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o Limite da Empiria e a Formar;iio de Conceitos contribuic;oes de filosofos empiristas que vao de Bacon, Ockham 8 at6 Hobbes, nasce a tese de Locke (1632-1704) divulgada na obra Ensaio acerca do entendimento humano de que a experiencia 6 limite de todo conhecimento possivel. Suas teses podem ser assim resumidas: A id6ia 6 tudo que 6 objeto do conhecimento quando se pensa. 9 Id6ia pode ser 0 que Descartes chama de "pensamento" : qualquer fato de consciencia. Nao ha id6ias nem principios inatos, (ex. principio de identidade), mas todos surgem da experiencia. As id6ias simples surgem da sensac;iio e da reflexiio: a primeira 6 a experiencia extema que da id6ia dos objetos fora de nos e a segunda 6 uma experiencia intema e fomece id6ias de operac;oes psicologicas, como duvidar, crer, raciocionar, conhecer e querer. As id6ias complexas saD formadas de tres formas: combinac;ao de id6ias simples, de id6ias de relac;ao e pel a abstrac;ao. Assim surgem as id6ias gerais. As id6ias abstratas ou universais exprimem unicamente uma colec;ao esquematizada de id6ias simples nas quais se retiveram os caracteres semelhantes, designados pelo mesmo nome comum. E as palavras que sao meios para fixar id6ias abstratas, nao podem ser tratadas como imagens adequadas de coisas, pois saD meramente signos movimento e a multiplicidade. Seu princlplO fundamental 6 a afirmac;ao da existencia do movimento local, negando a unidade e a imobilidade do ser fundamentando-se na experiencia. Ja 0 estoicismo, no seu esforc;o de atingir a felicidade suprema e reconhecendo apenas a realidade corporea, afirma que 0 unico conhecimento possivel 6 a sensac;ao. Mesmo aceitando a logica aristot6lica, interpreta 0 conceito como simples nome comum que resume urn conjunto de sensac;oes ou representa urn grupo de individuos semelhantes. Seguindo a tendencia empirista, Hobbes (1588-1679) quer explicar os fenomenos da natureza pelo principio de causalidade. Como tudo 6 corporal e os corpos saD agentes e pacientes, tudo esta regulado, reinando urn determinismo absoluto. Na obra De Corpore ele afirma que 0 conhecimento corneya pelas sensayoes, sendo as cores e outros estimulos meras aparencias. 0 que existe fora de nos saD apenas os movimentos destas aparencias. No nosso c6rebro SaD formadas as imagens e fantasmas destas aparencias e na consciencia se transformam em discurso mental. A deduyao como m6todo de conhecimento 6 posta em relevo com Hobbes. 0 que quer dizer que ele pensa pol' conceitos. POl'6m, esses conceitos saD conceitos de individuos e nao conceitos universais. Sao nomes de nomes sem referencia com a realidade. Assim 6 que, pela adic;ao de dois nomes se faz uma afinnayao; de duas afirmayoes se chega a urn silogismo; e com varios silogismos se faz uma demonstrayao. Conceitos para Hobbes SaD apenas imagens. No entanto, diz que nao podemos conhecer as coisas materiais, mas somente aquelas que construimos. Diz ainda que os pensamentos saD fluidos, e pOl' causa disso, SaDnecessarios sinais que reconduzidos para a mente sejam capazes de relembrar pensamentos passados assim como registra-Ios e transmiti-Ios aos outros. Os nomes SaDesses sinais. Da influencia da filosofia cartesiana e, principalmente, da aceitayao do principio de que 0 unico objeto do pensamento 6a id6ia, de urn lado, e de outro, das 144 Revista Perspectiva Filos6fica - Volume VI - n° 12 - Jul.-Dez. / 199?.. 8 Ockham ace ita que 0 valor do conhecimento, quer se trate de uma intui9ao sensivel, quer se refira ao conceito expressando 0 individuo, atinge imediatamente 0 real. Jei com rela9ao as ideias universais, 0 valor objetivo do conhecimento se faz pela suposir;:iio. "Do mesmo modo que 0 vocabulo ou termo oral substitui (suponit) a ideia nas proposi90es e raciocinios, da mesma forma a ideia, 0 conceito universal ou termo mental toma 0 lugar dos individuos reais nas especula90es cientfficas. Somente, enquanto a palavra apenas significa uma ideia, 0 termo mental significa urn grupo inteiro de individuos; e porque as ideias sac assim reduzidas a puro "termini supositales" chamou-se esta solU9ao "terminismo". (THONNARD,43 0). 9 Locke explica na introdu9aO do Ensaio 0 significado do voceibulo ideia .. "Julgo que, sendo este termo mais indicado para significar qualquer co~sa que consiste no objeto do entendimento quando 0 homem pensa, usel-O para expressar qualquer coisa que pode ser entendida como fantasma, n09ao, especie, ou tudo 0 que pode ser empregado pela mente pensante;" (LOCKE,1978:142) Revista Perspectiva Filos6fica - Volume VI - n° 12 - Jul.-Dez. / 145 -1999

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o Limite da Empiria e a Formar;iiode Conceitos

contribuic;oes de filosofos empiristas que vao de Bacon, Ockham8

at6 Hobbes, nasce a tese de Locke (1632-1704) divulgada na obraEnsaio acerca do entendimento humano de que a experiencia 6limite de todo conhecimento possivel. Suas teses podem ser assimresumidas: A id6ia 6 tudo que 6 objeto do conhecimento quandose pensa.9 Id6ia pode ser 0 que Descartes chama de "pensamento": qualquer fato de consciencia. Nao ha id6ias nem principiosinatos, (ex. principio de identidade), mas todos surgem daexperiencia. As id6ias simples surgem da sensac;iio e da reflexiio:a primeira 6 a experiencia extema que da id6ia dos objetos fora denos e a segunda 6 uma experiencia intema e fomece id6ias deoperac;oes psicologicas, como duvidar, crer, raciocionar, conhecere querer. As id6ias complexas saD formadas de tres formas:combinac;ao de id6ias simples, de id6ias de relac;ao e pel aabstrac;ao. Assim surgem as id6ias gerais. As id6ias abstratas ouuniversais exprimem unicamente uma colec;ao esquematizada deid6ias simples nas quais se retiveram os caracteres semelhantes,designados pelo mesmo nome comum. E as palavras que saomeios para fixar id6ias abstratas, nao podem ser tratadas comoimagens adequadas de coisas, pois saD meramente signos

movimento e a multiplicidade. Seu princlplO fundamental 6 aafirmac;ao da existencia do movimento local, negando a unidade ea imobilidade do ser fundamentando-se na experiencia. Ja 0

estoicismo, no seu esforc;o de atingir a felicidade suprema ereconhecendo apenas a realidade corporea, afirma que 0 unicoconhecimento possivel 6 a sensac;ao. Mesmo aceitando a logicaaristot6lica, interpreta 0 conceito como simples nome comum queresume urn conjunto de sensac;oes ou representa urn grupo deindividuos semelhantes.

Seguindo a tendencia empirista, Hobbes (1588-1679)quer explicar os fenomenos da natureza pelo principio decausalidade. Como tudo 6 corporal e os corpos saD agentes epacientes, tudo esta regulado, reinando urn determinismoabsoluto. Na obra De Corpore ele afirma que 0 conhecimentocorneya pelas sensayoes, sendo as cores e outros estimulos merasaparencias. 0 que existe fora de nos saD apenas os movimentosdestas aparencias. No nosso c6rebro SaDformadas as imagens efantasmas destas aparencias e na consciencia se transformam emdiscurso mental. A deduyao como m6todo de conhecimento 6posta em relevo com Hobbes. 0 que quer dizer que ele pensa pol'conceitos. POl'6m, esses conceitos saD conceitos de individuos enao conceitos universais. Sao nomes de nomes sem referenciacom a realidade. Assim 6 que, pela adic;ao de dois nomes se fazuma afinnayao; de duas afirmayoes se chega a urn silogismo; ecom varios silogismos se faz uma demonstrayao. Conceitos paraHobbes SaDapenas imagens. No entanto, diz que nao podemosconhecer as coisas materiais, mas somente aquelas queconstruimos. Diz ainda que os pensamentos saD fluidos, e pOl'causa disso, SaDnecessarios sinais que reconduzidos para a mentesejam capazes de relembrar pensamentos passados assim comoregistra-Ios e transmiti-Ios aos outros. Os nomes SaDesses sinais.

Da influencia da filosofia cartesiana e,principalmente, da aceitayao do principio de que 0 unico objetodo pensamento 6 a id6ia, de urn lado, e de outro, das

144 Revista Perspectiva Filos6fica - Volume VI - n° 12 - Jul.-Dez. /199?..

8 Ockham ace ita que 0 valor do conhecimento, quer se trate de uma intui9aosensivel, quer se refira ao conceito expressando 0 individuo, atingeimediatamente 0 real. Jei com rela9ao as ideias universais, 0 valor objetivodo conhecimento se faz pela suposir;:iio. "Do mesmo modo que 0 vocabuloou termo oral substitui (suponit) a ideia nas proposi90es e raciocinios, damesma forma a ideia, 0 conceito universal ou termo mental toma 0 lugardos individuos reais nas especula90es cientfficas. Somente, enquanto apalavra apenas significa uma ideia, 0 termo mental significa urn grupointeiro de individuos; e porque as ideias sac assim reduzidas a puro"termini supositales" chamou-se esta solU9ao "terminismo".(THONNARD,43 0).

9 Locke explica na introdu9aO do Ensaio 0 significado do voceibulo ideia .."Julgo que, sendo este termo mais indicado para significar qualquer co~saque consiste no objeto do entendimento quando 0 homem pensa, usel-Opara expressar qualquer coisa que pode ser entendida como fantasma,n09ao, especie, ou tudo 0 que pode ser empregado pela mente pensante;"(LOCKE,1978:142)

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arbitnirios para designar algumas id6ias. Essas palavras foram esan escolhidas por acidente hist6rico e, portanto, podem sofrermudanyas. Pode-se dizer que 6 uma teoria conceitualista e aomesmo tempo nominalista.

A tese fundamental empirista da lingua gem lockianaencontra-se no § 5, cap.! do livro III - Palavras. Em sintese , eleafirma que as palavras enunciam id6ias sensiveis. Como issoacontece? Primeiro, poderemos conhecer a origem das nossasnOyoes pela dependencia que as palavras tern em comum com asid6ias sensiveis; Em segundo lugar, elas podem tamb6msignificar nOyoes remotas que nao possuem relayao direta com ossentidos, como, pOl' exemplo, "imaginar", "apreender","compreender"; Urn terceiro momenta se pode constatar em todasas linguagens, que os nomes que significam coisas e nao seencontram sob nossos sentidos derivaram inicialmente de id6iassensiveis. A ultima etapa, nesse processo de compreensao daorigem das id6ias, os homens para se comunicarem foramobrigados a emprestar palavras das conhecidas id6ias da SenSayaOpara que outras pessoas percebam a mesma sensayao, mas sem 0

estimulo extemo. A partir dai, "concordaram com os nomes parasignificar estas operayoes intemas de suas mentes, eles estavamsuficientemente providos para tomar conhecidas por palavrastodas as suas outras id6ias, desde que elas niio podiam consistirde nada exceto de percepyoes sensiveis extemas, ou de operayoesintemas de suas mentes a respeito delas." (LOCKE,1978:222).

Seguindo 0 caminho aberto pOl' Locke aparecem asobras Ensaio sobre uma nova teoria da visiio (J 709) e Tratadosobre os principios do conhecimento humano de Berkeley (1685-1753). Berkeley nega realidade a qualquer subsHincia material es6 aceita os espiritos sujeitos das id6ias. Sua id6ia central dacomo razao de ser as id6ias, nao seu objeto, mas 0 sujeito que asproduz. 0 ponto de partida 6 0 de Locke, ou seja, sensar;iio,reflexiio, ideias complexas. Exc1ui, no entanto, qualquer id6ia deabstrayao. Pois pensar nao 6 apreender uma essencia abstrata, realou nominal, mas passar de uma id6ia a outra atrav6s da funyao de

sinal que assume a id6ia. S6 existe, portanto, a id6ia particularque serve de sinal para outras id6ias particulares designada pOl'urn nome comum.

o principio esse est percipi de Berkeley significa queos objetos sensiveis tern sua realidade em serem percebidos. Tudoo que nao vemos ou pensamos desaparece, pois de real s6 existemas ideias e os fatos de consciencia. As qualidades, comobrancura, san apenas nomes comuns para designar objetosconcretos. E de uma qualidade primeira se reconduz a umaqualidade segunda, e todas san fatos de consciencia. "Berkeleyafirma que uma palavra se toma geral, nao quando 6 signa deuma id6ia geral, mas quando 6 signa de varias id6ias particularessugeridas de maneira indiferente." (NEF,1995:118).

David Hume (1711-1776) , na obra Investigar;iioacerca do entendimento humano, estabelece num primeiromomenta que "todas as nossas id6ias derivam mediata eimediatamente de suas impressoes correspondentes". Eunicamente da cooperayao entre as impressoes e as id6ias queaparecem no espirito humano - as percepyoes, obedecendosempre a esta ordem: primeiro, as impressoes, e depois, as id6ias.Mas s6 as impressoes simples resistem ao processo dedecomposiyao. As id6ias simples quando combinadas entre si,dao origem a id6ias complexas. As impressoes (sensayoes,paixoes e comoyoes) san fortes e as ideias san as imagens fracas.

o que Descartes chama de "pensamento", Locke eBerkeley "id6ia", Hume chama de "percepyao", 0 que significaurn fato de consciencia sob 0 aspecto subjetivo e representativode urn objeto. Para Hume a id6ia representa apenas outro fato deconsciencia, uma impressao primitiva. E 0 conhecimento s6 se dapela associar;iio (semelhanya, contiguidade), e relar;iio (causa eefeito) 0 conteudo das id6ias se resume a uma imagem sensiveldesignando urn s6 individuo na realidade. 0 uso universal s6 6possivel pelo habito da lei de associayao. E 0 habito 6 umatendencia evocadora de urn nome comum para toda a s6rie deindividuos. E urn nominalista.

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o Limite da Empiria e a Formac;ao de Conceitos

"A resposta a qualquer questiio possiveldeve estar contida numa proposiriio ouasserriio. Tudo 0 que possa ser objetode crenra ou mesmo de descrenradeve, quando expresso em palavras,assumir a forma de uma proposiriio.Toda verdade e todo erro estiio na

forma de proposiroes. 0 que, por umabuso c6modo de um termo abstratochamamos verdade significa apena;uma proposiriio verdadeira; e errossiio proposiroes falsas."

(MILL, 1984:90).

Seguindo a trilha dos empiristas e suas concepyoes deid6ia (conceito), encontramos James Mill (1773-1836) que afirmaque a ideia nao 6 senao a c6pia da sensar;:iio, a sua imagem outrayo permanente. As id6ias existem na ordem que existiram assensayoes. Elas (id6ias) depois se associ am por contiguidade noespayo e no tempo. Para ele, classificar 6 denominar. Tudo sereduz a urn nome comum agregado indefinido de individuosconcretos semelhantes. Nao 6 necessario recorrer ao mecanismode abstrayao.

Merecem destaque na investigayao do conceito asposiyoes de J. Stuart Mill (1806-1873). Na obra 0 Sistema daL6gica dedutiva e indutiva sustenta que 0 conceito universal nao6 nada psicologicamente falando, pois nao pensamos porconceitos universais e sim porimagens concretas. Em outraspa1avras, a id6ia geral 6 urn nome que sintetiza na memoria urnconjunto de sensayoes, no entanto, nao vai al6m do concreto.Por6m, pela lei de associayao uma id6ia 6 farmada da seguintemaneira: juntando fenomenos semelhantes a id6ias semelhantes ,agregando fatos percebidos como contiguos no tempo e noespayo e nesta repetiyao as associayoes se tom am mais certas emais rapidas, ficando indissoluveis ao ponto dos fenomenosparecerem igualmente inseparaveis na existencia. Al6m dessasassociayoes ha 0 principio de expectayao, que 6 a capacidade deformar concepyoes de sensayoes possiveis.

Como pensamos par imagens concretas acompreensao e a extensao das id6ias se faz pela denotayao e pelaconotayao. Conotayao: 0 nome "homem", por exemplo, conota 0

grupo de propriedades comuns a todos os homens. Denotayao: aspropriedades comuns do nome "homem", denota todos osindividuos que os possuem.10 Assim 0 conceito nao designa nadade abstrato, sendo 0 objeto da logica 0 fenomeno concreto. Asinferencias tambem se realizam de particular a particular e deproposiyao de outras proposiyoes.

A empiria, tratada par filosofos da experiencia e maisprecisamente da linguagem e da analise, apresenta quase sempredois momentos distintos: 1. Como se origina 0 conhecimento' e2. Como 6 comunicado esse conhecimento. Condillac, ~o;exemplo, estuda as operayoes do espirito e subordina a linguagema uma filosofia empirista do espirito. Ja Lambert (1728-1777) ternseu pensamento embasado no isomorfismo entre os conceitos e ascoisas. Para ele os conceitos sao decompostos em marcas quecorrespondem as propriedades do objeto. No entanto, foi 0

neopositivismo ou 0 positivismo logico que realya a analisefilosofica da linguagem como podendo levar a urn esclarecimento~losofico do pensamento. E 6 com Russell e Moore que semtroduz 0 tenno "analitico" no sentido de atividade conceitualcomo metodo de esclarecimento dos enunciados. Desde Frege hauma dupla tendencia, "por urn lade, de reconhecer umaimpossibilidade radical de apreender 0 pensamento nu, semroupagem lingtiistica, e por .outro lado, de insistir no fato de que aatividade de analise se exerce na e pela linguagem".(NEF,1995:135).

Nao se pode deixar. de estudar os significados deconceitos apresentados por Frege (1848-1925), quando da suatentativa de conceituar 0 numero e na busca de uma linguagem

10 Em geral 0 termo conceito se ref ere mais a conotac;:ao do que a denotac;:ao.

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especifica para a filosofia / matematica. Ele nao usa a palavra'conceito' como urn termo psicol6gico. 0 conceito e uma funvaode urn argumento de valor de verdade. Mas pode acontecer doconceito ser confundido com 0 objeto, quando se considera urnobjeto que pertence a urn conceito como urna relavao II na qual amesma coisa pode ocorrer umas vezes como objeto e outras vezescomo conceito. Na linguagem, muitas vezes, se atribui certonumero a objetos, mas nao a conceitos. "Por propriedades que seenunciam de urn conceito entendo naturalmente nao as notascaracteristicas que compoem 0 conceito. Estas sac propriedadesdas coisas que caem sob 0 conceito, nao do conceito." (FREGE,1974:§ 53).

B. Russell (1872-1970), por sua vez, nao querconstruir uma nova linguagem mesmo sendo a linguagem usualenganadora. Pela sua teoria das descrivoes, quer resolver pelaanalise os falsos problemas metafisicos que se incorporam noserros da linguagem. Em outros termos, erros provenientes daatitude de se tomar a forma da 16gica dos enunciados pela suaforma gramatical. Compete ao fil6sofo esclarecer os conceitos, asproposivoes e as demonstravoes cientificas, Na sua longatravessia filos6fica Russell ora afirmava ser 0 problema dosuniversais destituido de fundamento, ora declara-se a favor dosuniversais. Posivao identica ele tern com referencia ao empirismo.

11 Se urn conteudo judicavel que trata de urn objeto a e de urn objeto bseparamos a e b, resta-nos urn conceito relacional, que assim careceniduplamente de complementar;:ao. Se na proposir;:ao "A Terra tern maismassa que a Lua" separamos "a Terra", obtemos 0 conceito "tern maismassa que a Lua". Se pOl' outro lade separamos 0 objeto "a Lua", obtemoso conceito "tern menos massa que a Terra". Separando ambos ao mesmotempo, pennanece urn conceito relacional, que pOI' si so tern tao poucosentido quanto urn conceito simples: requer complementar;:ao para tomar-seurn conteudo judicavel. Isto porem pode dar-se de maneiras diferentes: aoinves de Tena e Lua posso colocar, pOl' exemplo, Sol e Tena, e eprecisamente assim que se efetua a separar;:ao.Cada par de objetos coordenados esta - poder-se-ia dizer, como sujeito -para 0 conceito relacional como cad a objeto esta para 0 conceito sob 0 qualcai. 0 sujeito e aqui composto." (FREGE,1974:§70).

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De inicio adepto convicto de Platao, depois acredita ser ametafisica destituida de sentido e a filosofia simplesmenteempmca, tendo que nos seus ultimos livros admitir aimpossibilidade de urn empirismo puro.

Dentro da escola neopositivista cabe destaque paraCamap (1891-1971) pela vasta contribuivao para a fi10sofia.Foram estudados por e1e temas como a semantica, as regras desintaxe 16gica ou formal, sentidos de denotavao e conotavao e adefinivao da pragmMica. A semantica e 0 estudo do aspectodesignativo da linguagem e do significado das expressoeslingtiisticas. Ja a sintaxe procura descrever as relavoes entreexpressoes e a pragmMica. A semantica e a sintaxe descritiva sacdisciplinas empiricas e analisam linguagens historicamente dadas.A pragmMica se interessa pela relavao das expressoes com osseus usuarios.

o objeto da sintaxe 16gica para Camap e fomecer urnsistema de conceitos, uma linguagem, e assim seus resultadospossam ser formulaveis. A filosofia deveria ser substituida pela16gica da ciencia, que e a analise 16gica dos conceitos e dasproposi90es da ciencia, sendo que a 16gica da ciencia e a sintaxe16gica da lingua gem cientifica. Aqui ele coloca a questao dalinguagem-objeto que pode ter esclarecidas suas proposi90es porurn outra linguagem que chamou de metalinguagem.12

Wittgenstein, posteriormente, vai radicalizar afirmando naoexistir tal metalinguagem.

Cm'nap na sua obra Introduf;ao a semdntica apresentao conceito como propriedade, atributo ou funvao. Para 0 fil6sofoo conceito tern duas fun90es: a primeira e uma fun9ao que erevelar a essencia do mundo e por isso a fun9ao se identifica coma natureza do conceito; a segunda fun9ao e simb61ica:

12 "Enquanto com a primeira, de tipo artificial-simbolico, sac estabelecidas asformulas (axiomas e teoremas), representando a estrutura das proposir;:5eslogicamente verdadeiras, com a segunda exprimem-se os nexos e as regrasa elas inerentes, contribuindo a distinr;:ao entre os dois idiomas paraassegurar extrema precisao e imunidade nas confrontar;:5es de paradoxos,antinomias e similares." (PASQUINELLI,1983:48)

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a) e reconhecedora dos objetos de experiencia a fim de permitir 0

seu reconhecimento, como uma antecipayao;b) e classificadora (economica) do conceito, isto e, classifica Os

fatos nos conceitos;c) e organizadora, quer dizer, organiza os dados da experienciapara estabelecer as relayoes logicas, ou deduzir;d) e previdente, 0 que significa a capacidade de previsao do nomede antecipayao.E uma funyao utilizada pel a ciencia para predizer experiencia eresultados futuros, 11 luz da experiencia passada.

desaparecer e dar lugar a descriyao. Esta descriyao deve serenfocada sob a luz dos problemas filosoficos.

"Estes problemas nao SaG empiricos,13

mas SaG resolvidos por meio de umexame do trabalho de nossa linguageme de tal modo que esse sejareconhecido: contra 0 impulso de malcompreende-lo. Os problemas SaGresolvidos nao pelo acumulo de novasexperiencias, mas pela combinar;ao doque e ja ha muito tempo conhecido. Afilosofia e uma luta contra 0

enfeitir;amento do nosso entendimentopelos meios da nossa linguagem."

(IF,109)."0 limite da empiria e a formar;iio de conceitos" e

uma frase de Wittgenstein que se encontra na obra Observar;oessobre os fundamentos da matematica -Parte IV,§20, e que pareceser amiloga a outra proposiyao celebre que diz "Os limites deminha linguagem significam os limites de meu mundo. (TLP,5.6). E se nesta 0 universo e limitado pela linguagem, na primeiraos conceitos parecem ser resultados da empiria e ao mesmotempo a empiria e iluminada pelos conceitos. Diz 0 filosofo queparece que sempre acomodamos nosso pensar 11 empiria e mesmoassim nao deixamos de ser racionais ou, ainda, que mudamos aforma de pensar. A regra e 0 conceito que possamos seguir naodeixa claro 0 modo de experiencia ou aspectos que correspondamao contnirio.

Para que compreendamos melhor 0 que estamostentando demonstrar, e preciso lembrar que Wittgenstein desde 0

Tractatus afirma que a filosofia nao trata de problemas, mas depseudoproblemas, e que sua tarefa seria de esclarecer ospensamentos atraves da analise da linguagem.

Contra uma concepyao pneumatica do pensamentoem que se procura construir teorias ou elaborar considerayoescientificas, Wittgenstein diz que toda elucidar;iio deve

Mas, por que a filosofia que quer ser independentede toda experiencia e buscar a coisa derradeira, e taocomplicada?, pergunta Wittgenstein. Ora, se a filosofia desfaznos no nosso pensamento, 0 seu resultado deveria ser simples enao ter uma estrutura tao confusa. (Z, 452).

As Investigar;oes Filos6jicas abrem com umadefiniyao de linguagem de Santo Agostinho onde se afirma queao nomear urn objeto, e ao mesmo tempo se dirigir a ele, 0 outroperceberia e compreenderia que 0 objeto fora designado pelossons emitidos para desigmi-lo. Essa deduyao seria algo natural oupertenceria 11 liguagem natural que e formada pelos gestos.Wittgenstein diz em seguida que essa linguagem e apresentadacomo a essencia da linguagem humana, isto e, as palavrasdenominam objetos, e cada palavra teria uma significayao. A

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13 Os problemas filos6ficos sao quest5es a priori que nao podem serresolvidos pela observayao empirica, mas como e1es nao se referem a nadaoculto, mas sim a conceitos que estao no discurso da linguagem ordinaria.o entendimento de tais conceitos e uma condiyao para 0 estabelecimentode novos fatos empiricos. (Z,452; IF,89) .

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palavra assim substitui 0 objeto.(IF,l). Ora, esse tipo delinguagem e primitiva pOl'que poe a "essencia" no lugar do objetoque a palavra substituiu, mesmo que seja objeto de natureza maisprofunda ou metafisica, (SILVA, 1997 :69).

Segundo 0 fi16sofo austriaco toda a filosofia sofredesse mentalismo resultante da linguagem agostiniana. Ametafisica surge precisamente quando nao se encontrando urnobjeto real que a palavra substitui, cria-se um superconceitorelacionado a algo nao experenciado. Porem, ao introduzir osjogos de linguagem, Wittgenstein quer mostrar a possibilidade debuscar 0 significado das palavras no uso que del as se faz na vidacotidiana. E os jogos de linguagem sac inumeniveis e por isso ha

"inumeras especies diferentes doemprego daquilo que chamamos de"signo ", "palavras ", ''./rases", .E essa

pluralidade mio e nada fixo, um dadopara sempre; mas novos tipos delinguagem, novos jogos de linguagem,como poderiamos dizer, nascem eoutros envelhecem e SaD esquecidos."

(IF,23).

delimitada para se distinguir desses objetos e caracteriza-laatraves de certos modelos. Podemos acrescentar que seriamparadigm as que sac requeridos para 0 emprego das palavras.14 asconceitos, de celia forma, estao interrelacionados com 0

paradigma, por que eles, os conceitos, correspond em a umamaneira de:a) organizar situayoes;b) tecnica de descrever ou representar objetos;c) uma pnitica > estabelecer 0 referencial.

o significado de paradigma esta relacionado com osconceitos de imagem e de representayao. Segundo Arley Morenoo paradigma corresponde a uma tecnica de uso da linguagem emque sac ativadas palavras e objetos previamente organizadosatraves de outras tecnicas. Assim sendo, um objeto e escolhido ouconstruido e, em seguida, apresentado como modelo para aaplicayao de palavras. Os objetos assim investidos da funyao demodelo sac meios de representayao de palavras e, enquanto tais,ja fazem parte da linguagem. Esses objetos se tomam regras ounormas para 0 usa de palavras. Em sintese, um paradigma eformado por palavras (IF,16), hip6teses e objetos. Os objetos(escolhidos ou construidos) se tomam regras, instrumentos delinguagem ouferramenta e, por fim, modelo.

Alem dos jogos de linguagem, Wittgenstein tambemintroduziu conceitos como Gramatica Filos6jica ou profunda eFormas de Vida. A Gramatica Filos6jica esta ligada ao conceitode terapia e e, pOlianto, um instrumento de critica das ilusoesfilos6ficas. Ja Formas de Vida e 0 contexto ou sistema do qual alinguagem faz parte.(lF,23) "Na linguagem os homens estao deacordo. Nao e um acordo sobre as opinioes, mas sobre 0 modo devida." (IF,241).

E por nao levar em considerayao 0 significado que apalavra tem no usa cotidiano que os fil6sofos, ainda segundoWittgensein, usam uma palavra - "saber", "ser", "objeto", "eu","proposiyao", "nome", e procuram apreender a essencia da coisa.(IF, 116). Tambem 0 usa de quase todos os verbos filos6ficos econfuso. Por exemplo: 0 conceito 'pensar' e retirado do dia-a-dia.Entao 0 que primeiro fixa a direyao e a palavra «pensar», massua utilizayao e confusa.(Z,113).

Para se desvencilhar da lingua gem agostiniana eprecise entender 0 que significa imagem (Bild) dentro dalinguagem. Imagem pode ser ,.'contemplada como umarepresentayao para que se perceba a coisa sob um ponto de vistadeterminado, para que estabeleya relayoes entre objetos, ser

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14 "Se esquecemos qual a cor que tem este nome, perde este sua significayaopara nos; isto e, nao podemos mais jogar um determinado jogo delingua gem com ele. E a situayao e entao cornparavel aquele em que seperdeu 0 paradigrna que era urn rneio de nossa linguagern." (IF,S7)

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"Seria correto dizer que os nossosconceitos rejletem a nossa vida?Eles estiio no meio dela". Sendo a Filosofia urn conhecimento que se encontra

aquem e alem do senso comum e da ciencia, seus conceitospodem ser conceitos sem objetos, mas por outro lado, eles nao sesustentariam sobre os andaimes de inumeros outros conceitosempiricos?

Com rela<j:aoao nominalismo Wittgenstein afirma naopratica-lo, mesmo que ao examinar urn conceito se analisa 0

emprego de uma palavra. Pode parecer com 0 nominalismo, masos "nominalistas cometem 0 eno de interpretar todas as palavrascomo nomes, portanto nao descrevem realmente 0 seu emprego,mas, por assim dizer, dao apenas uma indica<j:ao formal para adescri<j:ao."(IF,383).

o realismo e 0 idealismo em filosofia tambemparecem sem sentido para Wittgenstein. Na prcitica 0 realistaensinara ao filho a palavra "fada" ou "nao existe fada" quando sedeparara com pessoas de outras cren<j:as. Por outro lado, 0

idealista ensinara a palavra "cadeira" para 0 filho a fim que saibacumprir uma ordem. "Onde reside entao a diferen<j:aentre 0 quecrian<j:aseducadas pOl'urn idealista ou por urn realista dizem? Naosera a diferen<j:aapenas no grito-de-guena?" (Z,4l3-4l4).

Finalmente, podemos dizer que Wittgenstein exc1uida reflexao filosofica as explica<j:oes causais para fenomenosempiricos, porque elas sao inelevantes, ja que os problemasfilosoficos sao a priori e conceituais. E na gramcitica que se devebuscar a elucida<j:aodessas questoes. Dai a afirma<j:aoque 0 limiteda empiria e a fonna<j:ao de conceitos. Portanto, a tare fa dafilosofia e analisar a lingua gem e separar as proposi<j:oesempiricas das proposi<j:oesgramaticais. "Investiga<j:oes filosoficas:investiga<j:oes conceituais. 0 essencial da metafisica: apaga adistin<j:aoentre investiga<j:oesfactuais e conceituais." (Z,458).

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