agosto de 2012 - bienvenidos al festival internacional del ......del festival internacional del...

72
Nº 5 Segunda Época - Agosto de 2012 Revista Oficial del Festival Internacional del Cante de las Minas LA UNIÓN - Murcia - España

Upload: others

Post on 11-Mar-2021

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Nº 5 Segunda Época - Agosto de 2012

Revista Oficialdel Festival Internacional del Cante de las MinasLA UNIÓN - Murcia - España

Page 2: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Paco Ícaro en el RecuerdoEditorial

De la noche a la mañanahemos dado un giro imprevisto. Sobrellevamos a nuestras espaldas las mil y una crisis, que como decía Paco “son el pan nuestro de cada día”, con la fortaleza y flexibilidad que corresponden a un pueblo minero. De la noche a la mañanahemos tenido que encender esta Lámpara Minera impregnada entera de quien la encendió por vez primera hace ya algunos años.

De la noche a la mañana, somos un poco más pobres y hemos de seguir nuestro camino con un amigo menos. De la noche a la mañana nos queda la esperanza de que, a pesar de todo, seguirán existiendo “mañanas” y seguiremos encendiendo lámparas de ilusión y de trabajo… que de eso si entendemos.

02

Page 3: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

SUMARIO

Saluda del Alcalde de La Unión

y Presidente del Festival . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04Saluda del Concejal de Cultura

y Director del Festival . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06Mientras Nace el Festival - Francisco Celdrán.. . . . . . . . . . . . . . 07Entrevista a Sara Baras . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . 10Prepárense para emociones fuertes - Antonio Arco. . . . . . . . .14Premio Castillete Minero 2012: Bigas luna . . . . . . . . . . . . . . . .16Premio Castillete Minero 2012: Jose María Manzanares . . . .18 Premio Castillete Minero 2012: José Andrés . . . . . . . . . . . . . . .20Premio Castillete Minero 2012: Manuel Navarro . . . . . . . . . . .22 Entrevista a María Dueñas por Ruth García . . . . . . . . . . . . . . . .24Entrevista al Alcalde de La Unión por Manu Egea . . . . . . . . . .28Donde Nacen los sueños (Ganadores 51 Edición). . . . . . . . . . .34Juanito Valderrama vs Juan Valderrama . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36Antonio Piñana vs Carlos Piñana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 Y dale Perico al torno - Francisco J. Róden . . . . . . . . . . . . . . . . .39 Conchita la Peñaranda y su cante por

Malagueñas - José Francisco Ortega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46Juan torres “Habichuela Nieto”: El arte de

cantar con la guitarra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49Así es mi sobrino Juan - Antonio Carmona . . . . . . . . . . . . . . . .51Así es mi sobrino Juan - Javier Adan. . . . . . . . . . . . . . . .52 Cartel Oficial 52 Festival - Luis Gordillo . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54Convocatoria Cultural Trofeos “Pencho Cros” - . . . . . . . . . . .56 Programación 52 Festival . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58 Resumen III C ongreso Internacional Universitario

de investigación del Flamenco - Ibán Hernadez . . . . . . . . . . . 60Noticias de la Fundación Cante de las Minas . . . . . . . . . . . . . . 64-

03

Lámpara Minera nº 5Segunda época / Agosto 2012

Edita:

Festival Internacional del Cante de las Minas

de La Unión.

Fundador:

Francisco Celdrán (Paco Ícaro)

Directora:

Noelia Arroyo Hernández

Equipo Redactor:

Ruth García Belmonte

Ibán Hernández

Manu Egea

Onésimo S. Hernández

Consejo Editorial:

Comisión Organizadora del 52º Festival

Internacional Cante de las Minas.

Foto Portada:

Francisco Celdrán (Paco Ícaro)

Contraportada:

Esteban Bernal Aguirre

Diseño y maquetación:

Salvador Alcaraz Pérez

web: www.fundacioncantedelasminas.org

Contacto:

[email protected]

[email protected]

ADVERTENCIAS:

Los textos, fotos e lustraciones publicadas

por Lámpara Minera y su Copyright,

son propiedad de sus autores.

Page 4: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Q u e r i d o s a m i g o s :

¡ Va y a a ñ o ! C r i s i s g a l o p a n t e , r e f o r m a s , p r i m a d e r i e s g o,

i n t e r v e n c i o n e s b a n c a r i a s … . D e s d e l u e g o q u e p o d r í a m o s d e c i r a q u e l l o d e q u e e s t a m o s p a d e c i e n d o u n a u t é n t i c o “a n n u s h o r r i b i l i s ”, p o r q u e e n v e r d a d l a n e f a s t a c o y u n t u r a e c o n ó m i c a q u e t o d o s s u f r i m o s e s c a p a z d e q u i t a r l e e l á n i m o a c u a l q u i e r a .

Pe r o m i r a p o r d o n d e , r e s u l t a q u e c u a n d o e s t a m o s e n L a U n i ó n y t o c a h a b l a r d e F l a m e n c o l a s c o s a s c a m b i a n . E s o b v i o, t e n e m o s e l m e j o r c e r t a m e n j o n d o q u e s e r e a l i z a s o b r e l a f a z d e l a t i e r r a . Y e s o o b l i g a , y m u c h o, a q u e l a s i t u a c i ó n s e a n e c e s a r i a m e n t e d i s t i n t a . N o b l e z a o b l i g a , q u e d i r í a e l c l á s i c o.

Y a s í e s , p o r q u e … . ¿ d ó n d e s i n o e n L a U n i ó n s e p u e d e n r e u n i r e n e s t o s d í a s f i g u r a s d e l a t a l l a d e S a r a B a r a s , J o s é M e r c é , Pa s i ó n Ve g a , Va l d e r r a m a , A r c á n g e l , D o r a n t e s , C a r l o s P i ñ a n a o M a r i n a H e r e d i a , p o r c i t a r s ó l o a a l g u n a s d e l a s e s t r e l l a s q u e a c t u a r á n e n l a C a t e d r a l d e l C a n t e ? , ¿ d ó n d e s i n o e n L a U n i ó n s e p u e d e n c o n g r e g a r

e n e s t a s f e c h a s p e r s o n a l i d a d e s d e l n i v e l d e M a r í a D u e ñ a s , B i g a s Lu n a , J o s é M a r i M a n z a n a r e s , J o s é A n d r é s , J u a n R a m ó n Lu c a s , Lu c i o B l á z q u e z , M i g u e l Po v e d a o e l E m b a j a d o r d e E s t a d o s U n i d o s , p o r r e s e ñ a r s o l o a v a r i o s d e l o s p r o t a g o n i s t a s d e l a a g e n d a c u l t u r a l ? , o ¿ d ó n d e s i n o e n L a U n i ó n s e p u e d e n a g r u p a r e n e s t a s j o r n a d a s l o s m á s b r i l l a n t e s y j ó v e n e s v a l o r e s d e l p a n o r a m a f l a m e n c o a n i v e l m u n d i a l , q u e a s p i r a n a a l z a r s e c o n l o s a f a m a d o s t r o f e o s d e n u e s t r o s p r e s t i g i o s o s c o n c u r s o s ?

E n e f e c t o, t o d o e s t o s ó l o p u e d e p a s a r e n u n l u g a r y e n u n m o m e n t o : e n L a U n i ó n y c o n o c a s i ó n d e l a c e l e b r a c i ó n d e l Fe s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d e l C a n t e d e l a s M i n a s , q u e e n e s t e 2 0 1 2 c u m p l e y a 5 2 a ñ o s d e b r i l l a n t e t r a y e c t o r i a , l o q u e l o c o n v i e r t e e n e l c e r t a m e n j o n d o m á s l o n g e v o e n n ú m e r o d e e d i c i o n e s d e c u a n t o s s e r e a l i z a n a e s c a l a m u n d i a l .

Y l a r g a v i d a q u e a ú n l e q u e d a , q u e e s o n o l o d u d e n a d i e , p u e s l o s i m p o r t a n t e s p r o y e c t o s q u e h a p u e s t o e n m a r c h a l a Fu n d a c i ó n C a n t e d e l a s M i n a s e n e s t o s d o s ú l t i m o s a ñ o s , c o m o e l M u s e o, l a E s c u e l a d e A r t e F l a m e n c o o l o s C o n g r e s o s U n i v e r s i t a r i o s , q u e a v a n z a n i m p a r a b l e s y e x i t o s o s e n s u d e v e n i r c o t i d i a n o, s o n e l m e j o r s í n t o m a d e l a m a g n í f i c a s a l u d q u e r o d e a a t o d o c u a n t o t i e n e q u e v e r c o n n u e s t r o s c a n t e s m i n e r o s .

E n f i n , q u e t e n e m o s t o d o e l f u t u r o p o r d e l a n t e y a b a s e d e m u c h o t r a b a j o

Francisco Martín Bernabé Pérez Alcalde de La Unión y Presidente del Festival Internaconal del Cante de las Minas

04

Y A P E S A R D E TO D O, S E G U I M O S A D E L A N T E

Page 5: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

05

e s t o y c o n v e n c i d o d e q u e p o d e m o s o p t a r a c o n v e r t i r n o s e n l a g r a n re fe re n c i a c u l t u ra l d e E s p a ñ a . M i m b re s y p o t e n c i a l e x i s t e n s o b r a d a m e n t e p a r a a l c a n z a r e l o b j e t i v o. S a q u e m o s p u e s n u e s t r o s g e n e s m i n e r o s a r e l u c i r y p o n g á m o n o s y a a b a t i r e l c o b r e . C o n l a m i s m a v a l e n t í a , a g a l l a s y c o r a j e q u e n o s e n s e ñ a r o n l o s q u e n o s p r e c e d i e r o n e n l a t a r e a . S o m o s h i j o s d e l a S i e r r a M i n e r a y n o p u e d e e x i s t i r t e m o r a l g u n o p o r a l c a n z a r e l o b j e t i v o. S ó l o d e n o s o t r o s d e p e n d e , s ó l o e n n u e s t r a s m a n o s e s t á e l c o n s e g u i r l o .

Y e n t r e t a n t o, h a b r á t i e m p o e s t e m e s d e a g o s t o p a r a q u e n u e s t r a l o c a l i d a d l e r i n d a e l j u s t o h o m e n a j e q u e s e m e r e c e a l a l c a l d e f u n d a d o r y p r i m e r Pr e s i d e n t e d e l Fe s t i v a l , m i q u e r i d o y a d m i r a d o E s t e b a n B e r n a l , q u i e n v a a r e c i b i r e l t í t u l o d e H i j o A d o p t i v o d e L a U n i ó n . É l f u e q u i e n i n s t i t u y ó e l l e m a , m á s d e m e d i o s i g l o a t r á s , d e q u e e l C a n t e d e l a s M i n a s d e b í a s e r s i e m p r e “g r a n d e , h o n e s t o y c a b a l ”. Y t a l q u e a s í , e n e s a m i s m a t a r e a , y s i n c a m b i a r n i u n a s o l a c o m a , e s e n l o q u e t o d o s n o s h e m o s a p l i c a d o a l o l a r g o d e e s t e t i e m p o p a r a q u e e l e v e n t o h a y a a l c a n z a d o l a s a l t a s c o t a s d e g r a n d e z a d e l a s q u e d i s f r u t a e n l a a c t u a l i d a d .

Y p a r a f i n a l i z a r, q u i e r o e x p r e s a r m i f e l i c i t a c i ó n a t o d o s l o s q u e h a n t r a b a j a d o e n l a r e a l i z a c i ó n d e e s t a n u e v a y e s p l é n d i d a e d i c i ó n d e n u e s t r a r e v i s t a “ L á m p a r a M i n e r a”, m u y e n e s p e c i a l a s u d i r e c t o r a , N o e l i a

A r r o y o, p o r e l m a g n í f i c o t r a b a j o q u e h a r e a l i z a d o y e n e l q u e s u c e d e a l a ñ o r a d o y g e n i a l Pa c o Í c a r o, q u e t r i s t e m e n t e y d e f o r m a s o r p r e s i v a n o s d e j ó h a c e u n o s m e s e s , p e r o c u y o i n d ó m i t o e s p í r i t u l i t e r a r i o , t a n s e n s i b l e , t a n m i n e r o y t a n f l a m e n c o a l a v e z , s i e m p r e e s t a r á p r e s e n t e e n t r e n o s o t r o s . A é l t a m b i é n l e r e n d i r e m o s , a t í t u l o p ó s t u m o, l o s m e r e c i d o s h o m e n a j e s a l o s q u e s e h i z o a c r e e d o r.

C u a n d o a s u m i m o s l a g e s t i ó n d e l Fe s t i v a l h a c e s e i s a ñ o s p r o m e t i m o s q u e h a b r í a u n a n t e s y u n d e s p u é s e n l a h i s t o r i a d e l e v e n t o. N o n o s c o r r e s p o n d e a n o s o t r o s j u z g a r s i s e h a n c o n s e g u i d o s e n t a r, o n o, l a s b a s e s p a r a e l l o , p e r o p u e d o a s e g u r a r q u e p o r f a l t a d e i l u s i ó n , v o l u n t a d y, s o b r e t o d o, m u c h o t r a b a j o, n o h a q u e d a d o. D e s d e a q u í , m i a g r a d e c i m i e n t o m á s h o n d o a t o d o s l o s q u e h a n h e c h o q u e e s t o s e a p o s i b l e y, s o b r e t o d o, m i f e l i c i t a c i ó n m á s s i n c e r a a t o d o e l p u e b l o d e L a U n i ó n , a u t é n t i c o a r t í f i c e d e q u e e s t e p e q u e ñ o m i l a g r o s u c e d a c a d a a ñ o. S e l a m e r e c e m á s q u e n a d i e .

Fr a n c i s c o M . B e r n a b é Pé r e z .A l c a l d e d e L a U n i ó n

Pr e s i d e n t e d e l a C o m i s i ó n E j e c u t i v a d e l a Fu n d a c i ó n C a n t e d e l a s M i n a s

Page 6: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Julio García Cegarra Director del Festival y Concejal de Educación, Cultura y Deportes del Excmo Ayuntamiento de La Unión.

A m i g o s d e l f l a m e n c o :

U n a ñ o m á s d a m o s u n n u e v o p a s o h a c i a a d e l a n t e e n l a b o n i t a

t a r e a d e p o n e r a e s t e m a r a v i l l o s o a r t e q u e e s e l f l a m e n c o e n e l l u g a r q u e d í a t r a s d í a l e c o r r e s p o n d e c o m o m a n i f e s t a c i ó n c u l t u r a l e s p a ñ o l a m á s d e s t a c a d a d e s d e h a c e y a v a r i a s d é c a d a s .

Y l o h a c e m o s d e s d e L a U n i ó n , d e s d e e l Fe s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d e l C a n t e d e l a s M i n a s , c u n a d e l o s c a n t e s m i n e r o s , e x p r e s i ó n d e d o l o r e s y t r a g e d i a s q u e s u f r i e r o n n u e s t r o s a n t e p a s a d o s .

C o n t r a b a j o, c o n s u d o r, c o n m u c h a s h o r a s d e d e d i c a c i ó n y e n t u s i a s m o p a r a t e n e r u n a v e z m á s y v a n 5 2 , u n a e d i c i ó n d e l Fe s t i v a l q u e p o d í a m o s c a l i f i c a r s i n m i e d o a e q u i v o c a r n o s c o m o d e a u t é n t i c o l u j o.

Y e s q u e s o n é p o c a s d u r a s , p a r a t o -d o s s i n e xc e p c i ó n y p o r s u p u e s t o t a m b i é n p a r a e l f l a m e n c o ; p e r o a l a v e z t o d o s h e m o s p u e s t o u n a v e z m á s d e n u e s t r a p a r t e t o d o l o p o s i b l e p a r a q u e s o b r e l a s t a b l a s d e l a C a t e d r a l d e l C a n t e p a s e n e s t o s p r i m e r o s d í a s d e a g o s t o l o s m e j o r e s a r t i s t a s q u e n u e s t r o a r t e n o s p u e d e o f r e c e r.

N u e s t r a c i u d a d , L a U n i ó n , h a s i d o y e s u n r e f e r e n t e i n t e r n a c i o n a l e n c u -a n t o a l f l a m e n c o s e r e f i e r e y a ñ o t r a s a ñ o, l a l l a m a d a d e l Fe s t i v a l d e Fe s -t i v a l e s e s a t e n d i d a c o n l a m a y o r d e l a s p r e d i s p o s i c i o n e s p o r p a r t e d e a r -

t i s t a s y p e r s o n a l i d a d e s r e l a c i o n a d a s c o n e l m u n d o d e l a c u l t u r a .

A s í p u e s , o s e m p l a z o d e s d e n u e s t r a r e v i s t a o f i c i a l , “ L á m p a r a M i n e r a”, a s e g u i r d i s f r u t a n d o y e m o c i o n a r s e c o n t o d o s y c a d a u n o d e l o s f a n t á s t i c o s m o m e n t o s q u e v a m o s a t e n e r e n l a 5 2 ª E d i c i ó n d e l Fe s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d e l C a n t e d e l a s M i n a c o n u n a i m p r e -s i o n a n t e A g e n d a C u l t u r a l y c o m o n o, c o n t o d o s y c a d a u n o d e l o s m a g n í f i -c o s r i n c o n e s q u e n o s o f r e c e n u e s t r a “C u i d a d A l u c i n a n t e” e n p a l a b r a s d e l g r a n m a e s t r o A s e n s i o S á e z ”.

N o q u i s i e r a d e s p e d i r m e , s i n t e n e r u n b r e v e r e c u e r d o a n u e s t r o g r a n a m i g o, Pa c o Í c a r o, p r o m o t o r y d i f u -s o r d e l a c u l t u r a u n i o n e n s e h a s t a l a s a c i e d a d y g r a n d í s i m o i m p u l s o r d e l a m i s m a , a s í c o m o u n f i e l c o -l a b o r a d o r d e n u e s t r o Fe s t i v a l , e l Fe s t i v a l d e t o d o s l o s u n i o n e n s e s .

M u c h a s g r a c i a s p o r t o d o, Pa c o.

J u l i o G a r c í a Ce g a r r a

D i r e c t o r d e l Fe s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d e l C a n t e d e l a s M i n a s

06

Page 7: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Estampas de una infancia en otra Unión.

Viven en la calle del Pino, frente a la entrada trasera del Hospital de Sangre. Es una casa pequeña de techado de láguena: entrada y

comedor en la misma pieza, una única habitación con la cama de sus padres -que él también com-parte- , y la cuna de su hermana. La cocina con hornillo de petróleo y un patio interior pequeño, con pila para lavar, un alambre para tender la ropa y, en una esquina, el agujero del retrete oculto tras una cortina de saco que las ra-tas roen y deshilachan por las noches.Es febrero y hace frío. Su madre se ha marchado a comprar y lo ha dejado al cuidado de su hermana. Él tiene tres años, ella meses y no cesa de llorar. Es día de Carnaval. Su madre le ha hablado de la gente que se dis-fraza para robar niños.-. ¡Que no se te ocurra abrir a nadie!Mira a través de los cristales de la puerta de la calle subido en una silla baja de anea donde su madre cose. Con los dedos separa el visil-lo. Tiene los ojos muy abiertos. De vez en cuando alguien pasa y da un respingo hacia atrás. Tiene y no tiene miedo. La hermana sigue llorando. Coge un hilo grueso, lo ata por un extremo a la cuna y así consigue mecerla sin dejar de mirar a la calle. Cada dos por tres tiene que limpiar el vaho del cristal con el puño del babi. No aparecen brujas ni disfraces. Sólo alcanza a divisar la verja de hierro de la parte trasera del Hospital por donde, de cuando en cuan-do, asoma la señora María su cara ajada y amable, le mira, le sonríe, y él adivina que su madre le ha puesto vigilante.

(…)

En la escuela de don José Carrillo, se sienta en el pu-pitre junto a Manolín que es hijo de un guardia civil y vive en unas casas de ese Cuerpo en la calle Real. Los pupitres tienen un agujero con un recipiente donde se vierte tinta de la botella negra del profe-sor. Allí mojan el plumín con cuidado de no apretar demasiado y de no manchar la hoja de la libreta. Si una pluma se rompe se vuelve a poner otra en el palillero, ¡pero cuestan dinero!Su madre le lleva de la mano aquél día que se en-

cuentran con Manolín y la suya. Las dos se ponen a hablar sin soltarles. Es entonces cuando se le llenan los ojos de lágrimas mirando al amigo que según cuenta la madre se iban a mar-char de La Unión al día sigu-iente. Él siente una desolación y un vacío desgarradores en el alma. Y unas ganas irresistibles de abrazar fuertemente al ami-go, de llorar con él. Manolín se marcha y nada parece cambiar por fuera. Por dentro, algo queda roto para siempre.Naranjo no va a la escuela. Son muchos hermanos y tiene que ayudar a la madre. El padre

trabaja en la mina. Abajo. No es lo mismo trabajar abajo que arriba. Los mineros siempre hacen ésta distinción. Arriba es como de más categoría y las esposas pueden vivir más tranquilas. Pero, se gana más abajo.Al padre de Naranjo lo traen un día en una caja de cinc del tamaño de una de zapatos. La madre da un alarido de dolor que hiela la sangre del vecindario. Naranjo se pone lívido y la emprende a puñetazos con la pared. La calle se llena de gente. Todo es diminuto: la casita, el amigo, la madre... El ataúd parece de juguete. Todo es indigno y nadie parece darse cuenta. A los pocos días el amigo y su familia desaparecen para siempre.

(…)

Francisco Celdrán Sánchez Fundador y Diretor de “Lámpara Minera”

MIENTRAS NACE EL FESTIVAL.

07

Page 8: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Es curioso, ahora se le llena la mente de gente de aquél primer barrio de su infancia.: la señora María, la guardesa del Hospital de Sangre; el tío Juan con su patio sembrado de cagarrutas, donde acude con la lechera cada mañana y le ordeña a la misma cabra, hasta que la espuma rebosa el borde del alu-minio y él la va absorbiendo con delectación cami-no de casa.

(…)

Su padre también trabaja con un cubo enorme, de hierro, con el que saca agua de

un pozo en lo alto de la sierra. No se llama cubo, sino cuba. Es maquinista minero. El agua

es para lavar los minerales. Antes ha sido vigilan-te en un pantano de estériles y después, en otro pozo, cambiará la cuba por una jaula donde se meten los mineros y él, manejando con pericia

frenos y mandos que gobiernan cintas, mo-tores y poleas, asume cada jornada la arriesga-da y sombría tarea de bajar y subir a decenas

de hombres que se van pudriendo en lúgu-bres galerías. La jaula pende de cuerdas de hierro que hay que mantener paralelas. No

puede bambolearse, ni rozar las paredes del pozo. La jaula es frágil y mucho más los min-

eros. De su padre depende que el viaje a las profun-didades del infierno transcurra sin incidentes. Y así, año tras año: Cubas de agua, jaulas con hombres y cunas cargadas de mineral. Atendiendo siempre la contraseña de los golpes de martillo que el capataz acciona desde abajo: uno, la cuba, dos el mineral, tres los hombres, cuatro un herido, un muerto

o hay que escapar deprisa porque allí abajo se derrumba todo y las rocas amenazan con re-

ventar esos cuerpos esqueléticos que a la luz de los carburos se asemejan al vidrio

veteado y sucio.Cada día acuden al Pozo Cuevas a llevar

al padre la comida del almuerzo. “Para que coma caliente”, dice la madre en su papel de esposa diligente, amante

y apesadumbrada. Su hermana y él

la acom-pañan.

A la u n a de la

tarde, en pleno verano, bajo un sol que calcina las lagartijas, el camino se hace interminable y fatigo-so. El padre los divisa desde arriba y desciende por la senda de cuevas repletas de gente para salir al encuentro. En un repecho, a la sombra, sobre una piedra de laja por mesa, se extiende la servilleta de tela. Sobre ella se coloca el pan, la botellita de vino, el cuchillo, la cuchara... y por fin, la fiambrera con la comida aún caliente. Come delante de ellos que esperan para que si sobra algo se lo puedan llevar y aprovecharlo en su propio almuerzo. A veces, él no puede salir al encuentro y deben subir hasta la máquina. Allí esperan que saque a los hombres. La madre y la hermana vuelven la cabeza con pudor cuando aparece la jaula en el brocal del pozo. Él ob-serva asombrado un montón de ojos que parecen mirar con angustia, alivio, desesperación y cansan-cio. Van medio desnudos y cubiertos totalmente por una tierra negra apelmazada al cuerpo por el sudor. Los ojos... brillan los ojos... de miedo y resignación. No hay rabia sino aceptación. Son los mismos ojos que después ha vuelto a ver en alguna película de esclavos negros, cuando se abre la compuerta de la bodega del barco, el protagonista baja por la escalera y alumbra hacia el fondo. En la oscuridad flotan esos mismos inocentes y aterrados ojos. Al principio, la hermana lloraba desconsolada. A todos les sobrecogía un horror gélido que ya nunca se marchaba del corazón.Llega el domingo. Es el único día que el padre no trabaja. Por la mañana, al despertar, los dos se pasan a la cama del matrimo-nio. Demasiado pequeña para los cuatro aunque no les disgusta estar apretados, al contrario. En la cama, la madre relata algún cuen-to. Los adormila con su voz, con su raro ingenio. Cuando el pa-dre tiene turno de no-che duermen con ella. Enton-ces, du-

Imagen anterior y ésta:Paco Ícaro de pequeñoFotografías facilitadas por la familia. 08

Page 9: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

rante una hora por lo menos pueden dejar encen-dida la bombilla y leer. Él devora con fruición tebeos y novelas del Oeste, la madre novelas de amor de Corín Tellado. Por dos reales las cambian en el qui-osco de la señora Lola, en la calle Real.El padre sólo lee los titulares de algún periódico donde el tendero ha envuelto la compra. No le gusta leer. Sin embargo, se ufana de su ampulosa firma y del caballo de barro que le dieron como pre-mio en el colegio. Le brillan los ojos cuando coge el bolígrafo y se dispone a firmar las notas del hijo. Se recrea en cada trazo, y cuando acaba la rúbrica se queda mirando el garabato como un pintor que acaba de realizar la obra de su vida.Por la tarde, cuando llega del trabajo, el hijo se sube a horcajadas sobre su espalda y lo pasea de la pu-erta del patio a la puerta de la calle, durante un rato.Él no sabe que el hijo lo sabe, pero cada mañana a eso de la seis, cuando se marcha a la mina, se mete en su cuarto y le da un beso en la frente. Si el hijo estuviera despierto sería incapaz de hacerlo, se avergonzaría.Es verano. Tiene siete años, un saquito de tela con bolas de barro y alguna cristalina, el Segundo Álva-rez con todos los saberes que necesita, las novelas radiofónicas del Cola Cao y la leche condensada

que escucha durante las siestas, tendido en el suelo sobre una sábana; un montón de tebeos que intercambia con los amigos, unos pocos indios de goma con sus caballos, un fuerte de

madera con escasos soldados...y amigos, muchos amigos en el Central donde está

Hidroeléctrica, en la calle Tejera, en la calle Torrijos...y en el callejón que las en-laza donde vive la Pepa, el Pescador y la familia de los Femández.

Es de noche. Vienen del cine de ve-rano, de la Terraza Argüelles. Han

puesto “Jerónimo”. La calle es larga pero su alumbrado consiste

en dos luces amarillen-tas que un empleado

m u n i c i p a l e n -

ciende cada día empujando el conector con una vara larga y redonda de madera, la misma que uti-liza para apagarlas. Una bombilla en el pico de la calle Real, la otra, en el centro de la calle. Bajo ésta los críos juegan hasta la hora de acostarse. No hay nadie tomando el fresco, las sillas están en las puer-tas de las casas, pero vacías. La gente se arremolina en la acera de su mejor amigo, de Ginés. La madre le aprieta la mano pero no dice nada. Aún faltan diez, quince metros para llegar a la altura del tumulto. El grito de la madre de Ginés suena atronador y desgarrado. Todo se vuelve silencio y angustia. Él no entiende nada pero comienza a sentir los jirones del dolor de una tragedia íntima. Las vecinas le susurran a la madre los pormenores de la muerte de su amigo. Con una angustia desconocida atenazando su estómago se acerca a la pequeña ventana del cuarto de matrimonio, única que da a la calle y está con la luz encendida. Tiene que encaramarse a los barrotes y, apoyando la suela de los zapatos en la pared encalada, alzarse hasta apoyar los codos en el alfeizar y mirar adentro.En medio de la cama que ahora aparece gi-gantesca, está su amigo, dentro de una minús-cula caja blanca. Su rostro, amoratado y de-forme. Su barriga descomunal llena todo el ataúd. La madre se abalanza sobre el cadáver chillando como una loca.La muerte debe ser como esta inmensa sole-dad que ahora siente. La muerte no tiene rostro, es un pozo sin fondo dónde un dios cruel va arrojando todo lo que él más ama. Hasta dejarlo solo, vacío de sí mismo.

09

Page 10: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Después de interpretar a mujeres intensas, que anteponían sus sen-

timientos a todo lo demás, como Juana la Loca, Mariana Pineda y Carmen, , Sara Baras regresa a los escenarios, tras su recién estrenada maternidad, para dar vida a ‘La Pepa’, un per-sonaje que tiene mucho de las anteriores.

La bailaora y coreógrafa, se tomó un respiro en 2010, cu-ando se encontraba en pleno éxito. Lo hizo para cumplir un sueño, el de ser madre. De esta forma, daba vida a uno de sus mayores deseos, aparcado por exigencias profesionales.

Dos años después, retoma su carrera, impecable y cargada de éxitos por todo el mundo, con un nuevo reto artístico y llega más segura, más feliz, con más fuerza y más auténtica. Así es la homenajeada de la quinc-uagésima segunda edición del Festival Internacional del Cante de las Minas, sencilla, natural, de risa contagiosa, elegante, valiente, luchadora y muy tra-bajadora.

entrevista

10

Page 11: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Mi Pepa representa la esperanza y la libertad, así como la alegría en tiempos tan difíciles

Sara Baras

11

Sara, ¿Cómo estas? ¿Qué tal la vuelta al trabajo?

Genial, la verdad es que me daba un poco de pánico el regreso, ponerme en forma, pero todo ha salido redondo. La vuelta ha sido espectacular. Ahora piso el escenario de otra manera y tengo más fuerza. Y eso que, cuando me veía tan gordita con el embarazo, pensaba que nunca volvería a ser la misma. Estaba fe-liz, pero con la incertidumbre de cómo respondería después mi cuerpo. Y la ver-dad es que ahora me encuentro incluso mejor que antes.

¿Cómo es ese estado en el que te en-cuentras? ¿Hay una nueva Sara tras la maternidad?

Sí, ser madre es algo estupendo. Es un sentimiento que te cambia desde den-tro. Cambia todo, empezando por tu escala de valores. Mi hijo José, me hace pensar mucho y sé que por él sería capaz de cualquier cosa. Esa fase de mi vida la disfruté, por primera vez, sin el estrés de la profesión. Pude preparar `La Pepa´ con calma, estudiando y dándole al tema todas las vueltas del mundo para cuidar hasta el último detalle. La obra tiene una mezcla de libertad, tranquilidad y buena energía. Se nota que viene del mar, del aire, del bien.

Este nuevo estado anímico ¿está in-fluyendo en tu baile?

Sin duda. Como bailaora tengo la obli-

gación de dejarme llevar por los sen-timientos y ahora tengo el corazón mu-cho más lleno, la sensibilidad más a flor de piel. Todo está siendo maravilloso. Por cualquier cosa que tenga que ver con el bebé me comería el mundo, es naturaleza pura y dura. Yo me veo mejor. No está bien que lo diga yo (risas), pero bueno, hay más verdad.

Y el niño, ¿cómo está?

Precioso, muy grande, ya ha cump-lido el año. Es una bendición porque está muy sano, come y duerme per-fectamente. Se porta fenomenal y así la gira se sobrelleva perfectamente. Es lo mejor que me ha pasado en la vida, con diferencia. Todo gira en torno a él.

¿A quién se parece?

Todo el mundo comenta que los ojitos son míos, pero yo lo veo muy mezclado.

Tengo entendido que le encanta bailar, eso es de mamá y papá ¿ya apunta maneras?

Sí, le encanta, está todo el día bailan-do. Es lógico, está rodeado de músi-

Page 12: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

12

ca, porque en nuestra familia todo el mundo baila, aunque yo le miro y le digo que se dedique a otra cosa.

¿Qué veremos en “La Pepa”, el próxi-mo jueves 2 de agosto?

Mi Pepa es mucho más que un símbo-lo. Es la voz del pueblo, un espectáculo precioso, homenaje a la Constitución de Cádiz de 1812, con motivo de su bicentenario, que representa la esperanza y la libertad, así como la alegría en tiempos tan difíciles como la Guerra de la Independencia. Y eso es el flamenco, pura libertad. ‘La Pepa’ es un recorrido por diferentes estampas de mi tierra, Cádiz, por el sentir de la gente, su forma de ser, su carácter, su brisa, y su aroma. Adaptaremos el espectáculo al espléndido escenario del Antiguo Mercado Público y, por ello, ten-drá aún más alma.

¿Y cómo es, en sí misma, La Pepa?

Es una mezcla de todo, es raíz y a la vez vuela. Es el único personaje de la obra que, aunque no existe, le da sentido, porque consigue cambiar el dolor de la guerra, a esperanza y fuerza. Más allá de gustos, desde que se sube el telón todo lo que aparece demuestra que es una gran producción con mucho trabajo detrás y gran equipo. Está todo muy cui-dado, no hay nada sin sentido.

Sentimientos que ¿se pueden trans-mitir a la perfección con el flamen-co?

El flamenco es el más idóneo para transmitir todas estas sensaciones. Para bailar necesitamos estudiar, en-sayar y prepararnos, pero anteponer el corazón es algo fundamental y eso

hace sentirte muy libre.

El espectáculo resalta no solo los momentos y detalles más impor-tantes de este mo-mento histórico, sino el carácter del pueblo y sus rincones.

Resaltamos no solo lo más bonito de la época, sino también lo más importante del Cádiz de 1800 como el pu-erto marítimo, el rincón más importante de occidente por el com-

ercio; los periódicos, a los que dedica-mos uno de los temas con un zapateao; también la venta de la seda o los títeres que representaban teatrillos en medio de las calles. Todo mezclado con el pro-ceso de creación de la Constitución. Aparecen las Cortes de Cádiz con su presidente y diputados, que cada uno defendía eso que después se reflejó en los artículos.

¿Contará con alguna colaboración especial para la ocasión? ¿Cómo es la puesta en escena?

Además de mi compañía, muy local,

Page 13: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Os

daré las gracias

con los zapatos puestos y

bailando. Tendré que hacerlo

muy bien.

13

renovada para este espectáculo con un noventa por ciento de bailarines gadita-nos, me acompañará Keko Baldomero, a la guitarra, quien además se ha encar-gado de la dirección musical de la pro-ducción y Jesús Serrano, al baile. Jesús interpreta al presidente de las Cortes de Cádiz. Después hay ocho mujeres que bailan como los ángeles y cinco chicos que interpretan al pueblo y a los diputa-dos. El vestuario, de una belleza espec-tacular, es de Torres Cosano, y la esce-nografía de dos artesanos gaditanos. Es una obra de arte acompañada de la ilu-minación de Óscar Marchena y Jose Luis Alegre.

¿Cómo se imagina esa noche?

Llena de magia y duende. Tendré que bailar muy bien para que la gente se quede con ganas de volver a verme. Pienso en la seguiriya que bailo, a mi-tad del espectáculo, un palo muy de verdad y muy profundo que en La Unión tiene que salir de maravilla.

¿Qué significa para Sara Baras ser la homenajeada del Festival Internac-ional del Cante de las Minas?

Me hace mucha ilusión que La Unión me demuestre su cariño y su respeto, dedicándome el festival de este año. Con la historia y categoría que tiene este certamen, es increíble. Yo he ve-nido mucho a bailar a La Unión, tam-bién cuando empezaba, y siempre me he quedado alucinada con los artistas que han actuado aquí. Daré las gracias con los zapatos puestos y bailando.

La gira comenzó en Barcelona,

después Madrid y seguidamente, La Unión. ¿Esto acaba de empezar?

Sí, porque estaré tres años de gira. Ire-mos más despacio que antes porque está adaptada a mi bebé. Después de La Unión, estaremos en el Festival Castell de Peralada (Girona), la Granja de Sego-via y la Bienal de Sevilla. También viajare-mos a Chile y Argentina, y en 2013 volv-eremos a Madrid y Barcelona para hacer temporada.

Y entre actuación y actuación ¿Ha pensado en el próximo espectáculo?

Es pronto para pensar en futuros mon-tajes. La cabeza se va para muchos lados, siempre estoy ahí soñando, pero todavía no sé nada.

Sus espectáculos siempre son recibi-dos en loor de multitudes ¿Se consid-era afortunada?

Mucho, soy muy trabajadora, me gusta la perfección, pero reconozco que he tenido mucha suerte. Además, estoy rodeada de buena gente. Mis músicos, el cuerpo de baile… La vida me regala muchas satisfacciones. Hay dos palabras que tengo gastadas y que no dejaré de decir: Gracias y suerte.

Page 14: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

PREPÁRENSE PARAEMOCIONES FUERTESAntonio Arco Caro

Prepárense para emociones fuertes, porque así me dijo Sara Baras que bailará este año en La Unión: «Más

leona, con el corazón más lleno y con más fuerza que antes». Está feliz Sara Baras, a la que le debemos el placer de haberla visto bailar, siempre muy bien, en ‘nuestro’ Mercado Público, hecha siempre una reina con ganas de comerse el mundo, con la boca más pequeña que La Paquera de Jerez -¡Paquera, vuelve, que te echamos mucho de menos!- pero con mejores muslos, las cosas claras.

«Bailar con todo lo que sientes siendo mamá es algo bestial», me aseguro la bailaora cuando la entrevisté para ‘La Verdad’, recién salida del agua hecha una rosa, despojada de toda tensión y exultante, con la luz gaditana arropándola.

«¡’Triqui’!, dale un bañito al ‘gordo’ mientras yo hago la entrevista», le decía Sara Baras a su hermana. Estaban en Cádiz, agua de mar y de piscina, sol, tranquilidad de fin del mundo y una familia que se comporta como una piña. La bailaora y coreógrafa y su hermana ‘Triqui’ tienen, exactamente, la misma voz y la misma risa, una risa contagiosa. A Sara Baras la risa la envuelve, la protege, le da a su presencia un aire inconfundible de frescura y de cierta alta dosis de inocencia, que no desaparece ni con los años, ni con los éxitos por todo el mundo, ni tras haber sido madre en Cádiz, la tierra a la que decidió regresar a

vivir para que allí viniera al mundo José.La risa de Sara Baras es legendaria, y se le quedó grabada, cuando la conoció, al bailarín y coreógrafo cartagenero José Carlos Martínez, actual director de la Compañía Nacional de Danza (CND). Juntos protagonizaron el tradicional ‘spot’ navideño de Freixenet, que en 2011 tuvo en ellos a dos ‘burbujas’ de auténtico lujo.

Sara Baras es de una naturalidad sin artificio que se agradece. Una mujer normal, fuera del escenario, que cuando se sube a él se transforma en una seductora fuerza armónica de la naturaleza.

Escucho al niño José pasar de beso en beso, de risa en risa y de mano en mano de sus familiares, que están todos como locos con él. José lo ha cambiado todo. «El niño está precioso, súper grande, porque ya ha cumplido un año y es un ‘pepón’, es ‘gordote’ y ‘grandote’ y ‘brutote’, y la verdad es que es una ‘lindura’», afirma su madre. Su padre es el también bailaor José Serrano, de quien, precisamente la gaditana se enamoró, en el año 2000, mientras compartían en escena el desgarro y la pasión de ‘Juana la Loca’.

Sara Baras te enamora, así son las cosas y así se las cuento. O sea, que vayámonos aguantándonos todos porque no tenemos nada que hacer. Se ríe con ganas cuando le recuerdo este titular suyo de

14

Page 15: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

15

hace unos años: «Tengo una parte de Heidi, pero trabajando soy terrible». Es de una exigencia altísima, persigue la perfección, no deja que los aplausos le cieguen y busca hacer historia cada noche.

¿Saben qué? Que no se olvida de que la Compañía Sara Baras, con el espectáculo ‘Sensaciones’, debutó en Murcia, en el Auditorio regional, en 1998. «¡Madre mía todo lo que lloré! Antes y después del estreno, venga a llorar. Fue muy emocionante poner en marcha algo que no se sabía cómo iba a funcionar. Yo decía, ‘madre mía, ¿quién va a venir a verme bailar en Murcia, si a mí nadie me conoce?’. Fue muy hermoso, en Murcia cambió mi vida artística. Después del estreno, que la gente acogió muy bien, no parábamos de llorar en los camerinos. Entre tantas flores y llantos, aquello parecía un tanatorio».

Con el homenaje que este año le dedica La Unión, anda loca perdida. Habla maravillas de su festival, de su gente, del Mercado Público. Se emociona y te emociona, ahora solo falta que baile como Dios manda, que vuele alto, que nos deje sin aliento, que nos parta un rayo de gusto. Que sí, que yo creo que van a ir por ahí los tiros: disparos de arte desnudo al corazón.

Tiene ganas de volver a La Unión, donde en 2001 bailó ‘Juana la Loca’ justo cuando la admiración por José Serrano -él interpretaba a Felipe el Hermoso- se estaba transformando en fuego amoroso. «Ahora, Pepín es mi marido y el padre de mi hijo. Hemos vivido juntos sensaciones increíbles por medio mundo, la más increíble de todas ser papás, y volver ahora a La Unión, para encontrarnos allí de nuevo frente a frente, bailando y recibiendo el reconocimiento del festival, va a ser muy especial», reconoce. Y se ríe, claro. Anuncia Sara Baras, de la que

Francisco Bernabé, alcalde de La Unión y presidente de la Fundación Cante de las Minas, dice que es «la personificación de la elegancia exquisita hecha mujer», y «una de las damas más majestuosas que han pisado desde siempre los escenarios cabales», que desde que llegue a La Unión no va a dejar de decir «¡gracias, gracias, gracias!». Qué noche nos va a hacer pasar, ya verán, ya. Prepárense.

Page 16: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Bigas Luna tiene ADN español, y a través de su arte, su cine y su vida en definitiva, se empeña en demostrarlo dentro y también fuera de nuestro país. Dentro de ese ADN de lo

español, el flamenco está muy presente en su obra. Su ojo cin-ematográfico descubrió a todos nuestros mejores actores: Javi-er Bardem, Penélope Cruz, Jordi Mollá y, más recientemente, a Verónica Echegui o Leonor Watling, y ese ojo también descu-brió para el cine a la gran figura de renombre en el mundo del flamenco actual: Miguel Poveda, en la Teta y la luna.

16

Premio Castillete de Oro 2012

Un año antes, Poveda había gana-do en La Unión la preciada Lám-para Minera.

También el flamenco, o mejor, el baile flamenco, fue el leit motiv del cortometraje que para promocionar España realizó Bigas Luna en la Exposición Universal de Shangai de 2010. Entonces, los ecos del flamenco salpicaban todas las sensaciones, iconos o símbolos que representan nuestro país.

Este veterano director de cine siempre ha estado preocupado por difundir al máximo todos los caracteres de nuestra

cultura, entre los cuales está el flamenco, y hablar de Bigas Luna, es «hablar de lo ibérico», según Francisco Bernabé, Alcalde de La Unión y Presidente del Festival Internacional del Cante de las Minas, que este año entrega su Castillete de Oro al cineasta catalán, autor de más de una quincena de películas, una decena de cortometrajes, además de otras publicaciones, guiones de cine o exposiciones colectivas e individuales.

Artista en definitiva, quizá por provenir del interiorismo y del diseño industrial.

JOSÉ JUAN BIGAS LUNA

Page 17: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

17

Su cine, que ha rodado tanto en catalán como en castellano, siempre tiene un sello muy personal cargado de altas cotas de erotismo en todas sus películas, muchas veces relacionado con la comida, hacia la cual, según confiesa, siente una gran pasión. Un costumbrismo casi surrealista.

Ese cine que irrumpió en nuestras vidas sorprendió a una España casposa y medio dormida, que intentaba salir de la huella del franquismo, y esa irrupción

rompió todos los moldes. Bigas Luna, Castillete de Oro del Cante de las Minas, por su aportación cinematográfica al flamenco, al que siempre ha demostrado respeto y cariño.

Preocupado por difundir todos los

caracteres de nuestra Cultura

Page 18: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Premio Castillete de Oro 2012JOSÉ MARÍA MANZANARES

Hablar del toreo de Manzanares es hablar de un toreo fresco, medi-terráneo, expresionista como la

pintura de Sorolla, o de la elegancia de una estética que luce natural, sin apenas esfuerzo. Como la brisa de ese azul Mediterráneo, el azul que en todas sus gamas pone en sus trajes de luces, además del rojo pasión, como el de las hogueras de San Juan de su Alicante natal…, pasión por el toro, y pasión por la música y el flamenco.

No es un torero tradicional, ese de fin-cas y ganaderías…, es un torero urbano, que se mueve como pez en el agua en las redes sociales, amante de la moda, que se tatuó una manzana en honor a una saga que ha dejado grandes en el mundo de la tauromaquia. Original hasta para llevar en el añadido el pelo rubio de su mujer, la madre de su hijo, ese que seguirá con la leyenda.

Un torero al que le gusta la música en varios de sus estilos, desde Alejandro Sanz o Calamaro, y que ama el flamen-co. Un mundo al que tuvo acceso desde niño, pues aficionado es su padre, y fig-uras del cante jondo, como Camarón o Rancapino, se pusieron a sus pies. Manzanares puede además presumir de ser el protagonista del primer indul-to que a un toro se realiza en la Maes-tranza sevillana, a un toro extraordinar-io después de una faena extraordinaria. Faenas, que remata como nadie, mata-dor de matadores.

El Castillete de Oro a José María Man-zanares se presenta como el primer homenaje del flamenco a un maestro de la tauromaquia. Dos géneros vincu-lados tradicionalmente, y que ahora se

18

Page 19: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

19

dan la mano. El Alcalde de La Unión y Presidente del Festival, Paco Bernabé asegura que se trata de un «amante del jondo como pocos y que reúne todos los méritos para esta distinción». Méritos ya

realizados pese a su insultante juventud, y otros que están por llegar. La Catedral del cante abre su puerta grande al maes-tro torero, José María Manzanares.

Es un torero urbano, que se mueve como pez en el agua en las redes sociales

Page 20: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

La de José Andrés es una person-alidad arrolladora que hierve en la cocina y que sigue en ebullición

fuera de ella. Semanalmente se reúne con políticos, participa en simposios y da conferencias en instituciones inter-nacionales. Todo, con un claro objetivo: fomentar la alimentación sana y sosteni-ble, contra el hambre y contra la obesi-dad. Lo que vive en la actualidad, sería la culminación de un sueño que empezó hace algo más de 20 años, cuando se in-scribió en la Escuela de Restauración de Barcelona.

Una vez finalizados sus estudios de host-elería, quiso perfeccionarse en uno de los restaurantes más prestigiosos de España, El Bulli de Ferrán Adrià, al que considera maestro y sobre todo, amigo. A principi-os de los 90, llegó a EEUU como cocinero del buque-escuela Juan Sebastián Elca-no. Fue con la idea de imponer la comida española en EEUU, conquistar a la prim-era potencia mundial por el estómago. ¡Y vaya si lo está logrando!

El asturiano José Andrés es copropietar-io de siete reconocidos restaurantes en Washington que, diariamente, dan de comer a 5.000 personas. Entre los co-mensales habituales se encuentran el

Premio Castillete de Oro 2012

ex presidente Bill Clinton, congresistas, agentes del FBI y diplomáticos. En esos restaurantes es normal escuchar música española, y flamenco en concreto. Y es que, a través de su mujer, que es natural de Algeciras, y por la extraordinaria sen-sibilidad de este artista de los fogones, José Andrés cayó rendido a los pies del flamenco, al que degusta como si se tratara de sus creaciones más exquisitas.

José Andrés le descubrió a Estados Uni-dos la cocina española y popularizó las tapas, un concepto basado en que to-dos comparten el mismo plato. Por eso, EE UU reconoció su labor con un oscar culinario, el más prestigioso galardón de la restauración norteamericana. Así

JOSÉ ANDRÉS

20

El hombre que ha conquistado EEUU

por el estómago

Page 21: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

premió no sólo su saber hacer, sino la filosofía subyacente de un exitoso em-presario, que ha abierto restaurantes en Washington, Los Ángeles y Las Vegas y a quien destacadas personalidades políti-cas como Michelle Obama consultan regularmente en cuestiones de política alimentaria.

También destaca otra faceta de José An-drés, la mediática, pues con su programa televisivo “Made in Spain” ha cosechado grandes éxitos en EEUU, y también en España, con ¡Vamos a cocinar con José Andrés!.

Este año 2012 la revista Time incluyó al

21

cocinero español en su lista Time 100, que recoge a las “100 Personas Más Influyentes en el Mundo”. No ajeno al fenómeno José Andrés en la primera potencia mundial, El Festival del Cante de las Minas, reconoce con el Castillete de Oro a este cocinero, gran exponente de la difusión de las bondades de la gastronomía española en el extranjero, y también, amante del flamenco.

Page 22: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

MANUEL JOSÉ NAVARRO JIMÉNEZPremio Castillete de Oro 2012

22

Page 23: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Maestro, psicólogo clínico y abog-ado. Técnico de cultura del Exc-mo. Ayuntamiento de La Unión.

Técnico del prestigioso certamen flamen-co unionense “Festival Internacional del Cante de las Minas”, desempeñando en la actualidad el cargo de coordinador de la recientemente constituida Fundación Cante de las Minas.

Miembro fundador de la Federación Pro-vincial de Peñas Flamencas de la Región de Murcia.

Coordinador de la colección de discos Antología del Festival del Cante de las Minas, y de la colección Lámpara Minera, ambas editadas por el sello RTVE.

Comisario de diversas exposiciones de fotografía de temática flamenca (Carlos Saura, Paco Sánchez, Jerónimo Navar-rete, María Manzanera,…)Asesor en diversas jornadas y ciclos de flamenco de dentro y fuera de la región de Murcia.Asesor de diversas instituciones (Insti-tuto Cervantes, Embajadas de España en el exterior,…) en la promoción del fla-menco como una de las expresiones más genuinas de la cultura española. Codirector de las Jornadas Flamencas Ciudad de Valladolid.

Conferencias:En distintas ciudades españolas y ex-tranjeras (Jerez, Sevilla, Granada, Úbeda, Valladolid, Madrid, Bilbao, Barcelona, Va-lencia, Murcia, Estambul, Luxemburgo, Roma, París,….) sobre el Festival de las Minas.

23

Publicaciones:Director de edición de los libros:“Chano Lobato: toda la sal de la bahía”, “Monstru-os: 30 entrevistas a los grandes del fla-menco”, “Libro de los Pregones del Festival Nacional del Cante de las Minas“.Codirector de edición de los libros: “El Cojo de Málaga: Textos en homenaje a Joaquín Vargas Soto”, “El Papa Flamenco: textos en homenaje a D. Antonio Chacón”, ambos pertenecientes a la colección Lámpara Minera.Coordinador de edición de los libros: “An-tonio Fernández Díaz Fosforito: veinte fir-mas para un maestro del cante”, “A Mario Maya”, “Homenaje a La Paquera de Jerez”, “Cristina Hoyos: el genio desnudo”, “Cróni-cas del Festival Internacional del Cante de las Minas”.Colaborador en los libros :“Pencho Cros: Torre de penas y coplas”, “Los Festivales Flamencos en el Mundo; Ritos, rotos y re-tos”, y “Retratos del Flamenco”.Colaboraciones en diversas publicaciones de ámbito flamenco tales como Sevilla Flamenca, El Olivo, La Flamenca, La nueva Alboreá,… y de programas de radio tales como “El callejón del cante”, de Radio 5.

Director académico del I y II Congreso In-ternacional de Flamenco sobre los Cantes Mineros, y del III Congreso Universitario Internacional de Investigación sobre Fla-menco.Miembro del Jurado del “I Festival de Doc-umentales y Cortometrajes Flamencos”.Miembro del Jurado de la Convocatoria Cultural Internacional del Festival de Las Minas.Coordinador exposición itinerante “La Unión, Minera”, de Esteban Bernal.

MANUEL JOSÉ NAVARRO JIMÉNEZ

Page 24: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Na c i ó e n u n p u e b l o m i n e r o, Pu e r t o l l a n o, y s u f a m i l i a p a t e r n a h a e s t a d o s i e m p r e

m u y v i n c u l a d a a l a s m i n a s . C o n e s o s p r e c e d e n t e s a c u d e M a r í a D u e ñ a s a p r e g o n a r l a 5 2 e d i c i ó n d e l Fe s t i v a l I n t e r n a c i o n a l d e l C a n t e d e l a s M i n a s , e s p e r a n d o a d e m á s l a l l e g a d a a l m e r c a d o l i t e r a r i o d e s u s e g u n d a n o v e l a , M i s i ó n o l v i d o.

La escritora manchega, aunque afincada en Cartagena, tiene claro

que “la mina es un tema para grandes novelas”. Con El tiempo entre costuras ya ha vendido más de un millón de ejemplares, convirtiéndose en todo un fenómeno literario.

24

María DueñasRuth García

Page 25: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

R e c i é n l l e g a d a d e E s t a d o s U n i d o s , d o n d e h a p e r m a n e c i d o d o s s e m a n a s p a r a p r o m o c i o n a r l a e d i c i ó n d e b o l s i l l o d e s u p r i m e r a n o v e l a , t o d a v í a i n t e n t a r e c u p e r a r s e d e l c a m b i o h o r a r i o , a u n q u e e l d e b e r y e l t r a b a j o n o s a b e n d e l “ j e t l a g”. M a r í a D u e ñ a s n o r e n u n c i a , p e s e a l c a n s a n c i o, a s e g u i r d i s f r u t a n d o d e t o d o s y c a d a u n o d e l o s r e g a l o s q u e l e s i g u e d e p a r a n d o s u i r r u p c i ó n e n l a l i t e r a t u r a p o r l a p u e r t a g r a n d e . E s t e f e n ó m e n o l i t e r a r i o , - c o n s u p r i m e r a n o v e l a E l t i e m p o e n t r e c o s t u r a s h a v e n d i d o m á s d e u n m i l l ó n d e e j e m p l a r e s - , l e h a l l e g a d o e n u n m o m e n t o d e m a d u r e z v i t a l q u e l e h a h e c h o d i g e r i r e l é x i t o c o n t o t a l n a t u r a l i d a d , f i r m e c o n l o s p i e s e n e l s u e l o, p e r o t a m b i é n d i s f r u t a n d o d e l m o m e n t o.

E s p o r e s o q u e s e h a c e n t r a d o d e l l e n o e n l a l i t e r a t u r a , s a c á n d o l e e l m á x i m o r e n d i m i e n t o a s u n o v e l a , p e r o t a m b i é n d e d i c a n d o e s f u e r z o s i n g e n t e s a s u s e g u n d o l i b r o, M i s i ó n o l v i d o, q u e s a l d r á a l a v e n t a e n s e p t i e m b r e .

E n t r e l o s p r i v i l e g i o s q u e l e e s t á d e j a n d o s u l i b r o, M a r í a D u e ñ a s v i a j a , h a c a m b i a d o d e a c t i v i d a d p r o f e s i o n a l , e s c r i b e c o l a b o r a c i o n e s e n r o t a t i v o s d e p r i m e r n i v e l , c o n o c e a g e n t e i n t e r e s a n t e , y e n m e d i o d e t o d o e s e m a r e m á g n u m , h a a c e p t a d o e l r e t o d e p r e g o n a r l a 5 2 e d i c i ó n d e l Fe s t i v a l d e l C a n t e d e l a s M i n a s . Fe s t i v a l q u e y a c o n o c e , p u e s l a h e m o s v i s t o d e e s p e c t a d o r a e n v a r i a s d e

25

Pregonera 52 FestivalMaría Dueñass u s e d i c i o n e s , a u n q u e e s t e a ñ o l o m i r a d e u n m o d o d i s t i n t o.

M a r í a , ¿ Q u é s i n t i ó c u a n d o Fr a n c i s c o B e r n a b é l e p r o p u s o p r e g o n a r e s t a e d i c i ó n d e l Fe s t i v a l d e l C a n t e d e l a s M i n a s ?Fu e u n a a b s o l u t a s o r p r e s a y u n a g r a n a l e g r í a . Le p e d í ve i n t i c u a t ro h o r a s p a r a p o d e r c o n f i r m á r s e l o, m i e n t r a s m e a s e g u r a b a d e q u e p o d r í a a j u s t a r m e a l a s f e c h a s p r e v i s t a s , p e r o d e s d e u n p r i n c i p i o s a b í a q u e h a r í a l o p o s i b l e p o r e s t a r a l l í . A n t e s d e q u e s e c u m p l i e r a e s e p l a z o, é l v o l v i ó a l l a m a r m e p a r a q u e l e d i e r a e l s í d e f i n i t i v o, y a s í l o h i c e . ¿ C ó m o s e t o m a e l s e r l a e n c a r g a d a d e a b r i r e l f e s t i v a l f l a m e n c o m á s i m p o r t a n t e d e n u e s t r o p a í s : c o n r e s p o n s a b i l i d a d y r e s p e t o, o p e n s a n d o e n s e g u i r d i s f r u t a n d o d e l m o m e n t o q u e e s t á v i v i e n d o ?C o n m u c h í s i m a i l u s i ó n y t a m b i é n c o n s e n t i d o d e l a r e s p o n s a b i l i d a d . M e p r e c e d e u n a l i s t a d e p r e g o n e r o s d e e n o r m e s o l v e n c i a ; p a r a m í e s u n h o n o r p o d e r s u m a r m e a e l l o s , e s p e r o e s t a r a s u a l t u r a .N o s p o d r í a a d e l a n t a r d e t a l l e s d e e s e p r e g ó n …Yo n a c í e n u n p u e b l o m i n e r o, m i f a m i l i a p a t e r n a h a e s t a d o s i e m p r e m u y v i n c u l a d a a l a s m i n a s . . . Po r a h í e m p i e zo a h i l a r l o.N o s é s i h a p e n s a d o e n a l g u n a t r a m a l i t e r a r i a q u e i n s p i r a r í a a l g u n a n o v e l a v i e n d o y c o n o c i e n d o l a S i e r r a M i n e r a ,

Page 26: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Biografia

MARÍA DUEÑAS (Puertollano, Ciudad Real, 1964) es doctora en Filología

Inglesa y profesora titular en la Universidad de Murcia, actualmente en excedencia. A lo largo de su carrera profesional ha impartido docencia en universidades norteamericanas y participado en múltiples proyectos educativos, culturales y editoriales. En 2009 irrumpe

en el mundo de la literatura con El tiempo entre costuras, la novela que se ha convertido en el gran éxito editorial de los últimos años y que ha cautivado por igual a lectores y crítica. Las cifras de venta superan ampliamente el millón de ejemplares. Sus derechos han sido cedidos para traducciones a más de veinticinco lenguas y para una ambiciosa serie de televisión a cargo de Antena 3.

26

“QUIZÁ ALGÚN DÍA ME INSPIRE A ESCRIBIR UNA NOVELA SOBRE LA MINA. ES UN MUNDO DURO Y APA-SIONANTE”

m a r c o e n e l q u e s e c e l e b r a e s t e Fe s t i v a l …L a m i n a e s , s i n d u d a , u n t e m a p a r a g r a n d e s n o v e l a s . Ya s e h a n e s c r i t o a l g u n a s o b r a s m a g n í f i c a s – É m i l e Z o l a l o h i z o e n G e r m i n a l , J u a n C o b o s Wi l k i n s r e f l e j ó d e n t r o d e n u e s t r o p a í s l a s m i n a s d e R í o T i n t o e n E l c o r a z ó n d e l a t i e r r a … - - . E s u n m u n d o d u r o y a p a s i o n a n t e , q u i z á a l g ú n d í a m e i n s p i r e p a r a c o m p o n e r u n a g r a n h i s t o r i a c o n l a i n t e n s i d a d y e l r i g o r q u e m e r e c e .Ya q u e d a m e n o s p a r a v e r e n t e l e v i s i ó n l a a d a p t a c i ó n t e l e v i s i v a d e s u n o v e l a E l t i e m p o e n t r e c o s t u r a s , y e n s e p t i e m b r e s a l d r á y a a l m e r c a d o s u s e g u n d a n o v e l a . ¿ C ó m o e s t á v i v i e n d o e s t e v e r a n o d e d u l c e e s p e r a ?E l v e r a n o e s t á p a s a n d o e n

u n s o p l o e n t r e v i a j e s , t r a b a j o v i n c u l a d o a l l a n z a m i e n t o d e m i n u e v o l i b r o y e s c a s o s d í a s d e v a c a c i o n e s . A c a b o d e r e g r e s a r d e E s t a d o s U n i d o s y a ú n m e q u e d a n t r e s v i a j e s p o r d e l a n t e a n t e s d e q u e t e r m i n e a g o s t o. ¿ Le p e s a l a i n q u i e t u d d e q u e s e r á d e e s a s e g u n d a n o v e l a , o “q u e l e q u i t e n l o b a i l a o” ?Lo s l e c t o r e s s e r á n q u i e n e s d e c i d a n e l r e c o r r i d o d e m i n o v e l a ; y o y a h e c u m p l i d o c o n m i d e b e r, q u e e r a e s c r i b i r u n a h i s t o r i a p o n i e n d o e n e l l a t o d o m i e s f u e r z o, m i s g a n a s y m i

Page 27: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

27

s a b e r h a c e r. A h o r a s ó l o p u e d o a c o m p a ñ a r l a e n s u s p r i m e r o s p a s o s y e s p e r a r a q u e l o s l e c t o r e s l a d i s f r u t e n , o p i n e n y d e c i d a n s i v a l e l a p e n a . I n q u i e t a r m e o p r e o c u p a r m e n o t i e n e y a d e m a s i a d o s e n t i d o, p e r o a g u a r d o e l m o m e n t o c o n i l u s i ó n . ¿ Q u é l e h a a p o r t a d o E l t i e m p o e n t r e c o s t u r a s , y e n c o n c r e t o S i r a Q u i r o g a ?M u c h í s i m o, p o r s u p u e s t o. U n c a m b i o d e a c t i v i d a d p r o fe s i o n a l , u n a p roye cc i ó n p ú b l i c a q u e a nte s n o t e n í a , u n m o n t ó n d e n u e v a s e x p e r i e n c i a s … Y, e n d e f i n i t i v a , u n a i n m e n s a s a t i s f a c c i ó n . A c t u a l m e n t e e s t á e n e xc e d e n c i a , p e r o e n s u c o n d i c i ó n d e f u n c i o n a r i a , ¿ c ó m o e s t á v i v i e n d o l a m o v i l i z a c i ó n s o c i a l d e l o s f u n c i o n a r i o s a r a í z d e l o s r e c o r t e s q u e a f e c t a n a l a

f u n c i ó n p ú b l i c a ? V i v o t o d o l o q u e n o s r o d e a c o n e n o r m e t r i s t e z a y p r e o c u p a c i ó n , l a s i t u a c i ó n e s t r e m e n d a m e n t e l a m e n t a b l e , n o d e j o d e p r e g u n t a r m e c ó m o h e m o s p o d i d o l l e g a r h a s t a a q u í . Y, s o b r e t o d o, c u á n d o s a l d r e m o s .C ó m o l e h a c a m b i a d o l a v i d a a M a r í a D u e ñ a s d e s d e e l a ñ o 2 0 0 9 q u e i r r u m p e c o n f u e r z a e n e l m e r c a d o l i t e r a r i o ? ¿ Le c o m p e n s a ? C l a r o q u e c o m p e n s a , p o r s u p u e s t o. H a n s i d o t r e s a ñ o s i n t e n s o s y e s p e c i a l e s q u e s e h a n i d o e n u n s o p l o. Pe r o e n e l d í a a d í a , a l m a r g e n d e a c t o s , p r e n s a y v i a j e s , m i v i d a s i g u e a f o r t u n a d a m e n t e c o m o s i e m p r e .

Page 28: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

28

Francisco BernabéFrancisco Bernabé (La Unión, 3 de abril de

1970) nos recibe en su despacho de la majestuosa Casa del Piñón, edificio mod-

ernista de 1905 y actual sede del Ayuntamiento unionense. El agotador día de gestiones y reuniones no oc-ulta el entusiasmo que ilumina el rostro del al-calde, pues nos ocupan dos de sus grandes pa-siones: La Unión y el Festival Internacional del Cante de las Minas. Y como si de un guiño de la Historia se tratase, iniciamos la entrevista bajo la atenta mirada de un Cristo de los Mineros, y acompañados, sobre la mesa, por dos símbolos locales: una Lámpara Minera, orgulloso em-blema del Festival, y la réplica de una vagoneta rebosante de tradición y de pasado.

-Nos encontramos en la Casa del Piñón, histo-ria viva del pasado minero de La Unión. ¿Por qué ha escogido este lugar para la entrevista?Me pareció oportuno que estuviésemos aquí para hablar del Festival por su alto valor sim-bólico, pues, por un lado, desde 1908 es la sede del Ayuntamiento de La Unión, la casa de todos sus ciudadanos, algo que de por sí es un hito; además, hablamos de uno de los edificios más emblemáticos y del que los unionenses nos sentimos más orgullosos por ser una auténtica joya de la arquitectura, de ese Modernismo ecléctico que caracterizó la época de la riqueza de las minas en La Unión. Y finalmente, porque la Casa del Piñón es, junto con el Antiguo Mer-cado Público, la otra sede del Festival Internac-ional del Cante de las Minas, por cuanto aquí se celebran los actos de su Agenda Cultural.

-No quedan minas abiertas en La Unión, pero el municipio se reinventa cada día potencian-do su patrimonio histórico y cultural, museali-zando la mina Agrupa Vicenta, siendo cuna de artistas con su Escuela de Arte Flamenco, y en poco tiempo con una nueva bahía de Port-mán… ¿Qué horizonte vislumbra usted para La Unión?

El horizonte de La Unión ha de pasar necesaria-mente por su reconversión hacia el sector turís-tico. Es un municipio con una superficie muy es-casa -sólo 24 km² de los que casi la mitad están ocupados por la sierra minera-, lo cual hace que no haya, ni nunca haya habido, espacio para de-sarrollar otras actividades económicas como la agricultura, la ganadería o la industria. De ahí que tengamos que enfocar claramente al muni-cipio hacia el turismo, en una doble vertiente: por un lado, con la puesta en valor de nuestro fantástico patrimonio cultural, donde entran la mina y el cante. La puesta en valor del mundo de la mina es hoy una hermosísima realidad, gracias al Parque Minero y a la mina Agrupa Vicenta, que han visitado ya casi 100.000 per-sonas en estos primeros 24 meses de vida. Un complejo que, de hecho, vamos a seguir ampli-ando con la recuperación de la mina Pablo y Vir-ginia, que tiene unas dimensiones cuatro veces superiores a las de Agrupa Vicenta. La intención es acometer las obras el próximo año y que esté abierta en 2014.

Y junto al patrimonio minero material, tenemos el inmaterial, que conforman nuestros cantes: los cantes de Levante y de las minas fueron de-clarados Bien de Interés Cultural en 2010, y toda la actividad que realiza la Fundación Cante de las Minas es ese segundo sostén en la recuper-ación del mundo de la mina. Obviamente hab-lamos del Festival como buque insignia, pero queremos prorrogar esa actividad flamenca todo el año con otras iniciativas como las de la Escuela de Arte Flamenco, los Congresos Uni-versitarios, el Museo del Cante de las Minas o las Jornadas Gastronómicas, todas ya en marcha, funcionando de forma exitosa y haciendo que conjugue ese binomio mina-cante, cante-mina, que es el que conforma la marca ‘La Unión, Ciu-dad Minera y Flamenca’.

Todo esto se refiere al plano cultural, que podría-mos encuadrar en la ‘vertiente norte de la Sierra’,

Manu Egea

Page 29: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

29

Alcalde de La UniónFrancisco Bernabé

Page 30: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

30

pero el gran proyecto de futuro del municipio, situado en la cara sur, es el proyecto estratégico de la bahía de Portmán. El Ministerio de Me-dio Ambiente ya ha confirmado que las obras de regeneración de la bahía se van a acometer en breve, y una vez finalizadas, hacia finales de 2014, será fundamental hacer lo propio con el nuevo puerto deportivo y pesquero de Port-mán, y finalmente con toda la ordenación del entorno para posibilitar ese proyecto turístico basado en estándares de máxima calidad y muy respetuosos con el medio ambiente. Lo primordial es potenciar la oferta hotelera: bue-nos hoteles que generen muchos puestos de trabajo de forma permanente y estable a lo lar-go de todo el año. Defini-t i v a m e n t e , P o r t m á n tiene que ser el icono, el punto de referencia de ese nuevo turismo que estamos buscando todos para la Región de Murcia, que genere muchas visitas y alto poder adquisitivo.- Pese a no quedar mineros en activo en La Unión, ¿cree que quedan ‘flamencos’, que el es-píritu flamenco ligado a estos hombres sigue vivo?Aquí hemos de ser un poco auto-críticos. La pu-esta en marcha de la Escuela de Arte Flamenco hace dos años obedeció de forma primordial a recuperar ese espíritu. Sí, hay ‘flamencos’ en La Unión, siempre los ha habido y siempre los habrá. Pero tal vez empezaba a escasear un tanto en número, y ya este año, en sólo dos edi-ciones, ha habido varios alumnos que se han presentado a las fases clasificatorias del Festival del Cante de las Minas. Estamos recuperando esa ‘esencia’, todos los fines de semana son más de 100 alumnos de varias Comunidades Au-tónomas los que nos visitan para formarse en cante, guitarra, baile y percusión -en cajón fla-menco-, y creo que con este nuevo embrión de jóvenes valores que quieren vivir este arte, está

más que garantizado el futuro de la pervivencia de la ‘raza’ flamenca entre nuestros vecinos.

-Hábleme de usted, ¿qué aspectos de su in-fancia le evoca el flamenco? Es decir, ¿adónde le lleva el recuerdo o su imaginación cuando escucha o ve flamenco?Pues mis primeros recuerdos vinculados al flamenco y al Festival los tengo de cuando mi abuelo Martín me llevaba, de pequeñito, a ver la ‘velada trovera’, porque él era un gran segui-dor del mundo del trovo, y siempre le gustaba mucho que fuéramos para allá. Luego, a través de las peñas flamencas, ya algo más mayor, es-tuve a veces en algunos recitales, pero hasta

que llegué a ser alcalde fui un mero es-pectador, no me involucré de forma ac-

tiva. Hasta ese momento era un vecino más que pagaba su entrada cuando venía un artista conocido, e iba al Mercado a ver la actuación de ese día, sin tener una actitud mucho más activa en lo que es este mundo. Pero desde que asumí la alcaldía en 2007 lo conocí de verdad, ha sido desde entonces cuando he conocido por den-tro la cultura y los valores flamencos, y cuando me he enamorado definitiva y perdidamente de todo lo que tiene que ver con lo jondo.

-O sea, que para conocer realmente el flamen-co hay que entrar en contacto con él.Sin duda alguna. Está claro que cualquiera de las estrellas que viene al Mercado Público nos hace gozar, pero hasta que uno no asiste a un recital ‘en las distancias cortas’… Yo cuando he sentido ese pellizco, ese ‘duende’, esa magia que tiene el flamenco ha sido cuando poquitas personas alrededor de una mesa, una guitarra y un buen cantaor o cantaora nos han hecho disfrutar. Y me he dado cuenta de que el vello se eriza cuando, en un momento dado, aparece ese ‘pinchazo’, que es el que marca la diferen-cia y te hace pensar que estás viviendo sensa-

“La Lámpara Minera es al flamenco lo que al fútbol la Copa Mundial”

Page 31: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

31

ciones y momentos únicos. Me atrevería a decir que para enamorarse del flamenco hay que experimentarlo en las distancias cortas, sin per-juicio de que la ‘Catedral del Cante’ es un lugar tremendamente mágico donde, por supuesto, todos disfrutamos, pero para ‘engancharse’ al flamenco hace falta ese otro instante, más en la intimidad.

-Perdone el atrevimiento, pero ¿ha intentado alguna vez ‘arrancarse’ en privado? No, en la vida, y sobre todo porque le tengo mu-cho respeto a nuestros cantes. No me atrevería. Conozco estos cantes -algo menos los de fuera-, que representan el dolor, el sufrimiento, unas duras condiciones de vida y un respeto a una forma de ser. Es por ello que no quiero frivolizar con lo que significa, por ejemplo, una minera, y lanzarme yo a intentarlo. Prefiero escucharla y disfrutarla.

-Pese a no haber minas activas en La Unión, sí que perduran en la memoria y en el tiempo los cantes mineros y de Levante, que como usted dice, se suelen asociar a la tragedia, la soledad, el trabajo duro o a la figura femenina. ¿Cree que se mantiene esa esencia para interpretar los temas, o que hoy día el flamenco ha evolu-cionado?Esa pregunta hay que ponerla en conexión con el sabio equilibrio que creo que hemos sabido poner de manifiesto en el Festival del Cante de las Minas, y que nos hace ser los más ‘atrac-tivos’ en el mundo de lo jondo: por un lado, el cuidado riguroso por la más pura de las orto-doxias, el respeto reverencial a todos los cantes mineros y de Levante del que hacemos gala año tras año, y edición tras edición, en nuestros cuatro concursos. Eso para nosotros es intoca-ble; pero, a la vez, el ser conscientes de que el flamenco es arte, de que el arte es vida y que en la vida todo cambia. Tenemos muy claro que el flamenco también está sujeto a evolución, y estamos abiertos a saber escuchar y atender esas otras formas de expresión a las que está llegando este arte.

Para eso está la primera parte del Festival (las Galas y la Agenda Cultural). Queremos estar al día, ser incluso pioneros e innovadores -como hemos sido hace muy poquito tiempo con la puesta en marcha del premio Filón-, abrirnos a las vinculaciones del flamenco con otros mun-dos -como las artes plásticas, la gastronomía, la tauromaquia, la comunicación o la cine-matografía-, y lo demostramos cada año con la Agenda Cultural. Y lo hacemos siendo con-scientes de que podemos pecar de ‘osados’ en ocasiones, pero tenemos muy claro que es una realidad y tenemos que estar al día. Sin olvidar, como he dicho antes, el respeto riguroso a la tradición. Cada cosa tiene su momento en el Cante de las Minas, y opino que saber ponerle su valor a cada una en el momento adecuado es lo que nos hace dar con la clave para el éxito del Festival.

-¿Qué cree que siente un artista del flamenco cuando llega a un escenario como éste, por el que han pasado los mejores?Hombre, yo no he estado nunca en esa sit-uación, pero sólo hay que hablar con ellos. So-bre todo es el respeto reverencial que sienten ante las tablas de la ‘Catedral del Cante’. Hay que tener en cuenta que es un escenario ya de por sí distinto a cualquier otro en el que suelen ac-tuar: no es un teatro, ni un tablao flamenco de una peña al uso, ni tampoco un espacio al aire libre habilitado para hacer un recital. No, esto es una joya del Modernismo, un monumental espacio decimonónico y de principios del siglo XX que fue concebido para otros menesteres, pero que hoy desde luego tiene un aspecto

Page 32: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

32

que apabulla, que impresiona, con unas cúpu-las gigantescas que empequeñecen a todo el que llega. Y todo eso, el impacto que produce el lugar, unido a saber que tienes delante de ti a más de mil personas que saben lo que van a ver y escuchar, que son exigentes, es lo que hace que los artistas vengan con respeto y con el gu-sanillo ése de que hay que trabajar mucho para ganarse el aplauso del público de La Unión.

Voy a ponerle en un pequeño aprieto con un par de preguntas en las que habrá de elegir y ‘mojarse’. ¿Cuál es la modalidad artística o el premio del Festival que más le emociona entregar y que, a la vez, le hace sentirse más orgulloso?Aquí hay dos cuestiones. La Lámpara Min-era es… al flamenco lo que al fútbol la Copa Mundial. Cada año, cuando la entrego, sé que estoy entregando el equivalente a la Copa del Mundo en el ámbito del flamenco, el trofeo más preciado que existe en el panorama ‘jon-do’ a nivel mundial, y eso es algo único que no se puede cambiar. Pero yo, a nivel particular, nunca podré evitar tenerle un cariño muy es-pecial al premio que directamente auspicié y que puse en marcha, que es el Filón, al mejor instrumentista flamenco. Creo que es un pre-mio que tiene mucho recorrido, mucho futuro, y que nos va a permitir estar al tanto de todo lo que está pasando. Llevamos tres ediciones, todas ganadas por pianos de cola, aunque creo que este año ya hay más opciones de que otros instrumentos, de viento o de cuerda, puedan pugnar directamente por el Filón. Siempre ten-drá un lugar especial en mi corazón por aquello de sentirme un poco ‘padre’ de la criatura.

¿Y si hablamos de nuestros artis-tas locales, hay alguno por el que tenga especial predilección? Vamos a ver, yo he tenido la su-erte de escuchar cantar al gran Pencho Cros, tengo la suerte de escuchar con frecuencia a En-carnación Fernández, y de haber

conocido a Niño Alfonso, a quien no pude es-cuchar en directo, pero sí en alguna grabación. Y al que no pude nunca escuchar en directo ni conocer fue a Eleuterio Andreu. No me atrevería a decir yo quién puede ser el favorito, porque a Eleuterio no lo conocí y le dedicamos el Festival del pasado año, como muestra del homenaje que La Unión debía rendirle al ‘rey de la taranta’; pero sobre los otros tres, con los que he tenido y tengo un trato cotidiano, sólo puedo decir que son magníficos cantaores. Considero que, además, en un momento dado no se hizo jus-ticia con Niño Alfonso, que fue merecedor de haber ganado la Lámpara Minera, razón por la que en 2011 quisimos darle un Carburo de Oro, porque se lo merecía.

Los cuatro han sido y son leyendas vivas del cante de La Unión, y fíjese, por eso lo que le decía antes: desde los tiempos de Encarnación Fernández no ha habido nadie que haya con-tinuado en La Unión con el flamenco, de ahí la idea de poner en marcha la Escuela de Arte Flamenco, para que no se apagara esa llama. Porque los años sesenta, setenta y ochenta fueron prolíficos en cantaores, pero en los no-venta y lo que llevamos del siglo XXI no hemos tenido la suerte de conocer a unionenses que hayan dado ahí la talla, y por eso es por lo que hemos de insistir en volver a tener nuevos va-lores de la tierra.

Ya le veía yo venir, imaginaba que le costaría elegir (risas), así que dígame: ¿cómo cree usted que estas figuras unionenses han contribuido a elevar el flamenco como arte?Estos cuatro artistas han sido capitales para

“En agosto, La Unión se transfor-ma en una metrópoli que acoge a gente de todas las procedencias,

credos y religiones”

Page 33: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

33

consolidar los cantes mineros y creadores de escuela en este sentido; sin ellos, por mucha llamada de Juanito Valderrama que hubiera en su día, no estaríamos hablando hoy de que nuestros cantes siguieran vivos y pujantes. Hay que tener en cuenta que estamos hablando de tres Lámparas Mineras de Pencho, dos de En-carnación, una de Eleuterio, y una ‘casi’ Lám-para que tuvo que haber ganado Niño Alfonso. Ellos han marcado unas décadas del Festival, son y han sido maestros de estilos, de formas de entender el cante por mineras. A partir de ahí, pues poco más que añadir.

-Para finalizar, ¿qué destacaría del Festival Inter-nacional del Cante de las Minas 2012, y qué le diría al visitante que aún esté pensando si venir o no a La Unión este mes de agosto?Guste o no guste el flamenco, creo que es fun-damental acercarse a La Unión durante esta primera quincena de agosto para ver lo que es la ‘transformación viva’ de una pequeña ciu-dad de 19.000 habitantes en una metrópoli que acoge a gente de todas las procedencias, credos y religiones. De los cinco continentes llegan aficionados al flamenco queriendo su-marse a esta gran fiesta, a esta gran liturgia que tiene lugar en La Unión. Y como digo, esa

transformación no se extiende únicamente a lo que pasa dentro del Antiguo Mercado Público, sino también a las calles del municipio: la plaza Joaquín Costa, que se transforma en la Avenida del Flamenco; o la calle Mayor, que se engalana para la ocasión. Durante estos días, en La Unión se respira un ambiente cultural distinto.

Por supuesto, uno puede optar por ir por las noches al Antiguo Mercado Público y disfru-tar, bien de los mejores y más consagrados ar-tistas del panorama ‘jondo’ actual, bien de las jóvenes promesas y nuevos valores que partici-pan en nuestros concursos. Pero es que si no apetece esa opción, simplemente pasear por nuestras calles, acudir a cualquiera de los actos de la Agenda Cultural a conocer a estas grandes personalidades que nos acompañarán un año más, o el hecho de disfrutar de este ambiente tan distinto y tan especial, creo que es la mejor medicina para poder disfrutar de un gran ve-rano. Si a todo esto se une que las actividades de la Agenda Cultural son gratuitas, y que los precios de los actos del Mercado han experi-mentado una rebaja del 20% para favorecer la asistencia del público en estos tiempos de cri-sis, no puede haber excusa válida para no estar en La Unión este verano.

Page 34: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

34

CELIA ROMEROLÁMPARA MINERA Reconoce que le ha cambiado la vida en este último año, después de ganar la Lámpara

Minera: “es el máximo galardón del flamenco y ganar el festival me ha abierto muchas puertas, el número de actuaciones se ha multiplicado y ahora actúo en sitios importantes. Antes únicamente cantaba en peñas flamencas de Extremadura y partici-paba en concursitos pequeños”. La cantaora extremeña guarda un mag-nífico recuerdo de su paso por el Festival, y tiene ganas de volver a subirse al escenario de La Unión para demostrar que está a la altura.

El guitarrista granadino asegura que “es una alegría y un halago haber recibido un premio como es el Bordón” en la

pasada edición del Festival Internacional del Cante de las Minas, además afirma que supone un verdadero “prestigio” llevar bajo el brazo este trofeo. Después de un año de salir vencedor de la Catedral flamenca reconoce que “ahora toco más relajado”. Y para los nuevos que se aventuran en la conquista de este premio recomienda “cer-rar los ojos y dejarse llevar porque si estás enamorado de la guitarra hay que luchar y seguir adelante”.

JUAN TORRES FAJARDO “HABICUELA NIETO”BORDÓN

Donde Nacen los Sueños

Después de un año, los

vencedores del pasado año en la 51º edición del

Festival Internacional del Cante de las Minas vuelven la mirada al momento en que

sus carreras como artistas dieron un giro tras-

cendental.

Page 35: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

35

Cree que ganar el máximo galardón de baile ha sido muy ben-eficioso para su carrera artística “porque me ha situado en el mapa artístico, es como si, de repente, empezara a existir”. La Piñona asegura que un premio como el de La

Unión “te abre mundo” y reconoce que éste “ha sido un buen año y, pese a la crisis, no me puedo quejar. Empiezo a traba-jar sola”. La bailaora tiene ganas de volver a pisar las tablas de La Unión, aunque “ahora me da más miedo que si concursara, pues tengo que demostrar que no se equivocaron dándome el premio”.

LUCÍA ÁLVAREZ HOWARD “LA PIÑONA”DESPLANTE

SERGIO MONROYFILÓN

A pesar de no haber sido un año tan bueno para el trabajo todo ya llegará, pero el reconocimien-to esta ahí y a todos los sitios a donde vas te lo

reconocen porque es un concurso que tiene ya una importante trayectoria y eso que la sección de instru-mentista es todavía reciente” y aun así a finales de año empezará a trabajar en su nuevo disco. También afir-ma que “ahora me voy haciendo un huequecito pero todavía me queda mucho” y también lanza un consejo a los nuevos para “que no lo dejen y sigan luchando aunque sea un momento difícil para la música, pero, a pesar de todo, es un buen momento para estudiar, prepararse y entrenar”. Y termina Sergio “tengo ganas de volver a La Unión porque me trae muy buenos re-cuerdos y creo que Murcia me da suerte”.

Ganadores de la 51ª Edición del FestivalDonde Nacen los Sueños

Después de un año, los

vencedores del pasado año en la 51º edición del

Festival Internacional del Cante de las Minas vuelven la mirada al momento en que

sus carreras como artistas dieron un giro tras-

cendental.

Page 36: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

36

Juanito Valderrama vs Juan Valderrama

Pueblo de La Unión: verano de 1961. Juanito Valderrama está en el escenario del cine al aire li-

bre. Ante un público que abarrota el recinto. El maestro está interpretando los estilos mineros, los cantes recios de aquella tierra que aprendió directa-mente de sus creadores. Los conoce como la palma de su mano y es consci-ente como buen artista y músico de su importancia, por lo que redobla sus es-fuerzos y pone todas su sapiencia y su las inmensas posibilidades de su gar-ganta a pleno rendimiento. Se está de-jando el alma en cada tercio del cante, en cada frase.

Valderrama y el cante siempre se han llevado bien. Cuando solo era un niño ya conocía la escuela de Don Antonio Chacón, los cantes del Cojo Málaga, de Marchena y era capaz de cantar veinte tarantas diferentes. Con 24 años ya es él quien contrata a otros cantaores que le doblan la edad y se convierte en em-presario de su propia compañía. Pero el éxito rotundo le llega con las can-ciones que escriben para él Quintero, León y Quiroga. Con ellas se convierte en una estrella y traspasa las fronteras naturales del Flamenco en aquellos años. Luego llegan “El emigrante”, las peticiones del oyente en la radio y las películas. Pero a pesar de ello Juanito sigue siendo lo que siempre fue: can-taor flamenco.

Por eso en La Unión aquella noche se enfada y manda parar a los guitarristas Ramón de Algeciras y Manolo Carmona. El público está frío y suenan voces pidiendo que cante sus canciones más célebres, sin tener en cuenta la importancia de los es-tilos que está interpretando. Se echa para delante y se dirige al público con respeto pero dejando patente su enfado:“Señores, estoy cantando vuestros cantes, que son una maravilla y me pedís que cante El emigrante… Yo estoy aquí para cantarles lo que ustedes quieran, pero me parece mentira que no le deis valor a es-tas cosas, estos cantes son una joya y si no hacéis algo se van a terminar perdiendo. Yo desde aquí animo a los buenos aficion-aos y al alcalde a que hagan algo para que estos cantes no se pierdan”Aquellas palabras fueron la semilla que germinó en el evento flamenco mas tras-cendente a nivel mundial. Cuarenta años después, en el 2000, Juan-ito vuelve al mismo lugar donde todo comenzó para despedirse de un público que le ha seguido y le sigue adorando hoy, ocho años después de su muerte. Yo estaba con él, era su gran noche y estaba nervioso como como un chaval que fuese a concursar para optar a la lámpara min-era. Nos quedamos solos en la habitación del hotel, es-taba muy cansado después de atender a los medios de comunicación. Tenía 84

Page 37: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

años, eran demasiadas emociones y todavía tenía que salir a cantar en un recital que iba a ser grabado para convertirse en un disco, que él y yo intuíamos sería el último.

Dos horas antes del inicio de la ve-lada, entre los dos terminamos de escribir el repertorio en el que no faltaban tarantas, seguiriyas, marti-netes, soleares, el polo… después de leérselo se me quedó mirando y con media sonrisa me dijo: “No está mal para uno que dicen que es cancion-ero…” Porque nadie a esa edad ha sido capaz de enfrentarse a un reto así, remover los cimientosl autén-

tico cante jondo en una noche que gracias al tristemente desaparecido Mario Pacheco, quedó grabada en un disco para las generaciones venideras sepan quien fue Don Juan Valderrama Blanca. Por eso para quien escribe es de una emoción y una responsabilidad sub-limes salir a ese escenario a homena-jear a un artista como mi padre y re-memorar aquél último recital. Lo haré desde la humildad como él me ense-ñó, sin un gran grupo que me arrope, sino con un par de guitarras como hizo él. Porque sé que no estaré solo, que esa noche volveré a sentirle a mi

lado para alumbrarme el camino y entre los

dos volver a emo-cionar al público

selecto y sabio de La Unión.

37

Page 38: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

38

Antonio Piñana vs Carlos Piñana

Glosar la figura de mi abuelo, D. An-tonio Piñana Segado (Piñana (Pa-dre) genera la obligación inelud-

ible de vincular su trayectoria artística a los orígenes del Festival Internacional del Cante de las Minas, al que tantos años de su vida dedicó, guiado por el firme propósito de recuperar y perpetu-ar aquellos que vinieron a denominarse Cantes de las Minas.

En tal labor fue crucial el encuentro habi-do en el año 1952 entre D. Antonio Grau Dauset, hijo del Rojo, y Antonio Piñana, quedando mi abuelo fascinado por el enorme y rico caudal que encerraban los cantes de aquel hombre de delicada presencia, personaje vital en el resurgir del Cante de las Minas, convirtiéndose mi abuelo en su discípulo, creándose entre ambos una relación casi familiar y de complicidad absoluta, atesorando día tras día el caudal de una tradición oral que permitió a la postre el resurgir de todo una rica gama de cantes, que de

no haber existido tal contacto, habrían caído en el olvido, y ello dado que por aquel entonces, pasada la época de es-plendor de La Unión, el Cante de las Mi-nas, había dejado de interesar al público, más seducido por otras músicas, cul-tivándose únicamente por algunos artis-tas la taranta, por lo que tenía de musi-calidad y floritura.

Así creado el Festival y tras alzarse como ganador absoluto en las tres modali-dades de cante, Antonio Piñana, éste vivió por y para sus queridos Cantes de Levante, cumpliendo así la promesa que había hecho a su mentor, grabando y di-vulgando primero a través de Radio Ata-laya y después a través de las principales discográficas de la época, toda la gama de cantes que le habían sido trasmitidos por el Rojo hijo, culminando con ello la tradición oral que ha permitido perpet-uar hasta nuestro días la razón de ser de nuestro Festival.

Carlos Piñana16/07/2012

Page 39: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

39

Y dale Perico al tornoFrancisco J. Ródenas Rozas

Cronista Oficial de La Unión

I. Juerga preflamenca en Las Herrerías. Año 1851.

Con la fresca, en la tarde del 31 de Julio de 1851 (hace 161 años, que se dice pronto), el Gobernador Civil de la Provincia, D. Ilde-

fonso López Alcaraz partió desde Murcia hacia la Sierra de Cartagena para conocer el estado de la incipiente actividad minera.

Formaban parte del ilustre séquito el Alcalde de Cartagena y destacado empresario minero, D. Jaime Bosch, y el ingeniero de minas D. José Monasterio, entre otras distinguidas personali-dades.

Impresionado quedó el Gobernador por el cre-ciente desarrollo de la minería observado en el sector, a la vez que amargamente desazonado por el penoso estado de los casi inexistentes caminos de la Sierra. En sus propias carnes lo sufrió el insigne. Hasta las cumbres de La Cri-soleja trepó en su excursión la egregia y extenu-ada comitiva admirando los grandes trabajos a roza abierta emprendidos en el lugar. Al cabo, descendiendo por la Cuesta de las Lajas, tras in-contables sustos y tropezones, inevitable raspa-do de culeras, desolladas las manos, alcanzaron, por fin, los esforzados tierra firme (o sea, llana) en la Fábrica (fundición) “San Juan Bautista” de Las Herrerías (hoy La Unión, al final de la actual Calle del Ángel o de “Los Morenos”, entonces aún por formar) donde se había dispuesto la pernocta de los expedicionarios.

Opípara cena reconstituyente para reparar las averías del cansancio en la animosa tropa. Brin-dis de rigor por la mayor prosperidad de la in-dustria ya pujante. Y, en la sobremesa, la desbor-dante alegría de la fiesta: “Todo allí era júbilo”, señalaría el corresponsal de “El Faro Cartaginés”

(5-8-1851).

A continuación, el trazo de la primera juerga con tintes folclóricos y participación popular documentada en la Sierra. Desparrame gener-al: “hasta los operarios y vecinos de las fábricas inmediatas concurrieron a obsequiar al Gober-nador con cantos y bailes del país”.

Lo primero, “morenos” actuando (¿espon-táneamente?) ante burgueses. A continuación, “cantos y bailes del país”. Sin más detalle. Tan sólo podemos conjeturar sobre lo que enton-arían aquellas gargantas y lo que danzarían aquellos cuerpos serranos. Quizá alguna varie-dad de fandango local y de baile bolero. Acaso estallarían palmas y guitarras. ¿Algún jornalero almeriense se arrancaría “por madrugá”?.

Sólo es posible asegurar que unas cuantas coplas sin etiqueta conocida fueron lanzadas entonces al aire alentadas por el ansia incon-tenible de jarana.

Obreros fundidores trabajan en un horno (¿Fábrica “San Juan Bautista”?) (F. Botella, 1868)

Page 40: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

40

Algunos años más tarde (1868), precisamente en aquel mismo escenario festero, fue acor-dado el nombre de La Unión para rebautizar al municipio minero. También por aquellos tiempos y lares, el descomunal José Hernández Ardieta observaría la subida de los mineros, precisamente por la Cuesta de las Lajas, “con-tentos, satisfechos, cantando alegremente”, a la vez que la referida fundición “San Juan Bautista” –y dale Perico al torno- acogería nuevas vela-das en torno al tañido de la seis cuerdas para entretener los ocios nocharniegos de los fun-didores. Los obreros de la fábrica integrarían, además, una espléndida y milagrosa banda de música al pie del monte. Era lo que daba la mata en aquel lugar de leyenda.

II. Un Café en cada casa. La Unión, año mil novecientos y poco.

Presentamos a continuación el único re-trato conocido, a cargo de un testigo (presencial), sobre el universo de los cafés

cantantes establecidos en La Unión en su ciclo histórico. Bosquejo elemental e impresionista, el testimonio corresponde al escritor y abog-ado unionense Pedro García Valdés (La Unión, 1895 – Madrid, 1992), director (“Hércules”) de la Editorial “Levante” fundada por Andrés Cegarra

Salcedo.En sus memorias inéditas, “Sobre mis pasos: re-cuerdo íntimo de La Unión” (1966), pinta García Valdés el cuadro fresco y emotivo de la ciudad que conoció en sus años de niñez y juventud a principios del siglo XX, abarcando el ciclo del auge minero.

En la borrosa pero imborrable evocación de lo vivido décadas atrás, García Valdés se refiere a la “visión de la Calle Mayor de La Unión con el piso de tierra, sin aceras ni farolas, con grandes tableros para entrar en las casas, y, en éstas, una sí y otra también, un café cantante…”. He aquí un dato central sobre la existencia de estos establecimientos, uno en cada casa, “una sí y otra también”. Manifestación, exagerada a todas luces, que ilustra sobre una realidad cier-ta pero sobredimensionada en la memoria de un niño. No en vano, nos hallamos en el primer párrafo de sus evocaciones sobre La Unión. Fue éste, por tanto, un recuerdo primordial grabado a fuego, elaborado como sello distintivo de su niñez y de la ciudad que conociera entonces. En cualquier caso, podemos deducir de esa es-cueta información la notoria presencia de estos centros en la vía principal de la puebla minera (¿cuántos?: “uno en cada casa”). Quedaba con-figurada así para la historia del cante la ruta fla-

Pedro García Valdés (La Unión, 1895 – Madrid, 1992). (“Cartagena Ilustrada”, 31-Oct.-1925)

“[En las casas de la Calle Mayor de La Unión] una sí y otra también, un café cantante”

(Pedro García Valdés). Imagen de la Calle Mayor de La Unión (Fototipia Thomas, h 1920).

Page 41: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

41

menca de la Calle Mayor de La Unión. Además, el escritor rebusca en su memoria algunos detalles sobre el interior de aquellos locales, y caracteriza el espeso ambiente con concisión y eficacia: “alto tablao, humazo de ta-baco, golpeteo de fichas, olor a carajillo…”. Toda una colección de atractivos reclamos. Eran los tiempos en que aún se podía fumar sin tasa en espacios públicos; luego, el juego y la bebida como oferta poderosa para resarcirse de la vida volcada en el duro trabajo. Pero ¿qué hay del flamenco exhibido en esos espacios? Apenas unos trazos emplea el tes-tigo para dibujar el panorama: “rasgueo de gui-tarras, jipíos del cante (…), las figuras núbiles o maduras, morenas, de las “bailaoras”, movién-dose lenta o frenéticamente entre el revoleo de su faldas”. O sea, el espectáculo del cante, del toque y del baile. Se trata, en definitiva, de la misma tópica reali-dad transmitida hasta la fecha sobre el asunto, ahora certificada con fecha y firma por un tes-tigo de cargo.

III. El Rojo en Nueva York y en la Calle Mayor. Años 1892 y 1900 (o así).

Una de unionens- es por el mundo. Fue Don Anto- nio Grau Mora, “El Rojo el Alpar- gatero” para la mu-

sas, genial itinerante de lo jondo. El Rojo, en efecto, hizo, a la vez, sembra-dura y acopio, despar- r a m e y cosecha de su arte en l o s mil lugares que cono- ció: Cal-losa, Almería, Málaga, Sevilla, Madrid, París, Cartagena, La Unión, Nueva York…El investigador Kiko Mora

Contreras, profesor de la Universidad de Ali-cante, ha recompuesto la fascinante aventura americana de El Rojo en la capital del mundo como miembro del cuadro artístico que acom-pañaba a su cuñada, Carmen Dauset Moreno, la famosa bailarina “Carmencita”, toda una estrella para el público americano. Resulta emocionante descubrir el nombre de D. Antonio en la lista de pasajeros del buque “La Touraine”, llegado al puerto de Nueva York desde El Havre francés, el 26 de Marzo de 1892, entre quienes arribaron a la legendaria Isla de Ellis (pasaje de 2ª clase) con la visión de la Estat-ua de la Libertad casi recién plantada [lo había sido en 1886], puerta de esperanza en la tierra de promisión para millones de inmigrantes de todo el mundo.

Presentado como “famoso cantaor andaluz”, actuó El Rojo como intérprete de “canciones andaluzas genuinas” con la compañía de su cuñada los días 8, 13 y 15 de Octubre de 1892 en el marco de una serie de espectáculos con-memorativos del IV Centenario del Descubrim-iento de América. Escenario, el “Chikering Hall” neoyorkino.

Con aquella estancia, El Rojo no sólo había he-cho las Américas, sino que había conquistado América para el flamenco. El distinguido vecino de La Unión fue el primer artista flamenco en actuar en los Estados Unidos. Dicho de otro modo, ejerciendo entonces como un Colón de los cabales, descubrió el universo jondo para el público americano.

Por si fuera poco, en familia de pioneros, su cu-ñada “Carmencita” se convertiría, más adelante, en la primera mujer protagonista de una cinta de cine mudo, en el documental más antiguo sobre baile andaluz (grabado en 1894 en los es-tudios del mismísimo Edison). Ver, investigar y descubrir para creer.

Algún tiempo después, recompuesto de sus andanzas internacionales, reposadas aquellas vivencias, por supuesto recuperado del “ship-lag”, El Rojo volvió a su café-refugio de la Calle

La Estatua de la Libertad (Nueva York), primera visión de El Rojo a su llegada a Estados Unidos (1892).

Page 42: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Mayor de La Unión para regalar flamenco a sus vecinos.

La crónica, firmada por el culto líder obrero Federico Albaladejo Bravo en su libro “Poemas de Kiff”, consiste en el único testimonio conoci-do de un contemporáneo sobre el cante inter-pretado por “El Rojo el Alpargatero” en el café cantante que el mismo regentara en La Unión.

Vecino de la Calle Consuelo de la ciudad minera, Albaladejo era un hortera; esto es, trabajaba como dependiente de tendero. Pero, de noche, a la luz del quinqué, había quemado pestañas leyendo a Marx, a Proudhon y a Galdós. De modo que, en su delirio de grandeza, se figuró héroe de un inédito episodio nacional enca-bezando el movimiento proletario en la Sierra. Con su verbo arrebatado y su apostura de dan-dy, pudo cautivar a la célebre Emilia Benito y a unos cuantos mineros de pelo en pecho, pero Federico debía, sobre todo, a su afilada pluma como panfletista la razón de su temida celebri-dad. Su denuncia tremendista de los excesos del caciquismo en la ciudad minera en “Poncius Imperator” fue causa suficiente de destierro para el autor.

42

A lo que íbamos. Albaladejo refiere en “Poemas de Kiff” el espectáculo espontáneo y gratuito ofrecido por Don Antonio Grau Mora, cantaor y guitarrista, en plena calle, llegado el buen tiem-po, para disfrute de sus seguidores, del modo siguiente: “aquellas [famosas cartageneras de Las Her-rerías, las coplas con que los mineros saluda-ban el alba cuando se dirigían a sus trajines] coplas sencillas y mal rimadas pero rebosantes de sentimiento y de nobleza con que El Rojo el Alpargatero, acompañado por el grave zumbar de una guitarra, a la puerta de su café, entre un numeroso corro de admiradores…

[No fueron, al parecer, aquellas actuaciones del agrado del cronista (“¿zumbar de guitarra?”) para quien El Rojo, además] rompía el encanto de las apacibles y serenas noches primaverales” (p. 17).

Es sólo un lote para construir la leyenda del pa-triarca de los cantes mineros, primero genio co-tidiano arremangado en su arte.

IV. Primer Festival de Cante. La Unión, 1925.

Los concursos de cante celebrados en el Cir-co-Teatro de La Unión en Octubre de 1925, en la estela de la fiebre de los certámenes

jondos de la década, han sido analizados por el investigador José Gelardo y por quien esto escribe en diversas intervenciones y publica-ciones.

Apunto en esta ocasión la relevancia de un de-talle (¿puramente léxico-semántico?) a partir de la rebusca de información complementaria sobre aquellos eventos en el Archivo Municipal de La Unión.

Prevista la celebración del “Concurso de cante jondo” en el marco de las fiestas patronales, a las nueve de la noche del Viernes, 16 de Octu-bre de 1925, el Ayuntamiento de La Unión, or-ganizador del acto, dispuso las oportunas me-didas de seguridad para el normal desarrollo

Antonio Grau Mora, “El Rojo el Alpargatero” (1847-1907)

Page 43: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

43

del espectáculo.

En tal sentido, con fecha de aquel mismo día, “en evitación de una posible alteración del or-den público”, el Consistorio solicitó al Teniente Jefe del puesto de la Guardia Civil “destine para que preste servicio en el citado coliseo [Circo Teatro] el número de parejas que considere

necesario”.Hasta aquí todo se ajusta al acostumbrado pro-cedimiento de rigor. La singularidad del asunto estriba en que el redactor del escrito (funcion-ario o concejal responsable de orden público) se refirió entonces al programado concurso como “Festival de Cante Jondo” (aquí la mues-tra de la copia conservada en el Archivo Munici-pal de La Unión).

Copia de la solicitud cursada por el Ayuntamiento de La Unión al Teniente de la Guardia Civil sobre “Festival de Cante Jondo”, 16 de Octubre de 1925. Leg. 2 – 6.1.2. Orden Público.

Archivo Municipal de La Unión.

Page 44: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

44

Copia de la solicitud cursada por el Ayuntami-ento de La Unión al Teniente de la Guardia Civilsobre “Festival de Cante Jondo”, 16 de Octubre de 1925. Leg. 2 – 6.1.2. Orden Público. Archivo Municipal de La Unión.

Utilizaba, de este modo, un apelativo ¿inédito? ¿poco común? por entonces en el universo flamenco, sólo ampliamente difundido unas décadas más tarde, aplicado a los certámenes del género celebrados en Andalucía y, por su-puesto, en la propia ciudad de La Unión (desde 1961), denominación hoy generalizada en toda la España jonda.

Hubo hasta entonces (1925) y hasta mucho tiempo después “concursos” y “espectáculos” de cante jondo, “funciones” y “sesiones” de cante y de “ópera flamenca”. Pero, he aquí, que queriendo-sin querer o sin querer-queriendo, un anónimo servidor público de La Unión em-pleó entonces el término “Festival” referido a un concurso de cante. ¿Acaso entre las primeras ocasiones en que el vocablo fue utilizado así en España, estimados flamencólogos internautas? Habría revestido, de esta manera, lo antiguo conocido con una nueva intención y sentido; es decir, habría ideado un concepto, enriquecien-do y enalteciendo con su ocurrencia el sufrido historial de lo jondo.

Claro está que el término señalado en aquel es-crito –Festival- inserto en el más puro formulis-mo, no tuvo entonces ninguna trascendencia. Volcado ahora en la universal palestra de la red global, adquiere una notoriedad imposible de imaginar en su día, al tiempo que arrastra con-sigo la desconcertante cuestión de su cómo y de su porqué.

V. Sin Paco no es lo mismo. La Unión, 2012.

Se deslizaba por el mundo levitando sobre la tierra y sobre las cosas, como permanente-mente ensimismado en la comprensión de al-gún misterio. “No me sostiene la tierra, sino la luz del día”, habría podido decir con su admira-da María Cegarra. La presencia de su bondad serena, silenciosa y elegante traía el sosiego y la confianza, la placidez del tiempo detenido.Además, tras el velo de la timidez enfermiza, ofrecía Paco Celdrán (“Ícaro”) el brillo de la in-teligencia y, sobre todo, la irrenunciable pasión por la verdad y por la belleza. Y regalaba estos dones con generosidad, sin esfuerzo, en per-manente tormenta de ideas. ¡Cuántas iniciati-vas imaginadas por Paco, finalmente resueltas como proyectos ajenos!

Antes que nada, formaba parte de la estirpe de los letraheridos sin remedio. Porque Paco nació escritor de enorme ambición artística. Y vivía en la tensión permanente del gran argu-mento y del personaje definitivo, a la vez que se construía a sí mismo como figura de porte literario. Hondo poeta, narrador tremendista, portaba consigo el poso de cien años de bohe-mia no vivida.

Pensaba literariamente: “Pedro Páramo es un rencor vivo”, “Recuerda, oh Adriano…”, aplicado a la literatura como a una religión, pozo insond-able donde habitan todas las respuestas.

Alérgico a la vulgaridad, a la frivolidad y a las vanidades sin fuste, estoico, socrático, román-tico y ascético a la vez. Colaborador altruista y animador cultural sin pretenderlo, su personali-dad libre ha impregnado la vida cultural de La Unión a lo largo de los últimos cuarenta años.

Dentro de la escritura como actitud ante la vida, fue Paco cronista-periodista, desde sus años de pantalón corto, en la prensa regional y nacional (insuperable necrológica de Asensio

Page 45: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

45

Sáez en “ABC”, Noviembre de 2007). Empapadas de valentía sus crónicas en el tiempo crítico del cese de la actividad minera en la Sierra. Imborrable tarea, además, como impenitente fundador de revistas literarias desde los inicios de la década de 1970 y como Jefe de Prensa del certamen minero. Aquellas cabeceras pasaron desde la fotocopia y el ciclostyl artesanal a la virtualidad del formato digital publicado en internet. Su último alumbramiento, esta “Lám-para Minera”, Revista Oficial del Festival Inter-nacional del Cante de las Minas.En sus labios, el Festival, la Revista, libros leídos o soñados. Al fondo, los aires del Callejón del

Cante y de la Calle Tejera, nido germinal y úl-timo refugio. Y, en el centro, siempre, La Unión, eterna cuestión por resolver, mito inagotable y permanente espuela para la inspiración. [El afecto no entiende de currículum pero era necesario]

Paco enriqueció a cuantos tuvimos la fortuna de que se nos acercara. La fuerza de lo eterno mitiga ahora el peso del sentimiento de su aus-encia. De nuevo, en el verso de María:

“Pero el amor callado de mi ensueño,desgarrará la oscuridad silente

alcanzando la luz inconsumible”.Hasta ahora, compañero.

Francisco Celdrán Sánchez (“Ícaro”) en la Oficina de Prensa del Festival del Cante de las Minas. La Unión, Agosto 1999 (Archivo del Festival).

Page 46: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

46

José Francisco Ortega

Conchita la Peñaranda y su cante por malagueñas

Uno de los primeros testimonios sobre Concha la Peñaranda lo transmite Guill-ermo Núñez de Prado en su libro Can-

taores andaluces (Barcelona, 1904). “Nacida en Cartagena y levantina hasta la médula”, era “el modelo más fiel de sinceridad en el arte que se pudiera encontrar.” Con una triste existencia, amargada por un “hombre incapaz de com-prender y apreciar los tesoros que guardaba” y por las vergüenzas que le hizo pasar, decidió como venganza saltar al escenario y hacer allí pública su deshonra con una famosa copla:

Conchilla la Peñaranda,la que canta en el café,ha perdío la vergüenza

siendo una mujer de bien.

Terminada su actuación, se retiraba al hogar para aguardar a su hombre y mientras cantur-reaba otra conocida copla, popularizada más tarde por Manuel Torre:

Son las tres de la mañana,¿dónde estará ese muchacho?

¡Estará bebiendo vinoy luego vendrá borracho!

De nuevo en el escenario, continúa Núñez de Prado, sacudía los sentimientos de los pre-sentes con otra popular copla de cartagenera:

Acaba, penita, acaba,acaba ya de una vez,

que con el morir acabala pena y el padecer.

Fernando el de Triana en su libro Arte y artistas flamencos (Madrid, 1935) afirma que sus cantes, denominados cartageneras, “pro-cedían de la escuela del famosísimo composi-

tor Antonio Grau Mora el Rojo el Alpargatero, y por lo tanto, dichos cantes eran de corte levantino, pero almerienses, y naturalmente acompañados a la guitarra en compás de malagueña.” Desvela también que en el año 1884 cantó en el Café del Burrero, en Sevilla, y que “triunfó a toda ley cuando costaba mu-cho trabajo triunfar; y más con un cante que no parecía andaluz”. Pero es que la Peñaranda “tenía algo que hacía sentir, por ejecutarlo con voz clara, limpia y admirablemente adminis-trada”. Recuerda una de sus coplas:

Al salir del arraballe eché a mi galgo una liebre:

déjalo, que buena va:el que la lleva la entiende

y por pies, no se le irá.

O esta otra que cantaores como la Niña de los Peines o el Cojo de Málaga grabaron por cartageneras:

Cómo quieres que en las olasno haya perlas a millares

si en la orillita del marte vi llorando una tarde.

El público, extasiado, le reclamaba más cantes y entonces, dice el de Triana, “haciendo un verdadero alarde de facultades, mas con el visto bueno del fiel copista, se arrancaba por aquella afiligranada levantina del clásico estil-ista el Rojo el Alpargatero”:

Lucero de la mañana,acaba ya de salir

que te está esperando el albaen el Puente del Genil.

Por cierto que Núñez de Prado pone

Page 47: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

47

en boca de la Rubia (amante y rival del Canario, y causa de su muerte) esta otra de corte muy similar:

Acaba, penita, acaba,acaba ya de salir

que te está esperando el albaen el Puente del Genil.

El presunto origen murciano de Concha la Peñaranda ha sido puesto en tela de juicio por Pepe Gelardo. En efecto, en su libro El Rojo el Alpargatero, flamenco: proyección, familia y entorno (Almuzara, 2007) suministra datos bastante fidedignos sobre el trágico final de la artista en tierras valencianas. Aporta un certi-ficado de defunción, según el cual la cantaora sería natural de Málaga. A la Peñaranda se le atribuye la creación de una malagueña, conocida precisamente como malagueña de la Peñaranda. Y Juan Ruipérez Vera (Historia de los cantes de Cartagena y La Unión, Cartagena, 2005) afirma que es ella la creadora de la cartagenera grande.De la malagueña de la Peñaranda afirma Pepe Gelardo que es “un cante triste y dramático que se acompaña de una letra o copla autobiográ-fica”:

Ni quien se acuerde de mí,yo no tengo quien me quiera

ni quien se quiera acordar de mí, que el que desgraciado nace

no merece ni el vivir.

Juan Rondón Rodríguez, editor de los Recuer-dos y confesiones del cantaor Rafael Pareja de Triana (Córdoba, 2001), señala que este cante nos ha llegado vía Pepe de la Matrona, que la interpreta justo con la anterior letra. José Luque Navajas (Málaga en el cante, El Gua-dalhorce, 1965) asegura, sin embargo, que Con-cha la Peñaranda, a pesar de cultivar con éxito la malagueña, no dejó de ella versión personal

alguna: Adjudicada a Concha la Peñaranda, nos ha lle-

gado un cante que ni es malagueña ni es de ella; se trata de una versión ralentizada de la ban-

dolá de los jabegotes recogida de las cantaoras Joaquina Payán y María la Chilanga.

Pepe Navarro, en su Muestrario de malague-ñeros y malagueñas (Málaga, 1974), dedica una página a nuestra cantaora, a quien supone nat-ural de Murcia. Y recoge la siguiente copla:

Lo mejor que hay en el canteen Levante, es Cartagena:

y si en el cante te empeñas,escucha a la Peñaranda

cantando su malagueña.

Navarro asegura que “esta malagueña de la Peñaranda es una pura totanera; pero como la totanera es una pura malagueña, aquí no ha pasado nada”. Lamentablemente no tengo grabación alguna de esta copla y al desconocer con qué melodía se ha cantado no puedo decir nada al respecto, sólo encogerme de hombros.

De la malagueña de la Peñaranda hay varias versiones. Todo parece que la más anti-gua de ellas data de 1912. La grabó la Niña de los Peines, con la guitarra de Ramón Montoya, en un registro para la casa Gramophone. Pu-ede escucharse en la lujosa integral dedicada a la genial artista por la Consejería de Cultura de la Junta de Andalucía (La Niña de los Peines, Patrimonio de Andalucía. Junta de Andalucía. Consejería de Cultura. FONOTRÓN, 2004. Cd. nº 2, pista nº 7). Allí se identifica simplemente como Malagueña nº 2; como remate Pastora canta una taranta. En la guitarra aún podem-os escuchar el toque acompasado en compás ternario que delata su proveniencia de música para el baile. Algo liviana en su interpretación, alcanza, sin embargo, un gran dramatismo en el último tercio.

Page 48: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Otra versión es la que grabó Pepe de la Matro-na, quien pasa por ser transmisor de esta mo-dalidad de malagueña; aunque, a la vista de la grabación de Pastora Pavón, tal vez convenga limitar su mérito a “identificador del estilo”. Con una voz condicionada por los años, podemos escuchar su versión en Naturaleza flamenca: Pepe de la Matrona. Quejío. HISPAVOX, 1997, Cd. nº 2, pista 16.Enrique Morente, de quien se dice que aprendió este estilo a través del de la Matrona, dejó un precioso registro en su disco Cante flamenco (HISPAVOX, 1967; reimpreso en 1996, pista nº 3). Podemos apuntar algunas otras referencias. Una de ellas es la versión de Alfredo Arrebola recogida en su Antología de la malagueña (Cd. nº 2, pista nº 1). La otra, de Diego Clavel, inclui-da en su antología La malagueña a través de los tiempos (Cambayá, 2000, Cd. nº 1, pista nº 12). El sevillano nos canta dos versiones con coplas de su propia autoría:

Y no la puedo encontrarla busco con toa mi almay no la puedo encontrar

es trabajito perdíoel buscar la libertad

cuando pobre se ha nacío.

Que hasta soñando yo sufroque yo no quiero soñar

porque hasta soñando yo sufrotan confusa está mi mentey en un pozo tan profundo

que pa mí soñar es la muerte.

Por último, también quisiera recordar la letra –del ilustre poeta Manuel Machado- con que la cantaba nuestro añorado Pencho Cros:

Los siete sabios de Greciano saben lo que yo sé,

las fatiguitas y el tiempome lo hicieron aprender.

Desde el punto de vista melódico, la malague-ña de la Peñaranda posee un carácter trágico y dramático, con una musicalidad exquisita a pesar (o precisamente por eso) de su sencillez. Se trata de un cante muy equilibrada formal-mente: los tercios pares se construyen siguien-do un mismo patrón y con el mismo arranque que el 1º; por otra parte, los tercios tercero y quinto están emparentados entre sí. Además, el uso insistente de un motivo melódico –un salto de 3ª mayor (ver figura 1)-, presente en los arranques de todos los tercios, redunda en la sensación de equilibrio que este cante nos transmite.

48

Page 49: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

JUAN TORRES “Habichuela Nieto”:El arte de cantar con la guitarra.

49

Su manera de vivir la música y

de hablarnos con la guitarra es un don reser-vado a unos pocos genios. Juan Torres “ H a b i c h u e l a Nieto” es, y por eso ha elegido

el nombre artístico, nieto de Juan Car-mona ‘Habichuela’, el famoso solista, que le regaló su guitarra hace cuatro años, para que siguiera sus pasos. También es sobrino de Antonio Carmona, uno de los miembros del desaparecido grupo Keta-ma, del que se declara fiel admirador. Si bien, el cariño y respeto que se profesan, tío y sobrino, es mutuo. A su corta edad, con tan solo veintitrés años, Juan Torres tiene en su haber distintos premios, en-tre los que destaca el Bordón Minero del Festival del Cante de las Minas en 2011, y es reconocido, en el panorama flamen-co, como una de las jóvenes promesas actuales. Comenzó a tocar la guitarra a los doce años, a un ritmo de once horas diarias y a los quince años acompañó al maestro Morente en su gira por Nor-teamérica. Una experiencia que resultó definitiva para asentar su vocación. Aho-ra, ocho años después de su primer con-tacto con los escenarios, Juan Torres dice que se encuentra “un poquillo encelao” con la grabación de su primer disco, que

saldrá a la venta el próximo mes de oc-tubre, y que será una delicia para nues-tros oídos. Se llamará “Algo Distinto” y está trabajando en los últimos temas y retoques. Su obra es “una mezcla del ayer y del hoy. Un disco elaborado día a día en el que canto lo que surge con mi guitarra”. Con letras y arreglos musicales compuestos por él y colaboraciones de lujo como la de su tío Antonio, Estrella Morente, Marina Heredia, Lolita y Rosario Flores, así como Antonio Canales, entre otros. “Va sonando muy bonito”, comenta orgulloso y deseoso de poder mostrarlo al mundo. “En el tema que interpreta mi tío, Lolita y Rosario, hago una fusión de la rumba y el tango, música flamenca y cubana, donde intento unir las dos cul-turas. Además, está la alegría con Estrella ó os fandangos con Marina”. Comenta Juan Torres, quie n “canturrea” sus letras: “es algo que forma parte de mi proceso de creación y, además, me sirve para componer los espectáculos”. Además, “durante la producción y grabación del disco he tenido presente, cada segundo, a Enrique Morente. Él me hablaba de verdad. Cada vivencia, recuerdo, conse-jo, es de esas personas que te marcan de por vida. Era increíble, con él, lo mismo estabas en los 60 interpretando uno de esos cantes añejos, que nos metíamos en Omega. El iba por delante, estabas en el año 2100”. También incluye el disco la taranta que le hizo merecedor del Bor-dón Minero del Cante de las Minas, el pasado año, y que, por esa razón, ha que-

Page 50: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

50

rido llamar así “Bordón Minero”. En su disco la escucharemos tal cual sonó esa mágica noche, en directo, en la Catedral del Cante de La Unión porque, asegura Juan, “quiero transmitir la verdad de ese día, como sonó con los nervios propios de un concurso” y cómo no, “la volveré a tocar el día de la actuación de este año en la jornada inaugural, aunque no te puedo contar mucho más porque qui-ero dejar el repertorio abierto a lo que me pida el público, a cómo reaccionen esa noche, y seguro habrá sorpresas. Llevo dos semanas estudiando mucho y preparándome para mi regreso al esce-nario del Antiguo Mercado Público”. Esa noche, el artista se pondrá frente a sus guitarras, diecinueve por el momento aunque de camino está la veinte, para elegir cuál será su acompañante esa no-che “la que me hable y me haga estar cómodo. Siempre hay una con la que conectas”. ¿Y la rondeña? ¿También está incluida en el disco? Sí, bajo el nombre “Mis adentros”.

Caños de Meca, donde ha grabado el disco, La Unión, Almería, Cádiz, Madrid, Barcelona, gira por Bogotá, un proyecto conjunto con el grupo “Los Planetas”, a Juan Torres le esperan unos meses movidos que culminarán en octubre con la salida del disco, el cual le gustaría presentar en Madrid para terminar con su puesta de largo en Granada. Y entre tanta vorágine, siempre presentes las palabras de su padre: “Hijo mío, éste no es un camino fácil, estudia mucho, sé tu mismo, haz cosas flamencas y lucha por la música. Que suene tu guitarra, toca sintiendo”. Y, las palabras de su tío, al que ve como “un revolucionario y el que modernizó el flamenco”

Page 51: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Así es mi spobrin JuanPor Antonio Carmona.

51

Uno de los mejores guitarristas que hay ahora mismo. Ese es mi sobri-no, un chaval muy maduro, pese a

su juventud. Un artista de raíz, puro y a la vez transgresor y muy versátil. Pasa, sin problemas, de un cante a otro, ya sea una rumba o un toque ortodoxo. Eso es algo que siempre ha caracterizado a nuestra familia, a los Habichuela, porque mi padre ya era un ad-elantado hace medio siglo. Le viene de herencia. En él conviven a la perfección lo puro y lo Carmona. Desde pequeñito tocaba muy bien. Era muy despierto, curioso, se interesaba por los orígenes de todos los cantes y esas inquietudes las proyectaba a través de la guitarra. Juan, toca muy bien por todo, pero, si de mojarse se trata, la manera que tiene de tocar por bulerías es una maravilla. Es un niño muy familiar, sencillo, con mucha cabeza, tranquilo, educado, con ansia de aprender. Le gusta la playa, el deporte, sobre todo la natación y… su guitar-ra. Hace poco ha estado conmigo en Cádiz y no la ha soltado en doce horas. Es muy aplicado, estudioso, conocedor de las nuevas tecnologías de la música. Le han comparado con su abuelo, con Paco de Lucía, pero lo cierto es que es pronto para encasillarlo. Coincido, eso sí, en que tiene mucho futuro, puede llegar a ser muy grande y va por el buen camino. Y para nosotros, para toda la familia, es un orgullo tener una nueva generación de Habichuelas, que viven así la música con tanta frescura, porque todo va cam-biando. A él le gusta hablar, cantar con su guitarra, pero también se siente cómodo acompañando a grandes cantaores, como En-rique y Estrella, porque a la familia Morente siempre le ha gustado mucho nuestro sonido. Y también ha disfrutaso acompañando a grandes bailaores como Antonio Canales. Ahora está grabando su primer disco, que va a pegar fuerte seguro, tiene muy buena pinta. Todos queremos que disfrute mucho de este momento y que siga avanzando, formándose como músico, se lo tome con calma y que mantenga los pies en la tierra. De momento va por el buen cami-no, no le falta presencia en el escenario, toca con pasión y tiene un dialogo muy especial con su guitarra. Eso es lo bonito y lo que llega a todos los corazones

Page 52: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

La imagen rota del CanteJavier Adán.

El desgarro de la foto-grafía en

blanco y ne-gro nos habla del Cante de las Minas. Una escena sobria, una luz que rompe sobre el gesto duro del cantaor, el mo-mento deci-sivo que refleja la instantánea de un quejío,

detenido ya para la eternidad.

El Cante de las Minas muestra la esencia del su-frimiento humano y la cámara lo recoge Así se forma una iconografía reconocible en cualquier lugar del planeta. La imagen en el escenario de la Catedral muestra el dolor puro. Nos cantan el sufrimiento y la fotografía congela el instante de pasión y lucha.

¡Haga usted la prueba! Dígale a alguien: “Cante de las Minas” y pregunte qué le viene a la cabeza en ese momento. Respuesta: “la imagen fija de un cantador con el gesto retorcido, descom-puesto, con sus manos que parecen arrancar el corazón y entregarlo”.

Las fotos cantan hasta romperse, y se oye el silencio rasgado por el aplauso que sale del alma emocio-nada.

El duende, como la impronta rec-ogida por la cámara, aparece en la luz dura del templete alto en el que surge el arte en forma de mujeres y hombres que cantan, bailan, tocan y dejan los jirones de su alma en cada edición. Todo se renueva de año en año. Ese mundo refleja una evolución de luces, sombras e ilu-

minaciones que van del blanco y negro puros, al matiz de los grises con sus texturas y al color con sus volúmenes. Todo ello acumulado por el material fotosensible, por el ojo humano y la memoria. De ahí llega el encuentro entre personajes, que cada Festival se retratan, en una evolución im-pertinente por el tiempo transcurrido.

Pero, jugando de nuevo con nuestro inconsci-ente colectivo del que forma parte esta icono-grafía forjada a lo largo de 52 ediciones, aún conservo en mi memoria un José Meneses en-cumbrado en el escenario con el chorro de luz potente sobre su cara, el cuello gordo, tensio-nado por la voz y con venas prominentes, con el rostro de la estrella que asemeja la imagen de la bocamina iluminada por el sol radiante del éxito. Era la imagen del triunfo en 1994 frente a un recién llegado Miguel Poveda, tras su triunfo en el concurso del año anterior don-de consiguió su Lámpara Minera. Meneses el maestro, Poveda el ingenuo aprendiz con mu-cho oficio cuyas primeras fotos reflejaban suma ingenuidad, antes de meterse en sus cantes por derecho, cerrando un ojillo que miraba la luz que luego rebotaría en las gotas de sudor emitiendo reflejos del profundo sentir captado por la cámara.

52

Page 53: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

El Festival de la Unión, como la mina, como la propia fotografía en la Catedral del Cante, al igual que la luz de la escena, recoge la evolu-ción hacia una modernidad tan indómita como la vida.

Las fotos de las primeras ediciones, sor-prendentes y desgarradoras para aquel públi-co, son la piedra angular de las sofisticadas y transgresoras de hoy. Las nuestras parecerán también primitivas y auténticas en un suspiro. Pero tendrán la fuerza de lo verdadero, como aquellas, porque retrataban un sentimiento apasionado del ser humano cuyas expresiones artísticas van íntimamente unidas. Mientras haya un cantaor, una cantadora, al-guien al baile y a la guitarra, también habrá una persona emocionada que en imágenes trate de lanzar al futuro esa memoria gráfica im-presa que formará parte de nuestra iconografía común como sociedad.

El recuerdo imprime la imagen del Cante de las Minas de manera irrefrenable. Ese Paco de Lucía que dirige su faz al cielo de la luz cenital mien-tras su guitarra refleja plata hacia todo el aforo y, mientras, la música suena en su fotografía. Ese José Mercé, o el Cabrero con sus puños de lucha, detenidos para siempre en la retina por la foto que nos cautivó. En la imagen más evoluciona-da, los amarillos y las luces azules que aumen-

tan el drama-t i s m o d e l b lanco cenital durante las ac-t u a -c i o n e s de El C i g a l a q u e c o n -trastan en la m e -m o r i a gráfica con una

Paquera de Jerez, sujetada entre dos sillas con un haz de luz plana y antigua que la deja sola ante los suyos, ante su cante.

Y, cómo no, la fuerza recogida en un trazo del traje de Sara Baras, que paró la obturación, aunque siempre se está moviendo desde la qui-etud. El cimbreo de las caderas de María Pagés, la elegancia de las manos de Cristina Hoyos, o el gesto moderno de Israel Galván, que nos llega

en foto publicada.

Nuestra historia, nuestra man-era de ver la vida, nuestra cultura, se traduce en representaciones visuales inmutables. Nos hablan de nuestra esencia, de donde venimos y a donde vamos. El im-aginario del Cante de las Minas forma parte de esos universales. Sean en blanco y negro, en color, en 3D o lo que venga, reflejarán la memoria colectiva y anunciarán nuestro destino.

53

Page 54: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

54

Luis Gordillo“He plasmado al cantaor cuando se lanza con toda su alma, como si las tripas se le salieran por la boca”

Luis Gordillo (Sevilla 1934) es uno de los pintores españoles contemporáneos más extraordinarios, referente de la generación

de los años 80. Galardonado, entre otros, con el Premio Velázquez, el Premio Nacional de Ar-tes Plásticas y la Medalla de Oro al Mérito en las Bellas Artes, su pintura es directa y de enorme expresión. El pintor sevillano, quien asegura no entender el flamenco como una expresión de alegría, sino como «algo que hiere profunda-mente a la persona, que suelta como una ex-plosión de energía» habla de su experiencia, al frente del cartel del Cante de las Minas, como «una aventura curiosa y llena de incentivos, por tratarse de uno de los certámenes más impor-tantes de España y del mundo». En el cartel, il-ustrado con la figura de un cantaor flamenco en estilo abstracto, «he querido plasmar esa sensación del artista cuando se lanza a cantar con toda su alma y parece que se le salen las tripas por la boca. Algo muy parecido a darse la vuelta, como un calcetín».

Añade Gordillo que «el flamenco tiene que ser muy bueno, no puede ser mediano, ese es su enorme defecto», mientras recalca «no soy un entendido de este arte, para mí no es fácil, me confundo con los palos». Sin embargo, aunque no suele escucharlo, cuando acude a un es-pectáculo y lo vive desde cerca, queda entu-siasmado. Recuerda, sin ir más lejos, dos de las últimas actuaciones con las que ha vibrado de emoción: la actuación de Miguel Poveda, este mes de julio, en Madrid y, como no, el recital de flamenco de la joven Celia Romero, Lám-para Minera 2011, acompañada por Antonio Muñoz Fernández, guitarrista oficial del festi-val, durante la presentación de su cartel en la Asamblea Regional. Fue allí, en el Patio de los Ayuntamientos del Parlamento murciano don-de Luis Gordillo deseó, en tono sarcástico, « que les guste mi cartel, no hagan demasiados ascos y acéptenlo con humor».

Y es que a Luis Gordillo su relación con el fla-menco le viene de nacimiento. Su madre era de Triana, Sevilla, de origen humilde y su familia siempre celebraba los acontecimientos (bauti-zos, bodas, comuniones…) con veladas flamen-cas, «era algo normal». «Recuerdo cuando la tata nos llevaba a pasear los domingos por los jardines de Murillo. Allí había quioscos de be-bidas donde sonaba música, el flamenco más

puro, nada de cuplés». Sin embargo, su familia paterna, originaria de la burguesía de Vallado-lid, veía el flamenco de forma «radicalmente distinta, más fría. Lo neutralizaban bastante». De ahí que él mismo se defina como «algo en-treverado, mitad y mitad…», en lo que conci-erne a su relación con el arte jondo. Recuerda también, con cierta nostalgia, que por Cádiz, las reuniones con sus amigos giraban en torno al flamenquito, fandanguillos, sobre todo.

El genial pintor, no podrá asistir al Festival Inter-nacional del Cante de las Minas este verano por otros compromisos profesionales, pero asegura «ya vendrán nuevas ocasiones». De su paso por La Unión, con motivo de la presentación del cartel, destaca la exquisitez del paisaje y de su sierra. «De mi visita al lugar, me quedo con la riqueza cultural, estética y humana y, por en-cima de todo, el significado social. Lo duro del trabajo en la mina, era la primera vez que visi-taba una y quedé impresionado con la Agrupa Vicenta y las explicaciones del alcalde, Francis-co Bernabé».

Luis Gordillo se declara «muy torpe en mi tiem-po libre. Leo bastante y paseo por una bonita arbolada que hay cerca de mi casa. Soy un vi-cioso de las exposiciones, veo todo lo que hay en Madrid. Y voy al teatro, me gusta más que ir al cine, las películas prefiero verlas en casa». Preguntado por qué lee ahora y cuál ha sido la última visita que ha hecho a un museo, nos recomienda “Tenemos que hablar de Kevin” de la escritora estadounidense, Lionel Shriver. Una novela que ha suscitado fuertes polémicas y se ha convertido en un best seller internacional, que ha consagrado a la autora y «me ha en-ganchado, es muy entretenido, no humilla». En cuanto a obras de arte, «la última muestra que he visitado se encuentra en el Museo Thyssen del pintor, también estadounidense, Edward Hopper. Uno de los principales representantes del realismo del siglo XX. Precisamente, dos au-tores cuyo origen es Estados Unidos, país al que el Festival dedica la presente edición y al que entrega su premio Catedral del Cante.

En sus vacaciones, le gusta hacer alguna esca-pada al sur de España y también en La Isla, Astu-rias. «He tenido un año movido, bastante carga-do, con una exposición itinerante en Portugal, “Horizontalia” en Málaga, Madrid, Sevilla… No paramos, hay mucho trabajo de exponer, pero

Page 55: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

no de vender».Durante la entrevista nos encontramos con un Luis Gordillo preocupado por la recientemente anunciada medida de la subida del IVA por parte del Gobierno de la Nación. «Esta tarde voy a participar en una manifestación convocada por creadores artísticos en el Museo Reina Sofía de Madrid; Ojalá vaya bien y sirva de algo».

El eterno enfrentamiento entre argumentos opuestos. La necesidad de desbordar un marco que asfixia. El color, la vaguedad espacial… En la creación de Luis Gordillo se ofrece al espectador inteligente una vía de escape intelectual y sensorial para adentrarse en un mundo en el que ninguna certeza está garantizada. Gordillo es un

55

artista descolgado, que no pertenece del todo a nada ni a nadie. Él mismo se reconoce «más como el puente que como la isla en la que éste se apoya», lo que da ese carácter tan personal a una extensa obra en la que transpira la constante aproximación y alejamiento de todas las corrientes de su entorno, de las que absorbe, transforma y manipula cuanto le conmueve. Del grupo El Paso siente particular admiración por Manolo Millares. De los artistas de Dau al Set le atraen la relación con el Surrealismo, la fascinación por Gaudí y el retorno de lo mágico. Tàpies es para él un referente capital y un artista al que admira profundamente. Pero, Gordillo es Gordillo, Maestro indiscutible del Arte Contemporáneo y tenerlo como protagonista del cartel del Festival Internacional del Cante de Las Minas constituye un verdadero lujo.

Page 56: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

El Festival Internacional del Cante de las Minas de La Unión en su 52º edición ha otorgado los Trofeos Pencho Cros correspondientes a la XIII Convocatoria Cultural Internacional a :

PREMIO DISCOGRÁFICO: A Miguel Poveda,

por su último trabajo “Artesano”, editado por Universal Music. Desde que el cantaor catalán consiguiera en 1993 en la 33º edición del Festival Internacional del Cante de las Mi-nas, cuatro de los cinco premios en la final del concurso, incluido el

máximo galardón la Lámpara Minera, ha man-tenido una estrecha relación con La Unión y con sus cantes, algo que ha quedado reflejado en su último trabajo discográfico donde incluye en su repertorio una minera que lleva por título “A Pencho Cros”.

PREMIO DE PERIODISMO: A Juan Ramón Lucas,

no sólo por su amplia y excepcional trayecto-ria en diversos medios de comunicación sino también por su fo-mento del flamenco, así como por su vincu-lación con La Unión y su Festival, en el que se ha convertido en invi-

tado de excepción durante estos últimos años, llegando a ser el presentador oficial del Festival en su 50º edición.

PREMIO A LA GASTRONOMÍA: A Lucio Blázquez,

por su sobresaliente con-tribución al arte culinario a través del ya mítico res-taurante madrileño “Casa Lucio” y su conexión con el flamenco. Concretamente

el restaurador Lucio Blázquez ya colaboró con el Festival de La Unión con motivo de las VI Jor-nadas de Hermanamiento del Festival Internac-ional del Cante de las Minas y la Gastronomía Española donde elaboró un menú que fue servido en el restaurante Los Churrascos en el año 2010.

PREMIO A LAS ARTES LITERARIAS (a tí-tulo póstumo):

A Francisco Celdrán Sánchez

“Paco Ícaro”, periodista, escritor y poeta fallecido recientemente. Por su in-cansable compromiso y dedicación con el Festival Internacional del Cante de las Minas del que fue jefe de

prensa durante más de treinta años y fundador de la revista Lámpara Minera. Además de la abundante colección de artículos y reportajes publicados en los medios de co-municación teniendo siempre en su horizonte al Festival del Cante de las Minas y La Unión.

PREMIO A LAS ARTES PLÁSTICAS: A Esteban Bernal

Aguirre, pintor, escultor y ar-tista polifacético, por su obra pictórica “La Unión, Minera”, com-puesta por 52 pinturas dedicadas a la Sierra

Minera, su obra más ambiciosa y que ya ha sido exhibida en Madrid, Murcia y Cartagena. Por ello y por su estrecha relación no sólo personal sino profesional con el Cante de las Minas, con el que colabora desde hace 32 años y en donde su obra ha estado presente desde entonces en el Festival en distintos aspectos como carteles, exposiciones, escenarios, esculturas, trofeos y, también ahora, proyecciones audiovisuales.

PREMIOS DE LA XIII CONVOCATORIA CULTURAL INTERNACIONAL TROFEOS PENCHO CROS

56

Page 57: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

PREMIO AUDIOVISUAL: A Telemadrid

por la producción del documental “Morente, La Pasión” dirigido por Juan Verdú, director del pro-grama “Madrid Flamenco” de Onda Madrid, por la labor difusora e investi-

gadora de la vida y obra de uno de los grandes maestros del flamenco, Enrique Morente, al que perdimos hace más de un año y cuyo nom-bre seguirá siendo un referente no sólo para los flamencos sino para el mundo de las artes en general.

PREMIOS DE LA XIII CONVOCATORIA CULTURAL INTERNACIONAL TROFEOS PENCHO CROS

PREMIO ESPECIAL: Al disco “La Leyenda del Tiempo”

(editado por Uni-versal Music), de Camarón de la Isla, en el vigésimo aniversario de su fallecimiento. Este álbum es y seguirá siendo un mito en

el mundo del flamenco y, como no podía ser de otra manera, La Unión fue uno de los destinos en donde Camarón exhibió su arte.

57

La vida u n i o n -ense ha

ido crecien-do a la par que la de su mundo min-ero. Los años

40 del siglo XIX fueron momentos clave para el desarrollo de la zona, que se vio sorprendida por la masiva llegada de inmigrantes dispuestos a trabajar en los yacimientos mineros.

Se sitúa en las influencias de esta corriente mi-gratoria, procedente principalmente del campo andaluz, el nacimiento de los cantes mineros en La Unión. El trabajo bajo tierra era acompañado por los lamentos o ‘quejíos’ de los hombres que intentaban con sus voces expresar sus frustra-

PREMIO CATEDRAL DEL CANTEconcedido a los Estados Unidos de América

ciones o volver más llevaderas las duras jornadas de trabajo.Son muchos los que portan las voces de estos cantes: Pedro el Morato, la Trini, Rojo el Alpargatero, Perico Sopas, el Cojo de Málaga’ o los ya más re-cientes Pencho Cros o la mítica Encarnación Fernán-dez.

Si bien la consagración de los cantes mineros quedaba registrada ya en los años 50 del pasado siglo XX, se hizo alarmante la crisis de la minería, unida a la escasa comercialidad del flamenco y su decadencia general en España.Sin embargo, algo tan arraigado en la costumbre y tradición de un pueblo no podía dejarse apagar, siendo la aparición del Festival del Cante de las Mi-nas lo que consiguió levantar el vuelo y elevar el mundo del flamenco hasta sus más altas cotas de prestigio.

Page 58: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

58

PROGRAMACIÓN DEL 52 FESTIVAL

Page 59: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

59

PROGRAMACIÓN DEL 52 FESTIVAL

Page 60: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

60

III Congreso Internacional universitario de Investigación sobre Flamenco Ibán Hernández

LA CIENCIA DEL FLAMENCO

El III Congreso Internacional Universitario de investigación sobre flamenco continúa con su labor divulgativa, pedagógica e investigadora para acercar los secretos del arte a universitari-os, flamencólogos y aficionados

Pasión, sentimiento, duende, emoción, estrem-ecimiento… toda ellas son notas definitorias de una arte que se ha desenvuelto entre los aparejos más recónditos de la psique humana. Sin embargo, más allá de esta dimensión vis-ceral del flamenco se encuentra otra faceta no menos difícil que consiste en el mismo cono-cimiento del flamenco. Efectivamente, no ex-iste tarea más complicada que la de racion-alizar aquello que se percibe con los sentidos pero no se puede canalizar mediante el pen-samiento racional, esto es, un arte cuyo origen sigue resultando casi desconocido y que hay que buscar en las más primitivas formas de ex-presión del ser humano y en donde la tradición oral ha sido la única forma de difusión del fla-menco durante generaciones.

Sin embargo, gracias a la cada vez mayor ex-pansión del arte flamenco, son muchos los que han buscado respuestas donde sólo hay oscu-ridad. Y a esta tarea no sólo investigadora, sino también divulgadora, se enfrenta el Congreso

Internacional Universitario de Investigación sobre Flamenco, cuya tercera edición atraviesa el complicado periplo de acercar el flamenco al gran público.

Como afirma José Francisco Ortega, Profesor del Área de Música de la Facultad de Educación de la Universidad de Murcia y uno de los direc-tores adjuntos de este III Congreso Internacion-al Universitario de Investigación sobre Flamen-co, “después de cincuenta y dos ediciones del Festival Internacional del Cante de las Minas, el arte flamenco debe ir más allá y convertirse en objeto de investigación, algo sobre lo que no se ha profundizado mucho y ello porque en el pasado el flamenco no era muy bien visto por el público en general. Pero estos años ha adquiri-do prestigio y conexión con la intelectualidad”. Se trata de algo que siempre ha estado ahí, en ciertos sectores, tan sólo hay que recordar que ya en el año 1922 ya existía esta relación del Flamenco con la intelectualidad y ello con mo-tivo de la organización del I Concurso de Cante Jondo en Granada donde Manuel de Falla fue el principal artífice, ayudado en todo por Fed-erico García Lorca, dos de los máximos expo-nentes de las artes españolas. Además destaca Ortega que eventos como este Congreso tra-tan de abrir un campo de reflexión porque el flamenco “es un arte poliédrico que se puede abordar desde múltiples puntos de vista. Sobre todo es música pero también es historia, soci-ología, filosofía o literatura”.

Javier Latorre en su conferencia sobre baile.

Acto de apertura del Congreso

Page 61: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

61

III Congreso Internacional universitario de Investigación sobre Flamenco

Y es así que el ciclo de conferencias ha rec-ogido una selección de temas que dan mues-tra de este prisma artístico. Por una parte, han estado presentes las disertaciones sobre gui-tarra, por parte de Carlos Piñana o Norberto Torres, el primero defendiendo la modernidad del toque y el segundo, sobre la tradición oral en el aprendizaje de la guitarra teniendo en cuenta la conocida Escuela Jerezana, teniendo así presente a grandes como Moraíto Chico y Enrique Melchor. Por otro lado, el cante ha ve-nido representado por la conferencia de En-rique Morente, a cargo de su biógrafo Balbino Gutiérrez Quesada, un análisis cuantita-tivo sobre sus cantes, algo necesario para entender la obra del genial cantaor grana-dino. Y el baile ha sido también analizado por una parte por José Luis Navarro García, que ha realizado un recorrido histórico desde los inicios del baile flamenco, en el siglo XIX, y por otra parte, por el bailaor Javier Latorre, sobre la situación institucional de los centros de ense-ñanza del baile, concretamente sobre el apoyo que reciben en los ámbitos público y privado.

Pero también se han podido escuchar confer-encias de materias bien distintas. Así, Antonio Parra Pujante ha abordado el tema del baile flamenco desde la perspectiva comunicativa, qué y cómo comunican los bailes flamencos, o también la exposición de Gerhard Steingress, explicando sus investigaciones sobre cómo han influenciado los aspectos sociológicos de la España decimonónica en los orígenes del fla-menco. Tampoco hay que olvidar el monográ-fico de José Manuel Gamboa sobre la figura

de una de las guitarras más influyentes de to-dos los tiempos, Sabicas, o aquella sobre los orígenes, situación y perspectiva de los fan-dangos onubenses y ello de la mano de uno de sus embajadores e invitado de excepción en el Congreso, Francisco José Arcángel Ramos, “Arcángel”. En conclusión, artistas, estudiosos, literatos, investigadores o flamencólogos, to-dos con la visión común del flamenco y con el objetivo de acercarlo al gran público.

Así, el interés que despierta la organi-zación del Congreso atrae a universitarios, aficionados y curiosos que quieren conocer más del flamenco, como Daniel Vicente García “soy un aficio-nado a la guitarra, hay un gran nivel en este Congreso y es una su-erte encontrar even-tos de este tipo aquí,

algo difícil de encontrar en otros sitios de Es-paña con gran tradición de flamenco”. Además, señala Daniel que “es difícil entender el fla-menco si no estás dentro de este mundo, la guitarra siempre la puedes tocar en casa pero el flamenco se aprende en sitios como este”. O un profano en esto del flamenco como Jorge González quien después de tres días afirma que “he aprendido a tenerle respeto al flamenco”.

Según otros alumnos como Virginia Rosique “de todas las conferencias se saca algo. Se de-berían hacer iniciativas como esta en el resto de España porque es un mundo muy cerrado y es una oportunidad para acercarse”. También apunta David Orea que “se hace comprensible a poco que te guste el flamenco y viendo la ju-ventud de los aficionados que hay aquí parece

LA UNIÓN, del 19 al 21 de Julio

Conferencia Inaugural a cargo de Arcángel

Page 62: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

62

que el flamenco se va modernizando”.

El profesor José Francisco Ortega defiende la propuesta de este Congresos afirmando que “en el flamenco hay mitos y vivimos muy cómo-dos con ellos, pero los investigadores tienen que ser valientes, como el mismo Steingress, cuyas afirmaciones puedan molestar a algunos, pero no hay nada que no pueda descubrirse”.

Sin embargo, era el propio cantaor Arcángel el que apuntaba en otra dirección con respecto a esta tarea investigadora: “todo está basado en algo muy subjetivo. El hecho de que no existan datos de todo es algo que engrandece el fla-menco y nos toca ahora llenar esos huecos con imaginación. Con este tipo de actos se viene a adquirir conocimientos. Se trata de una forma para que los de fuera puedan entenderlo e in-teriorizarlo, pero debe existir esa parte imper-

fecta y desconocida para que sea más grande”.

Y es el mismo José Francisco el que habla en términos similares sobre esta manifestación casi mística que produce lo desconocido del flamenco, “es un mito también eso de que no se pueda transcribir el flamenco a una partitura porque todo se puede traducir, sin embargo, hay algo personal y subjetivo que no se puede encontrar, es el estilo de cada artista, se podría decir que es algo que no sabes el porqué pero te pellizca, te arranca el alma”.

Puede que el flamenco no sea lo que es sin esa magia que le da ese desconocimiento y que sean muchos los que lo inventen y reinventen, sin embargo todavía quedarán los que se em-peñen en descubrir lo que todavía no quiere ser descubierto.

Acto de entrega de diplomas a los participantes.

Page 63: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

63

De esta repercusión internac-ional del flamenco, ya bien con-ocida, dan cuenta dos de las alumnas de este III Congreso, que son Graciela Ríos Saiz, Jefa de Cátedra de flamenco del In-stituto Universitario Nacional de Arte de la Universidad de Buenos Aires y Natalia Bonan-sea que está dentro del área curricular de la licenciatura en composición coreográfica en danza y teatro. En palabras de Graciela “el motivo que nos ha traído aquí se debe en gran parte a aquellas señales de la Televisión Española Internac-ional en donde veíamos esas imágenes de gran hondura y en donde aparecían los ganadores que salían premiados del Festival del Cante de las Minas”.

A propósito del Festival Internacional del Cante de las Minas, señala que “tiene reper-cusión en Argentina y, por eso, a mi me pareció que este era el lugar adecuado para profundizar en todos estos temas, para acercarse a esta manifestación artística tan propia de los pueblos del sur de España con toda su cultura y dar a conocerlo, con todos los aditamentos porque no hay nada que esté suelto, que sea casualidad. Todo tiene que ver con un pueblo, sus creencias, con una forma de ser, de sentir y de ver la vida”.

En cuanto a la situación del flamenco en su país, Graciela confiesa que “me gustaría que se le diera mayor conocimiento, que vean las raíces de la hondura, y estamos luchando porque sea así. Ahora en Argentina se hace una Bienal de Flamenco, or-ganizado por el Ayuntamiento de Buenos Aires y está acercando a gente de otras disciplinas artísticas al flamenco”.

Pero para que el flamenco siga extendiéndose y llegue a ser más que un estilo o una forma de expresión y se convierta en el arte y la forma de entender la vida que es, se necesitan esfuerzos mayores, porque como afirma Graciela “la gente no puede ver lo que no conoce y poco a poco se va dando a conocer y la Bienal de Buenos Aires es un punto de inflexión muy importante, porque el hecho de que los referentes españoles viajen y se vean allí hace que la gente comprenda, algo que no es sencillo, porque el flamenco no es una forma de expresión liberada sino que tiene un verdadero porqué”. Y como conclusión apunta “me hubiera gustado llevarme algo de aquí a Argentina para mostrarlo en la Universidad porque Congresos como este deben cumplir la mis-ión de difundir para que la gente lo conozca y lo reconozca, porque impresiona a primera vista pero cuando se conoce todo esto es cuando te enamora, porque tiene mucho que ver con la forma de ser y de sentir del ser humano”.

“ME HUBIERA GUSTADO LLEVARME ALGO DE AQUÍ A ARGENTINA”

Ibán Hernández

Page 64: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

18/06/2012BRILLANTE CLAUSURA DE LA ESCUELA DE ARTE FLAMENCO Gala de Clausura de la Segunda Promo-ción de la Escuela de Arte Flamenco de la Fundación Cante de las Minas.

17/05/2012II GALA SOLIDARIA “FLAMENCO POR LORCA” El Ayuntamiento de Lorca y la Fundación Cante de las Minas han dado hoy a conocer los detalles de la II Gala Soli-daria “Flamenco por Lorca”, que tendrá lugar en la Ciudad del Sol el próximo sábado 26 de mayo.

NOTICIAS 2011-2012En imágenes

01/08/2012 COLORES DE LA SIERRA MIN-ERA EN LOS CASTILLETES DEL MAESTRO ESTEBAN BERNAL ‘La Unión, Minera’ es la muestra que se ha inaugurado esta mañana y que estará ex-puesta durante todo el Festival en el Hall del Ayuntamiento de La Unión

64

Page 65: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

25/04/2012 BUEN INICIO DE LA ESCUELA DEL TROVO El pasado mes tuvo lu-gar el inicio de clases en la Escuela del Trovo, que Mesa Café de La Unión ha ini-ciado en colaboración con la Fundación Cante de las Minas.

20/04/2012LUTO POR FRANCISCO CEL-DRÁN, “PACO ICARO” De nuevo La Unión y el mundo de los cabales del flamenco, vuelven a ponerse de luto. Esta vez nos ha dejado Francisco Celdrán Sánchez ; “Paco Ícaro” para sus amigos.

Fundación Cante de las Minas

27/07/2012LA FOTÓGRAFA SOLEDAD UJALDÓN EXPONE EN LA UNIÓN SU “YACIMIENTO DE COLORES MINEROS” Se trata de la primera exposición sobre temática minera que realiza la fotógrafa murciana, y que se presenta en el marco del Festival Internac-ional del Cante de las Minas.

65

Page 66: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

23/12/2011 CIERRE ANUAL DE ACTIVI-DADES DE LA FUNDACIÓN CANTE DE LAS MINAS. El patro-nato de la Fundación Cante de las Minas ha celebrado en Murcia su última sesión ordinaria del año .

30/12/2011 CLAUSURADO EL CONGRESO UNIVERSITARIO DE BAILE FLAMENCO. Clausura de los Cursos Prácticos de Baile Flamenco Minero y Danza Española, que han sido organiza-dos por la Fundación Cante de las Minas y la Universidad Politécnica de Cartagena, a través del Campus de Excelencia Mare Nostrum, y con la colaboración del Con-servatorio de Danza de Murcia.

21/02/2012 APROBADO EL PROYECTO DEL CAFÉ CANTANTE El Ayuntamiento de La Unión ha aprobado el proyecto para la rehabilitación de un edificio destinado al Cante de las Minas y en el que se tiene previsto acoger un Café Cantante y la sede permanente de la Escuela de Arte Flamen-co.

Fundación Cante de las Minas

66

Page 67: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

11/11/2011 MEDALLA DE ORO DE LAS BELLAS ARTES. El Pleno Munici-pal solicita la medalla de oro de las Bel-las Artes para el Cante de las Minas, por unanimidad de todos los grupos políti-cos.

17/10/2011 MEDALLA DE ORO DE LAS BELLAS ARTES. Abierto el plazo de inscripción para el segundo año de la Escuela de Arte Flamenco

14/1082011 CELIA ROMERO, LÁMPARA MINERA DEL 51º FICM. Juan Torres Fajardo “Habichuela Nieto”, Bor-dón Minero; Lucía Álvarez “La Piñoña”, Trofeo Desplante y Sergio Monroy, Pre-mio El Filón al mejor Instrumentista

Fundación Cante de las Minas

67

Page 68: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

68

“UN HOMBRE PARA LA ETERNIDAD”Paloma Sofía Celdrán Montoro

La luz de esta mañana de abril apenas se ha abierto sobre el horizonte, mientras él la observa por el rabillo del ojo sin levantarse

todavía. Escucha a su mujer desayunando en silencio en la cocina, empieza la cuenta atrás. Sabe que en cuanto termine vendrá a desper-tarle desplegando toda la energía de la que es capaz, llena de bromas y buen humor, pro-vocándole con su buen ingenio. Desde luego que no se parece en nada a su primera mujer, pausada y tranquila, quizá en exceso, pero más parecida a su carácter. Claro que se casaron tan pronto que casi se podría decir que crecieron juntos y es fácil hacerse el uno al otro. Con Lola todo era distinto; él había amado a su mujer durante treinta años y, a su muerte, consideró su viudez permanente y a sí mismo incapaz de superarlo, así que el primer sorprendido cuan-do Lola llegó para quedarse en septiembre de 2006 fue él. En plena madurez, vio cómo todo regresaba a su ser, gracias a la esperanza y el amor que ella le trajo.- Venga, murcianico, que hay que trabajar. – Se hace el remolón y ella le zarandea las piernas. Estas son las cosas que le dan felicidad.- Pero Lola, ¿qué hora es? – Los dos saben que todo forma parte del ritual diario de sus afec-tos y entran en el juego.- Las nueve, Paquico, y tienes cosas que hacer. – Le da un beso y sube la persiana. Él se decide y se sienta en la cama con sosiego. Bebe un sorbo de agua del vaso que deja por las noches en la mesilla tapado y mete los pies en las zapatillas. Hoy hay mucho que hacer para la revista del festival, así que se sentará en su despacho casi toda la mañana frente al or-denador, rodeado de sus libros, con la puerta del balcón abierta y el sol y el viento fresco en-trando, con la vista de la sierra al fondo. En los descansos le pondrá al Piticli cantos de otros canarios que se ha bajado de internet “para que aprenda” y escuchará música para inspirarse: flamenco, ópera, clásica, poemas… “Esta es mi fortuna”, piensa, “ni envidiado, ni envidioso”. La mañana pasa construyendo, pensando,

proyectando, revisando, perfeccionando una y otra vez sin descanso. Cerca de las dos y media suena el móvil. Es la hora en que su hija mayor coge el autobús de vuelta del trabajo y aprove-cha para llamarle, mal momento antes de la co-mida. Su hija pequeña lo llamará por la tarde y a las dos les dirá que está bien, que no ha pasado nada de interés y que si no tienen más que decir, que no gasten teléfono tontamente. Aunque le preocupen, sabe que están bien porque las educó como personas nunca como mujeres. Jamás les dijo “no puedes”, “esto no lo hace una señorita”, “eso es cosa de hembras”, ni el resto de cosas que les podían ir agachando la cabeza hasta que no recordaran el día en que miraban de frente. Les enseñó a ser competiti-vas, valientes, les puso su futuro en sus propias manos; les dio recursos suficientes para afron-tar el porvenir, tanto intelectuales como espir-ituales o afectivos. En su casa no se usó la cen-sura y cualquier cuestión que ellas plantearan por rara, íntima o espinosa podía ser objeto de charla o análisis. Crecieron sabiéndose distin-tas, aprendiendo de la literatura, del cine y de la música, que él había puesto a su disposición, una forma diferente de enfocar la realidad.Así que como padre, se llena de orgullo íntimo si le preguntan por sus hijas: “Están trabajan-do las dos de lo suyo, la mayor en Madrid y la pequeña en Almería”. Ambas se marcharon por la obligación de tener trabajo y, en el fondo, preferiría tenerlas cerca pero nunca se inter-pondría ante su futuro. Pocas veces les ha dicho que son lo mejor de su vida, pero lo ha hecho al menos, siguiendo su filosofía de contarlo todo: “Si no dices lo que piensas, no pensarás lo que dices”.A media mañana ya estaba avisado de que iba a comer lentejas; se sienta, sirve un vaso de vino a Lola y otro a él, coge un trozo de pan y emp-ieza a comer como a él le gusta, despacio. Siem-pre empieza por el borde más alejado del plato, “para que no te quiten la comida”, que decía su madre, y va, poco a poco hacia dentro para ter-minar en el extremo opuesto y más cercano a

Page 69: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

69

él. Le gusta hablar mientras almuerza, cualquier tema o asunto le es válido siempre que le pu-eda sacar punta para reírse un rato. La ironía ha formado parte de su personalidad siempre aunque le ha deparado respuestas diferentes según el auditorio: unas veces cae en gracia y la mayoría el interlocutor se siente molesto por carecer de la capacidad de contestar con el mismo ingenio, lo que deviene en consecuen-

cias nada deseables. Con el tiempo ha ido ad-quiriendo cierta habilidad para dosificarla, sin embargo, su sentido del humor ha crecido ex-ponencialmente. Después de una breve siesta, con un desca-feinado y los documentales de la dos, se dis-pone a echar otro par de horas. Sale al balcón y mira el perfil de los montes contra el cielo azul, hace poco viento. Añora los paseos que hace

Francisco Celdrán (Paco Ícaro)Fotografía facilitada por su familia.

Page 70: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

años se daba a estas horas por la sierra cami-nando o en bici, lo que era mejor porque le per-mitía llegar hasta la playa y quitarse las depor-tivas para mojarse los pies y sentir el contacto con la arena. Este es el pueblo de su infancia, de su adolescencia y de su juventud y ahora en la madurez, vuelve a transformarse de nuevo en otro significado que añadir a los anteriores. La Unión es una ciudad repleta de misterios y secretos encriptados en su historia que le fas-cinan y le maravillan, cada vez de forma opu-esta. Ve su propia existencia ligada al devenir del pueblo en el último medio siglo, desde las calles de tierra y el aguador hasta internet, es un viaje que han hecho juntos y que se ha visto entrelazado en el Festival Nacional del Cante de las Minas, empezando como corresponsal del diario “Línea” en la terraza de la calle Argüelles y terminando como su Coordinador de Prensa y fundador de la revista “Lámpara Minera”. En su momento, con veinte años creó otras publica-ciones que padecían de su propia falta de ex-periencia. Cincuenta años de cambios que con-templa como un breve suspiro y que le hacen pensar en el sentido de la vida.Hoy es el cumpleaños de su madre, así que irá antes de lo acostumbrado a recogerla para dar una vuelta por la calle Real. Se ducha y se viste, el espejo le enseña un hombre mayor pero que aparenta ser más joven, además, se pasa la mano por la cabeza, raparse ha sido un aci-erto. De camino, se cruza con el “Centro Cultur-al Asensio Sáez”, el corazón le da un pequeño brinco. Observa cómo ha cambiado desde que empezó siendo su director a principios de los ochenta y cómo le trae a la memoria a su amigo Asensio. Sin embargo, no se detiene y prosigue hasta llegar a su vieja calle, rápidamente llama al timbre con los dos toques acordados; hoy no desea recordar cosas perdidas.- Pasa un momento que voy a coger una rebeca por si luego refresca. – Le da la sensación de que va menguando a ojos vistas, más delgada, más pequeña, parece que tiende a desaparec-er. - Lo único que me faltaba a mí era resfriarme.- Pero, ¿cuántos cumples? – La señora Carmen esboza una media sonrisa. No recuerda el mo-

mento en que decidió quitarse uno o dos años, incluso ha llegado a dudar en qué año concreto nació, aunque su hijo lo haya visto en el libro de familia.Cierran la puerta y echan la persiana, la tarde se extiende apacible. Hablan del tiempo, de los vecinos, antiguos y actuales, de lo que alargan los días y, en algún instante, provocará un poco a la madre, según su costumbre, para compro-bar que sigue reaccionando y quejándose, así sabe que ella está como siempre ha sido y se puede volver tranquilo a casa. A medio camino, se les une su hermana pequeña “Mira, por ahí viene la Loli” y juntos recorren la calle hasta que el ocaso pone fin a la caminata. De vuelta a su casa, pasa por la calle mayor, charla con sus amigos un rato, porque se le ha hecho tarde, y llega a casa para cenar. Lola va de arriba abajo, se levanta y se sienta, también tiene la capacidad de contarle con el mayor de los detalles lo que le ha ocurrido en el trabajo. Es increíble todo lo que esta mujer puede hacer a la vez, “Lola, siéntate”, como no hay manera, decide cortar de raíz:- Cuando me muera quiero que tiréis mis ceni-zas al mar en Calblanque, igual que hicimos con Jose. – Es lo primero que se le ha venido a la cabeza y no sabría decir por qué. De repente siente una punzada en la axila y un aliento frío en la nuca que le hiela el tuétano. Mira el reloj: son las diez. – Las diez del quince de abril de 2011. – Ha parecido una sentencia.- ¡Murciano malaje! - objetivo cumplido, se ha sentado – Que sepas que eso ahora está pro-hibido. Además, hoy es dieciséis no quince.Después de recoger la mesa y de fregar se aco-moda en su sillón con su café descafeinado en la mesa auxiliar. Mientras ve la tele, sin querer, vuelve a recordar a su primera mujer que ha quedado cristalizada en su mente joven y her-mosa, con cuarenta años. “Jose”, piensa, “que vueltas da la vida, esto no te lo esperabas…”. Pero la noche avanza y el sueño al final lo vence. Por fin, su agitado pensamiento puede descan-sar en paz.

70

Page 71: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Carta enviada por Carmen Conde a Paco Ícaro

71

Page 72: Agosto de 2012 - Bienvenidos al Festival Internacional del ......del Festival Internacional del Cante de las Minas, que en este 2012 cumple ya 52 años de brillante trayectoria, lo

Est

eb

an

Be

rna

l