nunca se sabe onde estÁ uma despedida

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NUNCA SE SABE ONDE ESTÁ UMA DESPEDIDA. Artur da Távola. Nunca se sabe onde está uma despedida. Até no afã do até logo pode esconder-se um nunca mais. Na frase infeliz, na simples conversa, algo pode estar morrendo, do amor ou da amizade. Há despedidas que não são patentes. Não se lhes - PowerPoint PPT Presentation

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Nunca se sabe onde está uma despedida. Até no afã do até logo pode esconder-se um nunca mais. Na frase infeliz, na simples conversa, algo pode

estar morrendo, do amor ou da amizade.

Nunca se sabe onde está uma despedida. Até no afã do até logo pode esconder-se um nunca mais. Na frase infeliz, na simples conversa, algo pode

estar morrendo, do amor ou da amizade.

Há despedidas que não são patentes. Não se lhes percebe o estalo do afastamento, que pode estar no instante de mau humor, na resposta infeliz, na

alegria que não se repete ou na palavra que deixamos de dar e receber. Às vezes, está na

palavra que dizemos.

Há despedidas que não são patentes. Não se lhes percebe o estalo do afastamento, que pode estar no instante de mau humor, na resposta infeliz, na

alegria que não se repete ou na palavra que deixamos de dar e receber. Às vezes, está na

palavra que dizemos.

Nem sempre as pessoas se separam: esgarçam-se às vezes. Viver esgarça. É algo que se afasta sem romper completamente. Também no que esgarça

pode haver despedida pois, embora não haja perda de matéria,

nunca mais será como antes.

Nem sempre as pessoas se separam: esgarçam-se às vezes. Viver esgarça. É algo que se afasta sem romper completamente. Também no que esgarça

pode haver despedida pois, embora não haja perda de matéria,

nunca mais será como antes.

Despedir-se é sutil, nem sempre aparece. Seres em mutação, vivemos a mudar sem saber. Na mudança, transforma-se em recordação o que antes era união

e vontade, amizade ou convivência. Tudo faz-se retrato, álbum, caderno, poema, carta, saudade ou

memória. A despedida não é por querer: acontece a despeito. Um simples "até já" pode conter

inimagináveis nuncas. Ou sempres.

Despedir-se é sutil, nem sempre aparece. Seres em mutação, vivemos a mudar sem saber. Na mudança, transforma-se em recordação o que antes era união

e vontade, amizade ou convivência. Tudo faz-se retrato, álbum, caderno, poema, carta, saudade ou

memória. A despedida não é por querer: acontece a despeito. Um simples "até já" pode conter

inimagináveis nuncas. Ou sempres.

Maravilhosa e cruel a vida! Tudo pode acontecer. As ligações, salvo poucas, fazem-se precárias e

falíveis. Nosso destino é preso a acontecimentos semicontroláveis. Ou impulsos, cansaços, e as

discordâncias, são imprevisíveis. E geram despedidas antes insuperáveis.

Maravilhosa e cruel a vida! Tudo pode acontecer. As ligações, salvo poucas, fazem-se precárias e

falíveis. Nosso destino é preso a acontecimentos semicontroláveis. Ou impulsos, cansaços, e as

discordâncias, são imprevisíveis. E geram despedidas antes insuperáveis.

Ninguém sabe de quem se afastará. Nem quais as amizades e amores de toda a vida, nada obstante existam. Raros captam a dor que estala em cada

hipótese de despedida. Separar-se contém sempre a hipótese da despedida. Por isso, uma dor sempre se

infiltra em cada afastamento. Algo se assusta, escondido em tudo o que se separa. Ainda que para

ir ali pertinho e logo voltar.

Ninguém sabe de quem se afastará. Nem quais as amizades e amores de toda a vida, nada obstante existam. Raros captam a dor que estala em cada

hipótese de despedida. Separar-se contém sempre a hipótese da despedida. Por isso, uma dor sempre se

infiltra em cada afastamento. Algo se assusta, escondido em tudo o que se separa. Ainda que para

ir ali pertinho e logo voltar.

Quem viaja ameaça a despedida. "Partir é morrer um pouco". Dizem os franceses, e com razão. Ainda que para encontrar-se depois, quem parte arrisca

despedidas. Por isso, a emoção subjacente percorre-lhe o mistério e a "região das certezas

absolutas".

Quem viaja ameaça a despedida. "Partir é morrer um pouco". Dizem os franceses, e com razão. Ainda que para encontrar-se depois, quem parte arrisca

despedidas. Por isso, a emoção subjacente percorre-lhe o mistério e a "região das certezas

absolutas".

As grandes despedidas dão-se - contudo - sem que o percebamos. As que sabemos e sofremos não são despedidas completas, pois a saudade e a memória

hão de trazer de volta o sentimento genuíno que agora causa dor. As grandes despedidas infiltram-se no cotidiano e nos atos corriqueiros de cada dia

sem ser percebidas.

As grandes despedidas dão-se - contudo - sem que o percebamos. As que sabemos e sofremos não são despedidas completas, pois a saudade e a memória

hão de trazer de volta o sentimento genuíno que agora causa dor. As grandes despedidas infiltram-se no cotidiano e nos atos corriqueiros de cada dia

sem ser percebidas.

Muitos anos depois, vamos verificar que disfarçado em

dia a dia ali estavam e estalavam saudades antecipadas, vários nuncas dos quais jamais suspeitamos. Nunca se sabe onde está uma

despedida.

A não ser muito depois.

Muitos anos depois, vamos verificar que disfarçado em

dia a dia ali estavam e estalavam saudades antecipadas, vários nuncas dos quais jamais suspeitamos. Nunca se sabe onde está uma

despedida.

A não ser muito depois.

Créditos:

Texto: Arthur da TávolaImagens: Internet

Música: Francis Goya - Concierto d’Aranjues Formatação: Beth Norling

E-mail: bethnorling@globo.com www.bethnorlingslides.com.br

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