castells manuel a questao urbana - cap 1 small

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5/11/2018 CastellsManuelaQuestaoUrbana-Cap1Small-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/castells-manuel-a-questao-urbana-cap-1-small 1/14 \ .1 0 fenomeno urbano: delimitacoes conceituais e realidades historicas Na seh"a,de definicoes suris com que os 8,oci61ogos nos en- riqueceram,. podemos distinguir niddamcnte dais semidos ex- tremarnente disrintos do termo IJ,ybs11.iZltfiifJ.1 1. Cooce:lltr,iiu;io especial de ume popu1:ar;io~a p1mrtir de certos ,Hnlires de dirnensso e de: densidade, :1 2. D'ifusao do sistema de valores, atirudes e comportamen- res deocminado "culmra mbana".3 Para a discussio da p'r-obh:]l1atiarelativa a "",aJIlfilr3. urbana" , nos remeremos 10 C31J<lruion. Jc Podemos, 110 eneanto, adianmr nossa conclusao essencial ~ttata-se, de fato, do sistema atlnual caracterfsrico da sociedade industrial c:a.pitalis'tl.. Por outre lado, e na mesma linha de pcnsam(,;~][O, assimila- mas ul"oaniz.m;io e industrializa~ao, fnzendo equivaler '05 dois prrocessos, 310 nfvd de escolha dos refereaciais utilizados:i',p.ara constmir as,dicoromias correspondences rural/urbana e cmpregp agricob./enlp'rego indwnrmal. 6 De fa1:0" a telldenda cnhuralista da analise da mba.niz3!,aO fundamenta-se nWD3 pIl:missa.: a. eorres- pondem:ia entre urn certotipo 1i:ecnico de producrao (essencial- mente definido por uma arividade indusrrial), wn sistema de

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\

.1

01 fenomeno urbano: delimitacoesconceituais e realidades historicas

N a seh"a, d e definicoes suris com que os 8,oci61ogos nos en-

riqueceram,. podemos distinguir niddamcnte dais semidos ex-

tremarnente disrintos do termo IJ,ybs11.iZltfiifJ.1

1. Cooce:lltr,iiu;io especial de ume popu1:ar;io~a p 1 m r t i r decertos ,H nlires de dirnensso e de: densidade, :1

2 . D 'ifu sao do sistema de valores, atirudes e comportamen-

res deocminado "culmra mbana".3

Para a discussio da p'r-obh:]l1atiarelativa a "",aJIlfilr3. urbana" ,

nos remeremos 10 C31J<lruion.J c Podemos, 110 eneanto, adianmr

nossa conclusao essencial ~ttata-se, de fato, do sistema atlnual

caracterfsrico da sociedade industrial c:a.pitalis'tl..

Por outre lado, e na mesma linha de pcnsam(, ;~][O,assimila-

mas ul"oaniz.m;io e industrializa~ao, fnzendo equivaler '05 dois

prrocessos, 310 nfvd de escolha dos refereaciai s u ti lizados: i',p .a ra

constmir as,dicoromias correspondences rural/urbana e cmpregp

agricob./enlp'rego indwnrmal.6 De fa1:0" a telldenda cnhuralista daanalise da mba.niz3!,aO fundamenta-se nWD3 pIl:missa.: a . eorres-

pondem:ia entre urn certotipo 1i:ecnico de producrao (essencial-

mente definido por uma arividade indusrrial), wn sistema de

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valores (0 "modernismo") e uma forma, especffica deorganiza-' tao ' do espa~o~a cidade, cujos tracos distintivos sio uma certa

forma e uma certa densidade,o rato desta c-OrP!Spondencia 000 ser evidenre emana de urn

. J :-.£"~, ~~,~-. d .J_-t"Ir~no ~ , • d ..'snnp esunorme anwnco ....s gran~ :ae-"m ,e ra'tm ;:; ,p le"'m .usmais

t w como 0 que foi eferoado par S,joberg.7Cenos ,2UtiOfiC;S' comi-

nuam eoerentes, recusaedo 0lemprego do termo "eidade" pu~designer estas forma! de: pov:oamento, rornando assim expUcita

, 1 1 [onfusio entre : a t problematica "urbana" e uma dada organiza..

'liio S o c 1 D , c u . l t r l ; r / d .

Esta ,~igac;ioentre forms espacial e conreudo cu1rur,aJ pedeser, a , rigor, urna hipo[cse (que examinaremos em detalhe [las p " a -ginas se,guin~es), mas cia nao pede constituir 'urn. elemenro de

defini~ao d'S. ' I!ll 'ban.iza~io~'PO'U;a res p osta cc6rica, des de ,entia, se

encontraria inserida IDamanelra de eolocar .0 peoblema.

Se formes nos, arer a esta disdnifjao, isentos p,ua e.;;:ube1eccr

'em seg uid a a s, l ig a~ 'o es:b !io ,riC a se empfric as emre a s dna s £0[[1135,

especial if' cultursl, podemos apolar-nos, em primeira Lnsrincia,

na defil li '. fio de H. T. Eldrigo, que camae'riza a urbrumat;io CD-

me urn pr:ocesso de Iconoentla,'tin da popula~o em dois ruveis:

1 . a prolifera~o d e e pontos de' conccntta~io; 2 . 0 aumento dotam a..nho de cads urn desres pontos.?

UrlJano design aria. cnrio uma forma especial de orupa~io

do cspa~o por uma. popula'9ao~ a saber osglosnerado resulranre

d e um afo ree concentra~o e de um a d en sid ad e rela:d vam e :n tl! alta,tendo como correlaro previs,fvcl ums dife[cnciatjio funcioaale

social maier; Dito isto, quando queremos ut:ilizar·direramente

esta defiru fj io " t- e6 .r icannum a anaJlise eoncreta, a s d ifieuldades

come<;anl . , A partir de 'que ' rovel de dinlensao e de densidade

urna unidade l ( !Spac ia l pode ser corrsiderada como urbana! JQuais

sio, na p r a : t i c : : . l , os fundamentos te6ricos e empfricos de carla UOl

dos criterios!

Pierre George demonstroo Dl,WtO bern as !contradit;oes in -

supecivt;is do empirisrno estetfstieo na. deHrniGHj ' io do coneeirode urbano.W Cam efeito, se o mirnero de' habitaares, corrigido

pela estrumra da popul)a~o ativa It! as divisoes administrarivas,pHcce ser 0 criterio mais corrente, os limites observados variarn

enormemente, O O S indicadores cbs diferentes 3 ..Dvidades dependem

de (ada. npo de sociedade e, frnahnenrc', as mesmas ,fUtlnritltldel

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A " QUESTAO URBANA 41

romam om sentido ineeiramente diferent-e segundo as,estmturas

p rodue iv as e . s o cia is que determinem ,I orgmizart;io do l e8pa .C;O.11

Assim, 0 reeenseamemo d05 Estados Unidos toms 0 limiar de2.$100 habitanta, como c r i ' r e r i ! o l de comunidade urbrula" mid a c r e s -

cc nra cunb i!m , o s ,a.glomcllldos, fon-colenleunidos a um cem ro m e-

tropolitano regional. ~.2Em, c(J!nm,posi~ic~ ill Confel"en,cia europeiada esmdstic:;l, em Pratg~ esrabelececomo critc.rio 0 fato derer

mais d e 10.000 haoitantes, corrigiado-o pela divisio da popula-

\310 anva. nos. d iferen re s seeo re s.

De faro, a " formula mais maleavel consiste ern classificar as

unidades espaciais de cada pals segundovarias dimensfies c variosrnveis e em eseabelecer entre Ides n:la'90es empfric as teoe icamen-re ,!i ignificativas. M.ais COD'c : re tameD' re~ poderfamos disringuir a t

imponinda. quantitativa dos aglomerados (lOJl'OO habieaates,

20 '. I (U)O,100..000 1

" 1.000.000 etc.), sua hierarquia funcional (l¢-n.~rode atividades, sirua'iio no encadeamemo de mterdepel1d!n~• • "'.. .J,~.:~,!: • b" d ·dCUIS),s ua m tp o rrn nn a aW~1iWYstranva,rom m a n ..0, em sICgw·_Ji l ' l l '

v o c m a s destas caracrerfsticas par,g aringir tipos diferentes d e oeu-

pa~io do es'p'a~o"

A dicotomia rutaVurbana perde entiloroda significat;io,pois

poderfamos iguabnente opor urbano 3. mlcttlopolimnoe, sobre-

tude, parar de pensar em rermos de passagc.m condnm de urn

p o l o . a outro, para eseaeelecer tun sistema de L i g : r u r r o e s entre as di-

fe re nres fo rma s esp ae ia is historicamenre dadas, ~.3

Desms consrattu;oes results que nio c procurando defini-

~oes I d e : escola ou crircdos da prarica admin~stra[iva 'que chegare-

m as a t urna delim im (jio valida de nossos conceiecs; 310 contdfnOli , e

3 an3li5a:d.pida de algumas n:la¢es esrabelecidas historieamenreentre 0espa~ e a sociedade 'que nos perrnirirs fimdamenear eb-

jenvamenre mJ~'s,oesmdo .

." . ~ • " _ ' 1 1 6 . . • •EU lnves'El,P90es a n;I!w !O Jilig lc a s m osm ra rn , que o s p,[I.mel"

ros agJomer,ados sedentarios e com forte densida.de de popula-

~io (M~opot1mia, por votm de 3.,500 a.C, Egito 3.000 a.C;China e India .. 3000-2500 a.C) 14aparece'm DO fun do neo1litico~

no rnomento em que as ' l lecrucas e as condi'j:Oes socials If ! narrura:is

do rrabalho permitiram aos atgricu!tores produsie mads d O l ,que

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4 . 2 AIanuc l C3.5[ dis

rinham neeessidade para subsistir. A partir deste memento urn

sistema de divisao e de d1ismbui~ao se desenvolve, cemo expres-

sao c desdobramemo de urna cnpar:,; tint lf : , ti :r ;' ilieR c de um niv,d deOIJJlU,~izafl i tJ $0' , i8/ . As cidad "'~sao a forma residencial adotada pe~

ios mcmbros da socicdade eujapresenca direta nos Iocais de pro-

du~io agrkola nao era necessar ia ,. IQUC[' dizer, estas cidades 5 6 ,

podem exisrir na bast' du f : . '"«ca; :ntr pmduzido pelo trabalho da,

'terra. Elas sao es centres religiosos, adrninistrativos e politicos,

expressao espacial de luna comple ..idade sccia] deterrnineda pelu

procc.sso dcapropria~o e de relnvestimenro do produro do tra-

balho, Trata -se portanto tambem de urn novo sistema social,mas fjltC 1100 &0 0 SCP'RTfltio t i t J tip o nn'a J J nern e posterior a d e , pois

os dois estao inrimamente ligados no ima;go do mesmo 1' ·0 ,{&1.50

de jJliOdttfSIJ dots formas socials, rnesmo quell do pon~o de vista

desras proprias form as, esrejamos em p 're £a ;! nc ;ade dua s siru aJjo csd ife renre s, ]5 ,

Tomemos, por exemplo, a s:inkSe de v : IGordon Childe corn

rcspcito aos criterios que} $,cgnndo os conhecimentos empfricos

exisrentes, caracteriaavam (]S primeims aglomerados urbanos: C'f~S:~

[enda de especialistas [lao produrivos trabalhando em tempo in-

regr,aj (padres1funcionarios, '~operarios de' serviens"); populacao

de eamanho e de densidade suficiente; arte espedfica; uso a i lescrita II!d05 mimeros; trabalho loentifico; sistema de imposros gut:

concentra 0excedenre da. p'rndu~o; aparelho de Estado; arqui-

retura publica. (mooumentos}; comercio com 0exterior; exis-

,(cocia. de classes sociais.! 1 6

o interesse destas constata~i(jes, baseadas numa documen-tauric abundance, c evidente, aptsar do p,[occdimenro classifica-

t o rio bern proximo ao da famosaEncidopedia chiness de Bor-

ges .... Lendo estes dados 1l1Inl31 ordem temctt. j fica bern clare 'que

a cidade C 0 ~ugar geogrsfico ondc se Instals ~lsuperestmeura

poUtico~,administrativa de LIma. sociedade que. chegou 3 lUl'lJ pon-

[01de desenvolvimento tecnico e social (naruraJ e culmral) de el!

ordem que exine uma difi!rencia'jio do produto em rep'rodi1l~io

simples e ampliada da for'ij~lde trabalho, chegando a 11m sistema,de dimlh.uipw I e de mea, que supoe a existencia: 1. de urn sisre-

rna de classes socials; 2. de urn sistcmapoli'hcO permitindo eo

mesmo tempo e funcionamcnrc do conjuato social e 0 dOI,minio

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A QUESTAa URB,ANA 43

de uma classe; 3. de urn sistema insnmcional de investimenro,

em p articu lar n o q li.1 .f'o ncerne a , cultura e a tecnica; 4. de urn

sistema de rroca C0l110 exterior. ~7E sta anili.s,c', mCS[DO rapida, mosrra <0 ~ c f e . [ ] 6 D l , e n ( J i urbaoo"

arriculado a estrumrs de uma sociedade. 0 mesmo procedimen-

[0 pode ser reromado (e chegar a urn resultado diferente em, ter-

mos de conteddo) no 'qut!conce:rne a s diversas formas historicasde organi7.a~ao especial. Se nio e 0caso de descrever em t t e s fa-

Sf 'Sa his~oria humana do e spa'i0 ' pede rnos, l o om finalidades ana-

Iin cas , efem ar a1 gunl,as observa'i0es sobre a leirnra possfvel d e

cerros tipos urbanos significasivos.A ssim , as cidades im p eriais des prirneiros [,empos dahisto-

ria, e em particular Roma, acumulaenas caracreristicas j; a enun-

ciadas comas furu;ocs comerciais e de ges'tio1que decorrem d a

c on cen erac ao , Dum mesrno aglolllcr,ado, de am pcder exercido,

pela conqllis[a.~,sobre um vasto territorio, Da mesma forma, a

pcnctrillja.o rornarta em OUtI"flS civiliza\iies torna a forma, de tuna

(uloniz.a~,ao urbana, - supone~ ao rnesrno tempo, das fun~ocs

admirsisrrarivas e de explora~i:ornercantil. A cidade portantonaoe urn local de pmdulio., mas de g;estio c de domjnio, ligado a ,p rimaz is socia l do ,apu t! lho polfrico-adminis rra rivo. Ui Entao, c ,16,..

gleo que;,1 qufiia do Imperio romano no Ocidenu:: ocasiona qua~

sc 0 desaparccimentc d a fo rma so cio -csp acia l da c id ade, puis. te n-

du as f u n , 9 l ' e , s polJricQ-admini5tta'tiv3S centrals sido substituidas

pdas domina~6es locais dos senhores feudais, 'MO houve outro

fimdameruo soda] a enc:lrgo das cidades a nao ser 0das divisoes

da admirustta\,io da Igreja ou a IlJoloniz~io It; a defese das re ,g illc sfronreiras (por ,C }.'Icm 'p~ iQ ta Catalunhe ou na Prussia orien'mJ!).l9

A cidade da Idade lvl.edia. renasce a partir de ' urna nova di-

ninlicJ. social inserida na estrutusa social prec,eden:~e. M,ais con-

cretamente, ela se edifies pela rcuniio de uma fl'ifld'6'M; preexi5~

rente, em [orne dm Q lua1 l se organizara um nudeo de: habim~io e

services, e de urn maread«; sobretudo 3 partir da s DorY'SS rotas co-

meeciais abertas pelas Crusadas. Nesta base organizam-sc as ins-

titui~oes 'pollt iGol-administranvas proprias a cidade, que coafe-

rern-lhe uma coerencia inrerna e uma aueonomia maier frence

JO exterior. E esta especificidade politics da cidade que fa:z deb

urn mundo proprio ,e"de6ne SUIS non1teiras enqllaD't)Qt sistema 50-

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da1.20 A ideologia de pt:nenccr a . cidade, prolongada 3 . ' r e a so cie-

dade indus tria l a va nc ada, encontra sen fundaruemo hist6rico nes-

'reglnero de sirua.~io.

S e esta autonomia politic-o"'a.dministtativa e c:on1,tn'l13mai-aria, das cidades que se desenvclvemno inicio da Idade M6dia~

as form asconcret1 lS , sociais e espaciais destas ddades dependeram

estrisamenee da conjlUDrut'a dos nOVDS h U i o : s socials, que' surgi-

ram em segnida a tl'anstorma90es no sistema de distribuicao do

produro, Em vista do poder feudal forma-se, 'com 'crelt!o, uma

classe n~ocianre que. rompendo 0 sistema vertical da l rustribuicrao

do produto , estabelece elos horizonrm servindo de intermedsiria,

uhrapassa a eeonom ia de subs·i,s·renciae acurnula um a autonom ia

suficienee para se'rcapaz. de investir nas :m.a.:mIfabmls:,21

Com,IQ ,8 , cidade m edieval represents a libem"iao da burgue-

sia cornerciante na sua ium para. emanciper-se do reudalis.lno e

do poder central, sua evolu~,io sera bern diferenee conforme as

la~ ,o i5estabelecidos entre burgues ia e nobreza, A ssim , onde estes

"~t905forsm esrreieos, as [da l . ! l joes entre a cidade e 0eerrirorio cir-

cunvizinho, depeadendo dos senhores feudais, o~ganizayam-s:e'

de modo complcmencan E, ao inverse, 0 confliro desras classesocasionou 0 isolamento urbane,

Sob outre :ingulo, a condguidade ou a s:epara~aogt:ogrt6a

entre as duas classes, influt:nda a cultura das cidades, em particu-~ -I.:~' • • -Jl3.[ no que u:u. respclto ao consume e econormas: a Lfu:egr,tl'fa.o

da nobreza com a, burguesia perm ite . a primeira Ol'g-anizrur urn sis-

tema d e VdOl"CS urbanos segundo 0modele arutocranoo enquan-

to, quando a burgnesia teve que vnltar-se par.a, si rnesma, ern

vista da hostilidade doterritono que a cercava, a comnnidade decidadaos suscirou novos valores, referentes em pW itirular a ecoao-

ana e ao invesdmeato; isolados socialmente e com. > 0 corte de

abastccimento dos ampn'li proxlmos, sua s o b re viV it!n cia , d e faro,

dependia de sua capacidade financeira emanufanireire,

Poderfamos rambern analisar a evotu~io do sistema urbane

de cad a pals em 'fi.m\io das rda¢e~triangulares burguesiano-

bresa-realeza. Por exemplo, 0subdeseneolvimenro das cidades

com e rciai s espsnholas com eeferencia a s . cidades iralianas au ale-mas durante 0seculo XVI e > 0 XVII exp lic a-se pelo seu papd desimples. imermediarias entre a cores e 0 eomercio americano,

contrastando corn 0 papd desempenhado pelas cidades iraJlial1a5

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A QUES1'AO URBANA 45

e a1emis, muito autonomas em face ao imperador e des p:rinci-pes dos quais eram apenas. aliadas circenstanciais.

o desenvolvirnento do capitalismo industrial, ao comrario

de Ulna visio, ingeDm mu.ito difundida~ nao p:rovooou 0 r e f o , [ ( j 1 o , da

eidade e sim '0 sell quase desaparecimento enquanto sistema I D s - a -

tucional e social relarivamente autonomo~ organizado ern torno

de objetivos especificos, Com efeieo, a ,()on:s,ri 'ruj '~ioda mercado-

ria enquantoen:grena.gem de base do sistema econonUco , a divi-

sao '[ccnica e social do trabalho, a, djversifica~D dos interesses

econcmicos e socials sobre Wlrt esp1lljo mailsvasto, a homogenei-

za~,io do sistema institucional, ocasionam a~_rruP\io da conjun-~:iOt de uma forma espacial, a cidade, e da ,csfenl de dominic

social de uma dasse especifica, a burguesia. A difus.io urbana

equivale exaramente a perda do parricularismo ecolegico e cuJru-

:raj da cidade, p;OI" isso os p:r-ocessos d e lU'ba.ni.za~ao e aumnon-ua

do modele culmral "urbano '" se manifestam como ,PfO(CSS>oSp~l-

radoxa lmenre concradito --'0" 12l il .. "'I.~ ... .. I",,_ !i.l!.UJ. [1:S•.-

A urbanizacao ~igada1 prirneiea revolu'iiomdustriaJ e in-

serida no desenvolvimento do tipo de produ~io capitalista, eu:mpfioteSSIO de orgaIliza~o do e5'pa\o, que repollua sobre doisconjuneos de' fa1JOB fundamentais: 2~ ,

1. A decomposicao pnn1ia das esmituras sociais agnirias e a . emi-,grn,~ao da popuIa~ao para cenQ'i05 urbanos ja existerues, 'for-

necendoa ~on;:3! de trabalho esscncials mdl1striali7."il~a:O.,

,l.A n13.SSagem deuma economia domestic} p"Jl"auma economia

de mannfatura, e depois para Wila economia de fabrica 0 que

'guer dizer, ao mesmo tcn1!po ,[:onccntrasio de mao~.de~obl"a,

,criac rio de u rn mercado e ,,:onsritu ic rao de u rn meio industrial,

&, cidades atraem a .indiistria devido 3 . estes dois fatorcs

essenciais (mao-dc-obra e rnercado) e, por sua vez, a indUstria.

desenvolve novas possibilidades de empregos if' suscita servicos,

Mas to processo inverse rambem e impolnan're:' onde hielementos funcionais, em. particular materias-primas e meios de

rransporre a indwtria. colonize e pl1'uvoca a urbaniz:ltjin.

Nos dais casos,0elemento dOininante e a indUstria., que or-

gani:za in eeirameo re a paisagem urbana, Isle domlnio :, n o t:n tcm to'l

mao e 001 fa ro recnologico, mas a espressao da logica ,ca.pitaHsta

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que t!st3.na bast! da industriaJiza~ao. A "dcsordem urbana" nlo

existe de faro. Ela n:p.l"eSenra a t o:l"ganizac;,ao espacial proveniente

do mercado, e que decorre da ausencia de controle social da ati-vidade induseial, 0 racionalismo r e c r u c o e a peimazia do hrcro

resultam, par urn lado, na anuJasio de roda di{:eren~;aessencial

entre as cidades e na fus i10 des tipos culeurais nas caracrerfsricas

globais da dVillzaftao industrial capirruis[a; e por outre lado, no

desenvolviraento da esped3.liza~io funcional e na divisio social

do trabalho no es.p'a~, com uma hierarquia entre ns diferentes

aglomerados e aID proc:esso de erescimenro eumulativo, deriva-

do do jogo das econornias enernas.24

Finalmente, 3 problemarica amal da urbaniza~lo girilll em

torno de' qua,no dado,s fundarnenrais e de uma qoesrac extrema-

mente dclit:ada.:1S

1. A aeele.r,l';;io do ritmo da urbaniza~io no conrexro mundial

(vier 0quadro n'T),

2 : . A concentracao deste crescimenro urbane nas regioes diras

"subdesenvolvidas" 'i sem correspondencia com 0crescimento

econornico que aco,mpan houa prim~iraW'baniza'iionos pal*

ses ca.pitalistas. industeielizados (ver 0 quadro 0(2).

3. 0 apareciraenro de novas formas urbanas e, em particular, de

grandes metropoles (ver quadro nD3)

4. A l"e:ia\io do fcnomeno urbano com novas forrnas de articnla-

\30 social provenienres do modo de p,rodu~:io capitalism if

que tendem auhrapassd-lo,

N ossa pesquisa esforca-se por colocar t e o r i c B l n e 1 ' l t e , e .s t, e sp n J ~

h l c l 1 U ' S t a partir de cerras definiloes que a.gora nos parecem pos-

sfveis de propOI", com base em algumas obs~:rvil,<; 'oes histor 'icas

que acabamos de fazer,

1.0ermo t "l1&l I 'Z imf liJJ "efore~rc flO m e.51 1 10 t~1.¥{J a constinri-l liao de formas espaciais especfficas das sociedades humanas, ca-

raccerizad as pel-a, concentracio significativa das atividades e das

popuJa.~Oes nwn lesPm.C;Oesrriro b e r n , como a . , e x i s m e n c i a e a . di:6.J,s,io

de urn sistema cultural especffico, a cultura urbana. Esta confu-

sao e ideologica e tern pur firialidade:

a) Fazel' co reesponderern forma s e c o l o g i c a s e urn C O i l 1 D c U d o lru[nn"3JJ

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A QUESTAo URBANA

b) Sugerir uma ideologic da produ(jio de valores sociais a partir

de 11m fen6meno "natural" de densificacao e de heterogenei-

dades socials.

2. A n~o de lJ,rbSIW (oposra a ru'lIi)pcl1:CnOe a ,ctioot)omia.

ideob:5,gica sociedade tradicional/sociedade moderna, e refere-se a

um a cerra hercrogeneidade social e :fundonal, sem poder defini-la

de Dutra forma seDao pela sua disdndal mais ou menos grande,

OOD1 respeito isociedade moderna. A distin~o entre cidsdes e a l-

deias coloca no entanro, 0problema da diferenciacao das jin11W

e s p « c i s i s da o,rg anizar;ao social. Ma s, esta diferencia<;ao nio S iC reduz

nem a U111adkotornia: nern ,3. uma evo~nl~o contfnua, corno 0 su-p O e 0evolucioaismo namral, incapa.z de compreender estas formas

espaciais corrm produzidas por urna estrumra e por proces~QiSsod-

ais, .Alias, a impossibilidade de eneontrar urn erilino empirico de

dcfini:liao de urha, '~:{) , e apenas a expressao de urn movnnento '[CO-

rico, Esta inlpredsio C ideologicamenre necessaria para eonetar,

alTJ.vCsde uma organ_iza)ao material, 0mira da rnodcrnidade.

3" Consequenremenre, e aguardando uma discussjio pro-

priamente t~6r,ka do problema, em vez de falar de'UTb,anizsfoo,trataremos doterne da pl'odll fl in ' .mdal. , d a s p."JSJ e s p e c i a i s . No interior

dam problem atica, a, ncx;w ideolog ica de llJib31niza'iio refeee-se ao

P;'(J'ttJSlO pelo qual uma propon;io significarivamcnre imporranteda populacao de urns. sociedade concentra-se sobre urn certo ICS-

P3~O".onde se consrimem ,a:g~om~era~osf imcio~1ll e soda_[r~u::ntJe

jnrerdependenres do pontlo de VEta mrerno, ,Cnums l1~la.~ande

articulacao hierarquizada (rede urbana).

4. A analise da urbanizaoio e5t3t intimarnente ligada a pro-blemdrica do J e ~ e 1 l 1 ' J o l l l i 1 n e l t t o ' j que rambem I e convenlenee cotio

delimitar, A nn~io de ,dUfJ1lPo. l l? : ime11tO' opera ,3 . rnesma ronfus,io

remetendo ao mesmc tempo a urn nivel (~ecnicolecono'inico) e a

urn proc(!Sso (trans{orma~io qualitativa das estruteras socials,

permitindo un» aurnento do potencial das for'jas, produtivas) .,.

Esta confusao responde a lima funs:io ideoJlo,gk,a,:~ que apreseo~

ta as transfornu\:t;'ocs esmuurais como simples movirnento aeu-

mularivo dos r e C l 1 f S O S , tc,crucos e m a r e r i a i s de uma sociedade,Exisririam portmto, nesta perspectiva, 'wios ruveis e urna evo-

IU~30lenra, mas inexoravel, que organiaa a pass:tgem, quando

ocorre ~ESSO de: recussos, para 1 0 ' mvel superior;

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A QUESTAo URBANA 49

Qoadeo .2

E 7 J o J r l f i i t J 0 0 , m-hwr~imflio$&[flf;'lrlo,

0$nlvcis , i t . dt:sClJ1J;(Jlp jm61~to

(. l J . -

,f.,7Nmt . ' JOCS)

Cw.£cim", fo

nb~l"m

1920 1940 1960 19SO 1'920·t]J(Ji 1'960-3:01

t.kJup;J¢O do csp~~o

Pepl~Rf iW lot~l

Ru r.1 1. pcqucna. s cid.' ldcs

Unb;IJ1I!1

(Gml'ldcscld~des )

Pqputafri(} r~ml

Rll,1.ra~p~UtnJ.li, cLd: ' !d~

l'!I"l~l!'l

(Or .nuJes ~~d 'H: le$)

.Popu/npio m i n t

Ru~ ~ucnu eidades

Urbana

( ,Gr;lnd!;s ciru.d~)

l 'cnaJi enund ial

l.aM .1 .2 '9& 1.9!'N 4.209 1.l.U J .115

1 ..6;07 ' 1.8'i1 2.242 2.90.9 6 , 3 , 5 1 1 1 6 7

2 53 4.27 ' 7 S l 1.360 499' 601

(96) U7SJ (.3~H) (725) t15.5) (374)

672

481

185,

( I S O I )

kgi~~ ,dll:S'c!Wohida:s,

fJ77 1.J 89 J(J5

544 566 51

433 623 l48,

~,;H2} ~~Hi) I( U2)

21 2

21

190

(lt5,)

1 .'(J 63 .

645,

4]8

(259)

H J I

5l.o

291

(U,.:j,)

1.1S1J 1.476 2. .o l7 J . I ( J 1 l 0 829

1.12'0 1.341 1.698, 2.343 5 7 ' 8 ,

.68 l o B S , 319 737 .2SI

( 1 6 ,) (4]), (139) (39'8) (U3)

r,cra:nEagan de regi6!;s subdcst ;rn ro !v ida .; ; sob re < 0 looniunto do mundo

~plJlnp'i(J' mlrd 64 I I S4 67 71 71

RIIJr aj , p~qluc JUS c1 d ~d C$! 70 72 7 ,(j 8,m '9 '

Urbima 27 ,31 42 54 50

( ( ;m. l1da. cid2ldcs)' (ltJ) (24) {-:I,O) l~U,} (~8)

&J

97

69

( , tW,)

s , . 01 problema evoeado p e]a n O< liio de desenvolvimenro e 0 >

c i a 'ttansform~uiio da esrrurura social 031 base de uma sociedade,

de m 1 l l . 1 J e U 3 a Ubcl"u uma capacidade deacumulacao progressiva

(rehu;ao irrvestimento/consurao).

6,.Sea noc;ao'de desenvolvimento se sima CO~l referencia aaniruiafiio das estrururas de uma dada form(l~iosocial, Id a oio

fade ser analisada sem referencia a . arri~a'lio de um conjunro

de forma~6e,s sociais (escala dita "ineernacionel"). Para. isto, nos

temos neoessidades de urn. segundo conceiro:0

ded e p l l ! t . _ d i f J C l . ,

earacterizando a_5,re~l.~oesassimctrkas entre fOnm1lI ' joes seciais

de modo 'que a organizatj,io esrruraral de wna delas nao renha

16g:it:afora de sua. inscr~aolDO . sisremageral,

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S O l

Quadro 3 ,

10 ,r: rlS c imen tfJ' dol g ra .ndes tfg lom r:YR4JDs no 1nuntloJI

1920'-19,00 (e,ftiull!ltivll$ll~isJI l~ilhffrfls ttepcssollS)

Cidade 1910 19JU 1,9'4 .0 t9 'SU I;.I.~.156

T!lnIliJ mm " u J l r n J 30 ~94 ·Ui,660 66.364 84.'913 Iq6n

Europa (f'fJrtrl) M.05J M.J37 " 1~ '_675 1 8 ' , 0 ' . 1 6 Ul69i

Londrc... 7.136 B.127 8.275 5.3,66 IJ~n

P J t I ' ; S 4,.9'65 S.MSS 0.050 1 6 • •Um 7.14\0

1krlim 3 ,. 1 :1 sn {.J25 4.3§O 3.350 3.275

flmtritn . r t f } Non-r

(tDral) 1(J.07.; .13 .300 17. :W),(} 1~,.95() 33 .B7 . ;

Nov;} ~(lrquc . , H5 9.350< 10.600 12_3501 14.150

tu.~Angeli: .. Ci§U~n (l.S(}U) ,~ .2.500 ·U125 6,525

Ch[tJ!;J) 2.'950 3.950 4.200 4.'9'5.0 6.000

F i b d t ! ; I I : S " , (2.0l5hl (2.350) H (1.475} a 2.'9'50 3..1650

DCi[:ro~[ ~LmO) u . r LKlS} n r1.0.5n) n 2 . 1 i i , 7 5 3.550

Arin mental

(llJtnlJ 4.lflg 11 .77 .1 H.m M_4Il .JOJllM

T6quiu 4.168 l~lJ}M 8.558 l !US2 u.suX:mgJj j (2.00n) II 3,.100 l.'SU 5,.2S0 I . s m no . ~ . k J J ,!.889~~ 2.MJ9 3..-181 3Jl§5 5,.IS8

Pequirn " i . o m ) } n ( 1 .35,0)(1 (1.7.50) if (2.1 n o ) il . ! U J O ( )

Tientsin (SflO}tl (1.000)D ~l .S{)O) fj ( 1.SIno ) a 3.500

Hong-Kong (550) n (700~ (L500) n (1;925) a 2..614

Sh l IDiang b (fOUls (l.HiO}0 (1.700) n 2.S(JO; ~

,thin , d o . S,lt (f;iJ1irl) .3 .40l ' 7:l20 12.7()t)

Ollrurn (1,320) iT ~2.0551 iii 3 . \ 1 0 0 1 4..490 5.110

BombAV (1.275) ,I] r ~.lOOI a ,1.,660) t. ! 2 . 7 : 1 ' 0 4 . 0 · U ] 1

Djnk.1 rra h (5,25) n lLOCO,n- (t75u, n 2.850

Uni.db S~oiititn

(t""fYJi) 2'.5()1) 7.700 ' ; ·. 2 ' W ' 9,S.~rJ

MnsQnu (l.HO) n 2.S00 4.350 -1.250 6.150_l.e~tif!g[!Id!, V"!()~n ( 2 J : t O f J ' ,) ,0 3.350 (2.Jl50) " l . - M J O

Anu . :: rifn E n "nn

(Mal; 2.750 .1..100 tlJ}fJtJ ." ' ,. iOO'

Sue nos Ai fC1 i (2.275) n 2.750 3,.5'00 5.150 11.77S

. i \ ' i C x i : o : 1 (SlS) a ~L.J.351 a (1.l'5) a 3..IOn 6 ..4 ~O

I.io de Ianeiro lL3lS) " (LlaSI~D' (l.UO)n 3.nSO 4 . 7 r mS.lo Paulo (6(}U) a (~aO~;J' j 1.,425)0 (2.450) a > ! - . 3 1 , 5

-~~ -

Afi ' i rn (fPlal) 3.32i

Caim (!~,7S)d o . ISU, iQ ~l.S15)a ( :2.3501 a l.i20. 1 . ,

A.s ,dd;ldc.... Inrcl"i IJn:'" Ji 2.500. m m niu en;]i I 00 I 1 i l proend~dJl! nul'-rnt;l~~.- b) Me rmr que SOU. OOU

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QUESTAo URB '

. Et3.5 detil1uta~" e permitem ub tituir a pr blematica

idcologiea (conotadora da ,[icbu;ao entre It!V()ill\io tecnica natura]

vnlu~aa em direfiio a cultnra das sociedades mode rna' ) pelau s ~ reorica cguinte: quall I~ {} j"ocesro de pJvduf/io . & 0 , ' ; 4 1 M iS

fo I esp tlc ia is de flTlUJ so cicds.de e pm· Iu · 11CZ qt,"Bis sii.o as ""Jaflocs

entre 0 espRfo r C t J n u i m { d t J c IUtTluuftmllRfOeS fJtrt~tI:tJ'lIis ii, 1I11111soei-d .t tlO in terior ,tic Uti, tOl1ju,nrD ; " , t n T o t i R J &fI,JYU:Ul';'ZIlRo po,. rele-

fit~S de d~c"dilltitJP

1 . ' O r . a excelenre expo·i~i.o de rnotiv de H. T. M. E['DlU E,ThcI roc of Urbanizarion , n obra de [, 'r --I tEll C 0 ..D. D - - -

(cd .] D e J , H J [ I 1 ~ R p l : J i c 1l1l~lmJ' The Frce Press, '. lcno c, 1956, ; e tarn bern

11. ,POPENOE, "Onthe M,canrng of Urban in Urban Studies' , em P .

AlE lDo\\rs,. e E. H. AU,RUrCH1 (cds)., lr._kblnli»ll~ Urba:l2imtion fl1Jd

, b m l ! J C . Reading (Mas.., Addi on WcslC1~,196 I pp. 64-76).

, .J. B G e PH. 1. HA SER, Popll int l tm, lJ istrib "titJ II U rilR -

II' II m id iJlfmml

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52 ~lanuel I. tells

I]. 1 . BEAU) u~ I '. I R, e G. CHAn' ~,Tmitc dt: G t , Y J g I ' a p l l i e

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1 2 . U. . Croszu of PaJIIl/attu i: 1 9 , r j Q , 'u ' 1 m e , Y of i'IIJRuitlmts, U"it,d mtes,un, my, Final Ilt: rt, 1 1 . . 1(1 )-1A, 19,1H.

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16. Cf. V . G. CHILDE~ 'The Urban Revo"llucio['l~',0 1 'V 1 J ' P l t1 1 U l i: IJ ' I 1 l :u n ,i -'0.-

1C l l ' t ab ri 1 de ] 95 .0, P p. 4-5 .

17. \er nesse sentido, a ..nalises de M iF RD no {IW-S Role i 'l

dJRuging tile Fa '(t a rth e E n rtb , hicago I'· -

18. .. L. MUMFORD, op. OL 1961 pp. 266-311 d tJ:"adu(j3.oran-

cesa, Paris, Scu.jl, 1964.

19. H. 1'l[RE NE, ttl!villes (/'4 M~t '1J ' -Aae , Bruxelles, 19'27.

20. rnelhor analise desre fcnomeno C, de M. V/EB,ER, no ~, IrtsdJ,afi

llUd G c s d i s c i J : a j t j p , . 9.55 c cguin d ' rra U \ : 3 . espanhol -, E I. _

_Ic).iou~1964.

21. o s scguimos aqui 3. extraordindria c.'Xpoif)50 de A. rlzz RN·

"D] •. b . -. ,,,A~ d mno seu texro vt.seve oPFernen It cconom Ique' et u r aDIZ3 [Ion eta .II ~

CD,~gr i : 1M e l H l i : a 1 dc . a c i o / D g i ' , 19'62;..

22. f.f::I. LEf_~BV ltE, L e droit: R in '''ille nthropos, 19168" e arnbem

a c kc;io de em is do me rn o auter; D , . . Ir.m ;;t de I ' tU·/;tJ; '1 ParE

nrhrop ,1970.

23. ' f. J . LAB,A

24. P . E "K ; ~

Lwgn1: 'Mnt iml d - t ; I s p s ' c e - Paris" Hermann, 1'96.

L i l p ille, Par is , nu .E . 1 95,0 .

25. Estes problemas sao co!ocados clarameare, scm wndicar caminhesde pesquisa nitidamen[t:' definidoa, em SCOIT GREER~ DENNI ' L.

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