bncc apresentacao

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Apresentando a BaseRenato Janine Ribeiro

A base a base. Ou, melhor dizendo: a Base Nacional Comum, prevista na

Constituio para o ensino fundamental e ampliada, no Plano Nacional de

Educao, para o ensino mdio, a base para a renovao e o aprimoramento

da educao bsica como um todo. E, como se tornou mais ou menos consensual

que sem um forte investimento na educao bsica o Pas no atender aos

desafios de formao pessoal, profissional e cidad de seus jovens, a Base

Nacional Comum assume um forte sentido estratgico nas aes de todos os

educadores, bem como gestores de educao, do Brasil.

Dois rumos importantes sero abertos pela BNC: primeiro, a formao tanto inicial

quanto continuada dos nossos professores mudar de figura; segundo, o material

didtico dever passar por mudanas significativas, tanto pela incorporao de

elementos audiovisuais (e tambm apenas udio, ou apenas visuais) quanto pela

presena dos contedos especficos que as redes autnomas de educao agregaro.

E por isso que o Ministrio da Educao, aps intenso e dedicado trabalho das

equipes formadas pela Secretaria de Educao Bsica, apresenta sociedade

essa verso inicial, para amplo debate, do que poder ser a Base Nacional

Comum. Importa salientar que as equipes tiveram plena autonomia e que, por

isso mesmo, essa verso no representa a posio do Ministrio, ou do Conselho

Nacional de Educao, a quem caber por lei a tarefa de aprovar sua verso

inicial. Mas ela fruto de um trabalho intenso, empenhado, digno de elogios, e

por isso fao questo de agradecer a todas as equipes por sua contribuio.

Agora a vez da sociedade melhor dizendo, das vrias comunidades de

pesquisadores e docentes, mas tambm da sociedade como um todo. Para

construirmos a melhor Base possvel, ser necessria a participao de todos

os que queiram se pronunciar sobre qual a melhor formao de nossos jovens.

Aguardamos a discusso para, depois, podermos encaminhar ao CNE uma verso

segunda, para que se norteie o ensino, o aprendizado, a formao docente e

o material didtico em nossa sociedade. Leiam, critiquem, comentem, sugiram,

proponham! Estamos construindo o futuro do Brasil.


Ministro de Estado da Educao: Renato Janine Ribeiro

Secretrio Executivo: Luiz Cludio Costa

SECRETARIA DE EDUCAO BSICA

Secretrio: Manuel Palacios da Cunha e Melo

DIRETORIA DE CURRCULOS E EDUCAO INTEGRAL

Diretor:talo Modesto Dutra

COORDENAO-GERAL DO ENSINO FUNDAMENTAL

Coordenador-Geral:lsio Jos Cor

COORDENAO-GERAL DE EDUCAO INFANTIL

Coordenadora-Geral: Rita de Cssia de Freitas Coelho

COORDENAO-GERAL DE ENSINO MDIO

Coordenadora-Geral Interina: Ricardo Magalhes Dias Cardozo

COORDENAO-GERAL DE EDUCAO INTEGRAL

Coordenador-Geral: Leandro da Costa Fialho

Presidente / Secretrio de Estado da Educao de Santa CatarinaEduardo Deschamps

Vice-Presidente / Secretrio da Educao do Estado da BahiaOsvaldo Barreto Filho

Vice-Presidente / Secretrio de Estado da Educao e da Qualidade de Ensino do AmazonasRossieli Soares da Silva

Vice-Presidente / Secretria de Estado da Educao de Mato Grosso do SulMaria Ceclia Amendola da Motta

Vice-Presidente / Secretrio de Estado de Educao do Rio de JaneiroAntnio Jos Vieira de Paiva Neto

Vice-Presidente / Secretria de Estado da Educao do ParanAna Seres Trento Comin

Presidente Tabuleiro do Norte/ CEAlessio Costa Lima

Vice-PresidentaCosta Rica/ MSManuelina Martins da Silva Arantes Cabral

Secretria de ArticulaoMarechal Floriano/ ESAdenilde Stein Silva

Secretrio de Coordenao TcnicaAraguana/ TOJocirley de Oliveira

Secretrio de ComunicaoFlorianpolis/ SCRodolfo Joaquim Pinto da Luz

Secretria de FinanasLago de Pedras/ RNMaria Edineide de Almeida Batista

Secretria de Assuntos JurdicosVitria do Xingu/ PA Diana Amorim da Silva Rocha

Presidente Regio Centro OesteCuiab/ MTGilberto Gomes de Figueiredo

Presidente Regio NordesteSerrinha/ BA Gelcivnia Mota Silva

Presidente Regio NorteTonantins/ AMEdelson Penaforth Pinto

Presidente Regio SudesteMariana/ MGElizabeth Cota

Presidente Regio Sul Rio Grande/ RSAndr Lemes da Silva


SUMRIO

PRINCPIOS ORIENTADORES DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNC) ............. 8

DOCUMENTO PRELIMINAR BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PRINCPIOS,

FORMAS DE ORGANIZAO E CONTEDO ..................................................................................... 13

BASE NACIONAL CURRICULAR - EDUCAO INFANTIL .............................................................. 17

CAMPOS DE EXPERINCIAS E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAO INFANTIL ....................22

CAMPO DE EXPERINCIAS: O EU, O OUTRO E O NS .........................................................................................22

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ..........................................................................................................................................................22

CAMPO DE EXPERINCIA: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS ...........................................................................23


CAMPO DE EXPERINCIA: ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAO ...................................................24

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: .........................................................................................................................................................24

CAMPO DE EXPERINCIA: TRAOS, SONS, CORES E IMAGENS ......................................................................25


CAMPO DE EXPERINCIAS: ESPAOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAES E TRANSFORMAES 26

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM: ......................................................................................................................................................... 27

REA: LINGUAGENS ............................................................................................................. 28

REA DE LINGUAGENS ...................................................................................................................................................29

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA REA DE LINGUAGENS NA EDUCAO BSICA ..................................................... 31

A REA DE LINGUAGENS NO ENSINO FUNDAMENTAL ......................................................................................32

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA REA DE LINGUAGENS NO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................... 34

A REA DE LINGUAGENS NO ENSINO MDIO .........................................................................................................35

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA REA DE LINGUAGENS NO ENSINO MDIO.............................................................36

COMPONENTE CURRICULAR LNGUA PORTUGUESA .......................................................................................... 37

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE LNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL I .........................................45

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE LNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL II ........................................65

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE LNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MDIO ............................................................. 78


COMPONENTE CURRICULAR LNGUA ESTRANGEIRA MODERNA ....................................................................88

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE LNGUA ESTRANGEIRA MODERNA NO ENSINO FUNDAMENTAL ...................94

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE LNGUA ESTRANGEIRA MODERNA NO ENSINO MDIO .................................... 100

COMPONENTE CURRICULAR ARTE .......................................................................................................................... 103

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE ARTE NA EDUCAO BSICA .......................................................................................107

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL I .......................................................................... 109

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE ARTE NO ENSINO FUNDAMENTAL II ...........................................................................110

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE ARTE NO ENSINO MDIO ................................................................................................112

COMPONENTE CURRICULAR EDUCAO FSICA ................................................................................................. 115

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE EDUCAO FSICA NA EDUCAO BSICA ............................................................ 117

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ESPECFICOS POR PRTICA CORPORAL EM CICLOS ..................................................118

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE EDUCAO FSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL I .............................................. 120

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE EDUCAO FSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II ..............................................124

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DE EDUCAO FSICA NO ENSINO MDIO ................................................................... 130

REA: MATEMTICA ...........................................................................................................133

APRESENTAO DA REA DE MATEMTICA ........................................................................................................134

OBJETIVOS DA MATEMTICA NA EDUCAO BSICA ..............................................................................................................136

A MATEMTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL .........................................................................................................137

OBJETIVOS DA MATEMTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL ..................................................................................................... 140

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO FUNDAMENTAL .........................................................................................141

A MATEMTICA NO ENSINO MDIO ......................................................................................................................... 156

OBJETIVOS DA MATEMTICA NO ENSINO MDIO ....................................................................................................................... 158

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO MDIO ........................................................................................................ 159

REA: CINCIAS DA NATUREZA .......................................................................................165

APRESENTAO DA REA ........................................................................................................................................... 166

OBJETIVOS GERAIS DA REA ................................................................................................................................................................170

CINCIAS DA NATUREZA NO ENSINO FUNDAMENTAL .......................................................................................171

OBJETIVOS DA REA DE CINCIAS DA NATUREZA NO ENSINO FUNDAMENTAL ............................................................ 173

COMPONENTE CURRICULAR DE CINCIAS ............................................................................................................174

CINCIAS DA NATUREZA NO ENSINO MDIO ...................................................................................................... 200

OBJETIVOS DE CINCIAS DA NATUREZA NO ENSINO MDIO ............................................................................................... 203


COMPONENTE CURRICULAR - BIOLOGIA .............................................................................................................. 204

OBJETIVOS COM PROGRESSO E RECURSIVIDADE ................................................................................................................... 210

COMPONENTE CURRICULAR - FSICA .................................................................................................................... 224

COMPONENTE CURRICULAR QUMICA ................................................................................................................241

REA: CINCIAS HUMANAS .............................................................................................256

APRESENTAO DA REA DE CINCIAS HUMANAS ..........................................................................................257

OBJETIVOS GERAIS ................................................................................................................................................................................. 259

A REA DE CINCIAS HUMANAS NO ENSINO FUNDAMENTAL ...................................................................... 260

OBJETIVOS DA REA DE CINCIAS HUMANAS NO ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................... 261

A REA DE CINCIAS HUMANAS NO ENSINO MDIO ....................................................................................... 262

OBJETIVOS DA REA DE CINCIAS HUMANAS NO ENSINO MDIO .................................................................................... 263

APRESENTAO DO COMPONENTE CURRICULAR GEOGRAFIA ................................................................... 264

APRESENTAO DO COMPONENTE CURRICULAR ENSINO RELIGIOSO .................................................... 280

APRESENTAO DO COMPONENTE CURRICULAR FILOSOFIA ...................................................................... 292

APRESENTAO DO COMPONENTE CURRICULAR SOCIOLOGIA ................................................................. 296


8

Princpios orientadores da Base Nacional

Comum Curricular (BNC)

Em atendimento ao Plano Nacional de Educao e em conformidade com as

Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Bsica, a Secretaria

de Educao Bsica do Ministrio da Educao d continuidade ao processo

de elaborao da Base Nacional Comum Curricular, a ser submetida a ampla

consulta pblica e posterior submisso ao Conselho Nacional de Educao.

O objetivo da BNC sinalizar percursos de aprendizagem e desenvolvimento

dos estudantes ao longo da Educao Bsica, compreendida pela Educao

Infantil, Ensino Fundamental, anos iniciais e finais, e Ensino Mdio, capazes de

garantir, aos sujeitos da educao bsica, como parte de seu direito educao,

que ao longo de sua vida escolar possam:

desenvolver, aperfeioar, reconhecer e valorizar suas prprias

qualidades, prezar e cultivar o convvio afetivo e social, fazer-se

respeitar e promover o respeito ao outro, para que sejam apreciados

sem discriminao por etnia, origem, idade, gnero, condio fsica ou

social, convices ou credos;

participar e se aprazer em entretenimentos de carter social, afetivo,

desportivo e cultural, estabelecer amizades, preparar e saborear

conjuntamente refeies, cultivar o gosto por partilhar sentimentos e

emoes, debater ideias e apreciar o humor;

cuidar e se responsabilizar pela sade e bem estar prprios e daqueles

com quem convive, assim como promover o cuidado com os ambientes

naturais e os de vivncia social e profissional, demandando condies

dignas de vida e de trabalho para todos;

se expressar e interagir a partir das linguagens do corpo, da fala,

escrita, das artes, da matemtica, das cincias humanas e da natureza,

assim como informar e se informar por meio dos vrios recursos de

comunicao e informao;

situar sua famlia, comunidade e nao relativamente a eventos

histricos recentes e passados, localizar seus espaos de vida e de

origem, em escala local, regional, continental e global, assim como


9

cotejar as caractersticas econmicas e culturais regionais e brasileiras

com as do conjunto das demais naes;

experimentar vivncias, individuais e coletivas, em prticas corporais e

intelectuais nas artes, em letras, em cincias humanas, em cincias da

natureza e em matemtica, em situaes significativas que promovam

a descoberta de preferncias e interesses, o questionamento livre,

estimulando formao e encantamento pela cultura.

desenvolver critrios prticos, ticos e estticos para mobilizar

conhecimentos e se posicionar diante de questes e situaes

problemticas de diferentes naturezas, ou para buscar orientao ao

diagnosticar, intervir ou encaminhar o enfrentamento de questes de

carter tcnico, social ou econmico;

relacionar conceitos e procedimentos da cultura escolar queles do

seu contexto cultural; articular conhecimentos formais s condies

de seu meio e se basear nesses conhecimentos para a conduo da

prpria vida, nos planos social, cultural, e econmico;

debater e desenvolver ideias sobre a constituio e evoluo da vida,

da Terra e do Universo, sobre a transformao nas formas de interao

entre humanos e com o meio natural, nas diferentes organizaes

sociais e polticas, passadas e atuais, assim como problematizar

o sentido da vida humana e elaborar hipteses sobre o futuro da

natureza e da sociedade;

experimentar e desenvolver habilidades de trabalho; se informar

sobre condies de acesso formao profissional e acadmica,

sobre oportunidades de engajamento na produo e oferta de bens e

servios, para programar prosseguimento de estudos ou ingresso ao

mundo do trabalho;

identificar suas potencialidades, possibilidades, perspectivas e

preferncias, reconhecendo e buscando superar limitaes prprias e

de seu contexto, para dar realidade a sua vocao na elaborao e

consecuo de seu projeto de vida pessoal e comunitria;

participar ativamente da vida social, cultural e poltica, de forma

solidria, crtica e propositiva, reconhecendo direitos e deveres,

identificando e combatendo injustias, e se dispondo a enfrentar ou

mediar eticamente conflitos de interesse.


10

A escola no a nica instituio responsvel por garantir esses direitos, mas

tem um papel importante para que eles sejam assegurados aos estudantes. Para

que possa cumprir este papel, ao longo da educao bsica sero mobilizados

recursos de todas as reas de conhecimento e de cada um de seus componentes

curriculares, de forma articulada e progressiva, pois em todas as atividades

escolares aprende-se a se expressar, conviver, ocupar-se da sade e do ambiente,

localizar-se no tempo e no espao, desenvolver viso de mundo e apreo pela

cultura, associar saberes escolares ao contexto vivido, projetar a prpria vida e

tomar parte na conduo dos destinos sociais.

Esses diretos fundamentais, que a escola deve contribuir para promover, sero

de fato garantidos quando os sujeitos da educao bsica - estudantes, seus

professores e demais partcipes da vida escolar dispuserem de condies para:

o desenvolvimento de mltiplas linguagens como recursos prprios; o uso criativo

e crtico dos recursos de informao e comunicao; a vivncia da cultura como

realizao prazerosa; a percepo e o encantamento com as cincias como

permanente convite dvida; a compreenso da democracia, da justia e da

equidade como resultados de contnuo envolvimento e participao. Essas

condies se efetivam numa escola que seja ambiente de vivncia e produo

cultural, de corresponsabilidade de todos com o desenvolvimento de todos, e em

contnuo intercmbio de questes, informaes e propostas com sua comunidade,

como protagonista social e cultural.

Na Educao Infantil uma escola que apresente tais caracterstica requer a

constituio de um ambiente acolhedor, em que cuidados e convvio promovam a

socializao, o estabelecimento de vnculos afetivos e de confiana, juntamente

com a atividades que promovam a aprendizagem e o desenvolvimento. Para

isso, levando em conta as culturas da comunidade, essencial criar situaes

em que o brincar em suas diversas manifestaes seja contexto promotor do

conhecimento de si, do outro e do mundo, em interaes amistosas e nas quais

se cultivem os cuidados consigo mesmo e com o outro, se estabeleam atitudes

de curiosidade, questionamento, investigao e encantamento.

Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, em continuidade Educao

Infantil, ao lado do acolhimento integral criana e do apoio a sua socializao, a

alfabetizao e a introduo aos conhecimentos sistematizados pelas diferentes

reas do conhecimento deve se dar em articulao com atividades ldicas, como

brincadeiras e jogos, artsticas, como o desenho e o canto, e cientficas, como

a explorao e compreenso de processos naturais e sociais.Por essa razo

a orientao curricular para essas etapas precisa integrar as muitas reas do

conhecimento, centradas no letramento e na ao alfabetizadora.


11

Nos anos finais de Ensino Fundamental, a dimenso ldica das prticas

pedaggicas adquire outras caractersticas, em consonncia com as mudanas de

interesse prprias faixa etria dos estudantes. Essas mudanas devem ser objeto

de reflexo dos vrios componentes curriculares que devem, ainda considerar

a necessria continuidade do desenvolvimento social e afetivo. Nesta etapa h

a insero de novos componentes curriculares, a cargo de diversos professores,

o que requer que sejam compartilhados os compromissos com o processo de

letramento em suas dimenses artsticas, cientficas, humansticas, literrias e

matemticas. Por isso, demanda-se uma articulao interdisciplinar consistente,

considerando a convergncia entre temticas pertinentes s diferentes reas do

conhecimento: literrias, histricas, geogrficas, cientficas, assim como diferentes

componentes podem requerer vrios recursos matemticos em diversos contextos.

Ao longo do Ensino Mdio, dado o nmero ainda maior de componentes

curriculares, a articulao interdisciplinar igualmente importante, no interior

de cada rea do conhecimento ou entre as reas, como ao tratar questes

econmicas e sociais, a obteno e distribuio da energia ou a sustentabilidade

socioambiental, envolvendo, por exemplo histria, sociologia, geografia e

cincias naturais. Particularmente clculos e algoritmos matemticos, essenciais

s cincias naturais, demandam correlaes entre diversos aprendizados e

articulao entre formulao terica e aplicaes prticas.

No presente texto preliminar, que ser submetido em escala nacional apreciao

crtica para ser revisto, complementado, modificado, os direitos de aprendizagem

anteriormente apresentados fundamentam as articulaes entre as reas

do conhecimento e etapas de escolarizao na definio dos objetivos da

educao bsica. Assim, na estrutura do documento preliminar da BNC cada

uma das reas de conhecimento apresenta os componentes curriculares que as

constituem em cada etapa da educao bsica e os objetivos de aprendizagem

relacionados a esses componentes. A definio dos objetivos de aprendizagem se

faz, portanto, pela articulao entre a singularidade das reas do conhecimento e

de seus componentes e as especificidades dos estudantes ao longo da educao

bsica.

Desde o letramento inicial at as etapas conclusivas da educao bsica h

aspectos da formao que envolvem todas as reas de conhecimento, como

o desenvolvimento da sociabilidade, da curiosidade, de atitudes ticas, de

qualificao para compreender e empregar inmeras tecnologias, para elaborar

vises de mundo e sociedade. Entretanto, promover curiosidade, imaginao

e investigao apresentar caractersticas diferentes em diferentes etapas


12

ainda que, sempre que possvel, os conhecimentos sejam contextualizados,

antes de se promover a generalizao e a abstrao.

As reas e componentes curriculares se articulam para promover a apropriao por

crianas, jovens e adultos de diferentes linguagens, para reconhecer e interpretar

fenmenos e processos naturais sociais e culturais, para enfrentar problemas

prticos, para argumentar e tomar decises, individual e coletivamente.


13

DOCUMENTO PRELIMINAR BASE

NACIONAL COMUM CURRICULAR

PRINCPIOS, FORMAS DE ORGANIZAO E

CONTEDO

Em atendimento ao exposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a

Educao Bsica e no Plano Nacional de Educao, a Secretaria de Educao

Bsica do Ministrio da Educao apresenta consulta pblica o documento

preliminar Base Nacional Comum Curricular - BNC. Este documento rene direitos

e objetivos de aprendizagem relacionados s quatro reas do conhecimento

Cincias da Natureza, Cincias Humanas, Linguagens e Matemtica- e seus

respectivos componentes curriculares para todas as etapas da educao bsica.

O ponto de partida para a definio dos objetivos de aprendizagem propostos pelo

documento preliminar da BNC so os Direitos de Aprendizagem apresentados

no texto Base Nacional Comum Curricular (BNC) Princpios orientadores da

definio de objetivos de aprendizagem das reas de conhecimento. Os doze

Direitos de Aprendizagem enunciados no referido texto constituem um conjunto

de proposies que orientam as escolhas feitas pelos componentes curriculares

na definio de seus objetivos de aprendizagem, consideradas as dimenses

tica, esttica e poltica de efetivao daqueles direitos de aprendizagem e

desenvolvimento.

A BNC constituda pelos conhecimentos fundamentais aos quais todo/toda

estudante brasileiro deve ter acesso para que seus Direitos Aprendizagem e

ao Desenvolvimento sejam assegurados. Esses conhecimentos devem constituir

a base comum do currculo de todas as escolas brasileiras embora no sejam,

eles prprios, a totalidade do currculo, mas parte dele. Deve-se acrescer

parte comum,a diversificada, a ser construda em dilogo com a primeira e com

a realidade de cada escola, em ateno no apenas cultura local, mas s

escolhas de cada sistema educacional sobre as experincias e conhecimentos

que devem ser oferecidos aos estudantes e s estudantes ao longo de seu

processo de escolarizao.

O documento preliminar Base Nacional Comum est organizado em quatro

reas de conhecimento:Linguagens, Matemtica, Cincias Humanas e Cincias

da Natureza. Tal organizao visa superar a fragmentao na abordagem do


14

conhecimento escolar pela integrao e contextualizao desses conhecimentos,

respeitando-se as especificidades dos componentes curriculares que integram as

diferentes reas. Os princpios que orientam a integrao entre os componentes

de uma mesma rea,os objetivos que prope para a educao bsica e a

especificidade que assume em cada etapa de escolarizao encontram-se

descritos nos textos de apresentao de rea e naqueles que a apresentam

no ensino fundamental e no ensino mdio. No caso da educao infantil em

todas as reas pode-se encontrar um texto que apresenta sua especificidade na

BNC. A especificidade dos componentes curriculares que integram as reas de

conhecimento encontra-se descrita nos textos de apresentao dos componentes

curriculares, que podem ser acessados a partir das etapas de escolarizao nas

quais esses componentes aparecem.

Em todas as reas os objetivos de aprendizagempara as diferentes etapas da

educao bsica so propostos tendo como referncia as caractersticas dos

estudantes em cada etapa da educao bsica, suas experincias e contextos de

atuao na vida social. Foram considerados, ainda, na definio desses objetivos,os

critrios de relevncia e pertinncia, como expressonas Diretrizes Curriculares

Nacionais Gerais paraa Educao Bsica.Esses critrios se materializam, em cada

componente curricular, na definio deeixos em torno dos quais se organizam

os objetivos de aprendizagem. Esses eixos tm a funo de articular tanto os

componentes de uma mesma rea de conhecimento quanto as diferentes etapas

de escolarizao ao longo das quais esse componente se apresenta.

A integrao entre os componentes de uma mesma rea do conhecimento e entre

as diferentes reas estabelecida, ainda, pelos temas integradores.Os temas

integradores dizem respeito a questes que atravessam as experincias dos

sujeitos em seus contextos de vida e atuao e que, portanto, intervm em seus

processos de construo de identidade e no modo como interagem com outros

sujeitos, posicionando-se tica e criticamente sobre e no mundo nessas interaes.

Contemplam, portanto, para alm da dimenso cognitiva, as dimenses poltica,

tica e esttica da formao dos estudantes. Os temas integradores perpassam

objetivos de aprendizagem de diversos componentes curriculares, nas diferentes

etapas da educao bsica. So eles: Consumo e educao financeira;

tica, direitos humanos e cidadania; Sustentatibilidade;Tecnologias digitais;

Culturas africanas e indgenas. Eles podem ser acessados e localizados num

link especfico do Portal da Base no qual o documento preliminar da Base est

disponvel.

Os objetivos de aprendizagemso apresentados a partir das quatro reas

do conhecimento e seus respectivos componentes curriculares. Esses ltimos


15

podem ser acessados a partirdas etapas da educao bsica nas quais eles so

abordados Ensino Fundamental, anos iniciais e finais e Ensino Mdio. No caso

da Educao Infantil os objetivos de aprendizagem so apresentados a partir das

quatro reas do conhecimento, tendo como referncia campos de experincias

potencializadores das relaes das crianas com mltiplas linguagens e

conhecimentos. A integrao entre educao infantil e ensino fundamental

estabelecida pelo modo como as experincias propostas na educao infantil se

desdobrame se articulam quelas propostas por cada componente curricular nos

iniciais do ensino fundamental.

Para o Ensino Fundamental e tambm para o Ensino Mdio, os objetivos de

aprendizagem dos diferentes componente curriculares so apresentados ano

a ano. Essa forma de apresentao tem o intuito de oferecer uma orientao

mais precisa aos sistemas, escolas e professorescom relao progresso

desses objetivos ao longo do processo de escolarizao. Tal orientao no

dever ser entendida, entretanto, como uma prescrio da progresso. Importa

muito maisobservar o alcance do conjunto de objetivos nos anos que demarcam a

transio entre as diferentes etapas - da educao infantil ao ensino fundamental,

dos anos iniciais aos anos finais, destes ao ensino mdio e ao trmino do ensino

mdio. Novos arranjos na distribuio a cada ano so no apenas possveis como

desejveis, considerando especificidades locais e a articulao entre a parte

comum e a diversificada do currculo.

No caso dos componentes Arte e Educao Fsica os objetivos de aprendizagem

so apresentados em relao a ciclos de escolarizao mais amplos e, ainda,

em referncia s diferentes linguagens e prticas em que se desdobram esses

componentes. A proposta a de que cada sistema de ensino e/ou escola possa

fazer suas escolhas em termos de quais linguagens e objetivos privilegiar a cada

ano de escolarizao.

Algumas questes importantes j se anunciam e exigem aprofundamento e

especial ateno ao longo do processo de debate/reviso do presente documento

preliminar. A principal delas diz respeito s condies deacessibilidade aos

estudantes deficientes, com transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades e superdotao queles conhecimentos fundamentais que so objeto

da Base Nacional Comum. Espera-se que este tema possa ser contemplado pelo

debate nacional e incorporado de forma melhor qualificada ao documento final

da Base. Outro aspecto a ser contemplado pelo debate pblicodiz respeito a

como a BNC, a parte comum do currculo,pode contribuir para a proposio de

diferentes trajetrias acadmicas para os estudantes do Ensino Mdio. Este tema

tm sido tratado na perspectiva da parte diversificada dos currculos, mas seria


16

importante avanar em proposies sobre como ele pode tambm envolver a

parte comum.

Finalmente cumpre destacar que a expectativa de um debate acerca dos objetivos

de desenvolvimento e aprendizagem que comporo o documento final da BNC, a

ser encaminhado ao CNE no primeiro semestre do ano de 2016, a de que este

debate possa contribuir para uma ampla manifestao da sociedade brasileira

em relao s escolhas que se materializam neste documento preliminar. Tal

manifestao deve conduzir reflexo e consequente reviso dessas escolhas

em funo dos anseios e perspectivas sinalizadas pelos participantes do debate.


17

BASE NACIONAL CURRICULAR -

EDUCAO INFANTIL

A Educao Infantil em nosso pas, nas ltimas dcadas, vem construindo uma

nova concepo sobre como educar e como cuidar de crianas de zero a cinco

anos em instituies educacionais. Essa concepo deve buscar romper com dois

modos de atendimento fortemente marcados na histria da Educao Infantil: o

assistencialista, que desconsidera a especificidade educativa das crianas dessa

faixa etria, e tambm o escolarizante, que se orienta, equivocadamente, por

prticas do Ensino Fundamental.

As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais da Educao Infantil (DCNEI -

Resoluo CNE/CEB n. 05/09, artigo 4) definem a criana como um sujeito

histrico e de direitos, que brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,

experimenta, narra, questiona e constri sentidos sobre a natureza e sobre a

sociedade, produzindo cultura. O reconhecimento desse potencial aponta para

o direito de as crianas terem acesso a processos de apropriao, de renovao

e de articulao de saberes e conhecimentos, como requisito para a formao

humana, para a participao social e para a cidadania, desde seu nascimento

at seis anos de idade. Alm disso, em uma ao complementar das instituies

educativas com as famlias, a comunidade e o poder pblico, imprescindvel

assegurar o direito das crianas proteo, sade, liberdade, confiana, ao

respeito, dignidade, cultura, s artes, brincadeira, convivncia e interao

com outros/as meninos/as.

O posicionamento em relao aos processos pedaggicos na Educao Infantil

parte da concepo de que a construo de conhecimentos pelas crianas

nas unidades de Educao Infantil, urbanas e do campo, efetiva-se pela sua

participao em diferentes prticas cotidianas nas quais interagem com parceiros

adultos e companheiros de idade.

Nesse processo necessrio reconhecer dois pontos. O primeiro diz respeito ao

modo como as crianas pequenas se relacionam com o mundo, a especificidade

dos recursos que utilizam, tais como a corporeidade, a linguagem, a emoo.

Entender essa forma relacional e afetiva, muito ligada vivncia pessoal, em que

se utiliza um reduzido uso de categorias para assinalar o que se conhece, crucial

a um trabalho na Educao Infantil. Nessa etapa, as crianas reagem ao mundo

fortemente guiadas por suas emoes, buscam conhecer diferentes pessoas,


18

adultos e crianas, adquirem maior autonomia para agir nas prticas cotidianas

que envolvem as tarefas de alimentao, de higiene, na integrao do educar e

do cuidar. Nesse perodo etrio, mais do que em qualquer outro, as interaes e

as brincadeiras, em especial as de faz-de-conta, so os principais mediadores

das aprendizagens da criana e se fazem presentes em todo o tipo de situao:

nas exploraes de objetos e de elementos da natureza, no reconhecimento

dos comportamentos dos parceiros, no acompanhamento de uma apresentao

musical ou de uma histria sendo contada.

O segundo ponto chama a ateno para o reconhecimento de que o conjunto

dos discursos e das prticas cotidianas vivenciados nas instituies educacionais

conforma um contexto que atua nos modos como as crianas e os adultos vivem,

aprendem e so subjetivados, desde o nascimento, com fortes impactos para sua

prpria imagem e para o modo como se relacionam com os demais. Em funo

disso, o foco do trabalho pedaggico deve incluir a formao pela criana de uma

viso plural de mundo e de um olhar que respeite as diversidades culturais, tnico-

raciais, de gnero, de classe social das pessoas, apoiando as peculiaridades das

crianas com deficincia, com altas habilidades/superdotao e com transtornos

de desenvolvimento.

Esses pontos guiam o modo de as crianas conhecerem o mundo social e fsico e

se apropriarem das diferentes linguagens e tecnologias que a circulam e podem

ajud-las a desenvolver atitudes de solidariedade, de respeito aos demais e de

sustentabilidade da vida na Terra. Para isso, elas precisam imergir nas situaes,

pesquisar caractersticas, tentar solues, perguntar e responder a parceiros

diversos, em um processo que muito mais ligado s possibilidades abertas

pelas interaes infantis do que a um roteiro de ensino preparado apenas pelo/a

professor/a. Da que o currculo na Educao Infantil acontece na articulao

dos saberes e das experincias das crianas com o conjunto de conhecimentos

j sistematizados pela humanidade, ou seja, os patrimnios cultural, artstico,

ambiental, cientfico e tecnolgico (DCNEI, Art. 3).

Essas consideraes fundamentam os trs princpios que devem guiar o projeto

pedaggico da unidade de Educao Infantil propostos nas DCNEI (Resoluo

CNE/CEB 05/09, artigo 6):

ticos (autonomia, responsabilidade, solidariedade, respeito ao bem-

comum, ao meio ambiente e s diferentes culturas, identidades e

singularidades);

polticos (direitos de cidadania, exerccio da criticidade, respeito

ordem democrtica);


19

estticos (sensibilidade, criatividade, ludicidade, liberdade de

expresso nas diferentes manifestaes artsticas e culturais).

Tais princpios embasam os temas, as metodologias e as relaes que constituem

o modo de gesto das turmas e da unidades e a programao dos ambientes no

dia-a-dia da unidade de Educao Infantil.

Considerando as formas pelas quais meninos e meninas aprendem, ou seja,

convivendo, brincando, participando, explorando, comunicando e conhecendo-

se, seis grandes direitos de aprendizagem devem ser garantidos s crianas na

Educao Infantil. Esses direitos decorrem daqueles apresentados nos princpios

orientadores para a elaborao da BNC, considerando a especificidades das

crianas atendidas pela educao infantil, principalmente em relao as suas

idades. So eles:

CONVIVER democraticamente, com outras crianas e adultos, com eles

interagir, utilizando diferentes linguagens, e ampliar o conhecimento

e o respeito em relao natureza, cultura, s singularidades e s

diferenas entre as pessoas.

BRINCAR cotidianamente de diversas formas e com diferentes

parceiros, interagindo com as culturas infantis, construindo

conhecimentos e desenvolvendo sua imaginao, sua criatividade, suas

capacidades emocionais, motoras, cognitivas e relacionais.

PARTICIPAR, com protagonismo, tanto no planejamento como na

realizao das atividades recorrentes da vida cotidiana, na escolha

das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo

linguagens e elaborando conhecimentos.

EXPLORAR movimentos, gestos, sons, palavras, histrias, objetos,

elementos da natureza e do ambiente urbano e do campo, interagindo

com diferentes grupos e ampliando seus saberes e linguagens.

COMUNICAR, com diferentes linguagens, opinies, sentimentos e

desejos, pedidos de ajuda, narrativas de experincias, registros de

vivncias e de conhecimentos, ao mesmo tempo em que aprende a

compreender o que os outros lhe comunicam.

CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal e cultural,

constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de


20

pertencimento nas diversas interaes e brincadeiras vivenciadas na

instituio de Educao Infantil

Para atender a esses objetivos, devem ser criadas experincias de aprendizagem,

ou seja, experincias concretas na vida cotidiana que levam aprendizagem da

cultura, pelo convvio no espao coletivo, e produo de narrativas, individuais

e coletivas, por meio de diferentes linguagens, como colocam as DCNEI (Parecer

CNE/CEB n 20/09).

As diversas possibilidades de experincias que as crianas podem usufruir, na

unidade de Educao Infantil e citadas no parecer acima, no ocorrem de modo

isolado ou fragmentadas, mas so promovidas por um conjunto de prticas

que articulam os saberes e os fazeres das crianas com os conhecimentos j

sistematizados pela humanidade. Da a proposta do arranjo curricular para a

Educao Infantil na BNC se dar em Campos de Experincias, conjuntos formados

considerando alguns pontos de convergncia entre os elementos que os orientam.

Os Campos de Experincia incluem determinadas prticas sociais e culturais de

uma comunidade e as mltiplas linguagens simblicas que nelas esto presentes.

Constituem-se como forma de organizao curricular adequada a esse momento

da educao da criana de at 6 anos, quando certos conhecimentos, trabalhados

de modo interativo e ldico, promovem a apropriao por elas de contedos

relevantes. Os campos potencializam experincias de distintas naturezas, dadas

a relevncia e a amplitude dos desafios que uma criana de 0 a 6 anos enfrenta

em seu processo de viver, de compreender o mundo e a si mesma.

Os Campos de Experincia colocam, no centro do projeto educativo, as interaes,

as brincadeiras, de onde emergem as observaes, os questionamentos, as

investigaes e outras aes das crianas articuladas com as proposies trazidas

pelos/as professores/as. Cada um deles oferece s crianas a oportunidade de

interagir com pessoas, com objetos, com situaes, atribuindo-lhes um sentido

pessoal. Os conhecimentos a elaborados, reconhecidos pelo/a professor/a como

fruto das experincias das crianas, so por ele/a mediados para qualificar e para

aprofundar as aprendizagens feitas.

Na perspectiva da integrao entre a Educao Infantil e os anos iniciais do

Ensino Fundamental, os campos de experincia organizao interdisciplinar,

por excelncia - fundamentam importantes processos das crianas que tero

continuidade e progresso nas demais etapas da Educao Bsica, quando

sero tratados em reas de Conhecimento da Base Nacional Comum Curricular


21

(Linguagens, Cincias Humanas, Cincias da Natureza e Matemtica) e

respectivos componentes curriculares. Assim, tanto os campos de experincia

no so nomeados como reas de conhecimento, quanto as aquisies ocorridas

no so apontadas em termos de domnio de conceitos, mas como capacidades

construdas pela participao da criana em situaes significativas.

LINGUAGEM Em todos os campos de experincia da Educao Infantil, os vrios

tipos de linguagem esto presentes: a verbal, a corporal, a musical, a visual etc. As

linguagens, de grande complexidade e constituidoras de subjetividade humana, so

instrumentos de expresso, de representao, de interao, de comunicao, de

pensamento, de apreciao esttica, de construo de conhecimentos, alm de se

configurarem tambm como um campo de conhecimentos.

MATEMTICA - O conhecimento matemtico se anuncia em todos os campos de

experincias da Educao Infantil como integrante do movimento, do olhar sobre o

mundo, do ritmo sonoro, do desenho, da pintura, da mtrica da poesia, nos compassos

da dana e das canes, alm de orientar as exploraes, as construes, as

brincadeiras com o corpo no espao, as medidas, as contagens propriamente ditas,

fazendo parte de narrativas e de outros gneros textuais.

CINCIAS HUMANAS Os conhecimentos produzidos pelas Cincias Humanas

alimentam e ajudam a criana na Educao Infantil a elaborar um conhecimento de si

e do outro, a construir a identidade pessoal e coletiva, a compreender os significados

presentes na lngua materna e nas diferentes linguagens das manifestaes artsticas

e culturais, assim como as regras que orientam as aes humanas e a tecnologia.

Tais conhecimentos ajudam as crianas a se localizarem nos tempos e espaos e

proporcionam narrativas para a construo de sentido sobre a sociedade.

CINCIAS DA NATUREZA -As exploraes e as elaboraes acerca dos fenmenos

estudados pelas Cincias da Natureza so alimentadas pela curiosidade das crianas

que, por meio de diferentes linguagens, podem alcanar um conhecimento de si e do

ambiente em que vivem, dos fenmenos fsicos e das relaes entre os seres vivos, das

mudanas produzidas pelas aes do homem etc. O conhecimento da natureza, por

meio de diferentes linguagens da Biologia, da , Qumica e de outras cincias, possibilita

a construo de compromisso com sua sustentabilidade.

Os Campos de Experincia e seus objetivos de aprendizagem, apresentados a

seguir, devero orientar o planejamento curricular dos sistemas de ensino e das

unidades de Educao Infantil. Como as aprendizagens configuram uma proposta

integradora, nesse momento, no estaro especificadas por etapa creche e pr-

escola.


22

CAMPOS DE EXPERINCIAS E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAO

INFANTIL

Preservando as especificidades das crianas de at seis anos, os Campos de

Experincias e os Objetivos de Aprendizagem em relao a cada um deles so:

CAMPO DE EXPERINCIAS: O EU, O OUTRO E O NS

As crianas vo se constituindo como algum com um modo prprio de agir, de

sentir e de pensar na interao com outras crianas e adultos. Conforme vivem

suas primeiras experincias na coletividade, elaboram perguntas sobre si e os

demais, aprendendo a se perceberem e a se colocarem no ponto de vista do

outro, a se oporem ou concordarem com seus pares, entendendo os sentimentos,

os motivos, as ideias e o cotidiano dos demais parceiros. Conhecer outros grupos

sociais, outros modos de vida, por meio de narrativas, de contatos com outras

culturas, amplia o modo de perceber o outro e desfaz esteretipos e preconceitos.

Ao mesmo tempo em que participam das relaes sociais e dos cuidados pessoais,

as crianas constroem sua autonomia e senso de autocuidado.

Objetivos de aprendizagem

EIEONOA001. Conviver com crianas e adultos em pequenos e grandes grupos,

percebendo e valorizando as diferenas individuais e coletivas existentes,

aprendendo a lidar com conflitos e a respeitar as diferentes identidades e culturas.

EIEONOA002. Brincar com diferentes parceiros e envolver-se em variadas

brincadeiras, como as exploratrias, as de construo, as tradicionais, as de faz-

de-conta e os jogos de regras, de modo a construir o sentido do singular e do

coletivo, da autonomia e da solidariedade.

EIEONOA003. Explorar materiais, brinquedos, objetos, ambientes, entorno fsico

e social, identificando suas potencialidades, limites, interesses e desenvolver sua


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sensibilidade em relao aos sentimentos, s necessidades e s ideias dos outros

com quem interage.

EIEONOA004.Participar ativamente das situaes do cotidiano, tanto daquelas

ligadas ao cuidado de si e do ambiente, como das relativas s atividades propostas

pelo/a professor/a, aprendendo a respeitar os ritmos, os interesses e os desejos

das outras crianas.

EIEONOA005.Comunicar s crianas e/ou adultos suas necessidades, sentimentos,

dvidas, hipteses, descobertas, oposies, utilizando diferentes linguagens

de modo autnomo e criativo e empenhando-se em entender o que eles lhe

comunicam.

EIEONOA006.Conhecer-se e construir uma identidade pessoal e cultural de modo

a constituir uma viso positiva de si e dos outros com quem convive, valorizando

suas prprias caractersticas e as das outras crianas e adultos, superando vises

racistas e discriminatrias.

CAMPO DE EXPERINCIA: CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS

O corpo, no contato com o mundo, essencial na construo de sentidos pelas

crianas, inclusive para as que possuem algum tipo de deficincia, transtornos

globais de desenvolvimento, altas habilidades/superdotao. Por meio do tato, do

gesto, do deslocamento, do jogo, da marcha, dos saltos, as crianas expressam-se,

percebem, interagem, emocionam-se, reconhecem sensaes, brincam, habitam

espaos e neles se localizam, construindo conhecimento de si e do mundo.

Objetivos de aprendizagem

EICGMOA001.Conviver com crianas e adultos em espaos diversos e vivenciar

movimentos e gestos que marcam sua cultura, utilizando seu corpo com liberdade

e autonomia.

EICGMOA002.Brincar, utilizando criativamente prticas corporais para realizar

jogos e brincadeiras e para criar e representar personagens no faz-de-conta, no

reconto de histrias, em danas e dramatizaes.

CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLICA CONSULTA PBLIC

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