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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS IBSY BLAESE DE AMORIM ESCOLA BILÍNGUE vs. ESCOLA INTERNACIONAL: CONCEITOS, DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

MODERNAS

ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS

IBSY BLAESE DE AMORIM

ESCOLA BILÍNGUE vs. ESCOLA INTERNACIONAL:

CONCEITOS, DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA

2016

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IBSY BLAESE DE AMORIM

ESCOLA BILÍNGUE vs. ESCOLA INTERNACIONAL: CONCEITOS, DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Línguas Estrangeiras Modernas.

Orientadora: Mª Elizabeth Pazello.

CURITIBA

2016

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FOLHA DE APROVAÇÃO

ALUNO (A): Ibsy Blaese de Amorim

CURSO: ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

MODERNAS (Lato Sensu)

TÍTULO DA MONOGRAFIA: Escola Bilíngue vs. Escola Internacional: Conceitos,

Diferenças e Semelhanças.

DATA DA DEFESA: 14 de outubro de 2016.

BANCA EXAMINADORA:

Profª Elizabeth Pazello (Profª Orientadora)

Profª Maristela Pugsley Werner

Profª Regina Helena Urias Cabreira.

Curitiba, 14 de outubro de 2016.

Obs: A folha de aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Programa.

Ministério da Educação UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação do Câmpus Curitiba Dep. Acadêmico de Línguas Estrangeiras Modernas – DALEM Curso de Especialização em Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas

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"Monolingualism is the illiteracy of the 21st century”.

(ROBERTS, Gregg, 2013).

"O monolinguismo é o analfabetismo do século 21".

(ROBERTS, Gregg, 2013).

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RESUMO

AMORIM, Ibsy. Escola bilíngue vs. Escola internacional: Conceitos, diferenças e semelhanças. 2016. 50 f. Monografia (Especialização em Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas) - Programa de Pós-Graduação em Línguas Estrangeiras Modernas, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba, 2016.

Este trabalho tem como principal objetivo investigar o contexto pedagógico brasileiro de escolas bilíngues e de escolas internacionais, com foco nas principais semelhanças e diferenças em que pesem suas propostas, estrutura, currículo e corpo docente Para tanto, serão abordados temas pertinentes ao contexto, como o conceito de bilinguismo e outras características de uma formação multilíngue em relação à monolíngue, além de aspectos à regulamentação dessas escolas. Além da pesquisa documental, um questionário foi aplicado com o propósito de mapear o conhecimento das pessoas sobre o tema, bem como seus objetivos ao optarem por esses modelos educacionais.

Palavras-chave: Escola Bilíngue. Escola Internacional. Bilinguismo.

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ABSTRACT

AMORIM, Ibsy. Bilingual School vs. International School: Concepts, differences and similarities. 50 f. 2016. Monography (Specialization in Teaching Modern Foreign Language) - Graduate Program in Modern Foreign Languages, Technological Federal University of Paraná. Curitiba, 2016.

This study aims at investigating the Brazilian pedagogical context of bilingual schools and international schools, focusing on the main similarities and differences in weighing its comparing their proposal, structure, curriculum and faculty. To do so, issues relevant to the context, such as concept of bilingualism and other characteristics of a multilingual in relation to monolingual settings, will be addressed, as well as aspects of the policies of these schools. In addition to the documental research, a questionnaire was applied in order to map out people's knowledge on the subject as well as their objectives in choosing these educational models. Keywords: Bilingual School; International School; Bilingualism.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Grade Curricular segundo PCN, 1a a 5a série do Ensino Fundamental I ............. 12 Quadro 2 - Grade Curricular segundo PCN, 6a a 9a série do Ensino Fundamental Il ............ 12 Quadro 3 - Grade Curricular segundo PCNEM Ensino Médio. .......................................... 13 Quadro 4 - Grade Curricular escola bilíngue Maple Bear Canadian School - Ensino Fundamental. ....................................................................................................................... 16 Quadro 5 - Grade Curricular Escola Internacional de Florianópolis - Educação Infantil e Ensino Fundamental. ......................................................................................................... 176 Quadro 6 - Grade Curricular da See-Saw Panamby Bilingual School .................................. 17 Quadro 7 - Grade Curricular Escola Americana do Recife - Educação Infantil e Ensino Fundamental ...................................................................................................................... 221 Quadro 8- Grade Curricular Escola Americana do Recife - Ensino Fundamental II ............. 22 Quadro 9 - Grade Curricular Escola Americana do Recife - Ensino Médio ........................ 232 Quadro 10 - Lista de eletivas - Ensino Médio ....................................................................... 23

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nacionalidade do corpo docente de professores em Escolas Internacionais no Brasil ................................................................................................................................... 20

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO. ............................................................................................................................. 1

2. CONCEITO DE BILINGUISMO .................................................................................................. 3

3. CARACTERÍSTICAS DE UMA FORMAÇÃO BILÍNGUE ....................................................... 6

3.1. Relação entre aprendizagem de uma segunda língua e o cérebro. ................................. 6

3.2. Aprendizado bilíngue no Cenário Educacional. ................................................................... 7

4. REGULAMENTAÇÃO DE ESCOLAS BILINGUES E INTERNACIONAIS – LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO E PARÂMETROS CURRÍCULARES NACIONAIS 9

4.1. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira............................................................... 9

4.1.1. Ensino Fundamental: ...................................................................................................... 10

4.1.2. Ensino Médio: .................................................................................................................. 11

4.2. Parâmetros Curriculares Nacionais ..................................................................................... 12

5. ESCOLAS BILÍNGUES ................................................................................................................. 13

5.1. Surgimento das Escolas Bilíngues .......................................................................................... 13

5.3. Professores de Escolas Bilíngues ........................................................................................ 15

5.4. Disciplinas das Escolas Bilíngues ........................................................................................ 15

5.5. Diferenciais das Escolas Bilíngues ...................................................................................... 17

6. ESCOLAS INTERNACIONAIS .................................................................................................... 18

6.1. Surgimento das Escolas Internacionais .............................................................................. 18

6.2. O que são Escolas Internacionais? ..................................................................................... 19

6.3. Professores de Escolas Internacionais ............................................................................... 20

6.4. Disciplinas de Escolas Internacionais ................................................................................. 20

6.5. Diferenciais das Escolas Internacionais .............................................................................. 23

7. ESCOLAS BILÍNGUES E ESCOLAS INTERNACIONAIS: COMPARAÇÕES .................... 25

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 27

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 30

10. ANEXOS ....................................................................................................................................... 33

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1. INTRODUÇÃO.

Em face de uma realidade globalizada, o domínio de uma língua

estrangeira torna-se imprescindível., e estar apto a se comunicar em outra língua

potencializa comunicações interpessoais, tanto sociais como profissionais (COSTA,

2012). Motivados por tal importância, pais almejam oferecer a oportunidade de

aprendizagem de um segundo idioma a seus filhos e, portanto, buscam nas escolas

bilíngues ou escolas internacionais uma forma de proporcionar a aquisição deste

conhecimento em locais onde o inglês seja usado como meio de instrução. Cabe

lembrar que se, por um lado, o desejo de oferecer aos filhos uma imersão mais

profunda em um idioma direciona os pais a optarem por uma destas escolas, por

outro, há a necessidade de se conhecer e problematizar as principais propostas

pedagógicas dessas escolas, seus objetivos e características.

O aumento considerável no número de escolas bilíngues no Brasil é

evidente. Em 2014, mais de dez mil alunos estudavam a partir desse contexto

bilíngue (TEIXEIRA e COSTA, 2014). Além deste modelo, existem ainda as escolas

internacionais, que surgiram no Brasil para filhos de estrangeiros aqui residentes,

ainda que não restrita a eles.

Neste contexto de falta de clareza do que são escolas bilíngues e

escolas internacionais, tanto do ponto de vista dos professores nela atuantes e de

pais, situa-se a justificativa do presente trabalho. Elucidações relativas a outro

aspecto igualmente obscuro e diretamente envolvido na escolha desses pais diz

respeito à proposta destas escolas em sua relação com os objetivos profissionais e

acadêmicos dos alunos. O trabalho também se faz importante ao trazer à tona

discussões relativas a políticas de regulamentação destas escolas.

O objetivo principal deste trabalho é identificar conceitos que

caracterizam e definam a escola bilíngue e a escola internacional. Para isso:

investigaram-se os parâmetros que regem estas escolas, a definição destes tipos de

educação, na busca de diferenças e semelhanças para traçar um comparativo que

permita analisar aspectos que influenciariam na escolha de uma entre as duas.

Pela pertinência ao tema, o trabalho inclui uma arguição sobre o

conceito de bilinguismo e a importância nos dias atuais de se dominar uma segunda

língua e os benefícios de sua inclusão nos currículos desde a primeira infância, do

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ponto de vista neurológico e interacional, dentre outros, abordando também alguns

mitos sobre esses assuntos.

Os objetivos específicos do trabalho são:

• Apresentar definições abrangentes sobre o que é cada modelo de escola;

• Destacar os benefícios na opção por um desses contextos escolares e;

• Comparar os dois modelos a partir de características e conceitos.

Para a realização do presente trabalho, foi realizado um levantamento

bibliográfico a partir de materiais publicados em periódicos referentes aos estudos

linguísticos, além de documentos de diretrizes educacionais propostas por entidades

federais. Foi realizada também uma pesquisa exploratória a partir do mecanismo de

busca “Google” utilizando termos como: “escola internacional” e “escola bilíngue”.

Tal levantamento se fez necessário devido à escassez de informação e diretrizes

existentes no Brasil. Os resultados consistiram principalmente de páginas de escolas

que oferecem estes métodos educacionais e também reportagens encontradas em

grande quantidade devido à atualidade do assunto.

Para avaliar a percepção sobre o tema foi realizada uma pesquisa (vide

anexo A) online, publicada em dois grupos de mídia social Facebook e também

compartilhada via correio eletrônico. Foram obtidas 16 (dezesseis) respostas no

total. Esta pesquisa (vide anexo A) teve apenas como intuito avaliar a percepção das

pessoas sobre o assunto. As perguntas do referido questionário foram as seguintes:

• Você possui filhos? Qual idade?

• Se você pudesse escolher entre colocar seu filho em uma escola

bilíngue ou escola internacional, por qual você optaria?

• Por quê?

• A partir desta escolha, o que você esperaria como resultado?

O trabalho aborda conceitos relevantes relativos ao bilinguismo com

intuito de buscar nestes conceitos o que se busca como um indivíduo bilíngue. Foca

também no que é a “cultura de bilinguismo” e os benefícios que pode trazer além

daqueles trivialmente abordados. Expõe a normatização referente às escolas

bilíngues e internacionais, que tem por objetivo, esclarecer brevemente se estes

conceitos de escolas são bem definidos ou ainda, se existe uma insuficiência de

parâmetros em relação a este cenário escolar que oriente o crescente surgimento

destas mesmas. Traz também a pesquisa sobre escolas bilíngues e internacionais

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respectivamente, seguida de uma comparação entre elas, e finalmente as

considerações finais.

2. CONCEITO DE BILINGUISMO

A definição do termo bilinguismo vem sendo proposta desde o início

do século XX, trazendo uma problemática devido às suas muitas formas e

configurações. Uma das primeiras definições foi proposta por Bloomfield (1935)

como sendo "o controle nativo de duas línguas1" (BLOOMFIELD, 1935, p. 562, apud

HARMERS e BLANC, 2000, p. 6). Outra definição quanto à dominância de outro

idioma afirma que "um indivíduo bilíngue é alguém que possui competência mínima

em uma das quatro habilidades linguísticas (falar, ouvir, ler ou escrever) em uma

língua diferente da sua nativa" (HARMERS E BLANC, 2000, p. 63, apud MEGALE,

2005, p. 2). Percebe-se que, do ponto de vista de aquisição de língua estrangeira, a

segunda definição apresenta uma compreensão mais ampla do que venha a compor

bilinguismo, permitindo que um indivíduo que tenha conhecimento em uma das

quatro habilidades possa se considerar um bilíngue enquanto a primeira definição

exige que se tenha domínio equivalente nas duas línguas, o que torna o

enquadramento consideravelmente mais complexo e demandando muito mais

conhecimento do segundo idioma.

Bilíngue pode ser ainda aquele que "consegue produzir sentenças

completas significativas em outra língua" (HAUGEN, 1953, p. 74, apud BUTLER e

HAKUTA, 2004). Harmers e Blanc (2000, apud MEGALE, 2005) defendem o

bilinguismo como um fenômeno "multidimensional", que considera a análise de seis

dimensões tais como: competência relativa; organização cognitiva; idade de

aquisição; presença ou não de falantes da segunda língua no ambiente em questão;

status das duas línguas envolvidas e, finalmente, a identidade cultural. Pela sua

maior relevância ao propósito deste trabalho, alguns deles serão comentados em

mais detalhe.

1 the native-like control of two languages.

2BLOOMFIELD, Leonard. Linguistic aspects of science. Philosophy of science, v. 2, n. 4, p. 499-517, 1935.

3 ______HARMERS, J e BLANC, M. Bilinguality and Bilingualism. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

4 HAUGEN, E. The Norwegian Language in America. Philadelphia: University of Pensilvania Press. 1953

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Em primeiro lugar a ‘Competência relativa’, que é subdividida em

bilinguismo balanceado, no qual o indivíduo tem a mesma competência linguística

proporcional em ambos os idiomas, independentemente do seu grau de proficiência

e; bilinguismo dominante que acontece quando o indivíduo domina uma língua

melhor que a outra, sendo geralmente a língua materna a mais desenvolvida. Na

sequência destaca-se também a ‘organização cognitiva’ que apresenta dois

conceitos, o conceito de bilinguismo composto, que é aquele indivíduo que possui

uma única representação cognitiva para duas representações linguísticas (palavras

de cada língua falada pelo bilíngue), e o bilíngue coordenado que é aquele que

possui duas representações linguísticas (palavras de cada língua falada pelo

bilíngue). É mais provável, mas não uma regra, que a criança que adquiriu as duas

línguas no mesmo contexto seja considerada um bilíngue composto, enquanto o

bilíngue coordenado provavelmente adquira a segunda língua num contexto

diferente do primeiro, usando representações linguísticas (palavras de cada língua

falada pelo bilíngue) diferentes.

Adicionalmente, é também relevante por ocorrer com frequência no cenário

brasileiro é a ‘idade de aquisição’ da língua, que tem papel determinante em alguns

aspectos de formação do bilíngue tais como os desenvolvimentos neuropsicológico,

linguístico, cognitivo e sociocultural. A idade de aquisição da segunda língua

determina se será classificado como bilinguismo infantil, adolescente ou adulto. No

bilinguismo infantil a criança adquire a segunda língua simultaneamente, ou

seja, quando ocorre paralelamente, quando a criança é exposta às duas línguas ao

mesmo tempo no mesmo contexto, ou bilinguismo consecutivo, no qual a criança

entra em contato com a segunda língua após ter adquirido a língua materna, L1, por

volta dos cinco anos de idade, o que acontece mais frequentemente com crianças

no Brasil que estudam em escolas bilíngues. O bilinguismo adolescente ocorre

quando a aprendizagem da segunda língua acontece na adolescência, ao passo que

o bilinguismo adulto implica o aprendizado da segunda língua já na idade adulta.

Outra classificação de bilinguismo é proposta por Peal e Lambert

(19625, apud ZIMMER, M.; FINGER, I.; SCHERER, L., 2008), segundo o autor,

bilíngues podem dominar duas línguas em níveis de proficiência diferentes e as

5 PEAL, E.; LAMBERT, W. The relation of bilingualism to intelligence. Psychological Monographs, v. 76 (Whole

No. 546), p.1-23, 1962.

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línguas podem ser usadas em cenários distintos. Sendo assim "poderemos

compreender o bilinguismo como a habilidade de usar duas línguas", conforme

mencionado por Zimmer, Finger e Scherer (2008).

Segundo Butler e Hakuta (2004), não há um consenso entre

pesquisadores sobre a definição de ‘bilinguismo’. Definições mais amplas, como a

proposta por Haugen (1953), permitem classificar como bilíngues também aqueles

que estão em processo de obtenção de proficiência, sem considerar como bilíngues

apenas os que atingem um alto nível específico de proficiência.

De acordo com a pesquisa Demandas de Aprendizagem de Inglês no

Brasil, elaborada pelo Instituto de Pesquisa Data Popular para o British Council

(2014), o nível de conhecimento autodeclarado da língua inglesa é considerado

como básico para 47% dos entrevistados e como intermediário para 32% dos

entrevistados que possuem conhecimento do idioma. Este autorretrato acerca do

domínio de uma segunda língua demonstra quão complexo é se autodenominar

‘bilíngue’.

Dentro das colocações acima, percebe-se que o conceito de

bilinguismo permanece dividido entre os que apresentam uma abordagem mais

limitada ao bilinguismo ‘perfeito’, segundo o qual, o falante, para ser considerado

bilíngue, deve dominar as duas línguas em níveis de proficiência muito próximos e

ser capaz de usá-las e alterná-las com facilidade de domínio em ambas em qualquer

cenário. Enquanto a outra vertente de abordagens defende um entendimento mais

holístico em que o indivíduo bilíngue pode apresentar diferentes níveis, considerando

as quatro habilidades, contexto, entre outros fatores mencionados, o que permite que

um número maior de indivíduos se classifique como tal.

Diante desta conjuntura apresentada, quanto ao que venha ser e

formar um indivíduo bilíngue, pode-se entender que a maior oportunidade de contato

com uma segunda língua em diferentes cenários pode trazer um diferencial quanto

às habilidades do indivíduo de domínio da segunda língua e quem sabe, dar mais

segurança em relação à definição e auto avaliação quanto a se considerar, ou não,

um indivíduo bilíngue. É esta proximidade com a segunda língua que vem a ser um

dos diferenciais apresentados pelos modelos educacionais que serão apresentados

neste trabalho, onde se busca um contato desde cedo com esta, com o intuito de

tornar a forma de expressar-se através da segunda língua, tão natural como se esta

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fosse sua língua materna. O principal não deve ser em qual dos conceitos

anteriormente abordados de bilinguismo o indivíduo se enquadra melhor, mas que

seu conhecimento permita com que se sinta capaz e confortável em se expressar e

comunicar usando uma segunda língua, atingindo satisfatoriamente seus objetivos,

sejam eles pessoais ou profissionais, independentemente do seu grau de

proficiência.

3. CARACTERÍSTICAS DE UMA FORMAÇÃO BILÍNGUE

3.1. Relação entre aprendizagem de uma segunda língua e o cérebro.

De acordo com Gregg Roberts (KLUGER, J. 2013), especialista em

imersão do escritório de educação do estado de Utah, "Monolinguismo é o

analfabetismo do século XXI".

São claros e relevantes os benefícios de se ter conhecimento e

domínio de mais de uma língua. Entre eles, ter acesso a um maior número de

informações quando pesquisar por algum assunto de interesse na internet,

oportunidades de emprego, número maior de network, a facilidade de comunicação

em viagens, assistir a um filme e não precisar recorrer a legendas, entre outros

fatores.

Um programa escolar que iniciou em 2009 no Estado de Utah, Estados

Unidos, e hoje engloba quase 95% dos distritos deste Estado, oferece escolas

bilíngues onde metade das aulas é lecionada em outras línguas, tais como, francês,

espanhol, mandarim e, em breve, o português fará parte do currículo. Conforme

mencionado por Kluger (2013), este projeto não exclui absolutamente o intuito de

desenvolver o país para competir como uma grande potência poliglota no mundo

globalizado, mas está muito mais relacionado e interessado na agilidade de

aprendizado dos jovens alunos e o desenvolvimento de suas capacidades

cognitivas, metalinguísticas e de relacionamento interpessoal, por exemplo.

Pesquisas mostram que o cérebro de um indivíduo bilíngue funciona de

forma diferente de um monolíngue. Dentre os benefícios percebidos estão a maior

capacidade cognitiva, a capacidade de executar várias tarefas ao mesmo tempo

(multitasking), o raciocínio mais rápido e a maior capacidade de resolver conflitos. É

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fato que esses cérebros trabalham mais rápido e gastam menos energia, além de

estudos indicarem que o conhecimento de uma segunda língua pode ser

responsável por adiar a demência e a doença de Alzheimer por quatro anos em

média. O cérebro bilíngue possui assim uma maior plasticidade, tornando-se mais

engenhoso, ativo e saudável.

De acordo com Borreli (2015), cérebros bilíngues têm sua massa

cinzenta, que é onde estão concentrados os neurônios e ocorrem as sinapses, mais

densa. Exames feitos por meio de imagens mostram que o cérebro bilíngue exercita

mais partes cerebrais do que o cérebro monolíngue, conforme Mackey (2014). Esta

pesquisa também justifica uma das vantagens de se entrar em contato com uma

segunda língua desde cedo, quando o cérebro ainda tem a facilidade de distinguir e

reconhecer essas diferenças de idiomas, como letras, sílabas, por exemplo, e o

aprendizado desta segunda língua torna-se mais fácil, mesmo que seu estudo e uso

venham a ocorrer em um nível de interesse mais aprofundado em idade mais

avançada. Observando-se o cérebro de um japonês adulto, aprendiz de inglês como

segunda língua, ao ouvir as palavras liver (rim) e river (rio), apenas uma região do

cérebro é ativada, enquanto em um nativo americano, por exemplo, duas regiões

distintas são ativadas. Isso porque em japonês as duas letras, ‘l’ e ‘v’, são

representadas apenas por um fonema. Neste contexto, se este japonês tivesse tido

a oportunidade de contato com a língua inglesa cedo, quando o cérebro ainda tem a

facilidade de distinguir e reconhecer essas diferenças, ele teria a capacidade de

reconhecimento desta diferença e provavelmente acionaria duas regiões.

Outro item relevante levantado em pesquisas é que as pessoas que

aprenderam a segunda língua cedo têm maior compreensão e domínio de seus

contextos emocionais enquanto os que aprenderam na idade adulta apresentam um

comportamento mais racional. Contudo, os benefícios da aprendizagem de uma

segunda língua são evidentes e inúmeros, independentemente da idade em que é

aprendida.

3.2. Aprendizado bilíngue no Cenário Educacional.

De acordo com Zimmer, Finger e Scherer (2008, p. 6), estudos no

início da década de 1960, afirmavam que "indivíduos bilíngues pareciam possuir

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desvantagens linguísticas e cognitivas em comparação aos monolíngues". Hoje, a

visão de bilinguismo é totalmente diferente. De acordo com a perspectiva de Hull e

Vaid (20066 apud FLORY, 2008 p.30), a aprendizagem de uma segunda língua

apresenta um período crítico que considera importante a idade de aquisição, que

seria até seis anos de idade, quando ocorre a lateralização do cérebro. Isto significa

que os indivíduos que adquirem o segundo idioma antes deste período, apresentam

envolvimento hemisférico bilateral, enquanto os que aprendem após este período

apresentam um envolvimento hemisfério unilateral ao usarem uma língua.

Outra teoria proposta por Hyltenstam e Abrahamsson (20037, apud

FERREIRA e SANTOS, 2010) afirma cientificamente que a plasticidade ou

flexibilidade cerebral permite com que indivíduos tenham uma predisposição a

aprenderem uma segunda língua antes de nove anos de idade, privilegiando a

aprendizagem direta, a qual trata-se de aprender a segunda língua como a língua

materna, enquanto a aprendizagem indireta se faz através de unidades ou signos da

língua materna, acontecendo de uma forma mais crítica e através de esforço

consciente. Desta forma, quanto mais cedo somos expostos ao aprendizado de uma

segunda língua, nosso cérebro processa a informação de forma diferente e mais

completa do que após o término de seu período crítico ou plasticidade.

Uma questão bastante abordada pelos pais é se o aprendizado de uma

segunda língua afetará de alguma forma o desenvolvimento linguístico da criança.

As crianças que estão em desenvolvimento linguístico frequentemente misturam as

duas línguas, evento conhecido como mistura de códigos ou code mixing, o qual se

configura como um comportamento normal em um processo de desenvolvimento

bilíngue segundo Pearson (20088 apud BYERS-HEINLEIN; LEW-WILLIAMS, 2013 p.

97). Uma das razões que levam as crianças a misturarem as línguas, ‘mistura de

códigos’ é o simples fato de elas estarem copiando os adultos, no que acontece em

seus contextos, onde os pais e membros de sua comunidade também alternam as

línguas usadas na comunicação (mistura de códigos) conforme Comeau, Genesee e

6 HULL. R.; VAID, J. Laterality and language experience. Laterality: Asymmetries of Body, Brain and Cognition, 11

(5): 436-464, Sep 2006. Bilingual language lateralization: A meta-analytic tale of two hemispheres.

Neuropsychologia, v. 45 (9), p. 1987-2008, 2007. 7 HYLTENSTAM, Kenneth; ABRAHAMSSON, Nicolas. Maturational constraints in SLA. In: DOUGHTY, Catherine J.;

LONG, Michael H (org.). The handbook of second language acquisition. Massachusetts: Blackwell, 2003, p. 539-

588. 8 PEARSON, Barbara. Z. Raising a bilingual child. New York: Random House. 2008.

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Lapaquette (20039 apud BYERS-HEINLEIN; LEW-WILLIAMS, 2013 p. 97). De

acordo com Lanza (200410 apud BYERS-HEINLEIN; LEW-WILLIAMS, 2013 p. 97),

uma segunda razão para a mistura de códigos seria o fato de seu limitado

vocabulário, o que levaria as crianças a buscarem em sua segunda língua uma

palavra que ainda não memorizou na primeira língua, como por exemplo, ao

chamarem de ‘cachorro’ todo animal de quatro patas que avistam. Se uma criança

não consegue recorrer rapidamente a uma palavra em uma língua ela pode recorrer

à outra língua para buscar esta palavra, misturando assim as duas línguas.

Desta forma, podemos observar um valor agregado muito maior à

oportunidade de se ter acesso a uma segunda língua no cenário educacional cedo,

como as vantagens de este ocorrer antes da lateralização do cérebro e durante o

período de plasticidade ou flexibilidade cerebral que facilitam o processo de

aprendizagem e a forma como isto acontece. Após pesquisas e estudos descobriu-

se que os que dominam outras línguas possuem não somente melhores

oportunidades de trabalho ou estudo, mas também uma saúde mental privilegiada.

4. REGULAMENTAÇÃO DE ESCOLAS BILINGUES E INTERNACIONAIS – LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO E PARÂMETROS CURRÍCULARES NACIONAIS

Este capítulo tem por objetivo apresentar o que traz sobre regulamentação e

parâmetros encontrados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira e

Parâmetros Curriculares Nacionais, que é onde se baseia a educação brasileira. A

seguir são apresentados alguns trechos destes, quanto ao que tange ensino de

língua estrangeira nas escolas, carga horária obrigatória entre outros, para que se

tenha uma referência de como as escolas bilíngues e escolas internacionais são

guiadas.

4.1. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira

9 COMEAU, L., GENESEE, F., e LAPAQUETTE, L. The modeling hypothesis and child bilingual codemixing.

International Journal of Bilingualism, 7(2), 113–126, 2003 10

LANZA, E. Language mixing in infant bilingualism: A sociolinguistic perspective. Oxford: Oxford University

Press. 2004.

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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) em

síntese é a legislação que regulamenta o sistema educacional público e privado do

Brasil, desde a educação básica até o ensino superior enquanto os Parâmetros

Curriculares Nacionais - PCN - são referências para os Ensinos Fundamental e

Médio de todo o país. O objetivo dos PCN é garantir a todas as crianças e jovens

brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconômicas desfavoráveis,

tenham o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como

necessários para o exercício da cidadania. Não possuem caráter de uniformidade e,

assim, pressupõe-se que serão adaptados às peculiaridades locais.

As escolas no Brasil são regulamentadas pelo Ministério da Educação,

por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no. 9394/1996,

determinações do MEC e Conselhos Estaduais de Educação. Normas essas que

definem a carga horária, parâmetros curriculares e língua na qual as aulas devem

ser ministradas, por exemplo. A seguir citam-se algumas partes importantes deste

regulamento que vêm ao encontro de questões abordadas neste trabalho, que, por

conseguinte, tem nelas referência e fundamentação acerca das deliberações

referente ao bilinguismo.

Fica claro que o ensino fundamental e médio definido pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação – LDB deve ser feito somente em língua

portuguesa, com direito resguardado a exceção somente às comunidades indígenas.

A partir do 5º ano deve fazer parte do currículo uma língua estrangeira além de

determinações quanto carga horária mínima e numero de dias letivos, o que deve

ser cumprido no mínimo pelas escolas.

4.1.1. Ensino Fundamental:

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB regulamenta na Seção

III, do ensino Fundamental, no Art. 32, Parágrafo 3º, que todo o Ensino Fundamental

deve ser ministrado em língua portuguesa, com exceção feita a comunidades

indígenas:

"O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem". (SENADO FEDERAL SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS, 2005, p. 17).

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Referente ainda ao Ensino Fundamental, quanto ao ensino de língua

estrangeira define-se no Art. 26, Parágrafo 5º, que:

“Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição”. (SENADO FEDERAL SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS, 2005, p. 16).

4.1.2. Ensino Médio:

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB regulamenta na Seção

IV do Ensino Médio, no Art. 36o, item I:

"...a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania...". (SENADO FEDERAL SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS, 2005, p. 18).

Relacionado ao Ensino Médio, na Seção IV, Art. 36, item III define que:

“Será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em carácter optativo, dentro das disponibilidades da instituição”. (SENADO FEDERAL SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS, 2005, p. 19).

Quanto à carga horária, é citada no Capítulo II, da Educação Básica,

Seção I, Art. 24:

“A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver”. (SENADO FEDERAL SECRETARIA ESPECIAL DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES SUBSECRETARIA DE EDIÇÕES TÉCNICAS, 2005, p. 18).

Entende-se desta forma que, no Brasil, prescreve-se que o ensino seja

conduzido em língua portuguesa com exceção reservada às comunidades

indígenas. E a partir da 5a série do ensino fundamental é obrigatório o ensino de

uma língua estrangeira à escolha da comunidade envolvida e de acordo com o que

dispõe a escola. Fica discriminado também que o número mínimo de horas-aula é

de 800, tanto para educação infantil, como para o ensino fundamental e médio,

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tendo 200 dias letivos, reservando-se adicionalmente os dias de exames de

recuperação.

4.2. Parâmetros Curriculares Nacionais

Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados pelo Governo

Federal Brasileiro, com o intuito de servir como base de referência curricular para

educadores, normatizando alguns fatores fundamentais relacionados a cada

disciplina. É dividido por volumes, um para cada disciplina, divido conforme a quadro

abaixo:

1a a 5

a série do Ensino Fundamental I

Língua Portuguesa *temas transversais:

Matemática Ética

Ciências Naturais Meio Ambiente

História Saúde

Geografia Pluralidade Cultural

Arte Orientação Sexual Educação Física

Quadro 1- Grade Curricular segundo PCN, 1a a 5a série do Ensino Fundamental I

Fonte: PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1997.

6a a 9a série do Ensino Fundamental Il

Língua Portuguesa *temas transversais:

Matemática Pluralidade Cultura,

Ciências Naturais Meio Ambiente

Geografia Saúde

História Orientação Sexual Arte Educação Física Língua Estrangeira

Quadro 2 - Grade Curricular segundo PCN, 6a a 9a série do Ensino Fundamental Il Fonte: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2016.

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Ensino Médio

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias:

Ciências da Natureza,

Ciências Humanas e suas Tecnologias:

Língua Portuguesa Matemática e suas Tecnologias:

História

Língua Estrangeira Moderna

Biologia Geografia

Educação Física Física Sociologia

Arte Química Antropologia

Informática Matemática Filosofia

Política Quadro 3 - Grade Curricular segundo PCNEM Ensino Médio. Fonte: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2016.

5. ESCOLAS BILÍNGUES

5.1. Surgimento das Escolas Bilíngues

Uma das teorias de surgimento das escolas bilíngues é a da evolução

de escolas regulares que traziam em suas propostas, como recurso extra, a oferta

do estudo do inglês com convênio a um instituto de idiomas como, por exemplo,

Wizard ou CCAA, para dar aulas dentro das escolas no período inverso, ou seja, de

contra turno ao escolar como um diferencial. Diante desse quadro e com a

aceleração da globalização, percebeu-se um mercado propício a oferta de escolas

bilíngues, que trariam em seu currículo um foco diferenciado, agregado a uma carga

horária maior de contato com a segunda língua, conforme Lima (2011).

A grande diferença entre o instituto de idiomas e as escolas bilíngues é

que os institutos de idiomas apresentam o contato com a segunda língua como

objeto de estudo: "...o enfoque é o desenvolvimento linguístico, com horário fixo e

vertentes metodológicas pouco suscetíveis a alterações e adaptações"

(MARCELINO, 2009, p. 10), ele também afirma que a língua no cenário da escola

bilíngue “é o veículo, o meio através do qual a criança também se desenvolve,

adquire e constrói conhecimento e interage e age sobre o meio" (MARCELINO,

2009, p. 10) Desta forma a língua é utilizada como mediadora, instrumento de

acesso ao conhecimento adquirido.

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5.2. O que são Escolas Bilíngues?

Definem-se como Escolas bilíngues aquelas que se utilizam de pelo

menos dois idiomas para ministrar suas aulas de disciplinas do currículo nacional,

oferecendo o estudo da segunda língua de forma mais intensiva quando comparado

com escolas convencionais, que estabelecem, em média, duas horas-aulas por

semana, enquanto que em uma escola bilíngue há um preceito de oferecer pelo

menos 2 horas diárias na segunda língua. Elas apresentam um currículo no qual

algumas disciplinas como ciências, matemática, artes, entre outras, podem ser

ensinadas nesta segunda língua, além de atividades extracurriculares. Devem

oferecer também “o desenvolvimento de um programa bem diversificado, com

atividades variadas, que trabalhem não só o que diz respeito à linguística, mas

também à interdisciplinaridade entre elas”, (DIRECIONAL..., 2014).

De acordo com Moura (2014), pesquisadora sobre bilinguismo, "Uma

escola bilíngue se organiza, em todos os níveis, para proporcionar aos seus alunos

as competências necessárias para usar duas ou mais línguas em situações

acadêmicas e sociais".

Segundo Lima (2011), a grade horária das escolas bilíngues, em geral,

é dividida entre disciplinas obrigatórias do currículo nacional e matérias extras,

típicas de currículos estrangeiros. Assim, Matemática, Ciências e Geografia, por

exemplo, são ensinadas em português, enquanto em aulas como Artes, Esportes e

Gastronomia só se fala a segunda língua. Algumas escolas adotam ainda o reforço

das disciplinas do currículo nacional em língua inglesa.

Quanto ao idioma falado como meio de ensino das disciplinas de suas

grades curriculares, as escolas bilíngues trazem grandes variações, como currículo

escolar em português e atividades extracurriculares em horário inverso/contrário ao

currículo regular na segunda língua; ou currículo escolar e atividades

extracurriculares intercaladas entre português e a segunda língua em período

integral, também podem apresentar currículo escolar na segunda língua e atividades

extracurriculares que contemplam o período integral em português ou ainda,

currículo escolar em português enquanto o reforço escolar acontece em segunda

língua; entre outras disposições.

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Pode-se assim perceber uma grande diversidade na organização e

apresentação destas escolas, não existindo estatutos ou políticas públicas que

determinem a composição da grade curricular complementar ou atividades

extracurriculares, desde que seja cumprido o currículo de disciplinas obrigatórias

dentro do que regulamenta o MEC.

Neste contexto ainda, as escolas são credenciadas a metodologias de

ensino ou desenvolvem sua própria metodologia, elaborando seu próprio currículo e

desenvolvendo seu próprio material de ensino. Outras ainda usam material didático

terceirizado, dentre os quais, pode-se citar, como exemplo, o da editora Pearson

como frequentemente utilizado e reconhecido internacionalmente.

5.3. Professores de Escolas Bilíngues

A escola bilíngue precisa de professores que tenham conhecimento

para ministrar as aulas de acordo com o conteúdo programático curricular brasileiro

e adicionalmente tenham conhecimento da segunda língua de opção da escola para

poder dar as aulas nesta língua. De acordo com a pesquisa foi possível observar

que o quadro de professores preparados para lecionar nestas instituições ainda é

escasso, de acordo com reportagem da EXAME.com (2014), este cenário exige

formação como Pedagogia, Letras em Inglês, Espanhol, Alemão, por exemplo, ou

Licenciaturas em Matemática, Biologia, Geografia, entre outros e ainda ter a

certificação de proficiência na língua estrangeira, como por exemplo: Test of English

as a Foreing Language (TOEFL) ou International English Language Testing System

(IELTS), que são exames de proficiência reconhecidos internacionalmente. A

maioria dos professores é brasileira com licenciaturas ou pedagogos com alguma

experiência no exterior, não necessariamente em ministrar aulas. Estes então

passam por intensivos treinamentos oferecidos pela própria escola para se tornarem

aptos a ministrar aulas e recebem reciclagens e atualizações constantemente.

5.4. Disciplinas das Escolas Bilíngues

A grade curricular é composta por disciplinas obrigatórias da Estrutura

organizacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais estabelecidas pelo MEC

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conforme apresentado no capítulo 4 anteriormente. As grades curriculares a serem

apresentadas mostram em quais línguas estas disciplinas obrigatórias são

ministradas.

No quadro abaixo é possível observar uma alternância entre os idiomas

português e inglês, sendo que algumas ficam a critério da regional escolar quanto ao

idioma no qual irá ser ministrada:

Disciplina Idioma

História Português Geografia Português

Língua Portuguesa Português Matemática Inglês

Ciências Inglês Inglês Inglês

Educação Física Inglês/ Português - Critério das Escolas Música Inglês/ Português - Critério das Escolas Artes Inglês/ Português - Critério das Escolas

Quadro 4 - Grade Curricular escola bilíngue Maple Bear Canadian School - Ensino Fundamental. Fonte: Maple Bear Canadian School, 2016.

Em seguida é apresentada uma grade curricular de uma escola que se

enquadra em todo o perfil de uma escola bilíngue, pois segue o currículo brasileiro,

porém se denomina como escola internacional. Ela divide suas atividades em idioma

português no período matutino e inglês no período vespertino.

Disciplina Idioma

Português Português matutino

História Português matutino

Geografia Português matutino

Matemática Português matutino

Ciências Inglês vespertino

Artes Inglês vespertino

Inglês Inglês vespertino

Literatura Inglês vespertino

Estudos Sociais Inglês vespertino

Educação Física Inglês vespertino

Música Inglês vespertino

Physical, Social and Health Education Inglês vespertino

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Quadro 5 - Grade Curricular Escola Internacional de Florianópolis - Educação Infantil e Ensino Fundamental. Fonte: Escola Internacional de Florianópolis, 2016.

O quadro a seguir apresenta as disciplinas que ampliam a imersão na língua

inglesa e compõe o quadro de aulas em período integral, enquanto algumas

disciplinas exigidas pelo MEC também podem ser ministradas em inglês.

Disciplina Idioma

Literatura (Literature) Inglês

História do Mundo Mundo (World History) Inglês

Sociologia (Sociology) Inglês

Filisofia (Philosophy) Inglês

Teoria do Conhecimento (Theory of Knowledge) Inglês

Arte (Art) Inglês

Projeto (Project) Inglês

Educação Física (Physical Education) Inglês Quadro 6 - Grade Curricular da See-Saw Panamby Bilingual School Fonte: See-Saw Panamby Bilingual School, 2016.

5.5. Diferenciais das Escolas Bilíngues

Na maioria das escolas bilíngues, o método de imersão é a forma

adotada para o ensino nos primeiros anos escolares, como berçário e antes do início

de alfabetização, de forma que somente a segunda língua é utilizada. Já a

alfabetização ocorre primeiro na língua materna e depois na segunda língua, mesmo

havendo o contato com a segunda língua desde o início da idade escolar.

Posteriormente, diminui-se a quantidade de horas aula na segunda língua

progressivamente de modo que as duas passam a ser alternadas.

Abaixo, apresentamos algumas das propostas e objetivos de escolas

bilíngues como, por exemplo: See-Saw Panamby Bilingual School, Maple Bear

Canadian School, Escola Internacional de Florianópolis e Colégio Brasil Canadá,

servindo como referência e também como conteúdo para traçar um comparativo em

relação ao que é oferecido em escolas internacionais conforme será mencionado no

item 6.5.

Escola Bilíngue See-Saw Panamby:

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Olhar individualizado para cada aluno, pois é imprescindível que se sintam acolhidos no ambiente escolar. Permitir a formação integral do educando, visando o desenvolvimento de suas potencialidades, seu preparo para o exercício da cidadania, fornecendo-lhe meios para progredir no trabalho e estudos posteriores. Oferecer aos alunos um contexto bilíngue de excelência, de modo que desenvolvam, nas diferentes áreas do conhecimento, suas capacidades de expressão, reflexão e comunicação em dois idiomas (português e inglês). See-Saw Panamby Bilingual School, 2016.

Maple Bear Canadian School:

Da Pré-escola ao Ensino Fundamental, a metodologia Maple Bear utiliza as práticas que fazem da educação bilíngue canadense a melhor do mundo. Além da imersão em inglês, o programa Maple Bear é baseado na experimentação e no incentivo à curiosidade e à descoberta. Por isso, promove a paixão pelo aprendizado, o raciocínio crítico, a autonomia e o uso do inglês e do português de maneira natural. Maple Bear Canadian School, 2016

Escola Internacional de Florianópolis:

Educação Infantil: Dentro da proposta pedagógica, a Educação Infantil desenvolve seu trabalho na visão sócio histórica, ou seja, na construção do conhecimento de seus alunos, respeitando sua história de vida e considerando todas as suas interações sociais. Procura assim, compreender e tratar das diversidades e pluralidades culturais, levando em conta as possibilidades de aprendizagem nas diferentes faixas etárias. Ensino Fundamental: Pretende-se em um espaço de construção do conhecimento, o conhecimento pleno — cognição, emoção, processos de relações humanas, ética e estética, de interação das diversidades culturais e de opiniões, em que ninguém é o único “detentor da verdade”. Escola Internacional de Florianópolis, 2016.

Colégio Brasil Canadá:

O principal objetivo do Colégio Brasil Canadá é formar seres humanos autônomos, críticos e capazes de viver e conviver em sociedade, respeitando valores morais e éticos que predominam em diferentes culturas e realidades do mundo contemporâneo. Colégio Brasil Canadá, 2016.

6. ESCOLAS INTERNACIONAIS

6.1. Surgimento das Escolas Internacionais

Segundo GUERREIRO (2011), "As escolas internacionais nasceram

aqui com o objetivo de atender os filhos de estrangeiros que desejavam seguir o

currículo dos seus países de origem e, ao mesmo tempo, assimilar o português e

alguns aspectos culturais do Brasil". Este cenário é comum quando famílias

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estrangeiras vêm residir no Brasil, foi o que trouxe a Chapel School - Escola Maria

Imaculada, que chegou ao Brasil em 1945. No primeiro momento estas escolas

vieram com intuito de servir famílias de estrangeiros, atualmente brasileiros buscam

essas escolas com a intenção de preparo para seguirem seus estudos no exterior.

6.2. O que são Escolas Internacionais?

Escolas Internacionais possuem um currículo destinado a alunos que

irão estudar em caráter inicialmente temporário no país, compondo assim um corpo

de alunos internacionais e oferecem uma continuidade educacional no caso de

mudança para outra nação, havendo a flexibilidade de locomoção educacional entre

diferentes países. Escolas Internacionais se enquadram no currículo brasileiro para

poderem atuar no Brasil que, por exemplo, exige que disciplinas obrigatórias como

história, geografia e português sejam lecionadas em língua portuguesa. Estas

instituições apresentam currículos americanos, franceses, ingleses, espanhóis por

exemplo, para este corpo de alunos internacionais que estão vivendo hoje no Brasil,

ou adicionalmente para brasileiros com o objetivo de ingressar em um curso superior

nestes países (SCHULTZ, 2014).

Muitas das escolas internacionais no Brasil apresentam o currículo

credenciado à International Baccalaureate Organization (IBO), uma World School,

que prepara os alunos para ingressar em instituições em vários lugares no mundo.

São mais de 4.000 instituições que ensinam através de seu programa, e estão em

mais de 150 países ao redor do mundo. Os alunos que estudam em escolas

credenciadas a esse programa, preparam-se para testes específicos e seus

resultados podem ser enviados, por exemplo, para admissão em ensino superior em

mais de 90 países. Outras escolas com currículo americano, por exemplo,

apresentam credenciais com AdvancED, uma agência norte-americana de

acreditação educacional atuando nos Estados Unidos e em mais 70 nações, com

parceira em mais de 32.000 escolas. Outra opção de acreditação é com a New

England Association of Schools and Colleges (NEASC), que está presente nos

Estados Unidos e com 238 instituições credenciadas no mundo e membros em mais

de 65 países desde 1885, além de estas escolas também estarem credenciadas ao

Ministério da Educação e Cultura do Brasil (MEC).

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6.3. Professores de Escolas Internacionais

O corpo docente destas escolas apresenta uma composição mista,

com professores das mais variadas nacionalidades, tais como, canadenses,

americanos, neozelandeses e ingleses, entre outras. As escolas internacionais

podem compor seu quadro de educadores com professores de outras

nacionalidades conforme tabela:

Tabela 1 - Nacionalidade do corpo docente de professores em Escolas Internacionais no Brasil

Estado Escola Corpo Docente

SP The American Elementary and High School

57 norte-americanos, 61 brasileiros, 9 outros

SP Chapel International School 32 norte-americanos, 43 brasileiros, 3 outros

SP Pan American Christian Academy 12 norte-americanos, 12 brasileiros

SP St. Francis College 3 norte-americanos, 4 britânicos, 35 brasileiros, 3 outros

RJ American School of Rio de Janeiro 36 norte-americanos, 73 brasileiros, 10 outros

RJ Rio International School 14 norte-americanos, 16 brasileiros, 3 outros

MG Escola Americana de Belo Horizonte 13 norte-americanos, 17 brasileiros

DF American School of Brasília 43 norte-americanos, 27 brasileiros, 2 outros

BA Pan American School of Bahia 22 norte-americanos, 35 brasileiros, 4 outros

PE American School of Recife 13 norte-americanos, 22 brasileiros, 4 outros

Fonte: SCHULTZ, 2014.

6.4. Disciplinas de Escolas Internacionais

A grade curricular segue de acordo com os programas oferecidos pelas

escolas, como International Baccalaureate Organization (IBO), AdvancED, New

England Association of Schools and Colleges (NEASC), apresentados no item

anterior, porém, algumas disciplinas são obrigatórias, tais como:

• Língua Portuguesa para as séries do Ensino Fundamental e Médio

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• Geografia e História do Brasil de 6o ano do Ensino Fundamental ao 3o

ano do Ensino Médio

• Português Língua Estrangeira - a partir do 2o ano do Ensino

Fundamental

As disciplinas fazem parte de um currículo que garante uma

diplomação específica, e, no ensino médio, os alunos devem optar por qual currículo

querem seguir especificamente. São três as opções mais oferecidas, a saber: o

Diploma de Segundo Grau Brasileiro, o Diploma de High School que corresponde ao

ensino médio americano, e o Diploma International Baccalaureate, que corresponde

ao currículo internacional mundial. Os alunos também têm a opção de seguir com

estudos direcionados para os três diplomas.

Apresentamos abaixo como referência, alguns exemplos de grades

curriculares com suas disciplinas em escolas internacionais. É importante lembrar

que estas escolas trazem todas as disciplinas em língua estrangeira de acordo com

a escola escolhida e que seu currículo também se adequa a suas credenciais. A

língua portuguesa é usada somente nas aulas de história, geografia e português

conforme determinação do MEC como mencionado anteriormente.

Este quadro apresenta as disciplinas oferecidas pela Escola

Internacional de Recife, de acordo com seus credenciamentos que são: AdvancED

dos Estados Unidos, Ministério da Educação do Estado de Pernambuco e Conselho

de Educação Municipal do Recife.

Infantil, ECC3 Pre-Kinder,

Kindergarten 1º - 5º ano

Inglês iniciante Continuação de Inglês

(Auditivo e oral, iniciando a Escrita & Leitura)

Língua Inglesa

(Auditivo e oral) Introdução à Matemática Matemática

Matemática “Readiness” Conceitos de Ciências Conceitos de Ciências

Introdução aos conceitos de Ciências

Conceitos de Estudos Sociais

Conceitos de Estudos Sociais

Conceitos de Estudos Sociais Música Música

Música Educação Física Educação Física

Educação Física Espanhol Espanhol

Canções em Espanhol Tecnologia Tecnologia

Visita à biblioteca Biblioteca Biblioteca

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Língua Portuguesa +Estudos Sociais e

Geografia do Brasil ou PSOL (Português para

alunos de outros idiomas)

Quadro 7 - Grade Curricular Escola Americana do Recife - Educação Infantil e Ensino Fundamental Fonte: Escola Americana do Recife, 2016.

Os quadros 8 e 9 respectivamente, trazem informações da Escola

Internacional do Recife, com mesmas credenciais, porém de series mais avançadas,

fundamental II e ensino médio.

6ª Série 7ª Série 8ª Série

Inglês Inglês Inglês

Português Português Português

Geografia Mundial História Mundial História dos Estados Unidos

Ciências Ciências Physical Science

Matemática Matemática Pré-Álgebra ou Álgebra 1

Espanhol Álgebra Espanhol

História & Geografia do Brasil Espanhol História & Geografia do

Brasil

Educação Física História & Geografia do Brasil Educação Física

Arte Educação Física Arte

Advisory Arte Advisory

Advisory Quadro 8 - Grade Curricular Escola Americana do Recife - Ensino Fundamental II Fonte: Escola Americana do Recife, 2016.

9ª Série 10ª Série 11ª Série 12ª Série

Inglês Inglês Inglês Inglês

Português Português Português Português

World Geography World History U.S. History Comparative Gov’t

Environ. Science Biologia Química Física

Algebra 1 ou Geometria

Geometry ou Algebra 2

Algebra 2 ou Pré-Cálculo

Pré-Cálculo ou AP Cálculo

História & Geografia do Brasil

História & Geografia do Brasil

História & Geografia do

Brasil

História & Geografia do Brasil

Educação Física Educação Física Educação Física Educação Física

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Sociologia & Filosofia

Eletivas Eletivas Eletivas Eletivas

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Quadro 9 - Grade Curricular Escola Americana do Recife - Ensino Médio Fonte: Escola Americana do Recife, 2016.

Na sequência, é apresentada uma lista de algumas possíveis opções

de eletivas, que obrigatoriamente devem ser cursadas pelos estudantes de ensino

médio em escolas internacionais de acordo com seus interesses e afinidades. Essas

eletivas variam entre as escolas de acordo com seus credenciamentos e países por

exemplo.

Negócios TI

Gerenciamento Animação

Marketing Web Design

Finanças Pessoais Programação

Línguas Estrangeiras Artes

Francês Música

Italiano Drama

Espanhol Percussão

Educação Física Ciência

Saúde Biotecnologia

Natação Geologia

Yoga Botânica

Estudos Sociais Artes Visuais

Filosofia Mídia Digital

Psicologia Fotografia

Relações Internacionais Desenho Quadro 10 - Lista de eletivas - Ensino Médio

Fonte: SARIKAS, 2015.

6.5. Diferenciais das Escolas Internacionais

As escolas internacionais proporcionam aos seus estudantes um

ambiente propício para aquisição de segunda língua a considerarmos que

unicamente uma língua estrangeira é utilizada entre estudantes de várias

nacionalidades, gerando um maior estímulo ao seu desenvolvimento. O contato com

professores de várias nacionalidades também reforça o ambiente intercultural e

aprender uma segunda língua acaba sendo um resultado do processo de um

ambiente favorável ao aprendizado.

Foram escolhidas algumas escolas internacionais como Escola

Internacional de Curitiba, Chapel School Escola Maria Imaculada, Colégio Santa

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Maria e Escola Americana do Recife para exemplificar o que apresentam como

diferenciais e o que oferecem a seus alunos, servindo também como conteúdo para

traçar um comparativo em relação ao que é oferecido em escolas bilíngues conforme

mencionado no item 5.5.

Escola Internacional de Curitiba:

Involve Enquire Endure Education is not just about what we know, but how we feel and how we connect to the world we live in. Our goal is to involve and challenge students with opportunities to develop their minds and explore their potential while learning through meaningful and inspiring discoveries. My role at the International School of Curitiba is to ensure that our students have a thoughtfully crafted and unique truly international education11. International School of Curitiba, 2016.

Chapel School – Escola Maria Imaculada, São Paulo:

In a caring and academically challenging enviroment, Chapel provides an American-style education to an international student body. Through Christian values, students learn to make informed decisions, to own resonsability for personal actions and community needs, and respect life and cultural diversity. Engage. Challenge. Support. Care. Prepare students for life12. Chapel School – Escola Maria Imaculada, 2016.

Colégio Santa Maria, São Paulo:

Como instituição católica de ensino da rede particular, diante dos desafios presentes no atual cenário mundial, reafirma sua identidade cristã, assumindo a tarefa de educar conforme os valores que são inseparáveis da fé em Jesus Cristo: a verdade, a justiça e o amor. Dessa forma, concebe a Educação como base para as transformações no âmbito individual e coletivo, com uma proposta pedagógica que valoriza e destaca a formação humana, por meio dos princípios da solidariedade, da autonomia, da responsabilidade, da sustentabilidade, da ética e do respeito ao bem comum. Colégio Santa Maria, 2016.

Escola Americana do Recife:

We are an American Overseas School that offers exemplary United States and Brazilian accredited programs in a welcoming English language setting where each individual matters. Our mission is to develop critical thinkers and lifelong learners with an international perspective, empowered to become informed, responsible world citizens13. Escola Americana do Recife, 2016.

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Envolver Indagar Persistir Educar não é apenas o que sabemos, mas como nos sentimos e como nos

conectamos com o mundo em que vivemos. Nosso objetivo é envolver e desafiar os alunos com oportunidades

de desenvolver suas mentes e explorar seu potencial enquanto aprende através de descobertas significativas e

inspiradoras. O meu papel na Escola Internacional de Curitiba é garantir que nossos alunos tenham uma

educação cuidadosamente trabalhada única e verdadeiramente internacional 12

Em um ambiente de carinho e academicamente desafiador, Chapel oferece uma educação de estilo

americano para um corpo de estudantes internacionais. Através de valores cristãos, os alunos aprendem a

tomar decisões informadas, de possuir responsabilidade para ações pessoais e necessidades da comunidade e

respeitar a vida e a diversidade cultural. Se empenhar. Desafiar. Apoiar. Cuidar. Preparar os alunos para a vida. 13

Somos uma escola americana que oferece certificações americanas e brasileiras em um ambiente acolhedor

em idioma Inglês, onde cada indivíduo é importante. Nossa missão é desenvolver pensadores críticos e alunos

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7. ESCOLAS BILÍNGUES E ESCOLAS INTERNACIONAIS: COMPARAÇÕES

O surgimento dos modelos de escolas estudadas no Brasil foi motivado

por razões diferentes; enquanto a Escola Internacional surgiu em um primeiro

momento para atender à necessidade de famílias estrangeiras residentes no País, a

escola bilíngue teve seu surgimento vinculado à globalização e às novas exigências

dos mercados de trabalho e educacional. Sem dúvida, apresentam aspectos em

comum, como o fato de oferecerem uma educação bilíngue independente de suas

nomenclaturas, porém distintas em seus métodos de ensino. Enquanto a escola

bilíngue segue à risca o currículo brasileiro e oferece atividades extracurriculares,

algumas destas lecionadas em segunda língua com carga horária média de 2 horas-

aulas por dia, a escola internacional segue currículos estrangeiros e certificações

internacionais oferecendo apenas disciplinas obrigatórias em língua portuguesa

como português, história e geografia.

Seus professores apresentam perfis diferenciados. A escola

internacional apresenta uma porcentagem de aproximadamente 40% de professores

estrangeiros, enquanto a escola bilíngue tem seu quadro formado por brasileiros

com licenciaturas ou por pedagogos, ambos com certificação de proficiência na

segunda língua de opção.

Em sua maioria, ambas declaram oferecer uma educação que

desenvolve autonomia, senso crítico, participação ativa e responsável no mundo e

respeito às pluralidades culturais, hoje tão vivenciados em meio à globalização e

interação do mundo.

A fim de mapear a percepção e conhecimento das pessoas sobre o

assunto, foi realizada uma pesquisa (vide anexo A) na qual 16 pessoas se

voluntariaram a responder sobre o título: “Escolas Bilíngues vs Escola Internacional”.

O questionário consistiu de quatro perguntas abertas, com o intuito de descobrir se

as pessoas, com filhos ou não, possuem conhecimento dessas modalidades

escolares e suas diferenças, e por qual delas optariam se tivessem a oportunidade

de escolha e por quê? As perguntas do questionário foram as seguintes:

1 - Você possui filhos? Qual idade?

ao longo da vida com uma perspectiva internacional, com poderes para tornar-se informados, e cidadãos do

mundo responsáveis.

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2 - Se você pudesse escolher entre colocar seu filho em uma escola

bilíngue ou escola internacional, por qual você optaria?

3 - Por quê?

4 - A partir desta escolha, o que você esperaria como resultado?

As perguntas foram enviadas por correio eletrônico a alguns

conhecidos e adicionalmente, publicadas na rede social Facebook em um grupos

fechados, nos quais as pessoas interessadas poderiam participar da pesquisa (vide

anexo A), acessando o link e respondendo anonimamente.

As 16 (dezesseis) pessoas que responderam à pesquisa (vide anexo

A) variaram entre não ter filhos e com filhos até 26 (vinte e seis) anos, mas em sua

maioria com idade pré-escolar e ensino fundamental.

Dentre os participantes, 6 (seis) optariam por escola bilíngue, 8 (oito)

por escola internacional e 2 (dois) não optaram e declararam não saber exatamente

a diferença. Quando questionadas o porquê de suas escolhas, observou-se que os

respondentes que escolheram a escola bilíngue gostariam de proporcionar a

oportunidade do bilinguismo mantendo a educação brasileira, as raízes culturais e

grade curricular. Os que optariam pela escola internacional demonstram acreditar

que escolas internacionais trabalham mais a interculturalidade e preparariam seus

filhos para uma oportunidade no exterior e também acreditam na maior credibilidade

do ensino internacional.

Em resposta à quarta pergunta sobre o que esperariam como resultado

da modalidade escolhida, em sua maioria as respostas estão direcionadas

obviamente para habilidade de comunicar-se fluentemente nas duas línguas, e,

posteriormente, destacaram a oportunidade de ter acesso a diferentes culturas e

estarem melhores preparados para o mundo globalizado.

O resultado da pesquisa (vide anexo A) mostra que existe um

conhecimento, talvez não tão específico e detalhado quanto ao conceito de cada

escola, uma vez que os participantes se prontificaram a responder o questionário por

possuírem um interesse pelo tema abordado. Estas pessoas estão preocupadas

com a interculturalidade e acreditam que, de alguma forma, tal experiência venha a

influenciar na formação de seus filhos e preocupam-se com que eles sejam capazes

de se integrar, não apenas verbalmente, mas também venham a desenvolver

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respeito à diversidade do outro, visto que acreditam em uma sociedade democrática

e igualitária.

Outro item importante na comparação destas duas escolas é o objetivo

que se busca para o futuro estudantil do aluno, na medida em que esta escolha

geralmente é feita ainda na fase infantil e acaba sendo feita, a princípio, pelos pais.

A escola bilíngue, uma vez que segue o currículo brasileiro, além da fluência na

segunda língua oferecida, prepara seus alunos para o ENEM (Exame Nacional do

Ensino Médio) e para vestibulares, tendo como foco o ingresso nas universidades

brasileiras. Já a escola internacional prepara seus alunos para ingressarem em

universidades no exterior. Processos estes consideravelmente diferentes. Para

ingressar em universidades no exterior segundo Goulart (2013), além de questões

sobre conhecimento como nos vestibulares “Os candidatos são estimulados a

apresentar redações em que expõem sua visão do mundo e projeto para atuar nele.

Jovens com forte atuação social também são bem vistos. Recomendação de ex-

professores contam pontos”. Mas as escolas internacionais também oferecem

preparação para vestibulares se for de interesse do aluno com a certificação no

ensino médio regular além da certificação internacional.

As escolas internacionais quando pesquisadas na internet por seus

sites apresentam um número bem maior de informações sobre suas escolas se

comparada a escolas bilíngues. Além de um conteúdo explicativo, elas

disponibilizam grades curriculares e valores de mensalidades, enquanto as escolas

bilíngues raramente apresentam este tipo de informação, mesmo quando contatadas

por telefone ainda resistem em fornecer esclarecimentos e incentivam a visita física

a escola.

As escolas internacionais possuem majoritariamente seus sites

somente em inglês, nos quais algumas disponibilizam também em português o

conteúdo sobre o que é obrigatório ser oferecido em língua portuguesa no Brasil,

conforme normatizado pelo MEC, como por exemplo: história, geografia e língua

portuguesa. Já as escolas bilíngues possuem seus sites em português e inglês,

porém com um conteúdo informativo muito mais limitado.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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Este trabalho teve como principal objetivo pesquisar e apresentar os

principais conceitos, diferenças e semelhanças entre escolas bilíngues e

internacionais. A pesquisa (vide anexo A) documental se completou com a aplicação

de um pequeno questionário como forma de trazer informação acerca do

conhecimento de pessoas sobre o tema abordado, em prol da análise sobre o que

as escolas deste contexto oferecem e o que as pessoas com interesse nesses

métodos educacionais sabem sobre eles e o que buscam ao optarem por um deles.

Como objetivo adicional, conceitos de bilinguismo foram problematizados,

características de uma educação bilíngue foram apresentadas em termos dos

benefícios que pretende operar.

Como resultado deste trabalho, percebe-se que assim como o aumento

da demanda de escolas bilíngues, aumenta também o conhecimento das pessoas,

em sua maioria, sobre o que são estas escolas, o que oferecem e o que buscam

como resultado destes modelos escolares diferenciados. Não com domínio absoluto

de seus conceitos, mas de encontro ao que estas destacam oferecer dentro de uma

preparação para o mundo globalizado. Os itens em comum mais citados, procurados

como resultado destes modelos educacionais foram: ter uma preparação para

estudar no exterior, ter acesso ao conhecimento de diferentes culturas, despertar o

respeito às diversidades e aprendizagem de uma segunda língua para preparar-se

para o atual contexto de globalização. Em nenhum momento qualquer um dos

outros benefícios vinculados ao aprendizado de uma segunda língua no quadro

educacional foi comentado por qualquer um dos entrevistados, percebendo-se talvez

uma ausência de maior abordagem destas vantagens até mesmo nos sites das

escolas pesquisadas. As escolas em seu predomínio, tanto as bilíngues quanto

internacionais, afirmam oferecer uma educação que desenvolve autonomia, senso

crítico, participação ativa e responsável no mundo e respeito às pluralidades

culturais, mas poucos exploram a informação dos benefícios neurológicos que

estudos apresentam como, o desenvolvimento das capacidades cognitivas,

metalinguísticas e de relacionamento interpessoal, raciocínio mais rápido, maior

capacidade de resolver conflitos, além de retardamento de doenças mentais como

Alzheimer, entre outros citados anteriormente.

A normatização destas escolas no Brasil ainda não é claramente

definida, não existe uma normativa específica sobre escolas internacionais ou

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bilíngues que regulamente estes modelos educacionais tanto nas Leis de Diretrizes

e Bases da Educação quanto nos Parâmetros Curriculares. Cabe dizer que há um

cenário mais organizado nas escolas internacionais, uma vez que estas vêm

estruturadas a partir dos países em que são baseadas. Encontram-se inclusive aqui

escolas que se denominam como internacionais, porém oferecem a grade curricular

brasileira, provocando assim uma confusão de conceitos e dúvida sobre se existe

uma diferença, tendo como exemplo a Escola Internacional de Florianópolis, que

oferece o currículo brasileiro, porém usa a nomenclatura de internacional, quando

não oferece um currículo de outro país, requisito para esta denominação.

As escolas bilíngues e as escolas internacionais apresentam como

principal semelhança o acesso à segunda língua de forma mais natural,

principalmente quando o método de ensino utilizado é a imersão total,

principalmente, se comparadas a um curso de línguas, onde as metodologias são

diversificadas e a carga horária é consideravelmente inferior. Estas escolas

entretanto possuem organizações diferenciadas, enquanto a escola bilíngue

apresenta o currículo brasileiro, a escola internacional oferece o estrangeiro, e isso

as fazem diferentes tendo como, por exemplo, a preparação que oferecem para

ingressarem em universidades nestes dois cenários, no Brasil e no exterior. Seus

currículos são distintos e possuem uma preparação para interação com o mundo de

forma diferenciada, sendo que as escolas internacionais em sua maioria trazem

currículos reconhecidos mundialmente, ainda que a escola bilíngue tente agregar

disciplinas de destaque das escolas internacionais como suas disciplinas

extracurriculares, uma equivalência não seria justa. Existe uma facilidade maior em

encontrar professores preparados para darem aula em escolas internacionais, uma

vez que estes podem vir do exterior, enquanto as escolas bilíngues encontram maior

dificuldade de encontrarem professores, quando além de possuírem suas formações

precisam ter adicionalmente suas capacitações de bilíngues.

Contudo, apesar da insipiência de informação e a busca pela

regulamentação, percebidas no cenário nacional relacionado a estas escolas, mais

acentuado nos modelos de escolas bilíngues, e uma divulgação não tão ampla do

que estas escolas têm para oferecer, o resultado mostra que se está caminhando ao

menos, em direção ao conhecimento e quem sabe, organização destes modelos

educacionais gradativamente, principalmente em relação às escolas bilíngues,

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acompanhando assim o crescimento do contexto de globalização percebido no Brasil

relacionado a oportunidades educacionais.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____Chapel Escola Maria Imaculada. Disponível em: <http://chapel.g12.br>. Acessado em: 29 maio 2016. ____ESCOLA Americana do Recife, 2016. Disponível em: <http://www.ear.com.br/uploaded/documents/Handbook_2015-16/EAR_Handbook_Portuguese_Manual_version_2016-_August_25.pdf> p. 15-20. Acessado em: 15 mar. 2016. ADVANCED. Disponível em: <http://www.advanc-ed.org>. Acessado em: 06 mar. 2016. BORRELI, Lizzete. Bilingualism And Brain Health: Learning A Second Language Boosts Cognitive Function, Even At Old Age, 2015. Disponível em: <http://www.medicaldaily.com/pulse/bilingualism-and-brain-health-learning-second-language-boosts-cognitive-function-even-343132>. Acessado em: 18 mar. 2016. BRITISH Council. Demandas de Aprendizagem de Inglês no Brasil, 1a edição, 2014, p. 8. Disponível em: <https://www.britishcouncil.org.br/sites/default/files/demandas_de_aprendizagempesquisacompleta.pdf>. Acessado em: 29 maio 2016. BUTLER, Y. G.; HAKUTA, K. Bilingualism and Second language Acquisition. In: BHATIA, T.K.; RITCHIE, W.C. The Handbook of Bilingualism. United Kingdom: Blackwell Publishing, 2004.

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andremiranda
Retângulo
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acompanhando assim o crescimento do contexto de globalização percebido no Brasil

relacionado a oportunidades educacionais.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____Chapel Escola Maria Imaculada. Disponível em: <http://chapel.g12.br>. Acessado em: 29 maio 2016. ____ESCOLA Americana do Recife, 2016. Disponível em: <http://www.ear.com.br/uploaded/documents/Handbook_2015-16/EAR_Handbook_Portuguese_Manual_version_2016-_August_25.pdf> p. 15-20. Acessado em: 15 mar. 2016. ADVANCED. Disponível em: <http://www.advanc-ed.org>. Acessado em: 06 mar. 2016. BORRELI, Lizzete. Bilingualism And Brain Health: Learning A Second Language Boosts Cognitive Function, Even At Old Age, 2015. Disponível em: <http://www.medicaldaily.com/pulse/bilingualism-and-brain-health-learning-second-language-boosts-cognitive-function-even-343132>. Acessado em: 18 mar. 2016. BRITISH Council. Demandas de Aprendizagem de Inglês no Brasil, 1a edição, 2014, p. 8. Disponível em: <https://www.britishcouncil.org.br/sites/default/files/demandas_de_aprendizagempesquisacompleta.pdf>. Acessado em: 29 maio 2016. BUTLER, Y. G.; HAKUTA, K. Bilingualism and Second language Acquisition. In: BHATIA, T.K.; RITCHIE, W.C. The Handbook of Bilingualism. United Kingdom: Blackwell Publishing, 2004.

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andremiranda
Retângulo
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SEE-SAW Panamby Bilingual School, 2016. Disponível em: <http://www.see-saw.com.br/ensino-medio/>. Acessado em: 05 mar. 2016. TEIXEIRA, C. e COSTA, T. Número de escolas bilíngues no Brasil é cada vez maior, 2014. Disponível em: <http://www.fca.pucminas.br/omundo/numero-de-escolas-bilingues-no-brasil-e-cada-vez-maior/>. Acessado em: 13 mar. 2016. ZIMMER, M.; FINGER, I.; SCHERER, L. Do bilingüismo ao multilingüismo: intersecções entre a psicolingüística e a neurolingüística. ReVEL. Vol. 6, n. 11, agosto de 2008. ISSN 1678-8931 [www.revel.inf.br].

10. ANEXOS

Anexo A – Pesquisa: “Escolas Bilíngues vs Escola Internacional”:

Se tem filhos,

quantos e qual idade?

Se você pudesse escolher entre colocar

seu filho em uma escola bilíngue ou escola

internacional, por qual você optaria?

Por quê? A partir desta escolha, o que você

esperaria como resultado?

1 filho, 10 semanas

Eu realmente não sei a diferença exata dos

métodos entre as duas escolas. Como eu falo

português e meu marido alemão, e se houvesse

uma escola com as duas línguas, certamente a

escolheria. Acredito que uma escola bilíngue teria

mais chances de ter essas duas línguas como base.

Vamos educar nosso filho nos dois idiomas, e na escola bilíngue, ele

teria chance e acesso ao aprendizado correto,

gramatical.

Esperaria que o meu filho fosse fluente nos dois idiomas. Eu

conversarei com ele em português e meu marido em alemão.

Sim, 6 anos. Internacional

Pela possibilidade de intercâmbio e

convivência com outras culturas e pessoas de

diferentes países.

A formação de um ser humano mais aberto e consciente das diferenças

culturais.

Sim, 6 anos. Internacional

Pela possibilidade de intercâmbio e

convivência com outras culturas e pessoas de

diferentes países.

A formação de um ser humano mais aberto e consciente das diferenças

culturais.

não possuo escola bilíngue

Para facilitar o aprendizado de outra

língua, porém mantendo o currículo do MEC

fluência na segunda língua escolhida

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Quase (grávida).

=) Não sei. Não sei as diferenças

entre as duas.

Espero colocar meu filho em uma escola onde ele tenha momentos de

falar apenas Inglês, ficando "submerso" na língua. Porém, não

sei se é a bilíngue ou a internacional e não conheço as metodologias das

escolas.

Sim, 6 e 2 Internacional Acho que prepara melhor

Formação melhor, não apenas focada na língua, mas em aspectos

gerais

Sim. Seis anos. Escola Bilíngue.

Imagino que a escola internacional trabalha

com o currículo internacional e quero que

meu filho estude sobre seu país e origens, em

primeiro lugar.

Esperaria que ele saia fluente no idioma no qual a escola se

proponha a ensinar.

Sim. 10, 7 e 4. Internacional

Porque a escola internacional me passa maior credibilidade na

qualidade dos professores, vantagem na filosofia educacional além do aspecto cultural

mais rico no convívio com a cultura internacional.

Uma criança fluente em 1 ou 2 idiomas, mais preparada para o

ambiente globalizado que vivemos.

Sim. 4 anos Internacional

Porque na escola internacional os alunos são alfabetizados na

língua inglesa e a grade curricular é igual ao país

de fora.

Que minha filha tenha o inglês como sua segunda língua, e fale tão bem

quanto a língua materna.

Sim. 18 e 11 anos

Não sei bem a diferença entre as duas mas acho que colocaria em uma escola internacional.

Pela fama de que é uma escola de qualidade e nos padrões de ensino

internacional.

Que eles tivessem a competência para se comunicar bem em um outro idioma e que tivesse mais

oportunidade para fazer uma graduação ou pós no exterior, por

exemplo.

Sim. 8 meses. Internacional

Pelo contato com as diversas culturas e pela oportunidade de estudar

fora na faculdade.

Inglês proficiente, forte senso crítico, leitura assídua.

2 anos Bilíngue Criar hábito de pensar em uma segunda língua

Ter essa carta na manga para seu futuro.

Sim, 7 e 4 anos Bilíngue Método nacional com

dois idiomas

Além de se apropriar das matérias comuns, aprendendo idiomas, que é

básico hoje em dia. 17 anos Não sei Preciso ver todas O melhor

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Sim, 4 anos Bilíngue

O acesso a matérias ligadas a nossa realidade e cultura. Além disso, o calendário internacional

é muito diferente do nacional, início e fim das aulas e período de férias. O clima brasileiro levaria

a ter aulas em todo o período de calor no

calendário internacional.

Conhecimento em duas línguas, mais voltada à realidade nacional.

Sim. 26 e 25 Escola internacional Contato com crianças de

vários países Crescimento. Cultural

1 filho de 9 anos.

Se fosse onde eu moro, optaria pela escola

internacional.

Porque na escola internacional se importa

mais com cultura.

Além de fluência para meu filho, compreensão de cultura e cotidiano

de outro país.