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CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU MESTRE EM QUÍMICA Departamento de Engenharia Química e Biológica Instituto Superior Técnico Março de 2006

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íNDICE 1. INTRODUÇÃO 3

1.1 Objectivos e organização do documento. 3

1.2 A Actual Licenciatura em Química (a) 3

1.3 Adequação em face do Processo de Bolonha 4

2. OBJECTIVOS VISADOS PELO CICLO DE ESTUDOS (b) 5

3. FUNDAMENTAÇÃO DO NÚMERO DE CRÉDITOS 7

3.1 Número total de créditos e duração do ciclo de estudos (d) (f) 7

3.2 Número de créditos de cada unidade curricular (c) 8

4. ORGANIZAÇÃO DO CICLO DE ESTUDOS E METODOLOGIAS DE ENSINO (e) 10

4.1 Princípios básicos e metodologias de ensino 10

4.2 Áreas de desenvolvimento curricular 12

4.3 Distribuição das unidades curriculares por Áreas Científicas 15

4.4 Distribuição das unidades curriculares por semestre 16

5. COMPARAÇÃO COM O ENSINO DA QUÍMICA EM ESCOLAS EUROPEIAS

DE REFERÊNCIA (f) 17

6. ORGANIZAÇÃO DO CICLO DE ESTUDOS EM FACE DE AVALIAÇÕES EXTERNAS (g) 18

ANEXO I 20

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1. INTRODUÇÃO

1.1 OBJECTIVOS E ORGANIZAÇÂO DO DOCUMENTO.

Este documento destina-se a fundamentar junto da Direcção-Geral do Ensino Superior a proposta de adequação ao modelo de Bolonha da Licenciatura em Química, LQ, do Instituto Superior Técnico. A actual Licenciatura tem uma duração curricular de 10 semestres (5 anos) e a sua adequação dá origem a um 1º ciclo de Licenciatura em Química com a duração curricular de 6 semestres (3 anos) e a um 2º ciclo de Mestrado com a duração de 4 semestres (2 anos). O documento foi elaborado nos termos do artigo 63º do Decreto-Lei de Graus Académicos e Diplomas do Ensino Superior, pretendendo-se responder, ao longo do documento aos quesitos expressos nas várias alíneas do ponto (2) do referido artº.

O documento está assim organizado do seguinte modo: após um capítulo 1 de introdução em que se responde à alínea (a), formulam-se no capítulo 2 os objectivos visados pelo ciclo de estudos proposto (alínea (b)). No capítulo 3 fundamenta-se o nº de créditos das unidades curriculares (alínea (c)), bem como o nº total de créditos e a duração do ciclo de estudos (alíneas (d) e (f)). A organização do ciclo de estudos e as metodologias de ensino (alínea (e)) encontram-se expostas no capítulo 4, sendo os capítulos subsequentes destinados respectivamente à comparação do ensino proposto com o praticado em escolas europeias de referência (alínea (f)) e à adequação das alterações às recomendações feitas em avaliações externas da anterior Licenciatura(alínea (g)).

Para facilidade de localização, as alíneas correspondentes aos vários quesitos encontram-se patentes quer no índice quer nos cabeçalhos de cada secção.

1.2 A ACTUAL LICENCIATURA EM QUÍMICA ((a) do artº 63) O ensino da Química no Instituto Superior Técnico tem a idade do próprio IST. Com efeito, o curso de Engenharia “Chimico-Industrial”, um dos cinco cursos de engenharia criados com o IST em 1911, era um curso baseado em Química, nas suas vertentes fundamental e aplicada, e assim se manteve durante várias décadas. Com o tempo, veio a acentuar-se a dicotomia entre a tendência de evolução para um currículo de tipo anglo-saxónico e a expansão de uma escola de Química forte no IST. É neste contexto que ocorre, em 1970, a criação de dois ramos no curso de Engenharia Química, o ramo de Tecnologia e Indústria, de pendor mais tecnológico, e o ramo de Química e Processos, mais vocacionado para a Química. Na sequência da implementação da estrutura departamental do IST e de uma revisão curricular da Licenciatura em Engenharia Química, iniciada em 1982, ocorreu a criação de três ramos, Tecnologia e Indústria, Química Aplicada e Biotecnologia, pelos quais os alunos podiam optar após dois anos de formação comuns. O ramo de Química Aplicada, herdeiro do anterior ramo de Química e Processos, assumia o fortalecimento de uma sólida formação básica nos vários domínios da Química.

Embora este modelo tenha funcionado com êxito durante vários anos, a evolução interna do Departamento de Engenharia Química (DEQ) e também razões que lhe eram externas, levou a que cerca de 10 anos após a sua implementação se tivesse iniciado uma reflexão sobre a licenciatura em Engenharia Química numa perspectiva de desenvolvimento estratégico do Departamento. O resultado natural deste processo, alicerçado nas três áreas-chave de sólidas competências de docência e investigação existentes no DEQ, foi a criação de três Licenciaturas autónomas, em

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Engenharia Química (LEQ), Engenharia Biológica (LEB) e Química (LQ) no ano lectivo de 1997/98.

A Licenciatura em Química do IST tem por objectivo conferir aos estudantes uma formação completa, moderna e autonomizante, em todos os aspectos desta ciência dinâmica e central: teóricos e experimentais, puros e aplicados. As áreas de intervenção dos profissionais com formação em Química são, por isso, muito vastas, desde a Química fundamental, visando a compreensão e controlo das transformações químicas a nível teórico e experimental, até áreas de fronteira e multidisciplinares como o Ambiente, as Ciências Biológicas ou a Ciência dos Materiais.

A LQ do IST alia, a uma importante formação básica em Ciências Matemáticas, Físicas e Biológicas, uma forte preparação em Química, que contempla a aquisição de bases sólidas nas várias áreas de intervenção da Química. Oferece um ensino experimental que favorece uma integração sinérgica com a formação teórica e permite a aprendizagem de métodos e técnicas relevantes em diversas actividades profissionais. A LQ compreende um plano curricular de dez semestres, dos quais os dois últimos correspondem a estágio, cujo objectivo principal consiste em proporcionar aos alunos um primeiro contacto com uma actividade no âmbito da sua formação-base, dando-lhes oportunidade de adquirir algumas das competências necessárias numa futura carreira profissional. Desde a sua criação, a LQ tem atraído alunos com notas elevadas de candidatura. Ainda que não tenha decorrido tempo suficiente (os primeiros licenciados concluíram o curso em 2002), para permitir conclusões estatisticamente significativas sobre a apreciação e aceitação dos licenciados em Química pelo IST no mercado, existem diversos indicadores de que a excelente formação destes alunos está bem adequada às necessidades. A título de exemplo, o seu desempenho nos estágios curriculares (tipicamente realizados fora do IST e frequentemente em empresas e universidades de outros países da União Europeia ao abrigo de acordos de cooperação) tem merecido da parte dos orientadores externos avaliações muito elogiosas, quer a nível de competências teóricas e práticas em matérias técnicas e científicas quer de competências transversais e atitude profissional.

O desenvolvimento do ensino da Química no Departamento de Engenharia Química do IST (designado, desde Outubro de 2005, Departamento de Engenharia Química e Biológica), acompanhou um forte esforço de formação da componente humana que, nas áreas de Síntese, Estrutura Molecular e Análise Química e de Química-Física, Materiais e Nanociências congrega hoje, maioritariamente em dois centros de investigação do IST, Centro de Química Estrutural (CQE) e Centro de Química-Física Molecular (CQFM), cerca de 45 professores com doutoramento em Química ou áreas afins. No mais recente processo de avaliação conduzido pela FCT- MCTES foi atribuída a ambos os centros a classificação Excelente por um painel internacional. Ao longo dos anos, este corpo docente tem fortalecido a componente de investigação, consistentemente de nível internacional, liderando e/ou colaborando em múltiplos projectos de I&D com financiamento nacional, comunitário e extra-comunitário. Assegura ainda um Curso de Mestrado em Engenharia Química (na vertente de Química Aplicada), e uma área de Doutoramento em Química que atraem estudantes graduados por outras escolas nacionais e estrangeiras.

1.3 ADEQUAÇÃO EM FACE DO PROCESSO DE BOLONHA

Em face do Processo de Bolonha, colocou-se ao IST e ao seu Departamento de Engenharia Química e Biológica, responsável pela Licenciatura em Química, a

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necessidade de a adequar em moldes compatíveis quer com o novo enquadramento legal quer com o objectivo fundamental de que o o IST mantenha simultaneamente uma posição de liderança na formação em Química a nível nacional e uma posição de prestígio a nível internacional.

Em consequência, o IST decidiu adequar o seu curso de Química de acordo com o modelo de dois ciclos, um primeiro ciclo de estudos conducente ao grau de licenciado, seguido de um segundo ciclo de estudos conducente ao grau de mestre, organizados, à semelhança do que acontece noutras instituições de referência do espaço Europeu (ver capítulo 5), respectivamente em seis e quatro semestres curriculares de trabalho.

Este plano de estudos faculta aos alunos que concluem os primeiros seis semestres um diploma de 1º ciclo, designado Licenciatura em Química, que permitirá o exercício de múltiplas funções em indústrias do sector químico e/ou biotecnológico, laboaratórios de análises e controlo de qualidade e o desempenho de actividades técnico-comerciais em empresas e serviços. Este diploma representa ainda um certificado de mobilidade, para efeitos de prosseguimento de estudos, quer através do 2º ciclo, conducente ao grau de Mestre em Química, quer através de outra formação de ciclo superior compatível, quer no IST, quer noutras escolas nacionais ou num país do espaço Europeu de ensino superior.

2. OBJECTIVOS VISADOS PELO CICLO DE ESTUDOS ((b) do artº 63)

(i) Objectivos gerais

São objectivos centrais do ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Química, os seguintes:

• Oferecer uma formação avançada, sólida, actualizada e de espectro largo, que prepare os estudantes para posições de liderança numa carreira em Química ou áreas afins, dotando-os de capacidade autónoma de aprendizagem, bem como de espírito crítico, versatilidade e criatividade que lhes permita enfrentar os desafios de um meio tecnológico em permanente mudança.

• Prover a formação académica necessária para o prosseguimento de estudos de ciclo superior (doutoramento) em Química e áreas afins, se os estudantes assim o desejarem.

• Oferecer uma abordagem interdisciplinar, de modo a proporcionar uma visão integradora de conhecimentos em áreas tradicionais e emergentes, particularmente em áreas de ponta associadas à Concepção, Síntese e Caracterização de Novos Produtos e Novos Materiais.

(ii) Objectivos Operacionais

O objectivo operacional do Mestrado em Química pelo IST é o de transmitir os seguintes conhecimentos, competências e capacidades:

Conhecimentos

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Os Mestes em Química pelo IST terão:

• Adquirido uma compreensão sólida e abrangente das transformações químicas e dos parâmetros que as afectam.

• Formação avançada nos princípios fundamentais da química orgânica, inorgânica, analítica e química-física e tópicos afins, nos métodos e estratégias de síntese química e nos métodos do estado-da-arte da síntese e análise química, incluindo interfaces com a biologia, a medicina e a ciência dos materiais.

• Adquirido competências de carácter prático requeridas num laboratório químico ao nível da execução de processos elaborados.

• Adquirido conhecimentos especializados através da realização de pelo menos um projecto, fazendo um estágio e escrevendo uma dissertação de mestrado.

• Adquirido conhecimento e compreensão dos temas de investigação com maior relevância corrente no seu campo de estudos e dos desafios que se colocam aos químicos a curto e médio prazo.

• Domínio da matemática, física, biologia e ciências da computação a nível básico, assim como de noções de segurança laboratorial e industrial e dos riscos ambientais associados à síntese e utilização de produtos.

• Compreendido o valor duma abordagem interdisciplinar à resolução de problemas em Química e áreas de interface.

Competências na área da Química

Os Mestres em Química pelo IST terão competências para aplicar os seus conhecimentos teóricos, em particular:

• Aplicar conceitos conhecidos à síntese orgânica, inorgânica ou organometálica de compostos, propôr novas metodologias de síntese, optimizar metodologias existentes com vista ao aumento de eficiência e/ou decréscimo de riscos ambientais e establecer modelos teóricos de síntese e reactividade.

• Formular protocolos de síntese, seleccionar e descrever o equipamento necessário e processar as várias etapas da síntese de compostos.

• Seleccionar e aplicar métodos físicos e químicos avançados de análise qualitativa e/ou quantitativa para resolução de problemas específicos.

• Avaliar os riscos de exposição individual e ambientais envolvidos no processamento, síntese e aplicação de produtos químicos e delinear estratégias de minimização desses riscos.

• Interactuar com profissionais de outras áreas, designadamente Engenheiros Químicos, Biológicos, Bioquímicos e Farmacêuticos.

• Reconhecer as implicações das normas ambientais e de qualidade dos produtos, e do controlo do seu cumprimento.

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Capacidades gerais

Os Mestres em Química pelo IST serão capazes de:

• Aplicar os métodos e técnicas adquiridos para expandir o conhecimento, resolver problemas técnicos, e participar em projectos científicos.

• Aplicar métodos científicos comuns, nomeadamentos modelos e resultados das ciências químicas e físicas, para a análise de sistemas tecnológicos.

• Projectar e conduzir experiências, assim como analisar e interpretar dados, de modo a tentar encontrar soluções para problemas complexos.

• Funcionar em equipas multidisciplinares em projectos de larga escala.

• Perceber a relação entre conhecimento e inovação, investigação e aplicações.

• Compreender as responsabilidades profissionais, sociais, ambientais e éticas associadas ao desempenho da sua actividade enquanto químicos.

• Comunicar ideias, problemas e soluções, com eficácia, oralmente e por escrito, quer para especialistas quer para não-especialistas.

• Reconhecer, e ter a capacidade, para se empenhar em aprendizagem e actualização ao longo da vida através de formação avançada.

• Ter conhecimento das temáticas contemporâneas.

3. FUNDAMENTAÇÃO DO NÚMERO DE CRÉDITOS

O número total de créditos, a duração total do ciclo de estudos e o número de créditos de cada unidade curricular do ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Química tem por base a nova legislação decorrente do Processo de Bolonha.

A primeira parte desta secção foi elaborada com base no disposto no artigo 18º do Decreto-Lei de Graus Académicos e Diplomas do Ensino Superior enquanto que a segunda parte introduz os parâmetros básicos que fundamentam o número de créditos ECTS que, com base no trabalho estimado, é atribuído a cada unidade curricular do plano de estudos.

3.1 Número total de créditos e duração do ciclo de estudos ((d) e (f) do artº 63)

O IST decidiu organizar a formação superior em Química de acordo com um modelo de 1º ciclo de estudos conducente ao grau de Licenciado com 180 créditos e uma duração total de 6 semestres curriculares de trabalho, seguido de um 2º ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre, com 120 créditos e uma duração total de 4 semestres pelas razões que se passam a expor:

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a) É possível ministrar em seis semestres uma sólida formação de base na área da Química, a nível teórico e experimental, que permita o desempenho de tarefas profissionais de características técnicas e simultaneamente possibilite a mobilidade dos alunos no espaço Europeu de ensino superior.

b) É desejável que a formação avançada, conducente ao grau de mestre, permita um período adequado, no mínimo um semestre mas preferencialmente um pouco mais, dedicado em exclusivo à execução do trabalho conducente à dissertação de Mestrado e elaboração do manuscrito correspondente, sem prejuízo do número de créditos lectivos considerado essencial.

c) O modelo adoptado pelo IST tem vindo a ser testado com bons resultados noutras instituições de referência da União Europeia (ver ponto 5).

3.2 Número de créditos de cada unidade curricular ((c) do artº 63)

A legislação1,2 que regula a organização dos curricula resultantes da implementação do processo de Bolonha, impõe que esta organização deverá ter como base o número de horas de trabalho do estudante (HT) medidas através de créditos (ECTS).

Assim, de acordo com o artigo 5º do DL 42/2005:

• O trabalho de um ano curricular, a tempo inteiro é fixado entre 1500 HT e 1680 HT e é cumprido num período de 36 a 40 semanas;

• O número de horas de trabalho do estudante (HT) a considerar inclui todas as formas de trabalho previstas, designadamente as horas de contacto e as horas dedicadas a estágios, projectos, trabalhos no terreno, estudo e avaliação;

• O número de créditos correspondente ao trabalho de um ano curricular realizado a tempo inteiro é de 60 ECTS.

Com base nestes parâmetros e adoptando para o Mestrado em Química do IST um trabalho correspondente a 1680 horas por ano curricular, poder-se-á considerar que 1 ECTS <> 28 HT.

Outra vertente que foi considerada na organização do plano curricular é a que diz respeito ao regime de funcionamento, que se admitiu ser semestral, à semelhança da generalidade dos cursos das universidades Europeias, com as quais o IST promove intercâmbio de alunos. No regime semestral considera-se que cada semestre terá uma duração de 14 semanas lectivas e será seguido de um período de avaliação com uma duração de 5 semanas. Este regime é semelhante ao que se encontra actualmente em vigor no IST, ao qual corresponde em termos gerais. Neste regime cada semestre corresponderá a 30 ECTS. Analogamente ao que

1 Decreto-Lei n.º42/2005 de 22 de Fevereiro de 2005 – Princípios reguladores de

instrumentos para a criação do espaço europeu de ensino superior. 2 Despacho n.º 10 543/2005 (2ª série) de 11 de Maio de 2005 – Normas técnicas para a

apresentação das estruturas curriculares e dos planos de estudos dos cursos superiores e sua publicação.

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sucede actualmente no IST, prevê-se a possibilidade de existência de um máximo de 6 unidades curriculares a funcionar simultaneamente em cada semestre.

A atribuição de créditos ECTS obedeceu aos seguintes critérios: (i) uma unidade curricular de harmonização da área de Matemática exige 7.5 créditos ECTS; (ii) as unidades curriculares de especialidade com componente de formação teórica exigem entre 3 e 6 créditos, consoante a importância/dificuldade/grau de aprofundamento do tema; (iii) as unidades curriculares com componente eminentemente laboratorial exigem entre 6 e 9 créditos, por se considerar essencial uma fortíssima formação dos alunos a nível experimental. Foi considerado desejável algum grau de flexibilidade.

A relação entre carga horária presencial e número de créditos ECTS obedeceu a critérios um pouco rígidos, devido à inexistência, na fase actual de preparação dos curricula, de valores medidos para o número de horas de trabalho dispendido pelos alunos. Nestas condições, procurou-se, para alguns tipos de aulas e de unidades curriculares, tipificar a seguinte relação possível entre carga horária e créditos (será recomendável que no futuro se ajustem estas relações, caso a caso em função de novos dados, nomeadamente inquéritos aos alunos):

Aula teórica

Neste tipo de aula considera-se que são abordados temas numa perspectiva eminentemente teórica e de natureza formativa. As matérias tratadas necessitarão de aprofundamento, desenvolvimento e prática a serem realizados pelo aluno de forma autónoma. Para este tipo de aula poderá considerar-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir duas horas de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de contacto

Horas de trabalho extra aula

Horas de trabalho

ECTS

1 14 28 42 1.5

Aula de laboratório

Aulas onde através de experiência ou simulação se comprovam ou testam conceitos já desenvolvidos. Neste tipo de aulas é executada a componente de experimentação e, em horas de trabalho extra, o aluno deverá preparar os trabalhos a executar e eventualmente completar os relatórios, caso não o faça no decorrer das sessões presenciais. Para este tipo de aula estima-se que por cada hora de contacto será necessário o aluno investir uma hora de trabalho extra aula.

Horas de contacto semanais

Horas de contacto

Horas de trabalho extra aula

Horas de trabalho

ECTS

1 14 14 28 1.0

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4. ORGANIZAÇÃO DO CICLO DE ESTUDOS E METODOLOGIAS DE ENSINO ((e) do artº 63)

4.1 Principios básicos e metodologias de ensino.

A estrutura curricular do ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Química reflecte uma mudança de atitude de todos os participantes no processo formativo perante a sociedade, que decorre das mudanças culturais que se foram verificando ao longo dos últimos anos e da necessidade de antecipar algumas das tendências que se avizinham:

• A passagem de um ensino baseado na transmissão de conhecimentos para um ensino baseado no desenvolvimento de competências em que os alunos devem ser encorajados a desenvolver uma atitude mais activa e com uma componente de auto-estudo mais acentuada. Esta mudança requer alterações profundas na forma de ensinar e organizar as unidades curriculares e de as alicerçar em meios de estudo adequados.

• Embora assegurando uma forte componente científica, será necessário incrementar a comunicação, o trabalho em equipa, a criatividade e a experiência prática/laboratorial dos alunos.

• Os alunos devem ter mais flexibilidade e mobilidade para ajustar a sua formação, antecipando as necessidades do mercado onde pretendem integrar-se.

• Numa sociedade em constante mudança, onde os conhecimentos adquiridos hoje poderão ser obsoletos amanhã, os alunos devem ser estimulados a desenvolver competências que lhes permitam efectuar uma aprendizagem ao longo da vida, de um modo fundamentalmente auto-orientado ou autónomo com o objectivo de se manterem actualizados e de possuírem uma visão alargada sobre os diferentes domínios da química.

• A mudança tecnológica que decorre da globalização, do aumento do custo da energia e das matérias-primas e das preocupações ambientais.

• A existência de meios informáticos (hardware e software) capazes de analisar e tratar problemas com complexidade crescente e em áreas onde, tradicionalmente, não eram usados.

Para contemplar estes aspectos, alterou-se/acentuou-se a metodologia de ensino nomeadamente nos seguintes aspectos:

• A organização das aulas deverá fomentar a participação dos alunos, reduzir a sua passividade e encorajar o estudo independente, tornado possível pela redução da carga horária.

• A realização de relatórios e exposições orais é estimulada como forma de promover a capacidade de comunicação do futuro licenciado.

• A elaboração de pequenos projectos como forma de avaliação de unidades curriculares é promovida, de forma a estimular o pensamento autónomo.

• A experiência laboratorial é uma componente crescente do ciclo de estudos.

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• A utilização de meios informáticos é intensificada.

• Estímulo à realização de actividades extra curriculares que complementem a formação dos alunos (ex. aprendizagem de línguas estrangeiras, frequência de cursos de valorização profissional, realização de estágios em empresas, apoio aos laboratórios, organização e participação em eventos de divulgação e promoção da química junto das empresas, dos media, e dos cidadãos em geral).

A metodologia proposta permitirá atingir os objectivos da adequação do curso actual ao Processo de Bolonha, nomeadamente do ponto de vista de:

• Competências de conhecimento e compreensão • Aplicação de conhecimento e compreensão • Formulação de juízos • Competências de comunicação • Competências de aprendizagem ao nível de Mestrado.

Os métodos pedagógicos a utilizar para atingir os objectivos acima indicados incluem Aprendizagem presencial (que inclui as actividades de ensino-aprendizagem em que existe contacto entre o docente e o aluno) e Aprendizagem autónoma ( que inclui as actividades que o aluno realiza sem a presença do docente, individualmente ou em grupo). A Avaliação é também uma componente indispensável da formação. Na Avaliação incluem-se todas as formas de avaliação, formativa e somativa, quer contribuam, ou não, para a classificação final. Por Avaliação formativa entende-se a avaliação que não contribui para a classificação do aluno na unidade curricular, mas que o aluno tem de completar para poder obter aprovação. Implica que seja fornecida uma apreciação que permita ao aluno aquilatar do seu desempenho, como contributo para a orientação do seu trabalho de aprendizagem. Por Avaliação somativa entende-se a avaliação que contribui para a classificação final do aluno na unidade curricular, independentemente de contemplar igualmente objectivos formativos. Esta avaliação, consoante a unidade curricular, poderá contemplar exames e testes, relatórios de projectos ou estágios (com discussão), dissertações, métodos de e-avaliação, apresentação de trabalhos e séries de problemas.

Os métodos pedagógicos e de aquisição de competências encontram-se descritos mais pormenorizadamente no Anexo I.

As unidades curriculares são organizadas de modo a adequar a aquisição de competências, gerais e específicas, aos métodos pedagógicos de aprendizagem e avaliação.

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4.2 Áreas de desenvolvimento curricular

O currículo do Mestrado em Química está estruturado no sistemas de créditos ECTS devendo os alunos obter um mínimo de 120 ECTS. Estes distribuem-se por 14 ou 15 Unidades Curriculares semestrais, a serem leccionadas em 3 semestres, a que acresce um estágio conducente à Dissertação de Mestrado, iniciado no 3º semestre e completado em dedicação exclusiva no 4º semestre.

No fim do 4º semestre o aluno conclui a sua formação avançada, que conduz a um Diploma de Mestrado em Química.

A estrutura curricular é apresentada no esquema seguinte:

O curso é constituído por uma ou duas unidades curriculares de harmonização, optativas, sendo as restantes unidades constituídas por competências transversais (CT) e ciências da especialidade (CES) (Tabela 1).

MESTRADO em QUÍMICA

120 ECTS

TRONCO COMUM 70,5 ECTS

Síntese, Estrutura Molecular

e Análise Química

Química-Física, Materiais e Nanociências

HARMONIZAÇÃO 7,5 ECTS

DISSERTAÇÃO 42 ECTS

13

Tabela 1. Unidades Curriculares do Mestrado em Química Ciências Básicas (CB) 7,5 Análise Complexa e Equações Diferenciais*

ou

Química Supramolecular + Segurança e Higiene Industrial

7,5

Ciências da Especialidade (CES) 67,5

Ciência e Tecnologia de Polímeros 6 Materiais 6 Química Bioinorgânica 4,5

Espectroscopia 4,5 Laboratórios de Especialização I 4,5 Processos Fotoquímicos 4,5 Química Computacional 4,5 Catálise e Processos Catalíticos 6 Química Farmacêutica 4,5 Laboratórios de Especialização II 7,5 Química Medicinal 4,5 Química Industrial 4,5 Química Quântica 6 Competências Transversais (CT) 3,0 Laboratórios de Especialização I 1,5 Laboratórios de Especialização II 1,5 *Requerida para os alunos que não possuam a formação de base correspondente.

O peso relativo dos diferentes tipos de unidades curriculares do ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Química é o seguinte (Tabela 2):

Tabela 2 - ECTS das Unidades Curriculares do Mestrado em Química

Competências transversais: Recorrendo às competências transversais o mestre em química deverá ser capaz de:

• Ter uma intervenção profissional e de liderança numa gama alargada de organizações industriais, laboratórios, serviços e actividades de investigação.

• Comunicar as suas conclusões, e os raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas, quer a não especialistas, de forma clara e sem ambiguidades.

• Promover a inovação científica e tecnológica e o empreendedorismo.

MESTRADO EM QUÍMICA ECTS (%)

CIÊNCIAS BÁSICAS 7,5 6,3

CIÊNCIAS DE ESPECIALIDADE 67,5 56,2

COMPETÊNCIAS TRANSVERSAIS 3,0 2,5

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM QUÍMICA

42 35

120 100

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• Interagir em situações profissionais envolvendo agentes de cultura, educação e interesses noutras áreas.

• Ter uma atitude profissional, adulta e responsável como cidadão informado que possui uma sólida formação humana e ética.

• Complementar a sua formação com recurso a actividades extra-curriculares.

Estas competências serão desenvolvidas ao longo do curso e estão reforçadas através de componentes de apresentações orais, elaboração e discussão de relatórios, em particular no âmbito das disciplinas de índole laboratorial. A familiaridade com a língua inglesa será reforçada mediante a utilização regular de livros de texto, consulta de bases de dados e artigos científicos, bem como elaboração de relatórios seleccionados e realização de algumas apresentações orais em inglês. Embora não esteja explícto na Tabela 2, a Dissertação de Mestrado em Química inclui também uma componente significativa de competências transversais. Ciências básicas: Recorrendo aos seus conhecimentos subjacentes de ciências básicas o mestre em química deverá ser capaz de:

• Interpretar e resolver problemas representados por modelos cuja solução exige a aplicação métodos matemáticos.

• Compreender modelos matemáticos elementares de problemas de química, nomeadamente aqueles cuja análise requer a utilização de elementos de estatística, de álgebra linear e/ou conduz a problemas de cálculo diferencial e integral.

• Utilizar meios informáticos e métodos numéricos no desenvolvimento de modelos matemáticos de complexidade crescente e sua aplicação a problemas no âmbito da química.

Ciências da especialidade: Recorrendo às ciências da especialidade o mestre em química deve ser capaz de:

• Interpretar e resolver problemas específicos das diferentes áreas de especialização da química, designadamente química orgânica, química inorgânica, química analítica, química-física, química computacional e áreas de interface como a química de materias ou a química medicinal, sempre que possível de modo integrado.

• Recorrer à informática para a resolução dos problemas específicos, ao nível da utilização de bases de dados, algoritmos de simulação de espectros (p.ex. de ressonância magnética nuclear), métodos computacionais de dinâmica e mecânica molecular, ou aplicação de modelos matemáticos simples.

• Saber analisar e interpretar com espírito crítico os resultados obtidos com recurso à informática.

• Saber seleccionar e utilizar metodologias de caracterização e de análise qualitativa e quantitativa avançadas de elementos e compostos, em vários estados físicos, quer na forma pura quer quando presentes em misturas.

• Saber planear, seleccionar e utilizar metodologias avançadas de síntese orgânica, inorgânica e organometálica.

15

• Saber prever propriedades físico-químicas de compostos com base na sua estrutura, determiná-las experimentalmente e delas tirar partido para fins específicos.

• Recorrer a fundamentos teóricos e conhecimentos básicos de natureza profissional para a resolução de problemas.

Neste conjunto de ciências da especialidade estão representadas as áreas de química orgânica, química inorgânica, química analítica e química-física, com incursões por áreas de interface como a ciência dos materiais, a química medicinal e farmacêutica, ou a química supramolecular. Dá-se ainda ênfase à área de segurança e higiene industrial, numa perspectiva dos riscos (e sua minimização) inerentes à síntese, armazenamento e utilização de produtos químicos. As ciências da especialidade, vocacionadas para a síntese e caracterização de novos produtos e novos materiais, devem conferir ao aluno do mestrado em química a confiança e o conhecimento necessários para resolver de modo autónomo quaisquer problemas de síntese e caracterização química de compostos em contextos diversos (ex., no laboratório, à escala industrial, no ambiente, como metabolitos em seres vivos) com uma atitude profissional e responsável.

4.3 Distribuição das unidades curriculares por Áreas Científicas

As áreas científicas do Mestrado em Química e respectivos créditos são descritos na Tabela 3. Tabela 3 – Mestrado em Química: Áreas Científicas e Créditos

ÁREA CIENTÍFICA NÚMERO DE UNIDADES

CURRICULARES

CRÉDITOS ECTS

Harmonização 1 ou 2 7,5 Síntese, Estrutura Molecular e Análise Química 6 30 Química-Física, Materiais e Nanociências 7 40,5 Dissertação 42 TOTAL 14 ou 15 120

A Tabela 4 apresenta a distribuição das Unidades Curriculares por Área Científica.

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Tabela 4 - Mestrado em Química: Unidades Curriculares Área Científica

ECTS

Química-Física, Materiais e Nanociências

40,5

Ciência e Tecnologia de Polímeros 6 Materiais 6

Espectroscopia 4,5

Laboratórios de Especialização II (inclui 1,5 ECTS soft skills) 9

Processos Fotoquímicos 4,5 Química Computacional 4,5 Química Quântica 6

Síntese, Estrutura Molecular e Análise Química

30

Catálise e Processos Catalíticos 6

Química Farmacêutica 4,5

Laboratórios de Especialização I (inclui 1,5 ECTS soft skills) 6

Química Medicinal 4,5

Química Industrial 4,5

Química Bioinorgânica 4,5

Harmonização

7,5

Análise Complexa e Equações Diferenciais ou Química Supramolecular + Segurança e Higiene Industrial

7,5

Dissertação de Mestrado em Química

42

4.4 Distribuição das unidades curriculares por semestre

A distribuição das unidades curriculares por semestres é apresentada na Tabela 5:

No fim do 2º ano 2º semestre, uma vez concluída a sua Dissertação de Mestrado em Química, os alunos terão desenvolvido a capacidade de desempenhar actividades de investigação, estudo, planeamento e caracterização de novos processos e/ou produtos, numa perspectiva integradora.

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Tabela 5 – Plano Curricular do Mestrado em Química 1º Ano, 1º Semestre ECTS 1º Ano, 2º Semestre ECTS Análise Complexa e Equações Diferenciais ou (Opção I + Opção II)

7.5 Química Bioinorgânica 4,5

Catálise e Processos Catalíticos 6 Materiais

6

Química Quântica 6 Ciência e Tecnologia de Polímeros 6 Química Farmacêutica 4.5 Espectroscopia 4.5 Laboratórios de Especialização I (incluindo soft-skill)

6 Laboratórios de Especialização II (incluindo soft-skill)

9

Opção I (Química Supramolecular e Interfaces)

4,5

Opção II (Segurança e Higiene Industrial)

3

30 30 2º Ano, 3º Semestre ECTS 2º Ano, 4º Semestre ECTS Química Medicinal 4.5 Processos Fotoquímicos 4.5 Química Industrial 4.5 Química Computacional 4.5 Dissertação de Mestrado em Química

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30

Dissertação de Mestrado em Química 30

5. COMPARAÇÂO COM O ENSINO DA QUÍMICA EM ESCOLAS EUROPEIAS DE REFERÊNCIA (resposta ao (f) do artº 63)

A organização e estrutura curricular dos cursos de Química das universidades que pertencem ao CLUSTER pode ser consultada através de apontadores existentes na página www.cluster.org. A Tabela 6 apresenta um quadro resumo elaborado com base na consulta das página Internet das diferentes universidades do CLUSTER. Estas universidades são escolas de referência nos seus países, reflectindo os seus modelos curriculares a organização típica adoptada nos respectivos países.

Embora seja notória alguma variabilidade de país para país, a consulta da tabela revela uma tendência para dois ciclos de estudos, conduzindo o 2º ciclo ao grau de mestre. A duração mínima do Mestrado (integrado) é de 4 anos (no Reino Unido, onde o ensino pré-universitário compreende 13 anos de escolaridade em lugar dos 12 anos correntemente em vigor em Portugal).

Deste modo, a proposta de Mestrado em Química no IST (2 anos), alicerçado numa Licenciatura em Química no IST (3 anos) e ao qual poderão ser admitidos estudantes com formação de 1º ciclo compatível, assume-se como perfeitamente integrada nas ofertas, neste domínio, das principais escolas europeias.

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Tabela 6 – Organização da formação superior em Química em escolas do CLUSTER. EPFL Lausanne, Suíça

1º ciclo: 3 anos, Bachelor em Química (com orientação na direcção da Química, Engenharia Química ou Biotecnologia, de acordo com a preferência dos estudantes) 2º ciclo: 2 anos, Mestrados em:

• Química Molecular e Biológica • Engenharia Química e Biológica

UCL/KUL Louvain/Leuven, Bélgica 1º ciclo – 3 anos – grau de Bachelor

2º ciclo – 2 anos – grau de Mestre 1º ciclo - Bachelor em Química 2º ciclo – Mestrado em Química 2º ciclo – Mestrado em Bioquímica e Biotecnologia

Imperial College, Londres, Reino Unido

Graus (tirados em alternativa): BSc Bachelor of Science (3 anos) MSci Master of Science (4 anos) Química (BSc) Química (MSci) Química com Ciências da Conservação (MSci) Química com Processamento de Química Fina (MSci) Química e Gestão (BSc) Química e Química Medicinal (MSci)

Technische Universiteit Eindhoven, Eindhoven, Holanda

Bachelor’s program (3 anos): Química Master’s program (2 anos): Polímeros e Compósitos

Technische Universitat Darmstadt, Darmstadt, Germany

Em fase de mudança para Bachelor (6 semestres, 3 anos)/Master (4 semestres, 2 anos, com tese): Química

Technical University Karlsruhe Karlsruhe, Alemanha

Graus: Bachelor (6 semestres), Master (3 semestres) Biologia Química Bioquímica

6. ORGANIZAÇÃO DO CICLO DE ESTUDOS EM FACE DE AVALIAÇÕES EXTERNAS (resposta ao (g) do artº 63)

O actual curso de Química do IST não foi ainda objecto de avaliação por parte da FUP. Não obstante, os pareceres das Comissões de Avaliação de outras licenciaturas do IST, designadamente as Comissões de Acreditação dos cursos de engenharia, têm vindo a recomendar melhoramentos de índole programática e pedagógica porventura aplicáveis à actual Licenciatura em Química (e sua

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adequação) e cuja implementação é desejável. Entre esses melhoramentos destacam-se os seguintes:

(i) Maior participação activa do aluno no processo de aprendizagem e diminuição da carga horária de contacto formal: esta recomendação está contemplada na presente proposta, por redução drástica de aulas de problemas, com concomitante redução do nº de horas de aulas e aumento da percentagem de horas de Laboratório, apresentação oral e escrita de pequenos projectos, seminários, monografias e discussão de artigos científicos.

(ii) Maior uso de meios pedagógicos de ensino assistido por computador: esta recomendação virá a acentuar-se no futuro.

(iii) Reforço das competências transversais: esta recomendação está contemplada na presente proposta.

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Anexo I

Instrução do processo de adequação

Métodos pedagógicos e aquisição de competências Mestrado em Química Artigo 15º, alínea a):

Métodos de ensino-aprendizagem

Aulas teóricas, seminários, orientação de trabalhos e tutoriais, complementados por estudo, trabalhos, e pesquisa documental.

Conhecer e compreender

1. O papel de um Químico na sociedade e as implicações sociais, éticas e ambientais da sua intervenção.

2. A organização e gestão laboratorial e os requisitos de segurança e higiene industrial.

3. Compreensão sólida e abrangente das transformações químicas e dos parâmetros que as afectam.

4. Formação avançada nos princípios fundamentais da química orgânica, inorgânica, analítica e química-física e tópicos afins.

5. O desenvolvimento técnico e científico das metodologias de síntese e análise química, incluindo interfaces com a biologia, a medicina e a ciência dos materiais, bem como as aplicações emergentes;

6. Reconhecer as implicações das normas ambientais e de qualidade dos produtos, e do controlo do seu cumprimento. 7. Conhecer literatura relevante e fontes de dados e estar familiarizado com software apropriado.

8. Estar a par do desenvolvimento técnico e científico da Química e aplicações emergentes.

9. A relação entre conhecimento e inovação, investigação e aplicações.

10. A importância de uma abordagem interdisciplinar à resolução de problemas.

Métodos de avaliação

Exames e/ou testes, relatórios, dissertação, discussões e apresentação de trabalhos.

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Mestrado em Química Artigo 15º, alínea b):

Métodos de ensino-aprendizagem:

Aulas teóricas, seminários, laboratórios, orientação de projectos e tutoriais, complementados por estudo, pesquisa documental e trabalhos.

Aplicar conhecimento e compreensão

1. À síntese de compostos, propondo novas metodologias, optimizando metodologias existentes e estabelecendo modelos teóricos de síntese e reactividade.

2. À selecção e aplicação de métodos físicos e químicos avançados de análise qualitativa e quantitativa.

3. À avaliação dos riscos de exposição individual e ambientais envolvidos no processamento, síntese e aplicação de produtos químicos e ao desenvolvimento de estratégias de minimização desses riscos.

4. Ao desenvolvimento de processos aplicáveis em contexto profissional, formulando protocolos de execução, seleccionando e descrevendo o equipamento necessário e processando as várias etapas, com recurso a abordagens multidisciplinares.

Métodos de avaliação

Exames/ testes, relatórios, discussões e dissertação.

22

Mestrado em Química Artigo 15º, alínea c):

Métodos de ensino-aprendizagem

Orientação de trabalhos. Preparação de relatórios e apresentações.

Formular juízos

1. Na concepção de experiências visando validar teorias ou hipóteses.

2. Na avaliação das condicionantes e limitações de soluções técnicas complexas.

3. Na avaliação dos riscos envolvidos em decisões profissionais tomadas com base em informação incompleta ou contraditória.

4. Na análise e avaliação das implicações sociais e éticas de situações profissionais.

5. Sobre oportunidades e riscos de iniciativas empresariais.

Métodos de avaliação

Relatórios, discussões, apresentação de trabalhos, desempenho em sessões de orientação, e dissertação.

23

Mestrado em Química Artigo 15º, alínea d):

Métodos de ensino-aprendizagem

Orientação de trabalhos, tutoriais complementados por trabalhos, preparação de relatórios e apresentações. Preparação de relatórios e apresentações em português e em língua estrangeira (inglês).

Capacidade de comunicar

1. Oralmente e por escrito os resultados de trabalhos realizados, ideias, problemas e soluções, de forma rigorosa e fundamentada.

2. Adequando o nível e o método de apresentação ao público alvo, quer de especialistas, quer de não-especialistas.

3. E argumentar sobre temas da especialidade numa língua estrangeira (inglês).

4. Em grupo, liderando e organizando o trabalho.

Métodos de avaliação

Relatórios, discussões, apresentações orais, desempenho em sessões de orientação, desempenho em sessões de orientação de trabalhos e tutoriais, e dissertação.

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Mestrado em Química Artigo 15º, alínea e):

Métodos de ensino-aprendizagem:

Orientação de trabalhos e tutoriais, complementados por estudo, trabalhos e pesquisa documental.

Capacidade de aprender:

1. Desenvolvendo autonomamente ideias, teorias, métodos ou processos em contexto de investigação e desenvolvimento.

2. Temas actuais da química e áreas de interface, das aplicações e do contexto profissional, envolvendo contributos multidisciplinares, através de literatura especializada.

3. Reconhecer a necessidade de actualização ao longo da vida através de formação avançada.

4. estudo autónomo, quer na sua área e áreas afins, quer em outras áreas do conhecimento, não necessariamente científico ou tecnológico.

Métodos de avaliação: Desempenho em sessões de orientação, relatórios de trabalhos, discussões e dissertação.