terceiro capítulo haverá uma associação da defesa dos dois
conceitos trabalhados. E assim, apresentando as relações dos conceitos e
algumas formas de atingir o objetivo deste trabalho.
Em seguida será a conclusão, havendo o fechamento das idéias
abordadas, com o propósito de comprovar a hipótese levantada: A ética
empresarial pode trazer qualidade de vida no trabalho?
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CAPÍTULO I: A ÉTICA EMPRESARIAL
No decorrer das pesquisas bibliográficas, antes de aprofundar o primeiro
conceito desse trabalho, a “ética empresarial”, foi percebida a importância de
abordar o conceito da “ética”, propriamente dita, pois a história da mesma tem
reflexo na forma como é utilizada na atualidade e, principalmente, na postura
que as empresas a adotam.
Será utilizado o livro “Ser ético” (1994), de Luciano Zajdsznajder, que
muito tem a contribuir sobre o histórico da ética, da proposta de causa que ela
exerce nas empresas, de sua implicação nas pessoas e sociedade. Pois
quando um ser humano ingressa numa empresa, mesmo sendo a primeira vez,
o mesmo vem inserido num histórico de vida, o qual sua essência, seus
valores, expectativas irão interagir com os daquela empresa, que também tem
seu respectivo histórico. Ou seja, a história do conceito tem grande influência
no entendimento da atualidade.
Cabe ressaltar que ao falar de “empresarial”, não será especificado o
tipo de empresa, a proposta é sinalizar conceitos gerais para qualquer
organização. Não é um estudo de caso e sim uma reunião de visões de
diferentes especialistas para defender que o conceito ética empresarial tem
relação com a qualidade de vida no trabalho, trazendo conseqüências positivas
e construtivas.
Quanto aos diversos assuntos que a ética trata, será detido somente
aquilo que aborda questões com os colaboradores, termo utilizado na
atualidade. Segundo Edina Bom Sucesso (2002, p.4): “Sugeriam substituir por
‘colaborador’, ou ‘parceiro’ o termo ‘trabalhador’.” E nesse trabalho, será
utilizado o termo atual: colaborador.
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Não serão envolvidos assuntos de mercado, fornecedores, cliente, os
externos, lucro, entre outros presentes nas empresas. O foco são os
colaboradores e sobre eles será abordada sua qualidade, relação e atuação
naquela empresa, com ou sem ética.
1.1 A história da Ética
Segundo Toffler (1993, p.1), “A palavra `ética´ deriva do grego ´ethos´,
que significa tanto ´caráter´, quanto ´sentimento de comunidade´ – o que
poderíamos chamar de cultura.” O autor defende um duplo significado, um
tratando no sentido de caráter, que envolve princípios como honestidade,
lealdade e bondade, onde a ética dá uma idéia de “certo-errado” e o outro, a
envolve numa concepção de comunidade (instituições).
Já o autor Luciano Zajsznajder, em seu livro “Ser Ético” (1994), relata
sucintamente sobre o histórico da ética na Antiguidade, na Modernidade e na
Pós-Modernidade.
Na época da Antiguidade, a ética era sinônimo religioso, de obediência
aos mandamentos de Deus, tratava-se das leis divinas. Na Modernidade, a
idéia do divino se desfaz, a ética se supera da religião e atende a razão, a
lógica, o raciocínio e respostas científicas. Com a Pós-Modernidade,
Zajdsznajder (1994, p.133) chama de “O silêncio da Pós-Modernidade”.
Silêncio devido ao declínio dessa razão e ciência. É o momento do
Capitalismo, onde os focos são as vantagens e o dinheiro. Neste período a
ética se apresenta como necessidade para dar limites e regras para a não
destruição dos próprios capitalistas.
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Nesse sucinto histórico, a ética se caracteriza de acordo com a época e
assim acontece nas empresas. O autor resume tal comentário (Zajdsznajder,
1994, p.136): “Podemos dizer que ser ético `é uma coisa só´, mas com
diversas faces”.
Acrescenta-se ainda que o comportamento ético ou a pessoa ética
envolve sete idéias, resumidas nas seguintes palavras-chaves: o cuidado, a
consideração das pessoas, a responsabilidade, os limites, a veracidade, a
liberdade, a leveza e festejar da vida (essas últimas são interligadas). Nessa
síntese, o autor aponta uma direção de seriedade, formas e limites (referindo-
se aos seis primeiros) e uma outra que é a entrega aos sentidos, a vivência do
êxtase e da comunhão (referindo-se à leveza e festejar da vida). Zajdsznajder
(1994, p.148) considera: “A variedade dos focos da ética que aponta para uma
diversidade de formas de considerar as situações, que muitas vezes se
completam e algumas se opõem”.
Zajsznajder (1994, p.149) quer dizer que uma ou algumas idéias dentre
as sete citadas serão predominantes, isso vai depender de cada situação: “Há
diferentes situações que pedem diferentes reações”. Existem momentos de
obrigações e outros de comemorações. Nesse sentido, o autor ressalta a fato
de não misturar o prazer com os negócios, mas existem certas atividades que
se relacionam com a satisfação, como o do dever cumprido, do bom estado de
espírito e, principalmente, a auto-realização. É com essa visão que ele adota
da ética a idéia de “leveza e festejar da vida”. Isso será mais aprofundado no
segundo capítulo, ao discorrer sobre a qualidade de vida no trabalho.
Nota-se que na história da ética já se falava de oposições. Ao mesmo
tempo em que o autor vincula o conceito da ética com regras, principalmente
com o Capitalismo, limites, responsabilidades, cuidados, veracidade; também a
associa com liberdade, pessoas, leveza e festejar.
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Segundo Zajdsznajder (1994, p. 150): “A variedade das formas de ser
ético constituem por si só um antídoto contra os venenos que a própria ética
produziu ao longo de sua história”.
Num outro momento, o autor aborda o assunto do Capitalismo (período
Pós-Modernidade) como sendo essencialmente antiético, e com isso, abrindo
espaço da ética no “mundo dos negócios” , sendo introduzidos os Conselhos e
os Códigos de ética nas grandes empresas (Zajdsznajder, 1994). Isso será
desenvolvido no capítulo III.
1.2 O conceito da ética empresarial
Será apresentado o conceito da ética empresarial segundo os autores:,
Luciano Zajdsznajder, Aurélio Buarque, Maria Cecília Arruda, James Burke,
Francis Aguilar e Edna Bom Sucesso.
O conceito da ética empresarial tem o propósito do levantamento de
uma causa, apesar das distintas opiniões e estudos. Qualquer empresa tem o
dever de aderi-la, pois além das obrigações legais, a ética empresarial insere
diversas conseqüências positivas para a empresa, a que será destacada é a
qualidade de vida no trabalho, conceito de interesse para o propósito desta
pesquisa.
O objetivo da compreensão do histórico da ética foi esclarecer como
procedeu ao fortalecimento nos padrões éticos. Ilustrado no comentário do
autor Zajdsznajder (1994, p. 100): “... houve realmente da parte das empresas
e seus membros algum tipo de movimento visando a não colocar os ganhos e
lucros acima de qualquer outro vínculo.”
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Considerando o movimento da idéia ética como vínculo empresarial, o
autor (Zajdsznajder,1994, p.103) divide em cinco áreas os problemas da ética
nos negócios: “relação com os consumidores, relação com os empregados,
relação com os concorrentes, relação com os fornecedores e relação com o
Governo”. Convém para essa pesquisa abordar somente a relação com os
colaboradores.
Os problemas éticos em relação aos colaboradores são: o descaso
frente ás leis trabalhistas, a discriminação no local de trabalho, a invasão da
privacidade do empregado por parte da empresa e a deslealdade da parte do
empregado em relação á empresa.
Lembrando que o objetivo não é defesa ou crítica de colaborador ou
empresa. E sim, sinalizar os problemas e efeitos significativos que envolvam a
ética empresarial e a qualidade de vida no trabalho.
Os possíveis desvios éticos decorrem do uso do poder da empresa em
relação aos seus colaboradores. Segundo Zajdsznajder (1994, p.105):
“Certamente o comportamento ético significa um retraimento neste uso do
poder”.
Mas, apesar desse uso do poder, a empresa se vê obrigada a praticar e
implicar a ética em determinadas situações, pois caso contrário, pode trazer
sérios problemas legais, com altos custos de processos judiciais e de seus
efeitos, atitudes hostis de consumidores, da sociedade como um todo e das
autoridades governamentais. Seria como se muitas empresas só estariam
buscando o caminho ético em suas atividades por obrigações (Zajdsznajder,
1994).
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Segundo o dicionário brasileiro, o autor Aurélio Ferreira, define ética:
“1. Estudo dos juízos de apreciação referentes á conduta humana suscetível
de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a
determinada sociedade, seja de modo absoluto” (Ferreira, 1999, p.848). E a
palavra empresarial como: “Relativo à empresa ou a empresário” (Ferreira,
1999, p.742).
Se empresarial está relativo á empresa, logo, empresa significa,
segundo o autor: “1. Aquilo que se empreende; empreendimento. 2.
Organização econômica destinada a produção ou venda de mercadorias ou
serviços, tendo em geral como objetivo o lucro. 4. Empresa como organização
jurídica, firma, sociedade” (Ferreira, 1999, p.742).
Segundo Maria Cecília Arruda:
Hoje, os dirigentes de empresas e outras instituições brasileiras já se deram conta de que a ética é algo sério que começa a fazer sentido. Poderíamos ir mais longe, dizendo que agora a ética significa a sobrevivência das organizações. (Arruda, 2002, p. XI)
A autora ressalta que muitos empresários já tomaram ciência da
importância da ética empresarial e, com isso, vem implantando códigos,
conselhos e programas de ética, como forma positiva, onde realmente
acrescenta um valor á instituição. Ela considera que quando a empresa se
esforça para trazer um clima ético, isso reflete significativamente nas pessoas,
independente de suas posições ou ocupações. Por isso a importância da
empresa definir em sua cultura a postura, conduta, valores e crenças éticas.
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Uma outra abordagem sobre a ética empresarial é o que diz James
Burker. Ele foi um líder empresarial, presidente do Conselho de Administração
e executivo chefe da Johson&Johson, que ao receber o Prêmio Estadista
Empresarial, do Clube da Escola de Administração de Empresas de Harvard,
definiu:
Acredito que há uma necessidade profunda e intensamente humana de confiança, honestidade, integridade e conduta ética nas pessoas com quem criamos importantes relacionamentos. Além do mais, acredito que este imperativo moral deve motivar as empresas a se esforçarem para satisfazer essa necessidade que diz respeito a todos os seus constituintes, clientes, empregados, todos os que delas dependem. E finalmente, acredito que as empresas que são mais consistentemente éticas em sua conduta serão, em média, mais bem-sucedidas! (Burker apud Arruda, 1996, p.12)
Conquanto isso possa ser passível de contestação, Burker impera no
seu raciocínio que quando se tem um compromisso com a conduta ética, as
relações empresariais são consideravelmente mais produtivas e construtivas,
principalmente com as pessoas: clientes, fornecedores, empregados e a
comunidade em geral.
Já o autor Francis Aguilar, no seu livro “Ética nas empresas” (1996)
resume que a ética é uma fonte de lucros para os negócios, contribui para a
excelência administrativa e que atitudes antiéticas podem prejudicar um
empreendimento, gera punições legais, má publicidade e irreparáveis danos
nas relações com a clientela. E com isso, ele define dois conceitos para a ética
empresarial: o conceito tradicional e o abrangente.
O conceito tradicional trata a ética empresarial utilizada apenas para
problemas morais extraordinários, em ocasiões especiais de modo geral e não
como a importância do seu dia-a-dia.
O fato de que os empregados possam se ressentir de maneira como são tratados, ou se mostrarem cínicos a respeito das intenções da administração, não seriam considerados como uma questão ética. O fato da companhia ter passado por um trambique que ninguém notou, provavelmente será mais motivo de piada do que de lamentação. (Aguilar, 1996, p.25)
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Já o conceito abrangente considera que todas as decisões e ações têm
conseqüências éticas, inclusive aquelas do dia-a-dia, as diretas (as decisões
afetam o bem-estar de alguém) ou as indiretas (quando as decisões afetam o
clima moral da empresa). Aguilar exemplifica:
Por exemplo: a decisão de um gerente de produção de refazer uma fornada porque a qualidade, mesmo que apenas ligeiramente inferior, afetaria diretamente a maneira como o cliente é tratado. Ela pode também tornar os trabalhadores envolvidos e todo o departamento mais conscientes da necessidade de fazer o que é certo. (1996, p.25)
Nesse conceito mais amplo, casos pequenos e comuns de tratamento
desrespeitoso causam preocupações, havendo a necessidade da ética
empresarial transformar-se em mais um elemento da administração do dia-a-
dia, juntamente com as operações e estratégias competitivas (Aguilar, 1996).
O autor ao sinalizar esses dois conceitos (tradicional e abrangente)
aborda que as pessoas ficam mais envolvidas e afetadas com as ações éticas
diárias do seu local de trabalho do que com as de grandes questões, mais
distantes de sua realidade. Ele valoriza o conceito abrangente da ética
empresarial, informando que a mesma tem que ser praticada com muita
cautela na instituição. Pois se a empresa estiver numa atmosfera de
desconfiança, sem credibilidade, será muito difícil dela enfrentar as numerosas
tentações e pressões do ambiente normal do mundo dos negócios.
Aguilar defende e resume o conceito abrangente:
Na verdade, a ética na empresa precisa ser considerada em sua definição ampla, se quisermos que tenha importância real para a conduta empresarial. A administração deve interessar-se profundamente pelas dimensões éticas das decisões e ações, do dia-a-dia e se eficiente ao lidar com elas, além das chamadas grandes questões, se quer proporcionar liderança moral. (Aguilar, 1996, p.26)
Segundo o autor (Aguilar,1996), a empresa ética é aquela que
conquistou a confiança e o respeito de seus empregados, clientes,
fornecedores, investidores e outros, estabelecendo um equilíbrio aceitável
entre seus interesses econômicos e os interesses de todas as partes afetadas,
quando toma decisões ou empreende ações.
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Aguilar ressalta também a visão de alguns empresários da ética como
ponto negativo. Eles consideram a conduta ética, em geral, como uma
limitação no mundo dos negócios e não como oportunidade. Assim como,
alguns colaboradores a consideram como uma maneira de se meter em
problemas e não como progresso. Onde a utilidade da ética empresarial é para
avaliar suas práticas e atuações e não para gerar sentimentos positivos e
inspirações. Isso indica também que colaboradores com tais pensamentos são
influenciados pela sua liderança e o meio de trabalho. Nesse sentido, um
chefe de departamento, Mark Twain Bancshares comenta:
A ética empresarial serve mais como veto do que como ponto positivo. Espera-se que a pessoa seja honesta e ética, de modo que isto não constitui um valor na avaliação do merecimento, exceto na decisão de mandar embora o empregado. (Bancshares apud Aguilar, 1996, p. 129)
É importante ressaltar que os problemas, visões e interesses éticos vão
variar de acordo com o tamanho, tipo de negócio, pessoal e história. Que
apesar dos enfoques e problemas específicos das empresas, o importante é
motivar, sensibilizar as considerações éticas. Nos casos em que não se
consiga evitar os problemas éticos, que pelo menos enfrente eficazmente os
que surgirem.
Na visão de Edina Bom Sucesso, o conceito da ética empresarial é:
Se, por um lado, as pessoas sentem-se indignadas, por outro, valorizam empresas merecedoras de confiança, que tratam clientes e fornecedores com espírito de parceria e respeito. A ética continua sendo um bom negócio. (Sucesso, 2002, p.159)
Ela trata de que na vida pessoal, o respeito, a honestidade e a justiça
são extremamente valorizados, e que nas empresas, não é diferente; tanto
nelas quanto nos negócios são vulneráveis à críticas, escândalos, fraudes,
corrupções, entre outras questões que envolvem à postura ética. Há uma
indignação da autora quando a crítica diz que pessoas e negócios não
combinam e que não há como associá-las no mundo empresarial.
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Sucesso defende a ética empresarial como conseqüência positiva:
Sempre no ranking das melhores empresas para se trabalhar, encontram-se aquelas que praticam a ética, respeitam o cliente, tratam os empregados com atenção, firmeza e consideração. As pessoas se tornam cada vez mais exigentes em relação à postura da empresa para com a comunidade na qual se inserem, cobram atitudes de proteção ao meio ambiente. Empresas que causam problemas aos vizinhos ou agridem o meio ambiente são malvistas. (Sucesso, 2002, p.160)
Ela (Sucesso, 2002) considera que a ética empresarial não equivale
abandonar o lucro, mas o inverso, cada dia cresce mais o número de pessoas
que não querem fazer negócios com empresas desleais. A ética não é garantia
de sucesso, porém não tê-la, garante o insucesso.
Acordos sujos, operações enganosas, promessas e promoções sem
cumprir, transações sem clareza, alegar a não ponderação dos fatos em nome
da pressa, entre outras atitudes inapropriadas, não se justificam, nem impune
de responsabilidade esses comportamentos não éticos. A empresa ficará com
uma imagem negativa, sem credibilidade e confiança por todas as partes que a
envolvem.
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CAPÍTULO II: QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Esse capítulo será tratado sobre o conceito da qualidade de vida no
trabalho, com o foco nos colaboradores. Serão descritos os significados
dessas três palavras (qualidade, vida, trabalho), a relação entre elas, seu
conceito atual e sua importância no mundo empresarial.
No primeiro momento será abordada a história do trabalho, para uma
melhor compreensão de seu significado e processo na atualidade, vinculando-o
no conceito da qualidade de vida no trabalho; similar ao propósito do capítulo
anterior, que abordou a história da ética.
No segundo momento o foco será a abordagem do conceito
propriamente dito, na visão dos autores: Aurélio Ferreira, Edina Bom Sucesso,
Idalberto Chiavenato, Ítalo Calvino e Luciano Zajdsznajder. Englobando as
relações interpessoais, as conseqüências e os pontos positivos para a
empresa.
2.1 A história do Trabalho
Sobre a história do trabalho, a autora Edina Bom Sucesso a aborda
sucintamente em seu livro “Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no
Trabalho” (2002), considerando alguns momentos históricos em que significava
o trabalho.
A palavra trabalho, vem do latim, tripalium, que significa instrumento de
tortura utilizado para punir criminosos que, ao perder a liberdade, eram
submetidos a trabalho forçado. Os dicionários da língua portuguesa registram
como: capricho, cuidado, esmero, fadiga e esforço. Na língua inglesa (work)
significa ocupação, serviço, atividade, só havendo conotação desagradável se
for seguida de adjetivo negativo (Sucesso, 2002).
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Na história das religiões, a palavra trabalho teve diferentes
entendimentos.
Segundo a Igreja Católica, Adão e Eva foram condenados ao trabalho, a
ganhar o pão de com o suor do rosto por terem pecado. Mas se o trabalho
resultar em muito dinheiro, significa distanciamento de Deus, uma vez que o
reino dos céus é dos pobres.
Na proposta protestante, os fundadores Calvino e Lutero, tratam do
trabalho como libertador, traz a recompensa merecida e aumenta a dignidade.
Consideram gratidão à Deus quando existe trabalho; e a riqueza é resultado de
esforço, estado nobre e legítimo, mas deve-se fazer uso ético da riqueza que
acumula.
No Budismo e em outras religiões orientais há preocupações com a
qualidade de vida, pois o trabalho faz sentido quando atende aos interesses e
contribuições pessoais. Para os orientais não há possibilidade de separar
trabalho e vida pessoal. Consideram que deve haver significado e adicionar
valores naquilo que faz.
Pode-se perceber que as concepções religiosas mencionadas vinculam-
se aos valores culturais, familiares, relações sociais que dão sentido pessoal
entre a obrigação e o prazer de trabalhar. Ora o trabalho é colocado como
castigo, ora como inevitável, ora como sustento ou ora como opção e prazer.
Diante desse histórico, na década de 90 destacaram teorias para
aumentar o compromisso e satisfação no trabalho. Foi o momento em que
surgiu a substituição do termo “funcionário”, “empregado” e “trabalhador”, entre
outras palavras do gênero, por “colaborador” ou “parceiro”. (Sucesso, 2002)
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Ela também considera que essas mudanças não teriam importância se
fossem somente para ser um modismo e manter os paradigmas antigos. O
importante é que foi uma concreta mudança de paradigmas, a ponto de
promover condições e mecanismos que transformem o trabalhador, agora
colaborador, em alguém que atua com empenho, esmero, cuidado,
compromisso e sensibilidade. Sucesso (2002, p.4) defende: “Mais importante
que uma denominação moderna é reconceber o trabalho como experiência de
convivência sadia, de respeito e compromisso, na contribuição para a melhoria
da qualidade de vida”
O novo termo marque o estabelecimento de uma relação diferente entre
o indivíduo e a empresa, sustentada por novos paradigmas.
2.2 O conceito da Qualidade de Vida no Trabalho
Será apresentado o conceito da qualidade de vida no trabalho segundo
os autores: Edina Bom Sucesso, Ítalo Calvino, Aurélio Ferreira, Luciano
Zajdsznajder, e Idalberto Chiavenato.
Foi apresentado na história do trabalho que o marco na vida do
colaborador foi no século XXI, década de 90, onde desenvolveram teorias
sobre o conceito da qualidade de vida no trabalho. Foram também
desenvolvidas relações interpessoais baseadas na ética e na justiça. Esse
assunto vem crescendo cada vez mais no mundo empresarial. Com essa idéia
Edina Bom Sucesso comenta uma perspectiva futura quanto ao conceito
desse capítulo:
As atitudes pessoais e as condutas facilitadoras citadas como primordiais na instalação da qualidade de vida decorrem da emoção que aproxima e une as pessoas: o afeto, que se manifesta de infinitas formas, configurando as virtudes que deveriam orientar o trabalho no próximo século. (Sucesso, 2002, p.158)
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Em grande velocidade, ascendem questões de qualidade, produtividade,
produções científicas, atualizações, estudos do comportamento humano entre
outras teorias que buscam incessantemente responder aquilo que é muito difícil
compreender em sua totalidade. Com isso, Edina (2002) considera que para a
busca da totalidade é necessário em primeiro lugar a busca individual, que
resulta em um viver com qualidade.
Primeiro o colaborador deve estimular ou ser estimulado a pensar seus
objetivos de vida, priorizar as ações pessoais, ouvir o outro, sair da submissão,
ser mais crítico e interdependente, entre outras formas para a uma busca
individual com qualidade. Depois, fortalecido individualmente, ele deve buscar
a totalidade do mundo empresarial.
Na busca da totalidade, engloba o coletivo. Nessa linha ficarão
presentes as relações verdadeiras, as negociações, o relacionamento
interpessoal, priorizar diálogos, evita mentir ou esconder os fatos e prevalecer
às relações claras, diretas e respeitosas. É um trabalho árduo, mas que os
gestores também podem facilitar esse alcance. A autora resume a qualidade
de vida da seguinte forma:
Independentemente do modelo ou da filosofia de mudança adotado, sentimentos e emoções estarão permeando as relações de trabalho. Administrar de forma efetiva o medo e a raiva é o primeiro passo para a melhoria da qualidade de vida. Viver com qualidade, em seu significado pleno, requer mais que superar a hostilidade e a intimidação: requer parceria, cooperação, polidez e respeito – virtudes derivadas de amor. (Sucesso, 2002, p.147)
Segundo o romancista Ítalo Calvino, propõe seis características
necessárias aos líderes, pois, assim como Edina, também os consideram
facilitadores para o alcance da qualidade de vida no trabalho. Para ele, o
conceito da qualidade de vida no trabalho resume-se em seis palavras chaves:
leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade e consistência. A seguir
elas serão destacadas sucintamente, pois o autor associa cada uma com a
qualidade de vida.
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A consciência da responsabilidade pela qualidade de vida tem seu início
na leveza da vida, onde precisa ser ensinada e praticada principalmente
naquelas pessoas que não a têm nos seus hábitos. Ele defende:
Viver com qualidade começa por experimentar a leveza constatada nos programas de treinamento. As pessoas sorriem, brincam, refletem seriamente e aprendem. Há quem acredite que só ali isso ocorre e que a rotina faz retornar os hábitos anteriores. Em parte, é verdade. Não se conquista a leveza de uma só vez, é preciso diálogo, maturidade, persistência e humor. Acima de tudo, discernimento para avaliar o significado de trabalhar sob tensão, sob pressão e agressividade, ou conviver em clima de polidez e cortesia. (Calvino apud Sucesso, 2002, p. 150)
Quando o autor refere-se em rapidez, não é no sentido de chegar
primeiro, mas sim de valorizar o tempo, utilizando-o com desembaraço e
desenvoltura. É o tempo com qualidade e não usar a pressa para atropelar as
coisas.
(...) quanto mais se trata um conflito no nascedouro, menores serão as conseqüências. Quanto mais cedo se trina o profissional, menores os equívocos que comete. Quanto menos se adia o que se tem para fazer, mais tempo resta para conferir, caprichar e aprimorar. Empresas ágeis lançam seus produtos primeiros, aprendem logo com os erros. Gerentes ágeis constituem e mantêm equipes entrosadas e produtivas. (Calvino apud Sucesso, 2002, p. 150)
A exatidão é definida como precisão, correção, cuidado, busca de
competência, do desenvolvimento de habilidade, melhoria contínua e
compromisso em fazer mais progressos da próxima vez. No sentido da
qualidade de vida, a exatidão refere-se das relações interpessoais que
precisam ser aperfeiçoadas e redirecionadas. Ítalo resume:
Aprender a exatidão é assumir a vida e o trabalho na perspectiva da melhoria contínua, do constante ajuste e, especialmente, do desenvolvimento da coragem de pedir desculpas, justificar respostas. (...) Exatidão é, na qualidade de vida, a procura permanente de se superar a cada instante. Cabe sempre viver e trabalhar com maior capricho, maior esmero e maior precisão. (Calvino apud Sucesso, 2002, p.151)
26
Já a visibilidade tem dois sentidos: um que defende clareza e
sinceridade nas expressões e o hábito de assumir responsabilidades; o outro
sentido significa mostrar resultados, talento, contribuições próprias ou dos
outros.
Não se vê, também, com bons olhos o ato de dar visibilidade ao que o outro faz. Pensando assim, gerentes defendem como próprias idéias que colheu na equipe, sem esclarecer a origem. Viver com qualidade inclui dar visibilidade a si e ao outro, criando espaço para o Benchmark: aprender como quem faz bem feito, mostrar o que se faz bem. (Calvino apud Sucesso, 2002, p. 152)
A multiplicidade também tem dois sentidos de importância: um aponta
para a diversificação e ampliação do potencial humano; e o outro, refere-se ás
diferenças individuais que os líderes precisam atentar.
Essa palavra-chave define a qualidade de vida como um dinamismo a
cada momento.
A vida nas organizações tem requerido do profissional múltiplas habilitações. (...) Por outro lado, a reciclagem é essencial na qualidade de vida. Pessoas que se prendem a uma só função tendem a perder a referência do todo, pautar sua vida em um ângulo de visão, tornam-se fechadas e resistentes. Estimular rodízios e troca de informações entre setores amplia a visão e potencializa resultados. (Calvino apud Sucesso, 2002, p. 152)
E a última característica, a consistência, que abrange firmeza,
estabilidade, profundidade, propósitos, metas, insistir no rumo, apesar dos
obstáculos. E para isso, espera-se das lideranças competência, vivência e
informações para obter resultados e assim, promover a qualidade de vida. Ítalo
(2002, p.153): “Reforça os propósitos de uma liderança transformadora. (...)
Destaca a importância de romper com hábitos que se mostram ineficazes,
enfocando a grandeza essencial e o poder baseado em princípios”.
E diante dos comentários de Ítalo, ele define o conceito da qualidade de
vida no trabalho, através das seis palavras-chaves referidas.
Segundo o Aurélio Ferreira, serão destacados os significados das
palavras: qualidade, vida e trabalho. Considerando apenas os de
características empresariais.
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QUALIDADE: “1. Propriedade, atributo ou condição das coisas ou das
pessoas capaz de distingui-las das outras e de lhes determinar a natureza. 2.
Numa escala de valores, qualidade que permite avaliar e, consequentemente,
aprovar, aceitar ou recusar, qualquer coisa. 3. Disposição moral ou intelectual
das pessoas. 4. Dote, dom, virtude.” (Ferreira, 1999, p. 1675)
VIDA: “4. Vida humana. 6. O tempo de existência ou de funcionamento
de uma coisa. 10. Modo de viver. 11. Atividade que se desenvolve em
determinado setor, quer como ocupação individual, quer como ocupação de
grupo. 12. As atividades de qualquer grupo humano. 15. O que representa
para alguém motivo de prazer, de estímulo e de amor. 16. O que representa
força, ânimo, entusiasmo, vitalidade”. (Ferreira, 1999, p. 2070)
TRABALHO: “1. aplicação das forças e faculdades humanas para
alcançar um determinado fim. 2. Atividade coordenada, de caráter físico e/ou
intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa, serviço ou
empreendimento. 4. Trabalho remunerado ou assalariado, serviço. 5. Local
onde exerce essa atividade, 9. Tarefa a ser cumprida. 14. Tarefa, obrigação,
responsabilidade. 16. Atividade humana, considerada como fator de
produção”. (Ferreira, 1999, p. 1980)
Pode-se perceber há palavras-chaves no significado dessas três
palavras, que foram utilizadas para a compreensão da idéia ao definir o
conceito da qualidade de vida no trabalho, apresentada até então pelos autores
citados nesta monografia.
Segundo Luciano Zajdsznajder (1994), comenta que a temática da
qualidade é originária do Japão e que se expandiu em intenso movimento,
atingindo grandes e pequenas empresas, de diversos tipos, com ou sem fins
lucrativos. Ele considera que:
Certamente, a busca da qualidade envolve determinados valores como veracidade, honestidade e determinadas aberturas à participação do empregado que, sem dúvida, criam condições para um ambiente mais ético nas organizações e mesmo o exigem. (Zajdsznajder, 1994, p.101)
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Segundo Idalberto Chiavenato:
A qualidade de vida no trabalho representa o grau em que os membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais através de suas experiências na organização. (Chiavenato, 1994, p.238)
Para o autor, esse conceito afeta atitudes e comportamentos
importantes para a produtividade individual como a motivação para o trabalho,
a criatividade, as aceitações as mudanças no ambiente, a adaptabilidade, entre
outros. Porém essa idéia não abrange somente as características individuais
ou situacionais, mas também a atuação sistêmica das organizacionais, que tem
fortes interesses nos lucros, na produção e produtividade. Com esse
pensamento pode-se ser feita uma analogia com que a Edina Bom Sucesso
(2002) abordou ao falar do busca individual e da totalidade (coletivo) com
qualidade, anteriormente já comentado.
Chiavenato considera que o desempenho de cargos e o clima
organizacional são fatores importantes na determinação da qualidade de vida
no trabalho. Onde na carência desses dois fatores acarreta declínio de
produtividade, insatisfação do colaborador, comportamentos
contraproducentes, como sabotagem, roubo, faltas, etc. Em contrapartida, a
existência desses dois fatores na empresa, proporciona um clima de confiança
e respeito mútuo (relação colaborador e empresa).
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CAPÍTULO III: A RELAÇÃO DA ÉTICA EMPRESARIAL
COM A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.
Este capítulo aborda a relação do conceito da ética empresarial com a
qualidade de vida no trabalho. Serão especificadas algumas formas de trazer a
satisfação no ambiente de trabalho diante de uma empresa ética. A ética
empresarial é uma causa que traz conseqüências positivas e negativas. Das
positivas, somente a que será de interesse a esse trabalho é a conseqüência
da qualidade de vida no trabalho, focando a relação da empresa e do
colaborador.
Num primeiro momento, a forma de considerar a relação desses dois
principais conceitos é a instituição de um Código de Ética. É um instrumento
de grande importância que traz indicadores de um ambiente profissional ético e
prazeroso.
No segundo momento, serão sinalizadas outras formas de qualificar o
ambiente com a presença da ética, com outros instrumentos e metodologias
para alcançar essa situação. Serão destacados os autores: Maria Cecília
Arruda, Gary Roubos, Francis Aguilar, Deepak Sethi e Edina Bom Sucesso.
3.1 O Código de Ética
No capítulo I, página 15, foi comentado sobre o pensamento de
Zajdsznajder que o Capitalismo trouxe a ética no mundo dos negócios para dá
limites, abrindo espaços para os Códigos de ética, representando as regras da
empresa.
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O Código de Ética é um principal indicador para relacionar a ética
empresarial e a qualidade de vida no trabalho. É um instrumento que adiciona
valor, segundo o pensamento da autora Maria Cecília Arruda; que inclusive
publicou em 2002 o livro: “Código de Ética: um instrumento que adiciona valor”.
Arruda tem uma visão positiva da criação de um código ético que
acrescenta valor á instituição, não direcionando apenas o valor da satisfação
cliente ou para fins externos e lucrativos, mas principalmente para atender a
sociedade em geral que envolve aquela empresa, seu público interno e
externo. Mas para isso há a necessidade de processos de mudanças para
romper alguns círculos viciosos de condutas inadequadas e ilícitas. O objetivo
é atingir com personalidade, determinação e honradez o agir bem. Afinal, a
sociedade está cansada de corrupções, erros, conflitos e negligências, e não
querem mais ser vítimas do agir mal. E com isso, não querem esse reflexo no
seu ambiente de trabalho, os quais passam a maior parte de seu dia.
Implantar um Código de Ética significa definir a base de princípios,
condutas e valores esperados na empresa. É especificar políticas,
responsabilidades e práticas, aderir sugestões e críticas de todos, e assim,
oficializar um documento, um manual daquela organização, chamado Código
de Ética.
O código terá a característica da empresa, uns formulam com artigos,
similar aos códigos jurídicos, outros como manual, porém o importante é definir
as ações disciplinares, os marcos básicos de atuação, demonstrar o que a
organização entende por conduta ética. Quais são seus agir mal e bem.
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Entre numerosos tópicos abordados nos códigos, predominam alguns
como: respeito ás leis do país, conflitos de interesses, proteção do patrimônio,
lealdade entre os funcionários, respeito entre gestores e colaboradores,
denúncia, práticas de suborno e corrupção em geral, entretenimento e viagem,
assédio profissional e sexual, alcoolismo, uso de drogas, entre outros (2002).
Contudo, o código só terá respeito e implicação das pessoas se na sua
formulação houver participação e colaboração de todos (acionistas, alta
administração, gestores, colaboradores, consumidores, fornecedores, clientes,
etc.); com isso ajuda na elevação do clima ético. Arruda diz (2002, p.17): “A
busca da excelência parece ter-se baseado na ética e consequentemente na
qualidade”.
Após implantação do Código, é importante o manter. Tem empresas
que separam um grupo de colaboradores, de diferentes departamentos, áreas
e níveis para executar tal função, são os chamados comitês da ética. É
provável que esse comitê contribua para que todos percebam que a ética é
uma questão séria na organização. São eles que vão ser os responsáveis por
tudo que envolve o código, irão implantar, atualizar, aconselhar, facilitar,
investigar, decidir e solucionar as questões éticas.
Quando se fala da implantação do Código de Ética não é simplesmente
formular algumas folhas com artigos, mas sim, requer de uma implantação na
cultura, na personalidade da empresa e dos que a compõe. Para isso a autora
defende uma educação na empresa, com aprendizagens, ensinamentos e
reflexões sobre a representação da ética empresarial:
Uma forma que se tem verificado apropriado são os programas de educação e treinamento para gerentes e funcionários, em que geralmente predomina um ambiente favorável à conduta ética e à discussão dos valores e dilemas éticos. (Sucesso, 2002, p.7)
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Nesse programa de educação ética haverá aplicação de técnicas,
análise de estudo de casos e discussões relevantes para ajudar a desenvolver
habilidades de raciocínio crítico para resolução dos problemas éticos. É
importante educar, primeiramente, a alta administração que é a provedora das
mudanças da empresa.
A autora também ressalta um outro programa para a instalação do
código, o programa de comunicação ética. Considerado um importante
instrumento para lembrar das condutas éticas e manter o clima ético da
organização. Adaptar folhetos, cartazes, artigos, vídeos, com informações e
idéias claras e disseminadas são formas de comunicação do programa.
Uma outra sugestão, segundo a autora, é um programa de auditoria
ética, com a finalidade de responder, ouvir e alimentar o trabalho do comitê
ético. Seria uma ouvidoria tanto para o público interno quanto externo. É um
instrumento interessante para avaliar a temperatura ética da instituição,
verificar o ambiente e a forma sistêmica do código.
Arruda defende esse programa, observando:
... se estão sendo seguidos com voluntariedade ou se inspiram mero respeito insincero às regras; se as áreas funcionais estão sensíveis para a questão ética; e se as condutas da equipe de vendas e compras, por exemplo, estão sendo adequadamente monitoradas. (Arruda, 2002, p.8)
E quanto maior o número possível de gestores e colaboradores
envolvidos no processo do código de ética, maior a aderência aos valores e às
práticas éticas, progredindo para o sucesso desse instrumento.
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3.2 Outras formas de relacionar os conceitos
Nesse tópico serão abordadas as outras formas, além do código de
ética, de trazer qualidade e satisfação no ambiente de trabalho através de uma
postura ética na empresa. Isso será possível com a colaboração dos autores:
Gary Roubos, presidente da Groen, Francis Aguilar, Deepak Sethi e Edina
Bom Sucesso.
Segundo Gary Roubos, presidente da empresa Dover Corporation
relata:
Contam com fortes programas a longo prazo, baseados nos resultados de sua companhias, e recebem 100% do rendimento psíquico derivado da administração de empresas bem-sucedidas. Não são criticados após o fato, não são sobrados por um bocado de gente da alta administração, e seus chefes não aparecem para ficar com a glória quando as coisas correm bem.” (Roubos apud Aguilar, 1996, p. 17).
Nesse relato, Gary considera a interdependência entre os gestores e
colaboradores, mas não abdica de suas responsabilidades de liderança. Adota
a filosofia que os indivíduos quando encorajados a ter iniciativa, ficam
implicados na tarefa, harmoniza um clima de confiança e comprometimento, e
estes, ficam capacitados e trabalharão com satisfação e qualidade. Por isso, a
iniciativa da alta administração em cultivar uma atmosfera de confiança e
respeito na empresa.
Ressalta também o cuidado em selecionar colaboradores íntegros,
honestos e competentes. O presidente da Dover (Roubos apud Aguilar, 1996,
p.18) defende que “a receptividade, tão essencial á adaptação à empresa, é
cultivada com cuidado pelos altos administradores na maneira como lidam com
seus subordinados e entre si.”
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Já o presidente da Groen, fornecedora da empresa Dover
Corporation, em 1967, criou a idéia da “grande vergonha”, considerando ser
uma poderosa força motivadora:
Certamente que eu quero fazer as coisas certas em meu trabalho. Em primeiro lugar tenho um forte senso de integridade pessoal e gosto de dormir bem à noite. Em segundo, a confiança que meus superiores têm em mim reforça este sendo de fazer o que é certo. (...) Eu sentiria uma enorme vergonha se não pudesse ficar á altura de suas expectativas, tornando a Groen bem-sucedida da maneira correta. (Presidente da Groen apud Aguilar, 1996, p.19)
Essa estratégia de motivação condiciona o indivíduo a realizar um
trabalho de qualidade de forma ética.
Em contra partida, Francis Aguilar (1996, p.21) aponta indicadores
negativos quando a empresa adota condutas antiéticas: “Esforços podem ser
feitos para justificar transigências éticas com raciocínios do tipo ‘outras
companhias fazem a mesma coisa’ ou ‘na verdade, não prejudicamos
ninguém’.”
Porém, conforme decorre tal pensamento, as pessoas e suas relações
são tratadas com pouco-caso, e refletem comportamentos similares daquilo
que negativamente interpretam da empresa. Além das desvantagens e custos
quando a empresa adota más condutas como: ressentimentos, perda de
negócios, litígios judiciais dispendiosos, entre outros.
Uma outra forma que contribui para o andamento da ética e qualidade
no trabalho é a liderança. Ela tem que ser forte, motivadora, competente,
ética, entre outros requisitos que permitam abrir caminhos para um bom
desempenho, reforçar as relações interpessoais, ser ícone de produtividade,
qualidade e lucros, tudo isso sendo realizado um trabalho moralmente correto
(Aguilar, 1996).
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Com esse pensamento de Aguilar, pode ser feita uma analogia com
James Burke, citado na página 16 deste trabalho, que considera que quando
se tem um compromisso com a conduta ética, as relações empresariais são
consideravelmente mais produtivas e construtivas (Burker apud Arruda, 1996).
Destacar o pensamento similar de Aguilar e Burker é para demonstrar
que à medida que a administração tem um compromisso com a ética
empresarial, faz com que gere respeito, confiança, relações interpessoais,
negócios favoráveis e aceitações á riscos e inovações. (Aguilar, 1996)
Aguilar não é utópico a ponto de considerar ser fácil a empresa adotar a
ética, que isso não se dará de um dia para o outro, mas que tudo passará por
um processo gradativo e complexo. Um grande obstáculo para esse processo
é a presença da fraqueza humana. É uma das razões para as violações,
negligências e confrontos no ambiente empresarial.
Algumas formas que o autor defende para atrair mudanças qualitativas:
selecionar pessoas honestas, eliminar as que não são, direcionar a cultura
para a ética, liderança fortalecida, atmosfera de confiança, motivações,
estratégias, programas e sensibilização para ética. Essas atitudes
proporcionam excelentes resultados e grandes progressos (Aguilar, 1996).
Segundo Deepak Sethi (Sethi apud Sucesso, 2002), vice-presidente da
empresa AT&T, destaca os sete “Rs” de auto-estima como requisitos
importantes na relação da ética empresarial e qualidade de vida no trabalho.
São eles: respeito, responsabilidade de recursos, riscos, recompensa e
reconhecimento, relacionamento, referência e renovação.
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Um resumo dos sete “Rs” de Deepak Sethi (Sethi apud Sucesso, 2002):
o respeito se traduz de relações verdadeiras, sair dos discursos e colocar em
prática o que se propõe, de deixar o colaborador informado de sua contribuição
diante da empresa. A responsabilidade por recursos é sair das lamentações e
utilizar recursos para mudar e melhorar situações indesejáveis, de forma
responsável e criativa. Já o risco é extremamente antiético estimular as
pessoas a tomarem iniciativas, correrem riscos e, caso dê errado, as punir. A
recompensa e o reconhecimento, historicamente, eram umas das maneiras
mais eficazes de inspirar as pessoas. O elogio sincero é gratuito e valoriza.
Já o relacionamento, historicamente, quando aproximava líder e membro era
considerado enfraquecimento de autoridade. Atualmente, o distanciamento
desestimula a participação. Diálogo, escuta empática, ouvir e respeitar opinião
são poderosos pilares para um relacionamento com qualidade. A referência é
aquilo que se toma como exemplo quando é ensinada. Um exemplo de
referência é o gestor. Por último, a renovação, é um compromisso com a
aprendizagem. Quando a empresa não adotou a conduta ética e qualitativa, a
primeira renovação é a ideológica. É sair dos rótulos, erros e culpados e
estimular renovações de compromisso, responsabilidade, recompensas,
relações sinceras, satisfação e autodesenvolvimento.
Segundo a autora Edina Bom Sucesso, também considera a qualidade
de vida no trabalho sendo uma conseqüência positiva da ética empresarial.
A priori, Sucesso (2002, p.165) trata algumas desculpas que as pessoas
se utilizam para pensamentos e condutas antiéticas: “Ninguém me avisou que
não se podem levar para casa canetas e brindes da empresa”.
A tendência é acreditar que pode atender seus principais interesses
quando nenhum colega ou a empresa está sendo prejudicada diretamente. E
com isso, torna-se freqüente levar vantagens às custas dos colegas ou ficar
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omisso no que convém. Ainda tem o agravante líder, que quando não se
manifestam para posturas inadequadas, também não dão o exemplo, não são
referências. Comportamentos como negar a cooperar com outros setores,
trabalhar de forma isolada, entre outros caprichos pessoais, levam
progressivamente a criar um ambiente hostil, competitivo, cultivando raízes de
práticas não éticas. Sucesso resume:
Convém investir no treinamento de líderes para que aprendam a desenvolver a escuta empática, a ouvir a opinião de todos, a estimular a reflexão e estar sempre incentivando as pessoas a se perguntarem sobre a verdadeira intenção de suas ações. (...) Imparcialidade nas análises e avaliação dos impactos das decisões são estratégia adequadas ao desenvolvimento de postura ética, de respeito e consideração. Excesso de confiança no próprio julgamento já colocou em risco a sobrevivência de muitos negócios. (Sucesso, 1996, p. 166)
A autora também considera a instituição de um código de ética, assim
como, contratar auditores de ética, nomear ouvidores, entre outras medidas
bem-vindas para a preocupação e seriedade da empresa.
Responsabilidade e lealdade são dois poderosos pilares éticos que
colaboram para um ambiente satisfatório e melhoras nas relações
interpessoais, elimina a hostilidade dos indivíduos, e sustenta a boa imagem
da empresa e de seu pessoal. Ela defende (Sucesso, 2002, p.168):
“Empresas consideradas como um bom lugar para se trabalhar gozam de
credibilidade interna, contam com pessoas que se orgulham de pertencer a
ela, praticam os pilares da ética.”
A autora sinaliza a questão da demissão como um processo cruel,
trazendo traumas e intranqüilidades sociais:
Trabalho e renda constituem o alicerce da qualidade de vida para quem vive do resultado financeiro do próprio trabalho. Por mais que se critique a qualidade de vida em uma organização, pior é não ter trabalho. (Sucesso, 2002, p.175)
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Viver com qualidade é acima de tudo aprender a dá valor ás
conquistas, ao que se tem, empenhar-se no autoconhecimento, cuidar da
saúde física e emocional, ter lazer e desenvolver-se psicologicamente.
Sucesso diz (2002, p.177): “Viver com qualidade no trabalho deriva-se da
contribuição social do que se produz, resulta do orgulho do que se faz.
E assim, ela sinaliza a importância de ter atitudes que estimulam uma
melhor convivência no trabalho, melhores relações de poder, sem ser apenas
as de hierarquia, somar, compartilhar, cooperar no esforço em ampliar a
qualidade de vida com ética para valorizar seu próprio viver (Sucesso, 2002).
Logo, convém agregar ingredientes como boa reputação, imagem
positiva e crescimento bilateral (empresa – colaborador). Até porque a
empresa foi feita para contribuir não apenas para o enriquecimento de seus
donos, mas para o desenvolvimento da sociedade.
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CONCLUSÃO
Diante da hipótese levantada: A ética empresarial pode trazer qualidade
de vida? Conclui-se uma resposta afirmativa: SIM.
Foi abordado o significado do conceito da ética empresarial e da
qualidade de vida no trabalho nos dois primeiros capítulos, e no terceiro, foi
feita a relação dos mesmos. Foi de interesse nesta pesquisa para defender tal
hipótese apenas a relação da empresa com o colaborador.
A intenção de sinalizar a história da ética, no capítulo I, e a história do
trabalho, no capítulo II, foi para a melhor compreensão do seu processo e
atuação na atualidade. Afinal, as empresas são diferentes, mas seus
problemas são similares. O processo histórico tem influência no processo
atual. Como exemplo, o conceito da ética empresarial e da qualidade de vida
no trabalho é, pelo menos, “modismo” nas empresas brasileiras. Até porque
esses conceitos refletem em suas produtividades e lucros, fato que antes não
atingia ou era de baixo impacto empresarial.
Esse processo atual traz a importância de pensar no público interno
(colaboradores) e externo (clientes, fornecedores, etc.) para o sustento, ou,
como diz Arruda (2002), para a sobrevivência das organizações.
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E para a defesa da relação da ética empresarial e da qualidade de vida
no trabalho, como sendo uma conseqüência positiva, foram abordadas
algumas formas e instrumentos, no capítulo III, comprovando cientificamente o
que vem qualificando e beneficiando a vida da empresa e dos seus envolvidos.
As formas destacadas foram: o Código de Ética, as relações de
interdependências, a seleção de bons profissionais, o investimento nos líderes,
a motivação, a auto-estima com os sete “Rs” e a valorização das conquistas.
Foi dedicado um sub-capítulo para o Código de Ética com a finalidade
de destacar a sua eficiência na relação dos dois conceitos em questão, sendo
um excelente instrumento da atualidade capaz de trazer melhorias e
qualidades nas empresas, através das condutas éticas.
Obviamente, o acréscimo das outras formas amplia e facilita o
desenvolvimento das conseqüências positivas que esses dois conceitos
podem trazer.
Pode-se concluir que as conseqüências positivas da relação empresa-
colaborador abordadas neste trabalho, resumem-se nas seguintes palavras-
chaves: atmosfera de confiança, credibilidade, clima ético, inovações,
criatividade, aumento de produção, produtividade e lucros, comprometimento,
compromisso, conquistas, dedicação, lealdade, sensibilização, satisfação,
harmonia, orgulho, motivação, seriedade, respeito, valorização, boas imagens,
bons relacionamentos e resultados.
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Além da visão empresarial, Edina conclui, no último capítulo, com a
questão social, quando ela comenta que a empresa não é só para o
enriquecimento dos seus donos, mas para o desenvolvimento da sociedade.
Abrange a idéia que a empresa que implica esses conceitos não está apenas
formando bons profissionais ou resultando boas imagens e lucros, mas sim,
está educando e formando pessoas mais íntegras.
Na verdade, seria um processo gradativo, beneficiando uma cadeia
social. Primeiro a empresa acredita que terá melhorias e qualidades adotando
condutas éticas. Depois a idéia será aplicada e educada para a alta
administração, seus líderes, seus colaboradores, seus clientes, seus
fornecedores, entre outras pessoas que envolvem a empresa. Em seguida, o
exemplo refletirá na comunidade, no bairro, no estado, e assim, tornando-se
uma referência social.
Imagine se cada empresa, seja ela de pequena, média ou grande porte
conseguisse atingir efetivamente em pelo menos 10% das pessoas que a
cercam, de criar hábitos de ética e experiênciar qualidades e
autodesenvolvimento para a vida. Observe como isso refletiria na cultura
mundial? O mundo empresarial poderia ter fortes contribuições nos reflexos
de um mundo melhor.
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de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996.
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Saiola. São Paulo: Makron Books, 1993.
ZAJDSZNAJDER, Luciano. Ser ético. Rio de Janeiro: Gryphus, 1994.
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
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