a genealogia dos deuse cananitas

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8/17/2019 A Genealogia Dos Deuse Cananitas http://slidepdf.com/reader/full/a-genealogia-dos-deuse-cananitas 1/39 ZECHARIA SITCHIN - A ESCADA PARA O CÉU: CAP. 8 - CAVALEIROS DAS NUVENS Sem dúvida, a viagem de Gilgamesh em busca da imortalidade foi a fonte original das muitas lendas que surgiram nos milênios subseqüentes sobre deuses, semi-deuses ou heróis de suposta origem divina que, como ele, partiram para encontrar o paraíso terrestre ou a Morada elestial dos !euses"  #l$m disso, ningu$m discute que a %pop$ia de Gilgamesh serviu como um guia para os aventureiros de todas as $pocas tentarem encontrar os marcos da #ntiguidade que indicariam a locali&a'(o da )erra dos *ivos e o caminho para atingi-la"  #s similaridades entre os marcos geogr+ficos, os túneis feitos pela m(o do homem os deuses, corredores, fechaduras pneum+ticas e c.maras de radia'(o/ os seres com aspecto de p+ssaros, os 01guias0, bem como outros detalhes de maior ou menor import.ncia, s(o numerosos e idênticos demais para serem meras coincidências" #o mesmo tempo, a %pop$ia de Gilgamesh pode e2plicar a confus(o que reinou ao longo de milênios sobre a locali&a'(o do ansiado alvo" omo vimos pormenori&adamente no capítulo anterior, Gilgamesh n(o fe& apenas uma viagem, mas duas - um fato em geral ignorado pelos estudiosos modernos e talve& tamb$m pelos antigos" 3 drama do rei que n(o queria morrer atinge seu clíma2 na )erra de )ilmun - a Morada dos !euses e 4ugar dos Shem" 5oi l+ que ele encontrou um ancestral que escapara do destino dos mortais e a planta da eterna 6uventude" % foi ali tamb$m que ocorreram, ao longo de milênios, outros encontros divinos e eventos que afetaram o curso da 7istória da 7umanidade" % era l+, acredito, que ficava o !uat - a %scada para o $u" 8o entanto, esse n(o era o destino da primeira viagem de Gilgamesh, como podemos entender acompanhando seus passos na seqüência correta" 9uando ele partiu pela primeira ve& em busca da imortalidade, sua id$ia n(o era atingir )ilmun, mas o 4ocal de  #terrissagem, na Montanhas dos edros, dentro da grande 5loreta de edros" %studiosos como S. N. Kramer  em )he Sumerians consideram 0 crípticas e enigmáticas0 as afirma':es sum$rias de que Shamash podia 0 erguer-se0 n(o apenas de )ilmun, mas tamb$m da )erra dos edros" # resposta $ que, al$m do espa'o-porto em )ilmun, do qual podia-se atingir os c$us mais longínquos, havia um 4ocal de

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ZECHARIA SITCHIN - A ESCADA PARA O CÉU: CAP. 8 -CAVALEIROS DAS NUVENS

Sem dúvida, a viagem de Gilgamesh em busca da imortalidade foi a fonte original dasmuitas lendas que surgiram nos milênios subseqüentes sobre deuses, semi-deuses ouheróis de suposta origem divina que, como ele, partiram para encontrar o paraísoterrestre ou a Morada elestial dos !euses"

 #l$m disso, ningu$m discute que a %pop$ia de Gilgamesh serviu como um guia para

os aventureiros de todas as $pocas tentarem encontrar os marcos da #ntiguidade que

indicariam a locali&a'(o da )erra dos *ivos e o caminho para atingi-la"

 #s similaridades entre os marcos geogr+ficos, os túneis feitos pela m(o do homem os

deuses, corredores, fechaduras pneum+ticas e c.maras de radia'(o/ os seres com

aspecto de p+ssaros, os 01guias0, bem como outros detalhes de maior ou menor 

import.ncia, s(o numerosos e idênticos demais para serem meras coincidências" #o

mesmo tempo, a %pop$ia de Gilgamesh pode e2plicar a confus(o que reinou ao longo

de milênios sobre a locali&a'(o do ansiado alvo" omo vimos pormenori&adamente no

capítulo anterior, Gilgamesh n(o fe& apenas uma viagem, mas duas - um fato em geral

ignorado pelos estudiosos modernos e talve& tamb$m pelos antigos"

3 drama do rei que n(o queria morrer atinge seu clíma2 na )erra de )ilmun - a Morada

dos !euses e 4ugar dos Shem" 5oi l+ que ele encontrou um ancestral que escapara do

destino dos mortais e a planta da eterna 6uventude" % foi ali tamb$m que ocorreram, ao

longo de milênios, outros encontros divinos e eventos que afetaram o curso da 7istória

da 7umanidade" % era l+, acredito, que ficava o !uat - a %scada para o $u"

8o entanto, esse n(o era o destino da primeira viagem de Gilgamesh, como podemos

entender acompanhando seus passos na seqüência correta" 9uando ele partiu pela

primeira ve& em busca da imortalidade, sua id$ia n(o era atingir )ilmun, mas o 4ocal de

 #terrissagem, na Montanhas dos edros, dentro da grande 5loreta de edros"

%studiosos como S. N. Kramer   em )he Sumerians consideram 0crípticas e

enigmáticas0 as afirma':es sum$rias de que Shamash podia 0erguer-se0 n(o apenas

de )ilmun, mas tamb$m da )erra dos edros" # resposta $ que, al$m do espa'o-porto

em )ilmun, do qual podia-se atingir os c$us mais longínquos, havia um 4ocal de

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 #terrissagem, de onde os deuses podiam 0escalar o firmamento da Terra0" %ssa

resposta $ apoiada pela minha conclus(o de que os deuses possuíam dois tipos de

naves; os G<=, ou foguetes, operados em )ilmun, e os M>, como eram chamadas

pelos sum$rios as 0Câmaras Celestiais0" omprovando o alto nível tecnológico dos

8efilim, a parte superior do G<=, isto $, o Módulo de omando -chamado pelos

egípcios de ?en-?en - podia se separar e voar pelo c$u terrestre como um M>"

3s povos da #ntiguidade viram os G<= em seus silos e at$ mesmo voando, mas

retratavam com maior freqüência as 0Câmaras Celestiais0 - veículos que atualmente

chamaríamos de OVNIs 3b6etos *oadores 8(o <dentificados"

3 que @acó conheceu em sua vis(o deve ter sido parecido com a .mara elestial de

<shtar" # =oda *oadora do profeta %&equiel $ descrita como tendo uma forma bemsemelhante A mostrada nos desenhos assírios de um deus voador percorrendo os c$us

ao nível das nuvens, dentro de uma 0Câmara Celestial 0 esf$rica" >ma delas poderia ser 

tamb$m o turbilh(o flame6ante no qual o profeta %lias foi arrebatado para os c$us"

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)al como as 0 Águias0 sum$rias, os !euses *oadores da #ntiguidade eram retratados

como possuindo asas" %sses Seres #lados s(o a rai& da aceita'(o 6udaico-crist( da

e2istência de querubins e an6os literalmente; 0emiss+rios0 do Senhor"

)ilmun, ent(o, era a locali&a'(o do espa'o-porto" 8a Montanha dos edros ficava o

0Local de Aterrissagem0, a 0%ncru&ilhada de <shtar0 - o 0aeroporto0 dos deuses" % foi

para esse lugar que Gilgamesh primeiro dirigiu seus passos"

%mbora a identifica'(o e a locali&a'(o de )ilmun se6am uma empreitada bastante

difícil, praticamente n(o e2istem problemas para se situar a 5loresta de edros" om

e2ce'(o de ocorrências subsidi+rias na ilha de hipre, só e2iste uma única regi(o com

esse tipo de +rvore em todo o 3riente M$dio; as montanhas do 4íbano" %ssesmagníficos cedros, que chegam a atingir uma altura de BC metros, foram repetidamente

e2altados na ?íblia e sua singularidade era reconhecida por todos os povos da

 #ntiguidade" omo atestam as narrativas bíblicas e de outras regi:es do 3riente

M$dio, os cedros do 4íbano eram reservados para a constru'(o e decora'(o dos

templos 0casas dos deuses0, pr+tica pormenori&adamente descrita em =eis <, nos

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capítulos que tratam da constru'(o do templo de @erusal$m por Salomão !epois do

!eus <ahDeh ter se quei2ado; 0Por que não me constróis uma Casa de Cedro?0"

3 !eus bíblico parecia bem familiari&ado com os cedros e freqüentemente os

empregava em suas alegorias, comparando governantes e na':es com essas +rvores;

0 A Assíria era um cedro do Líano! com elos gal"os! somra protetora e grande

estatura### as águas o nutriam! rios suterrâneos l"e proporciona$am altura0 - at$ que a

ira de <ahDeh a fe& tombar, quebrando-lhe os galhos" )udo indica que o homem 6amais

foi capa& de cultivar essas +rvores" # ?íblia registra uma tentativa fracassada"

 #tribuindo-a a um re !a "a#l$%a factual ou alegoricamente, conta que 0%le $eio ao

Líano e pegou o mais alto gal"o do cedro 0, retirando dele a melhor semente, que

0 plantou num campo f&rtil! 'unto a grandes águas0" Mas o que cresceu n(o foi um

cedro, mas uma +rvore pequena semelhante a um salgueiro, 0 uma trepadeira de ai(a

estatura0"

3 Senhor bíblico, por seu lado, conhecia o segredo do cultivo dos cedros;

 #ssim disse o !eus <ahDeh;!a crista do cedro, dos galhos mais altos, um broto macio

pegarei/

%u o plantarei numa alta e íngreme montanha"""% ele por+ galhos e gerar+ frutos, e tornar-se-+ um poderosocedro"

%sse conhecimento, aparentemente, derivava do fato de os cedros crescerem no

0Pomar dos )euses0, onde nenhuma +rvore se igualava a ele, que era 0a in$e'a de

todas as ár$ores que e(istiam no *den! o 'ardim dos deuses0" 3 termo hebraico Gan

pomar, 6ardim, por derivar da rai& gnn proteger, guardar, transmite o sentido de uma+rea guardada e restrita - o mesmo percebido pelo leitor da narrativa de Gilgamesh,

que fala numa floresta que se estende 0 por muitas l&guas0, vigiada por  um &'errero

(lame)a%*e 0um terror para os mortais0, acessível somente atrav$s de um port(o que

paralisava o intruso que o tocava" !entro dela ficava a 0 morada secreta dos Anunna+i 0"

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>m túnel levava ao 0recinto no qual são emitidas as pala$ras de comand o0 - o 0lugar 

suterrâneo de ,"amash0"

Gilgamesh quase conseguiu chegar ao 4ocal de #terrissagem, pois tinha a permiss(o e

o apoio de Shamash" Mas a ira de <shtar, furiosa por ter sido repelida em seus avan'os

amorosos, mudou completamente o curso dos acontecimentos" @+ um outro rei mortal,

segundo o *elho )estamento, teve melhor sorte" %sse homem era o soberano de )iro,

uma cidade-%stado na costa do 4íbano, a pouca dist.ncia da Montanha dos edros" #

deidade como contado no apítulo EF do 4ivro de %&equiel permitiu-lhe visitar a

Montanha Sagrada;

%stiveste em den, pedras preciosas eram tua mata"""

s um querubim ungido, protegido/ coloquei-te na MontanhaSagrada"

omo um deus estavas, movendo-se dentro de pedras

flame6antes"

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Gilgamesh procurou entrar no 4ocal de #terrissagem sem ser convidado dos deuses" 3

rei de )iro n(o somente obteve a permiss(o para visitar o lugar como tamb$m foi

levado a passear nas 0pedras flame6antes0, voando como um querubim" omo

resultado disso, ele di&ia; 0sou um deus! na orada da )eidade sentei! no meio das

águas0" %&equiel deveria inform+-lo de que, por causa dessa arrog.ncia, ele iria morrer 

como um pag(o nas m(os de estranhos"

*emos, assim, que tanto os hebreus dos templos bíblicos como seus vi&inhos do norte

conheciam a locali&a'(o e nature&a do 4ocal de #terrissagem na Montanha dos edros

que Gilgamesh tentou penetrar no milênio anterior a eles" 8(o se trata, portanto, de um

lugar 0mitológico0, mas sim de um local muito real, citado em te2tos e mostrado em

desenhos, confirmando sua e2istência e fun':es"

8o conto sobre o rei que tentou plantar um cedro, o *elho )estamento relata que ele

0carregou um pequeno gal"o para um país de com&rcio0 e plantou a semente 0numa

cidade de mercadores0" Haíses e cidades desse tipo n(o precisam ser procurados

muito longe, pois ao longo da costa do 4íbano, desde a #natólia, ao norte, at$ o sul da

Halestina, havia muitas cidades litor.neas canan$ias cu6a rique&a e poder cresciam

com o com$rcio internacional" #s mais conhecidas atrav$s dos relatos bíblicos s(o )iro

e Sídon" entros de com$rcio e navega'(o durante milênios, sua fama atingiu o auge

na $poca em que eram governadas pelos fenícios"

>ma outra cidade, talve& o posto mais avan'ado dos cananeus 6unto A fronteira com o

<mp$rio 7itita, passou milênios soterrada sobre um monte depois de sua destrui'(o por 

invasores assírios" Suas ruínas foram descobertas por acaso em IJEF, quando um

lavrador pKs-se a arar um novo campo de cultivo perto do monte chamado =as

Shamra" #s e2tensas escava':es que se seguiram revelaram a antiga cidade de

>garit" %ntre as espetaculares descobertas estavam um grande pal+cio, um templo

dedicado ao !e's "aal 03 Senhor0 e uma variedade de artefatos" Hor$m, overdadeiro tesouro eram centenas de t+bulas de argila, com inscri':es em escrita

cuneiforme, em língua 0semita ocidental 0, aparentada com o hebraico bíblico"

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 #s t+bulas, cu6o conteúdo foi sendo apresentado ao longo de v+rios anos por harles

*irollaud no periódico científico SLria, tiraram de uma relativa obscuridade os

cananeus, sua vida, seus costumes e deuses"

8o topo do pante(o cananeu ficava uma divindade suprema chamada %l - uma palavra

que no hebraico bíblico era o termo gen$rico para 0deidade0, tendo como origem a

palavra acadiana <lu, que significa literalmente 0. Altíssimo0" )odavia, nos contos

cananeus sobre homens e deuses, %l era o nome pessoal de uma deidade real, a

autoridade final em todas as quest:es, fossem de nature&a divina ou humana" %l era

tanto o pai dos deuses como o A# A!am 0pai dos homens0 e tinha como e+,*e*os 0.

/ondoso0 e 0. isericordioso0" %le tamb$m era 0o criador das coisas criadas0 e 0o

0nico que podia conceder reale1a0" >ma estela encontrada na Halestina mostra %l

sentado em seu trono e sendo servido de bebida por uma deidade mais 6ovem,

provavelmente um de seus muitos filhos" %le usa o toucado cKnico, com chifres, a

marca registrada dos deuses em todo o 3riente M$dio da #ntiguidade, e a cena $

dominada pelo onipresente Globo #lado, o emblema do Hlaneta dos !euses"

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8os 0$el"os tempos0, %l era a principal deidade do $u e da )erra, mas na $poca em

que tiveram lugar os eventos relatados na t+bulas canan$ias, o deus vivia numa semi-

aposentadoria, alheio As quest:es cotidianas" Sua morada ficava 0nas montan"as0,

 6unto aos 0dois afluentes iniciais0, onde se sentava em um pavilh(o recebendo

emiss+rios, presidindo conselhos dos deuses e tentando resolver as constantes

disputas entre os deuses mais 6ovens" Muitos destes eram seus filhos e alguns te2tos

sugerem que %l tinha setenta deles"

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!estes, trinta eram de sua consorte oficial, #sherah e os outros filhos eram de uma

variedade de concubinas divinas e at$ humanas" >m te2to po$tico conta que duas

mulheres viram %l nu enquanto passeavam na praia e ficaram encantadas com o

tamanho de seu pênis, caso que terminou com cada uma delas gerando um filho do

deus" %sse atriuto de %l está em $isí$el numa moeda fenícia! que o mostra como

um deus alado"

8o entanto, os principais descendentes de %l eram três filhos e uma filha; os deuses

 am Mar, 3ceano0, "aal 03 Senhor0 e o* 0Golpeador, #niquilador0, e a !e'sa

A%a* # que respondeu0" Helos nomes e relacionamento, eles se comparam com os

deuses gregos Pos/!o%  !eus dos Mares, Ze's  Senhor dos !euses e Ha!es

!eus do Mundo <nferior" ?aal, como Neus, estava sempre armado com um raio-míssil

e tinha o touro como símbolo de seu culto"

9uando Neus lutou contra )ífon, foi sua irm(, #tena, !eusa do #mor e da Guerra, a

única que o apoiou" 8as lendas egípcias, Osis so&inha ficou ao lado do irm(o-marido,

3síris" 3 mesmo aconteceu quando ?aal entrou em luta com seus dois irm(os"

Somente sua irm(-amante, #nat, veio em seu au2ílio" omo #tena, ela era ao mesmo

tempo  A )on1ela0, muitas ve&es e2ibindo sua bele&a nua, e a !eusa da Guerra, tendo

um le(o  como símbolo de sua bravura" 2o 3el"o Testamento ela & c"amada de Astarot ou Astarte#

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3s vínculos com as cren'as e lembran'as dos tempos pr$-históricos egípcios s(o t(o

óbvios como com os da Gr$cia" 3síris foi ressuscitado por Osis depois de ela ter 

encontrado seus restos na cidade canan$ia de ?iblos" !a mesma forma, ?aal foi

tra&ido de volta A vida depois de golpeado por Mot" Set, o advers+rio de 3síris, nas

escrituras egípcias As ve&es era chamado de 0,et de ,afon0"

?aal, como vemos, ganhou o título de 0,en"or de 4afon0" 3s monumentos egípcios do

8ovo <mp$rio - que se equipara ao período cananeu - muitas ve&es mostravam os

deuses cananeus como deidades egípcias, chamando-os de Min, =eshef, ades e

 #nthat" !essa forma, encontramos as mesmas lendas aplicando-se aos mesmos

deuses, apesar dos nomes diferentes, em todo o mundo antigo"

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3s eruditos salientaram que todas essas lendas eram ecos, sen(o vers:es, dos outros

sum$rios originais e muito mais antigos, falando n(o apenas sobre a busca da

imortalidade, mas tamb$m de amor, morte e ressurrei'(o entre os deuses" %m seu

con6unto, esses contos est(o repletos de episódios, detalhes, epítetos e ensinamentos

que tamb$m constam do *elho )estamento - evidenciando um local em comum

ana(, tradi':es em comum e vers:es originais em comum"

>m te2to desse tipo $ a história de !anel !an-%l - o 0 'ui1 de %l 0 - !aniel em hebraico,

um chefe virtuoso, que n(o conseguia ter um herdeiro legítimo" #flito, !anel rogou aos

deuses que lhe dessem um filho, para que, quando ele morresse, esse filho pudesse

erigir uma estela em sua memória em ades" # partir dessa palavra podemos

con6eturar que a +rea dos eventos da lenda era a regi(o onde o Ca%aã !o S'l  o

8eguev mesclava-se com a península do Sinai, pois era l+ que ficava a cidade de

Ca!es 0# Sagrada0"

ades fa&ia parte do território do patriarca bíblico #bra(o e o conto cananeu sobre

!anel est+ repleto de similaridades com a história da ?íblia sobre o nascimento de

<saac, filho de #bra(o e Sara, ambos muito idosos" 8um relato bem parecido com o

que est+ no 4ivro do Gênesis, lemos no conto cananeu que !anel, envelhecendo sem

ter gerado um herdeiro, viu se apresentar uma oportunidade de conseguir au2ílio divino

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quando dois deuses chegaram A sua casa" 0)aí em diante### ele dá oferendas para os

deuses comerem! oferendas para os ,antos eerem#0 3s divinos hóspedes, que eram

El, 03 #dministrador da ura0, e ?aal, ficam na casa de !anel por uma semana,

durante a qual este repete constantemente sua súplica"

•  #final, ?aal resolve apoiar !anel, 0apro2imando-se de %l com seus apelos0"

• edendo As súplicas, El  0pela m(o toma seu servo0 e lhe concede 0espírito0,

pelo qual a virilidade de !anel $ restaurada;

Com o hálito da vida Danel é estimulado...Com o hálito da vida ele é revigorado.

%l promete um filho para o descrente !anel" Monta tua cama, di&, bei6a tua mulher,abra'a-a""" 0 pela concep5ão e gra$ide1 ela dará 6 lu1 um fil"o "omem para )anel 0" %,

tal como acontece na narrativa bíblica, a matriarca gera um herdeiro legítimo, o que

garante a sucess(o" 3s pais lhe d(o o nome de #qhat/ os deuses o apelidam de

Naama% 03 #grad+vel0"

9uando o menino torna-se um rapa&, o #rtífice dos !euses o presenteia com um arco

inigual+vel, o que desperta a inve6a de #nat, que dese6a possuir essa arma m+gica"

Hara obtê-la, a deusa promete a #qhat qualquer coisa que ele gostaria de ter - ouro,prata, at$ mesmo a imortalidade;

Peça a vida, ó Aqhat, o jovem...Peça a vida e eu ela te darei.

Imortalidade (peça, e eu te !on!ederei.Com "aal te #arei !ontar os anos$

Com os #ilhos de %l !ontarás os meses.

Além de viver tanto quanto os deuses, prometeu a deusa, o rapa& tam'ém seria !onvidado a

 juntarse a eles na !erim)nia de Doaç*o de +ida.

% "aal, quando !on!ede a vida, uma #esta o#ere!e$m 'anquete #a& para aquele que re!e'eu vida.

-ervelhe uma 'e'ida, !anta e entoa do!emente para ele.

as Aqhat n*o a!redita que o homem possa es!apar de seu destino e n*o deseja separarsedo ar!o/

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 0*o mintas, ó don&ela...Para um herói, tuas mentiras s*o despre&1veis.

Como pode um mortal adquirir uma outra vida2Como pode um mortal a eternidade o'ter2

A morte de todos os homens morrerei$-im, !om !erte&a pere!erei.

3 rapa& tam'ém lem'ra a Anat que o ar!o #oi #eito para guerreiros !omo ele e n*o para ser usado por mulheres. Insultada, Anat 4atravessa a 5erra4 até a morada de %l, pretendendosoli!itar permiss*o para eliminar Aqhat. A resposta enigmáti!a do deus sugere que ele permite um !astigo, mas só até !erto ponto.Anat agora !omeça a tramar sua vingança. 4 Por sobre mil campos, quatro mil hectares4, elaviaja de volta para onde está Aqhat. 6ingindose desejosa de pa& e apai7onada, a deusa ri,alegre. Dirigindose ao rapa& !omo 4 Aqhat, o jovem4, ele de!lara/ 4Tu és meu irmão, soutua irmã4. %m seguida, !onven!eo a a!ompanhála até a !idade do 4 Pai dos Deuses, oSenhor da Lua4. 8á pede para 5a#an 4matar Aqhat para tirar seu arco4 e depois 4 faz!loviver de novo9

ou seja, in#ligirlhe uma morte temporária, que a possi'ilite pegar a arma t*o desejada.5a#an, seguindo as instruç:es da deusa, ; "olpeia duas vezes Aqhat no cr#nio, trs acima daorelha4, e a alma do rapa& 4escapa como vapor 4. as, antes que ele possa ser revivido (seera mesmo essa a intenç*o de Anat, seu !orpo é estraçalhado pelos a'utres. A not1!iaterr1vel é tra&ida a Danel enquanto ele, 4 sentado diante do portão, sob uma frondosa$rvore, jul"a a causa da vi%va, adjudica a causa do &rfão4. Com a ajuda de "aal, organi&ase uma 'us!a para pro!urar os restos de Aqhat, mas tudo em v*o. A irm* do rapa&,dis#arçada e desejosa de vingança, viaja até a morada de 5a#an e, depois de em'riagálo,tenta matálo.

(m poss1vel #inal #eli&, no qual Aqhat terminaria ressus!itado, n*o #oi en!ontrado atéagora.A trans#er<n!ia da aç*o das montanhas do 81'ano para a 4 cidade do deus!Lua4 é umelemento tam'ém en!ontrado na história de =ilgamesh. %m todo o 3riente édio daAntiguidade, a deidade asso!iada > 8ua era Sin (0annar no sumério original. Chamado nacidade de Ugarit de 4Pai dos Deuses4 ele era, na verdade, o pai de Ishtar e seus tr<sirm*os. A primeira tentativa de =ilgamesh para atingir sua meta, o 8o!al de Aterrissagemna ontanha dos Cedros, #oi #rustrada por Ishtar, que pro!urou #a&er !om que ele #ossemorto pelo 5ouro do Céu por t<la rejeitado. %m sua segunda viagem, em que pretendia!hegar > 5erra de 5ilmun, =ilgamesh tam'ém !hegou a uma !idade !er!ada de muralhas,4cujo templo era dedicado a Sin4.

as, enquanto =ilgamesh pre!isou #a&er uma longa e perigosa !aminhada antes de atingir aregi*o de -in, Anat !omo Ishtar podia ir a todos os lugares !om grande rapide&, pois n*oviajava a pé nem em lom'o de asno, mas voando de um ponto para outro. uitos te7tos daesopot?mia re#eriamse >s viagens aéreas de Ishtar e sua !apa!idade de vagar pelo#irmamento, 4atravessando o céu, atravessando a terra4. ma sua representaç*o no temploa ela dedi!ado em Assur, uma !apital ass1ria, mostraa usando ó!ulos, um !apa!ete justo e

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grandes 4 fones de ouvido4 ou painéis. 0as ru1nas de ari, na margem do rio %u#rates, #oien!ontrada uma estátua de tamanho natural, equipada !om uma 4cai'a!preta4, umamangueira, um !apa!ete !om !hi#res e 4 fones de ouvido9 em'utidos, e mais outros atri'utosde um aeronauta. %ssa !apa!idade de 4voar como um p$ssaro4, atri'u1da a todas as outrasdeidades !ananéias, apare!e em todos os !ontos épi!os en!ontrados em garit.

m deles, onde a deusa voa para salvar alguém, é um te7to que os eruditos intitularam de4 A Lenda do (ei )eret 4 onde @eret pode ser interpretado !omo o nome do rei ou o de sua!idade (4A !apital4. 3 tema do !onto é o mesmo da %popéia de =ilgamesh, ou seja, a lutado homem para en!ontrar a imortalidade. 0o entanto, ele !omeça !omo a história de ó, do+elho 5estamento, e possui outras similaridades '1'li!as.

ó, !omo nos !onta a "1'lia, era um homem 1ntegro e puro, de grande #ortuna e poder quevivia na Terra de Hus (a 45erra do Conselho4, território so' o dom1nio dos 4 *ilhos do Leste4. 5udo !orria >s mil maravilhas até que 4no dia em que os filhos dos deuses vieram seapresentar a +aheh, entre eles veio também Satan$s4. Persuadindo o -enhor a testar ó,-atanás re!e'eu permiss*o de a#ligilo primeiro !om a perda dos #ilhos e de toda sua#ortuna, e posteriormente !om todo o tipo de en#ermidades. %nquanto ó lamentava e so#ria,tr<s de seus amigos vieram !onsolálo. 3 8ivro de ó #oi !omposto !omo um registro dasdis!uss:es dos quatro homens so're a vida e a morte, e os mistérios do Céu e da 5erra.

Buei7andose do transtorno que o!orrera em sua vida, ó sonhava !om os 4 meses de

antanho4, quando era honrado e respeitado/ 4 -os port.es da capital, na pra/a, um assentoa mim ficava reservado4. 0aquele tempo, re!ordouse, a!reditava que 4como a *ni' serãomeus dias, com meu 0dificador morrerei4. as agora, sem nada de seu e a#ligido por en#ermidades, sentia vontade de morrer ali mesmo.3 amigo que viera do sul lem'roulhe de que/ 41 homem nasce para o trabalho for/ado2 s& o filho de (eshef pode para as alturas voar 4. -eria !omo se dissesse/ ora, sendo ohomem mortal, por que tanta agitaç*o2

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as ó respondeu enigmati!amente que a quest*o n*o era t*o simples assim. 4 A 0ssnciado Senhor est$ dentro de mim2 seu esplendor alimenta meu esp3rito.4 %staria ele revelando,no verso até hoje in!ompreendido, que tinha sangue divino2 Bue, !omo =ilgamesh,esperava viver tanto !omo a 6<ni7, que sempre renas!ia, e morrer somente quando

#ale!esse seu 4 0dificador 42 as agora ó se dava !onta de que/ 4 0ternamente não maisviverei2 meus dias são como vapor 4.

A história de @eret primeiro o des!reve !omo um homem próspero que em pou!o tempo perde a mulher e #ilhos devido a doenças e guerra. 4 0le v seus descendentes arruinados444uma posteridade perecendo em seu todo4, e per!e'e que é o #im de sua dinastia 4 seu tronoest$ completamente solapado.4 3 so#rimento e as lamentaç:es !res!em a !ada dia/ 4 suacama est$ ensopada de l$"rimas4. Diariamente @eret 4entra na c#mara interior 4 do temploe !hora supli!ando a ajuda dos deuses. %l a!a'a 4descendo até ele5 para descobrir 4 o queafli"e )eret para faz!lo chorar 4. a1 que os te7tos revelam que @eret, por ser #ilho de %l!om uma humana, é parte divino.

%l a!onselha seu 4amado rapaz4 a parar de se lamentar e a !asarse de novo, pois assimseria a'ençoado !om um novo herdeiro. andao lavarse e arrumarse para ir pedir a m*oda #ilha do rei de Udum (possivelmente a '1'li!a %dom. @eret, a!ompanhado de suastropas e !arregado de presentes, parte o'ede!endo >s ordens de %l. 0o entanto, o rei dedum re!usa a prata e o ouro. -a'endo que Keret 4é !arne do Pai dos omens4, isto é, deorigem divina, pede um dote singular/ que o primog<nito de sua #ilha !om @eret tam'émseja semidivinoE

A de!is*o, !laro, n*o !a'e a @eret. %l, que o a!onselhara a pro!urar um novo !asamento,n*o está dispon1vel. Assim, o rei dirige seus passos para o santuário de Asherah pretendendo o'ter o au71lio da deusa. A !ena seguinte tem lugar na morada de %l, onde asFpli!a transmitida é apoiada por vários deuses mais jovens/

%nt*o vieram as !ompanhias de deuses,% o presente "aal #alou/

% agora, ó "ondoso, %l 'enigno$ 0*o a'ençoarás @eret, o de sangue puro,

 0em agradarás o amado rapa& de %l2

Assim in!entivado, %I !onsente em 4aben/oar )eret 4 e prometelhe que ele terá #ilhos evárias #ilhas. 3 primog<nito, anun!ia, deverá re!e'er o nome de Yassib  (4Permanente4, pois de #ato lhe será !on!edida a perman<n!ia. Isso a!onte!erá porque, quando o meninonas!er, n*o será amamentado pela m*e, mas pelas deusas Asherah e Anat.

(1 tema do filho de um rei sendo amamentado por uma deusa, dessa forma "anhando avida eterna, era encontrado nas artes de quase todos os povos do anti"o 1riente 6édio.

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3s deuses mant<m sua promessa, mas @eret, !res!endo em poder e rique&a, esque!e seusvotos. 5al !omo a!onte!eu !om o rei de 5iro nas pro#e!ias de %&equiel, seu !oraç*o tornouse altivo e ele !omeçou a se vangloriar de suas origens divinas !om os #ilhos. Irritada,Asherah #a& !air so're ele uma doença #atal. Buando #i!ou evidente que @eret estava > 'eira da morte, seus #ilhos, espantados, perguntaram !omo isso podia estar a!onte!endo!om ele, 4um filho de 0l, rebento do 7ondoso, um ser sa"rado4. al podendo a!reditar noque viam, interrogam o pai pois, !om toda a !erte&a, o #ra!asso de sua imortalidade osa#etará tam'ém/

%m tua vida, pai, nos rego&ijávamos%7altávamos teu n*o morrer...

orrerás ent*o, pai, !omo os mortais2

3 sil<n!io de @eret #ala por si e agora os #ilhos voltamse para os deuses/

Como pode ser dito,m #ilho de %l é @eret, re'ento do "ondoso e um ser sagrado2

%nt*o um deus morrerá2m re'ento do "ondoso n*o viverá2

%m'araçado, %l dirigese aos outros deuses/ 48uem entre v&s é capaz de remover a doen/a,e'pulsar os males94 Por sete ve&es %l repete seu apelo, mas 4nenhum dos deuses

responde4. Desesperado, %l apela para o Art1#i!e dos Deuses e seus assistentes, e >s deusasdos o#1!ios que !onhe!em todas as mági!as. Gespondendo, 4a mulher que remove doen/as4,a deusa -hagarat, de!ola/ 4 0la sobrevoa cem cidades, sobrevoa uma mir3ade de povoados4444 Chegando > !asa de @eret no momento e7ato, !onsegue reviv<lo.( A hist&ria, contudo, não tem um final feliz4 :omo a afirma/ão de )eret de que era imortal  provou ser in%til, seu primo"nito o persuadiu a abdicar em seu favor44.

3s vários relatos épi!os so're os próprios deuses s*o de import?n!ia primordial para a

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!ompreens*o dos eventos da Antiguidade. 0eles, a !apa!idade de voar dos deuses. é a!eita!omo um #ato !orriqueiro e seu 4céu4, a 4:rista de ;afon4, é apresentado !omo um lo!al derepouso dos aeronautas. As #iguras !entrais dessas histórias s*o "aal e Anat, os irm*osamantes. 3 ep1teto #reqHente de Baal é 43 Cavaleiro das 0uvens4, que o +elho 5estamentoa!a'ou reivindi!ando para a deidade he'réia. A !apa!idade de voar de Anat, que apare!ia

o!asionalmente nos !ontos so're as relaç:es entre deuses e homens, é ainda mais en#ati&adanas lendas só so're os deuses.

 0um desses te7tos, Anat é in#ormada de que "aal #oi pes!ar 4na campina de Sama<h4.

A regi*o !onserva esse nome até os dias de hoje/ tratase da área do lago de Sumkhi (4lagodos Pei7es4, que #i!a ao norte de Israel, onde o rio ord*o !omeça a desaguar no mar da=aliléia, e !ontinua a#amada pelos seus pei7es e vida selvagem.

Anat de!idiu ir juntarse a "aal/%la alça v)o, a Don&ela Anat,

Alça v)o e passeia voandoAté o !entro da !ampina de -amath,3nde a'undam 'F#alos.

Avistando a deusa, "aal #e&lhe um sinal para que des!esse, mas Anat !omeçou a 'rin!ar dees!ondees!onde. Irritado, "aal perguntou se Anat estava esperando que ele #osse 4 un"ir oschifres dela4 uma e7press*o rela!ionada !om o ato se7ual 4enquanto voava4 In!apa& deen!ontrála, "aal de!olou 4e subiu para os céus4, indo para a sede de seu trono na 4Cristade a#on4. Anat, a 'rin!alhona, logo dirigiuse para lá !om a intenç*o de 4 sobre ;afon em prazer  (estar 4.

3 en!ontro id1li!o, !ontudo, só p)de ser !onsumado anos depois, quando a posiç*o de "aal!omo Pr1n!ipe da 5erra e governante re!onhe!ido das terras do norte já estava #irmementeesta'ele!ida. Antes disso, o deus envolveuse em lutas de vida ou morte !om os outros pretendentes ao trono dividido. 3 pr<mio de todas essas disputas era um lugar !onhe!ido!omo arerath a#on, em geral tradu&ido !omo 4monte santo4 ou 4 Picos de ;afon4, massigni#i!ando e7atamente 4 A :rista (ochosa no -orte4.

%ssas sangrentas lutas pelo dom1nio so're !ertas #ortale&as ou territórios de!orriam do

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 posi!ionamento dos pretendentes na linha de su!ess*o quando o !he#e do pante*oenvelhe!ia ou entrava numa semiaposentadoria. Con#orme as tradiç:es de !asamento que primeiro #oram registradas nos es!ritos sumérios, a !onsorte o#i!ial de %l, Asherah (4a #ilhado governante4, era sua meiairm*, o que #a&ia do primog<nito desta o herdeiro leg1timo.as, !omo a!onte!era antes, a posiç*o desse #ilho era #reqHentemente !ontestada pelos seus

meiosirm*os mais velhos, mas nas!idos de outras mulheres. (3 #ato de "aal, que tinha pelo menos tr<s esposas, n*o poder se !asar !om sua amada Anat !on#irma que ela era suairm* por parte de pai e m*e, e n*o apenas meiairm*.

3s !ontos !ananeus !omeçam na remota e montanhosa morada de %l, onde elese!retamente !on!ede a su!ess*o ao seu #ilho Jam. A deusa -hepesh, a 4Tocha dos Deuses4,vai voando até onde está "aal para lhe dar as más not1!ias/ 4 0l est$ virando o sistemamon$rquico pelo avesso=4, grita, alarmada.

"aal é a!onselhado a apresentarse diante de %l e a levar a disputa para ser julgada pelaAssem'léia ou Conselho dos Deuses. As irm*s sugerem que ele deve ser desa#iador/

Agora vamos, parta, para a Assem'léia no !entro do monte 8ala.Aos pés de %l n*o !aia, n*o te prostres diante da Assem'léia.

%m pé, altivo, #aça teu dis!urso.

Ao #i!ar sa'endo da trama, Jam envia seus próprios emissários para a reuni*o dos deuses!om o intuito de e7igir que o re'elde "aal seja entregue em suas m*os. 41s deuses estavam sentados para comer, os Santos iam jantar2 7aal servia 0l 4 quando entram os emissários. 0o sil<n!io que se segue, os dois apresentam a e7ig<n!ia de Jam. Para indi!ar que n*oest*o para 'rin!adeiras, 4aos pés de 0l não caem4 e mant<m as m*os nas armas, 4olhoscomo uma espada afiada, cintilando com um fo"o que a tudo consome4. 3s deuses atiramse ao !h*o para se proteger. %l mostrase disposto a entregar "aal, mas este pega suas armase está para saltar so're os emissários quando sua m*e o !ontém. m emissário possuiimunidades, lem'ra ela.

3s emissários a!a'am voltando de m*os va&ias para Jam e #i!a !laro que n*o e7iste outromeio de de!idir a disputa sen*o os dois deuses !on#rontaremse num !ampo de 'atalha.ma deusa talve& Anat !onspira !om o Art1#i!e dos Deuses para ele #orne!er a "aal suasarmas divinas, o 4 perse"uidor 4 e o 4atirador 4, que 4mer"ulha sobre a presa como uma$"uia4. 0o !om'ate, "aal ven!e Jam e está para 4esma"$!lo4 quando ouve a vo& da m*edi&endolhe/ 4Poupe Yam!4 3 ven!ido es!apa da morte, mas é 'anido para seus dom1niosmar1timos.

Como !ompensaç*o por ter poupado Jam, "aal pede a Asherah que apóie sua reivindi!aç*ode o'ter a suprema!ia so're a Crista de a#on. A deusa está repousando numa !idade > 'eiramar e é !om grande relut?n!ia que !on!orda em viajar até a morada de %l lo!ali&adanuma regi*o quente e se!a. Chegando 4 sedenta e ressequida4, Asherah !olo!a o pro'lemadiante do marido e pedelhe para de!idir !om sa'edoria e n*o emoç*o. 4Tu és mesmo "rande e s$bio4, 'ajula, 4o "risalho de tua barba te instrui444 Sabedoria e >ida Perene sãotua parte44 Pesando a situaç*o, %l !on!orda/ que "aal seja o dono da Crista de a#on$ quelá ele !onstrua sua !asa.

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 0o entanto, o que "aal tem em mente n*o é uma resid<n!ia qualquer. -eus planos e7igemos serviços de Kothar-Hasis  (43 a'ilidoso e Conhe!edor4, o Art1#i!e dos Deuses. 0*oapenas os eruditos modernos, mas até 6ilos de "i'los, no sé!ulo K a.C. (!itandohistoriadores #en1!ios anteriores, !ompara @otharasis ao divino artes*o grego e#esto,

que !onstruiu a resid<n!ia dos deuses eus e era. 3utros en!ontram paralelos entre ele e5hot, o deus eg1p!io das artes, o#1!ios e magia. De #ato, os es!ritos en!ontrados em garita#irmam que os emissários de "aal enviados para 'us!ar @otharasis #oram avisados para pro!urar por ele na ilha de Creta e no %gito. 5udo indi!a que, na épo!a, era nesses lo!aisque o Art1#i!e dos Deuses estava empregando suas ha'ilidades.

Buando @otharasis !hegou ao lugar onde "aal o esperava, os dois !omeçaram a estudar os projetos da !onstruç*o. "aal desejava uma estrutura em duas partes, sendo uma E-Khal

(4grande !asa4 e a outra "ehmtam, termo geralmente tradu&ido por 4casa4, mas queliteralmente signi#i!a 4uma plataforma elevada4. ouve alguma dis!ord?n!ia entre osdeuses so're o lo!al onde deveria #i!ar uma !erta janela em #orma de #unil que se a'ria e#e!hava de maneira in!omum. 4Tu deves prestar aten/ão ?s minhas palavras, @ 7aal 4,insistiu @otharasis. 5erminada a !onstruç*o da estrutura, "aal mostrouse preo!upado!om a segurança de suas mulheres e #ilhos. Para tranqHili&álo, @otharasis mandou queárvores do 81'ano, 4de Sirion seus preciosos cedros4, #ossem empilhadas dentro daestrutura e ateou #ogo nelas. Durante uma semana inteira a #ogueira ardeu intensamente$ouro e prata !olo!ados nela derreteram, mas a estrutura em si n*o #oi destru1da nema'alada.

3 silo su'terr?neo e a plata#orma estavam prontosE -em perder tempo, "aal resolveu testar a instalaç*o/

"aal a'riu o 6unil na Plata#orma %levada,A janela dentro da =rande Casa. 0as nuvens, "aal a'riu #endas.-eu !lamor sagrado "aal emite...

-eu !lamor sagrado sa!ode a 5erra.As montanhas estreme!em...

5remendo est*o... 0o leste e no oeste, os montes da terra 'alançam...

Buando "aal !omeçou a su'ir para o espaço, os divinos mensageiros =apan e gar  juntaramse a ele no v)o/ 41s alados, os dois, con"re"am!se nas nuvens4 atrás de "aal$4como p$ssaros4, a dupla so'revoou os pi!os nevados de a#on. Com o término da!onstruç*o das novas estruturas, a Crista de a#on passou a ser !hamada de 4 *ortaleza de ;afon4, e o monte bano (43 "ran!o4, em virtude de seus pi!os nevados adquiriu oep1teto -irion a ontanha 4 Armada4.

Por ter !onseguido o dom1nio da #ortale&a de a#on, "aal tam'ém ganhou o nome de "aala#on. Como t1tulo, ele signi#i!a apenas 4Senhor de ;afon4, mas a !onotaç*o original dotermo a#on n*o era geográ#i!a, pois signi#i!ava tanto 4o es!ondido4, !omo 4o local de

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observa/ão4. -em dFvida, essas !onotaç:es tiveram um peso importante na nomeaç*o deBaal !omo 4-enhor de a#on4.

ma ve& o'tidos esses poderes e prerrogativas, as am'iç:es de "aal !res!eram muito emes!ala. Convidando os 4 filhos dos deuses4 para um 'anquete, ele e7igiu demonstraç:es de

#idelidade e vassalagem. 3 !astigo n*o demorou para os que se re!usaram a atend<lo/4 7aal a"arra os filhos de Asherah2 (abbim ele "olpeia nas costas, Do<amm atin"e comuma clava4. Alguns #oram mortos, outros es!aparam.

%m'riagado pelo poder, "aal &om'ou deles/

3s inimigos de "aal #ogem para as matas$-eus inimigos es!ondemse nas #aldas da montanha.

3 possante "aal grita/L inimigos de "aal, por que tremem2

Por que tremem, por que se es!ondem23 3lho de "aal se #ende$

-ua m*o estendida o !edro ra!ha$-ua m*o direita é poderosa.

De!idido a !onseguir o dom1nio !ompleto, "aal !om a ajuda de Anat ven!eu e aniquilouadversários mas!ulinos !omo ; Lothan, a serpente4, 4Shahat, o dra"ão de sete cabe/as4,4 Ata<, o bezerro4 e a deusa ashat, 4a cadela4. -a'emos, através do +elho 5estamento, queIahMeh, o Deus '1'li!o, tam'ém era um #ero& adversário de "aal. Buando a in#lu<n!iadeste !res!eu muito entre os israelitas em virtude do !asamento de seu rei !om uma prin!esa !ananéia, o pro#eta %lias organi&ou um !ompetiç*o entre "aal e IahMeh no alto domonte Carmelo. Buando IahMeh prevale!eu, os tre&entos sa!erdotes de "aal #oramimediatamente e7e!utados. %ra por !ausa desse a!onte!imento que o +elho 5estamento!on#eria a IahMeh o dom1nio so're a Crista de a#on. -igni#i!ativamente, as reivindi!aç:es#oram #eitas em linguagem quase id<nti!a > usada nas histórias so're "aal, !omo dei7am!laro o -almo NO e outros versos/

5ri'utai a IahMeh, ó #ilhos dos deuses,5ri'utai a IahMeh glória e poder.

5ri'utai a IahMeh a glória de seu -hem$Adorai a IahMeh em seu esplendor de santidade.

3 !lamor de IahMeh so're as águas$3 Deus glorioso troveja,

%!oa so're as águas torren!iais.-eu !lamor é poderoso, majestáti!o.

3 !lamor de IahMeh despedaça os !edros,Despedaça IahMeh os !edros do 81'ano$

%le #a& o 81'ano pular qual 'e&erro% o -irion !omo !ria de 'F#alo.

3 !lamor de IahMeh lança !hispas de #ogo...% em seu templo tudo grita/ glóriaE

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5al !omo "aal nos te7tos !ananeus, a deidade he'réia tam'ém era um 4 :avaleiro das -uvens4. 3 pro#eta Isa1as teve uma vis*o dele voando na direç*o sul, para o %gito,4caval"ando a"ilmente uma nuvem, ele descer$ sobre o 0"ito2 os deuses do 0"itoestremecerão diante dele4. Isa1as tam'ém a#irmava ter visto pessoalmente o -enhor e seus

atendentes alados/

•  0o ano em que #ale!eu o rei 3&ias, vi o -enhor sentado em um trono alto e elevado.

• -eus !arregadores en!hiam o santuário.

• 3s atendentes do #ogo pairavam so're ele, seis asas, seis asas para !ada um deles...

• As vigas dos pórti!os estreme!eram !om o !lamor e o templo en!heuse de #umaça.

3s he'reus eram proi'idos de adorar, e, portanto, de #a&er estátuas ou imagens gravadas.3s !ananeus, !ontudo, que devem ter !onhe!ido IahMeh !omo os he'reus !onhe!iam "aal,

dei7aramnos uma sua imagem !omo !on!e'ida por eles. ma moeda do sé!ulo a.C, !oma ins!riç*o Yahu (4IahMeh4, mostra uma deidade sentada em um trono !om #orma de umaroda alada.

Assim, era universalmente a!eito no 3riente édio que o deus que !onseguia o dom1nioso're a#on #i!ava !om a suprema!ia so're os deuses que podiam voar.

Isso, sem dFvida, era o que "aal esperava. 5odavia, sete anos depois do término da!onstruç*o da #ortale&a de a#on, ele #oi desa#iado por ot, o senhor das terras ao sul e doundo In#erior. Agora a disputa já n*o era mais so're quem seria o dono de a#on, masso're 4quem ter$ o dom3nio sobre toda a Terra4.Chegaram a ot in#ormaç:es de que "aal estava envolvido em atividades suspeitas. Ilegale !landestinamente, ele estava 4 pondo um l$bio na Terra e um no :éu4, tentando 4esticar  sua voz até os planetas4. De in1!io, ot e7igiu o direito de inspe!ionar o que estavaa!onte!endo dentro da Crista de a#on. %m resposta, "aal envioulhe emissários !ommensagens de pa&. 48uem precisa de "uerra94, perguntou, 4derramemos paz e amizade nocentro da terra4. Como ot !ontinuou insistindo, "aal !on!luiu que o Fni!o modo de

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impedilo de ir a a#on seria pro!urálo em sua própria !asa. Assim, viajou para a 4cova4 deot nas 4 profundezas da Terra4, jurando o'edi<n!ia.

 0o entanto, o que "aal tinha em mente era algo muito mais sinistro a derru'ada de ot.as, para isso, pre!isava do au71lio da sempre #iel Anat. Por isso, enquanto ele ia ter !om

ot, seus emissários pro!uraram Anat. 3s dois emissários re!e'eram instruç:es derepetirem palavra por palavra uma enigmáti!a mensagem para a deusa/

5enho uma palavra se!reta para te di&er,ma mensagem para te !o!hi!har/ um aparelho que lança palavras,

ma Pedra que sussurra.-uas mensagens os homens n*o entender*o$As multid:es da 5erra n*o !ompreender*o.

Devemos ter em mente que em todas as l1nguas da Antiguidade, o termo 4 pedra4 a'rangiatodas as su'st?n!ias mineradas ou garimpadas, in!luindo assim todos os minerais e metais.Portanto, Anat logo !ompreendeu o que "aal mandara lhe di&er/ ele estava montando naCrista de a#on um so#isti!ado aparelho que podia enviar ou inter!eptar mensagensse!retasE

 0a !ontinuaç*o da mensagem levada pelos emissários, há uma melhor des!riç*o da Pedrado %splendor.

3 Céu !om a 5erra ela #a& !onversar, os mares !om os planetas. uma Pedra do %splendor$

Para o Céu ainda é des!onhe!ida.Bue tu e eu a erijamos dentro de minha !averna, no alt1ssimo a#on.

%ste ent*o era o segredo/ "aal, sem o !onhe!imento do 4 :éu4 o governo do planeta m*e ,estava montando um !entro de !omuni!aç:es !landestino, !om o qual poderia #alar !omtodas as partes da 5erra e tam'ém !om as naves no espaço. %sse seria o primeiro passo paraele 4ter o dom3nio sobre toda a Terra4. as, !om isso, "aal entrava em !on#ronto direto!om ot, pois era nos territórios dominados por este que se lo!ali&ava o 41lho da Terra4o#i!ial.

5endo re!e'ido e !ompreendido a mensagem, Anat apressouse a partir em au71lio de "aal.3s emissários preo!upados re!e'eram sua palavra de que ela !hegaria lá a tempo. 4>&s soisva"arosos, eu sou li"eira4, garantiu, e a!res!entou/

 0o distante lugar do deus penetrarei,A distante !ova dos #ilhos dos deuses.

Duas a'erturas ela tem so' o 3lho da terra% tr<s largos tFneis.

Chegando > !apital de ot, Anat n*o !onseguiu en!ontrar "aal. %7igindo sa'er so're seu paradeiro, ameaçou ot !om viol<n!ia. 6inalmente #oi in#ormada da verdade/ os dois

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deuses tinham se engal#inhado em !om'ate e 4 7aal tombara4. 6uriosa, Anat 4com umaespada fendeu 6ot 4. %nt*o, !om a ajuda da deusa -hepesh, so'erana dos "e#aim  (os4Curadores4, transportou o !orpo sem vida de "aal para o pi!o de a#on, !olo!andoonuma !averna.

Gapidamente as duas deusas !onvo!aram o Art1#i!e dos Deuses, tam'ém !hamado de %l@essem, 41 Deus da 6$"ica4. 5al !omo órus #oi revivido por 5hot depois de ter sido pi!ado por uma serpente, "aal tam'ém ressus!itou milagrosamente. 0o entanto, n*o #i!a 'em e7pli!ado se ele voltou > vida #1si!a na 5erra ou ganhou, !omo 3s1ris, uma 3utra +idaCelestial.

imposs1vel determinar quando os deuses envolveramse nesses eventos na Crista dea#on, mas n*o restam dFvidas de que a umanidade tinha !onhe!imento da e7ist<n!ia eatri'utos singulares do 8o!al de Aterrissagem já nos primórdios da istória do!umentada.

Para !omeçar temos o relato so're a viagem de =ilgamesh > ontanha dos Cedros, que aepopéia tam'ém !hama de 4 6orada dos Deuses, a 0ncruzilhada de +shtar 4. 8á,4 penetrando na floresta4, ele en!ontrou um tFnel que levava 4ao recinto onde são emitidasas palavras de comando4. Apro#undandose na montanha, 4a morada secreta dos Anunna<iele abriu4. 6oi !omo se =ilgamesh tivesse invadido as mesmas instalaç:es que "aal!onstru1ra em segredoE +ersos antes misteriosos da epopéia agora assumem um signi#i!adoempolgante/

Coisas se!retas ele viu,3 que está es!ondido do homem ele !onhe!eu...

Isso, sa'emos, a!onte!eu no ter!eiro mil<nio a.C. por volta de N.OQQ a.C.3utro elo importante entre as lendas dos deuses e homens é a história do idoso Danel, quen*o tinha des!endentes mas!ulinos e morava em algum lugar perto de Cades. 0*o é poss1vel determinar a épo!a em que o!orreram esses eventos, mas as similaridades !om ahistória de A'ra*o in!lusive a apariç*o de 4homens4, que depois vemse a sa'er que eramo -enhor e seus emissários sugerem a possi'ilidade de que estamos lendo duas vers:es damesma memória an!estral. -e #or esse mesmo o !aso, possu1mos uma outra data/ o in1!iodo segundo mil<nio a.C.

a#on, a #ortale&a dos Deuses, !ontinuava lá, no primeiro mil<nio a.C. 3 pro#eta $saas(sé!ulo +III a.C. !astigou -enaqueri'e, o invasor ass1rio da udéia, por ele ter insultado o-enhor su'indo !om seus muitos !arros de guerra 4?s alturas da montanha, ? :rista de ;afon4. %n#ati&ando a antiguidade do lo!al, Isa1as transmitiu a -enaqueri'e a admoestaç*odo -enhor/

 0*o ouviste2á de há muito eu a !onstru1,

 0os tempos antigos eu a !riei.

Isa1as tam'ém !astigou o rei da "a'il)nia por ele ter tentado se divini&ar es!alando a Cristade a#on/

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Como !a1ste do !éu, ó estrela dRalva, #ilho da auroraEComo #oste atirado > terra, ven!edor das naç:esE

%, no entanto, di&ias em teu !oraç*o/ ei de su'ir até o !éu,

A!ima das estrelas de Deus !olo!arei o meu trono,%sta'ele!ermeei na ontanha da Assem'léia, 0a Crista de a#on, na Plata#orma %levada,

m Alt1ssimo serei.%, !ontudo, serás pre!ipitado ao undo In#erior,

 0as pro#unde&as do a'ismo.

5emos aqui n*o somente a !on#irmaç*o da e7ist<n!ia do lo!al e sua antiguidade, mastam'ém a a#irmaç*o de que ele in!lu1a uma 4 Plataforma 0levada4, da qual podiase su'ir ao espaço e tornarse um Alt1ssimo um deus.

A as!ens*o aos !éus, sa'emos por outros te7tos '1'li!os, era #eita por meio de 4 pedras4(aparelhos me!?ni!os, que podiam viajar. 0o sé!ulo +I a.C., o pro#eta %&equiel !astigou orei de 5iro porque seu !oraç*o tornouse orgulhoso depois de ele ter re!e'ido permiss*o desu'ir > Crista de a#on e entrar nas 4 pedras moventes4, e7peri<n!ia após a qual anun!iou/4Bm deus eu sou4.

ma antiga moeda en!ontrada em Biblos  (a '1'li!a =e'al, uma das !idades !ananéias4 fen3cias na costa do 6editerr#neo, pode bem ser uma ilustra/ão das estruturas eri"idasem ;afon por )othar!Casis4

 0la mostra uma 4 "rande casa4, tendo ao lado uma área elevada, !er!ada por uma muralhaalta e larga. 8á, so're um pódio sustentado por vigas !ru&adas, !onstru1das para suportar um grande peso, está montado um o'jeto !)ni!o muito !onhe!ido de tantas outras

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ilustraç:es do 3riente édio da Antiguidade a 4:#mara :elestial 4 dos deuses, uma4 pedra movente4.

%sses s*o os ind1!ios que !hegaram até nós atravessando mil<nios após mil<nios. Ao longode toda a Antiguidade os povos do 3riente édio tinham !onhe!imento de que dentro da

ontanha dos Cedros havia uma enorme plata#orma para 4 pedras moventes4, tendo ao ladouma 4 "rande casa4, no interior da qual #i!ava es!ondida 4uma pedra que sussurr a4.

Agora, se estou !orreto em minha interpretaç*o dos te7tos e desenhos da Antiguidade !omo #oi que esse grandioso e !onhe!ido lugar desapare!eu2

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As0era01 !e'sa e 2o%sor*e !e a03e0 %o A%*4o Israel

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Para a maioria das pessoas que l<em a"1'lia, a idéia de um Fni!o Deus de Israel, JahMeh, pare!e ser !lara. 0o entanto,des!o'ertas arqueológi!as das Fltimas dé!adas vem demonstrando que JahMeh nem sempre

esteve solitário. Antes da as!ens*o do monote1smo em Israel, o Deus JahMeh #a&ia parte deum !onte7to polite1sta onde havia um pante*o de Deuses e Deusas, sendo que provavelmente #oi adorado ao lado de sua !onsorte, Asherah.

Ge!onstruir a presença da Deusa Asherah na vida de mulheres e homens no Antigo Israel éum es#orço de, a partir de uma perspe!tiva #eminista e de g<nero, tra&er elementos que nosajudem numa maior apro7imaç*o do que #oram os espaços religiosos e vitais deste povo.%sta re!onstruç*o é algo ne!essário, uma ve& que estamos diante de te7tos sagradosmar!ados pelo sistema patriar!al que projetou histori!amente um Deus mas!ulino,legitimando práti!as e #unç:es mas!ulinas, !om isso silen!iando as mulheres, suasrepresentaç:es sagradas, tudo aquilo que pudesse lhes garantir espaço e vo&. Por isso, #a&

se ne!essário a nossa re#le7*o

“voltar a um ponto anterior ao monoteísmo patriarcal, até religiões nas quais uma

 Deusa era a imagem divina dominante ou então era emparelhada com a imagem

masculina de uma forma que tornava a ambas modos equivalentes de aprender o divino"

(Ruether, !!, p# $%&#

Carol Christ (NQQS, p.KT ressalta que ;reimaginar o poder divino !omo Deusa temimportantes !onseqH<n!ias psi!ológi!as e pol1ti!as9, !omo !aminho de des!onstruç*o do pensamento que naturali&a a dominaç*o mas!ulina. -egundo -!hroer (KOOS, p. Q, o !ulto> Deusa era e7er!ido tanto por homens !omo por mulheres, mas veio so'retudo ao en!ontro

das ne!essidades das mulheres, pois lhes o#ere!ia mais espaço no ?m'ito religioso.

Através de uma ;hermen<uti!a #eminista de suspeita9, método proposto por %lisa'eth-!hHssler 6ioren&a (KOON, p. UO, queremos ;reimaginar9 Asherah a partir de uma !r1ti!aao patriar!ado presente nos te7tos '1'li!os, re!onstruindo a memória da Deusa a partir dosdados arqueológi!os e identi#i!ando na literatura '1'li!a a relaç*o !on#lituosa que seesta'ele!e !om ela.

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As origens do monotesmo no Antigo $srael

á uma grande pro'lemáti!a em torno do in1!io do monote1smo. 6ranV CrHsemann (NQQK, p. TUQ aponta a épo!a do pro#eta %lias (!#. KGs KU,KOQ !omo o momento históri!o emque se !omeça a #alar da e7!lusividade do Deus de Israel, prin!ipalmente no em'ate !om o

Deus "aal e no pro!esso de sin!retismo onde JahMeh in!orpora as !ara!ter1sti!as de "aal.3s es!ritos '1'li!os do Primeiro 5estamento teriam em si a tend<n!ia de mostrar, do in1!ioao #im, a realidade do monote1smo, ;a proi'iç*o de se adorar outras divindades já é pressuposta em =<nesis e #ormulada !laramente no -inai (%7 NQ,N9 (CrHsemann, NQQK, p.TUK.

Haroldo "eimer (NQQW, p.KKS aponta, so'retudo o sé!ulo + a.%.C !omo o momentohistóri!o mar!ante, em que JahMeh vai se !onstituindo !omo Deus Fni!o de Israel,desen!adeando um ;pro!esso de dia'oli&aç*o de outras divindades9.0um primeiromomento, a divindade JahMeh teria sido um elemento religioso que veio de #ora do!onte7to !ananeu. 0esta épo!a, possivelmente era o Deus %l que o!upava a !a'eça do pante*o divino. JahMeh passa a integrar o !onte7to israelita sem !ontudo negar a e7ist<n!iae diversidade de outras divindades.

 0o entanto, os !on#litos religiosos !omeçam a a!onte!er, so'retudo no Geino do 0orte, no per1odo que vai dos sé!ulos IX a +III a.%.C, !om o Deus "aal, o!orrendo a trans#er<n!iados atri'utos da #ertilidade de "aal para JahMeh, o que CrHsemann tam'ém aponta. á noGeino do -ul, do #inal do sé!ulo +III até o #inal do sé!ulo +II a.%.C, ;a #é monote1sta javista é a#irmada em um !onte7to na!ionalista, na medida em que se pode retrojetar a idéiade naç*o para aqueles tempos. A diversidade religiosa passa a ser o'jeto de aç:es perseguidoras o#i!iais9 (Geimer, NQQW, p. KKT.

A a#irmaç*o da e7!lusividade de JahMeh a!arreta um pro!esso de ;dia'oli&aç*o9 da própria Deusa Asherah, onde te7tos '1'li!os ser*o instrumentos de justi#i!aç*o deste pro!esso monote1sta. 6rente a essa e7!lusividade de JahMeh, será imposs1vel aso'reviv<n!ia de qualquer outra divindade, além de que a <n#ase em JahMeh será !ritériode a#irmaç*o do sa!erdó!io mas!ulino perpetuando uma so!iedade patriar!al (Geimer,NQQW, p. KKT.

 0este !onte7to, a e7ist<n!ia de outras divindades mas!ulinas e #emininas #oi sempre umaameaça ao monote1smo esta'ele!ido, sendo que as re#ormas religiosas em udá, de osa#á(UTQUU a.%.C, de %&equias (TKWWUT a.%.C, de osias (WQWQO a.%.C e as legislaç:esdo Código da Aliança (%7 NQ,NNNY,KO e do Código Deuteron)mi!o (Dt KNNW agiram!omo instrumentos que visavam assegurar a #é monote1sta (Geimer, NQQY, p. OWU.

A presen%a da &eusa em $srael 'do Bron(e ao )erro*

Con#orme a pesquisadora oniVa 3ttermann (NQQ, que traça o panorama da presença daDeusa em Israel, da Idade do "ron&e > Idade do 6erro, no 3riente édio, datando a Idadedo "ron&e édio (KUQQKSQQ a.%.C, a representaç*o da Deusa é !ara!teri&ada !omo;Deusa0ua9, desta!ando o tri?ngulo pF'i!o, emergindo tam'ém representaç:es em #orma

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de ramos ou pequenas árvores estili&adas, !om'inaç*o que vem a ser denominada ;DeusaZrvore9.

 0a Idade do "ron&e 5ardio (KSSQKNSQ[KKSQ a.%.C, a DeusaZrvore apresenta duasmudanças, apare!endo em #orma de uma árvore sagrada #lanqueada por !a'ritos ou !omo

um tri?ngulo pF'i!o, que su'stitui a árvore. 0este per1odo, já se nota a tend<n!ia desu'stituiç*o do !orpo da Deusa pelos seus atri'utos, em espe!ial a árvore.

A Deusa !ontinua perdendo representatividade na religi*o o#i!ial, onde divindadesmas!ulinas ganham !ada ve& mais #orça, prin!ipalmente a partir de !ara!ter1sti!asdominadoras e guerreiras. 0a Idade do 6erro I (KNSQ[KKSQKQQQ, a #orma !orporal daDeusaZrvore vai desapare!endo enquanto que #ormas de animais que amamentam #ilhotes,>s ve&es !om a presença de uma árvore estili&ada, ganham !ada ve& mais espaços nagl1pti!a, signi#i!ando a prosperidade e a #ertilidade. A presença da Deusa #i!a relegada aosespaços de religiosidade das mulheres.

+a $dade do )erro $$A (KQQQOQQ a.%.C, in1!io da #ormaç*o do javismo as Deusas passam a ser sim'oli&adas por seus atri'utos. A #orma vegetal da Deusa !on#undese !omseu s1m'olo, a árvore estili&ada, sendo que muitas ve&es é su'stitu1da por ele. %ntendemosessas imagens !omo representaç:es da Deusa Asherah.

+a $dade do )erro $$B (ONSTNQ[TQQ a.%.C, Israel e udá apresentam di#erenças no?m'ito sim'óli!o. 3s do!umentos epigrá#i!os de @untillet Adjrud e de @hir'et elBomdesta!am um v1n!ulo estreito entre Asherah e JahMeh, o que a!ima de tudo demonstra um!onte7to polite1sta, onde se adoravam a várias divindades #emininas e mas!ulinas.+a $dade do )erro $$, (TNQ[TQQWQQ a.%.C, a "a'il)nia derru'a a Ass1ria e passa adominar Israel e udá. 0este per1odo en!ontramos o s1m'olo tradi!ional da Deusa, a árvoree o ramo. +ários selos ou impress:es de selos que asso!iam s1m'olos astrais !om árvoresestili&adas #oram en!ontrados na Palestina e na 5ransjord?nia, o que re#orça interpretaç:esso're a e7ist<n!ia de um !ulto a Deusa Asherah ao lado do Deus JahMeh. prin!ipalmentena #orma de árvore estili&ada que, ao longo de sé!ulos, Asherah esteve presente em Israel.

Eid.ncias ar/ueol0gicas da &eusa Asherah

As primeiras evid<n!ias de Asherah apare!em em te7tos !unei#ormes 'a'il)ni!os (KUYQKSYK a.%.C e nas !artas de %l Armana (sé!ulo XI+ a.%.C (0euen#eldt, KOOO, p. S.

Para o pesquisador Guth estrin (KOOK, p. SNSY, in#ormaç:es importantes so're Asherahv<m dos te7tos ugar1ti!os de Gas -hamra (Costa editerr?nea da -1ria. 0estes te7tos,Asherah é !hamada de Atirat, !onsorte de %l, prin!ipal Deus do pante*o !ananeu no IImil<nio a.%.C, sendo men!ionada tam'ém !omo \%lat, #orma #eminina de %l. 0os te7tosugar1ti!os, Asherah (ou seja, Atirat ou \%lat é a m*e dos Deuses, sim'oli&ando a Deusa doamor, do se7o e da #ertilidade.

5am'ém #oram es!avados vários pingentes ugar1ti!os que retratam uma Deusa, provavelmente Atirat[ \%lat. A #igura humana estili&ada nestes pingentes !ontém o rosto, osseios e a regi*o pF'i!a e uma pequena árvore estili&ada gravada a!ima do tri?ngulo pF'i!o.

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%m KOY, o arqueólogo 'rit?ni!o ames 8. -tarVe] en!ontrou o jarro de 8a!hish, datadoapro7imadamente no KY^ sé!ulo a.%.C, provavelmente ano KNNQ.

3 jarro é de!orado e !ontém ins!riç:es raras do antigo al#a'eto sem1ti!o. 0a de!oraç*o há o

desenho de uma árvore #lanqueada por duas !a'ras !om longos !hi#res para trás, que,segundo Guth estrin, representa Asherah. ma ins!riç*o que segue pela 'orda do jarrotem sido re!onstru1da e tradu&ida por 6ranV . Cross, !omo/ ;attan. m o#ere!imento para minha senhora R%lat9.

 0*o se sa'e quem é attan, mas está !laro que ele #a& uma o#erenda para R%lat, que é o#eminino para %l, !he#e do pante*o !ananeu no II mil<nio a.%.C, equivalente ao pré'1'li!oAsherah. 0otase um dado importante, o nome R%lat está es!rito logo a!ima da árvore,representaç*o de R%lat[ Asherah. á uma possi'ilidade deste jarro e seu !onteFdo terem sidouma o#erenda > Deusa (estrin, KOOK, p. S.

 0o entanto, #oi no templo de Arad, no 0eguev, ao sul de erusalém, que se en!ontrou #ortesevid<n!ias de Asherah. 0o santuário interno #oram en!ontrados dois altares diante de um par de pedras verti!ais, possivelmente lugar de !ulto a JahMeh e Asherah. m outro altar#oi en!ontrado no pátio e7terno do templo !om tigelas dos sa!erdotes e !in&as de ossos deanimais queimados, no !anto uma irmandade lo!al e altares !om pedras duplas (Dis!over],KOOY. -egundo %laine 0euen#eldt (KOOO, p. W, o templo é datado apro7imadamente daépo!a do "ron&e Ge!ente, entre o KQ^ e U^ sé!ulos a.%.C., quando possivelmente a re#ormade %&equias o e7tinguiu (NGs KU.

%m @hir'et elBom, ao oeste de e'ron, em KOWT, outro arqueólogo en!ontrou um tFmulo judai!o da segunda metade do sé!ulo +III (Dis!over], KOOY, !om uma ins!riç*o na paredeinterior que Croatto (NQQK, p. YW tradu& !omo/“# 'riahu )###* sua inscri+ão#

# -ben+oado sea 'riahu por .avé (l/h0h&

# sua lu1 por -sherah, a que mantém sua mão sobre ele

$# por sua rp/, que###2

-egundo estrin, em KOTSKOTW, o arqueólogo israelita e_ev eshel, em @untillet Adjrud,SQVm ao sul de Badesh"arnea, na antiga estrada de =a&a a %lat, es!avou uma pousada nodeserto que !ontinha várias ins!riç:es. Controlado por Israel, este posto estatal en!ontravase em território de udá, #un!ionando apro7imadamente entre UQQTTS a.%.C. 0o prédio prin!ipal, em sua entrada, duas jarras de arma&enagem !om desenhos e ins!riç:es #oramen!ontradas e identi#i!adas !omo pithos A e pithos ". 0a ins!riç*o do pithos A se l</

“Di1### Diga a .ehallel### .osafa e###23

 -ben+oo4vos em 5676 de 8amaria e sua -sherah2#

 0o pithos " se l</

“Di1 -marahu3 Diga ao meu 8enhor3 9st:s bem;2#

 -ben+oo4te em 5676 de <eman e sua -sherah#

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 9le te aben+oa e te guarde e com meu senhor 2#

 0este pithos apare!em tr<s #iguras, duas mas!ulinas retratos do Deus eg1p!io "es e uma!laramente #eminina (seios em destaque to!ando uma lira.

%m KOWU, o arqueólogo ameri!ano Paul 8app es!avou um outro arte#ato muito #amoso em5aana!h, datando ao #inal do KQ^ sé!ulo a.%.C (estrin, KOOK, p. ST. 0um dos quartos dainstalaç*o !Flti!a #oram en!ontrados prensa de óleo, #orma para #a&er #iguras de Asherah,sessenta pesos de tear e KQ ossos de arti!ulaç:es de ovelhas e !a'ras (0euen#eldt, KOOO, p.T.

m quadrado o!o de terra!ota, a'erto na 'ase, !omposto de quatro n1veis ou róis tam'ém#oi en!ontrado. Con#orme Guth estrin (KOOK, p. STSU, no rol in#erior, uma mulher nua#lanqueada por dois le:es é mais uma representaç*o de Asherah, Deusam*e. 0o segundorol temos uma a'ertura va&ia no meio (provavelmente a entrada do templo #lanqueada porduas es#inges (!orpo de le*o, asas de pássaros e !a'eça de mulher. 3 ter!eiro rol tra& umaárvore sagrada da qual saem tr<s pares de galhos, sim'oli&ando a Deusa prin!ipal, Asherah,!onsorte de "aal e #onte da #ertilidade, sendo #lanqueada possivelmente por duas leoas. 0orol superior temos um touro sem !hi#res, !om um dis!o de sol em !ima, o que sim'oli&a oDeus supremo n*o só na esopot?mia e no pante*o hitita, !omo tam'ém no pante*o!ananeu. 3 jovem touro representa "aal, prin!ipal Deus do pante*o !ananeu, que no IImil<nio su'stituiu %l, !a'eça do pante*o.%m KOWQ, a arqueóloga inglesa @ath]n @en]on des!o'riu !entenas de estatuetas #emininasque'radas em uma !averna perto do templo de -alom*o em erusalém, para váriosestudiosos essa des!o'erta sinali&ou a e7ist<n!ia do templo, para outros determinou o #imdos !ultos pag*os pelo rei osias, o qual ordenou a destruiç*o de todos os vasos #eitos para"aal e Asherah (Dis!over], KOOY.

Portanto, Asherah quase sempre #oi adorada so' o !orpo de uma árvore, seu !ulto era prin!ipalmente reali&ado ao redor de uma árvore natural ou estili&ada, de um poste sagradoque podia estar ao lado de um altar seu ou de outra divindade.

“=orém, seu culto foi reali1ado, de prefer>ncia, debai?o de uma :rvore natural, nos

chamados @lugares altos@, santu:rios ao ar vivo no topo das colinas e montanhas# Aa

maioria do tempo, uma imagem ou símbolo de -sherah estava também presente dentro

do prBprio templo de .erusalém" (Cttermann, E, p# $!&#

&eusa Asherah1 uma imagem a partir dos escritos bblicos

Con#orme Guth estrin (KOOK, p. SQ, Asherah é men!ionada !er!a de Q ve&es na "1'liae'rai!a, de tr<s #ormas di#erentes, ora !omo uma imagem que representa a própria Deusa,ora !omo uma árvore ou !omo um tron!o de árvore, que a sim'oli&am.

3 !ulto a Asherah #oi muito popular em Israel e udá. 3 rei Asa (OKNUTK a.%.C, que #i!ouno poder durante K anos em udá, empreendeu uma restauraç*o no !ulto a JahMeh e;!hegou a retirar de sua m*e a dignidade de =rande Dama, porque ela #i&era um 1dolo paraAserá$ Asa que'rou o 1dolo e queimouo no vale do Cedron9 (KGs KS,KY$ !#. NCr KS,KW. 3

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1dolo remete na palavra he'rai!a mi#leset, a algum o'jeto de !ulto, provavelmente demadeira. interessante per!e'er que o !ulto se dá no palá!io, em am'iente o#i!ial (Croatto,NQQK, p. QK. á na passagem de KGs KW,YY ;A!a' erigiu tam'ém um poste sagrado...9demonstrando que Asherah tam'ém #oi adorada em Israel.

%m NCr K,KN, onde o rei Asa é lem'rado !omo o rei que #e& o que é ;'om e justo aosolhos de JahMeh, seu Deus9, e7atamente porque ;eliminou os altares do estrangeiro e oslugares altos, despedaçou as estelas, destruiu as aserás...9 ordenando o povo a prati!ar a leie os mandamentos de JahMeh (!#. & Y,T.

Ge#letindo so're os te7tos '1'li!os que men!ionam a Deusa Asherah teremos !omo pano de#undo o !onte7to que -ilvia -!hroer t*o 'em elu!ida,

“osFas repatriadosFas da GabilHnia tinham integrado a questão da culpa de tal maneira

que consideravam sobretudo o culto Is deusas como motivo da ruína de Jsrael# Cs

e?poentes deste grupo conseguiram banir de .ud: quase completamente o culto Is

deusas dentro de um século e de apagar, o m:?imo possível, as memBrias dele# Aão é por 

acaso que o culto clandestino I deusa acontece no conte?to de proibi+ões misBginas e

 ?enBfobas de casamentos mistos# <odas as tentativas que seguem, de integrar a deusa

 pelo menos na linguagem teolBgica, são tentativas assentadas dentro do sistema

monoteísta2 (8chroer, !!E, p# $&#

A partir desta perspe!tiva, de demoni&aç*o da Deusa ou das Deusas, Asherah passa a setornar a Deusa proi'ida, a !ausa dos males e da ru1na de Israel.

A marginali&aç*o do #eminino, das mulheres é um pro!esso que tam'ém se dá e se sustenta por meio de es!ritos '1'li!os justi#i!adores de uma so!iedade patriar!al, atuando assim noque podemos !hamar de ;desempoderamento9 das mulheres a partir do sagrado, o quetrou7e e tra& #ortes impa!tos nas dimens:es !ulturais, religiosas, so!iais, e!on)mi!as e pol1ti!as.

á uma preo!upaç*o dos redatores '1'li!os de e7!luir qualquer suspeita da Deusa Asherahao lado de JahMeh, !omo sua !onsorte. 0o entanto, as inFmeras !itaç:es so're Asherahdemonstram seu peso no !onte7to religioso e isso #e& dela uma grande ameaça aomonote1smo javista em as!ens*o.

3 rei osa#á (UTKUU a.%.C, #ilho e su!essor do rei Asa, deu !ontinuidade > pol1ti!a de seu pai, ;JahMeh manteve o reino em suas m*os9 (NCr KT,S, pois ;seu !oraç*o !aminhou nassendas de JahMeh e ele suprimiu de novo em udá os lugares altos e as aserás9 (NCr KT,W.%m outra passagem, osa#á após !om'ater !ontra Aram, apesar de #erido, volta !om vida para erusalém sendo a!lamado por eF, o vidente,

“deve4se levar au?ílio ao ímpio; -marias aqueles que odeiam 5ah0eh, para assim atrair

sobre ti sua cBlera; <odavia, foi encontrado em ti algo de bom, pois eliminaste da terra

as aser:s e aplicaste teu cora+ão I procura de Deus2 (Kr !,&#

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%&equias (TNTWOU a.%.C, #ilho e su!essor de A!a&, é lem'rado !omo o rei que ;#e& o que éagradável aos olhos de JahMeh9. Durante o seu reinado, após a !ele'raç*o da Pás!oa e da#esta dos Z&imos é empreendida uma re#orma do !ulto,

“terminadas todas essas festas, todo o Jsrael que l: se achava saiu pelas cidades de .ud:

quebrando as estelas, despeda+ando as aser:s, demolindo os lugares altos e os altares, para elimin:4los por completo de todo o .ud:, Genamim, 9fraim e Lanassés# - seguir,

todos os israelitas voltaram para suas cidades, cada um para seu patrimHnio2 (Kr ,&#

 0esta épo!a o Geino do 0orte, Israel, já havia sido destru1do, sendo assim, udá, Geino do-ul, tornouse o Fni!o espaço onde a identidade religiosa do povo de JahMeh poderia sermantida. 6oi nesse !onte7to que %&equias promoveu uma e7tensa re#orma religiosa e pol1ti!a, !om intenç:es de reunir o povo em torno de um só Deus e um só rei. Por isso,%&equias é e7altado pelos redatores deuteronomistas !omo o rei que ;#e& o que agrada aosolhos de JahMeh9 (NGs KU,Y. A re#orma religiosa de %&equias era 'aseada nas seguintesmedidas/ no !om'ate a idolatria, na !entrali&aç*o do !ulto a JahMeh em erusalém e no!umprimento dos mandamentos. 5ais medidas podem ter sido #undamentadas nodo!umento tra&ido do 0orte (Dt KNNW, que #oi adaptado > re#orma em udá. osias retomaKQQ anos mais tarde este do!umento para empreender sua re#orma religiosa e pol1ti!a (=ass,NQQS, p. TUUY.

3 rei anassés (WOUWY a.%.C, #ilho e su!essor de %&equias, é lem'rado pelos redatores!omo um rei que ;#e& mal aos olhos de JahMeh9, justamente porque re!onstruiu os lugaresaltos que seu pai havia destru1do, ergueu altares para os 'aais e #a'ri!ou postes sagrados, prestandolhes !ulto. 0o entanto, #oi !onstruir altares dentro do 5emplo de JahMeh (NGsNK,T a maior a'ominaç*o para os redatores, que ao #inal dos es!ritos so're anassésrelatam sua !onvers*o a JahMeh. ;-ua oraç*o e !omo #oi ouvido, todos os seus pe!ados esua impiedade, os s1tios onde havia !onstru1do os lugares altos e erguido aserás e 1dolosantes de se ter humilhado, tudo está !onsignado na história de o&ai9 (NCr YY,KO.

3 rei osias (WQWQO a.%.C empreendeu uma re#orma a partir de WNN a.%.C #a&endo deerusalém o !entro pol1ti!o e religioso de seu estado, destruindo os santuários de JahMehque havia no interior e a!a'ando !om os !ultos !ananeus e ass1rios, que a!onte!iam notemplo de erusalém e nos lugares altos. A re#orma de osias atingiu a li'erdade religiosa popular, pois ordenou

“a 6elcias, o sumo sacerdote, aos sacerdotes que ocupavam o segundo lugar e aos

 guardas das portas que retirassem do santu:rio de 5ah0eh todos os obetos de culto que

tinham sido feitos para Gaal, para -ser: e para todo o e?ército do céu, queimou4os fora

de .erusalém, nos campos do Kedron e levou suas cin1as para Getel2 (Rs ,$&#

Com isso, o !ulto e7!lusivo a JahMeh é rea#irmado pela !orte e pela !lasse sa!erdotal deerusalém, e7!lusividade que !ustou !aro > religiosidade popular (=ass, NQQS, p. KYKYU.

osias ainda ;demoliu as !asas dos prostitutos sagrados, que estavam no templo de JahMeh,onde as mulheres te!iam véus para Aserá9 (NGs NY,T. Aqui provavelmente se trata devestidos #eitos para a estátua de Asherah (Croatto, NQQK, p. K.

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As intenç:es daqueles que redigiram tais te7tos pare!em !laras, ou seja, querem demonstrar que o ;'om e justo9 rei e povo é aquele que elimina qualquer resqu1!io da presença deoutros Deuses e Deusas em Israel, que o rei ou povo que ;#a& mal aos olhos de JahMeh9seria justamente aquele que a!eita a realidade polite1sta.

 0a !itaç*o a seguir além de derru'ar, despedaçar e redu&ir a pó os altares, osias mandaespalhar este pó so're o tFmulo dos que o#ere!iam sa!ri#1!io a "aal e Asherah, ou seja, estáe7pli!1to que pessoas #oram assassinadas. Aqui o nome Asherah apare!e no plural,

“no oitavo ano de seu reinado, quando ainda não era mais que um adolescente, come+ou

a buscar ao Deus de Davi, seu antepassado# Ao décimo segundo ano de seu reinado,

come+ou a purificar .ud: e .erusalém dos lugares altos, das aser:s, dos ídolos de

madeira ou de metal fundido# Derrubaram diante dele os altares dos baais, ele prBprio

demoliu os altares de incensos que estavam sobre eles, despeda+ou as aser:s, os ídolos de

madeira ou de metal fundido, e tendo4os redu1ido a pB, espalhou o pB sobre os tMmulos

dos que lhes ofereceram sacrifícios (###& Aas cidades de Lanassés, de 9fraim, de 8imeão

e também de Aeftali e nos territBrios devastados que os rodeavam, ele demoliu os altares,

as aser:s, quebrou e pulveri1ou os ídolos, derrubou os altares de incenso em toda a terra

de Jsrael e depois voltou para .erusalém2 (Kr $,4$#%4N&#

%m Is NT,O a Deusa Asherah é ta7ada de #orma e7pl1!ita !omo o pe!ado de Israel, a !ausade sua iniqHidade e ru1na, devendo ser 'anida por !ompleto,

“porque, com isto, ser: e?piada a iniqOidade de .acB# 9ste ser: o fruto que ele h: de

recolher da renMncia ao seu pecado, quando redu1ir todas as pedras do altar a peda+os,

como pedras de calc:rio, quando as -ser:s e os altares de incenso : não permanecerem

de pé2#

%stá !laro que a as!ens*o do !ulto e7!lusivo a JahMeh n*o se #a& de #orma tranqHila, masde #orma violenta, a partir da intoler?n!ia religiosa, da destruiç*o e da eliminaç*o por!ompleto do outro, que se torna uma ameaça.

A proi'iç*o ;n*o plantarás um poste sagrado ou qualquer árvore ao lado de um altar deJahMeh teu Deus que hajas #eito para ti, nem levantarás uma estela, porque JahMeh teuDeus a odeia9 (Dt KWNKNN, !on#orme Croatto (NQQK, p.N, revela que o o'jeto quesim'oli&a Asherah é #eito de madeira, que está plantado, ou seja, é um poste ou uma esta!ae n*o uma estátua, que sua !olo!aç*o ;ao lado de um altar de JahMeh9 transpare!e o!aráter !ultual do s1m'olo e prin!ipalmente a asso!iaç*o da Deusa sim'oli&ada junto !om o próprio JahMeh.

A!a' (UTUSY a.%.C !onstruiu um templo de "aal para sua esposa #en1!ia, ;erigiu tam'émum poste sagrado e !ometeu ainda outros pe!ados, irritando JahMeh, Deus de Israel, maisque todos os reis de Israel que o pre!ederam9 (KGs KW,YY.

3s redatores deuteronomistas se quei7am que na épo!a do rei oa!a& (UKYTOT a.%.C o!ulto a Asherah esteve presente ;todavia, n*o se apartaram do pe!ado ao qual a !asa de

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ero'o*o havia arrastado Israel$ o'stinaramse nele e até mesmo o poste sagrado permane!eu de pé em -amaria9 (NGs KY,W. A ru1na da -amaria é ent*o e7pli!ada em NGsKT,KW porque ;rejeitaram os mandamentos de JahMeh seu Deus, #a'ri!aram para si estátuasde metal #undido, os dois 'e&erros de ouro, #i&eram um poste sagrado, adoraram todo oe7ér!ito do !éu e prestaram !ulto a "aal9.

3s redatores '1'li!os tinham uma intenç*o n1tida, !ontar a história a partir de JahMeh,Fni!o Deus, de tal #orma que Asherah de !onsorte passe a ser sua rival, ou seja, a elite dees!ritores '1'li!os tinham uma idéia !lara daquilo que Deus deveria ser/ Fni!o e mas!ulino,JahMeh, negando assim toda a realidade polite1sta em Israel.

,onclus2es

Asherah possivelmente era uma Deusa e !onsorte de JahMeh no Antigo Israel e n*o umsimples atri'uto deste. A proi'iç*o da Deusa Asherah é #ruto de um dado momentohistóri!o de ela'oraç*o e as!ens*o do monote1smo javista, onde a identidade judai!a, após adrásti!a e7peri<n!ia do e71lio 'a'il)ni!o e na tentativa de reorgani&aç*o da naç*o, passa ase !onstituir em torno de tr<s pilares/ um só Deus, um só Povo e uma só 8ei. A !entralidadeem JahMeh se torna um #ator importante de !redi'ilidade e legitimaç*o da nova identidadena!ional em #ormaç*o, resultado das re#ormas empreendidas por %sdras e 0eemias. Aidolatria se torna ent*o a !ulpa da ru1na de Israel e neste !onte7to JahMeh é triun#ante. Issoirá se re#letir no !on#lito que os te7tos '1'li!os demonstram em relaç*o a Asherah e a outrosDeuses e Deusas, 'em !omo, em relaç*o prin!ipalmente >s mulheres estrangeiras.

Podemos !laramente per!e'er que a ela'oraç*o e instituiç*o do monote1smo n*o se deu de#orma demo!ráti!a e muito menos pa!1#i!a. A partir de um !onte7to polite1sta, a!entralidade em JahMeh é um pro!esso violento, de destruiç*o da !ultura religiosa do outroe da outra, de proi'iç*o do di#erente, demoni&andoo e tornandoo uma ameaça. m pro!esso n1tido de intoler?n!ia religiosa.

A supress*o do !ulto e da imagem da Deusa Asherah tra& !onsigo !onseqH<n!ias pro#undas para as relaç:es entre os g<neros, a#etando em espe!ial aos !orpos das mulheres, quetinham na Deusa uma possi'ilidade de representaç*o do #eminino no sagrado. A religi*o judai!a vai se !onstituindo em torno de um Fni!o Deus mas!ulino, legitimandohistori!amente uma so!iedade patriar!al. %ste poder divino imaginado somente !omo Deusa#etou as mulheres, as !rianças, a nature&a, pois quase sempre partiu de um pressuposto dedominaç*o, opress*o e hierarqui&aç*o das relaç:es, tanto humanas !omo e!ológi!as.

A#irmar Asherah !omo Deusa é pol<mi!o, mas ne!essário > religi*o e > pesquisa '1'li!a.Dar vo& a uma épo!a em que Deuses e Deusas eram adorados, em que o próprio JahMeh#oi adorado ao lado de Asherah, nos impulsiona a repensar n*o só as relaç:es préesta'ele!idas entre homens e mulheres, 'em !omo, a própria representaç*o do sagradoesta'ele!ida.

Geimaginar o sagrado !omo Deusa é reimaginar as relaç:es de poder, n*o numa tentativade apagar a presença de Deus e sim de dar espaço ao #eminino no sagrado, novamente o#eminino n*o !omo um atri'uto do Deus mas!ulino, mas !omo Deusa.

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%sta talve& seja uma grande !ontri'uiç*o da re#le7*o #eminista, que nos deslo!a e nos provo!a a reimaginar o sagrado, !omo possi'ilidade de reimaginar a so!iedade e asestruturas !ristali&adas se!ularmente.

"e#er.ncias

"I"8IA D% %G-A8. -*o Paulo/ Paulus, NQQY.CGI-5, Carol P. Geimaginando odivino no mundo !omo ela que muda. 5raduç*o de oniVa 3ttermann. andrágora. -*oPaulo, ano XI, n^ KK, p. KWNU, NQQS.CG3A553, -. . A deusa Aserá no antigo Israel. A!ontri'uiç*o epigrá#i!a da arqueologia. Gevista de Interpretaç*o "1'li!a 8atinoAmeri!ana,Petrópolis, n^ YU, p. YN, NQQK.CG`-%A00, 6ranV. %lias e o surgimento domonote1smo no Antigo Israel. 6ragmentos de Cultura. =oi?nia, +. KK, n^ S, p.TTOTOQ,NQQK.DI-C3+%GJ CA00%8. 5he 6or'idden =oddess/ Ar!haeolog] on the 8earningChannel. Degravaç*o de Ildo "ohn =ass. Do!umentário, NU min, KOOY.6I3G%0A,%lisa'eth -. As origens !rist*s a partir da mulher/ uma nova hermen<uti!a. -*o Paulo/Paulinas, KOON. =A--, Ildo "ohn (3rg.. Geino Dividido. N ed. -*o 8eopoldo/ Ce'i$ -*oPaulo/ Paulus, +. , Coleç*o ma Introduç*o > "1'lia, NQQS. %-5GI0, Guth.nderstanding Asherah, e7ploring semiti! i!onograph]. "i'li!al Ar!haeolog] GevieM, p.SQSU, KOOK.0%%06%8D5, %laine. JahMeh Deus Fni!o2, evid<n!ias arqueológi!as de!ultos e rituais > divindades #emininas e #amiliares no antigo Israel. onogra#ia (5ra'alhode Con!lus*o de Curso de 5eologia I%P=[%-5, -*o 8eopoldo, KOOO.355%GA00,oniVa. +ida e pra&er em a'und?n!ia/ A Deusa Zrvore. andrágora. -*o Paulo, ano XI, n^KK, p. QSW, NQQS.bbbbbb. A I!onogra#ia da Deusa em Cana* e Israel[udá nas Idades do"ron&e ao 6erro. %nsaio para a dis!iplina de Colóquio de 8iteratura e Geligi*o no undoda "1'lia, %-P, NQQ.G%I%G, aroldo. -o're os in1!ios do monote1smo no AntigoIsrael. 6ragmentos de Cultura. =oi?nia, + KY, n^ S, p. OWTOUT, NQQY.bbbbbb. A serpente e omonote1smo. ermen<uti!as "1'li!as/ Contri'uiç:es ao I Congresso "rasileiro de Pesquisa"1'li!a. -*o 8eopoldo/ 3iVos$ =oi?nia/ C=, p.KKSKNU, NQQW.G%5%G, Gosemar]Gad#ord. -e7ismo e religi*o/ rumo a uma teologia #eminista. 5raduç*o de calter Altmann e8u1s . -ander. -*o 8eopoldo/ -inodal, KOOY.-CG3%G, -ilvia. A Caminho para umare!onstruç*o #eminista da istória de Israel. 5raduç*o de oniVa 3ttermann, (s.d. KOOS.

3s cananeus eram grandemente politeistas, suas cren'as erambaseadas na nature&a e em princípios de sentimentos carnais

repletos de erotismo e sanguinalidade"

AL&UAS CARACTER5STICAS DOS PRINCIPAIS DEUSES

• !euses ben$ficos e n(o-hostis;

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EL - chamado tamb$m 4atipan, e possivelmente !agon $ conhecido como 0o pai dos

deuses0, 0o pai da humanidade0, $ o criador das criaturas" ATHIRAT -  #sherah,

 #shtartian 0a senhora do mar0, amante de %4" )eve muitos filhos com ele" 6ADSHU -

uma deusa síria, que muitas ve&es $ representada nua, $ uma deusa da fertilidade"

6o!es0-e-Amr'r - pescador de #thirat" Mensageiro de ?aal para Pothar-and-Phasis"

tamb$m empregado de #thirat" Ko*0ar-e-K0ass -h+bil e inteligente, chamado tamb$m

housor e 7eLan %a e identificado com Htah"

um deus artes(o" requisitado por %4 para construir um trono para Qam" SHACHAR

amanhecer e SHALIN ocaso - 5ilhos gêmeos de %4 com #thirat" "AAL - chamado

tamb$m ?aal-Nephon Saphon, 7adad, Hidar e =apiu" filho de %4" chamado 0o

deus da fertilidade0, 0o cavaleiro das nuvens0, 0o deus do rel.mpago e do trov(o0" o

príncipe e o senhor da terra, o mais poderoso dos guerreiros, senhor do c$u e da terra

#lalaRh" )em um pal+cio no monte Nephon" Sua vo& $ um trov(o, quando abre os

al'ap:es das nuvens, a chuva cai para dar vida a terra" %le $ conhecido como =apiu

durante sua estada de ver(o no mundo de bai2o" inimigo de Qam"

%le repreende os deuses quando apresentam uma postura covarde/ quando os deuses

pretendem entreg+-lo para os mensageiros de Qam ataca-os mas $ contido por #thtart e

 #nat" Pothar-e-Phasis d+-lhe as armas m+gicas Qagrush perseguidor e #Lmur 

condutor" Golpeia Qam no peito e na testa, colocando-o para fora do combate" %m uma

vers(o alternativa deste episodio, ele mata 4otan 4eviathan, o drag(o de sete cabe'as"

 # batalha pode representar as rigorosas tempestades do mar no inverno que se

acalmavam na primavera as quais eram precedidas e acompanhavam as chuvas de

outono que finali&avam as estiagens do ver(o permitindo o crescimento das colheitas"

&APN - vinho" Mensageiro e pa6em de ?aal" RADANU - 7Hradmanu um servidor 

menor de ?aal" ASTARTE #thtart-nome-de-?aal, #starte, #thtart, #shtart $ uma esposa

de ?aal, $ deusa da guerra e da persegui'(o" 5ora de >garit, muitas est+tuas nuas dadeusa foram identificadas com ela como uma deusa da fertilidade e do se2o" %m Sidon

mereceu sacerdotes e sacerdori&as reais" 4+ serviu como uma deusa da fertilidade,

amor, guerra e da vitalidade se2ual e at$ para esse fim, teve prostitutas sagradas" %ra a

grande deusa dos 5enícios e foi identificada como #phrodite pelos gregos" ontem a

fúria de ?aal quando pretende atacar os mensageiros de Qam" ANAT #nath, =ahmaL -

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0a misericordiosa0 ela $ irm( de ?aal e a filha da divindade da guerra, da ca'a, e da

brutalidade" %la $ uma arqueira" #lguns te2tos perdidos relatam que matou Qam-8ahar, o

drag(o, a serpente de sete cabe'as" )amb$m destruiu, #tiR, <shat, e Nabib, todos os

inimigos de ?aal"

"aal sé!ulo XI+ a.C.4