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Fundamentos sobre o Estudo da Dinâmica das Inovaçõesno Agribusiness

Rosa Teresa Moreira Machado

R ESUMO

O artigo te!rico"conceitua#$ no intuito de buscar uma e%icaç'o rea#ista &ara a dinâmica dasinovações em sistemas agroindustriais( )aseado em revis'o bib#iogr*+ica$ critica os +undamentosda teoria neoc#*ssica ,ue sustenta o mode#o de inovaç'o indu-ida$ usado &ara inter&retar o &adr'o de moderni-aç'o agr.co#a conhecido &or revolução verde( Assume a abordagem

evo#ucionista como a mais ade,uada &ara e%icar o car*ter e o ritmo dessas inovações$ a &artir da de+iniç'o de conceitos como &aradigma tecno#!gico$ tra/et!ria tecno#!gica$ ativoscomementares$ a&ro&riabi#idade das inovações e interde&end0ncia tecno#!gica setoria#(Toma"se a ind1stria de carnes &ara i#ustrar ta# abordagem$ identi+icando a direç'o maisincrementa# das inovações no agribusiness( As decisões estratgicas em 23D das +irmas de umsistema agroindustria# s'o #imitadas &or de&enderem mais de avanços tecno#!gicos geradosnoutros setores e &or se inserirem numa estrutura de mercado ,ue de+ine a conduta das em&resas(Mesmo assim$ cada +irma tem tambm sua tra/et!ria es&ec.+ica de inovaç'o$ graças 4a&rendi-agem &r!&ria e cumu#ativa de desenvo#vimento e e%oraç'o de suas com&et0nciastecno#!gicas e organi-acionais$ e &ode obter vantagens com&etitivas mediante estratgias comodesenvo#vimento de marca e de &arcerias &ara su&rimento e distribuiç'o(

Palavras-chaves5 abordagem evo#ucionista6 agroneg!cio6 inovaç'o6 estratgias das em&resas(

A)STRA7T

This artic#e is theoretica# and conce&tua#$ aiming to a rea#istic e%anation +or the innovationd8namics in agricu#tura# industria# s8stems( )ased on bib#iogra&hica# data$ it critica##8 revie9s the+oundations o+ the neoc#assica# theor8 that su&&orts the induced innovation mode#$ used +or inter&reting agricu#tura# u&dating standard$ :no9n as the green revolution( It considers the

evo#utionist a&&roach as being the most a&&ro&riate one to e%ain the character and the rh8thm o+ these innovations$ starting +rom the de+inition o+ conce&ts such as techno#ogica# &aradigm$techno#ogica# tra/ector8$ comementar8 assets$ regimes o+ a&&ro&riabi#it8 and techno#ogica#interde&endence among sectors( The bee+ industr8 is considered in order to i##ustrate sucha&&roach$ identi+8ing the incrementa# direction o+ innovations in agribusiness( Strategic decisionsin R3D o+ the com&anies o+ an agricu#tura# industria# s8stem are #imited because the8 de&endmore heavi#8 on the techno#ogica# brea:throughs generated b8 other sectors$ and because the8 are &art o+ a mar:et structure that de+ines the com&anies; behavior( Even then$ each com&an8 has itss&eci+ic innovation route$ than:s to its o9n cumu#ative #earning about deve#o&ment and thee%oitation o+ its techno#ogica# and organi-ationa# com&etencies$ and can attain com&etitiveadvantages b8 means o+ strategies such as brand name deve#o&ment and &artnershi&s +or su&

and distribution(

Key words5 evo#utionist a&&roach6 agribusiness6 innovation6 enter&rises; strategies(

RA7$ v(

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>QPRA7$ v(QP RA7$ v(

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>Q>RA7$ v(Q> RA7$ v(?@@$ &(

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>Q

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>QQRA7$ v(QQ RA7$ v(?@NG a&resenta mais dois conceitosinterre#acionados5 o paradigma do projeto dominante e os ativoscomplemen- tares( X #u- dos traba#hos de Yu#n$ Dosi e Utterbac:$ o

&aradigma do &ro/eto dominante re+ere"se ao 1#timo est*gio de evo#uç'o deuma inovaç'o$ ,uando um determinado &roduto con,uista a &re+er0ncia domercado e &assa a ser o mode#o de re+er0ncia &ara os com&etidores( De+inido o

&ro/eto dominante$ a com&etiç'o entre as em&resas migra do design &ara o

&reço$ de ta# +orma ,ue as economias de esca#a e a&rendi-agem$ visando aredu-ir custos unit*rios$ &assam a ser mais im&ortantes( Cessa eta&a$ osimitadores &odem construir &osições mais vanta/o" sas ,ue o inovador$ ao seca&acitarem em com&et0ncias e ativos comementares5 imagem da marca$dom.nio dos canais de distribuiç'o$ su&orte &!s"venda(

2ara Teece >?@NG$ os ativos comementares &odem ser genéricos$ ,uandon'o s'o in+#e%.veis a &onto de serem unicamente usados na inovaç'o eme%ame6 especializados$ ,uando s'o desenvo#vidos sob medida &ara a em&resa

inovadora e com isso gerando uma re#aç'o uni#atera# de de&end0ncia$ ou co-especializados$ onde a re#aç'o de de&end0ncia bi#atera#(

2reocu&ado com o &rob#ema de garantir um regime de a&ro&riabi#idade+avor*" ve# ao inovador a &artir da eta&a em ,ue os ativos comementares

&assam a ser mais re#evantes$ Teece >?@NG incor&ora uma an*#ise sobre +ormascontratuais mais ade,uadas &ara contro#ar inovações ,ue envo#vem essesativos

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>QBRA7$ v(QB RA7$ v(?@@G$ identi+icou B grandesgru&os de setores5 os setores dominados por fornecedores$ os de escalaintensiva$ os de fornecedores especializados e os baseados em cincia(

2e#a caracteri-aç'o de 2avitt a&ud Dosi$ >?@@G$ &ode"se a+irmar ,ue as ativi"dades agro&ecu*rias e agroindustriais estariam mais identi+icadas com acatego" ria dos setores dominados por fornecedores$ embora Dosi >?@@G$ainda se re+e" rindo a 2avitt$ inc#ua a ind1stria de &rodutos a#iment.cios nossetores de escala intensiva( A origem das tecno#ogias dos setores dominados

por fornecedores os +ornecedores de e,ui&amentos e insumos( As +irmas do &r!&rio setor +a-em &ouco investimento em 23D( Dominam as inovações de

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>QWRA7$ v(QW RA7$ v(?@@G$ &ode"seenten" der ,ue o com&ortamento com&etitivo das +irmas tem +ortes #igaçõescom o +enH" meno macroeconHmico das interde&end0ncias industriais etecno#!gicas entre os setores( O &adr'o de &roduç'o e uso da inovaç'o variariatanto ,uanto as carac" ter.sticas setoriais( Os sistemas agroindustriais seriam$

&ortanto$ mais absorvedores de tecno#ogias geradas noutros setores do ,uegeradores de tecno#ogia &r!&ria(

A noç'o de interde&end0ncia tecno#!gica intersetoria# remonta ao conceito damatri- insumo"&roduto$ en+o,ue &osteriormente desenvo#vido dentro de uma

&ers" &ectiva sist0mica at se chegar a duas di+erentes visões do agribusiness5 oen+o,ue da esco#a de Larvard$ de Davis e o#dberg a&ud K8#bers-ta/n$ >??WG eo de cadeia agro-alimentar ou filire K8#bers-ta/n$ >??WG (

Davis e o#dberg$ a&ud K8#bers-ta/n$ >??W$ &( >PNG de+inem o termoagribusiness como a soma de todas as o&erações associadas 4 &roduç'o edistri" buiç'o de insumos agr.co#as$ o&erações rea#i-adas nas unidadesagr.co#as bem como as ações de estocagem$ &rocessamento e distribuiç'o dos

&rodutos$ e tam" bm dos &rodutos derivadosV( Segundo Dosi e Orsenigo>?@@G$ a tradiç'o +ran" cesa tenta ca&turar o as&ecto da estrutura re#ativamenteordenada da hierar,uia tecno#!gica a ,ue est'o su/eitos os agentes &ertencentesa um mercado$ com o conceito de filire$ ,ue um gru&o de setores ,ue s'oconectados &or +ortes inter#igações com&ortamentais e tecno#!gicas( 2araMorvan a&ud K8#bers-ta/n$>??W &( >

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>QNRA7$ v(QN RA7$ v(??WG$ esses dois en+o,ues &artem da vers'o mais

tradi" ciona# da Teoria de Organi-aç'o Industria#$ conhecida como o &aradigmaEstru" tura"7onduta"Desem&enho( 2ara identi+icar mudanças mais signi+icativasnos sis" temas agro"industriais$ a#guns as&ectos dinâmicos como as inovaçõestecno#!gicas &odem ser introdu-idos 4 medida ,ue s'o im&ortantes &aramodi+icar &rodutos e$ em conse,u0ncia$ a &r!&ria estrutura dos mercadosVK8#bers-ta/n$ >??W &( >

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>Q@RA7$ v(Q@ RA7$ v(?@@G estariam$ &ortanto$ dentro do setor de escala intensiva(

7am&os >??NG constata$ no entanto$ ,ue os avanços mais recentes incor&ora"dos na ind1stria de carnes$ re#acionados 4s *reas cient.+icas de &onta$ n'o s'ot'o &ro+undos$ a &onto de a#terarem as bases tecno#!gicas dos &rocessos

&rodutivos( 7om isso$ n'o havendo descontinuidades maiores das tra/et!riastecno#!gicas$ as +irmas &odem ser a+etadas &e#a inrcia das rotinas do

&aradigma ou serem mais estimu#adas a a&rimorar suas atividades dea&rendi-agem tecno#!gica( 7ontudo seu traba#ho n'o entra nas &articu#aridades

das estratgias com&etitivas de +ir" mas

BG

(

AUMAS 7OCSIDERA]ES FICAIS SO)RE ESTRATZIA DE EM2RESAS

Tentando arrematar as idias$ as decisões estratgicas em termos de 23D das+irmas de um sistema agroindustria# s'o #imitadas$ na maioria das ve-es denatu" re-a incrementa#( A#m de de&enderem mais de avanços tecno#!gicosgerados noutros setores$ inserem"se em conte%to$ cu/a estrutura de mercadode+ine a con" duta das em&resas( Mesmo assim$ re&etindo as idias de Dosi

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>Q?RA7$ v(Q? RA7$ v(?@?G( Essas estratgias s'o variadas tanto como os ti&os deneg!cio e os ob/etivos &erseguidos( Cum ambiente turbu#ento$ onde as +orçascom&etitivas assumem dimens'o g#oba#i-ante$ a em&resa com&etitiva seconse" guir assimetrias em +orma de vantagem com&etitiva$ &or a#gum ti&o deinovaç'o$ em &roduto$ em &rocesso$ em novas +ontes de su&rimento$ em novaso&ortunida" des de mercado e +ormas organi-acionais a#ternativas mais

e+icientes$ sem &re/u" .-o da ,ua#idade e do &reço( Co entanto a vantagem

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>BPRA7$ v(BP RA7$ v(?@NG se asseme#ham 4sde i##iamson >?@WG(

Q Muitos autores discutem a im&ortância de a#ianças estratgicas &ara conseguir vantagenscom&etitivas e suas di+icu#dades e #imitações 2orter$ >??P6 McFar#an e Co#an$ >??W6 )#ee:e eErnst$ >??WG(

B Os traba#hos de Matos >??NG$ Mior >????NG tratam dessa tem*tica sobabordagens te!ricas distintas(

R EFER_C7IAS )I)IOR`FI7AS

)EST$ M( L(!he new competit ion 5ins ti tu tions o+ indust ria #restructuring( 7ambridge 5Larvard Universit8 2ress$ >??P(

)EEYE$ (6ERCST$ D(

Is 8our strategic a##iance rea##8 asa#e^ "arvard #usiness$eview$ &( ?">PW$ an(=Feb(>??W(

7AM2OS$ R( R(O &aradigma tecno#!gico dain" d1stria de carnes( In5I SIM2[SIO DEESTO DA ICOJAOTE7CO[I7A >??N 5 S'o2au#oG( %nais &&& S'o

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>B>RA7$ v(B> RA7$ v(

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DRU7LER$ 2( F(The emerging theor8 o+ manu+acturing( In5 2ISACO$ (

2(6 LAES$ R( L( Eds(G('anufacturing renaissance(7ambridge 5 Larvard )usinessSchoo# 2ub#ishing$ >??W( v( >( &(B"NP(

OMES$ S( T((ondicionantes da moderniza-ção do pe)ueno agricultor(S'o 2au#o 5 I2E"US2$ >?@N(

LAAMI$ (6RUTTAC$ J(

(%gricultural development 5 andinternationa# &ers&ective()a#timore 5 ohn Lo&:ins 2ress$>?>(

ACY$ M( S((ompetitividade doagribusiness brasileiro 5discus" s'o te!rica e evid0nciasno siste" ma carnes( S'o 2au#o$>??N( Tese DoutoradoG "Facu#dade de Eco" nomia$Administraç'o e 7ontabi" #idade$Universidade de S'o 2au" #o(

MATOS$ J(Estratgias com&etitivas na avi"cu#tura brasi#eira 5 o caso dasem" &resas #.deres( In5ORYSLO2 TE[RI7OSO)RE E7OCO" MIA2OTI7A DA ARI7U"TURA >??N 5 7am&inasG (%nais &&& 7am&inas 5 >??N( &(BN"WPN(

M7FARAC$ F((6 COAC$ R( (

Lo9 to manage an IToutsourcing a##iance( *loan'anagement $eview$ &( P?"??W(

MIOR$ ( 7(+mpresas agroalimentares,pro- dução agrcola fami liar

e competitividade nocomple.o carnes de *anta(atarina( Rio de aneiro$>????W( v( >( &(PQ"

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IIAMSOC$ O( E(

!he economic institutions of capitalism( Ce9 or: 5 Free2ress$ >?@W(

K)ERSKTAC$ D(+struturas de governança e

coordenação do agribusiness 5uma aicaç'o da novaeconomia das instituições( S'o2au#o$ >??W( Tese ivreDoc0nciaG " Facu#da" de deEconomia$ Administraç'o e

7ontabi#idade$ Universidade deS'o 2au#o(

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