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Lngua portuguesaOlavo Bilac

ltima flor do Lcio, inculta e bela,s, a um tempo, esplendor e sepultura:Ouro nativo, que na ganga impuraA bruta mina entre os cascalhos vela...Amo-te assim, desconhecida e obscura.Tuba de alto clangor, lira singela,Que tens o trom e o silvo da procela,E o arrolo da saudade e da ternura!Amo o teu vio agreste e o teu aromaDe virgens selvas e de oceano largo!Amo-te, rude e doloroso idioma,em que da voz materna ouvi: "meu filho!",E em que Cames chorou, no exlio amargo,O gnio sem ventura e o amor sem brilho!

Olavo Bilac, alm de poeta parnasiano, cronista, contista, conferencista e autor de livros didticos, deixou tambm na imprensa do tempo do Imprio e dos primeiros anos da Repblica vasta colaborao humorstica e satrica, assinada com os mais variados pseudnimos, entre os quais os de Fantsio, Puck, Flamnio, Belial, Tartarin-Le Songeur, Otvio Vilar, etc., assinando, em outras vezes, o seu prprio nome. Nascido no Rio de Janeiro a 16 de dezembro de 1865, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em que ocupou a cadeira n. 15, que tem Gonalves Dias por patrono. No seu principal livro, "Poesias", incluiu Bilac alguns sonetos satricos , sob o ttulo de "Os Monstros". Escreveu livros em colaborao com Coelho Neto, Manuel Bonfim e Guimares Passos, sendo que, com este ltimo, o volume intitulado "Pimentes", de versos humorsticos.

Os versos acima foram extrados do livro "Poesias", Livraria Francisco Alves - Rio de Janeiro, 1964, pg. 262.


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