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Volume 9 · Número 1 - Março 2014 - Suplemento ISSN: 1646-3994 ORGÃO OFICIAL DA: REVISTA PORTUGUESA DE DIABETES ACESSO ONLINE: http://www.spd.pt Comunicações e Posters

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Page 1: ISSN: 1646-3994 REVISTA PORTUGUESA DE DIABETES · Revista Médica Trimestral, excluída de registo no ICS de acordo com a alínea a) do art. 12º do D.R. nº 8/99 de Junho de 1999

Volume 9 · Número 1 - Março 2014 - Suplemento

ISSN: 1646-3994

ORGÃO OFICIAL DA: REVISTA PORTUGUESADE DIABETES

ACESSO ONLINE: http://www.spd.pt

Comunicações e Posters

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ÍNDICE / SUMMARY

> Carta de Boas Vindas

> Comissão Organizadora, Comissão Científica e Júri de Prémios

> Programa do 11º Congresso Português de Diabetes

COMUNICAÇÕES ORAIS

Sexta-Feira, 7 de Março de 2014 (13h45 - 14h45)

> Comunicações Orais (Sessão 1) Sala Fénix I e II (Sessão 1.1. a 1.6.)

> Comunicações Orais (Sessão 2) Sala Fénix III (Sessão 2.1. a 2.6.)

> Comunicações Orais (Sessão 3) Sala Neptuno (Sessão 3.1. a 3.6.)

Sábado, 8 de Março de 2014 (11h45 - 12h45)

> Comunicações Orais (Sessão 4) Sala Fénix I e II (Sessão 4.1. a 4.6.)

> Comunicações Orais (Sessão 5) Sala Fénix III (Sessão 5.1. a 5.6.)

> Comunicações Orais (Sessão 6) Sala Neptuno (Sessão 6.1. a 6.6.)

POSTERS

Domingo, 9 de Março de 2013 (9h00 - 10h00) Casos Clínicos (P001 a P022)

Clínica (P023 a P079) Epidemiologia (P080 a P094) Investigação (P095 a P106)

P. 2

P. 3

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P. 42P. 55P. 84P. 92

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DIRECTOR / EDITOR-IN-CHIEF Dr. Rui Duarte

DIRECTOR ADJUNTO / SENIOR EDITOR Dr. Celestino Neves

EDITORES / ASSISTANT EDITORS Dra. Margarida Bastos Dra. Mariana Monteiro

CORPO EDITORIAL / EDITORIAL BOARD Dr. J. Sequeira Duarte Dr. Nuno VieiraDr. Jorge Dores Dra. Marta AlvesDra. Cristina Esteves Dra. Maria Lopes PereiraDra. Isabel Palma Dra. Maria João OliveiraDra. Ana Lucia Covinhas

CONSELHO CIENTÍFICO NACIONAL // NATIONAL SCIENTIFIC COUNCIL Dr. Alexandre Dinis Prof. J. Pereira Miguel Dr. Álvaro Coelho Dr. Jorge Caldeira Dra. Ana Fagulha Dr. Jorge Portugal Prof. António Vaz Carneiro Dr. José Manuel Boavida Dra. Beatriz Serra Prof. José Manuel Silva Prof. C. Penha Gonçalves Dr. L. Gardete Correia Dr. C. Simões Pereira Prof. Lelita Santos Dr. Carlos Gois Dra. Liliana Guerreiro Prof. Cunha Vaz Dr. M. M. Almeida Ruas Prof. Davide Carvalho Prof. Manuela Carvalheiro Dr. Faustino Ferreira Prof. Manuel Carrageta Dr. F. Silvestre Abreu Prof. M. Helena Cardoso Prof. Fernando de Pádua Prof. Paula Macedo Prof. J. Filipe Raposo Prof. Pedro Eurico Lisboa Prof. H. Luz Rodrigues Dr. Pedro Marques da Silva Dr. J. Nunes Correia Dr. Pedro Matos Dr. J. Lima Reis Dr. Rui César Prof. J. Luis Medina Dr. Rui Duarte Prof. John Jones Prof. S. Massano Cardoso

CONSELHO CIENTÍFICO INTERNACIONAL // INTERNATIONAL SCIENTIFIC COUNCIL Prof. Alberto de Leiva Dr. Michael Bergman Prof. António Chacra Prof. M. Serrano Rios Prof. Bernat Soria Prof. Philipe Froguel Dr. Daniel Figueirola Dr. Ramon GomisProf. G. Bolli Dr. Ricardo Garcia-Mayor Prof. J. P. Assal Dr. Ricardo Meirelles Dr. J. Rosenstock Dr. Serge Halimi Prof. Lefèbvre Prof. Stefano del Prato Prof. Martin Buysschaert Dr. Thomaz Cruz

PRESIDENTES ANTERIORES DA SPD // PREVIOUS SPD PRESIDENTS Dr. M. Hargreaves Dr. J. Nunes CorreiaDr. Pedro E. Lisboa Prof. Manuela CarvalheiroDr. M. Almeida Ruas Dr. Luís Gardete CorreiaDr. Jorge Caldeira Dr. José Manuel Boavida

SOCIEDADE PORTUGUESA DE DIABETOLOGIA

–– DIRECÇÃO / DIRECTION ––

PRESIDENTE / PRESIDENTProf. José Luís Medina

VICE-PRESIDENTES / VICE-PRESIDENTSDr. Rui Duarte

Dr. Carlos Simões Pereira

SECRETÁRIO-GERAL / GENERAL-SECRETARYDr. José Silva Nunes

TESOUREIRO / TREASURERDr. Jorge Dores

SECRETÁRIOS ADJUNTOS / ASSISTANT SECRETARIESDr. Carlos GodinhoDr. Carlos Ripado

VOGAIS / OTHER MEMBERSDra. Carla BaptistaDra. Isabel Correia

FICHA TÉCNICA / TECHNICAL FILE

Revista Médica Trimestral, excluída de registo no ICS de acordo com a alínea a) do art. 12º do D.R. nº 8/99 de Junho de 1999 • Propriedade: Sociedade Portuguesa de Diabetologia - Rua do Salitre 149, 3º Esq - 1250-198 Lisboa - Tel. 21 352 41 47 - Tm. 96 825 22 97 - sítio: www.spd.pt - email: [email protected] • Produção e Edição: Heartbrain, Lda - Consultores em Comunicação, Lda. - Rua Diogo de Silves, 4-B - 1400-107 Lis-boa - Tel. 21 302 07 06 - Tm. 91 338 12 00 - email: [email protected] • Impressão: Taligraf Artes Gráficas Lda. - Est. de Paço d’Arcos - Cen tro Emp. Cacém - Armazém L - 2735 Cacém - Tel. 21 426 98 70 - Fax 21 426 98 79 - email: [email protected] • ISSN 1646-3994 Nºs avulsos: €15,00. Assinatura anual: €65,00.

ISSN: 1646-3994

ORGÃO OFICIAL DA: REVISTA PORTUGUESADE DIABETESem

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 2

Carta de Boas Vindas

Bem-vindo ao 11º Congresso da SPD

Como foi habitual em congressos anteriores, esperamos ultrapassar o número de participantes, não só porque os temas vão ser do maior interesse clínico mas também porque a diabetes está no centro das preocupações da hu-manidade às quais os médicos e os restantes profissionais de saúde Portugueses não são de modo nenhum alheios.

A colaboração de palestrantes nacionais e estrangeiros de reconhecido mérito fará deste congresso, mais um marco importante do panorama científico nacional.

A Indústria Farmacêutica, parceira indispensável na formação pós-graduada, tem contribuído para esta batalha com os meios ao seu dispor. Este Congresso é mais uma prova da sua atividade e da vontade de colaborar de forma transparente com os profissionais da saúde. Teremos oportunidade de saber o que se faz em Portugal em termos de investigação clinica e translacional.Haverá oportunidades de encontros, troca de ideias e realidades entre os participantes. Ouviremos todos os profis-sionais da saúde e investigadores envolvidos com a diabetes quando apresentarem os seus trabalhos.

Os Grupos de Estudo revelarão as suas atividades. Serão atribuidos prémios e bolsas para contribuir para a investi-gação .

É no nosso Congresso que avaliamos a nossa vontade de divulgar o que fazemos e a razão da existência desta Socie-dade.

Rui Duarte José Luís Medina

Presidente da Comissão Organizadora Presidente da SPD

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 3-4Comissão Organizadora, Comissão Científica e Júri de Prémios

Álvaro CoelhoAna Agapito

Ana Isabel MendesAnabela Giestas

António Machado SaraivaAntónio Manuel Rodrigues Dias

Augusto DuarteBernardo Loff Barreto

Carla BaptistaCarlos Godinho

Carlos Penha GonçalvesCarlos Ripado

Carlos Simões PereiraCristina ValadasDavide Carvalho

Dulce Silva

Elisabete RodriguesElsa Pina

Fátima BorgesFátima Pinto

Fernando RodriguesFlora Correia

Francisco AzevedoFrancisco Carrilho

Hélder José FerreiraHelena Cardoso

Isabel CorreiaIsabel do Carmo

Isabel TorresJoana GuimarãesJoana Mesquita

João Sequeira Carlos

João Filipe RaposoJoão Jácome de CastroJoão Sequeira Duarte

John JonesJorge Dores

Jorge CaldeiraJorge Portugal

José Luís MedinaJosé Manuel BoavidaJosé Pintão Antunes

José Silva NunesJosé TeixeiraLèlita Santos

Leonilde CoelhoLuís Gardete Correia

(continua na próxima página)

Comissão Organizadora

Presidente: Rui DuarteBruno AlmeidaCarlos Godinho

Elsa PinaIsabel CorreiaJorge Dores

José Silva NunesLuísa Arez

Comissão Científica

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Comissão Organizadora, Comissão Científica e Júri de PrémiosRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 3-4

Júri de Prémios

Melhor Comunicação Oral de Investigação BásicaMariana Monteiro – Presidente

Carla Morgado, Carlos Penha Gonçalves, Celestino Neves e Raquel Seiça

Melhor Comunicação Oral Investigação ClínicaJorge Portugal – Presidente

Ana Isabel Mendes, Elsa Pina, Maria João Matos e Paula Bogalho

Melhor Poster de Investigação BásicaJosé Silva Nunes – Presidente

Cristina Barosa, Matilde Soares, Rita Patarrão e Rogério Ribeiro

Melhor Poster de Investigação Clínica / EpidemiológicaPaula Freitas – Presidente

Alda Jordão, Cristina Esteves, João Sequeira Duarte e Olinda Marques

Melhor Caso ClínicoFrancisco Azevedo – Presidente

Dulce Silva, Helder Ferreira, Isabel Paiva e José Teixeira

Luísa ArezLuísa Raimundo

Luiz Miguel SantiagoM. M. Almeida Ruas

Manuel FontouraManuel João GomesManuela Carvalheiro

Margarida Bastos

Margarida Vinhas AlmeidaMaria João Oliveira

Olinda MarquesPaula Macedo

Paulo SubtilPedro Graça

Pedro Carneiro de MeloRaquel Seiça

Rosa SilvaRui Cernadas

Rui CésarRui Duarte

Rui CarvalhoSara Pinto

Silvestre AbreuValeriano Leite

Comissão Científica (cont.)

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16Programa do 11º Congresso Português de Diabetes

ProgramaQuinta-Feira 06/03/14

14h00 – 19h00 Abertura do secretariado e entrega de documentação

Sala Pégaso A Sala Pégaso B FÉNIX III

17h00 – 19h00 Curso de educação terapêuticada pessoa com diabetesExplorar a ambivalência– Entrevista MotivacionalCoordenador:João Filipe Raposo

Palestrantes:João Filipe RaposoAna Lúcia CovinhasMaria João AfonsoAna Cristina Paiva

Curso de InsulinoterapiaFuncionalCoordenadora:Carla Baptista

Colaboradores:Júlia Figueiredoe Luísa Barros

19h00 – 20h30 Simpósio Satélite:Bial

20h30 Jantar de boas-vindas no Hotel Tivoli Marina

Sexta-Feira 07/03/14FÉNIX I e II FÉNIX III NEPTUNO

09h00 – 10h30 Simpósio 1:“Indicadores de qualidade na diabetes tipo 2 em cuidadosde saúde primários”Presidente:Carlos Ripado

Moderadores:Cecília Santose Nuno Sousa

As perspetivas a partir da prática de uma USF Maria Luísa Carvalho

Qualidade e Empowerment Tito Fernandes

Limites e desafios éticos José Augusto Simões

Simpósio 2:“Diabetes e Rim”Presidente:José Manuel Boavida

Moderadores:Fernando Nolascoe Margarida Bastos

Nefropatia diabética.O que há de novo? Rui Alves

Diabetes tipo 2e Nefropatia diabética.Que tratamento? Paula Bogalho

Diabetes “de novo” após transplantação renal. Será o tratamento idêntico ao da Diabetes tipo 2? Carla Baptista

Simpósio 3:“Diabetes nas criançase adolescentes”Presidente:Rosa Pina

Moderadores:Luísa Barrose Lurdes Sampaio

Qualidade de vida emadolescentes com DM 1 Rui Alves

Dislipidemia na criançae adolescente Bruno Almeida e Ana Pereira

Quando a Diabetes não étipo 1… nem tipo 2 Ana Laura Fitas

10h30 – 11h00 Pausa café

11h00 – 12h00 Sessão Inaugural“O Estado atual da Medicina”José Manuel Silva

Presidentes:José Luis Medinae Rui Duarte

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Programa do 11º Congresso Português de DiabetesRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16

Sexta-Feira 07/03/14FÉNIX I e II FÉNIX III NEPTUNO

12h00 – 12h45 Encontro com o especialista

Diabetes e doença ocular Joaquim Murta

Encontro com o especialista

Diabetes e acidentevascular cerebral Vitor Tedim Cruz

Encontro com o especialista

Alimentação na pessoacom diabetes Maria João Afonso

12h45 – 13h45 Almoço

13h45 – 14h45 Comunicações Orais(Sessão 1)Presidente:António Machado Saraiva

Moderadores:João Vilela Gonçalves, Mariano Veleze Margarida Bigotte

Comunicações Orais(Sessão 2)Presidente:Lèlita Santos

Moderadores:Ângela Magalhães, Cláudia Freitase José Guia

Comunicações Orais(Sessão 3)Presidente:Helena Ramos

Moderadores:Fernando Ferraz e Sousa, Madalena Lisboa e Sandra Paiva

14h45 – 15h30 Conferência:“Neurociências na diabetes”Miguel Castelo Branco

Presidentes:Carlos Godinhoe Francisco Carrilho

Conferência:“Tratamiento individualizadode la Diabetes tipo 2: evolución a lo largo de 45 años en mi prácticaclínica (1969-2014)” —“Individualized management of type 2 Diabetes: 45 years ofexperience and intelectualevolution (1969-2014)”Alberto Leiva

Presidentes:Manuela Carvalheiroe Davide Carvalho

Patrocínio Aliança Boehringer-Ingelheim / Lilly

15h30 – 16h00 Pausa café

16h00 – 17h30 Simpósio 4:“Pé diabético”Presidente:Rui Carvalho

Moderadores:Edite Nascimentoe José Neves

O pé em risco Patrícia Oliveira

A ameaça da infeção André Carvalho

A revascularização Daniel Brandão

O pé de Charcot Paulo Felicíssimo

Como evitar a recorrência? Rui Oliveira

Discussão

Simpósio 5:“Novas terapêuticas na diabetes”Presidente:José Silva Nunes

Moderadores:Leonor Gomese Pedro Carneiro de Melo

Inibidores SGLT2 Celestino Neves

Agonistas GLP-1 João Jácome de Castro

Classes terapêuticas ainda em investigação: Antagonistas do recetor do glucagon /ativadores da glicocinase e/ativadores das sirtuinas Paula Freitas

17h30 – 19h00 Simpósio Satélite: Abbott Simpósio Satélite: MSD

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16Programa do 11º Congresso Português de Diabetes

Sábado 08/03/14FÉNIX I e II FÉNIX III NEPTUNO

09h00 – 10h30 Simpósio 6:“Enfermagem na diabetes– Ser Jovem com Diabetes”Presidente:Isabel Correia

Moderadora:Lurdes Serrabulho

Debate Alexandra Costa, Carlos Neves, João Nabais, Sara Pinto e Susana Costa

Simpósio 7:“Recomendações na terapêuticada diabetes”Presidente:Jorge Caldeira

Moderadores:Augusto Duartee Silvestre Abreu

Introdução Rui Duarte

Autovigilância da glicemiana diabetes tipo 2 João Filipe Raposo

Terapêutica da diabetesdurante o internamento Carlos Godinho

Simpósio 8:“Investigação fundamentale translacional na diabetes”Presidente:Paula Macedo

Moderadores:John Jonese Raquel Soares

Relevância da MedicinaTranslacional Paula Macedo

Envolvimento do tecido adiposo e da hiperglicemia nos tumores associados à Diabetes Raquel Seiça

Terapias para otratamento de isquémia Lino Ferreira

10h30 – 11h00 Pausa café

11h00 – 11h45 Conferência:”Atualização sobre terapêuticacom incretinas””Update on incretin therapies”Michael Bergman

Presidentes:M. M. Almeida Ruase Helena Cardoso

Conferência:”Programa de luta e prevenção da Diabetes em Angola. O papel das Forças Armadas Angolanas (FAA)”Sabrina Cruz

Presidentes:José Belchior da Silvae Luis Gardete Correia

11h45 – 12h45 Comunicações Orais(Sessão 4)Presidente:Cristina Valadas

Moderadores:Anabela Giestas, Margarida Ferreirae Rosa Silva

Comunicações Orais(Sessão 5)Presidente:Luisa Arez

Moderadores:Isabel Ramôa, Laura Guerra e Sónia Pratas

Comunicações Orais(Sessão 6 - Investigação básica)Presidente:Ermelindo Leal

Moderadores:Francisco Sobral do Rosário,Luís Raposo e Miguel Melo

12h45 – 13h45 Almoço

13h45 – 14h45 Encontro com o especialista

Diabetes e enfarte agudodo miocárdio Patrícia Rodrigues e Paulo Palma

Encontro com o especialista

Patologia urológica nadiabetes Carlos Monteiro

Encontro com o especialista

Diabetes e doença hepática José Manuel Ferreira

14h45 – 15h30 Conferência:“Prevenção da diabetesna Europa”“Prevention of diabetesin Europe”Ramon Gomis

Presidentes:Álvaro Coelhoe Ana Agapito

Simpósio:“Apresentação dos EstudosNacionais da SPD em Colaboração”Moderadores:Rui Duartee José Luís Medina

RENAPEDI (Registo Nacionaldo Pé Diabético) André Carvalho e Rui Carvalho

(continua…)

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Programa do 11º Congresso Português de DiabetesRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16

Sábado 08/03/14FÉNIX I e II FÉNIX III NEPTUNO

14h45 – 15h30 (…continuação) Estudo Hipos – ER Jorge Dores e Francisco Araújo

PREVADIAB 2 Luís Gardete Correia e Rogério Ribeiro

15h30 – 16h00 Pausa café

16h00 – 17h30 Simpósio Satélite: Medinfar Simpósio Satélite: Novartis

17h30 – 19h00 Simpósio Satélite: Astrazeneca Simpósio Satélite: Novo Nordisk

19h00 – 20h30 Assembleia Geral e Assembleia Eleitoral

20h30 Jantar no Tivoli Marina (Puro Beach)

Domingo 09/03/1409h00 – 10h00 Visita aos Posters

Moderadores: Ana Maria Lopes, António Afonso, Bruno Almeida, Carlos Fernandes, Carlos Godinho, Clotilde Limbert,Cristina Costa Santos, Graça Tavares, Luisa Cortez, Lurdes Matos, Nuno Vieira, Paulo Subtil, Selma Souto, Teresa Sabino

FÉNIX I e II FÉNIX III NEPTUNO

10h00 – 10h45 Conferência:“Diabetes no paciente sénior”Manuel Serrano Rios

Presidentes:Carlos Simões Pereirae Manuel João Gomes

Patrocínio Sanofi Diabetes

10h45 – 11h15 Pausa café

11h15 – 12h45 Simpósio 9:“Neuropatia diabética”Presidente:Luísa Raimundo

Moderadores:Joana Queiróse José Luís Medina

PREVANEDIA:Prevalência e epidemiologia Rui Cernadas, Henrique Barros

Aspetos clínicos e tratamento da dor neuropática José Pereira Monteiro

Importância clínica de neuropatia autonómica em pacientes com diabetesClinical importance of theautonomic neuropathy indiabetes patients Martin Buysschaert

Discussão Ana Luísa Costa, Carolina Moreno, Marta Alves

Simpósio 10:“Terapêuticas avançadasna diabetes”Presidente:José Manuel Boavida

Moderadores:Ana Agapitoe Francisco Carrilho

DADOS NACIONAIS

Uma visão global Helena Cardoso

Dados nacionais nos adultos Luisa Barros

Dados nacionais nas crianças e adolescentes Isabel Dinís

Dados nacionais nas grávidas Joana Vilaverde

Pâncreas artificial Angel Delgado

Simpósio 11:“Diabetes e gravidez”Presidente:Maria do Céu Almeida

Moderadores:Luísa Ruase Manuela Ricciulli

Registo nacional daDiabetes prévia à gravidezde 2011 e 2012 Joana Guimarães

Registo nacional da Diabetes gestacional de 2012 Njila Amaral

Ecos da aplicaçãodos novos critérios daDiabetes gestacional Jorge Dores

Painel de Discussão Carla Gouveia, Fernando Pichel, Tiago Ferraz

12h45 – 13h15 Sessão de encerramento e entrega de prémios

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16Programa do 11º Congresso Português de Diabetes

Comunicações OraisSexta-Feira 07/03/14

CO Sessão 1 - Sala Fénix I e II

Sessão 1.1.- Oral - ClínicaPrOgreSSãO Para dIabeteS em dOenteS COm In-FeCçãO VIH-1 SOb teraPêutICa antI-retrOVírICa aO lOngO de 3 anOSlau e.*, Oliveira J., Santos A. C., Serrão R., Sarmento A., Carvalho D., Freitas P.*Centro Hospitalar São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Endocrinologia, Porto

Sessão 1.2.- Oral - Clínica“trabeCular bOne SCOre” e denSIdade mIneral ÓSSea em dIabétICaS tIPO 2 PÓSmenOPauSICaS medICadaS COm PIOglItazOnaVilela-gonçalves J.*, Mascarenhas M. R.*Centro Clínico Lisboa, Portugal Telecom, Diabetologia, Endocrinologia, Lisboa

Sessão 1.3.- Oral - ClínicaFaCtOreS PrOgnÓStICOS na SíndrOme HIPerglI-CémICa HIPerOSmOlar: reVISãO de CInCO anOSCardoso l.*, Rodrigues D., Vicente N., Saraiva J., Moreno C., Guelho D., Dantas R., Simões Pereira J., Martins D., Oliveira D., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Coimbra

Sessão 1.4.- Oral - ClínicaCaraCterIzaçãO de uma COOrte de dOenteS dIa-bétICOS SubmetIdOS a CIrurgIaCardoso l.*, Rodrigues D., Oliveira P., Ruas L., Saraiva J., Moreno C., Guelho D., Dantas R., Vicente N., Simões Pereira J., Martins D., Oliveira D., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Coimbra

Sessão 1.5.- Oral - ClínicateraPêutICa COm bOmba InFuSOra de InSulInaVS múltIPlaS admInIStraçõeS de InSulIna naSgráVIdaS COm dm tIPO 1 SeguIdaS nO CentrO HOSPItalar dO POrtOgarrido S.*, Pereira T., Vilaverde J., Pichel F., Gonçalves J., Pinto C., Dores J.*Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto

Sessão 1.6.- Oral - ClínicaImPaCtO da SazOnalIdade na InCIdênCIa de dIa-beteS tIPO 1: análISe dO regIStO dOCeSilva t. n.*, Luiz H. V., Pereira B., Matos A. C., Raimundo L., Portugal J.*Hospital Garcia de Orta, Endocrinologia, Almada

CO Sessão 2 - Sala Fénix III

Sessão 2.1.- Oral - ClínicatrêS anOS de nOVOS CrItérIOS de dIabeteS geStaCIOnalbalsa a. m.*, Dantas R., Pedrosa C., Albuquerque I., Guimarães J.*Centro Hospitalar do Baixo Vouga , Endocrinologia, Aveiro

Sessão 2.2.- Oral - ClínicaaValIaçãO da eFICáCIa e Segurança da metFOr-mIna nO tratamentO da dIabeteS geStaCIOnal: exPerIênCIa da COnSulta de ObStetríCIa/endO-CrInOlOgIa dO CHuCmoreno C.*, Ruas L., Paiva S., Lobo A., Costa F., Marta E., Saraiva J., Guelho D., Vicente N., Cardoso L., Oliveira D., Martins D., Moura P., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra

Sessão 2.3.- Oral - ClínicaImPlICaçõeS maternaS e FetaIS dO ValOr de Hba1C em gráVIdaS COm dIabeteS MellituS geStaCIOnalguelho d.*, Paiva S., Ruas L., Paiva I., Marta E., Saraiva J., Moreno C., Cardoso L., Vicente N., Moura P., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Endocrinolo-gia, Coimbra

Sessão 2.4.- Oral - ClínicadIabeteS geStaCIOnal – Qual O ImPaCtO dO PeSO da gráVIda?gante I.*, Ferreira F., Couceiro J., Ruas L., Marta E., Silva F., Figueiredo A., Sousa M. J., Mimoso G., Moura P., Almeida M. C.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Ginecologia / Obstetrícia, Coimbra

Sessão 2.5.- Oral - Clínicaa realIdade daS gráVIdaS COm dIabeteS geStaCIO-nal durante um PeríOdO de 20 anOS num CentrO de reFerênCIaPereira m. t.*, Pires V., Garrido S., Ferreira M., Caldas A. R., Vilaverde J., Pichel F., Gonçalves J., Pinto C., Dores J.*Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto

Sessão 2.6.- Oral - ClínicanúmerO de alteraçõeS glICémICaS na PtgO nO dIagnÓStICO de dIabeteS geStaCIOnal e a SuaaSSOCIaçãO COm a mOrbIlIdade maternOFetal– reSultadOS da POPulaçãO POrtugueSa em 2011Fernandes V.*, Santos M. J., Pereira M. L., Marques O.*Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga

CO Sessão 3 - Sala neptuno

Sessão 3.1.- Oral - ClínicaaCIdOSe láCtICa aSSOCIada a metFOrmIna: um eStudO retrOSPeCtIVOFigueiredo a.*, Santos J. C., Matos A. F., Rosário V., Esteves M. C., Siopa L.*Hospital Distrital de Santarém, Medicina Interna, Santarém

Sessão 3.2.- Oral - ClínicaCIrCuItO de atendImentO – uma nOVa FOrma de aCOlHerPaiva a. C.*, Afonso M. J., Ribeiro R. T., Serrabulho L., Susano J., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

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Programa do 11º Congresso Português de DiabetesRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16

Sessão 3.3.- Oral - ClínicaINSUlINOrrESISTêNCIA E COMPOSIçãO COrPOrAl EM DOENTES COM INFECçãO VIH SOB TErAPêUTICAANTI-rETrOVírICA AO lONgO DE 2 ANOSOliveira J.*, Lau E., Santos A. C., Serrão R., Pereira J., Sarmento A., Carvalho D., Freitas P.* Centro Hospitalar São João/Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Endocrinologia, Porto

Sessão 3.4.- Oral - ClínicaINTErNAMENTO POr PÉ DIABÉTICO E INFECçãO:UMA COMPlICAçãO grAVE DA DIABETES MellituSSaraiva J.*, Oliveira P., Rodrigues D., Paiva I., Moreno C., Guelho D., Cardoso L., Vicente N., Gomes L., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Endocrinologia, Coimbra

Sessão 3.5.- Oral - InvestigaçãoSISTEMA DE INFUSãO CONTíNUA SUBCUTâNEA DE INSUlINA (SICSI) NO TrATAMENTO DA DIABETESMellituS TIPO 1Martins J. M.*, Martins A. F., Vale S., Gomes A. R.*Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa

Sessão 3.6.- Oral - InvestigaçãoDIABETES MellituS E DOENçA rENAl CrÓNICA– DUAS DÉCADAS NUMA CONSUlTA DE DIABETES ETrANSPlANTAçãODantas r.*, Bastos M., Baptista C., Alves R., Roseiro A., Bastos C., Simões-Pereira J., Cardoso L. M., Guimarães J., Mota A., Carrilho F.*Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE, Unidade de Aveiro, Endocrinologia, Aveiro

Sábado 08/03/14

CO Sessão 4 - Sala Fénix I e II

Sessão 4.1.- Oral - ClínicaVAlIDAçãO DE MODElO PrEDITIVO PArA OPTIMIzAr A IDENTIFICAçãO DOS UTENTES COM DIABETES EúlCErA PODOlÓgICA ATIVA QUE BENEFICIArãO DE OXIgENOTErAPIA HIPErBárICAMartins-Mendes D.*, Monteiro-Soares M., Fernandes T., Camacho Ó., Ribeiro M., Oliveira M. J., Lima J., Soares R.*Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE, Medicina Interna, Espinho

Sessão 4.2.- Oral - ClínicarASTrEIO DE rETINOPATIA DIABÉTICA NA APDP:UM ESTUDO OBSErVACIONAlCorreia I. M.*, Serrabulho L., Genro V., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

Sessão 4.3.- Oral - ClínicarElAçãO ENTrE DOENçA PErIODONTAl E DIABETES MellituS TIPO 2Silva J. N.*, Correia D., Marcelino M., Lopes A. F., Fernandes N., Fer-reira A., Troles T., Domingues A., Passos D., Lopes L., Luís H., Silva N., Mendes J., Jácome de Castro J.*Hospital das Forças Armadas, Endocrinologia, Lisboa

Sessão 4.4.- Oral - InvestigaçãoO “OBSErVATÓrIO” DAS HIPOglICEMIAS NO SErVIçO DE UrgêNCIA DO CENTrO HOSPITAlAr DO POrTO: ANálISE DOS ANOS DE 2012 E 2013Almeida r.*, Ferreira L., Garrido S., Pereira T., Dores J.*Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto

Sessão 4.5.- Oral - ClínicaHIPOglICEMIA NA DIABETES TIPO 1 E TIPO 2:AVAlIAçãO NUMA POPUlAçãO SEgUIDA EM CON-SUlTA HOSPITAlArEspírito Santo r.*, Gama F., Sabino T., Nunes J. S., Agapito A.*Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo – Hospital de Curry Cabral, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Endocrinologia, Lisboa

Sessão 4.6.- Oral - ClínicaCD26/DPP4 – BIOMArCADOr DA ESTEATOSE HEPáTICAPatarrão r. S.*, Penha-Gonçalves C., Ribeiro R. T., Gardete-Correia L., Duarte R., Boavida J. M., Correia I., Peerally Z., Medina J. L., Raposo J. F., Macedo M. P.*CEDOC, NOVA Medical School, Lisboa

CO Sessão 5 - Sala Fénix III

Sessão 5.1.- Oral - InvestigaçãoO MODElO DE CUIDADOS CrÓNICOS EM CSP E gESTãO DA DIABETES MellituSMorais C.*, Leal F., Pimenta R.*Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra; Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Enfermagem

Sessão 5.2.- Oral - ClínicaIMPACTO DE UMA SESSãO DE EDUCAçãO EM grUPO SOBrE AlIMENTAçãO NOS HáBITOS DE VIDA DEPESSOAS COM DIABETES TIPO 2Narciso l.*, Raimundo A., Pereira A., Monteiro M., Barradas M., Afonso M. J., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Dietética, Lisboa

Sessão 5.3.- Oral - ClínicaINTErNAMENTO PArA rEEDUCAçãO TErAPêUTICAEM CrIANçAS E JOVENS COM DIABETES MellituSTIPO 1 (DM 1)Martins l.*, Batista N., Aveiro L., Capitão R., Simão L., Freitas F., Car-doso R., Dinis I., Mirante A.*Hospital Pediátrico Carmona da Mota — Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Pediatria, Coimbra

Sessão 5.4.- Oral - ClínicaA SAúDE E OS ESTIlOS DE VIDA DOS JOVENS ADUlTOS COM DIABETES TIPO 1Serrabulho l.*, Matos M. G., Nabais J., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

Sessão 5.5.- Oral - ClínicaPrOgrAMA JUNTOS É MAIS FáCIl – UMA ABOrDAgEM SIgNIFICATIVA NA MUDANçA DE COMPOrTAMENTOS DAS PESSOAS COM DIABETES TIPO 2Serrabulho l.*, Paiva A. C., Dingle M., Mota T. G., Raposo J. F., Juntos é Mais Fácil*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16Programa do 11º Congresso Português de Diabetes

Sessão 5.6.- Oral - ClínicaEFEITOS DE UM PrOgrAMA COMUNITárIO DE EXEr-CíCIO FíSICO NO CONTrOlO glICÉMICO E FATOrES DE rISCO CArDIOVASCUlAr EM DOENTES COM DIABETES TIPO 2: ESTUDO DIABETES EM MOVIMENTO®

Mendes r.*, Sousa N., Reis V. M., Themudo Barata J. L.*Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Diabetologia, Vila Real

CO Sessão 6 - Sala Neptuno

Sessão 6.1.- Oral - InvestigaçãoNEUrODEgENErAçãO DA VIA SErOTONINÉrgICADESCENDENTE DE MODUlAçãO DA DOr DUrANTEA DIABETES: O PAPEl DO StreSS OXIDATIVOMorgado C.*, Miranda A., Raposo D., Silva J., Pereira-Terra P., Neto F., Tavares I.*Faculdade de Medicina do Porto e IBMC – Universidade do Porto, Departa-mento de Biologia Experimental, Nutrição, Porto

Sessão 6.2.- Oral - InvestigaçãoSITAglIPTINA: NOVOS HOrIzONTES TErAPêUTICOSlemos E. T.*, Mega C., Vala H., Oliveira J., Santos P. R., Marques C., Mascarenhas-Melo F., Pinto R., Teixeira F., Fernandes R., Reis F.*ESAV, Instituto Politécnico de Viseu e Instituto de Imagem Biomédica e Ciên-cias da Vida, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Investiga-ção, Viseu

Sessão 6.3.- Oral - InvestigaçãoA SUBSTâNCIA P rEgUlA A FUNçãO DOS MACrÓFA-gOS NA PrOgrESSãO DA CICATrIzAçãO DE FErIDASDIABÉTICASleal E.*, Tellechea A., Kuchibhotla S., Auster M., LoGerfo F., Pradhan-Nabzdyk L., Carvalho E., Veves A.*Centro de Neurociências e Biologia Celular, Investigação Básica, Coimbra

Sessão 6.4.- Oral - InvestigaçãoÓXIDO NíTrICO HIPOTAláMICO rEgUlA A BIODIS-PONIBIlIDADE PErIFÉrICA DE INSUlINAMartins F.*, Tovar S., Perez-Sieira S., González-Touceda D., Jones J. G., Natali A., Diéguez C., Macedo M. P.*CEDOC-FCM, Coimbra

Sessão 6.5.- Oral - InvestigaçãoCADEIAS DE INSUlINA S-NITrOSIlADAS: IMPOrTâNCIA FISIOlÓgICA NA CAPTAçãO DE glICOSE NO MúSCUlO ESQUElÉTICOgaspar J. M.*, Correia M., Ribeiro R., Caldeira J., Macedo M. P.*Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC), NOVA Medical School FCM, Universidade NOVA de Lisboa, Investigadora, Lisboa

Sessão 6.6.- Oral - InvestigaçãoA ADMINISTrAçãO DE ADIPONECTINA ATrAVÉS DE UMA BOMBA INFUSOrA DIMINUI A INTOlErâNCIAà glICOSE E MElHOrA O METABOlISMO DO TECIDO ADIPOSO EM rATOS MANTIDOS COM DIETA rICAEM gOrDUrASMatafome P.*, Rodrigues T., Paixão A., Silvério M., Boukari A., Ayari S., Pereira A. M., Letra L., Azevedo H., Almeida A., Sena C., Seiça R.*IBILI – Laboratório de Fisiologia, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra

PostersPosters - Casos Clínicos

P001 - INSUlINOrrESISTêNCIA A PrOPÓSITO DE PAN-CrEATITE CrÓNICAShigaev A.*, Barahona I., Cesário V. , Barreto B. L.*Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

P002 - DM – UMA “NASCENTE” COMUM… CAMINHOS DIFErENTES…DESTINO COMUMShigaev A.*, Barahona I., Cesário V. , Barreto B. L.*Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

P003 - DIABETES gESTACIONAl: EVOlUçãO ATíPICA PÓS PArTOShigaev A.*, Barahona I., Cesário V. , Barreto B. L.*Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

P004 - MUTAçãO DO HNF1SS (MODy 5) – ESTUDO DE UMA FAMílIA POrTUgUESAAgapito A.*, Ferreira A., Nolasco F., Gaspar G., Bourbon M.*Hospital Curry Cabral-CHLC, Endocrinologia, Lisboa

P005 - DESCOMPENSAçãO METABÓlICA EM PESSOAS COM DIABETES = CANCrO?Oliveira A. A.*, Almeida S., Almeida R., Paulos R., Roque F., Santos C.*Hospital de Santarém, Medicina Interna, Santarém

P006 - SíNDrOME DE BErArDINEllI-SEIP: DOIS CASOS ClíNICOSPalha A.*, Graça F., Cortez L., Bogalho P., Agapito A.*CHLC – Hospital de Curry Cabral, Endocrinologia, Lisboa

P007 - DIABETES MellituS TIPO 1 E ESClErOSE MúlTI-PlA – MAIS QUE UMA MErA COINCIDêNCIA?Wessling A.*, Aragüés J. M., Guerra S., Mascarenhas M.*Hospital de Santa Maria, CHLN – EPE, Endocrinologia, Lisboa

P008 - MODy – O PESO DA FAMílIAMarques C.*, Mendes R., Barahona I., Barahona Q., Ramôa I., Ferreira F., Barreto B. L.*Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

P009 - MODy 3: DESAFIO DIAgNÓSTICO E TErAPêUTICOMoreno C.*, Paiva S., Bourbon M, Ruas L., Saraiva J., Guelho D., Car-doso L., Vicente N., Martins D., Oliveira D., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra

P010 - CASO ClíNICO: APlICAçãO DE MAlTODEXTrINA EM lESõES DIABÉTICASPinto Ca. T.*, Rosário V., Vitorino C., Paulos R., Santos C., Roque F., Esteves M. C.*Hospital Distrital de Santarém, Podologia, Santarém

P011 - NECrOBIOSE lIPOIDICA DIABETICOrUM – A PrOPÓSITO DE UM CASO ClíNICOPinto Cr. T.*, Mendonça P., Cabrita C., Lopes A., Pina E.*Centro Hospitalar do Algarve, Unidade de Faro, EPE, Serviço de MedicinaInterna 1, Medicina Interna, Faro

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Programa do 11º Congresso Português de DiabetesRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16

P012 - Hipoglicemia: Uma indicação clínica para perfUsão sUbcUtânea contínUa de insUlinaguelho d.*, Barros L., Baptista C., Paiva I., Saraiva J., Moreno C., Car-doso L., Vicente N., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Endocrinolo-gia, Coimbra

P013 - a pessoa com diabetes Mellitus e o ato de cUidar em enfermagemribeiro H.*, Oliveira F., Pinto S., Borges F.*Centro Hospitalar do Porto – Hospital Santo António, Enfermagem, Porto

P014 - Um caso de diabetes Mellitus tipo 1 as-sociada a anorexia nervosa – dificUldades e desafiosluiz H. v.*, Silva T. N., Pereira B. D., Veloza A., Matos A. C., Manita I., Cordeiro M. C., Raimundo L., Portugal J.*Hospital Garcia de Orta, Endocrinologia, Almada

P015 - sistema integrado bomba perfUsora de insUlina (bpi) e monitorização contínUa da glicose com fUnção low-suspend – a propósito de Um caso clínicosimões pereira J.*, Barros L., Bastos M., Saraiva J., Moreno C., Dantas R., Guelho D., Cardoso L., Vicente N., Martins D., Oliveira D., Pereira C., Carrilho F.*Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, Endocrinologia, Lisboa

P016 - lipodistrofia: a importância da edUcação no controlo metabólicocravo J. f.*, Clara A. R., Baptista A., Cruz A., Miranda A., Lázaro M., Pina E.*Centro Hospitalar do Algarve, EPE – Unidade de Faro, Serviço de Medicina 2, Medicina Interna, Faro

P017 - avaliação da aplicação de apósitos de mel em Úlcera do pé diabéticoprata l.*, Costa A. L., Gaspar A. M., Lessa I., Oliveira R., Pestana M., Serrabulho L., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

P018 - capacitação da pessoa com diabetes Mel-litus tipo 2lopes l.*, Ferreira F.*Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Faro, Medicina 2, Enfermagem, Faro

P019 - Hipoglicémia com associação idpp-4 / metforminaKlikó m.*, Cabrita C., Lopes A.*Centro Hospitalar do Algarve– Unidade Hospitalar de Faro, Serviço de Me-dicina Interna 1, Medicina Interna, Faro

P020 - Hiperglicémia – mody: Um diagnóstico a considerarmonteiro r.*, Fitas A. L., Amado M., Pina R., Lopes L.*Centro Hospitalar de Leiria, Leiria

P021 - Hmonitorização contínUa da glUcose: fa-tor facilitador no aJUste terapêUtico em mUlHe-res com diabetes tipo 1 em fase pré-concecionalalmeida r.*, Dingle M., Matos D., Paiva A. C., Vicente L., Serrabulho L., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

P022 - diabetes neonatal transitória por mUta-ção no gene KcnJ11morais r. b.*, Fitas A. L., Viveiros E., Simões A., Raposo A., Anselmo J., Limbert C., Lopes L.*Hospital D. Estefânia, CHLC, Unidade de Endocrinologia Pediátrica, Pediatria, Lisboa

posters - clínica

P023 - regimes terapêUticos nos doentes com diabetes Mellitus tipo 1martins a. f.*, Martins J. M., Vale S., Gomes A. R.*Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa

P024 - “cUrso psico-edUcacional”. apresentação e avaliação de Um programa pedagógico de trei-no de comUnicação em saÚde para profissio-nais qUe trabalHam na doença crónicacovinhas a. l.*, Boavida J. M., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Psicologia, Lisboa

P025 - diabetes Mellitus e avc isqUémico– estUdo prospectivo em doentes internadosno Hospital de bragamonteiro a. m.*, Cabral C., Fernandes V., Alves M., Marques O.*Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga

P026 - a visfatina como factor de risco emer-gente de mortalidade cardiovascUlar em diabé-ticos tipo 2 com nefropatia diabéticasilva a. p.*, Fragoso A., Silva C., Tavares N., Santos N., Camacho A., Neves P. L.*Centro Hospitalar do Algarve, Nefrologia, Faro

P027 - peso inicial e evolUção ponderal na dia-betes Mellitusgomes a. r.*, Martins J. M., Martins A. F., Vale S.*Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa

P028 - sistemas de perfUsão sUbcUtânea con-tínUa de insUlina nUma popUlação pediátricacom diabetes Mellitus tipo 1caldas a. r.*, Borges T., Oliveira M. J., Cardoso M. H.*Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto

P029 - a perspetiva da diabetes das pessoas com diabetesrebola a.*, Nunes H., Paiva A. C., Prata L., Pestana M., Serrabulho L., Zacarias L., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

P030 - a saÚde oral no doente diabéticocosta b.*, Bastos M., Santos R., Mirante A., Ribeiro P., Lopes I., Figuei-redo J., Simão L.*Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra

P031 - amplitUde glicémica na insUilnoterapia fUncionalguerra c.*, Matias D., Rocha G., Duarte M., Rodrigues J., Távora A., Lemos E., Duarte I., Sobral J., Monteiro S., Ribeiro M., Dias I., Oliveira M. J.*Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE, Nutrição, Vila Nova de Gaia

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16Programa do 11º Congresso Português de Diabetes

P032 - estUdo transversal em doentes diabéti-cos em internamentomarques c.*, Mendes R., Shigaev A., Marujo P., Cesário V., Grilo A., Guerreiro V., Serafim C., Ramôa I.*Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

P033 - Hipoglicemia materna dUrante a gravi-dez na diabetes Mellitus tipo 1: importânciada Hba1cmoreno c.*, Ruas L., Paiva S., Lobo A., Costa F., Marta E., Saraiva J., Guelho D., Cardoso L., Vicente N., Martins D., Oliveira D., Moura P., Carvalheiro M., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra

P034 - dispositivos de monitorização da glicémia capilar: solUção oU problema?eusébio c.*, Rocha M., Abreu R., Mesquita B., Subtil P., Rebelo A. F.*Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE, Nefrologia, Vila Real

P035 - incidência da nefropatia e retinopatia diabéticas nos doentes com diabetes tipo 1 do Hospital de bragapalha c. n. c.*, Marques O., Fernandes V., Costa P.*Universidade do Minho, Escola de Ciências da Saúde, Braga

P036 - programa de edUcação terapêUtica “in-sUlina +”teixeira c.*, Figueiredo E., Simões A., Nascimento E., Dias A., Cunha M., Raposo J., Mesquita C., Girão F.*Centro Hospitar Tondela Viseu, Serviço de Medicina 1 – Unidade de Diabetes

P037 - inflUência da vitamina d sobre o contro-lo glicémico de doentes transplantados renaisguelho d.*, Bastos M., Baptista C., Paiva I., Alves R., Roseiro A., Sarai-va J., Moreno C., Vicente N., Cardoso L., Dantas R., Mota A., Carrilho F.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Endocrinolo-gia, Coimbra

P038 - diabetes Mellitus e doença da condUção aUrícUloventricUlar: Uma nova associação?severino d.*, Santos B., Costa C., Marta L., Valente F., Martins V., Pitta M. L., Leal M.*Hospital de Santarém EPE, Cardiologia

P039 - catálogo desenvolvido pelo centro Hos-pitalar do porto sobre o aUtocUidado gestão do regime terapêUtico: diabetes Mellitusoliveira f.*, Abreu N., Alves J., Barros P., Brás I., Ferreira G., Marques A., Neves R., Teiga M., Pinto S., Borges F.*Centro Hospitalar do Porto – Hospital Santo António, Enfermagem, Porto

P040 - o pé diabético: a importância da aUto e HeteroedUcaçãogomes f.*, Amado J. M. C., Alves P. J. P., Pereira C. S., Guimarães J., Neves C.*Centro Hospitalar Baixo Vouga, EPE, Enfermagem, Aveiro

P041 - impacto dos novos critérios de diag-nóstico de diabetes gestacional: experiência do centro Hospitalar e Universitário de coimbraferreira f.*, Gante I., Lobo A. C., Marta E., Ruas L., Figueiredo A., Couceiro J., Almeida M. C., Moura P.*Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Ginecologia / Obstetrícia, Coimbra

P042 - to pUmp or not to pUmp? resUltados da terapêUtica com bomba infUsora de insUlina nUm grUpo de doentes com diabetes Mellitus tipo 1serra f.*, Saraiva C., Simões H., Ferreira R., Moniz C., Fonseca R., Bello C. T., Roque C., Amado I., Santos Z., Saraiva M.*CHLO-HEM, Endocrinologia, Lisboa

P043 - estUdo de prevalência de alterações neU-rológicas nos membros inferiores nUma popU-lação de doentes com diabetes Mellitus tipo 2coelho f. n.*, Raposo A. C., Albuquerque A., Campante F.*Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, Medicina Interna, Barreiro

P044 - diabetes Mellitus tipo 1 – casUística da consUlta de adUltos do Hospital garcia de ortaluiz H. v.*, Silva T. N., Pereira B. D., Veloza A., Matos A. C., Manita I., Cordeiro M. C., Raimundo L., Portugal J.*Hospital Garcia de Orta, Endocrinologia, Almada

P045 - insUlinoterapia intensiva na terapêUtica da diabetes Mellitus tipo 1cruz i.*, Neves C., Esteves C., Pereira M., Carvalho E., Arteiro C., Carvalho D.*Centro Hospitalar São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Porto

P046 - consUlta de enfermagem pré-operatória de oftalmologia da apdpcorreia i. m.*, Almeida R., Duarte I., Matos D., Nunes H., Oliveira S., Paiva A. C., Pestana M., Rebola A., Zacarias L., Serrabulho L., Genro V., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

P047 - impacto da pioglitazona na densidade mineral e na qUalidade ósseas em mUlHeres com diabetes tipo 2gonçalves J. v.*, Mascarenhas M. R.*Centro Clínico Lisboa, Portugal Telecom, Diabetologia, Lisboa

P048 - síndrome de tUrner — prevalência da dia-betes e oUtras alterações cardiometabólicaspereira J. s.*, Bastos M., Saraiva J., Moreno C., Guelho D., Dantas R, Vicente N., Cardoso L., Oliveira D., Martins D., Pereira C., Carrilho F.*Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, Endocrinologia, Lisboa

P049 - Hipos-er (HypoglyceMia in portugal ob-servational study – eMergency rooM): dados interinosconceição J.*, Dores J., Araújo F., Laires P., Nogueira A.*Merck, Sharp & Dohme, Endocrinologia, Oeiras

P050 - relação da freqUência alimentar com o índice de massa corporal e o perímetro de cin-tUra em pessoas com diabetes Mellitus tipo 2ferreira l.*, Lacerda A., Afonso M. J., Raposo J. F.*Escola Superior de Saúde Jean Piaget, Dietética, Vila Nova de Gaia

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Programa do 11º Congresso Português de DiabetesRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16

P051 - CArACTErIzAçãO DA POPUlAçãO DA PrIMEI-rA CONSUlTA DA APDP – CONTrOlO METABÓlICO, PErFIl lIPíDICO E HáBITOS DE VIDANarciso l.*, Raimundo A., Pereira A., Monteiro M., Barradas M., Afonso M. J., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Dietética, Lisboa

P052 - AVAlIAçãO DA EFICáCIA DE UMA CONSUlTA DE OBESIDADEAlbergaria M. C.*, Orfão M., Figueiredo J., Figueiredo H.*Hospital de Nossa Senhora da Assunção de Seia – ULS Guarda EPE, Dietética, Seia

P053 - Screening NUTrICIONAl EM DOENTES IDOSOS DIABÉTICOS INTErNADOS NUM SErVIçO DE MEDICINAAlbergaria M. C.*, Silva I., Figueiredo H.*Hospital de Nossa Senhora da Assunção de Seia – ULS Guarda EPE, Dietética, Seia

P054 - CArACTErIzAçãO DE FATOrES MATErNOS E EVOlUçãO DA grAVIDEz NA DM PrÉVIA: rESUlTADOSDA POPUlAçãO POrTUgUESA EM 2009-2010Santos M. J.*, Fernandes V., Pereira M. L., Marques O.*Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga

P055 - FATOrES ASSOCIADOS à MACrOSSOMIA FETAl NA DIABETES PrÉVIA à grAVIDEz – rESUlTADOS DAPOPUlAçãO POrTUgUESA EM 2009-2010Santos M. J.*, Fernandes V., Pereira M. L., Marques O.*Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga

P056 - PlANO NACIONAl PArA A DIABETES – ATIVI-DADES DO DIA MUNDIAl DA DIABETES 2013Campos M. J.*, Bastos M., Figueiredo J., Santos R., Mirante A., Ri-beiro P., Lopes I., Simão L., Costa B., Carrilho F.*SEDM-CHUC, Nutrição, Coimbra

P057 - A QUAlIDADE DE VIDA E O IDOSO DIABÉTICO TIPO 2Martins M. J. r.*, Ferreira C. A. N. F., Brás A. C. S.*ACES Central-UCSP Loulé, Unidade Cuidados Saúde Personalizados de Loulé, Loulé

P058 - rASTrEIO DO PÉ DIABÉTICO – PrINCIPAIS CAU-SAS DE ENCAMINHAMENTO PArA UMA CONSUlTADE PODOlOgIAPestana M.*, Oliveira S., Almeida R., Rebola A., Matos D., Nunes H., Paiva A. C., Zacarias L., Serrabulho L., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre/APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

P059 - PSICOPATOlOgIA E QUAlIDADE DE VIDAPereira M.*, Pinheiro L., Neves C., Esteves C., Coelho R., Carvalho D.*Centro Hospitalar S. João, Psicologia, Porto

P060 - DIABETES gESTACIONAl – COMEçAr DE NOVO…Amaral N.*, Pereira N., Figueiredo A., Pratas S., Costa J., Valadas C., Pereira S., Cabral A. M., Fadista S., Silva R.*Hospital Beatriz Ângelo, Ginecologia / Obstetrícia, Loures

P061 - SíNDrOMA HIPErglICEMICA HIPErOSMOlAr– ANálISE rETrOSPETIVA DE 5 ANOSVicente N.*, Barros L., Rodrigues D., Cardoso L., Saraiva J., Moreno C., Guelho D., Dantas R., Pereira J. S., Oliveira D., Martins D., Carrilho F.*Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, EPE, Endocrinologia, Coimbra

P062 - PÉ DIABÉTICO – EXPErIêNCIA DA CONSUlTA DE PODOlOgIA NUMA UNIDADE DE SAúDE FAMIlIAr”Alves P. B.*, Leandro T. T., Silva A. L. N., Silveira T.*Unidade de Saúde Familiar Arandis , Medicina Geral e Familiar, Torres Vedras

P063 - A ASSOCIAçãO ENTrE O TrIMESTrE DE DIAg-NÓSTICO DE DIABETES gESTACIONAl COM A NECES-SIDADE DE INSUlINOTErAPIA E O MAU DESFECHO OBSTÉTrICOBrandão P.*, Figueiredo O., Enes P. V., Morgado A., Melo A., Almeida M.*Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Ginecologia / Obstetrícia, Penafiel/Amarante

P064 - SEgUrANçA E EFICáCIA DAS TErAPêUTICAS NãO APrOVADAS NA gráVIDA COM DIABETESMarques P.*, Carvalho M. R., Pinto L., Parreira B., Guerra S.*Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Endocrinologia, Lisboa

P065 - PErDA grADUAl DE rEPrESENTATIVIDADE DA HEMOglOBINA glICADA (HBA1C) COMO MEDIDAIN DICATIVA DA glICAçãO DA TOTAlIDADE DAS PrO-TEíNAS SÉrICASAndrade r.*, Silva A., Baratas G., Correia I., Medina J. L., Gardete-Correia L., Macedo M. P., Raposo J. F., Ribeiro R. T.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Lisboa

P066 - CUSTO-UTIlIDADE DA SAXAglIPTINA EM COM-BINAçãO COM METFOrMINA NO TrATAMENTO DADIABETES MellituS TIPO 2Trindade r.*, Carvalho D., Contente M., Silva C.*AstraZeneca Produtos Farmacêuticos, Lda., Barcarena

P067 - O AMPArO QUE FAlTAVAFerreira S. C.*, Carapinha C.*Hospital Santa Luzia de Elvas – UFD, Medicina Interna, Elvas

P068 - MAIOr PrEOCUPAçãO SENTIDA PElAS PESSOAS COM DIABETES EM rElAçãO AOS SEUS PÉSOliveira S.*, Almeida R., Matos D., Nunes H., Paiva A. C., Pestana M., Rebola A., Zacarias L., Serrabulho L., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Enfermagem, Lisboa

P069 - DIABETES MellituS E DOENçA ArTErIAl PErI-FÉrICA – UMA rEAlIDADE ESQUECIDAQuelha S.*, Malheiro F.*USF Arca d`Água, Medicina Geral e Familiar, Braga

P070 - INSUlINOTErAPIA NOS DOENTES COM DIABE-TES MellituS TIPO 2. QUANDO, POrQUê E COM QUErESUlTADOSVale S.*, Martins J. M., Martins A. F., Gomes A. R.*Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa

P071 - EFEITO PrIMEIrA CONSUlTA NOS DOENTES DIABÉTICOSPereira T.*, Moreira T. D., Lopes Z., Silva M., Fagundes V., Ferreira I., Oliveira N., Mesquita M.*Centro Hospitalar Tamega Sousa, Medicina Interna

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16Programa do 11º Congresso Português de Diabetes

P072- EXPErIêNCIA DE 20 CAMPOS EDUCATIVOS PArA JOVENS COM DIABETES TIPO 1 DA UNIDADE DEENDOCrINOlOgIA PEDIáTrICA, HOSPITAl DE DONA ESTEFâNIA, C.H.l.C.Teixeira T.*, Alonso A., Simões A., Monteiro A., Limbert C., Amaral D., Pina R., Matos C., Lopes L.*CHLC – Hospital Dona Estefânia, Enfermagem, Lisboa

P073- 3 ANOS DE CONSUlTA DE PATOlOgIA ENDÓ CrI-NA E DIABETES: QUE ACHADOS?Ferraz T.*, Peixoto C., Reis M., Lau E., Queirós J., Oliveira A., Magal-hães Â., Namora G., Montenegro N.*Centro Hospitalar São João, Ginecologia / Obstetrícia, Porto

P074- DIABETES E A gESTãO DA INFOrMAçãO ClíNICA NOS CUIDADOS DE SAúDE PrIMárIOS: A rEDE UF SEN-TINElA COMO SISTEMA DE APOIO à INVESTIgAçãO E AçãODias V.*, Pinto T. V.*USF St. André de Canidelo , Enfermagem, Vila Nova de Gaia

P075- OBESIDADE E EXCESSO DE PESO: O SEU PAPEl NOS NíVEIS DE INSUlINO-rESISTêNCIA EM ADOlES-CENTESDias V.*, Araújo J., Severo M., Ramos E.*USF St. André de Canidelo, Vila Nova de Gaia

P076 - FACTOrES PrEDITIVOS DE rECÉM-NASCIDO grANDE PArA IDADE gESTACIONAl NA DIABETESgESTACIONAl – rESUlTADOS DA POPUlAçãO POrTU-gUESA EM 2011Fernandes V.*, Santos M. J., Pereira M. L., Marques O.*Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga

P077 - NíVEIS glICÉMICOS EM JEJUM NO DIAgNÓSTI-CO DE DIABETES gESTACIONAl E A SUA ASSOCIAçãOCOM A MOrBIlIDADE MATErNOFETAl – rESUlTADOS DA POPUlAçãO POrTUgUESA EM 2011Fernandes V.*, Santos M. J., Pereira M. L., Marques O.*Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga

P078 - PrOJECTO VIVEr BEM COM A DIABETES – EX-PErIêNCIA INTErDISCIPlINAr NA EDUCAçãO, CAPACI-TAçãO E MElHOrIA DOS CUIDADOS à PESSOA COM DIABETES EM TAVIrAViegas A. F. g.*, Faleiro F., Silva D., Pereira A., Fonseca R.*ACES Algarve III Sotavento – Unidade de cuidados na comunidade Talabriga,Enfermagem, Tavira

P079 - “SEM ADESãO NãO Há SOlUçãO” – A IMPOr-TâNCIA DA ADESãO AO TrATAMENTOSantos A. P. S.*, Godinho C., Carvalho E. M. S.*Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Faro, Faro

Posters - Epidemiologia

P080 - PrEVAlêNCIA DAS COMPlICAçõES INFECCIO-SAS EM DOENTES DIABÉTICOS NUMA ENFErMArIA DEMEDICINAClara A. r.*, Cravo J., Cruz A., Lázaro M.*Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Faro – Serviço de Medicina Interna 2, Medicina Interna, Faro

P081 - CONSUlTA DE DIABETES gESTACIONAl: A EX-PErIêNCIA DE UM ANOgiestas A.*, Caldas R., Freitas C., Lopes D. S., Araújo C.*Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Endocrinologia, Santa Maria da Feira

P082 - CONSUlTA DE DIABETES NA grAVIDEz: A EX-PErIêNCIA DE UMA CONSUlTA MUlTIDISCIPlINArgiestas A.*, Caldas R., Freitas C., Lopes D. S., Araújo C.*Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Endocrinologia, Santa Maria da Feira

P083 - CONTrOlO METABÓlICO NO IDOSO COM DIA-BETES TIPO 2 EM 2013Bello C. T.*, Fonseca R., Saraiva C., Limbert C., Duarte J. S., Azinheira J., Saraiva A. M.*Hospital Egas Moniz – Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Endocrinologia

P084 - A INSUFICIêNCIA ECONÓMICA E O CONTrOlO DA DIABETES MellituS TIPO 1roque C.*, Bello C. T, Fonseca R., Ferreira R., Simões H., Sequeira Duar-te J., Oliveira M., Vasconcelos C., Azinheira J., Saraiva A. M.*Hospital de Egas Moniz, Endocrinologia, Lisboa

P085 - rISCO DE DESENVOlVEr DIABETES TIPO 2 EM POPUlAçõES DESFAVOrECIDAS DA árEA METrOPOlI-TANA DE lISBOAOliveira J.*, Boavida J. M., Ribeiro R., Rodrigues M. F., Oliveira S.*Fundação Ernesto Roma, Nutrição, Lisboa

P086 - IMPlEMENTAçãO DE UM rEgISTO NACIONAl DE CrIANçAS E ADOlESCENTES COM DIABETES TIPO 1 – DADOS EPIDEMIOlÓgICOS DO rEgISTO DOCE E ESTUDO TICOraposo J. F.*, Gardete-Correia L., Medina J. L., Ribeiro R. T., Boavida J. M., Equipa DOCE*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC) Ob-servatório Nacional da Diabetes, Endocrinologia, Lisboa

P087 - CUIDADOS EM DIABETES – UMA ABOrDAgEM à AVAlIAçãO DO CUSTO EM CENTrO DE CUIDADOS INTEgrADOS: O EXEMPlO DA APDP – ASSOCIAçãO PrOTECTOrA DOS DIABÉTICOS DE POrTUgAlraposo J. F.*, Boavida J. M., Gardete-Correia L.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Center – APDP-ERC), Endocrinologia, Lisboa

P088 - PErFIl DO CONSUMO DE TIrAS TESTE DE glICE-MIA EM POrTUgAlraposo J. F.*, Gardete-Correia L., Boavida J. M., Medina J. L.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC) Ob-servatório Nacional da Diabetes, Endocrinologia, Lisboa

P089 - CArACTErIzAçãO DE UMA POPUlAçãO DE DOENTES DIABÉTICOS HOSPITAlIzADOS – CASUíSTICA DE UMA AMOSTrA TrANSVErSAlEscarigo M. C.*, Nortadas R., Amaro M., Pape E., Delerue M. F.*Hospital Garcia de Orta, Medicina Interna, Almada

P090 - rElAçãO ENTrE A PrEVAlêNCIA DA DIABETES E A HISTÓrIA FAMIlIAr DOS UTENTES DA APDP NOSúlTIMOS 5 ANOS (2009-2013)Mataloto P.*, Gardete-Correia L., Macedo M. P., Raposo J. F.*APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre/APDP-ERC), Lisboa

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Programa do 11º Congresso Português de DiabetesRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 5-16

P091 - INFECçãO VIH , TArV E CONTrOlO DA DIABETES MellituS DE 2007 A 2012Fonseca r.*, Sequeira Duarte J., Bello C.T., Ferreira R., Serra F., Moniz C., Barreiros C., Mansinho K., Azinheira J., Farinha H., Saraiva A. M.*Hospital Egas Moniz, Endocrinologia, Lisboa

P092 - EDUCAçãO PArA A SAúDE: rISCO DE DESEN-VOlVEr DIABETES TIPO 2Domingos r.*, Ferreira E., Nunes P. A.*CHLN HSM, Dietética, Lisboa

P093 - EFEITO DA AUTOVIgIlâNCIA DA glICÉMIA CAPIlAr NO CONTrOlO METABÓlICOrosário V.*, Pedro B., Matos A. F., Roque F., Esteves M. C.*Hospital Santarém, Medicina Interna, Santarém

P094 - QUEM SãO E DE ONDE VêM? – CASUISTICA DAS PrIMEIrAS CONSUlTAS DE DIABETES DE UM HOSPITAlDISTrITAlSoares z.*, Ferreira B., Cruz D., Silva L. G., Santos L., Soares M. R.*Hospital Vila Franca de Xira, Medicina Interna, Vila Franca de Xira

Posters - Investigação

P095 - IMPACTO DA DIABETES MellituS NO OSSO DE rATOS OVArIECTOMIzADOSAgripino A.*, Mello-Sampayo C., Stilwell D., Vidal B., Lopes A., Ca-nhão H., Silva-Lima B., Marques M. C.*Unidade de Biotecnologia Ambiental (UBiA), Departamento de Ciências e Tecnologia da Biomassa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, Nutrição, Lisboa

P096 - EFEITOS BENÉFICOS DA BErBErINA NA DISFUN-çãO ENDOTElIAl ASSOCIADA à DIABETES TIPO 2 E à OBESIDADEPereira A. M.*, Louro T., Rolo A., Palmeira C., Seiça R., Sena C.*Laboratório de Fisiologia, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Bolseira de Investigação, Coimbra

P097 - EFEITO PrOTECTOr DA SITAglIPTINA NO rIM DE UM MODElO ANIMAl DE DIABETES TIPO 2Marques C. I. r.*, Mega C., Gonçalves A., Rodrigues-Santos P., Teixeira-Lemos E., Teixeira F., Ribeiro C. F., Reis F., Fernandes R.*Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Diabetologia, Coimbra

P098 - EFEITOS DA PIrIDOXAMINA NAS COMPlICA-çõES MACrOVASCUlArES ASSOCIADAS à DIABETESSena C.*, Pereira A., Matafome P., Crisóstomo J., Fernandes R., Seiça R.*Fisiologia, IBILI, Faculdade de Medicina, Coimbra

P099 - NíVEIS ElEVADOS DE INSUlINA E DE glICOSE NA PrOlIFErAçãO DE CÉlUlAS DE CANCrO DA MAMA,MCF-7Santos-Silva D.*, Crisóstomo J., Matafome P., Seiça R.*Laboratório de Fisiologia – IBILI – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Bolseira de investigação, Coimbra

P100 - QUANTIFICAçãO DO ENrIQUECIMENTO EM DEUTÉrIO DA ACETIl-CoA HEPáTICA EM MUrgANHOSCarvalho F.*, Duarte J., Silva F., Marques B., Jones J.*Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra, Portugal

P101 - glUT12 E rESISTêNCIA à INSUlINA: PAPEl COM-PENSADOr NA CAPTAçãO DE glUCOSECoelho I. C.*, Gaspar J. M., Martins F. O., Macedo M. P.*CEDOC, FCM-UNL, Investigação, Lisboa

P102 - DESENVOlVIMENTO DE SISTEMAS DE lIBErTA-çãO DE INSUlINA: NOVOS POlíMErOS DE BASE DEAlgINATO PArA O ENCAPSUlAMENTO DE IlHÉUS DE lANgErHANSSilva J. C.*, Catalão F., Serra A., Coelho J., Seiça R.*Laboratório de Fisiologia, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Estudante de Doutoramento, Coimbra

P103 - MODElO EXPErIMENTAl DE NAFlD INDUzIDO POr FrUTOSEAlmeida J. I.*, Duarte N., Coelho I., Ribeiro R., Penha-Gonçalves C., Macedo M. P.*Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras

P104 - BIOENSAIOS PArA DISCErNIr PADrõES PATO-gÉNICOS DE AUTOANTICOrPOS EM DIABÉTICOS TIPO 1Duarte N.*, Vocho H., Almeida J., Penha-Goncalves C.*Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras

P105 - COMPlICAçõES VASCUlArES ASSOCIADAS à DIABETES MellituS TIPO 2Costa r.*, Almeida R., Silva A. R., Rodrigues I., Guardão L., Guimarães J. T., Negrão R., Soares R.*Departamento de Bioquímica, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto

P106 - rEPErCUSSõES lOCAIS E SISTÉMICAS DA HIPÓ-XIA E DA glICAçãO DO TECIDO ADIPOSO VISCErAl DE UM MODElO ANIMAl NOrMAl NO METABOlISMO DA glICOSErodrigues T. D. A.*, Matafome P., Seiça R.*Laboratório de Fisiologia,Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida (IBILI), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Bolseiro de Investi-gação, Coimbra

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COMUNICAÇÕES ORAIS (Sessão 1)Sexta-Feira, 7 de Março de 2014

(13h45 - 14h45)

SALA FÉNIX I e II(Sessão 1.1. a 1.6.)

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 17-20 Comunicações Orais (Sessão 1)

Sessão 1.1.- Oral - Clínica

PrOgrESSãO PArA DIABETES EM DOENTES COM INFEC-çãO VIH-1 SOB TErAPêUTICA ANTI-rETrOVírICA AO lONgO DE 3 ANOS

lau E.1, Oliveira J.1, Santos A. C.2, Serrão R.3, Sarmento A.3, Carvalho D. 1, Freitas P.1

1- Centro Hospitalar São João/Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Endocrinologia, Porto

2- Departamento de Epidemiologia Clínica e Medicina Preditiva e Saúde Pública da Universidade do Porto, Instituto de Saúde Pública da Univ. Porto, Porto

3- Centro Hospitalar São João/Faculdade de Medicina da Universidade do Por-to, Porto

Introdução: As alterações do metabolismo da glicose podem progre-dir ou regredir ao longo do tempo.Objectivos: Avaliar a progressão de categorias de alteração do me-tabolismo da glicose em doentes com infecção VIH-1 sob terapêutica anti-retrovírica (TAR) ao longo de 3 anos.Métodos: Análise retrospectiva de parâmetros clínicos e analíticos de doentes com infecção VIH-1 sob TAR ao longo de 3 anos. Definida anomalia da glicose em jejum se glicose ≥ 100 e <126 mg/dL; diminui-ção da tolerância à glicose se às 2 horas na PTGO ≥ 140 < 200 mg/dL e diabetes (DM) se glicose em jejum ≥ 126 mg/dL ou às 2 horas na PTGO ≥ 200 mg/dL ou A1c ≥ 6,5 %.resultados: Dos 400 doentes, 67,3% (269) sexo masculino, média de idade de 45,78 (11,51) anos, mediana de duração da infecção de 8,0 (IIQ: 6,0) anos e duração da TARc 7,0 (IIQ:7,00) anos. Na 1ª avaliação: 41% sem alterações no metabolismo da glicose, 18,1% com diminuição da tolerância oral à glicose (DTOG), 17,6% com anomalia da glicemia em jejum (AGJ) e 23,4% com DM. Após 1 ano, dos sem alterações no metabolismo da glicose 44,1% permaneceram sem alterações; 10,2% com DTOG; 7,9% com AGJ e 37,8% com DM. Após o 2º ano, dos sem al-terações no metabolismo da glicose após o 1º ano, 87,7% permanece-ram sem alterações; 3,5% com DTOG; 5,3% AGJ e 3,5% com DM. Após o 3º ano, dos sem alterações no metabolismo da glicose após o 2º ano, 58,1% permaneceram sem alterações; 24,2% com DTOG; 12,9% com AGJ e 4,8% com DM. Dos doentes com DTOG após o 1º ano, 20,6 % passaram a não apresentar alterações; 11,1% permaneceram nesta categoria; 9,5% com AGJ e 58,7% com DM. Após o 2º ano, dos com DTOG após o 1º ano, 35,7 % passaram a não apresentar alterações; 28,6% permaneceram nesta categoria; 7,1% com AGJ e 28,6% com DM. Após o 3º ano, dos com DTOG após o 2º ano, 9,5 % passaram a não apresentar alterações; 52,4% permaneceram nesta categoria; 19,0% com AGJ e 19,0% com DM. Após o 1º ano, dos com AGJ, 34,5% passaram a não ter alterações, 3,6 % com DTOG; 14,5% permaneceram nesta categoria; 47,3% com DM. Após o 2º ano, dos com AGJ após o 1º ano, 32,1% passaram a não ter alterações, 14,3 % com DTOG; 21,4% permaneceram nesta categoria; 32,1% com DM. Após o 3º ano, dos com DTOG após o 2º ano, 28,6 % passaram a não ter alterações, 28,6 % com DTOG; 21,4% permaneceram nesta categoria; 21,4% com DM.Conclusões: Ao longo de 3 anos, a progressão para diabetes foi maior no primeiro ano de seguimento, quer em indivíduos sem alterações do metabolismo da glicose quer em doentes com DTOG e AGJ.

Sessão 1.2.- Oral - Clínica

“TrABECUlAr BONE SCOrE” E DENSIDADE MINErAl ÓSSEA EM DIABÉTICAS TIPO 2 PÓS-MENOPAUSICAS ME-DICADAS COM PIOglITAzONA

Vilela-gonçalves J.1, Mascarenhas M. R.2

1- Centro Clínico Lisboa, Portugal Telecom, Diabetologia, Lisboa2- Clínica de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo de Lisboa. Endocrinologia

e doenças do Metabolismo, Faculdade de Medicina da Universidade de Lis-boa, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A diabetes tipo 2 (DT2) e a osteoporose são doenças pre-valentes cujas complicações se associam a elevadas taxas de morbi-lidade e de mortalidade precoce. A relação entre osteoporose e DT2 está pouco esclarecida. A terapêutica com glitazonas tem sido rela-cionada com alterações da massa óssea, mas os resultados de alguns trabalhos são controversos.Objectivo: Avaliar o efeito da pioglitazona em parâmetros da resis-tência do osso, através da determinação da densidade mineral óssea (DMO) e do índice do osso trabecular (“trabecular bone score” ou TBS).Material e Métodos: Em 50 mulheres na pós-menopausa a DMO (g/cm2) de várias regiões da coluna lombar, da extremidade proximal do fémur e do antebraço distal foi estudada usando um densitóme-tro Discovery W (Hologic Inc.). O TBS de L1-L4 foi obtido através de cada exame de DXA dessa região do esqueleto com o software TBS iNsight, (Med-Imaps, SA., França). A amostra foi dividida num grupo de mulheres com DT2 medicadas com pioglitazona (n=25) durante uma média 6,6 anos e num grupo controlo de mulheres não diabé-ticas (sem quaisquer medicações prévias para a osteoporose ou que induzam a perda de massa óssea). As mulheres destes grupos foram em parelhadas pela idade, anos na pós-menopausa, índice de massa corporal (IMC), peso e estatura. Testes de análise descritiva, de com-paração e de regressão foram usados na diferenciação e relacionar os vários parâmetros obtidos. A significância estatística foi considerada para P <0,05. As médias da idade, da estatura, do peso e do IMC foram idênticas entre os grupos. Na coluna lombar, as médias da DMO (1,020/ 0,1 vs 0,877/0,2 g/cm2), do T-score e do Z-score eram significativa-mente superiores no grupo de mulheres com DT2 medicadas com pioglitazona em comparação com o grupo controlo, diferença não apresentada na medição do TBS (1,216/0,2 vs 1,16/0,08). No entanto, as médias do TBS, da DMO, do T-score e do Z-score das extremidades proximal do fémur e distal do antebraço foram idênticas entre os gru-pos. As médias das percentagens da massa gorda, das massas magra e gorda totais do corpo foram semelhantes entre os grupos. O peso e as massas gorda e magra totais do corpo apresentaram correlações com o TBS apenas no grupo de mulheres com DT2 medicadas com a pioglitazona.Conclusões: Os resultados deste estudo parecem sugerir que a tera-pêutica com a pioglitazona durante cerca de 6,6 anos em diabéticas tipo 2 não provoca redução de massa óssea nem da qualidade óssea avaliada pela técnica de TBS, em comparação com um grupo de mu-lheres na pós-menopausa sem DT2.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 17-20Comunicações Orais (Sessão 1)

Sessão 1.3.- Oral - Clínica

FACTORES PROGNÓSTICOS NA SÍNDROME HIPERGLI CÉ­MI CA HIPEROSMOLAR: REVISÃO DE CINCO ANOS

Cardoso L.1, Rodrigues D.2, Vicente N.1, Saraiva J.1, Moreno C.1, Guelho D.1, Dantas R.3, Simões Pereira J.4, Martins D.1, Oliveira D.1, Carrilho F.1

1- Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

2- Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Faculdade de Medicina da Universidade de Coim-bra, Endocrinologia, Coimbra

3- Serviço de Endocrinologia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Endocrino-logia, Aveiro

4- Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A Síndrome Hiperglicémica Hiperosmolar (SHH) é uma complicação aguda da diabetes com elevada mortalidade. O quadro clínico desenvolve-se durante dias a semanas, pelo que nos idosos, sobretudo naqueles sem história de diabetes, o reconhecimento dos sintomas pode ser tardio.Objectivo: Identificar factores prognósticos na SHH.Material e Métodos: Coorte retrospectiva, onde foram analisados 106 episódios de hiperglicemia com hiperosmolaridade, internados no Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, do Centro Hos-pitalar e Universitário de Coimbra, entre 01/01/2008 e 31/12/2012. Os critérios de inclusão (glicemia >600 mg/dL, pH >7,30, HCO3

- >18 mEq/L, osmolalidade efectiva >320 mOsm/Kg, ausência de cetose significa-tiva) foram preenchidos por 23 episódios, 18 mulheres e 4 homens, com uma mediana de idade de 85,0 (79,0-88,0) anos.Resultados: A presença de co-morbilidades foi elevada (mediana do Índice de Charlson 8, 6,0-10,0). À admissão, a mediana da glicemia foi 811,0 mg/dL (722,0-1095,0), da osmolalidade efectiva 341,6 mOsm/Kg (334.6-362.1), do pH 7,43 (7,36-7,44), do bicarbonato 25,7 mEq/L (21,4-29,7), da creatinina 2,5 mg/dL (1,5-3,1), do azoto ureico 66,0 mg/dL (52,0-92,0), do sódio 148,0 mmol/L (145,0-151,0) e do hematócrito 42,5% (39,7-45,3). A demora média de internamento foi 10,9±6,9 dias. A letalidade intra-hospitalar foi 35%, com 40% (n=3) das mortes a ocor rerem no primeiro dia de internamento. Os principais factores precipitantes da SHH foram infecção (66,7%) e diabetes inaugural (28,6%). Os doentes que faleceram apresentavam, à admissão, valores mais elevados de osmolalidade efectiva (365,1 vs 336,7 mOsm/Kg, p=0,016) e natrémia (156,0 vs 146,0 mmol/L, p<0,001) do que os res-tantes doentes. Não obstante, a glicemia (792 vs 857 mg/dL, p>0,05) e o bicarbonato (21,3 vs 27,2, p=0,011) foram mais baixos nos doentes que sobreviveram. A natrémia ≥ 150 mmol/L mostrou ter uma espe-cificidade de 93,3% e sensibilidade de 75,0% (p=0,001, 0,86-1,0) para previsão de morte. Aproximadamente 30% dos doentes apresentaram intercorrências durante o internamento, sem diferenças entre os que faleceram e os que sobreviveram. Conclusão: A SHH permanece como uma das complicações agudas da diabetes com mais elevada morbi-mortalidade. A identificação e terapêutica precoces, dirigidas ao factor precipitante, são fundamen-tais. Os indicadores de prognóstico, tais como a natrémia e a osmo-lalidade, poderão ter um papel importante na estratificação do risco de morte.

Sessão 1.4.- Oral - Clínica

CARACTERIZAÇÃO DE UMA COORTE DE DOENTES DIABÉ­TICOS SUBMETIDOS A CIRURGIA

Cardoso L.1, Rodrigues D.2, Oliveira P.1, Ruas L.1, Saraiva J.1, Moreno C.1, Guelho D.1, Dantas R.3, Vicente N.1, Simões Pereira J.4, Martins D.1, Oliveira D.1, Carrilho F.1

1- Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

2- Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Faculdade de Medicina da Universidade de Coim-bra, Endocrinologia, Coimbra

3- Serviço de Endocrinologia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Endocrino-logia, Aveiro

4 - Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: Associado ao aumento da obesidade tem-se verificado um rápido crescimento da prevalência da diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Mais de 60% dos doentes com DM2 são obesos. A cirurgia bariátrica é o tratamento mais eficaz para a obesidade, com efeitos positivos sobre a remissão e prevenção da DM2. Assim, a perda de peso parece ser uma atractiva, mas desafiante, opção na abordagem terapêutica do doente obeso com DM2.Objectivo: Caracterizar os doentes com DM2 submetidos a cirurgia bariátrica.Material e Métodos: Foram analisados, retrospectivamente, os da-dos de 109 doentes obesos submetidos a cirurgia bariátrica, entre 2001-2013. Destes, 33 apresentavam DM2 (30 mulheres) e foram in-cluídos no estudo. A idade média dos participantes foi de 46,0±7,9 anos, com seguimento médio de 3,1±2,4 anos. A técnica cirúrgica mais frequente foi o bypass gástrico (n=21), seguida pela banda gástrica (n=11) e gastrectomia tubular (n=1).Resultados: Na avaliação pré-operatória: o índice de massa corporal foi 47,7±8,0 Kg/m2, a massa gorda 57,4±11,1%, a glicemia 150,0±39 mg/dL e a HbA1C 7,6±1,3%, sem diferenças estatisticamente signifi-cativas entre as técnicas cirúrgicas. 88% dos doentes estava medicado com antidiabéticos orais (1,4±0,6) e/ou insulina (22%). A prevalência da hipertensão arterial era elevada (69,7%), estando os doentes me-dicados com 2,4±0,9 anti-hipertensores. A remissão da DM2 ocorreu em 54,5% dos doentes operados (remissão prolongada em 2 casos, completa em 8 e parcial em 8). A mediana do tempo até entrar em remissão foi 1,0 (1,0-2,0) ano. O grupo com remissão da DM2 atingiu 76,4% (69,2-83,4) do peso total perdido um ano após a cirurgia, no mesmo período os doentes sem remissão perderam 69,3% (59,8-74,6). Na avaliação pré-operatória, a glicemia e HbA1C dos doentes com remissão da DM2 foram inferiores à dos doentes sem remissão, 124 mg/dL (107,5-143,5) vs 164,5 mg/dL (144-196) e 6,6% (5,9-8,2) vs 8,2% (8,0-8,7), respectivamente. A duração da DM2 também era infe-rior no grupo que entrou em remissão. Os doentes com melhor con-trolo glicémico antes da cirurgia apresentaram maior probabilidade de remissão da DM2 (β=0,04, OR=1,04, p=0,03).Conclusão: A remissão da DM2 ocorreu na maioria dos doentes ope-rados, tendendo a instalar-se entre o primeiro e o segundo ano após a cirurgia. Indicadores de falência da célula β pancreática, como o con-trolo glicémico difícil e duração prolongada de doença, podem ser úteis na predição dos efeitos endócrinos da cirurgia bariátrica.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 17-20 Comunicações Orais (Sessão 1)

Sessão 1.5.- Oral - Clínica

TERAPÊUTICA COM BOMBA INFUSORA DE INSULINA VS MÚLTIPLAS ADMINISTRAÇÕES DE INSULINA NAS GRÁ­VIDAS COM DM TIPO 1 SEGUIDAS NO CENTRO HOSPITA­LAR DO PORTO

Garrido S.1, Pereira T.1, Vilaverde J.1, Pichel F.2, Gonçalves J.3, Pinto C.3, Dores J.1

1- Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto2- Centro Hospitalar do Porto, Nutrição, Porto3- Centro Hospitalar do Porto, Ginecologia / Obstetrícia, Porto

Introdução: A otimização do controlo glicémico na pré-conceção e du rante a gravidez de mulheres com DM 1 é essencial na redução de complicações materno-fetais. A evidência atual relativamente às dife-renças de eficácia entre a terapêutica com bomba infusora de insulina (BII) e múltiplas administrações de insulina (MAI) é insuficiente.Objetivo: Comparação das características maternas e do desfecho materno-fetal nas grávidas com DM 1 tratadas com BII e MAI.Métodos: Estudo retrospetivo com obtenção de dados clínicos e analíticos de grávidas com DM 1 seguidas na Consulta de Patologia Endócrina na Gravidez do CHP, com comparação das características maternas e desfecho materno-fetal. As grávidas foram divididas em 32 sob BII, colocada preferencialmente antes da gravidez, e 49 sob MAI. Os resultados foram analisados através de estatística descritiva e inferencial, recorrendo aos testes estatísticos adequados.Resultados:

Conclusão: Apesar dos desfechos materno-fetais terem sido satisfató-rios em ambos os grupos, o tratamento com BII associou-se a um me-lhor controlo glicémico e uma menor taxa de prematuridade.

Sessão 1.6.- Oral - Clínica

IMPACTO DA SAZONALIDADE NA INCIDÊNCIA DE DIA­BETES TIPO 1: ANÁLISE DO REGISTO DOCE

Silva T. N.1, Luiz H. V.1, Pereira B. 1, Matos A. C. 1, Raimundo L. 1, Por-tugal J. 1

1- Hospital Garcia de Orta, Endocrinologia, Almada

Introdução: A Diabetes mellitus tipo 1 (DM 1) é a forma de DM mais frequente na idade pediátrica com um pico de incidência entre os 10 e 14 anos. De acordo com vários estudos internacionais tem-se regis-tado um aumento da incidência entre 2 a 5% ao ano. Dos vários estu-dos realizados para a avaliação dos fatores de risco responsáveis para o desenvolvimento da DM1, alguns mostraram que nas localizações geográficas do norte dos Estados Unidos, a incidência de nascimentos de pessoas que vieram a desenvolver DM1 era superior nos meses de Abril a Julho e inferior nos meses de Novembro a Fevereiro. Para jus-tificar estes resultados, foi proposto que esta maior incidência corre-sponderia a menor exposição solar materna durante a gestação, com subsequentes menores níveis de vitamina D. Estes, levariam a disfun-ção da célula β e predomínio de resposta TH1 com desenvolvimento de fenómenos de auto imunidade. Num estudo piloto de 219 doentes com DM1 do Hospital Garcia de Orta, foi observada uma tendência não significativa para um maior número de diagnósticos DM1 nas pes-soas sujeitas a menor exposição UV durante a gestação. Objectivos: Avaliação multicêntrica da incidência de DM1, nas pes-soas cuja gestação decorreu durante os meses de menor exposição so lar, relativamente aos de maior exposição solar. Amostra e Métodos: Foram analisados os dados de 4950 DM1 regis-tados no DOCE (Diabetes - registO das Crianças e jovEns), atualizados a Dezembro de 2013. Os resultados foram apresentados sobre a forma de médias, máximos e mínimos. As variáveis foram comparadas usan-do o teste t-student. Resultados: O DOCE tinha registadas 4950 pessoas com DM1, 54% (2672) do sexo masculino. Na população avaliada observou-se que o número de nascimentos entre Novembro e Fevereiro foi inferior ao de Abril a Julho com tendência não significativa (393 contra 431; p=0,208). Tendo como base os dados do Instituto Português de Me-teorologia relativos à exposição à radiação UV, observou-se que o número de nascimentos entre Outubro e Fevereiro (correspondentes às gestações com maior exposição UV) foi inferior ao dos meses entre Abril e Agosto (em que a gestação decorreu num período de menor exposição) (395 contra 426; p= 0,189). Conclusões: Este foi o primeiro estudo em Portugal a avaliar a relação da sazonalidade na incidência de DM1 com uma amostra multicên-trica. Apesar de se observar uma tendência para um maior número de diagnósticos DM1 em pessoas sujeitas a menor exposição UV durante a gestação, esta não foi estatisticamente significativa, à semelhança do ocorrido nos vários estudos realizados na Europa do sul.

Agradecimento especial aos colaboradores do registo DOCE pelo apoio conce-dido e acesso à base de dados.

Características maternas MAI (n=49) BII (n=32) p

Idade (anos)a Duração DM (anos)b IMC pré-conceção (kg/m2)b

Pré-conceçãoc

HbA1c pré-conceção (%)b

Ganho ponderal (kg)b

Gravidezes não evolutivasc

29.7±5.512 (1-31)23.9 (18.8-35.7)26.57.4 (4.9-13.9)13.8 (3.4-25.3)10.2

31.9±4.315 (2-30)23.7 (20.2-31.6)68,86.9 (5,6-11.2)12.7 (3.0-23.0)10.0

0.050.130.4<0.0010.490.141.0

Desfecho gravidezes evolutivas MAI (n=44) BII (n=29) p

HbA1c 1ºT (%)b

HbA1c 2ºT (%)b

HbA1c 3ºT (%)b

HbA1c<6.5% nos 3 trimestresc Pré-eclâmpsia/HTA gestacionalc

Partos por cesarianac Partos pré-termoc

Macrossomiac

Hipoglicemia neonatalc

Malformaçõesc

6.8 (3.9-9.7)6.2 (4,1-10.0)6.1 (3.9-8.4)29.518.268.227.39.118.29.0

6.3 (5.0-8.5)5.9 (4.9-7.2)6.0 (4,7-7.2)55.117.275.96.910.317.20.0

0.080.430.850.030.920.480.041.00.920.15

Dados apresentados como amédia±DP; bmediana (mín-máx); c %

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COMUNICAÇÕES ORAIS (Sessão 2)Sexta-Feira, 7 de Março de 2014

(13h45 - 14h45)

SALA FÉNIX III(Sessão 2.1. a 2.6.)

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 21-24 Comunicações Orais (Sessão 2)

Sessão 2.1.- Oral - Clínica

TrêS ANOS DE NOVOS CrITÉrIOS DE DIABETES gESTA-CIONAl

Balsa A. M.1, Dantas R.1, Pedrosa C.2, Albuquerque I.2, Guimarães J.1

1- Centro Hospitalar do Baixo Vouga , Endocrinologia, Aveiro2- Centro Hospitalar do Baixo Vouga , Nutrição, Aveiro

Introdução: Os critérios de diagnóstico para Diabetes Gestacional (DG) foram alterados em Portugal em 2011, propostos pela IADPSG.Objetivos: Caracterizar a população de grávidas com DG segundo os novos critérios, e analisar as diferentes variáveis, comparando as grávi-das com diagnóstico no 1ºT vs 2ºT. Material e Métodos: Foram incluídas grávidas com DG seguidas em consulta no CHBV desde 2011 e analisados: semana de diagnóstico, terapêutica, ganho ponderal, semana e tipo de parto, macrossomia e prova de reclassificação (PR). A análise estatística foi efetuada com SPSS®.resultados: De um total de 297 grávidas, foram selecionadas aquelas com mais de 6s após o parto (n=279): 97 com diagnóstico no 1ºT, 182 no 2ºT. O nº de grávidas aumentou comparativamente a anos an-teriores, em 2011 (98) e 2012 (108), mas em 2013 diminuiu (73). Esta redução resultou de um menor nº de grávidas com diagnóstico no 1ºT. Em 2012 o diagnóstico foi realizado antes das 24s em 42,6% e em 28,8% em 2013 (p=0,041). Verificou-se um aumento da insulinização (21,4% em 2011, 26,6% em 2012 e 37,0% em 2013), da % de prematuros (6,5%, 13,6% e 16,7%) e cesarianas (32,6%, 38,8% e 37,5%). Comparan-do as grávidas com diagnóstico no 1ºT vs 2ºT verificou-se: semelhante taxa de insulinização (28,9% e 28,0%, p=0,742) mas mais precoce (20,7s vs 30,5s p=0,000); menor ganho ponderal (7,69 Kg vs 9,52 Kg, p=0,016) e superioridade na incidência de morte fetal intra-uterina (4,2% vs 0,6%, p= 0,032). Menor % de prematuros e cesarianas, (9,8% vs 13.1%, p=0,431 e 33,0% vs 38,1%, p=0,441), maior % de macrosso-mia (5,6% vs 2,9% p=0,292), mas sem significância estatística. Subdi-vidindo as grávidas com diagnóstico no 1ºT com glicemia em jejum ≥ 100 vs < 100mg/dl verificou-se apenas maior % de macrossomia com significado estatístico (19,0% vs 1,4%, p=0,01). Relativamente à PR, a prevalência de hiperglicemia intermédia foi 5,6% nas grávidas com diagnóstico no 1ºT e 9,3% no 2ºT, p=0,350. 31,9% não efetuaram.Conclusão: Considera-se preocupante a diminuição do diagnóstico precoce, podendo estar a ser subdiagnosticadas situações que be-neficiariam de intervenção. No entanto, uma vez que a necessidade de insulina, o nº de cesarianas e prematuros aumentaram, é provável que os casos não referenciados não traduzissem situações de risco. Os novos critérios, sendo polémicos, poderão levar a adoção de outras “estratégias” para diagnóstico, pelo que se considera pertinente uma discussão alargada, de forma a aumentar o consenso.

Sessão 2.2.- Oral - Clínica

AVAlIAçãO DA EFICáCIA E SEgUrANçA DA METFOrMI-NA NO TrATAMENTO DA DIABETES gESTACIONAl: EX-PErIêNCIA DA CONSUlTA DE OBSTETríCIA/ENDOCrI-NOlOgIA DO CHUC

Moreno C.1, Ruas L.1, Paiva S.1, Lobo A.2, Costa F.2, Marta E.2, Saraiva J.1, Guelho D.1, Vicente N.1, Cardoso L.1, Oliveira D.1, Martins D.1, Moura P.2, Carrilho F.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra2- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Introdução: A metformina está aprovada como opção terapêutica pa ra a diabetes gestacional(DG). Apesar das vantagens associadas à fácil adesão e baixo custo, permanecem dúvidas sobre a sua eficácia e efeitos secundários da permeabilidade placentar. Objectivos: Avaliar segurança e eficácia da metformina no tratamen-to da DG, comparada com medidas não-farmacológicas e insulina. Material e Métodos: Estudo observacional transversal de 153♀ com DG seguidas em 2013 e cujo parto ocorreu até 31/12/2013. Destas, 26 (16,9%) foram medicadas com metformina (grupo M). Foram selec-cionadas aleatoriamente 26 doentes sob dieta+exercício (grupo D) e outras 26 sob insulina (grupo I), com idades equiparáveis, para análise comparativa. Excluídas: gravidez gemelar, diabetes prévia à gravidez, patologia endócrina com disfunção hormonal. Analisadas complica-ções maternas, parto e morbilidade perinatal, usando SPSS 21.0®. resultados: Amostra constituída por 153♀ com DG, seleccionadas 78 para análise comparativa (26 M, 26 D, 26 I). Sem diferenças na semana de diagnóstico da DG (M 18,7±8,6; D 18,7±8,1; I 14,9±7,5 semanas;p=0,253), realizado por glicemia jejum em 57,7% [M 13(50%), D 14(53,8%), I 18(72%);p=0,196] e restantes por PTGO. Sem diferen-ças no IMC pré-gravídico (M 24,9±4,8; D 25,6±3,4; I 25,1±5,7 Kg/m2;p=0,481), com ganho ponderal gestacional total inferior no grupo M (M 7,6±3,5; D 9,8±4,2; I=10,3±3,6 Kg;p=0,064), e na análise do ganho ponderal por trimestres com diferenças significativas no 3º T (M 2,6±2,4; D 4,9±2,5; I 5,5±2,5 Kg;p<0,001). A1c no 3ºT foi significati-vamente inferior nas doentes sob metformina (M 4,9±0,4; D 5,3±0,4; I 5,5±0,4 %;p<0,001). Não se observaram diferenças no tipo nem na se-mana do parto entre os grupos. Prevalência de comorbilidades mater-nas [M 5(19,2%); D 3(11,5%); I 4(16%);p=0,776] e perinatais [M 1(3,8%); D 3(11,5%); I 2(7,7%);p=0,563] semelhantes entre os grupos. Peso RN superior no grupo sob insulinoterapia (M 3119±477; D 3143±537; I 3336±580 g;p=0,265), mas sem diferenças no número de macros-somias ou leves para idade gestacional, nem no Apgar 1’ e 5’. Malfor-mações ocorreram em 3 RN [M 2(7,7%); D 0(0%); I 1(3,8%);p=0,802] sem diferenças significativas entre os grupos. Conclusões: A metformina não se associou a maior prevalência de complicações maternas ou perinatais, quando comparada com insu-lina ou dieta. O ganho ponderal no 3ºT foi significativamente inferior nas mulheres sob metformina em relação à dieta (2,6±2,4 Vs 4,9±2,5 Kg;p=0,001) e insulina (2,6±2,4 Vs 5,5±2,5 Kg;p<0,001).

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 21-24Comunicações Orais (Sessão 2)

Sessão 2.3.- Oral - Clínica

IMPlICAçõES MATErNAS E FETAIS DO VAlOr DE HBA1C EM gráVIDAS COM DIABETES MEllITUS gESTACIONAl

guelho D.1, Paiva S.1, Ruas L.1, Paiva I.1, Marta E.2, Saraiva J.1, Moreno C.1, Cardoso L.1, Vicente N.1, Moura P.2, Carrilho F.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Endocrinolo-gia, Coimbra

2- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Ginecologia / Obstetrícia, Coimbra

Introdução: Em grávidas com diabetes gestacional (DG), as alterações fisiológicas próprias da gestação limitam a interpretação do valor de HbA1c. Actualmente não se encontram explicitamente definidos os valores alvo de HbA1c, sendo importante definir a utilidade deste mar-cador e as vantagens associadas à sua normalização. Objectivos: Determinar a prevalência de mulheres com DG que não atingem valores normais de HbA1c antes do parto, e identificar as eventuais implicações maternas e fetais/neonatais associadas. Material e Métodos: Estudo prospectivo de mulheres com DG, diag-nosticada segundo os critérios propostos pela IADPSG, observadas em Consulta de Endocrinologia-Obstetrícia entre 2011 e 2013. Foi do seada a HbA1c no 3º trimestre e, posteriormente, analisados: parâmetros antropométricos, terapêutica, complicações obstétricas, data e tipo de parto, complicações fetais/neonatais, peso de nascimento e PTGO de reclassificação. Análise estatística: SPSS(21). resultados: Das 187 mulheres avaliadas, a HbA1c antes do parto foi ≥5,7% em 43,9% (n=82). Estas mulheres apresentaram valores signifi-cativamente superiores aos 0’ (89,1±16,2 vs. 83,8±9,1mg/dL, p<0,01) e 120’ (104,1±36,3 vs. 87,4±24,6mg/dL, p<0,05), e uma maior frequência de diabetes tipo 2 (6,0 vs. 0,0%, p<0,05), na PTGO de reclassificação. O valor de HbA1c estava correlacionado com a glicemia aos 0’ (r=0,484, p<0,001) e 120’(r=0,373, p<0,001) na PTGO de reclassificação. Os ní-veis de HbA1c estavam ainda correlacionados com o peso ao nascer (r=0,199, p<0,05) e constituíram um factor preditor independente do risco de recém-nascidos grandes para a idade gestacional (GIG) (B=1,62; p<0,05). Na curva ROC, AUC estimada de 0,69 (IC95%:0,58–0,78; p<0,01), o ponto de corte ideal da HbA1c para o risco de GIG foi de 4,95% (sensibilidade 100%; especificidade 91,7%). Conclusões: Aproximadamente metade das grávidas com DG não atin giu valores de HbA1c normais antes do parto. Estas doentes con-tabilizaram um risco acrescido para alterações definitivas do metabo-lismo da glucose, traduzidas por alterações na PTGO de reclassifica-ção. Por outro lado valores elevados de HbA1c também associaram a repercussões fetais. A HbA1c no 3ºtrimestre correlacionou-se directa-mente com o peso ao nascer, e representou um marcador indepen-dente do risco de recém-nascidos GIG.

Sessão 2.4.- Oral - Clínica

DIABETES gESTACIONAl – QUAl O IMPACTO DO PESO DA gráVIDA?

gante I.1, Ferreira F.1, Couceiro J.1, Ruas L.2, Marta E.1, Silva F.3, Figueiredo A.3, Sousa M. J.4, Mimoso G.5, Moura P.1, Almeida M. C.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Ginecologia / Obstetrícia, Coimbra2- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra3- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Medicina Interna, Coimbra4- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Dietética, Coimbra5- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Objectivos: Avaliar o impacto da obesidade prévia e do ganho pon-deral gestacional (GPG) excessivo na gravidez complicada por Diabe-tes Gestacional (DG), ao nível da gravidez, parto e desfecho perinatal.Material e Métodos: Análise retrospectiva dos casos de gravidez com-plicada por DG nos CHUC entre 2009 e 2012 (n=1205). O GPG foi com-parado com o ganho ponderal recomendado ajustado às categorias de IMC pré-gestacional, indicado no Relatório de Consenso sobre a Diabetes e Gravidez (2011). O grupo de estudo foi dividido em três categorias: GPG insuficiente, GPG recomendado e GPG excessivo. Foi também comparado o grupo de grávidas previamente obesas (IMC >30kg/m2) com o grupo das não obesas. A análise dos dados foi ob-tida com o SPSS® 21.0.resultados: Apenas 34,4% das grávidas com DG tiveram um GPG de acordo com o recomendado; 42,5% tiveram um GPG insuficiente e 23,2% tiveram um GPG excessivo. Um GPG excessivo esteve asso-ciado a pré-eclâmpsia (p<0,05), não se verificando qualquer outra as-sociação estatística com complicações da gravidez. Verificou-se que quanto maior o ganho ponderal, maior a taxa de cesarianas, menor o número de partos eutócicos e maior o peso dos recém-nascidos (RN) (p<0,05). Nas grávidas com GPG excessivo verificaram-se 11,5% de RN macrossómicos. As grávidas com GPG excessivo têm um risco 2,8 vezes maior de um RN macrossómico (>4000g) (OR=2,791; p<0,001) e 1,5 vezes maior de ter um parto por cesariana (OR=1,486; p=0,009). A obesidade prévia aumenta o risco em 3,6 vezes de macrossomia (OR=3,638; p<0,001) e em 1,5 vezes de parto por cesariana (OR=1,501; p=0,007). Em relação à morbilidade dos RN e internamentos na UCIN, verificou-se que o único factor com significado estatístico foi a obe-sidade prévia: aumenta em 1,5 vezes o risco de morbilidades no RN (OR=1,561; p=0,037) e em 2 vezes o risco de necessidade de interna-mento na UCIN (OR=2,044; p=0,021). Observou-se que um GPG insu-ficiente (versus GPG recomendado) nas obesas está estatisticamente associado a menor taxa de RN macrossómicos (0% vs 9,6%) (p=0,004) e menor taxa de cesarianas (32,9% vs 43,9%), não se verificando as-sociação com outras complicações maternas ou do RN.Conclusões: Nas grávidas com DG, a obesidade prévia e o GPG exces-sivo estão associadas com maior risco de macrossomia e maior taxa de cesarianas. Nas obesas, um GPG abaixo do recomendado revelou ser benéfico na redução da macrossomia e da taxa de cesarianas sem agravamento da morbilidade, quer materna, quer neonatal.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 21-24 Comunicações Orais (Sessão 2)

Sessão 2.5.- Oral - Clínica

A rEAlIDADE DAS gráVIDAS COM DIABETES gESTACIO-NAl DUrANTE UM PEríODO DE 20 ANOS NUM CENTrO DE rEFErêNCIA

Pereira M. T.1, Pires V.2, Garrido S.3, Ferreira M.3, Caldas A. R.3, Vilaverde J.3, Pichel F.4, Gonçalves J.5, Pinto C.5, Dores J.3

1- Hospital de Santo António - Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto2- Serviço de Medicina Interna, Unidade de Vila Real, Centro Hospitalar de Trás-

os-Montes e Alto Douro, Medicina Interna, Vila Real3- Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Unidade Hospital de

Santo António, Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto4- Serviço de Nutrição, Centro Hospitalar do Porto, Nutrição, Porto5- Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Cen-

tro Hospitalar do Porto, Ginecologia / Obstetrícia, Porto

Introdução: Assiste-se, nos últimos anos, a um aumento da prevalên-cia da obesidade e da diabetes gestacional (DG). A existência de uma relação linear entre os valores de glicemia materna e as morbilidades materna e perinatal está bem estabelecida na literatura. Objetivos: Determinar a evolução das características maternas e re-sultados perinatais das grávidas com diagnóstico de DG realizado en-tre 1992 e 2012. Métodos: Estudo retrospetivo realizado através da consulta de pro-cessos clínicos de mulheres com diagnóstico de DG, no Centro Hos-pitalar do Porto. Avaliação das características maternas, evolução da gravidez e resultados perinatais com análise comparativa entre cinco grupos temporais (1992-1996; 1997-2001; 2002-2006; 2007-2010; 2011-2012). Análise estatística realizada no programa SPSS 20.0, recor-rendo a testes estatísticos adequados. resultados: A amostra incluiu um total de 1781 mulheres com DG. O quadro mostra a comparação do perfil evolutivo dos resultados ma-terno-fetais até 2010 com os critérios antigos, em relação às grávidas com o diagnóstico de DG com os novos critérios.

Conclusões: Aumento progressivo e constante do número de grávi-das com DG na consulta. Observação mais precoce, redução do ganho ponderal e aumento da taxa de insulinização nas grávidas com DG com os novos critérios. Redução gradual da taxa de cesarianas. Estabi-lização da taxa de macrossomias e hipoglicemias neonatais. Aumento progressivo da percentagem de puérperas que fazem prova de reclas-sificação.

Sessão 2.6.- Oral - Clínica

NúMErO DE AlTErAçõES glICÉMICAS NA PTgO NO DIAg-NÓSTICO DE DIABETES gESTACIONAl E A SUA ASSOCIA-çãO COM A MOrBIlIDADE MATErNOFETAl – rESUlTA-DOS DA POPUlAçãO POrTUgUESA EM 2011

Fernandes V.1, Santos M. J.1, Pereira M. L.2, Marques O.1

1- Serviço Endocrinologia, Hospital de Braga2- Grupo de Estudo da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabe-

tologia e Serviço de Endocrinologia do Hospital de Braga, Braga

Introdução: Os critérios de diagnóstico de Diabetes Gestacional (DG) estabelecem que apenas um valor glicémico alterado na prova de tolerância oral à glicose (PTGO) é diagnóstico. Todavia, é questionável se o risco de complicações maternofetais é independente do número de alterações na PTGO.Objectivos: Avaliar a associação entre o número de alterações na PTGO e os outcomes maternofetais e analisar no grupo com apenas uma alteração na PTGO, qual o tempo (0, 60 ou 120min) com maior impacto na morbilidade maternofetal.Métodos: Estudo multicêntrico, retrospectivo e analítico das mulhe-res diagnosticadas com DG, nos centros portugueses do Grupo de Es tudos de Diabetes e Gravidez, no ano de 2011. Usaram-se os crité-rios de diagnóstico da International Association of Diabetes and Preg-nancy Study Groups. Excluíram-se gravidezes gemelares e casos sem informação das provas diagnósticas.resultados: Das 1573 grávidas com registo dos valores glicémicos di-agnósticos, 1026 (65.2%) apresentaram alterações na PTGO. A idade média destas grávidas foi de 33.1±5.2, variando entre 17 e 46 anos. As grávidas com os 3 valores da PTGO alterados eram mais obesas (1 valor:21.7% vs 2 valores:26.7% vs 3 valores:48.2%, p<0.001), foram mais insulinizadas (29.2% vs 37.3% vs 53.8%, p<0.001) e apresenta-ram pior controlo glicémico (HbA1c 5.3±0.4 vs 5.3±0.4 vs 5.7±0.4, p<0.001). Verificou-se ainda maior prevalência de recém-nascidos (RN) grandes para a idade gestacional (GIG) (6.6% vs 10.2% vs 17.2%, p<0.001) e na reavaliação pós-parto uma menor proporção ficou nor-moglicémica (90.5% vs 84.3% vs 72.7%, p=0.003). Das mulheres com apenas um valor da PTGO alterado (n=634), o grupo com alteração aos 0min manifestou maior prevalência de obesidade (0min:36.6% vs 60min:25.6% vs 120min:12.7%, p<0.001), maior insulinização (45.1% vs 24.4% vs 26.8%, p<0,001) e pior controlo glicémico (HbA1c 5.4±0.4 vs 5.3±0.4 vs 5.2±0.4, p=0.001). Porém, uma elevada proporção destas mulheres permaneceu normoglicémica na reclassificação (93.2% vs 94.1% vs 86.3%, p=0.038). Embora sem significância estatística, estas grávidas tiveram um maior número de RN GIG (10.2% vs 5.6% vs 5.9%, p=0.244).Conclusão: Neste estudo, demonstrou-se que grávidas com DG diag-nosticada com alterações nos 3 valores da PTGO revelaram maior risco associado de RN GIG e de permanecerem com alterações no metabo-lismo glicémico após o parto. Já nas grávidas com apenas uma alte-ração na PTGO, parecem corresponder a grupo de maior risco, aquelas com alterações aos 0min. Assim, estes dois grupos devem ser alvo de especial atenção no sentido de iniciação terapêutica precoce e di-minuição de outcomes indesejáveis.

1992-1996

1997-2001

2002-2006

2007-2010

p2011-2012

p

nIdade*IMC pré-conceção*Semana 1ªconsulta**Ganho ponderal*Gráv insulinotratadas†Cesarianas†Macrossómicos†Hipoglicemias RN†Puérperas com prova de reclassificação†

190 32,3±5,2 27,2±5,3 29,6±7,3 9,8±6,1 21,6 46,8 11,1 4,7 33,7

391 32,5±5,2 25,8±4,5 30,2±6,3 10,3±5,2 34,0 38,6 3,8 0,0

52,7

39932,9±4,826,0±5,029,6±6,411,8±5,229,848,91,80,3

56,4

48432,5±5,126,0±5,230,8±5,512,3±5,831,042,44,31,4

61,4

0,5860,0360,059<0,0010,0230,023<0,001<0,001

<0,001

31732,9±5,327,5±5,826,0±6,510,4±5,547,031,95,01,3

62,5

0,556<0,001<0,001<0,001<0,001<0,001<0,001<0,001

<0,001

*Média±desvio-padrão - One way-ANOVA; **Média±desvio-padrão - Kruskal wallis; †% - Qui-quadrado.n: número total; IMC: índice de massa corporal; RN: recém-nascido. Considerado valor de p<0,05 estatisti-camente significativo.

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COMUNICAÇÕES ORAIS (Sessão 3)Sexta-Feira, 7 de Março de 2014

(13h45 - 14h45)

SALA NEPTUNO(Sessão 3.1. a 3.6.)

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 25-28 Comunicações Orais (Sessão 3)

Sessão 3.1.- Oral - Clínica

ACIDOSE láCTICA ASSOCIADA A METFOrMINA: UM ES-TUDO rETrOSPECTIVO

Figueiredo A.1, Santos J. C.1, Matos A. F.1, Rosário V. 1, Esteves M. C. 1, Siopa L. 1

1- Hospital Distrital de Santarém, Medicina Interna, Santarém

Introdução: A metformina é amplamente utilizada no tratamento da diabetes mellitus, até ao máximo de 3g/dia. A acidose láctica como reação adversa da metformina, relaciona-se com a dose usada e con-dições patológicas que predisponham para hiperlactacidémia; carac-teriza-se pela elevação dos níveis séricos de lactatos, diminuição de HCO3

- e compensação com diminuição de PaCO2.Objetivos: Avaliar uma amostra de doentes com o diagnóstico de acidose láctica associada à metformina analisando a incidência, fun-ção renal, gravidade da acidose, admissão em unidade de cuidados intensivos (UCI) e unidade médico cirúrgica (UMC), hemodiálise, taxa de reinternamento e mortalidade.Material e Métodos: Realizou-se um estudo retrospetivo, revendo os processos clínicos dos doentes admitidos no Serviço de Medicina IV e na UCI do Hospital Distrital de Santarém, com o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 2 sob terapêutica com metformina, que apre-sentassem acidose láctica e insuficiência renal associada, no ano de 2013. Avaliou-se a idade, género, dose de metformina, hemoglobina glicada, creatinina basal e à admissão, valores da gasimetria à admis-são (pH, lactatos, HCO3

- e anion gap), dias de internamento, admissão na UCI ou UMC, reinternamento e mortalidade.Conclusão: Em 2013, foram internados 28 (0,65%) doentes com aci-dose láctica associada à metformina, 14 (50%) doentes do sexo femini-no e 14 (50%) do sexo masculino, com idade média de 76 anos. A dose diária média de metformina era 1,4 g/dia. O valor de hemoglobina glicada médio era de 8,52%. A creatinina basal média era de 1 mg/dL, enquanto à admissão a creatinina média foi de 4,4 mg/dL. Sete (25%) doentes realizaram diálise. Na gasimetria arterial da admissão obti-veram-se as seguintes médias: pH 7,189; lactatos 9,5 mmol/L; HCO3

- 13,9 mmol/L e anion gap 21,2 mmol/L. A duração média de interna-mento foi de 8,3 dias. Existiram 2 (7%) reinternamentos pelo mesmo motivo, que não seguiram a indicação de suspender metformina após a alta. Houve necessidade de internamento de 7 (25%) casos na UCI e de 5 (17,9%) casos na UMC. Faleceram 9 doentes, calculando uma taxa de mortalidade de 32,1%.A acidose láctica associada à metformina, apesar de não ser uma causa frequente de internamento apresenta elevada taxa de mortalidade. No geral, na admissão observa-se acidose láctica grave e insuficiência renal acentuada, apesar da dose média de metformina diária não ser muito elevada, necessitando muitas vezes de internamento em uni-dades mais diferenciadas. É fundamental a utilização regrada de met-formina, especialmente no doente idoso e/ou quando há patologia concomitante que predisponha à acidose láctica.

Sessão 3.2.- Oral - Clínica

CIrCUITO DE ATENDIMENTO – UMA NOVA FOrMA DE ACOlHEr

Paiva A. C.1, Afonso M. J.2, Ribeiro R. T.3, Serrabulho L.1, Susano J.4, Raposo J.F.5

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Nu-trição, Lisboa

3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC)/ FCM-UNL/CEDOC, Lisboa

4- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Lis-boa

5- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: A APDP introduziu em fevereiro de 2013 um novo pro-grama de educação que abrange de forma integrada uma ampla gama de cuidados para a autogestão da diabetes. Destina-se a pes-soas com diabetes tipo 2 que recorrem pela primeira vez à APDP. Objetivo: É um programa de cuidados centrados na pessoa conce-bido para aumentar a autonomia, promover uma melhor adesão ao tratamento, e assim, um melhor controlo metabólico. Pretendemos perceber a viabilidade prática do programa e a adesão das pessoas. Método: O programa de acolhimento decorre durante três meses, e é constituído por três sessões de educação em grupo, antes da consulta individual de diabetologia. As sessões são orientadas por facilitado-res da equipa multidisciplinar da APDP, utilizando uma ferramenta de educação aprovada pela IDF, que proporciona uma experiência inte-rativa de aprendizagem verbal e visual, permitindo o envolvimento dos grupos num debate aberto e significativo sobre as suas vivências com a diabetes. A primeira sessão ajuda a pessoa a uma reflexão sobre o seu papel na auto-gestão da doença , a segunda aborda conceitos gerais de alimentação saudável, e a última é uma sessão de atividade física. As pessoas incluídas foram selecionadas com base na sua idade (60-80 anos) e HbA1c <10 %. resultados: Para a presente análise foram incluídas 231 pessoas, com média de idades de 67,5 ± 1,7 anos, média inicial de HbA1c 8,4 ± 0,1 % e de IMC 30 ± 0,19 kg/m2. Do total de participantes, 25 (10,8%) partici-param apenas na sessão inicial, 169 (73,1%) participaram na primeira e segunda sessão e 37 (16,0%) completaram as três sessões. Não se observaram alterações consistentes em termos de IMC entre os vários grupos. Em termos de HbA1c observou-se uma tendência de decrés-cimo diretamente relacionada com o número de sessões frequentadas (V1 ∆ -0,27 % ±0,2; V1-2 ∆-0,59 %±0,4; V1-3 ∆-0,85 %±0,7). Conclusão: É facto conhecido que a utilização de métodos ativos é uma ferramenta fundamental na educação em grupo. A redução con-sistente da HbA1c obtida de forma independente da perda de peso, realça o impacto da partilha de soluções entre os pares, melhorando a aceitação da diabetes, o bem-estar e o desenvolvimento de autono-mia com a educação para uma autogestão. O elevado abandono an-tes da sessão de atividade física sugere-nos considerar alterações na implementação do programa, incentivando a participação das pes-soas.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 25-28Comunicações Orais (Sessão 3)

Sessão 3.3.- Oral - Clínica

INSUlINOrrESISTêNCIA E COMPOSIçãO COrPOrAl EM DOENTES COM INFECçãO VIH SOB TErAPêUTICA ANTI-rETrOVírICA AO lONgO DE 2 ANOS

Oliveira J.1, Lau E.1, Santos A. C.2, Serrão R.3, Pereira J.3, Sarmento A.3, Carvalho D.1, Freitas P.1

1- Centro Hospitalar São João/Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Endocrinologia, Porto

2- Departamento de Epidemiologia Clínica e Medicina Preditiva e Saúde Pública da Universidade do Porto, Instituto de Saúde Pública da Univ. Porto

3- Centro Hospitalar São João/Faculdade de Medicina da Universidade do Por-to, Porto

Introdução: A infecção pelo VIH e o tratamento anti-retrovírico (TAR) têm sido associados a insulinorresistência (IR) e alterações na com-posição corporal.Objectivos: Avaliar a evolução dos índices de insulinorresistência e da composição corporal em doentes com infecção VIH-1 sob TAR ao longo de 3 anos.Métodos: Avaliação do HOMA-IR e HOMA-B e da composição corpo-ral por DEXA [massa gorda total, membros superiores (MS), membros inferiores (MI), tronco e massa não gorda total (MNG)] em doentes com infecção VIH-1 sob TAR. A lipodistrofia foi definida pela clínica (LC) e por DEXA pela “razão massa gorda tronco/membros” [(RMGTM) >1,961 nos homens e >1,329 nas mulheres].resultados: Avaliámos uma amostra de 400 doentes com infecção VIH sob TAR, com uma média de idades de 45,78 (11,51) anos, sendo 67,3% (269) do sexo masculino. A mediana de duração da infecção foi de 8,0 (IIQ: 6,0) anos e a duração da TAR de 7,0 (IIQ:7,00) anos. 85,7 % tinha supressão da carga vírica e a mediana de CD4+ foi de 476,5 (IIQ:364,0). Destes, 57,9% ti nham lipodistrofia clínica e 41,3% lipodistrofia definida pela RMGTM. Ao longo dos três anos, no total da amostra, verificou-se um aumento do HOMA-B no primeiro ano e uma diminuição no segundo ano; aumento da massa gorda total, MS e tronco; e diminuição da MNG (tabela 1). Naqueles sem lipodistrofia (definida pela clínica ou RMGT) não se verificaram diferenças na massa gorda, HOMA-IR e HOMA-ß, ha vendo uma diminuição da MNG ao longo dos 3 anos. Naqueles com lipodistrofia clínica verificou-se au-mento da massa gorda total e nos segmentos avaliados, sem diferen-ças no HOMA-IR e HOMA-B; e diminuição da MNG. Naqueles com lipodistrofia definida pela RMGTM, verificou-se aumento da massa gorda nos membros, sem diferenças nos outros segmentos avaliados, no HOMA-IR e HOMA-B. Nestes observou-se diminuição da MNG ao longo do tempo (tabelas 2 e 3).Conclusão: Ao longo dos três anos, apesar do aumento da massa gor-da, não se verificaram alterações no HOMA-IR, tendo-se observado aumento do HOMA-B apenas no primeiro ano.

Sessão 3.4.- Oral - Clínica

INTErNAMENTO POr PÉ DIABÉTICO E INFECçãO: UMA COMPlICAçãO grAVE DA DIABETES MellituS

Saraiva J.1, Oliveira P.1, Rodrigues D.1, Paiva I.1, Moreno C.1, Guelho D.1, Cardoso L.1, Vicente N.1, Gomes L.1, Carrilho F.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Serviço de Endocrinologia, Dia-betes e Metabolismo, Endocrinologia, Coimbra

Introdução: As complicações do pé são um dos problemas mais graves e dispendiosos da diabetes mellitus. Este trabalho teve como objectivo caracterizar os internamentos por pé diabético durante 2012 no Serviço de Endocrinologia dos HUC-CHUC, EPE e determinar fac-tores associados a amputação.Material e Métodos: Análise retrospectiva dos processos de 43 doentes utilizando o programa estatístico SPSS 20.0.resultados: Foram realizados 59 internamentos por pé diabético (43 doentes), 69,5% homens, idade média 61,2±13anos. A maioria (84,4%) diabéticos tipo 2, todos com uma longa duração da doença (20,7±11,1anos) e elevada prevalência de complicações microvascu-lares (83,3% neuropatia, 74,1% retinopatia, 44,4% nefropatia) e ma-crovasculares (doença arterial periférica em 75,4%). Antecedentes de úlcera em 50% e amputação prévia em 30,5%. A1C média 8,3±1,9%, a maioria (76,3%) sob insulinoterapia. Na admissão, 86,5% apresentava infecção moderada a grave (PEDIS 3 e 4), associada a osteomie lite em 37,3%. Classificação do pé: neuroisquémico em 71,2% e neuropático em 28,8%. Analiticamente: leucócitos 10,9x109±4,1x109L e PCR mé-dia 9,5±8,8mg/dL (<0,5). S. aureus foi isolado em 35,5% (MRSA em metade), E. faecalis em 22,6%. Todos fizeram antibioterapia endove-nosa de largo espectro (≥2 antibióticos em 55,9%), duração média 10±8dias. 45,8% submetidos a amputação (66,7% minor). Duração média de internamento 16,5±10,2dias. Seis doentes (13,9%) reinterna-dos pela mesma lesão. Verificou-se correlação positiva entre a neces-sidade de amputação e a duração do internamento (rho 0,3; p=0,021), PCR (rho 0,6; p<0,001) e leucócitos (rho 0,5; p<0,001). A maioria dos doentes com osteomielite foi submetida a amputação (p<0,001). Doen-tes submetidos a amputação major apresentavam mais frequentemen-te antecedentes de úlcera (OR 1,4; IC95: 0,28-7,13), nefropatia (OR 4,5; IC 0,7-28,8), retinopatia (OR 2,7: IC95:0,3-28,4), hemodiálise (OR 1,4; IC95 0,2-10,6) e doença arterial periférica (OR 1,4; IC95 0,4-5,2).Conclusão: Nesta unidade são internados doentes diabéticos com in fecções severas, quase sempre com repercussão sistémica e com ele vada prevalência de complicações micro e macrovasculares. A per-centagem de amputações foi considerável, mas correspondeu prin-cipalmente a procedimentos minor, o que é de salientar atendendo à gravidade do quadro apresentado pela maioria dos doentes, bem como aos antecedentes prévios de amputação.

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Comunicações Orais (Sessão 3)Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 25-28

Sessão 3.5.- Oral - Investigação

SISTEMA DE INFUSãO CONTíNUA SUBCUTâNEA DE IN-SUlINA (SICSI) NO TrATAMENTO DA DIABETES Melli-tuS TIPO 1

Martins J. M.1, Martins A. F.1, Vale S.1, Gomes A. R.1

1- Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: O Sistema de Infusão Contínua Subcutânea de Insulina (SICSI) constitui a modalidade terapêutica médica mais recente da Dia betes Mellitus (DM). Razões económicas limitam a sua utilização aos doentes com DM1. O sistema tem indicações específicas, vanta-gens e inconvenientes particulares. Doentes e Métodos: Comparámos os doentes a utilizarem o SICSCI em relação a outros doentes com DM1 que cumprem regimes inten-sivos de insulinoterapia (IR). A base de dados DMHSM.DBF que inclui dados do registo clinico dos doentes diabéticos assistidos na Consul-ta Externa de um hospital público central foi utilizada para obter os dados relevantes. Utilizou-se o programa SPSS/IBM versão 19 para a análise estatística. resultados: 120 doentes com DM1 foram estudados: 27 (23%) sob SICSCI e 78 (65%) sob IR. Não houve diferenças estatisticamente sig-nificativas entre os 2 grupos em relação à idade (36±10 anos), duração da doença (22±11anos), Índice de Massa Corporal Inicial (23.3±2.9 kg/m2), HbA1c (9.2±2.0%) ou na frequência de Hipertensão Arterial (27%), dislipidemia (11%), Retinopatia (46%) ou Nefropatia (26%). A terapêutica com SICSCI foi escolhida para obter um melhor controlo metabólico (100%), para reduzir a frequência e gravidade das hipo-glicemias (15%), para aumentar a autonomia (78%), por impossibili-da de de conseguir um controlo metabólico aceitável (33%) e por pla-neamento de gravidez (22%). 19% apresentavam previamente um controlo metabólico bom ou razoável (HbA1≤8%) enquanto que 59% tinham um controlo metabólico mau (HbA1≤12%) e 22% muito mau (HbA1c>12%). 11% abandonaram a consulta e 19% abandonaram o pro grama. Todos os outros doentes permanecem no programa, valo-rizando-o muito positivamente. Este grupo de doentes é seguido em média há 3.0±2.4 anos [0,25-8 anos]. Globalmente a dose média basal de insulina é de 33.2±10.9U [10.5-63], correspondendo a 0.49±0.15U/Kg [0.14-0.71] do peso do doente, e a dose nocturna (0-8h) correspon-de a 0.27±0.1U [0.19 – 0.37] da dose total. Globalmente a HbA1 di-minuiu de 9.9±3.1 para 9.2±2.0% (p<0.15) atingindo valores idênticos aos dos doentes com IR. O controlo metabólico melhorou em 63%. Discussão: Os critérios de selecção para terapêutica com SICSCI são mais ou menos consensuais. No grupo em análise foram aceites doen-tes “difíceis”, em que tinha sido impossível até então obter um con-trolo metabólico minimamente aceitável. Este facto explica em parte a percentagem relativamente elevada de abandonos e os valores per-sistentemente elevados da HbA1c. No entanto explica também a dife-rença absoluta obtida em média: 0.7%. Outros aspectos, para além da melhoria do controlo metabólico são igualmente relevante para a selecção desta nova modalidade terapêutica.

Sessão 3.6.- Oral - Investigação

DIABETES MellituS E DOENçA rENAl CrÓNICA – DUAS DÉCADAS NUMA CONSUlTA DE DIABETES E TrANSPlAN-TAçãO

Dantas r.1, Bastos M.2, Baptista C.2, Alves R.3, Roseiro A.4, Bastos C.4, Simões-Pereira J.5, Cardoso L. M.2, Guimarães J.1, Mota A.4, Carrilho F.2

1- Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Nutrição, Centro Hospitalar do Baixo Vouga, EPE, unidade de Aveiro, Endocrinologia, Aveiro

2- Serviço de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo, Centro Hospitalar e Univer-sitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Endocrinologia, Coimbra

3- Serviço de Nefrologia e Diálise,Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Nefrologia, Coimbra

4- Serviço de Urologia e Transplantação, Centro Hospitalar e Universitário de Coim bra, HUC-CHUC, EPE, Coimbra

5- Serviço de Endocrinologia, Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A diabetes (DM) é uma das principais causas de doença renal crónica (DRT), e o transplante renal o melhor tratamento de subs tituição. A avaliação pré-transplantação dos doentes diabéticos permite seleccio-nar melhor os candidatos.Objetivo: Avaliar as características de diabéticos admitidos à consulta de Diabetes e Pré-Transplantação (Jan/1992-Dez/2011). Comparar os resulta-dos da 1ª década (D1: Jan/1992-Dez/2001), com os da segunda (D2:Jan/ 2002-Dez/2011).Material e Métodos: Estudo retrospetivo de 108 diabéticos. Subdivisão em 4 grupos: Diabetes tipo 1 na 1ª década (DM1/D1) e na 2ª dé cada (DM1/D2); Diabetes tipo 2 na 1ª década (DM2/D1) e na 2ª dé cada (DM2/D2). Estatística SPSS 20.0. resultados: Avaliados 108 de 415 doentes (11 F,97 M). Com DM1 11 doen-tes, 6 DM1/D1 e 5 DM1/D2. A idade e IMC eram superiores em D2 (55,4±9,4 vs 49,5±11,1A e 26,6±1,7 vs 23,8±3,8 kg/m2). Idade de diagnóstico da DM: D1-33,7±3,8A; D2-31,8±16,1A. Duração da DM: D1-15,8±9,6A; D2-24,6± 10,9A. Na D1 apresentavam retinopatia 83,4%, neuropatia 66,7%, doença vascular periférica (DVP) 33,3%, amputação 16,7%, doença cardíaca isqué-mica (DCI) 16,7% e cerebrovascular (DCV) 33,3%. Na D2 apresentavam retinopatia 80%, amaurose 20%, neuropatia 40%, DVP 20% e DCI 40%. Em D2 existiam mais hipertensos (100 vs 66,7%) e dislipidémicos (40 vs 16,7%). A1c: D1-7,9±0,7%; D2-6,9±1,8%. Foram transplantados 66,7% doen tes de D1 (p=0,02), após uma espera média de 2,5±1,5A. Na DM2 avaliados 93 doentes, D1 (n=40) e D2 (n=53). Em D2, a idade média era superior (60,5±7,4 vs 56,6±7,8A, p=0,015) tal como o IMC (D1:27,3±4,2 vs D2-27,6±3,9kg/m2). Idade ao diagnóstico da DM2: D1-41,8±8,9A; D2-43,5±8,4A. Duração da DM2: D1-15,1±7,4A; D2-16,7±8,9A. Na D1, apre-sentavam retinopatia 67,5%, amaurose 7,5%, neuropatia 27,5%, DVP 20%, amputação 10%, DCI 20%, DCV 7,5% e HTA 85%. Em D2, apresentavam retinopatia 73,6%, amaurose 17%, neuropatia 39,6%, DVP 22,6%, amputa-ção 13,2%, DCI 18,9%, DCV 15,1% e HTA 86,8%. Em D2, maior nº de dislipi-démicos (41,5 vs 17,5%, p=0,013). Em D1, 62,5% sob insulina, 25% só com terapêutica médica nutricional (TMN) e 12,5% sob ADO’s. Em D2, 74,7% sob insulina, 20,8% sob TMN, 5,7% sob ADO´s e 1,9% sob ADO’s+ insulina. A1c: D1-7,4±1,9%; D2-7,2±1,4%. Foram transplantados mais doentes em D1 (37,5 vs 18,9%, p=0,045). Tempo espera: D1-0,93±2,7A e D2-2±2A.Conclusões: Nos doentes admitidos à consulta na 2ª década veri fi ca-se, quer na DM1 quer na DM2, tendência para doentes mais idosos, com maior duração de diabetes e mais complicações. Foram consi derados co-mo tendo contra-indicação definitiva para transplante renal 27,3%(n=3) dos DM1 e 52,7% dos DM2(n=49).

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COMUNICAÇÕES ORAIS (Sessão 4)Sábado, 8 de Março de 2014

(11h45 - 12h45)

SALA FÉNIX I e II(Sessão 4.1. a 4.6.)

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Comunicações Orais (Sessão 4)Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 29-32

Sessão 4.1.- Oral - Clínica

VAlIDAçãO DE MODElO PrEDITIVO PArA OPTIMIzAr A IDENTIFICAçãO DOS UTENTES COM DIABETES E úlCE-rA PODOlÓgICA ATIVA QUE BENEFICIArãO DE OXIgE-NOTErAPIA HIPErBárICA

Martins-Mendes D.1, Monteiro-Soares M.2, Fernandes T.3, Camacho Ó.3, Ribeiro M.4, Oliveira M. J.4, Lima J.5, Soares R.6

1- Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE, Medicina Interna, Es-pinho

2- FCT/FMUP, Podologia, Porto3- ULSM, Matosinhos4- CHVNG/E, EPE, Endocrinologia, Vila Nova de Gaia5- IPATIMUP, Porto6- FMUP, Porto

Introdução: A evidência disponível aponta para uma redução do risco de amputação major por úlceras no pé do diabético (UPD) com Oxige-noterapia Hiberbárica (OHB). Contudo, é essencial detecção optimiza-da dos indivíduos que irão beneficiar. Objectivos: Validar um modelo preditivo (MP) desenvolvido por Fife et al, em 2007, para identificar UPD que cicatrizarão após OHB. Material e Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo, incluindo todas as UPD tratadas com OHB no Hospital Pedro Hispano, em 2008-2012 [n= 40, 70% ♂, média de idade 61 anos (±11), duração de diabetes 20 anos (±10) e A1c 8% (±2), 90% com diabetes tipo 2 e 72% insulinotratados]. Foram colhidas variáveis relativas à caracterização dos utentes e as incluídas no MP. Os participantes foram seguidos até cicatrização completa ou 3 meses após o fim da OHB. resultados: No final do follow-up, 7 (18%) sujeitos necessitaram de amputação podológica e 11 (28%) mantiveram as UPD não cicatriza-das. No momento de inclusão, a área mediana das UPD era 7 cm2 (1-32), com duração de 4 meses (1-36), índice tornozelo-braço (ITB) do pé afetado 0.7 (0.3-1.4), tabagismo [em unidades maço-ano (UMA)] 21 (0-90) e número total de sessões de OHB 60 (3-145). Não foi possível colher o valor da pressão transcutânea em 19 sujeitos, apresentando, nos restantes, uma mediana de 27 (1-75). Em 48% dos casos a UPD era pós-amputação minor, 62% foram classificadas como grau IV e V na classificação modificada de Wagner, 92% estavam infetadas e 77% eram isquémicas. Cerca de 70% dos sujeitos completaram o ciclo de OHB prescrito. Os valores do ITB e UMA, género, presença de doença cardíaca, número de pulsos e conclusão da totalidade do ciclo de trata-mento prescrito influenciaram a probabilidade de cicatrização (p<0.05). O modelo preditivo apresentou: sensibilidade 87.5% [intervalo de con-fiança (IC) a 95% 64.6-100.0], especificidade 53.9% (IC 95% 26.8-81.0), likelihood ratio (LR) positivo 1.90 (IC 95% 0.99-3.60), LR negativo 0.23 (IC 95% 0.04-1.55), valor preditivo positivo 53.9% (IC 95% 26.8-81.0) e negativo 87.5% (IC 95% 64.6-100.0) e área sob a curva ROC 0.66 (IC 95% 0.43-0.90). Conclusão: Este é o primeiro estudo a validar externamente um mo-delo derivado para a predição do outcome de UPD tratadas com OHB. As medidas de validade diagnóstica apresentadas foram moderadas. Todavia, este estudo e o MP apresentam diversas limitações tornando necessário um estudo prospectivo com tamanho amostral superior para refinação do MP.

Sessão 4.2.- Oral - Clínica

rASTrEIO DE rETINOPATIA DIABÉTICA NA APDP: UM ES-TUDO OBSErVACIONAl

Correia I. M.1, Serrabulho L.1, Genro V.2, Raposo J. F.3

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Of-talmologia, Lisboa

3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC) , En-docrinologia, Lisboa

Introdução: Nos países desenvolvidos a retinopatia diabética é a com-plicação microvascular mais frequente da diabetes e a principal causa de diminuição da acuidade visual e cegueira não traumática nas pes-soas em idade ativa. A prevenção através do controlo dos factores de risco e da aplicação de programas de rastreio permite uma menor perda da acuidade visual, uma diminuição do número de casos de ce-gueira e uma diminuição dos gastos dos sistemas de saúdeObjetivo: Avaliar o projeto de triagem de retinopatia diabética através da realização de retinografias obtidas por camara não midriática. Material e Métodos: Através de um protocolo celebrado com a ARS de Lisboa e Vale do Tejo entre 2011 e 2013 foram selecionados pelos médicos da MGF e convocados para rastreio de retinopatia diabética 45821 adultos de 48 unidades de saúde. A cada pessoa foram feitas 4 retinografias através de um retinografo não midriático, num total de 183283 imagens. Todas foram realizadas por optometristas treinados. Os dados foram registados numa base de dados informática e as ima-gens foram transferidas para a APDP, onde foram analisadas e relata-das por dois oftalmologistas. O registo obedeceu às recomendações da Circular Normativa da Direção Geral da Saúde. resultados: Do número total de avaliações realizadas, diagnosticar-am-se 11153 pessoas (24,3%) com algum tipo de retinopatia. Destas 1730 (3,8%) já tinham sido sujeitas a tratamentos de fotocoagulação por laser e 805 (1,8%) apresentavam maculopatia. Das pessoas ras-treada foram encaminhadas para a consulta de oftalmologia da APDP 2291 (5%), para a consulta do hospital da área 3009 (6,6%) e a 40516 (88,4%) foi proposto realizarem rastreio no ano seguinte. Das 2291 pessoas encaminhadas para a instituição, 410 (17,9%) foram submeti-das a cirurgia de catarata, 15 (0,7%) sujeitas a cirurgia de vitrectomia , 99 (4,3%) fizeram injecções intravitreas e 407 (17,8%) realizaram trata-mentos de fotocoagulação por laser.Conclusão: O rastreio da retinopatia diabetica através da realização de retinografia não midriatica diagnosticou 11,6% de pessoas com algum grau de retinopatia a necessitar de observação e tratamento posterior. 88,4% não apresentaram diabetes ocular ou graus ligeiros de retinopatia, evitando o encaminhamento antecipado para a con-sulta de oftalmologia Com base nos resultados apresentados podem-os concluir que este programa de rastreio da retinopatia tem sido útil, quer para o adequado encaminhamento das pessoas e seu tratamen-to quer na otimização dos recursos de saúde da região.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 29-32Comunicações Orais (Sessão 4)

Sessão 4.3.- Oral - Clínica

rElAçãO ENTrE DOENçA PErIODONTAl E DIABETES Mel lituS TIPO 2

Silva J. N.1, Correia D.2, Marcelino M.1, Lopes A. F.1, Fernandes N.2, Fer-reira A.2, Troles T.2, Domingues A.3, Passos D.1, Lopes L.1, Luís H.4, Silva N.2, Mendes J.2, Jácome de Castro J.1

1- Hospital das Forças Armadas, Endocrinologia, Lisboa2- Hospital das Forças Armadas, Lisboa3- Hospital das Forças Armadas, Nutrição, Lisboa4- Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, Lisboa

Introdução: A doença periodontal (DP) é uma doença crónica infla-matória, caracterizada pela destruição dos tecidos de suporte do den te, podendo originar a sua perda prematura. A Diabetes Mellitus (DM) é um fator de risco major da DP, sendo que pacientes com DM tipo 2 (DM2) apresentam uma susceptibilidade 3x maior de desenvolver a doença. Não existem dados portugueses sobre a prevalência da DP nestes doentes, no entanto a literatura mostra valores de 17,5% nos EUA e 86% na Índia.Objetivo: Avaliar a prevalência da DP numa população diabética por-tuguesa e relacionar a sua severidade com o controlo metabólico em doentes DM2.Métodos: Ensaio clínico controlado, randomizado em pacientes com DM2. Os doentes foram avaliados por um Endocrinologista e por um Médico Dentista no mesmo dia, foram medidos parâmetros biomé-tricos e realizadas análises de sangue para HbA1c, HDL, LDL, trigli-ce rídeos, microalbuminúria e glicose. Os parâmetros clínicos pe rio-dontais foram medidos por uma sonda periodontal computadori zada. A DP foi classificada de acordo com a perda de inserção clínica (CAL): inicial (CAL 1-2mm), moderada (3-4mm) e severa (≥5mm). As va riáveis foram analisadas pelo teste qui-quadrado e regressão multivariada com nível de significância de 5%.resultados: Foram observados 90 indivíduos (77,8% do sexo mas-culino), com idade média de 64,3 anos (±9,95), IMC de 29,1 kg/m2

(±4,42), perímetro da cintura de 103,4 cm, HbA1c de 6,69 % (±0,95), duração da DM2 em média de 11,3 anos (±8,66) e 84% apresentavam dislipidemia. Os doentes tinham em média 21,4 dentes (±7,1), 98,1 % com hemorragia à sondagem, 11,1 % apresentavam supuração e 100 % placa bacteriana. A CAL variou de 0 a 11 mm sendo que 98 % dos doentes apresentavam DP: 55 % inicial, 30 % moderada e 15 % grave. Encontramos uma associação entre o controlo metabólico (HbA1c) e a gravidade da DP (p<0,001), mas não com a duração de DM2 (p=0,415). A partir da análise multivariada, verificou-se que independentemente do controlo metabólico, os diabéticos tinham um maior risco de de-senvolver DP se fossem obesos (p <0,001), se apresentassem maior perímetro da cintura (p<0,001) ou se tivessem dislipidemia (p=0,025).Conclusões: Os doentes estudados com DM2 têm uma alta prevalên-cia de DP (98%), maior do que o descrito em estudos noutros países. A sua gravidade está relacionada com o controle glicémico atual. A obesidade, o perímetro da cintura elevado e Dislipidemia são fatores de risco para DP, mesmo com um bom controlo glicémico.

Sessão 4.4.- Oral - Investigação

O “OBSErVATÓrIO” DAS HIPOglICEMIAS NO SErVIçO DE UrgêNCIA DO CENTrO HOSPITAlAr DO POrTO: ANálISE DOS ANOS DE 2012 E 2013

Almeida r.1, Ferreira L.1, Garrido S. 1, Pereira T. 1, Dores J. 1

1- Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto

Introdução: A hipoglicemia é uma das principais limitações ao bom controlo da diabetes e uma preocupação crescente com a intensifi-cação da terapêutica para a prevenção das complicações crónicas da doença.Objectivos: Caracterização dos episódios/doentes admitidos no hos-pital por hipoglicemia. Metodologia: Análise retrospectiva de todos os episódios com diag-nóstico de saída de hipoglicemia ocorridos no SU geral do CHP nos anos de 2012 e 2013, selecionados da base de dados do ALERT®. Foram exluídos os episódios de hipoglicemia em doentes não diabéticos bem como hipoglicemias durante a permanência no SU por outro motivo. resultados: Foram analisados no total 315 episódios: 173 em 2012 e 142 em 2013. A taxa das admissões no SU por hipoglicemia em diabé-ticos diminuiu ligeiramente tendo sido de 0.15% em 2012 e 0.12% em 2013. As características destes episódios foram consistentes em am-bos os anos havendo respetivamente em 2012 e 2013: predomínio do sexo feminino em 60.7 e 64.8%; mediana de idades de 70 e 72 anos; 77.5 e 80.3% estavam classificados como DM tipo 2; mediana de du-ração da diabetes de 17.5 e 21.7 anos. Houve um ligeiro aumento dos episódios de hipoglicemia em doentes insulinotratados (com insulina isolada ou combinada com ADO): 67.1% e 72.5% (p=0.33); a gliben-clamida persiste em 2012 e 2013 como o ADO mais frequentemente envolvido nas hipoglicemias por secretagogos, com uma diminuição de cerca de 10%: 51.2 para 41.4%; 13.2 e 17% das hipoglicemias ocor-reram com fármacos não hipoglicemiantes. Uma parte importante dos episódios ocorreram em doentes dependentes de terceiros para as atividades de vida diária: 27.7% e 34.5%; 54.9% foram triados como “não emergentes” em ambos os anos; a glicemia média na admissão ao SU foi 102.9±66.8mg/dl e 33.1% apresentavam glicemia <70mg/dl; 62.3 e 68.9% dos episódios ocorreram no período diurno; a taxa de internamento foi de 11% em ambos os anos; a mediana do tempo de permanência no SU foi de 8h em ambos os anos. Discussão e Conclusões: Os episódios de hipoglicemia grave com ne cessidade de recurso ao SU são mais frequentes em mulheres, com DM 2 e o fármaco envolvido com maior frequência é a insulina. A gli-benclamida continua a ser o ADO mais frequentemente envolvido nos episódios de hipoglicemia por secretagogos. Em quase 2/5 dos casos, a gestão da doença não é feita pelo doente, reforçando a importância de investir na educação dos familiares e cuidadores.

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Comunicações Orais (Sessão 4)Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 29-32

Sessão 4.5.- Oral - Clínica

HIPOglICEMIA NA DIABETES TIPO 1 E TIPO 2: AVAlIA-çãO NUMA POPUlAçãO SEgUIDA EM CONSUlTA HOS-PITAlAr

Espírito Santo r.1, Gama F.1, Sabino T.1, Nunes J. S.1, Agapito A.1

1- Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo - Hospital de Curry Ca-bral, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: O reconhecimento da sintomatologia e a atuação face a um episódio de hipoglicemia (HG) são pedras basilares da educação terapêutica na diabetes mellitus (DM).Objetivos: Avaliar a frequência e gravidade de HG, segundo o tipo de diabetes (tipo 1 e tipo 2), em doentes sob terapêutica com secretago-gos e/ou insulina; avaliar o conhecimento dos doentes quanto à pre-venção e correção de HG.Material e Métodos: Aplicou-se a tradução do “Hypoglicemia Patient Questionnaire” a pessoas com DM de idade ≥ 18 anos seguidas na consulta entre julho e outubro/2013, e medicadas com insulina e/ou secretagogos. Considerou-se HG se glicemia capilar (GC) ≤70mg/dL. HG severa definiu-se pela necessidade de intervenção de 3ª pessoa.resultados: Analisaram-se 159 doentes (59,7% ♀): 41 com DM1 (ida-de=36,6±19,0 anos, HbA1C=8,6±1,9%, duração doença=17,3±11,9 anos) e 118 com DM2 (idade=66,6±10,8 anos, HbA1C=8,0±1,2%, dura-ção doença=17,0±10,5 anos). Na DM1, além de insulina ação curta/rá pida, 90% estavam medicados com análogos lentos e 10% sob insu-lina isofânica. Na DM2, 26,3% encontravam-se sob secretagogos, 61,8% sob insulina e 11,9% sob insulina e secretagogos. A perceção frequente/sempre da sintomatologia HG foi reportada por 75,6% de pessoas na DM1 e 69% na DM2. O número de HG/semana foi 1,7±1,6 na DM1 e 0,7±1,1 na DM2 (p<0,001). Desde a última consulta, o nº de episódios de HG severa foi 0,15±0,5 na DM1 e 0,02±0,1 na DM2 (p=0,07); em relação à HG moderada foi 3,5±3,9 na DM1 e 1,6±2,7 na DM2 (p=0,003). O valor GC para correção de HG foi idêntico na DM1 e DM2 (67,1±11,5 vs 68,9±15,5 mg/dL). As principais causas de HG foram: atividade física em 31,7% na DM1 e 12% na DM2 (p=0,01); medicação antidiabética em 48.8% na DM1 e 7,7% na DM2 (p<0,01); omissão de refeição em 53,7% na DM1 e 43,6% na DM2 (p=ns). Sem diferenças entre DM1 e DM2, a maioria das pessoas não verifica a GC antes de iniciar a condução (58,3 vs 77,3%), achando prudente não iniciar a condução se valor GC abaixo de 77±24,2 mg/dL na DM1 e 66,6±16 mg/dL na DM2 (p=ns). No último ano, a média de episódios de HG du rante a condução foi de 1,08±3.9 na DM1 e 0,02±0,15 na DM2 (p=0,004). Na DM1 78% e DM2 55,9% tinham snack para corrigir HG (p=0,042) e 88% do total usam “açúcares”. Na DM1, 61% possuía kit de glucagon; destes, 96% com alguém próximo a saber administrá-lo.Conclusão: Na DM1 é reportado maior nº HG/semana, durante a con-dução e desde a última consulta, sobretudo moderadas. O valor a par-tir do qual se procede à correção de HG é idêntico na DM1 e DM2. A atividade física e medicação são causas de hipoglicemia mais frequen-tes na DM1 do que na DM2. A maioria dos DM1 possui kit de glucagon e a quase totalidade tem alguém próximo que sabe administrá-lo.

Sessão 4.6.- Oral - Clínica

CD26/DPP4 - BIOMArCADOr DA ESTEATOSE HEPáTICA

Patarrão r. S.1, Penha-Gonçalves C.2, Ribeiro R. T.3, Gardete-Correia L.4, Duarte R.5, Boavida J. M.4, Correia I.6, Peerally Z.7, Medina J. L.8, Raposo J. F.9, Macedo M. P.10

1- CEDOC, NOVA Medical School, Investigadora 2- Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras 3- Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC), NOVA Medical School-FCM, Uni-

versidade Nova de Lisboa e Sociedade Portuguesa de Diabetologia, Lisboa 4- APDP-Diabetes Portugal Education and Research Center (APDP-ERC), Diabeto-

logia, Lisboa 5- Sociedade Portuguesa de Diabetologia e APDP-Diabetes Portugal Education and

Research Center (APDP-ERC), Diabetologia, Lisboa 6- APDP-Diabetes Portugal Education and Research Center (APDP-ERC), Enferma-

gem, Lisboa 7- APDP-Diabetes Portugal Education and Research Center (APDP-ERC), Lisboa 8- Sociedade Portuguesa de Diabetologia, Diabetologia, Lisboa 9- Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC), NOVA Medical School-FCM,

Universidade Nova de Lisboa e APDP-Diabetes Portugal Education and Research Ce, Diabetologia, Lisboa

10- Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC), NOVA Medical School-FCM, Universidade Nova de Lisboa e APDP-Diabetes Portugal Education and Research Ce, Lisboa

Introdução: A esteatose hepática é uma condição assimtomática que afeta 23% da população europeia aparentemente saudável. Este valor é ligeira-mente superior em Portugal representando 28.9% da população. Nos indi-víduos pré-diabéticos com tolerância diminuida à gluco se (TDG), a percen-tagem de indíviduos com fígado gordo é de 44.1%, resultados obtidos no estudo de prevalência da Diabetes em Portugal (PREVADIAB 2). Está des-crito que a esteatose hepática é um fator de risco na progressão da TDG para a diabetes. O CD26/DPP4 é uma glicoproteína multifuncional que é responsável pela maioria da ativida de enzimática proteolítica da DPP4 com um papel emergente na inflamação. Um aumento da atividade do CD26/DPP4 a nível hepático po derá estar implicado na inflamação subclínica do fígado gordo.Objectivos: Neste estudo avaliámos a atividade do CD26/DPP4 como bio-marcador da esteatose hepática sendo este um excelente alvo de interven-ção terapêutica.Material e Métodos: Do estudo PREVADIAB 2, foram avaliados 177 indívi-duos com normoglicémia (NG) e 62 indíviduos com tolerância diminuida à glucose (TDG). Foram quantificados vários parâmetros bio químicos. O índi-ce de fígado gordo (FLI) foi estimado através de índices já validados para hu manos segundo os autores Bedogni e colegas, cuja precisão na deteção da esteatose hepática é de 0.84 (95% do intervalo de confiança). De acordo com o FLI todos os indivíduos foram divididos em 3 grupos: FLI<30 (baixo), 30<FLI<60 (intermédio) e FLI>60 (elevado), este último representando os indivíduos com elevado risco de esteatose hepática. Dentro destes grupos, apenas os individuos com baixo e elevado risco foram avaliados para a ac-tividade do CD26/DPP4. A actividade do CD26/DPP4 foi avaliada por um método fluorimétrico.resultados: O FLI está fortemente relacionado com a atividade do CD26/DPP4. No grupo NG quando avaliado o FLI<30 e FLI>60, a ati vidade do CD26/DPP4 foi de 20194±550 e 25620±533, respetivamen te (p<0.0001). No grupo TDG, o FLI<30 e FLI>60, a atividade do CD26/ DPP4 foi de 16546± 1008 e 23216±514, respetivamente (p<0.0001). A associação da atividade do CD26/DPP4 com o FLI foi de r2= 0.25 no grupo NG e de r2= 0.64 no grupo TDG.Conclusão: A atividade do CD26/DPP4 apresenta ser um bom biomarcador de estetose hepática em estadios iniciais de dismetabolismo. Os inibidores específicos do CD26/DPP4 poderão constituir uma possível intervenção far-ma cológica na esteatose hepática.

Trabalho financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia: PTDC/BIM-MET/ 0486/ 2012.

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COMUNICAÇÕES ORAIS (Sessão 5)Sábado, 8 de Março de 2014

(11h45 - 12h45)

SALA FÉNIX I II(Sessão 5.1. a 5.6.)

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Comunicações Orais (Sessão 5)Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 33-36

Sessão 5.1.- Oral - Investigação

O MODElO DE CUIDADOS CrÓNICOS EM CSP E gESTãO DA DIABETES MellituS

Morais C.1, Leal F.2, Pimenta R.3

1- Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra; Ins-tituto Politécnico de Viana do Castelo, Enfermagem

2- USF Terra da Nóbrega, Enfermagem, Ponte da Barca3- Centro de Estudos e Investigação em Saúde da Universidade de Coimbra;

Instituto Politécnico do Porto, Porto

Introdução: Na sequência da atual reforma dos cuidados de saúde pri mários (CSP), em Portugal, procurando optimizar o seu desempe-nho foram criadas as unidades funcionais, designadamente as Unida-des de Saúde Familiares (USF) e as Unidades de Cuidados de Saúde Persona lizadas (UCSP). Dotadas de autonomia organizativa e funcio-nal procu rou-se com este estudo compreender o processo de gestão da doença crónica, mais particularmente, à Diabetes Mellitus (DM), adotado por ambas. O modelo de cuidados crónicos surge na litera-tura como um dos mais completos modelos a implementar na presta-ção de cuidados aos doentes crónicos, garantindo uma gestão eficien-te da DM. Objetivos: Analisar as diferenças entre as unidades de cuidados de saú de personalizados (UCSP) e as unidades de saúde familiar (USF) re-lativamente à implementação do modelo de cuidados crónicos; com-parar os custos diretos (tratamento em ambulatório) entre as tipolo-gias das unidades em estudo; e estudar a relação entre os ganhos em saúde inerentes aos valores de hemoglobina glicosilada (HbA1c) e as tipologias das unidades em estudo. Metodologia: Este estudo observacional, descritivo-comparativo e trans versal, utilizou o Assessment of Cronich Ilness Care (ACIC) versão validada para Portugal, pelos mesmos autores do estudo. Através des-te estabeleceram-se scores para cada tipologia de unidade traduzindo o nível implementação do modelo de cuidados crónicos. A partir do Sistema de Informação da ARS (SIARS) acedeu-se aos dados relativos aos custos médios e percentagens de HbA1c≥ 8%,relativos a 17985 diabéticos. Considerou-se um nível de significância de 5%. resultados: Não se registaram diferenças significativas entre os scores médios do ACIC alcançados nas USF e nas UCSP (p>0.05). No que diz respeito aos custos diretos dos tratamentos em ambulatório, regista-ram-se diferenças significativas (p<0.05) apresentando as UCSP um custo superior (média=271.64, desvio-padrão=65,78) às USF (média= 208,51, desvio-padrão=28,77). Também nos resultados da HbA1c se registaram diferenças significativas (p<0.05), sendo que as UCSP tive-ram uma maior percentagem de diabéticos com valores iguais ou su-periores a 8 % (média= 13.07, desvio padrão= 2.43) do que as USF (média= 10.65, desvio padrão= 2.19). Conclusões: Ambas as tipologias, de unidades de saúde, situaram-se no nível C, isto é, asseguram apenas um apoio básico aos doentes dia-béticos. Evidencia-se a necessidade de prosseguir um percurso em termos de gestão da doença crónica. Relativamente aos custos mé-dios, constatamos que estes são mais elevados nas UCSP. As USF regis-tam um menor número de diabéticos com um controlo glicémico ina-dequado, isto é, com uma HbA1c ≥ 8%.

Sessão 5.2.- Oral - Clínica

IMPACTO DE UMA SESSãO DE EDUCAçãO EM grUPO SO BrE AlIMENTAçãO NOS HáBITOS DE VIDA DE PES-SOAS COM DIABETES TIPO 2

Narciso l.1, Raimundo A.1, Pereira A.2, Monteiro M.1, Barradas M.1, Afonso M. J.2, Raposo J. F.3

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Die-tética, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Nu-trição, Lisboa

3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: A terapêutica nutricional faz parte do tratamento das pes-soas com diabetes e é fundamental para o bom controlo da doença e para a prevenção das suas complicações. Sabe-se também que a edu-cação terapêutica na diabetes tipo 2 (D2) – individual e/ou em grupo - resulta numa melhoria na literacia, mudança de comportamentos e controlo metabólico. Objectivo: Avaliar o impacto da sessão de alimentação em grupo dos circuitos de acolhimento da APDP nos hábitos alimentares (HA) e de actividade física (AF) das pessoas com D2 que recorrem pela primeira vez à APDP.Material e Métodos: A amostra inclui as pessoas com D2 que inte-graram os circuitos de acolhimento da APDP entre Junho e Dezembro de 2013, nos quais está integrada uma sessão de alimentação – predo-minantemente expositiva com recurso ao powerpoint no circuito aten-dimento/circuito da manhã (CM) e com metodologia activa (mapa de conversação) no atendimento/circuito da tarde (CT). Foram recolhi-dos: peso, altura, HbA1c, HA e de AF por autopreenchimento de um questionário de hábitos de vida composto por 6 questões fechadas. Cerca de 1-2 meses depois, no dia da primeira consulta de diabetolo-gia de primeira vez, foi medido novamente o peso e aplicado o mes-mo questionário. No CT, foi também feita uma segunda medição da HbA1c.resultados: A amostra incluiu 444 pessoas com D2, 72,5% do CM e 27,5% do CT. Faziam parte do CM 50% mulheres, a idade média era de 61,1±10,7 anos e HbA1c média 8,3±1,7%. Cerca de 33% apresentavam pré-obesidade (51% H) e 54% obesidade (56% M), sendo o IMC médio 30,5±5,8 kg/m2. O CT tinha 56% homens, idade média 65,9±5,7 anos e HbA1c 7,9±1,6%. Verificou-se pré-obesidade em 36% das pessoas (58% H) e obesidade em 55% (52% H), sendo o IMC médio 30,7±4,7 kg/m2. Para avaliar o impacto da sessão, foram reavaliadas na consulta 258 pessoas (199 do CM e 59 do CT). O CM apresentou na consulta maior peso e IMC, maior número de refeições, menor frequência de con sumo de doces e maior frequência de AF, em comparação com a primeira avaliação (ρ<0,05). Por outro lado, o CT apresentou menor HbA1c, maior frequência de consumo de fruta e maior frequência de AF (ρ<0,05). Conclusão: Este estudo demonstrou que a realização da sessão de ali-mentação em grupo implicou uma melhoria dos HA – maior número de refeições e menor frequência de doces (CM) e maior frequência de fruta (CT), aumento da frequência de AF (ambos os grupos) e melhoria da HbA1c (CT).

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 33-26Comunicações Orais (Sessão 5)

Sessão 5.3.- Oral - Clínica

INTErNAMENTO PArA rEEDUCAçãO TErAPêUTICA EM CrIANçAS E JOVENS COM DIABETES MellituS TIPO 1 (DM 1)

Martins l.1, Batista N.2, Aveiro L.3, Capitão R.3, Simão L.1, Freitas F.1, Cardoso R.1, Dinis I.1, Mirante A.1

1- Hospital Pediátrico Carmona da Mota - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Pediatria, Coimbra

2- Hospital Pediátrico Carmona da Mota - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Nutrição, Coimbra

3- Hospital Pediátrico Carmona da Mota - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Enfermagem, Coimbra

Introdução: As complicações agudas da DM1 (hipoglicémia ou ceto-acidose) previnem-se através de uma adequada educação terapêuti-ca, realizada no episódio inaugural, e continuamente reforçada em ambulatório. O internamento de crianças e jovens para educação te-ra pêutica é pouco consensual.Objetivos: Avaliar o efeito do internamento eletivo no controlo me ta-bólico da DM 1 em doentes com deterioração do controlo metabólico.Material e Métodos: Estudo retrospetivo, através da consulta do pro-cesso clínico, de todos os doentes com DM1 internados eletivamente entre Janeiro de 2010 e Dezembro de 2012 para reeducação terapêu-tica e otimização do controlo metabólico. Foram avaliados: a idade no internamento e a duração da doença; a Hemoglobina A1C (HbA1C), percentagem de hiperglicemias e hipoglicémias, 3 meses antes do in-ternamento, no internamento, 3, 6, 9 e 12 meses após internamento. resultados: Foram incluídos no estudo 31 crianças/adolescentes, com idade média de 13,4±2,6 anos, sendo 51,6 % do sexo feminino. A du-ração mediana dos internamentos foi 4 dias (mínimo 2 dias; máximo 9 dias). A idade média de diagnóstico foi de 7,9±4,4 anos. A HbA1C mé-dia 3 meses antes do internamento foi de 9,3±1,5.%, no internamento 9,74±1,6%, 3 meses após internamento 8,8±1,2%, aos 6 meses 9,1±1,9, aos 9 meses 8,92±1,9% e aos 12 meses 8,9±1,6%. Entre os 3 meses an-tes do internamento e o internamento não houve variação significa-tiva na HbA1C. Aos 3 meses após o internamento houve uma redução estatisticamente significativa (p<0,0001) na HbA1C que se manteve nos 12 meses seguintes. A percentagem de hiperglicémias 3 meses an-tes do internamento foi de 55,7±20,8%, antes do internamento 64,2± 17%, 3 meses após 52,3±19%, aos 6 meses 50,1±20%, aos 9 meses 55,2±22 e aos 12 meses 57,1±20%. Aos 3 meses após o internamento houve uma redução estatisticamente significativa (p=0,002) na per-centagem de hiperglicemias que se manteve nos 12 meses seguintes. Não houve variação significativa na percentagem de hipoglicémias após o internamento. A redução da HbA1C aos 12 meses tem uma correlação positiva com a idade do diagnóstico (p=0,04, r=0,38) e uma correlação negativa com o valor de HbA1C no internamento (p=0,004, r=-0,5). Conclusão: verificou-se uma melhoria estatisticamente significativa no controlo metabólico, traduzido numa redução da HbA1C e percen-tagem de hiperglicémias após o internamento, que se manteve ao lon go de 12 meses após o mesmo. O internamento eletivo de doentes com mau controlo metabólico para reeducação terapêutica revelou-se importante neste estudo, especialmente nos adolescentes. Os au-tores realçam a importância de uma equipa multidisciplinar na educa-ção terapêutica no internamento.

Sessão 5.4.- Oral - Clínica

A SAúDE E OS ESTIlOS DE VIDA DOS JOVENS ADUlTOS COM DIABETES TIPO 1

Serrabulho l.1, Matos M. G.2, Nabais J.3, Raposo J. F.4

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- Universidade de Lisboa, Psicologia, Lisboa3- Universidade de Évora, Évora4- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-

docrinologia, Lisboa

Introdução: As constantes mudanças sociais, ocupacionais, familiares e emocionais na vida dos jovens podem condicionar a adesão ao tratamento e qualidade de vida dos jovens adultos com diabetes tipo 1(DM1).Objectivos: Conhecer os estilos de vida, suporte social, satisfação com a vida, adesão ao tratamento, adaptação psicológica e represen-tações sobre a diabetes dos jovens adultos com DM1. Material e Métodos: Estudo quantitativo, com aplicação de ques-tionários a 278 jovens adultos com DM1 (18 - 35 anos), 50% do sexo fe minino.resultados: Média de evolução da diabetes 14 ± 7,7 anos. 71,5% dos jovens têm índice de massa corporal (IMC) normal. Média de “satisfa-ção com a vida” é 6,6 ±1,7, “importâncias na vida” variam entre 7,2 ±1,8 (capacidade de gestão da diabetes) a 9,1 ±1,4 (família), escala de 0-10. A maioria dos jovens apresenta boas competências pessoais e sociais e considera ter bom suporte social da família, colegas, amigos e equi-pa de saúde e referem os benefícios das atividades de grupo com ou-tros jovens com diabetes. A maior parte dos jovens evidencia hábitos alimentares saudáveis. Cerca de um terço pratica atividade física reco-mendada. Três quartos dos jovens têm boa adesão à insulinoterapia (78% administram ≥ 4 vezes por dia e 6% utilizam “bomba” de insuli-na) e à vigilância glicémica (74% pesquisam ≥ 3 vezes por dia). Média HbA1c 8,7 ±1,6%. Quanto mais elevada a HbA1c menor a adesão às administrações de insulina e às pesquisas de glicemia. 25% dos jovens apresentam complicações da diabetes. A maioria dos jovens (64 a 99,6%) manifestou concordar com as representações positivas sobre a diabetes e demonstrou boa adaptação psicológica à diabetes. Os jo-vens com melhor adaptação psicológica à diabetes têm melhor ade-são ao tratamento da diabetes relativamente ao número de refeições, administrações de insulina e pesquisas de glicemia. Conclusão: Apesar das dificuldades inerentes a esta fase da vida, os jovens com DM1 têm boas competências pessoais e sociais, estilos de vida satisfatórios, bom suporte social e satisfação com a vida e razoá-vel adesão global ao tratamento da diabetes, mas um controlo me-tabólico inferior ao esperado. Os jovens com melhor adaptação psi-cológica apresentam melhor adesão ao tratamento da diabetes. A con tinuidade da investigação com um estudo qualitativo com os jo-vens adultos poderá permitir compreender melhor estas discrepân-cias.

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Comunicações Orais (Sessão 5)Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 33-36

Sessão 5.5.- Oral - Clínica

PrOgrAMA JUNTOS É MAIS FáCIl – UMA ABOrDAgEM SIgNIFICATIVA NA MUDANçA DE COMPOrTAMENTOS DAS PESSOAS COM DIABETES TIPO 2

Serrabulho l.1, Paiva A. C.1, Dingle M.1, Mota T. G.2, Raposo J. F.3, Juntos é Mais Fácil4

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- Fundação Portuguesa de Cardiologia, Cardiologia, Lisboa3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-

docrinologia, Lisboa4- Equipa do programa «Juntos é Mais Fácil», Oftalmologia, Lisboa

Introdução: “Juntos é Mais Fácil” é um programa de âmbito nacional para pessoas com DM2, tendo como objetivo a promoção dos estilos de vida, para melhorar a qualidade de vida e a compensação da dia-betes. Os Modelos utilizados no programa são a Entrevista Motivacio-nal e a Mudança de Comportamentos. Objetivo: Este programa visa ajudar as pessoas com DM2 a melhorar os seus estilos de vida, em relação à Alimentação e à Atividade Física.Material e Métodos: O programa engloba 6 sessões de educação em grupo dirigidas a 10 pessoas com DM2 e familiares e uma sessão de avaliação final, durante 6 meses. As sessões são orientadas por profis-sionais de saúde, utilizando ferramentas educacionais interativas, pro-porcionando informação, apoio, reflexão e troca de experiências para os participantes melhorarem os seus hábitos de vida, de acordo com as suas escolhas. O programa piloto decorreu em 2010 na APDP, com 150 pessoas com diabetes tipo 2. Posteriormente os formadores orien-taram formações teórico-práticas de dois dias, dirigidas a profissionais de instituições de saúde de todo o país.resultados: A implementação nacional do programa está a decorrer desde 2011, com organização da APDP e patrocínio científico da Di-reção Geral da Saúde, Programa Nacional para a Diabetes e Sociedade Portuguesa de Diabetologia. Participaram no programa 1200 pessoas com diabetes, 84 instituições e 400 profissionais de saúde de todo o país. A adesão das pessoas com diabetes à frequência das sessões de educação em grupo foi de 85%. 55% dos participantes eram mu lhe-res. Média de idades 58,9 ±10,9 anos. Todos os participantes faziam me dicação oral. Os resultados do programa apresentam reduções es-tatisticamente significativas no peso: média de - 1,94kg, no perímetro abdominal: média de - 3,0 centímetros e na HbA1c: média de – 0,29%.Conclusão: A melhoria dos estilos de vida teve resultados positivos porque os participantes diminuíram o peso e o perímetro abdominal. Os resultados foram estatisticamente significativos e foi possível ava-liar a melhoria do controlo glicémico, o que reforça a importância dos estilos de vida na gestão e compensação da diabetes. Este programa real ça e promove a importância das metodologias ativas como a En-trevista Motivacional e o Modelo de Mudança de Comportamentos como ferramentas fundamentais na educação em grupo, porque o impacto da partilha entre pares permite melhor autogestão, autono-mia e bem-estar.

Este programa beneficia do apoio da Novartis.

Sessão 5.6.- Oral - Clínica

EFEITOS DE UM PrOgrAMA COMUNITárIO DE EXErCí-CIO FíSICO NO CONTrOlO glICÉMICO E FATOrES DE rIS-CO CArDIOVASCUlAr EM DOENTES COM DIABETES TI-PO 2: ESTUDO DIABETES EM MOVIMENTO®

Mendes r.1, Sousa N.1, Reis V. M.1, Themudo Barata J. L.2

1- Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Diabetologia, Vila Real2- Universidade da Beira Interior, Diabetologia, Covilhã

Introdução: O exercício físico regular é uma estratégia de alteração do estilo de vida amplamente recomendada para o controlo da diabe-tes tipo 2 e do risco cardiovascular associado. Este estudo teve por ob jetivo analisar os efeitos do Diabetes em Movimento®, um progra-ma comunitário de exercício físico, no controlo glicémico e nos princi-pais fatores de risco cardiovascular em doentes com diabetes tipo 2.Metodologia: Trinta e nove indivíduos com diabetes tipo 2 (diagnos-ticada há 9.98 ± 5.88 anos; 20 mulheres e 19 homens; idade 62.05 ± 6.14 anos; polimedicados) participaram num programa comunitário de exercício físico com 9 meses de duração. As sessões de exercício de correram em grupo, 3 vezes por semana, em dias não consecutivos, com uma duração de cerca de 70 minutos e foram conduzidas e su-pervisionadas por profissionais de exercício. Cada sessão de exercício foi constituída por cinco fases: 1) aquecimento (5 min) que incluiu marcha rápida; 2) exercício aeróbio (30 min) que incluiu marcha a dife-rentes velocidades, provas de estafetas, percursos de obstáculos e de escadas; 3) exercícios resistidos (20 min) realizados com o peso do próprio corpo, cadeiras, alteres e bolas de ginástica; 4) exercícios de agilidade (10 min) baseados em jogos desportivos coletivos com bola, adaptados e simplificados; 5) retorno à calma / flexibilidade (5 min) atra vés de alongamentos estáticos e dinâmicos. Antes e após a aplica-ção do programa de exercício físico foram avaliados o controlo gli-cémico, a pressão arterial, o perfil lipídico e o perfil antropométrico. Os resultados foram comparados com um grupo de controlo de dia-béticos tipo 2 (N = 85), polimedicados, que mantiveram a sua ativi-dade física habitual.resultados: A ANOVA Split-Plot com medidas repetidas identificou um efeito significativo (p < 0.001) da interação grupo*tempo nas variáveis hemoglobina glicada, glicemia de jejum, pressão arterial sistólica, pres -são arterial diastólica, colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL, triglicerídeos, índice de massa corporal e perímetro abdominal.Conclusões: Um programa de exercício físico regular de elevada apli-cabilidade e baixos recursos materiais, como o Diabetes em Movimen-to®, parece ser eficaz em melhorar o controlo glicémico e reduzir os principais fatores de risco cardiovascular em doentes com diabetes tipo 2.

Financiamento e Registo: O Diabetes em Movimento® foi financiado pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia com a referência SFRH/BD/47733/2008 e está registado no Current Controlled Trials com a referência ISRCTN09240628.

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COMUNICAÇÕES ORAIS (Sessão 6)Sábado, 8 de Março de 2014

(11h45 - 12h45)

SALA NEPTUNO(Sessão 6.1. a 6.6.)

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Comunicações Orais (Sessão 6)Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 37-40

Sessão 6.1.- Oral - Investigação

NEUrODEgENErAçãO DA VIA SErOTONINÉrgICA DES-CENDENTE DE MODUlAçãO DA DOr DUrANTE A DIA-BETES: O PAPEl DO StreSS OXIDATIVO

Morgado C.1, Miranda A.2, Raposo D.3, Silva J.2, Pereira-Terra P.3, Neto F.3, Tavares I.3

1- Departamento de Biologia Experimental, Faculdade de Medicina do Porto e IBMC, Universidade do Porto, Nutrição, Porto

2- Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga3- Departamento de Biologia Experimental, Faculdade de Medicina do Porto e

IBMC, Universidade do Porto, Porto

Introdução: As alterações estruturais e funcionais das vias nocicepti-vas ascendentes parecem contribuir para a dor associada à neuropatia diabética (ND). Os efeitos da diabetes nas vias descendentes de mod-ulação nociceptiva e a sua influência no controlo da dor são ainda des-conhecidos. Estudos preliminares demonstraram níveis aumentados de stress oxidativo na medula rostroventromedial (RVM), uma área en volvida na modulação descendente da dor mediada pela serotoni-na, que poderão estar a comprometer a modulação nociceptiva e con tribuir para a dor associada à ND.Objetivos: Este trabalho teve como objetivo principal avaliar se o stress oxidativo afeta a integridade neuronal no RVM, nomeadamente dos neurónios serotoninérgicos. Material e Métodos: A diabetes foi induzida em ratos Wistar machos por injeção intraperitoneal de estreptozotocina (60 mg/kg). Os ani-mais controlo receberam solução veículo. A um grupo de ratos diabé-ticos foi administrada uma solução aquosa de EGCG (2 g/l) (Diab+ EGCG), um potente antioxidante presente no chá verde, durante 10 semanas. Os restantes animais consumiram apenas água (Ctrl e Diab). Os animais foram sacrificados às 10 semanas de diabetes, após avalia-ção comportamental da sintomatologia dolorosa. A densidade neuro-nal no RVM foi determinada por contagem do número de células imu- norreativas para NeuN (um marcador neuronal). Os neurónios se ro-toninérgicos foram identificados por imunodeteção da enzima hidro-xilase do triptofano (enzima limitante na síntese de serotonina). Os níveis de stress oxidativo foram quantificados por imunodeteção de 8-OHdG (marcador de dano oxidativo do material genético). A morte celular foi quantificada por ensaio de TUNEL. resultados: O grupo Diab apresentou uma diminuição significativa na densidade neuronal e no número de neurónios serotoninérgicos no RVM, acompanhada por um aumento nos níveis de stress oxidativo e morte celular. Estas alterações foram prevenidas pelo tratamento com EGCG, o que se fez acompanhar por uma melhoria da sintomato-logia dolorosa.Conclusão: A diabetes induz neurodegeneração no RVM, nomeada-mente dos neurónios serotoninérgicos, por aumento de stress oxida-tivo e morte celular, o que poderá estar a comprometer a inibição se-rotoninérgica da dor e justificar ineficácia analgésica dos fármacos inibidores da recaptação da serotonina na dor associada à ND. O uso de antioxidantes poderá ser benéfico na prevenção da neurodegene-ração e melhorar os efeitos analgésicos dos fármacos referidos.

Apoio IJUP/UNICER e REDDSTAR

Sessão 6.2.- Oral - Investigação

SITAglIPTINA: NOVOS HOrIzONTES TErAPêUTICOS

lemos E. T.1, Mega C.2, Vala H.3, Oliveira J.3, Santos P. R.4, Marques C.5, Mascarenhas-Melo F.5, Pinto R.6, Teixeira F.5, Fernandes R.5, Reis F.5

1- ESAV, Instituto Politécnico de Viseu e Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Coimbra

2- Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra e ESAV, Instituto Politécnico de Viseu, Viseu

3- ESAV, Instituto Politécnico de Viseu, Viseu e Centro de Estudos Educacionais, Tecnológicos e de Saúde, Instituto Politécnico de Viseu, Viseu

4- Instituto de Imunologia, Fac Medicina, U Coimbra e Lab de Imunologia e Onco-logia, Centro de Neurociências e Biologia Celular, Coimbra

5- Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra

6- Departamento de Ciências Farmacêuticas e iMed.UL-grupo PTR, Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Lisboa

Os inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4), ao serem capazes de aumentar e prolongar os efeitos das incretinas endógenas, estimulam a secreção de insulina, inibindo a produção de glucagina, preservando a massa de células β pancreáticas, constituindo-se como uma nova op ção terapêutica. O presente estudo foi desenvolvido com o objec-tivo principal de avaliar, num modelo animal de DM2 os mecanimos responsáveis pela protecção pancreática demonstrada pela sitaglipti-na, um inibidor da DPP-4. Foram utilizados ratos diabéticos obesos (Zucker Diabetic Fatty (ZDF) (fa/fa)) (n=15) e os seus controlos não dia béticos e não obesos (ZDF (+/+) (n=5) com 20 semanas de idade. O grupo diabético foi sub-dividido em 2 grupos (n=5 cada): a) veículo e b) tratado com sitagliptina p.o 10 mg/kg (1 vez/dia durante 6 sema-nas).Às 26 semanas de idade os animais foram sacrificados tendo-se colhido sangue, para avaliação de glicemia, HbA1c, insulinemia, trigli-cerídeos e pâncreas. Procedeu-se à avaliação histomorfológica do pâncreas endócrino e exócrino. Efectuou-se ainda à avaliação por RT-qPCR e/ ou imunohistoquímica de marcadores de apoptose, inflama-ção e angiogenese/proliferação (Bax, Bcl2, IL-1β, VEGF, PCNA e TRIB3). resultados apresentam-se em médias ± e.p.m.; analisados por teste qui-quadrado com simulação de Monte Carlo; ANOVA e teste post-hoc LSD (p<0,05 foi considerado significativo). Os ratos diabéticos tra-tados com sitagliptina durante 6 semanas apresentaram uma melho- ria significativa (p<0,001) em todos os parâmetros metabólicos ava-liados prevenindo o aumento da glicemia (16,5%), da trigliceridemia (37,63%) aumentando não só os níveis de insulina nos ratos diabéticos com insulinopenia relativa (33,86%) como também a capacidade fun-cional das células beta (92,61%). Ao nível do pâncreas endócrino mos-traram uma melhoria significativa da fibrose e da congestão vascular, relacionadas com alterações inflamatórias observadas nos ilhéus pan-creáticos. No grupo tratado foi evidente a diminuição da apoptose nos ilhéus (rácio Bax/Bcl2 reduzido). Estes efeitos foram complemen-tados com uma redução da sobrexpressão génica de citoquinas infla-matórias (IL-1beta) e do TRIB3 e um aumento significativo (p<0,001) da expressão génica dos marcadores proliferativos e de angiogénese (VEGF e PCNA). Também no pâncreas exócrino dos animais diabéticos tratados foi observada uma marcada redução da fibrose e inflamação. A sitagliptina, evidenciou, neste modelo animal de DM2, efeitos que vão para além do controlo metabólico per se, demonstrando a nível dos ilhéus pancreáticos propriedades citoprotectoras, que poderão constituir uma base para novas utilizações da sitagliptina.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 37-40Comunicações Orais (Sessão 6)

Sessão 6.3.- Oral - Investigação

A SUBSTâNCIA P rEgUlA A FUNçãO DOS MACrÓFAgOS NA PrOgrESSãO DA CICATrIzAçãO DE FErIDAS DIABÉ-TICAS

leal E.1, Tellechea A.2, Kuchibhotla S.3, Auster M.4, LoGerfo F.4, Prad-han-Nabzdyk L.4, Carvalho E.4, Veves A.5

1- Centro de Neurociências e Biologia Celular, Investigação, Coimbra2- Centro de Neurociências e Biologia Celular, Coimbra3- Beth Israel Deaconess Medical Center, Harvard Medical School, Coimbra4- Beth Israel Deaconess Medical Center, Harvard Medical School, Boston, USA5- Beth Israel Deaconess Medical Center, Harvard Medical School, Endocrinolo-

gia, Boston

As ulcerações crónicas do pé diabético ocorrem em áreas afetadas por neuropatia diabética. Como consequência, neuropéptidos, tais como a substância P (SP), que modulam a inflamação, são importantes na cicatrização de feridas. No entanto, pouco se sabe sobre o efeito da SP na ativação de macrófagos. O nosso objetivo foi estudar o efeito de SP na função dos macrófagos na progressão da cicatrização em diabetes. Usamos animais controlo (WT) e dois tipos de animais geneticamente modificados: um sem o receptor de NK1 da SP (NK1RKO) e outro sem o gene que codifica para a SP (TAC1KO). Além disso, tratamos as feri-das com SP ou CJ012,255 (CJ), um inibidor do receptor da SP. A diabe-tes foi induzida por injecção intraperitoneal de sreptozotocin, 50 mg/kg, 5 dias. Os animais foram mantidos 8 semanas antes da indução das feridas. Macrófagos, M1 e M2, foram identificados por de imunohisto-química em várias fases de cicatrização de feridas: basal (Dia-0), Dia-3 e Dia-10 após o ferimento.O ratio M1/M2 aumentou no Dia-0 em murganhos WT e murganhos diabéticos NK1RKO e TAC1KO não diabéticos e diabéticos. Em mur-ganhos WT não diabéticos, a proporção aumentou no Dia-3, mas voltou para níveis normais Dia-10. Em contraste, nos murganhos WT-diabéticos e não-diabéticos e diabéticos NK1R e TAC1 no Dia-0, Dia-3 e Dia-10, a relação M1/M2 permaneceu alta. No Dia-10, o ratio MI/M2 aumentou nas feridas tratadas com CJ e murganhos WT-diabéticos. Em contraste, o tratamento com SP reduziu o aumento do ratio M1/M2 nos murganhos WT-diabéticos. Resultados similares foram obser-vados na expressão do gene monocyte chemoattractant 1 (MCP-1) que recruta os monócitos para áreas de inflamação, onde são convertidos em macrófagos. No Dia-0, a expressão do MCP-1 era maior nos mur-ganhos TAC1KO. A expressão do MCP-1 aumentou no Dia-3 em todos os murganhos não-diabéticos e diabéticos. No Dia-10, todos os gru-pos tiveram uma diminuição da expressão de MCP-1, no entanto, au-mentou no WT-diabético. O tratamento com SP aumentou a ex-pressão de MCP- 1 no Dia-3 em ambos WT não-diabéticos e diabéti-cos. No Dia-10, o tratamento com SP reduziu a expressão de MCP- 1 em ambos os murganhos WT não-diabéticos e diabéticos, no entanto, os murganhos tratados com CJ tiveram maior expressão comparando com os murganhos tratados com SP.Em conclusão, a redução da sinalização da SP leva a uma ativação pró-inflamatória de macrófagos da pele antes da indução da ferida. SP desempenha um papel importante na alteração do fenótipo dos mac-rófagos para M2 promovendo a cicatrização de feridas. Além disso, SP aumenta a expressão do MCP-1 durante as fases iniciais da cicatriza-ção da ferida, mas reduz-se consideravelmente nas fases posteriores.

Sessão 6.4.- Oral - Investigação

ÓXIDO NíTrICO HIPOTAláMICO rEgUlA A BIODISPO NI-BIlIDADE PErIFÉrICA DE INSUlINA

Martins F.1, Tovar S.2, Perez-Sieira S.2, González-Touceda D.2, Jones J. G.3, Natali A.4, Diéguez C.2, Macedo M. P.5

1- CEDOC-FCM, Coimbra2- Centro de Investigación de Medicina Molecular y Enfermedades Crónicas (CIMUS),

Universidade de Santiago de Compostela, Espanha, Santiago de Compostela3- Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbral; Associa-

ção Portuguesa de Diabetes (APDP-ERC), Lisboa, Portugal, Coimbra4- Unidade de Metabolismo, Departmento de Medicina Interna, Universidade de

Pisa, Pisa, Itália5- Centro de Estudos de Doenças Crónicas, Universidade Nova de Lisboa, Portugal;

Associação Portuguesa de Diabetes (APDP-ERC), Lisboa, Portugal

Introdução e Objectivos: A biodisponibilidade de insulina para os teci-dos periféricos é definida pelas taxas de secreção e degradação hepática da insulina. Estudos em modelos animais e em humanos de monstraram que o óxido nítrico é um importante regulador da clea rance hepática da insulina. Contudo, nestes estudos também se observou que o controlo da clea rance hepática da insulina não é regulada exclusivamente por fac-tores locais. Recentemente o hipotálamo tem aparecido como foco na re-gulação metabólica. Neste estudo testamos a hipótese de que a produção de óxido nítrico pelo eixo hipotalámico regula a clea rance hepática da in-sulina e consequentemente a biodisponibilidade periférica da hormona. Materiais e Métodos: Ratos Wistar machos foram submetidos a ci rurgia estereotaxia a fim de se infundir com cânulas simples intracerebroventri-cular (i.c.v.), ou duplas para a infusão em núcleos específicos. Após a loca-lização do bregma foram usadas as seguintes coordenadas: Lat: 1.2mm, AP: 1.0mm para i.c.v.; AP: -1.8mm, Lat: +/- 0.4mm, DV: -8.0mm para o núcleo paraventricular (PVN); e AP: -2.52mm, Lat: +/- 0.6mm, DV: -9.2mm para a região ventromedial do hipotálamo (VMH). A infusão do bólus de 250ug/2uL de L-NAME, o inibidor da sintase do óxido nítrico, ou de 2uL de soro fisiológico nos controlos, foi efectuada em cada lado do cérebro, no dia da experiência nos animais com infusão aguda (i.c.v, PVN e VMH), ou durante 2 semanas nos animais com infusão crónica (apenas i.c.v e PVN). Foi efectuada uma prova de tolerância à glucose oral (PTGO) 45min após a infusão de L-NAME com os animais em jejum durante a noite. A glicémia foi monitorizada e foram colhidas amostras de sangue. Os níveis de insulina e péptido-c plasmáticos foram quantificados e a degradação de insulina foi ava liada efectuando a razão entre o péptido-c plasmático e os níveis de insulina durante a PTGO. resultados: O inibidor de óxido nítrico, L-NAME, não alterou as excur-sões de glicémias durante a PTGO. No grupo com infusão aguda apenas os animais dos grupos i.c.v e PVN demonstraram uma diminui ção dos níveis plasmáticos de insulina sem alterações nos níveis de péptido-c sendo estes um reflexo da secreção pancreática de insulina. A clearance de insulina foi calculada e a supressão da síntese de óxido nítrico nos grupos i.c.v. e PVN, e não no VMH, resultou num aumento significativo da clea rance de insulina durante a PTGO. Após a infusão crónica de L-NAME apenas os animais com tratamento na região PVN apresentaram diminuição dos níveis plasmáticos de insulina, sem alterações nos níveis de péptido-c e consequentemente aumento da clea rance de insulina.Conclusão: Estes resultados revelam que o aumento hipotalámico dos níveis de óxido nítrico na região PVN é responsável pela diminuição da clearance de insulina o que está de acordo com a hipótese de que a bio-disponibilidade periférica de insulina é regulada pela região PVN do hi-potálamo.

Financiado por SFRH/BD/51194/2010 e PTDC/DTP-EPI/0207/2012, FCT, Portugal.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 37-40 Comunicações Orais (Sessão 6)

Sessão 6.5.- Oral - Investigação

CADEIAS DE INSUlINA S-NITrOSIlADAS: IMPOrTâNCIA FISIOlÓgICA NA CAPTAçãO DE glICOSE NO MúSCUlO ESQUElÉTICO

gaspar J. M.1, Correia M.2, Ribeiro R.3, Caldeira J.4, Macedo M. P.3

1- Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC), NOVA Medical School FCM, Universidade NOVA de Lisboa, Investigação, Lisboa

2- Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC), NOVA Medical School FCM, Universidade NOVA de Lisboa, Lisboa

3- Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC), NOVA Medical School FCM, Universidade NOVA de Lisboa; APDP-Diabetes, Lisboa

4- 2REQUIMTE, Departamento de Química, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Lisboa

Cerca de ~50-70% da insulina portal é removida e degradada durante o efeito de primeira passagem pelo fígado. Este processo é mediado pelas proteína dissulfíto isomerase (PDI) e enzima degradadora de in-sulina (IDE). Destas, apenas a PDI é capaz de clivar as ligações dissul-fídicas da molécula de insulina, separando-a em cadeia A e cadeia B. A restituição dos níveis hepáticos de glutationo (GSH) e monóxido de azoto (NO), os quais estão diminuídos em jejum, conduz ao aumento da sensibilidade à insulina no estado pós-prandial mecanismo depen-dente da atividade dos nervos parassimpáticos hepáticos. O processo de clivagem da insulina pela PDI é dependente do GSH sugerindo que no pós-prandial haverá formação das cadeias da insulina em detri-mento da degradação. In vitro estas cadeias ao serem nitrosiladas (A-SNO e B-SNO) tornam-se estáveis. A hipótese estudada foi de que os derivados nitrosilados da degradação da insulina, A-SNO e B-SNO, existem fisiologicamente no fígado de rato os quais quando atuam no músculo esquelético promovem a captação de glicose. Para detetar a presença de A-SNO e B-SNO in vivo foram realizados homogeneiza-dos de fígado de rato (Wistar com 9 semanas de idade), os quais foram submetidos a uma imunoprecipitação para proteínas S-nitrosiladas. Por western blot identificámos os derivados B-SNO. Para estudar o seu efeito biológico na captação de glicose utilizámos linhas celulares de músculo esquelético (L6). As células foram estimuladas com cada um dos derivados da insulina (cadeia A, cadeia B, A-SNO e B-SNO), e com insulina 100nM com subsequente avaliação da captação de glucose. A existência in vivo de B-SNO foi detetada em homogeneizados de fíga-do de rato controlo cujos níveis se encontraram diminuídos nos ratos sujeitos a uma desnervação hepática. Observámos ainda que as célu-las musculares quando estimuladas com B-SNO aumentam significati-vamente a captação de glicose (204.8 ± 30.2% do controlo) na mesma magnitude que a insulina (203.1 ± 15.0% do controlo). O composto A-SNO, embora em menor percentagem, também aumenta significa-tivamente a captação de glicose nas células L6 (159.8 ± 19.1% do con-trolo). No entanto as cadeias A e B da insulina não têm efeito na cap-tação de glicose nas células L6. Neste estudo identificámos a presença em fígado de ratos de compostos derivados da insulina nitrosilados, nomeadamente B-SNO. Podemos ainda concluir que os derivados ni-trosilados da insulina (A-SNO e B-SNO) estimulam a captação de gli-cose em células musculares.

Este trabalho foi financiado pelas bolsas Albert Renold da EASD e EMBO e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia com o projeto PTDC/DTP-EPI/0207/2102 e EXPL/DTP-PIC/0244/2012.

Sessão 6.6.- Oral - Investigação

A ADMINISTrAçãO DE ADIPONECTINA ATrAVÉS DE UMA BOMBA INFUSOrA DIMINUI A INTOlErâNCIA à glICOSE E MElHOrA O METABOlISMO DO TECIDO ADI-POSO EM rATOS MANTIDOS COM DIETA rICA EM gOr-DUrAS

Matafome P.1, Rodrigues T.1, Paixão A.1, Silvério M.1, Boukari A.1, Ayari S.1, Pereira A. M.1, Letra L.2, Azevedo H.3, Almeida A.3, Sena C.1, Seiça R.1

1- Laboratório de Fisiologia, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coim-bra, Coimbra

2- Serviço de Neurologia, CHUC, EPE, Coimbra3- Hitag, Biocant, Cantanhede

A adiponectina é uma hormona derivada do tecido adiposo que au-menta o metabolismo lipídico e diminui a lipotoxicidade e a insulino-resistência no tecido adiposo, músculo e fígado. No entanto, a sua ad ministração está longe de ser realidade, devido aos seus elevados custos de produção e os seus níveis circulates altos, para além da aus-ência de estudos que comprovem a sua eficácia terapêutica. Assim, o objectivo deste estudo foi produzir adiponectina recombinante e tes-tar a sua eficácia na melhoria do metabolismo, sistémico e do tecido adiposo, em ratos mantidos com dieta rica em gorduras. Ratos Wistar normais foram mantidos com este tipo de dieta entre os 8 e os 12 me-ses de idade, enquanto a adiponectina foi administrada (2,7mg) num subgrupo destes no último mês, através de uma bomba infusora com libertação contínua. Foi avaliado o perfil metabólico (glicose e lípi-dos), bem como a activação de vias envolvidas no armazenamento li-pídico e na acção da insulina, no tecido adiposo epididimal e subcuta-neo. A adiponectina reverteu o aumento de peso causado pela dieta rica em gorduras e reduziu a glicemia em jejum e os níveis de coles-terol. A dieta gorda causou uma intolerância à glicose, que foi dimi-nuída pela adiponectina. No tecido adiposo, a dieta causou alterações estruturais, que foram também revertidas pela adiponectina. Na sina-li zação da insulina, verificou-se uma inibição do IRS-1 e uma activação da Akt em consequência da dieta gorda (maior actividade por vias não canónicas), sobretudo no tecido epididimal. Verificou-se também uma diminuição dos níveis do IkBalpha, sugerindo maior actividade infla-matória. Apesar dos níveis totais inalterados, aumentou o número de zonas positivas para F4/80 na marcação histológica (acumulação de macrófagos). O tratamento com adiponectina normalizou a activação do IRS-1 e da Akt, os níveis de IkBalpha e diminuiu as regiões positivas para F4/80. A dieta gorda causou também uma diminuição do níveis de PPARgamma, o que foi revertido pela adiponectina. De forma con-sistente com a intolerância à glicose, a dieta rica em gorduras levou a uma menor activação da lipólise (HSL), normal no jejum. Esta activa-ção foi parcialmente restaurada pela adiponectina. A administração de adiponectina recombinante através de uma bomba infusora foi efi-caz na melhoria da sinalização da insulina e do armazenamento lipídi-co após o consumo de uma dieta rica em gorduras. A adiponectina foi igualmente eficaz na melhoria do perfil metabólico.

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POSTERSDomingo, 9 de Março de 2014

(9h00 - 10h00)

CASOS CLÍNICOS (P001 - P022)

CLÍNICA (P023 - P079)

EPIDEMIOLOGIA

(P080 - P094)

INVESTIGAÇÃO(P095 - P106)

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97 Posters - Casos Clínicos

P001INSUlINOrrESISTêNCIA A PrOPÓSITO DE PANCrEATITE CrÓNICA

Shigaev A.1, Barahona I.1, Cesário V.1, Barreto B. L.1

1- Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

Trata-se de um doente de 41 anos de idade, que foi referenciado à Consulta de Diabetologia por emagrecimento acentuado e glicémias capilares muito elevadas. Tem como AP hábitos alcoólicos marcados até -+ 6 meses antes. Múltiplos internamentos no Serviço de Cirurgia por quadro de agudização Pancreatite crónica, sendo o primeiro em 2006 com realização de laparotomia exploradora e último em 2012; sempre com tratamento conservador. Segundo o próprio terá sido di-agnosticado DM em 2012 com tratamento A.D.O. Por manter GC mui-to elevadas (sempre superiores a 500) foi-lhe iniciada Insulina. Nos intervalos dos internamentos doente tem mantido peso relativamente estável, entre 55-62 kg, e apenas desde há 1 ano menciona perda pon-deral significativa, pesando actualmente 35.4 kg ( I.M.C -17), asso-ciando com sintomas de polidipsia e poliúria. Analiticamente HbA1C – 14.5%. Após avaliação pela equipa de Diabetologia, foi substituída Insulina de mistura pela esquema Basal+Bólus, assistiu-se a melhoria significativa dos valores de GC. A mencionar necessidade de altas do-ses de Insulina, dose total 169 U/dia (incluindo ação rápida -131U e ação lenta – 38U). Os autores pretendem relatar a elevada insulinor-resistência num doente com baixo IMC e com pancreatite crónica, mais habitual num doente obeso.

P002DM – UMA “NASCENTE” COMUM… CAMINHOS DIFE-rENTES… DESTINO COMUM

Shigaev A.1, Barahona I.1, Cesário V.1, Barreto B. L.1

1- Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

Os autores apresentam três casos clínicos de Diabetes Mellitus (DM) subtipo 1, nomeada Latent Autoimmune Diabetes of Adults (LADA) , com etiopatogenia comum, características diferentes (idade, tempo da doença e comportamento evolutivo) e tratamento semelhante. 1º caso: doente de 39 anos de idade, sexo feminino, DM diagnosticada na avaliação de rotina aos 31 anos, inicialmente rotulada de DMT2 e tratada com Antidiabéticos Orais (ADO). Ao fim de 6 anos de evolução é internada por Cetoacidose Diabética, sem causa evidente de des-com pensação; na altura colocou-se hipótese de DMT1. A doente inicia tratamento com Insulina com boa resposta clinico-laboratorial, tradu-zida em normalização da Glicémia (GC) e descida da HbA1C de 10.1 para 7.8% em -+ 6 meses. O estudo complementar revelou Péptido C <0.1, AntiGAD2 109.6 (<1.0) e Ac.Anti Ilhéus Pancreáticos positivo, a favor de DM autoimune, subtipo LADA. Actualmente encontra-se sob terapêutica dupla de ADO (Metformina às refeições) e Insulina Inter-média ao pequeno almoço e ao jantar. Por apresentar agravamento HbA1C (7.8à8.4%) na última consulta opta-se por preparar a doente para iniciar novo esquema insulina (Basal-Bolus). 2º caso: doente de 42 anos de idade, sexo masculino, DM diagnosticada desde os 36 anos na sequência de polidipsia, poliúria, sem perda ponderal e GC oca-sional muito elevada. O doente é rotulado com tendo DMT2 e inicia ADO. É referenciado à Consulta de Diabetologia por manter GC des-controladas, mas permanecendo assintomático. Optou-se por iniciar Insulinoterapia, mantendo Metformina às refeições. Estudo etio lógico: Ac. GAD 2 28,3 (<1,0). Analiticamente, na primeira avaliação apresen-tou HbA1C de 10.21%. Actualmente encontra-se clinicamente estável, com valores de GC controladas. 3º caso: doente de 59 anos de idade, com DM diagnosticada há menos de 1 ano, por perda ponderal, poli-dipsia e poliúria associadas a GC elevadas. Inicialmente medicada com A.D.O com algum benefício clínico (descida da HbA1C de 13.1% para 7.5%). O estudo etiológico revelou Ac.Anti Ilhéus Pancreáticos positi-vos, Ac.Anti GAD2 - 45.1 (<1.0). Ao fim de -+9 meses de evolução, por apresentar GC e subida de HbA1C para 9.65%, optou-se por inicar In-sulina Intermédia, mantendo Metformina às refeições. Actualmente en contra-se mais controlada, mas coloca-se hipótese de iniciar es-quema de Insulina (Basal-Bolus). Os autores pretenderam mencionar as diferenças destes 3 casos de LADA no tempo de diagnóstico, processo evolutivo e ao mesmo tempo a semelhança no tratamento definitivo, que é Insulina em várias esquemas.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97Posters - Casos Clínicos

P003DIABETES gESTACIONAl: EVOlUçãO ATíPICA PÓS PArTO

Shigaev A.1, Barahona I.1, Cesário V.1, Barreto B. L.1

1- Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

Trata-se de uma doente de 26 anos de idade, sexo feminino, que foi referenciada a Consulta Diabetes Gestacional por apresentar altera-ções na prova de PTGO (critérios de O´Sullivan). Na altura estava grá-vida de -+ 19 semanas, gravidez sem complicações. Analiticamente na prova PTGO (06.08.2009) apresentava glicémia após 1 h de 207 mg/l; assumiu-se o diagnóstico de DG, e doente inicia Insulina acção inter-média 6U à noite. Em simultâneo foi avaliada pela Nutricionista, com indicação de cumprir plano alimentar e efectuar exercício físico, den-tro capacidade da própria. Durante seguimento na consulta obteve-se os valores de GC controlados; a HbA1C era de 6.5%. Teve parto eutó-cico no dia 4.01.2010, recém-nascido com peso de 3695 gr. A reclassi-ficação após parto foi normal, ficando normoglicémica. Ao fim das -+ 6 mês pós-parto a doente relata início das GC elevadas e uma avalia-ção analítica revelou HbA1C a subir (sic.). Volta novamente à Consulta de Diabetologia. Avaliada pela equipa Diabetologia e optimizada te-rapêutica com Insulina, passou a fazer duas administrações diárias ( 10U ao p.lam e 8U ao jantar). Considerando a idade da doente e evo-lução do quadro diabético, colocou-se dúvida em relação ao tipo de Diabetes durante a gravidez (Gestacional ou Gravidez em Diabetes pré-via: DMT1 ?Subtipo LADA ?) O estudo imunológico revelou: Ac.Anti Ilhéus de Langerhans – Negativo, Ac.Anti Insulina 1.1 (N), Ac.GAD Ne-gativo com Ac.GAD 2 11.2 ( <1.0). Doseamento do Peptidio C: 1.4 mc-mg/l ( 1.1-5.0) Após análise detalhada do processo evolutivo desde diag - nóstico inicial de D.G. chegamos à conclusão de que estávamos pos-sivelmente perante uma doente portadora de DMT1 subtipo LADA. Os autores pretendem realçar a importância de reclassificação dinâmica do diagnóstico inicial, uma vez que por regra DG é um estado com predisposição para de evoluir posteriormente para DMT2. Neste caso a evolução foi atípica, tendo-se chegado ao diagnóstico final de LADA.

P004MUTAÇÃO DO HNF1β (MODY 5) – ESTUDO DE UMA FA­MílIA POrTUgUESA

Agapito A.1, Ferreira A.2, Nolasco F.2, Gaspar G.3, Bourbon M.3

1- Hospital Curry Cabral – CHLC, Endocrinologia, Lisboa2- Hospital Curry Cabral – CHLC, Nefrologia, Lisboa3- INSA Dr. Ricardo Jorge, Lisboa

Introdução: As formas monogénicas de Diabetes Mellitus (DM), de-sig nadas por Maturity Onset Diabetes of the Young (MODY) são doen-ças autossómicas dominantes raras, genética e clinicamente hetero- géneas. Actualmente estão identificados seis diferentes genes res pon-sáveis. O Hepatocyte Nuclear Factor-1β (HNF1 β) é um factor de trans-cripção crítico para o normal desenvolvimento embrionário do rim, pâncreas, fígado e estruturas Mullerianas. Mutações neste factor são res ponsáveis pelo subtipo MODY 5, que constitui menos de 1% das MODY. Caso 1: Mulher, 42 anos, litíase renal desde a infância, nefrectomia es querda aos 15 anos. Insuficiência renal crónica (IRC) progressiva, sem etiologia definida, transplante renal em 2006. “Colestase gravídi-ca” na única gravidez (1999) que cursou com Diabetes gestacional. Nor moglicémia no pós-parto, manteve padrão de colestase hepática. Hemocromatose diagnosticada por mutação H63D em homozigotia. Diagnóstico de DM em 2004, aos 32 anos, por síndroma espoliativo com Ac. anti GAD, ICA e anti insulina negativos. Insulinotratada ab initio. Caso 2: Homem, 39 anos, com rim único congénito, transplante he-pato-renal em 2006 por provável tubulopatia de causa desconhecida e insuficiência hepática com hipertensão portal atribuída a Hemocro-matose (H63D). Retransplante renal em junho 2013, por glomerulo-nefrite proliferativa endocapilar com défice ligeiro dos factores de com plemento C3, C6, C7 e C8. DM insulinotratada com baixas doses desde o diagnóstico aos 28 anos, com bom controlo sem complica-ções crónicas.Ant. Familiares: Pai de ambos, com DM não insulinodependente des-de os 27 anos e hepatopatia crónica com biópsias inconclusivas, trans-plantado renal em 1990 (aos 48 anos) por IRC litiásica. Faleceu 4 anos após transplante renal, por falência hepática.O estudo genético do HNF1β revelou nos dois irmãos mutação no exão 4 p.Arg276Gln, em heterozigotia, confirmando MODY 5. O estu-do molecular nos filhos de ambos foi negativo.Comentários: A associação familiar de DM não auto-imune, nefropa-tia e hepatopatia colestática justificou o estudo genético que confir-mou MODY 5, conhecimento que contribui para melhor follow-up dos doentes. A exclusão da mutação nos filhos dispensa-os de vigilância. A heterogeneidade do fenótipo renal e hepático nesta família está de acordo com o que é referido na literatura.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97 Posters - Casos Clínicos

P005DESCOMPENSAçãO METABÓlICA EM PESSOAS COM DIA-BETES = CANCrO?

Oliveira A. A.1, Almeida S.1, Almeida R.1, Paulos R.1, Roque F.1, Santos C.1

1- Hospital de Santarém, Medicina Interna, Santarém

Introdução: O controlo glicémico na Diabetes Mellitus é desafiante e mesmo quando se atingem as metas terapêuticas múltiplas comorbi-lidades e intercorrências podem destabilizar o frágil equilíbrio me ta-bó lico. O documento de consenso de 2010 da Associação de Diabetes Americana e da Sociedade Americana de Oncologia veio reforçar, a ideia já estabelecida, que os doentes diabéticos apresentam maior risco de desenvolvimento de diversos tipos de cancro. Objectivo: Alertar, através da apresentação de 2 casos clínicos, sobre cancro como causa de Diabetes descompensada.Caso Clínico 1: Mulher de 64 anos referenciada à consulta hospitalar de diabetes por súbita dificuldade no controlo glicémico com subida da hemoglobina glicada (HbA1c) para 9.7% (previamente 7.5%). A in-vestigação inicial permitiu excluir causas frequentes de descontrolo metabólico, revelando apenas aumento da bilirrubina total à custa da directa. Foi então submetida a uma tomografia computorizada (TC) abdominal que revelou “lesão sugestiva de adenocarcinoma da ca-beça do pâncreas”, posteriormente confirmado por biópsia. Após qui-mioterapia neoadjuvante e cirurgia eletiva observou-se uma descida da HbA1c com marcada diminuição da necessidade de insulina (ape-sar da resseção pancreática parcial).Caso Clínico 2: Homem de 72 anos seguido há 4 anos na consulta hospitalar de diabetes com níveis de HbA1c estáveis a rondar 7.6%, inicia agravamento gradual do estado geral e do controlo glicémico de causa não esclarecida apesar da extensa investigação. Posterior-men te inicia queixas de dispneia, sendo internado na enfermaria de medicina com o diagnóstico descompensação de insuficiência cardía-ca. Vários meses após a alta, por apresentar emagrecimento, cansaço e manter dispneia foi submetido a TC torácica que revelou “massa no lobo superior direito suspeita de lesão primitiva”. A biópsia por bron-cofibroscopia revelou um carcinoma de pequenas células do pulmão. Infelizmente as comorbilidades do doente não permitiram a realiza-ção de terapêutica curativa encontrando-se sob paliação.Conclusão: Não sendo uma causa frequente de mau controlo gli cé-mico o cancro é mais frequente nos doentes diabéticos. Desta forma sempre que encontramos dificuldade no controlo metabólico, e após exclusão das causas de descompensação mais frequentes (sub-medi-cação, patologia infecciosa ou inflamatória, alterações da função tiroi-deia entre outras), é imperativo pesquisar a presença de doença on-cológica.

P006SíNDrOME DE BErArDINEllI-SEIP: DOIS CASOS ClíNICOS

Palha A.1, Graça F.1, Cortez L.1, Bogalho P.1, Agapito A.1

1- CHLC - Hospital de Curry Cabral, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A lipodistrofia congénita generalizada é uma doença he-reditária rara, de transmissão autossómica recessiva, caracterizada pe-la ausência quase completa de tecido adiposo subcutâneo desde o nascimento e alterações metabólicas observadas em idade jovem (hi-per trigliceridémia, esteatose hepática e diabetes). Os autores apresen-tam dois casos clínicos.Caso 1: Mulher, 36 anos, filha de pais consanguíneos, com lipoatrofia generalizada desde o nascimento, seguida em consulta de Endocrino-logia por diagnóstico de diabetes aos 15 anos. Exame objetivo: ligeiro dé fice cognitivo, IMC 19, hirsutismo, bócio e hepatomegalia. Eviden-ciava hipertrigliceridémia (277 mg/dL), hiperglicémia (255 mg/dL) e HbA1C 12,7%, sem cetose. Iniciou insulinoterapia e fenofibrato, com as sociação posterior de metformina e glitazona. Estudo genético identificou mutação no gene BSCL2. Tem mantido controlo otimizado (HbA1C 8,1%), sob antidiabeticos orais e insulinoterapia (pré-mistura Aspart bid e Aspart às refeições - dose total 2,7U/Kg/d). Apresenta como complicações: retinopatia proliferativa desde 2003 (fotocoagu-lada 2004), nefropatia com proteinuria e HTA (2010) e mononeuropa-tia motora transitória. Menopausa precoce aos 34 anos. Mantém eleva - ção moderada das transaminases e controlo deficitário da hi per tri gli-ceridémia.Caso 2: Mulher, 29 anos, com lipoatrofia congénita, observada em consulta de Dermatologia aos 15 anos por xantomas. Exame objetivo: lipoatrofia generalizada, IMC 18, xantomas múltiplos e hepatomega-lia. Avaliação analítica: hipertrigliceridémia (3400 mg/dL), HDL 18 mg/dL e glicémia 340 mg/dL, sem cetonemia. Observada em Endocrino-logia, referia sintomatologia espoliativa não valorizada nos 2 anos prévios. Iniciou insulinoterapia (isofânica e regular 2UI/Kg/dia) e feno-fibrato (400 mg/d), com melhoria clínica e laboratorial. Mau contexto socioeconómico; abandona a vigilância e terapêutica durante 10 anos. Re-observada em consulta, evidenciando magreza extrema (IMC 15) e mau controlo metabólico (HbA1C 13,6%), retinopatia proliferativa (amaurose bilateral) e nefropatia com proteinúria persistente. Sub-metida a fotocoagulação e cirurgia vitro-retiniana sem sucesso. Atual-mente, sob insulinoterapia (glargina e lispro - 2UI/Kg/d) e metformi-na, com bom controlo metabólico (HbA1C 5,3%) e fenofibrato (400 mg/d), com resposta insuficiente. Sem alterações significativas da fun-ção hepática.Conclusão: Apesar da insulinorresistência da síndrome, é possível ob-ter melhoria significativa com insulinoterapia e insulinosensibilizado-res. A hipertrigliceridémia é habitualmente grave e de difícil controlo, com necessidade de doses elevadas de fármacos. O prognóstico é des crito como reservado pela evolução para a insuficiência hepática.

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P007DIABETES MellituS TIPO 1 E ESClErOSE MúlTIPlA – MAIS QUE UMA MErA COINCIDêNCIA?

Wessling A.1, Aragüés J. M.1, Guerra S.1, Mascarenhas M.1

1- Hospital de Santa Maria, CHLN - EPE, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e a Esclerose múltipla (EM) são doenças auto-imunes com envolvimento específico de de-terminado órgão. Esta associação foi inicialmente descrita num estu-do realizado na Sardenha, cujas dúvidas suscitadas foram esclarecidas pelo “Familial Autoimmune and Diabetes Study”, que revelou um au-mento da prevalência de EM em adultos com DM1, conclusão refor-çada em estudos epidemiológicos posteriores. Caso Clínico: Um indivíduo do sexo masculino, caucasiano, foi diag-nosticado com DM1, aos 29 anos, após episódio inaugural de cetoaci-dose. Não tinha antecedentes familiares de diabetes ou patologia neu -rológica. Analiticamente apresentava função tiroideia, níveis de ACTH, cortisol e perfil lipídico sem alterações, HbA1c 11,7%, peptido c 0,38ng/mL (0,8-3,9), microalbuminúria 27,5mg/24h e acs anti-descarboxilase do ácido glutâmico positivos. Ao exame oftalmológico não apresen-tava alterações. Após alta, manteve excelente controlo metabólico com redução da HbA1c para 5,7% em 4 meses, sem ocorrência de hipogli-cemias. Cerca de 1 ano após o diagnóstico de DM1, iniciou quadro de início súbito de parestesias intermitentes e flutuantes dos membros, sobretudo na região distal, não acompanhadas de hipoestesia, sensa-ção de queimadura, alteração da força muscular ou outra sintomato-logia. Os níveis de vit. B12 e ácido fólico eram normais e os Acs anti-transglutaminase negativos. Por persistência da sintomatologia foi referenciado à consulta de neurologia. Realizou RMN cerebral que evidenciou múltiplas lesões infracentimétricas, sugestivas de doença desmielinizante primária. Foi diagnosticada EM e iniciada terapêutica com Interferão Beta. Conclusão: A DM1 e EM são doenças inflamatórias autoimunes que atingem, respetivamente, as células β pancreáticas e a bainha de mie-lina no sistema nervoso central. A fisiopatologia subjacente a esta as-sociação ainda não está totalmente esclarecida, embora envolva alte- ração de processos imunológicos mediados pelas células T. Os ha ploti - pos HLA eram considerados mutuamente exclusivos de EM ou DM1, mas a susceptibilidade genética de doenças autoimunes envolve vá-rios genes. O curto intervalo de tempo entre o diagnóstico das duas patologias, neste doente, sugere uma eventual ativação simultânea de fenómenos autoimunes. Contudo o mecanismo explicativo da asso-ciação entre estas duas patologias ainda necessita de maior clarifica-ção, para que seja possível melhoria a nível da prevenção e terapêuti-ca.

P008MODy – O PESO DA FAMílIA

Marques C.1, Mendes R.1, Barahona I.1, Barahona Q.1, Ramôa I.1, Ferreira F.1, Barreto B. L.1

1- Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

Maturity Onset Diabetes of Young (MODY) é uma forma rara, monogé-nica e autossómica dominante de Diabetes, com inicio geralmente em idades inferiores a 25 anos. Deve-se à disfunção das células β pan-creáticas caracterizada por Diabetes não cetósica e ausência de auto-anticorpos pancreáticos. É frequentemente confundida com Diabetes Mellitus tipo 1 ou tipo 2. Neste trabalho os autores descrevem o caso clinico de uma jovem adolescente de 11anos, com antecedentes familiares “pesados” de Dia-betes, referenciada à consulta de Diabetologia Juvenil, pelo médico de família, após glicémia esporádica de 200mg/dL, em contexto de qua-dro diarreia, e reavaliação posterior de 114mg/dL, em jejum. Na altura, sem queixas ou sintomatologia sugestiva de Diabetes, assim como antecedentes e hábitos pessoais irrelevantes. Procedeu-se a educação nas áreas de nutrição e exercício físico. Iniciou terapia insulínica de muito baixa dose, com bom controlo glicémico. Da investigação ana-lítica destaca-se doseamento de auto-anticorpos pancreáticos (Ac an-ti-ilhéus, anti-insulina e anti-GAD2) negativos e doseamento de insu-lina dentro dos parâmetros de normalidade. Dentro deste contexto procedeu-se a investigação genética para MODY que foi positiva na mutação no gene HNF1A. Relata-se a marcha diagnóstica, tratamento e seguimento de um caso de MODY tipo 3, em que o que os antece-dentes familiares e o bom controlo metabólico, possível com baixas do ses de insulina, foram determinantes na suspeita clínica.

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P009MODy 3: DESAFIO DIAgNÓSTICO E TErAPêUTICO

Moreno C.1, Paiva S.1, Bourbon M.2, Ruas L., Saraiva J.1, Guelho D.1, Car-doso L.1, Vicente N.1, Martins D.1, Oliveira D.1, Carrilho F.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra2- Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Lisboa

Introdução: A diabetes monogénica é responsável por 1-2% de todos os casos de diabetes mellitus, sendo a mutação HNF1A, habitualmente designada por MODY 3, a mais frequente. O diagnóstico molecular permite uma terapêutica dirigida ao defeito genético em causa, com impacto no controlo glicémico e qualidade de vida. Caso Clínico: Descreve-se o caso de uma doente do sexo feminino de 29 anos referenciada à consulta de diabetologia por labilidade gli-cémica. Antecedentes pessoais de diabetes mellitus diagnosticada aos 15 anos, medicada com gliclazida 30mg em SOS se glicemia capilar jejum >150mg/dL. Sem complicações micro ou macrovasculares con-hecidas. Antecedentes familiares de diabetes: mãe, avó materna e 2 tias maternas, diagnosticadas em idade jovem. Ao exame objectivo: normoponderal (peso=66Kg, IMC=24,4Kg/m2), sem lesões nos pés, sem neuropatia sensitiva. Estudo complementar: HbA1c=6,8% (4,0-6,0%), glicemia jejum=96mg/dL (60-109), Ac anti-Gad65=0,0U/mL (<1), Ac anti-ilhéus negativo, Ac anti-insulina=0,07U/mL (<1), Ac anti-IA2=0,56U/mL (<1), peptídeo C=2,9µg/mL (0,8-6), microalbuminuria 24h=12µg/min (<13). Na suspeita clínica de MODY por mutação HNF, foi optimizada terapêutica para gliclazida 30mg, 2id, com bom con-trolo metabólico. Pedido estudo molecular cujo resultado veio poste-riormente a revelar mutação HNF1A c.872delC; p.Pro291fs. A doente desejava engravidar, tendo sido alterada a sulfonilureia para gliben-clamida 2,5mg, 2id. Às 8 semanas de gestação, demonstrou intolerân-cia gastro-intestinal ao fármaco e labilidade glicémica acentuada, com hipoglicemias de repetição alternadas com hiperglicemias pós-pran-diais, tendo sido modificado o tratamento para insulinoterapia inten-siva (glargina + aspártico 0,4U/kg/d titulada até 0,8U/kg/d), sem ou - tras complicações maternas ou fetais. Parto por cesariana às 39 se ma- nas por estado fetal não tranquilizador, RN 3200Kg, Apgar 9/10, sem comorbilidades perinatais ou malformações. No puerpério foi nova-mente modificada terapêutica para gliclazida 30mg, 2id, mantendo um bom controlo metabólico (HbA1c=6,5%). Conclusão: Salienta-se a importância do diagnóstico molecular que permite um tratamento dirigido à mutação em causa, com bom con-trolo metabólico. Neste caso, a possível má adesão terapêutica à gli-benclamida pelos seus efeitos adversos G-I e a insulinorresistência as-sociada à gravidez poderá explicar a falência do tratamento com esta sulfonilureia.

P010CASO ClíNICO: APlICAçãO DE MAlTODEXTrINA* EM lE-SõES DIABÉTICAS

Pinto Ca. T.1, Rosário V.2, Vitorino C.3, Paulos R.2, Santos C.2, Roque F.2, Es teves M. C.2

1- Hospital Distrital de Santarém, Podologia, Santarém2- Hospital Distrital de Santarém, Medicina Interna, Santarém3- Hospital Distrital de Santarém, Enfermagem, Santarém

Introdução: Segundo as Diretivas Práticas sobre o Tratamento e Pre-venção do Pé Diabético (2011), o número de amputações têm vindo a aumentar, atingindo as 1600 amputações por ano. O tratamento de feridas é uma fonte de preocupação, podendo o tempo médio de cicatrização de uma úlcera no pé, ultrapassar os 6 meses. Novos produtos têm vindo a surgir nos mercados, com o obje-tivo de obter resultados melhores e mais eficazes.Neste estudo de caso, foi aplicado Multidex® Pó sendo este, um penso hidrófilo de maltodextrina e 1% de ácido ascórbico. Trata-se de um produto testado clinicamente, que promove o crescimento do tecido de granulação e a proliferação epitelial. Não sendo tóxico, nem absor-vido sistemicamente. Após a sua aplicação age, envolvendo-se com o exsudado presente no leito da ferida, transformando-se em gel, for-mando uma capa protectora que mantém o equilíbrio ideal de humi-dade e protege contra a desidratação. Controla o odor e é indicado para uso em úlceras diabéticas. Objetivos: Avaliar a acção da Maltodextrina (Multidex® Pó) com o ob-jetivo de cicatrização total de úlceras plantares num doente diabético, seguido em consulta de Podologia, do Núcleo de Diabetes do Hospi-tal Distrital de Santarém, EPE. Métodos: Apresenta-se um caso clínico de um doente do sexo femi-nino, com 70 anos, com diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo II há cerca de 25 anos, com antecedentes de HTA, dislipidémia, retinopatia proliferativa. Apresenta pé neuropático, com história de úlcera, na ba-se plantar do hállux direito, desde 2001. Iniciou seguimento em Podo-logia em 2012, apresentando úlcera de classificação Grau 1 (PEDIS), com cerca de 1cm de diâmetro, exsudativa e com presença de tecido fibrinoso. Iniciou-se tratamento local com realização de desbridamento cirúrgi-co, aplicação de Multidex® Pó (99% Maltodextrina e 1% de ácido as-córbico) e penso não aderente. Efetuada vigilância e mudança de penso, cerca de 3 vezes por semana. Discussão: Trata-se de um doente seguido na Podologia, no qual se obteve a cicatrização total da úlcera plantar, com a aplicação tópica de Multidex® Pó, durante cerca de 4 meses. Conclusão: A aplicação de Multidex® Pó (99% Maltodextrina e 1% de ácido ascórbico) abre excelentes expectativas na cicatrização da úlce-ra, considerando-se uma boa opção, no tratamento de lesões planta-res, em doentes diabéticos.

*Multidex® pó (Maltodextrina e 1% ácido ascórbico)

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P011NECrOBIOSE lIPOIDICA DIABETICOrUM – A PrOPÓSITO DE UM CASO ClíNICO

Pinto Cr. T.1, Mendonça P.1, Cabrita C.1, Lopes A.1, Pina E.1

1- Centro Hospitalar do Algarve, Unidade de Faro, EPE, Serviço de Medicina Inter na 1, Medicina Interna, Faro

Necrobiose lipoidica diabeticorum (NLD) é uma alteração cutânea gra-nulomatosa rara que se verifica sobretudo em doentes diabéticos, afe-tando cerca de 0,3% destes doentes, predominantemente mulheres e diabéticos tipo 1. A microangiopatia parece estar no centro da sua fi-siopatologia, contudo, não está estabelecida relação com mau con-trolo metabólico. Os autores expõe o caso clínico de uma mulher de 35 anos, diabética tipo 1 diagnosticada aos 12 anos. A doente apresenta lesões cutâneas caraterísticas de NLD nas faces anteriores de ambas as pernas desde os 18 anos. Desde o diagnóstico que o controlo metabólico tem sido muito difícil de atingir, sobretudo por má adesão terapêutica, cons-tatando-se como complicações secundárias da sua diabetes também neuropatia periférica, retinopatia e nefropatia diabéticas. A doente nunca fez terapêutica dirigida às lesões exceto em momentos de exa-cerbação com ulceração. Na última agudização apresentou melhoria clínica significativamente mais rápida com oxigenioterapia dirigida às lesões (local), realizada diariamente. Os autores apresentam diversas imagens das lesões da doente em diferentes fases evolutivas.Com este caso, os autores pretendem salientar a raridade deste tipo de alterações cutâneas associada a uma doença tão prevalente como a diabetes mellitus, lembrando a NLD como patologia da qual ainda tão pouco se sabe, nomeadamente da sua relação fisiopatológica com a diabetes. A abordagem terapêutica desta entidade encontra-se igual-mente muito pouco aprofundada, questionando-se os autores acerca do possível papel positivo da oxigenioterapia hiperbárica no trata-mento destes doentes em períodos de exacerbação.

P012HIPOglICEMIA: UMA INDICAçãO ClíNICA PArA PErFU-SãO SUBCUTâNEA CONTíNUA DE INSUlINA

guelho D.1, Barros L.1, Baptista C.1, Paiva I.1, Saraiva J.1, Moreno C.1, Car-doso L.1, Vicente N.1, Carrilho F.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Endocrinolo-gia, Coimbra

Introdução: A Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina (PSCI) con-stitui uma opção terapêutica a considerar em doentes com grande variabilidade glicémica e hipoglicemias graves recorrentes ou incapa-citantes. Os autores apresentam três casos-clínicos de doentes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) em que a ocorrência de hipoglicemia constituiu a indicação para introdução de PSCI. Casos Clínicos: Caso 1: ♀, 51 anos, com DM1 diagnosticada aos 34 anos. Desde o início sob MAID (múltiplas administrações insulina dia), com hipoglicemias graves (4-6 episódios/ano) e HbA1c 6,5-7,5%. Hi-poglicemias mantidas mesmo após sucessivas alterações do esquema de insulina. Aos 47 anos iniciou tratamento com PSCI. Posteriormente registou apenas uma hipoglicemia grave. A média de HbA1c manteve-se nos 6,5-7,5%. Caso 2: ♂, 45 anos, com DM1 diagnosticada aos 28 anos. Aos 38 anos, sob tratamento com MAID e com HbA1c média de 7,5% passou a reportar hipoglicemias graves (4-6 episódios/ano), que motivaram acidente de viação e múltiplas quedas. Aos 40 anos colo-cou PSCI. Não voltou a apresentar hipoglicemias graves e manteve HbA1c entre 7,0-7,5% Caso 3: ♀, 60 anos, com DM1 diagnosticada aos 27 anos. Mau controlo glicémico (HbA1c=9,0-10,0%) sob MAID. Ini-cialmente com grande labililidade (hiperglicemia em período diurno e hipoglicemias graves durante a noite) que foi corrigida após ajuste do esquema de insulinoterapia. Manteve sempre HbA1c elevada (máxi-mo=11%). Aos 55 anos reiniciou hipoglicemias graves (6-8 episódios/ano). Aos 56 anos colocou PSCI. Desde então sem novas hipoglicemias graves, apresentando HbA1c de 6,5-7,5%. Conclusão: Os doentes com DM1 podem apresentar grande labili-dade glicémica e hipoglicemias frequentes imediatamente após o diag nóstico, ou mais tardiamente no decurso da evolução da doença. Nos nossos doentes, a HbA1c não constituiu um marcador fidedigno do risco de hipoglicemia e cada doente foi avaliado de forma indivi-dual. O tratamento com PSCI permitiu diminuir a ocorrência de hipo-glicemias graves e simultaneamente optimizar o controlo glicémico a longo prazo.

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P013A PESSOA COM DIABETES MellituS E O ATO DE CUIDAr EM ENFErMAgEM

ribeiro H.1, Oliveira F.1, Pinto S.1, Borges F.2

1- Centro Hospitalar do Porto - Hospital Santo António, Enfermagem, Porto2- Centro Hospitalar do Porto - Hospital Santo António, Endocrinologia, Porto

Introdução: A utilização da Teoria das Transições de Meleis surge da necessidade de refletir acerca das respostas da pessoa com Diabetes Mellitus face a eventos críticos que surgem ao longo da vida e que vão implicar a adaptação da pessoa a uma nova condição, para que possa atingir o equilíbrio. Segundo Meleis, a mudança no estado de saúde pode despoletar uma transição. Neste processo a pessoa fica mais vulnerável às ameaças re-lacionadas com as experiências de transição, interações e condições ambientais, que a expõem a potenciais perigos passiveis de compro-meter o processo de transição. Nesta perspetiva, a transição requer adaptação a uma nova condição, implicando a aquisição de novos conhecimentos e competências. Nes te contexto, os enfermeiros têm um papel importante no processo de transição, pois vão facilitar o desenvolvimento de novas competên-cias, cruciais para a adaptação da pessoa à sua nova condição de saú-de.Este modelo teórico torna-se pertinente quando aplicado à Diabetes Mellitus, pois reflete as transições vividas pela pessoa com diabetes, numa patologia de elevada prevalência e com uma gestão exigente do regime terapêutico.Objetivos: Estabelece-se como objetivo geral, aplicar a Teoria das Tran sições de Meleis a um caso clínico na área da Diabetes Mellitus. A partir deste, são delineados os seguintes objetivos específicos: aplicar a teoria das transições, no sentido de identificar as condições dificulta-doras deste processo para desenvolver intervenções de Enfermagem capazes de promover uma transição adequada numa situação de saú-de-doença; dar a conhecer o papel do enfermeiro no processo de tran sição.Material e Métodos: A metodologia utilizada centra-se na aplicação da Teoria das Transições de Meleis a um caso clinico na área da Diabe-tes Mellitus. Será realizada uma reflexão acerca do caso clínico tendo por base a Teoria das Transições, onde se identifica a natureza da tran-sição, as condições facilitadoras / inibidoras do processo de transição e respetivas intervenções de enfermagem bem como os indicadores de resposta. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados “ B-ON” com as palavras-chave “ Teoria das Transições”, “Me-leis” e ”Diabetes Mellitus”. Conclusão: Este trabalho contribuiu para o aprofundamento do pro-cesso de transição, de acordo com Meleis e para a reflexão sobre os conceitos que devem ser tidos em conta, de forma a orientar a pessoa no desenvolvimento de uma transição saudável. Os enfermeiros en-quanto cuidadores, acompanham a pessoa com Diabetes e a sua famí-lia no processo de transição, assumindo um papel de facilitador atra-vés da implementação de intervenções que ajudem a pessoa a gerir a adaptação a uma nova situação de saúde.

P014UM CASO DE DIABETES MellituS TIPO 1 ASSOCIADA A ANOrEXIA NErVOSA – DIFICUlDADES E DESAFIOS

luiz H. V.1, Silva T. N.1, Pereira B. D.1, Veloza A.1, Matos A. C.1, Manita I.1, Cordeiro M. C.1, Raimundo L.1, Portugal J.1

1- Hospital Garcia de Orta, Endocrinologia, Almada

Introdução: A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) pode predispor os jo-vens a doenças do comportamento alimentar, nomeadamente ano-rexia nervosa (AN). Esta associação dificulta o controlo metabólico, promove as complicações agudas e crónicas da DM e contribui para o aumento da mortalidade.Caso Clínico: Jovem previamente normoponderal, menarca aos 10 anos e antecedentes familiares de irmã com púrpura trombocitopé-nica idiopática. Aos 12 anos é-lhe diagnosticada DM1 na sequência de queixas espoliativas e cetose, iniciando esquema intensivo de insulina. Um ano depois constatou-se perda ponderal progressiva, com re du-ção do IMC de 20.5 para um valor mínimo de 14 e critérios de AN res-tritiva. Aos 16 anos desenvolveu doença hepática, com transaminases na ordem dos 1000 UI/L. A ecografia abdominal identificou hepato-megalia volumosa e o estudo etiológico foi negativo. Efectuada bióp-sia hepática, compatível com esteatohepatite não alcoólica. Apresen- tava ainda dislipidemia mista com hipertrigliceridemia grave. A den si-tometria óssea revelou osteoporose. Tem sido acompanhada por uma equipa multidisciplinar envolvendo endocrinologista, psiquiatra, psi-có logo, enfermagem e nutricionista, com recurso a múltiplos esque-mas terapêuticos, nomeadamente insulinoterapia, psicoterapia, rea bi-litação alimentar, farmacoterapia e terapia familiar. Apesar disso tem ha vido pouca colaboração da doente que mantém um controlo me-tabólico errático (HbA1c variável entre 5.1 e 13.6%). Múltiplos interna-mentos em Psiquiatria por redução ponderal (peso < 40 Kg, IMC < 17), precedidos por restrição alimentar com hipoglicemias graves, coinci-dindo com os valores mais baixos de HbA1c. Destaca-se um interna-mento recente por intoxicação medicamentosa voluntária. Tem ac - tualmente 22 anos. Última avaliação com IMC 18 e A1C 13.6%, per-sistindo as hipoglicemias. Suspendida insulina basal, encontrando-se apenas medicada com insulina Lispro 2 U diárias. Mantém doença he-pática crónica e dislipidemia. O rastreio das complicações crónicas mi-crovasculares foi negativo.Discussão: A associação de DM1 e AN, embora rara, apresenta-se co-mo um desafio, condicionando grande instabilidade do controlo metabólico. A sua terapêutica é complexa e nem sempre eficaz, exi-gindo um esforço contínuo por parte dos profissionais de saúde e dos doentes. Nos jovens diabéticos, a prevenção das doenças do compor-tamento alimentar assume um papel de destaque, devendo os clínicos estar atentos a sinais/sintomas de alarme e actuar precocemente.

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P015SISTEMA INTEgrADO BOMBA PErFUSOrA DE INSUlINA (BPI) E MONITOrIzAçãO CONTíNUA DA glICOSE COM FUNçãO low-SuSpend – A PrOPÓSITO DE UM CASO ClíNICO

Simões Pereira J.1, Barros L.2, Bastos M.2, Saraiva J.2, Moreno C.2, Dan-tas R.3, Guelho D.2, Cardoso L.2, Vicente N.2, Martins D.2, Oliveira D.2, Pereira C.4, Carrilho F.2

1- Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, Endocrinologia, Lisboa2- HUC-CHUC, Endocrinologia, Coimbra3- CHBV, Endocrinologia, Aveiro4- IPOLFG, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A hipoglicemia é uma complicação grave e frequente da insulinoterapia na Diabetes mellitus tipo 1 (DM1). O desenvolvimento do sistema integrado bomba perfusora de insulina (BPI) e monitoriza-ção contínua de glicose com função Low-Suspend (LS) (Medtronic Pa-radigm Veo System®), constituiu um dos grandes passos em direção ao pâncreas artificial. Esta função permite alertar o doente quando a glicose intersticial (GI) se encontra abaixo de um determinado valor; se não houver resposta ao alarme e o sensor detetar níveis de GI abai-xo de um limiar predefinido, a perfusão de insulina é suspensa auto-maticamente até 2 horas(h). O doente pode reiniciar a administração de insulina a qualquer momento nesse período. Relata-se o caso de um doente com este dispositivo, pretendendo-se ilustrar o impacto da função LS na melhoria das hipoglicemias. Caso Clínico: Homem, 43 anos, DM1 conhecida há 27 e BPI desde há 6 anos. História de hipoglicemias graves frequentes e medo das hipo-glicemias noturnas. Uso regular do sensor com função LS desde 2012. Última HbA1c 7.3% (Janeiro/2014). Analisou-se o período decorrido entre 1.9.13 e 14.1.2014 (136 dias). O sensor encontrava-se programado para alertar o doente com GI≤75 mg/dL e ≥175 mg/dL; na ausência de resposta, a função LS seria ativada com GI≤55 mg/dL. Verificou-se o uso de sensor em 43 dias (5 períodos); o nº médio de horas/dia com sensor foi 22±2. A ativação de LS ocorreu 52 vezes durante este perío-do (em 14 dias ocorreu ≥2x/dia). Em média, a função ficou ativa du-rante 47±73 minutos, tendo o doente reiniciado a perfusão de insuli-na na maioria das vezes. Relativamente à distribuição horária das ati vações da função LS verificou-se que 10 ocorreram das 0-4 h, 12 das 4-8h, 17 das 8-16h e 13 das 16-24h. A ativação frequente de LS durante o dia evidencia a insensibilidade à hipoglicemia deste doente. As gli-cemias médias 1h antes da ativação de LS e 2h depois foram 101.7±47.7 (60-260) e 123.5±48.6 (55-250) mg/dL, respetivamente, verificando-se a inexistência de hiperglicemias graves ou de cetoacidose 2h após a suspensão da BPI (apenas 2 determinações ≥200 mg/dL). Conclusão: Em doentes com DM1, como o apresentado, com insensi-bilidade à hipoglicemia, a função LS torna-se útil na redução da ex-posição à mesma. A suspensão temporária da perfusão de insulina não provocou hiper-glicemias graves.

P016lIPODISTrOFIA: A IMPOrTâNCIA DA EDUCAçãO NO CON-TrOlO METABÓlICO

Cravo J. F.1, Clara A. R.1, Baptista A.1, Cruz A.1, Miranda A.2, Lázaro M.1, Pina E.3

1- Centro Hospitalar do Algarve, EPE - Unidade de Faro, Serviço de Medicina 2, Medicina Interna, Faro

2- Centro Hospitalar do Algarve, EPE - Unidade de Faro, Serviço de Patologia, Faro

3- Centro Hospitalar do Algarve, EPE - Unidade de Faro, Unidade de Diabetolo-gia, Serviço de Medicina 1, Medicina Interna, Faro

Introdução: O termo lipodistrofia engloba duas entidades, a lipoatro-fia e a lipohipertrofia, alterações que ocorrem quando não há rotação do local de administração da insulina, influenciando a sua biodis-ponibilidade e levando a um mau controlo glicémico e aumento das complicações. A lipoatrofia é hoje uma complicação rara devido à in-trodução de insulinas “puras”, parecendo resultar de uma reacção imunomediada. A incidência da lipohipertrofia, que resulta da acção trófica local da insulina, tem vindo a diminuir por uma melhor educa-ção dos diabéticos. Diz-se que o tecido adiposo é o maior órgão en-dócrino do corpo portanto uma doença que altere a sua disposição no corpo tem consequências no metabolismo e no controlo metabólico do doente.Caso Clínico: Os autores relatam o caso clínico de homem de 56 anos, diabético tipo 1 com 40 anos de evolução, referenciado a primeira Con-sulta de Diabetologia, em Janeiro de 2014, por difícil controlo me ta-bólico. Trata-se de doente hipertenso, hábitos tabágicos e etílicos, com complicações crónicas da Diabetes, nomeadamente Doença Arterial Periférica e pé diabético complicado a osteomielite, seguido em Con-sulta de Cirurgia desde há 3 meses. Após internamento recente por Cetoacidose Diabética teve alta medicado com esquema de insulinas glargina e rápida, Pentoxifilina e Losartan. Nesta consulta apresentava glicemia 316mg/dL, cetonemia 2.6mmol/L e HbA1c 9.3%. Não fazia auto-vigilância e relatava predominância de hiperglicemia e hipogli-cemias episódicas em diferentes horas do dia que não sabia explicar. Foi imediamente proposto internamento hospitalar. Objectivamente salientavam-se massas exuberantes nas faces laterais de ambas as co-xas, de consistência elástica, móveis e não aderentes aos planos pro-fundos, locais onde o doente sistematicamente administrava insulina segundo relatava, e úlcera cicatrizada na falange distal do hallux di-reito. Durante o internamento demonstrou pouca motivação e fraca adesão à autovigilância e autocontrolo, assim como desconhecimento da acção dos diferentes tipos de insulina que fazia. Iniciou esquema de insulinoterapia intensiva e realizada educação para o doente diabé-tico. Fotografia e estudo imagiológico documentam a lipodistrofia.Conclusão: Com a optimização terapêutica e re-educação, nomeada-mente para a rotação do local de administração de insulina, verificou-se franca melhoria do perfil glicémico. Não se registaram hipoglicemias, o que previamente se poderá explicar pela não absorção de insulina, eventualmente retida ao nível das lipodistrofias e pela sua libertação esporádica.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97 Posters - Casos Clínicos

P017AVAlIAçãO DA APlICAçãO DE APÓSITOS DE MEl EM úl CErA DO PÉ DIABÉTICO

Prata l.1, Costa A. L.2, Gaspar A. M.1, Lessa I.1, Oliveira R.1, Pestana M.1, Serrabulho L.1, Raposo J. F.3

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Me-dicina Geral e Familiar, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: A úlcera no pé diabético constitui um importante factor de risco para amputação. Não existem guidelines em relação à utiliza-ção de apósitos para o tratamento de úlceras no pé diabético. Procu-ra-se acima de tudo um tratamento local que: crie uma barreira de proteção bacteriana, que promova a cicatrização e a cura. Estas carac-terísticas têm sido atribuídas ao mel, um dos tratamentos mais antigos utilizados para controlar infecções. Objetivo: Avaliar a ação da aplicação de mel Manuka em feridas de pé diabético sem evolução positiva e / ou infectados e / ou com sinais inflamatórios significativos. Métodos: Foram incluídas 12 pessoas com diabetes mellitus com úl-ceras de pé, tratadas durante 9 semanas. Foram caracterizadas: idade, tempo de diabetes, HbA1c, duração da ferida, antibioterapia anterior e escala PEDIS. Variáveis: volume das feridas; exsudado e grau de in-fecção. Materiais: Mel de Manuka em gel ou impregnado em alginato, Soro Fisiológico, escala numérica em milimetros; câmara fotográfica; gre-lha de registos. resultados: 3 pessoas abandonaram o estudo. Foi excluído 1 caso por agravamento. Em 8 casos verificou-se predominantemente a diminui-ção do volume. Nestes 8 casos, em 3 ocorreu a cicatrização total antes das 9 semanas. Verificou-se ainda que: 1 caso necessitou de antibiote-rapia durante o estudo; foi favorecido o desbridamento em feridas com tecido desvitalizado; na utilização de gel existiu a não aderência; na utilização de alginato impregnado foi com frequência que ocorreu aderência, mesmo em ferida com exsudado abundante, existindo agra-vamento por tamponamento. Conclusão: A aplicação de mel de Manuka permitiu a diminuição do volume das feridas em mais de metade dos participantes, mesmo na presença de infecção. Observou-se também que o tamponamento pe los apósitos de alginato impregnado e os comportamentos de ris-co, como calçado inadequado e ausência de repouso, foram a princi-pal causa do agravamento de algumas feridas. O tamponamento ocor-reu, em especial em feridas de pequenas dimensão e tendencialmente as que apresentavam bordos hiperqueratóticos. Verifica-se que a cica-trização e diminuição do risco de amputação dependem também de hábitos, comportamentos e estilos de vida que favorecem a cicatriza-ção e diminuição do risco de amputação.

P018CAPACITAçãO DA PESSOA COM DIABETES MellituS TI-PO 2

lopes l.1, Ferreira F.1

1- Centro Hospitalar do Algarve - Unidade de Faro, Medicina 2, Enfermagem, Faro

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crónica de adap-tação contínua. Capacitar é fundamental no tratamento da pessoa com DM. A permanência hospitalar é momento de oportunidade de habi-litar a pessoa a lidar com a sua situação, capacitando a aquisição de co nhecimentos e habilidades de autocontrolo.Objetivos: Criar linhas orientadoras na capacitação da pessoa com DM no serviço de internamento.Métodos/Metodologia: Análise de um caso clínico sustentado por revisão da literatura.Caso Clínico: Homem de 49 anos com diagnóstico médico DM tipo 2 inaugural e abcesso perineal. A.P: colostomia em 12/2013 por neopla-sia do recto. Sem antecedentes familiares de diabetes. Autónomo nas atividades de vida diárias. Refere polifagia, polidipsia, hábitos tabági-cos, não pratica exercício físico e apresenta sentimento de raiva e tristeza. Prescrição terapêutica durante internamento; polimedicado in cluindo esquema de insulinoterapia actrapid e glargina. Dos diag-nósticos de Enfermagem destacamos: Conhecimento não demonstra-do – DM tipo 2/Tratamento. Numa fase inicial promoveu-se a aceita-ção e compreensão dos sentimentos pela pessoa, posteriormente deu-se inicio ao processo de capacitação seguindo um plano com orientações sobre: fisiopatologia simples (diabetes, insulina, glicose); modalidades de tratamento (monitorização da glicose, administração de insulina, informações nutricionais); reconhecimento, tratamento e prevenção de complicações (hiperglicémia, hipoglicémia, tabagismo, exercício físico, cuidado com os pés); outras informações (conservação da insulina, quando e como procurar o enfermeiro/médico). Orienta-do para outros profissionais de saúde numa estratégia interdisciplinar de capacitação da pessoa. Este processo de capacitação foi comple-mentado com folheto escrito. No final do processo demonstra conhe-cimentos básicos sobre a diabetes, habilidade na autovigilância, auto-controlo e administração de insulina. Refere uma redução de cigarros/dia, cumpre plano alimentar e mostra interesse por participar num pla-no de exercício físico.Conclusão: Este caso remete-nos para a necessidade de canalizar um investimento maior nas ações de capacitação das pessoas no momen-to de internamento hospitalar e evidencia a importância da elabora-ção de um plano de capacitação com a pessoa, adaptado às necessi-dades individuais, com orientações baseadas na avaliação da evolução das capacidades desenvolvidas.

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P019HIPOglICÉMIA COM ASSOCIAçãO IDPP- 4 / METFOrMINA

Klikó M.1, Cabrita C.1, Lopes A.1

1- Centro Hospitalar do Algarve - Unidade Hospitalar de Faro, Serviço de Me-dicina Interna 1, Medicina Interna, Faro

Introdução: A hipoglicémia associada à terapêutica surge pelas ca-rac terísticas do seu mecanismo de ação, excesso da terapêutica, insu-ficiência renal, dieta, consumo de álcool ou exercício físico. Com os inibidores da DPP- 4 vieram novas esperanças terapêuticas, pela sua eficácia, risco de hipoglicémia baixo, efeito nulo sobre o peso e boa tolerabilidade. Material e Métodos: Os autores apresentam o caso clínico de um doente do sexo masculino, de 79 anos, reformado, trazido pelo INEM ao SU por hipoglicémia (glicémia capilar 40 mg/dL). Na semana prévia ao internamento verificou-se diminuição da ingestão alimentar. Sem história de febre ou outra sintomatologia. Dos antecedentes pessoais conhecidos a referir diabetes mellitus tipo 2, cardiopatia isquémica, dislipidémia e hiperuricemia. Medicado em ambulatório com sita-gliptina/metformina 50/1000 mg bid. Objetivamente à entrada: agita-ção psico-motora com necessidade de contensão física, apirético, mo - derada elevação da PA sistólica, sem focalidade neurológica. Anali ti-camente sem alteração da função renal. Admitiu-se hipoglicémia a antidiabéticos orais e internou-se para vigilância durante 48 horas. Não houve registos de hipoglicémia durante o internamento. Teve al-ta com indicação de suspensão da terapêutica anterior, substituída por metformina 850 mg bid. Discussão: Este caso ilustra que, apesar de os inibidores da DPP- 4 apresentarem risco de hipoglicémia baixo, essa situação pode, ainda assim, acontecer, devendo a terapêutica da hipoglicémia começar pe-la prevenção da mesma.Conclusões: É fundamental ensinar os doentes e familiares a fracionar as refeições, a reduzir eventualmente a dose da medicação (em caso de maior exercício físico ou de diminui ção da ingestão alimentar), a reconhecer os sintomas de hipoglicémia e a iniciar de imediato o seu tratamento.

P020HIPErglICÉMIA – MODy: UM DIAgNÓSTICO A CONSI-DErAr

Monteiro r.1, Fitas A. L.2, Amado M.3, Pina R.2, Lopes L.2

1- Centro Hospitalar de Leiria, Pediatria, Leiria2- Unidade de Endocrinologia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hos-

pitalar Lisboa-Central, Lisboa3- Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Algarve, Portimão

Introdução: A deteção de glicémia elevada em avaliações laborato-riais ocasionais implica a colocação de hipótese diagnóstica de diabe-tes mellitus (DM) tipo 1, tipo 2 ou outras formas de diabetes. Apesar de raro, o diagnóstico de Maturity Onset Diabetes of the Young (MODY) deve ser considerado em casos de hiperglicemia não progressiva asso-ciada a antecedentes familiares positivos. Descrevem-se dois casos com diagnóstico de mutação da glucoquinase.Caso Clínico: Criança de 6 anos, sexo feminino. Antecedentes famili-ares: pai com alteração da glicémia em jejum e esteatose hepática; avós paternos com DM2. Aos 3 anos de idade, em análises de “rotina” é constatada alteração da glicémia; esta avaliação foi repetida (gli cé-mias em jejum entre 110-128mg/dL) mas só 3 anos depois é referen-ciada a Consulta de Diabetes após a realização de PTGO (glicémia em jejum - 122mg/dL; às 2h - 144mg/dL) e HbA1c (6,4%). A observação na Consulta não mostrou alterações. Realizou nova avaliação analítica: glicémia 121mg/dL; HbA1c 6,6%, insulinémia 4,4ng/ml, anticorpo anti-GAD positivo (5,4U/mL), restantes auto-anticorpos negativos. Foi pos-ta a hipótese diagnóstica de defeito da glucoquinase (MODY 2) que foi confirmada por estudo molecular do gene, sendo identificada mu-tação não descrita anteriormente. Criança de 5 anos, sexo masculino, referenciada à Consulta de Diabetes por glicémias em jejum superio-res a 100mg/dL. Nos antecedentes familiares, de salientar: mãe teve diabetes gestacional necessitando terapêutica com insulina e atual-mente com DM2 medicada com gliclazida; avó materna com DM2 controlada com dieta, o bisavô materno com DM2 sob insulinotera-pia. Aos 3 anos foi constatada glicémia de 169mg/dL em contexto de gastrenterite aguda no serviço de urgência. Por iniciativa materna, fez pesquisas de glicémia frequentes, tendo registado glicémias em jejum de 104-117mg/dL e glicémias pós-prandiais de 120-160mg/dL. HbA1C 6,6%. Avaliação analítica: PTGO – glicémia: 109mg/dL ( jejum) e 162mg/dL (às 2h), HbA1C 6,3%, insulinémia 1,6ng/ml, auto-anticorpos negativos. Estudo genético confirma mutação do gene da gluco-quinase. Em ambos os casos não foi instituída qualquer terapêutica.Conclusão: Em doentes em que é detetada hiperglicémia assintomá-tica, é importante colocar a hipótese diagnóstica de MODY, de forma a evitar que estes casos sejam sub ou incorretamente diagnosticados. A caracterização adequada do subtipo de MODY é indispensável para uma correta orientação dos doentes.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97 Posters - Casos Clínicos

P021MONITOrIzAçãO CONTíNUA DA glUCOSE: FATOr FACI-lITADOr NO AJUSTE TErAPêUTICO EM MUlHErES COM DIABETES TIPO 1 EM FASE PrÉ-CONCECIONAl

Almeida r.1, Dingle M.1, Matos D.1, Paiva A. C.1, Vicente L.2, Serrabulho L.1, Raposo J. F.3

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Gine-cologia / Obstetrícia, Lisboa

3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: A gravidez em mulheres com diabetes tipo 1 (DT1) é con-siderada como uma gestação com riscos acrescidos, muitas vezes as-sociada a hiperglicemias na fase de pré-conceção e durante a gravi-dez. Os cuidados pré-concecionais incluem medidas terapêuticas e de ensino, essenciais para capacitar a mulher/casal na monitorização e otimização do controlo da glicemia nesta fase, minimizando o risco de complicações como o aborto espontâneo e as malformações congé-nitas. Na consulta de saúde reprodutiva da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, utiliza-se a monitorização contínua de glicose para diagnosticar e identificar alterações na glicemia, principalmente no período noturno e interprandial.Objetivos: Avaliar a eficácia da monitorização contínua de glicose no ajuste e controlo de um plano terapêutico interdisciplinar durante o período pré-concecional, em mulheres com DT1. Descrição e apresen-tação de um caso clínico de uma mulher com DT1,em que foi ajustado o plano terapêutico. Método: Mulher de 30 anos, com DT1 desde os 26 anos, sob esquema terapêutico intensivo de glargina e lispro, pretendendo engravidar sem riscos acrescidos, para si e para o feto. Por dificuldades no contro-lo metabólico foi proposta a realização da monitorização contínua de glicose, de forma a caracterizar os valores de glicemia capilar do dia-a-dia. resultados: Após a realização da monitorização contínua de glicose em perfil glicémico, e dos ajustes terapêuticos baseados nos resulta-dos obtidos, observou-se uma melhoria nos valores das hemoglobi-nas glicosiladas de 0,4% em 3 semanas. Conclusões: A monitorização contínua de glicose em tempo útil é um método facilitador para os ajustes terapêuticos e para a otimização do controlo metabólico na fase da pré-conceção. Os resultados obtidos estão de acordo com a literatura (Murphy, H. R. et al, 2008) em que se verificou uma melhoria no valor da hemoglobina glicosilada. Assim, po-de considerar-se um método facilitador nos ajustes terapêuticos e com resultados significativos. Este Projeto vai continuar a ser desenvolvido na Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal.

(Trabalho efe tua do no âmbito de Projeto DGS – “Gravidez para um final feliz”)

P022DIABETES NEONATAl TrANSITÓrIA POr MUTAçãO NO gENE KCNJ11

Morais r. B.1, Fitas A. L.1, Viveiros E.2, Simões A.3, Raposo A.2, Anselmo J.4, Limbert C.1, Lopes L.1

1- Hospital D. Estefânia, CHLC, Unidade de Endocrinologia Pediátrica, Lisboa2- Hospital do Divino Espírito Santo, EPE, Serviço de Pediatria, Ponta Delgada, S.

Miguel3- Hospital D. Estefânia, CHLC, Unidade de Endocrinologia Pediátrica, Enferma-

gem, Lisboa4- Hospital do Divino Espírito Santo, EPE, Serviço de Endocrinologia, Ponta Del-

gada, S. Miguel

Introdução: A Diabetes neonatal (DN) é uma doença rara, afetando 1:300 000 lactentes abaixo dos 6 meses. Existem duas formas clinica-mente indistinguíveis na altura do diagnóstico: Transitória e Perma-nente, consoante a persistência do quadro após o primeiro ano de vi - da. O estudo molecular genético poderá ser elucidativo, dada a as-sociação frequente da forma permanente a mutações de genes do canal de K (KCCNJ11 e ABCC8) e da transitória a anomalias do cromos-soma 6. Reporta-se um caso de DN transitória causado por mutação ativadora do gene KCNJ11.Caso Clínico: Lactente do sexo masculino, segundo filho de pais con-sanguíneos, naturais de S. Miguel. Gravidez de risco por pré-eclâmp-sia, amniocentese com cariótipo normal. Parto de termo por cesaria - na, com reanimação, Apgar 5/9/10 e somatometria à nascença ade-quada (2890g, P10; 47cm, P5; perímetro cefálico 34.5cm, P10). Apre-sentava malformações congénitas minor, hipotonia e sucção débil, tendo alta ao 7º dia por dificuldade alimentar. Internado ao 11º dia por má progressão ponderal, com agravamento clínico ao 17º dia de vida, tendo-lhe sido diagnosticada Diabetes Mellitus com cetoacidose gra-ve (pH 7.0, glicémia 1421 mg/dL, Na 172 mmol/L). Iniciou insulinotera-pia endovenosa e subcutânea, com difícil controlo glicémico e man-teve hipotonia e sucção débil, com necessidade de sonda nasogástrica, tendo como intercorrências candidíase oral exuberante e adenite axi-lar supurativa. Transferido aos 2 meses para hospital terciário onde pas sou para insulinoterapia por sistema de infusão contínua subcu-tânea. As necessidades de insulina diminuíram progressivamente, sus-pendeu insulinoterapia ao 31º dia de internamento e teve alta com 4 meses. Pelo atraso do desenvolvimento psicomotor aliado a possíveis convulsões suspeitou-se de síndroma de DEND (developmental delay, epilepsy, neonatal diabetes) por mutação do KCNJ11. Foi observado por Neurologia, tendo EEG e RM CE normais. Até aos 9 meses de vida mantém normoglicemia com gradual melhoria da hipotonia e dificul-dade alimentar. O estudo genético detetou mutação no gene KCNJ11 c.679G>A p. E227K na criança e na mãe.Conclusão: Trata-se de uma mutação rara, previamente descrita em famílias com diabetes transitória. Em 10% dos casos de mutação do KCNJ11 a diabetes é transitória e não se associa a alterações neurológi-cas contrariamente ao caso reportado que apresenta um quadro com-patível com síndroma de DEND. O risco de recidiva da diabetes é ele-vado, pelo que se impõe manter vigilância multidisciplinar.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97Posters - Clínica

P023rEgIMES TErAPêUTICOS NOS DOENTES COM DIABETES MellituS TIPO 1

Martins A. F.1, Martins J. M.1, Vale S.1, Gomes A. R.1

1- Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A insulina é o elemento fundamental na terapêutica far-macológica da Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1). No entanto alguns anti-diabéticos orais podem ser utilizados com vantagem, para corrigir a insulino-resistência, a hiperglicemia pós-prandial, ou a hiperactivida-de das células α. Doentes e Métodos: Utilizámos uma base de dados específica DM-HSM.DBF que inclui o registo clínico dos doentes com DM1 assistidos num hospital público e central para obter os dados relativos ao regime de insulinoterapia e à utilização ou não de anti-diabéticos orais. Foram definidos três grupos quando ao regime da insulinoterapia: a) doentes a utilizar o sistema de infusão contínua subcutânea de insulina (ICSCI) (Grupo 1 - 27 doentes, 23%); b) doente com esquema intensivo (IR) com três ou mais administrações diárias de insulina (Grupo 2 – 78 doentes, 65%); c) doente com um regime de insulinoterapia convencional (CR) não intensivo. Também compáramos os doentes que utilizavam anti-diabéticos orais (Grupo A – 34 doentes, 28%) e os doentes sem anti-diabéticos orais (Grupo B – 86 doentes, 72%). Utilizou-se o programa SPSS/IBM versão 19 para a análise estatística.resultados: Foram estudados 120 doentes com DM1 (56% do sexo fe minino; com 36±13 anos de idade) e com um longo tempo de doen-ça (19±12 anos). Os doentes do grupo 3, CR tinham menos tempo de doença (12±11 anos), apresentaram melhor controlo metabólico (HbA1c – 7.7±1.2%) e menor frequência de nefropatia (N) (18%) e de hiperten-são arterial (HTA) (13%). Os doentes dos grupos 1 e 2 com ICSCI ou IR, não eram significativamente diferentes entre si e apresentaram um controlo metabólico pior (9.1±1.8% e 9.0±1.9%), maior duração da doen-ça (22±11 e 19±12 anos) com maior frequência de N (26 e 25%) e de HTA (27 e 21%). Não encontrámos características distintivas nos doen-tes que utilizavam anti-diabéticos orais. Discussão: A maior parte dos doentes com DM1 (87%), cumpre um esquema de insulinoterapia intensiva ou contínua. Um pequeno gru-po de doentes com DM1, com menos tempo de doença, não necessita de um IR e que apesar disso mantêm um bom controlo metabólico com uma frequência mais reduzida de complicações da doença. Nos doentes sob IR ou ICSCI o controlo metabólico está ainda muito longe do desejável, embora no último grupo isso dependa dos critérios de selecção. Uma percentagem relevante (28%) utilizam concomitante-mente anti-diabéticos orais, mas essa utilização é ainda marginal e aparentemente decidida caso a caso. Os doentes com DM1 podem ser considerados um grupo heterogéneo e devem ser explorados factores individuais que permitam um esquema terapêutico optimizado.

P024“CUrSO PSICO-EDUCACIONAl”. APrESENTAçãO E AVA-lIAçãO DE UM PrOgrAMA PEDAgÓgICO DE TrEINO DE COMUNICAçãO EM SAúDE PArA PrOFISSIONAIS QUE TrA BAlHAM NA DOENçA CrÓNICA

Covinhas A. l.1, Boavida J. M.2, Raposo J. F.2

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Psi-cologia, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: Em termos de comunicação, a pessoa com Doença Cró-nica é um desafio para o Profissional de Saúde (PS) tendo em conta o respetivo acompanhamento a longo prazo. A “cronicidade”não é ape-nas uma característica da doença, mas também da própria Relação. Assim sendo, é crucial abordar a Comunicação como uma real Ferra-menta Terapêutica na gestão dos Cuidados de Saúde. A mesma, tem o poder de promover o envolvimento e o compromisso da pessoa com o seu próprio tratamento e respetivo controlo da doença. O bom de-sempenho da Educação Terapêutica exige do PS um conjunto de com-petências de Comunicação Verbal e Não- verbal, tipicamente oriun-das dos domínios da Psicologia e da Pedagogia que nem sempre são parte integrante dos Currículos Académicos.Objetivos: O presente Curso propõe-se aprofundar o treino das estra-tégias de comunicação mais eficazes na promoção da Autonomia e Responsabilização da Pessoa com Doença Crónica, visando o seu Em-powerment.Material e Métodos: O desenvolvimento das temáticas é feito em contexto teórico-prático através de: role-plays; estudo de casos; work-shops; autoscopia e heteroscopia. Cada curso tem a duração de 36 horas distribuídas por 6 dias para 14 participantes (médicos, enfermei-ros, psicólogos, nutricionistas, farmacêuticos). Entre 2008 e 2013, fo-ram realizados oito cursos, com a participação de 81 profissionais de Saúde, dos quais, 70 preencheram corretamente o questionário de ava liação composto por uma escala Lickert de cinco pontos. A preva-lência foi de “bom” e “muito bom” com a seguinte classificação: “Ava-liação geral “ (87,1%); “ Interesse e Compreensão dos Temas” (87,1 %; 78,5%), “Motivação” (97,1%), “Duração e Metodologia Aplicada” (65,7%; 77,1%).Conclusão: Os temas abordados são claramente do interesse dos par-ticipantes que se têm mostrado bastante motivados. Os resultados mos tram que as mais valias que constituírem este Curso: 1) possibili-dade de trabalho integrando diferentes experiências em contexto plu-ridisciplinar; 2) desenvolvimento de metodologias que permitem maior tomada de consciência da intervenção na clínica e 3) estrutura faseada do curso que permite treino de competências em contexto pedagógi-co, incentiva a aplicação na prática clínica e facilita a respetiva dis-cussão em contexto pedagógico, são para manter e ajustar às necessi-dades dos PS, considerando o objetivo a que se propõem: o de me lhorar a abordagem junto das pessoas com Doença Crónica visando melhor aceitação, gestão e resultados da doença.

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P025DIABETES MellituS E AVC ISQUÉMICO – ESTUDO PrO-SPECTIVO EM DOENTES INTErNADOS NO HOSPITAl DE BrAgA

Monteiro A. M.1, Cabral C.2, Fernandes V.1, Alves M.1, Marques O.1

1- Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga2- Hospital de Braga, Medicina Interna, Braga

Introdução: A diabetes mellitus (DM) é um fator de risco major para o acidente vascular cerebral (AVC) e tem sido demonstrado que diabéti-cos que sofram AVC apresentam pior prognóstico, com maior morbi-mortalidade.Objectivos: Determinar a prevalência de DM em doentes internados por AVC isquémico. Comparar variáveis demográficas, prevalência de complicações, tempo de internamento e mortalidade intra-hospitalar entre diabéticos e não diabéticos. Avaliar controlo glicémico e tera-pêu tica usada no tratamento da DM.Material e Métodos: Estudo observacional, analítico e prospetivo de doentes internados por AVC isquémico, no Hospital de Braga, entre Agosto e Novembro/2013. Análise estatística: SPSS versão 20.resultados: Dos 134 doentes incluídos, 30,6% tinham diagnóstico pré vio de DM, 79,9% tinham mais de 65 anos e 53,7% eram mulheres. A mediana de idades foi de 79 anos, sem significância estatística entre os doentes diabéticos e não diabéticos (p=0,624). A mediana da glice-mia na admissão hospitalar foi 115mg/dl, com significância estatística entre os grupos (156 vs 108mg/dl; p<0,05). O tempo de internamento mediano foi 10 dias para ambos os grupos. Embora sem significância estatística, a prevalência de complicações neurológicas e infeciosas foi inferior nos diabéticos (24,4 vs 36,6%;p=0,167), assim como a mortali-dade intra-hospitalar (2,4 vs 10,8%;p=0,106). Não se verificou signi fi-cância estatística entre glicemia à admissão, prevalência de complica- ções e mortalidade intra-hospitalar. No grupo de diabéticos ve ri ficou-se maior prevalência de antecedentes de HTA, dislipidemia, obesida-de, doença coronária, fibrilação auricular, doença renal crónica e AVC prévio. Nos diabéticos, a mediana de HbA1c foi de 7,2%, não tendo sido verificada significância estatística entre a HbA1c, prevalência de complicações e mortalidade intra-hospitalar. Relativamente à tera-pêutica da DM, à admissão vs alta hospitalar, 61,0 vs 56,1% estavam medicados com antidiabéticos orais (ADOs); 17,1 vs 17,1% com insulina e ADOs, 9,8 vs 24,4% apenas com insulina, e 12,2 vs 2,4% sem terapêu-tica medicamentosa. Entre os diabéticos, 26,8% foram observados pe-la Endocrinologia para orientação terapêutica. Destes doentes, ve ri fi–cou-se maior prevalência de doentes sob terapêutica prévia com in su lina (63,6 vs 36,4%;p<0,05), com uma taxa de início de insulinização de 9,1% na alta.Conclusão: O controlo glicémico no grupo de diabéticos é razoável, na maioria dos doentes, tendo em conta a faixa etária e a pré-existên-cia de comorbilidades e complicações crónicas. Admitimos que a aus-ência de maior prevalência de complicações e mortalidade no grupo de diabéticos vs não diabéticos, poderá estar relacionada com a di-men são reduzida da amostra.

P026A VISFATINA COMO FACTOr DE rISCO EMErgENTE DE MOrTAlIDADE CArDIOVASCUlAr EM DIABÉTICOS TIPO 2 COM NEFrOPATIA DIABÉTICA

Silva A. P.1, Fragoso A.1, Silva C.2, Tavares N.3, Santos N.2, Camacho A.3, Neves P. L.1

1- Centro Hospitalar do Algarve, Nefrologia, Faro2- Centro Hospitalar do Algarve, Serviço de Patologia Clínica, Faro3- Centro Hospitalar do Algarve, Serviço de Cardiologia, Faro

Introdução: A principal causa de mortalidade e morbilidade na pop-ulação diabética continua a ser a cardiovascular. Vários estudos recen-tes demonstraram que para além dos factores de risco tradicionais, as adipocinas sintetizadas pelo tecido adiposo associam-se de forma in-dependente ao aumento do risco cardiovascular. O Objectivo do nosso estudo foi avaliar o papel das adipocinas como factores determinantes da mortalidade cardiovascular em diabéticos tipo 2 com doença renal ligeira a moderada. Material e Métodos: Foram analisados vários parâmetros biológicos e laboratoriais entre os quais alguns referentes ao: metabolismo mi-neral (fósforo, PTH), a função renal (creatinina, filtrado glomerular es-timado), insulinorresistência (HOMA), as adipocinas (visfatina, resisti-na, adiponectina) e o índice de massa do ventrículo esquerdo (IMVE).Foram incluídos neste estudo, 176 diabéticos tipo 2, sendo 61,4 % do género masculino, com idade média de 59,5 anos e com filtrado glo-merular médio estimado de (TGFe) de 43 mL/min.resultados: Num modelo de Cox usando-se a mortalidade cardiovas-cular como variável dependente e como variáveis independentes, a ida-de, género, TGFe, PTH, fósforo, HOMA, TGFe, creatinina, visfatina, re-sistina, adiponectina e o IMVE, verificou-se que se comportaram como factores independentes de mortalidade cardiovascular a visfatina (HR=1,031, CI 95% 1,019 a 1,043, p= 0,0001),a adiponectina (HR=0.837, CI 95% 0.737 a 0.951,p=0.006) e creatinina (HR=2,308, CI 95% 1,033 a 5,156, p=0,041). Após a aplicação de curva de Receiver Operator (ROC), verificou-se que a vistatina é a variável com maior sensibilidade e es-pecificidade para a mortalidade cardiovascular nesta população, com uma área sob a curva (AUC) de 0.909 p=0.0001 para um cut-off de 60 ng/dL. A AUC para os valores de adiponectina 0,666 p=0.0001 para um cut-off de (4,5 µg/dL).Conclusão: No nosso estudo as adipocinas são factores determinan-tes de mortalidade cardiovascular nesta população diabética com doença renal ligeira a moderada.

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P027PESO INICIAl E EVOlUçãO PONDErAl NA DIABETES Mel-lituS

gomes A. r.1, Martins J. M.1, Martins A. F.1, Vale S.1

1- Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A Obesidade é um importante factor de risco para o de-senvolvimento da insulino-resistência e da Diabetes Mellitus (DM) ti-po 2. Porque o tratamento médico da obesidade é reconhecidamente ineficaz e a evolução natural é para o continuado ganho ponderal até aos grupos etários mais avançados, este pode ser um factor de agra-vamento progressivo na evolução da DM. Doentes e Métodos: Utilizámos uma base de dados específica DM-HSM.DBF que inclui o registo clínico dos doentes assistidos na Con-sulta Externa de um Hospital Público e Central para recolher os dados relativos a: 1) sexo e idade; 2) tipo de DM; 3) tempo desde o diagnós-tico; 4) Índice de Massa Corporal (IMC) inicial e na última consulta. Foi utilizado o programa SPSS/IBM versão 19 para a análise estatística. resultados: Foram incluídos no estudo 120 doentes com DM tipo 1 (DM1), 201 doentes com DM tipo 2 tratados com anti-diabéticos orais (DM2-OT), 132 doentes com DM tipo 2 tratados com anti-diabéticos orais e insulina (DM2-IT) e 35 doentes com DM Secundária (DMs). O tempo médio de seguimento dos doentes foi de 5 anos. Na primeira con sulta os doentes com DM1 e DMs apresentavam IMC idênticos - 23.5±3.5 e 24.0±5.3 kg/m2 - e significativamente inferiores aos dos doentes com DM2 quer DM2-OT quer DM2-IT – 29.5±4.8 e 28.2±5.2 kg/m2. A frequência (%) de doentes com excesso de peso (EP) e obesi-dade (Ob) em cada grupo foi 28/3 na DM1, 37/11 na DM2-OT, 47/28 na DM2-IT e 27/15 na DMs, semelhante à que se encontra na população em geral, excepto pela menor frequência de Ob na DM1 e pela maior frequência de EP e Ob na DM2-IT. Na última consulta, o IMC aumen-tou significativamente nos doentes com DM1 – de 23.5±3.5 para 24.0±3.4 kg/m2 – e nos doentes com DM2-IT – de 28.2±5.2 para 29.2±5.4 kg/m2 – enquanto que diminuiu significativamente nos doentes com DM2-OT – de 29.5±4.8 para 29.0±4.8 kg/m2 – sem dife-renças significativas nos doentes com DMs. As diferenças são mínimas de 2-3 kg. Discussão: O EP e a Ob estão associados particularmente com a DM2-IT, mas não com os outros tipos de diabetes considerados, em que a prevalência não difere daquela que se observa na população em geral, ou é até menor no caso da DM1. No período de seguimento conside-rado, as alterações ponderais são minímas de 2-3 kg, e a maior parte dos doentes, DM2-OT diminuem significativamente de IMC, sendo os que apresentam melhor controlo metabólico, enquanto que os doen-tes com DM1 e DM2-IT, sob insulina, aumentam significativamente o IMC apesar do pior controlo metabólico. Estes dados contrastam com os que se observam na população em geral. A relação entre o EP/Ob e a DM é mais complexa do que aquela que habitualmente se considera.

P028SISTEMAS DE PErFUSãO SUBCUTâNEA CONTíNUA DE INSUlINA NUMA POPUlAçãO PEDIáTrICA COM DIABE-TES MellituS TIPO 1

Caldas A. r.1, Borges T.2, Oliveira M. J.2, Cardoso M. H.1

1- Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto2- Centro Hospitalar do Porto, Porto

Introdução: O atingimento de um controlo glicémico adequado con-tinua a ser um desafio na população pediátrica com diabetes mellitus tipo 1 (DM 1). O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução do perfil glicémico de uma população pediátrica com DM 1 após colocação de SPSCI.Métodos: Analisamos retrospetivamente os 26 doentes com DM 1 que iniciaram SPSCI em idade pediátrica no CHP entre Junho 2002 e Junho 2013. Avaliamos a evolução da HbA1c, dos parâmetros antropométri-cos, da dose diária total de insulina e das complicações agudas da doença antes da colocação de SPSCI e à data da última consulta [me-diana de 3 anos (min. 0,5; máx. 9,4) após colocação de SPSCI].resultados: Das 26 crianças diabéticas, 15 (57,6%) eram do sexo mas-culino. A idade mediana à data do diagnóstico de diabetes era de 6 anos (mín.1; máx.13,9) e à data de início do SPSCI de 11 anos (mín. 1,7; máx.16,8). A colocação de SPSCI ocorreu, em mediana, 4 anos (mín. 0,7; máx.14,9) após o diagnóstico de diabetes. Verificámos uma re du-ção dos níveis de HbA1c de 8,0±1,1% (mín.6,1; máx.10,5) para 7,7±0,7% (mín.6,7; máx.8,9) após colocação de SPSCI, sem significado estatísti-co. Apesar desta melhoria, as necessidades médias de insulina por uni-dade de peso não variaram significativamente (0,8±0,2 U/Kg vs. 0,9± 0,2 U/Kg), tal como o percentil de IMC dos doentes (percentil 67±22 vs. percentil 71±19). O número de doentes com episódios de hipogli-cemia grave descritos no ano anterior diminuiu significativamente de 13 (50%) para 1 doente (3,8%). Não ocorreram quaisquer episódios de cetoacidose diabética no ano anterior ao inicio do SPSCI e durante o período analisado.Conclusões: A utilização dos SPSCI permitiu melhorar o controlo me-tabólico global desta população pediátrica com diabetes, proporcio-nando uma redução da HbA1c e uma diminuição significativa do nú-mero de doentes com hipoglicemias graves. Apesar da ausência de sig nificado estatístico na redução da HbA1c, é possível verificar uma maior homogeneidade entre os valores da mesma após colocação de SPSCI e uma maior estabilidade glicémica traduzida na ocorrência de uma única hipoglicemia grave após colocação do SPSCI. Estes dados reforçam a segurança e eficácia desta terapêutica no tratamento das crianças com DM 1.

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P029A PErSPETIVA DA DIABETES DAS PESSOAS COM DIABETES

rebola A.1, Nunes H.1, Paiva A. C.1, Prata L.1, Pestana M.1, Serrabulho L.1, Zacarias L.1, Raposo J. F.2

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: A Diabetes é uma doença crónica cujo sucesso do trata-mento é condicionado pelas perceções, crenças, mitos e experiências de vida da pessoa com diabetes. Cada pessoa define a doença de acor do com o seu ponto de vista adequado ao seu contexto. Para uma maior adesão à terapêutica e um maior envolvimento das pessoas na gestão da diabetes os prestadores de cuidados de saúde devem com-preender as perspetivas e perceções das pessoas sobre a diabetes.Objetivos: Conhecer as perspetivas das pessoas com diabetes sobre a diabetes.Métodos: Amostra de conveniência, 113 pessoas acompanhadas na con sulta de Enfermagem, Outubro 2012. Foi colocada a questão aber-ta: “O que é a Diabetes?”. Utilizaram-se variáveis da ficha clínica para caracterização da amostra. Realizou-se estudo qualitativo.resultados: Dos 113 participantes (48% sexo feminino), 107 têm dia-betes tipo 2. Média de idades 67 anos (mín:31anos, máx:88anos). Mé-dia evolução Diabetes - 18 anos (mín:.25 anos, máx:52anos). Média HbA1c 8,4% (mín:5.4% e máx:13.7%). 45 pessoas fazem medicação oral, 38 administram insulina, 30 fazem os dois tipos de medicação. A principal categoria identificada através da análise de conteúdo foi o Processo de doença (57,4%), com subcategorias relativamente ao Pro-cesso fisiopatológico – “mau funcionamento do pâncreas, falta de in-sulina e elevado nível de açúcar no sangue”; Gravidade – “uma doença muito má”; Cronicidade – “doença para o resto da vida” e Sintomato-logia – “doença silenciosa que prejudica tudo”. 16,2% dos participantes referiram o Tratamento da Diabetes - principalmente a nutrição e as dificuldades para comer o que preferem. 13,2% abordaram as Repre-sentações Emocionais, na maior parte negativas- “doença chata, um modo de vida”. 10,3% dos participantes referiram que a diabetes im-plica uma série de complicações em todos os órgãos.Conclusões: A maioria dos participantes consideraram a diabetes co-mo um processo crónico resultante da perturbação na produção de insulina, com consequente nível elevado de açúcar no sangue e com consequências graves para a saúde, relacionadas com as complica-ções da doença. Outros participantes consideraram a diabetes como uma doença “chata”, criando dificuldades e “proibindo-os” de comer o que preferem. Uma melhor compreensão das perspetivas das pessoas com diabetes pode ajudar a equipa de saúde a adequar as suas estra-tégias para melhorar o atendimento, e a contribuir para a promoção do empowerment na pessoa com diabetes.

P030A SAúDE OrAl NO DOENTE DIABÉTICO

Costa B.1, Bastos M.1, Santos R.2, Mirante A.2, Ribeiro P.2, Lopes I.5, Fi-guei redo J.3, Simão L.4

1- Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra2- Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Medicina Interna, Coimbra3- Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Nutrição, Coimbra4- Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Psicologia, Coimbra5- Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Coimbra

Introdução: A diabetes é uma doença assintomática e indolor que evolui silenciosamente atingindo todos os orgãos.Na boca, não é diferente e pode manifestar diversos sinais e sintomas: - Xerostomia;- Infecções oportunistas: Candidíase e lesões herpéticas;- Doenças periodontais: gengivite e periodontite.Pessoas com diabetes têm duas vezes mais probabilidades de contrair doenças das gengivas. existe uma via de mão dupla entre a diabetes e a doença da gengiva.Objectivos: Conhecer/Refletir sobre a saúde oral do doente diabé-tico que recorre a cuidados de saúde no Centro Hospitalar e Universi-tário de Coimbra.Material e Métodos: Aplicação de questionário a doentes diabéticos que recorreram aos CHUC, durante um mês (Dezembro-2013/ Janeiro -2014); Envolvimento dos elos com o grupo PND; Análise, tratamento e divulgação dos resultados.Conclusões: Amostra estudada (n=191), predominantemente do sexo masculino (64%), com um nível de escolaridade baixo (1º. ciclo = 54%). No que se refere à idade, 81% têm idade superior aos 50 anos e 48,2% são reformados. Quanto ao tipo de diabetes, 47% é do tipo 2. Relati-vamente à higiene oral, 66% refere lavar os dentes 2 vezes/dia, usa fio dentário 7,8%. A ida a consultas, em 51,8% ocorre n ao sector privado e em 53% quando surgem problemas. O preço da consulta é identi-ficado em 10,5%, como barreira para maior vigilancia.Os resultados revelam maior prevalência de doentes com diabetes ti-po 2 e com pouca literacia. É necessário e importante um reforço da educação terapêutica para melhoria do controlo metabólico, boa hi-giene oral e promoção da vigilância médica periódica.

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Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97Posters - Clínica

P031AMPlITUDE glICÉMICA NA INSUlINOTErAPIA FUNCIO-NAl

guerra C.1, Matias D.1, Rocha G.2, Duarte M.1, Rodrigues J.1, Távora A.3, Lemos E.3, Duarte I.3, Sobral J.3, Monteiro S.2, Ribeiro M.2, Dias I.1, Olivei-ra M. J.2

1- Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE, Nutrição, Vila Nova de Gaia

2- Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE, Endocrinologia, Vila No-va de Gaia

3- Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE, Enfermagem, Vila No va de Gaia

Introdução: Os hidratos de carbono (HC) são o principal nutriente a influenciar a resposta glicémica pós-prandeal. A terapêutica com es-quema intensivo de insulina pressupõe a utilização da contagem de HC, bem como o conhecimento do seu fator de sensibilidade (FS) e ob jetivo de glicemia pré-prandeal, essenciais na determinação da dose exata de insulina rápida a administrar.Objetivo: Verificar se os doentes diabeticos tipo 1 submetidos a trata-mento intensivo de insulina, e com contagem de HC: a realizam com rigor; conhecem a sua razão HC/Insulina, e o seu FS; e qual a ampli-tude glicémica pós-prandeal, provocada pelos erros no cálculo de in-sulina a administrar. Tipo de estudo: Observacional transversal. Popu-lação: Sessenta e dois indivíduos, com HbA1c média de 8,18% ± 1,29, da consulta externa dos serviços de endocrinologia/nutrição deste centro hospitalar.Métodos: Aplicação de um questionário para avaliação da contagem de HC em três refeições uma refeição principal e duas intermédias, uma com e outra sem laticínios.resultados: Analisando o conhecimento relativo à razão HC/Insulina, ao FS e ao objetivo de glicemia pré-prandeal, verificou-se que 8,1% os desconhece. Constatou-se que: na refeição intermédia com laticínios (caso 1), com 52g de HC, a contagem realizada variou entre 4g e 127g (min e máx), sendo a média de 52,0 ± 18,1g e apenas 22 indivíduos (41,5%) eram rigorosos; na refeição intermédia sem laticínios (caso 2), com 40g de HC, variou entre 3 e 150g (min e máx), com média de 39,6 ± 18,9g, sendo a maioria dos inquiridos (58,5%) rigorosa; na refeição principal (caso 3), com 51g de HC, nenhum doente foi rigoroso, vari-ando a contagem entre 10 e 215g, com uma média de 55,0 ± 31,0. No caso 1 apenas 6 doentes indicam a dose correta de insulina rápida a ser administrada, traduzindo-se em hiperglicemia em 25 doentes. No ca-so 2 também apenas 6 doentes indicam a dose correta de insulina tra-duzindo-se em hiperglicemia em 10 doentes. No caso 3 nenhum doen te acerta na dose correta de insulina refletindo-se em hiperglicemia em 11 doentes.Conclusão: Um grande número de doentes diabéticos não conhece a sua razão HC/Insulina e não aplica a contagem de HC no seu dia a dia.A contagem de HC é realizada com uma elevada percentagem de erro originando grandes oscilações glicémicas e consequentemente dificuldade do atingimento de bom controlo metabólico.

P032ESTUDO TrANSVErSAl EM DOENTES DIABÉTICOS EM IN-TErNAMENTO

Marques C.1, Mendes R.1, Shigaev A.1, Marujo P.1, Cesário V.1, Grilo A.1, Guerreiro V.1, Serafim C.1, Ramôa I.1

1- Hospital José Joaquim Fernandes, Medicina Interna, Beja

Introdução: O internamento de doentes com Diabetes, tem uma pro-gressiva relevância na actualidade, evidenciada pelo Observatório Na-cional da Diabetes, e correspondeu em 2012 a 14% do total de interna-mentos no SNS. A letalidade intra-hospitalar destes doentes é para to das as categorias diagnósticas da CID9, pior do que os valores glo-bais dos internamentos. Objectivos: Avaliar a prevalência de doentes diabéticos internados, a abordagem terapêutica que visa o controlo metabólico e o grau de controlo conseguido.Métodos: Durante um dia de internamento (22 -01-2013), foram ent-revistados todos os doentes internados nas enfermarias do Hospital de Beja (excluindo-se os Serviços de Pediatria, Obstetrícia e Cirurgia Am bulatória), e consultado o respectivo processo clínico electrónico. Analisaram-se terapêuticas ambulatórias prévias e esquemas pres cri-ções no internamento, bem como glicémias capilares máx e mín ava-liadas nas 24 horas precedentes, e sua correlação com alguns subgru-pos.resultados: Num universo de 165 doentes internados (88 homens com idade média de 69.3 anos e 77 mulheres com idade média de 77.1 ano), 50 eram diabéticos (30.3%). Estavam na sua maioria (56%) medi-cados com Antidiabéticos orais (ADO), especificamente 38% com met-formina isolada ou em associação. Apenas 18% administravam insuli-na em ambulatório. Este grupo de diabéticos tinha diversos tipos de prescrições: Insulina rápida de correcção (IC) em 42%, ADO com IC em 20%, ADO em 8% e Insulina basal (IB) com e sem IC em 12%. De notar que 18% não tinham qualquer esquema prescrito. Analisando o grupo de 9 doentes tratados previamente com insulina, apenas a 2 deles foi prescrita IB. Relativamente a pesquisa da glicémia capilar, 84% dos dia-béticos tinha avaliação registada, em média 4 vezes por dia. A média do valor máximo foi 240 e do valor mínimo 147. Os valores médios máx/mín encontrados nos doentes com esquema IC foram 232/153, e para os doentes com IC e IB foram 352/142. Dos 28 internamentos por infecção, 10 ocorreram em diabéticos e todos tinha IC prescrita, em-bora com IB em apenas 2, e dos 41 doentes internados por patologia cardiovascular 13 eram diabéticos dos quais 6 fizeram apenas IC, 2 não tinham esquema prescrito e os restantes medicados com ADO. Ape-nas 37% tinham registo de Hb A1c (média – 7.1%).Conclusões: A % de doentes diabéticos internados no dia de análise foi elevada (30.3%). Na sua maioria foram prescritos esquemas exclu-sivamente com insulina rápida de correcção, com escasso recurso a in-sulina basal, mesmo quando já era administrada em ambulatório. Quando esta foi usada parece ter sido em casos de pior controlo e ain da assim em dose provavelmente insuficiente. Percebe-se a neces-sidade de implementar esquema de insulina basal-prandial e não ape-nas correção.

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P033HIPOglICEMIA MATErNA DUrANTE A grAVIDEz NA DIA-BETES MellituS TIPO 1: IMPOrTâNCIA DA HBA1C

Moreno C.1, Ruas L.1, Paiva S.1, Lobo A.2, Costa F.2, Marta E.2, Saraiva J.1, Guelho D.1, Cardoso L.1, Vicente N.1, Martins D.1, Oliveira D.1, Moura P.2, Carvalheiro M.1, Carrilho F.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Coimbra

Introdução: Os objectivos do controlo glicémico durante a gravidez das mulheres com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) são rigorosos, dado o risco de complicações atribuíveis à hiperglicemia. No entanto, discu-te-se uma possível associação entre hipoglicemia materna no 1ºT e embriopatia. O intervalo de HbA1c desejável para a gravidez na DM1 é controverso.Objectivos: Avaliar a prevalência de complicações maternas e perina-tais em grávidas com DM1 com HbA1c 6-7% Vs. HbA1c <6%, no 1º, 2º e 3ºT. Correlacionar valor de HbA1c com episódios hipoglicémicos re-portados. Material e Métodos: Estudo observacional transversal de dados clí-nicos, analíticos e terapêutica de 158 grávidas com DM1 assistidas en-tre 1995 e 2012 no CHUC. Analise comparativa de patologia materna, tipo de parto e morbilidade perinatal entre doentes com HbA1c entre 6-7% (grupo A) e HbA1c <6% (grupo B) nos 3 trimestres, utilizando SPSS 21.0®.resultados: Amostra constituída por 158 grávidas, idade média de 28,7±5,3 anos, com DM1 em média há 11,8±7,2 anos, seguidas desde as 9,8±5,4 semanas de gestação, HbA1c média no 1º Trimestre = 7,7± 1,5%, no 2ºT=6,5±0,9% e no 3ºT=6,6±0,9%. Em análise comparativa, as grávidas com HbA1c <6% no 2ºT apresentaram prevalência signifi-cativamente inferior de complicações maternas [A 11(45,8%) Vs B 4(14,8%);p=0,015] e menos partos pré-termo [A 8(34,8%) Vs B 3(11,1%);p=0,044]. O peso do RN foi superior nas grávidas com HbA1c 6-7% no 1ºT (A 3571±548 Vs B 3385±611g;p=0,586), mas com igual prevalência de macrossomia e leve para idade gestacional. As malfor-mações do RN foram mais frequentes em grávidas com HbA1c <6% no 1º, 2º e 3ºT [A 0(0%) Vs B 2 (7,4%);p=0,01], sem diferenças quanto à morbilidade perinatal e Apgar 5’. A HbA1c média não foi inferior nas grávidas que reportaram episódios de hipoglicemia (1ºT 6,2±0,8 Vs 6,2±0,5 p=0,371; 2ºT 5,9±0,6 Vs 5,9±0,7 p=0,892; 3ºT 5,8±0,9 Vs 6±0,6% p=0,314), mas os eventos hipoglicémicos foram significativa-mente mais frequentes nas doentes com maior duração de doença (Sim 14,8±7,6 Vs Não 9,5±7,5 anos;p=0,034). Conclusões: Na amostra estudada, um controlo metabólico dentro dos limites da normalidade (HbA1c<6%) relacionou-se com menos complicações maternas (p=0,015) e partos pré-termo (p=0,044), mas associou-se a maior frequência de malformações do RN (p=0,01). Os episódios de hipoglicemia reportados não foram mais frequentes nas doentes com HbA1c mais baixa, pelo que este doseamento poderá não refletir a complexidade do controlo glicémico nas grávidas com DM1.

P034DISPOSITIVOS DE MONITOrIzAçãO DA glICÉMIA CAPI-lAr: SOlUçãO OU PrOBlEMA?

Eusébio C.1, Rocha M.3, Abreu R.1, Mesquita B.3, Subtil P.2, Rebelo A. F.2

1- Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE, Nefrologia, Vila Real2- Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE, Medicina Interna,

Vila Real3- Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE, Vila Real

Introdução: Um dos maiores problemas da otimização do controlo metabólico na Diabetes Mellitus (DM) são as hipoglicemias e o que elas acarretam do ponto de vista individual e económico. Para tentar minorar esse risco, os doentes são incentivados à auto-vigilância e auto-controlo, dispondo para isso de diferentes dispositivos de deter-minação da glicemia capilar. Contudo, são frequentes manifestações clinicas de hipoglicemia não objetiváveis por estes sistemas de me-dição, tanto mais quanto mais intensivos são os objetivos e o esquema de monitorização. Objetivos: Avaliação da fiabilidade da medição da glicemia capilar por métodos clássicos em comparação com os resultados da glicemia laboratorial; avaliação do risco de hipoglicemia em doentes com va-lores de glicemia capilar considerada normal. Material e Métodos: Selecionaram-se 213 doentes da consulta de Me dicina/Diabetes do CHTMAD, entre os meses de junho e novembro de 2012, após ter sido dado consentimento informado. Foram regista-dos parâmetros clínicos e efetuada colheita de sangue venoso para de-terminação da glicemia plasmática. Em simultâneo, foi efetuada pun-ção capilar com determinação da glicemia por 10 dispositivos de mo nitorização (2 dispositivos por cada um dos 5 laboratórios com maior implantação em Portugal). Foram selecionados 101 dos 213 doentes, com base num valor de glicémia venosa ≤130mg/dl. Foi cal-culado o desvio relativo de cada uma das máquinas comparativamen-te à glicemia laboratorial de cada doente. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística e apresentados sobre a forma de me-diana e média ± desvio padrão. resultados: Foram incluídos 101 doentes, 54.6% do sexo feminino e 45.4% do sexo masculino. Destes, 25.7% tinham DM1 e 74.3% DM2. Das 1010 medições capilares realizadas, 86.5% obtiveram glicemias su-periores à real obtida laboratorialmente. Os desvios relativos variaram entre 10.6±27.9% (aparelho 7) e 30.0±28.6% (aparelho 1). A mediana dos desvios relativos de cada um dos aparelhos variou entre um valor de 3.2% (aparelho 7) e 26.1% (aparelho 10). Conclusão: Todos os aparelhos avaliados obtiveram valores de gli cé-mia capilar maioritariamente superiores aos da glicémia laboratorial. Os métodos disponíveis para a determinação da glicemia capilar são assim, de forma geral, incapazes de responder às necessidades dos doentes. Valores de glicémia capilar tendencialmente aumentados po dem significar ajustes terapêuticos, principalmente naqueles com con trolo metabólico mais apertado, que podem nem sempre se justi-ficar. Devemos portanto, ter em consideração os diferentes sistemas de monitorização, a seleção dos doentes e os respetivos objetivos de glicemia capilar, por forma a melhorar a otimização da terapêutica ins -tituída.

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P035INCIDêNCIA DA NEFrOPATIA E rETINOPATIA DIABÉTI-CAS NOS DOENTES COM DIABETES TIPO 1 DO HOSPITAl DE BrAgA

Palha C. N. C.1, Marques O.2, Fernandes V.2, Costa P.1

1- Universidade do Minho, Escola de Ciências da Saúde, Braga2- Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga

Introdução: A diabetes tipo 1 (DT1) é uma das principais causas de morbilidade crónica, pela doença e pelas suas complicações. A nefro-patia (ND) e retinopatia diabéticas (RD) são as complicações mais fre-quentes com prevalências determinadas a nível europeu de 19-48% e 27-46%, respetivamente. Objetivos: Caraterizar os doentes com DT1 seguidos no Hospital de Braga, determinar a prevalência e incidência da ND e RD na DT1 e identificar possíveis fatores de risco ao desenvolvimento destas com-plicações. Metodologia: Estudo observacional retrospetivo a 253 diabéticos tipo 1 das consultas de endocrinologia e pediatria, com análise de da-dos sobre o diagnóstico de DT1, antecedentes pessoais, esquema de tratamento com insulina, controlo glicémico e desenvolvimento de ND e RD. resultados: Encontrou-se uma idade média de 28,9±15,4 anos (2-78 anos), 55,7% do sexo feminino, uma idade média de diagnóstico de 16,1±9,8 anos e uma duração atual de DT1 com uma mediana de 10 anos (AIQ=13). O início de ND e RD ocorreu numa média de 10,9±7,1 e 15,04±6,3 anos de doença, respetivamente. Após um seguimento má-ximo de 58 anos, determinou-se na ND uma prevalência de 16% dos casos e uma incidência cumulativa após 20 e 40 anos de DT1 de 20,7% e 40,5%, respetivamente, e na RD uma prevalência de 24,5% e uma incidência cumulativa após 20 e 40 anos de DT1 de 44,7% e 81,4%, re-spetivamente. Num modelo de regressão logística os fatores de risco encontrados para o desenvolvimento de ND foram a hipertensão ar-terial (OR=6,0; p=0,001), a presença de RD (OR=5,0; p=0,005) e o sexo masculino (OR=2,9; p=0,026), e para o desenvolvimento de RD foram a presença de ND (OR=3,9; p=0,013), uma maior duração de DT1 (OR= 1,12; p<0,001) e uma idade superior ao diagnóstico de DT1 (OR=1,01; p=0,050). Conclusão: Este estudo apresentou prevalências e incidências de ND e RD inferiores à maioria reportada noutros estudos europeus e con-firmou, como descrito na literatura, a associação destas complicações com fatores de risco, reforçando assim a importância da sua identifi-cação atempada para uma intervenção mais eficaz na doença.

P036PrOgrAMA DE EDUCAçãO TErAPêUTICA “INSUlINA +”

Teixeira C.1, Figueiredo E.1, Simões A.1, Nascimento E.1, Dias A.1, Cunha M.3, Raposo J.2, Mesquita C.2, Girão F.1

1- Centro Hospitar Tondela Viseu, Serviço de Medicina 1 – Unidade de Diabetes, Viseu

2- Curso Pós-graduação Diabetes – APDP – IMMT, Universidade de Lisboa, Lis-boa

3- Escola Superior de Saúde de Viseu, Viseu

A Diabetes Mellitus Tipo 1 é uma doença crónica que afeta a pessoa para o resto da sua vida, na medida em que, passa a necessitar de adotar diariamente medidas de autocontrolo. A Unidade Integrada de Diabetes do Centro Hospitalar Tondela Viseu tem como objectivo prestar de cuidados de saúde a pessoas com dia-betes. Uma das suas prioridades é a transmissão de conhecimento com vista a capacitar os indivíduos para melhor gerirem a diabetes e minorarem assim o descontrolo metabólico e complicações a médio e longo prazo. A aplicação do Programa de Educação Terapêutica “Insu-lina+”, pretendeu contribuir para a disseminação de conhecimentos acerca da doença e fomentar as boas práticas na gestão da diabetes.Foram convidados a participar 30 pessoas com diabetes tipo 1, do to-tal de utentes (216) que frequentam a Unidade de Diabetes do Centro Hospitalar Tondela-Viseu. Este Programa decorreu entre Abril e Se-tembro de 2013. A amostra foi dividida em três grupos de 10 pessoas, tendo cada grupo participado em 4 sessões de educação terapêutica. Nestas foi aplicado um Instrumento de Colheita de Dados, que inclui uma ficha clinica, grelha de observação e questionário de conheci-mentos. No tratamento dos dados foram utilizadas sobretudo ferra-mentas estatísticas e descritivas.Verificou-se uma melhoria nos conhecimentos dos indivíduos que par-ticiparam, nomeadamente na autovigilância (valor ideal, lavagem das mãos, pesquisa de glicemia e desinfecção do local de pesquisa) e insu-linoterapia (Conservação, técnica e locais de administração, hipergli-cémia e hipoglicémia). A melhoria verificada nos indivíduos em estu-do repercutiu-se positivamente (mas estatisticamente não significativa no controlo metabólico). Apesar destes resultados há a considerar o tamanho da amostra e o período de tempo em que decorreu o Pro-grama. Apenas dois indivíduos pioraram a HbA1c, o que neste con-texto se mostrou significativo no resultado final. Acreditamos que este projecto deverá ser ampliado a um maior nú-me ro de pessoas, e num período de tempo maior, para obter resulta-dos mais consistentes e fidedignos, e que a educação terapêutica é um pilar fundamental na gestão da Diabetes Mellitus Tipo 1.

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P037INFlUêNCIA DA VITAMINA D SOBrE O CONTrOlO glI-CÉ MICO DE DOENTES TrANSPlANTADOS rENAIS

guelho D.1 Bastos M.1, Baptista C.1, Paiva I.1, Alves R.2, Roseiro A.3, Sa-raiva J.1, Moreno C.1, Vicente N.1, Cardoso L.1, Dantas R.1, Mota A.3, Car-rilho F.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Endocrinolo-gia, Coimbra

2- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Nefrologia, Coimbra

3- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC-CHUC, EPE, Coimbra

Introdução: A vitamina D parece influenciar múltiplos aspectos do me tabolismo glucídico. Estudos prévios demonstraram uma correla-ção inversa entre o valor de vitamina D e de HbA1c em doentes com diabetes tipo 2 ou gestacional. No entanto não existem estudos pub-licados acerca desta relação em doentes transplantados renais, quer com diabetes prévia quer após transplante. Objectivos: Avaliar os níveis de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] em transplantados renais e a sua relação com o controlo glicémico dos doentes diabéticos. Material e Métodos: Estudo observacional transversal de doentes avaliados em consulta de Urologia e Transplantação, entre Janeiro e Maio de 2013. Excluídos aqueles transplantados há ≤6 meses ou sob fármacos que interferissem com o doseamento de 25(OH)D. Recolhi-dos: parâmetros antropométricos; antecedentes; terapêutica; e com-plicações pós-transplante. Efectuado estudo analítico com doseamen-to de creatinina, cálcio, albumina, 25(OH)D, paratormona, glicemia, HbA1c, uricemia e PCR. Análise estatística: SPSS(21). resultados: Incluídos 185 doentes (125♂/60♀), com 55,5±10 anos, trans-plantados há 6,09±5,88 anos. O valor médio de 25(OH)D foi 17,8± 10,4ng/mL, com deficiência em 71,1%(n=131), insuficiência em 19,3% (n=36) e suficiência em 9,6%(n=18) dos doentes. Os doentes foram subdivididos em GI: normoglicemia (22,2%,n=41); GII: diabetes tipo 1 (DM1) (9,2%,n=17); GIII: diabetes tipo 2 (DM2) (22,7%,n=42); e GIV: diabetes pós-transplante (DMPT) (45,9%,n=85). Os níveis de 25(OH)D foram significativamente inferiores em doentes diabéticos, particular-mente naqueles com DM2 (GI:20,4±7,1; GII:17,3±13,9; GIII:15,4±7,4; GIV:17,8±11,9ng/mL, p<0,01). O valor de 25(OH)D apresentou uma cor-relação inversa com a dose de corticóides (r=-0,17,p<0,05), com os níveis de paratormona (r=-0,27,p<0,01) e com o valor de HbA1c(r= -0,38,p<0,01). Nos doentes de GIII e GIV, a 25(OH)D constituiu mesmo um factor preditor independente da HbA1c (B=-0,84 e B=-0,21, res-pectivamente, p<0,05). Conclusões: Verificou-se uma elevada frequência de deficiência de 25(OH) D em doentes transplantados renais, Os valores de 25(OH)D fo-ram significativamente inferiores nos transplantados diabéticos, par-ticularmente com DM2. Os níveis de 25(OH)D correlacionaram-se de forma inversa com a HbA1c, e influenciaram de forma independente o controlo glicémico dos doentes com DM2 e DMPT. Em doentes trans-plantados renais, uma adequada suplementação vitamínica poderá facilitar o controlo glicémico e eventualmente atrasar o aparecimento de DMPT.

P038DIABETES MellituS E DOENçA DA CONDUçãO AUríCU-lOVENTrICUlAr: UMA NOVA ASSOCIAçãO?

Severino D.1, Santos B.1, Costa C.1, Marta L.1, Valente F.1, Martins V.1, Pitta M. L.1, Leal M.1

1- Hospital de Santarém EPE, Cardiologia, Setúbal

Introdução: A diabetes mellitus está associada a doença macro e mi-crovascular, a qual se pode manifestar através de uma das várias for-mas de disritmias. A doença do nódulo sinusal (DNS) e da condução auriculoventricular (DAV) são duas das formas mais comuns de doen-ça do ritmo na população em geral e conduzem com frequência à im-plantação de pacemaker definitivo. Objetivo: Avaliar se a diabetes mellitus é um preditor de doença do ritmo, em especial da doença do nódulo sinusal e/ou da condução auriculoventricular. Métodos: Foram analisados todos os doentes com idades entre os 18 e os 75 anos que implantaram pacemaker definitivo de dupla câmara entre 1 de Janeiro de 2009 e 31 de Outubro de 2013. Os doentes foram inicialmente divididos em 2 grupos consoante implantassem o pace-maker por doença do nódulo sinusal ou da condução auriculoven-tricular e de seguida foram subdivididos de acordo com a presença ou não de diabetes mellitus. Foram excluídos todos aqueles que apresen-tavam as duas formas de doença, bem como todos os doentes com BAV 1.º grau, bloqueio bifascicular ou trifascicular e doentes com fibri-lhação auricular permanente. resultados: Foram analisados 293 doentes; 40% eram do sexo femi-nino; a idade da amostra foi de 61,25±9,18 anos. O grupo dos diabéti-cos incluía 78 doentes e a idade média foi de 59,83±7,87 anos (35% sexo feminino), enquanto que o grupo dos não diabéticos englobou 215 doentes, cuja idade foi de 62,04±9,62 anos (45% sexo feminino). Não houve diferença significativa quanto à existência de outros fa-tores de risco cardiovasculares em especial a dislipidémia e a hiperten-são arterial. No grupo dos doentes diabético 87,18% tinham DAV en- quanto que no outro grupo esta percentagem foi de 67,44%. Re la-tivamente à DNS a percentagem da mesma no grupo de doentes di-abéticos foi de 12,18%, enquanto que no grupo de controlo foi de 32,56%. Após análise dos 2 grupos constatou-se a existência de uma associação entre a diabetes mellitus e a existência de DAV (odds ratio de 3,2 com p < 0,001).Conclusão: Os dados deste estudo apontam para a existência de uma relação entre a diabetes mellitus e o desenvolvimento de doença da condução auriculoventricular. Este dado deve alertar-nos para a ne-cessidade de excluir esta perturbação do ritmo em todos os doentes diabéticos com sinais e sintomas compatíveis com bradiarritmia, em especial a síncope.

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P039CATálOgO DESENVOlVIDO PElO CENTrO HOSPITAlAr DO POrTO SOBrE O AUTOCUIDADO gESTãO DO rEgIME TErAPêUTICO: DIABETES MellituS

Oliveira F.1, Abreu N.1, Alves J.1, Barros P.1, Brás I.1, Ferreira G.1, Marques A.1, Neves R.1, Teiga M.1, Pinto S.1, Borges F.2

1- Centro Hospitalar do Porto - Hospital Santo António, Enfermagem, Porto2- Centro Hospitalar do Porto - Hospital Santo António, Endocrinologia, Porto

Introdução: O catálogo foi produzido e implementado no nosso hos-pital em 2012/13. Surgiu da necessidade de construir um conjunto de diagnósticos de enfermagem, que reflectisse as dificuldades da pes-soa com diabetes na gestão do seu regime terapêutico e, constituísse um instrumento que permita identificar as possíveis causas da não ade são ao regime terapêutico. Assim, este catálogo surge como um olhar sobre uma doença crónica, que embora não seja curável, é con-trolável através de comportamentos de Autocuidado adequados, sen-do o enfermeiro um agente facilitador no desenvolvimento de com-petências para lidar com a situação de doença crónica. Objetivos: Divulgação do catálogo e sensibilização para as vantagens da utilização dos seus conteúdos na conceção e no planeamento dos cuidados à pessoa com diabetes. Material e Métodos: A construção deste catálogo teve por base a Teoria das Transições de Meleis. Esta teoria emergiu da análise de vári-os estudos de caso, que tem como conceito central a reflexão sobre as relações e componentes de uma transição, que é encarada como pers-pectiva e metodologia de trabalho. A transição consiste num processo de mudança e adaptação da pessoa para fazer face a um evento des-tabilizador, que exige a aquisição de competências, no sentido de readquirir o equilíbrio na vida da pessoa. A vulnerabilidade está rela-cionada com experiências de transição, interações e condições am-bientais que expõem os indivíduos a potenciais perigos. No quotidia-no, o ambiente e as interações são moldadas pela natureza, condições, significados e processos das experiências de transição. Os enfermeiros, como principais intervenientes junto dos clientes e das suas famílias, atendem às mudanças e exigências que as transições trazem ao quo-tidiano, facilitam o processo de aprendizagem de novas competências relacionadas com a saúde e experiência de doença. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica extensa com a palavra chave “Diabetes” nas seguintes bases de dados: CINAHL; MEDLINE; Data-base of Abstracts of Reviews of Effects; Cochrane Database of System-atic Reviews; MedicLatina; RCAAP; UPTODATE; Agency for Healthcare Research and Quality. Inicialmente, foram seleccionados 85 artigos e guidelines, dos quais foram eleitos 48 para a construção do catálogo CIPE. Na construção dos enunciados diagnósticos e intervenções uti-lizou-se a versão beta 2 da CIPE, de forma a permitir uma rápida inclu-são no sistema de informação em uso.Conclusão: Este catálogo pressupõe uma abordagem holística que engloba, não só a componente fisiológica, mas também a psico-so-cial. Permite identificar um vasto conjunto de diagnósticos de enfer-magem, através de dados diagnósticos recolhidos junto do cliente, no sentido de contribuir para uma gestão eficaz do regime terapêutico. Por outro lado, constitui um instrumento susceptível de produzir ga-nhos em saúde altamente sensíveis aos Cuidados de Enfermagem.

P040O PÉ DIABÉTICO: A IMPOrTâNCIA DA AUTO E HETErO-EDUCAçãO

gomes F.1, Amado J. M. C.2, Alves P. J. P.2, Pereira C. S.3, Guimarães J.3, Neves C.1

1- Centro Hospitalar Baixo Vouga, EPE, Enfermagem, Aveiro2- Universidade Católica do Porto, Porto3- Centro Hospitalar Baixo Vouga, EPE, Endocrinologia, Aveiro

Introdução: A auto e heteroeducação da pessoa com diabetes (e pres tadores de cuidados), associada à teoria do empowerment, é um dos meios mais importantes para controlar a Diabetes Melittus (DM) e evitar as complicações mais graves, como o pé diabético, pretenden-do-se a aquisição de conhecimentos e capacidades de modo a gerir a doença e mudar estilos de vida, contribuindo para a melhoria da qua-lidade de vida e para a sustentabilidade destes serviços no SNS.Objetivos: i) Monitorizar, nos diabéticos, os conhecimentos sobre os autocuidados com os pés (antes e depois de sessões educativas); ii) Monitorizar, nos prestadores de cuidados, os conhecimentos sobre os cuidados com os pés da pessoa com diabetes (antes e depois de ses-sões educativas); iii) Contribuir para mostrar a importância dos presta-dores de cuidados na vida da pessoa com diabetes; iv) Contribuir para mostrar a importância das sessões educativas para a qualidade de vida do diabético e para a qualidade dos serviços de saúde em Portugal.Material: O instrumento de recolha de dados foi um formulário de auto e heteropreenchimento presencial (pré-teste) e de heteropre-enchimento, pelo investigador, por telefone, um mês após a sessão edu cativa (pós-teste). Métodos: A investigação empírica seguiu um paradigma essencial-mente quantitativo, correspondendo a um estudo quasi-experimen-tal. A amostra foi obtida através de uma amostragem não probabilísti-ca de conveniência, que correspondeu a todos os doentes observados na consulta pela primeira vez ou em seguimento durante 2013, a quem se aplicou um formulário, antes da realização da sessão de Educação Para a Saúde (EPS), e reaplicado, por telefone, um mês após essa ses-são. A recolha de dados foi realizada com 98 pessoas com DM e 34 prestadores de cuidados (pré-teste) e com 92 pessoas com DM e 31 prestadores de cuidados (pós-teste). Conclusão: Os dados obtidos, após a sessão de EPS, demonstram uma melhoria significativa das pessoas com DM relativamente ao conheci-mento dos cuidados a ter com os pés (nível teórico) e à alteração de hábitos (nível prático). Relativamente aos prestadores de cuidados, o tratamento de dados demonstrou que houve melhoria em termos de alteração de hábitos mas houve sobretudo uma melhoria significativa em termos de conhecimentos. A auto e heteroeducação acerca dos cui-dados a ter com os pés são cruciais na melhoria das condições de vida, consideradas assim pela totalidade da amostra (pessoas com DM e prestadores de cuidados).

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Posters - Clínica Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P041IMPACTO DOS NOVOS CrITÉrIOS DE DIAgNÓSTICO DE DIABETES gESTACIONAl: EXPErIêNCIA DO CENTrO HOS-PITAlAr E UNIVErSITárIO DE COIMBrA

Ferreira F.1, Gante I.1, Lobo A. C.1, Marta E.1, Ruas L.2, Figueiredo A.3, Couceiro J.1, Almeida M. C.1, Moura P.1

1- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Ginecologia / Obstetrícia, Coimbra2- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Endocrinologia, Coimbra3- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Medicina Interna, Coimbra

Objectivos: Avaliar o impacto clínico dos novos critérios de diagnósti-co de Diabetes Gestacional (DG) de acordo com a Circular Normativa da Direcção-Geral da Saúde 007/2011 publicada a 31/01/2011.Materiais e Métodos: Análise retrospectiva dos processos clínicos das grávidas com DG cuja vigilância da gravidez e parto ocorreu numa das maternidades do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra entre Janeiro de 2009 e Dezembro de 2012. Consideraram-se 2 grupos: Gru-po A – diagnóstico de DG através dos critérios de Carpenter e Coustan e Grupo B – diagnóstico de DG através dos critérios actuais. Compara-ram-se complicações obstétricas e neonatais e controlo metabólico e do peso.resultados: Houve 1204 grávidas com DG. A prevalência de DG foi de 5.0%, 6.2% 5.5% e 6.5% entre 2009 e 2012. O grupo A representa 59.7%(n=719) e o grupo B 40.3%(n=485). Realizaram-se mais 790 con-sultas de Endocrinologia/Obstetrícia no grupo B, com igual número de primeiras consultas. Os recém-nascidos (RN) macrossómicos repre-sentaram 5.8% do grupo A e 3.9% do grupo B (p=n.s.). A percentagem de RN grandes para a idade gestacional (GIG) foi superior no grupo A [OR2.15,IC(95%):1.36-3.41]. Houve mais casos de distócia de ombros (DO) no grupo A [8vs0(p=0.025)]. Não houve diferenças quanto à morbilidade neonatal, nem outras complicações do parto. O valor mé-dio de HbA1C no 3º trimestre foi superior no grupo A [5.5vs5.3% (p<0.0001)]. O aumento médio de peso até ao final da gravidez foi superior no grupo A (10.6vs9.7(p=0.048). A necessidade de insulina foi semelhante entre grupos mas foi utilizada mais precocemente no grupo B. Do grupo B, 43.9% foram diagnosticadas no primeiro trimes-tre e 56.1% entre as 24 e 28 semanas. Conclusão: A prevalência de DG manteve-se constante mas realiza-ram-se mais consultas, o que é explicado pelo diagnóstico mais pre-coce. A aplicação dos novos critérios resultou em diminuição não sig-nificativa dos RN macrossómicos, diminuição significativa dos GIG e da DO e melhoria do controlo do peso. Não houve melhoria em rela-ção a outras complicações obstétricas.

P042to puMp or not to puMp? rESUlTADOS DA TErA PêU-TICA COM BOMBA INFUSOrA DE INSUlINA NUM grU-PO DE DOENTES COM DIABETES MellituS TIPO 1

Serra F.1, Saraiva C.1, Simões H.1, Ferreira R.1, Moniz C.1, Fonseca R.1, Bel-lo C. T.1, Roque C.1, Amado I.2, Santos Z.3, Saraiva M.1

1- CHLO- HEM, Endocrinologia, Lisboa2- CHLO- HEM, Enfermagem, Lisboa3- CHLO- HEM, Nutrição, Lisboa

Introdução: O uso de bomba infusora de insulina (ICSI) está indicado nos diabéticos tipo 1 (DM1) para optimização do controlo ou para uma maior flexibilidade de vida. A maioria dos estudos indica uma redução dos níveis de HbA1c e de hipoglicemias sob ICSI assim com uma me-lhoria na qualidade de vida. Objectivo: Avaliar o efeito no controlo metabólico antes e depois da introdução da ICSI em relação aos seguintes parâmetros: HbA1c, peso, unidades de insulina, episódios de hipoglicemia e complicações da DM. Material e Métodos: Fizemos uma análise restrospectiva dos doentes com diabetes tipo1 seguidos no nosso centro sob ICSI. Apresentam-se os dados com média e desvio padrão. resultados: A nossa amostra compõe-se de 18 doentes com uma du-ração de DM1 de 16,6± 9,5 anos, sendo 55,6% do sexo feminino. O tempo de seguimento após a colocação de ICSI foi de 2,9± 2,1 anos. Relativamente ao motivo de colocação da ICSI 55,5% (10) colocou por hipoglicemias frequentes, 27.8% (5) para maior flexibilidade e 16,7% (3) por outros motivos (gravidez, fobia de agulhas e existência de com-plicações). A maioria dos doentes tinha HbA1c prévia >7% (94.4%). A idade de diagnóstico de DM1 foi 23,9± 9,3 anos e a idade de coloca-ção de ICSI foi 37,5± 11,9 anos. As complicações micro ou macrovascu-lares estavam presentes em 33,3% dos doentes.

Conclusão: Neste grupo de doentes verificou-se uma redução dos va-lores de Hba1C e do peso mas sem significado estatístico. Quando com parado com a terapêutica com múltiplas injecções a diminuição do número de unidades de insulina e a redução do número de hipo-glicemias foi significativa. Salienta-se ainda um doente com melhoria da retinopatia após colocação de ICSI.

Antes Após p

HbA1c%Episódios de hipoglicémia (nº médio/mês) Peso (kg)UI insulina

8,2±1,2 8,9±4,5 72,5±14,3 44,1± 15,7

7,9±0,9 1,8±1,670,8±12,536,5±16

0,22 0,0010,67 0,008

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P043ESTUDO DE PrEVAlêNCIA DE AlTErAçõES NEUrOlÓgI-CAS NOS MEMBrOS INFErIOrES NUMA POPUlAçãO DE DOENTES COM DIABETES MellituS TIPO 2

Coelho F. N.1, Raposo A. C.1, Albuquerque A.1, Campante F.1

1- Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, Medicina Interna, Barreiro

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é a principal causa de neuropa-tia periférica nos países desenvolvidos, sendo responsável por um lar-go espectro de síndromes neurológicos com grande variabilidade de sintomatologia. Na neuropatia associada à DM, a presença de neuro-patia dolorosa ou incapacitante é frequentemente precedida por si-nais subclínicos na observação dos membros inferiores (MIs)Objetivo: Caracterizar e estabelecer a prevalência de alterações neu-rológicas dos MIs numa população de doentes com DM tipo 2 de uma consulta de diabetologia de um hospital distritalMétodos: Neste estudo retrospetivo foram incluídos doentes cauca-sianos com DM tipo 2 com seguimento em consulta de diabetologia aos quais foi realizado exame neurológico dos MIs contemplando pes-quisa de sensibilidade táctil, vibratória, térmica álgica, a presença de alo dinia e de reflexos ósteo-tendinosos, bem como a pesquisa de com plicações locais da DM. Foi testada a correlação estatística entre a presença de alterações neurológicas e variáveis biométricas, a pre-sença de hipertensão arterial (HTA), distúrbios do metabolismo lipídi-co e taxa de filtração glomerular (TFG) através da análise de variância (ANOVA) ou teste de qui-quadradoresultados: A amostra consistiu em 350 doentes (idade 65±9 anos, 181 mulheres) com uma duração média de DM de 16±8 anos. Apenas 8% da população apresentou queixas espontâneas de dor neuropáti-ca. 83% dos doentes com 9 anos ou menos de DM apresentavam al-gum tipo de alteração neurológica nos MIs, sendo as mais frequentes alterações da sensibilidade vibratória (71,1%) e da sensibilidade álgica (51,1%). A percentagem de alterações neurológicas presentes aumen-ta com o número de anos de DM, existindo correlação significativa entre ambas as variáveis (p<0,001). Verificámos também correlação significativa entre o número de alterações neurológicas e a presença de HTA (p=0,0026) e taxa de filtração glomerular (p<0,001)Conclusões: Existe uma elevada prevalência de alterações neurológi-cas subclínicas desde os primeiros anos de DM, mesmo em indivíduos assintomáticos. O seu número e gravidade aumentam durante os anos subsequentes de doença e são mais frequentes em doentes com ne-fropatia diabética concomitante. Os achados verificados favorecem a hipótese de uma disfunção precoce e mista de fibras mielinizadas e não mielinizadas. O elevado número de doentes com sinais subclíni-cos de neuropatia diabética reforça a importância do exame objetivo dos MIs na consulta de diabetologia.

P044DIABETES MellituS TIPO 1 – CASUíSTICA DA CONSUlTA DE ADUlTOS DO HOSPITAl gArCIA DE OrTA

luiz H. V.1, Silva T. N.1, Pereira B. D.1, Veloza A.1, Matos A. C.1, Manita I.1, Cordeiro M. C.1, Raimundo L.1, Portugal J.1

1- Hospital Garcia de Orta, Endocrinologia, Almada

Introdução: A Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) representa 5-10% de to-dos os casos de diabetes, sendo mais frequentemente diagnosticada na infância e adolescência. Resulta da destruição das células beta pan-creáticas, na maioria dos casos auto-imune.Objectivo: Revisão das características dos indivíduos com DM1, segui-dos na consulta de diabetes do adulto no Hospital Garcia de Orta.Métodos: Estudo retrospectivo com análise dos processos clínicos desses doentes, desde 1992.resultados: Identificaram-se 214 doentes, 110 do sexo masculino e 104 do feminino. A idade média de diagnóstico foi 19.7 ± 12.1 anos, com 50% dos casos detectados < 18 anos. Os auto-anticorpos eram positi-vos em 78.8%. Trinta e dois doentes fumadores (15%), 59 com hiper-tensão arterial (27.6%) e 78 com dislipidemia (36.4%). Em 43 indiví - duos (20.1%) foram identificadas outras alterações auto-imunes, des-ta cando-se a patologia tiroideia. Medicados com esquema intensivo de insulina em 74.3% e bomba infusora em 9.8%. Apresentavam HbA1c média 8.7 ± 1.8%, sendo este doseamento < 7.5 em 24.3% dos casos. Identificaram-se complicações agudas em 55 doentes (25.7%), a maioria referente a internamentos por cetoacidose (47 casos). No es - tudo das complicações crónicas microvasculares foram incluídos doen-tes com duração de doença ≥ 5 anos (n=191), dos quais 79 (41.4%) apresentavam retinopatia, 50 (26.2%) nefropatia e 22 (11.5%) neuro-patia. Cardiopatia isquémica foi diagnosticada em 5 indivíduos (2.3%), doença cerebrovascular em 4 (1.9%) e doença arterial periférica em 8 (3.7%). Durante o seguimento 3 indivíduos faleceram, 2 por morte súbita sem identificação da causa e 1 por endocardite na sequência de infecção de catéter de hemodiálise. Discussão: A distribuição por género foi semelhante com metade dos diagnósticos de DM1 efectuados antes dos 18 anos de idade. Uma per-centagem significativa de indivíduos (84.1%) estava medicada com esquema intensivo de insulina ou bomba infusora. Apesar disso, a mé-dia de HbA1c obtida e o facto de apenas 24.3% dos doentes apresen-tarem HbA1c < 7.5, sugere que muitos não atingiram os valores alvo do controlo glicémico. As complicações agudas ocorreram em um quarto dos diabéticos, destacando-se a cetoacidose. A complicação crónica microvascular mais prevalente foi a retinopatia (41.4% dos doentes), seguindo-se a nefropatia (26.2%) e a neuropatia (11.5%), esta última possivelmente subdiagnosticada. As complicações macrovas-culares foram identificadas menos frequentemente.

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P045INSUlINOTErAPIA INTENSIVA NA TErAPêUTICA DA DIA-BETES MellituS TIPO 1

Cruz I.1, Neves C.2, Esteves C.2, Pereira M.3, Carvalho E.4, Arteiro C.5, Car valho D.2

1- Centro Hospitalar São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Porto

2- Centro Hospitalar São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Por-to, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Endocrinologia, Porto

3- Centro Hospitalar São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Por-to, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Psicologia, Porto

4- Centro Hospitalar São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Por-to, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Enfermagem, Porto

5- Centro Hospitalar São João, Faculdade de Medicina da Universidade do Por-to, Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Nutrição, Porto

Introdução: A insulinoterapia intensiva é a principal estratégia tera-pêutica da Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1). As Múltiplas Injeções Diárias (MDI) e a Bomba de Infusão Subcutânea de Insulina (BISI) são as op-ções disponíveis, permitindo o ajuste da dose de acordo com a glice-mia capilar e a percentagem de hidratos de carbono nas refeições. A monitorização contínua da glicemia (MCG) tem por objectivo detectar as flutuações dos níveis de glicose, informando acerca da direcção, mag nitude, duração, frequência e causas, sendo um instrumento im-portante para optimizar a insulinoterapia nos diabéticos tipo 1.Objectivo: Avaliar a eficiência da insulinoterapia intensiva (MDI e BISI) e da MCG no tratamento da DM1 no Centro Hospitalar de São João, Porto.Material e Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal e retrospe-tivo, em doentes com DM1 a efectuar MDI e BISI. Registaram-se os valores de hemoglobina glicada (HbA1c), glicemia, a frequência sema-nal de episódios de hipoglicemia e hiperglicemia. Foram avaliados o nú mero de episódios de hipoglicemia (<60 mg/dl) e de valores de glicemia >200 mg/dl por doente, a percentagem de tempo em hipo-glicemia e hiperglicemia, durante o período de MCG.resultados: O estudo incluiu 45 doentes, com idade média de 35,60± 9,97 anos e com uma duração de DM1 de 16,51±9,51 anos. Após 12 meses de seguimento, observou-se uma melhoria significativa do con-trolo glicémico dos doentes que iniciaram BISI. Houve uma diminui-ção na frequência de episódios de hipoglicemia e de hiperglicemia (p<0,001), bem como uma redução de 0,5% nos valores de HbA1c (p= 0,01) no período compreendido entre o 6º e o 12º mês após o início do tratamento. Em 10 diabéticos foi efectuada MCG. Foram detectados 8,7±9,7 episódios de hipoglicemia nos doentes avaliados. Foram re-gis tados 13,7±9,8 episódios de hiperglicemia. A percentagem de tem-po em hipoglicemia foi de 11,7±16,1. Foi possível detectar múltiplos episódios de descompensação, designadamente hipoglicemias assin-tomáticas ou sem sinais de alarme; hipoglicemias nocturnas; mau con-trolo glicémico persistente; fenómenos de Dawn e de Somogyi. Conclusão: A insulinoterapia com BISI é mais eficaz do que o tratamen-to com MDI, levando a uma redução da frequência de episódios de hipoglicemia e a um melhor controlo metabólico. A MCG permite op-timizar os esquemas de insulina, de modo a prevenir as complicações agudas, sobretudo as hipoglicemias nocturnas e sem sinais de alerta, melhorando a qualidade de vida do diabético.

P046CONSUlTA DE ENFErMAgEM PrÉ-OPErATOrIA DE OF-TAl MOlOgIA DA APDP

Correia I. M.1, Almeida R.1, Duarte I.1, Matos D.1, Nunes H.1, Oliveira S.1, Paiva A. C1., Pestana M.1, Rebola A.1, Zacarias L.1, Serrabulho L.1, Genro V.2, Raposo J. F.3

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Oftalmologia, Lisboa

3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: O conceito de cirurgia ambulatória visa uma prestação de cuidados onde se destacam o ensino, o auto cuidado e o envolvi-mento familiar. A consulta de enfermagem pré-operatória é um ele-mento importante para o sucesso da cirurgia de ambulatório. É uma das atividades autónomas realizadas pelo enfermeiro e promove a segurança da pessoa, dando-lhe a possibilidade de expor os seus me-dos, sentimentos e emoções, permitindo igualmente o alargar da dis-cussão para fora do ambiente médico. A consulta de enfermagem pré-operatória de oftalmologia da APDP teve início em janeiro de 2012 e está integrada na consulta de oftalmologia deste departamen-to. Objectivo: Apresentar a consulta de enfermagem pré-operatória de oftalmologia da APDP. Método: Pretende-se dar a conhecer a consulta de enfermagem pré-operatória de oftalmologia da APDP, através da descrição do funcio-namento da mesma e dos protocolos nela utilizados. resultados: A consulta de enfermagem pré-operatória de oftalmolo-gia funciona diariamente no departamento de oftalmologia da APDP e é assegurada por vários enfermeiros da instituição. É realizada após a consulta médica e ao agendamento (se a anestesia é tópica ou local), ou após à consulta de anestesia (se esta for regional ou geral). Em 2012 realizaram-se 702 consultas de enfermagem pré-operatória (9,5% em concomitância com a consulta de anestesiologia) e em 2013 foram feitas 959 (7,9% em concomitância com a consulta de aneste-siologia) consultas de enfermagem pré-operatória. A equipa multidis-ciplinar de médicos e enfermeiros da consulta e do bloco operatório de oftalmologia da APDP tem a percepção de que esta consulta tem sido uma mais-valia para os utentes e para uma melhor articulação entre todos os profissionais envolvidos. Conclusão: A criação de novas consultas e/ou atividades de cuidados deve procurar satisfazer necessidades não satisfeitas por parte dos utentes e dos profissionais de saúde. Com o estabelecimento desta consulta pensamos ter correspondido a estes objetivos. Com o objec-tivo de avaliar a satisfação em relação a esta consulta, pretende-se realizar um estudo para conhecer a percepção das pessoas submeti-das a cirurgia de ambulatório quanto à consulta pré-operatória de enfermagem e avaliar igualmente a percepção dos restantes profis-sionais de saúde.

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P047IMPACTO DA PIOglITAzONA NA DENSIDADE MINErAl E NA QUAlIDADE ÓSSEAS EM MUlHErES COM DIABETES TIPO 2

gonçalves J. V.1, Mascarenhas M. R.2

1- Centro Clínico Lisboa, Portugal Telecom, Diabetologia, Lisboa2- Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Clínica de Endocrinologia,

Diabetes e Metabolismo de Lisboa, Endocrinologia (Doenças do Metabolis-mo), Lisboa

Introdução: A diabetes pode ser um factor de risco para a osteopo-rose. Alguns estudos associam a terapêutica com glitazonas a aumen-to da perda de massa óssea e alteração da densidade mineral óssea (DMO). Objectivo: Avaliar o impacto da terapêutica com pioglitazona na DMO e na qualidade ósseas em mulheres na pós-menopausa com dia betes tipo 2 (DT2).Material e Métodos: Seleccionámos aleatoriamente um grupo de 48 mulheres com DT2 e na pós-menopausa, seguidas em consulta de dia-betes e sem terapêutica anti-osteoporótica. Foi avaliada a DMO na coluna lombar, colo do fémur e no antebraço em 25 mulheres medica-das com pioglitazona (P), há pelo menos 5 anos, e comparada com as de um grupo de 23 mulheres diabéticas que não faziam esta terapêu-tica hipoglicemiante (C). O grupo P, comparativamente ao grupo C, não apresentou diferenças estatísticamente significativas quanto à idade (68,4+-7,8 vs 71,5+-4,8 anos), à estatura (154,3+-5,3 vs 152,8+-4,8 cm), ao peso (81,1+-13 vs 76+-13,6 kg), ao índice de massa corporal (34+-4,2 vs 32,6+-5,4 kg/m2) e % da massa gorda (46,9+-3,9 vs 44,7+-4,2 %), nem dos valores séricos de cálcio (9,2+-0,32 vs 9,5+-0,66 mg/ml), fósforo (3,48+-0,38 vs 3,44+-0,52 mg/ml), hormona paratiroideia (46,4+-20,9 vs 53,2+-41 pg/ml) e vitamina D (15,8+-7,3 vs 18,7+-11,1 ng/ml). O grupo P apresentava diagnóstico de diabetes há mais anos (15,7+-7,7 vs 9,4+-5, p < 0,0017), mas idêntico controlo glicémico (He-moglobina A1c 7+-0,9 vs 6,7+-0,5 % e Hemoglobina A1c média de 5 anos 7+-0,8 vs 6,7+-0,4 %). Não se obteve relevância estatística nos parâmetros densitométricos, avaliados pelo T score e pela DMO da co-luna vertebral (- 0,23+-1,16 vs - 0,18+-1,6 e 1,021+-0,1 vs 1,023+-0,2 g/cm2), do colo de fémur (- 1,01+-1,0 vs - 1,12+-1,3 e 0,73+-0,1 vs 0,735+-0,1 g/cm2) e do antebraço (- 1,06+-1,1 vs -0,67+-1,36 e 0,63+-0,41 vs 0,655+-0,1 g/cm2) e pelo Trabecular Bone Score (TBS) (1,21+-0,16 vs 1,24+-0,11).Conclusão: Neste estudo, a terapêutica com pioglitazona em mulhe-res na pós-menopausa e com diabetes tipo 2, não se associou a alte-rações na densidade mineral nem na qualidade ósseas.

P048SíNDrOME DE TUrNEr - PrEVAlêNCIA DA DIABETES E OUTrAS AlTErAçõES CArDIOMETABÓlICAS

Simões Pereira J.1, Bastos M.1, Saraiva J.2, Moreno C.2, Guelho D.2, Dantas R.3, Vicente N.2, Cardoso L.2, Oliveira D.2, Martins D.2, Pereira C.1, Carrilho F.2

1- Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil, Endocrinologia, Lisboa2- HUC-CHUC, Endocrinologia, Coimbra3- CHBV, Endocrinologia, Aveiro

Introdução: A Síndrome de Turner (ST) afeta 1/2500 meninas recém-nascidas, sendo causada pela perda total/parcial do cromossomaX. O aumento da mortalidade da ST encontra-se primariamente relacio-nada com as doenças cardiovasculares – alterações cardíacas estrutu-rais e desenvolvimento de Diabetes mellitus (DM) e doutros fatores de risco cardiovascular metabólicos. Objectivos: Avaliar a prevalência, na ST, da DM, hipertensão arterial (HTA), dislipidemia, esteatose hepática, obesidade (IMC≥30kg/m2) e das alterações cardíacas morfológicas. Material e Métodos: Revisão dos processos de 60 doentes com ST, selecionados da base de dados do Serviço de Endocrinologia, Diabe-tes e Metabolismo dos HUC-CHUC. Registo/análise dados: SPSS20.0. resultados: Idade ao diagnóstico(ID) ST e na última consulta 13±7 e 27±9 anos, respetivamente. Análise cromossómica: 46% cariótipo 45X, 41% mosaicismo e 13% anomalias estruturais do X. Alterações do metabolismo glucídico em 10% (3% diminuição da tolerância à glicose e 7% DM; ID 34±16a). Foram medicadas apenas com metformina – à exceção de uma, DM tipo 1, com insulinoterapia funcional –, apre-sentando, à data da última consulta, HbA1c 6.1%±1.1. A obesidade, a par com a terapêutica prévia com Somatropina (STP) e a monosso-miaX, não aumentaram o risco de DM. HTA em 17% (TAS e TAD última consulta 135±15 e 87±9 mmHg, respetivamente); dislipidemia em 50% [no último follow-up Colesterol(c) total, cLDL, cHDL e triglicerí-deos 217±39, 135±32, 63±12 e 113±62 mg/dL, respetivamente] e es-teatose hepática em 8%. Obesidade em 20% (IMC última consulta 27±6 Kg/m2). A obesidade associou-se com desenvolvimento de HTA (OR 6.14 95% CI 1.41-26.84, p=.021), dislipidemia (OR 16.79, 95% CI 1.00-140.9, p=.001) e esteatose hepática (OR 7.67 95% CI 1.12-52.64 p=.05). Terapêutica prévia com STP e cariótipo sem influência. Pes-quisaram-se alterações cardíacas estruturais em 80% (25% realizaram RM cardíaca, os restantes apenas ecocardiograma). Anomalias mor-fológicas cardíacas em 52%–35% com disfunções valvulares, 18% vál-vula aórtica bicúspide, 13% coartação da aorta, 7% disfunção mio cár-dica, 7% aurícula esquerda dilatada, 3% aorta tortuosa e 17% outras; ID de 27±16a. Cariótipo e terapêutica com STP sem influência nestas alterações. Conclusão: Nesta amostra verificou-se baixa prevalência de DM com ótimo controlo obtido apenas com monoterapia. Observou-se um nº elevado de dislipidemia, sendo a obesidade um fator associado ao seu desenvolvimento. Este fator associou-se também ao aparecimento de HTA e esteatose hepática. Portanto, segundo outros autores e a nossa experiência, está indicado o screening precoce e regular das altera-ções cardiometabólicas realizado por equipa especializada.

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P049HIPOS-Er (HypoglyceMia in portugal obSerVatio-nal Study – eMergency rooM): DADOS INTErINOS

Conceição J.1, Dores J.2, Araújo F.3, Laires P.4, Nogueira A.4

1- Merck, Sharp & Dohme, Endocrinologia, Oeiras2- Hospital de Santo António, Centro Hospitalar do Porto, Endocrinologia, Porto3- Hospital Beatriz Ângelo, Medicina Interna, Lisboa4- Merck, Sharp & Dohme, Oeiras

HIPOS-ER é um estudo observacional, trasnversal, multicêntrico de tó nica nacional que pretende descrever a população de Diabéticos tipo 2 medicados com anti-diabéticos (AD) que são admitidos no ser-viço de urgência (SvU) por um episódio de hipoglicemia. O estudo in-cluiu 240 episódios em 7 centros Nacionais. Aquí apresentamos dados de uma análises interina pré-especificada com um recrutamento de 60% (n=144). A proporção de episódios de hipoglicemia nesta popu-lação em função da totalidade de episódios de urgência geral no mesmo periodo foi de 65 por 100 000 (IC 95%: 55-76 / 100 000). Destes episódios, 53,6% usavam insulina, 30,0% usavam um secretagogo, 7,9% uma combinação de insulina e secretagogo e 8,6% usavam um AD oral não secretagogo. A idade média foi de 76 anos, a duração média da doença era de 20 anos, 56,2% eram mulheres, IMC médio era 27,34Kg/m2 , 83,0% não tinham educação formal ou então tinham o equivalente ao 1º ciclo, 84,7% estavam reformados e 60,8% eram se-guidos em relação à diabetes nos cuidados de saúde primários. Nos 12 meses prévios, 24,4% dos doentes reportaram uma ou mais idas ao SvU por hipoglicemia. A média do valor mínimo de glicemia registado durante o episódio foi de 37,4mg/dL. A causa desencadeadora do episódio, de acordo com o juízo clínico do investigador, foi a falha numa refeição/refeição pobre em hidratos de carbono em 57,3% dos casos, sendo que em 17,4% não houve desencadeante óbvio e em 16% o desencadeante foi doença aguda. Os sinais e sintomas mais frequen-tes foram a diaforese (43,8%), sensação de pré-lipotimia (36,8%) e a lipotimia (34,7%). 80,6% não tiveram complicações adicionais e 19,4% tiveram complicações diagnosticadas no SvU. O tempo médio de per-manência no SvU foi de 10,6h. O internamento ocorreu em 45,1% dos episódios (n=65), na sua maioria para Serviço de Medicina Interna. A demora média destes doentes foi de 8,7 dias. Desta amostra de 65 doentes, 33 tiveram alta, 5 faleceram e em 27 a informação não estava disponível no momento desta análise. A maioria dos doentes medica-dos com secretagogos foram internados (78,6%; p<0,001 vs outros subgrupos). Concluímos que a Hipoglicemia grave è mais prevalente do que previamente estimado em Portugal e a maioria dos doentes que dão entrada no SvU por este evento adverso são seguidos nos cuidados de saúde primários. A Hipoglicemia grave pode ser um even to medicamente relevante, podendo estar associada a ida ao SvU, inter-namento e complicações que incluem a morte.

P050rElAçãO DA FrEQUêNCIA AlIMENTAr COM O íNDICE DE MASSA COrPOrAl E O PEríMETrO DE CINTUrA EM PESSOAS COM DIABETES MellituS TIPO 2

Ferreira l.1, Lacerda A.2, Afonso M. J.3, Raposo J. F.4

1- Escola Superior de Saúde Jean Piaget, Dietética, Vila Nova de Gaia2- Escola Superior de Saúde Jean Piaget, Nutrição, Vila Nova de Gaia3- Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, Nutrição, Lisboa4- Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A obesidade é um fator de risco de Diabetes Mellitus Ti-po 2 (DMT2). Cerca de 90% das pessoas com DMT2 têm pré-obesida-de ou obesidade. A atividade física e a alimentação são os principais fa tores para a obtenção e manutenção do peso adequado, não es-tando ainda completamente esclarecida a relação entre a Frequência Alimentar (FA) o Índice de Massa Corporal (IMC) e o Perímetro de Cin-tura (PC).Objetivo: Avaliar a relação da FA com o IMC e o PC nas pessoas com DMT2.Método: Realizou-se um estudo observacional analítico, transversal e retrospetivo com base nos registos da primeira consulta individual de nutrição a pessoas adultas com DMT2 na APDP, entre janeiro de 2009 e dezembro de 2012, excluindo-se os indivíduos com insulinoterapia, com amputação de membros, em diálise e com valores de HbA1C >9%. Procedeu-se à determinação das medidas de tendência central e dispersão para a amostra total, por género e por intervalos de FA, Valor Energético Total (VET), IMC e PC, à comparação das médias das ordens amostrais entre géneros, à correlação entre variáveis e à aval-iação da FA, da FA e VET ajustado, e da FA, VET e género ajustados, como fatores determinantes do IMC e do PC, mantendo o nível de significância em 5% (p<0,05).resultados: No total de 496 indivíduos com média de idade de 64,6 ±11 anos, 43,5% (n=216) mulheres (M) e 56,5% (n=280) homens (H), 84,5% (n=419) apresentava pré-obesidade ou obesidade (IMC≥25 Kg/m2) e 87,9% (n=436) apresentava obesidade abdominal (M ≥80 cm; H ≥94 cm). Verificaram-se diferenças (p<0,05) nas médias das ordens amos trais entre géneros com FA superior nas M, e VET e PC superior nos H. O IMC é não significativamente superior nas M (p=0,178). O IMC é explicado 1,4% pela FA, VET e género ajustados (p=0,019; R2Aj.=0,014) não dependendo significativamente da FA (p=0,151) mas do VET (p=0,017) e género (p=0,006). O PC é explicado 3,3% pela FA e VET ajustados (p=0,000; R2Aj.=0,033) variando inversamente com a FA (β=-0,123; p=0,006) e diretamente com o VET (β=0,155; p=0,000), e é explicado 6,4% quando associado ao género masculino (R2Aj.=0,064; p=0,000).Conclusão: Independentemente do IMC, a FA, o VET e o PC estão as-sociadas ao género. Não se verifica uma relação significativa entre a FA e o IMC, mas uma relação significativa entre a FA e o PC. Confirma-se a ação mediadora do VET no efeito da FA no IMC e o efeito da FA na redução do PC. Os resultados indicam que nas pessoas com DMT2 a FA tem uma influência determinante no PC mas não no IMC.

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P051CArACTErIzAçãO DA POPUlAçãO DA PrIMEIrA CON-SUlTA DA APDP - CONTrOlO METABÓlICO, PErFIl lIPí-DI CO E HáBITOS DE VIDA

Narciso l.1, Raimundo A.1, Pereira A.2, Monteiro M.1, Barradas M.1, Afonso M. J.2, Raposo J. F.3

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Die-tética, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), Nu-trição, Lisboa

3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: As doenças cardiovasculares são a maior causa de morbi-mortalidade em pessoas com diabetes e tanto a dislipidemia como a obesidade são factores de risco cardiovascular. Por outro lado, a adop-ção de estilos de vida saudáveis – alimentação e atividade física – faz parte da terapêutica dessas patologias e é fundamental para o bom controlo da diabetes e prevenção das suas complicações.Objectivo: Caracterizar os hábitos alimentares (HA) e de actividade física (AF) e os perfis metabólico e lipídico das pessoas com diabetes tipo 2 (D2) que recorrem pela primeira vez à APDP.Material e Métodos: A amostra inclui as pessoas com D2 que integr-aram os circuitos de acolhimento da APDP entre Junho e Dezembro de 2013. Foram recolhidos parâmetros antropométricos (peso e altu-ra), analíticos (HbA1c, triglicéridos, colesterol total, HDL-col, LDL-col) e de HA e AF por autopreenchimento de um questionário de hábitos de vida composto por 6 questões fechadas.resultados: Recolheram-se dados referentes a 444 pessoas com D2, 51,4% mulheres, com idade média de 62,4±9,9 anos. O distrito de residência de 77,8% das pessoas é Lisboa e 50,7% da amostra tem como grau de escolaridade o primeiro ciclo. O IMC médio da amostra é de 30,5±5,8 kg/m2, sendo que 33,9% correspondem a casos de pré-obesidade (47% M vs 53% H) e 54,1% obesidade (54% M vs 46% H). Quanto aos parâmetros analíticos, a média de HbA1c é de 8,3±1,7 %, colesterol total 184,1±42,3 mg/dl, LDL-colesterol 131,5±36,9 mg/dl, HDL-colesterol 46,9±12,2 mg/dl (49,2±11,7 mg/dl M, 45,9±30,2 mg/dl H), triglicéridos 162,8±87,4 mg/dl. Quando avaliados os HA verificou-se que 38,5% das pessoas fazem 6-7 refeições diárias; 64,1% ingerem 2 a 3 peças de fruta por dia, 42,7% consomem 2 a 3 doses de legumes/hortaliça por dia e apenas 12,9% ingerem leguminosas diariamente. No que refere ao consumo de doces e fritos/charcutaria, cerca de 68% e 79%, respectivamente, consomem estes produtos com uma frequên-cia inferior ou igual a 1 vez por semana. Quanto à AF, 26,6% das pes-soas não tem qualquer atividade enquanto 22,7% tem um nível de atividade de acordo com as recomendações.Conclusão: Da análise dos resultados, conclui-se que é fundamental haver uma intervenção focada na perda de peso, no controlo glicémi-co e do perfil lipídico sendo possível uma melhoria dos HA e maior promoção da prática de AF.

P052AVAlIAçãO DA EFICáCIA DE UMA CONSUlTA DE OBESI-DADE

Albergaria M. C.1, Orfão M.1, Figueiredo J.2, Figueiredo H.3

1- Hospital de Nossa Senhora da Assunção de Seia - ULS Guarda EPE, Dietética, Seia

2- Escola Superior de Tecnologia da Saude Coimbra, Coimbra3- Hospital de Nossa Senhora da Assunção de Seia - ULS Guarda EPE, Medicina

Interna, Seia

Introdução: A relação entre Obesidade e Diabetes tipo 2 (DM2) está bem fundamentada havendo um aumento da incidência da DM2 em indivíduos com Índice de Massa Corporal (IMC) ≥30Kg/m² e Perímetro da Cintura (PC) ≥80cm para o género feminino e ≥94cm para o mas-culino. As orientações internacionais sugerem que a intervenção nu-tricional é fundamental na sua prevenção.Objectivo: Avaliar a eficácia da Consulta de Obesidade (CO) do HNSA no tratamento da obesidade e o seu impacto na redução do risco da DM2.Material e Métodos: Estudo prospetivo que decorreu entre janeiro de 2012 a dezembro de 2013, incluiu adultos obesos de ambos os gé-neros, assistidos na CO. Avaliados os parâmetros antropométricos e o risco de DM2 aplicando o inquérito FINRISK (FR) em 3 momentos con-secutivos: 1ª consulta, após 6 e 12 meses.resultados: Recolhidos dados de 116 doentes, com idade <45 anos (44%), entre os 45-50 (15,5%), entre os 55-64 (27,6%) e >64 anos (12,9%), 75,9% eram género feminino. Na 1ª consulta os valores mé-dios de peso foram de 92,84±15,81kg, de IMC 36,64kg±4,85kg/m² e de PC de 111,45±12,94cm. A média do score FR foi de 14,97 ±4,08 pon-tos. Após 6 meses, foram avaliadas 101 pessoas (6% ainda não tinham completado 6 meses de observação e 6,9% desistiram). Verificou-se uma diminuição dos valores médios de peso 94,18±16,06 para 88,21± 15,30kg (p≤0,001), IMC de 37,02±4,88 para 34,42±4,53kg/m² (p≤0,001) e PC de 111,70±12,97 para 104,88±12,54 cm (p≤0,001). A média do score FR diminuiu de 14,82±3,86 para 12,77±4,28 pontos (p≤0,001). Após 1 ano de observação foram avaliadas 72 pessoas (22,4% ainda não ti-nham completado 1 ano de observação e 2,6% desistiram). Verificou-se uma diminuição dos valores médios de peso de 88,54±14,56 para 84,76±13,61kg (p≤0,001), IMC de 34,78±4,57 para 33,28±4,62kg/m2

(p≤0,001) e de PC de 104,30±11,89 para 99,05±11,23cm (p≤0,001). A média do score FR diminuiu de 12,82±4,05 para 12,34±4,13 pontos (p≤0,001). Quando comparamos os resultados obtidos entre a 1º e a 3ª avaliação verificamos, nas 72 pessoas avaliadas, uma redução dos va-lores médios de peso de 95,068±15,63 para 84,76±13,61kg (p≤0,001), do IMC de 37,51±5,05 para 33,28±4,62kg/m² (p≤0,001) e do PC de 111,65± 13,16 para 99,05±11,23cm (p≤0,001). A média do score FR baixou de 14,96±3,77 para 12,34±4,13 pontos (p≤0,001).Conclusão: Estes resultados mostram a eficácia no tratamento da obe-sidade da CO do HNSA podendo também esta contribuir para a di-minuição do risco da DM2 nesta população.

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P053Screening NUTrICIONAl EM DOENTES IDOSOS DIABÉ-TICOS INTErNADOS NUM SErVIçO DE MEDICINA

Albergaria M. C.1, Silva I.2, Figueiredo H.3

1- Hospital de Nossa Senhora da Assunção de Seia - ULS Guarda EPE, Dietética, Seia

2- Hospital de Nossa Senhora da Assunção de Seia - ULS Guarda EPE, Enferma-gem, Seia

3- Hospital de Nossa Senhora da Assunção de Seia - ULS Guarda EPE, Medicina Interna, Seia

Introdução: A Desnutrição Associada à Doença é um estado de defi-ciente ingestão, utilização e absorção de energia e nutrientes, devido a factores individuais ou sistémicos, resultando na perda de peso e disfunção de órgãos podendo estar associada a um pior resultado da doença ou seu tratamento. A diabetes tipo 2 é uma doença com uma prevalência elevada na população idosa podendo também ela contri-buir para um aumento do risco de desnutrição pela sua influência negativa no metabolismo destes doentes. A relação entre a diabetes e a desnutrição no doente idoso tem sido pouco investigada e, em Por-tugal existem poucos dados objectivos.Objectivo: Avaliar o estado nutricional dos doentes idosos diabéticos que deram entrada no Serviço de Medicina do Hospital Nossa Se nho-ra da Assunção da ULS da Guarda.Material e Métodos: Realizou-se um estudo retrospectivo observa-cional que incluiu 309 doentes idosos diabéticos tipo 2 e um grupo controlo de 380 doentes idosos não diabéticos entre Junho de 2009 e Junho de 2013. A triagem do estado nutricional no momento de en-trada foi feita através do Mini Nutritinal Assessment-MNA®. A análise estatística foi efectuada com o software SPSS 21.0.resultados: Dos 309 idosos avaliados com diabetes tipo 2 verificou-se que 44,5% eram do género masculino e 55,5% do género feminino apresentando uma idade média de 81,69 ± 7,69 anos, não havendo diferenças significativas em relação ao grupo controlo (39,2% do gé-nero masculino, 60,8%% do género feminino e uma média de idade de 81,04±7,99 anos). A média do score da tragem do estado nutricio-nal MNA® dos doentes diabeticos foi mais baixa sugerindo um grau de desnutrição (15,58±5,6 pontos) vs (18,85±5,31 pontos) (p≤0,001). Todos os doentes foram alvo de intervenção nutricional.Conclusão: Este estudo sugere que a desnutrição é mais prevalente nos doentes idosos com Diabetes tipo 2 internados num Serviço de Medicina, sugerindo que este grupo de doentes deva ser objecto prio-ritário para intervenção nutricional específica. Serão necessários mais estudos para avaliar as causas e a interrelação complexa entre Diabe-tes tipo 2 e Desnutrição no doente idoso.

P054CArACTErIzAçãO DE FATOrES MATErNOS E EVOlUçãO DA grAVIDEz NA DM PrÉVIA: rESUlTADOS DA POPUlA-çãO POrTUgUESA EM 2009-2010

Santos M. J.1, Fernandes V.1, Pereira M. L.1,2, Marques O.1

1- Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga2- Grupo de Estudo da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabe-

tologia

Introdução: A gravidez em mulheres com DM prévia associa-se a maior prevalência de complicações materno-fetais. A normalização da hiperglicemia antes e durante a gravidez reduz a sua incidência. Objetivos: Caracterizar as grávidas com DM prévia à gravidez quanto a fatores maternos (idade, duração DM, pré-concepção, HbA1c prévia, IMC inicial), evolução da gravidez (aumento do peso, HbA1c no 1ºT/2ºT/3ºT, DDT insulina) e outcomes fetais (tipo de parto, macros-somia fetal).Material e Métodos: Estudo multicêntrico, retrospetivo, das grávidas com DM prévia incluídas no Registo Nacional do Grupo de Estudos da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabetologia em 2009-2010. Excluíram-se as gravidezes gemelares, abortamentos es-pontâneos/IVG e mortes fetais intrauterinas. Considerou-se nível de significância de 5%.resultados: Incluíram-se 219 grávidas, 61,6% com DM1 e 38,4% com DM2. Encontrou-se idade materna média de 31,6±5,7 anos, duração média da DM 8,4±7,0 anos, IMC materno 27,6±6,4Kg/m2, HbA1c pré-via 7,7±1,8%, realização de pré-concepção em 21,4%. A HbA1c e a per-centagem de doentes com HbA1c<6,0% foi 7,1±1,3%(18,9%), 6,2±0,9% (40,3%) e 6,4±1,1%(34,4%) nos 3 trimestres, respetivamente. A preva-lência de GIG foi 41,2%. Relativamente às doentes com DM2, aquelas com DM1 tinham menor idade (29,6±5,2 vs 34,65±5,14, p<0,001); maior duração da DM (11,5±6,9 vs 3,4±3,6, p<0,001); maior taxa de pré-con-cepção (27,9% vs 11,1%, p=0,004); menor IG na 1ª consulta (9,5±4,7 vs 13,3±6,2 semanas, p<0,001); menor prevalência de excesso de peso/obesidade (42,1% vs 88,0%, p<0,001); menor aumento excessivo de peso (33,9% vs 43,1%,p=0,203). A DDT/Kg/dia de insulina aumentou menos na gravidez do que na DM2 (33,8% vs 94,1%). Na DM1, a HbA1c prévia era superior (8,0±1,8 vs 6,9±1,3, p=0,027) e reduziu 16,9% na gravidez (vs 11,1% na DM2), nomeadamente nos 2 primeiros trimes-tres. No 3ºT, apenas 23,3% das DM1 tinham HbA1c<6,0% (51,3% na DM2). Verificou-se maior prevalência de GIG na DM1 (48,8% vs 29,1%, p=0,001). A taxa de cesariana foi semelhante nos 2 grupos (65,7% vs 67,9%, p=0,114).Conclusão: Nesta população, os fatores relativos à pré-concepção e controlo metabólico prévio estavam aquém do recomendado. Na gra-videz houve melhoria progressiva do controlo metabólico, mas não fo ram atingidos os objetivos recomendados e a prevalência de ma-cros somia foi elevada. A evolução da gravidez foi mais severa, com pior controlo metabólico e maior prevalência de macrossomia na DM1.

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P055FATOrES ASSOCIADOS à MACrOSSOMIA FETAl NA DIA-BETES PrÉVIA à grAVIDEz – rESUlTADOS DA POPUlA-çãO POrTUgUESA EM 2009-2010

Santos M. J.1, Fernandes V.1, Pereira M. L.1,2, Marques O.1

1- Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga2- Grupo de Estudo da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabe-

tologia

Introdução: A crescente prevalência da DM2 tem contribuído para o aumento da DM prévia à gravidez. Na DM prévia, a hiperglicemia na gravidez associa-se a importantes riscos materno-fetais, nomeada-mente a macrossomia fetal.Objetivos: Em grávidas com DM prévia, avaliar fatores associados a ma crossomia fetal: fatores maternos (idade, duração DM, HbA1c pré-via, IMC inicial) e relacionados com a gravidez (aumento de peso; HbA1c 1ºT/2ºT/3ºT).Material e Métodos: Estudo multicêntrico, retrospetivo, de grávidas com DM prévia incluídas no Registo Nacional do Grupo de Estudos da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabetologia em 2009-2010. Excluíram-se as gravidezes gemelares, abortamentos es-pontâneos/IVG e mortes fetais intrauterinas. Utilizaram-se os testes estatísticos Qui-quadrado, Fisher e Mann-Whitney; considerou-se ní-vel de significância de 5%.resultados: Incluíram-se 219 grávidas, 61,6% com DM1 e 38,4% com DM2. A idade materna foi de 31,6±5,7 anos, a duração da DM 8,4±7,0 anos, o IMC materno 27,6±6,4Kg/m2, a HbA1c prévia 7,7±1,8% e o au-mento de peso na gravidez 12,1±6,2Kg. A prevalência de macrossomia fetal foi 48,8% na DM1 e 29,1% na DM2. Na DM1, as grávidas com GIG apresentaram HbA1c no 2ºT (6,7±0,8% vs 6,2±0,9, p=0,001) e 3ºT (6,9±1,2 vs 6,3±1,1; p<0,001) mais elevada do que as grávidas sem GIG. Em todos os trimestres, a percentagem de grávidas que apresentou HbA1c <6,0% foi inferior nas grávidas com GIG relativamente às não GIG (1ºT: 3,9% vs 25,0%, p=0,004; 2T:18,9% vs 43,1%, p=0,006; 3ºT: 9,4% vs 34,5%, p=0,002). Na DM1, nenhum outro fator se associou a macrossomia. Na DM2, as grávidas com GIG apresentaram maior IMC (36,9±8,8 vs 29,8±5,9, p=0,003) e excesso de peso/obesidade (100% vs 82%, p=0,033), aumento de peso excessivo na gravidez (70% vs 29,8%, p=0,002), HbA1c prévia (8,1±0,9 vs 6,8±1,3, p=0,037), HbA1c 1ºT (7,1±1,2, vs 6,2±1,0, p=0,017), HbA1c 2ºT (6,4±1,0 vs 5,7±0,7, p= 0,003) e HbA1c 3ºT (6,5±0,8 vs 5,8±0,8, p=0,006). Em todos os trimes-tres, a percentagem de grávidas que atingiu o objetivo glicémico de HbA1c <6,0% foi inferior nas grávidas com GIG relativamente às res-tantes (1ºT: 7,1% vs 38,2%, p=0,039; 2ºT: 31,6% vs 66,0%, p=0,009; 3ºT: 38,1% vs 57,7%, p=0,129).Conclusão: Nesta população verificou-se a associação de macrosso-mia fetal com pior controlo glicémico na DM1 e na DM2. Na DM2 também o IMC e o aumento de peso se associaram a macrossomia, devendo constituir fatores de risco a controlar de forma mais intensiva nestas grávidas.

P056PlANO NACIONAl PArA A DIABETES - ATIVIDADES DO DIA MUNDIAl DA DIABETES 2013

Campos M. J.1, Bastos M.2, Figueiredo J.3, Santos R.4, Mirante A.2, Ribeiro P.4, Lopes I.5, Simão L.6, Costa B.8, Carrilho F.7

1- SEDM-CHUC, Nutrição, Coimbra2- PND-CHUC, Endocrinologia, Coimbra3- PND-CHUC, Nutrição, Coimbra4- PND-CHUC, Medicina Interna, Coimbra5- PND-CHUC, Enfermagem, Coimbra6- PND-CHUC, Psicologia, Coimbra7- SEDM-CHUC, Endocrinologia, Coimbra8- PND-CHUC, Coimbra

Introdução: No quadro do Plano Nacional da Diabetes coordenado a nível nacional pelo Dr. José Boavida foi criado no CHUC, o PND - CHUC. Este dinamizou o Dia Mundial da Diabetes 2013, com o lema DIABETES: PROTEGER O NOSSO FUTURO, desenvolvendo várias ativi-dades.Objetivo: Promover o Dia Mundial da Diabetes nas instituições hospi-talares CHUC e também inspirar e envolver a comunidade local divul-gando mensagens simples de educação e prevenção da DiabetesMateriais: Liderado pelo grupo PND - CHUC e com a colaboração dos Serviços aos quais pertencem todos os seus membros. Contou ain da com o apoio das seguintes entidades: Conselho de Administra-ção do CHUC e Direção Clínica do CHUC, Administração Regional de Saúde do Centro, Câmara Municipal de Coimbra, LAHUC, Associação dos Doentes com Diabetes da Zona Centro, Casa do Pessoal CHUC.Métodos e resultados: Algumas das atividades, com registo fotográ-fico, ocorreram ao longo de todo o mês de Novembro na cidade de Coimbra tentando promover o tema “Coimbra Novembro mês da Diabetes”, seguindo a seguinte calendarização:11.11 a 22.11 Exposição nos Polos Hospitalares do CHUC: posters IDF da campanha educação e prevenção para a Diabetes 2009-2013. Pequena exposição versando a história dos 90 anos da insulina e a evolução dos dispositivos de ad-ministração de insulina e controlo da glicémia capilarNovembro Cobertura jornalistica pelo Diário de Coimbra com publicação de re-portagem especial nos Cadernos de saúde 12.11 a 19.11MUPIs com posters alusivos ao Dia Mundial da Diabetes e a Coimbra Novembro mês da Diabetes disseminados pela cidade12.11 a 19.11 Decoração montras de Livrarias de Coimbra alusivas ao tema14.11 Hospital Pe-diátrico - Comemorações oficiais do dia Mundial da Diabetes14.11 LA-HUC - sensibilização para a Diabetes pelos voluntarios 14.11 Elos - PND-CHUC dinamização de atividades nos serviços 14.11 UND - distri-buição de cartões a todos os doentes internados com regras de ali-mentação saudável. Projeção de ppt no refeitório dos funcionários e elaboração de ementa contabilização em macronutrientes e ener-gia.15.11 Tertútila Café Santa Cruz : “A Diabetes e a Sociedade”30.11 Caminhada pela Diabetes na baixa de Coimbra com largada de balões azuis no parque verde da Cidade.Conclusões: A adesão de todos as entidades e intervenientes na din-amização das atividades descritas foi relevante tendo contribuido para a mobilização de vários setores da sociedade política, civil e de saúde de Coimbra. Estas ações promoveram a importância dos cuida-dos integrados em diabetes e reforçaram a relação CHUC com socie-dade civil. Futuramente pretende-se uma maior dinamização entre o CHUC e os cuidados de saúde primários.

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P057A QUAlIDADE DE VIDA E O IDOSO DIABETICO TIPO 2

Martins M. J. r.1, Ferreira C. A. N. F.2, Brás A. C. S.3

1- ACES Central - UCSP Loulé, Unidade Cuidados Saúde Personalizados de Lou lé, Loulé

2- ULS de Castelo Branco, Enfermagem, Sertã3- USCP de Ferreira de Zêzere, Enfermagem, Ferreira de Zêzere

Introdução: A diabetes tipo 2 é considerada um importante prob-lema de saúde pública, que, pelas consequências decorrentes do seu tra tamento e suas complicações poderá afectar a qualidade de vida das pessoas. Nas últimas décadas tem crescido o interesse na obten-ção de indicadores, para avaliar os resultados de intervenções clínicas, de modo a garantir maior resolução dos problemas de saúde. Tendo em conta, a necessidade de inverter a tendência de crescimento da diabetes e suas complicações, é necessário aumentar os ganhos de saúde.Objectivos: Analisar o impacte que a diabetes tem na qualidade de vida do idoso; Conhecer o grau de dependência do idoso diabético. Material e Métodos: A amostra foi constituída por idosos com dia-betes tipo 2 inscritos nos centros de saúde de Ferreira do Zêzere e Mação. Foi um estudo descritivo e correlacional, de abordagem quan-titativa, realizado com 80 indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, de ambos os géneros, com diabetes tipo 2, no domicilio, no pe-ríodo de 18 de Dezembro de 2008 a 4 Janeiro de 2009. Os dados foram recolhidos por meio de um instrumento contendo as variáveis sócio-demograficas e de outro para avaliação da qualidade de vida na dia-betes. O questionário inclui 46 itens: os itens do SF-36, V.1, a que se acrescentaram 10 itens provenientes de questionários específicos para a diabetes. Para além desta escala, considerou-se pertinente a utiliza-ção do Índice de Katz, que avalia o nível de dependência do indivíduo.Conclusão: Decorrente deste estudo pode-se constatar que a quali-dade de vida diminui à medida que a idade avança, quando o idoso vive sozinho, possui um rendimento mensal baixo e um grau de de-pendência elevado no desenvolvimento das actividades de vida diá-rias. Identificou-se ainda que o género feminino, devido às diversas características que lhe são inerentes, permite uma maior qualidade de vida ao conviver com a diabetes tipo 2. Para além disto ainda pode-se observar que os idosos residentes no concelho de Ferreira de Zêzere apresentaram uma qualidade de vida mais elevada em relação aos que residem no concelho de Mação. Para tentar compreender este fac to recorreu-se à comparação do grau de dependência, da idade, do género e do rendimento mensal da amostra entre concelhos,e identi-ficou-se que tanto no grau de dependência, no género e no rendi-mento mensal, Mação possui maior número de idoso dependentes, maioria do género feminino, com um rendimento mensal médio su-perior a 250€, apenas apresentam uma faixa etária superior em rela-ção aos idosos em estudo do concelho de Ferreira do Zêzere, pelo que se constata que estes, mais facilmente podem percepcionar uma me-lhor qualidade de vida. Apesar de este estudo oferecer apenas uma vi são parcelar da complexidade desta doença, alguns dos fatores bio-lógicos, psicológicos e sociais foram reconhecidos como influencia-dores da qualidade de vida na diabetes tipo 2.

P058rASTrEIO DO PÉ DIABÉTICO – PrINCIPAIS CAUSAS DE EN-CAMINHAMENTO PArA UMA CONSUlTA DE PODOlOgIA

Pestana M.1, Oliveira S.1, Almeida R.1, Rebola A.1, Matos D.1, Nunes H.1, Paiva A. C.1, Zacarias L.1, Serrabulho L.1, Raposo J. F.2

1- APDP - Diabetes Portugal (Education and Research Centre/APDP-ERC), Enfer-magem, Lisboa

2- APDP - Diabetes Portugal (Education and Research Centre/APDP-ERC), Endo-crinologia, Lisboa

Introdução: A educação das pessoas com diabetes e familiares e o ras-treio do pé contribuem para a prevenção do pé diabético. No ras treio do pé destaca-se: a observação dos pés, a perceção dos cuidados de higiene realizados e o aconselhamento, a identificação de causas da im-possibilidade de tratamento pelo próprio, tais como incapaci dade fisica, motora, visual ou cognitiva para o autocuidado, conhecimento de fac-tores de risco como agentes agressores, calosidades, cuidados ungueais, falta de hidratação da pele, ou outros sinais de alerta. As lesões do pé diabético podem surgir da insensibilidade provocada pela neuropatia sensitivomotora e/ou da isquemia provocada pelas lesões de ateroscle-rose no membro inferior. Ao ser atingida, uma destas duas estruturas, nervos ou vasos, irá condicionar o aparecimento de um pé neuropático ou de um pé neuroisquémico.Objectivo: Conhecer as causas de encaminhamento para a consulta de podologia, das pessoas que realizaram rastreio do pé no circuito de aco-lhimento de 1ª vez. Material e Método: Amostra de conveniência de 166 pessoas que vie-ram pela primeira vez à APDP e realizaram o rastreio do pé, de 24/10/ 2013 a 20/12/2013. Utilização de dados da ficha clinica para ca rac teri za-ção da amostra e de instrumentos para rastreio do pé: monofilamento de 10 g de Semmes- Weinstein e diapasão 3 de 128 Hz.resultados: Participaram 166 pessoas com diabetes, 156 com DM2 e 10 com DM1, 90 do sexo masculino. Média idades 61 anos. Média evolução diabetes 12 anos. Média HbA1c 8.1%. Das 166 pessoas rastreadas foram encaminhadas 30 (18.75%), para a consulta de podologia. Das pessoas encaminhadas, 15 homens e 15 mullheres, 4 têm DM1 e 26 DM2. Média de idades 61 anos. Média evolução diabetes 15,5 anos. Média HbA1c 8.9%.

Conclusão: Este estudo permitiu identificar a necessidade de enca mi-nhamento para consulta multidisciplinar de podologia. Pode concluir-se que as pessoas com mais anos de evolução e com HbA1c mais eleva-da apresentam mais risco de pé diabético. O rastreio do pé dia bé tico é uma referência para a prevenção e tratamento de complicações tardias, possibilitando a intervenção imediata nas situações identifica das, per-mitindo o diagnóstico e início do tratamento, e pro por cionando uma melhoria da qualidade de vida das pessoas com diabetes.

Causas principais do encaminhamento para Consulta Podologia Homens % Mulheres %

Neuropatia Micoses Necessidade de Quiropodia Encravamento de Unhas Feridas Outras

26.7023.3320.006.67-23.30

36.6720.0013.306.673.3318.03

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P059PSICOPATOlOgIA E QUAlIDADE DE VIDA

Pereira M.1, Pinheiro L.1, Neves C.2, Esteves C.2, Coelho R.3, Carvalho D.2

1- Centro Hospitalar S. João, Psicologia, Porto2- Centro Hospitalar S. João, Endocrinologia, Porto3- Centro Hospitalar S. João, Porto

Introdução: A qualidade de vida (QdV) é um constructo que, desde há duas décadas, tem vindo a despoletar um crescente interesse na área da saúde e também a sofrer determinadas clarificações na sua definição, o que nos permite, agora, ter uma noção mais clara do que se pretende analisar. De um modo muito geral, é um domínio que se refere ao nível qualitativo das atribuições inter e intra individuais.Objetivos: Analisar como a QdV é influenciada pela sintomatologia psicopatológica e o seu impacto no controlo metabólico.Doentes: A amostra era composta por 94 sujeitos, 52 dos quais com diabetes tipo 1(DM1) e 42 com diabetes tipo 2 (DM2), 50 % homens, com uma média de idades total de 42,0 ± 16,6 (17 – 77) anos.Métodos: Para cumprir o objetivo aplicámos o Audit of Diabetes-De-pendent Quality of Life (ADDQoL) e o Brief Symptom Inventory (BSI).resultados: No que concerne à QdV e ao tipo de diabetes constatá-mos que acima de tudo a idade parece ser um fator determinante, isto é, estima-se um decréscimo de 0,02 pontos na ADDQoL por cada ano de idade independentemente do tipo de diabetes. A presença de complicações decorrentes da diabetes cursa com baixa QdV (p≤0,001). A QdV apresenta-se correlacionada com a A1c na DM2 (r=-0,32 ; p=0,04). Nesta amostra encontrámos uma correlação negativa entre QdV e a somatização (r=-0,38 ; p≤0,001), ansiedade (r=-0,27 ; 0,008) e ansiedade fóbica (r=-0,38 ; p=0,002).Conclusões: Nesta amostra concluímos que a QdV é influenciada pe-la sintomatologia psicopatológica. Contudo o impacto desta última é superior nos indivíduos com DM2. Não encontrámos nesta amostra alguma relação entre a sintomatologia psicopatológica e os valores de A1c.

P060DIABETES gESTACIONAl - COMEçAr DE NOVO…

Amaral N.1, Pereira N.1, Figueiredo A.1, Pratas S.2, Costa J.2, Valadas C.2, Pereira S.3, Cabral A. M.3, Fadista S.3, Silva R.4

1- Hospital Beatriz Ângelo, Ginecologia / Obstetrícia, Loures2- Hospital Beatriz Ângelo, Endocrinologia, Loures3- Hospital Beatriz Ângelo, Enfermagem, Loures4- Hospital Beatriz Ângelo, Dietética, Loures

Objectivo: Revisão da casuística da consulta de Diabetes e gravidez, nos 2 primeiros anos de actividade hospitalar.Material e Métodos: Estudo retrospectivo das gestações vigiadas na consulta com Diabetes Gestacional (DG) nos anos 2012 e 2013. Anali-zaram-se factores de risco para DG: Idade materna ≥35anos, História familiar de diabetes mellitus (DM), obesidade; filhos macrossómicos; antecedentes de DG e grande multiparidade. Foram revistos os crité-rios de diagnóstico, aumento ponderal na gravidez, necessidade de terapêutica farmacológica; complicações obstétricas e dados do par-to-via de parto, peso ao nascer e complicações neonatais. Resultados: Foram vigiadas 143 grávidas com DG. Destas, 39,2% tinham idade≥ 35 anos; 37,8% história familiar de DM; 25,9% da população era obesa; 12.6% tinham antecedentes de DG, 12,6% teve filhos macrossómicos e 4,2% eram grandes multíparas. O doseamento da glicemia em jejum diagnosticou 39,2% dos casos, dos quais 61.1% no 1º trimestre. Com a implementação da terapêutica nutricional/exercício: 71% tiveram um aumento ponderal adequado ou reduzido e 29% excessivo. Este últi-mo grupo, foi constituído principalmente por mulheres com excesso de peso e obesidade prévia. A terapêutica farmacológica foi instituída em 29% da população: 52,4% fez insulina; 31% metformina e 16,7% associação. A HgA1c média, no 3º T, foi 5,31%, sendo que em 16 casos foi superior a 6%. O grupo submetido a terapêutica farmacológica: teve um diagnóstico da doença mais precoce, maior prevalência de grávidas obesas; mais casos de HbA1c>6% e mais complicações hiper-tensivas. Por outro lado, verificou-se um aumento ponderal mais ad-equado e menos fetos macrossómicos. Ocorreram 8 casos de hidrâ-mnios; 1 morte fetal e 11 partos prematuros. Foram vigiadas 16 mu lheres com HTA crónica , 9 com hipertensão gestacional e 5 casos de pré-eclâmpsia. O parto ocorreu por via vaginal em 62% dos casos, cesari-ana em trabalho de parto em 14,2% e cesariana electiva em 23,8%. Dos partos de termo, 62.8% ocorreram após as 39 semanas. O peso médio ao nascer foi 3302g (±538,2). Registaram-se 11 casos de ma-cros somia. Em 10 casos descrevem-se morbilidades neonatais e 2 ca-sos de morte neonatal. Até ao momento realizaram prova de reclassi-ficação 69,7% das puérperas.Conclusão: A abertura de um novo hos pital com realidades socio-eco-nómicas próprias aliada à implementação de novos critérios de diag-nóstico de DG constituiu um desafio à formação de uma equipa mu-ltidisciplinar de novo. Cerca de 39% das mulheres tem, pelo menos um factor de risco para DG presente; o doseamento da glicémia em jejum diagnosticou 39% dos casos permitindo uma actuação atempada e pre coce.

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P061SíNDrOMA HIPErglICEMICA HIPErOSMOlAr – ANálISE rETrOSPETIVA DE 5 ANOS

Vicente N.1, Barros L.1, Rodrigues D.1, Cardoso L.1, Saraiva J.1, Moreno C.1, Guelho D.1, Dantas R.2, Pereira J. S.3, Oliveira D.1, Martins D.1, Carrilho F.1

1- Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, EPE, Endocrinologia, Coimbra2- Centro Hospitalar Baixo Vouga, EPE, Endocrinologia3- Instituto Português de Oncologia, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A síndroma hiperglicemica hiperosmolar hiperglicémica (SHH) é uma complicação metabólica aguda da diabetes que afeta principalmente indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Objetivo: Caracterização dos doentes com SHH seguidos no interna-mento entre 2008 e 2012. Material e Métodos: Análise retrospetiva de 106 internamentos por hiperglicemia com hiperosmolaridade no Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo do Centro Hospitalar Universitário de Coim-bra, decorridos de 1 de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2012. Aplicando os seguintes critérios de inclusão (glicemia> 600 mg/dL, pH >7,30, HCO3- >18 mEq/L, osmolalidade efectiva >320 mOsm/Kg, aus-ência de cetose significativa), obtiveram-se 23 doentes com mediana de idades de 89±6 anos. Foram avaliados parâmetros clínicos, labora-toriais e de tratamento. Recorreu-se ao software SPSS v20 para análise estatística. resultados: Houve predomínio do género feminino (19 mulheres) nu ma população com muitas co-morbilidades (mediana do Índice de Charlson 8±2). À admissão, os doentes apresentavam grau de cons-ciência Glasgow mediano de 12±2. Valores medianos de: glicemia 811± 260 mg/dL, osmolalidade efetiva 342±15 mOsm/Kg, pH 7,40±0,07, bicarbonato 25,7±5,5 mEq/L, sódio 148±8,6 mEq/L, potássio 4,9±0,9 mEq/L, creatinina 2,50±0,95 mg/dL, hematócrito 42,4±4,1%. Os fato-res precipitantes identificados foram: etiologia infeciosa (respiratória n=8, urinária n=9, sem foco n=1), omissão terapêutica (n=3), diabetes inaugural (n=6) e sem causa aparente (n=2). O nível de HbA1C apre-sentava mediana de 12,2±2,6%. O tempo mediano de perfusão endo-venosa de insulina foi de 66±48 horas, administrando-se uma media-na de 179±127 unidades de insulina. Os valores medianos, às 24, 48 e 72 horas de tratamento são, respetivamente: glicemia 150±97, 136±49, 132±70, natremia 159±7, 156±7, 155±11 e osmolalidade efetiva 325± 16, 318±13, 314±19. A demora média de internamento foi de 10,9±6,9 dias com uma taxa de letalidade de 34,8%. Conclusão: Verificou-se uma taxa de letalidade elevada, que pode ser explicada pelo grau de fragilidade e idade avançada destes doentes, como é descrito na literatura. O nível de HbA1C elevado é compatível com um mau controlo glicémico ou DM2 previamente não diagnosti-cada, ambas as situações denotadoras de um carácter insidioso. A pa-tologia infeciosa surge como um dos fatores precipitantes mais fre-quentes, pelo que o seu tratamento correto e atempado tem efeito na sobrevivência.

P062PÉ DIABÉTICO – EXPErIêNCIA DA CONSUlTA DE PODO-lOgIA NUMA UNIDADE DE SAúDE FAMIlIAr”

Alves P. B.1, Leandro T. T.1, Silva A. L. N.2, Silveira T.1

1- Unidade de Saúde Familiar Arandis, Medicina Geral e Familiar, Torres Vedras2- Unidade de Saúde Familiar Arandis, Enfermagem, Torres Vedras

Introdução: A Diabetes é uma epidemia global com graves conse-quências sociais e humanas. As complicações relacionadas com o pé diabético estão entre as mais graves e onerosas, sendo muitas vezes a solução final a amputação. A neuropatia diabética é fator de risco para surgimento de úlcera e é uma consequência direta do mau controlo glicémico, sendo uma das primeiras alterações podológicas a surgir no paciente diabético. A Consulta de Podologia foi implementada na USF em 2011 com objetivo preventivo e terapêutico. O objetivo deste trabalho é caracterizar os diabéticos seguidos em consulta de Podolo-gia durante o ano de 2013 quanto aos fatores demográficos e fatores de risco de úlcera do pé diabético. Material e Métodos: Análise retrospectiva dos registos informáticos no SAM dos doentes seguidos em consulta de podologia entre 1 Ja-neiro e 31 Dezembro 2013. resultados: Foram observados durante este período 503 diabéticos, que correspondem a 71,4% do total de diabéticos com critérios para consulta de podologia (vigiados na USF e idade entre 18 e 75 anos). A idade média foi de 64 anos, sendo 54,5% do sexo masculino e 12,7% fumadores. A média de anos de diagnóstico foi de 9,36. 44,1% dos dia-béticos tinham 4 ou menos anos de escolaridade e 3,4% encontra-vam-se sinalizados por problemas económicos. A grande maioria ti-nha Diabetes Mellitus tipo 2 (97,4%) e 14,5% eram insulinotratados. 45,3% apresentava HbA1c<6,5%. Verificou-se uma baixa prevalência de alterações neuropáticas (2,39%) e isquémicas (11,33%) e apenas 5 diabéticos tinham sofrido amputações. Encontrou-se uma elevada pre valência de fatores de risco de pé diabético como presença de ca-losidades (49,7%), onicomicoses (22,9%); deformações ou proeminên-cias ósseas (57,9%) e calçado inadequado (24,5%). Na avaliação de ris co de úlcera, de acordo com classificação da DGS, 8 % dos diabéticos foram classificados como alto risco. A percentagem de diabéticos com HbA1c>6,5% era de 65% no grupo de alto risco e 49,5% no grupo de baixo risco. Conclusões: A maioria dos doentes de alto risco apresenta mau con-trolo metabólico. A elevada percentagem de diabéticos com maus cui-dados ao pé releva a importância do ensino na prevenção das lesões que, juntamente com um controle metabólico adequado permite re-duzir significativamente esta complicação da doença e melhorar a qua-lidade de vida dos diabéticos.

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P063A ASSOCIAçãO ENTrE O TrIMESTrE DE DIAgNÓSTICO DE DIABETES gESTACIONAl COM A NECESSIDADE DE INSU-lINOTErAPIA E O MAU DESFECHO OBSTÉTrICO

Brandão P.1, Figueiredo O.1, Enes P. V.1, Morgado A.1, Melo A.1, Almeida M.2

1- Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Ginecologia / Obstetrícia, Penafiel/Ama-rante

2- Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Endocrinologia, Penafiel/Ama rante

Introdução: A diabetes mellitus gestacional define-se por intolerân-cia à glicose que aparece durante a gestação e pode levar a maus des-fechos obstétricos e aumento da morbilidade materna durante e após a gravidez. Objetivo e Métodos: Com base nos dados das grávidas que tiveram o parto no CHTS em 2012, foi avaliada a relação entre o trimestre de diagnóstico de diabetes gestacional e a necessidade (e dose) de insu-lina, e ainda com variados outcomes obstétricos (peso do recém-nas-cido (RN), índice de Apgar, incidência de polidrâmnios, hipertensão (HTA) gestacional, pré-eclâmpsia, icterícia neonatal, síndrome de di fi-culdade respiratória, anemia, fratura da clavícula, sépsis neonatal ou necessidade de internamento em unidade de cuidados intensivos neonatais (UCIN) ).resultados: Dos 2639 partos ocorridos no CHTS em 2012, 196 foram de grávidas com diabetes gestacional (7,4%). Em cerca de 56% dos casos o diagnóstico foi no 1º trimestre e 44% no 2º trimestre. Não se observaram diferenças estatisticamente significativas nos dois grupos (diagnóstico no 1º e 2º trimestre) no que se refere à necessi-dade de insulinoterapia (75,2% vs. 70,7%, p=0,14); à dose de insulina e número de administrações diárias entre as grávidas insulinotratadas destes 2 grupos (média de unidades 36 vs. 30, p=,17 IC95% [-2,9 ; 16] ; média de administrações diárias 2,9 vs. 2,83, p=,77 IC95% [-0,4 ; 0,53]).Não se observaram diferenças estatisticamente significativas no que se refere aos índice de Apgar dos RN (5,9% vs. 2,5% (p=,47) tiveram índices de Apgar ao 1º minuto inferior a 7; e não houve RN com índice de Apgar ao 5º minuto inferior a 7). Não houve diferenças estatistica-mente significativas no peso dos RN entre os dois grupos (média de peso de 3041g vs. 3162g, p=,1 IC95% [-265 ; 27]. Em relação às complicações, não houve relação estatisticamente signi-ficativa entre o trimestre de diagnóstico e o desenvolvimento de poli-drâmnios (1% vs. 3,8%, p=,33), de HTA gestacional (3,3% vs. 5,9%, p=,7), pré-eclâmpsia (4% vs. 6,3%, p=,51), icterícia neonatal (37,6% vs. 24,4%, p=,07), admissão na UCIN (13,9% vs. 10,3%, p=,5), fratura da clavícula ou lesão do plexo braquial (1% vs. 2,6%, p=,58), síndrome de dificuldade respiratória (4% vs. 5,1%, p=,73), sépsis (2% vs. 0%, p=,5), anemia neonatal (5% vs. 2,6%, p=,7).Conclusão: Apesar das limitações deste estudo, o trimestre de diag-nóstico não se mostrou uma determinante de melhor ou pior controle e desfecho das grávidas com diabetes gestacional.

P064SEgUrANçA E EFICáCIA DAS TErAPêUTICAS NãO APrO-VADAS NA gráVIDA COM DIABETES

Marques P.1, Carvalho M. R.2, Pinto L.3, Parreira B.2, Guerra S.2

1- Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Endocrinologia, Lisboa2- Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa3- Hospital de Santa Maria, Ginecologia / Obstetrícia, Lisboa

Introdução: O uso da metformina e análogos lentos de insulina (ALI) na gravidez é controverso. Este trabalho tem como objetivo aferir a segurança e eficácia das terapêuticas não aprovadas (TNA) na grávida com diabetes. Métodos: Revisão dos processos clínicos de grávidas com diabetes gestacional (DG) ou pré-gestacional (DPG) acompanhadas no Hospi-tal Santa Maria entre 2011-2012. Nas terapêuticas aprovadas (TA) in-cluíram-se a dieta e insulinas aprovadas na gravidez; as TNA incluíram a metformina e insulina glargina. resultados: Identificaram-se 226 grávidas, 186 (82,3%) com DG e 40 (17,7%) com DPG. Média de idades de 33,5(±5,8) anos, IMC médio de 28,2(±6,5)kg/m2 e duração da DPG de 9,7(±8,8) anos. A análise com-parativa das grávidas sob TNA (n=39) vs TA (n=187) quanto a desfe-chos obstétricos não identificou diferenças significativas relativamen - te a taxas de abortamento (7,7vs2,7%), cesarianas (41,7vs38,5%), ma -crossomia (8,3vs3,8%), RN grandes para a idade gestacional (GIG) (11,1vs13,2%), prematuridade (13,9vs17,0%), malformações (2,8vs0,5%), traumatismos do RN (5,6vs1,1%) e internamentos em UCI (5,6vs12,6%). Esta análise também não identificou diferenças significativas quanto ao ganho ponderal e redução da HbA1C. O uso de metformina foi analisado individualmente apenas nas DG, comparando-se as DG ex-postas à metformina com as DG controladas com dieta. Não se de-tetaram diferenças significativas em taxas de abortamento, cesarianas, macrossomia, GIG, prematuridade, malformações, traumatismo do RN, internamentos em UCI. O grupo dos ALI foi comparado com o de insu-linoterapia convencional na DG e DPG, destacando-se maior redução da HbA1C (-1,19vs-0,37%;p=0,027). Não se detetaram diferenças esta-tisticamente significativas quanto a taxas de cesariana, pré-eclampsia, macrossomia, GIG, prematuridade, traumatismos do RN, malformações ou internamentos na UCI. No entanto, registaram-se mais abortamen-tos no grupo dos ALI (21,1vs3,2%), embora a HbA1C média inicial des-tes casos foi significativamente superior (11,8%) à do grupo de insuli-noterapia convencional (6,54%;p=0,000).Conclusão: As TNA para a diabetes parecem constituir opções tera-pêuticas seguras na gravidez. Individualmente a metformina apresen-ta um bom espectro de segurança podendo constituir uma boa opção na DG. Os ALI foram mais eficazes no controlo metabólico e apresen-taram um bom perfil de segurança, podendo vir a ter um papel central na DG/DPG.

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P065PErDA grADUAl DE rEPrESENTATIVIDADE DA HEMOglO-BINA glICADA (HBA1C) COMO MEDIDA INDICATIVA DA glICAçãO DA TOTAlIDADE DAS PrOTEíNAS SÉrICAS

Andrade r.1, Silva A.1, Baratas G.1, Correia I.2, Medina J. L.3, Gardete-Correia L.3, Macedo M. P.4, Raposo J. F.4, Ribeiro R. T.4

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC)2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-

fermagem, Lisboa3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-

docrinologia, Lisboa4- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC) /

FCM-UNL (CEDOC)

Introdução: A HbA1c representa a glicação da hemoglobina presente no sangue, sendo utilizada clinicamente para monitorar o controlo gli cémico no trimestre antecedente à análise em pessoas com diabe-tes, enquanto a frutosamina representa a glicação da totalidade das proteínas séricas. Está descrito que a frutosamina varia linearmente com a HbA1c, expressa pela fórmula frutosamina=(HbA1c-1,61)*58,82. Objectivos: Dado que tem sido proposto existirem outras proteínas séricas que, ao serem alvo de glicação, poderão determinar directa-mente a diminuição da sensibilidade à insulina, quisemos saber, numa população portuguesa, se o grau de glicação estimado pela HbA1c poderá ser generalizado para a totalidade das proteínas séricas. Material e Métodos: Foi recolhida uma amostra de conveniência de 140 indivíduos do estudo Prevadiab2. Estes indivíduos foram caracte-rizados em cinco grupos [Normais (29 indivíduos), Alteração da Glice-mia em Jejum (AGJ) (29 indivíduos), Diminuição da Tolerância à Glico-se (DTG) (30 indivíduos), AGJ+DTG (22 indivíduos) e Diabetes Tipo 2 (30 indivíduos)], com base na glicemia em jejum e 2h após prova de tolerância oral à glicose (PTGO). O valor de HbA1c foi determinado no sangue total usando o autoanalisador Variant II Turbo e o valor de fru-tosamina foi determinado no soro pelo autoanalisador Olympus AU 640. Foram usados os critérios da OMS para o diagnóstico da diabetes.resultados: As medidas de HbA1c e frutosamina na população estu-dada apresentaram fraca linearidade (r2=0,2584). Adicionalmente, ob-servámos que tal deriva é independente da caracterização dos indi-víduos por classe de diagnóstico obtido pelas glicemias em jejum e 2h pós-PTGO. Paradoxalmente, quando a variação entre a frutosamina quantificada e calculada através da HbA1c foi analisada por quartis de frutosamina, foi observado que no primeiro quartil há uma boa cor-respondência entre HbA1c e glicação de proteínas totais, que se vai perdendo crescentemente até ao quartil superior de frutosamina, on-de o cálculo através da HbA1c subestima a medida real de glicação de proteínas totais em cerca de 30% (p<0.001). Conclusão: Numa população portuguesa, a HbA1c constitui uma me-dida inadequada de extrapolação para a avaliação da glicação de pro-teínas totais séricas. Para o estudo de glicação de outras proteínas sé-ricas terão de ser utilizados testes de glicação específicos.

Estudo apoiado pela FCT (EXPL/DTP-PIC/0244/2012).

P066CUSTO-UTIlIDADE DA SAXAglIPTINA EM COMBINAçãO COM METFOrMINA NO TrATAMENTO DA DIABETES Mel-lituS TIPO 2

Trindade r.1, Carvalho D.2, Contente M.3, Silva C.4

1- AstraZeneca Produtos Farmacêuticos, Lda., Barcarena2- Hospital de S. João/Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Serviço

de Endocrinologia, Porto3- Bristol-Myers Squibb, Paço de Arcos4- Eurotrials, Consultores Científicos, Lisboa

Introdução: Portugal apresenta uma das mais elevadas taxas de pre-valência de diabetes mellitus na Europa. O controlo glicémico inade-quado em doentes com diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) permanece uma realidade, traduzindo-se numa elevada carga para o doente, sis-tema de saúde e sociedade em geral. Os inibidores da DPP-4, como a saxagliptina, poderão consolidar a abordagem farmacoterapêutica de 2ª linha. No entanto, a sua utilização tem vindo a ser conotada a um custo elevado.Objectivo: Comparar custos e consequências do uso de saxagliptina em combinação com metformina versus sulfonilureia em combinação com metformina, num período de 40 anos, na perspetiva da socie-dade portuguesa, numa coorte de doentes com DMT2 não controlada com metformina em monoterapia.Material e Métodos: Análise de custo-utilidade com base no modelo de simulação de eventos discretos (modelo Cardiff na diabetes) numa coorte de 10.000 indivíduos. As complicações da DMT2 foram projeta-das através das equações do estudo United Kingdom Prospective Dia-betes Study 68 e os seus custos foram estimados com base em painéis de peritos portugueses. As utilidades e os efeitos dos tratamentos foram obtidos a partir de literatura publicada. Os custos (medicação, hipoglicemia, complicações, perda de produtividade associada ao in-ternamento) foram obtidos para 2014 e expressos em euros. Utilizou-se uma taxa de atualização de 5% para custos e consequências. Rea-lizaram-se análises de sensibilidade univariadas e probabilística.Conclusão: Obteve-se um custo médio de 19.125€ por doente trata-do com metformina+saxagliptina versus 18.367€ com metformina+ sulfonilureia, um tempo de vida sobreponível (13,58 versus 13,57 anos) e um ganho adicional de 0,14 QALYs (11,80 vs. 11,65 QALYs, respetiva-mente), obtendo-se um rácio de custo-utilidade incremental de 5.289€/ QALY. As análises de sensibilidade comprovaram a robustez do mo-delo face a alterações em parâmetros-chave. A probabilidade de saxa-gliptina ser custo-efetiva é de ~90% para um limiar de 30.000€/QALY. Mediante um rácio de custo-utilidade incremental consideravelmente abaixo dos limiares de outros países da União Europeia e frequente-mente aceitáveis em Portugal, conclui-se que saxagliptina com met-formina é altamente custo-efetiva em doentes com DMT2 não contro-lados em metformina. Mais, este rácio mostra-se ainda ligeiramente abaixo do obtido por Schwarz B et al (2008) aquando da condução de uma análise idêntica, para Portugal, comparando a combinação de met formina com sitaglitpina versus sulfonilureia com metformina (5.949 euros/QALY).

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P067O AMPArO QUE FAlTAVA

Ferreira S. C.1, Carapinha C.1

1- Hospital Santa Luzia de Elvas - UFD, Medicina Interna, Elvas

O enfermeiro é um elo fundamental no contexto da continuidade dos cuidados, sendo, portanto, o profissional de saúde mais adequado a deter formação para entrar neste programa educacional. Esta realida-de tem como intuito, melhorar a qualidade de vida da pessoa com Dia betes, que passa a usufruir de um maior entendimento acerca da sua doença, tendo, por isso uma maior preparação para enfrentar várias situações que surgem à volta desta patologia. Objetivamente, pretende-se apresentar, em forma de poster, a importância da forma-ção do profissional de saúde, tendo em vista a aprendizagem feita pelo utente com Diabetes, através de um processo de partilha de ex-periências diversas, - MAPAS DE CONVERSAÇÃO - com o apoio de um profissional de saúde, o enfermeiro, fazendo ponte com a realidade do serviço em causa (Medicina Ala esquerda/Unidade Funcional da Dia-betes). Conclui-se que este programa de educação é primordial para a manutenção, e promoção da saúde, sendo uma mais-valia para o ser-viço, tornando assim os cuidados prestados de maior qualidade para a pessoa com diabetes.

P068MAIOr PrEOCUPAçãO SENTIDA PElAS PESSOAS COM DIABETES EM rElAçãO AOS SEUS PÉS

Oliveira S.1, Almeida R.1, Matos D.1, Nunes H.1, Paiva A. C.1, Pestana M.1, Rebola A.1, Zacarias L.1, Serrabulho L.1, Raposo J. F.2

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-fermagem, Lisboa

2- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC), En-docrinologia, Lisboa

Introdução: A educação da pessoa com diabetes e familiares é um dos objectivos da equipa de saúde. A avaliação anual realizada através do rastreio do pé diabético tem em conta os aspectos preventivos e de autovigilância dos pés. Perceber as preocupações das pessoas com diabetes em relação aos cuidados aos pés, ajuda a equipa de saúde a adequar a informação nos diferentes momentos de formação.Objectivo: Conhecer a maior preocupação verbalizada em relação aos pés sentida pelas pessoas com diabetes que recorrem pela primeira vez à APDP e realizam rastreio do pé. Material e métodos: A amostra foi constituída por 166 pessoas que realizaram rastreio do pé no perío-do de 24 de Outubro a 20 de Dezembro de 2013. Foi colocada uma questão aberta “Qual a maior preocupação que sente em relação aos seus pés?” Utilizaram-se dados da ficha clinica para caracterizar a amos-tra. Todos os dados foram analisados qualitativamente e agrupados em categorias e subcategorias. resultados: Do total da amostra 156 têm DM2 e 10 têm DM1, 76 pes-soas são do sexo feminino e 90 do sexo masculino, têm média de idades:61 ±11 anos e duração média da diabetes de 12 anos (min-1 mês, máx-35 anos). Em relação à HbA1c apresentam média 8.1% ± 1,7. A principal categoria identificada através da análise de conteúdo foi a preocupação com a Incapacidade Funcional (36,7%), com subcatego-rias relativamente a Amputações – “no hospital queriam cortar-me a perna”; Feridas; Dor – “quando me dão as dores parece um cão que me dá uma dentada”; Perda de sensibilidade – “tenho os pés um pou-co dormentes”; Marcha – “deixar de poder andar”. Cerca de um terço dos participantes (32,5%) referiram que ainda não têm preocupações com os seus pés. 27,1% das pessoas manifestaram como maior preo-cupação os Cuidados aos pés em geral, e especificamente cuidados de Higiene; Corte de unhas; Calçado e Vigilância. Cerca de um quarto dos participantes (23,5%) referem como maior preocupação os aspetos relacionados com a Patologia do pé, nomeadamente micoses, hiper-queratoses, onicocriptoses e deformação.Conclusão: As preocupações referidas pelas pessoas com diabetes em relação aos pés abrangem maioritariamente a área da incapaci-dade funcional. Atendendo a que cerca de 80 a 90% das feridas do pé diabético são provocadas por traumatismos externos, o rastreio do pé associado à educação com ênfase na autovigilância é uma forma das pessoas melhorarem os cuidados aos pés, e é fundamental para uma detecção precoce das alterações.

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P069DIABETES MellituS E DOENçA ArTErIAl PErIFÉrICA – UMA rEAlIDADE ESQUECIDA

Quelha S.1, Malheiro F.1

1- USF Arca d`Água, Medicina Geral e Familiar, Braga

Introdução: O Médico de Família tem um papel fulcral no acompan-hamento dos doentes com Diabetes Mellitus. A American Diabetes As-sociation (ADA), sugere o rastreio de doença arterial periférica (DAP) em todos os doentes diabéticos fumadores, visto ser um marcador de doença vascular sistémica. Com uma prevalência estimada de 10-40% em doentes diabéticos, a DAP é máxima na sexta e sétima décadas de vida, sendo geralmente subdiagnosticada.Objectivo: Avaliar a prevalência de DAP em doentes diabéticos e fu-madores, na sexta e sétima décadas de vida. Caracterizar os doentes com DAP e avaliar a necessidade de implementação de um rastreio específico nesta população.Materiais e Métodos: Estudo observacional, transversal e descritivo. Seleção da amostra através do sistema informático MIM@UF. Avalia-ção clínica dos doentes que aceitaram participar no estudo. Valores de ITB<0,90 foram considerados diagnósticos de DAP. Tratamento de da-dos em Microsoft Excel. resultados: Dos 44 doentes avaliados, a média das idades foi de 59 anos com uma razão de 1mulher:8homens. A maioria dos doentes eram assintomáticos (61,4%), sendo que 29,6% destes apresentavam DAP. Dos doentes com claudicação intermitente 61,5% apresentavam DAP. Quando questionados, 4doentes referiam dor em repouso. A carga tabágica média foi de 33,9 UMA e o valor médio de HbA1C foi de 7,5g/dl. Apenas 3 doentes não apresentavam outros factores de risco cardiovasculares ou lesões já estabelecidas em outros locais. Iden-tificou-se esclerose de Monckeberg em 3 doentes. A taxa de prevalên-cia de DAP foi de 40,1%, sendo a maioria dos doentes assintomáticos. Conclusão: Este estudo permitiu diagnosticar, tratar e referenciar pre-cocemente doentes com DAP, melhorando significativamente a sua qualidade de vida. Salienta-se a responsabilidade do Médico de Famí-lia, na sua abordagem holística, em realizar a prevenção secundária através da avaliação do ITB em todos os doentes diabéticos e fuma-dores, principalmente acima dos 50 anos.

P070INSUlINOTErAPIA NOS DOENTES COM DIABETES Mel-lituS TIPO 2. QUANDO, POrQUê E COM QUE rESUlTADOS

Vale S.1, Martins J. M.1, Martins A. F.1, Gomes A. R.1

1- Hospital de Santa Maria, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: O início da insulinoterapia nos doentes com Diabetes Mel-litus tipo 2 (DM2) é ainda rodeado de algum dramatismo pelo doente e familiares. Está indicado perante a incapacidade de obter o controlo metabólico desejado apesar da optimização da terapêutica oral.Doentes e Métodos: Utilizámos uma base de dados que inclui os registos clínicos dos doentes com DM2 assistidos na consulta externa de um hospital público e central – DMHSM.DBF – para obter os dados clínicos pré-seleccionados dos doentes. Comparámos os doentes que cumpriam apenas terapêutica com anti-diabéticos orais (DM2-OT) e os doentes que adicionalmente cumpriam terapêutica com insulina (DM2-IT). Utilizámos a análise de regressão múltipla para identificar factores relevantes da evolução da doença. A análise estatística foi re-alizada com o programa SPSS/IBM versão 19.resultados: Comparámos 201 doentes (60%) com DM2-OT e 132 doen-tes com DM2-IT. Os doentes com DM2-IT eram significativamente mais velhos (68±11vs.65±12 anos) e com maior duração da doença; tinham pior controlo metabólico (HbA1c:8.4±1.8vs.7.3±1.3%) e tinham aumentado de peso mas não apresentavam diferenças significativas nos níveis tensionais ou lipidograma; tinham uma frequência mais ele-vada de Retinopatia (R) (51vs.19%), de Nefropatia (N) (56vs.44%), de neuropatia periférica (NP) (39vs.26%) e de Doença Vascular Periférica (DVP) (23vs.14%). A análise de regressão múltipla revelou que: 1) a HbA1c variava inversamente com o tempo da doença; 2) o Índice de Massa Corporal (IMC) inicial era um factor relevante directo dos níveis tensionais; 3) a HbA1c era um factor relevante inverso dos níveis de Co-lesterol Total (CT) e Triglicéridos (TG); 4) a HbA1c era um factor rele-vante inverso da presença de R; 5 – apenas a idade surge como factor relevante directo da N e da Cardiopatia Isquémica (CI).Discussão: A insulinoterapia nos doentes com DM2 é prescrita para doentes mais idosos e com mais tempo de duração da doença, suge-rindo uma diminuição da reserva de insulina, e que a decisão de ini-ciar a insulinoterapia foi por necessidade. No entanto eles apresentam pior controlo metabólico com os mesmos níveis tensionais e o mesmo perfil lipídico, sugerindo que a insulinoterapia é menos eficaz do que a terapêutica anti-hipertensora ou hipolipemiante. A insulinoterapia associa-se a um ganho ponderal. A análise de regressão múltipla su-gere um efeito diferenciado sobre variáveis relevantes: controlo me-tabólico – tempo de doença, níveis tensionais – IMC, lipidograma e R – controlo metabólico, N e CI – idade. Por todas estas razões o grupo DM2-IT representa o grupo de diabéticos de tratamento mais difícil e deve merecer uma atenção particular.

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P071EFEITO PrIMEIrA CONSUlTA NOS DOENTES DIABÉTICOS

Pereira T.1, Moreira T. D.1, Lopes Z.1, Silva M.1, Fagundes V.1, Ferreira I.1, Oliveira N.1, Mesquita M.1

1- Centro Hospitalar Tamega Sousa, Medicina Interna

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crónica com ele-vada prevalência. É fácil de diagnosticar mas frequentemente difícil de tratar. As complicações sistémicas são causa de elevada morbimortali-dade e requerem abordagem multidisciplinar sistematizada. A pri-meira avaliação hospitalar pode ser decisiva na conduta do doente.Objectivos: Avaliar o impacto causado da primeira passagem por uma consulta hospitalar especializada de DM (4 especialistas).Material e Métodos: Análise retrospectiva dos primeiros 100 doentes consecutivos avaliados em primeira consulta de Medicina Interna DM2 desde 1 de Março de 2013. Avaliadas as variáveis: sexo, idade; prove-niência, tempo de evolução da DM; presença de lesões de órgão alvo (LOA), comorbilidades; terapêutica prévia e sua modificação; avalia-ção multidisciplinar, HgA1c antes e após primeira consulta.resultados: Avaliados 100 doentes diabéticos. 53% do sexo feminino, idade média 62,5 +/- 13,9 anos; 47% sexo masculino, idade média de 62,0 +/- 13,7 anos. 51% provenientes dos Cuidados de Saúde Primá-rios, 27% do Internamento, 19% referenciação interna de outras con-sultas, 4% do Serviço de Urgência. 95% com diagnóstico DM2. 22% diagnosticados há < 5 anos, 44% entre 5-15 anos e 32% com evolução superior a 15 anos. 94% dos doentes com registo de comorbilidades. 70% com LOA. 49% fazia antidiabéticos orais (ADO) (69% biguaninas, 55% iDDP4, 36% Sulfonilureias), 28% fazia apenas 1 ADO, 30% 2, 28% 3 e 12% 4 ADO. Na primeira consulta, em 13 doentes foi suspenso um ADO, em 10 foi ajustada dose. Registava-se que apenas 51% dos doen-tes já tinha iniciado insulinoterapia; na Primeira Consulta foi ajustada insulinoterapia em 32%, alterada em 6% e iniciada de novo em 21%. 79% dos doentes foi referenciado a consulta de Nutrição, 70% a Oftal-mologia e 4% a consulta de Pé Diabético. Iniciada sempre educação terapêutica para a autogestão da DM. A média da descida de HgA1c após primeira consulta foi de 1,1% (máximo 7,8%).Conclusão: O efeito primeira consulta foi positivo. Os doentes benefi-ciaram de maior insulinização, optimização dos ADO e avaliação glo-bal e multidisciplinar. Os autores pensam que mais haverá ainda a fazer para trazer vantagem da avaliação especializada hospitalar, mas os resultados já podem representar significativa melhoria de cuidados e descida nas complicações da diabetes.

P072EXPErIêNCIA DE 20 CAMPOS EDUCATIVOS PArA JO-VENS COM DIABETES TIPO 1 DA UNIDADE DE ENDOCrI-NOlOgIA PEDIáTrICA, HOSPITAl DE DONA ESTEFâNIA, C.H.l.C.

Teixeira T.1, Alonso A.2, Simões A.1, Monteiro A.1, Limbert C.3, Amaral D.3, Pina R.3, Matos C.1, Lopes L.3

1- CHLC - Hospital Dona Estefânia, Enfermagem, Lisboa2- CHLC - Hospital Dona Estefânia, Nutrição, Lisboa3- CHLC - Hospital Dona Estefânia, Lisboa

Em 1925 realizou-se, em Michigan, o primeiro campo para pessoas com diabetes mellitus. Actualmente, em todo o mundo, cerca de 15000 a 20000 crianças frequentam, por ano, Campos educativos em Diabe-tes. A Unidade de Endocrinologia Pediátrica do Hospital de Dona Es-tefânia organiza desde 1992 Campos Educativos para Crianças e Jo-vens com diabetes Mellitus tipo 1, tendo-se realizado em 2013 o 20º Campo, nos quais, tiveram oportunidade de participar cerca de 320 jovens de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 10-14 anos. Os Campo têm como missão, proporcionar Educação Terapêuti-ca, á criança e jovem com Diabetes Mellitus tipo 1 num ambiente es-truturado e seguro com variadas actividades, sempre com supervisão de uma equipa qualificada. São uma actividade integrante e funda-mental na educação destas, permitindo validar na prática as suas com-petências. Têm como objectivos principais: melhorar o autocontrolo em situação informal de férias; promover hábitos e comportamentos saudáveis; melhorar a autonomia e a auto-estima das crianças/jovens; incentivar o convívio interpares e possibilitar aos pais a ocasião para umas férias. Para a Equipa de saúde, o campo constitui uma oportuni-dade única para aquisição de treino em Diabetes Mellitus tipo 1 da crian-ça/jovem pois permite aferir protocolos de tratamento, vivenciar o dia-a-dia da criança/jovem e treinar competências, in loco. No campo educativo há um aumento significativo da atividade física pelo que o principal objetivo é equilibrar a dose de insulina de modo que os ní-veis de glicose no sangue fiquem dentro de um intervalo de confiança assegurando a prevenção das hipoglicémias, o seu diagnóstico e tra-tamento rápido e atempado. Para atingir estes objectivos, utiliza-se o protocolo do ISPAD referente às medidas a adoptar em caso de exer-cício físico intenso, com redução da dose de insulina de acordo com a intensidade e duração das actividades diárias, monitorização frequen-te de glicemia capilar e introdução de snacks ao longo das atividades. O Campo educativo é também um ambiente ativo com oportunidade de educação, para capacitar o jovem na gestão da doença no seu dia-a-dia e melhorar a adesão ao tratamento. Um Campo de Educação Te-rapêutica é uma experiência imprescindível para todos os que traba-lham com crianças e jovens com diabetes.

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P0733 ANOS DE CONSUlTA DE PATOlOgIA ENDÓCrINA E DIA-BETES: QUE ACHADOS?

Ferraz T.1, Peixoto C.1, Reis M.1, Lau E.2, Queirós J.2, Oliveira A.2, Maga-lhães Â.2, Namora G.1, Montenegro N.1

1- Centro Hospitalar São João, Ginecologia / Obstetrícia, Porto2- Centro Hospitalar São João, Endocrinologia, Porto

Objetivo: Caracterizar a população de grávidas com diabetes gesta-cional (DG) e respetivo desfecho perinatal. Estimar a prevalência de diabetes gestacional no nosso Centro Hospitalar.Métodos: Análise re trospetiva de variáveis antropométricas, obstétri-cas e neonatais de uma coorte de 552 grávidas com DG diagnosticada entre fevereiro de 2011 e dezembro de 2013, de um Hospital Universi-tário. resultados: A prevalência de DG na nossa instituição foi de 7.5%. A idade média foi de 32,8 anos (-/+ 0.2). A percentagem de mulheres com necessidade de terapêutica medicamentosa foi de 56,8%. A per-centagem de cesarianas foi de 32,7% sendo que 54,9% foram realiza-das durante o trabalho de parto. O índice de massa corporal (IMC) médio foi de 28.2 (IC95% 27.6-28.2) existindo diferenças significativas entre o IMC médio entre as grávidas tratadas com fármacos e aquelas controladas com dieta (29.0 (IC95% 28.3-29.7) vs. 26.9 (IC95% 26.1-27.7), p<0.001). Existiu uma associação linear significativa entre IMC e o valor de HbA1c (p=0.035), ajustando para idade. O aumento médio de peso durante a gestação foi de 9,8Kg (mín. -11,2Kg; máx. 38Kg). O peso médio ao nascimento do récem-nascido (RN) foi de 3106gr (+/- 508gr). Vinte e um RN (3,8%) tiveram hipoglicemia neonatal e 5,4% tiveram diagnóstico de síndrome dificuldade respiratória do RN. Na nossa amostra, 23.1% dos recém-nascidos apresentavam alterações do crescimento, sendo que 15.8% tinha peso acima do percentil 90 para a idade gestacional. Conclusão: É possível concluir que a prevalência de DG com os novos critérios (em vigor na nossa instituição desde janeiro 2011) é mais ele-vada do que a média nacional reportada no recente relatório do Ob-servatório para a Diabetes (4,8%). A elevada percentagem de grávidas a necessitar de terapia medicamentosa (56,8%) bem como os 23,1% de recém-nascidos com alterações do crescimento levam-nos a espe-cular sobre a necessidade de revisão dos critérios para iniciar trata-mento medicamentoso.

P074DIABETES E A gESTãO DA INFOrMAçãO ClíNICA NOS CUIDADOS DE SAúDE PrIMárIOS: A rEDE UF SENTINElA COMO SISTEMA DE APOIO à INVESTIgAçãO E AçãO

Dias V.1, Pinto T. V.2

1- USF St. André de Canidelo, Enfermagem, Vila Nova de Gaia2- Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar, Porto

Introdução: A Diabetes Mellitus é cada vez mais frequente nos Países Ocidentais, a sua prevalência tende a aumentar com a idade, atingin-do ambos os sexos. As tecnologias de informação têm um papel rele-vante nos cuidados de saúde primários, coadjuvando o planeamento de cuidados, de forma a dar resposta às necessidades e expectativas dos utentes.Objetivos: Os autores pretendem descrever um projeto de inovação baseado na gestão da informação e do conhecimento a partir dos da-dos clínicos das Unidades de Saúde Familiar extraíveis através de apli-cações analíticas atualmente em uso. Com a extração e análise destes dados e partilha da informação resultante, pretende-se auxiliar a prá-tica de cuidados e o planeamento de cuidados à pessoa com Diabetes através de um sistema de criação de evidência e suporte à decisão.Material e Métodos: Estudo exploratório dos dados obtidos numa “rede” piloto de cariz colaborativa composta por 15 Unidades de Saú-de Familiar (USF). Pretende-se o desenvolvimento de padrões de lei-tura dos dados e produção de sínteses informativas para que o poten-cial em conhecimento novo desta rede possa ser disseminado e uti lizado na melhoria contínua dos cuidados ao utente no qual se incluiu a pes-soa com Diabetes.Conclusão: Este projeto, atualmente em fase de testes com as USF aderentes, permitirá no futuro a produção de um “resumo mínimo de dados” dinâmico, sensível e adequado às necessidades locais, regio-nais e nacionais. Desta forma, agregar-se-ão conjuntos de dados que facilitarão a produção de conhecimento ao nível das equipas de saú-de, fomentando uma prática de cuidados baseada na evidência pro-duzida a partir das unidades funcionais.

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P075OBESIDADE E EXCESSO DE PESO: O SEU PAPEl NOS Ní-VEIS DE INSUlINO-rESISTêNCIA EM ADOlESCENTES

Dias V.1, Araújo J.2, Severo M.2, Ramos E.2

1- USF St. André de Canidelo, Vila Nova de Gaia2- Departamento de Epidemiologia Clínica, Medicina Preditiva e Saúde Pública,

FMUP, ISPUP, Unidade de Investigação e Desenvolvimento Cardiovascular-FMUP, Porto

Introdução: Os adolescentes com excesso de peso/obesidade apre-sentam maior morbilidade, comparativamente aos normo-ponderais sendo a insulino-resistência uma das patologias mais associadas ao excesso de peso. Objetivos: Avaliar a capacidade de diferentes medidas antropométri-cas para identificarem adolescentes de 13 anos com valores elevados de insulina e HOMA-IR. Material e Métodos: No âmbito da coorte EPITeen foram recrutados os adolescentes nascidos em 1990 que frequentavam as escolas do Porto em 2003/2004. Foram analisados os dados relativos a 1248 ado-lescentes, depois de excluídos os adolescentes com dados antropo-métricos ou analíticos incompletos. Todas as medidas antropométri-cas foram obtidas de acordo com os procedimentos padrão. Foi co lhida uma amostra de sangue após um jejum noturno de 12h. Os valores plasmáticos de insulina foram medidos pelo método de radioimu-noensaio. A insulino-resistência foi calculada pelo modelo de avalia-ção da homeostase [HOMA-IR= insulina(mU/ml)*glicose(mmol/ L)/22,5]. Foram considerados valores elevados de insulina e HOMA-IR os va-lores superiores ao percentil 75 desta amostra. Foi utilizado o coefici-ente de correlação de Spearman para analisar as relações entre as di-ferentes medidas antropométricas e a insulina e HOMA-IR. O valor diagnóstico das diferentes medidas de adiposidade foi calculado através da análise das curvas ROC (receiver-operating characteristic), identificando-se o ponto de corte que maximizava sensibilidade (SEN) e especificidade (ESP).Conclusão: Na nossa amostra a prevalência de excesso de peso (IMC≥ 85th) foi de 11.9% nos rapazes e de 12.4% nas raparigas. Em ambos os sexos todas as medidas antropométricas se correlacionaram de forma positiva e significativa com a insulina e HOMA-IR. Para as raparigas a razão perímetro da cintura/altura foi a medida antropométrica com melhor capacidade para identificar adolescentes com valores eleva-dos de insulina (SEN= 66.7% (IC95%: 59.4-73.9), ESP=59.2% (IC95%: 54.8-63.6) e de HOMA-IR (SEN= 60.2% (IC95%: 52.7-67.8), ESP= 60.7% (IC95%: 56.4-65.1). Para os rapazes o IMC foi a medida antropo-métrica com melhor capacidade para identificar adolescentes com valores elevados de insulina (SEN= 66.4% (IC95%: 58.9-74.0), ESP= 62.5% (IC95%: 58.1-67.0) e de HOMA-IR (SEN= 65.6% (IC95%: 58.0-73.1) e ESP= 62.2% (IC95%: 57.7-66.6). O IMC e a razão perímetro da cintura/altura revelaram-se as medidas mais adequadas para identifi-car adolescentes em risco de alterações do metabolismo da glicose.

P076FACTOrES PrEDITIVOS DE rECÉM-NASCIDO grANDE PA-rA IDADE gESTACIONAl NA DIABETES gESTACIONAl – rESUlTADOS DA POPUlAçãO POrTUgUESA EM 2011

Fernandes V.1, Santos M. J.1, Pereira M. L.1,2, Marques O.1

1- Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga2- Grupo de Estudo da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabe-

tologia

Introdução: A Diabetes Gestacional (DG) é um conhecido factor de risco para o crescimento fetal excessivo. Mesmo atingido um controlo glicémico adequado, a macrossomia permanece uma complicação im-portante da DG.Objectivo: Determinar a contribuição relativa de factores maternos e de condições da gravidez no crescimento fetal excessivo.Métodos: Estudo multicêntrico, retrospectivo e analítico das mulhe-res diagnosticadas com DG, nos centros portugueses do Grupo de Es-tudos de Diabetes e Gravidez, no ano de 2011. Usaram-se os critérios de diagnóstico da International Association of Diabetes and Pregnan-cy Study Groups. Excluíram-se as gravidezes gemelares e quando não foi possível a classificação do peso do recém-nascido quanto à idade gestacional. Utilizaram-se os testes Qui-quadrado, Mann-Whitney e regressão logística.resultados: A idade média das 1598 mulheres incluídas foi de 33±5, variando entre 17 e 48 anos. Destas, 60% tinham excesso de peso ou obesidade antes de engravidarem e o aumento ponderal na gravidez foi, em média, de 10.0±5.4Kg. A prevalência de recém-nascidos gran-des para a idade gestacional (GIG) foi de 9.9%. Antecedentes de DG (p<0.001), macrossomia (p<0.001) e multiparidade (p=0.003) associa-ram-se com GIG. O mesmo foi demonstrado para o excesso ponderal/obesidade materna (p<0.001) e o aumento ponderal na gravidez (p<0.001). Insulinoterapia foi instituída em 621 grávidas (38.9%) e nes-tas a prevalência de crescimento fetal excessivo foi mais elevada (p= 0.024). O mau controlo glicémico também se associou a GIG (p<0.001). Controlando para factores confundidores, revelaram-se preditores in-dividuais de GIG os antecedentes de DG, macrossomia, excesso de peso/obesidade materna, ganho ponderal na gravidez e mau controlo glicémico.Conclusão: Na população de mulheres estudada, além do controlo glicémico, outros factores demonstraram ser preditores individuais de GIG, alguns dos quais modificáveis, como o peso materno prévio à gra-videz e o aumento ponderal excessivo na gestação. Assim, destaca-se a importância da actuação precoce, e dirigida a estes factores, no sen-tido de prevenir a macrossomia e complicações associadas.

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P077NíVEIS glICÉMICOS EM JEJUM NO DIAgNÓSTICO DE DIA-BETES gESTACIONAl E A SUA ASSOCIAçãO COM A MOr-BIlIDADE MATErNOFETAl – rESUlTADOS DA POPUlA-çãO POrTUgUESA EM 2011

Fernandes V.1, Santos M. J.1, Pereira M. L.1,2, Marques O.1

1- Hospital de Braga, Endocrinologia, Braga2- Grupo de Estudo da Diabetes e Gravidez da Sociedade Portuguesa de Diabe-

tologia

Introdução: Novos critérios de diagnóstico de Diabetes Gestacional (DG) reduziram o valor diagnóstico da glicemia em jejum. Todavia, é questionável se mulheres com valores glicémicos em jejum limítrofes beneficiam com o diagnóstico.Objectivos: Comparar as grávidas com glicemia em jejum <95mg/dL com aquelas com glicemias≥95mg/dL relativamente aos outcomes maternofetais.Métodos: Estudo multicêntrico, retrospectivo e analítico das mulhe-res diagnosticadas com DG, nos centros portugueses do Grupo de Estudos de Diabetes e Gravidez, no ano de 2011. Usaram-se os critérios de diagnóstico da International Association of Diabetes and Pregnan-cy Study Groups. Excluíram-se gravidezes gemelares e casos sem in-formação relativamente às provas diagnósticas.resultados: Das 1573 grávidas com informação relativamente aos va-lores glicémicos diagnósticos, 547 (34.8%) apresentaram glicemia em jejum compatível com diagnóstico de DG. A idade média destas grá-vidas foi de 33±5.5, variando entre 17 e 46 anos. No grupo com glice-mia ≥95mg/dL (n=375), verificou-se que a DG prévia foi mais fre-quente (16%, vs 7.2% p=0.005), houve um pior controlo glicémico (HbA1c 5.45±0.6 vs 5.29±0.4, p=0.01) e uma menor proporção de grávidas que na reclassificação permaneceu normoglicémica (83.5% vs 97%, p=0.002), sendo que 28 (12.8%) manifestaram alterações compatíveis com Pré-Diabetes e 8 (3.7%) com Diabetes. Apesar do mencionado, 41.3% das grávidas com glicemia <95mg/dL necessitaram de insuli-noterapia. Não houve diferenças estatisticamente significativas relati-vamente ao peso RN, verificando-se no grupo com glicemia <95mg/dL uma proporção ligeiramente inferior de RN GIG (9.2% vs 12.7%, p= 0.261).Conclusão: Neste estudo, demonstrou-se que as grávidas com gli-cemia <95mg/dL apresentaram, globalmente, melhores resultados. Porém, deve destacar-se o facto de cerca de metade terem necessita-do de insulinoterapia. Assim, uma proporção significativa das grávidas com valores glicémicos entre 92 e 95mg/dL acabaram por não conse-guir um controlo glicémico aceitável ao longo da gravidez só com plano alimentar. Concluímos, então, que o diagnóstico precoce é be-néfico dado que identifica um grupo em que metade necessitará de insulina para um bom controlo glicémico, e quanto mais cedo alcan-çado menor a probabilidade de complicações maternofetais.

P078PrOJECTO VIVEr BEM COM A DIABETES – EXPErIêNCIA INTErDISCIPlINAr NA EDUCAçãO, CAPACITAçãO E ME-lHOrIA DOS CUIDADOS à PESSOA CM DIABETES EM TA-VIrA

Viegas A. F. g.1, Faleiro F.1, Silva D.1, Pereira A.3, Fonseca R.2

1- ACES Algarve III Sotavento – Unidade de Cuidados na Comunidade Talabriga, Enfermagem, Tavira

2- ACES Algarve III Sotavento – Unidade de Cuidados na Comunidade Talabriga, Psicologia, Tavira

3- ACES Algarve III Sotavento – Unidade de Cuidados na Comunidade Talabriga, Tavira

Introdução: A Diabetes Mellitus assume-se como um dos flagelos do século XXI pelo que, prevenir e controlar a diabetes é fundamental.Objetivos: O Projeto “Viver Bem Com a Diabetes” Encontra-se inseri-do no âmbito de intervenção da U.C.C Talabriga sendo abrangida pelo ACES Algarve III - Sotavento e tem como objetivo desenvolver ativi-dades com vista à Diminuição da incidência da diabetes, através de ações de sensibilização na comunidade e Diminuição da prevalência das complicações crónicas da diabetes, promovendo a educação ter-apêutica e respetivo encaminhamento de utentes diabéticos referen-ciados para a prática do exercício físico.Metodologia: A implementação do projeto deu-se a Janeiro de 2011, tendo-se revelado um projeto de grande interesse comunitário, no que concerne ao desenvolvimento de ações para prevenção e con-trole da diabetes. A população alvo do projeto consiste nos Utentes Diabéticos, inscritos no CST e referenciados pelas Equipas de Saúde, para as atividades do projeto. As ações de educação para a saúde re-alizadas pretendem promover a educação terapêutica do diabético /família como suporte para a auto-gestão da doença, promover hábi-tos de vida saudáveis. Por outro lado, aumentar a motivação dos inter-venientes, assim como o sentido de pertença intergrupal. De entre as várias ações desenvolvidas pela equipa multidisciplinar do projeto salientam-se: Cuidados a Ter com o Pé Diabético, Exercício Físico Ad-equado na Diabetes, Adaptação Psicológica na Diabetes, Importância do Auto vigilância no Auto Controlo Metabólico, Saúde Oral na Dia-betes, À Mesa com a Diabetes, A insulina e os ADO na Diabetes Tipo 2, Curso para pais de crianças com diabetes tipo 1, Uniformização da edu-cação terapêutica entre os profissionais da UCC Talabriga e Semana da Diabetes em Tavira. Ao longo do projeto e após análise estatística, dos indicadores de controlo metabólico (HBA1C, PA e IMC) dos utentes dia béticos, antes e após o término das atividades anuais do projeto, conclui-se uma evidente melhoria dos indicadores, nomeadamente re-dução da HBA1C em 1%; no PA verificou-se uma diminuição de apro-ximadamente 1,5 cm. Já no IMC verifica-se ligeira melhoria dos valores médios passando de 30,02 para 30,01 kg/cm².Conclusão: Projetos centrados na educação terapêutica assumem-se como um pilar central com vista à crescente responsabilização do dia-bético na gestão eficaz da doença, seguindo a visão do empowerment na pessoa diabética. Todo o investimento na promoção da educação terapêutica no diabético traduz-se em benefícios com relevância clíni-ca e também económicos pela evidência dos ganhos em saúde.

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Posters - Clínica Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P079“SEM ADESãO NãO Há SOlUçãO” – A IMPOrTâNCIA DA ADESãO AO TrATAMENTO

Santos A. P. S.1, Godinho C.1, Carvalho E. M. S.1

1- Centro Hospitalar do Algarve – Unidade de Faro, Medicina Interna, Área de Diabetologia, Faro

Introdução: O diabetes mellitus é uma doença crónica e o seu trata-mento é altamente complexo. Pesquisas têm surgido com o objectivo de compreender as contribuições do estilo de vida e dos fatores com-portamentais no desenvolvimento e no controle da doença. Este es-tudo de caso foi realizado através da aplicação do processo de enfer-magem numa utente portadora de diabetes mellitus tipo 2, de Etnia Cigana durante cerca de 3 anos.Procurando relações de dependência entre eventos comportamentais e ambientais. O procedimento adotado para a colheita de dados foi a caracterização dos comportamentos de acordo com as seguintes ca-tegorias: avaliação da glicemia capilar, tensão arterial, dados antropo-métricos, administração da insulina, controle da dieta e prática de exer-cício físico.Os resultados indicaram a prevalência de continências averbavas e de-monstraram a necessidade de se realizar ensinos quanto aos cuidados a ter com a alimentação, a auto vigilância da glicemia capilar e ensinar estratégias de autocontrole ao utente/família/Comunidade.Caso Clínico: Identificação: S.S.M., sexo feminino, 33 anos de idade, de Etnia cigana, com o diagnóstico de diabetes mellitus do tipo II. Pri-meira consulta (2010). Consulta capilar 361 mgdl, TA 115/76 mmHg, F.C. 86 ppm, Peso 75kg, HbA1c 6,9%.Medicação (início): Metformina 850 mg pioglitazona 15 mg, 1 com-primido de manhã e outro à noite.Após esta intervenção farmacológica espera-se que a utente melhore a sua qualidade de vida, administrando os medicamentos de forma correta, mantendo os horários e modo de administração, monitoriza-do periodicamente a glicemia capilar e hemoglobina glicada.A restrição e abandono de certas práticas quotidianas, tais como as relacionadas com a alimentação, são muito complicadas para estes utentes.Na consulta de vigilância seguinte a utente referiu não se sentir bem com a medicação, referindo dores gástricas, vomitando e abandonan-do o tratamento, sendo-lhe prescrita nova terapêutica: Metformina generais 500mg, 1 de manhã e 1 à noite.O abandono da terapêutica e a alimentação inadequada levaram a um agravamento da sua situação clínica. Começando a sentir-se enfra-quecida, sem apetite, com dificuldades a nível da visão (visão turva), mau estar gástrico e perda de peso.Em Abril 2011, veio pedir ajuda. Foi avaliada a HBA1C encontrava-se a 9,1%.Nesta fase a equipa de saúde ponderou a introdução de insulinotera-pia. Face às muitas restrições a que a sua condição é sujeita, a intro-dução da insulina não foi bem aceite pela utente e a não-aceitação por parte da sua comunidade, levou-a a um estado de negação. O facto de ter de se “picar” era desajustado na sua cultura. Foi necessário contactar a sua família para que esta fosse informada sobre o seu es-tado e os procedimentos que a utente teria de efectuar. Houve choro, revolta e ao mesmo tempo resignação mas, foi aceite pela comunida-de e iniciou a insulina glargina assim como a metforminabluefish 850 mg,

um comprimido ao jantar. Foi encaminhada para a consulta de oftal-mologia.Entretanto punha-se outra questão pertinente …”não vou conseguir picar-me… ninguém vai poder fazer-me isso” (utente). Para melhor con-trole, ajustamos a vinda da utente ao centro de Saúde para adminis-trar a insulina. Foi-se ajustando a dose de insulina baseada nos valores da glicemia em jejum. Com o passar do tempo foi adquirindo confi-ança e começou a administrar em casa.“Estar” com a diabetes é uma etapa de aceitação e cumprimento das recomendações dos profissionais de saúde que permite a entrada num outro estádio: a convivência com a doença pelo sentimento de “Ser” Diabético.Pretende-se também, estabelecer objectivos e traçar um plano de acompanhamento fármaco terapêutico no sentido de melhorar as con-dições de saúde e bem-estar do utente para cuidar de si mesmo, ten-do em vista o respeito pelas sugestões e decisões dele.Algum tempo após iniciar a insulina (Glargina-Lantus), a utente apre-sentava melhoria significativa do seu estado geral: diminuição dos valores da glicemia capilar e HBA1C, recuperação do peso e da acui-dade visual. Voltou a tomar gosto pelas suas actividades diárias, recu-perando a sua vitalidade.Passado um ano os valores da glicemia estão regularizados e actual-mente só faz terapêutica oral e dieta, mantendo assim a sua qualidade de vida.Conclusão e Considerações Finais: O comportamento do utente tem um importante papel, seja no desenvolvimento seja no controle do seu estado de saúde, uma vez que a maneira com que o indivíduo de Etnia Cigana age, quando exposto às contingências diárias, pode afec-tar a relação saúde-doença-comunidade.É importante salientar que, por se tratar de um estudo de caso único, os resultados aqui obtidos têm sua generalização limitada. Na análise deste caso clínico debatemo-nos com a dificuldade de não existirem registos médicos sobre esta utente. A recolha de dados foi feita através dos registos de enfermagem.Dessa forma, estudos que têm como objectivo a temática da adesão ao tratamento são de extrema importância, uma vez que os dados aqui encontrados apontam para a necessidade de os profissionais de saúde direccionarem as suas acções para o desenvolvimento de inter-venções que contribuam para a promoção de programas de adesão ao tratamento, bem como o registo de todos os procedimentos reali-zados.

Data Glicemia TA Peso P. Abd HBA1C

2-11-20107-12-20107-06-201128-11-2011

361204252238

115/76100/70129/93116/74

75727271

-9097.592

-6.9%9.1%8.0%

INTRODUÇÃO DE INSULINA GLARGINA

28-02-201210-07-201227-04-201330-04-2013

139135106123

104/60105/72- -

7070--

8588--

6.5%6.8%--

Sem dados

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Posters - EpidemiologiaRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P080PrEVAlêNCIA DAS COMPlICAçõES INFECCIOSAS EM DOEN-TES DIABÉTICOS NUMA ENFErMArIA DE MEDICINA

Clara A. r.1, Cravo J.1, Cruz A.1, Lázaro M.1

1- Centro Hospitalar do Algarve - Unidade de Faro - Serviço de Medicina Interna 2, Medicina Interna, Faro

Introdução: O estado hiperglicémico desencadeia uma resposta pró-inflamatória de baixa intensidade com alteração da habitual função dos macrófagos e neutrófilos, enquanto a resposta das citoquinas à infec-ção aguda se encontra suprimida. Estas variações levam a um aumen-to da morbilidade e mortalidade nos doentes diabéticos, com gastos acrescidos nos recursos de saúde.Objectivos: Avaliar a prevalência das complicações infecciosas nos doen tes diabéticos internados numa enfermaria de medicina.Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos doentes com diagnósti-co de Diabetes Mellitus (DM) com complicações infecciosas internados numa enfermaria de Medicina pelo período de um ano (2013).resultados: A amostra foi constituída por 210 doentes diabéticos, 54,7% do género feminino, média de idades de 78,5 anos, sendo 95,7% do tipo 2, 2,9% do tipo 1 e 1.4% de outros tipos. As complica-ções infecciosas distribuíram-se do seguinte modo: Infecção do tracto respiratório 57,6%; Infecção do tracto urinário 24,3%; Infecção dos tecidos moles 4,8%; outras 5,7%. Encontrámos sobreposição infeccio-sa em 7,6% dos doentes. Identificou-se o microorganismo responsável pelo quadro infeccioso em 30 doentes, sendo maioria dos isolamentos em urocultura: Escherichia coli (11 casos), Klebsiella pneumoniae (5 ca-sos) e Candida albicans (5 casos). A taxa de mortalidade entre os doen-tes diabéticos com complicações infecciosas foi de 17,6% (37 casos), correspondendo a um total de 4,6% de taxa de mortalidade entre os doentes internados.Conclusão: A prevalência de complicações infecciosas foi superior no género feminino. A principal complicação foi a infecção do tracto res-piratório, seguida da infecção do tracto urinário. Apesar de realizadas culturas a rentabilidade desta foi muito baixa, com isolamento de mi-croorganismos em apenas 14,3% dos doentes. As infecções podem ser minimizadas com o controlo metabólico adequado e profilaxias, no-meadamente vacina da gripe sazonal e anti-pneumocócica, e exame regular do pé.

P081CONSUlTA DE DIABETES gESTACIONAl: A EXPErIêNCIA DE UM ANO

giestas A.1, Caldas R.2, Freitas C.1, Lopes D. S.3, Araújo C.2

1- Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Endocrinologia, Santa Maria da Feira2- Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Ginecologia / Obstetrícia, Santa Ma-

ria da Feira3- Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Nutrição, Santa Maria da Feira

Introdução: A Diabetes Gestacional (DG) é definida como uma into-lerância à glicose durante a gravidez e está associada a morbimortali-dade materno-fetal, sendo fundamental um seguimento regular por uma equipa multidisciplinar.Objetivo: Avaliar e caraterizar uma população de grávidas com DG seguidas da consulta de Diabetes na Gravidez do Centro Hospitalar En tre Douro e Vouga (CHEDV) e comparar os mesmos parâmetros com os registos nacionais.Métodos: Análise retrospetiva do processo clínico de 142 grávidas com DG seguidas na consulta de Diabetes na Gravidez do CHEDV, cujo parto ocorreu em 2012. Foram avaliadas variáveis antropométricas, história obstétrica, dados materno-fetais e do parto, e a prova de re-classificação.resultados: A maioria das grávidas era proveniente do exterior (76% Centro Saúde, 21% seguidas no CHEDV, 3% consultas privadas) com idade média de 32,3 anos. Os fatores de risco para DG mais frequentes foram a história familiar (1º grau) de diabetes (69%), idade>35 anos (33.8%) e IMC>30 kg/m2 (30.3%). A DG foi diagnosticada em 44% das grávidas no primeiro trimestre (9 semanas) pela glicemia em jejum, e em 56% através da prova de tolerância à glucose oral pelas 25 sema-nas de gestação. A taxa de insulinização foi de 34%, com dose diária total média de 18 unidades em 1-2 administrações/dia. A HbA1c média foi de 5,3% e o ganho ponderal médio de 10kg. O parto ocorreu em média às 38 semanas, a taxa de cesarianas foi de 25%, com 4% de macrossomias (>4kg) e 7,5% de morbilidade neonatal. Não se regis-tou nenhum caso de mortalidade perinatal. A prova de reclassificação no pós-parto foi realizada em 58% das mulheres seguidas por DG, a maioria teve prova normal (91,5%), 7,3% apresentaram tolerância di-minuída à glicose e diagnosticou-se diabetes mellitus num caso (1,2%).Discussão: Os dados obtidos na nossa consulta são sobreponíveis aos do registo nacional relativamente à idade média, fatores de risco para DG, insulinização e doses diárias, HbA1c média, evolução ponderal, semana do parto e taxas de macrossomia. Contrariamente aos dados do registo nacional, a maioria das grávidas da nossa consulta era pro-veniente do exterior, e a taxa de cesarianas na nossa instituição foi menor (25% vs 40%), assim como a morbilidade neonatal (7,5% vs 19%). Tivemos uma menor percentagem de mulheres a fazer a prova de re-classificação (58% vs 70%), o que se deve ao facto da maioria ser pro-veniente do exterior e fazer a rotina pós-parto em contexto de ambu-latório.

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Posters - Epidemiologia Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P082CONSUlTA DE DIABETES NA grAVIDEz: A EXPErIêNCIA DE UMA CONSUlTA MUlTIDISCIPlINAr

giestas A.1, Caldas R.2, Freitas C.1, Lopes D. S.3, Araújo C.2

1- Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Endocrinologia, Santa Maria da Feira2- Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Ginecologia / Obstetrícia, Santa Ma-

ria da Feira3- Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, Nutrição, Santa Maria da Feira

Introdução: A diabetes prévia à gravidez (DPG) pode associar-se a complicações materno-fetais, sendo fundamental o seguimento mul-tidisciplinar, tanto no período pré-concepcional quer durante a gravi-dez.Objetivos: Avaliar e caraterizar uma população de grávidas com DPG seguidas da consulta de Diabetes na Gravidez do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga (CHEDV) e comparar os mesmos parâmetros com os registos nacionais.Material e Métodos: Análise retrospetiva do processo clínico de grá-vidas seguidas na consulta de Diabetes na Gravidez do CHEDV com diagnóstico prévio de diabetes mellitus (DM) e cujo parto ocorreu em 2011-2012. Foram avaliadas variáveis antropométricas, duração da dia-betes, controlo metabólico e complicações, história obstétrica, dados materno-fetais e do parto. A análise estatística foi efetuada com o programa SPSS 16.0 para Windows.resultados: Durante o período referido foram seguidas 7 grávidas com DPG (3 DM2 e 4 DM1), com idade média de 29,5 anos e duração da doença de 6 anos. Apenas 28,5% (n=2) frequentaram a consulta de pré-concepção, nenhuma mulher apresentava complicações crónicas e a idade gestacional média da primeira consulta nas mulheres sem pre-concepção (n=5) foi de 10,4 semanas. A percentagem de grávidas com ganho ponderal adequado durante a gravidez foi de 85,7% (n=6) e em todas constatou-se melhoria da HbA1c (HbA1c pré-concepção: 9,2% -> HbA1c 3º trimestre: 6,8%). Não foram encontradas diferenças significativas entre os dois tipos de DM nas variáveis acima identifica-das mas constatou-se IMC inicial superior nas grávidas com DM2 (21,8 vs 30,7 kg/m2). O parto ocorreu em média às 38 semanas, a taxa de ce sarianas foi de 28,5% (n=2), sem macrossomia, registou-se um caso de malformação (14,3%) e a percentagem de morbilidade neonatal foi de 42,9% (n=3). Não se registou nenhum caso de mortalidade perina-tal.Discussão: Os dados obtidos na nossa consulta são sobreponíveis aos do registo nacional relativamente à idade média, IMC, frequência da consulta de pré-concepção, idade gestacional da primeira consulta, taxa de morbilidade neonatal e malformações. A taxa de cesarianas na nossa instituição foi menor (28,5% vs 71,6%) e não houve nenhum ca-so de macrossomia. No entanto, o estudo apresenta uma limitação da da a sua reduzida amostra.

P083CONTrOlO METABÓlICO NO IDOSO COM DIABETES TI-PO 2 EM 2013

Bello C. T.1, Fonseca R.1, Saraiva C.1, Limbert C.1, Duarte J. S.1, Azinheira J.1, Saraiva A. M.1

1- Hospital Egas Moniz - Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) tem um elevado im-pacto na saúde das pessoas. Acarreta um risco cardiovascular (CV) ele-vado, pelo que o rastreio e terapêutica multifactorial precoces são fundamentais. Na população idosa, com uma menor reserva funcional fisiológica, as intervenções devem ser individualizadas dado a alta prevalência de comorbilidades, polimedicação e um risco acrescido de iatrogenias potencialmente ameaçadoras de vida.Material e Métodos: Descreve-se o grau de controlo metabolico na população com DM2 idosa (idade≥65 anos) seguida na consulta de Endocrinologia do Hospital Egas Moniz no ano de 2013 e que efetua-ram avaliações laboratoriais no hospital. Recolhemos os dados clínicos dos processos informatizados, avaliamos as comorbilidades (diagnós-ticos de acordo com o ICD-9) e parâmetros analíticos considerados al vos terapêuticos e marcadores de risco CV. Os resultados são apre-sentados como média e desvio padrão. A análise estatística foi efec-tuada com recurso ao SPSS 20 e na avaliação de variáveis contínuas foi utilizado o teste de Student e ANOVA e nas variáveis categoriais o teste xi-quadrado (χ2). Considerámos significativos valores de p< 0,05.resultados: Foram avaliados processos de 517 doentes com DM2 com um predomínio do sexo feminino (59.5%) com uma idade média de 74.4±6.3 anos. O tempo médio de evolução da doença (determi-nada em 70.4% dos doentes) foi de 21±10.9 anos. O valor de HbA1c médio foi de 7.6±1.3%. No perfil lipidico documentou-se uma média aceitável de valores de Colesterol LDL (93.3±32.9mg/dL), HDL (49.1± 13.7mg/dL) e Triglicéridos (137±67.2mg/dL). A taxa de filtração glo-merular média foi de 63.4±21mL/min/1,73m2 colocando os doentes em estadio 2 de Doença Renal Crónica com um racio de albumina/crea tinina urinário médio de 123,9±366.9mg/mg. O valor médio da GGT foi elevado (60.7±86.5mUI/L).Conclusão: Na população idosa com DM2 o controlo glicémico pode ser menos exigente, uma vez que este oferece apenas a longo prazo beneficios microvasculares sem impacto nos macrovasculares à custa de iatrogenias importantes. O tratamento deve ser individualizado e multifactorial, englobando os fatores de risco CV não glicémicos que devem ser mais intensivamente tratados. Os resultados reflectem o bom controlo metabolico assim obtido, tendo em conta a elevada taxa de Obesidade (27.2%), comorbilidades e alta prevalência de outros fato-res de risco CV como a HTA (59%).

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P084A INSUFICIêNCIA ECONÓMICA E O CONTrOlO DA DIA-BETES MellituS TIPO 1

roque C.1, Bello C. T.1, Fonseca R.1, Ferreira R.1, Simões H.1, Sequeira Duarte J.1, Oliveira M.1, Vasconcelos C.1, Azinheira J.1, Saraiva A. M.1

1- Hospital de Egas Moniz, Endocrinologia, Lisboa

Introdução: A gestão da Diabetes Tipo 1 permanece desafiante para os doentes e para as equipas de saúde, apesar do empenho de todos. A condição socioeconómica é fator de influência ao refletir entre ou-tros fatores, o potencial de colaboração do doente na gestão da sua doen-ça.Objetivo: O objetivo deste trabalho é avaliar o grau de controlo me-tabólico dos doentes com diabetes mellitus tipo 1, em função da sua situação económica.Métodos: Neste estudo observacional retrospetivo analisaram-se os resultados de exames laboratoriais efetuados no serviço de patologia clínica do hospital, relacionaram-se os mesmos com os diagnósticos atribuídos segundo a CID9 registados no arquivo nosológico do servi-ço e foram revistos os processos clínicos para complementar informa-ções. Identificámos os doentes com estatuto de insuficiência económi-ca declarada (IED) consultando os registos relativos ao mesmo no sistema informático de apoio ao médico. Foram excluídos da análise os doentes com idade superior a 64 anos, os portadores de bomba infusora de insulina e os que não realizaram análises no laboratório do Hospital. As variáveis em estudo foram género, idade, idade média de diagnóstico da doença, média da glicémia e da HbA1c em 2013. Na avaliação de variáveis foi utilizado o teste de Student. Considerámos significativos valores de p< 0,05.resultados: Identificámos um total de 79 doentes, entre os quais 28 apresentavam IED. Dos doentes do género feminino (N=32) 37,5% tinham IED e dos doentes do género masculino (N=47) 34.04% tin-ham IED, verificando-se deste modo uma distribuição por géneros e de presença/ausência de IED para os mesmos não significativa. A mé-dia de idades dos doentes foi 39,29 anos no grupo com IED e 43,13 anos nos doentes sem IED, não sendo também estatisticamente sig-nificativa esta diferença. Relativamente à idade média a quando da data de diagnóstico observamos que esta é 26,33 anos nos doentes com IED e 26,66 anos naqueles sem IED, não tendo esta diferença sig-nificado estatístico. Verificámos que o valor médio da glicémia no gru-po de doentes com IED foi 210,9mg/dL, valor que é superior ao do grupo sem IED (169,2mg/dL) com uma significância estatística de 0,062. Constatámos também que a média dos valores de HbA1c foi 9,23% no grupo com IED e 8,32% no grupo sem IED, tendo esta dife-rença significado estatístico com significância 0,012.Conclusões: A condição socioeconómica é fator de influência no ade-quado controlo da Diabetes Mellitus tipo 1.

P085rISCO DE DESENVOlVEr DIABETES TIPO 2 EM POPUlA-çõES DESFAVOrECIDAS DA árEA METrOPOlITANA DE lIS BOA

Oliveira J.1, Boavida J. M.2, Ribeiro R.4, Rodrigues M. F.5, Oliveira S.3

1- Fundação Ernesto Roma, Nutrição, Lisboa2- Fundação Ernesto Roma, Endocrinologia, Lisboa3- APDP, Enfermagem, Lisboa4- APDP, ERC, Lisboa5- Fundação Ernesto Roma, Lisboa

Introdução: A Diabetes tipo 2 está fortemente associada aos estilos de vida, à idade e ao contexto social e cultural, atingindo principal-mente população urbana com mais de 45 anos. Adicionalmente, exis-te evidência científica de que constituem fatores de risco da Diabetes, a pertença a grupos populacionais caraterizados pela pobreza, pela exclusão social, pela imigração ou a baixa escolaridade. A Área Metro-politana de Lisboa constitui um território que apresenta diversos tipos de carência e de caraterísticas que potenciam a existência de grupos populacionais de risco relativamente à saúde em geral e à diabetes em particular.Objetivos: Avaliar o risco de desenvolver Diabetes Tipo 2 em popula-ções desfavorecidas da Área Metropolitana de Lisboa.Material e Métodos: Este foi um estudo observacional, transversal e descritivo. Foi avaliado o peso, a altura e o perímetro abdominal e aplicou-se, por entrevista, o questionário FINDRISK a uma amostra de 10825 indivíduos (58% mulheres e 42% homens; média de idades de 57 anos) residentes em bairros sociais ou zonas selecionadas da Área Metropolitana de Lisboa.resultados: A análise de risco de desenvolver Diabetes tipo 2 dentro de 10 anos apresentou os seguintes resultados para a população em estudo: risco Baixo: 21%; risco Ligeiro: 38%; risco Moderado: 25%; risco Alto: 15%; risco Muito Alto: 1%. Tomando o Estudo da Prevalência Na-cional da Diabetes (Prevadiab), realizado em 2009, como referência, esta população apresenta em média um risco mais elevado de desen-volver Diabetes (p<0,0001). 42% dos indivíduos tinham menos de 55 anos e 75% admitiu consumir regularmente frutas e legumes. Em rela-ção ao índice de massa corporal, 73% tinham excesso de peso (40% pré-obesidade e 33% obesidade). Em relação à escolaridade, 18% era analfabeto, 63% tinham o 1º ciclo de escolaridade e os restantes 18% o ensino secundário ou licenciatura. Conclusão: Na população em estudo, 16% dos indivíduos tinham um risco Alto ou Muito Alto de desenvolver Diabetes, enquanto que no Pre vadiab, na população portuguesa, foi de 13,8% para o mesmo nível de risco. Naquela população, encontrou-se mais 220 pessoas do que seria de esperar com a prevalência encontrada no Prevadiab. Além disso, na população em estudo, observou-se uma diminuição de cerca de 30% de pessoas com risco Baixo, sugerindo um quadro metabólico mais sensível nesta população. Dada a tendência crescente da Diabe-tes tipo 2 no nosso país, considera-se importante intervir ao nível da pre venção primária e na adopção de estilos de vida saudáveis nas po-pulações vulneráveis.

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P086IMPLEMENTAÇÃO DE UM REGISTO NACIONAL DE CRIAN­ÇAS E ADOLESCENTES COM DIABETES TIPO 1 – DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DO REGISTO DOCE E ESTUDO TICO

Raposo J. F.1, Gardete-Correia L.1, Medina J. L.2, Ribeiro R. T.3, Boavida J. M.1,Equipa DOCE

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC) Obser-vatório Nacional da Diabetes, Endocrinologia, Lisboa

2- SPD - Sociedade Portuguesa de Diabetologia/Observatório Nacional da Diabe-tes, Endocrinologia, Porto

3- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC)/FCM-UNL/CEDOC, Lisboa

Introdução: A prevalência da diabetes tipo 1 tem vindo a aumentar na maior parte dos países com algumas variações regionais e também na idade de aparecimento. Os registos nacionais de pessoas com diabe-tes representam uma ferramenta importante de monitorização epide-miológica. É através dela que a incidência e a prevalência são analisa-das. Recentemente, os dados recolhidos destes registos evoluíram pa ra a avaliação de parâmetros da qualidade dos cuidados.Objetivo: Analisámos os dados do nosso registo nacional de diabetes em crianças e adolescentes – DOCE e dados de um estudo retrospeti-vo de internamentos de crianças e jovens (TICO).Métodos e Materiais: O registo nacional foi implementado em 39 cen-tros pediátricos, que se pressupõe cobrir 98% das crianças e adoles-centes (dos 0 aos 19 anos de idade) do país. Desde 2008, todos os no-vos casos são reportados bem como os casos já conhecidos e a serem seguidos nesses centros. Os dados foram ponderados segundo o nos-so censos nacional. Os dados de hospitalização (número, número de dias no hospital e duração média) foram também recolhidos de 2009 a 2011.Resultados: O número total de casos de diabetes tipo registados nos anos 2008, 2009, 2010 e 2011 foram respetivamente 2547, 2749, 2960 e 3056, representando uma prevalência de, 0.12%, 0.13%, 0.14% e 0.14% na população do mesmo grupo etário. O número de novos casos para os mesmos anos foram 364, 357, 382 e 291, representando um ratio (para 100 000 pessoas) de 16.6, 16.4, 17.6 e 13.6. Existe uma igual distri-buição para o género. O número de hospitalização tem decrescido: de 772 em 2009 para 714 em 2011 (cerca de 8%), predominantemente no grupo etário dos 10 aos 14 anos (36% do total), e maioritariamente de-vido a cetoacidose (51% das causas referidas). A média da estadia no hospital tem sido estável neste período (5,1 dias) com uma maior du-ração no grupo etário dos 0 aos 4 anos de idade (6,5 dias). A análise não mostra quaisquer diferenças a nível do género.Discussão/Conclusão: A implementação do nosso registo nacional pa ra crianças e adolescentes permitiu-nos, pela primeira vez, ter da-dos claros sobre a incidência e prevalência da diabetes no país e de-monstrar as suas variações. Registou-se um pico da incidência em 2010. Existiu um ratio alto de hospitalização, representando 25% da popula-ção registada mas com uma tendência decrescente neste período. Os novos casos de diabetes representam perto de 50% das hospitaliza-ções. A utilização dos dados de hospitalização é um exemplo da evo-lução da qualidade dos cuidados na população.

DOCE – Diabetes, Registo de crianças e adolescentesTICO - Estudo sobre o Internamento Hospitalar de Crianças e Jovens com Diabe-tes Tipo 1 em Portugal (bolsa da Sanofi-aventis)

P087CUIDADOS EM DIABETES – UMA ABORDAGEM À AVALIA­ÇÃO DO CUSTO EM CENTRO DE CUIDADOS INTEGRA­DOS: O EXEMPLO DA APDP – ASSOCIAÇÃO PROTECTORA DOS DIABÉTICOS DE PORTUGAL

Raposo J. F.1, Boavida J. M.1, Gardete-Correia L.1

1- APDP - Diabetes Portugal (Education and Research Center- APDP-ERC), Endo-crinologia, Lisboa

Introdução e Objetivos: O paradigma da prestação de cuidados de saúde tem sofrido alterações significativas no último século. De um número reduzido de especialidades médicas nas primeiras décadas do século XX resultou a criação de centros focados em patologias que abarcavam diferentes ramos do conhecimento médico (são exemplo em Portugal – os IPO’s e os hospitais psiquiátricos). Do pós-guerra sur-giu um maior desenvolvimento dos cuidados primários de saúde e dos cuidados hospitalares fragmentados num maior número de espe-cialidades médicas. O final do século XX e início do séc. XXI vieram le-vantar a necessidade de nova alteração do modelo de modo a fazer face ao significativo aumento da prevalência das doenças crónicas, à necessidade de intervenção de equipas de múltiplos profissionais e ao maior envolvimento das pessoas na gestão da sua doença. A APDP, ao longo de 87 anos de história, tem sido um exemplo de centro de prestação de cuidados integrados, altamente diferenciados, com foco na pessoa com diabetes. Com este trabalho procurou-se avaliar o custo da prestação dos cuidados na APDP comparando com os custos das estruturas do SNS. Métodos: Para ambos os tipos de diabetes procedeu-se à segmenta-ção do padrão de cuidados (5 segmentos para Diabetes tipo 1 e Dia-betes tipo 2) necessários de acordo com o estádio da doença e com-plexidade das complicações existentes de acordo com os modelos METABO e Managed Outcomes. Procedeu-se também à análise dos processos de cuidados da APDP, identificando o pessoal, tempo, equi-pamentos e materiais envolvidos. Finalmente calcularam-se os custos de acordo com a estratificação das pessoas tratadas e processos uti-lizados e compararam-se com os custos calculados para o SNS através dos dados publicados pela ACSS. Resultados: Foram analisados os processos de 8354 pessoas com dia-betes (1078 com diabetes tipo 1) acompanhados no ano de 2012. O custo ponderado de consulta/ano para pessoas com diabetes tipo 1 é de 299,06€ na APDP e de 377,10€ no SNS (uma diferença de 21%). O custo ponderado de consulta/ano para pessoas com diabetes tipo 2 é de 303,99€ na APDP e de 486,48€ no SNS (uma diferença de 38%). Conclusão: A implementação de um modelo organizacional de ges-tão da diabetes de forma integrada, multidisciplinar baseada nos mo-delos de doença crónica tem na APDP um modelo com 87 anos de his-tória. Com este trabalho demonstrou-se que este modelo está asso ciado a uma diminuição dos custos globais (21% - 38%) para um mesmo número de actos praticados em ambos os tipos de diabetes compara-dos com os do SNS.

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P088PErFIl DO CONSUMO DE TIrAS TESTE DE glICEMIA EM POrTUgAl

raposo J. F.1, Gardete-Correia L.1, Boavida J. M.1, Medina J. L.1

1- APDP – Diabetes Portugal (Education and Research Centre /APDP-ERC) Obser-vatório Nacional da Diabetes, Endocrinologia, Lisboa

Introdução e Objetivos: A diabetes é um importante problema de saúde pública representando custos significativos em termos de mor-bilidade e mortalidade. A autovigilância das glicemias capilares pode ser uma ferramenta fundamental para o auto-controlo reforçando o empowerment da pessoa com diabetes na gestão da sua doença. O objetivo deste estudo foi o de estimar o consumo de tiras teste de glicemia capilar no SNS, segundo o tipo de diabetes e padrão tera-pêutico utilizado e comparar este consumo com o que seria esperado se adequado a recomendações clínicas. Métodos: Recolheram-se dados epidemiológicos sobre diabetes tipo 1 e tipo 2, consumos de insulina, antidiabéticos orais (ADO) e tiras tes-te de glicemia capilar a partir do Relatório anual do Observatório Na-cional da Diabetes (OND) – “Diabetes: Factos e Números – 2013”. Ado-taram-se as recomendações da Sociedad Española da Diabetes (SED) em relação ao consumo de tiras recomendado. Foi ainda considerado um factor de adesão de 70% em relação às prescrições e que 49,1% tem a diabetes controlada.resultados: Consideraram-se 605.796 pessoas em Portugal com dia-betes diagnosticada das quais 9,1% estaria medicada com ADO e insu-lina, 9,9% apenas com insulina, 78,6% apenas com ADO e 2,5% não usaria terapêutica farmacológica. Da população diagnosticada, 297.446 têm diabetes controlada e 308.350 têm HbA1c>6.5%. Se em Portugal fossem adotadas as recomendações da SED em relação à fre-quência de testes de glicemia em função do grau de controlo e tera-pêutica efetuada, poder-se-ia antecipar um consumo de 135.261.566 tiras (2.705.231 embalagens). Segundo os dados do OND o consumo em 2012 foi de 2.115.000 embalagens (72% do valor calculado).Conclusões: O consumo de tiras teste de glicemia capilar representa um dos factores importantes da despesa em diabetes (38.7 M€ para o SNS, 7.3M€ para os utentes). O seu consumo deve refletir o padrão populacional em termos de tipo de diabetes e consumo terapêutico. Deve ainda representar uma ferramenta importante da Educação Te-ra pêutica em relação também à atividade física e hábitos alimentares. Se atendermos a este facto e a recomendações clínicas como as da SED não fica demonstrado um consumo excessivo de tiras teste de gli cemia.

P089CArACTErIzAçãO DE UMA POPUlAçãO DE DOENTES DIABÉTICOS HOSPITAlIzADOS – CASUíSTICA DE UMA AMOSTrA TrANSVErSAl

Escarigo M. C.1, Nortadas R.1, Amaro M.1, Pape E.1, Delerue M. F.1

1- Hospital Garcia de Orta, Medicina Interna, Almada

O último relatório do observatório nacional da diabetes aponta para uma prevalência desta doença de 12.9%. O número de doentes saí-dos/internamentos nos hospitais do SNS com Diabetes como diagnós-tico principal (+35%) e como diagnóstico secundário (+78.5%) tem aumentado significativamente nos últimos anos. Pretendeu-se caracterizar uma população de doentes internados num hospital central, com diagnóstico prévio de diabetes, no dia 26/12/2013. Foram excluídos os serviços de Pediatria, Ginecologia/Obstetrícia, Psi-quiatria, Urgência e Unidades de cuidados intermédios e intensivos. Obteve-se uma amostra de 327 doentes, em que 26% tinham diagnós-tico de Diabetes. Destes, metade eram do sexo masculino e a média de idades era de 72 anos. O Serviço de Medicina era o que tinha mais doentes diabéticos internados (30%). Apenas três foram internados por descompensação da Diabetes, os restantes por outros motivos, sendo o mais prevalente a Infeção respiratória. Durante o internamen-to 49% foram medicados com insulina e 5% com antidiabéticos orais (ADOs). Relativamente a outros diagnósticos, 91% eram hipertensos, 65% tinham dislipidémia e 22% obesidade. Metade dos doentes des-co nhecia o tempo de evolução da doença, 22% eram diabéticos há menos de 10 anos, 15% há mais de 10 anos e 13% há mais de 20 anos. Trinta e três porcento estavam medicados em ambulatório com insu-lina, dos quais um terço tinha associado um ou dois ADOs; 38% esta-vam sob monoterapia com ADO (23% metformina, 14% sulfonilureia, 1% glitazona); 17% estavam medicados com 2 ou mais ADOs e em 12% não foi possível apurar a medicação. A maioria (60%) não tinha lesão de órgão alvo conhecida, 18% tinham lesão de um órgão – 6% neu-ropatia, 6% nefropatia, 3% cardiopatia e 3% retinopatia; 22% tinha lesão de 2 ou mais órgãos, sendo que em cerca de metade existia reti-nopatia e nefropatia. A maioria (81%) mantinha seguimento no médi-co de família. Relativamente ao controlo metabólico prévio: 13% ti-nham HbA1C <7, 13% ≥7 e <8, 12% ≥8 e <10 e 4% com ≥10; em 60% não era conhecido. O crescimento da Diabetes representa um desafio constante aos pro-fissionais de saúde. O número de internamentos por descompensação da Diabetes tem descido, no entanto os internamentos de doentes diabéticos por outros motivos tem aumentado nos últimos anos em consonância com o aumento da prevalência da Diabetes. Os autores pretendem realçar o papel da Medicina Interna como elemento fun-damental na abordagem destes doentes no internamento hospitalar.

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Posters - Epidemiologia Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P090rElAçãO ENTrE A PrEVAlêNCIA DA DIABETES E A HIS-TÓrIA FAMIlIAr DOS UTENTES DA APDP NOS úlTIMOS 5 ANOS (2009-2013)

Mataloto P.1, Gardete-Correia L.2, Macedo M. P.1, Raposo J. F.2

1- APDP - Diabetes Portugal (Education and Research Centre/APDP-ERC), Lisboa2- APDP - Diabetes Portugal (Education and Research Centre/APDP-ERC), Endo-

crinologia, Lisboa

Introdução e Objectivos: A existência de uma história familiar de dia-betes é per se um factor de risco para o desenvolvimento da patologia. Sendo a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) a maior clínica de diabetes em Portugal, com mais de 125000 pacientes registados, é uma instituição privilegiada para a análise deste tipo de relação. Desta forma, com base na ficha clínica, os utentes da APDP foram caracterizados de acordo com o tipo de diabetes e a sua relação com a história familiar (1º e 2º grau) com incidência nos diferentes ti-pos de diabetes. O objectivo do estudo, além da caracterização da amostra, consistiu na análise da relação que os vários tipos de paren-tesco podem ter com o desenvolvimento de Diabetes Tipo 1 (DT1), Ti-po 2 (DT2), e Latent Autoimmune Diabetes of Adults (LADA). Materiais e Métodos: Este estudo foi realizado com base na análise dos dados presentes na ficha clínica dos utentes das consultas da APDP nos últimos 5 anos (2009 – 2013). A amostra utilizada foi de 16824 indivíduos. Estas pessoas foram divididas em grupos de acordo com o tipo de diabetes que apresentavam, nomeadamente DT1 (n= 3006), DT2 (n=13445), e LADA (n=373). Posteriormente, caracterizou-se a história familiar por via da análise da percentagem de incidência de diabetes nos progenitores, filhos, irmãos e familiares de 2º grau destes pacientes. Este processo permitiu inferir qual a prevalência que os factores familiares podem ter para o desenvolvimento de cada tipo de diabetes. resultados: Os pacientes com DT2 foram aqueles que apresentaram uma percentagem mais elevada de progenitores com diabetes (38.43%) (LADA:31.37%; DT1:19.33%). O tipo de diabetes com maior prevalência em qualquer um dos progenitores nos diferentes grupos foi também a DT2: LADA (Pai (P): 0.54%DT1 e DT2 14.21%; Mãe(M): 1.07% DT1 e 21.98% DT2); DT1 (P: 1.60% DT1 e 9.05% DT2; M: 1.23% DT1 e 9.75% DT2); DT2 (P: 0.22% DT1 e 17.77%DT2; M: 0.32%DT1; 26.37%DT2). Com-parando a prevalência entre irmãos e filhos de diabéticos, é notada uma maior prevalência nos irmãos para qualquer um dos grupos (LA-DA: Filhos (F) 4.56% vs Irmãos(I) 18.50%; DT1: F 2.16% vs I 8.52%; DT2: F 4.20% vs I 26.56%).Conclusão: Em termos de história familiar de diabetes, foi detectado um aparente padrão de semelhança entre os indivíduos com LADA e DT2. Notou-se também maior prevalência de diabetes em indivíduos com mães e/ou irmãos com DT2. Sendo os irmãos de pessoas com diabetes um grupo de risco, este facto será utilizado para a realização de um projecto futuro.

(FCT-EXCL/PIC-DTP/69-2012)

P091INFECçãO VIH, TArV E CONTrOlO DA DIABETES Melli-tuS DE 2007 A 2012

Fonseca r.1, Sequeira Duarte J.1, Bello C.T.1, Ferreira R.1, Serra F.1, Moniz C.1, Barreiros C.1, Mansinho K.2, Azinheira J.1, Farinha H.2, Saraiva A. M.1

1- Hospital Egas Moniz, Endocrinologia, Lisboa2- Hospital Egas Moniz, Lisboa

Introdução: A terapêutica antiretroviral combinada (TARVc) veio re-duzir a mortalidade associada à infecção pelo vírus da imunodeficiên-cia humana (VIH). Contudo, não são negligenciáveis efeitos adversos da TARVc, como a diabetes mellitus (DM) e dislipidémia, importantes factores de risco cardiovascular.Objectivos: Avaliar o grau de controlo glicémico num grupo de doen-tes com infecção VIH e DM e identificar os fatores contributivos para o mesmo. Métodos: Análise retrospectiva de doentes com infecção VIH e DM seguidos num hospital central, entre 2007 e 2012, com recolha de da-dos demográficos, co-morbilidades, início e duração de TARVc, esta-diamento imunológico e virológico, avaliações analíticas e medicação hipoglicemiante. Foram excluídos doentes com idade < 18 anos, do-seamentos de PCR>10 e doentes com diagnóstico de DM tipo 1 prévio à infeção. Os resultados são apresentados pelas medianas dada a dis-tribuição das variáveis. Foi utilizado o teste de Student e ANOVA nas va riáveis contínuas e o xi-quadrado (χ2) nas categoriais. Conside rá-mos significativos valores de p<0,05.resultados: Foram encontrados 2665 doentes com infeção VIH e car-gas virais determinadas neste período, dos quais 257 doentes tinham critérios de diabetes mellitus. Tinham uma idade média de 55.5 (34-82) anos, com uma predominância do sexo masculino (M=198;F=59). 50 doentes com DM não se encontravam sob TARVc, enquanto 107 realizavam essa terapêutica, sendo estes últimos significativamente mais idosos (p<0.01). Nos doentes sob TARVc, em 79.4% dos casos a DM surgiu após início dessa terapêutica. O grupo sob inibidores da protease(IP), comparativamente aos restantes esquemas, apresentava valores superiores de HbA1c (6.7% vs 5.8%) e de glicémias em jejum (150mg/dL vs 121mg/dL), com um perfil lipídico mais alterado. O con-trolo metabólico ao longo dos anos não sofreu grande variação. Ape-nas 55% tinham terapêutica registada no processo, dos quais a maio-ria (88.7%) fazia antidiabéticos orais (Metformina 85.2%, Sulfonilureias 28.9%, Inibidores-DPP4 21.8%, Pioglitazona 11.2%), sendo 29.6% insu-linotratados. Apenas 2.3% dos doentes tinham co-infeção com vírus Hepatite C.Conclusão: A prevalência de diabetes nos doentes com infeção VIH (10%) é superior à verificada na da população portuguesa do mesmo grupo etário. A utilização de IPs estava associada a pior perfil me ta-bólico. O controlo da diabetes avaliado pela A1c pode ser considerado muito satisfatório nos doentes sob TARV e s/ TARV, embora possa ser subvalorizado pelo aumento do turnover dos glóbulos vermelhos. A metformina foi o fármaco mais prescrito e quase 1/3 dos doentes es-tavam insulinotratados, seguidos de perto dos tratados com sulfonilu-reias e em menor escala com inibidores DPP4.

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P092EDUCAçãO PArA A SAúDE: rISCO DE DESENVOlVEr DIA-BETES TIPO 2

Domingos r.1, Ferreira E.1, Nunes P. A.1

1- CHLN HSM, Dietética, Lisboa

Introdução: Os últimos dados referentes à prevalência da diabetes em Portugal, em população de idade compreendida entre os 20 e os 79 anos, é de 12,9%, sendo que 7,3% é diagnosticada e 5,6% não diag-nosticada. Assim sendo, é importante detetar na população situações de risco e atuar precocemente através da promoção de mudança de hábitos alimentares, do incentivo para a prática de atividade física, prevenindo o excesso de peso e obesidade, bem como outras co mor-bilidades.Objetivo: Avaliar o risco de desenvolver Diabetes tipo 2 em 10 anos e esclarecer alguns mitos sobre a alimentação na Diabetes tipo 2.Material e Métodos: O Serviço de Dietética e Nutrição, do Centro Hos-pitalar Lisboa Norte - Hospital de Santa Maria, em colaboração com a Equipa de Enfermagem da Consulta de Diabetes, dinamizaram o Dia Mundial da Diabetes sob o tema: “Diabetes e Mitos Alimentares - A Ver dade”, abrangendo utentes e colaboradores. Aplicou-se um ques-tionário elaborado pela Direcção Geral de Saude no âmbito do Pro-grama Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes e foram avalia-dos os seguintes parâmetros: peso, altura, índice de massa corporal, perímetro da cintura, percentagem de massa gorda, pressão arterial, glicemia e colesterol total.A glicemia e o colesterol foram medidos utilizando um sistema de monitorização.A recolha de dados foi efectuada por Dietistas e a análise dos dados foi realizada utilizando o programa estatístico do SPSS® v.17.0.resultados: Foram recolhidos dados de 140 indivíduos, dos quais 81,4% são do género feminino. A idade média dos participantes foi de 56,4 anos (± 14,4). O perímetro de cintura médio foi de 92,4 cm, no género feminino e 97,7cm no género masculino. Na amostra, 44,2% referiram ter hipertensão arterial. Entre os que não referiram ter HTA, 23,4% da amostra apresentou uma tensão arterial >140/90 mmHg. A glicemia média foi de 111,3 mg/dLl (±25,4 mg/dL) e o valor médio de colesterol, de 201 mg/dL (± 30,6 mg/dL).Em relação ao risco de desenvolver diabetes tipo 2, 5% da amostra apresentava risco muito elevado, 26,6% risco alto, 20% risco modera-do, 35,7% risco sensivelmente elevado e 12,9% risco baixo. É também de referir que 56,1% da amostra não pratica pelo menos 30 minutos de caminhada diariamente e que 87% da amostra consome regularmen-te fruta ou vegetais.Conclusão: Da amostra 35,7%, apresentava risco sensivelmente ele-vado de vir a desenvolver diabetes tipo 2, em 10 anos. Face aos dados obtidos, salientamos a necessidade destas acções junto da comuni-dade de modo a evitar as complicações de saúde associadas a diabe-tes com a sensibilização da população para esta temática.

P093EFEITO DA AUTOVIgIlâNCIA DA glICÉMIA CAPIlAr NO CONTrOlO METABÓlICO

rosário V.1, Pedro B.1, Matos A. F.1, Roque F.1, Esteves M. C.1

1- Hospital Santarém, Medicina Interna, Santarém

Introdução: O papel e a frequência da autovigilância da glicémia ca-pilar (GC) na diabetes tipo 2 (DM2) continua a ser um tema controver-so. Embora seja considerada uma ferramenta importante no tratamen-to dos diabéticos insulinotratados e aconselhado nos sob terapêutica com sulfunilureias ou com mau controlo metabólico, o seu papel e a sua frequência na DM2 continuam a ser questionáveis e tem-se salien-tado que o seu uso indiscriminado pode ser causa de desperdício de recursos e gastos avultados sem benefício subsequente. Em Portugal, segundo o Observatório da Diabetes, o consumo de tiras-teste de gli-cémia, em número de embalagens tem registado um crescimento mui- to significativo ao longo da última década.Objectivo: Averiguar o efeito e a frequência da autovigilância da glicémia capilar (AVGC) no grau do controlo metabólico, expresso no valor da hemoglobina glicada (HbA1c).Material e Métodos: Procedeu-se à selecção de Diabéticos tipo 2, observados numa consulta de diabetes hospitalar durante o mês de Junho 2013. Através de um questionário, para além de variáveis de-mográficas, registou-se os anos de autovigilância, o número de avalia-ções e hipoglicémias por semana, o tipo de terapêutica (tx) efectuada e o seu correcto ajuste, as complicações associadas à doença e o grau de satisfação com o tratamento actual.resultados: Dos 69 doentes incluídos, 55% eram do sexo feminino, com idade média de 62.23 anos. A média dos anos de diagnóstico (dx) foi 16.39 anos, sendo que 24.6% tinha mais de 20 anos de dx. Contudo, 43.4% não apresentava complicações da doença. Os diabéticos faziam a AVGC em média há 11.98. A maioria, 92.7%, avaliava a GC ≥ 7 vezes/semana com maior prevalência nas mulheres. Dos doentes sob tx com insulina isolada ou em associação com ADO (76.8%), apenas 52.8% fa zia o ajuste tx de forma correcta. No geral a média da HbA1c foi 8.4%. Não houve relação entre o valor da HbA1c e a frequência da AVGC no geral a não ser nos insulinotratados (IT) com capacidade para ajuste correcto das doses. Foi reportada hipoglicémia no último mês em 37.7% dos doentes, sendo que 73% teve ≤ 2 episódios por semana. Cerca de 85.5% dos diabéticos estavam satisfeitos com a tx em curso.Conclusão: Apesar da maioria dos doentes efectuar um elevado nú-mero de pesquisa da GC, poucos faziam o ajuste tx. A frequência da AVGC esteve associada a melhor controlo metabólico apenas nos dia-béticos IT capazes de ajustar correctamente a tx.

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P094QUEM SãO E DE ONDE VêM? - CASUISTICA DAS PrIMEI-rAS CONSUlTAS DE DIABETES DE UM HOSPITAl DISTrI-TAl

Soares z.1, Ferreira B.1, Cruz D.1, Silva L. G.1, Santos L.1, Soares M. R.1

1- Hospital Vila Franca de Xira, Medicina Interna, Vila Franca de Xira

Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) encontra-se em expansão em to do o mundo e Portugal é um dos países da Europa com maior pre-valência da doença. Estima-se que cerca de 13% da população portu-guesa seja afectada. Perante estes números, é pertinente que se esta-beleçam e cumpram critérios para a referenciação à consulta hos pitalar de DM. Objectivos: Caracterizar os doentes avaliados em primeira consulta de DM de um Hospital Distrital e determinar se a sua referenciação foi adequada. Material e Métodos: Estudo descritivo retrospectivo das primeiras con sultas de DM no Hospital Vila Franca de Xira (HVFX) durante um ano (2013), por consulta do sistema informático (Glint®), e análise es-tatística dos dados através do Microsoft Excel 2010®. resultados: Em 2013, foram referenciados à consulta de DM do HVFX, 176 doentes, dos quais 30 não compareceram. A distribuição por gé-ne ros era semelhante (masculino 51%, feminino 49%), com o maior nú-mero de utentes entre os 60 e os 80 anos. A DM tipo 2 afectava 90% dos utentes, com valor médio de HbA1c 8.7%, e 12.8 anos de evolução da doença. As principais origens de referenciação foram o Internamen-to de Medicina (24%), a consulta de Cardiologia (17%) e os Cuidados de Saúde Primários (14%). As co-morbilidades mais prevalentes foram Hipertensão arterial (76%), tabagismo (55%) e dislipidemia (55%). Dos 146 doentes avaliados, 54% eram insulinizados, 42% faziam antidiabé-ticos orais e 4% não faziam qualquer terapêutica. 81% apresentava lesão de órgão alvo, e destes, 20% tinham-no em mais de um órgão. Apenas 4 doentes tiveram alta, 2 por não terem critério para segui-mento em consulta hospitalar, 2 por não terem DM. Doentes com HbA1c inferior a 7% mantiveram seguimento por insulinização activa ou a curto prazo, co-morbilidades e lesão de órgão alvo importantes com necessidade de acompanhamento mais especializado. Conclusão: A maioria dos doentes foi correctamente referenciado à consulta Hospitalar de DM. A maioria dos doentes estavam plurime-dicados, apresentavam doença de longa evolução e lesão de órgão alvo concomitante, necessitando de uma vigilância mais apertada e uma intervenção mais activa para um melhor controlo metabólico e dos factores de risco associados. Devem ser considerados vários crité-rios na referenciação (e não apenas a HbA1c) e é importante a existên-cia dos mesmos, já que a dimensão desta epidemia exige uma gestão eficaz dos recursos para garantir assistência diferenciada aos doentes que dela efectivamente necessitam.

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P096EFEITOS BENÉFICOS DA BErBErINA NA DISFUNçãO EN-DOTElIAl ASSOCIADA à DIABETES TIPO 2 E à OBESIDADE

Pereira A. M.1, Louro T.1, Rolo A.2, Palmeira C.2, Seiça R.1, Sena C.1

1- Laboratório de Fisiologia, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coim bra, Coimbra

2- Centro de Neurociências e Biologia Molecular de Coimbra, Coimbra

A diabetes tipo 2 e a obesidade estão intimamente ligadas a um esta-do de stress oxidativo que promove disfunção endotelial. A berberina é um alcalóide natural existente em rizomas e raízes de várias plantas e apresenta um grande potencial terapêutico tanto na diabetes como na obesidade.O presente estudo teve como objectivo avaliar os efeitos da berberina na disfunção endotelial e no perfil metabólico de dois modelos ani-mais, um modelo de obesidade e um modelo com diabetes tipo 2 não obesa.Foram avaliados diferentes grupos de animais: 1) ratos Sprague Daw-ley controlo (SD); 2) SD alimentados com uma dieta gorda durante 16 semanas (SDHFD); 3) ratos Wistar normais (W) e 4) ratos Goto-Kakisa-ki (GK), um modelo animal com diabetes tipo 2. Os animais SD, SDHFD, W e GK foram tratados com berberina dissolvida na água (100mg/kg) e comparados com os respetivos controlos. Os ra tos SDHFD e GK apresentaram um relaxamento em resposta à acetilcolina significati-vamente reduzido, 38% e 50% respetivamente. Esta dis fun ção endo-telial foi acompanhada de um aumento do anião su peróxido na pa-rede da aorta. Em ambos os modelos animais, o relaxamento vascular dependente do endotélio foi significativamente me lhorado após o tratamento com berberina. Os animais obesos (SDHFD) apresentaram um aumento do peso corporal, da glicemia do jejum, da intolerância à glicose e do colesterol total. Os animais GK apresentaram um aumen-to significativo da glicemia do jejum, da HbA1c e do colesterol total.Em conclusão, este estudo mostrou que a berberina normalizou o re-laxamento dependente do endotélio nos animais SDHFD e melhorou significativamente este relaxamento nos animais GK, melhorou sig-nificativamente o perfil glicémico e também o stress oxidativo vascu-lar. Com este estudo encontramos fortes evidências em como a berbe- rina é um potencial agente no tratamento das complicações ma cro-vasculares associadas à diabetes e à obesidade.

P095IMPACTO DA DIABETES MellituS NO OSSO DE rATOS OVA rIECTOMIzADOS

Agripino A.1, Mello-Sampayo C.2, Stilwell D.3, Vidal B.4, Lopes A.4, Ca-nhão H.4, Silva-Lima B.2, Marques M. C.2

1- Unidade de Biotecnologia Ambiental (UBiA), Departamento de Ciências e Tecnologia da Biomassa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova, Nutrição, Lisboa

2- Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Lisboa3- Clínica Veterinária de Colares, Sintra4- Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina da Universidade de

Lisboa

Introdução: A Osteoporose é uma doença óssea que afeta maiorita-riamente a mulher na pós-menopausa. A ovariectomia diminui os ní-veis de 17-β estradiol induzindo um efeito semelhante à menopausa no osso. As alterações da microestrutura do tecido ósseo em especial do osso trabecular aumentam o risco de fractura. Embora se observe os-teopenia em mulheres diabéticas, o grau de perda de massa óssea pa-rece ser diferente na Diabetes tipo 1 e tipo 2 (Vestergaard, 2007). Al-guns estudos apontam até para um aumento da densidade mineral óssea (DMO) em mulheres com diabetes tipo 2 pós-menopausa (Ru-bin et al., 2013), permanecendo a controvérsia sobre o efeito da Dia-betes na remodelação óssea.Objectivos: O objectivo deste estudo foi comparar o efeito da Diabe-tes na estrutura e remodelação do osso em ratos Wistar antes e após menopausa induzida por ovariectomia.Material e Métodos: Os animais (n=28) com três meses de idade fo-ram divididos em 4 grupos iguais: controlo (C); ovariectomizados (OV); diabéticos (D) (diabetes induzida por dose única (i.p.) de estrepto-zotocina) e diabéticos ovariectomizados (D+OV). 56 dias após ovari-ectomia foram determinados os níveis séricos de glucose, triglicéridos, colesterol, cálcio, E2, CTX e PINP. A microestrutura óssea foi analisada por histomorfometria no osso vertebral (L4) de um animal de cada grupo. O peso corporal e o diâmetro do fémur foram também avalia-dos. Os dados foram analisados utilizando testes não paramétricos. resultados: Os animais diabéticos (D) apresentaram peso corporal e níveis séricos de glucose e de triglicéridos mais elevados (p<0.05), mas não sofreram alterações significativas no turnover ósseo relativamente ao grupo C, apesar de apresentarem fémures com maiores diâmetros. Já o turnover ósseo dos animais ovariectomizados (OV e D+OV) com CTX=15.2±2.4 e 16.0±1.3 e PINP=20.9±0.6 e 25.1±2.4, foi significativa-mente maior do que o do C (CTX =9.4±0.8; PINP=14.7±1.5). No entan-to a razão do PINP/CTX apresenta um resultado significativamente su perior no grupo D (2.0 ±0.2) quando comparado com o grupo OV (1.3±0.3) e com o C (1.5±0.1), indicando uma alteração entre a forma-ção e a reabsorção de osso. Um efeito idêntico foi observado no gru-po D+OV (1.8±0.2). Os estudos histomorfométricos corroboram estes resultados. O diâmetro dos fémures aumenta no grupo dos animais D sendo significativo no grupo D+OV comparativamente ao grupo C e aos animais com osteoporose mas sem diabetes.Conclusão: Estes resultados sugerem que os ossos dos ratos diabéti-cos estarão mais protegidos para a perda de massa óssea que carac-teriza a osteoporose e estão de acordo com os estudos que referem uma maior DMO, nas mulheres diabéticas pós-menopausa compara-tivamente às não diabéticas.

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Posters - Investigação Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P098EFEITOS DA PIrIDOXAMINA NAS COMPlICAçõES MACrO-VASCUlArES ASSOCIADAS à DIABETES

Sena C.1, Pereira A.1, Matafome P.1, Crisóstomo J.1, Fernandes R.2, Seiça R.1

1- Fisiologia, IBILI, Faculdade de Medicina, Coimbra2- Oftalmologia, IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra

O estudo teve como objectivo investigar os efeitos da piridoxamina (PM) na disfunção endotelial, stress oxidativo e inflamação em ratos normais Wistar e ratos diabéticos Goto-kakizaki (GK), previamente tra-tados com metilglioxal (MG). O MG é um metabolito da glicose, muito reactivo, que provoca a glicação de proteínas. Os ratos Wistar e GK suplementados com MG durante 3 meses foram tratados, durante um mês, com PM e comparados com os respectivos animais controlo. Foi avaliado o relaxamento dependente e indepen-dente do endotélio, a biodisponibilidade de óxido nítrico (NO), a gli-cação, o stress oxidativo e o marcador pró-inflamatório - proteína qui-miotractiva de monócitos-1 (MCP-1) nos diferentes grupos de estudo. O MG induziu disfunção endotelial nos ratos Wistar e agravou a dis-função endotelial nos ratos GK. O tratamento com PM melhorou sig-nificativamente a eficácia do relaxamento dependente do endotélio. Este efeito benéfico foi acompanhado por um decréscimo no stress oxidativo (marcação com nitrotirosina). A formação de produtos de gli cação avançada (AGEs) e os níveis de MCP-1 e do receptor para AGEs (RAGE) diminuíram significativamente após tratamento com PM. A biodisponibilidade de NO foi significativamente aumentada e acom-panhada por um decréscimo da imunofluorescência do anião super-óxido (outro marcador de stress oxidativo). Estes resultados indicam que a PM melhorou a disfunção endotelial em ratos Wistar e GK tratados com MG. O mecanismo responsável por este efeito envolve um aumento da biodisponibilidade de NO, uma inibição do stress oxidativo e da formação dos AGEs associada a uma redução simultânea da inflamação na parede arterial.

Financiamento: Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, projectos: PTDC/SAU-MET/115635/2009; Pest-C/SAU/UI3282/2011) COMPETE, QREN, Portugal.

P097EFEITO PrOTECTOr DA SITAglIPTINA NO rIM DE UM MO-DElO ANIMAl DE DIABETES TIPO 2

Marques C. I. r.1, Mega C.2, Gonçalves A.1, Rodrigues-Santos P.3, Teix-eira-Lemos E.1, Teixeira F.1, Ribeiro C. F.1, Reis F.2, Fernandes R.1

1- Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Diabetologia, Coimbra

2- Laboratório de Farmacologia e Terapêutica Experimental, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Nefrologia, Coimbra

3- Laboratório de Imunologia e Oncologia, CNC, Instituto de Imunologia, FMUC, Diabetologia, Coimbra

Introdução: A Nefropatia Diabética, uma das maiores complicações diabéticas microvasculares, e é a principal causa de insuficiência renal terminal, afectando aproximadamente 20-40% de pacientes com dia-betes do tipo 2. É uma doença renal progressiva caracterizada por uma acumulação excessiva de matriz extracelular, espessamento da membrana basal glomerular e hipertrofia de vários tipos de células glomerulares e tubulares, podendo progredir para glomerulosclerose e fibrose túbulointersticial. Existem várias evidências que sugerem um envolvimento dos processos de inflamação e morte celular por apop-tose, decorrentes da hiperglicemia crónica, e que contribuem para o desenvolvimento e progressão da Nefropatia Diabética. A sitagliptina faz parte de uma nova classe de antidiabéticos orais, os inibidores da DPP-IV, os quais melhoram o controlo glicémico através de um au-mento da secreção de insulina nos pacientes com diabetes do tipo 2 potenciando um mecanismo fisiológico, o efeito incretina. Objectivos: O objectivo deste estudo foi avaliar a capacidade desse fármaco na prevenção dos efeitos deletérios da diabetes no rim de um modelo animal de diabetes do tipo 2, os ratos Zucker Diabetic Fatty (ZDF; fa/fa). Material e Métodos: Às 20 semanas de idade, os ratos ZDF (fa/fa) foram tratados com sitagliptina (10mg/kg/dia) durante 6 semanas. Os níveis de glucose e HbA1c foram analisados no soro e sangue total, respectivamente. Os níveis de mRNA e/ou conteúdo proteico de CD26, GLP-1, TNF, IL-1β, BAX, Bcl-2 e Bid no rim foram determinados por RT-PCR e/ou western blot. A distribuição das proteínas foi avaliada por imunohistoquímica. resultados: O tratamento com sitagliptina melhorou o controlo gli-cémico, como demonstrado pela redução significativa dos níveis de gli cémia e HbA1c (em cerca de 22,5% e 1,2%, respectivamente). O tra-tamento com sitagliptina preveniu o aumento dos níveis de DPP-IV e a diminuição dos níveis de GLP-1, induzidos pela diabetes. A sitaglipti-na também diminuiu significativamente os níveis das citocinas proin-flamatórias IL-1β e TNF, e preveniu o aumento da razão BAX/Bcl-2 e da proteína pro-apoptótica Bid, no rim dos animais diabéticos. Conclusão: A administração de sitagliptina tem um efeito protector ao nível do rim neste modelo animal de diabetes tipo 2, como mostrado pela melhoria dos perfis inflamatório e apoptótico, sugerindo este fár-maco como uma abordagem terapêutica promissora na prevenção da evolução da nefropatia diabética.

Este trabalho foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), Portugal (PEst-C/SAU/UI3282/2011, PEst-C/SAU/UI3282/2013 e COMPETE).

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Page 93: ISSN: 1646-3994 REVISTA PORTUGUESA DE DIABETES · Revista Médica Trimestral, excluída de registo no ICS de acordo com a alínea a) do art. 12º do D.R. nº 8/99 de Junho de 1999

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Posters - InvestigaçãoRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P100QUANTIFICAçãO DO ENrIQUECIMENTO EM DEUTÉrIO DA ACETIl-CoA HEPáTICA EM MUrgANHOS

Carvalho F.1, Duarte J.2, Silva F.1, Marques B.1, Jones J.1,3

1- Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra, Portu-gal

2- Centro Investigação Avançada de Imagem, U. T. Southwestern Medical Cen-ter, Dallas, TX

3- Sociedade Portuguesa de Diabetologia, Lisboa, Portugal

Introdução: A de-novo lipogénese (DNL) tem demonstrado uma im-portante contribuição na acumulação excessiva de lipídios e no de-senvolvimento de resistência hepática à insulina, existindo assim um grande interesse em quantificar a sua actividade em modelos animais com resistência à insulina. Esta quantificação pode ser determinada através do método da água deuterada (2H2O), calculando a incorpora-ção total de 2H nos triglicerídeos. Actualmente, não se sabe até que ponto a acetil-CoA hepática, precursora da DNL, se torna enriquecida após a administração de 2H2O, no entanto essa informação permitiria uma modelação mais precisa do enriquecimento dos triglicerídeos e melhores estimativas para a DNL. A acetil-CoA hepática pode ser anal-isada de forma não invasiva utilizando ácido p-aminobenzóico (PABA), um xenobiótico que é acetilado no fígado, formando N-acetil-PABA, que é posteriormente depurado na urina. O enriquecimento do N-ace-til –PABA calculado a partir da urina reflecte o da acetil-CoA citosólica - precursor para DNL.Métodos: Seis ratinhos machos C57/Bl6 foram alojados com um ciclo de 12h escuro/12h luz, com livre acesso a comida e a água. Às 09:00 do dia 1 os animais receberam uma dose intraperitoneal de 99% 2H2O em solução salina (3g/100g de peso corporal) e a água foi suplementada com 3% de 2H2O, 17.5% w/w de frutose e glucose, e 2.5 mg/mL de 2% 2H4-PABA. A urina produzida durante a noite foi recolhida e o N-acetil PABA eliminado foi purificado e analisado por RMN 2H. O enriqueci-mento da água corporal também foi analisado por RMN 2H.resultados: Os espectros de RMN 2H do N-acetil PABA revelam um sinal 2H-acetil bem resolvido a um desvio químico de 2.15 ppm repre-sentando o enriquecimento em 2H dos hidrogénios metílicos, e um par de sinais a 7.5-7.9 ppm que representam o 2H4-PABA e que podem ser utilizados como padrão de quantificação interno para calcular o enriquecimento do sinal 2H-acetil, que resulta num valor igual a 1.7 ± 0.2%. Para os mesmos animais, o enriquecimento em 2H da água cor-poral foi 1.8 ± 0.1%. Assim, o enriquecimento da acetil-CoA destinada à DNL é equivalente ao da água corporal. Conclusão: O enriquecimento em 2H dos lípidos hepáticos através da introdução de 2H2O fornece informações relativas à actividade da DNL em animais e seres humanos alimentados. Em murganhos suplemen-tados com glucose e frutose na água de beber, os hidrogénios da molécula de acetil-CoA lipogénica hepática ficaram totalmente en-riquecidos com 2H, sendo possível estudos mais detalhados do en-riquecimento em 2H dos triglicerídeos, marcados através da ingestão de 2H2O, e por conseguinte estimativas mais precisas relativamente à DNL.

P099NíVEIS ElEVADOS DE INSUlINA E DE glICOSE NA PrO-lIFErAçãO DE CÉlUlAS DE CANCrO DA MAMA, MCF-7

Santos-Silva D.1, Crisóstomo J.1, Matafome P.1, Seiça R.1

1- Laboratório de Fisiologia - IBILI - Faculdade de Medicina da Universidade de Coim bra, Coimbra

Introdução: O cancro da mama é o cancro mais comum na mulher. A obesidade, a síndrome metabólica e a diabetes têm sido associadas ao cancro da mama particularmente no que se refere ao aumento da in-cidência desta situação neoplásica e da mortalidade. Os factores en-volvidos nesta relação e os mecanismos subjacentes permanecem por esclarecer. Estudos vários sugerem, como elos de ligação, a desregula-ção do metabolismo da glicose, a hiperinsulinemia e a disfunção do tecido adiposo com alteração dos seus produtos de secreção especifi-camente das adipocinas. Objetivo: O nosso grupo tem em curso um estudo em mulheres com cancro da mama com e sem obesidade; em ambas as situações obser-vámos hiperglicemia e hiperinsulinemia em jejum e aumento do índi-ce de insulino-resistência (HOMA-IR). Com base nestes resultados, foi nosso propósito avaliar, in vitro, o efeito de níveis elevados de insulina e de glicose, na proliferação da linha celular de cancro da mama, estro-géno-positivas (células MCF-7).Material e Métodos: As células MCF-7 foram mantidas em cultura em Minimum Essential Medium, com 5.5mM de glicose, suplementa-do com 10% de soro bovino fetal e 5% de penicilina estreptomicina. Para os ensaios, as células foram cultivadas a uma concentração de 7.8x104 células/cm2 e tratadas com diferentes concentrações finais de glicose, 11mM e 22mM, e com 100ng/mL de insulina, durante 24, 48 e 72h. A determinação do efeito da glicose e da insulina na proliferação/viabilidade celular foi efetuada através do ensaio Alamar Blue. resultados: Os ensaios de proliferação revelaram que ambas as con-centração de glicose (11 e 22 mM) aumentam, de igual forma, a proli-feração celular às 72h. Níveis elevados de insulina, se associados a concentrações normais de glicose (5,5mM) não induzem alterações da proliferação das células MCF-7; se associados a níveis aumentados de glicose (11 e 22 mM) a proliferação daquelas células aumenta. Para incubações inferiores a 72h, nas diferentes condições experimentais, não foram verificadas alterações da proliferação celular.Conclusão: Concentrações elevadas de glicose aumentam a prolifera-ção das células de cancro da mama MCF-7 de forma independente dos níveis concomitantes de insulina.

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Posters - Investigação Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P102DESENVOlVIMENTO DE SISTEMAS DE lIBErTAçãO DE IN-SUlINA: NOVOS POlíMErOS DE BASE DE AlgINATO PA-rA O ENCAPSUlAMENTO DE IlHÉUS DE lANgErHANS

Silva J. C.1, Catalão F.2, Serra A.2, Coelho J.2, Seiça R.1

1- Laboratório de Fisiologia, IBILI, Faculdade de Medicina da Universidade de Coim bra, Coimbra

2- Departamento de Engenharia Química - FCTUC, Coimbra

A diabetes compromete a vida de cada vez mais pessoas em todo o mundo, tornando-se urgente o desenvolvimento de uma fonte segura de produção de insulina que permita o equilíbrio metabólico e a pre-venção das complicações crónicas associadas à doença. Uma terapia celular inovadora, através do encapsulamento de ilhéus de Langer-hans funcionais com membranas poliméricas semipermeáveis, prote-ge as células insulares do sistema imunitário enquanto possibilita as trocas essenciais à sobrevivência celular, bem como a libertação das hormonas por elas produzidas. Apesar dos resultados promissores in vitro, em modelos animais bem como nos primeiros ensaios clínicos, a viabilidade a longo prazo dos ilhéus encapsulados, uma vez transplan-tados, tem sido comprometida pela instabilidade físico-química dos materiais utilizados, imunoproteção limitada e hipoxia, conduzindo à perda das células insulares. Encontrados os principais problemas que limitam o uso desta tecnologia, foram selecionadas diferentes subs-tâncias, cruciais para proteger as células e melhorar a sua função: subs -tâncias com capacidades anti-inflamatórias e anti-oxidantes e ainda insulinotrópicas.Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi funcionalizar o alginato, um polímero natural largamente utilizado em encapsulamento de ilhéus, com estas substâncias com importante função biológica. Tiran-do partido dos grupos hidroxilo do alginato e a fim de reagir com grupos amina e acrilato das biosubstâncias selecionadas, foi sintetiza-do o alginato oxidado com o sodium periodate e, a partir deste, foi uma elaborada modificação com 2-aminoethyl metacrylate.Com o objetivo de observar o encapsulamento, foi sintetizado um al-ginato fluorescente, também a partir da modificação do alginato oxi-dado com o 3-amino-7-diethylaminocoumarin. Os alginatos mo difi-ca dos foram caracterizados por FTIV (Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier) e RMN (Ressonância magnética nuclear). Usufruindo da capacidade do alginato formar géis na presença de ca-tiões divalentes, foi possível fazer esferas através da gelificação iono-trópica com o cálcio, tendo sido possível ver a fluorescência das es-feras elaboradas com o alginato fluorescente. Procedeu-se também ao encapsulamento de ilhéus por este método.

P101glUT12 E rESISTêNCIA à INSUlINA: PAPEl COMPENSA-DOr NA CAPTAçãO DE glUCOSE

Coelho I. C.1, Gaspar J. M.1, Martins F. O.1, Macedo M. P.1

1- CEDOC, FCM-UNL, Lisboa

A diabetes tipo 2, caracterizada por hiperglicemia e resistência à insu-lina, é uma patologia de grande importância para a saúde pública que está associada ao estilo de vida baseado em dietas ricas em açúcar e gordura. O transporte de glucose da corrente sanguínea para o inte-rior das células ocorre através de transportadores de glucose (GLUTs). O GLUT4 é uma isoforma predominante no músculo-esquelético, co-ração e tecido adiposo, sendo responsável pelo aporte de glucose de-pendente de insulina. No entanto, estudos recentes revelam que mo-delos knock out de GLUT4 no músculo-esquelético não desenvolvem resistência à insulina, sugerindo a presença de um outro transportador com implicações fisiopatológicas. O GLUT12 é expresso no músculo-esquelético, coração e tecido adiposo, órgãos maioritariamente afeta-dos no desenvolvimento da diabetes tipo 2. Estudámos então a hipó-tese de que o GLUT12 tem um papel relevante na captação de glucose em animais submetidos a uma dieta rica em sacarose e está associado a alterações da via de sinalização do 5’ Adenosine monophosphate-ac-tivated protein kinase (AMPK). A resistência à insulina foi induzida em ratos Wistar com início às 4 semanas de idade, através de uma solução de sacarose 35% na água. As experiências foram realizadas 4, 24 e 36 semanas após o início do consumo de sacarose. Foi realizado um teste de tolerância à glucose intra-entérico (IEGTT) aos diferentes tempos da dieta e realizados extratos totais de músculo-esquelético, coração e tecido adiposo, para análise do conteúdo proteico de GLUT12 e AMPK por western blot. No IEGTT observou-se um aumento das excur-sões de glucose às 24 e 36 semanas nos animais submetidos à dieta rica em sacarose. No tecido adiposo não se observou alterações do conteúdo de GLUT12. Relativamente ao músculo-esquelético o con-teúdo de GLUT12 encontra-se alterado havendo um aumento da sua expressão nos animais com dieta em sacarose, após 36 semanas. No entanto, no coração parece haver uma tendência para a diminuição do conteúdo desta proteína nos animais que consumiram sacarose. A expressão do AMPK foi avaliada no músculo-esquelético, onde se ob-servou o aumento desta proteína nos animais submetidos à dieta, após 36 semanas. Os resultados obtidos sugerem que uma dieta rica em sacarose, a longo prazo, leva a uma condição de intolerância à glucose. No entanto, a expressão do GLUT12 no músculo-esquelético encontra-se aumentada evidenciando um papel na compensação da resistência à insulina. O aumento do GLUT12 é concomitante com o aumento da via da sinalização do AMPK, sugerindo o envolvimento desta via de sinalização para a regulação da glicemia resultante da resistência à insulina.

Financiado pelo projeto PTDC/DTP-EPI-0207/2012

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Posters - InvestigaçãoRevista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P104BIOENSAIOS PArA DISCErNIr PADrõES PATOgÉNICOS DE AUTOANTICOrPOS EM DIABÉTICOS TIPO 1

Duarte N.1, Vocho H.1, Almeida J.1, Penha-Goncalves C.1

1- Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras

Introdução: O intuito das novas terapias para a diabetes tipo 1(DT1) é suprimir o ataque imunitário às células beta do pâncreas que está na génese da patologia. Apesar dos avanços alcançados, a falta de con-hecimento sobre os processos imunológicos em pacientes com DT1 e a ausência de marcadores para determinar a eficácia limitam o suces-so destas intervenções. A presença de autoanticorpos (AAbs) contra antigénios expressos nos ilhéus de Langerhans constitui um marcador precoce de DT1 e é usada para diagnóstico e estratificação dos doen-tes em grupos de risco. Contudo o seu papel na patogénese está por esclarecer o que limita a sua aplicação como biomarcadores da doen-ça. Várias evidências apontam para o facto de número mais que espe-cificidade de AAbs determinarem o desenvolvimento da DT1. Num estudo em colaboração com a Associação Protectora dos Diabéticos Portugueses (APDP), observámos que variações genéticas (SNPs) no locus IgH estão associadas à DT1 e à multireactividade de AAbs numa colecção de pacientes portugueses. Objectivo: Neste estudo propomos identificar padrões séricos de AAbs em pacientes com DT1 e familiares, comparar soros com diferentes pa-drões de reactividade em ensaios funcionais de células beta (BCA) e correlacionar o seu impacto na função da célula beta com parâmetros de progressão da doença.Material e Métodos: Utilizaremos linhas celulares de células beta (BRIN-D11) e anticorpos monoclonais (mAbs) de ratinho Diabético Não Obeso (NOD) para estandardizar os ensaios e identificar leituras in vi-tro de disfunção da célula beta. Por Elisa determinaremos o efeito dos mAbs na secreção de insulina das células beta após um curto estímulo de glucose (GSIS). Analisaremos também o seu efeito no stress oxida-tivo da célula beta por fluorometria com H2DCFDA, na produção de óxido nítrico pela reacção de Griess e na viabilidade celular por colori-metria com MTT. Uma vez optimizados, testaremos nestes ensaios os soros de 227 pacientes e 146 familiares obtidos em colaboração com a APDP e caracterizados para quantidade e tipo de AAbs e para poli-morfismos genéticos no locus IgH. Correlacionaremos os resultados de BCA com o padrão de AAbs e polimorfismos no IgH e em colaboração com a APDP correlacionaremos o padrão de AAbs com maior impacto nos BCA com dados clínicos sobre a progressão da DT1 e controlo metabólico.resultados Preliminares: Observámos que os mAbs de NOD se li-gam a células BRIND11, diminuem a secreção de insulina nos ensaios de GSIS e levam a um aumento da expressão genética do Nos2 em ilhéus de ratinho. Conclusão: Temos ferramentas para testar a hipótese de que através de BCAs poderemos caracterizar padrões de AAbs que permitam me-lhorar o valor preditivo de doença.

P103MODElO EXPErIMENTAl DE NAFlD INDUzIDO POr FrU-TOSE

Almeida J. I.1, Duarte N.1, Coelho I.2, Ribeiro R.2,3, Penha-Gonçalves C.1, Macedo M. P.2,3

1- Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras2- CEDOC-FCM, Lisboa3- APDP-ERC, Lisboa

Introdução: A esteatose hepática não alcoólica (NAFLD) afecta ac-tual mente cerca de 20-30% da população em geral e 69.5% dos indi-víduos diabéticos. A maioria dos pacientes com NAFLD permanecem assintomáticos, contudo em 20% dos casos ocorre inflamação hepá-tica crónica (esteatohepatite não-alcoólica), que por sua vez pode conduzir a cirrose e cancro hepatocelular. Estudos recentes demons-tram que a NAFLD em indivíduos diabéticos está fortemente associa-da a pior controlo glicémico e a comorbilidades assim como a uma duplicação da mortalidade. A susceptibilidade genética a NAFLD as-sociada à presença de DT2 não controlada, hábitos de vida sedentá-rios e alterações dos padrões alimentares contribuem para a etiopato-genia da NAFLD. Muitos estudos descrevem a frutose como molécula potenciadora de NAFLD por promover estados pro-inflamatórios e pro-oxidantes despoletando a de novo lipogénese hepática. As célu-las de Kupffer desempenham um papel importante na resposta infla-matória subjacente à esteatose hepática e a sua deleção é suficiente para prevenir a acumulação hepática de triglicéridos bem como a re-sistência hepática à insulina num modelo experimental de NAFLD.Objectivo: Neste estudo pretendemos desenvolver um modelo mur-ganho de NAFLD, para identificar os mecanismos de activação das células de Kupffer que contribuem para o desenvolvimento de NAFLD. Material e Métodos: Para estabelecer um modelo experimental de NAFLD induzida por frutose, comparámos murganhos fêmeas e ma-chos da estirpe C57BL/6 que foram submetidos ou não a dieta com 30% frutose na água, durante 12 semanas. Como indicadores de alte-rações metabólicas e dislipidémia analisámos: os níveis de triglicéridos no soro e fígado; cortes histológicos do fígado; e o controlo glicémico em resposta a um estímulo oral de glucose (OGTT).resultados: Os valores de glicémia medidos durante o OGTT foram se melhantes entre os grupos expostos e não expostos à dieta tanto em machos como em fêmeas. Os resultados histológicos demonstra-ram que os animais expostos a frutose apresentaram macro-vacuo-lização hepática visível sobretudo nas fêmeas o que sugere alterações iniciais de NAFLD. Contudo, os níveis de acumulação de triglicéridos no fígado e no soro apenas revelaram um efeito discreto nos machos expostos à dieta. Conclusão: Concluímos que a dieta com 30% de frutose na água de bebida induz alterações ligeiras do metabolismo lipídico. Com vista a obter um fenótipo de NAFLD mais evidente serão utilizadas estraté-gias de introdução de combinações frutose/glucose mais comparáveis à dieta humana.

Financiado pelo projecto PTDC/BIM-MET/0486/2012

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Posters - Investigação Revista Portuguesa de Diabetes. 2014; 9 (1) Suppl: 41-97

P106rEPErCUSSõES lOCAIS E SISTÉMICAS DA HIPÓXIA E DA glICAçãO DO TECIDO ADIPOSO VISCErAl DE UM MO-DElO ANIMAl NOrMAl NO METABOlISMO DA glICOSE

rodrigues T. D. A.1, Matafome P.1, Seiça R.1

1- Laboratório de Fisiologia,Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida (IBILI), Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra

A disfunção do tecido adiposo, que resulta primariamente da incapa-cidade do tecido em armazenar gordura e de processos hipóxicos lo-cais associados ao compromisso da adipogénese e da angiogénese, tem consequências metabólicas sistémicas. Neste trabalho foi nosso objectivo estudar o papel do MG nas adaptações no metabolismo da glicose causadas pela diminuição parcial do fornecimento sanguíneo ao tecido adiposo epididimal, no mesmo modelo animal normal. Foram utilizados dois grupos de ratos Wistar (n=12 por grupo), um gru po controlo (W) e um grupo tratado diariamente com MG durante 8 semanas (75 mg/Kg/dia, diluído em água) (WM). Após este período, metade de cada um destes grupos foi intervencionado cirurgica-mente (laqueação vascular) visando reduzir parcialmente o fluxo san-guíneo ao tecido adiposo epididimal esquerdo, durante 1 e 48 horas (Wi 1h; WMi1 h; Wi 48h; WMi 48h); o tecido adiposo epididimal direito foi usado como controlo interno (Wci 1h; WMci1 h; Wci 48h; WMci 48h). Nestes tecidos, avaliou-se a presença do corante Evans Blue e determinaram-se os níveis das proteínas Perilipina A e e AKT total e fosforilada/activa. Nos grupos mantidos 48 horas e após um jejum de 6 horas, foram determinados os níveis sanguíneos de glicose, insulina e adiponectina. Após a cirurgia a injecção do corante Evans Blue na veia jugular revelou, 5 minutos após a injecção, a redução parcial da irrigação à esquerda quando em comparação com o controlo interno (direita). Após administração de MG e redução parcial do fornecimen-to sanguíneo durante 48 horas (WMi 48h), o tecido adiposo epididi-mal esquerdo apresentou níveis menores de perilipina A (proteína que reveste a gota lipídica), sugerindo a ocorrência de lipólise e morte de adipócitos. A redução parcial da irrigação durante 1 hora com ou sem administração de MG (Wi 1h e WMi 1h) originou níveis inferiores de AKT total (proteína envolvida no metabolismo da glicose). Nos grupos tratados com MG e submetidos à redução da irrigação durante 48 horas (WMi 48h), os níveis de p-AKT (forma activa) diminuíram sig-nificativamente em comparação ao grupo controlo (W). Observou-se um aumento da glicemia e da insulinemia em jejum nos grupos inter-vencionados e mantidos durante 48 horas e um decréscimo dos níveis de adiponectina no grupo WMi 48 h. Em conjunto, os nossos resultados sugerem que a acumulação de MG pode levar a um decréscimo da capacidade do tecido adiposo se adap-tar à hipoxia, causando alterações metabólicas locais e sistémicas.

P105COMPlICAçõES VASCUlArES ASSOCIADAS à DIABETES MellituS TIPO 2

Costa r.1, Almeida R.2, Silva A. R.1, Rodrigues I.1, Guardão L.3, Guima-rães J. T.1, Negrão R.1, Soares R.1

1- Departamento de Bioquímica, Faculdade de Medicina da Universidade do Por to, Porto

2- Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto3- Biotério, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto

Introdução: A diabetes mellitus (DM) é uma patologia que tem vindo a crescer de forma alarmante, prevendo-se que constitua uma das pa-tologias com maior índice de mortalidade e morbilidade a nível mun-dial num futuro próximo. Uma das principais complicações da DM in-clui alterações micro e macrovasculares, que afetam grandemente a qua lidade de vida dos pacientes diabéticos. A desregulação microvas-cular é uma causa frequente de neuropatia, retinopatia e nefropatia diabéticas, em que a angiogénese está implicada de um modo para-doxal. No mesmo indivíduo observa-se a co-existência de neovascu-larização aumentada em determinados órgãos, nomeadamente no rim e na retina, e de angiogénese diminuída noutros órgãos, como no ventrículo esquerdo. No entanto, os mecanismos subjacentes a este fenómeno permanecem por esclarecer. Objetivo: Este estudo pretende identificar as vias moleculares subja-centes ao paradoxo angiogénico associado à DM em animais C57Bl/6. Material e Métodos: Utilizaram-se 36 ratos C57Bl/6 que foram alea-toriamente divididos em 2 grupos experimentais: grupo controlo (ali-mentados com dieta normal), e grupo diabético (alimentados com dieta hipercalórica), durante 12, 16 ou 20 semanas de estudo. Após este período, os animais foram eutanasiados e o sangue foi recolhido para dosear marcadores inflamatórios e bioquímicos. Os rins e o ven-trículo esquerdo foram recolhidos para quantificar a densidade micro-vascular por imunohistoquímica e para analisar a expressão de rece-tores angiogénicos e respetivas vias de sinalização por Western blot ting. Os ensaios foram realizados em triplicado e a comparação entre os diferentes grupos efetuada pela análise de variância (ANOVA) seguida do teste de Bonferroni. Os resultados foram considerados estatistica-mente significativos para p<0,05. Conclusão: Os resultados demonstram que os animais diabéticos apresentam um ligeiro aumento da densidade microvascular no rim e uma diminuição da neovascularização no ventrículo esquerdo dos animais diabéticos. Estes resultados são acompanhados por uma re-dução da ativação do recetor 2 do VEGF no ventrículo e um aumento no rim. Foram também encontradas alterações nos níveis plasmáticos de alguns marcadores bioquímicos e da interleucina 1β. No seu con-junto, os resultados obtidos com este modelo experimental confir-mam a presença do paradoxo angiogénico na DM. A identificação das vias moleculares angiogénicas que estão desreguladas na DM permi-tirá desenvolver estratégias terapêuticas cruciais para reverter as com-plicações vasculares presentes na DM.

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