codato, adriano & perissinotto, renato - marxismo. el estado como institución. una lectura de las...

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Sociología

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  • 1MARXISMO: EL ESTADO COMO INSTITUCIN.UNA LECTURA DE LAS OBRAS HISTRICAS DE MARX [2001]

    Adr iano Codato & Renato Per iss inotto

    ( . . . ) l a cues t i n de l E s t ado es una de l a s ms comp l e j a s , ms d i f c i l es y , t a l v ez , l a ms en revesada po rl o s e r ud i t o s , e sc r i t o r es y f i l so fos bu rgueses . ( . . . ) Todo aqu l que qu ie r a med i t a r s e r i amen te s obre e l l a ei n co rpora r l a , debe aborda r es ta c ues t i n v a r i a s v eces y v o l ve r a e l l a una y o t r a v ez , cons i de ra r l a c ues t i n ba j od i ve r sos ngu l os , a f i n de consegu i r una comp ren s i n c l a r a y f i rme . (V . I . Len in ) 1

    Es bas tante conoc ido como para se r re tomado aqu e l hecho de que, aunque e l p royec to in t e lec tua l deMarx cons is t iera en someter a l Es tado a un t ra tamiento ms s is temt ico -como ates t iguan, por e jemplo, suscar tas a F . Lassal l e (de l 22 de febrero de 1858) , a F . Engels (de l 2 de abr i l de 1858) y a J . Weydemeyer (de l1 de febrero de 1859) , redac tadas bas tante t emprano, antes inc luso de la publ icac in en Ber l n , deCont r ibuc in a la c r t i ca de la economa pol t i ca - , es to nunca se haya rea l izado. Del mismo modo, e l propioes tudio sobre e l capi ta l ( y , dent ro de l , e l cap tu lo sobre l as c lases ) permanec i incompleto 2.

    Inc luso as , es razonable sos tener que ex is te en l a obra de Marx y Enge ls una concepc in genr icasobre e l Es tado y que puede serv i r , para usar una expres in de l p ropio Marx , como hi lo conduc tor ( Prefac io de 1859) para e l anl is is po l t i co. Tal concepc in cons is te , en una palabra, en la determinac inde l a natura leza de c lase del Es tado. La teor a marx i s ta de la po l t i ca impl ica, po r lo t anto, un rechazocategr ico de la v is in segn la cual e l Es tado ser a e l agente de la soc iedad como un todo y de l i n tersnac ional 3. Es ta es , en resumen, la esenc ia de toda concepc in marx is ta sobre e l Es tado, s in te t izada connotable c la r idad en l a conoc ida f rmula del Mani f ies to comunis ta : E l poder e jecut ivo de l Es tado moderno noes ms que un comi t para gerenc ia r los asuntos comunes de toda la burgues a 4. E l propio Engels expresla misma idea en una pasaje igua lmente c lebre: La fuerza de cohes in de la soc iedad c iv i l i zada es e lEs tado, que, en todos los per odos t p icos , es exc lus ivamente e l Es tado de la c lase dominante y , decualqu ie r modo, esenc ia lmente una mquina des t inada a repr imi r l a c lase opr imida y ex plotada 5.

    S in embargo, aunque la de terminac in de la natu ra leza de c lase del aparato de Es tado es una condic innecesar ia para e l anl is is de l s is tema es tata l , cuando se t ra ta de comprender su conf igu rac in in te rna, susnive les dec isor i os y las func iones que los d iversos cent ros de poder cumplen, sea como produc to res dedec is iones , sea como organizadores pol t i cos de los in tereses de las c lases y f racc iones dominantes , e l la esampl iamente i nsuf ic iente. E l aparato de Estado recuerda N. Poulantzas , no se agota en e l poder de Es tado .

    A r t cu l o pub l i cado en Cr t i ca ma r x i s t a , nm . 13 , pgs . 9 - 28 (Sao Pau lo ) , oc t ub re de 2001 .Ad r i ano Ne r vo Coda t o es p r o f eso r a s i s t en t e de C ienc i a Po l t i c a de l a Un i v e rs i dad Fede ra l de Pa ran (UFPR) . Rena t o Monse f f Pe r i ss i no t t o e s p r o f eso r ad j un to de C ienc ia Po l t i c a de l a Un i v e r s i dad Fede ra l de Pa ran (UFPR) .

    1 Sobre o E s t ado . Con fe r enc i a en l a Un i v e r s i dad Sve rd l ov , 11 de j u l i o de 1919 . En : Len i n , v o l . 1 . Obras esco lh i das emt r s tomos . L i s boa /Moscou , Avan t e ! / P r og res so , 1979 . vo l . 1 , t omo 2 , pg . 176 , c u rs i v as nues t ra s .2 Cf . Ra lph Mi l i band . Ma rx e o Es t ado . En : Tom Bo t t omo re ( o rg . ) . Kar l Ma rx . R i o de Jane i r o , Zaha r , 1981 . p . 127 -128 .3 Una de l a s c onqu i s ta s t e r i cas ms f undament a l e s pa ra l a t eo r a po l t i c a mode rna f ue l a de t e rmi nac in de l ana t u ra l e za de c l ase de l os p rocesos de dom i nac i n po l t i c a po r l os c l s i c os de l ma rx i smo. Ve r , a p r ops i t o , C .B .Macpher son . Necess i t amos de uma t eo r i a do Es t ado? . En : Ascenso e queda da j us t i a e conm i ca e ou t r o s ensa i o s : opape l do Es t ado , das c l as ses e da p r op r i edade na democ rac i a do scu l o XX . R i o de Jane i r o , Paz e Te r ra , 1991 . p . 87 - 89 .4 Ka r l Ma r x y F r i ed r i c h Enge l s . Man i f e s t o c omun i s ta . T r ad . Ma r i a Luc a Como . 4 ed . Rev i s ta . R i o de Jane i ro , Paz eTe r r a , 1999 . P . 12 . E sa es t amb i n l a i n t e r p r e t ac i n de Ra lph M i l i band a l r e spec t o de l nc leo de l a c oncepc i n ma rx i ana(y mar x i s t a ) s ob re e l Es t ado . C f r . La v oz Es t ado en : Tom Bo t tomo re ( o rg . ) . Di c i onr i o do pensament o ma rx i s t a . R i o deJane i r o , Zaha r , 1988 . p . 133 . C f r . I gua lmen t e Luc i ano Grupp i . Tudo comeou com Maqu iave l ( a s c oncepes de Es t adoem Ma rx , Enge l s , Len i n e G ramsc i ) . Po r t o A l eg re , L&PM, 1983 .5 F r i ed r i c h Enge l s . A o r i gem da f am l i a , da p r op r i edade p r i vada e do Es t ado . T r ad . Leand ro Konde r . 8 Ed . R io deJane i r o , C i v i l i z ao B ras i l e i r a , 1982 . p . 199 . Pa ra t odos l os e fe c t os , es t e pasa j e puede se r t omado como e l msrep resen t a t i vo de l nc l eo de una t eo r a gene ra l de l E s t ado en e l c ampo de l ma r x i smo o , ms espec f i c ament e , como e lms rep resen t a t i v o de una concepc in gen r i c a de l E s t ado en gene ra l .

  • 2E l Es tado p resenta una osamenta mater ia l p rop ia que no puede de n inguna manera ser reduc idas implemente a la dominac in pol t i ca 6. En es te sent ido, la func in de mediac in que e l aparato de l Es tadodesempea, a t ravs de sus ac t iv idades admin is t ra t ivas y burocrt icas rut ina r ias , adquiere aqu unaimpor tanc ia dec is iva para la dete rminac in de su carc ter de c lase. De forma anloga, es te l t imo problemano se puede refer i r , exc lus ivamente, a los resul tados de la po l t i ca es tata l -que es tn l i gados a l a cues t in,anal t i camente d is t in ta , pe ro no obs tante emp r icamente muy prx ima del poder es tata l - , s ino [antes b ien] ala forma y a l contenido in t r nseco asumidos por e l s is tema ins t i tuc iona l de los aparatos de l Es tado (s is temaes tata l ) en una coyuntura concreta 7.

    Aunque pese la adver tenc ia de G. Therborn, e l t razo ms marcado en e l desar ro l l o de l a teo r a po l t i camarx is ta contempornea f ue la ausenc ia de l as cues t iones referentes a l os procesos organizat ivos in ternosdel aparato de l Es tado. E l propio Poulantzas , que busc comprender un s is tema espec f i co de organizac in yfunc ionamiento in te rno del aparato de l Es tado c api ta l i s ta ba jo e l concepto de buroc rat ismo , anal i z,pr i nc ipa lmente, l os efec tos ideolg icos de ese s is tema sobre l as p rc t icas de l os agentes del es tado(buroc rac ia ) 8.

    Segn la c r t i ca cor r iente, las razones de ese o lv ido s is temt ico deber an ser buscadas jus tamente en laconfus in p romov ida por l a t rad ic i n marx is ta que i ns is t i r a en ident i f i ca r poder de Es tado con poder dec lase, reduc iendo e l apara to de Es tado a un ins t rumento cont ro lado por los i n te reses dominantes . Es como s ila ident i f i cac in de la natura leza de c lase del Es tado hubiese d ispensando a los marx is tas de ana l izar lasformas conc retas a t ravs de l as cuales e l la se rea l iza (e l func ionamiento del Es tado) . A l o sumo, l a a tenc inde los marx is tas recaer a sobre e l sent ido (de c lase) de la po l t i ca es tata l (es to es , los sec tores soc ia lesbenef ic iados por una dec i s in dete rminada, en genera l econmica ) , pe ro no sobre e l modo de organizac ininterna del aparato de l Es tado y sus repercus iones sobre e l p roceso dec isor io , los d i fe rentes cent ros depoder , l a acc in carac ter s t i ca de los agentes es tata les ( l a burocrac ia , en sent ido ampl i o) , e tc .

    Hay dos vers iones de es ta c r t i ca. La p r imera, sus tentada por N. Bobbio, subraya l os efec tos de es taconcepc in res t r ic t i va de l a pol t i ca y de l Es tado sobre l a t eor a de las formas de gobie rno ( los regmenespol t i cos ) ; la segunda, cuya fuente son los auto res neo- i ns t i tuc ional is tas (T . Skocpol , F . B lock) , l lama laatenc in sobre las d i f i cu l tades der ivadas de la ausenc ia de una t eor a de l Es tado en Marx y en losmarx ismos pos ter io res .

    E l ob jet ivo de es te a r t cu lo es presenta r una lec tu ra de la teor a marx is ta de l Es tado ms comple ja yambic iosa que aquel la hecha por las rec ientes c r i t i cas neo- ins t i tuc iona l is tas . A par t i r de l a recons iderac inde las obras h is tr icas de Marx -puntualmente: La burgues a y la cont ra - revo luc in (1848) , Las luchas dec lases en Franc ia de 1848 a 1850 (1850) y El Diec iocho Brumar io de Luis Bonapar te (1852) - pretendemosdemost rar que es te autor posee una concepc in de Es tado que t oma en cuenta su d inmica ins t i tuc ionalin terna s in , no obs tante, de ja r de l ado la perspec t iva c las is ta . De es ta fo rma, a l in t roduc i r , en sus anl is ispol t i cos , los aspec tos i ns t i tuc iona les de l aparato es tata l capi t a l i s ta , Marx es tar a p resentando unaconcepc in de Es tado a l m ismo t iempo ms sof is t i cada que l a defendida por la perspec t iva ins t rumenta l is t a-presentada t anto en l a obra de a lgunos marx is tas , como igualmente, de a lgunos c r t i cos de l marx ismo - , ymenos formal is ta que las i n terpretac iones i ns t i tuc ional is tas .

    E l ensayo es t d iv i d ido en cuat ro par t es . En la p r imera, resumimos las c r t i cas c orr i entes a la teor amarx is ta de l Es tado , def i n imos nues t ra c lave de lec tura y presentamos la h iptes is de t rabajo. La segundapar te de l tex to cons is te bs icamente en e l anl is is e in terp retac in de los pasajes se lecc ionados de lasobras h is t r icas de Marx . En la terce ra par t e , ins is t imos sobre l a l igazn ne cesar i a ent re las noc iones de laparato de Es tado y poder de Es tado , y , f ina lmente, en la cuar ta par t e de l ar t cu lo , re tomamos yprofund izamos la d is t inc in, desde nues t ro punto de v is ta , present e en l os anl is is de Marx , ent re lad imens in func ional y la d imens in i ns t i tuc ional de l Es tado.

    6 Nicos Pou l an t zas . O Es tado , o pode r , o s oc ia l i smo . 2 ed . R o de Jane i r o , G raa l , 1985 . p . 17 , c u r s i v a nues t r a .7 Gran The rborn . Cmo domi na l a c l a se dom inan t e? Apara tos de l E s t ado y pode r es t a t a l en e l f euda l i smo , e lcap i t a l i smo y e l s oc i a l i smo . 4 . Ed . Mx i c o , D . F . , S i g l o XX I , 1989 . p . 37 .8 Ve r Pouvo i r po l i t i q ue e t c l as ses soc i a l es . Pa r i s , Maspe ro , 1968 . v . 2 , c ap . 5 : Su r l a bu reauc ra t i e e t l e s l i t es , p . 153 -193 .

  • 3Las c r i t i cas a l a teo r a marx is ta de l Es tado

    A par t i r de med iados de los aos setenta, de manera notable en I ta l ia , la l i te ratura que se i ncorpor a l ao la rev is ion is ta que s igu i a l a c r is is de l marx i smo p recedida por Luc io Co l le t i , enfat iz e l ca rc terinc ip iente de la teor a po l t i ca marx is ta 9.

    Segn Norber to Bobbio, e l hecho de que Marx no haya redac tado e l l i bro proyec tado sobre e l Es tado ( loque podr a ser un argumento apenas c i rcuns tanc ia l ) , s lo conf i rm e l t ra tamiento sesgado que e l p rob lemarec ib i por par te de esa t rad ic in ter ica. E l Es tado f recuentemente fue pensado como ins t rumenta l (en ladominac in de c lase) , como s imple fuerza repres iva (a l serv ic io de l a burgues a ) o como puro ref le jo (delas dete rminac iones emanadas de la base econmica) . S in embargo, es tar an jus tamente ah -en func in deesa concepc in negat iva del Es tado 10, l igada a l economic ismo carac te r s t i co de su F i los of a de la His to r ia -las d i f i cu l tades p r inc ipa les para e l marx ismo poder temat izar dos p roblemas caros a t oda la t rad ic in delpensamiento pol t i co: e l p rob lema de las formas de gobierno y e l problema corre la t ivo, que polar iz laagenda t er ica de l a Cienc ia Pol t i ca en l a segunda mi tad de l s ig lo XX, e l de las ins t i tuc iones pol t i cas .

    En su esenc ia, e l a rgumento puede ser presentado as : a l ins is t i r en la natura leza de c lase del poder deEstado, los c ls icos del marx ismo no temat iza ron los d iversos modos por los cuales ese poder ser ae je rc ido. Como s iempre es tuv ieron p reocupados por e l qu in de la dominac in pol t i ca y no con e l cmo,en una soc iedad d iv id ida y es t ra t i f i cada en c lases , e l gobie rno, cualqu ie r gob ierno, ba jo cua lqu ie r fo rma(sea democrt ica , sea d i c ta tor ia l ) , es tar a s i empre or ientado a cumpl i r los in t ereses genera les de la c lasedominante, i ndependientemente de su fo rma . Es lo que se desprende del s igu iente pasaje:

    A Ma rx y Enge l s ( y en esa l nea , a un j e fe re vo l uc i ona r i o como Len i n ) , c onvenc idos como es t aban de que l aes f e r a de l a po l t i ca f uese l a es f e r a de l a f ue rza (y en eso ten an comp le t a r a zn ) , s e l e s p r esen t aba s i emp re e lp rob l ema de l a r gumen t o h i s t r i co de es t a f ue r za , i nd i v i dua l i z ado en l a c l ase dom inan te de cad a poca , en vezde l p r ob l ema de l o s d i v e rsos modos po r l os c ua l es esa f ue r za pod a se r e j e rc i da ( que es e l p r ob l ema de l a si n s t i t uc i ones ) 11, r esu l t ando de ah una t eo r a de l Es t ado , s egn N . Bobb i o , esenc i a lmen t e i ncomp l e t a y pa rc i a l 12.

    Problema ter ico pe ro tambin p roblema pol t i co. Los at rasos , lagunas y cont rad icc iones de l a c ienc iapol t i ca marx is ta , sobre e l pa r t i cu la r , to rnaron d i f c i l e l desar ro l lo de una ref l ex in mas ar t i cu lada respec tode l a fo rma de organizac in del Es tado soc ia l i s ta - l a d ic tadura del p ro le ta r iado - y de sus i ns t i tuc ionesespec f i cas . De ah que a una teor a ( negat iva ) de l Es tado cap i ta l i s ta se yux tapone la f a l ta completa deuna teor a soc ia l i s ta de l Es tado.

    Cuando se ver i f i ca que e l in ters de los ter icos del soc ia l i smo por e l problema p rc t ico y u rgente de l aconquis ta de l poder i ndu jo a una mayor atenc in sobre la cues t in del pa r t ido (organizac in revoluc ionar i a) ,que sobre e l Es tado, y que, con base en una conv icc in d i fundida segn la cual una vez conqu is tado e lpoder , e l Es tado ser i a un f enmeno t rans i tor io ( la d i c tadura del p ro le ta r iado ) des t inado a desaparecer en lafu tura soc iedad comunis ta , se puede es t imar e l peso de esos dete rminantes , de acuerdo con Bobb io, en l apoca atenc in f ina lmente dedicada a l p rob lema de las ins t i tuc iones y a l e je rc ic io de l poder 13.

    9 La c r t i c a a Mar x y a l os ma r x i smos pos t e r i o res que r e sume es t a p r opos i c i n puede se r l e da p r i n c i pa lmen t e en Luc i oCo l l e t i . Ul t r apassando o ma rx i smo . Rio de Jane i r o , Fo rense -Un i ve rs i t r i a , 1983 . Sob re e l s ubdesa r r o l l o de l ap roducc i n i n t e l e c t ua l ma rx i s t a en e l dom in i o de l a t eo r a po l t i c a y e conmi ca a pa r t i r de l os aos t r e i n t a , y l ap reva l enc i a de l os e s t ud i os cu l t u ra l es , e s t t i cos y f i l o s f i c os , v e r t amb i n Pe r r y Ande rson . Cons i de ra t i ons on wes t e rnmar x i sm . Lond res , New Le f t Books , 1976 .10 Norber t o Bobb io . A teo r i a das fo rmas de governo na h i s t r i a do pensamen t o po l t i co . B r as i l i a , Ed i to r a de l a UnB , 1980 .p . 154 .11 Norber t o Bobb i o . E x i s t e uma dou t r i na mar x i s t a do Es t ado? . En : No rber t o Bobb i o , e t a l . O marx i smo e o Es t ado . R i ode Jane i r o , Graa l , 1979 . p . 28 - 29 , c u r s i v as nues t ra s . T r ad . mod i f i c ada .12 Norber t o Bobb i o . Democ rac i a soc i a l i s ta? . En : Qua l s oc i a l i smo? Deba t e s obre uma a l t e r na t i va . 2 ed . R io de Jane i ro ,Paz e Te r ra , 1983 . p . 21 - 35 .13 Bobb i o . E x i s t e uma dou t r i na mar x i s t a do Es tado? . Op . c i t . , p . 14 . No hay espac i o pa ra r ea l i z a r aqu una eva l uac i npormenor i z ada de es t as p r opos i c i ones . Nues t r as d i f e r enc i as en r e l ac i n a e l l a s ( espec f i c ament e en re l a c i n a l a teo r amar x i s t a de l Es t ado ) queda rn c l a r as a l o l a rgo de es te a r t cu l o . Las me jo r es obse r vac i ones hechas a aspec tosl a te r a l e s de l a c r i t i ca de Bobb i o - l a f l ag r an t e i nex i s t enc i a , s ea de una teo r a ma rx i s ta de l a po l t i c a , s ea de una t eo r a

  • 4La pos ic in expresada a r r iba fue reforzada y amp l iada por la l i te ratu ra contempornea de Cienc iaPol t i ca, cuya corr i ente hoy predominante -e l neo- ins t i tuc ional ismo- prev una vuel ta a l Es tado y unadenegac in de las determinac iones puramente soc ieta les en e l abordaje de l os procesos h is tr icos .

    Es ta c r t i ca sus tenta, en resumen, que la v is i n que Marx posea del Es tado ( y de la burocrac ia ) erapobre y esquemt ica, y que no habr a , en sus escr i t os , un t ratamiento ms detenido del p rob lema que f uesems a l l de la mera cons tatac in de la natu ra leza de c lase de los procesos de dominac in pol t i ca 14. Comoconsecuenc ia, e l Es tado, en la perspec t iva de Marx , no podr a jams ser abordado como un ac torindependiente , segn l a expres in de Skocpol , es to es , como una var i ab le autnoma o como un f ac torexpl icat ivo, po r derecho p ropio, de los fenmenos soc ia les y po l t i cos . En es ta perspec t iva, no podr a haberpropiamente una teor a marx is ta de l Es tado. I nc luso l o s t rabajos ms rec ientes sobre e l Es tado capi ta l i s ta , apesar de a lgunos avances innegables en lo que se ref iere a l reconoc imiento de la autonoma re la t iva de lopol t i co , no habr an superado esa d i f i cu l tad, po r as dec i r , gent ica de la t eor a po l t i c a marx is ta 15. FredBlock , uno de l os exponentes de es ta i n terpretac in, sos tuvo que e l concepto de autonoma re la t iva de lEs tado capi ta l i s ta re ins ta laba, aunque de manera ms sof is t i cada, e l tenaz reducc ion ismo marx is ta , quecons is t i r a en i dent i f i car poder de Es tado con poder de c lase 16. Es to impos ib i l i tar a tomar e l Es tado y lasoc iedad a par t i r de una perspec t iva re lac ional , lo que dar a a ambos t rminos un peso propio en laexpl icac in soc io lg ica, resul tando as , en una v is in ms comple ja .

    Es te ar t cu lo no p retende hacer un balance de la cont r ibuc in c ls ica y contempornea en e l campo delmarx ismo a f in de conf rontar l a con las c r t i cas de los neo - ins t i tuc ional is tas s in tet izadas ms ar r iba. Nues t roobjet ivo, ms res t r ic t i vo, cons is te en d i scut i r esas in terpretac iones , oponiendo a e l las una l ec tura menossuper f ic i a l y ms atenta de c ier tos pasajes se lecc ionados de l as obras h is tr icas de Marx .

    de l E s tado soc i a l i s t a - deben l ee r se en G i useppe Vacca y en E t i enne Ba l i ba r . Vacca desa rma l a p re t ens i n de Bobb i o des i t ua r l a r e l a t i v a pob reza de t t u l o s de au t o r es mar x i s t as ded i c ados a l a po l t i c a du ran te e l s i g l o XX en f unc in de l a scon t r ad i cc i ones de l ma rx i smo t e r i c o ; Ba l i ba r , po r s u pa r t e , s ub raya e l desprops i t o de ex i g i r s e de Mar x e l desa r r o l l ode un s i s tema de l a s i n s t i t uc i ones de l a s oc i edad soc i a l i s ta o c omun i s t a , una u t op a en sen t i do p r ec i s o de soc i edadfu t u r a . C f r . G . Vacca . D i s co r r endo sob re s oc i a l i smo e democ rac ia . En : No rber t o Bobb io e t a l . O ma rx i smo e o Es tado .Op . c i t . , p . 139 -179 ; y E . Ba l i ba r . E t a t , pa r t i , i d o l og i e : esqu i s se d un p r ob l me . En : Marx e t s a c r i t i q ue de l a po l i t i q ue .Pa r i s , Maspe ro , 1979 . p .107 -167 .14 Como ya obser v Robe r t E . Good i n , e l neo - i n s t i t uc i ona l i smo c omp rende una va r i edad de co r r i en t es te r i c as en l osms d i v e rsos campos de l conoc im i en t o (E conoma , Soc i o l og a , H i s t o r i a , C i enc ia Po l t i c a , e t c . ) Todas e l l as , s i n emba rgo ,compa r t en l a t es i s ms gene ra l s egn l a c ua l l as i n s t i t uc i ones po l t i cas deben se r v i s ta s c omo var i ab l e s exp l i ca t i v asau t nomas , do t adas de una l g i c a p r op ia , y no como r esu l t an t es de l as f ue r zas soc i a l es en con f l i c t o . C f r . I n s t i t u t i onsand t he i r des i gn . En : Robe r t E . Good i n (ed . ) . The t heo r y o f i ns t i t u t i ona l des i gn . Camb r i dge , Camb r i dge Un i ve rs i t y P res s ,1996 . p . 1 y ss . E s t e a r t c u l o no p r e t ende , e v i den t emen t e , d i a l oga r con t odas esas co r r i en t es te r i c as , s i no c on aque l l a sque e l i g i e r on e l ma r x i smo como i n te r l o cu t o r p r i v i l eg i ado . Pensamos aqu pa r t i c u l a rmen t e en e l r epu t ado a r t c u l o deTheda Skocpo l . B r i ng i ng the s t a t e back i n . S t ra t eg i es o f ana l y s i s i n c u r ren t r e sea rch . En : Pe t e r E vans , D i e t r i c hRueschemeyer y Theda Skocpo l . B r i ng i ng t he s t a te back i n . Camb r i dge , Cambr i dge Un i ve r s i t y P ress , 1985 . p . 3 -43 ; ve rtamb i n F red B l oc k . The r u l i ng c l a ss does no t ru l e : no tes on t he ma rx i s t t heo ry o f t he S t a t e y Beyond r e l a t i veau t onomy : s ta t e manager s a s h i s t o r i c a l s ub je c t s . En : Rev i s i ng s t a t e t heo r y . E ssays i n po l i t i c s and pos t i ndus t r i a l i sm .Ph i l ade l ph i a , Temp l e Un i ve r s i t y P res s , 1987 . p . 51 -68 y p . 81 - 96 , r espec t i v amen te ; Ra l ph M i l i band . S t a te powe r andc l as s i n te r es ts . En : C lass powe r and S ta t e power . Lond res , Ve rso /NLB , 1983 . p . 63 -78 ; y J ames G. Ma r ch y J ohan P .O l sen . Red i s cover i ng i n s t i t u t i ons . The O rgan i z a t i ona l Bas i s o f Po l i t i c s . New Yo rk , The F ree P res s , 1989 . Espec i a lmen t ee l c ap . 1 : I ns t i t u t i ona l pe rspec t i ves on po l i t i c s , p .1 - 19 .15 Como se sabe , e l c oncep t o de au tonoma re l a t i v a de l Es t ado cap i t a l i s t a f ue t e r i cament e e l abo rado po r N i c osPou l an t zas en Pouvo i r po l i t i q ue e t c l a sses soc i a l es . E se t r aba j o gene r , que l os au t o res mar x i s t a s , o de i nsp i r a c i nmar x i s t a , r e toma ran l os es t ud i os s ob re e l E s t ado a pa r t i r de l os aos 70 . Fue c i e r t ament e l a p r eocupac in de con j uga rte r i cament e l a i dea de l a na t u r a l eza de c l ase de l apa ra to e s t a t a l c on l a au t onoma r e l a t i v a de ese apa ra t o f r en t e al a s c l ases dom inan t es l a que o r i en t , de d i f e r en t es mane ras , l os t r aba j o s de Joaqu im H i rs ch , C l aus Of fe , E lmar A l t v a te ry Ra l ph Mi l i band , en t r e o t ro s . La pe r spec t i v a neo - i ns t i t uc i ona l i s t a e s una t en t a t i v a de supe ra r l o s l im i t es soc ie t a l i s t as de l os an l i s i s de l o s neoma rx i s ta s re spec t o de l E s tado . En es t e s en t i do , es s i gn i f i c a t i v o e l t t u l o de l a r t cu l o de F r edB lock , r e fe r i do en l a no ta an t e r i o r : Mas a l l de l a au t onoma re l a t i v a : d i r i gen t es es ta t a l es c omo su j e t o s h i s t r i c os . Pa raun re sumen de l as c r t i cas neo - i n s t i t u c i ona l i s t as a l mar x i smo ve r , en t r e o t ro s , C l y de W. Ba r r ow . Cr i t i c a l t heo r i es o f t hes t a t e : ma rx i s t , neo -ma r x i s t , pos t -ma r x i s t . Mad i son , The Un i ve r s i t y o f W is cons i n P ress , 1993 . c ap . 5 .16 F red B l ock . Beyond r e l a t i v e au t onom ie . Op . c i t . , p . 229 .

  • 5Este procedimiento ex ige c ier tas expl icac iones adic i onales y a lgunas palabras , ya sobre e l es tat uto delos tex tos de Marx re fe r idos por nosot ros , ya sobre l a perspec t iva de l ec tura aqu adoptada.

    Como reconoc i N. Poulantzas , los tex tos de los c ls icos de l marx ismo - tan to los de Marx y Engels ,como tambin l os de Lenin y Gramsc i - no t ra ta ron e l n ive l po l t i co de forma s is temt ica ( lo que equiva le adec i r : no rea l iza ron expl c i tamente su teor a , en e l sent ido r iguroso del t rmino) . A l cont ra r io , l o que sepuede encont ra r en sus obras p r inc ipa les son: ( i ) o conceptos en e l es tado prc t ico , es to es , presentes entoda a rgumentac in pero no ter icamente e laborados (pues fueron pensados para d i r i g i r l a ac t iv idad pol t i caen una coyuntu ra concreta , la noc in de par t i do pol t i co revoluc ionar i o , po r e jemplo) ; ( i i ) o e lementos deconoc imiento ter ico de l a prax is po l t i ca y de l a superes t ruc tura del Es tado no inser tos , s in embargo, en undiscurso ordenado (e l concepto de bonapar t ismo , por e jemplo) ; ( i i i ) o , an, una concepc in impl c i ta de llugar y de la func in de l a es t ruc tura pol t i ca en la problemt i ca marx is ta 17 -pero no un t ra tamiento orgnicodel p roblema del Es tado 18.

    Es to, no obs tante, no impid i que a par t i r de l conjun to de los t rabajos de Marx -ya sean l os tex tos sobrela economa capi t a l i s ta ( inc lu ido El Capi t a l ) , l os tex tos de lucha i deolg i ca, o los tex tos pol t i cospropiamente d ichos (de anl is is o de cont ienda) - , se pudiese e laborar y cons t ru i r (y no s implemente ex t raer)una t eor a de l Es tado capi ta l i s ta 19. Aqu , s in embargo, es prec iso ev i ta r e l recurso fc i l a l as c i tasconsagradas y a lo que Norber t o Bobbio l l am, con razn, reverenc ia exagerada a los pasa jes c ls icos o alos in trpretes autor izados 20.

    As es que in tentamos rea l izar una l ec tura de las obras h is t r icas de Marx -conjunto de t tu l os , esc ier to , bas tante heterogneos , redac tados en c i rcuns tanc ias d is t in t as y d i r ig idos a un pbl ico var iado -c i rcunscr ib i endo, dent ro de los muchos pos ib les , un tema en espec ia l : e l Es tado; y , dent ro de l , e l problemarefe r ido a l es tatuto t e r ico de l a noc in de aparato de l Es tado por sobre la cues t in, cent ra l en la teor amarx is ta de la po l t i ca, de la dominac in de c lase. De manera concordante con la pos ic in presentada msarr iba, no ex t ra j imos de las obras h is t r icas c i e r tos pasajes que i lus t rasen es te p rob lema, s i no quet ratamos de ( re )e labora r e in terpreta r es tos tex tos a la luz de es ta c lave espec f i ca de lec tu ra.

    De acuerdo con nues t ro a rgumento, los an l is is po l t i cos de Marx expues tos en La Burgues a y la cont ra -revoluc in (1848) , en La l ucha de c lases en Franc ia de 1848 a 1850 (1850) y en E l d iec iocho b rumar io deLuis Bonapar te (1852) cons iguen conjugar de manera notab le dos n ive les d is t i n tos de anl is is .

    En un n ive l ms genera l y abs t rac to, Marx de hecho comprende los Es tados f rancs y a lemn sobre todo,a par t i r de sus func iones produc t ivas . En es te sent i do, la autonoma que es tas ins t i tuc iones adquie ren endete rminadas s i tuac iones h is tr icas no hace de e l las una fuerza soc ia l autnoma o separada de lasoc iedad. Desde es te punto de v is ta reproduc t ivo , e l Es tado es la forma pol t i ca de l a soc iedad burguesay e l poder de Es tado se i dent i f i ca p lenamente con e l poder de c lase. Su papel rep roduc t ivo f rente a l ordensoc ia l -c r i te r io fundamenta l para def i n i r e l carc te r de c lase del Es tado - se hace ev idente en e l pasaje enque se evalan los efec tos de l a autonoma del Es tado bonapar t is ta para la reproducc in ampl i ada delcapi ta l i smo i ndus t r ia l f rancs :

    E l impe r i o f ue ac l amado de un ex t r emo a o t r o de l mundo como e l s a l v ado r de l a s oc i edad . Ba jo s u p r o tecc i n ,l a s oc iedad bu rguesa , l i b r e de p r eocupac i ones po l t i c as , c ons i gu i un desa r r o l l o que n i e l l a m i sma esperaba .Su i ndus t r i a y su c omer c i o adqu i r i e r on p ropo rc i ones g i gan t escas ; l a e specu l ac i n f i nanc ie r a r ea l i z bacana l escosmopo l i t as ; l a m i se r i a de l as masas r e sa l t aba sob re l a u l t r a j an t e os t en t ac i n de un l u j o s un tuoso , f a l s o ei n fame . E l pode r e s t a ta l , que apa ren t emen t e f l u c t uaba po r sob re l a soc i edad , e r a de hecho su mayo r es cnda l o

    17 Cf r . N i c os Pou l an t zas . Pouvo i r po l i t i q ue e t c l as ses soc ia l e s . Pa r i s , Maspero , 1971 . v . 1 . p .14 .18 La exp res in es de Luc i ano Gupp i . C f r . Tudo comeou com Maqu i ave l (a s c oncepes de Es tado em Mar x , Enge l s ,Len in e G ramsc i ) . Po r t o A leg re , L&PM, 1983 . p . 28 . Ve r t amb in Jean -C l aude G i r a r d i n . Sur l a t heo r i e mar x i s t e del E t a t . Les temps mode rnes , Pa r i s , s e t . / ou t . 1972 . n 314 -315 , p . 634 -683 .19 Es t a es l a pos i c i n , po r e j emp l o , de au t o r es t an d i f e ren tes en t r e s c omo N i cos Pou l an t zas ( Pouvo i r po l i t i q ue e tc l as ses soc i a l e s , op . c i t . , p . 17 ) Luc i ano Grupp i ( op . c i t . , p . 45 - 46 ) y J ohn M. Magu i r e . C f r . o seu Ma rx s t heo ry o f po l i t i c s .Camb r i dge , Cambr i dge Un i ve r s i t y P ress , 1978 ( t rad . Esp . Marx y s u teo r a de l a po l t i c a . Mx i c o , D .F . Fondo de Cu l t u r aEconmi ca , 1984 ) . Pa ra Magu i re , e l es t ud i o de l a s ob ras obras po l t i c as de Ma rx pe rmi te ap rehende r v a r i as he r r ami en t as t i l e s pa ra e l an l i s i s po l t i co ( dem, p . 15 )20 E x i s t e uma dou t r i na ma rx i s ta do Es t ado ? , op . c i t . , p . 22 .

  • 6y e l c r i adero de t odas sus co r r upc i ones 21.

    Con t odo, en un n ive l de anl is is ms coyuntura l , en que se leen los an l is is de las l uchas po l t i cas degrupos , facc iones y f racc iones de c lase, es pos ib le perc ib i r a l Es tado como una i ns t i tuc in dotada derecursos organizac ionales propios , recursos s tos que le conf i eren capac idad de in ic ia t iva y capac idadde dec is in 22. En la lucha pol t i ca concreta, los grupos pol t i cos y las c lases soc ia les perc iben a l Es tadocomo una poderosa ins t i tuc in capaz de def in i r la d is t r ibuc in de recursos d ive rsos ( ideolg icos ,econmicos , po l t i cos) en e l in t e r io r de la soc iedad. En f unc in de es to, luchan ent re s pa ra cont ro lard i rec tamente o in f l u i r a la d is tanc ia sobre las d i feren tes reas del aparato es ta ta l . En es te n ive l de anl i s ises pos ib le admi t i r a l Es tado, de un lado, y a l a c lase, de ot ro , como r eal i dades d is t in tas y autnomas ; espos ib le , po r lo tanto, pensar e l poder de Es tado como d is t in to de l poder de c lase y en re lac in conf l i c t i vacon l . Hay , as , en la l e t ra de l os tex tos de Marx , y es te es e l cent ro de nues t ra argumentac in, c ie r tasind icac iones que permi t en tomar a l Es tado tamb in como ins t i tuc in , segn l a expres in tan en boga 23.El Es tado en las obras h is t r icas de Marx

    Los anl is is po l t i cos de Marx s iempre tuv ieron presente l a d i ferenc ia dec i s iva ent re e l aparato deEstado y e l poder de Es tado. Fue p rec isamente la a tenc in dedicada a l pr imero l o que permi t i enfa t izarot ras dos d i ferenc ias cor re la t ivas : ent re la c lase (o f racc in) econmicamente dominante y la c lase (of racc in o g rupo) po l t i camente gobernante; y ent re e l poder es tata l y e l poder gubernamenta l . Es te l t imoproblema puede ser comprendido mejo r cuando se cons idera la opos ic in que e l auto r es tab lece ent re e lpoder rea l y e l poder nominal de las c lases soc ia les . De hecho, una c lase (o f racc in de c lase) determina dapuede poseer la d i recc in de l Es tado -es to es , e l gobie rno p ropiamente d icho - s in , no obs tan te,cons t i tu i rse en c lase dominante, y v iceversa. Es te es , por c ier t o , un tema caro a toda una c ier ta t rad ic inmarx is ta -Gramsc i , po r e jemplo - .

    En las obras aqu temat izadas , la d is t inc in ent re poder rea l y poder nominal cumple exac tamente lafunc in de enfat izar l a impor tanc ia de l a d imens in i ns t i tuc ional de l Es tado en la l ucha pol t i ca. Comopretendemos demost ra r a cont inuac in, e l predomin io po l t i co de una dada ( f racc in de) c lase en unacoyuntura h is tr ica espec f i ca pasa, en gran par te , por su capac idad de cont ro la r o in f lu i r en un rea delaparato de Es tado que concent ra e l poder rea l . Es te poder rene una cant i dad de recursos ins t i tuc ionales(presupues to, admin is t rac in, repres in) que conf i eren a l rea en que es tn concent rados e l poder de tomardec is iones y a la c lase que a l l se ins ta la las r iendas de la admin is t rac in ( las expres iones son l i te ra les ) .Los anl is is h is tr icos emprendidos por Marx revelan, ent re ot ros e lementos bas tante suges t ivos , laocur renc ia de una lucha i n tensa ent re l as c lases y f racc iones dominantes por e l cont ro l de esos aparatos . Enes te sent ido, las luchas pol t i cas que se sucedie ron en A lemania en 1848 y en Franc ia e n e l per odo que vadesde 1848 a 1851 demuest ran, a l cont ra r io de lo que sos t ienen los neo- i ns t i tuc iona l is tas , una concepc inre lac ional de l par Es tado y c lases dominantes , concepc in s ta que s lo podr a ex is t i r en la med ida enque Marx poseyese, de hecho, una comprens in de l Es tado como real idad ex ter i or a l as c lases .

    21 K. Mar x . A gue r r a c i v i l na F r ana . En : Ka r l Mar x y F r i ed r i c h Enge l s . Obras es co l h i das . So Pau l o , A l f a -mega , s . d .v . 2 . , p . 80 .22 S i en t endemos por o r gan i z ac in una asoc i ac i n humana do t ada de es t r uc tu r as d i f e r enc i adas y j e r a rqu i z adas ,poseedo ra de r e cu r sos p rop i o s con base en l o s cua l e s s us agen tes pueden pe r segu i r ob j e t i v os espec f i c os , pe rc i b i remosque es t e t rm i no - o r gan i z ac i n - es ms adecuado a l o s ob j e t i v os de es t e a r t cu l o que e l concep t o de i ns t i t uc i n , quenorma lmen t e se r e f i e r e a l a ex i s t enc i a de compo r t ami en t os r ecu r r en t es soc i a lmen te s anc i onados . S i c on t i nuamosu t i l i zando en o t ro s pasa j es e l t rm i no i ns t i t u c i n , eso se debe a s u uso co r r i en te po r l a l i t e r a t u r a neo - i n s t i t uc i ona l i s t aen gene ra l , y po r a l gunos de nues t r os i n te r l o cu t o res , en pa r t i c u l a r .23 La d i s t i n c i n de a r r i ba , en t r e dos n i v e l es de abs t ra cc i n p resen t es en l a t eo r a po l t i c a de Ma r x , no es , obv i amen t e ,o r i g i na l . N i cos Pou l an t zas f ue qu i en l a s i s t ema t i z po r p r ime ra vez , a pa r t i r de l p r op io Ma rx , en Pouvo i r po l i t i que e tc l as ses soc ia l e s . Su a r gumen to en f a t i z a l a f unc i n gene ra l , o s i s t mi ca , de l Es t ado como fa c t o r de cohes i n soc ia l ( or ep roduc t o r de l a s r e l ac i ones de ( domi nac i n de ) c l ase ) ; y e l t r azo ca rac te r s t i c o , o h i s t r i c o , de l E s t ado cap i t a l i s t a ene l c ampo de l a l ucha de c l as es : s u au t onoma r e l a t i v a f r en t e a l as c l ases y f r ac c i ones dom i nan tes . An as , Pou l an t zasse p r eocup , e senc i a lmen t e , de l p r ime r n i ve l de an l i s i s , es to es , de t eo r i z a r a ce r ca de l a na t u r a l eza de c l ase de lEs t ado a par t i r de s us f unc i ones rep roduc t i v as en e l i n t e r i o r de l modo de p r oducc i n cap i t a l i s t a . En es t e t r aba jo , nosgus ta r a i ns i s t i r , t amb in a pa r t i r de l p rop i o Ma rx , en l a impo r t anc ia de l o s aspec t os i n s t i t uc i ona l e s de l Es t ado pa raen t ende r s u r e l ac i n con f l i c t i va c on l a s c l a ses y f r ac c i ones domi nan t es y sus c onsecuenc i as po l t i c as .

  • 7Dnde, en Marx , se debe lee r ese p rob lema?En la se r i e de l os cuat ro a r t cu los publ icados a f ines de 1848 en la Nueva Gaceta Renana -rgano de la

    democrac ia, [en donde] Marx anal i za las razones del f racaso de la revoluc in ant i feudal y de la fundac in deun domin io po l t i co espec f i camente burgus en A lemania 24. Retomando aqu la cues t in cent ra l : por qu, en1848 en A lemania, no se rep i t i e l 1648 i ng ls o e l 1789 f rancs?

    Los acontec imientos de marzo a d ic iembre demost ra ron que, ya bajo Camphausen, ya bajo e l Min is te r iode la Acc in (Hansemann) , aunque la burgues a a lemana fuese l a detentadora nominal de l poder ,cont ro lando efec t ivamente la d i recc in del Es tado prus iano (p .119 y p. 126) , en func in de sus ret rocesos eindec is iones f rente a l as re iv ind icac iones democr t icas del pueblo y de l a asunc in exc lus iva de sus in te reses ms es t rechos e inmediatos (p .132) , la cont ra revoluc in feudal (p .132) , rep resentada por laant i gua democrac ia y por e l ant iguo e j rc i to (p . 111) , lea les a l a co rona, t ermin por apodera rse de t odoslos pues tos dec is ivos (p.111) de l aparato de l Es tado , garant izando as , la res taurac in del ant iguo o rden 25.

    La burgues a prus iana e ra la detentado ra nominal de l poder ; n i por un i ns tante e l la dud que l as fue rzas(en l a t raducc in ut i l i zada: puissances ) de l v ie j o Es tado hub iesen s ido pues tas s in excepc in a sudispos ic in, y que se hubiesen t rans formado en aux i l iares dedicados a su p ropia omnipotenc ia.

    No s lo en e l min is te r io , s ino en todo mbi to de la monarqua, la burgues a es tuvo embr iagada por esai lus in 26.

    Cmo pudo ocur r i r eso? O, ms prec isamente: cul es la fuente de esa i l us in? La c reenc ia segn l acual es tando en l a d i recc in del Es tado (en e l gobie rno: a l f rente de l gab inete min is te r ia l ) , la burgues aprus iana t endr a tambin bajo su cont ro l e l poder de Es tado. Ese e r ror es t ra tg ico permi t i que e l la seinvolucrara en l a repres in de cua lqu ie r mov imiento po l t i co de l p ro le tar i ado y de todos l os es t ra tos soc ia lescuyos in tereses no co inc id an d i rec tamente con los suyos . Y que ese mov imiento impl icase e lfor ta lec imiento de las ant i guas ins t i tuc iones repres ivas : la v ie ja po l ic a p rus iana, la j us t ic ia , la burocrac ia,e l e j rc i to -porque Hansemann c rea que, es tando es tos a sueldo, tambin es taban a l se rv ic io de laburgues a 27. Fue exac tamente es ta base ins t i tuc ional la que permi t i a las ant iguas fuerzas soc ia lesorganiza r la cont ra - revoluc in feudal .

    Veamos e l mismo p rob lema -el defasa je ent re e l poder rea l y e l poder fo rmal - desde ot ro punto de v is ta .Cmo se expresa en e l propio mbi to de l aparato de l Es tado?

    En e l seno del aparato de l Es tado, so lamente a lgunas reas detentan, en per j u ic i o de ot ras , poderefec t ivo , o , ms apropi adamente, capac idad dec isor i a rea l - lo que Marx denomina, en ot ro lugar , como(capac idad de) in ic i a t iva gubernamenta l - 28. Concre tamente, e l poder po l t i co se concent ra en nc leosespec f i cos del aparato de l Es tado; s tos , a su vez , pueden ser ocupados d i r ec tamente (o cont ro lados , oin f lu i dos) por d i fe rentes c lases soc ia les ; en es te caso, e l poder re la t ivo de cada una de e l las serdete rminado por l a p rox imidad o d is tanc ia que mantenga en re lac in a l cent ro dec isor i o ms impor tante. Eslo que se desprende, por e jemplo, de l s igu iente pasaje:

    Un ob re ro , Ma rche , d i c t e l dec r e to po r e l c ua l e l r e c i n f o rmado Gob i e r no p r ov i so r i o [ sa l i do de l aRevo l uc i n de f eb r e r o de 1848 en F ranc ia ] s e c omprome t a a asegura r l a s upe r v i v enc i a de l os ob re ros po rmed i o de l t r aba j o y a p r opo r c i ona r t r aba j o a t odos l o s c i udadanos , e t c . Y c uando , a l gunos d as ms t a r de , e lGob ie r no , o l v i dndose de sus p r omesas , pa rec i haber pe rd i do de v i s t a a l p r o l e ta r i ado , una masa de ve i n t eope ra r i os se d i r i g i a l Ho te l de V i l l e a l os g r i t o s de : O rgan i z ac i n de l t r aba j o ! C reac in de un mi n i s t e r i oespec ia l de l t r aba jo ! . A d i s gus t o y despus de l a rgos deba t es , e l Gob ie r no p r ov i s o r i o des i gn una com is i nespec ia l pe rmanen t e enca rgada de i n ves t i ga r l os med i os pa ra me jo r a r [ l as cond i c i ones de v i da ] de l as c l ases

    24 Ve r Ka r l Ma rx . Oeuv res . Po l i t i q ue . Rvo l u t i on e t c on t re - r vo l u t i on en Eu rope . A r t i c l es dans l a Neue Rhe in i s che Ze i t ung( 1848 -1849 ) . T r ad . Max im i l i en Rube l . Pa r i s , Ga l l ima rd , 1994 . v . 4 . t . 1 .B i b l i o thque de La P l i ade . Las secc i ones c i t adasde es t e l i b r o f ue r on aque l l as que t rad i c i ona lmen t e s on r eun i das ba j o e l t t u l o La bu rgues a y l a c on t r a - r e vo lu c i n , yque co r r esponden a l os a r t cu l o s de l 10 , 15 , 16 y 31 de d i c i embre de 1848 . C f r . p . 110 -135 . Todos l os pasa j esr ep roduc i dos y ana l i z ados a c on t i nuac in f ue r on t r aduc i dos po r noso t ro s a pa r t i r de l a ed . f r ancesa .25 Todas l as e xp res i ones en t r e com i l l as son de Mar x c f r . Rvo l u t i on e t c on t r e - r vo l u t i on en Eu rope , op . c i t . , p . 110 y s s . ,cu r s i v as de l o r i g i na l .26 Marx . Rvo l u t i on e t c on t r e - r vo lu t i on en Eu rope , op . c i t . , p . 119 , cu rs i v as de l o r i g i na l .27 I dem , i b i dem , p . 126 y 128 , r e spec t i v amen te , c u rs i v a en e l o r i g i na l .28 Cf r . Mar x . Ceuv res . Po l i t i q ue . Les l u t t e s de c l as ses en France . 1848 a 1850 . Op . c i t . p .310 .

  • 8t r aba j ado ras . Esa comi s i n fue cons t i t u i da po r de l egados de l a s c o r po rac i ones de l os o f i c i o s de Pa r i s yp res i d i da po r Lou i s B lanc y A l be r t . E l Pa l a c i o de Luxembu rgo l e s f ue des t i nado como sa l a de reun i ones . As , l osr ep resen t an tes de l a c l a se ob re r a f ue r on exc l u i dos de l a s ede de l Gob ie r no p r ov i s o r i o , hab i endo l a f r ac c i nburguesa de s t e c onse rvado exc l u s i vament e en sus manos e l pode r r ea l de l Es t ado y l a s r i endas de l aadm i n i s t ra c i n ; y , a l l ado de l os M i n i s t e r i os de F inanzas , de Come rc i o , de Obras Pb l i c as , a l l ado de l a Banca yde l a Bo l sa , se i rgu i una s i nagoga soc i a l i s t a , c uyos sumos sace rdo t es , Lou i s B l anc y A lbe r t , t en an po r t a r eadescub r i r l a t i e r r a p r omet i da , i n t r oduc i r e l nuevo evange l i o y da r t r aba j o a l p r o l e ta r i ado de Pa r i s . A d i f e r enc iade cua l qu i e r pode r e s t a ta l p r o f ano , no d i s pon an n i de p r esupues to , n i de c ua l qu i e r pode r e j ecu t i v o . E r a c on l acabeza que t en an que de r r i ba r l o s p i l a r es de l a s oc i edad bu rguesa . M i en t r as e l Luxemburgo buscaba l a p i ed raf i l oso f a l , en e l Ho t e l de V i l l e se acuaba l a moneda en c i r c u l ac i n 29.

    Esto ind ica que e l Es tado (o, mas exac tamente e l s is tema i ns t i tuc ional de los aparatos del Es tado) es unconjunto comple jo con n ive les dominantes - lo que Marx l lama tambin pues tos dec isor ios 30- , desde dondese cont ro lan efec t ivamente las r i endas de l a admin is t rac in , y n ive les subord inados (con n ingn podere jecut ivo , como se v io) ; la ta rea de l anl is is po l t i co marx is ta es , jus tamente, determinar cules son losaparatos en que se concent ra e l ve rdadero poder de Es tado . Lo que se podr a l lamar cent ro(s ) de poderrea l es , en es te contex to, e l l ugar impresc ind ib le para e l e je rc ic io de la hegemona de c lase. Es necesar i oenfat iza r , por l o tanto, que e l poder rea l es la emanac in d i rec ta de una ser i e de recurs os i ns t i tuc ionales - laadmin is t rac in, e l presupues to, e l poder e jecut ivo, e tc . - , concent rados en un rea espec i f i ca de l aparatoes tata l , y que, a t ravs de e l la , conf i ere a la c lase soc ia l que lo cont ro la una pos ic in super io r en l a luchapol t i ca. La opos ic in ent re e l pa lac io de Luxemburgo y e l Hote l de V i l l e es e locuente a l respec to.

    A su vez , la ar t i cu lac in ent re la es t ruc tura burocrt ica del Es tado y la hegemona pol t i ca puede sercomprendida mejo r cuando se s iguen l os anl is is de Marx a l respec to de l a po l t i ca f rancesa en e l per odoque antecede e l go lpe de d ic iembre de 1851.

    La Revoluc in de Febrero, habiendo afec tado l a dominac in exc lus iva de la a r is toc rac ia f i nanc ieraconsagrada por la Monarqua de Ju l io 31, posea como tarea fundamenta l consumar la dominac in burguesa,hac indola ent ra r en e l c rcu lo de l poder po l t i co t odas las c lases poseedoras 32. Es te compromiso c r t i coser, con todo, def i n i t i vamente roto a comienzos de nov iembre de 1849 con l a renunc ia de l min is te r io Bar rot -Fal loux y e l ascenso del m in is ter i o d Hautpoul . Cul es e l sent ido esenc ia l de ese cambio de gobierno? Enuna palabra, l a res taurac in de l a hegemona de la ar is toc rac ia f i nanc iera a t ravs del cont ro l de un cen t rode poder dec is ivo.

    De acuerdo con e l propio Marx , e l min is t ro de F inanzas del nuevo Gabinete se l lamaba Fould. [Achi l le ]Fould en e l min is ter io de F inanzas es la renunc ia of ic ia l de l a r i queza nac iona l f rancesa a la Bolsa , laadmin is t rac in de l pat r imonio de l Es tado por l a Bol sa en e l in te rs de l a Bol sa. Co n e l nombramiento deFould, la a r is toc rac ia f i nanc iera anunc iaba su res taurac in [ en e l poder ] en e l Moni teur ( . . . ) La repbl icaburguesa ( . . . ) puso en e l l ugar de l os nombres sagrados los nombres propios burgueses de los i n tereses dela c lase dominante ( . . . ) Con Fould, l a i n ic ia t iva gubernamenta l caa de nuevo en las manos de la a r is toc rac iaf inanc ie ra 33.

    Ahora b ien, como se ve, ese v i ra je fundamenta l en e l seno del b loque en e l poder se da prec isamente at ravs de l a recuperac in del Min is te r io de F inanzas y de l mantenimiento de es te aparato en la medida enque l representa e l lugar -sede del poder efec t ivo. Todas las luchas pol t i cas de es te subper odo que va del13 de jun io de 1849 has ta e l 10 de marzo de 1850 pueden ser resumidas en es te ep isodio de ( re)conqui s tadel poder e jecut ivo :

    29 Marx , Les l u t t es de c l a sses en F rance , op . c i t . , p . 245 -246 . Los pasa j e s en negr i t a f ue r on des t acados po r Ma r x ; encu r s i v a po r noso t r os . N de l T : en l a pub l i c ac i n de es t e a r t c u l o en l a Rev i s t a C r t i c a Mar x i s t a no apa rece t ex t o enneg r i t a .30 I dem , i b i dem , p . 255 .31 Ba j o Lou i s -Ph i l i ppe , no e r a l a bu rgues a f r ancesa qu i en domi naba , s i no apenas una f r ac c i n de e l l a , l os banque ros ,l o s r e yes de l a bo l s a , l o s r e yes de l o s f e r ro ca r r i l es , l os p r op i e t a r i os de l a s m i nas de ca rbn y de h i e r r o , de l o s bosques ,una pa r te de l a p r op i edad r u r a l a l i ada a s tos - en una pa l ab ra : l a ar i s to c rac i a f i nanc ie r a . E ra e l l a qu i en ocupaba e lt r ono , qu ien d i c taba l as l eyes en l as Cma ras , e r a e l l a qu i en d i s t r i bu a l os c a rgos pb l i cos desde e l m i n i s t e r i o has t a l atabaque r a . Ma rx , Les l u t t es de c l as ses en F rance , op . c i t . , p . 238 .32 I dem , i b i dem , p . 244 .33 I dem , i b i dem , p . 309 -310 , c u rs i v as nues t r as .

  • 9E l M i n i s t e r i o Ba r r o t - Fa l l oux fue e l p r ime ro y e l l t imo mi n i s t e r i o pa r l amen ta r i o c reado po r Bonapa r te . Sudes t i t u c i n [ en nov i embre de 1849 ] mar ca , a s , un v i r a j e dec i s i vo . Con es t o , e l pa r t i do de l o r den [ e s t o es , l aa l i anza en t re l eg i t im i s t as y o r l ean i s t as ] pe r d i , pa ra nunca ms r econqu i s ta r , una pos i c i n i nd i spensab l e pa rae l man t en im i en t o de l r g imen par l amen ta r i o , e l as i de ro de l pode r e j e cu t i v o . Po r l o dems , es obv io que en unpa s como Franc i a , donde e l pode r e j e c u t i v o c omanda un e j rc i t o de f unc iona r i os que cuen t a c on ms de med i omi l l n de i nd i v i duos y po r l o t an t o man t i ene cons t an t emen t e una i nmensa masa de i n t e reses y de ex i s t enc i a s enla ms abso l u t a dependenc ia ; donde e l Es t ado r ene , c on t r o l a , r egu l a , supe rv i s a y man t i ene ba j o t u t e l a a l asoc i edad c i v i l ( . . . ) ; donde , a t r a vs de l a mas ex t rao rd i na r i a cen t ra l i z ac i n , e se cue rpo de pa rs i t o s adqu i e r euna ub i c u i dad , una omn is c i enc i a , una capac idad de ace le r ada mov i l i dad , y una e l a s t i c i dad que s l o encuen t r anpara l e l o en l a dependenc i a desamparada , en e l c a r c t e r c a t i c amen te i n f o rme de l c ue rpo po l t i c o r ea l - es obv i oque en t a l pa s l a Asamb l ea Nac i ona l p i e r de t oda l a i n f l uenc i a r ea l c uando p i e r de e l c on t r o l de l a s c a r t e rasmi n i s t e r i a l e s ( . . . ) 34.

    La a r is toc rac ia f inanc ie ra recorre as e l camino inverso de l Par t i do del Orden. E l la v io afec tada suinf luenc ia po l t i ca por la revoluc in de 1848, pero, en e l d iscur r i r de la Repbl ica, lucha para recupera r la .Tal recuperac in se d io a t ravs de la reconquis ta de l Min is t e r io de F inanzas y de l mantenimiento de eseaparato en l a condic in de aparato que concent ra e l poder efec t ivo. Cuando Bonapar te des t i tuy e l Min is ter i oOdi lon Bar rot y en su lugar nombr a Achi l l e Found, es t en verdad permi t iendo la recuperac in de lapos ic in p r iv i leg iada que la ar is toc rac ia f inanc iera ocupaba dent ro de l aparato de l Es tado bajo LouisPhi l ippe.

    A par t i r de es tos e lementos , es pos ib le es tablecer dos c r i ter i os fundamenta les que, combinados conot ros , permi ten descr ib i r y expl icar la conf igu rac in concreta asumida por e l s is tema es tata l : en un p r imerp lano, e l la obedece a la var i ac in en la co r re lac in de fuerzas ent re l as reas e jecut ivas que componen e laparato de l Es tado, de acuerdo con su par t i c i pac in efec t iva en e l proceso dec iso r io ( recurdese, pore jemplo, la opos ic in que Marx es tab lece ent re e l Palac io de Luxemburgo y e l Hote l de V i l le ) ; l uego, esprec iso cons idera r la re lac in de competenc ia y predomin io ent re e l E jecut ivo y e l Legis la t ivo ( la AsambleaNac ional ) en e l to r tuoso proceso de def i n ic in de las po l t i cas gubernamenta les . Juntos , e l los puedenindica r , con razonable margen de segur idad, e l domic i l io de l poder efec t ivo en e l in t er i or de l aparatoes tata l .

    En suma: en la coyuntura pol t i ca ana l izada por Marx , e l p redomin io po l t i co de una f racc in dada dec lase dev iene del cont ro l o in f l uenc ia que esa c lase (o sus representantes ) puede e jercer sobre e l aparatoque concent ra e l poder efec t ivo. Parece d i f c i l , por lo tanto, sos tener que Marx menosprec ie la impor tanc i adel Es tado como ins t i tuc in para entender l a conf i gu rac in p rec isa de l as re lac iones de f uerza en la escenapol t i ca en una s i tuac in h is tr ica dada. Dec i r l o , impl ica, necesar i amente, no cons idera r todos los pasa jesprecedentes . Lo que se perc ibe a l l son los va r ios grupos y c lases soc ia les en lucha por e l cont ro l de losrecursos ins t i tuc iona les monopol i zados por e l apara to es tata l , o , ms espec f i camente, po r a lgunas de susreas . S i e l Es tado fuese una ins t i tuc in s in mucha impor tanc ia, cmo Marx pod r a haber l o p resentadocomo e l mayor ob jeto de deseo de l as c lases soc ia les en lucha? E l Es tado, ta l como fue pensado por Marxen sus obras h is t r icas , cons t i tuy e l ob jet ivo p r imord ia l de l a lucha pol t i ca exac tamente por concent ra r unenorme poder dec iso r io y una s ign i f i cat iva capac idad de as ignac in de recursos 35.

    34 Ka r l Ma rx . The E igh t een th B ruma i re o f Lou i s Napo l eon . Mosc . P rog ress Pub l i sche rs , s . d . des t acados nues t r os .Mar x /Enge l s I n te r ne t A r ch i v e ( h t t p : / /www .ma r x i s t s . o rg / a r ch i v e /ma rx /wo rk s / 1852 -18b / i ndex .h tm ) . Pa ra l a ed i c i n enpor t ugus , v e r O dezo i t o b r umr i o de Lu s Bonapar t e . En : Kar l Ma rx . Manusc r i t o s econmi co - f i l os f i cos e ou t ro s t ex to sesco l h i dos . 2 ed . So Pau l o , Abr i l Cu l tu r a l , 1978 . Co l . Os pensadores , p . 357 -358 .35 Dev i ene de ah t amb in l o s i gu i en t e : e l hecho de que l a s c l ases y f r a c c i ones domi nan tes f r ancesas t engan x i t o ( of r a casen ) en e l con t ro l d i r e c t o o i nd i r e c t o s obre e l c en t r o de l pode r r ea l de l apa ra t o de l Es t ado - l o que pod r acon f i gu r a r un c i e r t o i ns t r ument a l i smo - es un da t o h i s t r i co y no un v i c i o de o r i gen de l a t eo r a ; e s e l re su l t ado de l aev idenc ia h i s t r i c a y no un p r esupues t o t e r i c o .

  • 10

    Aparato y poder de l Es tado

    La teor a marx is ta de l es tado ha s ido acusada por los neo - ins t i tuc ional is tas de comete r e l grave e r ror demenosprec ia r e l Es tado como ins t i tuc in. Esa incapac i dad ser a consecuenc ia i nev i tab le de l nfas is marx i s taen e l carc ter de c lase de l aparato es tata l , lo que, a su vez , tornar a impos ib le , dent ro de es ta perspec t ivater ica, l a e laborac in de una teor a de l Es tado p rop iamente d icha.

    Buscamos demost ra r , en l a secc in ante r io r , que los anl is is hechos por Marx en las l lamadas obrashis tr icas enfat izan en e l Es tado como una ins t i tuc in separada de las c lases y f racc iones dominantes ,dotada de recursos propios y , sobre todo en e l caso f rancs , p ropietar i a de una a l ta capac idad de i n ic ia t iva ydec is in. Es esa d imens in ins t i tuc ional de l Es tado l a que mot iva a los g rupos y c lases soc ia les a conqui s tarun espac io p r iv i leg iado en su i n te r io r . La escena pol t i ca f rancesa de 1848 a 1851 es e l escenar io de l alucha ent re l as c lases soc ia les antagnicas , po r un l ado, y l as c lases y f racc iones dominantes , por o t ro , porla conquis ta, aumento o consol idac in de su in f luenc ia po l t i ca respec t iva sobre las ins t i tuc iones del Es tado.Es ta es , s in duda, una v i s in en l a c ual Es tado y c lase cons t i tuyen polos autnomos de una mismarelac in.

    An as , es prec iso seala r , s i no queremos hacer de Marx un i ns t i tuc ional is t a avant la l e t t re , que susanl is is y los es tudios de l os te r icos marx is tas en genera l , sobrepasan la d imens in inmediata de la luchapol t i ca coyuntura l y de l aspec to ins t i tuc ional de l aparato de l Es tado.

    Reconocer l a autonoma del Es tado, su rea l i dad ins t i tuc ional , su lg ica propia y los in tereses espec f i cosde l os agentes es tata les no puede, segn Marx y los marx is tas , imped i r que se p lantee la s igu ientepregunta: qu re lac iones soc ia les reproducen las acc iones del Es tado autnomo? Fue p rec isamente at ravs del concepto de poder de Es tado que l os marx is tas buscaron responder esa pregunta.

    Nicos Poulantzas enfat iz que

    Las d i v e rsas i ns t i t u c i ones soc i a l es y , espec ia lmen te , l a i n s t i t uc i n es t a ta l no poseen , e xac t ament e , pode r . Lasin s t i t uc i ones , c ons i de radas desde e l pun to de v i s t a de l pode r , so l ament e puede se r r e l a c i onadas a l a s c l asessoc i a l es que de t en t an pode r . Ese pode r de l a s c l ases soc i a l e s e s t o r gan i z ado , en su e j e rc i c i o , en i n s t i t uc i onesespec f i c as , en cen t r os de poder , s i endo e l Es t ado , en es t e c on t ex t o , e l c en t r o de l e j e r c i c i o de l poder po l t i co 36.

    El problema del poder de l Es tado es ter icamente d is t in to de l p rob lema del aparato es tata l . Mient rases te l t imo se ref iere a la d imens in i ns t i tuc ional , aqul procura i dent i f i ca r l as re lac iones soc ia les que sonpr i or i ta r i amente garant izadas a t ravs de las pol t i cas pbl icas p romov idas por e l Es tado. Detenta r a e lpoder de Es tado , por l o tanto, l a c lase soc ia l que t uv iese asegurada, por l as acc iones es tata les , supos ic in pr iv i l eg iada en l a es t ruc tura p roduc t iva de l a soc iedad en anl is is .

    S i de jamos de l ado los pe l igros de un f unc ional ismo exces ivo que puede deveni r de es ta pos ic in t e r ica-y que cons is t i r a en presuponer la func ional i dad del Es tado para los i n tereses a largo p lazo de la c lasedominante - parece innegable que e l la representa un avance en re lac in a l a p roblem t ica neo-ins t i tuc ional is ta . Ident i f i ca r las espec i f i c idades de l aparato es tata l y e l o r igen espec f i camente buroc r t icode determ inadas medidas es s lo un p r imer paso en e l anl is is de la re lac in ent re Es tado y soc iedad .Aseverar l a d isputa ent re Es tado y c lases dominantes no nos auto r iza n inguna conc lus in, s i no nospreguntamos sobre l os resul tados de ese conf l i c to respec to a las re lac iones soc ia les que es t ruc tu ran unaformac in soc ia l dada. Es c ier to que e l nfas is de los marx is tas en la cues t i n de l poder de Es tado set radujo, en genera l , en un menosprec io, en cuanto a l a impor tanc ia de los conf l i c tos po l t i cos mscoyuntura les ent re Es tado y c lases dominantes , genera lmente adjet ivados de super f ic i a les , de cor top lazo , re fe rentes a meros i n tereses i nmediatos . No obs tante, es p rec iso reconocer que la pos i c inmarx is ta es una garant a cont ra e l pecado opues to, que cons is t i r a en ver en esos conf l i c tos la pruebai r re futab le de que e l Es tado no es un Es tado de c lase .

    36 Pouvo i r po l i t i q ue e t c l a sses soc ia l e s , op .c i t . , v . 1 . p . 119 -120 . Ve r i gua lmen t e The rborn G ran . Cmo domi na l a c l a sedom i nan te? op . c i t . p . 171 .

  • 11

    Dimens iones func ional e i ns t i tuc iona l de l Es tado

    Las obras h is t r icas de Marx se ref ie ren a l Es tado a par t i r de dos d imens iones i nseparables . Por unlado, Marx lo ent iende a par t i r de una perspec t iva esenc ia lmente func ional , v iendo en e l Es tado la ins t i tuc inresponsab le por l a reproducc in de las re lac iones de dominac in que carac ter izan una soc iedad dada . E le je rc ic io de esa func in, y su carc ter de c lase, como b ien demost ra ron los anl is is de Marx sobre l osresul tados produc idos por la po l t i ca pat roc inada por e l Es tado bonapar t is ta en e l Segundo Imper io , nodependen del cont ro l d i rec to de la c lase burguesa sobre l os recursos o rganizac iona les del aparato es ta ta l .Por o t ro l ado, s in embargo , es prec iso notar que e l Es tado no es entendido por Marx exc lus ivamente a par t i rde su func in (es to es , a par t i r de los resul tados produc idos por sus dec is iones) , s ino tambin como unaorganizac in comple ja , a t ravesada de a r r iba a aba jo por conf l i c tos in t ernos ent re sus aparatos y reas ,conf l i c tos s tos capaces de a l te ra r la d inmica de l a lucha pol t i ca. Ms an: e l Es tado aparece, en Marx ,como una organ izac in dotada de recursos propios , cuyos agentes , tanto en e l mbi to de l poder e jecut i vocomo en e l mbi to de l poder leg is la t ivo , desarro l lan i n tereses p rop ios a par t i r de los cua les o r ientan susacc iones 37. Aqu e l Es tado es entendido como una ins t i tuc in subdiv id ida en un s innmero de aparatos ,capaz de tomar dec is iones , de as ignar recursos y que, inser to en un contex to po l t i co ines table, es tab lec icon las fue rzas soc ia les que se encuent ran fuera de l una re lac in conf l i c t i va.

    Ahora b ien, s i es ve rdad , como sos tuvo Poulantzas , que e l aparato de Es tado [ i .e . , su d imens inorganizac iona l ] no se ago ta en e l poder de Es tado [es to es , en su d imens in func iona l ] 38, entonces esprec iso confe r i r a l p r imer t rmino de es ta ecuac in l a debida impor tanc ia, ba jo pena de que la a f i rmac in dearr iba pueda quedar s lo en un mero juego de palabras . En es te punto s lo hay , a nues t ro entender , dossoluc iones : o la lg ica i n te rna del aparat o es tata l es t ente ramente subord inada a l papel func ional de l poderde Es tado, o la forma de f unc ionamiento de l aparato de Es tado posee una c ier t a autonoma, que puede has taafec tar i nc lus ive la func ional idad del Es tado y e l p roceso de rea l izac in prc t ica de los in te reses de la c laseeconmicamente dominante. S i optamos por l a p r imera pos ib i l idad, queda c laro que la observac in dePoulantzas p ierde to ta lmente su sent ido; s i optamos por la segunda, se t ra tar entonces de saber cmo,efec t ivamente, l a d inmica in te rna de l aparato es tata l y sus re lac iones con f l i c t i vas pueden afec tar a sudimens in func ional en una s i tuac in h is t r ica dada. En es ta segunda perspec t iva, la f unc ional i dad delEs tado f rente a la dominac in de c lase no puede ser ant ic i pada, s ino que debe dejarse a l a inves t igac inhis tr ica de o r i entac in mater i a l i s ta , aceptndose la pos ib i l i dad ( t er ica) de que e l poder de Es tado , contodas sus espec i f i c idades , cont rar e e l poder de c lase 39. Pensamos que, en l as obras aqu anal izadas , Marxadopta es ta l t ima pos tura a l temat izar l a forma conf l i c t i va en que se desarro l lan las re lac iones ent re laburgues a y sus f racc iones , por un l ado, y sus representantes pol t i cos y los agentes es tata les , por o t ro . E lresul tado de es te proceso h is tr ico es cons t r u ido por medio de l a d inmica pol t i ca y sus consecuenc ias noes tn, en n ingn momento del anl is is de Marx , p rev iamente descubier t as .

    Ahora b ien, se podr a ob je tar que, a l sus tentar la tes is segn la cual l a func ional idad del Es tado f rente alos in tereses de la c lase burguesa -o de cualqu ier o t ra c lase econmicamente dominante - es una h iptes is aser comprobada , e l l o imp l icar a , necesar iamente, abandonar pura y s imp lemente la t eo r a mater i a l i s ta de lapol t i ca y de l Es tado. No es esa nues t ra pos ic in. Nos parece que uno de los puntos fue r tes de l a tes is

    37 Va l e r eco rda r aqu l a f amosa d i s t i n c i n que Ma r x es tab le ce en t r e l a bu rgues a e x t r apar l amen t a r i a y l a bu rgues apar l ament a r i a , en t end i endo a es t a l t ima como l o s rep resen t an t es po l t i c os de l a bu rgues a . Con t odo , t a lr ep r esen t ac i n no es una r ep resen t ac i n d i r ec t a n i i n c l uso necesa r i amen t e f unc i ona l , c omo r eve l an l os a con tec im i en tosi nmed i a t amen t e an t e r i o r es a l go l pe de 1851 , du ran t e e l pe r odo denomi nado po r Mar x c omo Te r ce r Pe r odo o Pe r odode l a Repb l i c a Cons t i t uc i ona l y de l a Asamb l ea Leg i s l a t i va Nac i ona l . Ve r e spec f i c amen t e O dezo i t o b rum r i o de Lu sBonapa r t e , op . c i t . p . 386 , 391 y 393 .38 Pou l an t zas , O Es tado , o pode r . . . op . c i t . , p . 17 .39 Como adv i r t i C l aus Of f e , e l ca r c t e r de c l a se de l E s t ado se comp rueba pos t f aes tum , despus que l o s l m i t e s de susfunc i ones s e man i f i es t an en l os con f l i c t o s de c l a se , t o r nndose a l m i smo t i empo v i s i b l es pa ra e l c onoc im ien t o ob j e t i v o[ . . . ] S i l a comp rens i n de l c a r c t e r c l as i s ta de l E s t ado so l o puede r e su l t a r de l descubr im ien t o p rc t i c o de su se l ec t i v i dadde c l ase , se t o r na cues t i onab l e e l es t a t u to l g i co de l a s teo r a s que p re t enden an t i c i pa rse a esa r ea l i z ac i n p r c t i ca ,i nd i cndo l e e l c ami no . C l aus O f f e . Domi nao de c l as se e s i s t ema po l t i c o . Sob re a s e l e t i v i dade das i n s t i t u i espo l t i c as . En : P rob l emas es t r u t u r a i s do Es t a do cap i t a l i s ta . R i o de Jane i r o , Tempo B ras i l e i r o , 1982 . p .

  • 12

    mater i a l i s ta de l Es tado cons is te en af i rmar , como s in tet iz Marx en e l Prefac io de 1859, la ex is tenc ia deuna cor respondenc ia ent re la es t ruc tu ra j ur d ico -pol t i ca y la anatoma de l a soc iedad burguesa , es to es ,las re lac iones de p roducc in capi ta l i s tas 40. No obs tan te, una vez enunc iada la t es is de la correspondenc ia,se af i rma, a cont inuac in que ta l cor respondenc ia se t raduce, necesar iamente, en la func ional idad de lasuperes t ruc tu ra ju r d ico -pol t i ca (en par t i cu lar , de l Es tado) para l a rea l izac in de los i n te reses a l argoplazo de la c lase dominan te. Por qu la tes is de la func ional idad es ta l g icamente imbr icada en la t es is dela correspondenc ia? No hay razn a lguna para v incular es tas dos af i rmac iones de forma automt ica. Enpr imer l ugar , po rque e l las se s i tan en dos n ive les d is t in tos de abs t racc in. Mient ras la segunda, f i j a una teor a genera l de la His to r ia , o ms espec f i camente, una teor a genera l de la re lac in de cor respondenc iaent re l o pol t i co y l o econmico en la secuenc ia de los modos de p roducc in , l a func ional idad del Es tado esuna ta rea h is t r ica, concre ta, que se p resenta de d i f erentes maneras en cada formac in soc ia l y no puedeser n i presupues ta, n i der ivada. Es te procedimie nto resul t ar a , por lo tan to, en la ant ic ipac in de losresul tados de l os procesos pol t i cos concretos y en la fa l ta de atenc in f rente a los acontec imientoshis tr icos espec f i cos , lo que terminar a por d ispensarnos de la propia inves t igac in de o r ientac i nmater i a l i s ta .

    Seamos ms prec isos . Tomemos, a t tu lo de e jemplo, e l p roblema del Es tado y de l Derecho burgueses .Marx y var ios autores marx is tas contemporneos demost raron que e l de recho burgus , en la medida en quepromueve la i nd iv idual izac in de los agentes soc ia les y la igualdad de todos ante la ley , es un produc tonecesar io de la fo rma asumida por las re lac iones de producc in capi ta l i s tas , espec f i camente por laseparac in que las l t imas promueven ent re e l produc tor d i rec to y los medios de producc in. Lafunc ional idad del Derecho cons is t i r a tanto en su efec to regulador sobre las nuevas re lac iones econmicas(por e jemplo, a t ravs del cont rato de t raba jo) , como en l a expans in y conso l idac in de esas re lac iones at ravs de los efec tos ideolg icos que l promueve ( l a ideo loga de la i gualdad, e l ocu l tamiento de la rea l i dadde c lase de l os agentes soc ia les , l a capac idad que e l conf ie re a l Es tado de p resenta rse como e lrepresentante de l in t ers genera l , e tc . ) . S i esa func iona l idad es innegable, a l mi smo t iempo es prec isoreconocer que la i gualac in fo rmal de los agentes soc ia les abr i un enorme campo para l a ac t iv idad pol t i cacontes tata r ia de las c lases dominadas , ac t iv idad cuyo resu l tado no podr a ser prev is to ant ic ipadamente.Ahora b ien, lo mismo puede dec i rse de las observac iones de Marx sobre e l a lborotado per odo de la h is tor i af rancesa que va de 1848 a 1851: cmo hubie ra s i do pos ib le ant ic ipar los resul tados de los i nnumerab lesconf l i c tos po l t i cos ex is ten tes en aqul pe r odo, en e l cent ro de l os cuales se encont raba e l propio Es tadoburgus , con su poderosa burocrac ia, en medio de sus cont rad icc iones in te rnas , su par l is is dec isor ia , conchoques y opos ic iones ent re sus agentes y las d iversas f racc iones de l a c lase burguesa, e tc .? Exac tamentepor e l hecho de que e l problema del aparato de l Es tado no se agota en l a cues t in de la dominac in dec lase ( poder de Es tado ) las var iab les espec f i camente es tata les t ienen una in f luenc ia dec is iva en e l cursode l os acontec imientos y , po r eso, es prec iso aceptar como una pos ib i l idad ter ica la idea de que esavar iab le pueda operar a cont rape lo de l os in tereses ( inmed iatos o de la rgo p lazo; espec f i cos o genera les )de l a c lase econmicamente dominante. Es te es , como buscamos most ra r en es te a r t cu lo , uno d e lose lementos dec is ivos para e l anl is is po l t i co contenido en las obras h is tr icas de Marx .

    Aunque no sea nues t ro ob jet ivo hacer aqu una c r t i ca deta l lada de l as propos ic iones ter icaspresentadas por los neo - ins t i tuc ional is tas , va le observar , para conc lu i r , que, s i lo que d i j imos ms ar r iba esplaus ib le , l as reservas del neo - ins t i tuc iona l ismo f ren te a l marx ismo suf ren de dos d i f i cu l t ades impor tantes .Pr imero, aunque tengan c ier ta dos is de razn a l c r i t i car metodolgicamente e l f unc ional ismo r g ido c onten idoen las propos ic iones ter icas de a lgunos autores marx is tas , no perc ib ie ron que es te problema no p rec isa serencarado como un v ic io de o r igen de la t eo r a marx is ta y que p ropos ic iones cont rar i as a s ta pueden serencont radas , como buscamos demost ra r , en a lgunos tex tos se lecc ionados del p rop io Marx . Segundo , a lrecusar l a teor a marx is ta de l Es tado, l os neo - ins t i tuc ional is tas no abren n inguna perspec t iva t er ica nueva.Por un l ado, porque echan mano, s in n inguna or i g i na l i dad, de las observac iones web er ianas acerca delEs tado moderno y , por o t ro , porque se l imi tan a gu iar sus anl is is h is tr icos a par t i r de una opos ic in ent reEs tado fuer tes /Es tados dbi l es , opos ic in sa de carc te r es t r ic tamente cuant i t a t ivo, ex t remadamenteformal is ta y a l t amente abs t rac ta, a pesar de todo su d iscurso h is tor izante.

    40 Ka r l , Ma rx . Pa ra a c r i t i ca da economi a po l t i c a . So Pau l o , Abr i l Cu l tu r a l , 1982 . Os econom is t as , P re f c i o , p . 25 .

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