curso de operaÇÃo de guindaste de bordo · detalhar a nomenclatura dos componentes de...

26
Manual do Instrutor MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO 1ª edição Rio de Janeiro 2002 CURSO DE OPERAÇÃO DE GUINDASTE DE BORDO

Upload: hathu

Post on 29-Apr-2018

221 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Manual do Instrutor

MARINHA DO BRASILDIRETORIA DE PORTOS E COSTASENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO

1ª edição

Rio de Janeiro2002

CURSO DE OPERAÇÃO DEGUINDASTE DE BORDO

© 2002 direitos reservados à Diretoria de Portos e Costas

________ exemplares

Diretoria de Portos e CostasRua Teófilo Otoni, nº 4 - CentroRio de Janeiro, RJ20090-000http://www.mar.mil.br/~dpc/[email protected]

Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto nº 1825, de 20 dedezembro de 1907

IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL

Sumário

Introdução........................................................................................5Instruções gerais ............................................................................... 6Metodologia e didática ..................................................................... 7

DISCIPLINA I - PAUS-DE-CARGA, GUINCHOS E GUINDASTES DEBORDO

1 Paus-de-carga, guinchos e guindastes de bordo ..................... 91.1 Tipos e modelos ...........................................................................91.2 Poleames e aparelhos de laborar .............................................. 101.3 Sistema de movimentação ......................................................... 101.4 Sistema de elevação ................................................................. 101.5 Cabine do guindaste .................................................................. 11

2 Procedimentos e normas de operação .................................... 122.1 Normas operacionais dos paus-de-carga, guinchos e guindastes

de bordo .................................................................................... 122.2 Procedimentos iniciais da operação .......................................... 122.3 Deveres do guincheiro ............................................................... 132.4 Operações de movimentação com tampas de escotilha ............ 132.5 Cuidados com os vigias da cabine ............................................ 132.6 Botoeiras de emergência ........................................................... 132.7 Operação e aplicação do guindaste Liebherr CBS 3100 ........... 132.8 Descrição geral .......................................................................... 142.9 Descrição dos controles............................................................. 142.10 Gabinete de controles .............................................................. 142.11 Operação do guindaste ............................................................ 142.12 Breve descrição do Controle Computadorizado Liebherr ......... 14

3 Convenções de sinalização ...................................................... 153.1 Sinalização na operação com os equipamentos de elevação de

bordo ......................................................................................... 153.2 Sinalização relativa aos movimentos de translação, giro e elevação

da lança ..................................................................................... 153.3 Sinalização relativa aos movimentos de içar/baixar a carga ....... 153.4 Principais sinais para orientação dos movimentos do guindaste .. 153.5 Posicionamento correto do sinaleiro ou do portaló a bordo ........ 15

DISCIPLINA III: PRÁTICA OPERACIONAL

1 Prática operacional individualizada ............................................... 162 Recomendações importantes ....................................................... 163 Prática em guinchos e paus-de-carga ........................................... 18

3.1 Preucauções antes do início da operação ............................. 183.2 Procedimentos operacionais ................................................. 183.3 Movimentos sem e com carga ............................................... 19

4 Prática em guindaste de bordo ..................................................... 204.1 Preucauções antes do início da operação ............................. 204.2 Procedimentos operacionais ................................................. 204.3 Executar movimentos com e sem carga ................................. 22

Bibliografia ..................................................................................... 26

5Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

Introdução

A DPC dá continuidade à sua firme decisão de prosseguir nacaminhada pelo aprimoramento do material didático utilizado pelotrabalhador portuário, preparando-o para o acompanhamento dasinovações tecnológicas e a conscientização de utilização dosequipamentos de bordo com eficiência e segurança.

O curso de operação de guindaste de bordo é eminentementeprático e seu objetivo é habilitar o trabalhador portuários a operarguinchos, paus-de-carga e guindaste de bordo, identificando seusprincipais componentes, operando-os e aplicando as normas desegurança. Este manual pretende ser um auxílio ao instrutor naelaboração de planos de aula, no desenvolvimento de técnicas de ensinoem sala de aula e na execução e avaliação do treinamento práticooperacional com os equipamentos a bordo.

6 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

Instruções Gerais

Este Manual pretende orientar o instrutor na condução do curso,apresentando os propósitos de cada uma das disciplinas, os tópicos doconteúdo programático e seus objetivos, algumas explicações e lembretesjulgados importantes.

Acompanham o Manual um conjunto de transparências que auxiliarãoo instrutor na explanação dos tópicos do curso.

Para um desenvolvimento seguro da aula, é fundamental que o instrutortome algumas providências antecipadas, nas quais se incluem as seguintes:

• familiarizar-se com o material didático a serutilizado pelos alunos;• preparar os recursos instrucionais (quadro degiz, painéis, retroprojetor, vídeocassete, TV,transparências, slides)• preparar exercícios para aplicação em salade aula;• preparar os planos de aula;• conhecer com profundidade as referênciasbibliográficas;• chegar à sala de aula,sempre que possível,20 minutos antes da turma para providenciar e testar os equipamentos,organizar a sala e o material didático, além de receber os “clientes”.Este hábito inibirá os atrasados freqüentes, favorecendo o cumprimentoda carga horária diária.

Algumas atividades são típicas de início de curso e são importantíssimaspara a integração entre instrutor e alunos.

Ao iniciar a primeira aula recomendamos ao instrutor:

• apresentar-se à turma dizendo:- seu nome completo e o nome como é conhecido;- o local onde trabalha;- sua qualificação profissional; e- o motivo de sua participação no curso (dizer que foi convidado poralguém para ministrar aquele assunto e que o fato o deixou muitosatisfeito/honrado).

• comentar como será desenvolvido o curso em termos de dias ehorários de aulas, períodos de intervalos, aulas práticas entre outrasinformações úteis para o aluno;• explicar o propósito do curso e o objetivo final do treinamento;• pedir uma breve apresentação de cada aluno com, pelo menos, nomee qualificações ou experiência profissional.

7Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

Metodologia e Didática

Entendemos que a metodologia de uma aula típica se desenrola emfases, que, em linhas gerais, são as que se seguem:

Recapitulação (resumo da aula anterior)No princípio da aula é proveitoso que o instrutor reveja com os alunos o

conteúdo da última aula, de modo a reavivar o assunto e encadear o raciocíniocom as novas informações que serão apresentadas na aula que se inicia.

Motivação ou IncentivaçãoÉ uma fase de extrema importância porque será nela que o instrutor

despertará na turma o interesse pelo assunto a ser abordado.

São algumas formas de motivar os alunos a aprenderem o assunto :descrever o propósito da disciplina e sua aplicação na vida real; mostrarsituações práticas da utilização do conhecimento; apresentar breves filmesou fotografias ilustrativas; fazer analogias com fatos recentes e conhecidos,publicados em jornais ou veiculados pela TV.

TópicosApresentar os assuntos em tópicos, que serão desenvolvidos na aula,

podendo ser utilizadas transparências, folhas do flip-chart, ou até mesmo oquadro de giz.

Desenvolvimento ou ExplicaçãoNesta fase é que o instrutor transmitirá aos alunos o seu conhecimento

sobre o assunto. As orientações abaixo poderão servir como auxílio ao instrutorna correta condução do assunto e na obtenção de sucesso na sua aula.

• conduzir a aula com explanações objetivas e exemplos práticos;• identificar os pontos centrais da explanação e enfatizá-los;• utilizar recursos instrucionais visuais sempre que possível(transparências, slides, fitas de vídeo, painéis, fotografias,etc). “Umaimagem vale mais que mil palavras”.• interromper a explicação e esclarecer dúvidas sempre que perceberque a turma não acompanha o seu raciocínio;• explicar com mais detalhes aos alunos sabidamente mais fracos;• gesticular para reforçar sua comunicação;• falar olhando para os alunos;• movimentar-se diante dosalunos;• apresentar a disciplinafalando em linguagem donível da turma;• procurar seguir aseqüência de assuntosconstantes do materialdidático utilizado pelosalunos;

8 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

• incentivar a participação dos alunos por meio de estudos de caso eexercícios práticos em grupo.

As orientações constantes do corpo deste manual, apresentadas logoabaixo de cada tópico do conteúdo programático de cada disciplina, serãocertamente de grande valia na preparação do plano de aula e nesta fase dedesenvolvimento/explicação durante o transcorrer das aulas.

VerificaçãoNos minutos finais da aula é importante que o instrutor faça uma

verificação da aprendizagem com os alunos. Estas são algumas maneirasde verificar o aprendizado:

• utilizar a técnica de pergunta, formulando-a primeiro e depoisindicando um aluno para respondê-la ou se dirigindo à turma deixando-a à vontade para quem quiser ou souber responder;• estimular um debate sobre o tema da aula;• aplicar pequeno teste com poucas perguntas de respostas rápidase objetivas;• recapitular e enfatizar pontos importantes do assunto com o auxílioda turma;• solicitar exemplos formulados pelos alunos.

Esta fase é muito importante, pois caso algum aluno demonstre nãoacompanhar o aprendizado deverá ser adotado algum procedimento, taiscomo: recomendar estudo em casa, solicitar ao aluno mais “inteligente” daturma para explicar de modo diferente ou até recapitular na aula seguinteaquilo que não ficou claro.

A fase de verificação dará, ainda, ensejo a uma nova fase de preparação,pois fornecerá subsídios importantes para o instrutor levantar pontos positivose negativos de sua aula.

BOA AULA !

9Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

DISCIPLINA I - PAUS-DE-CARGA, GUINCHOS E GUINDASTES DEBORDO

Propósito:

Proporcionar ao aluno conhecimentos sobre paus-de-carga,guinchos e guindastes de bordo, os diferentes tipos, modelos,procedimentos e normas para operação.

Conteúdo programático

1 Paus-de-carga, guinchos e guindastes de bordo

Objetivos:

• identificar os diferentes tipos e modelos de paus-de-carga,guinchos e guindastes utilizados a bordo de navios mercantes, suascaracterísticas, vantagens e desvantagens;• identificar poleames e aparelhos de laborar;• explicar o sistema de giro, raio da lança e o ângulo de visão dooperador;• identificar os componentes do sistema de elevação; e• explanar sobre os instrumentos e comandos existentes nacabine.

1.1 Tipos e modelos

Citar as principais configurações de um pau-de-carga.

Definir “Safett WorkingLoad” (SWL).

Descrever os arranjosde um pau-de-carga utilizadosa bordo: tira e vira, pau-de-carga singelo, lança comestralheira, Velle, Hallen eStuelcken.

Explicar a finalidade e aoperação de um guincho comcabos de arame e com espias.

10 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

Citar os tipos de guinchos.

Descrever os componentes de umguindaste de bordo e citar suas vantagens.

1.2 Poleames e aparelhos de laborar

Conceituar poleame de laborar.

Descrever os tipos de poleame de laborar.

Relacionar os acessórios utilizados em conjunto com o poleamede laborar.

Descrever a utilização dos aparelhos de força.

1.3 Sistema de movimentação

Descrever os três movimentos fundamentais na operação doguindaste: içar/arriar a carga; içar/arriar a lança; e girar.

Chamar a atenção para a importância do posicionamento dosguindastes a bordo, a capacidade de giro , a movimentação paravante e para ré, a altura da cabine como fatores

que aumentam a flexibilidade de operação.

1.4 Sistema de elevação

Definir mastreação, estais, brandais, amantes,amantilhos e pescadores.

Descrever o funcionamento dos aparelhos fixosde um pau-de-carga.

Detalhar a nomenclatura dos componentes deum pau-de-carga.

11Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

1.5 Cabine do guindaste

Explicar o funcionamento dos instrumentos e controles existentesna cabine.

Descrever a utilização das alavancas de controle dos movimentosdo guindaste.

Descrever o uso do cinto de segurança para o escape deemergência da cabine.

12 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

2 Procedimentos e normas de operação

Objetivos:

• explicar as normas operacionais dos paus-de-carga, guinchose guindastes de bordo, enfatizando as precauções a serem tomadasdurante a operação;

• descrever os procedimentos iniciais da operação: ligar oguindaste, verificar o percurso, a situação de escadas e pisos dosdiversos níveis do guindaste;

• descrever os deveres do guincheiro durante a operação;• descrever as operações de movimentação com tampas de

escotilha;• explicar os cuidados com os vigias da cabine para evitar avarias

durante a operação; e• utilizar e rearmar as botoeiras de emergência, após acionamento.

2.1 Normas operacionais dos paus-de-carga, guinchos eguindastes de bordo

Alertar os alunos sobre as condições de segurança e a capacidademáxima dos equipamentos, assim como sobre o conhecimento dos

pesos e características das cargas a serem içadas.

Explicitar as vantagens dos guindastes em relação aos paus-de-carga.

Descrever o arranjo e a operação combinada de guindastes.

2.2 Procedimentos iniciais da operação

Mostrar a importância da realização da vistoria no guindaste antesde iniciar a sua operação.

13Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

Detalhar os procedimentos a serem realizados antes de dar apartida no guindaste, durante a sua operação e ao pará-lo.

Chamar a atenção para não searrastar lateralmente uma carga.

2.3 Deveres do guincheiro

Chamar a atenção para a qualificaçãonecessária para exercer as funções deguincheiro.

Detalhar as tarefas específicas doguincheiro.

2.4 Operações de movimentação com tampas de escotilha

2.5 Cuidados com as vigias da cabine

Orientar os alunos para cumprir asregras básicas de segurança sempre queforem operar o guindaste de bordo visandoa não causarem avarias na carga nem naembarcação.

2.6 Botoeiras de emergência

Descrever os procedimentos para umanova partida do guindaste após umaparada em emergência (botão vermelho).

2.7 Operação e aplicação do guindaste Liebherr CBS 3100

Descrever os sinais manuais padrão para o controle de operaçãodo guindaste.

Mostrar a importância de se conhecer a capacidade de carga doequipamento e as características da carga a ser manuseada.

Explicar as regras gerais de segurança na operação do guindaste.

Alertar para fato de que o operador deve sempre localizar osinaleiro, seguir seus sinais e ter certeza do entendimento mútuo dossinais um do outro. O sinal de parada deve ser obedecido mesmo quenão venha do sinaleiro.

14 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

Definir “side-pull” e descrever suaspossíveis causas.

Destacar os sinais de segurança naoperação do guindaste.

2.8 Descrição geral

Descrever os dispositivos hidráulico e elétrico de segurança doguindaste.

Descrever a lança e os mecanismos de giro e de içamento de cargae lança.

Demonstrar no diagrama de carga a relação entre o raio de lançae a capacidade de carga.

2.9 Descrição dos controles

Detalhar a operação das “joy-sticks”.

2.10 Gabinete de controles

2.11 Operação do guindaste

Explicar detalhadamente a operação do guindaste: inicinado ofuncionamento, parando em definitivo o guindaste, fazendo uma pausano trabalho, reiniciando após uma pausa, precauções de segurança,operação com carga suspensa e travamento da lança para viagem.

2.12 Breve descrição do Controle Computadorizado Liebherr -LICCON (LIebherr Computed CONtrolling)

Descrever brevemente o Controle Computadorizado Liebherr -LICCON.

15Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

3 Convenções de sinalização

Objetivos:

• explicar a importância da sinalização na operação com osequipamentos de elevação de bordo;

• descrever a sinalização relativa aos movimentos de translação,giro e elevação da lança;

• descrever a sinalização relativa aos movimentos de içar/baixara carga;

• explicar os principais sinais para orientação dos movimentosdo guindaste; e

• descrever o posicionamento correto do sinaleiro ou do portaló abordo.

3.1 Sinalização na operação com os equipamentos de elevaçãode bordo

Chamar a atenção que o sinal de pare em emergência é o únicoque, dado por qualquer pessoa, deve ser prontamente obedecido

pelo operador.

3.2 Sinalização relativa aos movimentos de translação, giro eelevação da lança

3.3 Sinalização relativa aos movimentos de içar/baixar a carga

3.4 Principais sinais para orientação dos movimentos do guindaste

Realizar demonstrações práticas em sala de aula de todos os sinaisrelativos aos movimentos do guindaste.

3.5 Posicionamento correto do sinaleiro ou doportaló a bordo

Lembrar a importância do posicionamentodo sinaleiro em função da sua própria

segurança e de ele poder ver e ser visto pelooperador do guindaste.

16 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

DISCIPLINA III: PRÁTICA OPERACIONAL

Propósito:

Proporcionar ao aluno atividade prática para operar guinchos, paus-de-carga e guindaste de bordo, obedecendo aos procedimentos desegurança, em fainas de embarque/desembarque de mercadorias emportos e/ou terminais.

Conteúdo programático

1 Prática operacional individualizada

Objetivos:

• Prática em guinchos, paus-de-carga e em guindastes de bordo• observar as precauções antes do início da operação;• praticar os procedimentos operacionais; e• executar movimentos sem carga e com carga.

2 Recomendações importantes

Sr. Instrutor

A partir de agora você está diretamente envolvido no processo dedesenvolvimento profissional do trabalhador portuário. O seu papel é devital importância para que se alcancem os objetivos estabelecidos nasinopse e nos sumários deste curso. Caso verifique alguma exigênciaque não esteja adequada à realidade do operador desse equipamento,discuta com o Coordenador de Curso a melhor maneira de cumprir essaexigência. Em equipe, a solução será encontrada. A reformulação deum curso depende muito da sua contribuição.

É recomendável que se aplique o pré-teste em anexo ao iniciar docurso para que você conheça o perfil de cada aluno, tornando possíveladequar o treinamento de modo individual para se obter melhor índicede aproveitamento.

Certifique-se com o coordenador se já foram providenciados osnavios que possuam paus de carga e guindastes. Equipamentos essesnecessários e imprescindíveis para as aulas práticas.

Se possível, verifique com antecedência o navio onde serãorealizadas as aulas práticas. Lembre que serão necessários estropos e

17Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

uma lingada para simular o embarquee a descarga de mercadorias.

Não se esqueça que parademarcar a área onde ocorrerá otreinamento serão necessários oscones, fitas de isolamento e cavaletes.

Todos, instrutor e alunos, devem estar usando osequipamentos de proteção individual (EPI) recomendadospela NR-29 e que são inerentes ao treinamento. Érecomendável também o uso de um macacão para facilitaros movimentos físicos com as manobras, e evitar qualquerdano à vestimenta do aluno.

É aconselhável dividir os alunos em grupos de 5 para executar otreinamento com paus de carga; e em duplas para o treinamento deguindaste.

As aulas práticas devem ter o intervalo do lanche ao mesmo tempopara os alunos. Isso se deve à necessidade do grupo estar envolvidocom a prática da manobra dos paus-de-carga.

Evite chegar ao local após os alunos. O melhor é encontrar-se comeles ou recebê-los no local.

Leve a documentação do curso (plano de aula, lista de chamada,protocolo de matéria lecionada) e também uma lista dos telefones dosalunos para uma possível necessidade.

Esteja preparado para esclarecer os procedimentos da aula casoseja indagado pelo Coordenador do Curso, Fiscal do OGMO ou do EPMda Capitania dos Portos.

Prepare seu plano de aula diário conforme objetivos estabelecidosno sumário da disciplina e submeta-o ao coordenador e, se possível,anote a avaliação de cada aluno para o acompanhamento de suaevolução diária naquele equipamento.

É aconselhável aferir os alunos a cada aula com marcação dospontos positivos e negativos usando a tabela de avaliação anexa. Esseprocedimento lhe ajudará na correção de falhas da aprendizagem.

Reprise os procedimentos trabalhados com os alunos em sala deaula em cada equipamento. Caso ocorram dúvidas, este é o melhormomento para saná-las.

18 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

3 Prática em guinchos e paus-de-carga

3.1 Precauções antes do início da operação

Antes de utilizar os equipamentos, oriente os alunos para que façamuma inspeção dos itens necessários para iniciar o trabalho, verificandose:

• os guardins e os contra-guardins (reforços) estão fixadoscorretamente;

• a guia está apertada;• as manilhas que grunem os cabos de içar estão apertadas;

• o peso dos volumes a serem movimentados numa lingada écompatível com a S.W.L. impressa nos paus-de-carga; e

• os cabos de içar, as catarinas e as patescas não estão corroídas.

Caso verifique alguma anormalidade, comunique imediatamenteao responsável pela operação ou pelo equipamento.

3.2 Procedimentos operacionais

Primeiramente o instrutor deverá reunir a equipe no convés do naviopara explicar como proceder ao se fazer manobra dos paus-de-cargadeixando-os pronto para a operação de carga ou descarga. Essa equipedeverá ser desmembrada em guincheiro e portaló e todos se revezarãodurante a manobra do convés.

Após, iniciar o treinamento explicando que para levantar ou arriaros paus-de-carga o primeiro passo é soltar os guardins e os contra-guardins, que o amante singelo é o aparelho que serve para içar e arriaros paus-de-carga e agüentá-lo na posição que desejar (para esse tipode manobra use o tambor de manobra do guincho).

A seguir, pegue o cabo de içar carga do pau de dentro ou daescotilha e passe o gato em um olhal do lado de mar; dê sinal para oguincheiro ir içando o cabo do volume até que o pau-de-carga fique naposição desejada. Em seguida, prenda o contra-guardim em um olhalfixo na amurada do navio ou no convés e o contra-guardim em outro.Repita os mesmos procedimentos com o pau de fora até que ele fiquena posição desejada para trabalhar em terra.

19Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

O próximo passo para esses paus trabalharem em conjunto émanilhar os cabos dos paus junto ao chicote que contém o gato de carga.Em seguida, fixe o gato em um olhal e aperte os dois cabos de içar earriar carga. Após os cabos estarem esticados, recolha a guia (guardimdo meio) até firmar, amarrando-a na posição desejada.

Agora já estamos aptos a fazer a movimentação da carga. Bastavirar um cabo e arriar o outro; estes movimentos produzirão o resultadona direção que se deseja.

3.3 Movimentos sem e com carga

Para fazermos a movimentação de carga é necessário que sefaçam alguns movimentos.

Os comandos de içar e arriar a carga são feitos por duas alavancasque, quando acionadas para frente arriam os cabos e quando puxadaspara trás içam os cabos.

Partindo-se desse principio, para se retirar uma carga do porãodo navio acionam-se as duas alavancas para frente, desta forma oscabos do aparelho que estão manilhados junto ao chicote que contém ogato de carga vão arriar no porão.

Após o terno ter engatado a lingada você deve acionar as duasalavancas para trás na mesma proporcionalidade de velocidade, equando a lingada atingir altura superior a escotilha, você deve manter aalavanca do pau de terra içando enquanto a do pau de dentro você acionapara frente. Assim, o cabo vai arriar e com este procedimento a lingadaestará sendo conduzida para terra.

Ao vencer a borda do navio ponha a alavanca que aciona o cabode terra em ponto neutro e continue acionando o cabo de mar (pau dedentro) até que fique em prumo com o pau de terra, e nesse momentovocê aciona novamente a alavanca do cabo de terra para frente até quea lingada atinja o piso em terra.

Caso a ordem dada for para engatar a carga em terra e transportá-la para o porão do navio você deverá executar os mesmosprocedimentos, só que de forma contrária a de descarga.

O instrutor também deve esclarecer ao guincheiro que toda essamovimentação somente será efetuada após a autorização do portaló ousinaleiro, que se dará por meio de gestos que caracterizam que tipo demovimento deverá ser feito.

20 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

4.0 Prática em guindaste de bordo

4.1 Precauções antes do início da operação

Antes de utilizar o guindaste de bordo, oriente os alunos para quefaçam uma inspeção dos itens necessários, verificando se:

• as escadas estão em boas condições, não contendo óleo ougraxa;

• a cabine esta isolada do barulho dos motores;• os vidros estão limpos e inteiros;• o acento do operador não está avariado e se apresenta condição

anatômica satisfatória; e• o peso dos volumes a serem movimentados numa lingada é

compatível com a S.W.L. impressa na lança do guindaste.

Utilize como guia a lista de verificação de condições de segurançaem anexo.

Caso verifique alguma anormalidade, comunique imediatamenteao responsável pela operação ou pelo equipamento.

4.2 Procedimentos operacionais

Deverá o instrutor reunir a equipe no convés do navio para explicarcomo será realizado o treinamento prático com o guindaste de bordo ecomo operá-lo na movimentação de cargas no embarque ou descarga.

Essa equipe deverá ser desmembrada em operador de guindastee portaló, revezando-se durante o treinamento, devendo cada umpermanecer por 30 minutos no comando do guindaste e na sinalização.

Iniciar, explicando que o guindaste na maioria das vezes écomandado por duas alavancas, uma faz os movimentos de arriar oulevantar o volume e a outra faz o giro da lança para a esquerda e direitae essa mesma alavanca suspende e arria a lança.

Existem guindastes que possuem três alavancas: uma faz o giroda lança direita e esquerda outra comanda o movimento de levantar e

21Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

arriar a lança e a terceira levanta e arria a carga. Outros guindastes sãooperados por duas “joy-sticks” que realizam os movimentos de giro e deiçar e arriar a carga e a lança.

Explicar ao aluno que quando subir no guindaste deverá ligar achave selecionadora e o disjuntor geral, em seguida acionará o botãode partida (“start”) e aguardará as luzes indicadoras se acenderem,indicando que todos os motores já estão ligados, assim o guindasteestará pronto para ser operado.

O instrutor deverá, juntamente com oaluno, permanecer na cabine do guindaste afim de orientá-lo como proceder para girar oguindaste para esquerda e para direita.

Quando do giro, se a lingada balançarpara a direita acionar a alavanca de giro paraa direita acompanhando o balanço até que alança fique em prumo com a lingada. Agindodesta forma terá “matado” o balanço. Porém,se não conseguir “matar” o balanço totalmentequando a lingada se movimentar para aesquerda, repita todo o processo no sentidocontrário.

Quando o aluno arriar a lança ou levantá-la e esse movimentoresultar em balanço do gato ou da carga para frente, ele deverá acionara alavanca na posição arriar a lança até que chegue no prumo da carga;mas, se ainda assim persistir o balanço e ele voltar em direção aoguindaste, acionando a alavanca no sentido elevar a lança até atingir oprumo porque com esse procedimento o balanço será eliminado.

Lembre aos alunos que para iniciar qualquer movimento eles devemsempre fazê-lo em baixa velocidade.

Deve-se estar atento para não arriar e nem levantar demais a lança,pois ela possui um dispositivo de segurança que dispara uma buzina eautomaticamente desliga o guindaste. Se isto acontecer, você podereligar o guindaste, apertando o botão de partida (“start”); e, quando asluzes indicarem já estar ligado o operador deverá levantar ou arriar alança, dependendo de qual movimento provocou o desligamento doguindaste.

Esclarecer ao operador de guindaste que toda essa movimentaçãosomente será efetuada após a autorização do portaló ou sinaleiro, quese dará por meio de gestos que caracterizam que tipo de movimentodeverá ser feito.

22 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

4.3 Executar movimentos com e sem carga

Após as explicações anteriormente dadas e que se faziamnecessárias, o aluno já estará apto a iniciar o treinamento com e semcarga.

O primeiro procedimento será o de arriar o gato no convés poronde o colega de treinamento engatará uma lingada. A seguir essalingada será içada de forma segura e transportada para um dos locaispré-marcados, na tampa da escotilha ou no porão do navio, e arriá-ladentro dessa marca.

Para o sucesso dessa operação é necessário que o aluno tenhaassimilado bem a orientação do instrutor quanto a tirar balanço. Emseguida deverá içar novamente a lingada e transportá-la ao outro localque já estará demarcado. Neste segundo exercício o aluno deverá, alémde fazer o giro, seguir arriando a lança até que consiga posicionarcorretamente a lingada dentro da nova marca. Essa lingada deverá serdesengatada e o operador conduzirá o gato do guindaste até o localonde será engatada uma nova lingada.

23Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

CURSO DE OPERAÇÃO COM GUINDASTE DE BORDO - COGB

NOME____________________________ MATRÍCULA________

PRÉ-TESTE

1- Vocé já opera guindaste de bordo? Se afirmativo, há quanto tempo?

__________________________________________________

2- Você já opera pau-de-carga? Se afirmativo, há quanto tempo?

__________________________________________________

3- Você já opera cábrea? Se afirmativo, há quanto tempo?

__________________________________________________

4- Você alguma vez executou manobras (posicionou) com os paus-de-carga?

__________________________________________________

5- Você conhece os sinais convencionais utilizados na movimentaçãode cargas nas operações portuárias?

__________________________________________________

6- Citar quais os EPI’s usados pelo operador de guindaste, paus-de-carga e cábreas.

__________________________________________________

24 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

BGOC-ODROBEDETSADNIUGMOCOÃÇAREPOEDOSRUC

ACITÁRPOÃÇAILAVA

onulA alucírtaM

OCITÁRPOTNEMANIERT

ROTURTSNIODSEÕÇATONA MIS OÃN OÃÇAVRESBO

otnemaniertoraiciniarapes-uotneserpaonulaO-1?sodairporpas'IPEsomoc

lacolmees-avartnocneorielanisuoólatropO-2?orugeselevísiv

uosianoicnevnocsianissouocifitnedionulaO-3?ólatropolepsotiefsiausu

sópaetnemosagracadoãçatnemivomauoicinI-4?ólatroPodoãçazilanisa

setimilsodortnedotnemapiuqeouorepO-5uoagracadoãçidnocalepsodanoicroporp

?oivanonroturtsniolepsodacramed

serodahlabartmocotnemapiuqeouorepO-6soeuqmesasnepsusagracabosodnatisnart

?aronosoãçazilanismocsodatrelaahnet

ranimilearapsadauqedasacincétuosuonulaO-7?agracadoçnalabo

lacolonetnematerrocagracauonoicisoP-8?odacramed

auonoicisoponulao,oãçarepoadonimrétoA-9?roturtsniodoãçatneiroamocodrocaedaçnal

ouogilsedonulaooãçailavaadlanifoA-01?otnemapiuqe

LANIFACITÁRPOÃÇAILAVA

ATAD OIRÁROH OIVAN OTNEMAPIUQE SIAC ATON

25Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

ODROBEDETSADNIUGEDOÃÇAREPOEDOSRUC

AÇNARUGESEDSEÕÇIDNOCEDOÃÇEPSNI

.metiadacedoãçacifireva"x"mumocelanissA

SALERASSAP MIS OÃN OÃÇAVRESBO

?seõçidnocsaobmeoãtsE-1

?axarguooelómetosipO-2

?odíorrocátseosipO-3

?odassamaátse"oproc-adraug"O-4

SADACSE

?seõçidnocsaobmeoãtsE-1

?sadíorrocoãtsE-2

?suargedodnatlafoãtsE-3

?axargedsajusoãtsE-4

?"oproc-adraug"mocsadigetorpoãtsE-5

ENIBAC

?seõçidnocsaobmeátsE-1

?ocilírca/ordivodnatlafátsE-2

?odíorrocátseosipO-3

?etneicifedátseoãçanimuliA-4

?avuhcedaugáedoãçartlifniáH-5

átseserotomsodenibacaarapeseuqatropA-6?ohluraboodnalosi

RODAREPOODOTNESSA

?seõçidnocsaobmeátsE-1

?oãçarrofodnatlafátsE-2

?leválugeréotnessaO-3

OIERFEDAMETSIS

?seõçidnocsaobmeátsE-1

?megalugeredatisseceN-2

?otnemiugesmeT-3

OÇAEDSOBAC

?seõçidnocsaobmeátsE-1

?oãsorrocedsianisáH-2

?sodipmorsoifáH-3

?lamronaetsagsededsianisáH-4

AÇNALADROTELFER

?rotelferáH-1

?seõçidnocsaobmeátsE-2

26 Curso de Operação de Guindaste de BordoCurso de Operação de Guindaste de Bordo

Bibliografia

INTERNATIONAL CARGO HANDLING COORDINATION ASSOCIATION.Cranes – Training of Drivers – Part I. General. ISO 9926-1. Nova York:ISO, 1990.

INTERNATIONAL CARGO HANDLING COORDINATION ASSOCIATION.Design Requirements; Assessors. Nova York: ISO, 1996.

INTERNATIONAL CARGO HANDLING COORDINATION ASSOCIATION.Loading and Unloading of Solid Bulk Cargoes. Londres: ICHCA,1997.

INTERNATIONAL CARGO HANDLING COORDINATION ASSOCIATION.Terminology and Graphic Symbols; Information to be Provided –Use, Operations and Maintenance. Nova York: ISO, 1997.

INTERNATIONAL CARGO HANDLING COORDINATION ASSOCIATION.The Safe Handling of ISO Freight Container by Hooks and GeneralGuide to the Container Safety Convention. Londres: ICHCA, 1987.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cranes– Competency Requirements for Crane Drives (Operators),Slingers, Signalers and Assessors. ISO 15.513. Nova York: ISO, 2000.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cranes– Limiting and Indicating Devices – Part 2. Mobile Cranes. ISO 10.245– 2. Nova York: ISO, 1994.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Cranes -Safe Use – Part I. General. ISO 12.480 – 1. Nova York: ISO, 1997.

LIEBHERR. Electro-hydraulic single deck crane CBS 3100Instruction and mantenance manual. 5 ed. Vol. 1. Nenzing, Áustria:Liebherr, 2001.

SAUERBIER, C. / MEURN, J. Marine Cargo Operations. West Sussex:Wiley, John & Sons Ltd., 1995.

TAYLOR, C. Cargo Work. 12 ed. Glasgow: Brown Son & Ferguson Ltd.,1992.

HOUSE, David. Cargo Work. 6. ed. Londres:Kemp & Young, 1998.