figuras de estilo, retórica ou tropos - relembrando

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Figuras de estiloRecursos estilísticos

As figuras de estilo são recursos utilizados para melhorar, embelezar, o texto. Servem para sugerir ideias, interpretações. Os escritores utilizam-nos como estratégia. Com a utilização dos recursos estilísticos criam-se imagens e associações impossíveis de concretizar de outra forma. São indispensáveis à compreensão e estética literária.

Figuras de estilo/recursos estilísticos

METÁFORA – É a mais corrente de todas as figuras de estilo.

Consiste em associar,numa única expressão, duas realidades diferentes através de algo que lhes é comum. A expressão “cabelos de ouro” é uma metáfora, porque associa a cor e o brilho dos cabelos à cor e ao brilho do ouro. Trata-se, portanto, de uma comparação condensada,abreviada.

Tenta perceber as associações operadas nas metáforas seguintes:

Ele foi para a guerra flor da idade Naquela tarde o céu era chumbo

Figuras de estilo

COMPARAÇÃO– Esta figura associa duas realidades diferentes, neste caso

através de um elemento de comparação ou equivalente (por exemplo, o verbo “parecer”). “O rei Rodrigo é tão feroz como o urso da montanha” é uma comparação, porque compara explicitamente o rei Rodrigo a um animal feroz, através do elemento que por excelência estabelece a comparação, que é “como”.

Eis mais três comparações: Passamos pela vida como os rios passam … A Rute é astuta como uma raposa

Os seus olhos pareciam duas fontes, de tanto chorar. 

Figuras de estilo

  PERSONIFICAÇÃO – Consiste em atribuir características e qualidades

humanas a entidades (animais, objectos, conceitos…) que o não são. Há certos tipos de texto que são por inteiro construídos com base na personificação: estás a lembrar-te das fábulas,as narrativas cujas personagens são animais que falam e interagem uns com os outros como se de humanos se tratasse.

Repara nas seguintes personificações: As árvores olharam-me com amargura.  As rãs do charco exclamavam: “- Dai-nos sol! Dai-nos sol!” Naquela noite de tempestade, a lua sentia-se tristemente sozinha 

Figuras de estilo

Enumeração Consiste na apresentação sucessiva de

vários elementos.Exemplos:

"Professor, médico, comerciante, todos se vendiam.” (Fernando Namora)

Figuras de estilo

Eufemismo Consiste em dizer de forma suave uma

ideia ou realidade desagradável. Exemplos: "- Coitado quem se vai deste mundo! –

suspirou a mulher..." (Vitorino Nemésio); Cabo da Boa Esperança em vez de Cabo das Tormentas.

Figuras de estilo

Hipérbole Consiste no emprego de termos

exagerados, para realçar determinada realidade.Exemplos:

"Ela só viu as lágrimas em fio que duns e doutros olhos derivadas

se acrescentavam em largo rio" (Camões)

Figuras de estilo

Imagem Consiste no recurso a aspetos sensoriais para,

a partir daí, provocar uma forte evocação afetiva e os seus consequentes efeitos sugestivos e emocionais.

Exemplos: "Os teus olhos são dois lagos encantados onde o céu

se mira como num espelho" (Érico Veríssimo); "Vejo a verdade naufragar, imersa nas palavras que

correm como um rio." (Carlos Queirós). Nota: A imagem inclui, frequentemente,

várias figuras que resultam de processos de analogia ou equivalência: Comparação, metáfora, personificação, etc.

Figuras de estilo

Ironia Consiste em exprimir uma ideia dizendo

precisamente o seu contrário. A ironia só se consegue identificar no seu contexto.Exemplos:

Bonito resultado! (Afirmação frequente dos pais perante uma nota negativa.);"Tão sábias medidas fizeram com que na aldeia do Minho deixasse inteiramente de haver justiça." (Ramalho Ortigão).

Figuras de estilo

Anáfora Consiste na repetição de uma palavra

ou palavras no início de frases ou versos sucessivos.

Exemplos: "Ela só, quando amena.../Ela só viu as

lágrimas.../ Ela viu as palavras...“ (Camões).

Figuras de estilo

Animismo Consiste em atribuir vida a seres

inanimados. É diferente da personificação, porque, no animismo, os seres não são elevados à categoria de pessoas.Exemplos:

"Plácida, a planície adormece, lavrada ainda de restos de calor." (Virgílio Ferreira).

Figuras de estilo

Metonímia Consiste em designar uma realidade por meio de

uma outra que com ela mantém uma relação objetiva (o continente pelo conteúdo, o lugar pelo produto, o autor pela sua obra).Exemplos idiomáticos: Beber um copo ( Beber um copo de vinho); Beber um Porto (Beber um cálice de vinho do Porto); Ando a ler Camões (Ando a ler a obra de Camões); Comprei uns ténis (Comprei uns sapatos para jogar ténis.).Exemplos poéticos: "Os madeireiros trabalham nesta praça contra a clorofila." (Carlos Oliveira);

"O excomungado não tem queda para as letras." (Aquilino Ribeiro).

Figuras de estilo

Onomatopeia Consiste na utilização de uma palavra

ou de palavras, cujo significante coincide com o significado, isto é, reproduzem sons do mundo físico.

Exemplos: Os verbos que designam as vozes dos

animais – cacarejar, pipilar, grasnar, roncar, coaxar...; "Bramindo o negro mar de longe brada" (Camões);

Figuras de estilo

Paradoxo Consiste em aplicar a uma mesma

realidade termos inconciliáveis, destacando assim a sua complexidade.

Exemplos: "Que puderam tornar o fogo frio" (Camões);

"- Meu amargo prazer, doce tormento!" (Carlos Queirós).

Figuras de estilo

Pleonasmo Consiste no emprego de uma palavra

ou palavras que reforçam uma ideia já expressa.

Exemplos: Entra cá para dentro; "O que me deu a mim alento e esperança"

(Camilo).

Figuras de estilo

Perífrase Consiste em exprimir por diversas

palavras o que poderia exprimir-se por uma única.

Exemplos: "Tenho estado doente. Primeiramente estômago – e depois, um incómodo, um abcesso naquele sítio em que levam os pontapés." Eça de Queirós.

Figuras de estilo

Sinédoque Consiste em tomar todo pela parte, a

parte pelo todo, o plural singular, o singular pelo plural. Trata-se de uma variante da metonímia. Exemplo:

"ocidental praia Lusitana" (Camões). Existe aqui uma referência a Portugal.

Figuras de estilo

Alegoria Consiste na expressão verbal de uma

determinada coisa, com o fim de que as palavras ou imagens empregadas sugiram outra. A alegoria apresenta-se, muitas vezes, através de uma sucessão de comparações, metáforas e imagens. A função principal da alegoria é de tornar claras e evidentes realidades abstratas como o Amor, a Justiça, a Glória, o Inferno, o céu, as virtudes e os defeitos dos homens, a existência do homem, funcionamento do mundo, etc.

  Exemplos: alegoria da caverna de Platão, alegoria dos peixes do Padre António Vieira, Auto da Alma de Gil Vicente...

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