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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS -UFAM INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) E INFECÇÃO NATURAL POR Leishmania sp. (KINETOPLASTIDA:TRYPANOSOMATIDAE) NA REGIÃO NORDESTE DO MUNICÍPIO DE MANACAPURU-AM DÍLVIA ferreira DA SILVA >4 Manaus - AM 2005

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Page 1: FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERARegião Nordeste do Município de Manacapuru - AM, foi analisado observando sua (/) diversidade, (//) abundância em diferentes estratos, bem como,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS -UFAM

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERA:

PSYCHODIDAE) E INFECÇÃO NATURAL POR

Leishmania sp.

(KINETOPLASTIDA:TRYPANOSOMATIDAE) NA REGIÃONORDESTE DO MUNICÍPIO DE MANACAPURU-AM

DÍLVIA ferreira DA SILVA

>4

Manaus - AM

2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS -UFAM

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

"ilS"

FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERA;

PSYCHODIDAE) E INFECÇÃO NATURAL POR

Leishmania sp.

(KINETOPLASTIDA:TRYPANOSOMATIDAE) NA REGIÃOnordeste do município de MANACAPURU-AM

DILVIA FERREIRA DA SILVA

Orientadora: Dra. Antonla Maria Ramos Franco

Tese apresentada ao programa de Pós-

Graduação em Bioiogia Tropicai e Recursos

Naturais do Convênio iNPA/UFAM, área de

concentração em Entomoiogia, como parte dos

requisitos para obtenção do títuio de Doutor em

Ciências Biológicas.

<

Manaus - AM

2005

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FICHA CATALOGRAFICA

Ferreira Silva, Dílvia

Fauna de Flebotomíneos (DIpteraiPsychodidae) e Infecção Natural por

Leishmania sp. (Klnetoplastlda:Trypanosomatldae) na Região Nordeste do

Município de Manacapuru-AM.

Ferreira Silva, Dílvia - Manaus, 2005.

xvll, 105 f.: II.

Tese (Doutorado) - INPA/UFAM, Manaus, 2005

1- Lutzomyia 2- Diversidade 3- Infecção Natural 4- Método Molecular

5. Manacapuru 6. Leishmaniose

Código Cataloqráfico CDD 19 ed. 616.9364

Sinopse:

O estudo da fauna de flebotomíneos em áreas de mata de terra firme da

Região Nordeste do Município de Manacapuru - AM, foi analisadoobservando sua (/) diversidade, (//) abundância em diferentes estratos, bem

como, (///) o estudo da Infecção natural destes Insetos através de métodos

tradicionais e moleculares e a caracterização dos flagelados Isolados, com oobjetivo de obter Informações a respeito das espécies do gênero Lutzomyia,

dos vetores e dos tripanosomatídeos circulantes na área. Neste trabalho sao

apresentados resultados referentes às primeiras Informações da epidemiologia

dos vetores da leishmaniose tegumentar no município de Manacapuru.

Palavras- Chave: 1. Fauna Flebotomínica, 2. Diversidade, 3. Abundância,

4. Lutzomyia, 5. Infecção Natural, 6. Manacapuru.

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(Dedicatória

j^jos tnetis pciis Antônio e 'EUenira

peío carinfiOj amor e paciênciadedicados e a minha irmã (Divani

peCa força e estímuío até o fim da

jornada.

ii

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AGRADECIMENTOS

> A Deus pela força nas horas de desânimo e cansaço;

> À minha família, que mesmo distante, me incentivaram e dedicaram

todo o amor;

> A Dra. Antonia Maria Ramos Franco, por ter aceito a orientação num

momento bastante delicado, pelos conselhos, amizade e compreensão

na superação dos muitos obstáculos;

> Ao Lourival Maciel Castro, que pacientemente esclarecia as minhas

grandes dúvidas no trabalho e pelo acompanhamento no árduo trabalho

de campo;

> Ao Artêmio Coelho da Silva, que nos acompanhou no trabalho de campo

e ilustrou a tese com mapas;

> Ao pesquisador Rui Alves de Freitas, pela dedicação e auxílio na

identificação dos insetos e pela paciência em ensinar;

> À Luanda de Paula Figueira, pelo auxilio na realização das corridas de

eletroforese de isoenzimas para a caracterização dos parasitos;

^ À amiga Raquel Borges pelas palavras de incentivo, colaboração e

amizade nos momentos de aflição;

> A Francimeire Gomes Pinheiro pela paciência e colaboração nos

trabalhos de laboratório;

> Aos amigos Marcelo Bezerra e Eneida Colares pela colaboração e

momentos de lazer junto a sua família;

> Ao Sr. Júlio César Lang Beck e Sra. Socorro Bezerra pela hospedagem

da nossa equipe de campo em sua casa em Manacapuru;

111

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> Ao Sr. José Bastos por me acolher em sua casa durante o período de

coleta;

> À turma de 2002 pelo companheirismo e acolhida durante o curso;

> À amiga Niviane Fraga pela atenção e paciência, sempre ajudando a

vencer os obstáculos;

> Aos meus mais novos amigos Susy Araújo, Rejane Simões e Ricardo

Passos;

> Aos colegas do Laboratório de Leishmaniose e Doença de Chagas,

INPA: Paulo Eduardo, Ana Cleide, Risonilce, Plínio, Cândido, Francisco,

Liliane, Karina, Gerson, Helaine, Altides Cristina, Michele, Sônia, FIávia

e Maricleide pela amizade;

> À Dra. Gina Aguiar, Departamento e Vigilância em Saúde do Estado do

Amazonas, pelos dados epidemiológicos do município de Manacapuru;

> Ao Sr. Otávio, gerente de endemias de Manacapuru, por disponibilizar o

carro para coleta de material de campo e aos funcionários da FUNASA

pela atenção dispensada;

> Ao Sr. Amoldo por ter conduzido várias vezes o veículo no auxílio ao

trabalho de campo;

> Ao Juracy de Freitas Maia pela paciência e dedicação no

acompanhamento do processo de quantificação do DNA das amostras

coletadas;

> A Dra. Suely de Souza Costa pelas sugestões estatísticas;

> A Dra. leda Leão do Amaral por disponibilizar dados sobre a flora

existente em Manacapuru;

IV

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> Ao Jorge A. Lopes da Costa (Siglab), pelas Imagens de satélite do

município de Manacapuru utilizadas neste trabalho;

> Ao Dr. Toby Barrett por ter disponibilizado dados sobre algumas coletas

realizadas no município de Manacapuru há 10 anos e não publicados;

> Ao Jorge Antunes pelo auxílio nos textos em inglês;

> Ao Dr. Alexander Sibajev, pelo auxílio na identificação dos frangmentos

dos parasitos na reação de POR;

> À Coordenação do Curso de Entomologia e seus professores pelos

ensinamentos;

> Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e a

Universidade Federal do Amazonas (UFAM) pela oportunidade da

realização deste trabalho;

> A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior) pela bolsa de estudo concedida;

> A FAPEAM pelo apoio financeiro, pelo projeto Amazônia Verde-Projeto

temático;

> A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho.

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LISTA DE TABELAS

Capítulo 1 Página

Tabela 1. Total de flebotomíneos do gênero Lutzomyia coletados em área

de mata do Ramal do Acajatuba, Nova Esperança e Reserva Ecológica

Floresta da Vida, Manacapuru, Amazonas -Brasil 29

Tabela 2. Número de espécies e índice de diversidade encontradas na

Reserva Ecológica Floresta da Vida (Km51), Ramal Nova Esperança (Km 60) e

Ramal do Acajatuba (Km 66), município de Manacapuru, AM 30

Tabelas. Distribuição vertical de flebotomíneos coletados com armadilha

luminosa nas três áreas de mata da Região Nordeste do Município de

Manacapuru, AM-Brasil, no período de Abril/2003 a

Junho/2004 35

Capítulo II

Tabela 1. Condições de corrida eletroforética para cada sistema

enzimático 54

Tabela 2. Total de flebotomíneos dissecados para a presença de flagelados

no Ramal Nova Esperança (Km 60), Manacapuru AM 57

VI

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Tabela 3. Distribuição dos flagelados no trato digestivo dos flebotomíneos e

isoladas em cultivo, capturados no Ramal Nova Esperança (Km 60),

Manacapuru, AM 58

Tabela 4. Eletromorfos presentes em cada um dos zimodemas encontrados

nos flagelados isolados de Lutzomyia spp 65

Tabela 5. Origem e Identificação das cepas de referencia de Leishmania e

Endotrypanum e 16 isolados do município de Manacapuru-AM, Brasil,

caracterizadas através do perfil de isoenzimas 66

vil

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LISTA DE FIGURAS

Capítulo I Página

Rgura 1. Imagem de satélite com a localização do Município dè

Manacapuru (Landsat 7 ETM+, 2003) 20

Figurai. Localização das áreas de estudo ao longo da Rodovia Manuel

Urbano, Município de Manacapuru no Estado do Amazonas, (a) disposição do

Município de Manacapuru; (b) disposição dos ramais; (b1) Ramal do

Acajatuba; (b2) Ramal Nova Esperança; (b3) Reserva Ecológica Floresta da

Vida 21

Figuras. Desenho dos transectos onde foram colocadas as armadilhas

luminosas (ODO) dispostas a 2 e 10 metros de altura, demonstrando a trilha

principal, as trilhas secundárias A, B, 0 e D a 50 metros da borda e os pontos

de coleta 23

Figura 4. Proporção de Machos e Fêmeas de flebotomíneos coletados nas

áreas de mata de terra firme da Região Nordeste do município de

Manacapuru,AM-Brasil 25

Figura 5. Abundância de espécies do gênero Lutzomyia (Diptera:

Psychodidae) do Km 51, em área de mata de terra firme da Região Nordeste

do município de Manacapuru, AM-Brasil 26

Vlll

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Figura 6. Abundância de espécies do gênero Lutzomyia (Diptera:

Psychodidae) do Km 60, em área de mata de terra firme da Região Nordeste

do município de Manacapuru, AM-Brasil 27

Figura 7. Abundância de espécies do gênero Lutzomyia (Diptera:

Psychodidae) do Km 66, em área de mata de terra firme da Região Nordeste

do município de Manacapuru, AM-Brasil 28

Figura 8. Percentual dos subgêneros Nyssomyia e Psychodopygus

coletados a 2 e 10 metros de altura nas três áreas de mata da Região Nordeste

do Município de Manacapuru, Am-Brasil 31

Figura 9. Estratificaçâo vertical das espécies do subgênero Nyssomyia

coletadas nas três áreas de mata da Região Nordeste do Município de

Manacapuru, AM-Brasil 33

Figura 10. Estratificaçâo vertical das espécies do subgênero Psychodopygus

coletadas nas três áreas de mata da Região Nordeste do Município de

Manacapuru, AM-Brasil 34

Capítulo 11

Figura 1. Eletroforese a 2% de agarose de produtos após a amplificação da 1®

Reação (Nested-PCR) de amplificação do DNA de "pool" de flebotomíneos

coletados no Ramal Nova Esperança. PM, Peso Molecular/Ladder lOOpb; 1-

controle positivo do sub-gênero Viannia (amostra L (\/.) guyanensis -

MHOM/BR/75/M4147); 2- controle positivo L (L) amazonensis

IX

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(MHOIVI/BR/77/LTB0016); 3- controle negativo macho L umbratilis; 4 a 8 produto

da amplíficação do DNA do "pool" de L umbratilis 47

Figura 2. Coleta de base de árvore realizada no Ramal Nova Esperança,

município de Manacapuru, AM

Figura 3. Distribuição mensal da precipitação e taxa de infecção natural por

tripanosomatídeos em Lutzomyia umbratilis (a) e dendrophyia (b) no período de

junho a novembro de 2004 e abril e maio de 20005 no Ramal Nova Esperança

(Km 60), Manacapuru, Amazonas, Brasi 61

Figura 4. Zimograma dos padrões eletroforéticos analisados por seis enzimas,

com 9 cepas de referência e 2 grupos de parasites isolados de

flebddotomíneos: 1- L(L) mexicana-, 2- L (L) deaner, 3- L (V) panamensis-,

4- L (V) guyanensis-, 5- L (V) braziliensis-, 6- L (V) amazonensis-, 7- L (V) naiff,

8- L(V) lainsoni; 9- Endotrypanum schaudinnr, 10- INPA-1; INPA-2.

67

Figura 5. Dendrograma obtido por análise de similaridade pelo coeficiente de

"Simple Matching" das amostras isoladas de Lutzomyia umbratilis (IM5255,

IM5260, IM5261, IM5262, IM5263, IM5264, IM5265, IM5268, IM5270, IM5271,

IM5272 e 1M5273) e L dendrophyia (IM 5254, IM 5256. IM5257 e IM

5259)

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ABREVIATURAS

L = Lutzomyia

L = Leishmania

V = Viannia

LIA = Leishmaníose Tegumentar Americana

G6PDH = Gllcose-6-Fosfato Desidrogenase

IDH NAD = Isocitrato Desidrogenase - p- Nicotinamida Adenina Dinucleotideo

IDH NADP = Isocitrato Desidrogenase - Nicotinamida Adenina Dinucleotideo

Fosfato

* ME = Enzima Málica

MDH = Malato Desidrogenase

HK = Hesoquinase

PCR = Reação em Cadeia da Polimerase

ITS = Espaço Transcrito Interno

kDNA = DNA do cinetoplasto

RAPD = Amplificação Aleatória do DNA Polimórfico

RFLP = Polimorfismo no Comprimento de Fragmentos de Restrição

XI

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RESUMO

O Município de Manacapuru (3°17'49" e 60°37'28") situado no Amazonas, está

localizado à margem esquerda do Rio Solimões com uma área de 7.335 Km^.

O objetivo deste estudo foi o de determinando a diversidade e abundância de

espécies da fauna flebotomínica, verificando a taxa de infecção natural por

Leishmania em fêmeas de Lutzomyia spp. e identificando os parasitos isolados

destes insetos através de métodos bioquímicos e moleculares. As coletas

foram realizadas em 3 áreas de mata de terra firme ao longo da Rodovia

Manuel Urbano no período de abril/2003 a junho/2004, utilizando 16 armadilhas

luminosas tipo CDC, das 18:00 às 6:00 do dia seguinte, com um dia de coleta

mensal para cada área. Foram coletados 10.446 espécimes, distribuídos em 43

espécies pertencentes ao gênero Lutzomyia França 1924, divididas em 10

subgêneros e 6 grupos. Quanto a estratificação vertical, os subgêneros mais

representativos tanto a 2m quanto a lOm de altura foram Nyssomyia com

45,7% e 43,1% e Psychodopygus 24% e 31%, respectivamente. As coletas de

base de árvore foram realizadas no período de junho a novembro/2004 e abril e

maio/2005 durante 8 meses, entre 9:00 e 10:00. Foram coletadas 2.113

espécimes, das quais 1.174 (55,5%) fêmeas foram dissecadas. A taxa de

infecção natural encontrada nas fêmeas foi de 8,2% para L umbratilis, 22% L.

dendrophyla e 1,2% L anduzei Um total de 1.400 espécimes divididos em

"pool" de 20 insetos foram ensaiados para presença de infecção natural por

Leishmania sp. pelo Nested-PCR. Apresentaram positividade para o subgênero

Viannia (242 pb) apenas em L umbratilis 8,3% (100/1.200) e L dendrophyla

33,3% (20/60). A análise do perfil isoenzimático de 16 amostras de parasitos

isolados de L umbratilis e L dendrophyla, demonstrou que dois zimodemas

(INPA-1 e INPA-2) estão circulando na região, representados pelos subgêneros

Viannia e Leishmania. É provável o envolvimento de L. umbratilis e L.

dendrophyla na transmissão da leishmaniose em Manacapuru, sugerindo-se a

realização de estudos futuros mais aprofundados, como por exemplo, a

identificação de isolados obtidos de humanos, dando maior suporte quanto a

dinâmica da transmissão da LTA no município de Manacapuru.

Xll

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ABSTRACT

Manacapuru Municipality, in Amazonas State, is located on the Soümoes River

left bank covering an area of 7,335 Km^ in the co-ordinates of 3®17'49"S and

60®37'28'' W. The main goal of this study is determining the phlebotomine

species fauna abundance, verifying the natural infection rate by Leishmania in

Lutzomyia spp. female and identifying the parasites isolated in these insects

through biochemicals and molecular methods. The collections were carried out

in three Terra-firme Forest areas along the Highway Manuel Urbano from April

2003 to June 2004, using 16 CDC type light traps from 18:00 to 6:00 with one

day of monthly collection for each area. A total of 10,446 specimens, distributed

into 43 species belonging to genus Lutzomyia França 1924, divided into 10

subgenera and six groups, were collected. As to the vertical stratification the

most representative subgenera both at the height of 2m and lOm were

Nyssomyia with 45.7% and 43.1%, and Psychodopygus 24.6% and 31%,

respectivelly. The collections at the base of the trees were carried out from June

to November/2004 and Aril to May /2005 during 8 months, between 9:00 and

10:00. 2,113 specimens, of which 1,174 (55.5%) were female were desiccated.

The natural infection rate found on the females was 8.2% for L. umbratilís, 22%

for L. dendrophyla and 1.2% for L. anduzei. A total of 1,400 specimens were

tested in pool of twenty insects for the presence of natural infection to

Leishmania sp. by Nested-PCR. Were positive to the subgenus Viannia (242

pb) only L umbratilis 8,3% (100/1,200) and L dendrophyla 33,3% (20/60). The

isoenzyme electrophoresis profile of 16 samples of parasites isolates from L

umbratilis e L dendrophyla, showed two zymodemes (INPA-1 e INPA-2) that

are circulating in this region, named as Viannia and Leishmania subgenus. It's

probable the involvement of L. umbratilis and L dendrophyla in the Manacapuru

leishmaniasis transmission, suggesting the necessity of future studies to better

understanding the dinamics of the ATL in the Manacapuru muncipaility.

xm

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índice

Página

LISTA DE TABELAS vi

LISTA DE FIGURAS viii

ABREVIATURAS xi

RESUMO xii

ABSTRACT xiii

I. INTRODUÇÃO GERAL 01

II. OBJETIVOS 14

III. TRABALHOS ANEXOS

3.1 - Capítulo I

Fauna Flebotomínica: Diversidade, Abundância e Estratificaçâo Verticai de

Lutzomyia França 1924 (Diptera:Psychodidae) em Áreas de Mata de Terra

Firme da Região Nordeste do Município de Manacapuru - AM, Brasii.

1. Introdução 43

2. Material e Métodos 46

3. Resultados 56

4. Discussão 69

XIV

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3.2 - Capítulo II

Detecção de Infecçâo Natural por Leishmania sp. (Kínetoplastida:

Trypanosomatidae) em flebotomíneos (Diptera:Psychodldae) através do

método tradicional e molecular X análise isoenzimática em Área de Mata de

Terra Firme da Região Nordeste do Município de Manacapuru, AM.

1. Introdução 43

2. Material e Métodos 46

3. Resultados 56

4. Discussão 69

IV. CONCLUSÕES GERAIS 75

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79

V. ANEXOS 105

XV

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1. INTRODUÇÃO GERAL

A floresta tropical oferece condições ecológicas estáveis e uniformes

para várias espécies de animais e, apresenta a maior do planeta

(Haffer, 1992). A Amazônia é caracterizada por alta diversidade biológica, mas

ainda pouco se sabe sobre as espécies que a compõe e suas relações

filogenéticas. Algumas hipóteses relacionam eventos geoclimáticos para

explicar o grande número de espécies encontrado na região, assim como, os

padrões de distribuição e endemismo das espécies (Ribeiro et ai, 1999).

Nos últimos vinte anos. Intensificaram-se as pesquisas na Amazônia

para tentar compreender as causas que permitiram o desenvolvimento da

maior biodiversidade conhecida do planeta. Diferentes teorias como as de

"Estabilidade do Tempo" e "Refúgios Florestais" foram baseadas em dados

atuais de fauna e flora e tiveram o clima como eixo fundamental regulador dos

fatores biológicos. No primeiro caso, considerando um clima equatorial

constante durante milhões de anos e no segundo, especulando que as

drásticas trocas climáticas do Quaternário (período geológico que compreende

os últimos dois milhões de anos da história da terra) afetaram a Amazônia

(Latrubesse e Franzinelli, 1993).

Pode-se dizer que quanto mais especializada uma espécie, menor a sua

área de dispersão ou maior a sua dependência de microclimas também

especializados. Por outro lado, quanto mais generalizada a espécie, maior sua

área de distribuição, devido a sua adaptação a microclimas menos

especializados ou mais diversificados (Martins & Morales-Farias, 1972).

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Os flebótomos, pequenos nematóceros (Insecta, Dlptera), são

encontrados em todas as regiões zoogeográficas, com cerca de 400 espécies e

subespécies descritas no gênero Lutzomyia França 1924 (Kettie, 2000; Rangel

& Lainson, 2003). Estes insetos possuem grande importância devido à

capacidade de algumas espécies transmitirem a leishmaniose. As espécies de

flebotomíneos do Novo Mundo são diferentes do Sul para o Norte, embora

apresentem grandes áreas de superposição, formando áreas de endemismo,

com alto índice de diversidade e adaptação a diversos biótipos (Martins &

Morales-Farias, 1972; Christensen ef a/., 1983; Barrett ef a/., 1996).

Martins & Morales-Farias (1972), propuseram sete áreas de endemismo

para as espécies de flebotomíneos, entre as quais a Região Amazônica

delimitada pela Cordilheira dos Andes e Oceano Atlântico. Esta área estende-

se desde as Guyanas até o Oeste do Maranhão e Mato Grosso.

A epidemiologia das leishmanioses é extremamente complexa, variando

em diferentes regiões geográficas (Lainson, 1983). Elas estão amplamente

distribuídas nas zonas tropicais e temperadas. Há aproximadamente 350

milhões de pessoas estão expostas e 15 milhões infectadas por esta doença

em 88 países em torno do mundo, apresentando-se como um problema de

saúde pública (Desjeux, 2001; OMS, 2001).

Na Bacia Amazônica, a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)

aparece como um dos principais problemas de saúde pública durante a fase

inicial de grandes projetos como construção de hidroelétricas, estradas e

conjuntos habitacionais, quando freqüentemente ocorre a chegada de

Imigrantes. Relatórios entomológicos demonstraram que o hábito de Lutzomyia

umbratilis Ward & Frahia 1977, e a prevalência da doença em diferentes

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tiabitats são compatíveis não apenas com o principal vetor da Leishmania

(Viannia) guyanensis Fíoch 1954, como também com o reservatório primário,

que são os animais silvestres (Ready et a/., 1986).

Recentes estudos baseados na investigação epidemiológica e

caracterização molecular dos parasitos das leishmanioses do Novo Mundo têm

revelado que o gênero Leishmania Ross, é muito mais complexo do que se

imaginava. O gênero compreende diferentes espécies de parasitos que

infectam um grande número de reservatórios e vetores de diferentes

subgêneros (Grimaldi et ai, 1991; Ishikawa et ai, 2002; Rodriguez-Bonfante et

ai, 2003; Zemanová et ai, 2004).

Vários métodos bioquímicos estão disponíveis para a identificação e

classificação de Leishmania, mas nenhum deles é considerado como padrão,

ouro ("gold standard"). Análise de Isoenzimas tornou-se a técnica padrão

contudo, requer um grande volume de cultura in vitro de parasitos e de

reagentes (Motazedian et ai, 1996).

Nas últimas décadas, a reação em cadeia da polimerase (PCR) tem

sido sucessivamente utilizada e comprovou ser uma ferramenta sensível e

poderosa para detectar diretamente Leishmania em amostras clinicas, assim

como, para a caracterização do parasito (Schonian et ai, 2003).

1.1 Aspectos Ecológicos e Comportamentals dos Flebotomíneos

Os flebotomíneos (Diptera; Psychodidae) constituem um grupo bem

definido de insetos e, provavelmente monofilético (Kettie, 2000). Informações

biológicas e sistemáticas destes insetos foram se acumulando até o século XX,

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desde a primeira descrição de duas espécies de flebotomíneos americanos

realizada por Coquillett (1907) até uma nova classificação de Phlebotominae

proposta por Galati (1995) (Sherlock, 2003). França (1924) a partir de

características morfológicas criou o gênero Lutzomyia. Young & Duncan

(1994), realizaram uma revisão do gênero Lutozomyia, enfatizando a

existência deste como o único com representantes de espécies vetoras da

leishmaniose na região Neotropical, com cerca de 400 espécies descritas.

A diversidade do gênero Lutzomyia França 1924 é atribuída à radiação

de aiguns ancestrais que migraram e se estabeleceram em áreas ricas em

nichos ecológicos. A maioria das espécies do Novo Mundo habita áreas de

florestas primárias e/ou secundárias. Em função das modificações ambientais

impostas peio homem, algumas espécies vêm se adaptando a ambientes rurais

e periurbanos (Lima, 1986; Gomes et ai., 1986; Andrade Filho et aí., 2001).

Insetos adultos têm sido encontrados em condições naturais com vários

parasitos associados, incluindo protozoários do gênero Leishmania, do qual

são vetores (Noyes, 1998).

Estes insetos vivem parte do seu ciclo escondidos em abrigos úmidos e

protegidos da luz e do vento, em tocas de animais siivestres, troncos ocos,

espaços entre as raízes de árvores ou outros locais com acúmulo de matéria

orgânica (Forattini, 1973; Cabaniiias e Castelión, 1999). De hábito crepuscuiar

e noturno, permanecem nesses abrigos durante as horas iuminosas do dia,

abandonando-os ao cair da tarde ou à noite, quando iniciam a alimentação, ou

em ocasiões de mudanças ambientais (Forattini, 1973).

As formas Imaturas desenvolvem-se em criadouros constituídos por

solos úmidos, ricos em matéria orgânica, entre raízes expostas, embaixo de

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folhas caídas, pedras e ambientes antrópicos como chiqueiros, galinheiros e

estábulos, sempre que existam condições adequadas (Young & Duncan, 1994)

Na Região Amazônica têm sido encontradas larvas de flebotomíneos,

principalmente, entre as raízes das árvores (Lane, 1993; Alencar & Queiroz,

2002).

Os machos são fitófagos, alimentando-se de seiva vegetal. O hábito

hematofágico restringe-se às fêmeas e o horário de maior atividade se dá entre

18:30 e 23:00 na Amazônia. As fêmeas apresentam baixa sensibilidade a

estímulos externos, quando os hospedeiros tentam espantá-las durante a

sucção. Quando ingurgitadas de sangue, tendem a pousar em locais mais

elevados, á custa de vôos curtos (Lainson et al., 1986; Andrade Filho et ai,

2001).

Os flebotomíneos praticam a hematofagia em diversas espécies de

animais silvestres, tais como: mucura ou gambá, tatu, rato silvestre, preguiça e

tamanduá. Porém, com a invasão e devastação da mata pelo homem, existem

indícios de que animais domésticos como o cão e o cavalo podem ser

infectados e infectar flebótomos, desconhecendo-se porém, as implicações

epidemiológicas (Alexander et al., 1992).

1.2 A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA)

O gênero Leishmania, no Novo Mundo, ocorre desde a península de

Yucatã, no México, até o norte da Argentina, por onde se distribuem pelo

menos 17 táxons, causando diversas formas clínico-epidemiológicas. Dez

táxons são assinalados parasitando o homem, no Brasil são apenas sete: (/)

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Leishmania (Leishmania) amazonensis Lainson & Shaw 1972, nas regiões

norte e nordeste, (//) Leishmania (Viannia) guyanensis Floch 1954, (iii) L (V.)

shawi Lainson et ai., 1989, (iv) L (V.) naiffi Lainson & Shaw, 1989, (v) L (V.)

iainsoni Silveira et ai. 1987 e (vi) L (V.) iindenbergi Silveira et ai., 2002 na

região norte, (v//) L (V.) braziliensis Vianna 1911 da região norte até o sul

(Lainson et ai., 1987; Dedet et ai., 1989; Silveira et ai., 2002; Altamirano-

Enciso et ai., 2003; Basano & Camargo, 2004)

A Leishmaniose é uma zoonose causada por protozoários parasitos do

gênero Leishmania, cujo ciclo tem a participação de um hospedeiro definitivo -

mamífero, e um intermediário - flebotomíneo (Forattini,1973). Esta enfermidade

tem distribuição mundial, com número estimado de 350 milhões de pessoas

vivendo em regiões endêmicas correndo o risco de contrair a infecção (OMS,

2001).

Na epidemiologia da leishmaniose, o hospedeiro silvestre, considerado

como reservatório natural das leishmânias, raramente desenvolve a doença.

Em hospedeiros acidentais, incluindo o homem e animais domésticos, a

infecção produz comumente lesões na pele. Contudo, não apresentam papel

na cadeia de manutenção ou disseminação de parasitos na natureza (Lainson,

1983; Neves, 1998; Rey, 2001).

Apesar da leishmaniose encontrar-se amplamente distribuída nas

Américas, entender seus aspectos epidemiológicos constitui-se tarefa

extremamente complexa. Requerendo a obtenção de um conjunto de

informações para uma eventual proposta de medidas de controle, levando-se

em consideração as peculiaridades de cada região (Grimaldi et ai., 1989).

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No Brasil, a leishmaniose cx)nsiste de uma zoonose endêmica, de difícil

controle, cujas estatísticas oficiais mostram que o crescimento progressivo e os

registros ocasionais de surtos epidêmicos ocorreram nas últimas décadas

(Sampaio & Paula, 1999). A doença é um importante problema de saúde

pública em muitos estados do Brasil, possuindo uma alta incidência na região

Amazônica, acometendo pessoas de todas as faixas etárias e de ambos os

sexos. A população mais acometida é de lavrador em atividade de

desmatamento ou extração de madeira, coletores de látex e outros produtos

naturais da floresta e aqueles que trabalham na construção de estradas

(Lainson et al., 1981; Brazil ef a/., 2000).

É uma enfermidade que apresenta cadeia de transmissão complexa,

estando sujeita, numa mesma região, a diversos determinantes tais como:

desequilíbrio ecológico produzido pela invasão do homem aos nichos naturais

da doença, variações sazonais e susceptibilidade da população (Dourado et al.,

1989).

O papel biológico dos flebotomíneos na transmissão da leishmaniose

encontra-se bem definido, porém estudos sobre competência vetorial para

Leishmania (Viannia) brazillensis ainda são escassos (Silva & Gomes, 2001).

Considerando a importância da transmissão durante o dia de Leishmania (V^.)

guyanensis para o homem, quando este perturba os locais de descanso dos

insetos, foi demonstrado que apenas L. anduzei Rozeboom 1942 e L umbratiíis

Ward & Fraiha 1977 são geralmente abundantes tanto durante a estação seca

quanto no período chuvoso, quando ocorrem muitas transmissões (Ready et

ai., 1986).

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Apenas em parte da Bacia Amazônica a infecção é transmitida ao

homem, primariamente, por L umbratilis tendo como agente etiológico a L

(Viannia) guyanensis, que é mantida naturalmente em alguns desdentados

como: Choloepus didactylus e Tamandua tetradactyla (Ready et ai, 1983).

Ready et ai (1986), demonstraram que o hábito de L umbratilis e a prevalência

da doença em diferentes habitats são compatíveis não apenas com o principal

vetor da L (V.) guyanensis como também com o reservatório primário, que são

os animais silvestres.

1.3 Investigação da Infecção Natural

1.3.1 Método Tradicional

O número de flebotomíneos naturalmente infectados em áreas

endêmicas e a identificação correta da Leishmania infectando uma

determinada espécie são de principal importância no estudo epidemiológico e

vetorial de leishmaniose (Tesh et ai, 1984).

O método mais comumente utilizado para investigação de infecção em

flebótomos é o laboratorial, com o exame do parasito in loco, depois da

dissecção do trato digestivo do inseto, porém, a infecção natural de Lutzomyia

spp. com Leishmania em áreas endêmicas têm sido muito baixas (Tesh et ai,

1984; Miranda ef a/., 2002).

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1.3.2 Método Molecular

Diversos métodos bioquímicos são utilizados na identificação e

classificação das leishmânias (Motazedian et ai, 1996), mas nenhum deles

ainda é considerado como totalmente eficaz, específico e/ou sensível o

suficiente para ser utilizado isoladamente. Na maioria das vezes são

necessários diversos métodos para se chegar a confirmação de espécie.

Análise isoenzimática têm sido considerada como padrão técnico, contudo

requer o isolamento e a amplificação dos parasitos em cultura in vitro, além de

reagentes variados e de alto custo (Motazedian et ai, 1996).

Anticorpos monoclonais têm sido empregados para identificação das

espécies de Leishmania, a partir do desenvolvimento de testes diagnósticos

associados a investigações moleculares da virulência e/ou patogenicidade dos

parasitos. Resultando na caracterização de antígenos leishmânias que podem

ser úteis para produzir imunoproteção seguida de vacinação contra a

leishmaniose humana (Grimaldi & MacMahon-Pratt, 1996). Muitas informações

a respeito da epidemiologia de várias leishmânias do Novo Mundo têm sido

obtidas por meio da aplicação de técnicas empregando anticorpos

monoclonais Estes são critérios moleculares que identificam e classificam

leishmânias isoladas do campo comparando-as com cepa padrão de referência

(Grimaldi et ai, 1987» 1989 e 1991; Ardehali et ai, 2000; Romero et ai, 2002;

Fróes et ai, 2004; Andrade et ai. 2005).

O ácido desoxirribonuclélco (DNA) é quimlcamente mais estável do que

enzimas e anticorpos, tendo sido objeto de intensas pesquisas para

marcadores genéticos apropriados na identificação de Leishmania (EIlis &

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Crampton, 1988; Guevara et ai, 1992). Inicladores obtidos do DNA do

cinetoplasto (kDNA) específico têm sido usados para hibridízaçâo de DNA de

flebotomíneos, com o intuito de identificar e detectar infecçâo natural nestes

insetos por parasitos do gênero Leishmania. Esta técnica tem sido útil em

estudos epidemiológicos de campo com grande número de amostras que

podem ser manuseadas ao mesmo tempo (Ready et ai, 1988).

Nos últimos dez anos, métodos moleculares têm sido desenvolvidos

para Identificação de certas espécies de Leishmania Isoladas em cultivo ou

originadas de biópsias de pacientes, assim como, na detecção do parasito em

"pool" de espécimes de flebotomíneos (Motazedian et ai., 1996; Silva &

Grunewaid, 1999; FIsa et ai, 2001; Rodrigues et al, 2002; Marfurt et al, 2003;

Paiva et ai., 2004).

A PCR (Reação em Cadela da Pollmerase) oferece maior sensibilidade,

porém a resolução é menor do que a tipagem com Isoenzimas, que fornece

ampla Informação genética sem a necessidade de uma amostragem mais

detalhada do genoma (Ibrahim et al., 1994).

O método RAPD (Ampllficação Aleatória do DNA Polimórfico) - PCR tem

atraído multo Interesse por ser relativamente simples para executar, não

requerendo conhecimento prévio do genoma do parasito e a utilização de

mínima concentração de parasitos. O RAPD pode ser útil para Identificação dos

membros do complexo de espécies de flebotomíneos e para Identificar e

classificar os membros do complexo de lelshmânia (Noyes et al, 1995). No

entanto devido a dificuldade quanto a sua reprodutibilidade o método tem sido

mais utilizado para o estudo de variações intraespecíficas (Mukhopadhyay et

ai., 2000).

10

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Diversos métodos baseados na PCR têm sido utilizados como

ferramentas úteis na caracterização de leishmânias, tais como: PCR - RFLP,

Nested-POR, MultIplex-PCR, RT-POR, incluindo sequenciamentos de regiões

intergênicas. Seqüências alvo para caracterização de leishmánia incluem: DNA

nuclear como pequenas subunidades de rRNA (SSU rRNA), genes repetidos

de mini-exon ("spliced leader"), espaço interno transcrito (ITS), microsatelite

DNA nuclear e DNA do cinetoplasto (kDNA) (Heid et ai, 1996; Fisa et ai, 2001;

Cupolillo et ai, 2003; Marfurt et ai, 2003; Volpini et ai, 2004; Jorquera et ai,

2005; Parvizi et ai, 2005).

1.4 A Leishmaníose no município de Manacapuru, Amazonas

O município de Manacapuru, 68 Km distante domunicípio de Manaus,

está localizado à margem esquerda do rio Solimões, na confluência com a foz

do rio Manacapuru. Este município possui uma área de 7.335 Km^ altitude

média de 34 m, com latitude 3®17'49''S e longitude 60®37'28'' W. Sua população

é de 78 785 habitantes. Seu clima étropical chuvosoe úmid, com temperatura

média de 26» C (IBGE, 2000).

O município de Manacapuru-AM apresenta uma baixa incidência para a

Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) com uma média anual de

27 5/100 000 hab. casos entre os anos de 1995 e 2004. A média de idade das

pessoas infectadas pela LTA neste município foi de 31,8, sendo a maior

incidência entre o sexo masculino, a qual exercem trabalhos na agricultura

(FVS, 2005).

11

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Esta enfermidade encontra-se distribuída em todo o município, sendo

até o momento desconhecido o vetor e a espécie de leishmânia circulante na

área (SUSAM, 2002).

Informações referentes à população de flebotomíneos já registradas no

município de Manacapuru demonstram a existência de cerca de 42 espécies na

área, apresentando L anduzei Rozeboom 1942, L chagasi Theodor 1965, L

longispina Mangabeira 1942 e L umbratilis Ward & Frahia 1977 como mais

abundantes (comunicação pessoal, Toby Barrett, 2003).

Até o momento, o vetor de L (V.) guyanensis existente a leste do

sistema fluvial do Rio Negro é L umbratilis. Porém, esta mesma espécie

capturada no município de Manacapuru, ainda não foi encontrada infectada

com Leishmania, apesar dos casos de leishmaniose registrados no município.

Acredita-se que o Sistema Fluvial do Rio Negro atue como barreira geográfica

no ciclo vetor/parasita/homem, possibilitando o encontro de outras espécies de

flebotomíneos como prováveis vetores de espécies de Leishmania

necessariamente não relacionada a L (V.) guyanensis (Árias & Freitas, 1978).

Justiniano et ai. (2001, 2004), verificaram que populações diferentes de

L umbratilis capturadas em Manaus e Manacapuru (leste e oeste do Rio Negro

respectivamente), apontaram diferenças de comportamento em laboratório

quanto ao ciclo de vida, fecundidade, fertilidade , longevidade e emergência

dos adultos, atribuindo a isso o isolamento geográfico ocasionado pelos

grandes rios. Também foi verificada ausência de infecção nos insetos

coletados a oeste do Rio Negro. Entre as duas populações, a melhor

candidata a futuras tentativas de criação em massa em laboratório foi a de

Manaus.

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Nos últimos 20 anos foram realizados vários estudos evidenciando a

fauna flebotomínica, sua diversidade e abundância nos municípios do

Amazonas localizados à margem direita do Rio Sollmões. Assim como,

flagelados de tripanosomatídeos isolados de várias espécies de flebotomíneos

e os prováveis vetores da leishmaniose e seus parasites infectando o homem

(Árias & Freitas, 1977; Árias et aL, 1987; Barrett et ai, 1996; Cabanillas &

Castellón, 1999; Dias-Lima et ai, 2002). Entretanto, pouco se conhece a

respeito destes mesmos insetos e seus parasites no município de Manacapuru.

Dessa forma parece-nos oportuno realizar um estudo sobre a fauna

flebotomínica, infecçâo natural por tripanosomatídeos e caracterização dos

protozoários isolados destes insetos, na tentativa de contribuir com o

conhecimento da epidemiologia dos prováveis vetores e parasites da

leishmaniose neste município.

13

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3. OBJETIVOS

3.1 - GERAL:

> Estudar a fauna flebotomínlca e averiguar o(s) provável transmlssor(es) da

Leishmaniose Tegumentar Americana (LIA) em áreas de comunidades locais

na região nordeste do município de Manacapuru, Amazonas.

3.2 - ESPECÍFICOS

- Capítulo I

>• Determinar a diversidade e abundância de espécies de flebotomíneos

existentes em áreas de comunidades da região nordeste do Município de

Manacapuru;

> Analisar as diferenças existentes entre a densidade de machos e fêmeas

coletados na área de estudo;

> Listar as espécies encontradas nos diferentes estratos arbóreos;

> Analisar as diferenças existentes a 2 e 10 metros de altura nos

diferentes pontos de coleta;

- Capítulo II

> Utilizar os métodos moleculares na detecção da infecção natural nos

flebotomíneos, avaliando o uso da reação em cadeia da polimerase (POR) na

área de incidência da LIA;

14

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Determinar a taxa de ínfecçao natural por tripanosomatídeos nas fêmeas de

Lutzomyia coletadas no município de Manacapuru;

^Isolar e caracterizar os parasitos encontrados nos flebotomíneos

dissecados coletados em base de árvore;

Indicar a provável espécie de flebotomíneo transmissora da Infecção

humana e caracterizar a espécie de Leishmania envolvida na transmissão da

LTA nas comunidades locais da região nordeste do município de Manacapuru;

15

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CAPÍTULO I

FAUNA FLEBOTOMÍNICA: DIVERSIDADE, ABUNDÂNCIA E

ESTRATIFICAÇÀO VERTICAL DE LUTZOMYIA FRANÇA 1924(DIPTERA:PSYCHODIDAE) EM ÁREAS DE MATA DE TERRA

FIRME DA REGIÃO NORDESTE DO MUNICÍPIO DE

MANACAPURU - AM, BRASIL.

1. INTRODUÇÃO

Os flebotomíneos apresentam distribuição pantropical, com algumas

espécies sendo encontradas nas regiões temperadas (Lewls, 1971). A

distribuição destas espécies pode ser restrita, regional ou local, ou ampla com

distribuição continental, resultando em largas faixas de superposição (Martins &

Morales-Farlas, 1972; Rebêlo et ai, 1996). A maioria das espécies do Novo

Mundo habita áreas de florestas primárias e ou secundárias, sendo estes locais

os possíveis criadouros (Andrade-FIlho et ai, 1997).

A composição vegetal da floresta tropical Influencia na distribuição das

espécies de flebótomos pelas características das raízes e cascas dos troncos.

O solo e a copa das árvores podem ser vistos como diferentes habitats, com

componentes físicos e biológicos distintos, onde existem diferenças nos

microcllmas tais como! temperatura, umidade relativa, Intensidade da luz,

movimento do ar e níveis de CO2 (Chaniotis et ai, 1971; Cabanillas &

Castellón, 1999).

A distribuição dos flebótomos em vários níveis de estratificação vertical, é

uma resposta as diferenças físicas e biológicas destes Insetos (Chaniotis et ai,

16

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1971). As espécies vetores encontradas em diferentes níveis de estratificação,

são parâmetros que servem para determinar o grau de interação com seu

hospedeiro vertebrado (Dias-Lima et al., 2002).

Diversos estudos de estratificação vertical têm sido realizados na

Amazônia, contribuindo para determinar o risco de exposição humana as

espécies vetoras de lelshmaniose na região (Biancardi, 1981; Árias & Freitas,

1982; Castellón ef a/., 1994).

É possível verificar que a maioria das espécies de flebótomos na região

de Manaus são encontradas na copa da floresta, onde espécies como

Lutzomyia umbratilis e L anduzei dominantes nestes estratos, funcionam

como vetores de Leishmania {Viannia) guyanensis (Árias & Freitas, 1982;

Ready efa/., 1986).

Dependendo mais de microclimas, que das condições climáticas gerais da

região, certas espécies de flebótomos podem ultrapassar barreiras eficientes

para outros grupos de animais, ligando faunas de diferentes regiões

zoogeográficas (Martins & Morales-Farias, 1972). Estas barreiras geográficas,

como rios e montanhas, são muito Importantes para determinar diferenças na

diversidade da fauna de uma região (Haffer,1992).

O conhecimento da fauna flebotomínica mostrou-se de grande importância

devido à capacidade desses insetos de transmitir patógenos. No Novo Mundo,

o gênero Lutzomyia França (1924) é o de maior importância, com algumas

espécies implicadas na transmissão dos agentes causais das leishmanioses,

bartoneloses e arboviroses (Rebêlo et al., 1996; Andrade-Filho et ai, 2001;

Wolff et ai, 2003; Peterson & Shaw, 2003).

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Em todo o Brasil, vários estudos têm sido realizados demonstrando a

grande variedade das espécies de flebotomíneos, enfocando a sua distribuição

geográfica, ecologia e epidemiologia (Biancardi et al., 1982; Aguiar et a/., 1985;

Sherlock et al., 1996; Ferreira et ai., 2001; Rebêlo & Oliveira-Pereira, 2001; Gil

et al. 2003).

Na região Amazônica, diversos estudos enfatizando os aspectos

biológicos, taxonômicos e ecológicos dos flebotomíneos foram realizados nas

últimas décadas. Foram observadas que as alterações ocorridas em áreas de

floresta influenciam na composição e comportamento da fauna destes insetos

(Árias & Freitas, 1982; Ready et al., 1983; Cabanillas & Castellón., 1999;

Castellón etal., 2000).

A riqueza e diversidade de espécies pertencentes a diferentes grupos

apresentam padrões distintos de distribuição. Algumas espécies são restritas

ao ambiente silvestre e outras registradas em áreas profundamente alteradas

pela ação do homem. O desenvolvimento do processo de modificação

ambiental provavelmente alterou o hábito dos flebotomíneos, resultando no

agravamento da Leishmaniose Tegumentar, causando sérios danos à

população (Rebêlo etal., 1996, 1999, 2000).

O município de Manacapuru, localizado do lado direito do Rio Negro,

apresenta distribuição e diversidade da fauna flebotomínica pouco conhecida,

se fazendo necessário um estudo entomológico em diferentes pontos de mata

de terra firme. Este estudo é de fundamental importância para o controle da

doença na área, não existindo nenhuma publicação com dados consistentes

sobre estes insetos.

18

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Com base na carência de tais informações objetivamos com este trabalho

determinar a distribuição em diferentes estratos, sua diversidade e abundância

das espécies da fauna flebotomínica, observando seus aspectos biológicos em

condições naturais na região Nordeste do Município de Manacapuru,

Amazonas.

19

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Área de Estudo

As coletas foram realizadas em áreas de mata de terra firme ao longo da

Rodovia Manuel Urbano do Município de Manacapuru (3°17'49"S e

60°37'28''W) (Fig. 1), restringindo-se a três ramais: Ramal do Acajatuba

(03°14'08" S e 60°34'28° W), Ramal Nova Esperança (03°14'51" S e 60°31'41"

W) e Reserva Ecológica Floresta da Vida (03°13'2r S e 60°27'01" W) (Fíg.2).

\Novo Airão

Rio Ne

nacapuru

g kn "O km 1Skm 2C knO km km

Figura 1 - Imagem de satélite com a localização do Município de

Manacapuru, Amazonas, Brasil (Landsat 7 ETM+, 2003).

20

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(a)

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Figura 2- Localização das áreas de estudo ao longo da Rodovia ManuelUrbano, Município de Manacapuru no Estado do Amazonas, (a) disposição doMunicípio de Manacapuru; (b) disposição dos ramais; (b1) Ramal doAcajatuba; (b2) Ramal Nova Esperança; (b3) Reserva Ecológica Floresta daVida.

21

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2.2 Coleta e identificação dos insetos

O levantamento da fauna flebotomínica foi realizado no período de abril

de 2003 a junho de 2004. Os flebotomíneos foram coletados com armadilhas

luminosas tipo CDC (CDC "miniature" - Haueberr* Machine Works, New Jersey,

EUA). Em cada área foram utilizadas 16 armadilhas que permaneceram ligadas

no período das 18:00 às 6:00 horas, estabelecendo-se um dia de coleta mensal

para cada área.

Inicialmente, foi demarcada uma trilha principal em cada área onde

foram delineados dois transectos paralelos com comprimento de cinqüenta

metros da borda para a direita (trilhas A e 0) e para a esquerda (trilhas B e D).

Após os cinqüenta metros de ambos os lados foram demarcados oito pontos de

coleta onde as armadilhas foram dispostas a 2 e lOm em árvores diferentes,

estabelecendo uma distância de três metros entre os pontos (Fig. 3).

O material coletado foi triado no Laboratório da Fundação Nacional de

Saúde do município e acondicionados em frascos de vidro contendo álcool

70%. Este material foi levado para o Laboratório de Leishmaniose e Doença de

Chagas-CPGS/INPA para clarificação em NaOH (VETEC®) e diafanizado em

Fenol P.A. (VETEC®) para identificação, utilizando-se a chave de classificação

de Young & Duncan (1994).

Utilizou-se o teste estatístico não-paramétrica Qui-Quadrado para

verificar se havia diferenças de densidade entre os sexos. A diversidade de

espécies encontradas no município foi calculada através do índice de Fisher-

Willíanis (Southwood, 1980).

22

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índice de Flsher-Wílliams=s

a g S-1

InN

onde:

a= índice de diversidade

S= número de espécies

N = número total de indivíduos

Para verificar a diferença nos estratos entre 2 e 10 metros de altura do

solo, foi utilizado o teste estatístico Mann-Whitney. Este teste foi aplicado

apenas para as espécies mais abundantes.

Representantes de cada uma das espécies foram etiquetadas e

encaminhadas para a Coleção de Invertebrados do IN PA.

23

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Trilha C

Trilha A

6 3m

A

Trilha D

N

\

Trilha B

Figura 3 - Desenho esquemático dos transectos onde foram colocadas as

armadilhas luminosas (CDC) dispostas a 2 e 10 metros de altura, indicando a

trilha principal, as trilhas secundárias A, B, C e D a 50 metros da borda e os

pontos de coleta.

24

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3. RESULTADOS

3.1 Diversidade de espécies

No período de 13 meses (abril a dezembro de 2003 e março a junho de

2004) um total de 10.446 espécimes de flebotomíneos foram coletados nos três

Ramais localizados ao longo da Rodovia Manuel Urbano, no Município de

Manacapuru. As coletas foram realizadas no período chuvoso (abril a junho de

2003 e março a junho de 2004) e no período seco 0'ulho a dezembro de 2003).

O índice pluviométrico foi de 705,7mm para o período chuvoso em 2003 e

820,6mm em 2004 e 487,1 mm no período seco em 2003.

Estes flebotomíneos estão distribuídos em 43 espécies pertencentes ao

gênero Lutzomyia França (Tab.1). O índice de diversidade geral calculado para

a região Nordeste do município de Manacapuru foi de a=5,7. Para a Reserva

Ecológica Floresta da Vida (Km 51) o índice foi a=5,3. Ramal Nova Esperança

(Km 60) a=5,1 e Ramal do Acajatuba (Km 66) a=4,8 (Tab. 2).

3.2- Abundância de espécies

Dentre os 10.446 espécimes coletados, 3.908 eram machos (38%) e

6.465 fêmeas (62%), ocorrendo uma diferença significante na abundância

entre ambos os sexos (p< 0,05) (Fig. 4).

25

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Percentual de machos e fêmeas

62%

38%

□ {3â)ü (ÇÇ)

Figura 4 - Proporção de machos e fêmeas de flebotomíneos coletados noperíodo de abril a dezembro/2003 e março a junho/2004, nas áreas de mata deterra firme da Região Nordeste do município de Manacapuru, AM-Brasil.

As espécies mais abundantes para o Km 51 foram: Lutzomyia davisi

Root, 1934 22,9% (869), seguida de L eurypyga Martins, Falcão & Silva, 1963

22,6% (855). L anduzei com 17,6% (666), L longispina 6,2% (236), L

chagasi 5,6% (210), L umbratilis 5,5% 0,(208), L ayrozai Barreto & Coutinho,

1940 3,6% (135), L olmeca nociva Young & Árias, 1982 3,5% (133). As

demais espécies totalizaram 12,4% da amostra (Fig. 5).

Page 44: FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERARegião Nordeste do Município de Manacapuru - AM, foi analisado observando sua (/) diversidade, (//) abundância em diferentes estratos, bem como,

25.0%

20.0%

uj 15.0%

10.0%

^

y/yyyyy/

Figura 5- Abundância de espécies do gênero Lutzomyia (Diptera:

Psychodidae) do Km 51 no período de abril a dezembro/2003 e março a

junho/2004, em área de mata de terra firme da Região Nordeste do município

de Manacapuru, AM-Brasü.

Para o Km 60 foram; Lutzomyia anduzei 44,3% (2.231), seguida de L.

umbratilis 13,7% (690). L davisi com 10,1% (509), L longispina 9,1% (457),

L ayrozai 5,2% (2S4), L ofmeca nociva 3,7% (189), L chagasi 2,5% (125),.

As demais espécies totalizaram 11,3% da amostra (Fig. 6).

Page 45: FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERARegião Nordeste do Município de Manacapuru - AM, foi analisado observando sua (/) diversidade, (//) abundância em diferentes estratos, bem como,

45.0%

^ 40.0%

^ 35.0%«o

& 30.0%0)

« 25.0%

^ 20.0%« 15.0%

§ 10.0%

y ̂

</ •

Figura 6 - Abundância de espécies do gênero Lutzomyia (Díptera:

Psychodidae) do Km 60 no período de abril a dezembro/2003 e março a

junho/2004, em área de mata de terra firme da Região Nordeste do município

de Manacapuru, AM-Brasil.

Para o Km 66 foram: Lutzomyia davisi 25,5% (416), seguida de L

anduzei 16,7% (273), L octavioi 14,2% (232), L chagasi 8.6% (141). L

amazonensis 7,2% (118), L longispina 6.4% (105), L umbratilis 6,3% (103).

As demais espécies totalizaram 14,9% da amostra (Fig. 7).

Page 46: FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERARegião Nordeste do Município de Manacapuru - AM, foi analisado observando sua (/) diversidade, (//) abundância em diferentes estratos, bem como,

30.0%

26.0%(A

.2

*§. 20.0%V)0

"S 15.0%'5c

1 10.0%3

^ 5.0%

/ / / y /■*.íJ? .o<í^ .0<^V

Figura 7 - Abundância de espécies do gênero Lutzomyia (Diptera:Psychodidae) do Km 66 no período de abril a dezembro/2003 e março ajunho/2004, em área de mata de terra firme da Região Nordeste do municípiode Manacapuru, AM-Brasil.

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Tabela 1- Total de flebotomíneos do gênero Lutzomyia coletados em área de

mata do Ramal do Acajatuba, Nova Esperança e Reserva Ecológica Floresta

da Vida, Manacapuru, Amazonas -Brasil.

mdéí

Evandromyia Lutzomyia georgli 48

L monstruosa 94

Lutzomyia sp* 11

Lutzomyia L araracuarensis 7

L gomezi 3

L marinkeilei 6

Nyssomyia L anduzei 3.170

L antunesi 13

L fiaviscuteiiata 49

L oimeca nociva 378

L umbratiiis 1.001Psathyromyia L abonnenci 3

L dendrophyia 15

L iutziana 14

L punctigenicuiata 1

L shannoni 11

L cuiteiiata 3

L cuzquena 1

L scaffi 5Psychodopygus L amazonensis 255

L ayrozai 474

L ciaustrei 9

L chagasi 476

L davisi 1.794

L genicuiata 47

L paraensis 41Pressatia L choti 44

SciopemyiaL tríspinosa 28

L servuioiimai 120

L sordeiiii 90Trichophoromyia L eurypyga 911

L gibba 1

L octavioi 342Trichopygomyla L. iongispina 798

Viannamyfa L furcata 31

L tubercuiata 2

Aragaoi L aragaoi 21

Baityi L baityi 1

Migonei L waikeri 5

L wiiiiamsi 12

Oswaidol L rorotaensis 78

Pilosa L piiosa 1

Saulensis L sauiensis 32

^pécie nova em fase de descrição (Com. pessoal Rui A Freitas).ÉÉBBBÉÉÉBBÍBBãnâiiín

30

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Tabela 2- Número de espécies e índice de diversidade encontradas naReserva Ecológica Floresta da Vida (Km51), Ramal Nova Esperança (Km 60) eRamajdoA^j^u^^^i662j^unicígodeM^^

Lutzomyia abonnenci {floch & Chassignet, 1947)Lutzomyia amazonensis (Root, 1934)Lutzomyia anduzeí (Rozeboom, 1942)Lutzomyia antunesi {Couünho, 1939)Lutzomyia aragaoi (Costa Uma, 1932)Lutzomyia araracuarensis (Morales & Minter,1981)Lutzomyia aymza/(Barreto & Coutinho, 1940)Lutzomyia óa/iy/(Damasceno ef a/., 1946)Lutzomyia (Evandromyia) sp.Lutzomyia claustrei (Abonnenc et ai, 1979)Lutzomyia chagasi (Costa Lima, 1941)Lutzomyia chotí (Floch & Abonnenc, 1941)Lutzomyia cuteliata (Banrett et ai., 1996)Lutzomyia cuzquena (Martins et ai., 1975)Lutzomyia davisi {Roút, 1934)Lutzomyia dendrophyía (Mangabeira, 1942)Lutzomyia eurypyga (Martins et ai, 1963)Lutzomyia flaviscutellata (Mangabeira, 1942)Lutzomyia furcata (Mangabeira, 1941)Lutzomyia geniculata (Mangabeira, 1941)Lutzomyia georgii (Freitas & Barrett, 2002)Lutzomyia gibba (Young & Árias)Lutzomyia gomez/(Nitzulescu, 1931)Lutzomyia iongispina (Mangabeira, 1942)Lutzomyia lutziana (Costa Lima, 1932)Lutzomyia marinkellei Çfoung, 1979)Lutzomyia monstruosa (Floch & Abonnenc, 1944)Lutzomyia ocfav/o/(Vargas, 1949)Lutzomyia oimeca nociva (Young & Árias, 1982)Lutzomyia paraensis (Costa Lima, 1941)Lutzomyia pilosa (Damasceno & Causey, 1944)Lutzomyia punctigeniculata {Foranml 1944)Lutzomyia rorotaensis (Floch & Abonnenc, 1944)Lutzomyia saulensis (Floch & Abonnenc, 1944)Lutzomyia scaffí (Damasceno & Arouck, 1956)Lutzomyia servulolimai (Damasceno & Causey,1945)Lutzomyia shannoni {Dyar, 1929)Lutzomyia sordellii (Shannon & Dei Ponte, 1927)Lutzomyia tubercuiata (Mangabeira, 1941)Lutzomyia trispinosa (Mangabeira, 1942)Lutzomyia umbratilis (Ward & Fraiha, 1973)Lutzomyia walkeri {Hewsieaó, 1914)Lutzomyia wiliiamsi (Damasceno, Causey &

5

mrnmmmKfmi

0

46

666

6

1

0

135

1

8

O

210

39

0

1

869

4

855

18

23

47

21

I

O

238

5

0

33

35

133

II

1

O

40

31

5

27

5

46

0

1

208

5

8

mmm

3

91

2.231

6

9

7

264

0

1

2

125

2

3

O

509

6

19

24

5

O

24

0

1

457

4

6

61

75

189

29

O

0

37

1

O

86

6

34

2

21

690

O

3

0

118

273

1

11

O

75

O

2

7

141

3

O

O

416

5

37

7

3

O

3

O

2

105

5

O

0

232

56

1

0

1

1

O

O

7

O

10

O

6

103

0

1

3

255

3.170

13

21

7

474

I

II

9

476

44

3

1

1.794

17

911

49

31

47

48

1

3

798

14

6

94

342

378

41

1

1

78

32

5

120

11

90

2

28

1.001

5

12

31

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3.3- Estratificaçâo vertical

Foram coletadas 43 espécies distribuídas nos subgêneros Nyssomyia

{44,^%), Psychodopygus (29,6%l Trichophoromyia (^2%) e Tríchopygomyia

(7,6%). Os subgêneros mais representativos tanto a 2 quanto à 10m de altura

foi Nyssomyia com 45,7% (1698) e 43,1% (2900), Psychodopygus 24,6% (916)

e 31% (2083) respectivamente (Fig. 8).

45%

2 40%

«S 35%O)

3 30%CO

g 25%

I 20%I 15%-

15%-

B Nyssomyia

□ Psychodopygus

Figura 8- Percentual dos subgêneros Nyssomyia e Psychodopygus coletados a

2 e 10 metros de altura no período de abril a dezembro/2003 e março a

junho/2004, nas três áreas de mata ao longo da Rodovia Manuel Urbano na

Região Nordeste do Município de Manacapuru, Am-Brasil.

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Na Reserva Ecológica Floresta da Vida (Km 51), oito espécies foram

dominantes tanto a 2 quanto a lOm de altura, representando respectivamente

81,1% (993) e 90,7% (2.319) do total dos flebótomos coletados em cada

estrato: Lutzomyia anduzeí 12,5% (153) e 20,1% (2.191), L ayrozai 4% (49) e

3,4% (86), L chagasi 6,9% (85) e 4,9% (125), L davisi 16,7% (204) e 26%

(665), L eurypyga 17,9% (219) e 24,9% (636), L longispina 4,5% (55) e 7,1%

(181), L olmeca nociva 7,4% (91) e 1,6% (42) e L umbraíilis 2,8% (71) e

11,2% (137).

Quando comparados os níveis de estratificação vertical entre 2 e lOm de

altura verificou-se que as espécies acima citadas foram mais abundantes a

lOm, demonstrando uma diferença significante (p<0,01), com exceção de L

olmeca nociva onde o maior número de indivíduos coletados foi a 2m de altura

(Tab. 3).

O Ramal Nova Esperança (Km 60) apresentou sete espécies

dominantes para os dois estratos (2m e lOm), representando 81,9% (1.492) e

92,6% (2.973), respectivamente: L anduzei 30% (547) e 52,4% (1.684), L

ayrozai 3,5% (63) e 6,3% (201), L chagasi 3,6% (65) e 1,9% (60), L davisi

4,9% (90) e 13% (419). L longispina 9,4% (171) e 8,9% (286), L olmeca

nociva 6,4% (116) e 2,3% (73) e L umbratilis 7,8% (250) e 24,2% (440). Para

os indivíduos coletados a 10m a diferença significante (p<0,01) (Tab. 3).

Apenas cinco espécies no Ramal do Acajatuba foram dominantes em

ambos estratos (2m e lOm), representando 60,3% (406) e 79,1% (759),

respectivamente: L anduzei 11,3% (76) e 20,5% (197), L chagasi 11,9% (80)

e 6 4% (61). L' ® (324), L octavioi 13,2% (89) e

14 9% (143) e umbratilis 3,5% (34) e 10,3% (69). Neste ramal o número de

33

Page 51: FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERARegião Nordeste do Município de Manacapuru - AM, foi analisado observando sua (/) diversidade, (//) abundância em diferentes estratos, bem como,

indivíduos cx»letados para os dois estratos foi muito pequeno, observou-se a

presença de L eurypyga apenas em armadilhas colocadas a 2m de altura. A

diferença foi significante (p<0,01) para os indivíduos coletados a 10m, com

exceção de L chagasi (Tab. 3).

Nas três áreas trabalhadas, espécies do subgênero Nyssomyia: L

anduzei e L umbratilis foram mais abundantes a 10m de altura. L

flaviscutellata, considerada vetor da L (Leíshmania) amazonensis, foi coletada

em pequena quantidade nestas áreas, enquanto que L olmeca nociva foi mais

expressiva a 2m de altura (Fig. 9).

2500

í. 2000

s. 1500

1 1000

/

B2m

□ lOm

Figura 9- Estratificação vertical das espécies do subgênero Nyssomyiacoletadas no período de abril a dezembro/2003 e março a junho/2004, nas três

áreas de mata aolongo da Rodovia Manuel Urbano na Região Nordeste doMunicípio de Manacapum, AM-Brasil.

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As espécies do subgênero Psychodopygus: L ayrozai, L chagasi e

L davisi foram coletadas com maior freqüência a 10m de altura, apresentando

uma diferença slgnificante (p<0,01) em relação a 2m. L amazonensis foi mais

expressiva a 2m e as outras espécies não demonstraram diferenças

estatísticas significantes comparando os dois níveis de estratificação (Fig. 10).

1600

1 14008 1200

° 1000

/>" J>- /■ Jy / / V V-

Figura 10- Estratificação vertical das espécies do subgênero Psychodopyguscoletadas no período de abril a dezembro/2003 e março a junho/2004, nas trêsáreas de mata ao longo daRodovIa Manuel Urbano da Região Nordeste doMunicípio de Manacapuru, AM-Brasil.

Page 53: FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERARegião Nordeste do Município de Manacapuru - AM, foi analisado observando sua (/) diversidade, (//) abundância em diferentes estratos, bem como,

Tabela 3- Distribuição vertical de fiebotomíneos coletados com armadilha luminosanas três áreas de mata da Região Nordeste do Município de Manacapuru, AM-Brasil. no período de Abril/2003 a Junho/2004.

Lutzomyia abonnenciLutzomyia amazonensisLutzomyia anduzeiLutzomyia antunesiLutzomyia aragaoiLutzomyia araracuarensisLutzomyia ayrozaiLutzomyia baityiLutzomyia (Evandromyia) sp.Lutzomyia claustreiLutzomyia chagasiLutzomyia chotiLutzomyia cutellataLutzomyia cuzquenaLutzomyia davisiLutzomyia dendrophylaLutzomyia eurypygaLutzomyia flaviscutellataLutzomyia furcataLutzomyia genicujataLutzomyia georgiiLutzomyia gibbaLutzomyia gomeziLutzomyia longispinaLutzomyia lutzianaLutzomyia marínkelleiLutzomyia monstruosaLutzomyia octavioiLutzomyia olmeca nocivaLutzomyia paraensisLutzomyia pilosaLutzomyia punctigeniculataLutzomyia rorotaensisLutzomyia sauiensisLutzomyia scaffiLutzomyia servuiolimaiLutzomyia shannoniLutzomyia sordeiliiLutzomyia tubercuiataLutzomyia tríspinosaLutzomyia umbratilisLutzomyia waikeríI lÊtrnmvia williamsi

E2EEI lorhiIKmieol

í2m iOMi0

20

153

4

1

O

49

O

6

O

85

14

O

0

204

2

219

11

10

16

13

1

O

55

5

O

15

22

91

5

O

O

23

15

5

12

2

26

O

0

71

3

1

O

26

513

2

O

0

86

1

2

O

125

25

0

1

665

2

636

7

13

31

8

O

O

181

O

0

18

13

42

6

1

O

17

16

O

15

3

20

0

1

137

2

7

O

52

547

2

5

5

63

O

0

1

65

1

1

O

90

6

10

14

4

O

14

O

0

171

1

6

42

32

116

16

O

0

21

1

0

56

5

20

1

12

250

0

1

3

39

1.684

4

4

2

201

0

1

1

60

1

2

O

419

0

9

10

1

O

10

0

1

286

3

O

19

43

73

13

O

O

16

O

0

30

1

14

1

9

440

O

2

O

72

76

0

1

O

44

O

O

4

80

3

O

0

92

4

37

5

1

O

O

O

O

40

3

O

O

89

39

O

0

1

1

O

O

2

O

5

O

4

34

0

1

m

0

46

197

1

10

O

31

O

2

3

61

O

O

0

324

1

O

2

2

O

3

O

2

65

2

O

0

143

17

1

O

O

O

O

O

5

O

5

O

2

69

O

O

m

36

Page 54: FAUNA DE FELBOTOMÍNEOS (DIPTERARegião Nordeste do Município de Manacapuru - AM, foi analisado observando sua (/) diversidade, (//) abundância em diferentes estratos, bem como,

4. DISCUSSÃO

A Amazônia representa uma das últimas fronteiras onde existem

condições que podem se comportar como favoráveis para a qualidade de vida

no mundo, representada por um conjunto de ecossistemas (Alecrim, 2001).

Na região Nordeste do Municipio de Manacapuru foi encontrada uma

fauna flebotomínica diversificada e abundante, sendo identificada 43 espécies

do gênero Lutzomyia, com algumas espécies ainda não registradas para o

município de Manaus, AM. Segundo Forattini (1973), diferenças na paisagem e

caracteristicas ecológicas, bem como as barreiras geográficas existentes

podem influenciar no comportamento e distribuição dos flebotomíneos.

O índice de diversidade encontrado para o município de Manacapuru

(a=5,7), apresentou-se próximo dos índices encontrados por Rebêlo & Oliveira-

Pereira (2001) para o Estado do Pará (a=6,8), Freitas et al. (2002) no Estado

do Amapá (a=6,8) e Nery (2003) no município de Manaus (a=6,4).

As diferenças na diversidade de flebotomíneos encontrada nos três

ramais foi muito pequena, não sendo considerada significante. No ramal Nova

Esperança e na Reserva Ecológica, as alterações no ambiente silvestre tem

sido menos intensas, com matas mais preservadas, observando-se que os

flebotomíneos apresentam maior riqueza e abundância quando comparada

com o ramal do Acajatuba, onde o ambiente antrópico apresenta-se acentuado

com um maior número de habitações e modificações da flora original com

cultivo de mandioca.

Estudando a estratificação vertical e abundância das espécies coletadas

neste município, observou-se que os dois subgêneros predominantes foram

37

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Nyssomyia e Psychodopygus, com representantes vetores, demonstrando um

maior risco para as pessoas adquirirem a leishmaniose nas matas de

Manacapuru. Ambos os subgêneros são predominantes na região amazônica,

com uma diversidade maior do que em outras regiões do Brasil (Azevedo et

ai, 2002).

Quatro das cinco espécies coletadas em Manacapuru do subgênero

Nyssomyia, L anduzei, L flaviscutellata, L olmeca nociva e Lumbratilis já

foram incriminadas anteriormente em outras localidades como vetores de

Leishmania, baseado no encontro de flagelados no trato digestivo destes

insetos (Árias & Freitas, 1978; Árias et ai, 1982; Freitas et ai, 2002).

Observando-se L anduzei e L umbratilis, verificou-se que estas

espécies foram mais abundantes a 10 m de altura, corroborando com dados

obtidos por Castellón et ai (1989), para o Estado de Roraima e Rangei et ai

(1999), no Estado do Mato Grosso.

Quanto às espécies L flaviscuteliata e L olmeca nociva foram

coletadas em maior número nas armadilhas colocadas a 2m, corroborando com

as observações realizadas por Árias & Freitas (1982) e Dias-Lima et ai (2002)

na Amazônia Central e Castellón et ai (1989 e 1991) em Roraima.

Das sete espécies coletadas do subgênero Psychodopygus, apenas L

davisi apresentou uma maior densidade, estando esta envolvida na

transmissão de Leishmania naiffí, uma leishmánia isolada do tatu Dasypus

novencictus, na região amazônica (Lainson & Shaw, 1989).

As espécies Layrozai, Lchagasi e L davisi consideradas antropofílicas,

foram coletadas em maior quantidade a 10m de altura do solo, indicando que

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estas espécies estejam a procura de vertebrados que habitam mais ao nível do

solo para realização da hematofagia.

Segundo Barrett (1993), a concentração do subgênero Psychodopygus

em baixas alturas, pode ajudar nas buscas dos sítios de repouso das fêmeas

oníparas, facilitando as observações das relações parasito-vetor e vetor-

hospedeiro.

Foi observado que as espécies L dendrophyla, L scaffi e L shannoni

pertencentes ao subgênero Psathyromyia, foram pouco atraídas em armadilhas

de luz, fato este confirmado por outros autores (Dias-Lima et al., 2002). Árias

et ai (1985), chamam a atenção para o fato destas espécies, principalmente L

shannoni, ter sido associada à transmissão de Endotrypanum schaudinnl

Mesnil & Brimont 1908, tripanosomatídeo exclusivo de preguiças.

Segundo Árias & Freitas (1982), existem evidências da preferência dos

flebotomíneos da Amazônia Central pelas copas das árvores em relação ao

solo da floresta. Em nossos estudos foi observado que o maior número de

espécimes foi coletado a lOm de altura, corroborando com as observações dos

autores acima citados.

A razão total fêmeas/machos das espécies coletadas encontra-se

próxima de 2:1. Aguiar et ai (1985), acreditam que coletas com armadilha

luminosa possa atrair um maior número de machos, visto que estes formam

um agregado com o propósito de acasalamento. Em nossas coletas foi

observado que o número de machos foi Inferior ao número de fêmeas, não

corroborando com o pressuposto observado pelos autores anteriormente

citados.

39

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Os resultados obtidos por este trabalho no Município de Manacapuru

nas três áreas de mata ao longo da Rodovia Manuel Urbano, demonstram que

a distribuição dos flebotomíneos em diferentes estratos variou em diversidade e

abundância de espécies, o que pode ser explicado pelas diferenças ambientais

com a existência de áreas desmatadas em alguns pontos de coleta, pela

preferência alimentar de espécies como L umbratilis e L anduzei por preguiça

aonível da copa das árvores, L flaviscutellata e L olmeca nociva por roedores

ao nível do solo (Genaro et aí., 1986).

Foi observado anteriormente que a densidade de Lutzomyia umbratilis

nas três áreas foi inferior em abundância comparada a L anduzei, incriminada

como vetor secundário da leishmaniose na região amazônica (Árias & Freitas,

1977). As quantidades encontradas nos diferentes níveis de estratificação,

bem como a sua presença em ambientes com características mais antrópicas,

são importantes para a compreensão da epidemíologia de propagação das

doenças transmitidas pelos flebótomos para o homem.

Estas são as primeiras informações publicadas sobre a fauna

flebotomínica e sua distribuição nos diferentes estratos para a região nordeste

de Manacapuru, contribuindo para a compreensão da epidemíologia dos

vetores da leishmaniose neste município.

40

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CAPITULO II

DETECÇÃO DE INFECÇÃO NATURAL POR LEISHMANIA sp.

(KINETOPLASTIDA:TRYPANOSOMATIDAE) EM

FLEBOTOMÍNEOS (DíPTERA:PSYCHODIDAE) ATRAVÉS DO

MÉTODO TRADICIONAL E MOLECULAR X ANÁLISE

ISOENZIMÁTICA EM ÁREA DE MATA DE TERRA FIRME DA

REGIÃO NORDESTE DO MUNICÍPIO DE MANACAPURU, AM.

1. INTRODUÇÃO

O papel biológico dos flebotomíneos na transmissão das leishmanioses e

bartoneloses foi estudado no início do século XX por Adier & Theodor (1925).

Algumas espécies de flebotomíneos que vivem ao nível do solo, podem vir a

atuar como vetores em potencial de leishmânias para mamíferos, incluindo o

homem (Lainson, 1983; Ready et ai, 1986; Dias-Lima atai, 2002).

Na Região Amazônica, várias espécies do gênero Lutzomyia apresentam

infecção natural por diferentes gêneros de tripanosomatídeos. L shannoni foi

encontrada naturalmente infectada por Endotrypanum schaudinni, L ayrozai

por Leptomonas sp., L paraensis e L davisi estão envolvidas na transmissão

de Leishmania {Víannia) naiffí e L flaviscutellata e L olmeca nociva infectadas

com L {Leishmania) amazonensis (Shaw et ai., 1972; Árias et ai., 1985;

Lainson et ai, 1990; Silveira et al, 1991; Franco et ai, 1997; Franco &

Grimaldi, 1999; Sousa, 2000).

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o método mais utilizado para a investigação de infecçâo em flebótomos

é o laboratorial, com o exame do parasito in loco, depois da dissecçâo do trato

digestivo do inseto, porém, a infecçâo naturai de Lutzomyia com Leishmania

em áreas endêmicas geralmente é muito baixa (Tesh et ai., 1984; Miranda et

ai, 2002).

Técnicas moleculares tomaram-se ferramentas importantes no estudo

genético de populações naturais de vários organismos (Oliveira et ai, 2002).

Com os avanços destas técnicas, um número de marcadores moleculares e

protocolos de POR para detecção ou identificação de Leishmania em diferentes

níveis taxonômicos têm sido descrito (Degrave et ai., 1994). Esta abordagem

tem permitido diagnósticos baseados em POR, que são normalmente

representados por seqüências de genes repetidos como mini-exon e kDNA ou

gene ribossomal (Aransay et ai, 2000; Michaisky et ai, 2002; Miranda et ai,

2002).

A reação em cadeia da polimerase (POR) é uma técnica in vitro que

permite a amplificação de seqüências específicas de DNA e RNA (Mesquita et

ai, 2001). A POR foi originaimente descrita por Saiki et ai (1985) e desde

então tem sido utilizada em vários campos da Ciência. É uma técnica com alta

especificidade e aplicabilidade, com centenas de métodos descritos. A

característica mais importante da PCR é a capacidade de amplificar cópias de

DNA a partir de pouca quantidade de material.

A técnica de "Nested-PCR" foi desenvolvida para amplificar a região

variável dos minicírculos do cinetoplasto de todas as espécies de Leishmania

infectam mamíferos (Cruz, et ai, 2001). Ensaios empregando-se estaque

técnica onde seqüências de inicladores originados da região de mini-exon,

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são específicos para discriminar subgêneros de Leishmania, têm sido

utilizados atualmente, com resultado eficaz, na tentativa de evidenciar infecçâo

natural por leishmânias em flebotomíneos (Pinheiro, 2004).

Outros métodos bioquímicos são utilizados na identificação e

classificação das leishmânias (Motazedian et ai, 1996), entretanto, nenhum

deles ainda é considerado como totalmente eficaz, específico e sensível o

suficiente para ser utilizado isoladamente, na maioria das vezes são

necessários diversos métodos para se chegar à espécie. A análise com

isoenzimas tem sido considerada como padrão técnico, contudo requer o

isolamento em cultura dos parasitos in vitro e uma variedade de reagentes

(Motazedian et ai, 1996). Outros métodos têm sido utilizados para uma melhor

avaliação ao nível de espécie, sendo importante a correlação destas

informações, sejam elas biológicas, bioquímicas ou moleculares.

Com o intuito de averiguar o(s) provável transmissor(es) da LTA, no

município de Manacapuru, este estudo objetivou verificar a taxa de infecção

natural por tripanosomatídeos em fêmeas de Lutzomyia spp., através de

métodos tradicionais e moleculares, e identificar os parasitos isolados dos

flebotomíneos dissecados coletados em base de árvore em um ramal ao longo

da Rodovia Manuel Urbano no município de Manacapuru, Amazonas.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Coleta dos Insetos

As coletas foram realizadas em base de árvore no ambiente silvestre

durante oito meses Ounho a novembro/2004 e abril e maio/2005), entre 9:00 e

10:00, utilizando-se CDG (CDG "miniature" - Hausherr' Machine Works, New

Jersey, EUA) modificada e adaptada à aspiração, no Ramal Nova Esperança

(03®14'5r S e 60®31'4r W), localizado ao longo da Rodovia Manuel urbano,

município de Manacapuru. As fêmeas foram colocadas em frascos contendo

álcool etílico (100%), e estocadas a 4®G. Para identificação das fêmeas foram

retirados os dois últimos segmentos do abdome para visualização da

espermateca e dos machos analisada a genitália externa. Após a identificação,

cada espécie foi acondicionada em microtubos plástico para posterior extração

do DNA.

2.2 Dissecção e Isolamento de Flagelados

No laboratório instalado em Manacapuru, foram registradas informações

referentes à espécie, características da Infecção e condições dos ovários. As

fêmeas foram transferidas para placas de Petri contendo água com uma gota

de detergente, para quebra da tensão superficial, favorecendo a retirada das

cerdas. A seguir, foram transferidas para uma lâmina contendo uma gota de

solução salina 0,9% e visualizadas em microscópio estereoscópio. A cabeça foi

separada do corpo sendo retirado o 6® e 7® segmentos do abdome para

exposição do intestino e espermateca. Em seguida foi feita observação e46

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localização dos parasitos em microscópio óptico. O conteúdo estomacal dos

espécimes Infectados foi semeado em meio de cultura bifásico NNN-Difco B45

(Novy & MacNeal, 1904; Nicolle, 1908) acrescido de 0,5mL de solução salina

estéril (NaCI) a 0,9%. Os tubos de meio de cultura bifásico NNN foram

encaminhados, para manutenção e caracterização, no Laboratório de

Leishmaniose e Doença de Chagas-CPCS/INPA em Manaus. No laboratório, o

material existente no meio de cultura que obteve um bom crescimento foi

inoculado (0,1mL) na região do focinho de dois hamsters {Mesocrícetus

auratus), de sexos diferente.

Figura 1- Coleta de base de árvore realizada

no Ramal Nova Esperança, município de

Manacapuru, AM.

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2.3 Obtenção da massa parasitária

Para obtenção da massa parasitária, as amostras de flagelados foram

amplificadas em meio de cultura bifásico NNN-Difco B45 (Novy & MacNeal,

1904; Nicolle, 1908) sendo transferidas para garrafas de 250mL contendo meio

de cultivo RPMI (GIBCO®) suplementado com 10% de Soro Fetal Bovino

(GIBCO®) e gentamicina (gentaron, 200ul/mL).

As formas promastigotas foram centrifugadas na concentração de

10®/mlL (5000 rpm a 4® C) e lavadas duas vezes em PBS (Phosphate Buffered

Saline) para extração do DNA, e uma vez em tampão próprio para preparo de

massa para análise de isoenzimas (0,85% NaCI, 0,01 M EDTA). O "pellet"

parasitário foi estocado a -20® C para PCR e -70® C para isoenzima.

2.4 Controles para reação de PCR

Nas amplificações (PCR) foram utilizadas cepas de referência L (V.)

guyanensis e L (L.) amazonensis, representantes dos subgêneros Viannia e

Leishmania, respectivamente como controles da reação.

2.5.Extração de DNA

2.5.1. Insetos

O DNA foi extraído de acordo com o protocolo de Pinheiro (2004), com

algumas modificações. Os insetos acondicionados em álcool etílico foram

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rehidratados em água destilada por 10 minutos para retirar o excesso de álcool

em temperatura ambiente. Foram utilizados "pool" de 20 insetos das espécies

L umbratilis] L anduzéi e L deridrophyla, macerados é homogeneizados em

tampão de lise "Blender Buffer" (5M NaCI, 0,2M sucrose, 2M Tris-HCI, 0,5M

EDTA pH 9,1 e H2O deionizada), acrescido de Sulfato Dodecil de Sódio 0,5M

(SDS, Sigma Company LTDA) e incubado a 65® C. Foi adicionada proteinase K

(0,1 mg/mL). Em seguida, foi adicionado acetato de potássio 8M (KAC) 4®C,

homogeneizado e incubado em gelo. O sobrenadante foi coletado após a

centrifugaçâo a 14.000 rpm, sendo descartado o "pellef, adicionando-se

RNAse (0,05mg/mL). O sobrenadante foi coletado após a centrifugaçâo,

acrescentado-se ETHO 100®/o ao sobrenadante para precipitação do DNA. O

sobrenadante foi descartado após centrifugaçâo, adicionando-se TE (lOmM

TRIS-HCI pH 8.0, 1 mM EDTA). Este foi mantido em geladeira até a reação da

POR.

2.5.2. Parasites

O DNA foi extraído de acordo com o protocolo de Marfurt (2003), com

algumas modificações. A cultura de células foi centrifugada a 14.000 rpm e

desprezado o sobrenadante. Foi adicionado tampão de lise "Blender Buffer"

(5M NaCI, 0,2M sucrose, 2M Tris-HCI, 0,5M EDTA pH 9,1 e H2O deionizada),

acrescentado proteinase K (0,5 mg/mL) e incubadas a 56®C. Acrescentou-se

fenol 1:1, centrifugado a 14.000 rpm 4®C, transferiri para outro tubo a fase

superior. Adicionar igual volume de fenol/clorofórmio e centrifugar a 14.000

rpm 4®C.Transferir novamente para outro tubo a fase superior e adicionar igual

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volume de clorofórmio, centrifugar novamente e transferir para outro tubo. O

DNA foi precipitado com etanol absoluto, centrifugado a 14.000 rpm e o "pellef

lavado com etanol 75%, adicionando-se TE (lOmM TRIS-HCL pH 8.0, 1 mM

EDTA) para precipitar o DNA.

2.6. Quantificação do DNA

O DNA das amostras foi quantificado através de medições em

espectrofotômetro utilizando-se o "Gene-Quantpro (Pharmacia)" nos

comprimentos de onda de 260, 280 e 320nm, nas diluições de 2:70 em água

MiliQ.

2.7. Padronização da concentração de DNA parasitário e de fiebotomíneos

para utilização na PCR

Antes da amplificaçâo do DNA dos fiebotomíneos coletados no campo e

dos flagelados, foram realizados testes com diferentes concentrações de DNA

das amostras de L (V.). guyanensis (MHOM/BR/75/M4147) cultivadas em

laboratório e DNA de "poor de machos de fiebotomíneos da espécie L

umbratilis com o intuito de verificar quais concentrações apresentavam melhor

amplificaçâo na reação de PCR.

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Flebotomíneos

O DNA total extraído do "pool" de 20 flebotomíneos machos de L

umbratilis foi utilizado para preparação da solução padrão contendo 2pL do

DNA diluído em 18pL de TE (10mM TRIS-HCI pH 8.0, 1 mM EDTA). A partir da

solução padrão foram obtidas diferentes concentrações, 50ng e 70ng, 100ng,

200ng e 300ng/uL.

Parasites

O DNA total de L (V.) guyanensis foi utilizado para preparação da

solução padrão contendo DNA da amostra diluído em TE (10mM TRIS-HCI pH

8.0, 1 mM EDTA), obtendo-se concentrações de 0,1ng, 0,3ng, 0,5ng, 1ng, 5ng,

10ng, 20ng e 30ng/ML

2.8. Ampíificaçâo do DNA

Após a extração do DNA dos flebotomíneos e da massa parasitária dos

flagelados, estes foram adicionados na reação da POR (Nested-PCR),para

amplificação das regiões de mini-exon de flagelados do gênero Leishmania

(subgêneros Leishmania e Viannia) com o objetivo de detectar infecção nos

insetos coletados.

A reação de "Nested" - POR tem como princípio a amplificação,

através de duas reações de POR, utilizando-se dois iniciadores em cada uma

das reações. Tem como objetivo aumentar a sensibilidade e permitir detectar

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especificamente o DNA de Leishmania, principalmente, quando este estiver

presente em flebotomíneos naturalmente infectados, onde a concentração de

flagelados é baixa, amplificando a região de mini-exon de pelo menos três

grupos de leishmânia dos subgêneros Leishmania e Viannia (Pinheiro, 2004).

Os fragmentos obtidos após a amplificação referem-se aos tamanhos de

302 pb para o subgênero Leishmania e 242 pb para Viannia.

A PCR foi processada pela mistura de 10 pL de cada amostra de DNA

de flebotomíneos ou dos flagelados, tampão 2 mM MgCb 10 X, MgCb 10 mM,

DMSO, deoxinucleotídeos 10 mM (dATP, dCTP, dGTP, dTTP), lU/pL de Tth

DNA polimerase (marca Promage), 15 pmol/pL de cada iniciador para 50 pL de

reação. Os iniciadores utilizados para a primeira reação de PCR foram: SIrev

e SL2 descritos por Cruz et ai. (2002), os quais anelam nas regiões de mini-

exon de Leishmania para amplificação dos fragmentos. A reação foi realizada

em microtubos próprios para evitar a evaporação, em 35 ciclos de amplificação

realizados em um termociclador automático (Thermo Electron Corporation -

PX2 Thermal Cycler). As condições das reações foram: desnaturação do DNA

a 85° C por 4 minutos, 94° C por 7 min, 94° C por 20 segundos, anelamento

dos iniciadores a 50° C por 30 segundos e extensão a 72° C por 20 seg. (com

etapa final de 10 min.), terminando a 4° C.

Na segunda reação de PCR foram utilizados os Iniciadores SLM1 e

SLM2 (Pinheiro, 2004).

Nas etapas de preparo do DNA e misturas da reação da PCR utilizou-

se controle negativo com amostras de flebotomíneos machos além dos

controles positivos de cultivo parasitário de amostras de representantes dos

subgêneros Leishmania e Viannia.

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2.9. Análise Eíetroforética da Reação em Cadeia da Poiimerase (POR)

Alíquotas de 10 pL das amostras de POR foram adicionadas a 2 pL de

tampão de carga (0,25% (v/v) azul de bromofenol, 0,25% (v/v) de xilenocianol

em 40% de solução aquosa de sacarose) e fracionadas por eletroforese em gel

de agarose a 2%, com tampão de corrida TAE (40mM de Tris-Acetato e ImM

de EDTA pH 8,0) durante 1 hora e meia a 90 Volts. Foi utilizado marcador de

peso molecular lOOpb "ladder" (Life Technologies, Gaithrsburg, MD, USA) para

a averiguação do tamanho dos amplicóns. Os géis corados com Brometo de

Etídio (2pL) foram fotografados em trans-iluminador a um comprimento de onda

de 312 nm de comprimento usando o sistema fotográfico "Eagie Eye"

(Stratagen, La Joila, USA).

2.10. Caracterização e tipagem dos isoiados de tripanosomatídeos

. Análise isoenzimática

As amostras de parasites isolados de flebotomíneos foram tipadas através da

análise de eletroforese de enzimas, de acordo com método descrito em Franco et al.

(1996). Foram utilizados seis sistemas enzimáticos: G6PDH (glicose - 6 - fosfato

desidrogenase, Enzyme Comission = E.C. 1.1.1.49), IDH NAD e IDH NADP

(isocitrato desidrogenase, 2 loci, E.C. 1.1.1.42), ME (enzima málica, E.C. 1.1.1.40),

MDH (malato desidrogenase, E.C.1.1.1.37) e HK (hesoquinase, E.C. 2.7.1.1).

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Preparo de géis:

O gel de agarose foi preparado a 1% em água destilada e solução tampão

(1:2, v/v) específica, e guardado em geladeira a 4°C em recipiente fechado para ser

usado no dia seguinte. Antes da corrida, os géis foram secados com papel filtro. A

fita de aplicação é colocada na base do gel e aplicado 2 pi do marcador de corrida

nos poços das extremidades. Para cada poço foi aplicado 2 pi de cada amostra,

deixar secar e logo após retirar a fita. Colocar o gel sobre a placa fria e posicionar

as esponjas que servirão de ponte entre o tampão e o gel.

Corrida de eietroforese de isoenzimas

O gel foi colocado em cuba de eietroforese horizontal (Amersham Pharmacia

Biotech) e a corrida feita durante um período de, no mínimo, 2 horas, em condições

adequadas de corrente e temperatura, mantida constante por um sistema de

refrigeração (10°C) [Tab.1].

Tabeia 1- Condições de corrida eletroforética para cada sistema enzimático

Enzimas Tampão Voltagem Amperagem

G6PDH Fosfato 0,1 M 118 V 200 mA

IDH NAD Fosfato 0,1 M 118 V 200 mA

IDH NADP Fosfato 0,1 M 118V 200 mA

ME Fosfato 0,1 M 118 V 200 mA

MDH Fosfato 0,1 M 118 V 200 mA

HK Tris-Citrato 50 V 108 mA

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Análise dos géis

As bandas alélicas (eletromorfos) separadas foram reveladas no gel com

sistemas específicos, constituídos de substratos e cofatores em solução tampão

adequada (Franco et aL, 1996). A reação enzimática foi interrompida com ácido

acético glacial a 5% e posteriormente seco a temperatura ambiente para análise.

Cepas contendo os mesmos perfis isoenzimáticos das cepas de referência foram

classificadas no mesmo zimodema (código INPA-No.), representando assim uma

determinada espécie ou variante.

Análise fenética

A análise fenética foi realizada utilizando-se os coeficientes de

similaridade de "Jacccard" e "Simple Matching". Para esta análise uma matriz

de presença/ausência de bandas foi construída e analisada utilizando o

programa NTSYS (versão 1.70, Exeter Software). As matrizes de similaridade

foram transformadas em fenogramas pelo algorítimo UPGMA (Unweighted Pair

- Group Method using Arithmetic Averages).

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3. RESULTADOS

3.1 Isolados de Flebotomíneos

Foram coletados 2.113 espécimes, dos quais 1.174 (55,5%) fêmeas

foram dissecadas (Tab.2). A taxa de infecção natural encontrada nas fêmeas

foi de 8,2% (84/1.030) para L umbratilis, 22% (9/41) para L dendrophyla e

1,2% (1/86) para L anduzei,

O conteúdo estomacal da maioria (n=75) das fêmeas positivas de L

umbratilis apresentava sangue fresco, com número de flagelados variando de

5 a 20 por campo, algumas sem sangue (n=4), com os parasites presos a

parede do epitélio localizado próximo ao tubo de Malpighi, e as outras

apresentavam sangue em decomposição (n=5). Dos exemplares de L

dendrophyla, algumas apresentavam sangue fresco (n=3), e outras com

sangue em decomposição (n=5) e sem sangue (n=1). O único exemplar de L

anduzei, apresentava sangue em decomposição (Tab. 3).

Verificando a relação da infecção dos insetos com os índices

pluviométricos, foi observado que em fêmeas de L umbratilis ocorreu um taxa

de infecção de 9% (12/133) no mês de agosto e 16,4% (23/140) no mês de

setembro, com períodos de baixa precipitação. Para L dendrophyla a taxa de

infecção foi de 42,9% (3/7) nos meses de novembro e abril, com baixa e alta

precipitação (Fig. 2).

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Tabela 2- Total de flebotomíneos dissecados para a presença de flagelados no

Ramal Nova Esperança (Km 60), Manacapuru-AM.

ibm mmmm

L umbratilis 84 946 377 648 1.030

L anduzei 1 85 43 43 86

L flaviscutellata 0 1 0 1 1

L antunesi 0 1 0 1 1

L olmeca nociva 0 3 0 3 3

L dendrophyla 9 32 24 17 41

L longispina 0 4 0 4 4

L eurypyga 0 5 1 4 5

L davisl 0 3 0 3 3

Total 94 1.080 445 724 1.174

Pos.: presença de flagelados: Neg.: ausência de flagelados; P.: presença desangue; A.: ausência de sangue.

57

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Tabela 3- Distribuição dos flagelados no trato digestivo dos flebotomíneos

isolados em cultivo, capturados no Ramal Nova Esperança (Km 60),

Manacapuru, AM.

ífôWrK'

PWM\

IDEN/BR/2004/IM5254 (+) SF 1 X X

IUMB/BR/2004/IM5255 (++) SF 2 X X

IDEN/BR/2004/IM5256 (++) SD 3 X X X

IDEN/BR/2004/IM5257 (++) SF 3 X X

IDEN/BR/2004/IM5258 (+) SS 2 X X

IDEN/BR/2005/IM5259 (++) SD 2 X X X

IUMB/BR/2005/IM5260 (+) SD 2 X X

IUMB/BR/2005/IM5261 (+) SD 2 X X

IUMB/BR/2005/IM5262 (+) SF 1 X

IUMB/BR/2005/IM6263 (+) SF 2 X X

IUMB/BR/2005/IM5264 (+) SD 2 X X

IUMB/BR/2006/1M5265 (+) SD 2 X X

IUMB/BR/2005/IM5266 (+) SD 2 X X

IAND/BRy2006/IM5267 (+) SD 3 X X

IUMB/BR/2005/IM5268 (++) SD 2 X X X

IUMB/BR/2005/ll\/l5270 (+) SS 2 X X

IUMB/BR/2005/IM5271 (++) SD 2 X X X

IUMB/BR/2005/II\/l5272 (+) SD 2 X X

IUMB/BR/2006/IM5273 (+++) SD 2 X X X

Lutzomyia dendrophyla/Pals de origem/Ano de isolamento/Código original; AP

Triângulo posterior; EA: Estômago anterior; EP: Estômago posterior; SD

Sangue em decomposição; SS: Sem sangue; SF: Sangue fresco; 1: Ovários

em desenvolvimento; 2: Ovos pequenos; 3: Ovos grandes; Quantidade de

flagelados observados no exame: 1 a 5 (+); 6 a 20 (++); 21 a 40 (+++).

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(a)Fstíirãn sena F.st;ícãn chuvosa

18 j ^16 --

^ 14-o 12-

% 10 --V

•S 8 -

<i>CA

.£ 4 4-

300 -P

250 ̂

200 ̂(0

150 ,S-

100 5.

■/■ Cf" /2004

I Insetos Infectados —♦—Precipitação

(b) Fstacão sftoa F.stacao chuvosa

50 -r

45 --

40 -

g 35 -•i 30 --

25 -

o 20 --%c 1®

10 --

-- 350

- 200 ^

-- 150 ü

^ ̂cr

[Insetos Infectados —♦—Precipitação

Figura 2 - Distribuição mensal da precipitação e taxa de infecção natural portripanosomatídeos em Lutzomyia umbratilis (a) e L dendrophyla (b) no períodode junho a novembro de 2004 e abril e maio de 2005, no Ramal NovaEsperança (Km 60), Manacapuru, Amazonas, Brasil.

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3.2 Concentração de DNA de parasítos e flebotomíneos

O resultado deste estudo baseou-se inicialmente na padronização da

concentração de DNA de parasites e flebotomíneos ideais para utilização na

reação de POR.

Para detectar a menor concentração de DNA do parasito encontrada nos

insetos infectados foram realizados testes obtendo-se os seguintes resultados:

(1) foram visualizadas em gel de agarose a 2% todas as concentrações (0,1ng

a SOOng), sendo escolhidas as de menor concentração para amplificação em

POR; (2) nenhuma das menores concentrações escolhidas para o DNA

parasitário (0,1ng a SOng), foi amplificada na 1® reação de POR.

3.3 Detecção da infecção

Um total de 1.400 espécimes divididos em pool de 20 insetos foram

testados inicialmente, representado pelas espécies L umbratilis, L

dendrophyla, L anduzei, L davisi, L amazonensis e L chagasi.

Apresentaram positividade apenas L umbratilis 8,3% (100/1.200) e L

dendrophyla 33,3% (20/60). Utilizaram-se para controles positivos parasitos do

subgênero Leishmania e Viannia, os quais foram comparados aos amplicons

obtidos das amostras dos insetos.

Os resultados apresentaram semelhanças com bandas do subgênero

Viannia (242 pb), tanto para L umbratilis (poços 4 e 5; 7 a 11), quanto para L

dendrophyla (poço 6) (Fig. 01). Verificou-se que a concentração de DNA para

L umbratilis variou de 112 a 266ng/|jL e L dendrophyla 94,5ng/|jL. Todas as

60

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amostras positivas encontravam-se com presença de sangue no trato digestivo.

A presença de sangue das fêmeas foi observada em microscópio

estereoscópio, quando da identificação antes da extração do DNA. Todas as

bandas amplificaram apenas na 2® reação de PCR.

PM 1 2 3 4 5 6 7 8

302 Db242 pb

100 pb

242 Db

Figura 3 - Eletroforese a 2% de agarose de produtos após a ampiificação da

1® Reação (Nested-PCR) de ampiificação do DNA de "pool" de flebotomíneos

coletados no Ramal Nova Esperança. PM. Peso Moiecuiar/Ladder lOOpb; 1-

controie positivo do subgênero Viannia (amostra L (\/.) guyanensis -

MHOM/BR/75/M4l47):2-control6 positivo L (L) amazonensis

(MHOM/BR/77/LTB0016): 3- controle negativo macho L umbratHis; 4 a 8 produto

da ampiificação do DNA do "pool" de L umbratilis.

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3.4-Caracterízaçâo dos isolados

3.4.a Características biológicas (em cultivo e animal de laboratório)

As formas observadas em cultivo após Isolamento foram as

promastigotas. Até o momento, não foram observadas lesões cutâneas nos

locais de inóculo nos animais experimentais (hamsters). No entanto, deve-se

esperar um maior espaço de tempo para que se possa visualizar os resultados.

3.4.b Perfil de Eletroforese de Isoenzimas

As 16 amostras de protozoários isoladas em cultivo do trato digestivo dos

flebotomíneos do gênero Lutzomyia, capturados no Ramal Nova Esperança

(Tab.4), foram identificadas pela análise de isoenzimas utilizando seis sistemas

enzimáticos.

Como demonstrado na tabela 5, os 16 isolados obtidos de flebotomíneos

agruparam-se em dois únicos zimodemas (INPA-1 e INPA-2), cada um

representado por um único perfil enzimático.

Baseado nos valores obtidos para cada eletromorfo, construiu-se uma

matriz de dados com os caracteres (enzimas) e os táxons (zimodemas). A matriz

foi analisada numericamente com auxilio do programa NTSYS, utilizando-se o

coeficiente de Jaccard (Sj) e o coeficiente de concordância simples, conhecido

como coeficiente de "Simple Matching" (Ssm).

Com a utilização dos coeficientes se estabeleceu uma matriz de

similaridade entre as cepas. Esta foi transformada em um dendrograma

62

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(fenograma) pelo método não ponderado de agrupamento aos pares por média

aritmética (UPGMA) [Fig. 04].

O zimodema INPA-1 agrupou nove amostras representadas por isolados

de L umbratilis (seis amostras) e L dendrophyla (três), e o INPA-2, sete

amostras, sendo uma de L dendrophyla e seis de L umbratilis. As outras

amostras são cepas de referência, Leishmania mexicana, Leishmania

guyanensis, Leishmania braziliensis, Leishmania amazonensis, Leishmania naiff,

Leishmania lainsoni, Leishmania deanei, Leishmania panamensis e

Endotrypanum schaudinni.

Os seis loci enzimáticos analisados foram polimórficos, e de acordo com a

análise numérica os isolados não apresentaram similaridade quanto ao perfil

enzimático com as cepas de referência utilizadas. No entanto, as amostras

agruparam-se dentro do gênero Leishmania, sendo o zimodema INPA-1 junto as

amostras de Leishmania do subgênero Leishmania e o zimodema INPA-2 no

subgênero Viannia.

Os resultados referentes à análise fenética dos perfis isoenzimáticos dos

isolados de flebotomíneos apresentaram correlação com o perfil biológico. A

amostra de flagelado isolada do flebótomo L. umbratilis

(IUMB/BR/2005/IM5270) não apresentava sangue no trato digestivo ao ser

dissecada e os parasitos foram detectados na região anterior, no piloro e

intestino posterior. Estas características sugerem infecção por Leishmania do

subgênero Viannia ou por parasitos do gênero Endotrypanum, que também

podem ser encontrados colonizando estes locais. No entanto, os perfis

eletroforéticos demonstraram maior similaridade com o gênero Leishmania do

que com o Endotrypanum. Da mesma forma, este isolado foi compatível com o

63

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agrupamento no subgênero Viannia, sendo Incluído no zimodema INPA-2. Neste

zlmodema, foi isolada uma amostra com o mesmo perfil de L dendrophyla

(IDEN/BR/2004/IM5257) que apresentava sangue fresco. Neste grupo, esta foi a

única espécie distinta das outras que eram L umbratilis. Apesar dos isolados

serem em sua maioria de L umbratHis, seja no zimodema INPA-1 ou INPA-2,

nenhum deles apresentou perfil similar às espécies de Leishmania, comumente

encontradas ou utilizadas como cepas de referência.

64

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Tabela 4- Origem e Identificação das cepas de referência de Leishmania e

Endotrypanum e 16 isolados do município de Manacapuru-AM, Brasil,

caracterizadas através do perfil de isoenzimas.

Cepa deReferência

L561 MNYC/B2762/M379 L mexicana Belice

L562 MHOM/PA/71/LS94 L panamensis Panamá, Zona do Canal

L566 MHOM/BR/75/M4147 L guyanensis Brasil, Pará

L566 MHOM/BR/00/M2903 L braziliensis Brasil, Pará

LTB0016 MHOM/BR/77/LTB0016 L amazonensis Brasil, Bahia

LI 385 MDAS/BR/79/M5533 L naiffí Brasil, Pará

LI 367 MCOE/BR/82/M1367 L lainsoni Brasil, Rondônia

LI 530 MCOE/BR/00/M5088 L deanel Brasil, Pará

E5725 MCHO/BR/79/M5725 Endotrypanum

schaudinni

Brasil, Pará

No. IsoladosINPA-16 IDEN/BR/2004/IM5254 Brasil, Amazonas

INPA-73 ÍUMB/BR/2004/IM5255 Brasil, Amazonas

INPA- 25 ÍDEN/BR/2004/IM5256 Brasil, Amazonas

INPA-108 IDEN/BR/2004/IM5257 Brasil, Amazonas

INPA-04 IDEN/BR/2a05/IM5259 Brasil, Amazonas

INPA-06 IUMB/BR/2005/IM5260 Brasil, Amazonas

INPA-12 IUMB/BR/2005/IM5261 Brasil, Amazonas

INPA-65 IUMB/BR/2005/IM5262 Brasil, Amazonas

INPA-71 IUMB/BR/2005/IM5263 Brasil, Amazonas

INPA-132 IUMB/BR/2005/IM5264 Brasil, Amazonas

INPA-134 IUMB/BR/2005/IM5265 Brasil, Amazonas

INPA-189 IUMB/BR/2005/IM5268 Brasil, Amazonas

INPA-192 IUMB/BR/2005/IM5270 Brasil, Amazonas

íNPA-193 IUMB/BR/2005/IM5271 Brasil, Amazonas

INPA-203 IUMB/BR/2005/IM5272 Brasil, Amazonas

INPA-207 IUMB/BR/2005/IM5273 Brasil, Amazonas

M:Mammaiia; CHO: Choloepus didactylus', DAS: Dasypus novemcinctus', COE:Coendou sp.; I: ínsecta; UMB: Lutzomyia umbratilis; DEN: Lutzomyia dendrophyla /país de orígem/Ano de isolamento/Código originai.

65

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Tabela 5. Eletromorfos presentes em cada um dos zimodemas encontrados

nos flagelados isolados de Lutzomyia spp.

Zlmodema'

Enzimas'

Código da amostraG6PDH IDH

NAD

IDH

NADP ME MDH HK

100-6 MNY0/BZ/62/M379 2.4 0 4 5 4 3

100-21 MHOM/PA/71/LS94 4.6,8 5 2 2 2 2

100-23 MHOM/BR/75/M4147 4.6,8 5 2 3 2 3

100-28 MHOM/BR/00/M2903 5.7 5.6 1 4 2 3

100-7 IVIHOM/BR/77/LTB0016 2.4 6 4 5 4 4

IOO-36 MDAS/BR/79/M5533 3,4,6 5 2 4 2 3

100-15 MCOE/BR/82/M1367 6 3 2 2 2 3

100-16 MCOE/BR/00/M5088 2 2 2 5 3,5 3

EZ-05 MCHO/BR/79/M5725 3 1 6 A.4 3.8 6

INPA-1 IDEN/BR/2004/ÍM6254 2

IUMB/BR/2004/IM5255 2

IDEN/BR/2004/IM5256 2

IDEN/BR/2004/IM5258 2IUMB/BR/2005/IM6260 2

IUMB/BR/2005/IM5262 2IUMB/BR/2005/IM5263 2

IUMB/BR/2005/IM5264 2

IUMB/BR/2005/IM5265 2

IUMB/BR/2005/IM5261 3IDEN/BR/2004/IM5257 3

IUMB/BR/2006/IM5268 3

IUMB/BR/2005/IM6270 3IUMB/BR/2006/IM5271 3

IUMB/BR/2005/IM5272 3IUMB/BR/2005/IM5273 3

6

6

6

6

6

6

6

6

6

5

5

5

5

5

5

5

5

5

1,51,51,51,51,5

1,51,5

1,51,5

4,74.74.74.74.74.74.74.74.7

INPA-2 5

5

5

5

5

5

5

4

4

4

4

4

4

4

2.6

2.62.62.62.62,62.6

2

2

2

2

2

2

2

3.63.63.63.63.63.63.6

* Zimodemas caracterizados como 100, determinados por Cupolillo et ai (1994) e com ocódigo EZ por Franco et ai (1996). **G6PDH = glicose 6 fosfato desidrogenase; IDH =isocitrato desidrogenase; ME = enzima málica; MDH = malato desidrogenase; HK =hesoquinase; A = banda de mobilidade anódica menor do que a posição 1.

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G6PDH IDH NAD

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1 2 34 56 7 8 9 10 11

IDH NADP ME

1 2 3 4 567 8 9 10 11 1 2 34 56 7 8 9 10 11

MDH HK

1 2 34 5 6 7 8 9 10 11 1 2 3 4 56 7 8 9 10 11

Figura 4 - Zlmograma dos padrões eletroforétícos analisados por seis

enzimas, com 9 cepas de referência e 2 grupos de parasitos isolados de

fiebddotomíneos: 1- L(L) mexicana', 2- L (L) deanei; 3- L (V) panamensis',

4- L (V) guyanensis', 5- L (V) braziliensis', 6- L (V) amazonensis', 7- L (V) naiff',

8- LW íBinsoni', 9- Endotrypanum schaudinnr, 10- INPA-1; INPA-2.

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mrcnOí ü» cn oncnwrrr"r-

í{ *>' cfí SI3 fo - o ®

üi wi ü« üi o» oj o» otüt r" n r"N) ív) N f\> rj ro IN) row a o a<yv o>o> <J>o> <5ü>üitn =»Cfl JSkO' i\)o

Figura 5. Dendrograma obtido por análise de similaridade pelo coeficiente

de "Simple Matching" das amostras isoladas de Lutzomyia umbratilis (IM5255,

IM5260, IM5261, IM5262, IM5263, IM5264. IM5265, IM5268. IM5270, IM5271,

IM5272 e IM5273) e L dendrophyla (IM 5254, IM 5256, IM5257 e IM 5259).

68

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4. DISCUSSÃO

4.1 Infecção Natural dos Flebotomíneos

Em pesquisas de Infecção natural em flebotomíneos no Estado do

Amazonas, Árias & Freitas (1977) isolaram L {V.) guyanensis de L umbratilis e

L anduzei, incriminando-as como vetores da LTA. A maior concentração de L

umbratilis foi verificada pelo método de coleta em base de árvore, de acordo

com o descrito por Young & Duncan (1994) e Cabanillas & Castellón (1999).

Em nossos estudos, realizados no Ramal Nova Esperança (Km 60), município

de Manacapuru, utilizando aspiração em base de árvore, sugerem que a

espécie mais abundante foi L umbratilis, corroborando observações realizadas

na região amazônica por Lainson et ai. (1976), Árias et aí. (1985) e Freitas et

ai. (2002).

A taxa de infecção para L umbratilis foi de 8,2% (84/1.030), de 22%

(9/41) para L dendrophyla e 1,2% (1/86) para L anduzei. Rangel et aí. (1984),

em coletas realizadas no Estado do Rio de Janeiro, verificaram um índice muito

baixo na taxa de infecção para L intermedia (0,1%). Silva & Grunewaid (1999),

no Rio Grande do Sul, após investigar 920 fêmeas de flebotomíneos de

diferentes espécies, encontraram uma taxa de infecção de 0,3%. Ready et aí.

(1985), registraram uma taxa de infecção em L umbratilis de 7% em área

periurbana da cidade de Manaus. Silveira et ai (1991), em estudos realizados

no estado do Pará, isolaram L {V.) lainsoni de L ubiquitalis com taxa de

infecção de 1,9%. No Amapá, Freitas et ai (2002) encontraram uma alta taxa

de infecção para L umbratilis, com 26,5% dos espécimes infectados. Pinheiro

(2004), trabalhando no Estado do Amazonas em área de treinamento militar

69

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(BI1) e no Tarumã-Mirim, encontrou uma taxa de infecção de 1,04% para L

umbratilis. Gomes (2003), em trabalhos realizados em área de treinamento

militar, na Estrada Manaus-ltacoatiara, encontraram uma taxa de infecção em

L umbratilis de 1,9%. Pereira (2003), estudando infecção natural em L

umbratilis numa área de assentamento no Iporá, cidade de Manaus, verificou

uma taxa de infecção de 2,58%.

De 21 a 40 (+++) flagelados foram observados no tubo digestivo dos

insetos ainda em processo de digestão do sangue, não podendo assim ser

incriminado como provável transmissor de infecção na área. Também

observou-se que a concentração de flagelados no tubo digestivo dos insetos foi

baixa, verificando-se uma média de 20 (++) flagelados por campo. Pinheiro

(2004), observou em L umbratilis elevada carga parasitária (++++) com o trato

digestivo sem sangue, deduzindo que estes parasites conseguiram ultrapassar

todas as barreiras biológicas conseguindo colonizar o trato digestivo, sendo

assim, um vetor em potencial.

Observando-se os índices pluviométricos nos meses de junho e julho de

2004 (69,3mm e 119,6mm) verificou-se que não foram observadas fêmeas

infectadas. L umbratilis manteve uma alta taxa de infecção no mês de

setembro, no qual observou-se baixa precipitação. Entretanto, L dendrophyla

demonstrou uma alta taxa de infecção nos meses de abril e maio de 2005, com

diferentes níveis de precipitação.

Silveira et ai. (1991) no Pará, verificaram uma baixa taxa de infecção

em L ubiquitalis na estação seca. Ao norte do rio Amazonas, L umbratilis é

encontrada em grande quantidade na estação chuvosa (Lainson et ai., 1986).

Pinheiro (2004), em trabalhos realizados em área militar BI-1 observou que nos

70

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períodos de menor precipitação ocorreu uma elevação na taxa de infecção

para L umbratilis.

O método tradicional de dissecção demonstra que nem sempre pode ser

encontrada uma grande quantidade de insetos infectados, ou talvez, a sua

carga parasitária encontra-se tão baixa, que impossibilita a observação da

infecção durante a dissecção.

Dos isolamentos feitos, detectou-se total digestão do sangue nos

flebótomos L dendrophyla (IDEN/BR/2004/1M5258) e L umbratilis

IUMB/BR/2005/IM5270. Os parasites estavam localizados na região anterior do

tubo digestivo em L dendrophyla e na região posterior em L umbratilis.

4.2. Detecção da Infecção através da técnica PCR

O maior problema da epidemiologia da leishmaniose é a identificação do

vetor e do parasito circulante. Contudo, o encontro de flebotomíneos

naturalmente infectados é essencial na identificação do vetor em estudos de

infecção da leishmaniose em áreas endêmicas.

A alta sensibilidade da técnica da PCR tem sido usada para verificar a

presença de DNA de Leishmania em flebotomíneos do Novo Mundo. Através

desta técnica é possível detectar a menor concentração de parasites

encontrados nos flebotomíneos que pode ser amplificada (Aransay et ai.,

2000). Rodriguez et ai. (1994), acreditam que o DNA purificado de pelo menos

cinco flagelados de L (V) braziliensis seja o mínimo requerido para

amplificaçâo por PCR.

71

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utilizando-se experimentalmente reduzidas concentrações de DNA de

L(V.) guyanensis (0,1ng a 30ng) acrescidas a concentrações padrões de DNA

(ensaios com 50 a 200ng) de machos de fiebotomíneos, na reação de Nested-

PCR, verificou-se produto amplificado após a 1®. reação, numa concentração

de 10 ng de DNA por este método. Pinheiro (2004), obteve resuitados para

amplificação por este método nesta mesma concentração. Aransay et ai

(2000), em Atenas na Grécia, avaiiou a sensibilidade e especificidade da

técnica de Semi-nested/PCR, utilizando iniciadores (LINR4, LIN17 e LIN19) da

região de minicírcuios de kDNA detectando e identificando DNA de L (L)

infantum em fiebotomíneos naturalmente infectados, em área endêmica de

leishmaniose visceral. Com esta técnica foi possível detectar uma

concentração de 0,25ng de parasites por reação.

A detecção de infecção natural em cinco grupos de L umbratilis e um

grupo de pool de L dendrophyla, mostrou positividade apenas na 2® reação da

POR para o parasito, apresentando bandas de 242 pb, simiiares ao controie

positivo, para o subgênero Viannia. Este fato, vem corroborar com os obtidos

por Pinheiro (2004), visualizando resultados positivos na segunda reação da

POR com a reampiificação das seqüências de DNA alvo que não foram visíveis

na primeira reação.

Perez et ai (1994), em estudos de infecção natural em Lutzomyia spp.

no Peru, sugeriram que a utilização da técnica de POR em áreas com

ocorrência de ieishmaniose aumenta as chances de detectar infecção por

leishmânia em fiebotomíneos. O uso da POR para diagnóstico da leishmaniose

apresenta muitas vantagens, entre as quais, a possibilidade da precisa

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identificação de parasites infectando o inseto vetor (De Bruijn et ai, 1992;

Eresh ef a/., 1994).

Embora a técnica de PCR não conduza ao aumento da detecção de

flebotomíneos infectados, ela permite o exame de um maior número de

flebotomíneos com considerável redução de tempo, comparada a dissecção

manual através de exame por microscópio que requer pessoal qualificado para

identificação do parasito. Usando este método é possível identificar a

Leistimania ao nível de subgênero ou de espécie, dependendo do "primer" e da

região amplificada (Miranda et al, 2002).

Este estudo apresenta resultados satisfatórios com relação a detecção

do provável(s) inseto(s) envolvido(s) na transmissão da LTA no município de

Manacapuru. Apesar da presença de sangue no trato digestivo dos espécimes

testados, verificou-se produtos de DNA parasitário do subgênero Viannia para

os "pool" testados de L umbratilis e L dendrophyla. Estas observações são

comprovadas quando analisados os parasitos isolados de flebótomos de

exemplares destas espécies pela análise de eletroforese de isoenzimas.

4.3. Perfil de Eletroforese de Isoenzimas

O presente estudo foi baseado na análise do perfil Isoenzimático de 16

amostras de parasitos isolados de L umbratilis e L dendrophyla. Verificou-se

que dois zimodemas (INPA-1 e INPA-2) estão circulando na região,

representados pelos subgêneros Leishmania e Viannia. Apesar de cerca de

85,7% das fêmeas de L umbratilis apresentarem-se infectadas por Leishmania

do subgênero Viannia, nenhum espécime foi encontrado naturalmente

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infectado por L (\/.) guyanensis, comumente encontrado em L umbratilis.

Apesar do outro zlmodema encontrado ser do subgênero Leishmania, apenas

um exemplar de L dendrophyla não apresentava sangue no trato digestivo,

sugerindo que esta espécie funcionar como vetor da LTA na área. Como

nenhuma dessas amostras isoladas apresentaram perfil enzimático similar às

espécies utilizadas como cepas de referência, consideramos a necessidade de

outros métodos ou um maior número de enzimas a fim de determinar a espécie

que circula na região. Freitas et al. (2002) em publicação sobre a diversidade e

infecçâo natural da fauna do Amapá, encontraram 47 espécies, das quais L

umbratilis, L whitmani, L spathotríchia e L dendrophyla estavam naturalmente

infectadas com flagelados. Pelo observado, é possível o envolvimento de L

umbratilis e L dendrophyla na transmissão de Leishmania no município de

Manacapuru, apesar do flagelado envolvido ainda não ter sido identificado ao

nível de espécie. O envolvimento de L umbratilis na Amazônia tem sido

relacionado à transmissão da L (V.) guyanensis e existem suspeitas quanto ao

envolvimento de L dendrophyla na transmissão da leishmaniose no Amapá

(Freitas et ai., 2002). É bem provável que estas espécies de flebotomíneos

participem na transmissão da leishmaniose na região de Manacapuru e que

uma outra espécie ou cepa ainda não determinada (Zimodema INPA-1 ou

INPA-2?) possa estar circulando nesta localidade. Estudos mais aprofundados,

como a comprovação da capacidade vetorial, o isolamento de amostras

humanas e de outros mamíferos, assim como a descrição destes dois

zimodemas ao nível de espécie, irá dar um maior suporte ao conhecimento da

transmissão da LTA no município de Manacapuru.

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IV. CONCLUSÕES GERAIS

> A fauna flebotomínica no município de Manacapuru apresentou-se

diversificada (índice de diversidade de 5,7). Observou-se que os dois

subgêneros predominantes foram Nyssomyia e Psychodopygus com

maior abundância de espécies. O número de machos foi inferior ao

número de fêmeas, não corroborando com resultados encontrados por

outros autores para a região Amazônica que acreditam que como o

macho emerge mais cedo alcançando a maturidade sexual mais rápido,

estes encontram-se em maior número a procura de fêmeas para o

acasalemanto, sendo assim coletados em maior quantidade.

> Quanto à estratificação vertical das espécies, Lutzomyia anduzei e

Lutzomyia umbratilis ocorreram nos dois estratos, sendo mais

abundantes a 10 metros de altura do solo onde são encontrados os

mamíferos, preguiças, que são a fonte alimentar destas espécies.

> As espécies de flebotomíneos encontradas naturalmente infectadas por

tripanosomatídeos pelo método de dissecção tradicional, no Ramal Nova

Esperança (Km 60) município de Manacapuru, foi Lutzomyia umbratilis

com taxa de infecção de 6,2% (84/1.030), Lutzomyia dendrophyla com

22% (9/41) e L anduzei com 1,2% (1/86).

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> Quanto à correlação das taxas de Infecção com a precipitação, ocorreu

uma diferença na variação mensal das taxas de infecção natural por

tripanosomatídeos. L umbratilis manteve uma alta taxa de infecção no

mês com baixa precipitação e L dendrophyla uma alta taxa de infecção

nos meses com alta taxa de precipitação.

> Foi detectada infecção natural por Leishmania sp. nas espécies L

umbratilis e L dendrophyla capturadas no Ramal Nova Esperança,

localizado ao longo da Rodovia Manuel Urbano, município de

Manacapuru. A infecção natural foi determinada pelo método molecular

(Nested-PCR) amplificando-se as regiões de mini-exon do parasito,

demonstrando-se produtos amplificados de 242pb (característicos do

subgênero Viannia) em "pool" de flebotomíneos por grupo de L

umbratilis e L dendrophyla.

> Com base nos dendrogramas (fenogramas) construídos pelo método

UPGMA (método não ponderado de agrupamento aos pares por média

aritmética), obtidos pelas análises numéricas de coeficientes de

similaridade (Simple Matching e Jaccard) dos eletromorfos visualizados

nos géis de isoenzimas, os 16 isolados de flebotomíneos puderam ser

agrupados em dois zimodemas. O zimodema INPA-1 agrupou 9

amostras representadas por isolados de L umbratilis (6 amostras) e L

dendrophyla (03) e o INPA-2, 7 amostras, sendo 1 (uma) de L

dendrophyla e 6 de i. umbratilis. Os perfis agruparam-se com as cepas

de referência dos subgêneros Leishmania (INPA-1) e Viannia (INPA-2).

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> Resultados referentes a análise fenética dos perfis isoenzimáticos dos

isolados de flebotomíneos, apresentaram correlação com o perfil

biológico. A amostra de flagelado isolada de um flebótomo L umbratilis

(IUMB/BR/2005/IM5270) que não apresentava sangue no trato digestivo

ao ser dissecada tendo os parasitos localizados na região anterior, no

piloro e intestino posterior do trato digestivo, agrupou-se no subgênero

Viannia pela análise de isoenzimas (zimodema INPA-2), resultado este

compatível com o dado biológico. O mesmo foi observado para a

espécie L dendrophyla (IDEN/BR/2004/IM5258) que não apresentava

sangue em seu trato digestivo e os parasitos só foram observados na

região anterior do tubo digestivo do inseto, agrupando-se no zimodema

INPA-1, representado pelo subgênero Leishmania.

> Quando analisados em conjunto os resultados biológicos, bioquímicos e

moleculares para a detecção de infecção natural por flagelados em

flebotomíneos, o que se verifica é que as espécies L umbratilis e L.

dendrophyla apresentaram infecção por Leishmania sp. causadas por

representantes dos subgêneros Viannia e Leishmania, respectivamente.

Apesar da infecção natural demonstrada nestas espécies ser por

Leishmania sp., verifica-se a possibilidade de pelo menos duas espécies

do gênero Leishmania, não similares com nenhuma das cepas padrões

utilizadas, sugerindo-se ser uma espécie nova circulando nas

localidades estudadas. É evidente que a dinâmica da infecção pela LIA

ainda não foi elucidada, mas o encontro de flagelados de ambos os

subgêneros de Leishmania circulando entre as espécies L umbratilis e

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L dendrophyla é um passo para a busca no sentido de esclarecer qual

espécie de leishmânia está circulando entre os indivíduos humanos e os

animais.

> Apesar de ser comum o encontro de L umbratilis naturalmente infectada

por L (1/.) guyanensis na margem direita do Rio Negro, no Amazonas,

os flagelados isolados na área do município de Manacapuru (margem

esquerda do Rio Solimões) não apresentaram perfil de isoenzimas

compatível com a espécie L (\/.) guyanensis, fato que sugere realização

de futuras investigações nesta área.

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VI. ANEXOS

Anexo 1. Ficha de dissecção dos flebotomíneos

EA FLEBOTOMOS EXAMINADOS

LOCAL:

MÉTODO DE CAPTURA:DATA: / /

irrr

o

R

D

E

VI

Conteúdo

EstomacalCondições dos ovâríos EXAM Locais Parasitados

SF SD 88 AÇ1 - em desenvolvimento

+ / - AP TM EA EP INT DIV PB G8

Ident do flebõtomo

2- ovos pequenos

3- ovos grandes

+

++

+++

++++

01 à 05 p/ campo06 à 20 p/ campo21 â 40 p/ campo41 à N p/ campo

Obs: AP - Triângulo Posterior; TM - Tubo de Maípighí; EA - Estômago Anterior; INT - Intestino;

EP - Estômago Posterior; DIV - DIvertfculo; PB - Peças Bucais; GS - Glândulas sallvares

SF - Sangue fresco; SP - Sangue em Decomposição; SS - Sem Sangue; AÇ - Açúcares

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