6) o ciberespaço e os mecanismos de busca: novas máquinas semióticas

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    Resumo

    Tal como as mquinas de busca, o ciberespao se apresentacomo uma nova mquina semitica, desencadeando novosagenciamentos de escrita e organizao do conhecimento.

    O artigo discorre, brevemente, sobre os aspectos tericos eprticos da organizao do conhecimento no ciberespao.Esse processo, realizado por meio da indexao e dosmecanismos de busca, comprova que no h uma sintaxegeral, bem como um sistema universal e dicotmico declassificao/catalogao do conhecimento, posto que ovirtual opera a multiplicidade e a desterritorializao dossignos, tornando impossvel um fechamento fsico esemntico das obras.

    Palavras-chave

    Organizao do conhecimento. Ciberespao. Mecanismos debusca. Rizoma.

    The cyberspace and search engines:

    new semiotic machines

    Abstract

    Like a search engine, the cyberspace is seen as newsemiotic machine, which brings about new writing agenciesand knowledge organization. In this sense, the new theoreticaland practical aspects of the knowledge organization incyberspace are discussed. This process, made by indexingservices and search engines, confirms that there is nogeneral syntax, neither any universal or dichotomy system of

    knowledge classification/cataloguing. This is because thevirtual environment operates the multiplicity and thedeterritorialization of signs, making impossible the physicand semantic closing of works.

    Keywords

    Knowledge organization. Cyberspace. Search engines.Rhizome.

    O ciberespao e os mecanismos de busca:novas mquinas semiticas

    O CIBERESPAO

    Como um ser que (ainda) representa o mundoverbalmente, no poderia comear o artigo sem falar,mesmo que brevemente, da escrita. A escrita foi oprimeiro sistema a tornar possvel a mquina abstrata douniversal, ou seja, no h universal sem a escrita, sendoque esta (a escrita) configurou a possibilidade dauniversalidade, de modo que era (e ainda ) possvelestender e fixar os discursos para alm do tempo e doespao em seus suportes fsicos de registro (cdex),podendo ser resgatados mediante condies de

    interpretao, condies essas inerentes prpria palavra,pelo poder simblico de representao do significante,compartilhado por convenes e pactos sociais deinteligibilidade.

    Portanto, tem-se na escrita o signo sedentrio, perma-nente e fixo, ao qual possvel voltar e instaurar todas asprticas hermenuticas e universais (calcadas no signifi-cado), elogiadas por muitos, criticadas por poucos, comoos filsofos Deleuze e Guattari (1995, v. 1-2).

    Nesse contexto, aprimorando o paradigma da escrita, aorganizao do conhecimento buscou no significado umaclasse e um termo que valem como referentes ontolgicos.

    Assim, o sentido nico da linguagem indicado pelo bomsenso (primeiro elemento da doxa*), seja pela fora dainterpretao, a afirmao de que em todas as coisas hum bom sentido determinvel, ou uma boasignificao, e por extenso uma classe ou umsignificante certo adotado organizao doconhecimento. Ao mesmo tempo, o conhecimento designado por identidades fixas do senso comum

    (segundo elemento da doxa), pelas quais o mundo identificado e compreendido a partir de unidadesestabilizadas do sentido, ou a homogeneidade dos objetoscientficos que a etiqueta da biblioteca impe comoidentidade fixa do conhecimento. Poderamos ilustraressa sntese da seguinte maneira:

    Silvana Monteiro

    Doutora em comunicao e semitica.E-mail: [email protected]

    Ci. Inf., Braslia, v. 35, n. 1, p. 31-38, jan./abr. 2006

    * Os elementos da doxa em Plato so o bom senso e o senso comum,que Deleuze (1998), na lgica do sentido, relacionou com ofuncionamento da linguagem verbal escrita, mais especificamentecom os aspectos ligados interpretao, quer seja , com a instauraodo significado.

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    identidades fixas (senso comum)do sentido nico (bom senso) =

    = referncia fixa do conhecimentocatalogado e classificado.

    O ciberespao evidencia a ruptura com o sentido nico ecom as identidades fixas, ou seja, o bom senso e o sensocomum, respectivamente, uma vez que o sentido sempreum constructo, um acontecimento. Aqui, umacontecimento da ordem da cincia, da tcnica, da ao,da cultura e do pensamento, de acordo com Lvy (2000a).Rompe, tambm, com a escrita linear, fixa e com aditadura da linha, no dizer de Bellei (2002).

    Sendo o ciberespao o espao possvel de criao deexpresses culturais, ou seja, a cibercultura, de transaescomerciais, econmicas e sociais, abordaremos ociberespao como um espao semntico/semitico, onde

    o signo se d em vrias semiticas, desterritorializado,nmade, em escrita espacializada e com a memria emconstante modificao.

    Alguns tericos vislumbraram um tipo de escritafragmentada, que s poderia ser visualizada, para amaioria, no ciberespao, como a teoria da desconstruo(na escrita e a morte do autor) em Derrida, que antecipamodificaes na escrita, como Barthes e as lexias debricolagem textual (lexias semnticas, de ao de anttese,hermenuticas e de referncia cultural) ou mesmo

    Foucault entendendo o texto como uma rede formada deinterconexes, tais como a convenincia, a emulao, aanalogia e a simpatia (apud BARRETO, 2004)*.

    Enfocando a tecnologia, encontram-se os decantados (ecom razo) pelos artigos cientficos, Vanivar Bush, com aidia do Memex, um sistema de arquivo e recuperaoconfigurado por vrias linguagens e informaes, e TedNelson, com os princpios de textos paralelos e odocuverse, ambos precursores do conceito hipertextoe da noo de escrita (e biblioteca) em rede.

    Na literatura, encontramos Landow (1995) com osprincpios do hipertexto, como a intertextualidade,multivocalidade, descentralidade e rizoma este ltimode Deleuze e Guattari (infracitados). Entretanto, ospressupostos que aqui utilizaremos so filosficos, taiscomo paradoxo do sentido, virtual e rizoma de Deleuze

    e Guattari (1995, v. 1-2; 1998), pois explicam o sentidodas linguagens em sua representao, instaurao,utilizao e organizao, ou seja, a pragmtica dalinguagem.

    Nesse contexto, o ciberespao uma mquina semiticacom os signos em constante fluxo, em permanente

    desterritorializao. Em primeiro lugar, precisoretomar o conceito de mquina abstrata*. O mesmono est ligado somente ao aspecto tcnico, mas amquinas cognitivas, afetivas, sociais, semiticas etambm materiais, assim que, para Guattari (1992, p. 51), preciso considerar que existe uma essncia maqunicaque ir se encarnar em uma mquina tcnica, masigualmente no meio social, cognitivo (ligado a essamquina), pois

    [...] os conjuntos sociais so tambm mquinas, ocorpo uma mquina, h mquinas cientficas,tericas, informacionais. A mquina abstrata atra-vessa todos esses componentes heterogeneamente[...], transversalmente.

    As novas tecnologias (a propsito da nossa visomaqunica nos estudos sobre as formas simblicas), antesde instaurar uma crise de representao, refletem omomento em que h o crescimento de complexidade nacognio, nas linguagens, na produo e organizao doconhecimento.

    Os agenciamentos maqunicos cognitivos decorrentesda semitica da Internet que efetuam a mquina abstrataso outros e, para entend-los, h de se abandonar umaviso verbalista e transcendental. So agenciamentos delinguagem que se relacionam no campo social e tornam amquina abstrata concreta, produzindo mudanassignificativas na forma de escrever, organizar e entendero mundo, a partir das formas simblicas e da comunicao.

    * Barreto (2004), em seu artigo As palavras voam, a escrita permanece:a aventura do hipertexto, fez um excelente trabalho ao resgatar asbases terico-lingsticas do hipertexto. No nos estenderemos aquina explicao de cada teoria citada, pois esse no o objeto especficodeste artigo.

    *O que denominam mquina abstrata constitui e conjuga todos ospicos de desterritorializao do agenciamento. uma nova teoria da

    expresso. O termo original foi empregado por Chomsky, criador dagramtica generativa e transformacional, para explicar a raiz dalinguagem, mas sempre uma abordagem rebatida sobre a prprialinguagem. A novidade aqui consiste em resituar, na concepomaqunica, os agenciamentos de enunciao, que, nesta ltima,integrariam as substncias de expresso alm dos domnios da semiticae da semiologia, como domnios extralingsticos. Essa mquina propesubstituir os sistemas semiolgicos e semiticos do estruturalismo poruma maqunica que engloba as problemticas no apenas da expressoe do contedo, mas tambm as dos aspectos sociais, estticos, cientficosetc. Existe a modelizao dessa mquina, com seus funtores ontolgicos,que so expresso, contedo, territrio e desterritorializao (verGuattari, 1992).

    Ci. Inf., Braslia, v. 35, n. 1, p. 31-38, jan./abr. 2006

    Silvana Monteiro

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    O ciberespao uma mquina abstrata, onde se d o picode desterritorializao dos agenciamentos dos signos,a partir do virtual ou da virtualizao e das conexes.Um agenciamento est tanto mais prximo da mquinaabstrata, quanto mais abre e multiplica as conexes, asrelaes, pois o agenciamento pode ser entendido comoconexo e a mquina abstrata como o acontecimento

    advindo dessas relaes. J o conceito de desterrito-rializao pode ser entendido como movimento, fluxo,aquilo que no se fixa em um territrio, que no perde asua virtualidade. Filosoficamente, em Deleuze e Guattari(Mil Plats, 5 v.), o quarto elemento do diagrama (contraa estrutura) da linguagem, sendo o primeiro elemento aexpresso, o segundo, o contedo, e o terceiro, o territrio.

    Assim, o ciberespao emerge como uma mquinaabstrata, um espao de inscrio virtual a partir da mdiadigital e da hibridizao das linguagens. Lvy (1996),seguindo Deleuze (por sua vez se referindo a Bergson*),escreveu sobre o virtual e seus desdobramentosfilosficos. A palavra virtual no sentido filosfico, quenos interessa, vem do latim medieval virtualis, derivaode virtus, designando fora ou potncia. O virtual existeem potncia, e no em ato, por isso tem como plo oatual, e no o real, como comumente associamos aotermo.

    Assim, o virtual potncia em curso de atualizao, eambos pertencem ao real. Exemplificando o virtual, Lvy(1996) lana a situao da rvore que est virtualmente

    presente na semente. Ento, o termo virtual no podese opor ao real, mas ao atual, uma vez que a virtualidadee atualidade so apenas duas maneiras de ser diferentes.Nesse contexto, o virtual no substitui o real, mas antesmultiplica as oportunidades para atualiz-lo.

    Ainda de acordo com o autor, o virtual

    [...] como o complexo problemtico, o n detendncias ou de foras que acompanha uma situao,um acontecimento, um objeto ou uma entidadequalquer, e que chama um processo de resoluo: a

    atualizao (LVY, 1996, p.16).O ciberespao parece encarnar a fora virtual, em cursode atualizao, mas, ao mesmo tempo, sem perder a suavirtualidade, pois o virtual como realidade diz respeitoao modo de ser das coisas incorpreas, portanto daordem da memria e da produo simblica, e nociberespao a mdia potencializa a reclamada virtualidadeda lngua por Deleuze e Guattari (em vrias obras).

    O devir do virtual de natureza paradoxal, de acordocom Deleuze (1998) em seuparadoxo do sentido (contra obom senso e o senso comum, os elementos da doxa) emque a simultaneidade torna impossvel uma identificao,colocando a nfase ora em um, ora em outro aspecto, nosendo possvel, portanto, calcar-se na determinao dasignificao ou da identidade fixa dos referentes

    ontolgicos (das classificaes biblioteconmicas),porque o paradoxo do sentido est em repartir-se emespao aberto, em vez do espao fechado das propriedadese classes, em que o bom senso rene todos os sentidos.

    Essa teoria do paradoxo do sentido, Deleuze (1998)* afez baseando-se em Alice, da histria de LewisCarroll. O Pas da Maravilhas tem sempre uma dupladireo, como tambm ela (Alice) aquela que sempreperde a identidade, a sua, a das coisas e a do mundo.

    Dessa forma, no h descontextualizao definitiva entreo ambiente de produo e de recepo do texto. semprepossvel contextualiz-lo, tanto do ponto de vista daescrita, quanto da leitura. A importncia do paradoxodo sentido reside no fato de que, no ciberespao, destrio bom senso como sentido nico, uma vez que aindicao dos dois sentidos ao mesmo tempo, e destri osenso comum como designao de identidades fixas.

    O descolamento das formas simblicas de seus suportesfsicos faz com que seja possvel visualizar a circulao dosentido, que vai e volta, onde o sentido sempre um

    efeito

    [...] no somente um efeito no sentido causal, masum efeito no sentido de efeito ptico, efeito sonoro,ou melhor, efeito de superfcie, efeito de posio, efeitode linguagem (DELEUZE, 1998, p. 73).

    * Deleuze (1999).

    * Questo da identidade perdida: Quem voc? Perguntou a Lagarta.Alice respondeu, meio encabulada: eu... nem sei, Sir, neste exatomomento ... pelo menos sei quem eu era quando me levantei estamanh, mas acho que j passei por vrias mudanas desde ento. [...]Receio no poder me explicar, respondeu Alice, porque no sou eu

    mesma, entende? (CARROLL, 2002. Al ic e: Alice no pas dasmaravilhas, p. 45). Questo das duas direes: Nessa histria, Alicetem a capacidade de crescer e diminuir sucessivamente com a ingestode um cogumelo, isto , ir s duas direes, e quando se diz aomesmo tempo quer dizer que ela no tomava apenas uma direo,como o fazemos nas interpretaes e na fixao do significado, mas asduas. Essa questo mais profunda em Alice atravs do Espelho,onde Carroll brinca com a imagem especular invertida de qualquerobjeto assimtrico. Quer dizer, em um espelho todos os objetosassimtricos (que no se sobrepem em suas imagens especulares)ficam ao contrrio. Assim a proposio ir s duas direes ao mesmotempo ganha sua real potencialidade, com Alice caminhando paratrs para chegar frente, pois as direes frente e trs so invertidasquando se caminha em direo a um espelho, movendo a imagemoposta (CARROLL, 2002. Alice: Alice atravs do espelho).

    Ci. Inf., Braslia, v. 35, n. 1, p. 31-38, jan./abr. 2006

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    Ao reler a citao, o autor parece nos estar descrevendoo ambiente hbrido das linguagens multimdias nociberespao.

    Se a organizao do conhecimento possvel para o cdex a hierarquia, as razes, a rvore e a estrutura, nociberespao vem se configurando sob a forma em que se

    desenha o rizoma. Segundo Deleuze e Guattari (1995,v.1), o rizoma pode ser resumido da seguinte maneira:

    1) conexo: a possibilidade de conect-lo em qualquerponto do sistema, diferentemente da rvore ou raiz ondeas conexes possveis se do hierarquicamente, por meiode um centro de significncia;

    2) heterogeneidade: os traos conectados no dizemrespeito somente aos significantes, mas a regimes designos muito diferentes formando semiticas mltiplas;

    3) multiplicidade: princpio filosfico que se contrapeao pensamento dipolar e suas relaes dicotmicas ehierrquicas. Para os autores, no um mltiplo que sederiva do Uno e nem ao qual o Uno se acrescentaria(n+1), mas o Uno sempre subtrado dele (n-1). Comoele no possui estrutura, porque no advm do Uno-dois,ou seja, do pensamento dipolo, o mltiplo possui ndimenses, com suas linhas de fuga e dedesterritorializao;

    4) a-significante: assim sendo, no existe ento um

    sistema centrado de significncia, o rizoma a-centrado,no-hierrquico e no-significante, por isso mesmo notem comeo ou fim, mas sempre um meio pelo qual elecresce e transborda, no precisando do cortesignificante. Ao contrrio de um livro, que possui seuspontos culminantes, o rizoma feito de plats, ou seja,uma regio contnua de intensidades;

    5) cartografia: o rizoma no objeto de reproduo, nemexterna como a rvore-mundo, nem interna, como aestrutura-rvore, porque o mesmo no tem centro,

    hierarquia e corte significante, ento, suas ligaesilustram um mapa, e como tal possui vrias entradas ondeseu sentido dar-se- por meio de cartografias;

    6) decalcomania: na verdade um antiprincpio,poisadecalcomaniaconsidera o livro como um decalque,

    [...] decalque dele mesmo, decalque do livroprecedente do mesmo autor, decalque de outros livrossejam quais forem, decalque interminvel deconceitos e palavras bem situados, reproduo domundo presente, passado ou por vir.

    Nesse sentido a cartografia atua tambm contra os cortessignificantes que levam redundncia do significante, reproduo, decalcomania (DELEUZE; GUATTARI,1995, v. 1, p. 36).

    A ORGANIZAO DO CONHECIMENTO NOCIBERESPAO: ASPECTOS TERICOS

    Eis a nossa sntese e propsito desta comunicao:relacionar o princpios do rizoma (que so os dohipertexto) com a organizao do conhecimento nociberespao. Consubstanciando conceitos comorizoma e indexao, que aparentemente seapresentam to distantes, na verdade essa aproximaodemonstra que os conceitos so nmades, passando deum territrio do saber ao outro, e demonstra tambm, deacordo com Deleuze e Guattari, que um conceito estprivado de sentido enquanto no concorda com outrosconceitos (1997).

    A organizao do conhecimento no ciberespao, hoje, possvel a partir da indexao realizada pelas mquinasde busca, ou seja, mecanismos de busca e metabusca naInternet. Ao buscar os conceitos principais relacionadosa essa indexao e que explicassem cientificamente esseprocesso, recorremos aos termos rizoma virtual eparadoxo do sentido e seus agenciamentos maqunicos.

    Dessa maneira, os indexadores (mecanismos de busca)da Internet, como modelo de organizao do

    conhecimento, detm os mesmos atributos do rizoma,operando a multiplicidade do sentido existente na formahipertextual (ou rizomtica) recuperao da informaoe do conhecimento, no incorrendo no bom senso(sentido nico) e senso comum (identidade fixa), amboselementos da doxa, ou seja, no fechamento semntico(do significado/contedo) e fsico (da materialidade/forma) das obras e bibliotecas que deram origem referncia fixa do conhecimento.

    Assim como na representao do conhecimento no

    ciberespao, os mecanismos de busca, em geral,apresentam os princpios do rizoma de paradoxo dosentido, a saber:

    1) conexo: a possibilidade de conect-lo em qualquerponto do sistema, diferentemente da rvore ou raiz ondeas conexes possveis se do hierarquicamente, por meiode um centro de significncia. Como o conhecimentoest configurado no ciberespao em forma rizomtica,assim tambm os servios de pesquisa comportam-se nosresultados retornados e, de pronto, tem-se acesso aos

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    mesmos na ntegra. Escapa do fechamento fsico das obrase do paradigma da materialidade e da noo de acervo ouarmazenagem do conhecimento. Aqui as formassimblicas encontram-se em fluxo, em estado contnuoe contguo no mesmo espao semntico/semitico. Tudopode entrar em relao com tudo: o continuum semitico;

    2) heterogeneidade: os traos conectados no dizemrespeito somente aos significantes (palavras), mas aregimes de signos muito diferentes. O resultado de busca,ou a prpria busca, pode aparecer sob vrias linguagens,imagens, textos, msicas, ilustrando a descentralizaodo verbalismo na organizao do conhecimento nociberespao, como, por exemplo, o KaZaA, que busca ecompartilha multimdia, ou mesmo o Google, que buscao conhecimento diretamente por imagens (cones).Vrios regimes de signos e mdias no s representao, mas

    tambm organizao do conhecimento;

    3) multiplicidade: a multiplicidade , sobretudo em seusentido filosfico, a produo do conhecimento (e daescrita) que favorece uma topologia das multiplicidades,em forma de diagrama, e no uma raiz ou estrutura,sendo, portanto, contra o pensamento dipolo.A multiplicidade a prpria realizao do rizoma: vriosmodos de pensar, escrever, vrias linguagens, formas deindexao e recuperao do conhecimento. Nociberespao, no h centro de significncia estruturado,hierarquizado, linear, ou instrumentos de organizaodo conhecimento que reproduzem o modelo designificncia, sentido nico e referncia f ixa.A multiplicidade e as vrias possibilidades de tratamentoda informao no ciberespao ilustram que no h umamaneira correta de organizao do conhecimento quedeva ser empregada e reproduzida pelos outros sistemaspara tentar atingir a universalidade, ou seja,no h ummodelo geral de indexao, muito menos um modelo dicotmico

    de organizao do conhecimento (forma e contedo);

    4) a-significante : assim sendo, no existe ento umsistema centrado de significncia, o rizoma a-centrado,

    no-hierrquico e no-significante. Quando se utilizaCASA, CASAS, HOUSE... na recuperao dainformao, no h um centro de significado, ousignificncia, expresso em um s termo autorizadoutilizado busca. Todos os termos so possveis. A rupturaa-significante no opera mais, do menos diferenciado,ao mais diferenciado, dos gneros s espcies, do geralpara o especfico (lgica formal de organizao doconhecimento), como nas classificaes hierrquicas,mas por meio de linhas de fuga, pelo meio, aqui e ali, olxico comporta-se assim. Os indexadores no buscam

    apenas pelos substantivos (substncia) que refletem oassunto principal: toda e qualquer palavra de enunciao,ou seja, no h uma sintaxe geral;

    5) cartografias: o rizoma no tem centro, hierarquia ecorte significante, ento suas ligaes ilustram um mapa,e como tal possui vrias entradas onde seu sentido dar-

    se- por meio de cartografias. Mover, essa a funo dadesterritorializao, sair e entrar, sem comeo ou fim,tudo parece ser pego pelo meio. Isso posto, os serviosde busca ou pesquisa devem ser considerados comoferramentas de cartografia a servio do leitor ou usurioque far, por si s, suas ligaes de contexto, seu prpriomapa cognitivo, ou seja, no h um caminho certo, nemlinear busca do conhecimento;

    6) decalcomania: o rizoma no objeto de reproduointerna como a estrutura-rvore, porque o mesmo notem centro, hierarquia e corte significante, ou seja, aestrutura.A arquitetura da cartografia vai contra a estruturado texto e dos sistemas de indexao tradicionais decalcados.

    Para Deleuze (1998),o paradoxo do sentido na linguagem exemplificado de duas maneiras. Primeiro, pelo duplosentido ou direo (contrariando o bom senso), jexemplificado pela Alice, e por sua vez explica ociberespao. No meio digital, esse paradoxo pode sersentido entre o puxar e avanar da escrita/leitura,bemcomo no h o sentido nico, o significado certo a ser instaurado

    ou utilizado na organizao do conhecimento.

    No segundo caso do paradoxo do sentido, diz respeito identidade perdida (contra o senso comum), aimpossibilidade de se atribuir a identidade nica Alice, assim

    como no ciberespao no h referncias (identidades) fixas do

    conhecimento, em que se possa atribuir uma estabilidade dos

    referentes ontolgicos, tal como nas classes destinadas a esse

    objetivo, na pragmtica da escrita e da organizao do

    conhecimento.

    O meio digital veio para demonstrar a tese que Deleuze

    (1998) j havia defendido somente no mbito dalinguagem. Os agenciamentos por ele identificados nainstaurao do sentido, na linguagem verbal escrita, sso sentidos agora, com a desterritorializao dostextos no ciberespao, por isso mesmo o virtual oprincipal atributo do ciberespao, porque ele demonstrae faz possvel identificar a escritura rizomtica nohipertexto, e o paradoxo do sentido da linguagem, queaqui do meio (mdia) tambm, e todos esses elementosesto presentes na organizao virtual doconhecimento.

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    A organizao clssica do conhecimento usa o esquemada rvore de Porfrio, que tem como modelo e definioas dicotomias sucessivas, ordenando as idias segundosua compreenso crescente e extenso decrescente,relacionando de forma indistinta a realidade espiritual ea realidade natural. Assim o agenciamento da rvorede Porfrio e da escrita: [...] a subsuno da realidade

    natural (mundo) realidade espiritual (livro)(FRAGOSO, 1997, p. 88).

    Em suma, o paradoxo do sentido, na organizao doconhecimento no ciberespao, torna instveis osprincipais atributos da doxa. uma nova maneira deproduzir sentido e de buscar assuntos, mais livre, maisincerta.

    O ciberespao est misturando as noes de unidade, deidentidade e de localizao, atributos relacionados identidade nica, determinao de unidadesestabilizadas do sentido por meio do senso comum. Todasessas implicaes atingem diretamente a questo daidentidade dos assuntos e da localizao fixa dos volumesordenados em acervos fisicamente codificados, que nociberespao no existem. Lvy (1996, p.25) afirma que ascoisas s tm limites claros no real, pois

    [...] a virtualizao, passagem problemtica [caso dociberespao], deslocamento do ser para a questo, algo que necessariamente pe em causa a identidadeclssica, pensamento apoiado em definies,

    determinaes, excluses, incluses [...].

    A ORGANIZAO DO CONHECIMENTO NOCIBERESPAO: ASPECTOS PRTICOS. TUDONO MESMO LUGAR, EM TODO LUGAR

    Como j vimos, o lxico do ciberespao, especificamentena organizao do conhecimento, no tem um termo,classe ou mesmo um significante adotado como certoou como sentido nico organizao e recuperao doconhecimento, ou seja, UMA SINTAXE GERAL; por

    isso mesmo, o significado (seja uma classe ou umdescritor), como expresso nica ou primordial, nodesempenha papel principal na determinao dasignificao.

    A grande corrida dos programadores, a de maiorinvestimento atualmente, est em buscar um softwareque consiga interpretar o sentido, conforme janunciado pelo Consrcio W3, em que o criador da Web,Tim Berners-Lee, faz parte da chamada rede semntica.Embora no exista ainda a Web semntica, seria bom

    salientar que a proposta de seus pesquisadores no estem fechar o sentido em um significado, mas tertecnologia capaz de atribuir semntica busca doconhecimento. O sentido seria contextualizado deacordo com o usurio em tela, e para tanto as ontologiasfuncionariam como linguagem de representao doconhecimento (leia-se representao, e no

    organizao), estabelecendo as relaes e infernciasnecessrias entre o usurio e as camadas semiticas.Assim sendo, precisamos tomar cuidando para noconfundir as ontologias com os tesaurus.

    Com relao Webatual, podemos citar o A9, daAmazon(www.amazon.com), que consiste em um agenteinteligente que faz associaes entre as compras dosleitores e indica outras referncias a partir do cruzamentodessas informaes. Por exemplo: um leitor A, quecomprou um livro X, e outro comprador B, que comprou

    o mesmo livro X, o A9 estabelece algum ponto deinterseco de interesse entre A e B, e assim toda vez queo leitor A comprar outro ttulo, isso ser indicado aoleitor B (e vice-versa), posto que podem ter algumaafinidade temtica.

    Enfim, so recursos, ferramentas e possibilidades quedemonstram a multiplicidade no processo de busca. Nose faz a busca s de uma maneira, um sistema adotado, deuma forma certa, a propsito da obra acabada. Faz-se abusca de uma maneira, e outra, e um recurso leva ao outroe outro mais. Uma palavra, seus sinnimos, seuscongneres em outros idiomas, por sua imagem, ou porgrupos de discusso, ou ainda por categorias demultimdias.

    Confirmando essa idia, podemos encontrar amultiplicidade nos buscadores citados a seguir demons-trando que NO H UM MODELO GERAL, a saber:

    A9: procura palavras em mais de 120 mil livros e guardahistrico das buscas: ;

    Eurekster: organiza os resultados de acordo com

    indicaes de amigos: ;

    Feedster: procura somente em blogs e ordena os resultadospor assunto ou data: ;

    Scirus: uma ferramenta de pesquisa especializada empublicaes cientficas: ;

    Teoma: percebe a Web como se fosse uma reunio decomunidades discutindo assuntos diferentes e procura,em cada uma delas, a pgina com mais autoridade:;

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    Vivssimo: tenta entender o significado das pginas ereuni-las por assunto. Depois, organiza os temas emhierarquias tambm chamadas taxonomias; (KENSKI, 2004, p. 62).

    Tudo no mesmo lugar se refere s ambies do Google,que, alm de possuir e-mail gratuito com 1 gygabyte de

    espao (gmail.google.com), busca de produtos(www.froogle.com), uma ferramenta de blogs(www.blogger.com), listas de discusso (groups-beta.google.com) e um buscador de notcias(news.google.com), estuda a possibilidade de o usurioguardar todos seus programas e arquivos dentro doprprio Google, ou seja, tudo no mesmo lugar para queo acesso se d em qualquer lugar, seja de um celular, deoutro PC, enfim, desde que essas informaes estejam naWeb. E no s isso. Pretende desenvolver tecnologias apartir do perfil do usurio, que usa vrias das suas

    ferramentas para aperfeioar a busca de informaes, combase nas associaes ou relaes semnticas desse usurio.

    O mais novo projeto do Google o Google print,dando incio ao sonho dos bibliotecrios e escritores,como Borges em seu conto A biblioteca de Babel e TedNelson com o docuverse, ou seja, uma biblioteca globaleletrnica de documentos interconectados. O projetoprev um acordo entre o Google e as maiores bibliotecasdo mundo a pblica de Nova York, a das universidadesnorte-americanas de Stanford, Harvard, de Michigan eda Universidade de Oxford (LIMA, 2004). Trata-se dadigitalizao de mais de 16 milhes de livros, permitindoque grande parte deles possa ser consultada pela Internet.

    Dessa forma, o mecanismo de busca atuaria diretamentena biblioteca, ou seja, no prprio conhecimento de duasmaneiras: se a obra recuperada for de domnio pblico, oleitor poder imprimi-la; se estiver protegida por direitosautorais, o Google o encaminhar a uma livraria paraque possa adquiri-la, caso deseje assim.

    A indexao na Internet realizada pelas mquinas de

    busca, como modelo possvel de organizao doconhecimento, suplantando as prticas biblioteco-nmicas e dicotmicas tradicionais, como a catalogao(fechamento fsico ou forma) e a classificao(fechamento semntico ou contedo), uma tarefagigantesca, posto que essa organizao relativa, e nosugerimos, em momento algum, que seja absoluta.Entretanto, temos sido privilegiados por novidades,servios que se aperfeioam, flexibilizam-se, medianteas nossas necessidades de conhecimento e informao,mecanismos de busca poderosos e flexveis, na

    especificao de argumentos de pesquisa que permitemrealizar buscas com bom nvel de controle.

    SOBRE O TEMPO E O ESPAO DO CONHECI-MENTO NO CIBERESPAO: CONCLUSO

    Cabe ressaltar como o tempo*, no plo do esprito e da

    cognio, muda de acordo com as tecnologias. O tempoda escrita era um tempo linear, marcado pela histria,pelos registros oficiais de conhecimento e peloscalendrios. A escrita temporal guardava o tempo-durao, o tempo-permanncia do signo em seu espaomaterial de inscrio. Havia certo ritmo entre osacontecimentos e seus registros nos suportes de papel, aleitura e a interpretao. Havia o tempo de osbibliotecrios aplicarem suas tcnicas, elaborarem seuscatlogos e ndices. Acontece que esse tempo acelerou-se, tornando-se em tempo real, de mudanas, de memriasocial em constante transformao.

    Se considerarmos que um mecanismo de busca como oGoogle possui mais de 5 bilhes de web-pages, mais de400 milhes de imagens indexadas, que traz um resultado,em mdia, em cinco segundos, em que uma pesquisamanual do material arquivado no Google levaria 5.707anos (impossvel!), que a cada segundo 3 mil pesquisasso feitas em 97 idiomas (quase 260 milhes em um dia),chegamos concluso de que o tempo no ciberespao real, e esse tipo de memria est mais relacionado aoespao do que ao tempo, ao contrrio das unidades

    impressas (CARELLI, 2002, p.98; GOOGLE, 2004;RYDLEWSKI, 2004, p. 148).

    Essa a dinmica da distribuio das formas simblicasno ciberespao, e a busca contextual nesse espao s podeser feita por sistemas de navegao que compreendam eatualizem essa dinmica. Parece que a aceleraoacompanha, ou mesmo marca o desenvolvimento dastecnologias e do signo, e assim dever caminhar a nossacognio, de tal modo a compreender e apreender oconhecimento que desterritorializante, marcado por

    uma escritura em movimento e espacial, sem aestabilidade das estruturas textuais, dos cnoneslingsticos e sem a referncia fixa.

    * Assistindo a uma apresentao de msica e dana da Renascena(scs. XV e XVI), percebemos a relao do tempo com as matrias deexpresso ou linguagens, enfim, com a cognio, em que o tempo lentode marcao de ritmo da msica refletia uma poca que no haviasido atingida pela acelerao dos processos produtivos e pelastecnologias da comunicao. Isso faz lembrar de uma frase de Guattari,que diz, [...] o tempo discursivo batido pelos relgios sociais.(GUATTARI, 1992, Caosmose, p. 131).

    O ciberespao e os mecanismos de busca: novas mquinas semiticas

    Ci. Inf., Braslia, v. 35, n. 1, p. 31-38, jan./abr. 2006

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    Nesse sentido, Costa (2000, p. 191) chama a ateno aodizer que [...] as mudanas tecnolgicas no pedem umaadaptao das pessoas, mas sim, uma coevoluo docoletivo como um todo [...] , sobretudo em eventos emque o conhecimento est inserido (grifo do autor).

    Todo sistema simblico leva instaurao de algum

    sentido, de acordo com Lvy (2000b), e a passagem dasculturas identitrias clssicas para uma outra, configuradapelas mdias digitais, leva crise de sentido (leia-se, desentido nico), sendo que o ciberespao uma novamaneira de produzir sentido, mais livre, mais aberta.Assim sero tambm a organizao e a recuperao doconhecimento, visto que fazem parte desse sistemasimblico.

    REFERNCIAS

    BARRETO, Aldo de Albuquerque. As palavras voam, a escritapermanece: a aventura do hipertexto. Datagramazero: Revista deCincia da Informao, v. 5, n. 5, p. 1-13, out. 2004.

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    CARROLL, Lewis. Alice: aventuras de Alice no pas das maravilhas& atravs do espelho. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

    COSTA, Rogrio da. Um sistema de gesto de conhecimentos: filosofia,tecnologia e organizaes. In: PELLANDA, Nize M. Campos;PELLANDA, Eduardo Campos (Org.). Ciberespao: um hipertextocom Pierre Lvy. Porto Alegre: Artes e Ofcios, 2000. p. 187-195.

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    FRAGOSO, Emanuel ngelo da Rocha. Deleuze e Plato: umbanquete. In: VASCONCELLOS, Jorge; FRAGOSO, Emanuel ngeloda Rocha. Gilles Deleuze: imagens de um filsofo da imanncia.Londrina: Ed. UEL, 1997. p. 85-97.

    GOOGLE. Disponvel em: . Acesso em: 12set. 2005.

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    KENSKI, Rafael. O mundo Google: ele mudou a internet e a nossavida. Superinteressante, So Paulo, p. 55-63, jun. 2004.

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    LVY, Pierre. Cibercultura. So Paulo: Ed. 34, 2000a.

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    LIMA, Joo Gabriel de. Isso sim revoluo. Veja, So Paulo, ano 37,n. 51, p. 70-72, dez. 2004.

    RYDLEWSKI, Carlos. Os bilhes do Google. Veja, So Paulo, ano 37,n. 33, p. 148-200.

    Silvana Monteiro

    Artigo submetido em 21/04/2005 e aceito em 10/07/2006.

    Ci. Inf., Braslia, v. 35, n. 1, p. 31-38, jan./abr. 2006