fepal2012a2014.files.wordpress.com… · web view · 2012-10-11queridos amigos, no se preocupen....
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Queridos amigos,
No se preocupen.
No hablaré en portugués porque por suerte tenemos con nosotros
a Jeanette Dryzun que les dirá algunas palabras en representación
de todos nosotros. Antes de pasarle la palabra quiero sin embargo
saludar a todos los colegas y amigos de este hermoso país que nos
recibe en esta magnífica ciudad y presentarles a los colegas que me
acompañarán en la Comisión Directiva.
Jeanette Dryzun como Secretaria General
Sergio Lewkowicz como Director Científico
Alberto Fergusson como Tesorero, hoy reemplazado por nuestra
Tesorera Suplente Adriana Polania
Monica Cardenal como Directora de Comunidad y Cultura
Amelia Jassan Dabbah como Directora de Consejo Profesional
Alejandro Nagy como Director de Publicaciones
Sergio Nick como Director de Niños y Adolescentes
Susana García Vazquez como Directora de Sede en Montevideo.
Juan Pablo Jimenez, Enrique Nuñez Jasso y Julieta Paglini em
Comisión Fiscal.
Caros colegas e amigos,
Estimados congressistas,
Em primeiro lugar, quero agradecer, em meu nome e em nome dos
meus colegas, por terem nos confiado a administração da Fepal
para os próximos dois anos. É uma grande responsabilidade que
assumimos com entusiasmo e queremos contar com a colaboração
de todos os senhores.
Quero fazer um agradecimento especial aos presidentes das seis
sociedades argentinas que apoiaram a minha candidatura; e
também, à Comissão da Fepal que está deixando o cargo, presidida
pelo querido amigo Leopoldo, que nos proporcionou este magnífico
congresso e que, como cada uma das direções anteriores, deu o
melhor de si pela nossa Federação.
Também aos amigos que aceitaram fazer parte da Comissão
Diretiva e da Comissão Fiscal como titulares e suplentes, que
decidiram somar-se a este desafio.
Finalmente, agradeço a Aida; aos meus filhos Martín e Florência,
Santiago e Lizzie; e aos meus queridos amigos e colegas, como
também aos seres queridos de cada um dos meus companheiros,
que nos incentivam com o seu permanente apoio. Faço extensivo
este agradecimento ao pessoal de nossas sociedades e a Sílvia da
Fepal, Montevidéu, pelo seu permanente acompanhamento.
Nós nos propomos e lhes propomos um desafio. Trata-se de manter
a FEPAL como um espaço para a produção e debate de ideias, que
evitando o anonimato de seus membros, que muitas vezes é
gerado pelas nossas organizações, sirva de ponte.
Uma ponte que favoreça transformações entre nós, entre
psicanalistas da nossa região e de outras regiões, entre a
psicanálise e outras disciplinas, entre a psicanálise e o conjunto da
cultura e, principalmente, entre a psicanálise e os problemas que
afetam os nossos pacientes e a sociedade em geral.
Queremos hierarquizar o criativo sem nos determos nas geografias
que definem o europeu, o latino-americano, o norte-americano,
etc. Estudar sim, as transformações que definem o que
poderíamos chamar “aquilo que é nosso”.
Pensamos que vencer o retorno das nossas próprias repressões,
excisões, dissociações; e trabalhar as diferenças e singularidades
que fazem precisamente o desenvolvimento de uma psicanálise
viva e acorde com a contemporaneidade que temos que viver; são
maneiras de sustentar o desenvolvimento da psicanálise.
Temos uma prática que exige da diversidade e do trabalho de
pensamento em liberdade. Nós devemos, então, nos interrogar
sobre as mudanças ocorridas na sociedade e sobre a pertinência de
nossos postulados.
Poderíamos pensar que atualmente é posto mais em evidência o
ameaçador do gozo mortífero, dos riscos totalitários, da xenofobia,
da violência em todos seus tipos ou do pensamento totalizante da
ciência; com os riscos que implicam desnaturalizar os objetivos da
nossa prática?
Estes são hoje alguns de nossos desafios. Porém, não podemos nos
resignar em criticar a contemporaneidade e muito menos a vê-la
somente como um obstáculo para a psicanálise. Nós nos propomos
abordá-la.
E para isso, nos identificamos como parte da IPA, e contrários a
qualquer intenção de regionalização do movimento psicanalítico
internacional. Valorizamos esse peso simbólico que leva a marca de
Freud e, por esse motivo, defendemos com entusiasmo este
pertencer além do funcionamento federativo regional e inter-
regional.
Neste contexto,
- trataremos de ajudar o desenvolvimento das sociedades com
problemas, que sabemos que existem, e aproximar as novas
gerações de analistas.
- continuaremos apoiando o Instituto Latino-americano de
Psicanálise, ILAP, fruto da cooperação IPA-FEPAL para o
desenvolvimento da psicanálise nos países onde não existem
sociedades psicoanalíticas; facilitando que o conjunto das
sociedades da Fepal participe de seus projetos.
- e trataremos de somar os Working Parties IPA-FEPAL, atividades
que, como os já míticos encontros clínicos com Napsac, ou os
planejados encontros com a Federação Europeia, são reclamações
frequente de nossos colegas.
Entretanto, neste contexto, estamos interessados em trabalhar no
tema da colonização que, consciente ou inconscientemente,
domina nosso pensamento e que, às vezes, repetimos entre nossos
países ou dentro dos nossos próprios países. Nossa revista, que nos
propomos a manter com o apoio de todos (e aproveito para
convidá-los para que façam a assinatura que é uma forma de dar
apoio), faz alusão precisamente a este tema propondo um trabalho
entre o que se resolveu chamar “civilização e barbárie” ou “a
iluminação e o outro”, para citar apenas algumas das oposições
com que foi descrito este estado de coisas.
Além disso, pensamos que Abertura, Participação e Articulação são
os três eixos que devem guiar as nossas instituições.
Abertura, como já disse, para distintas teorias e práticas, ao diálogo
inter e transdisciplinar, às outras sociedades psicanalíticas e seus
membros, às outras federações, ao IPA, à universidade, mas,
basicamente, aos interesses de nossos colegas além de ocasionais
conduções.
Participação pressupõe favorecer um diálogo aberto de todos os
colegas interessados em uma fertilização cruzada entre nossas
Participação pressupõe favorecer um diálogo aberto de todos os
colegas interessados em uma fertilização cruzada entre as nossas
respectivas práticas. Para isso, aproveitaremos todos os recursos da
informática.
Articulação se refere a um tratamento da complexidade de nosso
campo de trabalho, evitando toda a simplificação.
Com estes objetivos, e faz alguns meses, começamos um
interessante diálogo com muitos dos senhores, do qual estas
propostas são resultado. Não posso citar a todos, mas tenho
certeza que muitos reconheceram as suas ideias ao escutar estas
palavras.
Nós nos propomos a estender esses diálogos além das jornadas,
encontros e do Congresso Latino-americano, que lhes antecipamos
será realizado em 2014, em Buenos Aires. Fica aqui o nosso convite
para que leiam o conjunto das opiniões e propostas que
recebemos, e a unir-se a estes intercâmbios, acessando o nosso
Blog Fepal2012a2014.
Fruto desses intercâmbios, propomos como tema de trabalho para
os próximos dois anos, e para o próximo Congresso Latino-
americano “Realidades e Ficções”. Esperamos que os senhores
tenham o mesmo interesse e motivação que nós.
O plural de ambos os termos faz alusão especialmente à
diversidade. Diversidade de realidades e ficções que, favorecida
pela extensa geografia e pelos muitos grupos humanos, naturais e
migratórios; é para alguns uma característica diferente da nossa
região. Levando em consideração que a psicanálise requer uma
crença que não obstrua a possibilidade de reconhecer e explorar o
inconsciente, pensamos que essa diversidade e o reconhecimento
de suas origens, orientada à busca do novo, facilita a nossa opção
pelo pluralismo. Possivelmente, ajude também a poder aderir a
crenças menos absolutas e doutrinárias.
Longe de integrá-la regionalmente, nos propomos a manter a
tensão nessa diversidade; resgatando aquilo que é nosso; a
incidência da arte, a história e as tradições culturais, políticas e
ideológicas, em todas as nossas perspectivas.
Pensamos nas realidades e ficções na clínica e na teoria
psicanalítica, no relato de cada paciente, na abordagem de cada
sessão.
Porém, também nas realidades e ficções vividas nas nossas
diferentes cidades e países, na cultura em que trabalhamos e que
marca a nossa tarefa, na saúde, na política, na educação, e em
todas aquelas áreas e ocupações aos quais o discurso psicanalítico
possa contribuir e/ou seja, influenciado por eles. Neste sentido, ter
uma presença importante na Psiquiatria será uma prioridade e
trabalharemos para isso com a APAL.
Nossas realidades incluem os nossos mal-estares, mas também os
nossos bem-estares, as condições de vida, nossa criatividade e
tudo aquilo que faz o nosso entorno. Estamos interessados,
principalmente na adolescência e infância em risco, os assim
chamados pacientes difíceis, os problemas na educação, o impacto
da tecnologia, as novas famílias, as pessoas idosas, por causa dos
desafios pressupõem a psicanálise.
Partindo do intradisciplinar, de nossas práticas, de nossas teorias,
da história de nossas ideias, e em geral de nossa forma de pensar;
propomos um intercâmbio permanente com profissionais de outras
disciplinas para fazer parte de uma abordagem multidisciplinar do
nosso campo de trabalho.
As ficções podem nos ajudar, enquanto representam e interpretam
partes dessas realidades da atividade humana. Sem contrapor a
realidade à ficção, pensamos a “realidade” como um ponto de
partida necessário para trabalhar com a fantasia ou o fantástico
que gera.
Estamos interessados nas realidades materiais e psíquicas, no jogo,
na realidade virtual, na fantasia em suas múltiplas dimensões, e na
função do outro na construção da subjetividade, como também nas
ameaças sofridas por este processo. Além do impacto das crises
socioeconômicas, das guerras, dos fenômenos de massa, dos
acidentes e dos fenômenos naturais no psiquismo e no corpo.
Para abordá-lo, queremos convidá-los a intercambiar sobre as
diferentes práticas: nos consultórios, nos centros de saúde mental,
na comunidade, na pesquisa universitária; e a sua relação com a
arte, a filosofia, as neurociências, a história, a antropologia, a
política ou qualquer outra disciplina.
Por outro lado, as ficções vão desde a própria obra de Freud e as
que se apresentam na clínica, até todo tipo de criação literária,
artística, poética, cinematográfica, teatral ou televisiva. Acrescenta-
se o fenômeno das recentes séries de televisão, em algum caso
com histórias de pacientes reais, que se referem à psicanálise e
requerem as nossas reflexões.
Estamos interessados nas ficções como invenções, como
intervenções sobre a realidade, da qual são representações e
interpretações com pluralidade de sentidos. Sua relação com a
historização, com a fantasia.
Neste sentido, propomos hierarquizar a escuta e evitar as
interpretações segundo concepções pré-estabelecidas; estudando
não só os conteúdos senão a produção do discurso e as condições
que o tornam possível ou o impossibilitam.
Além disso, trata-se de poder repensar os paradigmas da
psicanálise, à luz da evolução da sociedade. Só para citar como
exemplo, a noção de família, de gênero, de triangulação edípica,
que não são categorias inamovíveis, mas que evoluem com as
mudanças culturais e sociais.
Um capítulo especial em relação às realidades e ficções são nossas
instituições e a formação psicanalítica, por isso seu estudo fará
parte da agenda científica central. Nós nos sentimos animados em
pensar sobre os modelos de formação e dos mal-estares que geram
certas políticas e que, não poucas vezes, se traduzem em
estancamentos institucionais e inclusive em exclusões.
Também as relações com a pesquisa e em geral com a
universidade, tema que trataremos de estudar em base às várias
experiências regionais com as que já contamos.
As interessantes investigações da Comissão de Educação
coordenada por Norberto Marucco, a quem pedimos que continue
com seu trabalho durante a nossa gestão, serão um excelente
ponto de partida para novos intercâmbios sobre a formação.
Demoraríamos muito em comentar-lhes hoje os interessantes
projetos que temos em cada uma das áreas. Os senhores poderão
encontrá-los detalhadamente nos sucessivos números do novo
Boletim da Fepal, que tenho o prazer de comunicar, que solicitamos
a sua edição a Moisés Lemlij, atual editor da excelente Newsletter
do IPA. Agradeço ao Moisés por estar disposto em colaborar,
afetuosamente, com a sua valiosa experiência neste terreno e os
convido a usar seu Correio de Leitores.
Finalmente:
Pensamos a instituição como uma ação contínua, um processo em
movimento, e são os grupos de trabalho que colocam em jogo este
movimento. Esse é o nosso convite.
Coincido com Claudio Eizirik quando ele diz que: “... a participação
nas sociedades psicanalíticas pode operar como rede social e
produzir sentimentos de pertencer, de valores compartilhados e de
orgulho pelas conquistas em conjunto. As relações de amor, nas
suas expressões institucionais, constituem uma das forças mais
poderosas que nos permitem continuar sendo analistas, como
também enfrentar os muitos desafios atuais da psicanálise”.
Entretanto, isso exige poder resgatar o melhor do singular de cada
um de nós, neutralizando os efeitos da psicologia das massas e de
transferências não resolvidas; e para isso devemos hierarquizar
institucionalmente os efeitos das análises dos analistas além de
qualquer regulamentação.
Para terminar:
Não podemos deixar de alertar sobre o risco, sempre latente, de nos
refugiarmos nas nossas instituições, quando nossas ideias são
interpeladas por novas realidades já que o mundo continua andando.
É por isto que queremos convidá-los para o desafio de manter a
Fepal como uma instituição científica, criativa, original e entusiasta
com o trabalho sobre as diferenças. Que recolha as inquietudes de
suas sociedades componentes e que sirva de orientação para um
melhor desenvolvimento das mesmas.
Para todos aqueles que não são membros de nossas sociedades,
queremos convidá-los cordialmente a entrar em contato
pessoalmente ou por via eletrônica, e dessa forma, engajar-se a
nossa proposta.
Muito obrigado.
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