asaph correa e telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/ac-manual-da-ac.pdf · asaph...

56
Manual de Comunicação SiNUS 2013 Manual de Comunicação SiNUS 2013 Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas - 12a edição - 2013 Agência de Comunicação Bárbara Cruz Iasminny Thábata Sousa Cruz Sophie Thiele Hillebrand Bárbara Cruz de Almeida Lima Ana Beatriz Cortez Nobre Asaph Correa e Teles Bruna Sthefany Souza dos Reis Caio Eduardo Fonseca da Silva Eurides Viana de Brito Juliana Akemi Ide Sabrina Sabatovicz Paiva Bruna Reis Isabella Martins Nascimento Laila Leite Kelsiane Nunes Camila Rodrigues

Upload: others

Post on 26-Jul-2020

7 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

- 12a edição - 2013

Agência de Comunicação Bárbara Cruz Iasminny Thábata Sousa Cruz Sophie Thiele Hillebrand Bárbara Cruz de Almeida Lima Ana Beatriz Cortez Nobre Asaph Correa e Teles Bruna Sthefany Souza dos Reis Caio Eduardo Fonseca da Silva Eurides Viana de Brito Juliana Akemi Ide Sabrina Sabatovicz Paiva Bruna Reis Isabella Martins Nascimento Laila Leite Kelsiane Nunes Camila Rodrigues

Page 2: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

ÍNDICE

Apresentação de boas-vindas Introdução

BLOCO I – ONDE VOCÊ ESTÁ?

Onde você está? Lema, Valores e Projeto Pedagógico A Agência de comunicação

- O papel do jornalista - Horário de trabalho - Organização da Agência de Comunicação - Atribuições e responsabilidades - Dress Code

BLOCO II – REDAÇÃO

O fazer jornalístico O que é uma notícia?

- Valores de noticiabilidade - A pauta - A fonte - A apuração - A reportagem - A edição - A entrevista

Como escrever uma notícia - Estrutura padrão - Pirâmide invertida - Lide e nariz de cera - Título e subtítulo - Aspas

Fotojornalismo

- Legendas Dicas gerais

BLOCO III – JORNAL IMPRESSO

Jornal Impresso - Mais uma vez pirâmides - Cuidados - Linha editorial

Jornal AC I - Linha editorial

Jornal AC II - Linha editorial

BLOCO IV – JORNAL ONLINE

Webjornalismo Jornal Online SiNUS

- Linha editorial Manual de redação e estilo para Jornal Online

BLOCO V – JORNAL TELEVISIVO

Jornal Televisivo - O que é? - Uso da imagem - O texto - Conteúdo - Passagem e off - Entrevista - Cabeça

Jornal SiNUS-TV Manual de redação e estilo para Jornal Televisivo

Page 3: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 BLOCO VI – RESPONSABILIDADE SOCIAL

Interesse público Ética jornalística

BLOCO VII - GUIAS

Gramática Glossário

BLOCO VIII - À AÇÃO!

Programação Conclusão Bibliografia

Page 4: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Apresentação de boas-vindas

Secretário Geral da SiNUS 2013

Caros repórteres,

É com muita honra que preparamos para vocês o Manual de Preparação para a Agência de Comunicação da SiNUS 2013. Este material contem informações indispensáveis para a atuação de vocês durante todo o evento e, mais que isso, irá qualificá-los à condição de repórteres de excelência durante o evento.

É comum ouvir em corredores a história de que existem repórteres e existem diplomatas durante simulações (inclui-se, aqui, a SiNUS). Tal falácia é, de certa forma, mais equivocada que adequada.

Naturalmente, existe a distinção entre as carreiras; porém, na SiNUS 2013 ambos assumem o papel único de líderes ativos sob os tópicos em discussão. Vocês repórteres, entretanto, exercem tal missão ao informarem e, acima de tudo, guiarem cada momento dos debates com notícias sobre os fatos importantes de cada comitê, com coberturas dos principais momentos da SiNUS e no auxílio, cobertura e publicação midiática das crises. Em outras palavras, vocês são responsáveis por transporem as discussões feitas dentro de cada comitê e aplicá-las a toda a comunidade da SiNUS.

Esperamos que a experiência vivenciada aqui seja de profundo impacto na vida de cada um e, mais que isso, que vocês possam exercer com plenitude a carreira jornalística durante a SiNUS 2013. Com isso, acreditamos que vocês estarão aptos após o último dia de evento a trilharem seus próprios caminhos rumo à dignidade humana.

Sejam bem vindos.

Carinhosamente,

Rodrigo de Sousa Araujo – Secretário Geral – SiNUS 2013

Diretora da Agência de Comunicação SiNUS Queridos delegados – ou melhor, queridos jornalistas,

Apresentar a Agência de Comunicação (AC) da SiNUS é uma das tarefas mais prazerosas que já tive de fazer. Falar de uma paixão, um projeto que faz parte da sua vida há alguns anos não é nada difícil.

A primeira edição da SiNUS aconteceu em 2002 e logo na edição seguinte, a AC foi implementada. Desde então, a Agência nunca deixou de ser simulada e a cada ano que passa, se torna mais querida, mais interessante, maior e mais integrada ao projeto como um todo.

No começo – e ainda hoje em dia –, a AC era vista como uma alternativa para aqueles estudantes que gostariam de participar de uma simulação, mas não se interessam tanto pelo papel de delegado. A AC é uma oportunidade para os estudantes que querem experimentar a rotina jornalística – das muitas horas de trabalho, aos almoços não almoçados e calos nos pés. E, acreditem, a Agência é completamente diferente dos outros comitês. Nossa rotina é composta de reuniões de pauta, correrias, digita-texto-corrige-texto-edita-texto, entrevistas, grandes reportagens, almoços tardios, risadas e muita alegria.

Nossa missão dentro da SiNUS também é diferente. Em 2013, com dois Jornais Impressos, um Jornal Televisivo e um Núcleo Online, nosso papel como AC será observar com o olhar apurado e poder compartilhar, reportar cada ângulo do evento. Nossas armas são os nossos blocos e canetas, e nossas câmeras também. Temos a possibilidade e a responsabilidade de dar voz aos personagens dessa simulação.

Na equipe, há pessoas com experiências em AC’s e h| aqueles que participam de sua primeira simulação. Outra característica importante desse time é a sua multidisciplinaridade. Há pessoas de diversos cursos, com interesses e conhecimentos diferentes para oferecer a vocês. E mal podemos esperar para também aprendermos com você. Por experiência própria, posso afirmar: participar da AC é enriquecedor e apaixonante.

Bárbara Cruz – Diretora da Agência de Comunicação – SiNUS 2013

Page 5: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Introdução

Você está prestes a começar a leitura de um manual. Como exemplo desse gênero linguístico, um manual tem caráter primordialmente informativo, didático. Ele é responsável por ensinar a como agir em determinada situação, como se comportar, como fazer, preparar, operar, manusear... e como aprender códigos e ideias de uma área específica. É o caso da comunicação.

Um manual de comunicação serve para esclarecer de maneira simplificada, já que a realidade é sempre mais complexa do que a teoria, técnicas da comunicação utilizadas na produção jornalística, seja ela impressa, online ou televisiva. Esses, de fato, são os três casos de produção que serão feitos durante esta edição da Simulação das Nações Unidas para Secundaristas (SiNUS). Para tanto é necessário compreender os conhecimentos específicos de cada área, as práticas, as técnicas, as especificidades e as características de cada uma delas.

Este documento vai servir de modelo durante todo o processo de treinamento para a Agência de Comunicação da SiNUS. Apresentará maneiras de, por exemplo, escrever matérias para o jornal online e tirará dúvidas pontuais a respeito do funcionamento da simulação. Quando surgiu a SiNUS? Quem faz parte dela? O que é um lide, uma pirâmide invertida, uma linha de apoio? Essas e outras perguntas serão respondidas com objetivo de treinar e qualificar os participantes da Agência de Comunicação.

Aqui, a leitura das páginas poderá ser feita em partes e organizadamente. São oito blocos de informação, divididos por temas de interesse e ação. Cada unidade possui informações únicas que, quando unidas, montam a complexa atividade jornalística, que deve se pautar na ética, na responsabilidade social e no comprometimento. As partes se unem, e não se excluem por estarem divididas, portanto, cada pedaço tem importância única na compreensão de como funciona a Agência de Comunicação da SiNUS e de como trabalham os jornalistas durante atividades da vida real.

Bem vindo à SiNUS 2013, e boa leitura!

BLOCO I – ONDE VOCÊ ESTÁ?

Onde você está?

Para início de conversa, o que é uma simulação? De vários tipos, as simulações podem ser interpretadas tanto como expressões matemáticas, quanto como especificações que têm como propósito imitar um processo do mundo real. Desta forma, para ser realizada uma simulação, é necessário construir um modelo, seja computacional, ou vivencial que corresponda à realidade que se deseja simular.

A Simulação das Nações Unidas para Secundaristas (SiNUS) é feita por estudantes da Universidade de Brasília, e atrai, todos os anos, centenas de estudantes e professores dos mais diversos estados do Brasil. Em busca de crescimento pessoal, profissional e social, eles participam de cinco dias de evento, incluindo discussões acaloradas, aprendizado intenso e momentos de descontração e interação.

Organizado com apoio do Instituto de Relações Internacionais da UnB (IREL/UnB), o evento é realizado anualmente desde 2002. Nela, estudantes do ensino médio de todo o Brasil simulam fóruns multilaterais, como os órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU), além de cortes e agências de jornalismo internacionais.

A partir dessas características, a SiNUS utiliza como modo de funcionamento modelos das Nações Unidas. Esses modelos são simulações do processo decisório e das regras de conduta de diversos organismos multilaterais que integram o sistema das Nações Unidas e de outras organizações internacionais. Nessas simulações, os participantes assumem o papel de diplomatas e, ao representarem diversos países, discutem assuntos relevantes da agenda internacional. Além disso, também existem comitês em que os participantes representam chefes de Estado, juízes ou repórteres

Page 6: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 internacionais. E são estas situações que a Agência de Comunicação deverá cobrir com matérias de jornais, boletins informativos, entrevistas, reportagens, fotos, notas para a internet e jornais televisivos.

O primeiro modelo criado no Brasil foi o Americas Model United Nations (AMUN), focado em alunos de graduação e instituído pela Universidade de Brasília em 1998. Entretanto, desde a década de 1920, há simulações de organizações internacionais mundo afora. Em 2002, a SiNUS surge com o ímpeto de incorporar a prática pedagógica para complementar a educação secundária dos participantes.

Os modelos são capazes de proporcionar aos estudantes um maior entendimento e reflexão crítica sobre os mais diversos assuntos da agenda internacional. As experiências propiciadas pelos modelos fomentam, deste modo, a formação de cidadãos autônomos e cada vez mais conscientes de sua posição no mundo.

Em 2013, o tema escolhido para a SiNUS é Trilhando caminhos para a dignidade humana. Este ano, 18 comitês integram os modelos de simulação da SiNUS. São eles: o Conselho de Direitos Humanos; a Conferência de Belgrado (1961); a Comissão para Prevenção do Crime e Justiça Criminal; o 3° Comitê da Assembleia Geral – Social, Cultural e Humanitário; o Banco Mundial; o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente; a General Assembly First Committee – Disarmament and International Security; a Organização para Alimentação e Agricultura; a Comissão de Construção da Paz; o United Nations Security Council; o Fundo Monetário Internacional; a Câmara Alta da Corte Europeia de Direitos Humanos; a Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia e Pacífico; a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura; o Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia; e a Organização Mundial da Saúde, a Organização Internacional do Trabalho e a nossa Agência de Comunicação.

Entendamos cada um deles:

Conselho de Direitos Humanos (CDH)

Neste ano, o tema do CDH são as Comissões da Verdade e a busca por reconciliação frente a violações de direitos humanos. Essas comissões são instrumentos usados para garantir o direito à memória e à verdade. Elas geralmente investigam crimes cometidos por governos e seus agentes em regimes de exceção e buscam dar às vítimas, suas famílias e à sociedade em geral esclarecimentos sobre tais violações. O CDH foi criado em 2006, substituindo a antiga Comissão das Nações Unidas para Direitos Humanos (CNUDH). Este órgão, que foi desativado, sofria críticas por ser muito condescendente em relação a países acusados de violarem os direitos humanos de seus cidadãos. O CDH surge, então, como uma nova tentativa de organizar um fórum de discussão interestatal para proceder com avanços na dignidade humana.

Conferência de Belgrado (1961):

Único comitê histórico da SiNUS 2013, a Conferência de Belgrado simulará o surgimento do Movimento dos Países não-Alinhados, na Conferência de Belgrado, a qual, em 1961, abordou assuntos como a identidade e integridade nacional e o desarmamento, questionando assim a política neocolonial das potências do período. Ambientado na Guerra Fria, será de bastante importância o debate de como chegar aos objetivos do movimento sem que houvesse o alinhamento ideológico aos blocos – capitalista ou socialista –, constituindo assim uma “terceira via”. Realizada em Belgrado, a Conferência será composta por diversos países. Para ressaltar a importância dos debates, o comitê será simulado em duplas, de modo que contaremos com a presença do Chefe de Estado e do Ministro das Relações Exteriores das nações representadas. A presença dessas importantes autoridades revela o grande valor das resoluções feitas no período, vitais para a formação da identidade de um movimento independente e não alinhado.

Comissão para Prevenção do Crime e Justiça Criminal (CPCJC):

Page 7: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

O CPCJC foi criado em 1992, sendo formado por 40 Estados membros eleitos pelo Conselho Econômico e Social. O comitê visa auxiliar os Estados membros a estabelecer estratégias de combate ao crime e incentivar a melhoria dos sistemas de justiça destes países, através de recomendações. O tema que nós vamos abordar no CPCJC na SiNUS 2013 é o financiamento ilícito do terrorismo. Neste sentido, iremos enfatizar as relações entre o crime organizado transnacional e as atividades terroristas. O comitê certamente será polêmico e muitas controvérsias são esperadas.

Comitê da Assembleia Geral – Social, Cultural e Humanitário (SoCHum):

O tema do SoCHum 2013 será Apatridia e Cidadania: Protegendo pessoas legalmente invisíveis. O pertencimento a um Estado é pré-requisito para uma série de direitos indispensáveis para uma existência digna, como ao trabalho, à liberdade de movimento. Nesse sentido, os apátridas, indivíduos que não possuem filiação a qualquer Estado, são privados dos meios de levar uma existência digna, tendo seus direitos frequentemente violados. O comitê a ser simulado figura entre os mais representativos corpos da ONU, tendo, assim, importância clara na deliberação de assuntos que lhe cabem. Apesar de nunca ter discutido questões relativas à apatridia, esse tema parece cair como uma luva ao seu escopo, tocando questões sociais, culturais e humanitárias.

Banco Mundial:

O comitê abordará os programas de transferência de renda (TR) e o impacto deles na redução da pobreza. Tais programas desenvolvem-se através da concessão de subsídios a beneficiários selecionados, para que esses alcancem padrões mínimos de consumo e de dignidade. O avanço dos programas coincide com a chamada “quiet revolution”, termo usado para descrever o r|pido crescimento de programas de proteção social nas agendas de desenvolvimento

pelo mundo. As discussões buscarão analisar o planejamento e a execução da TR, bem como avaliar seus resultados e contribuições para o desenvolvimento humano e econômico.

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente:

Atualmente, cerca de 3,5 bilhões de pessoas residem em cidades e, espera-se até 2055, 75% da população mundial resida em áreas urbanas. As cidades são responsáveis por grandes emissões de carbono e consumo de energia, mesmo que ocupem apenas 2% da superfície terrestre. Deste modo, os espaços urbanos são vistos como estratégicos para o incentivo de culturas de preservação e sustentabilidade, o que pode acontecer por meio de inovações nos transportes, na geração e uso de energia, na infraestrutura de saneamento básico e na engenharia.

General Assembly First Committee – Disarmament and International Security:

Na edição de 2013 da SiNUS, o tema do Disarmamento e Segurança Internacional é a guerra cibernética. A evolução da tecnologia da informação tem permitido muito progresso com interações virtuais, mas tem também trazido muitos perigos para a estabilidade internacional. O uso de recursos digitais para empreender uma guerra é uma nova e complexa ameaça que continua demandando um consenso global em como regular com eficiência essa atividade. A discussão trazida pelos delegados trará a tarefa de reforçar a cooperação internacional no que diz respeito à guerra cibernética, enquanto leva em consideração a necessidade de manter a dignidade humana no espaço cibernético.

Organização para Alimentação e Agricultura (FAO):

A FAO tem 191 membros, sendo assim um dos comitês com mais alta participação no sistema das Nações Unidas. Como o nome

Page 8: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 já diz, a organização trata de temas relacionados a agricultura e alimentação, tanto de forma específica e prática, quanto de forma conceitual. Na SiNUS 2013, a FAO tratará da problemática da segurança alimentar em situações de conflito. Apesar de pouco estudado e discutido, o tema é importante para a compreensão das relações internacionais. Esse tema, ao mesmo tempo em que lida com questões como o direito a uma vida digna e a um ambiente saudável, também aborda questões mais controversas, como a legitimidade e eficácia de intervenções humanitárias.

Comissão de Construção da Paz (CCP):

Nesta edição da SiNUS, o tema de CCP é Estratégias para a consolidação da democracia na Libéria e Guiné-Bissau. Para simplificar, a discussão será sobre os mecanismos democráticos para se atingir uma construção da paz efetiva e, acima de tudo, duradoura com foco em dois casos: Libéria e Guiné Bissau. A CCP é um organismo intergovernamental que apoia os esforços de paz em países saídos de conflitos, sendo uma importante adição à capacidade da comunidade internacional na sua agenda de paz. Desempenha um papel único reunindo todos os atores relevantes, incluindo os doadores e instituições financeiras internacionais, os governos nacionais e os países que contribuem com tropas; mobiliza recursos e aconselha e propõe estratégias integradas para a construção da paz pós-conflito e recuperação e, quando apropriado, destacando as lacunas que ameaçam minar a paz.

United Nations Security Council (UNSC):

Na edição deste ano, o Concelho de Segurança vai tratar de um tópico sem precedentes: a guerra civil na Síria. Recentemente, a agitação civil e a queda de ditadores marcou o Oriente Médio, causando o efeito Primavera Árabe - agitação em busca de maiores direitos civis e políticas de liberdade. O efeito atravessou fronteiras e trouxe severas mudanças sociais, políticas e econômicas. O regime de Bashar al-Assad trouxe uma relativa abertura até os recentes eventos

em que a sociedade civil e as forças do governo entraram em choque, colocando em perigo a estabilidade política e as esperanças de alcançar o que os manifestantes aspiravam: a renúncia de Bashar al-Assaf e o fim de cinco décadas de governo do partido Baath.

Os delegados terão o desafio de defender a religião, a política e a agitação política no âmbito da comunidade internacional de ação por meio do UNSC. O tópico é global e os efeitos da maior primavera árabe deixa fagulhas nos conflitos regionais do Oriente Médio, em especial na Síria, caso aclamado pela importância na segurança internacional.

Fundo Monetário Internacional:

Desemprego, endividamento excessivo e diminuição do ritmo de crescimento delineiam o cenário em que nos acostumamos a viver nos últimos anos. Dizem que a culpa é do mercado, ou do sistema financeiro, ou dos governos, ou do capitalismo… O que não falta é motivo. Mas, no fim das contas, quem está mais certo é quem diz que há males que vêm para o bem: nós da direção do FMI acreditamos que é justamente nesse tipo de ambiente que as melhores ideias encontram espaço, não só para florescer das mentes mais brilhantes, como também – e especialmente – para ser postas em prática. Assim, trazemos para discussão nesta XII edição da SiNUS um dos mais marcantes e representativos temas da crise: a estabilidade e o crescimento da zona do euro.

Câmara Alta da Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH):

A Corte Europeia de Direitos Humanos (CEDH) reclama para si o título de comitê com a temática mais provocadora deste modelo. O Tribunal traz a discussão acerca da dimensão das fronteiras do que chamamos Estado Laico, um debate fomentado diante de outro severo questionamento: qual o lugar de exercício da liberdade religiosa de cada cidadão em meio ao Estado Democrático de Direito? O caso “Ladele and McFarlane v. United Kingdom” est| imerso na

Page 9: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 problemática apresentada, uma decisão demandada frente a um terreno extremamente turbulento para o Direito Internacional.

Liberdade religiosa constitui direito fundamental mundialmente reconhecido, inclusive, encartado na Convenção Europeia de Direitos Humanos, documento que subsidia o trabalho da Corte. A restrição de qualquer garantia individual relacionada a esse rol de direitos percorre a estreita barreira entre a supressão da liberdade dos indivíduos e o resguardo da dignidade humana.

A Corte também se destaca por ser um tribunal que permite a apresentação de demandas entre indivíduos e Estados, polos tão díspares, especialmente, quando consideramos uma relação desproporcional de domínio de força, possa este termo ser entendido nas mais variadas dimensões. Este Tribunal também se vê diante de mais de vinte diferentes países do continente europeu e, consequentemente, com leis oriundas dos mais diversos órgãos e influenciadas pelas mais diferentes tradições culturais, tornando, assim, o trabalho da CEDH uma tarefa bastante árdua.

Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia e Pacífico (Unescap):

Milhares de crianças e adolescentes vivem em situação de exploração em todo o mundo. O tráfico de pessoas é um tema bastante sensível, ainda com muitas dificuldades de se mostrar no cen|rio de discussões. Justamente para nos libertarmos deste “véu da ignor}ncia” que encobre o tema que a discuss~o fomentada pelo comitê da Unescap – o tráfico de crianças no Sudeste Asiático – mostra-se de tão grande importância. Nesse meio, entram em pauta diversos pontos para discussão. Desde questões acerca do tráfico em si até a análise dos contextos social, político, econômico e cultural que contribuem para o desenvolvimento desta prática; o que é feito com essas crianças e, ainda, de que forma é possível retirá-las desse meio, devolver-lhes a dignidade, a esperança, dar a elas a chance de conhecer uma nova realidade.

Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco):

Com o propósito de contribuir para fortalecer o respeito universal pela justiça, pelo Estado de direito e pelos direitos humanos e liberdades fundamentais, nesta edição da SiNUS a Unesco terá como tema a Mídia, construção e representação de identidades sexuais. Desta forma, iremos tratar de como a mídia ocupa um papel central na difusão de informações no globo, modelando opiniões, construindo e representando, ainda que em distintas proporções, formas de identificação social. Especificamente, então, debateremos a atuação da mídia na representação das identidades sexuais e os estereótipos perpetuados pelos valores sociais dominantes, relacionados à igualdade e identidade de gênero e orientação sexual.

Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII):

Nesta edição da SiNUS, o Tribunal Penal julgará o caso IT-95-5/18, referente às supostas violações ao Direito Humanitário Internacional pelo ex-dirigente sérvio Radovan Karadžić durante a Guerra da Bósnia, conflito civil que aconteceu nos Bálcãs no início da década de 90. Entre as acusações estão as de crimes de genocídio e ataques imotivados a civis durante o conflito que resultou na dissolução da Iugoslávia e no surgimento de diversos países, como a Eslovênia, Sérvia e Macedônia. Vale a ressalva: o TPII não trata do julgamento dos Estados envolvidos na disputa, mas da responsabilidade pessoal dos envolvidos no conflito. É, portanto, ambiente em que o Direito, as Relações Internacionais e a História se encontram para fornecer uma resposta à altura da comunidade internacional para um dos conflitos mais impactantes do final do século passado.

Organização Mundial da Saúde (OMS):

Page 10: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

A Organização Mundial da Saúde, nesta SiNUS 2013, estará recheada de muita controvérsia sobre bioética na pesquisa genética. Até onde os países concordam com a pesquisa feita com genes humanos? Logo se vê que polêmica é o que não vai faltar em todo o debate e confecção do documento final, sintetizando a discussão feita durante a conferência.

Organização Internacional do Trabalho (OIT):

A Organização Internacional do Trabalho é de suma importância para a regulação de condições dignas de trabalho em todo o mundo. Desde os primórdios, a OIT se propõe a lidar com o trabalho como uma questão de cunho humanitário, social e econômico. O seu caráter inovador reside na sua característica tripartite, em que representantes do governo, dos empregadores e dos trabalhadores cooperam entre si para atender os diversos anseios referentes às questões trabalhistas. Sendo assim, na OIT, será possível não só representar um país, como também empresas e sindicatos.

Nesta edição, a Organização Internacional do Trabalho abordará a economia informal, analisando-a em seu conceito amplo. De fato, o tema não poderia ser mais atual e relevante, considerando o contexto de crise econômica e seus efeitos provocados nas relações trabalhistas. Nesse sentido, a questão será avaliada sem que se procure condenar ou aprovar a existência de uma economia informal, mas sim focar na sua relação com a garantia do trabalho decente.

Lema, Valores e Projeto Pedagógico A SiNUS preza, desde a criação, pela responsabilidade

ambiental, social e cultural dos participantes e envolvidos. Tais funções estão presentes desde os momentos de preparação até o próprio evento, por meio da realização de eventos culturais como a Noite das Nações, da adoção de árvores, do incentivo à inclusão social por meio da SiNUS Social e da produção acadêmica e científica. Diante disso, a SiNUS assume não somente o papel social de incentivador de novos líderes, mas também de formador de cidadãos críticos e conscientes de seu papel na sociedade.

A cada ano, a SiNUS traz para o centro de discussão de seus participantes um eixo temático que inspira cada comitê e seus respectivos temas. Em 2013, a SiNUS coloca luz sobre o próprio ser humano, dotado de valores individuais e possuidor de autonomia, como foco de debate para seus delegados. O tema Trilhando Caminhos para a Dignidade Humana mostra a real posição da SiNUS na vida de cada delegado: a construção, juntos, das bases para que cada pessoa possa atingir as próprias concepções de vida digna e justa. Com isso, cada momento de debate e aproximação cultural torna-se essencial para a consolidação de ideias e opiniões acerca do que de fato é a dignidade humana.

Nesse sentido, a equipe da SiNUS compartilha a noção de que a dignidade humana se orienta em três eixos: o valor absoluto do indivíduo, sua autonomia pessoal e os valores comunitários que compartilham. Assim, em 2013, a SiNUS discutirá em várias faces esta noção. Como, afinal de contas, assuntos como crime cibernético, genoma humano, cidades sustentáveis, liberdade religiosa, liberdade de expressão, apatridia, desemprego e programas de transferência de renda se aproximam (ou não) da construção da dignidade de cada indivíduo?

Tendo por público-alvo os estudantes de ensino médio em escolas privadas e públicas, a SiNUS busca promover um crescimento

Page 11: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 de seus participantes em múltiplas dimensões, estimulando neles o desenvolvimento de diversas habilidades e valores. São eles:

Formação de agentes de mudança:

A educação deve estar voltada para a formação de cidadãos autônomos e críticos. Para isso, a SiNUS provê ferramentas para que jovens “delegados”, “repórteres” e “juízes” tenham consciência de seus direitos e deveres fundamentais enquanto cidadãos; bem como do papel do diálogo e da tolerância em uma sociedade marcada pela pluralidade.

Educação fora da sala de aula:

A SiNUS se propõe ainda a complementar o conteúdo ensinado na educação formal. É estimulado o aprendizado acerca de tópicos da agenda internacional, além da cultura e política externa de diversos países. As habilidades de pesquisa e escrita são aplicadas à produção de documentos durante a conferência, além de artigos posteriores a ela.

Desenvolvimento de habilidades:

O projeto promove ainda a construção de capacidades como liderança, técnicas de negociação e oratória. A habilidade de trabalho em equipe também é estimulada tanto na conferência, ao se reunirem estudantes de diversas partes do Brasil em torno de metas comuns; como durante as Olimpíadas SiNUS que, realizadas no terceiro dia do evento, reúnem os estudantes para competição em esportes e gincanas.

Educação para o desenvolvimento sustentável:

A educação socioambiental é também uma prioridade da simulação. Por meio da SiNUS Social e de medidas de preservação

ambiental, como a adoção de árvores e o uso de canecas, nosso projeto busca impactar uma geração que tem ainda o potencial de reduzir suas pegadas sobre o globo, por meio da ideia de sustentabilidade.

A SiNUS 2013 terá, por fim, o desenvolvimento individual de cada participante – entre estudantes secundaristas, professores e voluntários – em diversas esferas: social, ambiental, pessoal, acadêmica e profissional.

Em torno do lema escolhido giram todas as atividades do projeto. Este está pautado na compreensão da dignidade humana como composta sobre três pilares: o valor intrínseco e inalienável de cada ser humano; a autonomia do indivíduo sobre as decisões que lhe atingem de forma mais profunda; e a proteção de valores compartilhados em sociedade, desde que estes não ataquem direitos individuais fundamentais. Estudantes de ensino médio terão a oportunidade de atuar como diplomatas, juízes e repórteres a partir de 17 temas que colocarão em debate os pilares da dignidade humana.

Nesse sentido, as atividades da simulação serão perpassadas do início ao fim por valores que incluem:

O respeito à ética e à transparência;

A sustentabilidade socioambiental;

O respeito e a confiança entre membros da equipe;

A preservação do prestígio do projeto com relação a edições anteriores e posteriores.

Page 12: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Agência de comunicação

Uma Agência de Comunicação (AC) é responsável por acompanhar e produzir conteúdo exclusivo e interessante a respeito de algum assunto. Em uma simulação de secundaristas como a SiNUS, a Agência é responsável por produzir notícias sobre as atividades que acontecem nos comitês, simulando todo o processo de produção, edição e confecção de um jornal de verdade. Ou seja, a AC é uma simuladora de agência de notícias que proporciona aos participantes uma intensa experiência jornalística, similar às encontradas em redações reais.

Nesta edição da SiNUS, a AC conta com quatro núcleos de produção: dois jornais impressos, um jornal televisivo e um jornal online. Embora distintos por linhas editoriais diferentes - para dar maior dinâmica e diversão à experiência -, os jornais são feitos de modo a que cada jornalista tenha a possibilidade de escrever para mais de uma edição do jornal escolhido, ampliando o aprendizado e a descoberta do jornalismo.

Serão quatro dias de simulação, em que ao fim de cada um deles serão produzidos dois jornais impressos, um jornal televisivo e notícias para o blog online da redação com os acontecimentos dos debates e camarins da simulação, além de flashes noticiosos e cobertura fotográfica, tudo produzido pelos estudantes (repórteres) e organizado pelos editores (universitários do curso de Comunicação Social da Universidade de Brasília com experiência em redação e produção jornalística). Na abertura, será entregue um jornal previamente produzido pelos estudantes durante as semanas de treinamento.

Será possível vivenciar um ambiente agitado e diferenciado, com acesso aos comitês para a cobertura completa da simulação. Os repórteres serão responsáveis pela elaboração dos jornais: dois impressos, um televisivo e um online. Tudo para que os delegados fiquem informados sobre os acontecimentos dentro e fora dos outros

comitês de que não fazem parte e para que o desenvolvimento da simulação seja enriquecido.

Ao escrever para o jornal, o estudante adquire novos conhecimentos, aumenta sua capacidade de crítica, aprende a articular informações diversas e estimula a produção de diferentes tipos de mensagens, torna-se mais bem preparado para a produção de notícias que, de uma forma ou de outra, influenciarão no pensamento e julgamento das pessoas.

Como Agência de Comunicação que é, a AC tem responsabilidades reais com a busca pela verdade, com a ética, com a responsabilidade social e com a integridade e dignidade humanas. Portanto, tanto os estudantes do ensino médio, quanto os universitários trabalharão em conjunto para que as atividades sejam feitas com base nessas ações.

O papel do jornalista

Como jornalista, o estudante deverá, antes de tudo, colocar-se como observador do mundo que o envolve. Buscar entender com a maior amplitude possível a realidade do comitê que está trabalhando, falar com várias pessoas, prestar atenção ao que é dito, anotar, gravar aspas e partes importantes dos envolvidos, sensibilizar-se com os diálogos e retratar com a maior fidelidade os acontecimentos. A realidade sempre será mais complexa que a notícia, mas esta tem por obrigação dar aos leitores a possibilidade de entender com qualidade o acontecido. O papel do jornalista é ser uma janela que esclarece e amplia a visão dos leitores.

Horário de trabalho

Durante a SiNUS, os jornalistas começarão o trabalho sempre antes de iniciadas as atividades programadas para a simulação. A

Page 13: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 partir do primeiro dia de simulação, a Agência de Comunicação deve estar no local da redação uma hora antes do início das atividades. O tempo será utilizado para reunião de pautas do dia e atribuições de repórteres e editores. O horário de fechamento das páginas e diagramação dependerá do dia. No dia 27, dia da abertura, o jornal já estará montado. Esse será o único que ficará pronto em dia diferente da entrega. No dia 28, os jornais fecham às 16h. Nos dias seguintes (29,30 e 31) fecham às 18h.

Organização da Agência de Comunicação

Atribuições e responsabilidades:

Diretor de redação:

Coordena o fechamento e edição de todos os jornais da simulação. Seja o impresso, o televisivo ou o online. Define e escolher quais matérias do impresso devem entrar no jornal online e que medidas devem ser tomadas com as imagens restantes que não forem usadas durante o fechamento dos jornais. É aquele responsável pela Agência de Comunicação e que responde por ela na SiNUS.

Editor-chefe:

As atribuições são coordenar e organizar o fechamento das edições pelos quais está responsável. Estando ligado diretamente com os diagramadores e editores das páginas, cobrando deles os prazos de fechamento do jornal. Colocar chamadas finais para a primeira página, revisar todo o jornal, ler títulos, legendas e linhas de apoio para o fechamento. Seguir o projeto editorial.

Editores:

Editar gramaticalmente e, quando necessário, sentidos e infomações dos textos dos jornalistas e trabalhar diretamente com os repórteres para o fechamento das matérias. Colocar títulos, legendas, linhas de apoio, retrancas e adereços nos textos para melhor interpretação dos textos pelos leitores. É responsabilidade do editor fechar a página pelo qual está responsável, estando sempre próximo do jornalista para saber se ele possui todas as informações apuradas para o fechamento da matéria, além de seguir o projeto editorial do veículo para o qual trabalha e escolher as imagens que ilustrarão as edições.

Repórteres:

São atribuições do jornalista fazer uma pré-apuração bem fundamentada sobre o tema que escreverá, seguir as indicações do editor para o fechamento da matéria, dar sugestões de título, legenda, linhas de apoio, retrancas e adereços. Tirar as fotos que ilustrarão as matérias e além disso, procurar escutar as partes envolvidas na

Page 14: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 matéria e seguir os projetos editoriais dos veículos para o qual está escrevendo, como por exemplo as indicações de caracteres.

Diagramadores:

Seguir o projeto editorial de fechamento dos jornais, prezar pela correção das informações e buscar o equilíbrio entre imagem e notícia. Faz o layout do jornal. É o diagramador que organiza os textos feitos pelos repórteres no jornal que será impresso. Quando possível, apresentar soluções diferenciadas para a diagramação das páginas. Dirigir-se ao editor-chefe da publicação sempre que existir algum problema.

Dress Code

Os delegados da SiNUS devem estar vestidos de maneira formal, com roupas sociais – terno e gravata, tailleur – ou trajes típicos de seu país. Já os jornalistas podem adotar um vestuário relativamente mais flexível, mas ainda social. Tênis, chinelos, camisetas, minissaias, shorts e bonés só são permitidos durante as atividades recreativas. O bom senso é muito importante nesse momento e é válido lembrar que o ambiente é diplomático e, portanto, os trajes não podem ser, em nenhuma hipótese, obscenos ou ofensivos.

BLOCO II – REDAÇÃO

O fazer jornalístico

O jornalismo é uma atividade profissional que busca apurar, processar e transmitir informações da atualidade para públicos em geral ou específicos. As informações costumam ser veiculadas através de meios de comunicação como jornais e revistas - impressos ou on-line -, emissoras de rádio e de televisão. Segundo o Dicionário de Comunicação (1978, p.267-268), o jornalismo se divide em gêneros:

a) Informativo: que enfatiza a narração da informação objetiva, pura, imparcial, impessoal e direta;

b) Interpretativo: destaca a interpretação da informação, comparando, interligando, incorporando fatos e fazendo projeções com outros acontecimentos e informações;

c) Opinativo: expressa a opinião, o ponto de vista de uma pessoa, de um profissional, de uma empresa, de uma instituição ou de um governo;

d) Entretenimento: representa o caráter recreativo do jornalismos. Também podem estar presentes informações divulgadas e apuradas previamente.

A atividade do jornalista abrange entender o mundo que o rodeia e descrever com a maior fidelidade possível os acontecimentos. A rotina é árdua e muitas vezes sobram poucas horas para a apuração, escrita e edição da matéria, o que pode encher de dúvidas qualquer repórter. Por onde começar? Como escrever? O que é mais importante?

Page 15: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Segundo Ricardo Noblat, ex-diretor de redação do Correio Braziliense e autor do livro A arte de fazer um jornal diário, o jornalista tem quatro deveres: o primeiro é com a verdade, mesmo que ela não seja algo claramente identificável; o segundo é com o jornalismo independente; o terceiro é com o interesse dos cidadãos e o quarto dever é com a sua própria consciência.

O trabalho do repórter consiste em juntar dados para escrever textos informativos. Ele vai a campo, faz entrevistas, acompanha eventos, realiza trabalhos de observação e pesquisa e volta para a redação para escrever a matéria. Por celular ou internet, o editor mantém contato com o repórter, orientando-o para possíveis mudanças na pauta inicial ou pedindo cuidado a determinado aspecto.

O que é uma notícia?

--------------------------------------------------------------------------------------Pedreiro morde cachorro e quase é linchado

O pedreiro Jair Rodrigues da Silva, 32, escapou de um linchamento em Americana, depois de morder o focinho de um cachorro vira-lata que o atacou, no bairro Antônio Zanaga, periferia da cidade. O cão era do próprio pedreiro, que o ganhou de um amigo. Silva amarrou uma corda de nailon no pescoço do cachorro e saiu para passear. Como o animal não andava, o pedreiro resolveu empurrá-lo com um chute no traseiro. O cachorro o mordeu e o pedreiro revidou, primeiro com pauladas, depois a dentadas, que feriram gravemente o animal. O cachorro, ainda sem nome, foi levado para o Centro de Zoonoze da cidade. Silva foi para o Hospital Municipal de Americana, onde foi medicado e liberado. Os dois passam bem. Folha Online, em outubro de 2000

--------------------------------------------------------------------------------------

Homem soca policial e morde cachorro

Roderick Lewis, do Estado norte-americano de West Haven, mordeu um cachorro de polícia. Segundo o site MSNBC, tudo começou quando

o policial Scott Bloom estava patrulhando nas ruas com seu cão, Onyx. Roderick apareceu e começou a gritar que queria drogas. Depois, ele tentou mexer na arma do policial. Scott não teve escolha: segurou o braço de Roderick. Mas o doidão reagiu: socou o tira na cara. O cachorro, como grande amigo que é, avançou no agressor. Para se defender, Roderick mordeu o cachorro. R7 Notícias – outubro de 2010

------------------------------------------------------------------------------------

O que uma notícia? Uma frase atribuída a vários autores se transformou em uma espécie de definição informal da notícia e costuma ser repetida nas redações de todo o mundo: se um cachorro morde um homem não é notícia, pois isso já é esperado de um animal, mas se um homem morde um cachorro, aí então é notícia, uma notícia sensacional. Pelos exemplos iniciais, observa-se que o fato de um homem morder um cachorro se torna uma notícia porque o fato é: novo, inusitado (estranho, exótico), misterioso, sensacional (apela às sensações).

Você pode pensar que acontecimentos com um simples cão mordendo uma pessoa pode não ser notícia, mas se o cão do ex-presidente Lula morder uma pessoa, isso certamente será notícia. O importante de perceber aqui é que os ingredientes que formam um relato noticioso é uma união de elementos conhecidos como valores-notícia. No caso de o cão do presidente morder alguém na rua, o que forma a notícia é a notoriedade do cão (a exemplo de pessoas famosas) e a proximidade (o que nos toca fisicamente, psicologicamente ou mentalmente por estarmos perto dos acontecimentos).

Mas o que é mesmo notícia?

No dicionário, notícia (do latim notitia) é uma: 1 - Informação, notificação, conhecimento. 2 - Observação, apontamento, nota. 3 - Resumo de um acontecimento. 4 - Escrito ou exposição sucinta de um acontecimento qualquer. 5 - Novidade, coisa nova.

Page 16: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Os conceitos de notícia encontrados em livros tratam-na como mera transcrição de um fato ocorrido, manifestação da inteligência humana, simples forma de representação da realidade. Alguns dos conceitos correntes são:

“É a comunicação de uma ocorrência que irá interessar a maioria de uma comunidade, ou é o fato cuja importância atinge a maior parte da coletividade onde foi gerado.” (Juvenal Portela, 1976)

“É algo que n~o se sabia ontem.” (Turner Catledge, 1978)

“Notícia é tudo o que o público necessita saber, tudo o que o público deseja falar.” (Revista Collier’s Weekly, em Amaral, 1978)

“Notícia é um texto que informa o que está acontecendo, de modo claro, geralmente breve, com a preocupação de dizer a verdade. Nela o autor registra fatos, tentando evitar opiniões ou interpretações.” (Samir Curi Meserani, 1975)

“A notícia se define pela novidade, pelo que é novo, sendo, portanto, o tempo que transforma o novo em velho, a novidade em conhecimento.” (Isabel Siqueira Travancas, 1993)

Podemos resumir os conceitos de notícia em:

- notícia é um acontecimento, mas nem todo acontecimento é uma notícia. Eventos contínuos geralmente perdem o interesse;

- notícia é um acontecimento que desperta interesse, mas nem todos os acontecimentos despertam o interesse geral. Alguns são específicos de um público em específico, daí o surgimento da imprensa segmentada;

- notícia é o fato que choca, mas há fatos que não chocam e que causam notícia. É o caso de descobertas científicas, que tendem a não causar choque, mas que têm grande interesse da humanidade.

Ou melhor:

- notícia é o inusitado

- notícia é o novo, a novidade

- notícia é a transmissão de experiência, articulação que transporta quem não vivenciou o acontecimento, matéria-prima da produção jornalística

- notícia é comunicação: quanto mais pessoas essa notícia atingir, melhor. O objetivo é ampliar o espectro da informação

Calcula-se que 60% de todo o material que chega às redações seja jogado fora. A primeira página de um jornal é a cara com que o veículo se apresenta aos leitores. Os mais forte fatores que fazem a notícia algo interessante estão todos nas capas dos jornais ou nos blocos iniciais dos telejornais. São os chamados valores-notícias.

Valores de noticiabilidade

Quando se trata de definir o conceito de notícia pelo interesse do leitor, os jornalistas batem cabeças. Quem deve determinar o conteúdo dos jornais? Onde ficam os princípios da imprensa - informar, formar, entreter? E a missão - acrescentar dados para a reflexão, pautar discussões, levantar assuntos polêmicos ou obscuros, denunciar? Se os meios de comunicação se contentarem em atender as expectaticas do puclico, não tocarão em temas que possam incomodar ou que provoquem controvércias? O negócio seria deixar o leitor satisfeito, sem ansiedades. O que o jornalismo deve mesmo

Page 17: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 questionar é o que realmente interessa ao leitor. O que é importante para eles?

É essa a avaliação jornalística que transforma o fato em notícia. Ou seja, o fato vira notícia quando é publicado. A distinção entre interesse e importância nem sempre é fácil. Muitas vezes o jornalista faz a avaliação recorrendo aos dois critérios e respondendo internamente {s questões: “Por que este assunto é relevante? e Qual o interesse deste assunto para o leitor?”. Além disso, muitas vezes o que é relevante vem escolhido pelos editores pelo enfoque a ser dado na matéria.

Há, no entato, valores considerados universais entre os jornalistas: os valores-notícia atingem o público pelas emoções e o fazem cativo da notícia; muitos valores-notícia juntos significam interesse maior; poucos ou fracos valores-notícia representam uma audiência menor.

Se são fortes, não há como frear a divulgação dos fatos, eles valem por si. É possível distinguir os valores noticiosos em duas categorias: os valores fundamentais e os valores temáticos. Os primeiros seriam aqueles pelos quais a profissão não vive e os outros mostram uma relação de assuntos que sempre oferecem oportunidades interessantes para a notícia e, portanto, estão nas boas graças do público.

São valores-notícia fundamentais:

- Atualidade: o novo é o primeiro quesito da notícia

- Proximidade: aquilo que nos atinge fisicamente ou psicologicamente

- Notoriedade: pessoas famosas ou com destaque na sociedade

São valores-notícia temáticos:

- Poder: disputa, guerra, paz, sindicatos e associações, ONGs, igrejas, , elites, governos, administrações, estados, países, leis...

- Dinheiro: luxo, ecnomia, riqueza do local, movimentos de capital, bens e mercadorias, impostos, finanças, benefícios para o cidadão...

- Morte: tragédias naturais e humanas, catástrofes, assassinatos, drogas, crimes, acidentes, violência, guerras, agressão, ameaça, segurança...

- Mistério: o desconhecido, o inexplicado, o fantástico, descobertas...

- Sexo: relações humanas, opção sexual, casamento, exploração sexual...

- Lazer: diversão, esportes, campeonatos, prazer, viagens, passeios...

- Saúde: medicina, dietas, remédios, boa forma física e mental, vacinação e prevenção, higiene, cuidados sanitários, qualidade de vida...

- Trabalho: mercado, economia formal, emprego, desemprego...

- Religião: seitas e organizações religiosas, festas e datas sagradas, cultos e ritos, mitos, santos, credos, crenças...

- Meio-ambiente: recursos naturais, conservação da natureza, parques e jardins, programas de preservação, urbanização...

- Amor: romance, solidariedade, fraternidade, amizade, união...

- Confidências: intrigas, vida pessoal, intimidades, denúncia...

- Ciência: pesquisas, descobertas, inovações, novas tecnologias...

- Educação: ensino, escola, cursos, cultura, métodos educacionais....

- Arte: cultura, elegância, beleza, decoração, espetáculo, museu, festivais, preservação do patrimônio histórico e cultural, monumentos...

- Moda: indústria do vestuário, desfile, vitrines e butiques, alta-custura, modelos, tecidos, confecções...

- Contraste: amor/ódio, morte/vida, crença/descrença, rico/pobre, feio/bonito, pequeno/grande, novo/antigo, alegria/tristeza...

Page 18: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Como saber o momento em que se está diante de um valor noticioso? Algumas características podem ajudar: a intensidade do acontecimento, a proximidade, a extensão, as consequências, o tempo do fato e o número e a variedade de elementos envolvidos nos acontecimentos.

Imagine um acontecimento recente (oportunidade), que tem grande impacto sobre a vida da comunidade (intensidade), que se deu próximo a ela (proximidade), que tenha relação a temas do cotidiano (consequências) e que reúna outros elementos como sexo, morte, cultura, lazer...O termômetro do interesse pela notícia se elevará!

A pauta

A pauta é um dos primeiros passos na apuração e produção jornalistica. Compreende o roteiro principal do tema ou assunto a ser abordado em um jornal. É, portanto, o resumo do que deve ser apurado, as pessoas a serem entrevistadas, a forma de contato com elas (telefone, endereço, email) e as indicações de perguntas básicas a serem feitas em uma entrevista.

Além disso, a pauta pode apresentar a forma de abordagem do tema pelo profissional de comunicaç~o. Isto é, a pauta é a “semente” da notícia. Quão melhor for elaborada, melhor será a possibilidade de uma notícia ser bem produzida e possuir um bom texto.

É um instrumento de organização interna. A partir dela, pode-se esquematizar o fechamento das edições, planejar a rotina dos jornalistas e estabelecer padrões de conteúdos e funcionamento dos jornais. A rotina dos veículos de comunicação começa e termina com a pauta. O último produto dos editores é a pré-pauta para o dia seguinte. Numa pauta há indicações de enfoque, sugestões de como o tema deve ser abordado e as prioridades do veículo ao tratar de determinado tema.

No Brasil, entende-se como pauta uma relação de assuntos feita pelos editores que conduz a edição do jornal. Pode assumir o nome de pré-pauta, e nesse caso, levanta uma relação de temas possíveis de serem abordados no dia seguinte. Entende-se também como uma indicação transmitida ao repórter para orientar o trabalho de apuração de um fato. Quando eclode uma catástrofe não há tempo para criar uma pauta. Nesse caso, os repórteres mais experientes são encarregados das pautas de maior responsabilidade.

A pauta de jornal é esse documento detalhado, sob o ponto de vista da apuração, que exige a busca de muitas fontes. A pauta de TV é semelhante à de jornal, com a diferença de conter a preocupação com a imagem, cor e movimento. Na internet, a pauta ordena mais do que sugere, alinha mais do que motiva e obriga mais do que solicita. Para além disso, existe a pauta especial, que são as que exigem tratamento especial de quem as executará. Exigem pesquisa, muito trabalho de campo, horas de dedicação e texto impecável. Em geral, são pautas para edições especiais ou cadernos diferenciados

A fonte

Em jornalismo, as fontes são os portadores de informação. Podem ser pessoas, falando por si ou coletivamente, ou documentos escritos ou audiovisuais, por meio dos quais os jornalistas tomam conhecimento de informações, opiniões ou dados, e, também, verificam o rigor dos dados obtidos ou aferem a veracidade dos juízos de valor que lhes foram apresentados. Os jornalistas raramente estão em condições de assistir a um acontecimento em primeira-mão, por isso necessitam de fontes.

Mesmo quando estão presentes a um acontecimento necessitam recorrer a uma fonte para se certificarem do que está a ser dito. Existem diferentes patamares pelos quais a informação chega até um jornalista: através de rotinas, rondas telefônicas com fontes oficiais, processo informal, releases enviados por assessorias de comunicação,

Page 19: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 fontes oficiais (políticos, empresários, líderes religiosos, porta-voz de grandes empresas) e fontes não oficiais (ONGs, sindicatos, pessoas anônimas...). Neste processo de estudo, deve-se dar atenção às fontes oficiais. Pessoas desconhecidas raramente aparecem nas notícias a não ser que estejam veiculadas a uma instituição.

“Fontes s~o aqueles que têm algo a dizer e informar, os produtores das ações sociais – dos atos e falas notici|veis”, interpreta Manuel Carlos Chaparro (1996: 148), afirmando que elas “s~o a base essencial da aç~o jornalística… Sem elas, não há notícia nem notici|rio”. Nilson Lage (2008: 49) considera que “é tarefa comum dos repórteres selecionar e questionar essas fontes, colher dados e depoimentos, situá-los em algum contexto e processá-los segundo as técnicas jornalísticas”.

A apuração

Seria muito fácil se o trabalho do jornalista se limitasse a colher as notícias que chegam à redação, tiradas dos outros jornais, do rádio, da internet, de comunicados de assessorias. É dever do repórter apurar informações para trazer notícias novas. Segundo o dicionário Aurélio, apurar é tornar puro, livrar da impureza, mas também conhecer ao certi, averiguar, indagar.

Em que consiste o processo de apuração de notícias do jornalismo? A pessoa designada como repórter tem função de reportar o que viu, ouviu, constatou, sentiu ou investigou e dar a quem não estava presente a ideia mais fiel possível do que aconteceu. Apurar é colher todos os fatos, juntar todos os dados disponíveis sobre o assunto e construir a notícia.

O repórter do meio impresso e do rário dispõe de mais facilidade de deslocamento di que o colega da televisão, pois o máximo que precisará é um bloco de papel, caneta e gravador. Muitas vezes bastam-lhe o ouvido e atenção. Além disso, contando com o caráter analítico e interpretativo do jornal e da revista, os profissionais desses

veículos têm mais tempo para investigar uma notícia, ao contrário do jornalista de meios onlines.

Esse, depende da própria agilidade, não só para identificar a noticia, bem como para enviá-la rapidamente.

Com a pauta na mão ou na cabeça, o repórter vai em busca de dados. Antes de partir para a apuração - quando há tempo -, tenta esclarecer os detalhes importantes da incumbência que recebeu, discute com o editor o enfoque a ser dado e define os locais aonde deve ir, bem como as pessoas que interessa conversar.

Só existem três maneiras de se conseguir informações: com repórter no local do acontecimento; com entrevista com envolvidos ou com fontes de informação; e com fontes secundárias (catálogos de telefone, especialistas, arquivos, filmes, relatórios...).

Fases da apuração:

Podem ser consideradas fases da apuração:

- A observação: o repórter deve prestar atenção ao cenário macro, a fim de ter uma visão geral do contexto em o fato está inserido

- A anotação e a indexação: o repórter lista as coisas vistas, nomes e tipos de pessoas, deve ser capaz de colher e transmitir informações sobre o local, destacando o que mais lhe chamar a atenção. Nesse trabalho ele anota número de pssoas, estatísticas, anota cheiros, sons, cores...

- O questionamento: em entrevistas, o repórter deve perguntar tudo o que lhe ocorrer sobre o assunto, até que a curiosidade esteja saciada ou tenha certeza de que compreendeu bem o que lhe foi dito.

- A organização dos apontamento: antes de começar a escrever é preciso rever todo o conteúdo anotado na apuração, separar os assuntos, destacar as declarações mais importantes, completar com apuração mais aprofundada de dados, fazendo novas pesquisas ou entrevistas.

Page 20: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 - A avaliação: de volta à redação ou em conversa com o editor, o repórter define o lide e a hierarquização dos dados e faz, mesmo que mentalmente, um roteiro para a redação, que pode conter uma ou várias matérias interligadas. Porém, antes de iniciar a escrita, deve se perguntar: ouvi todos os lados? Dei oportunidade para que todos os envolvidos se manifestassem? Fui isento nos meus julgamentos e decisões?

Métodos de apuração:

A apuração é o processo inicial e principal do jornalista e como toda atividade profissional, a coleta de dados também tem sua metodologia, um caminho para se obter resultados. Pode-se resumir os meios de apuração em dois caminhos:

a) Direto: chega-se à notícia por suas fontes, entrevistas com os autores dos fatos ou autoridades responsáveis pelo assunto que se quer investigar. Além do contato pessoal, outro método direto de apuração é feito pelo telefone. Se o contato via email ou telefone ajuda, não se pode esquecer que assim se perde o olho-no-olho e certa sensibilidade.

b) Indireto: esse método é usado quando o repórter se acerca da notícia sem, muitas vezes, conseguir se aproximar dela. Quando Euclides da Cunha foi cobrir a guerra de Canudos, o exército brasileiro o impediu de ficar no front de batalha, mas isso não o impediu de descrever com detalhes e exatidão os acontecimentos. Ele ficou no sertão três meses estudando o ambiente e aprendendo como vivia o sertanejo e fez um relato completo sobre a vida do sertanejo e sobre as expedições enviadas pelo governo para a batalha.

O off: dentro dos métodos indiretos, pode-se alinhar o off, quando o jornalista entrevista a fonte, mas não pode citá-la.

Recursos de apuração:

- Caderneta de telefones

- Gravador

- Caderninho

- Arquivo Pessoal

- Pesquisa

- Fichário

- Roteiro de perguntas, dados a se investigar, locais a percorrer

- Guia: localização, dados sobre o local, quem pode estar envolvido com o caso, com quem falar, o que perguntar, observação (o que está acontecendo?), nomes, idades, origens, críticas, elogios, quem são as autoridades presentes, o que há de novo, o que deve acontecer no futuro sobre o assunto, o que se pode esperar. Em que momento começou, quando começou, qual o tema principal, qual a programação, quem são os patrocinadores, o público-alvo, qual a sequência dos fatos, quem são os personagens, há lances exóticos ou inusitados? Descobertas, depoimentos contra e a favor.

Cada situação exige uma conduta diferenciada. A apuração é um trabalho de detalhe, conduzido pela curiosidade do repórter. Quanto mais informações, mais segurança mostrará na hora de redigir um texto. No entanto, em cada evento é preciso não esquecer de averiguar: O que é o evento? Quem promove, quem está envolvido? Quando aconteceu? Como se iniciou e como prosseguiu? Onde se realiza? Por que se dá o evento? Para que serve? Quais as repercussões?

A reportagem

Reportar significa narrar, contar. Daí surgiu o termo reportage (inglês) = reportagem, que é entendido em quatro acepções:

Page 21: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 - Resuldato de busca de informação, cobertura;

- Atividade de coleta, preparação e redação de informações,

- Conjunto de jornalistas encarregado do setor informativo do jornal: a reportagem ou o reportariado

- Produto específico resultante do trabalho de reportar determinados fatos, com a pretensão de aprofundar o assunto e provocar o debate.

Em sentido geral, pode-se dizer que reportagem é informação, uma notícia ampliada, um relato de ocorrência de interesse coletivo e é oferecida ao público de forma especial. A notícia é o ponto de partida de uma reportagem. E é a partir dela que uma matéria é escrita.

Entendamos melhor:

Na tradição oral, a ordenação dos fatos por ordem decrescente de importância é bem mais comum do que se imagina. Cada um possuiria uma noção inconsciente do que seja um fato de importância. Você encontra, pela manhã, um cadáver na porta de casa. Ao ligar para a polícia, não começará a contar os fatos desde que acordou até descobrir o morto. Irá para o ponto mais importante: o cad|ver. Essa, segundo Nilson Lage, é a “noç~o intuitiva da notícia”.

Segundo uma fórmula universal da notícia, o motivo do interesse vem em primeiro lugar. O interesse do leitor pela notícia e a necessidade de informação variam conforme a posição geográfica (onde nasceu, onde mora, que lugares conhece e frequenta), cultura, gostos e interesses pessoais, gostos que suscita (amor, raiva, compaixão, solidariedade). O jornalismo procura atender a esses sentimentos, é dessa maneira que as matérias adquirem valor.

A ligação com o tempo, com o novo, é o valor-notícia que prevalece sobre todos os demais. É o novo que faz o lide (primeiro parágrafo da matéria). É em cima desse caráter de novidade que o repórter trabalha para construir o texto informativo.

Existem, em geral, três tipos de reportagem: a de rotina ou setor, a grande reportagem e a matéria de serviço. A reportagem de rotina publica acontecimentos que se dão habitualmente, de tal maneira que o jornal pode prevê-los e destacar os responsáveis pelas matérias. A grande reportagem busca acontecimentos extraordinários, originais e complexos, com o uso de múltiplas fontes. O repórter tem mais tempo para apurar as informações e depende do espírito criador do jornalista. Já a matéria de serviço pretende prestar informações mais diretas ao leitor. Quem lê recebe incentivos visuais e psicológicos que envolvem o assunto, tais como endereços, telefones, mapas, dicas.

A edição

A edição consiste em preparar as matérias, entrevistas, artigos e demais gêneros jornalísticos, selecionando as melhores informações, retirando ou desenvolvendo outras e preparando-as para o espaço de caracteres estabelecido. Os textos jornalísticos podem ou não vir acompanhados de gráficos e imagens ilustrativas.

Cabe ao próprio jornalista pré-editar as próprias matérias, antes de repassá-las ao editor responsável. Quando possível, cabe também ao jornalista sugerir títulos, subtítulos, legendas de fotos, e adereços.

A edição de uma notícia inclui todo o acompanhamento da produção e está ligado ao processo de correção do texto, da montagem da página (textual e gráfica), definição de destaques, de manchetes e de legendas. É importante que a matéria esteja dentro dos limites de caracteres previstos pelo editor, cumprir os prazos estabelecidos (deadline), além de se pensar no leitor, que o destino final da matéria.

Quando for necessário diminuir o número de caracteres, uma dica é iniciar a edição por artigos, adjetivos e trocando palavras grandes por sinônimos. O ideal seria o repórter reescrever a matéria selecionando as melhores informações e resumindo a notícia. Caso isso não seja possível, seguir as dicas acima pode diminuir o texto de

Page 22: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 maneira suficiente sem ser necessário trocar as informações do texto. Em casos drásticos, quando muito texto precisar ser cortado, informações no pé da matéria podem ser suprimidas, levando em consideração que essas tenham seguido as regras da pirâmide invertida e sejam, portanto, as menos interessantes para o público.

A entrevista

A entrevista feita no âmbito jornalístico visa obter informações que serão utilizadas em um produto final, onde entream a credibilidade e a fidedignidade das fontes. A entrevista, segundo Cremilda Medina - em Entrevista, o diálogo possível (1986) -, é uma “técnica de interaç~o social, de interpenetraç~o informativa”. Quebra o isolamento e serve à difusão de vozes, ao pluralismo informativo. A autora acredita que seja possível criar um diálogo com o entrevistado, o que significa ir além da técnica para estabelecer um vínculo que resulte em troca mútua.

No dia-a-dia do jornalista, a entrevista depende do momento: - Entrevista ocasional: qualquer pessoa pode ser colhida por uma indagação e muitas vezes não sabe que está sendo entrevistada, como não é acertada previamente. É a urgência ou a necessidade que levam a esse tipo de entrevista, em que você pode colher a pessoa de surpresa.

- Entrevista temática: você tem um tema que está perseguindo e procura especialistas para ajudá-lo.

- Entrevista em profundidade: você deve tentar se aprofundar nos assuntos, procurar conhecer os entrevistados com antecedência, a fim de apreender todos os sentidos do diálogo

Tipos de entrevista:

Segundo a professora e escritora Thaís de Mendonça Jorge há quatro tipos primários de entrevista: a entrevista-rito, a anedótica, a

diálogo e a confissões. As entrevistas-rito são aquelas que existem por meio de perguntas padrões, feitas a personalidades como jogadores de futebol e misses. A entrevista anedótica é aquela feita em talk shows, as entrevistas de TV, é a que faz piada, que busca valorizar aspectos pitorescos e engraçados das histórias. A diálogo é a verdadeira entrevista, com contribuições de ambas as partes. A entrevista de confissões é o depoimento ou entrevista testemunal, na qual o entrevistador se apaga para deixar falar o outro.

O aprofundamento leva a outros tipos de entrevista. Segundo Cremilda Medina são elas a entrevista conceitual (quando o entrevistador procura escutar os dois lados da questão), a enquete (também conhecida como povo-fala, consiste em formular apenas uma ou duas perguntas para várias pessoas), a entrevista investigativa (quando o jornalista está encarregado de fazer verificações e vai atrás de informações e denúncias).

Há ainda a entrevista de confronto (debates, mesas redondas, simpósios para debater temas polêmicos. Você também pode colocar a polêmica ao entrevistado, o que pressupõe estar preparado para argumentar) e a entrevista de perfil (para traçar o perfil de uma pessoa é preciso conhecê-la, saber a trajetória, a biografia. Na entrevista é preciso conhecer o entrevistado, conhecê-lo).

A esses tipos de entrevista, pode-se acrescentar subgêneros da entrevista conhecidos por algumas peculiaridades:

- Entrevista pingue-pongue: clássica pergunta e resposta que, geralmente, é gravada para facilidar a edição. No jornal e na revista, o formato requer uma apresentação rápida e descritiva da vida do entrevistado;

- Entrevista coletiva: modalidade de um para muitos. Um entrevistado para vários repórteres, de diferentes veículos de comunicação;

- Entrevista exclusiva: as declarações são resultado do esforço do repórter, ou de iniciativa do entrevistado, que busca dividir informações.

Page 23: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Dicas para uma boa entrevista:

1) Em sentido estrito, fazer uma entrevista significa marcar um encontro com uma pessoa para falar de um assunto específico que ela domina. Por isso, algumas regras de cortesia, precisão e respeito com a fonte devem ser obedecidas. Apresente-se, indentificando o veículo e dizendo a razão da entrevista. Seja pontual.

2) Quanto tempo você terá para a entrevista? Isso é básico para elaborar e fazer as perguntas ao entrevistado. Seja objetivo, vá direto ao ponto.

3) Prepare-se, pesquise, leia tudo o que puder sobre o entrevistado. Ninguém vai entrevistar uma atriz sem saber o mínimo sobre sua carreira.

4) Faça anotações mesmo se usar o gravador. Preste atenção nas palavras, no raciocínio do entrevistado. Quando o entrevistado disser uma frase contundente, anote-a ente aspas. Se preciso, faça marcações pessoais nas frases, para indicar a relevância delas.

5) Não faça perguntas longas. Concentre-se no que quer receber do entrevistado. Tente ganhar confiança antes de fazer perguntas delicadas. Zele pela cordialidade, sem abrir mão de questões incisivas. Sorria.

6) Se o entrevistado disser “em primeiro lugar”, anote E depois cobre dele o segundo e o terceiro lugares.

7) Registre o clima da entrevista - gentileza, amizade, franqueza, cordialidade, ou, ao contrário, animosidade, rispidez. Isso é importante para o relato. Se o entrevistado se recusar a responder a uma pergunta, insista ou faça-a mais tarde, de outra maneira.

8) Elabore questões curtas para que o entrevistado tenha chance de se expressar. E não lhe dê as respostas. No caso de uma resposta muito esperada, faça-o repetir para comprovar: “o senhor quer dizer que...?”

9) Siga o rumo da entrevista, mas não se distancie daquilo que quer obter.

10) Entreviste as pessoas olhando-as nos olhos. Por gestos, por tremores de mão ou pelo modo de se mexer é possível saber se alguém mente.

Como escrever uma notícia

Como gênero jornalístico narrativo informativo, a notícia deve seguir os padrões de língua e as normas gramaticais corretas, além de apresentar a sequência dos fatos de maneira harmoniosa, coesa, verdadeira, coerente e resumida. O texto narrativo da notícia obedece a ordem cronológica em que ocorreram, conforme sejam os mais interessantes, importantes e atraentes para o público.

O texto jornalístico obedece a um formato conhecido como pirâmide invertida e a algumas normas que visam a compreensão e a difusão pelos veículos noticiosos. Jornalistas buscam tornar a escrita clara e concisa. Os padrões industriais levam a uma notícia muito mais breve e as exigências de qualidade devem caminhar no sentido de maior exatidão dos fatos. O profissional do jornalismo tem que juntar a pressa à perfeição, sempre no intuito de cativar leitores e garantir-lhes a informação.

Sem condições de avaliar que plateia tem diante de si no momento em que escreve, o jornalista terá atingido o objetivo na medida em que penetrar mais veloz e profundamente nos pensamentos do público. Para o isso, o texto publicado ou transmitido deve obedecer a algumas características: brevidade, clareza, simplicidade, concisão, precisão, exatidão e ritmo.

a) Brevidade: Textos breves têm mais chance de serem publicados que os conteúdos exaustivos, com informações em demasia. Ser breve não significa ser pobre em conteúdo e pensamento, indica ser objetivo e profundo em sentido.

Page 24: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 b) Clareza: O texto breve deve também ser explicado, chegando, às vezes, a ser didático. O profissional precisa ser direto e simples, expor de maneira inteligível e fácil os acontecimentos.

c) Simplicidade: a redação jornalística deve ter a simplicidade das coisas bem elaboradas. Quanto mais bem feito um texto, mais despojado e comunicativo. Simplificar a linguagem é preferir as palavras comuns e familiares, sem rebuscamentos.

d) Concisão: é o ato de resumir as ideias ao mínimo necessário, descartando o supérfluo e utilizando palavras indispensáveis e justas para a ocasião. Ou seja, ser conciso é lutar contra a repetição e a verborragia.

e) Precisão: é a escolha do texto certo, a expressão mais aproximada para descrever cenas, narrar o estado de coisas, exprimir mensagens.

f) Exatidão: diz respeito à informação: ao transmitir os fatos, é necessário ser exato, ou melhor, buscar o termo certo, a comparação justa, números que tragam a realidade para perto de quem lê.

g) Ritmo: os vários ritmos no texto jornalístico , de acordo com o que se quer reportar, levam a diferentes cadências: uma tarde no circo exigiria um ritmo de prosa alegre; um acontecimento pitoresco apela ao gênero cômico; um enterro teria um tom grave, uma procissão religiosa, tratamento religioso; a recepção de um papa, ritmo solene.

Estrutura padrão

A estrutura padrão de uma notícia compreende:

- Título: tem como função chamar a atenção do leitor, expressa ação e costuma adotar verbos de ação.

- Subtítulo/sutiã/linha de apoio: tem como função sustentar o título, dando mais informações, sem repetí-las, para adicionar e fortalecer a ideia da matéria. As palavras entre título e linha de apoio não devem se repetir. Uma solução é procurar por sinônimos. - lide: é o primeiro parágrafo da notícia, contendo as respostas de seis perguntas essenciais: o quê? quem? quando? como? onde? por quê?. De forma

resumida, apresenta os aspectos mais importantes do fato e/ou série de fatos ou de acontecimentos narrados.

- Sublide: segundo parágrafo da notícia, traz informações menos importantes e tem a função de aprofundar os aspectos narrados no lide e fazer a ligação com as demais partes da notícia.

- Corpo do texto: são os parágrafos seguintes, contendo o desenvolvimento do fato e/ou série de fatos ou de acontecimentos narrados na notícia.

- Intertítulos: recursos de edição, podendo ser constituído de um ou algumas palavras-chave capazes de chamar atenção ao que será narrado nas demais partes da notícia, após lide e sublide.

- Legendas: frase que esclarece o que fotografias mostram. Pode simplesmente descrever a cena ou trazer novas informações às imagens.

Pirâmide invertida

Embora tentativas de resumir os fatos mais importantes no primeiro parágrafo da notícia tenham aparecido e 1848 com a agência de notícias Associated Press, somente em 1861, durante a Guerra Civil nos Estados Unidos, o estilo pirâmide invertida apareceu no The New York Times. As dificuldades nas transmissões por telégrafo e a necessidade de reduzir os custos fizeram com que os repórteres concentrassem a informação relevante nos primeiros parágrafos. O lide é a base da pirâmide invertida, já que resume ou oferece os dados principais da notícia em bloco, no início do texto.

A pirâmide invertida é um modelo de hierarquização das informações do texto de acordo com a importância que elas apresentam. De acordo com a pirâmide invertida, os fatos mais relevantes (base) devem ser apresentados no início de forma direta. No corpo da notícia (meio) já é possível desenvolver gradativamente a informação em cada parágrafo, detalhando melhor a situação

Page 25: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 contada. As informações menos importantes vão para o fim da reportagem, também chamada pé da matéria (cume).

Lide e nariz de cera

O nome lead vem do verbo inglês cujo significado é conduzir, liderar. O papel do lide é valorizar não a ordem cronológica dos fatos, mas os aspectos mais relevantes do acontecimento, dando ênfase à parte principal da notícia. Ao escrevê-lo, fornece dados gerais que serão detalhados ao longo da matéria. Assim como todo texto

jornalístico, deve ser escrito em linguagem simples e acessível, apresentando a informação de maneira objetiva.

Orientar um texto como resposta a algumas perguntas básicas é um exercício feito desde a Roma antiga. O reitor romano Fábio Quintiliano, no livro De institutione oratoria, tratou do estilo dos relatos e estabeleceu sete questões para ordenar a escrita, orientando os estudantes para que dissessem logo na apresentação dos textos sobre o que, quem, quando, como, onde e por que iriam discorrer.

No jornalismo contemporâneo, o lide resume-se em quatro funções:

1º- responde às perguntas do leitor: o que? quem? quando? como? onde? por quê? e finalmente, para quê?

2º- dá ênfase à parte principal da notícia, colocando-a em primeiro lugar, a fim de despertar a atenção;

3º- fornece rápida identificação de pessoas, lugares e eventos para facilitar a compreensão da história sem, no entanto, sobrecarregar o texto com excesso de detalhes;

4º- chama à memória, lembrando a origem, o início da história, como eclodiu o fenômeno ou o problema.

Lide é o primeiro parágrafo da matéria, cuja função é introduzir o fato noticiado e prender a atenção do leitor. Fornece as principais informações a respeito do fato noticiado. Para isso, responde {s seis perguntas principais: “o quê” (fato), “quem” (personagem), “quando” (tempo), “onde” (local), “como” (modo) e “por que” (causa).O lide deve sintetizar a notícia de modo que o leitor se sinta informado ao lê-lo, deve ser conciso e ser redigido na ordem direta (sujeito, verbo, predicado).

O sub-lide corresponde ao parágrafo seguinte ao lide. Contém informações importantes que não estão no lide, mas que merecem destaque no texto. Nele, desenvolvem-se aspectos apresentados no primeiro parágrafo ou se complementam os dados. O sub-lide é uma

Page 26: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 espécie de transição entre o lide o corpo do texto. Muitas vezes, o primeiro par|grafo traz as informações “o quê”, “quem”, “quando” e “onde”, enquanto o segundo apresenta o “como” e o “por que”.

Ao escrever o lide, evite: esconder o fato principal com informações necessárias; usar, sem explicar, expressão pouco familiar à média dos leitores, como siglas ou termos técnicos; começar com declaração entre aspas, pois é uma fórmula muito desgastada, que deve ser usada apenas para frases de impacto; ser vago e impreciso.

O lide tem o poder de modificar-se, de acordo com o foco das perguntas. Há o lide-quem (Fulaninha optou por um trabalho muito especial...), o lide-quando (Na manhã de ontem....), o lide-onde (O Brasil foi o novo escolhido para sediar....), o lide-o que (Uma nova descoberta da ciência....), o lide-como (Revoltados. Foi como os servidores....)e o lide-por que/para que (Para aumentar a quantidade de investimentos...).

No exemplo a seguir, o lide foi decomposto:

------------------------------------------------------------------------------------

Mulher troca filha recém-nascida por um quilo de carne

Uma criança foi trocada por um quilo de carne ainda no berçário da maternidade, no Amazonas. A mãe, Maria Délia Araújo de Almeida, de 40 anos, confessou querer se livrar da criança porque já tinha 22 filhos, sendo que apenas cinco deles ficaram em seu convívio. A criança, uma menina, nasceu de perto normal, com boa saúde e está sendo criada por uma mulher conhecida apenas por Odineis.

Quem? Uma criança O quê? Foi trocada Para quê? Para se livrar da criança Por quê? Porque já tinha 22 filhos e só criou cinco Onde? No berçario da maternidade, em Manaus

O tema fala por si. O lide responde às perguntas principais e as vai desdobrando no sublide e no terceiro parágrafo. Fornece descrição da mãe e dá notícias do bebê.

------------------------------------------------------------------------------------

No início do jornalismo no Brasil, a abertura da matéria era um comentário, mescla de informação, interpretação e opinião. Os textos começavam sempre com uma introdução, que foi denominada nariz de cera. Nariz de cera é uma longa e interminável digressão sobre um assunto antes de dizer que a tresloucada seminua se jogou do oitavo andar. Antigamente, vinha em corpo menor, a título de abertura; com o tempo, tornou-se uma introdução supérflua, desnecess|ria. “Nariz de cera, para quem n~o é do ramo, é a forma antiga e romanceada de se redigir o início de uma notícia”, ensina o professor Paulo José Cunha, dando um exemplo feito por ele:

Intelectuais, de maneira geral, são chatos, pretensiosos, donos da verdade, e, sobretudo, arrogantes. Na qualidade de ardorosos defensores da teoria da conspiração, costumam identificar nos porta-vezes das manifestações populares indícios claros de manipulação público. Enquanto o povão se desarvora em explosões de puro júbilo, acomodam-se na visão apocalíptica que ameaça qualquer um com o castigo do fogo do inferno.

Visto dessa maneira, esse primeiro parágrafo não atende às necessidades de brevidade e simplicidade necessárias ao lide de uma matéria. O apelido, nariz de cera, remete aos adereços que os atores usavam no tempo dos jograis ou no teatro grego, à frente do rosto, para modificar as feições. E que, na verdade, acabavam se provando dispensáveis. O que vale mesmo é a expressão do sentimento. As emoções comunicam muito mais. Este é o tipo clássico de nariz de cera:

Page 27: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

O destino inexorável que, na maioria das vezes, é o principal responsável pelos atos da espécie humana, torcendo, ao seu bel-prazer, as situações de euforia ou desespero foi, ao perpassar da bela tarde de ontem, no longínquo subúrbio de Triagem, o abominável carrasco, cuja lâmina se abateu sobre uma indefesa jovem de 19 primaveras, roubando-as do seio dos vivos.

Repare que as informações estão nas últimas linhas do parágrafo, ainda assim incompleta: perde-se na linguagem complexa, não há o nome da vitima. Muitos jornalistas pensam que, ao escrever sobre um assunto de certa complexidade, têm que fazer uma certa introdução ou explicação inicial. Por isso, acontecem ainda hoje tremendos narizes de cera como:

Os alquimistas da Idade Média lutaram séculos para transformar em ouro elementos químicos então conhecidos como ferro, prata, chumbo ou mercúrio. Em seus caldeirões misturavam esses ingredientes com venenos de cobra, asa de morcego e uma infinidade de coisas esquisitas que, temperadas com palavras mágicas, pudessem causar alguma surpresa. Os físicos de partículas, alquimistas do século XX, ainda não chegaram a tanto, mas descobriram que tudo o que existe na Terra é constituído por apenas 92 elementos, classificados na tabela periódica. Não satisfeitos, produziram em laboratório outros 19. Os dois últimos com 110 e 111 prótons no núcleo, foram detectados recentemente pela equipe dos professores Peter Armbruster e Siegert Hoffman, da Universidade de Darmstad, Alemanha.

Onde está mesmo a notícia? A introdução é tão extensa que o leitor se perde e não sabe o que o redator quer comunicar, tampouco o que é importante conhecer ou qual foi a descoberta relevante para a

humanidade. Provavelmente o fato novo é a descoberta dos professores da universidade alemã.

Para mostrar como se elaboram lides, o redator Lago Burnett fez uma experiência com textos clássicos. Até o hino nacional entrou na brincadeira. Em lugar de Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/ De um povo heróico o brado retumbante, /E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,/ Brilhou no céu da pátria nesse instante.” ficou:

O imperador brasileiro Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, tornando o país, a partir desse instante, liberto de compromissos para com a corte de Portugal.

Com o exercício diário, a ideia é que você se auto-adestre na formulação de lides em resposta aos questionamentos do leitor.

Título e subtítulo

O título concentra o fato que mais chama atenção do leitor. Deve ser simples, conciso e impactante. Ele deve, em poucas palavras, anunciar a informação principal do texto ou descrever de forma precisa o fato noticiado. Para isso, uma dica é utilizar verbos, por reforçarem o impacto e a expressividade do texto. Atenção, contudo, para não exagerar, utilizando palavras fortes.

O uso de interrogação, de rima e de siglas deve ser evitado. O artigo indefinido – que serve principalmente para apresentar pessoas, objetou ou espécies ainda desconhecidas – também deve ser usado com cuidado nos títulos, por ser, na maioria das vezes, desnecessário à frase. Exemplo: Indústria rejeita (um) aumento generalizado de impostos.

Page 28: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

O subtítulo tem por objetivo complementar ou justificar o título. Também chamando sutiã, por sustentar o conteúdo do título, é composto por uma ou duas linhas e detalha as informações da matéria, a fim de atrair o leitor. Ao escrevê-lo, preferencialmente, não repita as palavras do título ou as expressões do lide, para não tornar repetitivo o texto.

Aspas

O texto jornalístico é argumentativo, por isso, a reprodução de declarações textuais entre aspas valoriza a matéria e mostra ao leitor a preocupação do repórter em recolher opiniões a respeito daquele fato. O texto conta uma história e a declaração a confirma, reforçando a impressão de veracidade da informação. Palavras, opiniões e declarações feitas por entrevistados de matérias devem ser uma transcrição fiel do que foi dito. Isso não significa, entretanto, que o jornalista deve copiar as frases dos entrevistados sem qualquer edição. Deve ser feita a seleção dos trechos mais relevantes para a construção do texto. A identificação do autor é outro aspecto importante na exposição, por isso, em declarações longas, identifique o autor previamente.

Embora as declarações entre aspas devam transcrever com fidelidade as palavras do entrevistado, adapte o texto às normas gramaticais, acerte concordâncias, elimine repetições frequentes e contorne vícios de linguagem. A correção de erros de português ou problemas de linguagem coloquial deve ser feita para facilitar a compreensão da informação pelo leitor. No entanto, não troque palavras ou altere o estilo da linguagem do entrevistado. Se forem relevantes, os eventuais erros ou atos falhos do entrevistado podem ser destacados com a express~o “sic” entre parênteses, logo após o erro ou a afirmação.

É preciso, sempre, bom senso ao utilizar aspas dos entrevistados. Apesar de as declarações textuais ancorarem a argumentação do

texto, ao mostrar que o repórter efetivamente falou com os entrevistados, em excesso, dão ao leitor a impressão de informações derramadas na notícia sem critério. Declarações só devem abrir uma notícia quando forem extremamente relevantes. Exemplo: “O Brasil voltar| a honrar seus compromissos.” Com esta declaraç~o, o ministro X pôs fim ontem à moratória que o País havia decretado um ano antes.

O verbo declarativo tem grande importância no texto. Ele dá nuances à declaração feita, por isso, atente a seu uso a fim de prezar pela precisão das informações e não alterar o sentido do enunciado. Alguns deles são: afirmar, declarar, indagar, retrucar, replicar, negar, informar, assentir, anuir, gritar, bradar, solicitar, animar, aconselhar, mandar, determinar.

A fotografia jornalística (...) envolve conhecimentos muito além do manuseio do processo. Trata-se de selecionar e enquadrar elementos semânticos de realidade de modo que, congelados, transmitam informação jornalística. (Lage, 1993, p.24-6)

A fotografia foi adotada pela imprensa e se tornou complementar ao fazer jornalístico em função de sua capacidade de produzir registros visuais da realidade. Como o próprio nome sugere, é o fotojornalismo que explora ao máximo a possibilidade de se transmitir informações pela fotografia. Ele se caracteriza pela linguagem do instante, onde se procura condensar toda a essência de um acontecimento e o seu significado em uma imagem.

As imagens atraem o leitor e, assim como os títulos, podem definir se uma notícia vai ser lida ou não. Considerando o importante papel da fotografia no jornalismo, é imprescindível que todo repórter saiba o básico sobre o processo fotográfico.

A utilização da fotografia vai além de não somente deixar a página densa, mas fazer parte da informação, sendo então, um

Page 29: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 importante elemento da matéria jornalística. Entre os diversos gêneros do fotojornalismo, os mais comuns são as fotografias sociais (política, economia, negócios, fotografias de fatos gerais dos acontecimentos da cidade, do estado e do país, incluindo a fotografia de tragédia), culturais, esportivas e policiais. Na SiNUS, assim como no mundo real, o uso de imagens deve ser utilizado de modo a ilustrar e dar vida aos acontecimentos diários, muitas vezes utilizando de características como a crítica e o humor.

Legendas

A fotografia é acompanhada da legenda, que deve ser direta, objetiva e, acima de tudo, informativa. Depois de fotografar, a função mais importante do fotojornalista é saber descrever a fotografia. A legenda orienta a construção de sentido da mensagem contida na imagem registrada. Deve ser objetiva, breve e informativa, oferecendo mais detalhes sobre o fato noticiado e fotografado. Esclarece e amplia a compreensão do leitor sem recorrer à obviedade ou a redundância. A legenda, portanto, complementa e de maneira alguma disputa com o resto do conteúdo jornalístico.

Geralmente ela é em uma única linha de texto, logo abaixo da fotografia. Excepcionalmente usa-se a legenda acima ou ao lado da foto. O texto-legenda é usado naqueles casos em que a informação jornalística se resume ao que aparece na fotografia. É como uma legenda maior, de três ou quatro linhas, em que se conta a história que a fotografia ilustra.

Dicas e instruções gerais de redação

1 — Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Use frases curtas e evite intercalações excessivas ou ordens inversas desnecessárias. Não

é justo exigir que o leitor faça complicados exercícios mentais para compreender o texto.

2 — Construa períodos com no máximo duas ou três linhas de 70 toques. Os parágrafos, para facilitar a leitura, deverão ter cinco linhas cheias, em média, e no máximo oito. A cada 20 linhas, convém abrir um intertítulo.

3 — A simplicidade é condição essencial do texto jornalístico. Lembre-se de que você escreve para todos os tipos de leitor e todos, sem exceção, têm o direito de entender qualquer texto, seja ele político, econômico, internacional ou urbanístico.

4 — A simplicidade do texto não implica necessariamente repetição de formas e frases desgastadas, uso exagerado de voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular, etc. Com palavras conhecidas de todos, é possível escrever de maneira original e criativa e produzir frases elegantes, variadas, fluentes e bem alinhadas.

5 — Não comece períodos ou parágrafos seguidos com a mesma palavra, nem use repetidamente a mesma estrutura de frase.

6 — Em qualquer ocasião, prefira a palavra mais simples: votar é sempre melhor que sufragar; pretender é sempre melhor que objetivar, intentar ou tencionar; voltar é sempre melhor que regressar ou retornar; tribunal é sempre melhor que corte;

7 — Só recorra aos termos técnicos absolutamente indispensáveis e nesse caso coloque o seu significado entre parênteses. Adote como norma: os leitores do jornal, na maioria, são pessoas comuns, quando muito com formação específica em uma área somente. E desfaça mitos. Se o noticiário da Bolsa exige um ou outro termo técnico, uma reportagem sobre abastecimento, por exemplo, os dispensa.

8 — Nunca se esqueça de que o jornalista funciona como intermediário entre o fato ou fonte de informação e o leitor. Você não deve limitar-se a transpor para o papel as declarações do entrevistado. Faça-o de modo que qualquer leitor possa apreender o significado das declarações.

Page 30: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 9 — Procure banir do texto os modismos e os lugares-comuns. Veja algumas: a nível de, deixar a desejar, chegar a um denominador comum, transparência, instigante, pano de fundo, estourar como uma bomba, encerrar com chave de ouro, segredo guardado a sete chaves, dar o último adeus. Dispense também preciosismos ou expressões que pretendem substituir termos comuns, como: causídico, Edilidade, soldado do fogo, elenco de medidas, data natalícia, primeiro mandatário, chefe do Executivo, precioso líquido, aeronave, necrópole, casa de leis, etc.

10 — Não perca de vista o universo vocabular do leitor. Adote esta regra prática: nunca escreva o que você não diria. Assim, alguém rejeita (e não declina de) um convite, protela ou adia (e não procrastina) uma decisão, aproveita (e não usufrui) uma situação.

11 — Dificilmente os textos noticiosos justificam a inclusão de palavras ou expressões de valor absoluto ou muito enfático, como certos adjetivos (magnífico, maravilhoso, sensacional, espetacular, admirável, esplêndido, genial), os superlativos (engraçadíssimo, deliciosíssimo, competentíssimo, celebérrimo) e verbos fortes como infernizar, enfurecer, maravilhar, assombrar, deslumbrar, etc.

12 — Termos coloquiais ou de gíria deverão ser usados com extrema parcimônia e apenas em casos muito especiais (nos diálogos, por exemplo), para não darem ao leitor a idéia de vulgaridade e principalmente para que não se tornem novos lugares-comuns. Como, por exemplo: a mil, barato, galera, detonar, deitar e rolar, flagrar, com a corda (ou a bola) toda, legal, grana, bacana, etc.

13 — Como norma, coloque sempre em primeiro lugar a designação do cargo ocupado pelas pessoas e não o seu nome: O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso... /O primeiro-ministro John Major... É em função do cargo ou atividade que, em geral, elas se tornam notícia. A exceção é para cargos com nomes muit longos. Exemplo: O engenheiro João da Silva, presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi), garantiu ontem que...

14 — Não inicie matéria com declaração entre aspas e só o faça se esta tiver importância muito grande (o que é a exceção e não a norma).

15 — Procure dispor as informações em ordem decrescente de importância (princípio da pirâmide invertida), para que, no caso de qualquer necessidade de corte no texto, os últimos parágrafos possam ser suprimidos, de preferência.

16 — Proceda como se o seu texto seja o definitivo e vá sair tal qual você o entregar. Assim, depois de pronto, reveja e confira todo o texto, com cuidado. Afinal, é o seu nome que assina a matéria.

17 — O recurso à primeira pessoa só se justifica, em geral, nas crônicas. Existem casos excepcionais, nos quais repórteres, especialmente, poderão descrever os fatos dessa forma, como participantes, testemunhas ou mesmo personagens de coberturas importantes. Fique a ressalva: são sempre casos excepcionais.

18 — Nas notícias em sequência (suítes), nunca deixe de se referir, mesmo sumariamente, aos antecedentes do caso. Nem todo leitor pode ter tomado conhecimento do fato que deu origem à suíte.

19— Confira habitualmente os nomes das pessoas, seus cargos, os números incluídos na notícia, somas, datas, horários, enumerações. Com isso você garante outra condição essencial do jornal, a confiabilidade.

20 — Nas versões conflitantes, divergentes ou não confirmadas, mencione quais as fontes responsáveis pelas informações ou pelo menos os setores dos quais elas partem (no caso de os informantes não poderem ter os nomes revelados). Toda cautela é pouca e o máximo cuidado nesse sentido evitará que o jornal tenha de fazer desmentidos desagradáveis.

21 — Preocupe-se em incluir no texto detalhes adicionais que ajudem o leitor a compreender melhor o fato e a situá-lo: local, ambiente, antecedentes, situações semelhantes, previsões que se confirmem, advertências anteriores, etc.

Page 31: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 22 — Informações paralelas a um fato contribuem para enriquecer a sua descrição. Se o presidente dorme durante uma conferência, isso é notícia; idem se ele tira o sapato, se fica conversando enquanto alguém discursa, se faz trejeitos, etc. Trata-se de detalhes que quebram a monotonia de coberturas muito áridas, como as oficiais, especialmente.

23 — Registre no texto as atitudes ou reações das pessoas, desde que significativas: mostre se elas estão nervosas, agitadas, fumando um cigarro atrás do outro ou calmas em excesso, não se deixando abalar por nada. Em matéria de ambiente, essas indicações permitem que o leitor saiba como os personagens se comportavam no momento da entrevista ou do acontecimento.

24 — Trate de forma impessoal o personagem da notícia, por mais popular que ele seja: a apresentadora Xuxa ou Xuxa, apenas (e nunca a Xuxa), Pelé (e não o Pelé), Piquet (e não o Piquet), Ruth Cardoso (e não a Ruth Cardoso), etc.

25 — Sempre que possível, mencione no texto a fonte da informação. Recomenda-se, no entanto, que o leitor tenha alguma ideia da procedência da informação, com indicações como: Fontes do Palácio do Planalto... / Fontes do Congresso...

26 — Na primeira citação de siglas, coloque por extenso o nome e entre parênteses a sigla. Nas citações seguintes, refira-se apenas à sigla.

Veja alguns exemplos de textos noticiosos objetivos, simples e diretos, constituídos de frases curtas e incisivas. Todos eles saíram no Estado na primeira página:

“Os juros passaram a ser fator importante para os consumidores dispostos a fazer compras neste fim de ano. Dos 261 paulistanos ouvidos pelo InformEstado, 82,8% disseram que vão gastar menos no Natal em relação ao ano passado. O alto custo do financiamento das compras foi apontado por 34,5% dos entrevistados como motivo básico

para a decisão. O comércio e a indústria reduziram as margens de lucro, o governo atenuou as restrições ao crédito e o mercado oferece produtos mais baratos que no último Natal, mas os juros pesam.”

“A sonda liberada pela nave Galileu mergulhou ontem por cerca de 75 minutos na atmosfera de Júpiter, até ser pulverizada pela pressão dos gases que constituem o planeta. Foi a primeira vez que um equipamento terrestre chegou a um dos grandes planetas distantes do sistema solar. A cápsula enviou informações sobre a temperatura e a composição química de Júpiter.”

“O governo pretende retirar do Congresso o projeto de reforma da Previdência e reapresentá-lo em duas partes. Uma vai incluir os pontos em que existe consenso entre os parlamentares e a outra, só os temas polêmicos, como os que tratam dos servidores públicos, militares e professores. O presidente Fernando Henrique Cardoso passou ao seu vice, Marco Maciel, a tarefa de analisar os efeitos políticos da decisão, depois que o ministro da Previdência foi afastado das negociações.”

“Irrequieto, Carlos Nunzio sugeria chamar-se César e levava no bolso uma sovela, instrumento pontiagudo usado pelos sapateiros. Logo despertou a suspeita da polícia e foi preso anteontem como o possível “maníaco do estilete”, que já atacou sete mulheres na zona leste. Na delegacia, os policiais o filmaram e exibiram o teipe às vítimas. Mas nenhuma o identificou e Carlos foi libertado ontem à tarde.”

“A tradicional chuva de papel picado que encerra o ano na Bolsa de Valores de São Paulo teve clima de festa para os operadores, mas de melancolia para os aplicadores. Os investimentos em ações acusaram perda real de 16,7% e a comemoração foi dos que optaram pela renda fixa. Os CDBs, em primeiro lugar, renderam 25,89% acima da inflação.”

Page 32: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

BLOCO III – JORNAL IMPRESSO

Jornal Impresso

O jornalismo é um espaço privilegiado capaz de dar visibilidade aos acontecimentos e justamente por isso, ele exerce uma finalidade pública. Todas as notícias produzidas devem ser veiculadas para auxiliar a construção social da realidade e promover o desenvolvimento humano e social dos cidadãos. O jornalismo não é um “espelho” da realidade, mas sim uma representação dela, já que é um processo de interação em que diferentes pessoas (jornalistas, fontes, público, patrões e etc.) definem a construção do noticiário.

O acontecimento é o fato em si e a notícia é uma das formas de enquadramento daquela realidade. Nem todo acontecimento vira notícia porque o jornalista tem o papel de ser um gatekeeper, uma espécie de “porteiro” da redaç~o, em que deve buscar conciliar a demanda da audiência com o que ele acredita ser a função social do jornalismo. Além disso, existe a linha editorial a ser seguida e pré-determinada pela direção do veículo. Ela determina a lógica pela qual a empresa enxerga o mundo e indica os valores que influenciam decisivamente na construção da mensagem, orientando também o modo como cada texto será redigido.

O que torna um fato notícia vem de acordo com os critérios de noticiabilidade, sendo divididos em duas categorias: fundamentais (atual, relevante, repercutido, proximidade, interesse humano e inusitado) e temáticos (sensualidade, dinheiro, morte, saúde, lazer, educação, meio ambiente e etc.). Os valores-notícia variam no tempo de acordo com o país, público, tipo de mídia e de veículo (especializados, populares e etc.).

Mais uma vez pirâmides

Segundo o Manual dos Focas, existem três tipos de pirâmides pensados para a mídia impressa: a Pirâmide Invertida, a Pirâmide Normal e a Pirâmide Mista. A primeira tem como primeiro parágrafo o lide e corresponde a um esquema de pirâmide com a ponta voltada para baixo, em uma indicação de que a informação mais importante vai do início até esgotar-se no final do texto. Ela tem uma estrutura fixa, formada por blocos de pensamento.

Na Pirâmide Normal, com base maior e cume mais fino, o acontecimento de maior importância volta para o final da matéria, depois de uma narração lógica dos acontecimentos. O leitor não fica sabendo dos principais acontecimentos logo no início da matéria e o interesse é suspenso para o final do texto. Nesse tipo de pirâmide, o leitor deve ser levado por um texto muito bem escrito, capaz de fixar a atenção do público até o fim, por isso, a pirâmide normal é adequada para grandes reportagens.

Já a Pirâmide Mista, inicia o texto com lide e sub-lide evidenciando as informações mais importantes e, ao transcorrer do texto, desenvolve um relato em ordem cronológica.

Além dessas ideias de pirâmide, há também a ideia de uma matéria “redonda”. Em que se discorre o assunto no lide, desenvolve outras ideias ao longo dos parágrafos e volta à ideia inicial no final do texto.

Cuidados

O texto noticioso deve conter o lide, ser hierarquizado (ordenar os fatos em ordem de relevância, do mais importante para o menos importante), claro, preciso e não conter opiniões, somente fatos (usar a 3ª pessoa do singular). As frases devem diretas, não adjetivadas e curtas (divididas). É importante tomar cuidado com a repetição de palavras e evitar o uso dos verbos no modo gerúndio, utilizando-os mais no tempo presente, além de locuções verbais. O uso das aspas também não pode ser excessivo, sendo recomendado que a cada dois

Page 33: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 parágrafos se utilizem uma. As aspas simples são colocadas dentro das aspas duplas.

Quando necessário, e como forma de ajuda no momento da edição, o número de caracteres do texto precisará ser diminuído. Uma boa dica é começar retirando artigos definidos, que individualizam e restringem as ideias do texto, além de tirar pronomes possessivos e palavras repetidas.

Linha editorial

Linha editorial é uma política predeterminada pela direção do veículo de comunicação ou pela diretoria da empresa que determina a lógica pela qual a empresa jornalística enxerga o mundo; ela indica seus valores, aponta seus paradigmas e influencia decisivamente na construção de sua mensagem.

A linha editorial orienta o modo como cada texto será redigido, define quais termos podem ou não, quais devem ser usados, e qual a hierarquia que cada tema terá (seja em páginas do meio impresso ou na ordem de apresentação do telejornal ou radiojornal e na web).

Dessa forma, a linha editorial pode ser considerada um valor-notícia. No entanto, a linha editorial não é um valor-notícia dos fatos a serem abordados (ou seja, um valor-notícia de seleção), mas sim um valor-notícia da forma de realizar a pauta (ou seja, um valor-notícia de construção).

Nesta SiNUS, cada jornal da Agência de Comunicação terá um projeto editorial diferenciado, possibilitando aos repórteres terem acesso à diversidade de planejamento e criação de pautas e matérias.

Jornal AC I

Linha editorial

Este primeiro jornal tem como característica a humanização das matérias, com notícias voltadas para as pessoas e para o quê as informações das comissões podem/devem interferir no dia-a-dia dos cidadãos e mesmo de outros países. Como esses temas influenciarão a vida dos envolvidos e o futuro.

Por essas características, a análise dos fatos precisa abranger informações além das encontradas na simples apuração dos acontecimentos dos comitês. É preciso pensar primeiramente no leitor do jornal e focar o texto em aspas fortes, personagens significativos e, para análises, especialistas no assunto, fontes oficiais.

É indicado fazer pesquisas de fatos reais e de assuntos correlatos para dar peso às informações que ocorrerem na simulação, como uma espécie de túnel do tempo. Além disso, artifícios gráficos, tabelas, mapas e charges devem ser utilizados sempre que possível para trazer dinâmica ao jornal e aproximar o leitor.

A linguagem deve ser simples, direta, funcional, que atraia o público para as informações e para as análises. É preciso redobrar o cuidado para não colocar os sentimentos e opiniões nas matérias, o Jornal não se posicionará politicamente em nenhum caso além do editorial escrito pela editoria chefe no primeiro jornal.

Page 34: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Jornal AC II

Linha editorial

O segundo jornal da Agência de Comunicação terá como característica o tom mais político e analítico mais direcionado às reuniões nos comitês. Com ênfase nas consequências das reuniões nos países, na defesa das ideologias, com análises especiais de Estados escolhidos a partir de sua influência ou participação de destaque na simulação.

Um dos artifícios de escrita de matéria que devem ser seguidos é a retrospectiva dos fatos e situações ocorridos durante a simulação em determinado comitê ou com determinada pessoa, com informações relevantes que podem ser usadas como ganchos para novas matérias.

Ou seja, as informações são mais factuais e ligadas a análises políticas, econômicas, de relacionamento internacional. Há a possibilidade de utilizar espaço do jornal para fazer matérias com cunho mais irônico, quando da presença de pérolas que valham notícia. Quanto ao uso das imagens, as fotos devem ser bem focadas nos personagens das matérias, nos integrantes dos países envolvidos.

BLOCO III – JORNAL ONLINE

Webjornalismo

Com o advento da internet, diversas atividades profissionais ganharam novos espaços para explorar as oportunidades do meio virtual e verificar como ele poderia afetar o seu trabalho. Com o jornalismo não foi diferente. Não tardou para que nascessem portais de notícias novos ou para que os grandes veículos de comunicação marcassem presença também na rede mundial de computadores, como Folha de S. Paulo, Globo e Correio Braziliense.

Desde então, o web jornalismo ganhou grande força, devido a uma série de características possibilitadas pela internet. A principal delas é a rapidez da informação. Desde o rádio, não se via meio capaz de transmitir com tanta instantaneidade os acontecimentos.

Toda essa velocidade acabou por ditar o ritmo da rotina jornalística do meio virtual: extremamente dinâmica e frenética, com veículos preocupados em dar o furo antes que seus concorrentes. Tal fato, porém, acaba fazendo com que, muitas vezes, seja feita uma apuração rasa ou até falha. Erros de português também costumam aparecer, devido à velocidade para se divulgar a notícia.

Outro fator importante que diferencia o web jornalismo é a interatividade. Não que outros meios, como impressos, não possibilitem isso (basta lembrar, por exemplo, da seção de cartas dos leitores), mas a maneira como o público interage com a web é muito diferente da forma como o fazem com jornais, revistas ou telenoticiários. Muitas notícias online, por exemplo, possuem um campo de comentários, no qual os internautas podem dizer o que pensam sobre o assunto e discutir entre si o que foi abordado no texto.

Page 35: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Também é muito comum encontrar, nessas mesmas páginas, botões que possibilitam aos leitores compartilharem a notícia via e-mail, Twitter, Facebook, entre outros. Outra forma de interatividade é possibilitada pelos hiperlinks, que levam o leitor de uma matéria à outra, geralmente para que se possa entender mais sobre o assunto tratado.

Vale também ressaltar que um dos principais diferenciais do jornalismo virtual é a convergência de vários tipos de mídia na mesma notícia. Além do texto em si, há a opção de se incluir diferentes imagens, vídeos e arquivos de áudio, o que pode enriquecer a matéria, dando ao leitor mais formas de se aprofundar no assunto.

No que diz respeito ao texto do web jornalismo, pode-se dizer que esse costuma ser breve, não se aprofunda tanto no assunto, uma vez que a produção do veículo deve ser contínua e eficiente ao transmitir muitas informações em pouco tempo. A internet, porém possui a vantagem de, caso necessário, o texto poder ser alterado a qualquer momento. Tal característica se mostra muito útil, por exemplo, quando se está noticiando um fato cujos desdobramentos ainda não se concluíram.

Assim, mantém-se o texto atualizado à medida que os repórteres ficam mais bem informados. E as mudanças não pararam. Nos últimos anos, o jornalismo virtual viu entrar em alta um novo tipo de ferramenta que passaria a mudar a forma de se noticiar: as mídias sociais.

O termo mídia social se refere ao uso do meio eletrônico para interação entre pessoas, combinando textos, imagens, sons e vídeos para criar uma interação social de compartilhamento de experiências. Essas ferramentas incluem blogs, fóruns, podcasts, micro blogs, lifestreams, bookmarks, redes, comunidades, wikis, e vlogs. A todo o momento novas atualizações podem ser visualizadas em tais redes e novos verbos, tais como “googlar” e “twittar” se incorporam quase que naturalmente ao vocabulário diário.

Nesta edição da SiNUS, as redes sociais serão utilizadas como ferramentas de interação com o público leitor. Embora vá ser atualizado pela organização da simulação, será principalmente por meio dela que a Agência de Comunicação saberá a resposta do público leitor às publicações e, principalmente, ao que acontece dentro das salas de comitês. Opiniões, informações , fatos engraçados, pérolas, articulações...

Mas apesar de tamanha interatividade e dos avanços tecnológicos envolvidos no webjornalismo, a estrutura padrão de uma notícia é seguida tanto no jornal impresso quanto no online. Entretanto, acrescido das possibilidades de hipertexto, dos links, dos chats, dos fóruns e demais suportes midiáticos, a estrutura da notícia pode assumir novas características, com mais agilidade, dinamismo e se tornando mais atraente aos olhos do leitor/internauta.

Trabalhar com a mídia online é um desafio que precisa, portanto - e mesmo que de maneira primordial -, mudar estruturas textuais trabalhadas em mídias tradicionalmente impressas. Neste sentido, João Messias Canavillas descreve, no artigo Webjornalismo – Considerações gerais sobre jornalismo na web, a mudança na construção técnica, no pensamento dos jornalistas e evidencia a mudança na forma de ler as palavras na tela:

Afirmar-se que a rádio diz, a televisão mostra e o jornal explica não é mais do que constatar que cada meio tem as suas próprias narrativa e linguagem. E a ser assim, a internet, por força de poder utilizar texto, som e imagem em movimento, terá também uma linguagem própria, baseada nas potencialidades do hipertexto e construída em torno de alguns dos conteúdos produzidos pelos meios existentes. (...) Se, para o jornalista, a introdução de diferentes elementos multimédia altera todo o processo de produção noticiosa, para o leitor é a forma de ler que muda radicalmente. Perante um obstáculo evidente, o hábito de uma prática de uma leitura linear, o jornalista tem de encontrar a melhor forma de levar o

Page 36: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

leitor a quebrar as regras de recepção que lhe foram impostas pelos meios existentes. O grande desafio feito ao webjornalismo é a procura de uma “linguagem amiga” que imponha a webnotícia, uma notícia mais adaptada às exigências de um público que exige maior rigor e objetividade. (p.2)

Como vimos anteriormente, o Manual dos Focas indica três tipos de pirâmides muito ligadas ao dia-a-dia do jornalismo impresso (a pirâmide invertida, a normal e a mista), no entanto, essas pirâmides foram pensadas e construídas com base nas demandas e preocupações das mídias impressas. A incorporação da internet na produção jornalística gerou, desde que começou a ser estudada e minimamente compreendida, incompatibilidade com a forma de escrever da mídia impressa.

Levando em consideração as evidentes mudanças de um texto que deve ser pensado e escrito para a web e a herança deixada pela mídia impressa, evidente na produção dos jovens jornalistas, podemos destaca tipos diferentes para a produção online.

Paul Bradshaw, do Online Journalism Blog, propôs um modelo diferente e inovador. Pensado para a redação de matérias que seriam veiculadas na internet, o esquema conhecido como Pirâmide de Diamante sugere que uma grande história deveria ser escrita interligada por um texto lógico, veloz, profundo e interativo. Este modelo pode ser visualizado a partir das indicações a seguir:

Alerta: disparar notícias em mídias sociais indica que o Jornal possui a informação.

Rascunho: sem detalhes, o uso de um blog da redação ajudaria no início das discussões.

Artigo: os melhores comentários enviados ao blog podem se tornar um artigo a ser divulgado no próprio jornal e nas mídias sociais.

Contexto: links e hiperlinks para endereços de áudio, vídeo, imagens, que auxiliem no entendimento ou tragam novos conhecimentos ao assunto.

Análise: alguém indicado ou mesmo um conhecedor de assuntos podem fazer uma análise de algo que esteja em evidência na mídia.

Interatividade: requer tempo e dinheiro para ser produzido, mas gera grande visualização. É o caso de infográfico, ilustrações, chats, animações.

Personalização: o leitor pode assinar as matérias e recebê-las pelo email.

Page 37: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Canavillas indica um outro caminho: a Pirâmide Deitada. Assim como na Invertida, o leitor tem a possibilidade de deixar a leitura sempre que desejar sem perder o mais importante. No entanto é possível ler apenas um dos “eixos de leitura” ou ler a notícia livremente. Este esquema possui como característica o aprofundamento das informações, a partir de camadas e de respostas a perguntas cl|ssicas. Segundo o autor, este modelo “deve centrar a sua atenção na estrutura da notícia, uma vez que o espaço é tendencialmente ilimitado”.

Jornal Online SiNUS

Linha editorial

Devido o alto número de comitês para serem observados diariamente, 17 ao total mais matérias de corredor e bastidores, o jornal online será alimentado primeiramente por matérias que não entrarem no jornal impresso. Por isso a necessidade de as matérias serem bem escritas com linguagem simples e direta. No entanto, a internet abre espaço para adaptações de linguagem. Sempre que necessário, os textos deverão ser reescritos para que o texto fique mais dinâmico e redividido em mais intertítulos.

As matérias do jornal online deverão ter até 2,5 mil caracteres e fotos para ilustração. Além de título, linha de apoio e, pelo menos, um intertítulo. Elas ficarão localizadas em um blog da redação dentro do site institucional.

Manual de redação e estilo para Jornal Online

A linguagem utilizada nos meios de comunicação online deve sempre estar corretamente escrita, de forma clara para que o entendimento seja rápido e eficaz. Mesmo na impessoalidade de mídias como o Twitter, é preciso estar atento às palavras utilizadas e às ideias que as mesmas produzem. A clareza deve estar especialmente presente, já que basta um clique para o internauta sair da página da notícia.

É importante verificar a ortografia das palavras e pensar sempre em pessoas, não em computadores ou redes sem cérebro. Tenha em mente que cada usuário é único. Pense em unidade, não

Page 38: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 em massa, números e milhões. Sempre que possível, é importante criar formas de sempre ouvir a opinião do leitor online e dar importância a cada um.

Pequeno manual de redação e estilo:

- Prefira o uso da ordem direta: sujeito, verbo, predicado, complementos;

- Use frases curtas. Cuidado com o uso excessivo do “que” e das vírgulas;

- Escreva frases simples que não possuam jargões ou palavras complexas;

- Atente-se ao bom português. Evite palavras chulas e palavrões, assim como jargões como “botar lenha na fogueira” ou “razões de sobra”;

- Não abrevie nomes próprios;

- Evite termos técnicos, a menos que você tenha clara intenção de usá-los e seu público entenda este propósito;

- Evite clichês ou metáforas elaboradas

- Não utilize locuções verbais com mais de dois verbos. Quando possível, procure substituir as locuções verbais por apenas um verbo. Use verbos com significados precisos em vez de locuções;

Ex – A festa de aniversário vai ocorrer hoje. – ocorrerá;

– Ela tinha sido maltratada pelo padrasto. – foi maltratada;

- Quando possível, utilize a voz ativa dos verbos;

- Tenha cuidado durante a revisão para evitar e corrigir ambiguidades;

- O uso de adjetivos deve ser restrito para que se evitem juízos de valor;

- Atente-se ao uso desnecessário de artigos. Quando for necessário diminuir caracteres, cortá-los é um dos recursos;

- Evite o uso de pronomes possessivos;

- Pela não-linearidade, interatividade e multimiditização da internet, os textos voltados para a web devem unir a redação jornalística e a publicitária, para que ao mesmo tempo que informa, atraia;

- O texto em telas de computador é lido de forma mais lenta do que em meios impressos. Portanto, o texto deve ser simples;

- Palavras longas podem ser trocadas por sinônimos de menor extensão;

- Evite escrever em CAIXA ALTA. Ao fazê-lo você passa a impressão de estar GRITANDO com o leitor;

- Para dinamizar a leitura, grife ou coloque em negrito palavras chave do post/artigo/tweet/recado. As palavras estrangeiras podem ser escritas em itálico;

- Quando precisar utilizar título, faça-o de forma breve e enfática;

- Títulos não possuem pontos finais;

- Evitar repetir palavras do título no subtítulo ou lide;

- A ironia ou sarcasmo devem ser usados com moderação: seu humor não é o mesmo do leitor;

- Grafia de números: um ao dez por extenso. Do 11 ao infinito, em algarismos arábicos. Números iniciados por um devem estar por extenso: cem mil, mil, um milhão. Outros exemplos: dois milhões, sete milhões, 150 milhões; 136,4 mil;

- Grafia de horas: 10h, 10h15, 22h, 22h15;

- Horários em cronometragens: use abreviaturas min e s (2h10min36s);

- Anos e décadas devem ser escritos por inteiro: 1989 e não 89. As datas devem ser precisas, Mesmo que o fato tenha acontecido ontem é preciso mencionar dia e mês;

Page 39: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 - Não usar siglas em títulos, a não ser que sejam siglas amplamente conhecidas pela sociedade, como ONU e PT.;

- Grafia de siglas: caixa alta para até três letras (PT, MEC, GDF). Caixa alta e baixa para palavras com mais de três letras (Iphan, Caesb). Em siglas cujas letras sejam faladas separadamentes como no caso de P-S-D-B, P-M-D-B, as letras devem vir em caixa alta, mesmo que ultrapassem as três letras;

Ex – Antes: C-T-I-S

Depois: Ctis

- Em legendas, colocar o nome/significado por extenso em vez de somente a sigla;

- Não escrever siglas sem antes dizer o que significam. Primeiro por extenso, depois a sigla entre parênteses;

Ex – Organização das Nações Unidas (ONU)

- Evitar gerundismos;

- Evitar repetições de palavras e rimas;

- Utilize-se sempre da interatividade que só a internet possibilita. Procure enriquecer o texto com imagens, vídeos, sons, artigos de referência;

- Sempre atualize sua mídia. Não deixe que a falta de periodicidade prejudique seu trabalho;

BLOCO IV – JORNAL TELEVISIVO

Jornal Televisivo

O que é?

Um telejornal, também conhecido como jornal televisivo, é como se fosse uma adaptação de jornais impressos para a televisão, mas agora com utilização de novos recursos e diferentes tipos de abordagens. É considerado de maior impacto do que outras mídias principalmente por causa da utilização de imagens - porque estas podem gerar maior credibilidade- e maior fluidez da informação.

É muito importante, ao elaborar uma matéria de telejornal, estudar seus respectivos elementos, que podem ser entendidos como imagem texto, off, passagem, entrevista e cabeça,além de fatores condicionantes como o tipo de linguagem e o público alvo.

Uso da imagem

No jornal televisivo, a imagem é fundamental. Ela também é informação e pode, por vezes, ser mais expressiva que o próprio texto.

Deve-se aproveitar ao máximo os efeitos da linguagem não-verbal em movimento na produção de um discurso. Ao narrar um acontecimento, o repórter deve sempre escrever seu texto visando complementar o que está sendo transmitido na imagem, e não simplesmente descrevê-la. Por isso, é importante que mantenha contato com o repórter cinematográfico. O cinegrafista precisa dominar as informações contidas na pauta e precisa estar

Page 40: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 constantemente em contato com o repórter para que assim produza imagens ricas em valor informativo.

O texto

Ao redigir um texto, os redatores têm de fazer com que suas histórias alcancem o entendimento de maior número possível de pessoas, principalmente ao se considerar que a televisão é um veículo de massa e exige certa adaptabilidade para com seu público. Os redatores devem utilizar uma linguagem que consiga fazer com que a maior quantidade de pessoas possível a entenda – principalmente considerando a televisão aberta, como por exemplo, a TV Globo, TV Record, etc. Ou seja, deve-se evitar ao extremo o uso de linguagens rebuscadas e termos incomuns, gírias, palavras de baixo calão e ser redundante. É importante lembrar que o público alvo na SiNUS é composto por estudantes do ensino médio, entre 14 e 18 anos e que é a atenção dele que deve ser chamada.

Conteúdo

Por ainda manter sua essência jornalística, o jornal televisivo apresenta como conteúdo temas comumente abordados em jornais impressos, revistas em geral, em programas de rádio, portais de notícias on-line. Os tipos de notícias que são focadas variam de jornal para jornal, considerando principalmente a que público alvo planejam atingir.

No geral, são informações de ações governamentais, matérias generalizadas sobre esportes, serviços, economia, ou até mesmo notícias do cotidiano de determinada região. Uma vez que a cabeça já foi apresentada e já se deu o início do jornal televisivo, os assuntos serão exibidos numa determinada ordem – seguirão àquela adotada

na cabeça-, excluindo a possibilidade de saltos ou interrupções para que a transmissão e captação da mensagem não sejam prejudicadas.

Passagem e off

A passagem é o momento em que o repórter surge no vídeo e em- presta seu rosto e sua voz à reportagem para contar um pedaço da narrativa. É importante frisar que esse recurso não serve para sa- tisfazer o ego do repórter que deseja aparecer na televisão. A pas- sagem é usada quando a informação que se quer transmitir é de difícil tradução em imagens, ou quando o repórter precisa mostrar diretamente algum local, objeto ou situação.

O off é a narração colocada pelo repórter para complementar a ima- gem que está sendo mostrada. Valem para o off as mesmas dicas textuais que já vimos. Difere-se da passagem por não ter a imagem do repórter, apenas sua voz.

Entrevista

A entrevista é um recuso básico do telejornalismo. Além das informações parecerem mais confiáveis, conversas com as pessoas é uma das formais mais importantes de se obter informações necessárias para uma melhor reportagem. A duração de uma entrevista deve ser relativamente curta, evitando assim cansar o telespectador. Então, o editor deve extrair o mais relevante do que foi dito, com fortes declarações, opiniões e respostas relevantes.

Cabeça

Page 41: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

A cabeça do telejornal é como se fosse uma prévia, uma introdução das matérias que serão abordadas. Não pode nem deve responder àquelas perguntas básicas centrais das matérias.

Ela tem por função manter o telespectador curioso a respeito da matéria que vai rolar logo em seguida. Ela é lida pelo âncora e dá o gancho da reportagem.

Script

O script funciona como um roteiro do telejornal. Nele, são anotadas todas as informações que a equipe precisa saber. Ele é dividido em três partes: cabeçalho, coluna da esquerda e coluna da direita. O cabeçalho contém informações necessárias para que uma reportagem seja diferenciada de outra, além de identificar quem é o editor responsável, a data a duração do videoteipe (VT).

Na coluna da esquerda é onde ficam todas as informações referentes às imagens: uso das câmeras, sobre as entradas de VTs e ilustrações, além dos créditos. Caracteres que aparece na tela sempre são indicados pela sigla GC (gerador de caracteres). Na da direita, estão as informações sobre o som: entrada de músicas, altura do volume. Todo o texto da reportagem é escrito aqui em letras maiúsculas.

Os âncoras, o editor-chefe, o produtor, e a equipe técnica devem ter o script em mãos para garantir o bom andamento do telejornal.

Imagem-exemplo de script:

Data: DD/MM/AA

Programa: Jornal AC SiNUS

Editor: Nome

VT: 00:01:07

Retranca:

Abertura SiNUS 2013

Bloco: 1º bloco

Página: 01

CABEÇA

AQUI, É ESCRITA A INTRODUÇÃO DA MATÉRIA, NARRADA PELO ÂNCORA.

RODA VT

RODA VT (MATÉRIA GRAVADA PELO REPÓRTER)

GC-IMAGENS- PATRICK

OFF: AQUI, SE ESCREVE A FALA DO REPÓRTER JUNTO A OUTROS POSSÍVEIS SONS, QUE SERÁ ILUSTRADO POR IMAGENS GENÉRICAS.

Jornal SiNUS-TV

Linha editorial (linguagem e estilo, características da edição)

O jornal televisivo da SiNUS abordará matérias de bastidores, do dia-a-dia da simulação. Com entrevistas, imagens inusitadas, editorias mais abertas com possibilidade de falar de temas mais abrangentes e externos aos assuntos que ocorrem nas reuniões dos comitês, tais como moda.

Page 42: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Com linguagem simples e que aproxime o leitor das imagens e informações, é possível também fazer, além de notícias de editorias, matérias com formatos diferenciados. É o caso de matérias do tipo “povo-fala”, que sempre valem a pena serem feitas em simulações.

É possível fazer jornais em que os âncoras apresentem o jornal e repórteres façam as notícias, como em um telejornal; ou apenas com matérias avulsas e uma gravação de abertura, como forma de introdução da produção.

Todo o processo de escrita, produção e edição das matérias ficam a cargo do estudantes secundaristas e os editores responsáveis. Depois, os vídeos serão postados também na internet.

Manual de redação e estilo para Jornal televisivo

Sempre que vamos determinar a linguagem que utilizamos em um veículo de comunicação, temos que nos lembrar de quem é o nosso público e quais são as características técnicas do nosso suporte.

A televisão aberta é um veículo que se destaca pela sua extrema abrangência de público. A TV Globo, por exemplo, é assistida por todas as classes econômicas do país. Nesse sentido, é necessário utilizarmos uma linguagem que consiga dialogar com a maior quantidade de pessoas possível, afinal, os pontinhos da audiência significam investimentos publicitários.

A TV é um veículo de massa e exige certa parcimônia com seu público. Seja no telejornalismo ou nas telenovelas, os redatores tem de se preocupar com fato de que suas histórias devem alcançar o entendimento do maior número possível de pessoas. A história, portanto, deve ter um início, um meio e um fim coerentes. Não se pode utilizar uma linguagem rebuscada (jargões), nem chula (gírias). Temos de escrever de forma precisa, clara, simples, direta e neutra.

Atente-se sempre ao fato de que o repórter televisivo está em uma conversa com o telespectador e isso exige persuasão e credibilidade. O texto lido pelo repórter deve aproximar-se da maneira como falamos e não pode gerar dúvidas em quem o escuta (o que não justifica, porém, erros de concordância gramatical). Enquanto o leitor de um jornal impresso pode retornar ao início do texto se não entendeu algo, na televisão isso é impossível. Uma vez falado, não mais será repetido, por isso a clareza e a simplicidade são muito importantes em um script.

O texto televisivo também deve preocupar-se com outro fator: a imagem. O repórter, ao escrever seu roteiro, deve sempre estar preocupado com as imagens que irão cobrir sua fala. A complementaridade entre o texto e a imagem é a responsável pela linguagem audiovisual da TV. Um não existe sem a outra.

Page 43: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Dicas Textuais

- Utilize frases curtas e na ordem direta (sujeito-verbo-predicado);

- Evite hipérbatos e palavras rebuscadas;

- No início da matéria jornalística, sempre identifique os elementos fundamentais da notícia: quem? O que? Quando? Onde? Como? Por quê?;

- Seja preciso;

- Não utilize imagens que desmintam o seu texto. Se você disser que o show do Black Eyed Peas estava lotado, não utilize um take que mostre poucas pessoas e espaços vazios;

- Evite adjetivos que estejam evidenciados na imagem. Ex.: O carro amarelo em frente à prefeitura (evite) / O carro em frente à prefeitura (certo, pois a cor amarela já aparece no vídeo);

- Sempre tente conjugar os verbos no presente para agregar o valor de atualidade na notícia;

- Utilize o presente do indicativo ao invés do futuro. Exemplo: Madonna vem ao Brasil em maio (certo) / Madonna virá ao Brasil em maio (evite);

- Priorize o futuro composto. Ex: Pelé vai receber/recebe o prêmio amanhã à tarde (certo)/Pelé receberá o prêmio amanhã à tarde (evite);

- Se alguma informação não possui imagens para ser coberta ou for complicada para o entendimento rápido do telespectador, busque o auxílio de um infográfico. Esse recurso é muito utilizado para ilustrar índices econômicos, dados complexos, localizações, entre outros.

BLOCO VI – RESPONSABILIDADE SOCIAL

Interesse público

Por trabalhar com comunicação, todo jornalista tem o dever de garantir o direito a informação inerente a todo ser humano. E não é qualquer informação, um dos pontos que definem o fazer jornalismo é a seleção de informações que possam contribuir com a vida em sociedade.

Assim, dizemos que o jornalista precisa buscar informações de interesse público.

Marcia Benniti Machado e Fabiane Moreira no artigo Jornalismo e informação de interesse público (2005) definem informação de interesse público como sendo aquela que colabora para o exercício da cidadania e tem utilidade social para a realização de outros direitos, como saúde e educação.

Para produzir conteúdos que atendam a esse dever, o jornalista deve sempre refletir qual é a informação que o cidadão precisa saber, qual fato pode acrescentar na vida dele. Toda produção deve ser feita pensando em primeiro lugar no interesse do público para o qual está se dirigindo.

É importante ressaltar que o jornalista tem a responsabilidade social de levar informações completas e com a maior exatidão possível ao público. Ele precisa buscar sempre a verdade e ser honesto em relação ao modo de apuração e a produção da notícia.

Ética jornalística (exatidão, ética e credibilidade)

Assim como em toda profissão o jornalismo possui um conjunto de normas de conduta para que os profissionais da área

Page 44: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 possam cumprir seu papel com a sociedade. No Brasil existem alguns códigos que pontuam diretrizes para realizar um trabalho ético. A maioria deles apontam que a exatidão na transmissão de informações e a credibilidade são pontos vitais para um jornalismo ético. Para produzir conteúdos com credibilidade e que possuam valores éticos é necessário que o jornalista observe quatro pontos:

- Apuração

Precisa ser bem feita. O jornalista não pode ter dó de gastar a sola do sapato. Precisa ir atrás de todas as informações disponíveis, ter disposição para falar com todos envolvidos, buscar dados que possam complementar o fato. Quanto maior o número de informações presentes em uma notícia, maior credibilidade será passada para o público.

- Checar informações

Assim como toda ação gera reação, toda informação publicada acarreta uma consequência, seja em maior ou menor escala. Por isso é fundamental que tudo seja verificado muitas vezes antes de ser vinculado. Além de quebrar a relação de credibilidade com o leitor o erro transforma a publicação em algo antiético, pois passa a desinformar o leitor ao transmitir informações falsas.

- Os vários lados

Falando de forma simplificada, o jornalista conta a história de um fato. Para que esta seja relatada de maneira completa é primordial ouvir todos os envolvidos nela para construir o panorama geral do evento. Para isso é necessário ouvir muitas fontes, colher depoimentos que sejam divergentes entre sim. Conversar com poucos envolvidos ou não colocar contrapontos pode tornar a publicação tendenciosa sem credibilidade.

- O ideal da imparcialidade

Quando a matéria contém informações que favorecem a um grupo ou pessoas especificas ou quando o jornalista acrescenta sua opinião referente ao fato noticiado, é caracterizado como um texto parcial, ou tendencioso. O papel do jornalista é fornecer informações, ideias e opiniões para que, a partir do que foi apresentado, o público pode formar sua opinião. Ao deixar de lado a imparcialidade, o jornalista passa a utilizar a matéria para influenciar a opinião do público, deixando assim de passar informações de qualidade.

Page 45: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

BLOCO VII - GUIAS

Gramática

A algum lugar e não em.

Com verbos de movimento, use a e não em: Fui ao teatro (e não no). / Cheguei à cidade (e não na). / Chamaram-no ao telefone. / Levou os filhos ao circo. / Desceu ao segundo andar. / Voltou ao Brasil. / Saiu à janela. Igualmente: chegada a, ida a, vinda a.

Abreviaturas

1 — Nos textos corridos, evite ao máximo usar abreviaturas: Comprou 3 quilos (e não 3 kg) de carne. / O carro rodou 243 quilômetros (em vez de 243 km). / O terreno media 25 hectares (e não 25 ha). / Chegou às 8 horas (e não às 8 h). / Um galão americano tem 3,785 litros (e não 3,785 l). De qualquer forma, repare que existe espaço (3 kg) entre o número e a abreviatura que exprime valor ou grandeza.

Aceitado, aceito

Com ter e haver, use aceitado; com ser e estar, aceito: Tinha (havia) aceitado, foi (estava) aceito.

Acerca de, cerca de, há cerca de

1 —Acerca de. Equivale a sobre, a respeito de: Falou acerca da nomeação, do autor, do governo. / Explique-me tudo acerca do PIS. 2 — A cerca de ou cerca de. Corresponde a perto de, aproximadamente: Os jogadores ficaram a cerca de 20 metros uns dos outros. / Cerca de 100 pessoas estavam ali. / Dizia isso a cerca de 50 alunos. / O exército ficou reduzido a cerca de duas dezenas de

homens. / Encontrei o a cerca de dois quilômetros da casa. 3 — Há cerca de. Usa-se no lugar de faz aproximadamente, desde mais ou menos: Há cerca de dois anos o governo baixou essas medidas. / Partiu há cerca de 15 minutos.

Acontecer

1 — Use o verbo apenas no seu significado mais específico, de suceder de repente. Acontecer dá sempre uma ideia de inesperado, desconhecido, imponderável, como nos exemplos: Caso acontecesse o desabamento, muitas mortes poderiam ocorrer. / O fato aconteceu há cem anos. / Se algum mal lhe acontecer, ninguém será culpado.

Ambos, ambos os

1 — Use apenas estas duas formas, uma vez que ambos os dois e ambos de dois, embora corretas, devem limitar-se às transcrições ou aos textos literários. 2 — A palavra sas, órgãos ou grupos: Ambos chegaram atrasados. / Que livros escolheu? Ambos. / Nesse cenário, ambos, soldados e jagunços, mediam forças. 3 — Quando o substantivo determinado por ambos estiver claro, é obrigatório o uso do artigo: Representava ambas as casas do Congresso. / Consulte ambos os livros. / Segurou o rosto com ambas as mãos. 4 — Escreva, sem receio, pessoas de ambos os sexos: ninguém vai pensar em hermafroditas.

Cerca de

1 — Indica arredondamento, assim como coisa de ou perto de: cerca de cinco crianças, perto de dez homens, coisa de mil pessoas. Assim, nunca indique números exatos com essas formas: cerca de 18 pessoas, perto de 74 homens, coisa de 152 crianças. 2 — A concordância é expressa pelo numeral ou equivalente: Cerca de mil pessoas se reuniram ali. / Perto de uma tonelada de gêneros foi perdida na

Page 46: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 enchente. / Existiam cerca de 50 crianças em cada sala. / Cabia ali coisa de uma centena de livros.

Cessão/ sessão/ seção ou secção

Cess~o significa “ceder”, “conceder”, “oferecer”, “dar”. Ex – Cedi todas as minhas roupas e brinquedos para a vizinha. /Sessão significa “intervalo de duraç~o”. Ex – A Câmara iniciou os trabalhos em sessão extraordinária. / Seç~o ou secç~o significa “parte”, “segmento”, “divis~o”. Ex – Preciso comprar novas botas na seção de sapatos femininos.

Com o objetivo de

Prefira para.

Comprimento, cumprimento

Comprimento significa extensão, distância: o comprimento da mesa, 6 quilômetros de comprimento. Cumprimento equivale a saudação ou ato de cumprir: um cumprimento com a cabeça, o cumprimento das leis.

De baixo, debaixo

Separado em frases como olhar de baixo a cima, roupa de baixo. Nos demais casos, debaixo: Subiu depressa, mas agora está debaixo. / Estava debaixo da árvore.

Duplo sentido.

Evite as orações ou palavras que possam dar falsa idéia do que se escreveu, mesmo que essa impressão seja momentânea e se desfaça com a leitura mais atenta do texto. Na maior parte das vezes —

lembrese — o leitor passa pela notícia, apenas, e não se detém nela. Veja alguns exemplos de dubiedade: O deputado conversou com o presidente da Câmara na sua sala(de qual deles?). / X não aceita Y; quer o irmão(o próprio ou o de Y?). /De 200 denúncias a regional só pune 15(denúncias ou infratores?— no caso, eram infratores). / Ela aparecerá brevemente(no caso, pretendeu-se dizer rapidamentee não em breve)num seriado. / Prefeito reassume pedindo aumento de salário(não era para ele, mas para os trabalhadores). / Elevado o prejuízo das lojas(está elevado ou foi elevado?). / Não existe nenhuma possibilidade que seja reformulada (não era a possibilidade, mas o que se disse antes que seria reformulado). / Ladrão de carro tem pena(foi punido, e não ficou com pena)até o ano 2000. / Apesar de uma bola na trave de Baiano (na verdade, foi Baiano quem chutou a bola na trave).

Em vez / ao invés

Em vez opõe coisas próximas. Ex – Usei branco em vez de amarelo. Ao invés passa a ideia de “diametralmente oposto”, pode ser substituído por “ao contr|rio de”. Ex – Usei preto ao invés de branco.

Exageros

Evite as afirmações definitivas, categóricas, que tentem impor a todos uma verdade no mínimo passível de discussões, ou ultrapassem os limites do razoável. Como nestes exemplos: O mundo do espetáculo no Brasil se divide, a partir de agora, em antes e depois de Tina Turner no Maracanã. / Antes de Guimarães Rosa, o que havia no Brasil não poderia ser chamado de literatura. / Foi necessário que o deputado Carlos de Sousa se elegesse para que a Câmara readquirisse a dignidade perdida. / Ninguém, a não ser Paulo Macedo, poderia tocar Beethoven de maneira tão sublime. / Este foi o maior presidente que o Brasil — e possivelmente qualquer outro país do mundo — já teve. / Steve Harris, como todo mundo sabe, é o melhor

Page 47: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 baixista do heavy metal. / O técnico, enfurecido, manifestou sua ira contra o critério de desempate do torneio.

Faz cinco meses, faz dias bonitos

1— Em orações desse tipo, com idéia de tempo ou fenômenos da natureza, fazer é impessoal, isto é, não tem sujeito. O verbo, portanto, fica no singular: Faz cinco meses que cheguei aqui. / Faz duas horas que ele saiu. / Fez dez anos ontem que o prefeito morreu./ Em setembro faz dias muito bonitos. 2 — A regra mantém-se no caso de haver um auxiliar: Vai fazer seis meses que o presidente assumiu o governo. 3 — Se a frase tiver sujeito, obviamente este concordará com o verbo, mesmo que esteja clara a noção de tempo: Eles fizeram dez anos de casados.

Fim, final

1 — Fim é a palavra correta para indicar o término ou a conclusão de alguma coisa: no fim da semana, no fim do mês, no fim do ano, no fim do século, até o fim de 1988, até o fim do trabalho, até o fim dos dias, no fim do jogo.Repare que existem até frases feitas formadas por fim: fim de semana, fim de ano, fim de século, fim de tarde, fim de noite, etc. 2 — Finaldeve ser empregada apenas em duas condições: a)Para definir a parte final de alguma coisa ou uma decisão de campeonato: O final da ópera é muito bonito. / A platéia chorou no final do filme. / A final do campeonato será disputada domingo. b) Como adjetivo: Esta é a palavra final sobre o caso.

Há, a

1 — Há indica passado e pode ser substituído por faz:Eles saíram há muito tempo. / As eleições ocorreram há dois meses. / Há muitos anos que eles foram contratados. / Os homens chegaram há pouco.2 — A exprime distância ou tempo futuro:As eleições ocorrerão daqui a dois meses. / De hoje a três dias correrá o prazo. / O avião estava a

cinco minutos de São Paulo. / Estamos a dois meses da inauguração da nova sede da empresa. / O atirador estava a dois metros de distância.Repare que em nenhum dos casos o a pode dar lugar a faz.

Havia muitas pessoas

1 — Haver, como sinônimo de existir, suceder, fazer, é impessoal e, portanto, não tem sujeito. O verbo fica na terceira pessoa do singular:Não há vagas. / Havia (e não haviam)muitas pessoas ali. / Nunca houve tantos acidentes de trânsito como agora. / Haveria muitas opções além dessa?/ Haverá anos mais felizes que estes?/ 2— A regra mantém-se no caso de haverformar locução com um verbo auxiliar:Deve haver muitas pessoas ali. / Pode haver compradores interessados no carro. / Estava havendo fraudes na Previdência. 3 — Quando haverpode ser substituído por ter, a concordância é a normal: Ainda não haviam sido feitas as correções. / Eles haveriam de sair da sala. / Hão de cumprir o prazo, custe o que custar.

Lei

1—Inicial maiúscula nas leis oficiais: Lei nº 243, Lei do Passe, Lei Áurea, Lei Orgânica dos Municípios. 2 — Inicial minúscula nos demais casos: lei de Gerson, lei da oferta e da procura, lei seca.

Mal e mau

Mal é advérbio antônimo de bem. Também equivale a “assim que”, “logo que”, “quando”. Ex – Mal acordei, tive dores de cabeça./ Mau é adjetivo antônimo de bom.

Por que/ porque/ por quê/ porquê

Por que separado e sem acento é utilizado no início de frases, em perguntas quando o “que” equivale a “qual motivo”. Ex – Por que você não estudou?/ Porque junto e sem acento equivale a “pois”. Possui

Page 48: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 função explicativa e pode ser precedido por vírgula, ponto e vírgula ou ponto final. Ex – Não fui, porque não me convidaram para a festa. / Por quê separado e com acento é usado como pronome interrogativo no fim das frases ou isolado em uma frase interrogativa. Ex – Ele não quis me acompanhar, você sabe por quê?/ Porquê junto com acento é substantivo de causa, razão ou motivo. Admite plural. Ex – Quero saber o porquê de toda esta bagunça na sala.

Mas e mais

Mas pode ser substituído por “entretanto”, “porém”, “contudo”. Ex – Preciso comprar flores, mas meu carro quebrou./ Mais é o oposto de “menos”. Ex – Hoje comerei mais legumes.

Não ... senão

Concord}ncia com o termo que se segue a sen~o: “N~o se viam ali sen~o cad|veres”. / N~o se ouviam sen~o os grilos.

Não só

1 — A correlação de não só ou não somente faz-se com mas também, mas, mas até, como, senão ou senão também: Não só o pai, mas também o filho devem... / Não só o patrão, mas o operário... / Não só os homens, mas até as mulheres... / Não só os filhos, como os amigos ali ficaram. / Não só é indigno de pena, senão também da graça. / O Sol não só excede a cada uma das estrelas senão a todas.2 — Concordância. Verbo no plural:Não só o pai, mas também o filho queriam o cargo. Fazem a mesma concordância as seguintes formas: não só... mas, não só... mas ainda, não só... mas até, não só... senão, não só... senão também, não só... como também, não somente... como, não apenas... senão também, etc.

Onde / aonde

Onde é utilizado apenas quando faz referência a lugares físicos. Ex – Aquela é a casa onde morava Darcy Ribeiro./ Aonde possui ideia de movimeto e deve acompanhar verbos que transmitam esta ideia de destino, chegada, movimento. Ex – Aonde você vai? Chegar a algum lugar.

Possível, provável

Genericamente a equivalência seria:possível= que podeacontecer ou ser praticado; provável= que deveacontecer, que apresenta probabilidade, que dá idéia de verossimilhança. Assim: É possível que ele vá ao almoço, mas não provável (vê-se que existe uma gradação de viabilidade ou expectativa). Da mesma forma: É possível, mas não provável, que um time pequeno vença um grande fora de casa. / Um grande terremoto é possível, mas não provável no Brasil. Impossível e improvável seguem a mesma norma.

Tampouco, tão pouco

1 — Sempre numa única palavra para expressar também não: Não saiu, tampouco conseguiu dormir.2 — Tão pouco usa-se em frases como: Tão pouco entusiasmo. / Em tão pouco tempo. / Nunca fez tanto por tão pouco (sentido de pequeno ou pouca coisa). Neste segundo caso, existe também tão poucos: Nunca havia recebido tão poucos amigos em casa (ou tão poucas manifestações de apoio).

Tem, têm

1— Tem indica o singular: Ele tem muitos amigos. / O País tem muitas dívidas. Nos derivados de ter, quando igualmente no singular, usa-se o acento aberto: mantém, contém, detém, sustém. 2 — Têm designa o plural: Os dois têm muitos amigos. / Os países subdesenvolvidos não têm como pagar suas dívidas. Nos deriva dos, o acento se conserva: mantêm, contêm, detêm, sustêm.

Page 49: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Glossário Âncora

Pessoa que trabalha como jornalista televisivo, sendo responsável por toda a programação, bem como desenvolvimento dos conteúdos a serem exibidos nos noticiários etc.

Apuração

Coleta de dados para a matéria ou reportagem, por meio de entrevistas, pesquisas em documentos e arquivos, ou consulta em órgãos especializados. Descobrir os detalhes que compõem a matéria.

Barriga

Veiculação de matéria falsa, originária de trote ou negligência da redação.

Box

Texto cercado por um fio, com destaque ou em cores. O Box é um complemento da matéria e se refere a um dado mencionado no texto.

Cair

Uma matéria cai quando a pauta não foi cumprida ou o editor optou por tirá-la da edição intencionalmente, por falta de espaço, questões políticas ou inadequação.

Caixa alta e caixa baixa

A expressão tem origem no processo antigo de composição manual das notícias. Nas tipografias, as letras maiúsculas ficavam numa caixa alta e as minúsculas, numa caixa em posição inferior, ou seja, baixa.

Cascata

Texto insignificante, repetitivo, mentiroso ou vazio de informações, fruto de reportagem mal apurada ou da necessidade de se encher a qualquer preço um espaço em branco, naturalmente em prejuízo ao leitor.

Chamada

Pequeno texto das primeira capa dos jornais, na capa dos veículos na internet, ou junto ao índice das revistas, que serve para chamar ou seja, atrair a atenção dos leitores para as matérias mais importantes da edição.

Chapéu

Palavra colocada acima do título da notícia, associada ao assunto, para reforçar o tema e atuar como estímulo à leitura

Créditos

Ficha técnica onde constam os nomes dos principais responsáveis pelo programa.

Editor

Profissional encarregado de fazer as montagens de programas, inserindo informações de áudio ou vídeo, ou ambos, na fita original, Equipamento controlador das máquinas que farão a edição de áudio e vídeo nos programas.

Page 50: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

Gancho

A atualidade de um assunto que justifica a reportagem. O gancho da matéria é quase sempre o lead da mesma.

Pauta

Conjunto mínimo de informações sobre temas variados que constitui o ponto de partida para a produção de notícias de uma publicação

Repórteres

Jornalistas que recolhem informações, notícias de qualquer natureza, para transformá-las em matéria de noticiário.

Videoteipes

Processo eletrônico de registro de imagens de televisão numa fita de matéria plástica recoberta de partículas magnéticas (gravação de vídeos)

Glossário televisivo

Abertura Abertura de telejornal: notícia principal apresentada no início do primeiro bloco.

Abertura de programa

Vinheta que marca o início do mesmo.

Assinatura Encerramento do programa que contém os nomes e funções de todos os profissionais e técnicos que trabalham na produção dos programas. Diz-se também, quando o repórter, em quadro, termina uma matéria, dizendo seu nome, local onde está, para qual o programa está produzindo a matéria.

Áudio ambiente

Som ambiente, som guia. Som produzido em determinado evento, sem inserção de narração. Ex. torcida de futebol.

Back light

Luz de trás. Iluminação que vem de trás do sujeito, usada para enfatizar a profundidade em cena.

Background (BG)

Termo mais usado para áudio, significando o som ambiente com o fundo da narração do repórter. Pode também ser usado para cenários, e em efeitos de vídeo onde temos uma cena em background e outra em foreground.

Bloco Segmento composto pelas notícias que ocupam o espaço de um intervalo comercial a outro.

Cabeça de matéria

Abertura de uma notícia. É a narração do fato, logo no início. A função é despertar o telespectador para o assunto. A cabeça introduz a matéria para o repórter dar continuidade no texto, no corpo.

Page 51: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Cena Cena é um conjunto de planos que estão diretamente relacionados com a mesma ação principal e/ou com a mesma locação.

Chamada Flash gravado sobre a matéria ou programa, que serve para despertar o interesse e alertar os telespectadores sobre determinado fato. É um texto que antecipa os assuntos de destaque do telejornal.

Contraluz Recurso de iluminação. A imagem principal fica recortada em silhueta, porque a iluminação é colocada por trás.

Créditos Ficha técnica onde constam os nomes dos principais responsáveis pelo programa.

Deadline Prazo final para o repórter retornar à emissora com uma reportagem a tempo de entrar no ar. É usado também no prazo de fechamento do telejornal: prazo final de entrega das matérias para o jornal ir ao ar.

Decupagem Do francês découper, ato de recortar. Descrever o que foi gravado em vídeo e áudio. Tem escrita técnica que começa pelo plano, movimento de câmera, descrição da cena, descrição do áudio: off e sonora.

Deixa (Cue)

Recurso de produção para marcar pontos de edição. Nos VTs atuais, a marcação de cue foi substituída pelo Time Code. Em telejornalismo, pode ser o sinal para a entrada de um locutor/ apresentador.

Editor Profissional encarregado de fazer as montagens de programas, inserindo informações de áudio ou vídeo, ou ambos, na fita original. O termo também designa o equipamento controlador das máquinas que farão a edição de áudio e vídeo nos programas.

Editorial Texto que expressa a opinião da emissora sobre determinado assunto. Encerramento O final de um programa de televisão, com os créditos técnicos e a vinheta de fechamento. É também a parte final de uma matéria jornalística.

Enquadramento O tamanho da figura humana ou de um objeto dentro do quadro. Escalada É o mesmo que manchete. A escala é formada por uma série de chamadas, lidas pelo apresentador na abertura do jornal. A escalada é feita com a função de prender a atenção do telespectador.

Externa Qualquer filmagem ou gravação em local aberto ou fora do estúdio original do programa.

Fade O fade é a clareação ou escurecimento total de uma imagem. O fade in é o aparecimento gradual da imagem a partir uma tela

Page 52: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 completamente escura. Fade out é o escurecimento da imagem até que a tela escureça totalmente. O fade é utilizado para indicar longas passagens de tempo e/ou mudanças de cenário.

Gancho A atualidade de um assunto que justifica a reportagem. O gancho da matéria é quase sempre o lide da mesma.

Ilha de edição

Local onde estão os equipamentos necessários à edição. Em jornalismo significa cortar a matéria bruta para o tempo necessário; em dramaturgia, consiste em juntar várias cenas gravadas de acordo com o script.

Interna (interior)

Qualquer gravação ou filmagem em local fechado.

Locação Qualquer local onde é realizada uma produção, fora das instalações do estúdio.

Manchete Texto conciso que contém uma informação forte. Destina-se a atrair a atenção do telespectador para a notícia que vem a seguir.

Matéria Nome genérico usado para identificar todo e qualquer material jornalístico produzido para publicação em veículos de informação.

Off Texto gravado pelo repórter sem que o rosto dele esteja no vídeo. Vozes ou sons presentes numa gravação sem o aparecimento da

imagem da fonte geradora. Vem de “Off the record”, que significa informação fornecida ao repórter cuja fonte não quer ou não pode ser identificada. Em televisão, refere-se ao texto lido sobre as imagens, podendo ser ao vivo ou pré-gravado.

Passagem Parte que faz a ligação entre um trecho da reportagem e outro. A gravação feita pelo repórter no local do acontecimento e que serve para fazer ligação entre duas partes da reportagem, o OFF e as entrevistas.

Plano Plano é o segmento de imagem contínua compreendida entre dois cortes, isto é, a imagem registrada durante o intervalo quando a câmera está ligada, gravando uma cena. O plano é classificado de acordo com o tamanho da figura humana dentro do quadro.

Roteiro de edição

Planejamento do material bruto gravado pela equipe de reportagem. Normalmente feito pelo editor do texto depois de ter assistido a toda fita gravada. O plano de edição é feito para dar uma ordem às imagens e sons da matéria.

Script Lauda no telejornalismo. Possui características especiais e espaços para marcações técnicas que devem ser obedecidas na operação do telejornal. Sequência Sequência é um conjunto de cenas.

Set Cenário de estúdio.

Page 53: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Sonora (son)

Entrevista de reportagem, a fala do entrevistado. Fala curta de uma entrevista.

Stand-up (stand-up)

Designa a transmissão de informações pelo repórter do local do acontecimento. Normalmente o repórter está em pé, em plano médio ou plano americano, e permanece na tela durante o tempo de transmissão do boletim. Pode ser ao vivo ou gravado.

Take Take é cada tomada da cena; é o registro repetido do mesmo plano.

Teleprompter Dispositivo usado para mostrar texto ao apresentador diante da câmera, para que possa ler falas extensas, sem perder contato com o olho da câmera.

Time code

Código de tempo. Relógio que conta o tempo com precisão de frame, usado para marcar pontos de edição nas fitas.

BLOCO VIII - À AÇÃO!

PROGRAMAÇÃO SINUS 2013

Primeiro dia - 27 de março de 2013 (quarta-feira)

14:00 –15:20 Credenciamento

15:30 – 18:00 Passagem de Regras

20:00 – 23:00

Cerimônia de Abertura

#Entrega da 1ª edição dos jornais impressos e cobertura para internet

Segundo dia - 28 de março de 2013 (quinta-feira)

08:00 – 11:00 Primeira sessão de simulação

13:00 – 16:00 Segunda sessão de simulação

16:00 – 16:30 Coffee Break

#Apresentação jornal televisivo

16:30 – 19:00 Terceira sessão de simulação

19:00 – 19:30 Reunião com os chefes de delegação

#Entrega dos jornais impressos

21:00 – 00:00 Festa Rio

Terceiro dia - 29 de março de 2013 (sexta-feira)

Page 54: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

08:00 – 10:00 Quarta sessão de simulação

10:00 – 10:30 Coffee break

#Apresentação jornal televisivo

10:30 – 13:00 Quinta sessão de simulação

15:00 – 18:00 Gincana SiNUS

20:30 – 23:00 Noite das Nações

#Entrega dos jornais impressos

Quarto dia - 30 de março de 2013 (sábado)

08:00 – 11:00 City tour

13:00 – 16:00 Sexta sessão de simulação

16:00 – 16:30 Coffee break

#Apresentação jornal televisivo

16:30 – 19:00 Sétima sessão de simulação

#Entrega dos jornais impressos

21:00 – 00:00 Festa I♥NY

Quinto dia - 31 de março de 2013 (domingo)

08:00 – 13:00 Oitava sessão de simulação

15:00 – 15:30 Reunião com os chefes de delegação

15:30 – 19:00 Cerimônia de Encerramento

#Entrega dos impressos e apresentação do televisivo

Page 55: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013

CONCLUSÃO

Ser responsável por traduzir o cotidiano e levar informações à sociedade de maneira ética e correta faz do jornalismo uma das atividades mais importantes da atualidade. No momento em que as informações podem ser produzidas por qualquer pessoa e rodar o mundo em poucos momentos, ser jornalista virou luxo de pessoas que buscam sempre se preparar para realizar a melhor ação profissional possível.

Simulações como a SiNUS trazem oportunidades reais de interagir com o ambiente de atividades como o jornalismo e, por isso, a preparação para o dia é de fundamental importância. Para tanto, a equipe da Agência de Comunicação da SiNUS de 2013 também se preparou para recebê-los. Foram feitos treinamentos de reportagem e edição para que a experiência da simulação seja a melhor possível e, com certeza, inesquecível e efetiva.

Além disso, esperamos que este manual tenha grande impacto nos treinamentos dos repórteres, que, como você, esperam pelo início das nossas atividades. Esperamos que ele sirva para fazer nascer a necessidade de sempre procurar por novas referências, novos conhecimentos e novos modos de recriar o jornalismo de qualidade.

Esperamos por todos.

BIBLIOGRAFIA

AMARAL, L.; CRUZ, I. Primeiro Guia Facto de Mídias Sociais. Setembro/2012. Facto - Agência de Comunicação. P. 24 a 27. CRUZ, I. T. S. Análise do processo de edição de matérias de Cotidiano – construção da pirâmide. Artigo universitário Campus online. 2/2011, Universidade de Brasília. Dicas de Jornalismo. Disponível em: <http://www.elpais.com.br/elpaisnaescola/arquivos/DicasdeJornalismo.pdf> Acesso em: 15 de janeiro de 2013 JORGE, T. M. Manual do Foca: Guia de sobrevivência para jornalistas; Ed. Contexto; 2010 Manual Agência de Comunicação SiNUS 2012 Manual Agência de Comunicação SiNUS 2011 Manual de redação da Secretaria de Comunicação da Câmara dos Deputados. Edição 2010 Manual do treinee Facto – Agência de Comunicação, 2011 MARTINS, E.; LOPES, E. Manual de redação e estilo do Estado de S.Paulo; 3ª edição revista e ampliada. São Paulo; O Estado de S.Paulo, 1997. Disponível em <http://migre.me/dluBp>. Acesso em 15 jan. 2013. NOBLAT, R. A arte de fazer um jornal diário. Editora Contexto, 2010; Cap. Para que serve um jornal. G37 | Gazeta do Oeste| Divinópolis – MG| Jornal de Notícias de Variedades do Centro Oeste de Minas Gerais| Prestação de Contas.

Page 56: Asaph Correa e Telessinus.org.br/2013/wp-content/uploads/2013/03/AC-Manual-da-AC.pdf · Asaph Correa e Teles Manual da Redação Simulação das Nações Unidas para secundaristas

Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Manual de Comunicação – SiNUS 2013 Disponível em: <http://www.g37.com.br/index.asp?c=padrao&modulo=conteudo&url=15336#.UPVtf6yHjng> Acesso em: 15 de janeiro de 2013. Reflexões sobre Fotografia: Tipos de Fotografia (http://ualg-fotografia.blogspot.com.br/2007/09/tipos-de-fotografia.html) acessado em 15 de janeiro de 2013 SiNUS 2013. Site oficial. Disponível em: <http://www.sinus.org.br/2013/> Acesso em: 12 de janeiro de 2013 Sites: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/cs_umesp/article/viewFile/135/3385 http://www.sitetj.jor.br/glossario.asp http://dicionariodejornalismo.blogspot.com.br http://www.slideshare.net/DomLustosa/manual-do-jornal-daescola?from=share_email_login2 http://introjornalismo.blogspot.com.br/2011/05/o-que-e-fonte-jornalistica.html http://pt.shvoong.com/social-sciences/communication-media-studies/1649554-cabe%C3%A7a-telejornal-telejornalismo/#ixzz2JCv0HzK1 www.sitetj.jor.br