tipos de pinos e nÚcleos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTAL
TIPOS DE PINOS E NÚCLEOS
Pós-Graduado:
CHARLES ALBANI DADAM
UFSC Biblioteca Setorial
CCs-0
Orientadora: CLAUDIA VOLPATO
Período: 1995/1997
FLORIANÓPOLIS - SC
1997
SUMARIO
INTRODUÇÃO 03
I. REVISÃO DE LITERATURA 04
2. DISCUSSÃO 06
2.1. Conceito 08
2.2. Objetivos do Núcleo 08
2.3. Características dos Núcleos 09
2.4. Comprimento 10
2.5. Inclinação das Paredes do Conduto e Pino Intra-Radicular 13
2.6. Superfície do Pino Intra-Radicular 15
2.7. Material 17
2.8. Tipos de Pinos e Núcleos 18
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
ANEXOS
INTRODUÇÃO
0 presente trabalho estabelece definir e relatar os tipos de núcleos
utilizados para a restauração protética de elementos dentais tratados
endodonticamente. 0 mesmo indica a finalidade e os objetivos destes núcleos,
assim como suas aplicabilidades dentro da prática da clinica odontológica.
A revisão da literatura é apresentada por diversos autores em
diferentes datas. Idéias que por si são aglutinadas e confrontadas de maneira a
dirimir dúvidas, pontos de vista, e características sobre os tipos de núcleos.
I - REVISÃO DE LITERATURA
A restauração da função do dente despolpado tem despertado
interesse e atenção crescentes. Com o aperfeiçoamento das técnicas
endodõnticas, o dente despolpado bem tratado, permanece como uma parte
integral do sistema mastigatório, desde que seja adequadamente
restaurado.(07)
Soluções para este problema têm desafiado a criatividade dos
cirurgiões dentistas por séculos, desde Pierre Fauchard durante o século XVIII.
0 mesmo utiliza pino de madeira no interior do conduto para reter uma coroa.
Através do umedecimento da madeira ocorria expansão contra as paredes do
conduto, aumentando desta forma a retenção do "núcleo intra-radicular".(07)
0 uso de pinos metálicos, cimentados internamente nos canais
radiculares de dentes tratados endodonticamente deu-se também de forma
organizada por Pierre Fauchard em 1772.(07)
Restaurar e reforçar dentes tratados endodonticamente é uma
preocupação constante. Os conceitos mudam vagarosamente, e nem sempre
são baseados numa interpretação cientifica. Isso significa que as propriedades
fisicas e mecânicas necessárias para os núcleos metálicos não tem formas
definidas. Por muitos anos, em vez de fatos científicos, idéias clinicas e
empíricas ditaram o tipo de procedimento a ser utilizado. Em tempo, e
recentemente, muitas pesquisas significativas tem sido realizadas neste
sentido.(07)
Em tempos passados, dentes despolpados eram restaurados com
coroas Richmond e Davis. Posteriormente, pinos de metais preciosos,
perfeitamente ajustados nos canais endodonticamente tratados foram
indicados. Mais recentemente, núcleos fundidos em metais, não preciosos e
5
semi preciosos, obtidos através de padrões de cera ou resina acrílica sobre
modelos de gesso ou diretamente sobre preparos, vem sendo utilizados. (07)
Desde então o cirurgião dentista adotou o sistema, aperfeiçoando-se
com dois objetivos: o primeiro e mais importante é o de aumentar a resistência
as forças oclusais do dente desvitalizado, evitando a fatura da raiz; o segundo é
o de conseguir restaurar mais facilmente a coroa dental lesionada. (11).
Desde aquela época, outros sistemas metálicos foram introduzidos e
talvez o mais difundido tenha sido a coroa com espiga, mais conhecido como
"pivot". Este tipo de restauração era uma peça protética única, fixada intra-
radicularmente através de um agente cimentante, restaurando a parte coronária
do dente. Era indicada praticamente para todos os dentes do arco, que
apresentavam a parte coronária comprometida e a radicular integra, como
elemento isolado ou como suporte de prótese parcial fixa ou prótese parcial
removível .(07).
Embora apresentassem resultados satisfatórios, na década de 60 as
coroas com espiga começaram a ser substituidas pelos núcleos metálicos intra-
radiculares devido a alguns fatores desfavoráveis: dificuldade de paralelismo
entre os dentes suporte para prótese parcial fixa e, a remoção de uma dessas
coroas possibilitava riscos de fratura à raiz, devido a necessidade de remoção
do pivô de dentro do conduto. (07)
Próteses dentais de madeiras, foram desenvolvidas no período
TOKUGAWA para desempenhar a mesma função que as modernas coroas
com espiga - A espiga se insere no conduto radicular do dente morto, cuja
coroa natural havia desaparecido. (17)
2- DISCUSSÃO
Até o momento ainda não foi demonstrado que um dente despolpado
é mais friável que um dente vital. Entretanto, tem-se obse rvado que o mesmo
sofre fragmentação no ato da extração (com consistência semelhante a vidro).
A conclusão inferida é que os dentes despolpados são possíveis de fraturas
(06).
Segundo BOTINO (03), os dentes tratados endodonticamente são
frágeis, pois, quando desprovidos de vascularização, a dentina torna-se
desidratada, perdendo sua elasticidade. Desta forma, acredita-se que após um
tratamento endoffintico, um dente com grande destruição coronária que
impossibilitem o uso de restaurações metálicas fundidas, coroas totais ou
parciais, deverão ter seus canais convenientemente preparados para receber um
núcleo metálico e posteriormente um trabalho de prótese.
SANTANA (19) relata que a restauração de um dente tratado
endodonticamente é complicada, pelo fato de que toda, ou a maior parte da
estrutura coronária do dente, que normalmente seria usada para a retenção da
restauração protética, foi destruída por cáries, restaurações antigas, trauma, e
pelo próprio acesso para o tratamento endodôntico. O cirurgião dentista deve
usar o principio da substituição, usando um núcleo na raiz do dente, ou pinos
na estrutura remanescente do dente, para construir a parte coronária que foi
perdida. Somente então, o dente pode ser restaurado.
De acordo com BOTINO (03), após um tratamento endodôntico, os
dentes com grande destruição coronária que impossibilite o uso de
restaurações metálicas fundidas, coroas totais ou parciais; deverão ter seus
canais convenientemente preparados para receber um núcleo metálico e
posteriormente um trabalho de prótese. Prefere indiscutivelmente, o uso de um
7
núcleo ao invés de coroas a pino, visto que analisa as vantagens que oferece a
construção do núcleo metálico, dizendo que é de mais fácil execução, permite
melhor adaptação e se ajusta melhor as condições bucais, podendo ser
reaproveitado caso ocorra uma futura perda ou substituição da coroa.
MALONE (10) descreve que os dentes endodonticamente tratados
apresentam problemas restauradores porque freqüentemente possuem
insuficiente estrutura coronária rígida para reter a restauração. Devido a perda
de estrutura dentária e ao tratamento endodôntico, os dentes tornam-se frágeis
e sujeitos a fraturas. Várias técnicas tem sido apresentadas para tratar
problemas específicos da estabilização coronário-radicular. Estas técnicas
usam pinos intra-radiculares para proporcionar a necessária retenção para os
núcleos e presumem a separação coroa-raiz. 0 reforço do dente é essencial
quando selecionamos a técnica para o pino e núcleo.
Segundo BOTINO (03), sempre que necessitamos realizar um
preparo intra-radicular, nos encontramos frente a dentes com a perda total ou
parcial de coroa, cujas causas, entre algumas poderão ser: a cárie, acessos
endodósnticos extensos, restaurações extensas e inadequadas. Só o tratamento
endondiintico, na maioria dos casos, não é suficiente para a recuperação
funcional e estética de um elemento dentário e a terapia do canal radicular
utilizada como conduta única para um dente mutilado não o salva; o que
reforça os preparos para núcleos metálicos como alternativa viável para
solução estética, restauradora e funcional.
Os pinos de canal e núcleos fundidos cônicos são os mais utilizados,
mas pinos de canal e núcleos pré fabricados tem-se tornado cada vez mais
populares. (02)
S
2.1. Conceito
MIRANDA descreve núcleo metálico como uma peça protética fixa,
intra-radicular, destinada a reconstruir parte da estrutura de um dente. Sao
indicados para todos os tipos de dentes com grande comprometimento de suas
coroas e que apresentam as raizes dentro dos princípios de "normalidade - .
(13).
SANTANA define núcleo como uma associação de três unidades
básicas: a parte intra canal ou pino, a parte supragengival ou porção coronária
e um terceiro componente, que é uma cinta metálica que abraça a estrutura do
dente, evitando fratura da raiz pelo pino .(19).
JANSON e colaboradores afirmam que o núcleo intra-radicular
constituído de um pino para fixação intra-radicular e de uma porção que
reconstitui a parte coronária, como se o dente estivesse preparado para receber
uma coroa total. (07)
2.2. Objetivos do Núcleo
JAN SON e Cols afirmam que o objetivo do núcleo intra-radicular é
proporcionar retenção e suporte para a porção coronal que vai receber a coroa
principalmente contra as forças dirigidas lateralmente durante a função
mastigatória (07).
De acordo com MARTIGNONI e Cols, o cirurgião dentista adotou o
sistema (uso de pinos metálicos) , aperfeiçoando-o com dois objetivos: o
primeiro e mais importante é o de aumentar a resistência as forças oclusais do
dente desvitalizado, evitando a fratura da raiz; o segundo é o de conseguir
restaurar mais facilmente a coroa dental lesionada pela cárie (Ex: coroa de
Richmond). A convicção de que o posicionamento de pinos intra-canais
aumentasse a resistência as forças do elemento tratado endodonticarnente , foi
9
totalmente generalizada a ponto de transformar-se em uma regra inquestionável
(11).
Os insucessos ocorridos depois da restauração com pinos, eram
atribuidos as formas do pino, à altura e à profundidade do canal radicular, a
diferença entre o pino pré-fabricado e o fundido, ou à presença de uma menor
quantidade de roscas em pinos rosquedveis.
2.3. Características dos Núcleos
Segundo SANTANA e cols, um cuidadoso diagnóstico e plano de
tratamento deve prender qualquer esforço restaurador, observando alguns
princípios: quantidade remanescente da coroa clinica, presença ou ausência de
caries subgengivais, condição dos tecidos periodontais, quantidade e qualidade
do osso de suporte, morfologia radicular, relação dos espaços dos arcos,
hábitos (bruxismo) e necessidade de manutenção dos dentes em questão.
exame radiografico mostra orientação adicional a respeito do tratamento
endodemtico. Clinicamente a qualidade do tratamento endodõntico depende da
falta de dor à percussão, ausência de drenagem de trajeto fistuloso e de sinais
de atividade inflamatória ou aumento de volume. (19).
DE SORT apud SANTANA, descreveu os principais requisitos de
um pino-núcleo: (19)
1) 0 comprimento do pino deve ser o mais longo possível.
2) A configuração do pino a mais paralela possível.
3) A dimensão e a configuração do pino devem confirmar o aspecto do canal.
4) 0 pino cimentado no interior do canal obedece o longo eixo da raiz, e deve
acomodar em seu extremo condições para o desenho e preparo da porção
coronária.
5) 0 uso de canaletas como artificios anti-rotacionais
6) Princípios de férula.
10
7) Evitar ângulos nítidos que geralmente induzem a linha de fratura dentro da
raiz.
8) Separação do núcleo e coroa.
9) Uso da morfologia oclusal.
10) Uso na cimentação de sulcos de escape da pressão Hidrostática
desenvolvida durante o aro da cimentação.
2.4. Comprimento
De acordo com MIRANDA, apud BOTINO, a porção coronária do
núcleo metálico deverá ser compatível em forma e volume com a futura coroa,
que deverá ser uma miniatura da futura coroa, apresentando cúspides e sulcos.
Suas paredes axiais deverão ser quase paralelas, proporcionando condições de
retenção máxima .(03)
CLICKMAN, apud MIRANDA, infere importância do núcleo em
relação da coroa com a raiz, no que diz respeito ao braço de alavanca
periodontal. 0 núcleo deve ser bem programado e esculpido aos moldes da
futura coroa. (14)
SCHILLINBURG e STERN descrevem que o pino do núcleo
metálico deverá apresentar o comprimento equivalente a 2/3 radiculares e que
no mínimo deverá apresentar o comprimento da futura coroa (15).
HIRSCHFELD apud SCHILLINBURG recomenda que a
profundidade do pino deverá ser determinada pelo suporte ósseo da raiz
envolvida, e que a forma do pino deve seguir, o contorno anatômico do canal
radicular, tanto vertical como transversalmente. (20)
MIRANDA, apud BOTINO, menciona que a visão profissional,
experiência e critério clinico e racional serão os responsáveis na determinação
de conduta a ser empregada no preparo intra-radicular de cada dente, e o
resultado final ainda depende do sucesso de tratamento endodantico. (03)
Segundo MIRANDA , na opinião dos autores (Schilinburg, Stern,
De Deus, Hirschfeld, Rosemberg, Glickman), o preparo de canal radicular para
receber um núcleo metálico é tarefa do endodontista, pois só ele encontra-se
familiarizado com os aspectos anatômicos próprios de cada dente, por
exemplo: n° de canais, comprimento, forma, direção, volume radicular. Quanto
maior for o remanescente coronário, menor sera a profundidade radicular que
devemos invadir, isto 6, menor poderá ser o comprimento do pino intra-
radicular, permanecendo pelo menos 3mm de obturação endodôntica
remanescente, em virtude de esta regido ser rica em canais laterais. (14).
SORENSEN et alii, apud SANTANA, dizem que quando o tamanho
do pino foi igual ao tamanho da futura coroa clinica, o sucesso é de 97,5% e
quando o tamanho do pino for maior do que a futura coroa, a média de sucesso
é de 100%. Recomendam deixar uma extensão de no mínimo 4mm de guta
percha, necessária ao selamento apical. Descreve que quanto maior o
comprimento, melhor a retenção. Comprimento inadequado dos pinos é a
causa principal das falhas nas restaurações de dentes tratados
endodonticamente. Se a estrutura coronária está parcialmente preservada,
deve-se medir o comprimento do pino da borda incisal ou oclusal da estrutura
coronária do dente que foi preservado. (19).
JAN SON relata que como regra geral o comprimento do pino intra-
radicular deve atingir 2/3 do comprimento do remanescente dental, embora que
o mais seguro seja que o pino tenha comprimento equivalente a metade do
suporte ósseo em relação as medidas. Tais corno: comprimento do pino maior
ou igual a coroa clinica, 3/4, 80%, 133% do comprimento da raiz, etc... (07).
ZUCKERMAN relata que a profundidade do pino fundido intra-
radicular pode atingir o terço apical da raiz (22).
Segundo BERGMAN (02) e HUNTER (05), a profundidade do pino
deve ser igual ou maior que o comprimento da coroa artificial.
12
ABOU-RASS, INGLE, SOKO, apud MIRANDA, relatam que a
profundidade deve ser em torno de 7 à. 8 mm de crista óssea alveolar, o que
corresponde em média, à metade do comprimento da raiz (14).
Conforme JAN SON, para os dentes posteriores, a maior raiz deve
ser preparada segundo os aspectos analisados (2/3 da porção radicular), e as
outras até a metade somente. Em caso de raizes divergentes, os pinos intra-
radiculares sera() construidos individualmente e depois unidos na porção
coronal, através de sistemas de encaixe. 0 comprimento do pino deve ser
analisado e determinado em função de uma radiografia periapical e a decisão
final deve ser tomada levando-se em consideração a quantidade de material
obturador que deve ser deixado na região apical da raiz. Uma ótima distância
entre o final do pino e o ápice deve ser de 4 mm de material obturador, para
que não ocorra deslocamento do material remanescente e conseqüentemente,
possibilidade de infecção periapical. Esta decisão deve ser tomada em função
do comprimento da raiz: em dentes com raizes curtas, pode-se deixar 3 mm de
material obturador para se ganhar um pouco mais de retenção e inversamente.
Se a raiz é longa, a quantidade de material obturador pode ter 5 mm ou
mais. (07)
Nos casos de tratamento endockintico parcial, nos quais o material
obturador não atingiu o nível desejado, deve-se considerar 2 aspectos: o tempo
do tratamento e a presença ou não de lesões periapicais. Caso presentes,
indica-se sempre o retratamento do conduto, dada a sua deficiência que pode
estar contribuindo para a evolução da lesão; na sua ausência, deve-se
considerar o tempo de tratamento - se pelo menos realizado a 5 anos precede-
se à execução dos núcleos de forma convencional, mantendo-se remanescente
de obturação capaz de garantir o selamento original do canal (3 a 5 mm). Se a
porção preparada do conduto não for considerada adequada para a retenção e
resistência, indica-se o retratamento do canal, independente do tempo e da
13
ausência da lesão. A presença de cones de prata impede o preparo do canal. Se
o dente em questão dispensar de outras raizes obturadas com cones de guta-
percha e adequadas para a confecção do núcleo, elas são utilizadas para isso.
Caso a raiz portadora do cone de prata seja indispensável para a retenção ou
estabilidade do núcleo, o canal deve ser retratado com cones de guta-
percha.(07)
2.5. Inclinação das Paredes do Conduto e Pino Intra-radicular
JANSON & Cols. afirmam que os núcleos intra-radiculares e com
paredes inclinadas, além de apresentarem menor retenção que os de paredes
paralelas também desenvolvem grande concentração de esforços em suas
paredes circundantes, podendo gerar um efeito de cunha e, conseqüentemente,
desenvolver fraturas em sua volta. Em vista disto, quando preparamos o
conduto com brocas de peeso, gates ou largo, especial atenção deve ser dada
na inclinação das paredes. Deve-se seguir a própria inclinação do condutor,
que foi alargado pelo tratamento endockintico e que terá seu desgaste
aumentado principalmente na porção apical para a colocação do núcleo intra-
radicular, até que tenha comprimento e diâmetro adequados. Em algumas
situações, devido ao tipo de abertura realizada durante o tratamento
endodõntico, presença de cáries, ou remoção de pinos anteriormente
colocados, o conduto pode ter suas paredes muito inclinadas, e para compensar
esta deficiência, o profissional deve lançar mão de meios alternativos, como
aumentar o comprimento do pino intra-radicular para se conseguir alguma
forma de paralelismo nas paredes próximas à regido apical, e aproveitar ao
máximo a porção corona] remanescente, que irá auxiliar na retenção e
minimizar a distribuição de esforços na raiz do dente. Em casos extremos de
distribuição, quando o dente é estrategicamente importante, pode-se utilizar os
núcleos estojados, que buscam proteger a raiz. Este tipo de núcleo busca
14
retenção intra-radicular e, ao mesmo tempo, protege as paredes delgadas do
remanescente radicular através de um pequeno bisel selado com o metal com o
qual é confeccionado o núcleo. A porção coronária deve prover espaço
adequado para o tipo de coroa indicada e o selamento desta com o núcleo
ocorrerá entre metais.
Segundo KAHN (08) et alii e MORGANO (15), o núcleo com
efeito de férula reduz significadamente o índice de fraturas radiculares.
MIRANDA, apud BOTINO, descreve que as paredes axiais deverão
ser quase paralelas, proporcionando condições de retenção máxima (03).
JANSON & cols. descrevem que o diâmetro da porção intra-
radicular do núcleo metálico é importante na retenção da restauração e na sua
habilidade para resistir aos esforços transmitidos durante a função
mastigatória. E claro, que quanto maior o diâmetro do pino, maior será a sua
retenção e resistência, porém um fator fundamental que deve ser considerado é
o possível enfraquecimento da raiz remanescente. Em vista disto, tem sido
sugerido que deve existir pelo menos 1,0 mm de tecido radicttlar entre as
paredes do canal preparado e a superficie externa da raiz e que esta distância
deve ser maior na face vestibular dos dentes anteriores superiores devido a
incidência de força ser maior neste sentido. Clinicamente, o diâmetro do pino
deve ser determinado comparando-se através de uma radiografia, o diâmetro
da broca com o do conduto. Cuidado especial deve ser tomado na região do
terço apical onde a largura mésio-distal é a porção mais estreita da raiz. Para
que o metal utilizado apresente resistência satisfatória, é indispensável que
exista pelo menos 1 mm de diâmetro na sua extremidade apical - o conduto
deve, em função disso, permitir o diâmetro nesse local.(07)
De acordo com HOLMES, a tensão e o stress intra-radicular
provocados num Angulo de 45 0 ao longo do eixo da raiz (vestíbulo-lingual-
15
palatal), são sensivelmente diminuídos quando utilizamos núcleos intra-
radiculares com menor diâmetro em raizes enfraquecidas (04).
SANTANA relata que os pinos não devem ser muito largos, porque
isto destrói a estrutura dental e conseqüentemente a resistência natural do
dente (19).
2.6. Superficie do Pino Intra-radicular
Os núcleos podem apresentar a porção intra-radicular com superficie
lisa, serrilhada e com forma de parafuso. Os dois últimos tipos geralmente são
encontrados nos núcleos pré-fabricados. 0 Departamento de Prótese da
Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de Sao Paulo indica a
técnica de confecção de núcleos fundidos com superficies lisas, sendo que,
para aumentar sua retenção elas podem ser tornadas irregulares ou rugosas
antes da cimentação, usando-se brocas de aço com esse objetivo, aumentando-
se o embricamento mecânico com o cimento e tomando-se cuidado para não
enfraquecer a peça fundida.(07)
SANTANA afirma que deve haver um dispositivo para evitar a
rotação da peça, prevenindo desta forma que o núcleo seja deslocado por
forças horizontais. Este dispositivo tem a forma de uma canaleta (um sulco
vertical feito na parede interna do canal) que será copiada na fundição. Pode-se
também usar um segmento menor de uma segunda raiz em dentes multi-
radiculares ( 1 9).
JANSON & cols. descrevem que a pressão hidrostática impede o
assentamento completo de uma peça fundida, notadamente se for coroa total e
suas paredes tendem ao paralelismo, porque a via de escape para o cimento
diminui progressivamente à medida que ela é forçada para o seu local. Se
levarmos em consideração que os núcleos podem apresentar-se com paredes
quase paralelas, que devem fornecer retenção adequada ao pino metálico, é de
I6
se esperar que surjam dificuldades no seu assentamento, devido a diminuição
da via de escape para o cimento e desenvolvimento da pressão hidrostática.
Para reduzir o desenvolvimento dessa pressão durante a cimentação, pode-se
confeccionar um sulco de escape na porção radicular do núcleo (feito corn
metade do diâmetro de uma broca n2 1), e o pincelamento do cimento no pino
que são fatores importantes, pois a menor quantidade de cimento utilizado
combinado com uma via de escape, permitirá um melhor assentamento do
pino, com menor risco de fratura da raiz pelo desenvolvimento da pressão
hidrostática. Tal pressão ocorre com a cimentação de coroas totais, onde a
pequena quantidade de cimento colocada pelo pincel facilita o escoamento e
reduz a pressão hidrostática, tornando desnecessário o orificio para escape, os
núcleos devem ter o cimento colocado apenas com o uso do pincel, atingindo
os mesmos objetivos, sem o sulco de escape. A colocação de cimento no
interior do conduto contribui para o aumento da pressão hidrostática e a
presença do sulco provoca ligeira redução da capacidade retentiva. (07)
SANTANA classifica os pinos pela superficie em lisos, serrilhados
ou rosqueados. A configuração da superficie provavelmente tem o maior papel
na retenção. Pinos rosqueados são sem dúvida os que apresentam melhor
retenção. 0 uso de pinos rosqueados no entanto é controvertido; eles geram
mais stress do que outros tipos de pinos. É importante que o pino a ser
cimentado tenha um sulco de escape em um dos lados, o que alivia a pressão
hidrostática. Este sulco ou canaleta tem a forma de "V", e é feito num dos
lados do pino plano, podendo ser confeccionado ainda durante a confecção do
padrão em cera ou mesmo em duralay. (19).
WOOD, apud SANTANA (19), após comparar alguns tipos de
núcleo, conclui que:
- pinos fundidos sem entalhes são mais retentivos quando
cimentados com cimento fosfato de zinco do que com resina composta;
17
- pinos fundidos com entalhes são mais retentivos do que os pinos
fundidos sem entalhes;
- pinos fundidos com entalhes e com entalhes adjacentes têm igual
ou mais retenção que parapost (pré-fabricados) com entalhes nos dentes,
quando são cimentados com resina composta. (19)
2.7. Material
ESHELMAN et alii, apud SANTANA, afirmam que quanto ao
material usado para a confecção do pino-núcleo, não há diferenças
estatisticamente significantes derivadas do uso de um particular material para
pinos .(19)
ALLAN & FOREMAN descrevem tipos de pinos pré-fabricados em
diversos materiais como: níquel-cromo, cromo-cobalto, ouro, ago inoxidável,
latão, amálgama, resina composta. (01)
LACY descreve que até recentemente, todos os pinos pré-fabricados
disponíveis comercialmente eram compostos de ligas de metal. Modelos de
núcleos de metal ou os pinos pré-fabricados disponíveis comercialmente
fraturam clinicamente com freqüência, a despeito da força do metal. Pinos
estreitos e/ou núcleos de ligas com partículas grandes estão igualmente
induzidos ao stress da recristalização, resultando em uma adaptação grosseira
que se forma ao redor do diâmetro do núcleo, causando o enfraquecimento
seccional do mesmo. Um novo pino de fibra de carbono em uma matriz de
resina epóxica foi introduzido recentemente (C-POST, BISCO, USA), que
pode superar muitas das desvantagens dos núcleos de metal. 0 pino de fibra de
carbono exibe uma alta força de tensão com um módulo de elasticidade
comparado ao da dentina. 0 pino pode ser fixado adesivamente dentro do
conduto radicular utilizando adesivo dentindrio e cimento resinoso de
flexibilidade similares, que transmitem efetivamente cargas entre o pino e a
18
estrutura radicular. A elasticidade do pino é similar ao cimento e dentina,
reduzindo a concentração do stress que inicia as fraturas. 0 desenho do pino é
baseado no principio de que a força e a resistência à fratura de uma raiz
desvitalizada, reconstituida com este sistema, deveria ser similar A. composição
da raiz com 100% de dentina sem qualquer tratamento radicular. É necessário
o uso clinico a longo prazo para verificar esta expectativa. (09)
LIARIO JR. relata o sistema Luminex, onde são utilizados pinos de
plástico, feitos de um material transparente A. base de metracrilato com texturas
lisa e cinturada, e pinos metálicos feitos de aço inoxidável (stainless steel),
ouro (gold plated), e titânio (titanium). (16)
Segundo ROSENTIEL, os núcleos metálicos podem ser obtidos a
partir de um material plástico especial de suporte e uma resina termoplástica
(cast post and plastic, Merrit Ez Cast Post In., Hendersonville, N.C.) (18)
SCHLINGBURG narra a confecção de núcleos em coroas já
existentes utilizando núcleos fundidos e pinos pré-fabricados em aço
inoxidável (16) com incrustração ( inlay com pino). (20)
2.8. - Tipos de Pinos e Núcleos
- Pino e Núcleo Fundido Padrão de Cera Direto (01)
(Núcleo integral com pino, fundido à partir do mesmo material,
ajustam-se precisamente aos canais, pois estes são naturalmente cônicos.
- Pino e }Video Fundido a partir de Padrão de Cera Indireto (01)
(Utiliza-se uma modelagem para obtenção do mesmo.
Estatisticamente os laboratórios realizam esse pinos muito pequenos.
- Pino Combinado (01)
1 9
( Consiste de um núcleo de ouro fundido diretamente sobre o pino de
cromo cobalto (Wiptam). A fratura na regido do ombro do dente é uma
seqüência comum. (01)
- Núcleo Metálico Passivo
A porção coronal reconstrói com precisão a base, enquanto que a
parte intra canal não tem nenhuma relação nem com as paredes da raiz, nem
com o fundo de preparo, ficando completamente imerso no cimento resinoso
utilizado para sua fixação, evitando assim o efeito de cunha que leva à fratura.
A porção intra-canal do pino permite ancoragem do mesmo ao
cimento, e não havendo nenhuma relação com a raiz, transmite uma força
indireta com efeito "almofada" realizado pelo cimento que se difundiu
internamente nos trabalhos. (11).
MIRANDA descreve a utilização dos:
- Núcleos Fundidos Bipartidos e Tripartidos (12)
Utilizados em elementos dentais com canais divergentes ou com
mais de uma ancoragem intra-radicular.
- Núcleos Fundidos de Porção Uniradicular e Birradicular
- Núcleos de intenção Secundária (Reparativa)
Segundo Schilinburg, são utilizados quando ocorre fratura coronal
ou complicação pulpar. Também chamado de inlay com pino. Sao incrustações
fundidas com um pino preso a elas para fechar o acesso endodôntico ou um
pino pré fabricado com uma restauração a amálgama para fechar o orifício do
canal. (21).
'7 0
De acordo com HUNTER, atualmente há quatro modelos básicos de
pinos: (05)
1 - Cimentados
2 - Fricção
3 - Auto-Rosqueantes
4 - Amalgapins.
Amalgapins é um termo popularizado por SHAWELL para descrever
uma técnica na qual o amálgama é condensado em um canal de 0,5 a 1 mm de
largura por 2 mm de profundidade. Uma variação disto é o amálgama colocado
em fendas na dentina. (05)
MOFFA, RAZZANO e DOYLE apud HUNTER relatam que pinos
cimentados uma profundidade de 5 a 6 mm, pinos de fricção de 2 a 3 mm e
pinos auto-rosqueantes a 1 mm, apresentaram retenções semelhantes. Os
autores relataram fissuras e rachaduras de dentina quando da utilização destes
pinos, o que pode ocasionar risco de fratura coronária. (05)
SANTANA classifica:
- Pinos Fundidos com Entalhes
- Pinos Fundidos sem Entalhes
- Pinos Fundidos com Entalhes e Entalhes Adjacentes
Os entalhes são utilizados como recurso para o aumento da retenção.
(19)
MIRANDA demonstra: (14)
- Núcleos para Coroa Total e Tipo Venner
0 formato do núcleo deve ser coincidente com a região cervical da
raiz. Utilizar metal nobre extra duro quando o remanescente dentário for de
pequenas proporções ou severamente danificado.
- Núcleos para Coroas Me/aio-Cerâmicas
Devem ser menos volumosos a fim de compensar o espaço para o
metal (cooping) e a porcelana da futura coroa.
- Núcleos para Coroas Ocas de Porcelana
Sua porção coronária deve apresentar um volume adequado para que
tenhamos espaço suficientemente aos princípios de confecção de uma
porcelana pura. (13)
De acordo com MIRANDA, no que se refere aos pinos pré
fabricados, existem vários tipos e diferentes técnicas, deixando o profissional
totalmente confuso. Na sua seleção, o preparo do canal para recebimento de
núcleo metálico fundido requer uma forma cônica com um afunilamento da
porção cervical para o terço médio da raiz. Por sua vez, o preparo do canal
para receber um pino pré fabricado, está diretamente relacionado com o tipo de
pino a ser utilizado. (13)
Segundo INALE apud MIRANDA (13), a classificação dos pinos
pré-fabricados segue:
- Cônico Fixo - Mais antigo e largamente utilização. E cimentado no canal
preparado com instrumentos . E o menos retentivo e devido a sua forma
cônica, são autoliberadores de tensão. Sistemas: Ker Endopost. Mooser,
Unitek, Ash, Schenker, Stotz.
- Cônico - Rosquedvel
A parte rosquedvel caminha entre as paredes da dentina do canal.
São os que oferecem maior retenção, porém forçam a dentina. Tem efeito de
cunha e percorre linhas de fratura. Sistema, Blue Island, Buffalo e Dentatus.
- Paralelos - Serrilhados
Oferecem maior retenção que os cônicos, com tensão muito menor.
E o pino que proporciona distribuição mais eqiiitativa das forças mastigatórias.
0 problema que os mesmos apresentam está na necessidade de uma zona de
escape, para diminuir a pressão Hidráulica de retomo quando da cimentação.
Sistemas: Whaledent Parapost, Charlton E.T.D. Cast Post.
- Paralelos com Extremidade Apical Cônica
Projetados para oferecer maior retenção e melhor ajuste na porção
apical do canal. Possui efeito de cunha na Area apical.
Sistemas: Whalendent Parapost, Unitek Bch.
- Paralelos Rosquedveis
Apresentam altos níveis de tensão durante a cimentação. Sistemas:
Radixanker, Kurer - Anker. (14)
MALONE (10) sugere a utilização de:
- Pinos de Plástico (Star Endowels)
- Pinos de Plástico Duralay , para obter a formação do molde do canal.
-Endo Pino Kerr - pino pré-fabricado de liga de ouro (ENDO - Pinos Kerr).
- Para Post - É um pino de faces paralelas que penetra no canal passivamente,
com a superficie rosqueada ou espiralada.
- Pino Parafusado (Dentatus)
E perfurante e rosqueado.
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- Pino Flexi-Post
Possui uma haste com fenda que se fecha durante a inserção,
absorvendo as forças.
- Pino Brasseler (Vlock) - Pino microrosqueante e faces paralelas. (10).
GERSTEIN e BU'RNELL apud INGLE, descreveram uma técnica de
preparo do núcleo na qual são utilizados alargadores padronizados associados
a núcleos exatos de metal precioso, pré-fabricados nos tamanhos
correspondentes (ENDOPOST). (06).
Segundo BOTTNO podemos utilizar:
- Pinos Plásticos (Pincanal - Odontofix).
Utilizados para obtenção do molde dos canais dos elementos dentais
e serem recuperados. (03).
JANSON e Cols descrevem:
- Núcleo Estofado
Utilizado em casos extremos de destruição, quando o dente é
estrategicamente importante, pode utilizar os núcleos estojados, que buscam
proteger a raiz.
Este tipo de núcleo busca retenção intra-radicular, e ao mesmo
tempo, protege as paredes delgadas do remanescente radicular, através de
pequeno bisel selado pelo o metal com o qual é confeccionado o núcleo.
Também conhecido como efeito "férula". (17)
LACY, narra em seu artigo a utilização do:
Pino De Fibra De Carbono (C. Post - Bisco).
Feito de fibras paralelas de carbono o qual utiliza adesivo dentinário
e cimento resmoso sobre os quais são construidos núcleos de resina
composta.(09)
24
ROSENTIEL descreve a confecção de núcleos através de um
sistema:
- Núcleo (Cast Post and Plastic, Merritez Cast Pos Inc, Hendersonville, N. C.)
É incorporado um plástico especial de suporte e uma resina
termoplástica para facilita o procedimento de fabricação de núcleos. (18)
LIMIRIO JR., relata a utilização de "Kit" de pinos pré-fabricados:
- Pinos Luminex
Possui um componente fototransmissor. Além de polimerizar
integralmente a resina no interior do conduto, ele cria o espaço adequado para
acomodar o pino metálico pré-fabricado (16)
Segundo ALAN e FOREMAN: (01)
- Núcleo Opino Charlton ( Em Avo Inoxidável)
Pino com lados paralelos. Núcleo parcialmente formado com facetas
mesial e distal. Apresenta risco de perfuração de raiz.
- Kurer
Pino de aço inoxidável e núcleo de latão. Pino rosquedvel e de lados
paralelos. 0 núcleo tem fenda oclusal para chave de aperto. Riscos de perfurar
a raiz e tensão nas paredes radiculares.
- Pino Parafuso Dentatus (Cônico e/ou Paralelo).
Usado em conjunção com núcleos de amálgama ou de resina
composta. Risco de fratura radicular. Possui fenda na porção cervical.
- Pino Kd
Pino e núcleo de plástico para o uso com método direto ou indireto.
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- Pino Kurer (Protetor de Coroa)
Usado em conjunto com núcleos de amálgama ou de resina
composta. Risco de fratura radicular devido ao rosqueamento manual.
- Pino Everest
Cônico, auto-adaptável, com rosca, em vários tamanhos. Pode rachar
a raiz se for inserido com força.
- Pino Et
Lados paralelos com sulcos espirais para escape. Núcleo em ouro e
pino revestido em ouro. Possibilidade de perfurar a raiz.
- Pino Schenker
Lados paralelos com orificios e degrau. Usado em conjunto com
núcleo de amálgama ou resina composta. (01)
CONCLUSÃO
De acordo com a maioria, os autores, indiscutivelmente têm
preferido o uso de núcleos ao invés de coroas a pino, pois várias são as
vantagens de se conseguir a retenção intra-radicular independentemente da
restauração e adaptação da parte coronária do dente:
• a coroa pode ser removida sem prejuízo da porção radicular;
• facilidade de se conseguir paralelismo entre vários dentes
suportes, pois não há necessidade de se conseguir o paralelismo
desejado às custas das paredes do canal radicular e
conseqüentemente, enfraquecimento da raiz.
Os autores concluem que o objetivo principal de uni núcleo intra-
radicular é proporcionar retenção e suporte para a porção coronal que vai
receber a coroa, principalmente contra as forças dirigidas lateralmente e
durante a função mastigat6ria.
Acreditam os autores que após um tratamento endodõntico, os
dentes com grandes destruições coronárias que impossibilitem o uso de
restaurações metálicas fundidas, coroas totais ou parciais, deverão ter seus
canais convenientemente preparados para receber um núcleo metálico e
posteriormente um trabalho de prótese.
Conclui-se que como regra geral o comprimento do pino intra-
radicular deve atingir 2/3 do comprimento total do remanescente dental, ou o
equivalente à metade do suporte ósseo da raiz envolvida. A literatura é vasta
neste campo e os autores divergem em relação a essas medidas: existindo os
que recomendam que o comprimento do pino seja igual ou maior que a coroa
clinica, outros, que deve ocupar 3/4, 80% e 33% do comprimento da raiz, e
outras medidas.
27
Os núcleos intra-radiculares com paredes inclinadas, além de
apresentarem menor retenção que os de paredes paralelas também
desenvolvem grande concentração de esforços em suas paredes circundantes,
podendo gerar um efeito de cunha, e conseqüentemente desenvolver fraturas
em sua volta. Concluem os autores que uma das medidas cautelares para evitar
fraturas e preservar raizes com destruições extensas, é usar o artificio de
núcleos com efeito de "férula", abraçando o máximo de paredes circundantes
cervicais da porção radicular (também chamados de núcleos estojados).
Os autores concluem que a largura do pino seja urn terço do
diâmetro da raiz e que os pinos rosquedveis são os que apresentam maior
retenção, porém geram mais stress e risco a fraturas do que outros tipos de
pinos.
Os autores relatam no que se refere aos pinos pré-fabricados,
existem vários tipos e diferentes técnicas, deixando o profissional totalmente
confuso na sua seleção. A multiplicidade de produtos comerciais tem se
somado grandemente a esta conclusão.
0 marketing direto e o interesse financeiro das grandes empresas
muitas vezes visam ou podem iludir a visão clinica do profissional, tentando
criar facilidades ou vantagens muito discutíveis na prática odontológica.
Alguns sistemas de pinos pré-fabricados são prejudiciais à estrutura dental e
podem até causar ou propiciar fraturas e a eventual perda do elemento dental.
Cabe ao profissional inteirar-se a estes sistemas e estudá-los para ter poder de
discernimento sobre o melhor caminho a ser seguido.
BIBLIOGRAFIA
1. ALLAN, D.N.; FOREMAN, P.C. Coroas e próteses parciais fixas: um manual ilustrado. Sao Paulo: Santos, 1989, 154p.
2. BERGMAN, B. O. et alii. Resultados endockinticos após tratamento com pinos de canal e núcleos fundidos. Journal of Prosthetic Dentistry, n.61, v.10, p.5, 1989.
3. BOTINO, M. A. et alii. Atualização na clinica odontológica - o dia-a-dia do clinico geral. São Paulo: Artes Médicas, 1992, 499p.
4. HOLMES, David C. et alii. Influência da dimensão do pino sobre o stress na dentina. Journal of Prosthetic Dentistry, n. 2, v.75, fevereiro 1996, p. 140-147.
5. HUNTER, Alan; FLOOD, A. A restauração de dentes tratados endodonticamente. In: Australian Dental Journal, 33(6), 1988, p.481-490.
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7. JANSON, Valdir A . et alii. Preparo de dentes com finalidade protética.
8. KAHN, H. Frederick et alii. Comparação da fadiga de três sistemas de núcleos pré-fabricados. Journal of Prosthetic Dentistry, v.75, n.2, fevereiro de 1996, p. 148-153.
9. LACY, Alton M. A suplement of practical periodontics and aesthetic dentistry. C. Post - restauração adesiva em dentes não vitais - dente anterior utilizando pino de fibra de carbono e coroa de porcelana, 1997.
10. MALONE, W.F.P. et alii. Teoria e prtitica de prótese fixa de Tylman. 8. ed. Sao Paulo: Artes Médicas, 1991 503p.
11.MARTIGNONI, Mário et alii. O núcleo metálico passivo. Attualitá Dentale, (6) 38, novembro 1990, p.8-16.
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13. MIRANDA, C.C. et alii. Atlas de prótese parcial fixa e removível. 2. ed. Sao Paulo: Santos, 1982, 245p.
14. MIRANDA, C.C. et alii. Uso de pinos pré-fabricados na restauração de dentes tratados endodonticamente. Atlas de reabilitação bucal: núcleos metálicos. 1. ed. Sao Paulo: Quintessence, 1994, p. 173-214.
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20. OLIVEIRA, LIMÍRIO JR. Retenção intra-radicular (sistema luminex). Revista APCD. v.51, jan/fev. 1997, p. 53-56.
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