1975-2015: 40 anos paróquia de amora

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O percurso da Paróquia por ocasião dos 40 anos da Criação da Diocese de Setúbal

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Agradecimentos Apresentação Setúbal, a nossa Diocese Memória Histórica da nossa ParóquiaO passado ajuda-nos a caminharLocais de culto da Paróquia de AmoraParcela da Igreja Diocesana de SetúbalAmora: Encontro de etniasMarcos de um percursoComunidade de Fé, de Culto e de CaridadeUnidade na diversidadeO contributo dos missionários ScalabrinianosComunidade Religiosa FemininaAtenção especial aos MigrantesA Paróquia e os JovensO Agrupamento 414 Movimentos de Espiritualidade

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O Anúncio de Cristo nas EscolasCatequese: tarefa fundamentalA Acção Social da ParóquiaA Conferência de São Vicente de PauloPastoral da FamíliaO seminário ScalabriniIgreja Matriz de Nª Sª do Monte SiãoA Senhora do Monte SiãoA Comunidade dos Foros de Amora A Comunidade da Quinta da PrincesaIgreja nova Beato ScalabriniPorquê dedicada ao Beato Scalabrini?Empenhamento de todosEtapas de um longo caminho Espaço fraterno para toda a ComunidadeDesafios pastorais

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A Diocese de Setúbal celebra neste ano o 40º aniversário da sua fundação. Paralelamente, a paróquia de Amora cresceu significativamente também neste período. A paróquia animou a sua vida espiritual em comunhão com a diocese e com os bispos que a governaram, procurando testemunhar também fora dos seus limites.

Muitas pessoas colaboraram para dar vida a esta paróquia: os vários Sacerdotes Scalabrinianos que se sucederam, as Irmãs Scalabrinianas, muitos leigos colaboradores em todos os sectores da paróquia, na formação cristã, nomeadamente a catequese, na liturgia, na pastoral da juventude, no serviço aos pobres e doentes, na animação dos grupos de oração, e também na parte económica e administrativa.

Durante estes 40 anos foi acalentado um sonho e finalmente realizado recentemente: a construção da Nova Igreja dedicada ao Beato João Baptista Scalabrini. Este templo desejado há muitos anos para responder às necessidades espirituais concretizou-se porque a comunidade paroquial uniu-se em força e acreditou na sua realização. Nesta caminhada de 40 anos todos nos devemos alegrar e agradecer a Deus por tantas maravilhas que o Senhor realizou, servindo-se da Comunidade paroquial.

Quero agradecer, em especial, a Equipa que trabalhou para a realização desta brochura.

Amora, Setembro 2015

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A presente brochura responde a um desejo do então Bispo de Setúbal, D. Gilberto, de que cada Paróquia pusesse por escrito algumas coisas, que tivessem marcado a vida dos 40 anos desde o início da nossa Diocese, vividas pelos Cristãos nas suas comunidades paroquiais. Trabalho simples e modesto. Trabalho também difícil, pois não gostaríamos esquecer ninguém, mas só recordar o que foi possível, para estar em comunhão com toda a Igreja Diocesana neste momento de louvor ao Senhor. Trabalho carregado de esperança e de gratidão, feito para que fosse estímulo para todos continuarem neste empenhamento comum.

Alguns Amigos da Comunidade Paroquial de Amora fizeram isto como pequeno gesto de colaboração e de boa vontade, a fim de transmitir a alegria da jubilosa recorrência a quantos vierem depois de nós.

Alguns breves textos, algumas datas e algumas fotos são provas de que tudo isto é verdade e que vale a pena continuar neste caminho de Fé. Agradecemos o contributo dos testemunhos e memórias de Aires Vieira, Agnelo Fernandes, António Henriques, António e Eva Russo, António Pereira Jerónimo, Casimiro Soares, Felicidade e Ernesto Rosa, Helena Leitão, Ir. Laura Bondi, Ir. Lina Guzzo, Ir. Lurdes Costa, Ir. Rosane Rosa, Ir. Otília Morgado, João Sebastião, Júlia Maria Fitas, Maria de Lurdes Antunes, Maria Otília Gaspar, Mariete Ferreira, Natália Viseu, P. Geraldo Melotti. P. Rui Pedro, P. Orlando Leone, Rosa Charneca, Foto Jossama e Foto Messias entre outros.

Com afecto e gratidão.

Amora, Março 2016

A Equipa de Elaboração: P. Pio Fantinato

P. Pedro Granzotto António Rodrigues

Maria José Calqueiro

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Dom José Ornelas Carvalho (desde 25 de Out ubro de 2015)

Com uma população católica distribuída por 57 Comunidades Paroquiais agrupa-das em 7 Vigararias, a nossa Diocese tem aproximadamente uma superfície de 1.500 Km2 e uma população que ronda os 790.000 habitantes, abrangendo 9 Conce-lhos: Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal e ainda três parcelas territoriais, que inte-gram a Paróquia da Comporta, Freguesia da Comporta, uma parcela da Freguesia de Santa Maria do Castelo, ambas pertencen-tes ao Concelho de Alcácer do Sal; e Tróia, pertencente à Freguesia de Carvalhal, Concelho de Grândola.

Em 16 de Julho de 1999, passaram para o território da Diocese o Seminário de São Paulo de Almada e o Santuário de Cristo Rei, os quais, aquando da criação da Dioce-se, haviam permanecido no Patriarcado de Lisboa.

A Catedral ou Sé é a Igreja de S. Maria da Graça em Setúbal. É a Igreja do Bispo, com a Cátedra, sinal de unidade da Igreja Diocesana.

A Diocese conta com uma centena de Sacerdotes, alguns Diáconos permanentes e a presença de diversos Institutos Religiosos de Vida Consagrada. Tem o seu Jornal Diocesano “Notícias de Setúbal”. O Seminário Diocesano é o Seminário Maior de S. Paulo em Almada. Diversos Secretariados diocesanos e outras Comissões organizam e lideram a Pastoral diocesana, sob a autoridade do Bispo.

A Paróquia de Amora é uma parcela da Igreja Particular - ou Diocese - de Setúbal.

A Diocese de Setúbal foi criada pela Bula “Studentes Nos”, do Papa Paulo VI, em 16 de Julho de 1975. Pertence à Região Eclesiástica de Lisboa.

Dom Manuel Martins (1975-1998)

Dom Gilberto Reis (1998 -2015)

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Quanto à vida religiosa de Amora, parece que tudo começou no século XIV com a Família dos Lobatos, proprietária de uma Capela particular, na Quinta do Cheira Ventos, dedicada a Nossa Senhora de Monte Sião, onde se venerava uma antiga Imagem milagrosa, vinda do Oriente. A partir desta devoção, foi instituída em 1538 a Confraria de Nossa Senhora do Monte Sião.

Em 1609 começa a existir o Livro de Baptizados. Esta data pode ser considerada como o início da Paróquia de Amora, propriamente dita, com cerca de 250 habitantes.

O tipo de religiosidade foi sempre muito tradi-cional, tendo a sua referência nas orientações do Concílio de Trento, muito baseada nas devoções, com muito rigorismo moral, prática dos Sacra-mentos, procissões e festas. Marcaram a vida paroquial as Confrarias, sobre-tudo a Confraria do Santíssimo Sacramento.

Momento de grande transformação foi o terra-moto de 1755, que danificou a Igreja, em seguida reconstruída.As convulsões políticas dos séculos XIX e XX também se reflectiram fortemente na vivência religiosa.

A Paróquia de Amora, como hoje se apresenta, teve a sua maior transformação nos anos 70/80 do século passado, coincidindo com o período da descolonização.

Nas décadas de 1960/70/80, devido à construção da Ponte 25 de Abril, à descolonização, à chega-da de retornados e migrantes das antigas coló-nias, com as consequentes novas urbanizações, etc., a Península de Setúbal - e portanto também Amora – foi-se rapidamente modificando e crescendo, surgindo assim uma nova realidade social e paroquial. A esta realidade social devia corresponder uma nova imagem de Paróquia, conforme as orientações do Concílio Vaticano II, o que de facto aconteceu.

Existem escassos acenos da existência desta localidade, já no século XII. Segundo uma nota histórica, no ano de 1527, Amora registava cerca de 50 habitantes. Até esta data, tinha sido uma pequena localidade, formada sobretudo por pescadores e marcada por grandes quintas. No início do século XVII, regis-tava 60 fogos e 250 habitantes. No início do século XIX, 256 fogos e 1100 habitantes. No Censo de 1991, Amora contava cerca de 60.000 habitantes.

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Amora, paróquia desde os primeiros anos de 1600, adquiriu só nas últimas décadas uma grande pujança pastoral. Porém nada seria sem a herança do passado. Sob o aspecto vivencial da Fé cristã, os Amorenses souberam transmitir as riquezas da fé às novas gerações, testemunhado também por tantos sinais históricos e tantas nobres tradições religiosas. Hoje a Paróquia tem dever de gratidão para o passado e o dever da adaptação aos novos tempos: novas Igrejas, novas formas pastorais e sobretudo o testemunho vivencial de todos.

Recordar é sempre maravilhoso:

“Sem saber porquê dei comigo a pensar na Amora de outros tempos, em que as ruas eram de terra batida depois empe-dradas e finalmente alcatroadas. Em 1930 não havia saneamento, distribui-ção de água ao domicílio, nem sequer electricidade. A terra era pobre embora muito industrial: Duas fábricas de trans-formação de cortiça, uma de pólvora, uma das garrafas e garrafões de vidro, uma de tecidos, outra de produtos resinosos, aliadas a pequenas empresas domésticas. O mercado limitava-se a duas ou três mercearias e a uma loja de tecidos. A área territorial de Amora era superior à das restantes freguesias do Concelho juntas. Nas décadas de 40/50, o peixe era vendido porta a porta por peixeiros que iam diariamente a Sesim-bra, de carroça ou a pé (20 Km), e muitos deles, analfabetos, escreviam a giz nas ombreiras das portas com códigos próprios as importâncias referentes à venda do peixe, porque os compradores, a maioria operários fabris, só recebiam uma média de 20 escudos semanais e portanto nessa altura poderiam liqui-dar as contas. Na década de 60, com a construção da ponte sobre o Tejo e da Si-derurgia, houve uma explosão habitacio-nal, construíram-se bairros para operá-rios e para famílias vindas de África, bem como para pessoal alentejano, que veio para esta zona na procura de melhores meios de vida”.

João Sebastião

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CAPELA DA QUINTA DO PAÇO DO INFANTE (QUINTA DA PRINCESA)

IGREJA BEATO SCALABRINI

IGREJA NOSSO SENHOR DO BONFIM(FOROS DE AMORA)

IGREJA NOSSA SENHORA MONTE SIÃO (IGREJA MATRIZ)

ROTUNDA CRUZ DE PAU

RUA 25 DE ABRIL

RUA INFANTE D. AUGUSTO

RUA FOROS DE AMORA

AVENIDA DO BONFIM

RUA 25 DE ABRIL

RUA DO MINHO

RUA 1º DE MAIO

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Amora: Parcela da Igreja Diocesana de Setúbal

A Paróquia de Amora constitui uma significativa parcela da Igreja Diocesana, pelo número dos seus habitantes, pela vivacidade da sua vida pastoral, pela localização privilegiada, pois situa-se ao longo da auto-estrada e do caminho de ferro e pela centralidade de muitos serviços públicos. Uma nota que sempre a caracterizou foi a preocupação pelos migrantes, o que constituiu também um desafio para a nossa pastoral.

A nossa Vigararia é a do Seixal, que é composta, por sua vez,

por 9 Paróquias:

Aldeia de Paio Pires, Seixal,

Pinhal de Frades, Arrentela,

Amora, Corroios,

Fernão Ferro, Miratejo-Laranjeiro,

Vale de Milhaços.

Conhecer a nossa Paróquia, para lançar nela a semente do Evangelho.

- A Paróquia de Amora territorialmente corresponde à Freguesia de Amora.- Superfície: 32 Km2 - População: 60 mil habitantes aproximadamente.- Famílias: 15 mil aproximadamente.- Lares de Idosos: 13- Confissões religiosas não católicas presentes na área da Paróquia: 10- Comunidade Religiosa Feminina: Irmãs Missionárias de S. Carlos Borromeu (Scalabrinianas) - Seminário Scalabrini: Casa de Formação da Congregação Scalabriniana.- Lugares de Culto e de Evangelização: 4- Centro Assistência Paroquial de Amora (Patronato e Caracol) - Composição étnica: ao lado dos nativos, portugueses e outros, vivem muitíssimos migrantes, provindos ou nascidos nas antigas colónias, sobretudo africanas.

Últimas estatísticas (números aproximados, por ano):

- Baptizados: 200/220 - Casamentos: 40/50 - Funerais: 300/320- Primeiras Comunhões: 60/80 - Profissões de Fé: 60/80 - Crismas: 50/60- Catequese: Crianças e Adolescentes: 850/900. Adultos: 80/90- Praticantes regulares: 2200/2300 pessoas.

(Recenseamento da prática dominical 2014)

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Desde a década de 1960/1970 Portugal assistiu a um dos seus maiores e mais dramáticos êxodos humanos, causado sobretudo pelo prolonga-mento e intensificação da guerra colonial em Áfri-ca e Ásia e o envio forçado de milhares de jovens militares para as antigas colónias portuguesas.

No entanto, com o processo da descoloni-zação (1974-1976), os portugueses começa-ram a regressar em massa e com eles vie-ram também muitos migrantes originários dessas colónias, alguns fugindo da guerra, ou-tros em busca de uma vida melhor. Portugal tornou-se assim numa terra de acolhimento. Mais de 500 mil migrantes oriundos de di-versos países, entre eles, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, S. Tomé e Prínci-pe, Moçambique e Timor-Leste, vieram ins-talar-se em Portugal e muitos entre nós.

Nos anos 70 começaram a chegar à nossa Paró-quia de Amora, muitos Cabo-verdianos para tra-balharem na Construção Civil. A nossa Paróquia logo se sensibilizou, formando um grupo de lei-gos, que em conjunto com os Padres começou a visitar vários núcleos de imigrantes, nas localida-des de Fogueteiro, Paivas, Cruz de Pau e também além da Paróquia, como em Miratejo e Corroios. Era o começo de um trabalho que foi levado adiante até agora, com novas formas e iniciati-vas. A Pastoral em geral sempre foi marcada por uma atenção particular para os Migrantes, que brotava do coração dos Missionários Scalabrinia-nos, procurando contagiar toda a Comunidade: colaborando com a Obra Católica de Migrações, com a Câmara Municipal, com o Secretariado Diocesano de Migrações e outros organismos, realizando muitos encontros e festas das Comu-nidades étnicas etc., criando um bom espírito de acolhimento e de recíproca estima. Definia-se uma fisionomia que sempre a identificou.

A mobilidade humana é a sua principal fisionomia

AMORAENCONTRO DE ETNIAS

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• A Paróquia de Amora desde a sua fundação até 1975 pertenceu sempre à Diocese/Patriarcado de Lisboa.• A Paróquia de Amora até 1974 abrangia também a Freguesia de Corroios. • Os Padres Scalabrinianos, aquando da fundação da Diocese de Setúbal, já estavam presentes na Paróquia de Amora, desde 1971.

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Como a Comunidade de Jerusalém, de que fala o Livro dos Actos dos Apóstolos, era uma Comunidade de Fé, de Culto e de Caridade, assim Amora procurou incarnar ter esta mesma fisionomia, ao longo dos 40 anos. Foram surgindo pequenos e às vezes grandes agrupamentos. Muitos deles já estão esquecidos. Mas todos eles foram sinais daquela vida, que o Espírito de Deus fazia brotar no seio da Comunidade.

Comunidade de Fé“Eram fiéis à doutrina dos Apóstolos” (Act.2, 42)Catequese: Crianças e Ado-lescentes, Adultos; Secretaria-do Paroquial de Catequese e Catequistas. Encontros de Pais, Centro de Preparação para o Baptismo, Centro de Preparação para o Matrimónio, Escuteiros, Educação Moral e Religiosa nas Escolas, Grupos de Jov-ens, Cursilho de Cristandade, Equipas de Nossa Senhora, Café Cristão…

Comunidade de Culto“Perseveravam na Fracção do Pão” (Act. 2, 42)Missas dominicais e feriais, Sacramentos, Funerais, Acólitos, Grupos litúrgicos de Celebração, Ministros extraordinários da Comunhão, Leitores nas Missas, Cantores, Grupo de Oração Carismática, Rosário, Via Sacra, primeiras Sextas-feiras, Adoração ao Santíssimo Sacramento, Grupo do Apostolado da Oração, Legião de Maria…

Comunidade de Caridade“Tinham tudo em comum” (Act. 2, 44)Sacerdotes na Pastoral, Irmãs Religiosas, Conselho Económi-co, Conselho Pastoral, Boletim Paroquial, Página Web, Colabo-radores nas Festas da Comuni-dade, Conferência de S. Vicente de Paulo, Visitas aos Doentes e Idosos, Centro de Assistência Paroquial, Festas da Comunida-de Paroquial, Festas das várias Comunidades Migrantes…

Uma Comunidade Paroquial é conduzida pelo Espírito, rege-se pelas Normas da Igreja, pelas Directrizes da Diocese, da Vigararia e pelo Programa Pastoral Paroquial. Fontes inspiradoras hoje são particularmente os Documentos do Concílio Vaticano II, as Directrizes da Igreja e da Diocese e para nós também é importante o Carisma da Congregação Scalabriniana.

Hoje Amora continua assim:

No Baptismo foi-nos dito: “Vive a tua dignidade de Sacerdote, Profeta e Rei”

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- Sacerdotes: Missionários de S. Carlos (Scalabrinianos)- Irmãs Religiosas: Missioná-rias de S. Carlos Borromeu (Scalabrinianas)- Conselho para os Assuntos Económicos- Conselho Pastoral Paroquial- Catequese / Catequistas- Ministros Extraordinários da Comunhão - Grupo de Leitores- Animadores / Comentadores da Eucaristia - Grupos de Cantores- Acólitos - Apostolado da Oração - Legião de Maria- Conferência de S. Vicente de Paulo: em Amora e nos Foros de Amora- Escuteiros /Agrupamento 414

- Grupo do Rosário e da Ado-ração Eucarística- CPB (Centro de Preparação para o Baptismo)- CPM (Centro de Preparação para o Matrimónio)- Visitadores dos Doentes e dos Lares de Idosos - Cursilho de Cristandade - Grupo “ A Caminho” - Equipas de Nossa Senhora- Grupos de Jovens: “Jovens Scalabrinianos “, “Jovens Eccomi”, “Jovens da Quinta da Princesa”- Grupo “Leigos Scalabrinia-nos”- Grupos de Oração Caris-mática: “Profeta”, “Caminho de Emaús”, “Pneuma Pedra Angular”- Centro de Assistência Paro-quial de Amora

Sim, é a minha casa.Esta Igreja onde eu nasci e onde quero morrer. Nela me sinto bem. Nela gosto de estar. Aqui eu penso, projecto, sonho, alimento-me.Aqui rezo, recordo, choro, zango-me, encontro-me. Aqui sofro, aqui canto.

A Igreja é a minha casa.Gostaria, tantas vezes, de a ver mais acolhedora, mais aberta, com mais espaços para pessoas outras (não é ela comunhão e sacramento?), mais gratui-ta, mais convidativa.

A Igreja é a minha casa.E tenho pena que feche portas, condene sem coração, corte com quem procu-ra…Eu amo muito a Igreja porque a Igreja é a minha casa.Com defeitos? Com a ruga dos anos? Às vezes azeda?Mas é a minha casa!Então, porque lhe quero muito, vou pintá-la de fresco, vou rasgar-lhe mais portas, vou torná-la mais simpática, mais disponível, mais atenta.Vou fazer com que cante mais a beleza da vida, perca o medo e salte para o mundo, grite os valores e os direitos das pessoas e dos povos.

A Igreja é a minha casa.Se eu quiser, se tu quiseres, se nós qui-sermos, todos virão a ela e todos nela se sentirão bem.Porque ela é o rosto de Deus. Porque Deus habita nela.

Dom Manuel Martins, 1º Bispo de Setúbal

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A Congregação dos Missio-nários de S. Carlos, fundada em Itália em 1887 pelo espíri-to missionário do Beato João Baptista Scalabrini, Bispo e Apóstolo dos Migrantes, abriu-se no mundo à emigração por-tuguesa desde os anos 70, de forma espontânea e gradual.

Sentiu essa abertura como uma necessidade e ao mesmo tempo como uma oportunida-de histórica.

Após vários contactos entre a Direcção Geral da Congrega-ção dos Missionários de S. Car-los – Scalabrinianos - com o ca-

risma pastoral das Migrações e o Patriarcado de Lisboa, foi de-cidida a vinda dessa Congrega-ção Missionária para Portugal. É sempre belo reler: “Pensei que a Congregação dos Padres Scalabrinianos poderia ser uma ajuda preciosa na acção apos-tólica em favor dos Emigrantes para a Igreja do meu País, pobre em clero. A Igreja sentir-se-ia muito hon-rada com o estabelecimento da Congregação em Portugal”.

(Carta de Dom António Rodrigues, responsável das Migrações, ao Supe-rior Geral da Congregação, em 3 de Fevereiro de 1968).

Os Objectivos da sua presença em Amora foram acordados desde o início entre a Congregação e os Bispos portugueses e eram os seguintes:

• Presença missionária numa Paróquia situada numa área de forte mobilidade humana.• Acção qualificada nos organismos eclesiais do Episcopado português para a Migração.• Formação de sacerdotes e agentes pastorais para a migração, inspirados pelo Carisma do Fundador da Congregação.

Amora torna-se assim a nova fronteira, que despertou a Congregação para uma missão marcada pela interculturalidade. Os três primeiros Missionários Scalabrinianos, que chegaram a Amora no dia 3 de Março de 1971, foram os padres Ugo Fent e António Benetti, vindos do Brasil e o padre José Magrin, vindo de França.

O Jubileu dos 40 anos da Diocese de Setúbal, recordado também em Amora, contou e conta com a presença desta Congregação, que prestou ao longo destes anos, o seu humilde serviço, empenhando diversos dos seus membros em várias tarefas e modalidades, como na Paróquia, no Seminário Scalabrini, na Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), no Secretariado diocesano de Migrações etc., num momento histórico tão peculiar para esta região.

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Por um tempo mais longo:

P. Ugo Fent - PárocoP. António Benetti P. José MagrinP. Pedro Cerantola - PárocoP. Attilio BarichelloP. Vilson ZaniniP. Ezio RagnoliP. Luís Vaghini - PárocoP. Pio Fantinato - PárocoP. Leone OrlandoP. Henrique Luís OliveiraP. José Luís Cotas GonçalvesP. Bruno TodescoP. Gaetano BrancifortiP. Luís TacconiP. Rui Manuel da Silva PedroP. Antoninho CentenaroP. António BortolamaiP. Mário TessarottoP. Mauro LazzaratoP. Juan de Jesus GarciaP. Pedro Granzotto – Pároco actualP. Geraldo MelottiP. Mário FerrarettoP. Corrado CaroliP. Geraldo Finatto

Por um tempo mais curto:

P. Mário MaffiolettiP. Luis ValtuliniP. Alexandre NegroniP. Ezio MarchettoP. Richard ZanottiP. Gino MarzolaP. Renato ZilioP. Emídio PlebaniP. Tobias KesslerP. Rafael De LorenzoP. Ângelo PlodariP. José InvernizziP. Florenzo RigoniP. Luciano MarchesiniP. Arcangelo MairaP. Gabriel BeltramiP. Gelsomino ManfrediP. Francesco ButtazzoP. Alberto Delmar PaezP. Jorge GuerraP. Jean Philippe AlexisP. Arlain PierreP. Pablo Velasquez Avendano

Diversos Clérigos e muitos outros.

Alguns já partiram para o Pai: que Deus os recompense. Outros foram para outras localidades: que a nossa memória não os esqueça. Outros ainda estão aqui: que encontrem amor e apoio no seu trabalho.

Padres Scalabrinianos que nestes40 anos (1975 - 2015)

trabalharam em Amora

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A COMUNIDADE RELIGIOSA FEMININA

As Irmãs Missionárias Scalabrinianas chegaram à Paróquia de Amora no dia 4 de Novembro de 1982, dia do Patrono da Congregação, São Carlos Borromeu.

Irmãs que fizeram parte da Comunidade Nossa Senhora de Fátima - Amora:

Ir. Lina Guzzo 1982 - 1984Ir. Angela Toniolo 1982 - 1991 1997 - 2007Ir. Lourdes Costa 1983 - 1988

1991 - 2001Ir. Laura Bondi 1989 - 1991 Ir. Teresa Ferrario 1984 - 1989Ir. Maria Nichel 1987 - 1988Ir. Lucila Mazutti 1990 - 1991Ir. Maria Apoluceno 1991 - 1996Ir. Camila Formolo 1991 - 1993Ir. M. Otília Morgado 1991 - 1994 1996 - 1999

e desde 2012 Ir. Rosane Rosa 1998 - 2001Ir. Anna Farronato 2003 - 2015Ir. Celide Bom 2004 - 2012Ir. Maria Eli Morandi 2009 - 2014Ir. Meltine Razanamaahasoa 2014 - 2015

“A nossa vida está nas Santíssimas Mãos d’Aquele

que tudo faz para o nosso maior bem.”

Integraram-se na Pastoral Paroquial nos vários sectores, conforme as necessida-des, mas de modo especial junto dos ir-mãos mais necessitados e migrantes.

Encontraram na diversidade cultural uma en-riquecedora experiência com as pessoas de vá-rios países e várias enias presentes na Paróquia e os próprios portugueses, que vinham do in-terior do país. Foi um trabalho que propor-cionou saber respeitar as diferenças, acolher a riqueza de cada pessoa e, ao mesmo tempo, cul-tivar a fé e as virtudes cristãs em comunidade.

Hoje, as Irmãs continuam a apoiar a Paró-quia de Amora com a presença no Café Cris-tão, nos encontros de formação e reflexão em alguns grupos e inseridas na pastoral dos doentes, a quem visitam e levam a Sagrada Co-munhão. Para além disso, dão também apoio material e espiritual às famílias necessitadas e envolvem-se na pastoral do migrante. Teve es-pecial relevo o acolhimento a alguns Migrantes, vindos de África para tratamento hospitalar.

Na acção pastoral da Paróquia, acompanham as actividades da vida cristã dos grupos de jo-vens, Catequese de Iniciação Cristã, Retiros Es-pirituais, atenção e orientação individual e co-lectiva a casais, visitas às famílias, celebrações, pastoral dos migrantes e pastoral vocacional.

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Os Migrantes constituíram sempre uma prioridade na Pro-gramação pastoral da Paró-quia. Foi este o motivo histó-rico, que levou a Congregação a estabelecer-se em Portugal.

A Paróquia de Amora de facto foi assumida pela Congregação Scalabriniana para ser uma pre-sença típica e exemplar de sen-sibilidade pastoral para o mundo da Migração, podendo ser um modelo para as outras paróquias.

Por isso, a Paróquia aproveita todas as ocasiões para falar, ce-lebrar datas, rezar, intervir, man-tendo assim vivo na Comunidade o interesse pela problemática religiosa e social da Migração. Desde o início marcou presen-ça no meio dos recém-chegados imigrantes. Colabora com a Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM), com o Secretariado Dio-cesano das Migrações e outros organismos. Celebra solenemen-te a Semana das Migrações, pri-vilegia as formas de acolhimento e assistência aos migrantes e aos pobres, incentiva as iniciativas dos diferentes grupos, está aten-ta aos casos de necessidade do Centro de Assistência Paroquial.

Celebra as Festas das Comuni-dades Migrantes sobretudo em Junho, dedicada ao Beato Sca-labrini. A celebração das Festas das Comunidades étnicas (Ca-bo-verdianos, Brasileiros, São-tomenses, Goeses, Timorenses, Guineenses, Angolanos, etc.) é sempre um momento forte e característico da nossa Paró-quia. Prova deste interesse e preocupação foi também a rea-lização do Seminário Scalabrini, instituição que prepara pessoas dedicadas à acção no meio do mundo migrante. Além disso surgiram outras iniciativas, que manifestaram esta preocupa-ção, como o CEFEM, a Revista “Jovens sem fronteiras”, etc.Colabora com os Órgãos pú-blicos (Câmara e outros) para criar um sadio espírito de con-vivência e recíproca estima.A Nova Igreja, dedicada a Sca-labrini, patrono dos Migrantes, é mais uma forte motivação para que todos cultivem o amor e a devoção ao Padroeiro dos Migrantes e façam conhecer a sua espiritualidade, para formar “de todos” um só povo, sem diferenças e discriminações.

“A migração faz com que

o homem tenha como

pátria o mundo.”

“Para o migrante

a pátria é a terra, que

lhe garante o pão”.

(Scalabrini)

AMORA DURANTE OS 40 ANOS PROCUROU DAR ATENÇÃO ESPECIAL AOS MIGRANTES

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Na nossa Paróquia há 40 anos, o movimento juvenil estava muito reduzido, havendo apenas um grupo de jovens com pouquíssima presença pastoral.

Sentindo a necessidade de dar vida a essa realidade, dois ca-tequistas decidiram formar um novo grupo, juntando os seus grupos de catequese e come-çando a dar-lhes uma dinâmica juvenil. Surgiu assim o Grupo de Jovens Exodus, que iniciou a sua caminhada em 1978 e a terminou apenas em 2011.

Outros grupos paroquiais surgi-ram, como o “Nós e Tu”, “Janela Aberta”, “Fénix”, “Kyrios”, “Quo Vadis”, “Ser”, “Jovens a Cami-nho”, “Sem Nome”. Mas foi na verdade o Grupo Exodus aquele que marcou mais fortemente a Paróquia de Amora e sem dúvida durante mais tempo.

Eram escolhidos momentos importantes e significativos da caminhada celebrativa em Igreja, como Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, Pentecostes, para activi-dades mais marcantes sobretudo com as crianças, como o Campo de férias. A oração, a reflexão e os retiros eram a base sólida, onde se apoiavam para que a acção tivesse sentido cristão. Nas outras Paróquias havia também grupos

de jovens, o que levou a formar-se uma Equipa Vicarial Juvenil, com actividades comuns, como as Noites de Espiritualidade e o Festival da Canção Jovem cristã. Hoje existem outros Grupos na nossa Paróquia, cada um com sua especificidade e sua progra-mação: Grupo: “Jovens Scalabri-nianos”, Grupo “Jovens Eccomi”, Grupo de Jovens da Quinta da Princesa.

Há um Grupo Coordenador – EPPJ – Equipa de Pastoral Pa-roquial Juvenil – que mantém a ligação entre os grupos e é sinal de comunhão entre eles.

Sinal da vitalidade de uma Paróquia é sempre a Pastoral dos Jovens, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II. Pela presença de muitas famílias novas, Amora sempre teve muitos jovens nas Escolas e na Igreja.

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O AGRUPAMENTO 414O ESCUTISMO CATÓLICO

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Apostolado da OraçãoO Apostolado da Oração é um grupo que se empenha de maneira especial na Oração, como forma de Apostolado. Está presente em Amora há mais de 30 anos. A inserção do grupo na Diocese foi apenas feita em 1993, já bastante depois do grupo estar a trabalhar.

Anima a devoção ao Sagrado Coração de Jesus das nove primeiras Sextas-Feiras, a Oração diária do Terço e Adoração ao Santíssimo Sacramento, a Devoção dos cinco primeiros Sábados do mês, a Oração de Reparação, a Devoção ao Imaculado Coração de Maria, a valorização do mês de Maio, Junho e Outubro, assim com a Oração pelos Sacerdotes. Tem ao seu cuidado os paramentos litúrgicos. .

Cursilhos de CristandadeO Movimento de Cursilhos de Cristandade (MCC) é um movimento eclesial de evangeliza-ção cristã, surgido na Igreja Católica na meta-de do século XX na Espanha. É um Movimento de Evangelização, sobretudo dos ambientes mais afastados da prática religiosa, como os do trabalho e da família, da política e das lide-ranças e está espalhado no mundo inteiro.

Em Amora iniciou-se um Grupo em 1991, que se reúne semanalmente, para reflexão e pro-gramação. Está inserido nas diversas activida-des da Paróquia.

Equipas de Casais A Espiritualidade Conjugal encontrou desde os anos 80 diversas respostas, quer a nível paroquial quer ligando-se a Movimentos de espiritualidade já existentes, como as Equipas de Nossa Senhora (ENS), que são um movimento internacional de espirituali-dade conjugal da Igreja Católica, nascido em França e que teve como fundador o P. Henri Caffarel.

Cada equipa ENS é constituída por 5 a 7 casais e um sacerdote. Reúnem-se mensal-mente num encontro de oração, partilha e estudo de um tema de formação cristã, proposto pelo movimento, para se entreaju-darem na caminhada para Cristo.Ao longo destes 40 anos, houve diversos grupos de Casais: Amora 1, Amora 2, Equipa de S. António etc., que expressaram a sua vivência dinamizando algumas Liturgias do-minicais e orientando grupos de Catequese de Adultos, na Matriz e nos Foros de Amora. Actualmente existe o Grupo Amora 3.

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Pastoral dos Doentes e IdososNa área da Paróquia estão localizados diversos Lares de Idosos, onde se encontra a maioria dos nossos doentes e pessoas idosas. Alguns, poucos, vivem com as suas famílias.

A Comunidade Católica procura estar presen-te através do Grupo dos Visitadores, levando o conforto de uma palavra amiga e dos sacramen-tos. Este Grupo reúne e planeia esta acção, tão apreciada por todos. Um momento de particular importância é a celebração comunitária do Sacra-mento da Unção dos Enfermos, por ocasião do Dia Mundial do Doente em Fevereiro de cada ano.

Legião de Maria A Legião de Maria tem como objectivo, “sob o poderoso comando de Maria Imaculada, Media-neira de todas as graças, servir na luta, perpe-tuamente travada pela Igreja contra o mal, que existe no mundo”.

O Núcleo da Legião de Maria de Amora foi fun-dado há diversos anos na Quinta da Princesa, em contacto com a Legião de Maria de Setúbal. Visi-ta os Doentes, segue a Espiritualidade do Movi-mento, na actividade apostólica e na oração.

O Renovamento Carismático Católico está presente na nossa Paróquia desde há muitos anos. Ao convocar o Concílio Vaticano II, o Papa S. João XXIII pedia ao Senhor que renovasse, na nossa época, as maravilhas do Espírito Santo, “como num novo Pentecostes”. O Renovamento Carismático, presente na Igreja há muito tempo, encontrou, sobretudo depois do encerramento do Concílio Vaticano II, um momento particular-mente propício para uma mais profunda espi-ritualidade num mundo, que caminhava para o materialismo e o ateísmo.

Também na nossa Paróquia, tem a sua expres-são através dos grupos: “Profeta”, “Caminho de Emaús”, “Pneuma Pedra Angular”.

Além destes grupos, semanalmente existe na Paróquia uma tarde de Oração, aberta a toda a comunidade, na linha de reflexão e dinâmica caris-mática.

Além dos Movimentos Religiosos acima mencionados, a Paróquia sempre pôde contar na Pastoral com diversos Grupos de Serviço:

Conselho Pastoral, Conselho para os Assuntos Económicos, os Acólitos, os Ministros extraordinários da Comunhão, os Leitores, os Cantores,

os Animadores litúrgicos, CPB, CPM, Festeiros, Organizadores e Voluntários nas Festas, Leigos Scalabrinianos, Apostolado das Capelinhas dos Arautos do Evangelho, Movimento Apostólico de

Schoenstatt com as Capelinhas, e muitos outros.

Renovamento Carismático

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A Igreja Católica sempre tem estado presen-te nas múltiplas instâncias promotoras da Educação e, na fidelidade à sua missão espe-cífica, procura “proporcionar à pessoa a visão cristã do mundo, do homem e de Deus, e não se demitirá de continuar a oferecer, com total liberdade, propostas educativas”.

A sua acção educativa reveste-se de múltiplas formas e realiza-se junto da família e através das suas próprias instituições educativas, particularmente as escolas católicas, mas também, no empenhamento em instituições estatais e privadas.

Assume especial importância a presença institucional que a Igreja Católica tem ofe-recido à Escola, nomeadamente no plano do Ensino Religioso Escolar, que usufrui, entre nós, de uma longa e relevante tradição. Essa intervenção consubstancia-se na disciplina/área curricular disciplinar de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), que abrange os ensinos básico e secundário (do 1º ao 12º ano de escolaridade).

Com a criação da Diocese de Setúbal, começou a pensar-se na Evangelização. E para tal foi criado um grupo de pessoas que se preocu-pavam com o ensino da Religião e Moral nas escolas do Primeiro Ciclo.

Em Amora, todas as escolas tiveram essa preo-cupação e muitos professores se disponibiliza-ram para dar essa disciplina.

Mas, quando em alguma escola, algum profes-sor não se sentia preparado para dar a referida disciplina, aceitava que outro professor lá fos-se administrar a aula de Religião e Moral.Havia até professores já aposentados e tam-bém alguns catequistas que leccionavam a disciplina nas escolas, no local onde viviam.

O sacerdote scalabriniano que foi o grande dinamizador da Religião e Moral nas escolas primárias foi o P. António Benetti, que com a sua presença alegre e cativante soube convi-dar e trazer as crianças para a Catequese da Paróquia.

Testemunho de uma Professora

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A Catequese é o normal veículo transmissor e vivencial da mensagem de Cristo. É um processo de educação cristã, realizado pela acção conjunta da Família e dos Catequistas, em nome da Igreja. Tem como objectivo acompanhar o Catequizando, para que cresça nos conhecimentos e nas convicções religiosas, abrindo sempre mais a sua vida a Deus, para poder receber no momento certo os Sacramentos da Iniciação Cristã, comprometendo-se apostolicamente na Comunidade, fazendo nesta uma experiência de fé comunitária.

Há 40 anos, a Catequese na Paróquia de Amora tinha um número muito reduzido quer de cate-quizandos quer de catequistas: eram não mais de 100 catequizandos e uns dez catequistas. Havia apenas um grupo por cada volume, com um catequista por grupo. As salas eram poucas e não tinham grandes condições. Na sua maioria, os catequistas não tinham formação catequética propriamente dita. Eram nove os anos de Cate-quese e a celebração do Sacramento da Confir-mação era no 9º volume.

Ao longo destes anos, a transformação foi radical: de uma catequese dada com muito boa vontade e pouca formação, passou-se a uma ca-tequese bem preparada e consciente da respon-sabilidade da Missão que lhe está confiada.

Na Paróquia, pelo número crescente de cate-quistas, sentiu-se a necessidade de um Curso de Iniciação, pois era algo muito preocupante ver catequistas cheios de boa vontade, mas sem a mínima preparação a dar catequese.

Assim, em 1987, com autorização da Diocese, iniciámos em Amora um trabalho nesse sentido: formámos uma Equipa de três pessoas e criámos o Curso de Iniciação, que desde essa altura tem sido anualmente feito.

De há alguns anos para cá, a catequese passou a 10 anos com 3 / 4 grupos por cada volume.Com o passar dos anos e o aumento da população em Amora, deu-se também um aumento das inscrições na catequese e teve que se recorrer às salas do Centro de Assistência Paroquial para aí se dar a catequese. Eram salas partilhadas com as actividades do Centro.

Hoje, embora com um número um pouco menor devido à muita migração provocada por esta últi-ma crise, temos ainda na nossa catequese cerca de 850 catequizandos e quase 80 catequistas.

O ano em que o número foi mais elevado foi o ano catequético de 2001/2002 com 1215 catequi-zandos e 110 catequistas, tendo-se assim manti-do até 2011/2012, ao longo de dez anos.

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Centro de Assistência Paroquial de Amora: Patronato e CaracolA Paróquia desde 1952 manifestou a sua preo-cupação social para com os mais necessitados através do Centro de Assistência Paroquial de Amora. Actualmente conta com duas instala-ções: Patronato e Caracol. Toda a Paróquia se sente responsável por esta Obra social.O Centro Paroquial tem os seus próprios Estatutos, com compromissos e prestação de contas, também para com o Estado, para a sua normal manutenção.

O Centro de Assistência Paroquial celebrou o seu 60º aniversário, em Outubro de 2012.Na década de 1960/70, o desenvolvimento industrial da margem sul arrastou uma popula-ção migratória de gente simples do Alentejo e mais tarde do interior.

Devido aos baixos salários e à grave crise económica que se verificou na altura, o Centro Paroquial de Amora nasceu para acolher as crianças durante o período laboral dos pais.Lembramos o P. Manuel Marques, um homem de grande sentido social, que com a constru-ção do Centro de Assistência Paroquial, deu o primeiro sinal de intervenção social não só na freguesia de Amora, mas também no mesmo concelho de Seixal.

No ano de 1974 acolhia cerca de 100 crianças. Durante a década de 70, a fim de responder às

exigências crescentes da população, foi construído um novo edifício, adaptando-o às novas exigências.

Na década de 80, a Junta de Freguesia de Amora tinha inaugurado o Jardim de infância chamado “O Caracol”, nas Paivas. Devido a dificuldades de ges-tão, a Autarquia local e o Centro Regional confia-ram esta nova instalação ao Centro Social Paroquial de Amora, em Maio de 1982.

No ano lectivo de 1998/99 nasceram mais duas va-lências: a Creche familiar e o Refeitório Sócio- cul-tural. Em 2004 nasceu mais o GIC (Grupo de Inter-venção Comunitária) e em 2014 nasceu a Cantina Social. Respostas aos problemas do desemprego, da droga, dos baixos salários e baixas reformas.

Actualmente presta atendimento com estes Serviços:- Creche familiar (amas): Crianças de 3 meses até 2 anos e meio, em casa.- Creche Pré-escolar: Crianças de 2 anos e meio até aos 6 anos.- C.A.T.L. (Assistência nos Tempos Livres): dos 6 anos até o 2º Ciclo.- Refeitório socio-cultural- Cantina social- GIC (Grupo de intervenção comunitária) Total de Assistidos: 312 crianças e apoio a 700 famílias.

Desta forma o Centro de Assistência Paroquial de Amora continua a desenvolver no seio da Comunidade uma importante actividade social a favor de muitas famílias carenciadas.

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Na Paróquia de Amora, a acção social caritativa é realizada de forma organizada pela Conferência de S. Vicente de Paulo, que se inspira na espiritualidade do Fundador Beato Frederico Ozanam (1859) e do Pa-droeiro, S. Vicente de Paulo, o Apóstolo da Caridade.A Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) foi ofi-cializada em Portugal a 31 de Outubro de 1859.

São mulheres e homens que testemunham a sua fé através do grande amor que dedicam a todos aqueles que sofrem qualquer tipo de sofrimento ou carência, transportando Fé, Esperança e Caridade.

O seu principal objectivo é o de detectar e ajudar as pessoas e famílias mais carenciadas.

“Assim como o corpo sem alma está morto, assim também a Fé

sem obras está morta” (Carta de S. Tiago 2,26)

“Existe cada vez mais a pobreza envergonhada. São casos reais… o país real é muito diferente do que a maioria das pessoas pensa. E nós, vicentinos, temos, graças a Deus, conhecimento desta realidade porque vamos a casa das pessoas. O fundamental da missão dos vicentinos é a visita domiciliária! Tornamo-nos amigos e damos: dando-nos! Porque se não nos dermos, não conseguimos. É preciso criar relação com as pessoas”!

(Testemunho de um vicentino)

A CONFERÊNCIA DE SÃO VICENTE DE PAULO:

A Conferência de S. Vicente de Paulo, em Amora foi fundada a 5 de Janeiro de 1974 pelo P. Ugo Fent e pelo Sr. António Guedes. Foi a primeira Conferência Vicentina mista em Portugal.

Tem caminhado desde então apoiada sem-pre no mesmo ideal com que foi fundada, colocando-o em prática de modo fiel e sistemático, tendo actualmente a sua sede na Nova Igreja Beato Scalabrini. Conta com um grande grupo de Sócios. Tem as suas re-uniões semanais e de programação. Aten-de quase quinhentas famílias, com 1700 pessoas assistidas.

Em Março de 2004 sentiu-se a necessi-dade de um novo núcleo, com a mesma espiritualidade, mas com programação e actividades próprias. Tem a sua sede nas instalações da Igreja do Senhor do Bonfim, em Foros de Amora.

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O CPB é um serviço que a Paró-quia oferece e visa preparar pais, padrinhos e/ou outros familiares dos catecúmenos para que a celebração do sacramento seja feita com dignidade e consciência do que se está a celebrar, para que haja uma correcta vivência e responsabilização da identidade cristã que começa no Baptismo.Os pais, ao pedirem o Baptismo para a criança, estão a pedir

para ela também a fé, como aparece no rito de acolhimento do sacramento. Este serviço começou a ser disponibilizado pela paróquia nos anos 80 e a Equipa de Casais tinha como sacerdote assistente o pároco. Existem na paróquia quatro casais colaboradores que são sem-pre acompanhados por um sacerdote.

Centro de preparação para o MatrimónioO CPM é um movimento de Igreja que tem como objectivo ajudar os noivos a prepararem-se para o matrimónio, promovendo sessões com pedagogia metodologia pró-prias, baseadas na revisão de vida e testemunho vivencial dos casais, criando condições para o diálogo e reflexão dos noivos.

A organização do CPM é feita a nível vicarial sob a orientação de uma Equipa Vicarial e um Sacerdo-te Assistente, seguindo as directri-zes nacionais do movimento.

Nos anos 80 e 90, com a assistên-cia do P. José Augusto Pereira, o movimento do CPM revestiu-se de grande dinamismo e muitos casais da paróquia de Amora ajudaram nessa renovação quer como responsáveis vicariais quer na reformulação da pedagogia desses encontros e dos materiais de reflexão que foram criados, um pouco à revelia da orientação nacional, que mais tarde foi aceite por todos. Chegaram a frequentar o CPM mais de 200 pares de noi-vos por ano. Hoje é muito menor o número de noivos.

Cada equipa de CPM é constituída por quatro casais e um sacerdote assistente. Hoje, cada CPM consta de 4 encontros, em 2 fins-de-se-mana.

Há, actualmente, 5 equipas vica-riais em funcionamento, tendo como assistente um sacerdote, designado pela Vigararia.

Centro de Preparação para o Baptismo

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Para a Paróquia de Amora foi uma graça ter no seu território uma casa vocacional, como o Seminário Scalabrini, residência dos Sacerdotes e Casa de formação. Desde 1980 como pequena vivenda familiar e desde 1991 como Casa com maiores estruturas e residência dos Padres e Seminaristas. Portador do Carisma de Scalabrini, o Seminário prestou relevantes serviços à Paróquia e às Paróquias vizinhas:

O Seminário Scalabrini:- Manteve e mantém vivo na Comunidade o interesse pelas vocações.- Foi sempre de grande apoio pastoral à Paróquia.- Colaborou na formação de líderes e animadores leigos.- Prestou e presta relevante serviço para Encontros, Retiros e Jornadas de Formação, para Jovens, Catequistas, Escola da Fé etc.

A PARÓQUIA E AS VOCAÇÕES O SEMINÁRIO SCALABRINI

- Foi e é Casa de estágio para Agentes Pastorais de Emigração, Padres, Estudantes e Leigos.

Entre 1980 e 2004 houve grupos de Seminaristas, que viveram a experiência de vida em Comunidade. Do Seminário saíram 4 Sacerdotes: P. Henrique Oliveira, P. José Luiz Cotas Gonçalves, P. Rui Pedro e P. Carlos Caetano. Estes dois últimos são Scalabrinianos ao serviço dos Migrantes.Também da Comunidade Paroquial surgiram Vocações para a Vida Religiosa feminina, para outras Congregações e para o Clero Diocesano.

Lembramos com gratidão P. João Luís Nabais Dias, sacerdote diocesano, ordenado em 8 de Dezembro de 2013, amorense, que nasceu, cresceu e abriu-se à Vocação Sacerdotal no seio da nossa Comunidade Paroquial.

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A Igreja Matriz de Amora tem os seus primeiros assentos religiosos de Baptismo no ano de 1609. Neste tempo então começou a ter funções paroquiais normais, dependendo do Patriarcado de Lisboa. Antes dessa data era provavelmente uma simples capela, situada no cume de uma colina, onde se venerava a imagem miraculosa de Nossa Senhora do Monte Sião. De facto, o Frei Agostinho de Santa Maria, no século XV, publicou uma obra com o título “Santuário Mariano”, dedicando um capítulo à Igreja de Amora.Eis as suas palavras:

IGREJA MATRIZ DE Nª Sª DO MONTE SIÃO:Breve história

No termo da Vila de Almada para a parte do sul, fica um lugar ou freguesia, a que dão o nome de Amora, e parte com a freguesia de Arrentela e Corroios. A Igreja deste lugar se vê situada num outeiro que se levanta muito e nas fraldas deste monte se vê outra aldeia, que dizem Amora nova. É este monte, muito agradável e delicioso, não só pelos largos horizontes, que descobre a vista do Tejo; mas também por sua fertilidade, principalmente de vinhas …

Assim continuou a ser até à metade do século passado (1950/60).

Com o crescimento da população, foi necessário pensar a outras construções, que viessem ao encontro das novas necessidades e pudessem não só apoiar as celebrações, como também as várias actividades de apoio social.

A Igreja Matriz de Nossa Senhora de Monte Sião continua a ser a “Igreja Mãe”, embora desde 2007, a Nova Igreja Beato Scalabrini se tenha tornado a Igreja principal da Paróquia de Amora.

e arvoredos de fruta. O Título do Orago desta paróquia é Nossa Senhora do Monte Sião. Nela se venera, com grande devoção, uma imagem da soberana Senhora, muito milagrosa, que se vê colocada na tribuna da Capela-Mor. Quanto à origem não há certeza alguma de onde veio esta Santa Imagem, nem consta quem a colocou naquele lugar, nem quem foi o fundador da sua primeira casa.

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AMORA E “A SENHORA DO MONTE SIÃO”.A FESTA DO 15 DE AGOSTO E AS OUTRAS FESTAS. AS PROCISSõES

A Religiosidade popular passa através de manifesta-ções religiosas, que tem o seu valor de “memorial” da nossa identidade de filhos de Deus. Não são valores absolutos, ma “referenciais”: sem isto a nossa fé pode esvaziar-se e desparecer. Muitas devoções acompa-nharam a história religiosa de Amora: a Nossa Senho-ra do Carmo, ao Sagrado Coração de Jesus, às Al-mas, ao SS. Sacramento, animadas frequentemente pelas Confrarias. Amora também cultivou e mantém as suas tradições, as suas Festas e Procissões, mas em primeiro lugar privilegiou a Festa de 15 de Agosto, que honrou e identificou a nossa Comunidade. Amora foi sempre muito fiel a esta tradicional Festa de Agosto, com milhares de pessoas presentes, vindas também de outras localidades e muitos migrantes. Amora nasceu “mariana”, sob a protecção de Maria, sob o

Procissões na Paróquia de Amora:- Procissão de NS. dos Passos, na Amora, na tarde do 5º Domingo da Quaresma, em Amora.- Procissão de Nossa Senhora de Fátima, em 12 de Maio, à noite, nos Foros de Amora - Procissão de Nosso Senhor do Bonfim, no 2º Domingo de Julho, à tarde, nos Foros de Amora.- Procissão de Nossa Senhora de Fátima, no dia 12 de Agosto, à noite, em Amora, abrindo os Festejos populares da Padroeira.- Procissão de Nossa Senhora do Monte Sião, em 15 de Agosto, padroeira principal, de tarde, em Amora, com a Bênção da Baía.

orago de Nossa Senhora de Monte Sião. Outras Festas Paroquiais:- Festa das Comunidades Migrantes e do Beato Scalabrini: 1º Domingo de Junho.- Festa em honra de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, animada pela Comunidade Goesa, no último Domingo de Junho.- Festa dos Povos, da Comunidade Cabo-verdiana, no Bairro da Quinta da Princesa, no 1º Domingo de Julho.- Festa de Nosso Senhor do Bonfim: na 2ª Semana de Julho (Sábado e Domingo) nos Foros de Amora, em honra do Padroeiro. - Festa de Nossa Senhora do Monte Sião: 12 a 15 de Agosto, em honra da Padroeira, Nossa Senhora do Monte Sião. - Festa de Nossa Senhora Aparecida - Comunidade Brasileira em honra de Nossa Senhora Aparecida, no 2º Domingo de Outubro.- Festa da Comunidade São-tomense, no Domingo antes do Natal, em honra de S. Tomé. - Festa do Magusto em Novembro, na Comunidade dos Foros de Amora.

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Há cerca de 40 / 50 anos, toda a zona dos Foros de Amora era composta por muitas quintas de avultada produção de hortaliças que forneciam os mercados e praças das redondezas. Grande parte das zonas onde actualmente existem prédios e vivendas era ocupada por arvoredo, matagais e pinhais.

Nas últimas décadas, esta zona conheceu um grande desenvolvimento urbano: de poucas centenas de moradores passou-se a vários milhares. Também no sector da vida cristã este desenvolvimento foi notório.

Com a boa vontade e esforço de alguns moradores (recordamos o falecido Baltasar da Silva) a Comunidade Católica dos Foros, em Fevereiro de 1970, iniciou a sua vida eclesial com a Catequese e Missa dominical em casa do Sr. António Pereira Jerónimo.

A partir de 1970 as visitas aos doentes ao Sanatório do Outão, aos Asilos de Setúbal e à Casa do Gaiato, serviram para criar um maior espírito de Comunidade, sempre com o apoio dos sacerdotes da Paróquia, particularmente o P. José Paula e o P. Ugo Fent.

Foros de Amora: A Comunidade Católica

Criou-se a Comunidade, mas faltava o espaço de encontro. Surgiu a ocasião, aquando da urbanização de grande extensão de terrenos, em que a proprietária - Rosa Cabruja Camos -, doou uma parte para a construção de uma futura igreja.Em 1982 foi feito o projecto, que foi aprovado em 1983. Foi organizada a Comissão Fabriqueira e iniciados os trabalhos da construção. A 1ª fase, com as salas de catequese e o salão, começou a funcionar, celebrando-se a 1ª Missa a 2 de Maio de 1986.

Após grandes dificuldades, só em 1995, com um auxílio do PIDDAC, começou a 2ª fase. E em 21 de Abril de 1996, a Igreja foi dedicada por D. Manuel Martins, bispo diocesano, ao Senhor do Bonfim. Há o local para o Culto, umas salas para a catequese, a casa mortuária, e outras dependências.

Há duas Missas no fim-de-semana, os Grupos de Catequese, Encontros do Grupo de Oração, Celebração de Baptismos e Matrimónios. Para esta Comunidade há também a perspectiva de em futuro vir a ser Paróquia.

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O Bairro da Quinta da Princesa foi um lugar da nossa Paróquia, que desde os anos da descolonização começou a ser urbani-zado, com a presença de muitos africanos, sobretudo vindos de Cabo-verde. Desde os anos 70, com a construção do Bairro social da Quinta da Princesa, os moradores católicos sentiram a necessidade de en-contrar um lugar para a vivência da sua fé. Começou-se a utilizar a Capela particular da Quinta do Paço do Infante (conhecido como Palácio de Cheira Ventos) para o ser-viço litúrgico e para a Catequese. Um forte sentido de comunidade levou, sobretudo os cabo-verdianos, a organizarem nela a sua vida cristã, com momentos também de festa e convívio, contando sempre desde o início com a presença e o apoio dos sacer-dotes e irmãs religiosas.

Nessa Capela é celebrada a Missa todos os Do-mingos. A Legião de Maria tem as suas activida-des. Por diversos anos funcionaram os grupos de Catequese.

A Festa da Comunidade - ou Festa dos Povos, como é mais conhecida, é celebrada todos os anos no 1º Domingo do Julho com grande concorrên-cia de povo. A iniciativa recria uma velha tradição cabo-verdiana das festas de romaria dos santos populares das suas terras, mantendo as ricas tradições religiosas e culturais das suas origens. Diversas outras iniciativas também estão em acto, para apoio aos mais jovens e para a vivência da espiritualidade cristã do povo.

Quinta da Princesa: A Comunidade

Católica

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Igreja nova Beato Scalabrini:um sonho realizadoDesde muitos anos Amora sonhava com uma nova Igreja, pois isto era uma necessidade, devido ao aumento da população. Foi mesmo um sonho, fruto do amor, sacrifício e forte vontade de uma Comunidade, que acreditou e participou.

Em 1993, a Câmara disponibilizou e cedeu um primeiro terreno. Começou-se a recolher fundos para esta grande obra. Em 1995 foi feito e aprovado o primeiro projecto sobre este terreno. Porém, tudo em seguida desmoronou, pois a Câmara retirou este primeiro terreno, prometendo outro terreno. Reacenderam-se as esperanças.

Em 2001, com o pároco, P. Pedro Granzotto, a Comunidade Paroquial, confiando na Providência Divina, decidiu avançar com outro projecto de construção, contando apenas com as suas próprias forças e capacidades e recorrendo à generosidade, boa vontade e colaboração de todos. Passaram-se dois anos e em 2003 a Câmara Municipal do Seixal cedeu outro terreno, o actual, na Quinta da Mariana, na Rua do Minho, nº 14, na Cruz de Pau. Após elaborado e aprovado o novo projecto, foi lançada a 1ª Pedra em 6 de Março de 2005.

Após 2 anos de intensos trabalhos, em 24 de Junho de 2007, o Bispo D. Gilberto dos Reis fez a Dedicação da Igreja ao Beato João Batista Scalabrini. A Igreja tem capacidade para 700 pessoas.

A conclusão das outras instalações foi deixada para mais tarde, o que veio porém a realizar-se rapidamente. De facto em 1º de Junho de 2014, dia de Scalabrini, com a presença das Autoridades civis, religiosas e Povo, realizou-se a Festa de Conclusão de toda a Obra. O conjunto, da traça do Arquitecto João Paixão Salvado, além da Igreja como lugar de culto, inclui Secretaria, Salas de Catequese, Salão de Festas, outras Salas para Encontros e Formação, Residência dos Sacerdotes, Sede da Conferência de S. Vicente de Paulo e Sede do Agrupamento dos Escuteiros.

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Porquê dedicada ao Beato João Baptista Scalabrini?

É tradição na Igreja, desde sempre, dedicar uma Construção material a Deus ou aos atributos de Deus ou a alguma manifestação da Santidade de Deus na vida de Nossa Senhora ou dos Santos, para que revelem o rosto amoroso de Deus através da “obra-prima de Deus”, que é a santidade dos seus filhos.

Assim, quando foi edificada a nova Igreja de Amora, estando a comunidade mergulhada na mobilidade humana e acolhedora de tantos Migrantes, veio à mente esta figura do Apóstolo e Pai dos Migrantes, o Beato João Baptista Scalabrini.

Quem foi o Beato Scalabrini? Scalabrini foi um Bispo, zelosíssimo e verdadeiro profeta no seu tempo. Muitas das suas intuições encontraram a sua realização, passo a passo, nos decénios seguintes, especialmente no campo da Migração. Ele sabia que “o caminho dos projectos é de uma lentidão tremenda”, mas sabia também que “cada lentidão leva à meta, com a condição que o cansaço não vença”.

No campo socio-cultural, Scalabrini bateu-se com profunda determinação por uma maior protecção dos cidadãos migrantes. As suas propostas foram ouvidas pelo Parlamento Italiano, depois de muitas dificuldades. Também tantas outras intuições suas receberam a aprovação da história. Por exemplo, o conceito de pátria, estendido ao mundo inteiro traduz-se hoje na expressão, que usamos, de que o mundo “é uma aldeia global” e “a casa comum”, na palavra do Papa Francisco.

Todavia interessa-nos em particular a realização das intuições de Scalabrini no campo da Pastoral migratória. Essas foram escutadas sobretudo pelo Papa do tempo, S. Pio X, com a criação de uma Comissão “para os Emigrantes Católicos” e com a criação de uma “Comissão para as Migrações”, na Secretaria de Estado. Isto despertou e acordou a sonolência de tantos.Com a reforma da Cúria Romana, as ideias de uma Igreja aberta a todos os migrantes católicos tornam-se realmente concretizadas com a criação, em 1970, da “Comissão Pontifícia da Pastoral para os Migrantes e itinerantes”, pelo Papa Paulo VI.

A abertura da “Pastoral da Igreja a todos os migrantes católicos”, grande aspiração de Scalabrini, aconteceu com certeza, graças a Scalabrini e às suas Congregações. Pode-se dizer que a sua intuição profética o mantém vivo ainda hoje e o insere no contexto actual das migrações.

Parece então não haver dúvidas de que esta Nova Igreja da nossa Paróquia de Amora que, desde 1971, está entregue aos Missionários da Congregação por ele fundada, que têm tido, ao longo destes 40 anos, uma especial atenção ao problema migratório, não podia senão ser dedicada a este homem, que tanto marcou a história no campo do cuidado aos Migrantes.

Que a sua memória mantenhaa história desta terra sempre aberta ao acolhimento e à esperança!

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Empenhamento de todos Erguer um edifício desta magnitude não foi tarefa fácil. Graças ao empenhamento de todos, a Comunidade agarrou “de alma e coração” o novo terreno, que a Câmara Municipal tinha oferecido em 2003 e, com o projecto aprovado, do Arquitecto João Paixão Salvado, e algumas promessas feitas, nomeadamente um empréstimo da própria Congregação Scalabriniana, foi possível lançar a primeira pedra em 6/03/2005 e começar as obras em Julho de 2005.

Como os Paroquianos acolheram este apelo…e colaboraram?

Como gesto de agradecimento e de estímulo, queremos recordar brevemente algumas das muitas actividades:- Donativos espontâneos de muitos paroquianos;- Carta endereçada a todos os habitantes de Amora; - Carta dirigida a todas as paróquias portuguesas, das quais também veio alguma ajuda;-Pequenos-almoços disponibilizados antes e depois das Missas de Domingo, que começou na Igreja dos Foros e depois se estendeu às outras;- Organização de muitas viagens e peregrinações;- Realização de espectáculos, que começaram no Clube Recreativo da Cruz de Pau e mais tarde, no nosso Salão, ainda não concluído e nas novas instalações da Igreja;- Grupos de pessoas, que se quotizaram mensalmente com uma oferta;

- Vendas no Natal e na Páscoa, com a oferta de objectos pelos paroquianos;- As crianças da Catequese colaboraram na venda de rifas e poupanças em mealheiros;- Realização de Festas de Passagem-de-Ano no salão do Seminário Scalabrini;- Significativo contributo das missões scalabrinianas entre os Migrantes da Europa;- Oferta de bancos da nova Igreja por parte de diversas famílias. - Oferta de alfaias litúrgicas por membros da Comunidade;- Peditório mensal no fim das missas dominicais;- Ofertas da Câmara Municipal: o terreno, as licenças de construção e os arranjos exteriores; - Ofertas da Junta de Freguesia de Amora com donativos em trabalho pelos funcionários e a oferta da porta central da Igreja, em vidro.- O Estado ofereceu 70.000 €uros, provenientes do PIDDAC para investimentos sociais.

“...Também vós, como pedras vivas,

entrais na construção

de um edifício espiritual...”

(1ª Pedro, 2,5)

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O Custo total da Obra foi de aproximadamente 2.700.000 euros, suportado quase totalmente pela Comunidade. Uns empréstimos bancários empenham ainda a Comunidade por uns anos.

Um sincero agradecimento a quantos deram algo de si para esta maravilhosa obra, que é uma honra para todos.

10 Setembro 2003Doação do Terreno pela Câmara Municipal

6 Março 2005Primeira Pedra da Construção

1 Junho 2014

3 Junho 20061ª Missa nas instalações ainda em construção

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Espaço fraterno e lugar de crescimento na féA PARÓQUIA É COMO UMA FAMÍLIA.

Nascemos nela pela água do Baptismo, crescemos pela Catequese e pelos Sacramentos, vivemos e evangelizamos pela nossa maneira de ser e de testemunhar, participando em algum movimento e actividade da Igreja, alimentamo-nos pela Oração e sobretudo pela Eucaristia Dominical, ficamos curados pela Reconciliação, assumimos a vida pelos nossos compromissos sociais diante de Deus, mas sempre em Igreja.

Cada um aberto ao espírito, em comunhão com os

outros, em sintonia com a Diocese, procurando desenvolver e crescer…

“até à estatura de Cristo”.

“A Paróquia é presença eclesial no território, âmbito para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração. Através de todas as suas actividades, a Paróquia incentiva e forma os seus membros para serem agentes de Evangelização. É Comunidade de Comunidades, santuário onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar, e centro de constante envio missionário”.

(Papa Francisco: A alegria do Evangelho, 28)

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E agora?Olhemos para a realidade com esperançaDesafios pastorais do futuro.Temos recordado por rápidos lances os quarenta anos. Não são quase nada. São só um momento de uma longa história. Recordar é sempre muito válido e precioso. É o que fizemos com esta brochura: é o que foi possível recordar. Muito pouco. Porém foi suficiente para constatar que o fogo do amor de Cristo continua através das gerações e chegou até nós.

A Igreja tem mais de 2000 anos de vida, é verdade; mas tem a seu favor o Espírito de Deus, que sempre a motiva, a sacode, a questiona, a purifica, a renova, a converte e a torna “apta e sempre actual e contemporânea”.

E agora? Basta não esmorecer, mas “sacudir o pó” e continuar a caminhar, sem olhar muito aos resultados, mas com a certeza no coração de que estamos na estrada certa. Vivemos de esperança. Somos peregrinos que buscam novos Céus e nova Terra, seguindo a Cristo nas vicissitudes do nosso peregrinar.Parámos um pouco, vagueando ao longo dos 40 anos da nossa Diocese, vividos na nossa Paróquia. Nós acreditamos no Deus da história e nos seus Profetas.

Que Nossa Senhora do Monte Sião nos dê o brilho e a força do subir até o Monte Santo e que o Beato Scalabrini nos transmita a sua energia apostólica, para sonhar e realizar tudo o que fôr possível, como Ele bem dizia: “Sou homem do meu tempo e tenho pressa”.

Os desafios pastorais para o futuro?! Já a Igreja no-

los recordou frequentemente:1 - Família 2 - Jovens 3 - Nova Evangelização. Como? Com Fé mais esclarecida e profunda, com a autenticidade cristã da nossa vida, com a vitória pessoal sobre a mundanização do nosso viver, sempre com atitudes de misericórdia, com uma atenção prioritária para os marginalizados e excluídos, buscando de preferência as periferias existenciais e culturais, onde frequentemente se escondem também os Migrantes. Poderiam ser estes os desafios pastorais para o futuro.

Amigos, Celebrando os 40 anos da Diocese de Setúbal, vividos na nossa Paróquia de Amora, que o nosso celebrar seja de gratidão a Deus, na humildade e na alegria, guiados pela palavra de S. Agostinho: “Canta e caminha! Cantemos não para gozar o repouso, mas para aliviar a fadiga. Como costumam cantar os caminhantes: Canta, mas caminha. Cantando alivia a fadiga, mas não te dês à preguiça. Canta e caminha”.

Contigo, Senhor caminhamos,pois as nossas raízes estão em Ti!”

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