artigo lutero e o nazismo

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  • 8/15/2019 Artigo Lutero e o Nazismo

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    LUTERO E O NAZISMO – O PERIGO DA ACEPÇÃO.

     Luther and Nazism - the danger of meaning.

     Edmar dos Santos Pedrosa1

    RESUMO

     Nazismo e Cristianismo são duas coisas opostas que se repelem. Enquanto um cultiva o ódio e a acepção,

    o outro prega o amor incondicional e sacrificial. No entanto, poderia haver alguma similitude entre

    ambos? nfelizmente a história moderna comprovou que, pelo menos em um momento, a resposta ! sim.

    "utero em suas muitas produç#es escritas influenciou a cultura alemã e a história mundial ao implantar a

    $eforma %rotestante. &as em um de seus escritos, ao criticar a postura dura dos 'udeus com relação ao

    cristianismo, acabou dei(ando um legado perigoso que, ao cair nas mãos de )itler, serviu de base para

    estruturar as ideologias antissemitas do *erceiro $eich que, depois de implantadas, culminaram no

    e(term+nio de milh#es de almas, principalmente de 'udeus. verdade do cristianismo foi usada como

    mentira destruidora de forma que o mundo nunca ser- capaz de esquecer os eventos ocorridos em torno

    da egunda /uerra &undial. "utero não foi, nem um genocida implac-vel, muito menos um santo

    impec-vel. 0oi homem pass+vel de falhas, no entanto seu legado positivo para o reino de 1eus foi

    infinitamente maior, )itler, por outro lado, se apossou de verdades cristãs que, infelizmente, não foram

    capazes de libert-2lo do engano, mas serviram para escravizar seres humanos indefesos.

    Palavras-Chave: "utero3 Nazismo3 4udeus3 cepção3

    ABSTRACT

     Nazism and Christianit5 are t6o opposite things that repel. 7hile cultivates hatred and meaning, the other 

     preaches unconditional and sacrificial love. )o6ever, there might be some similarit5 bet6een the t6o?

    8nfortunatel5 the modern histor5 proved that, at least one time,  the ans6er is 5es. "uther in his man5

    6ritten productions influenced /erman culture and 6orld histor5 6hen deplo5ing the %rotestant

    $eformation. 9ut in one of his 6ritings, in criticizing the hard position of 4e6s in relation to Christianit5,

    eventuall5 left a dangerous legac5, that to fall into the hands of )itler, it formed the basis to structure the

    anti2semitic ideolog5 of the *hird $eich that, then implanted, the5 culminated in the e(termination of millions of souls, especiall5 4e6s. *he truth of Christianit5 6as used as a lie destructive so that the 6orld

    6ill never be able to forget   the events surrounding 7orld 7ar .  "uther 6as not, not one ruthless

    genocidal,  much less a fla6less saint.  6as man sub'ect to failure, ho6ever its positive legac5 for the

    :ingdom of /od is infinitel5 greater, )itler, on the other hand, he too: possession of Christian truths that,

    1 /raduado em Ci;ncias %oliciais e de egurança %hotmail.com

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    unfortunatel5, the5 6ere not able to free him of cheating, but the5 served to enslave defenseless human

     beings.

    e!"#r$s:  "uther3 Nazism3 4e6s3 &eaning3

    INTRODUÇÃO

    Como dito por algu!m certa vez, o papel da história não ! dar certeza das coisas,

    mas sim reduzir as d

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    da mesma forma que o grande reformador A dolf )itler. 0oi um l+der nato, com

    e(celente oratória e poder de convencimento fora do comum. &esmo sendo austr+aco de

    nascimento, conhecia da cultura alemã com profundidade, inclusive o amor e devoção

    deles por "utero e, soube usar este fator com maestria a seu favor e de suas ideologias

    insanas, uma vez que eram totalmente contra a humanidade que via surgir mais um

    nome que nunca mais seria esquecido.

    pontar os paralelos entre )itler e "utero, se ! que e(istem, ! o ob'etivo do

     presente trabalho. B que o grande cristão reformador e servo de 1eus tem de ligação

    com o terr+vel nazismo do 0Dhrer? história se encarregou de comprovar. B ponto de

    converg;ncia entre as duas biografias, e que pode ter unido a ambos foi a acepção de

     pessoas. 8m algoz da humanidade e amante da mentira que aprisiona, por meio de suas

    frustaç#es com uma raça, une seu legado histórico com o fiel servo de 1eus, lutador 

     pela verdade que liberta. *udo em torno dos 'udeus. t! onde a acepção os levou?

    %. UMA DE&INIÇÃO DE ACEPÇÃO

    Briginalmente, essa palavra referia2se a levantar o rosto de uma pessoa ou elev-2

    la, mas passou a se referir e(altação de algu!m por motivos superficiais, como

    apar;ncia, etnia, riqueza, posição ou classe social.

     parece pelo menos FG vezes na9+blia, sendo sete vezes no ntigo *estamento e outras sete vezes no Novo *estamento.H

    cepção ! a tradução de uma palavra grega que, literalmente, significa Ireceber o rostoJ. No

     Novo *estamento, ela ! usada primeiramente como uma tradução literal da palavra hebraica do

    ntigo *estamento correspondente acepção. I$eceber o rostoJ ! fazer 'ulgamentos e

    estabelecer diferenças baseadas em consideraç#es e(ternas, tais como apar;ncia f+sica, status

    social ou raça. 1eus nunca age assim conforme frequentes afirmaç#es no ntigo *estamento e o

     povo de 1eus deve imit-2lo nesta questão.G

    Era f-cil ao crente mostrar consideração indevida ao rico em detrimento ao pobre

    que era humilhado, assim sendo, acepção ! uma distinção antip-tica a pessoas, uma

    2 &C$*)8$, KFK, p.FLFM2FLF.

    3 B"OE$, KF, p.P.

    4 &BB, FK, p.ML.

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    disposição mental manifesta em forma de 'ulgamentos com parcialidade.P ão sempre

    movidos por maus pensamentos e baseados em aspectos e(teriores, como vestimentas,

     por e(emplo.Q %erde2se com isso o senso de irmandade cristã, pois ricos e pobres são

    igualmente preciosos para 1eus. Considerar pessoas assim era infringir diretamente a

    "ei de &ois!s.L 

    Esta palavra encontrou especial uso e significado na carta de *iago, que fez um

    uso de preceito do ntigo *estamento em seu argumento, Carson comenta=

    Em termos gerais, o argumento de *iago ! claro= contr-rio ao favoritismo, o amor ! apresentado

    como ant+tese obrigatória que torna repugnante toda forma de parcialidade R...S. Numa primeira

    leitura, o mandamento encontrado em "ev+tico F.FM ocorre no conte(to de uma desconcertante

    diversidade de mandamentos R...S função teológica estabelece que o fundamento

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    não faz acepção de pessoas T/l. .QU, sendo esta uma virtude a ser imitada por todas as

     pessoas. 1eus não e(ige estes aspectos como pr!2requisitos para que as pessoas se'am

    recebidas por Ele Tt. FK.HPU.FK

     Não obstante, importante mencionar que a canonicidade de *iago nunca foi

    un@nime entre os cristãos. *ornaram2se c!lebres as afirmaç#es de "utero acerca de

     passagens da carta em seu pref-cio obra de *iago no ano de FP e sua desvalorização

    do conte

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    comunicar de forma homog;nea atrav!s da l+ngua

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    7alter ltmann, da Escola uperior de *eologia de ão "eopoldoW$ foi muito

    feliz ao tentar e(plicar as raz#es pelas quais "utero escreveu aquele tratado= *amb!m !

    verdade 2 e pode2se observar com nitidez 2 que o IantissemitismoJ de "utero não tem

    embasamento em concepç#es raciais, mas religiosas.FL %arece que o $eformador estava

    criticando a dureza do coração dos 'udeus que, mesmo diante das verdades b+blicas a

    eles revelada, permaneciam fi!is as leis e não aceitavam a graça da salvação de Cristo e

    ainda tentavam, ao que tudo indica, o proselitismo, atraindo cristãos para sua religião.

    Bcorre que os seres humanos afetam uns aos outros A para o bem ou para o mal.

    e quisermos a'udar, e não pre'udicar, deveremos considerar o que afeta os outros para

    o bem.FM %arece que este princ+pio escapou ao grande reformador, quando redigiu o

    tratado.

    B que "utero não poderia prever foi a maneira como suas declaraç#es naquele

    ImagoadoJ tratado seriam usadas quatro s!culos mais tarde. afirmação militar romana

     Id quod facimus in ita sonat in aeternitate To que fazemos em vida ecoa na eternidadeU

    eternizada no !pico cinematogr-fico /ladiador F, se tornou uma dura e cruel realidade

     por conta de seu legado, inconscientemente, dei(ado.

    Entender o que levou este +cone da f! a não só pronunciar seu infeliz

     pensamento, como tamb!m registr-2lo para as pró(imas geraç#es ! tarefa -rdua que

     beira, inevitavelmente, a suposição. Yuando escreveu o tratado, "utero estava em sua

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    desconfort-veis, que acabou fazendo com que ele promovesse inimigos por onde

     passava.K 

    1e acordo com o senso comum, todos devem tomar cuidado com aquilo que se

    falam ou escrevem, pois h- sentimento que não aceita retrataçãoF, pelo menos por parte

    dos cerca de seis milh#es de vidas ceifadas pelo nazismo. 

    *eologicamente, parece que

    "utero agia opostamente ao que e(igia sua liderança espiritual, talvez isso tenha

    acontecido porque suas doenças, supostamente o dei(aram, temporariamente, Inão

    cheio do Esp+rito antoJ, condição fundamental para e(ercer integralmente sua

    qualidade de l+der.

    liderança espiritual só pode ser e(ercida por homens cheios do Esp+rito anto. Butras

    qualificaç#es para a liderança espiritual são dese'-veis. er cheio do Esp+rito anto, !

    indispens-vel. R...S t! mesmo aqueles homens cu'as funç#es seriam e(ercidas nos assuntos

    temporais da igre'a, deveriam ser homens possu+dos e controlados pelo Esp+rito. R...S fidelidade

    no e(erc+cio dos dons naturais e sobrenaturais da graça, prepara o caminho para a promoção a

    mais altos n+veis de utilidade e, talvez, multiplicação desses dons. 

    8m cuidado que qualquer l+der deve observar, e parece que faltou a "utero, !

    não olhar para o que se pensa como se fosse a Ia voz do Esp+rito na culturaJ quando

    isso vier a contradizer o te(to das escrituras. ntes, deveria ter avaliado as perspectivas

    culturais tendo como pano de fundo a verdade b+blica A e não o contr-rio. H *odo l+der 

    sabe que ! imposs+vel agradar a todas as pessoas o tempo todo3 essa ! uma daquelas

    verdades inerentes liderança. %or!m, l+deres tarimbados tamb!m sabem que se deve

    evitar a todo custo incitar controv!rsias desnecess-rias.G 

    comunicação de ideias pela linguagem ! algo fundamental. 1eus mesmo criou

    a linguagem para a comunicação. %ara preservação de sua palavra, inspirou pessoas para

    escrever sua vontade, assim ela ficaria registrada para toda posteridade A entre outras,20 &E*, KFF, p.FKQ.

    21 1ispon+vel em http=WWpensador.uol.com.brWfraseWN'zN'6W. cesso em F 'an. KFQ.

    22 N1E$, FMP, p.Q2LK.

    23 /E*Z, KKG, p.HF.

    24 )[9E", KFP, p.Q.

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    esta ! uma razão pela qual a 9+blia foi escrita. provisão dos meios para comunicar 

    essa revelação ! parte essencial da revelação divina e, se 1eus não tomasse a iniciativa

    de revelar a si mesmo, o homem não teria meios de conhec;2lo. P %arece certo que,

    aquilo que se registra por palavras escritas, pode invadir a história da humanidade por 

    d!cadas, s!culos e mil;nios, gerando consequ;ncias em longo prazo, consequ;ncias

    estas, não dese'adas pelo autor do escrito. t! por isso, era comum entre os cristãos

    alemães a crença de que um demVnio sempre reside na palavra escrita e por isso o

    verdadeiro cristianismo IalemãoJ deveria ir al!m das palavras.Q

    Certo mesmo ! que a vida ! passageira e sua durabilidade como uma neblina. L

     Nas palavras do pastor Nilzon 1imarzio, enquanto refletia sobre sua caminhada

    ministerial= a vida nos propicia in

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     pensamentos que o inquietavam e que vieram a salv-2lo.HK ua formação familiar, talvez

    e(plique um pouco de seu car-ter=

    Criado sob dura disciplina daquela !poca, "utero contou que uma vez apanhou de sua mãe at!

    sangrar por ter roubado uma noz. Certa vez na escola latina de  !ansfie$d , ele levou FP

    chicotadas. eus pais, particularmente sua mãe, crente, mas supersticiosa, inculcaram nele muito

    das superstiç#es próprias dos camponeses. lguns desses fantasmas o perseguiram durante a

    longa luta em busca da salvação de sua alma. ua grande capacidade de trabalho, sua força de

    vontade e seu conservadorismo pragm-tico acompanharam2no desde cedo.HF

    \ natural imaginar que algu!m com esta forte formação, se'a muito e(igente

    naquilo que faz. &uito embora seu duro passado, ele foi um homem brilhante como a

    história se incumbiu de provar, pois ele mesmo sempre afirmou que tinha nascido

    escravo da vontade de 1eus=

    "utero era professor, teólogo e tamb!m pastor. Bs membros de sua igre'a sabiam que ele sentia o

    que pregava. Ele não era um erudito seco e indiferente, ele sentia a pressão da eternidade cada

    vez que pregava, isso o compelia, algumas vezes, a fazer coisas impopulares e, por vezes,

     perigosas. Era algu!m disposto a defender a verdade de 1eus, ainda que fosse contra o mundo

    inteiro.H

    Em seus ensinos, ele dei(a muito claro o respeito ao papel dos 'udeus nas

    escrituras e na história humana como povo escolhido por 1eus, tanto que certa vez

    afirmou= e fosse poss+vel ao Ilivre2arb+trioJ dos homens descobrir a verdade,

    certamente algum 'udeu, em algum lugar, t;2lo2ia feito]HH

    "utero, como professor e doutor que era, sabia da import@ncia de registrar suas

    conclus#es para preserv-2las as futuras geraç#es, pois afi(ar a tese na porta da igre'a

    não era novidade para os eruditos. "utero não só escreve como afi(a muitas das suas

    30 0E$$E$, KFG, p.FQ2FL.

    31 C$N, KKM, p.P.

    32 "8*E$B, F, p.M.

    33 "8*E$B, F, p.FG.

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    ideias nestes locais p

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    Com estas atitudes, "utero não só marcou a cultura alemã como foi o principal

    respons-vel por ela. 1esta forma, quem foi "utero então? Ele não foi um homem livre

    de falhas, muito pelo contr-rio. ^s vezes, suas falhas eram mais evidentes que as

    qualidades. Ele mesmo teve humildade suficiente para reconhecer isso, tanto que suas

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    Yuase quinhentos se passaram, e os conflitos, em maior ou menor grau,

    continuam e(istindo contemporaneamente entre ateus, cristãos, 'udeus, muçulmanos e,

     pessoas adeptas ou não a alguma religião, e, o e(emplo de "utero continua sendo de

    grande a'uda. Nos dizeres de %oirier= 0ica evidente, portanto, que ainda e(iste uma

    imensa necessidade de desenvolvermos mais a teoria e pr-tica da solução de conflitos a

     partir de uma perspectiva cristã que se'a baseada na 9+blia e integrada teologicamente

    no corpo mais amplo do pensamento e do ensino cristão.GH 

    5. ATITUDES GERAM CONSE6U7NCIAS: AÇÃO E REAÇÃO

    Bs alemães se sentiam humilhados depois dos acontecimentos advindos da

     primeira grande guerra. B famoso tratado de Oersalhes impVs severas condiç#es aos

    alemães, considerados culpados e causadores da guerra. Eles perderam territórios,

    navios mercantes, poderio militar e ainda tiveram que pagar uma enorme indenização

    em dinheiro aos pa+ses vencedores A uma dura vergonha ao povo alemão.GG

    B con'unto de decis#es impostas aos alemães provocou, em pouco tempo, uma intensa reação

    das forças pol+ticas que se organizavam em seu pa+s. Bs alemães consideravam in'ustas,

    vingativas e humilhantes as condiç#es do tratado de Oersalhes. nos mais tarde, o dese'o de

    mudar essas condiç#es motivaria o ressurgimento do nacionalismo alemão.GP

    1este mau tratamento, vingativo e humilhante, uma verdadeira acepção

     preconceituosa, surgiu de fato busca alemã por um 0Dhrer Tl+derU. ssim emergiu o

    desastroso princ+pio alemão em que a autoridade do 0Dhrer não se submeteria a nada.

    eria autocr-tica, auto derivada e, por isso, possuiria car-ter messi@nico. GQ nfelizmente

    um dos alicerces para esse princ+pio parece ter sido o malfadado IdesabafoJ de "utero.

    5.% A h1)lha8,# 9r#v## ae98,#

    43 %B$E$, KFF, p.FG.

    44 CBN*$&, KKP, p.GF.

    45 CBN*$&, KKP, p.GF.

    46 &E*, KFF, p.FPP.

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    )itler se apossou dos escritos e dando ;nfase a sua pior parte, sem levar em

    consideração as intenç#es do autor, faz insistente uso dele, especialmente quanto aos

    conselhos em que diz=

    E Ro conselhoS ! este, como dito acima= %rimeiro= Yue se incendeiem suas sinagogas, e, quem

     puder, 'ogue en(ofre e piche. E quem pudesse tamb!m lançar fogo infernal, seria igualmente

     bom. fim de que 1eus possa ver nossa seriedade e todo o mundo tal e(emplo, de modo que se

    at! agora temos tolerado em ignor@ncia tais casas Tem que LL os 'udeus t;m blasfemado tão

    vergonhosamente contra 1eus, nosso querido criador e pai, com seu 0ilhoU, agora lhes temos

    dado sua recompensa. egundo= Yue se lhes tomem todos os seus livros _ livros de oração,

    escritos talm

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    5.2 A ae98,# 9r#v## $esr)8,#

    Yuanto ao povo alemão, tão submisso aos ensinos luteranos, aquela antiga

    humilhação precisava ser vingada. quela acepção vergonhosa e humilhante tinha dias

    contados e, assim sendo, aguardaram H anos para seu momento triunfante perpetrado

    atrav!s das mãos de dolf )itler, então elevado condição de salvador da Nação

    lemã. Eric &eta(as dei(a esta circunst@ncia bem clara=

    )itler, para quem a misericórdia era um sinal de fraqueza sub2humana, arran'ou a assinatura dos

    termos de rendição dos franceses na floresta de Compi`gne, no mesmo lugar onde os alemães

    assinaram o armist+cio de FFM. humilhação daquele dia negro manteve2se viva na mente de

    )itler, e ele agora aproveitaria ao m-(imo a oportunidade de revert;2la. 0orçar os advers-riosderrotados a retornar ao local da humilhação da lemanha era apenas o começo. )itler escalaria

    as alturas isentas de o(ig;nio da mesquinhez ao retirar o mesmo vagão de trem no qual o

    armist+cio fora assinado do museu onde estava mantido e reboc-2lo por todo o caminho de volta

    clareira da floresta. B vagão foi retirado e transportado para o passado onde a ferida fat+dica

    havia sido infligida ao povo alemão. e esse gesto não era suficiente, )itler recebeu a mesma

    cadeira que 0och ocupara, e ali se sentou, no interior do vagão, na floresta de Compi`gne.PF

    Esse era seu ódio pelos europeus que humilharam sua nação. Em meio a seus

    atos vingativos, os 'udeus, em clara acepção, ganharam um cap+tulo parte. palavra

    repugn@ncia, apesar de ser gratificante quase tr;s vezes maior que IódioJ, ainda ! muito

     pequena para descrever o que )itler realmente sentia pelos 'udeus. E(istem algumas

    vers#es que tentam esclarecer a origem e o desenvolvimento deste sentimento.P

    B antissemitismo era uma doença em )itler e com ele os alemães chegaram ao

     ponto de beirar a insanidade.PH E ele soube usar deste ódio em proveito próprio. Como

    e(+mio orador que era, soube convencer o povo alemão, grandemente cristianizado, de

    que suas teorias eram as corretas e necess-rias - nação. 8m antigo amigo de escola dele

    disse certa vez= Não era o que ele dizia que mais me atra+a, mas a maneira como ele

    dizia.PG Criou2se uma empatia perniciosa entre ele e o povo lemão=

    51 &E*, KFF, p.HMM2HM.

    52 0")B, KKG, p.PHG.

    53 0")B, KKG, p.PHP2PHQ.

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    Bs lemães clamavam por ordem e liderança. &as, no murm

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     'udeus contra as demais pessoas, por eles denominadas de gentias. B evangelista e

    apóstolo 4oão, um 'udeu '- bem idoso, com cerca de cem anos de idade, tinha um

    comportamento e(emplar quanto ao correto tratamento a ser dispensado s pessoas.

    Conta a tradição, repassada a frente por 4erVnimo que=

    Yuando o apóstolo '- se encontrava evidentemente muito idoso em \feso era necess-rio que seus

    disc+pulos o tomassem nos braços e o carregassem at! a igre'a. Nas reuni#es, 4oão '- não

    costumava pregar nada al!m disso= I0ilhinhos, amai2vos uns aos outrosJ. 1epois de certo tempo,

    entretanto, seus disc+pulos, enfastiados de ouvirem sempre aquelas mesmas palavras,

     perguntaram2lhe= I&estre, por que sempre nos dizes isso?J. 4oão, por sua vez, replicou= I\

    mandamento do enhor. demais, se só isso for feito, ter- sido o bastanteJ.Q

    ;.2 arl Barh

    Yuando os nazistas declararam publicamente que o nacional socialismo lemão

    era uma continuação natural da obra de &artinho "utero e que a f! cristã era o oposto

    instranspon+vel do 'uda+smo, 9arth escreveu um manifesto em que repudiava a ideia de

    que raça, identidade nacional ou origem !tnica tivessem relação com a f! cristã real,

    sendo contundente ao afirmar que o evangelho de 4esus Cristo ! o cumprimento da

    esperança 'udaica e a igre'a cristã, inclusive a alemã, regozi'ava2se com a manutenção

    da comunhão com os da raça 'udaica que aceitaram o evangelho.QH

      %ara 9arth, a teologia não pode ser uma ci;ncia ob'etiva e desapai(onada.

    firmou que o pr!2requisito para a teologia correta ! uma vida de f!, e sua marca ! o

    dese'o de 'amais contradizer e(plicitamente a 9+blia.QG 

    9arth envolveu2se no movimento de resist;ncia s tentativas nazistas de

    controlar as igre'as evang!licas alemãs, afirmando que 1eus est- ao lado do ser 

    humano. E(erceu com afinco o of+cio de pregador sem acepção de pessoas, chegando a

     pregar em pres+dios com pai(ão evang!lica e interesse social, ;nfases quecaracterizaram toda a sua vida.QP

    62 1E9$$B, KKQ, p.HGM.

    63 &E*, KFF, p.HGL.

    64 0E$$E$, KFG, p.HLM.

    65 0E$$E$, KFG, p.HMG2HML.

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    ;.5 D)er)h B#3h#e==er

    Como um alemão aristocrata, 9onhoeffer foi criado sob os rigores de uma

    educação conservadora.QQ 4- adulto, sua visão muda completamente quando assiste ao

    filme Nada de novo no front e nota a trag!dia causada pela separação entre naç#es com

    o consequente arrependimento do herói ali encenado, que, ao matar um oponente

    0ranc;s, chora aos p!s do finado pedindo perdão ao cad-ver por t;2lo matado.

    9onhoeffer fica inconsol-vel com as cenas de um alemão arrependido e mais ainda por 

    ver crianças americanas sorrindo e aplaudindo a cena sem ter a menor noção daquilo.QL

    B amor ao pró(imo o transforma definitivamente. Em uma de suas pregaç#es,

    ele se refere a "utero como um morto que usavam de suporte para propósitos ego+stas,

    chamando a atitude deles de arrog@ncia e leviandade imperdo-veis de se apropriarem

    alegremente das palavras de "utero de forma indevida.QM Yuando chamado a e(plicar o

     papel da igre'a lemã com relação aos 'udeus, ele declara que a igre'a tem a obrigação

    incondicional para com as v+timas de qualquer ordem da sociedade, mesmo que elas não

     pertençam comunidade cristã.Q

    eu lema de vida passa torna2se ser mais zeloso ao agradar a 1eus do que ao

    evitar o pecado sendo necess-rio sacrificar a si mesmo por completo aos propósitos de

    1eus, at! mesmo a ponto de, eventualmente, cometer erros morais.LK  %ara ele zelo e

    sacrif+cio eram duas coisas que deviam andar 'untas, caso contr-rio os cristãos seriam

    meros pietistas. %or estas qualidades e pela resist;ncia pol+tica total ao nazismo, suas

    atitudes o tornaram

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    B amor ! paciente, o amor ! bondoso. Não inve'a, não se vangloria, não se orgulha.

     Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

    B amor não se alegra com a in'ustiça, mas se alegra com a verdade.

    *udo sofre, tudo cr;, tudo espera, tudo suporta.ssim, permanecem agora estes tr;s= a f!, a esperança e o amor. B maior deles, por!m, ! o

    amor .L

     No entanto, amor e(ige aç#es reais em prol do outro. &artin Niemller, pastor 

    da paróquia de 1ahlem, em 9erlim e fiel parceiro de 9onhoeffer em sua luta contra a

    cruel acepção nazista, sentiu o peso de não agir quando deveria ter feito. 1epois de

     passar quase uma d!cada preso em campos de concentração ele desabafou=

    %rimeiro vieram atr-s dos socialistas, e nada falei A pois eu não era um socialista.

    1epois vieram atr-s dos sindicalistas, e nada falei A pois eu não era um sindicalista.

    1epois vieram atr-s dos 'udeus, e nada falei A pois eu não era um 'udeu.

    E então eles vieram atr-s de mim A e não havia ningu!m para falar por mim. LH

    %or fim, se'a 4esus Cristo, seus apóstolos, os pais da igre'a ou teólogos modernos

    de outrora, o ensino b+blico sempre foi o mesmo quanto ao trato com as pessoas= o amor 

    indistinto. B paradigma quanto s diferenças entre seres humanos sempre deve ser o

    amor, e onde reina o amor, nunca poder- haver acepção.

    CONCLUSÃO

    ncr+vel como as palavras perpetuam no tempo. &uitas vezes seu significado se

    altera com o passar dos s!culos, sendo por vezes moldada segundo a cultura ou costume

    de algum lugar. ssim sendo, palavras com significado negativo, de acordo com

    regionalismos pode se tornar positivas, no entanto, o oposto tamb!m ! verdadeiro= belas palavras ganharam terr+veis significados, como ocorreu com a acepção.

    eguindo par@metros b+blicos, os seres humanos, at! por quest#es de

    consci;ncia, deveriam a'udar2se uns aos outros, levantar o ca+do, socorrer o necessitado,

    72 B'(l)a Sa*ra$a. +ers,# Rev)sa e Aal)/a$a $e 0#,# &erre)ra $e Al1e)$a. 9arueri=ociedade 9+blica do 9rasil. F Cor+ntios Cap. FH.

    73 &E*, KFF, p.K.

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    /B&E, "aurentino. FM= como um homem s-bio, uma princesa triste e um escoc;s

    louco por dinheiro a'udaram dom %edro a criar o 9rasil A um pa+s que tinha tudo para

    dar errado. ão %aulo= /lobo, KFP.

    )[9E", 9ill. Chamado para liderar. ão %aulo= %laneta, KFP.

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