antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
Post on 06-Jul-2018
230 Views
Preview:
TRANSCRIPT
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 1/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 2/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 3/267
1 0 2 0 0 8 2 0 4 7
A N T O L O G I A D E A U T O R E S C O N T E M P O R A N E O S
2 / T l E A T R O
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 4/267
U N I V E R S ID A D A U T O N O M A D E N U E V O L E O N
i
A C A D E M I A D E L T A L L E R D E
L E C T U R A S L I T E R A R I A S
Antología de autores
contemporáneos /2
TEATRO
Edición, selección y notas de
Miguel Covarrubias
profesor de tiempo completo de la
Universidad A utónoma de Nuevo León
0 3 5 2 2 3
#)NTK> UNIVERSITARI
P R E P A R A T O R I A N U M . 1 • P R E P A R A T O R I A N U M . 1 6
C O L E G I O C I V I L • M O N T E R R E Y , 1 9 8 0
MBLIOTECA CENTRAI
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 5/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 6/267
NOTA PRELIMINAR
En 1974 anunciamos que aparecer ía un segundo
volumen de la
Antología de autores contemporáneos,
compues to de t ea t ro y poes í a . Han t enido que t r anscu-
rr i r se is años para que pudiéramos cumplir lo ofrecido,
aunque con a lgunas modif icaciones: e l proyecto or iginal
se ha mult ipl icado y por eso hablamos ahora no de uno
o dos l ibros s ino de t res . De es ta forma cont inuará edi-
tándose e l pr imer tomo de la
Antología
con novela y
cuento, es te segundo con teatro y e l tercero -que espe-
r amos podrá ve r l a l uz e l año próximo- con ensayo y
poesía . He aquí otros cambios , o mejor dicho agrega-
dos , que se ha pensado mejorarán es ta obra: lá inclus ión
de un apar tado con notas cr í t icas y un cuaderno de
trabajo real izado expresamente sobre es tas compilacio-
nes.
Por lo pronto, la pr imera edic ión del segundo volu-
men de la
Antología
ofre ce siete piezas teatrales ínteg ras
y ocho comentar ios cr í t icos sobre e l género dramático y
los autores escogidos . El cuaderno de t rabajo correspon-
diente deberá quedar concluido antes de la inic iación
del próximo semestre académico, y habrá de incorporar-
se a las siguientes ediciones.
Es evidente as imismo que es te segundo tomo es por
completo independiente del pr imero, de manera que los
maestros podrán e legir uno u otro motivados por su pre-
di lección a favor del tea tro o la narra t iva , por los auto-
res, las corrientes literarias. . . Y también por el simple
—y legítimo— deseo de variar. Etcétera
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 7/267
En f in, seguimos pensando en que a lgunas de las
mejores expres iones cul tura les de nuestro t iempo han de
volverse —en lo sensible, en lo intelectual y en lo mate-
rial— accesibles a los profesores y estudiantes que ani-
man los talleres de lecturas literarias de la Universidad
Autónoma de Nuevo León. A el lo aspira es ta reunión
de obras dramáticas y comentar ios heterogéneos .
San N ico lás de l os Garza. Agosto 31 de 1980.
LOS AUTORES
E l n o r t e a m e r i c a n o E d w a r d A l b e e
1 9 2 8 )
d i o a c o n o c e r
E l c u e n to
d e l z o o l ó g i c o
a lo s
3 0
a ñ o s . E n e s t a o b r a , c o m o e n l a s q u e e s c r i b i ó p o s t e -
r i o r m e n t e , l a s s i t u a c i o n e s y l o s p e r s o n a j e s o f r e c e n l a v i s i ó n m á s d e s c a r n a d a
d e l a m o d e r n a s o c i e d a d d e s u p a í s . O b r a s :
La ca ja de arena. E l cuen to de l
z o o l ó g i c o . L a mu e r te d e B e s s ie S m i th , E l s u e ñ o a me r i c a n o , ¿ Q u i é n te me a
V i rg i n i a W o o l f? , F rá g i l e q u i l i b r i o .
E l d r a m a t u r g o y p o e t a a l e m á n B e r t o l t B r e c h t 1 8 9 8 - 1 9 5 6 ) e s u n a d e
l a s f i g u r a s c a p i t a l e s d el t e a t r o c o n t e m p o r á n e o . C o m o t e ó r i c o e n f r e n t a su
te s is de la
d i s ta n c i a c i ó n
a la
catarsis
s e ñ a l a d a p o r A r i s t ó t e l e s : b u s c a l a
r a c i o n a l i z a c i ó n - e l c o n o c i m i e n t o - e n d e t r i m e n t o d e l a s u b o r d i n a c i ó n a l a s
p a s i o n e s . P o r l o t a n t o , n i l o s a c t o r e s n i l o s e s p e c t a d o r e s d e b e n a s u m i r la
c o m p l i c i d a d : n o d e b e n i d e n t i f i c a r s e - ¡ j a m á s - c o n D e s d é m o n a o c o n
M a c b e t h s i n o s e r e n t o d o m o m e n t o a c t o r e s c o n c i e n t e s d e q u e r e p r e s e n t a n
u n p a p e l y s e r e s p e c t a d o r e s q u e h a n d e b u s c a r c o n i n t e l i g e n c i a
e l por qué
de las s i tuac iones
e n q u e s e v e n e n v u e l t o s l o s p e r s o n a j e s d r a m á t i c o s . E l
t e a t r o é p i c o d e B r e c h t e m p l e a l a f r a g m e n t a c i ó n , la s
canc iones,
l o s c a r t e l e s ,
e l g u i ñ o f a r s e s c o . . . E n t r e s u s p i e z a s m á s c o n o c i d a s y r e p r e s e n t a d a s e n
t o d o e l m u n d o e s t á n :
La ópera de dos centavos, Ga l i l eo Gal i l e i , Madr e
Cora je y sus h i j os . E l a lma buena de Se-Chuan, La res i s t i b le ascens ión de
A r tu r o U i , H e r r P u n t i l a y s u c r i a d o M a t t i .
U t i l i z a r p e r s o n a j e s h i s t ó r i c o s o l i t e r a r i o s d e l a a n t i g ü e d a d c l á s i c a
p a r a r e p l a n t e a r l o s m á s c a r o s a n h e l o s d e l h o m b r e d e t o d o s l o s t i e m p o s , h a
s i d o u n r e c u r s o q u e h a n e m p l e a d o a l g u n o s d e lo s m á s g r a n d e s d r a m a t u r g o s
c o n t e m p o r á n e o s ( U n a m u n o , A n o u i l h , S a r t r e , B r e c h t ) . P o r s u p a r t e
G u i l h e r m e F i g u e i r e d o ( B r a s i l , 1 9 1 5 ) d i b u j a e n La zorra y las uvas 1953)
u n E s o p o s o c r á t i c o q u e p r e f i e r e s e r a r r o j a d o a l " p r e c i p i c i o q u e t e n é i s
d e s t i n a d o a l o s h o m b r e s l i b r e s " , a n t e s q u e p e r m a n e c e r e s c l a v o, a s í t o m a r a n
s u s c a d e n a s l a s u a v e f o r m a d e l o s b r a z o s d e C l e i a , l a h e r m o s a m u j e r d e l
f i l ó s o f o X a n t o s .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 8/267
E u g è n e I o n e s c o
1 9 1 2 )
e s u n a u t o r r u m a n o
qu e
e s c r i b e
en f rancés, y
u n o d e l o s g r a n d e s d e l l l a m a d o " t e a t r o d e l a b s u r d o " . S u i e r T g u a j e , i n s p i r a d o
e n l o s s i s t e m a s p a r a l a e n s e ñ a n z a d e i d i o m a s e x t r a n j e r o s , e s il ó g i c o
y
p e r m i t e m o s t r a r l a i n c o m u n i c a c i ó n e n t r e l o s h o m b r e s . O b r a s p r i n c i p a l e s :
La cantan te ca l va . La l ecc ió n . Las s i l l as . R ino cero nte , E l rey se mu ere .
E l t r a d i c i o n a l t e a t r o j a p o n é s N Ô e s r e t o m a d o p o r Y u k i o M i s h i m a
( 1 9 2 5 - 1 9 7 2 ) . S u s t e x t o s , d e g r a n d e l i c a d e z a , s e a l e j a n d e l a s i m p l e g l o s a
o
a d a p t a c i ó n d e u n a a n t i g u a f o r m a d r a m á t i c a . A n t e e l s u t i l e n c a n t o p o é t i c o
d e s u s o b r a s c e d e n l o s j a p o n e s e s y l os o c c i d e n t a l e s c o n t e m p o r á n e o s a s i d u o s
a l t e a t r o . M i s h i m a e s c r i b i ó e n t r e l o s v e i n t i c i n c o y l o s t r e i n t a a ñ o s d e e d a d
l a s s i g u i e n t e s p i e z a s N ó :
S o to b a K o m a c h i , E l t a m b o r d e Da ma s c o , K a n ta n ,
L a d y A o i , H a n j o , D o j o j i .
E n 1 9 5 4 f u e p r e m i a d a s u n o v e l a
Sh iosa i .
J e a n - P a u l S a r t r e ( 1 9 0 5 - 1 9 8 0 ) , d r a m a t u r g o , e n s a y i s t a y n o v e l i s t a
f r a n c é s , e s t a m b i é n c o n o c i d o c o m o u n o d e l o s m á s b r i l l a n t e s e i n f l u y e n t e s
e x p o s i t o r e s d e l a f i l o s o f í a e x i s t e n c i a l i s t a q u e d o m i n ó e l p a n o r a m a i n t e l e c -
t u a l d e O c c i d e n t e , d e s d e l a p o s t g u e r r a h a s t a e l f i n d e l a d é c a d a d e l o s
c i n c u e n t a s . E j e r c i ó u n p o l é m i c o m a g i s t e r i o c o m o p e n s a d o r y c o m o e s c r i t o r
c o m p r o m e t i d o
q u e l o l le v ó t a n t o a l a c e r c a m i e n t o c o m o a l a i n m e d i a t a
r u p t u r a c o n e l p a r t i d o c o m u n i s t a f r a n c é s , a s í c o m o a l r e c h a z o d e l p r e m i o
N o b e l d e l i t e r a t u r a e n 1 9 6 4 y a p r e s i d i r e n c o m p a ñ í a d e l f i l ó s o f o i n g l é s
B e r t r a n d R u s s e ll e l t r i b u n a l i n t e r n a c i o n a l c o n t r a l o s c r í m e n e s d e g u e r r a e n
V i e t n a m ( 1 9 6 6 ) . A l g u n a s d e s u s p r i n c i p a l e s o b r a s s o n :
A puer t as cerradas.
Las moscas. Las manos suc ias
( t e a t r o ) .
E l mu ro , E ró s t ra to , L a c á ma ra
( c u e n t o ) .
La náusea,
la se r ie
L o s c a m i n o s d e l a li b e r ta d
( n o v e l a ) ,
¿Qué es la
l i t e ra tu ra ? , B a u d e l a i r e , Sa n G e n e t , c o me d i a n te y má r t i r
( e n s a y o ) .
E l ser y
l a n a d a . L o i ma g i n a r i o . L a c r í t i c a d e l a r a z ó n d i a l é c t i c a ( f i l o s o f í a ) .
E l t e a t r o m e x i c a n o c o n t e m p o r á n e o l o r e p r e s e n t a e n p r i m e r t é r m i n o
R o d o l f o U s i g l i ( 1 9 0 5 - 1 9 7 7 ) e n s u c a l i d a d d e d r a m a t u r g o , a c t o r e n s u
j u v e n t u d , t r a d u c t o r , c r í t i c o y t e ó r i c o , a n i m a d o r d e g r u p o s . P e r o es s u
t r a b a j o l i t e r a r i o p a r a l a e s c e n a e l q u e l e h a v a l i d o e l r e c o n o c i m i e n t o i n t e r -
n a c i o n a l : s u s o b r a s s e t r a d u c e n y s e r e p r e s e n t a n e n l o s p a í s e s e u r o p e o s . E s
U s i g li " u n h o m b r e d e a g u d o t a l e n t o ( q u e ) s u p o v e r c o n l u c i d e z a l g u n a s
v e r d a d e s d e l p a í s y e s c r i b i r u n t e a t r o r a c i o n a l i s t a e n q u e la c a u s a l i d a d d e
l o s h e c h o s y s u s d e d u c c i o n e s c o n s t i t u y e n s u m é t o d o m i s m o d e e x p o s i c i ó n "
( C a r l o s S o l ó r z a n o ) . E l g e s t i c u l a d o r ( 1 9 3 7 ; e s t r e n o : 1 9 4 7 ) , E l n i ñ o y l a
n i e b l a ( 1 9 3 6 ) , J a n o e s u n a m u c h a c h a ( 1 9 5 2 ) y l a t r i l o g í a C o r o n a
de
s o m b r a ( 1 9 4 3 ) , C o r o n a d e l u z ( 1 9 6 0 ) y C o r o n a d e f u e g o ( 1 9 6 1 ) s o n s u s
m á s d e s t a c a d a s p i e z a s t e a t r a l e s .
Edward A. Wright
EL TEATRO
El teatro es el lugar de reunión o la síntesis de todas las artes y
consta por ello de cinco elem entos: la obra, los actores, los téc nicos,
el director y el público, cada uno de los cuales debe valorarse apro-
piadame nte antes de que se haya visto la producción total.
Durante mucho t iempo se consideró que las bel las artes incluían
la danza, la música, la poesía o la literatura, la escultura, la pin-
tura, el dibujo y la arqui tectura. Algunas ediciones recientes de los
diccionarios comunes y corrientes han agregado un octavo arte: el
arte dramático. El hecho de que esto se convierta o no en un pos-
tulado común carece de importancia, porque un anál is is somero
de los elementos que forman las siete bellas artes señalará la verdad
fundamental de que el teatro es quizás el único s i t io en que todos
los elementos art ís t icos se unen en un terreno común: el movi-
miento corpóreo y los gestos de la danza, el ritmo, la melodía y la
armonía de la música, la métrica y las palabras de la l i teratura y
la línea, la masa y el color de las artes espaciales, la escultura, el di-
bujo, la pintura y la arqui tectura. El teatro es , por tanto, una s ínte-
sis de todas las artes, si no es que se trata de un arte en sí mismo.
Gracias al hincapié que se pone actualmente en la total idad de la
producción teatral y en la unificación de todos sus elementos, el tea-
tro —ya sea un arte o una síntesis de las artes— está sujeto a las
pruebas de la unidad, del hincapié, del ri tmo, del balance, de la pro-
porción, de la armonía y de la gracia; cuest ión ésta que será discu-
t ida oportunamente en el capí tulo quinto.
Éste es un libro que trata más bien del teatro que de hacer com-
prensible la obra teatral. La obra o texto escrito es sólo una parte
de la producción teatral . Hay mult i tud de elementos no l i terarios
implícitos en ella. Los oficios, tanto como las artes, se convierten
en elementos importantes cuando los actores, los técnicos, el direc-
tor y el públ ico ocupan su s i t io en el conjunto general . Una obra
teatral exige muchos elementos y está hecha para mucha gente. El
* E d w a r d A . W r i g h t ,
Para comprender el teatro actual,
C o l . P o p u l a r ,
F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m i c a , M é x i c o - B u e n o s A i r e s , 1 9 6 2 , p p . 3 1 - 4 2 .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 9/267
texto escrito es sólo eso hasta que se convierte en la pieza teatral
al ser representada en el escenario por los actores y ante un pú-
bl ico. El teatro es genuinamente un arte de cooperación.
Actualmente —sino es que desde sus principios—, el teatro es el
resultado de cinco elementos indispensables. Sólo cuando se han
visto y valorado todos, podemos decir que hemos visto una produc-
ción Estos elementos incluyen al dram atur go, a los actores, a los
técnicos, al director y al público. Este último es en muchos aspectos
el contribuyente más importante, ya que los demás —el autor, los
actores , el director y los técnicos— han trabajado desde el principio
para satisfacerlo, para lograr su aprobación, su diversión o su gozo.
Estas áreas y todo lo que implican son los elementos del teatro.
El aficionado teatral no puede decir que ha vis to una obra s i no ha
apreciado debida y honradamente la contribución de todos los ar-
tistas que en ella participan.
El teatro, como arte, tiene obligaciones específicas con su público, y
éste, a su vez, como parte de toda producción teatral, tiene obliga-
ciones específicas con el teatro.
El teatro deberá atraer más al público que a un individuo ais-
lado. Este mero hecho ensancha el significado de la belleza y sub-
raya nuestras convicciones de que el arte y, especialmente, el teatro,
no deben apelar a la t ri l lada frase: "el arte por el arte". Este l ibro
pretende mostrar que semejante postulado carece de valor. El teatro
pertenece a todos y debe existir para la gente y hablarle a ella.
Aquellos artistas del teatro que escriben o producen para ellos
mismos o para su propio grupo reducido, y que miran desdeñosa-
mente a la "gente vulgar", no hacen s ino correr una cort ina de
olvido sobre ese arte que pretenden amar. Esta responsabi l idad
nunca evi tará la experimentación, el cambio, el desarrol lo. Al con-
trario, debe abrirles campo, porque el públ ico s iempre t rata de
aprender y de buscar algo nuevo. La his toria les ha mostrado que
puede por igual ser recept ivo y, al mismo t iempo, adaptarse fáci l -
mente al cambio; s in embargo, el art is ta teatral , mejor que cual-
quier otro, puede ser obl igado a andar más lentamente, o al menos
no debe olvidar nunca que es el servidor He la mult i tud que forma
su público.
El verdadero amante del teatro lo considera como una inst i tución
democrát ica que pertenece fundamentalmente al pueblo. Cri t icará
acremente tanto a los productores o directores que fomentan el mal
gusto teatral y que conciben el teatro sólo como un escape; como,
igualmente, a aquellos que sacrificarían toda diversión y piden sólo
una obra intelectual o un teatro con mensaje. Ambos conceptos son
igualmente erróneos: el primero hablará de "darles lo que piden"
o de "buen negocio", mientras que el otro rec l amará un '"teatro
art ís t ico" o de "significado social". El primero no reclama nada
de su público y el úl t imo exige demasiado. T a n t o el un o como el
otro están condenados al fracaso porque se enfrentan pronto a un
público que se desanima y que va escaseando paulat inamente.
Alguien dividió al público teatral en tres grupos externos: los es-
capistas, los moralistas y los partidarios del arte por el arte. Los
escapistas, desde luego, sólo t ratan de olvidar sus responsabilidades
y problemas cot idianos; piensan únicamente en divert i rse, buscando
las obras más ligeras y las comedias musicales. Se les conoce con el
nombre de "negociantes cansados", aunque puede hallárseles entre
todas las profesiones y muchas veces, aunque parezca raro, entre las
inteligencias más brillantes.
Poco después de qu e La muerte de un viajante completó su gira,
cierto profesor de una universidad muy famosa condenó la obra
diciendo que lo había obsesionado durante varios días y que no ha-
bía logrado alejarla de su mente. C u a n d o se le preguntó por qué no
le gustaba, contestó: "No dice nada." Los que lo escuchaban res-
pondieron enseguida que su tema es m uy rico, puesto que muestra
a un hombre que está condenado al fracaso porque construye su
vida y la de su familia sobre cimientos superficiales, ét icamente
erróneos. El profesor se mostró de acuerdo, diciendo que había en-
contrado lo mismo en la obra, pero lo que le preocupaba era la exis-
tencia en Norteamérica de muchas personas similares al prota-
gonista. Esta afi rmación fue aún m ás so rp renden te ; revelaba que el
profesor no quería comprender que la gente, por lo menos las gene-
raciones jóvenes, pudiesen identificarse co n el tema, advirt iendo sus
propios errores para poder corregirlos antes que sea demasiado
tarde. La frase lógica no dejó de producirse, aunque fuese inconce-
bible en labios de tan distinguida persona: "A decir verdad , cuan-
do voy al teatro quiero ver algo ligero y entretenido."
Pero lo que ni s iquiera este profesor advert ía es que la palabra
"entretener" no implica sólo divert i r , ya que procede del latín
tenere, que s ignifica "retener"; en consecuencia, la t ragedia puede
ser tan entretenida como una farsa. Lo que dicho profesor quería
decir, en realidad, es que exigía del teatro un "escape". Este pri-
mer grupo, por desgracia muy numeroso, puede l lamarse el de los
escapistas.
El segundo grupo incluye a quienes exigen del teatro que enseñe
una lección que eleve, que predique sermones, que represente algo
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 10/267
de la vida con lo que están personalmente de acuerdo. Cerrarán los
ojos a todo aquello que no concuerde con su pensamiento e insisti-
rán en que sólo deben representarse las "obras bellas ,y limpias".
Este t ipo de personas es fáci l de encontrar en cualquier comunidad,
y representa uno de los grandes problemas a que debe enfrentarse el
director del teatro no comercial . Ya sea que no quieran ver que
existe el mal en el mundo o que se nieguen a aceptar que el teatro
es un reflejo de la vida, no son honrados consigo mismos, ni con los
art is tas que cri t ican. Este grupo puede denominarse el de los mora-
listas.
El tercer grupo de extremistas está constituido por los aficionados
que insis ten en un "arte por el arte". Se horrorizan ante los éxi tos
d<- taqui l la y se refieren desdeñosamente a cualquier teatro popular
como si se t ratase de una "empresa comercial". Niegan que el teatro
pertenezca al pueblo y lo pretenderán exclusivo de su pequeño gru-
po esotérico; afectadamente decidirán que la popularidad es sólo un
elemento de la mediocridad, muy por debajo del verdadero art is ta.
Estos individuos, que nosotros denominamos los partidarios del arte
Jmr el arte, gustan de l lamarse a s í mismos "intelectuales".
No es muy fáci l poder agradar a estos t res t ipos extremistas y a
los millones que están entre ellos, pero juntos forman' el público de
cualquier art is ta teatral John Masón Brown nos dice lo s iguiente,
en su libro The art of Playgoing:
Colocaos en la entrada de cualquier teatro cuando el públ ico
empieza a reunirse; observad sus miles de facetas; estudiad sus
variadas expresiones; t ratad de apreciar las mentes separadas que
son meras células de ese cerebro complejo; pensad en los intere-
ses, en las percepciones, en los ambientes, en los vocabularios, en
las simpatías, en los patrones, en las convicciones, en las con-
ciencias y niveles de refinamiento contrarios de donde ha surgido
este gigante, y los obstáculos o dificultades a que se enfrenta el
dramaturgo cuando presenta s i tuaciones, ideas y personajes que
la mult i tud pueda^ comprender y aceptar aun s i sat isfacen todas
nuestras exigencias individuales diversas, todos sus problemas nos
parecerán más claramente que en cualquier l ibro de texto o de
técnica dramática.
1
, La varieda d que ese público es capaz de aprec iar resul ta i l imita-
da Algunos desearán los versos de Sófocles o de Shake speare, m ien-
1
J o h n Ma s ó n B ro w n , The art
of Playgoing.
(N e w Y o rk , W . W . N o r to n
and Company, Inc . , 1936 .) ,
t ras otros exigirán los parlamentos de la actriz cinematográfica más
en boga por el momento. Alguno escogerá una obra que t rate de
algún tema social o religioso, en tanto que otro se inclinará por
un idi l io his tórico o una biografía. Hay quienes prefieren más
bien un grupo de bellas coristas, en medio de un escenario espec-
tacular y acompañadas por una alegre música, que la úl t ima tra-
gedia de Mil ler o un drama poét ico de T. S. El iot . Otros exigirán
el renacimiento de los clásicos o la dramatización de alguna novela
famosa, mientras que algún buen vecino preferirá la natural idad
de Chejov o la agi l idad de Noel Coward. Y siempre hay un público
que encuentra su mayor placer en los sermones de Shaw, en el tea-
tro épico de Brecht, en las búsquedas de Pirandello, en la relativi-
dad del tiempo y en la filosofía cuatridimensional de J. B. Priestley
o en el desafío intelectual que Eric Bendey exige del teatro. Cual-
quier público teatral incluirá matices de todos esos individuos.
En segundo lugar, es otra suposición nuestra que el público va al
teatro para sent i rse emocionado: el teatro es antes que nada una
capi l la de la emoción. El público debe sorprenderse, electri ficarse,
excitarse, divertirse, asustarse, entristecerse o apasionarse; el conte-
nido emocional es más importante, más fundamental que el inte-
lectual . La experiencia resul ta sumamente út i l cuando puede ense-
ñar una verdad vi tal , inspirando al públ ico a hacer mejores cosas;
cuando lo conmueve con su poesía y su cal idad l i teraria, preparán-
dolo mejor para enfrentarse a la vida, o cuando lo desafía intelec-
tualmente. Porque básica y principalmente, el teatro debe otorgar
a su público una experiencia emotiva.
El teatro t iene como obligación proporcionar al públ ico, a cam-
bio del t iempo que éste le dedica, un t rozo de vida más completo
que el que podría vivirse en ese periodo. Debe acentuar las lecciones
y verdades que ofrece y pintar los personajes tan vivamente que la
gente pueda l legar a conocerlos y apreciarlos . El argumento puede
ident ificarse con la vida tal como la ha experimentado el públ ico, o
diferi r fundamentalmente de el la, pero deberá s iempre ofrecer la ex-
periencia y la emoción sustitutivas que sólo el teatro puede dar.
Gon excepción de un periodo muy breve del s iglo pasado, el hom-
bre ha exigido s iempre que el teatro, como arte, parezca real sin
serlo; que
refleje
la vida sin ser ella misma; que sea siempre una
ilusión de la real idad. Es en este elemento de la semejanza en el
que encontramos el verdadero arte del teatro, aunque su proporción
exacta haya cambiado según las épocas y a .t ravés de muchos t ipos
y formas de drama y de teatro. La advertencia shakesperiana:
"Mantén un espejo j ren te a l a na tu ra l eza" , p resupone un t i po es -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 11/267
pecial de espejo, que muestre al público lo que el artista quiere
que vea, pero con la condición de que al verlo no confunda nunca
el arte con la vida misma.
Una cuarta obl igación del teatro es lograr s iempre que el públ ico
crea en lo que ve, por lo menos durante el t iempo que permanece
en la sala. A la mañana s iguiente, después de anal izar detenida-
mente la obra, pueden surgir algunas dudas sobre ciertos hechos o
caracterizaciones, que, s in embargo, no deben presentarse en el mo-
mento de la representación. La emoción, el espíritu y la ilusión
de la vida deben existir siempre en el teatro.
Finalmente, el teatro debe expresar la verdad acerca de la gente
y la vida. Cuando el teatro miente o cuando el públ ico no cree en lo
que ve, deja de ser arte. Ello no quiere decir que las obras deban
ser realistas y los escenarios naturalistas; ni siquiera que el tema deba
acercarse demasiado a lo real . Una fantasía puede ser tan verdadera
como el drama más realista, si los personajes de esa fantasía y el
escenario que los rodea se acoplan a las leyes de su existencia ima-
ginaria. Alicia en el país de las maravillas y El pájaro azul son tan
verdaderos como cualquier pel ícula real is ta. Su verdad o su tema
pueden permanecer más largamente en nuestra memoria
Resumamos ahora estas cinco obligaciones del teatro hacia su
público:
1. El teatro debe dirigirse al público y no a los individuos ais-
lados.
2. El teatro debe conmover emocionalmente al públ ico.
3. El teatro debe ofrecer intelectualmente a su público un t rozo
de vida más completo que el que pueda vivir durante el breve lap-
so que dura la representación.
4. El teatro debe parecer real cuando crea una ilusión de la vida
5. La ilusión teatral debe ser un retrato verdadero de la vida, de
tal manera que el públ ico crea en el la, al menos cuando se encuen-
tra en la sala.
El público, igualmente, tiene ciertas obligaciones hacia el teatro,
puesto que el ir a verlo implica un trabajo bilateral. El buen aficio-
nado no considera al teatro como un simple pasat iempo para esca-
par a sus problemas personales. Exige que sea algo más que un
mero escape, y no pone límites a las concepciones y creencias del ar-
t is ta, s ino que le permite que emplee cualquier material para contar
su historia. No pide tampoco un tipo especial de diversión; sólo
quiere que sea un buen teatro, ya se t rate de la actuación de un
payaso, de un Hamlet , de una t ragedia de Sófocles o de una farsa
burda. Cua ndo en tra en el teatro se entrega a él , aunque no ciega-
mente, pues conserva su juicio y su gusto. Acepta el teatro como
un art i ficio, como un mundo construido para él , en el que part ici-
pan muchas personas que se esfuerzan por comunicarle algo de la
vida mediante la concepción del artista; y él, como parte del públi-
co, t ratará de apreciar esos esfuerzos.
El buen aficionado advierte que el teatro es una síntesis de todas
las artes y que es necesario que varias personas sean responsables
de la producción. No sólo piensa en el argumento, en los actores, en
el escenario, en la iluminación o en los trajes. Se da cuenta que
puede gustarle cierta parte de la producción y desilusionarse con
otra; y que sería injusto condenar o alabar al conjunto por una sola
interpretación. Observa que el teatro es capaz de conmoverlo de
mil maneras; que le puede al terar, exci tar, divert i r , enseñar o t rans-
formar; pero que la experiencia total es bi lateral , es decir, que se
trata de un juego en el que el públ ico también debe part icipar.
Sabe que un elemento vital del placer que obtiene en el teatro es
lo que Shakespeare denominó "el poder imaginat ivo", o sea una
especie de semicreencia. Esta creencia no significa que deba excla-
mar ciegamente: "ése es el cast i l lo de Hamlet" o "ésa es la casa de
Willy Loman"; s ino que no debe pensar que no se t rata de Elsinore
o del hogar de Loman. Coleridge di jo alguna vez: "La verdadera
ilusión del teatro no consiste en que la mente crea que lo que tiene
ante sus ojos es un bosque, sino en renunciar a la idea de que
no
lo
es." Otros autores han considerado este fenómeno como una sus-
pensión de la incredulidad.
El ma l aficionado se turba cuando ve que algunos actores que
conoce desempeñan un papel contrario a sus creencias aceptadas,
como en el caso de un profesor universitario que dijo al director:
"Yo le rogaría que en las próximas ocasiones evite usted darles un
papel inconveniente a esos excelentes jóvenes, porque cuando los
encuentro en la cal le no puedo menos de recordar el personaje que
han interpretado." Lo mismo sucedió con cierta i racunda señora, a
cuyo hi jo se le había dado un papel que le obl igaba a proferir mal-
diciones. Ambas personas demostraban carecer de poder imaginat i -
vo. .Negaban al actor su derecho de art is tas para in terpretar parla-
mentos de un t ipo diferente.
El buen aficionado, en contraposición con esta visión estrecha e
injustificada, conoede a los actores, al artista escénico y a todos los
que part icipan en la producción, la oportunidad de conducirlos a
su mundo imaginario. Cuando todos los artistas, los técnicos y su di-
rector no logran su objetivo, a pesar de que el aficionado les ha dado
muchas oportunidades a t ravés de su poder imaginat ivo, éste puede
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 12/267
entonces justamente cri t icarlos como art is tas . Sería, s in embargo,
más intel igente de su parte —y le proporcionaría un mayor placer
personal— si fuera capaz de comprender por qué los artistas han
fracasado o no en su cometido.
El buen aficionado reconoce, además, sus propios prejuicios y t ra-
ta fie superarlos . Puede no interesarse en determinado actor o en
cierta obra teatral ; s in embargo, hará un esfuerzo para juzgarlos
honradamente, concediéndole a cada art is ta el derecho de t rabajar
según su gusto.
La últim a y primo rdial obligación del público es una repetición
de l primer principio, nuestra premisa básica de crí t ica dramática:
las t res preguntas de Goethe.
Resumamos ahora cuáles son las obl igaciones del público:
1. Considerar cada hecho dramático con una gran dosis de poder
imaginat ivo.
2. Reconocer los prejuicios personales.
3. Observar y valorar el t rabajo de todos los art is tas que han he-
cho posible la producción.
4. Conceder a cada art is ta el derecho de expresarse según le con-
venga.
5. Uti l izar s iempre las t res interrogaciones de Goethe.
¿Qué trata de hacer el artista? '
¿Lo ha hecho bien?
¿Merece hacerse?
I. OBRAS DRAMATICAS
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 13/267
entonces justamente cri t icarlos como art is tas . Sería, s in embargo,
más intel igente de su parte —y le proporcionaría un mayor placer
personal— si fuera capaz de comprender por qué los artistas han
fracasado o no en su cometido.
El buen aficionado reconoce, además, sus propios prejuicios y t ra-
ta fie superarlos . Puede no interesarse en determinado actor o en
cierta obra teatral ; s in embargo, hará un esfuerzo para juzgarlos
honradamente, concediéndole a cada art is ta el derecho de t rabajar
según su gusto.
La úl t ima y primordial obl igación del público es una repet ición
de l primer principio, nuestra premisa básica de crí t ica dramática:
las t res preguntas de Goethe.
Resumamos ahora cuáles son las obl igaciones del público:
1. Considerar cada hecho dramático con una gran dosis de poder
imaginat ivo.
2. Reconocer los prejuicios personales.
3. Observar y valorar el t rabajo de todos los art is tas que han he-
cho posible la producción.
4. Conceder a cada art is ta el derecho de expresarse según le con-
venga.
5. Uti l izar s iempre las t res interrogaciones de Goethe.
¿Qué trata de hacer el artista? '
¿Lo ha hecho bien?
¿Merece hacerse?
I. OBRAS DRAMATICAS
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 14/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 15/267
P E R S O N A J E S
Gali leo Gali lei
Andrea Sart i
Señora Sarti,
madre de Andrea
y ama de llaves de Galilei
Ludovico Marsi l i ,
un joven
de acaudalada familia
Señor Priul i , secretario de la
Universidad de Padua
Sagredo, amigo de Galilei
Virg in i a ,
hija de Galilei
Federzoni , pulidor de lentes,
colaborador de Galilei
El Dux
Regidores
Cosme de Médic i , Gran Du-
que de Florencia
Mayordomo Mayor de la Corte
El teólogo
El fi lósofo
El matemát i co
Una vieja dama de honor
Una joven dama de honor
Un lacayo del Gran Duque
Dos monjas
Dos soldados
La vieja mujer
Un p re l ado gordo
Dos erudi tos
Dos monjes
Dos astrónomos
Un monje muy de lgado
Un cardenal muy viejo
Padre Cris toforo Clavius, as-
trónomo
U n m o n j e p e q u e ñ o
El Cardenal Inquisidor
Cardenal Barberini , después
Papa Urbano VII I
Cardenal Belarmino
Dos secretarios espiri tuales
Dos jóvenes damas
Fil ippo Mucius, un erudito
Señor Gaffone , rector de la
Universidad de Pisa
Un cantor de romances
Su mujer
Vann i , un fundidor de hierro
Un funcionar io
Un a l to funcionar io
Un individuo
U n m o n j e
Un campes ino
Un guard ia aduanero
Un escribiente
Hombres, mujeres , niños
1
G A L I L E O G A L I L E I , P R O F E S O R D E M A T E M Á T I C A S E N P A D U A ,
Q U I E R E D E M O S T R A R L A V A L I D E Z D E L N U E V O S I S T E M A
U N I V E R S A L D E C O P É R N I C O .
El pobre gabinete de trabajo de Galilei en Padua. Es de ma-
ñana. Un muchacho, A ndrea, hijo del ama de llaves, trae un
vaso de leche y un bollo.
GALILEI (lavándose el pecho, resoplando, alegre): Pon la leche
sobre la mesa, pero no cierres ningún l ibro.
ANDREA: Mi madre dice que debemos pagar al lechero. Si
no pronto hará un rodeo a nuestra casa, señor Gali lei .
GALILEI: Se dice: describirá un círculo, Andrea.
ANDREA: Como usted quiera, pero s i no pagamos describirá
un círculo en torno a nosotros, señor Gali lei .
GALILEI: Si el alguaci l , señor Cambione, se dirige directamen-
te a nuestra puerta, ¿qué dis tancia entre dos puntos elegirá?
ANDREA (sonríe): La más corta.
GALILEI: Bien. Tengo algo para t i . Mira atrás de las tablas
astronómicas.
Andrea levanta detrás de las tablas astronómicas un modelo
de madera de gran tamaño del sistema de Ptolomeo.
ANDREA: ¿Qué es esto?
GALILEI: Un astrolabio. El aparato muestra cómo los astros
se mueven alrededor de la Tierra, según la opinión de los
viejos.
A N D R E A : ¿ C ó m o ?
GALILEI: Invest iguemos, Primero la descripción.
ANDREA: En el 'med io; hay una pequeña piedra.
G A L I L E I : E S l a T i e r r a .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 16/267
ANDREA: Alrededor de ella hay varios anillos, siempre uno
sobre el otro.
G A L I L E I : ¿ C u á n t o s ?
A N D R E A : O c h o .
GALILEI: Son las esferas de cristal.
ANDREA: A los anillos se han fijado bolillas.
G A L I L E I : So n l o s a s t r o s .
ANDREA: Y ahí hay cintas en las que se leen nombres.
GALILEI: ¿Qué nombres?
ANDREA: Nombres de estrellas.
GALILEI: ¿Por ejemplo?
ANDREA: La más baja de las bolillas es la Luna y encima de
ella se encuentra el Sol.
GALILEI: Y ahora haz correr el Sol.
ANDREA (mueve los anillos): Es hermoso todo esto, pero nos-
otros estamos tan encerrados.. .
GALILEI: Sí.
(Secándose.)
Es lo que yo sent í también c uando
vi el armatoste por primera vez. Algunos lo s ienten.
(Le tira
la toalla a Andrea para que le frote la espalda.) Muros, ani l los
e inmovil idad. Durante dos mil años la humanidad creyó que
el Sol y todos los astros del cielo daban vueltas" alrede dor de
ella. El Papa, los cardenales, los príncipes, los eruditos, capi-
tanes, comerciantes, pescaderas y escolares creyeron estar sen-
tados inmóviles en esa esfera de cristal. Pero ahora nosotros
sal imos de eso, Andrea. El t iempo viejo ha pasado y estamos
en una nueva época. Es como si la humanidad esperara algo
desde hace un siglo.
Las ciudades son estrechas, igual que las cabezas. Supe rsticiones
y peste. Pero el que hoy las cosas sean así no quiere decir que
siempre lo serán. Todo se mueve, mi amigo. Me alegra pensar
que la duda comenzó con los navios. Desde que la humanidad
t iene memoria se arrastraron a lo largo de las costas , pero de
repente las abandonaron y se largaron a los mares.
En nuestro viejo cont inente se ha comenzado a oír un rumor:
existen nuevos cont inentes . Y desde que nuestros navios via-
jan hacia el los se festeja por todas partes que el inmenso y
temido mar es un pequeño estanque. Desde entonces ha sobre-
venido el gran deseo: investigar la causa de todas las cosas,
por qué la piedra cae al soltarla y por qué sube cuando se la
arroja hacia arriba. Cada día se descubre algo. Hasta los viejos
de cien años se hacen gritar al oído por los jóvenes los nuevos
descubrimientos. Ya se ha encontrado algo, pero existen otras
cosas que debe n explicarse. Muc has tareas esperan a las nuevas
generaciones.
En Siena, de muchacho, observé cómo unos t rabajadores reem-
plazaban, luego de cinco minutos de disputa, una costumbre
milenaria de mover bloques de grani to por una nueva y
razonable forma de disponer las cuerdas. Fue al l í donde caí
en la cuenta: el t iempo viejo ha pasado, estamos ante una nueva
época. Pronto la humanidad entera sabrá perfectamente dónde
habita y en qué clase de cuerpo celeste le toca vivir.
Porque lo que dicen los viejos libros ya no les basta, pues
donde la fe reinó durante mil años ahora reina la duda. El
mundo entero dice: sí, eso está en los libros, pero dejadnos
ahora mirar a nosotros mismos. A la verdad más festejada
se le golpea hoy en el hombro; lo que nunca fue duda hoy se
pone en tela de juicio.
Se ha originado una corriente de aire que vent i la hasta las
faldas bordadas en oro de príncipes y prelados, tornando vis i-
bles piernas gordas y flacas, piernas que son como nuestras
piernas. Ha quedado en descubierto que las bóvedas celestes
están vacías y ya se escuchan alegres risotadas por ello.
Pero las aguas de la tierra empujan las nuevas ruecas y en los
astilleros, en las cordelerías y en las manufacturas de velas se
agi tan quinientas manos al mismo t iempo en busca de un nuevo
ordenamiento.
Yo profet izo que todavía durante nuestra vida se hablará de
astronomía hasta en los mercados y hasta los hijos de las pes-
caderas correrán a las escuelas.
A esos hombres deseosos de renovación les gustará saber que
una nueva astronomía permite moverse también a la Tierra.
Siempre se ha predicado que los astros están sujetos a una
bóveda de cris tal y qrs no pueden caer. Ahora, nosotros he-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 17/267
mos tenido la audacia de dejarlos moverse en l ibertad, sin apo-
yos, y el los se encuentran en un gran viaje, igual que nuestras
naves, ¡en un gran viaje sin interrupciones
La Tierra rueda alegremente alrededor del Sol y las pescade-
ras, los comerciantes, los príncipes y los cardenales y hasta el
mismo Papa ruedan con ella.
El universo entero ha perdido de la noche a la mañana su
centro, y al amanecer tenía miles, de modo que ahora cada uno
y ninguno será ese centro. Repentinamente ha quedado mu-
chísimo lugar. Nuestras naves se atreven mar adentro, nues-
tros astros dan amplias vueltas en el espacio y hasta en el
ajedrez las torres saltan todas las fi las e hileras. ¿Cómo dice
el poeta?
ANDREA: "¡Oh temprano albor del comenzar
¡Oh soplo del viento
que v iene de nuevas costas "
Sí, pero beba su leche que ya comenzarán de nuevo las visi tas.
GALILEI: ¿Has comprendido al fin lo que te dije ayer?
ANDREA: ¿Qué? ¿Lo del Qu ipér nico con sus vueltas?
GAL I L E I : S Í .
ANDREA: NO. ¿Por qué se empeña en que yo lo comprenda?
Es muy difíci l y en octubre apenas cumpliré once años.
GALILEI: Por eso mism o quiero que lo comprendas. Para el lo
trabajo y compro l ibros en vez de pagar al lechero.
ANDREA: Pero es que yo veo que el Sol está al atardecer en
un lugar muy dist into al de la mañana. No puede entonces
estar inmóvil . ¡Nunca ¡Jamás
GALILEI: ¿ASÍ que tú ves? ¿Qué es lo que ves? N o ves nada.
Tú miras sin observar. Mirar no es observar. (Coloca el so-
porte con la palangana donde se ha lavado en el medio de la
habitación.) Aq uí tienes el Sol. Siéntate. (Andrea se sienta
en una silla. Galilei se para detrás de él.) ¿D ónde está el Sol.
a la izquierda o a la derecha?
ANDR E A: A l a i zq u i e r d a .
GALILEI: ¿Y cómo llegará a la derecha?
ANDREA: Si usted lo lleva, por supuesto.
GALILEI: ¿Solamente así? (Carga ¡a silla junto con Angra* y
los traslada al otro lado de la palangana.) ¿Y
ahora, dónde
está el Sol?
ANDR E A: A l a d e r ech a .
GALILEI: ¿Y se movió acaso el Sol?
A N D R E A : N O .
GALILEI: ¿Quién se movió?
ANDR E A: YO.
GALILEI (ruge): ¡Mal ¡Alcornoque ¡La si l la
ANDREA: ¡Pero yo con ella
GALILEI: Claro... la si l la es la Tierra. Y tú estás encima.
SRA. SARTI
(que ha entrado para tender la cama y ha perma-
necido mirando la escena): ¿Qué hace usted por Dios con mi
hijo, señor Gali lei?
GALILEI: Le enseño a mirar, señora Sart i .
SRA. SARTI: ¿Cóm o? ¿Ar rastrán dolo por el cuarto?
ANDREA: Calla tú, mamá. Tú no entiendes estas cosas.
SRA. SARTI: ¡Ajá ¿Pero tú las entie ndes , no es cierto? (A
Galilei.) Usted lo trastorna tanto qu e pronto sostendrá que
dos y dos son cinco. El pequeño confunde todo lo que usted
le dice. ¡Fíjese que ayer me demostró que la Tierra se mu eve
alrededor del Sol Y además está seguro que un señor l lamado
Quipérnico lo ha calculado todo.
ANDREA: ¿Acaso no lo ha calculado el Quipérnico, señor Ga-
li lei? ¡Dígaselo usted mismo
SRA SARTI: ¿Qué? ¡Así q«e es usted q uien le dice todos esos
disparates Luego los repite com o un loro en la escuela y me
vienen los señores del clero a protestar porque difunde esas
cosas del diablo. ¡Vergüenza debía de darle, señor Ga li lei
GALILEI (desayunando): Sobre la base de nuestras investiga-
ciones, señora Sart i , y luego de ardorosas controversia», Andrea
y yo hemos hecho tales descubrimientos que no podemos callar
ya ante el mundo. Comienza un t iempo nuevo, una gran era,
en la que vivir será un verdadero goce.
SRA. SARTI: SÍ, sí. Ojalá que en esa nueva época podamos
pagar al lechero, señor Gali lei . Está esperando un señorito
que desea tomar lecciones. Viste bien y trae una caita de re-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 18/267
comendación .
(Le entrega una carta.)
Hágame e l favor y no
lo envíe de vuel ta que tengo presente s iempre la cuenta del
lechero.
(Se va.)
GALILEI
(riendo):
Déjem e t e rminar po r l o menos con mi
desayuno.
(A Andrea.)
¡Entonces quiere decir que ayer hemos
entendido algo
ANDREA: NO, se lo dije a ella sólo para que se asom bre. Per o
no es cierto, usted di jo que la Tierra se mueve alrededor de
sí misma y no sólo en torno al Sol. Pero la silla se movió sólo
alrededor de la palangana y no alrededor de s í misma, porque
si no yo me hubiese caído, y esto es una evidencia, ¿Por qu é
no dio vuel tas a la s i l la? Porque entonces quedaba demostrado ¿
que yo tamb ién me habría caído de la Tierra . ¿Qué me dice,
ahora?
GALILEI: Pero t e he dem os t rad o . . . ¡
ANDREA: Esta noche me di cuenta que si la Tierra realmente
1
se moviese me hubiera quedado toda la noche con la cabeza
colgando para abajo. Y esto es una evidencia.
GALILEI
(toma una manzana de la mesa):
Mira, aquí t ienes
la Tierra.
ANDREA: NO, no. No me venga s iempre con esos ejemplos,
señor Gali lei . Así gana s iempre.
GALILEI
(colocando de nuevo la manzana en la mesa):
B u e n o . . .
ANDREA: Con ejemplos se logra s iempre demostrar todo, cuan-
do se es astuto. Pero yo no puedo arrastrar a mi madre en una
si l la como usted lo hace conmigo. Vea pues qué ejemplo más
malo es ése. ¿Y qué sucedería con la manzana como Tierra?
No sucedería absolutamente nada.
GALILEI
(ríe):
Es que tú no quieres comprender.
ANDREA: Vamos a ver, tómela de nuevo, ¿por qué no cuelgo
con la cabeza para abajo de noche?
GALILEI: Mira, ésta es la Tierra y aquí estás tú.
(Clava la as-
tilla de un leño en la manzana.)
Y ahora la Tierra se mueve .
ANDREA: Y ahora estoy con la cabeza colgando para abajo.
GALILEI: ¿Por qué ? Fíja te bien, ¿dó nde está ia cabeza?
A N D R E A : A h í , a b a j o .
GALILEI: ¿Qué?.
(Vuelve la manzana a su primera posición-) „
¿No está acaso en el mismo lugar, no están los pies s iempre
abajo? ¿Quedarías parado si yo te mu evo así?
(Saca la astilla
y la da vuelta.)
ANDREA: NO. ¿Y por qué entonces no noto nadá del giro?
GALILEI: Porque tú real izas también el movimiento. Tú y el
aire que está sobre t i y todo lo que está encima de la esfera.
ANDREA: ¿Y por qué entonces parece que el ,Sol se moviera?
GALILEI
(gira nuevamente la manzana con la astilla):.
Mira,
tú ves abajo la Tierra, que permanece igual , s iempre está de-
ba jo de t i y para t i no se mueve. Pero mira hacia arriba, ahora
t ienes la lámpara sobre tu cabeza; pero ¿qué ocurre cuando
giro la Tierra? ¿Qué t ienes sobre tu cabeza?
ANDREA
(hace también el giro):
La estufa.
GALILEI: ¿Y dónde está la lámpara?
A N D R E A : A b a j o .
G A L I L E I : A j á .
ANDREA: Esto s í que es bueno, el la se asombrará.
(Entra Lu-
dovico Marsili, un joven de acaudalada familia.)
GALILBI: Esta casa es lo mismo que un palomar.
LUDOVICO: Buenos días, señor. Mi nombre es Ludovico Marsili.
GALILEI
(estudiando la carta de recomendación):
¿Viene usted
de Holanda?
LUDOVICO: Sí, donde oí hablar mucho de usted, señor Galilei.
GALILEI: ¿SU famil ia posee bienes en la Campania?
LUDOVICO: Mi madre quiso que viese un poco de lo que ocurre
en e l mundo , y as í . . .
GALILEI: Y usted oyó en Holanda que en Ital ia ocurre algo
conmigo .
LUDOVICO: Y como m i ma dre qu iere que también sepa un p oco
de lo que ocurre en l a c i encia . . .
GALILEI: Lecciones privadas: diez escudos por mes.
LUDOVICO: Muy bien, señor.
GALILEI: ¿Por qué se interesa usted?
LU D O V I C O : C a b a l l o s .
G A L I L E I : A j á .
LUDOVICO: Yo no tengo cabeza para las ciencias, señor Galilei.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 19/267
GALILEI: A j í Ba jo esas circunstancias son quin ce escudos
por mes .
LUDO vi co : Mu y bien, señor Gali lei .
GALILEI: Tend ré que enseñar le de mañana b ien tempr ana Y
tú te quedas s in nada, Andrea. Pero debes comprender , tú no
pagas nada.
ANDCEA: Si, sf, ya m e voy. ¿Puedo l levarme la man zana?
G A L I L B :
SL (Andrea
N
M .)
IOWVKD: Tendrá que tener paciencia conmigo, pr incipal -
m sm e ¡ u u m t f tt» qu e ocurre en l as c iencias s iempre es d i s t in to
a I » f R Sa t d sent ido común. P or ejemplo , ah í t iene us ted
m t « d b o ^ a e w n k u en A m s t e rd am . L o h e es t u di ad o d e t en i-
á i i j j u n a . , a a a w d n d e cu e t o v e rd e y do s l en t es , u n a a s í
((AmmUii « w l a a t riman*) j otra así (describe una conve
m t ) . H e
«oíd©
<fae «na am plía la image n y la otra la empe que-
f tne. C m A f i u bombee razonable pensar ía que ambas juntas
ae ••n i i i i r t a— Kaes no es as í . Se ve todo cinco veces más
jpafiAe co a efl «pata to. Esta es su cien cia.
G A U L H : ^ O É an a ae v e c in co v eces m ás g r an d e?
UOBtmro: Tenes de jg jcsw, palomas , todo lo que es tá l e jano.
G U I B : | H a p o d i d o v e r u s t ed m i s m o t o r re s d e i g le s ia
agBaedadas?
l U X WX J u SC, s e f a t .
G A U L E C ¿ Y e l ft db o t e n i a « l o s l e n t e s ?
(Dibuja
m
croquis en
mm injf* ie pnfxiJ) ¿ T a f i a e n e a s p ec t o ? (Ludovico asiente.)
¿ G a f i m o h ace « {a e s e i m n 6 e s o?
ID DO V K D : S eg í n cu co , n o U f a n p as ado m ás d e d o s d í a s
cuando dejé Hfohnda, por lo menos desde que apareció en el
m ercad a
GAT.W.W (ota ¿mistos®): ¿Y por qué quiete us ted aprender
f í s ica, no ser ia m ejor h cr ia de cabal los?
(Entra la señora
Sarti sm ser motad* por Galilei)
LUDOVKD: Mi madre opina que un poco de ciencia es nece-
sar io . Todo d mundo hoy en d ia bebe su v ino con ciencia .
GALILEI: Pero pata us ted ser ta lo mismo aprender una len-
gua ame na o t eo logía . Es más FÓÁL (Ve en ese momento *
la señora Sarti.) Bien, venga el martes a la tarde, (ludovico
se va.)
SHA. SARTI: El Secretario de la Universidad espera afuera.
GALILEI: NO me mire así , si lo he tomado.
SRA. SARTI: SÍ, porque me vio en el momento oportuno.
GALILEI: Deje pasar al Secretario, es importante. Esto signi-
ficará, tal vez, quinientos escudos de oro. Después, no tendré
ya necesidad de alumnos. (La señora Sarti hace pasar al Se-
cretario. Galilei, que ha terminado de vestirse, anota algunas
cifras en un papel.)
GALILEI: Buenos días, présteme un escudo. (Da a la señora
Sarti la moneda que el Secretario saca de un bolsillo.) Mande
a Andrea al óptico por dos lentes. Aquí están las medidas.
(La señora Sarti se va con el papel.)
EL SECRETARIO: Vengo a devolverle su solicitud de aumento
de sueldo a mil escudos de oro. Desgraciadamente, no puedo
apoyarlo ante la Universidad. Usted lo sabe muy bien, los
cursos de matemáticas no traen ningún beneficio a nuestro
instiouo. Sí , hasta bien podríamos decir que las matemáticas
son un arte sin pan. No quiero significar con esto que la
República no deja de apreciar a esa ciencia por sobre todo.
Evidentemente, las matemáticas no son tan necesarias como
la fi losofía, ni tan inútiles como la teología, pe ro .. . ¡propor-
cionan un número tan i l imitado de placeres
GALILEI
(leyendo en sus papeles):
Mi queridísimo Secretario,
OJO quinieoKK escudos no h ago nada.
EL SBCKETAJMO: Pero, señor Galilei, usted dicta apenas dos
veaes dos bocas en la semana. Su extraordinaria fama debe
acantea rle aftiamaos a .discreción qu e pued en p aga r lecciones pr i-
vadas. <Mo cáeme «seed, acaso, alumnos particulares?
G a in g » : Sí , oem^o demasiados. Enseño y enseño, ¿y cuándo
«gffiendfené? Ben dito señor, yo nao poseo la ciencia infu sa co mo
¡le* señore s de lia Facultad de Filosofía. Soy tonco. N o e ntien -
do nada de nada y me veo dbJigado a l lenar los agujeros de
mi sabiduría.
¿Y
cuándo podré hacerlo? ¿Cuándo podré in-
vestigar? Señor cmáo, mi ciencia t iene sed de saber más. ¿Qué
hemos resuelto de dos grande s problemas? Sólo "T ¥ »n t hipóce-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 20/267
sis. Pero hoy nos exigimos pruebas hasta de nosotros mismos.
Y ¿cómo puedo adelantar si para poder vivir tengo que me-
terle en la cabeza a todo idiota con dinero que las rectas
paralelas se cortan en el infinito?
EL SECRETARIO: NO olvide usted que la República paga, tal
vez, menos que algunos príncipes, pero a cambio garantiza
la l ibertad científica. Nosotros, aquí en Padua, hasta permiti-
mos algunos alumnos protestantes y también les otorgamos el
t í tulo de doctor. Al señor Cremonini no solamente no lo en-
tregamos a la Inquisición cuando se nos demostró —sí, señor
Gali lei , se nos demostró— que realiza manifestaciones antirr*.
Ügiosas, sino que todavía le aumentamos el sueldo. Hasta en
Holanda se sabe que Venecia es la República donde la Inqui-
sición no dice esta boca es mía. Todo esto t iene mucho valor
para usted que cult iva la astronomía, es decir, una ciencia en
la que desde hace poco t iempo no se respetan con la debida
consideración las enseñanzas de la Iglesia.
GALILEI: A Giordano Bruno lo entregaron ustedes a Roma
porque divulgaba las teorías de Copérnico.
EL SECRETARIO: NO, no lo entregamos por divulgar las teo
rías de Copérnico, que por otra parte son falsas, sino porque
él ni era veneciano, ni investía aquí ningún cargo. No se
queme usted ahora con el qi^emado. Está bien que disponga-
mos de l ibertad completa, pero no por eso es aconsejable
gritar a los cuatro vientos un nombre sobre el que recae la
expresa maldición de la Iglesia. Ni aquí, ni siquiera aquí
dentro.
GALILEI: De modo que la protección que prestan a la l iber-
tad de pensamiento les resulta un buen negocio, ¿verdad?
Mientras ustedes señalan que la Inquisición trabaja y quema
en otros lugares, obtienen aquí maestros buenos y baratos. La
protección que ejercen contra la Inquisición los benéficia por
otro lado al pagar los sueldos más bajos.
EL SECRETARIO: ¡Esto es injus to ¡Injus to ¿D e qué le ser-
viría a usted disponer de mucho t iempo para la investigación
si cadt monje ignorante de la Inquisición pudiera, sin más ni
más , proh ibir sus pen sam iento s: INO hay rosas sin espinas ni
príncipes sin monjes, señor Gali lei .
GALILEI: ¿Y de qué sirve la l ibertad científica sin t iempo
libre para investigar? ¿Qué pasa con los resultados? ¿Por
qué no muestra a los señores consejeros mis investigaciones
sobre las leyes de la gravitación (señala un manojo de manus-
critos) y les pregunta si esto no vale un par de escudos más?
EL SECRETARIO: Poseen un valor infinitamente mayor, señor
Gali lei .
GALILEI: NO un valor infinitamente mayor, sino de quinien-
tos escudos más, señor.
EL SECRETARIO: El valor de una cosa se mide por la cantidad
de escudos que puede proporcionar. Si quiere ganar dinero
debe mostrarnos otras cosas. Usted sólo puede exigir para la
ciencia que vende tanto como la ganancia que recibirá aquel
que se la compra. Ahí tenemos el ejemplo de la fi losofía que
el señor Colombe vende en Florencia: pues bien, el la le sig-
nifica al Príncipe, por lo menos, diez mil escudos por año.
Sus leyes de la gravitación han causado, por cierto, mucho
revuelo. Se las aplaude en París y Praga. Pero esos señores
que allá aplauden no pagan a la Universidad de Padua ló que
usted le cuesta. Su desgracia es la ciencia que ha elegido, señor
Gali lei .
GALILEI: Sí, compre ndo. Comercio l ibre, ciencia l ibré. Co-
mercio l ibre con la ciencia l ibre, ¿verdad?
EL SECRETARIO: ¡Pero señor Galilei ¡Qué criterio Perm í-
tame decirle que no comprendo completamente sus chistosas
observaciones. El floreciente comercio de la República no pue-
de ser objeto de sospechas. En cuan to a la ciencia, en los largos
años de mi cargo universi tario nunca me atrevía a hablar de
ella en ese, si se me permite, en ese tono tan frivolo. (Con-
tinúa mientras Galilei dirige nostálgicas miradas a su mesa
de trabajo.) ¡Piense usted un poco en la si tuación actual
¡En la esclavitud bajo cuyo látigo suspiran las ciencias en
ciertos lugares ¡Allí, hasta se han cor tado látigos de los anti-
quísimos infolios de cuero En esos lugares no debe saberse
por qué la piedra cae, sino que sólo puede repetirse lo que
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 21/267
Aristóteles escribe. Los ojos se t ienen sólo para leer. ¿Para
qué nuevas leyes de la caída de los cuerpos si sólo lo que
impor ta es la caída de rodil las? Comp are esto con la inmensa
alegría con que nuestra República recibe sus pensamientos, así
sean los más atrevidos. ¡Aquí puede usted investigar ¡Aquí
pued e usted trabajar Na die lo vigila, nadie lo persigue. Nu es-
tros comerciantes, que bien saben lo que significan mejores
lienzos en la competencia con los florentinos, aprecian muy
bien su l lamado por una "física mejor", y, por otro lado,
¡cuánto debe agradecer la física a la exigencia de mejores
telares Nues tros más dist inguidos ciudadanos se interesan por
sus investigaciones, lo visi tan y se hacen mostrar sus descu-
brimientos, y es por cierto gente que no puede desperdiciar
su propio t iempo. No desprecie al comercio, señor Gali lei .
Nadie permitiría que lo molestaran a usted en su trabajo o
* que algú n entrom etido le crease dificultades. Reconozca, seño r
Gali lei , que aquí usted puede trabajar.
G A L I L E I (desesperado): Sí .
EL SECRETARIO: En lo que respecta a sus necesidades mate-
riales, haga nuevamente algo bonito, como aquel famoso com-
pás mili tar con el que (va contando con los dedos) sin ningún
conocimiento de matemáticas es posible trazar l íneas, calcular
los intereses compuestos de un capital , reproducir croquis de
terrenos en diversas escalas y est imar el peso de las balas de
cañón.
G A L I L E I : S a n d e c e s .
EL SECRETARIO: ¡Llama sandez a algo que encanta a las se-
ñorías más dist inguidas y que ha sorprendido y producido
dinero contante y sonante Has ta he o ído que el mismo G e-
neral Stefano Grit t i ha l legado a extraer raíces cuadradas con
ese instrumento.
GALILEI: ¡Verdaderamente, una maravil la ¿Sabe, Priuli , que
me ha hecho pensar? Priuli , me parece que tengo algo de la
categoría que a usted le agrada. (Toma la hoja con el croquis.)
ÉL SECRETARIO: ¿Sí? ¿Ah, per o eso sería la solu ción (Se
levanté.) SIFLTX Galilei nosotros bien sabemos que usted es
un gran hombre. Un gran hombre, pero un hombre descon-
tento, si usted me permite.
GALILEI: Sí , soy un descontento y eso es lo que tendrían que
pagar si me comprendieran. Porque yo estoy descontento con-
migo mismo. Pero en lugar de eso procuran que lo esté con us-
tedes. Reconozco que me gustaría dedicar toda mi persona a
mis señores venecianos, con su famoso arsenal, sus ast i l leros
y polvorines de art i l lería. Pero es que no me dejan t iempo
libre para seguir con las especulaciones científicas que me
asaltan. Amordazan justo al buey que tri l la. Tengo cuarenta
. y seis años y no he hecho nada que me tranquil ice.
\ EL SECRETARIO: Entonce s, no qu isiera se guir mole stándo lo.
' GALILEI: Grac ias. (Se va el Secretario. Galilei queda solo
algunos instantes y comienza a trabajar. Andrea entra corrien'
do mientras Galilei trabaja.) ¿Por qué no comiste la manzana?
ANDREA: Porque le quiero demostrar a el la que se mueve.
GALILEI: Tengo que decirte algo, Andrea, No hables a otros
de nuestras ideas.
A N D R E A : ¿ P o r q u é n o ?
GALILEI: La Superioridad lo ha prohibido.
ANDREA: ¡Pero si es la verdad
GALILEI: Pero ella lo prohibe. Además, debo decirte otra cosa.
Tengo que hacerte una confesión: las teorías de Copérnico
son nada más que hipótesis. Dame las lentes.
ANDREA: Tuve que dejar mi gorra como prenda.
GALILEI: ¿Y qué piensas hacer en el invierno sin gorra?
(Pausa. Galilei acomoda las lentes de acuerdo con el croquis.)
ANDREA: ¿Qué es una hipótesis?
GALILEI: ES cuando se considera una cosa por cierta pero
todavía no se ha demostrado como hecho real . Por ejemplo,
la Felice, ahí abajo, delante de la t ienda del cestero, está dando
el pecho a su niño. Si decimos que el niño recibe la leche de
la Felice y no la Felice del niño, el hecho en sí será una hipó-
tesis mientras no se vaya hasta al l í , se vea el hecho y se lo
demuestre. Frente a los astros somos como gusanos de ojos
turbios que poco ven. Las viejas enseñanzas en las que se
creyó durante mil años están en completa decadencia. Poca
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 22/267
«*ft4©fft queda a lo» pmam que sos t íeaea HOI g l faatesco i
edificios, Sea muchas leyes que poco aclatsa, mientras que
las nuevas hipótesis t ieae a poc as leye» que much o aclaran.
A N D R I A : Pe» us ted y» me demost ró todo.
G A L I L B I : N o, tó lo t e d i j e que podía ser as í . ¿ Bat imá n? La
hipótesi es muy bella y BO hay oada q ue hable en IU coatra.
A N D R E A : Y O tambiéa quisiera ser físico, señor Gali lel .
G A L I L B I : Ya lo creo, tealeado ea cuenta los iaaumerables
problemas que existen ea auestra materia. (Ha ido basté lé
ventana y ha mirado a través de las lentes. Modéfédmmt• in-
teresado:) Mira, mira por aquí, Andrea.
G A L I L E I E N T R E G A U N N U E V O I N V E N T O A L A R EPÚ B LI C A
D E V EN EC I A .
El gran Arsenal en el puerto de Venecia. Regidores presidi-
dos por el Dux. Hacia un costado se hallan Sagredo, amigo de
Galilei, y Virginia Galilei, de quince años de edad, que lleva
una almohadilla de terciopelo sobre la que descansa un anteojo
de larga vista de más o menos sesenta centímetros de longitud,
en estuche de cuero carmesí. Galilei, subido a un estrado. De-
trás de él, el soporte para el anteojo, al cuidado del pulidor
Federzoni.
GALILEI: Excelencia, Señorías. Como maestro de matemáticas
en la Universidad de Padua consideré siempre como un deber
no sólo cumplir con mi más alto cargo en la enseñanza,
sino también procurar beneficios especiales a la República de
Venecia por medio de inventos úti les. Con profunda alegría
y la debida humildad puedo presentarles y entregarles hoy un
novísimo instrumento, mi anteojo larga vista o telescopio, ori-
g inado en el mundialmente famoso gran Arsenal de Venecia,
construido de acuerdo a los más altos principios científicos y
crist ianos, producto de diecisiete años del patiente trabajo de
este devoto servidor. (Galilei baja del estrado y se coloca junto
é Sagredo, Aplausos. Galilei hace una reverencia. Bajo, a Sa-
gredo.) ¡Esto sí que es perder el t iempo
SAGREDO (bajo): Pero podrás pagar al carnicero, viejo.
GALILBI: SÍ, y a ellos les traerá dinero. (Nueva reverencia.)
£L SECRETARIO (sube al estrado)'. Excelencia, Señorías. Una
ve* más se escribe con letras venecianas una hoja de gloria
en el Libro de las Artes.
(Aplauso cortés.)
Un sabio de fama
mundial entrega hoy a ustedes y sólo a ustedes un valiosísimo _
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 23/267
tubo para ser fabricado y vendido en la forma que mejor les
plazca.
(Aplauso cerrado.)
¿Han pensado ya que por med io
de este instrumento podremos reconocer en la guerra el nú-
mero y poderío de los buques enemigos dos horas antes de
que el los puedan observar los nuestros? De este modo podre-
mos decidirnos antes a la persecución, a la lucha o a la fuga.
(Entusiasta salva de aplausos.)
Y ahora, Excelencia, Señorías ,
el señor Gali lei les ruega recibir este, producto de su intuición
de manos de su encantadora hi ja.
(Música. Virginia se ade-
lanta, hace una reverencia, entrega el anteojo al Secretario,
que a su vez lo pasa a Federzoni. Éste lo coloca en el soporte
y lo regula. El Dux y los regidores suben al estrado y miran
por el anteojo.)
GALILEI
(bajo):
No creo que podré aguan tar l a rgo t i empo
este carnaval . Éstos creen qu e Rec iben u na ba rat i ja lucrat iva,
pero t iene otro valor. Ayer a la noche lo dirigí a la Luna.
SA G R ED O : ¿ Y q u é v i s t e ?
GALILEI: El borde entre la hoz i luminada y la parte redonda
oscura no es ní t ido s ino completamente i rregular, áspero y
dentado. ¡Ni huel las de luz propia ¿Entiendes lo que esto
puede s ignificar?
REGIDOR: Desde aquí puedo observar las fort i ficaciones de
Santa Rita, señor Gali lei . Allá, en ese velero, están almorzan -
do. Pescado fri to. Me ha despertado el apet i to.
GALILEI: Si la Luna fuese una Tierra, y en verdad su apa-
r i enc ia es la de una T ier ra . . . s í , po r e l i n s t rumen to pue de
verse cla ram en te.. . entonces, me pregun to, ¿qué es la Tierra?
SAGREDO: Te están hablando.
REGIDOR: Se ve bien con el armatoste, me parece que tendré
que decirles a las mujeres de casa que eso de bañarse en el
techo ha concluido.
SAGREDO: ¿A qué atribuyes que el borde de la hoz no sea
nítido ni liso?
GALILEI: La Luna t iene montañas.
REGIDOR: Por una cosa así se puede exigir diez escudos, señor
QfH»t« (Galilei hace una reverencia.)
VIRGINIA (trae a Ludovico hasta su padre): Ludovico quiere
fel ici tarte, padre.
LUDOVICO
(confundido):
Lo felicito, señor.
GALILEI: SÍ, mejoré el modelo.
LUDOVICO: SÍ, sí, señor. Ya lo veo, usted le puso un estuche
rojo. En Holanda era verde.
GALILEI
(a Sagredo):
Y yo hasta me pregunto s i con el apa-
ra to no se puede demos t rar c i e r t a t eo r í a . . .
SAGREDO: Modérate, hombre.
EL SECRETARIO: SUS quinientos escudos están seguros, Galilei.
GALILEI
(sin atenderlo):
Imag ina: puntos luminosos en la
parte oscura del disco y lugares oscuros en la hoz i luminada.
Justo, es hasta demasiado justo. Claro está que s iempre soy
desconfiado con las deducciones apresuradas.
(El Dux, un m o-
desto hombre obeso, se ha aproximado a Galilei y trata de
dirigirse a él con torpe dignidad.)
EL SECRETARIO: Señor Galilei, Su Excelencia, el Dux.
(El
Dux estrecha la mano de Galilei.)
GALILEI: ¡ES verda d, los quin iento s ¿Está usted co ntento ,
Excelencia?
EL DUX: Desgraciadamente necesi tamos s iempre un pretexto
para nuestros concejales s i queremos hacerles l legar algo a
nuestros sabios.
EL SECRETARIO: Por otro lado, ¿dónde quedaría el estímulo
entonces?
EL DUX
(sonriendo):
El pretexto es necesario.
(El Dux y el
Secretario guían a Galilei hasta los regidores, que lo rodean.
Virginia y Ludovico se retiran lentamente.)
VIRGINIA: ¿Hice todo bien?
LU D O V I C O : C r e o q u e s í .
VIRGINIA: ¿Qué te pasa?
LUDOVICO: Nada, nada... Creo que un estuche verde hubiese
sido lo mismo.
VIRGINIA: Me parece que están todos contentos con papá.
LUDOVICO: Y a mí me parece que ya empiezo a comprender
ahora algo de lo que es la ciencia.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 24/267
1 0 D E E N E R O D E 1 6 1 0 : P O R M E D I O D E L T E L E S C O P I O , G A -
L I L E I R E A L I Z A D E S C U B R I M I E N T O S E N E L C I E L O Q U E D E -
M U E S T R A N E L S I S T E M A D E C O P E R N I C O . P R E V E N I D O P O R
SU A M I G O D E LA S PO SI B LES C O N SEC U EN C I A S D E SU S I N -
V E S T I G A C I O N E S , G A L I L E I M A N I F I E S T A S U F E E N L A R A Z O N
H U M A N A .
Gabinete de trabajo de Galilei, en Padua. Galilei y Sagredo
frente al telescopio.
SAGREDO (mirando por el telescopio, a media voz): El borde
de la hoz es áspero. En la mitad oscura, cerca del borde i lu-
minado, hay puntos de luz. Van apareciendo uno detrás del
otro. La luz sale de el los y se desparrama sobre superficies
cada vez mayores para desembocar al fin en la parte i luminada.
GALILEI: ¿Qué explicación das a esos puntos?
SA G R ED O : N o , n o e s p o s i b l e .
GALILEI: SÍ, señor. Son montañas gigantescas.
SA G R ED O: ¿ En u n a e s t r e l l a ?
GALILEI: Montañas. El Sol dora las cimas mientras que en las
pendientes reina la noche. Lo que tú ves es la luz que va ba-
jando de las cimas hasta los valles.
SAGREDO: |Pero eso contradice la astronomía de dos siglos
enteros
GALILEI: Así es. Lo que tú vea aquí no lo ha víi to ningún
ser humano, «alvo yo. Tú eres el segundo.
SAGREDO: Pero es que la Luna no puede ser una Tierra con
montañas y valles del mismo modo como la Tletra no puede
ser una estrella.
GALILEI: La Luna puede ser una Tierra con montañas y valles,
f la Tierra puede ser una estrel la, un astro común, uno entre
mi lü, Mira de nuevo; ¿ve», acaso, la parte oscura de IB Luna
tgcalmente oscura?
S A G R I D O : NO . Ahora que miro con atención, veo todo cu-
bierto por una luz tenue, una luí de color ceniza.
G A L I L E I :
¿Y qué clase de luz puede ser?
S A GR E DO : ¿ . . . ?
G A L I L E I : E S
la luz de la Tierra.
SAGREDO: |Qu é dispara te ¡Cómo va a brilla r la Tier ra Con
sus cordil leras y bosques y ríos. Un cuerpo frío.
GALILEI: Del mismo modo que bri l la la Luna. Porque los dos
astros están i luminados por el Sol, por eso bri l lan. Lo que es
la Luna para nosotros somos nosotros para la Luna. Y ella
s$ nos aparece una vez como hoz, otra vez como semicírculo,
t ina vez l lena y otra vez, nada.
SAéREDO: ¿Entonces quiere decir que no hay diferencia entre
lona y Tierra?
G A L I L E I : A l p a r e c e r , n o .
SAGREDO: No hace todavía d iez años un hombre fue quemado
en Roma. Se l lamó Giordano Bruno y sostenía lo mismo.
GALILEI: Efectivamente. Y nosotros lo estamos viendo. Acer-
ca tu ojo al telescopio, Sagredo. Lo que tú ves es que no hay i
diferencia entre el cielo y la t ierra. Estamos a diez de enero
di mil seiscientos diez. La humanidad asienta en su diario:
beiy ha sido abolido el cielo.
SAGREDO: ¡Qué cosa maravillosa es este aparato (Golpean
a ta puerta. )
GALILEI: Espera, además he descubierto otra cosa. Y, tal vez,
sea todavía más asombrosa. (Golpean de nuevo. Aparece el
Secretario de la Universidad.)
ÉL SECRETARIO: Disculpe usted que lo moleste a estas horas.
Quisiera hablarle a solas.
GALILEI: El señor Sagredo puede oír todo lo que a mí M
tefiera, señor Priuli .
EL SECRBTARIO: ES que, tal vez, no le resultará agradable a
usted que el señor oiga lo que ha ocurrido. Es algo totalmente
increíble.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 25/267
GALILEI: Él señor Sagredo ya está acostumbrado a que en
mi presencia ocurran cosas increíbles , señor Priul i .
EL SECRETARIO: Mucho me temo que...
(Mo strando el te-
lescopio.)
¡Ahí está el famoso invento Pued e usted t i rarlo,
es un fracaso, sí, ¡un fracaso
SAGREDO
(que ha estado paseándose nervioso):
¿Por qué?
EL SECRETARIO: ¿NO sabe usted, acaso, que ese invento que
ha s ido designado como el fruto de diecis iete años de t rabajo
se puede comprar en cada esquina de Ital ia por un par de
escudos? ¡Y nada men os que fabricado en Holan da En este
momento un carguero holandés está descargando en el puerto
quinientos de esos anteojos.
G A L I L E I : ¿ E s c i e r t o ?
EL SECRETARIO: No comprendo su tranquilidad, señor.
SAGREDO: Pero, ¿por qué se afl ig e tanto? De je que el señor
Gali lei le cuente los descubrimientos revolucionarios que, gra-
cias a este aparato, ha podido real izar en la bóveda celeste.
GALILEI
(riendo):
Usted mism o pued e verlos , Priul i .
EL SECRETARIO
(a Sagredo):
Es me jor que usted vaya sabien-
do que me basta mi descubrimiento de ser el hombre que logró
duplicarle el sueldo al señor Gali lei por este vulgar t rasto.
¡Por pura casual idad lds señores de la Alta Signoria no se han
encontrado en la primer bocacal le, ampliado siete veces en su
tamaño, con algún vendedor ambulante que ofrece este tubo
por una bicoca ¡Y el los están en la creencia de haber ase-
gurado a la República con este instrumento algo que sólo
aquí puede ser fabricado
(Galilei ríe a carcajadas.)
SAGREDO: Mi estimado señor Priuli, tal vez yo no sea capaz
de calcular el valor comercial de un instrumento semejante,
pero su valor para la fi losofía es verdaderamente incalculable.
EL SECRETARIO: ¡Para la filoso fía ¿Qué tiene que hace r el
señor Gali lei , todo un matemático, con la fi losofía? Señor
Gali lei , una vez usted entregó a la ciudad una excelente bomba
de agua y su s is tema de i rrigación funciona todavía normal-
mente. Hasta los fabricantes de paños alabaron su máquina.
¿Cómo podía esperar ahora esto de usted?
GALILEI: No tanta prisa, Priul i . Las rutas marí t im as son s iem-
pre largas, inseguras y caras . Nos hace fal ta una especie de
reloj exacto en el cielo. Ahora tengo la certeza de que podré
seguir con el anteojo el paso de ciertos astros que real izan
movimientos muy regulares . Esto t raería como consecuencia
el ahorro de mil lones de escudos para la marina, Priul i .
EL SECRETARIO: Déjeme de esas cosas. Ya lo he estado escu-
chando bastante. Como pago de mi cortesía me ha convert ido
en el hazmerreír de la ciudad. Siempre seré en el recuerdo
de todos aquel secretario que se dejó embaucar con un anteojo
sin valor alguno. Ríase, t iene toda la razón en reírse. Usted
ya t iene asegurados sus quinientos escudos de oro. Ah, pero
yo le aseguro —y es un hombre honorable quien se lo dice—:
este mundo me asquea, ¡me da asco
(Se va, cerrando la puerta
con violencia.)
GALILEI: Cu and o está colérico se vuelve simpático . ¿Has oído?
Le asquea un mundo en el que no se pueden hacer negocios.
SAGREDO: ¿Sabías algo ya de esos instrumentos holandeses?
GALILEI: Naturalmente. Oí hablar de el los . Pero yo les cons-
truí uno much o mejor a esos tacaños. ¿Cómo podría t rab ajar
de otra form a? ¿Con el alguaci l en el cuarto? Virginia n e-
cesi ta pronto un ajuar, el la no es intel igente. Además me
gusta mucho comprar l ibros, no sólo sobre fís ica, y me place
también comer decentemente. Mis mejores ideas me asal tan
justamen te cuando saboreo un buen plato. ¡Ah, esta corrom-
pida época ¡Ésos no me han pagado tanto como al cochero
que les t ransporta los toneles de vino ¡Cuatro brazas de leña
por dos lecciones de matemáticas Sí , he podido arrancarles
quinientos escudos, pero tengo todavía deudas, algunas de las
cuales t ienen ya veinte años. ¡Cinco años de t iempo l ibre pa ra
mis invest igaciones y ya habría demostrado todo Ven, te
mostraré algo más.
SAGREDO
(duda de aproxima rse al anteojo):
Siento algo así
como un temor, Gali lei .
GALILEI: Ahora te mostraré una de las nebulosas de la Vía
Láctea, brillante, blanca como la leche. ¿Sabes tú en qué
consiste?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 26/267
SAGREDO: Son estrellas. Incontables.
GALILEI : Sólo en la constelación d e Orió n hay quini enta s es-
t rel las fi jas . Ésos son otros mundos inconmensurables , los más
lejanos astros de los que habló aquel que mandaron a la ho-
guera. N o los vio, pero los esperaba.
SAGREDO: Aun en el caso de que esta Tierra fuese una estrella,
no queda comprobado por e?o que se mueva alrededor del
Sol , como sost iene Copérnico. No existe ningún astro en el
cielo que se mueva alrededor de otro. Pero, en cambio, alre-
dedor de la Tierra se mueve s iempre la Luna.
GALILEI: YO me p reg un t o . . . Desde an teayer me p re gun to . . .
¿Dónde está Júpi ter?
(Lo enfoca.)
Cerca de él hay cuatro
estrel las que se captan con el anteojo. Las vi el lunes pero
no les dediqué mayor atención. Ayer miré de nuevo y hubiera
ju rado que hab ían cambiado de pos i c i ón . . . ¿Y ahora , qué
es esto? Se han movido de nuevo.
(Déjand el sitio.)
Mi ra ,
mira tú.
SAGREDO: Sólo veo tres.
GALILEI: Y la cuarta, ¿dónde está? Aquí tengo las tablas.
Tenem os que calcular los mov imiento s que pueden haber
real izado.
(Excitados comienzan a trabajar. E l escenario se
vuelve o scuro pero siempre se ven. en el horizonte Júpiter y
sus satélites. Cuando comienza a aclarar, se hallan todavía
sentados, cubiertos con abrigos de invierno.)
Está demostrado.
La cuarta sólo pudo haberse ido detrás de Júpi ter, donde no
se la pued e ..ver. A hí t ienes un sol en torno al cual giran ' las
estrel las pequeñas.
SAGREDO: Pero ¿y la esfera de cristal a la que está fijado
Júp i t e r?
GALILEI: SÍ, ¿dónde está ahora? ¿Cómo pued e Júpi ter estar
sujeto s i hay otras estrel las que dan vuel tas en torno a él? Ah í
no hay ningún parante, en el universo no hay ningún apoyo.
¡No es nada menos que otro sol
SAGREDO: Tra nqui lízate . Piens as con demasia da prisa.
GALILEI: ¿Qué? ¿Prisa? ¡Hom bre, no te quedes así Lo que
tú estás viendo no lo ha vis to nadie hasta ahora. -Tenían
razón
SAGREDO: ¿Quién, los discípulos de Copérnico?
GALILEI: Y el otro. ¡El mund o entero estaba contra el los y
el los tenían razón ¡Esto s í que es algo para Andr ea
(Corre
hasta la puerta y llama.)
¡Señora Sarti ¡Señora Sarti
SAGREDO: ¡Galilei, tranquilízate
GALILEI: ¡Sagredo, muévete
SAGREDO
(desmonta el anteojo):
¿Quieres termin ar de una
vez de gri tar como un loco?
GALILEI: ¡Quieres terminar de estarte ahí como un bacalao
seco en la hora del descubrimiento de la verdad
SAGREDO: N o me quedo com o un bacalao se co ... Tiem blo
de pensar que podría ser la verdad.
G A L I L E I : ¿ Q u é ?
SAGREDO: ¿Has per dido el juicio? ¿Sabes acaso realme nte
en lo que te metes si eso que tú ves es la verdad? ¿Y m ás si
lo gri tas en todos los mercados? ¡Que existe un nuevo sol y
1
nuevas t ierras que giran alrededor de él
GALILEI: SÍ, sí. ¡Y no que todo el gigantesco un iverso con
todos los astros es el que da vueltas en torno a nuestra pe-
queñísima Tierra, como todos piensan
SAGREDO: Entonces sólo hay astros. ¿Y dón de está D ios?
GALILEI: ¿Qué quieres decir?
SAGREDO: ¡Dios ¡Dó nde está Dios
GALILEI
(colérico):
¡All í no D e la misma manera como no
lo encontrarán si lo buscan los de allá, si es que allá hay seres
vivientes.
SAGREDO: ¿Y entonces dónde está Dios?
GALILEI: No soy teólogo. Soy matemático.
SAGREDO: Ante todo eres un ho mbr e y yo te pregunto : ¿dónde
está Dios en tu s is tema universal?
GALILEI: ¡En nosotros mismos o en ningún lado
SAGREDO
(gritando):
¿Como lo di jo el condenado a la hoguera?
GALILEI: SÍ, como lo dijo el condenado a la hoguera.
SAGREDO: Por eso lo quemaron hace menos de diez años.
GALILEI: ¡Porque no pudo demostrar nada ¡Porque sólo
pudo af i rmar lo
SAGREDO: Gali lei , s iempre te he conocido como un hombre
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 27/267
as tu to . Durante d iec is ie te años en Padua y t r e s años en P isa
enseñas te pac ientemente e l s i s tema de P to lomeo a c ientos de
alumnos. Ese sistema que la Iglesia predica y que las Sagradas
Esc r i turas comprueban. ¡El fund amen to de la Ig le s ia Tú lo
tenías po r falso a causa de Copérnic o, pero igualme nte lo
enseñabas.
GALILEI : Porque no podía demostra r nada .
SAGREDO C incrédulo): ¿Y tú crees que todo esto ahora lo
cambia?
GALILEI: ¡Un cambio total óy em e, Sagredo. Creo en los
hombres, es decir , en su razón. Sin esa fe no tendría las fuer-
zas necesarias para levantarme cada mañana de mi cama.
SAGREDO: Quiero decir te algo: yo no creo en esa razón. Cua-
renta años de v ida ent re los hombres me han enseñado cons-
tantemente que no son accesibles a ella . Muéstrales la cola roja
de un cometa , infúnde les miedo y ve rás cómo sa len cor r iendo
de sus casas y se rompen las piernas. Pero díles algo racional
y demuéstraselo con siete razones y se burlarán de ti .
GALILEI: ESO es totalmen te falso, es una calumn ia. N o com-
prendo cómo puedes tener amor por la ciencia creyendo en esas
cosas. Sólo los cadáveres permanecen inmutables a las razones.
SAGREDO: ¿Cómo puedes confundir tú a la razón con esa
lamentable astucia que poseen?
GALILEI: NO hablo de su astucia. Ya sé, al asno lo llaman
caba l lo cuando lo venden 'y a l caba l lo a sno cuando lo quie ren
com prar. Ésa es^ su astucia. La vieja , que en la noche antes
de l v ia je le da con ruda mano un manojo más de heno a su
muía; el navegante, que al comprar las provisiones tiene en
cuenta la tormenta y la calma chicha; el niño, que se encas-
queta la gorra cuando se le demuestra la posibilidad de una
lluvia, todos ésos son mi esperanza; todos hacen valer razo-
nes. Sí, yo creo en la apacible impetuosidad de la razón sobre
los hombres . No podrán re s is t i r se a e l la durante mucho t iem-
p o . N i n g ú n h o m b r e p u e d e c o n t e m p l a r i n d é f i n i d a m e n t e c ó m o
de jo cae r una p iedra (deja caer una piedra dé la mano) y d igo:
la p iedra no cae . Ni ngú n ho mbre es capaz de e so . La seduc-
c ión que e je rce una prueba es demasiado grande . Aquí se r in-
den los más y, a la larga, todos. El pensar es uno de los más
grandes placeres de la raza humana.
SRA. SARTI (entra en camisa de dormir): ¿Necesita usted
algo, señor Galilei?
GALILEI
(que de nuevo está mirando por el anteojo y hace
anotaciones, muy cortés): Sí, necesito que venga Andrea.
SRA. SARTI: ¿Andrea? Está acostado y du erme .
GALILEI: ¿NO puede despertarlo?
SRA. SARTI: ¿Para qué lo necesita?
GALILEI : Quie ro mostra r le a lgo que lo pondrá contento . Tiene
que venir a ver una cosa que pocos hombres han visto hasta
ahora desde que la Tierra existe.
SRA. SARTI: ¿ES algo por su tubo?
GALILEI
-
SÍ, algo por mi tubo, señora Sarti.
SRA. SART
1
: ¿Y por eso tengo que despertarlo en medio de
su sueño? ¿Está usted en sus cabales? É l necesita dorm ir de
noche. ¡Ni pienso despertarlo
GALILEI: ¿Seguro que no?
SRA. SARTI: Seguro que no.
GALILEI: Entonc es tal vez usted mism a pueda ayuda rme. Mire,
tenemos un problema ace rca de l cua l no podemos ponernos
de acuerdo, quizá porque hemos le ído demasiado. Es una pre -
gunta sobre el cielo, una pregunta que se refiere a los astros,
y es la siguiente: ¿es admisible que lo grande gire en torno
a lo pequeño o que lo pequeño gi re en torno a lo grande?
SRA. SARTI (con desconfianza): Con usted uno no se orienta
en seguida, señor Galilei. ¿Es una preg unta seria o sólo quiere
burlarse otra vez de mí?
GALILEI: ES una p regu nta seria .
SRA. SARTI: Entonces puede tener en seguida la respuesta.
Dígame, ¿usted me sirve la comida a mí o yo se la sirvo a
usted?
GALILEI: Usted me la sirve a mí. Ayer estaba quemada.
SRA. SARTI: ¿Y po r qué estaba que mad a? Por qu e tuve qu e
traerle los zapatos cuand o estaba guisan do. ¿N o le traje acaso
los zapatos?
G A L I L E I : E S m u y p r o b a b l e .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 28/267
SRA. SARTI: Usted es el que ha estudiado y el que puede pagar.
GALILEI: Ya veo, ya veo. No, ya no hay dificultades. Buenas
noches, señora Sart i . (La señora Sarti se va, divertida.) ¿Y
esta gente n o quiere comprende r la verdad? ¡Si la cogen al
vuelo (Una campana llama a maitines. Entra Virginia, con
abrigo, llevando una lámpara.) ¿Por qué estás levantada ya?
VIRGINIA: Iré a mait ines con la señora Sart i . Ludovico tam-
bién vendrá. ¿Cómo fue la noche, padre?
GALILEI: Clara.
VIRGINIA: ¿Puedo mirar?
GALILEI: ¿Para qué? (Virginia no sabe qué responder.) Esto
no es un juguete.
V I R G I N I A : N O , p a d r e .
GALILEI: Y por otra parte este tubo decepciona, ya lo oirás
por todos lados. Se puede comprar por tres escudos en la calle
y ya fue inventado antes en Holanda.
VIRGINIA: Pero ¿no has visto nada nuevo en el cielo con él?
GALILEI: Sólo algunas pequeñas manchas borrosas en el lado
izquierdo de una gran estrel la que nadie alcanzará a ver, ni
siquiera con el tubo. He tenido que idearme algo para que
aquel que quiera verlas tenga que empeñarse bastante. (A
medida que habla va dejando de lado a Virginia para dirigirse
a Sagredo.) Quizá las bautice como "Astros de Médici" en
honor del Gran Duque de Florencia. A t i tal vez te interese
saber que existe la posibil idad de mudarn os a Florencia. H e
escri to una carta para ver si el Gran Duque necesita mis ser-
vicios como matemático en la corte.
VIRGINIA (radianté): ¿En la corte?
SA G R ED O : ¡ G a l i l e i
GALILEI: Amigo mío, necesito tranquil idad. Y también la
olla l lena. En ese cargo no tendré que meterles en la cabeza
el sistema de Ptolomeo a ninguna clase de alumnos privados,
sino que dispondré de t iempo. ¡Tiem po ¡Tiempo ¡Tiempo
¡Tiempo para poder l legar a mis pruebas Lo que hasta ahora
he logrado no es suficiente. ¡Esto no es nada, sólo un mise-
rable f ragmento Con es to no puedo presentarme ante el
mundo No tengo n inguna prueba de que algún cuerpo ce-
leste se mueva alrededor del Sol. Pero yo traeré pruebas, prue-
bas para todos, desde la señora Sart i hasta arriba, hasta el Papa.
Mi única preocupación es que la corte no l legara a aceptarme.
VIRGINIA: ¡Pero sí , padre, no cabe duda de que te tomarán,
con las nuevas estrel las y todo
SAGREDO (lee en voz alta el final de la carta que Galilei le
ha alcanzado): "Nada an helo tanto como poder estar cerca de
vos, sol naciente que i lumina nuestra era." El Gran Duque
tiene nueve años de edad.
GALILEI: ASÍ es. Me parece que tú encuentras mi carta muy
servil . Yo me pregunto si es lo suficientemente servil y no
resulta tal vez demasiado formal, como si me hubiese fal tado
una verdadera sumisión. Escribir una carta sobria sólo puede
permitírselo alguien que haya logrado demostrar a Aristóteles,
pero no yo. Un hombre como yo sólo puede l legar a una me-
diana posición arrastrándose sobre su barriga. Y tú lo sabes,
desprecio a aquellos cuyo cerebro no es capaz de l lenar su
estómago. (A Virginia.) Véte a escuchar tu misa. (Virginia
se va.)
SAGREDO: N o vayas a Floren cia, G alilei.
G A L I L E I : ¿ P o r q u é n o ?
SAGREDO: Porque allí gobiernan los monjes.
GALILEI: En la corte florentina hay eruditos de nombre.
SA G R ED O : La c a y o s .
GALILEI: A ésos los tomaré de la cabeza y los arrastraré hasta
el anteojo. También los monjes son seres humanos, Sagredo.
Tam bién ellos capitulan ante la seducción de los hechos. No
debes olvidar que Copérnico exigió que creyeran a sus nú-
meros. Yo sólo exigiré que crean a sus propios ojos. Si la
verdad es tan débil para defenderse a sí misma, debe entonces
pasar al ataque. Los tomaré de la cabeza y los obligaré a mirar
por este anteojo.
SAGREDO: Galilei te veo tomar p or el ma l camino. Cua ndo
el hombre vislumbra la verdad sobre viene la noché 'del infor-
tunio, y la hora de la ofuscación suena cuando ese hombre
cree en la razón de las criaturas humanas. ¿De quié n se dice
que marcha con los ojos abiertos? Precisamente d e aquel qu e
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 29/267
camin a hacia su perdición. ¿Cóm o podrí an dejar l ibre los
poderosos a alguien que posee la verdad? ¿Aun que esa ver-
dad sea dicha acerca de las má s lejanas estrellas? ¿O crees
tú acaso que el Papa oye tu verdad cuando tú dices que él está
errado, y no oye al mismo t iempo que efect ivamente está
errado? ¿Crees acaso que s in más ni más escribirá en su
diario: 10 de enero de 1610, hoy ha s ido abol ido el cielo?
¿Cómo puedes part i r de la República con la verdad en el bol-
s i l lo para caer en las garras de príncipes y monjes con tu
anteojo en la mano? Así como eres de desconfiado en tu
ciencia así eres crédulo como un niño con todo lo que crees
te faci l i tará los medios para cul t ivarla. N o crees en Aris tó-
teles pero s í en el Gran Duque de Florencia. Cuando hace
unos momentos te veía" mirar por el anteojo y contemplar esos
nuevos planetas , fue para mí como si te viera en medio de las
l lamaradas de la hoguera, y cuando di j is te que creías en las
p ruebas me parec ió o l er carne quemada. Tengo un g ran ap re-
cio por la ciencia, pero más por t i , m i querido am igo. ¡No
vayas a Florencia, Gal i lei
GALILEI: Si ellos me aceptan, allá iré.
En un telón ap arece la última hoja de una carta: "A las
nuevas estrellas que he descubierto las bautizaré con el alto
nombre de la estirpe de los Médici. Bien sé que a los dio-
ses y héroes les ha bastado la elevación de sus nombres a lo
alto para gozar de eterna gloria, pero en este caso ocurrirá lo
contrario, el nombre de los Médici asegurará a las estrellas
que lo lleven un inmortal recuerdo. Por mi parte os saludo
como uno de vuestros más fieles y devotos servidores, y con-
sidero un gran honor el haber nacido como súbdito vues-
tro. Nada anhelo tanto como po der estar cerca de -vos, sol
naciente que iluminará nuestra era. Galileo Galilei."
G A L I L E I H A D E J A D A L A R E P Ú B L I C A D E V E N E C I A P O R L A
C O R T E F L O R E N T I N A . L O S D E S C U B R I M I E N T O S L O G R A D O S
P O R M E D I O D E L T E L E S C O P I O C H O C A N C O N L A I N C R E D U -
L I D A D D E L O S C Í R C U L O S E R U D I T O S D E L A C O R T E .
Casa de Ga lilei en Florencia. La señora Sarti realiza prepa-
rativos para la recepción de huéspedes. Su hijo Andrea está
sentado acomodando cartas astronómicas.
SRA. SARTI: Desde que felizmente nos hallamos en esta tan
ponderada Florencia, no se termina nunca de agachar el lomo
ni de pasar la lengua. La ciudad entera viene a mirar por ese
tubo y después.. . el fregado del piso, para mí. Y de todo
esto no resul tará nada. Si en esos descubrimientos hubiese
algo, los señores clérigos serían los prim eros en saberlo. ¡Cua-
tro años estuve al servicio de Monseñor Fi l ippo y nunca pude
termina r de sacudir el polvo de su bibl ioteca ¡Tomos encua-
dernados en cuero y nada de versitos Y el bue n»
«de
Monse-
ñor tenía más de dos libras de callos en el trasero de tanto
estar sentado sobre toda su ciencia. ¿Y un hombre así no va
a saber esto? Toda la gran visita de hoy va a resultar un
chasco, de modo que mañana ni al lechero podré mirarle «
la cara. Teñía razón cuando le aconsejé p M j w a r - a los señores
primero una buena cena, con buena carne de cordero, antes
de ir a mir ar por el tubo. ¡Pero no hay caso
{Imita a Galilei.)
"Yo tengo otra cosa mejor para el los ."
(Golpean abajo.)
SRA. SARTI
(mirando por la mirilla de la ventana)'.
¡Santo
Dios ¡El Gran Duqu e está ya aquí ¡Y Gali lei todavía en
la Universidad
(Baja la escalera y hace pasar al Gran Duque
de Toscana, Cosme de Médici, y al Mayordom o Mayor de la
Corte.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 30/267
» f e s
:
m
- ^ É ^ r i i d t ï A ô
mi ' f t d fW Ü Í W f H M K I
É H É Ü l i i ti li u f t f li . ; .; . m t p o f e w
•7 . ' Ä T Ä c a n i s c i
- j m - K W - -
« a r r f e n f e t t i s e ta*-u-i
« y * w É fa fc » UÄ à * * ^ S H l f c ^ W - to w ä
- '«. Í » : > t ó » < í « t t ^ M N M S M l è
pa
;
MD* M
>
• . , .
e.
c . ii
•
i í n i . i ' j j >b z e r i a s . ó s n à t t i l u m < x < M
- Ä i ^ ¡ah lM B É W fp BW ìM ÌÌ j l | « # ' M g f c b l
- ' ' I i " . u r a i n a f c S . a h i V n f t ¿
•> ; v
- m u m & i a t i t f * l i îW B p î Ir M i - A ó á i o q & « a* b tó « Í - ah a s W RS .S.'
« * m £ 4 t f c f ó t al ta fr r o b t ó- i wi ¿ » b a n a l * -
o r n e » « f e - a t a w u j > f c f r i « - « a t t ç p « Íf c» íí tc Kè « a f a J f c « t r f i s t a g s « A
r r ^ ¿ i p á f a r i v a ò » V i d w ^ - r K k r . b fe ü tt fc .
rtu. ¡11 w JU Él
I I IW%
a f « M F
j4mm
- i s íkfe - a»
« - *
«Am <*¡m&fáéístmi
t .s.w. • vjf.tv. ¿tAiiMßfejrf&to^MÜüft t í
« b t q & D ' t " . ¿ » i b i o j a f n ¿ « o t t» 0 3 0 :1 1 < >Y '
H í í » l i l ' , i Y ; i u i v . o i ; p a . i . O l ' I ) « o K l
t f t j t t Q « w * > U - vs iu .q m i r w t a a i « » i I f c s í > í « m « i U « i
v .'. A V é ç w t f ü O ¿ M * v m « T
ú
• . f q t t t í t ó « m - ^ m m , . . 0 - 1 - U * : * lu ié «H f t f cb »
¿ N N ^ : * « ^
•
- mmimtmwttté
-
I ^ g ô h K a f e « f t i r .
• a r j i . L m - - , i - . î f l O « d l ¿ * ' J
• • a d ^ r t f o s y w f o a y i l f r ü 4 *
1
"TI " " f t i Ü f c f l 1 n i
h a c e p o c o p o r t o i ¡ ß s e k 1
É f c l I I l à .
ari
»14 À b s i & x î a f e ^ Â É ô ò- « Ì
-
;
^ te ^ / T — a b ^ W U : a» « f a » |
f w r n I f h n i i f c | | > fia . í é w ^ r t - o l í c w c a m a a
« a f e i n á p
« • i i - t - i i f i k ^ ^ . V -JÍim 0
á i í 4 M l A taM W c c tt oD ^ O . I I J A O
" f t f t W I I o r o a W b ¿ q t a< n s» o n d i o m l i ' i a i r : oo u i n o o a o a
« »L -n aV « n o s l q i o a P c ì b a ^ i i q o ^ a o z t t a s o l a b
« i f e t ó « t ó P i o T « Â * t î , b i /
•" w » ^ a ^ W M ^ f t î M o t ^ f W 4 u s a n l ^ t
M » fc é i é t ^ M M M N
KJIT - on - ^ i K i d ß Ä
a s. » « o i n s i í f t i v o f u f e o ï i a b o û w d
" " d l N i W ^ t e
.1
i n t ^ t t l i T J II T i H É i i ll li i i r i l W K M M i -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 31/267
no demorarse. La corte espera con extrema curiosidad la opi-
nión de la dis t inguida Universidad sobre el extraordinario ins-
t rumento del señor Gali lei y las maravi l losas estrel las recién
descubiertas . (Suben. Los muchachos quedan paralizados. Han
oído el rttíh de abajo.)
CoSMS: All í ejdto» ¡Déjame levantarme (Se paran rápida-
mente.)
Los SEÑORES (subiendo): No , no, s i todo está en el más per-
fecto orden. —La Facultad de Medicina ha rechazado la posi-
bi l idad de que en la parte vieja de la ciudad pudiera haber
apestado*.,—Los miasmas deberían estar congelados con la
temperatura que reina actualmente. —Lo peor eu estos casos
es s iempre el pinico . — N o es otra cosa que los casos comu-
nes de const ipación en esta época del año. —Toda otra sos-
pecha es i n fundada . —Todo es t á en e l más per fec to o rden .
(Arriba, saludos.)
GALILEI: Vuestra Alteza, me siento muy fel iz de poner en
contacto a estos señores con las recientes novedades en vues-
tra augusta presencia.
(Cosme se inclina muy formal a-todos
los costados, también ante Andrea.)
EL TEÓLOGO (mirando el modelo de Ptolomeo que yace roto
en el suelo): Aquí parece que algo se ha quebrado. (Cosme
levanta rápido el modelo y se lo entrega cortésmente a Andrea.
Entretanto, Galilei guarda con disimulo el otro modelo.)
GALILEI (acercándose al anteojo): Com o Vuestra Alteza bien
lo sabe, desde hace algún t iempo nosotros, los astrónomos, te-
nemos grandes dificul tades con nuestros cálculos. Para esos
cálculos ut i l izamos un s is tema muy ant iguo que s i bien parece
concordar con la fi losofía no es compatible con los hechos.
Según ese ant iguo sis tema, el de Ptolomeo. los movimientos
de los astros serían complicadísimos. El planeta Venus, por
ejemplo, real izaría un movimiento más o menos así . (Dibuja
sobre una pizarra la trayectoria epicíclica de Venus según la
hipótesis ptolomeica.) Pero en el caso de que aceptáramos
como ciertos a movimientos tan complicados, no nos sería po-
sible «^"lar de antemano la posición justa de los astros por-
52T~
que no los encontraríamos al l í donde deberían estar. Adem ás
de esto existen otros movimientos que el s is tema de Ptolomeo
ignora. Movimientos semejantes alrededor del planeta Júpi ter
real izan, a mi parecer, unas pequeñas estrel las descubiertas
hace poco por m í. ¿Están conformes los señores en comenzar
con un reconocimiento de Júpi ter?
ANDREA (mostrand o el banquito fre nte al anteojo): Por fa -
vor, tomen asiento aquí .
EL FILÓSOFO: Gracias , pequeño, pero me temo que no sea
todo tan senci l lo. Señor Gali lei , antes de emplear su famoso
anteojo quisiéramos tener el placer de una discusión. Tema:
¿pueden existir tales planetas?
EL MATEMÁTICO: Una discusión de principios.
GALILEI : Es qu e yo h abía pensad o qu e pa ra convencerse les
bastaría mirar por el anteojo.
ANDREA: Aquí , por favor. f
1
EL MATEMÁTICO: Natural, natural. Pero tal vez sepa usted
que según las hipótesis de los antiguos no existen ni estrellas
que giran alrededor de otro centro que no sea la Tierra ni
astros en el cielo que no tengan su correspondiente apoyo.
G A LI LEI : S í .
EL FILÓSOFO: Y . . . apartándonos de la posibi lidad de la exis-
tencia de tales estrel las que el matemático (se inclina ante
éste) parece dudar, quisiera yo, con toda humildad, plantear
la s iguiente pregunta: ¿son necesarias tales estrel las? Aris to-
t e li s d iv in i un iv ersu m. . . ¡
GALILEI: ¿NO podríamos continuar en el habla corriente dado
que mi colega, el señor Federzoni , no comprendí lat ín?
EL FILÓSOFO: ¿Tiene importancia acaso que nos entienda?
G A LI LEI : S Í .
EL FILÓSOFO: Disculpe usted, yo pensé que era su pulidor de
lentes.
ANDREA: El señor Federzoni es un pulidor de lentes y un
erudi to.
EL FILÓSOFO: Gracias, pequeño. Si el señor Federzoni insiste...
G A LI L EI : EL q u e i n s i s t e s o y y o .
EL FILÓSOFO: Mis argumentos perderán su bri l lantes , peto
53
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 32/267
no podrían ocurrir porque s i no los astros perforarían las
esferas . ¿Pero s i ustedes pudieran comprobar esa clase de mo-
vimientos? Tal vez entonces llegarían a la conclusión de que
tales esferas no existen. Señores míos, les ruego con toda hu-
mildad, confíen en sus ojos.
EL MATEMÁTICO: MI estimado Galilei, yo acostumbro leer
a Aris tóteles de tanto en tanto —aunque a usted le parezca
ant icuado— y puedo asegurarle que ahí s í confío en mis ojos.
GALILEI: ES que ya estoy acostumbrado a ver cómo los seño-
res de todas las facul tades cierran sus ojos frente a hechos pal-
pables y proceden de modo como si no hubiera pasado nada.
Les muestro mis apuntes y se sonríen, les pongo mi anteojo
a su disposición para que se convenzan y salen ci tando a Aris-
tóteles . ¡Si el hom bre no tenía ningún anteo jo
EL MATEMÁTICO: Por supuesto, por supuesto.
EL FILÓSOFO (importante): Si aquí se procura enlodar la au-
toridad de Aristóteles, reconocida no sólo por todas las ciencias
de la ant igüedad sino también por los Santos Padres de la
Iglesia, debo entonces advert i r que considero inút i l toda con-
t inuación de la disputa. R echaz o toda discusión im pert inente .
¡Ni una palabra más
GALILEI: El padre de la verdad es el t iempo y no la autori-
dad. ¡Nuestra ignorancia es infini ta, disminuyamos de el la
tan s iquiera un mil ímetro cúbico ¿Por qué ahora ese afán
de aparecer sabios cuando podríamos ser un poco menos ton-
tos? He tenido la inconcebible felicidad de recibir un instru-
mento con el cual se puede observar una punti ta del universo,
algo, no mucho. ¡Uti l ícenlo
EL FILÓSOFO: Vuestra Alteza, damas y caballeros, yo me pre-
gunt o: ¿a dónde nos .l leva todo esto?
GALILEI: YO diría mejor: los cient í ficos no debemos temer
hasta dónde nos pueda l levar la verdad.
EL FILÓSOFO (fuera de si): ¡Señor Galilei, la verdad nos pued e
l levar a cualquier parte
GALILEI: Vuestra Alteza, en estas noches, en toda Italia se
enfoca el cielo con estos anteojos. Las lunas de Júpi ter no
abaratan la leche, pero nunca fueron vistas y la realidad es
que existen. De ahí el hombre de la calle saca la conclusión
de que podría ver muchas cosas si abriera sus ojos. Y a él
se le debe una expl icación. No son los movimientos de algunas
lejanas estrellas los que hacen agudizar los oídos a toda Italia,
s ino la not icia de que doctrinas tenidas como inconmovibles
comienzan a perder fi rmeza. Y cada uno sabe que hay dema-
siadas en esa situación. Señores míos, no nos pongamos a
defender doctrinas en decadencia.
FEDERZONI: ¡Ustedes son los que de bería n, enterrar las
EL FILÓSOFO: Vería con agrado que su pulidor se reservara
sus consejos en esta disputa científica.
GALILEI: Vuestra Alteza, mi t rabajo en el Gran Arsenal de
Venecia me puso en contacto con dibujantes , constructores e
instrumentis tas . Esa gente me enseñó nuevos caminos. Sin
ser ilustrados, confían en el testimonio de sus cinco sentidos,
s in temer generalmente hacia dónde los pueda l levar ese tes-
t imonio, de la misma manera que nuestra gente de mar hace
cien años abandonó nuestras costas sin saber a ciencia cierta
qué playas tocaría, s i en verdad lograba tocar alguna. Me
parece que hoy, para encontrar esa noble avidez que l legó a
conformar la verdadera gloria de la ant igua Grecia, debemos
dirigirnos a los astilleros.
EL FILÓSOFO: Después de todo lo que acabo de escuchar, no
tengo
1
la menor duda d e que el señor G ali lei encontrará muchos
admiradores en los astilleros.
EL MAYORDOMO: Vuestra Alteza, veo con pavor que esta
extraordinaria e instructiva conversación se ha prolongado en
demasía. Su Alteza debe descansar un poco antes del bai le
de palacio. (A una señal, el Gran Duque se inclina ante Ga-
lilei. El séquito se pone inmediatamente en movimiento.)
SRA. SARTI (se pone en el camino del Gran Duque y le ofrece
un plato con pasteles): ¿Una rosquil la, Vuestra Alteza? (La
dama de honor más vieja conduce al Gran Duque afuera.)
GALILEI (corriendo detrás): ¡Pero si los señores sólo tienen
necesidad de ver por el tubo para convencerse
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 33/267
EL MAYORDOMO: SU Alte za no de jará d e consulta r la o pinió t
del más grande de los astrónomos de nuestro tiempo, el padre
Cristoforo Clavius, astrónomo jefe del Colegio Pontif icio de
Roma, acerca de sus aseveraciones, señor Galilei.
S I N I N T I M I D A R S E P O R L A P E S T E , G A L I L E I C O N T I N Ú A C O N
SU S I N V ESTI G A C I O N ES.
De mañana temprano . Galilei, al lado del telescopio, sigue
con sus apuntes. Virginia entra con una maleta de viaje.
GALILEI : ¡Virginia ¿Ha ocurrid o algo?
VIRGINIA: El convento ha cerrado y nos obligan a regresar a
casa. En Arcetr i hay cinco apestados.
GALILEI (llamando): ¡Sarti
VIRGINIA: Anoche cerraron también la calleja del mercado.
Parece que hay dos muertos en la parte vieja de la ciudad y
tres están.moribundos en el hospital.
GALILEI: De nuevo lo han callado todo hasta el último minuto.
SRA. SARTI (entrando): ¿Qué haces tú aquí?
V I R G I N I A : La p e s t e .
SRA. SARTI: ¡Dios mío Ha ré las malet as. (Se sienta.)
GALILEI: Deje las maletas. Cuide de Virginia y de Andrea.
Yo junta ré m is . apuntes . (Galilei se dirige apresuradamente
a su mesa y recoge algunos papeles con toda precipitación.
La señora Sarti pone un abrigo a Andrea, que entra corriendo.
y va luego en b usca de ropa de cama y comida. Entra un
lacayo del Gran Duque.)
LACAYO: SU Alteza ha abandonado la ciudad en dirección a
Bolonia a causa de los estragos de la peste. Antes de partir
insistió en dar al señor Galilei la oportunidad de ponerse a
salvo. La calesa estará dentro de dos minutos frente a la
puerta.
SRA. SARTI (a Virginia y Andrea): Pront o, vamos ya. ¡Hala ,
lleven esto.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 34/267
ANDREA: ¿Por qué? Si no me dices primero qu é es lo que
pasa, no voy.
SRA. SARTl: ¡La peste, hijo mío
VIRGINIA: Esperemos a papá.
SRA. SARTI: Señor Galilei, ¿está ya listo?
GALILEI (envolviendo el telescopio con el mantel): Lleve a
Virginia y Andrea a la calesa. En seguida voy.
VIRGINIA: NO, sin ti no vamos. Si te pones primero a em-
paquetar tus libros no estarás nunca listo.
SRA. SARTI: Ya está ahí el coche.
GALILEI: Sé razonable, Virginia, si ustedes no suben se mar-
chará el coche. La peste no es ninguna bagatela.
VIRGINIA (protestando, mientras la señora Sarti la empuja con
Andrea hacia afuera)-. ¡Ayúdelo con sus libros, si no no vendrá
SRA. SARTI (llamando desde la puerta): Señor Galilei, el co-
chero se niega a esperar .
GALILEI: Señora Sarti. . . no creo que deba yo partir . Mire
esto todo está en desorden, todo, los apuntes de tres meses
que no servirán para nada si no los continúo dos noches mas.
Y la peste se halla en todo s lados. ,
SRA. SARTI: ¡Señor Galilei ¡Ven inm ediat ame nte Estas
l o c o . . .
GALILEI: Usted debe llevarse a Virginia y Andrea. Yo los
seguiré después. . . ,
SRA. SARTI: En una ho ra no podrá salir ya nadie de aquí. ¡Ven
¡Tienes que venir (Escuchando.) ¡Se va ¡Lo detendré
(Desaparece. Galilei se pasea por la habitación. La señora
Sarti regresa muy pálida, sin su atado.)
GALILEI: ¿Qué hace ahí parada? Todav ía es capaz de perder
la calesa con los niños.
SRA. SARTI: Ya se ha ido. A Virginia la tuvieron que conte-
ner. En Bolonia ya se ocuparán de ellos. ¿Pero quién le gui-
sará a usted aquí?
GALILEI: ¡Estás loca ¡Quedarte en la ciudad para guisar
(Toma sus apuntes.) Señora Sarti, no vaya a creer que soy
un demente. Es que no puedo tirar por la borda todas estas
observaciones. Tengo enemigos poderosos y es necesario que
reúna pruebas para ciertas aseveraciones.
SRA. SARTI: N o necesita disculparse. Pero n o m e dirá que
esto es razonable.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 35/267
Frente a la casa de Galilei e n Florencia. Sale Galilei y m ira
calle abajo. Pasan dos monjas.
GALILEI (les habla): ¿Pueden ustedes decirme, hermanas, dón-
de venden leche? Esta mañana no ha venido la lechera y mi
ama ha sal ido.
UNA MONJA: Sólo están abiertas las t iendas de los bajos. ^
LA OTRA MONJA: ¿Viene usted de ahí? (Galilei asiente.)
¡Ésa es la calleja (Las dos monjas se persignan, murmuran
la salutación angélica y desaparecen rápidamente. Aparece un
hombre.)
GALILEI (le habla)-. ¿No es usted acaso el panadero que s iem-
pre nos t rae el pan blanco? (El hombre asiente.) ¿No ha vis to
a mi ama de l laves? Debe haberse marchado ayer al anoche-
cer y desde hoy temprano noto su fal ta. (El hombre niega con
la cabeza. Una ventana de enfrente se abre y aparece una
mujer.)
LA MUJER (gritando): ¡Márchese de aqu í que ésos t ienen la
peste (El hombre huye asustado.)
GALILEI: ¿Sabe usted algo de mi ama de llaves?
LA MUJER: SU ama cayó al lá, cal le arriba. Lo debe haber
present ido, por eso se fue. ¡Qué fal ta de consideración
(Cierra
la ventana de un golpe. Unos niños vienen bajando la calle
y al ver a Galilei huyen con grandes gritos. Éste se da vuelta
y ve venir corriendo a dos soldados, con armadura completa.)
Los SOLDADOS-. ¡Métete en seguida en tu casa (Con sus largas
picas empujan a Galilei adentro de su casa y cierran tras él
el portón.)
GALILEI (en la ventana): ¿Pueden decirm e qué es lo que ha
sucedido con la mujer?
Los SOLDADOS: A todos los llevan al campo.
LA MUJER (aparece de nuevo en la ventana): Tod a esta calle-
ja all í at rás está contaminada. ¿Por qué no la cierran? (Los
soldados colocan una cuerda a través de la calle.)
LA MUJER: NO, así no, ¿no ven que ahora no podrá entrar
nadie en nuestra casa? Aquí no es necesario que cierren.
¡Aq uí estamos todos sanos ¿No oyen lo que estoy diciendo?
M i esposo está en la ciudad y así no podrá entrar. ¡Best ias
¡Bestias
(Se oyen sus gritos y llantos desde adentro. Los sol-
dados se van. En otra ventana aparece una vieja.)
GALILEI: Allá atrás se está quemando algo.
LA VIEJA MUJER: Ya no apagan más s i hay sospecha de peste.
Sólo se piensa en la peste.
GALILEI: Qué típico de ellos es esto. Así es todo su sistema
de gobierno. Nos derriban como si fuésemos la rama enferma
de una higuera. Porque ya no puede dar frutos.
LA VIEJA MUJER: No debe decir eso. Más no pueden hacer.
GALILEI: ¿Está usted sola?
LA VIEJA MUJER: SÍ, mi h i jo me mand ó una nota. Gracias
a Dios supo ayer que uno había muerto al l í at rás y no volvió
a casa. Once son los casos que se produjeron durante la noche
en esta parte de la ciudad.
GALILEI: Me reprocho no haber mandado afuera a t iempo a
mi ama. Yo debía hacer un t rabajo urgente, pero el la no tenía
razón de quedarse.
LA VIEJA MUJER : Tampo co nosotros podem os i rnos. ¿Quién
nos tomaría? No debe usted hacerse reproches. Yo la vi , se
marchó hoy, a eso de las s iete. Estaría enferma, porque en el
momento en que me vio sal i r para buscar el pan, hizo un
rodeo para no encontrarse conmigo. Tal vez no quería que
clausuraran su casa. Pero el los s iempre lo l legan a saber todo.
(Se comienza a oír ruido de matracas.)
GALILEI: ¿Qué es eso?
LA VIEJA MUJER: Tratan de dis ipar con ruidos las nubes
que t raen la peste. (Galilei ríe a carcajadas.) ¡Parece que a
usted todavía le quedan ganas de reír (Un hombre viene ba-
jando la calle y la encuentra cerrada por la cuerda.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 36/267
GALILEI: ¡üh, usted, ahí Esto está cerrado y en la casa no
hay nada para comer. (El hombre huye sin escuchar.) ¡Es
que no pueden dejarnos mori r de hambre ¡Eh, eh
LA VIEJA MUJER: Tal vez nos traigan algo. En últ imo caso
le Colocaré un cántaro con leche delante de su puerta, pero
sólo durante la noche, si usted no t iene miedo.
GALILEI: ¡Eh, eh, pero t ienen que oírnos
(De improviso
aparece Andrea junto a la cuerda. Trae una cara llorosa.)
¡AN-
<¿ea ¿Cómo es que estás aquí?
ANDREA: Ya estuve esta mañana. Llamé a la puerta pero
us ted no abr ió . La gente me d i jo q ue . . .
GALILBI: ¿Pero acaso no part iste?
ANDREA: Claro que sí , pero en el viaje pude saltar del coche.
Vi rg in ia s iguió . ¿No puedo ent rar?
GALILEI: NO, no puedes. Debes ir al convento de las ursuli-
nas. Tal vez tu madre esté al lá.
ANDREA: Ahí estuve, pero no me dejaron pasar. Está tan
e n f e r m a . . .
GALILEI: ¿Y has caminado mucho? Ya van tres días desde que
partiste.
ANDREA: Sí, y necesité todo este t iempo. Una vez me cazaron.
GALILEI (impotente): N o l lores más. ¿Sabes? Duran te este
t iem po he encontrado muchas cosas nuevas. ¿Quieres que te
cuente? (Andrea asiente, sollozando.) At iende b ien , s i no no
comprenderás . ¿Te acuerdas cuando te mos t ré el p laneta Ve-
nus? N o hagas caso de ese ruido, no es nada. ¿Te acuerdas?
¿A que no adivinas lo qu e he visto? ¡Es como la luna Lo vi
igual que a l a luna, como una semiesfera y como una hoz.
¿Qué me d ices? Te puedo mos t rar todo con una pequeña es -
fera y una luz. Eso te demues t ra que tampoco ese p laneta
tiene luz propia. Y da vueltas alrededor del sol en una simple
circunferencia. ¿No es maravil loso?
ANDREA
(sollotando):
Seguro, y es un hecho real .
GALILEI (por lo bajo): Yo no la retuve. (Andrea calla.) Cla-
ro-está, si yo no me hubiera quedado esto no habría ocurrido.
ANDREA: ¿Le creerán ellos ahora?
GALILEI: Tengo todas las prueba s reunidas. ¿Sabes? Cuan do
aquí termine esto me iré a Roma y se las mostraré. (Dos en-
capuchados con largos palos y cubos van bajando la calle. C on
los palos alcanzan pan a Galilei y a la vieja mujer.)
LA VIEJA MUJER: Al lá enfrente hay una mujer con t res pe-
queños. Alcáncenle algo también.
GALILEI: -NO tengo nada que bebe r. En la casa no hay agua.
(Los encapuchados se encogen de hombros.) ¿Pasarán por aquí
mañana?
UN HOMBRE (con voz apagada por el patio que le tapa la
boca): ¿Quién sabe hoy lo que puede ocurr i r mañana?
GALILEI: Si pasan por aquí, ¿podrían alcanzarme un pequeño
libro que necesito para mis estudios?
E L OT R O HOM B R E (ríe sordamente): ¡ C o m o s i h ó y i m p o r t a r a
un l ibro Conté ntate con recibir pan.
GALILEI: Pero el muchacho ese, mi alumno, estará aquí y Ies
alcanzará el l ibro para mí. Andrea, es el mapa con el período
de revolución de Mercur io que he ext raviado. ¿Puedes procu-
rármelo en la escuela? (Los hombres han seguido entretanto
su camino.)
ANDREA: Seguro, yo se lo traeré, señor Gali lei . (Se va. Gali-
lei se retira. De enfrente sale la vieja mujer y coloca un cán-
taro en la puerta de la casa de aquél.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 37/267
1 6 1 6 : E L C O L E G I O R O M A N O , I N S T I T U T O D E I N V E S T I G A C I O -
N E S D E L V A T I C A N O , C O N F I R M A L O S D E S C U B R I M I E N T O S D E
G A LI LEI .
Sala del Colegio Romano en Roma. Es de noche. Altos re-
presentantes eclesiásticos, monjes y eruditos forman grupos.
Hacia un costado, solo, Galilei. Reina un desenfrenado albo-
rozo. Antes de que la escena comience, se oyen estruendosas
carcajadas.
U N P R E L A D O G O R D O (sosteniéndose la barriga de risa): ¡ O h ,
necedad de necedades Yo quisiera que me señalaran una sola
frase que no pueda ser creída.
UN ERUDITO: Por ejemplo, que usted sufre de una insupera-
ble repugnancia contra las comidas, Monseñor.
UN PRELADO GORDO: También lo creen, también lo creen.
Sólo lo razonable no es creído. Que hay un diablo, eso s í que
lo dudan. Pero que la Tierra da vuel tas como una bol i l la en
el sumidero, eso s í que lo creen. ¡Sancta s implici tas
U N M O N J E (en chanza): ¡Me mareo , me mareo ¡Se mueve
demas iado ráp ido Permí t am e que me apoye en ust ed , p ro
fesor.
(Hace como si trastabillara y se apoya en un erudito
EL ERUDITO (imitándolo): Sí , la vieja Tierra se ha emborra-
chado de nuevo . (Se apoya en otro.)
EL MON JE: ¡Alto, al to ¡Que nos caemos ¡Alto
UN SEGUNDO ERUDITO: Venus está ya completamente torci-
da. Ahor a le alcanzo a ver sólo la mitad del t rasero. ¡Socorro
(Se forma una masa compacta de monjes que, entre risotadas,
hacen como si se defendieran de caer al mar desde un navio
en medio de la tormenta.)
UN SEGUNDO MO NJE : ¡Por lo men os que no caigam os en la
Luna Her ma nos: ahí parece que existen mon tañas con puntas
muy afi ladas.
EL PR I M ER ER U D I TO : A p ó y a t e e n e l l a s c o n e l p i e .
EL PRIMER MO NJE: ¡Y no mires para abajo ¡Ay, que sufr o
de vért igos ¡Me siento en una falsa postura
EL PR ELA D O G O R D O (intencionadam ente, en dirección a Gali-
lei):
¡Imposible ¡Imposturas en el Colegio Rom ano
(Gran-
des risotadas. Por una puerta trasera entran dos astrónomos
del Colegio. Se hace silencio.)
UN MO NJE: ¿T odavía seguís invest igando? ¡Esto es un es-
cándalo
UN ASTRÓNOMO (colérico): ¡Nosotros no invest igamos nada
EL OTRO ASTRÓNOMO: ¿Adonde i remo s a parar? ¡No com-
pren do a Clavius ¡Si todo lo que se ha dicho en los úl t imos
cincuenta años se fuera a tomar com o cierto En 1572 co-
mienza a bri l lar una nueva estrel la en la esfera más al ta, en
la octava, la esfera de las estrellas fijas. Esa estrella, que era
más grande y bri l lante que sus vecinas, desaparece antes de
cump lir el año y medio y es relegada al olvido. ¿.Y por eso
tenemos acaso que preguntarnos qué pasa con la vida eterna
y la inmutabi l idad del cielo?
EL FILÓSOFO: Si se lo permit iéramos, todavía nos destruirían
todo e l f i rmamento .
EL PRIMER ASTRÓNOMO: Sí, ¿a dón de vam os? Cin co año s
más tarde el danés Tycho Brahe fi ja la t rayectoria de un co-
meta. El camino comenzaba arriba de la Luna y atravesaba,
uno tras otro, los anillos de las esferas, los apoyos materiales
de los astros movibles . El cometa no encuentra ninguna re-
sis tencia, su luz no experimenta nin guna desviación. ¿Debe-
mos acaso preguntarnos por eso qué se ha hecho de las esferas?
EL FILÓSOFO: ¡NO, no puede ser ¿Cóm o puede Cris tófor o
Clavius, el más grande astrónomo de Ital ia y de la Iglesia, at re-
verse a investigar una cosa así?
EL PR ELA D O G O R D O : ¡ ES u n e s c á n d a l o
EL PRIMER ASTRÓNOMO: Sí, pero él investiga. Está sentado
al l í dentro y s igue mirando embobado por ese tubo del diablo.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 38/267
EL SEGUNDO ASTRÓNOMO: ¡Princ ipiis obsta To do come nzó
cuando empezamos a calcular la duración del año solar, las
fechas de los eclipses de sol y de luna, las posiciones de los
astros en años y días según las tablas de Copérnico, que es
un hereje.
UN MONJE: YO me p regun to : ¿qué es mejo r , p resenciar un
.ecl ipse de luna t res días más tarde que lo indicado por el ca-
lendario o no alcanzar nunca la bienaventuranza eterna?
UN MONJE MUY DELGADO (se adelanta con una Biblia abierta
en la mano y señala fanáticamente un fragmento con el dedo):
¿Qué es lo que dicen las Sagradas Escri turas?: "Sol , no te
muevas de encima de Gabaón, ni tú, Luna, de encima del val le
de Ayalón." ¿Cómo pue de detener se el Sol s i no se muev e en
absoluto, como sost ienen esos herejes? ¿Mienten acaso las Sa-
gradas Escri turas?
E L S EG U N D O A S T R Ó N O M O : H a y a p a r i c i o n e s q u e a n o s o t r o s ,
los astrónomos, nos provocan dificul tades, ¿pero acaso es ne-
cesar io que e l hombre comprenda todo? (Los dos astrónomos
se retiran.)
EL MONJE: ¡La patria del género humano convert ida en una
estrel la errante Al hombre , el anima l , la planta y todo el
resto de la naturaleza los meten en un carro y al carro lo hacen
dar vuel tas en un cielo vacío. Para el los no hay más ni cielo
ni Tierra. La Tierra no existe porque sólo es un astro del cielo
y tampoco el cielo, porque está formado por muchas t ierra?
N o hay más d iferencia en tre arriba y abajo , entre lo etern o >
lo perecedero. ¡Que nosotros nos ext inguimo s ya lo sabemos,
que tam bién el cielo se ext ingu e nos lo dicen ahora ésos El
Sol , la Luna, las estrel las son astros y nosotros vivimos sobre
la Tiena. Así se di jo s iempre y así estaba escri to. Pero ahora
la Tierra es también una estrel la, según ése. .¡Sólo l .ay estre-
l las Llegará el día en que éstos dirá n: tamp oco hay hombre s
ni animales, él hombre mismo es un animal , sólo hay animales.
EL PRIMER ERUDITO
(a Galilei):
Ahí abajo se le ha caído algo.
GALILEI
(que entretanto había sacado una piedrecilla del bol-
sillo, jugando con ella y dejándola caer. Mientras se agacha
para recogerla)'. Arriba, Monseñor, se me ha caído hacia arriba.
EL PRELADO GORDO (dándole la espalda): ¡Desvergonzado
(Entra un Cardenal muy viéjo apoyándose en un monje. Se
le hace lugar con mucho respeto.)
EL CARDENAL MUY VIEJO: ¿Están todavía ad entr o? ¿N o pue -
den terminar más rápido con esas nimiedad es? ¡Ese Clavius
podr í a en tender un poco más de as t ronomía He o ído que
ese señor Gali lei t rasplanta al hombre desde el centro del orbe
a un borde cualquiera. Por consiguiente y s in ninguna duda
es un enemigo de la naturaleza humana y como tal debe ser
tratado. El hombre es la corona de la creación, eso lo sabe
cualquier niño. La criatura más subl ime y bienamada del Señor.
¿Cómo puede colocar él esa maravi l la, ese magnífico esfueizo
en un asteroide minúsculo, apartado y que dispara cont inua-
mente ? ¿Acaso él mismo man daría a su propio hi jo así , a un
lugar cualquiera? ¿Cóm o pued e exist i r gen te tan perversa
que tenga fe en estos esclavos de sus tablas numéricas? ¿Qué
criatura del Señor puede tolerar una cosa semejante?
EL PRELADO GORDO (a media voz): El señor está aquí presen te.
EL CARDENAL MUY VIEJO (a Galilei): ¿Así que es usted?
Pues mire, yo ya no veo muy bien, pero s í puedo decirle que
usted se parece muchísimo a esa persona que condenamos en
su t iem po a la hoguera. ¿Cómo se l lamaba?
EL MONJE: Vues t ra Eminencia no debe a l t e rarse , e l méd ico . . .
EL CARDENAL MUY VIEJO (rechazándolo, a Galilei): Usted
quiere degradar a la Tierra, a pesar de que vive sobre el la y
que de el la todo lo recibe. ¡Usted ensucia su propio nido
¡Ah, pero no lo consent iré (Deja a un ládo al monje y co-
mienza a pasearse con orgullo.) Yo no soy un ser cualquiera
que habi ta un astro cualquiera que da vuel tas por algún t iem-
po. Yo camino sobre la t ierra fi rme, con pasos seguros. El la
esrá inmóvil, ella es el centro del Todo y yo estoy en su centro
y el ojo del Creado r reposa en mí, y solamente en mí. Alre-
dedor de mí giran, sujetas en ocho esferas de cris tal , las estre-
l las fi jas y el poderoso Sol que ha s ido creado para i luminar
lo que me rodea. Y también a mí, para que Dios me vea.. Así
viene a parar todo sobre mí, vis ible e i rrefutable, sobre el hom-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 39/267
bre, el esfue rzo divino, la criatura única, la viva ima gen
de Dios , imperecedera y . . . (Se desploma.)
EL MON JE: ¡Vuestra Eminencia se ha excedido con sus fue r-
zas (En ese momento se abre la puerta trasera y, a la cabeza
de sus astrónomos, entra el gran Clavius. Atraviesa la sala
en silencio con ligero paso, sin mirar a sus costados. Cast al
salir habla a un monje.)
CLAVIUS: ES exacto. (Sale .seguido por los astrónomos. La
puerta trasera queda abierta. Silencio sepulcral. El Cardenal
muy viejo vuelve en si.)
EL CARDENAL MUY VIEJO: ¿Q ué suced e? ¿Se ha dictad o el
veredicto? (Nadie se atreve a decírselo.)
EL MONJE: Vuestra Eminencia deberá ser t ransportado a casa.
(Ayudan a marcharse al viejo Cardenal. Todos abandonan es-
tupefactos la sala. Un pequeño m onje de la comisión exami-
nadora presidida por Clavius se detiene fre nte a Galilei.)
EL PEQUEÑO MONJE (disimulado)-. El padre Clavius di jo an-
tes de marcharse: "Ahora t ienen que arreglárselas los teólogos
para componer el cielo." Usted ha vencido. (Se va.)
GALILEI (trata de detenerlo): ¡Ea, yo no, la razón (El peque-
ño monje ya se ha marchado. Galilei también se va. Al cruzar
la puerta se encuentra con un clérigo de gran estatura: el Car-
denal Inquisidor. Un astrónomo lo acompaña. Galilei hace una
reverencia, y antes de irse pregunta algo en voz baja al portero.)
PORTERO (también en voz baja): Su Eminencia, el Cardenal
Inqu i s idor . (El astrónomo acompaña al Cardenal Inquisidor
hasta el anteojo.)
P E R O L A I N Q U I S I C I Ó N P O N E L A T E O R Í A D E C O P É R N I C O E N
E L I N D E X . ( 5 D E M A R Z O D E 1 6 1 6 . )
Casa del Cardenal Belarminp, en Roma. Se realiza un baile.
En el vestíbulo, donde dos secretarios eclesiásticos juegan al
ajedrez y toman notas sobre los invitados, es recibido Galilei
con aplausos por un grupo de damas y señores con antifaces.
Galilei llega en compañía de su hija Virginia y de Ludovico
Marsili, prometido de ésta.
VIRGINIA: Sólo bailaré contigo, Ludovico.
LUDOVICO: El broche de tu hombro se ha soltado.
G A LI LEI :
"Ese tul que cubre tu pecho, Thays,
no lo ordenes. Pues su desorden revela
la dulce emoción que advierto en t i .
A la luz de las velas pensemos más bien
en los oscuros lugares del viejo jardín."
GALILEI (posa su mano sobre el corazón de Virginia): Sí,
late.
VIRGINIA: Hoy quisiera ser hermosa.
GALILEI: Y debes parecerlo, s i no todos comenzarán a dudar
que el la se mueve.
LUDOVICO: NO es cierto que se mueve. (Galilei ríe.) R o m a
habla sólo de usted. Pero desde este baile se habl ará de su hija.
GALILEI: Por ahí dicen que es fáci l ser hermoso en la pri-
mavera romana. Yo mismo debo parecer un Adonis barrigu-
do . (A los secretarios.) Esperaré aquí ai señor Cardenal . (A
los novios.) ¡A divertirse (Antes de dirigirse al baile, Vir-
ginia vuelve corriendo.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 40/267
VIRGINIA: Padre, el peluquero de la Vía del Trionfo me
hizo pasar primero a pesar de que había cuatro damas antes
que yo. En seguida reconoció tu nombre. (Se va.)
GALILEI (a los secretarios que juegan ajedrez): ¿Cómo pueden
todavía seguir jugando al viejo ajedrez? Muy l imitado es eso,
muy l imitado. Ahora se juega de manera que las piezas ma-
yores puedan moverse en todas las casi l las . La torre así (les
muestra) y el alfi l así , y la dam a así y tamb ién así . Aho ra
se t iene espacio y se pueden hacer planes.
UN ESCRIBIENTE: ESO no corresponde a nuestros sueldos bajos,
¿ent iende? Nosotros sólo podemos hacer pequeñas jugadas.
GALILEI: Al contrario, amigo, al contrario. Al que vive en
coche le pagan las mejores botas . Señores, hay que marchar
cor el t iempo, no s iempre a lo largo de las costas; alguna vez
se t iene que sal i r a mar abierto. (El Cardenal muy viejo de la
pasada escena atraviesa el escenario guiado por un monje. Dis-
tingue a Galilei, pasa frente a él y luego se vuelve, inseguro,
y lo saluda. Galilei se sienta. Desde el salón de baile se oye,
cantado por niños, el comienzo de la famosa poesía de Lorenzo
de Médici sobre la caducidad de las cosas humanas.)
GALILEI: Roma. ¿Una gran fiesta, eh?
SECRETARIO: El primer carnaval después de los años de pesti-
Todas las grandes famil ias de Ital ia están representadas aquí
esta noche. Los Orsini , Vil lani , Nuc coli , Soldanieri , Cañe,
Lecch i , Es t ens i , Co lombin i . . .
E L S E GUNDO S E C R E T AR I O (interrumpe): S u s E m i n e n c i a s , l o s
Cardenales Belarmino y Barber in i . (Entran el Cardenal Belar-
mino y el Cardenal Barberini cubriendo sus caras con las más-
caras de un cordero y una paloma unidas a sendos mangos.)
BARBERINI (señalando con el índice a Galilei): "N ace el sol
y se pone , y vuelve a. su lugar", dice Salom ón, ¿y qué dice
Gali lei?
GALILEI: Cuando era un pí l lete de quince años, Vuestra Emi-
nencia, hal lándome a bordo de un barco comencé a gri tar:
la costa se mueve, la costa se aleja. Hoy sé que la costa estaba
firme y era el barco el que se movía y se alejaba.
BARBERINI: Muy astuto, muy astuto. Lo que vemos, Belarmi-
no, es decir, que los astros se mueven, no necesi ta ser verdad,
ahí t ienes el ejemplo del barco y la costa. Pero lo que s í es
verdad, es decir, que la Tierra se mueve, eso no lo podemos
ver. Mu y astuto. Pe ro sus lunas de Júpi ter son un hueso
duro para nuestros astrónomos. Lo malo es , Belarmino, que
yo también leí una vez algo de astronomía. Y eso se le pega
a uno como la sarna.
BELARMINO: Marchemos al compás del t iempo. Si hay nue-
vos planisferios celestes basados en nuevas hipótesis que faci-
l i tan la navegación a nuestros marinos, pues bien, que los ut i -
l icen. Nosotros desaprobamos sólo las teorías que contradicen
las Escrituras. (Hace señas saludando hacia el salón de baile.)
GALILEI: Las Escri turas: "Quien esconde los granos será mal-
decido por los pueblos." Proverbio de Salomón.
BARBERINI: "LOS sabios ocultan su saber." Pro verb io de Sa-
lomón .
GALILEI: "Donde fal tan los bueyes para arar están vacías las
trojes y s in paja los pesebres; donde abundan las mieses al l í
se ve claramente la fuerza y el t rabajo del buey."
BARBERINI: "Quien domina sus pasiones, mejor es que un
conquistador de ciudades."
GALILEI: "Reseca los huesos la tristeza de espíritu." (Pausa.)
"¿Acaso no clama la verdad en voz al ta?"
BARBERINI: "¿Puede un hombre andar sobre las ascuas, s in
quemarse las plantas de los pies?" Bienvenido a Roma, amigo
Gali lei . ¿Sabe usted algo del origen de esta ciudad? Dos ra-
paces, así cuenta la leyenda, recibieron leche y abrigo de una
loba. A part i r de ese momento, todos los niños deben pagar
su leche a la loba. Pero el lugar no es malo. La loba procura
toda clase de placeres , tanto celest iales como terrenales . Desde
conversar con mi sabio amigo Belarmino hasta admirar a t res
o cuatro damas de fam a internacional . ¿Me perm ite señalár-
selas? (Lleva a Galilei hacia atrás para mostrarle la sala de
baile. Galilei lo sigue de mala gana.) ¿No ? Él insis te en una
conversación seria. Bien. ¿Está seguro, amigo Gali lei , que us-
tedes los astrónomos no quieren hacer la astronomía un poco
mas cómoda? (Lo guia de nuevo hacia adelante.) Ustedes pien-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 41/267
san en círculos o el ipses y en velocidades proporcionadas, es
decir, en movim ientos simples adecuados a sus cerebros. ¿Qué
pasaría si a Dios se le hubiese ocurrido dar este movimiento
a sus astros? (Dibuja en el aire, con el dedo, una trayectoria
muy complicada con velocidades irregulares.)
¿Qué sería en-
tonces de sus cálculos?
GALILEI: Amigo mío, si Dios hubiese construido un mundo
as í (repite la trayectoria de Barberini) entonces habría cons-
truido nuestros cerebros así (repite la misma trayectoria), de
modo que reconocer ían inmediatamente a esos movimientos
como si fueran los más simples. Yo creo en la razón.
BARBERINI: La razón me parece insuficiente. Él se calla: es
muy cortés para responder ahora que considera insuficiente
mi razón. (Ríe y regresa-a la balaustrada.)
BELARMINO: Con la razón, mi est imado Gali lei , no se l lega
a muchos lados. Alrededor de nosotros sólo vemos equívocos,
crímene s y debil idades. ¿Dón de está la verdad?
GALILEI (furioso): Y o creo en la razón.
BELARMINO: Piense usted un poco las fat igas y meditaciones
que han costado a los Santos Padres y a tantos otros después
de ellos el dar un poco de sentido al mundo . ¿Y no es éste,
acaso, aborrecible? Piense usted en la barb arie de aquellos
que mandan azotar a los labradores semidesnudos en sus pro-
piedades de la Campania. Y piense usted en la estupidez de
esos míseros que en agradecimiento les besan los pies.
GALILEI: ES una infam ia, en mi v iaje v i có m o. . .
BELARMINO: Por eso nosotros imputamos a un ser más su-
perior la responsabil idad por esos hechos que consti tuyen al
f in l a v ida, y que nosot ros no podemos comprender . Por eso
decimos que ese ser superior persigue ciertas intenciones y
que todo se desarrolla según un plan premeditado. Eso no
quiere deci r que caigamos en un absolu to conformismo. Pero
es que usted acusa ahora a ese ser superior de no ver claro
el mov imien to del Universo, algo que usted sí ve claro. ¿Es
sabio pensar así?
GALILEI (preparado para dar una explicación): Yo soy un
crédulo h i jo de l a Ig les ia . . .
BARBERINI: Con él ocurre algo espantoso. Quiere, con toda
inocencia, demostrar a Dios que ha cometido los errores más
gruesos en astronomía, como si Él no hubiese estudiado su-
ficientemente esa materia antes de escribir la Sagrada Biblia.
¡Mi querido amigo (A los escribientes.) N o tomen notas
de esto, es sólo una conversación científica entre amigos.
BELARMINO: ¿NO le parece a usted también que el Creador
tiene que saber más que su criatura acerca de lo creado?
GALILEI: Pero, señores míos, al fin y al cabo el hombre no
sólo puede interpretar mal el movimiento de los astros, sino
que también puede interpretar mal la Biblia.
BELARMINO: La interpretación de la Biblia incumbe solamente
a los teólogos de la Santa Iglesia, ¿no es cierto? (Galilei calla.)
Ahí t iene, ahora caHa usted. (Hace una seña a los escribien-
tes.) Señor Gali lei , el Santo Oficio ha decidido anoche qu e la
teoría de Copérnico, por la cual el Sol sería el centro del Uni-
verso y se hallaría inmóvil , y la Tierra, en cambio, no confor-
maría ese centro y estaría en movimiento, es disparatada, ab-
surda y hereje en la fe. He recibido la misión de prevenirle
a usted para que abandone esas opiniones. (Al secretario.)
Repita eso.
SECRETARIO: SU Eminencia, el Cardenal Belarmino, al sefior
Gali lei : "El Santo Oficio ha decidido anoche que la teoría de
Copérnico, por la cual el Sol sería el centro del Universo y se
hallaría inmóvil , y la Tierra, en cambio, no conformaría ese
centro y estaría en movimiento, es disparatada, absurda y hereje
en la fe. He recibido la misión de prevenirle a usted para
que abandone esas opiniones."
GALILEI: ¿Qué significa esto? (De la sala se oye, cantada por
los niños otra estrofa de la poesía citada. Barberini indica a
Galilei que guarde silencio mientras se oye el canto. Los tres
escuchan atentamente.)
Pero, ¿y la realidad de los hechos? Yo
entendía que los astrónomos del Colegio Romano aprobaron
mis apuntes.
BELARMINO: ...con las expresiones de la más profunda sa-
t isfacción, de la manera m ás honorífica pa ra usted.
GALILEI: Sí , pero...
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 42/267
BELARMINO: LA sagrada Congregación ha dictado su veredicto
sin tomar conocimiento de esos detal les .
GALILEI: SÍ, ent iendo. Con el lo, toda próxima invest igación
c i e n t í f i c a . . .
BELARMINO: Está absolutamente asegurada, señor Galilei, y
de acuerdo al concepto de la Iglesia de que no podemos saber
pero que bien podemos invest igar. (Saluda nuevamente a un
huésped en el salón de baile.) Usted queda en l ibertad de
seguir t ratando esa teoría en forma de una hipótesis matemá-
t ica. La ciencia es la legí t ima y más querida hi ja de la Iglesia,
señor Gali lei . Nadie de nosotros toma en serio el que usted
quiera socavar la confianza de la Iglesia.
GALILEI (con ira): Esa confianza se agota cuando se quiere
imponer l a .
BARBERINI: ¿SÍ? (Le palmea la espalda mientras suelta urut
carcajada. Luego lo mira fijamente y le habla con afabilidad.)
No derrame el agua de la t ina con niño y todo, amigo Gali lei .
Nosotros tampoco lo hacemos porque lo necesi tamos más que
usted a nosotros.
BELARMINO: Ardo en deseos de presentar al más grande ma-
temá tico de toda Ital ia al comisario de l .Santo Oficio , que
sabrá dispensarle la más al ta de las est imas.
BARBERINI
(tomand o a Galilei por el otro brazo):
Con lo cual
se convert i rá de nuevo en manso cordero. También a usted
le hubiera convenido más venir disfrazado de doctor formal
y conformista, mi querido amigo. Es mi disfraz el que hoy
me permite un poco de l ibertad. En un atavío semejante pue-
de usted oírme murmurar: s i no hay Dios, hay que inventar-
lo. Bien, pongámonos otra vez las máscaras , ¡el pobre Ga-
l i lei no t iene ninguna (Toman a Galilei del brazo dejándolo
en el lugar del medio y lo llevan hasta el salón de baile.)
EL PRIMER ESCRIBIENTE: ¿Tienes ya las últimas palabras?
EL SEGUNDO ESCRIBIENTE: En eso estoy. (Escriben con ahin-
co.) ¿Tienes tú eso cuando di jo que cree en la razón? (Entra
el Carden al Inquisidor.)
EL INQUISIDOR: ¿Se efectuó la entrevista?
EL SECRETARIO (mecánicamente): Prim ero l legó el señor Ga-
l i lei con su hi ja. Ésta se ha prometido hoy con el señor.. .
(El Inquisidor hace una seña como que eso no le interesa.)
El señor Gali lei nos informó, acto seguido, de una nueva fórma
de jugar al ajedrez, en la que las piezas, en contra de las reglas
del juego, pueden moverse en todas las casillas.
EL INQUISIDOR (de nuevo el mismo ademán): El protocolo.
(Un secretario le alcanza el protocolo. El Cardenal se sienta
y lo lee de prisa. Dos damitas, con máscaras, atraviesan el
escenario; frente al Cardenal hacen una reverencia.)
UNA: ¿Quién es ése?
LA OTRA: El Cardenal Inquisidor. (Se van con risas ahogadas.
Entra Virginia buscando a alguien.)
EL INQUISIDOR (desde su esquina): ¿Qué busca, hi ja mía?
VIRGINIA (asustándose un poco dado que no lo ha visto): ¡Oh,
Vuestra Eminencia (El Inquisidor le alarga la mano derecha
sin levantar la vista. Ella se acerca y, arrodillándose, besa su
anillo.)
EL INQUISIDOR: ¡U na noche subl ime Perm ítam e fel ici tarla
por sus esponsales . Usted se nos queda en Roma, ¿verdad?
VIRGINIA: Por el mom ento, no, Vuestra Em inencia. ¡Hay q ue
preparar tantas cosas para una boda
EL INQUISIDOR: Quiere decir que usted acompañará a su padre
de regreso a Florencia. Me alegro, me alegro. Me imagino
cómo su padre la debe necesi tar. La matemática es una com-
pañera muy fría, ¿verdad? Una criatura así , de carne y hueso,
es una gran cosa en ese ambiente. Cuando se es un genio se
corre el pel igro de perderse fáci lmente en el mundo de los
astros, que tan inmensos son.
VIRGINIA (sin aliento): Usted es muy bueno, Eminen cia. Yo
no entiendo casi nada de esas cosas.
' EL INQUISIDOR: ¿No? (Ríe.) En casa de herrero, cuchi l lo de
palo, ¿verdad? Su padre se divert i rá cua ndo se entere que todo
lo que usted sabe de las estrellas se lo enseñé yo, hija mía.
(Hojeando el protocolo.) Aq uí leo que nuestros innovadores,
cuyo jefe reconocido en todo el mundo es su padre, un gran
hombre, uno de los más grandes hombres, consideran exage-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 43/267
rados nuestros actuales conceptos sobre la importancia de nues-
tra querida Tierra. Es que, desde los t iempos de Ptolomeo
- u n sab io de la An t ig üe da d- has t a hoy , s e ca l cu ló l a med ida
total de toda la creación, es decir, de toda la esfera de cris tal
en cuyo centro descansa la Tierra, en veinte mil veces el diá-
metro terráqueo. Una respetable extensión, pero muy pequeña,
demasiado pequeña para innovadores. Según el los esa exten-
sión es de una ampli tud inimaginable. La dis tancia entre la
T ier ra y e l So l, que , después de todo , es una « g ? *
ble, como nosotros s iempre creímos, es para el los tan ínfima
comparada con la dis tancia entre nuestra pobre Tierra y las
estrel las fi jas sujetas a los ani l los más externos, que en los
cálculos ni s iquiera se necesi ta tenerla en cuenta. ¡Y despues
dicen que a esos innovadores no les gusta vivir a lo grande.
(Virginia ríe. También el Inquisidor ríe.) En efecto hace
poco, unos señores del Santo Oficio se escandal izaron de una
imagen semejante del Universo. Comparada con el la la nues-
tra resul ta tan pequeñita que bien podríamos colocarla alre-
dedor del cuel lo tan encantador de cierta joven muchacha. Es
que esos señores se inquietan porque un prelado o bien un
cardenal podrían extraviarse fáci lmente en una dis tancia tan
colosal y el Todopoderoso podría perder de vis ta aun al mismo
Pon tífice. Sí , es to es diven ido, pero, no obstante estoy con-
tento de saber que usted cont inuará junto a su padre a quien
todos tanto apreciamos, hi ja mía. Yo me pregunto, ¿conozco
acaso, a su padre confesor? . . . .
t
VIRGINIA: El padre Cris tóforo, de Santa Ursula.
EL INQUISIDOR: SÍ, me alegro mucho entonces de que usted
acompañe a su padre. Él la necesi tará, tal vez usted no se lo
imagina, per o ya verá. ¡Usted es tan joven todav ía y, verda-
deramen te , t an de carne y hues o . . . Y a aquellos a qu ienes
Dios la beneficiado no s iempre les resul ta fáci l sobrel levar
su gen ia l idad . N o s i e n te . Nad ie en t re l o s mor t a l es es t an
grande que no pueda ser incluido en una plegaria. Pero yo
¡a es toy de t en iendo h i j a mía . Todav ía su p romet ido es capaz
de ponerse ce loso y t ambién su quer ido padre . . . , po rque l e
he contado algo sobre los astros que tal vez sea ya ant icuado.
Vaya rápido a bai lar y no se olvide de saludar de mi parte al
padre Cris tóforo. (Virginia hace una profunda reverencia y
sale rápidamente.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 44/267
U N D I A L O G O .
En el palacio de la Legación florentina, en Roma, escucha
Galilei al pequeño monje que, luego de la sesión del Colegio
Romano , le había comunicado furtivamente el veredicto del
Astrónomo Pontificio.
GALILEI: ¡H able, continúe La vestimenta que usted l leva le
da siempre derecho a decir lo que se le ocurra.
E L P E Q U E Ñ O M O N J E : Y O h e e s t u d i a d o m a t e m á t i c a s , s e ñ o r
Ga lilei. j • • j
GALILEI: ESO serviría d e algo si lo ind uje ra a admitir de
cuando en cuando que dos por dos son cuatro.
EL PEQUEÑO MONJE: Señor Gali lei , desde hace tres noches
no puedo concil iar el sueño. No sabía cómo hacer compatible
el decreto que he leído con los satél i tes de Júpiter que he
visto. Por eso me decidí a decir misa bien temprano para
venir a verlo.
GALILEI: ¿Para venir a decirme que Júpiter no t iene satéli tes?
EL PEQUEÑO MONJE: No. Me ha sido posible penetrar en
la sabiduría del decreto. Se me han revelado los peligros que
t raer ía para l a Humanidad un afán desenfrenado de inves t i -
gar, y por eso he decidido renunc iar a la astronom ía. Pero
quisiera hacer conocer a usted los motivos que pueden l levar
a un astrónomo a abstenerse de continuar trabajando en Ja
elaboración de cierta teoría.
GALILEI: Me permito decirle que esos motivos son ya de mi
conocimiento. .
EL PEQUEÑO MONJE: Comprendo su amargura. Usted piensa
en ciertos y extraordinarios poderes de la Iglesia. Pero yo
quisiera nombrarle otros. Permítame que le hable de mí. Yo
he crecido en la Campania, soy hijo de campesinos, de gente
sencil la. Ellos saben todo lo que se puede saber sobre el olivo,
pero desconocen muchas otras cosas. Mientras observo las fases
de Venus veo delante de mí a mis padres, sentados con mi
hermana cerca del hogar, comiendo sus sopas de queso. Veo
sobre ellos las vigas del techo que el humo de siglos ha enne-
grecido, y veo claramente sus viejas y rudas manos y la cucha-
rilla que ellas sostienen. A ellos no les va bien, pero aun en
su desdicha se oculta un cierto orden. Ahí están esos ciclos
que se repiten eternamente, desde la l impieza del suelo en los
campos de olivares a través de las estaciones, hasta el pago
de los impuestos. Las desgracias se van precipitando con re-
gularidad sobre el los. Las espaldas de mi padre no se aplas-
taron de una sola vez, sino un poco todas las primaveras en
los olivares, lo mismo que los nacimientos que se producen re-
gularmente y van dejando a mi madre cada vez más como un
ser carente de sexo. De la" intuición de la continu idad y de
la necesidad sacan ellos sus fuerzas para transportar, bañados
en sudor, sus cestos por las sendas de piedra, para dar a luz
a sus hijos, sí , hasta para comer. Intuición que recogen al mi-
rar el suelo, al ver reverdecer los árboles todos los años, al con-
templar la capil la y al escuchar todos los domingos el Texto
Sagrado. Se les ha asegurado que el ojo de la divinidad está
posado sobre el los, escrutador y hasta angustiado, que todo el
teatro humano está construido en torno a el los, para que ellos,
los actores, puedan probar su eficacia en los pequeños y gran-
des papeles de la vida. ¿Qué dirían si supieran por mí que
están viviendo en una pequeña masa de piedra que gira sin
cesar en un espacio vacío alrededor de otro astro? Una entre
muchas, casi insignificante. ¿Para qué sería entonces nece-
saria y buena esa paciencia, esa conformidad con su miseria?
¿De qué servirían las Sagradas Escri turas, que todo lo expli-
can y todo lo declaran como necesario: el sudor, la pacien-
cia, el hambre, la resignación, si ahora se encontraran l lenas
de errores? No , veo sus miradas l lenarse de espanto, veo cómo
dejan caer sus cucharas en la losa del hogar, y veo cómo se
sienten traicionados y defraudados. ¿Entonces no nos mira na-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 45/267
d¡e?, se pregu ntan. ¿Debem os ahora velar por nosotros mis-
mos,' ignorantes, viejos y gastados como somos? ¡Nad ie ha
pensado otro papel para nosotros fuera de esta terrena y las-
t imosa vida Papel que representamos en un minúsculo astro,
que depende totalmente de otros y alrededor del cual nada
gira. En nuestra miseria no hay, pues, ningún sentido. El
hambre significa sólo no haber comido y no es una prueba a
que nos somete el Señor; la fat iga significa sólo agacharse y
llevar cargas, pero con ella no se ganan méritos. ¿Com prende
usted que yo vea en el decreto de la Sagrada Congregación una
piedra maternal y noble, una profunda bondad espiri tual?
GALILEI: ¡Bondad espiri tual Ta l vez usted quiera decir: ahí
no queda nada, el vino se lo han bebido todo, sus labios están
resecos, ¡que se ponga n entonces a beber sotanas ¿Y por qué
no hay nada? ¿Porque el orden en este país es sólo el orden
de un arca vacía? ¿Porque la llamada necesidad significa tra-
baja r hasta reventar? ¡Y todo esto entre viñedos rebo santes,
al borde de los trigales Sus campesinos de la Cam pania son
los que pagan las guerras que l ibra en España y Alemania el
representante del dulce Jesús. ¿Por qué si túa él la Tierra en
el centro del Universo? Para que la si l la de Pedro pueda ser
el centr o de la Hu man idad. Eso es todo. ¡Usted t iene razón
cuando me dice que no se trata de planetas sino de los cam-
pesinos de la Camp ania Y no me venga con la belleza de
fenóm enos que el t iemp o ha adornad o. ¿Sabe usted cómo pro-
duce sus perlas la ostra margar i t ífera? Encerran do con peligro
de muerte un insoportable cuerpo ext raño, un grano de arena,
por ejemplo, y rodeándolo con su mucosa. La ostra da casi su
vida en el proceso. ¡Al diablo con la perla Yo pref iero las
ostras sanas. Las virtudes no t ienen por qué estar unidas a
la miseria, mi amigo. Si su gente viviera fel iz y cómoda po-
dría desarrollar las virtudes de la fel icidad y del bienestar.
Ahora, en cambio, las virtudes de esos seres exhaustos provienen
de exhaustas campiñas y yo no las acepto. Señor, mis nuevas
bombas de agua pueden hacer más maravil las que todo ese
ridículo trabajo sobrehumano. "Sed fecundos y multiplicaos",
porque los campos son infecundos y las guerras os diezman.
¿Debo, acaso, mentir a esa gente?
EL PEQUEÑO MONJE (con gran emoción)-. ¡Los más sagra-
dos motivos son los c íe nos obligan a callarnos ¡Es la tran -
quil idad espiri tual de os desdichados
GALILEI
:
¿Quiere usted ver un reloj labrado por Cell ini que
esta mañana entregó aquí el cochero del Cardenal Belarmino?
Amigo mío, en recompensa de que yo deje a sus padres la
tranquil idad espiri tual , las autoridades me ofrecen el vino de
las uvas que ellos pisan en los lagares, con sudorosos rostros,
creados a imagen y semejanza de Dios. Si yo aceptara callar-
me sería, sin duda alguna, por motivos bien bajos: vida hol-
gada, sin persecuciones, etcétera.
EL PEQUEÑO MONJE: Señor Gali lei , yo soy sacerdote.
GALILEI: Pero también es físico. Y, por consiguiente, ve que
Venus t iene fases. Ven, mira al lá. (Señala algo a través de la
ventana.) ¿Ves allí en la fuente esa, cerca del laurel , al peque-
ño Príapo? ¡El dios de los jardines, de los pájar os y de los
ladrones, el obsceno y grosero con dos mil años encima Él
mintió menos, pero no hablemos de eso. Bien, yo también soy
un hijo de la Iglesia. ¿Conoce usted la octava sátira de Ho-
racio? Las estoy leyendo de nuevo en estos días.Horacio equi-
l ibra un poco. (Toma un pequeño libro.) Aquí hace hablar
a ese Príapo, una pequeña estatua que se encontraba en los
jardines esquilmos. Así comienza:
"Fui un día inúti l t ronco de higuera,
un carpintero qué hacer de mí dudó,
si un banco o un Príapo de madera
cuando al fin por el Dios se decidió."
¿Cree usted que Horacio hubiera renunciado a poner un ban-
co en la poesía reemplazánd olo por una mesa? Señor, mi sen-
t ido de la belleza sufriría si en mi imagen del mundo hubiera
una Venus sin fases. Nosotros no podemos inventar maquina-
rias para elevar el agua de los ríos si no nos dejan estudiar la
maquinaria más grande de todas, la que está frente a nuestros
ojos, ¡la maquinar ia de los cuerpos celestes La suma de los
83
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 46/267
ángulos del triángulo no puede ser cambiada según las nece- -
sidades de la curia. No puedo calcular la trayectoria de los
cuerpos estelares y al mismo tiempo justificar las cabalgatas
de las brujas sobre sus escobas.
E L P E Q U E Ñ O M O N J E : ¿ Y u s t e d n o c r e e q u e l a v e r d a d , s i
es tal , se impone también sin nosotros?
GALILEI: No, no y no. Se impone tanta verdad en la medida
en que nosotros la impongamos. La victoria de la razón sólo
puede ser la victoria de los que razonan. Ustedes pintan a sus
campesinos como el musgo que crece sobre sus chozas. ¡Quién
puede suponer que la suma de los ángulos del triángulo puede
contradecir las necesidades de esos desgraciados Eso sí , que
si de una vez por todas no despiertan y aprenden a pensar, ni
las mejores obras de regadío les van a servir de algo. ¡Qué
diablos , yo veo su divina paciencia, pero ¿qué se ha hec ho
de su divino furor?
E L P E Q U E Ñ O M O N J E : ¡ E s t á n c a n s a d o s
GALILEI (le arroja un paquete con manuscritos)-. ¿Eres acaso
un físico, hijo mío? Aqu í están las razones porq ue los mares
se mueven en flujo y reflujo. ¡Pero tú no debes leerlo, entien-
des ¿Ah , no? ¿Lo lees ya? ¿Enton ces, eres un físico? (El
pequeño monje se ha enfrascado en los papeles.) Una man-
zana del árbol de la ciencia del bien y del mal: éste ya se la
está engullendo. ¡Está ya mald ito eternamen te, pero igual se
la engulle, desgraciado glotón A veces pienso: m e haría en-
cerrar en una mazmorra a diez brazas bajo t ierra, a la que no
llegara más la luz, si en pago pudiera averiguar lo que es la
luz. Y lo peor: lo que sé tengo que divulgarlo. Como un
amante, como un borracho, como un traidor. Es realmente
un vicio que nos guía a la desgracia. ¿Cuánto t iem po podré
seguir gri tando a las paredes? Ésa es la pregun ta.
E L P E Q U E Ñ O M O N J E (señala un párrafo en los papeles):
Esta parte no la entiendo
GALILEI: Te la explico, te la explico.
E L A D V E N I M I E N T O M U N N U E V O P A P A , Q U E ES T A M B I É N
C I E NT Í F I C O, AL I E NT A A GAL I L E I A P R OS E GUI R C ON S US
I N V E S T I G A C I O N E S S O B R E L A M A T E R I A P R O H I B I D A , L U E G O
DE OC HO AÑOS DE S F T É N&QI L AS M ANC HAS S OL AR E S .
Casa de Galilei en Florencia. Sus discípulos Federzoni, el
pequeño monje y Andrea Sa rti —que ha dejado de ser un
niño— están reunidos en una lección experimental. Galilei,
de pie, lee un libro. VUginia y la señora Sarti cosen ropa para
la boda.
.
ANDREA (lee en una pizarra): Jueves a la tarde. Otra vez
cuerpos flotantes. Hielo; cubo con agua; balanza; aguja de
hierro; Aristóteles. (Busca los objetos. Los otros consultan
libros.)
VIRGINIA: Coser ropa Se ajuar es una labor que se hace con
ganas. Éste es para uná t í tesa larga. Ludovico gusta de recibir
huéspedes. Pero debe e&tit bien hecho, porque su madre vigila
hasta el últ imo hilo. Il la, ño está de acuerdo con los l ibros
de papá. Tan poco ctíéáó el padre Cri s tóforo .
SRA. SARTI: Hace años que no escribe libros.
VIRGINIA: Creo qü e él*se dio cuenta de su equivocación. En
Roma, un alto clérigo-«he explicó mucho de astronomía. Las
distancias son muy grandes. (Entra Filippo Mucius, un erudito
de mediana edad. Presenta un aspecto algo trastornado.)
MUCIUS: ¿Puede decide al señot Gali lei que debe recibirme?
Me condena gin babentifc escuchado.
SRA. SARTI: ES que ¿Í ño quiere recibirlo.
Mu ciu s : Dios la premiará si se lo ru eg a. . . ¡Yo debo hablar
con él • . ' . ' . / „ . •
VIRGINIA (va hacia la htolera): ¡Padre
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 47/267
GALILEI: ¿Qué pasa?
VIRGINIA: El señor Mucius.
GALILEI
(va a la escalera, áspero, sus alumnos detrás);
¿Que
desea usted?
Mucius : Señor Gal i l e i , l e ruego me permi ta expl icar le los
párrafos de mi l ibro donde parece haber una reprobación de l a
teor ía de Copérpico sobre el movimiento de l a Tierra . Yo he. . .
GALILEI : ¿Qué quiere mostrarm e? Usted coincide exactamen-
te con el Decreto de la Congregación, está totalmente en su
derecho. Si bien estudió matemáticas aquí, eso no nos obliga
a oír de usted que dos por dos son cuatro. Pero, en cambio,
t i ene derecho a deci r que es ta p iedra
(saca una pequeña piedra
¿ti bolsillo y la tira d vestíbulo) acaba de volar hacia arriba,
al techo. |N o m e hable us ted de d i f icu l tades Yo no me aco-
bardé por l a pes te y cont inué con mis apuntes . Y le d igo:
-juien no sabe la verdad sólo es un estúpido, pero quien la
sabe y la l lama me ntira, es un crimina l. ¡Retírese de mi casa
MUCIUS (apagado): Tiene razón. (Sale. Galilei vuelve a su
gabinete de trabajo.)
FBDERZONI: Por desgracia es así. N o es ning ún ge nio y n o
valdría nada si no fue ra su alumn o. Pero ahora, po r supuesto,
todos dicen: él oyó todo lo que puede enseñar Gali lei y debe
reconocer que es todo falso.
SRA. SARTI: Me da lástima ese señor.
VIRGINIA: ¡Papá le apreciaba tanto
SRA. SARTi: YO quisiera hablar contigo sobre tu casamiento,
Virginia. Eres todavía muy joven, no t ienes madre y tu padre
se lo pasa poniendo trozos de hielo en el agua. Pero, de
todos modos, te aconsejaría que no le preguntaras nada refe-
rente a tu mat r imonio , porque se lo pasar ía una semana en-
tera, en la mesa y cuando están esos jóvenes, diciendo las
cosas más horribles. No t iene ni siquiera medio escudo de
pudor. Nunca lo tuvo. No quiero hablarte ahora de estas
cosas , s ino s implemente deci r t e cómo será el fu turo . Yo tam-
poco sé mucho, soy una persona sin instrucción', pero en un
asunto así , tan setio, no se camina a ciegas. Por eso deberías ir
a un verdadero astrónomo, en la Universidad, para que te
lea el horóscopo y sepas bien a qué atenerte. ¿Por qué ríes?
VIRGINIA: Porque ya estuve allí,
SRA. SARTI (muy curiosa): ¿Y qué te d i jo?
VIRGINIA: Durante tres meses debo estar precavida porque
el sol está en Capricornio, pero luego tendré un magnífico
ascendiente y las nubes se disiparán. Si no pierdo de vista
a Júpiter, podré realizar cualquier clase de viajes porque soy
un Escorpio.
SRA. SARTI: ¿Y Ludo vico?
VIRGINIA: ES un Leo. (Después de una pequeña pausa.) Pa -
rece que es sensual. (Pausa.) Esos pasos los conozco bien. Son
del Rector, señor Gaffone. (Entra el señor Gaffone, Rector
de la Universidad.)
GAFFONE: Traigo solamente un l ibro que puede, tal vez, in-
teresarle a su padre. Pero les ruego, por amor de Dios, no
molestar al señor Gali lei . Ustedes perdonarán, pero siempre
tengo la impresión de que cada minuto que se roba a ese
gran hom bre se roba a la misma Ital ia. Les dejo el l ibro
cuidadosamente en sus manos y me marcho en puntas de p ie .
(Se va. Virginia da él libro
Federzoni.)
GALILEI: ¿De qué se trata?
FEDERZONI: NO sé. (Deletrea.) "De maculis in solé."
GALILEI: Sobre las manch as solares. ¡Otro má s
(Federzoni
se lo alcanza, enfadado.)
ANDREA: Oye la dedicatoria: A la más grand e autoridad
viviente de la física, GaJileo GaliW." (CaHleo se ba puesto
de nuevo a leer.) He leído el tratado de Fabricio de Osteel
sobre las manchas. Cree que son enjambres de estrel las que
desfi lan entre la Tierra y el Sol.
EL PEQUEÑO MONJE: ¿NO es poco probable eso, señor Ga-
lilei? (Galilei no contesta.)
ANDREA: En París y Praga creen que son vapores del Sol.
F E D E R Z O N I: H u m .
ANDREA: Federzoni duda.
FEDERZONI: NO me introduzcas en la discusión, por favor.
Yo he dicho: hum, eso es todo. Soy el pulidor de lentes.
Pulo lentes y ustedes miran por el las observando el cielo,
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 48/267
y l o q u e v e n n o s o n m a n c h a s s i p o ^ o i l h " . ¿ C ó m o p u e d o
yo dud ar de algo? ¡Cuántas veces ie$"voy a repe tir que n o
puedo leer los l ib r os por que es tán « i l a t ín (Gesticula con
rabia con la balanza. Un platillo, cae al. suelo. Galilei va
hasta allí y lo levanta en silencio.)
EL PEQUEÑO MONJE: Se d ice que la id i c i da d se encuen t r a
en la duda. Me p r egun to por qué. * '.
ANDREA: Desd e hace dos sem anas to dos . .los días de sol subo
hasta la buhardilla, debajo del tejado. A través de los insters-
ticios de las tejas se cuela un delg ada y así se pue de tomar
la imagen inver t ida del So l
s o b r e
u a * h o j a d
e
papel . Tuve
opor tun idad de ver una mancha, gpanda cómo una mosca, bor r o -
s a c o m o u n a n u b e c il l a . Y l a m a n c h a c a r i a b a d e l u g a r. ¿ P o r
qué n o inv estigam os las man chas, sqñQí,. Galilei?
GALILEI : Por que es tamos t r abaja ndo ' sd&re los cuer pos que
f lotan. '
ANDREA: Mi madr e t i ene ces tos l l enos de canas . Toda Eur opa
pr egun ta por su op in ión . Su p r es t ig io cr ecido tan to que ya
no puede cal lar más . *
GALI LEI : Roma ha hecho cr ecer mi .g r tó t ig io por que he ca l lado .
FEDERZONI: Pero ahora usted no fe puede permitir más ese
silencio. >- '•.
GALI LEI : Tampo co pu edo p er m i t i r q t f e , se me tues te a l f ue go
como un jamón . v .T í ; . '
ANDREA: ¿Piensa usted, entonces, que las manchas t ienen algo
que ver con aquel asun to? (GaiUfi-p». responde.) Bien , con-
f o r mém onos con los t r ozos de no le puede hacer
d a ñ o . '* Y'',
GALILEI: Exactamente. Nuestra tesis ,
ANDREA: En lo que respecta a la f lotapién diremos que no de-
pende de la f o r ma de un cuer po , s ina de que és te sea más
l iv iano o más pesado que e l agua. • v
GALILEI: ¿Qué dice Aristóteles?
EL PEQUEÑO MONJE: "Una lámina- t^ h ie lo ancha y p lana
es capaz de f lo tar en e l agua mien t r a una agu ja de h ier r o se
sumer ge. " . •
GALI LEI : - ¿Por qué par a ese Ar is tó te les e l h ie lo no se hunde?
EL PEQUEÑO MONJE: Por que es ancho y p lano , de modo que
no es capaz de par t i r e l agua.
GALILEI: Bien. (Toma el trozo de hielo y lo pone en el cubo.)
Ahor a compr imo e l h ie lo con f uer za con t r a e l f ondo de la
vasija, alejo la presión de mis manos, y ¿qué sucede?
EL PEQUEÑO MONJE: Sube de nuevo a la super f ic ie .
GALILEI: Exacto. Al parecer es capaz de par tir el agua hacia
arr iba.
EL PEQUEÑO MONJE: Per o ¿por qué r azón f lo ta? E l h ie lo
es más pesado que el agua, porque es agua solidif icada.
GALILEI: ¿Y qué te parece si fuera agua diluida?
ANDREA: Tiene que ser más l iviano que el agua, si no, no
podr ía f lo tar .
G A L I L E I : A j á .
ANDREA: LO mism o que no pu ede f lo tar una agu ja de h ier r o .
Todo lo que es más l iv iano que e l agua, f lo ta . Y todo lo que
es más pesado , se hunde. Que er a lo que se quer ía demos t r ar .
GALI LEI : No , Andr ea . Dame la agu ja de h ier r o . D íme: ¿e l
h ier r o es más pesado que e l agua?
ANDREA: SÍ. (Galilei pone la aguja sobre una hoja de papel
y la coloca sobre el agua. Pausa.)
GALI LEI : Andr ea , t i enes que ap r ender a pensar con p r ecau-
ción . ¿Qué sucede?
FEDERZONI: La agu ja f lota. ¡Oh, San Aristóteles ¡A él sí
que nunca lo examinar on (Ríen.)
GALILEI: El sabio engreimiento es una de las pr incipales cau-
sas de la pobrez a en las ciencias. Su f in no es abr ir u na
puer ta a l a in f in i ta sab idur ía , s ino poner un l ími te a l in f in i to
er r o r . Tomen no ta .
VIRGINIA: ¿Qué pasa?
SRA. SARTI: Cada vez que ellos r íen me llevo un pequeño sus-
to . ¿De qué r e i r án? , me p r egun to .
VIRGINIA: Papá dice: los teólogos t ienen sus toques de cam-
pana y los f ísicos t ienen sus r isas.
SRA. SARTI: Pero estoy contenta de que, por lo menos, ya no
mira tanto por ese tubo. Eso era peor todavía.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 49/267
VIRGINIA: Ahora sólo coloca trochos de hielo sobre el agua.
De ahí no pueden sal i r cosas malas .
SRA SARTI: NO sé. (Entra Ludovico Marsili con ropa de via-
je, seguido por un sirviente que carga algunas piezas de equi-
paje. Virginia corre a su encuentro y lo abraza.)
VIRGINIA: ¿Por qué no me escribis te que ibas a venir.
LUDOVICO: Estaba en las cerca nías inspec ciona ndo nuest ros
viñedos de Bucciole y no pude dejar de acercarme Usta aquí .
GALILEI (como miope)-. ¿Quién es?
EL PEQUEÑO MO NJE: Ludovico. ¿Cómo, no lo dis t ingue.
GALILEI: ¡Oh, sí, Ludovico (Va a su encuentro.) ¿Qué tal
los caballos?
LUDOVICO: Están bien, señor.
GALILEI: Sart i , hay que festejar esto. Trae una jarra del vino
sici l iano, del añejo. (La señora Sarti se va con Andrea.)
LUDOVICO (a Virginia): Te encuentro pál ida. La vida en el
campo te hará bien. Mi madre te espera en set iembre.
VIRGINIA: Aguarda, te mostraré el vest ido. (Sale corriendo.)
LUDOVICO: He oído decir que tiene usted más de mil estu-
diantes en sus cursos de la Universidad, señor. ¿En qué t ra -
baja actualmen te? .
GALILEI: LO de todos los días . ¿Pasaste por Rom a al venir . ^
LUDOVICO: SÍ. Antes de que me olvide: mi madre le envía
sus plácemes por su admirable tacto delante de la nueva orgia
de los holandeses con las manchas solares.
GALILEI
(seco):
Muchas gracias .
(La Sarti y Andrea traen
vino y vasos. Todos se agrupan en torno a la mesa.) _
LUDOVICO: Rom a t iene ya su novedad para fe brero Cris to-
foro Clavius expresó su temor de que el circo de las vuel-
tas de la Tierra alrededor del Sol podía comenzar nuevamente
por las manchas solares .
A N D R E A : N O h a y p o r q u é p r e o c u p a r s e .
GALILEI: ¿Hay alguna otra novedad de la Ciudad Santa que
no sean esperanzas de nuevos pecados por mi parte.
LUDOVICO: Ustedes deben saber seguramente que el Santo
Padre es t á mor ibundo .
E L P E Q U E Ñ O M O N J E : ¡ O h
GALILEI: ¿De quién se habla como sucesor?
LUDOVICO: La mayoría, de Barberini.
G A L I L E I : B a r b e r i n i .
ANDREA: El señor Galilei conoce a Barberini.
EL PEQUEÑO MONJE: El Cardenal Barberini es matemático.
FEDERZONI: ¡Un hombre de ciencia en la Santa Sede (Pausa.)
GALILEI: Parece que ahora necesi tan hombres que hayan leído
un poco de matemáticas, como Barberini . Las cosas empiezan
a moverse. Federzoni , todavía viviremos una época en la que
nadie necesi tará temer como un del incuente cuando diga: dos
por dos son cuatro. (A Ludovico.) Este vino me gusta. Lu-
dovico. ¿Qué te parece?
L UDOVI C O: E S b u en o .
GALILEI: Conozco el viñedo, la pendiente es escarpada y ro-
cosa, la uva es casi azul. Yo adoro este vino.
LUDOVICO: SÍ , señor .
GALILEI: Tiene sus pequeños defectos y es casi dulce, pero
nada más que casi . Andrea, guarda todo eso: hielo, cubo y
agua. Yo est imo los consuelos de la carne. No tengo ninguna
paciencia con las almas cobardes que luego hablan de debi l i -
dades. Y o digo: gozar es un m éri to.
EL PEQUEÑO MONJE: ¿Qué desea hacer?
FEDERZONI: Comenzaremos de nuevo con ese circo de las
vueltas de la Tierra alrededor del Sol.
A N D R E A (tararea):
Las Escri turas refieren que no se mueve
y los doctores demuestran que está quieta,
la cola del mundo coger el Papa debe,
pero igual se mueve nuestro inmóvil planeta.
(Andrea, Federzoni y el pequeño monje se dirigen rápida-
mente a la mesa de experimentos y guardan los objetos.)
Tal
vez podríamos descubrir que el Sol tamb ién se mueve . ¿Cóm o
le caería eso, Marsili?
LUDOVICO: ¿Por qué tanta excitación?
SRA. SARTI: ¡No creo que usted, señor Galilei, quiera comen-
zar de nuevo con esas cosas del diablo
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 50/267
GALILEI: Ahora sé por qué tu mad re te man dó a verme. ¡Bar-
berini en el trono papal El saber será una pasión y la inves-
t igación, una voluptuosidad. Clavius t iene razón esas manchas
solares me interesan. ¿Te agrada mi vino, Ludovico?
LUDOVICO: Ya se lo dije, señor.
GALILEI: ¿Pero te gusta realmente?
LUDOVICO
(tieso):
Sí , me gusta.
GALILEI: ¿Serías capaz de aceptar el vino o la bija de un
hombre sin exigir que ese hombre renuncie a su profesión^
Mi astronomía no t iene nada que ver con mi hija. Las tases
de Venus no le al teran las asentaderas.
SRA, SARTI: NO sea tan ordinario. En seguida busco a Vir-
ginia.
LUDOVICO (la detiene): Los mat r imonios en fami l ias como
la mía no se realizan sólo por razones sexuales^
GALILEI: ¿ES que te han impedido durante ocho años casatte
con mi h i ja mient ras yo no absolv iera mi t i«npo de prueba?
LUDOVICO: Mi mujer tendrá también que hacer una buena
figura en el banco de la iglesia de nuestro pueblo.
GALILEI: Ah, ¿tú quieres decir que tus campesinos h a r ^ d e-
pender el pago de los arrendamientos de la santidad de su ama.
LUDOVICO: En cierto modo, sí.
G A LILE I: A n d rea, F ed e rzo n i, t r a ig an e l e s p e jo d e l a t ó n ^
pantalla. En ella haremos caer la imagen del Sol, para cuidar
nuestros ojos. Es tu método, Andrea. (Andrea se va.)
LUDOVICO: Usted una vez afir mó en Rom a QUE nunca más
se mezclaría con ese asunto de las vueltas de la Tierra aire-
dedor del Sol, señor. ,
GALILBI- Bah, en aquel t iempo teníamos un P»p* retrógrado.
S R A S A R T I : T en í am os , d i c e , " t o d aví a e l S « t o P ^ E s i g u e
con vida.
GALILBI: Casi , casi . Dibujaremos una red de meridianos y
paralelos en la imagen del Sol y procederemos metódicamente,
y luego podremos contestar algunas cartas. ¿Qué te parece,
Andrea?
StA. SAJtn : Aho ca dice '¡casi, casi". C incuenta veces pesa e l
hombre sus trocitos de hielo, pero cuando le conviene enton-
ces sí que cree ciegamente. (La pantalla es colocada.)
LUDOVICO: Si Su Santidad llega a morir, señor Galilei, el pró-
x imo Papa —sea quien fuere y as í sea grande su f f im » por
las ciencias— tendrá que tener en cuenta el gran amor que
le profesan las mejores familias del país.
EL PEQUEÑO MONJE: Dios creó el mundo físico, Ludovico,
Dios hizo la mente humana, Dios permitirá también las cien-
cias físicas.
SRA SARTI: Gali lei , ahora quiero decirte algo. Yo he visto
caer en pecado a mi hijo por esos "experimentos" y "teorías"
y "observaciones" y no pude hacer nada contra eso. Tú te
has levantado ya contra la superioridad y el los te han adverti-
do una vez. Los más altos cardenales te han hablado como si
fueses un caballo enfer mo. Eso surt ió efecto por ¿un t iempo ,
pero hace dos meses, pocos días después de la Inmaculada Con-
cepción, volví a sorprenderte cuando comenzaste secretamente
con esas "observaciones". ¡En la buhard il la Yo no hablé mu-
cho, pero en seguida me d i cuenta . Corr í a prender le una
vela a San José. ¡Esto es superior a mis fuerzas Cuan do estoy
sola contigo, das muestras de sensatez y me dices que sabes
que t ienes que comportarte Ccn cordura porque corres peligro.
Pero dos días más tarde: ¡expe rimentos Y de nuevo estamos
en las mismas. Si yo pierdo mi salvación eterna por ser fiel
a un hereje, vaya y pase, ¡pero tú no t ienes derecho de pisotear
la fel icidad de tu bija con tus enormes pies
GALILEI (gruñón): ¡Venga ese telescopio
LUDOVICO: Giuseppe, l leva el equipaje de vuelta al coche.
(El sirviente sale.)
SRA. SARTI: Virginia no lo soportará. ¡Dígaselo usted mismo
(Sale corriendo, la jarra todavía en la mano.)
LUDOVICO: Señor Gali lei , mi madre y yo vivimos nueve me-
ses del año en nuestras posesiones en la Campania y podemos
asegurarle que nuestros campesinos no se inquietan por sus
tratados sobre los satél i tes de Júpiter. El trabajo de la labran-
za es demasiado pesado. Pero si l legaran a saber que alfooos
fr ivolos ataques a la sagrada doct r ina de k Ig lesia a» n a
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 51/267
castigados, eso sí que los perturbaría. N o olvide usted q ue
esos seres dignos de lást ima, en su embrutecimiento, podrían
llegar a revolverlo todo. Son realmente animales, usted no
puede imaginarlo. En cuanto oyen el rumor de que en un
manza no cuelga una pera, abandona n tole el traba jo para ir
a parlotear.
GALILEI (interesado): ¿Sí?
LUDOVICO: Bestias. Cuando se acercan a la finca a protestar
por cualquier pequeñez, mi madre se ve en la obligación de
hacer azotar a un perro delante de el los, porque solo eso
les hace recordar lo que debe ser la disciplina, el orden y la
cortesía. Usted, señor Gali lei , ve de cuando en cuando los
florecientes maizales; usted come distraído nuestros quesos y
nuestras aceitunas, sin tener la menor idea del esfuerzo que
cuesta producir eso, ¡y la vigilancia
GALILEI: Joven amigo, yo no como distraído mis aceitunas.
(Grosero.) Me estás haciendo perder el t iempo . (Grita bacía
arriba.) ¿Está lista esa panta lla?
ANDREA: SÍ, ¿viene, pues?
GALILEI: ¿Ustedes no azotan a los perros solamente para
mantener la disciplina, verdad, Marsil i?
LUDOVICO: Señor Galilei, usted tiene una mente maravillosa.
Lástima.
E L P E Q U E Ñ O M O N J E (sorprendido): ¡ L o e s t á a m e n a z a n d o
GALILEI: SÍ, yo podría alborotar a sus campesinos al inducir-
los a pensar. Y a su servidumbre, y a los capataces.
FEDERZONI: ¿Cómo? Si nin gun o de ellos lee el latín.
GALILEI: Podría escribir en florentino para muchos, y no en
latín para pocos. Necesitamos gente que trabaje con las manos
para las nuevas ideas. ¿Quiénes son los que desean saber las
causas de todas las cosas? Los que sólo ven el pan so bre la
mesa, ésos no quieren saber cómo fue amasado. La chusma
agradece antes a Dios que al panadero. Pero los que hacen
el pan comprenderán que nada se mueve sin alguna causa que
origine ese movimiento. Tu hermana, Fulganzio, en el lagar
de aceite, no se sorprenderá sino que reirá cuando oiga que
el Sol no es un escudo dorado de la nobleza sino una palanca:
la Tierra se mueve porque el Sol la mueve.
LUDOVICO: Por lo que veo, usted ha tom ado su decis ión. Así
será siempre el esclavo de su pasión. Dispénseme usted ante
Virginia. Creo que es meior que ya no la vea.
GALILEI: La dote queda siempre a su disposición.
LUDOVICO: Buenas tardes. (Se va.)
ANDREA: ¡Con saludos nuestros para todos los Marsili
FEDERZONI: ¡Esos que ordenan a la Tierra quedarse quieta
para que no se les vengan abajo los castillos
ANDREA: ¡Para los Cenci y los Villani
F E DE R Z ONI : ¡ Y l o s C er v i l l i
ANDR E A: ¡ Y l o s L ecch i
F E DE R Z ONI : ¡ Y l o s P i r l eo n i
ANDREA: ¡Que sólo quieren besar los pies al Papa cuando
pisotea al pueblo
E L P E Q U E Ñ O M O N J E (también jimio a los aparatos): E l n u e -
vo Papa será un hombre i lustrado.
GALILEI: Empecemos con la observación de estas manchas
en ci Sol que tanto nos interesan, pero a riesgo propio, sin
contar demasiado con la protección de un nuevo Papa.
ANDREA
(interrumpiendo):
Pero con toda la seguridad de de-
mostrar la falsedad de las sombras estelares del señor Fabricio
y de los vapores solares de Praga y París y de demostrar la
rotación del Sol.
GALILE:: Y con alguna seguridad de demostrar la rotación
del Soi. Mi intención no es demostrar que yo he tenido razón
hasta ahora, sino buscar si estoy verdaderamente en lo cierto.
Y os digo: despojaos de todas vuestras esperanzas los que
ahora comenzáis con las observaciones. Tal vez sean vapores,
tal vez sean manchas, pero antes de que nosotros las acepte-
mos como manchas —lo cual sería muy oportuno— las con-
sideraremos colas de peces. Sí. antes do comenzar volveremos
a poner todo en duda. Y no andaremos con botas de siete
leguas, sino milímetro por milímetro. Y lo que hoy encontra-
remos, mañana lo borraremos de la pizarra y cuando volvamos
a encontrar lo mismo entonces sí que lo anotaremos. Si en-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 52/267
cootzamot algo que corresponde a lo que iu táhimm hal lar ,
lo m i m e m o s con e sp ec k l h . ^ J ^ T .
a
o b se rv a r d S o l c o n d d e c i di d o f ^ m m o * * ® o s « m k i n -
m o v i l i d ad d e l a T i e r r a . Y cu -d o Um mmm « e s a e n ^
cu an d o s eam o s d en o t a d o , p o r c o - f f a » y e s t em o s l am i en d o
n ue st ms h e r i d « e o e l o á . I M U I * l os e sm do s, « « » e e s
s í que comenzaremos a pre gu nta n» . s i en verdad no tobiamos
tenido r a z ó n antes , es decir , que l a Tierra se mueve (Con un
gruñido.) Pero si cualquier otra hipóte sis como ésa se des-
hace ent re nues t ras manos , en tonces s í que no tendremos com-
jáúfo con aquel los que nada han inves t igado pero que hablan .
¡Qtait i 'el paño del anteojo y enfoca el Sol (Coloca el espejo
t*
0
*- ) . , , ,
EL PEQUEÑO MONJE: YO sabía que usted ya había comenzado
con el trabajo. Me di cuenta cuando no reconoció al señor
Marsil i . (Comienzan a trabajar en silencio. Cuando la res-
plandeciente imagen del Sol aparece en la pantalla, llega Vir-
ginia corriendo vestida de novia.)
VIRGINIA: ¿Lo has echado, padre?
(Se desmaya. Andrea y
el pequeño monje se apresuran a auxiliarla.)
GALILBI: Tengo que saberlo.
EN EL D EC E N I O SI G U I E N TE LA S TEO R Í A S D E G A L1 LEI SE
D I F U N D E N E N E L P U E B L O . P A N F L E T I S T A S Y C A N T O R E S D E
B A L A D A S R E C O G E N L A S N U E V A S I D E A S P O R D O Q U I E R . E N
E L C A R N A V A L D E 1 6 3 2 , M U C H A S C I U D A D E S E L I G E N A L A
A S T R O N O M I A C O M O M O T I V O P A R A L A S C O M P A R S A S D E S U S
G R E M I O S
Una pareja de comediantes semibam brientos, con una chiquilla
de cinco años y un niño de pecho, llegan a una plaza donde
un gentío, en parte disfrazado, espera el desfile de carnaval.
Los dos arrastran atados de ropa, un tambor y otros utensilios.
EL CANTOR DE BALADAS (con redobles de tambor)'. ¡Hono-
rables vecinos, damas y caballeros Antes de que comiencen
a desfi lar las comparsas de los gremios en esta noche de car-
naval, ejecutaremos la últ ima canción florentina que todo el
norte de Ital ia canta y que nosotros hemos importado hasta
aquí a pesar de los enormes costos. Se t i tula "Ta horrible
teoría del señor físico tea l don Gaíi leo G ali lei" o "Una p rueba
de lo que vendrá". (Canta:)
El Todopoderoso, con don creador,
dar vueltas a la Tierra al Sol ordenó.
Y una lámpara a su vientre colgó
para que girara como un buen servidor.
Porque era su deseo ferviente
que en tom o al señor se afanar a d sirviente.
Y entonces los pobres menesterosos
en torno a los poderosos comenzaron a girar.
Y en torne al Papa giraban los cardenales.
Y en torno »1 cardenal giraba n los arzobispos.
Y en tomo al arzobispo giraban los sacristanes.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 53/267
Y en torno al sacristán giraban los secretarios.
Y en torno al secretario giraban los artesanos.
Y en torno al artesano giraban los servidores.
Y en torno al servidor giraban los ganapanes,
las gallinas, los pobretes y los canes.
Éste es , dis t inguido público, el orden consumado, ordo ordi-
num, como dicen los señores teólogos: regula aeternis, la regla
de las reglas . ¿Pero qué sucede, mi est imado público? (Canta.)
Llega entonces el doctor Galilei
(t i ra la Bibl ia, sacude su anteojo
y lo dirige hacia el ignoto universo).
Y ordena al astro rey detenerse.
Porque la inmóvil creat io dei
debe dar vuel tas , girar y moverse.
Correrá entonces la rica señora
y su criada actuará de espectadora.
¿Qué decís de esto? Es t remendo, pero no es broma.
La servidumbre se torna cada día más insolente.
Y una cosa es cierta, hablemos en nuestro idioma:
¿Quién ni sueña hoy con tener su propio sirviente
El criado se hará holgazán; la criada, fresca.
El perro del gendarme engordará.
El monaguil lo marchará a la pesca.
El aprendiz en cama quedará.
¡No, no, no Con la Bibl ia, señores, no hagáis bromas.
La cuerda de la horca se romperá si no es resistente.
Y una cosa es cierta, hablemos en nuestro idioma:
¿Quién no sueña hoy con tener su propio s i rviente?
Y ahora, mis buenos vecinos, mirad un poco en ese futuro
que anuncia el doctor Gali lei . (Canta.)
Dos amas de casa en el mercado
no se explicaban lo que veían.
La pescadera tomaba un pescado
y junto con un pan se lo comía.
El albañil, los hoyos ya cavados,
levantaba afanoso la mampostería.
Cuando estuvo todo terminado
se metió adentro con sabiduría.
¿Es posible esto? No, no, no, aquí no hay broma.
La cuerda de la horca se romperá si no es resistente.
Y una cosa es cierta, hablemos en nuestro idioma:
¿Quién no sueña hoy con tener su propio sirviente?
El campesino, sin consideración,
pega a su señor en el trasero.
Y ahora la leche que daba al clero
sus niños beberán con fruición.
¡No, no, no Con la Biblia, señores, no hagáis broma s.
La cuerda de la horca se romperá si no es resistente.
Y una cosa es cierta, hablemos en nuestro idioma:
¿Quién no sueña hoy con tener su propio s i rviente?
L A M U J E R :
En el pecado caí
y a mi marido dejé
por ver si un astro fijo
encontraba por ahí .
E L C A N T O R D É B A L A D A S :
¡No, no, no, Galilei, ya basta Ter min a la brom a.
Que el perro sin bozal es capaz de morder a la gente.
Pero una cosa es cierra y bien lo sabe Roma:
¿Quién no sueña hoy con tener su propio sirviente?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 54/267
A M B O S:
Los que en la t ierra sufrís
reunios todos juntos
y aprended de Gali lei
d «be da la dicha en el mundo.
EL CANTO* ra BALADAS: Vecinos, mirad el fenomenal des-
cubrim iento de GaWeo Gali lei. ¡La Tierra gira alrededor del
SOI
(Bate
fuertemente el tambor. La mujer y la chtquüla se
adelantan. La mujer sostiene un tosco dibujo del Sol. L a
chiquilla, con una calabaza en la cabeza -imagen de^ la
Tierra-, da vueltas alrededor de la mujer. El cantor señala
con grandes ademanes a la chiquilla, como si ésta fuera a reali-
zar un peligroso salto mortal, ya que camina hacia atras, al
compás de los redobles del tambor. Luego, se oyen desde atras
otros tambores.)
UNA Voz PROFUNDA: ¡Las comparsas (Entran dos hombres
c m
harapos, tirando un pequeño carro. Sobre el mismo está
sentada, en un ridiculo trono, una figura con una corona de
cartón j eeetid* Je arpillera que espía por un telescopio. Sobre
el trono, un la»**: "Buscad el disgusto." Mis atrás vienen
cuatro hombres • emrasearados que llevan un gran lienzo con
el que arrojan al ake un muñeco que representa un cardenal.
Un enano se ha «aéeeado a un lado con un letrero: "La nueva
era." De la méteímd sale un pordiosero que levanta en alto
sus muletas y se pene a bailar pataleando en el suelo hasta
que cae con gran ruido. Luego, entra un enorme muñeco que
hace reverencias al público: Galileo Galilei. Delante de él un
niño con una enorme Biblia abierta, con las páginas tachadas.)
EL C A N TO R D B B A LA D A S: ¡ G a l i l e o , e l t r i t u r a d o r d e l a B i b l i a .
1 6 3 3 : EL FA M O SO I N V EST I G A D O R R EC I B E O R D E N D E LA
I N Q U I SI C I O N D E TR A SLA D A R SE A R O M A .
Antesala y escalera en el palacio de los Médici en Florencia.
Galile* y su hija aguardan ser recibidos por el Gran Duque.
VIRGINIA: ES larga la espera.
G A LI LEI : S í .
VIRGINIA: Ahí está de nuevo esa persona que nos siguió hasta
aquí . (Señala a un individuo que pasa de largo sin mirarla.)
GALILEI (cuyos ojos han sufrido)-. No lo conozco.
VIRGINIA: Pero yo sí lo he visto muchas veces en los últimos
días. Siento miedo.
GALILEI: ¡Pamplinas Estamos en Florencia y no entre ban-
didos corsos
VIRGINIA: Ahí viene el Rector.
GALILEI: A ése le temo. El estúpido me enredará de nuevo
en una conversación sin fin. (El señor Gaffone, Rector de
la Universidad, viene bajando la escalera. De pronto se asus-
ta al ver a Galilei y pasa tieso delante de ellos, la cabeza con-
traída espasmódicamente hacia otro lado. Saluda con un vio-
vimiento de cabeza apenas perceptible.)
GALILEI: ¿Qué le pasa a éste? Mis ojos están hoy de nuevo
mal. Pero ¿saludó por lo menos?
VIRGINIA: Apenas. ¿Qué has escrito en tu libro? ¿Es posible
que lo consideren hereje?
GALILEI: TÚ estás muy metida con la Iglesia. El madrugar y
e correr a la misa te estropea la tez. ¿Rezas por mí, Virgin ia?
VIRGINIA: Ahí está el señor Vanni. el fundidor, para quien
tu proyectaste aquella planta de fundición. (Por la escalera ha
oaiado un hombre.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 55/267
VANNI" ¿Le gustaron las codornices que le envíe, señor Ga-
lüei> Arriba estaban hablan do de usted. Se lo hace respon-
sable por los panfletos contra la Biblia que hace unos días
se vendían por todas partes.
GALILEI: Las codornices eran excelentes. De nuevo muchas
gracias. De los panfletos no sé nada. La Biblia y Homero
son mis lecturas predilectas.
VANNI- Y au nque no lo fueran, quisiera aprovechar la opor-
tunidad para asegurarle que nosotros, los de la manufactura,
estamos con usted. Yo en verdad no sé mucho de los movi-
mientos de las estrellas, pero para mí usted es el hombre que
lucha por la libertad de enseñar nuevas cosas. Tomemos por
ejemplo ese cultivador mecánico de Alemania que usted me
describió. En el último año aparecieron sólo en Londres cinco
tomos sobre agricultura. Aquí bien estaríamos agradecidos por
un libro sobre los canales holandeses. Los mismos circuios
que le ocasionan dif icultades a usted son los que no permiten
a los médicos de Boloña abrir cadáveres para la investigación.
GALILEI: SU palabra es convincente, Vanni.
VANN I: Eso espero. ¿Sabe usted que Amsterd am y Londres
tienen mercados monetarios? Y escuelas profesionales tambié n.
Regu larmen te se editan diarios con noticias. ¡A quí ni tenemos
la libertad de hacer dinero Se está en contra de las fundi-
ciones de hierro porque se cree que con muchos trabajadores
en un lugar se fomenta la inmoralidad. Yo me juego por
hombres como usted. Señor Galilei, si alguna vez llegaran a
hacer algo contra su persona, recuerde que aquí tiene amigos
en todos los ramos del comercio. Con usted estarán todas las
ciudades del norte italiano, señor.
GALILEI: Por lo que yo sé nadie tiene la intención de hacerme
daño a lguno.
V A N N I : ¿ N O ?
G A L I L E I : N o .
VANNI: Según mi opinión, en Venecia estaría usted más se-
guro. Menos sotanas. Desde allí sí que podría comenzar la
lucha. Yo tengo una calesa de viaje y caballos, señor.
GALILEI: No me veo como fugitivo, aprecio mi comodidad.
VANNI: Seguro, pero después de lo que acabo de oír allá
arr iba hay que darse prisa. Tengo la impresión de que su
presencia en Florencia no les es muy grata.
GALILEI: Sandeces. El Gran Duque es mi a lumno y apa r te
de eso el Papa mismo respondería con un furioso no a cual-
quier intento de ponerme una soga al cuello.
VANNI: Me parece que usted no sabe distinguir bien sus
amigos de sus enemigos, señor Galilei.
GALILEI: YO sé distinguir la potencia de la impotencia. (Se
aleja bruscamente. A Virginia.) Cada individuo que tiene
algo de qué quejarse me elige como su representante, espe-
cialmente en lugares en que no me son nada útiles. He escrito
un libro sobre la mecánica del universo, eso es todo. Lo que
de allí resulte , no me interesa para nada
VIRGINIA (en voz alta): ¡Si la gent e supiera con qu é severi-
dad juzgaste lo que pasó por todas partes en el último carnaval
GALILEI: Sí. Da miel a un oso y perderás el brazo cuando la
bestia tiene hambre.
VIRGINIA (por lo bajo): ¿Pero te ha citad o para hoy EL Gra n
Duque?
GALILEI: No . Pero me hice anunciar . Í :1 quier e tener el
libro, para eso me ha pagado. Pesca algún funcionario y qué-
jate de que no nos atienden.
VIRGINIA (seguida por el individuo se dirige a hablar con un
funcionario
>:
Señor Mincio, ¿está enterada Su Alteza de q ue
mi padre desea hablarle?
EL FU N C I O N A R I O : ¡ Q u é s é y o
VIRGINIA: ESO 110 es una res pue s ta .
EL FU N C I O N A R I O : ¿ N O ?
VIRGINIA: Usted tiene el deber de ser cortés.
(El funcionario
le da cati la espalda y bosteza, muñirás mira al individuo.)
VIRGINIA
(Je n:d;a)\
Dice que el Gran Duq ue está todavía
ocupado.
GALILI-I: OÍ algo de "cortés". ¿Qué pasaba?
VIRGINIA: Le agradecí por su cortes información. Eso fue
todo. ¿ No puedes dejar el libro aquí? Pierdes mu cho tiempo . . .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 56/267
GALILEI: Comienzo a preguntarme qué vale todo este t iempo.
Es posible que acepte una invi tación de Sagredo para i r a Pa-
dua por un pat de semanas. Mi salud no es de las mejores .
VIRGINIA: TÚ no podrías vivir sin tus libros.
GALILEI: Algo del vino siciliano se podría llevar en el coche,
en un ca jón , o en do s . . . . .
VIRGINIA: Siempre di j is te que ese vino no aguanta el viaje.
Por otra parte, k corte te debe t a k v k tres meses de sueldo,
y no te lo van a mandar a Padua.
GALILEI: Eso es cierto.
(El Cardenal inquisidor baja la esca-
lora. Al
pasar
hace una profunda reverencia frente a Galtle*.)
VIRGINIA: ¿*or qué está el Cardenal Inquisidor en Florencia,
papá?
GALILEI : No sé. Se com port ó con respeto. Yo supe lo que
hacía cuando regresé a Florencia y cal lé durante ocho años
Me han ponderado t an to que ahora-me t i enen que acep tar t a l
com o soy. _ ,
EL FUNCIONARIO (en voz alta): ¡Su Alteza, el Gran Duque.
(Cosme de Métici baja por la escalera. Galilei sale a su en-
cuentro. Cosme se detiene un tanto desconcertado.)
GALILEI: Quisiera presentar a Vuestra Alteza mis diálogos
sobre los dos grandes sistemas universales
COSME- ¿Ah, sí? ¿Cóm o están sus ojos?
GaLiLB: Sfe muy bien, Vuestra Alteza. Si Vuestra Alteza
m e i p e t m í t t ^ f M K r i b í e s t e l i b r o . . .
j
COSME: El «t m to de sus ojos me intranquil iza, m dm en te.
Me in t ranqu i l a» . Bao demues t ra que us t ed t d vez em ple a
su magn í f ico an teo jo con demas iado o , ¿wr t fad? (Contmua
su camino sin tomar el libro.)
VIRGINIA: Padae, siento temor.
GALILEI: ¿NO tomó el lifaro, eb? (Apagado pero ¿rnnejjlo
demues tres dch il i dad. De aqu í no i rem os« < a m , s m o a te de
Volpi el cristalero. H e conve nido con él que en el jxm o de la
taberna debe estar s iem pre l is to un cairo con tonele s vacíos
que me pueda sacar de la ciudad.
VIRGINIA: TÚ «abias .. .
GALILEI: No m ires al individuo que nos s igue.
{Quteren saltr.)
\ ' t, • .
i
UN ALTO FUNCIONARIO (baja la escalera): Señor Gali lei , ten-
go la misión de llevar a su conocimiento que la corte floren-
tina no está más en condiciones de oponerse al deseo de la
Santa Inquisición de interrogarlo en Roma. El coche de la
Santa Inquisición lo espera, señor Galilei.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 57/267
E L P A P A
Un aposento en el Vaticano. El Papa Urbano VIH, ex Carde-
nal Barberini, recibe al Cardenal Inquisidor mientras lo vis-
ten. Desde afuera se oye el paso furtivo de muchos pies.
EL PAPA (en voz alta)-. ¡No, he d icho que no
EL INQUISIDOR: ¿Entonces Vuestra Santidad quiere comunicar
a los doctores de todas las facultades, a los representantes de
todas las Santas Órdenes y del clero aquí reunidos que las Es-
crituras no pueden ya ser tomad as por ciertas? ¿A ellos, que
con su infantil creencia en el Verbo Divino han venido a es-
cuchar de Vuestra Santidad la confirmación de su fe?
ÉL PAPA: ¡ No orden aré hacer tr izas las tablas de cálculos ¡No .
EL INQUISIDOR: Esa gente dice que se trata de tablas de cálcu-
los y no de un espír itu de rebelión y de duda. Pero no son
las tablas de cálculos, es la aterradora inquietud que han dise-
minado por la Tierra. Es la inquietud de sus propias mentes
que trasmiten a la Tierra inmóvil. Ellos gritan: ¡ los números
nos >bligan Pero, ¿de dónde vienen sus núme ros? Todo s
saben que vienen de la incredulidad. Esos hombres dudan de
todo. ¿Deb emos acaso fun dar la sociedad human a en la duda
y no más en la fe? 'Tú eres mi señor, pero yo dudo si eso
está bien." "Ésa es tu casa y tu muje r , pero yo me pre gun to
si acaso no pueden ser los míos." Por otra parte, el amor que
profesa Vuestra Santidad por las artes, al que debemos tantas
hermosas colecciones, es pagado con comentarios injuriosos
como los que se leen en los frentes de las casas de Roma.
"Lo que los bárbaros dejaron a Roma, se lo roban los Barbe-
ri ni " ¿Y en el extranj ero? Dio s decidió someter a severas
pruebas a nuestra Sede. La política de Vuestra Santidad en
España no es comprendida por los hombres de poco entendi-
miento. así como es lamentado vuestro conflicto con el Em-
perador. Desde hace tres lustros Alemania es una carnicería.
La gen te se acuchilla con citas de la Biblia en los labios. Y
ahora que después de la peste, de la guerra y de la reforma
sólo quedan algunos puñados de la cristiandad, cunde por
Europa el rumor de que Vuestra Santidad ha concertado con
la Suecia luterana una alianza secreta para debilitar al cató-
lico Emperador. Y en este momento, esos gusanos de matemá-
ticos enfilan esos tubos al cielo y comunican al mundo que
Vuestra Santidad está equivocada aquí, en el único lugar que
todavía nadie le disputa. Uno podría preguntarse: ¿por qué
este interés repentino en una ciencia tan apartada como la
astronomía? ¿No es acaso indiferen te para nosotros la forma
en que giran esas esferas? Pero en toda I talia no hay nadie,
hasta el último palafrenero, que no hable —a causa del ejem-
plo dado por ese f lorentino— de las fases de Venus, y al mismo
tiempo no deje de pensar en tantas de esas cosas que se les
señalan como indiscutibles en escuelas y otros lugares y que
tan incómodas son. ¿Qué pasaría si todos esos débiles de la
carne e inclinados a cualquier exceso creyesen sólo en la pro-
pia razón que ese loco defi ne como la única instancia? Desd e
que navegan —no tengo nada en contra de e l lo— ponen su
confianza en una esfera de latón que llaman el compás, y no
en Dios. Ese Galilei, ya de jovenzuelo, escribió sobre las má-
quinas. ¿Con máqui nas quieren hacer milagros? ¿Qué clase
de milagros? De todos modos ya. no necesitan m ás a Dios ,
pero ¿qué clase de milagros serán ésos? Por ejemplo, no exis-
tirá más un arr iba y un abajo. Y a no lo necesitan. Aristó-
teles es para ellos un perro muerto, pero de él citan esta frase:
"Si la lanzadera tejiera por sí sola y la púa tocara la cítara
por sí misma, los señores no necesitarían ya siervos ni los
maestros artesanos, operarios." Y ellos piensan haber llegado
ya a eso. El miserable sabe bien lo que hace cuando publica
sus trabajos de astronomía en el idioma de las pescaderas y
de los comerciantes de lana y no en latín.
EL PAPA: ESO indica un gusto muy malo, ya se lo diré.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 58/267
EL INQUISIDOR: Galilei provoca a unos y corrompe a los otros.
Las ciudades marítimas del norte italiano exigen cada vez con
más insistencia para sus buques los planisferios celestes del
señor Galilei. Y tendremos que permitírselos, son intereses
mater iales. . . ,
EL PAPA: Pero esos planisferios se basan en sus opiniones he-
réticas. Se trata precisamente de los movimientos de esas
estrellas que no tend rían lu gar si se rechaza su teoría. N o se
puede contentar a la teoría y utilizar los planisferios al mismo
t iempo.
EL INQUISIDOR: ¿Por qué no? N o pode mos hacer otra cosa.
EL PAPA: Ese ruido de pasos me po ne nervioso. Discú lpeme
si no puedo evitarlo.
EL INQUISIDOR: Tal vez le dirán más de lo que yo puedo,
Vues tra Santidad. ¿Deben ma rcharse todos ellos con la duda
en el corazón?
EL PAPA: Al f in y al cabo el hombre es el f ísico mas grande
de esta época, la luz de I talia , y no un iluso cualquiera. Y
tiene amigos: ahí está Versalles, ahí está la corte de Viena.
Todavía son capaces de calif icar a la Santa Iglesia de sumidero
de prejuicios podridos. ¡Que no se le toqu e un pelo
EL INQUISIDOR: Prácticamente no se necesitará hacer mucho
con él. Es un hombre de la carne. En seguida se doblará.
EL PAPA: Galilei conoce más placeres que cualquier otro.
Piensa de pur o sensualismo. N o podría negarse ni a un n uevo
pensamiento ni a un viejo vino. Yo no quiero la condenación
de los principios de la f ísica, ni gritos de batalla como: "¡Viva
la Iglesia " y "¡Viva la razón " He autorizado su libro siempre
que expresara la opinión de que la última palabra no la tiene
la ciencia sino la fe . Y él ha cumplido.
EL INQUISIDOR: SÍ, ¿pero d e qué mane ra? En su libro d is-
putan u n imbécil, , que por su puesto representa los punt os d e
vista aristotélicos, y un hombre inteligente que, naturalmente,
representa las ideas del señor Galilei. Y la observación f inal,
¿quién la expresa?
EL PAPA: ¿Qué, otra cosa más? ¿Quién expresa nuestro pen-
samiento?
EL I N Q U I SI D O R : EL i n t e l i g e n t e n o .
EL PAPA: ¡ES una desfachatez Ese pataleo en los corredores
es insoportable. ¿Ha venido acaso el mun do en tero?
EL INQUISIDOR: NO todo, pero su mejor parte. (Pausa. El
Papa está ahora con todos los ornamentos pontificios.)
EL PAPA: A lo sumo que se le muestren los instrumentos.
EL INQUISIDOR: ESO bastará , Vuestr a Santi dad. El señor Ga-
lilei entiende de instrumentos.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 59/267
„
n F
T t r v j i o D E 1 6 3 3 : G A L I L E O G A L I L E I R E V O C A A N T E L A
S M S SU T EO RI A D EL M O V IM I EN T O D E LA T IE RR A .
En el palacio de la Legación florentina en Roma , los discípulos^
de Galilei esperan noticias. El pequeño monje y Federzom
juegan con amplios movimientos al nuevo ajedrez En un rin-
cón, Virginia, de rodillas, reza la salutación angélica.
EL PEQUEÑO MONJE: El Papa no lo ha recibido. Todo ha
E E D E R Z O N I : S U última esperanza. Era
v e r d a d
lo que le dijo
hace años, en Roma, cuando era el cardenal Barbenm. nos-
otros lo necesitamos. Ahora ahí lo tienen.
A N D R E A : L O m a t a r á n .
FBDERZONI
(lo mira de reojo):
¿Crees tu?
ANDREA: NO se retractará jamás. (Pausa.)
EL PEQUEÑO MONJE: Cuando de noche no se puede tomar
e l sueño uno se empeña s iempre en pensamientos to ta lmente
secundarios. Anoche, por ejemplo, pensé continuamente: el
nunca hubiera tenido que marcharse de la República de
Venecia.
ANDREA: Ahí no podía escribir su libro.
FEDERZONI: Y en Florencia no podía publicarlo. (Pausa.)
£L PEQUEÑO MONJE: Pensé también si le habrían dejado su
piedrecilla , esa que siempre lleva consigo en el bolsillo. La
piedra de sus pruebas.
FBDERZONI: Ahí donde lo llevan se va sin bolsillos.
ANDREA
(gritando):
N o se atreverán. Y aunque lo hagan, el
no se retractará. "Quien no sabe la verdad sólo es un estúpido,
pero quie n la conoce y la llama mentira es un rr í^ ina l."
FEDERZONI: Si él llegara a hacerlo, no quisiera seguir vivien-
d o. . . Pero ellos hacen oso de la violencia.
ANDREA: Con la violencia no se logra todo.
F E D E R Z O N I : T a l v e z n o .
EL PEQUEÑO MONJE: Ayer fue sometido al gran interroga-
torio. Y hoy es la sesión. (En vista de que Andrea escucha,
continúa en voz alta.) Cuando aquella vez lo visité , dos días
después del decreto, estuvimos sentados allí enfrente y él me
señaló el pequeño Príapo cerca del reloj de sol, en el jardín.
Desde aquí se puede ver. Comparó su obra con una poesía
de Horac io en la que tampoco s puede cambia r nada . Habló
sobre un sentido de la belleza que lo obliga a buscar la verdad.
Y aludió al lema: Hieme et aestate, et prope et procul, usque
dum vivam et ultra. Se refería a la verdad.
ANDREA (al pequeño monje): ¿Le contaste cuando estaba en
el Colegio Romano mientras los otros examinaban su anteojo?
Cuéntale. (El pequeño monje hace un signo negativo con la
cabeza.) Se comp ortó igual que siempre. Tenía las manos
sobre las nalgas, sacaba la barriga para afuera y decía: yo les
ruego ser razonables, señores míos.
(Imita, riendo, a Galilei.
Pausa. Aludiendo a Virginia.) Implora para que se retracte.
FEDERZONI: Déjala. Está completamente perturbada desde que
ellos le hablaron. Han hecho venir a su padre confesor desde
Florencia. (Entra el individuo del palacio del Gran Duque de
Florencia.)
EL INDIVIDUO: El señor Galilei estará pro nto aq uí. Nec esita rá
una cama.
F E D E R Z O N I : ¿ L O h a n s o l t a d o ?
EL INDIVIDUO: Se espera que el señor Galilei se retractará a
las cinco en una sesión de la Inquisición. Se escuchará la gran
campana de San Marcos y se leerá públicamente el texto de
la retractación.
A N D R E A : N O lo c re o .
EL INDIVIDUO: A causa de la aglomeración de gente en las
calles, el señor Galilei será traído a través del portón del jar-
dín trasero del palacio. (Se va.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 60/267
ANDREA (de improviso en voz alta): ¡La Luna es una Tierra
y no t iene luz propia ¡Y tampoco Venus t iene luz propia y
es como la Tierra y gira alrededo r del Sol ¡Y cuatro satélites
giran en torno a Júpiter que se encuentra a la altura de las
estrellas fija s y no está unido a ningún anillo ¡El Sol es el
centro del Universo y está inmóvil en su sitio, y la Tierra no
es su centro ni se halla inmóvil ¡Y él es quie n nos ha demos-
trado todo eso
EL PEQUEÑO MONJE: Por la violencia no se puede hacer
invisible lo que ya se ha visto.
(Silencio.)
FEDERZONI
(mira el reloj de sol en el jardín)-.
Las cinco.
(Vir-
ginia r za más fuerte.)
ANDREA: ¡NO púed o esperar más ¡Ésos son capaces de des-
cabezar hasta a la verdad
(Se tapa las orejas, el pequeño monje
lo imita. Pero la campana no suena. Luego de una pausa en
la que sólo se escucha el piadoso m urmullo de Virginia, Fe-
derzoni mueve la cabeza negativamente. Los otros dejan caer
los brazos.)
FEDERZONI
(ronco):
Nada. Las cinco y t res minutos.
ANDREA: ¡Se resiste ¡Oh, dichosos de nosotros
E L P E Q U E Ñ O M O N J E : N O s e r e t r a c t a .
FEDERZONI: NO.
(Se abrazan, son más felices.)
ANDREA: Quiere decir que con la violencia no se puede lo-
grar todo. Quiere decir: se puede también vencer la insensa-
tez, cjue no es invulnerable. Quiere decir: ¡el hombre no teme
a la muerte
FEDERZONI: Ahora comienza realmente la era del saber. Ésta
es la hora de su nacimiento . ¡Pensad si él se hubier a retra ctado
EL PEQUEÑO MONJE: NO lo dije, pero estaba muy preocu-
pado. Yo, hombre de poca fe.
ANDREA: ¡Pero yo lo sabía
FEDERZONI: Hubiera sido como si después del amanecer lle-
gara de nuevo la noche.
ANDREA: O como si la montaña hubiese dicho: yo soy agua.
EL PEQUEÑO MONJE
(se arrodilla llorando):
¡Señor, te agra-
«J «•»/•/"»
ANDREA: Ahora todo es distinta. El hombre, el martirizado,
levanta su cabeza y dice: yo puedo vivir. Y todo se ha ganado
cuando sólo uno se levanta y dice: ¡no
(En ese momen to la
campana de San Marcos comienza a resonar. Todos quedan
paralizados.)
VIRGINIA
(se levanta):
¡La campana de San Marcos ¡No está
condenado
(Desde la calle se oye la lectura de la retractación
de Galilei.)
UNA VOZ: "YO, Galileo Galilei, maestro de matemáticas y de
física en Florencia, abjuro solemnemente lo que he enseñado,
que el Sol es el centro del mundo y está inmóvil en su lugar,'
y que la Tierra no es su centro y no se halla inmóv il. Abjuro,'
maldigo y abomino con honrado corazón y con fe no fingida
todos esos errores y herejías, así como también todo otro error
u opinión que se oponga a la Santa Iglesia."
(Oscurece. Cuan-
do la escena se aclara nuevamente todavía resuena la campana,
que luego calla. Virginia ha salido. Los discípulos de Galilei
están todavía allí.)
FEDERZONI: Nunca te pagó un centavo por tu trabajo. Ni
pudiste comprar un pantalón ni tampoco te fue posible pu-
blicar algo por tu cuenta. Eso lo sufriste "porque se trabajaba
por la ciencia".
ANDREA
(en voz alta):
¡Desgraciada la tierra que no tiene
heroes (Galilei ha entrado, totalmente cambiado por el pro-
ceso, casi irreconocible. Espera algunos minutos en la puerta
por un saludo. Al ver que esto no ocurre porque sus discípulos
lo rehuyen, se dirige hacia adelante, lento e inseguro a causa
de su vista defectuosa. Allí encuentra un banco donde se sien-
ta.)
N o quiero verlo. Que se vaya.
FEDERZONI: Tranquilízate.
ANDREA
(le grita a Galilei en la cara):
¡Borracho ¡Trag ón'
¿Salvaste tu tripa, eh?
GALILEI
(tranquilo):
¡Denle un vaso de agua
(El pequeño
monje trae desde afuera un vaso de agua a Andrea. Federzoni
atiende a Galilei que escucha, sentado, la voz que afuera lee
de nuevo su retractación.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 61/267
ANDREA: Ya pued o camina r de nuev o si me ayudan u n. poco.
(Lo acompañan hasta la puerta. En ese momento, Galilei co -
mienza a hablar.)
GALILEI: NO. Desgraciada es la t ier ra que necesita héroes
(Lectura delante del telón.)
¿N o es claro acaso que un caballo que cae de una altura de
tres o cuatro varas puede romperse las patas, mientras que un
per r o no su f r e n ingún daño? Lo mismo ocur r e con un gato
qu e Cae de ocho o diez varas de altura, con un gr il lo de una
torre o con una hormiga que cayera de la luna. Y así como
lo s animales pequeños son, en proporción, más fuer tes y vigo-
rosos que los grandes, de la misma manera las pequeñas plan-
tas son más resistentes. Un roble cor una altura de doscientas
varas no podría sostener , en proporción, las ramas de un roble
m ás pequeño; así como la naturaleza no puede hacer crecer
un caballo tan grande como veinte caballos o un gigante diez
veces mayor que el tamaño normal sin que tenga que cambiar
las proporciones de todos los miembros, especialmente de los
huesos, que deber ían en ese caso ser reforzados en una medi-
da mucho mayor que su tamaño proporcional. La opinión ge-
neral de que las máquinas grandés y. pequeña s t ienen la m isma
resistencia es evidentemente errónea.
Galilei , "Discorsi"
1 6 3 3 -1 6 4 2 . G A L IL E O G A L IL E I V IV E H A S T A S U MU E R T E E N
U N A C A S A D E C A M P O E N L A S C E R C A N Í A S D E F L O R E N C I A ,
C O MO P R IS IO N E R O D E L A IN Q U IS IC IÓ N . L O S "D IS C O R S I"" .
Una habitación grande. Una mesa, sillón de cuero y un globo
terráqueo. Galilei, ya anciano y casi ciego, experimenta aten-
tamente con una pequeña bola de madera y un riel curvo. En
la antesala se halla sentado un monje, de guardia. Llaman a
la puerta. El monje abre y entra un campesino con dos gansos
desplumados.. Virginia viene de la cocina. Cuenta ya casi
cuarenta años de edad.
EL CAMPESINO: Tengo que entregar los aquí.
IRGINIA: ¿De par te de quién? Yo no encargué gansos.
EL CAMPESINO: Tengo también que decir : de alguien que
está de paso por aquí. (Se va. Virginia m ira los gansos con
sorpresa. El monje se los quita de la mano y los investiga con
desconfianza. Luego se los devuelve tranquilizado. Ella, to-
mándolos por el pescuezo, se los lleva a Galilei, a la otra
habitación.)
VIRGINIA: Alguien que estaba de paso te ha enviado un regalo.
GALILEI: ¿Qué es?
VIRGINIA: ¿NO los puedes ver?
GALILEI: NO. (Se aproxima.) Gansos. ¿Hay algún nom-
b re ahí?
V IR G IN IA : N O .
GALILEI (toma uno de los gansos): Pesado. Podría comer
todavía un poco de esto. Prepáralos con tomillo y manzanas.
VIRGINIA: ¡Pero si no puedes tener ham bre Acabas de cenar .
(
Qué te pasa de nuevo con los ojos? Desde la mesa deber ías
alcanzar a verlos.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 62/267
GALILEI: ES que tú estabas en la sombra.
VIRGINIA: No, no estoy en la sombra.
(Se lleva los gansos. Al
monje.) Tenemos que buscar a l ocu l i sta . Mi padr e no pudo
distinguir los gansos desde la mesa.
EL MONJE: Pr imer o neces i to e l per miso de Monseñor Car pu la .
¿Escr ibió alguna cosa otra vez?
VIRGINIA: No. Su libro me lo dictó a mí, bien lo sabe. Usted
tiene las páginas 131 y 132 y ésas fueron las últ imas.
EL MONJE: ES un viejo zorro.
VIRGINIA: £1 no hace nada en contra de las disposiciones.
Su arrepentimiento no es disimulado, yo lo observo. (Le da
los gansos.) Diga en la cocina que los hígados los guisen con
una manzana y una cebolla. (Vuelve a la habitación de G a-
lilei.) Y ahor a a tendamos a nues t r os o jos y ter minemos r á-
pido con esa bola. Díctame un poco más para nuestra car ta
semanal al Arzobispo.
GALILEI: N o me siento muy bien Léem e a Horacio.
VIRGINIA: La semana pasada me contó Monseñor Carpula, a
quien tanto debemos, que el Arzobispo siempre se interesa por
saber si te gustaron o no las preguntas y citas que él te envía.
(Se ha sentado como para recibir el dictado.)
GALILEI: ¿Hasta dónde había l legado?
VIRGINIA: Párrafo cuar to: en lo relativo a la posición de la
Santa Iglesia f rente a los disturbios en el Arsenal de Génova,
estoy en un todo de acuerdo con el comportamiento del Car-
denal Spo le t t i con t r a los co r deler os r ebeldes de Venecia . . .
GALILEI: SÍ. (Dictando.) . . .Estoy en un todo de acuerd o
con el comportamiento del Cardenal Spolett i contra los cor-
deleros rebeldes, es decir , que mejor es repar tir buenas sopas
f o r t i f ican tes en nombr e del cr i s t i ano amor a l p r ó j imo que
pagar les más a ellos por sus cuerdas para campanas. Porq ue
me parece más sabio for talecer su fe y no su codicia. San Pa-
blo dice: la car idad no falla nunca . ¿Qué te parece?
VIRGINIA: Maravilloso, padre.
GALILEI: ¿NO crees que ahí podr ía tomarse algo como una
ironía?
VIRGINIA: NO, el Arzobis po se pondrá m uy con tento. ¡Él
es tan práctico
GALILBI: Confío en tu opinión. ¿Qué viene después?
VIRGINIA: Un proverbio magníf ico: "Cuando débil soy, soy
f uer te . "
G A L I L E I : S i n c o m e n t a r i o .
V I R G I N I A : ¿ P o r q u é n o ?
GALILEI: ¿Qué viene después?
VIRGINIA: "Y conocer también aquel amor de Cristo hacia
nosotros que sobrepasa a todo conoc imiento." San Pablo a los
Efesios, ni , 19.
GALILEI: En especial agradezco a Vuestra Eminencia por la
magníf ica cita de la car ta a los Efesios. Movido por ella en-
contré en nuestra inimitable "Imitado" lo siguiente.
(Cita de
memoria.) "Aquel a qu ien hab la e l Ver bo D iv ino quedar á
l ib r e de muchas p r egun tas . " ¿Me per mi te hab lar aqu í de m i
propia persona? Todavía hoy se me reprocha que en una
ocasión publiqué un libro sobre los astros del cielo en el idio-
ma de la calle. Allí no tuve la intención de mostrar mi apro-
bación para que los l ibros sobre un tema mucho más impor-
tante, como la teología, fueran escr itos en la jerga de los
pas te ler os . No me par ece muy ef icaz e l ar gumento de que
tiene que continuarse con el uso del latín en los of icios divi-
nos para que, por medio de la universalidad del idioma, todos
los pueblos puedan oír la Santa Misa de la mism a manera . Y
creo esto porque los blasfemadores, nunca tímidos, podr ían ale-
gar que de esa manera ninguno de los pueblos entiende el texto
de la Misa. Yo renuncio con mucho gusto a la compren-
sión barata de las cosas sagradas. El latín de los púlpjtos, que
def iende la eterna verdad de la Iglesia contra la cur iosidad de
los ignorantes, despier ta conf ianza cuando es hablado con el
acento de sus respectivos dialeaos por los sacerdotes hijos de
las clases bajas. . . No, táchalo.
V IR G IN IA : ¿ T o d o ?
GALILEI: Todo desde los cordeleros. (Llaman a la puerta. Vir-
gtma
íe
dirige a la antesala. El monje abre. Es Andrea Sarti.
es
*»<»* «» hombre de mediana edad.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 63/267
ANDREA: Buenas noches. Me encuentro en viaje rumbo a Ho-
landa, en donde me dedicaré a trabajos científ icos. Me solici-
taron que pasara por aquí para visitar lo y de esa manera poder
informar allá sobre él .
VIRGINIA: NO sé si querrá recibir te. Tú nunca viniste.
ANDREA: Pregúntale. (Galilei ha reconocido la voz. Perma-
nece sentado, inmóvil. Virginia entra de nuevo.)
G A L I L E I : ¿ E S A n d r e a ?
V I R G I N I A : S Í .
GALILEI (después de una pausa): Hazlo pasar . (Virginia hace
pasar a Andrea.) Dé jam e solo con él, Virginia .
VIRGINIA: Quiero oír lo que cuenta.
(Se sienta.)
ANDREA (frío): ¿Cómo está usted?
GALILEI: Siéntate. ¿Qué haces? Cuéntame algo de tu trabajo.
He oído decir que te dedicas a la hidráulica.
ANDREA: Fabricio de Amsterdam me ha encargado de pregun-
tar por su salud. (Pausa.)
GALILEI: Me encuentro bien.
ANDREA: Me alegro de poder informar que se encuentra bien.
GALILEI: Fabr icio se pondrá contento de oír lo. Y puedes tam-
b ién in f o r mar le que no v ivo mal . Por mi ar r epen t imien to tan
pr of undo me he ganado e l benep láci to de mis super io r es en
ta l f o r ma que has ta me han per mi t ido empr ender es tud ios
científ icos de l imitada importancia bajo control del clero.
ANDREA: En efecto, también llegó a nuestros oídos que la
Iglesia está contenta con usted. Su total sumisión ha dado bue-
nos resultados. Se asegura que las autor idades han comproba-
do con satisfacción que desde que usted se sometió no se ha
publicado en toda I talia ninguna obra con nuevas teor ías.
GALILEI (mirándolo de reojo): Por desgracia hay países que
se sustraen a la vigilancia de la Iglesia. Me temo que las teo-
r ías condenadas puedan seguir siendo estudiadas allá.
ANDREA: También allá tuvo lugar un retroceso, satisfactor io
para la Iglesia, a causa de su retractación.
G A L I L E I : ¿ S Í ?
(Pausa.)
¿ Y q u é h a y d e D e s c a r t e s e n P a r í s ?
ANDREA: Que al saber la noticia de su retractación archivó
su tratado sobre la naturaleza de la luz. (Larga pausa.)
GALILEI: Me preocupa el haber guiado a algunos amigos cien-
tíf icos por la senda del error . ¿Han a prend ido algo ellos de
mi retractación?
ANDREA: Para poder trabajar científ icamente tengo pensado
d i r ig i r me a Holanda. Lo que Júp i ter no se per mi te tampoco
se tolera al buey.
G A L I L E I : C o m p r e n d o .
ANDREA: Federzoni pule de nuevo lentes en una tienda m¡-
lanesa cualquiera.
GALILEI (ríe): Él no sabe latín. (Pausa.)
ANDREA: Fulganzio, nuestro pequeño monje, renunció a h
investigación y ha regresado al seno de la Iglesia.
GALILEI: SÍ. (Pausa.) Mis super iores aguardan ' con ansiedad
mi regeneración espir itual. Estoy haciendo mejores progresos
de lo que se podía esperar .
A N D R E A : O h .
VIRGINIA: Alabado sea el Señor.
GALILEI
(rudo):
Véte a mirar los gansos, Virginia.
(VirginL
sale furiosa. En el camino, el monje le habla.)
EL MONJE: Esa persona me desagrada.
VIRGINIA: ES inofensivo. Antes era su alumno y ahora n?
puede ser otra cosa que su enemigo. (Al proseguir su camino.>
Hoy recibimos queso. (El monje la sigue.)
ANDREA: Viajaré toda la noche para atravesar mañana tem-
pr ano la f r on ter a . ¿Puedo r e t i r ar me?
GALILEI: NO sé para qué has venido. ¿Tal vez para asus tó-
me? Vivo y pienso con precaución desde que estoy aquí. Cla-
ro que tengo mis recaídas.
ANDREA: NO quisiera per turbar lo, señor Galilei .
GALILEI: Barber ini lo l lamaba la sarna. Él mismo no estaba
iibre de ella. He vuelto a escr ibir .
A N D R E A : ¿ Q u é ?
GALILEI: He terminado los "Discorsi" .
ANDREA: ¿LOS Discursos en torno a dos nuevas ciencias: la
mecánica y las leyes de gravitación? ¿Aquí?
GALILEI: Oh, sí , me dan papel y pluma. Mis super iores no son
tontos. Ellos saben que los vicios arraigados no se pueden
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 64/267
qui t a r de hoy a mañana . M e pro t egen de consecuenc i a s de s-
agradab le s gua rdando pág i na por pág i na .
ANDREA: ¡Dios .»
G A L I L E I : ¿ D e c i a * ?
ANDREA: ¡Lo hacen arar en e l mar Le dan plum a y pape l
pa ra que se t r anqu i l i c e . ¿Cómo pued e e sc r i b i r t en i endo sus
escri tos ese dest ino?
GALILEI: Oh, yo soy un esclavo de mis costumbres.
ANDREA: ¡LOS "Dis corsi" en ma nos de ésos ¡Y Am sterd am,
Londres y Pragfi se mueren de sed por e l los
GALILEI: Me imagino los lamentos de Fabric io, a l lá , haciendo
a l a rde de sus f l a cos huesos pe ro sab i éndose en segur i dad .
ANDREA: ¡Dos nuevas c iencias, perdidas
GALILEI : É l y o t ros se van a conmove r cuando o i gan que he
pues t o en j uego ha s t a l os ú l t i mos mi se rab l e s r e s t os de mi co-
modi dad pa ra hace r una cop i a —a mi s p rop i a s e spa l da s , podr í a
dec i r— u t i l i z ando l a ú l t i ma go t a de l uz de l a s noches c l a ra s
duran t e se i s meses . M i van i dad me ha i mped i do ha s t a ahora
destruir esa copia . "Cuando tu ojo te moleste , arráncatelo."
E l que e sc r i b i ó e s t o sab í a más de comodi dad que yo . Ca l cu l o
que en t rega r l a e s e l co l mo de l a l ocura . Pe ro dado que no he
pod i do l ogra r apa r t a rme de l os t r aba j os c i en t í f i cos e s bueno
que puedan t ene r l a t ambi én us t edes . La cop i a e s t á en e l g l obo .
Si t i ene s e l p ropós i t o de l l eva r l a ha s t a Hol anda , t uya e s t oda
la responsabi l idad. En ese caso la habrías comprado de a lguien
que t i ene en t rada a l o r i g i na l en e l San t o Of i c i o . (Andrea se
ha dirigido al globo y saca de allí el manuscrito.)
A N D R E A : ¡ L O S " D i s c o r s i "
(Hojea el manuscrito. Lee.)
" M i
propós i t o e s p re sen t a r una c i enc i a t o t a l ment e nueva sobre un
t ema muy v i e j o : e l movi mi en t o . He l ogrado de scubr i r , por
medi o de expe r i ment os , a l gunas cua l i dades que son c i en t í f i c a -
mente val iosas."
GALILEI : Al go t en í a que hace r en mi t i empo l i b re .
ANDREA: Esto fundará una nueva f ísica .
GALILBI: Mételo bajo la chaqueta .
ANDREA: ¡Y noso t ros pensamos que hab í a de se rt ado ¡Y mi
voz fue l a más fue r t e con t ra us t ed '
GALTLEI: Era lo justo. Yo te enseñé la c iencia y yo negué la
verdad.
ANDREA: Esto cambia todo.
G A L I L E I : ¿ S Í ?
ANDREA: Usted es conde la verdad. Dela nte del enem igo.
También en el campo de la é t ica nos l levaba usted siglos.
GALILEI: Aclara eso, Andrea.
ANDREA: Con el hombre de la cal le di j imos nosotros: é l mo-
ri rá pero no se re t ractará . Usted volvió: yo me he re t ractado
pero viviré . Sus manos están manchadas, di j imos nosotros.
Usted dice: mejor manchadas que vacías.
GALILEI: Mejor manchadas que vacías. Suena a real ismo.
Suena a mí . Nueva ciencia , nueva ét ica .
ANDREA: ¡YO hubiese tenido que saberlo antes que todos
Ten í a once años cuando us t ed vend i ó e l an t eo j o i nven t ado por
o t ro hombre a l Senado de Venec i a . Vi de spués cómo daba
un uso inmo rtal a ese inst rum ento. Sus amigos neg aban con
la cabeza cuando usted se incl inaba ante e l niño de Florencia:
la c iencia ganaba p úbl ico. Siem pre se r ió de los héroes. "La
gente que sufre me aburre", decía . "Las desgracias t ienen su
origen en cálculos defic ientes." Y "ante la existencia de obs-
táculos la distancia más corta entre dos puntos puede ser la
l ínea sinuosa".
G A L I L E I : S í , r e c u e r d o .
ANDREA: Cuando en el año 33 se prestó a re t ractarse de una
hipótesis popular de sus teorías, hubiese tenido que saber yo
que usted se re t i raba de una r iña pol í t ica sin esperanza para
proseguir con la verdadera misión de la c iencia .
G A L I L E I : Q u e c o n s i st e e n . . .
ANDR EA: . . . el e s t ud i o de la s p rop i edades de l movi m i en t o ,
padre de las máquinas que hará tan habi table la Tierra que
se llegará a prescindir del cielo.
G A L IL E I : A h . . .
ANDREA: Usted ganó t iempo para escribi r una obra c ient í f ica
que solo usted podía escribi r . Si en cambio hubiese terminado
en una aureola de fuego en la hoguera , los ot ros habrían sido
los vencedores.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 65/267
/
GALILEI: Y ¿un los vencedores. Y no existe ninguna obra
científ ica que solamente un hombre sea capaz de escr ibir la.
A N D R E A : ¿ Y p o r q u é s e r e t r a c t ó ?
GALILEI: Me retracté porque temía el dolor corporal.
A N D R E A : ¡ N O
GALILEI: Me mostraron los instrumentos.
ANDREA: ¡Entonces, no era un plan (Pausa. En voz alta.)
La ciencia conoce sólo un mandamiento: el trabajo científ ico.
GALILEI: Y lo he cumplido. ¡Bienvenido a la zanja, herma no
en la ciencia y pr im o en la traición ¿Te gusta el pescado?
Yo tengo pescado. El que huele mal no es mi pescado sino
yo Yo vendo, tú eres el compra dor . ¡Oh ir resistible presencia
del l ibro, de la santa mercancía ¡Se me hace agua la boca y
las maldiciones se ahogan ¡La Gran Babilonia las bestias
asesinas, los pestosos, abr id las piernas y todo cambiara ¡Ben-
dita sea nuestra usurera y blanqueada sociedad temerosa de
morir
ANDREA: ¡El miedo a la mue rte es huma no Las debilidades
humanas no le importan a la ciencia.
GALILEI: NO. Mi quer ido Sar ti , también ahora, en mi actual
estado, me siento capaz de dar le algunas referencias acerca
de todo lo que a la ciencia le importa. Esa ciencia a la que
usted se ha prometido. (Entra Virginia con una fuente. Gali-
lei, académicamente, las manos juntas sobre el vientre.) E n
las horas l ibres de que dispongo, y que son muchas, he reca-
pacitado sobre mi caso. He meditado sobre cómo me juzgara
el mundo de la ciencia, del que no me considero más como
miembro. Hasta un comerciante en lanas, además de comprar
barato y vender caro, debe tener la preocupación de que el
comercio con lanas no sufra tropiezos. El cultivo de la ciencia
me parece que requiere especial valentía en este caso. La cien-
cia comercia con el saber , con un saber ganado por la duda.
Proporcionar saber sobre todo y para todos, y hacer de cada
uno un de sconfiado, eso es lo que pretende. Ahora bien, la
mayoría de la población es mantenida en un vaho nacarado de
supersticiones y viejas palabras por sus pr íncipes, sus hacen-
dados, sus clér igos, que sólo desean esconder sus propias ma-
quinaciones. La miser ia de la mayoría es vieja como la mon-
taña y desde el pulpito y la cátedra se manif iesta que esa
miser ia es indestructible como la montaña. Nuestro nuevo ar te
de la duda encantó a la gran masa. N o s arrancó el telescopio
de las manos y lo enfocó contra sus tor turadores. Estos hom-
bres egoístas y brutales, que aprovecharon ávidamente para
sí los frutos de la ciencia, notaron al mismo tiempo que la
fr ía mirada de la ciencia se dirigía hacia esa miseria milena-
r ia pero ar tif icial que podía ser terminantemente anulada, si
se los anulaba a ellos. Nos cubrieron de amenazas y sobornos,
irresistibles para las almas débiles. ¿Pero acaso podíamos ne-
garnos a la masa y seguir siendo científ icos al mismo t iempo?
Los movimientos de los astros son ahora fáciles de compren-
der , pero lo que no pueden calcular los pueblos son los movi-
mientos de sus señores. La lucha por la mensurabilidad de
cielo se ha ganado por medio cíe la duda; mientras que las
madres romanas, por la fe, pierden todos los días la disputa
por la leche. A la ciencia le interesan las dos luchas. Una
humanidad tambaleante en ese milenar io vaho nacarado, de-
masiado ignorante para desplegar sus propias fuerzas, no será
capaz de desplegar las fuerzas de la naturaleza que ustedes
descubren. ¿Para qué trabajan? Mi opinión es que el único
fin de la ciencia debe ser aliviar las fatigas de la existencia
humana. Si los hombres de ciencia, atemorizados por los dés-
potas, se conforman solamente con acumular el saber por el sa-
ber mismo, se corre el peligro de que la ciencia sea mutilada y
de que sus máquinas sólo signif iquen nuevas calamidades. Así
vayan descubriendo co n el tie mpo todo lo. que hay que descu-
brir, su progreso sólo será un alejamiento. progresivo para
la humanidad . El abismo entre ustedes y ella puede llegar
a ser ta n grande que las exclamaciones de júbilo por un in-
vento cualquiera recibirán como eco un aterrador gr iter ío uni-
versal. Yo, como hombre de ciencia, tuve una oportunidad
excepcional: en mi época la astronomía llegó a los mercados.
Bajo esas circunstancias únicas, la firmeza de un hombre hu-
biera provocado grandes conmociones. Si yo hubiese resistido,
los estudiosos de las ciencias naturales habrían podido desarro-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 66/267
l lar algo así como el juramento de Hipócrates de los médicos, la
solemne promesa de util izar su ciencia sólo en benef icio de
la humanidad. En cambio ahora, como están las cosas, lo
máximo que se puede esperar es una generación de enanos
inventores que pu edan ser alquilados para todos los usos. Ade-
más estoy convencido, Sar ti , de que yo nunca estuve en grave
peligro. Durante algunos años fui tan fuer te como la autor i-
dad. Y entregué mi saber a los poderosos para que lo uti l iza-
ran, para que no lo util izaran, para que abusaran de él , es
decir , para que le dieran el uso que más sirviera a sus f ines.
Yo traicioné a mi profesión. Un hombre que hace lo que
hice yo no puede ser tolerado en las f i las de las ciencias.
(Virginia, que se ha quedado inmóvil durante este monólogo,
coloca la fuente sobre la mesa.)
VIRGINIA: TÚ has sido aceptado en las filas de los creyentes.
GALILEI: Eso mismo. Y ahora, a comer . (Andrea le alarga
la mano. Galilei la mira pero no la toma.) Tú mismo er es
maestro, ¿puedes permitir te aceptar una mano como la mía?
(Se sienta a la mesa.) Alguien que estuvo de paso me envió
dos gansos. Yo como siempre con gusto.
ANDREA: ¿Cree usted todavía que ha comenzado una nueva
época?
GALILEI: SÍ . Presta atención cuando atravieses Alemania.
ANDREA (incapaz de irse)-. Con respecto a su valoración del
autor de que hablamos, no sé qué responder le. Pero no creo
que su mortífero análisis será la últ ima palabra.
GALILEI: Muchas gracias, señor.
(Comienza a comer.)
VIRGINIA (acompañando a Andrea hacia afuera): Noso t r os no
apreciamos a visitantes de t iempos pasados. Lo excitan. (An-
drea se va. Virginia vuelve.)
GALILEI: ¿NO sabes quién habrá podido enviar los gansos?
V I R G I N I A : A n d r e a n o f u e .
GALILEI: Quizá no. ¿Cómo está la noche?
VIRGINIA (en la ventana): Clara.
1637. LOS "DISCORSI" DE GALILEI ATRAVIESAN LA FRONTE-
RA ITALIANA.
Pequeña ciudad fronteriza italiana. De mañana temprano.
Junto a la barrera de la guardia aduanera, juegan unos chi-
quillos. Andrea espera junto a un cochero el examen de sus
papeles por los guardias. Está sentado sobre un pequeño cajón
y lee el manuscrito de Galilei. Más allá de la barrera está el
carruaje.
L o s C H I Q U I L L O S
(cantan):
María con su bata rosa
Sentada sobre una roca
La camisa se cagó.
Cuando el invierno llegó
La vistió sin alboroto.
Mejor cagado que roto.
EL GUARDIA FRONTERIZO: ¿Por qué abandona usted Italia?
A N D R E A : S o y c i e n t í f i c o .
EL GUARDIA FRONTERIZO (al escribiente): Anota abajo : Ra-
zón de la salida: científ ico. Tengo que revisar su equipaje.
(Lo hace.)
EL PRIMER CHIQUILLO (a Andrea): No se siente aquí. (Se-
ñala la choza enfrente de la cual está sentado Andrea.) Allí
vive una bruja.
EL SEGUNDO CHIQUILLO: La vieja M arin a no es ning una
br u ja .
EL PRIMER CHIQUILLO: ¿Quieres que te retuerza el brazo?
EL TERCER CHIQUILLO: Claro que lo es. De noche vuela por
el aire.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 67/267
EL PRIMER CHIQUILLO: Y si no lo fuera, ¿por qué no recibe
de la ciudad ni siquiera un jarro de leche?
EL SEGUNDO CHIQUILLO: ¡Qu é va a volar por el aire Eso
•o lo puede hacer nadie.
(A Andrea.)
¿Se pue de volar?
EL PRIMER CHIQUILLO (señalando al segundo): Este es Giu-
seppe, no sabe nada de nada; no puede ir a la escuela porque
no tiene un pantalón entero.
EL GUARDIA: ¿Qué libro es ése?
ANDREA
(sin levantar la cabeza):
Uno del gran f ilosofo
Aristóteles.
EL GUARDIA (desconfiado): ¿De quien? , , ,
ANDREA: Ya se ha muerto. (Los chiquillos, para burlarse de
Andrea, caminan como si fueran leyendo libros.)
EL GUARDIA (al escribiente): Mira ahí a ver si habla sobre
la religión.
EL ESCRIBIENTE (¡bojea): No encuentro nada.
E L G U A R D I A :
Todo este husmeo no tiene objeto. Si alguien
quisiera escondernos algo no lo llevaría tan a la vista . (A
Andrea.) Tien e que f irmar aquí que nosotros le hemos revi-
sado todo. (Andrea se levanta lentamente y, siempre leyendo,
se dirige con el guardia hacia la casa,)
EL TERCER CHIQUILLO (al escribiente, señalándole el cajón):
Ahí hay algo más, ¿no ve?
EL ESCRIBIENTE: ¿NO estaba antes allí? '
EL TERCER CHIQUILLO: LO puso el diablo. Es un cajon.
E L S E G U N D O C H I Q U I L L O : N O , e s d e l f o r a s t e r o .
EL TERCER CHIQUILLO: YO no iría allí, ella le ha embrujado
los jamelgos al cochero Passi. Y o m i s m o
m i r e
a través del
aguje ro que la tormenta d- nieve hizo en el techo, y 01 cómo
los caballos tosían . , ,
EL ESCRIBIENTE (que casi había llegado hasta el cajón, duda
y vuelve a su lugar): ¿Cosas del diablo, eh? Es imposible con-
trolar todo. ¿A dónde ir íamos a parar? (Andrea vuelve con
un jarro de leche. Se sienta de nuevo sobre el cajón y sigue
leyendo.)
EL GUARDIA (detrás de él, con papeles): Cierra los cajones.
'Está todo?
E L E S C R I B I E N T E : T o d o .
EL SEGUNDO CHIQUILLO (A Andrea): Usted que es científ i-
co, a ver , dígame: ¿se puede volar por el aire?
ANDREA: Espera un momento .
EL GUARDIA: Ya puede pasar . (El equipaje ha sido llevado
por el cochero. And-¿a toma el cajón y quiere marcharse.)
¡Alto ¿Qué lleva ahí?
ANDREA (retomando el manuscrito): Libros.
E L P R I M E R C H I Q U I L L O : E s e l c a j ó n d e la b r u j a .
EL GÜARDIA: ¡Qué disparate ¡Cómo va a embrujar un cajón
EL TERCER CHIQUILLO: ¡Pero si la ayuda ei diablo
EL GUARDIA (ríe): Aquí no pasan esas cosas. (Al escribiente.)
Abre, vamos. (El cajón es abierto-. /El guardia, sin ganas.)
¿Cuántos hay ahí adentro?
ANDREA: Treinta y cuatro.
EL GUARDIA (al escribiente): ¿Cuánto tiempo necesitarás?
EL ESCRIBIENTE (que ha comenzado a revolver superficial-
mente): Está todo impreso Pero no podré hacer su desayu-
no, y ¿cuándo voy a ir a lo del cochero Passi para cobrar tes
derechos de aduana atrasados si tengo que revisar todos los
libros?
EL GUARDIA: ES cierto, el dinero es más impor tante . (Em-
puja los libros con el pie.) ¡Bah, por lo que se podrá leer ahí
adentro (A l cochero.) ¡Listo (Andrea pasa la frontera con
el cochero, que lleva el cajón. Ya del otro lado, pone el ma-
nuscrito de Galilei en la maleta de viaje.)
EL TERCER CHIQUILLO
(señala el jarro que Andrea ha dejado
en el suelo): ¡El cajón desapareció ¡Fue el diablo
ANDREA (dándose vuelta): No, fu i yo . Aprende a abrir los
ojos. La leche y el jarro están pagos. Son para vieja. Giu-
seppe, todavía no he respondido a tu pregunta. No se puede
volar montado en un palo, por lo menos tendría que haber
una máquina . Pe ro todavía no existe una máquina semejante.
Tal vez nunca la habrá porque el hombre es muy pesado.
Pero es claro, no lo podemos saber. Nosotros no sabemos lo
suficiente, Giuseppe. Estamos realmente en el comienzo.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 68/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 69/267
P E R S O N A J E S
El P R O F E S O R C É S A R R U B I O , d e 5 0 a ñ o s .
E L E N A , S U e s p o s a , 4 5 a ñ o s .
M I G U E L , S U h i j o , 2 2 a ñ o s .
J U L I A , s u h i j a , 2 0 a ñ o s .
E l P R O F E S O R O L Í V E R B O L T O N ( n o r t e a m e r i c a n o
c o n a c e n t o e s p a ñ o l ) , 3 0 a n o s .
Un D E S C O N O C I D O ( E l g e n e r a l N A V A R R O ) .
E P I G M E N I O G U Z M Á N , p r e s i d e n t e m u n i c i p a l .
S A L I N A S J
G A R Z A • d i p u t a d o s l o c a l e s .
T R E V I Ñ O ^
El L I C E N C I A D O E S T R E L L A , d e l e g a d o y o r a d o r d e l Pa r t i d o .
E M E T E R I O R O C H A ,
vie jo.
L E Ó N
S A L A S
La Multitud
Ep o c a a c t u a l .
A CTO PRIMERO
L o s R u b i o a p a r e c e n d a n d o l o s ú l t i m o s t o q u e s a l a r r e g l o d e l a s a l a
y el c o m e d o r d e s u c a s a , a l a q u e h a n l l e g a d o e l m i s m o d í a , p r o c e -
d e n t e s d e l a c a p i t a l . E l c a l o r e s i n t e n s o . L o s h o m b r e s e s t á n e n m a n -
g a s d e c a m i s a . T o d a v í a q u e d a a l c e n t r o d e l a e s c e n a u n c a j ó n q u e
c o n t i e n e l i b r o s . L o s m u e b l e s s o n e s c a s o s y m o d e s t o s : d o s s i l l o n e s
y u n s o f á d e t u l e , t o s c a m e n t e t a l l a d o s a m a n o , h a c e n l a s v e c e s d e l
j u e g o c o n f o r t a b l e , c o n t r a s t a n d o c o n a l g u n a s s i l la s v i e n e s a s , b a s t a n t e
d e s p i n t a d a s , y u n a m e c e d o r a d e b e j u c o . D o s t e r c e r a s p a r t e s d e l a
e s c e n a r e p r e s e n t a n l a s a l a , m i e n t r a s l a t e r c e r a p a r t e , a l f o n d o , e s t á
d e d i c a d a a l c o m e d o r . L a d i v i s i ó n e n t r e l a s d o s p i e z a s c o n s i s t e e n
u n a e s p e c i e d e g a l e r í a : u n o s a r c o s c o n p i l a r e s d e s c u b i e r t o s , h e c h o s
d e m a d e r a ; c o n e x c e p c i ó j i d e l a r c o c e n t r a l , q u e h a c e f u n c i ó n d e
p a s a j e ; l o s o t r o s e s t á n c e r r a d o s h a s t a l a a l t u r a d e u n m e t r o p o r
t a b l a s p i n t a d a s d e u n a z u l p á l i d o y f l o r e a d o , q u e e l t i e m p o h a d e s -
l e í d o y l a s m o s c a s h a n m a n c h a d o . . D e m a s i a d o p o b r e p a r a t e n e r m o -
s a i c o s o c e m e n t o , la c a s a t i e n e u n p i s o d e t i p i c h i l , o c e m e n t o d o m é s -
t i c o , c u y a d e s i g u a l d a d p r e s t a u n a a c t i t u d — d i j é r a s e — i n q u i e t a n t e a
l o s m u e b l e s . E l t e c h o e s d e v i g a s . L a s S a l a t i e n e , e n p r i m e r t é r m i n o
i z q u i e r d a , u n a p u e r t a q u e c o m u n i c a c o n e l e x t e r i o r ; u n p o c o m á s
a r r i b a h a y u n a v e n t a n a a m p l i a ; a l c e n t r o d e l a p a r e d d e r e c h a , u n
a r c o c o n d u c e a l a e s c a l e r a q u e l l e v a a l a s r e c á m a r a s . A l f o n d o d e l a
e s c e n a , d e t r á s d e l o s a r c o s , e s v i s i b l e u n a v e n t a n a s i t u a d a e n e l
c e n t r o ; u n a p u e r t a , a l f o n d o d e r e c h a , l l e v a a l a p e q u e ñ a c o c i n a , e n
l a q u e s e s u p o n e q u e h a y u n a s a l i d a h a c i a e l s o l a r , c a r a c t e r í s t i c o d e l
N o r t e . L a c a s a e s t o d a , v i s i b l e m e n t e , u n a c o n s t r u c c i ó n d e m a d e r a ,
s ó l i d a , p e r o n o e n m u y b u e n e s t a d o . E l a i s l a m i e n t o d e s u s i t u a c i ó n
n o p e r m i t i ó la t r a d i c i o n a l f á b r i c a d e s i l l a r ; l a m o d e s t i a d e l o s d u e -
ñ o s , n i s i q u i e r a l a f á b r i c a d e a d o b e f r e c u e n t e e n l a s r e g i o n e s m e n o s
p o p u l o s a s d e l N o r t e .
E LE NA R U B IO , m u j e r b a j i t a , r o b u s t a , d e u n o s c u a r e n t a y c i n c o a ñ o s ,
c o n u n t r a p o a m a r r a d o a l a c a b e z a a g u i s a d e c o f i a , s a c u d e l a s s i l l a s ,
c e r c a d e l a v e n t a n a d e r e c h a , y l a s a c o m o d a c o n f o r m e t e r m i n a ; J U LI A ,
m u c h a c h a a l t a , d e s i l u e t a a g r a d a b l e , a u n q u e s u r o s t r o c a r e c e d e a t r a c -
t i v o , t a m b i é n c o n l a c a b e z a c u b i e r t a , t e r m i n a d e a r r e g l a r el c o m e d o r .
A l l e v a n t a r s e e l t e l ó n p u e d e v é r s e l a e n p i e s o b r e u n a s i l l a , c o l g a n d o
u n a l á m i n a e n l a p a r e d . L a l í n e a d e s u c u e r p o s e d e s t a c a c o n b a s -
t a n t e r i g o r . N o e s p r o p i a m e n t e l a t r a d i c i o n a l v i r g e n p r o v i n c i a n a , s i n o
u n a m e z c l a c u r i o s a d e p u d o r y p r o v o c a c i ó n , d e r e p r e s i ó n y d e f u e g o .
C ÉS AR R U BI O e s m o r e n o ; s u f i g u r a r e c u e r d a v a g a m e n t e l a d e E m i l i a -
n o Z a p a t a y , e n g e n e r a l , l a d e l o s h o m b r e s y l a s m o d a s d e 1 9 10 , a u n -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 70/267
q u e
vista i m p e r s o n ~ ^ ^ ^ f S ? ' «
1
? ^
joven de lo que es, delgado 5.ca si p q. ^
e
,
c a j o n d e l o s
c h ü
ma l a l i men t ado . ^ ^
^
enjugándose .a frente .
C É S A R . — ¿ E s t á s c a n s a d o , M i g u e l ?
v e i n t e a ñ o s .
y o n a c
í a q u í
P f q a r — H a c e v e i n t i c i n c o a n o s e r a p e o r , y y
acerca.) ,
nf
» r p « : a r i o
?
T e l o p u e d e d e -
d i n e r o e n M é
-
X Í C
°
M l
0 U B ,
7
P i e n
S
a s ¿ « ^ u f e «
£ n
u a n « - u no d e , o s d o s
" l í T ^ s S r P e r o e n e s
t
e
'
1 0 Ú n Í C
°
q u e h a c e a c e r c á b a l o s « e s p u t o . ^ ^ ^
E L E N D e c u al q ui e r I d o , n o t a m o s a e s ta r a q u í t o d a
l a V
í S ; , _ C . a r o q u e n o, m a m á . V a m o s a e s t a r t o d a t a
mue r t e : (CÉSAR la mira P'™>'™™ "¿
e
¡
n
M é x i c o
.
A l e
j á n -
JULIA. Sí . . . , con a l i v i o , co m o en un do l o r de mu e l a s ya
p a s a d o . Y a n o l e d o l e r é . . . , y l a e x t r a c c i ó n n o l e d o l i ó t a m -
p o c o .
M I G U E L . — (L evan tándose de l a ca ja . ) S i d e c i d i m o s q u e-
j a r n o s , c r e o q u e t e n g o m a y o r e s m o t i v o s q u e t ú .
C É S A R . — ¿ T a m b i é n t ú h a s p e r d i d o a l g o p o r s e g u i r a t u
p a d r e ? . ,
M I G U E L . — (V olv ién do se a otro lado y encogiendose de
hombros.) N a d a . . . , u n a c a r r e r a .
C É S A R . — ¿ N o c u e n t a s l o s a ñ o s q u e p e r d i s t e e n l a U n i -
v e r s i d a d ? ,
M I G U E L . — ( M i r á n d o l o . ) S o n m e n o s q u e l o s q u e tu ñ a s
p e r d i d o e n e l l a .
ELENA. — (Con reproche.) M i g u e l .
C É S A R . — D é j a l o q u e h a b l e . Y o p e r d í t o d o s e s o s a n o s
p o r m a n t e n e r v i v a a m i f a m i l i a . . . y p o r d a r t e a t i u n a
c a r r e r a . . . , t a m b i é n u n p o c o p o r q u e c r e í a e n l a U n i v e r -
s i d a d c o m o u n i d e a l . N o t e p i d o q u e l o c o m p r e n d a s , h i j o
m í o , p o r q u e n o p o d r í a s . P a r a t i , l a U n i v e r s i d a d n o f u e
n u n c a m á s q u e u n a h u el g a p e r m a n e n t e .
M I G U E L — Y
p a r a t i, u n a e s c l a v i t u d e t e r n a . F u e r o n l o s
p r o f e s o r e s c o m o t ú l o s q u e n o s h i c i e r o n d e s e a r u n c a m b i o .
C É S A R .— C l a ro , q u e r í a m o s e n s e ñ a r .
E LE NA . N a d a t e d i o a t i l a U n i v e r s i d a d , C é s a r , m a s q u e
u n s u e l d o q u e n u n c a n o s h a a l c a n z a d o p a r a v i v i r .
C É S A R .— T o d o s s e q u e j a n , h a s t a t ú . T ú m i s m a m e c r e e s
u n f r a c a s a d o , ¿ v e r d a d ?
ELENA. —No d i ga s e so .
C É S A R . — M i r a l a s c a r a s d e t u s h i j o s : e l l o s e s t á n e n t e -
r a m e n t e d e a c u e r d o c o n m i f r a c a s o . M e c o n s i d e r a n c o m o
a u n m u e r t o . Y , s i n e m b a r g o , n o h a y u n s o l o h o m b r e e n
M é x i c o q u e s e p a t o d o l o q u e y o s é d e l a r e v o l u c i ó n . A h o r a
s e » c o n v e n c e r á n e n l a e s c u e l a , c u a n d o m i s s u c e s o r e s d e -
m u e s t r e n s u i g n o r a n c i a .
M I G U E L . — ¿ Y d e q u é t e h a s e r v i d o s a b e r l o ? H u b i e r a s i d o
m e j o r q u e s u p i e r a s m e n o s d e l a r e v o l u c i ó n , c o m o l o s g e -
n e r a l e s , y f u e r a s g e n e r a l . A s í n o n o s h u b i é r a m o s t e n i d o
q u e v e n i r a q u í .
J U L IA . — A sí t e n d r í a m o s d i n e r o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 71/267
E L E N A . — M i g u e l , h a y q u e l l e v a r a r r i b a e s t e c a j ó n d e l i -
B R
° M I G I ' F L . — A h o r a v a h e m o s e m p e z a d o a h a b l a r , m a m á ,
a d e c i r l a v e r d a d . N o t r a t e s d e i m p e d i r l o . M á s v a l e a c a b a r
d e u n a v e z . A h o r a e s l a v e r d a d l a q u e n o s d i c e , l a q u e n o s
g r i t a a n o s o t r o s . . . y n o p o d e m o s e v i t a r l o .
C É S A R — S Í ,
m á s v a l e q u e h a b l e m o s c l a r o . N o q u i e r o
v e r a m i a l r e d e d o r e s a s c a r a s s i l e n c i o s a s q u e t e m a n e n
e l t r e n , r e p r o c h á n d o m e e l n o s e r g e n e r a l , e l n o s e r b a n -
d i d o i n c l u s i v e , a c a m b i o d e q u e t u v i é r a m o s d i n e r o . N o
q u i e r o q u e v o l v a m o s a e s t a r c o m o e n l o s ú l t i m o s d í a s d e
M é x i c o , r o d e a d o s d e p a u s a s . D é j a l o s q u e e s t a l l e n y l o d i -
g a n t o d o , p o r q u e t a m b i é n y o t e n g o m u c h o q u e d e c i r , y
1 0
E L E N A — T Ú
n o t i e n e s n a d a q u e d e c i r n i q u e e x p l i c a r
a t u s h i j o s , C é s a r . N i d e b e s t o m a r a s í l o q u e e l l o s d i g a n ,
n u n c a h a n t e n i d o n a d a . . . , n u n c a h a n p o d i d o h a c e r n a d a .
M I G U E L. — S í, p e r o ¿ p o r q u é ? P o r q u e n u n c a l o v i m o s a
é l p o d e r n a d a , y p o r q u e é l n u n c a t u v o n a d a . C a s a q u i e n
s i g u e e l e j e m p l o q u e t i e n e .
J U L I A — ¿ P o r c u l p a n u e s t r a h e m o s t e n i d o q u e v e n i r a
e s t e d e s i e r t o ? T e p r e g u n t o q u é h a b í a m o s h e c h o n o s o t r o s ,
^ C É S A R — S í , u s t e d e s q u i e r e n l a c a p i ta l ; t i e n e n m i e d o
a v i v i r y a t r a b a j a r e n u n p u e b l o . N o e s c u l p a d e u s t e d e s ,
s i n o m í a p o r h a b e r i d o a l l á t a m b i é n , y e s c u l p a d e t o d o s
l o s q u e a n t e s q u e v o h a n c r e í d o q u e e s a l i a d o n d e s e
t r i u n f a . H a s t a l o s r e v o l u c i o n a r i o s a s e g u r a n q u e l a s r e v o -
l u c i o n e s s o l o p u e d e n g a n a r s e e n M é x i c o . P o r e s o v a m o s
t o d o s a l l á . P e r o a h o r a y o h e v i s t o q u e n o e s c i e r t o , y p o r
e s o h e v u e l t o a m i p u e b l o .
M I G U E L . — N o . . . , l o q u e h a s v i s t o e s q u e « t u » n o g a n a s t e
n a d a ; p e r o h a y o t r o s q u e h a n t e n i d o é x i t o .
CÉSAR. —¿Lo t uv i s t e t ú?
M I G U E L — N o m e d e j a s t e t i e m p o .
C É S A R . — ¿ D e q u é ? ¿ D e c o n v e r t i r t e e n u n l í d e r e s t u d i a n -
t i l ^ T o n t o , n o e s e s o l o q u e s e n e c e s i t a p a r a t r i u n f a r .
M I G U E L . — E s c i e r t o , t ú h a s t e n i d o m á s t i e m p o q u e y o .
J U L I A . — A q u í , n i c o n u n s i g l o d e v i d a h a r e m o s n a d a .
(Se sienta con violencia.)
C É S A R . — ¿ C H R É
h a s p e r d i d o tu , or v e n i r c o n m i g o , J u l i a ?
J U L I A . — L a v i s t a d e l h o m b r e a q u i e n q u i e r o .
ELENA. —Eso e ra p r e c i s a m e n t e l o q u e t e t e n í a e n f e r m a ,
h i j a .
C É S A R . — (En el centro, machacando un poco las pala-
bras.) U n p r o f e s o r d e U n i v e r s i d a d , c o n c u a t r o p e s o s d i a -
r i o s , q u e n u n c a p a g a b a n a t i e m p o , e n u n a u n i v e r s i d a d e n
d e s c o m p o s i c i ó n , e n l a q u e n a d i e e n s e ñ a b a n i n a d i e a p r e n -
d í a y a . . . , u n a u n i v e r s i d a d s i n c l a s e s . U n h i j o , q u e p a s ó
s e i s a ñ o s e n h u e l g a s , q u e m a n d o c o h e t e s y g r i t a n d o , s i n
e s t u d i a r n u n c a . U n a h i j a . . . (Se detiene.)
JULIA. —Una h i j a , f e a . (ELENA se sienta cerca de ella y
la acaricia en la cabeza,
J U L I A
se aparta de mal modo.)
C É S A R . — U n a h i j a e n a m o r a d a d e u n f i f i d e b a i l e s q u e n o
l a q u i e r e . E s t o e r a M é x i c o p a r a n o s o t r o s . Y p o r q u e s e
m e o c u r r e q u e p o d e m o s s a l v a r n o s t o d o s v o l v i e n d o a l n u e -
b l o d o n d e n a c í , d o n d e t e n e m o s p o r l o m e n o s u n a c a s a q u e
e s n u e s t r a , p a r e c e q u e h e c o m e t i d o u n c r i m e n . C l a r a m e n -
t e l e s e x p l i q u é p o r q u é q u e r í a v e n i r a q u í .
M I G U E L . — E s o e s l o p e o r . S i h u b i é r a m o s t e n i d o q u e i r
a u n l u g a r f é r t i l , a u n c a m p o ; p e r o t o d a v í a v e n i m o s a q u í
p o r u n a i l u s ió n t u y a , p o r u n a c o s a i n c o n f e s a b l e . . .
C É S A R . — ¿ I n c o n f e s a b l e ? N o c o n o c e s e l p r e c i o d e l a s p a -
l a b r a s . V a a h a b e r e l e c c i o n e s e n e l E s t a d o , y y o p o d r í a
e n c o n t r a r u n a c o m o d o . C o n o z c o a t o d o s l o s p o l í t i c o s q u e
j u e g a n . . . , p o d r é c o n v e n c e r l o s d e q u e f u n d e n u n a U n i v e r -
s i d a d , y , q u i z á , s e r é r e c t o r d e e l l a .
E L E N A . — N i n g u n o d e e l l o s t e c o n o c e , C é s a r .
C É S A R . — A l g u n o h a y q u e f u e c o n d i s c í p u l o m í o .
E L E N A . — ¿ Q u i é n h a h e c h o n a d a p o r t i e n t r e e l l o s ?
C É S A R . — N o e n b a l d e h e e n s e ñ a d o l a h i s t o r i a d e l a r e -
v o l u c i ó n t a n t o s a ñ o s ; n o e n b a l d e h e a c u m u l a d o d a t o s y
d o c u m e n t o s . S é t a n t a s c o s a s s o b r e t o d o s e l l o s , q u e t e n -
d r á n q u e a y u d a r m e .
M I G U E L . — (De espaldas al público.) E s o e s l o i n c o n f e -
s a b l e .
C É S A R . —
(Dá ndo le una bofetada. )
¿ Q u é p u e d e s r e p r o -
c h a r m e t ú a m í ? ¿ Q u é d e r e c h o t i e n e s a j u z g a r m e ?
M I G U E L . — (S e vuelve lentamente hacia el frente confor-
me habla.) E l d e l a v e r d a d . Q u i e r o v i v i r l a v e r d a d p o r q u e
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 72/267
e s t o y h a r t o d e a p a r i e n c i a s . S i e m p r e h a s i d o o m i s m o . D e
c h i c o , c u a n d o n o t e n í a z a p a t o s , n o p o d í a s a l i r a l a c a l l e
p o r q u e m i p a d r e e r a p r o f e s o r d e l a U n i v e r s i d a d y q u e i r í a n
a p e n s a r l o s v e c i n o s . C u a n d o l l e g a b a t u s a n t o , m a m a y v e -
n í a n i n v i t a d o s , l a s s il l a s y l o s c u b i e r t o s e r a n p r e s t a d o s
t o d o s , p o r q u e h a b í a q u e p r o t e g e r l a b u e n a r e p u t a c i ó n d e
l a f a m i l i a d e u n p r o f e s o r u n i v e r s i t a r i o . . . , y l o q u e s e b e -
b í a v s e c o m í a e r a f i a d o , p e r o ¡ q u é p e n s a r í a n l a s g e n t e s
s i n o h u b i e r a h a b i d o d e b e b e r y d e c o m e r
E l e n a
— M i g u e l , n o t i e n e s d e r e c h o a r e p r o c h a r n o s e l s e r
n o b r e s T u p a d r e h a t r a b a j a d o s i e m p r e p a r a t i
P
M i G U E L . - P e r o ¡ s i n o e s e l s e r p o b r e s l o q u e l e s r e p r o -
c h o ' ¡ S i y o q u e r í a s a l i r d e s c a l z o a j u g a r c o n l o s d e m á s
c h i c o s ' E s l a a p a r i e n c i a , l a m e n t i r a , l o q u e m e h a c e s e n -
t i r m e a s í . ¡ Y , a d e m á s , e r a c ó m i c o ¡ E r a c o n u c o p o r q u e
n o e n g a ñ a b a n a n a d i e . . . , n i a l o s i n v i t a d o s q u e i b a n a . sen-
tarse e n s u s p r o p i a s s i l la s , a c o m e r c o n s u s p r o p o s c u -
b i e r t o s .. , n i a l t e n d e r o q u e n o s f ia ba l a s m e r c a n c í a s T o d o
e l m u n d o l o s a b í a , y s i n o s e r e í a n d e u s t e d e s e r a p o r -
q u e e l l o s v i v í a n i g u a l y h a c í a n l o m i s m o . P e r o ¡ e r a c o -
m i c o (Se echa a llorar y se deja caer en uno de los si-
J U L I A . — ( L e v a n t á n d o s e . ) N o s é q u é p u e d e s d e c i r t ú ,
c u a n d o y o p a s é p o r c o s a s p e o r e s . . . s i e m p r e m a l v e s t i -
d a . . . , y s i e n d o , a d e m á s , c o m o s o y . . . , t e a
E L E N A . — ( L e v a n t á n d o s e V yendo a ella.) H i j a , n o e s
c i e r t o (Le tom a la cabeza y la besa. Es ta vez
J U L I A
s e
deÍa
CÉ s
a
m-(Después de una pausa.) H a y q u e s u b i r e s o s
l i b ros M i gu e l . (M IGUEL se levanta, secándos e los ojos, con
Testo casñnfantü, y entre los dos hombres Cantan la
caja.) D é j a n o s p a s a r , E l e n a . ( EL EN A s e hace a un lado, de-
jando libre el paso hacia la escalera. En este momento Ha-
lan a la puerta.) ¿ H a n t o c a d o ? (Pequeño Véneto durante
el cual todos miran a la puerta. Ñueva llamada.
C É S A R
deja
caer la caja en el suelo y contesta, mientras
M I G U E L s e
apar-
ta de la caja.)
¿ Q u i é n e s ?
LA VOZ DE BOLTON .-( Co n levísimo acento norteamerica-
no ) ¿ H a v u n t e l é f o n o a q u í ? H e t e n i d o u n a c c i d e n t e . ( C É S A R
s e dirige a la puerta y abre. Aparece en el marco el profesor
3 6
O L I V E R B O L T O N ,
de la Universidad de Harvard . Tiene treinta
años y una agradable apariencia deportiva. Es de un rubio
muy qu emado por largos bañ os de sol, y viste un ligero tra-
je de verano.)
CÉSAR. —Pase us t ed .
B O L T O N . — ( E n t r a n d o . ) S i e n t o m u c h o m o l e s t a r , p e r o h a g o
m i p r i m e r v i a j e a s u h e r m o s o p a í s e n a u t o m ó v i l , y m i
c o c h e . . . , d e s c o m p u e s t o e n la c a r r e t e r a . ¿ P u e d o t e l e f o n e a r ?
C É S A R . — N o t e n e m o s t e l é f o n o a q u í . L o s i e n t o .
B OL TO N.— ¡ O h , y o p u e d o r e p a r a r e l c o c h e (sonríe.), p e r o
e s t á t o d o o s c u r o a h o r a . T e n d r í a q u e e s p e r a r h a s t a m a ñ a n a .
¿ H a y u n h o t e l c e r c a ?
C É S AR .— N o . N o e n c o n t r a r á u s t e d n a d a e n v a r i o s k i l ó -
m e t r o s .
B O L T O N . — (So nrie ndo con vacilación.) E n t o n c e s . . . , o d i o
i m p o n e r m e a l a g e n t e . . . , p e r o , q u i z á , p o d r í a p a s a r l a n o -
c h e a q u í . . . , s i u s t e d e s q u i e r e n , c o m o e n u n h o t e l . M e p e r -
m i t i r á n p a g a r . . .
C É S A R . — (D esp ué s de una pequeña pausa y un cambio
de miradas con
E L E N A . ) N O
s e r á n e c e s a r i o , p e r o e s t a m o s
r e c i é n i n s t a l a d o s y n o t e n e m o s m u e b l e s s u f i c i e n t e s .
M I G U E L . — P u e d e d o r m i r e n m i c a m a . Y o d o r m i r é a q u í .
(Señala el sofá de tule.)
B O L T O N . — ( S o n r i e n d o . ) ¡ O h , n o . . . , m u c h a m o l e s t i a . Y o
d o r m i r é a q u í .
C É S A R . — N o s e r á n i n g u n a m o l e s t i a . M i h i j o l e c e d e r á s u
c a m a ; n o s a r r e g l a r e m o s .
B O L T O N . — ¿ E s s e g u r o q u e n o e s m o l e s t i a ?
M I G U E L . — S e g u r o .
B O L T O N . — G r a c i a s . E n t o n c e s t r a e r é m i e q u i p a j e d e l
c o c h e .
C É S A R . — A c o m p á ñ a l o , M i g u e l .
B O L T O N . — G r a c i a s . M i n o m b r e e s O l i v e r B o l t o n . (Hace
un saludo y sale; M I G U E L lo sigue.)
E L E N A . — N o d e b i s t e r e c i b i r l o e n e s a f o r m a . N o s a b e m o s
q u i é n e s .
C É S A R . — N o ; p e r o p e n s a r í a m u y m a l d e M é x i c o s i l a
p r i m e r a c a s a a d o n d e ll e g a l e c e r r a r a s u s p u e r t a s .
E L E N A . — E s o l e e n s e ñ a r í a a n o l l e g a r a c a s a s p o b r e s . Y o
n o p o d r í a h a c e r e s t o , d o r m i r e n c a s a a j e n a .
TEATRO MEXICANO—13
3 7
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 73/267
sabe uno; todos £
t e n
^ í e n * t o d o s v i s t e n
ig u al todos
t i e n e n a u t o
^ P a r a n i i
^son
= £ 5
hacia la misma puerta.
C E S A R , S I «
mira
llama a media voz.)
. r ^
8
n o s l i a q u e d a d o n t u c b o q u e
¿ n o t e a r r e p i e n t e s u n p o c o d e h a b e r t r a -
t a d o c o n t a n t a d u r e z a a t u p a d r e
S o
b
.
e
o
r
i : t v e ° n t u d p u e d e h a b l a r a s ,
r ido. (JULIA SE vuelve a otw lado.) x oi en , .1
^ S ^ ^ e i ^ ^ r a ^ n o b e b e c b o
t a m b i é n p e n s a n d o e n t i. e n u s t e d e s . . .
r s s t S s s t t s t z & x z r -
í g o m e l o r t e e q u í v o c a s . E s t o y d i s p u e s t o a t o d o p a r a a s e -
C C — s , , G r a c i a s , p a p á . ¿ E s e s o ^
C É S A R
- ( D e t e n i é n d o l a p o r u n b r a z o .
S . c r e e s q u e e i e s
fe a t e e q u i v o c a s , J u l i a . Q u i z á n o d e b e r í a y o d e c i r t e e s o . . .
Ba andTmucho la voz.) T i e n e s u n c u e r p o a d m . r a b l e . ..
e f o e s l o q u e i m p o r t a . ( S e limpia la garganta .)
J U L I A . — (D esas i éndose , l o m i ra . ) ¿ P o r q u e m e d i c e s e s o ?
C É S A R . — (M irá nd ola a los ojos, lentamente.) P o r q u e n o
t e c o n o c e s , p o r q u e n o t i e n e s c o n c i e n c i a d e t i . P o r q u e s o y
e l ú n i c o h o m b r e q u e h a y a q u í p a r a d e c í r t e l o . M i g u e l n o
sab e . . . v aqu e l o t ro i mb éc i l no se f ij ó en t i . (Mira a otro
lado.) T i e n e s l o q u e l os h a m b r e s b u s c a m o s , v e r e s i n t e-
l i g e n t e .
J U L I A . — (Con voz blanda.) P a r e c e s o t r o d e r e p e n t e , p a p á .
C E S A R . — A
v e c e s s o y u n h o m b r e t o d a v í a . S e r á s f e l i z ,
J u l i a , t e l o j u r o .
J U L I A . — M e a v e r g ü e n z a g u a r d a r t e r e n c o r , p a d r e , p o r h a -
b e r m e h e c h o n a c e r . . . , p e r o l o q u e s i e n t o e s a l g o c o n t r a
m í , n o c o n t r a t i . . . ¡ S i e n t o t a n t o n o p o d e r f e l i c i t a r t e p o r
t e n e r u n a h i j a b o n i t a A v e c e s m e a s f i x i o , m e s i e n t o c o m o
s i n o f u e r a y o m á s q u e u n a g r a n c a r a f e a . . . ( C É S A R la aca-
ricia ligeramente.) m o n s t r u o s a , s i n c u e r p o . P e r o n o t e o d i o ,
c r é e l o , ¡ n o te o d i o (Lo besa.)
C É S A R . — H e p e n s a d o m u c h a s v e c e s , v i é n d o t e c r e c e r , q u e
p u d i s t e s e r l a h i j a d e u n h o m b r e i l u s t r e , ú n i c o e n s u t i p o ;
p e r o y a v e s ; t o d o l o q u e s é n o m e h a s e r v i d o d e n a d a h a s t a
a h o r a . M i c o n o c i m i e n t o m e p a r e c e a m e n u d o u n a p o d r e -
d u m b r e i n t e r i o r , p o r q u e n o h e p o d i d o c r e a r n a d a c o n l o
q u e s é . . . , n i s i q u i e r a u n l i b r o .
J U L IA . — N os p a r e c e m o s m u c h o , ¿ v e r d a d ?
CÉSAR. —Qui zá e so e s l o que nos a l e j a , Ju l i a .
J U L I A . — (Co n un arrebato casi infantil, el primero.) P e r o
¡ n o n o s a l e j a r á y a ¡ T e l o p r o m e t o D e c u a l q u i e r m o d o , n o
q u i e r o q u e d a r m e a q u í m u c h o t i e m p o . P r o m é t e m e . .
C É S A R . — T e l o p r o m e t o . . . , p e r o , a t u v e z , p r o m é t e m e t e -
n e r p a c i e n c i a , J u l i a .
JULIA.—Sí. (Con una sonrisa amarga.) P e r o . . . ¿ s a b e s
p o r q u é m e s i e n t o t a n m a l a q u í , c o m o s i l l e v a r a u n s i g l o
e n e s t a c a s a ? P o r q u e t o d o e s t o e s p a r a m í c o m o u n e s p e j o
e n o r m e e n e l q u e m e e s t o y v i e n d o s i e m p r e .
C É S A R . — T i e n e s q u e o l v i d a r e s a s i d e a s . Y o h a r é q u e l a s
o l v i d e s .
(Se oye a
E L E N A
bajar la escalera.)
LA voz DE ELENA. —Césa r , ¿ c r ee s qu e ya hab rá ce na do
e s t e g r i n g o ?
(Entra.)
N o t e n e m o s m u c h o , ¿ s a b e s ?
C É S A R . — H a b r á q u e o f r e c e r l e . Q u é d i r í a s i n o . . . M a ñ a n a
i r e m o s a l p u e b l o p o r p r o v i s i o n e s , y y o a v e r i g u a r é d ó n d e
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 74/267
7
LATRO
e s t á
N a v a r r o p a r a ir a v e r l o y a r r e a r . a b a j o d e u n a v e z.
E LE S' A. ¿ N a v a r r o ? b a n d i d o , p e r o e s
C É S A R - E l
g e n e r a l , e g u n . H s
b a b ü i d a
d e s . N o
e l p o s i b l e c a n d i d a t o . . , e l q u e e n e n i
d a r
. . . E s t o
« / a c o r d a r á d e m í ; t e n d r e q u e h a c e r t e _
p e r Q
c s
c o m o v o l v er a n a c e r E l e n á , e m p r a
e n M é x i c o e m p i e z a u n o d e t o d o ^ s i
e J C ^ t — ^ a r a t o d o s . N o t e n -
^ •
la p ü , í ü c a e s e
'
d i m
E
a
, V « - N o s é . C r e o q u e a p e s a r d e t o d o h a b r í a p r e -
f er i do " q u e s i g ui e r a s e n ^ ^ ^ i s i s m e e ch ar o n?
S Í e s pe r ad o u n p o co h a b l an d o
E l
. ,
: N V
- C j u i / . a s i d e v u e l t o t u p u e s t o .
L a p o b r e z a s e g u r a .
- E L E N A . — S e g u r a , t ú l o h a s c u c h o p o b r e z a .
J ^ X X r * = q u e d a r n o s
— t o t e q u e ja ba s .
s e k t ; : —
, a
^
uri dad de quc
" O d i c c s - d e " U ^ o » ?
t e r
.
d o / e ta » » t u e r a y o
„ „ « , ) s i e m p r e t i e n e s e s a . t o . E s p i r a ,
m a s
j o v en , a c a b a ñ a s - U e d o r v d e a /K
C ^ Z ^ Z U
hr
P
o d e / cajón, lo hojea, se en-
C F . S A K . -N O q u e d o l u g a r d l o n a e
N n
d a d ?
f E s p « « « » ^ Z ^ n ^ C Z e , c o m e d o r , c u a n -
r S S - í f t B Ó Í I O N . M W » « . . « — • " "
o )
BOI.TOM.—Aquí estamos.
C É S A R . — ¿ H a c e n a d o u s t e d , s e ñ o r . . . ?
BOLTON. —Bol t on Ol i ve r Bol t on . <Deja la maleta y mien-
tras habla saca de su cartera una tarjeta que entrega a
C É S A R . ) T o m é a l g o e s t a t a r d e e n e l c a m i n o , g r a c i a s . O d i o
m o l e s t a r .
C É S A R . — (Mirando la tarje ta. ) U n b o c a d o n o l e c a e r á
m a l . V e o q u e e s u s t e d p r o f e s o r d e l a U n i v e r s i d a d d e H a r -
v a r d .
B OLT ON .— ; O h , s í . D e h i s t o r i a l a t i n o a m e r i c a n a . (Reco-
giendo su maleta.) V o y a a s e a r m e u n p o c o . ¿ U s t e d p e r m i t e ?
M I G U E L . — A r r i b a h a y u n l a v a b o . M e a d e l a n t o p a r a e n s e -
ñ a r l e e l c a m i n o . ( L o hace.)
BOLTON. —Grac i a s . (Los dos salen. Se les uve subir la
escalera.
C É S A R
mira y remira la tarjeta y, teniéndola entre
los dedos de la mano derecha, golpea con ella su mano iz-
quierda. Una sonrisa bastante peculiar se detiene por un
momento en sus labios. Se guarda la tarjeta y empuja el
cajón de libros hasta el comedor, en uno de cuyos rincones
lo coloca. Mientras lo hace,
E L E N A
pasa de la cocina al
comedor buscando unos platos.)
E L E N A . — M e p a r e c i ó q u e m e h a b l a b a s h a c e u n m o m e n t o .
C É S A R . — N o .
E L E N A . — ¿ H a s p u e s t o l o s l i b r o s a q u í ? E s t o r b a r á n , y n o
q u e d ó l u g a r p a r a e l l i b r e r o , s a b e s .
C É S A R . — (De spu és de una pequeña pausa. ) E s o e r a l o
q u e q u e r í a p r e g u n t a r t e .
E L E N A . — C r e í q u e t e e n o j a r í a s .
C É S A R . — E s c u r i o s o , E l e n a .
E L E N A . — ¿ Q u é ?
C É S A R . — E s t e a m e r i c a n o e s p r o f e s o r d e h i s t o r i a , t a m -
b i é n . . . , p r o f e s o r d e h i s t o r i a l a t i n o a m e r i c a n a e n s u p a í s .
E L E N A . — ( S o n r i e n d o . ) E n t o n c e s s e r á p o b r e .
C É S A R . — ¿ O t r o r e p r o c h e ?
E LE NA .— ¡ N o Y a s a b e s q u e y o n o t o m o e n s e r i o e s a s
c o s a s q u e t a n t o a t o r m e n t a n a J u l i a y a t i . S e e s p o b r e
c o m o s e e s m o r e n a . . . y y o n u n c a h e t e n i d o l a i d e a d e t e -
ñ i r m e e l p e l o .
C É S A R . — E s q u e c r e e s q u e n o h a r é d i n e r o n u n c a .
ELENA. —No l o c reo , (Con ternura.) l o s é , s e ñ o r R u b i o , v
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 75/267
e s t o y
t r a n q u i l a . P o r e s o m e d a r e e e l o q u e t e t n e t a s e n e s a s
u n i v e r s i t a r i o e n l o s E s t a d o s U m d o s s , g a n a *
c o n t e s
_
g r i n g o , q u e e s b a s t a n t e j o v e n ( E L E N A amg
Yar\ la puerta de la cocma-i E l e n a
g s ?
E L E N A . - T e n g o q u e >r a l a c o c m a . < v u H
c u á n
,
h o m b r e p u e d a c o n s e g u i r m e a l g o a l i a
a p r e n d e r f n g l é s . D e s p i e r -
t a , C é s a r , y
d é
j
a m
^ P
r e p
^
a
"
c
h a ^ t
n
o d o a b a j o s i e m p r e ?
£ ™ e° ^ qu e te
j x J ^ r ^ ^ ' ^
p o d i d o por
c u r a r t e . c u e n t a ? N o h a y u n h o m b r e e n
C ÉS AR . P e r o , n o t e d a s ^ c u e r n a
l o a p r e
tÍe
Z°cL-<Seco, ¿ Q u i e r e s q u e s u b a m o s l o s l i b r o s ?
c t e A I
, _
(
Abstraen
s u b a m o s ?
M IC UE L.-L OS l i br os ^ Q u ie re s q ^ ^
e n e
,
c o
.
m
2 l % ^ n
t a
f : ^ e , '
b
o l s m o u n „ ue te d e ca rr os
de hoja y lía una metódicamen te.)
M I G U E L .-(Acercándose un paso.) P a p a .
C É S A R —
( E n c e n d i e n d o u n c i g a r r o . )
¿ Q u e h a y .
M T G U E L . - H e r e f l e x i o n a d o m i e n t r a s a c o m p a ñ a b a a l a m e
r Í
T É
0
S A R - " L . ) H a b la n o t a b le m e nt e b ie n e l e sp a-
C É S A R . — ¿ A d o n d e ?
M I G U E L .— Q u i e ro t r a b a j a r e n a l g u n a p a r t e .
C É S A R . — ¿ T e v a s p o r a r r e p e n t i m i e n t o ? ( M I G U E L no con-
testa.) ¿ E s p o r e s o ?
M I G U E L . — C r e o q u e e s l o m e j o r . V e s . . . , t e h e p e r d i d o
e l r e s p e t o .
C É S A R . — C r e í q u e n o t e h a b í a s d a d o c u e n t a .
M I G U E L . — P e r o y o n o p u e d o i m p o n e r t e m i s p u n t o s d e
v i s t a . . . , n o p u e d o d i r i g i r t u c o n d u c t a .
CÉSAR.— ¡Ah
M I G U E L . — R e c o n o z c o t u l i b e r t a d , d é j a m e l i b r e t ú t a m -
b i é n . Q u i e r o d e d i c a r m i t i e m p o a m i v i d a .
C É S A R . — ¿ C ó m o l a d i r i g i r á s ?
M I G U E L . — ( O b s t i n a d o . ) D e s p u é s d e l o q u e n o s h e m o s
d i c h o . . . , y m e h a s p e g a d o . . .
C É S A R . — (M ira ndo su mano.) H a c e m u c h o q u e n o l o
h a c í a . P e r o n o e s e s a t u ú n i c a r a z ó n . C u a n d o n o s v i m o s
f r e n t e a f r e n t e , d u r a n t e a q u e l l a h u e l g a . . . , t ú e n t r e l o s e s t u -
d i a n t e s , y o c o n e l o r d e n . . . , m e d i j i s t e c o s a s p e o r e s . . . , u n
d i s c u r s o . Y , s i n e m b a r g o , v o l v i s t e a c e n a r a c a s a . . . , m u y
t a r d e . . . Y o t e e s p e r é . M e p e d i s t e p e r d ó n . N o p e n s a s t e e n
i r t e . . .
M I G U E L . — E r a o t r a s i t u a c i ó n . N o q u j e r o s e g u i r v i v i e n d o
e n l a m e n t i r a .
C É S A R . — E n e s t a m e n t i r a ; p e r o h a y o t r a s . ¿ Y a e s c o g i s t e
l a t u y a ? A n t e s e r a l a i n d i s c i p l i n a , l a h u e l g a . . .
M I G U E L . — E s o e r a p o r l o m e n o s u n i m p u l s o h a c i a l a
v e r d a d .
C É S A R . — H a ci a l o q u e t ú c r e í a s q u e e r a l a v e r d a d . P e r o
¿ q u é f r u t o s te h a d a d o h a s t a ¿ h o r a ?
M I G U E L . — N o s é . . . , n o m e i m p o r t a . N o q u i e r o v i v i r e n t u
m e n t i r a y a , e n l a q u e v a s a c o m e t e r , s i n o e n l a m í a . (Vio-
lentamente, en un arrebato infantil de los característicos
en él.) P a p á , s i t ú q u i s i e r a s p r o m e t e r m e q u e n o h a r á s
n a d a . . .
(Le echa un brazo al cuello.)
C É S A R . — N a d a . . . ¿ d e q u é ?
M I G U E L . — D e l o q u e q u i e r e s h a c e r a q u í c o n l o s p o l í t i c o s .
L o d i j i s t e u n a v e z e n M é x i c o - v e s t a n o c h e d e n u e v o
CÉSAR. —No sé de qué hab l a s .
M I G U E L . — S í l o s a b e s . Q u i e r a s u s a r l o q u e s a b e s d e e l l o s
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 76/267
p a r a c o n s e g u i r u n b u e n e m p l e o . E s o e s . . . (Baja la voz.)
Cha
2£ Í
E
R .-(Auténticamente avergonzado por un mamen-
^ m o ^ v t e m e n t e , apretando el bnazodesu padre¿
E n t o n c e s d i m e q u e n o h a r á s n a d a d e e s o . ¡ D i m e l o t e
p r o m e t o t r a b a j a r e n t o d o , c a m b i a r . . .
C É S A R . — (To má nd ole la barba como a un ntno. ) E s t a
b i e n , h i j o . .
S ^ ^ t í o ^ S a q u e n o s e a —
V S ' v . a a s e a r t e u n p o c o p a r a
c c n s r
B O L T O N . — ( E n t r a n d o . ) ¿ N o i n t e r r u m p o ?
CÉSAR. —Pase us t ed ; s i én t e se . (BOLTON lo hace.) , U n
C Í g
B o S o
N
. - ¡ O h , d e h o j a (Ríe.) N o s é a r r e g l a r l o s : g r a -
c i a s . (Saca de los suyos.) M u c h o c a l o r , ¿ e h ? ¿ F u m a u s t e d .
(Ofreciéndole la caja a M I G U EL. )
M I G U E L . — N o , g r a c i a s . C o n p e r m i s o . (Sale po> la u
'""¿^.-(Dándole fuego.) ¿ D e m o d o q u e u s t e d e n s e ñ a
l a h i s t o r i a d e M é x i c o . U n p a í s i n c r e í b l e , l l e n o d e m a r a v i l a s
y
d e m o n s t r u o s . S i u s t e d s u p i e r a q u é
p o c o
s e c o n o c e n l a s
c o s a s d e M é x i c o e n m i t i e r r a (Pronuncia Mehico.), s o b r e
t o d o e n e l E s t e . P o r e s t o h e v e n i d o a q u í .
Satis fel^to^de explicarse v de entrar en su ma-
t J a \ H a v d o s c a s o s e x t r a o rd i n a r io s , m u y i n t e re s a n t e s
p a r a ' m ^ e n i a h i s t o r i a c o n t e m p o r á n e a d e M é x i co . E n t o n -
c e s i r á U n i v e r s i d a d m e m a n d a e n b u s c a d e d a t o s , y . a d e -
m á s t e n g o u n a b e c a p a r a h a c e r u n l i b r o .
C É S A R - ¿ P u e d o s a b e r a q u é c a s o s s e r e f i e r e = u s t e d ?
B O L T O N - ¿ P o r q u é n o ? (Ríe.) P e r o s i u s t e d s a b e a l g o ,
s e
t o q u i t a r é . U n c a s o e s e l d e A m b r o s e B i e r c e , e s t e a m e n -
c a n o q u e v i e n e a M é x i c o , q u e s e u n e a P a n c h o V i l l a v l o
s i g u e a u n t i e m p o . P a r a m í , B i e r c e d e s c u b r i ó a l g o i r r e g u l a r ,
a l g o m a l o e n V i l l a , y p o r e s o V i l l a l o h i z o m a t a r . U n a g r a n
p é r d i d a p a r a l o s E s t a d o s U n i d o s . H o m b r e i n t e r e s a n t e .
B i e r c e , g r a n e s c r i t o r c r í t i c o . E s c r i b i ó e l « D e v i l s D i c t i o n a r y » .
B u e n o , é l t e n í a e s t a g r a n i l u s i ó n d e P a n c h o V i l l a c o m o j u s -
t i c i e r o ; q u i z á s u f r i ó u n d e s e n g a ñ o , y l o d i j o : e r a u n c r í t i c o
Y V i l l a e r a c o m o l o s d i o s e s d e l a g u e r r a , q u e n o q u i e r e n
s e r c r i t i c a d o s . . . , y e r a u n h o m b r e , y t a m p o c o l o s h o m b r e s
q u i e r e n s e r c r i t i c a d o s , y l o m a t ó .
C É S A R . — P e r o n o h a y n i n g u n a c e r t e z a d e e s o . A m b r o s e
B i e r c e l l e g ó a M é x i c o e n n o v i e m b r e d e m i l n o v e c i e n t o s t r e -
c e ; s e r e u n i ó c o n l a s f u e r z a s d e V i l l a e n s e g u i d a , y d e s a p a -
r e c i ó a r a í z d e l a b a t a l l a d e O j i n a g a . F u e r o n m u c h a s l a s
b a j a s ; l o s m u e r t o s f u e r o n e n t e r r a d o s a p r e s u r a d a m e n t e , o
a b a n d o n a d o s y q u e m a d o s d e s p u é s , s i n i d e n t i f i c a r . C o n t o d a
p r o b a b i l i d a d , B i e r c e f u e u n o d e e l l o s . O b i e n , f u e f u s i l a d o
p o r U r b i n a , e n m i l n o v e c i e n t o s q u i n c e , c u a n d o i n t e n t ó p a -
s a r s e a l e j é r c i t o c o n s t i t u c i o n a l i s t a . P e r o V i l l a n a d a t u v o
q u e v e r c o n e l l o .
B O L T O N . — M i t e s i s e s m á s r o m á n t i c a , q u i z á ; p e r o B i e r c e
n o e r a h o m b r e p a r a d e s a p a r e c e r a s í , e n u n a b a t a l l a , p o r
a c c i d e n t e . P a r a m í , f u e d e l i b e r a d a m e n t e d e s t r u i d o . D e s t r u i -
d o e s l a p a l a b r a . S i n e m b a r g o , u s t e d p a r e c e b i e n e n t e r a d o .
CÉSAR. — (Con una sonrisa.) A l g o . T e n g o a l g u n o s d o c u -
m e n t o s s o b r e l o s e x t r a n j e r o s q u e a c o m p a ñ a r o n a V i l l a . .. :
S a n t o s C h o c a n o , A m b r o s e B i e r c e , J o h n R e e d . . .
B O L T O N . — ¿ E s p o s i b l e ? ¡ O h , p e r o e n t o n c e s u s t e d m e s e r á
ú t i l í s i m o Q u i z á s a b e a l g o t a m b i é n s o b r e e l o t r o c a s ó .
CÉSAR. —¿Cuá l e s e l o t ro ca so?
B O L T O N . — E l d e u n h o m b r e e x t r a o r d i n a r i o . U n g e n e r a l
m e x i c a n o , j o v e n , e l m á s g r a n d e r e v o l u c i o n a r i o , q u e i n i c i ó
l a r e v o l u c i ó n e n e l N o r t e , h i z o c o m p r e n d e r a M a d e r o l a
n e c e s i d a d d e u n a r e v o l u c i ó n , d o m i n ó a V i l la . A l o s v e i n t i -
t r é s a ñ o s e r a g e n e r a l . Y t a m b i é n d e s a p a r e c i ó u n a n o c h e . . . ,
d e s t r u i d o c o m o A m b r o s e B i e r c e .
C É S A R . —
( P a u s a d a m e n t e . )
¿ S e r e f i e r e u s t e d a C é s a r
R u b i o
B O L TO N .— ¡ O h, p e r o u s t e d s a b e S i y o p u d i e r a e n c o n -
t r a r d o c u m e n t o s s o b r e é l , l o s p a g a r í a m u y c a r o s ; m i U n i -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 77/267
v e r s i d a d m e r e s p a l d a . P o r q u e t o d o s e r e e n h o y q u e C é s a r
R u b i o e s u n a « s a g a » , u n m i t o .
SSggaKKSS
i r g o t ^ X r ™ e , g r i to de
d e s t a c a m e n t o f e d e r a l b a r r i ó a t o d o s l o s h o m b r e s d e C e s a r
R u b i o
T o l o
é l
y dos
c o m p a ñ e r o s s u y o s q u e d a r o n
con
v , d a .
t t n t ' o n c é s
S
a P i e d r a s N e g r a s d o n d e e n -
r e c o r r i ó t o d a l a R e p ú b l i c a , p u s o e n m o - m . e n t o a M a d e r o ,
a g i t ó a a l g u n o s d i p u t a d o s y p r e p a r o l a s j o r n a d a s d e n o
v £ m b r e N o h u b o u n s o l o d i s f r a z q u e n o u s a r a , u n a s o l a
a c x i ó n q u e n o a c o m e t i e r a , a u n q u e l o p e r s e g u . a t o d a l a p o -
r
^ Z t ~ ? E x c U a
d
í s
í m 0
. ) ¿ E s t á u s t e d s e g u r o ? ¿ T i e n e
d o c u m e n t o s ?
C
B
^ ^ "
O S
e s t o e s m a r av il lo so .. . , u s t ed
- ^ r ^ - ^ o m i s m o t i v o s .
,E«ná
E L E N A
de la cocina, v aunque sin escucha,- ostensi-
blemente sigue la conversación a la vez que sale y M
Aponiéndo la mesa para la cena.
C É S A R S E
vuelve con
« O -
CÉSAR -—¿Se re f i e re u s t ed a l a c r i t i c a d e l g o b . e r n o d e
M a
B 0 L
O
T 0 N - N o n o : e s o , c o m o e l l e v a n t a m i e n t o c o n t r a
H u e r t a c o m o s u s . . (B usca la palabra.) d i s e n s t o n e s c o n
z a p a t a , p e r t e n e c e a s u f u e r t e c a r a c t e r .
C É S A R . — ¿ A
q u é s e r e f i e r e u s t e d e n t o n c e s ? ( E L E N A sale.)
B O L T O N . — A
s u d e s a p a r i c i ó n m i s m a , a s u d e s t r u c c i ó n . . . ,
u n a c o s a t a n f u e r a d e s u c a r á c t e r , q u e n o p u e d e e x p l i c a r -
s e . ¿ P o r q u é d e s a p a r e c i ó e s t e h o m b r e e n u n m o m e n t o t a n
d e c i s i v o d e l a R e v o l u c i ó n , p a r a d e j a r e l c o n t r o l a C a r r a n -
z a ? N o c r e o q u e h a y a m u e r t o ; p e r o s i m u r i ó , ¿ c ó m o , p o i -
q u é m u r i ó ?
C É S A R . — ( S o ñ a d o r . ) S í , f u e e l m o m e n t o d e c i s i v o , ¿ v e r -
d a d ? . . . , u n a n o c h e d e n o v i e m b r e d e m i l n o v e c i e n t o s ca -
t o r c e .
B O L T O N . — ¿ S a b e u s t e d a l g o s o b r e e s o ? D í g a m e l o , d e m e
d o c u m e n t o s . M i U n i v e r s i d a d l o s p a g a r á b i e n . (Vuelve ELE-
N A ; C É S A R
la ve.)
C É S A R . — ( D e s p e r t a n d o . ) S u U n i v e r s i d a d . . . H a c e p o c o h a -
b l a b a y o a m i e s p o s a d e l as u n i v e r s i d a d e s d e u s t e d e s ; s o n
g r a n d e s .
B O L TO N .— ¡ O h F u e r a d e H a r v a r d , u s t e d s a b e . . . , d i s -
t i n g u i d a s , q u i z á ; p e r o j ó v e n e s , d e m a s i a d o jó v e n e s . P e r o
h a b l e m o s m á s d e e s t e a s u n t o . ( C É S A R se vuelve a mirar ha-
cia
E L E N A ,
que en este momento permanece de espaldas,
pero en toda apariencia sin hacer nada que le impida es-
cuchar.) N o te n g a u s t e d r e c e l o a d a r m e i n f o r m e s . Mi Un i -
v e r s i d a d t i e n e m u c h o d i n e r o p a r a i n v e r t i r e n e s t o .
C É S A R . — U n a n o c h e d e n o v i e m b r e d e m i l n o v e c i e n t o s
c a t o r c e . . . , p r o n t o h a r á v e i n t i c u a t r o a ñ o s . (Vuelve a mirar
hacia
E L E N A ,
que dispone la mesa.) ¿ P o r q u é t i e n e u s t e d
t a n t o i n t e r é s e n e s t o ?
B O L T O N . — P e r s o n a l m e n t e , t e n g o , m á s q u e i n t e r é s . . . , en -
t u s i a s m o p o r M é x i c o , u n a p a s i ó n ; p e r o n i n g ú n h o m b r e e n
M é x i c o m e h a i n t e r e s a d o c o m o e s t e C é s a r R u b i o .
(Ríe.)
H e
a c a b a d o p o r c o n t a g i a r a t o d a m i U n i v e r s i d a d d e e n t u s i a s -
m o p o r e s t e h é r o e . ( E L E N A
sale y regresa en seguida, fin-
giéndose atareada.)
C É S A R . — ( O b s e r v a n d o
a
E L E N A
mientras habla.)
¿ Y
p o r
q u é e s t e h é r o e y n o o t r o t r a d i c i o n a l , m á s . . . c o n v e n c i o n a l ,
c o m o V i l l a , o M a d e r o , o Z a p a t a ? U s t e d e s l o s a m e r i c a n o s
a d m i r a n m u c h o a V i l l a d e s d e q u e h i z o a n d a r a P e r s h i n g
a s a l t o d e m a t a .
B O L T O N . — (S o n r ien d o . ) P e r o ¿ n o c o m p r e n d e u s t e d , q u e
s a b e t a n t o d e C é s a r R u b i o ? E l e s e l h o m b r e q u e e x p l i c a
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 78/267
^ S n ^ e C c ü l f E ; r f ú n i c o c a u d i l l o qu e n o e s
p
„ m , c o
T o s , « a l o s b a n d i d o s , e s u n g r a n m i l i t a r . . . p a o f i s t a ,
s i D u e d o d e c i r a s í . . .
C É SA R .— D e cí a u s t e d q u e s u U n i v e r s i d a d t i e n e m u c h o
d i n e r o . . . ¿ C u á n t o , p o r e j e m p l o ?
BOLTON. — (Un poco desconcertado por lo directo de la
pregunta.) N o s é. A m í m e h a n d a d o u n a s u m a p a r a m i
f r a b a j o d e b ú s q u e d a , p e r o p o d r í a c o n s u l t a r . . . s i v i e r a l o s
d o c u m e n t o s . ( J U L I A
entra de la cocina, cruza y se dirige a
la puerta izquierda, saliendo.
C É S A R
la sigue con la vista,
sin dejar de hablar, hasta que desaparece.)
C É S A R . — P a r e c e q u e d e s c o n f í a u s t e d .
B O LT O N.— N o s o y y o q u i e n p u e d e c o m p r a r ; e s H a r v a r d .
C É S A R
-(Dudando.) U s t e d e s l o c o m p r a n t o d o .
B O L T O N . — (
S o n r i e n d o . )
¿ P o r q u é n o , s i e s p a r a l a c u l -
T U R
C É S A R - L 0 S c ó d i c e s , l o s m a n u s c r i t o s , l o s i n c u n a b l e s , l a s
j o y a s a r q u e o l ó g i c a s d e M é x i c o ; c o m p r a r í a n a T a x c o s i
p u d i e r a n l l e v á r s e l o a s u c a s a . A h o r a l e t o c a e l t u r n o a
l a v e r d a d d e C é s a r R u b i o . .
B O L T O N .— (A nt e lo inesperado del ataque.) N o e n t i e n d o .
¿ E s t á u s t e d o f e n d i d o ? H a c e u n m o m e n t o p a r e c í a c o m u -
N Í C
C É S A R . - T a m b i é n a m í m e a p a s i o n a e l t e m a . P e r o t o d o
l o q u e p o s e o e s l a v e r d a d s o b r e C é s a r R u b i o . , y n o p o -
d r í a d a r l a p o r p o c o d i n e r o . . . n i s i n c i e r t a s c o n d i c i o n e s
B O L T O N . - Y O
h a r é l o p o s i b l e p o r h a c e r f r e n t e a e l l a s .
C É S A R . — ( D e s i l u s i o n a d o . ) Y a s a b í a y o q u e r e g a t e a r í a
^ B O L T O N . — P e r d ó n ; e s u n a e x p r e s i ó n i n g i es a . . ., hacer
f r e n t e a s u s c o n d i c i o n e s , e s d e c i r . . . (Buscando.), ¡ o h , s a -
t Í S f
C
C
É S A R . - E s o e s d i f e r e n t e . (Reenciende su cigarro de
hoja.) P e r o ¿ t i e n e u s t e d u n a i d e a d e l a s u m a .
B O L T O N . —
(In có mo do : esta acti tud en un mexicano es
inesperada.) N o s é b i e n . D o s m i l d ó l a r e s . . . , t r e s m i l .
t a l vez .
C É S A R . — ( L e v a n t á n d o s e . ) S e m e f ig ur a q u e t e n d r á u s t e d
q u e b u s c a r s u s i n f o r m e s e n o t r a p a r t e . . . y q u e n o l o s e n -
c o n t r a r á .
B O L T O N . — O h , s i e n t o m u c h o .
(Se levanta.)
S i e s u n a
c u e s t i ó n d e d i n e r o , p o d r á a r r e g l a r s e . L a U n i v e r s i d a d e s t á
i n t e r e s a d a . . . , y o e s t o y . . . a p a s i o n a d o , l e d i g o . ¿ P o r q u é n o
d i c e u s t e d u n a c i f r a ? ( E L E N A entra de la cocina.)
C É S A R . — Y o d i r í a u n a .
(Mirando hacia
E L E N A
y bajando
la voz, con cierta impaciencia .) Y o d i r í a d i e z m i l .
B O L T O N . —
(Arqueando las cejas. )
¡ O h , o h E s m u c h o .
(Con sincero desaliento.) T e m o q u e n o a c e p t a r á n p a g a r
t a n t o .
C É S A R . — (Ha cie nd o seña de salir a
E L E N A ,
que lo mira.)
E n t o n c e s l o d e j a r e m o s a l l í , s e ñ o r . . .
(Busca la tarjeta del
norteamericano en las bolsas de su pantalón; la encuentra,
la mira.),
s e ñ o r B o l t o n .
(Juega con la tarjeta.)
B O L T O N . — S i n e m b a r g o , y o p u e d o i n t e n t a r . . . , i n t e n t a r é . . .
C É S A R . — U n a n o c h e d e n o v i e m b r e d e m i l n o v e c i e n t o s
c a t o r c e , s e ñ o r B o l t o n , l a n o c h e d e l d i e c i s i e t e d e n o v i e m -
b r e , p a r a s e r m á s p r e c i s o , C é s a r R u b i o a t r a v e s a b a c o n s u
a s i s t e n t e y d o s a y u d a n t e s u n p a s o d e l a s i e r r a d e N u e v o
L e ó n p a r a d i r i g i r s e a M o n t e r r e y y d e a l l í a M é x i c o , d o n d e
t e n í a c i t a c o n C a r r a n z a . H a b í a m a n d a d o p o r d e l a n t e u n
d e s t a c a m e n t o e x p l o r a d o r , y a v a r i o s k i l ó m e t r o s l e s e g u í a
e l g r u e s o d e s u s f u e r z a s . E n e s e m o m e n t o R u b i o t e n í a e l
c o n t i n g e n t e m e j o r o r g a n i z a d o y m á s n u m e r o s o , y t o d o s l o s
t r i u n f o s e n l a m a n o . E r a e l h o m b r e d e l a s i t u a c i ó n . S i n
e m b a r g o , s u e j é r c i t o n o lo a l c a n z ó n u n c a , a u n q u e s i g u i ó
a d e l a n t e e s p e r a n d o e n c o n t r a r l o . C u a n d o s e r e u n i ó c o n e l
d e s t a c a m e n t o e x p l o r a d o r e n S a n L u i s P o t o s í , d i e z d í a s
d e s p u é s , l a o f i c i a l i d a d s e e n t e r ó d e q u e s u j e f e h a b í a d e s -
a p a r e c i d o . C o n é l d e s a p a r e c i e r o n s u s d o s a y u d a n t e s , u n o
d e l o s c u a l e s e r a s u f a v o r i t o , y s u a s i s t e n t e .
B O L T O N . — P e r o ¿ q u é p a s ó c o n é l ?
CÉSAR. — Es o e s l o q u e v a l e d i e z m i l d ó l a r e s .
B O L T O N . — ( E x c i t a d o . ) Y o l e o f r e z c o a u s t e d c o m p l e t a r
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 79/267
e s a s u m a c o n e l d i n e r o d e m i b e c a , c o n u n a p a r t e . d e m i s
a h o r r o s , s i l a U n i v e r s i d a d p a g a m a s d e s e i s .
c
T i e n e u .
c o n f i a n z a ?
CÉSAR.—SÍ.
4 0
B 0 L T 0
N
. - ¿ T i e n e u s t e d d o c u m e n t o s
Cts\R—(Después de una breve duda.) o í .
B O L T O N .- H n to n ce s , d í g a m e .. . , m e q u e m o p o r s a b e r
C É S A R — E n u n p u n t o q u e p u e d o e n s e n a r l e e l
A N D A N T E
f a v o r i t o d e C é s a r R u b i o d i s p a r ó t r e s v e c e s s o b r e e l y u n a
^ ^ ^ ^ r S o t r o a y u d a n t e ? U s t e d '
D L J
C É S ° A R . — f V i v am e n í e .) N o . . , ,
R u b i o , a n t e s d e m o r i r , a l c a n z o a m a t a r l o . . . b r a P
q u f e n c o n t r a T t o s " u er p os : H e s a
b
e q u e e , c u e r p o d e e ,
a s o c i a r o n c o n t r a é l .
en e , s i t i o , en una
o q u e d a d d e l a f a l d a d e u n c e r r o .
r e g i s t r ó l o s c a d á v e r e s c u a n d o
s u d o t a r f í s i c o s e l o p e r m i t i ó . . . E l m e c o n t o a m . la h i s
t 0 r l
R n . TON — ; Y q u é d o c u m e n t o s t i e n e u s t e d ?
C É S A R
- T e n g o a c t a s m u n i c i p a l e s a c e r c a d e S U S a s a l t o s ,
i n f o r m e s d e s u e s c a r a m u z a s y c o m b a t e s ,
g r á f i c a s d e a l g u n a s d e s u s e n t r e v i s t a s . . . , u n a d e
M a d e r o o t r a c o n C a r r a n z a . E l c a p i t á n S o l í s e r a u n b u e n
t a q u í g r a f o .
B O L T O N . N O , n o . Q u i e r o d e c i r . . . ¿ q u é p r u e b a s d e s u
m u e r t e ?
C É S A R . — L o s p a p e l e s d e i d e n t i f i c a c i ó n d e C é s a r R u b i o
u n t e l e g r a m a m a n c h a d o c o n s u s a n g r e , p o r e l q u e C a r r a n z a
1 0 c i t a b a e n M é x i c o p a r a d i c i e m b r e .
B O L T O N . — ¿ N a d a m á s ?
C É S A R
— S o l í s te n í a t a m b i é n u n t e l e g r a m a e n c la v e q u e
h e l o g r a d o d e s c i f r a r , d o n d e l e o f r e c í a n u n a s c e n s o v d i -
n e r o s i p a s a b a a l g o q u e n o s e m e n c i o n a . . . , p e r o s i n f ir ma
B O L T O N . — ¿ E s o e s t o d o l o q u e t i e n e ? (Súbitamente des-
confiado.)
¿ P o r q u é e s t á u s t e d t a n í n t i m a m e n t e e n t e r a d o
d e e s t a s c o s a s ?
C É S A R . — E l a s i s t e n t e c i e g o m e l o d i j o t o d o .
B O L T O N .— N o . .. ; d i g o s o b r e e s t a s c o s a s . . . ; a n t e s m e h a
d i c h o u s t e d d e t a l l e s d e s c o n o c i d o s d e l a v i d a d e C é s a r R u -
b i o q u e n i n g ú n h i s t o r i a d o r m e n c i o n a . ¿ C ó m o h a h e c h o
u s t e d p a r a s a b e r l o ?
C É S A R .
(Con su sonrisa extraña.) S o v p r o f e s o r d e h i s -
t o r i a , c o m o u s t e d , y h e t r a b a j a d o m u c h o s a ñ o s .
B O L T O N .— ¡ O h , s o m o s c o l e g a s ¡ M e a l e g r o E s i n d u d a -
b l e q u e e n t o n c e s . . . ¿ P o r q u é n o h a p u e s t o u s t e d t o d o e s t o
e n u n l i b r o ?
C É S A R . — N o l o s é . . . I n e r c i a ; l a i d e a d e q u e h a y d e m a -
s i a d o s l i b r o s m e l o i m p i d e , q u i z á . . . ," o s o y i n f e c u n d o , s i m -
p l e m e n t e .
B O L T O N . — N o e s v e r o s í m i l . (Se golpea los muslos con
las manos y se levanta.) P e r d ó n e m e , p e r o n o l o c r e o .
C É S A R . — ( L e v a n t á n d o s e . ) ¿ C ó m o ?
B O L T O N . — N o l o c r e o . . . , n o e s p o s i b l e .
C É S A R . — N o e n t i e n d o .
B O L T O N . — A d em á s , e s c o n t r a t o d a l ó g i c a .
C É S A R . — ¿ Q u é ?
B O L T O N . — E s t o q u e u s t e d c u e n t a . N o e s l ó g i c o u n h i s -
t o r i a d o r q u e n o e s c r i b e l o q u e s a b e . P e r d o n e , p r o f e s o r ;
n o c r e o .
C É S A R .— E s u s t e d m u y d u e ñ o .
B O L T O N . — L u e g o , e s t o s d o c u m e n t o s d e q u e h a b l a n o v a -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 80/267
l e n d i e z m i l d ó l a r e s . . . , q u e s o n c i n c u e n t a m i l p e s o s p e r -
d o n e m i t r a d u c c i ó n . . . , n i p r u e b a n l a m u e r t e d e R u b i o .
C É S A R — E n t o n c e s , b u s q u e u s t e d p o r o t r o l a d o .
B O L T O N . — (Br i l la n te . ) T a m p o c o e s l ó g i c o s o b r e t o d o
U s t e d s a b e q u é h o m b r e e r a C é s a r R u b i o . . . , e l c a u d i l l o t e
S e l h o m b r e e l e g i d o .
¿
Y q u é m e d a ? U n h o m b r e ^ m o
é l , m a t a d o a t i r o s e n u n a e m b o s c a d a p o r s u a y u d a n t e f a -
V O R
C É S A R — N o e s e l ú n i c o c a s o e n l a r e v o l u c i ó n .
B O L T O N . — ( E s c é p t i c o . ) N o , n o . ¿ E l q u e e r a e l a m o d e
l a r e v o l u c i ó n , m u e r e a s í n a d a m a s . . . , c u a n d o m á s ^ c e s a
r io e r a ? M e h a b l a u s t e d d e c a d á v e r e s d e s a p a r e c i d o s q u e
n a d i e h a v i s t o ; d e p a p e l e s q u e n o s o n p r u e b a d e s u
m u e r t e . .
C É S A R. — P id e u s t e d d e m a s i a d o .
B O L T O N . — E l e n i g m a e s g r a n d e . Y l a t e o r í a p a r e c e a b -
s u r d a N o c o r r e s p o n d e a l c a r á c t e r d e u n h o m b r e c o m o R u -
b i o c o n u n a v o l u n t a d t a n m a g n í f i c a d e v i v i r , d e h a c e r u n a
r e v o l u c i ó n s a n a ; n o c o r r e s p o n d e a s u d e s t m o ^ N o l o c r e o
(Se sienta con mal humor y desilusión en uno de los si-
n
°
n
£L-(Despu és de una pausa.) Tiene u
Ste
d r-6n.
n o c o r r e s p o n d e a s u c a r á c t e r n i a s u d e s t i n o .
(Pausa. Pa
sea un poco.) Y b i e n , v o y a d e c i r l e la v e r d a d .
B O L T O N . — ( I l u m i n a d o . ) Y o s a b i a q u e e s o n o p o d í a s e r
D C
C É S A R . - L a v e r d a d e s q u e C é s a r R u b i o n o m u r i ó d e s u s
h e r
B o
a
L T O N . - ¿ C ó m o e x p l i c a u s t e d s u d e s a p a r i c i ó n , e n t o n -
c e s ? ¿ U n s e c u e s t r o h a s t a q u e C a r r a n z a g a n ó l a r e v o l u -
C É S A R .
(Con lentitud, como reconstruye ndo.) R u b i o
s a l i ó d e l a s i e r r a c o n s u a s i s t e n t e c i e g o .
B O L T O N . — P e r o ¿ p o r q u é n o v o l v i ó a a p a r e c e r ? N o e r a
" T É S A ; r r ;
e
E n e f ec t o , n o e r a c a .
p a z S u s
R
h e n d a s n o t e n í a n g r a v e d a d ; p e r o e n f e r m é a c o e
s e c u e n c i a d e e l l a s . . ., d e l d e s c u i d o i n e v i t a b l e t r e s , c u a t r o
m e s e s . E n t r e t a n t o , C a r r a n z a p r o m u l g ó l a l e y d e l s e i s
e n e r o d e m i l n o v e c i e n t o s q u i n c e , e n V e r a c r u z , c o m o ú l t i -
m o r e c u r s o , y g a n ó l a p r i m e r a j e f a t u r a d e l a r e v o l u c i ó n .
E s t o a g r a v ó l a e n f e r m e d a d d e C é s a r , y . . .
B O L T O N . — N o m e d i g a u s t e d a h o r a q u e m u r i ó d e e n f e r -
m e d a d i e n s u c a m a , c o m o . . . , c o m o u n p r o f e s o r .
C É S A R
—(M irándolo extrañado.) ¿ Q u é q u i e r e u s t e d q u e
l e d i g a e n t o n c e s ?
B OL TO N .— L a v e r d a d . . . , s i e s q u e u s t e d l a s a b e . U n a v e r -
d a d q u e c o r r e s p o n d a a l c a r á c t e r d e C é s a r R u b i o , a l a l ó -
g i c a d e l a s c o s a s . L a v e r d a d s i e m p r e e s l ó g i c a .
CÉSAR.—Bien. (Duda.) B i e n . (Pequeña pusa.) E n f e r m ó
m á s g r a v e m e n t e . . . , p e r o n o d e l c u e r p o , c u a n d o s u p o q u e
l a r e v o l u c i ó n h a b í a c a í d o p o r c o m p l e t o e n l a s m a n o s d e
g e n t e m e n o s p u r a q u e é l . E n c o n t r ó q u e l o h a b í a n o l v i d a -
d o E n m u c h a s r e g i o n e s n i s i q u i e r a h a b í a n o í d o h a b l a r d e
é l , q u e e r a e l a u t o r d e t o d o . . .
B OL TO N. —S i h u b i e r a s i d o a m e r i c a n o , « h a b r í a » t e n i d o
g r a n p u b l i c i d a d .
C ÉS AR .— L os h é r o e s m e x i c a n o s s o n d i f e r e n t e s . E n c o n t r ó
q u e l o c o n f u n d í a n c o n R u b i o N a v a r r e t e , c o n C é s a r T r e v i -
ñ o . L a p o p u l a r i d a d d e C a r r a n z a , d e Z a p a t a y d e V i l l a , s u s
l u c h a s , h a b í a n a h o g a d o e l n o m b r e d e C é s a r R u b i o . (Se
detiene.)
B O L T O N . — E s o s u e n a m á s h u m a n o , m á s p o s i b l e . . .
C ÉS AR .— S u e n f e r m e d a d l o h a b í a d e b i l i t a d o m u c h o . E l
d e s a l i e n t o r e t a r d ó s u c o n v a l e c e n c i a . C u a n d o q u i s o v o l v e r ,
d e s p u é s d e m á s d e u n a ñ o , f u e i n ú t i l . N o h a b í a l u g a r
p a r a é l .
B O L T O N
—(Impresionado.)
S í . . . , s í , c l a r o . ¿ Q u é h i z o ?
C É S A R . — S u e j é r c i t o s e h a b í a d i s u e l t o , s u s a m i g o s h a -
b í a n m u e r t o e n l a s g r a n d e s m a t a n z a s d e a q u e l l o s a ñ o s . . . ,
o t r o s l o h a b í a n t r a i c i o n a d o . D e c i d i ó d e s a p a r e c e r .
B O L T O N . — ¿ V a u s t e d a d e c i r m e a h o r a q u e s e s u i c i d ó ?
CÉSAR.— (Con la misma extraña sonrisa.) N o , p u e s t o
q u e u s t e d q u i e r e l a v e r d a d l ó g i c a .
B O L T O N . — ¿ B i e n ?
C ÉS AR .— S e a p a r t ó d e l a r e v o l u c i ó n c o m p l e t a m e n t e d e s -
i l u s i o n a d o y p o b r e .
BOLTON.— (Con ansiedad.) P e r o ¿ v i v e ?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 81/267
C É S A R . — (Acen tuando su sonr i sa . ) V i v e .
B O L T O N . - L e d a r é l a c a n t i d a d q u e u s t e d h a p e d i d o s . m e
k p r u e b a .
C É S A R —
i
Q u é p r u e b a q u i e r e u s t e d
B o ' T O N . — E l h o m b r e m i s m o . Q u i e r o v é r a l h o m b r e .
VELENIA pasa de la cocina al comedor llevando pan y ser-
V¿
^ C ÉS A R — T i e n e u s t e d q u e p r o m e t e r m e q u e n o r e v e l a r á
l a v e r d a d a n a d i e . S i n e s a c o n d i c i ó n n o a c e p t a r í a e l t r a t o ,
a u n q u e m e d i e r a u s t e d u n m i l l ó n .
C É s T _ ^ .
q
Q u L e sp er a
q
u e , a g e n t e , o r e c u e r d e
u n d í a . . . , q u e d e s e e y e s p e r e s u v u e l t a .
B O L T O N - P e r o
y o n o p u e d o p r o m e t e r e l s i l e n c i o . Y o v o y
a e n s e ñ a r e n l o s E s t a d o s U n i d o s l o q u e s e ; m i s e s t u d . a n -
t C S
C É SI Í L — P u e d e ' u s t e d d e c i r q u e v i v e ; p e r o q u e n o s a b e
d ó n d e e s t á . ( E L E N A
sale a la cocina.)
d
¿Lo».-(Moviendo la cabeza., L a h i s t o n a e s u n a -
v e l a . M i s e s t u d i a n t e s q u i e r e n l o s h e c h o s y l a f il os of ta d e
l o s h e c h o s - p a g a n p o r e l l o , n o p o r u n s u e n o , u n . . . m . t o .
« S A R - S ^ n e m b a r g o , l a h i s t o r i a n o e s m á s q u e u n s u e -
ñ o £ s q u e l a h i c i e r o n s o ñ a r o n c o s a s q u e n o s e r e a h z a -
r o n - l o s q u e l a e s t u d i a n s u e n a n c o n c o s a s P i a d a s ; l o s
q u e l a e n s e ñ a n (Con una sonrisa.) s u e ñ a n q u e p o s e e n l a
v e r d a d y q u e l a e n t r e g a n .
B O L T O N - c Q u é q u i e r e u s t e d q u e p r o m e t a e n t o n c e s ?
C É S I R - P r o m é t a m e q u e n o r e v e l a r á l a i d e n t . d a d a c t u a l
d e C é s a r R u b i o . ( E L E N A sale a la cocina y vuelve con una
S
°"ZroZ-Tp'ausa.) ¿ P u e d o d e c i r t o d o l o d e m á s . . . , y p r o -
b a r i o ?
BOLTON^-—Trato hecho. (Le tiende la mano.) ¿ C u á n d o
m e l l e v a r á u s t e d a v e r a C é s a r R u b i o ? ¿ D o n d e e s t a .
CÉSAR. —(La voz ligeramente empañada.) Q u i z a l o v e r a
u s t e d m á s p r o n t o d e l o q u e i m a g i n a .
B O L T O N . — - ¿ Q u é h a h e c h o d e s d e q u e d e s a p a r e c i ó ? S u c a -
l á c t e r n o e s p a r a l a i n a c t i v i d a d .
CÉSAR.—No.
B O L T O N . — ¿ P u d o d e j a r d e s e r u n r e v o l u c i o n a r i o ?
C É S A R . — S u p o n g a u s t e d q u e e s c o g i ó u n a p r o f e s i ó n h u -
m i l d e , o s c u r a .
B O L T O N .— ¿ E l? ¡ O h , d i g a ¿ Q u i z á s a r a r el c a m p o ? E l
c r e í a e n l a t i e r r a .
C É S A R . — Q u i z á s ; p e r o n o e r a e l m o m e n t o . . .
BOLTON. —Es ve rdad .
C É S A R . — H a b í a o t r a s c o s a s q u e h a c e r . . . , h a b í a q u e c o n -
t i n u a r l a r e v o l u c i ó n , l i m p i a r l a d e l a s l a c r a s p e r s o n a l e s d e
s u s h o m b r e s . . .
B O LT O N. — Sí . C é s a r R u b i o l o h a r í a . P e r o ¿ c ó m o ?
C É S A R . — (Co n voz empañada siempre.) H a y v a r i a s f o r -
m a s . P o r e j e m p l o : l l e v a r l a r e v o l u c i ó n a u n t e r r e n o m e n -
t a l . . . , p e d a g ó g i c o .
B O L T O N . — ¿ Q u é q u i e r e u s t e d d e c i r ?
C É SA R .— S e r, e n a p a r i e n c i a , u n h o m b r e c u a l q u i e r a . . . , u n
h o m b r e c o m o u s t e d . . . o c o m o y o . . . , u n p r o f e s o r d e h i s to -
r i a d e la r e v o l u c i ó n , p o r e j e m p l o .
B O L T O N . — (Ca yen do casi de espaldas.) ¿ U s t e d ?
C É S A R . — (De spu és de una pausa.) ¿ L o h e a f i r m a d o
a s í ?
BOLTON. —No. . . , pe ro . . . (Reaccionando bruscamente, se
levanta.)
C o m p r e n d o . ¡ P o r e s o e s p o r l o q u e n o h a q u e r i d o
u s t e d p u b l i c a r l a v e r d a d (C ÉS AR lo mira sin contestar.)
E s o l o e x p l i c a t o d o , ¿ v e r d a d ? .
C É S A R . — (M ue ve afirmativamente la cabeza. Con voz
concentra da, con la vista fija en el espacio, sin ocupun e
de
E L E N A ,
que lo mira intensamente desde el Qomedor.)
S í . . . , l o e x p l i c a t o d o . E l h o m b r e o l v i d a d o , t r a i c i o n a d o , q u e
v e q u e l a r e v o l u c i ó n s e h a v u e l t o u n a m e n t i r a , « p u d o » d e -
c i d i r s e a e n s e ñ a r h i s t o r i a . . . , l a v e r d a d d e l a h i s t o r i a d e l a
r e v o l u c i ó n , ¿ n o ? ( E L E N A , estupefacta, sin gestos, avanza
unos pasos hacia los arcos.)
B O L TO N .— S í. ¡ E s . . . m a r a v i l l o s o P e r o u s t e d . . .
CÉSAR. — (Con su extraña sonrisa.) ¿ E s t o n o l e p a r e c e
a u s t e d i n c r e í b l e , a b s u r d o ?
B OL TO N .— E s d e m a s i a d o f u e r t e , d e m a s i a d o . . . h e r o i c o ;
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 82/267
p e r o c o r r e s p o n d e a s u c a r á c t e r . ¿ P u e d e u s t e d p r o b a r
q U e
p ; L (Pasando a la sala .) L a c e n a e s t á l i s t a . (Va a
la pZaJ^uLTday llama.) ¡ J u l i a ¡ M i g u e l ¡ L a c e n a
(Se oye a M I G U E L tajar rápidamente la escalera^
B O L T O N —
( A
E L E N A . ) G r a c i a s , s e ñ o r a .
(A
C E S A R . )
C
R U E
d e u s t e d ?
( C É S A R
afirma con la cabeza. Entra
M I G U E L . J U -
LIA llega un segundo despues.)
dirige - —
;
pronto se vuelve a C É S A R , que esta inmóvil.) , E s m a . a v i
M Í I G U E L . — ( Mirándole extrañado.) P a s e u s i e d .
B O L T O N . — M a r a v i l l o s o . ¡ O h , g r a c i a s
F I F N A - E m p i e z a a s e r v i r, J u l i a , ¿ q u i e r e s ? ( J U L I A pasa
i r É S S f i i
n , Z . Z , p aso s „ .,:. .1 ,s< m„
í h n i w s i ¡ s i ' - ~
= :
C É S A R —
( D e s a s i é n d o s e . )
N e c e s i t o l a v a r m e .
E L E N A - ¿ P o r q u é lo h i c i s t e ? T ú s a b e s q u e n o e s t a b e n ,
q u e h a s (Muy bajo.) m en t id o . (CÉSAR se
mente de hombros y sale.
E L E N A
Permanece en e s uo
siguiéndolo con la vista. Se oyen sus pasos en la escalera.
Del comedor salen ahora voces.)
T íII t a S i é n t e s e u s t e d , s e ñ o r .
I t o L T O N . — G r a c i a s . D i g o , s o l o e n l a r e v o l u c i ó n m e x i c a n a
p u e d e n e n c o n t r a r s e e p i s o d i o s a s i , ¿ v e r d a d .
M
IGUEL
. — ¿ A q u é s e r e f i e r e u s t e d ?
B O L T O N . — H o m b r e s t a n s o r p r e n d e n t e s c o m o . . .
ELENA.— (Ca si a la vet que el anterior, reaccionando
bruscamente y dirigiéndose con energía al comedor.) Mis
h i j o s n o s a b e n n a d a d e e s o , p r o f e s o r . S o n d e m a s i a d o j ó -
v e n e s .
B O L T O N . — (L ev an tán do se , absolutamente convencido ya.)
¡ O h , c l a r o e s t á , s e ñ o r a C o m p r e n d o . . . , p e r o e s m a r a v i l l o s o
d e t o d a s m a n e r a s .
T E L O N
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 83/267
A C T O S E G U N D O
C u a t r o s e m a n a s m a s t a r d e , e n c a s a d e l p r o f e s o r CÉSA R R ^ . o ^ S o n
l a s c i n c o d e l a t a r d e . H a c e c a l o r , u n c a l o r s e c o , i r r i t a n t e . L a s p u e i t a s
V l a s v e n t a n a s e s t á n a b i e r t a s .
TIJL IA n a c e e s f u e r z o s p o r l e e r u n l i b r o , p e r o f r e c u e n t e m e n t e a b a n d o n a
a l e c t u r a T a r a a b a n t a r s e c o n é l . L l e v a u n t r a j e d e ca s aJ .
m e n t e l i g e r o , q u e s e ñ a l a c o n d e m a s i a d a p r e c i s i ó n s u s f o r m a s . D e j a
c a e r el l i b r o V ' - t i d i o y s e a s o m a a l a v e n t a n a d e r e c h a . D e
p r o n t o g r i t a :
J U L I A — ¿ C a r t a p a r a a q u í ? (Después de un instante se
vuelve al frente con desaliento. Recoge el libro y v u e v e
nuevamente la cabeza hacia la ventana. Mientras ella esta
así el desconocido —NAVARRO— se detiene en el marco de
la 'puerta derec ha. Es un hombre alto, enérgico de unos
cincuenta v dos años. Tiene el pelo blanco y tinjngotede
guías a lo káiser, muy negro, qu e casi parece tenido. Viste
al estilo d e la región, ropa muy ligera. Se detiene, se pone
las manos en la cintura y examina la pieza. Al ver la forma
de
J U L I A
destacada junto a la ventana, sonríe y se llev a
instintivamente la mano a la guía del bigote. JULIA se vuel-
ve, levantándose. Al ver al
D E S C O N O C I D O
s e sobresalta.)
D E S C O N O C I D O . — B u e n a s t a r d e s . M e h a n d i c h o q u e v i v e
a q u í C é s a r R u b i o . ¿ E s v e r d a d , s e ñ o r i t a ?
J U L I A . — Y o s o y s u h i j a .
DESCONOCIDO.-IAh (Vuelve a retorcerse el bigote.)
C o n q u e v i v e a q u í . B u e n o , e s r a r o .
J U L I A . — ¿ P o r q u é d i c e u s t e d e s o ?
DESCONOCIDO.—¿Y d ó n d e es t á César Ru b io ?
JULIA.—No sé . . . , s a l ió . .
DESCONOCIDO.— (Con un gesto de contrariedad., R e g r e -
s a r é a v e r l o . T e n d r é q u e v e r l o p a r a c r e e r . . .
J U LI A .— S i q u i e r e u s t e d d e j a r S Ü n o m b r e , y o l e d i r é .
D E S C O N O C I D O -(Después de una pausa.) P r e f i e r o s o r -
p r e n d e r l o . S o y u n v i e j o a m i g o . A d i ó s , s e ñ o r i t a . (Se atusa
el bigote, sonríe con insolencia y recorre ei cuerpo de JU -
LIA con los ojos. Ella se estremece un poco. El repite mien
tras la mira.) S o y u n v i e j o a m i g o . . . , u n a n t i g u o a m i g o .
(Sonríe para sí.) Y e s p e r o v o l v e r a v e r l a a u s t e d t a m b i é n ,
s e ñ o r i t a .
JULIA.—Ad ió s .
DESCONOCIDO.—(Sale contoneándose un poco y se vuelve
a verla desde la puerta.) A d i ó s , s e ñ o r i t a . (Sale. J U L I A se
encoge de hombros. Se oyen los pasos de
E L E N A
en la esca
lera.
J U L I A
reasume su posición de lectura.)
E L E N A . — ( E n t r a n d o . ) ¿ Q u i é n e r a ? ¿ E l c a r t e r o ?
J U L I A . — N o . . . U n h o m b r e q u e d i c e q u e e s u n a n t i g u o
a m i g o d e p a p á . L o d i j o d e u n m o d o r a r o . D i j o t a m b i é n
q u e v o l v e r í a . M e m i r ó d e u n a m a n e r a t a n d e s a g r a d a b l e . . .
E L E N A . — (Con intención.) ¿ D i c e s q u e n o p a s ó e l c a r -
t e r o ?
J U L I A . — P a s ó . . . , p e r o n o d e j ó n a d a .
F I F N A . — ¿ E s p e r a b a s c a r t a ?
J I ' I . T A — N o .
E L E N A . — H a c e s m a l e n m e n t i r m e . S é q u e h a s e s c r i t o a
e s e m u c h a c h o o t r a v e z . ¿ P o r q u é l o h i c i s t e ? ( J U L I A no res-
ponde.) L a s m u j e r e s n o d e b e n h a c e r e s a s c o s a s ; n o h a c e s
s i n o b u s c a r t e u n a t o r t u r a m á s , e s p e r a n d o , e s p e r a n d o t o d o
e l t i e m p o .
J U L I A . — A l g o h e d e h a c e r a q u í . M a m á , n o m e d i g a s n a d a .
(Se estremece.)
E L E N A . — ¿ Q u é t i e n e s ?
J U L I A . — E s t o y p e n s a n d o e n e s e h o m b r e q u e v i n o a b u s -
c a r a p a p á . .
M
c ó m o m e m i r ó . (Transición brusca. Arro-
ja el libro.)
¿ V a m o s a e s t a r a s í t o d a la v i d a ? Y o y a n o
p u e d o m á s .
E L E N A . — (Moviendo la cabeza.) N o e s e s t o l o q u e t e a t o r -
m e n t a , J u l i a , s i n o e f - r e c u e r d o d e M é x i c o . S i o l v i d a r a s a
e s e m u c h a c h o , t e r e s i g n a r í a s m e j o r a e s t a v i d a .
J U L I A . — T o d o p a r e c e i m p o s i b l e . ¿ Y m i p a d r e , q u é h a c e
I r s e p o r l a m a ñ a n a , v o l v e r p o r l a n o c h e , s i n r e s o l v e r n a d a
n u n c a , s i n h a c e r c a s o d e n o s o t r o s . H a c e s e m a n a s q u e n c
p u e d e h a b l á r s e l e s i n q u e s e i r r i t e . M e p r e g u n t o s i n o s h ?
q u e r i d o a l g u n a v e z .
E L E N A . — L e a p e n a q u e s u s a s u n t o s n o v a v a n m e j o r , m a s
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 84/267
r á p i d a m e n t e . P e r o c u n o d e b e s a l i m e n t a r e s a s i d e a s , q u e
n o s o n l i m p i a ? J u l i a .
J U L I A . — M i g u e l t a m b i é n e s t á d e s e s p e r a d o , c o n r a z ó n .
E L EN A .— S o n u s t e d e s t a n i m p a c i e n t e s . . . ¿ D ó n d e e s t a
a h o r a t u h e r m a n o ?
J U L I A . — S e f u e a l p u e b l o , a b u s c a r t r a b a i o . D i c e q u e s e
i r á . H a c e b i e n . Yo d e b í a . . .
E L E N A — ¿ Q u é p u e d e h a c e r u n o c o n h i j o s c o m o u s t e d e s ,
t a n a p a s i o n a d o s , t a n i n c o m p r e n s i v o s ? T e i m p a c i e n t a e s -
p e r a r u n c a m b i o e n l a s u e r t e d e t u p a d r e , p e r o n o t e i m -
p a c i e n t a e s p e r a r q u e t e e s c r i b a u n h o m b r e q u e n o t e
q u i e r e .
J U L IA — M e h a c é s d a ñ o , m a m á .
E L E N A . — L a v e r d a d e s l a q u e t e h a c e d a ñ o , h i j a . ( J U L I A
s e levanta y se dirige a la izquierda.) H a y q u e p l a n c h a r
l a r o p a . ¿ Q u i e r e s t r a e r l a ? E s t á t e n d i d a e n e l s o l a r . ( J U L I A ,
sin responder, pasa al comedor y de allí_ a la cocina para
salir al solar.
E L E N A
la sigue co n la vista, moviendo la
cabeza, y pasa a la cocina. La escena queda desierta un
momento. Por la derecha entra
C É S A R
con el saco al bra-
zo, los zapatos polvosos. Tira el saco en una silla y se tien-
de en el sofá de tule, enjugándose la frente. Acostado, lía,
metódicam ente, como siempre, un cigarro de hoja. Lo en-
ciende. Fuma. E L E N A entra en el comedor, percibe el olor
del cigarro y pasa a la sala.) ¿ P o r q u é n o m e a v i s a s t e
q u e h a b í a s l l e g a d o ?
C É S A R . — D a m e u n v a s o d e a g u a c o n m u c h o h i e l o . (FCLENA
pasa al comedor y vuelve un momento después con el agua.
C É S A R
se incorpora y bebe lentamente.)
E L E N A . — ¿ A r r e g l a s t e a l g o ?
C É S A R . — (Te ndi énd ole el vaso vacío .) ¿ N o c r e e s q u e t e
l o h a b r í a d i c h o s i a s í f u e r a ? P e r o n o p u e d e s d e j a r d e p r e -
g u n t a r l o , d e m o l e s t a r m e , d e . . . (Calla bruscamente.)
E L E N A . — (D an do vueltas al vaso entre sus manos.) J u l i a
t i e n e r a z ó n . . . H a c e y a s e m a n a s q u e p a r e c e q u e n o s o d i a s ,
C é s a r .
C É S A R . — H a c e s e m a n a s q u e p a r e c e q u e m e v i g i l a n t o -
d o s . . . , t ú , J u l i a , M i g u e l . E s p í a n m i s m e n o r e s g e s t o s , q u i e -
r e n l e e r e n m i c a r a n o s é q u é c o s a s .
E L E N A . — ¡ C é s a r
J U L I A
.—(Entra en el comedor llevando un lío de ropa.)
A q u í e s t á l a r o p a , m a m á .
E L E N A . — (V a hacia el comedor para dejar el vaso.) D é-
j a l a a q u í . O m e j o r , n o . H a y q u e r e c o s e r l a a n t e s d e p l a n -
c h a r l a . ¿ Q u i e r e s h a c e r l o e n t u c u a r t o ? ( J U L I A pasa, sin con-
testar, a la sala, y cruza hacia la izquierda sin hablar a su
padre.)
CÉSAR.—(Viéndola.) ¿ S i g u e m o l e s t á n d o t e m u c h o e l c a -
l o r , J u l i a ?
J U L I A . — (Sin volverse.) M e n o s q u e o t r a s c o s a s . . . , m e n o s
q u e y o m i s m a , p a p á . (Sale.)
C É S A R — ¿ V e s c ó m o r e s p o n d e ? ¿ Q u é le s h a s d i c h o t ú .
q u e c a d a v e z s i e n t o a m i s h i j o s m á s c o n t r a m í ?
E L E N A . — (Con lentitud y firmeza.) T e e n g a ñ a s , C é s a r ;
n o t e a t r e v e s a v e r l a v e r d a d . C r e e s q u e s o m o s n o s o t r o s ,
q u e s o y y o , s o b r e t o d o , l a q u e t e i n c o m o d a y t e p e r s i g u e .
N o e s e s o . E r e s t ú m i s m o .
C É S A R . — ¿ Q u é q u i e r e s d e c i r ?
E L E N A . — L o s a b e s m u y b i e n .
C É S A R . — (Sentándose bruscamente.) A c a b e m o s . . . , h a b l a
c l a r o .
E L EN A .— N o p o d r . a y o h a b l a r m á s c l a r o q u e t u c o n c i e n -
c i a , C é s a r . E s t á s a s í d e s d e q u e s e f u e B o l t o n . . . , d e s d e q u e
c e r r a s t e e l t r a t o c o n é l .
C É S A R . — (Levantándose furioso.) ¿ V e s c ó m o m e e s p í a s ?
M e e s p i a s t e a q u e l l a n o c h e t a m b i é n .
E L E N A . — O í p o r c a s u a l i d a d , y - t e r e p r o c h é q u e m i n t i e r a s .
C É S A R . — Y o n o m e n t í . P u e s t o q u e o í s t e , d e b e s s a b e r l o .
Y o n o a f i r m é n a d a , y l e v e n d í s o l a m e n t e l o q u e é l q u e r í a
c o m p r a r .
E L E N A . — L a f o r m a e n q u e h a b l a s t e e r a m á s s e g u r a q u e
u n a a f i r m a c i ó n . N o s é c ó m o p u d i s t e h a c e r l o , C é s a r , n i
m e n o s c ó m o t e e x t r a ñ a e l q u e t e p e r s i g a e s a m e n t i r a .
C É S A R . — S u p o n q u e e r a l a v e r d a d .
ELENA.—No lo e ra .
C É S A R . — ¿ P o r q u é n o ? T ú m e c o n o c i s t e d e s p u é s d e e s e
t i e m p o .
E L E N A . — C é s a r , ¿ d i c e s e s t o p a r a l l e g a r a c r e e r l o ?
CÉSAR.—Te eq u iv o cas .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 85/267
E L E N A . — P u e d e s e n g a ñ a r t e a t i m i s m o , s i q u i e r e s . N o
3
" ¿ L A R - T i e n e s r a z ó n . Y , s i n e m b a r g o , ¿ p o r q u é n o p o -
d r í a s e r a s P H a s t a e l m i s m o n o m b r e . . . , n a c i m o s e n e l
^ s m o p u e b l o a q u í ; t e n ía m o s m á s o m e n o s la m . s m a
e d a
E L E N A . - P e r o n o e l m i s m o d e s t i n o . E s o n o t e p e r t e -
n e C
C É S A R . - B o l t o n l o c r e y ó t o d o . . ., e r a p r e c i s a m e n t e l o
q U
E Í L T ^ e
e
s
r
q u e h i c i s t e m e n o s m a l p o r e s o ? N o
S s A R - ; P o r q u é n o l o g r i t a s t e e n t o n c e s ?
c
P o r q u é
n o
m e t i e s e n
m a s c a r a s
t e
f r e n t e a B o l t o n , f r e n t e a
m . s
h i j
E L E N A . - S in q u e r e r l o , y o c o m p l e t é t u m e n t i r a .
E L E N A
T e n d r í a s ' q u e s e r m u j e r p a r a c o m p r e n d e r l o . .
• N o
q u t e í o ^ g a n e ,
c L r . . . . p e r o e s t o n o d e b e s e g u . r a d e -
l a n t e .
? L E ^ ~ u e t e q u e t r a ji s t e l a o tr a n o c h e . . . , e l
u n i f o r m e , e l s o m b r e r o t e j a n o .
E L E N A
— ^
n t
° p e r o no* ^ o q u e t e e n g a ñ e s m á s . A c á
b a r S f p o r c í e e r t e u n h ér ' oe . Y q u i e r o p e d . r t e u n a c o s a .
;
q u é v a s a h a c e r c o n e s e d i n e r o ?
P CC ID — N o t e n g o q u e d a r t e c u e n t a s .
E L E N A — P e r o
s f n o t e l a s p i d o . . . N i s i q u i e r a c u a n d o e r a
s ^ t c s w r a s s s :
fessíffS
a l t U l o a M o n t e r r e y , a b u s c a r u n a c a s a , a v e r m u e b l e s ^
e r r r a t r ¿ = s s ¡ £
mentira?
C É SA R .— N o s e d e s c u b r i r á . B o l t o n m e d i o s u p a l a b r a .
N a d i e s a b r á n a d a .
E L E Í I A . — T ú , t o d o e l t i e m p o . ¿ P o r q u é n o n o s v a m o s
d e a q u í ? L o s m u c h a c h o s n e c e s i t a n u n c a m b i o . . . , u n v e r -
d a d e r o c a m b i o . V á m o n o s , C é s a r . . . S é q u e t i e n e s d i n e r o
s u f i c i e n t e . . . , n o m e i m p o r t a c u á n t o . A h o r a q u e l o t i e n e s . . . ,
e s e l g u a r d a r l o l o q u e t e p o n e a s í .
C É S A R . — ¿ T e n g o d e r e c h o a u s a r l o ? E s o e s l o q u e m e h a
t o r t u r a d o . ¿ D e r e c h o a u s a r l o e n m i s h i j o s s i n . . . ?
E L E N A . — T i e n e s e l d i n e r o . Y o n o p o d r í a v e r t e t i r a r l o ,
a h o r a q u e l o t i e n e s ; n o p o d r í a , m e d a n t a n t a i n q u i e t u d ,
t a n t a i n s e g u r i d a d m i s h i j o s .
C ÉS AR .— ¡ T i r a r l o L o h e p e n s a d o ; n o p u d e . Y . . . m e d a
v e r g ü e n z a c o n f e s á r t e l o . . . , p e r o h e l l e g a d o a p e n s a r e n i r m e
s o l o .
E L E N A . — L o s a b í a . C a d a n o c h e q u e t e r e t r a s a b a s p e n s a -
b a y o : a h o r a y a n o v o l v e r á .
C É S A R . — N o f u e p o r f a l t a d e c a r i ñ o . . . , - t e l o a s e g u r o .
E L E N A . — T a m b ié n l o s é . . . ; e r a n r e m o r d i m i e n t o s , C é s a r .
C É S A R . — ( T r a n s i c i ó n . ) ¿ R e m o r d i m i e n t o s , p o r q u é ? O t r o s
h o m b r e s h a n h e c h o o t r a s c o s a s , c o m e t i d o c r í m e n e s . . . , s o -
b r e t o d o e n M é x i c o . N o r o b é a n i n g ú n h o m b r e , n o h e
a r r u i n a d o a n a d i e .
E L E N A . — T ú s a b e s q u e s i s e d e s c u b r i e r a e s t o , p o r l o m e -
n o s B o l t o n , q u e e s j o v e n , p e r d e r í a s u p r e s t i g i o , s u c a r r e -
r a . . . , y n o s o t r o s , q u e n o t e n e m o s n a d a , la t r a n q u i l i d a d .
V á m o n o s , C é s a r .
C É S A R . — B o l t o n m i s m o , s i a l g o a v e r i g u a r a , t e n d r í a q u e
c a l l a r p a r a n o c o m p r o m e t e r s e . ¿ Y a d o n d e p o d r í a m o s i r ?
¿ A M é x i c o ?
E L E N A . — S i e n t o q u e t ú n o e s t a r í a s t r a n q u i l o a l l í .
C É S A R . — ¿ M o n t e r r e y ? ¿ S a l t i l l o ? ¿ T a m p i c o ?
E L E N A . — ¿ P o d r í a s v i v i r e n p a z e n l a R e p ú b l i c a , C é s a r ?
Y o t e n d r í a s i e m p r e m i e d o p o r t i .
C É S A R . — N o t e e n t i e n d o .
E L E N A . — T ú l o s a b e s . . . , s a b e s q u e t e n d r í a s s i e m p r e d e -
l a n t e e l f a n t a s m a d e . . .
C É S A R . — ( R e b e l á n d o s e . ) A c a b a r á s p o r h a c e r m e c r e e r q u e
s o y u n c r i m i n a l . (Pausa.) ¿ P o r q u é n o i r a l o s E s t a d o s
U n i d o s ? ¿ A C a l i f o r n i a ?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 86/267
E L E N A . — C r e o q u e s e r í a l o m e j o r , C é s a r .
CÉSAR.— M e c u e s t a s a l i r d e M é x i c o .
E L E N A . — N a d a t e d e t i e n e a q u í m á s q u e t u s i d e a s , t u s
S U e
C É s ; R
C
- ¡ M T s
n
s u e ° ñ o s S i e m p r e h e q u e r i d o l a r e a l i d a d :
e s l o q u e t ú n o p u e d e s e n t e n d e r . U n a r e a l i d a d . . . (Se en-
coge de hombros.)
M u c h o t i e m p o h e t e n i d o d e s e o s d e . r
a C a l i f o r n i a ; p e r o n o p o d r í a s e r p a r a t o d a l a v i d a . (Reac-
ción vigorosa.) H a s a c a b a d o p o r h a c e r m e s e n t i r m i e d o ,
n o n o s i r e m o s , n o c o r r o p e l i g r o a l g u n o .
E L E N A
- ¿ H a s s e n t i d o m i e d o e n t o n c e s ? T a m b i é n s e n t i s t e
r e m o r d i m i e n t o s . ¿ N o t e d a s c u e n t a d e q u e e s a s c o s a s e s -
^ " c T s A R - Q u i e n t e o y e r a p e n s a r í a e n a l g o s ó r d i d o y h o -
r r i b l e e n u n c r i m e n . N o , n o h e c o m e t i d o n i n g ú n c r i m e n .
L o q u e t ú l l a m a s r e m o r d i m i e n t o n o e r a m á s q u e d e s o r i e n -
t a c i ó n . S i n o h e u s a d o e l d i n e r o e s p o r q u e n u n c a h a b í a
t e n i d o t a n t o j u n t o . . . , e n m i v i d a . . . ; h e p e r d i d o l a c a p a c i d a d
d e b a s t a r , c o m o o c u r r e c o n n u e s t r a c la s e ; o t r o s p i e r d e n
• l a c a p a c i d a d d e c o m e r , e n f u e r z a d e p r i v a c i o n e s .
E LE NA . S í . . . , e s o p a r e c e r a z o n a b l e . . . , p a r e c e c i e r t o ,
C é s a r .
C É S A R . — ¿ E n t o n c e s ? .
E l E N A
— P a r e c e , p o r q u e l o g e n e r a l i z a s . P e r o n o e s c i e r t o ,
C é s a r . P u e d e s e r q u e n o h a y a s c o m e t i d o u n c r i m e n a l t o m a r
l a p e r s o n a l i d a d d e u n m u e r t o p a r a . . .
C É S A R . — ¡ B a s t a . .
E l
LNA — P u e d e s e r q u e n o h a y a s c o m e t i d o s i q u i e r a u n a
f a l t a . ¿ P o r q u é s i e n t e s y o b r a s c o m o si h u b i e r a s c o m e t i d o
u n a f a l t a y u n c r i m e n ?
C É S A R . — ¡ N o e s v e r d a d
E I
EN A
— M e a c u s a s d e e s p i a r t e , d e o d i a r t e . . . ; h u y e s d e
n o s o t r o s d i a r i a m e n t e , y e n e l f o n d o e r e s t ú e l q u e t e e s p í a s ,
d e s p i e r t o a t o d a s h o r a s ; e r e s t ú e l q u e e m p i e z a s a o d i a r -
n o s e s c o m o c u a n d o a l g u i e n se v u e l v e l o c o , ¿ n o v e s ?
C É S A R . —
C
Y
q u é q u i e r e s q u e h a g a e n t o n c e s ? (Pausa.)
O . . . ¿ r e c l a m a s t u p a r t e ?
E LE NA - Y O s o y d e e s a s g e n t e s q u e p i e r d e n l a c a p a c i d a d
d e c o m e r ; l a h e p e r d i d o a t u l a d o , e n n u e s t r a v i d a . N o m e
q u e j o . P e r o M i g u e l d i j o q u e s e q u e d a o a p o r q u e t ú l e h a b í a s
p r o m e t i d o n o h a c e r n a d a d e s h o n e s t o .
C É SA R .— ¿ Y l o h e h e c h o a c a s o ?
E L E N A . — T ú l o s a b e s m e j o r q u e y o ; p e r o t u s h i j o s s e
s e c a n d e n o h a c e r n a d a , C é s a r . S o m o s v i e j o s y a y n e c e s i -
t a m o s e l d i n e r o m e n o s q u e e l l o s . P u e d e s a y u d a r l e s a e s t a -
b l e c e r s e f u e r a d e a q u í . P o d r í a s d a r l e s t o d o , p a r a l i b r a r t e
d e e s a s id e a s . . . ¿ Q u é n o s i m p o r t a s e r p o b r e s u n o s c u a n t o s
a ñ o s m á s , a t i y a m í ?
C É S A R . — (Muy torturado.) ¿ N o t e n e m o s n o s o t r o s d e r e -
c h o a u n d e s q u i t e ?
E L E N A . — S i t ú q u i e r e s . P e r o n o l o s s a c r i f i q u e m o s a e l l o s .
Q u i z á n o q u i e r e s i r t e d e M é x i c o p o r q u e p e n s a s t e q u e l a
g e n t e p o d í a e n t e r a r s e d e q u e t e n e m o s d i n e r o . . . , p o r v a n i -
d a d . S i n o s v a m o s , C é s a r , s e r e m o s f e l i c e s . P o n d r e i ñ o s u n a
t i e n d a o u n r e s t o r á n m e x i c a n o , c u a l q u i e r c o s a . M i g u e l c r e e
e n t i t o d a v í a , a p e s a r d e t o d o .
C ÉSA R.— ¡ D é j a m e ¿ P o r q u é q u i e r e s o b l i g a r m e a d e c i -
d i r l o t o d o a h o r a ? D e s p u é s h a b r á t i e m p o . . . , h a b r á t i e m p o .
(Pausa.)
M e c o n o c e s d e m a s i a d o b i e n .
E LE NA .— ¡ D e s p u é s P u e d e s e r t a r d e . i \ o m e g u a r d e s r e n -
c o r , C é s a r . (Le toma la mano.) H e m o s e s t a d o s i e m p r e
c o m o d e s n u d o s , c u b r i é n d o n o s m u t u a m e n t e . E n e l f o n d o
e r e s r e c t o . . . ¿ P o r q u é t e a v e r g ü e n z a s d e s e r l o ? ¿ P o r q u é
q u i e r e s s e r o t r a c o s a . . . a h o r a ?
C É S A R . — T o d o e l m u n d o a q u í v i v e d e a p a r i e n c i a s , d e
g e s t o s . Y o h e d i c h o q u e s o y e l o t r o C é s a r R u b i o . . . ¿ A q u i é n
p e r j u d i c a e s o ? M i r a a l o s q u e l l e v a n á g u i l a d e g e n e r a l s i n
h a b e r p e l e a d o e n u n a b a t a l l a ; a l o s q u e s e d i c e n a m i g o s
d e l p u e b l o y l o r o b a n ; a l o s d e m a g o g o s q u e a g i t a n a l o s
o b r e r o s y l o s l l a m a n c a m a r a d a s s i n h a b e r t r a b a j a d o en s u
v i d a c o n s u s m a n o s ; a l o s p r o f e s o r e s q u e n o s a b e n e n s e -
ñ a r ; a l o s e s t u d i a n t e s q u e n o e s t u d i a n . M i r a a N a v a r r o , e l
p r e c a n d i d a t o . . . Y o s é q u e n o e s m á s q u e u n b a n d i d o , y d e
e s o s í t e n g o p r u e b a s , y l o t i e n e s p o r u n h é r o e , u n g r a n
h o m b r e n a c i o n a l . Y e l l o s s í h a c e n d a ñ o y v iv e n d e s u
m e n t i r a . Y o s o y m e j o r q u e m u c h o s d e e l l o s . ¿ P o r q u é n o ?
E L E N A . — T ú l o s a b e s . . . , t a m b i é n e s o e s t á e n t i . T ú n o ,
p o r q u e n o , p o r q u e n o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 87/267
« ^ . - ¡ E s t ú p i d a ¡ D é ja m e ^ ¡ D é j a m e ^ ^ ^ ^
, E L E N A . - E s t a s c e g ó . C e s a r
I
»
e ( r a s
¿ W o y m . p er io dic o ^ l a d e e n " " ,„
e
,ornado. C É S A R y E L E N A
caüan
p e r o s u £
e x ( r e m o
s i g u e n s o n a n d o e n í a a í m o s / e r a C E S A R p a s e a ,
O J
fl
oíro . M I G U E L se s.enm en
el
no
c
on-
— ^ ' c o ^ r - r C E ^ t a 1 « « ^ m d s
' " S S S f l H e e s t a d o p e n s a n d o q u e t u s h ,
j O S
C
t r ° • D e
U y
m r N a d
e
a
t
N u n S '
1
e s h a i m p o r t a d o s a b e r .
n a
M t
d
G U E
m
L - P e r
0
m e p r e g u n t o t a m b i é n s i m a m á s a b e m á s
p e r i ó d i c o s . ,
E S , o . A q u i h a -
b l a n d e t i . . n * m f »
C É S A R .
(Yendo " a c a e i )
j c £ ¡
^
E s o ^ ^ p r e n d í . ( C É S A R y
E L E N
A
c a m b i a n « n a mirada rápida.)
E L E N A . - Í A m e d i a v o z J ¡ C e s a
¡Ueando w
,
p0
co
M I G U E L .
(Leyendo con Untuua^ . ^
VER-
ÍAS palabras.) « R e a p a r e c e u n g r a n h e r o e
d a d e s m á s e x t r a ñ a O Tv er B o l t o n d e " a b n i v e r s i -
M S S S - y - T i m e s » u n a s e r i e
J T a J Z d o S
r a d
X ' T n a a s " ^ U *
J ^ S O T ^ S £ ¡ S l a m i s t e r i o s a d e s a p a -
1 6 6
r i c i ó n , e n m i l n o v e c i e n t o s c a t o r c e , d e l e x t r a o r d i n a r i o g e -
n e r a l C é s a r R u b i o , v e r d a d e r o p r e c u r s o r d e l a r e v o l u c i ó n ,
s e g ú n p a r e c e . B o l t o n d e s c r i b e l a v e r t i g i n o s a c a r r e r a d e
R u b i o , s u i n f l u e n c i a s t f b r e l o s d e s t i n o s d e M é x i c o y s u s
h o m b r e s , h a s t a c a e r e n u n a e m b o s c a d a t e n d i d a p o r u n
s u b o r d i n a d o s u y o , c o m p r a d o p o r s u s e n e m i g o s . E l a r t í c u l o
r e p r o d u c e d o c u m e n t o s a p a r e n t e m e n t e f id ed ig no s, f r u t o d e
u n a h o n e s t a i n v e s t i g a c i ó n . »
E L E N A .— H a b ía p r o m e t i d o , ¿ n o ?
C É S A R . — C a l l a .
M I G U E L . — (L os mira. Sonríe de un modo extraño y si-
gue leyendo.) « E s t a s r e v e l a c i o n e s a g i t a r á n l o s c í r c u l o s p o -
l í t i c o s y s e g u r a m e n t e a l t e r a r á n l o s t e x t o s d e l a h i s t o r i a
m e x i c a n a c o n t e m p o r á n e a . P e r o e l g o l p e t e a t r a l e s t á e n e l
s e g u n d o a r t í c u l o , d o n d e B o l t o n r e f i e r e s u r e c i e n t e d e s c u -
b r i m i e n t o e n M é x i c o . S e g ú n é l, C é s a r R u b i o , d e s i l u s i o n a d o
a n t e e l t r i u n f o d e l o s d e m a g o g o s y l o s f a l s o s r e v o l u c i o -
n a r i o s , o s c u r o , o l v i d a d o , v i v e — c o n t r a t o d a c r e e n c i a — , d e -
d i c a d o e n h u m i l d e c á t e d r a u n i v e r s i t a r i a — g a n a c u a t r o p e s o s
d i a r i o s ( o c h e n t a c e n t a v o s d e d ó l a r ) — a e n s e n a r l a h i s t o r i a
d e la r e v o l u c i ó n p a r a r e s c a t a r l a a n t e l a s n u e v a s g e n e r a c i o -
n e s . ( M I G U E L levanta la vista hacia C É S A R , que se vuelve a
otra parte. Se oyen los pasos de
J U L I A
en la escalera.)
Al
e s t r e c h a r l a m a n o d e e s t e h é r o e — d i c e B o l t o n — p r o m e t í c a -
l l a r s u i d e n t i d a d a c t u a l . P e r o n o r e s i s t o a l a b e l l e z a d e l a
v e r d a d , a l d e s e o d e h a c e r j u s t i c i a a l h o m b r e c u y a c o n d u c t a
n o t i e n e p a r a l e l o e n l a h i s t o r i a . »
J U L I A . — M a m á .
M I G U E L . — (Vo lv ién d o se a e l la . ) E s c u c h a . (Lee.) « S i e n d o
d i g n o C é s a r R u b i o d e u n h o m e n a j e n a c i o n a l , p u e d e , a d e -
m á s , s e r a ú n ú t i l a s u p a í s , q u e n e c e s i t a c o m o n u n c a h o m -
b r e s d e s i n t e r e s a d o s . C i n c i n a t o s e r e t i r ó a l a b r a r l a t i e r r a ,
c o n v i r t i é n d o s e e n u n r i c o h a c e n d a d o . C é s a r e s c r i b i ó s u s
« C o m e n t a r i o s » ; p e r o n i e s t o s h é r o e s n i o t r o s p u e d e n e q u i -
p a r a r s e a C é s a r R u b i o , e l g r a n c a u d i l l o d e a y e r , e l h u m i l d e
p r o f e s o r d e h o y . L a v e r d a d e s s i e m p r e m á s e x t r a ñ a q u e l a
ficción.» (Pausa.)
J U L I A . — ¿ Q u é q u i e r e d e c i r ? . . .
M I G U E L — H a y a l g o m á s . (Lee.) « E l p r o f e s o r B o l t o n d e -
c l a r ó a l o s c o r r e s p o n s a l e s e x t r a n j e r o s q u e e n c o n t r ó a C é -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 88/267
r ^ n o e — . . . ¿ E s t o s e r e f i e r e , . ,
M I C O T U — N o
t 0 d
° h a y m á s . P e r o d i l e a J u l i a q u e s e r e -
f i e re a t i , padre .
C É S A R . — A c a b a . r „ e r r a
v E
J p a r t i d o R e v o -
M I G X J E L .
« L a
Secre tar ia
d e G u e r r a Y ^ e l ^ ^
p Q r
l uc io na r i o ¡ - e s t i g a n y a c on : F » ' A s er c ie rt o.
S T J Ü S * l a p o l í t i c a m e x i c a n a . .
^ E L E N A " ¿ Q u é v a s a h a c e r a h o r a , C é s a r ?
CÉSAR. —Tení a s
razón.
D e b e m o s t a t o s .
y
^
M i o ^ - P e r o j o q ^ e r o - b e r
¿
E s c ^ ^
eS
t T ^ l ^ ^ i o s ¿el periódico.)
T ú , p a p a -
¡ P a r e c e t a n e x t r a ñ o
S ^ s : « » » » - —
a sab e r . , . , . . _
corriendo a abrazar a
J U L I A . —
( T i r a n d o e l
^ T e m p o , p ap á? Y o
C ÉS AR .) ¿ Y t e h a s s a c n f i c a d o t o t o e s i t P ^ ^ ^
- T ^ ^ u Z T t e modo
q
»e le >m
P
ide
ver su rostro demudado.)
E T ^ S S í f í S . a r S - s e f i o r g e n e r a ,
C é s a r R u b i o . ,
7
M I G U E L — P a p á , ¿ n o m e l o d i r á s .
CÉSAR.—Y b i e n . . . •
r
,
T T
^
i a t
a m e n t e , C é s a r , y a q u e
E L E H A - D e b e m o s
i r n o s
^ v t o M ^ e l , J ul ia , e mp a-
d o s . E l t r e n p a s a r á a l a s s i e t e p o r c
F
1 6 8
C É S A R . —
( D e c i d i d o . )
Sí , e s nece sa r i o . ( JULIA
se dirige a
la izquierda.)
M I G U E L . — P e r o e s t o p a r e c e u n a f u g a . ¿ P o r q u é ? ¿ Y p o r
q u é e l s i l e n c i o ? N o e s m á s q u e u n a p a l a b r a . . . '
J U L I A . —
( V o l v i é n d o s e . )
V e n , M i g u e l ; v a m o s .
CÉSAR. —
(Con esfuerzo.)
S e t e e x p l i c a r á t o d o d e s p u é s .
A h o r a d e b e m o s e m p a c a r y m a r c h a r n o s . ( M I G U E L
le dirige la
última mirada y cruza hacia la izquierda. Cuando se reúne
co n
J U L I A
K
ce rca de la puerta, se oye un toquido por la dere-
cha. C É S A R
y
E L E N A se miran con desamparo. C É S A R dice
con la voz blanca.)
¿ Q u i é n ?
(Cinco hombres penetran por
la derecha en el orden siguiente: primero, E P I G M E N I O G U Z -
MÁN,
presidente municipal de Allende; en seguida, el li-
cenciado E S T R E L L A , delegado del Partido en la región y
gran orador; en seguida, S A L I N A S , G A R Z A y T R E V I Ñ O , dipu-
tados locales. Instintivamente, E L E N A se prende al brazo
de C É S A R ,
y
M I G U E L , al lado de su madre. Este cuadro de
familia de sconcierta un poco a los recién llegados.)
G U Z M Á N . —
(Limpiándose la garganta.)
¿ E s u s t e d e l q u e
d i c e s e r e l g e n e r a l C é s a r R u b i o ?
C É S A R . —
(D es pu és de una rápida mirada a su familia, se
adelanta.)
E s e e s m i n o m b r e .
S A L I N A S . — ( Ad e l a n t a n d o u n p a so . ) P e r o ¿ e s u s t e d el g e -
n e r a l ?
G U Z M Á N . — P e r m í t a m e , c o m p a ñ e r o S a l i n a s . Y o v o y a t r a -
t a r e s t o .
E S T R E L L A . — P e r d ó n . C r e o q u e e l i n d i c a d o p a r a t r a t a r l o
s o y y o , s e ñ o r e s .
(Blande un telegrama.)
A d e m á s , t e n g o i n s -
t rucc i ones e spec i a l e s . (ESTRELLA
es alto, delgado; tiene
esas facciones burdas con pretensión de raza. IJsa grandes
patillas y muchos anillos. Tiene la piel manchada por esas
confusas manifestaciones cutáneas que atestiguan a la vez
el exceso sexual y el exceso de abstención sexual. Los otros
son norteños típicos, delgados S A L I N A S y T R E V I Ñ O , gordos
G A R Z A
y
G U Z M Á N . Todos sanos, buenos bebedores de cer-
veza, campechanos, claros y decididos.)
TREVIÑO. —Oye , Ep i gmeni o . . .
G A R Z A . —
( S i mu l t á n ea men t e a l a n t er i o r . )
M i r e , c o m p a ñ e -
r o E s t r e l l a . . .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 89/267
G U Z M Á N . — M e p a r e c e , s e ñ o r e s , q u e e s t o m e t o c a a m í ,
Y
^CÉSAR.— (Q u e ha estado m i r a o s , ^ ¡ ^ ( Z
s u a s u n t o , s e ñ o r e s h a g a n m e f J ^ ^ J ^
e s p 0 5 a y
„„ ademán hacia el grupo ilencioso m e -
m i s h i j o s . (Los a estrechar la
intensamente a
C É S
G v l u . ^ . - N u e s t r o a s u n t o e s e n t e r a m e n t e p r i v ad o . S e r ía
p r e f e r i b l e q u e . . . (Mira a la fanu^
¡a m an o a J u l i a e i n
,
^ T ^ ^ ^ r Z Z f m i r a n d o a su padre y a
los visitantes oXternaüvam ente.)
E 1 a s u n t
o q u e n o s t r a e
f a m i l i a r e s d e l s e ñ o r d e l a s s e ñ o r a s
S A L I N A S . — N o
n e c e s i t a m o s l a p r e s e n c i a
U
p o r a h o r a . h o m b r e s , c o m p a ñ e r o .
l
R E
T Tánico inquieto en realidad por la tensa aten-
• » S S i s í t í s í i K
" ' G A R Z A . - L O
m e j o r e s a d a r a r l a s c o s a s d e u n a v e z .
s r t ó O T ^ i ^
q u e represen
-
t a n a l a f a m i l ia p i c a n a d e b e n q u e d a r s e .
"
m
el otro
extremo, mirando al grupo.
M I G U E L ,
para ver la cara de
su padre, que ha quedado de espaldas al público, se sitúa
recargado contra los arcos.
C É SA R ,
como un acusado, queda
de frente al grupo de políticos, en primer término derecha
Los diputados miran a
GUZMÁN
y a
E ST R E L L A . )
S A L IN A S .— ¿ Q u é p a s ó ? ¿ Q u i é n h a b l a p o r f in ?
T R E V I Ñ O . — E s o .
E S T R E L L A . —
( A d e l a n t á n d o s e a
G U Z M Á N . ) S e ñ o r e s
(Se
limpia la garganta.) E l s e ñ o r p r e s i d e n t e d e l a R e p ú b l i c a y
e l P a r t i d o R e v o l u c i o n a r i o d e l a N a c i ó n m e h a n d a d o i n s -
t r u c c i o n e s p a r a q u e i n v e s t i g u e l a s r e v e l a c i o n e s d e l p r o f e -
s o r B o l t o n y e s t a b l e z c a l a i d e n t i d a d d e s u i n f o r m e . ¿ Q u é
t i e n e u s t e d q u e d e c i r , s e ñ o r R u b i o ? D e b o p e d i r l e q u e n o
s e e q u i v o q u e s o b r e n u e s t r a s in t e n c i o n e s , q u e s o n c o r -
d i a l e s .
C É S A R . — (P aus ado , sintiendo como una quemadura la
mirada fija de M I G UE L .) T o d o s u s t e d e s s o n m u y j ó v e n e s ,
s e ñ o r e s . . . ; p e r t e n e c e n a l a r e v o l u c i ó n d e h o y . N o p u e d o
e s p e r a r , p o r l o t a n t o , q u e m e r e c o n o z c a n . H e d i c h o y a q u e
s o y C é s a r R u b i o . ¿ E s t o d o lo q u e d e s e a n s a b e r ?
S A L I N A S . —
( A
ES TR EL LA .) M i p a d r e c o n o c i ó a l g e n e r a l C é -
s a r R u b i o . . . , p e r o m u r i ó .
T R E V I Ñ O .— T a m b i én m i t í o . . . s i r v i ó a s u s ó r d e n e s ; m e
h a b l a b a d e é l . M u r i ó .
G A R Z A . — S i n e m b a r g o , q u e d a n p o r a h í v i e j o s q u e p o -
d r í a n r e c o n o c e r l o .
E S T R E L L A . — E s t o n o n o s l l e v a a n i n g u n a p a r t e , c o m p a -
ñ e r o s . (A C ÉS AR .) M i c o m i s i ó n c o n s i s t e e n a v e r i g u a r s i e s
u s t e d e l g e n e r a l C é s a r R u b i o , y s i t i e n e p a p e l e s c o n q u é
p r o b a r l o .
CÉCAR.— (Ale rta, consciente de la silenciosa observación
de GUZMÁN.) S i h a n l e íd o u s t e d e s lo s p e r ió d ico s—Y m e f ig u -
r o q u e s í — , s a b r a n q u e e n t r e g u é e s o s d o c u m e n t o s a l p r o -
f e s o r B o l t o n .
E S T R E L L A . — M i r e , m i g e n e r a l . . , , h u m . . . , s e ñ o r R u b i o , e s t e
a s u n t o t i e n e u n a g r a n i m p o r t a n c i a . E s n e c e s a r i o q u e h a b l e
ú s t e d y a .
CÉSAR.—(Casi acorralado.) N u n c a p e n s é e n r e s u c i t a r e l
p a s a d o , s e ñ o r e s .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 90/267
M l G Ü E
, _
í r r r s
-
'""¿i ^ " ¿ T a n d o ^ n c e ? su abatimiento., ¿ P a r a
' ^ E S T R E L L A . U sted S Í K . ' S
d e s t i n a da a t e n e r u n p e so sm ^ l a r so b re ^ ^ ^
Ut ic o s d e M éx ic o . To d o lo q u e e p u l o , e n n ^
d e
,
a p a
.
S ' Í t ' d — t o . S ' r e ^ q u l n u e s t ra s in ten cion es
son cord ia les . Una Prueba.
n e c e s
¡ .
C É S A R . — ( A l z a n d o la « ^ H ay c o a s q ^ ^ ^ ^
t a n de p ru e b a s se ño r « W * ^ ^
m ¡ r e t i r o ?
panero Est re l la , queremos que se tdent i f ique .
E S
°
CS t 0 d
°
1 0
( I * « C e n ^ e U b a s m a-
CÉSAR.-ES cun oso que ^
d
P
i p u
t ados lo -
ter ia les sean precisamente retrocede
cales... (Mirada « M I G U E L ) Y mi l u j o
m e d e j a
n tan
un paso, bajando la cabeza.) ¿ P o r q u e n o m
m u e r t o
c o mo e s t a b a ?
r
_
m D r e n d o
muy bien su acti
y b
S A u ? A S - . - ( L e v a n t á n d o s e ^ ) N o s o t r o s s í ^
ESTRELLA.—Permítame. Es el p u e b K «M 'ios PE ^
t as , q ue n o t ar d ar á n e n ' ^ ¿ ^ t a í d é l a Se cr et ar ía d e
bian una mirada.); son los taita.».»
n o s d a u s
t e d
Gu e r ra , q u e t a mp o c o t a rd a rá n .
c
Po r^q u e ^
esa pequeña prueba a nosot ros y nos nen
^ " b " e t ^ c " : ne c es itara prue-
b a s . T i e n e s u i n s t i n t o y l e b a s t a . M e r e h u s o a i d e n t i f i c a r m e
a n t e u s t e d e s .
M I G U E L . — P e r o ¿ p o r q u é , p a p á ?
G A R ZA .— N o e s n e c e s a r i o q u e s e o f e n d a u s t e d , g e n e r a l .
V e n i m o s e n s o n d e p a z . S i p e d i m o s p r u e b a s e s p o r s u
p r o p i a c o n v e n i e n c i a .
S A L I N A S . — L o m á s p r á c t i c o e s t r a e r a l g u n o s v i e j o s d e l
p u e b l o . Y o v o y e n e l c a r r o .
T R E V I Ñ O . — P e d i m o s u n a p r u e b a c o m o a c t o d e c o n f i a n z a .
E S TR E LL A .— Y o e n c u e n t r o q u e e l g e n e r a l t i e n e r a z ó n .
(A C É S AR .) Y a v e u s t e d q u e y o n o l e h e a p e a d o e l t í t u l o
q u e l e p e r t e n e c e . (A los demás.) P e r o s i é l s u p i e r a p a r a
q u é h e m o s v e n i d o a q u í , c o m p r e n d e r í a n u e s t r a i n s i s te n c i a .
C É S A R . — (M ira nd o al ternat ivamente a
M I G U E L
y a
E L E -
N A . ) ¿ C o n q u é o b j e t o h a n v e n i d o u s t e d e s , p u e s ?
E S T R E L L A . — A l l í e s t á l a c o s a , m i g e n e r a l . D é m o n o s u n a
p r u e b a d e m u t u a c o n f i a n z a .
C É S A R . — (Sint iéndose fortalecido. ) E m p i e c e n u s t e d e s ,
e n t o n c e s .
E S T R E L L A . — ( S o n r i e n d o . ) N o s o t r o s e s t a m o s e n m a y o r í a ,
m i g e n e r a l ; e n e s t a é p o c a , e l t r i u n f o e s d e l a s m a y o r í a s .
SALINAS. —La cos a e s m uy sen c i l l a . S i é l se n i ega a i de n-
t i f i c a r s e , ¿ a n o s o t r o s q u é ? S i g u e m u e r t o p a r a n o s o t r o s y a .
E S T R E L L A . — M i m i s i ó n y m i i n t e r é s s o n m á s a m p l i o s q u e
l o s d e u s t e d e s , c o m p a ñ e r o s .
T R E V I Ñ O . — A l l á u s t e d . . . y a l l á l a s a u t o r i d a d e s . N o s o t r o s
n o t e n e m o s t i e m p o q u e p e r d e r . V á m o n o s , m u c h a c h o s . (Se
levantan.)
G A R Z A . — ( L e v a n t á n d o s e . ) E s p é r a t e , h o m b r e .
S A L I N A S . — ( L e v a n t á n d o s e . ) Y o s i e m p r e d i j e q u e e r a p u r a
i l u s i ó n t o d o .
E S T R E L L A . — ( L e v a n t á n d o s e . ) L a s a u t o r i d a d e s m i l i t a r e s ,
e n e f e c t o , m i g e n e r a l , p o d r á n p r e s i o n a r l o a u s t e d . ¿ P o r
q u é i n s i s t i r e n e s a a c t i t u d ? ¿ P o r q u é n o n o m b r a u s t e d a
a l g u i e n q u e l o c o n o z c a , q u e l o i d e n t i f i q u e ? E s e n i n t e r é s
d e u s t e d . . . y d e l a N a c i ó n . . . y d e s u E s t a d o . (Se vuelve
hacia la familia.) P e r o e s t a m o s p e r d i e n d o e l t i e m p o . C o n
t o d o r e s p e t o h a c i a s u a c t i t u d , m i g e n e r a l . . . , e s t o y s e g u r o
d e q u e u s t e d t i e n e r a z o n e s p o d e r o s a s p a r a o b r a r a s í . . . , l a
s e ñ o r a p o d r á , s i n d u d a . . . ( E L E N A se levanta.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 91/267
CÉSAR. — (Co n angustiosa energía.) N o m e t a u s t e d a m i
m u j e r e n e s t a s c o s a s .
E L E N A . — D é ja m e , C é s a r . E s n e c e s a r i o . Y o a t e s t i g u a r e .
C É S A R . — M i e s p o s a n a d a s a b e d e e s t o . (A ELENA. ) Cá l l a t e .
G U Z M Á N . — (H ab lan do por primera vez desde que empezó
esto ) U n m o m e n t o . (Todos se vuelven hacia él, que conti-
núa sentado.) D i c e n q u e C é s a r R u b i o e r a u n g r a n f is on o-
m i s t a . . . , y o n o l o s o y ; p e r o r e c u e r d o s u s f a c c i o n e s . E r a y o
m u y j o v e n t o d a v í a y n o l o v i m á s q u e u n a v e z ; p e r o p a r a
m í e s él . L e h e e s t a d o o b s e r v a n d o t o d o e l t i e m p o . (Sen-
sación ) T a l* v e z s e a c u e r d e d e m i p a d r e , q u e s i r v i ó a s u s
ó r d e n e s . (Saca un grueso reloj de tipo ferrocarrilero cuya
tapa posterior alza; se levanta él mismo, y tiende el reloj
a
C É SA R R U B I O . )
G r a c i a s .
C É S A R . — (T om an do el reloj, pasa al centro de la escena,
mientras los demás lo rodean con curiosidad. Duda antes
de mirar el retrato, se decide, lo mira y sonríe. Alza la
cabeza y devuelve el reloj a
G U Z M Á N .
Se mete las manos
a los bolsillos y se sienta en el sofá, diciendo:) G r a c i a s .
G U Z M Á N . — ¿ L o c o n o c e u s t e d ?
(Se acerca.)
C É S A R . —
( L e n t a m e n t e . )
E s I s i d r o G u z m á n ; l o m a t a r o n
l o s h u e r t i s t a s e l t r e c e , e n S a l t i l l o .
GUZM ÁN. — (A los otros.) ¿ V e n c ó m o e s e l ?
E S T R E L L A . — ¿ E s u s t e d , e n t o n c e s , e l g e n e r a l C e s a r R u b i o . '
S A L I N A S . — E s o n o p r u e b a .
G U Z M Á N . — ¿ C ó m o i b a a c o n o c e r a m i v i e j o , e n t o n c e s . - '
T R EV I Ñ O .— N o , n o ; e s t o n o q u i e r e d e c i r n a d a .
E S T R E L L A . — U n m o m e n t o , s e ñ o r e s . M i g e n e r a l . . . , h u m . . . ,
s e ñ o r R u b i o : ¿ d ó n d e n a c i ó u s t e d ? E s p e r o q u e n o t e n g a
i n c o n v e n i e n t e e n d e c i r m e e s o .
C É S A R . — E n e s t a m i s m a p o b l a c i ó n , c u a n d o n o e r a m a s
q u e u n p r i n c i p i o d e a l d e a .
E S T R E L L A .— ¿ E n q u é c a l l e ?
C É S A R . — E n l a ú n i c a q u e t e n í a e l p u e b l o e n t o n c e s . . . , l a
c a l l e R e a l .
E S T R E L L A .— ¿ E n q u é a ñ o ?
C É S A R . — H a c e m e d i o s i g l o , p r e c i s a m e n t e , e n j u l i o p a s a d o .
ESTRELLA
—(Saca ndo un telegrama del bolsillo y pa-
sando la vista sobre él.) G r a c i a s , m i g e n e r a l . U s t e d e s d i r á n
l o q u e g u s t e n , c o m p a ñ e r o s ; a m í m e b a s t a c o n e s t o . L o s
d a t o s c o i n c i d e n .
G U Z M Á N . — Y a m í t a m b i é n . C o n o c i ó a l v i e j o .
C É S A R . — ( S o n r i e n d o . ) L e d e c í a n « l a G a l l a r e t a » .
GUZM ÁN. — (Con entusiasmo.) E s v e r d a d .
C É S A R . — ( R e m a c h a n d o . ) E r a v a l i e n t e .
G U Z M Á N .
(Más entusiasmado.) ¡ Y a l o c r e o E s e e r a
e l v i e j o . . . , m u r i ó p e l e a n d o . V a l i e n t e d e l a e s c u e l a d e u s -
t e d , m i g e n e r a l .
C É S A R — ¿ D e c u á l d e l a s d o s ? (Risas.) N o . . . « l a G a l l a r e -
t a » m u r i ó p o r s a l v a r a C é s a r R u b i o . C u a n d o l o s f e d e r a l e s
d i s p a r a r o n s o b r e C é s a r , q u e i b a d e l a n t e a c a b a l l o , e l c o -
r o n e l G u z m á n h i z o r e p a r a r s u m o n t u r a y s e a t r a v e s ó . L o
m a t a r o n , p e r o s e s a l v ó C é s a r R u b i o .
T R E V I Ñ O . — ¿ P o r q u é h a b l a u s t e d d e s í m i s m o c o m o s i
s e t r a t a r a d e o t r o ?
C É S A R . — (Ca da vez más dueño de sí.) P o r q u e q u i z á s a s í
e s . H a n p a s a d o m u c h o s a ñ o s . . . , l o s h o m b r e s s e t r a n s f o r -
m a n . L u e g o l a s c o s t u m b r e s d e l a c á t e d r a . . . (Se levanta.)
A h o r a , ¿ e s t á n u s t e d e s s a t i s f e c h o s , s e ñ o r e s ?
SALINAS. —Pues . . . no de l t odo .
GARZA. —Al go nos f a l t a por ve r .
C É S A R . — ¿ Y q u é e s ?
S A L I N A S . —
(M iran do a los otros. )
P u e s p a p e l e s , p r u e -
b a s , p u e s .
C É S A R . — (De spu és de una pausa. ) E s t o y s e g u r o d e q u e
a h o r a e l p r o f e s o r B o l t o n p u b l i c a r á l o s q u e l e e n t r e g u é ,
q u e e r a n t o d o s l o s q u e t e n í a . E n t o n c e s q u e d a r á s a t i s f e c h a
s u c u r i o s i d a d p o r e n t e r o . P e r o , h a s t a e n t o n c e s , s i g a n c o n -
s i d e r á n d o m e m u e r t o ; d é j e n m e a c a b a r m i s d í a s e n p a z. Q u e-
r í a a c a b a r e n m i p u e b l o , p e r o p u e d o i r m e a o t r a p a r t e ;
(Sensación y protestas entre los políticos. Aún
SA L I N A S
y
GARZA
protestan. La familia toda se ha acercado a
CÉSAR.
ESTRELLA
acaba por hacerse oír, después de un momento
de agitar los brazos y abrir una gran boca sin conseguirlo.)
E S T R E L L A . — M i g e n e r a l , s i h e v e n i d o e n r e p r e s e n t a c i ó n
d e l P a r t i d o R e v o l u c i o n a r i o d e l a N a c i ó n y c o n u n a c o m i -
s i ó n c o n f i d e n c i a l d e l s e ñ o r P r e s i d e n t e , n o h a s i d o p o r u n a
m e r a c u r i o s i d a d , n i ú n i c a m e n t e p a r a m o l e s t a r a u s t e d p i -
d i é n d o l e s u s p a p e l e s d e i d e n t i f i c a c i ó n .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 92/267
GuzMÁto. Ni yo tampo co. Yo vine como pres iden te mu-
nicipal de Al lende a discut i r o t ras cuest iones que impor-
tan al Estado. Lo mismo los señores diputados.
GARZA.—Es verdad.
CÉSAR.—(Mirando a ELENA.) ¿Qué desean ustedes, en-
tonces?
E L E N A . — (Ad e lan tán dos e hacia e l grupo .) Y o s é l o q u e
desean..., t ina cosa política. Diles que no, César.
ESTRELLA.—El admirable inst into femenino. Tiene us-
ted una esposa muy intel igente, mi general .
SALINAS. —Trev i ño .
TREVING. —¿Qué hubo? (SALINAS tpma a TREVIÑO por el
brazo y 10 lleva hacia la puerta, donde hablan ostensible
mente en secreto GUZMÁN los' sigue co n ln vista moviendo
la cabeza.)
v
GUZMÁN.—< Mientras mira hacia SALINAS y TREVIÑO.) La
señora le ha dado al clavo, en efecto;
S A L I N A S . —(En voz baja, que no, debe ser oída del pú-
blico, y muy lentamente, mientras habla GUZMÁN.) Vete vo-
lando al pueblo con mi car ro.
(TREVIÑO
mueve la cabeza
afirmativamente. Es indispensable que los actores pronun-
cien estas palabras inaudibles para el público. Decirlas
efectivamente sugerirá una acción planeada y evitará una
laguna en la progresión del acto, a la vez que ayudará a
los actores a mantenerse en carácter mientras están en
la escena.)
CÉSAR
—Gracias. ;E s eso. entonces, lo que buscaban us-
tedes?
E S T R E L L A . — B u s c a m o s algo más ,qüe lo meram ente po-
l í t ico inmediato , mi general . La reapar ición de usted es
p r o v i d e n . . . (Se corrige y se detiene buscando la palabra.)
p r ó v i d a y r e v o l u c i o n a r i a . . . (Entre tanto, al mismo tiempo:)
SABINAS.—.. . y t ráete a Emeter io Rocha.
ESTRELLA.—.. . y extraordinar iamente opor tuna. Este Es-
tado, como, sin duda, lo sabe usted, se prepara a llevar a
cabo la elección de un nuevo gobernador .
S A L I N A S . — (Entre tanto.) El conoció a César Rubio . ¿En-
t iendes?
T R E V I Ñ O . — (Mis mo juego.) Seguro . Ya veo lo que quieres .
176
CÉSAR.—(A ESTRELLA.) Conozco esa ci rcunstancia. . . , pero
nada tiene que ver conmigo.
S A L I N A S . — (M ism o juego, dando una palmada a TREVIÑO
en el hombro.)
¿De acuerdo? Nada más por las dudas
(TREVIÑO afirma con la cabeza.) Váyase, pues . (TREVIÑO sale
rápidame nte después de dirigir una mirada circular a la
escena.)
ESTRELLA.—Se equivoca usted, mi general. Al reapare-
cer usted se convier te automát icamente en el candidatoideal para el Gobierno de su Estado natal .
E L E N A . — ¡ N o , César
J U L I A . — ¿ P o r qué no, mamá? Papá lo merece. (Lo mira
con pasión.)
CÉSAR. —¿Por qué no, en efecto? (SALINA* se reúne con
el grupo, sonriendo.)
Voy a decírselo, señor. .., señor
ESTRELLA. —Rafae l Estrella, mi general.
CÉ¿AR.—Voy a decí rselo , señor /Est rel la . (Involuntaria-
mente, en papel, viviendo ya el mito de CÉSAR RUBIO.) Me
aleje para siempre de la política. Prefiero continuar mi
vida tyimilde y oscura de hasta ahora.
ESTRELLA.—No
tiene usted derecho, mi general, permí-
tame, a privar a la Patria de su valiosa colaboración
GUZMÁN.—El
Estado está en peligro de caer en el con-
tinuismo..., usted puede salvarlo.
CÉSAR.—No.
César Rubio sirvió para empezar la revo-
lución. Estoy viejo. Ahora toca a otros continuarla. ¿Habla
usted of icialmente, compañero Est rel la?
ESTRELLA. —Cumpl o ,
al hacer a usted este of recimientocon la comisión que me fue confiada en México por eí
Partido Revolucionario de la Nación, y por el señor Pre-
sidente.
GUZMÁN.—Yo conozco el sentir del pueblo aquí, mi ge-
neral . Todos sabemos que N avarro cont inuar ía el mangoneo
del gobernador actual , de acuerdo con él , y no queremos
eso. Navarro t iene malos antecedentes.
ESTRELLA. —Conocen la historia de usted, y eso basta El
fai t ido como inst i tu to pol í t ico encargado de velar por la
inviolabilidad de los comicios, ve en la reaparición de us-
ted una opor tunidad para que sur ja en el Estado una
noble competencia pol í t ica por la gubernatura. S in des-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 93/267
c o n o c e r l a s c u a l i d a d e s d e l p r e c a n d i d a t o g e n e r a l N a v a r r o ,
p r e f i e r o q u e e l p u e b l o e l i j a e n t r e d o s o m a s c a n d i d a t o s ,
p a r a m a y o r e s p l e n d o r d e l e j e r c i c i o d e m o c r á t i c o
P
* , ™ Á N . - L a v e r d a d e s q u e t e n d r í a u s t e d t o d o s l o s
V O t
G A R ? A . — N o ^ u e d e u s t e d r e h u s a r , ¿ v e r d a d , c o m p a ñ e r o
^ S A U N A S . - ( S o n r i e n d o . ) U n h o m b r e c o m o C é s ar R u b i o ,
q u e t a n t o h i z o . . . , q u e h i z o m á s q u e n a d i e p o r l a r e v o l u -
^ ¿ ¡ ^ ^ E n e f e c t o ; p e r o p u e d e r e h u s a r p r e -
c i s a m e n t e p o r q u e y a h i z o . H a y q u e d e j a r s i t i o a l o s n u e -
v o s a l o s r e v o l u c i o n a r i o s d e h o y .
E L E N A . — T i e n e s r a z ó n , C é s a r . N o d e b e s p e n s a r e n e s t o
S Í q
j Í u A . - P e r o ¿ n o te d a s c u e n t a , m a m á ? ¡ P a p á , g o b e r-
n a d o r D e b e s a c e p t a r , p a p á . , .
G U Z M Á N . — G o b e r n a d o r . . . ¿ y q u i é n s a b e q u e m a s d e s -
p u é s T o d o e l N o r t e e s t a r í a c o n é l . (C ÉS AR
da muestra de
pensar profundam ente en el dilema.)
E I . E N A .
(Que comprende todo.)
C e s a r , ó y e m e . N o d e-
j e s q u e t e d i g a n m á s . . . N o d e b e s .
I G U E L . — ¿ P o r q u é n o , m a m a ? (Inflexible.)
E L E N A .— ¡ C é s ar . . .
n
C É S A R . — (A G UZ MA N.) ¿ P o r q u é h a d i c h o u s t e d e s o ? N u n -
c a h e p e n s a d o e n . . . C é s a r R u b i o n o h i z o l a r e v o l u c i ó n p a r a
e s e o b j e t o . _ , .
G U Z M Á N . — Y o s í h e p e n s a d o , m i g e n e r a l . L o p e n s e d e s -
de qu e v i l a no t i c i a . , , . . .
E S T R E L L A . - E 1 s e ñ o r P r e s i d e n t e d e l a R e p ú b l i c a m e d i j o
p o r t e l é f o n o . D í g a l e a C é s a r R u b i o q u e s i e m p r e l o he ad-
m i r a d o c o m o r e v o l u c i o n a r i o , q u e e n s u r e a p a r i c i ó n v e o
u n t r i u n f o p a r a la r e v o l u c i ó n ; q u e j u e g u e c o m o p r e c a n d i -
d a t o y q u e v e n g a a v e r m e . _ _ ,
C É S A R .
(Reacciona un momento.) N o . . . N o
P U E D O
a c e p t a r . „ . ,
G U Z M Á N . — T i e n e u s t e d q u e h a c e r l o ,
1
m i g e n e r a l
G A R Z A . — P o r e l E s t a d o , m i g e n e r a l .
ESTRELLA. —M i gene ra l , por l a r evo l uc i ón .
SALINAS. — (Con una sonrisa insistente.) P o r l o q u e y o
s é d e C é s a r R u b i o , é l a c e p t a r í a .
C É S A R . — (Contestando directamente . ) E l s e ñ o r d i p u t a d o
t i e n e t o d a v í a s u s d u d a s s o b r e m i p e r s o n a l i d a d . L o q u e n o
s a b e e s q u e a C é s a r R u b i o n u n c a l o l l e v ó a l a r e v o l u c i ó n
l a s i m p l e a m b i c i ó n d e g o b e r n a r . E l p o d e r m a t a s i e m p r e
e l v a l o r p e r s o n a l d e l h o m b r e . O s e e s h o m b r e , o s e t i e n e
p o d e r . Y o s o y u n h o m b r e .
E S T R E L L A . — M u y b i e n , m i g e n e r a l , p e r o e n M é x i c o s o l o
g o b i e r n a n l o s h o m b r e s .
G U Z M Á N . — S i t ú t i e n e s d u d a s , S a l i n a s , n o e s t á s c o n n o s -
o t r o s .
S A L I N A S . — E s t o y , p e r o n o q u i e r o q u e n o s e q u i v o q u e m o s .
Y o s i e m p r e h e s i d o d e l p a r t i d o q u e g a n a , y u s t e d e s t a m -
b i é n , p a r a s e r f r a n c o s . E l g e n e r a l n o n o s h a d a d o p r u e b a s
h a s t a a h o r a . . . , y o n o d i s c u t o ; s u n o m b r e e s b u e n o ; p e r o
' n o q u i e r o q u e v a y a m o s a q u e d a r m a l . . . , p o r l a s d u d a s . . . ,
u s t e d e s m e e n t i e n d e n .
E S T R E L L A . — C o m p a ñ e r o S a l i n a s , d e b o d e c i r l e q u e s u a c -
t i t u d n o m e p a r e c e r e v o l u c i o n a r i a .
C ÉS A R.— Y o e n t i e n d o p e r f e c t a m e n t e a l s e ñ o r d i p u t a d o . . . ,
y t i e n e r a z ó n . V a l e m á s q u e n a d i e q u e d e m a l . . . , y q u e l o
d e j e m o s a l l í .
E L E N A . — (T o m an do l a m ano de C É S A R y oprimiéndo se-
la.) G r a c i a s , C é s a r . (El sonríe; pero sería difícil decir
por qué.)
GUZM ÁN. —¿Ves l o que ha s hecho? (SALINAS no respon-
de.) G e n e r a l , n o s e p r e o c u p e u s t e d . N o s o t r o s r e s p o n d e m o s
d e t o d o .
E S T R E L L A . — M i g e n e r a l , y o e s t i m o q u e u s t e d n o e s t á e n
l i b e r t a d d e t o m a r n i n g u n a d e c i s i ó n h a s t a q u e h a y a h a b l a -
d o c o n e l s e ñ o r P r e s i d e n t e .
C É S A R . — (D esa mp ar ad o, arrastrado al f in por la farsa. )
¿ D e b o h a c e r l o ? E s o s e r í a t a n t o c o m o a c e p t a r . . .
E L E N A . — E s c r í b e le , C é s a r ; d a l e l a s g r a c i a s , p e r o n o
v a y a s .
E S T R E L L A . — S e ñ o r a , l o s e s c r ú p u l o s d e l g e n e r a l l o h o n -
r a n ; p e r o l a r e v o l u c i ó n p a s a e n p r i m e r l u g a r .
G U Z M Á N » — G e n e r a l , e l E s t a d o s e e n c u e n t r a e n s i t u a c i ó n
d i f í c i l. T o d o s s a b e m o s l o q u e h a c e e l g o b e r n a d o r , c o n o c e -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 94/267
m o s s u s e n j u a g u e s y n o e s t a m o s d e a c u e r d o c o n e ll o s . N o
q u e r e m o s a N a v a r r o ; é l , u n h o m b r e s i n e s c r ú p u l o s , s i n
c r i t e r i o r e v o l u c i o n a r i o , e n e m i g o d e l p u e b l o .
C É S A R. — ¿ Y d e u s t e d e s ?
G UZM ÁN .— N o e s e s o s o l o . T o d o s l o s m u n i c i p i o s e s t a m o s
c o n t r a e l l o s ; e n l a ú l t i m a j u n t a d e p r e s i d e n t e s m u n i c i p a -
l e s a c o r d a m o s p e d i r l a d e p o s i c i ó n d e l g o b e r n a d o r , y o p o -
n e r n o s a q u e N a v a r r o g a n e .
S A LI N AS .— L o c i e r t o e s q u e e l g o b e r n a d o r , i g u a l q u e N a -
v a r r o , e x c l u y e n a l a s b u e n a s g e n t e s d e l a r e g i ó n .
G A RZ A.— S on d e m a s i a d o a m b i c i o s o s ; h a n d e v o r a d o j u n -
t o s e l p r e s u p u e s t o . D e b e n s u e l d o s a l o s e m p l e a d o s , a l o s
m a e s t r o s , a t o d o e l m u n d o ; p e r o s e h a n c o m p r a d o r a n -
c h o s y c a s a s .
C É S A R . — E n o t r a s p a l a b r a s , n i e l a c t u a l g o b e r n a d o : n i
e l g e n e r a l N a v a r r o l e s b r i n d a n a u s t e d e s n i n g u n a o c a s i ó n
« « d e . . . c o l a b o r a r .
G U Z M Á N . — ¿ P a r a q u é e n g a ñ a r n o s ? E s l a v e r d a d , m i g e -
n e r a l . E s u s t e d t a n i n t e l i g e n t e q u e n o p o d e m o s n e g a r . . .
E S T R E L L A . — E l s e ñ o r p r e s i d e n t e v e e n u s t e d a l e l e m e n t o
c a p a z d e a p a c i g u a r e l d e s c o n t e n t o , d e p a c i f i c a r l a r e g i ó n ,
d e a r m o n i z a r e l g o b i e r n o d e l E s t a d o .
G A R Z A .— P e ro l o s q u e s o m o s d e la m i s m a t i e r r a v e m o s
e n u s t e d t a m b i é n a l h o m b r e d e l u c h a , al h o m b r e h o n r a -
d o q u é r e p r e s e n t a e l e s p í r i t u d e l N o r t e . ¿ D ó n d e e s t á e l
m a l s i q u e r e m o s c o l a b o r a r c o n u s t e d ? U s t e d n o e s u n l a -
d r ó n n i u n a s e s i n o .
C É S A R . — N u n c a c r e y ó C é s a r R u b i o q u e l a r e v o l u c i ó n
d e b i e r a h a c e r s e p a r a e l N o r t e o p a r a e l S u r , s i n o p a r a t o d o
e l pa í s .
E S T R E L L A . — R a z ó n d e m á s , m i g e n e r a l . E s e c r i t e r i o c o -
l e c t i v o y u n i t a r i o e s e l m i s m o q u e a n i m a a l s e ñ o r P r e -
s i d e n t e h a c i a l a c o l e c t i v i d a d .
E L E N A . —
( C e r c a de
C É S A R . ) N O
o i g a s n a d a m á s y a , C é -
s a r . D i l e s q u e s e v a y a n . . . , t e l o p i d o p o r . . .
CÉSAR. — (La hace a un lado. Pausa.) S e ñ o r e s , l e s a g r a -
d e z c o m u c h o . . . , p e r o u s t e d e s m i s m o s , e n s u e n t u s i a s m o ,
q u e m e c o n m u e v e , h a n o l v i d a d o q u e e x i s t e u n i m p e d i -
m e n t o i n s u p e r a b l e . . .
E S T R E L L A . — ¿ Q u é q u i e r e u s t e d d e c i r , s e ñ o r ?
C É SÍ \R ,T -L Ó S p l e b i s c i t o s s e r á n d e n t r o d e c u a t r o s e m a n a s .
G u z A ü N í - T i ' o r e s o q u e r e m o s r e s o l v e r y a l a s c o s a s .
G A R Z A . — E n s e g u i d a .
S A L I N A S . — P o r l o m e n o s , a c l a r a r l a s .
E S T R E L L A . — L a s n o t i c i a s p u b l i c a d a s e n l o s p e r i ó d i c o s
s o b r e l a r e a p a r i c i ó n d e u s t e d s o n l a p r o p a g a n d a m á s e f e c -
t i v a, m i g e n e r a l . N o t e n d r á u s t e d q u e h a c e r m á s q u e p r e -
s e n t a r s e p a r a g a n a r l o s p l e b i s c i t o s .
C É S A R . — E l i m p e d i m e n t o d e q u e h a b l o e s d e c a r á c t e r
c o n s t i t u c i o n a l .
G U Z M Á N . — N o s é a q u é s e r e f i e r e u s t e d , m i g e n e r a l . N o s -
o t r o s p r o c e d e m o s s i e m p r e c o n a p e g o a l a C o n s t i t u c i ó n .
C É S A R . — (Son r i end o para s í. ) C o n a p e g o a e l l a , t o d o
c a n d i d a t o d e b e h a b e r r e s i d i d o c u a n d o m e n o s u n a ñ o e n
e l E s t a d o . Y o n o v o l v í a m i t i e r r a s i n o h a s t a h a c e c u a t r o
s e m a n a s . (Esto lo dice con un tono definitivo, casi triun-
fal. Sin embar go, sería difícil precisar qué objeto es el
que persigue ahora.)
G U Z M Á N . — E s v e r d a d , p e r o . . .
S A L I N A S . — E s o y o l o s a b í a y a , p e r o e s p e r a b a a q u e e l g e -
n e r a l l o d i j e r a . S u a c t i t u d b o r r a t o d a s m i s d u d a s y m e
c o n v e n c e d e q u e e s o t r o e l c a n d i d a t o q u e d e b e m o s b u s c a r .
G A R Z A . — ( T í m i d a m e n t e . ) P e r o , h o m b r e , y o c r e o l q u e p u e -
d e h a b e r u n a s o l u c i ó n .
E S T R E L L A . — D e b o d e c i r q u e e l P a r t i d o c o n s i d e r a e s t e
c a s o p o l í t i c o c o m o u n c a s o d e e x c e p c i ó n . . . , d e e m e r g e n c i a
c a s i . L o q u e i n t e r e s a e s s a l v a r a e s t e E s t a d o d e c a e r e n
l a s g a r r a s d e l c o n t i n u i s m o y d e l o s r e a c c i o n a r i o s . L a C o n s -
t i t u c i ó n l o c a l p u e d e a d m i t i r l a e x c e p c i ó n y s e r e n m e n d a d a .
S A L I N A S . — O l v i d a u s t e d q u e e s o e s f u n c i ó n d e l o s l e -
g i s l a d o r e s , c o m p a ñ e r o .
E S T R E L L A . — N o s o l o n o l o o l v i d o , c o m p a ñ e r o , s i n o q u e
e l P a r t i d o h a p r e v i s t o t a m b i é n e s a c i r c u n s t a n c i a y c u e n t a
c o n l a - c o l a b o r a c i ó n d e u s t e d e s p a r a q u e l a C o n s t i t u c i ó n
l o c a l s e a r e f o r m a d a .
S A L I N A S . — E s t o e s t á p o r v e r .
G U Z M Á N . — H o m b r e , S a l i n a s . . .
ESTRELLA. —Creo que no e s e l l uga r n i l a oca s i ón de d i s -
c u t i r . . .
C É S A R . —
( P a u s a d a m e n t e . )
E x i s t e n a n t e c e d e n t e s , ¿ o n o ?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 95/267
L a C o n s t i t u c i ó n F e d e r a l h a s i d o e n m e n d a d a p a r a s a n c i o -
n a r l a r e e l e c c i ó n y p a r a a m p l i a r l o s p e r í o d o s p o r r a z o n e s
p o l í t i c a s . E n l o q u e h a c e a l a s C o n s t i t u c i o n e s l o c a l e s , e l
c a s o e s m á s f r e c u e n t e .
S A L IN A S .— N o e n e s t e E s t a d o . U s t e d , q u e e s d e l N o r t e ,
d e b e d e s a b e r l o . .
C É S A R . — (Sin alterarse.) C u a n d o , p o r e j e m p l o , u n c a n -
d i d a t o h a e s t a d o d e s e m p e ñ a n d o u n a l t o p u e s t o d e c o n -
f ia nz a e n e l G o b i e r n o f e d e r a l , n o h a n e c e s i t a d o r e s i d i r u n
a ñ o e n t e r o e n s u E s t a d o n a t a l c o n a n t e r i o r i d a d a l a s e l e c -
c i o n e s . L e h a n b a s t a d o u n a s c u a n t a s v i s i t a s . P e r o . . .
E S T R E L L A . — N a t u r a l m e n t e , m i g e n e r a l . L o s g o b i e r n o s n o
p u e d e n r e g i r s e p o r l e y e s d e c a r á c t e r g e n e r a l s i n e x c e p -
c i ó n . L o q u e e l P a r t i d o h a h e c h o a n t e s , l o h a r a a h o r a ^
C É S A R . — S o l o q u e n o e s t o y e n e s a s c o n d i c i o n e s . N o l ú e
u n a l t o e m p l e o d e c o n f i a n z a e n e l g o b i e r n o f e d e r a l l o q u e
m e a l e j ó d e m i E s t a d o , s i n o u n a h u m i l d e c á t e d r a d e h i s t o -
r i a d e l a R e v o l u c i ó n . ,
G U Z M Á N . — E s o a m í m e p a r e c e m á s m e r i t o r i o t o d a v í a .
E S T R E L L A . — M i g e n e r a l , d e j e u s t e d a l p a r t i d o e n c a r g a r s e
d e l e g a l i z a r l a s i t u a c i ó n . H a r e s u e l t o p r o b l e m a s m a s d i -
f í c i le s , d e m o d o q u e , s i q u i e r e u s t e d , s a l d r e m o s e s t a m i s -
m a n o c h e p a r a M é x i c o . . , . ,
C É S A R —(Dirigiéndose a S A L I N A S . ) L a L e g i s l a t u r a l o c a l
s e o p o n e , ¿ v e r d a d ? _
G A R Z A . — P e r d o n e , m i g e n e r a l . E l c o m p a n e r o S a l i n a s n o
e s l a L e g i s l a t u r a . N i q u e f u e r a L u i s C a t o r c e .
C É S A R . — ( A
S A L I N A S . ) C o n t e s t e u s t e d .
S A L I N A S . — C u a n d o l o s v e o a t o d o s t a n e n t u s i a s m a d o s y
t a n l l e n o s d e c o n f i a n z a , n o s é q u é d e c i r . M e o p o n d r é e n
l a C á m a r a s i l o c r e o n e c e s a r i o .
E S T R E L L A . — C o m p a ñ e r o S a l i n a s , ¿ n o e s t á u s t e d e n c o n -
d i c i o n e s m u y s e m e j a n t e s a l a s d e l g e n e r a l ? I n v o l u n t a r i a -
m e n t e , p o r s u p u e s t o ; p e r o r e c u e r d o s u e l e c c i ó n . . . , l a a r r e -
g l ó u s t e d e n M é x i c o .
S A L I N A S . — ( V i v a m e n t e . ) N o e s l o m i s m o . E s t a b a y o e n
u n a c o m i s i ó n o f i c i a l .
E S T RE L L A. — P ue s p r e c i s a m e n t e e s o e s l o q u e o c u r r e a h o -
r a c o n n u e s t r o g e n e r a l . H a s i d o l l a m a d o p o r e l s e ñ o r P r e -
s i d e n t e , l o c u a l l e c o n f i e r e u n c a r á c t e r d e c o m i s i o n a d o .
S A L I N A S . — B u e n o , p u e s , e n t o d o c a s o m e r e g i r é p o r l a
o p i n i ó n d e l a m a y o r í a .
E S TR E LL A .— E s u s t e d u n b u e n r e v o l u c i o n a r i o , c o m p a ñ e -
r o . L a s m a y o r í a s a p r e c i a r á n s u a c t i t u d . (Le tiende la mano
con la más artificial sencillez.)
E L E N A . — ( A n g u s t i a d a . ) H e o d i a d o s i e m p r e l a p o l í t i c a ,
C é s a r . N o m e o b l i g u e s a . . . , a s e p a r a r m e d e t i .
C É S A R . — S e ñ o r e s , m i s i t u a c i ó n , c o m o u s t e d e s v e n , e s
m u y d i f í c i l . N i m i e s p o s a n i y o q u e r e m o s . . .
E S T R E L L A . — S e ñ o r g e n e r a l , e l c o n f l i c t o e n t r e l a v i d a p ú -
b l i c a y l a v i d a p r i v a d a d e u n h o m b r e e s e t e r n o . P e r o u n
h o m b r e c o m o u s t e d n o p u e d e t e n e r v i d a p r i v a d a . E s t e e s
e l p r e c i o d e s u g r a n d e z a , d e s u h e r o í s m o . . .
C É S A R . — ¿ C r e e s q u e e s t o y d e m a s i a d o v i e j o p a r a g o b e r -
n a r , E l e n a ? C o n o c e s m i s i d e a s , m i s s u e ñ o s . . . , s a b e s q u e
p o d r í a h a c e r a l g o p o r m i E s t a d o , p o r m i p a í s . . . , t a n t o
c o m o c u a l q u i e r o t r o m e x i c a n o . . .
G UZ MÁ N.— ¡ O h , m u c h o m á s , m i g e n e r a l
C É S A R . — Q u i z á s , e n e l f o n d o , h e d e s e a d o e s t a o p o r t u n i -
d a d s i e m p r e . S i m e l a o f r e c e n e l l o s l i b r e m e n t e , ¿ p o r q u é
n o v o y a a c e p t a r ? S o y u n h o m b r e h o n r a d o . P u e d o s e r
ú t i l . H e s o ñ a d o t a n t o t i e m p o c o n s e r l o . S i e l l o s c r e e n . . .
ESTRELLA. —M i gene ra l , l a u t i l i dad de us t ed en l a Re -
v o l u c i ó n , s u o b r a , e s d e s c o n o c i d a d e t o d o s . N a d i e d u d a
d e s u c a p a c i d a d p a r a g o b e r n a r , ¿ v e r d a d , s e ñ o r e s ?
G U Z M Á N . — P o r s u p u e s t o . N a d i e d u d a d e q u e s a l v a r á a l
E s t a d o .
G A R Z A . — E s t a m o s s e g u r o s . C o n t a m o s c o n u s t e d p a r a
e s o .
E S T R E L L A . — E l P a r t i d o p r o v e e r á a u s t e d , q u e h a e s t a d o
u n t a n t o a l e j a d o d e l m e d i o , c u e n t e e n s u g o b i e r n o c o n
l o s c o l a b o r a d o r e s a d e c u a d o s . ¿ N o e s a s í , c o m p a ñ e r o S a -
l i n a s ?
S A L I N A S . — C l a r o e s t á , c o m p a ñ e r o E s t r e l l a .
C É S A R . — C o m p r e n d e l o q u e q u i e r o , E l e n a . ¿ P o r q u é n o ?
P e r o n a d a h a r í a y o s i n t i .
E S T R E L L A . — E l s e ñ o r P r e s i d e n t e , q u e e s u n g r a n h o m -
b r e d e f a m i l i a , a p r e c i a r á e s t a n o b l e a c t i t u d d e u s t e d . P e r o
u s t e d , s e ñ o r a , d e b e r e c o r d a r l a g l o r i o s a t r a d i c i ó n d e h e -
r o í s m o y d e s a c r i fi c i o d e la m u j e r m e x i c a n a ; i n s p i r a r s e
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 96/267
e n l o s n o b l e s h e r o í s m o s d e l a I n d e p e n d e n c i a y e n e s e t i p o
m á s n o b l e a ú n s i c a b e , s í m b o l o d e l a f e m i n e i d a d m e x i -
c a n a , q u e e s l a s o l d a d e r a .
E L E N A . — (Co n un ademán casi brusco.) L e r u e g o q u e
n o m e m e z c l e u s t e d a s u s m a n i o b r a s .
M I G U E L . — ( A p r e m i a n t e . ) H a y a l g o q u e n o d i c e s , m a m a .
¿ P o r q u é ? ¿ Q u é c o s a e s ? . ,
J U L I A — M a m á , y o c o m p r e n d o m u y b i e n . . . , t i e n e s m i e d o .
P e r o p u e d e s a y u d a r a p a p á . . . , t a l v e z y o t a m b i é n p u e d a .
D e b e m o s h a c e r l o .
M I G U E L . — ¿ Q u é c o s a e s , m a m á ?
J U L I A . — D é j a l a ; n o l a t o r t u r e s a h o r a c o n e s a s p r e g u n t a s .
M a m á . . .
E L E N A — I C é s a r
C É S A R
—(Mirándola de frente y hablando pausadamen-
te.) D i l o q u e t e n g a s q u e d e c i r . P u e d e s h a c e r l o .
E L E N A . — T e n g o m i e d o p o r t i , C é s a r .
E S T R E L L A . — S e ñ o r a , d e l a v i d a d e m i g e n e r a l c u i d a r e -
m o s t o d o s , p e r o m á s q u e n a d i e s u g l o r i o s o d e s t i n o .
E L E N A . — ¡ C é s a r .
C É S A R —(Impa ciente, pero frío, definitivo.) Di l o ya ,
¡di lo (ELENA
se yergue apretando las manos. En el mo-
mento en que quizá va a gritar la verdad, aparecen en la
puerta derecha
T R E V I Ñ O Y E M E T E R I O R O C H A . R O C H A
es un
viejo robusto y sano, de unos sesenta y cinco años. Todos
se vuelven hacia ellos.)
TREVIÑO. —¿Cuá l e s? •
S A L I N A S . — T Ú
l o c o n o c e s , ¿ v e r d a d , v i e j o ?
R O C H A . — (De teni énd ose y mirando en torno. ) ¿ C u á l d i -
c e s ? ¿ E s t e ?
(Da un paso hacia
C É S A R . )
C É S A R . — (A de lan tán do se , después de un ademán de ju-
gar todo a una carta.) ¿ Y a n o m e c o n o c e s , E m e t e r i o R o -
c h a ?
R O C H A . — (Mirándolo lentamente . ) H a c e t a n t o s a n o s
q u e . . .
GUZM ÁN. —El gene ra l l o conoce .
S A L I N A S . — P e r o n o s e t r a t a d e e s o .
R O C H A . — C r e o q u e n o h a s c a m b i a d o n a d a . S o l o t e h a
c r e c i d o e l b i g o t e . E r e s e l m i s m o .
S A L I N A S . — ¿ C ó m o s e l l a m a e s t e h o m b r e , v i e j o ?
C É S A R . — A n d a , E m e t e r i o , d i l o .
R O C H A
—(Esforzándose po r recordar.) P u e s , h o m b r e
e s c u r i o s o . P e r o e r e s e i m i s m o . . . , p u e s s í . . . . e l m i * m o C é -
s a r R u b i o .
C É S A R . — ¿ E s t á s s e g u r o d e r e c o n o c e r m e ?
R O C H A —(Simplem ente, tendiéndole la mano.) ¿ P u e s n o
d e c í a n q u e t e h a b í a n m a t a d o . C é s a r ? ( C É S A R
le estrecha
la mano, sonriendo.)
T R E V I Ñ O . — A l l í v i e n e u n a m u l t i t u d . (Empiezan a oírse
voces cuya proximidad se acentúa gradualmente )
G U Z M Á N . — E s c l a r o . T o d o e l p u e b l o s e h a e n t e r a d o v a
A h o r a s i , S a l i n a s , s e a c a b a r o n l a s d u d a s .
M I G U E L . — ( M i r a n d o a C É S A R . ) ¿ S e a c a b a r o n ?
S A L I N A S . — A h o r a s í . P e r d ó n e m e , m i g e n e r a l . ( C É S A R le
da la mano en silencio. Las voces se precisan. Dicen:
¡Cé-
s a r R u b i o ¡ Q u e r e m o s a C é s a r R u b i o )
ESTRELLA. —M i gene ra l , d i g a u s t e d l a p a l a b r a , d i g a u s -
t e d q u e a c e p t a .
ELENA. —Césa r . . .
CÉSAR. — (Co n simple dignidad.) S i u s t e d e s c r e e n q u e
p u e d o s e r v i r d e a l g o , a c e p t o . A c e p t o a g r a d e c i d o . ( J U L I A lo
besa. E L E N A lo mira con angustia y le oprime la mano M I -
G U E L
retrocede un paso.)
GUZM ÁN. — (Corr e a la puerta derecha, grita hacia afue-
ra.) ¡ V i v a C e s a r R u b i o , m u c h a c h o s (Vocerío dentro: ¡Vi-
v a . ¡ V i v a , J i j o s Las mujeres corren a la ventola- miran
hacia afuera.)
J U L I A . — M i r a , p a p á , ¡ m i r a (CÉSAR s e acerca.) E s e h o m -
b r e d e l b i g o t e n e g r o e s e l q u e v i n o a b u s c a r t e a n t e s
E S T R E L L A —
(Mi rando t am bién.)
/ L o c o n o c e u s t e d , m i
g e n e r a l .
r al " a í a r T o ^
6 5 7 7
"
6 5
^ " " "
p a u s a
-
) E s e l 1 , a m
a d o g e n e -
R O C H A . — S i r v i ó a t u s ó r d e n e s e n u n t i e m p o . C r e o q u e
f u e t u a y u d a n t e , ¿ n o ? P e r o e l q u e n a c e p a r a l a d r ó n
( C É S A R
no contesta. Voces den tro: ¡ C é s a r R u b i o ¡ C é s a r
R u b i o ¡ C é s a r R u b i o )
G U Z M Á N . —
( E n t r a n d o . )
M i g e n e r a l , a q u í f u e r a , p o r f a -
v o r . Q u i e r e n v e r l o .
E S T R E L L A .
(Asomándose y frotándose las manos.) All í
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 97/267
v i e n e n l o s p e r i o d i s t a s t a m b i é n .
( C É S A R
se
m o c o n ,
, a j P a r e c e
c o m o q u e t ú n o l o c r e e s , ¿ v e r d a d .
S S K T ? * ™ > - " '
V i v a c é s a r R ub i
°
N U
C É S A R
h
Í 7 c o n
r
M I G U E L
v a h a c i a
E L E N A Y
¡ a í o m a p o r
é t
l a t a m i U a
-
vas.) . ,
V e n E l e
n a ; v e n , J u l i a , ¡ M i g u e l
C É S A R . —
( A s o m a n d o .
)
V e n ,
B I E N
, ^
b r í I Z O
,
/ A O P N -
( E L E N A
s e a c e r c a , é le rodea su tute
os vtvas
me ) ¡ T o d o c o n t i g o (Saler,
J U L I A
los sig ^ ^
Jntro.
M T G U E L
f ^ ^ X a i a pensativo al primer ter-
tóST ÍSS T a l a b a desde all. El ruido es
• L c ^ ^ r s t s s ; ¿ r s s s
hetes o balazos, y cae el
T E L O N
A C T O T E R C E R O
C u a t r o s e m a n a s d e s p u é s , c e r c a d e l a s o n c e d e l a m a ñ a n a , e n l a c a s a
d e l p r o f e s o r CÉ SA R R U B IO . L a s a l a t i e n e a h o r a e l a s p e c t o d e u n a
o f i c i n a p r o v i s i o n a l . H a y u n e s c r i t o r i o ; u n a m e s a p a r a m á q u i n a d e
e s c r i b i r , c o n s u m á q u i n a ; p a p e l e s y l i b r o s a m o n t o n a d o s . H a y u n r o l l o
d e c a r t e l e s e n el s u e l o , j u n t o a l o s a r c o s d e ) c o m e d o r . U n o d e e l l o s ,
d e s p l e g a d o , m u e s t r a l a i m a g e n d e CÉ SA R R U BI O c o n l a l e y e n d a « E l
C a n d i d a t o d e l P u e b l o . » E n e s t a i m p r o v i s a c i ó n y e n e s t e d e s o r d e n s e
a d v i e r t e c i e r t a o s t e n t a c i ó n d e p o b r e z a , u n a i n s i s t e n c i a d e CÉS AR RU B IO
e n p r e s u m i r d e m o d e s t i a .
I n s t a l a d o a n t e e l e s c r i t o r i o , E ST RE LL A d e s p a c h a l a c o r r e s p o n d e n c i a .
G U ZM Á N, s e n t a d o e n u n s i l l ó n d e t u l e , f u m a u n c i g a r r o d e h o j a .
S AL IN AS f u m a t a m b i é n , r e c a r g a d o c o n t r a l a p u e r t a d e r e c h a .
E S T R E L L A . — U n t e l e g r a m a d e l s e ñ o r P r e s i d e n t e , s e ñ o r e s .
(Los otros vuelven la cabeza hacia él. Lee:) « D e s e o q u e
e n l o s p l e b i s c i t o s d e h o y , e l p u e b l o p r e m i e e n u s t e d a l
h é r o e d e l a R e v o l u c i ó n . P u n t o . S i n o f u e r a a s í , s u c o l a -
b o r a c i ó n m e s e r á s i e m p r e i n e s t i m a b l e . P u n t o . R u é g o l e i n -
f o r m a r m e i n m e d i a t a m e n t e r e s u l t a d o p l e b i s c i t o . P u n t o .
A f e c t u o s a m e n t e . » (Deja el telegrama; actúa.) E s t e e s u n
d o c u m e n t o h i s t ó r i c o , ú n i c o .
G U Z M Á N . — G a n a r í a m o s d e t o d o s m o d o s , a u n q u e e l P r e -
s i d e n t e n o q u i s i e r a . N o s e h a v i s t o u n m o v i m i e n t o s e m e -
j a n t e é n e l p u e b l o d e s d e M a d e r o . E l g e n e r a l s e h a e c h a d o
a l a b o l s a a t o d o e l m u n d o .
E ST RE LL A .— E s u n h o m b r e e x t r a o r d i n a r i o . S a b e e s c u -
c h a r , c a l l a r , d e c i r l o e s t r i c t a m e n t e p r e c i s o , y o b r a r c o n
u n a e n e r g í a y u n a l i m p i e z a c o m o y o n o h a b í a v i s t o n u n -
c a . P e r o e s p r e f e r i b l e c o n t a r c o n e l a p o y o d e l C e n t r o .
¿ N o e s v e r d a d , c o m p a ñ e r o S a l i n a s ? ( S A L I N A S mueve la ca-
beza afirmativamente.) A l s e ñ o r P r e s i d e n t e l o c o n q u i s t ó
a l a s c u a t r o p a l a b r a s . Y a q u í , y a v e n .
S A L I N A S . — N u n c a e n m i v i d a p o l í t i c a v i u n e n t u s i a s m o
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 98/267
s e m e j a n t e . L o s p l e b i s c i t o s e s t á n p r á c t i c a m e n t e g a n a d o s ;
l l a m a n d o n d e q u i e r a d i p u t a d o .
p o r l a s d u d a s .
FSTRELLA
— ¿ Q u é q u i e r e u s t e d d e c i r
S A L I N A S . — (A ba nd ona su posición y entra, cruzando to-
c i a ¿ p r i m e r término centro., Q u i e r o d e e i r q u e c o r r e n r e -
m o r e s '
m u y f eo s.
E n t o d o c a s o , N a v a r r o n o e s h o m b r e p a r a
q u e d a r s e a s í n o m á s . H a , q u e t e n e r m u c h o c u x d a d o , y . s e n a
b u e n o q u e e l g e n e r a l s e a r m a r a , p o r l a s d u d a s .
GUZMAN — ¿ N o t e d i g o ? P r i m e r o l o c o n v e n c e r . a s d e r e -
n u n c i a r q u e d e p o r t a r p i s t o l a , h o m b r e . N o e s c o m o n o s -
o t r o s A d e m á s , y o t e n g o e s t a b l e c i d a u n a v . g . l a n c . a m u y
c o n v e n c i d o y a d e q u e e l g e n e , 1
e s u n g r a n h o m b r e - e l m á s g r a n d e d e t o d o s - y d e b e ll e v a r
n o s a d o n d e n e c e s i t a m o s i r . E s p r e c i s o q u e n o p a s e n a d a .
E p i g m e n i o .
GUZMÁN — ¡ Q u é v a a p a s a r , h o m b r e ;
Levantándose.) E l c o m p a ñ e r o S a l i n a s t ie -
n e l o q u e l l a m a n l o s f r a n c e s e s u n a « i d e e f ix e» .
Q u i e r e d e c i r l a i d e a f ij a. M e g u s t a r í a q u e s e e x p i a r a .
L o s p l e b i s c i t o s d e b e n e m p e z a r a l a s o n c e y m e d i a (Ojea-
da al reloj.) T e n e m o s e l t i e m p o d e l l e g a r a p e n a s . E x p l i -
e n p r i m e r l u g a r , N a v a r r o h a d i c h o
p o r a h í q u e e l g e n e r a l n o g a n a r á m i e n t r a s e l " vi va . ( G u z -
£ÁN TmUe un sonido de burla.)..., y l u e g o . . . ( S e detiene.)
G U Z M Á N . — ¿ Q u é , p u e s ? H a b l e y a .
S A L I N A S . - H a d i c h o q u e é l t i e n e m e d i o s d e p r o b a r
q u e e l g e n e r a l e s u n ' i m p o s t o r , ¡ v a y a
x
Se enjuga la frente.
GUZMÁN
ríe a carcajada s.)
E S T R E L L A . — C r e o q u e t e n d r é q u e h a b l a r u n a s p a l a b r a s
c o n e l g e n e r a l N a v a r r o , e n n o m b r e d e l p a r t i d o .
G U Z M Á N . — E s e t e g a n ó , S a l i n a s .
S A L I N A S . - B a s t a q u e N a v a r r o l o d i g a p a r a q u e n a d i e
l o c r e a . D e t o d o s m o d o s h a y q u e p o n e r s e m u y a g u i l a s .
. E s T R E L L A . - ¿ Q u i e r e n q u e l e s d i g a m i o p i n i o n m u y t r a n -
c a , s e ñ o r e s ?
G U Z M Á N . — A v e r .
E S TR E LL A .— S i e l g e n e r a l N a v a r r o v i e r a u n p o c o m á s d e
c e r c a a l g e n e r a l R u b i o , l e p a s a r í a l o q u e a t o d o s l o s d e -
m á s , l o m i s m o q u e a u s t e d , S a l i n a s .
S A L I N A S . — ¿ Q u é ?
E S T R E L L A . — S e v o l v e r í a r u b i s t a . (Los otros ríen.) H a b l o
e n s e r i o . E l g e n e r a l R u b i o t i e n e u n m a g n e t i s m o i n e x p l i c a -
b l e . Y o s é , p o r e j e m p l o , q u e e l p r e s i d e n t e d e l p a r t i d o e s
u n h o m b r e d i f í c i l . B u e n o , p u e s e n m e d i a h o r a d e p l á t i c a ,
p a r e c í a q u e s e h a b í a e n a m o r a d o d e é l . ( G U Z M Á N ríe satis-
fecho.)
S A L I N A S . — ¿ Y G a r z a ? ¿ N o d e b í a v e n i r a l a s d i e z y m e -
d i a ?
G U Z M Á N . — G a r z a e s t á a l l á , a c a b a n d o d e a r r e g l a r t o d o l o
n e c e s a r i o . A l l á l o v e r e m o s .
S A L I N A S . — ¿ Y T r e v i ñ o ?
E S T R E L L A . — T i e n e q u e a y u d a r a G a r z a .
S A L I N A S. — P e ro y a d e b í a n e s t a r a q u í , ¿ n o ?
G UZ MÁ N.— ¡ Q u é n e r v i o s o e s t á s ¡ N i q u e f u e r a s e l c a n -
d i d a t o
E S T R E L L A . — A s í l e s p a s a e n l a s b o d a s a l a s d a m a s d e l a
n o v i a . S e a n t i c i p a n .
S A L IN A S .— D i g an l o q u e q u i e r a n . Y o n o e s t a r é t r a n q u i -
l o h a s t a v e r a l g e n e r a l e n e l p a l a c i o d e l g o b i e r n o . P o r l a s
d u d a s .
GUZMÁN.—C ál l a t e . Ah í v i en e . (Se oyen los pasos de CÉ -
SAR en la escalera. Los tres hombres se reúnen para salu-
darlo. Entra CÉSAR RUBIO. En estas cuantas semanas se
ha operado en él una transformación impresionante. Las
agitaciones, los excesos de control nervioso, la fiebre de la
ambición, la lucha contra el miedo, han dado a su rostro
una nobleza serena y a su mirada una limpidez, una segu-
ridad casi increíble. Está pálido, un poco afilado, pe ro re-
vestido de esa dignidad peculiar en el mestizo de catego-
ría. A pesar del calor, viste un pantalón y un saco de
casimir oscuro; una camisa blanca y fina y una corbata
azul marino de algodón. Lleva en la mano un sombrero
de los llamados téjanos, blancos, «cinco equis», que os-
tenta el águila de general de división. Este sería el único
lujo de su nueva personalidad , si no se considerar a en pri-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 99/267
TEATRO MEXICANO_CON2TEMPORANEO
mer lugar la minuciosa limpieza de su persona como un
lujo mavor aún.)
C É S A R . — B u e n o s d í a s , m u c h a c h o s .
T O D O S . — B u e n os d í a s , m i g e n e r a l . . ,
ESTRELLA. ¿C óm o se s i e n t e e l
C É S A R — ¿ P a r a q u é a n t i c i p a r l a s c o s a s , E s t r e l l a . N a o
p i e r d e u n o c o n e s p e r a r .
n o l i t i c o ; N o h a y t e l e g r a m a d e l p r o f e s o r B o l t o n ?
E
P
S T R E L L A - E n v í a s u f e l ic i t a c i ó n , m i g e n e r a l ; p e r o n o
p u e d e
v e nT r . O f r e c e e s t a r p r e s e n t e e n l a t o m a d e p o s e -
S Í Ó
C É S A R -(Sencillamente.) M e h u b i e r a g u s t a d o v e r l o a q u í
h o v (Pasea de un extremo a otro, lentamente.) L o b u e n o
d e l a c a r r e r a d e l p o l í t i c o e s q u e l o p o n e a u n o e n c o n -
e c t o ™ r a í c e s d e l a s c o s a s , ~
a c c i ó n L a p o l í t i c a e s u n a e s p e c i e d e f il ol og ía d e l a \ i a a
q u e T o c o n c a t e n a t o d o . P e r o l o q u e y o p r e f i e r e e s
v i v i r f r e n t e a f r e n t e c o n e l t i e m p o , s i n e s c a p a t o r i a . . . , e s t e
I r d e l a m a n o c o n e l t i e m p o s i n p e r d e r y a u n s e g u n d o
d e é l (sTdetiene, levanta el cartel y lo mira Luego bus-
ca dónde colgarlo mientras sigue hablando.
G U Z M Á N
y
S A -
U N A l se precipitan, toman el cartel y lo prenden sobre uno
de lo arcos.
C É S A R ,
mirándose en su imagen, continua.)
V a u n o a l f o n d o d e l a s p a s i o n e s h u m a n a s s i n p e r d e r e l
t i e m p o y c o n o c e u n o e l p r e c i o d e t o d o a p n m e r a v i s t a
v l o p a g a u n o . L a p o l í t i c a l o r e l a c i o n a a u n o c o n t o d a s
L e o n a s o r i g i n a le s , c o n t o d o s l o s s i s t e m a s de l m o v i r n ^
t o e m p e z a n d o p o r e l d e l a s e s t r e l l a s . S e s a b e l a c a u s a y
e l o b j e t o d e t o d o ; p e r o s e s a b e a l a v e z q u e n o p u e d e u n o
r e v e l a r l o s . S e c o n o c e e l p r e c i o d e l h o m b r e . Y a s i , e l g r a n
p o l í t i c o v i e n e a s e r e l l a t i d o , e l c o r a z o n d e l a s c o s a s
E s T R E L L A . - f Q u e e s el único que ha entendido un
RODOLFO USIGLI: EL GESTICULADOR
poco.) L a p o l í t i c a e s s u p e r i o r a t o d o l o d e m á s , e n e f e c t o ,
m i g e n e r a l . E s u n e j e r c i c i o d e t o d o e l c u e r p o y d e t o d o
e l e s p í r i t u .
C É S A R . — (D eja nd o pasar la interrupción.) E l p o l í t i c o e s
e l e j e d e l a r u e d a ; c u a n d o s e r o m p e o s e c o r r o m p e , l a
r u e d a , q u e e s e l p u e b l o , s e h a c e p e d a z o s ; é l s e p a r a t o d o
l o q u e n o s e r v i r í a j u n t o , l i g a t o d o l o q u e n o p o d r í a e x i s t i r
s e p a r a d o . A l p r i n c i p i o , e s t e m o v i m i e n t o d e l p u e b l o q u e
g i r a e n t o r n o a u n o p r o d u c e u n a s e n s a c i ó n d e v a c í o y d e
m u e r t e ; d e s p u é s d e s c u b r e u n o s u f u n c i ó n e n e s e m o v i-
m i e n t o , e l r i t m o d e l a r u e d a q u e n o s e r v i r í a s i n e j e , s i n
u n o . Y s e s i e n t e l a ú n i c a p a z d e l p o d e r , q u e e s m o v e r s e
y h a c e r m o v e r a l o s d e m á s a t i e m p o c o n e l t i e m p o . ¿ E s
p a r e c i d o a m í e s t e r e t r a t o ?
G U Z M Á N . — Y a l o c r e o q u e e s p a r e c i d o . E l o t r o d í a , v i e n -
d o u n c a r t e l , m e d e c í a u n o d e i o s v i e j o s d e l p u e b l o , q u e
l o c o n o c i ó a u s t e d c u a n d o e m p e z a b a e n l a R e v o l u c i ó n :
« C é s a r n o c a m b i a ; e s t á i g u a l q u e c u a n d o l e b a r r i e r o n a
l a g e n t e e n H i d a l g o , h a c e t r e i n t a a ñ o s . »
. E S TR E L LA . — El h e r o í s m o e s u n a e s p e c i e d e j u v e n t u d
e t e r n a , m i g e n e r a l .
C É S A R . — E s v e r d a d . E s t e r e t r a t o s e p a r e c e m á s a l C é s a r
R u b i o d e p r i n c i p i o s d e l a R e v o l u c i ó n q u e a m í . Y , s i n e m -
b a r g o , s o y y o . (Sonríe.) E s c u r i o s o . ¿ Q u i é n l o h i z o ?
S A L I N A S . — U n g r a b a d o r v i e j o d e a q u í , d e l p u e b l o .
C É S A R . — U n p u e b l o e n t i e n d e m u c h a s c o s a s . (Sonríe,
piensa un momento y abre la boca como si fuera a decir
algo más sobre esto. Se reprime, se pone las manos a la
espalda y da algunos pasos al frente.) ¿ C o r r i g i ó u s t e d s u
d i s c u r s o , E s t r e l l a ?
ESTRELLA. —Est á l i s t o , m i ge ne r a l .
C É S A R . — ¿ E n l a f o r m a q u e h a b í a m o s c o n v e n i d o . . . , a c e r -
c a d e m i r e s u r r e c c i ó n ?
ESTRELLA. —Sí , m i gene ra l . (Declama.) « S o l o l o s p u e -
b l o s n o b l e s q u e h a n s u f r i d o p u e d e n e s p e r a r a c o n t e c i m i e n -
t o s a s í d e . . . »
C É S A R . — ( I n t e r r u m p i é n d o l e . ) P e r m í t a m e l o . (E ST RE L LA se
lo tiende.) ¿ H a y g e n t e a f u e r a ?
GUZM ÁN. —Vei n t e o t r e i n t a .
C É S A R . — D i l e s q u e m e v e a n e n e l p l e b i s c i t o , S a l i n a s .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 100/267
( S A L I N A S sale. Mientras, lee y pasea. T ermina de leer y
devuelve su discurso a ESTRELLA. ) M uy b i en , l i c enc i ado .
(Ojeada a su reloj de bolsillo.)
ESTRELLA. —Grac i a s , m i gene ra l .
S A L I N A S . — ( V o l v i e n d o . ) S e ñ o r , c r e o q u e y a e s h o r a a e
i r n o s .
S Ü N o f ^ o f ^ e r e n e s c o l t a r t e a u s t e d h a s t a
el oueblo
(CÉSAR sonríe.) L o s c a r r o s e s t á n y a l is t o s .
CÉSAR - Y A n o s v a m o s . N a d a m á s v o y a d e s p e d i r m e d e
m i e s p o s a . Jse dirige hacia la puerta izquierda. En ese mo-
mento entra TREVIÑO, sin aliento.)
S i " fntafuena, se v u e / v e . ) ¿ Q u é p a s ó ? ( L o s
" ' ^ " " ¿ n e r a , . a h í v i e n e N av a r r o . V i e n e a v e r l o
3
"CÉSAR— (Un paso adelante.) ¿ N a v a r r o ?
G u z ^ Á K . - ¡ E s el c o l m o d el d e s c a r o ¿ Q u e q u i e r e a q u í ?
E S T O L L A - M e l o f ig ur o. H a d e v e n i r a b u s c a r u n a c o m -
p o n e n ™ p o r q u e el P e d e n t e d e l p a r t i d o l o m a n d o r e-
gañar .
SALINAS.—No me f i o .
G U Z M ÁN . — ¿Q u é h a c e m o s , m i g e n e r a l ?
C É S A R — - D é j e n l o v e n i r . Y o v o y a d e s p e a i r m e d e m i e s -
^
S
T R ^ ^ Ñ O — P E R O ^ p r o b a b l e m e n t e , q u i e r e u n a e n t r e v i s t a
P N
C É S A R —
(Con una sonrisa.) S e g u r a m e n t e .
E S T R EL L A .— ¿ S e l a c o n c e d e r á u s t e d ?
C É S A R — ¿ P o r q u é n o ?
S A L I N A S . — M i g e n e r a l , p o r f a v o r . . . (Saca su pistola y se
l ü
C É S A R . - ÍR i e n d o . ) N o , h o m b r e . A s í m e d a r í a m i e d o .
S A L I N A S . —
( S u p l i c a n t e . )
M i g e n e r a l . . .
CÉSAR. -—( Dándole una palmada.) G u á r d a t e e s o . N o s e a s
*
t 0 n
G ¿ m 4 N . - N o le h a c e , m i g e n e r a l ; n o s o t r o s e s t a m o s a r -
m a
C É S A R . — ( S e v e r a m e n t e . ) M u c h o c u i d a d o , t p i g m e n i o .
1 9 2
N a v a r r o v i e n e a q u í c o m o p a r l a m e n t a r i o . N o v a y a n a h a c e r
n i n g u n a t o n t e r í a . T r á t e l o c o n d i s c r e c i ó n , c o n b u e n o s m o -
d o s , i g u a l q u e a l o s q u e v e n g a n c o n é l . (Gestos de des-
contento.) Q u i e r o q u e s e m e o b e d e z c a , ¿ e n t e n d i d o ? (Re-
gresa hacia el escritorio para tomar su sombrero.)
G U Z M Á N . — E s t á b u e n o , p u e s , m i g e n e r a l . ( C É S A R sale por
la izquierda.)
E S T R E L L A . — (So nrie ndo y alzando los brazos.) E s o s s o n
l o s p a n t a l o n e s , s e ñ o r e s .
G U Z M Á N . — E s i g u a l . O j a l á q u e s e m e d i s p a r a r a s o l a e s t a
(Señala su pistola.) c u a n d o e s t é a q u í N a v a r r o . . .
S A L I N A S . — ¿ C o n q u i é n v i e n e , t ú ?
T R EV I ÑO . — No p u e d o v e r b i e n ; p e r o c r e o q u e c o n S a l a s
y León.
G U Z M Á N . — S u s p i s t o l e r o s , s e g u r o . S e m e h a c e q u e a q u í
va a pasar algo.
E S T R E LL A . — N a da . A p u e s t o c u a l q u i e r c o s a a q u e v i e n e
a d e c i r q u e s e r e t i r a d e l p l e b i s c i t o y q u e q u i e r e u n a
chamba.
S A L I N A S . — ( R i e n d o . ) ¡ M u y f á c i l U s t e d t o d a v í a n o c o -
n o c e b i e n a l o s n o r t e ñ o s , l i c e n c i a d o . (Va hacia la puerta.)
E S TR E L LA . — Es o l e d a r í a m e j o r r e s u l t a d o ; p o d r í a e n d e -
r e z a r l o c o n e l p a r t i d o .
G U Z M Á N . — P u e s n o h a y m á s q u e a b r i r b i e n l o s o j o s .
S A L I N A S . — (Desde la puerta.) A l l í e s t á n . (Entra. Sin de-
cir palabra,
G U Z M Á N , T R E V I Ñ O
y
S A L I N A S
revisan sus pis-
tolas; se cercioran de que salen con facilidad del cinturón,
y esperan alineados, mirando a la puerta.)
E S T R E L L A . — (M ien tra s habla se desliza insensiblemente
detrás de ellos.) T o d o e s o s o n p r e c a u c i o n e s i n ú t i le s , s e ñ o -
r e s . A d e m á s , s e p o n e n u s t e d e s e n p l a n d e a t a q u e , a p e -
s a r d e l a s ó r d e n e s d e l g e n e r a l .
G U Z M Á N . —
(A pr eta nd o los dientes. Sin volverse.)
¿ Q u é
sabemos cómo vienen estos. . .?
SALINAS. — (Sin volverse.) E s n o m á s p o r l a s d u d a s .
T R E V I Ñ O . — (Mismo juego. ) A v e r s i n o p a s a a q u í l o q u e
n o h a p a s a d o e n t a n t o t i e m p o .
G U Z M Á N . — (Sin volverse. Con una risita.) Y o l s i e m p r e l e
h e t e n i d o g a n a s a N a v a r r o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 101/267
E S T R ^ C E R D O ^ ^ ^ ^ & Z G G I
mientras mira con inqme u g e n e r a l s e ñ o r e s . . . (To-
H a y q u e c u m p l i r l a s ó r d e n e s d e l g e n ^ ^
%rí\TZt:::
p
an ó
ia
.
x — «
^
se sienta, sin hablar.) dirigiéndose hacia
G L Z M Á N . — (En jugá ndo se l a jren y
* ^ ¡ r T i e T Z ^ ^ y abandonando su
E n r e a l i d a d , e s
g
E s t R E L L A . - f V o i v . e n d o dl esera* ,
a e s t a i o es
_
m e j o r a s í . (En este ^°
AVAR
RO , flanqueado por
pe -ando esta nueva ^ » ' " D E S C O N O C I D O del segundo acto.)
sus dos pistoleros Es el DEseoma
Uo gen
„al.
N A VA R R0 .- ¿Q ué h a y, m u ^ o s . I ^
— ^ ^ d e T s ^ e l m a e s t r i t o e s e
?
s e ñ o r g e n e r a l t at ao
a r
.
(Lo
s hombres
l e r u e g a q u e t e n g a l a b o n d a a a r
( a )
' ¿ N A V A R R O se burlan un P ° C O
v a y a
,
( S
e
N A V A R R O ,- í M o r d . — TAJ ^ ^ ^ ^
M U
.
vuelve hacia sus pistoleros.)
c h a c h o s . ¿ Q u é l e s p a r e e
;
j e f e . (Ríe.)
I Z ^ c T u T ^ T a m e l a ^ r ,
L
o q u e e s
W * * « ¿
Con qué
s e n t i d o l o d i c e s ?
t ú
q u i e r a s , E p i g m e n i o .
retroceden hacia angu losopuestos m ^ ^
d e f p a r t i d o ° ¿ n o ? ^ > ^ a l e a R u b i o q u e q u i e r o h a b l a r l e a
S
° ' E S T R E L L A — E l s e ñ o r g e n e r a l R u b i o s a b e q u e q u i e r e u s -
t e d h a b l a r l e a s o l a s . A s i s e r a .
1 9 4
N A V A R R O . — (Mo rdién dose los labios. ) N o p u e d e n e g a r
q u e e s m a e s t r o ; l o s a b e t o d o . ¿ E n t o n c e s q u é e s p e r a n u s -
t e d e s p a r a s a l i r ?
S A L I N A S . — S i c r e e s q u e v a m o s a d e j a r a q u í s o l o s c o n é l
a t r e s m a t o n e s c o n p i s t o l a s . . .
N A V A R R O . — ( A m e n a z a d o r . ) M i r a , S a l i n a s . . . (Transición.
Ríe.)
Y o n o v e n g o a r m a d o .
(Abre ligeramente su saco para
probarlo.)
G U Z M Á N . — P e r o e s t o s s í .
NAVARRO. —Sa l a s , da l e t u p i s t o l a a León .
SALAS. —Pero , oye . . .
NAVARRO.— (Con mando brutal.) D a l e t u p i s t o l a a L e ó n .
(S A L A S lo obedece a regañadientes.) L e ó n , e s p é r a n o s e n e l
c o c h e . S a l a s s e r e u n i r á c o n t i g o d e n t r o d e u n m o m e n t o y
m e e s p e r a r á n j u n t o s . (L E Ó N sale después de mirar hacia los
otros y escupir.) A h o r a , g ü e r i t o s , l á r g u e n s e u s t e d e s ta m -
b i é n . (Los otros dudan.)
E S T R E L L A . — S o n l a s ó r d e n e s d e l g e n e r a l , s e ñ o r e s .
G U Z M Á N . — ( A T R E V IÑ O . ) V e n t e . . . , v a m o s a c u i d a r l e l a s
m a n o s a l L e ó n d e c i r c o e s e .
S A L I N A S . — E l g e n e r a l d i j o q u e l o e s p e r a r a N a v a r r o
«so l o» .
E S T R E L L A . — Y o v o y a s u b i r ; b a j a r é c o n e l g e n e r a l . N o
h a y c u i d a d o .
N A VA RR O.— M e g u s t a l a c o n v e r s a c i ó n . S a l a s s e q u e d a
c o n m i g o h a s t a q u e b a j e e l m a e s t r i t o . (G U Z MÁ N y TREVIÑO
salen.
S A L IN A S
los imita moviendo la cabeza. Todavía en
la puerta derecha se vuelve con desconfianza. ESTRELLA
sale por la izquierda. Se le oye subir la escalera. En voz
alta.) ¡ Q u é m i e d o t i e n e n e s t o s T e a s e g u r o q u e n o s v a n
a e s p i a r .
S A L A S . — T a m b i é n y o n o s é p a r a q u é q u i e r e s h a b l a r c o n
R u b i o .
N A V A R R O . — D i c e n q u e e s m u y b u e n c o n v e r s a d o r . (Ríe.)
D a m e u n c i g a r r o d e p a p e l , ¿ t i e n e s ? (S A L A S se acerca a dár-
selo.) L u m b r e .
(S A L A S
enciende un cerillo y se acerca más
para encender el cigarro. De este modo quedan los dos en
primer término centro, casi fuera del arco del proscenio .)
¿ E s t á t o d o a r r e g l a d o ?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 102/267
S A L A S
— T o d o , j e f e ( S A L I N A S asoma brevemente la ca-
beza N A V A R R O lo ve, ríe; S A L I N A S desaparece.)
N A V A R R O . — Y a s a b e s , e n t o n e e s : s i n o h a y a r r e g l o , t e v a s
v o l a n d o e n e l c a r r o c h i c o y p r e p a r a s e l n u m e r i t o .
S A L A S . — ¿ C ó m o v o y a s a b e r ?
N A V A R R O -(Después de una pausa. ~xe.) Y o n o p u e d o
s a l i r a h a c e r t e l a í e ñ a ; p e r o c o m o l a s g e n t e s d e e s t e v a n
a e s t a r p e n d i e n t e s , m e a r r e g l a r é p a r a q u e e n t r e S a l i n a s .
C u a n d o lo v e a s e n t r a r , v u e l a s .
N A V T R ¡ ¡ - N a d a m á s q u e h á g a n l o t o d o b i e n . A p e n a s s u -
c e d a l a m o s a , d e s h a g a n a b a l a z o s a l l o c o e s e . R e c u e r d a
h i p n l o d e l c r u c i f i j o y l o s e s c a p u l a r i o s .
S A L A S - E S O
y a e s t á l i s t o . E n t o n c e s , S a l i n a s e s l a s e ñ a l .
N A V A R R O - S Í ;
c u a n d o e n t r e . S i n o e n t r a , m e e s p e r a s
c o n L e ó n .
ciosa. C É S A R 6 5 el primero que habla.)
C É S A R. — ¿Q u é h a y , N a v a r r o ?
C ÉS A R— D éje nc « S s ^ e n c i a d o . N o s v a m o s d e n t r o d e
u n o s m i n u t o s (N AV AR RO n e
entre diente,
E s ™ « t e
después de verlos. Cuando quedan solos, habla
C É S A R . )
C
N O
t e
" a -
£
P o r q u é n o? ( S e dirige al sofá de tute. Ct-
SAR lo sigue. Se sientan.)
C É S A R . — ¿ D e q u é s e t r a t a , p u e s ?
N A V A R R O . — P e r d ó na m e ; n o m e d e j a h a b l a r l a r i s a .
C É S A R . —
( A l t i v a m e n t e . )
¿ C Ó M ° ?
N A V A R R O . -T e v i e n e g r a n d e l a f i gu ra d e C e s a r R u m o ,
1 9 6
h o m b r e . N o s é c ó m o h a s t e n i d o e l d e s c a r o . . . , e l v a l o r d e
m e t e r t e e n e s t a f a r s a .
C É S A R . — ¿ Q u é q u i e r e s d e c i r ?
N A V A R R O . — T e l l a m a s C é s a r y t e a p e l l i d a s R u b i o , p e r o
e s o e s t o d o l o q u e t i e n e s d e l g e n e r a l . N o t e a c u e r d a s d e
q u e t e c o n o c í d e s d e n i ñ o .
C É S A R . — H a s t a l o s v i e j o s d e l p u e b l o m e h a n r e c o n o -
c i d o .
N A V A R R O . — C l a r o . S e a c u e r d a n d e t u c a r a , y c u a n d o t i e -
n e n q u e n o m b r a r t e n o t i e n e n m á s r e m e d i o q u e d e c i r C é -
s a r R u b i o . ¡ B a h A h o r r e m o s p a l a b r a s . A m í n o m e e n -
g a ñ a s .
CÉSAR. — (Con desprecio.) ¿ E s e s o t o d o l o q u e t i e n e s
q u e d e c i r m e ?
N A V A R R O . — T a m b i é n q u i e r o d e c i r t e q u e n o s e a s t o n t o ,
q u e t e r e t i r e s d e e s t o . ( C É S A R no contesta.) T e p u e d e s a r r e -
p e n t i r m u y t a r d e . (Silencio de
C É S A R . ) T Ú
n o c o n o c e s l a
p o l í t i c a , C é s a r . E s t o n o e s l a U n i v e r s i d a d d e M é x i c o . A q u í
r o m p e m o s a l g o m á s q u e v id r i o s y q u e m a m o s a l g o m á s
q u e c o h e t e s .
C É S A R . — ¿ Q u é t e p r o p o n e s ?
N A VA RR O.— T e v o y a d e n u n c i a r e n l o s p l e b i s c i t o s . C u a n -
d o v e a n q u e n o e r e s m á s q u e u n f a r s a n t e , q u e e s t á s c o -
p i a n d o l o s g e s t o s d e u n m u e r t o . . .
C ÉS AR .— ¡ I m b é c i l N o p u e d e s l u c h a r c o n t r a u n a c r e e n -
c i a g e n e r a l . P a r a t o d o e l N o r t e s o y C é s a r R u b i o . M i r a e s e
r e t r a t o , p o r e j e m p l o : s e p a r e c e a m í y s e p a r e c e a l o t r o ;
f í j a t e b i e n . ¿ N o r e c u e r d a s ?
N AV A RR O.— Te d e n u n c i a r é d e t o d a s m a n e r a s .
C É S A R . — ¿ P o r q u é n o t e a t r e v e s a m i r a r e l r e t r a t o ?
A n d a y d e n ú n c i a m e . A n d a y c u é n t a l e a l i n d i o q u e l a V i r -
g e n d e G u a d a l u p e e s u n a i n v e n c i ó n d e l a p o l í t i c a e s p a -
ñ o l a . V e r á s q u é t e d i c e . S o y e l ú n i c o C é s a r R u b i o p o r q u e
l a g e n t e l o q u i e r e , l o c r e e a s í .
N A V A R R O . — E r e s u n i m p o s t o r b a r a t o . S e t e h a o c u r r i d o
l o m á s a b s u r d o . A q u í p o d í a s p r e s u m i r d e s a b i o s i n q u e n a -
d i e t e t o p a r a e l g al l o , ¡ y t e p o n e s a p r e s u m i r d e g e n e r a l
CÉSAR. —Igua l que t ú .
NAVARRO. —¿Qué d i ce s?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 103/267
C F S A R - D Í K O -
i g u a l q u e t ú . E r e s t a n p o c o g e n e r a l c o m o
y o
o c o m o S q u L a . V — L entra apenas en este mo
Ü S S 3 S
ER
N
C
A V
O
A R R 0 .-¡Pálido de rabia.) T e e s t á s m e t i e n d o c o n
C O S
C
S
É S A R -
¿
N O e s c i e r t o ? T o d a s l a s n o c h e s t e t o m a b a s
u n a bo T e l la e n t e r a d e c o ñ a c p a r a p o d e r m a t a r p e r s o n a l -
m e n t e a l o s d e t e n i d o s e n l a i n s p e c c i ó n . Y s i n a d a m a s
h u b i e r a s i d o c o ñ a c . . .
NAVARRO.— ¡Ten cu i d ad o
r
,
C É S A R — ¿ D e q u é ? P u e d e q u e y o n o s e a e l g r a n C e s a r
R ¡ á s s : e ? v s S
s ^ s J - J z t s s s
g o í o s d i s f r a z a d o s d e h o m b r e s . ¿ Q u i é n l e s p i d e c u e n t a s ?
T o d o s s o n u n o s g e s t i c u l a d o r e s h i p ó c r i t a s .
N
A
V A R R O . - N i n g u n o
h a r o b a d o , c o m o t ú , l a p e r s o n a h -
D A D
C É S A R
— ¿ N o ? T o d o s u s a n i d e a s q u e n o s o n s u y a s ; t o -
d o s s o n c o m o l a s b o t e l l a s q u e s e u s a n e n e l t e a t r o : c o n
e t i q u e t a d e c o ñ a c y r e l l e n a s d e l i m o n a d a ; o t r o s s o n r a -
b i n o s y g u a y a b a s ; u n c o l o r p o r f u e r a y o t r o p o r d e n t r o
E s
un í
c o s a d e l p a í s . E s t á e n t o d a l a h i s t o r i a q u e t u n o
c o n o c e s . P e r o t ú , m í r a t e t ú . H a s c o n o c i d o d e c e r c a a l o s
c a u d i l l o s d e t o d o s l o s p a r t i d o s p o r q u e l o s h a s s e r v i d o a
t o d o s p o r l a m i s m a r a z ó n . L o s m a s p u r o s
d e e
^
t r e e l
°
S
h a n n e c e s i t a d o s i e m p r e d e t u s m a n o s p a r a c o m e t e r s u s
c r í m e n e s , d e tu c o n c ie n c i a p a r a r e c o g e r s u s r e m o r d u n i e n -
1 9 8
t o s , c o m o u n b a s u r e r o . E n v e z d e a p l a s t a r t e c o n e l p i e ,
t e h a n d a d o h o n o r e s y d i n e r o p o r q u e c o n o c í a s s u s s e c r e -
t o s y e j e c u t a b a s s u s b a j e z a s .
NAVARRO.— (Con furia.) N o s e t r a t a d e m í , s i n o d e t i ,
u n m a e s t r i l l o m e d i o c r e , u n f r a c a s a d o q u e n a d a p u d o h a -
c e r p o r s í m i s m o . . . , n i s i q u i e r a m a t a r , y q u e s o l o p u e d e
v i v i r t o m a n d o l a f ig ur a d e u n m u e r t o . E s e e s u n g e s t o
s u p e r i o r a t o d o s . D e t i , a q u i e n v o y a d e n u n c i a r y a p o n e r
e n r i d í c u l o a u n q u e s e a e l ú l t i m o a c t o d e m i v i d a . ¡ E s t á s
a t i e m p o d e r e t r o c e d e r , C é s a r H a z l o ; d é j a m e el c a m p o
l i b r e ; n o m e p r o v o q u e s .
C É S A R . — ¿ Y q u i é n e r e s t ú p a r a q u e y o t e t e m a ? N o s o y
C é s a r R u b i o . (La cara angustiada de
M I G U E L
aparece un
momento.) P e r o s é q u e p u e d o s e r l o , h a c e r l o q u e é l q u e -
r í a . S é q u e p u e d o h a c e r b i e n a m i p a í s i m p i d i e n d o q u e l o
g o b i e r n e n l o s l a d r o n e s y l o s a s e s i n o s c o m o t ú . . . , q u e t e n -
g o e n u n s o l o d í a m á s i d e a s d e g o b i e r n o q u e t ú e n t o d a
t u v i d a . T ú y l o s t u y o s e s t á n p r o b a d o s y a y n o s i r v e n . . . ,
e s t á n p o d r i d o s ; n o s i r v e n p a r a n a d a m á s q u e f o m e n t a r
l a v e r g ü e n z a y l a h i p o c r e s í a d e M é x i c o . N o c r e a s q u e m e
d a s m i e d o . E m p e c é m i n t i e n d o , p e r o m e h e v u e l t o v e r d a -
d e r o s i n s a b e r c ó m o , y a h o r a s o y c i e r t o . A h o r a c o n o z c o
m i d e s t i n o : s é q u e d e b o c o m p l e t a r e l d e s t i n o d e C é s a r
R u b i o .
N A V A R R O . — ( L e v a n t á n d o s e . ) A l lá t ú ; p e r o n o t e q u e j e s
l u e g o , p o r q u e h o y t o d o e l p u e b l o , t o d o e l E s t a d o , t o d o
e l p a í s , v a n a s a b e r q u i é n e r e s .
C É S A R . — ( L e v a n t á n d o s e . ) D e n ú n c i a m e , e s o e s . N o p o -
d r í a s e s c o g e r u n c a m i n o m á s s e g u r o p a r a d e s t r u i r t e t ú
so l o .
N A V A RR O .— ¿ Q ué q u i e r e s d e c i r ?
C É S AR . — Te i n t e r e s a , ¿ e h ? D i m e u n a c o s a : ¿ c ó m o v a s
a p r o b a r q u e y o n o s o y e l g e n e r a l C é s a r R u b i o ? ( M I G U E L
asoma y oculta la cabeza entre las manos.)
NAVARRO.—Ya lo verás.
C É SA R .— M e i n t e r e s a d e m a s i a d o p a r a e s p e r a r . A m i v e z ,
d e b o a d v e r t i r t e d e p a s o q u e n a d i e c r e e r á p a l a b r a d e l o q u e
t ú d i g a s . E s t á s d e m a s i a d o t a r a d o , t e o d i a n d e m a s i a d o .
¿ C ó m o v a s a p r o b a r q u e C é s a r R u b i o m u r i ó e n m i l n o v e -
c i e n t o s c a t o r c e ? .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 104/267
N A VA RR O.— D e m o d o i r r e f u t a b l e . ^ .
C É S A R — E s l o q u e y o c r e í a . P u e d e s i r t e y p r o b a r l o ; e s
p o s i b l e q u e a c a b e s c o n m i g o ; p e r o a c a b a r á s c o n t i g o t a m -
b i é n .
NAVARRO. —Expl í ca t e .
C É S A R . — ¿ P a r a q u é ? ¿ N o e s t á s t a n s e g u r o d e t i ?
N A V A R R Q . - E s t o y t a n s e g u r o , q u e s e q u e t e d e s t r u í - .
^ C É S A R — ¿ S í ? (Toma aliento.) ¿ D i c e s q u e v a s a p r o b a r
d e m o d o i r r e f u t a b l e l a m u e r t e d e C é s a r R u b i o ?
CtllT-isTntándose.) S i s u p i e r a s h i s t o r i a , s a b r í a s q u e
e s d i f í c i l e s o .
NAVARRO. —Lo proba ré .
t
..
C É SA R .— S o lo p o d r í a s h a c e r l o s i h u b i e r a s s i d o t e s t i g o
p r e s e n c i a l d e e l l a .
NAVARRO.—Lo fui .
C É S A R — ¿ P o r q u é n o l o s a l v a s t e , e n t o n c e s /
N A VA R RO .— N o f u e p o s i b l e . . . ; e r a n d e m a s i a d o s c o n t r a
n o s o t r o s . . . . . „
C É S A R . — E s e f u e e l p a r t e o f i c i a l q u e i n v e n t a r o n . M i e n t e s .
NAVARRO. —En l a ba l ace ra . . .
C É SA R .— N o h u b o b a l a c e r a .
NAVARRO.—¿Qué?
C É S A R — N o h u b o m á s q u e u n a s e s i n o . F u e la p r i m e r a
v e z e n s u c a r r e r a q u e s e t o m ó u n a b o t e l l a d e c o ñ a c p a r a
q u e n o l e t e m b l a r a e l p u l s o .
N A V A R R O . — J N O
e s v e r d a d ¡ N o e s v e r d a d
C É S A R . — ¿ P o r q u é n i e g a s a n t e s d e q u e y o l o d i g a ?
N A V A R R O . — ( T e m b l o r o s o . ) N o h e n e g a d o .
C ÉS A R.— T e t r a n q u i l i z a s t e d e m a s i a d o p r o n t o c u a n d o m e
v i s t e , e l d í a q u e v i n o t o d o e l p u e b l o . H a c e c u a t r o s e m a -
n a s . P e r o c u a n d o y o s a l í a , p a r e c í a q u e i b a s a d e s m a y a r t e .
H a b í a s t e n i d o d u d a s , r e m o r d i m i e n t o s , m i e d o . . .
N A V A R R O . — ¿ Y o ? ¿ P o r q u é h a b í a d e . . . ? E r e s u n i m b é c i l .
N o s a b e s l o q u e d i c e s .
C É S A R
.—(Levantándose con una terrible grandeza.) l u
d e j a s t e c i e g o d e u n t i r o a l a s i s t e n t e C a n a l e s . ¿ L o r e -
c u e r d a s ?
2 0 0 ;
NAVARRO.— ¡ Me nt i r a
C É S A R . — T ú m a t a s t e a l c a p i t á n S o l í s , a q u i e n s i e m p r e
e n v i d i a s t e , p o r q u e C é s a r R u b i o l o p r e f e r í a .
NAVARRO.— ¡Te d i go q ue mi en t e s
C É S A R . — ( I m p o n e n t e . ) ¡ T ú m a t a s t e a C é s a r R u b i o
NAVARRO.— ¡N o
C É S A R . — H u b i e r a s d e b i d o m a t a r a C a n a l e s o c o r t a r l e
l a l e n g u a . E s t á v i v o y y o s é d ó n d e e s t á . P o r e s t e c r i m e n
t e h i c i e r o n c o r o n e l .
N AV AR RO .— ¡ E s u n a c a l u m n i a e s t ú p i d a . S i t a n s e g u r o
e s t á s d e e s o , ¿ p o r q u é n o s e l o c o n t a s t e a t u g r i n g o ?
C É S A R . — P o r q u e c r e í a y o e n t o n c e s q u e i b a a n e c e s i t a r t e .
N o t e n e c e s i t o . V e y d e n ú n c i a m e . Y o d a r é l a s p r u e b a s ,
t o d a s l a s p r u e b a s d e q u e d i c e s l a v e r d a d . . . , n o p u e d o h a -
c e r m á s p o r u n a n t i g u o a m i g o . ( N A V A R R O se deja caer aba-
tido en un sillón.
C É S A R
lo mira y continúa.)
¿ T e c r e í a s
m u y f u e r t e ? ¿ Q u é d i j i s t e ? D i j i s t e : e s t e m a e s t r i l l o d e es -
c u e l a e s u n p o b r e d i a b l o q u e q u i e r e m o r d i d a . L e d a r é u n
s u s t o p r i m e r o y u n h u e s o d e s p u é s . P o r q u e n o l o n i e g u e s ,
m e l o h a d i c h o q u i e n l o s a b e : v e n í a s a o f r e c e r m e l a u n i -
v e r s i d a d r e g i o n a l . Y o s i e n t o n o p o d e r o f r e c é r t e l a a t i ,
q u e n o s a b e s n i e s c r i b i r n i s u m a r . A h o r a v a m o s a l o s p l e -
b i s c i t o s , p a s e l o q u e p a s e .
N A V A R R O . — ( R e a c c i o n a n d o . ) B u e n o ; s i t ú m e d e n u n c i a s ,
t e p i e r d e s i g u a l m e n t e .
C É S A R . — A s í n o m e i m p o r t a . P e r o t ú c a l l a r á s . M i c r i -
m e n e s d e m a s i a d o m o d e s t o j u n t o a l t u y o , y s o y g e n e r o s o .
T e d o y v e i n t i c u a t r o h o r a s p a r a q u e t e v a y a s d e l p a í s ,
¿ e n t i e n d e s ? T i e n e s d i n e r o s u f i c i e n t e : h a s r o b a d o b a s -
t a n t e .
NAVARRO. —No me i r é . Pre f i e ro . . .
C É S A R . — S i n o l o h a c e s , p r o b a r é q u e m e a s e s i n a s t e y
p r o b a r é t a m b i é n q u e m e s a lv é . P u e d o h a c e r l o ; n o c r e a s
q u e n o h e p e n s a d o e n e s t a e n t r e v i s t a , e n e s t a c o n t i n g e n -
c i a . T e h e e s p e r a d o t o d o s l o s d í a s d e s d e h a c e u n a s e m a n a ,
y h e t o m a d o m i s p r e c a u c i o n e s . (Mira su reloj.) E s h o r a
d e i r a l o s p l e b i s c i t o s .
N A V A R R O . — (Des pusé de una pausa torturada.) C o m o
q u i e r a s . . . , p e r o t e a d v i e r t o l e a l m e n t e q u e y o t a m b i n é h e
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 105/267
t o m a d o m i s p r e c a u c i o n e s , y q u e e s m e j o r q u e n o v a y a s a
l 0 S
C e s A R
S
— ¿ Q u é s a b e s t ú l o q u e e s i a l e a l t a d ? L a p a l a b r a
d e b e r í a e s t a l l a r t e e n l o s l a b i o s y d e s h a c e r t e .
S ^ r ^ í « ^ P
T
i o - e s t e i u e
g
o .
t r e
¿ ? s A r " ° N V r ' s o r
P
r e n d e r í a q u e m e a se si n a-
r a s M e s o r p r e n d e q u e n o l o h a y a s h e c h o y a .
NAVARRO.—No soy t a n t o n t o .
z g v s í v : ' ¿ s s m s
r
" c ' , /Entrando.) M a n d e , g e n e r a l .
C É S A R — E s t a t e a q u í m i e n t r a s p a s a e l g e n e r a l N a v a r r o .
C re o q u e t i e n d o . ( Se o y e dentro el mido de un auto-
" ' N
Í
V A R R O - T Ú
U
I O t e h a s s e n t e n c i a d o , « g e n e r a , , . R u b i o
" ' " C M N A S - M Í g e n e r a l , e s t e l l ev a m a l a s in t e n c i o n e s . Y o
c r e o q u e h a b r í a q u e p a r a r l e l o s p i e s . D é m e u s t e d p e r -
m i
C É S A R - N o , S a l i n a s , d é j a l o . N o p u e d e h a c e r n a d a . (Va
al centro v v e
A M I G U E L ,
que sale, pálido, del ntorco de la
puerta izquierda. Se oyen pasos en la escalera.)
¡ M . g u e l
¿ E s t a b a s a q u í ?
M I G U E L . — (Con voz extraña.) N o . . . , t e t r a í a t u s o m b r e -
r o . (Se lo tiende.)
C É S A R . — ¿ Q u é t i e n e s t ú ?
M I G U E L . — N a d a . (Al mismo tiempo que aparece
E L E N A
en la puerta izquierda,
G U Z M Á N , T R E V I Ñ O
y
E S T R E L L A
en-
tran por la derecha.)
C É S A R . — E s h o r a d e i r n o s , m u c h a c h o s .
E L E N A . — C é s a r , q u i e r o h a b l a r t e u n m o m e n t o .
C É S A R . — T e n d r á q u e s e r m u y r á p i d o , E l e n a . P o r e s o
m e d e s p e d í d e t i a n t e s . V a y a n p r e p a r a n d o l o s c o c h e s , m u -
c h a c h o s , l o s a l c a n z a r é e n u n i n s t a n t e . ( M I G U E L
se dirige
a la izquierda.) ¿ T ú n o v i e n e s c o n n o s o t r o s , M i g u e l ?
M I G U E L . — (S e detiene, vacila visiblemente. Al fin, con
un esfuerzo.) N o . (Todos lo miran. Comprende que debe
dar una explicación.) N o m e s i e n t o b i e n . (Rápido.) Si e s -
t o y m e j o r d e n t r o d e u n r a t o , l o s a l c a n z a r é a l l á . (Evita ha-
blar directamente a su padre; no lo mira. Termina de ha-
blar apenas cuando sale por la izquierda sin esperar más.)
C É S A R .— V a m o s , m u c h a c h o s . A d e l á n t e n s e .
G U Z M Á N . — (Co nform e sa l en .) V a m o s a l e v a n t a r u n a b u e -
n a e s c o l t a . N o m e f í o d e N a v a r r o . S e r e í a a l s u b i r a s u
c o c h e . (Salen él,
T R E V I Ñ O
y
S A L I N A S ,
hablando entre ellos.)
ESTRELLA. — (Se detiene en el umbral y regresa unos pa-
sos.) ¿ P u e d o p r e g u n t a r c ó m o r e s u l t ó l a e n t r e v i s t a , m i g e -
n e r a l ?
C É S A R . — M u y b i e n . T r a n q u i l í c e s e , l i c e n c i a d o . A n d e . ( E S -
T R E L L A
sale.)
E L E N A .— ¿ Q u é e n t r e v i s t a ? ¿ E n t o n c e s e s v e r d a d q u e N a -
v a r r o h a e s t a d o a q u í ? E s o e s l o q u e q u e r í a p r e g u n t a r t e .
CÉSAR.—Sí , aq u í e s t u vo .
E L E N A . — ¿ Q u é q u e r í a ?
C É S A R .— G a n a r, n a t u r a l m e n t e . P e r o p e r d i ó .
E L E N A . — C é s a r , n o v a y a s a l o s p l e b i s c i t o s .
C É S A R . — ( R i e n d o . ) M e r e c u e r d a s a la m u j e r d e C é s a r . . . ,
d e l r o m a n o . (Se acerca a ella y le toma las manos.) ¿T i e -
n e s m i e d o ?
E L E N A . — S í . . . , e s l a v e r d a d . R e n u n c i a a t o d o e s t o , C é -
s a r . N a v a r r o p u e d e . . .
C É S A R . — N a v a r r o n o p u e d e n a d a y a . A q u í p e r d i ó l o s
d i e n t e s y l a s u ñ a s .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 106/267
E L E N A .— P u e d e m a t a r t e t o d a v í a .
C É S A R . - N O e s t a n t o n t o
a r r i e s e a r
t u v i d a p o r u n a
-
* *
e n
S T s A R - T e d i j e : T o d o c o n ti g o . ¿ L o r e c u e r d a s ? H a b l a s
d e u n a m e n t i r a , ¿ c u á l ?
E L E N A . — ¿ N o l o s a b e s ?
f
n e c e s a r i o a l
CÉSAR. E s que Y
D
A
E
™
A
H
^
L I E
M
R
E
A
T v e r d a d , p e r o y a m e
Í T y t í G a n ^ l ^ r ., s e r , g o b e r n a d o r ,
s e r é p r e s i d e n t e t a l v e z . . .
E L E N A . - P e r o n o s e r a s ; tu. ,
prec¡
.
C É S A R . - E S
d e c i r , ¿ q u e n o c r e e s e n m
s á m e n t e s e r é y o m á s q u e
e
l d e s -
q u e s o y o t r o . S i e m p « = m e p r e g u n t g a n t e s « 1
m e
t i n o m e h a b í a e x c l u i d o d e s u j u e g o p q ^
u t i l i z a b a p a r a n a d a : h a b í a s o ñ a d o
N
°
P U e
e
d
° A S « n g o q u e v e T m e " en e , e s p e j o p a r a e r a r l o .
5 1 6
E ? E N A - N J " ^ d e s t i n o , C és a r, s in o t ú , t u s a m bi ci o-
n e s. ¿P a r a q u é q u i er e s « p o t o r i ^
m á s d a f l o
C É S A R . - T e
s o r
P
r e n
,
d e
" ^ .
m
í f e n E s m i o p o r t u n i d a d y
q u e o t r o , y q u i z a h a r é a l g ú n b i e n , f c . m V
d e b o a p r o v e c h a r l a . ^ ^ P ^ ^ S p o r t o d o s l o s
p a r e c e , c u a n d o a m p l i o , s i
" T Ü T Z C O L s i t e h u b i e r a s v u e l t o
r c a
r
s
e
a r
T U
c o n ' u n h o m b r e e n t e r a m e n t e n u e v o
" ^ ^ N A — ^ ^ ^ q u t e r o n a d a ^ T e ^ á i p ^ o ^ n o l a y a s a
t o d o e s t á e m p e z a d o y t o d o t i e n e q u ^ ^
h a c e r n a d a m a s q u e R u b i o , s i n o y o . e l
q u e ° e Í ^ . -
U
¿
e
" t i ™ d S ° T < xl o a ^ d l a s tr e , a q u e ll a i n e ,
c i a , a q u e l f r a c a s o q u e e r a y o . D í m e q u e e n t i e n d e s . . . y e s -
p é r a m e . (La abraza, la besa, y se cala el sombrero.)
E L E N A . — P o r ú l t i m a v e z , C é s a r . ¡ N o v a y a s
C É S A R . — ¿ D e q u é t i e n e s m i e d o ?
E L E N A . — N o t e l o d i r é : p o d r í a y o a t r a e r t e e l m a l a s i .
C É S A R . — ( S o n r i e n d o . ) H a s t a d e n t r o d e u n r a t o , E l e n a .
C u a n d o v u e l v a , s e r á s l a s e ñ o r a g o b e r n a d o r a . (La mira un
momento y sale. Dentro, lo acoge un vocerío entusiasta.
E L E N A
permanece en el sitio, mirando hacia la puerta. De
pronto
C É S A R
reaparece.)
E s b u e n o q u e h a b l e s c o n M i g u e l .
E s la ú n i c a i n q u i e t u d q u e m e l l e v o : e s t u v o m u y e x t r a ñ o
h a c e u n r a t o ; m e p a r e c e q u e s a b e a l g o . T r a n q u i l í z a l o , E l e -
n a . (Hace un saludo final con la mano, y se va.
E L E N A
sola
va hacia el cartel. Lo mira pensativamente un momento.
Se oye a
M I G U E L
en la escalera.
E L E N A
se vuelve.)
M I G U E L .— M a m á , t e n g o q u e h a b l a r t e .
E L E N A .— T e n go u n a i n q u i e t u d t a n g r a n d e p o r t u p a d r e ,
h i j o . N o v i v i r é h a s t a q u e r e g r e s e .
M I G U E L . — S i t r i u n f a , c u a n d o r e g r e s e y o e m p e z a r é a d e -
j a r d e v i v i r .
E L E N A . — ¿ P o r q u é d i c e s e s o ?
M I G U E L . — ( B r u t a l . ) ¿ P o r q u é h a h e c h o e s t o m i p a d r e ?
E L E N A . — (Sen tándose en e l so fá . ) ¿ H e c h o q u é ?
M I G U E L . — E s t a m e n t i r a . . . , e s t a i m p o s t u r a .
E L E N A . — ¿ Q u é d i c e s ?
M I G U E L . — S é q u e n o e s C é s a r R u b i o . ¿ P o r q u é t u v o q u e
m e n t i r ?
E L E N A . — P o d r í a d e c i r t e q u e n o h a m e n t i d o .
M I G U E L . — P o d r í a s , e n e f e c t o . ¿ Y q u é ? N o m e c o n v e n c e -
r í a s d e s p u é s d e l o q u e h e o í d o .
E L E N A . — ¿ Q u é e s l o q u e h a s o í d o , M i g u e l ?
M I G U E L . — L a v e r d a d . S e l a o í d e c i r a N a v a r r o .
E LE NA .— ¡ U n e n e m i g o d e t u p a d r e ¿ C ó m o p u d i s t e
c r e e r l o ?
M I G U E L . — T a m b i é n s e l o o í d e c i r a o t r o e n e m i g o d e m i
p a d r e . . . , al p e o r d e t o d o s . A é l m i s m o .
E L E N A . — ¿ C u á n d o ?
M I G U E L . — H a c e u n m o m e n t o , c u a n d o d i s c u t í a c o n N a -
v a r r o . M i e n t e a h o r a t ú t a m b i é n , s i q u i e r e s .
ELENA.— ¡M i gue l
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 107/267
M I G U E L . — ¿ C ó m o v o y a j u z g a r a m i p a d r e . . . y a t i . . .
d e s p u é s d e e s t o ?
E L E N A . — (Re acc i ona ndo con energ ía .) ¿ A j u z g a r n o s ? ¿ Y
d e s d e c u á n d o j u z g a n l o s h i j o s a s u s p a d r e s ?
M I G U E L . — Q u i e r o , n e c e s i t o s a b e r p o r q u é h i z o e s t o .
M i e n t r a s n o l o s e p a n o e s t a r é t r a n q u i l o .
E L E N A . — C u a n d o t ú n a c i s t e , t u p a d r e m e d i j o : T o d o l o
q u e y o . n o h e p o d i d o s e r , l o q u e n o h e p o d i d o h a c e r , t o d o
l o q u e a m í m e h a f a l l a d o , m i h i j o l o s e r á y l o h a r á .
M I G U E L . — E s o e s e l p a s a d o . N o v a y a s a d e c i r m e a h o r a
q u e m i n t i ó p o r m í , p a r a q u e y o h i c i e r a a l g o .
E L E N A . — E s e l p r e s e n t e , M i g u e l . E x a m í n a t e y j ú z g a t e ,
a v e r s i h a s c o r r e s p o n d i d o a s u s i l u s i o n e s .
M I G U E L . — ¿ H a r e s p e t a d o é l l a s m í a s ? T o d a v í a a l l l e g a r
a e s t a c a s a le p e d í q u e n o f u e r a a h a c e r n a d a d e s h o n e s t o ,
n a d a s u c i o . T e n í a y o d e r e c h o a p e d í r s e l o , y é l l o p r o -
m e t i ó .
E L E N A . — N a d a s u c i o , n a d a d e s h o n e s t o h a h e c h o .
M I G U E L .— ¿ T e p a r e c e p o c o ? R o b a r l a p e r s o n a l i d a d d e
o t r o h o m b r e , a p o y a r s e e n e l l a p a r a s a t i s f a c e r s u s a m b i -
c i o n e s p e r s o n a l e s .
E L E N A .— T o d a ví a h a c e u n m o m e n t o s e p r e o c u p a b a p o r
t i ; p e n s a b a q u e a s u t r i u n f o t ú p o d r í a s h a c e r l o q u e q u i -
s i e r a s e n l a v i d a . ¿ E s a s í c ó m o l e p a g a s ?
M I G U E L . — L o q u e n o q u i e r o e s s u t r i u n f o . . . , n o t i e n e d e -
r e c h o a t r i u n f a r c o n e l n o m b r e d e o t r o .
E L E N A . — T o d a s u v i d a h a d e s e a d o h a c e r a l g o g r a n d e . . . n o
s o l o p a r a é l s i n o p a r a m í , p a r a u s t e d e s .
M I G U E L . — ¿ E n t o n c e s p o r e s o l o j u s t i f i c a s ? ¿ P o r q u e t e
d a r á d i n e r o y c o m o d i d a d e s ?
E L E N A . — Ñ o c o n o c e s a t u m a d r e , M i g u e l . T u p a d r e n o
p e r j u d i c a a n a d i e . E l o t r o h o m b r e h a m u e r t o , y é l p u e d e
h a c e r m u c h o b i e n e n s u n o m b r e . E s h o n r a d o .
M I GU E L. — ¡ N o N o e s h o n r a d o , y e s o e s l o q u e m e l a s -
t i m a e n e s t o . E n l a m i s e r i a y o l e h u b i e r a a y u d a d o . . . , l o
h u b i e r a h e c h o t o d o p o r é l. A s í . . . , n o q u i e r o v o l v e r a v e r l o .
E L E N A . — ( A s u s t a d a . ) E s o e s o d i o , M i g u e l .
M I G U E L . — ¿ Q u é e s p e r a b a s q u e f u e r a ?
E L E N A . — N o p u e d e s o d i a r a t u p a d r e .
M I G U E L . — H e h e c h o t o d o s l o s e s f u e r z o s . . . , p r i m e r o c o n -
ra i i ^ T T
a d
' - ?
n t r a 1 3 m e n t i r a
m e d i o c r e d e n u e s -
t r a v d a . T o d a m i i n f a n c i a g a s t a d a e n p r o t e g e r u n a a p a -
r i e n c i a d e c o s a s q u e n o e x i s t í a n . L u e g o , e n l a U n i v e r s i d a d
m i e n t r a s e l d e f e n d í a e l c a s c a r ó n , l a m e n t i r a
E L E N A . — ¡ M i g u e l ¿ T e o l v i d a s d e q u e t ú ?
M I G U E L . - N O .
P e r o a h o r a e s t o . E s d e m a s i a d o y a C o n
r a z ó n m e s e n t í a y o i n q u i e t o , i n c ó m o d o , a v e r g o n z a d o c a
n e J d o
q U C
°
í a l 0 S v i v a s
' a p l a u s o s , l o s d í s c u r s o s . ' H a
l l e g a d o a r e p r e s e n t a r a l a p e r f e c c i ó n t o d a s l a s m e n t i r a s
q u e o d i o , y e s t o e s l o q u e h a h e c h o p o r m í , p o r ™ h i j o
j e c e r ^ e
5
v e r g ü e n z a
3
* ^ * ^
E L E N A — ( L e v a n t á n d o s e a g i t a d a . ) N o p o d r í a d e c i r t e
c u a n t o m e t o r t u r a s , M i g u e l . D e b e d e h a b e r a l g o d e s c o m
p u e s t o e n t i p a r a d a r t e e s t o s p e n s a m i e n t o s
M I G U E L — ¿ P o r q u é h i z o e s t o m i p a d r e ?
E L E N A .
¿ N o h a s d i c h o t ú m i s m o q u e p o r s u s a m h i
c i o n e s , n o h a s p e n s a d o y a q u e p o r l a s m í a s ? ¿ N o h a s
d i c h o q u e n o c r e e r á s l o c o n t r a r i o d e l o q u e c r e e s ¿ o r a *
No° r S o n o t c o ^ ^ "
n
° ^ »
d m b r n o q u e H e vé T n ^ í ^ ^
q u e
-
^ M I G U E L — M a m á , ¿ n o c o m p r e n d e s t ú t a m p o c o , en t o n -
E L E N A — C o m p r e n d o q u e te l l e v a b a t o d a v í a e n m í q u e
M IGUE?
Y q U C d e
~
t e
— a s d e ' é l
n a ra x W 7
C
^
d e
<*
Ue
^
i e r o
^ v e r d a d
n o n „ . I ' ^
t e n g
°
h a m b r e s e d d e
v e r d a d , d e q u e
n o p u e d o r e s p i r a r y a e n e s t a a t m ó s f e r a d e m e n t i d a ?
Q
E - L E N A . — E s t a s e n f e r m o .
M I G U E L — E s u n a e n f e r m e d a d t e r r i b l e , n o c r e a s q u e n o
10 s e . l u p u e d e s c u r a r m e . . . , t ú p u e d e s e x p l i c a r m e
o J
L
l l ^ °
m Í
r
C O n
1
n n a g r a n
iedad
- > S i é n t a t e , M i -
g u e l (Ella se sienta en el sofá, a sus pies.)
a u e £ l f ^
( M Í e n
>
r a S 5 6 S Í e n t a
- >
¿ Q u é
P °
d r í a s
d e c i r m e
q u e b o r r e l o q u e 0 1 a m i p r o p i o p a d r e ?
E L E N A — P u e d o d e c i r t e q u e t u p a d r e n o m i n t i ó .
M I G U E L — (I rg ui en do violentamente la cabeza) Si tú
m i e n t e s , m a m á , s e m e h a b r á a c a b a d o t o d o
E L E N A .
(Enérgica.) T u p a d r e n o m i n t i ó . E l n u n c a d i j o
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 108/267
a n a d i e : Y o s o y e l g e n e r a l C é s a r R u b i o . A n a d i e . . . , n i s i -
q u i e r a a B o l t o n . E l l o c r e y ó , y t u p a d r e l o d e j o c r e e r o ,
l e v e n d i ó p a p e l e s a u t é n t i c o s p a r a t e n e r d i n e r o c o n q u e l l e -
v a r n o s a t o d o s n o s o t r o s a u n a v i d a m a s f e l i z .
M I G U E L .— P e r o m e h a b í a p r o m e t i d o . . . N o p u e d o c r e e r l o .
E L E N A . — ¿ N o e s t u v i s t e t ú a q u í l a t a r d e q u e v i n i e r o n
l o s p o l í t i c o s ? ¿ L e o í s t e d e c i r u n a s o l a v e z q u e e l f u e r a e l
g e n e r a l C é s a r R u b i o ? ( M I G U E L
mueve la cabeza en silen-
cio.) E n t o n c e s , ¿ p o r q u é l o a c u s a s ? ¿ P o r q u e h a s d i c h o
t o d a s e s a s h o r r i b l e s c o s a s ?
M I G U E L . — ( Nuevam ente apas ionado . ) ¿ P o r q u e a c e p t o
e n t o n c e s t o d a e s a f a r s a , p o r q u é n o s e o p u s o a e l l a ? N o
d i i o - Y o s o y e l g e n e r a l C é s a r R u b i o , p e r o t a m p o c o d i j o
q u e n o l o f u e r a . ¡ Y e r a t a n f á c i l U n a p a l a b r a . . . , y h a i d o
m á s l e j o s a ú n . . . , h a l l e g a d o a e n g a ñ a r s e , a c r e e r q u e e s
u n g e n e r a l , u n h é r o e . E s r i d í c u l o . ¿ C o m o p u d o ? . . . S i } o
t u v i e r a u n h i j o l e d a r í a l a v e r d a d c o m o l e c h e , c o m o a i r e
E L E N A — S i t u v i e r a s u n h i j o , l o h a r í a s d e s g r a c i a d o . Y a t e
h e d i c h o p o r q u é a c e p t ó t u p a d r e . H a r á b i e n e n e
g o b i e r n o , e s s u o p o r t u n i d a d , l a c o s a q u e e l h a b í a s o n a d o
s i e m p r e ; p o d r á d a r a s u s h i j o s l o q u e n o t u v i e r o n a n t e s .
¿ Q u é h a r í a s t ú e n s u l u g a r , s i t u s h i j o s t e c r e y e r a n u n f r a -
c a s a d o , y s e t e p r e s e n t a r a l a o c a s i o n d e h a c e r a l g o . . .
g r a
M i G U E L . - N a d a e s m á s g r a n d e q u e l a v e r d a d . M i p a d r e
g o b e r n a r á e n l u g a r d e l o s b a n d i d o s . . . , é l m i s m o l o d i j o ;
p e r o e s o s b a n d i d o s p o r l o m e n o s s o n e l l o s m i s m o s , n o e l
f a n t a s m a d e u n m u e r t o . ,
n
E L EN A .— N o t o m ó s u n o m b r e s i q u i e r a . . . , s e l l a m a b a n
i g u a l , n a c i e r o n e n e l m i s m o p u e b l o . . .
M I G U E L . — N o . . . , n o . . . , a s í n o . L o p r e f e r í a y o c u a n d o e s -
t u v o f r e n t e a m í e n l a U n i v e r s i d a d .
E L E N A
— E r e s t a n j o v e n , M i g u e l . T u s j u i c i o s , t u s i d e a s ,
s o n v i o l e n t o s y d u r o s . L a s l a n z a s c o m o p i e d r a s y s e d e s -
h a c e n c o m o e s p u m a . A n t e s , e n l a U n i v e r s i d a d , a c u s a b a s
a t u p a d r e d e s e r u n f r a c a s a d o ; a h o r a . . .
M I G U E L . — E r a m e j o r a q u e l l o . T o d o e r a m e j o r q u e e s t o
Ahora l o veo . ( JULIA entra por la izquierda. Visiblemente
ha estado oyendo parte de esta conversación.
M I G U E L S E
levanta y va hacia la ventana.)
J U L I A . — ¿ Q u é p a s a , m a m á ?
E L E N A . — N a d a .
J U L I A . — N o m e l o n i e g u e s .
M I G U E L . — (V olv ién do se, sin dejar la ventana.) H a s e s -
t a d o o y e n d o , ¿ v e r d a d ? E s c o n d i d a e n l a e s c a l e r a .
J U L I A . — A s í o í s t e t ú l o q u e n o d e b í a s o í r : l a c o n v e r s a -
c i ó n e n t r e p a p á y N a v a r r o . T e v i d e s d e a r r i b a . ¿ P o r q u é
n o s a l i s t e e n t o n c e s ? ¿ P o r q u é n o t e a t r e v i s t e a d e c i r l e
e s a s c o s a s a p a p á , f r e n t e a f r e n t e ?
E L E NA . — ¡ J u l i a
J U L I A . — P a r a m í , c o m o q u i e r a q u e s e a , p a p á s e r á s i e m -
p r e u n h o m b r e e x t r a o r d i n a r i o . . . , u n h é r o e . S i l o h u b i e r a s
o b s e r v a d o e s t o s d í a s , d a n d o ó r d e n e s , h a b l a n d o al p u e b l o ,
s o m e t i e n d o a l o s j e f e s , h a b r í a v i s t o q u e n a c i ó p a r a e s t o .
T u v o q u e e s p e r a r m u c h o t i e m p o , p e r o m e r e c í a t e n e r e s t a
o c a s i ó n d e . . .
M I G U E L . — E r e s m u j e r . ¿ C ó m o n o h a b í a d e d e s p e r t a r t u s
p e o r e s i n s t i n t o s e l t r u c o d e l h é r o e ? E s o e s l o q u e t e t i e n e
s e d u c i d a . S i n o l e o b s e r v é a é l , e r a p o r q u e t e o b s e r v a -
b a a t i . P a r a q u i e n n o s u p i e r a q u e e r a s s u h i j a , p u d i s t e
p a s a r p o r u n a e n a m o r a d a d e é l . Y , a d e m á s ? c l a r o , s u h e -
r o i s m ^ t e d a r á l o q u e h a s d e s e a d o s i e m p r e : t r a j e s , j o y a s ,
a u t o m ó v i l e s . . .
E L E N A . — ¡ M i g u e l , t e p r o h i b o . . .
J U L I A . — P e r o s i l o q u e h a b l a e n t i e s l a i n f e r i o r i d a d , l a
e n v i d i a . . .
M I G U E L . — ¡ Y o n o h e m e n t i d o
J U L I A . — E l e r a u n b u e n p r o f e s o r ; t ú , u n m a l e s t u d i a n -
t e . A h o r a , e n e l f o n d o , q u e r r í a s e s t a r e n s u l u g a r , s e r u n
h é r o e . P e r o t e f a l t a m u c h o .
M I G U E L . — ¡ E s t ú p i d a ¿ N o c o m p r e n d e s e n t o n c e s l o q u e
e s l a v e r d a d ? N o p o d r í a s . . . , e r e s m u j e r ; n e c e s i t a s d e l a
m e n t i r a p a r a v i v i r . E r e s t a n e s t ú p i d a c o m o s i f u e r a s b o n i t a .
E L E N A . — ( In t e rp on i én dos e en tre e ll os. ) ¡ B a s t a , M i g u e l
J U L I A . — N o c r e a s q u e m e l a s t i m a s c o n e s o . ¿ Q u é e s m i
f e a l d a d j u n t o a t u c o b a r d í a ? P o r q u e t u a f á n d e t o c a r l a
v e r d a d n o e s m á s q u e u n a c o s a e n f e r m i z a , u n a p a s i ó n d e
c o b a r d e . L a v e r d a d e s t á d e n t r o , n o f u e r a d e u n o .
E L E N A . — ¡ J u l i a
M I G U E L . — C r é e l o a s í , s i q u i e r e s . Y o s e g u i r é b u s c a n d o l a
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 109/267
v e r d a d . (Pausa.
J U L I A
va hacia la mesa, toma los telegra-
ma s v los lee uno por uno, con satisfacción . E L E N A s e sien-
ta.
M I G U E L ,
clavado ante la ventana, mira hacia afuera.)
J U L I A . — M i r a , m a m á , d e l p r e s i d e n t e . ( S e lo lleva.)
E L E N A . — (T om a el telegrama, pero no lo mira.) M i g u e l . . .
M I G U E L . — ¿ M a m á ?
E L E N A . — ¿ O í s t e t o d a l a c o n v e r s a c i ó n c o n N a v a r r o . - '
M IGUEL. —Casi t oda .
E L E N A . — E n t o n c e s d e b e s d e c i r m e . . .
M I G U E L . — N o r e c u e r d o n a d a . . . ; l a v e r d a d q u e 0 1 m e
l l e n ó l o s o í d o s d e t a l m o d o , q u e n o p u d e o í r o t r a c o s a y a .
E L E N A . — ¿ A m e n a z ó N a v a r r o a t u p a d r e ?
M I G U E L . — S u p o n g o q u e s í .
E L E N A — R e c u e r d a . . . , e s n e c e s a r i o q u e r e c u e r d e s . N u n c a
h e e s t a d o t a n i n q u i e t a p o r é l . ¿ Q u é d i j o ? ¿ E n q u é f o r m a
1 c a m e n a z ó ? ,
M I G U E L . — ¿ Q u é i m p o r t a n c i a t i e n e ? M i p a d r e n o p u e d e
p e r d e r a h o r a .
E L E N A . — ¡ M i g u e l P o r f a v o r , p i e n s a ; h a z l o p o r m i .
M I G U E L . — (De sp ués de una pausa. ) A h o r a r e c u e r d o . AL
d e s p e d i r s e , N a v a r r o d i j o . . . , s í : « T ú s o l o t e h a s s e n t e n c i a -
d o . . . S e r á c o m o t ú lo h a s q u e r i d o . »
E L E N A . — ( L e v a n t á n d o s e . ) M i g u e l , t u p a d r e e s t a e n p e -
l i g r o , y t ú l o s a b í a s y t e h a s q u e d a d o a q u í a d e c i r e s a s
c o s a s d e é l . . .
M I G U E L . — (Ad e lan tand o un paso .) ¿ N o t e d a s c u e n t a
d e c ó m o m e s e n t í a y o . . . , d e c ó m o m e s i e n t o ?
E L E N A . — ¡ T u p a d r e e s t á e n p e l i g r o
M I G U E L . — ¿ N o l o b u s c ó é l ? ¿ N o m i n t i ó ?
E L E N A . — D e b e s i r p r o n t o , M i g u e l . D e b e s c u i d a r l o . ( M I -
G U E L
vacila.) ,
J U L I A . — N o s e a t r e v e , m a m á , e s o e s t o d o . I r é y o .
E L E N A — Y o l o s e n t í a , l o s e n t í a . (Se oprime las manos.)
N a v a r r o v a a t r a t a r d e m a t a r l o . ( J U L I A c o r r e hacia la puer-
ta, a la vez que:)
M I G U E L . — (Reacc ionando bruscam ente . ) T i e n e s r a z ó n ,
m a m á . P e r d ó n a m e p o r t o d o . I r é . . . , t r a t a r é d e c m d a r J o ;
p e r o d e s p u é s . . . S e r e m o s m i p a d r e y y o , f r e n t e a f r e n t e .
(Sale corriendo.)
J U L IA . — N o p a s a r á n a d a , m a m á . ¡ T e n g o t a n t a c o n f i a n -
z a e n é l a h o r a
ELENA. —No sé . . . , no sé . En e l fondo , M i gue l . . .
J U L I A . — M i g u e l e s t á l o c o , m a m á . . . , b u s c a l a v e r d a d c o n
f a n a t i s m o , c o m o s i n o e x i s t i e r a . N o l e h a g a s c a s o .
E L E N A . — E s t á e n u n e s t a d o t a l . . . Y t ú t a m b i é n . T o d a s
e s t a s c o s a s q u e s e h a n d i c h o u s t e d e s d o s . . .
J U L I A .
(Con una sonrisa.) A s í e r a d e n i ñ o , m a m á .
Y a s i e r a c ó m o M i g u e l s e d e c i d í a g e l e a r , p a r a d e m o s -
t r a r m e q u e n o e r a u n c o b a r d e .
E L E N A . — H a s s i d o t a n d u r a . . .
J U L I A . — P e r o a n a d i e m á s l e d e j a r í a y o d e c i r l e e s o .
ELENA. —No sé . . . , no sé . . . (Un poco hipnotizada por la
inquietud.) ¿ Q u é h o r a e s ?
J U L I A . — M e d i o d í a , m a m á . F í j a t e e n el s o l. A h o r a y a p u e -
do sabe r l a hora por e l so l . (ELENA, un poco somnámbula,
va hacia la ventana. Allí abre los brazos , de modo que
toque los dos extremos del marco, y con la cabeza echada
hacia atrás, mira intensamente hacia afuera.
J U L I A
sigue
leyendo telegramas y subrayando su interés con pequeños
gestos de satisfacción.
E L E N A
parece una estatua.
J U L I A
la
mira.) T r a n q u i l í z a t e , m a m á , p o r f a v o r . D e n t r o d e p o c o es -
t a r á a q u í y s e r e m o s o t r o s . . . H a s t a M i g u e l .
E L E N A . — (Sin volverse.) N o p u e d o . H a c e u n m o m e n t o
s e n t í e l s o l c o m o u n g o l p e e n e l p e c h o .
J U L I A . — H a z l o p o r é l . N o l e g u s t a r í a v e r t e a s í .
E L E N A . — M i g u e l t i e n e r a z ó n . N a d a b u e n o p u e d e s a l i r d e
u n a m e n t i r a . Y , s i n e m b a r g o , y o n o h e p o d i d o d e t e n e r a
C é s a r .
J U L I A . — N o h a y m e n t i r a , m a m á . T o d o e l p a s a d o f u e u n
s u e ñ o , y e s t o e s r e a l . N o m e i m p o r t a n l o s t r a j e s n i l a s
j o y a s , c o m o c r e e M i g u e l , s i n o e l a i r e e n q u e v i v i r e m o s . E l
a i r e d e l p o d e r d e m i p a d r e . S e r á c o m o v i v i r e n e l p i s o
m á s a l t o , d e a q u í , p r i m e r o ; d e t o d o M é x i c o , d e s p u é s . T ú
n o l o h a s o í d o h a b l a r e n l o s m í t i n e s , n o s a b e s t o d o l o
q u e p u e d e d a r d e é l , q u e f u e t a n p o b r e . Y t o d o l o q u e
p u e d e t e n e r .
E L E N A . — Y o n o q u i e r o n a d a , h i j a m í a , s i n o q u e é l v i v a .
Y t e n g o m i e d o .
J U L I A . — Y o , n o ; e s c o m o l a l u z , p a r a m í . T o d o s p u e d e n
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 110/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 111/267
G U Z M Á N . — Y
t a n c o b a r d e . C r e o q u e y o t e n g o i d e a d e
' " M í e
t Í ^ T i n p ri me r t ér m in o d er ec ha .)
Y o t a m b i é n
N
I
V A R R O . - ( I m p e r t u r b a b l e . ) E l a s e s i n o d e C e s a r R u b i o ,
s e ñ o r a , f u e u n f a n á t i c o c a t ó l i c o .
G U Z M Á N . — ¡ F u i s t e t ú
N A V A R R O
- F u e u n f a n á t i e o , c o m o p u e d e p r o b a r s e . E n
s u c u e í p o s e e n c o n t r a r o n u n c r u c i f i j o y v a n o s e s c a p u -
, a r
G U Z M A N . - N O
t i e n e c a s o c a l u m n i a r a n a d i e . S a b e m o s
^
E u
Z - ( D e hielo.,
V á y a s e u s t e d , g e n e r a l N a v a r r o . N o
s é c ó m o s e a t r e v e a p r e s e n t a r s e a q u í , d e s p u e s d e . . . (La
interrumpe un tumulto creciente, afuera. Las voces se mu -
tiülican en un rumor de tormenta. N A V A R R O S E mchna, se
¿fríe
a la puerta, la abre y sale después de una mirada
a la familia. Se escucha un rumor hostil. Luego cada vez
más distintamente, la voz de N A V A R R O que grita )
" " L A v o z DE NAVARRO. ¡ C a n t a r a d a s H e v e n i d o a , t a
a l a v i u d a d e C é s a r R u b i o m i i n d i g n a c i ó n a n t e e v i l a s e
s i n a t o d e s u m a r i d o . A u n q u e h a y p r u e b a s d e q u e e l a s e s i n o
u e u n c a t ó l i c o , n o f a l t a q u i e n s e a t r e v a a a c u s a r m e - f M u r -
mullo hostil. G U Z M Á N va a la puerta y sale.) E s t o y
d i s p u e s
r d e f e n d e r m e a n t e l o s t r i b u n a l e s y a r e n u n c i a r a m i
— z ' V l ^ ^ ^ f t f ? »
interrumpe un clamor de aprobación.)
i v iu >
Z H
h i j o s d e C é s a r R u b i o v i v i r á n c o m o s i é l f u e r a g o b e r n a d o r .
(Aplausos sofocados.)
E L E N A . —
(Ag i tan do una mano como quebrada.)
C i e r r a ,
M i g u e l . L a s p u e r t a s , l a s v e n t a n a s , c i é r r a l o t o d o .
M I GU E L. — No , m a m á . T o d o e l m u n d o d e b e s a b e r , s a b r á . . .
N o p o d r í a y o s e g u i r v i v i e n d o c o m o e l h i j o d e u n f<. < t a s m a .
E L E N A
.—(Deshecha.) C i e r r a , J u l i a . T o d o s e h a a c a b a d o
ya. (JULIA,
vencida, se dirige a cerrar la ventana rrhnero,
luego la puerta. Penumbra. El rumor exterior nace me-
nos perceptible.)
M I G U E L . — ¡ M a m á
(Solloza sin ruido.)
E L E N A . — E s e e s o t r o h o m b r e . E l n u e s t r o . . .
(No puede
seguir. Llaman a la puerta.) N o a b r a s , J u l i a . (Tocan nue-
vamente.
M I G U E L
abre con lentitud. Entra
E S T R E L L A ; S A -
L I V A S
y
G U Z M Á N
tras él.)
E S T R E L L A . —
(So lem ne, con esa especie de alegría de ser-
lo que acompaña a los demagogos.)
S e ñ o r a , e l s e ñ o r p r e -
s i d e n t e h a s i d o i n f o r m a d o y a d e e s t e t r i s t e s u c e s o . ( M I G U E L
vuelto hacia ellos, escucha.)
E l c u e r p o d e l s e ñ o r g e n e r a l
R u b i o s e r á v e l a d o e n e l P a l a c i o d e g o b i e r n o . V e n g o p a r a
l l e v a r l o s a u s t e d e s a l l í . S e le t r i b u t a r á n h o n o r e s l o c a l e s
d e g o b e r n a d o r ; p e r o , a d e m á s , c o n s i d e r a n d o q u e s e t r a t a
d e u n d i v i s i o n a r i o y d e u n g r a n h é r o e , s u c u e r p o r e c i b i r á
h o n o r e s p r e s i d e n c i a l e s y r e p o s a r á e n l a R o t o n d a d e l o s
H o m b r e s I l u s t r e s . U s t e d , s e ñ o r a , t e n d r á l a p e n s i ó n q u e l e
c o r r e s p o n d e . E l g o b i e r n o r e v o l u c i o n a r i o n o o l v i d a r á a l a
f a m i l i a d e s u h é r o e m á s a l t o .
E L E N A . — G r a c i a s . N o q u i e r o n a d a d e e s o . Q u i e r o e l c u e r -
p o d e m i m a r i d o . I r é p o r é l .
(Camina hacia la puerta. J U L I A
la sigue.)
T ú q u é d a t e .
J U L I A . — M a m á , i r e m o s t o d o s . Y s e l e h a r á n l o s h o n o r e s .
( E L E N A
la mira.) ¿ N o c o m p r e n d e s ?
S A LI N AS .— N o e n t i e n d o , s e ñ o r a . . .
E S T R E L L A . — C é s a r R u b i o p e r t e n e c e a l p u e b l o , s e ñ o r a . . .
G U Z M Á N . —
(De trás de ellos, sañudo.)
N o s p e r t e n e c e a
n o s o t r o s p a r a s i e m p r e .
J U L I A . — ¿ N o c o m p r e n d e s , m a m á ? E l s e r á m i b e l l e z a .
( E L E N A
hace un esfuerzo para hablar, sin lograrlo. Agita
un poco la mano.
E S T R E L L A
la toma del brazo. Salen.
M I G U E L
queda inmóvil en la escena. L os murmullos y las voces des-
lio
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 112/267
TEATRO MEXICANO CONTEMPORANEO
aparecen en un silencioso homenaje a la viuda. Después de
un momento entra NAV AR R O.) .
M I G U E L . — ¿ U s t e d ? T e n g o q u e a c l a r a r a l g o , p r i m e r o c o n
u s t e d , l u e g o c o n t o d o e l m u n d o .
N A V A R R O .—(Brutal.) ¿ Q u é e s l o q u e s a b e u s t e d ?
M I G U E L . — S é q u e u s t e d m a t ó a m i p a d r e . (Con una vio-
lencia incontenible.) L o s é . ¡ O í s u c o n v e r s a c i ó n
N A V A R R O . — ( E s t r e m e c i d o . ) ¿ S í ? (Se sobrepone.) O i g a u s -
t e d l o q u e d i c e e l p u e b l o q u e p r e s e n c i ó l o s a c o n t e c i m i e n -
t o s j o v e n . E l a s e s i n o f u e u n c a tó l i c o ; p u e d o p r o b a r l e . M i s
p r o p i a s g e n t e s t r a t a r o n d e a p r e h e n d e r l o
M IG U EL .— Y p a r a m a v o r s e g u r i d a d , l o m a t a r o n . P a r a
b o r r a r t o d a s l a s p r u e b a s . M a t ó u s t e d a m i p a d r e y a s u
a s e s i n o m a t e r i a l , c o m o m a t ó u s t e d a C e s a r R u b i o . , L o
O Í
N A V A R R O
-(Turbado v descompuesto.) S u d o l o r n o l o
deia (Desafiante de pronto.) ¡ N o p o d r í a u s t e d p r o b a r
N A
M I G U E L . - E s o n o p u e d o r e m e d i a r l o y a . P e r o n o v o y a
p e " e s t a b u r l a : la c i u da d C é s ar R u b i o . ^ a u n iv e rs i -
d a d , l a p e n s i ó n . ¡ U s t e d s a b e m u y b i e n q u e m i p a d r e n o
- T E U u s t e d l o c o ? S u p a d r e
« e r a »
C é s a r R u -
b i o ¿ C ó m o v a u s t e d a l u c h a r c o n t r a u n p u e b l o e n t e r o
c o n v e n c i d o d e e l l o ? Y o m i s m o n o l u c h e
M I G U E L . — U s t e d m a t ó . ¿ E r a m a s f á c i l ?
N A VA RR O.— Su p a d r e f u e u n h é r o e q u e m e r e c e r e c o r d a -
c i ó n v r e s p e t o a s u m e m o r i a .
M I G U EL .— N o d e j a r é p e r p e t u a r s e u n a m e n t . r a s e m e j a n t e .
D i r é l a v e r d a d a h o r a m i s m o . ,
N A V A R R O . — C u a n d o s e c a l m e u s t e d , j o v e n , c o m p r e n d e -
r á c u á l e s s u v e r d a d e r o d e b e r . L o c o m p r e n d o y o , q u e f u
f s i r l s - l f l
a m p i r o . . . , p e r o n o e s e s o l o q u e m e i m p o r t a . . . , e s l a v e r
d a
U l o - V s e t v a
É
I A M * « o A la pisto,a. M I G U E L I O
rniTcoZeslt N ~ reflexiona y He., N a d . e l o c r e e -
RODOLFO USIGLI: EL GESTICULADOR
273
r á . S i i n s i s t e u s t e d e n s u s d e s v a r i o s , h a r é q u e l o m a n d e n
a u n s a n a t o r i o .
M I G U E L . — ( C o n una frialdad terrible.) S í , s e r í a u s t e d c a -
p a z d e e s o . A u n q u e m e c u e s t e l a v i d a . . .
N AV AR RO .— S e r e i r á n d e u s t e d . N o p o d r í a u s t e d q u i t a r -
l e a l p u e b l o l o q u e e s s u y o . S i h a b l a u s t e d e n l a c a l l e , l o
t o m a r á n p o r l o c o . (Saluda irónicamen te el cartel de César
Rubio.) S u p a d r e e r a u n g r a n h é r o e .
M I G U E L . — E n c o n t r a r é p r u e b a s d e q u e é l n o e r a u n h é -
r o e y d e q u e u s t e d e s u n a s e s i n o .
NAVARRO.—
(En la puerta.)
¿ C u á l e s ? H a b r á q u e p r o b a r
u n a c o s a u o t r a . S i d i c e u s t e d ¿ q u e s o y u n a s e s i n o , g e n t e
m a l i n t e n c i o n a d a p o d r í a c r e e r l o ; p e r o c o m o t a m b i é n p i e n -
s a u s t e d d e c i r q u e s u p a d r e e r a u n f a r s a n t e , n a d i e l o
c r e e r á y a . E s u s t e d m i m e j o r d e f e n s o r , y s u p a d r e e r a
g r a n d e , m u c h a c h o . L e d e b o m i e l e c c i ó n . (Sale. Se oye un
clamor confuso afuera. Luego, voces que gritan: ¡Vi va Na -
v a r r o )
LA voz DE NAVARRO.— ¡No , no , muc ha ch os ¡Vi va Cé sa r
R u b i o . (Un ¡Viva César Rubio clamoroso se deja oír.
M I G U E L hace un movimiento hacia la puerta; luego sale
rápidamente por la izquierda. Ruido de voces y de auto-
móviles en marcha, afuera. Pequeña pausa, al cabo de la
cual, M I G U E L reaparece llevando una maleta pequeña. Se
dirige a la puerta derecha. De allí se vuelve, descuelga el
cartel con la imagen de César Rubio, después de dejar su
maleta en el suelo. Dob la el cartel quietamente, y lo coloca
sobre el escritorio. Luego empuja con el pie el rollo ae
carteles, que se abre como un abanico en una múltiple
imagen de César Rubio.)
M I GU E L. — ¡ L a v e r d a d f S e cubre un momento la cara
con las manos, y parece que va a abandonarse, pero se
yergue. Entonces toma, desesperado, su maleta. En la puer-
ta se cerciora de que no queda nadie afuera. El sol es ce-
gador.
M I G U E L
sale, huyendo de la sombra misma de Cé-
sar Rubio, que lo perseguirá toda su vida. Telón.)
FIN DE
«E L GE ST IC UL ADOR »
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 113/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 114/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 115/267
A C H A R L E S D U L L I N
en p r ueba de ag r adecimien to y amis tad
P E R S O N A J E S
J Ú P I T E R
O R E S T E S
E G I S T O
E L P E D A G O G O
P R I M E R G U A R D I A
SEG U N D O G U A RD IA
E L G R A N S A C E R D O T E
E L E C T R A
C L I T E M N E S T R A
U N A E R E N I A
U N A J O V E N
U N A V I E J A
H O M B R E S Y M U J E R E S D E L P U E B L O
E R I N I A S . S E R V I D O R E S
G U A R D I A S D E L P A L A C I O
Esta obra fue estrenada en el
T e a t r o d e l a C i t é ( D i r e c c i ó n C h a r l e s
D u l l i n ) p o r
los señores
C h a r l e s D u l l i n , J o f f r e , P a u l O e t l y , J e a n L a n n i e r ,
N o r b e r t , L u c i e n A r n a u d , M a r c e l d ' O r v a l , B e n d e r , y
las señoras
P e r r e t ,
O l g a D o m i n i q u e , C a s s a n .
A c t o p r i m e r o
Una plaza de Argos. Una estatua de Júpiter, dios de las mos-
cas y déla muerte. Ojos blancos, rostro embadurnado de sangre.
Escena I
(Entran en procesión
V I E J A S
vestidas de negro, y hacen
libaciones delante de la estatua. Al fondo, un
ID IO TA
sentado
en el suelo. Entran
O R E S T E S
y el
P E D A G O G O ,
luego
J Ú P I T E R . )
ORESTES. — ¡Eh, buenas mujeres
(Todas las V I E J A S se vuelven lanzando un grito.)
EL PEDAGOCO. — ¿Po déis de ci rn os ?. ..
(Las
V I E J A S
escupen al suelo dando un paSo atrás.)
EL PEDAGOGO. — Es cu ch ad , som os via jero s extrav iado s. Sólo
os p ido una ind icación .
(Las
V I E J A S
huyen dejando caer las urnas.)
EL PEDAGOGO. - ¡Viejas piltra fas ¿N o se diría q ue m e de rrit o
por sus encan tos? ¡ Ah , mi amo, qué v ia je ag r adab le Y qué
buena insp i r ación la vues t r a de ven i r aqu í cuando hay más
de qu in ien tas cap i ta les , t an to en Gr ecia como en I ta l ia , con
buen v ino , posadas acogedor as y ca l les popu losas . Par ece
que es tos montañeses nunca han v i s to tu r i s tas : c ien veces
he p r egun tado por e l camino en es te mald i to caser ío que sé
achicharra al sol. Por todas par tes los mismos gr itos de espan-
to y las mismas desbandadas , l as pesadas car r er as negr as
por las calles enceg ueced oras. ¡Puf Estas calles desier ta s,
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 116/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 117/267
en la rada de Nauplia. Podían verse las velas blancas d e s d e
lo alto de las murallas. (Espanta las moscas.) A u n, n . h a b *
m o s c as , e n to n c es . A rg o s s ó lo e ra u n a p e q u e j c m d a d d e p r o
vincia que se aburría indolentemente al sol.
S u b i a l
c a m m o
de ronda con los demá s, los días siguientes, y — lar-
gamente e l cor te jo r ea l que marchaba por la l lanura^ La
fa rde de l segundo día la r e ina C l i tem nest ra aparee .o en j a
mura l la s , acompañada de Egis to e r ey ac tua l^Las gent«;
de Argos v ie ron sus ros t ros enrojec idos por e pon ent e
los vieron inclinarse sobre las afan en» y « ^
hac ia e l mar ; y pensa ron: "Pasa rá a lgo ma lo . Pe ro no d ^
ron nada . Egko, debé is de sabe r lo , e ra e l amante de la
re ina C l i temnest ra . Un ruf ián ya por entonces propenso a
la me lancol ía . Pa recé is cansado. ^ U i t o
ORESTES. - Es el largo cam ino q ue he h echo y este maldi to
calor . Pero me interesáis.
nnrnt
>t[A «n
TÚPITER - Agamenón e ra un buen hombre , pe ro comet ió un
t e r r o r , ' s a b é i s ? N o h a b ía p e rm it id o q u e ^ e e u ^
capitales se realizara n en público. E s una lastima En^ pro
vine ia , un bue n ahorcamiento d is t r ae y f i a a la gente un
poeo harta de la mue rte. Las gentes de aqui ^ d, ,eron
nada porque se abur r ían y quer ían ve r una m u e r t e v i o l e n ^
No di je ron nada cuando vie ron apa rece r a - - y e n j a s
p u e rt a s d e l a c i u da d . Y c u a n d o v ie ro n q u e ^ ^ ^
le tend ía sus hermo sos brazos perfu mad os, dqe ron nacfcu
En aqu e l momento hub ie ra bas tado una p a labra , una so a
pa labra , pe ro ca l la ron, y cada uno tenía en la cabeza , la
imagen de un gran cadáver con la ca ra des t rozada .
OR E S -ÍE S . - Y
vos, ¿no dijisteis nada?
JÚPITER. - ¿Os moles ta, joven? Yo estoy m uy co mod o, lo cua l
prueba vues tros buenos sentimientos . Pues b ien , no no -
ble; no soy de aquí, y no eran asuntos míos. En cuanto a las
gentes de Argos , a l d ía s iguiente , cuando oyeron auUarde
dolor al rey en el palacio, siguieron
si n
dec i r nada ba ja ron
los pá rpados sobre los o jos en b lanco de voluptuos idad, y
la c iudad ente ra e s taba como una muje r en ce lo .
. ORESTES. - Y el asesino reina. H a con ocid o quin ce ano s de
felicidad. Yo creía justos a los dioses.
J Ú I C R E * .
- jEh No incriminéis tan pronto a los dioses. ¿Hay
que cas t iga r s iempre? ¿No e ra pre fe r ib le que es te tumul to
der iva ra en benef ic io de l orden mora l?
ORESTES. — ¿Qu é hici eron ?
JÚPITER. — En via ron las moscas.
Éí, PEDAGOGO. — ¿Q ué tien en qu e v er las m oscas ?
JÚPITER. — Oh, son un símbolo. Pero juzgad por esto lo que
han hecho: aquella vieja cochinilla que allá véis, corretean-
do sobre sus pa t i ta s negras , rozando la s pa redes , e s un
hermoso espéc imen de una fauna negra y cha ta que hor -
miguea en las grietas. Salto sobre el insecto, lo cazo y os
lo traigo. (Salta sobre la
V I E J A
y la trae al proscenio.) Aquí
está mi presa. ¡Mirad qué horror ¡Oh Guiñáis los ojos,
y sin embargo estáis habituados a las espadas del sol al
ro jo b lanco. Mirad qué sobresa l tos de pez en la punta de
la línea. Dime, vieja, habrás perdido docenas de hijos, pues
andas de negro de la cabeza a los pies. Vamos, habla y
quizá te suelte . ¿Por quién llevas luto?
LA VIEJA. — Es e l ves tido de Argos.
JÚPITER. — ¿El ves tido d e Argos? A h, com prendo . Lle vas luto
por tu rey, por tu rey asesinado.
LA VIEJA. — ¡Calla ¡Por el amo r de Dio s, calla
JÚPITER. — Pues ere s bas tante vieja pa ra ha ber oído aquello s
gritos que recorrieron toda una mañana las calles de la ciu-
dad. ¿Qué hiciste?
LA VIEJA. — Mi ma rido estaba en los campo s, ¿qué podía ha-
cer yo? Corrí el cerrojo de la puerta.
JÚPITER. — Sí, y entreabris te la vent ana para oír me jor, y te
quedaste al acecho detrás de las cortinas, con el aliento
entrecortado y un cosquilleo raro en el hueco de los r íñones.
LA VIEJA. — ¡Cal la
JÚPITER. — Has d e hab er hec ho est upe nda men te b ien el amo r
aque l la noche . Era una f ie s ta , ¿eh? . . .
LA VIEJA. — Ah, señor, er a. . . un a f iesta horrible.
JÚPITER. — Una f iesta roja cuyo recuer do n o hab éis p odido en-
terrar .
LA VIEJA. — ¡Señor ¿Sois un mu erto ?
JÚPITER. — jUn mu erto ¡Anda, vieja loca No te cuides d e lo
que soy, será mejor que te ocupes de ti misma y ganes el
pe rdón de l C ie lo con tu a r repent imiento .
225
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 118/267
Jean'Paul Sartre
T K VIETA AH, me arre pien to , señor, s i supier ais cóm o me
mm^t
f i f i s
el terror.
Bu en o ¿e ra n ecesa r io fu lmin ar a Egi sto r»
ORESTES.' - E r a n e c e s a r io . . . A h ,, „ * e r a — . V
T
m e
°M
s
:
y
e s i r u
J Ú P I T E R . - ¿ B G I ST O . M E ^ U a r r e p e n t i m i e n t o
r
d
;
d
p a r
q
t r o , u „ * *
rey , u n b o y ero esco g id o p o r
d d
p a lac io ,
rid os c ad a a ni ve rs ar io , e n U s ^ J ™ P ^ ^
( O R E S T E S T O E un gesto de
OTelten a
los
ll on es d e m o sc as , o lo r a ^ ^ J * \ zr vz s a te rr ad as q u e
to s c to ro so s . . .
(TJr ylercio.)
La
8
muscas
ORESTES. — Ag ame nón teni a un a hi ja, ¿verd ad?, u na h i ja l ía-
o rn ad a Elec t ra .
JÚPITER. — Sí. Vive aq uí . E n el pal acio d e Eg is to , en aquéL
ORESTES. — ¡Ah ¿Es ése el pala cio d e Eg is to? ¿Y qu é pien sa
Elec t ra d e to d o es to ?
JÚPITER. — ¡Bah Es u n a n iñ a . H ab í a t am b ién u n h i jo , u n t a l
Ores tes . Dicen q u e mu r ió .
ORESTES. — ¡Qu e mu r ió Di ab lo s . . .
EL PEDAGOGO. — Per o s í , mi am o, b ie n sabéis q ue mu rió . La s
g e n t e s d e N a u p l i a n o s h a n c o n t a d o q u e E g i s t o h a b í a d a j l o
o rd en d e ases in ar lo p o co d esp u és d e l a mu er t e d e Ag amen ó n .
JÚPITER. — Algun os afi rm an q ue e stá v ivo. Sus asesino s, com -
p a d e c i d o s , l o h a b r í a n a b a n d o n a d o e n e l b o s q u e . H a b r í a
s id o reco g id o y ed u cad o p o r b u rg u eses r i co s d e Aten as . Po r
m i p a r t e , d e s e o q u e h a y a m u e r t o .
ORESTES. — ¿Por qu é, s i n o os inco mo da?
JÚpr iER . — Imag in ad q u e s e p resen ta u n d ía a l a s p u er t as d e
e s t a c i u d a d . . .
O R E S T E S . — ¿ Y
q u é ?
JÚPITER. — ¡Bah Mi rad, s i lo enco ntra ra en ese mo me nto, le
d i r í a . . . , l e d i r í a : " J o v e n . . . " L o l l a m a r í a j o v e n , p u e s t i e n e
más o men o s v u es t ra ed ad , s i v iv e . A p ro p ó s i to , s eñ o r , ¿me
d i ré i s v u es t ro n o mb re?
ORESTES. — Me l la mo F ileb o y soy d e C orinto . Viajo pa ra ins-
t ru i rme co n u n esc lav o q u e fu e mi p recep to r .
JÚPITER. — Perfec to . E n to n ces d i r í a : " ¡ Jo v en , march ao s ¿Qu é
b u scá i s aq u í? ¿Qu eré i s h acer v a le r v u es t ro s d e rech o s? ¡Ah
So i s a rd ien te y fu e r t e , s e r í a i s v a l i en te cap i t án d e u n e j é rc i to
b a ta l l ad o r , p o d é i s h acer a lg o mejo r q u e re in ar so b re u n a
c i u d a d m e d i o m u e r t a , u n a c a r r o ñ a d e c i u d a d a t o r m e n t a d a
p o r l a s mo scas . Lo s h o mb res d e aq u í so n g ran d es p ecad o res ,
p e ro es t án emp eñ ad o s y a en e l camin o d e l a red en c ió n .
Dejad lo s , j o v en , d e jad lo s , resp e tad su d o lo ro sa emp resa ,
a l e j ao s d e p u n t i l l a s . No p o d r í a i s co mp ar t i r su a r rep en t í - ;
mien to , p u es n o h ab é i s t en id o p ar t e en su c r imen , y v u es -
t ra in o cen c ia imp er t in en te o s s ep ara d e e l lo s co mo u n fo so
p ro fu n d o . March ao s , s i l o s amái s u n p o co . March ao s , p o r -
q u e v a i s a p e rd er lo s : p o r p o co q u e lo s d e ten g á i s en e l eá -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 119/267
s s - l í a - s r s
'z:z » » - »»»
a ten d er mis asu n to s .
K . - A Í « - " ^ OS m o le st an , é s te es e l
S T y a v e t
™ e d a „ % s e a r r a s t r a n p o r e l s u e lo e o m o
o ru g as .
d o r d e mo scas en mis h o ras .mreb .
a veros .
(Sale.)
O RESTES - EL PED A G O G O
EL PEDAGOGO. — Des con fiad . Ese hom bre sab e qu ién sois .
ORESTES. — ¿Pero es u n ho mb re?
EL PEDAGOGO. — ¡Ah, mi am o, qu é pe na me d ais ¿Qu é h acéi s
d e mis l ecc io n es y d e ese escep t i c i smo so n r i en te q u é o s
en señ é? " ¿Es u n h o mb re?" Diab lo s , só lo h ay h o mb res , y y a
es b as t an te . Ese b arb u d o es u n h o mb re , a lg ú n esp ía d e
Egis to .
ORESTES. — De ja tu fi loso fía. Me ha he cho dem asiad o dañ o.
EL PEDAGOGO. — ¡Dañ o Ent onc es es per jud icar a la gen te, d ar-
l e l i b e r t ad d e esp í r itu . ^ ¡Ah ¡Có mo h ab é i s camb iad o An tes
l e í a en v o s . . . ¿Me d i ré i s p o r f in q u é med i t á i s ? ¿Po r q u é me
h ab é i s a r ras t rad o aq u í? ¿Y q u é q u eré i s h acer?
ORESTES. — ¿Te h e dich o qu é tenía algo q ue ha cer? ¡Vamos
Calla. (Se acerca al palacio.) Ése es mi p a lac io . Al lí n ac ió mi
p ad re . Al l í u n a ramera y su ru f i án lo ases in aro n . Tamb ién y o
n ac í a l l í . Ten ía cas i d o s añ o s cu an d o me l l ev ó l a so ld ad esca
d e Eg i s to . Seg u ramen te p asamo s p o r esa p u er t a , u n o d e e l lo s
me ca rg ab a en su s b razo s , y o t en ía lo s o jo s mu y ab ie r to s y
s in d u d a l lo rab a . . . ¡Ah Ni e l men o r recu erd o . Veo u n g ran
ed i f i c io mu d o , in f l ad o en su so lemn id ad p ro v in c ian a . Lo
veo
p o r p r imera v ez .
EL PEDAGOGO. — ¿Ni u n re cuer do, am o ing rato , cu and o h e con-
sagrado diez años de mi v ida a dároslos? ¿Y todos los v iajes
que hicimos? ¿Y las ciudades que vis i tamos? ¿Y los cursos
d e a rq u eo lo g ía q u e p ro fesé p ara v o s so lo ? ¿Ni u n recu erd o ?
I fab ía aq u í h ace p o co t an to s p a lac io s , s an tu ar io s y t emp lo s
p ara , p o b la r v u es t ra m emo r ia q u e h u b ie ra i s p o d id o , co m o e l
g eó g ra fo Pau san ias , e s c r ib i r u n a g u ía d e Grec ia .
ORESTES. — ¡Palacios Es cierto . ¡Palacios , co lum nas, es tatua s
¿Po r q u é n o so y más p esad o , y o q u e t en g o t an tas , p i ed ras en
la cab eza? Y d e lo s t resc ien to s o ch en ta y s i e t e p e ld añ o s d e l
t emp lo d e Éfeso , ¿n o me h ab las? Lo s h e su b id o Un o p o r u n o ,
y lo $ recu erd o to d o s . E l d ec imo sép t imo , c reo , e s t ab a ro to . ,
Ah , u n p er ro , u n v ie jo p er ro q u e s e ca l i en ta aco s tad o ce rca
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 120/267
: de l hoga r y se i ncorpora un
g i m i e n d o . S u a v e m e n t e p a r a s a l u d a r l o u n p
e s l o
memor i a que yo : r e conoce a su amo . Su amo . ¿ i q , . •
m Í Q ?
-Dó nde de j á i s l a cu l t u ra , señor? Vues t ra cu l -
EL PEDAGOGO. ¿D ón de dej áis »
c o n a m 0
r , c o m o u n
t u ra os pe r t en ece y os l a ne co i y t e so ros ,
r am il le te , a ju st an d o l os ^ o s d e ™ ^ y ^
d e m i e xp e ri en ci a. ¿ N o o s h i £ ^ ^
l a s o p i n i 0
n e s
" b ro s, p ar a f a m * ™ en c ad a
h u m a n a s , y
r e c o
^ ^ Z e s s o n \ ¿ s c o st u mb r es d e l os h o m -
c i r c u n s t a n c i a c u a n v ^ a b l e s s o n i
d e n
t e c o m o u n
b re s? A h or a s ois j ov en ^ y ^ b r e s y d e t od as la s c re en -
anc i ano , l i b re de t odas l a s se rv i dumbres y a
1 ¡ b r e d e
« g ra n S - -
ve r s i t a r i a , ¡y os que j á i s que j a rme : me
S p S ^ S i
m 4 s
q u e u n h i l o y v w o e n d j e . K q u e e ^
que poseen l a s c a sa s , l os an i ma l e s , £
l i b r e
P e r o y o . . . Y o s oy l ib r e , g ra cx as a D £ J ^ ^ J
¡Y qué sobe rb i a ausenc i a mi a l ma (be acerca t»
Hubi e ra v i v i do ah í . No habr í a l e í do n i nguno de t us l i b ros
y qu i zá no hub i e ra s ab i do l e e r ; e s r a ro que un p r í nc i pe sepa
l ee r . Pe ro por e sa pue r t a hub i e ra en t rado y sa l i do d i ez mi l
vece s . De n i ño habr í a j ugado con sus ho j a s , me hub i e ra
apoyado en e l l a s , hub i e ran c ru j i do s i n cede r y mi s b razos
habr í an conoc i do su r e s i s t enc i a . M ás t a rde l a s hub i e ra em-
pu j ado , de noche , a e scond i das , pa ra i r en busca de mu-
j e re s . Y más t a rde aún , a l l l ega r a l a mayor í a de edad , l os
e sc l avos habr í an ab i e r t o l a pue r t a de pa r en pa r y hub i e ra
f ranqueado e l umbra l a c aba l l o . M i v i e j a pue r t a de made ra .
Sabr í a encon t ra r , a o j os c e r rados , t u c e r radura . Y e se r a spón ,
ah í aba j o , qu i zá t e l o hub i e ra hecho yo , por t o rpeza , e l p r i -
m e r d í a q u e m e h u b i e r a n c o n f i a d o u n a l a n z a . ( S e
aparta.)
Est i l o dór i co menor , ¿no e s c i e r t o? ¿Y qué d i ce s de l a s i n -
c rus t ac i ones de o ro? Las he v i s t o seme j an t e s en Dodona ;
e s un he rmoso t r aba j o . Vamos , t e da ré e l gus t o ; no e s mi
pa l ac i o n i mi pue r t a . Y no t enemos nada qu e hace r aqu í .
EL PEDAGOGO. — Ah ora sois razona ble . ¿Qu é hu biera is gan ado
v i v i endo aqu í ? Vues t ra a l ma , a e s t a hora , e s t a r í a a t e r ro r i z ada
por un abyec t o a r repen t i mi en t o .
O R E S T E S (
c o n brusquedad). — Por l o menos se r í a mí o . Y e s t e
ca l o r que me chamusca e l pe l o se r í a mí o . M í o e l zumbi do
de e s t a s moscas . A e s t a hora , de snudo en una hab i t a c i ón
oscura de l pa l ac i o , obse rva r í a por l a hendedura de un pos-
t igo el color rojo de la luz , esperaría que el sol decl inara , y
que sub i e ra de l sue l o , como un o l o r , l a sombra f r e sca de un
c repúscu l o de Argos , seme j an t e a o t ros c i en mi l y s i empre
nuevo , l a sombra de un c repúscu l o mí o . Vámonos , pedagogo;
¿no comprendes que e s t amos a pun t o de pudr i rnos en e l
ca l o r a j eno?
E L PEDAGOGO. — Ah , señor , cómo me t r anqu i l i z á i s . Es t os ú l t i mos
meses —para se r exac t o , de sde que os r eve l é vues t ro nac i -
mi en t o— os ve í a c ambi a r d í a a d í a , y ya no l ograba dormi r .
T e m í a . . . >
ORESTES. — ¿Q ué ?
EL PEDAGOGO. — Vais a enfadaros.
ORESTES. - No . Ha bl a .
EL' PEDAGOGO. — Te mía —es inút i l h abe rse adie st rad o des de
t emprano en l a i ron í a e scép t i c a , a vece s a uno se l e ocur ren
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 121/267
Jean-Paul Sartre
i d e a s e s t ú p i d a s - , e n u n a p a l a b r a , m e p r e g u n t a b a s i n o M e -
d i tar ías echar a Eg is to y ocupar su pues to
O R E S T E S
(lentamente). - ¿E char a Eg is to? (PausaJ P u e d e s
t r anqu i l izar te , buen hombr e , es demas iado tar de . No es que
me f a l ten ganas de coger por la bar ba a ese r u f ián de sacr i s -
t í a y ar r ancar lo del t r ono de mi padr e . Per o , ¿que? ¿Qué
tengo que ver eon esas gen tes? No he v i s to nacer uno so lo
de sus hijos, ni he asistido a la boda de sus hijas, no com-
par to sus r emor d imien tos , y no conozco uno so lo de sus nom-
br es . E l bar budo d iee b ien : un r ey d e b e t e n e r los mismos
r ecuer dos que sus subd i tos . Dejémos los , buen hombr e Va-
yámonos . De pun t i l l as . ¡ Ah Si hub ie r a un acto mir a , un a cto
que me d ier a der echo de c iudadan ía en t r e e l los ; s i pud ier a
apoder a r me, aun a cos ta de un er i r r ^ de sus memor ias
de su ter r o r y de sus esper anzas par a co lmar e l vacio de mi
cor azón , aunque tuv ier a que matar a mi p r op ia madr e .
EL PEDAGOGO. — ¡Señorl
ORESTES. - Sí. Son sueños. Par ta mos . Mi ra si jHied er ,^propor
clonar nos cabal los y segu i r emos has ta Espar ta donde tengo
amigos.
(Entra E L E C T R A . )
Escena I I I
L o s M I S M O S - EL E C T R A
E L E C T R A
(que lleva un cajón, se acerca sin verlos a la estatua
de Júpiter). - ¡Basura Pue des mirarm e, si, con esos 6)OS
r edondos en la car a emba dur n ada de jugo de f r ambuesas n o
me asus tas . D ime, v in ier on es ta mañana las san tas mujer es
los cascajos de ves t ido negr o . H ic ier on cr u j i r sus ^patone
a tu a l r ededor . Es tabas con ten to , ¿eh , cuco?, t e gus tan as
v ie jas ; cuan to más se par ecen a los muer tos más te gus tan^
Despar r amar on a tus p ies sus v inos más p r eciosos por que
es tu f ies ta ; y de sus f a ldas sub ían a tu nar iz tu f os enmo
hqcidos ; todav ía halaga tu nar iz ese per f ume dele i tab le^
(Frotándose contra él)
Bueno , ahor a huelem e, huele im o lo r
a carne f resca. Yo soy joven, estoy viva, esto ha de horro-
Las moscas
r izar te . También yo vengo a hacer te o f r endas mien t r as toda
la c iudad r eza . Mir a : aqu í t i enes mondadur as y toda la ce-
n iza del hogar , y v ie jos r es tos de car ne bu l len tes de gusanos ,
y un pedazo de pan sucio que no han quer ido nues t r os cer -
dos ; a tus moscas les gus tar án . Fel iz f ies ta , anda, f e l iz f ies ta ,
y esper emos que sea la ú l t ima. No soy muy f uer te y no
puedo t i r ar te a l suelo . Puedo escup i r te , es todo lo que soy
capaz de hacer . Per o vendr á e l que esper o , con su g r an
1
espada. Te mir ar á r egodeándose , con las manos en las ca-
der as y echado hacia a t r ás . Y luego sacar á e l sab le y te
hend i r á de ar r iba abajo , ¡ as í En tonces las dos mi tades de
Júp i ter r odar án , una a la i zqu ier da , l a o t r a a l a der echa, y
todo e l mundo ver á que es de mader a b lanca . Es de mader a
toda blanca, el dios de los muertos. El horror y la sangre
del rostro y el verde oscuro de los ojos no son sino un barniz,
¿ver dad? Tú sabes que er es todo b lanco por den t r o , b lanco
como el cuer po de un nene; sabes que un sab lazo te ab r i r á
en . seco y que n i s iqu ier a podr ás sangr ar . ¡ Mader a b lanca
] Buena mader a b lanca: ar de b ien . (Ve a ORESTES.) ¡Ahí
ORESTES. — No tengas miedo.
ELECTRA. — No ten go miedo . Abso lutam ente ningu no. ¿Qui én
eres?
OR ES TE S. — U n ex t r an j e r o .
ELECTRA. — Sé bienv enido . To do lo extra ño a e sta ciu dad me
es car o . ¿Cuál es tú nombr e?
ORESTES. — Me llam o Fi leb o y soy de Corinto .
ELECTRA. - ¿Eh ? ¿De C orinto? A mí me lla man Elec tra.
ORESTES. — Elect ra. (M PEDAGOGO.) Déjanos.
(El
P E D A G O C O
sale.)
Escena I V
O R E S T E S - E L E C T R A
ELECTRA. — ¿Po r qu é m e m iras así?
ORESTES. — Ere s bella. No te p arec es a las gente s de aquí,
EL CXRA. - ¿Bella? ¿Es tás seguro d e que soy bella? ¿Tan bella
eomb las h i jas de Cor in to?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 122/267
Jean
-Paul Sartre
E L ? ™ - M u í n o m e l o d i ce n . N o qu i e re n q u e l o s e p a .' .
E
A S S , p e ^ u é m e si rv e s i n o s oy m á s q u e u n a s i e n t a ?
- 1 " d t la s s ir vie nta s. L av o la r op a d e l r e y
E
r e i n a . E s u n a r o p a m u y s u c ia y ^ " o ^
N o m e c r e e s ^ M i r a m i s m a n o s . H a y g r i e t a s y r a j a d u r a s
l e í ? ^ é oT os r a t o s p o n e s . ¿ P o r c a s u a l i d a d p a r e c e n m a n o s
O ^ r - P o b r e s m a no s. N o . N o p a re c en m a no s d e pr in ce sa .
Pe ro s i gue . ¿Qué más t e ob l i gan a hace ra
E ™ - B u e n o , t o d a s l a s m a ñ a n a s d e b o v a c ia r e l c a j ó n d e
t os. Lo a r ra s t ro fue ra de l pa l ac i o y l uego Ya ha s
r
0
o que hago con l a s ba sura s^ Es t e - o m g o t e d e m a d e r a
3 ^ qu e ^' ve nf a " a h a ^ r l ^ g e m ^ l e x i o n ^ £
t ^ T d " y ' n ab os , c on ch as y a lm eja s. C re yó p er de r
e l sen t i do . Di me , ¿me denunc i a ra s . '
O RESTES. — N O . , ,
E L E C T R A . - D e n u n c í a m e s i q u i e r e s , t a n t o m e d a . ¿ Q u e m a s
h a c e r m e ? ¿ P e g a r m e ? Y a m e h a n p e g a d o . ¿ E n c e i r a r -
m ^ e n u n a g r a n t o ^ m u y a r r ib a? N o - í a « l a ^
n o l e s v e r í a m á s l a c a r a . I m a g í n a t e q u e a l a ^ e c u a n d o
h e t e r m i n a d o m i t r a b a j o , m e
c a r m e a u n a m u j e r a l t a y g o r d a , d e p e l e . t e n i d a T i e n e l a b i o s
e ruesos y manos muy b l ancas , manos , de r e i na , que hue l en
f S A p o y a sus m a n o s e n m i s ^ l ' ^ t s n X s
mi f r en t e d i ce : "Buenas noches , E l ec t r a . Tod as la s noches .
T o l Z t s n o c h e s s i en t o v i v ir c o n t r a m i p i e l ~
l í en t e y áv i da . Pe ro yo re s i s t o , nunca he ca í do . Es mi madre ,
• E m p r e n d e s ? S i e s L i e r a e n l a t o r r e , n o m e b e s a r í a m a s .
O R E S T E S - ¿Nu nca ha s pen sado en e scapa r t e
1
- M e f a l ta v a lo r ; t e n d r í a m i e d o , s o la e n l o s c — •
O R E S T E S . - ¿ N o t ie ne s u n a a m ig a q u e p u e da ^ « m p a n a ^
E I E C T R A . - N O ,
só l o cuen t o conmi go . Soy l a sa rna , l a pe s t e ,
l a s gen t e s de aqu í t e l o d i r án . No t engo ami gas .
Los moscas
ORESTES. - ¡Cóm o ¿Ni siquie ra una nodr iza , un a vieja qu e te
haya v i s t o nace r y t e qu i e ra un poco? V .
ELECTRA. - Ni eso. Pre gú nta le a mi ma dre : des alen tab a a los
corazones más t i e rnos .
. . ORESTES. - ¿Y te que da rás aqu í tod a la vida ?
< ™ »
n
Z
rü 0
>- ~ ¡Ah ¡Toda l a v i da , no No; e scu cha :
ORESTES. - ¿A lgo o algu ien ?
E
h e ^ s o " £
t C
] 5 ^
H
í
l a t Ú
'
m e
í °
r
-
T ú
t ambi én e re s
he rmoso . ¿Te que da rá s mu cho t iempo?
ORESTES. - De b í a ma rcha rme hoy mi smo. Pe ro ah or a . .
ELECTRA. — ¿Ahora?
O R E S T E S . - Y a n o s é .
ELECTRA. - ¿Co rinto es una hermo sa c iud ad?
OR ES TE S. - M u y h e r mo sa .
ELECTRA: - ¿La quie res m uch o? ¿Estás or gul loso de e l la?
O R E S T E S . — S I .
E
^ A D ^ Á T T L . ^ E ^ l í c a m e l o
e C e r , a
^
d e
ORESTES. - B ue no . . . N o sé . No
p u e
d o exp l i c á r t e l o .
LLECTRA. - ¿N o puedes? (Pausa.) ¿Es c i e r t o que hay p l aza s
ó s c u l o ?
C n C
°
r i n t 0 ? ¿ P I a Z 3 S d 0 n d e l a
S
e n t e s e
P ^ e a a l
ORESTES. - E s cie r to .
d
" i " "
0 1 0 S a l e ?
¿
T o d o e l m u
»
d o
P
a s
e a ?
ORESTES. - To do el mu nd o.
ELECTRA. - ¿Lo s mu cha cho s con las muc hac has ?
ORESTES. - Lo s mu cha cho s con las muc hac has .
~ ¿
Y si
empre t i enen a l go que dec i r se? ¿Y e s t án con-t en t os unos con o t ros? ¿Y a hora s avanzadas de l a noche se
los oye re í r juntos?
O R E S T E S . — S í .
E L
^
n
Z Á
T e P
T
Z C O b o b a ? E s q u e m e c u e s t a
t an t o i ma -
e l m í edo Y
5
; m f
S
°
N N S A S
'
A , A S G C N T E S D E A (
^
U Í R O E
O REST ES. - ¿ A t i ?
E
d T
r
C o r i ñ t o ?
0 d Í
° '
¿ Y
^
h a C e n t 0 d
°
6 1 d í a l a S m u c
^ a c h a s
Se ad
T
an>
Y °
a n t a n
°
t o c a n e l
Jaúd, y visi tan a
sus ami gas y a l a noche van a ba i l a r .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 123/267
E L E C T R A - ¿Y no t ienen n inguna p r eocup ación?
de Cor in to no t i enen
r emor d imien tos?
ORFSTES - A vece s. No m uch os.
^ - En tonces , ¿hacen lo que qu ier en y despues no lo
p iensan más?
S""™' " O u é
e
r a r o (Pausa.) Y d im e también , por que nece-
ELECTRA. - Qu e raro . (
r u i
?
u
/ , a leu ien a qu ien espe-
sito saber lo a causa d e * ^ ^ ^ l ^ ^ o z o s q u e
r o : supón que un mozo de
C o r m t
° ' ™
a l v o l v e r
de un
^ r r t ^ r ^ e ^ T c a ^ ^ o
r espondes?
O R E S T E S . - N o l o s é .
ELECTRA. - ¿Có mo? ¿No lo sab es?
Voz de C L I T E M N E S T R A . - ¡Electra .
E L EC T RA . — S h . . . s h . . .
^ . - ^ I d r e . l a r e i n a C l — a .
Escena V
O R E S T E S - E L E C T R A - C L T T E M N E S T R A
ELECTRA. - ¿Qué, Fileb o? ¿ Te da miedo ?
afeites, P
L
«> ™ T r e p a r e s
B u e n o , ¿ q u é s i g n if i c a n e s o s o j os b a j o s ? ^ p n e ^ l o
c o nt ra l as c a de ra s d e lg a da s ; ^ ^ ^ r o y a n o m e d e ja r é
c ha s v ec es e st ás a sí e n m i P ^ c i a ^ r o y a n o J ^
engañar por esas moner ías ; hace un r a to , po r
o t r a E lect r a de ademanes ampl ios , de o jos l l enos de f ue-
go . . . ¿Me mir ar ás a l a car a? ¿Me r esponder ás , a l f in?"
ELECTRA. — ¿Nece sitáis u na f reg ona p ara, realza r el esple ndor
de vues t r a f ies ta?
C L T T E M N E S T R A . — Nad a de com edia . E r es p r incesa , E lect r a , y
e l pueb lo te aguar da , como todos los años .
ELECTRA. — ¿Soy pr ince sa, d e ve ras? ¿Y lo rec ordáis una vez
al año , cuando e l pueb lo r ec lama un cuadr o de vues t r a v ida
de f ami l ia par a su ed i f icación? ¡ L inda p r incesa , que lava la
vaj i l l a y guar da los cer dos ¿Eg is to r odear á mis hombr os con
su brazo, como el año pasado, y sonreirá junto a mi mejil la,
mur mur ando a mi o ído palabr as de amenaza?
C L I T E M N E S T R A .
— De t i depe nde q ue sea de o t r o m odo .
ELECTRA. — Sí, si me dejo in fecta r por vuestro s remo rdimie ntos
y si imploro el perdón de los dioses por un cr imen que no
he cometido. Sí, s i beso las manos de Egisto l lamándolo pa-
d r e . ¡ Puah T iene sangr e seca bajo las uñas .
C L I T E M N E S T R A . — Haz lo que qu ier as . Hace mu cho he r e nun-
ciado a dar te ó r denes en mi nombr e . Te t r ansmi t í l as del r ey .
ELECTRA. — ¿Qué me im port an las órdene s de Egisto? Es vues-
t r o mar ido , madr e , vues t r o muy car o mar ido , no e l mío .
C L I T E M N E S T R A . — No tengo nada que deci r te , E lect r a . Veo que
buscas tu per d ic ión y la nues t r a . Per o ¿cómo hab ía de acon-
sejar te yo , que ar r u iné mi v ida en una so la mañana? Me
odias , h i ja mía , per o lo que más me inqu ie ta es que te
par eces a mí ; yo he ten ido ese r os t r o pun t iagudo , esa sangr e
inquieta, esos ojos socarrones, ¡y no salió nada bueno
ELECTUA. — ¡No quiero pare cerm e a vos Dím e, File bo, tú que.
nos ves a las dos, una junto a la otra, no es cier to, ¿verdad?,
na .me par ezco a e l la .
ORESTES. — ¿Qu é dec ir? Su ros tro se ase meja a un cam po de-
vas tado por e l r ayo y e l g r an izo . Per o hay en e l tuyo a lgo
como una p r omesa de to r menta : un d ía la pas ión lo que-
mará hasta los huesos.
ELE¡CTRA. — ¿Una prom esa de to rme nta? Sea. Ace pto ese pare -
c ido . O ja lá d igas la ver dad . •
C L I T E M N E S T R A . — ¿ Y
tú? Tú que mir as as í a l as gen tes , ¿qu ién
er es? Déjame mir ar te a mi vez . ¿Y qué haces aqu í?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 124/267
Jean-Paul Sartre
E L E C T R A (vivamente ). -
Es un cor in t io l l amado Fi lebo . Anda
de viaje.
C L T T E M N E S T R A . - ¿Filebo? ¡Ahí
E L E C T R A . - ¿Par ecías temer o t r o nombr e ?
C L T T E M N E S T R A . - ¿Temer ? Si he ganado a lgo a l p^ de nn e, «
- que ahor a ya no puedo temer nada. Aoer cate , ex t r an jer o , se
bienvenido. ¡Qué joven eres ¿Que edad tienes:-
O R E S T E S .
— Dieciocho años . >
0
-
C L T T E M N E S T R A .
- ¿Tus padr e s v iven todav ía?
O R E S T E S .
- Mi padr e ha muer to .
C L T T E M N E S T R A . - ¿ Y
tu madr e? Ha de tener mi edad mas o
menos ¿No d ices nada? Sin duda te par ece mas joven que
yo ; puede r e í r y can tar aún en tu compañ ía ¿La qu ier es .
¡ Per o r esponde ¿Por qué la has a bandona do :
O R E S T E S . - Voy a Espar ta a a l i s tar me en las tr opas m er cenar ias .
C L T T E M N E S T R A . - Los v ia jer os hace n de o r d inar io un r odeo de
vein te leguas par a ev i tar nues t r a c iudad . ¿No te av isar on?
Las gen tes de la l l anur a nos han pues to en cuar en tena; mi-
r an nues t r o ar r epen t imien to como una pes te , y t i enen miedo
de con taminar se .
O R E S T E S . — L o s é . . . . , ,
C L T T E M N E S T R A .
- ¿Te han d icho que un cr imen inexp l icab le ,
comet ido hace qu ince años , nos ap las ta?
O R E S T E S .
— Me lo ha n dicho. , .
C L T T E M N E S T R A .
- ¿Qué la r e ina Cl i temnes t r a es la mas cu lpa-
b le? ¿Que su nombr e es mald i to en t r e todos .
O R E S T E S . — Me lo han d icho .
C U T E M ^ T R A . - ¿ Y s in embar go v in i s te? Ex t r an jer o , yo soy
la reina Clitem nestra . . . ^
E L E C T R A .
- No te en ter nezca s , F i lebo ; l a r ema se d iv ier te con
— juego nacional : e l juego de las conf es iones pu bh ea .
Aquí cada uno g r i ta sus pecados a la car a de todos ; y no es
raro, en los días
5
f er iados , ver a a lgún comer cian te que des -
pué¡ de bajar l a co r t ina metá l ica de su t i enda, se am**e
de rodillas por las calles, f rotando el pelo en el polvo y
a u l l a n d o q u f e s u n a s e s i n o , u n a d ú l t e r o o u n p r e v a r i c a d o r
Per oTas gen tes de Ar gos comienzan a has t iar se : cada uno
c o n o c e d e ' m e m o r i a l o s c r í m e n e s d e l o s o t ro s ; l o s d e k w m .
en par t icu lar no d iv ier ten ya a nad ie ; son cr ímenes o f ic ia les ,
Las moscas
cr ímenes de f undación , por as í deci r lo . Dejo que p ienses en
su alegr ía cuando te vio, joven, nuevo, ignorante hasta "de
su nombr e: ¡ qué ocas ión excepcional Le par ece que se
conf iesa por p r imer a vez .
C L T O S M N E S T R A . — Cal la . Cualqu ier a puede escup i r me a la car a ,
l l amándome cr iminal y p r os t i tu ida . Per o nad ie t i ene e l de-
r echo de juzgar mis r emor d imien tos .
E L E C T R A .
— Ya ves, Filebo; es la regla del juego. Las gentes te
implor ar án que las condenes . Per o mucho cu idado ; júzgalas
só lo por las f a l tas que te conf iesan : l as o t r as no in ter esan a
nad ie , y te t endr ían mala vo lun tad s i l as descubr ier as .
C L I T E M N E S T R A .
- Ha ce qu ince años yo er a la muje r más bel la
de Gr ecia . Mir a mi car a y juzga lo que he padecido . Te lo
d igo s in tapu jos : no lamento la muer te del v ie jo cabr ón ;
cuando lo v i sangr ar en e l baño can té de a leg r ía , ba i lé . Y
todav ía hoy , después de pasados qu ince años , no puedo
pensar lo s in un es t r emecimien to de p lacer . Per o ten ía un h i -
jo , ser ía de tu edad . Cuan do Eg is to lo en t r egó a los mer -
c e n a r i o s , y o . . .
E L E C T R A .
— También ten ías una h i ja , madr e , me par ece . Ha-
béis hecho de e l la una f r egona. Per o es ta f a l ta no os a to r -
men ta mucho .
C L I T E M N E S T R A .
— Er es joven , E lect r a . Le es f ác i l condena r a
qu ien es joven y no ha ten ido t i empo de hacer daño . Per o
paciencia : un d ía , ar r as t r ar ás t r as de t i un cr imen i r r epar ab le .
A cada paso cr eer ás a le jar te de é l , y s in embar go segu i r á
s iendo s iempr e igualmente g r avoso l levar lo . Te vo lver ás y
lo ver ás a tus espaldas , f uer a de a lcance, sombr ío y pur o
como un cr i s ta l negr o . Y n i s iqu ier a lo compr ender ás ya;
d i r ás : "No soy yo , no soy yo qu ien lo ha comet ido . " Sin em-
bargo , esta rá all í, cien veces renega do, siemp re all í t irándose
hacia a t r ás . Y sabr ás por f in que has compr omet ido tu v ida
s in más n i más , de una vez por todas , y que lo ún ico que
te queda es ar r as t r ar tu cr imen has ta la muer te . Tal es l a
ley , jus ta e in jus ta , de l ar r epen t imien to . Ver emos en tonces
qué quedar á de tu juven i l o r gu l lo .
E L E C T R A .
— ¿;Mi juvenil o r gu l lo? Vamos , l amentá i s vues t r a ju -
ven tud aún más que vues t r o cr imen ; od iá i s mi juven tud , más
aún que mi inocencia .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 125/267
. C L I T E M N E S T R A . - En t i , E lect r a , me od io a mí misma. No tu .
juventud, ¡oh, no , la mía.
E L E C T R A . - Y yo a vos,
&
vos os odio.
C L I T E M N E S T R A . - ¡Qué vergü enza Nos; injur ia mos como> do s
mujer es de la misma eda d qu e se en f r en tan por u na n j
:
dad amor osa . Y s in embar go soy tu madr e . No sé qu ien er es ,
joven n i lo que v ienes a hacer en t r e noso t r os ; per o tu p r e-
sencia es nef as ta . E lect r a me detes ta y no lo ignor o . Per o
hemos guar dado s i lencio dur an te qu ince anos ; y só lo núes
t r as mir adas nos t r a ic ionaban . V in is te , nos b^b las te y ya
es tamos mos t r ando los d ien tes y g r unendo como pei r as . L&s
leyes de la c iudad nos ob l igan a o f r ecer te hosp i ta l idad per o
n o t e l o o c u lt o , d e s e o q u e t e v a y a s . E n c u a n t o a t i h i j a i r ^ -
g e n ha r t o f i e l d e m í m i s m a , n o t e q u i e r o e s ^ o . P e r o m e
cor tar ía l a mano der echa an tes de per jud icar te . Lo sabes
demas iado , abusas de mi deb i l idad . Per o no te aconsejo que
levan tes con t r a Eg is to tu cabeci ta venenosa;
d e u n
P f
a z O S a
.
be des lomar a las v íbor as . Cr éeme, haz lo que é l t e o r dena, s i
no te des lomar á .
E L E C T R A .
- Podéis r esponder a l r ey que no apar ece r é en a
ücs ta . ¿Sabes lo que hacen , F i lebo? Hay en lo a l to de la
c iudad una caver na cuyo f ondo jamás han encongado nues -
t ro s j óv e ne s ; d i c en q u e se c o m u n ic a c on l os ^ r n o ^ e l
G r a n S a c e r d o te l a h a h e c h o o bs t ru i r c o n u n a g r a n p i ^
Pues b ien , ¿ lo cr eer ás? , cada an iver sar io e l pueb lo se r eúne
delan te de la caver na , los so ldados empujan a un lada la
p iedr a que tapa la en t r ada , y nues t r os muer tos según d icen
suben de los in f ier nos y se despar r aman por
les ponen cubier tos en las mesas, se les ofrecen sil las y lechos,
t o d S s e a p r e t u j a n u n p o c o p a r a d e j a r l e s l u g a r e n l a v e l a d ^
cor r en por todas par tes , todos los Pensamien tos son pan*
e ll os . Y a a di vi na s l as l a me n ta c io n es d e l os ^ ^ J d t
r ido muer to , mi quer ido muer to , no
q m s e
o f e n d e r t e p e r d ^
ñame" Mañana por la mañana, a l can to del gal lo vo lver án
b a j o
t i er r a , l a p f edr a r odar á has ta la en t r ada de la gn i t^
y se acabó has ta e l año p r óx imo. No qu ier o par t ic ipar en
esas mojig anga s. Son los mu ertos de ellos, no los míos ^
C L I T E M N E S T R A .
- S i no obedeces de bue n g r ado , e l r ey ha
dado o r den de que te l l even por f uer za . <
ELECTRA. - .Po r fu er za ?. . . ¡Ahí ¡Ah Por fue rza . Esta b ie n
" e n a m a d r e , s i g us tá is ', a s e g ur a d al r e y m i o b e di e n c ia .
Me p r esen tar é en la f ies ta , y pues to que e l pueb lo qu ier e
ver me, no quedar á decepcionado . En cuan to a t i , F i lebo ,
te lo r uego , d i f ier e tu par t ida , as i s te a nues t r a f ies ta . Qu izá
r encuen t r es ocas ión de r i sa . Has ta luego , voy a ar r eg lar me.
7
' (Sale:) -
C L I T E M N E S T R A ( a O R E S T E S ) . — Vete . Es toy segur a de q ue nos
t r aer ás desgr acia . No puedes od iar nos , no te hemos hecho
nada. Vete . Te lo sup l ico por tu madr e , vete . (Sale.)
O R E S T E S .
— P o r m i m a d r e . . .
(Entra
J Ú P I T E R . )
Escena VI
O R E S T E S . — J Ú P I T E R
J Ú P I T E R . — Vues t r o cr iado me d ice que os vai s . En vano busca
cabal los por toda la c iudad . Per o yo podr é consegu i r os dos
jumentos en jaezados a buen p r ecio .
O R E S T E S .
— Ya no me mar cho .
J Ú P I T E R
(lentamente). - ¿Ya no os marc háis? (Pausa. Vivamen-
te.) En tonces no os dejo , so i s mi huésped . A l p ie de la c iudad
hay una posada bas tan te buena donde nos a lo jar emos jun-
tos . No lamentar é i s haber me escog ido por compañer o . En
primer lugar —abraxas, galla, galla, tse, tse—, os l ibro de las
moscas . Y ademá s , un hombr e d e mi edad suele dar buenos
consejos: i*>dría ser vuestro padre, me contaréis vuestra his-
to r ia . Ven id , joven , dejaos es tar : encuen t r os como és tos son
a veces más p r ovechosos de lo que se cr ee a l p r incip io . Ved
el e jemplo de Telémaco , e l h i jo del r ey Ü l i ses . Como sabéis ,
un buen d ía encon t r ó a un anciano cabal ler o l l amado Men-
tor , que se unió a sus destinos y lo siguió por todas par tes.
Bueno, ¿sabéis quién era el tal Mentor?
Lo lleva hablando y cae el~
T E L Ó N
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 126/267
A c t o s e g u n d o
Primer cuadro
Una plataforma en la montaña. A la derecha, la caverna. Cie-
rra la entrada una gran piedra negra. A la izquierda, gradas
que conducen a un templo.
Escena I
L A M U L T I T U D - Luego J Ú P I T E R - O R E S T E S y el P E D A C O C O
U N A M U J E R (se arrodüla delante de su chiquillo). - La co r bata .
Ya te h ice t r es veces e l nudo . (Cepilla con la mane.) Asi.
Es tás l impio . Sé ju ic ioso y l lo r a con los demás cuando te lo
d igan .
EL NIÑO. - ¿Por ahí han de v enir?
L A M U J E R . — S í .
EL NIÑO. - Ten go mied o. , . . , •
LA MUJER. - Hay qu e tener miedo , quer ido mío . Much o mie-
do . As í es como se l l ega a ser un hombr e honr ado .
UN HOMBRE. - Te ndr án bu en tie mp o hoy.
OTRO. - ¡ Af or tunadam ente Ha y que convencer se de que son
aún sensibles al calor del sol. El año pasado llovía y estu-
v i e r o n . . . t e r r i b l e s .
E ¿ P R IM E RO. — ¡ T er r i b l e s
E L SEGUNDO. — ¡Ayl .
EL TERCERO. - Cu and o hay an vu elto al agu jero y estemos
solos,
en t r e noso t r os , t r epar é aqu í ,^mir ar é es ta p ied r a y me d i r é :
"Ahor a se acabó por un año" .
UN CUARTO. — ¿Sí? Bu eno , pa ra m í eso no e s un con suelo . A
par t i r de mañana empezar é a deci r me: "¿Cómo es tar án é l
año p r óx imo?" De un año a o t r o se vuelven más malos
"EL SEGUNDO. — Ca lla, des dic had o. Si uno d e ellos se hub ier a in-
f i l t r ado por a lguna g r ie ta de la r oca y r ondar a ya en t r e no-
so t r os . . . Ha y muer tos que se adelan tan a la c i ta .
(Se miran con inquietud).
U N A M U J E R J O V E N . — Si por lo menos pud ier a empezar en se-
gu ida . ¿Qué es lo que hacen los del palacio? No se dan p r i -
sa . Par a mí lo más dur o es es ta esper a : una es tá aqu í , pa ta-
leando bajo un c ie lo de f uego , s in qu i tar los o jos de esa
p iedr a ne gr a . . . ¡ Ah Es tán ah í , de t r ás de la p ied r a , esper an
como noso t r os , r egoci jándose con la idea del daño que van
a hacer nos .
UNA VIEJA. — ¡Bien está, mald ita ra me ra Ya se sabe lo qu e la
asus ta . Su mar ido mur ió la p r imaver a pasada, y hacía d iez
años que le ponía los cuernos.
L A M U J E R J O V E N . — Bueno , s í , lo conf ieso , lo engañé mien t r as
pude; per o lo quer ía y le hacía la v ida ag r ádab le ; nunca
sospechó nada y mur ió mir ándome con o jos de per r o ag r ade-
c ido . Ahor a lo sabe todo , l e han aguado su p lacer , me od ia ,
padece . Y den t r o de un r a to es tar á jun to a m í , su cuer po d e
humo desposar á mi cuer po más es t r echamente de lo que
lo hizo nunc a ningú n ser vivo. ¡Ah Lo lleva ré a mi casa,
en r oscado a l r ededor del cuel lo como una p ie l . Le he p r e-
par ado buenos p la t i tos , to r tas de har ina , una co lación como
las que le gus taban . Per o nada suav izar á su r encor ; y es ta
n o c h e . . . e s t a n o c h e e s t a r á e n m i c a m a .
UN HOMBRE. - Tie ne razó n, diablos. ¿Qu é hac e Egisto? ¿En
qué p iensa? No puedo sopor tar es ta esper a .
OTRO. — ¡ Quéja te ¿Cr ees qu e Eg is to t i ene me nos mie do que
nosotros? ¿Quisieras estar en su lugar , eh, y pasar veinticua-
t r o hor as a so las con Agamenón?
L A M U J E R J O V E N . — Hor r ib le , ho r r ib le esper a . Me pa r ece que
todos voso t r os os a le já i s l en tamente de mí . Todav ía no han
qu i tado la p ied r a y cada uno es ya p r esa de sus muer tos , .
solo como una gota de l luvia.
. (Entran
J Ú P I T E R , O R E S T E S ,
el
P E D A G O G O . )
JÚPITER. — Ven po i aq uí, e starem os mejo r .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 127/267
O R E S T E S
- ¿Son éstos los ciud adan os de Argos, los muy fieles
- .Mirad , mi amo, la tez ce rd ea ,
^ r l e m ' ^ s l E s tas g en tes están a ^ n t o d e « -
d e n Í e d o . H e a q u í e l e f ec t o d e l a s u p i e r o n ,
miradlos Y s i aún neces i tá is una prueba de la e ice iene
d mi füosof l cons ide rad en seguida mi tez f l or ec en *
r w l T Lind a cosa una tez florec iente . Unas
a m a p o l a s
e n
w h o m b r e , n o t e i m p e d i r á n s e r b a s u r a - n o
a r i tos a los o jos de Júpi te r . Anda , apes ta s y no lo sabes .
^ T m b i o d i o s t i e n e n l i s n a ri c e s l l en a s d e su s p r o p , o s c í o-
res; se conocen mejor que tú.
v í t o ' Z ^ u b T a Us
g
radns del templo, m dirige a U
M " ) - R i e r e s v ol ve rn os l oc os ? U n am o s n u es U a, v o-
t e " ~ d a s , y l la me mo s a E gi st o: n o p od em o s t ol er ar
que d i f ie ra más t iempo la ce remonia .
TOlSHSKrtss
ia ga rganta abie r ta , me ence r ra rá en sus brazos mv^Wes
v Acosos , se rá mi amante toda la noche , toda la noche .
¡Ah
O
S
^ ' -
T
Q ^ locuras . Es prec iso dec i r a e s ta s gentes
S Ü - Y q u é , j o ve n , ¿ t an t o a s pa v ie n to p o r u n a m u . er q u e
na carroña inm und a. ¡Mirad las moscas «
cuervos ' P icad , cavad, ta ladrad , moscas vengadoras , r evM
Z ™ d e h a st a m i c or az ón o bs ce no . H e p e ca do , h e p e -
cado c ien mil veces , soy un a lba f ta l , un re t r e te . . .
- Bueno , buen o. Ya lo coataras
"
M e n d
°
h s
, .
a
" M
L
T C
P . - ¡Egistol ¡Egisto Por compasió n, ordena que
empiecen. No podemos más .
fEcisTO
aparece en las gradas del templo. Detrás de él
C L T T E M N E S T R A
y el
G R A N S A C E R D O TE . G U A R D I A S ) . «
Escena II
L o s M I S M O S - E G I S T O - C L I T E M N E S T R A - E L G R A N S A C E R D O T E -
L o s G U A R D I A S
EGISTO. - ¡Perros ¿Os atrevéis a quejaros? ¿Hab éis perd ido l a
memor ia de vues t ra abyecc ión? Por Júpi te r , r e f re sca ré vues-
tros recuerdos. (Se vuelve hacia CLITEMNESTRA.) Tendremos
que dec id i rnos a empezar s in e l la . Pe ro que tenga cuidado.
Mi castigo será ejemplar .
C L I T E M N E S T R A .
— Me había promet ido que obedece r ía . Se e s tá
a r reglando, e s toy segura ; ha de haberse demorado de lante
del espejo.
E GIS T O (a los G U A R D I A S ) . — Que vayan a busca r a Elec t ra
a l pa lac io y la t r a igan aquí de grado o por fue rza . (Los
G U A R D I A S salen. A la M U L T I T U D ) . A vuestros lugares. Los
hombres a mi de recha . A mi izquie rda la s muje res y los
niños. Está bien.
(Un silencio. E G I S T O aguarda).
E L G R A N S A C E R D O T E . — Las gentes no puede n más .
E CI ST O. — L o s é . S i m i s g u a r d i a s . . .
(Los
G U A R D I A S
vuelven).
UN GUARDIA. — Señor, he mos bus cado por todas partes a la
princesa. Pero el palacio está desierto.
EGISTO. — Está bien . M aña na arreglarem os esa cuent a. (Al
G R A N S A C E R D O T E ) . Empieza .
E L G R A N S A C E R D O T E . — Re t i r ad la p iedra .
L A M U L T I T U D . — ¡ A h
(Los G U A R D I A S retiran la piedra. El G R A N S A C E R D O T E se ade-
lanta hasta la entrada de la caverna).
E L G R A N S A C E R D O T E . — ¡Vosotros, los olvidados, los aban don a-
dos, los desencantados, vosotros que os arrastráis por el sue-
lo , en la oscur idad, como fumarolas , y que ya no tené is
nada propio fue ra de vues t ro gran despecho, vosotros , muer -
tos, de pie: es vuestra f iesta ¡Venid, subid del suelo como
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 128/267
I E S S ^
cohor tes ap r e tadas en t r e la madr e y e l h i jo , en t r e la mu
•er X amante , hacedn os lamen tar que no es temos muer -
es De p T vampir os , l a r vas , espect r os , har p ías , t e r r o r de
tos. ivc p , r soldados qu e mur ieron blas-
™ o "de
C
pTe dó m al a suer te , lo s humi l la do ,
" I m u e rt os d e h a m b r e c u yo g ri to d e a go ní a f u e
u n a m a l d i ci ó n . i M i r a d , a h í e s t á n l o s v i vo s , l a s « A j
sas vivas ¡De pie, cae d sobre ellos en remo lino y roedlos
has ta los huesos ¡ De p ie ¡ De p ie l ¡ De p i e . . .
(Tam-tam. Batía delante de U entrada de la "averm. V^
1 r o lentamente, l u e g p cada vez más rafndo y cae erte-
nuado).
EGISTO. - ¡Ahí est án
LA MULTITUD. - ¡H orr or
ORESTES. - Es dem asiad o y v o y . . . , „
j E - ¡ M í r am e , j o v en , m í r a m e a l a c a r a , a s ,, a s , H a s
compr end ido . S i lencio ahor a .
ORESTES. - ¿Q ui én sois?
TÚPITER. - Lo sa brá s más tar de .
es tá tu madr e mue r ta por f a l ta de cu idados . Y «h , , Sege «
usur er o in f ame, ah í es tán todos tus
los que mu rieron en la miser ia y los que «
que los arruinabas. Ahí están, y ellos son, hoy
d o r es . Y v o so t ro s , p a d r e s , t i e r n o s p a d r e s , b a , a d u n p o c o t e ,
o jos , mi r ad más abajo , hacia e l suelo : ah ,e s t án 1« n iños
muer tos , t i enden sus maneci tas ; y todas J a s ^^degna*
les habéis negado , todos los to r mentos que les habéis mn
gTd^ pS an como p lomo en sus a lmi tas r encor osas y deso-
ladas. ^
LA MULTITUD. — ¡Piedad
EcistO. - ¡Ah, sí ¡Pieda d ¿No sabéis qu e los mu ertos jam ás
t ienen p iedad? Sus ag r av ios son imbor r ab les , po r que par a
el los la cuen ta se ha deten ido p ar a s iempr e . ¿C on bue nas
obr as , N ic ias , p iensas bor r ar e l mal que h ic i s te a tu madr e?
¿Pér í> qué obr a buena podr á a lcanzar la nunca? Su a lma es
un mediod ía tó r r ido , s in un sop lo de v ien to , donde nada
se mueve, nada cambia , nada v ive; un g r an so l descar nado ,
un so l inmóvi l que consume e ter namente . Los muer tos ya
n o s o n - ¿ c o m p r e n d é i s e s t a p a l a b r a i m p l a c a b l e ? - , y a n o
son , y por eso se han er ig ido en guar d ianes incor r up t ib les
de vues t r os cr ímenes .
LA MULTITUD. — ¡Piedad
EGISTO. - ¿Pie dad ? Ah, farsantes , hoy te néis públic o. ¿Sentís
pesar en vues t r os r os t r os y en vues t r as manos las mir adas
de esos millones de ojos f i jos y sin esperanzas? Nos ven, nos
ven , es tamos desnudos delan te de la asamblea de los muer -
tos . ¡ Ah ¡ Ah Ahor a es tá i s muy conf un d idos ; os quem a esa
mir ada inv is ib le y pur a , más inal ter ab le que e l r ecuer do de
una mir ada.
LA MULTITUD. — ¡Piedad
Los HOMHRES. — Pe rdo nad qu e v ivamo s mie ntras vosotros es-
tá i s muer tos .
LAS MUJERES. - Pie dad . Nos ro dea n vuest ros rostrós y los ob-
je tos que os per tenecier on , e ter namente l l evamos lu to por
vosotros y l loramos del alba a la noche y de la noche al
a lba . Es inú t i l , vues t r o r ecuer do se desh i lacha y se nos des -
l iza en t r e los dedos ; cada d ía pal idece un poco más y somos
un poco más cu lpab les . Nos abandonáis , nos abandonáis ,
os escur r í s de noso t r os como una hemor r ag ia . S in embar go ,
por s i e l lo pud ier a ap lacar vue s t r as a lmas i r r i t adas , sabed ,
<Jh car os desapar ecidos , q ue nos h abéis a r r u inado la v ida .
Lo s HOMBRES. — Per d onad que v ivamos mien t r as voso t ros es -
táis muertos.
Los NIÑOS. — ¡Piedad No nac imos a prop ósito, y nos ave rgon-
zamos mucho de cr ecer . ¿Cómo hub iér amos pod ido o f en-
deros?^-Mirad, apenas vivimos, somos f lacos, pálidos y. muy
pequeños ; no hacemos r u ido , nos des l izamos s in ag i tar s i -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 129/267
qui e r a e l a i r e a nues t ro a l r e dedor . ¡Y os t enem os mi edo ,
¡oh , ¡ tanto mied o
Los HOM BRES. - Pe r don ad qu e v i vamos m i en t ra s voso t ros e s -
tá is mue rtos. , ,
ECISTO. - ¡Paz ¡Paz Si voso tros os lam enta is aquí ¿que dir é
y o v u e s t r o r e ¿ ? P u e s h a c o m e n z a d o m i s u p l i c i o : e l s u e £
t i embl a y e l a i r e se ha oscurec i do ; apa rece rá e l más g rande
d e t s m u e r t o s , a q u e l a q u i e n h e m a t a d o c o n m i s m a n o s :
Agamenón . ,
O R E S T E S (sacando la espada).
- ¡Ruf i án N o t e pe rm i t i r é qu e
mezc l e s e l nombre de mi padre con t us maul e r i a s .
J Ú P I T E R
(tomándolo por la cintura). - ¡De t eneos , j oven ; de -
F II^(volviéndose). - ¿ Q u i é n se a t r e v e ? ^ f ^ J ^ J ^
reciclo vestida de blanco en las gradas del templo.
E G I S T O
la ve). ¡E l ec t r a
LA MULTITUD. - ¡El ec t ra
E s c e n a I I I
L o s M I S M O S - E L E C T R A
ECISTO. - E l ec t r a , r e sp onde , ¿ qué s i gn i f i c an e sa s ro pas?
ELECTRA. - M e he pu esto m i ves t ido mas hermo so. ¿N o es
un d í a de f i e s t a? „ P
E L G R A N S A C E R D O T E .
- ¿Vi enes a bur l a r t e de los mue r t o s? E s
l a f i e s t a de e l l os , l o sabes muy b i en , deb í a s p re sen t a r t e con
ves t i dura s de l u t o . .
E L E C T R A . - ¿ D e l u t o? ¿Por qué de l u t o? ¡No t emo a mi s
mue r t os y nada t engo que ve r con l os vues t ros
E G I S T O . — H a s d i c h o
la
v e r d a d ; t u s m u e r t o s n o
s o n n u e v o s
m u e r t o s . M i r a d e n s u v e s t i d o d e r a m e r a a l a m e t a d e A t t » ,
At reo qu e dego l l ó coba rd eme nt e a sus sobr i nos ¿Qué e re s ,
Si no e l ú l t i mo re t oño de una r aza ma l d i t a ? Te he t o l e rado
por compas i ón en mi pa l ac i o , pe ro hoy reconozco mi t * \ }a ,
porque s i gue cor r i endo por t us venas l a v i e j a sangre po-
dr i da de l os At r i da s y nos i n fec t a r í a s a t odos s i no pus i e ra
YP -
1111
P°c o de o rden . T en un p oco de pa c i enc i a , j pe rra , y
ya ve rá s s i sé c a s t i ga r . No t e ba s t a rán l os o j os pa ra l l o ra r .
LA MULTITUD. — ¡Sacr i lega
EGISTO. - ¿Oyes , de sd i c hada , l os g ruñ i do s de l pueb l o a l q ue
has o fend i do , oyes e l nombre que t e da? Si no e s t uv i e ra yo
pa ra pone r f r eno a su có l e ra , t e de s t roza r í a aqu í mi smo.
LA 'MULTITUD. — ¡Sacr i lega
ELECTRA. — ¿Es un sac r i l eg i o se r a l egre? ¿Po r qu é no son
a l egre s e l l os? ¿Qui én se l o i mpi de?
EGISTO. -Se r í e y su padre mue r t o e s t á ah í , con l a sangre
c o a g u l a d a e n l a c a r a . . .
ELECTOA. - ¿Có mo os a t r evé i s a ha b l a r de A game nón? ¿Qu é
sabé i s s i no v i ene por l a noche a hab l a rme a l o í do? ¿Qué
sabé i s l a s pa l abra s de amor y de pe sa r que me cuch i chea
con su voz ronca y quebrada? M e r í o , e s c i e r t o , por p r i -
mera vez en mi v i da , me r í o , soy fe l i z . ¿Af i rmá i s que mi
fe l i c i dad no regoc i j a e l co razón de mi padre? ¡Ah Si e s t á
aqu í , s i ve a su h i j a ve s t i da de b l anco , a su h i j a a qu i en
habé i s r educ i do a l r ango abyec t o de e sc l ava ; s i ve que
l l eva l a f r en t e a l t a y que l a de sgrac i a no ha humi l l ado su
orgu l l o , no se l e ocur re , e s t oy segura , ma l dec i rme ; l e b r i -
l lan los Ojos en su rost ro a just ic iado y sus labios sangrientos
t r a t an de sonre í r .
L A M U J E R J O V E N .
- ¿Y si di jera la v erd ad?
VOCES. - No , mi ente , está loca. Elec tra , vete , pof fav or, sino
t u i mpi edad recae rá sobre noso t ros .
ELECTRA. -¿Pe ro de qué t ené i s mi edo? M i ro a vues t ro a l r e -
dedor y só l o veo vues t r a s sombras . Pe ro e scuchad l o que
acabo de sabe r y que qu i zá i gnoré i s : hay en Grec i a c i uda
des d i chosa s . C i udad es b l ancas y t r anqu i l a s que se ca l i en -
t an a l so l como l aga r t os . A e s t a mi sma hora , ba j o e s t e mi s-
mo c i e l o , hay n i ños que j uegan en l a s p l aza s de Cor i n t o .
Y s u s m a d r e s n o p i d e n p e r d ó n p o r h a b e r l o s e c h a d o a l
mundo . Los mi ran sonr i endo , e s t án o rgu l l osa s de e l l os . Oh ,
madre s de Argos , ¿ comprendé i s? ¿Podé i s comprende r aún e l
o rp i l l o de una muj e r que mi ra a su h i j o y p i ensa : "Yo
l o l i e ¿ l l evado en mi sen o ' ?
E GÍS T O. Y
Ca l l a rá s , a l f i n , o t e ha ré t r ag a r l a s pa l abra s .
VOC E S
(en la multitud). - ¡Sí, sil Que se ca l l é . ¡Bas t a , ba s t a
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 130/267
OT HAS VOC E S .
- ,No ,
d e j a d l a h a b l a r D e j a d l a
h ab la r . Es Ag a-
¿ S Í j g j . e n , « a n p
, „ s h o m br e s a l za n ^ t ^ o f d T v o ^ m ism o s,
e l t emo r d e a t rep e l l a r lo s a l men o r mo v imien to , b en a co r r í
b l e T e r d a d ? , q u e v u e s t ra s m a n o s a tr a v e sa r a n d e p r o n to
_ Hab i t an tes d e Arg o s , o s d ig o q u e es t a
E
m u ^ e s S S : b i c h a d a d e e lla y d e lo s q u e e nt r e
E ^ - ^ r ^ u e r i d o s m u e r to s , I f ig e n ia , m i h e n n a n a
™ A g a m e n ó n , m i p a d r e y ú n i c o r e y , e s e u c h a d m i n . e -
g o l i s o y s a e r íl e g a , s i o f e n d o a v u e s t r o s m a n e s d o l o s o s
h a c e d u n a s e ñ a l , h a c e d m e u n a s e ñ a l e n s e g u t d a p a r a q u e l o
s e p a
P C T O
si
M E
a p r o b á is , q u e r i d o s m í o s, e n t o n c es c a t a ,
d i e s t r o s il en ci o, p a r a q u e l o . h o m br es q u e m e r o-
d ean s ep an q u e v u es t ro co razo n es t á co n mig o .
t ro d e u n a imp ía . ¡Pu es b ien , b g i s to , ¿
* l i ad a ? ¿Po r q u é n o resp o n d es? « ,
EGISTO. - ¿Se disc ute con las best ias hed ion das ? ¡Se las des
t ru y e Ha s id o u n e r ro r mío p erd o n a r l a an tes ; p e ro es u n
er ro r rep arab le ; n o t en g á i s mied o , v o y a ap las t a r l a Co n t ra
e l su e lo y su raza d esap a recerá co n e l l a . ' f \
LA MULTITUD. — ¡Am enaza r no es respo nde r, Eg is to ¿No t ie-
n es n in g u n a o t ra co sa q u e d ec i rn o s?
L A M U J E R J O V E N . — Baila, sonríe, es fel iz, y los mue rtos pa-
recen p ro teg er l a . ¡Ah , Elec t ra en v id iab le , mi ra , y o t amb ién
ap ar to lo s b razo s y o f rezco mi p ech o a l so l
V O C E S
(en la multitud). — Lo s mu er to s ca l lan : ¡Eg i s to , n o s
h as men t id o
ORESTES. — ¡Qu erida Elect ra
JÚPITER. — Diab los , destr u iré la ch ách ara d e es ta ch iquil la.
(Extiende el brazo.) Po s id ó n ca r ib ú ca r ib ó n lu l l ab y .
(La gran piedra que obstruía la entrada de la caverna rue-
da con estrépito contra los peldaños del templo.
E L E C T R A
deja
de baüar.)
. L A M U L T I TU D . — ¡ H o r r o r <
(Largo silencio.)
E L G R A N S A C E R D O T E . — ¡ O h p u e b l o c o b a r d e y d e m a s i a d o . l i -
g e ro ; lo s mu e r to s s e v en g an ¡Mi rad có mo caen so b re n o -
so t ro s l a s mo scas en esp eso s remo l in o s ¡Hab é i s escu ch ad o
u n a v o z s ac r i l eg a y es t amo s mald i to s
LA MULTITUD. — ¡No hemos hecho nada, no es culpa nuestra;
e l l a v in o y n o s s ed u jo co n su s p a lab ras en v en en ad as ¡Al
río , bru ja, al río ¡A la hogu era
U N A V I E J A
(señ a la n d o a la
M U J E R J O V E N . ) — Y
a és t a , q u e b e-
b ía su s p a lab ras co mo mie l , a r ran cad le l a s ro p as , d esn u -
d ad la y azo tad la h as t a h acer l e s an g re .
(Se apoderan de la
M U J E R J O V E N ;
los hombres suben los
peldaños de la escalera y se precipitan hacia E L E C T R A . )
E G I S T O
(que se ha incorporado.)
— Silencio , perros . Volved a
v u es t ro s lu g ares en o rd en y d e jad e l cas t ig o p o r mi cu en ta .
(Süencio.) Pu e s b ien , ¿h ab é i s v i s to lo q u e cu es ta n o o b ed ecer -
me? ¿Du d aré i s ah o ra d e v u es t ro j e fe? Vo lv ed a v u es t ras casas ;
lo s mu er to s o s aco mp añ an , s e rán v u es t ro s h u ésp ed es to d o e l d í a
y t ad a l a n o ch e . Haced les u n lu g ar en v u es t ra mesa , en v u es -
t ro b o jea r , en v u e s t ro l ech o , y t ra t ad d e q u e v u es t ra co n d u c ta
e jemp la r l e s h ag a o lv id ar to d o es to . En cu an to a mí , au n -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 131/267
que vues t r a s sospechas me hayan he r i do , os l o pe rdono .
P e r o t ú , E l e c t r a . . . . \
A
,
EIJECTRA. - Bu eno , ¿qué ? Erré e l golpe. La próx ima vez sa ldrá
E G I S T O
r
— No t e da ré oca s i ón . La s l eye s de l a c i udad me
proh i ben ca s t i ga r en e s t e d í a de f i e s t a . Lo sab i a s y ha s abu-
sado . Pe ro ya no fo rmas pa r t e de l a c i udad , t e e cho . Pa r -
t i r á s de sca l za y s i n equ i pa j e , con e se ve s t i do i n fame sobre
e l cue rpo . S i t odav í a e s t á s den t ro de e s t os muros manana
a l a l ba , doy l a o rden a qu i en qu i e ra que t e encuen t re de
ma t a r t e como a una ove j a sa rnosa .
(S a l e ,
seguido por los
G U A R D I A S .
La
M U L T I T U D
desfila de-
lante de
E L E C T R A
mostrándole el puño.)
J Ú P I T E R
(a
O R E S ^ S ) .
- P ues b i en , m i señor ¿habé i s ap ren d^
do? O mu cho me equ i v oco o e s é s t a un a h i s to r i a mora l l os
ma l os han s i do ca s t i gados y l os buenos r ecompensados . (Se -
ñala ndo a ELECTRA.) Es a mu jer . ^ , , .
ORESTES. - ¡Esa muj e r e s mi he rman a , buen hom bre Ve t e ,
instante, luego se encoge de. hombros).
— Com o qu i e ra s .
(Sale seguido por el P E D A G O G O . )
Escena IV
E L E C T R A
en los peldaños del templo
- OR E S T E S
E L E C T R A ¡ a l m e z a y lo mira, - ¡Ah ¿Es t á s ah í , F i l ebo ?
ORESTES. - No pu ede s seguir en esta c iud ad, Ele ctra . Es tas EN
E ™ ' - ¿ E n p e li g ro ? ¡A h , e s c ie r to Y a v i st e c ó m o e r r é é V
gol pe . Es un poco cu l pa t uya , ¿ sabes? , pe ro no t e l o r e -
p rocho .
^ . l ^ h f e n l r j a
0
: (Baja Hacia. M)
O ^ H ™ ^ « . E s c u c h a : „ » « » -
t os . Al gu i en ha de consegu i rme caba l l os , t e l l eva ré en
grupas .
E L E C T R A . — N o . }
ORESTES. — ¿N o qui eres h uir conm igo?
ELECTRA. — No qu iero hui r .
ORESTES. — Te l leva ré a Cor into.
Í E L E C T R A (riendo). — ¡Ahí Co r i n t o . . . ¿Ves? , no l o hace s a p ro -
pós i t o , pe ro s i gues engañándome . ¿Qué ha ré yo en Cor i n t o?
T e n g o q u e s e r r a z o n a b l e . T o d a v í a a y e r a l e n t a b a d e s e o s t a n
modes t os : cuando se rv í a l a mesa , con l os pá rpados ba j os ,
mi raba en t re l a s pe s t añas a l a pa re j a r e a l , a l a l i nda v i e j a
de ca ra mue r t a , y a é l , gordo y pá l i do , con su boca f l o j a
y e sa ba rba negra que l e co r re de una o re j a a l a o t r a como
un reg i mi en t o de a rañas , y soñaba ve r un d í a un humo,
u n h u m i t o d e r e c h o , s e m e j a n t e a l a l i e n t o e n u n a m a ñ a n a
f r í a , sub i endo de sus v i en t re s ab i e r t os . Es t odo l o que
ped í a , F i l ebo , t e j u ro . No sé l o que qu i e re s , pe ro no debo
c ree r t e ; no t i ene s o j os modes t os . ¿Sabes qué pe nsab a an t e s
de conoce r t e? Que e l sab i o no puede de sea r en l a t i e r r a
nada más que devo l ve r un d í a e l ma l que l e han hecho .
ORESTES. — Elec tra , si me sigues ve rás qu e pu ed en des ears e
muchas o t r a s cosa s s i n de j a r de se r sab i o .
ELECTRA. — No qu i e ro segu i r e scu chánd o t e ; m e ha s hec ho
mucho dañ o : L l ega s t e con t us o j os ham br i en t os én t u suav e
ros t ro de muj e r y me h i c i s t e o l v i da r mi od i o ; ab r í l a s manos
y de j é de s l i z a r ha s t a mi s p i e s mi ún i co t e soro . Qui se c ree r
que pod í a cura r a l a gen t e de aqu í con pa l abra s . Ya v i s -
t e l o que ha suced i do : l e s gus t a su ma l , nece s i t an una
l l aga f ami l i a r que conse rvan cu i dadosament e r a scándo l a
con l a s uñas suc i a s . Hay que cura r l os por l a v i o l enc i a , pues
no se puede vence r e l ma l s i no con o t ro ma l . Adi ós , F i l ebo ,
ve t é , dé j ame con mi s ma l os sueños .
ORESTES. — T e ma ta rá n .
ELECTRA. — H ay a qu í un san tuari o, e l temp lo de A polo; a ve-
ce s l os c r i mi na l e s se r e fug i an en é l y mi en t ra s e s t án den t ro -
nad i e puede t oca r l e s un pe l o . Al l í me e sconde ré .
ORESTES. — ¿Por qu é rech azas mi .ayu da?
ELECTRA. — No t e c or re sp ond e ayu da rm e . O t ro vendr á pa r a
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 132/267
l i b e r t a r m e . (Pausa.) M i h e r m a n o n o h a m u e r t o , l o s é . Y lo .,
e sp ero .
O R E S T E S . — ¿ Y s i n o v i n i e r a ?
ELECTRA. - Ve n d r á , n o p u ed e d e ja r d e v en i r . Es d e n u es t r a
r a z a , ¿ c o m p r e n d e s ? ; l l e v a e l c r i m e n y l a d e s g r a c i a e n . l a
s an g re , co mo y o . Es a lg ú n so ld ad o , co n lo s g ran d es o jo s
r o j o s d e n u e s t r o p a d r e , s i e m p r e f e r m e n t a n d o u n a c ó l e m ;
s u f r e , se h a e n r e d a d o e n s u d e s t i n o c o m o l o s c a b a ll o s d e s -
t r i p a d o s e n r e d a n l a s p a t a s e n s u s i n t e s t i n o s , y a h o r a , c o n
c u a l q u i e r m o v i m i e n t o q u e h a g a , s e a r r a n c a l a s e n t o r n a s .
V e n d r á ; e s t a c i u d a d l o a t r a e , e s t o y s e g u r a , p o r q u e a q u í
e s d o n d e p u e d e h a c e r m á s d a ñ o . V e n d r á c o n l a f r e n t e b a j a ,
s u f r i e n d o y p i a f a n d o . M e d a m i e d o : t o d a s l a s n o c h e s l o
v e o e n s u e ñ o s y m e d e s p i e r t o g r i t a n d o . P e r o l o e s p e r o y
l o a m o . T e n g o q u e q u e d a r m e a q u í p a r a g u i a r s u i r a - p o r -
q u e y o t e n g o c a b e z a - , p a ra s eñ a la r l e co n e l d ed o a lo s
c u l p a b l e s y d e c i r l e : " ¡ P e g a , O r e s t e s , p e g a , a q u í e s t á n
ORESTES. — ¿Y s i n o fu era co m o tú lo imag in as?
ELECTRA. - ¿Có mo q u ie res q u e s ea e l h i jo d e A g am en ó n y d e
C l i t emn es t ra? ,
ORESTES. - ¿S i es tu v ie ra can sad o d e to d a esa s an g re , p o r h a -
b e r c r e c i d o e n u n a c i u d a d d i c h o s a ?
ELECTRA. - En t o n c es l e escu p i r í a e n l a ca ra y l e d i r í a : " V ete
p e r r o , v e t e c o n l a s m u j e r e s , p o r q u e n o e r e s o t r a c o s a ^ q u e
u n a m u j e r . P e r o h a c e s u n m a l c á l c u l o : e r e s e l n i e t o d e
A t r e o , n o e s c a p a r á s a l d e s t i n o d e l o s A t n d a s H a s p r e f e n d o
l a v e r g ü e n z a a f c r i m e n , e r e s U b r e. P e r o e l d e s t in o u i a
b u s c a r t e a t u l e c h o : T e n d r á s p r i m e r o l a v e r g ü e n z a y l u e g o
co mete rás e l c r imen , j a p esa r d e t i mismo
ORESTES. - Ele ctr a, soy Orest es .
ELECTRA (dando un grito). - jMie ntesl '
ORESTES. - Po r lo s ma n es d e mi p a d r e Ag ame n ó n , t e lo ^
s o y O r e s t e s . (Silencio.) B u e n o , ¿ q u é e s p e r a s p a r a e s c u p i r m e
E i ^ A ^ C Ó m o p od r í a h a c e r lo ? (Lo mira.) Esa h e n ^
e s l a f r e n te d e m i h e r m a n o . E s o s o jo s q u ^ b ^ i
s o n l o s o j o s d e m i h e r m a n o . O r e s t e s . . . l A h H u b i e r a , p r e
S S d o q u é s i g u i e r a s s i e n d o F i l e b o y q u e m i h e r m a n o h u
254
b i e s e m u e r t o . (T í m i d a m e n t e . ) ¿ E s c i e r t o q u e h a s v i v i d o e n
d o r i n t o ? v
ORESTES. — No . Fu ero n u n o s b u rg u ese s d e A ten as q u ien e s me"
e d u c a r o n .
ELECTRA. — Qu é jo v en p a reces . ¿ Nu n ca h as lu ch ad o ? L a es -
p ad a q u e l l ev as a l co s tad o , ¿n u n ca s i rv ió ?
O R E S TE S . — N u n c a .
ELECTRA. — M e sen t í a m en o s so la cu an d o n o t e co n o c ía : e s -
p e r a b a a l o t r o . S ó l o p e n s a b a e n s u f u e r z a y n u n c a e n m i
d e b i l i d a d . A h o r a e s t á s a q u í ; O r e s t e s , e r a s t ú . T e m i r o y
v e o q u e s o m o s d o s h u é r f a n o s . (Una pausa.) P e r o t e q u i e r o ,
¿ s a b e s ? M á s d e l o q u e l o h u b i e r a q u e r i d o a é l
ORESTES. — Ven s i me q u ie res ; h u y a mo s ju n to s .
ELECTRA. — ¿Hu i r? ¿Co n mig o ? N o . Aq u í es d o n d e s e ju eg a
l a s u e r t e d e l o s A t r i d a s y y o s o y u n a A t r i d a . N o t e p i d o
n a d a . N o q u i e r o p e d i r n a d a m á s a F i l e b o . P e r o m e q u e d o
a q u í .
(JÚPITER
aparece en el fondo de la escena y se oculta para
escucharlos.)
ORESTES. — Elec t ra , so y Ore s te s . . . t u h e rm an o . Yo t amb ién
so y u n At r id a , y tu lu g ar es t á a mi l ad o .
ELECTRA. — No . N o e res mi h e r ma n o y n o t e co n o zco . O res -
t e s h a m u e r t o , m e j o r p a r a é l ; e n a d e l a n t e h o n r a r é a s u s
m a n e s j u n t o c o n l o s d e m i p a d r e y l o s d e m i h e r m a n a .
P e r o t ú q u e v i e n e s a r e c l a m a r e l n o m b r e d e A t r i d a , ¿ q u i é n
e r e s p a r a d e c i r t e d e l o s n u e s t r o s ? ¿ T e h a s p a s a d o l a v i d a
a l a s o m b r a d e u n a s e s i n a t o ? D e b í a s d e s e r u n n i ñ o t r a n -
q u i l o c o n u n a i r e s u a v e y r e f l e x i v o , e l o r g u l l o d e t u p a d r e
d e a d o p c i ó n , u n n i ñ o b i e n l a v a d o , c o n l o s o j o s b r i l l a n t e s
d e c o n f i a n z a . T e n í a s c o n f i a n z a e n t o d o s p o r q u e t e h a c í a n
g ran d es so n r i s as en l as mesas , en l as camas , en lo s p e ld añ o s
d e l a s e s c a l e r a s , p o r q u e s o n f i e l e s s e r v i d o r e s d e l h o m b r e ;
e n l a v i d a , p o r q u e e r a s r i c o y t e n í a s m u c h o s j u g u e t e s ; d e -
b í a s d e p e n s a r a v e c e s q u e e l m u n d o n o e s t a b a t a n m a l
• y q u e e r a u n p l a c e r a b a n d o n a r s e e n é l c o m o e n u n b u e n
b añ o t ib io , su sp i ran d o d e s a t i s facc ió n Yo a lo s s e i s añ o s
¡ er a s i r v i e n t a y d e s c o n f i a b a d e t o d o . ( P a t ó a . y V e t e , a l m a ^ e -
1 1a. Na d a t en g o q u e h acer c o $ l ás a lmás b e l l a s : l o q u e y o
q u e r í a e r a u n c ó m p l i c e .
w
255*
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 133/267
ORESTES. - ¿Piensas qu e te dejaré sola? ¿Qué ha rías aqu í , un a
' v ez p erd id a h as ta tu ú l t ima esp eran za?
ELECTRA. - Eso es asu nto mío . Adiós , Fi l ebo
ORESTES. - ¿M e echa s?
(Da unos pasos y se detiene.)
¿ b s c u l -
p a mía s i n o me p arezco a l b ru to i r r i t ad o q u e esp erab as?
L o h u b i e r a s t o m a d o d e l a m a n o y l e h u b i e r a s d i c h o : ¡ r e -
ca l " . A mí n o me h as p ed id o n ad a . ¿Qu ién so y y o , D .o s
m í o , p a r a q u e m i p r o p i a h e r m a n a m e r e c h a c e s i n h a b e r m e
p ro b ad o s iq u ie ra? .
ELECTRA. - Ah, FÜebo , nu nc a podr á carga r con sem ejan te
p eso tu co razó n s in o d io .
O R E S T E S
(abrumado). - Dices b ien : s in o d io . S in amo r t amp o -
c o A t i h u b i e r a p o d i d o q u e r e r t e .
Hubiera podido..
¿Pero
q u é? Para amar , p a ra o d ia r , h ay q u e en t reg arse . Es h ermo so
e l h o m b re d e s an g re r i ca , só l id am en te p lan tad o en m ed io d e
su s b ien es , q u e s e en t reg a u n b u en d ía a l amo r , a l o d io , y q u e
en t reg a co n é l su t i e r ra , su casa y su s r e c u e r d o s . . ¿Qu ien so y
v
q u é t en g o p ara d a r? Ap en as ex i s to : d e to d o s lo s fan tas -
m a s q u e r u e d a n h o y p o r l a c i u d a d , n i n g u n o e s m a s f a n t a s -
ma q u e y o . He co n o c id o amo res d e fan tasmas , v ac i l an tes y
ra lo s co mo v ap o res ; p e ro ig n o ro l as d en sas p as io n es d e lo s
vivos. (Pausa.) ¡Verg ü en za He v u e l to a n u cu id ad n a ta l y
m i h e r m a n a s e h a n e g a d o a r e c o n o c e r m e . ¿ D o n d e i r é ? ¿ Q u e
c i u d a d h e d e f r e c u e n t a r ? .
ELECTRA. - ¿No h ay a lg u n a d o n d e t e esp ere u n a mu je r d e
her mo so rostro? . , . . , , „
ORESTES. - Nad ie m e espera. Voy de ciud ad en ciud ad ex-
t ran je ro p ara lo s d em ás , y p a ra mí mism o y as c iu d ad es
se c i e r ran t ras d e mí co mo e l ag u a t ran q u i l a . S i me v o y d e
Arg o s , ¿q u é q u ed ará d e mi p aso s in o e l amarg o d esen can to
d e tu co razó n ?
ELECTRA. - Me h as h ab la d o d e c iu d a d es fe l i c es . . .
S S ¿ - P o c o m e im p o r t a l a f e li c id a d . Q u i e ro m i s r e c u e r-
d o s , mi su e lo , mi lu g ar en med io d e lo s h o mb res d e Arg o s .
\Vn silencio.) Elec t r a , n o me i ré d e aq u í . .
ELECTRA. - Fi leb o, vete, te lo suplico: m e das lás t ima , ve te
s i me q u ie res ; só lo p u ed en su ced er t e co sas malas , y tu in o -
cen c ia h a r í a f racasa r /mis p ro y ec to s .
O R E S I E S . - N o m e i r é .
ELECTRA. - ¿Y crees qu e te dejaré , así en tu pure za inop ortu-
n a , j u ez in t imad o r y mu d o d e mis ac to s? ¿Po r q u é t e emp e-
c in as? Aq u í n ad ie q u ie re s ab er n ad a d e t i .
O R E S T E S . - E S
mi ú n ica p o s ib i l id ad . E lec t ra , n o p u ed es n eg ár -
m e l a . C o m p r é n d e m e : q u i e r o s e r u n h o m b r e d e a l g ú n l a d o ,
u n h o mb re en t re lo s h o mb res . Mi ra , u n esc lav o , cu an d o p a-
sa can sad o y ceñ id o , co n u n a p esad a ca rg a , a r ras t ran d o l as
p ie rn as y mi ran d o a su s p ies , ex ac tamen te a su s p ies p a ra
ev i t a r u n a ca íd a , e s t á en su c iu d ad , co mo u n a h o ja en e l fo -
l l a j e , co mo e l á rb o l en l a s e lv a ; Arg o s lo ro d ea , p esad a y
ca l i en te , l l en a d e s í misma; q u ie ro s e r ese esc lav o . E lec t ra ,
, q u ie ro a r r imar l a c iu d ad a mi a l red ed o r y en v o lv erm e en
e l l a co mo en u n a man ta . No me i ré .
ELECTRA. - Au n q u e t e q u ed es c i en añ o s en t re n o so t ro s , n u n ca
d e ja rás d e s e r u n ex t ran je ro , más so lo q u e en u n camin o .
Las g en tes t e mi ra rán d e so s lay o , en t re su s p á rp ad o s s emi -
ce r rad o s , y b a ja rán l a v o z cu an d o p ases ju n to a e l lo s .
ORESTES. - ¿En tonc es es tan d ifíci l serviros? Mi bra zo p ue de
d efen d er l a c iu d ad , y t en g o o ro p ara a l iv i a r a v u es t ro s p o -
bres .
ELECTRA. - No nos fal ta n capitan es n i almas piad osas p ara
h acer e l b i en .
O R E S T E S . — E n t o n c e s . . .
(Da unos pasos con la cabeza baja.
J Ú P I T E R
aparece y lo mi-.
ra frotándose las manos.)
O R E S T E S
(alzando la cabeza). - ¡Si p o r lo men o s v ie ra c l a ro
Ah, Zeus, Zeus, d ios del cielo , rara vez he recurrido a t i , y
n o me h as s id o fav o rab le , p e ro e res t e s t ig o d e q u e n u n ca
h e q u er id o o t ra co sa q u e e l B ien . Ah o ra es to y can sad o , y a
n o d i s t in g o e l B ien d e l Mal y n eces i to q u e me señ a len e l ca -
min o . Zeu s , ¿en v erd ad e l h i jo d e u n rey , ex p u l sad o d e su
c iu d ad n a ta l h ab rá d e res ig n arse s an tamen te a l ex i l io y d e
la rg arse co n l a cab eza g ach a , co mo u n co rd ero ? ¿Es ésa tu
v o l u n t a d ? N o p u e d o c r e e r lo . Y s i n e m b a r g o . . . , s i n e m b a r g o V
h a s p r o h i b i d o el d e r r a m a m i e n t o d e s a n g r e . . . ¡ A h Q u i é n
h ab la d e d er ramar s an g re , y a n o s é lo q u e d ig o . . . Zeu s , t e
lo imp lo ro : s i l a res ig n ac ió n y l a ab y ec ta h u mi ld ad so n l as
l ey ^s q u e me imp o n es , man i f i és t ame tu v o lu n tad med ian te
a lg u n a s eñ a l , p o rq u e y a n o v eo n ad a c l a ro .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 134/267
Jean-Paul Sartre
J Ú P I T E R
(para sí). — ;Pero v amo s , h o m b re : a tu s ó rd fen es
¡Ábraxas, abraxas , tsé-tsé
(La luz forma una aureola alred edor de la piedra.)
E L E C T R A
(se echa a reír). — ¡Ah ¡Ah ¡Ho y l lu ev en mi lag ro s
¡Mi ra , p i ad o so F i l eb o , mi ra lo q u e s e g an a co n su l t an d o a
los d ioses (Suelta una risa destemplada.) B u e n m u c h a -
c h o . . . P i a d o s o F i l e b o : " ¡ H a z m e u n a s e ñ a l , Z e u s , h a z m e
u n a s eñ a l " Y l a lu z resp lan d ec e a l red ed o r d e l a p i ed ra s a -
g rad a . ¡Ve te ¡A Co r in to ¡A Co r in to ¡Vete
O R E S T E S
(mirando la piedra). - E n t o n c e s . . . ¿eso es el Bien?
(Una pausa ; sigue mirando la piedra.)
Ag ach ar e l l o mo .
B ien ag ach ad o . Dec i r s i emp re " Perd ó n " y " Grac ias " . . . ¿es
eso ? (Una pa usa; sigue mirando la piedra.) El B ien . E l B ien
ajeno... (Otra pausa.) ¡Elec t ra
ELECTRA. - Ve te rápido , vete ráp ido . No decep cion es a la
ju ic io sa n o d r i za q u e s e in c l in a so b re t i d esd e lo a l to d e l
O l i m p o .
(Se detiene, cortada.)
¿Qu é t ien es?
O R E S T E S (con voz cambiada). — Hay o t ro camin o .
E L E C T R A
(a ter ra d a> — No t e h ag as e l malo , F i l eb o . Ha s p e d i -
d o l as ó rd en es d e lo s d io ses : b u en o , y a l as co n o ces .
ORESTES. - ¿Ó rd e n es ? . . . Ah , s í , . . ¿Qu ie res d ec i r e s a lu z a l -
red ed o r d e l g u i j a r ro g ran d e? Esa lu z n o es p a ra mí ; y n ad ie
p u e d e d a r m e ó r d e n e s y a .
ELECTRA. — Habla s c on enig ma s.
ORESTES. - ¡Qu é l e jo s es t ás d e mí , d e p r o n to . . . , có mo h a cam-
b iad o to d o Hab ía a mi a l red ed o r a lg o v iv o y cá l id o . Alg o
q u e acab a d e mo r i r . Qu é v ac ío es t á to d o . . . ¡Ah Qu é v ac ío
i n m e n s o , i n t e r m i n a b l e . . . (Da unos pasos.) C a e l a n o c h e . . .
¿ N o t e p a r e c e q u e h a c e f r í o ? . . . ¿ P e r o q u é e s . . . q u é e s l o
j q u e acab a d e mo r i r?
E L E C T R A . — F i l e b o . . .
ORESTES. - Te d ig o q u e h ay o t ro cam in o . . . , mi c am in o . . .
¿No lo v es? Par t e d e aq u í y b a ja h ac ia l a c iu d ad . Es p rec i so
b a ja r , ¿co mp ren d es? , b a ja r h as t a v o so t ro s , e s t á i s en e l fo n d o
d e u n a g u j e r o , b i e n e n e l f o n d o . . . ( S e
adelanta hacia
E L E C -
TRA.) Tú eres mi h e rman a , E lec t ra , y es t a c iu d ad es mi e iü -
- d a d . ¡ H e r m a n a mía
(Le toma el brazo.)
ELÉCTRA. - ¡Déja me m e hac es daño , me das mied o y no te
p e r t e n e z c o . i
ORESTES. — Ya lo se. Toda vía no: soy d em asia do l igero . Tejigo
q u e l a s t r a r m e c o n u n c r i m e n b i e n p e s a d o q u e m e h a g i i r
á p iq u e h as ta e l fo n d o d e Arg o s .
ELECTRA. — ¿Q ué vas a int en tar ? „ '
ORESTES. - Esp era. D éja me d ecir ad iós a es ta l iger eza s in -tacha
q u e fu e l a mía . Dé jame d ec i r ad ió s a mi ju v en tu d . Hay n o -
ch es , n o ch es d e Co r in to o d e Aten as , l l en as d e can to s y d e
o lo res , q u e y a n o me p er t en ecerán n u n ca más . Mañ an as l l e -
n as d e esp eran za s t a m b i én . . . ¡Vamo s , ad ió s ¡Ad ió s (Se
acerca a ELECTRA.) Ven, Electra, mira nuestra ciudad. All í
es t á , ro j a b a jo e l so l , co n h o mb res y mo scas q u e zu mb an , en
e l emb o tamien to o b s t in ad o d e u n a t a rd e d e v eran o ; me re -
ch aza co n to d o s su s mu ro s , co n to d o s su s re l a to s , co n to d as
su s p u er t as ce r rad as . Y s in emb arg o es t á p a ra q u e l a to men ,
lo s é d esd e es t a mañ an a . Y tú t amb ién , E lec t ra , e s t ás p a ra
q u e t e to men . Os to maré . Me co n v er t i ré en h ach a y h en d i ré
en d o s esas mu ra l l as emp ec in ad as , ab r i ré e l v i en t re d e esas
casas s an tu r ro n as , ex h a la rán p o r su s h e r id as ab ie r t as u n o lo r
a b azo f i a y a in c ien so ; me co n v er t i ré en d es t ra l y me h u n -
d i ré en e l co razó n d e esa c iu d ad co mo e l d es t ra l en e l co -
razó n d e u n a en c in a .
ELECTRA. - Cóm o has camb iad o: y a no bri l lan tus o jos; es tán
ap ag ad o s y so mb r ío s. ¡Ay Eras t an d u lce , F i l eb o . Y ah o ra
me h ab las co mo me h ab lab a e l o t ro en su eñ o s .
ORESTES. - Esc uch a: sup ón qu e asum o todos los crím ene s de
to d as esas g en tes q u e t i emb lan en cu ar to s o scu ro s , ro d ead o s
p o r su s q u er id o s d i fu n to s . Su p ó n q u e q u ie ro merecer e l
n o mb re d e " Lad ró n d e remo rd imien to s " y q u e in s t a lo ' . mí
to d a su co n t r i c ió n : l a d e l a mu je r q u e en g añ ó a s :» mu id o ,
l a d e l co merc ian te q u e d e jó a su mad re , l a d e l u su re ro q u e
esq u i lmó h as ta l a mu er t e a su s d eu d o res . Dime, ese d ía ,
c u a n d o e s t é a t o r m e n t a d o p o r r e m o r d i m i e n t o s m á s n u m e r o -
so s q u e l as mo scas d e Arg o s , p o r to d o s lo s remo rd imien to s
d e - l a c i u d a d , ¿ n o h a b r é a d q u i r i d o d e r e c h o d e c i u d a d a n í a
^
t r e
v o so t ro s? ¿No es t a ré en mi casa , en t re v u es t ras mu ra-
l l a s en san g ren tad a s , co mo e l ca rn ice ro d e d e lan ta l ro jo es t á
en su casa en l a t i en d a , en t re lo s b u ey es s an g r i en to s q u e
acab a d e d eg o l l a r?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 135/267
E L E C T R A . - ¿Quiere s —
e n m i
v u e l o s
ORESTES. - .Ex p.a rP H e d.ch o Q
h a r é c o n
esos p4-
ar r epen t imien tos , per o no he a icn o .O H
a"ra
P
c os v o c i ng l e ro s : q u i z á ^ l e s ?
K ¿ e n * . - f l e 6m o d e l a c e r o s d e e ll os . S ól o
X - U ^ s — " a la f ue rz a e n v ue stro s c ora -
zo ne s. , . .'K'iipVíol
^ r ^ ^ s o S / d e t e yo no q u e r ia d e rr a -
mar sangr e .
E L E C T B A .
rsJtsñ^ r-
V ya ver ás s i soy dema -
siado débil .
ELECTRA. - SÍ. E ^ tU
p
E r ^ O r e s
t
e , N ^ ^ ^ ^
n o
te e s t a b a a ^ P r e s t e gu ^ ^
s u e ñ o s
_
roe
gusto a
h e b r e
' V ^ e ^ a c t o ir re para ble , y te ng o n ue -
e n c u e n t r o e n e l u m b r a l ae u n a
t a n
temi-
d o , com o e n sueño s. , 0 h « — ^ e n g r a n a j e s
do Ahor a los ins tan tes se has ta que es -
de un mecan ismo, y a no t e n d r e m ^ d
tén acos tados los dos de espaiua» ,
) a
der r a-
m u r o s d e r r u id o s . iT o d a e s a s a n g r e ^ e r e s t u q ^ ^ ^ ^
r
mar á, tú , que ten ias ver a Fi lebo . Or es tes ,
v e r a q ue ll a d u l zu r a n ^ a vo l ve rt a v ^ ^
e
t o " s r i . » i - ™
^
-
e
°
c o n d i t e
y se va con paso furtivo.)
T E L Ó N
Segundo cuadro
- En el palacio; la sala del trono. Una estatua de Júpiter, te-
rrible y ensangrentada. Cae el día.
Escena I
E L E C T R A . Llega primero y hace una señal a O R E S T E S para
que entre.
ORESTES. — ¡Viene alguien
(Echa mano a la espada.)
ELECTRA. — Son soldad os q ue h ace n la ronda. Sigúem e: va-
mos a esconder nos por aqu í .
(S e esconden detrás del trono.)
Escena I I
Lo s
M I S M O S
(escondidos) - Dos
SOLDADOS
P R IME R S OL DADO. — No sé qué t i enen las moscas hoy : es tán
en loquecidas .
SECUNDO SOLDADO. — Huelen a los muertos y eso las alegra. Ya
no me a t r evo a bos tezar por miedo de que se me hundan en
el hocico ab ier to y vayan a hacer un tiovivo en e l f ondo de
mi gaznate . (
E L E C T R A
aparece un instante y se oculta.) Oye,
a lgo ha cr u j ido .
P R IME R S OL DADO. — Es Agamenón que se sienta en el trono.
SEGUNDO SOLDADO. — ¿Y sus anchas nalgas hacen cr u j i r l as ma-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 136/267
te
as d e , ^ ¿ T Í l ' W ?
PB J M E E
S O L D
X
e
r t o r e a l e r a u n r e d v i v o £ e p e s a b a , u n a ñ o
^ " a W ^ ü c i n c o k i lo s . E s m u y r a r o q u e n o l e
q u e d e n a l g u n a s l i b r a s .
e s l 4
ahí? .
S H : Ü
™ O S O C A P O . - i ^
S
.
Y 0
T E » »„
PBIMEB SOLDADO. - ¿ D ó n d e Q U I E R E ^
d e v e i n ü
.
rey mu er to y tu v ie ra to d o. to ^^nP^ ^
t r o n o y
r ^ P T d W Í S l o g ú e n o s r e c u e r d o s s in
i t r ^ e s o P ^ e
g o l p e , t o d o u n e n j a m b r e .
- j ¡ * S T S U Tengo 1 «
p z r r ^ * - — . « « —
f a n t a s m a s . . .
' A l l t e l ? R ev i e n t a n m i l l a s d e e *
PR I M E R SO LD AD O. - ¿ T e da s c u e n
l a
c i u d a d
t os a ni ma li t os p o r d ía . ¿ ¿ e ^ a n o p a s a d ^ , h a b rí a t re s-
t o d a s l a s q u e m u r i e r o n d e s d e « e l p a v u e l t a s
c ie n t a s - ^ ^ S f ^ l ^ e ^ í a a z u c a r a d o d e
a n u e s t r o a l r e d e d o r . i P u a h l m o s c a s , b a j a n a r i *
m o sc as , c o m er í a m os " ^ ^ ^ u i o s y n u e s t r a s t f t -
e
;
s
" e " : s ^ t o
O S
q u e ¿ » e n e st a c ám a ra
o l o r e s t a n s i n g u l a r e s . c u a d r a d o s
O Í O S . . .
SEGADO SOLDADO. - T e dig o qu e ha y alg o: e l p iso cr uje .
{Van a mirar detrás del trono por la derecha;
ORESTES
y
Ei^craA salen por la izquierda, pasan delante de las gradas*
del trbno y vuelven a su escondite por la derecha, en el mo-
mento en que los soldados salen por la izquierda)
P R I M E R S OL DA DO . - Y a v e s , n o h a y n a d i e . ¡ E s A g a m e n ó n , t e
l o d i j e , m a l d i t o A g a m e n ó n H a d e e s t a r s e n t a d o s o b r e e s o s
c a r n e s , d e r e c h o c o m o u n a e s t a c a , y n o s m i r a ; n o t i e n e o t r a
c o s a e n q u é e m p l e a r e l t i e m p o s i n o e n m i r a r n o s .
SEGÜMJO SOLDADO. - Ha ría m os b ien en rec t ific ar la pos ició n;
p ac ien c ia s i l a s mo scas h acen co sq u i l l a s en l a n a r i z
PRIMER SOLDADO. — Pr efe rirí a es ta r en e l cu erp o d e gu ard ia,
« g a n d o u n a b u e n a p a r t i d a . A l lá l o s m u e r t o s q u e W l v £
s o n c o m p a n e r o s , s i m p l e s g o r r o n e s c o m o n o s o t r o s . P e r o c u a n -
d o p i e n s o q u e e l d i f u n t o r e y e s t á a q u í y q u e c u e n t a l o s
b o t o n e s q u e f a l t a n a m i c h a q u e t a , m e s i e n t o r a r o , c o m o
c u a n d o e l g e n e r a l p a s a r e v i s t a .
(Entran EGIPTO, CLTIEMNESTOA, servidores con lámparas.)
•fc/GiSTo. - Q u e no s dej en solos.
E s c e n a I I I
ECISTO - CLITEMNESTRA - ORESTES y ELECTRA (escondidos)
C l J T E M
NE{ rrRA . _ ¿Q u é t en é i s ?
E <
f
T
? - - ¿
H a h é i s
v i s to ? S i n o lo s h u b ie ra a t e r ro r i zad o , s e l i -
o r a b a n e n u n s a n t i a m é n d e s u s r e m o r d i m i e n t o s .
CI^EMNESTBA. - ¿Só lo eso o s in q u ie ta? S iem p re s ab ré i s en -
r u a r l e s e l c o r a j e e n e l m o m e n t o d e s e a d o .
E r a r a - E s p o s ib l e . S o y h a r t o h á b Ü p a r a e sa s c o m e d i a s.
(fausa.) L a m e n t o h a b e r t e n i d o q u e c a s t i g a r a E l e c t r a .
CLITEMNESTRA. - ¿Po r q u é h a n a c id o d e mí? Hab é i s q u e r id o
n a c e r l o , y e n c u e n t r o b i e n t o d o l o q u e h a c é i s .
EGISTO. - Mu je r , n o lo l ame n to p o r t i .
CLITEMNESTRA. - ¿E nto nce s po r qué ? Vos no am áis a Elec tra.
•E«GISTO. - Es toy can sad o. Ha ce qu inc e años qu e sosten go e n
' ®
a
£
e
' S
n 3 2 0 t e n d i d o
>
e l
r e m o r d i m i e n t o d e t o d o t r n
p u e b l o . H a c e q u i n c e a ñ o s q u e m e v i s t o c o m o u n e s p a n t a j o ;
t o d a s e s t a s r o p a s n e g r a s h a n t e r m i n a d o p o r d e s t e ñ i r s o b r e
mi a lma .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 137/267
C
o ^ m k e s t b a
. - Per o hab lar m e de tus r emor d i -
E c t s m - Lo se , T J ? ' ^ d T t e
] a v i d ;
,
Y o n 0
C r ^ r o ^ ^ e r C s e s ta n tr is te com o yo .
C
u t e m n k t r a
. - M i q u e r i d o s e ñ o r . . .
^ r - - m i - , r a m e r a ,
¿
No t ienes ver güenza, delan te de
m a ñ a n a .
c
.„ i
io r
. T
o s
muer tos es tán
C L I T E M N E S T R A .
-
S e ñ o
S
o s
/ °
S
t l n t o V b é i s o l v i d a d o
bajo t i er r a y no nos moles tar an ^
d b l o ?
. q u e vo s m i sm o in v e n t a st e , - s j á b u l a
S
^ ^
e s t o y ?
ECISTO. - Tien es razón , mujer . Bue no, ¿ves qu
Déjame, qu ier o r ecoger me.
( C L I T E M N E S T R A sale.)
scena I V
E C L S T O - O R E S T E S
y
E L E C T R A
(escondidos)
- / . T/miter el rey qu e nece sitaba s par a Argos?
EGISTO. - ¿Es est e, Júp iter , ei rey 4
e s
Voy, vengo , sé g ri tar con voz ^ r t
e
paseo p ^
m i a lta y te rr ib le ^ X V o s « c is ca ra v ac ía : u n
c u l p a b l e s h a s t a l a m . e d u f c P « »
s
° o ^ y o m e d i e ra c u e nt a ,
a n im a l m e h a c o m id o e l ^ e n o r s m q u ^ y o m
q
A ho ra m ir o e n m í ^ m o y e o q ^ t ^ E l
d e S Í e r t
o , l a
A ga me nó n, ¿D ij e ^ l a s a r S a s ^ U i S ^ M c i d a d el c ie lo
der r amar una lág r ima
Escena V
r
L O S M I S M O S - J Ú P I T E R
J Ú PI TER . — ¿ N o m e r e c o n o c e s ?
EGISTO. — Sal de aqu í o te hago apalear por los guar d ias .
JÚPITER. — ¿No m e recono ces? Sin emba rgo me ha s visto. Fu e
en sueños . Es c ier to que ten ía un por te más ter r ib le . (True-
nos, relámpagos.
J Ú P I T E R
adopta él porte terrible.) ¿Y así?
EGISTO. — ¡Júp i ter
J Ú P I T E R . — Aquí es tamos .
(Vuelve a la
sonrisa,
se
acerca
a la es-
tatua.) ¿Soy yo, esto? ¿Así me ven los hab itan tes de Argos
cuando r ezan? D iab los , es r ar o que un d ios pueda con tem-
lar su imagen car a a car a . (Una pausa.) ¡Q ué feo soy No
an de quer er me mucho .
EGISTO. — O s te m en .
JÚPITER. — ¡Perfecto De n ad a me sirve que m e quiera n. ¿ Tú
me qu ier es?
EGISTO. — ¿Qu é deseá is de m í? ¿No he pag ado bas tante ?
JÚPITER. — ¡Nunca bast ante
EGISTO. — Ec ho los b ofe s.
JÚPITER. — ¡No exageres Lo pa sas bas tante bien y es tás gord o.
Por lo demás , no te lo r ep r ocho . Es g r asa r ea l de la buena,
amar i l l a como cebo de vela , como debe ser . T ienes pas ta
para vivir veinte años más.
EGISTO. — ¡Veinte años más
JÚPITER. — ¿D ese as mo rir?
E G I S T O . — S í .
JÚPITER. — Si alguien en trara aqu í con una espa da des nuda ,
¿of r ecer ías e l pecho a esa espada?
E G I S T O . — N o s é .
JÚPITER. — Esc úch am e bien ; si te dejas dego llar com o un ter-
ner o ser ás cas t igado de maner a e jemplar ; segu i r ás s iendo
r ey en e l Tár tar o por toda la e ter n idad . Eso es lo que he
ven ido a deci r te .
ECISTO. — ¿Alguien trata de mat arm e?
JÚPITER. — Así par ece .
E C I S T O. — ¿E l ec t r a?
JÚPITER. — Ot ro tam bié n.
ECISTO. — ¿Quién?
JÚPITER. — Ores tes .
E G I S T O . — ¡Ah (Una pausa.) Bueno , es tá escr i to , ¿qué puedo
hace r? ' -
;
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 138/267
Jean - Paul Sartre
JÚPITER. — " ¿ Q u é p u e d o h a c e r ? " (Ca mb ia n d o d e to n o . ) O r d e n a
d e in med ia to l a cap tu ra d e u n jo v en ex t ran je ro q u e s e h ace
l l amar F i l eb o . Qu e lo a r ro jen co n Elec t ra a a lg u n a maz-
mo rra y t e p e rmi to q u e lo s o lv id es . Bu en o , ¿q u é esp eras?
Llama a lo s g u ard ias .
E G I S T O . — N o .
JÚPITER. — ¿Me h a r í as e l fav o r d e d ec i rm e l as razo n es d e tu
n eg a t iv a?
EGISTO. — Estoy cansa do.
JÚPITER. — ¿Por q ué te m iras los p ies? Vu elve h aci a mí tus
g ran d es o jo s es t r i ad o s d e s an g re . ¡Bu en o , b u en o Ere s n o b le
y es tú p id o co mo u n cab a l lo . Pero tu res i s t en c ia n o es d e l as
q u e me i r r i t an : e s l a p imien ta q u e h ará en s eg u id a aú n
más d e l i c io sa tu su mis ió n . Pu es s é q u e acab arás p o r ced er .
ECISTO. — Os d ig o q u e n o q u ie r o en t ra r en v u es t ro s p lan es . Ya
h ice d em as iad o . ,
1S
>
JÚPITER. - ¡Cora je ¡R esis te ¡Re sis te ¡Ah ¡Qué aficio nad o
so y a l a s a lmas co m o l a tu y a Tu s o jo s ech an ch i sp as , ap r i e -
t as lo s p u ñ o s y a r ro jas tu n eg a t iv a a l a ca ra d e Jú p i t e r . Pero
s in emb arg o , cab ec i t a , cab a l l i to , cab a l l i to malo , h ace mu -
ch o q u e tu co razó n me h a d ich o q u e s í . Vamo s , o b ed ecerás .
¿Crees q u e d e jo e l Ol imp o s in mo t iv o ? He q u er id o av i s a r t e
e s e c r i m e n , p o r q u e m e a g r a d a i m p e d i r l o .
EGISTO. — ¡Av is a rm e . . . E s mu y ex t rañ o .
JÚPITER. — Al co n t ra r io , n ad a m ás n a tu ra l : q u ie ro ap ar t a r ese
p e l ig ro d e tu cab eza .
ECISTO. - ¿Qu ién os lo p idió? ¿Y a Agam enó n le ha béi s avisado ?
S in emb arg o , é l q u er í a v iv i r .
JÚPITER. — Ah ín d o le in g ra ta , ah c a rác te r d esd ic h ad o : m e e res
m á s q u e r i d o q u e A g a m e n ó n , t e l o p r u e b o y t e q u e j a s .
EGISTO. - ¿Más q u e r id o q u e Ag amen ó n ? ¿Yo ? A Ores tes es
a q u i e n q u e r é i s . H a b é i s t o l e r a d o q u e m e p i e r d a , m e h a b é i s
d e jad o co r re r d e rech o a l b añ o d e l rey co n e l h ach a en l a
m a n o - y s in d u d a o s r e la m í a i s a ll á a r r ib a , p e n s a n d o q u e
e l a lma d e l p ecad o r es d e l i c io sa . Pero h o y p ro teg é i s a Ores -
t es d e s í mismo y a mí , a q u ien imp u l sas t e i s a mata r a l
p ad re , me h ab é i s esco g id o p ara re t en er e l b razo d e l h i jo .
Ten ía ex ac tam en te p as t a d e ases in ó . Yo e ra e x ac tam en te
Las moscas
ad ecu ad o p ara s e r ases in o . Pero p ara é l , p e rd ó n , h ay o t ro s
p ro y ec to s p a ra é l , s in d u d a .
JÚPITER. — Qu é celos extraño s. Tran qu il íza te: n o lo q uier o
más q u e a tL No q u ie ro a n ad ie .
EGISTO. — En to n c es , v ed lo q u e h ab é i s h ech o d e m í , d io s
in ju s to , y resp o n d ed : s i imp ed í s h o y e l c r imen q u e med i t a
Ores tes , ¿p o r q u é h ab é i s p e rmi t id o e l mío ?
JÚPITER. — No to d o s lo s c r ím en es m e d esa g rad an p o r ig u a l .
Eg i s to , e s t amo s en t re rey es y t e h ab la ré f ran camen te : e l
p r imer c r imen lo co met í y o c rean d o mo r ta l es a lo s h o m-
b res . Desp u és d e es to , ¿q u é p o d ía i s h acer v o so t ro s lo s ase -
s in o s? ¿Dar l a iñ u er t e a v u es t ras v íc t imas? Vamo s ; y a l a
l l ev ab an en s í ; a lo su n w ap resu rab a i s su f lo rec imien to .
¿Sab es q u é h ab r í a s id o d e Ag amen ó n s i n o lo h u b ie ra i s ma-
t a d o ? H u b i e r a m u e r t o d e a p o p l e j í a t r e s m e s e s m á s t a r d e
so b re e l s en o d e u n a h ermo sa esc lav a . Pero tu c r imen me
servía.
EGISTO. — ¿Os servía? ¡Lo exp ío desd e ha ce q uin ce año s y os
. servía ¡Maldició n
JÚPITER. — Buen o, ¿y qué ? M e s irve po rq ue lo exp ías; me gus-
t an lo s c r ímen es q u e s e p ag an . Me g u s tó e l t u y o p o rq u e
era u n ases in a to c i eg o y so rd o , ig n o ran te d e s í mismo , an t i -
g u o , más s emejan te a u n ca tac l i smo q u e a u n a emp resa
h u man a . Ni u n in s t an te me d esa f i as t e ; h e r i s t e a r reb a tad o d e
rab ia y mied o , y u n a v ez d esap arec id a l a f i eb re , co n s id e-
ras t e tu ac to co n h o r ro r y n o q u i s i s t e reco n o cer lo . ¡S in em-
b a r g o , q u é p r o v e c h o s a q u é d e é l P o r u n h o m b r e m u e r t o ,
v e in te mi l su mid o s en e l a r rep en t imien to ; é s e es e l b a lan ce .
No h ice u n mal n eg o c io .
EGISTO. — Ya veo lo qu e esco nde n tod os esos d iscurso s: Ores-
t es n o t en d rá remo rd imien to s .
JÚPITER. — Ni la som bra d e uno . A esta ho ra p rep ara sus . p la-
n es co n méto d o , f r í a l a cab eza , mo d es tamen te . ¿De q u é me
s i rv e u n ases in a to s in remo rd imien to s , u n ases in a to in so len -
t e , u n ases in a to ap ac ib le , l i g e ro co mo u n v ap o r en e l a lma
d e l ases in o ? ¡Lo imp ed i ré ¡Ah Od io lo s c r ímen es d e l a
n u ev a g en erac ió n : so n in g ra to s y es t é r i l e s co mo - l a c i zañ a .
El d u lce jo v en t e mata rá co mo a u n a g a l l in a , y s e i rá co n
las man o s ro jas y l a co n c ien c ia p u ra ; en tu lu g ar , y o me
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 139/267
sen t i r í a h u mi l l ad o , i Vamo s Lla ma a los g u ard ias .
EGISTO. - Os he d icho qu e no. El crimen q ue se pre par a os ,
d e s a g r a d a d e m a s i a d o p a r a n o g u s t a r m e .
J Ú P I T E R
(cambiando de tono). - Eg i s to , e res rey y a tu co n -
c i e n c i a d e r e y m e d i r i j o , p o r q u e t e g u s t a r e i n a r .
EGISTO. — ¿Y qu é? , .
JÚPITER. - Me odia s , pero somo s parien tes , te h ice a mi im a-
gen: un rey es un Dios sobre la t ierra, noble y s in ies tro
co mo u n Dio s .
EGISTO. - ¿Sin iestro ? ¿Vo s?
JÚPITER. - Mí ram e. (Largo silencio.). T e h e d i c h o q u e f u i s t e
c read o a mi imag en . Lo s d o s h acemo s re in ar e l o rd en , tu en
Arg o s , y o en e l mu n d o ; y e l mismo secre to p esa g rav emen te
en n u es t ro s co razo n es . >
EGISTO. - No ten go se creto .
JÚPITER. - Sí . El mis mo qu e yo. El secre to doloroso d e los d io-
ses y d e lo s rey es : q u e lo s h o mb res so n l ib res . So n l ib res ,
Egis to . Tú lo sabes , y el los no.
EGISTO. - Diab los , s i lo supie ran pe gar ían fu eg o a las cuatro
esq u in as d e mi p a lac io . Hace q u in ce añ o s q u e rep resen to
u n a co med ia p ara o cu l t a r l es su p o d er .
JÚPITER. - Ya ves que so mos s eme jantes .
EGISTO. - ¿Sem ejante s? ¿Por qué ironía ha de decir un Dios
q u e es mi s emejan te? Desd e q u e re in o , to d o s mis ac to s y
p a lab ras t i en d en a co mp o n er mi imag en ; q u ie ro q u e cad a
u n o d e m is sú b d i to s l a l l ev e en s í y s i en ta p csa r au n en
la so led ad , mi mi rad a s ev era en su s p en samien to s mas
s e c re t o s. P e r o s o y y o m i p r i m e
r
a v í c t i m a : y o n o m e v e o
co mo me v en , me in c l in o so b re e l p o zo ab ie r to d e su s a l
mas , y mi imag en es t á a l l í , en e l fo n d o ; me r e p u g n a y me
fasc in a . Dio s to d o p o d ero so , ¿q u ién so y y o s in o e l mied o
q u e l o s d e m á s t i e n e n d e m í ?
JÚPITER. — ¿Y q u ién c rees q u e so y ? (Señalando la
e
^ . ) T a m -
J
b ien y o t en g o m i imag en . ¿Crees q u e n o me , d a v ér t ig o ?
Hace c i en mi l añ o s q u e d an zo d e lan te d e lo s h o mares .
Un a d an za l en ta y so mb r ía . Es p rec i so q u e me mi ren : mien -
t ras t i en en lo s o jo s c l av ad o s en mi , o lv id an mi ra r
mismo s . S i me o lv id ara u n so lo in s t an te , s i l o s d e ja ra ap ar ,
t a r l a m i r a d a . . ' .
EGISTO. — ¿Qué?
JÚPITER. — Na da. E s cosa mía. E stás can sado . Egis to , ¿ pero
" d e q u é t e q u e jas? Mo r i rás . Yo n o . Mien t ras h ay a h o m b res
' en es t a t i e r ra , e s t a ré co n d en ad o a d an z ar d e lan te d e " e llo s.
EGISTO. — ¡Ay ¿Per o quié n nos ha c ond ena do?
JÚPITER. — Na die m ás qu e no sotros mism os, pue s ten em os la
misma p as ió n . Tú amas e l o rd en , Eg i s to .
EGISTO. — El ord en. Es cier to . Po r el orden sed uje a Cli tem -
n es t ra , p o r e l o rd en maté a mi rey ; q u er í a q u e e l o rd en
re in ara y q u e re in ara p o r mi in t e rmed io . He v iv id o s in
d eseo , s in amo r , s in esp eran za ; imp lan té e l o rd en . ¡Oh t e r r i -
b le y d iv in a p as ió n
JÚPITER. — No pod ríam os te ner o tra: y o soy Dios, y tú n acis te
para ser rey .
E G I S T O . — ¡ A y d e m í
JÚPITER. — Eg i s to , c r i a tu ra mía y h erm an o mo r ta l , en n o m b re
d e es t e o rd en a l q u e s e rv imo s lo s d o s , t e lo man d o : ap o d é-
ra t e d e Ores tes y d e su h erman a .
EGISTO. — ¿Son tan peligro sos?
JÚPITER. — Ore stes sa be qu e es l ibre.
E G I S T O
(vivamente). — Sab e q u e es l ib re . En to n ces n o b as ta
carg ar lo d e cad en as . Un h o mb re l ib re en u n a c iu d ad es
co mo u n a o v e ja s a rn o sa en u n reb añ o . Co n tamin ará to d o mi
re in o y a r ru in ará mi o b ra . Dio s to d o p o d ero so , ¿q u é esp eras
p a r a f u l m i n a r l o ?
J Ú P I T E R ( l e n t a m e n t e) . — ¿Para fu lm in ar lo ? (Una pausa. Con
cansancio, agobiado.) Eg i s to , lo s d io ses t ien en o t ro s ec re -
t o . . .
EGISTO. — ¿Qu é v as a dec irm e?
JÚPITER. — Un a v ez q u e h a es t a l l ad o l a l i b e r t ad en e l a lm a '
d e u n h o mb re , lo s d io ses n o p u ed en n ad a más co n t ra ese
h o mb re . Pu es es u n asu n to d e h o mb res , y a lo s o t ro s h o m-
bres —sólo a el los— les corresponde dejarlo correr o es tran-
g u la r lo .
E G I S T O
(mirándolo). — ¿ E s t r a n g u l a r l o ? . . . E s t á b i e n . T e o b e d e -
ceré , s in d u d a . Pero n o ag reg u es n ad a y n o t e q u ed es aq u í
más t i emp o , p o rq u e n o p o d ré so p o r t a r lo .
( J Ú P I T E R sale.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 140/267
Jean-Paul Sartre
E s c e n a V I
E G I S T O
permanece solo un momento, luego
E L E C T R A
y
OR E S T E S .
E L E C T R A
(saltando hacia la puerta). - ¡Pég a le No l e d e jes
t i emp o d e g r i t a r : y o d ef i en d o l a p u er t a .
EGISTO. - Er es tú, Ore stes .
O R ESTES. - ¡ D e f i é n d e t e
EGISTO. - No me d ef en d e ré . Es d emas ia d o t a r d e p ar a l l amar
y me a leg ra q u e s ea d emas iad o t a rd e . Pero n o me d efen -
d eré : q u ie r o q u e me ases in es. ,
ORESTES. - Está b ie n . El med io poc o me imp orta. Sere asesino.
(Lo hiere con la espada.)
E G I S T O
(vacilando). - N o h a s e r r a d o e l g o l p e . (Se aferra a
ORESTES. ) Dé jame mi ra r t e . ¿Es c i e r to q u e n o t i en es remo r-
d imien to ?
ORESTES. - ¿Rem ordi mien to? ¿Po r qué? Ha go lo qu e es justo .
EGISTO. - Ju s to es lo q u e q u ie re Jú p i t e r . Es tab as esco n d id o
aq u í y lo h as o íd o .
ORESTES. - ¿Q ue me imp orta J úpite r? La just icia ES un asun to
d e h o mb res y n o n eces i to q u e u n d io s me lo en sen e . Es ju s -
to ap las t a r t e , p i l lo in mu n d o , y a r ru in ar tu imp er io so b re
las gentes de Argos; es justo res t i tu irles el sentimiento de su
d i g n i d a d .
(Lo rechaza.)
EGISTO. - M e due le. . ^
ELECTRA. - Vacila, su rostro es tá descol ond o. ¡H orror Qu é
f e o e s u n h o m b r e m o r i b u n d o .
ORESTES, - Calla. Qu e no l leve otro re cue rdo a la tum ba qu e
e l d e n u es t ra a l eg r í a .
EGISTO. - Ma ldi to seáis los dos.
ORESTES. - ¿Pero no term inar ás de m orir?
(Lo hiere.
E G I S T O
cae.)
EGISTO. - Te n cuid ad o con las mosc as , Ores tes , ten cu idad o
co n l as mo scas . No h a t e rmin ad o to d o .
ORESTES
(empujándolo con el pie). - Par a é l , en to d o caso , to d o .
h a t e rmin ad o . Gu íame h as ta l a cámara d e l a rema .
E L E C T R A . — O r e s t e s . . . *
O RE ST ES . - ¿ Q u é ? . . .
ELECTRA. — El l a y a n o p u ed e p e r ju d ic a rn o s . . .
ORESTES. — ¿Y q u é ? . . . No t e reco n o zco . N o h ab lab a s as í h a ce
u n m o m e n t o .
ELECTRA. — Or es tes . . . , y o t am p o co t e reco n o zco .
ORESTES. — Es tá bie n, i ré solo.
(Sale.)
E s c e n a V I I
E L E C T R A ,
sola.
ELECTRA. - ¿G rita rá? (Una pausa. Presta atención.) C a m i n a
p o r e l c o r r e d o r . C u a n d o h a y a a b i e r t o l a é u a r t a p u e r t a . . .
¡Ah ¡Yo lo q u i s e Lo q u ie ro , e s p rec i so q u e s ig a q u er i én -
d o l o . (Mira a
E G I S T O . J
Ha mu er to . Es to es , en to n ces , l o q u e
y o q u e r í a . N o m e d a b a c u e n t a . (Se le acerca.) C ien v eces
lo h e v i s to en su eñ o s , ex ten d id o en es t e mismo lu g ar , co n
u n a esp ad a en e l co razó n . Ten ía lo s o jo s ce r rad o s , p a -
rec ía d o rmi r . ¡Có mo lo o d iab a , có mo me a leg rab a o d ia r lo
No p arece d o rmid o , y su s o jo s es t án ab ie r to s ; me mi ra .
Es tá mu er to , y mi o d io h a mu er to co n é l . Y es to y aq u í ;
y esp ero , y l a o t ra s ig u e v iv a aú n , en e l fo n d o d e su ap o sen -
to , y d en t ro d e u n in s t an te g r i t a rá . Gr i t a rá co mo u n an imal .
¡Ah Ya n o p u ed o so p o r t a r es t a mi rad a . (Se arrodilla y echa
una capa sobre el rostro de EGISTO.,) ¿P er o 'q ué e s lo qu e y o
q u e r í a ? (Silencio. Luego gritos de CLITEMNESTRA.) La ha
h er id o . Era n u es t ra mad re , y l a h a h er id o . (Se levanta.) Mis
e n e m i g o s h a n m u e r t o . D u r a n t e a ñ o s e n t e r o s h e g o z a d o
an t i c ip ad amen te d e es t a mu er t e y ah o ra t en g o e l co razó n
ap re tad o . ¿Acaso me h e men t id o d u ran te q u in ce añ o s? ¡No
es c i e r to ¡No es c i e r to No p u ed e s e r c i e r to : ¡n o so y co b ar -
d e Qu i se es t e min u to y lo q u ie ro aú n . Qu i se -v er es t e
p u e r c o i n m u n d o a c o s t a d o a m i s p i e s . (Arranca la capa.) Qu é
me imp o r ta tu mi rad a d e p escad o mu er to . Qu i se es t a mi -
rad a y g o zo d e e l l a . (Gritos más débiles
¿Le C L I T E M N E S T R A . )
¡Qu e g r i t e ¡Qu e g r i te Qu ie ro su s g r i to s d e h o r ro r y q u ie ro
su s p ad ec imien to s . (Los gritos cesan,) ¡Alegría ¡Alegría
Llo ro d e a l eg r í a ; mis en emig o s h an mu er to y mi p ad re
es tá v en g ad o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 141/267
E s c e n a V I I I
E L E C T R A - O R E S T E S
ELECTRA. - ¡Or es te s
(S e arroja en sus brazos.)
° ™ m e ^ S e ' n h a b l a r d e Í «o : h ay c e r d o s q ue n o se
d o n o s?
cu i t ad l a t rasp a san esas an to rch as ¿Me q u ie res
O R E S T E S
- No es d e n o che- , e s e l ama n ecer . So mo s h b res ,
FCLEC
^ e p a r e c e q u e t e h e h e c h o n a c e r y ^ - a ^ d e ™ «
r f h o y r ^ ™ g e m e n t e ,
t ^ L ) T u f d e d o s so n c orto s y c u a d r a ^ E st án
h e c h o / p a r a t o m a r y c o n se r v ar , L a h « i
Vzsr.
*
S E S Ü n ° o t
e
v
S
e o T e n
g
o S e d o d e t i
;
n o d e l » q u >
ta r t e lo s o jo s d e en c im a . Te amo . Ten g o q u e p en sar q u e
A l e r t a d h a c ai do s ob re m i
c o m o e l r a y a
?
^ l ib re . ¿Pu ed es h acer q u e
•
L
t X e s
t
; i o t y a s id o ? H a s u c e d id o al g o q u e y a n o s om o s
l ib res d e d esh acer . ¿Pu ed es imp ed i r q u e s eamo s p ara s i em- .
p re lo s ases in o s d e n u e s t ra mad re? Í /
ORESTES. - ¿Cre es qu e que rría imp edirlo ? He real iz ado 'mi
ac to , E lec t ra , y es t e ac to e ra b u en o . Lo l lev aré so b re 1 %
h o mb ro s co mo e l v ad ead o r l l ev a a lo s v ia j e ro s , l o p asa ré
a l a o t ra o r i l l a y ren d i ré cu en ta d e é l . Y cu an to más p esad o
sea d e l l ev ar , más me reg o c i j a ré , p u es é l e s mi l ib e r t ad .
To d av ía ay er an d ab a a l aza r so b re l a t i e r ra , y mi l l a res d e
camin o s h u ían b a jo mis p aso s , p u es p er t en ec ían a o t ro s .
Lo s to mé to d o s p res t ad o s : e l d e lo s h a lad o res , q u e co r re
a lo l a rg o d e l r ío , y l a s en d a d e l a r r i e ro y l a ru ta emp ed rad a
d e lo s ca r re t e ro s ; p e ro n in g u n o e ra mío . Ho y n o h ay más
q u e u n o , y Dio s s ab e a d ó n d e l l ev a : p e ro es mi camin o .
¿Qu é t i en es?
ELECTRA. - Ya no pu ed o verte. Estas lám par as no i lum inan.
Oig o tu v o z , p e ro me h ace d añ o , me co r t a co mo u n cu ch i l lo .
¿Es ta rá s i emp re as í n eg ro , en ad e lan te , au n d e d ía? ¡Ores -
tes ¡Ahí es tán
O R ESTES. - ¿ Q u i é n e s ?
ELECTRA. - ¡Ah í es t án ¿De d ó n d e v ien en ? Cu e lg an d e l t ech o
co mo rac imo s d e u v as n eg ras , y so n e l l as l a s q u e o scu recen
las paredes; se desl izan entre las luces y mis o jos , y sor
su s so mb ras l as q u e me h u r t an tu ro s t ro .
O RE ST ES . — L a s m o s c a s . . .
ELECTRA. - ¡Es cu ch a . . . Escu c h a e l ru id o ' d e su s a l as , s eme-
jan te a l ro n q u id o d e u n a fo r j a . No s ro d ean , Ores tes. No s
esp ían : d en t ro d e u n in s t an te cae rán so b re n o so t ro s , y s en -
t i ré mi l p a tas p eg a jo sas so b re mi cu erp o . ¿Dó n d e h u i r ,
Ores tes? Se h in ch an , s e h in ch an , y a so n g ran d es co mo
ab e jas , n o s s eg u i rán p o r to d as p ar t es en esp eso s remo l in o s .
¡Ho rro r Veo su s o jo s , su s mi l lo n es d e o jo s q u e n o s mi ran .
ORESTES. - ¿Qu é nos imp orta n las mosca s?
V O C E S
(detrás de la puerta). - ¡Ab r id ¡Ab r id S i n o ab ren
será p rec i so d er r ib a r l a p u er t a .
(Golpes sordos en la puerta.)
ORESTES. - Lo s gri tos de Cli te mn estra h an atr aíd o a los guar-
d ias . ¡Ven Co n d ú c eme a l s an tu ar io d e Ap o lo ; a l l í p as í \ re r i^¿"
la n o ch e , a l ab r ig o d e lo s h o mb res y d e l as mo scas . MMárS
h ab la ré a mi p u eb lo .
T E L Ó N
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 142/267
A c t o t e r c e r o
Escena I
* templo de A ^ . P — o ^ e statua^ Apocen
medio de la escena. O m E S J ^ ^ ^ Las
E R I N I A S , E N
«na pisada puerta de bronce.
P R I
M E R A E R I N I A ( E ^ S E ) . S
e rgu i d a de có l e ra , y t uv e enormes sneno ^
h e m o s a f l o r d e r a b i a , h e r m o s a ¡ Q u é
^ ¿rededor v i en t re s y sus
b l ancos son , que du l ce s Koa a r Pu l i r é pac i en-
pechos como un t o r ren t e
r a s p a r é
, la gastaré
t e m e n t e e s t a c a r n e t i n a , » o h p u r a m a ñ a n a
d e
has t a e l hueso .
(D a
^ f e s t á n h ú m e d o s ,
^ ^ - *
CObrC
'
y me s i en t o sagrad a . ^
E L E C I R A ( d o r m i d a ) . - L A Y
conoce rá s nues t ros
P B I M E R A E R I N I A .
- G i m e .
P A C * E N C £ P
E n t r a r é
m o r d i s c o s , t e h a r e m o s
a
^ a r c o n n u ^ ^ ^ ^
e n t í c o m o e l m a c h o e n l a h e m b r a ^ r q ^ ^
,
y
s e n ti r ás e l p e s o d e m i a m o r . ^ ^
e n v e j e c e
r ; an t e s
, ; q ue . y o ; p e r o V ^ ^ ^ S o e o m o u n a v ie ja , y y o
• d e
r
s e is m e s e s e ^ a b r é q u e b r ^ ^ ^
h e r m o s a s
^ r S Í s p e r e c ^ i e r a s y b u e n S p a r a c o m e r ; l a s m i r o , r e s p i r o
su a l i en t o y l a có l e ra me ahoga . j Oh de l i c i a s de sen t i r t e
una mañan i t a de od i o , de l i c i a s de sen t i r se ga r ra s y mandí -
bu l a s , con fuego en l a s venas E l od i o me i nun da y me s o-
foca , sube a mi s senos como l eche . Despe r t ad , he rmanas '
mí a s , de spe r t ad ; ya e s l a mañana .
S E G U N D A E R I N I A .
— S o ñ a b a q u e m o r d í a .
P R I M E R A E R I N I A .
— Ten p ac i enc i a : U n Di os l os p ro t eg e hoy ,
pe ro p ron t o l a sed y e l hambre l os ha rán sa l i r de e s t e a s i l o .
En t onces l os morde rá s con t odos l os d i en t e s .
T E R C E R A E R I N I A . — E s p e r a u n p o c o : p r o n t o t u s u ñ a s d e h i e r r o
t r aza rán mi l sende ros ro j os en l a c a ra de l os cu l pab l e s .
Ace rcaos , he rmanas mí a s , ven i d a ve r l os .
UNA ERINIA. — ¡Qué jóvenes son
O T R A E R E N I A .
— Regoc i j aos : ha r t o a menudo l os c r i mi na l e s son
v i e j os y f eos ; e s demasi ado ra ra l a a l egr í a exqu i s i t a de de s-
t ruir lo bel lo.
LAS ERINIAS. — ¡Eia ¡Eia
T E R C E R A E R I N I A . — Ores t e s e s c a s i un n i ño . M i od i o t endrá
pa ra é l du l zura s ma t e rna l e s . Tomaré sobre mi s rod i l l a s su
cabeza pá l i da , l e a ca r i c i a ré l os c abe l l os .
P R I M E R A E R I N I A . — ¿ Y d e s p u é s ?
T E R C E R A E R I N I A .
— Y despu és hun d i ré d e go l pe e s t os dos de -
dos en sus ojos.
(Todas se echan a reír.)
P R I M E R A E R I N I A .
— Susp i ran , se ag i t an ; se a ce rca e l de s pe r -
t a r . Vamos , he rmanas mí a s , he rmanas moscas , saquemos de l
sueño a l os cu l pab l e s con nues t ro can t o .
C O R O DE L A S E R I N I A S . — B z z , b z z , b z z , b z z . ,
Nos posa remos sobre t u corazón podr i do como l a s moscas
en un du l ce ,
corazón podr i do , co razón ensangren t ado , co razón de l e i t ab l e .
Saquea remos como abe j a s e l pus y l a san i e s de t u corazón .
Ha remos j con e l l os mi e l , ya ve rá s , he rmosa mi e l ve rde .
¿Qué amor nos co l mar í a t an t o como e l od i o?
Bzz , bzz , bzz , bzz .
Seremos los ojos f i jos de las casas,
e l g ruñ i do de l mas t í n que most ra rá l os d i en t e s a t u pa so ,
e l zumbi do que vo l a rá por e l c i e l o sobre t u c abeza ,
l os rumores de l a se l va ,
los si lbos, los cruj idos, los bisbíseos, e l ulular ,
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 143/267
Jean-Patd Sartre
se remo s l a n o ch e ,
l a esp esa n o ch e d e tu a lma .
Bzz , b zz , b zz , b zz . \ .
¡E ia ¡Eia jE iaaa
Bzz , b zz , b zz , b zz .
So mo s lo s so rb ed o res d e p u s , l a s mo scas .
^ s T C r e , — T . b o c a , e l ra y o d e lu z a l
fo n d o d e tu s o jo s ,
t e esco l t a remo s h as ta l a tu mb a ,
y só lo ced eremo s e l l u g ar a lo s g u san o s .
Bzz , b zz , b zz , b zz .
E
S T
& S
- d e c e n a ) . - ¿ Q u i é n h a b l a ? ¿ Q u i é n e s s o is ?
^ T
5
' , ^ « ¿Y q u é ? ¿L o s h e m os m ata d o d e
v e r d a d ? „ ,
t
,
^ ^ ^ T L s O r e s t e , V e te.
E Í r r / r r ' ^ d o So ñ é q u e n u e s t ra m a d r e h a b ia
l^HffiE-SSSs
m u c h o ?
o S .
1
- V a t i o s h e m ata d o ( ü u c
° t ó T m e d a s m i e d o . E r a s t a n h e r m o sa , a y e r. S e d i n a g »
u n a b es t i a t e h a d es t ro zad o l a ca ra co n su s u n as .
o ^ S ^ ^ - t í r r t s í r í »
P R I M E R A . E R I N I A .
- Q u e v e n g a e n n i ^ d o M ^ ,
O ^ : I
^ t r ^ n s s u
w
Las moScas
ñetf.) ¿Es p o s ib le q u e fu eras tú l a q u e ay er , v es t id a d e b lan -
co , d an zab a en l as g rad as d e l t em p lo ?
ELECTRA. — Env ejecí . E n u na noc he.
ORESTES. - To d av ía e res h e rmo sa , p e r o . . . ¿d ó n d e h e v i s to
eso s o jo s mu er to s? Elec t ra . . . , t e p a reces a e l l a ; t e p a feces
a C l i t emn es t ra . ¿Val í a l a p en a mata r l a? Me h o rro r i za mi
c r imen cu an d o lo v eo en eso s o jo s . \
P R I M E R A E R I N I A .
- Es p o rq u e a e l l a l e h o r ro r i zas.
ORESTES. - ¿Es cierto? ¿ Es cierto q ue t e horro rizo?
ELEC TR A . — D é j a m e .
P R I M E R A E R I N I A .
- Bu en o . ¿Te cab e l a men o r d u d a? ¿Có mo
n o h ab ía d e o d ia r t e? Viv ía t ran q u i l a co n su s su eñ o s ; l l eg as te
tú co n l a ca rn ice r í a y e l s ac ri l eg io . Y ah o ra co mp ar te tu fa l t a ,
c l av ad a en ese p ed es ta l , e l ú n ico p ed azo d e t i e r ra q u e l e
q u e d a .
O R ESTES. — N o l a e s c u c h e s .
P R I M E R A E R I N I A .
- ¡Atrás ¡Atrás É chalo , Elec tra, no te dejes
to car p o r su man o . ¡Es u n ca rn ice ro Tien e en c ima e l o lo r
in su l so d e l a s an g re f resca . Mató a l a v i s j a su c iamen te ,
¿sab es? , g o lp ean d o v ar i as v eces .
ELEC TRA . - ¿ N o m i e n t e s ?
P R I M E R A E R I N I A .
- Pu ed es c ree rm e , y o es t ab a a l lí , zu mb an d o
a l red ed o r d e lo s d o s .
E L E C T R A . — ¿ Y
d io v ar io s g o lp es?
C I M E R A E R I N I A .
- U n o s d iez .
Y
cad a v ez l a esp ad a h ac ía
c r i c" en l a h e r id a . E l l a s e p ro teg ía e l ro s t ro y e l v i en t re
con las manos, y le acuchil ló las manos.
ELECTRA. — ¿Pad eció m uch o? ¿ No mu rió en segu ida?
ORESTES. - No la mires m ás, tápa te las orejas , sobre tod o n o
las in t e r ro g u es ; e s t ás p e rd id a s i l a s in t e r ro g as .
P R I M E R A E R I N I A .
- P ad ec ió h o r r ib leme n te .
E L E C T R A
(tapándose la cara con las manos). - ¡Ah
ORESTES. - Qu iere separ arno s; levan ta a tu alred edo r los mu -
ro s d e l a so led ad . Ten cu id ad o : cu an d o es t és b i en so la , so la
y s in recu rso , t e cae rán en c ima . Elec t ra , h emo s d ec id id o ju n -
to s es t e c r imen , y d eb emo s so p o r t a r ju n to s l a s co n secu en c ias .
ELECTRA. — ¿Insin úas qu e lo quise?
ORESTES. - ¿N o es c ier t o?
ELECTRA. - No , n o es c i e r to . . . E sp er a . . . ¡S í ¡Ah Ya n o
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 144/267
l o s é . He so ñ ad o co n ese c r imen . ¡Pero tú , t ú lo co met i s t e ,
O Í Í - E l e c tr a , d e t rá s d e e sa p u e r ta e st á e l ^ n d a E l
mu n d o y l a mañ an a . Afu era n ace e l so l so b re lo s camin o ^
Sro n to s a ld remo s , i remo s p o r lo s camin o s so lead o s y es t a
h i j as d e l a n o ch e p erd erán su p o d er : l o s ray o s d e lu z l as
t rasp asa rán co mo esp ad as .
P ™ E R T I A
5
- N u n c a vo lv e rá s a v e r e l so l £ £ N o s
amo n to n arem o s en t r e é l y tú co mo ^ ^ d e An g o s tas
y l l ev arás a to d as p ar t es l a n o ch e so b re tu cab eza .
E L E C I R A
- ¡De jad m e ¡No me to r tu ré i s más
S S T - T u d e b i li d a d e s l o q u e l e s d a f u e r z a. M . r a : a m i
r ^ T e a t r e v e n a d e c i r m e n a d a . E s c u c h a : u n h o r r o r s i n n o m -
b r e s L h ^ a s e n t a d o s o b r e ü y n o s s e p ar a . S in e m b a r g o , ¿ q u e
v iv i s t e tú q u e y o n o h ay a v iv id o ? ¿Cre* . q u e
ja rán d e o i r j amás lo s g emid o s d e mi mad re? Y su s o jo s m
ranso s -d o s o céan o s ag i t ad o s - en su ro s t ro d e t i za , , c rees
Z T Z s o jo s d e ja rá n j amás d e v er lo s? Y l a an g u s t i a q u e t e
Z o Z ¿ c re e s q u e d e ja r á ja m á s d e ro e r m e ? P e r o q u e m e
imtwr ta - so y l ib re . Más a l l á d e l a an g u s t i a y lo s recu erd o s .
X Y d e acu er d o co n mig o mismo . No d eb es o d ia r t e ,
E l e c t r a . D a m e l a m a n o : n o t e a b a n d o n a r e .
E L E C T R A - ¡Su e l t a mi man o Es tas p e r ras n eg ra s a mi a i re
d e d o r
m e e s p a n t a n ^ r n e n o s q u e
ü i.
m u ñ e q u
i -
^ T e " n ^e do q ue é l? N os n ecesi tas E lec tr a,
e res n u es t ra h i j a . Neces i t as n u es t ras u n as p ara rev o lv er tu
^ n - s i t a s
1
n u es t ro s d ien tes p a ra mo rd er J a
cemi tas n u es t ro am o r can íb a l p a ra ap ar t a r t e d e l o d io q u e t e
« — £ 2 7 ™ " t i e r ^ s m ás q u e b l
" e d ^ , f e r e e i l T r e U e n n ues tro s b raz o s , n u e st ™
b eso T ¿Esg ar ra rán t u ca rn e f rág i l , y s e rá e l o lv id o , e l o lv id o
en e l g ran fu eg o p u ro d e l d o lo r .
rara
foscir
.rU, E L E C T R A
se levanta.)
O R E S T E S
(tom ánd ola del brazo). — No vayas, te lo suplico ,
s e r í a tu p e rd ic ió n .
E L E C T R A (desprendién dose con violencia). — ¡Ah ¡Te odio ^
(Baja los escalones; las
E R I N Í A S
se arrojan todas sobre ella.)
ELECTRA. — ¡Socorro
(Entra J Ú P I T E R . )
Escen a I I
L O S M I S M O S - J Ú P I T E R
JÚPITER. — ¡A la per rera
P R I M E R A E R I N I A . — ¡ E l a m o
{.Las
E R I N Í A S
se apartan con pesar, dejando a
E L E C T R A
ten-
dida en el suelo.)
JÚPTTER. — Pobres niños. (Se acerca a ELECTRA.) ¿Veis vues-
t ro es t ad o ? La có le ra y l a p i ed ad s e d i sp u tan mi co razó n .
Lev án ta te , E lec t ra : mien t ras y o es t é aq u í , mis p e r ras n o
t e h a r á n d a ñ o . (La ayuda a levantarse.) ¡Qu é ro s t ro t e r r i -
b le ¡Un a so la n o ch e ¡Un a so la n o ch e ¿Dó n d e es t á tu f res -
cu ra camp es in a? En u n a so la n o ch e tu h íg ad o , tu s p u lmo -
n es y tu b razo s e h an g as tad o , tu cu erp o y a n o es s in o u n a
g ran mise r i a . ¡Ah , ju v en tu d p resu n tu o sa y lo ca , cu án to d a-
ñ o o s h ab é i s h ech o
ORESTES. — Ab and on a ese tono , buen h om bre : s ie nta ma l al
rey de los d ioses .
JÚPITER. — Y tú , ab an do na e se tono orgullo so: no conv iene
n ad a a u n cu lp ab le q u e es t á ex p ian d o su c r imen .
ORESTES. — No soy un culp able , y . no pod rías hac erm e expiar
lo q u e n o reco n o zco co mo c r imen .
JÚPITER. — Qu izá te equi voq ues, pe ro p acien cia; no te d ejaré
mu ch o t i emp o en e l e r ro r .
ORÉSTES. — Ato rm énta me to do lo que q uier as: n o lam ento
n ad a .
JÚPITER. — ¿Ni, s iqu iera la aby ecció n en qu e es tá sum ida tu
h e r m a n a p o r t u c u l p a ?
OR E S T E S — Ni s iq u ie ra .
v
JÚPITER. — Elec tra, ¿lo oyes? É ste es el qu e de cía q ue te
a m a b a .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 145/267
O restes . - La amo mis q u e a mí mismo Pe ro su s s u »
p r o c e d e n d e el la , s ól o e l la p u e d e d e s ec h a rl o s: e s h b r e . .
J é r^ Et t - ¿Y tú ? ¿Acaso e res t am b ién l ib re?
{ f e : " S E » d e sv er go n za da y e st úp id a : « e ne s
u a s d e u n d i o s c ^ t a t v o £
e r <¡ s u b r e e n
,
o n c e s
c i f i c a d o .
g
a r ? H e v en id o ^ ^ ^ ^
d e h % e I V
™ y ^ a p ue s n o es tá p e r m i t i d o ^ . q u i e r a
i r : h r r -
g
-
f
u e r a
d e aq u í .
F L E C T R A .
- ¿Sana y salvad
T Ú P I T E R .
- T e d o y mi p a lab r a .
E L E C T R A .
- ¿Qu é ex ig i rás d e mi e n camb io .
M ^ S K . - b u e n o , D io s ad o -
J Ú P Í F Í - O
cas i n ad a . Alg o q u e p u ed es d arme co n to d a fa -
c i l id ad : u n p o co d e a r rep en t imien to .
O R E S T E S . - Ten cu id ad o , Elec t ra : e s a n ad a p esa ra so n re
] ¿ Í F I » " -
E
" * " • " ™
acto sacri lego.
JÚPITER. — ¡Vamos Pu ede s depo sitar tu co n f i an za en mi .
¿Acaso n o l eo en lo s co razo n es?
E L E C T R A
(incrédula). - ¿Y lefes en e l mío q u e n o q u i s e ese
c r i m e n , c u a n d o h e s o ñ a d o q u i n c e añ o s co n c r imen y v en -
g an za?
JÚPITER. — ¡Bah Eso s su eñ o s s an g r i en to s q u e t e acu n ab an
ten ían u n a esp ec ie d e in o cen c ia : t e o c u l t a b a n tu esc lav i tu d ,
cu rab an l as h e r id as d e tu o rg u l lo . P e r o n u n c a p en sas te en
rea l i za r lo s . ¿Me eq u iv o co ?
ELECTRA. — ¡Ah Dios mío, Dios mío q u e r i d o , c ó m o d e s e o q u e
n o t e eq u iv o q u es
JÚPITER. - Ere s una n iñi ta, E lectra. L a s o t ras n iñ i t as d esean
llegar a ser las más ricas o las más b e l l as d e to d as l as mu -
je res . Y tú , fasc in a d a p o r e l d es t in o a t ro z d e tu raza, de-
seaste l legar a ser la más dolorosa y l a más c r imin á l . Nu n ca
quis is te el mal; só lo quis is te tu p ro p ia d esd ich a . A tu ed ad , l a s
n iñ as ju eg an aú n co n l a mu ñ eca o l a r a j u e l a ; y tú , p o b re -
c i t a , s in ju g u e tes n i co mp añ eras , ju g as te a l c r imen , p o rq u e
es u n ju eg o q u e s e p u ed e ju g ar sola.
ELECTRA. —¡Ay, ay Te esc uch o y veo claro en mí.
ORESTES. - ¡El ectr a ¡El ectr a Ah o ra e res cu lp ab le . L o q u e
q u i s i s t e , ¿q u ién p u ed e s ab er lo s in o tú ? ¿Deja rás q u e o t ro lo
d ec id a? ¿Po r q u é d efo rmar u n p a s a d o q u e y a n o p u e d e d e -
f e n d e r s e ? ¿ P e - q u é r e n e g a r d e esa Elec t ra i r r i t ad a q u e fu i s -
t e , d e esa jo v en d io sa d e l o d io , q u e t a n t o h e amad o ? ¿Y
n o v es q u e es t e Dio s c ru e l s e b u r l a d e t i ?
JÚPITER. - ¿Bu rlarm e de vosotros? E s c u c h a d lo q u e o s p ro -
p o n g o : s i rep u d iá i s v u es t ro crimen, os instalo a los dos en
e l t ro n o d e Arg o s .
ORESTES. - ¿E n el lugar de nu estra s v íc t imas?
J Ú PI TER . — N o h a y m á s r e m e d i o .
ORESTES. — ¿Y m e p on dré las rop as t ib i as aú n d e l d i fu n to rey ?
JÚPITER. — Ésa s u otra s, p oc o imp o r ta .
ORESTES. — Sí, con tal q ue sean n eg ras , ¿n o es cierto?
JÚPITER. - ¿No está s de du elo ?
ORESTES. — D e du elo por mi mad re ' l o o lv id ab a . Y a mis súb-
d i to s , ¿ t en d ré q u e v es t i r lo s d e n eg ro ?
JÚPITER. - Ya lo es tá n.
ORESTES. — Es cierto . Dejé mo sles t i e m p o p a r a q u e gasten sus
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 146/267
« E T - » i - . — * > u - i — - • « « • • J J ;
^ ' i s t t i a t r s f f j x . - . ' s
O R E S T E S . I
'
d e t r á s d e
^
p u e
r t a ? L o s
I U
S r e ¡ los U b r e s E
=
a su sa lvador con p iedras , horcas y ga r ro tes pa ra prooa
su agradec imiento . Es tás so lo como un leproso .
O R ES T ES . — S i A l a s o l e d a d d e l d e s -
I 6
^ o -
y
t f ¿ r X t S " a
A
" 3 - cobard e
" a i s c o b ar d e d e l os a se si no s e s e l q u e t i en e r e -
m o r d i m i e n t o ^
c r e a d o t o d a c o s a ;
^
^z^trieZte
1 R
Y
A
do de estrellas que giran.
J f e r m .
e s t á
en elfonao^
S in c h o c a r n u n c a : s o y y o q u i e n h a r c g l A s u
s s f M t s i
i ' s í K í s í . - ü s i s r í s
L a «
moteas
mundo es bueno; lo he c reado según mi voluntad , y yo soy e l
B ien . Pe ro tú , tú has hecho e l Mal , y la s cosas te acusan con
sus voces pe t r i f icadas ; e l B ien es tá en todas pa r te s , e s la
• méd ula d e l saúco, la f r e scura de la fuen te , e l gran o de s í lex ,
la pesadez de la p iedra ; io encontra rás has ta e t i la na tura -
leza de l fuego y dr" ia luz ; tu cue rpo mismo te t r a ic iona , pues
se acomoda a mis presc r ipc iones . El B ien es tá en t i , fue ra
de t i : te pene tra como una hoz , te aplas ta como una mon-
taña , te l leva y te a r ra s t r a como un mar ; é l e s e l que pe r -
mite e l éxi to de tu ma la empresa , pues fue la c la r idad de
las antorchas , la dureza de tu e spada , la fue rza de tu ^ ra -
zo . Y ese Mal d e l que es tá s ta n orgul loso , cuyo autor te
conside ras , ¿qué es s ino un re f le jo de l se r , una senda ex-
t r aviada , una imagen engañosa cuya misma exis tenc ia e s tá
sos tenida por e l B ien? Reconcéntra te , Ores te s ; e l unive r so
te prueba que es tá s equivocado, y e res un gusani to en e l
unive r so . Vue lve a la na tura leza , h i jo desna tura l izado: mira
tu f a l ta , abor réce la , a r ránca la como un c l iente ca r iado y
malol iente . O teme que e l mar se r e t i r e de lante de t i , que
las fuentes se sequen en tu camino, que la s p iedras y la s
rocas rueden fue ra de tu senda y que la t ie r ra se desmoro-
ne ba jo tus pasos .
ORESTES. — ¡Que se desmoro ne Qu e la s jo ca s me condene n y
las p lantas se marchi ten a mi paso: todo tu unive r so no bas-
ta rá pa ra probarme que es toy equivocado. Eres e l r ey de los
dioses , Júpi te r , e l r ey de la s p iedras y de la s e s t r e l la s , e l r ey
de la s o la s de l mar . Pe ro no e res e l r ey de los hombres .
(Los muros se juntan.
J Ú P I T E R
reaparece, cansado y agobiado;
ha recobrado su voz natural.)
JÚPITER. — N o soy tu rey, larv a desv ergo nzad a. Ento nces,
¿quién te ha c reado?
ORESTES. — Tú . Pero no de bía s hab erm e cre ado libre.
JÚPITER. — Te h e da do la li berta d p ara q ue m e sirvas.
ORESTES. — Es p osible, pe ro se ha vue lto c ontr a ti y na da po-
demos n inguno de los dos .
JÚPITER. — ¡Por fin És a es la ex cusa .
O R ESTES. — N o m e e x c u s o .
JÚPITER. — ¿D e veras? ¿Sa bes qu e esa l ibert ad de la q ue t e di -
ces e sc lavo se a semeja mucho a una excusa?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 147/267
Jean - Paul Sartre
ORESTES. — No soy n i el am o n i el esclavo, Jú pite r. ¡Soy mi l i
:
b er t ad Ap en as me c reas t e , d e jé d e p er t en ecer t e .
ELECTHA. - j ,Po r n u es t ro p ad re , Ores tes , t e co n ju ro , n o añ ad as
la b las femia a l c r imen .
JÚPITER.— Escú c h a la . Y p ie rd e l a esp era n za d e co n v en cer l a co n
tu s . ' razo n es : e s t e l en g u a je p a rece b as tan te n u ev o p ara su s
o íd o s , y b as t an te ch o can te .
ORESTES. - Par a los míos tam bié n, Júpit er. Y pa ra mi garg an-
t a q u e emi te l a s p a lab ras y p a ra mi l en g u a q u e l as mo d e la
a l p asa r : me cu es ta co mp ren d erme. To d av ía ay er e ras u n
v e lo so b re mis o jo s , u n t ap ó n d e o era en mis o íd o s ; ay er t e -
n ía y o u n a ex cu sa : e ra mi ex cu sa d e ex i s t i r p o rq u e me h a-
b ías p u es to en e l mu n d o p ara s e rv i r t u s d es ig n io s , y e l mu n -
-d o e ra u n a v ie j a a l cah u e ta q u e me h ab lab a s in cesa r d e t i .
Y lu eg o me ab an d o n as te .
J Ú PI TER . — ¿ A b a n d o n a r t e , y o ?
ORESTES. — Ayer yo esta ba c erca d e Elec tra; tod a tu nat ura -
l eza s e es t rech ab a a mi a l red ed o r ; t u B ien , l a s i ren a , can ta -
b a y me p ro d ig ab a co n se jo s . Para in c i t a rme a l a l en id ad , e l
d ía a rd ien te s e su av izab a co mo se v e la u n a mi rad a ; p a ra
p red ica rme e l o lv id o d e l as o fen sas , e l c i e lo s e h ab ía h ech o
su av e co mo e l p e rd ó n . Mi ju v en tu d , o b ed ien te a tu s ó rd e-
n es , s e h ab ía l ev an tad o , p e rman ec ía f ren te a mis o jo s , su -
p l i can te co mo u n a n o v ia a p u n to d e s e r ab an d o n ad a : v e ía
mi ju v en tu d p o r ú l t ima v ez . Pero d e p ro n to l a l i b e r t ad cay ó
so b re mí y me t rasp asó , l a n a tu ra leza s a l tó h ac ia a t rás , y y a
n o tu v e ed ad y me sen t í co mp le tamen te so lo , en med io d e
tu mu n d i to b en ig n o , co mo q u ien h a p erd id o su so mb ra ; y
y a n o h u b o n ad a en e l c i e lo , n i B ien , n i Mal , n ad ie q u e me
d ie ra ó rd en es .
JÚPITER. — ¿Y qu é? ¿De bo a dm irar a la oveja a la q ue la sar-
n a ap ar t a d e l reb añ o , o a l l ep ro so en cer rad o en e l l aza re to ?
Recu erd a , Ores tes : h as fo rmad o p ar t e d e mi reb añ o , p ac ías
l a .h ie rb a d e mis camp o s en med io d e mis o y e jas . Tu l ib e r -
tad sólo es una sarna que te p ica, só lo es un exil io .
ORESTES. — Dice s la ver dad : un exil io .
JÚPITER. - El mal no es tan p rof un do : data de aye r. Vu elv e
co n n o so t ro s . Vu e lv e : mi ra q u é so lo t e q u ed as , t u p ro p ia
h erman a t e ab an d o n a . Es tás p á l id o y l a an g u s t i a d i l a t a tu s
o jo s . ¿Esp eras v iv i r? Te ro e u n mal in h u man o , ex t rañ o a mi
Las moscas
n a tu ra leza ; ex t rañ o a t i mismo . Vu e lv e : so y e l o lv id o , e l re -
p o so .
v
' - -
s
ORESTES. — Ex trañ o a m í mism o, lo sé. Fuera de ía natu rale za,
co n t ra l a n a tu ra leza , s in ex cu sa , s in o t ro recu rso q u e en rñ í .
Pero n o v o lv eré b a jo tu l ey ; e s to y co n d en ad o a n o t en er o t ra
l ey q u e l a mía . No v o lv eré a tu n a tu ra leza ; en e l l a h ay mi l
camin o s q u e co n d u cen a t i , p e ro só lo p u ed o s eg u i r mi ca -
m i n o . P o r q u e s o y u n h o m b r e , J ú p i t e r , y c a d a h o m b r e d é t e
in v en ta r su camin o . La n a tu ra leza t i en e h o r ro r a l h o mb re , '
y tú , so b eran o d e lo s d io ses , t amb ién t i en es h o r ro r d e lo s
h o mb res .
JÚPITER. — No m iente s: cu an do se pare cen a t i los odio .
ORESTES. — Ten cu id a d o ; acab as d e co n fesa r tu d eb i l id ad . Yo
n o t e o d io . ¿Qu é h ay d e t i a mí? No s d p sk zamo s u n o ju n to
a l o t ro s in to carn o s , co mo d o s n av io s . Tú e res u n Dio s y y o
so y l ib re ; e s t amo s ig u a lmen te so lo s y n u es t ra an g u s t i a es
semejan te . ¿Qu ién t e d i ce q u e n o h e b u scad o e l remo rd i -
mien to en e l cu rso d e es t a l a rg a n o ch e? El remo rd imien to ,
e l su eñ o . Pero y a n o p u ed o t en er remo rd imien to s . Ni d o r -
mi r . (Silencio.)
J Ú P I T E R . — ¿Qu é p ien sas h a cer?
ORESTES. — Lo s hom bre s de Ar gos son mis ho mb res . Te ng o
q u e ab r i r l es ' l o s o jo s .
Jú p r rEh. — ¡Po b res g en tes Vas a h acer l es e l reg a lo d e l a so le -
d ad y ' la v e rg ü en za , v as a a r ran car l es l a s t e l as co n q u e y o
k j s h áb ía cu b ie r to , y le s mo s t ra rás d e imp ro v i so su ex i s t en -
c ia , su o b scen a e in su l s a ex i s t en c ia , q u e h an rec ib id o p ara
nada. '
ORESTES. — ¿Por qu é hab ía d e rehu sarles la dese sperac ión qu e
hay en mí, Si es ' -su dfest ino?
JÚPITER. - ¿Q ué' 'h arán de el la?
ORESTES. — Lo q ue q uie ran ; son l ibres y la v id a hu ma na em-
p ieza d e l o t ro l ad o d e l a d esesp erac ió n .
(Silencio.)
JÚPITER. — Buen o, Orestes , to do esta ba previs to . U n ho mb re
d eb ía v en i r a an u n c ia r mi c rep ú scu lo . ¿Eres tú ? ¿Qu ién
:
. lo
h u b ie ra c re íd o , ay er , v i en d o t i r ro s t ro femen in o ? «
ORESTES. — ¿Lo h ub iera -creído yo mis mo? L as pa labr as qu e
d ig o so n d efn as iad o g ran d es p ara mi b o ca ; l a d esg ar ran ; eñ t
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 148/267
d es t in o q u e l l ev o es h a r to p esad o p ara mi - ju v en tu d ; l a h a
JÚPITER. - No te quiero y s in em bar go te c omp adez co.
ORESTES. - Yo tam bié n te c om pad ezco .
JÚPITER. - Adió s, Ore stes . (Da unos pasos.) En cu an to a ü
^Elec t ra , p i en sa en es to : mi re in o n o h a l l eg ad o to d av ía a l
•
f in , t an to s e n eces i t a p a ra e l lo , y n o q u i e r o a b a n d o n a r l a
;
• lu ch a . Mi ra s i e s t ás co n mig o o co n t ra mi . Ad ió s .
ORESTES. — Adiós .
( J Ú P I T E R
sale.)
Escen a I I I
L o s M I S M O S
menos
J Ú P I T E R
( E L E C T R A
se levanta lentamente.)
ORESTES. - ¿D ón de vas?
E L E C T R A .
- Dé jam e. No t en g o n ad a q u e d ec i r t e .
O R E S T E S .
- A t i, a q u ien co n o zco d esd e ay er , ¿ t en g o q u e p er -
d er t e p a ra s i emp re? •
E L E C T R A .
- ¡Oja lá lo s d io ses n o me h u b ie r an p erm i t id o eo n o -
O n ^ ^ - ^ E l e c t r ^ ¡ H er m an a m ía , m i q u er id a E le ct ra M i
ú n ico amo r , ú n ica d u lzu ra d e mi v id a , n o me d e jes so lo ,
q u é d a t e c o n m i g o . , . , _ _
E L E C T R A .
- ¡Lad ró n No t en ía cas i n ad a mío , fu e ra d e u n p o co
d e ca lma y a lg u n o s su eñ o s . Te lo h as l l ev ad o to d o , h as ro -
b ad o a u n a men d ig a . Eras mi h e rman o , e l j e fe d e n u es t ra
fami l i a , d eb ías p ro teg erme, p e ro me h as su merg id o en l a
san g re , e s to y ro ja co mo u n b u ey d eg o l l ad o ; ¡ to d as l as mo s -
t e a s m e s ig u en , v o races , y mi co razó n es u n a co lme n a h o -
- O R Í S . - Amo r mío , e s c i e r to , t e lo h e q u i t ad o to d o y n o
t e n g o n a d a q u e d a r t e f u e r a d e m i c r i m e n . P e r o e s u n p r e -
s en te in men so . ¿Crees q u e n o p esa co mo p lo mo so b re m
a l m a ? .
Éram o s d em as iad o l ig e ro s , E lec t ra : ah o ra n u es t ro s
p ies s e h u n d en en l a t i e r ra co mo l as ru ed as d e u n ca r ro en
u n su rco . Ven , p a r t i remo s y camin aremo s co n p aso p esad o ,
en co rv ad o s b a jo n u es t ro p rec io so fa rd o . Me d arás l a man o e
i r e m o s . . . •
. x
ELEC TRA . — ¿ A d o n d e ? ,
ORESTES. — No sé; hacia n osotros m ismos. D el o tro la do de los
r ío s y d e l as mo n tañ as h ay u n Ores tes y u n a Elec t ra q u é"
n o s ag u ard an . Hab rá q u e b u scar lo s p ac ien temen te .
ELECTRA. — No q uier o o írte más. Sólo me of rece s la de sdich a
y el hast ío . (Salta sobre la escena. L as
E R I N I A S
se acercan
lentamente.) ¡Socorro Júpit er, rey de los d ioses y de los
h o mb res , mi rey , tó mame en tu s b razo s , l l év ame, p ro tég eme.
Seguiré tu ley , seré tu esclava y tu cosa, besaré tus p ies y
tu s ro d i l l a s . Def i én d eme d e l as mo scas , d e mi h erman o , d e
mí misma, n o me d e jes so la , co n sag ra ré mi v id a en te ra a l a
ex p iac ió n . Me a r rep ien to , Jú p i t e r , me a r rep ien to .
(Sale corriendo.)
E s c e n a I V
O RESTES - LA S EREN LA S
(Las
E R I N I A S
hacen un movimiento para seguir a
E L E C T R A .
La
P R I M E R A E R J N I A
las detiene.)
P R I M E R A E R I N I A .
—
Dejad la , h e rman as , s e n o s escap a . Pero n o s
q u ed a és t e , y p o r mu ch o t i emp o , c reo ' p u es su a lmi ta es
t en az . Su f r i rá p o r d o s .
(Las
E R I N I A S
empiezan a zumbar y se acercan a
O R E S T E S . )
ORESTES. — Estoy com pleta me nte solo .
P R I M E R A E R I N I A .
—
Pero no, ah tú , el más l indo de los asesi-
n o s , t e q u ed o y o ; y a v erás q u é ju eg o s in v en ta ré p a ra d i s -
t rae r t e .
ORESTES. — Estar é solo hasta la muer te. D es pu és . . .
P R I M E R A E R I N I A . — Valo r , h e rman a s mías , ced e . M i rad , su s
o jo s s e ag ran d an ; p ro n to reso n arán su s n e rv io s co mo l as
cu erd as d e u n a rp a b a jo lo s a rp eg io s ex q u i s i to s d e l t e r ro r .
S E C U N D A E R I N I A .
— Pro n to e l h am b re lo a r ro ja rá d e su as i lo ;
co n o ceremo s e l g u s to d e su s an g re an tes d e es t a n o ch e ,
ORESTES. — ¡Pobre Electra
(Entra él
P E D A G O G O . )
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 149/267
Jean-Paid Sartre
Escena V
OR E S T E S - L AS E M OT AS - E L P E DAGOGO
EL PEDAGOGO. - Vay a, mi amo , ¿dón de está is? No se ve n a d *
Os traigo un poco de alimento; las gentes de Argos sit ian
e l t e m p lo y n o t é i s p e n sa r e n sa li r; e s ta n o c h e t r a t a r l o
E n c o c o . - D e s p a c it o , l in d as . V a y a, t o m a d e s ta s v i an d a s
y estos f rutos, si mis ofrendas pueden calmaros.
O R E S T E S - ¿Los hom bres de Argos, dices, están amonto nados
E L ' S ^
1
creo Yo no podría deciros quié nes son
l o ^ T T e r v e r os y l os m á s e n c ar n iz a d o, e n p e r n e a r o s :
si es™ todas mu cha cha s que están aqu í o vuestros quer i-
dos subd i tos
A b r ( ? e s a
- Os h íbéis vuel to loco? Es tán ah í det r ás , con
arm as. \ >..
E l ^ e s j a g o g o
3
- Po^" s t ^v es f m e au to rizar é i s a desobedecer os .
o S Í
P
-
a
— s o y t u a m o y t e o rd en o q ue a br as e sa
puer ta. .
( E L P E DAGOGO entreabre la p uerta.)
E L PE D A GO G O . - ¡ A y , a y , a y ¡ A y , a y , a y .
¿ ^ S r ^ r t a y se esconde detrás de .„a d e
J i j a s La M U L T I T U D empuja vivamente Us dos h
01
as y se
detiene desconcertada en el umbral. Vtva luz.)
Las moscas
GR IT OS DE L A MUL T IT UD. — ¡ Muer te ¡ Muer te ¡ Lap idad lo
¡Desgarradlo ¡Muerte
OR E S T E S (sin oírlos). — ¡El sol
LA MULTITUD. — ¡Sacrileg o ¡Asesino ¡Carni cero Será s des-
cuar t izado . Te echar emos p lomo der r e t ido en las her idas .
UNA MUJER. — Te arrancaré los ojos.
UN HOMBRE. — Te com eré el híg ado .
OR E S T E S
(se ha erguido). - ¿Estáis pues^ aquí, muy f ieles
subditos míos? Soy Orestes, vuestro rey, el hijo de Agame-
nón, y éste es el día de mi coronación.
(La M U L T I T U D gruñe, desconcertada.)
OR E S T E S . — ¿No gr itáis má s? (L a M U L T I T U D calla.) Ya sé: os
doy miedo. Hace quince años justos, otro asesino se irguió
delante de vosotros; l levaba guantes rojos hasta el codo,
guantes de sangre, y no le tuvisteis miedo porque leísteis
en sus ojos que era de los vuestros y que no tenía el valor
de sus actos. Un cr imen que su autor no puede soportar ya
no es el cr imen de nadie, ¿verdad? Es casi un accidente.
Habéis acogido al cr iminal como rey, y el viejo cr imen se
echó a rodar entre los muros de la ciudad, gimiendo des-
pacito, como un perro que ha perdido a su amo. Me miráis,
gen tes de Ar gos , habéis compr end ido que mi cr imen es muy
mío; lo reivindico cara al sol; es mi razón de vivir y mi or-
gu l lo , no podéis cas t igar me n i compadecer me, y por eso me
tenéis miedo. Y sin embargo, oh mis hombres, os amo, y por
vosotros he matado. Por vosotros. Había venido a reclamar
mi r e ino y me habéis r echazado por que no er a de los vues -
tros. Ahora soy de los vuestros, oh subditos míos, estamos
ligados por la sangre, y merezco ser vuestro rey. Vuestras
faltas y remordimientos, vuestras angustias nocturnas, el cr i-
men de Egisto, todo es mío, lo tomo sobre mis hombros. No
temáis a vuestros muertos; son mi s muer tos . Y mir ad : vues t r as
f ie les moscas os han ab andona do po r mí . Per o no temáis , gen te
de Argos, no me sentaré, todo ensangrentado, en el trono de
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 150/267
mi víct ima; un dios me lo lu í ofrecido y l ie d icho que no.
Quier o ser un rev s in t ierra y s in subditos . Adiós , mis ho mbre s ,
in tentad vivir; todo es nuevo aquí , todo esta por empezar.
También para mí la v ida empieza. Una vida extraña. Escu-
chad, además, es to : un verano, Scyros se infesto de ratas . h .a
una lepra horrib le, lo ro ían todo; los habitantes de la ciudad
creyeron morir. Pero un día l legó un flautis ta. Se puso de p .e
en e l co razó n d e l a c iu d ad -as í - . (Se pone de pie.) L m p j z o
a tocar la flauta y todas las ratas fueron a apretarse a su alre-
dedor. Luego se puso en marcha a largos trancos, as i (baja tu l
pedestal)
gri tando a las gentes de Scyros: "¿Apartaos
'La
M U L T I T U D se
ajuirta.)
Y las ratas levantaron la cabeza vacilan-
do -co m o lo hacen las moscas . ¡Mirad ¡Mirad las moscas Y
luego, de golpe, se precipi taron sobre sus huellas . 1 el flautis ta
con las ratas desapareció para s iempre. Así .
(Sale; las
E R I N I A S
lo siguen aullando.)
T E L Ó N
Eugène Ionesco
LA CANTANTE CALVA
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 151/267
La cantante calva
f u e r e p r e s e n t a d a p o r p r i m e r a v e z e n e l
Théâtre
d e s
N o c t a m b u l e s e l 1 1 d e m a y o d e 1 9 5 0 , p o r l a c o m p a ñ í a N i c o l a s B a t a i l l e .
L a p u e s t a e n e s c e n a e s t u v o a c a r g o d e N i c o l a s B a t a i l l e .
P E R S O N A J E S
S E Ñ O R S M I T H Claude Mansard
S E Ñ O R A S M I T H Paulette Frantz
S E Ñ O R M A R T I N Nicolás Bataille
S E Ñ O R A M A R T I N Simone Mozet
M A R Y , L A S I R V I E N T A . Odette Barrois
E L C A P I T Á N D E L O S B O M B E R O S . . . Henry-Jacques Huet
E S C E N A I
Interior burgués inglés, con sillones ingleses. Velada inglesa.
El señor S M I T H , inglés, en su sillón y con sus zapatillas inge-
sas, fuma su pipa inglesa y lee un diario inglés, junto a una
chimenea inglesa. Tiene anteojos ingleses y un bigotito gris
inglés. A su lado, en otro sillón inglés, la señora S M I T H , ingle-
sa, remienda unos calcetines ingleses. Un largo momento dé
silencio inglés. El reloj de chimenea inglés hac e oír diecisiete
toques ingleses.
S R A . S M I T H . — jVay a , so n l as n u ev e Hemo s co m id o so p a , p es -
cad o , p a ta t as co n to c in o , y en sa lad a in g lesa . Lo s n iñ o s h an
b eb id o ag u a in g lesa . Hemo s co mid o b ien es t a n o ch e . Eso es
p o rq u e v iv imo s en lo s su b u rb io s d e Lo n d res y n o s ap e l l id a -
mo s Smi th .
S R . S M I T H (continuando su lectura, chasquea la lengua).
S R A . S M I T H . — Las p a ta t as es t án mu y b ien co n to c in o , y e l
ace i t e d e l a en sa lad a n o es t ab a ran c io . E l ace i t e d e l a lma-cen ero d e l a esq u in a es d e mu ch o mejo r ca l id ad q u e e l ace i -
t e d e l a lmacen ero d e en f ren te , y t amb ién mejo r q u e e l ace i t e
d e l a lmacen ero d e l f in a l d e l a cu es ta . Pero co n e l lo n o q u ie ro
d ec i r q u e e l ace i t e d e aq u é l lo s s ea malo .
S R . S M I T H (continuando su lectura, chasquea la lengua).
SáA. S M I T H . — S in emb arg o , e l ace i t e d e l a lm acen ero d e l a
esq u in a s ig u e s i en d o e l mejo r .
S R . S M I T H (continuando su lectura, chasquea la lengua).
S R A . S M I T H . — Es ta v ez Mary h a co c id o b ien l as p a ta t as . La
v ez an te r io r n o l as h ab ía co c id o b ien . A mí n o me g u s tan
s in o cu an d o es t án b ien co c id as . ' '
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 152/267
S R . S M I T I I
(continuando
su
lectura, chasquea
la
lengua).
S R A . S M I T H . — El pescado era fresco. M e he chupado os dedos
Lo he repetido dos veces. No, tres veces. Eso me hace ir al
retrete. Tú también has comido tres raciones . Sin embargo, , ,
la tercera vez has tomado menos que las dos primeras , en
tanto que yo he tomado mucho más. Esta noche he comido
mejor que tú . ¿Cómo es eso? Ordinariamente eres tu quien
come más. No es el apeti to lo que te fal ta.
S R . S M I T I I (continuando su lectura, chasquea la lengua).
S R A . S M I T H . — No obstante, la sopa estaba quizas u n poco de-
masiado salada. Ten ia más sal que tú . ¡Ja, ja Tenia tam -
bién dem asiados puerros y no las cebollas suficientes . La-
mento no haberle aconsejado a Mary que le añadiera un po-
co de anís estrel lado. La próxima vez me ocu pare de el lo .
S U . S M I T H (continuando su lectura, chasquea la lengua).
S R A . S M I T I I . — Nuestro rapazuelo habría querido beber cerveza,
le gustaría bebería a grandes tragos, pues se te parece. ¿Has
visto cómo en la mesa tenía la vista fija en la botella ? Pero
yo vert í en su vaso agua de la garrafa. Tenía sed y la bebió .
Elena se parece a mí: es buena mujer de su casa, econonuca,
y toca el p iano. Nunc a pide de beber cerveza inglesa. Es
como nuestra h i j i ta, que sólo bebe leche y no come mas que
gacha s. Se ve que sólo tiene dos años. Se llama Peggy. La
tarta de mem bril lo y de frí jo les es taba formidab le. Tal vez
habría es tado bien beber, en el postre, un vasi to de v ino de
borgoña austral iano, pero no he l levado el v ino a la mesa para
no dar a los n iños un mal ejemplo de gula. Hay que ense-
ñarles a ser sobrios y mesurados en la vida.
S R . S M I T I I (continuando su lectura, chasquea la lengua).
S R A. S M T T I I . — La señora Parker conoce un almacenero rumano ,
l lamado Popesco Rosenfeld , que acaba de l legar de Constan-
t inopla. Es un gran especial is ta en yogurt . Posee diploma
de la escuela de fabricantes de yogurt de Andrinópolis . Ma-
ñana iré a comprarle una gran ol la de yogurt rumano folklo-
rico . No hay con frecu encia cosas como ésa aquí , en los alre-
dedores de Londres .
S R . S M I T H (continuando su lectura, chasquea la lengua).
S R A . S M I T H . — El yogurt es excelente para el es tómago, los
ríñones, el apénd ice y la apoteosis . Eso es lo que me dijo el
doctor Mackenzie-King. que at iende a los n iños de nuestros
vecinos, los Johns. Es
1111
buen médico. Se puede tener con-
fianza en él . Nunca recomienda más medicamentos que los
que ha experimentado él mismo. Antes de operar a Parker
se h izo operar el h ígado s in es tar enfermo.
S R . S M I T H . — Pero, entonces , ¿cómo es posible q ue el doc tor
sal iera b ien de la operación y Parker muriera a consecuen-
cia de ella?
S R A . S M I T H . — Porque la operación dio buen resultado en el
caso del doctor y no en el de Parker.
S R . S M I T H . — Entonce s Mackenzie no es un buen m édico. La
operación habría debido dar buen resultado en los dos o losdos habrían debido morir.
S R A . S M I T H . — ¿Por qué?
S R . S M I T H . — Un m édico concienz udo d ebe m orir con el en-
fermo s i no pueden curarse juntos . El capitán de un barco
perece con el barco, en el agua. No le sobrevive.
S R A . S M I T H . — No se p u ed e co mp arar a u n en fe rmo co n u n
barco.
S R . S M I T H . — ¿Por qué no? El barco t iene también sus enfer-
medades; además tu doctor es tan sano como un barco; tam-
bién por eso debía perecer al mismo t iempo que el enfermo,
como el doctor y su barco.
S R A . S M I T H . — ¡Ah ¡No había pensado en es o . . . Tal vez
sea justo . . . Entonces , ¿cuál es tu conclusión?
S R . S M I T H . — Que todo s los doctores no son m ás qu e charla-
tanes . Y también tod os los enfermos. Sólo la marina es hon-
rada en Inglaterra.
S R A . S M I T H . — Pero no los marinos.
S R . S M I T H . — Natu ra lmen te .
Pausa.
S R . S M I T H (sigue leyendo el diario). — Hay algo que no com -
prendo. ¿Por qué en la sección del regis tro civ i l del d iario
dan s iempre la edad de las personas muertas y nunca la de
los recién nacidos? Es absurdo.
S R A . S M I T H . — ¡Nu n ca me lo h ab ía p reg u n tad o
Otro momento de silencio. El reloj suena siete veces. Silen-
cio. El reloj suena tres veces. Silencio. El reloj no suena
ninguna vez.
S R . S M I T H (siempre absorto en su diario). — Mira, aquí d ice
que Bobby Watson ha muerto .
S R A . S M I T H . — ¡Oh, Dios mío ¡Pobre ¿Cuánd o ha muerto?
S R . S M I T H . — ¿Por qué pones esa cara de asom bro? Lo sabías
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 153/267
mu y b ien . Mu r ió h ace d o s añ o s . Recu erd a q u e as i s t imo s a
su en t i e r ro h ace añ o y med io .
S R A . S M I T H .
— Claro es t á q u e lo recu erd o . Lo reco rd é en s e -
g u id a , p e ro n o co mp ren d o p o r q u é t e h as mo s t rad o t an so r -
p ren d id o a l v e r eso en e l d i a r io .
S R . S M I T H . — E S O
no estaba en el d iario . Hace ya tres anos
q u e h ab la ro n d e su mu er t e . jLo h e reco rd a d o p o r aso c iac ió n
d e id eas
S R A . S M I T H . — ¡Qu é l ás t ima Se co n serv ab a t an b ien . _
S R S M I T H .
— Era e l cad áv er m ás l in d o d e Gran Bre tañ a . No
rep resen tab a l a ed ad q u e t en ía . Po b re Bo b b y , l l ev ab a cu a t ro
añ o s mu er to y es t ab a to d av ía ca l i en te . Era u n v erd ad ero ca -
dáve r v iviente. ¡Y qu é alegre era
S R A . S M I T H . — L a p o b r e B o b b y .
S R . S M I T H .
— Qu ie res d ec i r " e l " p o b re Bo b b y .
S R A . S M I T H .
— No , me re f i e ro a su mu je r . Se l l ama B o b b y
co mo é l, Bo b b y W atso n . Co mo t en ían e l mismo n o m b re n o
se pod ía d is t inguirlos cua nd o se los veía juntos . Solo despu es
d e l a mu er t e d e é l s e p u d o s ab er co n s eg u r id ad q u ien e ra e l
u n o y q u ién l a o t ra . S in emb arg o , to d av ía a l p resen te h ay
p erso n as q u e l a co n fu n d en co n e l mu er to y l e d an e l p esame.
¿La conoces? , ,
S R S M I T H . — Sólo la he v is to una vez, por casua lidad , en el
en t i e r ro d e Bo b b y .
S R A . S M I T H .
— Yo no la he v is to nunc a. ¿Es b ella?
S R S M I T H .
— Tien e facc io n es reg u la res , p e ro n o s e p u ed e d ec i r
q u e s ea b e l l a . Es d emas iad o g ran d e y d emas iad o fu er t e , b u s
facc io n es n o so n reg u la res , p e ro s e p u ed e d ec i r q u e es mu y
b e l l a . Es u n p o co ex ces iv amen te p eq u eñ a y d e lg ad a y p ro -
feso ra d e can to .
Él reloj suena cinco veces. Pausa larga.
S R A . S M I T H . — ¿ Y
cu án d o v an a casa rse lo s d o s?
S R S M I T H .
— En l a p r imav era p ró x ima lo más t a rd e .
S R A . S M N H . — Sin d u d a h ab rá q u e i r a su casamien to .
S R . S M I T H .
— Hab rá q u e h acer l es u n reg a lo d e b o d a . Me p re -
gu nto cuá l. , , , . . .
S R A S M I T H . — ¿Por qué no hemos de regalarles una de las s iete
b an d e jas d e p la t a q u e n o s reg a la ro n cu an d o n o s casamo s y
n u n ca n o s h an s e rv id o p ara n a d a ? . . . Es t r is t e p a ra e l l a h a -
b erse q u ed ad o v iu d a t an jo v en .
S R . S M I T H .
— Po r su er t e n o h an t en id o h i jo s .
. SRA. SMITH.— ¡Sólo les fal ta eso ¡Hijos ¡Pobre m ujer, q ué
habría hecho con el los
S R . S M I T H .
— Es to d av ía jo v en . Mu y b ien p u e d e v o lv er a ca -
sarse. El lu to le s ienta b ien . '
S R A . S M I T H .
— ¿Pero q u ién cu id ará d e su s h i jo s? Sab es mu y '
b ien q u e t i en en u n mu ch ach o y u n a mu ch ach a . ¿Có mo se
l laman?
S R . S M I T H .
— Bo b b y y Bo b b y , co m o su s p ad res . E l t í o d e
Bo b b y W atso n , e l v i e jo Bo b b y W atso n , es r i co y q u ie re a l
mu ch ach o . Mu y b ien p o d r í a en carg arse d e l a ed u cac ió n d e
Bo b b y .
S R A . S M I T H .
— Ser í a n a tu ra l . Y l a tí a d e Bo b b y W atso n , l a
v ie j a Bo b b y W atso n , p o d r í a mu y b ien , a su v ez , en carg arse
d e l a ed u cac ió n d e Bo b b y W atso n , l a h i j a d e Bo b b y W at -
so n . As í l a mamá d e Bo b b y W atso n , Bo b b y , p o d r í a v o lv er
a. casarse. ¿Tien e a alguien en vis ta?
S R . S M I T H . — S í , a u n p r imo d e B o b b y W atso n .
S R A . S M I T H .
— ¿Qu ién ? ¿Bo b b y W atso n ?
S R . S M I T H . — ¿De q u é Bo b b y W atso n h ab las?
S R A . S M I T H . — De Bo b b y W atso n , e l h i jo d e l v i e jo Bo b b y
W atso n , e l o t ro t ío d e Bo b b y W atso n , e l mu er to .
S R . S M I T H . — No, no es ése, es o tro . Es Bo bby Wa tson , el h i jo
d e l a v i e j a Bo b b y W atso n , l a t í a d e Bo b b y W atso n , e l mu er to .
S R A . S M I T H .
— ¿Te re f i e res a Bo b b y W atso n e l v i a j an te d e
comercio?
S R . S M I T H . — To d o s lo s Bo b b y W atso n so n v ia j an tes d e co -
mercio .
S R A . S M I T H .
— ¡Qu é o f i c io d u ro S in emb arg o , se h acen b u e-
nos negocios .
S R . S M I T H .
— S í , cu an d o n o h ay co mp eten c ia .
S R A . S M I T H .
— ¿Y cu án d o n o h ay co mp eten c ia?
S R . S M I T H . — Los martes , jueve s y marte s .
• S R A . S M I T H .
—¿ Tre s d ías p o r s eman a? ¿Y q u é h a ce Bo b b y
W atso n d u ran te ese t i emp o ?
S R . S M I T H . — Descan sa , d u erme.
( S R A . S M I T H . — ¿Pero p o r q u é n o t rab a ja d u ran te eso s t res d í as
s i n o h ay co mp eten c ia?
S R . S M I T H . — No p u ed o s ab er lo to d o . ¡No p u e d o resp o n d e r a
to d as tu s p reg u n tas id io tas
S R A . S M I T H (ofendida).
— ¿Dices eso p ara h u mi l l a rme?
S R . S M I T H
(sonriente). — Sab es mu y b ien q u e n o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 154/267
S R A . S M T T H . — ¡To d o s lo s h o mb res so n ig u a lesl Os q u ed á i s
ahí durante todo el d ía, con el cigarri l lo en la boca, o toen
armái s u n escán d a lo y p o n é i s mo rro s c in cu en ta v eces a l d í a ,
s i n o o s d ed icá i s a b eb er s in in t e r ru p c ió n .
S R . S M I T H . — ¿Pero qu é dirías s i v ieses a los homb res hacer
co mo l as mu je res , fu mar to d o e l d í a , emp o lv arse , p o n erse
rouge en los labios , beber whisky?
S R A . S M I T H . — Y O me rio de todo eso . Pero s i lo d ices para
mo les t a rme , en to n ces . . . ¡ s ab es b ien q u e n o me g u s tan l as
bromas de esa clasel
Arroja muy lejos los calcetines y muestra los dientes, be le-
vanta
1
.
S R . S M I T H (se levanta también y se acerca a su esposa, tierna-
mente). — ¡Oh , mi p o l l i t a asad a ¿Po r q u é escu p es fu eg o ?
Sab es mu y b ien q u e lo d ig o p o r re í r . (La toma por la cintu-
ra y la abraza.)
¡Qu é r id i cu la p a re ja d e v iejo s en amo rad o s
fo rmam o s Ven , v amo s a ap ac ig u arn o s y aco s ta rn o s .
E S C E N A I I
Los mismos y
MAR Y
M A R Y (entrando). — Yo so y l a c r i ad a . He p asad o u n a t a rd e
mu y ag rad ab le . He es t ad o en el c in e co n u n h o m b re y h e
v i s to u n a p e l í cu la co n mu je res . A l a s a l id a d e l c in e h emo s
id o a b eb er ag u ard ien te y l ech e y lu eg o h emo s l e íd o e l d i a r io .
S R A . S M I T H . — Esp ero q u e h ay a p asad o u n a t a rd e mu y ag ra -
d ab le , q u <? h ay a id o a l c in e co n u n h o mb re y q u e h ay a b eb i -
d o ag u ard ien te y l ech e .
S R . S M I T H . — ¡Y el d iario
M A R Y . — La seño ra y el señor Mar t in , sus invitad os, es tán en
la p u er t a . Me esp erab an . No se a t rev ían a en t ra r so lo s . D e-
b ían co mer co n u s t ed es es t a n o ch e .
S R A . S M I T H . — ¡ A h , s í L o s e sp e r á b a m o s . Y t en íamo s h amb re .
Co mo n o lo s v e íamo s l l eg ar , co mimo s s in el lo s. No h ab ía -
mo s co mid o n ad a d u ran te to d o e l d í a . ¡Us ted n o d e b ía
h ab erse au sen tad o l
i E n l a p u e s t a e n e s c e n a d e N i c o l á s B a t a i l l e l a s e ñ o r a S m i t h n o m o s t r a -
b a l o s d i e n t e s n i a r r o j a b a m u y l e j o s lo s c a l c e t i n e s .
MARY. — Fu e ro n u s t ed es q u ien es m e d ie ro n e l p e rm iso .
S R . S M I T H . — ¡No lo h ic imo s - in t en c io n ad amen te
M A R Y (se echa a reír. Luego llora. Sonríe). — Me h e co mp ra-
do un orinal .
S R A . S M T I H . — Mi q u er id a M ary , ¿q u ie re ab r i r l a p u e r t a^ y
hacer que entren el señor y la señora Mart in , por favoK?^
No so t ro s v amo s a v es t i rn o s ráp id amen te .
La señora y el señor S M I T H salen por la derecha. M A R Y abre
la puerta de la izquierda, por la que entran el señor y la seño-
ra
M A R T I N .
E S C E N A I I I
M A R Y y los esposos M A R T I N
M A R Y . — ¿Po r q u é h an v en id o u s t ed es t an t a rd e? No so n co r -
t eses . H ay q u e v en i r a l a h o ra . ¿ Co m p ren d en ? De to d o s
mo d o s , s i én ten se ah í y esp eren .
Sale.
E S C E N A I V
Los mismos, menos M A R Y
La señora y el señor M A R T I N se sientan el uno frente al otro,
sin hablarse. Se sonríen con timidez.
S R . M A R T E N (el diálogo que sigue debe ser dicho con una voz
lánguida, monótona, un poco cantante, nada matizada)
2
. —
Discú lp eme, s eñ o ra , p e ro me p arece , s i n o me en g añ o , q u e
la h e en co n t rad o y a en a lg u n a p ar t e .
S R A . M A R T I N . — A mí t am b ién me p arece , s eñ o r , q u e lo h e
en co n t rad o y a en a lg u n a p ar t e .
S R . M A R T I N . — ¿No l a h ab ré v i s to , s eñ o ra , en M an ch es te r , p o r
casu a l id ad ?
S R A . M A R T I N . — Es mu y p o s ib le . Yo so y o r ig in ar i a d e l a c iu d ad
d e Man ch es te r . Pero n o recu erd o mu y b ien , s eñ o r , n o p o d r í a
afirmar s i lo he v is to al l í o no.
2
E n l a p u e s t a e n e s c e n a d e N i c o l á s B a t a i l l e e s t e d i á l o g o e r a d i c h o y
r e p r e s e n t a d o e n u n t o n o y e n u n e s t il o s i n c e r a m e n t e t r á g i c o s .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 155/267
S R . M A R T I N . — ¡Dios mío, qué curioso ¡Yo tam bié n soy orig i-
n ar io d e l a c iu d ad d e Man ch es te r
S R A . M A R T I N . — ¡Qué curioso ,
S R . . M A R T I N . — ¡Mu y cu r io s o . . . Pe ro y o , s eñ o ra , d e je l a C iu -
d ad d e Man ch es te r h ace c in co s eman as , más o men o s
3
.
S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu rio so ¡Qu é ex t rañ a co in c id en c ia Yo
tamb ién , s eñ o r , d e jé l a c iu d ad d e Man ch es te r h ace c in co
seman as , más o men o s .
S R . M A R T I N . — To mé e l t ren d e l as o ch o y med ia d e l a mañ an a ,
q u e l l eg a a Lo n d res a l a s c in co men o s cu ar to , s eñ o ra .
S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so ¡Qu é ex t rañ o ¡Y q u é co in c i -
d en c ia ¡Yo to mé e l mismo t ren , s eñ o r , y o t amb ién
S R . M A R T I N . — ¡Dios mío, qué curioso ¿Ento nces , tal vez,
señora, la v i en el t ren?
S H A M A R T I N . — Es muy posible, no es tá excluido, es posible y ,
d esp u és d e to d o , ¿p o r q u é n o ? . . . Pe ro y o n o lo recu erd o ,
señor.
S R . M A R T I N . — Y O v ia j ab a en s eg u n d a c l ase , s eñ o ra . No h ay
seg u n d a c l ase en In g la t e r ra , p e ro a p esa r d e e l lo y o v ia jo en
segu nda clase. .
SRA. MAR TIN.—¡Qué ex traño, qué curioso , qu é co inciden cia
¡Yo t amb ién , s eñ o r , v i a j ab a en s eg u n d a c l ase
S R . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so Qu izás n o s h ay am o s en co n t rad o
en l a s eg u n d a c l ase , e s t imad a s eñ o ra .
S R A . M A R T IN . — E S mu y p o s ib le y n o q u ed a co mp le tamen te
ex c lu id o . Pero n o lo recu erd o mu y b ien , e s t imad o s eñ o r .
S R . M A R T I N . — Y O ib a en e l co ch e n ú mero 8 , s ex to co mp ar t i -
mien to , s eñ o ra .
S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so Yo ib a t amb ién en e l co ch e
n ú mero 8 , s ex to co mp ar t imien to , e s t imad o s eñ o r .
S R . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so y q u é co in c id en c ia ex t rañ a Qu izá
n o s h ay amo s en co n t rad o en e l s ex to co mp ar t imien to , e s t i -
mad a s eñ o ra .
S R A . M A R T I N . — E S mu y p o s ib le , d esp u és d e to d o . Pero n o
lo recu erd o , es t imad o s eñ o r .
S R . M A R T I N . — E n v erd a d , es t imad a s eñ o ra , y o t amp o co lo
3 L a e x p r e s i ó n " e n v i r o n " ( m á s o m e n o s ) e r a r e e m p l a z a d a e n la_ r e p r e -
s e n t a c i ó n p o r " e n b a i l ó n " ( e n g l o b o ) , a p e s a r d e l a v x v a o p o s . a o n del
a u t o r .
recuerdo, pero es posible que nos hayamos vis to al l í , y s i
reflexiono sobre el lo , me parece incluso muy posible.
S R A . M A R T I N . — ¡Oh , v e rd ad eram en te , v e r d ad eram en te , s eñ o r
SR. MARTIN.— ¡Qué curioso Yo ocupa ba el as ien to nú me -
ro 3 , j u n to a l a v en tan a , e s t imad ^ s eñ o ra .
S R A . M A R T I N . — ¡Oh , Dio s mío , q u é cu r io so y ex t rañ o Yo
ten ía e l a s i en to n ú mero 6 , j u n to a l a v en tan a , f ren te a u s t ed ,
es t imad o s eñ o r .
S R . M A R T I N . — ¡Oh , Dio s mío , q u é cu r io so y q u é co in c id en -
c ia ¡Es táb amo s , p o r lo t an to , f ren te a f ren te , e s t imad a s e -
ñ o ra ¡Es a l lí d o n d e d eb imo s v ern o s :«
S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so Es p o s ib le , p e ro n o lo recu er -
do, señor.
S R . M A R T I N . — Para d ec i r la v e rd ad , es t imad a s eñ o ra , t amp o co
y o lo recu erd o . S in emb arg o , es mu y p o s ib le q u e n o s h ay a-
mos vis to en esa ocasión.
S R A . M A R T I N . — Es c i e r to , p e ro n o es to y d e m o d o a lg u n o s e -
gura de el lo , señor.
S R . M A R T I N . — ¿No e ra u s t ed , e s t imad a s eñ o ra , l a d ama q u e
me rogó que colocara su val i ja en la red y que luego me dio
las g rac ias y me p ermi t ió fu mar?
SRA. MARTIN.— ¡Sí, era yo s in duda , señor ¡Qué curioso, qu é
cu r io so , y q u é co in c id en c ia
S R . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so , q u é ex t rañ o , y q u é co in c id en c ia
Pues b ien , enton ces , ¿tal vez nos hayamos- cono cido en ese
mo men to , s eñ o ra?
S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so y q u é co in c id en c ia Es mu y p o -
s ib le , e s t imad o s eñ o r . S in emb arg o , n o c reo reco rd ar lo .
S R . M A R T I N .
—
Yo t amp o co , s eñ o ra .
Un mom ento de silencio. El reloj toca 2-1.
S R . M A R T I N . — Desd e q u e l l eg u é a Lo n d res v iv o en l a ca l l e
Bro mfie ld , e s t imad a s eñ o ra .
S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so , q u é ex t rañ o Yo t amb ién , d es -
de mi l legada a Londres , v ivo en la cal le Bromfield , es t ima-
do séñor. .r
S R . M A R T I N . — Es cu r io so , p e ro en to n ces , en to n ces t a l v ez n o s
h ay amo s en co n t rad o en l a ca l l e B ro mfie ld , e s t imad a s eñ o ra .
• S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so , q u é ex t rañ o ¡Es mu y p o s ib le ,
d esp u és d e to d o Pero n o lo recu erd o , es t imad o s eñ o r .
Sfi. 'MARTIN. — Yo vivo en el nú mer o 19, es t imad a señora.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 156/267
S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so Yo t amb ién v iv o en e l n ú me -
ro 19, es t im ado señor. .
S R . M A R T I N . — Pero en to n ces , en to n ces , en to n ces , en to n ces q u i -
zá nos hayamos vis to en esa casa, es t imada señora.
S R A . M A R T I N . — Es mu y p o s ib le , p e ro n o lo recu erd o , es t imad o
señor.
S R . M A R T I N .
— M i d ep a r t ame n to es t á en e l q u in to p i so , e s e l
n ú mero 8 , e s t imad a s eñ o ra .
S R A. M A R T I N . — I
Qué curioso, Dios mío, y qu é extraño ¡Y
q u é co in c id en c ia ¡Yo t amb ién v iv o en e l q u in to p i so , en e l
d ep ar t amen to n ú mero 8 , e s t imad o s eñ o r
S R . M A R T I N
(pensativo).
— ¡Qu é cu r io so , q u é cu r io so , q u e cu -
r io so y q u é co in c id en c ia Sep a u s t ed q u e en mi d o rmi to r io
ten g o u n a cama. Mi cama es t á cu b ie r t a co n u n ed red ó n v er -
d e . Esa h ab i t ac ió n , co n esa cama y su ed red ó n v erd e , s e
halla en el fondo del pasi l lo , entre los retretes y la b ib l io te-
ca , e s t imad a s eñ o ra .
S R A . M A R T I N .
- ¡Qu é co in c id en c ia , Dio s mío , q u é co in c id en -
c ia Mi d o rmi to r io t i en e t amb ié n u n a cama co n u n ed red ó n
v erd e y s e en cu en t ra en e l fo n d o d e l p as i l lo , en t re lo s re t re -
tes y la b ib l io teca, mi es t imado señor.
S R . M A R T I N . — ¡Es ex t rañ o , cu r io so , ex t rañ o En to n ce s , s eñ o ra ,
v iv imo s en l a misma h ab i t ac ió n y d o rmimo s en l a misma ca -
ma , es t imad a s eñ o ra . ¡Qu izá s ea en e ll a d o n d e n o s h emo s
vis to
S R A . M A R T I N .
— ¡Qu é cu r io so y q u é co in c id en c ia Es mu y p o -
s ib le q u e n o s h ay amo s en co n t rad o a l l í y t a l v ez an o ch e . ¡Pe-
ro n o lo recu erd o , es t imad o s eñ o r l
S R . M A R T I N . — Y O t en g o u n a n iñ a , mi h i j i t a , q u e v iv e co n mi -
go, es t imada seño ra. Tien e dos años, es rub ia, con un ojo
blanco y un ojo ro jo , es muy l inda y se l lama Alicia, mi es-
w
t imad a s eñ o ra .
. S R A . M A R T I N .
— ¡Q u é ex t rañ a co in c id en c ia Yo t amb ié n t en g o
una hi j i ta de dos años con un ojo b lanco y un ojo ro jo , es
muy l inda y se l lama también Alicia, es t imado señor,
S R . M A R T I N (con la misma voz lánguida y
monótona).
—_
¡Qu é
cu r io so y q u é co in c id en c ia ¡Y q u é ex t rañ o ¡Es q u izá l a
* misma, es t imad a s eñ o ra
S R A . M A R T I N . — ¡Qu é cu r io so Es mu y p o s ib le , e st imad o s eñ o r .
Un momento de silencio bastante largo... El reloj suena
veintinueve veces.
S R . M A R T Í N
(después de haber reflexionado largamente, se le-
vanta con lentitud y, sin
apresurarse,
se dirige hacia la
señora
M A R T I N ,
quien, sorprendida .por el aire solemne del se-
ño r M A R T I N , se levanta también, muy suavemente; el señor
M A R T I N habla con la misma voz
rara,
monótona, vagamente
cantante). — En to n ces , e s t imad a s eñ o ra , c reo q u e y a n o ca -
b e d u d a , n o s h emo s v i s to y a y u s t ed es mi p ro p ia esp o sa . . .
¡Isabel , te he vuelto a encontrar
S R A . M A R T I N
(se acerca al señor
M A R T Í N
sin
apresurarse.
Se
abrazan sin expresión. El reloj suena una vez, muy fuerte-
mente. El sonido del reloj debe se r tan fuerte que sobresal-
te a los
espectadores.
Los esposos M A R T I N no lo oyen).
S R A . M A R T I N .
— ¡Do n a ld , e res tú ,
darlingl
Se sientan en el mismo sillín, se man tienen abrazados y se
duermen. El
reloj
sigue
sonando
muchas veces. M A R Y , de pun-
idlas y con un dedo en los labios, entra lentamente en escena
y se dirige al publico.
E S C E N A V
Los mismos y M A R Y
M A R Y .
—I sab e l y Do n a ld so n ah o ra d em as iad o d ich o so s p ara
q u e p u ed an o í rme . Po r lo t an to , p u ed o rev e la r l es a u s t ed es
u n s ec re to . I s ab e l n o es I s ab e l y Do n a ld n o es Do n a ld . He
aq u í l a p ru eb - l a n iñ a d e q u e h ab la Do n a ld n o es l a h i j a
d e I s ab e l , n o s e t ra t a d e la misma p erso n a . La h i j i t a d e D o - '
nald t iene, un ojo b lanco y o tro ro jo , exacta me nte com o la
iu j i ta de Isabel . Pero en tanto que la h i ja de Don ald t iene
el o jo b lanco a la derecha y el o jo ro jo a la izquierda, la h i ja
de Isabel t iene el o jo ro jo a la derecha y el b lanco a la iz-
E n
co n secu en c ia , t o d o e l s i s t ema d e a rg u men ta -
c ió n d e Do n a ld s e d e r ru mb a a l t ro p ezar co n ese ú l t imo o b s -
t ácu lo q u e an iq u i l a to d a su t eo r í a . A p esa r d e l as co in c id en -
c ias ex t rao rd in ar i as q u e p arecen s e r p ru eb as d ef in i t iv as , Do -
nald e Isabel , al no ser padres de la misma criatura, no ' son
Do n a ld e I s ab e l . Es in ú t i l q u e é l c rea q u e e l l a es I s ab e las
mu t i l q u e e l l a c rea q u e é l e s Do n a ld : s e eq u iv o can amarg a ,
men te . Pero ¿q u ién es e l v e rd ad ero Do n a ld ? ¿Qu ién es l a
v erd ad era I s ab e l? ¿Qu ién t i en e in t e rés en q u e d u re esa ccn -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 157/267
' Eugén.elonesco
fu s ió n ? No lo s é . No t ra t emo s d e s ab er lo . De jemo s l as co -
sa como están. (Da algunos pasos hacia la puerta y luego
vuelve y se dirige al público.)
Mi verdadero nombre es Sher-
lock Holmes.
Sale.
E S C E N A V I
Los mismos menos
M A R Y
El reloj suena todo lo que q uiere. Muchos instantes después
la seZray el señor M A R 4 T N S E s e p a r a n y vuelven a ocupar los
asientos del comienzo.
S R
M A B T I N . - O l v i d e m o s , darling, t o d o lo q u e n o ^ . o c u r r i d o
en t re n o so t ro s , y ah o ra q u e n o s h emo s v u e l to a en co n t ra r
t ra t emo s d e n o p erd ern o s más y v iv amo s co mo an tes .
S R A . M A R T I N .
— Sí, darling.
E S C E N A V I I
Los mismos y los
S M I T H
La señora y el señor S M I T H entran por la derecha, sin cam-
bio alguno en sus vestidos.
S R A S M I T H .
- iBu en as n o ch es , q u er id o s amig o s l Di scú lp en n o s
p or S í e s 'h ec ho e sp er ar t an to e ™
b íámo s h acer l es lo s h o n o res a q u e t . en en d erech o y , en
c u a n
t o su ü imo s q u e q u er i an h acern o s e l fav o r d e v en i r a v e rn o s
s t a a Z d a r
q
s u v i s i ta , n o s ap resu ramo s a i r a p o n ern o s n u es -
S ^ M S ^ ' - N O h em o s c om id o n a da d u ra nt e, t od o e l
d ía ™ace cu a t ro h o ras q u e lo s esp eramo s . ¿Po r q u e s e h an
'iZTetÍ y el señor SMrni sientan frente a los visitantes.
E u l " a y a le s r ép li ca s, c on m ás o m en os f ue rz a, se gú n
él caso.
Lo s M A R T I N , sobre todo ella, parecen turbados y tímidos. Es
porque la conversación se entabla difícilmente y a las palabras
les cuesta salir al principio. Un Ifirgo silencio incómodo al co-
mienzo y luego otros silencios y vacilaciones.
S R . S M I T H . — ¡ H u m
Silencio. ^
S RA . S M I T H . — ¡ H u m , h u m
Silencio.
S R A . M A R T I N . — ¡ H u m , h u m , h u m
• Silencio.
S R. M A R T I N .— ¡ H u m , h u m , h u m , h u m
Silencio.
S RA . M A R T Í N .— O h , d e c i d i d a m e n t e .
Silencio.
S R . M A R T I N . — To d o s es t amo s res f r i ad o s .
Silencio.
S R . S M I T H . — S in emb arg o , n o h ace f r ío .
Silencio.
S R A . S M I T H . — No h ay co r r i en te d e a i re .
Silencio.
S R . M A R T I N .
— ¡Oh , n o , p o r su er t e
Silencio.
S R . S M I T H . — ¡ A h , l a l a l a l a
Silencio:
S R . M A R T I N . — ¿Es tá u s t ed d i sg u s tad o ?
Silencio.
S R A . S M I T H . — No . Se en m ierd a .
Silencio. •
S R A . M A R T Í N . — Oh , s eñ o r , a su ed a d n o d eb er í a h acer lo .
Silencio.
S R . S M I T H .
— El co razó n n o t i en e ed ad .
Silencio.
S R . M A R T Í N .
— Es cierto .
Silencio. „.,
S R A . S X Í I T H .
— Así d icen.
Silencio.
S R A . M A R T I N . — Dicen t am b ién lo co n t ra r io .
Silencio. .
S R . S M I T H . — La v erd ad es t á en t re lo s d o s .
Silencio. -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 158/267
S R . M A R T I N .
— Es justo .
Silencio. . . .
S R . S M I T H (a los esposos M A R T I N ) . — Us ted es q u e v ia j an m u -
ch o d eb er í an ¿ t en er , n o o b s tan te , co sas in t e resan tes q ü e re -
lata rno s. . *• • ,
S R . M A R T I N (a su esposa). — Dí les , q u er id a , l o q u e h as v i s -
to h o y .
• >
j¡
f
S R A . M A R T I N .
-R- .No merece l a p en a , n o me c ree r í an .
S R . S M I T H . — ¡ N ' 9 v amo s a p o n er en d u d a su b u en a fe
S R A . S M I T H . — N O S o fen d er í an s i p en saran eso .
S R . M A R T I N
(a su esposa). — Les o fen d er í as , q u e r id a , s i l o p en -
sara s. . , .
S R A . M A R T I N (graciosa). — Pu es b ien , h o y h e p resen c iad o a l -
g o ex t rao rd in ar io , a lg o in c re íb le .
S R . M A R T I N .
— Ap resú ra te a d ec i r lo , q u er id a .
S R . S M I T H . — No s v amo s a d iv er t i r .
S R A . S M I T H . — P o r f i n .
S R A . M A R T I N .
— P u e s b i e n , h o y , c u a n d o i b a a l m e r c a d o p a r a
c o m p r a r l e g u m b r e s , q u e s o n c a d a v e z m á s c a r a s . . .
S R A . S M I T H . — ¡Ad ó n d e v a a i r a p a ra r eso
S R . S M I T H . — No d eb es in t e r ru mp i r , q u er id a , m alv ad a .
S R A . M A R T I N .
— Vi en l a ca l l e, j u n to a u n ca fé , a u n s eñ o r ,
co n v en ien temen te v es t id o , d e u n o s c in cu en ta añ o s d e ed ad ,
o n i s iq u ie ra eso , q u e . . .
S R . S M I T H .
— ¿Qu ién ? ¿Cu á l?
S R A . S M I T H .
— ¿Qu ién ? ¿Cu á l?
S R . S M I T H (a su esposa). — No h ay q u e in t e r ru mp i r , q u er id a ;
eres fas t id iosa.
S R A . S M I T H
— Qu er id o , e res tú e l p r imero q u e h a in t e r ru m p i -
do, grosero . . .
0
S R . M A R T I N . — ¡Ch i tó n (A su esposa.) ¿Que hacia ese senori '
S R A . M A R T I N .
— Pu es b ien , v an a d ec i r u s t ed es q u e in v en to ,
p ero h ab ía p u es to u n a ro d i l l a en t i e r ra y es t ab a in c l in ad o .
S R . M A R T I N , S R . S M I T H , S R A . S M I T H . — ¡ O h
S R A . M A R T I N . — S Í , in c l in ad o .
S R . S M I T H . — N O
es posible.
S R A . M A R I TN . — S Í ,
in c l in ad o . Me acerq u é a é l p a ra v e r lo
q u e h a c í a . . .
S R . S M I T H . — ¿ Y ? , ,
T
,
S R A . M A R T I N .
Se an u d ab a l as c in tas d e lo s zap a to s q u e se l e
h ab ían so l t ad o .
La
cantante calva
* .
L o s
O TR O S TR ES .
— ¡Fan tás t i co ;
. . S R . S M I T H . — Si no lo d i jera ust ed , no lo cree ría.
SR. MARTIN,. — ¿Por q ué no? Se ven cosas tod avía más extra-
o rd in ar i as cu an d o s e c i rcu la . Po r e j emp lo , h o y h e v i s to y o
mismo en e l su b te r rán eo , s en tad o en u n a b an q u e ta , a u n s e -
ñ o r q u e l e í a t ran q u i l amen te e l d i a r io .
S R A . S M I T H .
— ¡Qu é e x t rav ag an te
SR. SMITH.— ¡Era quizás el mismo
Llaman en la puerta de entrada.
S R . S M I T H . — L l a m a n .
S R A . S M I T H .
— Deb e d e s e r a lg u ien . Vo y a v e r . (Va a ver.
Abre y vuelve.) Nadie.Se sienta otra vez.
S R . M A R T I N .
— Vo y a c i t a r l es o t ro e j e mp lo . . .
Suena la campanilla.
S R . S M I T H . — Llam an o t ra v ez .
S R A . S M I T H . — Deb e d e s e r a lg u ien . Vo y a v e r . (Va a ver.
Abre y vuelve.) Nadie.
Vuelve a su asiento.
S R . M A R T I N (que ha olvidado dónde está). — ¡ E h . . .
SRA. MARTTN.—- De cía s q ue iba s a c itar otro ejem plo .
S R . M A R T I N . — A h , s í . . .
Suena la campanilla.
S R . S M I T H .
— Llaman .
S R A . S M I T H .
—
Yo
no voy más a abrir.
S R . S M I T H . — S í , p e ro d eb e d e s e r a lg u ien .
S R A . S M I T H . — La p r imer a v ez n o h ab ía n ad ie . La s eg u n d a
v ez , t amp o c o . ¿Po r q u é c rees q u e h ab rá a lg u ien ah o ra?
; S R . S M I T H . — ¡Po rq u e h an l l amad o
S R A . M A R T I N . — Ésa no es un a razón .
S R . M A R T T N .
— ¿Có mo ? Cu a n d o s e o y e l lamar a l a p u e r t a es
p o rq u e h ay a lg u ien en l a p u er t a q u e l l ama p ara q u e l e ab ran
la p u er t a .
:
S R A . M A R T T N . — No s i emp re . ¡Lo acab an d e v e r u s t ed es
S R . M A R T T N .
— La mayo ría d e las veces , s í .
S R . S M I T H . — Cu an d o y o v o y a casa* d e a lg u ien l l amo p ara en -
t ra r . C reo q u e to d o e l mu n d o h acé lo mismo y q u e cad a v ez
q u e l l aman es p o rq u e h ay a lg u ien . '
. S R A . S M I T H . — Eso es cierto en teo ría, per o en la real id ad las
co sas su ced en d e o t ro mo d o . Lo h as v i s to h ace u n mo men to .
S R A . M A R T T N .
— Su esp o sa t i en e razó n .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 159/267
~ SR. SMITH .—¡Oh , u s t ed es , l a s mu je re s , s e d e f i en d e n s i emp re
'v mu tuam ent e , . . j .
SHA. SM FIH . -B u e n o , v o y a v e r . N o d i rás q u e so y o b s t in ad a» ,
p ero v erás q u e n o h ay n ad ie . (Va a ver. Abre la puerta y la
cierra de nuevo.) Ya ves que no hay nadie.
•é Vuelve a su sitio. .
S R A . S M I T H . — ¡Ah , esto s h o mb res q u ie ren t e n er s i em p re ra -
zó n y s i emp re s e eq u iv o can
Se oye llamar otra vez. .
SR. SMrra . — Lla ma n d e n u ev o . Tien e q u e s e r a lg u ien .
S R A . S M I T H
(con un ataque de
ira).
—
No m e man d es a ab r i r
l a p u er t a . Has v i s to q u e e ra in ú t i l . La ex p er i en c ia n o s en -
señ a q u e cu an d o s e o y e l l amar a l a p u er t a es q u e n u n ca es t a
-nadie en el la.
S R A . M A R T I N .
— N u n c a .
S R . M A R T I N . — E S O
no es seguro.
S R S M I T H . —I n c lu so es fa l so . La may o r ía d e l as v eces cu an -
d o s e o y e l l amar a l a p u er t a es q u e h ay a lg u ien en e l l a .
S R A . S M I T H .
— No q u ie re d es i s t i r .
S R A . M A R T I N . — T a m b i é n m i m a r i d o e s m u y t e s t a r u d o .
S R . S M I T H . — Hay a lg u ien .
S R . M A R T I N . — No es im p o s ib le .
S R A . S M I T H
(a su
marido).
— No .
S R . S M I T H . — S í .
SRA. SM IT H. -T e d ig o q u e n o . En to d o caso , y a n o me m o -
lestarás inúti lm ente. ¡Si quie res ver qui en es , ve tu mismol
S R . S M I T H .
— V o y .
La señora
S M I T H se
encoge de hombros. La señora
M A R T I N
menea la cabeza.
S R . S M I T H (va* abrir).Ah
¿ H o w d o y o u
(Lanza una
mirada a la señora S M T I H y a los esposos M A R T I N
,
quienes
manifiestan su sorpresa.) ¡Es e l cap i t án d e lo s b o m b ero s
E S C E N A V I I I
Los mismos y el
C A P I T Á N D E L O S B O M B E R O S
E L B OM B E R O (Ueva, por supuesto, un enorme casco brükmtej
uniforme). - B u e n o s d í a s , s e ñ o r as y se ñ o r es . (Los otros si-
guen un poco sorprendidos. La señora S M I T H , molesta, vuel-
ve Id cabeza y no responde a su saludo.) Buen os días , señora
Smi th . Parece u s t ed en o jad a .
S R A . S M I T H . — ¡ O h
S R . S M I T H .
— Es q u e , v ea u s t ed . . . mi esp o sa se s i en te u n p o -
co h u mi l l ad a p o r n o h ab er t en id o razó n .
S R . M A R T I N . — Ha h ab id o , s eñ o r cap i t án d e b o m b ero s , u n a
controvers ia, entr e la señora y el señor Smith .
S R A . S M I T H (al señor M A R T I N ) .
— ¡Eso n o es asu n to su y o
(Al
señor
S M I T H J Te rueg o que no mezcles a los extraño s en
n u es t ras q u ere l l as fami l i a res .
S R . S M I T H .
— Oh , q u er id a , l a co sa n o es mu y g rav e . E l cap i -
tán es un viejo amigo de la casa. Su madre me hacía la corte
y co n o cí a su p ad re . Me h ab ía p e d id o q u e l e d i e ra mi h i j a
en mat r imo n io cu an d o tu v ie ra u n a . Esp eran d o , mu r ió .
S R - M A R T I N .
— No es culpa d e él n i de usted .
E L . B O M B E R O . — En f in , ¿d e q u é s e t ra t a?
S R A . S M I T H .
— M i m a r i d o p r e t e n d í a . . .
S R . S M I T H .
— No , e ras tú l a q u e p re ten d ías .
S R . M A R T I N . — Sí, es ella.
S R A . M A R T I N . — N o , e s é l .
E L B O M B E R O .
— No se en o jen . Díg ame q u é h a su ced id o , s eñ o -
ra Smith .
S R A . S M I T H . — Pu es b ien , o ig a . Se me h ac e mu y mo les to h a-
b la r l e co n f ran q u eza , p e ro u n b o mb ero es t amb ién u n co n -
fesor.
E L B O M B E R O . — ¿Y b ien ?
S R A . S M I T H .
— Se d i s cu t í a p o rq u e mi mar id o d ec ía q u e cu an d o
se o y e l l amar a l a p u er t a es p o rq u e s i emp re h ay a lg u ien
en ella.
S R . M A R T I N . — La co sa es p lausible .
S H A . S M I T H .
—
Y
y o d ec ía q u e cad a v ez q u e l l aman es q u e n o
hay nadie.
S R A . M A R T I N . — Eso p u e d e p arecer ex t rañ o .
S R A . S M I T H .
— Pero es t á d em o s t rad o , n o med ian te d emo s t ra -
ciones teóricas , s ino por hechos. „
S R . S M I T H . — E s fa l so , p u es to q u e e l b o mb ero es t á aq u í . Ha
l l fú ñ ad o , y o h e ab ie r to y é l h a en t rad o .
M A R T I N .
— ¿ C u á n d o ?
S R . M A R T I N . — I n m e d i a t a m e n t e .
S R A . S M I T H . — S í , p e ro só lo d esp u és d e h a b er o íd o l l amar p o r
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 160/267
c u a r t a v e z h a a p a r e c i d o a l g u i e n . Y la c u a r t a v e z n o c u e n t o .
s X m L ™ . - Si em p re . S ól o c u en t an l as t re s P ™ W
S R . S M I T H . — S e ñ o r c a p i t á n , p e r m í t a m e q u e l e h a g a , a m i v e z ,
a l g u n a s p r e g u n t a s .
f e " - C u S h e a b i e r t o l a p ue rt a y l o h e v i st o , ¿ e rá
u s t e d q u i e n h a b í a l l a m a d o ?
£ / ¿ t a T a u s t e d e n l a p u e r t a ? ¿ L l a m 6 p a r a e n t r a r ?
E L B O M B E R O . — No l o meg o .
S R S M I T H
(a su esposa, victoriosamente).
— ¿Lo v es r 1 0 t e
ñ í a r a z ó n . C u a n d o s e o y e l l a m a r e s p o r q u e h a y a l g u i e n . N o
n u ed es d ec i r q u e e l cap i t án n o es a l g u i en .
S R A S M I T H . — N o p u e d o f c i e r t a m e n t e . P e r o t e r e p i t o q u e m e
r e f i e r ^ i c a m e n í e a l a s t r e s p r i m e r a s v e c e s, p u e s l a c u a r t a
S RA ° M ^ Í N . - Y c u a n d o l l a m a r o n l a p r i m e r a v e z , ¿ e ra u s t e d ?
E L B O M B E R O . — N o , n o e r a y o . ,
S RA . M A R T I N . - ¿ V e n u s t e d e s ? L l a m a r o n y n o h a b í a n a d i e .
S R . M A R T I N . — E r a q u i z á s a l g ú n o t r o .
S R. S M I T H . - ¿ H a c í a m u c h o t i e m p o q u e e s t a b a u s t e d e n la
p u e r t a ?
E L B O M B E R O . — T r e s c u a r t o s d e h o r a .
S R . S M I T H . — ¿Y n o v i o a n ad i e?
E L B O M B E R O . - A n a d i e . Es t o y seg u r o d e eso .
R A M A R T I N . — ¿ O y ó u s t e d q u e l l a m a b a n p o r s e g u n d a v e z ?
E ^ B O M B E R O . — S í , p er o t amp o c o e r a y o . Y seg u í a n o h ab i en -
d o n ad i e . , ,
E l
f
Q
B
o L ^
a
- N i : " i P en sa ba e n m uc ha s co sas .
S R C ™
(a l
B O M B E R O ) . —
Per o l a t e r cer a v ez , ¿n o f u e u s -
t e d q u i e n l l a m ó ?
E L B O M B E R O . — S í , f u i y o . > .
S R S M I T H . — P e r o a l a b r i r l a p u e r t a noT lo v i e r o n .
E L B O M BE R O. — E S q u e m e o c u l t é . . . p o r b r o m a .
F L S M I S - No se r í a , s eñ o r cap i t án . E l asu n t o es d em a-
S R
S 1
M A R T I N
6
— E n r e s u m i d a s c u e n t a s , s e g u i m o s si n s a b e r s i
c u a n d o l l a m a n a l a p u é r t a h a y o n o a l g u i e n .
S R A . S M I T H . — N u n c a h a y n a d i e .
I S R . S M I T H . — S i e m p r e h a y a l g u i e n .
É L B O M B E R O . — V o y a h a c e r q u e s e p o n g a n d e a c u e r d o . L o s
d o s t i en en u n p o co d e r azó n . C u a n d o l l am an a l a p u er t a , a
v eces h ay a l g u i en y a v eces n o h ay n ad i e .
S R . M A R T I N . — E S O me p ar ece l ó g i co .
S R A . M A R T I N . — Tamb i én y o l o c r eo .
EL BOMBERO.—'Las cosas son senci l las , en real idad. (A los es-
posos
S M I T H . , ) A b r á c e n s e .
S R A . S M I T H . — Y a n o s a b r a z a m o s h a c e u n m o m e n t o .
S R . M A R T I N . — S e a b r a z a r á n m a ñ a n a . T i e n e n t i e m p o d e s o b r a .
S R A . S M I T H . — S e ñ o r c a p i t á n , p u e s t o q u e n o s h a a y u d a d o a
p o n er l o t o d o en c l a r o , p ó n g ase có mo d o , q u í t ese e l casco y
s i én t ese u n . i n s t an t e .
E L B O M B E R O . — D i s c ú l p e m e , p e r o n o p u e d o q u e d a r m e a q u í m u -
ch o t i em p o . Es t o y d i sp u e s t o a q u i t a r m e e l casco , p er o n o
t e n g o t i e m p o p a r a s e n t a r m e .
(Se sienta sin quitarse el cas-
co.) Les co n f i eso q u e h e v en i d o a su casa p ar a u n asu n t o
mu y d i s t i n t o . C u mp l o u n a mi s i ó n d e se r v i c i o . .
S R A . S M I T H . —
¿Y en q u é co n s i s t e su mi s i ó n , s eñ o r cap i t án ?
E L B O M B E R O . — L e s r u e g o q u e t e n g a n l a b o n d a d d e d i s c u l p a r
mi indiscreción. (Muy perplejo.) ¡Oh (Señala con el dedo
a los esposos M A R T I N . )
¿ P u e d o . . . d e l a n t e d e e l l o s . . . ?
S R A . M A R T I N . — No se p r eo cu p e .
S R . M A R T I N . — So mo s ami g o s v i e j o s . No s cu en t an t o d o .
S R . S M I T H . —
H a b l e .
E L B O M B E R O . — Pu es b i en , s ea . ¿H ay f u eg o en su casa?
¡ S R A . S M I T H . — ¿Po r q u é n o s p r eg u n t a eso ?
E L B O M B E R O . — P o r q u e . . . d i s c ú l p e n m e , t e n g o o r d e n d e e x t i n -
g u i r t o d o s l o s i n cen d i o s d e l a c i u d ad .
S R A . M A R T I N . — ¿To d o s?
, E L B O M B E R O . — Sí , todos.
S R A . S M I T H (confusa). — N o sé . . . n o l o c r e o . . . ¿ Q u i e r e q u e
vaya a ver?
S R . S M I T H
(husmeando).
— N o d e b e d e h a b e r f u e g o . N o s e
s i en t e o l o r a ch amu sq u i n a
4
.
E L B O M B E R O (desolado). — ¿ N o l o h a y a b s o l u t a m e n t e ? ¿ N o t e n -
d r án - u n f u eg u i t o d e ch i men e a , a l g o q u e a r d a e n e l d esv án
4
E n l a p u e s t a e n e s c e n a d e N i c o l á s B a t a i l l e , e l s e ñ o r y l a s e ñ o r a
M a r t i n h u s m e a b a n t a m b i é n .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 161/267
o en e l só tan o ? ¿Un p eq u eñ o co m ien zo d e in cen d io , p o r lo
men o s? ,
c
'j- •
S R A . S M I T H . — Np q u ie ro ap en ar lo , p e ro c reo q u e n o h ay lu f>
g o . a lg u n o en n u es t ra casa p o r e l mo m en to . Le p ro m eto q u e
le av i s a remo s en cu an to h ay a a lg o .
J E L B O M B ER O . — N O d e jen d e h acer lo , p u es me h aran u n t av o r .
S R Á . S M I T H . — Pro m et id o . , ,
E L B O M B E R O (a los esposos M A R T I N ) . — Y en l a casa d e u s t e -
d es , ¿ t amp o co a rd e r i ad a?
S R A . M A R T I N . — N o , d e s g r a c i a d a m e n t e .
S R . M A S T Í N (a l B O M B E R O ) . — La s co sas march an m al en es t e
mo m en to . , , ,
E L B O M B ER O .
— Mu y mal . Cas i n o su ced e n ad a , a lg u n as b a g a-
t e l as , u n a ch ime n ea , u n h ó r reo . N ad a s e r io . Eso n o r in d e .
Y co mo n o h ay ren d imien to , l a p r ima p o r l a p ro d u cc ió n es
mu y mag ra . , .
S R . S M I T H . — Na d a mar ch a b ien . Co n to d o su c ed e lo mismo .
El co merc io , l a ag r i cu l tu ra , e s t án es t e añ o co mo e l fu eg o , n o
m a r c h a n .
S R . M A R T I N . — S i n o h ay t r ig o , n o h ay fu eg o .
E L B O M B E R O . — N i t a m p o c o i n u n d a c i o n e s .
S R A . S M I T H . — P e r o h a y a z ú c a r .
S R . S M I T H . — Eso es p o rq u e lo t raen d e l ex t ran je ro .
S R A . M A R T I N . — Co n seg u i r in ce n d io s es más d i f í c i l . ¡Hay d e-
mas iad o s imp u es to s l
E L B O M B E R O . — Si n e m b a r g o h a y , a u n q u e s o n t a m b i é n b a s t a n -
t e ra ras , u n a o d o s as f ix i as p o r med io d e l g as . Un a jo v en s e
as f ix ió l a s eman a p asad a p o r h ab er d e jad o ab ie r t a l a l l av e
del gas . ¿
S R A . M A R T I N . — ¿ L a h a b í a o l v i d ad o ?
E L B O M B E R O . — No , p e ro c rey ó q u e e ra su p e in e .
S R . S M I T H . — Esas co n fu s io n es so n s i emp re p e l ig ro sas . -
S R A . S M I T H . — ¿No fu e a av er ig u ar a l a t i en d a d e l v en d ed o r d e
fósfor os? , . , . '
E L B O M B E R O . — E S in ú t i l . Es tá aseg u rad o co n t ra in cen d io s .
S R . M A R T I N . - En to n ce s , v ay a a v e r d e mi p ar t e a l v i ca r io d e
W ak ef ie íd . , _ . > . ,
o
E L B O M BE R O. — N O
t en g o d erech o a ap ag ar e l fu eg o en l as ca - ^
sas d e lo s s acerd o tes . E l o b i sp o s e en o ja r í a . Ap ag an su «
r
f u e -
g o s e l lo s mismo s o h acen q u e lo s ap ag u en su s v es t a l es .
S R > S M I T H .
— Tra te d e v er en casa d e lo s Du ran d .
E L B O M B E R O . — Tam p o co p u e d o h acer eso . É l n o es in g lés .
Só lo s e h a n a tu ra l i zad o . Lo s n a tu ra l i zad o s t i en en d erech o a
p o seer casas , p e ro n o e l d e h acer q u e l as ap ag u en s i a rd en .
S R A . S M I T H . — S in emb arg o , cu an d o a rd ió e l añ o p asad o b ien
v
q u e l a ap ag aro n . %
E L B O M B E R O .
— Lo h izo é l so lo , c l an d es t in am en te . Oh , n o s e ré
y o q u ien lo d en u n c ie .
. - S R . S M I T H . — Yo t a m p o c o .
S R A . S M I T H .
— Pu es to q u e n o t i en e u s t ed mu ch a p r i s a , s eñ o r
cap i t án , q u éd ese u n ra t i to más . No s h ará u n fav o r .
E L B O M B E R O . — ¿Qu ie ren q u e l es re l a t e an é cd o tas?
S R A . S M I T H .
— ¡Oh , mu y b ien , e s u s t ed en can tad o r
Le abraza.
S R . S M I T H , S R A . M A R T I N , S R . M A R T I N . — ¡Sí , s í , anéc dota s
¡Bravo
Aplauden.
S R . S M I T H . — Y lo q u e es to d av ía más in t e resan te es q u e l as
an écd o tas d e b o mb ero so n to d as e l l as au tén t i cas y v iv id as .
E L B O M B E R O . — Hab lo d e co sas q u e y o mismo h e ex p er imen -
tad o . La n a tu ra leza , n ad a más q u e l a n a tu ra leza . No lo s
l ibros .
S R . M A R T I N . — Ex ac to : l a v e rd ad n o s e en cu en t ra en lo s l ib ro s ,
s ino en la v ida.
S R A . S M I T H . — ¡Co mien ce
S R . M A R T I N . — ¡Co mien ce
S R A . M A R T I N . — S i len c io , co mien za .
E L B O M B E R O (tosiquea muchas veces). — Discú lp en me, p e ro n o
me mi ren as í . Hacen q u e me s i en ta in có mo d o . Ya s ab en q u e
soy t ímido.
S R A . S M I T H . — ¡ E s e n c a n t a d o r
Le abraza.
E L B O M B E R O . — Pro cu ra ré c o men zar a p e sa r d e to d o . Pero
p r o m é t a n m e q u e n o m e e s c u c h a r á n .
S R A . M A R T I N . — Pero s i n o l e escu ch amo s n o l e o i remo s .
E L B O M B E R O .
— ¡No h ab ía p en sad o en eso
S R A . S M I T H . — Ya les he d icho: es un niño.
S R . M A R T I N , S R . S M I T H . — ¡Oh , e l n iñ o q u er id o
Le abrazan
5
.
\
5
1 '
a
P
u e s t a
e n e s c e n a d e l s e ñ o r N i c o l á s B a t a i l l e n o a b r a z a n a l
b o m b e r o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 162/267
S RA . M A R T I N . - ¡ V a l o r
( V u e l ^ a
tosiquear y
q u e e r a e l e f a n t e .
S R A M A R T I N .
— ¿C u ál es l a mo r a l e j a . ' '
I t — o . - S o n u st ed es q ui en es t ie ne n q ue e nc on tr ar la .
S R . S M I T H .
— T i e n e r a z ón .
i r — o ^ - u r ^ h a b í a c o m i d o d e m a s i a d o v i d r i o m o -
E L
, i ™ c o n s ec u e n c ia , t u v o q u e p a r i r. D i o a
z & e s r i t t = £ 5 s =
l b e c e r r o e r a d e m a s i a d o p e q u e „ o P o r l o ^ t o e ^ B e « r r
t u v o q u e casar se co n u n a p er so n a y l a a l c a l d í a t o mo t o u
l a s m e d i d a s p r o m u l g a d a s p o r l a s c i r c u n s t a n c i a s d e m o d a .
S B. S M I T H . — D e m o d a e n C a e n .
S B. M A S T Í N . - - C o m o e l m o n d o n g o
E L B O M Í E B O . - Í L O
c o n o c í a n u s t e d e s , e n t o n c e s ?
S BA . S M I T H . - L O
p u b l i car o n t o d o s l o s d í an o s .
S BA . M A R T I N . - E s o s u c e d i ó n o l e j o s d e a q u í ^
E L B O M B E R O .
- Vo y a re l a t a r l es o t r a . E l g a l l o . u n a
g a l l o q u i so p asar p o r p er r o , p er o n o p u d o , p u es l o r eco n o
S I W
6
S M I T H .
E N ^ ' a m b i o , a , p e r r o q u e q u i s o p a s a r p o r g a l lo
n o l o r e c o n o c i e r o n ^
u n a ;
^
s e r p i e n t e
% a ^ a " ^ " a s e d i e n t e se . e r c 6 a „ y
l e d i j o : " M e , p a r e c e q u e d i n e r o . "
mi e n t r as g r i t a b a : " ¡ No ¡ No ¡ C u at r o v eces n o ¡ Yo n o so y
t u h i j a
8
".
S R A . M A R T I N .
— Es i n t e r esa n t e .
S R A . S M I T H .
— No es t á mal .
S R . M A R T I N (estrecha la mano al S R . S M I T H , ) . — Le f e l i c i t o .
E L B O M B E R O (celoso).
— No es g r an co sa . Ad em ás , y o l a co n o cí a .
S R. S M I T H . - - E S t e r r i b l e .
S R A . S M I T H .
— Per o eso n o su ced i ó en r ea l i d ad .
S R A . M A R T I N .
— S í , p o r d esg r ac i a .
S R . M A R T I N (a la S R A . S M I T H , ) . — Es su t u r n o , s eñ o r a .
S R A . S M I T H .
— Sól o co n o zco u n a . Se l a v o y a d ec i r . Se t i t u l a :
"El r ami l l e t e" .
S R . S M I T H . — Mi esp o sa h a s i d o s i em p r e r o má n t i ca .
S R . M A R T I N .
— E s u n a v e r d a d e r a i n g l e s a
7
.
S R A . S M I T H .
— Hel a aq u í : Un a v ez u n n o v i o l l ev ó u n r ami l l e t e
d e f l o r es a su n o v i a , q u i en l e d i j o gracias; p e r o a n t e s q u e
e l l a l e d i ese l as gracias, é l , s i n d ec i r u n a p a l ab r a , l e q u i t ó l as
f l o r es q u e l e h a b í a e n t r e g a d o p a r a d a r l e u n a b u e n a l e c c i ó n
y, diciendo las tomo otra vez, le dijo hasta la vista, tomó las
f l o r es y se a l e j ó p o r aq u í y p o r a l l á .
S R . M A R T I N . — ¡ O h , e n c a n t a d o r
Abraza o no abraza a la S R A . S M I T H .
S R A . M A R T I N .
— Ti en e u s t e d u n a esp o sa , s eñ o r Smi t h , d e l a q u e
t o d o s es t án ce l o so s .
S R . S M I T H .
— Es c i e r t o . Mi mu j er es l a i n t e l i g en c i a mi sma .
Has t a es má s i n t e l i g e n t e q u e y o . E n t o d o caso es mu c h o má s
f e m e n i n a .
S R A . S M I T H (a l B O M B E R O ) .
— O t r a m á s , c a p i t á n .
E L B O M B E R O .
— ¡ O h n o , e s d e m a s i a d o t a r d e
S R ; M A R T I N . — Dí g a l a , n o o b s t an t e .
E L B O M B E R O .
— E s t o y d e m a s i a d o c a n s a d o .
S R . S M I T H .
— H á g a n o s e s e f a v o r .
S R . M A R T I N .
— Se l o r u eg o .
E L B O M B E R O . — N o .
S R A . M A R T I N . — Ti en e u s t ed u n co r azó n d e h i e l o . No so t r o s
es t amo s en ascu as .
6
E s t a a n é c d o t a f u e s u p r i m i d a e n l a r e p r e s e n t a c i ó n . E l s e ñ o r S m i t h s e
l i m i t a b a a h a c e r l o s g e s t o s , s i n q u e s a l i e r a s o n i d o a l g u n o d e s u b o c a .
7
E s t a s d o s r é p l i c a s s e r e p e t í a n t r e s v e c e s e n " la r e p r e s e n t a c i ó n .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 163/267
Eugène Ionesco
S R A . S M I T H (se arrodilla, sollozando, o no lo hace).
- Se lo sü-
plico.
E T . B O M B E R O . — S e a . . , ,
S R . S M I T H (al oído de la señora M A R T I N ) , - ¡Aceptal .Va a
seguir f a s t id iándonos .
S R A . M A R T I N .
— ¡Bah
SRA. SM ITH .-M ala sue r te . He s ido demasiado cor te s.
EL BOMBERO.-"El r e sf r iado" : Mi cuñado tema , por e l lado
pa te rno, un pr imo ca rna l uno de cuyos t íos ma te rnos tema
un suegro cuyo abuelo paterno se había casado en segundas
nupc ias con un joven indígena cuyo he rmano había cono-
cido, en uno de sus viajes, a una muchacha de la que se
enamoró y con la cual tuvo un hijo que se c a s ó con una
farma céutic a intrép ida que no era otra que a sobrina de
un contramaest re desconoc ido de la mar ina bntamca y cuyo
padre adopt ivo tenía una t ía que hablaba cor r ientemente
el español y que era, quizás, una de las nietas de un inge-
niero, muerto joven, nieto a su vez de un propietario de vi-
ñedos de los que obtenían un v ino medioc re , pe ro que te -
nía un resobrino, casero y ayudante, cuyo hijo se había ca-
sado con una joven muy linda, divorciad a, cuy o prime r
marido era hijo de un patr io ta sincero qu e h abía sabido
educar en el deseo de hacer fortuna a una de sus hijas, la
que pudo casa r se con un cazador qu e había conoc ido a
Rothschi ld y cuyo he rmano, después de haber cambiado
much as veces de oficio, se casó y tuvo una hija , ^ bisa-
bue lo , mezquino, l levaba anteojos que le había r ega lado un
primo suyo, cuñado de un portugués, hijo natural_ de un
mol ine ro , no demasiado pobre , cuyo he rmano de leche tomó
por esposa a la hija de un ex mé dico rural, herm ano d e
leche del hijo de un lechero, hijo natural de otro medico
rural casado tres veces seguidas, cuya tercera mujer
S R . M A R T I N .
—C ono c í a e sa te rce ra muje r , s i no me engano.
Comía pollo en un avispero.
E L B O M B E R O .
— No era la misma .
S R A . S M Í T H .
— ¡Chitó n . , , ,
EL BOM BERO .-Continúo : cuya terc era muje r era »»ja de la
"mejor comadrona de la r egión y que , habiendo enviudado
t e m p r a n o . . . . %
S R . S M I T H .
— Como mi esposa.
E L B O M BE R O. — ,
• •
SE
volvió a casar con un vidriero, lleno de
vivacidad, que había hecho, a la hija de un jefe de estación,
u n h i j o q u e s u p o a b r i r s e c a m i n o e n l a v i d a . . . .
S R A . S M I T H .
— Su camino de h ie r ro , su f e r ro ca r r i l . . .
S R . M A R T I N . — Como en los mapas .
E L B O M B E R O . — Y
se casó con una vend edora de hortalizas
f rescas cuyo padre tenía un he rmano que se había casado
con una ins t i tu t r iz rubia cuyo pr imo, pescador con caña . . .
S R . M A R I T N .
— ¿Con caña rota?
E L B O M B E R O .
— . . . se había casado con o t ra ins t i tu t r iz rubia
llamada también María, cuyo padre estaba casado con otra
Mar ía , a s imismo ins t i tu t r iz rubia . . .
S R . S M I T H .
— Siendo rub ia, no pu ede ser sino M aría.
E L B O M B E R O .
— . . . y cuyo padre fue c r iado en e l Canadá por
una anciana que era sobrina de un cura cuya abuela atra-
paba a veces, en invierno, como todo el mundo, un resfr ío.
S R . S M I T H .
— La anécd ota es curiosa, casi increíble.
S R . M A R T I N .
— Cuando uno se r e sf r ía hay que ponerse conde-
coraciones.
S R . S M I T H .
— Es una precauc ión inút i l , pe ro absolutamente
necesaria.
S R A . M A R T Í N .
— Discúlpeme , señor capi tán , pe ro no he com-
prendido bien su relato. Al f inal, cuando se llega a la abuela
del sacerdote, uno se enreda.
S R . S M I T H .
— Siemp re se enreda entre las zarpas del sacer-
dote.
S R A . S M I T H .
— (Oh, sí, capitán, vuelva a eYnpezar Todo s se
lo piden.
E L B O M B E R O .
— ¡Ah , no sé si voy a po der. Estoy en m isión
de servicio. Depende de la hora que sea.
S R A . S M I T H .
— En n uestra casa no tenemo s hora.
E L B O M B E R O .
— ¿Y el reloj?
S R . S M I T H .
— And a mal. Tien e el espír itu de contradicción.
Indica siempre la contraria de la hora que es.
ESCENA IX
Los mismos y
M A R Y
M A R Y. — S e ñ o r a . . . s e ñ o r . , .
S R A . S M I T H .
— ¿Qué desea?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 164/267
- Sp. S M T T H . - ¿ Q u é ^ S r T e
1
d i s cu lp en . . . y t amb ién
M A R Y . - Qu e l a SEÑORA Y <=1 señor ^
y
„
d e s e a n a
. . .
u n á
eS
a n é c d o t a ,
S
r ^ ™ -
r
^ u f l a " a d l n ues tro s am ig o s se h a
S R . M A R T I N . - C r e o q u e l a c n a a a
a n é c d
o t a
v u e l to lo ca . Qu ie re re l a t a r t ammei
E
r ¿ M R E R O . - ¿ P o r q u ^ n se t om ¡ (La ^ ¿ ¿ ^
SRA. S M I I S . - ¿ Q u i e n la ^ X a m e n t e s u l ug a r, M a ry .
SR . S . r TT H. -E s te NO s v e d ^
E L B O M B E R O . — ¡<J», es e u c
S R . S M I T H . - ¿ T u s t e d ?
e s o f
S M I T H — ¿So n u s ted es amig o s : '
S R . S M I T H . D
L O S
O
M
O S
S
S
B
- - S o l s ' d e m a s i a d o f u e r t e a q u í , e n n u e s tr a c a sa ,
S
e n S u b u r b i o s d e L o nd re s
SRA. S M TT H .- ,N ° es d e c o r o s o ^ ^
p r i m e r o s £ u e g 0
,
- - C s ^ e h ^ o d e a g u a
s
_ . n t i -
S R . M A R T I N . — S I e s a s i . ^ r e s p e t a b l e s . . .
SRA MA RTI N. -Y o c reo q u e u n a en > « NA cr i ad a .
• ~ ^ - ^ e m o - d e te c -
t j v e b a s t a n t e b u e n o .
EL BOMB ERO. -Su e l t ame . ^
c o m o
p a recen .
M A B V , - N O
^ p r e o c u p e s ^ N o s on ^ t e d e s d o s,
^ S ^ n p o c r . - u n P - . . .
S R . M A R T I N . — Hay u n p u d o r b r i t án ico , y d i s cú lp en me q u e u n a
v ez más p rec i s e mi p en samien to , q u e n o co mp ren d en lo s ex -
tranjeros , n i s iquiera los especial is tas , y gracias al cual , para
ex p resa rme as í . . . en f in , n o lo d ig o p o r u s t ed es . . .
M A R Y . — Yo d esear í a re fe r i r l e s . . .
S R . S M I T H . — N o r e f i e r a n a d a . . .
M A R Y . — ¡ O h , s í
S R A . S M T T H . — V a y a , m i p e q u e ñ a M a r y , v a y a d o n o s a m e n t e a
l a co c in a a l ee r su s p o emas an te e l e sp e jo . . .
S R . M A R T T N . — ¡To ma S in s e r c r i ad a , y o t amb ién l eo p o em as
ante el espejo .
S R A . M A R T I N .
— Es ta m añ an a , cu an d o t e mi ras t e en e l e sp e jono te v is te. '
S R . M A R T T N .
— E s p o r q u e to d av ía n o es t ab a a l l í.
M A R Y . — De to d o s mo d o s , q u izá p o d r í a rec i t a r les u n p o em i ta .
S R A . S M I T H . — M i p e q u e ñ a M a r y , e s u st e d e s p a n t o s a m e n t e
o b s t in ad a .
MARY. — ¿Co n v en imo s , en to n ces , en q u e l es v o y a rec i t a r ü n
p o ema? Es u n p o ema q u e s e t i t u l a " El fu eg o " , en h o n o r d e l
cap i t án .
E L F U E G O
Lo s p o l i can d ro s b r i l l ab an en e l b o sq u e
Un a p ied ra s e in cen d ió
El cast i l lo se incendió
El b o sq u e s e in cen d ió
Lo s h o mb res s e in cen d ia ro n
Las mu je res s e in cen d ia ro n
Lo s p á ja ro s s e in cen d ia ro n
Lo s p eces s e in cen d ia ro n
El ag u a s e in cen d ió
El cielo se incendió
La cen iza s e in cen d ió
El h u mo se in cen d ió
El fu eg o s e in cen d ió
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 165/267
T o d o s e i n c e n d i ó
Se i ncend i ó , se i ncend i ó .
Recita el poema mientras los
S M T T H
la empujan fuera de la
habitación.
E S C E N A X
Los mismos, menos
M A R Y
C N T M A R T I N . — E S O
me ha dado f r í o en l a e spa l da .
M ^ S T - S i n e m b ar go , h ay c ie rt o
c a l o r
en esos versos.
E L B O M B E R O . - A mí me ha pa rec i do marav i l l oso .
S R A . S M I T H . — S in e m b a r g o . . .
¿
D e u n f u e g u i t o d e e h i m e -
E
L
n
B O M B E R O . - N i s i q u i e r a e s o . U n a f o g a t a d e v i r u t a s y u n
p e q u e ñ o a r d o r d e e s t ó m a g o .
S R S M I T H . — E n t o n c e s , l a m e n t a m o s q u e s e v a y a .
S R A S M I T H . — H a e s t ado us t e d mu y d i ve r t i do .
Z . M S - - G r a c i a s a u s te d h e mo s p a sa d o u n v e td a de r o
cúa r t o de hora ca r t e s i ano . » . .
E L B O M B E R O ( S E
dirige hacia la salida y luego se detrene).-
A propós i t o , ¿y l a c an t an t e c a l vad
Silencio
general, incomodidad.
S R A . S M I T H — S i g u e p e i n á n d o s e d e l a m i s m a m a n e r a .
ÉL BOM BERO . - ¡Ah Adi ós , señore s y señora s .
S R . M A R T I N .
- | B u e n a s u e r t e y b u e n f u e g o
E L B O M B E R O . - E s p e r é m o s l o P a r a t o d o s .
E L B O M B E R O SE
va. Todos lo acampanan hasta la puerta y
vuelven a sus asientos. . „
E S C E N A X I
Los mismos, menos
E L B O M B E R O
S R A . M A R T Í N .
— Pu edo com pra r un cuch i l l o de bo l s i l l o p a ra
m i h e r m a n o , p e r o u s t e d e s n o p u e d e n c o m p r a r I r l a n d a p a r a
su abue l o .
S R . S M I T H . — Se cami n a con l os p i e s , pe ro se c a l i en t a medi a n-
t e l a e l e c t r i c i dad o e l c a rbón .
S R . M A R T I N .
— E l q u e c o m p r a h o y u n b u e y t e n d r á m a ñ a n a u n
huevo .
S R A . S M I T H . — En l a v i d a hay q ue m i ra r por l a v en t ana .
S R A . M A R T I N . — Se pued e sen t a r en l a s i l la , m i en t ra s qu e l a
s i l l a no puede hace r l o .
S R . S M I T H .
— Si emp re hay qu e pens a r en t odo .
S R . M A R T I N . — E l t e c h o e s t á a r r i b a y e l p is o e s t á a b a j o . . .
S R A . S M I T H . — Cu and o d i go que s í e s una ma ne ra de hab l a r .
S R A . M A R T I N . — A cada un o su de s t i no .
S R . S M I T H . — Tom en un c í r cu l o , a ca r i c í en l o , y se ha rá un
círculo vicioso.
S R A . S M I T H . — E l maes t ro de e scue l a enseña a l e e r a l os n i ños ,
pe ro l a ga t a amamant a a sus c r í a s cuando son pequeñas .
S R A . M A R T I N . — En t an t o qu e l a vaca nos da sus r abos .
S R . S M I T H . — Cua ndo e s t oy e n e l c ampo m e agrad an l a so l e -
dad y l a c a l ma .
S R . M A R T I N . — Toda v í a no e s us t e d ba s t an t e v i e j o pa ra e so .
S R A . S M I T H . — Benj am í n Frank l i n t en í a r azón : us t ed e s meno s
t ranqu i l o que é l .
S R A . M A R T I N .
— ¿Cuá l e s son l os s i e t e d í a s de l a s eman a?
S R . S M I T H .
— M o n d a y , T u e s d a y , W e d n e s d a y , T h u r s d a y , F r i d a y ,
S a t u r d a y , S u n d a y .
S R . M A R T I N . — E d w a r d e s e m p l e a d o d e o f i c in a , s u h e r m a n a
N a n c y , m e c a n ó g r a f a , y s u h e r m a n o W i l l i a m , a y u d a n t e d e
t i enda .
S R A . S M I T H .
— [Qué fami l i a d i v e r t i da
S R A . M A R T I N . — Pre f i e ro un p á j a ro en e l c ampo a un ca l ce t í n
en una ca r re t i l l a .
S R . S M I T H . — Es p re fe r i b l e un b i f e en una ca bañ a qu e l e ch e
en un pa l ac i o .
SR. M ARTIN . —La ca sa de u n i ng l é s e s su ve rda de ro pa l ac i o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 166/267
S H A. S M . n i . - N o s é h a b l a r e n e s p a ñ o l 1«. b a s t a n t e b i e n c o m o
o a r a h a c e r m e c o m p r e n d e r . ,
S H A . M A B T . N - . - T C c l a r é l a s z a p a t i l l a s d e N N s u e g r a s . m e d a s
e l a t a ú d d e t u m a r i d o . .
S R . S M I T I I . — B u s t o u n s a c e r d o t e m o n o f i s i t a p a r a c a s a r l o e o u
S H " ' \ K H T I N . ' — E l p a n e s u n á r b o l , e n t a n t o q u e e l p a n e s t a m -
b i é n u n á r b o l , y d e l a e n c i n a n a e e l a e n c i n a , t o d a s l a s . n a -
ñ a ñ a s , a l a l b a .
S H A . S M I T I I . — M i t í o v i v e e n e l c a m p o , p e r o e s o n o l e a i a . i t
a l a c o m a d r o n a . .
S R . M A R T I N . - E l p a p e l e s p a r a e s c r i b i r , e l p a l . , p a r a l a r a t a .
y e l q u e s o p a r a e c h a r l e l a z a r p a .
S H A . S M I T I I . - E l a u t o m ó v i l c o r r e m u c h o , p e r o l a c o c . u e r a
p r e p a r a m e j o r l o s p l a t o s .
S R . S M I T I I . — N o s e a n p a v o s y a b r a c e n a l c o n s p i r a d o r .
S R . M \ R T I N . — C h a r i t y b e g i n s a t l i ó m e .
S H A . S M I T I I . - E s p e r o q u e e l a c u e d u c t o v e n g a a v e r m e e n . . ..
m o l i n o . . , . -
S R . M A R T I N . — S e p u e d e d e m o s t r a r q u e el p r o g r e s o s o c i a l e s t a
m u c h o m e j o r c o n a z ú c a r .
S R . S M I T I I . — ¡ A b a j o e l b e t ú n
Después déla última replico/ de l
S R . S M . T M
lo s otros coa
durante un instarte, estupefactos: Se advierte que '"'J
nerviosidad. Los sones del reloj son mas nervosos tmbt •
Las réplicas que siguen deben ser dichas al prmapw en w
tono ¡acial, hostil La hostilidad y la nerviosidad
mm
aumen-
tando Al final de esta escena los cuatro personajes deberán
hallarse en pie, muy cerca los unos de los otros, gritando sus
réplicas, levantando los puños, dispuestos a lanzarse los unos
S R "
1
M A R ^ - N O s e h a c e q u e b r i l l e n l o s a n t e o j o s c o n b e t ú n
S R A ^ S M I T I I . - S Í , p e r o c o n d i n e r o s e p u e d e c o m p r a r t o d o l o
q u e s e q u i e r e . .
S R . M A R T I N . — P r e f i e r o m a t a r u n c o n e j o q u e c a n t a r e n e l j a r -
d í n . , . . . „
S R S M I T I I — C a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s ,
c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s , c a c a t ú a s .
S H A . S M I T I I . - ¡ Q u é c a g a d a , q u é c a g a d a , q u e c a g a d a , q u e c a -
f i a d a , q u é c a g a d a , q u é c a g a d a , q u é c a g a d a , q u é c a g a d a , q u é
c a g a d a , q u é c a g a d a
S u . M A R T I N . — ¡ <
K
) ué c a s c a d a d e c a g a d a s , q u é c a s c a d a e le c a -
g a d a s , q u é t a s e a d a d e c a g a d a s , q u é c a s c a d a d e c a g a d a s , q u é
c a s c a d a d e c a g a d a s
S u . S M I T I I . — L O S p e r r o s t i e n e n p u l g a s , l o s p e r r o s t i e n e n p u l -
g a s .
S n \ . M A R T I N . — ¡ C a c t o , c o x i s ¡ C o c o ¡ C o c h i n o
S H A . S M I T I I . — L m b a r r i l a d o r , n o s e m b a r r i l a s .
S R . M A R T I N . — P r e f i e r o p o n e r u n h u e v o ( ¡1 10 r o b a r 1111 b u e y .
S H A . M A R T I N
(abriendo la boca de par en
jx¡r).
— ¡ A h ¡ O h
¡ A l» ¡ O h ¡ D e j e n q u e r e c h i n e l o s c l i e n t e s
S R . S M I T I I . — ¡ C a i m á n
S R . M A R T I N . — V a m o s a a b o f e t e a r a U l i s e s .
S R . S M I T I I . — Y o v o y a v i v i r e n m i c a s a e n t r e m i s c a c a h u a t a l e s .
S H A . M A R T I N . — L O S c a c a o s d e l o s c a c a h u a t a l e s n o d a n c a c a -
h u e l e s , s i n o c a c a o . L o s c a c a o s d e lo s c a c a h u a t a l e s n o d a n
c a c a h u e t e s , s i n o c a c a o . L o s c a c a o s d e l o s c a c a h u a t a l e s n o
d a n c a c a h u e t e s , s i n o c a c a o .
S H A . S M I T I I . — L o s r a t o n e s t i e n e n c e j a s , l a s c e j a s n o t i e n e n r a -
t o n e s .
S H A . M A R T I N . — ¡ T o c a m i t o c a
S R . M A R T I N . — ¡ T u t o c a d e l o c a
S R . S M I T I I . — L a t o c a e n l a b o c a , l a b o c a E N l a t o c a .
S H A . M A R T I N . — D i s l o c a l a b o c a .
S H A . S M I T I I . — E m b o c a l a t o c a .
S R . M A R I I N . — E m b o c a l a t o c a y d i s l o c a l a b o c a .
S R . S M I T I I . — S i s e l a t o c a s e l a d i s l o c a .
S H A . M A R T I N . — ¡ U s t e d e s t á l o c a
S H A . S M I T I I . — ¡ Y u s t e d m e p r o v o c a
S R . M A R T I N . — ¡ S u l l y
S R . S M I I I I . — ¡ P r u c l h o m m e
S H A . M A R T I N , S R . S M I T I I . — ¡ F r a n ^ o i s
S H A . S M I T I I , S R . M A R T I N . — ¡ C o p p é e
S H A . M A R T I N , SR . S M I T I I . — ¡ C o p e o S u l l y
S H A . S M I T I I , S R . M A R T I N . — ¡ P r u c l h o m m e F r a n ^ o i s
S H A . M A R T I N . — ¡ P e d a z o s d e p a v o s , p e d a z o s d e p a v o s
S R . M A R T I N . — ¡ R o s i t a , c u l o d e m a r m i t a
S H A. S M I I I I . — ¡ K h r i s i i a n u i r t i , K l i r i s n a m u r t i , K h r i s n a m u r t i
S R . S M I I I I . — ¡ E l P a p a s e e m p a p a E l P a p a 1 10 c o m e p a p a . L a
p a p a d e l P a p a .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 167/267
S R A . M A R T I N .
- ¡Bazar , Balzac, Ba zainel
SR. MARTIN.—¡Paso, peso, piso
S B . S M I T H . - ¡A, e, i , o u a, e i , o, u, a, e, i , o ,u , i I
S R A . M A R T I N . - ¡ B , c , d , , g , 1 , m . n , P , r , , , v , w , x ,
S R . M A R T I N . - ¡Del ojo al ajo d el ajo al hijol
S R A . S M F I H
(imitando al
tren).
- ¡ Teuf , t eu f , t eu t , t eu t , ,
t eu f , t eu f , t eu f , t eu f l
S R . S M I T H . — ¡ E s
S R A . M A R T I N . — ¡Nol
S R . M A R T I N .
— ¡Por
S R A . S M I T H .
— ¡Allá
S R . S M I T H . — ¡ E s
S R A . M A R T I N . — ¡Por
S R . M A R T I N . — ¡ A
H S ^ t r ^ c s f s s ï
oye,
con un ritmo cada vez mas rápido:
TNNOS TONTOS — ¡Por allá , por aqu í, por alia , po r aq uí, po r
aUá, por ^q u í , V * a l lá , po r aqu í , po r a l lá , po r aqu í , po r a l lá ,
L&s Apalabras dejan de oírse bruscamente. Se encienden**
S M
J
,
e nT ™ J - a escena, mientras se cierra lentamente el
telón.
T E L Ó N
s E n l a r e pr e se n ta c ió n s e s u pr i m ie r on o a l g p l i -
c a s d e e s t a ú l t i m a e s c e n a . P o r
p
u e s a l a u t o r n o
sen t ac ión .
Guilherme Figueiredo
LA ZORRA Y LAS UVAS
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 168/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 169/267
L A Z O R R A Y L A S C J V A S
" La zo r ra y l as u v as" fu e es t ren ad a p o r l a Co mp an h ia
Dramát i ca Nac io n a l B ras i l e i ra en l a t emp o rad a d e 1 9 5 3 ,
co n Serg io Card o so en e l p ap e l d e Eso p o . Se es t ren ó e l 1 8
d e ab r i l d e 1 9 5 6 , p o r e l Tea t ro Po p u la r Casacu b er t a , en su
p r imer t emp o rad a , en e l Tea t ro Can d i l e j as d e l a c iu d ad
d e Bu en o s Ai res .
R E P A R T O P O R O R D E N D E A P A R I C I O N
C L E I A
L I L I Á N R I E R A
M E L I T A
D E L M A R I C C I
X A N T O S
C A R L O S A C E B A L
E S O P O
F E R N A N D O A C E B A L
E T Í O P E
M I G U E L S E G O V I A
A G N O S T O S
J O R G E T H O M P S O N
D i r e c c i ó n g e n e r a l : J O S É G A L L O y E U G E N I O F I L I P P E L I I
E s c e n o g r a f í a y v e s t u a r i o : A N T Ó N
R e a l i z a c i ó n : J O S É V A C C A R O
M ú s i c a :
H É C T O R S O R Í N
L u m i n o t é c n i c a : Á N G E L V I C O
A C T O P R I M E R O
La casa de Xautos en Sanios. Entradas a derecha iz-
quierda y a foro. Un gongo. Algunas banquetas. Un «'clis-
KL Lt
P
Z
tLC
°v
d f0,ld
\r
vc
* j< dín. En escena
(+E1A, esposa de Xantos, y M E L I T A esclava. Melita está
Peinándole los cabellos a Cleia.
M E L I T A (en tanto peina los cabellos de Cleia)
— y
en to n ces Amin d a co n tó q u e Cr i s ip o reu n ió a su s d i s c íp u lo s
en l a p l aza^ s eñ a ló a tu mar id o y d i jo : " Tien es lo q u e n o
p erd i s t e Xan to s , resp o n d ió : " Es c i e r to . " C r i s ip o . co n t i -
n u o : N o p e r d i s te c u e r n o s . . . " X a n t o s, a s i n t i ó : " E x a c t o . "
Y Cr i s ip o , co n c lu y ó : " Tien es lo q u e n o p er d i s t e . . . No p er -
d i s t e cu ern o s ; lu eg o lo s t i en es . "
(Cleia se ríe.)
To do s <=c
r i e ro n a p lacer .
C L E I A . - E s i n g e n i o s o . E s l o q u e e l l o s l l a m a n u n s o f i s m a .
(Breve pausa.)
¿M i mar id o v a a l a p l aza p ara s e r in su l t ad o
p o r lo s d e rmis f i ló so fo s?
M E L I T A .
— N o . X a n t o s e s s u m a m e n t e i n t e li g e n t e . E n m e -
d io d e las r i s as g en era les , l e d i jo a C r i s ip o : " C r i s ip o tu
mu je r t e en g añ a y n o p o rq u e n o t en g as cu ern o s . . . Lo q u e
h as p erd id o es l a v e rg ü en za . " Se acab aro n l as r i s as , y lo s
d i s c íp u lo s d e Cr i s ip o y lo s d e Xan to s s e l an zaro n u n o s co n -
tra o tros .
C L E I A . - ¿ R i ñ e r o n ? . . .
(Melita, asiente.) ¿ A m i n d a c ó -
mo h a s ab id o es to ?
M E L I T A .
— Estaba en la p laz a.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 170/267
C L E I A . - Voso t r as , esc lavas , sabéis lo que P A S A en Samos
mejor que noso t r as , l as que somos l ib r es .
M E L I T A . - L a s m u j e r e s l i b r e s n o s a l e n d e c a s a . E n c i e r t o
m o d o ,
s o n - m á s e s c l a v a s
qu e
noso t r a s . ,
C L E I A . - E s
v e r d a d .
(Breve pausa.)
¿Te gus tar ía ser
LI-
hrC
MEHTA Cle ia. Vivo bien aquí y todos me consi-
d e r a n ' E s ' b u e n o ¿ e r e s c l a v a d e u n h o m b r e i l u s t r e c o m o t u
m a r i d o . P u d e h a b e r s i d o c o m p r a d a p o r a l g ú n m e r c a d e r
o por a lgún so ldado ; per o tuve la suer te de ven i r a ser de
tu mar ido .
C L E I A . - ¿ E s o t e p a r e c e u n c o n s u e l o .
M E L , T A . - M e p a r e c e u n h o n o r . ¡ E s u n f i l o s o f o , C t e » .
C L E U . - Y O p r e f e r i r í a q u e f u e s e m e n o s f i l o s o f o
J
m a s
mar ido . Par a mí , lo s f i lóso f os son per sonas que: se ded ican
" aumentar e l númer o de los subs tan t ivos abs t r ac tos .
MEJ ITA. — t X a n t o s i « v e n t a m u c h o s .
C L E I A N i s iqu ier a eso . Y ah í es td lo r id ícu lo , es un
f i ló so f o ' que no enr iquec e e l vocabu lar io de las con t r over -
s i a s . ¿ T e r m i n a s t e ? .
M E L I T A - Cas i . Es ag r a dab le peinar tus cabel los mis
dedos se quedan con e l tono y con la luz que t i enen . (Breve
* ^ ^ ^
. . » « ,
hín desdeñoso.) Y o a d m i r o a t u m a n d o .
C L E I A - /P or qué no d ices también que es tas ena mo r ada
de a Te encan ta r ía , ¿n o? , que me r epud iase , que te h i -
c i e r a l i b r e . . .
y
q u e
s e c a s a r a c o n t i g o .
M E L I T A . - N O '
d i g a s e s o . . .
(Breve „«usa.)
Ademas ,
" - T i : m an er a . i-o rn io p ar t e de sus b ie ne s, com o
tú , l as demás esc lavas , y es ta casa .
M E L I T A . - C u a n d a v i a j a , l e . r a e s i e m p r e u n r e g a l o .
C L E I A . - N o e s e l a m o r l o q u e m u e v e a l o s h o m b r e s a
h a c e r r e g a l o s a s u s m u j e r e s . E s l a v a n i d a d . . . o e l r e m o r -
d i m i e n t o .
M E L I T A . — X a n t o s e s u n h o m b r e i l u s t r e .
( . L E Í A . - — E s e l f i l ó s o f o d e l a p r o p i e d a d : ' " L o s h o m b r e s
n o s o n i g u a l e s ; y a c a d a u n o l e c o r r e s p o n d e u n a d á d i v a o
u n c a s t i g o . . . " L a d e m o c r a c i a g r i e g a e s e s t o : e l d e r e c h o
q u e t i e n e e l p o b r e a e l e g i r s u t i r a n o . E l d e r e c h o q u e t i e n e
e l t i r a n o a d e c i d i r s i t e d e j a p o b r e o t e h a c e r i c o ; s i t e d e j a
l i b r e o t e h a c e e s c l a v o . E s e l d e r e c h o q u e t i e n e el p u e b l o
a o i r a X a n t o s d e c i r q u e l a i n j u s t i c i a e s j u s t a , q u e e l s u f r i -
m i e n t o e s a l e g r í a ; y q u e e s t e m u n d o f u e o r g a n i z a d o d e
m o d o q u e é l p u e d a b e b e r b u e n o s v i n o s , t e n e r u n a c a s a e s -
p l é n d i d a , a m a r a u n a m u j e r h e r m o s a . ¿ T e r m i n a s ?
M E L I T A . — S í . . . U n m o m e n t o , y v a s a e s t a r a ú n m á s
b o n i t a p a r a t u f i l ó s o f o ;
C L E I A
(con un leve matiz de desdén).
— M i f i l ó s o f o . . .
L o s f i l ó s o f o s s o n s i e m p r e c r i a t u r a s d e m a s i a d o l l e n a s d e
p a l a b r a s . ,
M E L I T A - — T ú n o l o q u i e r e s . D e h a b e r e s t a d o e n l a p l a -
z a e l o t r o d í a , t e h u b i e r a s r e í d o d e é l c o m o l o s d i s c í p u l o s d e
C r i s i p o : é l , e n c a m b i o , t e q u i e r e , e s r i c o , Ic h a c e r e g a l o s .
C L E I A .
— L o s t i r a a m i s p i e s , c o m o l i m o s n a s . (Pausa.)
D i m e , M e l i t a : a q u é l c a p i t á n d e g u a r d i a s q u e l l e g ó a A t e -
n a s , ¿ e s t á t o d a v í a e n l a c i u d a d ?
M E L I T A
(que ha terminado ya de peinarla). — ¿ P a r a e s o
t e a c i c a l a s ? (Breve pausa.) T u m a r i d o l l e g a h o y , C l e i a .
C L E I A . — E n t r a r á p o r e s a p u e r t a , y d i r á : " C l e i a , a m o r
m í o , l e t r a i g o u n r e g a l o . " Y d e s p u é s : • ' B u e n o . . . M e v o y a
v e r a m i s d i s c í p u l o s . " (Por la puerta del fondo, entra
Xantos.)
X A N T O S
(entrando). — ¡ C l e i a , a m o r m í o . l e t r a i g o u n
r e g a l o
C L E I A .
— ¡ A h . . . ¿ H a s l l e g a d o ? (Cleia hace un gesto
a Melita para que salga. ¡Melita sale por la derecha.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 171/267
X A N T O S . — B é s a m e , C l e i a .
(Un beso convencional.)
E s
e l r e g a l o m á s c u r i o s o y m á s e x t r a ñ o d e c u a n t o s t e h e t r a í d o .
F
C L E I A . - - D é j a l o e n l a m e s a .
X A N T O S . — N o p u e d o . E s m u y g r a n d e . ¿ Q u i e r e s v e r l o .
(Antes d e que Cleia responda, Xantos bate palmas Entra
Esopo, vestido con un sayo que le llega hasta las rodillas.)
C L E I A
(entre asustada y divertida).—
¿ Q u é e s e s t o ?
X A N T O S . — T u r e g a l o .
C L E I A . — ¿ E s t o ? . . .
(Mirando a Esopo.)
¿ E s t o ? ¿ E s u n
e s c l a v ó ?
X A N T O S . — E s u n e s c l a v o . S e l l a m a E s o p o .
C L E I A
(riéndose a carcajadas). —
¡ Q u é f e o e s
X A N T O S
(con orgullo). —Es
e l e s c l a v o m á s f e o d e t o d a
Grec ia .
C L E I A . — ¿ Y tu v i s t e e l v a l o r d e c o m p r a r m e e s t o . A a a -
t o s : ¡ e s " u n i n s u l t o ¿ C ó m o h a s t e n i d o e l v a l o r d e c o m -
p r a r l o ?
X A N T O S . — N o l o h e c o m p r a d o .
E S O P O . — N o m e h a c o m p r a d o . H e v e n i d o d e g r a c i a .
C L E I A (por Esopo).— ¡ Y h a b l a
X A N T O S (a Cleia).- - ¡ D e g r a c i a , C l e i a ¿ T e i m a g i n a s ? . . .
E n e l P i r e o c o m p r é u n n e g r o e t i o p e p a r a l a s t a r e a s p e s a -
d a s , y e l m e r c a d e r d e e s c l a v o s m e d i o e s t e g r a t i s . T ú n o
s a b e s a p r e c i a r l o . P e r o e s u n t e s o r o . •
C L E I A . — ¡ S a c a t u t e s o r o f u e r a d e a q u í
X A N T O S . — E s p e r a . C l e i a . . . V a s a v e r .
E S O P O . — H a b í a u n a z o r r a q u e n o . h a b í a v i s t o n u n c a u n
l e ó n . U n d í a , s e e n c o n t r ó d e c a r a c o n u n o ; y c o m o e r a l a
p r i m e r a v e z q u e l o v e í a , s i n t i ó t a l p a v o r q u e p o r p o c o s e
m u e r e . A l e n c o n t r a r l o p o r s e g u n d a v e z , a ú n t u v o m i e d o ;
p e r o m e n o s . L a t e r c e r a v e z q u e l o v i o , s e a t r e v i ó a a c e r -
c a r s e y a h a b l a r c o n e l l e ó n . E s t a f á b u l a n o s e n s e ñ a q u e
n u e s t r o s o j o s s e h a c e n i n d i f e r e n t e s a l o f e o , d e l m i s m o
m o d o c o m o s e a c o s t u m b r a n a l a b e l l e z a d e l c u e r p o d e l a
m u j e r q u e r i d a .
X A N T O S
(tras haber oído boquiabierto, la historia, dán-
dose vuelta hacia Cleia).
— ¿ Q u é t a l ? . . .
C L E I A . — E s g r a c i o s o .
(A Esopo.)
¿ T e c o n s i d e r a s u n
l e ó n ?
E S O P O . — U n t i g r e y u n a z o r r a d i s c u t í a n p a r a v e r c u á l
d e l o s d o s e r a m á s h e r m o s o . E l t i g r e s e v a n a g l o r i a b a s i n
c e s a r d e l a v a r i e d a d d e s u p e l a j e . L a z o r r a , e n t o n c e s , l e
d i j o : " S o y m á s h e r m o s a q u e t ú . p o r q u e 11 0 t e n g o l o s c o l o -
r e s v a r i a d o s e n e l c u e r p o , s i n o e n e l e s p í r i t u . "
X A N T O S
(boquiabierto, como antes).
— ¿ Q u é t e p a r e c e ?
¡ E s f o r m i d a b l e
C L E I A . — ¿ L o e d u c a r o n e n a l g ú n p a r q u e z o o l ó g i c o ?
E S O P O . — E l p a v o r e a l s e b u r l a b a d e l a c i g ü e ñ a y l e c r i -
t i c a b a 1 a p o b r t x a d e c o l o r e s d e s u s p l u m a s : " Y o m e v i s t o
d e o r o y d e p ú r p u r a ; t ú 1 10 t i e n e s n a d a h e r m o s o e n t u s
a l a s . ' ' L a c i g ü e ñ a , l e r e p l i c ó : " Y o v u e l o p a r a c a n t a r c e r c a
d e l o s a s t r o s , y a l c a n z o l a s a l t u r a s d e l c i e l o : t ú s ó l o a n d a s
p o r l a t i e r r a l l a n a y e n t r e el b a r r o . "
X
X A N T O S
(a Cleia).
— ¿ L o v e s ? . . . E s u n c o l e g a , u n
f i l ó s o f o .
E S O P O
(a Xantos).
— T e l o r u e g o : 1 10 m e l l a m e s f i l ó -
s o f o . R e s p e t e m o s l a s p a l a b r a s . A p e n a s s i s o y u n n a r r a d o r
d e f á b u l a s .
C L E I A
(a Xantos, risueñamente sorprendida).
—
¡ T e d a
l e c c i o n e s , . -
X A N T O S . — M e d i v i e r t e . D i l e a M e l i t a q u e e n s e ñ e a l
e t í o p e d ó n d e t i e n e q u e a l o j a r s e .
(Cleia bate palmas. Entra
Melita; y al ver a Esopo, no puede reprimir una exclama-
ción de miedo y horror. Reprendiéndola.)
¡ M e l i t a
E S O P O . — D é j a l a q u e s e a s u s t e , s e ñ o r . E s t o y a c o s t u m -
b r a d o a v e r e l e s p a n t o e n l a s c a r a s d e t o d o s l o s q u e m e
m i r a n . C u a n d o m e o f r e c i e r o n a t i , ¿ t e a c u e r d a s d e l o q u e .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 172/267
t e d i j e ? Q u e a u n q u e y o n o s i r v i e r a p a r a n a d a , p o d r í a s
a p r o v e c h a r m e , s i t e n í a s h i j o s c o m o p e r s o n a j e p a r a d a r l e ,
m i e d o : " S i n o o s e s t á i s q u i e t o , l l a m o a E s o p o p a r a q u e
o s a s u s t e .
C L E I A (sonriendo).-— ¡ E s g r a c i o s o
E S O P O . - S í , m u j e r , s í ; s o y g r a c i o s o . P e r o c u a n d o h a g o
r e i r a l o s d e m á s n o p u e d e s i m a g i n a r t e l o s e r i o q u e y o m e
q u e d o .
C L E I A . — ¿ D e q u é ?
E S O P O . — D e l a f e a l d a d d e m i c a r a y d e l o q u e d i g o .
N i u n a c o s a n i o t r a p r o v o c a n m i r i s a . N o m e r e c e n e s a d e -
m o s t r a c i ó n d e i n t e l i g e n c i a .
X AN TO S. — P o r e s o m e q u e d é c o n t i g o . . . , p o r q u e e r e s
i n t e l i g e n t e . ,
E S O P O . — ¿ T Ú
t e d i s t e cu en ta?
(Cleia se ne.)
M E L l T A . - ¡ P e r o e s t a n f e o , X a n t o s . . . , ¡ l o s d i o se s m e
p e r d o n e n i r -
E S O P O
(a Melila).-
T e p e r d o n a r á n . E s c u c h a e s t a t a -
b u l a ; u n h o m b r e p o b r e t e n í a u n a e s t a t u a d e u n d i o s , a
q u i e n r e z a b a p a r a q u e l e d i e r a l a r i q u e z a . C o m o e l d i o s n o
l e a t e n d í a , e l h o m b r e l o t o m ó p o r u n a p i e r n a y l e r e v e n t o
l a c a b e z a c o n t r a l a p a r e d . L a c a b e z a e s t a b a l l e n a d e m o -
n e d a s d e o r o ; y e l h o m b r e s e e n r i q u e c i ó . L o s d i o s e s p e r -
d o n a n s i e m p r e a l o s h o m b r e s ; p a r a e s o l o s i n v e n t a m o s
S i l o s d i o s e s n o e x i s t i e s e n , p i é n s a l o b i e n , ¿ q u i e n h a b í a d e
p e r d o n a r n o s ? . .
C L E I A (a Esopo).- E s i n g e n i o s o l o q u e d i c e s . (A tan-
to*.)
C o n t e s t a , X a n t o s : ¿ q u i é n h a b í a d e p e r d o n a r t e .
X A N T O S (a MelÜa). — F u e r a h a y u n e s c l a v o e t i o p e q u e
t a m b i é n e s m í o . L l é v a l o a d e n t r o . (Melitasale
?0
r la puerta
del fondo. Xantos se da vuelta h acia Cleia. I or tsopo )
;
V e s c ó m o e s i n t e l i g e n t e ? D u r a n t e e l v i a j e m e s a c o d e
m u c h a s d i f i c u l t a d e s . Y h a s t a d e s c u b r i ó u n t e s o r o p a r a m i .
C L E I A (a Esopo).
- ¿ D e s c u b r i s t e u n t e s o r o v s e l o e n -
t r e g a s t e a X a n t o s ? . . . ¿ P o r q u é ?
E S O P O . - E r a m u y p e s a d o . D e h a b é r m e l o q u e d a d o t e -
m a q u e c a r g a r l e . . . D á n d o s e l o a t u m a r i d o , l e o b l i g u é a
s o p o r t a r u n f a r d o , c o m o c u a l q u i e r e s c l a v o .
Desprecio
l a
r i q u e z a . L o s d é l f i c o s ¿ s a b e s ? , t i r a n d e s d e l o a l t o d e u n
p r e c i p i c i o a l o s q u e e n t r a n e n e l t e m p l o d e A p o l o a r o b a r
o b j e t o s d e o r o . É s e e s u n c a s t i g o q u e n o s u f r i r é n u n c a .
(Mehta entra por la puerta del fondo, seguida de un enor-
me negro etíope.)
C L E I A (por el etíope).— ¿Y
e s t o ?
X A N T O S . -
B u e n a c o m p r a , ¿ n o ?
(A Esopo, que ha dado
un paso atrás al ver al etíope.)
N o t e g u s t a , ¿ e h ?
E S O P O . - P r e f i e r o m i s a n i m a l e s a l o s t u y o s .
(Melila sale
ron el etiope por la puerta de la derecha.) '
X A N T O S (a Cleia).- E l e t í o p e a z o t ó a E s o p o d u r a n t e
e í v i a j e .
C T . E I A . - - ¿ L o a z o t ó ? . . . ¿ p
o r
q u é ?
X A N T O S . - Y o s e l o o r d e n é .
(A Esopo.)
¿ N
0
f u e a s i ?
E S O P O . A s í f u e . Y e l n e g r o o b e d e c i ó c o n u n a i n t e l i -
g e n c i a s o r p r e n d e n t e .
C L E I A (a Esopo).
- - ¿ P o r q u é t e a z o t a r o n ?
E S O P O . — Q u e r í a s e r l i b r e .
C L E I A . — ¿ I n t e n t a s t e h u i r ?
E S O P O . - N o . I n t e n t é c o n s e g u i r q u e X a n t o s m e l i b e r t a d .
L . L E I A .
¿ \ e l t e h i z o c a s t i g a r ?
(A
Xantos•)
¡ E s i n -
d i g n o d e t i '
1
E S O P O . - N o , s e ñ o r a . . . \
c
. E s m u y d i g n o d e é l .
A A N T O S . — ¡ T e h a g o a z o t a r d e n u e v o
E S O P O (con temor).-.-¡K o . . . ¡ P o r f a v o r , n o A ú n
e n g o e l c u e r p o h e r i d o d e l o s g o l p e s d e l a ú l t i m a v e z . T e
l o r u e g o , s e ñ o r : n o . . . ¡ N o
X A N T O S . — ¿ T e m e s e l d o l o r ? D e b í a s t a m b i é n h a c e r t e
e s t o i c o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 173/267
E s 0 P 0
. - E s h u m i l l a n t e p a r a e l e s p í r i t u t e n e r e l c u e r p o
" o o l i b e r t a d N o s i r v e
^ - i - e . o . e . c r e e ^ W C ^
E s o p o , c ó m o f u e n u e s t r o v r a j e . . . L u e n t a l e
l a c e s t a d e l p a n . ,
F S O P O . - C u a n d o v e n í a m o s , X a n t o s m a n d o q u e c a d a u n o
d e l o s e s c l a v o s l l e v a s e u n f a r d o . T o d o s p r o c u r a r o n l o s f a > -
L m e n o r e s , e n l o s
q
u e h a b í a t e l a s ,
e l e g í e l m a y o r : u n a e n o r m e c e s t a d e p a n . T o d o s s e
S U e l e t í o p e .
P - o el p r i m e r
d í a t — q u e c o -
l i g e n t e ? . . . Y l o q u e a n t e s t e h e d i c h o : e n e l v . a j e ,
c u b r i ó u n t e s o r o .
C L E I A (a Esopo). - ¿ C ó m o l o d e s c ú b r a t e .
F S O P O - E n e l c a m i n o h a b í a u n m o n u m e n t o c o n u n a
• - „ T e X a n t o s d i i o q u e e r a i n d e s c i f r a b l e . L e p r e -
C r ^ r Ü T - ¿ i * » ' " " c o n t e s t ó q u e
í y y o l e í l o q u e e s t a b a e s c r i t o : " A c u a t r o p a s o s d e a q u .
h a y Z t e s o r o . X a n t o s n o q u i s o c r e e r m e : « ¿ C o m e , p u ^ o
s a b e r s i e s v e r d a d q u e l o h a s d e s e r t a d o ? 7 ™
P
' f J
d e
Y v o l e d i j e : " S i t e l o d e m u e s t r o , ¿ m e d a r a s l a m i t a d d e
I
Y
; e n c o n t r e m o s ? " X a n t o s , a s i n t i ó . A c u a t r o p a s o s d e
a l l í a b r í u n h o y o y e n c o n t r é u n c o f r e l l e n o d e m o n e d a s .
Xantos, entoncés, me h i z o a z o t a r .
X A N T O S — ¿ Q u é n e c e s i d a d t i e n e s d e u n t e s o r o . ' . . . ¿ R »
r i p o p r l i b r e
9
N i n g ú n p l a c e r t e c o n s o l a r á d e s e r f e o , n i n -
g u n a
r i q u e z a f e d a r á a l e g r í a . E s m e j o r q u e y o s e a n e o ,
y q u e t ú s e a s m i e s c l a v o .
C L E I A . — D e b í a s l i b e r a r l o . N i s i q u i e r a s i r v e d e a d o r n o
a n u e s t r a c a s a .
X A N T O S . — ¿ T ú t a m b i é n t e p o n e s d e s u p a r t e ?
E S O P O
(a Cleia).
— ¿ T a m b i é n t ú t e p o n e s d e m i p a r t e ?
N o d e b e s h a c e r l o . Y o s o y ú t i l , s e ñ o r a . D e s c u b r o t e s o r o s ,
c u e n t o f á b u l a s d i v e r t i d a s , s é r e s o l v e r d i f i c u l t a d e s . U n h o m -
b r e q u e t e n g a t o d o e s t o e n s u m a n o , ¿ e s c a p a z d e r e n u n c i a r
a t a n t a f o r t u n a ? A d e m á s , s o y f e o , n o g u s t o a l a s m u j e r e s :
m i s a m o s n o t i e n e n p o r q u é s e n t i r t e m o r p o r m í . N o p u e d o
h u i r , p u e s t o d o s m e r e c o n o c e r á n . (Melancólico.) P e r o m e
g u s t a r í a s e r l i b r e . N o h e v i s t o d e l m u n d o m á s q u e u n t r é -
m u l o r e f l e j o d e l a v i d a , a t r a v é s d e m i s l á g r i m a s . P o r e s o
e s t o y s i e m p r e t r i s t e , y s o y d e s c o n f i a d o .
C L E I A . — D é j a l o l i b r e , X a n t o s .
X A N T O S (irritado). — ¿ Q u é s a t i s f a c c i ó n e n c u e n t r a s e n
q u e r e r m a l b a r a t a r m i s b i e n e s ? ¿ D e j a r l i b r e a u n e s c l a -
v o ? . . . ¿ Q u é p o d r í a h a c e r , s i n n a d i e e n e l m u n d o ? N o . . .
(A Esopo.) A ú n n o e s t á s m a d u r o p a r a l a l i b e r t a d . S ó l o
c u a n d o a p r e n d a s c o n m i g o a s e r f u e r t e , r i c o , p o d e r o s o , p o -
d r á s a f r o n t a r l a v i d a s i n e x t r a v i a r t e . (A Cleia.) T e d e j o ,
q u e r i d a . V o y a v e r a m i s d i s c í p u l o s . (Xantos sale por la
puerta del fondo.)
C L E I A (a Esopo). — ¿ D e m o d o q u e q u i e r e s s e r l i b r e ?
E S O P O . — E s e l d e r e c h o a l a e s p e r a n z a , u n d e r e c h o d e
l o s e s c l a v o s .
C L E I A . — ¿ P a r a q u é q u i e r e s s e r l i b r e ?
E S O P O D e b e h a b e r u n l u g a r e n e l m u n d o d o n d e h a y a
u n a r r o y o e n e l q u e p u e d a b e b e r a g u a e n e l h u e c o d e l a s
m a n o s , s i n q u e n a d i e v e n g a d e c i r n o s s i e s h o r a d e b e b e r
o d e t e n e r s e d . . . U n l u g a r , d o n d e l o s r u i s e ñ o r e s n o h u y a n
c u a n d o e l h o m b r e s e a c e r c a . ¿ T e h a s d a d o c u e n t a d e c ó m o
h u y e n l o s a n i m a l e s d e l a p r e s e n c i a d e l h o m b r e ? C u a n t o
m á s c o n o z c o a l o s h o m b r e s , m á s a m o r s i e n t o p o r l o s a n i -
m a l e s . . . Q u i s i e r a p o d e r c o n t a r l e s m i s f á b u l a s e n s u l e n -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 174/267
J LO E• « , - S a b e s ? ¡ o h l o b o , d e v o r a d o r d e c o r d e -
Z ' U Z ^ ^ t s h o m b r e s , q u e t a m b i é n s e
c * o t r o s P e r o n o c o m e n l o s c a d a v e r e s . . . ; l o s
r ^ r ^ X — o m a t a n p a r a a i i m e n t a ,
- • ¿ ^ t ó - Í T c i ' f e r i a s e l l e n g u a * d e
' " E ^ -
I
N O h e a p r e n d i d o y a e l d e l o s h o m b r e s ? U .
h o m b r e s h a b í a n y n n n e a s e e n t i e n d e n . L o s a n i m a l e s s i o n
u n s i m p l e g r i t o , d i c e n : " ¡ Q u i e r o a m a r J e ^
b r e " , " i V i e n e e l e n e m i g o , i E s t o y n e n a o
B
eu án ta su t i l eza es n ecesa r i a en e l so n p ara ex p resa r
t o d o
r r r r . K í R ' ^ r
t r e m e n , J s o n e s i g n o r a d o s , l o s s o n e s q u e d e s p —
c o n n u e s t r o s o í d o s t o r p e s y d u r o s . , A h ~ e
o i r l a v o z d e l a l i b e r t a d , q u e c a n t a e n t o d o s
C L E I A . - ¿ Q u i e r e s d e v e ra s s e r l i b r e ? A p r o v é c h a t e a h o-
r a
E s o P o
e
- N o p u e d o . . . M í r a m e . L a l i b e r t a d e s n o e s t a r
e n p e l i g r o d e s e r ' a p r e s a d o . L a l i b e r t a d » - ^ ^
d e s t i n o T o d o s h a n d e s a b e r q u e l a g e n t e e s l i b r e . . .
b e
c L n - ¡ H u í ' L e d i r é a X a n t o s q u e y o t e d e j é l i b r e
E s O P O . — X a n t o s t e c a s t i g a r í a , . . ; y p a r a q u e h a y a l i -
b e r t a d e s p r e c i s o q u e n a d i e s e a c a s t i g a d o p o r s u c a u s a . S .
y o s i n t i e r a u n s o l o ' r e m o r d i m i e n t o p o r m i l i b e r t a d , n o s e n a
l i b r e .
C L E I A — i Q u é i n g e n u o e r e s
E S O P O . — X a n t o s e s m á s i n g e n u o q u e y o . . . I n v e n t o u n
m u n d o d e d e s e o s s a t i s f e c h o s , y c r e e q u e e s e m u n d o e x i s t e .
Y o s o y p a r e c i d o a t i : n o m e r e s i g n o . •
C L E I A . — ¿ C ó m o s a b e s q u e y o n o m e r e s i g n o ?
E S O P O . — L o v e o e n t u s o j o s . A v e c e s , b r i l l a n c o m o 9 i
h u b i e s e d e n t r o d e t i u n a m a n e c e r d e a n h e l o s . D e s p u é s , s u
l u z l a n g u i d e c e c o m o u n a p u e s t a d e s o l .
C L E I A . — T e p r o h i b o m i r a r m i s o j o s .
E S O P O . — T i e n e s r a z ó n . N o e s j u s t o q u e m i c a r a s e r e -
f l e j e e n t u s p u p i l a s .
(Cleia baja los ojos, se reclina en el
"clispios".
C L E I A . — C u é n t a m e u n a f á b u l a .
E S O P O . — U n l o b o v i o u n p e r r o m u y g o r d o a p r i s i o n a d o
p o t u n c o l l a r , y l e p r e g u n t ó : " ¿ Q u i é n t e a l i m e n t a a s í ? "
" M i a m o , e l c a z a d o r " , — c o n t e s t ó e l p e r r o — . " Q u e l o s d i o s e s
m e g u a r d e n d e l m i s m o d e s t i n o " — e x c l a m ó e l l o b o — . " P r e -
f i e r o e l h a m b r e a l c o l l a r " .
C L E I A
(riéndose).— ¿ L e h a s c o n t a d o e s t a f á b u l a a
X a n t o s ?
E S O P O . — S e l a c o n t é . . . y a l t e r m i n a r m e d i j o : " ¿ Q u é
s i g n i f i c a ? "
C L E I A . — C u é n t a m e a h o r a u n a p a r a m í .
E S O P O . — U n a z o r r a h a m b r i e n t a v i o u n r a c i m o d e u v a s
e n l o a l t o d e u n a p a r r a ; q u i s o a l c a n z a r l o , p e r o n o l o c o n -
s i g u i ó . Y e n t o n c e s , s e a l e j ó d i c i e n d o : " E s t á n v e r d e s " .
C L E I A . — T e p r e g u n t o l o m i s m o q u e X a n t o s : ¿ q u é s i g n i -
f i c a ?
E S O P O . — N o , t ú n o p u e d e s h a c e r m e e s a p r e g u n t a . N o
t i e n e s p o r q u é h a c e r l a .
(Por la puerta del fondo entra Xan-
tos rápidamente. Viene contentísimo.)
X A N T O S . ' — ¡ C l e i a . . . M e a l e g r o d e q u e e s t é s a q u í . . .
Y t ú t a m b i é n , ' E s o p o . ¡ A c a b o d e h a c e r u n d e s c u b r i m i e n t o
p n l a p l a z a ¡ U n d e s c u b r i m i e n t o m a r a v i l l o s o V a s a v e r . . .
A l g o q u e t e v a a d e s c o n c e r t a r . (Confidencial.) U n h o m b r e
. r a r o , r a r í s i m o .
C L E I A
(\despectiva).— ¡ B a h U n o d e t u s d e s c u b r i m i e n t o s .
X A N T O S . — M á s r a r o q u e e l d e E s o p o . . . U n h o m b r e
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 175/267
q u e d esp rec ia to d o s lo s b ien es d e l mu n d o , to d o s lo s p la -
c e r e s , t o d o s l o s s u f r i m i e n t o s . (Acercán dose a la puerta del
fondo.) ¡Entra (Entra Agnostos. Es un atleta brutal, ves-
tido de capitán de los guardias de Atenas, con una gran
espada y un escudo. Presentándole a Cleia y a Esopo.)
M i m u j e r . . . M i e s c l a v o E s o p o . (A Cleia y a Esopo.) M i-
r a d b i e n a e s t e h o m b r e . M í r a l e , E s o p o . . . E s m á s p e n s a -
d o r q u e tú .
C L E I A
(a Agnostos). — ¿ E r e s e l c a p i t á n d e g u a r d i a s q u e .
h a l l e g a d o d e A t e n a s ?
A G N O S T O S (apenas con un gruñido). — H u m .
X A N T O S . — Y o e s t a b a e n l a p l a z a c o n m i s d i s c í p u l o s , y
h e v i s t o a e s t e h o m b r e . H e q u e r i d o h o n r a r l o , i n v i t á n d o l o :
" E x t r a n j e r o , ¿ q u i e r e s b e b e r v i n o c o n m i g o ? " Y é l m e h a
c o n t e s t a d o . . .
A G N O S T O S
(interrumpiéndole, contesta como antes, sa-
cudiendo negativamente la cabeza). — Hum.
XANTOS.—¿Qu ieres v e r l a s lu ch as en e l e s t ad io ? Y é l
m e h a c o n t e s t a d o . . .
A G N O S T O S (lo mismo que antes). — H u m .
X A N T O S . — ¿ Q u i e r e s i r a l o s b a ñ o s ? . . . ¿ Q u i e r e s i r a .
t e m p l o d e M i n e r v a ? . . . ¿ Q u i e r e s v e r a l a s c o r t e s a n a s d e l
b a r r i o d e V e n u s ? A t o d o r e s p o n d í a q u e n o . " ¿ Q u e e s , p u e s ,
l o q u e q u i e r e s ? " , l e h e p r e g u n t a d o a l f i n . Y él m e h a c o n -
t e s t a d o . . .
A G N O S T O S .—
N a d a . N o q u i e r o n a d a .
X A N T O S .
— ¿ Q u é o s p a r e c e ? ¿ N o e s a d m i r a b l e ? N u n c a
h e c o n o c i d o a u n h o m b r e a s í . H e e n s e ñ a d o s i e m p r e a m i s
d i s c í p u l o s q u e l o s h o m b r e s q u i e r e n a l g o : q u i e r e n a m o r , r i -
q u e z a s , v i v i r m á s . . . Q u i e r e n a l e g r í a . Y d e p r o n t o , d o y c o n
e s t e e j e m p l a r e x c e p c i o n a l : u n h o m b r e q u e n o q u i e r e n a d a .
Ya lo v e i s : n i s iq u ie ra s e s i en te fe l i z . . . No es t á d eses -
p erad o . Es tá s e ren o , en ca lma , co mo u n d io s . Y p o d r í a d e -
sea r mu ch as co sas , p o rq u e es jo v en , es fu e r t e , e s h e rmo so .
X A N T O S . — Pero n o q u ie re n ad a . ¿ Qu é d ices d e e s to ,
Eso p o ?
E S O P O
(a Agnostos). — ¿ T e g u s t a v i v i r ?
A G N O S T O S . — N o .
E S O P O . — Si te a r r a n c a r a n u n b r a z o , ¿ t e p o n d r í a s t r i s t e ?
A G N O S T O S . — N o .
E S O P O .
— S i t e ag u je rease n lo s o jo s , ¿ t e s en t i r í a s d es -
e s p e r a d o ?
A G N O S T O S . — N o .
E S O P O . — S i te d e j a r a n s o r d o , ¿ e n l o q u e c e r í a s ?
A G N O ST O S . — N o .
E S O P O . — S i l e azo tasen , h as t a q u e tu c u erp o q u ed ase
e n c a r n e v i v a , ¿ s u f r i r í a s ?
A G N O S T O S . — N o .
E S O P O
(a Xantos). — X a n t o s . . .. E s t e c a p i t á n n o e s m a s
q u e u n h o m b r e q u e e s t á e n a m o r a d o , y n o e s c o r r e s p o n d i d o .
Só lo cu an d o l e su ced e eso s e q u ed a t an in d i fe ren te u n ca
p i t án d e g u ard ias . S i n o fu era as í , e s t a r í a v a h ac ien d o to d o
l o p o s i b l e p a r a s e r g e n e r a l .
C L E I A
(a Agnostos, con cierta ansiedad). — ¿ E s t á s e n
a m o r a d o ?
X A N T O S (como confortando a Agnostos). — V a m o s , a m i -
g o , v a m o s . . . (Con desdén.) ¡ L as m u j e r e s . . . ¡ B a h ¿ S e-
rá, tal vez, que las aborreces?... (A un gesto de Cleiu.)
C l e i a : e s u n c a p i t á n . L o s s o l d a d o s n o t i e n e n c o m p l i c a c i o n e s
a m o r o s a s . ¿ N o e s v e r d a d , a m i g o ? . . . ¿ Q u é s o n l a s m u j e -
r e s ? U n f e n ó m e n o f i s i o l ó g i c o . . . C l a r o q u e u n a s p i e r n a s
b i e n t o r n e a d a s y d e r e c h a s , y u n a s c a d e r a s q u e s e b a l a n c e a n
c o m o l a s b a r c a s a n c l a d a s e n e l P i r e o , s o n u n a t e n t a c i ó n . .
h a y q u e r e c o n o c e r l o . P e r o n o s o n m á s q u e f i s i o l o g í a . . .
¿ N o e s c i e r t o , a m i g o ?
A G N O S T O S . — H u m .
»
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 176/267
C L E I A (a Xuntos)•
— No deb ías deci r eso , - ten iendo la
mujer que t i enes .
X A N T O S .
— ¡ Ton ter ías " Haz que no s s i r van v ino , m ucho
vino.
(Cleia bate palmas. Entra Melita.)
C L E I A .
— T r a e v i n o y c o p a s . (Melita sale y. vuelve en
seguida con una ánfora de vino, y copas. Xantos sirve a
Agnostos.)
X A N T O S (a Cleia). —
S í . . . T ú , t ú e re s m i m u j e r . P e r o
vo hab lo desde la ó r b i ta de mi f i los o f ía . Cos tu r a , ho r no y
f ogón , son el ideal del hoga r . Es to , se com pr a . \ t ambién
s e c o m p r a , c u a n d o se va a C o r i n t o , e l p l a c e r . . . M u j e r e s
bár bar as y to r pes del nor te , de o jos p r o f undos de tu r quesa
y una pelusa como de o r o en toda la p ie l . Negr as e t íopes ,
cuyos besos t i enen un sabor de f r u ta s i lves t r e . Ar abes car -
nosas , mater nales , en las cuales e l hombr e se posa como un
gr an insecto sobr e una f lo r o lo r osa de Or ien te . Gr iegas ex -
per tas y lozanas y der r aman ver sos de Saf o en lus o ídos ,
m i e n t r a s t e a b r a z a n . . . (Bebiendo.) Eso son las muj er es .
C L E I A .
— N o d e b í a s h a b l a r a s í d e l a n t e d e t u m u j e r ,
Xan tos .
X A N T O S .
— ¿ P o r q u é ? . . . E s u n m o m e n t o de c o n f i d e n -
cias . (Bebe.) Y tú , Esopo . ¿qué d ices de las mujer es?
Eso i ' o . — Par a mí , só lo son de dos espec ies : l as que nos
hacen su f r i r y las que su f r en por noso t r os . De las que su -
f r en por noso t r os no encon t r é más que una.
X A N T O S
(riéndose histéricamente).
- ¡ E s o p o . . . ¿ H i -
c i s te s u f r i r a u n a m u j e r ? ¡ C u e n t a , c u e n t a ¿ Q u i é n f u e ?
E S O P O
(sencillamente).- Mi mad r e .
XANTOS. - ¡ Ah , em bau cad or En tonces , su f r e s por to -
d a s l a s d e m á s . . . ¿ n o ? Ó y e l o b i e n , C l e i a ; ó y e l o b i e n , M e -
l i t a . . . ¡ E s o p o s u f r e ¿ Y p o r q u é n o ? E n el f o n d o , e s u n
hombr e más l l eno de deseos que yo . y menos es to ico que
es te cap i tán . Quier es a l as mujer es . . . y e l las no te qu ie-
r e n . (Bebe.) ¿ Q u é te p a r e c e M e l i t a ? ¿ T e g u s t a ?
XANTOS. — Ser ía la un ión per f ec ta : l a bel lez a y e l esp í -
r i tu . E l g r an ideal de los espar tanos .
E S O P O .
— No asp i r o a tan to .
X A N T O S .
— ¿ A q u é a s p i r a s , p u e s ?
ESOPO.—Tú lo sabes . A la l iber tad . Apenas s i a 1«
l iber tad .
X A N T O S .
— ¿ Q u é h a r í a s d e l a l i b e r t a d , s i n a m o r ?
E S O P O .
— ¿ Q u é h a r í a s t ú d e l a m o r , s i n l a l i b e r t a d ?
X A N T O S
— T o n t e r í a s . . . ¡ T o n t e r í a s E l a m o r , c o m o
tú
lo en t iendes , no es l iber tad , s ino sumis ión . (A Agnostos.)
¿ N o e s v e r d a d , a m i g o ?
A C N O S T O
(bebiendo). — H u m .
E S O P O .
— Es f an tás t ica la p r eci s ión de es te cap i tá n cuan-
d o a r g u m e n t a .
X A N T O S .
— Es te hom br e es un f i l óso f o . Es un sab io .
E S O P O .
— ¿Cr ee s que un cap i t án d e guar d ias pu ede ser
u n s a b i o ?
X A N T O S .
— ¡ N o m e c o n t r a d i g a s (Sacando una bolsa
de monedas de su cinto.) T o m a . . . V e te a l m e r c a d o y c o m -
p r a t o d o l o m e j o r q u e h a y a p a r a u n b a n q u e t e . (A Agnos-
tos.) Quier o hon r ar te po r tu val o r y tu sab idur íá , com-
p a ñ e r o .
ESOPO.— ¡ Qué cu r i os o . . . Los r icos gas tan con qu ien
no lo mer ece e l d iner o que no han mer ecido ganar .
X A N T O S .
— ¡ D a t e p r i s a , E s o p o L o m e j o r q u e h a y a . (Eso-
po sale por la puerta del fondo.)
M E L I T A
(junto a Cleia, por Agnostos). — ¿ E s é l ? . . .
C L E I A . — S í , e s é l .
X A N T O S
(a Agnostos). — S i é n t a t e , a m i g o . (Agnostos se
sienta.) M u j e r : h ó n r a l o . . . L á v a l e l o s p i e s. (Cleia hace una
leve inclinación de cabeza, y sale.)
Amigo, estás en casa de
un f i lóso f o . Mi nombr e es Xan tos , y tengo muchos d i sc ípu-
los en t r e los es tud ian tes de Samos . Mi mujer es Cle ia . (Por
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 177/267
Melita.) Es ta es Mel i ta , mi esc lava . Quien f u e a buscar que
comer es Esopo , que d icen que nació en Fr ig ia y es nar r a-
dor de fábulas. (Melita alcanza las copas a Xantos y a
Agnostos, les sirve vino. Entra Cleia. Trae una anfora
con agua y una jofaina de bronce, que deja en el suelo.
Cleia se arrodilla delante de Agnostos y vierte agua en la
jofaina; después, le saca al capitán una de las sandalias
y empieza a lavarle los pies. Agnostos, bebe.)
C L E I A
(a Agnostos, en voz alta).
- ¿Es tuv is te en la
9
'
A G N O S T O S (lacónico, bebiendo vino). —
E n C r e t a .
(A
Xantos.) B u e n v i n o , X a n t o s .
X A N T O . - E s t á s e n S a m o s , a m i g o . . . L a t i e r ra d e l m a s
du lce v ino que se conoce.
A G N O S T O S (por Cleia, que le sonríe).-
H e r m o s a m u j e r ,
Xan to s . , ,
X A N T O S . — É s t a e s t a m b i é n u n a t i e r r a d e m u j e r e s n e r -
f
mosas. (Xantos liace una seña a Melita para que le sirva
vino al capitán. Melita le sirve.)
A G N O S T O S (por Melita). —
L ind a esc lava .
X A N T O S . — Si no f uer a s un homb r e des in ter es ado de las
cosas del mundo , t e l a r egalar ía .
C L E I A
(en tanto Xantos
bebe).—¿Regalar mi esc l ava .
M E L I T A
(en son de protesta).
— ¡ O h , s e ñ o r
X A N T O S (a Agnostos). -
¿ V e s ? . . . T i e n e n m i e d o . S a -
ben que v iven b ien aqu í . Mi mujer no qu ier e per der a su
esclava , n i l a esc lava qu ier e per der e l b ienes tar que t i ene
en es ta casa . (A las dos mujeres.) A p r e n d e d de A g n o s t o s
a despr eciar los b ienes de la t i er r a .
A G N O S T O S (mirando en torno). —
M a g n í f i c a c a s a .
X A N T O S . — ¿ T e g u s t a ? . . . I c t i n o , q u e c o n s t r u y o e l P a r -
tenón de A tenas , l a h izo par a mí . . .
C L E I A
(bajo a Agnostos, en tanto Xantos se sirve vino).
— ¿ T e q u e d a r á s m u c h o t i e m p o e n S a m o s ?
A G N O S T O S .
— M a g n í f i c a c a s a . (A Cleia.)
¿ E h ? . . ' . ¿ H a -
b labas conmigo? He ven ido a cus tod iar l a» coaechas . Cuan-
d o l a s f a e n a s t e r m i n e n , m e i r é .
C L E I A
(con ansiedad). — Estará s aq uí unos dos m eses,
¿ n o ? (Cleia le ha lavado ya los pies a Agnostos. Le ata
de nuevo las sandalias y se pone en pie. M eliétr retira el
ánfora del agua y la jofaina')
A G N O S T O S
(sin dejar de mirar en torno).
— Magnifica
casa .
C L E I A
(a Agnostos, en voz baja). — No p e has contes-
t ado .
A G N O S T O S . — Dos meses . (Entra Esopo. Trae una fuente,
cubierta con un lienzo, que deja en la mesa. Xantos y Agnos-
tos van hacia la mesa. Xantos le hace una seña al capitán;
y ambos se sientan.)
X A N T O S (descubriendo la fuente). — ¡ A h . . .
Lengua
(Empieza a comer con las manos y hace un gesto a Melita
para que sirva a Agnostos, que se pone también a comer
vorazmente, dando gruñidos de satisfacción.)
A G N O S T O S .
— Hicis te b ien
en traer lengua, Esopo. Es
r e a l m e n t e u n o d e l o s m a n j a r e s m á s e x q u i s i t o s . (Hace un
ademán para que le sirvan vino. Estfpo le sirve. Xantos,
bebe.)
X A N T O S .
— ¿ L o v e s, e x t r a n j e r o ? . . .
Es bueno poseer
las
r iquezas del mundo . ¿No te gus ta sabor ear es ta lengua y
es te v ino?
A G N O S T O S
(con la boca llena, comiendo). — Hum. '
X A N T O S .
— Si r ve o t r o p la to , Esopo* (Esopo #ale
por la
izquierda y vuelve en seguida con otra fuente cubierta. La
lescubre y sirve.)
A G N O S T O
(con la boca llena).
— ¿ Q u é
es
e s t o ? . . .
¡Ah
L e n g u a a h u m a d a .
X A N T O S (a Agnostos).
— Es
apetitosa la lengua ahuma-
d a , ¿ e h ? , a m i g o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 178/267
A G N O S T O S
(mientras Xautos Le sirve vino). — H u m .
X A N T O 8 (b e b i e n d o , alegremente, con indicios ya de em-
briaguez). — R e c o n o c e , a l m e n o s , ¡ e h , e s t o i c o q u e a pesar
de despr eciar e l
m u n d o y s u s b i e n e s , n o d e s d e ñ a s
el buen
v ino de Samos
n i
la
r i c a l e n g u a q u e p r e p a r a n
los pas to r es
de Ar ca d ia . .
A G N O S T O S (en tanto Xantos indica a Mehta que siria
vino). — Hum.
X A N T O S (a Cleia). - M u j e r . . . P o d í a s t o m a r la l ira y
c a n t a r u n
p o c o c o n t u a r m o n i o s a v o z . A s í h o n r a r a s
aun
más a nues t r o
h u é s p e d .
C L E I A — P r e f i e r o c o n t e m p l a r v u e s t r o b a n q u e t e , s i m e
l o p e r m i t e s . . . ¿ P o r q u é n o l e p i d e s a E s o p o q u e c u e n t e
u n a f á b u l a ?
X A N T O S . — E s o p o ,
t r a e o t r o p l a t o , (Esopo sale por ta
derecha. A Cleia.) C a n t a , m u j e r . (Mclita, a un gesto de
Cleia,, le trae u na lira. Cleia, tañendo la lira en un suave
y simple acompañamiento, empieza su canción, Esopo, al
entrar, se detiene a escucharla.)
C L E I A
(cantando).
S o b r e e l c u e l l o d e V e n u s ,
t u b o c a e n m u d e c e .
S o b r e l a p i e l d e V e n u s ,
t u p i e l s e e s t r e m e c e .
E n l a s m a n o s d e V e n u s ,
t u m a n o s e e n a r d e c e .
E n l o s b r a z o s d e V e n u s ,
t u c u e r p o l a n g u i d e c e .
O í d , e f e b o s y a t l e t a s ,
q u e m e m i r á i s c o n d e s e o :
V e n u s , d i o s a d e l a m o r ,
m e h a e n s e ñ a d o s u s e c r e t o .
X A N T O S
(sirviendo vino a Agnostos). — C a n t a b i e n , ¿ n o ?
A G N O S T O S
(con la boca llena). — H u m .
X A N T O S (a Esopo). — S i r v e e l o t r o p l a t o . (Esopo, sir-
ve.) ¿ Q u é t r a e s , a h o r a ?
E S O P O . — L e n c u a .
X A N T O S — ¿ M á s l e n g u a ? . . . ¿ N o
t e h e d i c h o q u e t r a -
j e r a s p a r a m i h u é s p e d l o m e j o r q u e h u b i e r a ? ¿ P o r q u é h a s
t r a í d o s ó l o l e n g u a ? ¿ Q u i e r e s p o n e r m e e n r i d í c u l o ?
E S O P O . — ¿ Q u é h a y m e j o r q u e l a l e n g u a ? . . . L a l e n -
g u a e s l o q u e n o s u n e a t o d o s c u a n d o h a b l a m o s . S i n l a
l e n g u a , n a d a p o d r í a m o s e x p r e s a r . L a l e n g u a e s l a c l a v e
d e l a s c i e n c i a s , e l ó r g a n o d e l a v e r d a d y d e l a r a z ó n . G r a -
c i a s a l a l e n g u a s e c o n s t r u y e n l a s c i u d a d e s ; g r a c i a s a l a
l e n g u a , d e c i m o s n u e s t r o a m o r . C o n l a l e n g u a s e e n s e ñ a , s e
p e r s u a d e , s e i n s t r u y e , s e r e z a , s e e x p l i c a , s e c a n t a , s e d e s -
c r i b e , s e d e m u e s t r a , s e a f i r m a . C o n l a l e n g u a d i c e s : ' ' m a -
d r e ' y " q u e r i d a \ y " D i o s " . C o n l a l e n g u a d e c i m o s " s í * .
L a l e n g u a o r d e n a a l o s e j é r c i t o s l a v i c t o r i a , l a l e n g u a d e s -
g r a n a l o s v e r s o s d e H o m e r o . L a l e n g u a c r e a e l m u n d o d e
E s q u i l o , l a p a l a b r a d e D c m ó s t e n e s . T o d a G r e c i a , X a n t o s ,
d e s d e l a s c o l u m n a s d e l P a r t c n ó n a l a s e s t a t u a s d e F i d i a s .
d e l o s d i o s e s d o O l i m p o a l a g l o r i a s o b r e T r o y a , d e s d e l a
o d a d e l p o e t a a l a s e n s e ñ a n z a s d e l f i l ó s o f o , t o d a G r e c i a
f u e h e c h a c o n l a l e n g u a , l a l e n g u a d e l o s g r i e g o s b e l l o s y
c l a r o s , h a b l a n d o p a r a l a e t e r n i d a d .
X A N T O S
(levantándose medio borracho, entusiasmado).
¡ B r a v o . E s o p o E s v e r d a d . . . N o s h a s t r a í d o l o m e j o r q u e
hay. (Sacándose otra bolsa del cinto y tirándosela a Esopo.)
V u e l v e a l m e r c a d o y t r á e n o s a h o r a l o p e o r q u e h a y a . . .
¡ Q u i e r o c o n o c e r t u s a b i d u r í a (Esopo recoge lu bolsa de
monedas y sale por el fondo. Xantos se da vuelta hacia
Agnostos.) D i m e . . . ¿ N o e s ú t i l y a g r a d a b l e t e n e r u n e s -
c l a v o c o m o é s t e ?
A G N O S T O S
(con la boca llena). — H u m .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 179/267
X A N T O S
(a Cleia).
— B e b e t ú t a m b i é n , m u j e r . . . q u e h o y
somos felices. ¡Bebe (Hace un gesto a Melita para que
le sirva vino a Cleia. La esclava, obedece.) ¡ B e b e . . . (A
Agnostos.)
A mí , car o f o lega , que soy p r eci sam ente lo
con t r ar io que tú . - . . a mí , me gus ta d i s f r u tar de las r ique-
zas , sean un esc lavo , una mujer , o es te v ino que bebemos . . .
¡ M á s v i n o (Melita sirve.) ¡ Hoy ser ía capaz de bebe r me un
tonel de v ino (Bebiendo.) ¿ M e a c o m p a ñ a r í a s , f i l ó s o f o ?
AGNOSTOS. — Hum. (Entra Esopo trayendo una fuente
cubierta con un lienzo.)
X A N T O S . — Aho r a que ya sa bem os qué es lo mejo r que
hay en la t i er r a , veamos qué es lo peor , en op in ión de es te
horrendo esclavo. (Levantando el lienzo que cubre la fuen-
te.) ¿ L e n g u a ? . . . (Indignadísimo.) ¿ O t r a v e z l e n g u a ?
¿ L e n g u a ? . . . ¿ N o h a s d i c h o , m o s t r e n c o , q u e l a l e n g u a
e r a l o m e j o r q u e h a b í a ? . . . ¿ Q u i e r e s s e r a z o t a d o ?
ESOPO. — L a lengua , señor , es lo peor q ue hay en e l
mundo . Es la f uen te de todas las in t r igas , e l p r incip io de
todos los p r ocesos , l a madr e de todas las d i scus iones . Usan
la lengua los malos poetas que nos f a t igan en la p laza;
usan la l engua los f i lóso f os que no saben pensar . La len -
gua, mien te , esconde, t er g iver sa , b las f ema, insu l ta , se aco-
bar d a , mend iga , impr ec a , babosea , des t r uye, ca lum nia^ ven-
de , seduce, dela ta , co r r ompe. Con la l engua decimos "mue-
r e " y " c a n a l l a " , y " p l e b e " . C o n l a l e n g u a d e c i m o s " n o " .
Aqui les expr esó su có ler a con la l engua; con la l engua t r a-
maba U l i ses sus ar d ides . Gr ecia va a ag i tar con la l engua
los pobr es cer ebr os humanos par a toda la e ter n idad . ¡ Ahí
t ienes , Xan tos , po r qué la l engua es la peor de todas las
c o s a s
X A N T O S . — ¡ B r a v o , E s o p o ¡ B r a v o (A Agnostos.) ¿ L o
ves , co lega? . ¿ . ¿No es mar av i l loso ser r ico y poseer un es -
c lavo como és te? ¿No es asombr oso? ¡ V ino , Mel i ta , v ino
(Melita sale por la izquierda.• vuelve con otra ánfora y sir-
ve.) ¡ Es toy tan con ten to , que ser ía capaz de beber me todo
el v ino que hay en la t i er r a (A Agnostos.) C a r o f i l ó s o f o :
aqu í , f r en te a t i , hay un hombr e que ser ía capaz de beber se
el mar en ter o .
A G N O S T O S (con un gesto de negación).
— H u m .
C L E I A .
— Xanto s . es tás bo r r ach o .
X A N T O S . —
¡ C á l l a t e , m u j e r
(A Agnostos.)
¿No cr ees
que sea capaz de beber me todo e l ma r ? Esopo . . . D i je que
soy capaz de beber me e l mar . (A Agnostos.) ¿Qu ier es e l
postre? (A Melita.) Sírvele. Melita. (Melita trae el postre
y lo sirve. Xantos le hace una seña a Esopo para qu,e sirva
vino. A Agnostos.) D i la ver d ad : ¿cr ees que no soy capaz
d e b e b e r m e e l m a r ?
A G N O S T O S
(moviendo negativamente la cabeza).
— H u m .
X A N T O S (excitado y borracho).
— ¡A p u e s t o c o n t i g o
¡ Apues to lo que qu ier a s ¡ Mi casa , mi d iner o , mis esc la-
v o s . . . t o d o ¿ A c e p t a s ? . . . ¡ V a m o s , a c e p t a
A G N O S T O S
(
afirmativo). — H u m .
X A N T O S . — D a d m e u n a h o j a , d a d m e c o n q u é e s c r i b i r .
¡ Du dar de la palabr a de Xan tos Esop o . . . ¡ Dam e con qué
e s c r i b i r
C L E I A .
— ¡ E s t á s b o r r a c h o , X a n t o s
X A N T O S . — ¡ C a l l a (Esopo trae una hoja de papiro y un
pincel.) A q u í e s t á . . . ¿ C u á n d o q u i e r e s q u e m e b e b a e l m a r ?
A G N O S T O S
(con indiferencia).
— H u m , h u m .
X A N T O S (enardecido por la embriaguez, escribiendo.—
"Xan tos , e l f i ló so f o , se compr omete a i r mañana a la p laya
de Samos y beber se e l mar . . . ; y s i no lo h ic ier a en t r egar á
t o d o s su s b ie n e s , s u c a s a y s u s es c l a v os , a s u a m i g o . . . "
(Dejando de escribir.)
¿Cómo te l lamas?
A G N O S T O S .
— Agnos tos .
X A N T O S (escribiendo).
— . . . A g n o s t o s " . (Entregándole
el
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 180/267
papiro a Agnostos.)
Toma.
(Agnostos hace un gesto de re-
chazó, pero Xantos lo fuerza a tomarlo.)
¡Toma
(Agnostos
lo toma.) ¡ L o v a s a v e r , c o l e g a L o v a s a v e r . . . ¿ D ó n d e
e s t á e l p o s t r e ?
(Esopo se lo sirve.)
¡ A h . . . M u y b ie n .
(Xantos y Agnostos empiezan a comer el postre. Al primer
bocado, Xantos hace una mueca y escupe todo, asqueado.)
¿ Q u i é n h a h e c h o e s t e p o s t r e ?
CLEIA. — Yo , Xan to s .
XANTOS. — ¡Es e l p o s t r e má s d e tes t a b le q u e h e p ro b ad o
en to d a mi v id a Qu ien h a h ech o u n p la to as í , merece s e r
q u e m a d a e n l a h o g u e r a .
C L E I A . — ¡ X a n t o s
X A N T O S . — ¡ A
l a h o g u e r a ] . . . (En el paroxismo de la
borrachera y del delirio.) ¡ Q u e m e t r a i g a n l e ñ a , q u e v o y
a quemar a mi mujer
(Agnostos se pone bruscamente en
pie
,
como iluminado por una idea repentina. Por primera
vez, su rostro tiene una expresión humana, y habla discur-
sivamente.)
A G N O S T O S
(a Xantos). — ¿Quieres
q u e m a r a t u m u j e r ?
j E s p e r a V o y a b u s c a r la m í a . . . ¡ A s í h a r e m o s u n a s o l a
hoguera y las quemaremos a las dos
(Abatido de pronto, se
deja caer de nuevo en la banqueta, esconde la cara entre
las manos y llora copiosamente, desentendido ya de lo que
sucede a su alrededor.)
E
S 0
p
0
. — ¡ E s l a m e j o r f á b u l a q u e h e
c o n o c i d o
h as t a
h o y
C L E I A
(levantándose y hablándole a Xantos con vehe-
mencia).— ¡ N o t e s o p o r t o m á s , f i l ó s o f o i n m u n d o ¡ Q u e
los dioses te maldigan
(Cleia, con paso presuroso y firme
resolución sale por la puerta del fondo.)
T E L Ó N R Á P I D O
S E C U N D O A C T O
/•. '/ mismo dccoriulo. Luz matinal. Al levantarse el telón,
están en escena
X A N T O S Y E s o r o .
Sentado junto a tu mesa,
desesperado, Xantos llora y golpea el tablero con los puños.
X A N T O S
( l l o r a n d o , e n p l en a c r is is d e d e se s pe r ac i ón . —
¿ L o v e s , E s o p o ? . . . M i m u j e r s e h a i d o . ¡ A h , a h ,
a h . . .
M e h a d e j a d o , a m í . . . ¡ A m í S e h a i d o .
(Sollozando.)
¡ A h . a h . a h ¿ Q u é h e d e h a c e r ? . ' . . ¡ A h , a h , a h
E S O P O . - - U n r a t ó n s e h i z o u n a v e z a m i g o
d e u n a r a t a . . .
X A N T O S
( i n t e r r u m p i é n d o l e ) .
- ¡ B a s t a d e t u s m a l d i t a s
h i s t o r i a s M i m u j e r m e h a a b a n d o n a d o . . . ¿ T e p a r e c e q u e
e s e l m o m e n t o d e c o n t a r f á b u l a s d e a n i m a l e s ?
E S O P O . - L o q u e t ú d i g a s . . . \ o t e c o n t a r é n a d a m á s .
( B r e v e p it us a.)
¿ T a n t o q u i e r e s a t u
m u j e r ?
X A N T O S
(entre s o l l o z o s ) . - -
L a q u i e r o , s í . . . P e r o n o e s
e s o l o q u e m e d e s e s p e r a . S i f u e s e y o q u i e n h u b i e r a d e j a d o
a m i m u j e r , n a d i e d i r í a n a d a . . . ; e n c a m b i o , c u a n d o e s l a
m u j e r l a q u e d e j a a l m a r i d o , t o d o s s e r í e n d e é l . . . ¡ A h . a h .
a h Y o s o y 1111 f i l ó s o f o . E s o p o . . . N a d i e d e b e r e í r s e d e m í .
¿ Q u é d e b o h a c e r ?
E S O P O . — E n g e n e r a l , l a s m u j e r e s n o s o p o r t a n a l o s
f i l ó s o f o s .
X A N T O S . — E s o p o . . . L a c i u d a d e n t e r a v a a r e í r s e d e m í .
¡ A h , a h , a h
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 181/267
ESOPO. — L a ciudad en ter a se r íe de mí , y no me mor -
t i f ica .
X A N T O S .
— E s o p o . . . ¿ Q u é t en g o q u e h a c e * ?
E S O P O .
— S i t e l o d i g o, ¿ m e l i b e r t a r á s ?
X A N T O S . — ¿ H a r á s v o l v e r a m i m u j e r ?
E S O P O . — Sí , l a har é vo lver .
X A N T O S . — T e l i b e r t a r é . ¿ Q u é h e d e h a c e r ?
E S O P O . — D a m e
d i p e r o .
(Xantos saca del cinto una bol-
sa, extrae una moneda y se la entrega a Esopo.) D i n e r o . . .
Más d iner o . Con es to , n inguna mujer vuelve a su casa
(Xantos saca una moneda más de la bolsa y se la entrega
a Esopo.)
X A N T Q S . — D É T E
p r i sa .
E S O P O
(tendida
aún la mano). —
D i n e r o , X a n t o s . D a m e
toda esta bolsa-, (Toma la bolsa de las manos de Xantos,
saca todas fas mmfa* se las pone en la palma, las sope-
sa.) Es poco ,
XANTOS. — ¿P ac a? • • • ¿ M e q u i e r e s a r r u i n a r ?
E SO PO . — D a m e m u c h o d i n e r o , X a n t o s . T o d o , e l d i n e r o
que l l evas en r ip ia-
X A N T O S . - A D E M A S DE
m i m u j e r - . , ¿ q u i e r e s t a m b i é n
que pierda mi fortuna? i^opo permanece en la misma ac-
titud, la mano tendida. Xantos saca de la cintura otra bolsa
de monedas y va a entregársela a Esopo; pero con un vivo
movimiento, retrocede.) ¿Es tás segur o de que neces i tas t an -
to d iner o?
E S O P O -
— ¿ Q u i e r e s q u e t u m u j e r v u e l v a ? . . . ¿ O n o ? . . .
X A N T O S . — ¿ N o p o d r í a v o l v e r . . . p o r m e n o s ? (Xantos
va a entregar la segunda bolsa. Pero prefiere abrirla y sacar
algunas monedas antes de dársela a Esopo.)
X A N T O S .
— ¿ N o
TE
p r o p o n e s h u i r c o n m i d i n e r o ?
E S O P O (con la mano tendida para recibir «ACIAS tas mo-
nedas). — Dámelo todo. (A regañadientes, Xantos le entre-
ga a Esopo todas las monedas.)
XANTOS. — ¿ Estás segur o de q ue n o püed e h acers e má s
b a r a t o ?
E S O P O . — ¿ T i e n e s a ú n m á s d i n e r o e n c i m a ?
(Coti un ges-
to reacio, Xantos le entrega a Esopo Uhá tercera bo lsá.)
E S O P Ó .
— Pr on to ten dr ás a tu m uje r de vuel ta .
(Ésopo,
sale. Xantos, receloso, va de un lugar ü Otro. Sii desconfian-
za crece. Se acerca a la puerta del fóndo, mita, vuétve.
A cada instante es ma yor su congoja. Éate palmas. Entren
Meli a.)
M E L I T A .
— ¿ M e h a s l l a m a d o , X a n t o s ?
¿
X A N T O S . — M e l i t a . . . L e h e d a d o d i n e r o a E s o p o p a r a
que haga vo lver a Cle ia . ¿No cr ees que se escapar á con mi
d i n e r o ? M e l i t a . . . ¿ N o s e r í a m e j o r a v i s a r a l o s g u a r d i a s
de que mi esc lavo me ha engañ ado y ha hu i do? ¡ Dónde
t e n í a yo l a c a b e z a p a r a n o h a b e r p e n s a d o e n e s o . . .
M E L I T A . — ¿ L e h a s d a d o d i n e r o a E s o p o ?
X A N T O S . — S e l o h e d a d o . . . Y a h o r a v e o q u e h e h e c h o
mal . ¿Cr ees que va a vo lver ?
M E L I T A . — N o l o s é .
X A N T O S (con súbito arrebato, afligidísimo, entre sollo-
zos)
¡ Ah , he per d ido a mi mu jer , mi d iner o y mi es -
c l a v o ¡ H e s i d o e n g a ñ a d o ¡ M e h a n e n g a ñ a d o ¡ A h , M e l i -
t a . . . ¿ Q u é p ue d o h a c e r ? ¡ A h , a h , a h . . .
M E L I T A . — ¿ Y
s i Esopo no vo lv iese* Xan tos?
X A N T O S .
— Llam ar é a los guar d ias , lo buscar án por to -
das par tes . Y cuando lo encuen t r en , lo har é to r tu r ar como
no f ue to r tu r ado nunca n ingún esclavo . (Sollozando.) ¡ Ah ,
a h , a h . . .
M E L I T A (insinuante).
— ¿ T e g u s t a t o d a v í a tu m u j e r ?
XANTOS.— ¡ No se t r a ta só lo de mi mu je r Aho r a es mi
mujer , mi d iner o y mi esc lavo .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 182/267
M E L I T A . — O l v i d a u n p o c o t u c ó l e r a . M í r a m e a m í . C o n -
t é s t a m e : ¿ t e g u s t a t u m u j e r ?
X A N T O S . - ¡ C l a r o q u e m e g u s t a S i n o m e g u s t a r a , n o
e s t a r í a a s í . . . (Sollozando.) ¡ M i d i n e r o . . . ¡ A h , a h , a h .
M E L I T A . — N u n c a p u s i s t e t u a t e n c i ó n e n m í , X a n t o s . P e r o
s o y y o q u i e n l e p e i n a a C l e i a l o s c a b e l l o s d e e s e m o d o q u e
a t i t a n t o t e g u s t a . . . S o y l a q u i e n e l i g e s u s t ú n i c a s y l e
c i ñ e l o s p l i e g u e s a l c u e r p o , p a r a q u e e s t é m á s h e r m o s a .
X A N T O S . — ¿ Q u é m e q u i e r e s d e c i r ? . . .
M E L I T A . - S o v y o q u i e n l e e n s e ñ a l o s s e c r e t o s d e l a m o r .
C l e i a n o s a b í a q u e u n a m u j e r h a d e s e r a c a r i c i a d a s u a -
v e m e n t e , c o m o l a s c u e r d a s d e l a r p a . S o n m i s t e r i o s q u e s e
a p r e n d e n e n l o s v e r s o s d e S a f o y e n l o s j a r d i n e s d e C o r i n t o .
X A N T O S . — P o r e s o m e g u s t a e l l a . A p r e n d i ó m u y b i e n . . .
Y a h o r a . . . (Sollozando.) ¡ A h , a h , a h
M E L I T A . - S i l a p e r d i e s e s , n o l o l a m e n t e s . Y o c o n o z c o
e l a m o r m e j o r q u e e l l a . . . Y t ú n i s i q u i e r a m e m i r a s .
X A N T O S . — ¿ Q u é e s t á s d i c i e n d o ?
M E L I T A . — A v e c e s , c u a n d o t e s i r v o e l v i n o p o r . e n c i m a
d e t u h o m b r o , p i e n s o q u e m i p e r f u m e t e v a a h a c e r v o l v e r
l a c a b e z a , q u e t u s o j o s v a n a a d i v i n a r e l t e m b l o r d e m i s
s e n o s , q u e c a s i r o z a n t u n u c a . P e r o t ú n o t e d a s c u e n t a .
X A N T O S . — ¿ M e q u i e r e s , M e l i t a ? ¡ P o b r e M e l i t a
M E L I T A . - N u n c a d i g a s p o b r e a u n a m u j e r . D e t o d o s l o s
s e n t i m i e n t o s , l a p i e d a d e s e l q u e m á s n o s h i e r e .
X A N T O S . - E n t o n c e s , ¿ m e q u i e r e s ? E s t a b a s a q u í , y y o
1 10 m e f i j a b a .
M E L I T A . - L a c a r i c i a q u e p r e f i e r e s . . . l a d e p a s a r l o s
d e d o s p o r t u c a b e z a , e n r e d a r l o s e n t u s c a b e l l o s y d e s l i z a r -
I e s p o r t u s h o m b r o s , f u i y o q u i e n s e l a e n s e n o .
X A N T O S . - ¡ E s c u r i o s o U n f i l ó s o f o c o m p r e n d e l a s c o s a s
d e l c i e l o y d e l a s e s t r e l l a s , y n o v e n u n c a l o q u e t i e n e d e -
l a n t e . (Volviendo
a
su obsesión.) ¡ M i m u i e r , M e l i t a . . . y
m i d i n e r o , y m i e s c l a v o ¡ A h , a h , a h
M E L I T A . — ¿ D e q u é t e s i r v e u n a m u j e r q u e n o t e q u i e r e ?
¿ D e q u é t e s i r v e u n d i n e r o q u e n o g o z a s ? . . . ¿ D e q u é t e
s i r v e u n e s c l a v o q u e t e m o l e s t a c o n s u s i r o n í a s ?
X A N T O S . — M e l i t a . . . H a y q u e l l a m a r a l o s g u a r d i a s , d e -
c i r l e s q u e E s o p o m e h a r o b a d o y h a h u i d o .
M E L I T A . — ¡ Q u i é n s a b e s i n o h a b r á h u i d o c o n t u m u j e r
X A N T O S (sobresaltado). — ¿ Q u é ? . . . (Recobrándose.)
¡ I m p o s i b l e
M E L I T A . — ¿ C u á n t a s c o s a s i m p o s i b l e s , f i l ó s o f o , n o h a s
v i s t o y a s u c e d e r ?
X A N T O S . — E s v e r d a d . . . E s e s o . ¡ H a n h u i d o ¡ M e h a n
e n g a ñ a d o l o s d o s ¡ A h . . . ¡ L l a m a a l o s g u a r d i a s ¡ L l á -
m a l o s
M E L I T A . — D e j a q u e s e v a y a n . ¿ Q u é p i e r d e s ? U n a m u -
j e r q u e e n v e z d e q u e r e r t e , p r e f i e r e a u n m o n s t r u o .
X A N T O S . — ¿ Y m i d i n e r o . M e l i t a ?
M E L I T A . — E s u n p r e c i o b a r a t o p a r a l i b r a r t e d e a m b o s .
S i y o t o m a s e t u c a b e z a e n t r e m i s m a n o s , v e r í a s c ó m o t e o l -
v i d a s d e t o d o .
X A N T O S
(con repentino arrebato).
— A c a s o p u e d o o l v i -
d a r q u e s o y u n m a r i d o e n g a ñ a d o . . . ? ¿ P u e d o o l v i d a r q u e
m i m u j e r s e h a e s c a p a d o c o n u n v i l e s c l a v o , q u e h a p r e f e -
r i d o a u n h o m b r e h o r r e n d o a m í . . . a m í ? ¿ Y m i d i n e r o . . . ?
¿ Y e l r i d í c u l o d e t o d o e s t o ? ¡ T o d o e l p u e b l o d e S a m o s s e
v a a r e i r d e l f i l ó s o f o q u e m á s a d m i r a b a ¿ Y m i s d i s c í p u -
l o s ? M e d e j a r á n , i r á n a e s c u c h a r l a s l e c c i o n e s d e C r i s i p o .
C u a n d o m e v e a n p a s a r , t o d o s d i r á n : " X a n t o s , n o p e r d i s t e
c u e r n o s . . . l u e g o l o s t i e n e s . " ¡ N o , M e l i t a M i m u j e r y m i
e s c l a v o , l o s d o s , t i e n e q u e s e r c a s t i g a d o s . L l a m a a l o s
g u a r d i a s . D i l e a l e t í o p e q u e p r e p a r e e l v e r g a j o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 183/267
M ELITÁ. — ¿Es t an só l o e s t o l o q ue de sea s que ha ga ?
; N o q u i e r e s n a d a m á s d e m í ?
X A N T O S (con su idea / ¿ / a ) . - ¡ E s im p o si b le N o p ue d o
c r e e r l o , n o p u e d o , n o p u e d o . . . (Xantos se felpea la ca-
acoa Js puños. Per
o,
súbitamente, se ^ y ^ a j
Melita como si acabara de ocurrírsele una idea.) ,Espera .
¿ E l l a p r e f i e r e u n e s c l a v o a m í ? . . . ¡ P u e s y o l e d e m o s t r a r e
q u e p r e f i e r o u n a e s c l a v a a e l l a
M E L I T A - i X a n t o s
(Melita tienede los brazos a Xantos
c o n sto de entrega. En ese momento Esopo entra por
la vuena del fondo. Viene cargado de fardos: escarcelas
estatuillas, tejidos y sandalias, „ue tira triunfalmente en el
suelo.)
E S O P O . — ¡ Y a e s tá
M E L I T A (con áspera sorpresa).— ¿ H a s v u e u o .
X A N T O S . — ¿ Y m i m u j e r ?
E S O P O . - N o h e v i s t o a t u m u j e r . P e r o h e c o m p r a d o t o -
^ ° X A N T O S - — ¿ C o n m i d i n e r o . . . ? (Indignadísimo.) ¡ C o n
m i d i n e r o
E S O P O . — P a r a t u c a s a m i e n t o .
M E L I T A . - ¿ S a b í a s
q u e X a n t o s v a a c a s a r s e ? E r e s m e -
j o r de l o que yo pensaba .
X A N T O S . - ¿ P o r q u é h a s g a s t a d o m i d i n e r o e n e s t a s t o n -
t e r í a s ? ,
T
E S O P O . - ¡ M i r a , X a n t o s N o s on t o nt er í as . M i r a . . . l e -
j i d o s f i n o s d e C a r t a g o . (Empieza asacar ya
hay en las bolsas.) ¡ C o l l a r e s . . . ¡ B r a z a l e t e s . . . . E s t a t u i
l i a s d e T a n a g r a S a n d a l i a s l ev e s , d e c u e r o d e g a c e l a . H i l o s
d o r a d o s p a r a l a c i n t u r a .
X A N T O S
(colérico).—
¿ P a r a q u é ? . .
M E L I T A (sin dejar de hablar a Xantos).- ¡ H e h e c h o
b i en (Tomando una joya, un tejido.) ¡Qué l indos son
(Probándolos en su cuerpo.) ¡ Qué hermosas
X A N T O S (a Esopo).— ¿ P o r q u é h a s h e c h o e s t o ?
E S O P O . — Tod a l a c i ud ad s abe qu e t e va s a c a sa r .
X A N T O S . — ¿Di cen en l a c i udad que me voy a c a sa r?
E S O P O . — En cada l on j a , a c ada me rcad e r a qu i en l e ha -
c í a u n a c o m p r a , o í a l a m i s m a p r e g u n t a : " ¿ P a r a q u é s o n
esos r i cos t e j i dos , Esopo? ¿Y e sos b raza l e t e s? ¿Y e sos
p e r f u m e s ? " Y y o r e s p o n d í a : " ¡ S o n p a r a m i a m o , q u e s e
v a a c a s a r "
X A N T O S (en el paroxismo de la indignación). —
¡
Es e l
c o l m o V o y a h a c e r t e a z o t a r h a s t a q u e . . .
M E L I T A . — N o l o c a s t i g u e s . . . S e h a d a d o c u en t a d e l o
que i ba a sucede r .
X A N T O S .
— ¿ C ó m o q u i e r e s q u e n o l o h a g a a z o t a r ? M e
h a p e d i d o d i n e r o p r o m e t i é n d o m e q u e h a r í a v o l v e r a m i
muj e r , y en vez de hace r l o , ha sa l i do por l a c i udad a com-
pra r cosa s i nú t i l e s .
M E L I T A . — No son i nú t i l e s , Xan t os . Nos van a hace r f a l t a .
X A N T O S
(a Esopo).—
¡Se rá s c a s t i gado como nunca 1c
f u i s t e ¿ P o r q u é n o h a s b u s c a d o a m i m u j e r , c o m o m e p r o -
me t i s t e ?
E S O P O . — No e ra n ece sa r i o .
M E L I T A
(a Xantos). —
No , no e ra n ece sa r i o .
(A Esopo.)
Eres i n t e l i gen t e . Ha ré t odo l o pos i b l e pa ra que Xan t os t e
l i be r t e .
E S O P O . — X a n t o s p r o m e t i ó l i b e r t a r m e . C u m p l i r á s u p r o -
m e s a .
X A N T O S .
— Te l o p rom e t í , s i hac í a s vo l ve r a mi mu j e r .
E S O P O . — L o v a s a v e r .
M E L I T A . — Cl e i a no t i ene aho ra po r qué vo l v e r .
(Por la
puerta del fondo, entra Cleia, indignada, que se dirige a
Xantos.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 184/267
C L E I A . — ¿M e h an d ich o q u e t e v as a cas a r? T o d a l a c iu -
d a d c o m e n t a q u e p r e p a r a s u n a j u a r d e c a s a m i e n t o . (Viendo
las joyas, telas y perfumes en el suelo.) ¿De modo que es
v e r d a d ?
E S O P O (a Xantos). — P r o m e t í q u e h a r í a v o l v e r a t u m u -
je r . Ah í l a t i en es . Dame mi l ib e r t ad , Xan to s .
X A N T O S (sin escuchar a Esopo, a Cleia).— ¡ H a s v u e l t o
¡Oh, has vuelto (Melita esconde la cara entre las manos
y solloza.) ¿ P o r q u é l l o r a s , e s c l a v a ?
E S O P O .
— D e a l e g r í a , p o r q u e t u m u j e r h a v u e l t o .
(A Me-
lita.) ¿ N o e s a s í, M e l i t a ? ¡ P o b r e M e l i t a Q u é b u e n c o r a -
z ó n t i e n e s , q u é e n c a r i ñ a d a e s t á s c o n tu a m a . . . N i s i q u i e r a
t e p a s a p o r l a i m a g i n a c i ó n c o n s e g u i r t u l i b e r t a d . (A Xan-
tos.)
A q u í e s t á t u m u j e r , X a n t o s . B a st ó a n u n c i a r q u e i b a s
a c a s a r t e , p a r a q u e v i n i e s e . . . ¿ N o t e a l e g r a ?
X A N T O S — ¡Me a leg ra , s í
(Tendiéndole los brazos a
Cleia.) ¡ A h . . . C l e ia , C l e i a F e l i z m e n t e , h a s v u e l t o .
E S O P O (a Xantos). — D a m e a h o r a m i l i b e r t a d .
M E L I T A (dolida). — P i d e a h o r a t u l i b e r t a d , e s c l a v o . . .
ah o ra q u e y o ib a a lo g ra r l a mía . (A Cleia.) S i n o h u b ieses
v e n i d o , t u m a r i d o m e h u b i e r a t o m a d o p o r e s p o s a . (A Eso-
po.) ¡ E s t o es lo q u e h a s a r r e g l a d o c o n t u s m a ñ a s (A Xan-
tos.)
¡ Q u é d a t e c o n e l l a D e s d e h o y , n o p o d r á s d e c i r q u e s e
q u e d ó c o n t i g o p o r a m o r . . . s i n o p o r t u d i n e r o . ¡ Q u é d a t e
c o n l a m u j e r q u e p a g a s ¡ Q u é d a t e co n l a e s p o s a q u e s e e m -
b e l l e c e p a r a g u s t a r a l c a p i t á n d e g u a r d i a s
C L E I A . — ¡ M e l i t a (A Xantos.) N o l a c r e a s . . . H a b l a a s í •
p o r d e s p e c h o . (A Melita.) ¡ R e t í r a t e
E S O P O . —
¡
P o b r e M e l i t a N o s u p i s t e e l e g i r u n b u e n c a -
m i n o p a r a l o g r a r t u l i b e r t a d .
M E L I T A
(yendo hacia el mutis, entre sollozos).
— ¿ C r e e s
q u e t ú e r e s m á s n o b l e ? X a n t o s d e c í a h a c e u n m o m e n t o q u e
t ú h a b í a s h u i d o c o n s u d i n e r o y c o n s u m u j e r . (Melita sale
por la puerta de la derecha.)
E S O P O . — X a n t o s . . . ¡ D a m e m i li b e r t ad
X A N T O S . — L u e g o h a b l a r e m o s d e e s o .
E S O P O . — X a n t o s , c u m p l e t u p a l a b r a .
C L E I A - No so t ro s t e es t imam o s , Eso p o . ¿Po r q u é q u ie -
res i r t e ? i i
E S O P O . - P o r q u e y o t a m b i é n m e e s t i m o . ¡ M i l i b e r t a d ,
X a n t o s
X A N T O S .
— Cle ia t i en e razó n .
E S O P O . — M e l o p r o m e t i s t e , X a n t o s .
X A N T O S . — T ú n o c r e e s e n a u g u r i o s ; p e r o y o s í . Y o
creo So lo s e rás l ib re s i e so fu e ra d e b u en au g u r io p ara
mi. (Señalando la puerta del fondo.) Vé a aquella pu ert a . . .
Si l l eg as a v e r en e l c i e lo a d o s g ra jo s v o lan d o , eso s ig n i -
f i ca ra q u e lo s d io ses d esean q u e t e l i b e r t e ; s i l o s g ra jo s n o
ap arecen , s e rá s eñ a l d e q u e lo s d io ses n o q u ie ren q u e y o t e
d e j e l i b r e p o r a h o r a . V e a l a p u e r t a .
E S O P O (yendo hacia la puerta).-
¿
p
or
q u é h a c e s q u e
u n a c t o d e j u s t i c i a t e n g a q u e d e p e n d e r d e l a c a s u a l i d a d ?
D e b í a s c u m p l i r t u p a l a b r a , a u n q u e l o s d i o s e s t e l a v e -
d a s e n .
X A N T O S . — S i lo s d io ses es t án co n t ig o , te l i b e r t a ré . (Eso-
po se encamina hacia la puerta y queda en la parte de fue-
ra, mirando a un lado y a otro del cielo. A Cleia.) ¡ Cleia '
¡ Q u é b i e n q u e h a y a s v u e l t o ¡ Q u é a l e g r í a v e r t e o t r a ' v e z
a q u í , t e n e r t e c e r c a , m i r a r t e c u a n d o q u i e r a (Esopo des-
aparece.)
Bésame.
C L E I A (en tanto Xantos la atrae hacia sí). — Esto s re-
g a l o s . . . ¿ s o n m í o s ?
X A N T O S . — S í , s o n t u y o s . B é s a m e , C l e i a . (Se besan, fue-
ra se oyen risas. Ellos se separan.) Se ríen.
C L E I A . — Se r í en .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 185/267
X A N T O S - Se r íen de Esop o por qu e es f eo .
CL
T
A - S e r í e n p o r q u e l es h a c o n t a d o a l g u n a f a b u U
V- Nn Ríen por q ue es tán co n te n to s . . . Ese . es
X A N T O S . — N o . K i e n P
o r (
l
L a s
f á b u l a s d e E s o p o ,
e l m o ti vo q ue h a ce r eí r a l os ^ Z t e Z C u an do e s ta m os
s u
f ea ld ad , no son mas que un p r e tex o
c o n t e n to s , c u a l q u i e r p r e t e x t o - h r e - ^
C L E I A . - E s o p o n o t e e s s i m p á t i c o . P
m u l a r . .
u e
de sen t i r
X A N T O S .
— N o s é p o r q u e . . .
P E R O
s impat ía por qu ien t i ene r azón
C L E I A . — S i E s o p o t i e n e r a z ó n , ¿ p o r q u e n
' ^ N T O S - N o e s tá a ú n m a d u r o p a r a l a l ib e r t a d .
¿
T e P - c e j o r q u e ande c o n c h a s ?
• r i p ia ' TÚ le t i enes af ecto ,
6
n o .
• ^ t í s s x s z ?
; C o m p r e n d e s ?
J
v » r r nc — No . No co mpr e ndo .
A N T O S - N o . . . P
?
^
e g d e l o q u e m e
C L E I A (nendose).
— ¿ v e s . .
r í o
- , , v - X a n t o s ' M i r a . . . ¡ D o s g r a j o s e n
E S O P O Í ^ ^ ' X T L ' V E N
a v e r l o s
(Dando-
e l c i e l o . . . ¡ V e n a p r i s a ,
nuevo se abrazan y
se vuelta, ve a Xantos y a Ciegue de ^ ^
¿ s
ver Xantos
(Llevándolo hacia la puerta.)
i
loado sean los d ioses (Señalando un punto lejano.) ¡ M i r a ,
X a n t o s
X A N T O S (mirando al cielo).
— No veo nada.
E S O P O . — A l l í , a l l í , j u n t o a l h o r i z o n t e .
X A N T O S . — Veo so la mente un g r a jo „vo lando . Ven a ver
Cleia. (Cleia se adelanta hacia la puerta.) ¿No es uno sólo?
E S O P O . — ¡ T e j u r o q u e e r a n d o s, X a n t o s ¡ H a s t a r d a d o
t a n t o , q u e u n o h a d e s a p a r e c i d o
X A N T O S (a Cleia). —
¿Ve s dos g r a jo s en el c ie l o?
C L E I A . — N o .
X A N T O S
(a Esopo).
— Los d ioses no qu ier en que te l i -
berte. (Esopo se apoya en la puerta, abrumado y vencido.)
T e n g o q u e i r a v e r a m i s d i s c í p u l o s . . . B é s a m e , C l e ia . (Cleia
le ofrece la mejilla. Xantos la besa y sale. Una pausa.)
C L E I A (a Esopo).
—¿Estás l lo r ando?
E S O P O . — N o .
C L E I A .
— Tienes l ág r im as en los o jos .
E S O P O . — De tan to m ir ar e l ho r izo n te . O lv idé q ue no de-
b ía mir ar lo . Los hombr es como yo , no deben mir ar e l ho -
r izon te . Deben andar con los o jos bajos .
C L E I A
(tras una pausa). — ¿ S a b e s p o r q u é h e v u e l t o ?
E S O P O .
— P o r q u e . . . p o r q u e p i e r d e s a t u m a r i d o .
C L E I A
¿ N a d a m á s ? M í r a m e b i e n , E s o p o .
E S O P O (sin mirarla).
— Ya te d icho que debo a nda r con
los o jos bajos .
C L E I A
(dulcemente imperiosa).
— M í r a m e .
E S O P O . — N o . . . N i t ú m e m i r e s t a m p o c o . N o e s d ec e n t e .
S o y f e o . . . S o y h o r r e n d o .
C L E I A . — M í r a m e b i e n , h o m b r e h o r r e n d o . ¿ N o v e s q u e
er es her moso , r ef le jado en la luz de mis o jos?
E S O P O .
— Que los d ioses te los bend igan , Cle ia . Pe r o n o
busques que yo los en t ienda.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 186/267
CLEIA. — Lo s en t i en d es , s í . No e res má s q u e feo . No e res
i m b é c i l .
ESOPO. — S í , C le ia . . . So y u n imb éc i l .
CLEIA. — No lo e re s . . . Y mi n o mb re , co m o sab es , s ig -
n i f i c a g l o r i a .
ESOPO. — No q u ie ro l a g lo r i a . Qu ie ro l a l i b e r t ad .
C LE IA . — X a n t o s n o t e d a r á n u n c a l a l i b e r t a d . ¡ N u n c a
(Breve pausa.) V é n g a t e d e é l . . . T ó m a m e e n t u s b r a z o s ,
q u i é r e m e .
ESOPO. — No p u ed o . So y su esc lav o .
C LE IA . — ¿ T u a l m a n o e s l i b r e . . . ? ¿ T i e n e s p r e j u i c i o s
d e cas t a? Para mí , n o e res esc lav o .
ESOPO. — Eres l a m u j e r d e m i a mo .
CLEIA. — So y l a mu je r d e u n h o mb re q u e t e h ace azo ta r ,
q u e t e d e s p r e c i a , q u e t e t o r t u r a , q u e t e h u m i l l a . H á z m e t u -
y a . . . V a m o s , e s t ú p i d o , v é n g a t e d e X a n t o s .
ESOPO. — No , C le ia . Ten g o u n a v en g a n za m ejo r . La d e
n o q u ere r . La zo r ra , mi ran d o l as u v as en lo a l to d e l a p a r ra ,
d i j o q u e e s t a b a n v e r d e s , p o r q u e n o p o d í a a l c a n z a r l a s . I m a -
g ín a te ah o ra q u e l as u v as , mad u ras y d u lces , a l a l can ce d e l a
z o r r a , o f r e c i é n d o s e . . . i m a g í n a t e t a m b i é n q u e l a z o r r a l a s
rech azara , y q u e l as u v as , en to n ces s e p u s ie ran v erd es d e
o d io , v e rd es p o r e l d esp rec io , v e rd es d e l imp u d o r d e su ap e-
t i t o s a m a d u r e z d e s d e ñ a d a . . . E s t a e s l a v e n g a n z a . M e v e n -
g o a s í d e X a n t o s . N o t e q u i e r o . . . T ú , t a n h e r m o s a ; t ú l a
g l o r i a ; t ú , l a d e s e a d a , la m u j e r d e m i a m o r . . . ¡ n o t e
q u i e r o
C L E I A .— ¡ T o n t o Y o c o n v e n c e r í a d e s p u é s a X a n t o s p a r a
q u e t e d e j a r a l i b r e . ¿ N o q u i e r e s l a l i b e r t a d ?
ESOPO. — As í n o , C le ia . L a l ib e r t a d es l imp ia , y só lo
d e b e m o s t o c a r l a c o n l a s m a n o s l i m p i a s .
CLEIA. — ¿Pre f i e res s e r esc lav o ?
E S O P O . — S í .
C LE IA . — ¿ E s p e r a s q u e X a n t o s t e l i b e r t e u n d í a p o r t u s
b u e n a s a c c i o n e s ?
E S O P O . — S í .
CLEIA. — Cu an d o m ejo r s eas p a ra é l , más ú t i l l e s e rá s
y m á s e m p e ñ o t e n d r á e n r e t e n e r t e c o m o e s c l a v o . S ó l o n o s
d esh acemo s d e lo q u e es in ú t i l .
ESOPO. — E n ese caso , s e ré ú t i l p a ra é l . . . e in ú t i l p a ra t i .
C LE IA . — ¿ R e h u s a s ?
E S O P O . — R e h u s o .
C L E I A (tras una breve pausa, con vehemencia). — No ,
E s o p o . . . N o . T e l o r u e g o . . . t e l o s u p l i c o . Q u i e r o r e p a -
ra r co n u n in s t an te d e mi cu erp o to d as l as in ju s t i c i as q u e
h a s s u f r i d o . H a z m e t u y a . . . B é s a m e . M e r e c e s u n g r a n o d e
p lacer d e es t a v id a q u e h a s id o co n t ig o t an c ru e l , h ac ién -
d o te feo , e s c lav o e in t e l ig en te . Hazme tu y a , Eso p o .
E S O P O (tendiendo sus manos, las palmas hacia arriba).—
Es tas man o s , ¿ tú v es? , s e h an en d u rec id o en e l t rab a jo
y h an p erd id o e l t ac to p ara e l amo r . Es te cu erp o t i en e c i -
c a t r i c e s d e l v e r g a j o . . . M i c a r n e e s u n a s o l a h e r i d a , t a n t a s
v e c e s l a v i d a y l o s h o m b r e s l a h a n a b r u m a d o a g o l p e s . ¿ Q u é
g o c e e n c o n t r a r í a s e n a b r a z a r t e a u n a l l a g a , e n b e s a r l a c o n
t u s l a b i o s , e n a p r e t a r l a c o n t r a t u s s e n o s ? N o h a b r í a n a d a
de hermoso en eso, Cleia. (Breve pausa. Con una súbita y
velada ilusión.) M u c h a s v e c e s, ¡ m u c h a s , l o h e p e n s a d o , s í ;
y m e h e d i c h o : " ¿ Q u i é n s a b e . . . ? " (En tono más grave, en-
simismado y reflexivo.) Qu ié n s ab e s i a l t e rad a l a d ecen c ia ,
a c a l l a d o s l o s e s c r ú p u l o s , o l v i d a d o d e q u e s o y u n e s c l a v o
q u e c u e n t a f á b u l a s d e a n i m a l e s p a r a m e j o r a r a l o s h o m -
b r e s , ¿ q u é n s a b e s i n o t e h a r í a m í a ? M i c a r n e h a a p r e n -
d id o a su f r i r b a jo e l l á t ig o , y ap en as s e s i en te to cad a , g r i t a :
" ¡ A q u i é t a t e , i m b é c i l N a d a d e d e s e o s . . . N a d a d e d o l o r . "
S in eso , ¿q u ién s ab e s i mi cu erp o t en d r í a aú n l a s en s ib i l i -
d ad p ara g u s ta r d e l tu y o , co mo d o s b es t i as jó v en es q u e s e
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 187/267
e n c u e n t r a n e n u n o s c u r o d e l b o s q u e , y s e a m a n . . . p a r a
s e g u i r d e s p u é s c a d a c u a l s u c a m i n o ?
C L E I A
(conmovida). — ¿ P o r q u é n o h a d e s e r a s í ?
ESOPO. — Po rq u e h ay d en t ro d e mí a lg o q u e e l v e rg a jo
n o h a p o d i d o a r r a n c a r , a l g o s u t i l , i m p o n d e r a b l e , q u e h a c e
m á s d u r o s l o s c a s t i g o s y . a l z a l o i r r e p a r a b l e f r e n t e a t o d o s
lo s p laceres .
C L E I A . — ¿ Y q u é e s ?
E S O P O
(hondamente).
— E l r e m o r d i m i e n t o , e l r e m o r d i -
m i e n t o , q u e r i d a m í a , l e j a n a a m a n t e i m p o s i b l e . E l r e m o r d i -
m i e n t o , q u e n o s h a c e b u e n o s ; p e r o q u e n o h a c e e l m u n d o
a m a b l e p a r a n o s o t r o s . E l r e m o r d i m i e n t o , q u e n o s h a c e b a -
j a r l o s o j o s a l s i m p l e o f r e c i m i e n t o d e u n p l a c e r , a u n o s l a -
b io s q u e cas i s e n o s en t reg an , a u n o s o jo s q u e cas i n o s
a p r e s a n c o m o s i f u e r a n m a n o s . . . (Patético.) Es es to , C le ia .
¡ E s t o , s ó l o e s t o A p á r t a t e , a p á r t a t e d e m í , ¡ o h , h e r m o s u r a
d e au ro ra , so p lo d e v ien to d e l mar , l u z d e l so l so b re lo s
m á r m o l e s d e l t e m p l o , a g u a f r e s c a a l b o r d e d e l c a m i n o
A p á r t a t e d e m í , c a n t a r d e l o s p á j a r o s , b l a n c o n a v i o e n v u e l -
t o e n l e j a n í a , e s t r e l l a f u g a z . . . A p á r t a t e , a p á r t a t e , a m o r ,
v i d a . . . p a r a q u e y o s i g a s i e n d o y o m i s m o . . . Y o , s o l o .
C L E I A
(acariciándolo). — P o b r e E s o p o . N a d a t e s e p a r a d e
l a b e l l e z a . A q u í e s t á , c o n t i g o . T ó m a l a . (Con súbito arreba-
to, con trémula ternura, Esopo le acaricia el rostro y los
cabellos, como si Cleia fuera un ídolo o un niño. Pero, de
pronto, se estremece y tiembla, retira bruscamente sus ma-
nos, da un paso hacia atrás.)
E S O P O . . — N o .
CLEIA. — ¿N ad a má s?
ESOPO. — Na d a más .
C L E I A
(tras una pausa). — ¿ S a b e s q u e X a n t o s v a a h a c e r -
t e a z o t a r ?
ESOPO. — ¿N o p er d o n a , c u an d o a lg u ien l e reh u sa su
m u j e r ?
C L E I A . — S o y y o q u i e n n o p e r d o n a .
(Breve pausa.)
V o y
a d e c i r l e . . .
E S O P Ó
(interrumpiéndola).
— . . . Q u e m e h e a t r e v i d o
co n t ig o , q u e t e h e h ech o p ro p o s ic io n es , q u e me h as rech a-
zad o y q u e ex ig es e l d esag rav io a tu h o n ra .
CLEIA. — Eres in t e l ig en te . Eso es lo q u e v o y a h ace r .
ESOPO. — Las m u je res so i s as í . Ah o ra , y o h e p asad o a
s e r l a s u v a s , y t ú , l a z o r r a . E s t o y v e r d e . . . N o p i e r d a s t u
o cas ió n . Vén g a te . .
CLEIA. — Me v e n g aré , s í . . . p o r s e r t an to n to . Eres es -
c l a v o , e r e s f e o . . . t e o f r e z c o e l p l a c e r y l o d e s d e ñ a s . ¡ M e -
reces el castigo (Por la puerta del fondo entra Xantos
precipitadamente.)
XANTOS. —
¡
E s o p o . . .
¡
E s o p o ¡ S á l v a m e , E s o p o ¿ T e
a c u e r d a s d e q u e a y e r m e e m b o r r a c h é c o n a q u e l d e s c o n o -
s i d o . . . ? ¿ T e a c u e r d a s d e q u e l e d i j e q u e s e r í a c a p a z d e
b e b e r m e e l m a r e n t e r o ? ¿ T e a c u e r d a s d e q u e e s c r i b í y f i r m é
q u e s i n o l o h a c í a m í c a sa s e r í a s u y a ? . . . A h o r a e x i g e q u e
cu mp la lo q t l é l e p ro met í . Les h a en señ ad o a to d o s mi es -
c r i t o . . . ; y t o d o e l p u e b l o d e S a m o s e s t á r e u n i d o e n l a
p laza , e sp eran d o q u e y o me b eb a e l mar . ¡Se r í en , Eso -
p o . . . S e r íe n d e m í ,' s e r í e n a c a r c a j a d a s .
ESOPO.— ¿N o sab es so p o r t a r l a r i s a? To d o s lo s d ías se
r íe n d e m í , e n ' k i í c a r a .
r
X Á Ñ T O S ¿ Q u é h e d e h a c e r , E s o p o ? (Sollozando.) M i
c a s a ^ m í j a r d í n , t o d o . . . ¿ Q u é p u e d o h a c e r ?
ESOPÓ.' — Béb ete el m ar, Xa nto s .
XAÜNTOS. — ¡ Ñ b ' é s e l m o m e n t o p a r a b r o m a s
(Amenaza-
dor.) D i m é l o q i fe f i e d e h a c e r , p o r q u e s i n o . . .
E S O P O
(cruzándose de brazos).
— ¿ M e h a c es a z o t a r . . . ?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 188/267
P u e s b i e n : n o sé l o qu e h a d e h a c e r . . . L l a m a a l e t í o p e .
(Breve pausa.)
¿Qué esperas?
C L E I A (que ha permanecido aparte).
— Sí , Xan tos . Haz-
lo azo tar .
E S O P O (a Xantos). —
Si t e d igo lo que t i enes que hacer ,
¿ m e l i b e r t a r á s ?
X A N T O S . — L o j u r o .
C L E I A .
— H a z l o a z o t a r , X a n t o s . T o r t ú r a l o . ¿ S a b e s l o q u e
ha hecho? Me ha quer ido seduci r con agasajos . Me ha d i -
cho que s i yo er a suya, é l se sen t i r ía vengado de t i .
X A N T O S (estupefacto, a Esopo).—
¿ T ú . . . ?
E S O P O .
— E s l a v e r d a d , f i l ó s o f o . A r r a n c a a t u s a b i d u r í a
la ún ica insp i r ación que los d ioses ponen en tu cabeza: l a
có ler a .
C L E I A .
— X a n t o s . . . ¡ M e h a i n s u lt a d o a m í , t u e s p o s a
E S O P O
(a Xantos).—Azótame. Golpé ame , sobr e todo la
cabeza , par a que r ae vuelva id io ta y ya nunca más pueda
e n c o n t r a r u n a s o l u c i ó n p a r a t u s d i f i c u l t a d e s . ¡ V a m o s . . .
Hazme apalear . Y luego , vete a beber e l mar s i no qu ier es
per der todo lo que t i enes .
C L E I A .
— Es ta es e l ar m a qu e ten ía con t r a t i , Xan tos . Sa-
b ía que lo ibas a neces i tar , y ha ven ido a cobr ar se e l p r ecio
e n m í , ¡ e n t u m u j e r
E S O P O
(a Xantos). — ¡ V a m o s , d e c í d e t e
X A N T O S
(a Cleia, indeciso). — ¿Y nues t r a casa , Cle ia?
E S O P O
(a Cleia). — I r ás a v iv i r a l a in tem per ie con tu
f i l ó s o f o . V a a s e r b u e n o p a r a é l . . . T a l v e z c o n s i g a p a r e -
cer se a D iógenes . (A Xantos.) ¿P or qué no te vas a v iv i r a l
tonel que te beb is te ayer ?
X A N T O S
(suplicante, las manos en la cabeza).—\MI
c a s a . . .
C L E I A .
— ¿Qué vas a hacer , Xan to s? ¿No nace de tu ca-
beza n i una so la idea?
X A N T O S .
— ¿Cr e es que mi cabeza es la de Júp i ter , de la
q u e n a c i ó M i n e r v a ?
C L E I A .
— Xantos . busca una so lución , demu és t r a le que
no lo neces i tas . . . jPon le los cepos , r ómpele los huesos
X A N T O S
(transtornado). — ¿ U n a s o l uc i ó n ? . . . ¿ Cuál ,
mujer ? Yo soy un f i lóso f o , no en t iendo de las cosas p r ác-
t icas de la v id a . . . ¡ Tú t ienes la cu lpa de que me haya
pasado es to
C L E I A .
— ¿ Y o . . . ? ¿ P o r qu é ?
X A N T O S .
— ¿ P o r q u é n o m e im p e d i s t e b e b e r ? ¿ P o r q u é
me dejas te r ec ib i r a ese desconocido? ¿Por qué le honr as -
te , l avándo le los p ies? (A Esopo.) ¿N o es as í , Eso po? (A
Cleia.)
Tú er es dem as iado ama ble con todos .
E S O P O .
— C l e i a n o e s p r e c i s a m e n t e u n a m u j e r a m a b l e .
X A N T O S .
— S í , l o e s . . . E s a m a b l e c o n t o d o el m u n d o .
(Lloriqueando.) ¡ Mi casa , Esop o
E S O P O .
— ¡ Bébete el mar , X an t os
X A N T O S .
— E s o p o . . . L o q u e l e h a y a s d i c h o a m i m u -
j e r , ¿ s a b e s . . . ? n a d a . H a s i d o u n a d e t u s b r o m a s , ¿ n o e s
c ier to? Ha s ido una f ábu la , lo sé .
C L E I A
(con vivo tono de reproche).— ¡ X a n t o s
X A N T O
(a Cleia). —
J
S í , s í . . . ¡ H a si d o e s o C o n o z co
b ien a Esopo ; es as í , b r omis ta . Per o incapaz de hacer una
cosa f ea .
E S O P O .
— Bébete e l mar , Xan tos .
X A N T O S
(a Esopo).
— Tú sabes la adm ir ación que te
t e n g o , y s a b e s l o q u e v a l e s e r a d m i r a d o p o r u n f i l ó s o f o . . .
Tú er es un poeta , e l más g r ande de los poetas g r iegos , más
g r a n d e q u e P i n d a r o . . . m á s q u e H o m e r o .
E S O P O .
— ¡ Bébete e l ma r , Xan tos
X A N T O S .
— A un poeta le es tán per mi t idas c ier tas l i cen-
c ias de palabr a , c ier tas imágenes .
C L E I A .
— E s o p o , a q u í , n o e s u n p o e t a . . . E s u n e s c l a v o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 189/267
X A N T O S
(a Cleia).
— ¿ Q u é e n t i e n d e s t ú d e p o e s í a ?
(Dán-
dose vuelta hacia Esopo, buscando su complicidad.)
La poe-
s í a e s p a r a l o s h o m b r e s , ¿ n o e s v e r d a d , E s o p o ? N o s o t r o s
sabem os e l va l o r de un ve r so , de una f r a se e l ocuen t e , i u s
f á b u l a s , p o r e j e m p l o .
E S O P O . — ¡ B é b e t e e l m a r , X a n t o s
C L E I A .
— E s t e e s c l a v o t e h a t r a i c i o n a d o . ¡ E x i j o q u e l e
c a s t i g u e s
X A N T O S
(interrumpiéndola, impidiéndola hablar). —
¡Es-
t á s e x a g e r a n d o , c r i a t u r a d e J ú p i t e r N o h a t r a i c i o n a d o n a d a .
C L E I A (a Xantos). — ¡ C o c h i n o ¡ C o b a r d e
XANTO . — ¡Cá l l a t e , mu j e r , s i no qu i e re s que t e ha ga
a z o t a r a t i . . . E s o p o , te l o r u e g o , ¿ q u é d e b o h a c e r p a r a
n o p e r d e r m i c a s a ? E s o p o . . . N o s o t r o s h e m o s s i d o s i e m -
p r e t a n a m i g o s , h a y u n a t a l c o m p r e n s i ó n d e n u e s t r a s a l -
m a s . . . ¡ E r e s m i m e j o r a m i g o
E S O P O . — ¡ P o r t o d o s l o s d i o s e s , X a n t o s S o y e l m á s
brande poe t a de Grec i a , soy i ncapaz de seduc i r a t u mu-
j e r y a ca ba rá t amb i én pa re c i én do t e que no soy t an t eo .
X A N T O S . - ¡ Y
no l o e re s , e sa e s l a ve rda d Con nu es t r a
c o n v i v e n c i a , h e i d o v i é n d o t e m e j o r , m i r a n d o t u s r a s g o s ,
a n a l i z á n d o l o s . . . H e o b s e r v a d o t u n a r i z
c l a s i c a ,
g r i ega ,
g r e g u í s i m a ; l a l í n e a d e t u s l a b i o s , e l d i s e ñ o e sp i r i t ua l de
Tus ce j a s , l a g rac i a de t u po r t e . . . y l l egado a l a con-
c l u s i ó n d e q u e e r e s h e r m o s o . E s m á s . . . T u b e l l e z a e s d i-
f í c i l e s r a ra , una de e sa s be l l e za s que só l o pe r sonas de
g u s t o e x q u i s i t o p u e d e n a p r e c i a r , c o m o a l g u n o s c o n t o r n o s
d e l a s e s t a t u a s d e F i d i a s , a l g u n a s a r m o n í a s d e l P a r t e n o n ,
u n c i e r t o n o s é q u é d e l a s o b r a s d e P r a x í t e l e s . . . (Conten-
to de su hallazgo.) ¡ E s t o e s D e l A p o l o d e P r a x í t e l e s . . .
E S O P O (estallando).-
Bébe t e e l ma r , Xan t os . E l ma r en-
t e r o . . . Y n i s i q u i e r a e s o c a s t i g a r á t u d e s c a r o . ¡ M í r a m e
b i e n ¿ Y o u n A p o l o ? ¡ Y o . . . i
X AN TO S. — Q u i z á h a y a e x a g e r a d o u n p o c o . P e r o . . .
E SO PO . — ¡ S o y f e o ¿ M e ¿ y e s ? F e o , l o q u e s e d i c e f e o . . .
Feo ha s t a l l o ra r , cuando me veo en l os e spe j os . Soy ho-
r r e n d o , m o n s t r u o s o . . . S o y h i j o d e l a h i d r a , d e l a q u i m e r a ,
d e l m i n o t a u r o , d e c u a n t o l a m a r a v i l l o s a G r e c i a h a p o d i d o
c rea r de f eo . <
X A N T O S (suplicante, sollozando). — ¡ M i c a s a . . . m i c a s a
E SO PO . — P e r o n o t e e n g a ñ e s . . . M i f e a l d a d n o i m p i d e
q u e a l g u n a s p e r s o n a s p u e d a n s e n t i r p i e d a d p o r m í . . . y
s i m p a t í a , y h a s t a a m o r . ¿ S a b e s p o r q u é ? N o l o s a b e s , f i -
l ó s o f o ; y v o y a d e c í r t e l o . . . P o r q u e h a y q u i e n e s s o n p o r
den t ro t an f eos como yo l o soy por fue ra . ¡Bébe t e e l ma r ,
X a n t o s p a r a a h o g a r l a f e a l d a d q u e t i e n e s e n e l a l m a
XANTOS. — ¡ T e l i b e r t o . . . S i m e d i c e s l o q u e h e d e
hace r pa ra no pe rde r mi ca sa , t e doy l a l i be r t ad .
ESOPO. — ¿N o e s l o qu e me d a r í a s s i t e d i j e ra l o q ue
h a s d e h a c e r p a r a n o p e r d e r a t u m u j e r ?
C L E I A
(a Esopo).
— ¡ N o m e o f e n d a s m á s , E s o p o
(A
Xantos-) ¿ D e j a s q u e e s t e m o n s t r u o m e d e s p r e c i e ? ¿ N o
t e d a s c u e n t a d e q u e m e h u m i l l a s ?
E S O P O (a Xantos). — Si no me haces azo t a r , e s po rqu e
f i n g e s n o c r e e r l o q u e t u m u j e r t e h a c o n t a d o d e m í . . . S e -
r á s u n h o m b r e s i n h o n o r . E l i g e : ¿ q u é q u i e r e s ? ¿ T u c a s a
o t u h o n o r ?
X A N T O S (a Esopo, por Cleia).— ¡Te j u r o que no l e c reo
T ú s a b e s c ó m o s o n l a s m u j e r e s . . . A l o m e j o r e s e l l a
mi sma l a que t e d i ce cosa s .
E S O P O (con sorpresa).
— ¿ C ó m o ? . . .
(Breve pausa.)
E n
f i n , p o r a l g o e r e s f i l ó s o f o .
C L E I A . — ¡ M e e s t á s i n s u l t a n d o , m a r i d o ¡ T o d o s m e i n -
s u l t a n
X AN TO S. — E s o p o . . . ¿ N o q u i e r e s t u l i b e r t a d ?
E SO PO . — X a n t o s . . . ¿ N o q u i e r e s tu h o n o r ?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 190/267
X A N T O S . — L s c u c ü a , E s o p o , m i m e j o r a m i g o . . . • E s c ú -
c h a m e .
E S O P O (airado). — ¡ N o v u e l v a s a l l a m a r m e h e r m o s o N o
m e i n j u r i e s .
X A N T O S . — E s c u c h a . . . A d m i t a m o s q u e t u l a h a y a s . . .
c o r t e j a d o , A l f i n y a l c a b o , e r e s u n h o m b r e , ¿ n o ? S o y y o
q u i e n d e b í a s e r m á s p r u d e n t e . . . ¿ C o m p r e n d e s ? C l e i a y a
m e l o h a c o n t a d o , t ú n o l o v o l v e r á s a h a c e r , e s a s u n t o c o n -
c l u i d o , y l o d a m o s t o d o p o r o l v i d a d o . ¿ N o t e p a r e c e ?
(Con
brusca transición.) ¡ M i c a s a , E s o p o . . . ¡ M i c a s a
E S O P O . — ¿ Y s i t e d i j e r a q u e h a s i d o e l l a , e l l a , l a q u e
h a q u e r i d o s e d u c i r m e ? (A un mirada de Cleia.) ¡ E l l a , s í /
C L E I A . — ¡ I n s o l e n t e
E S O P O (apuntando a Cleia con el índice).— ¡ E l l a
X A N T O S . — N o e s p o s i b l e .
E S O P O . — ¿ P o r q u é n o e s p o s i b l e ?
X A N T O S . — P o r q u e t ú e r e s f e o .
E S O P O . — E n t o n c e s . . . ¿ s o y l o b a s t a n t e h e r m o s o p a r a
d e f e n d e r t u c a s a y d e m a s i a d o f e o p a r a a c o s t a r m e c o n t u
m u j e r ?
X A N T O S (desconcertado, a Cleia).— ¿ H a s h e c h o l o q u e
d i c e E s o p o ?
C L E I A . — ¿ Y s i l o h u b i e r a h e c h o ?
X A N T O S . — N o . . . N o . N o l o c r e o . H a b r á s i d o u n a l o -
c u r a , u n m o m e n t o d e t o n t e r í a , d e d e v a n e o . . . o d e p u r a
b r o m a . ¿ N o e s a s í , E s o p o ? ¿ N o e s a s í , q u e r i d a ? A s u n t o
t e r m i n a d o . . . N o s e p i e n s e m á s e n e s o . . . A c a b a d o .
(Con
brusca transición.) ¡ M i c a s a , E s o p o E s t o e s l o q u e i m p o r -
t a . . . ¿ Q u é h e d e h a c e r . . . ? D í m e l o , y t e d a r é t u l i b e r t a d .
E S O P O . — N o q u i e r o m i l i b e r t a d , a h o r a . S e r í a d e m a s i a d o
s u c i o . V o y a d e c i r t e l o q u e t i e n e s q u e h a c e r p a r a s a l v a r t u
c a s a . V o y a d e c í r t e l o g r a t i s .
X A N T O S (con ansiedad restregándose las manos). — ¿ C ó -
m o e s . . . ? - -
C L E I A (con un gemido de humillación). — X a n t o s , n o
a c e p t e s ,
X A N T O S (a Cleia, violento). — ¡ C a l l a (A Esopo.) H a -
b l a .
E S O P O . — V e t e a l a p l a y a . . . p r e s é n t a t e a n t e e l p u e b l o .
D i l e q u e p r o m e t i s t e b e b e r t e e l m a r y q u e c u m p l i r á s t u p r o -
m e s a . B é b e t e e l m a r , X a n t o s .
X A N T O S . — ¿ B e b e r m e e l m a r ?
E S O P O . — P r o m e t i s t e b e b e r e l m a r . . . R a t i f i c a t u p a l a -
b r a : e l m a r . P e r o s ó l o e l m a r . . . N o l a s a g u a s d e l o s r í o s
q u e v a n h a c i a e l m a r . T i e n e s q u e d e c i r : " S e p a r e n l a s a g u a s
d e l o s r í o s d e l a s a g u a s d e l m a r , y o m e b e b e r é t o d a e l a g u a
q u e e l m a r t e n g a . "
X A N T O S (como iluminado). —Y c o m o n a d i e p u e d e h a -
c e r e s o , e l c a p i t á n d e g u a r d i a s n o p o d r á r e c l a m a r m i c a -
s a . . . ¡ Q u é i d e a ¡ Q u é f a b u l o s a i d e a V o y a h o r a m i s m o . . .
¡ Y a (Disponiéndose a salir.) Q u é c a r a v a n a p o n e r , ¿ n o ?
C L E I A (deteniéndolo). — X a n t o s . . . (Por Esopo.) ¿ N o
v a s a o r d e n a r q u e l o a z o t e n ?
X A N T O S . — ¿ A z o t a r l e . . . ? (Mirando a Esopo.) ¡ P o b r e
¿ P o r q u é ?
C L E I A . — ¡ A h . . . ¿ N o v a s a h a c e r l o ? (Con brusca có-
lera.) ¡Puerco M e i r é d e a q u í p a r a s i e m p r e . . . ¡ Q u é d a t e
c o n t u e s c l a v o , X a n t o s (Cleia, sale. Xantos y Esopo se mi-
ran. Xantos inmóvil un instante, va hacia el gongo, toma
la maza y lo golpea. El esclavo etíope aparece.)
X A N T O S (al etíope, por Esopo). — A z o t a a e s t e h o m b r e .
(Xantos sale.)
C A E E L T E L Ó N .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 191/267
T E R C E R A C T O
El mismo decorado. En escena, M E L I T A y el E T Í O P E .
El
esclavo está en pie, con los brazos cruzados, en medio
de
la sala.
M E L I T A . — T ú n o m e c o m p r e n d e s , e t í o p e ; p e r o y o t e c o m -
prendo. (Acomoda una jarra y se da vuelta, luego, hacia
el etíope.) ¿Me comprendes? (El etíope permanece impa-
sible.) No . Camb ias d e am o y n o d i s cu tes razo n es . Ob ed e-
c e s . Y o h a g o l o m i s m o , ¿ s a b e s ? C o n u n a d i f e r e n c i a : y o e s -
p ero . Eso p o , n o . Eso p o , d esesp era . No q u ie re más q u e s e r
l ib re . Yo q u ie ro s e r l i b re , r i ca y q u er id a . (Breve pausa.)
¿ Tú n o e res as í , n o d eseas n ad a . . . ? En tu p a í s , en t re lo s
t u y o s , c u a n d o e r a s l i b r e , ¿ q u é h a c í a s ? L u c h a b a s c o n t r a u n
leó n , y lo mat ab as . Dab as ca ra . a l a s f i e ras , co n só lo u n a
l a n z a e n l a m a n o . . . ¿ Y a h o r a ? N a d a . . . N a d a . N i u n g e s t o
d e reb e ld ía . ¿Será q u e tú e res as í ? Au n q u e n ad ie lo so s -
p ech e en tu s o jo s , n i en u n f ru n ce d e tu b o ca , ¿n o h ay d en -
t ro d e t i u n a v o lu n tad d e s e r l i b re , d e s a l t a r fu e ra d e es t e
c í r c u l o d e m á r m o l e s d e u n a c i u d a d q u e d e s c o n o c e s y q u e
o d i a s ? (Breve pausa.) O q u ién s ab e s i t e co n su e la l a v en -
g a n z a d e a m a r r a r a E s o p o , d e s n u d o , e n u n p o s t e , y r a j a r l e
l a s e s p a l d a s c o n e l l á t i g o . E s c u r i o s o . . . A c a b a g u s t a n d o
eso d e p ro v o car e l d o lo r , ¿n o ? Eso d a l a s en sac ió n d e p o -
d e r . (Breve pausa.) Per o el p o d er n o es eso . Po d er es am ar .
¿ T ú h a s q u e r i d o y a , e t í o p e ? T i e n e q u e s e r g r a c i o s o v e r
c ó m o q u i e r e s . . . ¿ S a b e s a m a r , t ú ? (Levemente, el pecho
del etíope se abomba, y las aletas de la nariz tiemblan.)
¿ S a b e s c ó m o s e t o m a a u n a m u j e r e n l o s b r a z o s ? ¿ S a b e s
r o d e a r l e l a c i n t u r a co n u n so lo b razo , d e jan d o e l o t ro l i -
bre para las car icias. . .? (El pecho del etíope se hincha;
sus aletas, vibran.) No , tú e res u n s a lv a je . Qu izá s eas , en
e l a m o r , h e r m o s o c o m o u n p o t r o v i o l e n t o . . . p e r o n o d e b e s
sab er esp era r a q u e l a mu je r s e d esmay e so b re tu p ech o ,
como una rosa exhausta. (El pecho del etíope se hincha; las
aletas de su nariz, vibran.) La civilización no es más que
es to , e t ío p e : u n re f in amien to en lo s p laceres d e l a s an g re .
Y a lo s é : n o m e c o m p r e n d e s . . . ¡ T o r p e T u t a c to d e b e s e r
p e s a d o c o m o u n a p i e d r a . T u s m ú s c u l o s n o s a b e n a m o l d a r s e
a u n c u e r p o f e m e n i n o c o m o s i f u e r a n u n g r a n l i e n z o d e
c a r n e . T u b o c a , a d e m á s d e m o r d e r o t r a b o c a , ¿ c o n o c e o t r o s
b eso s? Me lo imag in o : p a ra t i , e l b eso , ap en as s i e s u n g es to
d e e q u i l i b r i o . (Mirándole con deseo.) P e r o t a m b i é n d e b e s
se r a rd ien te y fecu n d o co mo u n a s emi l l a met id a en l a t i e r ra .
(El pecho del etíope, jadea; las aletas de su nariz, tiemblan.)
Y b i e n : ¿ q u é e s p e r a s ? ¡ B é s a m e (El etíope permanec e in-
móvil. Ella se pone frente a él, provocativa, para recibir el
besa.) ¡Bésame (Por la puerta del fondo, apresuradamente,
entra Cleia.)
C L E I A . — ¿ X a n t o s h a l l e g a d o . . . ? (Al advertir la actitud
de Melita, se detiene y se calla. Melita, que ofrecía su boca
al etíope, se aparte de él.) ¿Te ofrecías al negro? (Melita
hace un gesto. El etíope, sale.)
M E L I T A . — ¿ Y q u é . . . ? N o c r e o q u e e st o t e i m p o r t e . (Una
pausa de recelo.) ¿ A q u é h a s v u e l t o ? C u a n d o s e d i c e " m e
v o y d e e s t a c a s a p a r a s i e m p r e " , d e b í a s e r p a r a s i e m p r e .
C L E I A . — No t en g o q u e d ar t e cu en ta d e mis ac to s . ¿ D ó n d e
e s t á X a n t o s ?
M E L I T A . — Co mo p u ed es v er , n o es t á .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 192/267
C L E I A . — ¿ N o
ha ven ido aún de la p laya?
M E L I T A . - ¿ E s t a b a e n l a p l a y a ?
C L E I A . - C o n t a b a
a l pneb lo su t r uco par a no beberse el
" M E L I T A
(alegre).
En tonces , ¿no per d er á la casa , n i su
f o r tuna n i los esc lavos?
T Z - N O , M e m a . S e g ui rá s s ir vi e nd o a l
f i l ó s o f o
a quien
q u i e r e s . (Breve pausa-) Tú le qu ier es , ¿n o es e ier to .
M EL IT A - T e l o r u e g o . . . N o h a b l e m o s de e s o .
C L E U - ¡ T o n t a ¿ P o r q u é n o l o e n a m o r a s ? S e n a m e j o r
que seduci r a l negr o .
M E L I T A . - ¿ Q u é
in ter és t i enes en que enamor e a tu ma -
"
D
C L E , A
- ¿Sa bes que e l pueb lo p ide la l iber ta d
de Esopo?
M E U T A
(sí
entender). — ¿El p u e b l o . . . ? Comprenda
j
n
\ . Ah . . Tú qu ier es i r t e con Eso po .
CLEIA - S i tú enamor a ses a mi ma r ido , Mel i ta , yo sen a
l i b r e . . . y E s o p o s e r í a l i b r e . ¿ C o m p r e n d e s ?
M E L I T A . — C o m p r e n d o .
^ i t s - i r r r j s i ' ? :
haces , nad ie te r espetar á más en es ta c iudad
X A N T O S (a Cleia).-¿Tú t a m b i é n . . . ¿ P o r q u e . ¿ Q u e
tan só lo mi casa?
A G N O S T O S . — Y t u f o r t u n a .
X A N T O S . — ¿ P e r o h e d e p e r d e r m i m u j e r y m i e s c l a v o ?
AGNOSTOS. — Lo de tu m uje r es pro ble ma suyo. En cua n-
to a tu esc lavo , he ven ido aqu í par a hacer te cumpl i r e l deseo
del pueb lo .
X A N T O S (indignadísimo). — ¿Q ué p ueb l o es és te , que
qu ier e que p ie r da lo que es mío ? . . . ¿ Acaso ha n tomad o
el poder ? ¿Es tá ya r epar t iendo los b ienes de los r icos?
AGNOSTOS N o . . . que par a eso hay gua r d ias como yo .
Lo que e l pueb lo qu ier e es que l iber tes a Esopo . So lamente a
E s o p o .
X A N T O S .
— ¡ E s m í o (Entra Esopo, seguido de Melita. Al
verle, Xantos se acerca a su esclavo, y le pone la mano en
el hombro, com o significando su dominio. A Agnostos.)
¡ M í o ¿ E n t i e n d e s ?
C L E I A
(a Esopo, rápidamente, como si temiera que le fue-
sen a ocultar la verdad).— ¡ E s o p o . . . ¡ E l p u e b l o e x ig e
q u e X a n t o s t e l i b e r t e
E SO PO . — ¿ E l p u e b l o . . . ? ¿ P o r q u é , e l p u e b l o ?
CLEIA. — El pu ebl o se dio cue nta d e que f uis te tú qui en
enseñas te a Xan tos a zaf ar se de su p r omesa de beber e l
mar . Ch is ipo lo p r oclamó: "Es to ha s ido idea del esc lavo
Esopo . Xan tos no es capaz de encon t r ar una sa l ida tan
a g u d a . "
E S O P O
(a Xantos). — D i s c ú l p a m e , X a n t o s (A los otros.)
¿ Q u é m á s ?
CLEIA Entonces e l pueb lo comenzó a g r i t ar : ¡ Que
l i b e r t e n a E s o p o ¡ Q u e li b e r t e n a E s o p o
E S O P O .
— S i es a s í . . . (Mirándolos a todos.) ¿ S o y l i b r e ?
X A N T O S . —
N o
(Breve pausa.)
Me per teneces .
CLEIA. —
¡
L i b é r t a l o , X a n t o s
X A N T O S . — Quier es i r t e con é l , ¿n o?
MELI TA. — Libér ta lo , Xan to s . Y a e l la , éc hala . N o es d ig -
na de t i . Deja que se vaya con es te esc lavo .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 193/267
C L E I A (altiva).— ...y
l a e sc l ava M e l i t a se ha r á ca rgo
de su señor .
X A N T O S . — ¡ N O (A Esopo-) Tú e re s mi e sc l avo .
M ELITA. — Yo t a mbi é n soy t u e sc l a va . . . y se ré t u e s -
c l ava t oda mi v i da .
C L E I A . — M e l i t a t o m a r á m i l u g a r . S e r á m e j o r q u e y o .
X A N T O S (airadamente). —
J
N O
E S O P O
(tras una breve pausa, calmosam ente). — M i e n -
t r a s e l l eón dormí a , un pobre r a t ón pa seaba sobre su cue r -
p o . D e s p e r t á n d o s e d e p r o n t o , l a f i e r a a t r a p ó a l a n i m a l i t o ;
e i b a a d e v o r a r l o , c u a n d o e l r a t ó n l e d i j o : " S u é l t a m e , q u e
a l g ú n d í a s a b r é d e m o s t r a r t e m i g r a t i t u d . " E l l e ó n s o n r i ó d e
l a p e t u l a n c i a d e l r a t ó n ; p e r o d e c i d i ó s o l t a r l o . A l g ú n t i e m -
po de spués , e l l eón cayó p r i s i one ro en una r ed t end i da por
l os c azadore s . E l r a t ón oyó l os gemi dos de l a f i e ra , fue
hac i a e l l uga r de l a t r ampa , royó l a s cue rdas de l a r ed y
e l l eón quedó l i b re .
X A N T O S .
— Y e s o , ¿ q u é s i g n i f i c a ?
E S O P O . — E s t a f á b u l a d e m u e s t r a l a r e c o m p e n s a d e l a
g r a t i t u d .
C LE IA . — S í , X a n t o s . . . D e b e s e s t a r a g r a d e c i d o , p o r q u e é l
sa l vó t u ca sa y t u fo r t una .
X A N T O S . — ¿ A g r a d e c i d o . . . ? E s é l q u i e n h a d e e s t a r m e
a g r a d e c i d o . . . L e d o y c o m i d a , l e d o y t e c h o , l e d o y u n a
v i da que n i ngún e sc l avo t i ene en t oda Grec i a .
E S O P O
(mostrando sus brazos, cubiertos de cicatrices y
verdugones). — A s í m e h a s p a g a d o p o r h a b e r t e d i c h o l o
q u e t e n í a s q u e h a c e r p a r a n o e n t r e g a r t u s b i e n e s a l c a p i t a n .
AGNOSTOS. — Si é l no t e hub i e se i ns t ru i do , yo t e hub i e ra
g a n a d o t u c a s a , t u f o r t u n a y t u s e s c l a v o s . E s o p o s e r í a m í o . . .
y yo l o l i be r t a r í a .
M ELITA. — L i bé r t a l o , Xan t o s . No l o nece s i t a s a é l . . . n i
a e l l a . Yo se ré pa ra t i l o que e l l os no fue ron nunca .
X A N T O S (empujándola brutalmente) ¡ T ú t a m b i é n m e
p e r t e n e c e s T ú e r e s m í a . C u a n d o t e q u i e r a c o m o m u j e r , n o
m e h a c e f a l t a q u e c o n s i e n t a s . . . ¡ p o r q u e e re s m i e s c l a v a
AGNOSTOS.— Pe rd í l a pa r t i d a g rac i a s a l i ng en i o de t u
e s c l a v o . E l p u e b l o q u i e r e a h o r a q u e l o l i b e r t e s . . . O b e d e c e
a l pueb l o .
XANTOS. — E l pueb l o sabe mu y b i en q ue n i ng una l ey m e
obl i ga a l i be r t a r a mi s e sc l avos .
CLEIA. — Xan t os , se rá s de t e s t a do po r l a c i ud ad en t e ra .
X A N T O S (a Cleia). — Sé e l i n t e ré s que t i ene s en que l i -
be r t e a Esopo .
CLEIA. — No l o n i ego . ¿Q ui e r e s q ue l o d i g a?
X AN TO S. — N o . . . S e r í a m u y c r u e l .
CLEIA. — Ant e s de que Es opo l l ega ra , i m ag i n aba encon-
t r a r u n d í a a u n h o m b r e c o m o t ú , c a p i t á n . U n h o m b r e h e r -
m o s o , c l a r o , f u e r t e . P e r o d e e s t e h o m b r e f e o . . . (Señalan-
do
a
Esopo.).. . he o í do l o que n i m i mar i d o n i t ú me ha -
b é i s s a b i d o d e c i r . (A Xantos.) Xan t os , dé j a me i rme con e s t e
h o m b r e .
X A N T O S (desplomándose en una banqueta). — Por e so no
l o l i be r t o . Yo sé que s i é l se queda a mi l ado , t ú t ambi én
t e q u e d a r á s .
CLEIA. — No hay n i n gun a d i g n i da d en l o que d i ce s . ¿C ó-
mo sopor t a s mi p re senc i a , sab i endo que de seo a t u e sc l avo .
X A N T O S. — L o p r e f i e r o a s í .
ESOPO. — Es un hom en a j e qu e me haces , f i l óso fo . Sa bes
q u e j a m á s t o c a r í a a t u m u j e r .
C L E I A (a Esopo). — ¿ T ú n o m e q u i e r e s ?
M E L I T A (a Esopo). —
¡ D i l e q u e s í , E s o p o
E S O P O
(a Cleia).— ¡ N o , C l e i a
CLEIA. — ¿No qu i e r e s que m e vaya con t i go?
M E L I T A (a Esopo). — ¡ D i l e q u e s í H a s g a n a d o l a p a r -
t i da .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 194/267
E S O P O (a Cleia). —
No , C le ia .
C L E I A .— ¿ Q u é q u i e r e s , p u e s ?
E S O P O .
— Ú n i c a m e n t e l o q u e m e p e r t e n e c e : m i l i b e r t a d .
X * N T O S . - S Ì l o l i b e r t o , C l e i a . . . ¿ t e q u e d a r á s c o n m i g o .
E S O P O . - E s la o b l i g a c i ó n d e t u m u j e r . S e q u e d a r a .
C L E I A (a Esopo).
- Só lo s i t ú me o rd en as q u e me q u e d e .
E S O P O
- Yo n o t e d o y ó rd en es . Po d r í a d a r t e u n co n se-
jo / s i q u i s i e ras . Yo n o es t imo lo s b ien es , n i l a s r iq u ezas n i
e l amo r . No p u ed o d ar t e n ad a d e lo q u e esp eras d e l a v id a .
Ni s iq u ie ra t e d a r í a mi l ib e r t ad , au n q u e me lo su p l i ca ras .
La l ib e r t ad t i en e q u e s e r mía , p a ra q u e y o l a g o ce co mo se
- o z a d e l a m á s q u e r i d a d e l a s a m a n t e s .
D
C L E I A . - U n s o l o g e s t o t u y o , E s o p o , y y o m e i r e c o n t i g o
s i e res l ib re , o me q u ed aré co mo esc lav a s i t ú s ig u es s i en d o
esc lav o . . ,
9
X A N T O S (a Esopo).- En to n c es , ¿e l l a n o s e i ra co n t ig o .
C L E I A . - L i b é r t a l o , X a n t o s . (Sol lozando.) M e q u e d a r e .
(Xantos va hacia la mesa, toma un papiro y el pincel, y
escribe, en tanto Cleia llora. Xantos tiende el papiro a
^ X A N T O S ( a £ 5 0 , 0 ) . - Aq u í t i en es . Eres Ubre. (Esopo to-
ma el papiro, lo contempla y se lo entrega a Cleia.)
E S O P O . - T o m a ,
C l e i a . L i b é r t a m e o g u á r d a m e
(Lleta
alza los ojos, seca sus lágrimas, mira el papiro y lo toma
Pero lo que hace es llevarlo a sus labios, besarlo y devol-
vérselo a Esopo.)
AGNOSTOS (a Esopo).-¿C u án do q u i e r e s m a r c h a r t e .
E S O P O . — Y a .
A G N O S T O S .
— V e a b u s c a r l o q u e es t u y o .
E S O P O . - N o t e n g o n a d a m í o . ¡ A h , s í . . . U n a a l f o r j a
para el pan. (Esopo sale. Breve pausa. Xantos, Cleia, Meli-
ta y Agnostos, permanecen un instante en silencio.)
X A N T O S (a Agnostos, tras la pausa).- Cap i t an , s i en -
c o n t r á r a m o s u n m e d i o d e h a c e r l o q u e d a r . . . ¡ T e n g o d i n e-
r o , c a p i t á n , m u c h o d i n e r o ¿ C u á n t o q u i e r e s p a r a d e c i r l e
a l p u e b l o q u e ? . . .
C L E I A (interrumpiéndole con un grito).— ¡ C á l l a t e ,
Xantos
(Entra E sopo con su alforja colgada del hombro.)
E S O P O .
— A d i ó s , X a n t o s .
C L E I A (a Esopo). — ¿ H a c i a d ó n d e v a s ?
E S O P O . — A v e r e l m u n d o . . . A v e rl o t od o . A m i r a r l o
co n lo s o jo s l ib res . Mu y l e jo s d e aq u í , en Lid ia , d i cen q u e
h ay u n rey . C reso , q u e es e l h o mb re más r i co d e l a t i e r ra .
S u s p a l a c i o s s o n d e o r o , s u s r o p a s e s t á n t e j i d a s c o n p i e d r a s
d e Or ien te . Qu ie ro v er l e , y re i rme d e su r iq u eza . Más
le jo s aú n , en l as o r i l l a s d e l Ni lo , l o s eg ip c io s co n s t ru y ero n
t u m b a s e n o r m e s p a r a h o n r a r l a m e m o r i a d e s u s r e y e s . . .
Qu ie ro v er l as y re i rme d e l a v an id ad d e esa p ied ra q u e cu -
b r e u n o s h u e s o s p o l v o r i e n t o s . Q u i e r o v e r l a a m b i c i ó n h u -
m a n a e n t o d a s s u s f o r m a s y r e i r m e d e s u m o n s t r u o s i d a d ,
co mo se r í en d e mi ro s t ro . Ad ió s , Xan to s .
X A N T O S .
— ¿ E s t á s s e g u r o d e q u e p r e f i e r e s i r t e ?
E S O P O
(a Cleia). — A d i ó s , C l e i a . Q u e l o s d i o s e s p r o t e j a n
tu belleza. (Tomando la mano de Cleia y poniéndola en la
de Xantos.) Q u i e r e a t u m a r i d o .
C L E I A .
— Ad ió s , Eso p o . Qu e lo s d io ses t e h ag a n f e l i z .
E S O P O .
— Ad ió s , Mel i t a . Qu e lo s d io ses t e l i b e r t e n .
M E L I T A .
— A d i ó s , E s o p o .
E S O P O .
— A d i ó s , c a p i t á n .
A G N O S T O S . — A d i ó s ,
E s o p o . (Por ia puerta del fondo, en-
tra el etíope.)
E S O P O . — A d i ó s , e t í o p e . P u d i s t e h a b e r m e c a s t i g a d o m u -
c h o m á s , t a n t a e s t u f u e r z a . . . P e r o a ú n e s t o y v i v o . T e p e r -
dono. (Va hasta el umbral de la puerta del fondo,.alza un
brazo.) Adiós. (Esopo, sale. Xantos, Cleia, Melita y Agnos-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 195/267
tos, quedan de nuevo en silencio un instante, y como tur-
bados.)
X A N T O S (al cabo de la pausa). — C a p i t á n . . . Q u é d a te a
comer con noso t r os .
C L E I A
(aferrándose de pronto a la idea). — Come con
noso t r os , cap i tán .
X A N T O S
(a Melita). — ¿ Q u é h a y p a r a c o m e r ?
M E L I T A . — L e n g u a .
X A N T O S . — ¿ L e n g u a ? . . . ¡ A h, l e n gu a ¿ Q u é h a y m e j o r
que la l engua? La lengua es la que a todos nos une. S in la
lengua, no podr íamos expr esar nada. La lengua es la c lave
de las c iencias , e l ó r gano de la ver dad y de la r azón .
C L E I A
(a Agnostos, en voz baja).— ¿Quieres comer?
A G N O S T OS . — H u m .
X A N T O S
(prosiguiendo). — Gr acias a l a l engu a se cons -
t r uyen las c iudades , g r acias a l a l engua decimos nues t r o
a m o r . C o n l a l e n g u a s e e n s e ñ a , s e p e r s u a d e , s e i n s t r u y e . . .
(Deteniéndose súbitamente y dirigiéndose a Agnostos.)
¿No
t e gus ta la l engua?
AGNOSTOS. — Es lo p eor q ue hay en el mu ndo . Es la f ue nte
de todas las in t r igas , l a in ic iac ión de todos los p r ocesos , l a
m a d r e d e t o d a s l a s d i s c u s i o n e s . . . (Callándose de pronto.)
¿Quién nos ha d icho ya todo es to?
XANTOS. — Y o . . . Yo , que lo enseño en la p laza , p ar a
mis d i sc ípu los .
AGNOSTOS.
— Es ve r d ad . . . Es ta es una de tus lecciones .
X a n t o s : ¡ t ú e r e s u n g r a n f i l ó s o f o T ú p a s a r a s a l a i n m o r -
t a l i d a d .
X A N T O S
(en el paroxismo de la vanidad). — ¿ T ú c r e e s ? . .
¡Lo sabía ¡Lo sabía
(A Cleia, señalándole a Agnostos.)
¡ L á v a l e l o s p i e s , m u j e r ¡ H ó n r a l e (En tanto Cleia se dis-
pone a lavar los pies de Agnostos, el telón cae por un ins-
tante para dar idea del paso del tiempo. Al levantarse de
nuevo el telón, la luz del escenario ha cambiado. Xantos y
Cleia están en escena. Las túnicas que llevan puestas son
distintas a las de la escena anterior.)
X A N T O S
(como recordándole a Cleia una lección).-^
Ha -
b í a u n a v e z u n a s r a n a s q u e e s t a b a n a b u r r i d a s . . .
C L E I A
(interrumpiéndole). — N o . . . N o . N o . X a n t o s . N o
d i g a s " h a b í a u n a v e z " . . . " H a b í a u n a v e s " s e u s a e n l a s
h is to r ias par a n iños .
XANTOS. — Ento nces , ¿q ué dig o?
CLEIA. — Ent r a d i r ec tam ente en e l t ema . Hab la lu ego de
los per sonajes . Empieza as í : "Las r anas , e tc . , e tc . " Lo que
impor ta son los per sonajes .
XANTOS. — Es absu r do em peza r una f ábu la s in un p r eám -
bu lo . Todo d iscur so se d iv ide en p r eámbulo , expos ic ión y
per o r ación . Es la l ección de Ar is tó te les . Es tá en los t r a-
tados .
CLEIA. — Olvídate de los trata dos . Cue nta el hec ho, sola -
mente e l hecho . Nada de r e tó r ica . E r a as í como lo hacía
Esopo .
XANTOS.—Lo cur ioso es que es tas h i s to r ias , completa-
mente incoher en tes , f uer a de toda lóg ica y s in a jus tar se a
n inguna de las r eg las de la nar r ación , t i enen un éx i to enor -
m e . . . N o l o p u e d o e n t e n d e r .
CLEIA. — No te p r eocup es p or eso . E l pu eb lo p r es ta mu-
cha más a tención a tus lecciones en la p laza desde que em-
pezas te a usar l a maner a de Esopo . Rep i te la f ábu la de las
r anas .
X A N T O S . — H a b í a u n a v e z . . . (Breve pausa.) L a s r a n a s
es taban abur r idas de la anar qu ía en que v iv ían , y env iar on
una delegación a Júp i ter , par a ped i r le que les d iese un r ey .
CLEIA. — Ahí , en ese pun to , un a pausa , pa r a que qu ie-
n e s t e e s c u c h a n c o m p r e n d a n b i e n : r a n a s a b u r r i d a s , d e l e g a -
c ión a Júp i ter , pe t ic ión de un r ey . Adelan te .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 196/267
XANTOS. — J ú p i t e r t i r ó u n t r o z o d e p a l o e n l a c h a r c a .
L a s r a n a s , a s u s t a d í s i m a s , s e z a m b u l l e r o n .
C LEI A. — En ese p as a j e , u n p o co d e én f a s i s , d e ag i t a -
c i ó n : " L a s r a n a s , a s u s t a d í s i m a s , s e z a m b u l l e r o n " . L a f r a s e
s i g u i e n t e t i e n e q u e s e r s e r e n a , c o m o i n d i c a n d o q u e l a s r a -
n a s v a n a e m p e z a r a p e n s a r .
X A N T O )
(reanudando la fábula).
— C o m o e l t r o zo d e
p a l o n o s e m o v í a , l a s r a n a s v o l v i e r o n a l a s u p e r f i c i e , y f u e -
r o n s i n t i e n d o t a l d e s p r e c i o p o r a q u e l r e y , q u e a c a b a r o n
s a l t a n d o p o r e n c i m a d e é l .
CLEIA. — O t r a p a u s a . V a a h a b e r u n a t r a n s i c i ó n p s i c o -
l ó g i c a . . . y e s i n d i s p e n s a b l e q u e l o s o y e n t e s se i d e n t i f i -
q u e n c o n e l d r a m a : r e y i n e r t e , r a n a s s a l t á n d o l e p o r e n c i m a .
S i g u e .
X A N T O S .
— D e c e p c i o n a d a s d e t e n e r a q u e l r e y , l a s r a n a s
s e p r e s e n t a r o n n u e v a m e n t e a J ú p i t e r y l e p i d i e r o n q u e l e s
d i e r a u n n u e v o m o n a r c a , p u e s e l q u e t e n í a n n o h a c í a n a d a .
C LE IA . — A h o r a l a c o n c l u s i ó n , l a f r a s e d e f i n i t i v a . T i e n e
q u e s e r d i c h a c o n p r e c i s i ó n y e n e r g í a . S i g u e .
XANTOS. — J ú p i t e r , i r r i t a d o , l e s e n v i ó e n t o n c e s u n a h i -
d r a , q u e d e v o r ó a t o d a s l a s r a n a s .
C LEIA. — Un p o co más d e h o r r o r a l d ec i r "h i d r a" .^ Se
t r a t a d e u n m o n s t r u o , y e l t o n o d e t u v o z d e b e i n s p i r a r
e s p a n t o . A v e r . . . D i : " h i d r a " .
X A N T O S (sosamente). — H i d r a .
C L E I A .
— N o . . .
(Con énfasis.)
H i d r a .
X A N T O ). H i d r a . . . L e s e n v i ó u n a h i d r a q u e d e v o r ó a
t o d a s l a s r a n a s .
C L E I A . — U n a p a u s a , a n t e s d e l a m o r a l e j a . L o s o y e n t e s ,
e n e s a p a u s a , h a n d e c o m p r e n d e r q u e n o e s t á s c o n t a n d o u n a
h i s t o r i a p a r t i c u l a r , q u e h a s u c e d i d o a l a s r a n a s ; s i n o q u e ,
r e f i r i é n d o t e a e l l a s , d i c e s a l g o d e c a r á c t e r g e n e r a l . H a n d e
e n t e n d e r , d e s d e l u e g o , q u e a ú n s i e n d o r a n a s , e s p r e f e r i b l e
q u e t e n g a n u n g o b e r n a n t e b l a n d o a u n g o b e r n a n t e m o n s -
t r u o . L a p e q u e ñ a p a u s a q u e d e b e s d e h acer ah í , es u n ho -
m e n a j e a l a i n t e l i g e n c i a d e l a p l a t e a . Qu i en es t e s i g an , h an
d e s a c a r p o r s í m i s m o s la c o n c l u s i ó n d e l e j e m p l o d e l as
r a n a s .
X A N T O S. — M o r a l e j a . . .
C LEIA. — La mo r a l e j a t i en e q u e se r d i ch a co n c i e r t a d i s -
p l i c e n c i a . . . c o m o s i a d m i t i e r a s q u e t o d o s h a n c o m p r e n -
d i d o l a l e c c i ó n . N o d e b e s p e r m i t i r q u e n a d i e s e q u e d e p en -
s a n d o : " Y e s o , ¿ q u é s i g n i f i c a ?
XANTOS. — ¿N o er a as í co m o é l l o d ec í a?
C L EI A . — ¿ Q u i é n ?
XANTOS. — Eso p o . Yo se l o p r e g u n t é m u ch as v eces : " Y
e s o , ¿ q u é s i g n i f i c a ? "
C LEIA. — Tú er e s u n a ex ce p c i ó n .
XANTOS. — Nu n ca p o d r é co n t ar l as co sas d e ese mo d o .
S i a l m e n o s e s t u v i e r a é l a q u í , p a r a e n s e ñ a r m e . N o d e b í a
d e h a b e r l o l i b e r t a d o . ¿ V e s , c u á n t o p e r d í ? A d e m á s , c u a n -
d o se acab en l as f áb u l as q u e é l n o s co n t ó y d e q u e n o s
a c o r d a m o s , ¿ c ó m o v o y a h a c e r p a r a e n c o n t r a r o t r a s ? N o
h a y m a n e r a d e i n v e n t a r u n a f á b u l a .
(Presurosamente, alar-
mada, Melita entra por la puerta del fondo.)
M E L I T A S e ñ o r a . . .
¡
H a n t r a í d o a E s o p o , p r e s o
C L E I A . — P r e s o ?
X A N T O S (sorprendido).
— ¿ P r e s o ? . . . ¿ D ó n d e l o h a n
l l e v a d o ?
MELITA. — L o t r a e n h a c i a a q u í . L o h a n e n t r e g a d o a l
c a p i t á n d e g u a r d i a s .
X AN TO S. — ¿ L o t r a e n a q u í ? ¿ P o r q u é ?
MELI TA. — No sé . Lo s h o mb r es d e D el f o s l o p r en d i e-
r o n . . . y a l l l e g a r a S a m o s , l o h a n e n t r e g a d o a l c a p i t á n .
XANTOS. — ¿ Q u é h a h e c h o p a r a e s t a r p r e s o ?
M E L I T A . — N o l o s é .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 197/267
C LEI A. — Neces i t a n u e s t r a ay u d a , Xan t o s . -
X A N T O S . — ¡ M a g n í f i c o A h o r a p o d r á e n s e ñ a r n o s ot r a s
f á b u l a s , p a r a q u e y o l a s c u e n t e e n l a p l a z a . (Entra Esopo,
con una cadena en las manos y otra en los pies. Agnostos
le sigue. Esopo lleva su alforja al hombro.)
E S O P O . — A q u í m e t i e n e s , X a n t o s . P a r e c e q u e n o p o d e -
m o s l i b r a r n o s e l u n o d e l o t r o .
X A N T O S .
— M e a l e g r o d e q u e h a y a s v u e l t o , E s o p o . E s t o y
a p r e n d i e n d o a c o n t a r t u s f á b u l a s , y t ú p o d r í a s . . .
A G N O S T O S
(interrumpiéndole).
— L o h a n p r e n d i d o p o r -
q u e h a r o b a d o .
X A N T O S . — ¿ H a r o b a d o ?
• ESOPO. — C u a n d o l l eg u é a De l f o s , l a g en t e me p i d i ó q u e
l e s c o n t a r a u n a f á b u l a . S e l a c o n t é . L o s h o m b r e s , e n t o n c e s ,
m e p r e n d i e r o n p o r l a d r ó n y m e a c u s a r o n d e h a b e r v i o l a d o
e l t e m p l o d e A p o l o . E l p u e b l o d e D e l f o s a d o r a a l d i o s
A p o l o .
XANTOS. — ¿R o b a s t e a l g o ?
ESOPO. — N o . B i en sab es q u e só l o q u i e r o l o q u e es mí o . •
AGNOSTOS. — Ha n d i ch o q u e Es o p o r o b ó l a co p a d e o r o
d e l t e m p l o d e A p o l o .
ESOPO. — No / MTÍ p r e n d i er o n en l a p l a za , m e h an t r a í d o
a q u í y m e h a n e n t r e g a d o a l c a p i t á n .
X A N T O S . — ¿ P a r a q u é t e h a n t r a í d o a S a m o s ?
ESOPO. — Pa r a q u e t ú mi s mo v er i f i q u es s i es t á en mi
a l f o r j a l a c o p a d e o r o .
A G N O S T O S (entregando a Xantos la alforja de Esopo).—
C o m p r u e b a .
E S O P O
(a Xantos, en tanto éste abre la alforja). — Sa-
b e s m e j o r q u e n a d i e q u e y o n o r o b o . S i l e t u v i e r a a m o r a l
d i n e r o , n o t e h u b i e r a e n t r e g a d o e l t e s o r o q u e e n c o n t r e . . .
S i y o r o b a s e , t ú n o t e n d r í a s a h o r a a t u m u j e r . (Xantos saca
de la alforja la copa de oro. Pausa.)
X AN TO S. — ¿ P o r q u é h a s h e c h o e s t o ? E s u n c r i m e n q u e
se p a g a co n l a v i d a .
ESOPO. — No l o h e h e ch o . N o sé có m o es t a co p a h a p o -
d i d o v e n i r a p a r a a h í .
X AN TO S. — U n a c o p a n o a n d a s o l a . . . E s t á e n e l o r d e n
n a t u r a l d e l a s c o s a s .
C L E I A (a Esopo). — ¿ P o r q u é t e h a n t r a í d o a q u í ?
E S OP O . — H a n d i c h o q u e y o e r a e s c l a v o d e X a n t o s . . .
C o m o e s c l a v o , s ó l o m i a m o p u e d e c a s t i g a r m e .
XANTOS. — Per o t ú e r es l i b r e .
ESOPO. — En Sam o s sab en q u e so y l i b r e . En D el f o s , n o .
A G N O S T O S (a Xantos). — E s o p o e s l i b r e . . . D e b e s d e c i r - ,
s e l o a l o s d é l f i co s . Tú n o t i en e s n ad a q u e v er co n es t e r o b o .
E S O P O (enérgicamente).— ¡ Y o n o h e r o b a d o A l g u i e r t
h a p u e s t o e s t a c o p a e n m i a l f o r j a .
C L E IA . — ¿ P o r q u é ? . . . ¿ E s t a b a n e n f u r e c i d o s c o n t r a t i ? .
E S OP O . — M e p i d i e r o n q u e c o n t a r a u n a f á b u l a p a r a e l
p u e b l o d e D e l f o s . C u a n d o a c a b é d e c o n t a r l a , m e i n s u l t a r o n .
XANTOS. — No p u e d o e n t en d er q u é mo t i v o h an p o d i d o
t e n e r p a r a e n f u r e c e r s e p o r u n a d e t u s h i s t o r i a s d e a n i m a l e s .
S o n l a c o s a m á s i n o c e n t e d e l m u n d o .
E SO P O. — T e e n g a ñ a s . S o n t e r r i b l e s .
X A N T O S . — ¿ Q u é f á b u l a c o n t a s t e ? ¿ L a d e l l e ó n y e l
s a p o ? . . . ¿ L a d e l c u e r v o y l a z o r r a ?
E SO PO U n a q u e i n v e n t é p a r a l o s d é l f i c o s .
X A N T O S . —
¿ L a c o m p r e n d i e r o n ? . . .
(A Cleia.)
T i e n e s
r a z ó n , l a g e n t e l a s c o m p r e n d e . S o n i n t e l i g e n t e s l o s d é l f i c o s .
¿ Q u é f á b u l a e r a ?
ESOPO. — Lo s d é l f i co s so n d ev o t o s d e Ap o l o , a q u i en
h i c i e r o n e r i g i r u n g r a n d i o s o t e m p l o d e m á r m o l . H o r a s y
h o r a s , s i n t r e g u a , r e z a n e n e s e t e m p l o . . . d e t a l m o d o , q u e
y a n o s i e m b r a n e l t r i g o . A l l l e g a r e l i n v i e r n o , p a s a n h a m -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 198/267
b r e , p o r q u e n o t i e n e n p a n , y s a l e n a m e n d i g a r , p o r t o d o s
l o s c a m i n o s d e G r e c i a . A c a d a u n o q u e e n c u e n t r a n , l e d i -
c e n : " E x t r a n j e r o : s o y s a c e r d o t e d e A p o l o y r e z o e l a ñ o
e n t e r o p a r a q u e l o s d i o s e s p r o t e j a n n u e s t r a s c i u d a d e s . A h o -
r a , t e n g o h a m b r e . D e b e s d a r m e u n a m o n e d a " . A s í v i v e n . . .
y p o r e s o , c u a n d o m e p i d i e r o n u n a f á b u l a , y o l e s d i j e :
¡ E s c u c h a d , d é l f i c o s , e s t a h i s t o r i a q u e h e i m a g i n a d o y q u e
o s d e d i c o L a c i g a r r a c a n t a b a t o d o e l v e r a n o , e n t a n t o q u e
el e s c a r a b a j o a l m a c e n a b a e n s u n i d o t o d o e l e s t i é r c o l q u e
e n c o n t r a b a . A l l l e g a r e l i n v i e r n o , l a c i g a r r a h a m b r i e n t a
f u e a l n i d o d e l e s c a r a b a j o y l e p i d i ó d e c o m e r . E l e s c a r a -
b a j o , p r e g u n t ó : " ¿ P o r q u é n o h a s g u a r d a d o e s t i é r c o l d u -
r a n t e e l v e r a n o ? " L a c i g a r r a , l e s r e s p o n d i ó : " E n e l v e r a n o ,
c a n t a b a " . " ¿ C a n t a b a s ? " — r e p l i c ó el e s c a r a b a j o — . " P u e s
s i e n v e r a n o c a n t a b a s , b a i l a e n i n v i e r n o " .
X A N T O S . — N o e n t i e n d o .
ESOPO. — E n t i e n d e , X a n t o s . . . L o s d é lf i c o s d i j e r o n q u e
a m í m e p a r e c í a m á s n o b l e r e u n i r e s t i é r c o l q u e r e z a r l e a
A p o l o .
X A N T O S
(muy serio). — E s u n c r i men o f en d er as í a l o s
d i o ses .
ESOPO. — ¿ C o m p r e n d e s ? . . . U n a f á b u l a , X a n t o s, n o es
t a n s ó l o u n a h i s t o r i a i n v e n t a d a : e s u n a v e r d a d . Y u n a v e r -
d a d e s l a ú n i c a r a z ó n p o r l a c u a l v i v i m o s o m o r i m o s .
'CLEIA
(a Esopo).
— P e r o t ú n o v á s a m o r i r .
ESOPO. — A l g u i e n p u s o l a c o p a d e o r o e n m i a l f o r j a .
E s u n c r i m e n c o n t r a l a p r o p i e d a d y c o n t r a l o s d i o s e s . . .
¿ C o n o c e s e l c a s t i g o p a r a e s e c r i m e n ?
AGNOSTOS. — E s e l q u e l o s h o m b r e s d e D e l f o s q u i e r e n
s a b e r : c u á l e s t u c a s t i g o . P o r q u e , s e g ú n l a s l e y e s , s i e r e s
l i b r e , d e b e s s e r a r r o j a d o d e s d e l o a l t o d e l a r o c a H i a m p e i a ,
a l m á s h o n d o p r e c i p i c i o d e G r e c i a . S i e r e s e s c l a v o , t u a m o
p u e d e e l e g i r t u c a s t i g o . T e h a n t r a í d o a q u í , p o r q u e s a b e n
q u e e r es esc l av o d e Xan t o s . Ah í es t á l a co p a d e o r o , y h a
s i d o e n c o n t r a d a e n t u a l f o r j a . (Con un ademán.) L o s h o m -
b r e s d e D e l f o s e s p e r a n f u e r a , e n e l j a r d í n .
C L E I A
(a Agnostos).
— ¿No l e s h a s d i c h o q u e X a n t o s
l o l i b e r t ó ? . . .
AGNOSTOS. — N o . S i se l o h u b i e r a d i c h o , t i r a r í an a Eso -
p o d esd e l o a l t o d e l p r ec i p i c i o .
C L E I A (a Agnostos). — P í d e l e s u n m i n u t o m á s . (Agnos-
tos sale por la puerta del fondo. Cleia se dirige a Esopo.)
E n t o n c e s . . . ¿ v a s a m o r i r ? ¡ N o N o . Y o n o q u i e r o . ¿ Q u é
s e p u e d e h a c e r ?
E S O P O — N a d a .
C LEI A. — ¿L es h as e n señ ad o t u c ar t a d e l i b e r t o ?
E S O P O . — N o .
CLEIA. —
¡
A h . . . , f e li z m en t e
E SO P O. — ¿ P o r q u é f e l i z m e n t e ?
C L E I A . — ¡ E s o t e s a l v a , E s o p o ¿ L a e s c o n d i s t e p a r a s a l -
v ar t e ?
É S O P O .
— N o . (Gravemente.) L a e s c o n d í . . . p o r q u e an -
t e s d e m o r i r , q u e r í a v e r t e . S u p o n i é n d o m e e s c l a v o , t e n í a n
q u e t r a e r m e a p re s e n c i a d e X a n t o s . . . A tu p r e s e n c i a .
C LE IA . — ¡ X a n t o s . . . T ú p u e d e s s a l v a r l o . ¡ D i l e s a l o s
d é l f i c o s q u e e s t u e s c l a v o (A Esopo.) ¿ D ó n d e g u a r d a s t u
c a r t a d e l i b e r t o ? . . . ¡ V a m o s a q u e m a r l a
XANTOS. — Es u n a b u e n a i d ea , E so p o . Te q u ed ar á s d e
n u ev o co n n o so t r o s .
ESOPO. — C o mo esc l a v o .
XANTOS. — Po r ah o r a , p ar a d i s i m u l a r , h as t a q u e es t o sea
o l v i d a d o . E n r e a l i d a d , p o d e m o s s e r s o c i o s .
E SO PO . — ¿ S o c i o s ? . . .
X A N T O S . — S í . T ú c o m p o n d r á s l a s f á b u l a s y y o s e l a s
c o n t a r é e n l a p l a z a a m i s d i s c í p u l o s . ¡ N o s a b e s e l é x i t o q u e
t i e n e n tu s h i s t o r i a s E n p o c o t i e m p o , s e r á s r i c o .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 199/267
E SO P O. — M i s f á b u l a s s o n p a r a s e r c o n t a d a s d e g r a c i a .
X A N T O S .— M e j o r . . . T ú m e l a s c o n t a r á s g r a t i s , y m i
n o m b r e l e s d a r á s e l c a r á c t e r d e s i s t e m a f i l o s ó f i c o . E s c u -
c h a . . . D e s p u é s , s e r á s li b r e . T ú m e d a r á s t u s f á b u l a s ; y
y o . . . ¿ Q u é m á s q u i e r e s ? M i r a . . . Y o sé q u e C l e i a e s t á
e n a m o r a d a d e t i . T e q u e d a r á s c o n e l l a , y b i e n p r o n t o . Y o
l a r e p u d i a r é , y e l l a s e r á t u y a . (Breve pausa.) ¿ Q u é d i -
c e s ? . . .
E S O P O . — ¡ B é b e t e el m a r , X a n t o s
Z A N T O S . — P e r o . . . ¿ n o t e d a s c u e n t a ? S i n o a c e p t a s ,
l o s d é l f i c o s t e m a t a r á n .
ESOPO. — ¿Tú t am b i én en t r as en l a so c i e d ad d e t u ma-
r i d o , C l e i a ? Y o e n t r o c o n m i s f á b u l a s , X a n t o s c o n s u
m u j e r ; y t ú . . .
C L E I A
(interrumpiéndole). — ¡ N o , t o n t o Y o e n t r o c o n
m i a m o r , y t ú e n t r a s c o n l a v i d a . (Dándose vuelta hacia
Xantos.) Sa l , Xan t o s , y d i l es a l o s d é l f i co s q u e Eso p o t e
p e r t e n e c e y q u e s ó l o t ú t i e n e s d e r e c h o a c a s t i g a r l o .
E S O P O . — Y t e n d r á s q u e c a s t i g a r m e , X a n t o s . . . , p o r q u e
d e t o d o s m o d o s , p a r a l o s d é l f i c o s , f u i y o q u i e n r o b ó l a
c o p a d e o r o d e l t e m p l o .
XANTOS. — Ser á u n c as t i g o l ev e , t an só l o p ar a co n t en t a r
a l a g e n t e d e D e l f o s . ¡ N o p e r d a m o s t i e m p o (Xantos bate
el gongo. Aparece el etíope. A Esopo.)
Te llevaré a la pla-
z a , p a r a q u e l o s d é l f i c o s v e a n q u e h a s s i d o c a s t i g a d o . D e -
v o l v e r é l a c o p a d e o r o y . . . ¿ D ó n d e t i e n e s t u c a r t a d e
l i b e r t o ? -
E S O P O
(sacándose el papiro del pecho ). — A q u í e s t á .
X A N T O S
(tendiendo la mano). —
D á m e l a .
E S O P O — N o .
X A N T O S .
— ¿ D e s c o n f í a s d e m í ? ¿ T i e n e s m i e d o d e q u e
n o t e l a d e v u e l v a ? Q u é d a t e c o n e l l a . V e t u m i s m o a d e c i r -
l e s a l o s d é l f i c o s q u e e r e s m i e s c l a v o . Y o c o n f i r m a r é t u s
p a l a b r a s .
E S O P O . — Y o n o s o y t u e s c l a v o .
X A N T O S . - P e r o d i l o . E s un p e q u e ñ o e n g a ñ o q u e t e sa l -
v a r a l a v i d a .
M
E
L I T A . - ¡ L a v i d a , E s o p o T u v id a y l a m u j e r q u e
q u i e r e s .
E S OP O . — ¿ T e n d r é q u e d e c i r q u e s o y t u e s c l a v o ?
XANTOS. — Y es t a r ás a sa l v o .
E S O PO . — ¿ M e c r e e r á n ?
X A NT OS . — C o n f i r m a r é t u s p a l a b r a s , y a t e l o h e d i c h o .
E S OP O. — S i h a n d e c r e e r e s a m e n t i r a , ¿ p o r q u é n o c r e e n
e n l a v e r d a d , q u e e s m á s f á c i l ?
X AN TO S. — ¿ Q u é v e r d a d ?
E S OP O. — L a d e q u e y o n o r o b é l a c o p a d e o r o d e A p o l o .
La d e q u e n o so y t u esc l av o .
X AN TO S. — P e r o . . . s i e l l o s m i s m o s p u s i e r o n l a c o p a d e
o r o e n t u a l f o r j a , ¿ c ó m o p r e t e n d e s i m p o n e r l a v e r d a d ?
E S O P O . - H a s l l e g a d o a l p u n t o q u e y o q u e r í a , X a n t o s .
K a r a m e n t e l o s h o m b r e s s a b e n s o p o r t a r l a v e r d a d .
C LEI A. — En t o n ces , v én g at e . Mi é n t e l e s . D i l es q u e e r es
e s c l a v o . . . L a g en t e s o p o r t a b i e n la m e n t i r a .
E SO P O. — H a y , p u e s , u n c a s t i g o p a r a l o s h o m b r e s l i b r e s
q u e r o b a n ; y u n c a s t i g o m e n o r p a r a l o s e s c l a v o s l a d r o n e s .
X A N T O S . — E n t u c a s o , s í .
ESOPO
)
(tras un silencio expectante).
— Q u i e r o m i l i b e r -
t a d . . . E l i j o e l c a s t i g o d e l o s l i b r e s .
X A N T O J . — ¡ I m b é c i l
(Fuera, en el jardín, se oye el ra-
mor del pueblo, que se acerca. Melita va hacia la puerta
del fondo.)
M E L I T A
(en el umbral de la puerta).-
Lo s
h o m b r e s d e
S a m o s s e a c e r c a n , v i e n e h a c i a a q u í
C L E I A
(tras un breve silencio).- Fu i y o q u i e n p u so l a
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 200/267
c o p a d e o r o en t u a l f o r j a , E s o p o . . . Y o e s t a b a a l l í . V i a l
p u eb lo d e Del fo s en fu rec id o co n t ra t i . V i q u e t e ib as , l e -
j o s . . . , q u e t e p e r d í a . Y e n t o n c e s , m i e n t r a s d i s c u t í a s c o n
lo s s acerd o tes , en t ré en e l t emp lo , e s co n d í l a co p a d e o ro
e n t u a l f o r j a , l e c o n t é a u n s a c e r d o t e q u e h a b í a s r o b a d o , y . . .
E S O P O (interrumpiéndola con un grito). — ¡ M i e n t e s
¡Mien tes , amo r mío , mien tes
CLEIA. — Q u e r í a v e n g a r m e d e t i . . . g u a r d a r t e p a r a m í . . . ,
reco b ra r t e . Ah o ra , y a n o . Ah o ra d eb en l l ev arme a mí a l
precipicio. (El clamor del pueblo, acercándose, aumenta.)
E
S 0
p
0
. — ¡ M i e n t e s ¡ Q u i e r e s s a l v a r m e , y m i e n t e s
MELITA. — ¿ V e s , X a n t o s ? . . . F u e t u m u j e r .
E S O P O
(imperiosamente a Melita).— ¡ C a l l a (A Cleia.)
N o s h e m o s e x t r a v i a d o , C l e i a . . . , n o h e m o s p o d i d o e n c o n -
t r a r n o s e n l a v i d a . Y o c r e í q u e e n ti h a b í a m a l d a d . . . E r e s
b u e n a , e r e s i n o c e n t e . Y o , s í . . . , y o s o y c u l p a b l e .
C L E I A
(sollozando).
— ¡No , n o , p o r to d o s lo s d io ses
X A N T O S
(a Esopo). —
¡ T o n t o , e s t ú p i d o ¡ E s l a v id a l a
q u e t i e n e s q u e s a l v a r
E SO PO . — A u n q u e n o m e c a s t i g a r a s . . . , a u n q u e n u n c a
me h u b ieses cas t ig ad o , f i ló so fo , ap ren d e : e l i jo e l cas t ig o d e
lo s l ib res . Eso es lo q u e q u ie ro .
C L E I A
(con un gemido). —Es
t u m u e r t e . . . , tu m u e r t e .
D é j a m e q u e t e l o d i g a , h o m b r e f e o : ¡ e r e s h e r m o s o (El
clamor del pueblo, fuera, crece.)
E SO PO . — A d i ó s , C l e i a . . . S o y l i b r e . N a d i e m á s t o c a r á
n u n ca m i cu erp o . Ni e l l á t ig o d e l e t ío p e . . . , n i t u s man o s ,
C le ia . Ni e l o d io n i e l amo r . Po r mis p ro p io s p aso s l l eg aré
al precipicio. (Por la puerta del foro, aparece Agnostos.)
AGNOSTOS. — El p u e b lo esp er a l a resp u es ta .
X A N T O S. — ¿ M i r e s p u e s t a ?
E S O P O . — L a m í a .
(Con la carta de liberto en la mano,
va hacia la puerta.) ¡La mía (Hablándoles a los que están
fuera, en el jardín.) ¡Tomad vues t ra copa de oro (Tira la
copa hacia el jardín.) Oíd, hombres de Samos y de Delfos,
es ta fáb u la d e Eso p o . Un a zo r ra , v i en d o u n rac imo d e u v as
e n l o a l t o d e u n a p a r r a , q u i s o a l c a n z a r l o . . . (Su voz es
enérgica. Pero un sollozo tiembla en su acento.) . . . y n o
l o c o n s i g u i ó ; y e n t o n c e s , d i j o : " E s t á n v e r d e s " . M o r a l e j a :
¡aprended que sois libres
(Dándose vuelta hacia Xantos.)
A p r e n d e , X a n t o s : t o d o h o m b r e e s t á m a d u r o p a r a l a l i b e r -
t a d , ¡ p a r a m o r i r p o r e l l a (Hablando de nuevo a los que
están fuera.) Yo t amb ién es to y v erd e p ar a e l amo r , v e rd e
p a r a l a v i d a . . . ¡ P e r o s oy l i b r e , c a n a l l a (Dando un paso
decidido hacia la salida.) ¡Afue ra, a l camino ¿Dón de es-
t á e l p r e c i p i c i o q u e t e n é i s d e s t i n a d o a l o s h o m b r e s l i b r e s ? . . .
(Sale, resuelto. Fuera, el clamor del pueblo llega a su
apogeo.)
C A E E L T E L Ó N
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 201/267
Yukio Mishima
SOTOBA KOMACHI
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 202/267
Yukio Mishima
SOTOBA KOMACHI
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 203/267
DRAMATIS PERSONAE
A N C I A N A
H O M B R E S A , B Y C
M U J E R E S A , B Y C
P O L I C Í A
B A I L A R I N A S , E N A M O R A D O S
V A G A B U N D O S , C A M A R E R O S
La decoración es extremadamente vulgar y de un gusto me -
diocre, como de opereta.
Un rincón del parque. Cinco bancos dispuestos en semi-
círculo.
mirando al público. Taróles, árboles, etc., conveniente-
mente distribuidos. Telón de fondo negro.
Es de noche. Cinco parejas de novios se abrazan apasiona-
damente en los bancos.
Entra una Anciana de aspecto repulsivo recogiendo coli-
llas. Continúa su búsqueda alrededor de las parejas, total-
mente ajena a la repugnancia que provoca; finalmente, se diri-
ge al banco del centro y se sienta en él. Un joven Poeta,
desaseadamente vestido, se sitúa bajo la farola y apoyándose,
borracho, en ella, contempla a la Anciana. La pareja del banco
central se levanta enfadada y se marcha con expresión de fasti-
dio. La Anciana, única ocupante del banco, extiende una hoja
de periódico en el asiento y comienza a contar las colillas que
ha recogido.
ANCIANA — Un a y u n a h acen d o s , d o s y d o s h acen cu a t ro . . .
(Examina una colilla a la luz y considerando que es bas-
tante larga le pide fuego a la pareja de la izquierda. Fuma
un rato. Cuando el cigarrillo ha quedado reducido a una
colilla, lo apaga y lo deja con las otras sobre el periódico,
recomenzando a contar.) Una y una hacen dos, dos y dos
h acen cu a t ro . . , .
P O E T A (mira lo que hace la Anciana desde atrás).
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 204/267
ANCIANA
(con los ojos bajos, mirando el papel) —
¿QUIERES
un cigarri l lo? Si quieres uno te lo doy. (Elige una coUUa
bastante larga y se la ofrece.) . „
P O ET A - G r a c i as . ^ « Á E 4 « « « N / t o y
ANC IANA - ¿Qu i er e s a l g o más ? ¿Ti en es a l g o q u e d ec i r m e?
POETA — N o , n ad a esp ec i a l .
ANC TANA - Yo sé q u i én e r es . Er e s u n p o e t a . ¿Ve r d ad q u e
ése es t u n eg o ci o ?
POETA - Qu é co sas sab es . S í , d e v ez en cu an d o escr i b o p o e-
mas . No cab e d u d a d e q u e so y u n p o e t a . Per o eso n o es
ANC I ANA
68
—
1(
¿No ? ¿Qu i er es d ec i r q u e n o es u n n eg o ci o a
A N
m e n o s q u e s e v e n d a n l o s p o e m a s ? (Le mira a la cara po r
primera vez.) T o d a v í a e r e s j o v e n , ¿ v e r d a d ? P e r o n o e .
q u ed a mu ch o d e v i d a . Veo en t u r o s t r o l a señ a l d e l a
P O E T A T si n sorprenderse) - ¿A q u é t e d ed i cab a s an t es? ¿Er a s
f i s o n o m i s t a ? . „ „ ^
ANC IANA - Qu i z ás . H e v i s t o t an t o s r o s t r o s h u ma n o s q u e
" t o n á u s e a s. . . S i én t at e . N o p a re c es m u y s e gu r o s o br e
P O E T A
*(se'sienta; tose) -
Lo q u e p asa es q u e es t o y b o -
A N C I ^ A
0
- E s t ú p i d o . D e b e r í a s a s e n t a r f i r m e m e n t e l o s p i e s
en t i e r r a , a l men o s mi en t r as v i v as .
(Silencio.) .
POETA - ¿Sab es? , h ay a l g o q u e me mt r i g a t an t o q u e y a n o
p u e d o a g u a n t a r m e m á s . ¿ P o r q u é v i e n e s a q u í t o d a s l a s n o -
ch es , a l a mi sma h o r a , y ex p u l sas a q u i en es t e p ar a sen -
t a r t e t ú en e l b an co ?
ANC IANA ^ ¿Es q u e m e l o v as a r ec l amar ? Es p er o q u e n o
seas u n v ag ab u n d o . ¿Qu é q u i er es? ¿Es q u e l e sacas d i -
n er o a l a g en t e q u e se s i en t a aq u í ?
P O E T A — N o . s i m p l e m e n t e e s q u e c o m o e l b a n c o n o p u e d e
h ab l ar , l o h ag o y o p o r é l ,
ANCIANA
(sin prestarle atención)
— Yo n o ech o a n ad i e . Lo
q u e p asa es q u e cu an d o me s i en t o se mar ch an . De t o d as
f o r m as , es t e b an c o h a s i d o co n s t r u i d o p ar a q u e se s i en t en
cu a t r o p er so n as en é l .
P O ET A — ¡ P e r o d e n o c h e e s p a r a l o s e n a m o r a d o s C u a n d o
p aseo d e n o ch e p o r es t e p ar q u e y v eo u n a p ar e j a d e en a-
m o r a d o s , m e s i e n t o m a r a v i l l o s a m e n t e t r a n q u i l i z a d o . Y a n d o
d e p u n t i l l as . Y s i es t o y can sad o o , co mo su ced e d e cu an -
d o en cu an d o , s i en t o q u e me v i en e l a i n sp i r ac i ó n y me
g u s t a r í a o r d e n a r m i s i d e a s , n o t o m o a s i e n t o p o r d e f e r e n c i a
h a c i a e l l o s . . . P e r o t ú , a n c i a n a , ¿ d e s d e c u á n d o v i e n e s p o r
aq u í ?
ANC IANA — A h o r a l o co mp r en d o . Es t e es t u t e r r i t o r i o , t u
r eser v a esp ec i a l , d o n d e h aces t u n eg o ci o .
P O E T A — ¿ M i q u é ?
ANC IANA — A q u í es d o n d e v i en es a b u scar i n sp i r ac i ó n p ar a
l as co sas q u e l u eg o p o n es en t u s p o emas .
POETA — N o seas ab su r d a . E l p ar q u e , l o s en a mo r ad o s , l o s
f a r o l es , ¿c r ees q u e y o u t i l i za r í a u n mat er i a l t an v u l g ar ?
ANCIANA — L lega rá el d ía en que de je de ser vulga r . N o
ex i s t e n ad a q u e n o h ay a s i d o a l g u n a v ez v u l g ar . C o n e l
t i e m p o c a m b i a r á d e n u e v o .
POETA — ¡ Qu é ex t r ao r d i n ar i a s o cu r r en c i as t i en es S i as í f u e-
s e , t e n d r í a q u e c o m p o n e r u n a p a s i o n a d o a l e g a t o e n d e f e n -
sa d e l b an co .
ANC IANA — No i n s i s t as . Es t ás co n v e n ci d o d e q u e es u n a o f en -
sa p ar a l a v i s t a e l q u e y o es t é sen t ad a aq u í , ¿v er d ad ?
P O E T A — N o , ¡ e s u n a p r o f a n a c i ó n
ANC I ANA — R eal men t e , a l o s j ó v en es o s g u s t a d i scu t i r .
POETA — Esc ú ch am e. . . Y o só l o so y l o q u e p ar ezco : u n p o e t a
q u e n o v a l e cu a t r o ch av o s y q u e n i s i q u i e r a t i en e u n a
m u j e r q u e s e p r e o c u p e p o r é l . P e r o h a y a l g o q u e r e s p e t o :
e l mu n d o t a l y co mo se r e f l e j a en l o s o j o s d e u n a p a r e j a
q u e se ama, u n mu n d o q u e es c i en v eces más b e l l o q u e la
r ea l i d ad . Mí r a l o s , n o t i en en n i l a men o r i d ea d e q q e es -
t amo s h ab l an d o d e e l l o s . Es t án t an a l t o s co mo l as es t r e -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 205/267
l i a s . Se p u ed e v er e l resp lan d o r d e l as es t re l l as d en t ro d e
su s o jo s . , Y es t e b an co , es t e b an co es co mo u n a esca le ra
q u e l l eg a h as ta e l c i e lo , l a to r re más
a l t a
d e l u mv erso e l
m á s m a r a v i l l o s o p u n t o d e o b s e r v a c i ó n . C u a n d o u n h o m -
b re s e s i en ta aq u í co n su amad a es cap az d e v er l a s lu ces
d e l a s ' c i u d a d e s q u e h a y a l o t r o e x t r e m o d e l m u n d o . Y o
en camb io ( s e
sube al banco),
s i me p o n g o d e p ie aq u í ,
n o p u ed o v er n ad a . . . Oh , c l a ro q u e v eo a lg o : f i l a s d e b an -
co s , a lg u ien q u e b a lan cea u n a l in t e rn a (d eb e s e r e l p o l i -
c í a ; u n a fo g a ta ; men d ig o s s en tad o s a l red ed o r d e l fu eg o .
Lo fa ro s d e u n co ch e . Se ad e lan tan u n o s a o t ro s cam in o
d e l c lu b d e t en i s . ¿Qu é e ra eso ? Un co ch e l l en o d e f o re ,
¿Un o s mú s ico s q u e v u e lv en d e u n co n c ie r to ? ¿O e ra u n
entierro? CSe
baja del banco y se sienta.)
Eso es todo
c u a n t o y o p u e d o v e r . _
ANCIANA - ¡Qu é ton tería s ¿P or qué respe tas esas cosas?
Ese ca rác te r tu y o , t an s en c i l lo , t e l l ev a a esc r ib i r p o emas
q u e l u e g o n a d i e c o m p r a r á .
#
POETA - P rec i s am en te p o r eso y o n u n ca me s i en to en es t e
b an co . Mien t ras s eam o s tú -y y o q u ien es lo o cu p em o s , es t e
b an co n o s e rá más q u e u n a t ab la melan có l i ca , p e ro s i eUo
lo o cu p an , s e co n v ie r t e en a lg o su b l ime Se v u e lv e m as
suave que un sofá y se cal ienta con las chispas que des-
p id en lo s cu erp o s h u man o s . . . Cu an d o tú lo o cu p as s e h ace
más f r ío q u e u n a tu mb a , co mo s i fu ese u n b an co co n s t ru i -
d o co n l as lo sas d e u n cemen te r io . No lo p u ed o so p o r t a r .
ANCIANA - Ere s joven e inexp erto y aún no t ienes o jos para
" v e r l a s co sas . ¿Pre te n d es d ec i r q u e eso s b an co s o cu p ad o s
p o r v u lg ares o f i c in i s t as co n su s fu lan as es t án v iv o s? No
¡eas to n to . Es tán acar i c i án d o se so b re su s tu mb as . Mi ra a
c a d a v é r i c a p a l i d e z d e s u s r o s t r o s a l a l u z v e r d o s a d e l a
fa ro las q u e a t rav iesa l as h o jas d e lo s á rb o les . . . Tan to lo s
h o mb res co mo l as mu je res t i en en lo s o jo s ce r rad o s . ¿No
p arecen cad áv eres? Se es t án mu r ien d o mien t ras h acen el
amor.
(Husmea a su alrededor.)
Te concedo que hay mi
p erfu me d e f lo res . Las f lo res d e l p a rq u e so n mas f rag an -
i
i
t e s d e n o ch e , co mo l as q u e s e p o i i c . . d en t ro d e u n a t aú d .
Eso s aman tes es t án en te r rad o s en e l p e r fu me d e l as f lo res
co mo t an to s y t an to s mu er to s . Tú y y o so mo s lo s ú n ico s
q u e es t amo s v iv o s .
POETA
(se ríe)
— Tien e g rac ia . ¿Es q u e t e co n s id eras más
v iv a q u e e l lo s?
ANCIANA — N atu ra l men te . Te n g o n o v en ta y n u ev e añ o s y
mi ra q u é s a lu d ab le es to y .
POETA — ¿No v en ta y n u ev e añ o s?
A N C I A N A (exponiendo el rostro a la luz)
— M í r a m e b i e n .
POETA — ¡Qu é a r ru g as más h o r r ib les
(En ese momento, el hombre que está con su pareja en el
banco de la derecha bosteza.)
MUJER — ¿Q u é t e p asa? ¿ Po r q u é e res t an maled u cad o ?
HOMBRE — Ven g a , v ámo n o s . No s v am o s a co n s t ip a r .
MUJER — Qu é d esag rad ab le e res . Deb es ab u rr i r t e mu ch o .
HOMBRE — No , es q u e acab o d e reco rd ar a lg o mu y d iv er -
t id o .
M U J ER — ¿ Q u é e s ?
HOMBRE — Me es t ab a p reg u n tan d o s i mi g a l l in a p o n d r ía ma-
ñ an a u n h u ev o y d e rep en te eso h a emp ezad o a p reo cu -
p a r m e .
MUJER — ¿Qué s ignifica eso?
HOMBRE — No significa nada.
MUJER — Tú y y o h emo s t e rmin ad o . Eso es lo q u e s ig n i f i ca
HOMBRE — Mira , ah í v a e l ú l t imo au to b ú s . Deb emo s ap re -
su ra rn o s .
M U J E R (se levanta y se queda mirando al hombreX —
M i r a
q u e t i en es mal g u s to e l ig i en d o co rb a tas .
(El hombre no contesta. Se limita a darle prisa a la mujer.
Salen.)
ANCIANA — ¡Po r fin H an vue lto a la v id a.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 206/267
P O E T A — L o s f u e g o s a r t i f i c i a l e s h a n d e s a p a r e c i d o . ¿ C ó m o
p u e d e s d e c i r q u e h a n v u e l t o a l a v i d a ?
A N C I A N A — C o n o z c o m u y b i e n e l a s p e c t o d e q u i e n e s v u e l v e n
a l a v i d a : l o h e v i s t o m u c h a s v e c e s . T i e n e n u n a e x p r e s i ó n
d e h o r r i b l e a b u r r i m i e n t o , y e s a e x p r e s i ó n e s l a q u e a m í
m e g u s t a . . . H a c e m u c h o t i e m p o , c u a n d o e r a j o v e n , n u n c a
t e n í a l a s e n s a c i ó n d e e s t a r v i v a a m e n o s q u e m e z u m b a s e
l a c a b e z a . A h o r a h e p o d i d o d a r m e c u e n t a d e m i e q u i v o -
c a c i ó n . C u a n d o e l m u n d o p a r e c e u n l u g a r m a r a v i l l o s o p a r a
v i v i r e n é l , c u a n d o l a m á s p e q u e ñ a f l o r p a r e c e u n a c a t e -
d r a l , c u a n d o l a s p a l o m a s c a n t a n c o n v o c e s h u m a n a s m i e n -
t r a s p a s a n v o l a n d o . . . q u i e r o d e c i r , c u a n d o t o d o e l m u n d o '
d i c e a l e g r e m e n t e « B u e n o s d í a s » a t o d o e l m u n d o , y l a s
c o s a s q u e h a s e s t a d o b u s c a n d o d u r a n t e d i e z a ñ o s a p a r e c e n
e n e l f o n d o d e u n a t a z a d e t é , y c a d a m u c h a c h a p a r e c e
u n a . e m p e r a t r i z . . . c u a n d o u n o s e s i e n t e c o m o s i l a s r o s a s
e s t u v i e s e n f l o r e c i e n d o e n u n r o s a l m u e r t o , e n t o n c e s . . . e n -
t o n c e s c o s a s t a n t o n t a s c o m o é s a s m e s u c e d í a n c a d a d i e z
d í a s , p e r o a h o r a , c u a n d o p i e n s o e n e l l o , c o m p r e n d o q u e
m i e n t r a s m e s u c e d í a n e s t a b a m u r i e n d o . . . C u a n t o p e o r e s
e l l i c o r , m á s r á p i d o s e e m b o r r a c h a u n o . E n m e d i o d e m i s
b o r r a c h e r a s , e n m e d i o d e m i s s e n t i m i e n t o s y d e m i s l á g r i -
m a s , m e e s t a b a m u r i e n d o . D e s d e e n t o n c e s h e h e c h o l a p r o -
m e s a d e n o b e b e r . E s e e s e l s e c r e t o d e m i l a r g a v i d a .
P O E T A (burlándose de ella)
— ¡ A h , p e r o d i m e , a n c i a n a , ¿ y
p o r q u é s i g u e s v i v i e n d o ?
A N C I A N A — ¿ P o r q u é ? N o s e a s r i d í c u l o . ¿ E l h e c h o d e e x i s t i r
n o e s u n a r a z ó n e n s í m i s m a ? Y o n o s o y u n c a b a l l o q u e
c a m i n a p o r q u e q u i e r e l a z a n a h o r i a . E n d e f i n i t i v a , l o s c a b a -
l l o s c a m i n a n p o r q u e e s t á n h e c h o s a s í .
P O E T A — ¿ « C o r r e , c a b a l l i t o , c o r r e y n o m i r e s a l o s l a d o s » ?
A N C I A N A — « N o d e s v í e s l o s o j o s d e t u p r o p i a s o m b r a » .
P O E T A — C u a n d o e l s o l s e e s t á p o n i e n d o , l a s o m b r a s e
a l a r g a .
A N C I A N A — L a s o m b r a s e r e t u e r c e . S e p i e r d e e n l a o s c u r i -
d a d d e l a t a r d e ,
P O E T A — P e r m í t e m e p r e g u n t a r t e a l g o , a n c i a n a : ¿ Q u i é n e r e s ?
A N C I A N A — E n o t r o t i e m p o f u i u n a m u j e r l l a m a d a K o m a c h i
ROETA — ¿Q uie n?
- A N C I A N A - T o d o s l o s h o m b r e s q u e a l g u n a v e z d i j e r o n q u e
y o e r a b e l l a h a n m u e r t o . C u a l q u i e r h o m b r e q u e d i g a l o -
r a q u e s o y b e l l a , m o r i r á .
P O E T A
( s e r í e ) -
B u e n o , y o a l m e n o s e s t o y a s a l v o . T e h e
c o n o c i d o a l o s n o v e n t a y n u e v e a ñ o s .
A N C I A N A - T i e n e s s u e r t e , e n e f e c t o , p o r q u e e s d e s u p o n e r q u e
u n s i m p l e c o m o t u p i e n s a q u e , c u a n d o u n a m u j e r e n v e j e c e
s e v u e l v e f e a . P e r o e s u n a g r a n e q u i v o c a c i ó n . U n a m u j e í
b e l l a s i e m p r e s e r á b e l l a . S i a h o r a p a r e z c o f e a s ó l o q u i e r e
d e c i r q u e s o y u n a b e l l e z a f e a . D e s p u é s d e h a b e r o í d o t a n -
t a s v e c e s h a b l a r d e m i b e l l e z a , e n l o s ú l t i m o s s e t e n t a u
o c h e n t a a n o s m e h a r e s u l t a d o i m p o s i b l e h a c e r m e a l a i d e a
d e q u e y a n o l o e r a . T o d a v í a m e v e o c o m o u n a b e l l e z a
e s p l e n d o r o s a .
P O E T A (aparte)
- D e b e s e r d u r o t e n e r q u e r e c o n o c e r s e q u e
e n o t r o t i e m p o f u e h e r m o s a . (A la Anciana.) C o m p r e n d o
l o q u e s i e n t e s . C u a n d o e l h o m b r e h a i d o u n a v e z a l a
g u e r r a , s e p a s a d r e s t o d e s u v i d a r e c o r d á n d o l a . P o r s u -
p u e s t o q u e t ú f u i s t e h e r m o s a . . .
A N C I A N A (golpeando con el pie en el suelo) — ¿Fui? ¡Toda-
vía
s o y b e l l a
P O E T A — S í , s í , c o m p r e n d o , p e r o ¿ p o r q u e n o m e c u e n t a s
a l g o d e l o s v i e j o s t i e m p o s ? H a c e o c h e n t a a ñ o s , ¿ o s e r í a n
n o v e n t a ?
(Cuenta con los dedos.)
C u é n t a m e l o q u e s u c e -
d i ó h a c e o c h e n t a a ñ o s .
A N C I A N A — H a c e o c h e n t a a ñ o s . . . y o t e n í a d i e c i n u e v e . E l C a -
p i t a n F u k a k u s a , d e l E s t a d o M a y o r , m e c o r t e j a b a .
•c O E T A — ¿ P o d r í a h a c e r y o e l p a p e l d e C a p i t á n N o - s é - c u á n -
t o s ?
A N C I A N A — N o s e a s f a n f a r r ó n . E l e r a c i e n v e c e s m á s h o m b r e
q u e t u . S í , l e p r o m e t í q u e t e n d r í a c u a n t o d e s e a b a s i m e
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 207/267
cortejaba durante den noches. Sucedió la última noche. Ha-
bía un baile en el Rokumei Hall y todo el mundo
e s t a b a
allí. Me había fatigado un poco con el calor de
l a t i e s t a
y estaba descansando un momento en uno de
l o s b a n c o s
del parque...
(Se oye la música de un vals, distante al principio, pero luego
cada vez más fuerte. Se corre el telón de fondo y aparece el
inconfundible Rokumei Hall, sala de baile construida en estilo
Victoriano. En primer plano, «« jardín. El decorado recuerda
los telones de fondo que usaban antiguamente los fotografos.)
A N C I A N A
(Mirando fuera del escenario)
— Fíjate.
H a v e n i d o
la gente más aburrida.
P O E T A — ¿Te refieres a esas damas y caballeros de tan
b u e n
aspecto? ,
A N C I A N A
— Naturalmente. Pero, ¿por qué no bañamos
u n
vals como todo el mundo?
P O E T A — ¿Bailar un vals contigo?
A N C I A N A — Recuerda que eres el Capitán Fukakusa.
(Entran bailando parejas vestidas con trajes de 1 880 Se diri-
gen hacia ellos. Termina el vals. Todo el mundo rodea a la
Anciana.)
M U J E R A — ¡ Qué guapa es tás hoy , Komach i
M U J E R B — Cómo te envidio. ¿Dónde compras
t u s t r a j e s ?
(Toca los sucios harapos de la Anciana.)
A N C I A N A
— Mando a París mis medidas y me los confeccio-
nan allí. • -
M U J E R E S A y B — ¿De verdad?
M U J E R
C — Es la única solución. Siempre hay algo
q u e n o
termina de caer bien en los trajes hechos en el Japón.
H O M B R E A — Uno no tiene donde elegir. No hay
m á s r e m e -
dio que llevar trajes importados.
H O M B R E
B — Sí, eso es verdad también para los
h o m b r e s .
¿ S e h a n f i j a d o e n e l f r a c q u e l l e v a e s t a n o c h e e l P r i m e r
M i n i s t r o ? E s t a h e c h o e n L o n d r e s , l a p a t r i a d e l a c o n f e c -
c i o n p a r a h o m b r e s .
(Parloteando y riendo, Hombres y Mujeres rodean a la An-
ciana j al Poeta. Los tres Hom bres se sientan en el banco
mas alejado y charlan.)
H O M B R E C — K o m a c h i e s r e a l m e n t e e n c a n t a d o r a .
H O M B R E A - A l a
luz
d e l a l u n a , i n c l u s o u n a b r u j a p a r e -
c e r í a e n c a n t a d o r a .
H O M B R E C - E S O n o s e p u e d e d e c i r d e K o m a c h i . E l l a e s
i g u a l m e n t e h e r m o s a a l a
luz
d e l d í a . Y c u a n d o l a m i r a s a
l a l u z d e l a l u n a , e s u n á n g e l , u n á n g e l c a í d o d e l c i e l o .
H O M B R E A _ N o e s d e l a s q u e c e d e n f á c i l m e n t e a n t e u n
h o m b r e . S u p o n g o q u e p o r e s o c o r r e n t a n t a s h i s t o r i a s d i -
v e r t i d a s s o b r e e l l a .
H O M B R E
B (utilizando palabras francesas que traduce a me-
dida que las va diciendo) — E s u n a « p u c e U e » , u n a d o n -
c e l i a e s o e s . L o q u e p o d r í a m o s d e n o m i n a r « u n e h i s t o i r e
s c a n d a l e u s e » , ¿ c o m p r e n d e n ? , u n a e s p e c i e d e e s c á n d a l o
M U J E R B - A l C a p i t á n F u k a k u s a l e t i e n e s o r b i d o e l s e s o .
¿ N o v e l o p á l i d o y d e m a c r a d o q u e e s t á ? P a r e c e c o m o s i
n o h u b i e s e c o m i d o d e s d e h a c e d í a s .
H O M B R E A — L e h a d a d o p o r e s c r i b i r p o e m a s s o b r e K o -
m a c h i , o l v i d a n d o s u s d e b e r e s m i l i t a r e s . N o e s s o r p r e n d e n t e
q u e s u s c o m p a ñ e r o s d e l C u a r t e l l e d e s p r e c i e n .
H O M B R E C — ¿ E s q u e n o h a y e n t r e n o s o t r o s u n h o m b r e c a -
p a z
de co r te jar
y c o n s e g u i r a K o m a c h i ?
H O M B R E B — T o d o l o q u e y o t e n g o e s « u n e e s p o i r e » , e s
d e c i r , u n a e s p e r a n z a .
H O M B R E C
— T a m b i é n y o .
(Estalla en
carcajadas.)
¡ U f L o
p e o r
de l levar
c i n t u r ó n e s q u e h a y q u e r e a j u s t á r s e l o d e s -
p u e s de las c o m i d a s . (Se afloja el cinturón un punto. A y
B le imitan.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 208/267
(Entran dos cam areros: uno de ellos lleva una bandeja con
bebidas y el otro una fuente de entremeses. Todos se strven.
El Poeta contempla inexpresivamente a la Anciana. Las tres
Mujeres, con sus copas en la mano, toman asiento en un banco
frente a los Hombres.)
A N C I A N A (SU voz suena juvenil) — O igo una f uen te en a lgu-
na par te , per o no puedo ver la . Es cu r ioso , per o cada vez
que escucho ese sonido siento como si , a lo lejos, estuvie-
se cayendo una lluvia torrencial.
HOMBRE A — Qué maravillosa voz. Es tan clara como una
f uen te . ,
MUJER A — O ír la h abla rse a sí misma e s una lección de
elocuencia .
A N C I A N A (volviéndose hacia el fondo) — ¡ Es tán bañan do Las
sombr as se mueven t r as las ven tanas y las ven tanas se
i luminan y apagan con las sombr as de los bai lar ines . Es tá
todo tan mar av i l losamente t r anqu i lo . . . como las sombr as
que p r oducen las l l amas .
HOMBRE B — ¡Qu é voz tan sensual Es una voz que cala
muy hondo en e l co r azón . ¡
MUJER B — Aunque soy mujer , s ien to una ex t r aña sensación
al oír la. ' .
ANCIANA — ¡O h , oigo una camp anilla. Y el rui do de un
car r uaje y cascos de cabal los . . . ¿De qu ién ser á ese car r ua-
je? N inguno de los p r íncipes ha ven ido todav ía es ta noche,
pero esa campanilla parecía la de una de las casas rea-
les . . . ¡ Qué f r agan tes son los ár bo les del j ar d ín Es un
per f ume oscur o , du lce y penet r an te .
HOMBRE C — Com par adas con Komach i , todas las demás mu-
jer es no son más que mujer es .
. (Se oyen los primeros compases de un vals. Todos devuelven
los vasos a la bandeja que les acerca el camarero y se ponen
a bailar. El Poeta y la Anciana se quedan donde estaban.)
P O E T A — - E s e x t r a ñ o . . .
ANCIANA — ¿Q ué es ex tra ño ?
POETA — En cier to modo, yo. . .
ANCIANA — Por favor , trata de decir lo. Ya sé lo que quie-
res decir , antes de que lo hagas.
P O E T A
(con ardor) — Er es tan . . . e r es tan . . .
ANCIANA — H erm osa , eso es lo que tr atas d e decir , ¿ver-
dad? Pues no lo hagas. Si lo dices no vivirás mucho. Es
un consejo amis toso .
P O E TA — P e r o . . .
ANCIANA — Si aprecias algo tu vida, no digas nada.
POETA — E s realme nte ext raño. M e pregu nto si es esto lo
que se suele l lamar un milagro.
ANCIANA (se ríe) — ¿Per o es que todav ía se hacen mi lag r os
; hoy en d ía? Mi lagr os , ¡ bah Además , son una vu lgar idad .
POETA — P ero tus arr uga s. . .
ANCIANA — ¿Q ué dices? ¿D e qué arrugas hab las?
POETA — Eso es lo que quiero decir : no veo ninguna.
ANCIANA — ¡Pues claro ¿Es qu e hay algún homb re que
aguan tar ía c ien noches por una b r u ja? . . . ¡ Per o bas ta de
f an tas ías Vamos a bai lar . Por f avor , vamos a bai lar .
(Bailan. Se m archan los camareros. A las parejas A, B y C
se les ha unido una cuarta. Después, todos se sientan, cada
pareja en un banco diferente y comienzan a oírse susurros
amorosos.)
ANCIANA — ¿Es tás c ans ado ?
P O E T A — N o .
ANCIANA — N o tiene s buen aspe cto.
POETA — T eng o el aspe cto de sie mpre.
ANCIANA — ¿He de tomar eso por una respuesta?
POETA — Esta noche es la número cien.
ANCI ANA — Y au n as í . . .
P O E T Í — ¿ Q u é ?
ANCIANA — ¿P or qu é estás tan c eñud o?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 209/267
(El Poeta interrumpe el baile súbitamente.)
ANCIANA — ¿Q ué te pas a?
POETA — No es n ad a , só lo q u e me s i en to u n p o co maread o .
ANCIANA — ¿Qu ieres qu e ent rem os? , . ,
POETA — N o , s e es t á mejo r aq u í . Ad e n t ro h ay d emas iad o
ru id o .
(Se quedan de pie, cogidos de la mano y miran a su dire-
dedor.)
ANCIANA — Se ha detenido la música. Debe ser el descanso.
Mi ra q u é t ran q u i lo es t á to d o .
POETA — Sí, todo está s i lencioso ahora.
A N CI AN A — ¿ E n q u é p i e n s a s ?
POETA — En n ad a . Me jo r d ich o , es t ab a p en san d o en a lg o
mu y ra ro . Ten ía l a s en sac ió n d e q u e , s i t u v ié ramo s q u e
sep ara rn o s ah o ra , d en t ro d e c i en añ o s . . . y q u izás an tes d e
c ien añ o s . . . v o lv er í amo s a en co n t ra rn o s .
ANCIANA — ¿ Y d ó n d e n o s en co n t ra r í amo s? ¿En l a t u m b a
q u izás? ¿En e l c i e lo ? ¿O se r í a en e l i n f i e rn o ? S í , amb o s
s i t io s so n lo s más p ro b ab les .
POETA — Oh , s e me acab a d e o cu r r i r a lg o . . . Esp era u n
momento, por favor.
(Cierra los ojos y los vuelve a abrir.)
Un s i t io ig u a l q u e és t e . Te en co n t ra ré d e n u ev o en u n s i t io
ex ac tamen te ig u a l q u e és t e .
ANCIANA — U n jar dín en orm e, con faro las de gas , banco s,
en a mo rad o s . . . , , ,
POETA — To d o se rá ex ac tamen te ig u a l . Pero n o s e có mo h a-
b remo s camb iad o tú y y o p ara en to n ces .
ANCIANA — No puedo creer que haya envejecido.
POETA — Po d r ía s e r y o q u ien n o en v e jec iese .
ANCIANA — Den t ro d e o ch en ta añ o s . . . e l mu n d o h ab rá p ro -
g resad o mu ch o , ¿n o c rees?
POETA — Pero só lo lo s s e res h u man o s camb ian . In c lu so l as
marg ar i t as , d en t ro d e c i en añ o s , s e rán marg ar i t as .
POETA — To d o s lo s j a rd in es h ab rán v u e l to a su es t ad o o r i -
g inal .
ANCIANA — Los pá jaro s serán más fel ices en el los .
POETA — Ten d rás t an ta lu z d e lu n a co mo p u ed as d esear .
ANCIANA — Y si te subes a un árbol y miras alrededor, po-
drás ver las luces de la ciudad, y será como si es tuvieras
v ien d o l as lu ces d e to d as l as c iu d ad es d e l mu n d o .
POETA — ¿Y q u é n o s d i remo s cu an d o n o s v eamo s d en t ro d e
c ien añ o s?
ANCIANA — « Sien to q u e n o n o s h ay amo s man ten id o en co n -
t ac to » , su p o n g o .
(Ambos se sientan en el banco del medio.)
POETA — ¿Ma n ten d rás tu p ro mesa , v e rd ad ?
ANCI ANA — ¿M i p r o m es a?
POETA — Tu p ro mesa so b re l a n o ch e n ú mero c i en .
ANCIANA — ¿Lo d u d as s iq u ie ra? ¿Desp u és d e to d o lo q u e
te h e d ich o ?
POETA — Sí, es toy seguro de que esta noche mis deseos se-
rán s a t i s fech o s . Pero q u é s en sac ió n t an t r i s t e , ex t rañ a y
d esco razo n ad o s es . Es co mo s i t u v ieses en t re tu s man o s
a lg o q u e h ab ías es t ad o d esean d o d u ran te mu ch o s añ o s .
ANCIANA — Para un hombre, ése debe ser el más espantoso
d e lo s s en t imien to s .
POETA — Mis su eñ o s rea l i zad o s . . . Y q u izás a lg ú n d ía in c lu -
so me can saré d e t i . S i me h as t i ase d e a lg u ien co mo tú ,
mi v id a d esp u és d e mu e r to s e r í a h o r r ib le . ¡Y q u é esp an -
to so s resu l t a r í an lo s e t e rn o s d ías y meses h as t a q u e mu -
r iese Ser í an d e u n a esp an to sa m o n o to n ía .
ANCIANA — P or lo tanto , deberías det ene rte ah ora.
P O E T A — N o p u e d o .
ANCIANA — Es inúti l obligarte a acabar con algo que tú , en
rea l id ad , n o d eseas t e rmin ar .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 210/267
POETA — P ero es to t a lm en te fa l so q u e y o n o q u ie ra . So y
fe l i z . S ien to co mo s i p u d iese remo n ta rme a l c i e lo , y a l
mismo t i emp o me s i en to cu r io samen te d ep r imid o .
ANCIANA — Eres d em as iad o imp e tu o so .
P O E T A — ¿Y s i y o me can sase d e t i , t e q u ed ar í as t an tran-
qu ila? . AL '
A N C I A N A
— S í . No me p reo cu p ar í a lo más mín imo . Algún
o t ro emp ezar í a l a s c i en n o ch es d e co r t e jo . No me ab u rr i r í a .
POETA — Cas i p re fe r i r í a mo r i rme ah o ra , en es t e mo men to .
Di f í c i lmen te s e p resen ta rá u n a o cas ió n co mo és t a , y s i me
h a d e l l eg ar , q u e s ea es t a n o ch e .
ANCIANA — Po r f av o r , t o d o eso n o so n más q u e d i sp ara tes .
POETA — Será es ta noche. Y s i he de pasar es ta noche en
in imag in ab les p laceres , co mo lo s q u e h e ex p er imen tad o
co n o t ras mu je res . . . s ó lo d e p en sar lo me es t remezco . . .
ANCIANA — No se v iv e ú n icame n te p a ra mo r i r .
^
POETA — Nu n ca s e s ab e . Qu izá s e mu ere p ara v iv i r .
ANCIANA — ¡Qu é v u lg ar , ¡q u é t e r r ib l em en te o rd in ar io
POETA — P o r fav o r , ay ú d am e. ¿Qu é p u e d o h acer?
ANCIANA — Seguir ad elan te. Lo único q ue pue des hace r es
seguir ade lante . . ,
POETA — Escú c h am e, p o r fav o r . Den t ro d e u n as h o ras d en -
t ro d e u n o s min u to s , s e v a a p ro d u c i r a lg o imp o s ib le . E l
so l co men zará a b r i l l a r en med io d e l a n o ch e . Un g ran
n av io , co n l as v e las h in ch ad as p o r e l v i en to , n o s co n d u -
c i rá p o r l a s ca l l es . Yo aco s tu mb rab a a so ñ ar t a l es su eñ o s
c u a n d o e r a m u c h a c h o ; a h o r a m e p r e g u n t o p o r q u é . U n
g ran v e le ro en t ran d o en u n j a rd ín cu y o s á rb o les ru g ían
co mo e l mar y co n e l césp ed cu b ie r to d e p á ja ro s . . . P i en -
so en mi su eñ o y mi co razó n s e p o n e t an co n ten to q u e
s ien to co mo s i fu ese a d e ten erse , d e t an ta a l eg r í a .
• ANCIANA — Qu erid o, es tás bo rra cho .
POETA — ¿Acaso n o me c rees? Es ta n o ch e , d en t ro d e u n o s
min u to s , a lg o imp o s ib le . . .
ANCIANA — Las cosas im posib les no exis t en .
P O E T A
(contempla el rostro de la Anciana, como st quisiera
rememorar algo)
— A p esar d e to d o es ex t rañ o . . . t u
r o s t r o . . .
A N C I A N A
(aparte)
— S i t e rmin a esa f rase , su v id a s e ap ag ará .
(Intentando impedirle que hable.)
¿Qué tiene de extraño
mi ro s t ro ? Mi ra q u é feo es , cu án tas a r ru g as t i en e . Vamo s ,
ab re lo s o jo s d e u n a v ez
POETA — ¿Arru g as? ¿ Dó n d e es t án las a r ru g as?
A N C I A N A (alzando su traje y mostrándoselo)
— Mira , e s t á
hecho jirones.
(Poniéndoselo bajo las narices.)
Un olor
n au seab u n d o , ¿v erd ad ? ¡Es tá l l en o d e p io jo s Mi ra es t a
man o . Mi ra có mo t i emb la , co mo s i só lo es tu v iese h ech a
d e a r ru g as . Y l as u ñ as so n rep u l s iv amen te l a rg as . . . ¡Mi ra
POETA — ¡Qu é marav i l lo sa f rag an c ia Las u ñ as t i en en e l co -
lor de las begonias .
A N C I A N A (desabrochándose el traje)
— Mira , mi ra mis p e -
ch o s l l en o s d e ro ñ a . Lo s p ech o s d e u n a mu je r n o d eb e-
rían ser así.
(Exasperada, toma la mano del Poeta y la
aprieta contra sus senos.)
¡Tócalos ¡Compruébalo por ti
mismo ¡No h ay n i u n a g o ta d e l ech e en e l lo s
' P O E T A
(extasiado)
— ¡Ah , t u cu erp o .
ANCIANA — T en g o n o v en ta y n u e v e añ o s . Desp ie r t a . Ab re
lo s o jo s . ¡Mí rame b ien
P O E T A
(la contempla durante un rato, como atontado)
— Ah ,
p o r f in lo recu erd o .
A N C I A N A (llena de
alegría) — ¿Lo recu erd as?
POETA — Sí . . . e so es . . . t ú e ras u n a an c ian a d e n o v en ta y
n u ev e añ o s . Ten ías u n as h o r r ib les a r ru g as y lo s o jo s t e
l ag r imeab an y tu s t ra j es h ed ían .
ANCIANA — ¿Hab las en p asad o ? ¿Pero es q u e n o v es có mo
soy?
POETA — E s ex t r añ o . . . t u s o jo s b r i l l an co mo lo s d e u n a
mu ch ach a d e v e in te añ o s y tu s v es t id o s h u e len d u lcemen -
te . ¡Eres mu y ex t rañ a Te h as v u e l to jo v en o t ra v ez .
ANCIANA — Por favor, no lo d igas . ¿No recuerdas lo que te
pasará s i l legas a decir que soy hermosa?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 211/267
P O E T A
— Si creo que algo es hermoso, debo decirlo, aun-
que me cueste la vida.
A N C I A N A
— ¡Qué locura Por favor, basta, por favor. ¿De
qué instante estabas hablando hace un rato?
P O E T A
— Te lo diré.
A N C I A N A
— No, no lo hagas, por lo que más quieras, no lo
hagas.
P O E T A
— Te lo voy a decir, Komachi.
(La toma de la mano.)
Eres hermosa, la mujer más hermosa del mundo.
(Ella se
estremece.)
Este es el instante por el que he esperado
noventa y nueve noches. Tu belleza no desaparecerá ni
dentro de diez mil años.
A N C I A N A
— Te arrepentirás de haber dicho eso.
P O E T A
— No, no me arrepentiré nunca.
A N C I A N A
— Eres un loco. Ya puedo ver la marca de la muer-
te en tu frente.
P O E T A
— No quiero morir.
A N C I A N A
— He hecho todo lo posible por detenerte.
P O E T A
— Las manos y los pies se me están quedando fríos.. .
Estoy seguro de que volveré a encontrarte en este mismo
sitio... dentro de cien años.
A N C I A N A
— ¡Tener que esperar cien años más
(El Poeta queda inmóvil y muere. Baja el negro telón de fon-
do. La Anciana se sienta en el
banco
y queda mirando el suelo.
Luego, por hacer algo, reanuda su recuento de colillas. Mien-
tras lo hace entra un policía y se pasea por el escenario. Ve
el cadáver y se inclina sobre él.)
P O L I C Í A
— ¡Otra vez borracho Es incorregible. ¡Vamos, le-
vántate Apuesto a que tu mujer está esperándote. Vete
derecho a casa y métete en la cama... ¿Estará muerto?...
Anciana, ¿le has visto caer? ¿Estabas aquí cuando cayó?
A N C I A N A (levantando un poco la cabeza)
— Me parece que
fue hace un rato.
P O L I C Í A — Su cuerpo todavía está caliente.
A N C I A N A — Lo cual demuestra que acaba de morir.
P O L I C Í A
— Eso ya lo sé yo sin necesidad de preguntarte. Lo
que deseo saber es cuándo llegó
A N C I A N A
— Creo que hace alrededor de media hora. Estaba
borracho y empezó a propasarse conmigo.
P O L I C Í A
— ¿Propasarse contigo? ¡No me hagas reír
A N C I A N A (indignada)
— ¿Qué es lo que te hace tanta gra-
cia? Es lo más natural del mundo.
P O L I C Í A — Y me imagino que te defendiste adecuadamente.
A N C I A N A
— No, no era más que un pesado y no le concedí
la menor atención. Estuvo hablando consigo mismo un
buen rato y antes de que me diese cuenta sufrió un co-
lapso y cayó al suelo. Creía que se había quedado dor-
mido.
P O L I C Í A (gritando hacia la izquierda del escenario)
— ¡Eh
¡Está prohibido encender fuego en el parque Venid aquí,
tengo trabajo para vosotros.
(Entran dos Vagabundos.)
Ayudadme a llevar este cadáver al cuartelillo.
(Salen los tres hombres llevando el cadáver.)
A N C I A N A (penosamente, arreglando sus colillas) —
Una... y
una... hacen... dos... dos... y... dos... hacen... cuatro...
Una y una hacen dos, dos y dos hacen cuatro...
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 212/267
Edward Albee
EL CUENTO DEL ZOOLOGICO
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 213/267
Edward Albee
EL CUENTO DEL ZOOLOGICO
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 214/267
EL CUENTO DEL ZOOLOGICO
El Parque Central de la ciudad de Nueva
York, un domingo por la tarde. Es verano.
Epoca actual. Hay dos bancas detrás de ellas:
árboles y cielo. Al principiar la acción Peter
está sentado en una de las bancas leyendo un
libro• Deja de hacerlo para limpiar los lentes,
después continúa. Entra Jerry.
JERRY. (Entra por la derecha, cruza el
escenario y se detiene junto a una de las ban-
cas.)
Estuve en el zoológico. (Peter no le ha-
ce caso.) Le digo que estuve en el zoológico.
¡Señor, estuve en el zoológico
PETER. Hm m. . . ¿hmm? Perdone , ¿me
habla a mí?
JER RY . Estuve en el zoológico, y luego
caminé hasta que llegué aqu í. ¿H e estado ca-
minando hacia el norte?
. PETER. (C o n fu n d id o . )
¿ El n o r t e ? . . . E s t e . . . s í . . . creo que
s í . . . dé jeme ve r
J E RRY . (Apuntando hacia el pú blico.)
¿No es ésa la Quinta Avenida?
PE TE R. Sí, sí es.
JER RY . ¿Y cuál es esa que cruza, allá,
hacia la derecha?
PE TE R. ¿Aq uélla? Ah, ésa es la Calle
Setenta y Cuatro.
JER RY . El zoológico está cerca de la Ca-
lle Sesenta y Cinco, por eso le digo que he ve-
nido caminando hacia el norte.
PETER. (Ansioso por continuar su lec-
tura. )
Sí, parece que sí-
JER RY . ¡¡Mi muy querid o y viejo nor-
te
P E T E R.
(Se ríe quedam ente.)
JERRY. (Después de una breve pausa.)
Pero no derecho al n orte . . .
PETER. P u es . . . no . . . , no de recho a l
norte . . . Lo
llamamos
norte, pero es el lado
septentrional.
JERRY. (Observando a Peter que no ha-
llando cómo deshacerse de él, prepara su pi-
pa.)
¿No cree que pueda contraer cáncer en los
pulmones?
P E T E R. (Lo mira, luego, sonríe.)
No, no por fumar pipa . . .
J E RRY . (Cruza detrás del banco.)
No señor, lo que probablemente sí contrae-
rá, será cáncer en la boca y luego tendrá queusar uno de esos aparatos que usaba Freud, des-
pués de que le amputaron toda una quijada.
¿Cómo se llaman esas cosas?
P E T E R. (Incómodos)
¿Prótesis?
JER RY . ¡Eso mism o ¡Prótesis Por lo
visto es usted un hom bre muv culto. ¿Doctor?
PET ER . No, que va, lo leí en alguna par-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 215/267
te. En la revista Time, creo. (Vuelve a su li-
bro.)
JER RY . Bueno, la revista
Time
no la
leen los tontos.
PET ER. Creo que no. . .
JERRY. (Después de una pausa.)
¡ Ah cómo me gusta e star cerca d e la Quin-
ta Avenida
PETER ( V a g a m e n t e . ) . . .
S i . . .
JER RY . No me gusta la parte oriente del
Parq ue. . .
PETER. (Algo interesado.)
¿Por qué?
JER RY . No lo sé.
PETER. ¡Ah (Vuelve a su libro.)
J E RRY . (Cruza hacia el lado contrario,
se detiene, ve a Peter, éste al fin levanta la ca>
beza y lo mira con curiosidad.)
¿Le molesta si platicamos un poco?
P E T E R, (Visiblemente molesto.)
H m m m , ,
f
<
n o , . , n a , , ,
JERRY. S í , s i l e m ole s ta . . .
P E T E R. (Cierra su libro, deja de f u m r
y sonríe.)
No, de veras, no me molesta.
JER RY . Claro que sí le mo lesta. . ,
P E T E R. (Decidido.)
, No, no me mo lesta en lo más m ínim o.
Créame-
J E RRY . (Voltea hacia el frente.)
Hac e. . . hace un buen dí a. .
P E T E R.
(Mira el cielo.)
Sí, sí es bastante bonito.
JER RY . Estuve en el zoológico.
PET ER . Ya me lo había dicho antes.
¿No?
JER RY . Lo va a leer mañana en los pe-
riódicos, o si tiene televisión, lo verá hoy en la
noche. ¿Tiene usted televisión?
PET ER . Sí, dos. U na es para los niños.
JERR Y. ¡Está casado
P E T E R. (Con placer.)
Ciertamente.
J E RRY .
(Cruza hacia delante del banco.)
Pero si eso no es obligatorio, por amol-
de Dios.
PET ER . No. Por supuesto que no.
JER RY . Y tiene una esposa.
PETER. ¡Sí
JER RY . Y también tiene niños.
PET ER . Sí. Dos.
JERRY. ¿Varones?
PET ER . No. Mujercita s. Dos mujerci-
tas. . .
JER RY . Pero usted quería varones.
PETER- Bueno. Claro que todo hombre
quiere tener un hijo varón. . . p e ro . . .
JERRY. (Visiblemente emocionado.)
Pero ya no puede tener más hijos, ¿ver-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 216/267
dad?
P E T E R. (Un poco distraído.)
No. Nunca más. (Voltea hacia Jerry, lo
ve y vuelve de nuevo la cabeza.) ¿Pero , por qué
dice usted eso? ¿Cómo lo sabe?
JER RY . Por la man era de cruzar sus
pier nas . Por alg o en su voz, o quizá esté adi-
vinando. ¿Es su esposa la que no quie re?
P E T E R. (Furioso.)
¡Eso es cosa que no le importa (Silen-
cio.) ¿Me entiende usted? (Jerry asiente, avan-
za dos pasos hasta Peter, quien ahora está cal-
mado.) Tiene usted razón, ya no podremos te-
ner más hijos.
JERR Y. Bueno. . . ¿y ahora qué más?
PET ER . ¿Qué me estaba usted diciendo
del zoológico? ¿Qué iba a leer o a ver qué?
JERR Y. Se lo diré más tarde . (Vuelve
detrás del banco.) ¿Le molesta que le haga al-
gunas preguntas?
PETE R. Francamente no.
JER RY . Le diré por qué lo hago ; no ha-
blo mucho con la gente, excepto para decirle:
"¡Deme una cerveza " "¡Dónde está el baño "
"¡A q ué hora empieza la funció n ". Ya sabe,
cosas como ésas.
PET ER . Debo decirle que no lo sé.
JER RY . De vez en cuando, me gusta ha-
blar con alguien. Pero habla r de veras, como
para llegar a conocer a las personas y saber
todo acerca de ellas.
P E T E R.
(Ríe suavemente, todavía un po-
co incómodo.)
¿Y yo voy a ser su conejillo de Indias,
por el día de hoy?
J E RRY .
(Cruza hacia la izquierda y re-
gresa.)
En un domingo lleno de sol como éste,
¿quién mejor que un hombre casado, con dos
h i ja s y . . . Hm mm . . . ¿un pe r ro?
(Peter mue-
ve la cabeza negando) ¿No ? ¡Dos perros .
(Peter niega nuevamente) ¿No tiene perros ?
(Peter mueve tristemente la cabeza.) Ah.
qu é pen a. . . ¡Pero si usted parece un hom-
bre al que le gustan los anim ales ¿Gatos?
(Peter asienta.) ¡ ¡gatos (Sube el pie al
banco.) Pero eso de los gatos no fu e idea su-
ya. . . ¿verdad, señor? ¿De su esposa y sus
niñas? (Peter asienta.) ¿Ha y algo más que
deba saber?
P E T E R. (Aclarándose la garganta.)
H a y . . . dos cotorr itas . Un a. . . hmm
una para cada una de mis hijas.
JERRY. ¡ ¡Pá ja ros
PET ER . Mis dos hij as las tienen en una
jaula en su recámara.
JER RY . ¿Y no tienen ninguna enferme-
dad ? Quiero decir, los pája ros.
PET ER . No lo creo.
JER RY . Eso está muy mal. Si llegasen
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 217/267
a enfermarse usted tendría que soltarlos en la
casa y los gatos se los comerían, y por supues-
to ellos también se morirían. (Peter voltea a
verlo; luego ríe.) ¿Y qué más? ¿Qué hace uá-
ted para mantener esa familia tan numerosa?
PE TE R. Yo . . . tengo un puesto de eje-
cutivo en. . . en una pequeña casa editorial. . .
pub licam os. . . libros de texto.
JERRY. Eso s u e n a b ien , muy b ien .
¿Cuánto gana?
P E T E R. (Le enseña la cartera.)
¡Mire
JERR Y. Oh, vamos.
PE TE R. Bueno, gano cerca de dieciocho
mil dólares al año. Pero nunca traigo más de
cuarenta dó lares en la carter a. . . Digo, en ca-
so de que usted sea un . . . u n. . . un lad rón . . .
Já, ja, ja, ja.
J E RRY . (Ignorándolo.)
¿Dónde vive?
(Peter se vuelve y se rebela.) Vam os. No voy
a asalta rlo. No voy a rap tar a sus cotorritas.,
ni a sus gatos, ni a sus niñas.
P E T E R. (En voz alta )
Vivo entre Lexington y Tercera Avenida,
en la Calle Sesenta y Cuatro.
JER RY . Ya ve como no fu e difícil.
PET ER . Francam ente no quise que así
pareciera. . . . pero es que usted no sostiene una
conversación , sólo hace pregun tas. Y yo, nor-
malmente soy muy reticente. ¿Po r qué se que-
da ahí parado?
JER RY . En un rato más empezaré a ca-
minar y de vez en cuando me sentaré. (Recor-
dando.) Esp ere que vea la expresión de su ros-
tro.
PETE R. ¿Qué? ¿E l rostro de quién?
Oi ga. . . ¿Qu é me decía del zoológ ico?
J E RRY . (Distante.)
¿El qué?
PE TE R. El zoológico, el zoológico. A l-
go del zoológico.
JER RY . ¿El zoológico?
PET ER . Lo ha mencionado varias veces.
J E RRY .
(Aún distante pero recordando
de pronto.)
El zoológico. Ah, sí. El zoológico. Es-
tuve ahí antes de venir, ya se lo dije. Dígam e,
¿cuál es la línea divisoria entre la clase alta y
la clase media y entre la clase baja y la clase
media?
PET ER . Mi querido am igo. . .
JER RY . ¡No me diga mi querido amigo
PET ER . Perdóneme, pero verá. Sus pre-
guntas acerca de la clase media me desconcier-
tan.
JERRY. (Poniendo las manos sobre la
banca.)
Y cuando está usted desconcertado, ¿se
vuelve protector?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 218/267
PET ER . Discúlpem e, es que no me ex-
preso muy bien algunas veces. (Trata de ha-
cer un chiste.)
Soy editor, no escritor.
JER RY . Está bien, pero la verdad es que
estaba tratando de compadecerle.
PE TER . Vamos, no tiene usted por qué
decir eso. (En este momen to, Jerry puede em-
pezar a moverse en el escenario con una de-
terminación y autoridad que crecerán lentamen-
te, llegando al climax en el monólogo del pe-
rro.)
JER RY . Está bien. ¿Quiéne s son sus au-
tores favori tos? ¿Baudelaire, J . P. Marquand?
PET ER . Bueno. Me gustan varios escri-
tor :es. Teng o, si pue de de cirse, un gusto u ni-
versal . Baudelaire, claro . . . es , con mucho, el
mejor de los dos. . . pero Ma rquan d tiene su
lugar muy especial en nuestra literatura.
JERRY. ¡Olvídelo
PETER. Discúlpeme.
JER RY . ¿Sab e lo que hice antes de ir al
zoológico? Caminé por la Quinta Avenida des-
de la Plaza Wàshington-
PE TER . ¿Entonces, usted vive en Green-
wich Village?
JERR Y. ¡¡No Tomé el Metro para l le-
gar a Greenwich Village y de ahí caminar por
la Quinta Avenida hasta el zoológico. Es una
de esas cosas que la gente tiene que hacer; al-
gunas veces, uno tiene que caminar mucho fue-
ra de su ruta, dar un gran rodeo, para poder
llegar correctamente a un lugar cercano.
PETE R. Ah. Yo creí que vivía usted en
Greenwich Village.
JERR Y. ¿Qu é está usted tratan do de ha-
cer? ¿Que tengan sentido las cosas? ¿Tener un
poco de orde n? Eso es fác il. Vivo en una ca-
sa de ladrillo, en una casa de cuatro pisos, ha-
cia arriba de la Calle Columbus y el West Side
y al oriente del Par que C entral. Habito en el
último piso en la parte de atrás, en un cuarto
que da risa. Una de las paredes está hecha de
cartón y separa mi cuarto de otro que también
da risa. Creo que estas dos habitaciones fue-
ron alguna vez una sola, una habitación peque-
ña, pero que no daba risa. El cuarto que está
detrás del mío, lo ocupa un joto que siempre
tiene la puerta abierta, bueno, no siempre. Sólo
cuando se pone a arreglar sus cejas, cosa qu^
hace con una concentración budista. Este joto
es negro y tiene los dientes podridos, lo cual
es muy rar o. Siempre q ue me lo encuentro en
el pasillo, trae puesto un quimono, lo cual es
muy frecuente, quiero decir, es que va muy se-
guido al baño. A mí nunca me ha m olestado
y nunca mete a nadie a su cuarto. Todo lo que
hace es sacarse la ceja, usar su quimono, e ir
al excusado. Las dos habitaciones que están
fren te a la mía, son un poco más grandes. Bue-
no, eso creo, pero aún as í, son pequ eñas. En
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 219/267
una de ellas vive una familia portorriqueña;
un esposo, la señora y algunos niños, no sé
cuá ntos; estas gentes son muy alegre s. En la
otra habitación vive alguien, pero no sé quién
sea. Nunca he podido ver a nadie. Nunca.
Nunca.
P E T E R . (Muy molesto.)
¿Y por qué vive usted ahí?
JERRY. No lo sé.
PET ER. No creo que sea muy agradab le
vivir donde usted vive.
JER RY . Bueno, no es como un departa-
mento elegante de la Calle Sesenta y Cuatro.
Pero como le decía, yo no tengo esposa, dos hi-
jas, dos gatos, ni dos cotorritas. (Cruza detrás
de la banca.) Lo que yo tengo son artícu los de
tocador, un poco de ropa, un plato que se su-
pone no es mío, un abrelatas de esos que se
manejan con una pequeña l lave. Una navaja,
dos cuchillos, dos cucharas, una grande y otra
chica, tres platos, una taza, una salsera, un va-
so, dos marcos para fotografías, los dos vacíos,
ocho o nueve libros, un paquete de fotografías
pornográficas , una vieja máquina de escribir
que sólo imprime letras mayúsculas y una ca-
j i ta fuerte con un candado, la cual t iene. . .
¡ ¡qué (Cruza hacia la izquierda.) ¡piedras
Piedras redondas que recogí en la playa cuan-
do era niño y cartas, cartas que tienen unas pa-
labras escri tas , palabras como "por favor". . .
"por favor has esto" . . . "P or favor has esto
otro" . . . palabras como. . . "cu ánd o". . . tam-
bién "¿cu ándo esc ribe s?" . . . "¿cu ándo vie-
ne s?" . . . ¡¡ ¡cu án do . . . Estas pala bras son
de años más recientes.
PETE R. ¿Y esos marcos para fotografías
que me decía?
JER RY . No creo que necesite ninguna ex-
plicación. Está claro. ¿N o? No tengo foto-
grafías que poner.
PET ER . Sus padr es. . . quiz á. . . su no
via. . .
J E R R Y . (Va hasta el final de la ban-
ca.)
Es usted un hombre muy bueno y posee
una inocencia e nvidia ble. . . pero los buenos
viejos de mis padre s están muertos ¿sabes? Ya
rom pí con ellos, devera s. Pero no veo cómo
puedo mirarlos todos limpios y enmarcados.
Además, o más bien, para ser exacto . . . mi
buena madrecita dejó a mi pobre viejo cuan-
do yo tenía diez años y medio. Se embarcó por
los Estados del sur, en un viaje adulterino,
su más constante compañía entre otros, muchos
otros, era el señor Barleycorn. Bueno, cuan-
do menos eso fu e lo que me dijo papá . Cuan-
do regresó trayénd ola del no rte. . . me dieron
la noticia entre Navidad y Año Nuevo. Mi po-
bre madre se había partido el alma en Alaba-
ma, y ya sin alma no era muy bien venida. Bue-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 220/267
no, quiero decir . . . ¿qué era el la? Una pes-
t e . . . una peste de l no r t e . . . De cua lqu ier mp-
do el pobre viejo celebró el año nuevo duran-
te dos semanas, hasta que fue a estrellarse con-
tra un camión, y eso acabó con mi fam ilia. Bue-
no, no . . . había una herm ana de mi mam á. A
ella no le gustaba pecar ni consolarse con una
bote lla. Me llevaro n a su casa y ahí viví. Pue-
do acordarme de todo lo que hacía: Dormir, co-mer, traba jar y rezar. Cayó muerta en la esca-
lera de su departamento, mi departamento en-
tonces, la misma tarde en que yo me graduaba
en la escuela secund aria. Un terrible chiste di-
ría vo.
' PETE R. Vaya, vaya.
JERRY . ¿Vaya a dónde? De eso hace
mucho tiempo, ya no tengo ningún sentimiento
y no me impo rta admitir lo. Quizá pueda us-
ted ver ahora, por qué mis buenos padres no
están en el marco. ¿Cómo se llama?, ¿cuál es
su nombre?
PETER . Me l lamo Peter.
JERRY. Había olvidado preguntárselo .
Yo soy Jerry.
PETER. (Con risa nerviosa.)
¿Qué tal , Jerry?
JERRY. (
Contestando un saludo.)
Veamos ahora. Qué caso tiene tener una
fotografía de muchacha, y además en dos mar-
cos. R ecorda rá que tengo dos marcos. Nunca
veo a la misma muchacha más de dos veces y
nunca he tenido la precaución de llevar una
cámara- ¡Creo que es triste
P E T E R . ¿L o de las muchachas?
JERR Y. No. Creo que es triste no ver
más de una vez a la much acha. No creo nunca
h a b e r m e a c o s t a d o o . . . (Voltea hacia Pe-
ter.) . . . ¿cómo se dic e?. . . habe r hecho el
amor más de una vez con la misma persona,
bolo una vez. Eso es. (Avanza dos pasos ha-
cia Peter, a la derecha del banco.) Espere Por
espacio de una semana y m edi a. . . cuando vo
tenia quince años y me daba pena que mi pu-
bertud f uese tan tem pra na. . . yo e ra un Ho-
mosexual. . . yo era ra ro. (Muy rápido.) Ra-
ro, raro , raro . Oía como campanas en el aire
Durante esos once días me encontraba dos ve-
ces diarias con el hijo del superintendente
era un muchacho griego y su cumpleaños caía
el mismo día que el mío; con la diferencia de
que era un año más grande que yo. Creo que
estuve muy enam ora do. . . o quizá sólo era se-
xo. . . y ahora, me gustan las muchachas, las
quiero, pero sólo durante una hora.
PETE R. Bueno, eso me parece perfecta-
mente simple. Usted no ha . . .
JERRY. (Enojado, se aparta.)
Oiga, ¿va a decirme que me case y tenga
cotorritas?
P E T E R . (También enojado.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 221/267
Olvídese de las cotorras y quédese soltero
si quiere . Eso no es cosa mía. Y por otra par-
te yo no empecé esta conversación y . . .
JERRY. Está bien, está bien. Lo siento.
¿Está bien? ¿No está enojado?
P E T E R . (Riéndose.)
No, no estoy enojado-
J E R R Y . (Aliviado.)
Bueno. ( Va hacia atrás de la banca y vuel-
ve a su antiguo tono.)
Es interesante que me
haya preguntado por los marcos de las foto-
grafías . Yo pensé que me iba a preguntar por
las fotos pornográficas .
P E T E R . (Con una sonrisa de suficien-
cia.)
Ya he visto fotos de esa clase.
J E R R Y . (Recargándose en la banca.)
Ese no es el punto. (Ríe.) Supongo que
cuando usted fue joven sus amigos se las pres-
taban y además tendría un buen montón de
ellas.
PE TE R. Bueno, creo que muchos de no-
sotros hacemos esas cosas.
JER RY . Y se deshizo de ellas poco an-
tes de casarse.
PET ER . Mire. Nunca necesité de esas co-
sas cuando crecí.
JERRY. "¿No?
PET ER. Prefie ro no hablar de eso.
JERRY . No lo haga . . . además, yo no
estaba tratando de averiguar su vida sexual de
adolescente. Lo que yo quer ía es saber la di-
ferencia que hay entre tener fotos pornográfi-
cas cuando es uno joven y cuando se hace vie-
jo. Es que cuando es uno joven, usa las fotos
como sustituto de la experiencia real y cuan-
do crece, usa la experiencia como sustituto de
la fantasía. (Cruza hacia la derecha, muy des-
pacio.) Me imagino que preferirá oir lo que
pasó en el zoológico.
P E T E R . (Entusiasmado.)
Ah, sí, el zoológico. Eso es. .. si usted. ..
JER RY . Yo le he hablado del cuarto pi-
so de la casa don de vivo. Creo que las habi-
taciones son mejores conforme una va bajando.
Creo que así son, pero en realid ad no lo sé. No
conozco a nadie del tercer piso, ni del segun-
do. . . ¡Espere Sé que hay una señora que
vive en el torcer piso en la habitación que da
al frente. Lo sé porque siempre está llorando.
Cada vez que entro o salgo, tengo que pasar por
su puerta y siempre la oigo llo ra r. . . Pero a
lo que quiero llegar, es a la portera y a su pe-
rro. No me gusta usar palabr as que suenen muy
duras para describir a una persona, pero la por-
tera es una vieja gorda, fea, mala, estúpida,
misantrópica, corriente, borracha, en fin* un
verdadero bote de basu ra. Ha brá usted nota-
do que no uso mucho los insultos y claro, no
puedo describirla tan bien como yo quisiera.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 222/267
PE TER . Pues la ha descrito vividamen-
te.
JERRY. Gracias . De cualquier modo,
ella tiene un per ro. Los dos juntos son los can-
cerberos del edificio. La vieja es perversa
siempre está recargada en el pasillo para ver
qué, o a quién subo a mi cuarto. Y cuando des-
pués del mediodía se ha tomado su botella de
ginebra, me detiene en el corredor y me toma
por el brazo, arrimándome a su asqueroso cuer-
po, llevándome hasta un rincón donde se pone
a hablarm e. El olor de su cuerpo y su fétido
al ie nt o . . . ya se ha de imaginar. Creo que en
algún lugar de su pequeño cerebro crece un
hongo, pequeño, muy pequeño, pero suficiente
para permit i r le comer, beber, defecar y darle
rienda suelta a su sexo, porque tiene una locu-
ra de deseo sexual, y yo, Peter, soy su objeti-
vo.
PETER . Es asqueroso, horrib le.
JER RY . Pero ya encontré un modo de
alej arla . Cuando se pone a habla rme y se re-
pega a mi cuerpo murmurándome cosas de su
cuarto y de su cama, diciéndome que debía de
entrar , le contesto: Pero mi amor, ¿no llenas-
te con lo de ayer y lo de anteayer ? Entonces
ella se confunde, hace parpadear sus ojillos y
se retira un poco. Y es entonces, Peter, cuando
pienso que estoy haciendo algo bueno en esa
casa. Una sonrisa aparece en su rostro y se
aleja contoneándose creyendo y reviviendo lo
aue nunca pasó. Luego se mueve hacia su mons-
truo negro, ese perro qüe tiene y regresa a su
cuarto. En ese momento estoy a salvo, hasta
nuestro próximo encuentro.
PETER . Es difíci l de creer que haya
gente así.
JER RY . Esto sólo se lee en las novelas,
¿no es cierto?
PETER, Sí .
JERR Y. La realid ad supera a la ficción.
Tiene usted razón, Pete r. Bueno, lo que he es-
tado tratando de decir, es algo acerca del pe-
rro. Lo voy a hacer ahor a.
PETER- (Nervioso.)
Ah, sí, el perro.
JERR Y. No se vaya. No estará pensan-
do en irse, ¿verdad?
PET ER. No, no había pensado en eso.
JERRY. (Com o si hablara a un niño.)
Porque después que te diga lo del perro,
¿sabes qu é? . . . luego . . . te voy a co ntar lo
que pasó en el zoológico.
P E T E R . (Con franca sonrisa.)
Por lo visto tienes muchas historietas que
contarme.
JER RY . No tienes ninguna obligación de
escucharlas. Nad ie te está deteniendo. Grába-
te eso en la mente.
^ PETER. (Enojado.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 223/267
Ya lo sé.
JERRY . ¿Lo sabes? Bueno. (El siguien-
te parlamento me parece que debe hacerse con
mucha acción para causar un efecto hipnótico
tanto sobre Peter como sobre el público. Al-
gunos movimientos específicos han sido sugeri-
dos pero el Director y el Actor que interprete
a Jerry, pueden trabajar por sí solos, como me-
jor les convenga.) Está bien. (Cruza por la
izquierda, alrededor de la banca, como si le-
yera en un gran pizarrón.)
j \ ¡
La historia de Je-
rry y el perro (Vuelve al tono natural.) Lo
que ahora te voy a decir, tiene algo que ver con
lo que algunas veces hacen las gentes, como ca-
minar mucho fuera de su ruta, dar un gran rodeo
para llegar a un lugar cercano, o quizás sea sólo
yo quien cree que tiene algo que ver. Es por eso
que hoy fui al zoológico y caminé hacia el nor-
te, hasta que llegué aquí. Bueno. El perro,
creo que ya te dije esto, es una bestia mons-
truosa de color negro. Tiene una enorme ca-
beza y diminutos ojos y orejas. Está tan flaco
que a través de su piel puedes contarle todas
las costillas. El perr o es negro, todo negro, to-
do negro, excepto sus ojos inyectados de san-
gr e. . . y su trasero que es como una gran he-
r i d a ro j a . . . t a m b i é n . . . a h . - . . s í, e l p o b re
monstruo, creo que ya es un viejo perro, y creo
que nunca ha conocido a una perra, porque su
pene s iempre es tá erecto . . . ah , eso también es
de color rojo, ¿qué má s? Tiene un color blan-
co gris amarillento, cuando enseña sus dientes.
Hace así : Gr rrrrr rr , que fue precisamente lo
que-hizo la primera vez que me vio . . . el d ía
que me mudé ahí. Sábes, me preocup o, es de-
cir me intereso por los animales desde la pri-
mera vez que los veo. No quiero decir qu e los
animales me amen y me hablen, como a San
Francisco. Lo que quiero dec ir, es que el pe-
rro, y en general todos los animales, me son
indiferentes, como me es indiferente la gente.
:
(Ríe.) La ma yoría de las veces. (Vuelve al*
frente del banco.) Desde un principio, el pe-
rro me gruñía y varias veces trató de alean- '
zarme para mo rderm e. No es que estuviera ra-
<>
bioso, sólo era que no me quer ía. Una ocasión
me arrancó un pedazo de pantalón, puede veflo
aquí , donde está rem endad o. Eso fue el segun-
do día después de haber llegado allí. Pe ro yo
corrí más aprisa que él, y eso fu e todo. No sé
cómo se las arreglan los demás inquilinos, pe-
ro sabes lo que pie nso. . . creo que nad a más
se porta así conmigo. Todo esto dur ó como
una semana, cada vez que yo entraba, pero
,
n u n c a
cuando salía. Es cómico, ¿ve rdad ?, o
era cómico. Pude haber empa cado todo e irme
de allí, por culpa del perro, pero lo pensé, Ib
pensé cuando estaba en mi cuarto un día, des-
pués de haber subido corriendo las escaleras,
y entonces, tomé una resolución. Dec idí: "Ma-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 224/267
taré aí perro con dulzura, y si eso no da resul-
tado, s implemente lo mataré" . (Peter voltea.)
No reacciones, Pete r, sólo escucha. Al día si-
guiente, salí y traje una bolsa de hamburgue-
sas; unas hamburguesas término medio, sin sal-
sa, sin cebo lla. . . y en el cam ino a casa, t iré
el pan y me quedé sólo con la carne. (Movi-
miento para lo siguiente.) Cuando regresé a la
casa el perro me estaba esperando, entreabrí
la puerta del pas i l lo y a l l í es ta ba . . . aguar-
dándome, creo yo. Entré con mucha cautela.
Traía las hamburguesas , ¿recuerdas? Abrí la
bolsa, saqué la carne, y la puse en el suelo un
poco retirada de donde estaba el perro gruñen-
do. ¡Cómo le digo ¡Gruñen do De pronto,
dejó de gruñir, olfateó, se movió lentamente,
luego en forma rápida, después más rápida,
y e n d o d i rec tamente hacia la ca rne- Cuan-
do hubo llegado a ella, se paró en seco
y me miró. Yo sonreí, pero discretamente,
¿me entiendes? El volteó la cabeza hacia las
h a m b u r g u e s a s , las o lfa teó una y otra
vez y en to nce s . . . RRRRRRRAAAAAGGGGG-
GH HH HH , así como suena. Luego se echó so-
bre la carne. Tal parecía que nunca había co-
mido nada en su vida, nada excepto basura, lo
cual muy bien puede ser la verdad, porque no
creo que la portera coma nada, además de ba-
sura . Pero. . . se comió todas las hamburgue-
sas, todas al mismo tiempo, haciendo un rui-
do extraño con su garganta. Luego que ter-
minó con la carne, trató de comerse también
el pap el. Después, se sentó y sonrió, bueno
creo que sonrió. Los gatos sonríen. Fueron
unos momentos de agradecimiento. (Avanza
hacia la derecha dos pasos.) Entonces, Bam. se
levantó y trató de alcanzarme, sólo que esta vez
no pudo lograrlo.
(Camina h acia el bote de ba-
sura.)
me fui arr iba y me acosté para pe nsar
otra vez en el perro. Par a ser sincero, me sen-
tí ofend ido y muy eno jado. Eran seis perfec tas
hamburguesas cón suficiente carne para hacer-
las apetecibles. Estaba ofendido, después de
. un rato, decidí soportar la situación unos días
más. Si piensa en ello. . . este perro sentía u na
antipatía muy especial hacia mí, pero yo creía
poder disiparla, así que, durante cinco días tra-
té de acercármele. . . preo siempre era lo mis-
mo : gruñido s, olfat eo. . . mo vimientos ráp idos,
mirada furtiva hacia mí, y se tragaba la car-
ne . . . RR RR AAA AGG GGH HHH . . . sonre ía,
gruñía , Bam; para entonces, la Avenida Colum-
bus es taba inundada de pan para hamburgue-
sas, y yo estaba cada vez menos ofendido que
enojado, así es que decidí matar al perro. (Pe-
ter levanta una mano en señal de protesta. ) No
se alarm e, Peter, no tuve éxito. El día que tra-
té de matar al perro, compré sólo una hambur-
guesa . . . y en lo que pensaba, era en una por-
ción mortal de veneno para ratas. Cuando com-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 225/267
pré la hamburguesa, le pedí al dependiente que
no se mo lestara en ponerle pan . (Hacia el fren-
te.) Espe raba de él una reacción como : "No
vendemos hamburguesas s in pan" , o "¿Qué, se
la va a comer con las manos?", pero no, sonrió
amablemente, envolvió la carne en papel encera-
do y me di jo: "¿Es la cena para e l gat i to?" .
Me dieron ganas de respon derle: "¡N o. La ver-
dad es que forma parte de un plan para enve-
nena r a un perro que cono zco ", pero no pue-
de uno decir: "un perro que conozco", sin pa-
recer tonto. Así es que, le contesté habland o m uy
alto y . . . m e temo que d ema siado ceremonio-
samente: "Sí , es la cena para el gatito". La
gente volteó a verme. Siempre que trato de
simplificar las cosas, la gente voltea a verme.
Cuando caminaba hacia la casa, puse el vene-
no en la carne, con mis propias man os. En
ese momento sentía tanta tristeza como asco.
Abrí la puerta del pasillo, y allí estaba el
monstruo esperando mi regalo, para después
saltar sobre mi. ¡Pob re infeliz Nunca com-
prendió que el momento que se tomaba para
sonreírme antes de saltar sobre mí, me daba
t iempo para escaparme. Pero, ahí estaba, ma-
lévolo, con su pene erecto y rojo. Puse la car-
ne envenenada en el suelo y me retiré hacia
las escaleras para observar . El pobre animal ,
como siemp re, engu lló la comida. Sonrió como
siempre, cosa que me hizo sentir enfermo y
luego, Bam. (Cruza hacia la izquierda.) Pero
yo subí corriendo las escaleras como siempre,
y e l perro no pudo alcanzarme, como s iempre,
y entonces sucedió que la bestia cayó mortal-
mente enferma.
Lo supe porque nunca más t ra-
tó de atacarm e. (Cruza por delante de la ban-
ca.) y porq ue la misma portera me lo dijo.
Me detuvo en el pasillo la tarde del intento de
asesinato y me confió el informe de que Dios
le había mandado a su perr i to un ataque fa-
tal. Hab ía olvidado su luju ria y sus ojos esta-
ban realmente abiertos por primera vez. Se
parecían a los ojos del perro. Me implo ró que
rezara por el animal y me dieron ganas de de-
cirle: "Señ ora, tengo que rezar por mí mismo,
por el joto del quimono, por la familia porto-
rriqueña, por la persona que vive enfrente y
que nunca he visto, por la mujer que llora de-
liberadamente detrás de la puerta cerrada y
por el resto de la gente que vive en esta casa,
por las gentes que viven en las casas de asis-
tencia de todo el mun do. Adem ás, señora, yo
no sé rezar . . . " . Pero para s im pl i f icar las co-
sas. . . le dije que reza ría. Ella me miró y me
llamó mentiroso. Me dijo que lo más pro bable
es que yo quisiera que el perro muri era. No
lo quería, no quería eso, no sólo porque yo hu-
biese tratado de envenenarlo, sino porque que-
ría que el perro viviera para ver qué iba a ser
de nuestra amistad. (
Peter empieza a demos-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 226/267
trar su creciente disgusto y poco a poco su an-
tagonismo.) Por favor, entiende Peter, esa cla-
se de cosas son impo rtantes. ¡¡Debes creerm e
¡Son impo rtantes Tenemos que conocer el
efecto de nuestras acciones (Suspira hondo.)
Bueno, de cualquier modo el perro se recuperó.
No sé cómo le haría, a menos que se tratara de
un descendiente del perro que guarda las puer-
tas del infierno. De cualquier modo, el perro
recuperó su salud y la portera su sed y su lu-
juria . Una ocasión, cuand o regresaba del ci-
ne que es tá en la Cal le Cuarenta y D o s . . . vi
una película parecida a una o a varias que ha-
bía visto antes. Después de que la portera me
* dijo que el perrito estaba mejor, tenía yo la es-
peranza de que él me estuviera esperand o. Bue-
no, estab a. . . no sé cómo decirlo . . . ¿Emocio-
na do ?. . . no, no era eso . . . El corazón que-
r ía sal í rseme del pecho. . . eso es . . . es taba an-
sioso por confortar a mi amigo. (Peter reac-
ciona a regañadientes .) Sí, Peter, mi amigo,
esa es la palab ra que hay que usa r. Se me sa-
lía el corazón por ir a ayudar a mi canino ami-
go. Llegué a la pue rta y avancé sin miedo has-
ta el centro del pasillo. Ahí estaba la bestia,
mirándome. . . y sabes una cosa, tenía un ai re
tan indiferente. Me detuve, lo miré; el me mi-
ró. Cre o. . . creo que nos miram os así por al-
gún tiemp o. . . quietos, como estatuas, mirán-
donos el uno al otro. Yo le miraba la cara
más
que
él a
m í.
Lo
que quiero decir es que
yo
puedo concehtrarme más viéndole la cara a un
perro, que un perro viéndome a la mía, o la de
cualquier otra persona. Per o dur ante esos vein-
te segundos, o esas dos horas que nos vimos
a
la cara, hicimos contacto. Ahora aquí está
lo
que . . .
(cruza hacia Peter.)
lo que había que-
r ido que pasara . Ahora amab a a ese perro,
y
quería , neces itaba amarlo . . . ¡Y había inten-
tado matarlo Ambas veces había fracasado.
No
sé si realmente sabía lo que esperaba que
el perro entend iera. No creí que entendiera na-
da, sobre todo por los antecedentes. . . espera-
5
ba que él lo comprendiera. (Peter parece estar
hipnotizado.) Sólo qu e. . . sólo que (Jerry es-
tá anormalmente tenso.). . . s i uno no pued e
ponerse de acuerdo con las gentes. . . t iene que
empezar uno en algún lado, con los animales.
(Mucho más rápido ahora, como un conspira-
dor.) ¿Lo ves? Las personas deben encon trar
un modo de estar de acuerdo con algo. Si no
con las gentes . . . si no con las ge ntes. .. con
algo . . . con una c ama, con una cucarach a, con
un espejo. ¡No ¡Eso no Es muy difícil . Eso
es uno de los últimos peldañ os. Con una cuca-
racha . . . con un. . . con un . . . con una carpe-
ta un rollo de pape l san itario . . . ¡No, eso
no l ¡Eso tampo co Es como un espejo tamb ién,
siempre midiendo tu pro pia sangre. ¡Ya ves
qué difícil es encon trar cosas Si con la esqui-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 227/267
ha de una calle, y muchas luces con todos los
colores ref le jados en la humedad de la banque-
t a . . . con una s i lue ta de humo. . . con una . . .
s i lue ta . . . de h u m o . . . con . . . con . . . con fo-
tograf ías pornog ráficas , con una ca ja . . . ¡Sin
can dad o . . . con amor, con vómitos , con l lan-
to, con furia , porque las hermosas mujeres no
son tan hermosas . . . con ganar dinero, con su
cuerpo, lo cual es un acto de amor, y puedo pro-
barlo, con la desesperación de vivir, con Dios.
;Q ué te parec e eso? Por que Dios es un joto
que se saca las cejas y usa quimono, es una mu-
jer que llora a propósito detrás de una puer-
ta cerr ada . . . Con Dios , que según me han di-
cho, le dio la espalda a todo desde hace mu-
cho ' t iemp o. . . con algún día , con la gente . . .
(Jerry suspira divinamente las siguientes pa-
labras.) ¡¡Gente . .. Con una idea, un con-
cepto y dónde mejor, dónde mejor que en esta
humil lante disculpa para una cárcel , dónde,
dónde mejor comunicar-una s imple, una s im-
ple idea, que en un estrecho pasillo. ¿¡Dón-
d e " Eso sería un principio, ¿dónde mejor ,
dónde mejor t ra tar de empezar a comprender
y a ser com prend ido? Un principio de enten-
d im i e nt o c o n . . . ( Aquí Jerry parece caer en
una casi grotesca fatiga.) .. con un perro .
Sólo eso, un perro. (Aquí h ay un silencio que
debe ser prolongado duran te un momen to des-
pués Jerry, débilmente, termina su historia). ..
un perro . Parecía como un a perfe cta idea.
(Cruza hacia la izquierda de Peter.) El hom-
bre es e l mejor amigo del perro. ¡Recuérdalo
Así que, el perro y yo nos vimos el uno al otro,
yo veía más que el perro, y lo que vi entonces,
ha venido siendo lo mismo que veo siempre.
Dondequiera que el perro y yo nos vemos, am-
bos nos detenemos, nos recordam os con una
mezcla de tristeza, y sospecha, y entonces fin-
gimos indiferencia. Nos cruzamos sin reparar
el uno en el otro. Hemos llegado a un acuer-
do. No deja de ser triste, pero tendrás que ad-
mitir que hemos llegado a un acuerd o. . . mu-
chas veces hemos intentado hacer contacto, pe-
ro siempre fracasamos. El perro regresó a su
basura , y yo a mi soledad . He regresado y lo
digo en serio, ahora tengo más soledad, he ga-
nado más soledad, si esa pérdida de la amistad
del perro, puede l lamarse ganancia . He apren-
dido que ni la crueldad, ni la soledad por sí
mismas, o independientes una de la otra, pue-
den crear algún afecto, y he aprendido que com-
binadas, juntas al mismo tiempo, son la ense-
ñanza de la emoción, y lo que se gana, se pier-
de. ¿Y cuál ha sido el resu ltado ?: El perro y
yo hemos contraído un comprom iso. No nos
amamos, ni nos herimos, porque no tratamos de
alcanzarnos. ¿Y el trata r de alimen tar al perro,
era un acto de amor? ¿Y el intento del perro
por mord erme , no era un acto de am or? Si po-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 228/267
demos mal interpretarnos tanto, ¿por qué en-
tonces hemos inventado la palabra Amor en
primer lugar ? ( Hay un silencio, Jerry se mue-
ve hacia la banca y se sienta cerca de Peter.
Esta es la primera vez, durante el desarrollo
de la pieza, que Jerry se sienta .) "La historia
de Jerry y e l perro " . Fin. (Peter está calla-
do.) Bueno, Peter . (De pronto Jerry se pone
alegre.) Bueno , Peter, ¿crees tú qu e podría
venderles esta historia a los de
Selecciones del
Readers Digest? Me dar ían varios cientos de
dólares para publicarla en la sección de: Mi
personaje inolvidable. ¿ H u h ? (Jerry está muy
animado, pero Peter está sumamen te turbado.)
Oh, vamos Peter: dime lo que piensas.
PETER . ¿¿Yo?? , e st e, no en t i en do . . .
no creo que. . . (A punto de llorar.) ¿Por qué
me contaste todo esto?
JERRY . ¿Por qué no?
PET ER . Porque no ent iendo.
J E R R Y . (Furioso.)
Eso es mentira.
PET ER . No, no lo es .
J E R R Y . (Calmado.)
He tratad o de ir explicándo telo, mien tras
te lo contaba. Iba despacio. Todo tiene que
ver con. . .
PET ER . No quiero escuchar, ni saber
más. No te entiendo ni a ti , ni a tu portera, n i
a su perro.
J E R R Y . (Confundido.)
¡Su per ro Pensé que era m i. . . no, no,
tienes razón . Es, su per ro (Mira a Peter insis-
tentemente. Mueve la cabeza.) No sé lo que
estaba pensan do. . . por supuesto que no en-
tiendes. (En un tono monótono.) No vivo en
la misma calle que tú. No estoy casado con
dos cotorritas. Soy un errante vagabu ndo, mi
casa es la más horrible de todo el West Side
de Nueva York, la ciudad más grande del mun-
do. Amén.
PETER . Lo s i e n to . . . yo no qui se . . .
JERR Y. ¡Olvídalo Supongo que no has
de saber muy bien qué hacer conmigo.
P E T E R .
(Tratando de hacer un chiste.)
En una editora se recibe de todo.
J E R R Y . (Hace unos ruidos guturales que
tratan de ser risa.)
Eres cómico. (Sonrisa forzada.) ¿Sabes
una cosa? Eres una persona muy cóm ica.
P E T E R . (Modesto.)
Oh, vamos, por favor.
JER RY . Peter, ¿te molesto?
PE TE R. Bueno, debo confesarte que és-
ta no era la tarde que yo había planeado.
JER RY . ¿Que res decir que no soy el ca-
ballero al que esperabas?
PETE R. Yo no esperaba a nadie .
JERR Y. No. Me imagino que no. Pero
aquí estoy. Y no pienso irme.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 229/267
PETER. (
Tratando de alcanzar su li-
bro.)
Pue de que tú no, pero yo tengo que es-
tar en mi casa temprano.
JERR Y. ¡Oh, vamos; quédate un poco
más
PET ER . De veras, tengo que ir a casa,
mira . . .
J E R R Y . (Le pica a Peter una costilla.)
Oh, ándale. Vamos, quédate.
P E T E R . (Que es muy quisquilloso, con
forme Jerry continúa picándole, su voz se hace
más y más aguda.)
¡No ¡No ¡Ohhhh ¡No no hagas ¡Por fa-
vor ¡Por favor
JERRY. ¡Quéda te
PET ER . Ja , Ja , Ja , Ja , Ja . ¡Debo i rme
Ja, Ja, Ja, Ja, Ja. Después de todo . . . Ja, Ja,
Ja, Ja. ¡B asta ¡Basta Ja, Ja, Ja, Ja. L as
cotorr i tas ya van a tener h a m b re . . . Ja , Ja ,
Ja, Ja, y los gatos han de estar poniendo la
mesa. ¡Bas ta ¡Bas ta Vamos a tener . . . Ja ,
Ja , Ja , Ja . (Jerry ha dejado de picarle las
costillas pero Peter continúa riéndose histéri-
camente. Jerry lo observa, con una sonrisa
maliciosa.)
JERRY. ¿Pe te r?
PET ER . Ja , Ja , Ja , Ja . ¿Q ué? ¿Qué?
JERRY. Escúchame.
PET ER . Ja , Ja , Ja , Ja . ¿Q ué? ¿Qué
pasa, Jerry?
J E R R Y . (Misterioso.)
Peter, ¿quieres saber lo que pasó en el
zoológico?
PET ER . ¿E l qué ? Ah, sí , el zoológico.
Ja, Ja, Ja, Ja. Hace un rato yo tuve mi pro-
pio zoológico. Ja, Ja, Ja, Ja. Las cotorritas
tenían hambre y lo qu e. . . Ja, Ja , Ja, Ja. Lo
que haya sido.
JER RY . Fue bastante cómico, Peter. No
lo hub iera esperad o de ti . ¿Quieres saber lo
que pasó en el zoológico, o no?
PET ER . Claro, sí ¡Claro que sí Dime
lo que pasó en el zoológico ¡UF ¡No sé qué
me pasó
JERR Y. Ahora déjame decir te lo que
pasó en el zoológico. Pero p rimero debo decir-
te por qué fu i al zoológico. Fui al zoológico,
para averiguar el modo en que las gentes con-
viven con los animales, y el modo en que los
animales conviven con ellos mismos, y con la
gente también . Probab lemen te no haya sido
una prueba jus ta . Todo mundo separado de
los demás por rejas. Los animales muy sepa-
rados unos de otros, y las gentes, más separa-
das aún de los anim ales. Pero si era un zoo-
lógico, tenía que ser así. (Le da un coda zo.)
¡ Muévete
P E T E R . (Amigable.)
Discúlpam e. ¿No tienes espacio suficien-
te?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 230/267
J E R R Y . (Sonriendo ligeramente.)
Allí estaban los animales, y la gente tam-
bién. Como era domingo, había muchos niños.
(Codea a Peter.) ¡Muévete
P E T E R . (Amigable.)
Está bien. (Se mueve lo suficiente para
dejarle un buen espacio a Jerry.)
JER RY . Es un día caluroso. Allí esta-
ba todo el mundo . El vendedor de globos, el
vendedo r de hela dos . . . todas las fo cas ladra-
ban y todos los pájaros chillaban. (Codea a
Peter más fuerte.) ¡Muévete
P E T E R . (Empezando a molestarse.)
Oye, tú tienes más lugar que yo. (Aún así
se mueve y llega hasta el fin de la banca.)
JER RY . Yo también estaba allí . E ra la
hora de comer en la jaula de los leones, el hom-
bre que alimentaba a los leones llegó a la jau-
la. ¡La jaula de los leones Pa ra alimentar
a los leones.
(Le da un fuerte go lpe a Peter en
el hombro.)
¡¡Muévete
P E T E R . (Sumamente molesto.)
No puedo moverme más, y por fav or: ¡De-
ja de pegarm e ¿Qué te sucede?
JERRY. ¿No quiere oi r la his toria?
(Vuelve a pegarle a Peter en el b razo.)
PET ER. No es toy muy seguro. Y no me
gusta que me estés pegando en el brazo.
J E R R Y . (Vuelve a pegarle a Peter en el
hombro.)
¿Cómo? ¿Así?
PETE R. ¡¡¡Bas ta ¿Qué sucede?
JER RY . Estoy loco, estúpido.
PET ER. ¡Qué chistoso
JER RY . Escúchame, Peter. ¡Quiero es-
ta banc a Ve a sentarte a otro lugar . Y si te
portas bien, te cuento el resto de la historia.
P E T E R . B u e no . ¿ P er o , q u é t i e n e s ?
¿Qué te pas a? Adem ás no veo la razón por la
que tenga que darte la banca. He estado senta-
do aquí todo el domingo y todos los domin-
gos y la estaba pasand o muy bien. Vengo aquí
porq ue es un lugar aparta do. Nad ie se sienta
en esta banca, así que es toda mía.
JERR Y. ¡Quí tate de es ta banca Peter
¡Quiero esta banca
PETER. ¡ ¡No
JER RY . ¡He dicho que quiero esta ban-
ca ¡Y la voy a tener ¡Vete par a allá
PET ER . No s iempre se puede tener lo
que uno quier e. Esa es la ley. Puede uno te-
ner algo que desee, pero no todo.
J E R R Y . (Se ríe.)
¡Imbéci l ¡Fres un es túpido
PETE R. ¡Déjame en paz
JER RY . ¡Eres un vegetal ¡Conviérte-
te en hierba
PET ER . Ahora escúchame. He condes-
cendido contigo tod a la ta rde . . .
J E R R Y . ¿ D e v e ra s?
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 231/267
ÍE T E R . Lo sufic iente . He condescendi-
do contigo y te he escuchado porq ue pare-
cías
.
. . buen o. . . p orque pensé que querr ías
hablar con alguien.
JER RY . Todo tra tas de resolverlo muy
fácilm ente. Y aún así, ¡oh Esta es la pala-
bra jus ta para t i . . . Par a tú. . . Jesús . . . Me
enfermas . ¡¡Quí ta te de mi banca
PETER . ¡ ¡ ¡Mi banca
J E R R Y . (Lo empuja casi hasta tumbar-
lo de la banca.)
¡¡Quítate de mi vista
PET ER . ¡¡Vete a l demonio ¡Ya tuve
sufic iente ¡¡Es toy harto ¡¡No voy a dar-
te la banca y ya Y aho ra: ¡¡Lárga te (Je-
rry no se mueve.) ¡¡He dicho que te largues
(Jerry tumba a Peter de la banca.) ¡¡Si no te
quitas de allí eres un hijo de pu ta (Peter
se levanta y cruza hacia la derecha de la ban-
ca.) Si no te quitas voy a llam ar a un policía
y haré que te lleven. (Jerry se ríe pero no se
mueve.) ¡Te lo advierto , voy a llam ar a un
policía.
J E R R Y . (Suavemente.)
No encontrarás ningún policía por aquí.
Andan por el otro lado del parque, entre los ar-
bustos, cazando pare jas de jotos. Ese es su de-
ber. Así que grita todo lo que quieras. De na-
da servirá.
PETER. (Cru za hacia la izquierda del
foro.) ¡Polic ía Te lo advie rto: te van a arres-
tar . (Cruza hacia la derecha del foro.)
¡Pol ic ía
(Pausa.)
Cuando gri to
policía
me siento ridículo.
JER RY . Pue s te ves bastante ridículo.
Un hombre hecho y derecho, gritando por un
policía, sin que nadie lo moleste. Si l legar a a
venir ese policía, te l levaría a ti , pues creería
que has perdido el juicio.
P E T E R . (Conteniendo el coraje.)
¡¡Dios mío ¡Vine aquí a leer y ahor a
quieres que te dé mi ban ca ¡Estás loco
JER RY . Estoy sentado en tu preciosa
banca y no te la voy a volver a dar.
PETER. (Fu rios o, cruza hacia Jerry.)
¡Mira ¡¡Quí ta te de mi banca No me
impo rta si tiene sentido o no. ¡Yo qu iero esta
banca para mí Así es qu e: ¡¡Quí ta te
JERR Y. Hum , ¿Quién decías que es taba
loco?
PETER. ¡¡Quí ta te
JERRY. No.
PET ER . ¡¡Te lo advierto
JERRY . ¿Sabes que te ves verdadera-
mente ridículo?
PETE R. No me importa . (Casi lloran-
do.) ¡¡Quí ta te de mi banca
JER RY . ¿Po r qué? Tú tienes todo lo
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 232/267
que quieres en el mundo; me contaste de tu ca*
sa, de tu fam ilia, de tu prop io zoológico. Tú
tienes todo y ahora qu ieres está banca. ¿Son
ésas las cosas por las que lucha un hombre?
Dime, Peter. ¿Está banca , este hierro y esta
ma dera , están hechos en tu hono r? ¿Pued es
pensar en algp más absurdo?
PETER. (Cruza por detrás de la banca.)
¿Ab surdo ? No voy a hab lar contigo acer-
ca del honor. Ni siquiera te lo voy a explicar.
No se trata de una cuestión de honor, y aun
cuando lo fuera, no lo entenderías.
JER RY . No sabes de lo que estás ha-
blando. ¿Verd ad? Esta es probablemente la
primera vez en tu vida que te enfrentas a algo,
además de cambiar la caja con tierra donde se
cagan tus gatos.
PETE R. He venido aquí durante muchos
años. He tenido horas de gran placer, de gran
satisfacción, aquí mismo, en este lugar. Y esto
es importan te para un hombre. Soy una perso-
na respetable, una persona mayor. Esta es mi
banca y no tienes derecho a quitármela.
JER RY . Entonces, lucha por ella. De-
fiéndete. Defiende tu banca.
PET ER . Tú me obligas. Levántate y
pe-
lea.
JERR Y. ¿Como un hombre?
P E T E R . (Furioso.)
SÍ, como un hombre, si insistes en seguir
burlándote de mí.
JER RY . ieng o que reconocer una cosa.
¡No eres más que un vegetal Y además mio-
pe . Creo que . . .
P E T E R . ¡ ¡ ¡ Ya bas t aaaaaa
JERR Y. Pero, como tú sabes, así dice la
TV todo el tiempo, como tú sabes, y lo digo
en serio, Peter, t ienes cierta dignidad que mesorprende.
P E T E R .
:
¡ Cál la te
J E R R Y . (Se levanta perezosamente y
cruza hacia Peler.)
Muy bien. Peter. Vamos a luchar por es-
ta banca a pesar de que me llevas ventaja. (Sa-
ca y abre una sucia y fea navaja de muelle.)
P E T E R . (De pronto se ha dado cuenta
de la realidad de la situación y se echa hacia
atrás.)
Estás loco. Eres un loco rabioso. Vas
a matarme. (Pero antes de que Peter tenga
tiempo de pensar qué hacer, Jerry le arroja la
navaja a los pies.)
JERRY. Allí t ienes. Levántala. Toma
la navaja y así me llevarás todavía más venta-
ja.
P E T E R . (Horrorizado, se mueve hacia la
izquierda de Jerry Este lo detiene, lo em puja
y lo tumba.)
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 233/267
No.
JERRY. (Corre hacia Peter, lo toma por
el cuello y lo levanta, quedando sus caras casi
juntas.)
Ahora recoge esa navaja y pelea. Vas a
pelear por tu prop io orgullo. Vas a pelear por
esa infeliz banca.
PETER. (Cruza corriendo hacia la de-
recha, Jerry lo alcanza y lo atrapa.)
¡ ¡N o ¡D éjam e ¡ S u é l t a m e ¡Soco
¡¡Soco i Socorro
J E R R Y . (Lleva a Peter hasta la banca,
cacheteándolo ca da vez que dice la palabra "lu-
cha".)
Vamos, lucha, hijo de puta. Lucha po r
tus gatos. Lucha por tu banca. Lucha por tus
cotorras, lucha por tus gatos. Lucha por tus dos
hijas. Lucha por tu vida. Lucha por tu hom-
bría, vegetal inmundo.
(Arroja a Peter frente
al banco.) No pudiste siquiera hacerle a tu
esposa un hijo varón.
PE TE R. No es cuestión de genes mas-
culinos ni de hom bría. Ere s. . . un monstruo.
(S e agacha, recoge la navaja, se hace un po-
co para atrás, jadeando.) Te voy a dar una
última oportunidad. Lárgate y déjame solo.
(Jerry brinca sobre la banca hasta el bote de
basura, Peter sostiene la navaja con mano fir-
me., No trata de atacar sino de defenderse.)
JERR Y. Tú lo quieres así. (Apresura-
damente se avalanza sobre Peter; silencio por
completo por un momento. Jerry se deja ir
completamente sobre la navaja. Peter grita, se
aleja. dejando el arma clavada en el cuerpo de
Jerry. Este se queda inmóvil. Luego grita tam-
bién, pero sólo logra emitir un débil sonido,
como el de un animal mortalmente herido. Aún
con la navaja clavada, camina hasta el banco y
se deja caer, se levanta, se sienta frente a Peter
con los ojos desorbitados y la boca abierta, muy
próximo a la agonía.)
P E T E R . (Como en un susurro.)
Oh, Dios mío. Oh, Dios mío, Dios mío.
(Repite estas palabras varias veces.)
JERRY.
(Se está muriendo, pero su ex-
presión ha cambiado. Sus músculos se relajan,
su voz se hace más dulce. Algunas veces se
ahoga por el dolor. Sonríe dulcemente.)
Gracias, Peter. En serio, muchas grac ias.
(Peter está boquiabierto, n o puede moverse.)
Peter, tenía miedo de que te fueras a ir. (Se ríe
lo mejor que puede.) No puedes imag inarte el
miedo que tenía de que te fueras y me deja-
ras solo. Ahora te voy a contar lo que pasó
en el zoológico. Cre o. . . creo qu e esto fue lo
que sucedió. Creo que mientras estuve en el
zoológico decidí que po drí a. . . que podría ca-
mi nar . . . cam inar hacia el nor te. . . hasta
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 234/267
que . . . hast a qu e . . . t e encontra ra. A t i . . . o
a cualquier o t r o . . . y. . . decidí ponerme a
pla tica r. . . te dir ía cosas. . . qué cosas te di-
ría . . . y aqu í estamos, ¿lo ves?, aquí estamos.
Pe ro . . . no sé . . . ¿ pud e yo hab er idead o todo
es to? ¡No . . . ¡No . . . ¡No p u de . . . Y s in
embargo lo hice. . . y ahora ya sabes lo que
verás en la TV y el rostro que te dije, ¿recuer-
das?. . . la cara de que te hablé . . . mi cara . . .
la cara que estás viendo aho ra. . . Pe ter. . .
¿Pe te r? ¡Pe te r . . . ¡Muchas gr ac ias . . . Es-
toy contigo, estas conmigo. (Se ríe débilmen-
te.) Me has confortado. ¡Mi buen Peter
P E T E R . (Casi desmayándose.)
¡Oh, Dios mío
JER RY . Será mejo r que te vayas. Al-
guien puede venir y no te conviene que te vean
aquí .
P E T E R . (Que ha empezado a sollozar.)
¡Oh, Dios mío ¡Oh, Dios mío
J E R R Y . (Muy cercano a la muerte, en-
tre estertores.)
Pe ter , t e voy a d e c i r una cosa. No
eres un vegetal, no te preocupes. Eres un
animal. Eres un animal tú también. Será me-
jor que te apresure s, Peter. ¡Apú rate ¡Será
mejor que t e v ay as . . . ¿Ves? (Peter cruza
lentamente hacia la derecha. Jerry con un
gran esfuerzo saca un pañuelo y limpia las
huellas de la navaja.) ¡Huye, Peter ¡Huye
¡E sp er a . . . Espera , Peter . Llévate tu l ibro. . .
l ibro. . . (Peter se detiene.) Aquí está, junto
a mí . . . En tu banca. . . mejor dicho dicho. . .
en mi banca. . . ven, toma tu libro. (Peter se
acerca a él.) Apúrate , Peter . (Peter le quita
el libro de las manos.) Muy bien, Peter . . .
Muy bien. Ahora huye. (Peter duda un mo-
mento y sale.) Huye, Peter . (Jerry cierra los
ojos.) ¡Apúrate Las cotorritas tienen ham-
bre . . . Los gatos. . . están poniendo la mesa.
P E T E R . (Cruza hacia la izquierda y sa-
le.)
D io s m í o, D i o s m í o, (Desde afuera.)
¡¡¡Dios mío
JERRY. (Con los ojos aún cerrados,
mueve la cabeza y murmura en una especie de
combinación de imprecación y súplica.)
Oh, Dios m ío . . . Oh, D ios mío . . . (Cae
muerto.)
T E L O N L E N T O .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 235/267
NOTAS CRITICAS
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 236/267
Walter Weideli
UNA MORAL NO HEROICA
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 237/267
Brecht ha reunido todos estos temas, en su
Vida
de Galileo Galilei,
que se ha considerado, con ra-
zón, su testamento. Consideramos que en esta obra
son numerosas las alusiones autobiográficas, y aun-
que Brecht la haya concebido en 1938, fue la úl-
tima obra en la que trabajó.
Conforme a las reglas del teatro épico, del que
Galileo Galilei
es el ejemplo más acabado, la vida
del gran sabio está delineada en escenas autóno-
mas. No hay centro de gravedad, ni progresión
dramática. Al elevarse o al declinar, Galileo no es
nunca igual a sí mismo. Es un ser contradictorio
que, hasta el último instante, vacila, se interroga.
"El universo, escribe el joven Galileo, ha perdido
su centro. Ha bastado una sola noche para que se
descubra un número infini to de el los. Cada uno
de nosotros se ha vuelto el centro. Cada uno
y
ninguno. Ya habíamos encontrado esta af i rmación
en Hombre para el hombre, pero teñida de pesi-
mismo. Aquí, traduce la adhesión gozosa, indife-
rente a una ét ica nueva, fundada sobre la duda,
que Galileo opone a la jerarquía rígida de los va-
lores feudales. Para él, todo es cambiante, el mun-
do y el que lo observa. Considera el espacio, como
nosotros consideramos ahora el tiempo. Al joven
Sart i que le objeta "pero yo no me doy cuenta de
que la tierra gire", responde: "Porque tú das vuel-
tas con ella." Porque es preciso "distanciarse" de
las cosas para conocerlas, salirse de ellas, cortar el
cordón umbilical. Intento adulto, científico que va
acompañado a la vez, de dolor y de placer.
Para combatir el sistema, Galileo necesita ocio
y por lo tanto dinero. Es ésta su primera contra-
dicción. Reclama una libertad absoluta, que el sis-
4 5 8
tema le niega. Tendrá que elegir entre dos liber-
tades relativas. Entre Venecia, que acoge a los
sabios, pero les paga mal, y Florencia, que cen-
sura sus escritos, pero le ofrece fortuna. Galileo
entre estas dos restricciones, elige la que le paree»
menor: opta por la corte de Florencia. ¿Está equi-
vocado? No, porque fuera del s istema, no puede
actuar. Puede servirse de él, pero no eludirlo. La
única libertad que cuenta a sus ojos es la de pro-
ducir. La pobreza lo paraliza. Para librarse de ella
comete una estafa, haciéndose pasar por el inven-
tor del telescopio. Es verdad que se redime pronto
sacando un part ido inesperado de este instrumen-
to robado. Así, al mismo tiempo que cede a la
presión social, GalÜeo se libra de ella. Diremos
pues, con Breeht, que su relación con el mundo
es justa.
Esta relación es revolucionaria. Los filósofos
aristotélicos le oponen una concepción medieval
del orden. La tierra (lo relativo) está en ese or-
den sometida al cielo (lo absoluto); el hombre
aparece ahí como "la corona de la creación". Aho-
ra bien, nuestros filósofos acusan a Galileo de que-
rer destronar a este hombre. Para ellos, todo gira
en torno al hombre, mientras que el hombre, según
él, gira alrededor de las cosas. Pero en el mismo
momento en que acaban de proclamar la realeza
del hombre, los detractores de Galileo lo amena-
zan con castigos físicos, poniendo así de manifiesto
las fallas de su sistema.
Este conflicto de dos humanismos, vuelve a apa-
recer con más profundidad en la discusión entre
Galileo y un joven monje médico, cuya sinceridad
no podría, esta vez, ponerse en duda. Este monje
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 238/267
es hijo de campesinos; abogado
en nombre de
te-
dos los miserables, sus semejantes. ¿11 antiguo or=
den no les daba al menos razones, MMHt ÜU§©*
rías para vivir? Justificaba su miseria, confiriéndole
el carácter sagrado de lo necesario, de lo inmuta-
ble. Helos ahora traicionados; "No pedemos
tar, dicen, sino con nosotros mismos, g l ©j© d©
Dios nos abandona, abrimos los nuestros y nos
vemos ignorantes, avejentados,
desgastados hasta
lo último. Nuestra miseria no tiene
sentido.
El
hambre ya no es una prueba, es no-haber-comido.
El esfuerzo ya no es un servicio, es abajarse*)'»
ajetrearse. Nada más/'
La respuesta de Galilea es dura,
pero
de un
amor más exigente. La miseria no tiene sentido,
es verdad, pero la lucha contra la miseria lo tiene.
A la moral ascética del pasado, Galileo contra-
pone una moral de la salud y del bienestar. Re-
nunciamiento patético que incluye hasta la noción
de genio.
G A L I L E O :
¿Sabes cómo produce la ostra perlífera
su perla? Absorbiendo, con peligro de su vida, un
cuerpo extraño, insoportable, como, por ejemplo,
un grano de arena. Y este proceso está cada vez a
punto de destruirla. |A1 diablo la perla, yo estoy de
parte de la ostra
Esta toma de posición es también paradójica.
Galileo elogia la regla, la medida común, cuando
él mismo es una flagrante excepción. Es el hom-
bre que, en el momento en que la peste sumerge
a toda Florencia en el pánico y en el hambre, no
piensa más que en procurarse un libro inencon-
trable. Comportamiento que su ama de llaves juz-
4 6 0
ga, con razón, irrazonable. ¿Pero no implica todo
acto de fe una parte de sinrazón? Contrariamente
a su amigo ^agredo, que no v© sino la cobardía,
la violencia de las turbas, Galilea confía en el
hombre.
S A G R E D O : ¿Dónde está Dios?
GALILEO; ¿Aoaio soy teólogo? Soy matemático.
SAemepo? Ante todo, eres hombre, Te pregunto,
pues, en tu sistema ¿dónde está Dios?
GALILEO: En nosotros, o en ninguna parte.
Hay un dios en ©1 homb re, y este dios es la
razón, Es la dignidad del hombre que sabe con-
vencer y dejarse convencer, que modifica sus opi-
niones, que no resiste a la "dulce violencia de la
verdad". Porque la razón nos baña por todas par-
tes, está inscrita en las cosas. "Si la naturaleza,
dice Galileo, estuviera sometida a leyes diferentes,
nuestro cerebro también sería diferente." Esto es
suponer una armonía original entre el mundo y
el hombre. Armonía que da a Galileo la fuerza
para decir, contra toda evidencia: "Tenían contra
ellos a todo el mundo, y tenían razón." Galileo
ama las posibilidades del hombre; Sagredo los ama
tal como son. Sagredo es pesimista y, sin embar-
go, en sus decisiones cotidianas es menos cínico
que Galileo. Galileo sacrifica a los hombres, y
hasta la felicidad de su hija, a favor de ese hom-
bre, al fin libre, que querría promover. Uno y
otro son humanos, necesarios, y Brecht los acepta
a am bos. Y sin embargo, Galileo le aterra, en cierto
sentido se aterra a sí mismo.
G A L I L E O : |Qué noche tan espantosa aquella en
la que el hombre descubre la verdad ¡Qué hora de
4 6 1
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 239/267
ceguera aquella en que se aferra en creer en la ra-
zón humana ¿De quién pued e decirse que es un
vidente? Del que va a morir.
Galileo tiene verdaderamente la
pasión
de la
verdad, y sabe que esta pasión es satánica. Se
privaría de la luz para saber lo que es la luz. A
las cosas, prefiere el conocimiento de ellas. "Como
un amante, como un ebrio, como un traidor", se
excluye del paraíso. El que sabe, no puede menos
que difundir su saber. Su pasión es contagiosa,
"es verdaderamente un vicio, que lleva a la des-
gracia". De ahí este desafío, este llamado: "¿Cuán-
to tiempo podría aún gritar en este horno? ¡Ésa
es la cuestión "
Tocamos aquí el fondo del corazón del trágico
brechtiano. El hombre sabe que su curiosidad está
maldita. Y sin embargo, este instinto demoniaco
de verdad le es tan esencial, que debe obedecerlo,
aunque muera por ello, Estamos muy lejos, como
se ve, del optimismo de cierto lirismo "progresis-
ta", La inteligencia, para Brecht, no es sino una
minúscula luz sacudida en un océano de tinieblas.
No debe extinguirse. Es mucho esfuerzo para re-
sultado tan pobre. Brecht, con frecuencia, se im-
pacienta; querría arrancarse de cuajo a tantas
incertidumbres, pero la sabiduría lo devuelve a
la medida común: "la meta no es abrir las puer-
tas de una verdad infinita, sino imponer un limite
al error infinito".
Galileo, como Brecht, ha envejecido; la orgu-
llosa insolencia de la juventud se ha desgastado.
Ha perdido poco a poco ese acuerdo mundano
con el que se engañó un tiempo, pero sus humil-
des compañeros de trabajo -su vidriero, su fun-
didor, su sirvienta- lo animan a vivir; su sensatez
no deja de inspirarlo. Por ellos es por los que tra-
baja, escribiendo ya no en latín, sino en lengua
popular. Sus ideas por lo demás, se han abierto
camino. Son las que inspiran el carnaval del año
1632. Si el Sol cesa de girar alrededor de la Tie-
rra, ¿por qué el papa y el rey han de ser el centro
del mundo? Una jerarquía secular se viene abajo,
las estrellas no alcanzan ya a justificar la explota-
ción del hombre por el hombre.
Galileo no hubiera hecho lo que hizo, si no hu-
biera estado protegido, discretamente comprendi-
: do por su ama de llaves, la señora Sar ti Brecht
teje aquí lazos delicados. Durante la peste, la se-
ñora Sarti renuncia a seguir a sus hijos para no
abandonar a Galileo, ese gran niño. A su humilde
manera es revolucionaria: su razón es la del cora-
zón y en el momento mismo en que sigue los dic-
tados de é«te, sus relaciones con Galileo conocen
un breve estado de gracia. Se deja entrever en el
paso efímero del
usted
al
tú .
Dos seres amenaza-
dos descubren súbitamente lo que se deben, lo
que cada uno da y recibe, lo que los une por en-
cima de los convencionalismos sociales. Y como
toda gracia, ésta es fácil, natural.
La moral de Galileo es compleja, varía con la
edad. A los cincuenta años, es intransigente: "Te lo
digo: quien ignora la verdad es un imbécil. Pero
el qu e la co noce y la calla, es un asesino." Die z
años más tarde, se matiza y se endulza. Galileo
es, en el fondo, un hombre carnal. "Piensa, dice
uno de sus discípulos, como goza. No podría re-
chazar una idea nueva, como no podría rechazar
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 240/267
un vaso de buen vino." Si corre riesgos mortales,
se debe a que la ciencia es, en él, un instinto más
fuerte que el de conservación. Pero cuando sobre-
viene el desgaste de la vejez, la inteligencia se de-
grada y no quedan sino los instintos elementales.
¿Galileo es tddavía el mismo en el momento en
que se niega? Sí y no. Lo es por la preocupación
constante de sacar enseñanzas aun de sus flaque-
zas. De ninguna manera pretende justificarlas. Al-
gún día confesará que si se retractó, no lo hizo
por astucia, sino por miedo a sufrir. Nunca fue
Gali leo más humano, que en el momento de su
confesión. En ese momento lleva muchos siglos
de adelanto a sus contemporáneos. En su misma
debil idad, funda una nueva moral , cot idiana y
realista. No existe moral absoluta: sólo existe una
moral del mal menor. "Con respecto a los obs-
táculos, dice Galileo, el camino más corto entre
dos puntos es, quizá, una curva."
Esta moral relat iva no es comprendida por sus
discípulos. A sus ojos, la prueba que la Inquisi-
ción hace pasar a Gali leo, plantea un di lema he-
roico: ¿podrá la violencia contra el espíritu? Este
espíritu querrían ellos que fuera todopoderoso. Es-
tán persuadidos de que Galileo resistirá.
A N D R E A :
N O , la v io lencia no basta . La locura es tá
vencida , no es invulnerab le . No, e l hombre no t iene
miedo a la muerte .
F E D E R Z O N I : Si no , sería como si , apenas amane-
cido el día, cayera la noche.
A N D R E A : Pero ahora todo ha cambiado . El hom-
bre vuelve a levantar la cabeza , e l oprimido gri ta :
lyo puedo v iv i r Todo está ganado s i uno so lo se
levanta y d ice no.
Moral ind iv idual i s ta que Gal i leo rechaza con
una so la frase : "¡Desgraciado e l pa ís que t iene
necesidad de héroes " Es qu e uno so lo , p rec isa-
mente , no basta . Damos demasiada importancia a
los héroes , esperamos demasiado de e l los . Los d is-
c ípu los han sacri f icado todo a la c iencia , y he aquí
que e l maest ro ren iega de e l la : "preocupado nada
más por sa lvar sus t r ipas" . Compart imos su rebe-
l ión , pero admiramos también e l va lor , l a seren i -
dad de Gal i leo . En esta hora , mido los l ími tes de
su l ibertad . Ya no estamos en los t iempos en que
la sa lvación de todos dependía del sacri f ic io de
uno so lo . Todos dependen de todos, en d iverso
grado . Sólo , Gal i leo no puede nada. Sí , t i ene mie-
do a la muerte ; s í , l a v io lencia acaba por t r iunfar
sobre e l esp í r i tu . Pero lo que es verdad para e l
ind iv iduo , no lo es para la especie . Porque ésta
convierte e l miedo y la debi l idad de muchos, en
valor , en fuerza .
Pri s ionero de la Inquis ic ión , esp iado por su h i ja ,
vigilado a cada instante, Galileo, viejo y ciego, glo-
tón , no t iene s ino una ú l t ima preocupación: t ras-
mi t i r su post rer manuscri to a su d isc ípu lo Andrea ,
para que lo l leve a Holanda. La h is toria no ter-
mina con la muerte del héroe . Éste puede acu-
sarse de haber " t ra ic ionado a la c iencia"; no puede
erig i rse en juez de su propia v ida . Ha reconocido
sus l imitaciones, pero, al reconocerlas, se ha su-
perado . La h is toria es la que lo juzga .
Así , l a angust ia de la juventud se ha convert ido
en una confianza serena . Brecht , ex i lado (¿ y q u i é n
nos d i rá s i sus ú l t imos años no fueron también un
exi l io?) cont inúa , a pesar de todo , ins t ruyendo a
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 241/267
su hijo, regando árboles, escribiendo poemas. ¿Es-
peranza de la desesperanza?
Hoy, Domingo de Pascua, a l amanecer,
una tormenta de nieve se abatió sobre la isla.
Ent re los matorra les que ya empiezan a reverdecer,
había n ieve . Mi h i jo
me condujo hacia un pequeño a lbaricoquero muy
cerca de la casa,
arrancándome a un verso donde denunciaba con
dedo
vengador
a los que preparan una guerra que
puede borrar e l cont inente , es ta i s la , a mi pueblo ,
a mi fami l ia y a mí mismo. Mudos,
hemos cubierto con un saco
el arbusto helado .
En una época hostil al espíritu, Brecht prosi-
guió "a cualquier precio" una política del espíri-
tu. Se puede ironizar sobre su situación. Fracasado
en Occidente, ignorado en Oriente, mal comprendi-
do por una parte y por otra, nos deja una obra
que ya comienza a vivir su propia vida. Los sec-
tores oficiales, de ambas partes, lo utilizan en el
sentido en que le conviene, pero ya sabemos lo
que Brecht pensaba de la oficialidad. "En 1948, nos
informa un testigo, la Asociación de Cultura para
la Renovación de Alemania había organizado en
honor del escritor una recepción en el Berlín orien-
tal. Brecht estaba sentado entre Wilhelm Pieck y
el consejero político soviético, el coronel Toulpa-
nov. Alguien acababa de pronunciar un discurso
sumamente patét ico, absolutamente ant ibrecht iano.
Brecht se levantó entonces. Ligeramente adelan-
tada su cabeza de pájaro, lanzó una mirada sobre
la asamblea, estrecha la mano de Pieck, luego la
de Toulpanov, se vuelve a sentar y empieza a co-
mer la sopa. Se necesitó un buen rato para que se
reiniciaran las conversaciones en la mesa."
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 242/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 243/267
yació en la ciudad de México, D. F., el 17 de noviembre de
1903. De niño, con títeres, representa improvisaciones y ¡as
obras editadas por Vanegas Arroyo. Cursa estudios de primaria
v luego de comercio. En 1917 aparece como figurante en el
Teatro Colón. En 1923 asiste a la Escuela P opular Nocturna
de Música y Declamación. En 1924 comienza a escribir cróni-
cas teatrales en la revista
E l S á b a d o ,
que luego se llamó
E l
M a r t e s .
Al año siguiente decide consagrarse al teatro e inicia,
con un grupo de amigos, lecturas de obras dramáticas. Ha sido
catedrático de Historia y Técnica del Teatro en la Escuela de
Verano y en la Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad
Nacional de México. Entre 1938 y 1939 es jefe de la Sección
de Teatro del Departamento de Bellas Artes de la Secretaria de
Educación Pública, hoy Instituto Nacional de Bellas Artes. Crea
el
T e a t r o d e M e d i a N o c h e
en 1940, grupo de repertorio. En
1944 va a Paris como segundo secretario de la Legación de
México. Como delegado mexicano ha concurrido a diversos fes-
tivales cinematográficos internacionales en Bélgica, Checoslova-
quia y Cannes. Desde 1931 es miembro del Seminario de Cul-
tura. Ha viajado por Inglaterra, Francia y Estados Unidos. Sus
observaciones personales sobre preceptiva dramática, su preocu-
pación sobre la esencia de las teorías desde Aristóteles, lo llevó
a escribir un
I t i n e r a r i o d e l a u t o r d r a m á t i c o
(1940), volumen
muy apreciado por los especialistas, y un estudio histórico-
critico sobre
M é x i c o e n e l t e a t r o
(1932). Ha ejercido la crítica
de teatro. Junto con Xavier Villaurrutia disfrutó de una beca de
la Fundación Rockefeller para estudiar composición dramática
en la Universidad de Yale. Ha traducido a diversos autores,
del inglés y del francés, a Behrman, Rice, Galsworthy, Anderson,
Bernard Shaw y otros. Se le considera el de más firme sentido
profesional entre los autores mexicanos. Sus obras teatrales
denuncian preocupación y dominio del diálogo, y un acierto
feliz en ver los asuntos y manejarlos en su esencia realista, rea-
lista por el determinismo de los caracteres y por su método.
Sus relaciones con el teatro extranjero le han servido para
exacerbar su sensibilidad acerca de la particular fisonomía del
medio mexicano, en sus estratos familiares, políticos y de clase.
Su teatro, pese a críticas circunstanciales, tiene significación ex-
traordinaria en México y es el que con mejor fortuna ha tras-
cendido al extranjero. Varias obras suyas han sido traducidas
al francés y al inglés y representadas con buen éxito en Bél-
gica y Estados Unidos. El realismo de Rodolfo Usigli no pre-
tende salvar al hombre ni a la sociedad sino solamente al teatro
mexicano, un teatro que afirme su estrecha relación con el
hombre y el tiempo de México.
E l g e s t i c u l a d o r « 0 , 5 0
pieza que mejor lo califica. En ella culmina la intención de
satira política que lo caracteriza y por la que persigue dar cauce
a su afande corrección, que no es moralista^. Podría pensarse
que en esta obra hay, como se ha querido ver en otras come-
dias de este autor, el compromiso de la identidad de sus carac-
teres con figuras reales que le servirían de modelo. Pero el
espectador o el lector reconocerá, mediante la sátira que lo
C
ZnUtL
e
l concentrado recreado, de un mundo social
y político en que lo individual resume lo colectivo, caracteri-
zandolo y que atribuye al azar lo que el propio autor considera
que pertenece al azar en la vida mexicana. En el servicio di-
plomático ha servido diversos puestos, en Europa y en el Cer
cano Oriente. De 1938 a z
9
6
4
fue Ministro Plenipotenciario
de México en el Líbano Actualmente, desde
I
9
6
5
, desempeña
el cargo de embajador de México en Oslo, Noruega. Ha ensa-
yado también la poesía y la novela, y aun el ensayo sociológico
o histérico en los prólogos y epílogos de sus piezas teatrales.
un X o
n
p S ,
E n S a y
°
dC Un CrÍmCn
^ -
O B R A S D R A M Á T I C A S
El apóstol, 1 9 3 0 , e n Resumen, s u p l e m e n t o l i t e r a r io , n ú m s
35 a de 13, 20 y 27 de enero y 3 de febre ro de 1031.
tatso drama,
1 9 3 2 ( i n é d i t a ) .
Koche de estío,
1 9 3 3 , e s t r e n a d a e n el T e a t r o I d e a l e l 6 d e
julio de 1950.
El presidente y el ideal, 1 9 3 4 ( i n é d i t a ) .
Estado de secreto,
1 9 3 5 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o D e g o l l a d o ,
en Guada la ja ra , 1936 .
El niño y la niebla,
1 9 5 6 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o d e l C a r a -
col e l 6 de abri l de ig
5
i ; e n e l s u p le m e n to d o m in ic a l México
en la Cultura
d e l p e r i ó d i c o
Novedades,
j u n i o - j u l i o d e 1 9 5 0 .
I.a última puerta,
1 9 3 4 - 3 5 , l a r e v i s t a
Hoy,
m a r z o - a b r i l
de 194S.
Alcestes,
1 9 3 6 ( i n é d i t a ) .
Medio tono,
1 9 3 7 , e s t r e n a d a e n e l P a l a c i o d e B e l l a s A r t e s
ese mismo año; en Editoria l Dia léc t ica , 1938 .
Mientras amemos,
1 9 3 7 - 1 9 4 8 ( i n é d i t a ) .
El gesticulador,
1 9 3 7 , e s t r e n a d a e n e l P a l a c i o d e B e l l a s A r -
t e s e l 1 7 d e m a y o d e 1 9 4 7 ;
E N
& Hijo Pródigo
nú ms . 2 , 3 y 4 ,
de mayo, jun i o y ju l i o de 1943; en ed ic iones Letras de M é-
xico,
1944 .
Otra primavera,
1 9 3 8 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o V i r g i n i a F á -
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 244/267
b r e g a s , 1 9 4 5; e n T e a t r o M e x i c a n o C o n t e m p o r á n e o , n ú m . 3 , e d i -
c i o n e s d e l a U n i ó n N a c i o n a l d e A u t o r e s , 1 9 48 .
La mujer no hace milagros, 1 9 3 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o
I d e a l , 1 9 3 9 ; e n s u p l e m e n t o d e l a r e v i s t a América, 1 9 4 9 .
La critica de La mujer no hace milagros, 1 9 3 9 ; e n l a r e v i s t a
Letras de México, I I , n ú m . 1 4 , f e b r e r o d e 1 9 4 0 .
Aguas estancadas, 1 9 3 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o C o l ó n e l 1 8
d e e n e r o d e 1 9 5 2; e n e l s u p l e m e n t o d o m i n i c a l México en la
Cultura d e l p e r i ó d i c o Novedades, a b r i l - m a y o d e 1 9 5 2.
Vacaciones, 1 9 4 0 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o R c x , 1 9 4 0; e n r e -
v i s t a América, j u n i o d e 1 9 4 8 .
Sueño de dia, r a d i o d r a m a , 1 9 4 0 ; e n r e v i s t a América, f e b r e -
ro d e 1 9 4 9 .
La familia cena en casa, 1 9 42 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o I d e a l
e l 19 d e d i c i e m b r e d e 1 9 42 ; e n T e a t r o M e x i c a n o C o n t e m p o -
r á n e o , n ú m . 1 5 , e d i c i o n e s d e l a U n i ó n N a c i o n a l d e A u t o r e s ,
>949-
Corona de sombras, 1 9 43 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o A r b e u e l
1 1 d e a b r i l d e 1 9 4 7 ; e n Cuadernos Americanos, I I , n ú m . 6 ,
n o v i e m b r e - d i c i e m b r e d e 1 94 3 .
Dios, Batidillo y la mujer
, 1 9 4 3 . En
Teatro Completo,
I I ,
1 9 6 6 .
Vac acione s I I , 1 9 45 - 5 2 . E n Teatro Completo, I I , 1 9 6 6 .
Función de despedida, 1 9 4 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o I d e a l e l
1 0 d e a b r i l d e 1 9 53 ; e n s u p l e m e n t o d o m i n i c a l México en la
Cultura d e l p e r i ó d i c o Novedades, 1 9 5 1 .
Los fugitivos, 1 9 50 , e s t r e n a d a e n el T e a t r o A r b e u , e l 2 2 d e
j u l i o d e 1 95 0 ; e n s u p l e m e n t o d o m i n i c a l
México en la Cultura
d e l p e r i ó d i c o Novedades, 1 9 5 1 .
Jano es una muchacha, 1 9 5 2, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o C o l ó n
e l 20 d e j u n i o d e 1 9 5 2 ; e d i t o r i a l I m p r e n t a N u e v o M u n d o , 1 9 5 2.
Un dia de éstos, 1 9 5 3, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o E s p e r a n z a I r i s
e l 8 d e e n e r o d e 1 9 5 4 . E n Teatro Completo, I I , 1 9 6 6 .
La exposición, 1 9 5 5 - 1 9 5 9 ; e n l a r e v i s t a Cuadernos America-
nos, m a y o - j u n i o d e 1 9 5 9.
Las madres (Las madres y los hijos), 1 9 4 9 - 1 9 6 0 . E n Teatro
Comple to, I I , 1 9 6 6 .
La diadema, 1 9 6 0 . E n Teatro Completo, I I , 1 9 6 6 .
Corona de fuego, 1 9 6 0, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o X o l a e l 1 3
d e s e p t i e m b r e d e 1 9 6 1 ; e n Teatro Completo, I I , 1 9 6 6 .
Corona de luz, 1 9 6 3 . E n C o l e c c i ó n P o p u l a r , v o l . 6 4 , d e l
F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m i c a , 1 9 65 .
Miguel Covarrubias
EL MITO SIEMPRE TERMINA
FASCINANDO A
LOS HOMBRES
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 245/267
b r e g a s , 1 9 4 5; e n T e a t r o M e x i c a n o C o n t e m p o r á n e o , n ú m . 3 , e d i -
c i o n e s d e l a U n i ó n N a c i o n a l d e A u t o r e s , 1 9 48 .
La mujer no hace milagros, 1 9 3 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o
I d e a l , 1 9 3 9 ; e n s u p l e m e n t o d e l a r e v i s t a América, 1 9 4 9 .
La critica de La mujer no hace milagros, 1 9 3 9 ; e n l a r e v i s t a
Letras de México, I I , n ú m . 1 4 , f e b r e r o d e 1 9 4 0 .
Aguas estancadas, 1 9 3 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o C o l ó n e l 1 8
d e e n e r o d e 1 9 5 2; e n e l s u p l e m e n t o d o m i n i c a l México en la
Cultura d e l p e r i ó d i c o Novedades, a b r i l - m a y o d e 1 9 5 2.
Vacaciones, 1 9 4 0 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o R c x , 1 9 4 0; e n r e -
v i s t a América, j u n i o d e 1 9 4 8 .
Sueño de dia, r a d i o d r a m a , 1 9 4 0 ; e n r e v i s t a América, f e b r e -
ro d e 1 9 4 9 .
La familia cena en casa, 1 9 42 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o I d e a l
e l 19 d e d i c i e m b r e d e 1 9 42 ; e n T e a t r o M e x i c a n o C o n t e m p o -
r á n e o , n ú m . 1 5 , e d i c i o n e s d e l a U n i ó n N a c i o n a l d e A u t o r e s ,
>949-
Corona de sombras, 1 9 43 , e s t r e n a d a e n e l T e a t r o A r b e u e l
1 1 d e a b r i l d e 1 9 4 7 ; e n Cuadernos Americanos, I I , n ú m . 6 ,
n o v i e m b r e - d i c i e m b r e d e 1 94 3 .
Dios, Batidillo y la mujer,
1 9 4 3 . E n
Teatro Completo,
I I ,
1 9 6 6 .
Vac acione s I I , 1 9 45 - 5 2 . E n Teatro Completo, I I , 1 9 6 6 .
Función de despedida, 1 9 4 9, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o I d e a l e l
1 0 d e a b r i l d e 1 9 53 ; e n s u p l e m e n t o d o m i n i c a l México en la
Cultura d e l p e r i ó d i c o Novedades, 1 9 5 1 .
Los fugitivos, 1 9 50 , e s t r e n a d a e n el T e a t r o A r b e u , e l 2 2 d e
j u l i o d e 1 95 0 ; e n s u p l e m e n t o d o m i n i c a l
México en la Cultura
d e l p e r i ó d i c o Novedades, 1 9 5 1 .
Jano es una muchacha, 1 9 5 2, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o C o l ó n
e l 20 d e j u n i o d e 1 9 5 2 ; e d i t o r i a l I m p r e n t a N u e v o M u n d o , 1 9 5 2.
Un dia de éstos, 1 9 5 3, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o E s p e r a n z a I r i s
e l 8 d e e n e r o d e 1 9 5 4 . E n Teatro Completo, I I , 1 9 6 6 .
La exposición, 1 9 5 5 - 1 9 5 9 ; e n l a r e v i s t a Cuadernos America-
nos, m a y o - j u n i o d e 1 9 5 9.
Las madres (Las madres y los hijos), 1 9 4 9 - 1 9 6 0 . E n Teatro
Comple to, I I , 1 9 6 6 .
La diadema, 1 9 6 0 . E n Teatro Completo, I I , 1 9 6 6 .
Corona de fuego, 1 9 6 0, e s t r e n a d a e n e l T e a t r o X o l a e l 1 3
d e s e p t i e m b r e d e 1 9 6 1 ; e n Teatro Completo, I I , 1 9 6 6 .
Corona de luz, 1 9 6 3 . E n C o l e c c i ó n P o p u l a r , v o l . 6 4 , d e l
F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m i c a , 1 9 65 .
Miguel Covarrubias
EL MITO SIEMPRE TERMINA
FASCINANDO A
LOS HOMBRES
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 246/267
PROBEMOS, PROBEMOS conocer a dos se-
res emparen tados : uno se l l ama Ores tes Es -
quil ida, el o tro Orestes Sartrida. ¿Son am-
bos un solo personaje, el mismo? ¿Son dos,
independ ien tes , separados? Quizá a r r ibemos
al f inal a un a so la respues ta que convenga a
las dos in te r rogan tes .
Em pezare mos po r dec i r que los dos Ores -
tes resuelven sus respect ivas his torias con
l a i m a g e n d e l m i t o : " E l m i t o . . . d e b e t e n e r
un final , fel iz o desgraciado, pero previs to .
Me p regun tas : ¿cómo te rmina e l mi to de Ul i -
ses? Te contesto: Ulises s iempre regresa,
s iempre mata a lo s p re tend ien tes , Penélope
deja de t e je r para s iempre , Te lémaco , s iem-
pre, se reintegra al hogar. El varón clás ico,
l a mujer f i e l , e l h i jo p ród igo" .
1
Así sucede
también con Orestes , sea el Esquil ida, sea
1 C a r l o s Fu e n t e s , Zo n a sa g r a d a , l a . e d . , S i g lo XXI
Editores, S. A., México, 1967, p. 5.
4 7 4
el Sartr ida. Orestes s iempre l lega a Argos,
s iempre ma ta a Cl i t emnes t ra y a Eg is to ,
s iempre oye a E lec t ra , s i empre se en fren ta
a las Erinias . Orestes , s iempre, fascina a los
hombres . Orestes Esquil ida es un mito . Ores-
tes Sar t r ida se resue lve t am bién como un
mito . Orestes Esquil ida Mito . Orestes Sartri -
da Mito.
Sus diferencias: el Orestes más ant iguo
fue concebido como un carácter en t rágico
enfren tamien to con o t ros carac te res . 2 La
Orestíada desarrol la el choque de todos sus
personajes ba jo l a mi rada apas ionada y lo s
movimientos ol ímpicos de la divinidad. Ores-
tes Esquilida o el peón de los dioses. Pero el
otro Orestes , el novicio , es el producto de
"teatro de s i tuaciones", 3 es el que encarna
2 "E l t e a t ro , e n o t ro t i e mp o , e ra d e ' c a ra c t e re s ' :
s e ^ h a c í a n a p a re c e r e n e sc e n a u n o s p e r so n a j e s
má s o me n o s c o m p l e j o s , p e ro e n t e ro s , y l a s i -
t u a c i ó n n o t e n í a má s mi s i ó n q u e l a d e e n f re n -
t a r e so s c a ra c t e re s , mo s t ra n d o c ó mo c a d a u n o
de e l los se modi ficaba por la acción de los o t ros" .
J e a n -Pa u l Sa r t re ( "Qu ' e s t -c e q u e l a l i t t e ra t u re " ,
Situations, II) ,
c i t a d o p o r Fra n c i s J e a n sa n ,
Sartre
por é l mismo, t r a d . d e Au re l i o Ga rz ó n d e l C a -
mi n o , l a . e d . , ( c o l . Esc r i t o re s d e S i e mp re ) , C o m-
pa ñía Ge nera l de Edic iones , S. A. , Méx ico , 1958 .
3 "Es t e ' t e a t ro d e s i t u a c i o n e s ' e s , p u e s , c o r re l a t i -
v a m e n t e , u n teatro de la l ibertad. Y so n e s t o s d o s
t e ma s , o , s i s e p re f i e re , e s t a s d o s fa se s d e u n
mi smo t e ma : l a l i b e r t a d e n s i t u a c i ó n , l a s q u e
e n c o n t ra mo s e n e l c o ra z ó n mi smo d e l a p r i me ra
o b ra d e Sa r t re ,
L e s Mo uc he s
(La s mo sc a s ) , ' d ra -
m a e n t r e s a c t o s ' " . J e a n s o n , op. cit., p. 16.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 247/267
la l ibertad. Orestes Sartrida o la l ibertad en-
carnada .
E l p r imer Ores tes no busca demos t ra r
nada. No quiere provoc ar nada, escisiones,
nada. Es el mito puro. Se l imita a poner el
punto final de aquel la his toria escri ta por
los dioses , inexorable, inmodificable. Mien-
tras que el segundo le parcha la cara al Dios
mayor con su: "Eres el rey de los dioses , Jú-
pi ter , el rey de las piedras y de las es trel las ,
el rey de las olas del mar. Pero no eres el rey
d e l o s h o m b re s " .
4
Este Orestes se olvida de
que su dest ino está del ineado ya por el Olim-
po y se yergue frente a los dioses . No admite
o t ra cosa que no sea cometer el acto irrepa-
rable.
Y lo comete : se conv ier te
etí regidla,
en matricida. Asume su condición de hom-
bre . E l ige . Se compromete . Arro ja a í a cara
de Dios y a l a mueca de los hombre* su li -
bertad, la que él mismo se ha labrado, la que
le costará el exilio.
Al mismo t i empo que e l Sar t r ida asom-
braba a su mundo, Orestes Esquil ida se pre-
senta ba en Deifos a imp lorar le a Apolo su
benevolencia, su patrocinio .
5
Aquí acontece
4 J e a n - P a u l S a r t r e ,
Las moscas,
en
Teatro ,
t rad . de
Aurora Bernárdez , 6a . ed . , Edi toria l Losada, ¡> .
A., Bu en os Aires , 1962, p. 69. . .
5 Esq u i l o , La Orestíada y Prometeo encadenado,
4 a e d . , (C o l e c c i ó n Au s t ra l ) , Esp a sa -C a l p e Ar -
gentina, S. A., Buenos Aires, 1947, p. 119 y ss.
4 7 6
todo lo previsible: el De stino impele a que
hombres y dioses hagan lo que ya es , aun an -
tes de consumarse : Ores tes Esqu i l ida par t e
de Argos sano y salvo, acompañado por Apo-
lo, agradecidís imo con Aten ea. Orestes Es-
quil ida paga su crimen con una mano en la
cintura porque t iene buenas relaciones con
los dioses.
E l ac to de Ores tes Sar t r ida es más com-
plejo , producto de la libertad situada poteft-
cialmente en él —como acontecería con cual-
quier o tro . El asume una directriz personal ,
enteramente personal . Tal es su concepción
del problema de la l ibertad: elección o apro-
piación enteramente privada. De al l í que s i
l l ega a p re tender "con tag iar" a lo s demás
®
se verá enredado por el fracaso: la l ibertad
es l ibertad para-sí, l ibertad para la nada de
cada quien, es in transferible, inexis tente
para-otro. A Orestes Sartrida, que quizá sólo
pensaba en p ref igu rar e l Hugo de Les mains
sales (Las manos sucias), le fal tó, si es que
deseaba s inceramen te l a convers ión de sus
hombres , e l t raba jo p rop io de l ac t iv i s ta : re -
conocer el terr eno pa cientem ente, inocular
con humildad aquel lo que alguna vez será
art ículo de fe, confundirse con todos los za-
6 "Ore s t e s .— Lo s h o m b re s d e Arg o s so n m i s h o m -
bres . Tengo que abri r les los o jos" . Sart re , op . c i t . ,
p. 71.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 248/267
ños y los letrados, mancharse con los zumos
de sus cuerpos. A Orestes le fal tó democra-
t izarse.
No hubo, después de todo y a pesar de lo
anunciado, cambio alguno en el desenlace
de Las moscas. Ores tes Sar t r ida reconoce
que al f inal de cuentas él es el h i jo del pri-
mer j e fe de lo s e jé rc i tos g r iegos f ren te a
Troya, se sabe un mito , el mito: Orestes
s iempre t e rmina fasc inando a lo s hombres .
Y se va con su séquito . Argos se queda con
sus hombres en t in ieblas . Argos no tomará
su l ibertad. Argos, casi un hombre, es tam-
bién casi un mito.
(1967)
Jacques Lemarchand
EL TEATRO DE
EUGENE IONESCO
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 249/267
ños y los letrados, mancharse con los zumos
de sus cuerpos. A Orestes le fal tó democra-
t izarse.
No hubo, después de todo y a pesar de lo
anunciado, cambio alguno en el desenlace
de Las moscas. Ores tes Sar t r ida reconoce
que al f inal de cuentas él es el h i jo del pri-
mer j e fe de lo s e jé rc i tos g r iegos f ren te a
Troya, se sabe un mito , el mito: Orestes
s iempre t e rmina fasc inando a lo s hombres .
Y se va con su séquito . Argos se queda con
sus hombres en t in ieblas . Argos no tomará
su l ibertad. Argos, casi un hombre, es tam-
bién casi un mito.
(1967)
Jacques Lemarchand
EL TEATRO DE
EUGENE IONESCO
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 250/267
Siempre me causa placer e l recuerdo de los murmullos de
descontento, las indignaciones espontáneas, las burlas que aco-
gieron la aparic ión, en mayo de 1950, en el escenario de los
Noctámbulos, d e
La cantante calva.
Yo había pasado allí una
velada extraordinariamente agradable , que los gruñidos y las
risas irónicas de una parte de los notables del públ ico habían
hecho todavía más del ic iosa. Lo pecul iar del gruñido consiste
en que es poco explícito, por lo que deseoso de comprender en
q ué
La cantante calva
había podido desagrada r a los notables,
utilicé esa noche una técnica de la salida del teatro que había
puesto a punto hacía mucho t iempo y que recomiendo a quien
quiera hacerse rápidamente una opinión exacta sobre lo que
piensa un públ ico del espectáculo que acaba de presenciar . (El
método l lamado "del t raspunt ín" y que pract ica e l señor Stéve
Passeur en el diario VAurore no vale un pi to. ) He aquí cómo
opero. En cuanto baja e l te lón exclamo: "¡Bravo, bravo ", in-
tervengo en la gri tería y luego me largo, me ecl ipso, me arre-
molino, me precipi to y soy el primero que llego a la salida del
teatro. Allí doy media vuel ta , hago frente a la mul t i tud que
sale , remonto a contracorriente la oleada de los espectadores,
como el salmón en el río. Eso provoca remolinos, congestiones,
y retrasa la evacuación de la sala. Suspendo las operaciones
del vestuario fingiendo que busco mi entrada, y así tengo t iem-
po para escuchar las quejas, las lamentaciones, las expresiones
de agravio y las agudezas aceradas que un espectáculo que les
ha desagradado inspira a los notables . Esa noch e no una, sino
diez, quince, veinte veces oí este trozo de diálogo: "Pero, en
fin, ¿por qué La cantante calva? Me parece, amiga mía, que
no ha aparecido en escena cantante a lguna. Po r lo menos yo
no la he visto. ¡Y calva ¿Ha visto usted que alguno de los per-
sonajes fuese cal vo ?. . . ¿Y ese bombero? ¿Qué t iene que ha -
cer ahí un bombero? ¿De quién se burlan?". Era evidente que
los notables no habían "comprendido"; les prometían una can-
tante calva y, como no les mostraban una cantante calva, se
sent ían robados, lo que no perdonan: Ionesco lo vio bien al día
siguiente . Fue inút i l que yo evocase, de grupo en gru po, la
Arlesiana, insinuando que esa cantante calva era e l resorte se-
creto de una obra infini tamente misteriosa , esotérica y cuyo
autor estaba visiblemente iniciado en los secretos de los Rosa-
Cruz. Eso sólo inquietó un momento.
Hay, por lo tanto, personas a las que les estorba su inte l igen-
cia . La sienten en sí mismos como una pequeña zorra espar-
tana; está hambrienta , y es cruel e insaciable; t ienen que al i -
mentarla constantemente y t iemblan al pensar que algún día
podrá debilitarse, sentir que se le mueven los dientes; ése será
el día en que no encontrarán nada que contestar a su pregunta
maniát ica , la pregunta métrica , esa cuyo patrón se conserva
piadosamente en plat ino en los sótanos del Museo del Ejérci to,
sección Filosofía y Bellas Artes: "¿D e qué se trata?". Son bue-
nas personas a las que horrorizan las fotografías sin leyenda,
las películas japonesas sin subtítulos y los eclipses de luna cuan-
do son invisibles en París. Se sienten incómodos, luego vaga-
mente inquietos y por f in furiosos cuando piensan que existen
personas que no invi tan siempre a l mariscal Foch a juzgar de
la cal idad de sus placeres, personas que cuando van al teat ro,
o a ot ra parte , dejan del iberadam ente su zorra en el guard arropa.
Después de La cantante calva se invitó a los notables a asis-
tir a La lección. Acud ieron, con la zorra en el bolsillo. Su zorra
les había expl icado —por f in había comprendido— que desde
el momento en que una pieza, o ant ipieza, de Eugène Ionesco
se titula La lección era porque se t ra taba de todo menos de
enseñanza: la zorra no es un animal a l que se apresa dos veces
en la misma t rampa; es inte l igente , deduct iva, lo que le per-
mite compren der y prever. E n consecuencia se quedó real-
mente a terrada, se sint ió robada por segunda vez, cuando d u -
rante una hora , en e l Théâtre du Poche, presenció la lección
que un profesor, también inte l igente y deduct ivo, dio a una
muchacha carente de inte l igencia y de deseo de comprender y
que prefiere la muerte a l saber. Era una verdadera , una autén-
tica lección, incluso un "repaso", una lección particular, exac-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 251/267
Prólogo
t a m e n t e c a l c u l a d a , c o m p r e n d i e n d o e l d e s e n l a c e , e n todas l a s
l e g i o n e s q u é V * S o l i c i ta d o y r e c i b i d o la s p e r s o n a s q u e q u i e -
r e n h a c e r s e i n t e n t e s : e ra p o c o ^ V n n h
P
n Í a E c u e k d e
c i ó n f i e l d e u n a l e c c i ó n d e l m a r i s c a l F o c h n l a E s c u e l a d e
G u e r r a . " ¿ D e q u é s e t r a t a ? " , p r e g u n t ó la z o r r a f
a s
^
d
¿
P u
«
b i e n , d e S n a l e c c i ó n " , t u v i e r o n q u e c o n f e s a r l o s n o t a b e s L o
n u e n o d i s m i n u y ó s u m a l h u m o r . Y c o m o e r a a b s o l u t a m e n t e
n e c e s a r io e x p l ic a r l a c o s a , a f i r m a r o n ^ h a y e o c ^ y ^ ^
c i o n e s l o q u e c a l m ó d u r a n t e u n t i e m p o a l a z o r r a p e r o d u r a n
t e u n t i e m p o m u y b r e v e . L u e g o , m u y r e c i e n t e m e n t e ,
Las silhis
y Zuma del deber v o l v i e r o n a p l a n t e a r ^ v « ^
h a b í a v e r d a d e r a s s i l l as e n Las sillas y n o h a b í a b o m b e r o q u e
m a i lo v iv o e n Víctimas del deber.
A l a c e p t a r e s c r i b i r e s t e P r ó l o g o , o a n t i - P r o l o g o p a r a e r r .
m e r v o l u m e n d e l
Teatro
e le E u g è n e I o n e s c o m e d o y c u e n t a d e
n u e h e c o n t r a í d o l a o b l i g a c i ó n d e e x p l i c a r l os p l a c e r e s n o a m -
£ o s sino muy f r a n c o s , n o d e l a " i n t e l i g e n c i a , « n o d e l a
s S i d à d
0
, n o d e l a n á li s is , s i no i e l a i m a g i n a c ^ u e h e e x -
p e r i m e n t a d o e n l a r e p r e s e n t a c i ó n y l u e g o e n l a l e c t u r a a e c a o
i m a d e l a s o b r a s d e E u g è n e I o n e s c o . E x p l i c a r u n p l a c e r a n a
H z a r k s c a u s a s d e u n a d i l a t a c i ó n d e l b a z o o d e u n a a c e l e r a c i ó n
d f o s h H d o s d e l c o r a z ó n s e m e h i z o u n a c a r g a m u y p e s a d a
d e s n u é d e m a l n í u e r z o d u r a n t e e l c u a l a l g u n o s p e r s on a j e s a
f o s n u e e n e r v a b a n n u e s t r a s r i s a s ( e l l o s l a s l l a m a b a n m o f a s )
n o s p r e g u n t a r o n , a l o s n i ñ o s q u e é r a m o s , q u e ™ o ü v o s e n i a l a
^ S S
p e í k
S S E
p e r s o n a j e s s e p a r e c e n s i e m p r e
a
a r r o g a n c i a
S S S S S s & a » «
Eugène 1 one i cu
E L ^ S ^ 2 ° f
n e
C
i q u e t a
' todavía no f igura en nin-
guna estantería de ^ Es un teat ro a medid a pero
fS
qu
f
aría
^Wdi^tXe
a es e teat ro. Es para mi un teat ro de aventura , tomando esta
~ a
e
E s t e a t T n
Í d
H °
m Í S m
° T
5 6
^ l a ' d ^ o v e l a £
d e c a p a y e s
P
a d a
'
il ó
gico como lo es Fan-
tômes inverosímil como La isla del tesoro, tan i rracional como
Las tres mosqueteros, pero como ellos poético y W esco exTl-
T r U a l n w ? T
Í O n a n t e
u
S é q U e
viola
y
constantem?nte
¿ r '
S
J "
e m
,
h a r g
° >
l o C O n t r a r i o d e u n
teat ro
Í T F u
d 4 e d m
°
e l
teat ro t ramposo, asal ta mis ve-
S del
P e r
,
S O n a S q U C C
°
n 0 C e n
A m a b l e m e n t e " f a
1 8
'
q
,
U e a
,
C O n O C e n c o n t a n t a
seguridad como el
Í S Í S L T * ?
e
l
C O d
,
ig
° ;
L
,
e l b u e n e s t a f a d
°
r
puede siempre
amonestar a l señor f iscal públ ico.
v
d C E u g è n C
í
0 n e s c o
,
e s
, j u r a m e n t e e l m á s e x t r a ñ o
y espontaneo que nos ha revelado nuestra posguerra . No se
Z 2 Z .
S
J Z Z
S t
ï
3 n a d Í C
'
l o
^
u e e s l a c o s a
menos admisible
Ï Z L Z T
a<
?
c o m
P
u e s t a
de sociedades de soldados volun-
tarios. Rechaza el ronroneo dramát ico, y con tanta natural idad
S S L S ' S T
m
°
d o d e v e r u n a
"p rovocac i ón" - l o que l o
arreglaría. todo— en ese rechazo. Conozco también muy bien
—no me j ac t o de e l l o , pues e s mi o f i c i o -
a
los autores dramá-
ttcos nuevos que anuncian que van a terminar con el ronroneo
dramático y que inmediatamente se ponen a ronronear, en un
^ l U
g r a V C 0 u n p o c o m á s a
S
u d o
<5
ue
los otros,
seoci lraroente. No se preocupan sino de sorprende r, ¡como si
f u e » f á e i l sorprender Sentado en mi butaca d e espectador o
ae lector , frente a Ionesco, nunca adivino de dónde part i rán
los tm» m dónde me alcanzarán, pero me siento blanco y
compruebo con alegría que es un t i rador tan hábil como Buf fa -
lo &y el qu e tengo delante de mí . No sé si ha puesto a punto
un sistema
para tocarme tan fuerte , exacta y rápidamente-
no K
creo y apenas me preocupa: le l legará la hora de la au-
topsia, amada por los notables, y es posible que entonces la
zon* ahora vejada encuentre "la expl icación" y se chupe los
dedo» a todo lo largo de un a tesis. Deseo q ue ,l
9
lectura de esa
tes» 1» divierta a Ionesco tanto como me divierte su obra . A
el le corresponderá entonces definir su placer.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 252/267
Miguel Covarrubias
ESOPO EN LIBERTAD
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 253/267
1. El autor de la fábula La zorra y las
uvas, el esclavo griego llamado Esopo (nacido
en Atenas según Aristófanes), en la versión
que de él nos da Guilherme Figueiredo se ase-
meja de manera notable a uno que mientras
esperaba la muerte puso en verso algunos de
sus apólogos: Sócrates.
2. Desde luego el parecido físico los aleja
a ambos del ideal escultórico, apolíneo.
Pero, finalmente, la precisión - y la grac ia-
de sus razonamientos los convierte en rostros
v cuerpos amables, en hombres dignos de la
evas ión am orosa de sus a fo r tuna dos conoce-
dores.
3. Pero los que ignoran quiénes son ellos,
quieran estar o no por_su gusto en las tinie-
blas , los aborrecen porque "no se puede sen-
t i r s impatía por quien t iene razón" (Xantos
en
La
zorra y
las uvas
de Figueiredo)7porque
"por deciros así la verdad estoy casi seguro de
que me estoy volviendo odioso a vosotros"
(Sócrates en Apología de Platón) .
4. Este aborrecimiento proviene de la
mediocridad adueñada del poder y la riqueza.
Los que reciben honores son más es tul tos que
los demás porque creen saber y son ignoran-
tes, se dan a sí mismos el título de filósofos y
son unos s imples . Por eso nada pueden contra
el sutil ingenio de esos extraños varones que
desprecian lo que los demá s ateso ran.
5 . Padecen Esopo y Sócrates obsesiones
distintas pero hermanadas: la libertad, la ver-
dad - y amba s s iempre al servicio de los hom -
bres concretos. Esopo se mira esclavo y Sócra-
tes exclama: "como no sé nada, nada me creo
saber". Se busca lo que se tiene: la concien-
cia libre, la sabiduría humilde. Se rechaza la
condición aparente: las cadenas, el cómodo
ignorar.
6. Desde luego, á Sócrates lo envuelve
el d igno manto del raciocinio mientras Esopo
en la búsqueda de la libertad es más visceral.
Habrá que recalcar que a es tos personajes los
reconstruimos a partir de diversos testimo-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 254/267
nios. Y, claro, los modernizamos, los hacem os
encarnar nuestros anhelos: el querer vivir en
libertad , el querer saber.
7. "En cuanto al tardío Diógenes Laer-
cio , el buen coleccionador de anécdotas y
dichos agudos, nos ofrece un Sócrates reduci-
do a las ocurrencias de un Esopo, s impaticón
y estrafalario , pero s in profundidad ni rel ie-
ve." (Alfonso Reyes, La crítica en la edad ate-
niense). De acuerdo, en la obra de ese tardío
au to r (Vidas, opiniones y sentencias de los
filósofos más ilustres) Sócrates es un ocurre n-
te como el fabulis ta que se antoja fr ivolo .
Sócrates aparece aquí in justamente disminuí-
do.
8 . Pero el Esopo de Figueiredo es en-
grandecido hasta convert i rse en un Esopo so-
crát ico que cierra con su muerte l ibremente
elegida el cerco de su vida de carne esclava y
espíri tu l ibérrimo . Esop o antepon e al amor,
al miedo fís ico, a la inútü riqueza y a los tor-
pes honores su indomeñable ansia de l ibertad.
Morirá al caer en el precipicio destinado a los
hombres l ibres en acatamiento a su concien-
cia, como igual lo hiciera el filósofo que bebió
la cicuta para gloria eterna - y ludibrio-s in
fin- de la especie humanas
Donald Keene
INTRODUCCION A
"SEIS PIEZAS NO"
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 255/267
nios. Y, claro, los modernizamos, los hacem os
encarnar nuestros anhelos: el querer vivir en
libertad , el querer saber.
7. "En cuanto al tardío Diógenes Laer-
cio , el buen coleccionador de anécdotas y
dichos agudos, nos ofrece un Sócrates reduci-
do a las ocurrencias de un Esopo, s impaticón
y estrafalario , pero s in profundidad ni rel ie-
ve." (Alfonso Reyes, La crítica en la edad ate-
niense). De acuerdo, en la obra de ese tardío
au to r (Vidas, opiniones y sentencias de los
filósofos más ilustres) Sócrates es un ocurre n-
te como el fabulis ta que se antoja fr ivolo .
Sócrates aparece aquí in justamente disminuí-
do.
8 . Pero el Esopo de Figueiredo es en-
grandecido hasta convert i rse en un Esopo so-
crát ico que cierra con su muerte l ibremente
elegida el cerco de su vida de carne esclava y
espíri tu l ibérrimo . Esop o antepon e al amor,
al miedo fís ico, a la inútü riqueza y a los tor-
pes honores su indomeñable ansia de l ibertad.
Morirá al caer en el precipicio destinado a los
hombres l ibres en acatamiento a su concien-
cia, como igual lo hiciera el filósofo que bebió
la cicuta para gloria eterna - y ludibrio-s in
fin- de la especie humanas
Donald Keene
INTRODUCCION A
"SEIS PIEZAS NO"
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 256/267
Uno de l os p r i me ros hombres no j aponese s que p re senc i ó
una repre sen t ac i ón de Nó fue Ul ysse s S . Gran t . Duran t e un v i a -
j e de buena vo l un t ad a l r ededor de l mundo se de t uvo en Toki c
en 1879 , y sus anf i t r i ones , que no sab í an cómo d i ve r t i r a s u
ex t raño v i s i t an t e , l e o f rec i e ron una r epre sen t ac i ón de Nó a
ca rgo de l g ran ac t o r Hósho Huró .
Si , m i en t ra s con t empl aba l os so l emnes y h i e rá t i cos movi -
mientos de este arte sut i l y simból ico, e l grisáceo ex soldado
hubi e se sucumbi do a l sueño , nad i e hub i e ra quedado so rpren-
d i do . S i n emba rgo , se d i ce que cuando t e rmi nó l a r epre sen-
t ac i ón , Gran t se vo l v i ó hac i a sus anf i t r i ones y dec l a ró con
admi rac i ón : «No pe rmi t an que se p i e rda e s t a obra de a r t e» .
Gran t de sconoc í a p robab l ement e l os g raves p rob l emas que
amenazaban l a supe rv i venc i a de l Nó . Desde su c reac i ón en e l
s i g l o x i v , e l Nó e s t uvo í n t i mament e l i gado a l Shogunado , que
de t en t ó e l pode r ha s t a 1868 : por e so , cuando l os enemi gos
de l an t i guo rég i men l l ega ron a l pode r , e l Nó cayó en de sgra -
cia a sus ojos. Por ot ra parte , a part i r de esa época se inic ió
una f r ené t i c a i m por t ac i ón y adap t ac i ón a l a v i da j aponesa , de
l a s cos t umbres occ i den t a l e s . Pa rec í a i nev i t ab l e que un a r t e
dramá t i co que en 1879 e s t aba cons i de rado como una re l i qu i a
a rca i ca fue se una de l a s p r i me ra s v í c t i mas de l a mode rn i za -
ción. Los e legantes de entonces, le jos de proteger a l Nó se
apre t u j aban en e l c é l ebre Rokume i Ha l l pa ra ba i l a r a l os so -
nes de un vals y lucir sus habi l idades en el manejo del cu-
ch i l l o y e l t enedor . E l fu t u ro de l Nó e ra c i e r t ament e p rob l e -
mát ico. Sin embargo, a l ponerse de moda los via jes por e l
ex t ran j e ro , l os mi smos j aponese s de scubr i e ron que e l t e a t ro Nó
se parecía en cierto modo a la Opera y l legaron a la conclu-
sión de que ta l vez mereciese la pena preservarlo. Los pocos
ac t o re s de Nó que hab í an pe rmanec i do f i e l e s a su a r t e comen-
zaron a ganar gradualmente audiencia ot ra vez y las subven-
ciones de la corte y la nobleza lograron f inalmente la recu-
pe rac i ón de e s t a fo rma d ramá t i ca .
E l No t en í a a segurada su con t i nu i dad , pe ro no se hab í a
l ibrado aún de convert i rse en una especie de pieza de museo
a l a que se concede r í an , como a l a s ópe ra s de M ont eve rd i ,
unas r eve ren t e s pe ro no muy f recuen t e s aud i c i ones . C i e r t o qué
e l Nó ca rec í a de una g ran r e sonanc i a popu l a r . Fue enorme-
ment e p ro t eg i do por l a co r t e de Shogun , e l gobe rnador mi l i -
t a r de Japón , pe ro se fue d i s t anc i ando pau l a t i nament e de l
púb l i co o rd i na r i o y con e l adven i mi en t o en e l s i g l o xv i de l
Kabuki y de l t e a t ro de mar i one t a s —formas d ramá t i ca s mu-
cho más popu l a re s—, e l Nó quedó exc l us i vament e r educ i do
a un en t re t en i mi en t o de l a co r t e . Las r epre sen t ac i ones acce s i -
b l e s a l púb l i co fue ron hac i éndose más i n f recuen t e s y l os e s -
pec t adore s de l a co r t e dev i n i e ron connoisseurs capaces de de-
tectar la más ínfima variación, buena o mala , int roducida en
l os movi mi en t os y son i dos hab i t ua l e s que t en í an l uga r en e l
e scena r i o . Las t r ad i c i ones e ran t an fue r t e s que e l Nó t end i ó
a convert i rse en algo muy parecido a un r i tual ; además, los
e spec t adore s e s t aban t an ve r sados en l os t ex t os que e ra i nne -
cesario y casi hasta indeseable hacer que las piezas fuesen
dramá t i cament e conv i ncen t e s . E l d i á l ogo e ra p ronunc i ado en
forma de l i be radament e monocorde y l os ge s t os t e rmi na ron por
est i l izarse . Una mano que se a lza lentamente hasta la a l tura
de l ros t ro s i gn i f i c aba e l l l an t o , m i en t ra s que un fue r t e go l pe
dado con el pie en el suelo signif icaba la desaparic ión de un
esp í r i t u . No e s so rp renden t e que Gran t quedase i mpre s i onado
por este arte remoto y dif íc i l .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 257/267
En un p r i nc i p i o , e l Nó e ra más senc i l l o . Debe su o r i gen
a unas p i eza s cor t a s r epre sen t adas en l os t empl os y a l t a re s
como parte de las f iestas de la recolección y otras celebracio-
nes , o con mot i vo de r eun i ones popu l a re s . Grac i a s a l gen i o
de dos hombres , padre e h i j o , e s t e en t re t en i mi en t o de campe -
sinos iba a convert i rse en el siglo xiv en una de las más im-
por t an t e s fo rmas d ramá t i ca s de l mundo . Sus nombres e ran
K a n a m i K i y o t s u g u ( 1 3 3 3 - 1 3 8 4 ) y Z e a m i M o t o k i y o ( 1 3 6 3 -
1443) . Según l a s normas p or e l l os f i j ada s , en l a s p i eza s No
ac t uaban so l ament e cua t ro o c i nco ac t o re s : e l ba i l a r í n -na r rador ,
un pe r sona j e ( f r ecuen t ement e un monj e ) que no ba i l a , y va -
rias f iguras secundarias. El c l imax de la obra se a lcanza con
una danza que suele aparecer a l f inal y a la que se ha estado
d i r i g i endo e l t ex t o de sde e l p r i nc i p i o . Deb i do a e s t a danza
final y a la c i rcunspección del reci tado, aunque la obra en sí
raras veces l lega a tener la extensión de un drama occidental ,
su r epre sen t ac i ón requ i e re a l r ededor de una hora . E l co ro y
e l a compañami en t o musi ca l —compues t o de una f l au t a y de
uno o va r i os t ambore s— s i rven pa ra r ea l za r l os moment os c r í -
t i co s . , , . . . .
En c i e r t os a spec t os , e l Nó recue rda a l os p r i mi t i vos d ra -
mas g r i egos : pocos pe r sona j e s , un coro , danzas y másca ra s
(usadas por e l primer bai larín en muchas ocasiones) y, a l nus-
mo t i empo , una abundan t e u t i l i z ac i ón de t emas t r ad i c i ona l e s
o l egenda r i os . S i n emba rgo , y a d i f e renc i a de l d rama gr i ego
que va a l canzando pau l a t i nament e un mayor r ea l i smo, e l Nó
desemboca en un t e a t ro e senc i a l ment e s i mból i co en e l que
t an t o l os t ex t os de l a obra como l os ademanes de l a c t o r e s t án
pensados pa ra suge r i r , s i n pa l abra s , r e a l i dades i ne fab l e s . Al -
gunas de l a s p i eza s de Kan l mi que han l l egado ha s t a noso-
t ros indican que en su t iempo el Nó estaba más próximo a
l os d ramas europeos en cuan t o que e ran r epre sen t ab l e s , pe ro
t an t o Zeami como sus suce sore s e sc r i b i e ron obra s en l a s cua -
les la re lación entre lo que se expresa y e l todo es como la
parte visible de un iceberg y la tota l idad del mismo. El pro-
p i o Zeami e sc r i b i ó mucho sobre e l s i mbol i smo de l No . M e-
diante la ut i l ización de bel los movimientos y palabras, pen-
saba Zeami , e l Nó deb í a apun t a r hac i a un mundo i nde f i n i b l e
e i l imitado que lo t rascendía . La naturaleza del mundo de-
pendería tanto de la capacidad de sugest ión del actor como
de la capacidad de comprensión del audi torio.
Las p i eza s Nó sue l en e s t a r d i v i d i da s en dos pa r t e s . Con
f recuenc i a , un pe r sona j e que apa rece en l a p r i me ra pa r t e como
una anciana, un pescador, un segador o cualquier ot ro t ipo
de pe r sona humi l de , r e apa rece en l a segunda ba j o su au t én t i c a
pe r sona l i dad de gue r re ro f amoso o de he rmosa dama . Frecuen-
t ement e se t r a t a de un fan t a sma , un e sp í r i t u a t o rment ado que
pide una oración o un espír i tu mal igno cuya maldad debe ser
exorcizada. El mundo de la muerte es e l que quizá sienta me-
jor a la simból ica y pecul iarmente remota naturaleza del Nó,
y la separación entre la vida y la muerte , entre lo muerto y lo
v i vo , nunca ha s i do t an conmovedorament e de l i neado como
en el Nó.
Una vez que la forma fue desarrol lada y l levada a su más
al ta perfección por Zeami, e l Nó apenas si ha sufrido cam-
b i os de i mpor t anc i a . Una p i eza Nó de l s i g l o xvn , c a s i i dén-
t ica a las escri tas en e l siglo xiv, t iene muchas probabi l idades
de empeza r con un monj e que va de cami no hac i a a l gún l uga r
sagrado. Encontrará a l l í una persona cuyas poét icas palabras
con t rad i cen su humi l de apa r i enc i a . A p regun t a s de l monj e , e l
segador o la pescadora re la tará la historia de su ant igua gloria
hac i éndonos comprende r de pa so que su e sp í r i t u con t i núa en
es t e mundo deb i do a a l gún de seo i nsa t i s f echo . Al f i na l de l a
obra se le ofrece una esperanza de salvación, una dest rucción
de sus a taduras, y e l espír i tu desaparece. Esta era una est ruc-
tura t ípica que permit ía a l autor escribi r una complicada y
poé t i c a h i s t o r i a en una ex t ens i ón muy l i m i t ada . Es compren-
sible la re luctancia de los dramaturgos japoneses a abando-
na r l a . Aunque en l a a c t ua l i dad con t i núan e sc r i b i éndose p i eza s
Nó, si se pusieran en un solo volumen todas las obras de val ía
escri tas desde el siglo xvi en adelante , no superarían a las es-
cri tas sólo por Zeami. En el siglo xvn el teat ro de marione-
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 258/267
tas vino a ser la sal ida para los genios dramát icos del país.
No e s so rp renden t e que e l No fue se o l v i dado por l os d rama-
t u rgos pos t e r i o re s ; t ambi én l os composi t o re s europeos de j a ron
de compone r madr i ga l e s una vez t e rmi nado e l S i g l o de Oro y
en l a a c t ua l i dad só l o muy de t a rde en t a rde se compone músi -
ca pa ra c l av i cord i o ex i s t i endo un i ns t rument o como e s e l p i ano
que , en po t enc i a a l menos , r e su l t a mucho más expre s i vo .
Pese a t odo , e l No ha con t i nuado t en t ando e sporád i ca -
ment e a l os e sc r i t o re s j aponese s con t emporáneos . Unos han
real izado past iches con los temas t radicionales, a l t iempo que
o t ros han i n t en t ado enca j a r l a s concepc i ones mode rnas en fo r -
mas an t i guas . La h i s t é r i c a p ropaganda de gue r ra l l evó i nc l uso
a la composición de una pieza No que se desarrol laba en un
submar i no . Al gunas p i eza s mode rnas han l l egado a d i s f ru t a r
de una pa sa j e ra popu l a r i dad , pe ro en e l fondo só l o e ran cur i o -
sidades que carecían de la bel leza del lenguaje y del ambiente
de las obras ant iguas así como de la complej idad en la des-
c r i pc i ón de ca rac t e re s que e s de e spe ra r en una obra mode rna .
E l p r i me r au t o r con t emporáneo que ha l ogrado a l canza r
un éx i t o genu i no e sc r i b i endo p i eza s No ha s i do Yuki o M i sh i -
ma. Puede decirse incluso que gracias a é l este arte ha reci-
b i do una i nyecc i ón de v i da y un i mpul so r enovador . Pe se a
s u j u v e n t u d — n a c i ó e n 1 9 2 5 — , M i s h i m a e s u n h o m b r e d e
vas t os conoc i mi en t os y pa ra compone r sus nove l a s y obra s
t ea t r a l e s se ha i nsp i rado l i b rement e t an t o en t emas t r ad i c i o -
na l e s j aponese s como en t emas occ i den t a l e s . As í , por e j empl o ,
su f amosa nove l a El sonido de las olas está basada en el an-
t i guo romance g r i ego de Da fn i s y Cl oe , y o t r a s de sus nove -
l a s t e rmi nan de una fo rma que l e ha s i do obv i ament e suge r i da
por M aupassan t . Al gunas obra s de M i sh i ma son de t emas en-
t e rament e mode rnos , a l t i empo que o t r a s e s t án e sc r i t a s en e l
e s t i l o y l engua j e de l Kabuki de l s i g l o xvn , e i nc l uso t i ene
una obra pa ra mar i one t a s e sc r i t a en d i cho i d i oma pe ro ba sada
en Fedra de Racine.
Al pa rece r , a M i sh i ma l e a t r ae t an t o l a e s t ruc t u ra de una
obra No como su a rgument o . Na t u ra l ment e , sus adap t ac i ones
son l ibres, ya que su intención es que resul ten inte l igibles y
t o t a l ment e con t emporáneas . De hecho ha l l egado a suge r i r que ,
en ca so de se r r epre sen t adas en l os Es t ados Uni dos por e j em-
plo, habría que dar un paso más a la hora de adaptar la am-
b i en t ac i ón . As í , e l pa rque de Sotoba Komachi, d o n d e v e m o s
por vez p r i mera a Komachi , podr í a conve r t i r se en e l Cen t ra l
Pa rk de Nueva York , l o mi smo que e l Rokume i Ha l l se r í a
sus t i t u i do por
Delmonico's
o cua l qu i e r o t ro loca l f amoso . No
hay ninguna razón que impida real izar con éxi to tan drást ica
adap t ac i ón porque , no cabe l a menor duda , e s t a s p i eza s po-
seen un i nmedi a t o y pode roso a t r ac t i vo i nc l uso pa ra qu i enes
no sienten una especial predi lección por e l drama japonés.
Las c i nco p i eza s , de l p re sen t e vo l umen fue ro n e sc r i t a s en -
t r e 1950 y 1955 . Todas e l l a s han s i do r epre sen t adas en Tok i o
como obra s mode rnas . Pe ro El tambor de Damasco f u e p r e -
sentado al públ ico japonés en 1955 en el est i lo Nó t radicional .
E n 1 9 5 6 , Lady Aoi fue can t ada como una ópe ra occ i den t a l .
La u t i l i z ac i ón que hace M i sh i ma de l os t emas Nó t r ad i -
cionales varía de obra en obra . En algunas sólo recoge los
t emas gene ra l e s , pe ro en o t r a s s i gue e sc rupu l osament e e l o r i -
ginal . Por e jemplo, e l anciano que barre e l jardín del pala-
c i o se conv i e r t e , en l a adap t ac i ón mode rna de El tambor de
Damasco, en e l conse r j e de l bufe t e de un abogado de To k i o .
E l anc i ano no se enamora de una p r i nce sa s i no de l a d i en t a
de una modi s t a que t i ene su t a l l e r en e l ed i f i c i o de enf ren t e .
En ambas versiones se le dice a l anciano que conseguirá los
favores de su amad a si . consigu e tocar e l tambo r lo sufic ien te-
ment e fue r t e como pa ra que e l l a a l cance a o í r l o ; pe ro t an t o
en un caso como en otro, e l parche del tambor no es de piel
sino de damasco, por lo que el tambor no emite sonido al -
guno . E l conse r j e , como e l j a rd i ne ro , t e rmi na rá por su i c i da r se
y e l f an t a sma Nó vo l ve rá pa ra a t o rment a r a l a c rue l p r i nce sa
con e l i nce san t e r edob l e de l t ambor ; no obs t an t e , l a i ncapac i -
dad de l a dama pa ra amar hace que en l a obra mode rna é s t a
sea sorda al redoble del tambor, lo cual conduce de nuevo al
espír i tu del conserje a la desesperación,
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 259/267
Kantan
r eprodu ce e l a rgum ent o de la obra Nó or i g i na l .
Un v i a j e ro se r ecues t a sobre una a l mohada mági ca y duran t e
e l b reve t i empo que neces i t a e l dueño de l a posada pa ra p re -
pa ra r l e un p l a t o de gachas , sueña una v i da marav i l l osa como
E m p e r a d o r de Chi na . Cuando comprende que l a v i da e s un
s u e ñ o , de sp i e r t a . En l a obra de M i sh i ma , en l uga r de un v i a -
j e ro encon t ramos un j ovenc i t o mi mado que due rme sobre l a
a l m o h a d a mi en t ra s su v i e j a n i ñe ra l é p repa ra e l de sayuno .
N a t u r a l m e n t e , sus sueños no son sobre la China milenaria sino
sobre l a s r i quezas y pode re s que se l e o f recen como f i nanc i e ro
o d i c t ador .
E n Sotoba fComachi M i sh i ma sus t i t uye a l os monj e s
,
q u e
d i s p u t a n con Komachi por un poe t a . Los monj e s se enfurecen
al de scubr i r a Komachi sen t ada sobre una «so t oba» ( i magen
sagrada de l a enca rnac i ón de Buda ) . En l a obra de M i sh i ma ,
el poe t a r eprende a Komachi por ocupa r un banco re se rvado
a las pa re j a s de enamorados que buscan l a so l edad noc t u rna .
E l a rgument o prin cipal de la obra ( la histor ia de J^ bel la pe ro
c rue l Komachi , que se niega a entregarse a su a i i iado a me-
nos que l a v i s i t e duran t e c i en noches segu i da s) ha s i do r e spe -
t a d o p o r M i sh i ma . E l poe t a empi eza a i n t e r roga r a l a r epug-
n a n t e anciana acerca de su vida de hace ochenta años y, sin
p o d e r ev i t a r l o , poco a poco va ocupando e l pape l de l amant e
duran t e l a noche número c i en . Pe ro s i en l a obra o r i g i na l a
K o m a c h i se l e o f rec í a f i na l ment e una e spe ranza de sa l vac i ón ,
en la nueva ve r s i ón Komachi se queda como e s t aba , e s dec i r ,
conve r t i da en una anciana repulsiva que recuenta las col i l las
p r o d u c t o de su r eco l ecc i ón noc t u rna .
E n Lady Ao i e l monj e que exorc i za a l f an t a sma v i v i en t e
d e R o k u j ó ha s i do sus t i t u i do por l a en fe rmera de un mode r -
no hosp i t a l que en l uga r de hab l a r de demoni os l o hace sobre
repre s i ones sexua l e s . E l Pr í nc i pe Gen j i , e sposo de Aoi , apa -
rece en la obra de M i sh i ma como Hi ka ru , aunque en l a p i eza
N ó or i g i na l nó sa l í a en pe r sona : Hi ka ru , «E l r e fu l gen t e» , ha
s i do un ep í t e t o norma l ment e a t r i bu i do a l de s l umbran t e Gen j i .
E l c a r rua j e sobre e l que Roku j ó y Aoi l uchan du ran t e e l Fe s-
t i va l Kamo por l os f avore s de Hi ka ru , se conv i e r t e en l a ve r -
s i ón mode rna en un ve l e ro sobre e l cua l Rokuj ó e Hi ka ru
rememoran su p r i mer encuen t ro .
Hanjo, la única pieza con un f inal fe l iz , es la que má s se
a l e j a de l o r i g i na l Nó . Hanako , una muchacha l oca , r e cobra e l
j u i c i o a l r e encon t ra r se con e l hombre que l a abandonó . En l a
obra mode rna , Hanako no recobra e l j u i c i o cuando l l ega su
amado, y lo rechaza.
E l un i ve r so de un hosp i t a l ps i qu i á t r i co , de un bufe t e de
abogado o de un pa rque mode rno , pa rece e s t a r muy a l e j ado
de l a s ensoñadora s r eg i ones de l Nó , pe ro por muy l i b re s que
sean l a s adap t ac i ones de M i sh i ma , l a s s i t uac i ones d ramá t i ca s
pe rmanecen i dén t i c a s . La p r i nc i pa l apor t ac i ón de M i sh i ma e s
l a v i s i ón mode rna de l a s s i t uac i ones y l a exp l o rac i ón a fondo
de las posibi l idades que en las obras del siglo xv sólo estaban
vagament e i ns i nuadas . Vol v i endo a l Tambor de damasco, e l
t ruco de ped i r a l anc i ano que t oque un t ambor i naud i b l e e s
suge r i do por un r encoroso maes t ro de ba i l e . E l r e s t o de pe r -
sona j e s que l e secundan en t an c rue l b roma son : un engre í do
d i p l omá t i co , un j oven e s t úp i do y una modi s t a c a squ i vana , t o -
dos l os cua l e s poseen pe r sona l i dades n í t i dament e de f i n i da s . En
e l o r i g i na l , e s t a e scena e ra c a s i un moment o de o fuscac i ón .
M i sh i ma hp. hecho u n uso d e l os t emas d ramá t i cos de l
pa sado como numerosos e sc r i t o re s europeos y amer i canos ; por
e j empl o , Coc t eau , cuando adap t a e l t ema de Ed i po en La má-
quina infernal, o la ve r s i ón de O ' Ne i l l de l a Ore s t i ada en
Mourning Recomes Electra
o incluso
La ópera de tres peni-
ques d e Brech t , que e s una adap t ac i ón mo de rna de La ópera
de los mendigos de Gay . En n i ngun o de e s t os c a sos e s nece-
sario estar famil iarizado con el original para apreciar la nueva
ve r s i ón . Cada - una po see sus p rop i os mér i t os , pe r o a l m i sm o
t i empo e l conoc i mi en t o de l a obra p r i mi t i va añade una nueva
d i mens i ón y nos pe rmi t e aprec i a r cómo se de senvue l ve una
ment e mode rna en unos ambi en t e s f ami l i a re s . Sófoc l e s hu-
b i e se quedado a sombrado a l de scubr i r que en l a obra de Coc -
t eau l a Esf i nge se enamora de Ed i po y da r e spues t a por s í
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 260/267
m i s m a d e l e n i g m a ; e s t e g i r o i n e s p e r a d o n o s ó l o n o s a t r a e s i n o
q u e c o l m a n u e s t r a c u r i o s i d a d . ( ¿ P o r q u é h a b r í a d e s e r E d i p o
e l p r i m e r o e n r e s o l v e r e l e n i g m a ? ) D e f o r m a s i m i l a r , t a m p o c o
l a s o b r a s N ó p r i m i t i v a s e x p l i c a n p o r q u é h a d e o b l i g a r l a
p r i n c e s a a l a n c i a n o a g o l p e a r u n t a m b o r d e d a m a s c o . I n e v i t a -
b l e m e n t e , l a h i s t o r i a t a l y c o m o l a c u e n t a M i s h i m a n o s r e s u l -
t a m á s r a z o n a b l e y s u u t i l i z a c i ó n d e l a v i e j a l e y e n d a r e s u l t a
a l m i s m o t i e m p o r e s p e t u o s a y a t r e v i d a .
V o l v i e n d o s o b r e l o m i s m o , a l f i n a l d e
Hanjo
d e Z e a m i
t i e n e l u g a r e l i n t e r c a m b i o d e a b a n i c o s m e d i a n t e e l c u a l l o s
d o s a m a n t e s s e p a r a d o s f o r m a l i z a n s u c o m p r o m i s o . H o y , e s e
f i n a l n o s r e s u l t a r í a d e m a s i a d o p r e c i p i t a d o . N i s i q u i e r a h e m o s
s i d o c o n v e n i e n t e m e n t e p r e p a r a d o s p a r a v e r a H a n a k o r e c o -
b r a r s u s a n o j u i c i o , y a q u e e l p r o f u n d o c a m b i o e n l a s i t u a -
c i ó n t i e n e l u g a r e n u n a s o l a l í n e a , y a u n q u e l a i d e a q u e d a
r e f o r z a d a p o r u n a d a n z a , r e s u l t a d e t o d a s f o r m a s d e m a s i a d o
r e p e n t i n o . E n l a o b r a d e M i s h i m a , n i s i q u i e r a e l i n t e r c a m b i o
d e a b a n i c o s l o g r a s a c a r a H a n a k o d e l a o s c u r i d a d e n q u e h a
s i d o s u m i d a d e b i d o a l a b a n d o n o d e Y a s h i o . P o d e m o s i m a g i -
n á r n o s l a y e n d o c a d a d í a a l a e s t a c i ó n a e s p e r a r a s u a m a n t e
s i n s a b e r q u e y a l o h a r e c h a z a d o .
L a n a t u r a l e z a d e n u e s t r a r e s p u e s t a a e s t a s p i e z a s N ó m o -
d e r n i z a d a s s e r á m u y d i f e r e n t e d e n u e s t r a r e a c c i ó n f r e n t e a l a
r e p r e s e n t a c i ó n d e u n a o r i g i n a l . E n t r e o t r a s c o s a s p o r q u e e s t a -
m o s m u c h o m á s a b i e r t o s i n t e l e c t u a l m e n t e . L a s o b r a s t i e n e n
l a i m a g i n a c i ó n y e l t a l e n t o q u e s e p u e d e n e s p e r a r d e u n e s -
c r i t o r e x t r a o r d i n a r i a m e n t e d o t a d o . C u r i o s a m e n t e , s i n e m b a r g o ,
M i s h i m a c o n s i g u e t r a n s m i t i r g r a n p a r t e d e l a c a r g a s i m b ó l i c a
d e l o r i g i n a l . L a s c i n c o o b r a s p o s e e n a r m o n í a s t a n p o d e r o s a s
q u e i n c l u s o u n n e ó f i t o p u e d e c a p t a r l a s . H a n a k o y J i t s u k o
c o n t e m p l a n d o u n f u t u r o d e e s p e r a y n o - e s p e r a ; e l s i n i e s t r o
z u m b i d o d e l t e l é f o n o j u n t o a l a c a m a d e A o i e n f e r m a ; l a s
v i s i o n e s c a l e i d o s c ó p i c a s d e J i r ó m i e n t r a s d u e r m e e n l a a l m o h a -
d a m á g i c a ; e l t o r t u r a d o e s p í r i t u q u e n o c o n s i g u e h a c e r o í r a
s u a m a d a e l t a m b o r i n c l u s o c u a n d o é s t e s u e n a ; l a a n c i a n a s u -
m i d a e n s u e s p a n t o s a s o l e d a d ; é s t o s y o t r o s t e m a s e v o c a n l a s
m i s m a s s e n s a c i o n e s q u e l a s o b r a s p r i m i t i v a s ; y s u g i e r e n l a r a -
z ó n q u e i m p u l s ó a M i s h i m a a v o l v e r a e l l a s d e s p u é s d e h a b e r
e s c r i t o l i b r o s d e t e m a s m o d e r n o s .
L o s j a p o n e s e s p u e d e n e s t a r o r g u l l o s o s d e h a b e r p r e s e r v a -
d o e l N ó d u r a n t e e l p e r í o d o m á s p e l i g r o s o d e s u h i s t o r i a ,
c u a n d o t o d o l o o c c i d e n t a l p a r e c í a i r a d e s a r r a i g a r l a s p r i m i -
t i v a s t r a d i c i o n e s . H o y , l a s o b r a s N ó g o z a n d e u n p ú b l i c o m á s
n u m e r o s o q u e n u n c a y e n T o k i o , K i o t o y d e m á s c i u d a d e s s e
c o n s t r u y e n n u e v o s t e a t r o s . P e r o l o m á s e s p e r a n z a d o r e s q u e
u n j o v e n y f a m o s o e s c r i t o r s e h a y a p u e s t o a l a t a r e a d e e s -
c r i b i r n u e v a s p i e z a s y h a y a t r i u n f a d o r o t u n d a m e n t e .
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 261/267
Miguel Covarrubias
LA INVERSION E N
EDWARD ALBEE
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 262/267
I
Lo que se ha llegado a decir de casi todos
los hombres, lo que suena como paradójica no-
vedad al ser referida a dos o tres prohombres,
bien podría aplicársele a Edward Albee: la vio-
lencia no excluye la ternura, o dicho de una
manera menos sobada: para que la suavidad se
muestre como tal, para que tenga efectividad,
éxito, será preciso que surja de las ruinas pos-
teriores a la violencia más grosera. Se entiende
que al hablar de Albee hacemos mención implí-
cita de sus obras teatrales. Pasar de La caja de
arena
a
El cuento del zoológico
a ¿
Quién teme
a Virginia Woolf? es recorrer el camino que va
de la impotente abstracción del que principia al
crescendo de la realidad envuelta en invertidas
cortesías. La lacerada soledad de Jerry deviene
en la frustración a dúo de George y Martha.
No salva a los personajes de Albee la compañía
del otro: a Jerry la del perro o Peter, a Martha
la de George. Los empantana la sociedad orga-
nizada en contra de sus sueños. Si no fuera así,
si no soñaran, si desde el primer instante estos
personajes supieran qué clase de terreno es el que
pisan, jamás podríamos haber asistido a la re-
presentación de una ternura en busca de su re-
vestimiento opuesto, de su máscara. La ternura
enmascarada. He aquí a un dramaturgo en ma-
nos del pudor menos objetable: el vestido para
la encarnación del
striptease
del hombre enaje-
nado.
II
El cuento del zoológico es la pieza que re-
vela al autor novel. Obra casi inmóvil en el
espacio, inserta en un tempo restringido, logra
que sin distracciones el espectador penetre hasta
la honda soledad de Jerry. Mas no es suficiente
que sepamos que alguien está solo. Se vuelve
imperioso saber por
qué.
¿Jerry está solo por-
que quiere? O, ¿algo que es más fuerte que ca-
da uno de nosotros lo ha arrojado a la negrura
despiadada? La respuesta en forma obvia no la
encontraremos en los diálogos o en las acotacio-
nes de El cuento. Precisamente porque el gran
obstáculo es poderoso y sutil y elusivo, en la
pieza teatral Jerry acabará supuestamente ven-
cido por algo así como molinos de viento invi-
sibles. Peter no comprende porque jamás podrá
comprender. Tan radical es la falta de comuni-
cación, que esas dos vidas prolongadas en el
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 263/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 264/267
BIBLIOGRAFIA
incluida en la elaboración
de este volum en
I . O B R A S D R A M A T I C A S
Brecht, Bertolt,
Galileo Galilei,
en
Teatro completo.
t r ad . de Oswa l d Baye r , 3a . éd . , t . I , Nueva Vi s i ón ,
B u e n o s A i r e s , 1 9 6 7 , p p . 9 5 - 2 0 3 .
Usigli, Rodolfo,
El gesticulador,
en
Teatro mexicano con-
temporáneo, 4 a , é d . , A g u i l a r , M é x i c o , 1 9 7 2 , p p . 1 8 5
- 2 7 3 .
S a r t r e , J e a n - P a u l , Las moscas, en Teatro, t r a d . d e A u r o r a
B e r n á r d e z , 8 a . é d . , t . I , L o s a d a , B u e n o s A i r e s , 1 9 7 1 ,
p p . 7 - 7 8 .
Ionesco, Eugène, La cantante calva, en Teatro, pról . de
J a c q u e s L e m a r c h a n d , t r a d . d e L u i s E c h á v a r r i , 3 a . e d . ,
t . I , L o s a d a , B u e n o s A i r e s , 1 9 7 0 , p p . L V - 4 6 .
F i g u e i r e d o , G u i l h e r m e , La zorra y las uvas, t r ad . de
E d u a r d o B o r r a s , 3 a. ed . , L o s a n g e , B u e n o s A i r e s , 1 9 5 6 ,
p p . 9 - 7 6 .
Mishima, Yukio,
Sotoba Komachi,
en
Seis Piezas No,
i n t r o d . d e D o n a l d K e e n e , t r a d . d e V i c e n t e R i b e r a
C u e t o , l a . é d . , B a r r a i , B a r c e l o n a , 1 9 7 3 , p p . 1 9 - 3 9 .
A l b e e , E d w a r d , El cuento del zoológico, t r a d . d e R o g e r
P o m p a y R i c a r d o D e l o e r a , e n
Apolodionis,
M o n t e -
r r e y , n ú m . 1 , a ñ o I V , 1 9 6 3 , p p . 3 7 - 5 8 .
I I . N O T A S C R I T I C A S
W r i g h t , E d w a r d A . , " E l t e a t r o " , e n A d o l f o S á n c h e z
Vázquez,
Antología. Textos de estética y teoría del
a r t e . l a . é d . . J J N A M , M é x i c o , 1 9 7 2 , p p . 3 6 9 - 3 7 6 ,
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 265/267
W c i d c l i , W a l t e r , " U n a m o r a l n o h e r o i c a " , e n Bertolt
Brecht, t r a d . d e J o s é F e r n á n d e z V a l e n c i a , l a . r e i m . ,
F o n d o d e C u l t u r a E c o n ó m i c a , M é x i c o , 1 9 7 3 , p p .
1 4 2 - 1 5 1 .
M a g a ñ a - E s q u i v e l , A n t o n i o , " R o d o l f o U s i g h " , en Teatro
mexicano del siglo XX, l a . ed . . Fon do de Cul tur a
E c o n ó m i c a , M é x i c o , 1 9 7 0 , p p . 3 4 0 - 3 4 2 .
C o v a r r u b i a s , M i g u e l , " E l m i t o s i e m p r e t e r m i n a f a s c i n a n d o
a l o s h o m b r e s " , e n Papelería, U n i v e r s i d a d de N u e v o
L e ó n , M o n t e r r e y , 1 9 7 0 , p p . 1 0 3 - 1 0 7 .
L e m a r c h a n d , J a c q u e s , " E l t e a t r o de E u g e n e I o n e s c o " , e n
Teatro d e E . I o n e s c o , t r a d . d e L u i s E c h á v a r r i , 3 a . ed . .
t . I , L o s a d a , B u e n o s A i r e s , 1 9 7 0 , p p . 7 - 1 0 .
C o v a r r u b i a s , M i g u e l , " E s o p o e n l i b e r t a d " , 1 9 8 0 .
K e e n e, D o n a l d , " I n t r o d u c c i ó n " , en Y u k i o
M i s h i m a ,
Seis piezas N5, t r a d . d e V i c e n t e R i b e r a C u e t o , l a . ed . ,
B a r r a , B a r c e l o n a , 1 9 7 3 , p p . 7 - 1 6 .
C o v a r r u b i a s , M i g u e l , " L a i n v e r s i ó n e n E d w a r d A l b e e " ,
en Nueva papelería, l a . ed . , Ins t i tu to de Artes/
U A N L , M o n t e r re y . 1 9 7 8 , p p . 1 3 1 - 1 3 4 .
Siendo director de la Escuela Preparatoria Núm. 1 de la U n i v e r s i d a d
Autón oma de Nuevo León el doctor Ramiro Díaz Alanís y directora de la
Escuela Preparatoria Núm . 16 la doct ora Silvia Mijares se terminó de
imprimir Antología de autores contemporáneos 2/Teatro de Miguel Co-
varrubias en la imprent a de la Preparatoria Núm . 16 el 31 de agosto de
1980.
Cui dó la impresión de 500 ejemplares en papel cultural de 50 kilos el
compilador de la obra.
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 266/267
8/17/2019 Antología de autores contemporáneos 2 (teatro)
http://slidepdf.com/reader/full/antologia-de-autores-contemporaneos-2-teatro 267/267
top related