POLITICA Y POLÍTICA ECONÓMICA E N LA AMÉRICA L A T I N A
D A N I E L C O S Í O V I L L E G A S , del Colegio de México
DEDICADO en los últ imos años, como he estado, a l a h i s t o r i a ,
es decir , a problemas de muertos, en ocasiones debo hacer u n
esfuerzo especial de ajuste c u a n d o m e toca considerar a l g ú n
p r o b l e m a de vivos. Ésa h a p o d i d o ser l a razón p o r l a c u a l
desperté m u y tarde a l a necesidad, q u e después sentí aguda
m e n t e , de que nuestras conversaciones rec lamaban de las per
sonas que m a n e j a n los problemas reales — l o s problemas cot i
d ianos , p o r así d e c i r l o — d e l crec imiento económico, u n a
exposic ión p r e v i a de u n a g r a n c a n t i d a d de hechos que i lus
t r a r a n los desajustes que ellos advier ten entre ese crec imiento
y las leyes, las inst i tuciones y los hábitos políticos de los países
la t inoamericanos . A c a b é p o r temer que, de n o contar c o n e l
c o n o c i m i e n t o de los hechos, nuestras conversaciones* se m o
v i e r a n en u n p l a n o de remotas abstracciones, o se l i m i t a r a n
a h u r g a r ideas preconcebidas.
SUPONGO QUE el p u n t o de p a r t i d a h a sido e l recuerdo de q u e
los países la t inoamericanos se o r g a n i z a r o n polít icamente, y se
h a n desenvuelto económicamente, según l a filosofía l i b e r a l ,
e n cuyo p u n t o abstracto extremo se p i n t a a l estado c o n l a
ú n i c a misión de dar a l a nación segur idad i n t e r n a y externa.
L a consecuencia es que e l i n d i v i d u o , c o n esa protección, t o m a
l a i n i c i a t i v a hasta e l grado de convertirse en e l verdadero y
ú n i c o m o t o r de l a v i d a polít ica. E n ese m i s m o extremo teóri
co, l a i n i c i a t i v a i n d i v i d u a l , p r i v a d a , o sea, l a i n i c i a t i v a n o
o f i c i a l , tiene, si fuera posible , u n p a p e l más decisivo en l a
v i d a económica. E l estado, lejos de i n t e r v e n i r p a r a i m p o n e r l e
* Estas páginas se redactaron para un Grupo de Trabajo sobre los Aspectos Sociales del Desarrollo Económico en la América Latina, convocado por Naciones Unidas, UNESCO y C E P A L .
49 1
492 D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI 1-4
o sugerirle s iquiera u n nuevo sendero, h a de crear las c o n d i
ciones óptimas p a r a que l a i n i c i a t i v a p r i v a d a se m u e v a a sus
anchas.
D e n t r o de ese marco teórico y extremoso de l a filosofía
político-económica d e l l i b e r a l i s m o , l a i d e a de u n crecimiento
económico planeado, programado o d i r i g i d o — c o m o debiera
decirse p a r a recalcar más e l p r o b l e m a que se nos h a plantea
d o — tiene toda l a apar iencia y a u n e l sabor de algo exótico;
es más, resulta u n a idea tan i m p o s i b l e de acoplar con seme
jante filosofía, que, u n a de dos: o se a b a n d o n a , o, persuadidos
de q u e e l crec imiento económico d i r i g i d o es necesario y úti l ,
se cae en l a necesidad de m o d i f i c a r e l m a r c o polít ico l i b e r a l ,
n o sólo p a r a hacerlo c o m p a t i b l e lógicamente con l a idea de
ese crec imiento, s ino p a r a que favorezca su ejecución.
Este p lanteamiento , a más de p u r a m e n t e teórico, es extre
moso, pues en r igor , n i n g ú n pensador polít ico, n i u n a sola
constitución política, y m u c h o menos u n gobernante o u n
estado concreto, se h a n ajustado a él. D e b e recordarse que
l a filosofía l i b e r a l coincidió en g r a n m e d i d a con u n a transfor
m a c i ó n económico-social que n o tanto p o r su instantaneidad,
c o m o p o r su m a g n i t u d , h a s ido l l a m a d a "revoluc ión" . A h o r a
b i e n , e l motor de l a R e v o l u c i ó n I n d u s t r i a l fue el ferrocarr i l ,
q u e e n n i n g u n a parte d e l m u n d o construyó exclusivamente e l
i n d i v i d u o o l a corporación p r i v a d a ; a l contrar io , de u n a ma
n e r a o de otra , i n t e r v i n o s iempre e l estado: con capi ta l o
crédito, unas veces; con subsidios o l iberación de impuestos,
otras; e n f i n , con leyes y reglamentos que a lentaban o condi
c i o n a b a n l a acción de l a i n i c i a t i v a p r i v a d a .
E s a m i s m a R e v o l u c i ó n también t u v o como condición u n a
d e m a n d a de trabajo e x t r a o r d i n a r i a que p r o n t o incluyó a m u
jeres y niños, y u n a concentración u r b a n a de l a población
q u e desquició los pocos servicios públicos de entonces. E l es
tado, de nuevo, i n t e r v i n o , n o p a r a a lentar en esta vez a l a
i n i c i a t i v a p r i v a d a , s ino p a r a corregir sus excesos. Reg lamentó
e l trabajo de los niños y las mujeres, acabando p o r p r o h i b i r e l
p r i m e r o y l i m i t a r severamente e l segundo. I n t e r v i n o , además,
c o n leyes de beneficencia, de "pobres" , como se l l a m a r o n en
I n g l a t e r r a . P o r úl t imo, l a R e v o l u c i ó n I n d u s t r i a l , l o m i s m o
FI I - 4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA 493
e n Inglaterra que en F r a n c i a y A l e m a n i a — a u n cuando n o en
Estados U n i d o s — desquició l a posición a n g u l a r que l a agri
c u l t u r a había tenido hasta entonces en l a economía de esos
países. Y , de nuevo, e l estado i n t e r v i n o : en e l caso de Ingla
terra , p a r a consumar poco menos que su muerte , y en los de
A l e m a n i a y F r a n c i a , p a r a " p r o t e g e r l a " p r i m e r o y conservarla
después. E l hecho de que esa intervención d e l Estado p u e d a
cal i f icarse de p a r c i a l o tardía, n o l a convierte en abstención.
S i esto h a o c u r r i d o en los países que i n v e n t a r o n , defen
d i e r o n y def ienden como p r o p i a l a d o c t r i n a político-económica
l i b e r a l , con m u c h a m a y o r razón h a o c u r r i d o en los nuestros,
q u e , simples imitadores de e l la , n o h a n p o d i d o defenderla
c o m o absolutamente p r o p i a , de h a b e r l o q u e r i d o hacer, como
a l g u n a vez, s in d u d a , lo desearon. N o sólo nuestros gobiernos
i n t e r v i n i e r o n en l a construcción de los ferrocarri les, sino que,
p a r a a lentar la , r a r a vez v a c i l a r o n en comprometer su crédito
y a u n recursos necesarios p a r a satisfacer necesidades inme
diatas.
Saquemos de l a h is tor ia , pues, u n a conclusión que, a u n
así esquemáticamente expuesta, es f u n d a d a : n o h a exist ido
n u n c a u n estado tan apegado a l a concepción extrema d e l
l i b e r a l i s m o que l o condene a u n a p a s i v i d a d tota l ; a l contra
r i o , e l estado h a i n t e r v e n i d o c u a n d o él y l a opinión públ ica
s i n t i e r o n l a necesidad de hacerlo.
¿ P O R QUÉ, ENTONCES, ese estado y l a op in ión públ ica que l o
sustenta n o sienten hoy l a necesidad de p r o h i j a r las medidas
necesarias a u n p r o g r a m a de crec imiento económico?
T e n g o p a r a m í que l a necesidad de u n crecimiento d i r i
g i d o , p r o g r a m a d o , o p laneado, se f u n d a e n u n a consideración
v á l i d a p a r a todos los países, pero q u e puede serlo de u n a ma
n e r a s i n g u l a r en los la t inoamer icanos: su atraso, p o r u n a
parte , y, p o r otra, su pobreza, les o b l i g a n a ser inteligentes y
previsores, pues sólo así p u e d e n recobrar e l t i e m p o p e r d i d o ,
y sólo así sabrán aprovechar a l m á x i m o sus l i m i t a d o s recursos.
S i los países la t inoamericanos poseyeran los recursos físicos,
h u m a n o s y técnicos de Estados U n i d o s , de l a U n i ó n Soviética
y a u n de C a n a d á , podrían darse e l l u j o de conf iar a l t iempo y
494 D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI 1-4
a l desperdicio su progreso económico; n o contando con ellos
— c o m o s in d u d a a l g u n a n o cuentan, separada o conjunta
mente considerados—, t ienen que ser previsores y sobrios e n
u n grado desusado.
Es curioso, s in embargo, que los economistas lat inoame
ricanos — a pesar de algunos esfuerzos loables, i n d i v i d u a l e s o
de g r u p o — n o hayan logrado l levar a l a conciencia públ ica
u n a v e r d a d tan decisiva p a r a los fines de l a planeación eco
nómica, y tan e lemental y comprens ib le que esa conciencia
d e b i e r a haber la a d m i t i d o s i n m a y o r d i f i c u l t a d .
O t r a de las fuerzas de resistencia puede p r o v e n i r de l a i n
comprensión de l a única v e r d a d que, en r igor , entrega l a
c i e n c i a económica, l a única p o r l a c u a l es d i g n a de estudio,
pues las otras, o son meras elaboraciones de el la , o, l o que
es peor, son modos de o c u l t a r l a , sobre todo en manos de u n a
jerga i n c o m p r e n s i b l e que h a p r o l i f e r a d o hasta dar hoy l a i m
presión de u n a selva i m p e n e t r a b l e y repugnante. Esa v e r d a d
es que n i n g ú n hombre , n i n g ú n país, n i región a lguna, y n i
s i q u i e r a todo el m u n d o , t ienen los recursos bastantes p a r a
i n t e n t a r l a resolución simultánea de todos los problemas d e l
progreso económico. D i c h o de u n m o d o negativo, este p r i n
c i p i o económico f u n d a m e n t a l supone que si e l recurso A se
a p l i c a en e l día D, en l a c a n t i d a d C a l objet ivo O, n o pue
de aplicarse ese m i s m o recurso, e l m i s m o día y en l a m i s m a
c a n t i d a d a otro objetivo d i s t i n t o . L a economía política — c o m o
se decía antes—, l a polít ica económica — c o m o se d i j o des
p u é s — y l a programación económica — c o m o se dice h o y — ,
s u p o n e n , pues, local izar las dist intas posibi l idades de elec
ción, ponderarlas , señalar las mejores y más urgentes, atacarlas
y consumarlas.
P e r o aquí — ! c l a r o ! — caemos en e l g r a n enredo, en e l
corazón de l a filosofía l i b e r a l y en e l de las otras filosofías
q u e l u c h a n p o r s u p l a n t a r l a : q u i é n — e l i n d i v i d u o o l a socie
d a d — tiene los ojos más sagaces p a r a local izar mejor esas
dist intas posibi l idades de elección; cuál de los dos cuenta c o n
l a b a l a n z a más sensible e i m p a r c i a l p a r a sopesar las ventajas y
desventajas de cada u n a de esas elecciones; quién de los dos,
e n consecuencia, h a de elegir ésta y sacrificar aquélla; y
FI I - 4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA 495
q u i é n , e n f i n , tiene más medios y más resolución para atacar
y consumar las posibi l idades elegidas.
V e r las distintas posibi l idades de elección es — c o m o si
dijéramos—• u n a función de los sentidos: de l a vista, d e l o l
fato, o d e l tacto; valorarlas, es u n a función de l a inte l igen
c i a ; y atacarlas y consumarlas, de l a v o l u n t a d . O sea, todos y
c a d a u n o de los órganos o de las funciones d e l h o m b r e — d e l
homo sapiens—- entran en juego y se ejercitan en l a v i d a eco
n ó m i c a i n d i v i d u a l y colectiva. P o r eso, justamente, el h o m b r e
es tan sensible a las cuestiones económicas; p o r eso se resiste
a ceder a o t ro — i n d i v i d u o concreto, y más a l ente abstracto
d e l e s t a d o — e l ejercicio de unas funciones que considera dis
t int ivas de su c a l i d a d h u m a n a .
E n u n a co lec t iv idad gobernada tota l i tar iamente , e l i n d i
v i d u o tiene que renunciar , n o ya a hacer sus propias eleccio
nes, s ino a d i s c u t i r s iquiera si él podría acertar mejor; es
más, acaba p o r perder e l recuerdo o l a noción de que a l g u n a
vez p u d o él haber hecho esas decisiones. Y a menos que e l
rég imen gobernante se equivoque d e l todo e n las que tome,
y cree p o r e l l o u n a reacción adversa que l legue a d e r r i b a r l o ,
esa sociedad seguirá v i v i e n d o , y a u n es posible y p r o b a b l e
q u e progrese económicamente, y en algunos casos de u n
m o d o , p o r fantástico, inverosímil. E n l a sociedad democrá
t ica , e l i n d i v i d u o — y sobre todo e l i n d i v i d u o r i c o — suele
juzgar que e l estado no es tan apto como él, n o ya para d e c i d i r
q u é le conviene más a ese i n d i v i d u o y a u n a l a co lect iv idad,
p e r o n i s i q u i e r a p a r a aconsejarle, digamos, o t r a solución que
l a suya. Se resiste, pues, a concederle a l estado las facultades
necesarias p a r a i m p o n e r l e semejantes decisiones.
L a situación real , s in embargo, n o es t a n desesperada
c o m o lo parece y como tratan de hacerlo aparecer quienes p o r
u n a razón o p o r otra — n o pocas veces l a m e r a i m p a c i e n c i a —
gustan de los gobernantes "fuertes" y de los estados dictato
riales. E n p r i m e r lugar , a u n en e l e x a m e n de problemas que,
a l parecer, son " p u r a m e n t e " económicos, h a n de tenerse pre
sentes consideraciones n o económicas, pues, como se d i j o
hace t iempo, n o sólo de p a n vive e l h o m b r e . E n segundo l u
gar, si b i e n e l h o m b r e — s o b r e todo e l h o m b r e r i c o — es m u y
496 D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI 1-4
pagado de sí m i s m o y, e n consecuencia, cree saberlo todo, es
u n hecho que l a v i d a económica h a l legado a ser tan comple
j a , que sólo e l estado tiene en sus manos l a información nece
saria p a r a ver en su c o n j u n t o las posibi l idades de l a economía
n a c i o n a l . N o digamos y a e l i n d i v i d u o — q u e en l a sociedad
m o d e r n a es, después de todo, u n invál ido frente a l es tado—,
s ino l a empresa p r i v a d a más r i c a , es incapaz de hacer (deje
mos a u n lado, p o r obvio , u n censo de población), n i s i q u i e r a
u n estudio del mercado posible p a r a sus productos, s in valerse
de las estadísticas oficiales. P e r o e l estado, además, es e l úni
co que p o r su posición m i s m a — a u dessus de la mêlée— puede
abarcar e l conjunto de l a economía n a c i o n a l . E l i n d i v i d u o ,
como l a empresa, p u e d e n ver c o n mayor cer t idumbre que e l
estado sus respectivos problemas i n d i v i d u a l e s ; pero sería u n
atrev imiento que p r e t e n d i e r a n ver igualmente b i e n los pro
blemas de los demás. Puestos a d iscut i r , e l i n d i v i d u o y l a
empresa — a menos que sean necios o que se refugien en luga
res comunes i d e o l ó g i c o s — acabarán p o r creerle a l estado, por
que éste es e l único que tiene en sus manos los hechos que
f u n d a n sus argumentos. E n tercer lugar , en c u a l q u i e r país, e l
estado, en sí, t iene u n gran peso económico, y en muchos,
e l mayor. C u e n t a , pues, c o n los recursos necesarios para a b r i r
unos cauces y cegar otros, p a r a crear aquí condiciones favo
rables y allá adversas. E l estado puede ser, entonces, l íder o
c a u d i l l o .
ÉSTAS SON las pos ib i l idades de u n a acción r e a l y práctica d e l
estado actual ; pero n o quiere dec ir que en e l caso concreto
de los países la t inoamericanos sea esa l a situación. S i en este
m o m e n t o fuéramos a hacer u n a apreciación de conjunto, más
b i e n se sentiría u n o i n c l i n a d o a decir que e l c l i m a general
l a t i n o a m e r i c a n o es desfavorable a l a idea de u n crec imiento
económico francamente p r o g r a m a d o .
P o r u n a parte, están m u y vivos todavía los recuerdos de los
desmanes económicos — p a r a n o traer a cuento los políticos—.
de siete u ocho t iranos desorbitados y ruidosos. P o r otra parte,
bastantes países la t inoamer icanos h a n padecido por largos años
ciertos problemas que, p o r su m a g n i t u d y su m i s m a persisten-
FI I - 4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA 497
c i a , acabaron p o r afectar a todas las clases sociales. T a l h a sido,
e n p r i m e r lugar , las economías monocul toras; l a pérdida de
los mercados exteriores; l a balanza de pagos def ic i tar ia , e l
c o n t r o l de cambios y l a inflación. E n todas las fases de este
grave p r o b l e m a h a intervenido e l estado, y n o h a p o d i d o dejar
de i n t e r v e n i r ; pero como n o puede decirse que en n i n g ú n país
esa intervención haya sido feliz, y sí debe decirse que en l a
m a y o r parte de los casos h a resultado ineficaz o en v e r d a d
r u i n o s a , h a acabado p o r p r e d o m i n a r en los países así afecta
dos u n a corr iente de opinión — c o n f i r m a d a en varias ocasiones
p o r e l d i c t a m e n " e x p e r t o " de misiones económicas extranje
r a s — adversa a l a intervención d e l estado y favorable a l o que
suele l lamarse " e l l i b r e juego de las fuerzas económicas".
P e r o e l factor que más conviene recordar aquí , y que h a
p r o d u c i d o e n m a y o r m e d i d a todavía esa opinión adversa a l
i n t e r v e n c i o n i s m o estatal, es e l d e l crec imiento económico mis
m o . E n él se h a n embarcado todos y cada u n o de los países
la t inoamericanos , de grado o p o r fuerza, en m a y o r o m e n o r
escala; hasta donde yo l o sé, s i n embargo, apenas u n o l o h a
hecho, n o y a con u n p l a n o u n p r o g r a m a a l a vista, que, a i
parecer, sería demasiado p e d i r ; pero n i s i q u i e r a con ideas ge
nerales re lat ivamente claras, a l menos acerca de u n a o dos
cuestiones q u e p u e d e n ser l a clave d e l é x i t o . . . o d e l fracaso.
L a p r i n c i p a l de ellas es, p o r supuesto, e l p a p e l que e l
estado puede y debe tener en e l crec imiento económico, y cuál
puede y debe tener e l i n d i v i d u o y l a empresa p r i v a d a . L a fa l ta
c o m p l e t a de ideas claras sobre esta cuestión-clave n o h a impe
d i d o — c o m o es lógico s u p o n e r — que h a y a n surg ido situaciones
de hecho que, a su vez, h a n creado grandes intereses cuya ac
tuación f u t u r a será difícil de m o d i f i c a r . L a s gobiernos la t ino
americanos parecen haber aceptado e l hecho de que e l estado
n o tendría todos los recursos económicos — n i l a fuerza política,
y quizás n i s i q u i e r a las facultades legales necesar ias— p a r a
echarse a cuestas, íntegro, e l p r o b l e m a d e l crec imiento econó
m i c o , y n i s i q u i e r a e l fardo mayor . P o r eso, h a n aceptado e l
hecho, más b i e n de m a n e r a inconsciente, de que l a i n i c i a t i v a
p r i v a d a t iene que p a r t i c i p a r en él, y quizás como e l factor más
decisivo. E l estado, entonces, p o r u n a parte, se h a reservado
498 D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI 1-4
los campos de operación más riesgosos o improduct ivos , y, p o r
l a otra parte, h a ofrecido los máximos incentivos p a r a que l a
i n i c i a t i v a p r i v a d a opere confiadamente y en u n a escala cada
vez mayor. L o p r i m e r o le h a traído a l estado el descrédito de
m a l a d m i n i s t r a d o r , y lo segundo, l a pérdida de su a u t o r i d a d
m o r a l frente a l a nación.
C i temos u n caso de M é x i c o p a r a i lustrar l a p r i m e r a situa
ción. Es u n hecho que antes de l a Revoluc ión los bancos co
merciales pr ivados f i n a n c i a b a n l a a g r i c u l t u r a la t i fundis ta , ac
t i v i d a d económica ésta, p o r o t r a parte, l a más i m p o r t a n t e de
entonces. L o hacían, en r igor , prestando d i n e r o a los trafican
tes de semillas, quienes, a su vez, f i n a n c i a b a n a l hacendado.
R a r a vez t u v i e r o n los bancos a lgún quebranto , y en cuanto a
los mayoristas de semillas, se h i n c h a r o n de ganar d i n e r o . A l
sobrevenir l a r e f o r m a agrar ia y a l sust i tuir con l a explotación
colect iva d e l e j ido l a p r o p i e d a d i n d i v i d u a l d e l l a t i f u n d i o , los
bancos pr ivados y los mayoristas de semillas se abstuvieron e n
absoluto de dar crédito a l a n u e v a agr icu l tura , y el estado, en
tonces, se v i o o b l i g a d o a hacerlo. L a s condiciones naturales de
l a n u e v a a g r i c u l t u r a eran, p o r supuesto, las mismas de antes,
y e l viejo peón, a h o r a convert ido en ej idatario, había l a b r a d o
l a t ierra p o r generaciones y generaciones. Así , los dos únicos
elementos que en v e r d a d c a m b i a b a n eran l a transformación
d e l peón en p r o p i e t a r i o y a d m i n i s t r a d o r d e l negocio. D e he
cho, s in embargo, u n o de esos dos elementos resultó más apa
rente que real , pues si era v e r d a d que e l i n d i o campesino jamás
había a d m i n i s t r a d o n a d a que n o fuera su exiguo salario, i b a a
ser e l estado e l nuevo a d m i n i s t r a d o r , y, a l menos en teoría,
era patente que los ingenieros agrónomos a quienes se encargó
de l a administración d e l e j ido eran m u y superiores a l a n t i g u o
hacendado, n u n c a u n b u e n conocedor de su negocio y n i si
q u i e r a m u y amante de trabajar, como que, de hecho, había
s ido u n p r o p i e t a r i o ausentista, que delegaba sus poderes e n
rudos administradores . E l segundo c a m b i o debía ser rea l , pues
si a lgún sentido podía tener l a r e f o r m a agraria , era q u e e l
e j idatar io rec ib iera p o r concepto de u t i l i d a d u n a s u m a de
d i n e r o s u p e r i o r a l a que antes recibía como salario. Y ésta sí
era u n a tarea riesgosa económicamente h a b l a n d o , pues, p o r
FI I - 4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA 499
u n a parte, l a naturaleza i m p o n e l imitac iones imposibles de
superar a l a p r o d u c t i v i d a d de l a mayor parte de l a t i e r r a que
pasó a manos d e l e j idatario, tanto es así, que puede afirmarse
s i n ánimo demagógico a lguno que e l verdadero o r i g e n de l a
l u c r a t i v i d a d de l a a g r i c u l t u r a l a t i f u n d i s t a habían sido los ba-
j ísimos salarios que recibía l a m a n o de obra . A esto debe
agregarse q u e l a transformación verdadera d e l peón en pro
p i e t a r i o y e n a d m i n i s t r a d o r de su negocio exigía u n esfuerzo
e d u c a t i v o perseverante y costoso.
S i b i e n n a d i e , a l parecer, sabe a c iencia c ierta si resulta
económica y socialmente posible alcanzar esas metas, e l hecho
es que e l estado m e x i c a n o sufre e l descrédito p o r n o haberlas
alcanzado, a l menos tan l i m p i a , tan p r o n t a y dramáticamente
c o m o se creyó y se esperaba. A esto debe agregarse u n a n o t a a
l a vez trágica y cómica: e l estado n o h a e x p l i c a d o n u n c a de
m a n e r a convincente si h a logrado ya lo que era posible lograr ,
y cuál h a s ido ese logro; de hecho, h a resultado en esto tan
desaprensivo y tan torpe, que n i s iquiera h a a d u c i d o en su
defensa y justif icación que, amén de los avances p r o p i a m e n t e
económicos que haya p o d i d o lograr, es i n d u d a b l e que e l nuevo
e j idatar io , e n contraste con e l viejo peón, su antecesor, t iene
y a l a ac t i tud , e l rostro, los ademanes y e l lenguaje d e l l i b e r t o
y n o del esclavo.
L o s ESTADOS LATINOAMERICANOS parecen haber sa l ido todavía
menos b i e n l i b r a d o s en su propósito de i n d u c i r a l i n d i v i d u o y
a l a i n i c i a t i v a p r i v a d a a avanzar con más v igor en l a v ía d e l
c r e c i m i e n t o económico, sobre todo en l a industrialización. H a n
tenido u n éxi to r e d o n d o en e l sentido de que e l c a p i t a l p r i v a
d o h a a b a n d o n a d o en g r a n m e d i d a sus campos tradicionales
d e inversión: l a h ipoteca y l a a g r i c u l t u r a r u t i n a r i a . H a n tenido
é x i t o también en i n d u c i r a l c a p i t a l p r i v a d o a a m p l i a r y fort i
f icar los servicios bancarios y de crédito. P o r ú l t imo, quizás
e l mejor de sus t r iunfos es haber ayudado a a l u m b r a r u n t i p o
n u e v o de inversor y de capitán i n d u s t r i a l : m e j o r i n f o r m a d o ,
audaz, ágil , capaz de aventurarse a i n v e r t i r en sectores antes
intocados.
Pero es m u y dudoso, p o r u n a parte, que l a o p i n i ó n públ ica
500 D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI 1-4
n a c i o n a l aprecie como debe estos éxitos, mientras, p o r o t r a
parte, es cierto que, en todo caso, los considera demasiado
costosos, esto s in contar con que, como ya se h a d icho, l a polí
t ica general de estímulo a l a empresa p r i v a d a acaba p o r ha
cerse en detr imento de l a a u t o r i d a d m o r a l y política d e l go
b i e r n o .
E n p r i m e r lugar , l a i n i c i a t i v a p r i v a d a opera en las act iv i
dades industriales que e l l a m i s m a elige, guiada, desde luego,
p o r e l incent ivo d e l m á x i m o l u c r o posible. Y esa elección r a r a
vez coincide con l o que n a c i o n a l m e n t e podía ser más necesario
o más urgente. C u a n d o u n o de estos jóvenes capitanes de i n
dustr ia , p o r ejemplo, inv ier te , a u n l a s u m a modesta de cuaren
ta o c incuenta m i l dólares en u n a m a q u i n a r i a que fabr ica me
dias femeninas s in costura, acierta en sus posibi l idades de
l u c r o , pues están m u y en boga y ciertamente t ienen u n a m e j o r
apar ienc ia ; pero, desde e l p u n t o de vista d e l crecimiento eco
nómico de u n país atrasado, es seguro que esos cuarenta o
c i n c u e n t a m i l dólares h u b i e r a n p o d i d o tener m i l posibi l idades
preferentes de inversión.
E n segundo lugar, u n o de los incentivos usados p a r a esti
m u l a r a l a i n c i a t i v a p r i v a d a es u n régimen i m p o s i t i v o b e n i g n o .
E l i d e a l sería, p o r supuesto, u n a nación s in impuesto a l g u n o ,
d o n d e e l estado y e l gobierno v i v i e r a n de u n b i e n g r a t u i t o
c o m o e l aire; pero aparte de que l a administración públ ica ,
lejos de poder ser gratu i ta , cada vez es más costosa, en l a me
d i d a en que e l estado q u i e r a p a r t i c i p a r activamente en e l des
e n v o l v i m i e n t o económico, como inversor y como empresario,
e n esa justa m e d i d a tiene que d isponer de más y más recursos,
c u y o or igen p r i n c i p a l , y a veces único , es l a recaudación fiscal.
Además , e l régimen de impuestos de u n país — l a mater ia i m
p o n i b l e y las tasas de imposición, sobre t o d o — deben tener
p a r a l a opinión públ ica u n aspecto de j u s t i c i a social i n d u d a
b l e : p a r a e l la , e l hecho de que e l nuevo capitán i n d u s t r i a l ob
tenga ut i l idades que s iempre juzga fabulosas, exige social y
m o r a l m e n t e l a compensación de que pague impuestos más
altos. (Esto n o quiere decir , s i n embargo, que esa opinión
p ú b l i c a respalde de m a n e r a act iva, y menos que exi ja políti
camente, medidas fiscales más estrictas.) D e esa opinión pú-
FI X~4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA 501
b l i c a , sólo u n a parte en v e r d a d m í n i m a — l a que podría l l a
marse, n o s i n ironía, l a más " i l u s t r a d a " — entiende y acepta
q u e e l objeto de los bajos impuestos es justamente que las
" fabulosas" ganancias d e l capitán i n d u s t r i a l se r e i n v i e r t a n e n
los negocios que y a tiene, o que se i n v i e r t a n en nuevas empre
sas industriales , cooperando así a l crecimiento económico. E n
t o d o caso, a u n esa opinión i l u s t r a d a tiene l a impresión de q u e
se h a ofrecido ese i n c e n t i v o de los bajos impuestos s i n l i m i
tación a lguna, es decir, que e l incent ivo , p o r excesivo e indis
c r i m i n a d o , resulta in just i f icable .
O t r o de los incentivos a l a empresa p r i v a d a que suele usar
se — a u n c u a n d o resulta más difícil de manejar en l a prác
t i c a — es el de los salarios tan bajos y fijos como sea posible .
E l estado, así, a u n s i n hacer de e l l a u n a política expresamente
reconocida y p r o c l a m a d a p o r él, se coloca más d e l lado d e l ca
p i t a l que d e l obrero, y toda su gestión toma u n aire conserva
d o r y a u n reaccionario , debil itándose sus apoyos populares .
C o m o en el caso de los impuestos, e l régimen de los salarios
y las prestaciones sociales tiene a los ojos de l a opinión públ i
ca u n aspecto insoslayable de j u s t i c i a social: si las u t i l i d a d e s
d e l empresario son a h o r a mayores que antes, debe s u b i r los
salarios que paga.
E n f i n , e l estado, como remate de esos y otros estímulos
.—créditos a largo plazo y bajo interés, exenciones de impues
tos, etc.—, a d o p t a u n a pol í t ica general de " t r a n q u i l i d a d " o
" s e g u r i d a d " públ ica , perfectamente deseable y just i f i cada e n
p r i n c i p i o y e n términos generales, pero que si se traduce
en u n a resistencia a l c a m b i o y l a reforma, o en desaliento a
u n a v i d a polít ica y s i n d i c a l l i b r e , espontánea, puede acabar
p o r crear fuentes de i n t r a n q u i l i d a d , cuando n o de protesta y
de rebeldía abiertas, pero que, desde luego, le d a n a l go
b i e r n o u n signo reacc ionar io y de insensible a los problemas
de jus t ic ia social .
U n a consecuencia ú l t i m a de esta polít ica de incentivos a
l a empresa p r i v a d a vale l a p e n a destacar, a u n encontrándose
y a implícita en l o d i c h o hasta ahora . L o s nuevos capitanes
industr ia les y bancarios acaban p o r f o r m a r n o meros grupos de
presión — s e g ú n los l l a m a l a jerga sociológica—, s ino verdade-
D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI 1-4
ras oligarquías, que en e l p a n o r a m a social l a t i n o a m e r i c a n o
h a n sustituido a l a v ie ja o l igarquía terrateniente. E n t r e l a
n u e v a y l a vieja hay, s in embargo, dos diferencias m u y i m p o r
tantes, u n a polít ica y o tra social . L a vieja ol igarquía terrate
niente gobernó e l la m i s m a , d u r a n t e todo e l siglo XIX y a u n
entrado el actual , en casi todos los países lat inoamericanos.
E n estas condiciones, se h izo abiertamente del poder pol í t ico
y lo disfrutó, s in d u d a , en su provecho; pero, a l m i s m o t i e m p o ,
asumió l a responsabi l idad consecuente. L a nueva o l igarquía
i n d u s t r i a l y b a n c a r i a quiere pesar y pesa en las decisiones d e l
gobierno, pero s i n afrontar las responsabil idades que p o r ne
cesidad esas decisiones traen consigo. L a di ferencia social n o
es menos i m p o r t a n t e : l a v ie ja ol igarquía terrateniente l legó a
reformarse con e l t iempo, a ser c u l t a y de b u e n gusto, capaz
de comprender muchos problemas generales que n a d a tenían
q u e ver con l a explotación de sus tierras, y p o r eso p u d o l legar
a darse e l l u j o de ser mecenas de l a educación, de las letras
y las artes. L a n u e v a o l igarquía es todavía demasiado c r u d a y
grosera, despide u n tufo i n c o n f u n d i b l e a d inero p o r q u e n o
piensa sino en el d i n e r o , y n o parece entender nada que n o se
relacione directísimamente con sus negocios.
Estas dos caracterícticas de l a nueva ol igarquía i n d u s t r i a l -
b a n c a r i a : gobernar en l a sombra y tener u n a conducta descar
nadamente interesada, dañan también a l gobierno y a l estado,
p r i m e r o , p o r q u e l a opinión públ ica encuentra difícil o i m p o
sible saber en qué m e d i d a l a pol ít ica económica o f i c i a l — y
hasta l a política g e n e r a l — es p r o p i a d e l gobierno, y en q u é
o t r a está i n s p i r a d a en los consejos o impuesta p o r l a presión
ol igárquica. L o daña también p o r q u e e l estado resulta pro
tector de u n t ipo de h o m b r e que, a más de parecer a l a opinión
públ ica descarnadamente económico, l o juzga como u n aven
turero a fortunado que n o compensa a l a sociedad en l a que
v ive y de l a que v ive , c o n n i n g ú n acto o s iquiera u n gesto
desinteresado.
E l resultado f i n a l de esa polít ica imprec isa de incentivos,
que n o obdece, n o ya a u n p l a n , pero n i s iquiera a propósitos
claros, es e l riesgo de que en l a opinión públ ica se abra paso
l a d u d a de si e l estado, so capa de favorecer e l crec imiento
FI I - 4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA 503
económico n a c i o n a l , n o h a hecho o t r a cosa que crear u n a
casta de "nuevos r icos".
P E R O GRAN parte de las di f icultades c o n que puede tropezar
u n crec imiento económico d i r i g i d o es e l desconocimiento o l a
i n e x i s t e n c i a d e l p l a n o p r o g r a m a que h a de gu iar ese creci
m i e n t o . L a fa l ta de ese p l a n puede explicarse porque m u c h a
de l a atención o f i c i a l se consagra a l conoc imiento y l a resolu
c i ó n de los problemas más agudos e inmediatos , y poca o
n i n g u n a a los de u n futuro de cierta lejanía. A u n esos mismos
problemas se tratan casuísticamente, es decir, s i n normas gene
rales, hasta e l p u n t o de crear u n a psicología que conduce a ver
e n s u solución lo que cada caso puede tener de d is t int ivo , y
n o las s imi l i tudes que ese caso concreto puede tener con otros.
E n términos generales, quizás p u e d a explicarse esto d i
c i e n d o que semejante imprevisión se debe a fal ta de personal
adiestrado que haga los planes generales de desenvolvimiento,
técnica y polít icamente más delicados, s in d u d a ; pero también
h a y otros motivos, u n o de los cuales es que e l ente polít ico
l a t i n o a m e r i c a n o rehuye adoptar posturas claras y firmes ante
c u a l q u i e r clase de problemas p o r q u e siente que, a l comprome
terse en públ ico a u n a solución o c a m i n o determinado, p ierde
pos ib i l idades de m a n i o b r a . O t r o m o t i v o que pesa bastante es
e l interés que tiene en darle a l a solución de u n p r o b l e m a con
creto e l aire de gracia o servicio hecho de m a n e r a expresa en
favor de l a persona o los intereses que desean esa solución: así
o b l i g a a los pet ic ionarios a u n a recompensa, política o econó
m i c a . C o n u n p r o g r a m a de progreso económico, l a solución de
las peticiones concretas, o l a presión p a r a que se resuelvan
los problemas según el apet i to de los interesados, h a de dic
tarse conforme a normas impersonales, y, en consecuencia, l a
solución d a d a p o r l a a u t o r i d a d n o puede capitalizarse polít ica
o económicamente. T a m b i é n debe fast idiar a l gobernante la
t i n o a m e r i c a n o l a perspectiva de u n a larga y penosa l a b o r de
c o n v e n c i m i e n t o y de negociación que supondría l a aceptación
v o l u n t a r i a de u n p r o g r a m a de crec imiento económico de todos
o los p r i n c i p a l e s sectores — p ú b l i c o s y p r i v a d o s — a quienes
puede afectar. Y es m u y pos ib le que le repugne más todavía
504 D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI I - 4
l a idea de tenerlo que i m p o n e r a l a minoría que l o objeta o l o
rechaza.
¿ L A S CONSTITUCIONES políticas de los países la t inoamericanos ,
los mandamientos constitucionales que los r igen, son o p u e d e n
ser u n obstáculo serio o decisivo a l a ejecución de u n p l a n
de crec imiento económico? Parece que, en p r i n c i p i o , n o pue
de sostenerse ta l tesis, pues como todos ellos — o casi t o d o s —
v i v e n en u n a democracia representativa y p o p u l a r , habrá
siempre l a p o s i b i l i d a d de derogar las disposiciones constitucio
nales que l a estorben y a p r o b a r las que l a favorezcan. L a s
reformas constitucionales son lentas, pero no imposibles si los
grupos o part idos políticos mayori tar ios las desean. S i se p i e n
sa, s in embargo, en reformas constitucionales que le d e n a l
estado l a facul tad de i m p o n e r u n p l a n y de hacer coerc i t iva su
ejecución, subsiste, p o r supuesto, l a p o s i b i l i d a d de lograrlas,
pero debe convenirse en que su aprobación será polít icamente
difícil, y , más todavía, cabría preguntarse si u n a r e f o r m a de
ese t ipo es en r e a l i d a d necesaria p a r a u n desarrol lo económico
programado, y s i , de serlo, sería deseable p o r otros conceptos
l legar a ese extremo.
E n p r i m e r lugar , u n gobierno, s in l legar a l a e n m i e n d a
const i tuc ional , t iene u n a g r a n l a t i t u d con e l recurso de las
medidas administrat ivas . D e hecho, los gobiernos la t inoame
ricanos h a n abusado de ellas p a r a propósitos menos elevados,
hasta e l grado de que muchas de esas medidas serían declara
das ant iconst i tucionales si fueran sometidas a u n a p r u e b a
j u d i c i a l i m p a r c i a l .
M i r a n d o , s in embargo, sólo e l marco const i tuc ional , puede
pensarse en e l caso de M é x i c o , a u n cuando quizás resulte ex
c e p c i o n a l en l a A m é r i c a L a t i n a . E n efecto, e l artículo 27
c o n s t i t u c i o n a l d a a l a " N a c i ó n " , " e n todo t i e m p o " , e l derecho
de " i m p o n e r a l a p r o p i e d a d p r i v a d a las modal idades que
dicte e l interés p ú b l i c o " . Este artículo — c o m o todo texto
c o n s t i t u c i o n a l — señala u n propósito, o a p u n t a a u n a facul tad,
pero siempre en términos generales, y en ocasiones imprecisos.
L a ley r e g l a m e n t a r i a debe esclarecer — y en cierta f o r m a ar
t i c u l a r — e l m a n d a m i e n t o c o n s t i t u c i o n a l , y, e n todo caso, l a
FI I - 4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA 505
i n t e r p r e t a c i ó n j u d i c i a l l o hace a m e d i d a que se presentan casos
concretos importantes .
A pesar de que e l artículo 27 — j u n t o con el 123— repre
s e n t a l a m a y o r novedad de l a Const i tución r e v o l u c i o n a r i a de
1917, l a interpretación j u d i c i a l h a sido m u y poco l u c i d a , en
p a r t e p o r i n c a p a c i d a d técnica e i m a g i n a t i v a , y en parte p o r q u e
e l p o d e r j u d i c i a l r a r a vez se h a sentido l i b r e y dist into d e l
e jecut ivo. A pesar de el lo, y a u n n o estando ciertos, por ejem
p l o , de si e l "interés p ú b l i c o " podría a m p a r a r jurídicamente
u n p l a n de crecimiento económico, creo que puede sostenerse
c o n conf ianza que l a Consti tución m e x i c a n a ofrece esa posi
b i l i d a d .
Esto en cuanto a los textos constitucionales, que en cuanto
a l lenguaje y los hábitos políticos, es curioso recordar que en
1934 y en 1940 se l a n z a r o n dos candidaturas presidenciales a l
a m p a r o de dos "planes sexenales", que i n c o r p o r a r o n l a "p la ta
f o r m a " polít ica de l P a r t i d o N a c i o n a l R e v o l u c i o n a r i o . L a re
d a c c i ó n de ambos planes fue r u i d o s a y m u y elaborada, pues
a h a c e r l a f u e r o n invi tados n o sólo las grandes organizaciones
obreras, campesinas y burocráticas —es decir, organismos pro
p i a m e n t e pol í t icos—, s ino d is t inguidos profesores universita
r ios (economistas, sociólogos, educadores, juristas). Esos can
d i d a t o s presidenciales se u f a n a r o n e n toda su campaña, de sus
respectivos "p lanes" , y u n o de ellos debe g u a r d a r todavía u n
b u e n recuerdo d e l suyo, pues muchos años después de haber
t e r m i n a d o su gobierno, h a hecho referencia a aquellos tiem
pos mejores en que e l P a r t i d o R e v o l u c i o n a r i o tenía metas
claras y proclamadas ante l a N a c i ó n .
L a v e r d a d de las cosas es que n o hay mayores motivos para
vanaglor iarse de aquellos " p l a n e s " sexenales. E r a n , en e l me
j o r de los casos, meras declaraciones ideológicas, cuyo lengua
j e a l t i sonante no lograba d i s i p a r su vaguedad; n o se referían
s i q u i e r a a los sexenios a que debían corresponder, sino a todo
e l m o v i m i e n t o r e v o l u c i o n a r i o ; en f i n , a u n d e n t r o de su natu
raleza p u r a m e n t e dec larat iva e ideológica, eran patentes las
contradicc iones , resultado n o sólo de las muchas manos que
e n su redacción o r i g i n a l i n t e r v i n i e r o n , s ino de l a falta de u n
g r u p o s u p e r i o r capaz de colar m a t e r i a tan heterogénea hasta
5o6 D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI 1-4
f u n d i r l a en algo pasablemente coherente. S u vacío mayor , l o
que les faltó p a r a merecer e l n o m b r e de " p l a n " , fue, s i n em
bargo, l a fa l ta c o m p l e t a de metas — l a s próximas y las distan
tes— y u n a referencia s iquiera a los instrumentos que i b a n a
emplearse p a r a alcanzarlas.
A esta e x p e r i e n c i a de los "p lanes" siguió o t r a de s u m o
interés: otros dos candidatos presidenciales d i r i g i e r o n u n a
carta personal , l l a m a t i v a , pidiéndole a u n g r u p o numeroso ,
pero escogido, de personas, opiniones sobre problemas concre
tos, de los cuales se suponía que estaban m u y b i e n i n f o r m a
dos. Además, en extensísimas giras hechas d u r a n t e sus campa
ñas electorales, e n las que v i s i t a r o n prácticamente todo e l
terr i tor io n a c i o n a l , convocaron a los organismos de a l g u n a
significación: obreros, campesinos, univers i tar ios , industr ia les ,
bancarios, agrícolas, mineros , mercanti les, etc., a unas mesas
redondas económicosociales. E n ellas, bajo l a pres idencia de!
candidato p r e s i d e n c i a l y de sus pr inc ipa les consejeros, los i n
vitados presentaban p o r escrito o de v i v a voz sus opin iones acer
ca de los problemas más importantes de sus negocios perso
nales o de los gremios o corporaciones a que pertenecían.
E n esta ocasión, f u e r o n consultados n o sólo los organismos
nacionales af i l iados a l p a r t i d o polít ico o f i c i a l ( la Confederación
G e n e r a l de T r a b a j a d o r e s y l a Confederación N a c i o n a l C a m p e
sina), s ino los ajenos a él y los de u n a escala n a c i o n a l , r e g i o n a l
y a u n meramente loca l . E l f i n que se perseguía con este n u e v o
método — a l q u e se l lamó con v e r d a d de "auscultación nacio
n a l " — era que e l aspirante a l a Pres idencia , además de escu
char a todos los sectores políticos y económicos d e l país, p u
d i e r a más tarde c e r n i r a q u e l a l u d t u m u l t u o s o de o p i n i o n e s y
aspiraciones y f o r m u l a r u n p r o g r a m a de gobierno que satis
f ic iera las más justif icadas.
R a r a vez se habrá i n t e n t a d o hacer u n a encuesta de esas
proporciones , y a u n c u a n d o no se planeó s i q u i e r a c o n u n mí
n i m o de c u i d a d o , buscando, p o r e jemplo, c ierta u n i f o r m i d a d
en e l p l a n t e a m i e n t o de las cuestiones y de las contestaciones
p o r dar, l o c ierto es que l a información recogida debió haber
s ido preciosa, p o r su a b u n d a n c i a y genera l idad. L l e g ó a sa
berse que se había n o m b r a d o u n a comisión — d i g a m o s de
FI I - 4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA 507
e x p e r t o s — q u e pusiera o r d e n en a q u e l caos, y obtener así
u n a i m a g e n , quizás n o tanto de los propósitos cuanto de las
quejas y de las aspiraciones económicas d e l país. N a d a v o l
v i ó a saberse d e l trabajo de esa comisión, de m o d o que los
candidatos presidenciales, llegados a l poder, h i c i e r o n u n go
b i e r n o "según su lea l saber y entender".
A P A R T E DE su interés intrínseco, he c i tado estos ejemplos con
dos fines p r i n c i p a l e s : por u n a parte, destacar que n u n c a es
candal izó a l a opinión públ ica de M é x i c o l a idea de que con
v i e n e u n c ierto ordenamiento de l a f u t u r a v i d a económica d e l
país , y p o r o t r a parte, apuntar a lo que me parece el verda
d e r o o r i g e n de las dif icultades "pol í t icas" con que en v e r d a d
t ropieza en l a América L a t i n a l a idea de encauzar e l creci
m i e n t o económico dentro de u n p l a n o p r o g r a m a .
E s a i d e a — y más todavía e l propósito consecuente— n o
t iene p o r a h o r a u n soporte p o p u l a r suficiente, o, p a r a dec ir lo
c o n m a y o r exact i tud, n o tiene n i n g ú n soporte p o p u l a r . A d e
más — y a pesar de las vanidosas y reiteradas manifestaciones
e n c o n t r a r i o — , los part idos políticos y los gobernantes la t ino
americanos n o son l o suficientemente i lustrados p a r a enten
d e r de v e r d a d esa idea y abrazarla y hacer de e l l a , como si
di jéramos, e l eje centra l de su prédica y de su acción.
E x p l o r e m o s p r i m e r o esto d e l soporte p o p u l a r , y, p a r a ha
cer lo , p r i n c i p i e m o s p o r sust i tuir esta expresión p o r l a menos
c o m p r o m e t e d o r a de opinión públ ica, o, si se quiere , de o p i
n i ó n públ ica " i l u s t r a d a " . L a v e r d a d es que fuera de los
países comunistas y de los que están regidos p o r gobiernos dic
tatoriales — c u a l q u i e r a que sea en este ú l t imo caso su signo
pol í t ico: i z q u i e r d a , derecha, o s i m p l e o p o r t u n i s m o — , n o creo
q u e p u e d a hablarse de l a " p o p u l a r i d a d " o de u n a aceptación
genera l de l a i d e a de u n p l a n de desarrol lo económico. N i
q u é decir q u e e n Estados U n i d o s , como p r i n c i p i o , es, a l a i n
versa, u n a verdadera herejía, y eso a pesar de que las grandes
empresas norteamericanas p l a n e a n c o n g r a n c u i d a d o y éxito
sus actividades futuras, como l o demuestran las sumas enor
mes que gastan e n l a investigación científica ap l i cada . E n l a
c u n a d e l l i b e r a l i s m o abstencionista, e n Ing la terra , y como
510 D A N I E L COSÍO VILLEGAS FI 1-4 FI I -
v e i n t i c i n c o años n i n g ú n gobierno l a t i n o a m e r i c a n o h a dejado
de hacer grandes obras públicas, n i gobernante que n o haya
p r e s u m i d o de haberlas hecho y de ser las suyas superiores en
número y prec io que las de sus predecesores y a u n de sus su
cesores. A q u e l l o s enormes letreros de "Perón c u m p l e " , que
aparecían a u n antes de darse l a p r i m e r a p a l a d a de u n a o b r a ,
y que en todo t i e m p o fueron e l signo más v is ib le de e l la , cap
taron jactanciosa, pero f ielmente, e l deseo de hacer progresar
a l país y l a v a n i d a d de haber lo intentado y logrado. L o s i n
formes anuales que r i n d e n a los parlamentos los jefes de estado
están l lenos de cifras: l a hinchazón de los presupuestos de i n
gresos y egresos; d i n e r o i n v e r t i d o en obras públicas; ki lóme
tros y ki lómetros construidos de carreteras, ferrocarriles, telé
grafos, a lcantar i l lados , o en más y más escuelas, hospitales, etc.
N o hay, pues, u n gobernante l a t i n o a m e r i c a n o que haya
escapado a l a exper iencia de planear ciertas obras públicas;
a l placer d i v i n o de crearlas de l a nada, contemplándolas p r i
mero en los p lanos y maquetas; a l a zozobra de n o verlas
avanzar a l r i t m o deseado, o de sentir agotarse los fondos de
dicados a ellas, y, f ina lmente , e l o r g u l l o de descubrir l a p l a c a
c o n m e m o r a t i v a en que q u e d a l igado eternamente su n o m b r e
a l a o b r a . N i hay ya, a estas alturas, gobernante la t inoame
r i c a n o que n o haya tenido u n antecesor c o n obras públicas en
su haber, a q u i e n q u i e r a e m u l a r y opacar. H a l legado a ha
ber, entonces, u n a noción c lara de c o n t i n u i d a d , y e l deseo de
pasar de u n a etapa a l a siguiente, es decir, l a noción de pro
gresar y n o s implemente de desenvolverse.
¿Qué fal ta , entonces, p a r a l legar a u n p l a n general con
prelaciones establecidas, con etapas de realización próximas
y lejanas, de m o d o que los gobernantes de hoy acometan las
pr imeras y los de m a ñ a n a las segundas?
U n p l a n de crec imiento económico n o puede ser a l u m
brado exclus ivamente p o r técnicos; tiene que ser h i j o de ellos
y de ju ic ios , criterios, convicciones y decisiones políticas, a u n
de u n a i m a g e n de cómo debe ser l a sociedad d e l fu turo . S i ,
como creo, esto es u n a v e r d a d (y, en cierta f o r m a , obvia) , q u i
zás toquemos c o n e l l a e l verdadero fondo de l a cuestión. L o s
técnicos que deben c o n c u r r i r a l establecimiento d e l p l a n de
FI I - 4 POLÍTICA Y POLÍTICA ECONÓMICA
desarro l lo son numerosos y de las más variadas especies: geó
grafos y geólogos, ingenieros (civiles, hidráulicos, de carrete
ras, químicos, industriales, electromecánicos, etc.); pero l a
aportación m a y o r h a de d a r l a e l economista: desde los supues
tos in ic ia les hasta e l ensamble general y ajuste f i n a l de las
o p i n i o n e s parciales de técnicos especializados.
A h o r a b i e n , si los economistas lat inoamericanos están con
vencidos de l a necesidad de encauzar más rac ionalmente e l
c r e c i m i e n t o económico de sus respectivos países, ¿podemos
estar seguros de que se h a n esforzado cuanto es necesario p a r a
hacer v i a b l e esta idea? Esos economistas t ienen dos funciones
p r i n c i p a l e s : conocer y aconsejar. Y en las dos, me parece, h a n
fracasado e n cuanto a este p r o b l e m a de l a economía progra
m a d a . D u d o m u c h o de que en cada país haya u n o s i q u i e r a
c o n u n a información suficiente y con ideas claras acerca de
ese p r o b l e m a . Y l a razón, después de todo, es senci l la : cada
u n o trabaja e n u n sector m u y l i m i t a d o : en e l d e l comercio
exter ior , en e l de egresos, en e l de ingresos, en e l de polít ica
m o n e t a r i a , etc. A m u y pocos, o n i n g u n o , le h a sido dable
encaramarse e n u n m i r a d o r bastante a l to p a r a ver e l c a m p o
de toda l a economía n a c i o n a l . L u e g o , los problemas menudos
e i n m e d i a t o s absorben tanto su atención y su t iempo, que e l
d ía de hoy se acaba s in haber tenido n i e l t i e m p o n i l a ener
gía p a r a pensar en e l mañana y prever qué ocurrirá entonces.
H a y , s i n embargo, u n a cosa de más f o n d o y grave: e l
economista l a t i n o a m e r i c a n o (y e l economista a secas) n o es
e n general h o m b r e de fuertes convicciones, y u n o tiene que
c o n v e n i r e n que l a idea de u n desarrol lo económico progra
m a d o n o puede hacerse t r i u n f a r s i n estar convencido de e l la ,
y eso con u n grado de f irmeza y entusiasmo que recuerden l a
mística re l ig iosa o l a política. Es más: si h a de juzgarse p o r
e l espectáculo más directo que cada u n o tiene en su país,
debe temerse que l a gran mayoría de los economistas la t ino
americanos h a n resultado hasta a h o r a bastante más oportu
nistas que los políticos a quienes s irven. L o s políticos, a l f i n
y a l cabo, t i enen u n a b u e n a excusa p a r a sus veleidades: son
ellos quienes, p o r manejarlas directamente, son responsables de
l a resultante de las fuerzas políticas; tanto es así, que l a his-