actas das ix jornadas de ed amb e con da natureza abril 2008

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo 12 e 13 de Abril de 2008 IX Jornadas ACTAS Conservação da Natureza e Educação Ambiental

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo

12 e 13 de Abril de 2008

IX Jornadas

ACTAS

Conservação da Naturezae Educação Ambiental

Instituto Politécnico de Viana do Castelo12 e 13 de Abril de 2008

IX Jornadas

ACTAS

Conservação da Naturezae Educação Ambiental

FICHA TÉCNICA

Actas das IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Organização: FAPAS; Apoio: Câmara Municipal de Viana do Castelo12 e 13 de Abril de 2008

Organizadores:Lucilia Guedes (FAPAS)Paulo Santos (FAPAS)

Colaboradores:Maria Leonor Cruz (Câmara Municipal de Viana do Castelo)Marta Pascoal Parente (Câmara Municipal de Viana do Castelo)Carlos Joaquim Rodrigues (Câmara Municipal de Viana do Castelo)Fernando Silva (FAPAS)Vasco Silva (FAPAS)Helena Santos (FAPAS)Sofia Tavares (FAPAS)Daniel Gomes (FAPAS)Tânia Pinto (FAPAS)Américo Oliveira (FAPAS)

Edição: FAPAS com o apoio da Câmara Municipal de Viana do CasteloTiragem: 500 exemplaresExecução gráfica: Litogaia Artes GráficasDepósito legal: ????????ISBN: ???????

Os trabalhos publicados são da responsbilidade exclusiva dos seus autores

sessão de abertura

participantes

mostra de cartazes

ÍNDICEIntrodução p5

Programa p7

CONSERVAÇÃO DA NATUREZAAlterações Climáticas e a Biodiversidade Marinha p10

Indicadores para a gestão integrada do Litoral Norte p13A energia eólica como alternativa às fontes enérgicas tradicionais:avaliação de impactes p14

EDUCAÇÃO AMBIENTALAgenda 21 local p17

Educação Ambiental e Alterações Climáticas: (a experiência do FAPAS) p18Centro de Monitorização e Interpretação AmbientalUma abordagem na educação para a sustentabilidade p21

Biodiversidade – Um desafio educativo p25

SAIDAS DE CAMPOVisita ao Litoral Norte de Viana do Castelo p28

CARTAZESAves da Baixa do rio Seia p34

Ensino experimental no bosque de Casal do Rei p36

Material Didáctico sobre a Importância da Conservação da Mata Ripícola p38

Actividades de Educação Ambiental no Parque Natural do Litoral Norte p39

Visita à paisagem protegida da Albufeira do Azibo p41

Protecção e Conservação do Sistema Dunar do Litoral de Ovar p49

Centro de Interpretação e Monitorização Ambiental p53

Mata Nacional do Buçaco: Biodiversidade e Educação Ambiental p59

O futuro do nosso clima - O homem e a atmosfera p64

ATELIERS DIDÁTICOSDescodificar a Natureza p66

Oficina de construção de caixas-ninho e caixas-abrigo p69

Oficina de construção de carrinhos solares p71

LISTA DE PARTICIPANTESParticipantes p73

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INTRODUÇÃO

A estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável aprovada recentemente define, como linhas de acção, entre outras, promover uma Política de Conservação da Natureza e Biodiversidade que vise suster a redu ção e fragmentação dos habitats, a protecção de espécies ameaçadas e a valorização das paisagens, articula das com outras políticas sectoriais; a promoção de uma política integrada e coordenada de ordenamento, planea-mento e gestão da zona Costeira Nacional. O Relatório “Bases para a Estratégia de Gestão Integrada da Zona Costeira Nacional”, aponta para um novo sistema organizativo para o Litoral, com uma única entidade gestora Nacional e um programa de acção re sultante dos instrumentos de gestão territorial. As mudanças climáticas, com tendência para se agravarem nas próximas décadas, con-stituem um dos maio res desafios do século XXI. Portugal é reconhecido como um dos Países Europeus mais ricos em Biodiver sidade, cuja preservação se encontra fortemente ameaçada pelas alterações climáticas. Pretende-se, com estas Jornadas, sensibilizar e mobilizar a sociedade para os temas em questão mediante discussão e troca de experiências e promover o ensino e a divulgação nas escolas dos temas abordados.

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12 de Abril (Sábado)

8.30h Entrega de documentação9.00h Sessão de abertura Francisco Nunes Correia (Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do

Desenvolvimento Regional)

Defensor Oliveira Moura (Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo)

Rui Teixeira (Presidente do Instituto Politécnico de Viana do Castelo)

António Gonçalves Henriques (Presidente da Agência Portuguesa de Ambiente)

João Menezes (Presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade)

Margarida Moreira (Directora Regional de Educação do Norte)

Paulo Santos (Presidente do FAPAS)

9.30h A nova estratégia para a zona costeira Veloso Gomes (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto)

10.15h Acções de Conservação da Natureza em Portugal Henrique Pereira dos Santos (Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade)

11.00h Intervalo para café

11.15h Litoral de Viana do Castelo: biodiversidade e gestão de espécies e habitats Isabel Sousa Pinto e Rui Pereira (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto,

Centro de Investigação Marinha Ambiental, Universidade do Porto)

12.00h Indicadores para a gestão integrada do Litoral Norte Manuel Rui Alves e José Cruz Lopes (Instituto Politécnico de Viana do Castelo)

12.45h Debate (moderador: Gonçalo Pereira-National Geographic)

13.00h Almoço livre

15.00h A mudança climática: Física e Química à escala global Pedro Miranda (Universidade de Lisboa, Centro de Geofísica, IDL (Lab. Associado).

15.45h Como as alterações climáticas afectam a biodiversidade Vânia Freitas (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Centro de Investiga-

ção Marinha Ambiental, Universidade do Porto)

16.30h Intervalo para café

16.45h A Energia Eólica como alternativa às fontes energéticas tradicionais. Avalia-ção de impactes

Hugo Costa (bio3)

17.30h A Energia eólica: que estratégia de intervenção em áreas ecologicamente sensíveis?

Miguel Dantas da Gama (FAPAS)

18.15h Centro de monitorização e interpretação ambiental-uma abordagem na edu-cação para a sustentabilidade

Leonor Cruz (Câmara Municipal de Viana do Castelo)

19.00h Debate (moderador: Paulo Santos-FAPAS)

20.00h Jantar convívio com animação cultural

PROGRAMA

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Dia 13 (Domingo)

9.00h Educação Ambiental/EDS no Sistema Educativo Ana Benavente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa)

9.45h Educação Ambiental/EDS e AGENDA 21 Nuno Quental (Escola Superior de Biotecnologia)

10.30h Intervalo para café

10.45h Educação ambiental e alterações climáticas: a experiência do Fapas Lucília Guedes (FAPAS)

11-30h Biodiversidade- um desafio educativo Jorge Paiva (Universidade de Coimbra)

12.15h Debate (Moderador: Luísa Schmidt-Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lis-

boa)

12.30h Sessão de encerramento Defensor Oliveira Moura (Presidente da Câmara de Viana do Castelo)

Manuela Vaz Velho (Presidente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPVC)

Paulo Santos (Presidente do FAPAS)

13.00h Almoço Livre15.00h Actividades em simultâneo: -visita ao Litoral de Viana do Castelo

-visita à Zona Húmida de Viana do Castelo

-atelier:descodificaraNatureza:sons,pegadasesilhuetas(SaraMeireles-FAPAS)

-atelier: construção de caixas-ninho; caixas - abrigo e comedouros para a fauna)

(Fernando Silva e Vasco Silva-FAPAS)

-atelier sobre energias renováveis - uso de materiais correntes para aparelhos que aproveitam a Energia solar (Júlio Piscarreta)

19.00h Regresso do autocarro

Público - alvo:Técnicos e gestores de ambiente, autarcas, técnicos de Educação Ambiental, professo-res e educadores, investigadores em ciências do ambiente técnicos de áreas protegidas, coordenadores dos clubes da Cegonha-Branca, das Eco-Escolas e outros, estudantes.

Mostra de cartazesEstiveram expostos cartazes de escolas, CMIAS, Universidades, Autarquias, Áreas pro-tegidas, Agência Portuguesa de Ambiente, no âmbito da Conservação da Natureza e Educação Ambiental.

C O N S E R V A Ç Ã O D A N A T U R E Z A

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Alterações Climáticas e a Biodiversidade Marinha

Vânia Freitas1

1Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, Universidade do Porto (CIIMAR-UP)Email: [email protected]

A Alteração climática, segundo o Painel Intergovernamental para as Alterações Climá-ticas (IPCC sigla em inglês) diz respeito a qualquer alteração do clima ao longo do tempo, quer devido a causas naturais quer como resultado de actividades humanas. Apesar do clima da Terra ter sofrido variações ao longo de toda a sua história, a extensão e a taxa a que as alterações climáticas actuais estão a ocorrer parecem exceder as variações na-turais dos últimos milhares de anos. Estas variações têm sido atribuídas às actividades humanas que, desde 1750 têm causado um aumento das concentrações globais atmosfé-ricas de gases com efeito de estufa, nomeadamente dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. O aumento de CO2 está principalmente relacionado com o uso de combustíveis fósseis e alteração no uso dos solos, enquanto que o aumento dos outros dois gases está associado às actividades agrícolas (IPCC, 2007). A característica principal destes gases é a sua capacidade de retenção de calor. Em concentrações naturais, estes gases impedem que a radiação solar se escape totalmente de volta para o espaço permitindo o aqueci-mento da terra. É de notar que na ausência de gases com efeito de estufa, a temperatura à superfície da terra rondaria os -18ºC! No entanto, o aumento quase exponencial destes gases, principalmente do dióxido de carbono, tem levado a um aquecimento acelerado da Terra e, prevê-se que este aumento da temperatura irá continuar durante todo este sécu-lo. Em cerca de cem anos, a temperatura média global aumentou em aproximadamente 0.7ºC, atingindo os 0.95ºC na Europa. Até ao fim deste século estima-se que a temperatu-ra aumente em 1.4-5.8ºC (dependendo dos vários cenários climáticos) globalmente e em 2.0-6.3ºC na Europa (relativamente aos valores registados em 1990).

Os impactos das alterações climáticas atingem quer os sistemas naturais, marinhos e terrestres, quer os sectores da sociedade tais como a saúde pública, o turismo, a econo-mia. Nesta apresentação, alguns exemplos das consequências das alterações climáticas a nível dos ecossistemas e biodiversidade marinhos foram apresentados.

Apesar da água do mar ter uma capacidade de armazenamento e redistribuição do calor superior à do ar e, portanto, ser capaz de “aquecer” mais lentamente, o aumento da temperatura dos oceanos é consistente com o aumento da temperatura atmosférica, sendo previsível um aumento entre os 1.1-4.6ºC relativamente aos valores de 1990, até ao final do século XXI.

Conservação da Natureza

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A nível dos oceanos e ecossistemas marinhos são esperadas alterações nas suas características físico-químicas, biológicas e ecológicas. A nível físico-químico prevêm-se aumentos do nível do mar, variações nos padrões do vento, estratificação do oceanos, va-riação nos padrões de circulação e alteração da composição química ( a nível dos nutrien-tes e do pH). Estas alterações têm consequências a nível biológico e ecológico levando a alterações na distribuição espacial das espécies, na fenologia (período de ocorrência de fenómenos naturais cíclicos tais como a reprodução ou as migrações), na abundância relativa e dominância das espécies, na produtividade e, em suma, na própria estrutura e funcionamento dos ecossistemas.

Nesta apresentação, alguns exemplos de estudos recentes retirados da bibliografia científica foram apresentados ilustrando alguns dos efeitos acima referidos. Um dos exem-plos refere-se a alterações no início e extensão do período de desenvolvimento do fito-plâncton marinho (Edwards et al., 2003), base das cadeias tróficas marinhas, originando uma assincronia com o ciclo de vida das espécies que se alimentam destes organismos, nomeadamente crustáceos e peixes e conduzindo a alterações na eficiência de transfe-rência de energia entre produtores e consumidores. Outros estudos demonstram altera-ções na distribuição geográfica de espécies a nível da comunidade de peixes (expansões para norte) (Perry et al., 2005) e a nível das comunidades zooplânctonicas (Beaugrand et al., 2002). Para além das consequências directas para a própria espécie, as alterações na distribuição podem originar os chamados “efeitos em cascata” com impactos em outros níveis das cadeias tróficas marinhas. Um exemplo é o da correlação entre abundância e composição do zooplâncton e a biomassa de bacalhau no Mar do Norte que tem vin-do a diminuir significativamente, não só em resultado da sobrepesca mas, também, em consequência de uma alteração da fonte de alimento dos estádios larvares do bacalhau (Beaugrand et al., 2003).

O impacto das alterações climáticas a nível das interacções predador-presa nos ecos-sistemas marinhos e costeiros é justamente o tema que está a ser investigado através do projecto “Variações em latitude na biologia de espécies chave estuarinas como indicado-res para a previsão de efeitos das alterações climáticas”. Este projecto, com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), é o resultado de uma parceria entre várias instituições nomeadamente o CIIMAR-UP, o Aquamuseu do Rio Minho, o NIOZ (Holanda) e HIBO (Noruega).

Os estuários foram escolhidos como área de estudo pelo facto de serem áreas mui-to produtivas que, para além de servirem de habitat para inúmeras espécies residentes, verdadeiramente estuarinas, representam zonas de alimentação para aves marinhas e de nursery (locais com condições adequadas para o desenvolvimento dos estádios iniciais do ciclo de vida) para vários peixes alguns deles com interesse comercial. Estas áreas têm sido apontadas como locais susceptíveis a grandes modificações em resultado das alte-rações climáticas nomeadamente, elevação do nível médio do mar, alterações do caudal fluvial e alterações no balanço sedimentar (Santos e Miranda, 2006) que, por sua vez, po-derão afectar o funcionamento e estrutura destes ecossistemas. Deste modo, a previsão de efeitos ecológicos das alterações climáticas nos estuários requer o estudo não só da biologia de espécies estuarinas, mas também das interacções entre estas espécies e des-tas com o meio envolvente. Sendo a temperatura o principal factor abiótico que varia com a latitude, variações latitudinais na biologia de espécies estuarinas deverão reflectir efeitos

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

das variações térmicas. Assim, o objectivo do trabalho que aqui se descreveu é prever efeitos das alterações climáticas globais em espécies-chave de estuários europeus, atra-vés da comparação da sua biologia (crescimento e reprodução) e ecologia (influência de factores abióticos, relações predador-presa), ao longo do gradiente latitudinal de distribui-ção, que se assume correspondente a um gradiente de temperatura.

Para além da componente científica deste projecto, um dos objectivos foi foi também a divulgação sobre o tema das alterações climáticas. Assim, procedeu-se à elaboração de um folheto explicativo das causas e consequências das alterações climáticas e desen-volveram-se actividades pedagógicas com alunos do primeiro ciclo onde se tentou incutir alguns conceitos importantes recorrendo a experiências laboratoriais simples.

Referências bibliográficas:

Beaugrand, G., Reid, P.C., Ibañez, F., Alistair Lindley, J., Edwards, M., 2002. Reorganization of North Atlantic Marine copepod biodiversity and climate. Science 296: 1692-1694.

Beaugrand, G., Brander, K.M., Alistair Lindley, J., Souissi, S., Reid, P.C., 2003. Plankton effect on cod recruitment in North Sea. Nature 426: 661-664.

Edwards, M. et al. (2003): Fact sheet on phytoplankton, submitted to ETC/ACC.

Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) report. Climate Change 2007: The physical science basis. February 2007

Marine Board – European Science Foundation: Impacts of Climate Change on the European Marine and Coastal Environment. March 2007

Perry, A.L., Low, P.J., Ellis, J.R., Reynolds, J.D., 2005. Climate change and distribution shifts in marine fishes. Science 308: 1912-1915

Santos, F.D., Miranda, P., 2006. Alterações Climáticas em Portugal. Cenários, Impactos e Medidas de Adaptação – Projecto SIAM II. Gradiva, Lisboa.

Conservação da Natureza

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INDICADORES PARA A GESTÃO INTEGRADA DO LITORAL NORTE

José da Cruz Lopes | [email protected] | Professor de Ecologia HumanaManuel Rui Alves | [email protected] | Professor de Tecnologia Alimentar

Instituto Politécnico de Viana do CasteloEscola Superior de Tecnologia e Gestão

A Carta Europeia do Litoral é uma referência sobre a importância desta interface do nosso ambiente e data de 1980. Este documento impulsionou na Europa e em Portugal novas preocupações pelo uso e gestão dos recursos litorais, bem como motivou outras experiências de participação e fruição pública dos seus valores naturais e culturais. O projecto Coastwatch Europe iniciado em 1987, na Irlanda, e a Bandeira Azul implementada como projecto europeu em 1987, no programa do Ano Europeu do Ambiente, são exemplos e consequências deste quadro de intenções e de propostas de acções.

A Expo’98 em Portugal provou a nossa vontade de encarar o Mar e o Litoral como um recurso natural e um bem cultural a qualificar para atenuar os problemas ambientais do litoral e regular as pressões humanas aí desenvolvidas. Há, de facto, uma litoralização territorial em crescimento nos distritos do litoral porque 76% da população nacional já aqui vive e porque 85% do PIB lhe é atribuído. E isto em detrimento de um Portugal do interior, em perda de pessoas, de funções e de empregos activos. A tal realidade contrapomos com a seguinte interrogação: estão a ser concebidos projectos e as adequadas acções de resposta e de implementação para que esta(s) situação(es) sejam equacionadas?

Em 1998 Portugal criou duas reservas naturais marinhas – as ilhas Berlengas e o parque marinho da Arrábida, em especial na zona centrada na área marinha da Pedra da Anicha. E tal acção de governância pública era tomada quando ainda não existia uma consistente política nacional do (e para o) Mar Português. Só a partir de 2003 surge a Comissão Estratégica dos Oceanos, na qual se gera uma estratégia nacional para os recursos do Mar, e que contém múltiplos nichos de interesse e de valor económico-social e de bens com estatuto de reserva nacional. Também a União Europeia, em 2007, dedica o seu interesse a tal domínio com o seu Livro Verde «Para uma futura política marítima da União».

Tendo com referência maior a proposta para um «Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (DGA, 2000) a nossa contribuição será a abordagem a este âmbito e aplicado a um conjunto específico de indicadores ambientais para o nosso Litoral Norte.

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

A ENERGIA EÓLICA COMO ALTERNATIVA ÀS FONTES ENÉRGICAS TRADICIONAIS: AVALIAÇÃO DE IMPACTES

Joana Bernardino, Hugo Costa, Miguel Mascarenhas e Paulo Cardoso

Bio31

Em resultado da necessidade de atingir as metas europeia no que respeita à produção de energia renovável, nos últimos anos tem-se verificado em Portugal um aumento acentuado do número de Parque Eólicos. O vento, como fonte renovável, constitui uma importante alternativa às fontes energéticas tradicionais, contudo, por se tratar de uma tecnologia relativamente recente no nosso país, existe ainda alguma dificuldade no que respeita à quantificação dos seus impactes na fauna e flora.

É neste contexto que o processo de Pós-avaliação se torna extremamente importante uma vez que permite perceber se os impactes previstos em sede de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) se verificam e proceder à quantificação dos mesmos. Para tal, os programas de monitorização deverão recorrer a metodologias rigorosas e uniformizadas cujos resultados, quando integrados, poderão fornecer informação de base mais fiável e fundamental para futuras decisões em fase de AIA.

Sendo o grupo dos vertebrados voadores predominantemente afectado pela presença e funcionamento destes projectos, é sobre ele que recaem a maioria dos planos de monitorização a implementar em Parque eólicos e linhas eléctricas associadas.

O programa de monitorização de aves e quirópteros deve contemplar um período alargado, que abranja o ano anterior à construção do parque, a fase de construção e, pelo menos, 3 anos da fase de exploração. Durante as duas primeiras fases deverão ser efectuados censos de aves e amostragens de quirópteros de modo a perceber qual o uso que estes dois grupos fazem da área de estudo na ausência e período de construção do projecto. Durante a fase exploração, estes trabalhos devem passar a ser complementados por campanhas de prospecção e rigorosos testes de detectabilidade e remoção/decomposição de cadáveres.

Analisando concretamente o caso de estudo da Serra de Aire e Candeeiros, desde 2005, encontram-se em exploração neste sistema montanhoso, dois parques eólicos, cuja monitorização da avifauna terminou em Dezembro de 2007.

Conservação da Natureza

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Através dos resultados obtidos nos trabalhos de prospecção de cadáveres e da, consequente, aplicação dos factores de correcção foi possível efectuar uma estimativa da mortalidade real causada pelos 2 parques eólicos. Constatou-se que o peneireiro (Falco tinnunculus) foi a espécie mais afectada, contudo, uma primeira análise dos resultados obtidos sugeria que sua população estaria comprometida, situação que os censos de aves de rapina e outras planadoras não confirmaram.

Este conflito de resultados evidenciou assim que, embora tenha sido feito um esforço no que respeita à utilização de metodologias rigorosas, as mesmas apresentam ainda algumas lacunas, nomeadamente ao nível da fórmula utilizada para estimar a mortalidade, da obtenção dos factores de correcção e dos próprios censos. Neste último caso, salienta-se o facto de metodologias generalistas não permitirem estimar com precisão o número de indivíduos de todas espécies que utilizam a área de influência do parque eólico e, consequentemente, perceber de que forma o parque eólico está a comprometer essas populações.

Torna-se, assim, evidente a necessidade de desenvolver continuamente as metodologias de monitorização e incidir o esforço de amostragem em espécies-alvo, isto é, em espécies que logo à partida tenham uma maior susceptibilidade a este tipo de infra-estuturas.

1Contacto dos autores: Bio3 – Estudos e projectos em biologia e valorização de recursos naturais, Lda.

Tel: +351 212951588 / Fax: +351 210864011 / [email protected]

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E D U C A Ç Ã O A M B I E N T A L

Educação Ambiental

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AGENDA 21 LOCAL

Ana Albuquerque Barata

Intervir+, Escola Superior de Biotecnologia Universidade Católica Portuguesahttp://www.agenda21local.info | [email protected]

Considerando o conjugar de oportunidades, mas também de ameaças, que afectam o tecido social, a estrutura das actividades económicas e o equilíbrio ambiental, a preocu-pação dominante no estabelecimento de políticas e estratégias para o futuro tem vindo a basear-se essencialmente na procura de um modelo mais sustentável de evolução da sociedade.

Desta preocupação, à qual acresce o desafio colocado à sociedade actual da globaliza-ção, e estando o mundo com fronteiras cada vez mais vestigiais, surge a necessidade de se integrar o conceito do desenvolvimento sustentável nas políticas a estabelecer e nas estratégias a definir, por todas os países.

Para tornar exequível este desafio, é necessário colocar em prática um conjunto de instru-mentos que promovam este desenvolvimento sustentável na Terra.

De acordo com o International Council for Local Environmental Initiatives (ICLEI) “a Agen-da 21 Local é um processo participativo, multissectorial, que visa atingir os objectivos da Agenda 21 ao nível local, através da preparação e implementação de um Plano de Acção estratégico de longo prazo dirigido às prioridades locais para o desenvolvimento susten-tável”.

Como se constata, torna-se claro que o conceito de Agenda 21 Local se enquadra intei-ramente numa perspectiva do desenvolvimento sustentável. Este conceito fornece ferra-mentas de participação pública e permite uma visão transversal e integradora de todos os sectores da sociedade, permitindo-lhes a definição de políticas conjuntas e englobadoras, relativamente a vários sectores de actividade.

Por estes motivos é que os processos de Agenda 21 Local se têm vindo a multiplicar a todos os níveis: regional, local e escolar.

Actualmente estão em curso 103 processos de Agenda 21, o que representa quase 33% da totalidade dos municípios portugueses.

No decorrer destes processos de Agenda 21 Local, também têm vindo a ser dinamizados processos de Agenda 21 Escolar, os quais replicam, a uma escala mais focalizada, os procedimentos da Agenda 21 Local.

É no seguimento deste aumentar de processos municipais participativos que surge a ne-cessidade e possibilidade de implementação de processos de Agendas 21 Escolar em vários municípios, numa tentativa de aproximar, ainda mais, a decisão dos decisores e dos implicados nestas decisões, aumentando igualmente a co-responsabilização de todos os actores nas estratégias a serem dinamizadas e opções a seguir, em cada conselho em que estão inserido

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Educação Ambiental e Alterações Climáticas:a experiência do FAPAS

Lucília Guedes

FAPASRua Alexandre Herculano, 371, 4ºDto; 4000-055 Porto

www.fapas.pt; [email protected]

O Projecto “Educação Ambiental e Alterações Climáticas” tem vindo a ser proposto às escolas do Litoral entre Viana do Castelo e Figueira da Foz.

Fases do desenvolvimento do projecto:

Apresentação do Projecto às Autarquias

Reuniões com elementos da Autarquia

Apresentação do projecto às escolas

Reuniões com elementos da comunidade educativa e Autarquia para a definição de ob-jectivos, metodologias , levantamento de recursos existentes, levantamento de necessida-des, propostas de actividades, parcerias…

Distribuição de material informativo

Seminário sobre o Litoral

Palestras nas escolas

Visitas Guiadas

Avaliação intercalar

Intervenção nas dunas e em áreas ardidas de Zonas protegidas

Avaliação do projecto

Entrega de prémios a três escolas vencedoras

Educação Ambiental

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Enquadramento do projecto

A Conservação da Natureza e da Biodiversidade é uma das vertentes do Desenvolvimento Sustentável. A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, es-tabelece entre outros pontos, o desenvolvimento em todo o território Nacional de acções específicas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico; a promoção da educação e a formação em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade; assegurar a informação; sensibilização e participação do público, bem como mobilizar e incentivar a sociedade civil.

Em 2002, durante o evento das Organizações das Nações Unidas, em Joanesburgo, Por-tugal, entre outros países, assumiu o compromisso de reduzir a perda de biodiversidade até 2015. Essa é uma das Metas dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

A avaliação dos ecossistemas mundiais, permitiu a identificação das alterações climáticas como a maior causa de perda de Biodiversidade do nosso planeta mas os recursos da biodiversidade podem contribuir para a redução dos impactos sobre todos os sectores da vida humana.

Os sistemas dunares são sistemas extremamente dinâmicos e sensíveis, sofrendo altera-ções ao longo do tempo, de acordo com as pressões a que estão sujeitos. Formam barrei-ras físicas naturais muito resistentes à acção dos ventos e das ondas, principalmente du-rante as tempestades de Inverno. Do ponto de vista da conservação, os sistemas dunares costeiros, são considerados como habitats naturais com elevado valor conservacionista, especialmente, relativamente à vegetação. A sua natureza dinâmica, cria paisagens com uma topografia variável, favorecendo uma enorme variedade de habitats que apresentam uma riqueza florística e animal com características únicas. Além da vegetação natural são encontradas espécies exóticas invasoras que prejudicam gravemente a biodiversidade (Fig.1)

A gramínea Ammophila arenaria, (Fig.2) é uma espécie particularmente importante nos ecossistemas dunares. A sua vasta distribuição geográfica ao longo de toda a costa Eu-ropeia, sob condições climáticas tão distintas, reflecte uma grande amplitude ecológica. A sua incomparável capacidade de fixação de areia e formação de dunas prende-se com o facto de possuir um abundante sistema de raízes e rizomas que atinge considerável pro-fundidade e ainda pelo seu crescimento vertical ser estimulado pela deposição de areias, fazendo com que seja a única espécie presente em áreas abertas de dunas móveis. Am-mophila arenaria é ainda a espécie

mais utilizada por toda a Europa em trabalhos de recuperação de sistemas degradados e de formação de dunas.

O crescimento da população costeira, a construção e o uso recreativo destas áreas, são factores de perturbação constantes que aceleram os processos de degradação por cau-sas naturais, sendo com facilidade, as espécies vegetais afectadas, diminuindo a riqueza de espécies e a cobertura vegetal nos locais onde se verificam maiores impactos (Kutiel e tal, in Yalmaz, 2002).

Torna-se assim importante envolver instituições educativas, privadas e públicas para a promoção da educação ambiental e cívica.

20

IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Descrição do projecto

Na fase inicial do projecto, estabeleceram-se parcerias com algumas Câmaras Municipais, procurando-se assim, criar as bases que pudessem servir de suporte às escolas, aos professores e às comunidades.

As parcerias efectuadas permitiram definir, com os grupos de trabalho, uma série de es-tratégias de formação, de levantamento de recursos, execução de planos de acção, mo-nitorização, análise dos resultados, tendo em consideração as necessidades locais, de acordo com as características dos respectivos troços de cordão dunar. O projecto tem consistido num trabalho conjunto e articulado e contado com a realização de seminários, debates e actividades tais como a introdução de práticas concertadas e cientificamente suportadas, o combate às intervenções antrópicas que provocam a destruição dos ecos-sistemas dunares e, consequentemente, erosão costeira e ao aquecimento global que tem agravado o avanço do mar. São aplicadas metodologias activas e participativas centradas em situações concretas da prática pedagógica ou noutros contextos educativos com vista à resolução de questões relacionadas com a temática da conservação dos sistemas du-nares (Fig.3)

Público-alvo:

Pré-escolar

1.º Ciclo Ens. Básico

2 e 3.º Ciclos

Secundário

População envolvente

plantação de estorno colocação de um placar informativo arranque de chorão

Educação Ambiental

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Centro de Monitorização e Interpretação AmbientalUma abordagem na educação para a sustentabilidade

Maria Leonor Ferreira Rodrigues Cruz

Rua da Argaçosa | 4900-394 Viana do CasteloTel: 258 845 434 | Fax: 258 809 397 | [email protected]

www.cmia-viana-castelo.pt

ENQUADRAMENTO

O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) foi concebido no âmbito do Programa Polis, procurando intervir na melhoria da qualidade de vida da cidade, dando a conhecer as acções de requalificação urbanística e ambiental desenvolvidas no espaço urbano e desafiando os cidadãos para uma reflexão sobre várias temáticas do ambiente urbano.

Os seus Objectivos

O CMIA destina-se a todo o tipo de público, dos mais novos aos mais idosos, desde a população em geral às organizações não governamentais, passando pelas associações de carácter social, recreativo, desportivo ou ambiental, escolas, educadores, professores, grupos profissionais e empresários. É um espaço aberto a diferentes entidades, institui-ções e associações, com as quais estabelecemos parcerias.

Comunidade em geral

• Apoio na “descodificação” dos elementos naturais que rodeiam o Homem, pois enten-demos que a interpretação ambiental pressupõe dar lugar a uma nova leitura de tudo o que vemos no dia-a-dia;

• Reflexão sobre as componentes ambientais que nos rodeiam e nossa relação / de-pendência perante esses componentes;

• Promoção da formação e esclarecimento a toda a comunidade;

Comunidade escolar

• Apoio no desenvolvimento de projectos sobre diversas temáticas associadas ao am-biente, saúde e bem-estar. Apoiamos todos os projectos que venham encontro das nossas valências e missão;

• Apoio à solidificação de conhecimentos adquiridos em ambiente escolar – actividades práticas no CMIA e no Parque Urbano da Cidade que promovam o enraizamento de conhecimentos;

• Produção de materiais de apoio educativo para distribuição ou disponibilização tem-porária às entidades escolares;

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

O Parque Urbano da Cidade de Viana do Castelo e o Centro de Monitorização e Interpre-tação Ambiental pretendem promover a valorização do meio natural no espaço urbano através da dinamização de actividades culturais respeitando sempre o meio natural.

È ainda seu propósito gerir a informação resultante das monitorizações ambientais reali-zadas ou a implementar, transmitindo a toda a população que indicadores ambientais são analisados para aferir a qualidade do ambiente que nos rodeia.

Este é sem dúvida um espaço de promoção e implementação da Agenda 21 ao nível local, já em desenvolvimento.

VALÊNCIAS DO CMIA

Sala museu _ Espaço onde se insere o engenho de moagem. Está disponível ao público com uma exposição temática permanente.

Sala multiusos _ Local para dinamização de exposições temáticas temporárias, confe-rências, acções de formação, entre outras iniciativas.

Centro de Recursos _ Local que compreende uma biblioteca e uma sala multimédia que permitem a pesquisa de informação. Tem possibilidade de acesso à Internet.

Laboratório _ Espaço destinado à preparação de acções de experimentação temática de elementos e componentes ambientais de forma pedagógica.

Centro de Monitorização Ambiental _ Mais uma valência do CMIA que permitirá a todos os visitantes compreender como se efectua a monitorização ambiental e sua importância em toda a dinâmica dos ecossistemas e do desenvolvimento urbano.

EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE

Segundo documento da UNESCO, a educação para a sustentabilidade é matéria que deverá:

• Ser interdisciplinar e holística;

• Visar a aquisição de valores;

• Desenvolver o pensamento crítico e capacidade de encontrar solução para os proble-mas;

• Recorrer a multiplicidade de métodos;

• Estimular o processo participativo da tomada de decisão;

• Ser aplicável;

• Estar estreitamente relacionado com a vida local.

Educação Ambiental

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ACTIVIDADES DO CMIA

A programação no CMIA vai-se assim estruturando no sentido de abordar temas diversos em diferentes formatos e para um público tão heterogéneo quanto possível.

• Realização de exposições de carácter itinerante;

• Sessões temáticas;

• Projectos de sensibilização ambiental com entidades diversas;

• Palestras e workshop’s;

• Comemoração dias temáticos;

• Hortas pedagógicas;

• Promoção da expressão plástica e cénica;

• (…)

ALGUNS NÚMEROS DO CMIA

Desde Julho de 2007 até Abril de 2008 o CMIA já promoveu o desenvolvimento de acti-vidades e possibilidades distintas de formação e informação a mais de 10 000 pessoas. Destacamos alguns dos números mais significativos:

Palestras e Workshop’s > 1 200 pessoas

Exposições Temáticas > 5 300 pessoas

Datas Temática > 1 500 pessoas

Projectos > 80 entidades

Visitas Escolares > 1 700 alunos

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

A percentagem de crianças e adultos encontra-se muito próxima o que indica claramente a adesão de faixas etárias mais velhas a actividades promovidas pelo CMIA – sessões temáticas para 3ª idade, acções de formação e palestras, visitas de grupos à exposições temporárias, etc. – e que estimulam uma nova abordagem dos Centros de Educação Ambiental para com o público a par de uma eventual mudança de altitudes por parte do público em relação a espaços de formação e informação ambiental.

Educação Ambiental

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BIODIVERSIDADE – UM DESAFIO EDUCATIVO

Jorge Paiva

É fundamental educar “ambientalmente” as crianças e até os próprios filhos. Isto é, educar as crianças de modo a que elas se apercebam que a nossa espécie para viver precisa dos animais e das plantas que habitam o Globo Terrestre, que não poderemos sobreviver se continuarmos a poluir este Globo (Planeta Terra) da maneira como temos vindo a fazer e que a água é imprescindível à vida, isto é, se a Terra não tivesse água, não seria possível haver vida neste planeta.

Qualquer criança em idade escolar (mesmo da pré-primária) entende que precisa de comer para viver e crescer e que a comida é constituída por material biológico (vegetal e animal).

Primeiro, explica-se-lhes que qualquer veículo automóvel necessita de combustível (geralmente gasolina ou gasóleo) que colocamos no respectivo depósito. No entanto, o veículo só se move depois de se “dar ao motor de arranque”, produzindo uma faísca, que vai “queimar o combustível libertando-se calor (energia), que põe a trabalhar o motor que, por sua vez, faz “andar” (deslocar) o veículo. Depois, é só explicar que qualquer motor para trabalhar, precisa de um combustível que, através de reacções químicas (combustão) liberta calor (energia) suficiente para que o motor “trabalhe”. O material combustível que não é consumido, por não ter utilidade na produção de energia (calor), é expelido pelos tubos de escape, sendo até poluente.

Seguidamente, chama-se-lhes à atenção para o nosso corpo que tem vários “moto-res”. Todas as crianças sabem que o coração é um “motor” que está sempre a “bater” (trabalhar) e que não pode parar. Quando pára, morre-se. Se o coração é um motor, tem de haver um combustível para que este motor trabalhe. Esse combustível é a comida que metemos no “depósito” do nosso corpo (estômago). Depois é só mostrar-lhes que a comi-da não é de plástico, nem são pedras, mas sim produtos vegetais e animais. Essa comida que ingerimos é transformada no nosso organismo em energia (calor) que vai fazer com que os vários motores do nosso corpo, entre os quais o coração e os pulmões, trabalhem e nos mantenham vivos. Da mesma maneira que acontece com os veículos automóveis, da comida que ingerimos, o que não é transformado em energia é expelido do nosso corpo sob a forma de fezes e urina.

Assim, qualquer criança entende que os outros seres vivos ( Biodiversidade) são a nos-sa “gasolina” (combustível) e que se não os protegermos e eles desaparecerem do Globo Terrestre, também nós vamos desaparecer, por ficarmos sem combustível.

Seguidamente, é preciso mostrar-lhes que as plantas não precisam de comer, porque são os únicos seres vivos que são capazes de “acumular” no seu corpo o calor (energia) do Sol (a fonte de energia que aquece o Planeta Terra) com a ajuda de substâncias (CO2 e H2O) existentes na atmosfera (fotossíntese). Como os animais não são capazes de fazer isso, têm que comer plantas (animais herbívoros) para terem produtos energéticos (tecidos orgânicos vegetais, produzidos com a ajuda da energia solar) ou, então, (animais carnívoros) comem animais que já tenham comido plantas. Nós, espécie humana, tanto comemos plantas como animais, por isso, dizemos que somos omnívoros.

26

IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Finalmente, é necessário mostrar-lhes que os outros seres vivos não são apenas as nossas fontes alimentares, fornecem-nos muito mais do que isso, como, por exemplo, substâncias salutares (mais de 70% dos medicamentos são extraídos de plantas e cerca de 90% são de origem biológica), vestuário (praticamente tudo que vestimos é de origem animal ou vegetal), energia (lenha, petróleo, cera, resinas, etc.), materiais de construção (madeiras), etc. Até grande parte da energia eléctrica que consumimos não seria possível sem a contribuição dos outros seres vivos pois, embora a energia eléctrica possa estar a ser produzida pela água de uma albufeira, esta tem de passar pelas turbinas da barragem e as turbinas precisam de óleos lubrificantes. Estes óleos são extraídos do crude, que é de origem biológica. Enfim, sem o Património Biológico não comíamos, não nos vestíamos, não tínhamos medicamentos, luz eléctrica, energia, etc.

Portanto, sem os outros seres vivos não sobreviveremos no Globo Terrestre.

Por outro lado, é fundamental demonstrar, com exemplos simples, que sem água não há vida e que o corpo dos seres vivos é maioritariamente constituído por água.

O primeiro caso é de fácil demonstração. Mostra-se-lhes que se deitarmos sementes em dois vasos com terra, mas só regarmos um deles, apenas nascerão plantas no que foi regado. Outro exemplo é mostrar-lhes que nos desertos puros, onde não há água, nem chove, não há vida e que nos oceanos, lagos, pântanos e rios pululam seres vivos.

O segundo caso também é de fácil demonstração. Basta dizer-lhes que a espécie humana é capaz de sobreviver sem comer 2-3 meses, desde que se movimente o míni-mo possível para não consumir o combustível (gorduras, açucares e proteínas) que tem acumulado no corpo. Uma pessoa em greve de fome emagrece. Mas não há ninguém que faça greve de sede, pois não aguentava mais do que 2-3 dias vivo.

É por isso que, em todo o Globo Terrestre, é fundamental preservar as Zonas Húmidas, não só por conterem uma grande diversidade e quantidade de seres vivos, como também por serem reservas de água, muito importante para nós e para os seres vivos de que de-pendemos.

Como as crianças muito bem sabem, a nossa espécie só pode utilizar água potável. A água, desde que esteja poluída, pode matar ou provocar doenças que, posteriormente, muitas vezes levam à morte.

Portanto, sem água não há vida (Biodiversidade), mas sem água potável não é possível vida humana.

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S A I D A S D E C A M P O

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Visita ao Litoral Norte de Viana do Castelo

Maria Elizabeth Matos

Câmara Municipal de Viana do Castelo

O litoral português devia formar uma província à parte, esguia, fresca e alegre, só de areia e espuma. Eu, pelo menos, assim o vi sempre, comprida e lavada franja de renda da va-riegada colcha lusitana.

[...]

Miguel Torga (1907-1995)Portugal6ª ed. Coimbra, 1993

A faixa do litoral no concelho de Viana do Castelo tem aproximadamente 24 km de com-primento e constitui um espaço com uma qualidade excepcional do ponto de vista do pa-trimónio natural, paisagístico e cultural. Tem uma especificidade própria e uma variedade de habitats/biótopos, indutores de uma grande diversidade biológica, de elevado interesse ambiental e de conservação da natureza, a nível nacional e europeu. A comprova-lo, é a sua classificação como sítio de interesse comunitário (SIC) e integração na rede ecológica europeia, a Rede Natura 2000 (*).

Nota:

(*) Decisão da Comissão de 7 de Dezembro de 2004 que adopta a Lista dos Sítios de Interesse Comunitário, nos termos da Directiva 92/43/CEE do Conselho e da Resolução do Conselho de Ministros n.º76/00, de 5 de Julho.

Algumas notas da visita

A visita ao Litoral Norte de Viana do Castelo (ver mapa, a seguir) iniciou-se no Centro de Monitorização Interpretação Ambiental, CMIA, com a visita à exposição “Rede Natura – Espaços Naturais”.

Esta exposição tinha como objectivos: contribuir para um melhor conhecimento das áreas classificadas (sítios) da rede Natura 2000 no concelho de Viana do Castelo, promover a conservação dos habitats/biótopos existentes e contribuir para a sua gestão sustentável.

Viana do Castelo contribui para a Rede Natura com três sítios de elevado valor ambiental, paisagístico e de biodiversidade: o Litoral Norte (espaços litorais), o Rio Lima e o Âncora (espaços estuarinos e ribeirinhos) e a Serra d’Arga (espaços montanhosos).

Saída de Campo

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A conservação dos habitats/biótopos naturais, da fauna e da flora selvagens são funda-mentais para a preservação do sítio Litoral Norte, como único espaço de equilíbrio no contacto entre o mar e a terra e de garantia de uma melhor qualidade de vida das gera-ções actuais e futuras.

O Sítio do Litoral Norte integra as faixas costeiras de três concelhos: Caminha, Viana do Castelo e Esposende. Em Viana do castelo apresenta uma forma alongada, a norte do rio Lima e mais alargada, a sul da foz deste rio. Estes espaços resultam de uma forte di-nâmica geológica, onde se cruzam fenómenos, quer de erosão, quer de acumulação de sedimentos.

No segmento localizado a norte do rio Lima e área imediatamente adjacente (percurso da visita), podemos observar a existência de um relevo pouco acentuado (plataforma) que se estende, do mar até ao monte adjacente (Santa Luzia) apresentando diversos terraços e degraus sedimentares resultantes das várias regressões e transgressões do nível das águas do mar, em constante variação ao longo do tempo geológico. Esta paisagem é interrompida, apenas, pela colina de Montedor.

Aqui encontramos três áreas: a natural (mar, praia, duna e falésia), a agrícola (as veigas da Areosa, Carreço e Afife) e a urbana. As duas primeiras funcionam também como áreas de alimentação e de refúgio de algumas espé-cies animais como a garça-real (Aredea cine-ra), o búteo (Butteo butteo) e o falcão peregi-no (Falco peregrinus).

Para além dos valores naturais existentes ao longo deste segmento do litoral, encontramos também valores culturais, de destaque, o Fa-rol de Montedor construído em 1910, fortes militares, moinhos de vento com velas trape-zoidais (de tábuas de madeira ou de pano), algumas gravuras rupestres, entre outros.

A visita ao farol permitiu observar toda a faixa costeira a norte do rio Lima e algumas tipo-logias de sistemas naturais presentes: áreas marinhas (arenosas e rochosas), dunas cos-teiras, praias (arenosas e rochosas), falésia atlântica, charnecas, matos, zonas húmidas, zonas florestadas e terras aráveis.

A beleza e a diversidade cénica são aqui uma constante. Na envolvente ao farol observa-mos uma falésia atlântica de praias rochosas e recifes expostos (rochedos sempre a des-coberto), com agrupamentos de vegetação rasteira e de pequeno porte com uma grande variedade de cores, seguida de manchas flo-

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

restais na área interior. Imediatamente a norte, um pequeno areal marcado pela presença do Forte de Paçô (construído em 1640 - 1668). Mais a norte, pequenas praias salpicadas por pequenos afloramentos rochosos, formando pequenas bacias costeiras abrigadas do vento, alternadas com praias de extenso areal, apoiadas por uma mancha dunar com cor-dões contínuos e desenvolvidos (Praias de Ínsua, Afife e Arda). A sul do farol, a paisagem é diferente e marcada, do lado do mar, pela presença de extensos bancos de rochedos e do lado da terra, pela tranquilidade de praias de areia, protegidas por um sistema dunar, Praias de Carreço e do Lumiar.

As veigas no espaço intermédio entre as áreas anteriores e as urbanas, acompanham permanentemente esta paisagem.

A comunidade florística observada desenvolve-se ao longo das diferentes formações existentes: sistema dunar, substrato rochoso e solos estreitos.

A flora existente, integra uma gama considerável de tipos de vegetação constituída por plantas psamófitas-halófitas dispostas ao longo do sistema dunar, consoante a função que desempenham na edificação, consolidação ou estabilização da duna, de matos em contacto com as dunas ou tojais sobre areia, maioritariamente dominados por urze e sal-gueiro nas zonas mais húmidas e matos húmidos nos terrenos incultos e mal drenados (veiga da Areosa, charneca húmida).

Nas zonas rochosas e directamente influenciadas pelo mar encontramos agrupamentos de vegetação de fendas, com espécies raras em Portugal (Armeria pubigera). No interior destas, surgem urzais-tojais costeiros e pinhal com povoamentos mistos de pinheiro bravo nas zonas de menor efeito da salsugem e de solos mais estruturados.

Ao percorrer o extenso passadiço na praia de Carreço, apreciamos uma verdadeira es-trutura dunar, salpicada de manchas de feno das areias (Elymus farctus) e de estorno (Ammophila arenaria), entre outras, elementos estabilizadores das mesmas.

Ao longo do litoral ocorrem várias espécies de fauna, algumas das quais se encontram com estatuto de vulneráveis.

De destacar, a salamandra-lusitânica que tem como habitat as zonas húmidas (Afife), este é um indicador por excelência da boa qualidade biológica da água.

Existe também uma grande variedade de macroalgas marinhas e de esponjas. O seu in-teresse não se esgota no seu valor ecológico e científico. Têm actualmente, uma grande variedade de aplicações na indústria alimentar, química e farmacêutica.

A praia de Carreço é uma praia semi-urbana, com a classificação de Bandeira Azul desde 1988.

Na continuação do percurso visitamos a praia de Canto Marinho (praia natural), galar-doada como praia dourada, pelos valores ambientais que apresenta e pelo seu carácter naturalizado. Esta caracteriza-se por uma diversidade de habitats em meios marinhos e conexos, que explicam por si só, a riqueza florística e faunística deste troço de costa.

Na proximidade (praia do Lumiar) encontramos um conjunto de “casas do mar tradi-cionais”, construídas sobre a duna, são abrigo de embarcações e de utensílios para a apanha do sargaço da propriedade dos lavradores-sargaceiros. A apanha do sargaço

Saída de Campo

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era uma prática generalizada de obtenção de um fertilizante orgânico para os campos agrícolas.

Esta praia, está dotada com um extenso passadiço sobrelevado paralelo ao mar que permite um fácil acesso e proporciona a possibilidade de se fazer uma agradável cami-nhada.

Após o sistema dunar, do lado do mar, esta praia assume características e aspectos bem diferentes dos observados anteriormente, dominando a paisagem a forte presença da rocha e da pedra, primeiro sob a forma de bancos de rochedos emersos e mais a sul, na forma de estreitas praias em que o substrato é constituído apenas por godo ou por godo e areia.

A costa é rochosa e por tal possui grande quantidade de cavidades e fendas atraindo espécies variadas onde aí encontram refúgio e alimento, transformando este local em numerosos nichos ecológicos.

O percurso terminou com a visita à praia Norte, praia urbana com grandes zonas pedo-nais convidativas a uma paragem para observar o mar, a praia, os barcos que chegam ou partem do estuário do rio Lima.

Esta praia é considerada como uma zona muito sensível, face à singularidade deste local, apresenta um padrão típico de uma praia abrigada com algas castanhas, (Fucus vesicu-losus, Fucus spiralis, Pelvetia canaliculata e Ascophyllum nodosum).

A sua riqueza ecológica é reforçada ainda por pequenos agregados de líquenes casta-nhos (Lichina pygmaea). Estes, conjuntamente com os restantes organismos, contribuem para o desenvolvimento de um biótopo interessante, a que se associam alguns visitantes oportunistas, como insectos, aracnídeos, pequenos mamíferos e aves, constituindo em muitos casos, particularmente, os dois últimos, o cume da pirâmide trófica, na estrutura do ecossistema litoral.

A geodiversidade, expressa pela variedade de formas, estruturas e materiais, pode ser observada, por exemplo, pela variedade de cores. O cinzento é característico dos grani-tóides e o negro traduz a variedade de quartzitos e xistos. Estas rochas têm a sua origem em ambientes com centenas de milhões de anos.

Considerações finais

A faixa litoral de Viana do Castelo apresenta características ambientais e patrimo-niais de destaque: beleza cénica e valores biológicos, geológicos e arqueológicos e um espaço bem conservado.

Este percurso permitiu uma observação global do segmento localizado a norte do rio Lima e, in situ, de três praias com características diferentes: Carreço (praia semi-urbana), Canto Marinho (praia natural) e Norte (praia urbana).

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Referências bibliográficas

COSTA, José Maria – Praias de Viana do Castelo: espaços naturais. Viana do Cas-telo: Câmara Municipal, 2005. ISBN 972-588-170-2.

LEAL, António J. Cunha – Moinhos de vento de Montedor. “Roteiro arque-ológico de Viana do Castelo”. Viana do Castelo: Câmara Municipal, 1992.

TORGA, Miguel – O litoral. In “Portugal”. Coimbra: [s.n.], 1993.

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C A R T A Z E S

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Aves da Baixa do rio Seia

Conde, J. & Ferreira, R.

CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela, Rua Visconde de Molelos, 6270-423 Seia

O presente estudo pretende ser um contributo para o conhecimento da avifauna da baixa do rio Seia, tendo como objectivos principais a inventariação das aves que ocorrem nesta área, bem como sensibilizar a população para a necessidade da sua protecção.

A recolha de dados baseou-se num trabalho de prospecção sistemática, que decorreu entre Julho de 2006 e Dezembro de 2007. Ao longo de um trajecto, num caminho rural, com uma extensão de aproximadamente oito quilómetros, foram efectuadas paragens em pontos representativos dos diferentes tipos de biótopos existentes, em áreas com melhor visibilidade. As espécies identificadas por observação directa e/ou contacto auditivo foram classificadas quanto ao seu padrão temporal de ocorrência na região e quanto ao estatuto de nidificação.

No total foram identificadas 101 espécies de aves de 30 famílias distintas, número que corresponde a cerca de 30% das aves de ocorrência regular em Portugal Continental. A maioria das espécies é residente (48%), sendo as restantes estivais (19%), invernantes (16%) ou migradoras de passagem (11%). Relativamente às espécies que ocorrem na área durante o período de reprodução foram registadas 68 espécies de aves nidificantes, 22 confirmadas, 11 prováveis e 35 possíveis, seis das quais não estão descritas como aves nidificantes na região no Atlas das Aves que Nidificam em Portugal Continental (Ru-fino, 1989). No período de Inverno, a ocorrência de espécies características de altitudes elevadas da serra da Estrela, algumas em números significativos, indicam a possível utili-zação desta zona como área de invernada. Há ainda a salientar a ocorrência de espécies que apresentam o estatuto de conservação Ameaçado, em Portugal.

Embora a baixa do rio Seia represente apenas um por cento da superfície da PNSE, neste local, é possível observar ao longo do ano 70% da avifauna do PNSE, sendo possível inferir uma correspondente biodiversidade a outros níveis taxonómicos nomeadamente insectos, anfíbios, répteis e mamíferos.

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Cartazes

Bibliografia

Rufino, R. (coord). Atlas das aves que nidificam em Portugal Continental. CEMPA. Serviço Nacional de Parques, Reservas e Conservação da Natureza. Lisboa. 216 pp.

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Ensino experimental no bosque de Casal do Rei: regeneração da vegetação após fogo

Conde, J.(1); Silva, A.(1); Fonseca, A. (1) ; Martins, F. (1) & Madeira, H. (2)

(1) CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela, Rua Visconde de Molelos, 6270-423 Seia;(2) Escola EB 2,3º Ciclos Dr. Reis Leitão, Av. Padre António Prata, 6270-170 Loriga

O bosque de Casal do Rei constitui uma mancha residual da vegetação potencial natural da região Centro do país, e inclui cerca de um quarto do número total de espécies iden-tificadas na serra da Estrela, em apenas 0,02% da área protegida. Na área dominavam as comunidades de azereiro (Prunus lusitanica), de azinheira (Quercus rotundifolia) e de medronheiro (Arbutus unedo), envolvidas por extensas plantações de pinhal e por alguns maciços de eucaliptos localizados.

Após o violento incêndio de 2005, foi desenvolvido um projecto de ensino experimental, com o objectivo de monitorizar a regeneração natural da vegetação do bosque e contribuir para a implementação de medidas adequadas de gestão da recuperação e conservação da vegetação natural do bosque.

O levantamento de campo decorreu entre Junho de 2006 e Outubro de 2007. Para o estu-do da vegetação foi utilizado o método das parcelas de estudo, tendo sido determinada a densidade, densidade relativa, frequência e frequência relativa das espécies dominantes. Foi efectuada a caracterização do solo em pontos distribuídos por locais representativos das diferentes comunidades vegetais.

Após o incêndio verificou-se que o núcleo central do bosque, que se apresentava menos ameaçado por espécies exóticas, como o pinheiro e o eucalipto, está a ser ocupado pro-gressivamente por estas espécies, colocando, em sério risco, a preservação desta área florestal natural. O azereiro apresenta densidade e frequência relativas muito baixas o que parece indiciar uma menor resiliência desta espécie, em relação ao fogo. Assim, e tendo em conta a importância desta comunidade, a nível de conservação, deverão ser desenvol-vidas medidas específicas com vista à sua conservação, nomeadamente, a eliminação da vegetação invasora (pinheiros e eucaliptos) no bosque e orlas envolventes.

A preservação do bosque de Casal do Rei permitirá assegurar um “banco” biogenético natural que poderá servir de base para uma futura intervenção de restauração do coberto vegetal natural da região Centro e da serra da Estrela, em particular.

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Cartazes

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Material Didáctico sobre a Importância daConservação da Mata Ripícola

Pedro Henrique Sabino de Pereira Leitão

Faculdade de Ciências - Universidade de Lisboa

A mata ripícula exerce diversas funções importantes para a manutenção natural do meio. Funciona como filtro, retendo defensivos agricolas, poluentes e sedimentos, actua também na estabilização de ribanceiras evitando o assoreamento dos rios, no qual, provo-ca alteração na profundidade e vazão dos rios que são causas da redução da biodiversi-dade e sua abundância. O alto grau de destruição desse ambiente é um motivo de grande preocupação tanto para o rio quanto para a população humana.

Reverter esse quadro configura um grande desafio. De acordo com esse contexto, temos a necessidade não apenas de acções preservacionistas, mas também a mudança de mentalidade em relação a qualidade de vida, associada à busca do estabelecimento de uma relação saudável e equilibrada entre os homens e com o ambiente que partilhamos.

A educação ambiental tem como princípio sensibilizar os cidadãos para a compreen-são da problemática ambiental e a importância da aquisição de novos comportamentos e atitudes.

Sobre esse contexto realizamos um material didático que tem como objetivos ensinar as caracteristicas e estrutura, demonstrar a importância ecológica, mostrar a situação atu-al e conscientizar sobre a importancia da conservação desse meio, com enfoque nos rios da cidade de Botucatu, estado de São Paulo-Brasil.

O resultado foi a elaboração de uma aula contendo uma parte expositiva em forma de apresentação de slides com um manual explicativo contendo todo o conteúdo necessário para a melhor utilização dos educadores, além de sugestões para a realização de aulas práticas de campo e de laboratório. A aula foi estruturada como apresentação em Power Point, devido ao dinamismo que proporciona, com muitas ilustrações e pouco conteúdo por slides. Sugerimos como aula prática a utilização de uma maquete de uma mata ripíco-la onde é feita com materiais simples e baratos. Inicialmente a maquete deve apresentar uma nascente, um rio e as árvores representando a mata ripícola. Depois deixar que os alunos adicionem, à maquete, as alterações feitas pelo homem como poluição, agricultura, industrias e etc. Após discutir todos os conceitos com os alunos, deixa-los pensar sobre como deveria ser a mata associada com o homem e, com base nessa reflexão, pedir para reconstruírem a maquete de forma a organizar uma cidade ideal.

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Cartazes

Actividades de Educação Ambiental noParque Natural do Litoral Norte

Artur Viana

Parque Natural do Litoral Norte

A Educação Ambiental é nos tempos actuais uma importante ferramenta para impulsio-nar o desenvolvimento sustentável. Cabe aos professores e em particular ás instituições ambientais dinamizar actividades que visem a aquisição de competências no âmbito da preservação do ambiente.

A Estratégia de Educação do PNLN tem por objectivos fundamentais: (a) Aplicar co-nhecimentos sobre os recursos naturais existentes na região em projectos de Educação Ambiental; (b) Cruzar os conteúdos programáticos das diversas disciplinas atendendo ao carácter transversal da Educação Ambiental e (c) Relacionar a problemática da conser-vação da natureza com o desenvolvimento sustentável na região. Para a prossecução destes objectivos o PNLN propõe um conjunto de actividades vocacionadas para a comu-nidade escolar e não escolar por forma a dar resposta ás várias solicitações, em particular das escolas. Assumindo um papel preponderante na promoção e divulgação dos valores naturais o PNLN tem dinamizado um vasto conjunto de actividades, tendo por fundo o litoral. O cenário das actividades está dependente dos objectivos e disponibilidades dos intervenientes, podendo estas se realizar nas escolas, sede do PNLN ou através de um trilho interpretativo.

O conteúdo deste poster incide nas actividades de Educação Ambiental desenvolvidas ao longo do ano de 2007. O objectivo é dar a conhecer as várias actividades desenvolvi-das no PNLN, tais como: percursos pedestres percurso fluvial, visita ao PNLN, observação de aves, estudo dos recifes marinhos, campanhas de limpeza, etc. As actividades são sempre acompanhadas por um técnico do Parque permitindo uma interpretação correcta da paisagem, adequando a descrição à faixa etárias ou aos objectivos do grupo.

A grande quantidade de participantes nas diversas actividades, a sua distribuição ao longo do ano e as respectivas faixas etárias são pontos de reflexão. São apresentadas imagens das actividades e representações gráficas que permitem uma visualização rápida das actividades, participantes e faixa etária.

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

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Actividades

Actividades de Ed. Ambiental - 2007

Participantes em Act. de Ed. Ambiental - 2007

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Meses

Part

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N.º Participantes

2 por. méd. móv. (N.º Participantes)

Distribuição Etária dos Participantes - 2007

24,7%

45,0%

4,7% 9,4%

5,1%

10,6% 0,5%

Pré-escolar

1º Ciclo

2º Ciclo

3º Ciclo

Secundário

Universitário

Adultos

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Cartazes

VISITA À PAISAGEM PROTEGIDA DA ALBUFEIRA DO AZIBO

Elza Mesquita [1]; Maria José Rodrigues [2]; Paulo Castro [3]; Paulo Mafra [2,4]

Alunos do 2º Ano do Curso de Educação Ambiental da ESEB [5]

[1] Departamento de Supervisão da Prática Pedagógica de Educadores de Infância e professores do 1º Ciclo do Ensino Básico da Escola Superior de Educação de Bragança [2] Departamento de Ciências da Natureza da Escola Superior de Educação de Bragança, [3] Departamento de Ciências Sociais da Escola Superior de Educação de Bragança, [4] LIBEC/CIFPEC, Universidade do Minho, Braga [5] Escola Superior de Educação de Bragança – Instituto Politécnico de Bragança

[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]

Resumo

Com o presente estudo pretendemos dar a conhecer práticas desenvolvidas por docentes e alunos da Escola Superior de Educação de Bragança (ESEB), no âmbito da Educação Ambiental (EA). A actividade descrita é o resultado de um trabalho desenvolvido pelos alunos do 2.º ano do Curso de Educação Ambiental da ESEB na unidade curricular de Turismo e Ambiente que decorreu em três etapas: Na primeira etapa osalunos planificaram a actividade no que respeitou à definição de objectivos, público-alvo e metodologia; numa segunda etapa, procedeu-se à operacionalização da actividade que consistiu numa visita de estudo, com crianças de 4º ano do 1º Ciclo do Ensino Básico, à Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, no concelho de Macedo de Cavaleiros.

Na terceira etapa efectuou-se a avaliação da actividade com base num questionário dirigido às crianças que participaram em todas as dinâmicas desenvolvidas no decorrer da mesma. Os resultados apresentados, ainda que preliminares, permitem destacar a importância que este tipo de acções tem para o desenvolvimento de uma consciência ambiental face aos problemas que, a cada passo, emergem no nosso planeta. Por tal, é pertinente que se desenvolva um trabalho educativo com as crianças desde os primeiros anos de escolaridade, devendo constituir-se também como práticas a realçar dos futuros educadores ambientais.

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1. Introdução

As crianças e os jovens, enquanto cidadãos, devem assimilar conceitos que os levem a tomar decisões relativas ao ambiente e a estarem conscientes de que as atitudes que to-mam podem ter consequências ambientais benéficas ou não. De acordo com o Ministério da Educação (1990) “devem promover-se atitudes relacionadas com a conservação e me-lhoria do ambiente, o uso racional dos recursos naturais assim como de uma participação esclarecida e activa na resolução de problemas ambientais” (p. 91). Neste sentido, a mu-dança no ensino ou o sentido da inovação das práticas didáctico-pedagógicas depende do espírito inovador imprimido na escola e nessas mesmas práticas, devendo os professores estar sensibilizados e convictos de que os problemas ambientais não dizem só respeito aos outros. O desenvolvimento de projectos no âmbito da Educação Ambiental que pro-movam parcerias entre os profissionais e as instituições, ponderando as estratégias/activi-dades que podem ser facultadas às crianças, possibilitará alargar uma consciência crítica e empreendedora face ao ambiente, não esquecendo que as crianças serão o futuro da humanidade, também elas com responsabilidades educativas.

As experiências educativas que envolvam projectos de temática ambiental, e que recorram ao trabalho dentro e fora da sala de aula, utilizando o ambiente como recurso e integrando saberes e métodos de pesquisa de diferentes áreas disciplinares, podem contribuir para a formação integral das crianças e para a construção de uma cidadania participativa e cons-ciente. Os mesmos projectos permitem ainda a promoção de perfis de aprendizagem que se constituem em práticas didáctico-pedagógicas diferenciadas, podendo desenvolver-se actividades que contemplem ambientes de aprendizagem com espaços e opções flexí-veis.

Temos, portanto, de “promover uma educação que responda precisamente a [uma] reali-dade global e complexa, e que dê uma resposta adequada a seus problemas, entre eles o da crise ambiental” (Díaz, 2002, p.35).

2. Desenvolvimento2.1. Descrição da actividade

A acção didáctico-pedagógica que se apresenta e analisa sucintamente é o resultado da concretização efectiva de uma visita de estudo à Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo (P.P.A.A.), no concelho de Macedo de Cavaleiros. Optou-se por este espaço natural pelo facto de este pertencer à rede nacional de espaços naturais protegidos tutelados pelo Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade, constituindo-se como num con-texto óptimo para o desenvolvimento e implementação de actividades ligadas à educação ambiental.

A actividade foi desenvolvida pelos alunos do 2º ano do Curso de Educação Ambiental da Escola Superior de Educação de Bragança ao longo do 1º Semestre do ano lectivo de 2007/2008, na unidade curricular de Turismo e Ambiente, em parceria com docentes de diferentes áreas curriculares.

O objectivo principal tinha em vista a aquisição de conhecimentos e competências que possibilitassem aos formandos colocar em prática actividades e projectos educativos que desempenhassem uma função prática para o seu desenvolvimento profissional, privile-

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giando o contacto directo com a comunidade. Por outro lado pretendeu-se, também, pro-porcionar actividades de EA a crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB), pois a edu-cação ambiental “não visa a aquisição de conteúdos e conhecimentos sobre o ambiente, mas principalmente a alteração de comportamentos e atitudes, voltada para uma efectiva resolução dos problemas ambientais” (Fernandes, Gonçalves, Pereira & Azeiteiro, 2007, p.28). Neste sentido, as actividades foram pensadas tendo em conta que a escola se deve constituir como um lugar privilegiado para o desenvolvimento de competências, dentro e fora dos muros que a circundam, fomentando atitudes e comportamentos pró-ambientais.

Na fase de planificação efectuou-se uma visita à P.P.A.A. com o objectivo de reconhecer e seleccionar a área onde se iriam implementar as actividades pensadas à priori. Neste processo teve-se a colaboração de uma professora responsável pela Ecoteca de Macedo de Cavaleiros, cuja participação consistiu na identificação e selecção dos aspectos mais representativos do espaço natural protegido.

Para a implementação da actividade convidaram-se os alunos de 4º ano do 1º Ciclo do En-sino Básico da Escola E.B.1 Artur Mirandela, do Agrupamento de Escolas Augusto Moreno de Bragança. Assim, participaram na actividade 10 crianças e a professora responsável pelo grupo/turma.

As actividades planificadas, das quais se deu conhecimento às crianças através de desdo-bráveis, realizaram-se no dia 8 de Fevereiro de 2008. Ao longo do dia as crianças puderam contactar com diversos espaços e experimentar sensações através da visualização e ma-nipulação de materiais. No Núcleo Central de Salselas assistiram a uma palestra sobre a fauna e a flora do P.P.A.A., tendo-se seguido uma visita guiada ao museu de arqueologia (figuras n.º 1, 2 e 3).

palestra e visita ao Museu Arqueológico

percurso pedestre e Peddy-Papper

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Depois do almoço, que decorreu ao ar livre, seguiu-se para a aldeia de Santa Combinha onde se formaram três grupos de crianças para realizar o percurso pedestre Ricardo Magalhães. Após a definição das regras a ter em consideração no contacto com a natureza iniciou-se o percurso ao longo do qual foram realizadasvárias actividades, nomeadamente, um peddy-papper, observação da fauna, da flora, das rochas e outros jogos didáctico-pedagógicos (figuras n.º 4, 5 e 6).

No término das actividades foi entregue a cada criança uma lembrança e finalizou-se o dia com um lanche.

2.2. Objectivos

Com a realização desta actividade pretendeu-se desenvolver os seguintes objectivos:

− Despertar o interesse pela participação em actividades relacionadas com os espaços naturais protegidos;− Promover atitudes e comportamentos de acordo com valores ambientais;− Incentivar o gosto pela natureza;− Contactar directamente com aspectos naturais e humanos do meio;− Observar a fauna e flora da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo;− Realizar actividades práticas e trabalho de campo;− Participar em discussões sobre questões ambientais;

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2.4. Etapas da actividade

A actividade consistiu em 3 etapas que se encontram descritas no Quadro 1.

Quadro 1 – Etapas da actividade

3. Resultados e DiscussãoNo sentido de percebermos a influência que a visita de estudo à P.P.A.A. exerceu nas representações das crianças foi-lhes pedido que preenchessem um questionário, no dia seguinte à visita de estudo. Procedemos à sua análise realçando, sobretudo, a actividade que mais gostaram de realizar, entre as opções percurso pedestre, visita ao museu e palestra. Relativamente a esta questão quatrodas crianças assinalaram a opção percurso pedestre, três responderam visita ao museu e as restantes três assinalaram todas as opções possíveis.

Numa análise mais detalhada ao teor das respostas que justificam a opção anterior verificámos que o mais importante para estas crianças se constituiu em aprendizagens diferenciadas e diversificadas, que justificamos com alguns discursos:

Eu gostei do percurso pedestre porque foi interessante, divertido e fiquei a aprender coisas e também porque foi uma nova coisa que eu nunca tinha feito ao longo destes anos.

Eu gostei do museu porque tinha muitas coisas antigas que não se vêem todos os dias.

Gostei mais da palestra porque aprendi mais coisas sobre a natureza, da visita ao museu porque vi coisas antigas, e do percurso pedestre porque fizemos jogos e ouvimos os sons da natureza.

Etapa Descrição

1ª Etapa Planificação

Planificação da actividade em sala de aula com a participação activa dos alunos de EA e docente responsável pela unidade curricular. Esta etapa consistiu na definição de objectivos; selecção do público-alvo e definição das acções a desenvolver no decorrer da actividade. Procedeu-se, ainda, ao contacto com diversas entidades e organismos para a obtenção dosrecursos materiais e humanos necessários para a concretização da actividade.

2ª Etapa Implementação

Realização da visita à P.P.A.A.. No decorrer da visita foram realizadas várias actividades nomeadamente: visita guiada ao Núcleo Central de Salselas; almoço convívio; percurso pedestre Ricardo Magalhães; observação da fauna e da flora.

3ª Etapa Avaliação

Avaliação do impacto da actividade nas crianças de 1º CEB. Esta fez-se através de um inquérito por questionário aplicado às crianças no final da actividade e da elaboração de cartazes em grande grupo realizados alguns dias após a actividade.

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Apresentam-se também alguns registos que comprovam se gostaram ou não do local (P.P.A.A.) que visitaram. Pelos diferentes registos escritos verificámos que todas as crianças foram unânimes na resposta, sendo esta afirmativa. Anotam-se alguns dos registos:

Sim, porque não é a mesma coisa que a nossa sala, é diferente e é muito bonito.

Sim, porque a natureza não estava poluída e estava muito bem organizado.

Porque foi um sítio que nunca tinha visto de perto e porque fiquei a saber coisas novas sobre a natureza.

No questionário as crianças também foram convidadas a classificarem de uma forma qualitativa, numa escala de não satisfaz a excelente, o desenvolvimento das actividades, tendo-se obtido oito respostas de Excelente e duas de Muito Bom.

Neste sentido, foi ainda proposto que realizassem um texto onde tinham de escrever uma carta a um amigo ou amiga relatando a aventura que viveram no espaço P.P.A.A. o que contribuiu para firmar e salientar os aspectos mais positivos do desenvolvimento da actividade. Complementaram os registos de expressão escrita ilustrando a actividade que mais gostaram de realizar.

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Com o objectivo de se perceber a sustentação e a construção de competências no âmbito da E.A. após duas semanas da realização das actividades as crianças construíram, em grupo, cartazes onde especificaram, com a utilização de registos icónicos e textuais, os aspectos que consideraram mais relevantes. Esta tarefa serviu para percebermos se a construção de competências no âmbito da E.A. foi conseguida. Nas figuras 7 e 8 apresentam-se dois exemplos de cartazes que as crianças elaboraram.

cartazes elaborados pelas crianças

Neste enquadramento, podemos concluir que a escola deve perceber que em seu torno existem um conjunto de equipas capazes de contribuir para a promoção do sucesso educativo, com objectivos próprios mas, também, comuns. Aliar a escola a uma comunidade com interesses ambientais permite que as crianças construam um contexto educativo de qualidade, onde as aprendizagens, de carácter integrado e integrador, devem acentuar que os problemas ambientais extrapolam a escola.

Complementaram os registos escritos através de suportes icónicos, ilustrando a actividade que mais gostaram de realizar. Da globalidade desses registos apresentamos, a título de exemplo, um texto escrito e três desenhos que se podem observar nas figuras 9, 10, 11 e 12, respectivamente.

registos escrito e icónicos das crianças

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4. Considerações Finais

Tida como componente essencial no processo de formação e educação permanente, com uma abordagem vocacionada para a resolução de problemas, a educação ambiental, concorre para o envolvimento activo das crianças, torna o sistema educativo proeminente e realista e determina uma maior interdependência entre estes sistemas e o seu ambiente natural e social, com o objectivo de um crescente bem-estar geral.

Foi-nos possível inferir que experiências educativas, cujo suporte sejam projectos de temática ambiental, contribuem muito para a formação integral da criança e para a construção de uma cidadania participada, participativa e consciente, isto porque se recorre ao trabalho dentro e fora da sala de aula. O meio ambiente, enquanto espaço natural, funciona como recurso educativo onde a implementação de estratégias ocorre tendo como base a integração de saberes e métodos de pesquisa, promovendo o pensamento divergente.

Com o desenvolvimento desta actividade também fomos percebendo que a mudança educativa, numa perspectiva de ensino integrado, não depende apenas da escola mas também da comunidade e do envolvimento que mantém com a escola.

Portanto, torna-se premente mudar mentalidades, trabalhando os comportamentos e atitudes das crianças e dos adultos perante o meio envolvente. Se houver a dinamização de actividades que se organizem da forma como se explicitou, ou noutro tipo de registo, mas que contemple a vertente educativa e ambiental contribuirá para que possamos obter um conjunto de elementos de resposta positiva.

Salientamos positiva porque percebemos que as crianças construíram competências no âmbito de uma educação ambiental de acordo com os propósitos inicialmente apontados, numa interdependência onde puderam participar, como já havíamos mencionado, saberes de outras áreas curriculares.

Referências bibliográficas

Fernandes, A., Gonçalves, F., Pereira, M., & Azeiteiro, U. (2007). EducaçãoAmbiental: características, conteúdos, objectivos e actividades práticas. O caso português. In F. Gonçalves, R. Pereira, U. Azeiteiro, & M. J. Pereira, Actividades práticas em ciência e educação ambiental (pp. 11-41). Lisboa: Instituto Piaget.Giordan, A. & Souchon, C. (1997). Uma educação para o ambiente. Mem Martins:Instituto de Inovação Educacional/Instituto de Promoção Ambiental.Díaz, A., P. (2002). Educação Ambiental como projecto. Porto Alegre: Editora Artmed.Ministério da Educação (2004). Organização Curricular e Programas Ensino Básico -

1º Ciclo. Mem-martins: Departamento da Educação Básica.

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Protecção e Conservação do Sistema Dunar do Litoral de Ovar“A Escola Protege a Fauna e a Flora Dunares 07”

Câmara Municipal de Ovar

Praça da República - 3880-141 Ovar

A experiência de Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável Local constitui um espaço de trabalho onde os valores de protecção do meio ambiente vêm possibilitando a promoção e projecção de várias iniciativas que têm o total apoio da Divi-são de Ambiente e Qualidade de Vida da Câmara Municipal de Ovar.

No sentido de dar continuidade às acções de sensibilização para a protecção e con-servação do sistema dunar do litoral do Concelho de Ovar, e como campo de trabalho para a participação cívica e envolvimento da comunidade local, a Autarquia estabeleceu protocolo de colaboração com o FAPAS - Fundo para a Protecção dos Animais Selva-gens e a devida articulação com Centro de Promoção Social do Furadouro e escola Eb1 da Praia de Cortegaça, na prossecução de uma iniciativa comum - “A Escola Pro-tege a Fauna e a Flora Dunares”.

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plantação de estorno

pintura de painéis

visitas de estudo

acções de formação

recolha de resíduos

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inauguração do Centrode Ciência Viva

colóquio formativo

desfile de sensibilização

arranque de chorão

observação da fauna e da flora

Sensibilização da Comunidade Local …

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Centro de Interpretação e Monitorização Ambiental

Ana Laranja; Mariana Cruz; Nuno Ferreiro

CMIA de Vila do Conde

O Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental de Vila do Conde, CMIA, é um equipamento municipal construído no âmbito do Programa Polis, e iniciou a sua actividade alicerçada na parceria entre a Câmara Municipal de Vila do Conde e o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental através da assinatura de um protocolo de colaboração. O Centro, aberto desde de Março de 2007, desenvolve acções de sensibilização ambiental, promove a construção de bases de dados de qualidade ambiental a nível local e

gere a informação de forma a contribuir para a melhoria do ambiente a nível regional.

A primeira Exposição de apresentação e inauguração do Centro teve como tema - Espécies Invasoras.

A Ferramenta Pedagógica usada pela equipa CMIA desenvolveu como principais linhas de orientação a Educação Ambiental como forma de abordagem e actuação em todas as demonstrações e atribuição de conceitos e actividades desenvolvidas.

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O porquê do tema Espécies Invasoras?

Os ecossistemas naturais são o resultado de milhões de anos de evolução conjunta de espécies que encontraram o ponto ideal de equilíbrio. Este conjunto de espécies forma o que se define como biodiversidade. A introdução de novas espécies a estes conjuntos ocorre naturalmente de forma muito lenta e eventual.

O intercâmbio de espécies no planeta aumentou intensamente em função de:

- Comércio mundial (Plantas ornamentais, alimentação, fins agrícolas);

- Transporte marítimo e aéreo;

- Introduções voluntárias para uso humano;

- Estabilização de solos (dunas).

Espécies Invasoras – Existem um pouco por toda a parte, a ponto de serem confundidas com espécies nativas, mas na verdade são espécies exóticas que depois de introduzi-das, têm a capacidade de se multiplicar sem a intervenção directa do Homem e fazem-no com tal sucesso que têm vindo a ameaçar as espécies nativas, eliminando-as completa-mente em algumas situações.

Em Portugal, o Decreto Lei nº 565/99 regula a introdução na natureza de espécies não indígenas da flora e da fauna.

O decreto, proíbe a disseminação ou libertação na natureza de espécimes de espécies não indígenas, proíbe ainda a comercialização, o cultivo, o transporte, a criação, a exploração económica e a utilização como planta ornamental ou animal de companhia das espécies identificadas como invasoras ou consideradas como comportando risco ecológico.

Figura1 - Fonte,http://www.uc.pt/invasoras/invasoes/etapas.htm

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Espécies invasoras em Portugal, exemplos:

Peixes

Gambusia holbrooki - GambúsiaLepomis gibbosus - Perca-solCyprinus carpio - CarpaCarrassius auratus - PimpãoOncorhynchus mykiss - Truta arco-íris

PlantasAcacia cyanophylla Lindley (=Acacia saligna (Labill.) H.L.Wendl.)Acacia dealbata Link. - MimosaAcacia karroo Hayne - AcáciaAcacia mearnsii DeWild. - Acácia-negraAcacia melanoxylon R.Br. – AustráliaAcacia pycnantha Azolla caroliniana Willd. - AzolaAzolla filiculoides Lam. - AzolaCarpobrotus edulis (L.)N.E.Br. - Chorão-das-praiasConyza bonariensis (L.) Cronq. - Avoadinha-peludaDatura stramonium L. - Figueira-do-infernoEichhornia crassipes (C.R.P..Mart.) Solms. Laub. - Jacinto-de-água

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Metodologia de Controlo

A segurança biológica deve ser elaborada e implementada por promotores de políticas públicas, sendo multi e transdisciplinar, para proporcionar o maior grau possível de garan-tia de protecção das ameaças e perigos.

A educação e informação do público tem um papel essencial na prevenção.

Para o caso das espécies com elevado potencial invasor que estejam introduzidas, a solução passa pela monitorização do território, especialmente nas áreas com interesse para a conservação da natureza, de forma a detectar novas espécies muito pouco tempo após a sua introdução.

A opção mais aconselhada é eliminar as espécies que são potenciais invasoras antes que se tornem um problema de grandes dimensões.

Há várias formas de contribuirmos: não contribuir para a introdução de novas espécies; por mais inofensivas que nos possam parecer! Informarmo-nos sobre as espécies que já são consideradas invasoras e nunca as adquirir. Nas situações em que as espécies já se encontram muito difundidas/espalhadas a resolução do problema passa por estabelecer prioridades (quais as espécies e áreas prioritárias) para posterior aplicação de metodolo-gias de controlo. Essas metodologias podem passar por controlo físico, químico, biológi-co.

Frequentemente, a aplicação de metodologias de controlo apresenta muitas dificulda-des, custos e por vezes impossibilidades.

Descrição das actividades desenvolvidas no CMIA:

Através de painéis, aquários, terrários, microscópios e lupas apresentou-se algumas das espécies invasoras mais comuns no nosso país. Os visitantes obtiveram informações sobre como surgiram as espécies em Portugal, como se transformaram em pragas bioló-gicas, e como se combatem.

Computadores com ligação a sítios onde se pode consultar legislação e outros sobre espécies invasoras, de forma a viajar através da internet em sítios ligados ao tema da exposição. Espaço de apoio à actividade exterior de monitorização com informação sobre diversos parâmetros físicos e químicos a monitorizar no rio Ave contíguo ao CMIA.

Monitorização do rio Ave, junto ao CMIA. Esta actividade constitui o início de um pro-grama de monitorização de parâmetros ambientais a realizar pelo CMIA com a colabora-ção dos visitantes.

Sala Monitorização – Registo e observação em tempo real de alguns parâmetros me-teorológicos captados numa estação no topo do CMIA.

Laboratório – Demonstração do processo de análise microbiológica de águas.

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Auditório – Visualização de organismos microscópicos in vivo e sua projecção em ecrã.

A Exposição permitiu a aprendizagem de inúmeros conceitos no âmbito do tema Espécies Invasoras bem como a sensibilização ambiental para questões problemáticas e actuais impactes ambientais. Foram desenvolvidas várias actividades didácticas de acordo com diferentes graus de habilitações e respectiva faixa etária. Com a promoção da informação e das actividades foi possível estabelecer um intercâmbio entre emissor (monitor) e receptores (visitantes) muito positivo na medida em que se verificou uma troca e partilha de experiências diferentes que deixaram como registo o encadeamento fotográfico do desempenho nas actividades e um registo ilustrado de imagens que melhor cativaram a visão dos observadores.

Partindo do pressuposto que a arte é uma das formas mais importantes para se entender o mundo que nos rodeia, caracterizando-o como época, é possível através deste tipo de criação, incentivar a reflexão sobre a arte ao serviço de uma educação ambiental com o objectivo primeiro de sensibilização para uma necessidade urgente de adesão a novos hábitos de consumo e atitudes motivadores da adesão ao novo com perspectivas de continuidade futuras.

Todas as iniciativas interactivas que se desenvolveram numa forma de grupos de discussão apresentaram uma grande receptividade, permitindo a utilização de novas práticas pedagógicas, que poderão ser traduzidas numa viagem ao interior de nós próprios, confrontando-nos com diferentes cenários ambientais, levando-nos a meditar e a descobrir novas formas de actuação. Perante o ambiente descrito e por vezes observado, cada visitante construiu a sua própria imagem interior e colocou-a a descoberto pela discussão proposta e solicitada pelo monitor contribuindo para a criação do novo rosto do CMIA.

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A Equipa do CMIA:

Comissão científica/Comissário – Professor Doutor Vítor VasconcelosCoordenação Câmara Municipal Vila do Conde – Cte António Costa ReiCoordenação CMIA - Eng.ª Ana Laranja Eng.ª Mariana Cruz Mestre Nuno Ferreiro

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Mata Nacional do Buçaco: Biodiversidade e Educação Ambiental

Milena Matos1*, Carlos Fonseca1

1CESAM & Departamento de Biologia, Universidade de Aveiro, 3810-193 Aveiro

E-mail: *[email protected]

Resumo

A Mata Nacional do Buçaco constitui um património único em Portugal e no Mundo, devido à sua história, património religioso, arquitectónico e natural. Em termos biológicos constitui uma das melhores colecções dendrológicas da Europa, estando associada à im-pressionante riqueza florística uma fauna da qual pouco se conhece.

Em 2006 foi aprovado o Projecto de Valorização e Requalificação da Mata, que visa a elaboração e a implementação de um Plano de Ordenamento e de Gestão que integra, por exemplo, a criação de um Centro Interpretativo e o restauro de infra-estruturas, entre ou-tras acções. O Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro tem a seu cargo toda a componente biológica (estudos da flora e fauna) deste Projecto, de forma a construir as bases científicas para um modelo de gestão que viabilize uma correcta exploração dos recursos naturais presentes, promovendo a conservação da biodiversidade, a educação ambiental e fomentando o turismo científico e ecológico. Cabe, ainda, à Universidade de Aveiro criar os conteúdos e acções de Educação Ambiental a implementar na Mata e no Centro Interpretativo, bem como a produção de todo o material didáctico e de divulgação.

Dado o elevado número de visitantes que a Mata acolhe anualmente, a sensibilização dos visitantes para a importância da preservação da biodiversidade e do equilíbrio dos ecossistemas é fulcral. A valorização e correcta promoção da Mata resultará, ainda, num precioso contributo para o desenvolvimento regional sustentável, a nível cultural, turístico e económico.

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Introdução

A Mata Nacional do Buçaco é um património construído único, na sua componente na-tural e arquitectónica, constituindo um marco importante em todo o País, ao ser reconheci-do e visitado por milhares de pessoas de Norte a Sul de Portugal e de todo o Mundo.

Em termos administrativos, a Mata pertence à freguesia do Luso, concelho da Mealha-da e distrito de Aveiro. No que concerne à orgânica de gestão e administração de recursos naturais, encontra-se sob tutela da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas; sendo gerida pela Circunscrição Florestal do Centro.

O Buçaco detém uma longa e reconhecida história, devido a motivos militares, religio-sos e de identidade nacional, remontando as primeiras referências ao séc. II. Ao longo do tempo, a singularidade da Mata tem despertado o interesse literário, lúdico, mas também científico, tendo sido objecto de vários estudos, nomeadamente no âmbito da Botânica. A riqueza florística e vegetativa do Buçaco encontra-se bem estudada e descrita, a avaliar pelo elevado conhecimento e numerosa bibliografia existente sobre a flora local, comum-mente designado de majestoso arboreto. Segundo Jorge Paiva (1992), o Buçaco possui, actualmente, «uma das melhores e mais majestosas colecções dendrológicas da Europa e ainda alguns retalhos da vegetação tipo climácica, que representa a floresta primitiva, com idênticas aptidões ecológicas, que existia nas montanhas do centro de Portugal.»

Porém, verifica-se a ocorrência de uma grande lacuna no que respeita ao conhecimen-to da fauna da Mata, pouco se sabendo sobre esta. O último trabalho realizado sobre esta temática tem mais de um século (Seabra 1905) e consistiu num inventário da fauna local existente na época.

Em 2006 foi aprovado o Projecto de Valorização e Requalificação da Mata, promo-vido pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais, cujo financiamento inclui verbas co-munitárias, e que visa a elaboração e a implementação de um Plano de Ordenamento e de Gestão que integra, por exemplo, a criação de um Centro Interpretativo, de acções de Educação Ambiental, a delineação de trilhos pedestres, o restauro e reedificação de infra-estruturas, como sejam as estufas e algumas casas da Mata, entre outras acções. De facto, a este espaço único deve estar associado um modelo de gestão e ordenamen-to adequado que valorize as potencialidades do seu património, natural e construído, e que permita o seu usufruto sustentado, promovendo a conservação da biodiversidade, a educação ambiental e fomentando o turismo científico e ecológico. Um modelo de gestão adequado ao real valor da Mata do Buçaco terá que assentar em bases científicas sólidas para que se conheça, com maior rigor, o património em questão. É neste contexto que o Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro se insere no Projecto de Requalifi-cação, tendo a seu cargo as investigações relacionadas com a flora e fauna da Mata. O DBUA está também responsável pelos conteúdos expostos no Centro Interpretativo e res-pectiva exposição interactiva, pela elaboração e edição de material de divulgação, como sejam brochuras, livros (gerais e temáticos), material multimédia, etc.

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Biodiversidade

O principal objectivo desta parte do trabalho de requalificação da Mata Nacional do Buçaco centrou-se na caracterização das comunidades florísticas e de Vertebrados ali existentes, de forma a construir uma base científica que viabilize uma correcta e sustenta-da exploração dos recursos biológicos presentes e contribuir para a elaboração do Plano de Gestão.

Para atingir este objectivo global, consideraram-se os seguintes objectivos específicos:

- Identificação e inventariação das espécies presentes (flora e Vertebrados);- Determinação da localização e distribuição das mesmas;- Análise da integração das comunidades no ambiente característico da Mata;- Averiguação e análise de eventuais relações dos animais com as comunidades florísticas.

Fig. 1 - Localização da Mata Nacional do Buçaco.

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Até ao momento, a fauna da Mata Nacional do Buçaco havia sido alvo de estudo apenas uma única vez, há um século atrás. Ora, não retirando o mérito a esse trabalho, publicado em 1905, não é difícil de compreender que nessa época os objectivos e o rigor científico eram bem diferentes dos actuais, pelo que essa obra se encontra totalmente desajustada da realidade e do contexto científico actual. É difícil de entender como é que um lugar tão singular e de tamanha riqueza botânica tenha sido negligenciado a nível de estudos faunísticos, pressentindo-se o que o presente trabalho veio confirmar: à impressionante diversidade florística encontra-se associada uma notável diversidade animal.

Nos seus parcos 105 ha, o majestoso arboreto alberga mais de uma centena de es-pécies de Vertebrados. Entre estas encontram-se várias espécies protegidas (e.g. lontra Lutra lutra) e mais de uma dezena de endemismos ibéricos (e.g. salamandra-lusitância Chioglossa lusitanica), o que não deixa dúvidas quanto ao valor do património biológico que o muro encerra.

Hoje, mais que nunca, a preservação da biodiversidade e dos espaços naturais e o fomento do respeito pela Natureza são valores de importância extrema que não devem, em circunstância alguma, ser descurados. No entanto, para preservar e defender algum património, é imprescindível que este seja bem conhecido e compreendido.

No caso do Buçaco, estão criadas as bases para que, após a total aplicação do Projec-to de Requalificação e consequente Plano de Gestão, o elevado número de visitantes que a Mata acolhe anualmente aumente consideravelmente. A valorização deste património, sua divulgação e correcta promoção, resultarão indubitavelmente num precioso contributo para o desenvolvimento regional sustentável, a nível cultural, turístico, económico e so-cial.

Salamandra-lusitânica (Chiglossa lusitanica). Ilustração de Milena Matos.

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Educação Ambiental

Conhecido o património biológico da Mata, estão criadas as condições para o dar a conhecer correctamente e para sensibilizar os visitantes para a importância da sua pre-servação.

Estão a ser traçados diversos percursos pedestres, lúdicos e de aprendizagem, va-riáveis nos pontos de interesse, grau de dificuldade e extensão. O mapa dos percursos pedestres e o que se pode observar em cada um deles será explicado em desdobráveis informáticos.

Os conteúdos do Centro Interpretativo incluem exposições temáticas, projecção de filmes, material multimédia e interactivos, painéis informativos, entre outros.

Estão, ainda, a ser produzidas diversas publicações, tais como dois livros temáticos (Os Vertebrados da Mata Nacional do Bussaco; Árvores e Arbustos da Mata Nacional do Bussaco), um livro de excelência sobre a Mata, brochuras e colecções de postais.

Finalmente, está prevista a organização de saídas de campo didácticas, nas quais os participantes serão informados e sensibilizados para temas como a preservação da biodi-versidade e dos recursos naturais.

Referências Bibliográficas

Paiva, J. A. R. (1992). A Mata do Buçaco: Um Majestoso Arboreto. Caderno da

Revista «Pampilhosa uma terra e um povo», Nº 11. GEDEPA - Grupo Etnográfico.

Pampilhosa. 37 pp.Seabra, A. F. (1905). A Regeneração Ornithotologica da Mata Nacional do Bussaco. Boletim da Direcção Geral de Agricultura – Oitavo Anno, Nº 2. Imprensa Nacional. Lisboa. 160 pp.

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

O FUTURO DO NOSSO CLIMAO HOMEM E A ATMOSFERA

Agência Portuguesa do Ambiente

Rua da Murgueira, 9/9A 2610-124 AmadoraEmail: [email protected]

A exposição, composta por nove painéis destina-se a empréstimo gratuito a entidades diversas (estabelecimentos de ensino, autarquias, associações, empresas e outras).

Painel 0O EFEITO ESTUFA E AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Painel 02AS EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA

Painel 03O CLIMA DO FUTURO

Painel 04OS IMPACTOS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Painel 05ENFRENTANDO AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Painel 06MEDIDAS PARA COMBATER AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: PARA PORTUGAL

Painel 07 e 08MEDIDAS PARA COMBATER AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: PARA TODOS NÓS

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A T E L I E R S D I D Á T I C O S

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Descodificar a Natureza

Lucília Guedes

FAPASRua Alexandre Herculano, 371, 4ºDto; 4000-055 Porto

www.fapas.pt; [email protected]

Esta actividade teve como objectivo apresentar aos docentes exemplos de actividades de sensibilização dos jovens em idade escolar para a importância do reconhecimento e da necessidade de protecção e conservação da natureza através da percepção da biodiver-sidade que habita nos meios naturais. Permite ainda explorar os sentidos, os sentimentos e, de uma maneira lúdica educar para a preservação das espécies.

Dos diversos indícios que podem ser utilizados para detectar a presença das espécies animais de uma determinada região, a escolha recaiu sobre oreconhecimento de pegadas e de sons, por serem aqueles que implicam uma menor preparação prévia por parte dos participantes.

Para as diferentes actividades foram seleccionadas espécies que não originam grandes dúvidas durante a sua identificação, pelas características bem distintas que apresentam.

PEGADAS

As pegadas de animais podem ser encontradas numa multiplicidade de locais, mas alguns substratos naturais são mais favoráveis à obtenção de pegadas distintas que permitam uma clara identificação do seu autor- lama, areia ou neve. No entanto, a leitura de rastos não é uma tarefa fácil, pois não há exemplos inequívocos -nem sempre surgem todos os detalhes das patas (número total de dedos, marca de unhas, etc) e um mesmo indivíduo pode deixar pegadas diferentes consoante o tipo de substrato que atravessa. Além disso, há que considerar as variações etárias e entre géneros de uma mesma espécie (Boren et al.,2005).

Ateliers Didáticos

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Identificação de pegadas

Uma pegada representa a face inferior da pata de um animal e, para proceder à sua cor-recta averiguação, é necessário atender a determinados parâmetros:

Número de dedos (patas da frente e de trás)

Ângulo e tamanho dos dedos

Dimensões da pegada

Eventual rastos de cauda, marcas de unhas ou presença de membranas interdi-ventual rastos de cauda, marcas de unhas ou presença de membranas interdi-gitais

Locais frequentados

A moldagem do gesso representa a melhor maneira de compor uma colecção de referên-cia de pegadas, pois permite a reprodução de detalhes que de outra maneira passariam despercebidos.

Procedimento experimentalNo procedimento experimental, com a ajuda de fichas de identificação fornecidas, com a obtenção de pegadas em gesso a partir de um modelo em barro (uma vez que o atelier decorreu numa sala), tentou-se descobrir a quem pertencia o molde obtido.

atelier de pegadas

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Sons

Os animais produzem cantos e chamamentos com o intuito de transmitirem mensagens a outros indivíduos - marcação de território, atracção de membros do sexo oposto, consoli-dação de relações, alarme pela aproximação de um predador, etc.

O canto apresenta normalmente características próprias que facilitam a distinção da es-pécie a que pertence (espécies diferentes produzem sons de frequências distintas) mas o timbre único que cada indivíduo lhe incute permite que os animais possam aprender a reconhecer os cantos dos vizinhos e os chamamentos das suas crias ou pares (Per-rins,1987).

Procedimento experimentalUtilizou-se um CD com a gravação de sons de animais. Repetiram-se os mesmos sons com apitos.

Tendo como suporte as fichas de identificação fornecidas e as vocalizações nelas referi-das, tentou-se corresponder os sons escutados aos seus autores.

REFERÊNCIASBibliografia

Bang, P.Dahlstrom,P. (1999).Huellas y señales de los animals de Europa. Ediciones Omega,S.A. (Barcelona).

Gama,M.D. da(2000). Ecologia prática:Leituras selvagens - Capítulo I: Assinaturas na ter-ra. Tribuna da Natureza,3. FAPAS (Porto).

Perrins,C (1987). Aves de España y de Europa. Ediciones Omega S.A. (Barcelona).

Ateliers Didáticos

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Oficina de construção de Ninhos Artificiais e Caixas-Abrigo

Fernando Silva e Vasco Silva

FAPASRua Alexandre Herculano, 371, 4ºDto; 4000-055 Porto

www.fapas.pt; [email protected]

A inexistência de buracos nas construções urbanas, nos muros, a pressão da indústria e da agricultura tem dificultado a nidificação das aves nas zonas urbanas. Os ninhos-artificiais são assim muito importantes. Atraem as aves e proporcionam locais importantes para a observação da fauna.

A madeira continua a ser o melhor material para construir ninhos. A caixa – ninho deve ter um tecto à prova de água,. A entrada deve ser feita na parte mais alta do ninho.

Existem dois tipos principais de caixas: umas, são abertas na metade superior da tábua da frente, enquanto que as outras possuem um buraco redondo como entrada.

As medidas a utilizar dependem das espécies que se pretendem ajudar. Os valores reco-mendados para algumas espécies podem ser consultados no livro “Casa Ninho”, edição FAPAS.

As caixas-ninho devem ser fixadas de modo a beneficiar da maior protecção do vento, luz forte e chuva. Geralmente os ninhos são fixados virados para uma direcção entre o norte e o sudeste. Mas esta regra só se aplica a terrenos abertos. Em florestas densas, outros factores como a inclinação do tronco podem ser mais importantes. Deve-se sempre ver de que lado a água da chuva escorre, pois é o pior lado para fixar os ninhos. O lado mais húmido numa árvore é o lado onde existem mais algas verdes ou musgos. Para dar mais protecção para a entrada do ninho, deve-se inclinar ligeiramente o ninho para a frente.

Os ninhos devem ser limpos anualmente, pois podem ficar cheios de parasitas, que são prejudiciais para as aves. Isto só se deve fazer quando as crias saírem do ninho. No entanto, deve-se sempre esperar pelo menos 3 semanas, pois há aves que fazem duas posturas de ovos na mesma estação.

atelier de construção de caixas-ninho

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Procedimento experimental

Utilizando-se placas de madeira já cortadas, construíram-se caixas-ninho para chapins, passando pelas seguintes etapas:

1ª fase: Pregar as costas ao fundo

2ª fase: Pregar as laterais em cima do fundo e às costas do ninho

3ª fase: Pregar a frente do ninho às laterais e em cima do fundo

4ª fase: Pregar a tira de borracha ao telhado do ninho e depois às costas do Ninho.

Foram também construídos caixas-abrigo para morcegos. Estas não têm fundo e a sua construção passa pelas seguintes fases:

1ª fase: Pregar as laterais ao tecto e às costas da caixa-abrigo

2ª fase: Pregar a frente da caixa-abrigo às laterais e ao tecto da caixa

Ateliers Didáticos

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OFICINA DE CONSTRUÇÃO DE CARRINHOS SOLARES

Júlio Piscarreta

A oficina, corresponde à estratégia dos 3 Rs da agenda 21, da Conferência do Rio de 92. Assim reutilizamos garrafas de água e tampas de garrafões de plástico, para suporte e movimento dos carrinhos.

As garrafas foram solarizadas com um Kit solar, constituído por um motor eléctrico e uma placa foto voltaica.

A construção foi precedida da demonstração de um carrinho ao Sol no pátio e dentro da sala, com uma lâmpada acesa sobre a placa foto voltaica.

Na apresentação, que constou da história dos carros solares e do seu promissor futuro, do funcionamento das placas foto voltaicas e das ligações eléctricas, inerentes ao modelo, fo-ram focados os princípios a respeitar na construção dos carrinhos solares. Seguidamente 6 entusiastas, das energias alternativas, começaram a construção, furando e cortando as garrafas, segundo as instruções dadas.

A parte que apresenta mais dificuldade: acertar” a olho “com o furo no centro da rolha de transmissão e os 4 furos para as rodas, na garrafa, foi superada e no final, todos os carri-nhos andaram sob a luz eléctrica.

Foi preconizado, para que no trabalho com os alunos, estes não se limitassem a copiar o modelo, mas sim que aplicassem os princípios, na construção de outros modelos com outros suportes.

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L I S T A D E P A R T I C I P A N T E S

Lista de Participantes

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Andreia Sofia Fernandes ConstanteEscola Secundária Padrão da Légua

Diogo Henrique Fernandes ConstanteEsola Secundária Boa Nova

Cristina Maria Cortez DuarteEscola Secundária Padrão da Légua

Edna Rita de Freitas da Costa CorreiaFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Camilo André Ferreira CarneiroFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Ana Cristina Martins Silva

Joana Maria de Almeida Pereira VilelaFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

José Alberto de Matos Loureiro da Silva PereiraProsepe

Paulo Jorge Silva FernandesCâmara Municipal de Oliveira Azeméis

Geraldo Martins Quintas

Susana Maria Cunha Estevéns

Ana Luísa de Oliva Teles Pinto LerenoEscola E.B. 2.3 da Maia

Ivone Maria Ferreira da Silva Martins GonçalvesEscola Secundária da Maia

Ana Maria Correia de AlmeidaEscola E.B. 2.3 Sophia de Mello Breyner

Cláudia Maria Almeida AzevedoCâmara Municipal de Oliveira de Azemeis

Luciana das NevesFaculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Pedro Guilherme Sarabando PereiraUniversidade de Aveiro

Luís Fernando Pascoal da SilvaUniversidade de Aveiro

Milena Marina Amaral dos Santos MatosUniversidade de Aveiro

Mariana Rocha

Renato Paulo dos Santos MendesUniversidade de Aveiro

Lisete Mendes OsórioUniversidade Católica

Paulo Alexandre Soares CarvalhoUniversidade de Coimbra

Maria Madalena F. de Gouveia FerreiraEscola E. B. 2.3 Gonçalves Zarco

Maria João de Carvalho GomesEscola E. B. 2.3 Gonçalves Zarco

Eunice Rodrigues de Freitas PintoDirecção Regional Ambiente Madeira

Maria Cecília Andrade da Silva Morgado PintoEscola Básica/Secundária Gonçalves Zarco

Maria do Carmo Martins da Silva Figueira ChavesEscola Básica/Secundária Gonçalves Zarco

Alexandra Maria Mendes Guerra Ferreira S. Neto

Renato Manuel Almeida Graça

Maria Filomena Almeida Fernandes

Paula SilvaEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Maria OliveiraEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Alexandra Gabriela Vieira CarvalhoEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Cláudio Samuel Fernandes AfonsoEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Diana Teresa Xavier PereiraEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Eliana Conceição Machado RebeloEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Fernando Jorge Brandão CarneiroEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Luís Amaral Magalhães PiresEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Luís Filipe Freitas VieiraEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Manuel Silvestre Vaz RodriguesEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Participantes

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Maria Inês Branco GonçalvesEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Nádia Marlene Alves MachadoEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Nuno José Rocha AlvesEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Pedro Miguel da Cruz FonsecaEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Renato Abel Barbosa GonçalvesEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Sandrine Azevedo PereiraEscola E.B. 2.3/S Vieira de Araújo

Maria José Carvalho da CunhaEscola E.B. 1 Subportela

Maria Manuela Carvalho da CunhaEscola Secundária Alcaides de Faria

Raquel PerdigãoAguas do Douro e Paiva

Inês AzevedoAguas do Douro e Paiva

Maria Teresa Rodrigues LourençoEscola E.B. 2.3/S José de Brito

Maria Isabel Lima de Matos CruzEscola E.B. 2.3/S José de Brito

Sandra Isabel Vieira DinisEscola E.B. 2.3/S José de Brito

Telma Castro Alves RibeiroCâmara Municipal de Oliveira Azeméis

Fabiola Dulce Loureiro CorreiaCâmara Municipal de Torres Vedras

Susana Alexandra Queirós Silva Meira

Daniela Filipa Fernandes PapelEscola Superior Agrária de Coimbra

Gil Pereira FerreiraEscola Superior Agrária de Coimbra

Sara Gama PereiraEscola Superior Agrária de Coimbra

Ana Sofia Lino VazFundo para Protecção dos Animais Selvagens

Pedro Daniel Vieira CostaFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Marcela de Jesus da Cunha OliveiraFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Carlos José Magalhães e SilvaFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Patrício Duro BouçaCâmara Municipal de Gouveia

Sílvia Maria FranciscoColégio Nossa Senhora da Apresentação/Vagos

Maria Clara Monteiro Exposto Vieira

Carina Alexandra Pereira PintoEscola Superior Agrária de Ponte de Lima

José Nuno Lopes Fernandes da CunhaEscola E.B. 2.3/S Padre M. Capela

Luísa Costa de Castro BritoEscola Secundária Monserrate

Bárbara dos Santos BrandãoFaculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Fábio Emanuel Lopes de MatosUniversidade de Aveiro

Ana Lemos Moreira

Inês Filipa Lopes dos SantosUniversidade de Coimbra

Ana Jacinta Oliveira GonçalvesUniversidade de Coimbra

Mónica Filipa Neves Moço AlvesUniversidade de Coimbra

Carina Saraiva de MatosUniversidade de Coimbra

Sandra Cristina Azevedo CastroUniversidade de Coimbra

Joaquim Conceição Silva Machado Henriques

Ana Carolina Lima

Diogo Sayanda

Mariana Correia Barbosa

Luísa Virgínia de Sousa MagalhãesUniversidade de Aveiro

Diana Maria Silva Chaves de AlmeidaEscola E.B. 2.3 Medas

Albino Américo Cunha Barbosa Escola E.B. 2.3 Medas

Lista de Participantes

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José Manuel Rio FernandesEscola E.B. 2.3 Medas

Joana Gomes CamposUniversidade do Algarve

Pedro Miguel Oliveira SoaresFaculdade de Letras da Universidade do Porto

Cristina da Silva GonçalvesEscola Secundária de Póvoa de Lanhoso

Ana Paula da Silva MalaínhoEscola Secundária de Póvoa de Lanhoso

Paula Cristina Silva LimaEscola Secundária de Póvoa de Lanhoso

Justa Pereira da CostaEscola Secundária de Póvoa de Lanhoso

Beatriz Maria Moreira FariaEsc. Secundária D. Afonso Sanches / Vila do Conde

Carlos M. Baptista Lopes da SilvaEscola Superior de Artes e Design

Paulo de Oliveira Ribeiro

Marta Alexandra de Sousa Melo da Silva

Rafael Campos DuarteUniversidade de Aveiro

José Pedro AndradeFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Norberto Xavier Santos e SilvaFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Carla Alexandra dos Santos Coelho

Carla LopesUniversidade de Aveiro

Cláudia Filipa Miranda da Silva

Celeste Maria Cancela R. L. da SilvaEscola E.B.2.3 Loureiro

João Pedro Ruas Quadrado

Ana Catarina Fernandes Peso

Elisabete Godinho da Silva

João Pedro JaquesEscola Profissional de Esposende

Andreia Raquel F.M.BrandãoEscolaE.B.2.3 Condeixa-à-Nova

Ana Rosa CoutoEscola.E.B.2.3 Condeixa-à-Nova

Karina Rodrigues da Silva BanciUniversidade de Aveiro

Sandra Maria Carvalho de OliveiraEscola Secundária de S.Maria Maior

Ana Rita Oliveira Pereira de CarvalhoUniversidade do Minho

Deborah da Cunha EstimaUniversidade de Aveiro

Carlos Miguel PedrosoUniversidade de Aveiro

Ana JervisEstação do Litoral da Aguda

Dalila ReisEscola E.B.2.3. Domingues Capela

Elisabete Godinho da Silva

Maria Helena Monteiro Santos Silva

Maria Fernanda Brito CambraEscola Secundária de Santa Maria Maior

Ernestina Maria dos Santos Falcão

Maria Luisa Ribeiro CoelhoEscola E.B.2.3/Secundária de Canelas

Jorge Silva

Paula Maria Simões Gomes

Maria Manuela Tavares da Silva LopesEscola E.B.2.3 Augusto Gil

Angelina Marta Vieira de pinho

Luisa da Costa MarquesUniversidade de Coimbra

Ana Paula NoronhaFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Cláudia Maria carvalho dos SantosFaculdade de Ciências da Universidade do Porto

Ana Quitéria Pinto MoreiraUniversidade de Coimbra

Sandrine Pontes Machado

Ana Paula Louro de SousaCentro Saúde de Macedo de Cavaleiros

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental

Raquel Viterbo FerreiraCâmara Municipal de Valongo

Manuel Fernando Oliveira NevesCâmara Municipal de Valongo

Mário Pedro Braga de SousaMunicípio de Paredes de Coura

Sara Manuela Fernandes GonçalvesMunicípio Paredes de Coura

José Mário Félix

Fernanda Isabel da Cunha PereiraUniversidade de Aveiro

Sónia Margarida Fernandes mansoUniversidade do Algarve

Nuno Sérgio Sampaio e Verde

Ana Isabel Martins Ribeiro

Diogo Sottomayor Pires de Abreu Novais

Manuel Meira da Costa LimaA Mó/ Vale do Neiva

Cristina Alexandra Carita GomesUniversidade de Aveiro

Marina Isabel Queirós Silva

Eduarda Sofia Monteiro Jácome Viana

Luisa de Fátima Salgado Pereira RodriguesSTRFISHER

Ana Manuela Santos CarvalhinhoUniversidade de Aveiro

Celso dos Santos FerreiraUniversidade de Aveiro

Vasco Miguel Mendes Curado

Ana Cristina Rodrigues das Neves Ferreira da CostaCâmara Municipal de Braga

Olívia Maria Marques Miranda

Sarah Olano da Cruz Viana

Tiago Miguel Correia Torcato Carrilho

Inês da Conceição Laranjeiro GuerraEstudante

Maria do Céu ViegasInstituto das Pescas da Investigação e do Mar

André Jorge Pereira

Carla Teresa Luzindro Maurício

Câmara Municipal da Nazaré

Maria Lavra Légua AnastácioCâmara Municipal da Nazaré

Helena SantosFundo para a Protecção dos Animais Selvagens

Maria João Ribeiro Parente Santos Ferreira

Clara Alexandra Ferreira CarvalhoEscola Superior Agrária de Coimbra

Ana Guerra Pratas Casquilho RibeiroEscola Superior Agrária de Coimbra

Diana Pedro SimõesEscola Superior Agrária de Coimbra

Ana Marisa Carvas TavaresEscola E.B. 2.3 D. Frei Caetano Brandão

José Emilio da Rocha Antunes VianaEscola Superior Gallaecia/Resulima

Sónia Margarete Amoêdo MateusEscola Superior Agrária de Ponte de Lima

José Luis Martins da Costa Araújo

Paulo Miguel Mafra GonçalvesEscola Superior de Educação de Bragança

Elza da Conceição MesquitaEscola Superior de Educação de Bragança

Maria José Afonso Magalhães RodriguesEscola Superior de Educação de Bragança

José Paulo Ribeiro de CastroInstituto Politécnico de Bragança

Alexandrina Amorim

Susana Isabel Lopes PintoPARNASSUS,LDA

Ana Lúcia Silva da ConceiçãoSociedade Portuguesa da Vida Selvagem

Carla Sónia Freitas Pereira

José Pedro dos Santos Moreira

Paula Maria Simões GomesEscola E.B.2.3 /Braga

Ana Lúcia Pereira SaraivaEscola Superior Agrária de Coimbra

Maria Manuel Amado Pereira da Cruz

Lista de Participantes

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Maria Alexandra Gomes Araújo Barros

António Manuel Viana da Cunha

Mário Jorge Gonçalves MandimCâmara Municipal de Vinhais

Isabel Cristina Mesquita da Costa MandimEscola Superior de Educação de Bragança

Cátia Rafaela Branco MoraisEscola Superior de Educação de Bragança

Isabel Filipa Ribeiro AlvesEscola Superior de Educação de Bragança

Telma Filipa Merino GabrielEscola Superior de Educação de Bragança

Paula Alexandra Ramos VeigaEscola Superior de Educação de Bragança

Ana Raquel Alves FernandesEscola Superior de Educação de Bragança

António José Oliveira LopesEscola Superior de Educação de Bragança

Lídia Filipa Ribeiro AlvesEscola Superior de Educação de Bragança

João Semedo NevesEscola Superior de Educação de Bragança

Patrícia Cristina Marques CastroEscola Superior de Educação de Bragança

Liliana de Sousa Ferraz

Isabel Sofia Sousa Ferraz

Susana Cristina Aldeia da SilvaEstudante

Cristiana Maria Ferreira SilvaEstudante

Susana Fernandes MartinsUniversidade de Évora

Rosana Martins AfonsoUniversidade do Algarve

Maria Teresa Rodrigues Palma da SilvaEscola E.B.I Fragoso

Maria Manuel Pereira Lopes

Maria Luísa Gomes de Sousa

Anabela de Sá AlmeidaCâmara Municipal de Esposende

Sandra MarquesCâmara Municipal de Esposende

Susana GonçalvesCâmara Municipal de Esposende

Luzia SousaMuseu de História Natural

Maria Manuela de Almeida Leitão

Maria da Conceição Marques MaiaEscola Secundária Vitorino Nemésio

Maria Manuela de Castro MirandaEscola E.B.2.3 Francisco Gonçalves Carneiro

Teresa NobregaEscola E.B.2.3 Francisco Gonçalves Carneiro

Manuel Faria de CastroAssociação Azórica

Carla Patrícia Jorge Gomes

Diogo Filipe Teixeira Carneiro de Sousa Carvalho

Mariana Vieira Pereira

Joana Maria Guimarães de OliveiraEscola Superior de Educação do instituto Politécnico de Viana do Castelo

Márcio Paulo Nogueira TeixeiraInstituto Politécnico de Bragança

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IX Jornadas sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental