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ANNO X!V DOMINGO 19 DE MAIO DE 1867 N. 3202 Sun.cravB-sa nc sxcriptorio da iypugraphia Impíucul, Rua Ah Imperatriz n. 27, pari a capiiat a ^{l rs. por sono. o ô& rs.por se- maitre, e para fora a J.5J ra.por HQUà. A. assignatura pôde começar »m qualquer dia do anno. mas acaba «empre era fim de Junho e Dezem biii PAGAMENTO ADIANTADO £_HM4E3£l*v M__ i-B-Mat_¦MaM KEM-tv.ii«-mA-KM^ -»*•• ¦"¦" imiíiMIimmuti «n n »—«—«_ f»»™»»»»»» __•_•__•_¦ Publicações. Annuncios 100 rs. psr linha Publicações Ifttèfâria» 50 rs. » Ditas parlicularoí 100 r*. » Noticias diversas 500 r.i. » Mh_ avulsa custa 2ÜU ra. As correspondências e, comia* nlcados serão dirigidas «ín. certa fachada ae asoripteri» da iMj»- «So. mxzctox ha xzhatçâo t yxoyxiztaxio ho êstabeUcimeuto—dlDüOTUCl !MM&fl(D M hiWmü mmM^—€oilaboxahoxzs òwzxsos Assembléa Legislativa Provincial ACTA DO DIA 18 DE MAIO DE 186"; Presidência do sr. conselheiro Ramalho. A's 11 horas da manhã, feita a chamada, acham-se presentes os srs. Ramalho, P. de Barros, Monteiro Godoy, P. Souza, M. Freire, Joáo Tobias, L. Penteado C. Gavião, Gregorio, Souza Aranha, Cintra Júnior, S. Queiroz Filho, Fortunato, P, Leme, V. Mamede, Taques e Yalladio, filiando com participação os srs.ílartins <]& Silva, e L. de Olireira. Nio havendo numero legil, o sr. presidente declara, que não ha sessão ; e, depois de lavrada a approvada a presente acU, para ordem do dia sagainte a nusma que vinha para hoje. ;liiill|lii) S. Paulo, de Maio de 18G1? O estado critico era que acham-se os negócios públicos do paiz continua, sem que os homens que pensam e reíleclem sobre taes factos possam encontrar caminho aberto e franco para dar sahida aos obstáculos e embaraços da situação. A guerra desastrosa que sustentamos com o Paraguay, fonte de todos os males que tão asperamente pesam sobre todos os brazilei- ros, ainda arde nas margens do Prata, ain- da não estinguiu-se, ainda prosegue nos re- ciamos de tudo quanto ha de mister para a continuação dos exforços necessáriosá desaf- fronta da dignidade nacional. O aspecto dos nossos negócios internos não é menos triste e calamitoso que o ex- terno. O desmoronamento das mais importantes instituições sociaes, o esquecimento dos mais sagrados principios de vitalidade na- cional, o desanimo popular, e a descrença politica seguem de perto as desgraças que erguem-se de todos os lados contra os des- tinos auspiciosos do paiz. Tudo é um cahos escuro. De todos os pontos do Império levantam-se vozes sup- plicantes ou ameaçadoras, significando ^umas e outras o soffrimento do povo, e a necessidade urgentíssima de achar-se reme- dio aos seus males e as suas dores. O próprio governo é victima da situação. Sente-se que sua marcha governamental vacilla no meio dos obstáculos, que seu bra- ço não lem a necessária força para removei- os do caminho, e que suas Yozes são impo- tentes paraconjurar a tempestade que ne- greja os horisontes. Onde estão os principios salutares da po- litica bem intencionada e constitucional, que ha sempre dirigido"a náo do Estado ? Onde os preceitos do justo e honesto, que foram em todos os tempos a alma forte e da sociedade brazileira? Que fazem os poderes públicos? Que é o que pensa e deseja o povo brazi- leiro? Que destinos aguardam no futuro a na- ção, que fraqueia os passos e vacilla indici- sa no meio do caminho ? Se aos grandes males cabem somente os grandes remédios, onde existe o braço forte, que deve collocar o paiz em seus eixos, res- tituir-lhe o movimento, a vida e a prospe- ridade? E' bem difíicil dar resposta satisfactoria a todas essas perguntas. A feição dos negócios públicos não lhes indica resolução alguma. Dir-se-hia que caminhamos para o des- calabro e desmoronamento geral da socie- dade. No norte do império, a Bahia e Pernam- buco erguem-se contra os poderes constitui- dos e ameaçam-nos com arreganhos revolu- cionarios. Em outras provincias, inclusive a provin- cia de S. Paulo o despotismo das autorida- des semeia o ódio e o desespero no seio das populações. Em toda parte a dôr, os soffrimentos, as reclamações, e os protestos. Em toda a par- te a fermentação das tremendas tempesta- des populares. Em toda parte o cahos. Que faz o governo? Que faz a assembléa geral legislativa, que ainda não tem nume- ro legal para reunir-se, embora sejam pas- sados dez e sete dias do tempo marcado pa- ra sua inslallação ? Quem salvará o paiz da tempestade que o cerca de todos os lados? Quem salvará as provincias do desastra- do despotismo presidencial que as aca- brunha ? O tempo dirá. Assembléa provincial—Por falta de numero legal do srs. deputados não houve hontem sessão. Reunião de conselho—Hoje r^une-seo con- lelho de qualificação da guarda nacional da parochia da rio consistorio da miama igreja. Associação acadêmica beneficente paulista—Haverá senão hoje a uma hora da tarda iu cisa da rua do Carmo, n.53. Jury—Hontem as 10 horas da manhã, feita a cha- mada, e comparecendo 40 jurados, foi aberta a sessão. Entrou em julgamento o processo em que é róo José Augusto Bastos, aceusado pelo crime de estellionato. 0 presidente do tribunal declarou que era aquelle o ulti- mo processo que devia ser submettido a julgamento pois completaram-se hontem os 15 dias de trabalho forma da Ui ; fez, porém, sentir aos srs.jurados a ne cessidade que havia de uma prorogaçào da sessão por mais alguns dias, em virtude de existirem outros pro- cessos de réos presos ji á tempo, pelo que foi proroga- da a sossã* por mais cinco dias. CompuzTam o conselho os seguintes srs: Dr.Diogo de Mendonça Pinto. Alferes Manoel de Jesus Lustr>za. Tenentí-coronel Luiz Soares Viegas. Alferes Júlio Soares de Souza. Capitão Pedro Cesario dos Santos. Tenente Antônio Louzad» Antunes. Alferes Joaquim de Oliveira Mendes. Conselheiro Manoel Dias de Toledo, Jeronymo José de Andrade. Dr. José Maria Corroa de e Benevides. Joaquim Antônio Taques. Augusto Lorena. A aceusação foi sustentada pelo promotor interino, o sr.dr Souza Lima. Foi advogado do réo o dr. Joaquim Augusto de Ci- raargo. Concluídos os debates e resumidos pelo presideate do tribunal entrou o conselho para a sala secreta voltando dfahi com a decisão seguinte: mgou-se o crime, sendo o réo absolvido. Archivo Plttorescò—Recebemos a 12» cader- neta do 9* volume 'dente jornal, cont3iilo : Capella de Nossa Senhora do Desterro, (com gra- vura.) Cartas portuguezas do prior do Crato. Navegação de vapor. Le Taureau, navio encouraçado aríete da marinha franceza (com gravura.) 1 D. Francisco de Almeida. Ponte de João Carlos, na estrada de Petropolis ao Juizvde Fórâ (com gravura.) Ratos brancos (com gravura.) Os sete degráos da vida. Vista pitloresca do Nabao o da cidade da Thomar (com gravura). IO padre D. Manoel Caetano de Souza (com gra- vura.) Quinta de V&l-de-Lobos, propriedade de A. Hercula- no (com gravura.) IA nobreza na China. Chafariz de Cybele, em Madrid (com gravura.) Vista pitloresca do rio Zambeze depois do romper da aurora (com gravura.) Interesse a dever. Vespas da America meridional (com gravura.) Impertinente e insolente. Festividade—Tem hoje logar na igreja de Santa Ephigénia a do Senhor Bom Jesus. Prega ao Evangelho o sr. conego Ildefonso. Paulista—A mala ordinária para est» vapor fecha- se hoje as ü horas da tarda a amanhã as 8 a meia a sup- plementar. Correio—A mala do correio dt Campinas fecha-se hoje ás 1 hora a três quartos da tarde. Obituario—Sepultou-se no dia 17 oi seguintes cadavares: Elysa, 12 annos, catharro suffocante. Filha do sr. Malachias Rogério de Salles Guerra. Anna Maria da Araújo, 50 annos; hydropesia. Claudina, 5T annos; hydropesia. Escrava do sr. dr. Pedro Taques. Extravagância cm religião.—Os Estados- Unidos capricham em liberalismo, sobre tudo em mate- ria de religião; de ahi vem o curioso espectaculo de cul- tos insensatos. Seria muito longa a enumeração das sei- tas, uuis ou menos serias, fundadas ha alguns annos pelas proplietisas que abundam no paiz. Algumas pa- recém tar tomado Maria Magdalena por padroeira, e ba- sei.iiu a sua doutrina no amor livra a no communismo bibllco. TotlaviJ, mais geralmente ô para reclamarem a parti- clpação da mulher nas funcçôo3 ecclesiasticas que o Evangelho é invocado pelas quo se contentam em appa- renciacom a reivindicação da igualdade dos direitos na sociedade christS. Reclamam ainda um pouco mais ai- gnmas das Amerbanas chamadas Betzy Cowlis, Lúcia Stone, Lucrada Moth, Harrieti Noyes, Maria Walker, Isabel Stanton, Olympia Brown (longa ladinhade mes- sias femininos).,Ai que quizessem conservar-se na seita em que naiceram, contentar-se-hiam com fazerem quando lhis tocasse a vez, o sermão do domingo ; mas ha outras que querem fazer reconhecer a supremacia do seu sexo, e que sustentam que o artista Divino, cr«ando a mulher depois do homem, aperfeiçoou o seu primeiro ensaio. O primeiro homem, dizem também algumas destas naturalistas da saias, foi um macaco: mas a primeira mulher não era um quadrumano a nâo tinha cauda : fazendo ao primeiro homem a fineza de ser sua compa- nheir/i, deu á luz im filho qie se parecia mais com a mãi do que com o pai. A supremacia da mulher, justifi cada pela sua intelligoncia ainda mais do que pila sua organisaçào physica, nanhuma seita americana a reivin- dica mais energicamente do que a das espiritualiitas vi- dentes« (famaie seers),» cuja summa sacerdotisa é ha- bel üenlon, que diz ter com a natureza a mais original das communicações. Basta-lhe encostar k testa uma planta ou uma pedra para qua essa planta ou essa pe- dra lhe conte por uma sorie de imagens a historia de todos os objectos com os quaes tem estado tm contado desde a sua formação. E' assim qua Isabel Denton pôde aprender de um na- co de rocha mais geologia do que o mais sábio profes sor, e que um fóssil lhe mostrou o que era o mundo an- les do dilúvio. Mas o mais curioso de tudo isto é que nào essas sacerdotisas adiam adeptos, mas immedia- tamente so creatn capellas e igrejas para o culto novo. Os periódicos andam cheios da anuuncios, de sermõas, du officios divinos, de rezis em cominunididi, e nas ai dêas mais insignificantes guarda-se o domingo com uma rigidez mais do qua ingleza. MIIÍIH 0 HOMEM DE RECURSOS ou o NOIVADO NA ROÇA (Continuação) Adolpho falloa nestesi termos a Pedro Francisco: —Ha três dia» eu estava no Rio de Janeiro, hontem pila manhã montava a cavallo em Santos, a uma ho- ra do dia dt hoje em Sáo Paulo para dirigir-mo á sua casa. 0 governo tinha-me mandado dous officios : um que eu devia ler immediatamente, e no qual se dizia que estava ás minhas ordens uma barca de vapor, e que devia Immediatamente partir para Santos ; o outro eu o devia abrir no mar a executar o que se me ordenava n'elle. Vm. é homem de grande influencia na provin- cia... —Qual, senhor I...—Ninguém ha no mundo que não queira ser influente, e este pobre roceiro principiou a ter alguma consideração por nós. —Estamos hoje em tempo, continuou Adolpho com uma seriedade admirável, que aquelles que gozun de certa influencia encontram a cada passo um inimigo que quer quebrar essa influencia, para to- mar-llie o posto de honra ; o sr. Pedro Francisco não podia eximir-se d'esta cíndição geral, tem inimigos e estes o representaram sob máu aspecto aos olhos do go verno. —A mim 1...estou perdido [...disso o pobre velho pondo as mitos na cabeça. Adolpho calculava as vanla- gens que podia tirar do susto do pobre homem, e conti- nuou : —Sua casa está cheia da gente, essa gente parec-me que se não reuniram para bom fim. Saiba, sr. Pedro Franclsco.disse Adolpho com tom sombrio e compassado, saiba que estou incumbido da examinar seu procedi- mento, que o menor passo que vm. dor eu o saberei, ouvirei suas palavras, por mais baixas quo sejam pro- nunciadas. Vou para a venda vislnha e de ludoexa- minarei. —Por quem é, meu senhor, demore-se.. .Illudiram o governo.. .a gente que tenho em casa são amigos que vâcn assiitir ao banquete que dou pelo casamento de minha filha... ninguém é mais amante do governo do que eu.. .Olhe, meu senhor, para que ha de ir para a venda ? melhor é ficar em minha casa ; accelte o meu offerecimento... —Sr. Pe Iro Francisco.iu temo compromelter-me e não posso aceitar a sua casa. —Ao menos, senhor, assista hoje ao banquete e verá então que não é uma reunião de consplradoros. —Custa-me perder ura homem como vm., que me parece honrado, aceito o seu convite para melhor favo- recel-o. —Oh I meu senhor, o céo abençoará seus dias. —Vm.permittirá que o meu amigo me acompanhe. E' um medico de grande nome nacôrte.o qual me acom- panha desde a mais tenra idade ; viaja por amisade e por amor «Ia sciencia. —Nâo tom duvida alguma. Como se chama meu se- nhor ? —A...sim, Alexandre, eo meu amigo é o celebre doutor M«nenzio ; vm.ha de ler ouvido fallar em seu nome. —Nâ« senhor, mas está visto que é cousa grande.bas ta ser seu amigo. Vou mandar prender os seus cavallos o dir lhes ração. Apeánjo-nos, emquanto o bom velho corria e punha toda a casa em desordem. Adolpho atou Bucephalo no arco que estava á porta da casa. o Bucephalo que ainda tinha ferae foi comendo os ramos e as folha?, e com tal força os puchava, que de repente cahio-lhe o arco nas cotias. Espai,tou-se, e, cousa que não fazia ha muilo tempo, dtsparou a correr pela est.-ada fora, rinchando, escouceando. Adolpho corria e gritava atraz delle: Bucephalo, meu Bucíphalo, que é isso? que fogo te rói nas vei;3 ? o que é que assim faz ferver teu nobre s^n- guo ?—Bucephalo nào o ouvia, a continuava a pinotear com o arco nas costas. O dono da casa mandou ira ma- diatacnente seus filhos a escravos atraz de Bucephalo. a eu pude conversar com Adolpho sem qua ninguém nos ouvisse. —Que fizeste ? vás dar-me por medico ? quo necessi" dade Unhas tu de mais essa mentira ? —Estou vendo que te zangas comigo porqua te dei consideração. -Ora, si esta gente se lembrar de consultar-me. o que hoi de dizer ? —Qualquer tôa de aranha te embaraça. Si alguém ta consultar, fita os olhos no tecto, toma o pulso, examina a língua a depois purgantes, vomitorios sangrias a so- üretudo dieta, nâo te esqueças da dieta. Ninguém faz um medico em menor tempo. Agora não lia remédio : aei-te por medico, has de ser medico. Não ta faças tolo mostra te imperturbável ; recommendo te que tenhas descaramento : deixa-me mentir, e tudo irá bem. —Está bom I Deus queira que assim seja. Bucephalo parou e delxon-se pegar : Adolpho ala- vava ás nuvens o fogo de sen cavallo, ouando o dono aa casa, quo também tinha corrido atraz de Bucephalo chegoo, e, dirigindo-se para Adolpho, disse lha : —Entretanto, sr.Alexandre ; sr. Innocencio, venha para aqui.' —Mezenelo é que elle se chama : Mezencio. Entre- Eis-nos na casa do noivado. Si nunca en trastes em alguma casa na roça, em one estejam reunidas pessoas do campo, asseguro-vos cá- ro leitor, qua nunca fostes objecto de minucioso exame nunca se contaram os botões de vosja casaca, nem os" dedos de vossas mãos, nem os cabellos de vossa cabe- ça : tudo é examinado em taes reuniões, e o pobre des- conhecido que cahe n'ellas matéria p.ra longas ho- ras Je conversação e para longos dias de reminiscen- •'ias. Não escapámos â generalidade desta regra nossa entrada, que Adolpho tinha conquistado eda qual E0- sava com ar do triumpho, poz ponlo a todas as conver- saçoes principiadas e'reduziu ao silencio todos os falia- dores da festa. Adolpho o e,u fizemos um cumprimento geral á sociedade, e como nos não olTereciam assentos nos os tomamos.««cuiu», Diversos grupos se reuniram na sala, a bem via eu que éramos o objecto do cochichar de todos esses rocei- ros : sempre resenvado e timorato, nâo estava acostu- mado a dar-me em espoctaculo, e minha posição ia se tornando-se caia vez mais incommoda ; Adolpho nelo contrario, examinava tudo, ria-se para todosi commu- nicava-mesuas reflexões, e, vendo que as cousas comi- nuavam do mesmo modo, pega em uma viola que esta- va sobre a meza, affina-a e põe se a tocar um «lundu» depois canta entre os dontes uma modinha que acom- panhava a viola. A figura de Adolpho era Ilgum tan- o cômica ; em completo desalinho, enlameado, can- tando com uma viola na mão, como se não houvesse ai- guem que o ouvisse, ella fazia caretas, levantava os nombros e revolvia os olhos de uma maneira ridícula O que em qualquer outra sociedade seria tido nor máu gosto a nem um habito das boas companhias na roça foi o meio mais fácil de se nos tornarem favoráveis os ânimos: tanto ó certo que a posição do espectador influa na maneira de ver os objectos e examinar ás Idéas! Pouco a pouco todos quantos se achavam na sala foram-se reunindo, e fizeram um circulo, cujo centro era Adolpho; as conversações animaram-se e ninauam olhava para nos com desconfiança ou malignidade i ~ Osenhor.pelo que vejo, canta a toca, disse um dei- les a Adolpho.l —Qual, não senhor, replicou Adolpho -Nós temos um visinho que mora a três léguas de distancia, o qual tem muita presumpção de cantar e to- car bem, mas não é capaz de chegar aos calcanhares de TU. —Pois saiba, meu amigo, que isto ainda é cousa neta uma. Para tornar mais brilhante a festa do sr.Podro Francisco, desenvolverei todos os meus talentos a tam- bem o meu amigo e companheiro de viagem que ó ma- dico, o qual canta como uma freira. -Ah I o senhor é medico ? e oura todas as doen- —Quando nâo mata. Felizmente para mira entrou nVsste momento o dono da casa acompanhado de toda a fam lia a da todas as velhas, moças e meninas qae se tinhaim escondido lo_-o que nos viram onlrar. Meus conhecimentos médicos um ser experimentados, e o sr. Pedro Francisco com todo seu acompanhamento livrou-me do aperto em nua eu me veria sem duvida. A «ntrada foi esplendida -vi- nha na frente o dono da casa, trazendo á esquerda seu novo genro a á direita sua filha recemeasada O genro era um marmanjo de 25 a 30 annos, rosto trigueiro ai- to, jrosso; tostas as suas feições e gestos indicavam uma perfeita imbecilidade: o seu vestuário não deixava da ser interessante ; a «alça de brim escuro muito enaom- mada, a por isso muito enrugada, dava lhe pelo meio da perna ; o colite de seda branca muito amarrotada e que por isso parecia Ur servido talvez no ultimo ves'ti- doquetizcraarespeitavel mão do noivo, n„ò iheaavaa cobrir o ros das calças, e por isso via-se entra ellas a elle uma espace de fofo feito pela camisa ; a jaqueta o noivo estava de jaqueta) era de chita amarella.e pelo astro bem indicava que, vinda da casa do alfaiate foi bgo vestida ; a camisa era bordada na abertura a tinha larga renda, a apezar de um grosso bolàn da oiro nen- dente ao collarinho, deixava ver o peito do noivo hem çabelludo a trigueiro.porque o calor não permillia abo- toai o, a depois no campo tudo se faz sem ceremonia A noiva era digna de tal esposo : era pequenina de si- tura, mas tao gorda quo parecia uma bola ; a testa ara pequenina, os olhos pequeninos a pretos, o nariz na- quenino e em proporção as ventas eram demasiado lar- gas: em compensação d'esta miudeza de feiçõe* tinha umas bochechas que quasi se uniam na frente.e traziam á lembrança aquella parte do corpo.. .a bocea era avan- Ujada e as orelhas eram um prognostico de longa vida Esta bella cab:ça estava unida ao corpo por um bre- vissimo pcsc.ço: os hombros procuravam as orelhas O r.sto do corpo estava em rcl-ça. com o que tonhô esboçado. O sau vestido côr de rosa não realçava a rôr da noiva que era motena, a menos o lenço da •eda azul que trazia ao pescoço: meias de seda a sa- patos fMiicezes completavam o vestuário da noiva Aiíora descreverei a mãe da noiva que era uma matrona, passante dos ciucoenU annoi.de altura oro porcionada, grandes pés a mãos largas, rosto comnri- do e basUnte enrugado, nariz adunco a grosso. boí-ca contrahida e sem dentes, queixo comprido á Ingleza __&_--:--"

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ANNO X!V DOMINGO 19 DE MAIO DE 1867 N. 3202

Sun.cravB-sa nc sxcriptorio daiypugraphia Impíucul, Rua AhImperatriz n. 27, pari a capiiat a^{l rs. por sono. o ô& rs.por se-maitre, e para fora a J.5J ra.porHQUà.

A. assignatura pôde começar »mqualquer dia do anno. mas acaba«empre era fim de Junho e Dezembiii PAGAMENTO ADIANTADO

£_HM4E3£l*v M__ i-B-Mat_¦MaM KEM-tv.ii «-mA-KM^ -»*•• ¦"¦" imiíiMIimmuti «n n »—«—«_ f»»™»»»»»» __•_•__•_¦

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Publicações Ifttèfâria» 50 rs. »Ditas parlicularoí 100 r*. »Noticias diversas 500 r.i. »Mh_ avulsa custa 2ÜU ra.

As correspondências e, comia*nlcados serão dirigidas «ín. certafachada ae asoripteri» da iMj»-«So.

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Assembléa Legislativa ProvincialACTA DO DIA 18 DE MAIO DE 186";

Presidência do sr. conselheiro Ramalho.A's 11 horas da manhã, feita a chamada, acham-se

presentes os srs. Ramalho, P. de Barros, Monteiro d»Godoy, P. Souza, M. Freire, Joáo Tobias, L. PenteadoC. Gavião, Gregorio, Souza Aranha, Cintra Júnior, S.Queiroz Filho, Fortunato, P, Leme, V. Mamede, Taquese Yalladio, filiando com participação os srs.ílartins <]&Silva, e L. de Olireira.

Nio havendo numero legil, o sr. presidente declara,que não ha sessão ; e, depois de lavrada a approvada apresente acU, dá para ordem do dia sagainte a nusmaque vinha para hoje.

;liiill|lii)S. Paulo, 1» de Maio de 18G1?

O estado critico era que acham-seos negócios públicos do paiz continua,sem que os homens que pensam e reíleclemsobre taes factos possam encontrar caminhoaberto e franco para dar sahida aosobstáculos e embaraços da situação.

A guerra desastrosa que sustentamos como Paraguay, fonte de todos os males que tãoasperamente pesam sobre todos os brazilei-ros, ainda arde nas margens do Prata, ain-da não estinguiu-se, ainda prosegue nos re-ciamos de tudo quanto ha de mister para acontinuação dos exforços necessáriosá desaf-fronta da dignidade nacional.

O aspecto dos nossos negócios internosnão é menos triste e calamitoso que o ex-terno.

O desmoronamento das mais importantesinstituições sociaes, o esquecimento dosmais sagrados principios de vitalidade na-cional, o desanimo popular, e a descrençapolitica seguem de perto as desgraças queerguem-se de todos os lados contra os des-tinos auspiciosos do paiz.

Tudo é um cahos escuro. De todos ospontos do Império levantam-se vozes sup-plicantes ou ameaçadoras, significando

^umas e outras o soffrimento do povo, e anecessidade urgentíssima de achar-se reme-dio aos seus males e as suas dores.

O próprio governo é victima da situação.Sente-se que sua marcha governamental

vacilla no meio dos obstáculos, que seu bra-ço não lem a necessária força para removei-os do caminho, e que suas Yozes são impo-tentes paraconjurar a tempestade que ne-greja os horisontes.

Onde estão os principios salutares da po-litica bem intencionada e constitucional,que ha sempre dirigido"a náo do Estado ?

Onde os preceitos do justo e honesto, queforam em todos os tempos a alma forte esã da sociedade brazileira?

Que fazem os poderes públicos?Que é o que pensa e deseja o povo brazi-

leiro?Que destinos aguardam no futuro a na-

ção, que fraqueia os passos e vacilla indici-sa no meio do caminho ?

Se aos grandes males cabem somente osgrandes remédios, onde existe o braço forte,que deve collocar o paiz em seus eixos, res-tituir-lhe o movimento, a vida e a prospe-ridade?

E' bem difíicil dar resposta satisfactoriaa todas essas perguntas.

A feição dos negócios públicos não lhesindica resolução alguma.

Dir-se-hia que caminhamos para o des-calabro e desmoronamento geral da socie-dade.

No norte do império, a Bahia e Pernam-buco erguem-se contra os poderes constitui-dos e ameaçam-nos com arreganhos revolu-cionarios.

Em outras provincias, inclusive a provin-cia de S. Paulo o despotismo das autorida-des semeia o ódio e o desespero no seio daspopulações.

Em toda parte a dôr, os soffrimentos, asreclamações, e os protestos. Em toda a par-te a fermentação das tremendas tempesta-des populares. Em toda parte o cahos.

Que faz o governo? Que faz a assembléageral legislativa, que ainda não tem nume-ro legal para reunir-se, embora sejam pas-sados dez e sete dias do tempo marcado pa-ra sua inslallação ?

Quem salvará o paiz da tempestade que ocerca de todos os lados?

Quem salvará as provincias do desastra-do despotismo presidencial que as aca-brunha ?

O tempo dirá.

Assembléa provincial—Por falta de numerolegal do srs. deputados não houve hontem sessão.

Reunião de conselho—Hoje r^une-seo con-lelho de qualificação da guarda nacional da parochia daSé rio consistorio da miama igreja.

Associação acadêmica beneficentepaulista—Haverá senão hoje a uma hora da tardaiu cisa da rua do Carmo, n.53.

Jury—Hontem as 10 horas da manhã, feita a cha-mada, e comparecendo 40 jurados, foi aberta a sessão.Entrou em julgamento o processo em que é róo JoséAugusto Bastos, aceusado pelo crime de estellionato. 0presidente do tribunal declarou que era aquelle o ulti-mo processo que devia ser submettido a julgamentopois completaram-se hontem os 15 dias de trabalho náforma da Ui ; fez, porém, sentir aos srs.jurados a necessidade que havia de uma prorogaçào da sessão pormais alguns dias, em virtude de existirem outros pro-cessos de réos presos ji á tempo, pelo que foi proroga-da a sossã* por mais cinco dias.

CompuzTam o conselho os seguintes srs:Dr.Diogo de Mendonça Pinto.Alferes Manoel de Jesus Lustr>za.Tenentí-coronel Luiz Soares Viegas.Alferes Júlio Soares de Souza.Capitão Pedro Cesario dos Santos.Tenente Antônio Louzad» Antunes.Alferes Joaquim de Oliveira Mendes.Conselheiro Manoel Dias de Toledo,Jeronymo José de Andrade.Dr. José Maria Corroa de Sá e Benevides.Joaquim Antônio Taques.Augusto Lorena.A aceusação foi sustentada pelo promotor interino, o

sr.dr Souza Lima.Foi advogado do réo o dr. Joaquim Augusto de Ci-

raargo.Concluídos os debates e resumidos pelo presideate do

tribunal entrou o conselho para a sala secreta voltandodfahi com a decisão seguinte: mgou-se o crime, sendoo réo absolvido.

Archivo Plttorescò—Recebemos a 12» cader-neta do 9* volume 'dente

jornal, cont3iilo :Capella de Nossa Senhora do Desterro, (com gra-vura.)Cartas portuguezas do prior do Crato.Navegação de vapor.Le Taureau, navio encouraçado aríete da marinha

franceza (com gravura.)1 D. Francisco de Almeida.Ponte de João Carlos, na estrada de Petropolis ao

Juizvde Fórâ (com gravura.)Ratos brancos (com gravura.)Os sete degráos da vida.Vista pitloresca do Nabao o da cidade da Thomar

(com gravura).IO padre D. Manoel Caetano de Souza (com gra-

vura.)Quinta de V&l-de-Lobos, propriedade de A. Hercula-

no (com gravura.)IA nobreza na China.Chafariz de Cybele, em Madrid (com gravura.)Vista pitloresca do rio Zambeze depois do romper da

aurora (com gravura.)Interesse a dever.Vespas da America meridional (com gravura.)Impertinente e insolente.

Festividade—Tem hoje logar na igreja de SantaEphigénia a do Senhor Bom Jesus.

Prega ao Evangelho o sr. conego Ildefonso.

Paulista—A mala ordinária para est» vapor fecha-se hoje as ü horas da tarda a amanhã as 8 a meia a sup-plementar.

Correio—A mala do correio dt Campinas fecha-sehoje ás 1 hora a três quartos da tarde.

Obituario—Sepultou-se no dia 17 oi seguintescadavares:

Elysa, 12 annos, catharro suffocante. Filha do sr.Malachias Rogério de Salles Guerra.

Anna Maria da Araújo, 50 annos; hydropesia.Claudina, 5T annos; hydropesia. Escrava do sr. dr.

Pedro Taques.

Extravagância cm religião.—Os Estados-Unidos capricham em liberalismo, sobre tudo em mate-ria de religião; de ahi vem o curioso espectaculo de cul-tos insensatos. Seria muito longa a enumeração das sei-tas, uuis ou menos serias, fundadas ha alguns annospelas proplietisas que abundam no paiz. Algumas pa-recém tar tomado Maria Magdalena por padroeira, e ba-sei.iiu a sua doutrina no amor livra a no communismobibllco.

TotlaviJ, mais geralmente ô para reclamarem a parti-clpação da mulher nas funcçôo3 ecclesiasticas que oEvangelho é invocado pelas quo se contentam em appa-

renciacom a reivindicação da igualdade dos direitos nasociedade christS. Reclamam ainda um pouco mais ai-gnmas das Amerbanas chamadas Betzy Cowlis, LúciaStone, Lucrada Moth, Harrieti Noyes, Maria Walker,Isabel Stanton, Olympia Brown (longa ladinhade mes-sias femininos).,Ai que quizessem conservar-se na seitaem que naiceram, contentar-se-hiam com fazeremquando lhis tocasse a vez, o sermão do domingo ; masha outras que querem fazer reconhecer a supremacia doseu sexo, e que sustentam que o artista Divino, cr«andoa mulher depois do homem, aperfeiçoou o seu primeiroensaio.

O primeiro homem, dizem também algumas destasnaturalistas da saias, foi um macaco: mas a primeiramulher já não era um quadrumano a nâo tinha cauda :fazendo ao primeiro homem a fineza de ser sua compa-nheir/i, deu á luz im filho qie se parecia mais com amãi do que com o pai. A supremacia da mulher, justificada pela sua intelligoncia ainda mais do que pila suaorganisaçào physica, nanhuma seita americana a reivin-dica mais energicamente do que a das espiritualiitas vi-dentes« (famaie seers),» cuja summa sacerdotisa é ha-bel üenlon, que diz ter com a natureza a mais originaldas communicações. Basta-lhe encostar k testa umaplanta ou uma pedra para qua essa planta ou essa pe-dra lhe conte por uma sorie de imagens a historia detodos os objectos com os quaes tem estado tm contadodesde a sua formação.

E' assim qua Isabel Denton pôde aprender de um na-co de rocha mais geologia do que o mais sábio professor, e que um fóssil lhe mostrou o que era o mundo an-les do dilúvio. Mas o mais curioso de tudo isto é quenào só essas sacerdotisas adiam adeptos, mas immedia-tamente so creatn capellas e igrejas para o culto novo.

Os periódicos andam cheios da anuuncios, de sermõas,du officios divinos, de rezis em cominunididi, e nas aidêas mais insignificantes guarda-se o domingo com umarigidez mais do qua ingleza.

MIIÍIH0 HOMEM DE RECURSOS

ou oNOIVADO NA ROÇA

(Continuação)Adolpho falloa nestesi termos a Pedro Francisco:—Ha três dia» eu estava no Rio de Janeiro, hontem

pila manhã montava a cavallo em Santos, • a uma ho-ra do dia dt hoje em Sáo Paulo para dirigir-mo á suacasa. 0 governo tinha-me mandado dous officios : umque eu devia ler immediatamente, e no qual se diziaque estava ás minhas ordens uma barca de vapor, e quedevia Immediatamente partir para Santos ; o outro eu odevia abrir no mar a executar o que se me ordenavan'elle. Vm. é homem de grande influencia na provin-cia...

—Qual, senhor I...—Ninguém ha no mundo quenão queira ser influente, e este pobre roceiro principioua ter alguma consideração por nós.—Estamos hoje em tempo, continuou Adolpho

com uma seriedade admirável, que aquelles quegozun de certa influencia encontram a cada passoum inimigo que quer quebrar essa influencia, para to-mar-llie o posto de honra ; o sr. Pedro Francisco nãopodia eximir-se d'esta cíndição geral, tem inimigos eestes o representaram sob máu aspecto aos olhos do governo.

—A mim 1...estou perdido [...disso o pobre velhopondo as mitos na cabeça. Adolpho calculava as vanla-gens que podia tirar do susto do pobre homem, e conti-nuou :

—Sua casa está cheia da gente, essa gente parec-meque se não reuniram para bom fim. Saiba, sr. PedroFranclsco.disse Adolpho com tom sombrio e compassado,saiba que estou incumbido da examinar seu procedi-mento, que o menor passo que vm. dor eu o saberei,ouvirei suas palavras, por mais baixas quo sejam pro-nunciadas. Vou para a venda vislnha e de lá ludoexa-minarei.

—Por quem é, meu senhor, demore-se.. .Illudiram ogoverno.. .a gente que tenho em casa são amigos quevâcn assiitir ao banquete que dou pelo casamento deminha filha... ninguém é mais amante do governo doque eu.. .Olhe, meu senhor, para que ha de ir para avenda ? melhor é ficar em minha casa ; accelte o meuofferecimento...

—Sr. Pe Iro Francisco.iu temo compromelter-me e nãoposso aceitar a sua casa.

—Ao menos, senhor, assista hoje ao banquete e veráentão que não é uma reunião de consplradoros.

—Custa-me perder ura homem como vm., que meparece honrado, aceito o seu convite para melhor favo-recel-o.

—Oh I meu senhor, o céo abençoará seus dias.—Vm.permittirá que o meu amigo me acompanhe.E' um medico de grande nome nacôrte.o qual me acom-panha desde a mais tenra idade ; viaja por amisade epor amor «Ia sciencia.

—Nâo tom duvida alguma. Como se chama meu se-nhor ?

—A...sim, Alexandre, eo meu amigo é o celebredoutor M«nenzio ; vm.ha de ler ouvido fallar em seunome.

—Nâ« senhor, mas está visto que é cousa grande.basta ser seu amigo. Vou mandar prender os seus cavalloso dir lhes ração.

Apeánjo-nos, emquanto o bom velho corria e punhatoda a casa em desordem. Adolpho atou Bucephalo noarco que estava á porta da casa. o Bucephalo que aindatinha ferae foi comendo os ramos e as folha?, e com talforça os puchava, que de repente cahio-lhe o arco nascotias. Espai,tou-se, e, cousa que não fazia ha muilotempo, dtsparou a correr pela est.-ada fora, rinchando,escouceando. Adolpho corria e gritava atraz delle: —Bucephalo, meu Bucíphalo, que é isso? que fogo te róinas vei;3 ? o que é que assim faz ferver teu nobre s^n-guo ?—Bucephalo nào o ouvia, a continuava a pinotearcom o arco nas costas. O dono da casa mandou ira ma-diatacnente seus filhos a escravos atraz de Bucephalo. aeu pude conversar com Adolpho sem qua ninguém nosouvisse.

—Que fizeste ? vás dar-me por medico ? quo necessi"dade Unhas tu de mais essa mentira ?—Estou vendo que te zangas comigo porqua te deiconsideração.-Ora, si esta gente se lembrar de consultar-me. o

que hoi de dizer ?—Qualquer tôa de aranha te embaraça. Si alguém taconsultar, fita os olhos no tecto, toma o pulso, examinaa língua a depois purgantes, vomitorios sangrias a so-üretudo dieta, nâo te esqueças da dieta. Ninguém fazum medico em menor tempo. Agora não lia remédio :aei-te por medico, has de ser medico. Não ta faças tolomostra te imperturbável ; recommendo te que tenhasdescaramento : deixa-me mentir, e tudo irá bem.—Está bom I Deus queira que assim seja.Bucephalo parou e delxon-se pegar : Adolpho ala-vava ás nuvens o fogo de sen cavallo, ouando o donoaa casa, quo também tinha corrido atraz de Bucephalochegoo, e, dirigindo-se para Adolpho, disse lha :—Entretanto, sr.Alexandre ; sr. Innocencio, venhapara aqui. '—Mezenelo é que elle se chama : Mezencio. Entre-Eis-nos na casa do noivado.Si nunca en trastes em alguma casa na roça, em oneestejam reunidas pessoas do campo, asseguro-vos cá-ro leitor, qua nunca fostes objecto de minucioso examenunca se contaram os botões de vosja casaca, nem os"dedos de vossas mãos, nem os cabellos de vossa cabe-ça : tudo é examinado em taes reuniões, e o pobre des-conhecido que cahe n'ellas dà matéria p.ra longas ho-ras Je conversação e para longos dias de reminiscen-•'ias. Não escapámos â generalidade desta regra • nossaentrada, que Adolpho tinha conquistado eda qual E0-sava com ar do triumpho, poz ponlo a todas as conver-saçoes principiadas e'reduziu ao silencio todos os falia-dores da festa. Adolpho o e,u fizemos um cumprimento

geral á sociedade, e como nos não olTereciam assentosnos os tomamos. ««cuiu»,Diversos grupos se reuniram na sala, a bem via euque éramos o objecto do cochichar de todos esses rocei-ros : sempre resenvado e timorato, nâo estava acostu-mado a dar-me em espoctaculo, e minha posição ia setornando-se caia vez mais incommoda ; Adolpho nelocontrario, examinava tudo, ria-se para todosi commu-nicava-mesuas reflexões, e, vendo que as cousas comi-nuavam do mesmo modo, pega em uma viola que esta-va sobre a meza, affina-a e põe se a tocar um «lundu»depois canta entre os dontes uma modinha que acom-panhava a viola. A figura de Adolpho era Ilgum tan-o cômica ; em completo desalinho, enlameado, can-tando com uma viola na mão, como se não houvesse ai-guem que o ouvisse, ella fazia caretas, levantava osnombros e revolvia os olhos de uma maneira ridículaO que em qualquer outra sociedade seria tido normáu gosto a nem um habito das boas companhias naroça foi o meio mais fácil de se nos tornarem favoráveisos ânimos: tanto ó certo que a posição do espectadorinflua na maneira de ver os objectos e examinar ásIdéas! Pouco a pouco todos quantos se achavam na salaforam-se reunindo, e fizeram um circulo, cujo centroera Adolpho; as conversações animaram-se e já ninauamolhava para nos com desconfiança ou malignidade

i ~ Osenhor.pelo que vejo, canta a toca, disse um dei-les a Adolpho. l—Qual, não senhor, replicou Adolpho-Nós temos um visinho que mora a três léguas dedistancia, o qual tem muita presumpção de cantar e to-car bem, mas não é capaz de chegar aos calcanhares deTU. •—Pois saiba, meu amigo, que isto ainda é cousa netauma. Para tornar mais brilhante a festa do sr.PodroFrancisco, desenvolverei todos os meus talentos a tam-bem o meu amigo e companheiro de viagem que ó ma-dico, o qual canta como uma freira.-Ah I o senhor é medico ? e oura todas as doen-—Quando nâo mata.Felizmente para mira entrou nVsste momento o donoda casa acompanhado de toda a fam lia a da todas asvelhas, moças e meninas qae se tinhaim escondido lo_-o

que nos viram onlrar. Meus conhecimentos médicosum ser experimentados, e o sr. Pedro Francisco comtodo seu acompanhamento livrou-me do aperto em nuaeu me veria sem duvida. A «ntrada foi esplendida -vi-nha na frente o dono da casa, trazendo á esquerda seunovo genro a á direita sua filha recemeasada O genroera um marmanjo de 25 a 30 annos, rosto trigueiro ai-to, jrosso; tostas as suas feições e gestos indicavam umaperfeita imbecilidade: o seu vestuário não deixava daser interessante ; a «alça de brim escuro muito enaom-mada, a por isso muito enrugada, dava lhe pelo meioda perna ; o colite de seda branca muito amarrotada eque por isso parecia Ur servido talvez no ultimo ves'ti-doquetizcraarespeitavel mão do noivo, n„ò iheaavaacobrir o ros das calças, e por isso via-se entra ellas aelle uma espace de fofo feito pela camisa ; a jaquetao noivo estava de jaqueta) era de chita amarella.e peloastro bem indicava que, vinda da casa do alfaiate foibgo vestida ; a camisa era bordada na abertura a tinhalarga renda, a apezar de um grosso bolàn da oiro nen-dente ao collarinho, deixava ver o peito do noivo hemçabelludo a trigueiro.porque o calor não permillia abo-toai o, a depois no campo tudo se faz sem ceremoniaA noiva era digna de tal esposo : era pequenina de si-tura, mas tao gorda quo parecia uma bola ; a testa arapequenina, os olhos pequeninos a pretos, o nariz na-quenino e em proporção as ventas eram demasiado lar-gas: em compensação d'esta miudeza de feiçõe* tinhaumas bochechas que quasi se uniam na frente.e traziamá lembrança aquella parte do corpo.. .a bocea era avan-Ujada e as orelhas eram um prognostico de longa vidaEsta bella cab:ça estava unida ao corpo por um bre-vissimo pcsc.ço: os hombros procuravam as orelhasO r.sto do corpo estava em rcl-ça. com o que tonhôesboçado. O sau vestido côr de rosa não realçava arôr da noiva que era motena, a menos o lenço da•eda azul que trazia ao pescoço: meias de seda a sa-patos fMiicezes completavam o vestuário da noivaAiíora só descreverei a mãe da noiva que era umamatrona, passante dos ciucoenU annoi.de altura oroporcionada, grandes pés a mãos largas, rosto comnri-do e basUnte enrugado, nariz adunco a grosso. • boí-cacontrahida e sem dentes, queixo comprido á Ingleza

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Page 2: ;liiill|lii)vinha para hoje.memoria.bn.br/pdf/090972/per090972_1867_03292.pdf · sobre taes factos possam encontrar caminho aberto e franco para dar sahida aos obstáculos e embaraços

CORREIO PAULISTANO

Esta senhora respeitável tinha por divisa a firmeza econstância, e por isso usava ainda o qoe usara emsua mocidade, a nào havia podido deixar oi adornos deseu tempo:—era o lypo das modas do século passadoque ie ostentara vivo no presente ;—e para que meusleitores bem comprehendara o que era a senhora Anto-nia, só lhes direi que o vestido tinha algibeiras nasquaes se alojavam a caiia de tabaco e o lenço da fabri-ca de Alcobaça, e pendia-lhe da cintura um grande mo-lho de chaves.

(Continua.)

k rlllllJl)Praça do mercado

Eslá aquelle acanudado monumento a encher-se deteias de aranha e a cobrir-se de pó.

Setenta contos reduzidos a tijollo e postos alli a umcanto da várzea para ornamento da cap.tal I

Ura, eis ahi em que deu a azafama de semelhanteconstrucçào e como se satisfez com tal obra a necessidale do publico, que esperava prover-se no mercado apreços mais equitativos I

Para que se gastou 10 ou 70 e tantos contos? Foipara admirar a construcçào do edifício? estará preen-chido o fim com a construcçüo? Nào tem aquillo deprestar outra utilidade, se nào a que vemos ha não sa-bemos quantos mezes?

A modo que aquella construcçào foi um debique levantado á populição.

Pois porque «e não abre a praça do mercado?O que estorva a sua abertura?Faltatá alguma benção? Falu o levantamento de af

guns arcos e llluminaçõeí para a inauguração?Ora, s nlo Deus, onde se dará cousa que se pareça

com isto?!Setenta e tantos contos abandonados ao pó e ás ara-

nhis!Já que se f>z praça de mercado e não ha praça de

mercado, alugue-se aquelles quartinhos á pobreza enio se perca tudo.

Quanto á praça do mercado não se falte mais nisso.Diga-se que tal consa nào existe nem existiu e não

ponham o publico à espera de cousas que nào verá já-mais realisadas.

Falla-se que depende da approvaçào de nào sabemosque regulamento a abertura dn mercado, pois será pre-ciso a eternidade para semelhante approvação ?

Que diligenciai Que empenho em favorecer o povoIQue miséria IAté quando as aranhas farão sua residência na praça

do mercado? Até quando o povo esperará pela aberturado mesmo mercado?

Não se pense mais nisso, é mais acertado. Deixe-sedormir quem tem somno e soffre de enxaqueca.

O padre Antônio Dias de Arruda,vigário da vara da comarca

de Sorocaba

AO publico

A «Esperança», periódico que se publica em Itú, emo n. 4.3 de 5 de Maio do corrente anno, traz uma Gor-respondencia, onde, depois de se assacar baldões contrao clero desta cidade, se procura deprimir a minha repu-taçào como vigário da vara desta comarca ; e, como quepara dar força á esse amontoado de palavras, o meudetractor assigna-se—Veritas— quando devia assignar-se—Odium.

Assás conhecido nesta cidade quer como sacerdote,quer como particular, nâo preciso justificar-me, tantomais que, pela natureza dos factos arguldos, se conhece perfeitamente qua esse aranzel, em íórma de articu-lado, foi escripto por algum ex-escrivão demitlido emvirtude de representaçio minha, que á isso fui levado,por entender esse escrivão—que eu devia, em prejuízodos pobres, tornar-lhe o oflicio rendoso.

Preso porém a minha reputação como todo o homemde honra; e por isso, para que sobre mim nào pairassepor um momento uma duvida sequer, dirigi-me aoineu illustre prelado, e, com a consciência tranquillaacerca dos meus feitos como vigário da vara, agaardoa sua decisão.

A' aquelles que me não conhecem direi: indagae daminha vida, quer como simples cidadào, quer como sa-r.erdote, avaliareis do mérito dessa accusaçío, o vossojuizo não me será desfavorável; assim me diz a tranquillidade de minha consciência.

Padre Antônio Dias ue Arruda.Sorocaba, 13 de Maio de 1867.

——Tl-«rrf>S<a=ia.

líx-ehronica do IMario

Leitores, caríssimos leitores IQuem é vivo sempre apparece. Expulso do «Diário

de S. Paulo», sob o futil pretexto da intemperança deminha lingua, vim refugiarrine nesta arca s.nta de Noédas publicações—á pedido—do «Correio Paulistano».

Nào dei o cavaco por isso, por que compreliendo queonde se publica uma fulha diária, tem-se também porcostume mudar diariamente de pessoal, e eu fui umadas victimas de semelhantes pelecadas. Preteri lia por-tanto recolher-me aos bastidores, c não dizer mais aninguém para que vim ao mundo, mas, queridos leito-res, quem viu a companhia Keller em seus variados espectaculos não pode licar mudo, como se nào sentissetambém nas fornalhas do peito os mesmos lições quetorrificaram tantos corações adoleicent-s.

Confesso, como celibatario que sou, que nem mesmo« um ermitão de cnlicios mactrado » poderia assistirsem emoções energic.s os quadros vivos da familia dosr. Keller. Agora que este senhor se acha distante denós, posso filiar com hberdade; os meus elogios nàoserão platônicos, nem as minhas censuras seráo des-apiedadas.

Sempre ta aos espectaculos, e sempre sabia pasmo dotheatro, por que nada com efleito é igual á parte mythologica e poética de tal companhia. Quem deixariade extasiar-se diante do quadro de Bacho, onde o sr.Keller locou habilmente o sublime da immobilidade?

Quem nào quereria ser liacho diante daquella b-llaAriadne, toda lasciva sobre o seu tigre, coroada de 11 »'•res, e sorvendo do calor das taças a delicia fresca doiannos? E «ra tudo assim I

Na Ponta de Tróia, era Ma* Keller, a atrevida Araszo-nas que desarmava Hercules, e esmagava os gigantes;ninguém sabia, sa admirar a posição artística da ülha,sa a arte com que a velhice m.ternal encobria ás inju-rias do tempo Uo bem vingadas na «Rainha das Fio-res.»

No quadro da Fome tudo seria sublima se o sr. Kellernão viesse mallograr as emoções do t-specta lor com asua mimica eslouvaia, e a sua filha talvez orgulhosapelas ovações nâo cahisse tanto do papel que represen-tava. mostrando antes estar com a barriga cheia e nâodilacerada pelas torturas da fome, tal como era naturalao quadro.

Na visita que Venus fez a Vulcano apenas noite nomeio de toda a magnificência do quadro que M"' Kellernào ia bem na figura de Venus, pois nào eitá mais uocaso de «xcitar os eiumes de Juno. A tua íilln repre-sentaria melhor a belleza e formosura da fbr do Olym-po, a ultima eisencu dos peifumes das deusas e dasNymphas, a vencedora dos banquetes, onde julgo queParis seria mesquinho se não lha desse até mesmo douspomos de dia:ordia.

Além dessas impropriedades puramente particularesà cada um dos quadros myth lógicos, nào posso deixarde declarar-me solemnemente conUa os outros relatl-vos á paixão do Salvador. Nada ha com effeito de tãoinsólito, do que expòr-se tão memorável, quão venerandos quadros à mercê das palmas e dos bravos de umapLtéi que nào podia coniprehender ante essa profana-ção as amarguras de uma Mãe, e as torturai e agoniaida mais generosa dai victimas. Nem se pense porémque poderiam no entanto infundir aquelle recolhimen-to christào de que .-ão dignos os quadros alludidos pormais piedosa que fosse a plaléa.

O Chrulo em espectaculot O Christo em especula-çàol Sào cous.s indignas aos olhos de um próprio in-liei, que nào tenha perdido de todo o sentimento ihriáto de sympathia que temos pelos soffrimenlos e lagrimas de nossos semelhantes.

Como taes scenas não empillideceram em lào infelizimitação! Um homem cheio de imperfeições, que be-be, que come, que fuma com nosco pelasruas é o meimoque toma burlescamente, com artifícios do comediante afigura de um Deus no transi mais sublime e triile de suavida I E' desses lábios impudicos talvez, é com esse ha-hto impuro que ellí arremeda o suspiro dtrradeiro quesalvou a humanidade I

Não f*llü sobre o sr. Keller mais uma palavra; nãofàllarei sobre a sua esposa nos quadros da paixão, por-que nào quero nustrar-vos, leitores, o casto lyrio docéo, a os tre: U da manhã, desmaiado um, annuviada ou-tra na inf-iliz confusão da mulher da terra com a mu-Iber do céo. Náo posso porém deixar de notar ainda ainconveniência de semsihante gênero de profanação leu-brando-me d» sra. Agostinha aos pés da cruz. Era in-dispensável a sua presença na verdade, mas isia razãomesmo comprova a nossa opinião.

A Magdalmanuncadevia deixar & suataça di «Ariad-ne,» nunca devia deixar leu arco de «Diana,» nunca de-veria deixar o seu facho da «Noite» para abraçar oi pésdaquella cruz misturando a volúpia humana cora as dô-res da redempção.

Esta á a minha humilde opinião ; desejaria com estasconsiderações nâo interromper o royjlicismo da «Tribu-na Liberal» em s*us dous terços do ultimo numero, e o«plalonismo» do «Diário» emseu descabellado folhetimdomingueiro.

Já fui taxado de má lingoa, mas nào poiso corrigir-me «quod natura dat nemo negara potest.»

Passemos portanto ao resto dos ospictaculoi; salte-mos leitores, por cima da musica que era bem seme-Ihante a aquella orchestra que fez as delicias dos reis daGrécia nas nupeias do rei Meneláu ; avancemos sobre aplatéa, e sobre o povo, que luntamente comigo observa-va as peripécias da família Keller; dentre o qu»l muitoss distinguio a illustnssima plaiade de poetas «d'aguadoce» que nesta cidade sempre fazem a caada de todo ocometa que surge em nosso theatro.

O beneficio da ira. Agostinha offerece matéria a qual-quer maldizente, que estivesse de parte, saboreando asbrilhaturas de tal espécie da nossa socUdade, que eradigna de um quadro vivo do sr. Keller, representando acorte da Beocia, si por ventura na companhia não fal-tasse um pé para representar um dos taes poetas; péque só poderia formar com exactidão um cavallo parao combata dos Amazonas sobre a ponte de Tróia.

A illustre súcia poetai merece pois menção honrosa,principalmente os três maganos que tiveram o bomgos-to de offarecer á beneficiada uma coiôa de prata a custade seus collegas, e que peloi bons olhos da menina de-ram como cousa sua, assignan do exclusivamente seusnomes nas três fitas da offerta I E' original isto I

Mas tudo isto é nada a vista das poesias, porque liouve gente que recitou com todo o chiclc. Um porexemplo, soltou uma endeixa sonoros», que era ca-paz de enternecer ao próprio diabo. O joven fal-lou era flores, e mais Horas que foi um Daus nos acuda,pareciam-me «flores por toda eternidade.» Qua n}Qhaja em S. Paulo um poder que fecha eslss bicho», me-tidos á sebo, no seminário do bispo, é «cousa que me dáno pensamento ;» ao menos em noites do benefieio asflores estariam desabrochando longe de nós no capuz dealgum barbadinho, que por sua vez lhes diria: «ob iga-do, irmãos...»

Outro já ô velho bo vicio; não sa corrige mes-mo e quasi que era born náo se tocar nelle; mas nãoposso deixar de censurar a maneira estudada com quese apresentou em scena com o seu collega para leva-rem as respectivas condecorações ao novo protector dasbeneíicencias. Este senhor desembrulhando o seu pa-pelào me pareceu nos üavards o escrivão do alcaide.

Náo mo escapou também o desembaraço com queo tal sr. escrivão arremitteu-se para abraçar a jo-ven artista, à ponto desta arripiada dar tros passos paratraz; disposição esta que envergonhou a todos.

Passemos, leitores, a cousa melhor. Outro jovende esperanças, quiz com es3e artificio de quadrosvivos augmenlar o numero das bellas artes. O seudiscurso encheo a minha medida, e oi músicos damesma sorte apreciaram n'o demasiadamente. Póieservir esla peça litteraria para motivo de alguma njusl-ca allemà para nupeias de qualquer outro monarchapara a Grécia, que se vio tonta com o orador em sua«bombástica».Náo posso comprehendercomoo sr.Ulrico(Zwingli esse grande fallador da vida alheia, que se dizapóstolo da moralidade publica, a restaurador das letrasnao se oecupa mais com estas cousas. Ou anda doente,ou fez viagem,porque é impossível que nào manejasse ama palmatória de mestre- neita oceasião tão azada; e siassislio a todos esses espectaculos então é que alé elle jádesauimou com semelhante gente. Fique porem de parleeste ar. Zwingli, qua avista destas cousas nàa merece anotsa attençâo; terminemos a nossa historia.

Por fim da festa o sr.Keller rebocou para Santos ai-guns poetas, visto que achou-os a ssu gosto. Dizom-me que fizeram na pátria do sr.José Marques cousas doarco da velha, e que o próprio Satanáz se esqueceu defazer para divertir os seus reinos; o certo è que lá sedemoraram ata sexta-feira, e viaiam todos satufeitissi-mos a excepçâo da cirtoi cujas esperanças fizeram fias-co de eloqüência. Houve poesias na thealro, e patea-das correspondentes na platéia. Nuuca o dhfructe os-tentou-se tão magesloso como anláo.

O sr.Keller dlzem^me também que em signal de suagratidão deu um lauto janUr a sua brilhante equipa-gem, depois do qual muito se canlou (avec Ia paisioijdelesiable) a cançoneta de Jonh Stix :

Si j'eUii roii de BeolieTu ier*is ia reine, sur ma foi I

Emfim, leitorei, chega o dia tristíssimo da separa-ção ; cruzam-se os botes na superficie das águas, e aserra do Cubatão rtpete om teus échos a poesia dos so-iuços; os corações batem com assanho no peito, até queao pé dáquelles rochedos que a natureza f-z mesmopara assignalar as separações amorosas, todos deixamcahir de seus olhos em cachoeira as pérolas da saúda-

de.. .Lá vae...lá vae...lá vae o Pirahy...o Pirahy...o Pirahy...

Festas acabadas, músicos a pé; aquelles qu*< parti-ram na primeira classe da estrada de ferro chegam âLuz na terceira em signal de sua profunda mago», epor ser mais fresca. ..sic transi t gloria mundi.

Eis «m resumo a historia da companhia Keller em S.Paulo.

Digam-me, leít Tes, si no meu tempo acontecia d'es-Ias cousas, todos tinham medo du mim. Tudo hojemudou-se, o thermometro dn progresso e da civilisaçãobaixou horrivelmente; mas eu me restabeleci, e agorafiz lenção de filNr por quantas junias tenho; devoisto a um amigo que muito m'o aconselhou, e hsi decontinuar a tratsr da vida alheia alé que s.ex.o sr.de-sembargador (El lupremo) por sua uilkita energia m»mande para o sul, ou me tranque na cadeia.

Adeos, amabilissimoí, alé oulra vez.Lourenço ua Silva.

S. Paulo, 19 de maio de 18(31.

Porto-Feliz 15 de Maio de 186?Sr. redactorDesta vez sempre ha o que narrar, porém antes de u

fazer direi alguma cousa sobre a instrucção publica, porque acabei de lêr o relatório da instrucção de 1865,apresentado p-lo dr. inspector geral, que me deixoubastante desanimado, pois só agora éque conheço oatraso em que eslá a provincia, e contra o qual tem sido incançavel em protestar o sr. dr. inspector e destasorte querendo derramar a sabedoria pelo* seus compro-vincianos.

Nâo sei que fatalidade persegue sempre as grande?emprezas, que nunca ellas se realisam no mesmo tempoque os seusautores asapresentam,porém mais tarde ellaschegam ao conhecimento do povo, e elle que é soberanoimpõe aos seus verdugas a aceitação. E ai daquVllo queousar f.zer-lhe barreira!..

Hoje aqui pelo interior estão conhecidai as bella.«idéas expen lidas pelo sr. dr. inspector no dito relatório,cujas sáo mui dignas de ser aproveitadas. Nada maiFposso dizer a respeito, somente convido a todos os le.tores quejeiam o relatório da initrucção publica do annode 186õ, e lambem um bem elaborado artigo escriptona «Tnbuiu Liberal» de 3 le Maio sobra o ensino, on-de encontrarão uma'cidade dos Estados-Unidos com umnumero espantoso dos que aprendam, em relação a nossa provinha que sem 600,'a 700.000 habitantes e o totaldos alumnos e alumnas í-Kétra a 8,790 : ha conseguintemente entre ambos 1 sobre 68 habitantes, do que se pó lecalcular quanto avultara os fadados a ser analphábetos(1) e na cidade de New-York em uma população de814,000 almas ha d* alumnos, a cifra fabulosa de170,000. (2)

Portanio espero que a dignaassembléa não deix6 pas-sar este anno sem fazer algum serviço a inilrucção ;pois entendo que lucro também será seu, porque o po-vo instruído, melhor cumprirá seus deveres, e menostrabalho dará ao governo.

Era nome delle peço que não se descuidem oi srs. de-pulados desta medida lào importante, pelo que esperoque o sr. redactor una a sua influencia em prol destamedida de tanta urgência, pois nós já temos sentidogrande mal com a falta de instrucção.

Passemos as noticias locaes.Tivemos este anno a semana janta que foi bem infe-

rior a do anno passado quanto amusiea, e apparato ;hoave até falia de passo, que lornou-ie bem sensível.A causa foi o que dirigio a festa ser um descançado, oupor outra é homem que com tudo se satisfaz, pois osdonativos precisos nào se lembrou de pedir aos particulares.

Felizmente nio sahio peior porque o nosso parocho,do meio para o fim melteu-si a dingll-a, senão tudo iapela água abaixo. O resultado disto tudo foi o rvdm.vigário desgostar-se com oi morcegos da igreja, e ficarmos sem a festa do mez de Maria, a qual náo devia-mos dispensar, porque é ali onde as crianças vão fazero seu prim-iro voto de christào, único que pode dar umbom cidadào.

Hoje estas crianças vão como á uma festa receber aDivindade, porém amanhã irão como k uma necessldide, emlimcomo a um dever santo e puro. Eis o pre-juízo que tivemos com a falta da festa o qual julgo sebem grande porque expontaneimento lá nào vão...

No dia 1 do correnle abrio->ie o nosso jury onde compareceu o juiz municipal da Constituição em lugar dojuiz do direito, o qual a»e3ar de constituir casa ió nodia seguinte foi que deu começo aos trabalhos, entran-do paia ser julgado aque||e meqino que dizim ter morto o avô I A promotoria aceusou-o brilhantemente, epor ser menor, pedindo a pena de correeção, porém ohábil advogado do réo orou com vantagem e baseou asua defeza naquella artigo que dig, que os indícios ain-da que vehementes nào sao bastantes para a con Jemnação, pelo que pedia absolvição do réo; e com elfeito noprocesio só haviam indícios veliementisilmos: e assimleve a gloria de livrar seu cllinie.

No dia 9 entrou um tscravo que fizera com uma foiceferimentos em um feitor, porém que por felicidade fo-ram leves, A promotoria porlou-sa mqito bam, o ad-vogado da defeza fez outro tanto, pois vendo qua a cau-sa era má, tratou de confirmar o crimi, que sendo levesos ferimentos pedia o gráo médio, qu» parece ma seraçoites.

Os juizes de facto concordaram com a defeza, porémnào sei que tal arte houve que o juiz de direito interinoabsolveu o negro. Kslá ma parecendo que o sr juizcomprehendtíu que o século 19 nâo comporta taes oa-nas!.. ¦Eilimei muito esta resolução, ainda que seja contraa lei, porque assim dava ser, visto a lei ter sido feita emtempo que se julgava que a escravidão era necessária,

Unto que o nosio semelhante é considerado cousi emdireiiol E' por isso que ainda se cÜndetona á aço;tes aum homem somente por ter a pelle negra IPor ventura aquelle sangue que salpica o latego nSoé da côr do nosso?| Onda esta o cumprimento daque -

Ia sentença do Divino Mestre-Amai ao próximo comoa ti mesmo ? I Emfim nesse dia 9 foram encerrados ostrabalhos do jury ficando ambos oa rôoi absolvidos.

Sem mais assumpto nem tempo concluu esla, nõndoao seu dispor o prestimo do seu amigo obrigado

O viauo AraraVTAtiUABA.

(1) Exlrahido do Relatório acima citado bjk 9(i) Tribuna Liberal do 3 de Maio.

'—~~*•*=******="—-—José ülanoel da Conceição

AO PUBLICO(Continueçào)

E assim todo o saoerdots se apresenta cada dia aexirctr o seu ministério, e a ofL-recer muitas vezes anmesmas hóstias, qu^, nunca podem tirar os peccados-mas esta havendo offerecido uma só hóstia pelos pec-cados, está assentado para sempre a dextra de Dáusesperando • que resta, até qua os sem inimigoi seiáópostos por estrado de seus ^és.

Porque com uma só offerenda fez perfeitos para sem-pre aos que tem santilicado. E o Espirito Santo tam-bem aol-o testeüca. Porque depois de hayer dito- Este

é pois o Testamento, que eu farei com elles, depoisdáquelles dias, diz o Senhor, dando as minhas leis, asescrevi sobra os csrações dellas, e sobre osí, !us enten-dimentos: acerascenta. E nunca jamais me lembrareidos peccados delles, nem das suas iniquidades.

Pois, onde ha remiisào destes, uão é já necessário of-fereuda pelo peccado.

Portanto, irmãos, leu le confiança de entrar no san-tuario pelo sangue de Chri to, seguiu lo esle caminhonovo, e de vida que nos consagrou primeiro pelo téu,isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote so-bre a caia d; Deus: Chegii-mu-nos a elle com verda-deiro coração, revestidos da uma completa fé, tendo oscorações purificados de' óonsòíeiicia má, e lava.ioi oscorpo» com água limpa.» llebr. x, 1: 3. 5 á 22.

Além destas paisagensd;zendo determinadamente queo Sacrifício de Jesus se í>z uma só ver, e por elle mes-mo, ha um süiu numiro de tettos acerba da expíaçàode Christo e Iodos elles a dão por ja fsita, e nâo ha um»ó que de sobra dé fundamento p.n crer que ainda sefaz. A Cruz de Christo é o ohjxio luminoso em queconverge toda a luz emanada do Velho e do Novo Tes-lamento, e a missa considerada como sacrifício, nâo sóeiia distituida de p ovas, mas toda a ravela;ào divinaa contradiz e repalle.

Mas a missa está feila o principal culto da igreja, apor conseqüência nào se cré no valor da expiaçuo feitano Calvário.

D'ahi nascem as penitencias, as macerações do corpo,a doutnna do purgatório, ai ceremonias ssm conta, cu-jo único fim é fazer o qua eslá feito, mas deixa de serproveitoso por falia de fé. D'ahi nascem as exageradaspreterições dos intitulados ministros de Christo, os quaesjulgam-se incumbidas de expiar pelos vivos e m «rtos.em vez de dar testemunho da expiação já feita. Tudose ilterou profundamente desde o momento em que aCruz tornou-se vasia de sentido e o altar foi erigido naigreja da Chri.to. Nem é possível outra reforma quenão tenha por base a simples fé que S. Paulo pregouaosCorínthiòs. «Perqu*, diz elle, julguei não sabercousa alguma entre vós, se nào a Jesus-Chnsto, e estecrucificado.» ((£;). Io cap. 11: 2).

O segundo ponto alterado radicalmente, versa sobraas condições indupensaveis afim de que os homens te-nhào o proveito do pagamento feito por Christo. OEvangelho eniiaa positiva e absolutamente que a condi-çà» é uma fé individual em Jesus-Christo, e portanto aremissão dos peccados é uma graçi obtida mediante afé. A crença g«ral eslá em abirla contradição com esteensino. A igreja romana exige da seus filhos a confissãoao parodio para obter a sua absolvição, o cumprim«ntode penitencias graduadas ao grau dai culpas confessa-das e absolvidas, o mento de indulgências concedidaspelo papa debaixo de ceria< con lições, taes como visi-tas á certas igrejas, e orações pr^scriptas com offorlasde cera.

Se «ita rotina não sortir elIYito de f.zer adormecer aconsciência, recommendâo-se remédios hiraicos, taescomo doações para templos, obras pias, e, se fòr con-venienle, o abandono do mundo para seguir a vidaconventual. O eitimulo de todas estas particas é o «m-pinha ds adquirir mento próprio, ou aproveitar ostheiouroí adquiridos por creaturas.

O Evangelho eslá Inteiramente poito de parta. Chris-lo cractfiealo uma só vez para esgotar os peccados dosque cré n n'.lle, é o em qu« menos sa pensa. Ninguémdiz ao inquiridor ancioso :« Cré em Jesus-Christo e será salvo»; Acl.xvi. 32.Ninguém lhe repete as palavras da S. Pedro, dirigidasaos que crucificaram a Jesus-Christo; Portanio arra-pendei-vos, e convertei-vos, para que os vossos pecca-dos vos sejam perdoados.» Aet.iu, 19.

PROVAS« Porque pela graça é que sois salvos m»diantea féa isto não vim de vós, porque é um dom de Daus. NáoY>m dai noiua obras, para que ninguém ie glorie.»tis. 11, 8, 9.« Porque pelas obrai da lei não será justificado nsmum homem diante delle. Porque pjla lei é que vem oconhsciment.i do peccado IMas agora sem a lei sa tem manifestado a justiça deDaut: testificados pela lei. e pelos prophetas. E a jus-tiç» de Deus é infundida pela fé de Jasus Christo em to-d03, e sobre todos os que cróem nelle: porque nào hanisto distineçào algum»: porque todos peccaram, e na-cessitam da gloria de Deus; tendo lido justificados gra-altamente por sua graça, pela relempçao aue tem emJesus Lhrulo, ao qual propôz Deus para ser*victima de

propioiaçao pela fé no seu sangue, afim de manifeitar aaua justiça pela remisiào dos delidos pastado*, na pa-çienciade Daus, para demonatraçlo da sua justiça nestetempo: alun de que ella seja achado justo, e justifna-dor daquella que tem a fé de Jasus Chriito.

Onde eslá logo o motivo de te gloriares?Todo elle foi ex;.luido. Porque lei ? Pela das obras ?Náo: mas pela lei da fé,Concluímos pois que o homem é justificado pela fesem as obras da lei. Rom. in : 20-28.« Juitificadoi pois pela fé, temos paz com Deus nnrmeio d. nosso Senhor JesusChrisso? p. o qua t m

irmír. nT? ?8lS fóatstW, naqualeitamod Deus u.ín T

"a «P«"nça da gloria dos filhosde Deus. Mas Deus faz brilhar a sua caridade em nós •porque ainda quando éramos peoca.<ores, em seu tempomorreu Christo por nós: pois muito mais agor Zeira por elle mesmo.

« Mas comoiabomos que o homem não se justificapelas obras da e,. se nâo pela fé da Jesus Christo pors.o lambem nos cremos en. Jeius Christo, para ermosjustificados pel» fé de Christo, e não pala,'obras í"e'porquanto pejas obras da lei não será justificada toda a(j ¦ r ti b .Porque se sendo nó. inimigoi fomos reconciliados com

SònYmínm<me 'le S0U

,F,lhn ; muil° m»i8 e«tando Üreconciliadoi, seremos lalvoi poriua vida.»romanos v; l, 2,8-10.« Porque se eu tomo a edificar o que destrui ¦ fico-me prevaricador Porque eu estou morto a lei peiai tciiU^^^^^

b^VlmZ °i.que8i0 d,s obr" dl ,ei- ••«• •>•¦. l! ?

Porque escripto e.tá: Maldito todo

min Prfí n. ^ > Jda,lei' Dari "i26t-a5- Christo nos re-mio da^aldlcSo da lei, feito elle mesmo maldição pornoi po qua esta escripto : Maldito Iode aquella que épendurado no lenho. «Gal. m 10, 13. q« Porém ai cousas que me foram lucro, as reputei co-mo perdas por Chri.lo. En, verdade tuÜÒ Sc! pors!,i,^

:lo.au"»f,ints conhecimento de Jesus Christo meui t ,\Pe

° qU'' luJ° lí,nll° perJido» » oaTaalio por es-terço, com tanto que ganhe a Christo.„„.^'J'J/e,.',aC,'a'í0nelle' ni0 tendo a minha justiçaque vem da lei senão aquella que nasce da fé em Jesusn„r'i ' ajf,8"Ça (,Q9\em deüSQS Pel*^: Paraco-üuecel-o a elle e a virtude da sua resurreição, e a com-

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CORREIO PAULISTANO

¦

\

V*

municaç.o das suas afflicçõas: tendo-ma conformado aelo sua morte. Por vêr te d« alguma man-ira po5Sochegar i murreiç_o, que 6 doi mortos. Nio que a to-nlia eu já alcançado, ou qae seja já perfaito: mas euprosigo, para TÔr se de algum modo poderei alcançaraquino.

para o que eu também fui tomado por Mu*Uirislo. Irmãos, eu mo julgo havcl-oj. alcançado. Masantes o que agora faço, 6, que esqueceiido-ruu pnr coitoüoquelica para traz, e avanoindo-me ao que n-sta paraadiante, prosigo segundo o fim pi oposto ao prêmio dasoberana vocação de Deus era Jesus Christo. »Pliil. in l—U. «Por cuja causa ss acha na escriptu-ra : tis aln ponho eu em SiSo a principal pedra do an-

guio, escolhida, preciosa: a o quo crôr nella nio seráconfundido._ Ella é pois honra para vós, que credes : mas para osincrédulos, a pedra que os edificantes rejeitaram, estaloi posta por cabeça do angulo: e pedra de tropeço, epedra ds escândalo para os que tropeçam na palavra, enao crum em quain igualmente foram postos «1.° deS. Pedro Cap. n y. 6-8.

« Esla ó a pedra, que foi reprovada por vós architec-tos, que foi posta pela primeira, fundamental do angulo:e nao ha salv.ção cm nenhum outro. Porque do Céoabaixo nenhum outro nome foi dado aos homens, peloqual noa devamos ser salvos.»Aci. iv, 11 12. « E como Mòysésno deserto levanlêua serpente : assim importa que seja levantado o Filho doHomem : pira que todo o que cro" nelle, não pereça, mastenha a vida elaina.

(Continua). ' ____>_(_______¦

ÁGUA DE FLORIDA DE MURRAY E LAN MAN

A? senhoras que estSo acostumadas a usar pós de arro7, que só fiz intumecer o rosto, taxando os pohis ahp'lle, privando a evaporação da superfície ; obrariãocom juízo em pôr inteiramente de parte similhsnte in-gradiente, substituindo em seu lugar este puro cosmetico floral; o qual não só perfuma a pelle com uma fra-grancia tão fresca e deleiUvel como o respiro e cheirodas flores meias abertas ; mais sim f.az remover todas asmáculas que desfeião a formosura das feições, dandoaos vasos supiificiaes um aspecto saudável e vigoroso,restituinJo ás feições a primitiva cor robicunda e ma-cia, dando-lhes uma pura e linda transparência e elas-ticidade.

Todas essas águas adstringentes, pós e pommadas,etc, do dia, nào fàg-ím mais do que arruinir a pelle eestragar a fumosura contaminando mais tarde ou maiscedo a própria saude; em quanto que a tendência des-ta Água saudável e aromatiea, é inteiramente opposta.

Quando misturada n'um pouco d'agua, torna-se umexcellènte e esquisito meio de lavagem, para os dentese gangWas, dando á bueca e ao páladar um deliciosogoslo arematico.

-¦¦—»—'____)_>^______-

Dentaduras artilíeiaesComo objecto de utilidade, talvez não hajaoutro delanta importância como uma dentadu-r.i postiça, mas esta deve comprehender nãosomente o fim de aforaiosear áboca, como tam-liem pela sua perleila collocaçflo, supprir a (altados naluraes na pronuncia o mastigação e suaconslrucção feita de uma maneira durável quenao seja necessário novos apparelhos d'eslaespécie freqüentemente, não só pela despeza

que acompanha esta necessidade como pelodesaiTíinjo e encommodo causado pelo tempoque leva para acoslumor-sc com uma dentaduranova.

De iodos os syslémas alé hoje inventados ode vulcanile é preferível- porém da maneiraque ordinariamente este trabalho é executado éde pouca duração e para que lenha a resisten-cia necessária, é preciso fizer a chapa de umaespessura, que é sempre incommodativa e emalgumas bocas inadmissível.

Paru evitar estes dous inconvenientes, lenhoconseguido lazer umas dentaduras com chapade ouro e vulcanile combinados de maneiraque tenham unidas as qualidades de aceio emacieza do vulcanile e a força e duração dos deouro, com muilo pouca differença no volume,taiilo que podem servir em qualquer boca ; aspessoas que qui.crem examinar uma amostrad esle trabalho, tenham a bondade de o procu-rar no meu gabinete rua da Imperatriz n. 3,(antiga rua do Rosário).

Iloracio Tinver Fogg.Dentista de SS. MM. c AA. II.

2=1

MOFINAO abaixo assignado pede respeilo-

samente ao exm. snr. Bispo destadiocese, haja de dar qualquer despa-cho na petição que apresentou-lheha vinte mezes.

Das autoridades da igreja devepartir o exemplo da justiça. Seráde justiça que por tanto tempo se de-more um simples despacho?

S. João do Rio Claro 1 de Maiode 1867.

O Padre Manoel Rosa deCarvalho Pinto. 6 — 6

Muita attençãoQuem tiver uma casa de qualquer ramo danegocio, em ponto pequeno, já afreguezada, e

queira traspassar, deixe caria nesta typographiacom. as necessárias informações dirigida a B.li. o.Precisa-se alé 20 do corrente mez, e prefe-re-se casa de molhados.

VINHO RORDEAUX "~

a 500 rs. a garrafa, trazendo a gar-rafa, na rua do Seminário n, 28.10—1No engraxador de botas da rua de S.líento,

precisam de dousjnoços ou moleques.

LaranginhaliTPlrãfysuperior a 800 rs. a garrafa na 10 I

« H—rua do .* _ii__a__a_*lo—9_«

LORENAVende-se uma casa na rua da Es-

talagem, na sahida da cidade, comexcellenles commodos para familia,sendo toda forrada a papel, e pinta-da por fora a óleo, muilo bem cons-truida, tem armação para negocio,dois quintaes e nelles muita abun-dancia d'agua, varias qualidades defretas, tudo pegado a mesma casa.IV um dos melhores pontos para ne-gocio nesta cidade, por abranger aestrada das províncias de Minas e S.Paulo.

Quem a pretender dirija-se nestacidade ao snr. capitão João IgnacioBittencourt, ou em Pouso-Alegra eseu dono José Dionisio Telles doNascimento. Vende-se por preçocommodo. 15 13

•«Fazenda para alugarAluga-se a fazenda dos religiosos Benedicii-

nos denominada S. Bernardo, com quatro escra-vos de serviço ; a pessoa que a pretender di-rija-se ao D. abbade de S. Bento ou ao seuprocurador Tristão da Cunha Cavalheiro, ruade S. José n. H. 3 2

Deseja-se encontrar um menino de 12 a 13annos, que queira ir para um silio em compa-nhia de um homem honrado, que o tratará mui-to bem, ensinando-lhe a trabalhar em madeira,ferro, e principalmente em obras de tomo.

Podem dirigir-se á padaria Italiana, rua doCommercio n. 5, que acharão com quem ira-

iixvinmwirmvaampvrtMto wj-_-_-____p»-^~^

IflMf IIfiilUlAL

Attenç

tar. ,3 2|liMMHHh_^4^i_»t_«<4i4

| m' mm WÊ VAUTIER I"^"" ri

Deposito de calçadopara homens, senhoras e crianças

casa deSIRE IRMAÕS

23 —Rua da Imperatriz—23São Paulo

Chegou á esla casa um grande sorlimenlodebotinas Méliés c Suzer, para homens, e muitosoutros calçados, seja para homens, senhoras ecrianças. Vende-se tudo por preços baratissi-mos. 6_6

DIÁRIO DO RIO DE JANEIROO pagamento da assignatura para este jor-nal é feito na casa commercial dos srs. Peixoto

e Braga, á rua Direita, esquina da de S. Bento,nesta cidade. 3__3

Peitoral de Anacahuita e de Cere-ja, legitimo.

5.6-Rua Direita. 20-UÃMÃ~

Precisa-se uma ama na rua de SãoBento n. 67. 8__g

Perfumarias de Rimmel muito em46—Rua Direita. 20-Í6

AttençãoMhumM NB&OGIO

MÃe má

#

O presidente do conselho de qualificação daguarda nacional da parochia da Sé pelo presen-te faz publico, que em conseqüência de achar-se oecupada a sala da câmara municipal com ostrabalhos do jury, funecionará o mesmo canse-lho de qualilicação no consistorio da egreja daSé.

S. Paulo, 18 de Maio de 1867.Anlonio Joaquim da Cosia Guimarães.

Presidente do conselho.

«Jíiísb» «le __.u_ica.e_De ordem do illm. sr. dr.juiz de ausentes

fuço publico que o leilão dos moveis arrecada-dos ao espolio da ünada Maria Antonia de Oli-veira ficou transferido para o dia 20 do corren-te ao meio dia nas casas da policia e audien-cias.

S. Paulo, 18 de Maio de 1867.O escrivão

M. Eufrazio de Azevedo Marques Sobrinho.

88 ü_m i) 3<.imk<u_ta _8Nesta casa vende-se café lorrado superior

em arroba a 8.ft500, libra 320 rs., manteigaa lj_>200 a libra, chá superior da índia a3#50(J, farinha de trigo a 2Ü0 rs. a libra, cerve-ja superior a 800 rs. a garrafa. E um com-piüio sorliméhto de gêneros nacionaes e es-trangeiros que ludo se vende muilo barato, adinheiro á vista. (6 1

MODASChapéos A Jar iin8ir_.Tsucadinhos d* nobreza.Paleíots de nobreza para ssnhora.Ditos de casimira preta.Balões modernos.Luvas de pellica Jouvin, brancas, preta, e de cô-res.Acabam de chegar a casa de 4—1

CUSTODIO FERNANDES DA SILVA!«?>—_t.ta.ta da 1 ingícr atriz—- i _>

MEDICO CIRURGIÃO DENTISTA DA XCAZA IMPF.RTAT TCAZA IMPERIAL

Approvado pelas, faculdades de medicina dePariz e do Rio de Janeiro.RUA DO ROSÁRIO N. 9.Dá consultas e tira dentes aos pobres cratui-lamente todos os dias das 7 as 9 horas damanhã.

AttençãoFugirão na noite de 14 para 15 do corrente(te Jundiahy, os escravos seguintes: Elias

prelo, barbado, reforçado, altura regular, mui-to cortez e fallantc.Felix, preto, sem barba, mesma altura, edébil, acanhado etc. levarão roupa.Quem os prender e enlrega-los aos seus

?nrs. Eugênio de Azevedo, Leal e Companhiaem Jundiahy, ou nesta cidade na ladeira deSanlo Antônio n. /., será gratificado.Consla que vicrão com direcção a esta capital3-2

Al-IllJjM-üô

CARLOS WEITII, concertador e ofinndor depianos, harmônicos e órgãos, rua do Príncipen. 19, antiga Cruz Preta. 6-6

Soi,VA|._C

Hoje do meio dia ás 3horas da tarde

na

JundiahyVende-se terrenos nas frentes dos armazéns

da estação final daéslrada de ferro a 150_? abraça de frente, com 10 a 20 braças de fundo,conforme permillir o terreno, e sendo retira-do da estação 100 braças «beirando as esira-das que communicam a estação com a cidadevende-se a 100© a braça com os mesmos fun-dos; quem os pretender dirija-se a EstanisláoJosé de Oliveira Queiroz, rua Direita n. 29,Loja do Rarato, ou na mesma rua n. 31.

8-8

DR. ÍIORACIO TOWER FOGGCirurgião dentista

deSS. IfDjff. È A A. II.

3 RUA DO ROSÁRIO 3Pôde ser procurado todos os dias, com ex-cepçao dos domingos.

A ultima machina de vapor loco-movei da força de 6 cavallos. garan-tida perfeila e de superior fabricaçãoingleza, vende-se a vista pelo dimi-nulo preço de

3.200^)000 rs.!Dirijão-se á casa A. L. Garraux emS. Paulo, ou ao armazém do sr. BentoJosé Alves Pereira, defronte da esta-ção do caminho de ferro.

Chamamos a attenção dos senhoresfazendeiros sobre a vantagem destacompra.

O preço destas machinas seja emSantos ou no Rio regula de 4-.000®a 4.500$000.

A machina annunciada por 3.200$será entregue em S. Paulo. O com-pradoralém da barateza da compra,poupará todas as despezas de con-ducção do Rio ou de Santos até SãoPaulo, e nâo terá riscos a correr.

Na mesma casa ha para venderumas ricas machinas de descaroçaralgodão, por preço verdadeiramentebarato. g 5

MAEMMÊ^ARÍNA CHAMERüY proles-sorade panos é encontrada todos os dias nasua casa rua de S. fiento n. 22. \2—5

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ultimamente chegadas á rua da Im-peratriz n. 2ft. ]q 5

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m

Na travessa do Collegio n. 5 dá-se subslilu-ios para guardas nacionaes designados, e re-crulas 20 12

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FREDERICO CHICK acaba de recebnr ulti-inamente um sortimenlo de pianos da afamadafabrica de Ph. II. Herz.

10-924-Ph. II. Herz.-RUA DO RIA.CHÜELO-24

Concórdia HPaxilistanaA partida desla sociedade annun-ciada para o dia 18, fica transferi-

da para sabbado 25 do corrente.S.Paulo, 10 de Março de 1867.

O director 1.° secretarioDr. Lemos. 5 2

5S_iMachinas de costura de Singer,

novo systema, que trabalhão sem ba-rulho, e cujo machinismo é muilomais simples que qualquer outro.

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OLÜ ÇGGNACde G. Preller & Comp.

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CORREIO PAULISTANO

»I

PSi!-«; IM VIM SALVA!iiin b lun vnh i n il**\í (lv "8 "í a-t-»i-

;- 1 '¦

Não temos conhecimento algum de nenhumcaso que tão perfeitamente mostre d'uma ma-neira a maus clara e persuasiva o poder daScíencia Medita sobre a moléstia; qual seja ode AXTOiíib Joaquim Peeeiea, da Bahia.Este horapíd Infeliz havia mais d'um anno quesoífria as dores as mais atrozes e pungentes

;proveniente de,,

TrezeTerríveis Chagas Abertas

'espalhadas por sobre diferentes partes de ata

corpo, sendo uma das quaes sobre o peito do péuma funda e maligna chaga, a qual o privavade andar, cauzando-lhe as dores as mais agoni-santes quer de dia quer da noute ; continuada-mente atormentado por taes afilicçõts e ãore3,e quasi que aborrecido da continuação de sim-ilhante vida, tendo posto de parte toda a ií econfiança em medecinas, e na realidade pareciaqué para elle não lhe restava mais esperançaaleuma; assim pois resignado esperava com-

paciência o termo final de seus mutiplicadossofrimentos, eis que milagrosamente por for-tuna sua lhe receitarão o grande purificadordo sangue

A Salsaparrilha

e mediante a sua grande efficacia e eicellenciaelle se achou dentro de pouco tempo, livre deseu. irremediável es fado de desespero, e a docee risonba esperança tomou de novo á reviverem seu coração; sob a poderoza e benevola in-fluencia dests admirável medicamento, as suaschagas em breve principiarão assumir um cá- -

racter favorável diminuindo o aspecto de soamalignidade. A massa do sangue e maishumores do systema tornou adquirir umaapparencia clara e saudável, as dores ator-mentadoras d'outro ora o deixarão, e uma docee suave tranquillidade principiou á precorrertodo o seu systema, restaurando-lhe a desejada

paz e socego d'espirito; as chagas uma á umaBe forão fechande até que finalmente se cica-trizarão d'um todo, e hoje acha-se perfeita-mente são, gosando d'um perfeito estado desaúde, depois de se ter visto privado d'este

grande gozo durante mais d'um anno. EUedurante esta sua cura, apenas fez uso deDesuseis garralas da Genuína Salsaparrilhade Bristol, preparada exclusivamente por

LANMAN & KEMP,De 1VOVA YORK. •¦

Eecommenda-se mui particularmente aosDoentes d'ambos os sexos, que empreguemtoda a cautella na escolha d'este admirávelremédio, afim que não obtenhão outra com-posição qualquer, que não seja a Salsaparril-ha Genuína de Bristol, pois que todas asmais preparações e imitações d'esta naturezaSao falsas não possuindo virtude alguma.

Um confeito e especifico paraexpellir os Vermes,

Pastilhas Vermifnsas0:1 d DE KEMP.

Os meninos ás pedem á gritos, porqueellas são de cheiro, sabor e cór agrada-veis. A elegância, a seguridade de ac-ção, o inoffcnsivo das

Pastilhas Vermifügas de Kemp,A PAR DA SUA ,..,,

Composição exclusivamente Vegetal,Eão estas pois as suas melhores e maiscompletas de todas as recommendaçõesque se possa fazer e com justa razão aacollocão na categoria d'um favorito uni-versai.

A superioridade das

Pastilhas de Kempsobre todas as preparações destinadaspara o mesmo fim é devido á sua sim-pies composição áo seu aroma agrada-vel e á rapidez e infallibilidade comque alcança a destruição total das

LOMBRIGAS.P ali- l .11 |.JÍ'»*i '

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íllt* "* CASA m BANHOS

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mais liem montado que os melhores do0 horas da manhã ás 10regularidade das

Unico estabelecimento deste gênero nesta capitaRio de Janeiro: funcciona diariamenle com toda ada noite.

Aos domingos edias santos se fechará o estabelecimento as 3 horas da tarde.Banhos quentes, lépidos, fri<»s e de chuva lí£0ü0.Serão fornecidos os banhos por pessoa disto encarregada, depois de receber o cartJío, o

qual se vende na primeira sala.As pessoas que comprarem previamente cartões gosarão da seguinte vantagem:Por 5-£00ü is. 6 cariões.Ha na primeira sala do mesmo estabelecimento diversas bebidas de espirito próprias para

lomar depois do banho, as quaes lambem se venderãoá dinheiro.

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————— ^**

os artio-AQ

traraníesèú trabalho por um anno.Encarrega -se de qualquer encom-

meada de relógios por maiscomplicada possível

Participa ao respeitável publico que conlimíaa concertar relógios de todas as qualidades,sendo a sua especialidade refazer peças quebra-das por mais düliceis que sejam; tem em suacasa um escolhido sortimento de relógios deouro e prnta que vende por preços commodos.

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mO DK. ELOY OTTOXI 'M

MEDICO |l|Escriptorio, rua de S. Bento n. ÍÜ

70.—Das 10 horas da manhã ás 3 datartle.

Residência—rua da Consolação n.8,—-Em qualquer outra hora.

iincontra-se gos seguiu i«pii«a. mvvLI*

I*Jjm@ ©ik mPapel pura desenho.Papel de luto.Papel ds peso.Papel altuaiso.Papel ilorele.Pap-| Rdlinda.Papel ât phantasia.Papel de cartas.Enveloppes brancos.Enveloppes de cores.Enveloppes de luto.Enveloppes cotnmerciaes.Enveloppes forrados de panno.Cariões de visita.Ditos para casamentos.Tinteiro de vidro.Tinteiro decr.yslal. , ,Tinteiro de bronze.Tint*.iros ricos de phantasia.Penins de iço, de varias qualidades.Pennas deavo.Sinetes.Canivetes.Facas de cortar papel.Lacre. :Obreias.Imagens.Quadros de devoção.Desenhos.Álbuns para desenho.

Álbuns para photographia.Quadros para photographia.Carteiras.Estojos de viagem.Caixas de perfumaria.Caixas de papelaria.Caixas de costura com musica.Caixas de mathetnalicas.Caixa3 de tintas.Tintas de escrever.Livros de direito.Livros de litteratura.Livros de devoção.Livros de educação.Livros de hoaioeopathia.Livros de missa.Horas Marianas.Livros de luxo para presentes.Objectos de phantasia para presentes.Lápis.Baralhos de cartas.Baralhos de cartas de phantasia.Bengallas.Livros para apontamentos.Stereoscopos.Vistas pára stereoscopos.

. Folhinhas do anno.Pastas.

E muito mais objectos.

Domingo, Síí de maio de 186*Grande e variado espectaculo de chymica in-

dustiial, preslidigitaçao e magnetismo animalcom asomnambula que adivinha perfeitamente,a qual se presta ii ser magnetisadu perante os es-pectadores.cujo espectaculo será executado pelocelebre magnelisador e prestidigilador JacomeUlysses, rei dos artistas no seu gênero, chymi-co industrial, alumno do Real Instituto Indus-lrii.1 de Lisboa, sócio correspondente da socie-dade magneto-paiha parisiense, sócio honorárioda sociedade propagadora dos conhecimentosscieniificos e industriaes, autor do novo tratadodeZymotechnia, autor da Nova guia do ma^ne-to-patha, autor do Novo manual pratico° domagnetismo animal, tem a honra de apresentarao illustré publico de S. P ulo o seguinte pro-gramma dos novos trabalhos da escola moder-na, divididos em ires partes constantes do se-gninte;

Primeira parteCHYMICA INDUSTRIAL

Transformação dis cores.Água incendiada.Combustão no Paraguíiy.Illuminação brilhante por meio do oxi-

Grande sortimento de papel pintadopara forrar casas, fabricados em Paris

desde 500 rs. a peça para cimaGuarnição, roda-pé, paisagens etc.

Esta casa recebe directamente da Europa todos seus livros e mercado"rias, e dest/arte pôde offerecer ás pessoas que a ella se dirigem considera-veis vantagens. 60—53

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Francisco Fischer participa ao respeitável Publico, e aos seus numerosos freguezes quenovamente acabou de receber um completo sortimenio de chapéos os mais bonitos, elegantes em.iis modernos, como sejão os seguintes:

Cbapéos francezes linissimos, elegantes da ultima moda.Chapéos inglezes legítimos de diversos gostos.Chapéos de seda e de cazimira de todas as qualidades.Chapéos de linho e de crina.Chapéos de casiór finíssimos da ultima moda.Ditos de palha dTtalia, e de palma, sendo para homens, senhoras e meninas.Cbapéos de Chile ordinários e linissimos.Grande sortimenio de bonnets de rnuilo gosto para crianças.Os preços são fixos, porém os mais baratos possíveis

36 íUw iPlrQití* 36 15-14

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3."4."5."6."7."8.a9. a

l.«2. «3,'."

gênio5. rt Prelecções sobre matéria medica.

Seçuhtiá parleVERDADEIRA PRESTIDIG1TAÇÀ0Diabo nas mangas.Devoração d'um baralho.A troca incuinprehensivel.A celebre modista de Paris.Um fornecedor do exercito.Alfândega lesada.0 banqueiro no ar.U diabo na algibeira.Um ramo do Paraíso.

E outras muitas que satisfarão os espectado-res por meio de variedades bem combinadas.

Terceira parteMagnetismo animal com a somnambula queadivinha peileitamenle e se presta a ser mag-neiisada perante os espectadores, a qual depoisde chegar ao perfeito estado de somnambulis-mo, presia-se a ser examinada pelos especta-dores, afim dos mesmos poderem picar-lhequalquer parle do corpo para se verificar a per-feita insensibilidade, e depois da mesma leradivinhado uma serie de cousas, o magne-lisador porá au alcance de Iodos o magnetismoe dará as explicações necessárias.

E' este o primeiro espectaculo que o artistatem a honrado offerecer aos illuslres habitantesde S. Paulo e com particularidade á rnuilo il-lustre corporação acadêmica, de quem espera acostumada benevolência, que tão dignamentea caraclerisa.

Preços das entradas Platéia geral 2,£)000,1 amarotes de I. ¦ e 2." ordem lOffiOOO -

Camarotes de 3. • 6ID0ÜO—Varanda 1.^000.Os bilhetes ven-lem-se na rua do Ouvidor n.

3. primeiro andar e no dia do espectaculo 110Iheatro.

O espectaculo principia ás 8 horas em ponto.Typ. Imparei aj '

. . .¦ -: