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  • 7/25/2019 CarreirasFederais Caderno de Questoes Constitucional AGU e Procurador Da Fazenda

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    Caderno de Questes

    Advogado da Unio e Procurador Federal2 Fase

    Direito Constitucional

    www.cursoenfase.com.br 1

    Disciplina: Direito Constitucional

    Questes:

    1. (Juiz Federal 5aRegio/2011) Discorra sobre o fenmeno da objetivao,

    objetivizao ou abstrativizao do controle difuso de constitucionalidade pelo

    Supremo Tribunal Federal. Em seu texto, explicite o conceito desse fenmeno,

    apresente exemplos, analise as relaes do fenmeno com outras modalidades de

    controle constitucional e com procedimentos decisrios vinculativos, como a smula

    vinculante e a repercusso geral, e enfoque, ao final, as consequncias de todas essas

    novidades para a aplicao jurisdicional da Constituio Federal.

    2. (Juiz Federal 5aRegio/2006) Considerando-se que o art. 5. da

    Constituio Federal garante, em seu caput, aos brasileiros e aos estrangeiros

    residentes no pas os direitos constantes de seus incisos, pergunta-se, com relao a

    um estrangeiro que aqui esteja, mas que no resida no Brasil: pode ele exercer

    livremente qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaes

    profissionais que a lei estabelece (art. 5., XIII)? Por qu? Pode ele valer-se do habeas

    corpus (art. 5., LXVIII) para proteger sua liberdade de locomoo? Por qu?

    3. (Procurador Federal - 2007) Clarice, servidora do Banco Central do Brasil

    (BACEN), autarquia vinculada ao Ministrio da Fazenda, vive h 10 anos, de forma

    estvel e ostensiva, com Amanda. Preocupada com o fato de que Amanda pudesse vir

    a ter algum problema de sade, Clarice solicitou ao Programa de Assistncia Sade

    dos Servidores do BACEN, unidade responsvel pela gesto do seu plano de sade, a

    incluso de Amanda nesse plano, como sua dependente, na condio de companheira,

    tendo em vista a relao homoafetiva mantida entre ambas. O Programa deAssistncia Sade dos Servidores do BACEN, na dvida em relao soluo legal

    que poderia ser dada ao caso, solicitou rea jurdica do BACEN um parecer acerca do

    requerimento de Clarice, visando aferir a possibilidade de incluso de Amanda no

    plano de sade. O requerimento foi, ento, encaminhado a procurador federal lotado

    no BACEN, para exame e emisso de parecer.

    Com referncia situao hipottica acima, na qualidade de procurador

    federal, elabore parecer, dirigido ao procurador-chefe, em que avalie a viabilidade

    jurdica do requerimento feito por Clarice, utilizando apenas argumentos jurdicos, que

    abordem, necessariamente, os seguintes aspectos:

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    - invocao da proteo de Deus contida no prembulo da Constituio

    Federal: seu significado e alcance na laicidade estatal;

    -contedo do princpio da isonomia e suas formas de aplicao;

    - princpio da dignidade da pessoa humana e direito fundamental sade.

    Para a elaborao do parecer, utilize, caso julgue necessrio, os seguintes

    pressupostos de fato e de direito.

    - O Programa de Assistncia Sade dos Servidores do BACEN aceita como

    relao de dependncia no s aquela formada a partir do casamento civil, mas

    tambm a relao de dependncia oriunda da unio estvel entre homem e mulher.

    Quanto dependncia decorrente de unio homoafetiva, no h norma.

    -Em maio de 2004, o governo federal lanou o programa intitulado Brasil semHomofobia Programa de Combate Violncia e Discriminao contra Gays,

    Lsbicas, Transgneros e Bissexuais (GLTB) e de Promoo da Cidadania Homossexual,

    que tem como princpio a incluso da perspectiva da no-discriminao por orientao

    sexual e de promoo dos direitos humanos de gays, lsbicas, transgneros e

    bissexuais nas polticas pblicas e estratgias do governo federal, a serem implantadas

    (parcial ou integralmente) por seus diferentes ministrios e secretarias.

    - O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), autarquia previdenciria,

    editou instruo normativa, no ano de 2000, estabelecendo, por fora de deciso

    judicial, procedimentos a serem adotados para a concesso de benefcios

    previdencirios ao companheiro ou companheira homossexual.

    4. (Procurador Bacen/2009) Considerando as suas competncias

    constitucionais e legais e os direitos fundamentais intimidade e vida privada, o

    Tribunal de Contas da Unio tem poderes para determinar a quebra do sigilo bancrio

    de dados constantes do Banco Central do Brasil? Justifique a sua resposta.

    5. (Procurador Bacen/2009) Determinado municpio editou lei que

    estabelece o tempo mximo de espera em fila nas instituies bancrias localizadas

    em seu territrio, bem como exige a instalao, nas agncias, de equipamentos de

    segurana, tais como portas eletrnicas com detector de metais e cmaras filmadoras.

    Inconformados, alguns bancos ingressaram com mandado de segurana sob a alegao

    de que a lei municipal versava sobre matria de competncia da Unio, uma vez que a

    normatizao do sistema financeiro nacional de competncia federal art. 192 da

    Constituio Federal de 1988 (CF). Os bancos alegaram, ainda, que a lei municipal

    atentava contra o art. 22, VII, da CF, que estatui ser da competncia privativa da Unio

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    legislar sobre poltica de crdito, cmbio, seguros e transferncia de valores, e contra o

    art. 48, XIII, da CF, que dispe ser da competncia reservada do Congresso Nacional

    dispor sobre matria financeira, cambial e monetria, instituies financeiras e suas

    operaes.

    Tendo como referncia o texto acima, responda, de forma sucinta e

    fundamentada, aos seguintes questionamentos:

    -Pode-se considerar que a lei municipal versa sobre assuntos que se encontram

    na esfera de competncia do municpio?

    - adequado afirmar que a lei municipal, ao dispor sobre o tempo de

    atendimento ao pblico nas agncias bancrias e sobre a obrigatoriedade de

    instalao de equipamentos de segurana, disps sobre matrias que a CF estabelece

    como sendo da competncia privativa da Unio, alm de transgredir competncia

    reservada ao Congresso Nacional?

    6. (DPDF 2013) Por serem as normas constitucionais normas jurdicas,

    sua interpretao requer o entendimento de conceitos e elementos clssicos. Todavia,

    as normas constitucionais apresentam determinadas especificidades que as

    singularizam. Em razo disso, foram desenvolvidas ou sistematizadas categorias

    doutrinrias prprias, identificadas como princpios especficos ou princpios

    instrumentais de interpretao constitucional, que constituem premissas conceituais,metodolgicas ou finalsticas que devem anteceder, no processo intelectual do

    intrprete, a soluo concreta da questo posta. Tais princpios, embora no expressos

    no texto da Constituio, so reconhecidos pacificamente pela doutrina e pela

    jurisprudncia.Lus Roberto Barroso. Curso de direito constitucional contemporneo:

    os conceitos fundamentais e a construo do novo modelo. 4. ed., 2013, p. 322 (com

    adaptaes).

    Considerando que o fragmento de texto acima apresentado tem carter

    meramente motivador, discorra sobre o significado dos seguintes princpios deinterpretao constitucional: unidade da Constituio; interpretao conforme a

    Constituio; presuno de constitucionalidade; efetividade.

    7. (Prova Oral AGU/2012) Considere que tenha sido proposta, perante o

    Supremo Tribunal Federal (STF), arguio de descumprimento de preceito

    fundamental (ADPF) contra resoluo administrativa por meio da qual determinada

    universidade pblica estadual tenha institudo sistema de cotas como meio de ingresso

    em cursos de nvel superior. Considere, ainda, que, entre os argumentos apresentadosna ADPF, conste o de violao de princpio constitucional da isonomia.

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    Com base nessa situao hipottica e na jurisprudncia do STF acerca do tema,

    responda, de forma justificada, s indagaes que se seguem.

    - As resolues administrativas podem ser objeto de ADPF?

    - Como se posiciona o STF quanto constitucionalidade da instituio dosistema de cotas em universidades pblicas, em face do princpio da isonomia?

    8. (Prova Oral AGU/2012) Foi ajuizada ao sob o rito ordinrio, com

    pedido de liminar, para impedir a divulgao, pela Unio, dos vencimentos dos

    servidores pblicos federais, de forma individualizada, sem stio eletrnico oficial na

    Internet. Sustentou-se a violao do direito fundamental intimidade e vida privada.

    O juzo da vara federal competente deferiu a medida liminar requerida.

    Com base nessa situao hipottica, apresente argumentao de mrito em

    favor da Unio, abordando o embate entre o direito fundamental de acesso

    informao e o direito fundamental inviolabilidade da intimidade e da vida privada,

    em face do recente posicionamento do Supremo Tribunal Federal.

    9. (Prova Oral AGU/2012) Pedro, servidor pblico federal, recebia, antes

    da alterao promovida pela Emenda Constitucional 19/1988, determinada

    gratificao. Posteriormente, foi enquadrado no regime remuneratrio de subsdio.

    Por consequncia, parou de receber essa gratificao, mas no houve alterao no

    valor nominal de sua remunerao global. Pedro apresentou requerimento

    administrativo no rgo pblico onde trabalha, alegando a existncia de direito

    adquirido continuidade do recebimento da gratificao.

    Considerando a situao hipottica apresentada e a jurisprudncia atual do

    STF, responda, de forma justificada, s indagaes que se seguem.

    - Pedro tem direito adquirido continuidade do recebimento da gratificao?

    - O poder constituinte derivado reformador deve, tambm, respeitar o direito

    adquirido?

    10. (Prova Oral AGU/2012) Maria ajuizou ao, sob o rito ordinrio, contra

    a Unio, objetivando o fornecimento do medicamento X, de elevadssimo curso e

    inexistente na lista de medicamentos fornecidos pelo Sistema nico de Sade (SUS). O

    juiz federal competente deferiu liminar para determinar o fornecimento, pela Unio,

    do referido medicamento. Antes do ajuizamento da ao, foi disponibilizando a Maria,

    por intermdio do SUS, o medicamento Z, de igual qualidade, mas de custo inferior,

    como tratamento para a sua doena. Ela, contudo, recusou o fornecimento domedicamento sem apresentar justificativa.

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    Com base nessa situao hipottica e na jurisprudncia do STF acerca do tema,

    apresente argumentos de mrito para fundamentar recurso a ser interposto pela

    Unio. Em sua resposta, aborde os seguintes aspectos:

    - direito sade e princpio da reserva do possvel; e-interveno do Poder Judicirio na efetivao dos direitos sociais.

    11. (Prova Oral AGU/2012) Uma associao representativa de

    determinada categoria profissional, organizada em sete estados da Federao, ajuizou

    ao direta de inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra

    decreto que dispe sobre medidas para a continuidade de atividades e servios

    pblicos dos rgos e entidades da administrao pblica federal durante as greves.

    Entre outros argumentos, a associao sustentou a inconstitucionalidade do decreto,

    por criar condies para o exerccio do direito de greve que no estariam previstas em

    lei.

    Considerando a situao hipottica apresentada, responda, de forma

    justificada, com fundamento no entendimento jurisprudencial do STF, s indagaes

    que se seguem.

    - Demonstrada a pertinncia temtica, a referida associao possui

    legitimidade ativa para ajuizar a ADI?

    - Os decretos expedidos pelo Poder Executivo podem ser objeto de ADI?

    12. (Prova Oral AGU/2012) O Conselho Federal da Ordem dos Advogados

    do Brasil ajuizou ao direta de inconstitucionalidade, perante o Supremo Tribunal

    Federal (STF), contra o artigo de constituio estadual segundo o qual seria da

    competncia privativa da assemblia legislativa do respectivo estado processar e julgar

    o governador do estado nos crimes de responsabilidade. O ministro relator abriu vista

    dos autos ao advogado-geral da Unio, para manifestar-se quanto ao, nos termos

    do disposto no art. 103, 3o, da Constituio Federal de 1988 (CF).

    Com base na situao hipottica apresentada e no entendimento

    jurisprudencial do STF, apresente argumentos para subsidiar a manifestao da

    Advocacia-Geral da Unio (AGU) pela inconstitucionalidade formal da norma

    impugnada. Em sua resposta, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

    -Ofensa da constituio estadual competncia legislativa privativa da Unio

    fixada na CF.

    - Possibilidade de a AGU manifestar-se pela inconstitucionalidade de

    dispositivos impugnados em aes diretas de inconstitucionalidade e,

    consequentemente, pela procedncia dessas aes.

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    13. (Prova Oral AGU/2012) O Ministrio do Planejamento, Oramento e

    Gesto pretende lanar edital de concurso pblico, com prazo de validade de um ano,

    para o provimento de cem cargos vagos de especialista em polticas pblicas e gestogovernamental. Pretende, ainda, o referido rgo que o concurso pblico seja

    realizado em trs fases: prova objetiva, prova discursiva e exame psicotcnico. Para

    tanto, a ministra do Estado decidiu consultar previamente a Consultoria Jurdica,

    acerca da realizao do concurso pblico.

    Considerando a situao hipottica apresentada, responda, de forma

    justificada, com fundamento na Constituio Federal de 1988 (CF) e na jurisprudncia

    do Supremo Tribunal Federal (STF) s indagaes seguintes.

    - possvel o estabelecimento da fase do exame psicotcnico no edital do

    referido concurso?

    - O referido rgo tem a obrigao de nomear, no prazo de validade do

    concurso pblico, todos os candidatos aprovados dentro do nmero de vagas previstos

    no edital?

    14. (Prova Oral AGU/2012) A presidenta da Repblica pretende editar

    medida provisria para alterar uma lei e suprimir a condenao em honorrios

    advocatcios, por sucumbncia, em determinado tipo de ao judicial. Pretende,

    tambm, que essa medida provisria tramite no Congresso Nacional da maneira mais

    clere possvel, dadas a relevncia e a urgncia da medida. A presidenta, antes de

    submeter a medida ao Congresso Nacional, consultou a Casa Civil da Presidncia da

    Repblica a respeito de alguns aspectos relacionados temtica das medidas

    provisrias.

    Em face dessa situao hipottica, responda, de forma justificada, com

    fundamento na Constituio Federal de 1998 e no posicionamento do Supremo

    Tribunal Federal, s seguintes perguntas:

    - A referida medida provisria respeita as limitaes constitucionais materiais

    edio de medidas provisrias?

    - Para que haja maior celeridade na tramitao no Congresso Nacional,

    possvel, considerados os mecanismos de freios e contrapesos, a dispensa de exame da

    medida provisria por comisso mista de deputados e senadores?