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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS BIOMATERIAIS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA (Revisão de literatura) Késia Sousa Santos Orientador (a): Neusa Margarida Paulo Goiânia 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

BIOMATERIAIS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA

(Revisão de literatura)

Késia Sousa Santos

Orientador (a): Neusa Margarida Paulo

Goiânia

2011

II

KÉSIA SOUSA SANTOS

BIOMATERIAIS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA

(Revisão de literatura)

Seminário apresentado junto à Disciplina

Seminários Aplicados do Programa de Pós-

Graduação em Ciência Animal da Escola de

Veterinária e Zootecnia da Universidade

Federal de Goiás.

Nível: Mestrado

Área de Concentração:

Patologia, Clínica e Cirurgia Animal

Linha de Pesquisa:

Técnicas Cirúrgicas e Anestésicas, Patologia Clínica

Cirúrgica e Cirurgia Experimental

Orientador (a):

Profª. Drª. Neusa Margarida Paulo EVZ/UFG

Comitê de Orientação:

Profª. Drª. Liliana Borges de Menezes IPTSP/UFG

Prof. Dr. Adilson Donizeti Damasceno EVZ/UFG

Goiânia

2011

III

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................... 1

2 HISTÓRICO.................................................................................... 3

3 ENGENHARIA TECIDUAL ÓSSEA ............................................... 4

4 TIPOS E CLASSIFICAÇÕES DOS BIOMATERIAIS ..................... 6

4.1 Biomateriais Metálicos ................................................................. 8

4.2 Biomateriais Cerâmicos ............................................................... 9

4.3 Biomateriais Poliméricos ........................................................... 11

4.4 Compósitos................................................................................ 18

4.5 Biomateriais em scaffolds .......................................................... 20

5 CONSIDERAÇOES FINAIS ......................................................... 22

REFERÊNCIAS ............................................................................... 23

IV

LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 Dedo artificial encontrado em uma múmia egípcia, na cidade de

Tebas, mais antiga prótese conhecida .............................................3

Figura 2 Topografia de dois ossos com funções e localizações diferentes

(a,b). Topografia de um scaffold de polilactida com tamanho dos

poros diferenciados pela técnica de processamento

(c,d).................................................................................................15

LISTAS DE QUADROS

V

Quadro 1 Características desejáveis em um biomaterial para que o mesmo

seja considerando um scaffold ideal para enxerto ósseo................8

LISTA DE ABREVIATURAS

VI

CPL Caprolactona

HA Hidroxiapatita

MOD Matriz óssea desmineralizada

PCL Policaprolactona

PGA Ácido poliglicólico

PGLA poli (ácido lático-co-glicólico)

PHB Ácido polihidroxibutirato

PLA Ácido polilático

PLDL Poli-l-co-d,l-ácido lático

PLLA Poli-l-ácido-lático

PPF Polipropileno fumarato

TCP Fosfato tricálcico

1 INTRODUÇÃO

Existem várias razões clínicas para o desenvolvimento de materiais

ósseos na reconstrução de defeitos, incluindo a necessidade de implantes

ortopédicos que sejam mecanicamente mais adequados ao seu ambiente

biológico. Os métodos tradicionais para reparação destes defeitos geralmente

incluem autoenxerto e aloenxerto do osso esponjoso e aplicação de enxertos

vascularizados da fíbula e da crista ilíaca. Embora estes sejam os tratamentos

padrões, estes podem ser ineficientes, uma vez que os enxertos ósseos são

avasculares e dependentes de difusão. Ainda, o tamanho do defeito e a

viabilidade do leito hospedeiro podem limitar a sua aplicação. Além disso, a

reabsorção óssea é um processo imprevisível; o enxerto pode ser reabsorvido

pelo corpo antes da osteogênese ser completada (ENNEKING et al., 1980;

BROWN & CRUESS, 1982;). O tecido doador muitas vezes é escasso, o tempo

de operação necessário para a retirada dos autoenxertos torna o procedimento

dispendioso e pode haver significativa morbidade local associada à dor,

infecção e hematoma (YOUNGER & CHAPMAN, 1989; TIEDMAN et al., 1995).

Por outro lado, o aloenxerto pode estar associado ao risco de infecção e/ou

doenças transmissíveis, que podem provocar uma diminuição ou perda total

dos fatores indutores do crescimento celular (BOSTROM & MIKOS, 1997).

Enxertos vascularizados necessitam de microcirurgias especializadas, o que

requer uma infraestrutura sofisticada. As técnicas de distração osteogênica são

muitas vezes processos trabalhosos e demorados (ILIZAROV, 1989). Outro

método de reparação óssea é o preenchimento do defeito por meio do cimento

ósseo. Entretanto, este material deve ser preparado na sala de cirurgia sendo

assim suscetível a contaminação.

Materiais alternativos que possuam melhores propriedades físicas,

químicas e mecânicas do que as usadas atualmente são a grande

preocupação dos pesquisadores no campo da engenharia de tecidos. Isso

pode diminuir o insulto vascular do implante ao osso e causar menos stress,

diminuindo a incidência de complicações relacionadas à osteopenia e uma

refratura. As propriedades citadas acima podem ser obtidas por meio da

2

otimização da construção e modulação para evitar as sequelas decorrentes do

uso dos substitutivos ósseos. Como exemplo pode-se citar as modificações de

superfície projetadas para melhorar a estabilização dos implantes de forma

permanente, por meio do revestimento das próteses com as células ou tecidos

antes da implantação. Isto pode ser extremamente útil em operações

ortopédicas reconstrutivas que potencialmente tem alta incidência de falhas

secundária ao emprego dos biomateriais (DEKKER et al., 1998).

A regeneração óssea requer quatro componentes: um sinal

morfogenético; células hospedeiras sensíveis que respondem a este sinal; um

portador adequado deste sinal que pode envia-los a sítios específicos e um

leito hospedeiro vascularizado e viável (HARAKAS, 1984; CROTEAU et al.,

1999). Diante disso, a engenharia tecidual é o uso de um material que funcione

como scaffold (matriz acelular) e que induz a formação óssea a partir do tecido

circundante, agindo ainda como um transportador ou modelo para as células

ósseas ou outros agentes implantados. Os materiais utilizados como scaffolds

podem ser injetáveis ou rígidos, sendo que este último necessita de um

procedimento de implante operatório.

O objetivo desta revisão é apresentar os avanços no campo da

engenharia de tecidos que possam atender as necessidades dos pacientes que

necessitam de enxertos ósseos.

3

2 HISTÓRICO

Registros escritos de povos antigos como os Assírios, Egípcios,

Gregos e Maias mostram a preocupação com a reconstrução estética e

funcional dos órgãos e tecidos mutilados. Foi achada no Egito antigo, na cidade

de Tebas, há 2600 anos a mais antiga prótese conhecida do mundo: um dedo

artificial feito à base de linho tratado e prensado que apresentava coloração

semelhante à da pele e textura de couro. Na sua extremidade digital pode-se

observar um vidro em forma de unha (Figura 1). Os furos em volta do artefato

sugerem que eram presos ao órgão mutilado com tiras em fita. Um antebraço

artificial pode também ser visto em uma múmia exposta no museu de Arlington,

England, e esculturas sintéticas de pés, no museu de Manchester (DIAS,

2006).

Figura 1 – Dedo artificial encontrado em uma

múmia egípcia, na cidade de Tebas,

mais antiga prótese conhecida. Fonte:

http://historiofobia.blogspot.com/2011/0

2/dedo-artificial-encontrado-no-egito-

e.html (2011).

Outras múmias apresentavam cavidades dentárias obturadas com

madeira dura e marfim. Heródoto de Halicarnassus, que viveu por volta de

4

cinco séculos a.C., registrou a arte egípcia de próteses bucais, que eram

confeccionadas em chumbo, ouro, marfim ou madeira, nos quais se

encaixavam os dentes de animais e dentes humanos, amarrados com fios aos

elementos dentais remanescentes (CASTRO & VASCONCELLOS, 2000)

Surgiu, também, a idéia de combinar partes de diferentes espécies,

que hoje denominamos xenotransplante (células ou órgãos de animais

implantados em humanos). Os gregos, há mais de 3000 anos, já utilizavam

esta técnica. Em 1682, um físico russo recompôs a calota craniana de um

nobre usando osso de cachorro (DIAS, 2006).

3 ENGENHARIA TECIDUAL ÓSSEA

A bioengenharia tecidual é um campo multidisciplinar que envolve a

aplicação de princípios e métodos da engenharia e das ciências da saúde para

assistir e acelerar a regeneração e o reparo de tecidos defeituosos ou

danificados (TABATA, 2009). Deste modo, essa ciência visa criar e aprimorar

novas terapias e/ou desenvolver novos biomateriais que restaurem, melhorem

ou impeçam o agravamento da função tecidual comprometida (KAIGLER;

MOONEY, 2001; SACHLOS & CZERNUSZKA, 2003; MARINS et al., 2004).

Essa especialidade possui diversas aplicações, como em situações

com grande perda de integridade tecidual resultante de traumas e

deformidades do desenvolvimento. Um de seus maiores desafios é o

desenvolvimento de biomateriais para a recuperação do tecido ósseo

(NAVARRO et al., 2008). As modalidades de tratamento convencionais

utilizadas na reconstrução do tecido ósseo apresentam resultados muitas

vezes aquém do esperado. Não obstante, a inabilidade em restaurar a

integridade do esqueleto pode levar a co-morbidades associadas, consultas

médicas frequentes, diminuição na qualidade de vida e aumento dos custos

médicos (CARLO et al., 2009).

Inicialmente, para restituir perdas ósseas os cirurgiões utilizavam

autoenxertos, considerados ideais por representarem material do próprio

indivíduo. Entretanto, esse procedimento apresenta desvantagens, como maior

incidência de enfermidades no sítio doador e tamanho limitado do material

5

passível de doação (OLIVEIRA et al., 2009). Diante dessas limitações, os

aloenxertos (compostos de materiais de outro indivíduo da mesma espécie) e

os xenoenxertos (materiais obtidos de outra espécie) surgiram como possíveis

substitutos. Entretanto, eles também apresentam limitações importantes, como

risco de rejeição ou de transmissão de doenças (PRECHEUR, 2007).

Assim, o principal objetivo da bioengenharia é superar as limitações

dos tratamentos convencionais vigentes, baseados na cirurgia reconstrutora ou

no transplante de órgãos. Sobretudo, sendo capaz de produzir substitutos para

órgãos e tecidos que apresentem tolerância imunológica, o que possibilita sua

implantação no paciente sem risco de rejeição pelo organismo (SACHLOS &

CZERNUSZKA, 2003).

A aplicação de biomateriais sintéticos na regeneração do tecido

ósseo, como uma alternativa aos enxertos ósseos, é relevante, pois eles pouco

danificam tecidos saudáveis, não aumentam os riscos de contaminações virais

e bacterianas, além de serem disponibilizados comercialmente. Podem, ainda,

ser de fácil dissolução e absorção, ao mesmo tempo em que permitem e

estimulam a formação óssea (WAN et al., 2006; CHEN et al., 2009).

Os biomaterias a serem utilizados para reconstrução óssea devem

obedecer aos princípios biológicos que norteam a cicatrização óssea normal. O

tecido ósseo está em constante remodelação e sua massa total depende da

relação de equilíbrio existente entre a formação e a reabsorção óssea (SILVA

et al., 2007). A consolidação do reparo neste tecido está condicionada a

determinadas condições, tais como amplo suprimento sanguíneo, estabilidade

mecânica, presença de um arcabouço tridimensional e tamanho do sítio

lesionado. Em regiões em que a morfologia e dimensão do defeito são

extensas e críticas ao reparo, o mecanismo regenerativo torna-se limitado e,

desta forma, há formação de cicatriz fibrosa (KIM et al., 2006). Por isso, os

biomateriais utilizados como substitutos do tecido ósseo devem possuir

características peculiares como biocompatibilidade, biodegradabilidade e

osteocondutibilidade. Devem proporcionar a condução de osteoblastos ou de

células precursoras de osteoblastos para o sítio lesado e de fatores

regulatórios que promovam esse recrutamento, assim como o crescimento

celular neste sítio (LIU & MA, 2004; WAN et al., 2006; CHEN et al., 2009). Além

6

disso, precisam proporcionar uma estrutura adequada, que servirá de suporte

para a neoformação óssea (PRECHEUR, 2007).

Esses biomateriais ainda devem possuir função imediata após a

implantação e ter habilidade de remodelação e integração com o organismo

(VUNJAK-NOVAKOVIC & KAPLAN, 2006). A bioengenharia tecidual, deste

modo, visa desenvolver biomateriais com estrutura tridimensional que sirvam

de suporte físico estrutural e que afetem a fisiologia celular, estimulando sua

migração e diferenciação (LIU et al., 2009).

4 TIPOS E CLASSIFICAÇÕES DOS BIOMATERIAIS

Por definição, biomaterial é qualquer substância ou combinação de

substâncias, naturais ou não, que não sejam drogas ou fármacos, utilizados em

aplicações biomédicas e que interagem com sistemas biológicos, que tratam,

aumentam ou substituam quaisquer tecidos, órgãos ou funções do corpo (VON

RECUM & LABERGE, 1995; PEREIRA, 2006).

Para se conhecer as características de um biomaterial desejável

para emprego na reparação óssea, é necessário entender dois conceitos de

regeneração óssea, especificamente a osteocondução e a osteoindução. A

osteoindução é definida como a capacidade de produzir células pluripotentes, a

partir de um ambiente de não união óssea e se diferenciar em condrócitos e

osteoblastos, com consequente formação óssea (URIST et al., 1967; URIST &

STRATES, 1971; URIST, 1994). Um material osteoindutor permite o reparo em

um local que normalmente não cicatriza se não for tratado adequadamente. A

osteocondução oferece suporte para o crescimento, em uma estrutura

tridimensional de vasos capilares e células do hospedeiro, para formar o osso.

O material osteocondutor orienta a localização do reparo em locais onde a

cicatrização óssea não ocorreria naturalmente (BOSTROM & MIKOS, 1997).

Para que um biomaterial possa ser utilizado ele deve respeitar uma

série de requisitos como biocompatibilidade (efeito do ambiente orgânico no

material e efeito do material no organismo), a biodegradabilidade (fenômeno

em que o material é degradado ou solubilizado em fluidos tissulares,

desaparecendo do sítio de implantação), e a velocidade de degradação do

7

material (PEREIRA et al. 1999; TABATA, 2009). Entretanto, observando-se a

evolução dos biomateriais, estes conceitos de biocompatibilidade e

biodegradabilidade fazem parte de uma segunda geração de biomateriais. Na

primeira geração, foram desenvolvidos os materiais então considerados

bioinertes, cujo foco para seu desenvolvimento era o de não provocar reação

de corpo estranho no organismo (HENCH, 1980). Já a terceira geração, inclui

os materiais capazes de estimular respostas celulares específicas no nível

molecular (HENCH & POLAK, 2002).

Essas três gerações são interpretadas de forma conceitual e não

cronológica, visto que cada uma delas representa uma evolução nas

propriedades dos materiais envolvidos, de acordo com as necessidades e

exigências que surgiam (NAVARRO et al., 2008).

O aspecto de um material influencia na diferenciação óssea ou

fibroblásticas de um tecido. A proliferação de osteoblastos é sensível à

topografia da superfície, tensão e outros estímulos mecânicos. O tamanho da

partícula, a forma, e a rugosidade da superfície afetam a adesão celular, a

proliferação e ao fenótipo. As células podem discriminar até mesmo as

mudanças mais sutis na topografia, e elas são mais evidentemente sensíveis à

química e a energia de superfície. Essas características de superfície são

particularmente interessantes quando se considera um material absorvível,

uma vez que este é um material dinâmico, sempre apresentando uma nova

superfície. Além disso, a energia de superfície pode ter um papel na atração de

proteínas especificas da superfície do material e, por sua vez, irá afetar a

afinidade das células para o material (BOYAN et al, 1996).

O resumo de várias considerações importantes no desenho de um

material da engenharia tecidual óssea pode ser observado no quadro 1.

QUADRO 1 - Características desejáveis em um biomaterial para que o mesmo

seja considerando um scaffold ideal para enxerto ósseo.

8

Disponíveis ao cirurgião a curto prazo

Absorvido de maneira previsível em sintonia com o crescimento ósseo

Adaptável à ferida irregular e maleável

Máximo crescimento ósseo por meio da osteoindução e/ou osteocondução

Correta aplicação das propriedades mecânicas e físicas

Boa justaposição óssea

Promover o crescimento ósseo

Não induzir crescimento de tecido mole na interface implante e osso

Tamanho médio dos poros de aproximadamente 200-400 µm

Não ter efeito prejudicial ao tecido circundante devido ao processamento

Não perder suas propriedades ao ser esterilizado

Absorvível com componentes biocompatíveis

Fonte: Adaptado de (BREKKE & TOTH, 1998; BURG et al., 2000).

Os biomateriais correspondem aos enxertos aloplásticos e podem

ser classificados ou subdivididos conforme sua origem (natural ou sintética) ou

sua composição química (metálicos, cerâmicos, poliméricos ou compósitos)

(OLIVEIRA et al., 2009). Atualmente, para a utilização como substitutos do

tecido ósseo, existem diversos biomateriais disponíveis. Eles variam não

somente em relação à sua origem e composição química, mas também quanto

à sua ação mecânica e configuração espacial (blocos sólidos, lâminas,

esponjas porosas e hidrogéis) (GIANNOUDIS et al., 2005; ABUKAWA et al.,

2006).

4.1 Biomateriais Metálicos

Os primeiros biomateriais metálicos utilizados com sucesso para

reparo ósseo foram o aço inoxidável e as ligas de cobalto e cromo, por volta de

meados do século XX (CHARNLEY, 1960). A principal característica desses

biomateriais é seu potencial de grande resistência à corrosão in vivo, porém

também apresentam boa resistência mecânica, conformabilidade adequada,

9

além de alta resistência a fadiga, a tração e a fratura (OLIVEIRA et al., 2010).

A partir desses primeiros biomateriais produzidos, novas constituições de aço

inoxidável, assim como novas ligas metálicas, como as de titânio, têm sido

produzidas a fim de melhorar suas propriedades de resistência mecânica e

anticorrosiva (BRANEMARK et al., 1964; LONG & RACK, 1998). Entretanto,

alguns elementos metálicos tem demonstrado uma ação tóxica no ambiente in

vivo, como o Vanádio (V) e o Níquel (Ni) (THOMPSON et al., 1996; DALEY et

al., 2004; SUZUKI et al., 2006).

Os biomateriais metálicos em atrito direto sofrem desgaste

acentuado, e sua interação com o tecido adjacente ocasiona a liberação de

íons metálicos por dissolução, desgaste ou corrosão (MORAIS et al., 2007).

Desta forma, suas superfícies devem sofrer modificações e associações com

outros materiais, como os polímeros, que lhe conferem maior resistência

mecânica, permitindo o contato adequado em regiões de grande atrito, como

nas próteses de quadril, por exemplo. Essa associação pode minimizar a

liberação de íons metálicos por interação do biomaterial com os fluidos

fisiológicos (MCKEE & WATSON-FARRA, 1966; WALKER et al., 1971; PUNT

et al., 2008).

Outra desvantagem dos biomateriais metálicos relaciona-se à perda

do estímulo mecânico no osso, sítio de implante do material, podendo induzir a

reabsorção óssea local, que pode, por sua vez, ocasionar a eventual perda do

implante (HUISKES et al., 1992; BAUER & SCHILS, 1999).

4.2 Biomateriais Cerâmicos

Já as cerâmicas podem ser tanto sintéticas quanto naturais e

possuem diversas vantagens como biomateriais, para utilização em

substituição ao tecido ósseo. Entre essas características destacam-se a sua

semelhança estrutural ao componente inorgânico do osso; serem

biocompatíveis, osteocondutivas e por não apresentarem proteínas em sua

composição, o que proporciona ausência de resposta imunológica (ABUKAWA

et al., 2006), além de possuírem um alto tempo de degradação in vivo

(ABUKAWA et al., 2006), permitindo a remodelação óssea no sítio do implante.

10

Suas limitações estão relacionadas à sua baixa rigidez estrutural, de

forma que não podem ser utilizadas em regiões de grande esforço mecânico, e

à sua natureza porosa, o que aumenta o risco de fraturas (WAN et al., 2006).

Estão amplamente indicadas na ortopedia e odontologia no reparo de defeitos

ósseos, manutenção do rebordo alveolar e como implantes ortopédicos e

dentários (LEGEROS, 2002).

Os materiais cerâmicos são classificados em dois grandes grupos:

bioinerte e bioativo. As cerâmicas bioinertes não tem quase nenhuma interação

com o tecido vivo. Já as cerâmicas bioativas são capazes de promover a

adesão ao tecido ósseo vivo, de vários fosfatos de cálcio (VALLET-REGI & ,

GONZÁLEZ, 2004).

As principais cerâmicas disponíveis comercialmente e utilizadas para

reparação e substituição do tecido ósseo são a Hidroxiapatita

(Ca10(PO4)6(OH)2), o b-Tricálcio fosfato (Ca3(PO4)2), a alumina e a zircônia

(SARTORIS et al., 1986; BUCHOLZ et al., 1987; NISHIKAWA & OHGUSHI,

2004).

A utilização do fosfato de cálcio se deve em grande parte a sua

biocompatibilidade. Uma vez que, são livres de proteínas, apresentam mínima

reação imunológica e de corpo estranho e também pouca toxicidade sistêmica.

Embora as cerâmicas inorgânicas não demostrem uma capacidade

osteoindutora, elas certamente possuem habilidades osteocondutoras, e uma

notável capacidade de se ligar diretamente ao osso (HOLLINGER &

BATTISTONE, 1986; HAMMERLE et al., 1997).

FRIEDMAN et al. (1998) desenvolveram um fosfato tetracálcico que

soluciona as dificuldades relacionadas à maleabilidade encontrada em

cerâmicas de alta porosidade. Este biomaterial, comercialmente disponível

como BoneSourceTM sendo constituído por uma hidroxiapatita (HA) é fornecido

em pó e quando misturado à água estéril é transformado em uma pasta

microporosa, consistente e maleável que quando aplicado, rapidamente se

adere ao osso promovendo uma mecanismo conhecido como osteoconversão.

Outro material frequentemente utilizado com grande sucesso na

reconstrução óssea é um derivado poroso da hidroxiapatita que apresenta

estrutura trabecular, com tamanhos médios dos poros de 200 µm. A

11

hidroxiapatita é um material que é lentamente degradado, podendo ser

manufaturado em diferentes formas (LEVINE et al. 1997).

As técnicas de processamento da cerâmica tiveram um avanço

respeitável após o desenvolvimento de biopolímeros fotopolimerizáveis. Os

avanços tecnológicos tornaram possível controlar o tamanho dos poros e a

porosidade, fabricando modelos porosos com alta precisão (GARG et al.,1997).

SOLCHAGA et al. (1999) compararam dois biomateriais à base de

ácido hialurônico com a cerâmica porosa de cálcio, avaliando suas

propriedades como veículo de liberação de substancias, sua atividade

condrogênica e osteogênica. Todos os materiais foram semeados com células

progenitoras da médula óssea. Após o carreamento com as células

osteoprogenitoras e aplicação dos implantes no tecido subcutâneo de ratos

observaram-se que os derivados de acido hialurônico permitiram duas vezes

mais a incorporação de células do que a cerâmica, tendo sido inclusive mais

eficazes na promoção de osso e cartilagem.

4.3 Biomateriais Poliméricos

Quanto aos polímeros, eles podem ser de origem natural ou

sintética, e sua principal característica é sua a biodegradabilidade. Os

polímeros sintéticos são geralmente degradados por hidrólise simples,

enquanto que os polímeros naturais são principalmente degradados

enzimaticamente (TABATA, 2009). Ambos os polímeros, tem sido utilizados

pela engenharia tecidual para o desenvolvimento de moldes (scaffolds)

tridimensionais para confecção de cartilagens, ligamentos, meniscos e discos

intervertebrais, particularmente os polímeros sintéticos biodegradáveis

(NAVARRO, 2008). Os polímeros estão indicados na ortopedia e também como

dispositivos implantados para a liberação de fármacos (OH et al., 2006).

Os principais polímeros utilizados com a finalidade de reparo do

tecido ósseo são o ácido poliglicólico (PGA), ácido polilático (PLA), ácido

polihidroxibutirato (PHB) e a policaprolactona (PCL). Dentre suas vantagens,

destacam-se o fácil controle de síntese, origem ilimitada, não sofrem

degradação mediada por células, possuem superfície hidrofóbica, além de

12

serem biodegradáveis e biocompatíveis. Porém possuem pouca resistência

mecânica e sofrem redução de tamanho ao longo do tempo, acrescido a sua

questionável interação com as células com possibilidade de reação tóxica local

pela liberação de produtos ácidos de degradação (ABUKAWA et al., 2006; OH

et al., 2006; PRECHEUR, 2007).

A resposta local aos polímeros depende da biocompatibilidade

desses polímeros, bem como da degradação de seus subprodutos

(HOLLINGER & BATTISTONE, 1986). O mecanismo de erosão pode afetar

também o pH do ambiente circundante e a resposta subsequente. Os

poliésteres absorvíveis são em grande parte hidrolisados por meio da erosão

em massa (VERT et al., 1992; GRIZZI et al., 1995; BURG & SHALABY, 1997).

Apesar do precoce tempo de absorção demonstrar um pH estável, há uma

súbita diminuição do pH local, após um sistema de absorção mais lento. A

tensão de oxigênio também afeta o tipo de célula que se prolifera e, portanto,

um ambiente adequado é importante (BOYAN et al., 1996).

No início de 1960, observou-se que a constante desmineralização do

osso induziu a formação óssea em tecidos de animais de experimentação

(VAN de PUTTE & URIST, 1966). O processo de descalcificação da matriz

óssea por meio do ácido clorídrico produz um polímero natural, a matriz óssea

desmineralizada (MOD), que demonstra propriedades osteocondutora e

osteoindutora VAN de PUTTE & URIST, 1966; GUTIERRES et al., 2006).

URIST & DAWSON (1980) mostraram que o osso cortical é a melhor

escolha para a síntese de MOD por ser mais osteoindutora e possuir menor

potencial antigênico quando comparado ao osso esponjoso. Um estudo

descreveu o processo pelo qual um novo osso é formado sob a influência deste

material em sítios ectópicos (URIST et al., 1967). O tecido é inicialmente

infiltrado por células inflamatórias e mesenquimais. O início da angiogênese, as

células progenitoras e os condrócitos podem ser observados após três

semanas. Pouco tempo depois, os osteoblastos, osteócitos e condrócitos

promovem a síntese de cartilagem, que é transformada em tecido ósseo ao

longo das próximas semanas. Quatro semanas após a implantação, os

osteoclastos e células de remodelação óssea estão presentes no local e a

medula é observada em cerca de 4-6 semanas. Este processo relembra a

ossificação endocondral.

13

RUSSELL & BLOCK (1999) relatam que o processamento da MOD

pode influenciar a sua capacidade osteoindutora. O óxido de etileno é um

agente de esterilização para vários materiais sintéticos absorvíveis, no entanto,

ele pode tornar a MOD totalmente desprovida de potencial osteoindutor,

embora o potencial osteocondutor permaneça.

A matriz óssea desmineralizada é de grande interesse na ortopedia

devido ao seu potencial terapêutico no tratamento de defeitos ósseos, não

união e sua aplicação em procedimentos articulares. RUSSEL & BLOCK (1999)

avaliaram 21 trabalhos que utilizaram a MOD no tratamento ortopédico em uma

variedade de procedimentos clínicos e experimentais, nos quais se observou

que o enxerto ósseo garantiu o tratamento adequado. TIEDMAN et al. (1995)

realizaram um estudo em pacientes com diferentes problemas ósseos que

foram tratadas com MOD associado ao aspirado de medula óssea autógena e

observaram que 77% dos casos tiveram êxito.

GEPSTEIN et al. (1987) avaliaram a capacidade da MOD em

cicatrizar grandes defeitos em ossos longos de ratos. Em seu estudo, foram

criados defeitos bilaterais nos membros torácicos distal de ratos. Estes defeitos

foram superiores a 50% do comprimento total da diáfise radial. Aos 21 dias de

pós-operatório um novo osso havia se formado preenchendo 91% do defeito

tratado com MOD e as medidas de densitometria do defeito se igualaram as da

ulna nos ratos avaliados. URIST & DAWSON (1980) obtiveram uma taxa de

pseudoartrose abaixo de 12% em um total de 40 pacientes com união dos

processos transversos, utilizando enxerto ósseo autólogo a partir dos

processos espinhosos. O enxerto foi colhido durante abordagem cirúrgica e

suplementado com MOD. Esta taxa observada se compara favoravelmente a

melhor taxa relatada na época utilizando enxerto de crista ilíaca.

As matrizes sintéticas também têm sido avaliadas como material

acelular na engenharia tecidual óssea. Há vários anos, os pesquisadores

perceberam que a propriedade osteocondutora dos polímeros sintéticos

absorvíveis são dependentes da sua localização e da estrutura do polímero

(KULKARNI et al., 1971). Acredita-se, por exemplo, que os polímeros tubulares

absorvíveis usados em defeitos de ossos longos promovam o crescimento

ósseo ao excluir os tecidos moles adjacentes e os indesejados elementos

celulares por meio da manutenção de um ambiente medular osteogênico

14

dentro do defeito (KULKARNI et al., 1971; PINEDA et al., 1996; GUGALA &

GOGOLEWSKI, 1999).

Materiais sintéticos injetáveis vêm sendo estudado como scaffolds

na engenharia tecidual óssea, em parte devido á sua implantação

minimamente invasiva. ELISSEEFF et al. (1999) desenvolveram um material

liquido fotopolimerizável que pode ser injetado e após a sua fotopolimerização

é possível a sua localização.

As matrizes de poli (ácido lático-co-glicólico) são frequentemente

usadas como materiais de reconstrução óssea. Elas podem ser sintetizadas de

forma personalizada para satisfazer ao tempo de absorção requerido. Existem

vários métodos para o processamento dessas matrizes sintéticas porosas. O

método mais comum é a solução moldada, como as partículas lixiviadas

desenvolvidas por MIKOS et al. (1994). Com este método é possível modular a

topografia e o tamanho dos poros para atender a um tipo de célula específica

como, por exemplo, os osteoblastos. Trabalhos realizados em laboratório

demonstram que a forma dos poros pode ter um efeito profundo sobre a

fixação e a sobrevida a longo prazo das células em uma superfície (BURG et

al., 1999; HOLY et al., 1999). BURG et al. (1999) mostraram que para cada tipo

específico de célula, há uma topografia ideal dos poros que podem ser

facilmente moduladas por uma cuidadosa seleção destes poros. Como o osso

possui muitas estruturas diferentes, dependendo da sua função e localização, a

forma dos poros pode não ser ideal em todas as utilizações. A figura 2 reforça

este ponto, demonstrando diferentes aspectos de osso e diferentes topografias

de polímeros.

15

Figura 2 – Topografia de dois ossos com funções e localizações diferentes

(a,b). Topografia de um scaffold de polilactida com tamanho dos

poros diferenciados pela técnica de processamento (c,d). Fonte:

(BURG et al., 1999).

O tamanho dos poros e a tortuosidade do material devem ser

modulados com cuidado e controle para liberar o complexo de polímeros

(REDDI, 1998; WHANG et al., 1998). PINEDA et al. (1996) observaram que

apesar de as membranas de poliéster com tamanhos de poros de 200 µm de

diâmetro promoverem o crescimento ósseo de 1 cm dentro do defeito em

coelhos, poros com menores tamanhos promoveram um crescimento ainda

maior. TSURUGA et al. (1997) sugerem que o tamanho ideal dos poros de

cerâmica que oferece suporte à formação óssea ectópica é de 300-400 µm. Da

mesma forma, HOLMES (1979) relatou que o tamanho médio do osteon

humano é de aproximadamente 223 µm e, portanto a faixa ideal do tamanho

dos poros deve ser de 200-400 µm.

MEING et al. (1996) criaram um defeito ósseo no radio de coelhos

adultos e o cobriram com uma membrana de poli-l-ácido lático (PLLA). Os

a b

c d

16

poros do polímero escolhido tinham 5-15 µm de diâmetro, espessura de 250

µm, e vida útil de 18-24 meses. Os autores concluíram por meio de avaliações

histológicas que a membrana de PPLA foi capaz de promover a regeneração

óssea preenchendo todo o defeito com osso esponjoso e osso cortical. Em

outro estudo realizado por MEING et al. (1997) foram utilizados modelo de

suínos Yucatan para promover um defeito crítico de 25% do comprimento do

radio. Os defeitos foram cobertos com as membrana PPLA, poli-l-co-d,l ácido

lático (PLDL) ou com a membrana PPLA e PLDL sintetizada com o carbonato

de cálcio. A síntese com o carbonato de cálcio teve a intenção de diminuir a

quantidade de polímeros na membrana. Os resultados mostraram que a

membrana facilitou a rápida formação de um novo crescimento ósseo, sem

apresentar reações adversas, enquanto que os defeitos não tratados

apresentaram formação óssea com fissuras e margens irregulares ocupadas

por tecido fibroso.

GUGALA & GOGOLEWSKI (1999) não conseguiram induzir uma

formação óssea significativa quando utilizaram membranas com poros de 10-

20 µm para cobrir o defeito na tíbia de ovelhas. Os autores concluíram que

defeitos ósseos maiores que um tamanho crítico não cicatrizam totalmente,

mesmo quando se utilizam membranas sintéticas para facilitar a regeneração

óssea. O defeito de tamanho crítico é definido como o menor defeito ósseo que

não cicatriza espontaneamente, quando coberto com membranas poliméricas.

Para que ocorra a cicatrização desses defeitos é necessário que as

membranas sejam usadas em combinação com enxerto ósseo autógeno e/ou

um substituto ósseo adequado. Os autores relatam também que as membranas

sintéticas impedem que tecido mole e muscular invadam o defeito evitando,

desta forma que ocorra a reabsorção do enxerto. As membranas também

mantêm substancias e células osteogênicas no espaço que recobrem,

promovendo assim uma nova formação óssea.

Outro possível material de preenchimento ósseo é o poli-Ɛ -

caprolactona-co-ácido lático. Este material foi desenvolvido em forma de pasta

ou cera para aplicações de não uniões ósseas. Em estudo conduzido em fêmur

de ratos foi observado que este material provocou uma reação inflamatória

moderada no osso e o tempo de sua reabsorção durou mais de um ano. O

estudo demostrou também que a cicatrização nos locais de implantação da

17

poli-Ɛ -caprolactona-co-ácido lático foi mais lenta no que nos locais de controle

(EKHOLM et al., 1999).

Os polianidridos fotopolimerizáveis são também materiais utilizados

na ortopedia. Eles são absorvidos pelas superfícies de erosões e, portanto, não

são suscetíveis a perdas repentinas de massa ou liberação de carga durante

as aplicações. O elemento fotopolimerizável promove um potencial de micro

fabricação de scaffolds porosos, e também pode permitir que um material

injetável possa ser posteriormente ligado a ele (MUGGLI et al. 1997).

Um dos polímeros naturais que vêm sendo utilizados como scaffold

no sistema celular é o colágeno. Ele possui propriedades mecânicas e

estruturais não inerentes e, portanto, modificações relacionadas à sua

engenharia podem ser úteis para fornecer um polímero mais rígido que irá

auxiliar na transmissão de força para os ossos durante a fase de regeneração.

YAYLAOGLU et al. (1999) projetaram um biomaterial preparado pela formação

gradual de cristais de fosfato de cálcio dentro de uma matriz esponjosa de

colágeno. Em seguida condrócitos foram cultivados neste material para criar

um implante osteocondral. Esta técnica melhorou a integridade mecânica do

biomaterial e demostrou que a cultura de condrócitos teve grande potencial

para aplicação na regeneração óssea. Não se sabe se este sistema a base de

colágeno tem estabilidade em culturas a longo prazo, mas o que se sabe é que

a esponja de colágeno associada ao implante mineral foi capaz de manter sua

integridade durante duas semanas, enquanto que a esponja de colágeno não

tratada foi degradada rapidamente em um dia. DU et al. (1999) utilizaram folhas

de colágeno como scaffolds. As folhas de colágeno obtidas comercialmente

envolviam HA em sua superfície, em seguida eram colocadas sobre o

fragmento de osso ao longo da sua superfície. O tamanho dos poros deste

material variou de dezenas a centenas de micrometros, e o material se mostrou

flexível e absorvível. Os autores observaram também que as células migravam

apartir dos fragmentos ósseos na matriz, o que sugeriu que o material é

bioativo.

A fibra de poliglicolide é uma malha não tecidual clinicamente bem

conhecido que tem como vantagem uma rápida absorção (PUELACHER et al.,

1996). No entanto, a malha de poliglicolide apresenta uma baixa integridade

mecânica in vitro, e por isso ao ser aplicado ao osso de forma isolada se torna

18

inadequada. Ao combinar este material com um material que promove um

maior reforço ao tecido ósseo, uma combinação estável pode ser formada. A

associação da malha de poliglicolide (ácido poliglicólico) (PGA) a uma solução

de poli(acido-l-lático) (PLLA) permitiu um aumento significativo da resistência à

compressão quando comparado ao PGA isoladamente (MOONEY et al., 1996).

Outro estudo utilizou o copolímero de poliglicólico e poli-l-láctico em conjunto

com culturas de condrócitos e osteoblastos para implantes ósseos das falanges

e articulações em ratos e obteve resultados favoráveis na cicatrização de

tecidos osteocondrais (ISOGAI et al., 1999).

ATTAWIA et al. (1999) desenvolveram uma nova classe de

polímeros sintéticos, o poli(anidrido-co-imidas), com características

biocompatíveis, biodegradáveis, e de alta resistência sendo desta forma, muito

útil na regeneração óssea.

4.4 Compósitos

Para solucionar as desvantagens das cerâmicas e polímeros,

estudos têm sido realizados no intuito de desenvolver biomateriais sintéticos

híbridos ou compósitos, que possuam as vantagens das cerâmicas e

polímeros, porém com melhores taxas de reabsorção após a implantação e

melhor resistência mecânica (WAN et al.,2006).

Intervenções cirúrgicas com utilização de autoenxertos ou

aloenxertos podem promover o reparo do defeito ósseo em vários graus.

Contudo, nenhum dos autoenxertos ou aloenxertos utilizados na prática

corrente agrega todas as características ideais para a formação óssea

adequada, quais sejam: alta osteoindutividade e potencial angiogênico,

segurança biológica, baixa morbidade para o paciente, quantidade irrestrita, e

custo razoável. Por sua vez, os enxertos ósseos engenhados demonstram

capacidade para osteogênese, pela osteoestimulação, osteoindução e

osteointegração (conexão funcional entre o sítio de implantação e o enxerto)

(FRÖHLICH et al., 2008).

Mais recentemente, visando melhorar a qualidade do reparo e a

regeneração óssea, tem-se utilizado células cultivadas e fatores de

19

crescimento associados à biomateriais em scaffolds (OLIVEIRA et al., 2009). A

promessa da engenharia tecidual é a de combinar os avanços no campo dos

biomateriais e da biologia celular, de modo que os enxertos ósseos possam

abranger a maioria ou todas as características citadas. Até o momento, o foco

tem sido a criação de tecido para enxerto capaz de promover ou aumentar a

osteogênese no sítio de defeito ósseo (FRÖHLICH et al., 2008).

Compósitos de polímeros com carga de cerâmica também são

estudados. PETER et al., (1998) relataram um método no qual partículas de

poli(ácido lático-co-glicólico) lixiviadas foram moldadas por compressão a

hidroxiapatita, a fim de melhorar a sua resistência elástica e compressão.

PETER et al. (1999a) relataram um polipropileno fumarato (PPF) biodegradável

associado ao cimento ósseo que pode ser combinado com um componente

lixiviavel e injetado em defeitos ósseos. O material na forma injetável permite

preencher defeitos ósseos irregulares, e o componente lixiviavél fornece

espaço para o crescimento ósseo. A polimerização do material em si pode ser

ajustada para promover a formação de uma espuma através da liberação de

dióxido de carbono, produzindo assim um scaffold poroso (LEWANDROWSKI

et al., 1999). Os compósitos são sistemas que podem ser formados com o

fosfato tricálcico (TCP) para melhorar a integridade mecânica (PETER et al.,

1999b). Da mesma forma, BENNETT et al. (1996) mostraram que um

composto de polidioxanona-co-glicólico associado a uma base de HA ou TCP

pode ser usado como uma massa maleável ou injetável no tecido ósseo.

Durante a polimerização, o dióxido de carbono é liberado produzindo uma rede

porosa interconectada dentro do implante que é adequado para o crescimento

ósseo e também promove uma expansão do material, o que facilita sua fixação

no sítio de implante.

ZHANG & MA (1999) elaboraram um compósito de

PLLA/hidroxiapatita na forma de espumas altamente porosas simulados em um

fluido corporal em tempos e condições de incubação variáveis. Estes

compósitos porosos são materiais que servem como scaffolds, atuando na

regeneração óssea devido à sua excelente ligação à hidroxiapatita que possui

propriedades que proporcionam um excelente ambiente para o crescimento de

osteoblastos e células osteoprogenitoras.

20

4.5 Biomateriais em scaffolds

Biomateriais no forma de scaffolds são aqueles que possuem

arcabouço tridimensional poroso, propriedades bioativas e biodegradáveis, que

servem de molde para a formação do novo tecido (LIU & MA, 2004). Eles

mimetizam os meios físicos e químicos do tecido saudável, para guiar a

migração, diferenciação e proliferação tecidual (VUNJAK-NOVAKOVIC &

KAPLAN, 2006; TAYLOR et al., 2009). Os scaffolds normalmente possuem

propriedades osteocondutivas, e raramente propriedades osteoindutivas ou

osteogênicas, além de possuírem a grande vantagem de servir de suporte

mecânico (BLOM, 2007).

Quando utilizados para regeneração do tecido ósseo estes

biomateriais podem ser classificados em dois tipos: arcabouços que induzem a

migração e o crescimento celular, provenientes de tecidos vizinhos, para a

formação de tecido ósseo; arcabouços carreadores de células osteogênicas

autógenas, que foram colonizadas em biorreatores e subsequentemente

reimplantadas no paciente (BURG et al., 2000; CHAN et al., 2009). Eles podem

ser de origem natural, como as cerâmicas, a exemplo do coral; sintéticos

bioabsorvíveis, como o PGLA (poli (ácido lático-co-glicólico), caprolactona

(CPL) e cerâmicas porosas; ou híbridas (AHSAN & NEREM, 2005;

HUTMACHER et al., 2007).

As propriedades mecânicas e de degradação estão diretamente

relacionadas ao material que compõe o scaffold. Dessa forma, as principais

interações biológicas, como adesão entre proteínas e peptídeos, adesão

celular, migração, proliferação e diferenciação, são funções primárias das

propriedades de superfície do material em questão (HUTMACHER et al., 2007).

A proliferação dos vasos sanguíneos é uma condição básica para o

crescimento tecidual. Além de fornecer nutrientes, a vascularização, irá

coordenar a atividade das células ósseas e sua migração para o sítio de

implantação (MASTROGIACOMO et al., 2006). Para facilitar o processo de

formação e migração de tecido vascular e de células progenitoras para o sítio

de implantação, novos biomateriais estão sendo confeccionados no intuito de

direcionar um comportamento e sinais celulares específicos (ANDERSON et

al., 2004). Para isso, pode-se adicionar à estrutura do biomaterial fatores de

21

crescimento que aumentem a sua efetividade, como o fator de crescimento

endotelial vascular ou a proteína óssea morfogênica, ou ainda, sequências

específicas de peptídeos (BURG et al., 2000; AHSAN & NEREM, 2005;

ABUKAWA et al., 2006).

Os biomateriais podem atuar, ainda, como sistemas de liberação de

fármacos através de um mecanismo funcional de sensibilidade a mínimos

estímulos do meio, como alteração na temperatura, força iônica e no pH local.

Dessa forma, alterações no pH levam a alterações conformacionais, fazendo

com que o biomaterial saia de um estado estável e passe para um estado ativo,

o que permite a liberação de fármacos para o meio (STAYTON et al., 2005).

A grande vantagem desta nova classe de biomateriais denominados

de biomateriais inteligentes é o de promover uma invasão capilar precoce,

manutenção da atividade celular e de fenótipo adequado, induzir a

diferenciação das células progenitoras em osteoblastos (ABUKAWA et al.,

2006). Desse modo, direcionam a adesão, migração e proliferação celular,

além de ser possível controlar a sua taxa de degradação, ao se alterarem suas

propriedades físicas e químicas (FURTH et al., 2007). Todas essas

características citadas são essenciais para uma regeneração óssea adequada,

porém essas vantagens podem ser perdidas caso o biomaterial não seja

implantado de forma correta (ANDERSON et al., 2004). Alguns fatores ainda

devem ser esclarecidos para que esses materiais revolucionem a prática

clínica, como o desenvolvimento de mecanismos que permitam a liberação de

fármacos a níveis terapêuticos (ABUKAWA et al., 2006). Outro fator está

relacionado ao sítio receptor, já que teoricamente estes mecanismos foram

desenvolvidos no intuito de se obter uma resposta máxima do hospedeiro.

Porém, se o sítio receptor não estiver saudável, seja por infecções ou por

sequelas de irradiação, as funções fisiológicas podem não funcionar

adequadamente e a regeneração óssea não ocorrer da maneira esperada

(CALVERT et al., 2003).

22

5 CONSIDERAÇOES FINAIS

Muitos estudos vêm sendo realizados com relação à diferenciação

das células osteoprogenitoras e principalmente suas interações com os

biomateriais. O desenvolvimento de um biomaterial ideal é essencial para uma

adequada estimulação e diferenciação de células ósseas. O meio em que os

biomateriais são implantados pode afetar a viabilidade dos tecidos a longo

prazo. Portanto, é necessário se concentrar em um ambiente que reúna as

condições necessárias para a manutenção do implante e consequente

sobrevivência das células.

O paradigma clássico da bioengenharia consiste na integração entre

biomaterial, células e fatores de crescimento. O primeiro fornece a base para

que as células depositem a matriz tecidual, enquanto os fatores de crescimento

direcionam as células para um fenótipo mais adequado. O desenvolvimento de

tecnologias que permitam uma correta integração entre esses três

componentes levaria a um resultado mais adequado do tratamento. Isso

permitiria a implantação de células de regeneração óssea sem a necessidade

de operações ou uma construção celular semelhante pode ser utilizada em

conjunto com técnicas de fixação convencional. Ambas as técnicas promovem

um leito viável de tecido, de modo que não há necrose tecidual e nem

formação de tecido cicatricial avascular. O controle mais preciso sobre este

processo poderia, ainda, levar a uma redução de custos e do trauma cirúrgico.

A isto se denomina medicina regenerativa.

23

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